e-magazine energia & industria extractiva moÇambique- edicao nr 21-port

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ASSOCIAÇÃO MOÇAMBICANA PARA O DESENVOLVIMENTO DO SECTOR DA ENERGIA & INDÚSTRIA EXTRACTIVA HÁ MUITO que o debate so- bre a exploração de recursos naturais em Moçambique as- sume uma perspectiva osci- lante entre a esperança da emergência de um sector que alavanque a economia do país e encerra de uma vez por to- das o drama da pobreza num sentido, e noutro sentido, a consciência de que os ganhos advindos da exploração de re- cursos naturais será efectivo mediante um quadro em que a lei vigora sobre todos os actores envolvidos. Esse de- bate vem desde os primórdios, quando o país deu o primeiro passo “ousado” com a assi- natura de contractos com as grandes empresas minerado- ras. Provavelmente, nessa fase, o que mais importava era a existência de investidores in- teressados nos recursos em Moçambique em detrimento do papel que estes desempenha- riam dentro da sociedade. Um ponto crítico! Pois, os efeitos repercutem-se na actuali- dade e opõe a sociedade civil MOÇAMBIQUE: MOÇAMBIQUE: QUE PERSPECTIVAS À LUZ QUE PERSPECTIVAS À LUZ DA NOVA LEI DE MINAS? DA NOVA LEI DE MINAS? moçambicana, o governo e naturalmente as empresas. A questão de fundo é: Quem deve ser o maior ganhador nesse jogo? Uma questão complexa com resposta aparentemente óbvia: Os moçambicanos, devem ser os que maiores benefícios tirarão com a exploração de seus recursos. Nesse contexto, a socie- dade civil moçambicana vem alertando sobre a necessi- dade do governo assumir uma perspectiva mais firme face as empresas do sector da energia e Indústria Ex- tractiva. Opiniões diferentes como a de renegociação total dos contractos, até a adopção de uma lei que salvaguarde acima de tudo os interesses das partes, compõem a tónica desse debate. A resposta a estas preocupações parece terem sido dadas com a ideia da nova lei que visa essencial- mente uma divisão equitativa dos ganhos obtidos através da exploração dos recursos naturais, que haja um come- timento maior das empresas com questões ambientais e de Responsabilidade Social. Que perspectivas podem ser desenhadas no contexto da nova lei de minas? Primeiro é que Moçambique abraça-se a dinâmica global, aliás, fica ao corrente da linguagem de grande parte de países africa- nos ricos em recursos naturais que estão efectuando grandes reformas no sector, como é o caso da Tanzânia, Gana, Namíbia, Botswana, entre ou- tros. Pode-se dizer também, que Moçambique está se a- dequar aos mecanismos da ITIE, o que significa que está aproximar-se aos princípios fundamentais como o da trans- parência, boa governação e gestão sustentável de recur- sos naturais. Também pode-se concluir que este é um come- timento oficial do governo com as principais preocupações da sociedade civil inerentes a exploração dos recursos naturais. A nova lei vem sem dúvidas natura d grandes ras. Provav O Papel do Gás Natural O Papel do Gás Natural no desenvolvimento no desenvolvimento de Moçambique de Moçambique e muito mais... e muito mais... Caro leitor! Bem-vindo ao ano novo, sempre com a promessa renovada de trazermos até si o melhor da informação no que se refere ao sector da energia e mineração em Moçambique e aproveitamos a oportunidade para deixar ficar os nossos votos de um próspero 2013. Num Estado de Direi-to democrático, a teoria da sep- aração de poderes (legislati- vo, executivo e judicial), onde o legislativo é um dos princi- pais garantes dos direitos fundamentais do cidadão, a ideia da boa governação obriga a maior participação activa do cidadão respons- abilidade, coerência e eficá- cia das leis. Com a nova Lei de Minas, as expectativas é de que ela vai garantir que haja uma preocupação tácita em relação a transparência e o alargamento da participa- ção dos diferentes actores naquilo que diz respeito ao que se paga e ao que se re- cebe. Esta é uma oportunidade para o sector público, pri- vado e as organizações da sociedade civil harmoniza- rem a gestão da exploração dos recursos naturais em Moçambique. Ainda nesta edição, o leitor ficará a par dos maiores con- tribuintes na exploração dos recursos minerais e outras noticias sobre as crescentes oportunidades no sector. Boa Leitura Cont. pág. 2 Pág. 5 Pág. 5 N. 0 0 21 N. N. 21 21 Newsletter QUINZENAL 28 JANEIRO 2 0 1 3 - ANO I Bilingue (VERSÃO PORTUGUESA)

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Page 1: E-Magazine ENERGIA &  INDUSTRIA EXTRACTIVA MOÇAMBIQUE- Edicao nr 21-PORT

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HÁ MUITO que o debate so-bre a exploração de recursos naturais em Moçambique as-sume uma perspectiva osci-lante entre a esperança da emergência de um sector que alavanque a economia do país e encerra de uma vez por to-das o drama da pobreza num sentido, e noutro sentido, a consciência de que os ganhos advindos da exploração de re-cursos naturais será efectivo mediante um quadro em que a lei vigora sobre todos os actores envolvidos. Esse de-bate vem desde os primórdios, quando o país deu o primeiro passo “ousado” com a assi-natura de contractos com as grandes empresas minerado-ras.

Provavelmente, nessa fase, o que mais importava era a existência de investidores in-teressados nos recursos em Moçambique em detrimento do papel que estes desempenha-riam dentro da sociedade. Um ponto crítico! Pois, os efeitos repercutem-se na actuali-dade e opõe a sociedade civil

MOÇAMBIQUE: MOÇAMBIQUE:

QUE PERSPECTIVAS À LUZ QUE PERSPECTIVAS À LUZ DA NOVA LEI DE MINAS?DA NOVA LEI DE MINAS?

moçambicana, o governo e naturalmente as empresas. A questão de fundo é: Quem deve ser o maior ganhador nesse jogo? Uma questão complexa com resposta aparentemente óbvia: Os moçambicanos, devem ser os que maiores benefícios tirarão com a exploração de seus recursos.

Nesse contexto, a socie-dade civil moçambicana vem alertando sobre a necessi-dade do governo assumir uma perspectiva mais fi rme face as empresas do sector da energia e Indústria Ex-tractiva. Opiniões diferentes como a de renegociação total

dos contractos, até a adopção de uma lei que salvaguarde acima de tudo os interesses das partes, compõem a tónica desse debate. A resposta a estas preocupações parece terem sido dadas com a ideia da nova lei que visa essencial-mente uma divisão equitativa dos ganhos obtidos através da exploração dos recursos naturais, que haja um come-timento maior das empresas com questões ambientais e de Responsabilidade Social.

Que perspectivas podem ser desenhadas no contexto da nova lei de minas? Primeiro é que Moçambique abraça-se a dinâmica global, aliás, fi ca ao corrente da linguagem de grande parte de países africa-nos ricos em recursos naturais que estão efectuando grandes reformas no sector, como é o caso da Tanzânia, Gana, Namíbia, Botswana, entre ou-tros. Pode-se dizer também, que Moçambique está se a-dequar aos mecanismos da ITIE, o que signifi ca que está aproximar-se aos princípios fundamentais como o da trans-parência, boa governação e gestão sustentável de recur-sos naturais. Também pode-se concluir que este é um come-timento ofi cial do governo com as principais preocupações da sociedade civil inerentes a exploração dos recursos naturais.

A nova lei vem sem dúvidas

natura dgrandes ras.

Provav

O Papel do Gás Natural O Papel do Gás Natural

no desenvolvimento no desenvolvimento

de Moçambiquede Moçambique

e muito mais...e muito mais...

Caro leitor!

Bem-vindo ao ano novo, sempre com a promessa renovada de trazermos até si o melhor da informação no que se refere ao sector da energia e mineração em Moçambique e aproveitamos a oportunidade para deixar fi car os nossos votos de um próspero 2013.

Num Estado de Direi-to democrático, a teoria da sep-aração de poderes (legislati-vo, executivo e judicial), onde o legislativo é um dos princi-pais garantes dos direitos fundamentais do cidadão, a ideia da boa governaçãoobriga a maior participação activa do cidadão respons-abilidade, coerência e efi cá-cia das leis. Com a nova Lei de Minas, as expectativas éde que ela vai garantir que haja uma preocupação tácita em relação a transparência e o alargamento da participa-ção dos diferentes actores naquilo que diz respeito ao que se paga e ao que se re-cebe.

Esta é uma oportunidade para o sector público, pri-vado e as organizações da sociedade civil harmoniza-rem a gestão da exploração dos recursos naturais em Moçambique.

Ainda nesta edição, o leitor fi cará a par dos maiores con-tribuintes na exploração dos recursos minerais e outras noticias sobre as crescentes oportunidades no sector.

Boa Leitura

Cont. pág. 2

Pág. 5Pág. 5

N.00 21N.N. 2121Newsletter

QUINZENAL

28 JANEIRO 2 0 1 3 - ANO I

Bilingue (VERSÃO PORTUGUESA)

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recursos estão para servir os interesses do povo. A nova lei de minas permitirá que esse desejo seja uma realidade? Há entretanto, a necessidade de chamar atenção à efi cácia da nova lei, pois, não basta que ela exista, é importante que ela oriente todo o quadro normativo da exploração dos recursos naturais. As leis não se primam por si mesmas, será necessário que o governo seja escrupu-loso e primeiro cumpridor, pois, ninguém está acima da lei. O interesse geral tem que estar acima do interesse de particu-lares, só assim, poderemos salvaguardar os princípios da unidade nacional e a soberania do Estado. Importa portanto, recordar que a nova lei não deve ser considerada um fi m, mas sim um meio! (Redação: Energia-Moçambique)

EMPRESA Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique (ENH) está altamente satisfeita estes dias, já que a ENI, opera-dora do bloco 4 e a Anadarko, operadora do Bloco 1 conseguiram chegar a um acordo de um projecto conjunto em fi nais de Dezembro.

No âmbito do acordo ora assinado, as duas petrolíferas deveram levar a cabo actividades de exploração separados, no entanto, coordenados em offshore, en-quanto planeiam e constroem diversas fábricas de liquefação de Gás Natural em Cabo Delgado, no norte do país.

O PRESIDENTE da petrolífera italiana, ENI, Paolo Scaroni, viajou para Maputo em Dezembro para tranquilizar o estadista moçambicano, Armando Emílio Guebuza, e delinear o ponto da situação sobre os planos da empresa para o bloco 4 na ba-cia do Rovuma.

2 NotÍciase-MAIL: [email protected] / [email protected]

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limar algumas arestas inerentes a trans-parência e boa governação. É um ponto de partida que devolve aos moçambica-nos alguma esperança relativamente às expectativas futuras. É uma luz no fundo do túnel, que apesar de signifi car espe-rança, representa também algum incre-mento dos desafi os quer do governo, quer das empresas, e uma vigilância apertada por parte sociedade civil, pois, esta última passa a dispor de um instrumento essen-cial para a fi scalização e para o monito-ramento das actividades do governo ine-rentes ao sector.

Essencialmente, tudo que um Estado de Direito precisa, é assegurar que os seus

Continuado da pág. 1 ENH satisfeita com acordo ENH satisfeita com acordo entre Anadarko e Enientre Anadarko e Eni

O PRESIDENTE da petrolífera italiana,

Scaroni assegura planos Scaroni assegura planos da Eni para o blocoda Eni para o bloco 4 da bacia do Rovuma 4 da bacia do Rovuma

duacenqufáCa

Guebuza rejeita ideia Guebuza rejeita ideia de que regiões mineiras devem de que regiões mineiras devem beneficiar mais das receitasbeneficiar mais das receitas

A exploração e comercializa-ção dos recursos naturais ex-istentes no subsolo moçambi-cano deverá benefi ciar a todos os cidadãos e não preferen-cialmente as comunidades afectadas as zonas de explo-ração, defendeu o estadista moçambicano, Armando Gue-buza, no discurso que mar-cava o quinto aniversário da transferência da propriedade da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) para o Estado moçambicano.

GUEBUZA serviu-se do exemplo da HCB para explicar como os recursos naturais do país poderiam servir para o densevolvi-mento de todo o país:

“A distribuição de energia da HCB em todo o país revela que a sua localização é apenas um ponto de partida para be-nefi ciar todos os moçambicanos. Cahora Bassa deve continuar a ser visto como o mecanismo para trazer moçambicanos juntos, e fazer a sua parte do fortalecimen-

to da consciência do (nosso) objectivo co-mum”, frisou.

O estadista destacou que, quando Moçambique assumiu o controle da HCB em Novembro de 2007, a electricidade da HCB atingia apenas 57 dos 128 distritos do país, mas hoje chega a 109.

“O que há cinco anos era uma mira-gem foi transformado em uma realidade tangível em muitos lugares do país”, acrescentou.

Alegadamente, algumas personali-dades do país, entre eles académicos de renome, tem vindo a argumentar que os distritos em que a extracção mineira e de hidrocarbonetos ocorre devem benefi ciar mais com esses recursos do que os res-tantes distritos nos quais a exploração não ocorre, para que a bênção dos re-cursos naturais não se transforme numa maldição, como já aconteceu em outros países africanos. Guebuza rejeitou esse argumento catalogando-a como uma “tese tribal”. (Redação: Energia-Moçambique)

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ural liquefeito ou 20 milhões de toneladas/ano, e contemplará a possível expansão para 50 milhões de toneladas de gás por ano.

O gás natural a ser processado nesta unidade terá origem tanto na Área 1, operada pela Anadarko Moçambique Area 1, bem como da Área 4, operada pelo grupo petroquímico italiano ENI.

Refi ra-se que o bloco Área 1 é operado pela Anadarko Moçambique Area 1, com uma participação de 36,5%, Mitsui E&P Mozambique Area 1, Ltd. (20%), a estatal moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (15%), BPRL Ven-tures Mozambique B.V. (10%), Video-con Mozambique Rovuma Ltd. (10%), ambas da Índia e o grupo estatal da Tailândia PTT Ex-ploration & Produc-tion (8,5%). (Editado por macauhub)

A UNIDADE será construída na província de Cabo Delgado, 2000 quilómetros a norte da capital de Moçambique, Maputo, em cujo mar se localiza o bloco petrolífero em que a Anadarko Moçambique Area 1, subsidiária do grupo norte-americano Ana-darko Petroleum, funciona como operador.

De acordo com o comunicado, o contrato estipula que a uni-dade de processamento disporá de quatro módulos, cada um capaz de processar 5 milhões de toneladas por ano de gás nat-

2 NotÍciase-MAIL: [email protected] / [email protected]

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Em comunicado divulgado quarta-feira, a Baobab Re-sources informou ainda que o acordo de parceria, estabele-

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Anadarko encomendou projecto Anadarko encomendou projecto para unidade de processamento para unidade de processamento de gás natural no paísde gás natural no país

AIE prevê queda no preço da gasolina em 2013AIE prevê queda no preço da gasolina em 2013

PETRÓLEO E GÁS:

Um consórcio em partes iguais constituído pelos grupos Fluor Corp e JGC Corp foi contratado pela Anadarko Moçambique Area 1 Limitada para a elabo-ração do projecto de uma unidade de processamento de gás natural em Moçambique, referem dados divul-gados em Irving pelo grupo Fluor Corporation.

A AIE prevê que o spot do preço de petróleo Brent, que em 2012 custava em média 112 dólares por barril, cairá para uma média de 105 dólares por barril este ano e para cerca de 99 dólares por barril em 2014.

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O DESCONTO previsto para o crude de petróleo Brent de West Texas Intermediate (WTI), que custava em média 18 dólares por barril em 2012, deverá cair para uma média de 16 dólares por barril em 2013 e 8 dólares por barril em 2014, já que a planeada capacidade do novo gasoduto poderá baixar os custos de trans-porte do petróleo bruto para os centros de refi no da Costa do Golfo.

A AIE espera que a queda regular dos preços médios da gasolina a retalho nos EUA de uma média de USD3,63 por galão em 2012 para médias anuais de USD3,44 por galão e 3,34 dólares por galão em 2013 e 2014, respectivamente.

Este quadro espelha as previsões da AIE para o petróleo bruto e para a gasolina. Existem alguns factores sazonais para a gasolina, com o aumento dos preços durante o verão. Esta previsão representa em grande parte apenas pequenas alte-rações nos actuais preços, e como todos sabemos, pode haver oscilações orientadas por eventos incontroláveis nos preços do petróleo e da gasolina. (Redação: Energia-Moçambique)

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para os seus serviços. A reportagem da Africa Intelligence descreve e analisa as operações desses militantes da fortuna extractiva e oferece algumas respostas sobre quem puxa as cordas em Maputo. (Fonte: Africa Intelligence)

mina térmica e titânio todos registaram aumentos substanciais de produção em relação a todos os níveis de 2011”, acres-centou.

As exportações de minério de ferro du-rante o ano totalizaram os 247 milhões de toneladas em 2012, apesar das severas perturbações meteorológicas e uma para-da signifi cativa para manutenção.

A produção mundial de minério de ferro para o ano inteiro atingiu cerca de 253 milhões de toneladas, o que representa uma subida de 4% comparados com os dados de produção referentes ao ano de 2011. (Redação: Energia-Moçambique)

MAIS RECENTEMEN-TE vários generais mu-daram-se para o sec-tor de mineração, em expansão, para actuar como intermediários em representação de grandes grupos es-trangeiros. As suas liga-ções locais, de natureza política ou de natureza familiar, torna mais fácil para as empresas de mineração ganhar licen-ças e contornar as bar-reiras da burocracia.

São personalidades que têm-se desta-cado como líderes intermediários da in-dústria de mineração, com o risco de que funcionários das instituições competentes possam exigir pagamentos excessivos

Uma reportagem detalhada da Africa Intelligence revela os nomes e as zonas de atuação de alguns renomados antigos generais que partici-param da luta pela independência em Moçambique na década de 1970 e que há muito trocaram os seus uniformes por fatos de negócio na bem-sucedida indústria de mineração moçambicana.

BrEves

A GIGANTE petrolífera norte-ame-ricana, Chevron, planeia fazer muito alarde ao estrear na exploração off-shore de vários países da norte e centro de Africa, deixando deliberada-mente, o Este de Africa as suas rivais americanas Exxon e Anadarko.

Os futuros investimentos da petrolífera estão relacionados com os já feitos na região Austral de Áfri-ca, onde o grupo está a demonstrar um grande interesse na exploração do gás de xisto.

DURANTE uma visita a Lubumbashi, no mês de Dezembro passado, o Ministro congolês de Petróleo e Gás, Crispin Atama, levantou, embora de forma discreta, a ideia da construção de um oleoduto para o transporte de gasolina para a República Democráti-ca do Congo a partir do porto da Bei-ra, em Moçambique.

O ZIMBÁBUE de Mugabe poderá muito bem ter se tornado o quarto maior produtor mundial de diaman-tes em termos de volume, em 2012, fi cando somente atrás do Botswana, Rússia e Canadá, segundo revelam fontes bem relacionados com o as-sunto.

ÁFRICA: Chevron Chevron garante futuro no continentecontinente

CONGO/CONGO/MOZAMBIQUE: MOZAMBIQUE: Um gasoduto Um gasoduto para Katanga?!para Katanga?!

ZIMBABWE: ZIMBABWE: Harare agora no Harare agora no topo do ranking topo do ranking dos maiores produ-dos maiores produ-tores de diamantestores de diamantes

Rio Tinto regista produção recorde Rio Tinto regista produção recorde de minério de ferro em 2012de minério de ferro em 2012

A gigante da mineração Rio Tinto informou na terça-feira recorde de produção de minério de ferro global para 2012, resultante da contínua expansão das suas operações em relação ao ano anterior.

Uma reportagem detalhada da Africa Intelligence revela os nomes eÁÁ

Ex-generais servem de intermediários Ex-generais servem de intermediários nos negócios de mineraçãonos negócios de mineração

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“ESTE foi um ano de forte desempenho operacional no grupo”, disse o ex-CEO da mineradora, Tom Albanese.

“Auferimos o recorde de produção a-nual de minério de ferro e as exportações resultante do nosso continuado programa de expansão, a entrega de resultados do sector aos nossos acionistas. Nossos negócios de cobre, bauxita, carvão, alu-

MINERAÇÃO:

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bique.Ora, o que apraz-nos questionar é se estes recursos estarão

plenamente ao serviço da redução da pobreza e do desenvolvi-mento (bênção) ou levarão a confl itos desenfreados pelos mes-mos; estagnação da economia (“doença holandesa”); corrupção endémica (bónus e subornos ao ofi ciais do governo e legisla-dores); ou ainda outros cenários ou todos eles (maldição)?

Passam cerca de 8 anos desde que a Sasol, uma companhia sul-africana começou a explorar o gás em Inhambane através de implantação de oleodutos ou gasodutos. Já é tempo sufi ciente, pelo menos a nível científi co para poder proceder a avaliação do impacto da exploração do gás em Moçambique.

Desde modo, várias questões podem ser feitas para avaliação do impacto, tais como:

Como é que a produção de gás afectou o pais nesses 8 anos?

As receitas do gás de Pande e Temane estão a para ajudar no alívio a pobreza? Como?

As pessoas têm cada vez mais acesso a água potável, boas escolas e o acesso a saúde melhorada ao longo do tempo? E quais são os desafi os?

Que sectores foram afectados pela exploração do gás e quais os que não foram? Cresceram, permaneceram estáveis ou tem decrescido, especialmente o agrícola? A Sasol já está a pagar o imposto sobre as vendas do do gás ou sobre o lucro? E qual tem sido a contribuição do gás natural para o orçamento do Estado?

Muitas outras questões poderiam colocar, mas essas são fun-damentais para uma avaliação da exploração de gás pela Sasol em Moçambique nos últimos anos.

(Redação: Energia-Moçambique)

O Papel do Gás Natural em MoçambiqueO Papel do Gás Natural em MoçambiqueMoçambique está entre os países mais pobres do planeta, não obstante,

esteja a registar uma das taxas mais levadas de crescimento económico a nível mundial nas últimas duas décadas com uma média anual de 7.4%.

4 análisee-MAIL: [email protected] / [email protected]

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QUANDO ascendeu a independência em 1975 a taxas de anal-fabetismo situava-se em cerca de 98% fator que condicionava as perspetivas económicas e sociais do País, porque a educação é por Jack Delors como o maior tesouro de um povo.Não obstante, a guerra que logo tomou conta do país e prolongou-se por 16 anos (1976-1992) o País logrou vários ganhos económicos e sociais com o fi m da guerra e iniciou um processo de consolida-ção da democracia. Como diz uma velha máxima: “os benefícios da Paz são maiores do que os feitos da Guerra”. Seguiu-se um período de mudanças profundas com refl exos visíveis aos olhos de todos, o que valeu prestígio internacional ao país.

Ora, se o século XX foi para Moçambique, um século de li-bertação colonial, guerra civil, pluralismo político, economia de mercado, consolidação da paz e da democracia e da descen-tralização e entre outros aspectos, o século XXI é do combate a pobreza, do desenvolvimento e acima de tudo da ascensão de Moçambique como uma potência energética e da indústria extrativa.

Apesar da presença do gás natural ter sido evidenciada em 1961, só em 2004 começou a sua exploração na província de Inhambane precisamente nos distritos de Pande e Tename. Mas, o facto que realmente pesou para alteração da posição de Moçambique no cenário internacional energético, foram/são as recentes descobertas na Bacia do Rio Rovuma de uma das mais expressivas reservas de gás natural dos últimos 10 anos ao nível mundial. Para além do gás natural, Moçambique possui grandes reservas de carvão mineral com elevado valor comer-cial - carvão de coque ou carvão Metalúrgico, possui também a maior reserva de titânio do mundo entre outros recursos mi-nerais e energético.

Este é século da energia e indústria extrativa para Moçam-

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China poderá dominar o mercado China poderá dominar o mercado do carvão em 2013do carvão em 2013

A China é a maior produtora e consumidora mun-dial de carvão e, actualmente, responde por cerca de metade do consumo global de carvão.

A AGÊNCIA de Informação de Energia norte-americana obser-vou na sua breve análise sobre a China em 2012, “que o carvão correspondia a grande maioria (70 por cento) do consumo total de energia da China total de 90 quatrilhões de unidades térmi-cas britânicas (Btu) em 2009”, acrescentando que “ a AIE prevê que a participação do mix energético total do carvão poderá so-frer uma queda para 59 por cento em 2035, devido à já prevista maior efi ciência energética e a meta de chinesa de redução da sua intensidade de carbono (emissões de carbono por unidade de PIB). No entanto, o consumo absoluto de carvão deverá do-brar ao longo deste período, refl etindo o grande crescimento no consumo total de energia”.

O Conselho Mundial de Energia informou que a China realizou uma estimativa de 128 bilhões de toneladas curtas de reservas de carvão renováveis em 2011, a terceira maior do mundo, atrás dos Estados Unidos e da Federação Russa, ou cerca de 13 por cento das reservas mundiais de carvão totais de carvão. A

TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO:

produção de carvão na China subiu para mais de 3,8 bilhões de toneladas curtas em 2011, tornando a China a maior produtora de carvão do mundo.

Actualmente 27 províncias chinesas operam minas de carvão, e o consumo de carvão do país é aproximadamente três vezes maior do que era em 2000, com mais da metade de carvão da China usado para geração de calor e energia.

Para complicar o cenário, a China, anteriormente um exporta-dor líquido de carvão, em 2009, tornou-se um importador líquido de carvão pela primeira vez em mais de vinte anos.

Assim, já que a China precisa de importações de energia para abastecer a sua economia, assinar um contrato de impor-tação de carvão com Pequim afi gura-se uma aposta certa para Moçambique ou para empresas que exploram o carvão no país. (Redação: Energia-Moçambique)

O que podemos esperar em 2013?!O que podemos esperar em 2013?!Há muitas forças em acção no mundo actual, alterações climáticas, a

primavera árabe, o crescimento populacional e as migrações em massa, só para citar algumas. Algumas dessas forças podem vir a impactar nos-sas vidas em 2013, enquanto outros podem não ser perceptíveis por décadas.

SOBRE O PICO DO PETRÓLEO E O FUTURO ENERGÉTICO:

QUANDO se fala do futuro energético, a nossa maior preocupação gruda-se a questão do abastecimento global de petróleo e gás, fontes energéticas que ali-mentam a nossa civilização. O declínio da acessibilidade dos preços ou disponibili-dade destes recursos trará mudanças profundas na vida de qualquer sociedade, incluindo Moçambique. Existem inúmeras “tendências” ou forças activas no mundo, que têm o potencial de interromper ou pelo menos radicalmente mudar a per-cepção sobre a futura disponibilidade de fornecimento de energia.

A maioria dos problemas que poderia

limitar a oferta de petróleo do mundo é bem conhecida: turbulência no Oriente Médio, aquecimento global, que é lenta mas está a corroer fi rmemente a habi-tabilidade do nosso planeta e uma série de problemas económicos que variam de muitas pessoas para reservas cada vez menores de recursos naturais. Vários desses problemas, no entanto, são rela-tivamente obscuros e por isso não têm recebido muita publicidade nos meios de comunicação nacionais.

O problema do aquecimento global com suas previsões cada vez mais terríveis estará connosco por um longo tempo. A complexidade de padrões climáticos torna a previsão da seca específi ca, inunda-ções, tempestades incomuns, temperatu-ras extremas ou impossíveis de prever. O que podemos dizer é que a frequência de um ou outro desses eventos parece es-tar a aumentar. Os custos destes eventos climáticos incomuns relacionados já está corroendo fora grande parte da econo-mia do mundo e só tendência é um futuro ainda mais sombrio. (Autor: Tom Whipple, Oilpreice.com).

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a vasta mina de carvão de Moatize, na província de Tete, no centro do país.

TERCEIRO LUGAR: Sasol Petroleum

Temane, com 182,6 milhões de meti-cais.

A Sasol é a empresa sul-Africana que trata e exporta o gás natural de Pande e Temane, em Inhambane, comercializado na vizinha África do Sul, além de alimen-tar o mercado nacional.

QUARTO LUGAR. Kenmare Moma Min-ing, com 135,5 milhões de meticais.

A principal actividade desta companhia mineira é a operação da mina de Moma, em Nampula, situada na costa nordeste

Os Cinco Maiores Contribuintes Os Cinco Maiores Contribuintes da Indústria Extractiva da Indústria Extractiva em Moçambiqueem Moçambique

Depois de Moçambique ter publicado o seu terceiro relatório de re-conciliação (2010) no âmbito da Iniciativa de Transparência na Indús-tria Extractiva (EITI), uma iniciativa internacional destinada a garantir a transparência nos pagamentos da exploração dos recursos naturais na qual as empresas envolvidas na exploração revelam o que pagam e os governos, o que recebem, e baseando-se nos resultados de consultoria da Ernst & Young, trazemos os cinco maiores contribuintes da Indústria Extractiva em Moçambique:

ITIE:

PRIMEIRO LUGAR: Anadarko Petro-leum Corp, com 779,7 milhões de me-ticais.

No que foi considerado o maior paga-

mento da indústria extractiva em 2010. Basta lembrar que, a empresa baseada em Texas, Estados Unidos da América, efectuou a descoberta de grandes reser-vas de gás natural na Bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, e é a ope-radora da Área 1, da Bacia do Rovuma.

SEGUNDO LUGAR: Vale Moçambique, com 266 milhões de meticais.

Considerado o maior montante entre os pagamentos declarados pelas empresas de mineração, a empresa brasileira opera

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Ficha Técnica

Morada: Av. 25 de Setembro, n° 1123 Prédio CardosoTelef.: +258 21 32 71 16/ 17Fax: +258 21 32 71 17Director: Inguila SeveneEditor: Aunorio SimbineColabooradores: Nelson Charifo e Alexandre DunduroMaquetizador: Luís Filipe TembeEmail: [email protected]: www.status.co.mz e www. energiamocambique.co.mz

Concepção Maquetização e Produção STATUS-Consultores de Comunicação

DISP. REG. N 5 GABINFO/DEC/2008

de Moçambique.

QUINTO LUGAR: Statoil, com 102,5 milhões de meticais.

A empresa norueguesa de petróleo e gás tem uma participação de 65% e opera os blocos 2 e 5 na bacia do Rovuma, tam-bém na província de nortenha de Cabo Delgado.

Portanto, como podemos ver empre-sas do sector dos hidrocarbonetos foram responsáveis por 70 por cento dos paga-mentos, liderados pela Anadarko Petro-leum Corp cuja receita representava mais de 40 por cento de todos os pagamentos da indústria extractiva, seguido pelas receitas das empresas do sector de mi-neração, encabeçadas pela mineradora brasileira Vale.

Refi ra-se que, os cinco maiores con-tribuintes, a Anadarko, a Sasol Petroleum, a Statoil, a Vale e a Kenmare foram res-ponsáveis por 77 por cento de todos os pagamentos. (Redação: Energia-Moçam-bique)

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QUATRO anos depois, a 2 de janeiro 1866, construiu uma segunda refi naria de petróleo. Com isso, estabeleceu as bases para a expansão dos negócios petrolí-feros da família. Em 1870, John D. Rock-efeller fundou a Standard Oil Company of Ohio: três anos depois, todas as refi narias de petróleo do Estado de Ohio pertenciam a sua empresa.

Em 1882, constituiu a Standard Oil Trust. Empregando em parte métodos considerados ilícitos, conseguiu o contro-lo de 95% de todo o sector petrolífero dos Estados Unidos. A partir daí, começou a diversifi car suas atividades, adquirindo participações em empresas industriais e de mineração. (Redação: Energia-Moçambique)

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Triton regista avanços no projecto Triton regista avanços no projecto de grafite em Moçambiquede grafite em Moçambique

1882: 1882: Rockefeller funda império petrolíferoRockefeller funda império petrolífero

MINERAÇÃO-GAFITE:

COMO anteriormente aconselhados so-bre a execução do Acordo de joint-venture com a mineradora Grafex Ltd, a compa-nhia passou a deter uma participação de 49% no projecto e os preparativos fi nais estão em andamento.

A represetanção da Triton deverá visi-tar o projeto no próximo mês para rever a questão das infra-estruturas de acesso, instalações e para assegurar a ligação com os fornecedores locais de serviços de mineração, em preparação para o iní-cio da primeira fase do programa de ex-ploração no projeto.

De acordo com a empresa, as modali-

A Triton foi informada pelos consultores em Moçambique sobre a con-cessão das últimas três licenças de exploração do projeto de grafi te está prevista para dentro das próximas semanas.

John Davison Rockefeller, o patriarca da família que dominou o mer-cado petrolífero nos Estados Unidos por mais de um século, nasceu em Richford, no Estado de Nova Iorque, em 8 de julho de 1839. Sua formação profi ssional era de contabilista. Juntamente com Samuel Andrews, in-ventor de um processo de refi namento de óleo bruto, Rockefeller fundou sua primeira empresa em 1862.

dades de fi nanciamento para o projecto estão bem avançadas e devem ser fi -nalizadas em breve. A companhia prevê fazer um anúncio ofi cial ao mercado no momento adequado.

Por seu turno, Brad Boyle, director da Triton, disse que “a companhia espera re-ceber a confi rmação em breve sobre con-cessão das restantes três licenças de ex-ploração já que as mesmas permitirão que a Triton avance com o início da primeira fase do programa de exploração.

As actuais licenças de exploração da joint-venture abrangem cerca de 920 quilómetros quadrados, cerca de nove

(9) vezes o tamanho da terra explorada pela Syrah Resources Ltd na Província de Cabo Delgado e qualquer terra adi-cional adquirida pela Triton, dará à em-presa mais acesso a terras prospectivas, aumentando assim, a possibilidade de localizar enormes depósitos de grafi te de qualidade na região”. (Redação: Energia-Moçambique)

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Vale produziu mais de 90 mil mudas Vale produziu mais de 90 mil mudas no distrito carbonífero de Moatize, Teteno distrito carbonífero de Moatize, Tete

GESTÃO AMBIENTAL:

A UNIDADE será construida na provín-cia de Cabo Delgado a 2000 quilómet-ros de Maputo, a capital do país, em cujo mar se localiza o bloco petrolífero em que a Anadarko Moçambique Area 1, subsidiária do grupo norte-americano Anadarko Petroleum, funciona como operador.

De acordo com Mais, de 90 mil mu-das maioritariamente de espécies nati-vas do distrito carbonífero de Moatize, em Tete, foram já produzidas pela min-eradora brasileira, Vale Moçambique, numa iniciativa que se enquadra no âmbito do seu programa de Gestão Am-

biental da companhia, que assenta por sua vez na revegetação e recuperação das áreas mineradas, refere o comuni-cado enviado a nossa redacção.

Espécies como Bauhinia thonigii, co-nhecida como chitimbe, ou Ziziphus Abssinica, conhecida como massanica ou Albizia Amara, conhecida por Ngu-lankanga, são algumas de entre as que fi zeram parte do levantamento detal-hado que a Vale realizou em 2007, con-siderando o impacto da actividade de mineração e sobre as quais a empresa se compromete a revegetar e recuperar paulatinamente nas áreas mineradas.

Maurício Simbine, responsável pela gestão do viveiro da empresa assegura que o processo de recuperação está a ser realizado com base nas espécies que ocorrem localmente.

Paralelamente, cerca de 6 mil mu-das foram já doadas às comunidades, escolas, instituições do Governo local e ao público em geral em Moatize e Tete, com o objectivo de incentivar o plantio de árvores na região, contribuindo des-ta forma para a preservação da fl ora de Tete. Simbine considera que “a primeira avaliação é positiva porque eles têm aderido, têm solicitado mudas e temos feito acompa-nhamento e instruimos sobre as técnicas de plantio e os cuida-dos que se tem de dar às plantas”.

(Redação: Energia-Moçambique)

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Moçambique terá um dos maiores projectos Moçambique terá um dos maiores projectos de liquefação de gás do mundode liquefação de gás do mundo

Em Moçambique vai acontecer o maior investimen-to de sempre. Trata-se da construção de dez fábricas de gás natural liquefeito, um megaprojeto apenas su-perado por outro semelhante no Qatar.

O investimento a ser feito pelas companhias de energia norte-americana, Anadarko Petroleum, e a ita-liana, ENI, está avaliado em 50 mil milhões de dólares. Nesta grande entrevista, o economista moçambicano, Hélder Chambisse, fala sobre o impacto desse grande investimento para o país:

Quais são os impactos deste investimento?Hélder Chambisse (HC): Têm um efeito astronómico, natu-

ralmente. Não me recordo de ter havido um investimento sin-gular, de somente duas empresas, de tamanha envergadura. O impacto é naturalmente positivo, não só pelo efeito que irá criar em termos de vinda de investidores estrangeiros para o país, mas também pela injecção de recursos fi nanceiros para Moçambique, a criação de infraestruturas necessárias para a exploração do gás e a criação de emprego, embora não de forma directa. Certamente que virá mão-de-obra qualifi cada que Moçambique ainda não tem, mas o efeito multiplicador que um investimento desta envergadura cria para o país é fenomenal. Dá agora para irmos formando mão-de-obra porque ela pode encontrar emprego aqui. De uma maneira geral, o investimento vai mudar o país completamente.

Mas será que desta vez a população vai mesmo benefi -ciar? É que não foi esse o caso de grandes investimentos no passado. Será diferente desta vez?

HC: Acho que é um processo. A Mozal (fundição de alumínio) foi o primeiro e depois a Sasol (petrolífera sul-africana). Co-mutando e comparando com outros lugares da África Austral e África, eventualmente Moçambique não terá benefi ciado tanto, principalmente na criação de emprego, na promoção de peque-nas e médias empresas moçambicanas à volta dos megaproje-tos, e na geração de recursos fi nanceiros para o Estado através da colecta de impostos. Mas é um processo e isso inclui apren-dizagem.

O Governo e todas as estruturas envolvidas, incluindo o sec-tor privado, e isso é fundamental, têm de ganhar consciência e experiência e encontrar uma forma de benefi ciar destes in-vestimentos. Com os investimentos de Tete, principalmente, em Nacala, e Beira, por uma necessidade de escoamento do carvão

10 entrevistae-MAIL: [email protected] / [email protected]

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de Tete, creio que um efeito positivo está evidente. Acredito que neste caso é diferente, que haverá maior efeito positivo para o Estado, para o sector privado e para o país em geral.

E a seu ver, há o perigo deste investimento de 50 mil mi-lhões de dólares levar a uma apreciação do metical?

HC: Sim, e isso já está a acontecer. O metical está forte, em 2012 a depreciação foi negligível. Neste momento, a aprecia-ção do metical ainda não corresponde a uma capacidade de geração de divisas pela via da exportação de produtos tradi-cionais. O país continua um importador líquido. Mas digamos que é um desafi o que temos agora, para além dos outros, de manter o metical, ou manter as condições para promover as exportações e manter a competitividade da economia nacional num cenário completamente diferente. Mas é um desafi o que vale a pena ter.

E voltando ao nosso tema inicial, qual acha que será o efeito imediato para a economia moçambicana?

HC: O que estamos a testemunhar neste momento em Tete, Nacala e Beira é a criação de mais empresas moçambicanas. Então, o que prevejo é que no caso do gás no norte, é a ligação que se cria à volta dos grandes projectos. O número de empre-sas moçambicanas que se irá criar à volta desses megaprojetos será muito maior, se comparado com o que está a acontecer em Tete e Nacala até agora. (Deutsch Welle Africa)

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Lei nº 14/2002- Aprova a Lei de Minas e revoga a lei nº 2/86 de Abril, e a lei nº 5/94, de 13 de Setembro.

SOBRE A OBTENÇÃO DE TÍTULO MINEIRO

Artigo 6 (Requisitos para obtenção de título mineiro ou autorização)

1. Pode ser titular de licença de reconhecimento ou de prospecção e pesquisa, qualquer pessoa singular ou colectiva, nacional ou estrangeira, com capacidade jurídi-ca, que pretenda levar a cabo as operações permitidas por esses títulos.

2. Pode ser titular de concessão mineira qualquer pessoa colectiva ou sociedade criada e registada em Moçam-bique.

3. Pode ser titular de certifi cado mineiro qualquer pessoa sin-gular, colectiva ou sociedade com domicílio no país, na-cional ou estrangeira, com capacidade jurídica, e qualquer cooperativa ou família capaz de realizar as operações au-torizadas por este título mineiro.

4. Pode ser detentor de senha mineira qualquer pessoa sin-gular, de nacionalidade moçambicana com capacidade ju-rídica que lhe possibilite realizar as operações permitidas pela senha mineira.

5. Os títulos mineiros e autorizações são atribuídos pelo Ministério que superintende a actividade mineira, em con-formidade com a presente lei e de acordo com os requisi-tos específi cos, nos termos a regulamentar.

SOBRE O REGIME FISCAL

Artigo 27 (Impostos devidos na actividade mineira)

1. As pessoas que exercem actividade mineira, suas contra-tadas, subcontratadas e operadores, estão sujeitas aos impostos em vigor na República de Moçambique, in-cluindo o autárquico.

2. São especifi camente devidos os seguintes impostos pelas pessoas referidas no número anterior:

a) O imposto sobre a produção;

b) O imposto sobre a superfície.

3. Fica autorizado o Conselho de Ministros a fi xar as formas de tributação, os benefícios fi scais e aduaneiros aplicáveis à actividade mineira, nomeadamente a realização de ope-rações de prospecção, pesquisa e exploração mineira, alterando, se necessário for, por esta actividade, as dis-posições dos impostos sobre o rendimento.

ALGUMAS ESPECIFICIDADES DA LEI DE MINAS EM VIGOR NO PAÍS

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O BOOM da mineração de carvão deverá ditar um investi-mento estimado em US$ 34 bilhões em projectos de desen-volvimento de infraestruturas em Moçambique, sendo que os sectores das infraestruturas, de energia e transportes de-verão experimentar o maior crescimento ao longo da próxima década, revela um novo estudo da Frost & Sullivan.

De acordo com o relatório intitulado “African Infrastructure Tracker: Mozambique’s Infrastructure Sectors”, os projectos de infraestruturas em curso, avaliados em cerca de 60 milhões de dólares, dos quais 10 são tidos como sendo projectos multibilionários, deverão registar investimentos es-timados em 34 bilhões de dólares para o sector da energia, transportes, telecomunicações, água e infraestruturas soci-ais.

A analista da Frost & Sullivan, Sarah O´Carroll, advertiu que a dependência do governo sobre o fi nanciamento dos doadores foi o único obstáculo para o desenvolvimento das infraestruturas no país. (adaptado do texto da miningweekly)

A ÁFRICA do Sul superou a Índia e assumiu a terceira posição no ranking das maiores fornecedores de minério de ferro para a China em 2012, atrás do Brasil, enquanto a Austrália forta-leceu sua posição dominante como principal fornecedora do maior consumidor da commodity no mundo.

Dados das alfândegas divulgados nesta segunda-feira mostram que a África do Sul forneceu 40,6 milhões de tonela-das de minério de ferro no ano passado, alta 12 por cento em relação a 2011, enquanto as importações chinesas de minério indiano cairam 54,74 por cento, para 33 milhões de toneladas.

MOÇAMBIQUE:MOÇAMBIQUE:

Mineração de carvão Mineração de carvão dita investimento orçado em dita investimento orçado em USD34 biliões em infraestruturasUSD34 biliões em infraestruturas

África do Sul supera Índia em oferta de minério em oferta de minério de ferro à Chinade ferro à China

ÍÍ

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