“É na democracia que as trabalhadoras conquistam direitos”7b881219-05b7-4e65-9946... ·...

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Terça-feira 29 DE MARÇO DE 2016 Edição nº 3865 WWW.SMABC.ORG.BR “É NA DEMOCRACIA QUE AS TRABALHADORAS CONQUISTAM DIREITOS” EDU GUIMARÃES PÁGINAS 2 E 3 Afirmação é da diretora executiva, Ana Nice Martins de Carvalho, no 5º Encontro das Metalúrgicas do ABC Mulheres pelo Brasil.

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Tera-feira29 de maro de 2016

edio n 3865

www.smabc.org.br

na democracia que as Trabalhadoras

conquisTam direiTosedu guimares

pginas 2 e 3

Afirmao da diretora executiva, Ana Nice Martinsde Carvalho, no 5 Encontro das Metalrgicas do ABC

Mulheres pelo Brasil.

www.smabc.org.br2 Tribuna Metalrgica Tera-feira, 29 de maro de 2016 www.smabc.org.br 3Tribuna Metalrgica Tera-feira, 29 de maro de 2016

fotos: divulgao

Notas e Recados

Nem Na ditadura 1 Denncia feita ao deputado e presidente da Comisso de Di-reitos Humanos, Paulo Pimenta (PT-RS), aponta que a empres-ria Cristina Mautoni est presa em condies desumanas.

Nem Na ditadura 2Ela estava em priso domici-liar para se recuperar de uma cirurgia vascular e em cadeira de rodas. Mesmo assim foi en-caminhada para uma cela sem janelas e sem banheiro.

Nem Na ditadura 3Depois das denncias, Pimenta tentou inspecionar, mas foi im-pedido pela Superintendncia da Polcia Federal, o que nunca aconteceu nem na ditadura.

direitos Na lamaUm grupo criado pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos vai ouvir a populao e apurar se existiu violao dos direitos hu-manos no acidente em Mariana.

Vida realAnna Muylaert, diretora do filme Que horas ela Volta?, de-dicou o prmio Faz Diferena a Lula e a Dilma, que colaboraram na vida real para que jovens de baixa renda entrassem na uni-versidade.

hoJe, s 20h

canal 8.1 hd

meTalrgicas do abc defendem a democracia e dizem no ao golpe

Mais de 300 mulheres lotaram o plenrio do Sindicato ontem para dizer no ao golpe e lutar pela democracia durante o 5 Encontro das Metalrgicas do ABC Mulheres pelo Brasil.

o momento de fazer uma grande soma de esforos para defender os direitos dos trabalhadores, os empregos e a construo de um Brasil gran-de. O ms de maro comemora a resistncia da mulher, que conquistou muito nos ltimos anos, afirmou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.

Ns no vamos vacilar em zelar pelos direitos dos traba-lhadores. No tem vacilo para conquistar avanos, destacou.

A democracia faz com que o Sindicato reivindique e orga-nize encontros nesse formato em uma segunda-feira, com liberao em horrio de expe-diente, negociada com a fbri-ca, prosseguiu.

De acordo com a diretora executiva, Ana Nice Martins de Carvalho, a participao das trabalhadoras fundamental para debater a situao da mu-lher na sociedade e os desafios no trabalho.

As metalrgicas expressaram suas ideias sobre a diviso social do trabalho. Elas so guerreiras ao trabalhar, estudar, cuidar das atividades domsticas e dos filhos, explicou. essencial que estejamos unidas para no permitir a perda de direitos. na democracia que as trabalha-doras podem lutar e conquistar direitos, continuou.

A integrante da Comisso das Metalrgicas do ABC, Si-mone Vieira, destacou a impor-tncia de debater a conjuntura no Pas. Os acontecimentos na economia e na poltica repercu-tem no cho de fbrica. Por isso, temos que defender a democra-cia e os direitos conquistados na luta, concluiu.

Nos ltimos anos, avana-mos nas polticas pblicas de combate violncia contra a mulher, proteo, sade e edu-cao. Precisamos estar atentas para que no haja retrocessos nas bandeiras de luta das mu-lheres e na defesa do Pas. Ns j enfrentamos duramente a ditadura e a luta fundamen-tal neste momento para dar os passos necessrios e incluir muito mais gente na socieda-de, Mrcia Barral, secretria de Desenvolvimento Social e Cidadania da Prefeitura de So Bernardo.

Ainda temos que avanar muito no Congresso, existe pouca representao de classe e gnero. A maioria dos parla-mentares da classe empresa-rial. No vemos a raa negra e as mulheres representadas nos espaos de deciso. Apesar de 52% da populao brasileira ser feminina, no temos nem 10% de mulheres participando do Parlamento. Por isso, a impor-tncia de termos polticas para mulheres. Denise Motta Dau, secretria de Polticas Pblicas para Mulheres do Municpio de So Paulo.

fotos: edu guimares

fotos: edu guimares

Confira alguns trechosdo documento conservador

(...) preciso introduzir, mesmo que pro-gressivamente, uma idade mnima que no seja inferior a 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres, com previso de nova escalada futura dependendo dos dados demogrficos.

(...) Ns tornamos norma constitucional a maioria das regras de acesso e gozo dos benefcios previdencirios, tornando muito difcil a sua adaptao demogrfica.

Ou seja, a reforma da previdncia o caminho para desvincular as garantias constitucionais, explicou a economista.

(...) Se quisermos atingir o equilbrio das contas pblicas, sem aumento de impostos, no h outra sada a no ser devolver ao oramento anual a sua autonomia.

Manter o oramento autnomo, significa retirar as vinculaes constitucionais para sade, educao e previdncia, analisou.

(...) A terceira regra nova do oramento a ideia de oramento com base zero, que significa que a cada ano todos os programas estatais sero avaliados por um comit inde-pendente, que poder sugerir a continuao ou o fim do programa, de acordo com os seus custos e benefcios.

Quer dizer que a cada ano o Bolsa Famlia, o Minha Casa Minha Vida, as polticas so-ciais podem ser reavaliadas de acordo com o custo benefcio? Poltica Social direito, no custo, uma garantia!, enfatizou.

Durante 5 Encontro das Metalrgicas do ABC Mulheres pelo Brasil, a econo-mista da Unicamp e integrante do Levante Popular da Juventude, Juliane da Costa Furno, alertou para os retrocessos que se-ro causados caso ocorra o impeachment do atual governo do Brasil e assuma um governo conservador.

Um documento lanado em outubro do ano passado, intitulado Uma ponte para o futuro, segundo a economista, poderia jogar o Pas de volta ao sculo 19.

Aps comentar alguns trechos, Juliane pontuou: Hoje os movimentos sociais e sindicais podem ocupar as ruas e reivindicar. A gente sabe que em outros momentos, caso social era caso de polcia. Por isso, preciso defender a democracia e nossos direitos so-ciais, preciso defender o direto econmico de ter o nosso Estado garantidor do emprego e do desenvolvimento.

economisTa alerTa para reTrocessosem um possvel governo conservador

Durante o ms de maro, a Comisso das Metalrgicas do ABC realiza a Jornada Mara Lobo nas fbricas da base para discutir a participao das mulheres no mercado de trabalho e na sociedade.

Na quarta-feira, dia 23, o encontro foi com as trabalhadoras na Advansat, em Ribeiro Pires. No dia seguinte, a agenda foi na Alumbra, em So Bernardo.

Discutimos a igualdade de gnero com as trabalhadoras e a importncia das mulheres na construo do Pas, afirmou a diretora executiva, Ana Nice Martins de Carvalho.

Mara Lobo o codinome de Patrcia Galvo, a Pagu, que escreveu em 1932 o livro Parque Industrial, considerado o primeiro romance proletrio do Brasil, onde retrata as condies precrias das mulheres no cho de fbrica.

Jornada nas fbricas discute participao das mulheres

amanda perobelli

advansaT

alumbra

www.smabc.org.br4 Tribuna Metalrgica Tera-feira, 29 de maro de 2016

Redao: Rua Joo Basso, 231 Centro So Bernardo CEP: 09721-100 Fone: 4128-4200 Fax: 4127-3244 Site: www.smabc.org.br E-mail: [email protected]. Regional Diadema: Av. Encarnao, 290 Piraporinha Fone: 4061-1040 CEP: 09960-010. Regional Ribeiro Pires: Rua Felipe Sabbag, 149 Centro Fone: 4823-6898 CEP: 09400-130. Diretor Responsvel: Wagner Santana. Coordenadora: Rossana Lana. Reprteres: Cinthia Fanin e Luciana Yamashita. Estagiria: Girrana Rodrigues. Arte e Editorao Eletrnica: Rogrio Bregaida. CTP e Impresso: Simetal ABC Grfica e Editora Fone: 4341-5810. Os anncios publicados na Tribuna Metalrgica so de responsabilidade dos prprios anunciantes. O jornal no responde em nenhuma circunstncia pela oferta e venda de produtos e servios.

Publicao diria do Sindicatodos Metalrgicos do ABC

A atuao de Victor Bueno (foto), no jogo do Peixe contra o So Paulo, agradou ao tcnico Dorival, que testou o jogador por no estar satisfeito com o desempenho de Serginho.

Questionado sobre a chance de substituir Dunga no comando da Seleo Brasileira, o tcnico Tite (foto) desconversou. Estou muito feliz com meu trabalho. Deixa eu curtir minha famlia.

Depois da quarta derrota se-guida com Cuca como tcnico do Palmeiras, o goleiro Prass (foto) afirmou que no d para melhorar s na conversa e que a sada trabalhar.

Cuca disse assumir a responsa-bilidade pela derrota do time e se defendeu dizendo no ter um supertime e que precisa da compreenso dos torcedores.

Gabigol (foto) disse estar viven-do um momento especial com a convocao para a Seleo. O zagueiro do Corinthians, Feli-pe tambm foi chamado para substituir Davi Luiz.

ELIMINATRIAS DA CoPA

Hoje 21h45Paraguai X Brasil

Paraguai

Tribuna Esportivafotos: divulgao

adonis guerra

lava JaTo desemprega e cria recesso no pas, diz pochmann

Em entrevista ao Portal da Fundao Perseu Abra-mo, o presidente da enti-dade e economista Mrcio Pochmann afirmou que no somente as regras que nor-teiam o princpio jurdico tm sido atropeladas em muitas situaes, mas tam-bm os efeitos da operao Lava Jato, as decises da Justia e da polcia federal, interferem na conduo da economia.

Segundo ele, possvel estimar que no ano de 2015, quando o IBGE registrou uma reduo de 3,8% no PIB, 2,5% da queda tenham sido expresso da Lava Jato.

A Lava Jato gera desempre-go, leva a economia brasilei-ra a uma recesso. Essa res-ponsabilidade da operao est sendo considerada?, indagou Pochmann.

O economista explicou que as decises judiciais se do sobre um conjunto de empre-sas que se relacionam com a Petrobras e com a construo civil, dois setores que susten-tam cerca de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que empregam muita mo de obra.

Acontece que as empresas esto sendo paralisadas. A Lava Jato no est saben-do diferenciar dirigentes corruptores e corruptos de instituies e de empresas. Isso pssimo para o Brasil, afirmou.

Pochmann defende que os corruptos, se cometeram crimes, devem ser penaliza-dos, mas no as suas empre-sas, pois elas so um ativo brasileiro.

Em algum momento o Brasil voltar a crescer. Se quebrarmos as empresas brasileiras, quais sero as empreiteiras que reconstrui-ro o Brasil?, questionou.

Dica do Dieese

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Colunas: Teras - Dieese | Quartas - Jurdico | Quintas - Sade | Sextas - Formao

O indivduo e a empresa

A longa e constante crise poltica, que j dura mais de um ano, trouxe impactos dire-tos na economia brasileira. O aumento das taxas de desemprego, o dficit das contas pblicas e a retrao na indstria, servios e comrcio, resultaram numa queda de 3,8% no PIB brasileiro em 2015.

A operao Lava Jato que j est em sua 26 fase, da forma como vem sendo conduzida, traz ao Pas um ambiente

de constante desconfiana econmica e jurdica.

E quando os processos jurdicos no tm o cuidado de separar a instituio empresa da figura do indivduo, prejudica todo um segmento produtivo que emprega milhares de trabalhadores estendendo a punio sociedade. O maior exemplo dessa situao a Petrobras.

A Petrobras um dos mais importantes

ativos brasileiros. Atua nos setores de explo-rao e produo, refino, comercializao, transporte, petroqumica, distribuio de derivados, gs natural, energia eltrica, gs-qumica e biocombustveis.

produtora de 2,8 milhes de barris de leo por dia, emprega 80,9 mil trabalhado-res diretos e mais de 360 mil terceirizados. Por tudo isso, no pode ser desmontada em meio a uma disputa poltica.

"Se quebrarmos as empresas

brasileiras, quem reconstruir o

Brasil?"

Petrobras

A importncia dos setores de petrleo, gs, construo e naval para a economia do Brasil e os efeitos da ope-rao Lava Jato sobre estes setores tambm podem ser comprovados pelo estudo realizado pelo Dieese.

A reestruturao do Pla-no de Negcio e Gesto da

Petrobras reduziu drastica-mente a oferta de postos de trabalho.

Segundo o estudo - em nove cidades responsveis por 73,8% dos principais estaleiros do Pas - em 2013 foram criados mais de 8 mil empregos. J em 2014, foram apenas 1.353 postos de tra-balho. (Saiba mais abaixo)