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Ação Março 2008 | BB 200 ANOS Mais um fascículo para você colecionar sobre a história do Banco do Brasil TRABALHO Quando a desmotivação toma conta de sua vida profissional ENTREVISTA Valmir Camilo responde perguntas de associados e de lideranças do funcionalismo ANO XXII - N O 198 - MARÇO 2008

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Ação Março 2008 | �

BB 200 anos Mais um fascículo para você colecionar sobre a história do Banco do Brasil

TRaBaLHoQuando a desmotivação toma conta de suavida profissional

enTRevisTavalmir Camiloresponde perguntas de associadose de lideranças do funcionalismo

ANO XXII - NO 198 - mArçO 2008

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CArTAS

BANCárIO: PrOfISSãO?Parabenizo o diretor William Alves Bento pelo artigo publicado no jornal Ação 197 de jan./fev. 2008, “Bancário: Profissão?”. Suas palavras valorizam e enaltecem os bancários. Como estou afastada do traba-lho há dois anos e meio, sinto muita falta da convivência diária com os colegas e do trabalho que realizava.

O artigo me acalentou e me deixou com a sensação de dever cumprido, pois foram vinte e oito anos de dedicação: “(... traba-lhador esclarecido, de bom nível intelectual, focado, cumpridor de seus deveres e com-petente, o chamado bom de serviço...)”.

Como não me aposentei, mesmo afasta-da, endosso as palavras do diretor: sou ban-cária, com muito orgulho desta profissão. Graciette Lamas EspósitoPorto Alegre - rS

BB 200 ANOSParabéns ao Jornal Ação. A iniciativa bri-lhante mexeu com o meu entusiasmo. Tive a chance de trabalhar na BB quando, em homenagem aos 150 anos, foi inaugura-do o prédio da Avenida Presidente Vargas 384 que recebeu o nome de Visconde de Itaborahy, sendo presidente do BB o antigo funcionário Dr. Marcos de Souza Dantas. Homenageando o evento histórico, a dire-toria do BB concedeu a seus funcionários uma gratificação-extra de “meio” ordena-do (proventos) - o que muito marcou em mim. O Banco do Brasil, além de uma es-cola, continua sendo um celeiro de valores indiscutíveis. Seus funcionários ocuparam e continuam ocupando os cargos mais im-portantes no Governo, nas áreas Federal, Estadual e Municipal. A ANABB, brilhante-mente, sabe dar continuidade a tudo isso, divulgando sempre o que de melhor existe e acontece na nossa Casa, hoje tão bem presidida por um funcionário de carreira. Parabéns. Raymundo Affonso Nettorio de Janeiro - rJ

NOTA dA redAçãOI – Republicamos o resultado do gráfico da página 11 do Ação 197, pertencente a matéria “Ouvindo os funcionários de agências”, para corrigir o resultado apre-sentado. Os entrevistados quando per-

guntados se o Banco do Brasil cumpre a missão de promover o desenvolvimento do País, afirmaram: 41,3% disseram “plena-mente”; 53,3% “parcialmente”; 4,7% que o BB “não cumpre essa missão”; e 0,7% não soube avaliar. A correção já foi feita no jornal Ação 197 que se encontra no site www.anabb.org.br.

II – Ao contrário do que foi publicado na sessão de cartas do Ação 197, o autor da carta intitulada “Para quem não quer ser feliz” é o associado Francisco Antônio Salles de Campo Grande (MS) e não Antonio Romualdo Rosa, de Tiete (SP). Por isso, republicamos o depoimento.

Li a carta do Camilo (Ação nº 196) e quero levar-lhe minha solidariedade. Realmente, a crítica gratuita, sem fundamento nos fa-tos, acaba irritando, em face da flagrante in-justiça. Infelizmente, temos colegas sempre insatisfeitos; vêem tudo nebuloso e tétrico. São adeptos do “quanto pior, melhor”.

A maioria, porém, dos associados têm plena consciência da importância da ANABB e do quanto a administração do Cami-lo tem sido eficaz, para proporcinar aos associados muitos benefícios e defender seus interesses mais prementes.

Lembro, como aposentado, que Cami-lo defendeu ardorosamente a proposta de reajustes para os aposentados, desvin-culados dos funcionários da ativa. Ela foi bem aceita e passamos a ter os reajustes anuais e obrigatórios (em caso de “su-perávit”), contratualmente garantidos, o que veio em boa hora, já que tempos de-pois o BB deixou de conceder, por quase 6 anos, reajustes aos seus funcionários. Tivéssemos ainda atrelados aos colegas da ativa, nossos proventos estariam, hoje, totalmente defasados.

A última conquista foi o oferecimento, pela ANABB, do Plano Odontológico, gra-tuito. Levando-se em conta o alto custo do tratamento dentário, é benefício conside-rável. Como Camilo disse: “fomos criados para sermos felizes”. Cabe a cada um lutar em busca da felicidade e não ficar aferrado no muro das lamentações.Francisco Antônio SallesCampo Grande - mS

Ação

ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600Site: www.anabb.org.br e-mail: [email protected] redação: Ana Cristina Padilha, Fabiana Castro, Priscila Mendese Tatiane Lopes Anúncio: Fabiana Castro e-mail: [email protected] edição: Felipe Alvarez Bittencourt MTB TMTB7355JD/DF revisão: Juliana Rodrigues editoração: Raido Propaganda foto da Capa: George GianniPeriodicidade: mensal Tiragem: 157 milBanco de Imagem: AbleStockImpressão: Gráfica Positiva fotolito: Photoimage

dIreTOrIA-eXeCUTIVA

CONSeLHO deLIBerATIVO

VALmIr CAmILOPresidente

WILLIAm JOSé ALVeS BeNTODiretor Administrativo e Financeiro

deNISe LOPeS VIANNADiretora de Comunicação e Desenvolvimento

GrAçA mACHAdODiretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência emÍLIO S. rIBAS rOdrIGUeSDiretor de Relações Externas e Parlamentares

ANTONIO GONçALVeS (Presidente)Ana Lúcia LandinAntilhon Saraiva dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDouglas José ScortegagnaÉlcio da Motta Silveira BuenoGenildo Ferreira ReisInácio da Silva MafraIsa Musa de NoronhaJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé Bernardo de Medeiros NetoJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMércia Maria Nascimento PimentelNilton Brunelli de AzevedoRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo Gonçalves

CONSeLHO fISCAL

HUmBerTO eUdeS VIeIrA dINIZ (Presidente)Armando César Ferreira dos SantosSaul Mário MatteiAntônia Lopes dos SantosDorilene Moreira da CostaElaine Michel

dIreTOreS eSTAdUAIS

Paulo Crivano de Moraes (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Franz Milhomem de Siqueira (AP)Olivan de Souza Faustino (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Pedro Vilaça Neto(ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Solonel Drumond Júnior (MA)Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)Edson Trombine Leite (MS)José Humberto Paes Carvalho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Benedito Dias Simeão da Silva (PI)Moacir Finardi (PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)Robert Dagon da Silva (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Walcinyr Bragatto (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras enti-dades, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj.15 CEP: 70351-510 Brasília/DF

jornal edITOrIAL

Este editorial não foi escrito, como sempre, pelo presidente da ANABB, Valmir Camilo. Isso porque, nesta edição, o presi-dente estava empenhado em outro trabalho: responder per-guntas de associados da ANABB e de lideranças de entidades ligadas ao funcionalismo. Ele fez questão de analisar uma a uma e, ainda, continua respondendo perguntas de cerca de 200 associados, que serão publicadas no site da ANABB.

Sendo assim, neste jornal Ação, você vai poder confe-rir a posição da ANABB diante de diferentes temas. Foram várias páginas dedicadas a isso, pois levamos em conta a importância de responder cada questão detalhadamente, para não haver dúvidas. Você vai verificar que Valmir Camilo fala sobre os assuntos pertinentes a ANABB, mas também a Cassi, Previ, entre outros. Isso porque a ANABB, por ser uma associação nacional representativa dos funcionários do Banco do Brasil, tem o dever de estar por dentro dos assuntos referentes a todas essas entidades e manter o as-sociado bem informado.

As novidades do Ação 198 não param por aí. Você poderá conferir matéria exclusiva sobre desmotivação no trabalho. O texto apresenta depoimentos, dados e a visão do Banco do Brasil sobre o assunto. Você também poderá fazer o teste que vai indicar como anda a sua motivação profissional.

A seção Banco do Bancário continua com força total. Cada vez mais, recebemos depoimentos de funcionários, aposentados e pedevistas interessados em contar sua rela-ção com o Banco. Confira nesta edição duas emocionantes histórias de vida.

Junto com este jornal, você recebe o segundo fascículo da série BB 200 anos. Esse é um presente que a ANABB preparou para todos os associados, que são tão importan-tes na história do Banco do Brasil. A capa dura para colecio-nar os fascículos está em fase de finalização. Já recebemos e-mails e cartas de milhares de associados interessados em receber a capa. Em breve, todas as solicitações serão atendi-das. Quem não pediu seu exemplar, ainda pode fazê-lo. A partir de agora, criamos um e-mail próprio para isso: os associa-dos interessados em receber a capa dura devem enviar a solicitação para [email protected]. Não esqueçam de colocar nome, matrícula e endereço.

Esperamos que gostem das matérias desta edição. Quem tiver sugestões de assuntos para os próximos jornais pode enviar e-mail para [email protected].

Aproveitem!diretoria da ANABB

DúviDas esclareciDas

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mostrou que funcionários desmotivados e pouco comprometidos com a empresa em que trabalham custam ao Brasil cerca de 39 bilhões de dólares por ano, o equiva-lente a quase 4% do PIB. Em alguns países europeus, as perdas chegam a represen-tar um percentual ainda maior da econo-mia local, como no caso da França, com perdas que representam 5,8% da riqueza nacional. “Colaboradores desmotivados são sinônimo de prejuízo. Aumentam o número de erros, o atendimento aos clien-tes é ruim e o tratamento entre os colegas de trabalho sofre atrito. No ambiente ban-cário, um funcionário desmotivado pode criar grandes problemas para a organiza-ção”, completa Isaac.

A motivação dos funcionários é o combustível que faz uma empresa fun-cionar. É claro, que o caminho para se alcançar 100% de satisfação entre todos os membros da empresa, como no Banco do Brasil, que possui mais de 85 mil funcionários, é difícil. No entanto, esse é um dos desafios dos gestores. Eles devem conhecer a equipe e motivar as pessoas a crescerem juntas, acompa-nhando o avanço da instituição. “A moti-vação ainda é um grande desafio para as empresas e deve ser preocupação. Por meio dela, há melhoria nos proces-sos internos, dos produtos, envolvimen-to e comprometimento”, avalia Maria Inês Felippe, psicóloga, especialista em Administração de Recursos Humanos e autora do livro “4 C´s para Competir com Criatividade e Inovação”.

mais liberdadeClara* é funcionária do Banco do

Brasil desde 2004, e sente na pele o que é trabalhar desmotivada. Para ela, excesso de trabalho, falta de fun-cionários e de treinamentos, horários abusivos e gestão ruim são causas de insatisfação no BB. “Levamos nas cos-tas a cobrança inerente ao serviço dos clientes e dos chefes. Falta pessoal o que prejudica o rendimento do serviço e aumenta o descontentamento dos

clientes. Se você quiser pertencer a tal setor, se vira para ler e aprender. Nada de treinamento ou curso para obter in-formações”, confessa. A funcionária ad-

mite ainda que o que mais a incomoda é a baixa rotatividade. “Existem geren-tes que estão em exercício na mesma cidade e na mesma agência há mais de dez anos. Ao invés de serem transferi-dos para conhecerem clientes e funcio-nários novos, eles empobrecem a em-presa com filosofias ultrapassadas”.

Segundo a pesquisa publicada pela ANABB, alguns outros pontos também elevam o grau de desmotivação, como salários baixos, pressão por metas ina-

tingíveis e irregulares, acúmulo de fun-ções, horas extras não pagas, cobrança da chefia e estresse dos clientes.

A professora da Universidade de Brasília (UnB), Ana Magnólia Mendes, defende a reflexibili-dade de normas e padrões nas organizações como forma de melhorar o ambiente de traba-lho. Para ela, quem precisa de ajuste é o trabalho e não as pessoas. Doutora em psicolo-

gia do trabalho, Ana utiliza a abordagem psicodinâmica do trabalho para explicar que a motivação está ligada a possibili-dade do trabalhador ser autêntico e ter espaço para negociar suas atividades. “O trabalho é um espaço político, deve haver negociação entre os funcionários e a empresa. Quando a empresa impõe regras inflexíveis, aparecem a desmoti-vação, as doenças, a falta de qualidade profissional”, afirma.

Seguir esses conselhos não signifi-

Joana* trabalhou durante 27 anos no Banco do Brasil, quando foi convida-da a aposentar-se. Passados 32 anos de sua posse, ela guarda como lem-brança do Banco uma cena de horror. “A pessoa responsável pela administração da agência gritando, sem parar, comigo e com uma colega, responsabilizando-nos por todos os números negativos da agência. Ninguém nos defendeu”. Para a funcionária, a situação gerou diversos problemas, entre eles a desmotivação com o trabalho. “A primeira idéia foi de aposentar-me, sem esperar nada, inde-pendente da perda que isso geraria. Eu ia todos os dias para o Banco chorando, com dor no peito. A desmotivação era o único assunto entre os funcionários. Hoje, eu digo a todos que o BB te dá duas alegrias: uma, quando você entra e, outra, quando você sai. Sendo que, quando eu saí, a alegria que eu sentia, era maior que quando eu entrei”.

O depoimento acima reflete a si-tuação de centenas de funcionários

e ex-funcionários do BB e confirma algumas fragilidades no cotidiano do Banco identificadas em pesquisa encomendada pela ANABB no ano passado. A insatisfação foi uma das questões apontadas pelo funcionalis-mo. Em todas as regiões, a maior parte dos funcionários já pensou em deixar o BB para procurar novo emprego, com destaque para a região Norte - 68,5%. Na região Centro-Oeste, 66,7% dos funcionários afirmaram que o BB não é o melhor lugar para se trabalhar.

A internet também é usada como instrumento para reclamações. Em uma das muitas comunidades existen-tes no site de relacionamentos Orkut, que discutem o dia-a-dia do Banco, os internautas confessam não querer mais trabalhar no BB, se decepcionaram com a função exercida e até choram quando precisam trabalhar. “Tô pensando em sair do Banco”; “minha saúde (física e emocional) se deteriorou depois que comecei a trabalhar no BB”.

A desmotivação no trabalho é fru-to, em geral, de um conjunto de pro-blemas que atinge empresas no Brasil e no mundo. Condições insatisfatórias para exercer a atividade profissional, liderança inadequada, política da empresa, questões salariais, falta de reconhecimento e comprometimento, além do excesso de trabalho, são as principais causas que levam os funcio-nários a perderem a motivação.

Para o publicitário, Isaac Martins, mes-tre em Comunicação pela USP, fundador do Instituto Isaac Martins e Folk Treina-mentos, a desmotivação no trabalho está ligada à fatores internos e externos. “Se-gundo estudos, o que mais desmotiva um colaborador na organização é a falta de valorização do trabalho, de possibilidade de crescimento, supervisão inadequada e clima organizacional. Salário é importante, porém não é a razão principal”. Uma pes-quisa do Instituto Gallup sobre a falta de engajamento da força de trabalho, publi-cada no ano passado pela Revista Exame,

DesMOTivaÇÃO:siNÔNiMO De PreJUÍZO

a desmotivação no trabalho afeta a vida de muitas pessoas. no BB, o funcionalismo também sofre com o problema. Gestores e funcionários devem estar atentos, pois a motivação

é o combustível que faz uma empresa funcionar

CAPA

“Uma pessoa pode ganhar muito bem, porém ter dificuldades em manter-se em um emprego se a gestão for ineficaz”

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ca dizer que o ambiente de trabalho se transformará num local de lazer, pois ele continuará regido por disciplinas. A dife-rença será a preservação e a garantia da liberdade. “Trabalho é lugar de exe-cutar tarefas, mas quando a estrutura é muito rígida, sem opções estratégicas, os trabalhadores passam a não se sen-tir bem. Funcionários não são robôs. O ideal é ajustar os espaços para que a empresa possa acolher todos os perfis. Isso incentiva a criatividade, a indepen-dência e a participação”, completa Ana.

A professora também critica a atual fi-losofia de trabalho imposta pelas empre-sas. Ela considera a situação precária, já que a preocupação com a motivação é superficial e circunstancial. “Para as em-presas, o importante é que o funcionário trabalhe, não importa a sua condição. Os funcionários, por sua vez, se subme-tem pois não têm para onde correr. Com isso, a empresa continua tendo lucro e para ela é isso que importa”.

O caminho é a mudança do modo de gestão. “Se as empresas pensas-sem menos no lucro ou em lucros mais razoáveis e boa produção, elas conseguiriam atingir um nível de pro-fissionais menos desmotivados. É pre-ciso ficar claro para as organizações, e o Banco se encaixa nesse perfil, que a motivação caminha lado a lado com a ética e com a responsabilidade social. Só assim todos saem ganhando”.

IndíciosA desmotivação pode começar

como um desânimo e chegar a níveis que prejudicam o trabalho e a vida pessoal. “Ao invés de levantar e ir para o meu trabalho, eu levanto e vou car-regar minha cruz. É como um remédio de péssimo gosto. A desmotivação atrapalha o aprendizado dos proces-sos internos do Banco. Quando uma pessoa está infeliz com seu trabalho, isso acaba refletindo no tipo de atendi-

mento que ela presta. A desmotivação atrapalha a vida particular e profissio-nal”, resume Clara.

A Consultora Sênior do Grupo Catho DF, Rose Mary Lailla Vargas Gui-di, acredita que as áreas de Recursos Humanos das empresas são funda-mentais na descoberta da desmoti-vação profissional. “O RH da empresa deve ter um plano estruturado, estu-dar caso a caso e ver de que forma os problemas podem ser corrigidos. A empresa deve conhecer os funcioná-rios, ter suas competências mapea-das e buscar onde cada um será me-lhor aproveitado, além de entender o que ele almeja e ouvir o profissional”. Maria Inês compartilha da mesma opi-nião e completa: “todos os gestores de pessoas, independente da área em que atuem, são encarregados por interagir com os funcionários e des-cobrir sobre a desmotivação. Além deles, o próprio colaborador deverá ser um gerador da auto-motivação.

assinale a alternativa que combina com você e cheque o resultado:1) o que mais o incomoda na vida

profissional? a) carreira estagnada b) seu chefe c) ambiente de trabalho

2) Qual sua postura durante as reuniões? a) em algumas seu desempenho é bem melhor que em outras b) você até propõe algumas idéias, mas fica frustrado quando não são aceitas c) já não participa com o mesmo entusias-mo da época em que entrou na empresa

3) Como você definiria seu dia-a-dia no trabalho?

a) momentos de realização alternados com outros de desânimo b) apenas obrigações c) um verdadeiro martírio

4) a vaga que você tanto almejava finalmente surgiu. O que você faz?

a) candidata-se formalmente e mostra que a merece, apresentando projetos b) nada, apenas torce para que ossuperiores se lembrem de você c) já não sabe mais se quer ficar com a vaga e duvida se tem chances reais

5) na hora de distribuir tarefas, seu chefe: a) pergunta se você estaria interessado em fazer parte daquele projeto novo que está em andamento b) delega a você as mesmas responsa-bilidades que tinha na época em que

começou na empresa c) remaneja responsabilidades suas para outros colegas, alegando que você está sobrecarregado 6) sua empresa irá passar por um pro-cesso de reestruturação que implicará mudanças em seu departamento. Como você lida com isso? a) fica animado, quem sabe agora você poderá dar vida àquele projeto engave-tado b) sente-se aliviado, não dá para ficar pior do que está c) mostra-se apreensivo, as mudanças podem piorar ainda mais a situação

7) Quando você faz uma auto-avaliação de sua carreira, a que conclusões chega?

a) que o grande salto você ainda não deu b) que está passando por uma fase de estagnação c) que você era mais feliz em outro em-prego, mesmo ganhando menos

8) Quando aquele projeto que você estava tocando fracassa, como reage?

a) faz o possível para se superar nopróximo b) fica indiferente, pode acontecercom qualquer um c) fica arrasado, isso está cada vezmais freqüente 9) Para você, sucesso profissional é: a) desafio b) poder c) dinheiro

10) Como você se vê profissionalmente daqui a alguns anos?

a) trabalhando na mesma empresa,em cargo mais alto b) não faz planos, tudo pode acontecer c) trabalhando na mesma área, emoutra empresa

some:3 paRa Todas as ResposTas a.2 paRa as ResposTas B.1 paRa as ResposTas C.Resultado:de 1 a 12 pontos: A situação che-

gou a um ponto em que o chefe já está olhando feio para sua desmo-tivação e queda de produtividade. Sua auto-estima está próxima da sarjeta e é preciso urgentemente reavaliar a carreira ou até mesmo procurar outro emprego.

de 13 a 21 pontos: Seu estado ainda não afetou drasticamente a produtividade, mas o grau de apa-tia já começa a preocupar. Identifi-que suas falhas, estabeleça metas e procure descobrir o que desperta seu entusiasmo para recuperar a motivação perdida.

de 22 a 30 pontos: Você está moti-vado e sente que tem pela frente óti-mas possibilidades na empresa. Sua ambição e disposição para enfrentar novos desafios contam pontos a seu favor, mas tente não se cobrar de-mais. Os altos e baixos são inevitáveis durante a carreira.

Fonte: Revista Veja (edição 1662)

A voz do bancoPara a Diretora de Relações com Fun-

cionários e Responsabilidade Sócio-Am-biental do Banco do Brasil, Izabela Campos Alcântara Lemos, a criação de uma ouvi-doria interna e a destinação de verbas que ampliem a comunicação e a qualidade de vida entre os funcionários são estratégias que reforçam a atenção do Banco quanto às questões motivacionais.

Segundo ela, a empresa possui cerca de cinco mil ambientes com um gestor que representa cada equipe. “A relação do gestor com a equipe deve ser de diá-logo, respeito e empenho. Na ouvidoria, os colegas cuidam dos colegas. Houve

a implantação do ECOA – Equipes de Comunicação e Auto-Desenvolvimento – formadas voluntariamente, onde os fun-cionários se unem para viabilizar ações, melhorar a qualidade de vida e apoiar a comunicação interna. Já são cerca de três mil criadas. Existem também as verbas institucionais como a Verba de Relacionamento Interno que custeia celebrações em geral, como aniversa-riantes do mês, Verba de Qualidade de Vida, aplicada em massagens expres-sas, ginástica laboral e relaxamento, Ver-ba de Aprimoramento Profissional, volta-da para compra de livros, entre muitas outras”, explica.

Em comparação a grande parte das empresas no mercado, Izabela avalia posi-tivamente as oportunidades de ascensão profissional e valorização da qualidade de vida no BB. “Existem muitos caminhos que possibilitam a participação e o envol-vimento dos funcionários na empresa. Se o funcionário quiser, ele pode ficar no BB durante anos, até se aposentar. Existe um ambiente de pressão, como em qualquer outra organização. Se aquele local não é o melhor, o ideal é que se busque um am-biente mais prazeroso. Pelo histórico do Banco, acreditamos que o funcionalismo é bastante contemplado com relação aos benefícios”.

“a motivação ainda é um grande desafio para as

empresas e, cada vez mais, deve ser preocupação. por meio dela, há melhoria nos

processos internos, dos produtos, envolvimento e

comprometimento”

- Maria Inês Felippe

“Quando uma pessoa está infeliz com seu trabalho, isso acaba refletindo no tipo de atendimento que ela presta”

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A ANABB está negociando com o Banco a possibilidade de retorno das remunerações em substituição aos cargos comissionados? e qual a posição da ANABB em relação a “lateralidade” criada pelo Banco em 2007?Dione Bezerra dos Santos –Frutal (MG)

Não, Dione. A ANABB não está negociando esta questão da late-ralidade porque esta é uma tarefa do movimento sindical. A posição que a ANABB tem, e que já foi ex-pressada em alguns momentos, é de ser contrária a esse tipo de procedimento, pois a questão da substituição é muito mais recom-pensadora. Cria uma expectativa para o funcionário que, mesmo ele não sendo efetivo no cargo, tem uma perspectiva, em algum momento, de até treinar naquela função. A lateralidade inibe e pre-judica até o processo de sucessão e formação de lideranças.

Nós, da Cassi do interior, contri-buímos, como sempre, e os reais

beneficiados são os que moram em cidades grandes. Por quê? Com o plano OdontoANABB será diferente?Carlos Elias Pasqualotto –Erechim (RS)

Carlos, as vezes as pessoas do interior têm a idéia de que, nas ca-pitais, a Cassi não tem problema. Tem problemas também e há uma parcela do interior que não tem pro-blema nenhum. Tem muito a ver com a questão regional. Em alguns lugares, os médicos se organizam mais e fazem um enfrentamento com os planos de saúde, criando dificuldades para o atendimento. Essa solução virá quando a Cassi tiver um quadro próprio de médicos ou contratados, hospitais e clínicas referenciadas que receberão um pouco mais para poder garantir a prestação de serviço correta. No caso do plano odontológico da ANA-BB, nós estamos trabalhando na di-reção de que esses problemas com dentistas não venham a ocorrer. Os dentistas vão atender sim. Esse é o nosso compromisso. Além disso, no

caso do OdontoANABB, tem a pos-sibilidade do próprio associado no interior entrar no site da ANABB e fazer a indicação do dentista. E nós vamos credenciá-lo.

eu tenho um processo de fGTS planos econômicos que foi enca-minhado para a ANABB no ano de 2001 (7 anos atrás). Não con-sigo entender como colegas que deram entrada posteriormente já receberam. O mérito da questão são os honorários advocatícios? Elizabeth dos Santos Medeiros –Rio de Janeiro (RJ)

Elizabeth, você tem uma ação do plano econômico de 2001 e eu tenho de 1997. E até agora o pre-sidente da ANABB ainda não rece-beu. Há 20 varas da Justiça Federal em Brasília e cada uma atua de uma forma. Depois esses proces-sos seguem para o tribunal e cada um recebe uma turma diferente e ganha ritmos diferentes. Todos os processos serão liquidados, a tese é vitoriosa, todos receberão. Sobre os honorários, a dificuldade tem

valMir caMilO resPONDe assOciaDOs

Com o objetivo de tirar dúvidas dos associados sobre diferentes temas em relação ao Banco do Brasil, o presidente da anaBB, valmir Camilo, lançou o projeto no site da

Associação: Pergunte ao Presidente. Durante 24 horas, 200 associados fizeram perguntas para Camilo. Todos os questionamentos serão respondidos no site da anaBB.

alguns deles foram selecionados e publicados neste jornal ação. entre os assuntos estão previ, Cassi, odontoanaBB, ações judiciais e muito mais

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ficado para os advogados, pois muitos juízes estão se aproveitando da medida provisória [que dispõe que neste tipo de ação, o governo, mesmo saindo perde-dor, não pagaria o advogado da parte ga-nhadora] e estão fixando honorário zero. Esse seu advogado, por exemplo, já está há 7 anos trabalhando no seu processo e corre o risco de não receber nenhum cen-tavo pelo trabalho. Nós temos tentado ver se o associado, de alguma forma, nos ajuda a manter o ânimo deste advogado trabalhando, garantindo o percentual pelo trabalho que ele executou.

Com os superávits seguidos da Previ, não deveria ser reaberto o processo para o pagamento da parte patronal para os pedevistas? Geraldo Antonio Bortollo – Limeira (SP)

Com certeza, Geraldo. Parte do superávit existente hoje dentro da Pre-vi se refere à parte patronal dos pede-vistas que saíram. Eu acho que vamos ter que reabrir essa discussão sim. Até porque existem ações na justiça nesse sentido que são favoráveis ao pedevista. E a ANABB acha que, se a partir da refor-ma do estatuto, quem sai do Banco leva a parte patronal, porque antes da refor-ma o colega não poderia levar também? Esta discussão já está reaberta.

O Plano 1 da Previ não aceita que haja ingresso de mais funcionários, tornan-do-se assim um plano em extinção. Ao longo dos anos haverá um decréscimo natural de participantes e um volume enorme de recursos. Qual destino terá esse patrimônio? Alexandre Haddad– Anápolis (GO)

Isso mesmo, Alexandre. Daqui pra frente nós vamos ter que nos acostumar

a, todo ano, discutir superávit. Essa discus-são não vai ser feita uma vez só e acabar. No primeiro momento foi redução de con-tribuição, no segundo momento a extinção da contribuição, num terceiro momento re-alinhamento do plano, e daqui pra frente esse debate com o funcionalismo deve continuar. E quem deve participar dessa discussão é verdadeiramente quem está no plano de benefícios 1. O que deve ser levado em conta é que o plano de previ-dência deve ser equilibrado: não tem que ter muito superávit, nem déficit. Ao longo do tempo, nós vamos ter que estar dis-cutindo isso para fazer com que no final essa conta feche. Quando não tiver mais aposentado para pagar, o fundo não tenha mais dinheiro. E que esses recursos sejam distribuídos enquanto existir beneficiário.

Se está sobrando dinheiro na Previ, porque não se aplica o princípio da iso-nomia e atualiza-se a aposentadoria dos pós-97?Iraci Berviria Gomes– Concórdia (SC)

Iraci, do ponto de vista do benefício, falta pouco a ser feito para resolver o problema dos pós-97. Chegamos ao cál-culo de contribuição de 90% e vamos a 100%. O que desequilibra essa rela-ção entre pré-97 e pós-97 é o salário de contribuição dos funcionários da ativa. Esse período - marcado por redução salarial, falta de reajustes - ocasionou um benefício menor. Nós temos que ter inteligência para encontrar um meca-nismo que possa reequilibrar essa re-lação, independente da base de contri-buição. Eu pretendo, como presidente da ANABB e conselheiro eleito da Previ, apresentar uma proposta inovadora. Já tenho e apresentarei essa sugestão na próxima edição do jornal Ação.

Tenho dois filhos com idade abaixo de 24 anos que estudam em universida-des particulares a um custo bastante alto. O que a ANABB poderia fazer? Adoção de convênios ou até mesmo bancar um percentual da mensalidade com desconto no Ir?Jose Arnaldo dos Santos – Maceió (AL)

Jose, na questão do IR, é possível, individualmente, buscar na justiça o direito de abater integralmente o valor pago para as faculdades. Eu, particu-larmente, tenho uma ação vitoriosa nesse sentido. Sobre os convênios, o que o associado pode fazer é nos ajudar, indicando as faculdades e as escolas que eles querem que a ANABB faça contato para conseguir descontos. Para isso, basta enviar um e-mail para [email protected]

O valor do aumento das mensalidades da ANABB foi mais de 50%. Já pedi ex-plicações que não me convenceram. Também solicitei informações sobre quanto ganham os dirigentes e quais os auxílios.Otto Wehr – Gramado (RS)

Da mesma forma que os funcionários do Banco sofreram com ausência de rea-justes, a ANABB também sofreu. Todos os custos da instituição cresceram e, como nós trabalhávamos com a perspectiva de manter a mensalidade atrelada ao salário do funcionalismo, em muitos momentos deixamos de dar reajustes. O que a gen-te fez agora foi um realinhamento. Enten-demos que a mensalidade da ANABB é a mais barata de todas as entidades e que a maioria delas quase não presta serviços para seus associados, embora tenha uma mensalidade muito maior.

Nós temos otimizado esses recursos com a criação de benefícios diretos e indiretos, que podem se transformar em benefícios. O plano odontológico é um. As contratações de seguros são outro. O que você pode ter certeza é o seguinte: o que a ANABB já distribuiu de benefícios é quase dez vezes maior do que ela já arrecadou em toda sua existência. Quan-to aos salários dos dirigentes da ANABB, esses estão vinculados diretamente aos salários de carreira do BB. Ninguém ga-nha nada extra, não tem adicional, não tem auxílio-moradia. É como se estivesse trabalhando no Banco.

Porque a entidade não propõe, em nome dos associados aposentados, ação para reaver a cesta-alimentação contra a Previ?Ruben Ferreira Carvalho –São Lourenço (MG)

Ruben, além de presidente da ANA-BB, eu sou conselheiro deliberativo elei-to pelos funcionários na Previ. Antes de propor uma ação contra a Previ, eu levei este assunto para o Conselho. A Previ está analisando a perspectiva de pagar o equivalente a cesta alimentação para os aposentados. Dentro dos próximos

meses, discutiremos este assunto no Conselho. Só mesmo depois de esgota-das todas as possibilidades pelas vias administrativas é que nós vamos pen-sar numa possibilidade de entrar com uma ação judicial.

Na Previ, para aqueles que se aposen-tam com menos de 30 anos, aplica-se a proporcionalidade, levando o benefício para a vida toda, diferente dos demais. Não está havendo isonomia entre eles. Pode-se questionar isso judicialmente?Reinaldo Zocche– Curitiba (PR)

Reinaldo, você tem toda a razão. Fun-do de Pensão será sempre um fundo de capitalização, seja ele de benefício defini-do (BD) ou de contribuição definida (CD). A regra tempo de trabalho, até mesmo na previdência oficial, já foi substituída por tempo de contribuição. Tinha todo senti-do fixar o benefício dos participantes da Previ em função do tempo de trabalho, uma vez que este tempo era igual ao tem-po de contribuição. Com o fim das con-tribuições – desde janeiro de 2007 – ne-nhum funcionário, ativo ou aposentado, contribui para a Previ – restará apenas o tempo de trabalho. Não podemos calcu-lar benefícios apenas por tempo de tra-

balho, assim esta regra deve ser alterada. Caso contrário, vamos viver no futuro. Na Previ, a realidade de ver um aposentado com 26 anos de trabalho e 26 anos de contribuição recebendo 26/30 do salário como benefício e um funcionário com 15 anos de contribuição e 30 anos de tra-balho recebendo 30/30 do salário como benefício. Portanto, ele contribuiu menos para a formação do bolo e receberá uma fatia maior. Não é justo.

Numa empresa de tamanha dimensão, como o BB, é possível administrar cortes de benefícios e de pessoal, considerados pelos executivos como “indispensáveis” à perpetuidade da empresa e, ainda assim, admitir-se que os valores da responsabi-lidade social e da sustentabilidade não foram transgredidos? de que forma? Clístenes Henrique da Silva – Paulo Afonso (BA)

Clístenes, se o Banco quer ser o ban-co do mercado – o Bradesco do Governo Federal - não vai conseguir dar respos-tas pra essas questões que você está colocando. A atuação responsável co-meça dentro de casa. A sustentabilida-de começa dentro de casa. Não dá pra você vender pra sociedade que você é um banco que defende um desenvolvi-

“nós temos otimizado esses recursos com a criação de benefícios diretos e indiretos, que podem se transformar em benefícios. o plano odontológico é um. as contratações de seguros são outro. o que você pode ter certeza é o seguinte: o que a anaBB já distribuiu de benefícios é quase dez vezes maior do que ela já arrecadou em toda sua existência.”

“parte do superávit existente hoje dentro da previ se refere à parte patronal dos pedevistas que saíram. eu acho que vamos ter que reabrir essa discussão sim.”

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mento regional sustentável se você não tem uma política de sustentação da sua própria cadeia produtiva e de seu funcio-nalismo. Como é que você vende para a opinião pública uma idéia que não está no inconsciente ou no consciente das pessoas que estão desempenhando um papel? O Banco caiu numa armadi-lha, ele tem que sair dela e sair dela é abandonar o novo mercado. Dizer as-sim: “Olha, sou mesmo banco público, sou mesmo um banco de governo, tenho mesmo política diferente de um banco privado”. Encarar a mídia, o mercado e quem quer que seja. Ir para o enfrenta-mento pra construir um país melhor.

A proposta da ANABB para o uso do superávit da Previ [benefício único de r$ 500,00 para todos] é comple-tamente estapafúrdia. Verificamos então que a ANABB aprova a medida do governo que, a cada ano, achata a

aposentadoria dos que ganham mais de um salário. Quem ganha mais é por seu próprio mérito e logicamente deve ganhar mais do que o pessoal que não conseguiu progredir na carreira.Aloysio –Rio de Janeiro (RJ)

Aloysio, não podemos trabalhar com essa premissa de que o salário de cada aposentado é justo porque é sobre o que ele contribuiu. Isso não é verdadei-ro. Nós não estamos falando de um pla-no de contribuição definida e sim de um plano de benefício definido. E esses be-nefícios foram impactados por políticas de governo que atravessaram a vida de parcela do funcionalismo do Banco e provocaram o caos. Quem se aposen-tou antes de 97 não sofreu os impac-tos brutais da redução salarial que foi imposta aos funcionários da ativa pelo governo Fernando Henrique Cardoso e

que continua nesse governo, embora os salários minimizados tenham sido corrigidos pelo INPC. E você dizer e aceitar a tese de que todo mundo se aposentou com um salário que merecia é injusto, é cruel, é perverso. Nós não vamos aceitar isso. Melhorar a base do salário, melhorar a vida de quem ganha menos é obrigação, sim, de quem luta pelo interesse de todos. Tem muita gen-te que recebe muito dinheiro da Previ e que deve ter seus reajustes corretos, mas primeiro nós precisamos equilibrar essa conta. Tem muita gente ganhando muito menos que merecia e que ajudou com seu esforço e com seu trabalho, a construir esse Banco e a formar esse superávit. E tem direito de receber um benefício melhor. Se é com benefício único ou se é revendo todo o plano, isso nós temos que construir no debate e não aceitar como premissa de que o que está dado, está dado.

“Melhorar a base do salário, melhorar a vida de quem ganha menos é obrigação,

sim, de quem luta pelo interesse de to-dos. Tem muita gente que recebe muito

dinheiro da previ e que deve ter seus reajustes corretos, mas primeiro nós

precisamos equilibrar essa conta”

valMir caMilOresPONDe PergUNTasDe liDeraNÇas DO BBo presidente da anaBB, valmir Camilo, também respondeu questões de lideranças do funcionalismo do Banco do Brasil. a pedidos, as perguntas não foram editadas. por esse motivo, alguns questionamentos estão longos. desta forma, todas as perguntas estão contextualizadas e de mais fácil entendimento

Alcir A.Calliari - aposentadoe ex-presidente do BB

Alcir Calliari - Considerando que o cres-cimento da ideologia neoliberal no Bra-sil: é intensamente apoiado pelos meios de comunicação e está fortemente instalado em todos os níveis do corpo permanente dos órgãos da administra-ção direta e indireta; e que estes fatos proporcionam forte influência em toda a formulação e execução das políticas públicas, pergunto:

Acredita o Sr. Presidente da ANABB que, apesar das declarações dos políti-cos e do plebiscito ocorrido nas últimas eleições presidenciais - quando a socie-dade brasileira disse um vigoroso NãO à privatização do Banco - seja possível a progressiva e imperceptível descarac-

terização do Banco do Brasil, por meio de sucessivas medidas administrativas que reduzem a importância do Banco no cenário produtivo do Brasil e enfra-queçam o espírito de corpo da empre-sa? Afinal, fica claro que um Banco do Brasil igual aos bancos privados do país é totalmente desnecessário.Valmir Camilo: Calliari, concordo com você. Acredito que o pior dos males é a política do atual governo para o BB. Os atuais dirigentes do nosso Banco estão convencidos que repetir o recei-tuário dos bancos privados é garantia de sucesso. A ida do BB para o chama-do “novo mercado” é uma armadilha. A obrigação de remunerar os acionistas privados, no atual formato, impõe a obrigação de gerar mais lucros, atuan-do exatamente como atuam os bancos privados: uma corrida louca pelo maior resultado. Eu disse maior, não melhor resultado. A imprensa, comprometida com o sistema, cobra do Banco do Bra-sil “a mesma eficiência” e o resultado é o que você chamou de “progressiva e imperceptível descaracterização do

Banco”. Deveríamos ter a coragem de criar um modelo próprio para o BB e fugir da onda equivocada do “novo mercado”. Quem sabe criar o que eu te-nho chamado de “ações preferenciais especiais”, que seriam oferecidas aos acionistas privados, com garantia de rentabilidade mínima, quem sabe taxa Selic – independente do lucro apurado em cada exercício. O Governo Federal continuaria com as ações ordinárias e com o controle. Desta forma, o nosso BB voltaria a ser o verdadeiro agente financeiro do governo, puxando para baixo as taxas de juros, alongando os prazos dos financiamentos caracteriza-dos como investimentos, que possam gerar aumento da produção nacional e por conseqüência mais empregos. Acho que esta história vai terminar como mais um devaneio do Valmir Ca-milo, pois faltará coragem para fazer di-ferente, num governo onde nada se cria e tudo se copia, com um novo nome e uma nova embalagem. A receita do FHC para o Banco do Brasil, no governo Lula chama-se “novo mercado”. Uma pena.

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Sérgio faraco – São Paulo (SP) –Aposentado do BBSérgio faraco - Por que a ANABB não respeitou o princípio da capitalização previsto para os planos de Previdência Privada e não considerou as contribui-ções vertidas por todos os participantes indistintamente ao apoiar a distribuição de superávit ocorrida em 2007 e ao pro-por agora um absurdo abono linear, per-mitindo que tenha havido a transferên-cia de recursos da esmagadora maioria dos participantes em prol daqueles que estão no topo do Banco, da Cassi e da Previ, embora tenham contribuído em valor idêntico ao de outros que nada receberam (75% sobre os proventos gerais), nem um centavo a mais?Valmir Camilo - Sérgio, o sistema de ca-pitalização obrigatória dos fundos de pre-vidência privada só começou em 1982. Nem mesmo a Previ tem todos os regis-tros das contribuições individuais na re-serva de poupança de cada associado, para o período anterior. O fundamento da sua pergunta está correto: todos con-tribuíram em valor idêntico. Apenas uma correção, “contribuíram com critérios de contribuição idênticos”, uma vez que os valores dependem dos salários, que são diferentes. No entanto, a maior injustiça está no fato de que a média dos bene-fícios recebidos por aposentados antes de 1997 é mais que o dobro da média dos aposentados de pós-97. Era preciso primeiro diminuir esta diferença, antes de começar a tratar todos igualmente, acho que não é justo tratar igualmente os desiguais. A ANABB não está propon-do apenas um abono linear, está propon-do um aumento de salário para todos, com piso de R$ 500,00. Um aumento de 10% para quem ganha R$ 20 mil são R$ 2 mil, mas para quem ganha R$ 1 mil são R$ 100,00. Um aumento sem piso só vai aumentar as desigualdades, com reflexos até mesmo nos benefícios dos pensionistas. Mas estamos propondo também um amplo debate sobre o tema e acho que suas colaborações poderão ajudar muito.

davi Zaia – presidente da Federação de Bancários de São Paulo e deputado estadual (PPS/SP)

davi Zaia - Temos assistido um proces-so extremamente forte de concentra-ção no sistema financeiro brasileiro e internacional. No último ano, o BB, de certa forma, entrou neste processo com a absorção do BeSC. A impren-sa falou em outros bancos estaduais. Como você analisa este processo, principalmente considerando que isto sempre diminui os empregos?Valmir Camilo - David, a concentração do sistema financeiro brasileiro é uma viagem sem volta. O BB entrou na corri-da pela compra de outros bancos muito tarde. Enquanto incorporou o BESC com ativos de perto de R$ 4 bi, o Santander comprou o ABN com ativos de mais de R$ 130 bi, uma covardia. Todos os de-mais bancos estaduais disponíveis para a incorporação por parte do BB não so-mam R$ 10 bi. Acho que a evolução tec-nológica já colocou o sistema bancário no limite das possibilidades de redução do quadro de pessoal. A concentração do sistema está se consolidando entre os grandes bancos remanescentes, restando apenas a possibilidade de entrada de capital estrangeiro no setor. Assim, sou um otimista que acredita que o setor passará a fazer uma viagem de volta, pois o atendimento feito por terminais eletrônicos e internet virou

comodite. Desta forma, o atendimento personalizado realizado por gerentes de contas deverá crescer, demandan-do o ingresso de mais bancários. Os bancos tinham um único grande clien-te pagando taxas de juros muito altas, que era o governo. Com a queda na taxa de juros, que remuneram os títulos públicos, eles terão que buscar novos tomadores. O papel do bancário poderá voltar a ser importante para o sistema.

davi Zaia - Valmir, você tem acompa-nhado com muito rigor a questão dos fundos de pensão, sendo que a Previ é o maior deles. Por outro lado a expecta-tiva de vida da população tem aumen-tado. Você julga que a regulamentação legal hoje existente é suficiente para dar tranqüilidade aos participantes?Valmir Camilo - Hoje, o país já tem uma estrutura consolidada para garantir a tran-qüilidade dos participantes da previdência complementar fechada e aberta. O sistema de regulação e controle atende bem o se-tor, mas a cultura previdenciária ainda não foi bem entendida pela sociedade. Falta conhecimento para os magistrados que continuam decidindo sem entender as re-gras e a imprensa pouco contribui, uma vez que poucos profissionais estão preparados para produzir material jornalístico coerente sobre o tema. Mas os problemas do passa-do estão superados por regras mais claras e pela entrada de grandes bancos e segu-radoras internacionais no setor. Recente-mente a SPC exigiu a mudança da tábua de mortalidade, nos cálculos atuariais dos fundos, como forma de compatibilizar os planos atuariais ao aumento da expectativa de vida dos participantes. davi Zaia - O crédito tem um papel re-levante no desenvolvimento do país. Sendo o BB o maior banco do país, e um banco público, você acredita que a sua política de crédito atende as necessidades de crescimento do país com distribuição de renda?Valmir Camilo - O crédito no BB atende mais o interesse da empresa e menos o

interesse do país. O banco tecnológico afasta uma grande parcela dos possíveis usuários, por absoluta incapacidade de operar as ferramentas utilizadas pelo setor. A maior parte da oferta de crédito está sendo utilizada para o consumo, mas este modelo se esgota rapidamente se não houver disponibilidade de crédito para a produção. Hoje, um cliente pes-soa física entra na internet e contrata um empréstimo, sem falar com o gerente da agência bancária. Os financiamentos para custeio e investimento da produção dão mais trabalho e o sistema bancário – incluindo o Banco do Brasil – já fez a opção, que é a melhor para o Banco, mas não é a melhor para o país.

Lourenço Prado - Presidente da CONTEC (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito)

Lourenço Prado - Após esclarecimentos prestados pela Previ e algumas entida-des representativas de funcionários, as

alterações no estatuto e regulamento do Plano I da Previ, que estabeleceram destinação específica dos superávits acumulados, foram “recomendadas” e acabaram tendo aceitação dos asso-ciados, visto que o argumento principal foi o de que beneficiariam a todos. Processados os cálculos/alterações, as medidas decepcionaram grande nú-mero de associados, podendo-se afir-mar que determinados segmentos não terão nenhum benefício financeiro em suas aposentadorias.

Pergunta-se:1) A ANABB tinha conhecimento de simulações ou estudos de que o Bene-fício especial de remuneração atende-ria apenas cerca de 21.500 associados e de que o Benefício de Proporcionali-dade e renda Certa também atenderia somente o mesmo número?2) Comprovada a decepção com os resultados da partilha do superávit da Previ, a ANABB pretende adotar medi-das para minimizar o impacto do Pla-no? em caso positivo, quais? Valmir Camilo - Lourenço, quando se tra-ta de processamento de informações, o Banco e suas instituições – Previ e Cassi – deixam muito a desejar.

Boa parte do atraso na implementa-ção das medidas aprovadas teve causa nas dificuldades da Previ em processar as informações para avaliação, até mes-mo, do custo de implantação de cada uma das alterações. Nem mesmo os con-selheiros deliberativos tiveram acesso aos números exatos dos beneficiados e aos valores previstos para cada um dos segmentos de associados. Sempre tra-

balhamos com valores médios, que car-rega distorções grandiosas. No entanto, é importante salientar que as medidas adotadas até agora atingiram todos os participantes do Plano de Benefício 1 da Previ. A redução na contribuição e pos-teriormente a suspensão da cobrança significaram um aumento real no salário ou benefício de todos os participantes. Outras alterações introduzidas também eram importantes para diminuir a distân-cia entre os aposentados de pré e pós 1997. A média dos benefícios pagos aos aposentados de pré-97 é de R$ 9 mil e a média dos benefícios de pós-97 é de pouco mais de R$ 4 mil. O grande volume de superávit recomenda a manutenção, para o ano de 2008, da suspensão das contribuições como medida preliminar. A ANABB pretende patrocinar um amplo debate com todos os segmentos organi-zados para definir a forma mais justa de utilização do superávit, não existe nada definido, apenas teses.

“o atendimento personalizado realizado por gerentes de contas deverá crescer, demandando o ingresso de mais bancários.”

“a média dos benefícios pagos aos aposentados de pré-97 é de R$ 9 mil e a média dos benefícios de pós-97 é de pouco mais de R$ 4 mil”

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“o papel do bancário poderávoltar a ser importante para o sistema.”

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Augusto Carvalho – conselheirodeliberativo da ANABB e deputado federal (PPS/DF)

Augusto Carvalho - Como o Banco do Brasil pode enfrentar os efeitos da cri-se no sistema financeiro/imobiliário dos eUA? O BB está preparado para se defender dos possíveis impactos na economia brasileira? A situação pode afetar o Banco?Valmir Camilo - Augusto, o que afeta os Estados Unidos afeta o mundo. Mas acredito que nos últimos 15 anos, por-tanto desde o governo Itamar, o país tem feito um esforço para criar uma blindagem que possa resistir aos refle-xos das crises internacionais, tirando até mesmo proveito das dificuldades de outros países. A valorização da nos-sa moeda em relação ao dólar é uma pequena prova do que eu estou dizen-do. O Banco, no entanto, está na con-

tramão da história, pois está perdendo espaço no mercado interno, indepen-dente das questões internacionais. O Banco deixará de ser o maior banco brasileiro, muito em breve, e não tem nada que possa impedir isto. Quando o Banco, por políticas de governos, dei-xou de participar da concentração do sistema financeiro nacional – impedido de comprar outros bancos – pratica-mente definiu seu destino. O BB faz um esforço imenso para abrir 30 agências enquanto o Bradesco compra 300. Não dá pra competir. A solução seria deixar de ser o maior para ser o melhor. Mas pode ser que os bancos privados, que estão ganhando dinheiro como nunca, tirem o pé do acelerador do crescimen-to apenas para não “magoar” o governo Lula. Não deve ser fácil passar para a história como o governo que permitiu que o BB deixasse de ser o maior ban-co brasileiro.

Zilton Tadeu figueiredo de Campos Aposentado do BB.

Zilton Tadeu - A ANABB, desde que foi criada, só serve aos interesses da dire-toria do Banco do Brasil e dos diretores e conselheiros da entidade, desprezan-do seus associados, que lhe dão condi-ção de sustentação financeira e políti-ca, para que a diretoria da associação viva em situação de nababos e aumen-te exponencialmente seu patrimônio pessoal e os conselheiros e diretores regionais vivam em regime de privilé-

gio, verdadeira situação de sinecura. esconde-se atrás do estatuto para não acionar judicialmente o Banco do Brasil, a Cassi e a Previ e cobra cargos por isso, produzindo novas sinecuras. Quando é que a diretoria e conselhos da ANABB vão modificar o estatuto no sentido de poder mover ações judiciais contra o Banco do Brasil, Cassi e Previ e assim passar a defender, finalmente, os verdadeiros grandes interesses dos associados, que são a Cassi e a Previ?Valmir Camilo - Zilton, alguém já disse que não existe pergunta indiscreta, o que existe são respostas indiscretas. Não exis-te uma única verdade nas afirmações que você faz, quando pergunta. No entanto, estamos aqui garantindo o seu direito de ofender. Acho que você não deveria acre-ditar em tudo que dizem à respeito dos dirigentes da ANABB, algumas pessoas me procuraram para dizer que você é um “louco”, e eu não acreditei.

Zilton Tadeu - Por que a ANABB não consulta os seus associados-contri-buintes sobre a modificação do esta-tuto, de forma que a diretoria passe a cumprir com o seu dever, jamais cum-prido, de acionar o Banco, a Cassi e a Previ na defesa dos seus associados?Valmir Camilo - A ANABB foi criada em 1986, durante a constituinte. A idéia dos idealizadores, o mais ilustre é o nosso amigo Camilo Calazans, era ter uma en-tidade que pudesse atuar na defesa dos funcionários do Banco e do próprio Banco, além das atividades denominadas sin-

dicais. Mesmo assim, logo os sindicatos começaram a achar que a ANABB tinha nascido para ser “o sindicato nacional dos funcionários do Banco do Brasil”. Então, com a reforma estatutária da ANABB, em 1992, os dirigentes da época decidiram colocar um artigo que reconhece o direito e o dever dos sindicatos de representar os trabalhadores do Banco nas questões tra-balhistas. O óbvio para não deixar dúvidas. Quando assumi a direção da ANABB, ten-do vindo do movimento sindical, também fui acusado de estar na ANABB para trans-formá-la num sindicato. Eu criava mais polêmica quando respondia que a ANABB era uma entidade muito importante para virar sindicato. Pura provocação. O tempo se encarregou de provar que o sindicato tem o seu papel, da mesma forma que a ANABB conquistou o seu lugar e a sua im-portância. A ANABB já moveu ações contra o Banco, contra a Previ, contra a Cassi e contra os governos. Numa das próximas edições do nosso Jornal Ação estaremos relembrando cada uma delas.

Isa musa de Noronha é vice-presidente da UNAMIBB e Presidente da FAABB- Federação das Associações de Aposenta-dos do Banco do Brasil.Isa musa - Nós nos conhecemos bem. Já estivemos do mesmo lado em elei-ções (Cassi 98) e em lados opostos muitas vezes. Sempre admirei a ANA-BB e defendo sempre nossas entida-des. Acredito que são as instâncias de defesa dos interesses de ativos e aposentados do BB. Tanto que sou fi-liada não só à ANABB, mas também à UNAmIBB, AAfBB, AfABH, SATéLITe, COOPerfOrTe e AABB BH. Combato, nos grupos de discussão na internet, as idéias de desfiliação da ANABB que alguns desafetos tentam fazer vingar. Vejo isso como aquela história da “ra-posa e as uvas”: essas pessoas gosta-riam de dirigir a ANABB e, como não conseguem vencer as eleições para o Conselho deliberativo e mudar a ges-

tão ficam atirando pedras. Claro que todos têm o direito de não concordar com determinados atos da sua gestão e, aqueles que não concordam com quase nada devem procurar juntar os que pensam assim e lançar candidatu-ra e tentar vencer.

é por nutrir enorme apreço pela ANABB que insisto: a ANABB tem todas as condições objetivas para ser o gran-de baluarte da defesa do funcionalismo do BB. Note que os Sindicatos hoje são braços da política de governo. desde quando não se fala, neste país, de greve de metalúrgicos, greve de petroleiros? essas eram categorias combativas. Hoje a CUT as amordaça da mesma for-ma como abafa toda fagulha de reação de bancários de bancos públicos. mas, o senhor e nossa ANABB ultimamente têm preferido cair nos braços do fami-gerado Campo majoritário e invariavel-mente saem de mãos dadas nas elei-ções Previ. falta coragem de arriscar ou desapego ao poder que os cargos na Previ oferecem?

estou convicta de que a ANABB ven-ceria esse “braço amado do PT” (não é engano: é AmAdO mesmo!) se arris-casse bater chapa contra eles e, quem sabe? Talvez pudesse buscar outras alianças: nossas oposições bancárias e algumas de nossas Associações de Aposentados que historicamente ques-tionam a gestão da Previ. A ANABB daria um salto extraordinário para con-quistar aliados e associados e ganharia ainda mais respeitabilidade.

“...a maior injustiça está no fato de que a média dos benefícios recebidos por aposen-tados antes de 1997 é mais que o dobro da média dos aposentados de pós-97.”

“nós vamos defender esse estatuto e as condições de melhorias que a Cassi sofreu com essa alteração, que foi aprovada pela maioria absoluta do funcionalismo”

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“o tempo se encarregou de provar que o sindicato tem o seu papel, da mesma forma que a anaBB conquistou o seu lugar e a sua importância.”

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Veja na última revista “Carta Capi-tal” que Sérgio rosa foi “enquadrado” pela ministra dilma nas negociações da compra da Brasil Telecom pela Oi, que resultará em uma companhia telefônica com faturamento superior a 20 bilhões de reais por ano. Pois é a ministra dilma rousseff, quem de fato manda na Pre-vi? e o Conselho deliberativo da Previ não esperneia? Vale a pena, vale sua reputação e a da ANABB se juntar a es-ses que pautam os interesses da Previ segundo os interesses do Governo?Valmir Camilo - Isa, eu costumo dizer que nem todo mundo é santo que não tenha um dia de demônio e nem tão demônio que não tenha um dia de san-to. Aprendi a ver santos e demônios em todos os cantos. Como dirigente da ANABB, tenho que ter uma posição. Como conselheiro deliberativo da Previ, tenho que ter uma posição. Tenho pro-curado pautar minha vida de respon-sabilidade com o funcionalismo do BB em todos esses momentos. Já estive junto com você e com o campo majori-tário e já estive como adversário, por-que as discussões são pontuais. Elas têm a ver com o que interessa para o funcionalismo. Em determinados mo-mentos, tem um grupamento de pes-soas que defende o que interessa para

o funcionalismo e nós estamos juntos. Num outro momento, o que interessa para o funcionalismo é outra coisa que tem outro grupamento de pessoas. E nós estaremos juntos. Estou convenci-do que estar junto e defender a Cassi era defender sua reforma estatutária. Era defender o aporte de recursos do Banco de R$ 300 milhões, era equili-brar o plano de associados, era botar no estatuto que o Banco tem responsa-bilidade com os aposentados - porque o TCU esta querendo que os aposenta-dos sejam retirados da Cassi. Nós va-mos defender esse estatuto e as con-dições de melhorias que a Cassi sofreu com essa alteração, que foi aprovada pela maioria absoluta do funcionalis-mo. Então, na Cassi não era possível estarmos juntos, porque você apoiou as pessoas que queriam o caos da Cassi, queriam o fim da Cassi, queriam o não pelo não. Isso não quer dizer que me senti menor, porque junto comigo tinha gente do partido A, do partido B, da corrente C, da corrente D. O que importava para mim era estar a favor da Cassi, venham de onde vier, falem a língua que tiverem que falar, tenha a origem que tiver, venham do movimen-to ou não venham, sejam anônimos, sejam importantes, sejam ministros

de estado ou seja um aposentado que saiu de porta em porta pedindo para aprovar o estatuto da Cassi. Rendo a todos a minha homenagem e é com eles que eu quero estar. O dia que nós estivermos juntos nas idéias, nós va-mos estar juntos de corpo e alma. En-quanto nós estivermos divergindo nas idéias, eu não vou fazer aproximações porque sou a favor ou contra esse go-verno. Eu vou ser sempre a favor do funcionalismo do Banco do Brasil.

O MeiO-aMBieNTeeM sUas MÃOspequenos gestos podem contribuir para a preservação da natureza.Você está fazendo sua parte?

“A natureza é inexorável, e vingar-se-á completamente de uma tal violação de suas leis.” Com essa afirmação, o india-no Mahatma Gandhi, no início do século 20, já especulava que a humanidade poderia sofrer num futuro bem próximo caso violasse os limites impostos pelo meio-ambiente. O que se percebe é que esse limite foi ultrapassado, e muito. O mundo parece começar a acordar para este fato e a responsabilidade ambien-tal passou a não ficar limitada a apenas a esfera governamental e empresarial, mas também individual.

O que você, no seu dia-a-dia, pre-judica o meio-ambiente? O que você pode fazer para minimizar este impac-to? Essas são perguntas que devem

ser feitas e, você vai perceber que pequenos gestos podem ajudar mui-to a Mãe Natureza. No Brasil, temos a maior quantidade de água doce do mundo: quase 14% de toda a reserva do planeta. Mas tratamos muito mal uma das nossas maiores riquezas. Uma pesquisa do IBGE de 2002 reve-lou que 47,8% dos municípios brasilei-ros não coletam nem tratam o esgoto. A sujeira vai parar nos rios. Outro dado é que a demanda da humanidade é 25% maior do que a oferta de recursos naturais, o que ameaça a capacidade de regeneração do planeta.

As conseqüências do nosso comporta-mento estão estampadas nos noticiários, como aumento recorde da temperatura,

derretimento de geleiras, elevação do nível dos oceanos ameaçando cidades próximas ao nível do mar, desertificação, maior número de incêndios florestais, au-mento da força e da freqüência de tufões, ciclones e furacões devido ao aquecimen-to das águas dos oceanos.

No entanto, nem tudo está perdido. Ainda existem soluções e a primeira delas é a urgente retomada de consciência por parte de cada cidadão. Para agir de for-ma sustentável devemos ter consciência de que nossas relações sociais atingem a realidade à nossa volta. Por isso, nas pró-ximas páginas você terá dicas de como valorizar o meio-ambiente e descobrir qual o retorno dessas ações na melhoria da qualidade de vida. Novas atitudes am-

meIO-AmBIeNTe

“vale a pena, vale sua reputação e a da anaBB se juntar a esses que pautam os interesses da previ segundo os interes-ses do Governo?”Isa musa de Noronhaé Vice-Presidente da UNAMIBB e Presidente da FAABB-Federação das Associações de Aposentados do Banco do Brasil.

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“Rendo a todos a minha homenagem e é com eles que eu quero estar. o dia que nós estivermos juntos nas idéias, nós vamos es-tar juntos de corpo e alma. enquanto nós estivermos divergindo nas idéias, eu não vou fazer aproximações porque sou a favor ou contra esse governo. eu vou ser sempre a favor do funcionalismo do Banco do Brasil”

por Tatiane Lopes

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bientalmente responsáveis e a mudança de comportamento podem conduzir ao uso sustentável dos recursos naturais do planeta. “Evite o desperdício, reduza o consumo, recicle sempre que possível e cuide bem do seu jardim. Ensinar isso às crianças é fundamental na constru-ção dos hábitos das próximas gerações”, aconselha a bióloga Tatiana Brisolla.

Novos ConceitosImagine sua vida sem ar ou água.

Certamente, você viveria pouco tempo. Nesse simples exemplo, dá para per-ceber o quanto somos dependentes do meio ambiente. O alerta é que cada cidadão fique atento e saiba o porquê de se preservar a natureza, evitar o desperdício de água, energia, combus-tível, papel, alimentos e outros recur-sos; além de incentivar a redução do lixo, o reaproveitamento, a coleta sele-tiva e o consumo responsável.

Reduzir, reutilizar e reciclar são palavras que representam o primeiro passo para grandes mudanças. São pequenos gestos que começam em casa, se estendem ao trabalho, che-gam nas empresas, no governo e ga-nham os holofotes do mundo inteiro.

» evite pegar mais saquinhos dos que os necessários no mercado; que tal aderir à moda e levar a sua própria sacola de pano (que são até mais re-sistentes).» Utilize o mínimo necessário de pa-pel. evite imprimir sem necessidade.» No trabalho utilize videoconferên-cias para evitar viagens. » evite deixar a torneira aberta ao fazer a barba, escovar os dentes ou lavar a louça. e nem pense em usar mangueiras para lavar calçadas, quintais e carros. » Só use a máquina de lavar com a

carga máxima de roupas.» Não jogue óleo de frituras ou restos de comida em pias ou na privada, pois pode causar entupimentos e dificulta o tratamento do esgoto. » Não jogue lixo nas ruas, nos lagos, córregos, rios e mar. Uma latinha jo-gada pela janela do carro, por exem-plo, é arrastada pela chuva, entope bueiros, causa enchentes e prejudica a qualidade da água.» Novos edifícios com hidrômetros individuais por apartamento, estimu-lam a economia de água e a conta é mais justa pois cada família só paga o quanto consome. » Pesquise receitas de alimentos a base de cascas de frutas e talos e fo-lhas de verduras.» Prefira veículos movidos a álcool, biodiesel ou modelos bicombustí-veis (híbridos / flex). Fique de olho na manutenção do seu veículo. Um motor mal cuidado pode consumir 50% mais combustível e produzir 50% mais CO2. Se você dirige 20.000 km por ano, reduza sua rodagem em 10%. experimente deixar o carro em casa e tente alternativas como ir a padaria a pé. essas medidas ajudam a despejar menos CO2 no ar.» Procure adquirir eletrodomésticos com maior eficiência energética. Na compra de eletrodomésticos, verifi-que se o produto tem o selo Procel (nas marcas nacionais) e energy Star (nas importadas).» desligue luzes e equipamentos quando não estiverem sendo utiliza-dos. evite deixar computadores liga-dos 24 horas por dia e configure-os para que desliguem seus monitores quando estão em espera; quando possível troque as lâmpadas incan-descentes pelas fluorescentes, elas

duram até 10 vezes mais e economi-zam até um terço de energia.» Prefira escadas, em vez deelevador. » recicle sempre. Separe o material reciclável do seu lixo:

* o que pode ser reciclado: garrafa e pote de vidro, garrafa PET, sacola de plástico, filme plástico e embalagem, lata de alu-mínio, embalagem de marmitex, embala-gem longa-vida, isopor, lâmpada incan-descente e fluorescente. *o que não pode ser reciclado: vidro refratário de panela e travessa para mi-croondas, espelho, lenço de papel, papel higiênico, absorvente, fralda descartável, louça, barbeador descartável, papel-car-bono, etiqueta adesiva, cabo de panela, tomada, esponja de aço.

» evite produtos muito embalados.» Não queime lixo doméstico.» Plante árvores. elas são aspirado-res naturais de gás carbônico. Uma árvore pode absorver até uma tone-lada de CO2 durante sua vida. Além disso, elas proporcionam sombra e amenizam a temperatura dentro das residências, o que reduz o uso de con-dicionadores de ar ou ventiladores.

de acordo com a consultoria max Ambiental, uma pessoa que roda 20 quilômetros por dia num carro 1.0 movido à gasolina emite 1,87 tone-lada de CO2 por ano. Para neutrali-zar essas emissões, precisa plantar nove árvores, a cada ano. Só uma ida e volta na ponte aérea rio-São Paulo exige o plantio de uma árvore por passageiro. Você pode calcular sua emissão anual de CO2 e a quan-tidade de árvores por ano que deverá plantar a fim de neutralizar os ga-ses de efeito estufa emitidos no site http://www.florestasdofuturo.org.br

Lar ecológicoArquitetos podem projetar constru-

ções ecológicas utilizando madeiras de reflorestamento, energia solar, reaproveitamento da água, tecnologia para captação de chuva, camada de terra com vegetação para diminuir o aquecimento interno, sensores de pre-sença para iluminação, ampla ventila-ção (janelas), tijolos de vidro e telhas translúcidas para aproveitar a luz na-tural etc.

Fontes: Planeta Sustentável e Portal Natureba

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CONTrIBUIçãO PArA A NATUreZA :50 kg de papel velho =uma árvore poupada1.000 Kg de papel reciclado =20 árvores poupadas1.000 Kg de vidro reciclado =1300Kg de areia extraída poupada1.000 Kg de plástico reciclado =milhares de litros de petróleo poupados1.000 Kg de alumínio reciclado =5000Kg de minérios extraídos poupados

em 15 minutos, 280 litros de água escorrem para o ralo. Torneira aberta sem uso é água limpa que vai para o esgoto.

O CO2 é o gás que mais contribui para o aque-cimento global. entre os possíveis impactos do aquecimento global no Brasil previsto por pesquisadores brasileiros do INPe (Instituto Nacional de Pesquisas espaciais) estão: nos próximos anos, as regiões Sul e Sudeste vão sofrer com chuvas e inundações cada vez mais freqüentes; a floresta Amazônica pode perder 30% da vegetação, por causa de um aumen-to na temperatura que vai de 3ºC a 5,3ºC até 2100; no Nordeste, até o fim do século, a varia-ção deve ficar entre 2ºC e 4ºC; o nível do mar deve subir 0,5 metro nas próximas décadas e 42 milhões de pessoas podem ser afetadas.

Alguns estudos indicam que um litro de óleo pode contaminar até um milhão de litros de água. O melhor é colocar o óleo utilizado numa garrafa de plástico, fechá-la e colocá-la para coleta seletiva. existem entidades que até co-letam o óleo para a produção de sabão, deter-gente, glicerina e biodiesel.

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deCLaRação poLêMiCaUm dia após se declarar favorável

à privatização da Infraero, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior, Miguel Jorge, defen-deu a privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, além da abertura de concorrência para o setor de correios e telégrafos. Para ele, o governo deveria se desfazer de todas as empresas que não são estra-tégicas para a administração do país. O ministro, entretanto, fez questão de salientar que se trata de sua opinião, e que irá endossar a posição do go-verno caso este entenda que a Infra-ero deve ser uma empresa pública. Sou ministro disciplinado, completou Miguel Jorge. “Defendo a privatiza-ção não só da Infraero, mas de todas as empresas que não fazem parte do ‘core business’ do governo, que é a saúde, a educação e a segurança. No meu conceito pessoal, inclui bancos. No caso dos Correios, vários países têm esse departamento privatizado”, disse ele, com a ressalva de que se trata de uma opinião pessoal, e caso o governo defenda publicamente o contrário, irá seguir as decisões. Mui-tos questionam: será que o ministro não falou demais?Fonte: Globo Online -com adaptações - 03/3

NO CrAVO e NA ferrAdUrA

SeRá que é DeSSA Vez?A taxação de grandes fortunas

volta ao debate no Congresso na es-teira da proposta de reforma tributá-ria - ela é prevista pela Constituição desde 1988, mas precisa ser regu-lamentada para entrar em vigor. O Governo Federal quer ganhar o apoio para a iniciativa, prometendo dividir a nova arrecadação com estados e municípios. Há proposta de taxação para patrimônios superiores a R$ 1 milhão. O ex-secretário da Receita Fe-deral, Everardo Maciel, diz que o im-posto é uma “aberração” e induziria a “despatrimonialização” do país.

Fonte: Jornal do Brasil – 03/3

21 anos de sUCessoA maior publicação da ANABB com-pletou seus 21 anos em março de 2008. O jornal da entidade, criado em março de 1987, foi batizado como Ação na sua terceira publicação, em outubro daquele ano. Desde então, o jornal passou a ser referência entre as publicações direcionadas ao fun-cionalismo do Banco do Brasil. Pres-tes a atingir a edição nº 200, o Ação é distribuído em todo o Brasil e chega a casa de milhares de associados. In-formação de qualidade e de interes-se dos bancários do BB são marcas registradas do jornal da maior Asso-ciação da América Latina.

MEMÓRIA

MUdança na Lei do TRaBaLHo A necessidade de comprovar períodos tão longos de experiência representa uma barreira para o mercado de tra-balho, principalmente para os mais jovens. Mas, agora, isso pode mudar. Uma lei que começou a valer no início de março determina que os emprega-dores podem exigir, no máximo, seis meses de experiência. É uma comple-mentação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que vale para quem tem

aTenção RedoBRadaA Receita Federal alertou que, mais uma vez, golpistas estão aproveitando o momento da entrega da declaração do Imposto de Renda (IR) para enviar men-sagens falsas, com o objetivo de obter os dados bancários dos contribuintes e utili-zá-los indevidamente. O órgão reafirmou que nunca, em nenhuma hipótese, envia e-mails aos contribuintes, que devem alertar à polícia quando receberem men-sagens como estas. Caso o contribuinte tenha dúvidas, pode ligar para o Receita-fone (0300-7890300), que atende todos ao custo de ligação local. A Receita espe-ra receber 24,5 milhões de documentos até o dia 30 de abril. Em 2007, o número de declarações entregues até o prazo foi de 23,270 milhões.Fonte: O Globo

carteira assinada. Os concursos para cargos em regime de CLT também não poderão exigir experiência maior do que seis meses. Para o professor de Recursos Humanos da Fundação Ge-túlio Vargas (FGV) Sérgio Amad, as mu-danças podem atrapalhar as empresas que precisam de profissionais mais ex-perientes, mas por outro lado, dá aos jovens mais chances de concorrer. Fonte: Jornal Nacional

O reajuste de 9,2% no salário míni-mo, que passou de R$ 380,00 para R$ 415,00, está acima da inflação, mas o valor do novo mínimo passa longe de ser o ideal para cobrir os custos de uma família, como previsto na Consti-tuição Federal, aponta pesquisa do De-partamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Pelo estudo, o salário mínimo no início deste ano deveria ser de R$ 1.924,59. “Isso é uma estimativa de quanto deveria ser o salário mínimo para haver uma reposição de força de trabalho digna”, afirmou José Maurício Soares, economista do Dieese.

No Brasil, mais de 12 milhões de aposentados e pensionistas do INSS recebem o salário mínimo.

Fonte: Agência Brasil, com adaptações

PArABÓLICA

ZerO e deZ

MíniMo foRa do ReaL

invesTiMenTo eM Cidadania

A Fundação Banco do Brasil está em-penhada no desenvolvimento social de comunidades carentes. Uma tec-nologia social, de saneamento bási-co na área rural, está modificando a vida de famílias que vivem nos mu-nicípios ocupados pela usina hidre-létrica de Corumbá IV, em Goiás. O objetivo é substituir as fossas negras das propriedades rurais - responsá-veis pela disseminação de inúmeras doenças, como diarréia, hepatite e cólera - por fossas sépticas biodiges-toras, que tratam o dejeto humano e produzem adubo orgânico líquido para culturas perenes.Fonte: Com informações do site Pauta Social

sUpeRáviT do pLano 1é de R$ 52,9 BiLHões

“No ano em que as contribuições foram suspensas e pagamos R$ 5,3 bilhões em benefícios, terminar o ano com patrimônio de R$ 137,1 bilhões significa crescimento real de um plano maduro”. Assim o presidente da Previ, Sérgio Rosa, resumiu a evolução de 215,1% do Plano 1, desde 2002. O superávit consolidado do Plano 1 tota-lizou R$ 52,9 bilhões. Desse total, 25% ou R$ 15,52 bilhões integram a Reser-va de Contingência e o restante, R$ 37,41 bilhões estão alocados na Re-serva para Revisão do Plano, utilizada para realizar melhorias nos benefícios.

A utilização do superávit começou em 2006 com a redução da Parcela PREVI (PP) e o aumento do benefí-

cio mínimo, além do corte de 40% nas contribuições e da diminuição da taxa de juros para 5,75%. No ano passado, foi definido o uso do su-perávit para mudar a tábua atuarial para a AT-83, suspender as contribui-ções, elevar o teto de contribuição de 75% para 90%, alterar a fórmula de cálculo do complemento Previ e pagar benefício especial para quem contribuiu por mais de 30 anos.Fonte: Previ

A Câmara dos Deputados rejeitou no dia 11 de março a emenda que aca-bava com a obrigatoriedade da con-tribuição sindical dos trabalhadores. Foram 234 votos pela obrigatorieda-de da contribuição e 171 contrários. Com isso, os trabalhadores continu-am sendo obrigados a pagar a con-tribuição sindical. Durante a votação do projeto de lei que legaliza as cen-trais sindicais e que reconhece as organizações como entidades de re-presentação dos trabalhadores, os deputados aprovaram as emendas do Senado ao projeto. A proposta já havia sido aprovada pela Câmara em 17 de outubro do ano passado, mas foi alterada na votação dos senadores. Na primeira votação da

Câmara, os deputados aprovaram emenda do deputado Augusto Car-valho (PPS-DF) que acabava com a obrigatoriedade da contribuição sindical dos trabalhadores. Mas na votação no Senado, a emenda foi re-jeitada e na nova votação na Câma-ra, os deputados mantiveram o texto aprovado pelos senadores. Segundo o presidente da Força Sindical, de-putado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), entre as vantagens da proposta está a possibilidade de reunir todas as categorias em uma única organi-zação. Além disso, as centrais pode-rão representar os trabalhadores na justiça comum e na federal, “inclusi-ve recorrer diretamente ao Supremo Tribunal Federal”.

CâMaRa apRova oBRiGaToRiedade da ConTRiBUição sindiCaL

CONGreSSO

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Trabalhei 30 anos no BB - de 1966 a 1996. Passei por di-versos cargos comissionados por 22 anos consecutivos. Fiz dezenas de cursos. Meu trabalho era valorizado até mesmo por gestores competentes. Aposentei-me razoavelmente bem, devo admitir.

Mas passei por alguns percalços que este canal, hoje, me possibilita relatar para sensibilizar - quem sabe? - os atuais diretores em benefício dos milhares de funcionários que, como eu, dedicam suas vidas ao BB.

O trabalho no Banco no começo da minha carreira era muito valorizado pela empresa e pela sociedade. Contu-do, quando chegou o neo-liberalismo, época da “caça aos marajás”, surgiram também as doenças relacionadas ao excesso de trabalho e a metas inatingíveis. Diverticulite precoce, hipertensão, diabetes, depressão (a LER ainda não tinha aparecido). O “maior patrimônio da empresa” traba-lhava sem receber e sem lazer, enfrentando adversidades, superando desafios, sendo humilhado e desrespeitado a todo o momento. Faltando apenas nove meses para minha aposentadoria, a suprema humilhação.

Como não podiam me jogar nos PDVs da vida, tiraram o meu cargo sem nenhuma razão e explicação e nomearam um caixa que tinha a tal da habilidade e depois o demitiram - o colega também ficou sem o cargo e sem a habilidade (seria essa a razão?). Eu me aposentei, embora fora do cargo. Quanto à situação dele, eu não sei.

Hoje, luto para chegar aos 60 anos de idade com trata-mento quimioterápico, combatendo um câncer de pâncre-as e duodeno. Resumo minha vida bancária com versos do poeta Mário Quintana:

A rua dos cataventosDa vez primeira em que me assassinaramPerdi um jeito de sorrir que eu tinha...Depois, de cada vez que me mataram,Foram levando qualquer coisa minha... E hoje, dos meus cadáveres, eu souO mais desnudo, o que não tem mais nada...Arde um toco de vela amarelada...Como o único bem que me ficou.

Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!Ah! Desta mão, avaramente adunca,Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada.

Aves da noite! Asas de horror! Voejai!Que a luz, trêmula e triste como um ai,A luz do morto não se apaga nunca.

Celso peito MacedoAposentado do Banco do BrasilIngressou em 1966 em Minas Gerais

Sem reCONHeCImeNTOfaltando apenas nove meses para minha aposentadoria,tiraram o meu cargo sem nenhuma explicação

paRTiCipe!Envie seu depoimento sobre sua relação com o BB. Envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF. O assunto deve ser Banco do Bancário.

Não posso afirmar que foi uma carreira brilhante, mas me proporcionou muita satisfação pessoal

Lá estava eu na agência do Banco do Brasil de Andradina (SP), cidade por mim escolhida, graças ao direito concedido como primeiro colocado no concurso, para tomar posse no quadro de auxiliar de escrita, em agosto de 1962.

Ao longo de minha carreira, encerrada em abril de 1991, passei por todos os cargos de agência. Não posso afirmar que foi uma carreira brilhante, mas tudo que vivi nessa jornada me proporcionou muita satisfação pessoal, momentos de crescimento profissional. Servi como pude. Gostava e gosto do Banco, apesar de discordar do proces-so de modernização pelo qual a empresa passa, gerando dificuldades inerentes a processos de modificação.

Realmente o Banco mudou, tem mudado e deverá mu-dar muito. No meu tempo o BB mudou. Na minha posse, a conta-corrente era lançada em fichas à mão. A grande revolução veio quando distribuíram as máquinas P600 para as agências. Na seqüência vieram as “NCR”. Aque-las sim, se tornaram a grande transformação da época. Faziam todo o serviço contábil: lançamentos, balancetes, balanços e também as diferenças do fim do dia.

Incontáveis noites afora. Trabalhávamos com o lança-mento do movimento do dia em uma bandeja da máquina e na outra uma pizza, devorada aos poucos na medida em que o serviço ia fluindo. Era nosso jantar. Minha vivência no Banco daria um livro, assim como a de vários colegas.

Vou aqui citar alguns fatos curiosos que acho valer a pena. Costumava comentar o fato de o Banco do Brasil com seus 180 anos de existência não ter um símbolo e cores que o representassem. Tempos depois após um

concurso, surgiu o símbolo que até hoje o representa com suas cores: azul e amarelo.

Em outra situação, ao terminar o recebimento pela su-pridora, saímos com duas malas vazias e pedimos um táxi. Aguardávamos, ali na calçada, com as malas no chão. O táxi chegou, embarcamos e o motorista partiu. Perguntei ao colega: “E as malas você pegou?” Ele disse: Eu não e você ?... Fizemos o contorno, voltamos e lá estavam as duas malas, no chão, tal qual as havíamos deixado. Outros tempos. Já nos meus 67 anos de vida, hoje aposentado, só restam boas recordações, muitas histórias e muitas... muitas saudades...

Manoel (nome fictício) Aposentado do Banco do BrasilIngressou em 1962 em Andradina (SP)

BOAS reCOrdAçÕeS e mUITA HISTÓrIA PArA CONTAr

BANCO dO BANCárIO

“Gostava e gosto do Banco, apesar de discordar do processo de modernização pelo qual a empresa passa, gerando dificuldades inerentes a processos de modificação.”

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CArTA dO dIreTOr

O Superávit dA CASSiNos últimos 10 anos, superávit é o assunto para a Previ.

O funcionalismo do Banco acabou se acostumando com a história de que suas duas principais entidades eram refe-renciadas como prima rica e prima pobre. A diferença de tratamento dada pelo Banco entre as duas era evidente até mesmo na indicação de seus representantes para os qua-dros de direção da entidade. No período de 10 anos foram poucos os diretores Administrativo e Financeiro da Cassi, indicados pelo Banco, que suportaram mais de 1 ano no cargo, uma rotatividade que só não aconteceu no caso dos diretores eleitos. Lessivan Pacheco, por exemplo, que foi di-retor da Cassi durante o período de 1998 a 2006, era diretor do Sindicato dos Bancários de Salvador (BA), cumpriu 8 anos de mandato, saiu da Cassi e do Banco do Brasil, aderindo ao pacote de benefícios criado para os altos executivos, colocou no bolso um caminhão de dinheiro e foi criar bois no interior da Bahia. Aliás, é de lá que vem também o candidato a dire-tor pela Chapa 3 na Cassi, diretor do Sindicato de Salvador, liberado de suas funções pelo Banco e dono de uma Clínica de Fisioterapia e Acupuntura.

Nos últimos 10 anos, a Cassi apresentou déficit no Plano de Associados, um período marcado pelo enfrentamento en-tre os dirigentes eleitos e indicados, onde a fragilidade dos dirigentes indicados esbarrava na incapacidade das partes em construir alternativas e o NÃO foi a tônica de uma déca-da de gestão na Cassi. O grupo político do ex-diretor e do atu-al candidato a diretor pela Chapa 3, continuou dizendo NÃO para a Cassi. Quer agora, com um discurso sem fundamento técnico, continuar a política da negação, na esperança de travar a gestão da Cassi pelos próximos 4 anos. A maioria ab-soluta dos associados da nossa Caixa de Assistência disse SIM pra Cassi. É preciso que esta mesma maioria continue dizendo SIM pra Cassi. O retrocesso pode colocar a Cassi, de novo, no caminho do enfrentamento vazio e inconseqüente, com graves prejuízos para seus usuários. Enquanto o time

da negação poderá, quem sabe, seguir a vida, fora do Ban-co, criando bois ou cuidando de sua clínica.

A primeira grande mudança na Cassi já foi percebida. O Plano de Associados tem SUPERÁVIT. É, o superávit é da Pre-vi e da Cassi, também. Podem comemorar. A turma do NÃO continua agredindo a maioria que aprovou as mudanças, dizendo que “se não foi preciso usar o aporte de R$ 300 mi-lhões do Banco e, ainda assim, o plano registrou superávit, então não existia déficit!”. O que mostra que eles, até agora, não entenderam as propostas de mudança. Caso não tives-sem sido aprovadas, o DÉFICIT do Plano de Associados seria de R$ 57 milhões. Vamos fazer conta: R$ 64 milhões pela contribuição sobre o 13° salário (R$ 38,4 milhões do Ban-co e R$ 25,6 milhões do funcionalismo), R$ 18,5 milhões da parcela de 1,5% sobre os salários dos funcionários ad-mitidos pós-98 (contribuição exclusiva do Banco) e R$ 11,5 milhões pela cobertura do déficit dos dependentes indiretos (contribuição igualmente exclusiva do Banco). Vamos fechar as contas: total das contribuições adicionais R$ 94 milhões, menos superávit de R$ 37 milhões. Logo, sem as contribui-ções adicionais o déficit seria de R$ 57 milhões.

Com as reservas recompostas pelos R$ 300 milhões por parte do Banco, com o Plano de Associados em equi-líbrio, vai ser possível retomar os investimentos na Cassi, que foram paralisados por absoluta falta de recursos – era gastar com investimentos ou pagar as contas do custeio (médicos, hospitais, laboratórios, clínicas etc). Podemos, por exemplo, investir numa nova Central de Atendimento 0800. Ela foi dimensionada com equipa-mentos e pessoal para atender pouco mais de 100 mil ligações por mês e tem que atender, hoje, mais de 300 mil. Parabéns aos associados da Cassi, sejam eles apo-sentados, pré-98 ou pós-98, que tiveram a coragem de mudar a história da nossa Caixa de Assistência. Conti-nue dizendo SIM pra CASSI.

GRAÇA MACHADO é diretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência - [email protected]

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