e d i t o r a n a n o s a l y n g o a g e a n a i s...

675
C O N S E L L O D A C U L T U R A G A LEG A C O L E C C I Ó N B A S E S e r i e l i n g ü í s t i c a 5 N A N O S A L Y N G O A G E G A L E G A A N A I S A B E L B O U L L Ó N A G R E L O E D I T O R A C O L E C C I Ó N B A S E 9 7 8 8 4 9 6 5 3 0 4 4 7 Ne s t a o b r a r e ú n e s e u n h a s e l e c c i ó n d e t r a b a l l o s t e n d e n t e s a c l a r i f i c a r a s c o n d i c i ó n s d a e m e r x e n c i a d a l i n g u a g a l e g a n o s t e x t o s e s c r i t o s n a I d a d e M e d i a . Os e n f o q u e s s o n i n t e r d i s c i - p l i n a r e s , p o i s f a n s e n o n s ó d e s d e a l i n g ü í s t i c a , s e n ó n t a m é n d e s d e o u t r a s ó r b i t a s n e c e s a r i a s , c o m o a h i s t o r i a , a p a l e o g r a f í a e a s c o n d i - c i ó n s c u l t u r a i s . A d e m a i s , e s t á n e n m a r c a d o s n o c o n t e x t o d a P e n í n s u l a I b é r i c a , p o l o q u e s e t e n e n c o n t a t a m é n a s i t u a c i ó n d o s o u t r o s r o m a n c e s p e n i n s u l a r e s , p o i s o o c o - r r i d o e n G a l i c i a n o n f o i u n f e i t o i l l a - d o , s e n ó n q u e t i v o a s s ú a s r a í c e s n o s e u c o n t o r n o e u r o p e o . A p a n o r á m i - c a g l o b a l v e s e c o m p l e t a d a p o r e s t u - d o s p a r t i c u l a r e s s o b r e d i v e r s o s a s p e c t o s d a s i t u a c i ó n g a l e g a . C O N S E L L O D A C U L T U R A G A L E G A S E C C I Ó N D E L I N G U A I N S T I T U T O D A L I N G U A G A L E G A C O L E C C I Ó N B A S E A N A I S A B E L B O U L L Ó N A G R E L O E D I T O R A N A N O S A L Y N G O A G E g a l e g a C O N S E L L O D A C U L T U R A G A L E G A S E C C I Ó N D E L I N G U A S e r i e l i n g ü í s t i c a A E M E R X E N C I A D O G A L E G O C O M O L I N G U A E S C R I T A N A I D A D E M E D I A I N S T I T U T O D A L I N G U A G A L E G A

Upload: trancong

Post on 13-Oct-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • C O N S E L L OD A C U L T U R A

    G A LEG A

    CO

    LE

    CC

    IN

    BA

    SE

    S e r i el i n g s t i c a

    5

    NA

    NO

    SA

    LYN

    GO

    AG

    EG

    ALEG

    AA

    NA

    ISA

    BEL

    BO

    ULL

    N

    AG

    REL

    OED

    ITO

    RA

    C O L E C C I N B A S E

    9 7 8 8 4 9 6 5 3 0 4 4 7

    Ne s t a o b r a r e n e s e u n h a s e l e c c i nd e t r a b a l l o s t e n d e n t e s a c l a r i f i c a r a sc o n d i c i n s d a e m e r x e n c i a d a l i n g u ag a l e g a n o s t e x t o s e s c r i t o s n a I d a d eM e d i a . Os e n f o q u e s s o n i n t e r d i s c i -p l i n a r e s , p o i s f a n s e n o n s d e s d e al i n g s t i c a , s e n n t a m n d e s d eo u t r a s r b i t a s n e c e s a r i a s , c o m o ah i s t o r i a , a p a l e o g r a f a e a s c o n d i -c i n s c u l t u r a i s . A d e m a i s , e s t ne n m a r c a d o s n o c o n t e x t o d aP e n n s u l a I b r i c a , p o l o q u e s e t e n e nc o n t a t a m n a s i t u a c i n d o s o u t r o sr o m a n c e s p e n i n s u l a r e s , p o i s o o c o -r r i d o e n G a l i c i a n o n f o i u n f e i t o i l l a -d o , s e n n q u e t i v o a s s a s r a c e s n os e u c o n t o r n o e u r o p e o . A p a n o r m i -c a g l o b a l v e s e c o m p l e t a d a p o r e s t u -d o s p a r t i c u l a r e s s o b r e d i v e r s o sa s p e c t o s d a s i t u a c i n g a l e g a .

    C O N S E L L OD A C U L T U R AG A L E G A

    S E C C I N D E L I N G U A

    I N S T I T U T O D A L I N G U A G A L E G A

    C O L E C C I N B A S E

    A N A I S A B E L B O U L L N A G R E L OE D I T O R A

    N A N O S A L Y N G O A G Eg a l e g a

    C O N S E L L OD A C U L T U R AG A L E G A

    S E C C I N D E L I N G U A

    S e r i el i n g s t i c a

    A E M E R X E N C I A D O G A L E G O C O M O L I N G U A E S C R I T A

    N A I D A D E M E D I A

    I N S T I T U T O D A L I N G U A G A L E G A

    A n o s a l y n g o a g e 1 5 / 1 / 0 8 1 3 : 4 7 P g i n a 1

  • NA NOSA LYNGOAGE GALEGAA EMERXENCIA DO GALEGO COMO LINGUA ESCRITA NA IDADE MEDIA

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 3

  • Na nosa lyngoage galega : a emerxencia do galego como lingua escritana Idade Media / Ana Isabel Boulln Agrelo (editora).- Santiago deCompostela : Consello da Cultura Galega : Instituto da Lingua Galega,2007.- 673 p.; 22 cm.- (Coleccin Base. Serie Lingstica; 5)D.L. C -2007.- ISBN: 978-84-96530-44-71. Lingua galega-Antes de 1500. 2. Latn medieval e moderno (Lingua). 3.Linguas romnicas-Ibrica, Pennsula (Espaa e Portugal)-Antes de 1500.I. Boulln Agrelo, Ana Isabel. II. Consello da Cultura Galega, ed. III.Instituto da Lingua Galega, ed.

    CONSELLO DA CULTURA GALEGA

    Pazo de Raxoi, 2 andar

    Praza do Obradoiro, s/n

    15705 Santiago de Compostela

    Tel. 981 957 202 Fax 981 957 205

    [email protected]

    Proxecto grfico e deseo de cubertas

    Manuel Janeiro

    ISBN 978-84-96530-44-7

    Depsito legal C 4350-2007

    Imprime GRAFISANT, S.L.

    INSTITUTO DA LINGUA GALEGA

    Praza da Universidade, 4

    15782 Santiago de Compostela

    Tel. 981 563 100 Fax 981 572 770

    [email protected]

    Serie Lingstica n. 5Directores Rosario lvarez

    Henrique Monteagudo

    REVISIN EDITORIALSilvia Viso Prez

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 4

    4350

  • NA NOSA LYNGOAGE GALEGAA EMERXENCIA DO GALEGO COMO LINGUA ESCRITA

    NA IDADE MEDIA

    Ana Isabel Boulln Agrelo(editora)

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 5

  • NDICE

    Limiar ....................................................................................................................................... 7

    1. O CONTEXTO HISTRICO E CULTURAL

    Johannes KabatekMuyto he boa grosa: O renacemento bolos, a elaboracin das linguas romnicas e a emerxencia do galego escrito .............................. 21

    Xos Miguel Andrade CernadasGalicia nos sculos XII-XIII: aspectos xerais ............................................................ 37

    Fernando Lpez AlsinaGalicia en los siglos XII-XIII: notariado, documento y cultura literaria ..................................................................................................................................... 53

    Jos Ignacio Fernndez de Viana y VieitesA documentacin galega no sculo XIII: aspectos paleogrficos e diplomticos ...................................................................................................................... 69

    2. ENTRE O LATN E O ROMANCE

    Jos Antonio Puentes RomayLatn e romance. Aspectos xerais ............................................................................... 95

    Xaime Varela SieiroDos usos latinos aos usos romances: o tratamento do lxico ..................... 115

    Ricardo Gutirrez Pichel / Alexandra Cabana OuteiroParmetros para o estudo da introducin do romance na documentacin notarial galega .................................................................................... 129

    3. A ESCRITA DO ROMANCE NO MBITO PENINSULAR

    Ana Maria MartinsO primeiro sculo do portugus escrito ................................................................. 161

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 7

  • Jos Carlos Ribeiro MirandaAlfonsinos, sicilianos e o mundo feudal do ocidente ibrico. Em busca da primeira gerao de trovadores galego-portugueses ................... 185

    Emilio Montero CartelleLa emergencia escrita medieval de los romances centrales (leons y castellano) .......................................................................................................................... 205

    Elena RivasAs polticas lingsticas no reino de Len-Castela ............................................. 227

    Gemma AvenozaLa lengua y la escritura: cataln y aragons en sus primeros textos ........ 245

    4. A EMERXENCIA DO ROMANCE ESCRITO EN GALICIA: ASPECTOS PARTICULARES

    Henrique MonteagudoA emerxencia do galego-portugus na escrita instrumental. Unha panormica histrica ............................................................................................ 275

    Ramn LorenzoOs notarios e a lingua nos comezos da escrita documental en galego .. 313

    Rosario lvarezVariacin dialectal no perodo de emerxencia .................................................... 373

    Raquel Rodrguez ParadaTextos primitivos da franxa oriental ......................................................................... 399

    Luz MndezUn texto da franxa oriental no Tombo das vias de Ribadavia ................. 429

    Santiago Lpez Martnez-MorsAparicin e florecemento da prosa medieval galega ....................................... 447

    Alexandre Rodrguez Guerra / Xavier VarelaAs grafas no Cancioneiro da Ajuda ........................................................................ 473

    Marisol Lpez Martnez / Eduardo Moscoso MatoMorfoloxa do Cancioneiro da Ajuda ...................................................................... 557

    Dborah Gonzlez MartnezA onomstica persoal na lrica medieval galego-portuguesa ....................... 579

    Ana BoullnA antroponimia nos textos documentais galegos ata o sculo XIII ............ 603

    BIBLIOGRAFA .................................................................................................................... 625

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 8

  • LIMIAR

    Nos ltimos anos produciuse no mbito hispnico e romnico enxeral un pulo nos estudos encamiados a esclarecer as circunstanciasque posibilitaron a introducin dos romances na escrita. Na reamis occidental da Romania este interese viuse reflectido na edicin(ou reedicin) de novos textos, e mais na anlise das fontes medie-vais e das condicins polticas e culturais en torno producin escri-ta. O Instituto da Lingua Galega (ILG) quere contribur a esta lia deinvestigacin con este volume, dedicado emerxencia da lingua ga-lega nos textos, tanto literarios coma documentais. En Galicia estacuestin presenta uns interrogantes especficos, pois no noso pas,carente dun poder poltico que fomentase o cultivo escrito, e cunhalingua mis prxima a unha rbita territorial na que non estaba in-cludo politicamente (Portugal), orixinouse unha literatura potica dexeito mis temper ca nos outros mbitos hispnicos, e despois,de maneira mis ou menos simultnea a eles, agromou a lingua nostextos documentais.

    Para axudar a esclarecer estas cuestins, e tendo en conta o nece-sario enfoque multidisciplinar, convocamos unha serie de investiga-dores procedentes de reas distintas lingstica, como a historia, apaleografa e a historia da escritura. Dentro do mbito da nosa discipli-na, non nos cinximos ao espazo territorial galego, senn que se consi-derou unha perspectiva romnica (mis demoradamente a peninsular,como lxico), e tamn a necesidade de contemplar a situacin desdeo punto de partida, o latn. O ncleo principal dos estudos lingsticosdedicados ao galego est formado por investigadores do ILG. Recorda-remos aqu que a atencin que no ILG se lle dedica lingua medievalnon nova, posto que, amais da perspectiva histrica atendida nasdistintas seccins, hai das dedicadas exclusivamente a ela: unha di-rixida por Ramn Lorenzo, que ten como principal obxectivo a edicin

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 9

  • dos textos, e outra a cargo de Xavier Varela, do que o mis visibleproduto o Tesouro Medieval Informatizado da Lingua Galega (TMIL-GA), que permite a consulta lxica a travs de Internet dun gran n-mero de textos da nosa Idade Media.

    ***

    A ordenacin do volume est concibida desde un punto de vistatemtico. En primeiro lugar, atndese ao contexto histrico e cultu-ral. Johannes Kabatek (Universitt Tbingen) ten conta das circuns-tancias que, desde o renacemento do dereito que se deu en Boloa,favoreceron a escrita dos romances ao longo de toda Europa. Andaque Santiago foi un dos centros importantes de recepcin das novascorrentes xurdicas en Galicia (as mesmas que en Europa favorece-ran a elaboracin das primeiras compilacins lexislativas en roman-ce, como Lo Codi), a forte tradicin da latinidade estaba moi arraiga-da nos principais centros de cultura (nomeadamente, as escolascatedralicias). Hai, nun segundo momento, noticias da romanidade,como demostran as glosas en galego que aparecen na versin caste-l do Fuero Real transmitido no ms. 710 da Biblioteca Nacional.

    Despois, a ollada cntrase en Galicia, considerando os aspectosmis estritamente histricos: Xos Miguel Andrade Cernadas (Univer-sidade de Santiago de Compostela, USC) explica as caractersticas his-tricas da sociedade galega do s. XIII: a decadencia da vella aristocra-cia, o auxe da vida urbana, a expansin nas reas costeiras e, desde opunto de vista poltico, a frustracin de Galicia como reino indepen-dente e o seu encadramento definitivo no Reino de Len e Castela, aotempo que se consolida o reino de Portugal. Fernando Lpez Alsina(USC) centra a sa contribucin na figura do scriptor (mis tarde no-tario) e a difusin do notariado en Galicia, e mais nas condicins daproducin e conservacin dos documentos (rexistros, tombos). Porltimo, dentro deste primeiro bloque, o profesor Fernndez de Viana(Universidad de Granada) bosquexa os grandes ciclos da escritura emailas sas caractersticas paleogrficas, exemplificando con textosgalegos os distintos tipos de letra. O ciclo gtico, desde a segundametade do sculo XIII, coincide no tempo coa aparicin do romancenos textos documentais. O autor remata pormenorizando a estruturae modo de operar das chanceleras de Len e Castela (unidas desde1283), as como os seus principais protagonistas.

    O segundo bloque, entre o latn e o romance, comeza cun traballode Jos Antonio Puentes Romay (USC), quen trata da reforma carolin-

    10

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 10

  • xia que quixo restitur o autntico latn, sen contaminacins roman-ces, e das distintas tendencias do uso do latn na documentacin. Polasa parte, a travs da anlise cronolxica do lxico nos documentoslatinos de Galicia, Xaime Varela Sieiro (IES Chano Pieiro, Forcarei)testemua dous niveis de latinidade: un maior distanciamento da nor-ma clsica ata finais do XI, e, trala reforma de Cluny, unha maior asun-cin de formas propiamente latinas, en detrimento das romances.Completan esta seccin Ricardo Gutirrez e Alexandra Cabana, investi-gadores mozos do ILG, que realizan unha anlise da introducin doromance nos textos notariais, pndoo en relacin coa tipoloxa e atransmisin documental e a estrutura interna do documento.

    En terceiro lugar, a perspectiva cntrase na escrita do romancedentro do contexto peninsular. De occidente a oriente, primeiro en-fcase o que ocorre no reino portugus, no que atinxe prosa docu-mental. Ana M. Martins (Universidade de Lisboa) explora as mani-festacins iniciais do portugus escrito, pondo de manifesto os dousestilos de escrita que translocen os textos: a conservadora, represen-tada pola noticia de torto e herdeira mis continusta dos hbitos gr-ficos latinos, e a innovadora, da que mostra o testamento de Afon-so II (1214). Esta ltima, emanada da chancelera rexia, demostra unproceso de seleccin entre as variantes grficas e menos vestixios la-tinizantes, entre outras caractersticas, e acabara impondose mis tradicional, como demostra o rpido triunfo da innovacin quesupuxo a introducin dos dgrafos e para as palatais, quese xeneralizaron en apenas cincuenta anos.

    Sobre a necesaria relacin da aparicin da lingua no textos docu-mentais e a literatura escribe Jos Carlos Ribeiro Miranda (Universi-dade do Porto). A anlise da peripecia vital e da traxectoria polticada primeira xeracin de trobadores (previa a 1220) parece indicarque foi a conexin coa lrica occitana e o seu coecemento directo oque propiciou a creacin da nosa lrica, apoiada, esta primeira xera-cin, mis en grupos seoriais e feudais ca nas cortes rexias. E istopuido xerar, de rebote, a aparicin do romance na prosa documen-tal, como parece demostrar a presenza de poetas, como testemuasou protagonistas, nos primeiros textos notariais.

    No territorio da coroa de Castela-Len, Elena Rivas (USC) tratadas polticas lingsticas das chanceleras rexias, exemplificando coTratado de Cabreros, feito en casteln nunha data moi temper, en1206. Trtase dun documento das mesmas caractersticas (documen-to rexio, asinado por Afonso IX) ca o considerado primeiro docu-mento en galego, o foro de Castro Caldelas, un privilexio rodado de

    11

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 11

  • 1228, co que ademais comparte algunhas das testemuas (vid. Mon-teagudo 2005 e no prelo).

    Pola sa parte, Emilio Montero (USC) expn as distintas posicinsdos investigadores diante do proceso que levou ao xurdimento daslinguas romances na escrita e explica o impulso dos reis da coroa deCastela: o casteln empeza a aparecer con Afonso VIII, promvesedecididamente na de Fernando III (ao tempo que deixa de usarse oleons en contextos oficiais), e xeneralzase, como sabido, en tem-pos de Afonso X. Para o establecemento do terminus a quo cmpreter en conta a moi distinta natureza dos textos considerados e a ads-cricin lingstica, pois hai diferentes perspectivas hora de analizar,por exemplo, a Nodiza de kesos, encadrada no mbito lingstico as-tur-leons, ou as Glosas emilianenses, dentro do aragons. En todo ca-so hai que ter en conta a imprecisin dos lmites lingsticos naquelapoca, nidios se se pensa no hebreo ou no rabe, pero non se se to-man de referencia os romances, ou mesmo estes co seu teito lingsti-co, o latn. O anacronismo de xulgar desde hoxe o panorama lingsticodaquela semellante ao de estimar a expresin castellano drecho deAfonso X como equivalente a un casteln normativo e uniforme.

    Tras esta contextualizacin peninsular, o seguinte bloque cntra-se na emerxencia do romance escrito en Galicia. No primeiro dostraballos que encabeza esta seccin, Henrique Monteagudo (ILG) re-aliza unha sntese dos factores polticos, escriptogrficos e sociolin-gsticos desencadeantes en Galicia do proceso de emerxencia doromance na escrita documental, as como a conexin galega coa pro-ducin da lrica nos primeiros tempos.

    Despois atndense a aspectos mis particulares: Ramn Lorenzo(ILG) edita dezaseis textos notariais dos mis antigos en romance eanalzaos lingisticamente. Deste estudo, amais dos datos concretosdo seu minucioso exame e do modlico da sa proposta de edicin dostextos medievais, infrese a necesidade de facer seguimentos indivi-duais dos notarios, pois neste caso, os documentos asinados polomesmo notario foron executados por sete mans diferentes. A anlisedestes factores ligados producin do documento axuda a valorar asignificacin das variabilidade grfica da poca, tendo en conta ade-mais circunstancias como as variantes atopadas en das cartas parti-das por a,b,c, escritas pola mesma man e en momentos inmediatos.

    Rosario lvarez (ILG) enfoca a atencin na variacin dialectalnesta poca, advertindo sobre os problemas metodolxicos que tenesta perspectiva: por exemplo, nos textos lricos medievais, se ben nonreflicten unha lingua tan unificada como s veces se pretende, a

    12

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 12

  • diversidade difcil de adscribir, xa que hai trazos lingsticos que sepoden deber aos compiladores ou obedecer a factores cronolxicos oudiatpicos. Por outro lado, malia en principio os textos notariais estarenlocalizados, a data tpica non sempre corresponde coas caractersticaslingsticas da rea ou do escriba, pois anda que o habitual era os no-tarios pertenceren contorna onde exercan, poda non ser as, e portanto existir influencias lingsticas diversas. Por ltimo, hai que ter enconta as cuestins referentes ao tipo de texto (dado que en certos esti-los non emerxen determinadas variantes) e a transmisin textual.

    Os textos da fronteira oriental, e a borrosidade ou difusividadeque presentan, foron examinados por Raquel Rodrguez Parada(ILG). Nesta zona localzanse algns dos mis antigos (o que pareceincidir na idea de que a innovacin da escrita en romance se difundedesde esta direccin), que presentan unhas caractersticas lingsticaspropias, por ser zona de especial confluencia de isoglosas entre osromances. Non se trata, logo, de textos deturpados ou contamina-dos, senn dunha situacin que reflicte as diversas solucins que sedaban nese territorio. Pola sa parte, Luz Mndez (ILG), que analizaas caractersticas do Tombo das vias de Ribadavia, outro texto fron-teirizo, pon de relevo as dificultades para a sa datacin (en todo ca-so, no primeiro terzo do sculo XIII) e propn unhas pautas metodo-lxicas que posibiliten tirar informacins de onde non parece habermis ca baleiro, posto que dificultade de datacin engade a com-plexidade lingstica, xa que os trazos suxiren que debeu ser redac-tado en Ribadavia por un escriba non galego (quizais leons).

    As circunstancias que levan consigo a aparicin da prosa escrita engalego son obxecto de estudo de Santiago Lpez Martnez-Mors(USC), quen describe os ciclos principais da prosa literaria, que na samaior parte procede de traducins: a materia artrica e a de Troia atravs do francs ou do casteln, e a producin historiogrfica da co-rrespondente castel ou latina. A producin propia sera mis tarda oque, por outra parte, o natural noutras linguas do noso contorno cul-tural (en Francia as primeiras producins prossticas son de finais doXIII). De todas formas, moi probable que houbese mis textos, hoxedesaparecidos, especialmente homilticos e picos.

    Se antes se analizou a producin lrica en relacin coa sa apari-cin, outras achegas estudan aspectos especficos do cancioneiromis antigo, o da Ajuda: Alexandre Rodrguez Guerra (ILG) e XavierVarela (ILG) fan unha anlise moi detallada das grafas e Marisol L-pez (ILG) e Eduardo Moscoso (ILG) cntranse na morfoloxa. Pxosede relevo, por unha parte, a forte homoxeneizacin grfica (sobre

    13

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 13

  • todo en comparacin cos textos notariais), comprensible por tratarsedun texto compilado, e, por tanto, cunha vontade certa de regulari-zacin, e, por outra, a existencia de diversidade morfolxica, quepode ofrecer indicios sobre, por exemplo, a orixe dos autores ou doscompiladores. Cmpren mis investigacins sobre outros aspectoslingsticos, que probablemente axudarn a despexar algns dosmisterios que o mis antigo dos nosos cancioneiros presenta (auto-ra, localizacin xeogrfica, mecenado, etc.). Tamn ten como base alrica medieval a anlise da antroponimia que realiza Dborah Gonz-lez (USC), quen sublia as dificultades metodolxicas derivadas duncorpus que procede exclusivamente de copias. A diferenza no trata-mento da antroponimia nos textos documentais pona de manifesto oestudo de Ana Boulln (ILG), que parte dos textos escritos en latnata os primeiros escritos en romance: o uso dos procedementos sufi-xais latinizantes est na mesma sintona c relatinizacin experimen-tada despois do sc. XI que se refera previamente Xaime Varela, e unha tendencia que convive coa progresin imparable do roman-ceamento dos nomes propios.

    ***

    Cmpre poer de relevo que este volume, amais de contribur aoesclarecemento das cuestins tratadas, quere tamn ser unha invita-cin a seguir traballando nesas direccins. Os especialistas aos quese lles encargaron os traballos tiveron a ocasin de expolos e deba-telos no marco dun simposio que tivo lugar en 2005, que as mesmotia como finalidade servir de estmulo para a formacin de futurosinvestigadores. As lecturas pblicas vronse enriquecidas coa celebra-cin de debates posteriores e as contribucins dos asistentes. Nelaspxose de manifesto, de maneira mis ou menos implcita, a necesi-dade de afondar nas lias de traballo propostas e nas que foron xur-dindo a raz do desenvolvemento das exposicins.

    Desde o ILG qurese agradecer as contribucins econmicas dosorganismos que posibilitaron a realizacin do simposio: a Consellerade Educacin e Ordenacin Universitaria da Xunta de Galicia, o Mi-nisterio de Educacin y Ciencia, o Vicerreitorado de Investigacin eInnovacin da Universidade de Santiago de Compostela, e tamn aacollida xenerosa da Facultade de Filoloxa. E por suposto, o Conse-llo da Cultura Galega, que vn patrocinando esta Serie Lingsticadesde os seus inicios, e que permite a sa distribucin tanto en for-mato libro coma en edicin electrnica gratuta (http://www.conse-

    14

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 14

  • llodacultura.org). Como editora e membro do comit organizador dosimposio, quero agradecer a axuda prestada polos compaeiros do Ins-tituto da Lingua Galega, nomeadamente o alento constante da nosa di-rectora, Rosario lvarez, e a eficaz contribucin aos aspectos organizati-vos realizada por Raquel Rodrguez Parada e Ricardo Gutirrez Pichel.

    A concepcin unitaria deste volume implica unha agrupacinbibliogrfica que se presenta ao final. Isto supn na prctica, amaisda comodidade da consulta e a eliminacin de referencias repetidas,a compilacin dunha serie de referencias que resultan bsicas para oestudo do nacemento da escrita medieval en Galicia (e, en menormedida, dos sucesivos mbitos xeogrficos e culturais), con inclusindas fontes fundamentais utilizadas, tanto literarias coma documentais(presentadas de maneira conxunta en Tato / Boulln 2004), de utili-dade non s para a perspectiva lingstica, senn tamn, obviamen-te, para a literaria, histrica, paleogrfica, etc. Para esta ardua tarefaunificadora de xustiza recoecer o paciente e meticuloso labor deSilvia Viso.

    Para rematar, quero especificar a procedencia do ttulo que d

    Le Page e Tabouret-Keller determinaron para a identificacin de gru-pos e linguas previamente non recoecidos foi a denominacin daproducin lingstica de cada grupo aplicada ao lugar de proceden-cia xeogrfica. O reconto das aplicadas ao galego (romance, lin-guage galega, lingua galega) teno feito Monteagudo (1999), e dea tiramos este sintagma, que procede do regulamento do gremiocomposteln dos Cambeadores redactado en 1490 e exhumado porJos Villaamil en 1907; nel dise:

    que njnguun confrade da dita confrada quando se uer a canbear nonposa falar njnguna lenguaje estranjera aynda que a sabea, saluo nosalyngoage galega, ou Castellana.

    a primeira disposicin que regula o uso institucional do galego e ocasteln, pero non a mis antiga das que nomean a nosa lingua, poisesta pertence a un autor cataln, Jofre de Foix, que redactou, arre-dor de 1290, un tratado de potica trobadoresca na corte de Sicilia.Son todos indicios que, desde fra primeiro, e despois tamn desdedentro, indican a identificacin dun grupo lingstico que foi asen-tando a sa especificidade desde os albores da Idade Media.

    Ana Boulln

    15

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 15

    nome a este libro. Un dos parmetros que, desde a sociolingstica,

  • A Ramn Lorenzo,muy mesurado et cprido de toda cortesiaet de bo entendemento, muy sabedor etmuy brauo et muy sanudo enos lugares hucueesse; muy leal et muy uerdadeyro entodalas cousas que uerdade et lealdadedeuese seer guardada.

    (Primeira Crnica Xeral)

    Os compaeiros do Instituto da Lingua Galega

    00IndiceLimiar 7/12/07 12:56 Pgina 17

  • O CONTEXTO HISTRICO E CULTURAL

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 19

  • 01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 20

  • MUYTO HE BOA GROSA:O RENACEMENTO BOLO S, A ELABORACIN DAS LINGUAS

    ROMNICAS E A EMERXENCIA DO GALEGO ESCRITO

    Johannes Kabatek

    Universitt Tbingen (Alemaa)

    1. OS ROMANCES PENINSULARES ESCRITOS MEDIEVAIS: D AS CORRENTES

    A cuestin da emerxencia das linguas romnicas escritas na Idade Mediaten suscitado numerosas polmicas e discusins nas que, xeralmente, se an-da buscando o factor determinante que acabou coa antiga diglosia entre olatn escrito e as linguas romances faladas. Desde os anos oitenta, unha dashipteses mis discutidas neste sentido a de Roger Wright (1989), coa saidea de atribucin do nacemento das linguas romnicas1 creacin do la-tn medieval coa sa pronuncia inventada na poca de Carlomagno e a ex-pansin posterior desa nova pronuncia, temporalmente non homoxnea nasdiferentes rexins da Romania. Anda que a explicacin de Wright parecemoi convincente no que se refire ao primeiro impulso e aparicin dos pri-meiros textos escritos en romance, difcil explicar toda a emerxencia daslinguas romnicas, sobre todo a sa elaboracin a partir do sculo XII e nosculo XIII, xurdindo dunha corrente cultural do sculo noveno. Xa Menn-dez Pidal distinguira, para explicar os distintos fenmenos, das correntesdiferentes que explicaran mellor o lapso de tempo tan longo entre os Xura-mentos de Estrasburgo e a elaboracin das linguas romnicas a partir de fi-nais do XII:

    una que vena de los siglos antiguos y se extingua en el curso de los primeros ter-

    cios del XI; otra que empezaba en el ltimo tercio del XII y triunfaba con la adop-

    cin del lenguaje vulgar en el XIII. Qu haba ocurrido a fines del XI para detener

    la primera de estas dos corrientes? Pues la reforma cluniacense que restaur la la-

    tinidad y se alz como barrera aisladora entre las dos direcciones reseadas. Y

    qu ocurri a fines del siglo XII para iniciar la segunda corriente? Pues un movi-

    1. Wright mesmo se opn metfora do nacemento dunha lingua.

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 21

  • miento general a toda la Romania que llevaba a secularizar la cultura, y por tanto

    a entronizar el romance como lengua oficial ordinaria, dejando el latn solamente

    como supletorio para los actos ms solemnes (Menndez Pidal 1926: VIII).

    1.1. A primeira corrente: a reforma cluniacense e o principio deuniversalismo e particularismo

    A primeira destas das correntes correspondera entn descrita por RogerWright e afecta creacin do romance como lingua diferenciada do latn.Esta corrente tamn chega ao norte e ao occidente da Pennsula Ibrica, eantes da sa chegada non habera conciencia de diferenciacin de das lin-guas, senn unha especie de diglosia con das formas de lingua, a falada (osromances locais) e a escrita (o latn escrito local). En cada lugar falarase alingua do lugar, coa sa forma escrita correspondente, que sera un latn conmis ou menos influencia do romance, unha lingua escrita considerada co-mo o cdigo escrito da mesma lingua e pronunciada en cada lugar segundoo vernculo local:

    La conclusin es simple. En la Espaa del Norte no catalana, hasta el siglo XI,

    exista en cada localidad su propia lengua verncula. Esto fue todo (Wright

    1989: 309).

    A introducin do latn medieval coa sa pronuncia unificada, consecuenciado estudo das letras e do ensino de lectura dos textos segundo os costumesintroducidos desde o outro lado dos Pireneos, repercute sobre o noroestepeninsular contra finais do sculo XI. Compostela, unha das cidades mis in-mediatamente conectadas coas tendencias europeas, recibe a nova correntecultural xa na poca de Xelmrez:

    A pocos aos del Concilio de Burgos de 1080 se introdujo el estudio de las

    litterae en Santiago. El mismo Diego Gelmrez, nacido alrededor de 1069, bonus

    adolescens fuit, eruditus literis in Eclesia B. Jacobi, & adultus in curia hujus Epis-

    copi (Wright 1989: 330).

    Wright destaca o papel importante de Santiago como centro cultural e decontactos e sospeita que Galicia puido ser protagonista na creacin dunhalingua escrita diferenciada da latina despois da reforma de lectura:

    No sera en absoluto sorprendente descubrir que Galicia fue en efecto la pri-

    mera parte de la Pennsula Ibrica que trat de reproducir deliberadamente su

    lengua verncula con una nueva tcnica ortogrfica. Santiago fue un centro en

    22 Johannes Kabatek

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 22

  • el que se escuchaban muchas lenguas, y no cabe duda de que haba all personas

    que saban escribir el occitano o el francs y podan haber dedicado su talento a

    la tarea de escribir en gallego (Wright 1989: 337).

    As hipteses de Wright convencen en varios aspectos, entre outros, polaconfirmacin da vella idea de que a creacin das linguas romnicas escritas un efecto indirecto da reforma do latn. dicir, que o momento de separa-cin da pronunciacin do latn da pronunciacin verncula cando comezaa darse a necesidade de escribir a lingua local con outros medios, momentono que empezan a aparecer textos de escrita claramente identificable comoverncula. No inicio, como no caso das glosas emilianenses ou nos xura-mentos de Estrasburgo, as funcins principais deses textos son ou ben ensi-nar o novo latn, ou parafrasealo, ou ben ofrecer unha especie de protocoloou testemuo mis ou menos fiel do que se dixo oralmente2. dicir, que omaior universalismo do latn, a re-creacin dunha lingua europea unificada o que leva reaccin particularista nas diferentes rexins da Romania.

    Polo demais, convence a idea expresada por Wright de que a creacindo romance escrito nada ten que ver coa ignorancia dos que escriben. Re-sulta evidente que se poetas como Berceo no sculo XIII confesan que escri-ben en romance porque non saben latn, isto unha pura captatio benevo-lentiae, unha frmula retrica que non se pode tomar ao p da letra.Sabemos que Berceo estaba entre os mis cultos da sa poca, que manexa-ba perfectamente os manuscritos latinos que lle serviron de fonte para o seuroman paladino, e sabemos incluso con bastante certeza que foi Magister eque estudara dereito no Studium de Palencia. O caso de Berceo s unexemplo, pero emblemtico, xa que en xeral parece que a creacin da es-crita verncula obra desde arriba e non desde abaixo , fenmeno obser-vable tamn noutros casos de emancipacin dunha lingua verncula queadoita ser protagonizada, non polos que non coecen a lingua anteriormen-te usada, senn polos que precisamente partindo dos seus coecementos dalingua establecida son capaces da creacin de algo novo3.

    Pero anda que xa se creara unha conciencia lingstica diferenciada co-mo consecuencia das reformas introducidas polo Concilio de Burgos, pareceque faltan factores para explicar dous feitos que van mis al da simple apa-ricin do romance escrito: primeiro, o romance podera seguir restrinxido aunha existencia moi espordica, como medio para achegar os lectores aolatn, e non tera porqu substitur o latn en ningn contexto; segundo, a

    23Muyto he boa grosa: O renacemento bolos, a elaboracin das linguas

    2 Cf. o coecido traballo de Wunderli (1965).3 Este principio vlido tamn para a creacin da escrita galega no sculo XIX.

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 23

  • elaboracin e a expansin dos romances peninsulares como fenmeno degrande envergadura non se produce ata polo menos un sculo mis tarde.Haber que buscar, pois, outros factores para explicar a aparicin de textosen romance a finais do sculo XII e a enorme producin escrita a partir dosculo XIII, demasiado distante do Concilio de Burgos como para poder ex-plicarse como consecuencia de este. Anda as, non nos parece necesariocontradicir os factores aducidos para a aparicin do vernculo escrito xa queo que queremos engadir non incompatible con eles.

    1.2. A segunda corrente: o Renacemento do sculo XII

    Parcenos, porn, fundamental sinalar algns dos trazos correspondentesa unha segunda corrente, precisando o xa mencionado na pasaxe de Me-nndez Pidal arriba citada. Entre a fase dunha primeira emerxencia do ro-mance como lingua diferenciada e a sa elaboracin e expansin sitase unmovemento cultural europeo que cambia profundamente o mundo medie-val, o movemento que Charles H. Haskins (1927) denominara xa hai tempoThe Renaissance of the Twelfth Century. Este renacemento do sculo XII ca-racterzase por toda unha serie de factores. Non monocausal como a expli-cacin dada para a emerxencia do romance senn que aparece como com-binacin de polo menos seis factores diferentes: 1) a creacin de novoscentros intelectuais; 2) a nova latinidade ( dicir, o factor dito para a pri-meira fase); 3) a crecente importancia da historiografa; 4) a crecente activi-dade tradutora; 5) un certo renacer de ideas clsicas no mundo xurdico,cientfico e filosfico e 6) o comezo de creacin das universidades occiden-tais. O renacemento do sculo XII non se d de forma sincrnica nas diferen-tes rexins xeogrficas europeas, pero afecta a toda Europa occidental, o cal explicable s se aceptamos unha serie de influxos compartidos que, andacon lixeiras diverxencias temporais, afectarn tanto a Italia e Francia coma aPennsula Ibrica. Como veremos mis adiante, cremos que un dos factoresmis claramente europeos con impacto sobre diferentes rexins a evolu-cin do dereito a partir da segunda metade do sculo XII, con consecuenciasao longo de todo o sculo XIII. Sen priorizar este factor por enriba dos de-mais, cabe destacar que est, ademais, relacionado cos outros cinco e quealgns deles derivan directamente del. O que anda queda por explicar, separtimos do presuposto de que o Renacemento do sculo XII est marcado, adiferenza de posteriores renacementos, pola sa latinidade, a relacin des-te renacemento e da evolucin do dereito coa evolucin das linguas roman-ces, no noso caso dos romances peninsulares, en particular do galego. Denovo teremos que argumentar coa vinculacin entre universalismo e particu-larismo para poder explicar a relacin entre un movemento que parece ter

    24 Johannes Kabatek

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 24

  • mis ben carcter diverxente a creacin dos romances escritos elaboradosmedievais con outro, de carcter converxente, o renacemento do dereitoromano que desde a universidade italiana de Boloa afecta a toda Europa.

    2. MUNDOS XURDICOS MEDIEVAIS

    s veces atopamos na lingstica histrica, sobre todo en traballos basea-dos en grandes corpora4, diferenciacins entre distintos tipos textuais, conetiquetas como literatura, prosa, poesa, textos cientficos e textos xu-rdicos. Sen entrar na discusin das outras etiquetas5, parcenos que falardos textos xurdicos como se de algo homoxneo e distintivo se tratase empiricamente infundado, xa que os textos xurdicos, anda que tean unhafuncin social que os identifique como tales, prescinden de caractersticas lin-gsticas unitarias que permitan unha clasificacin dese tipo. Con todo, par-cenos posible, dentro do mbito discursivo de textos que se ocupan da orde-nacin normativa da sociedade, identificar, na Idade Media peninsular,diferentes tipos textuais caracterizables mediante unha serie de elementos co-mns. Conscientes de que se trata dunha seleccin e que anda haber outrostextos, fundamentamos as observacins feitas en diferentes traballos dos lti-mos anos6 na distincin de tres tipos textuais fundamentais, a saber: as faza-as ou descricins de casos xurdicos con carcter normativo (que modelopara outros casos), baseado nun dereito que parte da experiencia concreta eda consuetudo; os foros ou normas xurdicas na tradicin do dereito visigti-co, ampliado ao longo da Reconquista con normas particulares adaptadas snecesidades de cada rexin e s esixencias dos poderes locais; e, por ltimo,as normas correspondentes a un novo sistema xurdico que chegan Penn-sula Ibrica a partir de finais do sculo XII e que son consecuencia da recep-cin do dereito romano na sa forma medieval, introducido desde Italia econ difusin por toda Europa dada a sa vinculacin coa Igrexa.

    As tres tradicins discursivas7 presntanse de forma bastante diferenciadana Idade Media, e anda que haxa formas de mestura entre elas, podemos

    25Muyto he boa grosa: O renacemento bolos, a elaboracin das linguas

    4. Tamn hai traballos que non distinguen en absoluto entre diferentes tipos de texto, xa que par-ten do presuposto de que a partir dunha certa cantidade de textos no corpus se pode prescindirdesa distincin, postura criticada, entre outros, por Biber (1993). Para unha visin de conxuntorecente de diferentes traballos de lingstica histrica de corpus vxase Pusch / Kabatek / Raible2005.

    5. Parece que teen pouco valor lingstico denominacins como literatura ou poesa xa quedetrs delas se poden atopar practicamente todos os tipos de variacin textual escrita.

    6. Sobre todo en Kabatek (2005a); cf. tamn Kabatek (2001, 2004a, 2004b, 2005b).7. Vxase, para este concepto, Kabatek (2005b).

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 25

  • identificar exemplos prototpicos. Corresponden as tres a mundos xurdicosdiferentes e claramente identificables incluso desde a perspectiva actual.

    A nosa argumentacin principal, defendida nunha serie de traballos nosltimos anos, a de que os textos que corresponden terceira tradicin dis-cursiva son expresin dunha corrente cultural que remexe a paisaxe textuale lingstica medieval de tal forma que se vai creando nun novo mundode saber con novos centros, provocando a separacin de distintos mbitos decoecemento e fomentando a creacin dunha prosa romnica elaborada,grande innovacin de finais do sculo XII ou do sculo XIII, segundo as re-xins.

    3. O DEREITO ROMANO: BOLO A

    Cal esa corrente nova e de onde parte? A Idade Media caracterzase,no aspecto xurdico, por unha continuidade do dereito romano que sobrevi-ve en distinto grao segundo as rexins e segundo os centros que manteena sa difusin. Con todo, na maior parte de Europa, o que se mantn non o dereito romano clsico na sa mxima elaboracin lograda en Constanti-nopla baixo o emperador Xustiniano. , en cambio, o chamado dereito vul-garizado: en Espaa, o dereito visigtico do Forum Iudicum ou Liber Iudi-ciorum, o que tamn coecido polas traducins romances a partir dosculo XIII como Fuero Juzgo ou, no caso da versin asturiana, como FueruXulgu. Os visigodos, lingisticamente case romanizados de todo nos temposda sa conquista da Pennsula Ibrica, tian tamn un dereito fundamental-mente romano, con algns elementos xermnicos. A carn deste dereitoexisten antigos costumes ou fazaas, en parte posiblemente prerromanas,que se mesturan co dereito consuetudinario visigodo. Todo isto parece sersuficiente para a organizacin xurdica do mundo da Reconquista, pero nosculo XII ten lugar a difusin por toda Europa dun novo tipo de dereito, ba-seado no sistema xurdico xustinianeo e no que mis tarde se chamara oCorpus Iuris Civilis, a mxima e mis elaborada codificacin coecida, e quese compn do Codex Iuris Civilis, diferentes textos engadidos como as Nove-llae, textos didcticos coma as Institutiones e os Dixestos ou Pandectae, amis completa e complexa expresin do tratamento cientfico do dereito dosromanos.

    Hai unha longa discusin sobre se ese dereito romano ten ou non conti-nuidade desde os tempos romanos e se os Dixestos se coecan ou non antesda fundacin da chamada Escola de Boloa, pero o certo que, anda que secoeceran, houbo que esperar ata a creacin dese centro de estudo xurdicoen Italia para que volvese haber unha autntica preocupacin polos textos cl-

    26 Johannes Kabatek

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 26

  • sicos e polo tratamento cientfico dos textos xurdicos. Ademais, na escola dosGlosadores de Boloa combnase a materia xurdica antiga cos principios me-dievais escolsticos do tratamento dialctico dos textos e o seu ensino segun-do unha orde de presentacin que segue os principios da retrica. A Escola deBoloa coecida en primeiro lugar polo seu labor en dereito civil, pero Bo-loa tamn o centro do estudo do dereito cannico, de contido diferente,pero de tratamento textual semellante exercido a mido polas mesmas perso-as, coecedoras de ambos os dous dereitos. Sen o nexo co dereito cannico ea grande codificacin do Decreto de Graciano de mediados do sculo XII, cuestionable que o dereito romano tivese a difusin rpida que tivo a partir dasegunda metade dese sculo en Europa. Pdese observar, nesa poca, unhacrecente importancia de Boloa como lugar de estudo de cregos de alto ran-go, tendo como efecto posterior que moitos dos bispos de finais do XII e doXIII tean como lazo comn o estudo en Boloa, lugar de grande coherenciaeuropea e de creacin dunha nova casta de sabios, de coecedores dos tex-tos antigos, de persoas que comparten un saber comn, unha metodoloxa detratamento de materias e regras de presentacin dos textos correspondentes.O dereito cannico a canle que abre a difusin desa innovacin, unida dodereito civil e apoiada polo poder central de Roma.

    Agora ben, todo isto non ten, nun inicio, repercusins sobre as linguasromances: trtase dun fenmeno de recepcin de textos latinos a travs deEuropa, textos clsicos do dereito xustinianeo dos que temos constancia nasbibliotecas das catedrais desde finais do sculo XII. E ademais de copias de-ses textos do Corpus Iuris, van aparecendo resumos do seu contido, escritosigualmente en latn pero cunha reducin de complexidade e de tamao conrespecto aos seus modelos. Estas sumas latinas, coma a Summa trecensis, aSumma rogerii, o Liber tubingensis, teen a sa orixe en parte no sur deFrancia, e en parte tamn na Pennsula Ibrica, como as Summulae latinasde Hugolino de Sesso, procedentes de Palencia a finais do sculo XII e teste-muas da presenza do dereito cannico bolos en Palencia, antes da fun-dacin da primeira universidade (cf. Martnez 1991, Iglesia Ferreirs 1998).

    Todo isto anda permanece sen consecuencias sobre as linguas romni-cas ata que aparece, no sur de Francia e anda na segunda metade do sculoXII, unha suma de dereito romano baseada sobre todo na Summa trecensispero enteiramente escrita en occitano: a suma chamada Lo codi (1906, 1974,1984; cf. tamn Kabatek 2000). Sbese que Lo codi unha redaccin orixi-nal, non unha traducin do latn (senn todo o contrario, xa que existe unhatraducin do texto romance ao latn). Un libro sorprendente polo seu altograo de elaboracin e a sa extensin en nove libros, impresionante fitonunha lingua na que as tradicins discursivas correspondentes non existen,anda que haxa unha ben establecida tradicin de redactar documentos xur-

    27Muyto he boa grosa: O renacemento bolos, a elaboracin das linguas

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 27

  • dicos en romance occitano xa un sculo antes que na Pennsula Ibrica (cf.www.kabatek.de/codi).

    Lo codi ten unha gran difusin europea mediante traducins, enteiras ouparciais, ou mediante a insercin de elementos procedentes desta suma nou-tros textos. O seguinte esquema mostra algns dos lugares onde aparecen ma-nuscritos, traducins ou fragmentos de Lo codi ou textos dos que modelo:

    En canto s caractersticas fundamentais do texto, Lo codi presntase comounha amlgama entre a tradicin das cartas xurdicas provenzais e as sumaslatinas de dereito romano. Se comparamos os seguintes dous fragmentos, ve-mos o parentesco de certas pasaxes de Lo codi con documentos xurdicoscomo xa se coecen en Provenza en romance desde algn tempo antes:

    (5) Conoguda causa sia als presens e als devenidors qu en Guillems de Bruguei-

    ras a donat per amor de Deu e de redemcio de sos pecaz, de si e de sos parens, e

    per l arma de som para e de sa mara e de rensog de lors pecaz, la tota sa part del

    deimo de la glisa de Diupantala a Diu e a santa Maria e al bonurad santi Joannis e

    l ospital de Jherusalem e a n Escafre que es seiner e commandor de la mason de

    Fronton que receup lo do per si e per l ospital de Frontom e pels autres fraires

    de l ospital, pels presens e pels endiveniders senes retenguda que ang Gill. de

    Brugueira no i fe de re e la tota sa part del deime, e doned tata aqo que avia a far

    al bosc Brugareng e doned la terra de Glisiolas (Don par Guilhem de Brugui res

    l h pital Saint-Jean de Jrusalem, Brunel, Nr. 65, Toulousain 1151).

    [ ] mas cum zo es causa que las causas del mun, si cum sunt terras e uignas e

    maisos ed altras causas mundanas, sunt obs a gleisas e ad hospitals e ad altres locs

    honorables, bes es que nos digam de las causas de las gleisas e de ls autres locs

    uenerables (Codi A I. 2. 1).

    Con respecto aos seus modelos latinos, Lo codi modifica a maneira de pre-sentacin dos feitos, introducindo elementos que parecen derivar da prctica

    28 Johannes Kabatek

    Anjou

    Barn

    Castela

    Catalua

    Borgoa

    Dauphin

    Italia

    Xerusaln

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 28

  • do traballo co texto e do ensino; en moitos aspectos, a sintaxe latina sim-plificada; os termos xurdicos son parafraseados con palabras cotis, comono seguinte exemplo de comparacin dunha pasaxe que deriva da Sumatrecensis, modificndoa:

    Na Pennsula Ibrica, o texto est presente en diferentes formas: a suma cata-l dos Costums de Tortosa contn elementos de Lo codi, e existe unha tradu-cin ao casteln do texto enteiro, conservada en dous manuscritos na Biblio-teca Nacional de Madrid8. A diferenza do medioda francs, a existencia detextos romances de dereito romano posterior na Pennsula Ibrica, datandoos primeiros da poca de Fernando III ou xa de Alfonso X. Non sabemos enque medida Lo codi serviu de modelo para a creacin das sumas do mestreXacobe das Leis, precursor no romanceamento do dereito romano en Castela,como as Flores del derecho, o Dotrinal ou a Suma de los nueve tiempos de lospleitos (cf. de Urea y Senjaud / Bonilla y San Martn 1924, Mera 1916-1917,Roudil 1985, 2000, 2002, 2003). Pero podemos supoer que tivo unha certapresenza, como veremos mis abaixo no caso do Fuero real afons.

    Resumindo, podemos afirmar que a recepcin do dereito romano , nasa primeira fase, un fenmeno de certos crculos da igrexa desenvolvido enlatn, pero que pronto, comezando no sur de Francia, aparecen os primeirostextos en romance que son testemuos desa recepcin, textos que na Penn-sula Ibrica preparan a grande codificacin afons, xa que son os primeiros

    Lo codi (III, XII; ed. Derrer 1974)

    aici ditz en cal log deu om metre altre emplaig

    pois que nos auem dit de ls iutgues ed en calmesura deuunt li iutgues donar iudicias, aradigam davant cals personas deuunt esser faigli plaig. Li plaig deuunt esser faig dauant aque-llas personas que ant iurisdiccion, zo es poestat

    si es plaiz de possessios, dauant aquill iutguedeu esser fait lo plaitz en cui poder es la tene-dons.

    si eu li deman auer o autra causa que eu digaque alcuns om me donet a sa mort, aqui deuesser lo plaiz tenduz un es la heretaz de l de-func o la maier parz de la heretat, o aqui ones la causa qui es demandada.

    Summa Trecensis (III, VI; ed. Fitting 1894[Summa Codicis des Irnereus])De iurisdictione et ubi iudicia peragenda sunt.

    Apud eum qui iurisdictioni preest iudicia ex-pedienda sunt

    Possessionis causa ibi agitanda est, ubi pos-sessio turbata est

    Relicta ibi petenda sunt, ubi hereditas relictaest, uel ubi maior pars hereditatis, uel ubi estres ipsa que relicta est.

    29Muyto he boa grosa: O renacemento bolos, a elaboracin das linguas

    8 Cf. Lo codi en castellano... e www.kabatek.de/codi

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 29

  • en crear modelos textuais, tradicins discursivas novas dun dereito elabora-do presentado en romance. Estes textos non corresponden necesidade dosque os escriben, non son produtos da ignorancia ou do descoecemento dolatn, ao contrario: son textos escritos polo sector mis culto da sociedadecoa finalidade de difusin do dereito novo tamn entre persoas que noncomparten o saber dos estudos de Boloa: notarios, nobres locais, persoasque necesitan coecer ese dereito sen seren expertos no seu tratamentocientfico.

    Desde Boloa introdcese, pois, unha nova corrente de saber que leva aunha separacin entre dereito cientfico e dereito aplicado, e esta nova sepa-racin de niveis busca o seu reflexo nas linguas respectivas: o latn de Bolo-a fronte s linguas romances de cada lugar.

    4. GALICIA E PORTUGAL ANTE A CHEGADA DO DEREITO ROMANO: A PRIMEIRA FASE

    Se agora nos preguntamos pola relacin destas correntes con Galicia econ Portugal, podemos distinguir das fases diferenciadas. Na primeira, enGalicia est presente o dereito romano chegado desde Boloa mediante tex-tos latinos. Parece que nesta primeira fase Galicia e Portugal son lugares derecepcin temper, de contacto relativamente estreito e inmediato con Italia(cf. Costa 1957, Garca y Garca 1956, 1976). Temos algns testemuos dapresenza de textos xustinianeos en Portugal a finais do sculo XII, como oseguinte anaco dun testamento:

    Mando Portucalensi ecclesiae decreta mea et institutiones et autenticam et nove-

    llam sicut sunt in uno volumine et summam decretorum et institutionum et codicis

    siti in alio volumine [...]; Mando Bracharensi ecclesiae codicem meum et digestum

    vetus et novum in tres partes cum isforciato et psalterium glossatum (apud Caeta-

    no 1985: 339s.)

    No chamado Liber de Tubinga, unha suma de importante difusin probable-mente procedente do sur de Francia, atopamos a seguinte alusin a Santia-go, anda que non moi amable cos cengos de Compostela:

    Confundat deus omnes Compostellanos canonicos insimul et unumquemque per

    se bendicat. (Ms. Mc 14 Biblioteca de Tubinga, 102v, circa 1200)

    Parece que Santiago foi un dos centros importantes de recepcin do novodereito, como tamn sospeita Roger Wright na pasaxe antes citada. E pro-

    30 Johannes Kabatek

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 30

  • bable que, dada a importancia de Compostela como lugar de peregrinacine polos contactos mantidos tanto co sur de Francia coma con Italia, a pre-senza do dereito romano fose mis ben culta e ligada particularmente aostextos clsicos romanos, como tamn o caso de Italia. Por isto, a segundafase da recepcin, a da creacin de textos elaborados en romance, mistarda, e non leva a creacins inmediatas locais senn introducin de tex-tos romances de fra; dicir, que, coma en Italia, a tardanza na elaboracindos romances escritos sera maior pola mellor compatibilidade dos textos la-tinos da recepcin romana cos coecementos da intelectualidade local.

    5. A SEGUNDA FASE: CASTELA, O DEREITO ROMANO, PORTUGAL E GALICIA

    Haber que agardar mis de medio sculo para que aparezan, en Galicia ePortugal, textos desa segunda fase de recepcin, textos de dereito romano es-critos en romance e con carcter de resumos dos textos clsicos. Teen parti-cular importancia para a preparacin do terreo da recepcin en Portugal as tra-ducins dos textos do Mestre Jacobo, el mesmo probablemente de procedenciaitaliana, e como instrutor de Afonso o Sabio, de crucial significado para a codi-ficacin afons. Como afirma Nuno Espinosa Gomes da Silva (1991: 205):

    Essas obras sero veculos de introduo do romanismo no nosso pas. Em pri-

    meiro lugar, acham-se escritas em idioma que facilita a sua directa consulta ou tra-

    duo; em segundo lugar, so resumos ou snteses de solues justinianeias; em

    terceiro lugar, tm essas obras, relativamente, em ateno, o ambiente hisp nico.

    A segunda fase, a da elaboracin en romance, preparada na Provenza echega despois a Catalua, a Aragn e a Castela producindo textos orixinaisde dereito romano nos diferentes vernculos. O maior impacto desa tenden-cia dse no centro, onde a codificacin afons combina os textos de recep-cin da materia xurdica romana con elementos locais e constre un edificioxurdico que substite a tradicin de Xustiniano pola afons, con numerosasalusins a Xustiniano na propia concepcin do rei sabio. A importancia pol-tica de Castela fai que os textos afonss aparezan en forma de traducinsnoutras rexins da Pennsula Ibrica, coma o Foro Real portugus ou osfragmentos dos textos afonss galegos editados por Jos Luis Pensado (1974-1975). Son probas da presenza do dereito afons no noroeste e dunha certavontade ou incluso necesidade de adaptacin ao romance local.

    Pero non queremos acabar esta breve exposicin sen mencionar outrarelacin do dereito romano con Galicia, unha relacin que une, ademais, to-do o descrito ata aqu e d mostra de que as mltiples relacins que esboza-

    31Muyto he boa grosa: O renacemento bolos, a elaboracin das linguas

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 31

  • mos non se perciben s desde a distancia senn que estn presentes na pro-pia Idade Media.

    Na Biblioteca Nacional de Madrid hai un valioso manuscrito para a histo-ria da recepcin do dereito romano na Pennsula Ibrica: o ms. 710 que con-tn o Fuero real afons nunha versin con numerosas glosas (cf. Prez Mar-tn 1984). Estas glosas relacionan o Fuero real con outros textos xurdicoscoma as Partidas e o Ordenamento de Alcal, o cal as sita xa ben entradoo sculo XIV. Pero tamn establecen lazos entre o Fuero afons e as sas po-sibles fontes, coma o Fuero Juzgo (o libro de Len) e tamn Lo codi. Haiunha edicin desas glosas de principios dos anos 50, en cuxa introducinJoaqun Cerd sospeita que Lo codi puido ser unha das fontes do Fuero real:

    Las glosas nos sirven para el estudio de la formacin del Fuero Real y de su

    autor. As podemos apreciar cmo determinadas leyes tienen su base en el Fuero

    Juzgo. Tambin se podra llegar a concretar la influencia romana. No se utilizara

    en su redaccin Lo Codi ? (Cerd, 1951-52: 730)

    Agora ben, ollando ben o manuscrito da BN, vemos que este parece real-mente ter a funcin de indicador de fontes ou de textos relevantes para asdiferentes pasaxes do Fuero real. Chama a atencin que ademais das glosasincorporadas no texto xeral, hai un segundo tipo de glosas engadidas interli-neais ou marxinais cunha funcin de metatexto orientador da lectura do ma-nuscrito, e esas segundas glosas, das que transcribimos algunhas deseguido,son claramente galegas:

    lugar texto

    1 r 2 marxe dereita [varias glosas deterioradas] este e o foro das leys

    2 v 2 marxe dereita uayte a o testo con sua grosa titolo iii liuro segundo destes iiii

    liuros

    57v 1 marxe dereita Como ninhuna cousa del Rey ou da iglesia non se perde por

    tenpo amenos de ento anos

    59 v 1 marxe esquerda muyto he boa grosa

    69 r 1 marxe esquerda titollo xiii dos pleitos acabados que non sean mays demandados

    73 v 2 marxe esquerda como se poden alar asy de grande demanda como de pequena

    82 r 2 marxe dereita ley clara de quanta parte pode auer a moller das arras do mari-

    do finado se do marido fican fillos legitimos

    113 v marxe inferior En vostro loco so rreuerenia em tendo esta ley con sua grosa

    em esta guisa et digo que os bees que o vendedor vende que

    lle ueeron da parte do padre o do auoo; o parente mays chega-

    do pode rrecobrar et que non ha lugar esta rrecobraon en no

    que o uendedor uendeu da lina de traueso

    32 Johannes Kabatek

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 32

  • 179 v 1 marxe inferior Et entende que o liuro que a grosa diz dos castelanos que he o

    liuro de leon et non cates outro por nome de castelanos

    83 v rubr. do que gana el marido e la moler

    83 v 1 marxe esquerda do que gana el marido et lla muger

    90 r 2 marxe dereita non foron os testigos chamados nen rrogados

    159r 2 marxe esquerda da fe catolica con sua grosa

    165 r 2 marxe dereita concorda esta ley con outra semelant de alcala

    205v marxe inferior rrequere setena partida titulo iii et alcala de fenares que he or-

    dinamento rrayal et os outros foros et ordinamentos

    Este he o titulo xxi et cata rrequere estas leys desuso enas leys

    et foros et ordinamentos ca foy erro do escriuan que este titolo

    xxi aqui non poso

    206r marxe superior rubr. Do fillo ou filla porfillado

    209r 2 Finito liuro a dios muytas graas. Vaasco Loureno de Tuy.

    S unha parte desas glosas galegas estn transcritas na edicin de Cerd, eanda que este fale, na introducin sa edicin, de elementos galegos nomanuscrito, sorprendente que na edicin non atopemos transcritos siste-maticamente e de forma fiel ao orixinal os elementos claramente galegos. Naseguinte tboa vemos, na columna esquerda, algunhas das lecturas de Cerdfronte s nosas propias, claramente diferentes e claramente mis galegas:

    jk

    esta glosa destas cruzes que dize nota a de

    entrar en otra cruz que est adelante destas

    tres

    Da primeira cruz hu diz nota uent a esta et

    acaba desta cruz ata hu diz rrebeldes et torna-

    te aa primeyra cruz hu comea nota et ven

    ata esta cruz et asy acabaras a grosa, por que

    foy error de escriba.

    et tornate aa primeira cruz hu diz nota et aca-

    base hu diz segundo o foro daquella terra et

    acabase una postrimeyra et comea logo es-

    ta ley qui diz: sy el alcayde por querella de

    alguno

    dellos herdeyros

    con esta ley concorda o ordinamento dalcala

    en no postrimeiro caderno ley lxix et etera

    Cerd 1951-52: 830/831 (f 44r)

    esta glosa de estas cruces que dize nota a de

    entrar en otra cruz que est adelante de estas

    tres

    De la primera cruz un diz nota, vente a esta

    et acaba desta cruz ata un diz rrebeldes e tor-

    nate a la primera cruz e asy acabaras a grosa,

    porque foy error de escribano.

    et tornate a la primera cruz hu diz nota e aca-

    base hu diz segund o foro daquella terra et

    acabase una postrimera cruz, et comena lo-

    go esta ley qui diz: sy el alcayde por querella

    de algund

    (f 51r)

    dellos heredeiros

    (f 209r 1)

    Con esta ley concorda el Ordinamiento Dal-

    cala, en el postrimero caderno, ley LXIX, et-

    ctera

    33Muyto he boa grosa: O renacemento bolos, a elaboracin das linguas

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 33

  • A tendencia clara a de modificar a transcricin con efecto castelanizante dotexto, ou por ignorancia das formas galegas ou porque se pensa que este sedebe normalizar. O resultado son algunhas pasaxes hbridas entre galego ecasteln na transcricin, volvndose o texto de Cerd s veces incomprensi-ble, como cando transcribe De la primera cruz un diz nota onde o texto diclaramente Da primeira cruz hu diz nota: o lector podera entender mal ogalego u (

  • Ms BN 710, 44r

    6. CONCLUSIN

    Podemos dicir, pois, que o dereito romano chega a Galicia a travs dedas correntes: unha primeira, inmediata e latina, desde finais do sculo XII,e unha segunda e romance, a partir da segunda metade do sculo XIII. Men-tres en Castela e Catalua, o efecto indirecto da primeira a creacin detextos en romance, en Galicia mantense, na primeira fase, a latinidade. A ro-manidade elaborada chega de forma indirecta, desde Castela, con traducinsde textos castelns e comentarios galegos a manuscritos escritos en casteln,como as glosas de Vasco Lourenzo de Tui que presentamos neste traballo.Polo que parece no actual estado da cuestin, Galicia parece mis semellan-te a Italia, coa sa longa tradicin latina no mbito da escrita elaborada, queao sur de Francia, Castela ou Catalua.

    En todo caso, o que acabamos de esbozar son unicamente uns bosque-xos que habera que afondar moito. Sabemos da relacin directa con Bolo-a, por exemplo no caso de persoas como Bernardus Compostellanus edoutros; sabemos tamn que en certos documentos de compravenda ounoutros documentos xurdicos galegos aparecen elementos que indican co-ecementos de dereito romano; coecemos algns fragmentos de textos que

    35Muyto he boa grosa: O renacemento bolos, a elaboracin das linguas

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 35

  • son traducins de textos afonss baseados nese dereito, pero carecemos dunestudo sistemtico das conexins coas das correntes boloesas e das sasconsecuencias para a escrita verncula. Outras situacins estudadas nesesentido como a do sur de Francia ou a de Castela xustificaran dedicarse demaneira detallada a esas cuestins. Esperamos ter mostrado que tal empresapagara a pena.

    36 Johannes Kabatek

    01Kabatek 5/12/07 18:27 Pgina 36

  • GALICIA NOS SCULOS XII-XIII: ASPECTOS XERAIS

    Jos M. Andrade Cernadas

    Universidade de Santiago

    Cmpre comezar esta achega situacin xeral de Galicia nos sculos XIIe XIII facendo unha pequena lembranza da situacin das fontes histricas.O primeiro feito relevante que o nmero dos documentos se vai multipli-car dun xeito moi notable. Segundo os datos ofrecidos polo Inventario dasfontes documentais da Galicia medieval (Pallares / Portela 1988a)1, a docu-mentacin dos sculos X e XI non chega, conxuntamente, ao 2,5% do totalno conxunto do perodo medieval. Pero a porcentaxe do sculo XII vaise ca-se ao 6%, mentres que a do XIII se ergue ata preto dun 20%.

    PORCENTAXE POR SCULOS DOS DOCUMENTOS GALEGOS MEDIEVAIS

    SCULO VIII 0,004%

    SCULO IX 0,19%

    SCULO X 1,04%

    SCULO XI 1,23%

    SCULO XII 5,76%

    SCULO XIII 19,17%

    SCULO XIV 22,39%

    SCULO XV 50,17%

    Se tomamos como referencia as coleccins documentais dalgns mostei-ros galegos de antiga fundacin podemos ver mis polo mido a evolucindo nmero dos documentos.

    1. posible que algns dos datos deste inventario necesiten unha revisin actual. Tase en con-ta que, dende a data da sa publicacin ata hoxe, o volume de fontes documentais publicadasaumentou de xeito espectacular. De todos os xeitos, segue a ser a mellor contribucin existen-te para ter unha imaxe xeral das fontes documentais medievais e, por outra banda, as posiblesmodificacins ou correccins parciais que se lle puidesen facer non parece que alterasen a va-lidez global da realidade exposta.

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 37

  • EVOLUCIN DO N MERO DE DOCUMENTOS NAS COLECCINS DOCUMENTAIS DALG NS MOSTEIROS FUNDADOS ANTES DO SCULO XI

    MOSTEIRO S. VIII S. IX S. X S. XI S. XII S. XIII

    Antealtares 3 2 12 5

    Samos 1 8 55 126 55 106

    Pombeiro 3 1 10 13

    Ferreira de Pantn 1 3 6 18

    S. Clodio 1 1 9 251

    Ramirs 2 4 247

    Pinario 1 11 7 50 99

    Celanova 12 220 277 72 23

    Pero neste perodo agroman novas formas de vida monstica que seasentan na realidade galega con gran pulo, o que ten o seu reflexo nunharpida e cobizosa floracin documental. Estoume a referir principalmenteaos mosteiros cistercienses que aparecen en Galicia a partir de 1142, ano enque o vello mosteiro familiar de Sobrado entregado a doce monxes chega-dos de Claraval (Pallares 1979, Portela 1981)

    N MERO DE DOCUMENTOS DE OSEIRA E SOBRADO DENDE A S A ANEXIN AO CSTER

    MOSTEIRO S. XII S. XIII

    Oseira 46 (en 16 anos) 1196

    Sobrado 426 (en 58 anos) 611

    Outra boa proba da vitalidade documental destes sculos tmola no feito deque unha parte importante da documentacin antes sinalada aparece transcritanunha longa e salientable serie de tombos ou cartularios monsticos, elabora-dos, a maiora deles, ao longo do sculo XIII. As, por exemplo, o tombo de Sa-mos foi feito no primeiro cuarto do sculo (Lucas 1986). Os, polo menos, tresproxectos cartoriais que parecen coexistir no actual tombo de Celanova, escrib-ronse entre finais do sculo XII e comezos do XIII (Andrade 1995). Os tombos deSobrado foron transcritos a mediados do XIII (Loscertales 1976). O fermoso tom-bo de Toxosoutos rematouse nos anos finais do sculo (Prez Rodrguez 2004).Por ltimo, os tombos de Caaveiro (Fernndez de Viana / de Pablos Ramrez /Gonzlez Balasch 1996-1997) e Lourenz (Rodrguez Gonzlez / Rey Caa1992) foron transcritos tamn no XIII anda que teen engadidos posteriores.

    Cmpre sinalar tamn que dende os 1220-1230 os mendicantes comezana asentarse na maiora das vilas galegas (Garca Oro 2006). Botarn fortesraiceiras nas sociedades urbanas, como ben sabido, e iso tivo tamn o seureflexo documental, anda que, polo momento, non hai un estudo definitivosobre esta documentacin, o que nos impide ofrecer ningn tipo de achega-mento cuantitativo.

    38 Jos M. Andrade Cernadas

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 38

  • Para rematar, no tocante cantidade dos diplomas, temos que facer un-ha mnima referencia aos documentos das catedrais. Como logo diremos, es-ta unha etapa de forte consolidacin do poder episcopal e, de xeito espe-cial, do protagonismo dos arcebispos de Compostela. Tomando s comoreferencia orientadora os tombos A e B do arquivo catedralicio composteln(Lucas 1998, Gonzlez Balasch 2004) malia o seu carcter e contido tan dis-tinto, podemos ofrecer as seguintes cifras.

    DOCUMENTOS POR SCULOS DOS TOMBOS A E B DO ARQUIVO CATEDRALICIO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA

    S. IX S. X S. XI S. XII S. XII

    Tombo A 19 39 23 61 21

    Tombo B 1 2 1 84 185

    Total 20 41 24 145 206

    No campo da producin escrita latina de carcter relixioso, estes sculosofrecen unha importante serie de textos que enriquecen as pescudas dos me-dievalistas. A enciclopedia xacobea que o Liber Sancti Iacobi (Moralejo /Torres / Feo 1951[2004]), e a magna biografa de Xelmrez que a HistoriaCompostelana (HC) non son os nicos testemuos desta poca dourada, ma-lia ser os mellor coecidos. Convn recordar que, entre outros, o CronicnIriense (Garca lvarez 1963) ou a Vida e Miragres de San Rosendo (Daz yDaz et alii 1990) foron obras tamn redactadas nestas datas. Os textos dos s-nodos, que comezan a reunirse con certa periodicidade e regularidade a par-tir de 1215 (Garca y Garca 1981), forman parte deste corpus documental.

    Sera un atrevemento pola mia parte glosar a riqusima literatura galegamedieval de carcter profano que vai agromando nestes sculos. Pero ob-vio que estamos a falar dunha fonte que tamn pode e debe ser tratada po-los historiadores, xa que nela atopamos informacins sobre aspectos da vidacoti, das mentalidades e costumes que adoitan quedar agochadas na docu-mentacin histrica da que antes falamos. Non quixera rematar esta introdu-cin sen gabar o labor que se est a facer dende o mundo da filoloxa gale-ga, sinaladamente da propia Facultade de Filoloxa, do Instituto da LinguaGalega e dende o Centro Ramn Pieiro, a prol dun mellor coecemento edifusin da literatura e das fontes documentais en galego medieval que tantoestn a ilustrar os historiadores sociais na nosa andaina investigadora. Porexemplo, un instrumento como o Tesouro Medieval Informatizado da Lin-gua Galega (TMILG) ofrece un amplo abano de posibilidades para os medie-valistas dun gran valor.

    Entrando xa de cheo na anlise da sociedade galega dos sculos XII e XIII,temos que deternos, en primeiro lugar, nas estruturas fundamentais desa so-

    39Galicia nos sculos XII-XIII:

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 39

    aspectos xerais

  • ciedade. A paisaxe agrcola e a organizacin social do espazo acadan nesteperodo o que vai ser a sa configuracin secular case ata os nosos das. certo que, estudando detidamente a rica documentacin do sculo X, pode-mos ver que, no fundamental, ese proceso est xa practicamente rematadonesas datas, senn antes. Os traballos, entre outros de Portela e Pallares, te-en demostrado que a continuidade , no tocante organizacin social doespazo, o dato mis substantivo (Portela 1995, Pallares / Portela 1997). Osachegamentos mis prximos arqueoloxa e cun manexo estatstico dasfontes conclen dun xeito moi parello (Snchez Pardo 2006). Malia isto non menos certo que a partir do sculo XII cando, por exemplo, a parroquia,clula fundamental da organizacin do espazo e da convivencia social, che-ga ao fin no seu proceso de conversin histrica (Faria Jamardo 1996) den-de as vellas parrochiae do sculo VI que coecemos polo Parroquial Suevo eque acaban convertndose nos arciprestados (Lpez Alsina 1988a, 1999a).

    No tocante ao espazo, o feito mis sinalado destes sculos foi o que po-deramos chamar a definitiva reconquista das reas costeiras. Na Alta IdadeMedia a zona litoral vase como un territorio cheo de problemas e no que,polo que sabemos, sen estar nin moito menos despoboado debemos supo-er que presentara uns ndices demogrficos baixos en comparacin coaGalicia interior. Unha proba desta escora da poboacin galega cara ao inte-rior tmola no feito de que a case totalidade dos mosteiros fundados dendeo sculo X estn asentados terra dentro, e o mesmo pasa coas cidades. Perodesta volta as costas galegas volven ser visitadas por marieiros chegadosdoutras latitudes, fndanse, como logo diremos, vilas e cidades xunto aomar e, por ltimo, a agricultura chega tamn s nosas ribeiras.

    Dende o punto de vista da agricultura, o feito fundamental a continuaampliacin da terra cultivable ata, polo menos, o ltimo terzo do sculo XIII.O dinamismo do campesiado, o crecemento demogrfico e, mis serodia-mente, as presins dos axentes seoriais son algunhas das claves esenciaispara comprender este proceso de longa duracin pero que acada o seu cl-max histrico nos sculos que estamos a estudar. Un dos cultivos mis valo-rados o da vide. Frmanse neste perodo zonas cunha producin vincolade certa calidade e alta rendibilidade vela o caso do Ribeiro (Deao Ga-mallo 2004) , pero tamn se trata dun cultivo que se espalla por todos osterritorios de Galicia, anda por aqueles menos aptos para o seu desenvolve-mento. De feito, o vio o produto mis vendido cara ao exterior polos ma-reantes galegos (Ferreira Priegue 1988). Outro dos cultivos fundamentais doagro galego medieval era o dos cereais panificables. Neste caso, malia que otrigo o mis cobizado e o cereal dun maior valor de mercado, comproba-mos a existencia dunha gran capacidade de adaptacin dos seores e o cam-pesiado dependente para cultivar aqueles cereais que tean mis posibili-

    40 Jos M. Andrade Cernadas

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 40

  • dades de ser rendibles en cada tipo de terra. Por iso hai zonas de producinpreferente de centeo, outras de cebada, millo mido e outros.

    Dende o punto de vista da tecnoloxa aplicada agricultura non atopa-mos grandes avances. S se detecta un maior emprego do ferro na confec-cin dos apeiros de labranza, a crecente difusin dos muos, ben documen-tados xa dende o sculo X, e, en casos puntuais, a existencia de aradoscomplexos como os avessadoyros que ten Sobrado no sculo XIII (Pallares1979).

    Verbo das formas da explotacin da terra, vaise consolidando un priori-tario modelo de explotacin indirecta baseado no traballo dun campesiadonon propietario sobre terras de titularidade seorial. A maiora das terras po-sudas polos vellos mosteiros e catedrais xa foran tradicionalmente explota-das dun xeito parecido a este. dicir, a reserva a parte das terras explo-tadas dun xeito directo polos grandes propietarios destas institucins nonparece que fose moi importante. A chegada dos cistercienses achegou, tem-poralmente, un novo xeito de entender o traballo agrcola. Os monxes bran-cos, animados polo esprito asctico de San Bernardo e pola sa lectura ri-gorosa da Regula Benedicti, arrincaron a sa presenza en Galicia traballandoeles mesmos as sas terras. Pero esa opcin, tal e como demostrou Ermelin-do Portela no seu traballo sobre o Cster en Galicia, s durou un sculo, detal xeito que cara ao ano 1250 a maiora das terras en mans dos cistercienseseran explotadas polo campesiado deles dependente (Portela 1981).

    O vehculo fundamental desa relacin entre os seores, sinaladamenteos monsticos e episcopais e o campesiado foron os contratos de tipo enfi-tutico e, de xeito principal, o foro. Tal e como estudou M Luz Ros, o mo-mento decisivo na formacin do foro sitase entre os anos finais do sculoXII e comezos do XIII (Ros Rodrguez 1993). Para a citada medievalista haitres factores explicativos no xurdimento desta frmula, esencial para a com-prensin histrica da realidade galega.

    A conxuntura expansiva desta poca, tanto demogrfica coma econo-micamente.

    O feito de que, sobre todo as grandes institucins eclesisticas, tivesenacumulada unha enorme cantidade de propiedades territoriais, o que propi-ciou a existencia dunha masa de bens susceptibles de seren postos en ex-plotacin indirecta.

    Por ltimo, as aspiracins dos grupos campesios, claramente maiori-tarios na sociedade destas datas, de facer valer a sa forza de traballo e osseus dereitos sobre as terras que explotan (Ros Rodrguez 1993).

    De todos os xeitos convn facer das matizacins antes de abandonar asreferencias sobre os foros. A primeira que os foros non tiveron a mesmaimportancia, nin aparecen nas mesmas datas, en todos os casos que poden

    41Galicia nos sculos XII-XIII:

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 41

    aspectos xerais

  • ser estudados. A propia Ros ten advertido que, por exemplo, na interesantedocumentacin de Caaveiro non hai nin unha soa carta foral no perodo quevai dende o sculo XII ao XIV (Ros Rodrguez 1993). A segunda levaranos po-los vieiros da anlise da sociedade en si mesma. Refrome a que os foros sonmoito mis ca unha simple frmula contractual que vincula un propietariocun traballador. Nos foros inclese un recoecemento de vasalaxe do cam-pesio fronte ao posuidor xurdico da terra. Nos contratos forais atopamosclusulas extraeconmicas polas que o foreiro comprometese a ser homede, sempre obediente e fiel coa institucin que lle presta a terra. De tal xei-to que os termos home e vasalo chegan a ser considerados case como sin-nimos. Por outra banda, e tal e como estudou Pallares, existe unha estreitarelacin entre a difusin da frmula foral e as cartas de couto (Pallares1978), outra das estratexias feudais mis empregadas na Galicia destes s-culos.

    Estamos, en consecuencia, ante unha sociedade eminentemente campe-sia e na que o groso dos seus integrantes son campesios dependentes,non plenamente autnomos nin econmica nin socialmente. Este o sectormaioritario dos homes que viviron en Galicia ao longo destes sculos. Peropor mis importantes que eles foran, tampouco hai que esquecer que, inclu-so dentro do campesiado, podemos atoparnos con outras realidades. Porexemplo, anda que imposible establecer calquera tipo de cuantificacin ese trata dun grupo que s aparece na maiora da documentacin tanxencial-mente, hai un sector do campesiado que son os chamados alodiais, dicir,o campesiado que segue sendo dono das sas terras e que, anda que esteasometido, dalgn xeito, ao marco seorial, evidentemente mis libre e,nalgns casos, mis rico ca o campesiado dependente. Son, por seguir un-ha afortunada expresin de Ramn Villares, donos de seu.

    Xunto a eles anda podemos atopar refugallos da vella escravitude. Na ri-ca coleccin documental de Celanova (Andrade 1995) consrvase unha xe-nealoxa dos pistoribus que San Rosendo instalou no seu mosteiro nalgnmomento impreciso a mediados do sculo X. Este termo pode ser traducidopolo de panadeiros ou reposteiros, anda que habera que ampliar o seu sig-nificado a todos os homes que traballaban nun rxime moi parecido ao daescravitude en distintas funcins domsticas. Unha das cuestins mis salien-tables deste documento que se rexistra a descendencia destes pistoribuschegando, nalgn caso, ata a oitava xeracin. Isto supn que, a mediados dosculo XII cando menos, pequenos sectores das persoas relacionadas con Ce-lanova tian algn tipo de marca ou recordo dunha orixe familiar na escra-vitude (Andrade 1997). Con todo, os nosos indicios apuntan a que os escra-vos son un grupo claramente minoritario e a piques da sa extincin comotales, se facemos excepcin da escravitude de orixe musulm, da que tamn

    42 Jos M. Andrade Cernadas

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 42

  • temos datos referidos ao mosteiro de Sobrado no sculo XII (Pallares 1978).Por outra banda, tamn hai que contar co sector do campesiado ao que ca-bera integrar dentro da nova servidume que xorde no Occidente nestes s-culos. En principio, e malia que considero que este sector do campesiadorequire dun estudo mis devagar, trtase dun grupo cunha presenza docu-mental e territorial desigual.

    O xurdimento das cidades, termo que pode ser mis axeitado que o derexurdimento adoito empregado, enriqueceu o panorama da sociedade. Ne-las vivan xentes que non tian os labores agrcolas como nico xeito de vi-da: son artesns, comerciantes, traballadores manuais, nobres de medio peloe membros do clero urbano. Conformaban, polo tanto, unha realidade dis-tinta da que atopamos no mundo rural. Distinta pero non radicalmente dife-rente, xa que, polo menos nestes sculos, moito mis o que une os mun-dos urbano e rural ca o que os separa. Cidade e agro van da man. Osexcedentes agrcolas vndense nas cidades; estas dependen para o seu abas-tecemento do campesiado, iso sen esquecer que nalgunhas cidades hai am-plos espazos dedicados producin agrcola e que todas elas estn rodea-das por reas de viedos e hortas, tal e como se pode comprobar polatoponimia cidad. Os labregos tamn necesitaban das cidades. Nelas atopa-ban uns mercados mellor fornecidos que os pequenos mercadios ou feirasdas sas bisbarras. Ao mesmo tempo, a emigracin cara ao mundo urbanoera unha das sadas vitais mis empregadas polos campesios en tempos dedificultade. Hai, por outra parte, outra semellanza vital entre cidade e cam-po. Nos dous casos estamos ante poboacins sometidas ao mesmo marcodun predominante, pero non exclusivo, poder seorial. S cambia a identi-dade do seor. Na maior parte das vilas trtase de arcebispo ou bispos. Nasaldeas constatamos a presenza de seoros episcopais, pero tamn dos mos-teiros ou dalgns nobres.

    De todos os xeitos hai diferenzas entre a sociedade burguesa e campesi-a. Unha das principais a sa distinta capacidade de mobilizacin. certoque no mundo campesio haba unhas redes de solidariedade forte, e quenon sera correcto historicamente esquecer os movementos e actitudes anti-seoriais mostradas polos labregos ao longo deste perodo (Pastor 1980),malia que estas accins tenden a ser silenciadas ou agochadas baixo outrasidentidades pola documentacin da poca que, como se sabe, foi escrita pore para os grupos dominantes da sociedade. Pero no mundo da cidade on-de esa capacidade de loita e o desexo de limitar o poder dos seores se vemis nidiamente. Os diferentes estoupidos contra o poder arcebispal na ci-dade de Santiago, sinaladamente os acaecidos nos tempos de Xelmrez, con-cretamente nos anos 1116 e 1136, respectivamente, que foron rexistradoscon tanta plasticidade como xenreira pola Historia Compostelana, son uns

    43Galicia nos sculos XII-XIII:

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 43

    aspectos xerais

  • dos exemplos mellor coecidos (Pallares / Portela 1988b, 2000). Mis serodia-mente, xa na segunda metade do sculo XIII, suceden movementos parecidosna cidade de Ourense, onde unha parte substancial dos seus habitantes pulanpor abandonar o sometemento ao seoro episcopal para se acolleren ao mar-co do reguengo nos intensos tempos do Rei Sabio (Durany 1996).

    E qu dicir da nobreza? Ao longo dos sculos que estamos a estudar ad-vrtese que a vella aristocracia est a piques de desaparecer. Aqueles grupos,xentes poderosas de feito, e non tanto de dereito, eran posuidores dunhagran fortuna patrimonial e dun gran poder poltico. Pero eran incapaces deconsolidar esa posicin de privilexio dun xeito permanente, por mor, basica-mente, do sistema de herdanza vixente. Tratbase de familias cunha estrutu-ra horizontal e que carecan dun cognomen que os identificara e aglutinara(Pallares / Portela 1989). Pnsese, por exemplo, que falamos da familia desan Rosendo porque somos incapaces de designala doutro xeito (Sez Sn-chez 1948, Pallares 1998).

    Cara a mediados do sculo XIII podemos albiscar unha nova realidade so-cial no seo dos mis poderosos. Xa non falaremos de aristocracia, termo queremite a unha situacin de feito, e empregaremos o concepto de nobrezaque nos pon en relacin cunha situacin de dereito. Imos ver o xurdimentodunha nobreza que, en primeiro lugar, transmite a sa condicin xurdica dexeracin en xeracin. Un parentesco articulado segundo un modelo agnati-cio, e no que os eixes principais son o modelo patrilineal e a idea de liaxe,que ten as sa plasmacin no apelido e no escudo de armas. Mis serodia-mente, en Galicia, non antes de arrincar o sculo XIV, adptase o morgado.

    Pero todo este proceso de conversin dende a vella aristocracia cara nova nobreza foi lento. Pallares e Portela teen estudado o caso dos Trabados sculos XII e XIII (Pallares / Portela 1993), dos que tamn Lpez Sangil fi-xo un traballo (Lpez Sangil 1996). Os Traba son, de feito, un dos gruposnobiliarios mis representativos e mellor coecidos da Galicia deste sculo.A sa anlise permtenos comprobar como moitos dos cambios antes sinala-dos anda non deran rematado. Por exemplo, nestas datas non se consolida-ra o apelido, por mis que hoxe en da identifiquemos os integrantes desegrupo polo seu patronmico. O cognomen dos seus integrantes segue a com-poerse a partir do nome paterno. Tampouco existe anda o escudo de ar-mas. No sepulcro de Fernando Prez de Traba, feito na segunda metade des-te sculo, non haba mis escudo ca unha sinxela cruz que proclamaba a sacondicin de cabaleiro cruzado.

    No canto da transmisin hereditaria tampouco vemos grandes cambiosfronte ao caracterstico das pocas anteriores. Non vemos por ningures nin aidea de primoxenitura, nin a transmisin indivisa dunha parte salientable dopatrimonio familiar cara a un descendente concreto.

    44 Jos M. Andrade Cernadas

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 44

  • Con todo, tamn podemos comprobar algunhas novidades, en especialaquelas que estn en relacin cunha mis estreita e distinta relacin destesgrupos coa monarqua. Pedro Froilaz fora criado e educado na corte deAfonso VI. Posteriormente, o Traba encargarase da crianza e formacin,neste caso na sa propia casa, do neno Afonso Raimndez, o futuro AfonsoVII. O seu fillo, Fernando Prez, fara o propio con quen andando o temporeinara en Len como Fernando II. Esta nova relacin entre a nobreza e amonarqua basase nun marco vasaltico que non exista coa vella aristocra-cia. A nova nobreza depende en gran medida da proximidade aos reis, e dasfuncins, que dun xeito case funcionarial, estes lles poidan encomendar.

    Por outra banda, e como ocorre en todo o Occidente, estase a producirunha paulatina identificacin entre nobreza e cabalera ou, mis xenerica-mente, con todas as funcins militares. Non por iso estrao que, por de-baixo dos grandes nobres, aparezan xentes que deben a sa consideracinnobiliaria ao simple emprego das armas, tal e como sucede cos chamadosinfanzns e os escudeiros que tamn contriben culminacin dunha reali-dade social mis rica e complexa.

    Outro dos procesos mis salientables desta poca a definitiva consolida-cin da ordenacin espacial e interna da igrexa diocesana, as como a homolo-gacin do monacato, ou mellor dito, a finalizacin das vellas influencias domodelo monstico herdado da poca sueva e visigtica. Con respecto ao pri-meiro proceso cabe sinalar o feito da definitiva consolidacin do poder e auto-ridade dos bispos, que, a partir de principios do sculo XII, animados pola vagaautoritaria da reforma gregoriana, van ser quen de se impoer como mximareferencia nas sas dioceses. Estas ven fixados os seus respectivos territorios,non sen tensins entre elas. Como exemplo pdense lembrar as liortas entreMondoedo e Santiago polo control dos territorios de Trasancos e Bezoucos(Lpez Alsina 1988a, Andrade 2002a). Queda tamn fixada a identidade e defini-tiva localizacin dos diferentes episcopados galegos. A s de Iria, por exemplo,foi trasladada a Compostela no ano 1095 (Lpez Alsina 1999b). O mesmo suce-de coa s mindoniense. O seu bispo deixa de residir en San Martio de Mondo-edo entre os anos 1112 e 1117 para se instalar en Vilamaior do val de Brea, aosps da serra do Xistral, dicir, no actual Mondoedo (Andrade 2002a).

    No seo interno culmnase a organizacin dos cadros diocesanos. Por de-baixo do bispo atopmonos cos arcediagos, arciprestes e prrocos, cada undeles con distintas responsabilidades territoriais, sempre baixo o control edireccin do bispo (Lpez Alsina 1988a, 1999a). Os propios cabidos catedra-licios, ata entn non ben definidos nin estruturados, establecen unha organi-zacin interna, unha relacin cos bispos e un estado patrimonial e de rendasque vai ser o definitivo durante varios sculos (Prez Rodrguez 1996, Mos-quera Agrelo 1999).

    45Galicia nos sculos XII-XIII:

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 45

    aspectos xerais

  • Dende un punto de vista cualitativo, o feito mis sinalado no tocante igrexa galega foi, sen xnero de dbida, a promocin da s de Santiago deCompostela ao rango de arcebispado, en 1104, e de s metropolitana, entre1120 e 1124. Ambos os feitos tiveron lugar no perodo sobranceiro de DiegoXelmrez, grazas hbil poltica e prodigalidade monetaria levada a cabopor este singular persoeiro, capaz de ter boas relacins, de xeito simultneo,coa monarqua leonesa, co Papado e coa poderosa orde monstica de Cluny(Fletcher 1992, Lpez Alsina 1999b, Pallares / Portela 2003).

    A provincia eclesistica de Compostela, amais do territorio da propia sxacobea, tia a sa rea de influencia fra do territorio de Galicia. As dioce-ses dela dependentes eran aquelas que tian unha historia anterior, ou benas que foran recentemente fundadas no espazo da vella s metropolitana deMrida, que s deixara de pertencer aos musulmns no ano 1230. No scu-lo XIII eran once os bispados que estaban baixo a autoridade do preladocomposteln. Eran as seguintes:

    DIOCESES PERTENCENTES PROVINCIA ECLESISTICA DE COMPOSTELA NOS SCULOS XII-XIII

    REINO DE LEN REINO DE PORTUGAL

    Salamanca Lisboa

    vila vora

    Ciudad Rodrigo Lamego

    Plasencia Idanha

    Zamora

    Coria

    Badaxoz

    Curiosamente, as outras ss galegas seguiron vinculadas autoridade doarcebispo de Braga, de tal xeito que estas dependan dunha autoridade reli-xiosa pertencente a outro reino, mentres que varias das ss do recentementenado reino luso deban obediencia autoridade do metropolitano composte-ln. Esta situacin ser constante ao longo de todo o perodo estudado, e srematar xa avanzado o sculo XIV cando todas as dioceses galegas pasarna depender da s de Santiago.

    marxe da cuestin da autoridade relixiosa, estes sculos son o que po-deriamos chamar a principal idade de ouro da igrexa de Compostela, posi-blemente ao longo de toda a sa historia. O arcebispo, tal e como acaba deestudar Marta Gonzlez, era unha importantsima instancia de poder (Gon-zlez Vzquez 1996). Ningun acadaba, na Galicia desta poca, un podersemellante sobre terras e homes (Pallares 1992). A isto temos que engadirunha singular riqueza econmica derivada da xestin do seu extenso patri-monio territorial e, por suposto, das rendas e ingresos obtidos dunha apa-

    46 Jos M. Andrade Cernadas

    02AndradeCernadas 5/12/07 18:29 Pgina 46

  • rentemente multitudinaria peregrinacin xacobea que est, tamn, nun dosseus puntos culminantes na historia, o que converte a Santiago e a Galicianunha referencia ben coecida en todo o Occidente cristin.

    Os mosteiros sufriron cambios notables dende finais do sculo XI (Andra-de 1997, 2005). Os mosteiros de mis antiga fundacin, como Samos ou SanPedro de Rocas, e a longa serie de fundacins aristocrticas do sculo X, co-mo Celanova ou Lourenz, foron integrndose, non sen atrancos e resisten-cias baixo a norma unificadora da regra de san Bieito (Andrade 1997, 2000).A implantacin deste modelo monstico, xa hexemnico na maior parte deEuropa e da propia Pennsula Ibrica dende principios do sculo XI (LinageConde 1973), supuxo, entre outras cous