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Novo Horizonte A Doutrina Espírita, de proveniência francesa, aportou nas terras brasileiras na segunda metade do século XIX. Sua penetração no Brasil superou em muito a atingida em qualquer outro país. Simultaneamente, houve a intensa difusão da filosofia positivista no Brasil que exerceu forte influência na República em formação. O lema "ordem e progresso" eternizou na bandeira nacional, as marcas desta forte matriz positivista que caracterizava um movimento cientificista e uma religião não teológica. Quanto ao espiritismo, mantinha-se intacto o prestígio da Divindade, porém tal apelo ao transcendente não constituía, aos olhos de seu codificador, Allan Kardec, obstáculo à investigação cientifica, e sim um complemento indispensável a mesma. Mais tarde, em 1932, por orientação do guia espiritual do grupo, Lysis de Crótona (discípulo de Pitágoras), o Cel. Barros Fournier, funda a Cabana de Lysis e cria a Revista Novo Horizonte, apresentada como Revista Espírita de Psicologia Social – Editada pela Cabana de Lysis. Em 1934, também por orientação do guia Antonio de Aquino, o grupo funda a Cabana de Antonio de Aquino, presidida por Pedrita Valente (valorosa médium pertencente ao grupo fundador), consolida as bases espirituais que viriam a inspirar gerações de espíritas até os dias de hoje. E desde esses distantes anos 30, a revista Novo Horizonte vem trabalhando com maestria, indo muito além de mero Órgão de divulgação da Doutrina Espírita, além de se afirmar como testemunha ocular de importante período da história do Espiritismo no Brasil, fiel aos princípios da caridade e da fé raciocinada. Edição nº 1 - janeiro de 1932 Foi nesse contexto cultural e intelectual, que o Espiritismo começa a se consolidar atraindo o interesse de importantes segmentos da sociedade, como escritores, professores, médicos e, especialmente, os militares que desempenharam importante papel na organização do espiritismo no Brasil. Corria o ano de 1926, uma época dificílima para os profilentes do Espiritismo. Nesse momento, o jornalista, escritor, conferencista dos mais solicitados do Rio de Janeiro e membro da Cruzada dos Militares Espíritas, Cel. Luiz Mariano de Barros Fournier, teve a coragem de reunir um grupo de médiuns e fundar o Núcleo Espírita de Amigos “Neo-Phytagóricos”. Cel. Luiz Mariano Barros Fournie. Órgão de divulgação da Casa do Coração Da Cabana de Lysis à Casa do Coração “83 anos de divulgação da Doutrina Espírita” (1932 1941)

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Page 1: Dívida e Resgatecasadocoracao.org/NH/NovoHorizonte_hist.pdfpassou a liderar os trabalhos de desobsessão até sua desencarnação em 1946. Durante esse período, praticamente por

Novo Horizonte

A Doutrina Espírita, de proveniência francesa, aportou nas terras brasileiras na segunda metade do século XIX. Sua penetração no Brasil superou em muito a atingida em qualquer outro país.

Simultaneamente, houve a intensa difusão da filosofia positivista no Brasil que exerceu forte influência na República em formação. O lema "ordem e progresso" eternizou na bandeira nacional, as marcas desta forte matriz positivista que caracterizava um movimento cientificista e uma religião não teológica.

Quanto ao espiritismo, mantinha-se intacto o prestígio da Divindade, porém tal apelo ao transcendente não constituía, aos olhos de seu codificador, Allan Kardec, obstáculo à investigação cientifica, e sim um complemento indispensável a mesma.

Mais tarde, em 1932, por orientação do guia espiritual do grupo, Lysis de Crótona (discípulo de Pitágoras), o Cel. Barros Fournier, funda a Cabana de Lysis e cria a Revista Novo Horizonte, apresentada como Revista Espírita de Psicologia Social – Editada pela Cabana de Lysis. Em 1934, também por orientação do guia Antonio de Aquino, o grupo funda a Cabana de Antonio de Aquino, presidida por Pedrita Valente (valorosa médium pertencente ao grupo fundador), consolida as bases espirituais que viriam a inspirar gerações de espíritas até os dias de hoje.

E desde esses distantes anos 30, a revista Novo Horizonte vem trabalhando com maestria,

indo muito além de mero Órgão de divulgação da Doutrina Espírita, além de se afirmar como testemunha ocular de importante período da história do Espiritismo no Brasil, fiel aos princípios da caridade e da fé raciocinada.

Edição nº 1 - janeiro de 1932

Foi nesse contexto cultural e intelectual, que o Espiritismo começa a se consolidar atraindo o interesse de importantes segmentos da sociedade, como escritores, professores, médicos e, especialmente, os militares que desempenharam importante papel na organização do espiritismo no Brasil.

Corria o ano de 1926, uma época dificílima para os profilentes do

Espiritismo. Nesse momento, o jornalista, escritor, conferencista dos mais solicitados do Rio de Janeiro e membro da Cruzada dos Militares Espíritas, Cel. Luiz Mariano de Barros Fournier, teve a coragem de reunir um grupo de médiuns e fundar o Núcleo Espírita de Amigos “Neo-Phytagóricos”.

Cel. Luiz Mariano Barros Fournie.

Órgão de divulgação da Casa do Coração

Da Cabana de Lysis à Casa do Coração

“83 anos de divulgação da Doutrina Espírita”

(1932 – 1941)

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Conferência realizada no Liceu de Artes e Ofícios pelo Cel. Barros Fournier em 3 de maio de 1934 – aniversário da Cabana de Lysis.

Assim, nesta primeira fase da Novo Horizonte, nos difíceis anos 30, não faltou o suporte espiritual das Cabanas de Lysis e de Antonio de Aquino. Toda essa obra, só pôde ser iniciada no plano terreno graças a um grupo abnegado de espíritas liderado pelo seu fundador Cel. Barros Fournier (médium de Lysis de Crotona).

Outro colaborador incansável foi Julio Gaertner, que esteve à frente da Revista no cargo de Redator-Gerente até 1941. Suas contribuições foram inestimáveis não só pela competência na condução administrativa da Revista, mas também pela alta qualidade editorial que levam sua marca.

Barros Fournier aparece em destaque de branco (1º da esquerda) e Julio Gaertner o 1º da direita ao fundo.

6/01/ 1936 - Festa oferecida pela Exma.Sra. Viscondessa de Sande (benemérita conhecida como vozinha da Cabana – desencarnada em 1937) ao grupo infantil Sementeira de Therezinha de Jesus, escola fundada pela Cabana de Antonio de Aquino.

Outro membro importante, pertencente ao grupo fundador da Cabana de Lysis, foi Gustavo Pontes, médium de Antonio de Aquino. Durante essa ‘época áurea’ foi um dos mais atuantes médiuns, além de profícuo colaborador da Novo Horizonte, atuando também como secretário, (e sempre anonimamente, conforme sua vontade). Foi através de seu punho, que Antonio de Aquino deu inúmeras orientações e valiosas preleções, alem de belíssimas obras literárias, como os livros “Cachoeira de Pirilampos” (Antonio de Aquino) e “Psicologia dos Lusíadas” (Jaime Diniz).

A Viscondessa aparece ao centro (encharpe branco) . Julio Gaertner ao lado (terno branco), logo acima, pouco à esquerda aparece Gustavo Pontes (médium de Antonio de Aquino) à sua direita, aparece Dinorah Azevedo de Enéas Simas (médium de pictografia). Pedrita Valente, presidente da Cabana de Antonio de Aquino aparece sentada a direita do grupo junto as crianças.

Gustavo Medeiros Pontes (1907 – 1939)

Em 12/03/1939, Gustavo desencarnou prematuramente, aos 32 anos de idade, devido a um acidente cardiovascular após mergulho submarino, um dos seus esportes prediletos.

Mais informações sobre suas atuações podem sem encontradas no exemplar de março de 1939. As mensagens de Antonio de Aquino, vindas por seu intermédio, podem ser encontradas em praticamente todas as edições da Novo Horizonte.

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Canagé (N.H. nº 5 e 6

maio/jun 1937)

Capa do 1º Fascículo de “Palestras do Alem” – publicação anexa a Revista desde sua 1ª edição em jan 1932 até nov 1938.

Dinorah Azevedo de Simas Enéas (1888 – 1973)

Ramatis Antonio de Aquino (N.H. nº 1 – Jan 1937)

“A publicação que hoje encetamos é uma coletânea de oportunos e interessantíssimos estudos philosophicos e científicos, proferidos em palestras literárias por espíritos desencarnados, alguns dos quais ainda ontem habitantes deste mundo sublunar em que vivemos, e outros a séculos e milênios dele emancipados, mas nem por isso estranhos à nossa vida hodierna, um trabalho portanto muito interessa ao grande mundo social em que gravita a civilização de hoje.”

( “Nosso Desígnio” – Trecho do Editorial da 1ª edição – Janeiro de 1932)

E foi com esse preceito que a Novo Horizonte lançou as “Palestras do Além”, publicação em forma de fascículos, um a cada edição da Revista (mensal, na época). Palestras do Além, é uma belíssima antologia composta de mensagens mediúnicas de uma série de mentores espirituais que trabalhavam ou simplesmente compareciam para colaborar nas reuniões de trabalhos mediúnicos nas Cabanas de Lysis e Cabana de Antonio de Aquino.

A cada fascículo, além da biografia de um mentor ou colaborador espiritual, acompanhava uma ilustração pictografada pela médium Profª Dinorah Azevedo de Simas Enéas. Foi através de sua mediunidade pictográfica e psicográfica que por décadas, até os dias de hoje, nos chegaram, não só mensagens de grande valor doutrinário espírita, como o retrato de seus autores, elaborados com extrema maestria e sensibilidade artística.

Exposição no Liceu de Artes e Ofícios (maio 1934) - Retratos mediúnicos por Dinorah de Azevedo Simas Enéas.

Lysis de Crótona (N.H. nº 5 – maio 1937)

Therezinha (N.H. nº 9 – set 1933)

Retratos de guias das Cabanas de Lysis e Antonio de Aquino pictografados por Dinorah A. de Simas Enéas, publicados em fascículos sob o título “Palestras do Além” anexos à revista Novo Horizonte.

A Profª Dinorah A. de Simas Enéas, desenvolveu psicografia e pictografia, tendo oportunidade de produzir mais de 2000 quadros.

Atuante médium em vários grupos espíritas, dentre eles, o de fundadores das Cabanas de Lysis e Antonio de Aquino, e colaboradora emérita da Novo Horizonte, na verdade, ‘Dinorah’, teve uma vida toda dedicada à prática da caridade e amor ao próximo.

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órgão

A redação da Revista Novo Horizonte, desde sua fundação em 1932, funcionou à Rua do Ouvidor, nº 160, 4ª andar, no Centro do Rio de Janeiro, sob a direção de Barros Fournier e gerência de Julio Gaertner (este, incansável ‘motor’ da Revista).

A partir de 1935, a Novo Horizonte passou também a ser órgão de divulgação da Cabana de Antonio de Aquino e, por conseguinte, dando-lhe cada vez mais abrangência e qualidade em suas edições, que na época, eram mensais.

A partir de 1938, as atividades na Cabana de Lysis foram transferidas para Cabana de

Antonio de Aquino, bem como seus médiuns, inclusive o Cel. Fournier, seu presidente, que lá passou a liderar os trabalhos de desobsessão até sua desencarnação em 1946.

Durante esse período, praticamente por toda a década de 30, não obstante os muitos

obstáculos, constantes mudanças, novos rumos e todos os percalços peculiares aos grandes empreendimentos, como foram os das Cabanas, a Revista Novo Horizonte foi conduzida de forma impecável e à altura das Instituições que representava. Tudo isso ocorre até julho de 1941, quando volta à pátria espiritual, Julio Gaertener, o principal gestor da Revista, que interrompe temporariamente suas atividades. Mas já estavam firmes as suas bases e, num futuro breve, a Novo Horizonte ressurgiria com todo vigor pelas mãos de outra destacada médium, pertencente ao núcleo inicial da Cabana de Lysis, a Profª Francisca Rodrigues Pessoa de Andrade Fraenkel, também carinhosamente chamada de Dona Chiquita.

Francisca Fraenkel, assim como Pedrita Valente, sua companheira desde as Cabanas, foi

orientada a fundar um centro espírita que deveria ser na Zona Sul da cidade. E assim o fez. Chiquita foi iniciada na Cabana de Lysis e, através de seu mentor, Canagé, psicografou

mensagens memoráveis que iluminaram as páginas da Novo Horizonte; e continuariam a iluminar pois, após breves interrupções, já nos anos 40, sob a orientação de Canagé, caberia a D. Chiquita a missão de retomar sua publicação.

Pedrita Lameira Ramos Valente (1897 – 1965)

Nesse “período áureo”, foram muitos os que colaboraram nos planos espiritual e terreno, com as Cabanas de Lysis e Antonio de Aquino e a Revista Novo Horizonte. A história dessas Instituições, construída com muito esforço e dedicação à causa espírita, se entrelaçam em um brilhante caminho de realizações. Seria impossível mencionar todos que colaboraram sem incorrer em injustas omissões. Contudo, como essa história apenas começava, alguns registros ainda se fazem oportunos para que melhor possamos apreciar como esses ‘monumentais projetos’, há muito idealizados em elevados planos espirituais, puderam ser implantados e conduzidos no plano terreno com tanto sucesso, conforme habilmente registrado, e porque não dizer “eternizados”, através das páginas da Revista Novo Horizonte.

A Revista acompanhou a evolução da Cabana de Lysis como seu órgão oficial de divulgação de 1932 a 1934. Em dezembro de 1934, sob a orientação de Antonio de Aquino, um dos mentores da Cabana de Lysis, foi fundada a Cabana de Antonio de Aquino, e a missão de presidi-la coube a Pedrita Lameira Ramos Valente, médium de extremas faculdades que já participava intensamente dos trabalhos da Cabana de Lysis.

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Casa do Coração Rua Nascimento Silva, 92 - Ipanema

Com o nome de Barros Fournier ressurge em nosso coração igualmente o seu bravo companheiro Júlio Gaertner, nos trabalhos da primeira fase desse periódico, e também com ele contamos muito para a segunda fase.

Decorridos vinte anos, durante os quais o progresso deu passos gigantescos, a revista reaparece com um programa mais amplo que não será limitado nesse artiguete, porque ira se desdobrar dia a dia.

(Trecho do Editorial por Ismael Braga da Edição jul/ago/set de 1953)

Edição nº 1 – jul ago set 1953

(1953 – 1977)

Chiquita 08/04/1896 – 02/10/1977

Em julho de 1953, as publicações da Novo Horizonte voltam a circular. Estaria, então, restabelecida em sua plenitude, uma ‘obra’, há muito iniciada, e que se por algum tempo estivera adormecida, tornava a despertar em nova fase, com renovado vigor, agora sob outra direção humana, porém, com os mesmos orientadores espirituais e o mesmo programa, apenas um pouco mais ampliado para corresponder ao progresso destas duas décadas.

Densa nuvem fez desaparecer dos nossos olhos durante dezesseis anos o “Novo Horizonte”; mas a morte não existe, e o criador da revista, falando através da ilusória cortina que separa os dois mundos, manifestou empenho de que esta publicação reapareça e lhe nomeou novo Diretor humano, para as responsabilidades terrenas.

Não poderia ser outra a atitude de nosso dinâmico irmão Barros Fournier, Ninguém que conheceu este trabalhador infatigável poderia supor que a ‘crise da morte’ o reduzisse por muito tempo a inatividade em nosso meio, e assim foi: ele reapareceu, sugerindo a continuidade desta revista e do programa todo que tem o nome de “Casa do Coração”.

Nosso Reaparecimento

Em junho de 1949, Dona Chiquita funda a Cabana de Canagé em sua própria residência, à Rua Redentor, 27 - Ipanema. Tal sociedade recebeu, em homenagem à Entidade Espiritual que presidia, a denominação de Sociedade Espiritualista Cabana de Canagé. Pouco depois, por sugestão do próprio Guia, passou a se chamar “Casa do Coração”, instalando-se juridicamente em agosto de 1950, com sede à Rua Nascimento Silva n° 94 - Ipanema, onde funciona até hoje.

A localização do empreendimento nas proximidades das praias de Ipanema e Leblon, e da Lagoa Rodrigo de Freitas tem relação afetiva com passadas vidas terrenas de muitos dos boníssimos guias dirigentes das Cabanas, que então, voltaram a coordenar os trabalhos da recém fundada Casa do Coração.

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Propaganda produtos Fracalanza

A redação da Revista ficou ao encargo de Henrique Fracalanza, que junto com sua família, participou do pequeno grupo da Cabana de Canagé, ainda em 1949, por ocasião de sua fundação. Inclusive, foi o fiador de D. Chiquita para o aluguel do imóvel da Nascimento Silva, e posteriormente, colaborou muito para sua aquisição, que após grandes sacrifícios, foi finalmente concretizada em 1955. Dona Chiquita assumiu pessoalmente a responsabilidade da transação. Até suas jóias foram vendidas para que se concretizasse um sonho acalentado por todos há muitos anos.

Henrique Fracalanza

Henrique Fracalanza, sócio fundador e benemérito, ficou à frente da Novo Horizonte até 1959, tendo como secretário Rômulo Fernando e, pouco tempo depois, juntaram-se à equipe, Lia Benatti e Sebastião A. da Silva na direção técnica. Fracalanza administrou a revista de forma profissional e competente, aperfeiçoando e incentivando sua parte comercial, inclusive como anunciante de suas lojas de artigos para presentes e das “famosas baixelas de prata Fracalanza”, que ocupavam bom espaço comercial da revista, o que contribuiu muito para o salto de qualidade em sua produção.

Ainda nesse início de retomada, a revista já atingia grande expressão no editorial espírita nacional. Suas publicações eram trimestrais, com mensagens psicográficas, recebidas dos mais elevados Guias Espirituais, destacando-se, as de Canagé, Tereza, Antonio de Aquino, Eusápia Paladino, Alfredo, Icléa, além de poetas e contistas, atraindo um número crescente de leitores e interessados de variadas procedências.

Obedecendo A 2 de junho, na sessão festiva em comemoração ao 4º aniversario do “Centro

Espírita Canagé”, o Espírito de Barros Fournier sugeriu a publicação de uma revista que teria o nome de ”Novo Horizonte”, em homenagem a Lysis, ou outro alvitrado pelos Guias. E ficaria sob a responsabilidade do nosso prezado Presidente Henrique Fracalanza.

Ressurge a “Novo Horizonte” a 2 de junho de 1953 e, coincidência de datas – 2 de junho de

1932, ingressei na Cabana de Lysis e, lembro-me bem, o Cel. Fournier chamou-me, em meio a multidão que o recepcionava ao retornar de uma viagem, e disse: - “A Senhora é o médium prometido por Antonio de Aquino e que vi em sonho”! – confesso – era católica inveterada, nem sabia o que era ser “médium”.

... É pois com intensa emoção que aguardamos o reaparecimento da Revista fundado por nosso

mestre e na qual Canagé, Tereza e Antonio de Aquino me tendo como fragílimo aparelho tanto colaboraram.

... Que saibamos servir a Jesus com humildade e devotamento pelo muito que nos concede – em

quatro anos de lutas e bênçãos, centenas de graças! No início um médium apenas, hoje, cerca de cinquenta aparelhos, evangelizados, exercerão seu apostolado na “Casa do Coração”

(Trecho extraído do artigo escrito por D. Chiquita na 1ª edição do ressurgimento da

Revista Novo Horizonte - jul/ago/set de 1953)

Dona Chiquita

Nessa fase, a Revista iniciou uma coluna especializada em Esperanto dirigida pelo conhecido escritor Ismael Gomes Braga, onde colaboraram esperantistas de primeira grandeza, como Francisco V. Lorenz e Geraldo Matos. Seus artigos enriqueceram as páginas da revista por quase duas décadas – 1953 a 1969.

Ismael Gomes Braga 1891 - 1969

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Cânticos do Além (Resenha literária - Novo Horizonte - jul/1953)

Uma dezena de poetas que pareciam ao mundo

mortos, ressurgem agora, através da mediunidade de Dolores Bacelar, mais vivos do que nunca, escrevendo em seus estilos próprios, com os seus próprios , em linguagem e modismo, com caráter e gostos que os identificam, e em seus temas favoritos neste livro maravilhoso!

Todas as teorias materialistas que tentavam explicar a psicografia pelo pastiche, pelo subconsciente, pela memória oculta etc. esboroam-se para sempre diante deste livro que vem provar - como já o fez "Parnaso de Além Túmulo", psicografado por Francisco Candido Xavier - que o homem é um Espírito imortal, revestido temporariamente de um corpo perecível.

A década de 50 foi um período de reconstrução; um período pós 2ª guerra; de otimismo; de grande desenvolvimento do Brasil e do Rio de Janeiro, que ainda era a Capital. E nesse ambiente contagiante, a Novo Horizonte desponta como a revista doutrinária de melhor apresentação material e das melhores em conteúdo, com novas seções e artigos de grande interesse. Seu raio de circulação se expande de forma surpreendente, atingindo o mundo, muito graças à seção de Esperanto – lembrando que a revista foi reinaugurada com o frontispício “Evangelho Espiritismo e Esperanto”, que na época, atraía interesse mundial, em especial das comunidades espírita.

Desde seu relançamento, a revista já contava com uma respeitável equipe de colaboradores, entre médiuns, articulistas, escritores e outros profissionais. Uma lista, por mais completa que fosse, teria mais omissões que citações, mas alguns podemos destacar, como Ismael Gomes Braga, Francisca Fraenkel, Carlos Lomba, Jayme Ferreira, Neuza Aguiló, Porto Carrero Neto, Brunildes Duarte, Sebastião Guimarães, Betina Muniz, Edith Mirabeau, Sebastião Silva, João Guimarães, Dolores Bacelar, esta, com grande destaque para a Casa do Coração e para a Revista Novo Horizonte.

Dolores Bacelar 10/11/1914 – 06/10/2006

De família católica, Maria Dolores de Araújo Bacelar, ou simplesmente Dolores Bacelar, natural de Pernambuco (10/11/1919), como ficou conhecida, tornou-se figura querida dentro das lides espíritas, sobretudo por sua humildade.

Levada a um Centro Espírita pelo saudoso esperantista Ismael Gomes Braga, que descobriu nela grandes recursos mediúnicos, aproximou-se da Doutrina e ao lado do esposo, o também pernambucano Luiz Gonzaga da

No primeiro momento, ainda na Cabana de Canagé, psicografou em 1953, “Cânticos do Além”, poesias, além do romance já publicado “A Mansão Renoir”. Este, juntamente com o primeiro livro de mensagens recebidos por ela e outros médiuns – “Semeando Estrelas”, são considerados um patrimônio da Casa do Coração. Suas colaborações com a revista Novo Horizonte foram inestimáveis.

Silveira Bacelar, trabalhou com afinco em prol da divulgação do Espiritismo, sobretudo a partir de 1949, inicialmente na Cabana de Canagé, que logo em seguida, por orientação do próprio Canagé, passaria a se chamar Casa do Coração.

Página de publicidade das Obras de Dolores Bacelar - Novo Horizonte - edições 1953 em diante

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A mansão Renoir As Margens do Eufrates

Como médium psicógrafa, Dolores recebeu dezenas de livros, dentre os quais: A Mansão Renoir, A Canção do Destino, Novos Cânticos, O Alvorecer da Espiritualidade, Os Guardiães da Verdade, Veladores da Luz, O Vôo do Pássaro Azul, A Rosa Imortal e À Sombra do Olmeiro.

A construção do novo edifício iniciada em 1957, teve suas obras terminadas em 1961, depois de muitas lutas e graças aos resultados das diversas campanhas que, desde 1950, levantaram os recursos para um edifício novo e adequado às instalações dos inúmeros serviços assistenciais à que a Casa se propunha a realizar.

A Casa pôde então expandir seus serviços de ambulatório odonto-médico-cirúrgico, além de diversos outros como distribuição de cestas básicas, enxovais infantis, campanhas de cobertores, atendendo a carentes de toda a região, em especial as das favelas do Cantagalo, Pavão e Pavãozinho.

Edifício Dona Chiquita

No decorrer da década de 50, vários palestrantes espíritas de “renome” visitaram a Casa, como Divaldo Pereira Franco, Newton Boechat e muitos outros. Sem dúvidas, um início de trabalho intenso e profícuo da Casa do Coração, que ainda não contava com o “Novo Pavilhão” e todas as atividades, tanto as assistenciais e administrativas, quanto as sessões espirituais públicas, eram desenvolvidas na “casa de pedra”, edificação principal do imóvel recém ocupado, que, embora fosse bem espaçosa, já nesse início de atividades dava sinais da necessidade de mais espaço para atender ao crescente público e às demandas da Casa.

Foi então, nos anos 50 e 60, que se associaram a Casa inúmeros colaboradores, médiuns, enfim, uma ou mais gerações que, habilmente orientadas por Dona Chiquita, participaram dessa ‘obra monumental’, Instituição essencialmente Espírita Cristã, e fiel aos propostos de Allan Kardec, embora sempre buscasse seus próprios ‘caminhos’, e assumindo, com personalidade única, seu papel social e de referência espiritual para uma comunidade que já ultrapassava - em muito - as fronteiras do bairro de Ipanema.

É sabido que muito pouco do que se passou nesses “tempos de juventude” da Casa do Coração pode ser registrado em detalhes nas páginas da Revista Novo Horizonte, para que ao menos, pudesse ser melhor avaliado e apreciado. No entanto, o trabalho foi o suficiente para que as gerações que se sucederam - isso é fato - pudessem se beneficiar, tendo como orientação as mesmas fontes que inspiraram e guiaram Dona Chiquita e seu pequeno grupo inicial.

Cânticos do Além

Dolores Bacelar criou também, com o marido, a Casa Assistencial Lar Amigo, destinada ao amparo de meninas órfãs, conduzindo as tarefas sempre com sua característica abnegação, de forma silenciosa, no anonimato.

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Engastada nos morros viridantes e protegida pelas atalaias de granito – a cidade faceira, a cidade menina, sorri à vida com bonomia. Espelha-se na águas lustrais da Guanabara que a defendem e enriquecem, enfeita-se com o colar de pérolas que o Atlântico lhe ofertou, Copacabana – e sabe que este céu sempre azul e eterno convite a alegria. E o bom sol, fazendo ressaltar os seus dotes naturais, a transformam na cidade feitiço. E, engalanada e triunfal o Rio sorri.

Oh! O teu feitiço, sabemos – provem dos morros! Sim, são eles que realçam as tuas galas! Alteiam-se singulares como o Corcovado, simbólico, como o Dedo de Deus, feixe precioso a

Guanabara, apontando o céu – fotogênico como o Pão de Açúcar – marco de fortaleza e doçura e além, em imponente conjunto, o Gigante de Pedra repousa confiante, enquanto na Gávea, os Dois Irmãos eternizam a Amizade. Santa Tereza, Tijuca, são pousos de frescura, Jacarepaguá, Édem providencial.

Mas o teu feitiço – o teu feitiço! mora nos morros singelos, graciosos, que te circundam, anônimos uns, exaltados na lírica popular, outros – Mangueira, Sacopã – nestes morros, onde a pobreza possui a luz do Sol, bebe ar das montanhas e muitas vezes só o céu tem por teto. Entanto, essa gente vive, canta, samba, chora, sofre, ri ... vive.

Morro do Cantagalo, do Pavão, do Pavãozinho, Azul, do Martelo, dos Cabritos, Catacumba, praia do Pinto, Tabajaras, morro do Leme – de longe vem, em busca de alimento, tratamento médico, socorro. Começam a chegar ao amanhecer, mal pipilam os passarinhos, as cinco da manhã. Sentam-se, e esperam os médicos e as enfermeiras. E como gostam de falar! Ouvem atentos as aulas de Evangelho e as de moral higiene.

Temos 600 famílias fichadas no Ambulatório. Quereis corações bondosos, ajuda-nos a proporcionar alegria aos órfãos de amor, sem lar, sem pão, sem abrigo, à gente que mora nos morros – que sofre, que geme, que chora ... que vive.

Lembrai-vos – de longe, do alto, o povo do morro contempla a cidade menina ... com seus risos, folguedos e caprichos ...

Ajuda-nos, Senhor, a socorrer com tino, a amparar com doçura, a orientar com acerto, a educar com bondade, a evangelizar com amor!

Ajuda-o para que a Casa do Coração possa se erguer para melhor socorrer!

Francisca Fraenkel – extraído de Novo Horizonte nº 6 - 1954

“A voz dos Morros” (Novo Horizonte – dez 1954)

E talvez a magia campeie então nas mentes incultas, gerando ódio e atitudes sombrias, pelo contraste chocante – os arranha-céus caprichosos, as praças ajardinadas, a boa vida palpitando em tudo ... Eis porque, o complexo problema dos morros cala fundo na alma dos espíritas, persuadindo-nos à boa ação. Não basta a caridade material; necessária é a assistência espiritual. Não podemos cruzar os braços ao clamor, as necessidades, as angustias das favelas, nem aos malefícios que por vezes espalham.

Lei n.° 1.849, de 5-10-1970, concedeu a Casa do Coração o reconhecimento da Utilidade Pública.

São inúmeros os artigos publicados na Revista Novo Horizonte que registraram essas atividades. O artigo “A Voz dos Morros”, escrito por Francisca Fraenkel, reflete com precisão e delicadeza o “espírito fraternal” e o comprometimento social da Instituição.

Cidade – de onde provem o teu feitiço? Das praias, dos jardins, das cascatas, das florestas circundantes, do teu povo paciente e chocalheiro, da assimetria graciosa de suas topografia, de onde dimana teu feitiço, cidade menina?

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Essa efervescência intelectual foi fundamental para consolidação da “personalidade” da Casa do Coração. Por sua vez, a Revista Novo Horizonte, seu Órgão de divulgação, evoluía com cada vez mais qualidade em seu conteúdo, sempre comprometida com a obra social e as atividades culturais, conforme foi proposto em sua idealização em 1932.

O Artigo a seguir, foi um, entre os muitos, escritos pela Profª Francisca Fraenkel, que

retrata, com propriedade, essa “personalidade”. Pautando-se no Evangelho Segundo o Espiritismo, Dona Chiquita, faz uma reflexão sobre as realizações da Casa do Coração, destacando as ‘fases’ que as caracterizaram. E finaliza com uma preleção para os novos rumos, onde o estudo da Doutrina Espírita, a Evangelização, em suma, a Educação, assumiriam papel de destaque nos futuros trabalhos da Casa.

“Sempre com o Evangelho, Companheiros!”

Profª Francisca Fraenkel – jul/1963

A Casa do Coração, centro eminentemente Kardecista, vem realizando o programa que os

nossos Mentores – Antonio de Aquino e Canagé planejaram. Notamos com pesar que, em todas as realizações humanas, temos tido falhas e erros.

Lamentamos e nos penitenciamos. Eles no entanto, nos são benéficos, dão-nos experiência. Talvez tenhamos querido correr demais. (E são os itens 8, 9 e 10 do cap.XXIV do Evangelho

Segundo o Espiritismo que nos orientam – “Não vades ter com os gentios – ide antes em busca das ovelhas perdidas da Casa de Israel.” – Mateus cap. 5, 6 e 7)

Acompanhando pois parágrafo por parágrafo do “Evangelho Segundo o Espiritismo”, enquadra-se ele à nossa Obra. Vejamos:

Três fases definidas tem atravessado a “Casa do Coração”, fundada em 1949. A primeira, foi o mediunismo posto em prática, sob a ação dos Guias e Protetores nas mais variadas manifestações, reais e comprovadas, de vidência, psicografia, psicofonia, xenoglossia, transportes, curas, além das dos resultados positivos conseguidos através das irradiações e doutrinações.

Quantas lembranças destes fatos preciosos para nos, guardamos no nosso coração agradecido ao Senhor! Quantas!

Até hoje, sem interrupção, as graças se multiplicam enviadas por Jesus – o nosso Médico. (item 8 – E, nos onde fordes pregai, dizei que o reino dos céus está próximo) ( Mateus, cap. X v.7).

“Curai os enfermos, purificai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios: de graça recebeste, de graça dae.” (Mateus cap. X v.8). E todo este maravilhoso cap. X de Mateus é um relicário de santos ensinamentos para todos nós.

Mas continuemos, observando as fases por que vem passando a Casa do Coração. A segunda, trouxe-nos a felicidade de ver realizado o sonho de todo espírita – as obras sociais. Começamos em 1952 pelo Ambulatório de Clinica Geral, acrescido depois pelo de Pediatria e

Assistência Pré-Natal, depois Ginecologia. Embaraços de toda sorte foram vencidos, mas o resultado as clinicas, inteiramente gratuitas,

nos proporciona grandes alegrias. Em 18 de abril de 1957 foi lançada a pedra fundamental do Pavilhão de Clinicas, já concluído. Em plena funcionamento figuram também desde 1953 as aulas de alfabetização com merenda

aos escolares, a Cantina dos Pobres, a Sopa dos Pobres e a Assistência aos Necessitados. Mau grado as dificuldades, tudo se desenvolveu sob a proteção do Senhor. (Ainda no cap. XXIV, Item II encontramos incentivo – “Não são os que gozam saúde que

precisam de médicos” - Mateus cap. IX v. 10 e 12).

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(Profª Francisca Fraenkel - Novo Horizonte – nº19 jan/jul 1963)

A terceira fase, em plena floração agora, foi semente plantada desde o início da Casa do Coração – o estudo da Doutrina.

Custou a germinar, a escrever, mas breve dará seus frutos. (Voltemos ao item 4º - “Cada coisa tem que vir na época própria”, no claro comentário de Kardec).

As aulas de Evangelho, para médiuns sempre funcionaram e agora realizam-se em Curso. Aulas, conferências, palestras fazem parte do mesmo.

A “Mocidade Espírita Telmo Gonçalves Maia”, fundada em 1958, prossegue vitoriosa. (E recordamos o item 4 – não se deve por a candeia debaixo do alqueire, visto que sem a luz da

razão desfalece a fé).

Muito temos ainda a realizar! Somente uma parcela mínima foi escrita na soma de benefícios

que a Casa do Coração deve efetivar. Nada tem sido fácil para nós. Em tudo enfrentamos batalhas! As lutas tem sido para nós a nossa amada coros de espinhos. Sofrendo é que nos libertamos. Lutando é que realizamos. Ajudando é que progredimos.

Tal é a nossa compreensão de aspirantes a Espíritas. Nunca o desânimo nos abateu. Sabemos que a tempestade vem para sanear a atmosfera. O nosso planejamento às vezes fica

eivado de dificuldades, impõem-se modificações, mas o Plano do Infinito com suas linhas mestras, é o arcabouço desta Obra de Deus.

Não temos assas para voar, nem rodas para deslizar. Como peregrinos, caminhamos a pé, pelas

estradas pedregosas – mas, olhos fitos no céu. A prece é nosso bordão A esperança de um mundo melhor nos guia. E são os itens 13, 17, 18 e 19 do cap. XXIV que nos confortam e elucidam.

Continuemos com o Evangelho, Companheiros!

Outro artigo muito interessante, ainda da década de 50, e que destaca alguns legítimos fundamentos do Espiritismo na orientação da Casa do Coração, na verdade, é uma das muitas preleções de Canagé, Mentor de Dona Chiquita e dirigente espiritual da Casa, desde suas origens na Cabana de Lysis, em 1932, recomendando aos médiuns o estudo da Doutrina Espírita, o autodomínio e o burilamento de seu próprio espírito.

Quem se escuda no Espiritismo, pede a benção de Jesus e a assistência dos bons espíritos, não pode caminhar as cegas, nem permanecer nas trevas porque o Espiritismo é uma luz no caminho. Parece, direis, que todo o espírita dispõem a seu favor de todos os recursos do Céu e também da Terra! Aonde e como os encontra para vencer? – Dentro de si mesmo, na força de sua fé, na esperança sempre vivida que lhe bailam na alma, na compreensão real da vida, no auto domino e no burilamento do seu espírito. É sempre forte diante de qualquer luta, jamais se deixa abater, porque possui fé, raciocínio, razão. E quando, queridos médiuns, tiverdes chegado a esse ponto de compreensão, pelo estudo, pela observação e auto-regeneração, a prática da sã mediunidade será uma benção para vós. Já não precisareis de consolo nem de amparo alheio, porque o tendes dentro de vossa alma, no magnetismo de vossa fé e na assistência dos espíritos que vos guiam. Podereis, então como foco de luz, como um farol, apontar o caminho aos náufragos da vida para que encontrem o rumo certo – Deus.

- Então, o nosso mister é divino! Comigo concluireis. Que Jesus Vos Abençoe.

Canagé

(Trecho extraído de: “Palestras de Canagé” – médium: Profª Francisca Fraenkel Novo Horizonte – nº15 jan/jun/1957)

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Propagandas dos anos 50.

Nesse período, apesar das interrupções e edições em formato mais simples e reduzido, a Revista soube manter sua excelência em conteúdo. De 1967 até 1979, a direção da revista ficou ao encargo de Jair Freitas, que, em meio a tempos tão difíceis, com muita dedicação e tenacidade, manteve a Revista ‘de pé’, mais do que nunca, firme em seus propósitos.

A partir de 1974, a Revista recebe uma nova formatação e ótima qualidade de impressão, mostrando sinais da nova fase que Dona Chiquita, há pouco, havia previsto.

Outro registro importante a ser feito nesse período, refere-se ao foi o

crescimento do espaço publicitário da Revista, cuja gerencia coube ao benemérito, médium e sócio fundador Elísio da Rocha. Suas contribuições, embora fundamentais para a gestão da Revista, além de outros setores comerciais como a gerência da livraria, foram ínfimas se comparadas com o tanto que contribuiu o seu apoio a praticamente todas as atividades assistenciais da Casa.

Elísio Rocha, com rara habilidade, ficou à frente da gerência de

publicidades de 1967 até 1989 e passou a Tesoureiro da Casa em 1993, cargo que assumiu até seu retorno à Pátria Espiritual em 2009.

Elísio da Rocha

10/05/1917 – 24/12//2009

Além das propagandas da Loja de Fracalanza, presentes em praticamente todos os números da Revista, desde sua reinauguração em 1953 até o final dos anos 80, houve vários anunciantes, que se por um lado não geravam grandes receitas (muitas vezes até insuficientes para cobrir os custos de produção), ajudaram a Revista de maneira muito positiva. Algumas, como no destaque que se segue, valem a pena serem relembradas.

Os Anos 60, sobretudo em seu início, foram anos de grandes transformações em todos os campos das atividades humanas. Alguns diriam que foram “anos incríveis”, mas sem dúvida, foram “anos turbulentos”. E assim foi em todo o Mundo, afetando a tudo e a todos; e, como não poderia deixar de ser, a Casa do Coração, interferindo diretamente e, naturalmente, refletindo por exemplo na regularidade de publicações da Revista Novo Horizonte. Nos anos de 1960 e 1961, inclusive, anos que coincidiram com a fase de conclusão do novo prédio, a Revista deixou de circular, voltando em 1962 e 63 com a direção técnica de Benedito Guimarães. Novamente em 1964 e 65, a Revista também teve sua publicação interrompida, voltando a regularizar sua publicação, a partir de 1966, com direção do então Major Hélio Nogueira Garcia - que assumiria importante papel no futuro da Casa do Coração.

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Propagandas vinculadas pela Revista Nova Horizonte nos anos 60 e princípio dos anos 70.

Já estava tardando uma mensagem aos milhares de freqüentedores da "Casa do Coração" e bem assim ao público em geral, relatando o que é realizado em quantidade nos gabinetes dentários e médico-cirúrgicos que a Casa mantém.

O atendimento a quem os procura é feito sem a menor cogitação de recompensa em dinheiro ou em valor outro de qualquer espécie. O objetivo é servir, exclusivamente servir sem ambages sem delongas, sem restrições ou preferências ...

Madrugada ainda, já as filas de interessados se estendem no portal da "Casa. do Coração", de 2ª

à 6ª feiras, buscando a assistência médico e dentária que se revezam, em diversos horários. durante o dia todo.

Os ambulatórios médicos têm um movimento que merece divulgação pelo número de

necessitados que atendem; além de exames, receituários, prescrições de dieta, são fornecidos medicamentos adequados sem que a altura do custo dos mesmos Influa em limitação de fornecimento ...Os serviços de Clínica Geral atendem em média, durante o ano a 1956 doentes o que significa dizer 168 por mês; o de Pediatria a média mensal é de 144 atingindo um total anual de 1584 crianças atendidas; o de dermatologia, de menor procura, o atendimento alcança a cifra de 408 doentes anuais; o serviço de Ginecologia socorre, em média, a 40 enfermos por mês, registrando 480 atendimentos anuais.

Passam, portanto, pelos ambulatórios médico da "Casa do Coração", 4428 doentes, todos

atendidos com absoluta gratuidade. Pelo gabinete dentário a média é de 120 atendimentos mensais alcançando o movimento anual a

alta movimentação de 1442 doentes. Ao todo, portanto, a "Casa do Coração" dá anualmente, assistência, isto é, exames, receituários,

pequenas intervenções cirúrgicas e medicamentos da melhor qualidade existentes no mercado, a 5870 pessoas, adultos e menores, de ambos os sexos.

A partir de 1966, a Revista passou a ter apenas uma edição anual, e nem por isso deixou de trabalhar com a mesma inspiração e metas assumidas desde sua criação. O artigo em seguida, retrata o papel jornalístico e social da Revista, informando à Comunidade da Casa, e ao público em geral, sobre suas atividades e realizações, prática que tomou cada vez mais destaque em suas Edições.

(Trecho extraído de: “Assistência Social da Casa do Coração setor médico-dentário” Dr. Thomaz Pereira - Novo Horizonte – nº23 1969)

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Aproximava-se o final da década de 70, e encerrava-se um período iniciado com a fundação da Casa do Coração (1949) e o relançamento da Revista Novo Horizonte (1953). Esse final de período, marcado pelo retorno de Dona Chiquita ao plano espiritual (1977), apesar da consternação e preocupações da "Família da Casa do Coração", principalmente com os inúmeros trabalhos e serviços sociais da Casa, até então em franco crescimento, estariam longe de se encerrar ou serem interrompidos. Obras de grande vulto e de caráter universal, jamais estarão sujeitas ao destino de suas lideranças e condutores no plano material, por maior que sejam suas habilidades administrativas, ou mesmo sua elevação espiritual.

A Casa do Coração, durante a presidência de Dona Chiquita, de uma casa alugada com

espaço para reuniões de 30 pessoas, passou a possuir sede própria com um prédio de 5 andares com inúmeras instalações com capacidade em atender a 150 pessoas bem acomodadas em seu salão do 3º andar. No entanto, esse não seria o maior legado de Dona Chiquita, e sim as sementes que plantou em terreno fértil e que floresceram em colaboradores capazes de dar continuidade a tão venerável obra Espíritas que começou a construir desde os anos 30 nas Cabanas de Lysis e de Antonio de Aquino.

A maioria das pessoas que se socorrem da assistência que a "Casa do Coração" oferece provêm da Rocinha, Copacabana, Ipanema, Leblon, porém, não são poucos os que vem de Mesquita, Olinda, Nova Iguaçu , Jacarepaguá e de outras localidades mais distantes ...

A todos, sem a mais leve sombra de discriminação. adultos, menores, crianças. pretos ,

brancos, de indumentária razoável ou ao desafortunado sem sapatos, à todos a mão benfazeja e anônima dos que trabalharam na assistência Social da "Casa co Coração" acode, presta e piedosa, para minorar padecimentos e plantar no coração de cada um o pingo de esperança necessário para ajudá-lo a “ter o dom de suportar a Vida ...”.

O estoicismo das Senhoras que cooperam nos misteres de enfermagem e atendência por si

só Justificaria a "utilidade pública" já deferida à "Casa' do Coração". As senhoras: Elena C. Leite Guimarães, Nadir Nogueira de Araújo, Josephina Camacho, Maria Barroso Sampaio, Doralice Guimarães, Carmen Godoy, Maria Domingos da Silva, Genny Holl, Marina Patti, Marisa Mendonça Leite, distribuídas pelas diversas Clinicas e gabinetes dentários merecem o louvor e reconhecimento que a diretoria da "Casa do Coração" não lhes regateia, pois, em diversas horas do dia, consoante o horário das clínicas, deixam elas seus afazeres e responsabilidades de donas de casa, e acorrem, com inalterável solicitude, aos misteres nem sempre agradáveis dos curativos, das injeções, dos registros, distribuições de medicamentos, tudo acompanhado, às vezes, de reclamações e muchochos de descontes incompreensivos e apressados que procuram sobrepor ao interesse geral o próprio, querendo "furar" a ordem cronológica que deve existir nos atendimentos ...

Prestam serviços à "Casa do Coração" Os Srs. Dr. J. Teixeira Diniz (Clínica Geral), Dr.

Walkyrio Rufino Rosoman (Pediatria), Dr. O. Carlos Pereira (Dermatologia), Dra. Altina Ribeiro Campos (Pediatria), Dra. Maria Câmara Pinto Zarco (Clínica Geral), e o despretensioso signatário destas linhas que atende à Clinica Ginecológica.

No gabinete dentário, com inefável dedicação e reconhecida probidade profissional cooperam

assiduamente os Srs. Drs. Robson Góes e Orlando Pires. Todos, acima referidos, dentro das restrições que as atividades particulares de cada um impõem, dão, de si o melhor que podem em favor dos que precisam, dos que podem menos, cumprindo a preceituacão do FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM!!

Dr. Thomaz Pereira

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Cel. Murillo Andrade Fraenkel (8/10/1922 – 24/09/1992)

(1978 – 1995)

Novo Horizonte nº 32 – 1978

Em 1978, após 28 anos de profícuas atividades da Casa do Coração, iniciava-se outro, não menos pleno em seus propósitos e realizações. Por curto período, 1978/79, assumiu a presidência da Casa, o Cel. Hélio Garcia, que voltaria a cargo em oportunidade futura. A partir de 1979, a responsabilidade de presidir a Casa, ficou ao encargo de Murillo Andrade Fraenkel, filho mais velho de Dona Chiquita, ‘missão’ que abraçou com competência e dedicação.

Durante os 13 anos em que esteve na presidência, de 1979 a 1992, quando voltou à pátria espiritual, foi um dos períodos em que a Casa do Coração mais avançou, principalmente em seu papel institucional, seja pelos intensos serviços de assistência que manteve em franco crescimento, ou pelo expressivo trabalho de divulgação doutrinária, conforme pode ser testemunhado pelos inúmeros médiuns que lá estiveram participando dos trabalhos, ou pelos fartos registros nas edições da Novo Horizonte daquela época.

Murillo Fraenkel assumiu a difícil missão de substituir Dona Chiquita, que, além de fundadora e líder dos trabalhos assistenciais, era a ‘médium direta’ dos principais mentores da Casa. No entanto, o Cel. Murillo, como era conhecido por todos, que, senão herdou a grande capacidade mediúnica de sua mãe, teve toda uma orientação espiritual, que soube compreender, e com disciplina e dedicação foi capaz de dar continuidade aos trabalhos da Casa, com disciplina e dedicação, sem grandes sobressaltos, e, sobretudo, seguindo fielmente seu planejamento original.

Quando, nos idos de 32 (eu com 10 de idade) nos demos conta - minha irmã, muito esperta - percebera que Mamãe e Papai saíam à noite, de casa (o casarão da rua Gen. Canabarro, nº 187, que não existe e em seu lugar, abriu a Av. Radial Oeste), voltando bem tarde, de uma sessão espírita, nos rebelamos e juramos não nos envolver com “crenças do diabo”.

Determinado domingo, convidaram-nos Mamãe e Papai, para assistirmos a uma aula que o CeI. Fournier iniciara para crianças. Entre curiosos e desconfiados, aceitamos. O anfitrião recebeu a família com afetuosidade, não nos passou desapercebido o elevado apreço dedicado especialmente à Mamãe. Em amplo salão, no porão do vetusto prédio da Rua Licínio Cardoso, nº 269, encontravam-se muitas pessoas e diversas crianças de nossa faixa etária, já sentadas em torno de comprida mesa. Mamãe na cabeceira (mesa em T, como ainda usamos), a satisfação reinante era grande e intensamente contagiante.

Assim tornou-se um hábito assistirmos as palestras domingueiras na Cabana Lysis, quando ouvíamos enternecidas e comovidas narrações, pela voz de Mamãe, sempre diferentes e variadas. Nessas alturas já comentávamos, com Mamãe, sobre as aulas de Tereza, e assimilávamos aquela "crença do diabo".

No artigo a seguir o Cel. Murillo narra suas origens e comprometimento com a Doutrina Espírita. O que fica em destaque no artigo, é a importância de sua formação para que a Casa do Coração, nesse período de transição, permanecesse fiel as suas características originais.

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Foi uma aceitação tácita, não pela cordialidade que partilhávamos, pelo círculo de amizades que encetávamos, mas, também, por ouvir relatos de casos, curas e graças que, através de Mamãe, os espíritos - já admitíamos inclusive a sua existência - espalhavam, principalmente, a luminar entidade que se nomeava CANAGÉ.

Sob a orientação de Canagé, em contatos quase diários, habituei-me a encarar e enfrentar os problemas com tranqüilidade e naturalidade, e posso asseverar que nunca, nunca mesmo, ele falhou em suas previsões e exemplares conselhos, bem como no aproveitamento magnífico de todas as mediunidades da Mamãe. E o passar dos anos foi nos incutindo, em minha irmã e em mim, os postulados do Espiritismo, a fé imorredoura nos mensageiros do Mestre Jesus, e arraigando-nos a crença, inquebrantável, nos Divinos Poderes.

Sou espírita porque venero a Jesus, o Cristo de Deus; acato aos instrutores e precursores célicos; submeto-me aos desígnios supremos e tenho fé e esperança no Brasil, o Coração do Mundo, e a Pátria do Evangelho.

Murillo Fraenkel – Novo Horizonte 1990

Ao longo dos anos 80, durante a maior parte do período em que o Cel. Murillo esteve na presidência, assim como ocorreu em década anteriores, quando dirigida por Dona Chiquita, foi crescente o afluxo de novos médiuns e colaboradores que ingressaram na Casa. Muitos, com expressivas contribuições em seus diversos setores, inclusive com a Novo Horizonte, que apesar do reduzido espaço em suas edições, pôde registrar muito do que ocorreu nesse importante período da história da Casa.

Alayde Queiroz Guimarães (desencarnou em 27/01/2009 aos 95 anos)

A partir de 1980, a direção da Revista passou ao encargo do jornalista Alberto Carlos Nogueira de Carvalho, que permaneceu no cargo até 1992. Como redatora chefe, assumiu Alayde Queiroz Guimarães, a Dona Alayde, como era conhecida, permanecendo à frente da Revista até seu desencarne em 2009.

Alayde Guimarães foi muito mais que um capítulo na história da Casa do Coração, pois acompanhou de perto sua história, passando por todos os seus períodos de transição, desde sua fundação. Alayde conheceu e se tornou amiga próxima de Dona Chiquita em 1945, ainda na Cabana de Antonio de Aquino, presidida por Pedrita Valente.

Contracapa presente em todas as edições da Novo Horizonte desde 1979.

“Tudo está em tuas mãos, Tudo o que somos, o que temos, A Ti devemos ... Então, que de tudo disponhas Conforme a Tua Vontade. Permite, todavia, que em Teu nome Convidemos, todos os nossos amigos E colaboradores, à boa e justa luta Pela causa comum; luta que vimos, Renhidamente, enfrentando, Na Casa do Coração, por esses tempos, E assim, com melhor propriedade Avaliaremos a extensão do Poder Espiritual, que se erige Operoso dispensador do Bem Eterno sob suave influxo do Evangelho e à luz de nossa Amada doutrina” CHIQUITA (trecho da mensagem psicofônica, recebida através de D. Chiquita, em última reunião pública na Casa do Coração, antes do seu desencarne em 02-10-1977).

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Dona Alayde foi fundamental para que a Casa continuasse com a mesma pujança e ímpeto em suas atividades conforme concebido em sua fundação. Em seguida, destacamos alguns dos inúmeros textos de Dona Alayde publicados na Novo Horizonte, realçando seu talento como escritora e sua sensibilidade e habilidade em harmonizar os princípios espíritas, os quais conhecia profundamente, com os mais variados trabalhos e objetivos da Casa.

Para você que nos lê A. Q. Guimarães – Novo Horizonte 1979

A nossa Revista tem como principal objetivo, segundo palavras do “velho Fournier”, a

“divulgação de assuntos morais, doutrinários e que sejam a expressão legítima do Espiritismo em andamento”.

Assim sendo, procuramos, sempre, seguir a linha mestra, levando aos nossos leitores um pouco daquilo que colhemos aqui ou ali; as lições dos nossos guias, por intermédio de seus medianeiros; enfim, envidamos esforços para que este órgão da doutrina, que é a nossa, leve aos irmãos um pouco mais daquilo, por mais que conheçamos, ainda há por conhecer.

Cruzem-se as opiniões, dispam-se os credores da fé; interroguem-se os incrédulos e aquela resposta, que é sempre a mesma, permanecerá em nossos ouvido, ecoará nos nossos corações, pois que, decididamente, não podemos fugir do “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com o a vós mesmos” ; “O Meu reino não é desse mundo”; “Há muitas moradas na casa de meu Pai”; “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo”; etc ., etc. – tudo indicando, realmente, uma vida além da morte.

Apresentação

A. Q. Guimarães – Novo Horizonte 1984 Desce o pano de 1983, para subir, no palco da vida, o de 1984! Novo Ano! Novas esperanças! Novas, sim, porque as outras ou ficaram frustradas ou se converteram em realidade. Mas quem diz - novas esperanças - aguarda, no Intimo, dias melhores,mesmo que ao seu redor

não sejam tão risonhas as previsões. Mas os dias melhores virão, sim, bastando, para isto, que os queiramos, realmente. Pois bem, que não nos falte o desejo de conhecermos a VERDADE. O caminho da VERDADE é, não há dúvida, o mais tumultuado e difícil; por todos os lados,

empecilho. Há forças tão contrárias que, muitas vezes, pensamos ter chegado ao ponto ideal, onde já nos instalamos como verdadeiros conhecedores de todos os problemas e .. eis que, de repente, tudo parece fluir para o nada, outra vez!

A VERDADE. é o supremo ideal do ser humano; se ele não a conhecer, não chegará nunca ao término do caminho.

Mas os conselhos, os exemplos advindos daqueles que já o vêem mais de perto, estão, também, ao nosso alcance. Mensagens e mensagens de espíritos lúcidos, superiores; uma vasta literatura dos mais conceituados médiuns, onde se salienta - Chico Xavier - nos chegam as mãos, e nós, estudiosos e médiuns da Casa do Coração, ainda na etapa inicial, procuramos cumprir o nosso dever e difundir as lições que recebemos.

Dona Alayde, trabalhou em todos os setores da Casa, ou como médium de grandes recursos, ou como experiente dirigente, inclusive, à frente da Novo Horizonte, o que já fazia desde os anos 50, contribuindo intensamente com artigos, psicografias e mensagens diversas. Dona Alayde, como redatora chefe, redigiu a maioria dos textos de apresentação e esteve à frente da maioria dos Editoriais da revista durante quase 30 anos.

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Iniciava-se a década de 90 e o mundo estava prestes a assistir transformações nunca vistas em época alguma. Só para citar alguns fatos determinantes, no panorama internacional, por exemplo, tivemos “a queda do muro de Berlin” (nov/89); “fim da URSS” (1991, surgem 15 novos países); “fim do Apartheid” (1993, Mandela eleito presidente da África do Sul). Outro fator de transformação que não pode deixar de ser mencionado, foi o aprofundamento do processo de ‘globalização’ impulsionado pelo barateamento dos meios de transporte e a tecnologia da informação e comunicação. O microcomputador com seu “Windows” entrou no cotidiano de todos; popularizou-se também o telefone celular e a Internet. Desnecessário dizer o quanto essas tecnologias influenciaram e transformaram as relações entre todos os segmentos da vida.

Apresentação

Voltava eu para casa, ao cair da tarde, admirando a chegada do anoitecer e, olhando para o alto, vi misturarem-se as sete cores do arco-íris na linha do horizonte, onde parecia o céu se encontrar com a Terra.

Como era lindo o entardecer - anoitecer! Parecia tudo um horizonte novo! O entusiasmo se apoderou de mim e imediatamente me lembrei da nossa Revista da Casa do

Coração, cuja denominação é NOVO HORIZOINTE. Surgiu-me, então, a idéia de fazer semelhante ligação e eis o Espiritismo como traço de união entre o Céu e a Terra, isto é, entre o Plano Espiritual e este em que vivemos.

A nossa revista serve um pouco de transmissão. Ela tem um pouco de tudo. Traz exemplos de grandes verdades, de bons ensinamentos que tanto bem fazem à alma dos que a lêem com atenção.

As publicações nela contidas são verdadeiros mestres de sabedoria para os que desconhecem as primeiras manifestações do Espiritismo.

Crianças que, pela primeira vez, vão ã escola. só sabem que existe o "b+a = ba" mas o que dali vai surgir é para o resto da vida.

NOVO HORIZONTE, contendo, em suas vários páginas, exemplos de vida, ditados pelos Espíritos instruídos e que sabem o que pode servir de lições para os que apenas ouviram falar que existe o Espiritismo, Esses irmãos poderão, através de várias lições nela tratados, dados os primeiros passos, desta Escola. jamais saírem; pelo contrário, como as andorinhas que alçam o vôo, vão aqueles que sonham, voar mais alto, conhecerem realmente o que é o Espiritismo, a fim de que os seus espíritos possam evoluir cada vez mais!

A nossa revista NOVO HORIZONTE, tão pequenina no seu conteúdo, tal a dificuldade monetária que enfrenta, faz votos de que o resultado obtido com sua publicação, possa contribuir para o progresso dos Espíritos que venham a ser, um dia, verdadeiros conhecedores da Doutrina Espírita, para evolução de sua alma.

Para todos, um feliz 2009 é o que a NOVO HORIZONTE lhes deseja. Alayde Queiroz Guimarães

Por isso, inserimos no nosso simples e humilde meio de propaganda - a nossa Revista - fatos acontecidos e descritos por quem nos merece inteira confiança; lições doutrinárias, estudos científicos, poesias que nos falam à alma e deleitam o nosso espírito, tudo numa linguagem simples, acessível de compreensão, mesmo para os menos dotados, culturalmente falando.

"NOVO HORIZONTE", portanto, tem em suas linhas e entrelinhas um pouco de necessário para que, querendo, ponhamo-nos a pesquisar,a estudar, a seguir e, finalmente, a encontrar o que aspiramos: a VERDADE!

E, então, teremos não um Ano Novo, simplesmente, mas uma Vida NOVA!

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Quanto ao Brasil, nesses anos 90, além desses ‘mega eventos internacionais”, também conviveu com inúmeros acontecimentos de grandes proporções e conseqüências, principalmente nos planos político e econômico, que marcaram e afetaram profundamente nossa sociedade. Só para nos situarmos melhor, podemos recordar alguns desses episódios como, por exemplo, o “impeachment do Presidente Collor”, em 1992, marcando a consolidação de um período de “um Brasil democrático” (‘caras pintadas’, movimento similar ao das ‘diretas já’, em 1986). Outro evento fundamental foi a estabilização da economia com a criação do “Plano Real”, em 1994, abrindo uma nova perspectiva para o desenvolvimento econômico do Brasil, chegando, então, à 6ª economia do mundo.

Nesse promissor, embora conturbado contexto, a Casa do Coração, assim como a

maioria das instituições sociais e sem fins lucrativos, esteve sujeita a todas as tribulações advindas de um mundo em franca transformação. No entanto, conforme mais tarde pode ser constatado, a Casa, através de mãos competentes, conseguiu se conduzir com extremo êxito em todas as suas atividades, comprovando mais uma vez, os sólidos princípios que a sustentam. Em 1992, após 13 anos na presidência (de 1979 a 1992), desencarna o Cel. Murillo, encerrando-se, assim, mais um período considerado até hoje por muitos que lá estiveram, e que ainda hoje relatam, como sendo um período de grandes realizações, com a franca expansão dos serviços assistenciais e, principalmente, pela consolidação da Casa do Coração como uma “referência” de Casa Espírita.

Apresentação A. Q. Guimarães – Novo Horizonte 1994

Fim de ano ! De um ano repleto de mudanças nesta Casa, não fora o desaparecimento de seu

presidente - Cel. Murillo Fraenkel - assumindo a direção da mesma sua irmã - Dra. Sylvia Fraenkel de Andrade.

A princípio se interrogava ela mesma se capaz ou não de dirigir a Casa do Coração! Casa fundada há 49 anos, cujos diretores, já passados para o outro plano - sua mãe Chiquita e

o irmão Murillo - tanto deram de esforço vital para que Canagé não se sentisse triste ou arrependido de lhes ter confiado tão grande missão. Agora, ela que, por circunstâncias independentes de sua vontade, vivera um tanto afastada das atividades da Casa, via-se a braços com tão grande responsabilidade !

Mas a Casa tinha e tem de se manter de pé. Outra cabeça, agora, passa a dirigi-la. Algumas mudanças, todas elas foram efetivadas com um

único fim: o trabalho espiritual, de caridade a que fora destinada. E os guias, naturalmente, mais do que nunca, se puseram a campo. Contando com o auxílio e boa vontade dos médiuns, alguns vindos dos primórdios da sua fundação, dadas as mãos - com a saudade, sim, dos que se foram - restabeleceu-se a corrente de trabalho, com a boa vontade, a responsabilidade e o mesmo amor e devotamento que sempre demos a esta instituição. Amamos a Casa do Coração !

Na Novo Horizonte de 1994, em sua Apresentação a seguir, Alayde Guimarães traz um relato desse delicado período de transição em sua direção, destacando a solidariedade e a boa vontade de muitos colaboradores e médiuns, há muito tempo ligados a Casa, dispostos a ajudar em seus inúmeros serviços assistenciais.

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Sylvia de Andrade Fraenkel 16/04/1926 – 11/12/1996

Em 1993, assume a presidência da Casa, Sylvia Andrade Fraenkel que, embora estivesse com a saúde bem abalada nessa época, demonstrou coragem e boa vontade - herdadas de sua mãe Chiquita e do Irmão Murillo - na direção da Casa. Sylvia, assim como Murillo, envolvida desde criança com o espiritismo, conhecia de perto a Casa, tendo participação direta em sua direção, desde a fundação, em 1949, ajudando de forma decisiva no enfrentamento dos obstáculos, ruptura de padrões, enfim, em todas as transformações radicais, principalmente como foram as dos anos 80 e 90.

Nela encontramos sempre o alívio às nossas dores,o conforto às nossas preocupações. As dificuldades surgidas, quando um novo chefe assume a direção de um trabalho, vão sendo

superadas e sentimos, com alegria, que tudo passa a caminhar, com a ajuda de Deus. Graças a Deus ! Mãos firmes, médiuns queridos ! Cabeças livres de pensamentos contrários, negativos e, com a translúcida luz de Jesus em

nossos corações, armados da inabalável fé que nos anima, caminhemos, juntos para a continuação deste lar – a nossa Casa do Coração!

“Novo Horizonte” continuará em nossas mãos, propiciando-nos momentos de meditação, através dos conceitos emitidos e das mensagens de renomados nomes da espiritualidade e alguns médiuns da Casa do Coração.

O horizonte – aquela linha onde o céu parece se encontrar com a terra – é, para nós, o infinito que almejamos alcançar um dia!

Sylvia Fraenkel, ficou na presidência de 1993 a 1996, quando retornou à pátria espiritual. Sua atuação como presidente, embora por breve período, foi muito importante nesses anos de transição, mas muito pouco se comparada com o tanto que se dedicou a Casa do Coração e à Doutrina Espírita, ao longo de toda sua vida.

A Casa perdeu em curto espaço de tempo dois de seus dirigentes principais; Murillo, 1992 e Sylvia em 1995, marcando uma fase em que a Casa, mais uma vez, demonstraria sua solidez como Instituição, enfrentando com êxito problemas de toda a ordem; dando continuidade, e até expandindo, sua já extensa agenda de trabalhos.

A Casa do Coração não mais teria em sua presidência um herdeiro da família Fraenkel,

ou mesmo um médium do grupo fundador, no entanto, assim como sua solidez institucional, a orientação espiritual, manteve-se como fora originalmente proposto, comprovando que a Casa, em todos os seus aspectos, transcendia aos destinos pessoais, familiares ou de qualquer natureza material.

Essa estabilidade foi possível graças ao árduo trabalho de formação de médiuns

realizado nas décadas anteriores, que foram capazes de contornar os inúmeros problemas resultantes da perda quase que simultânea dos seus dois presidentes e herdeiros diretos da fundadora da Casa. Como foi destacado por Alayde Guimarães na ‘Apresentação’ da Novo Horizonte de 1994: Contando com o auxílio e boa vontade dos médiuns, alguns vindos dos primórdios da sua fundação, dadas as mãos - com a saudade, sim, dos que se foram - restabeleceu-se a corrente de trabalho, com a boa vontade, a responsabilidade e o mesmo amor e devotamento que sempre demos a esta instituição.

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Foram muitos os que contribuíram para a normalidade dos trabalhos da Casa nesses tempos de mudanças, principalmente no seu aspecto Institucional. A maioria ficou no anonimato, principalmente os que atuaram em instâncias sem relações diretas com as atividades da Casa. Mas o êxito de seus esforços, em prol do equilíbrio e progresso da Instituição, pode ser constatado nas décadas seguintes. Apesar do anonimato, postura característica da assistência espírita, alguns desses colaboradores, tiveram sua participação registrada na Novo Horizonte.

Numa retrospectiva da Casa do Coração, por mais detalhada que fosse, mesmo considerando o rico acervo documental de sua Revista, seria difícil mencionar, ainda que fosse que uma pequena parte, de tudo aquilo que foi realizado durante as mais de três décadas de sua existência. Mais difícil, senão impossível, seria nomear, a não ser incorrendo em gritantes omissões, todos aqueles que dedicaram, não raramente, grande parte de suas vidas a Casa. Mesmo com todas as restrições, de forma fragmentada e incompleta, através da Novo Horizonte é possível conhecer um pouco sobre essas realizações e destacar alguns médiuns e colaboradores entre os muitos que se integraram a essa grande “família Casa do Coração”. A maioria deles, ingressou na Casa entre as décadas de 60 e 80, sendo que alguns, ainda hoje, participam diretamente da direção da Casa.

Um deles, sem dúvida, e com absoluto destaque, foi Alayde Guimarães, a Dona Alayde, com participação ativa em todas as áreas da Casa, desde os anos 50, inclusive como vice-presidente, a partir de 1979, acumulando o cargo de Redatora Chefe da Revista. Dona Alayde foi personagem fundamental na condução da Casa, não só durante essa época, mas nas décadas anteriores e nas seguintes. Outra importante ‘referência’ nesse período de transição, foi o Cel. Hélio Nogueira Garcia, que já participava da diretoria da Casa, desde os anos 60 (N.H.1962), inclusive, tendo assumido a presidência da Casa em 1978 (por 1 ano), logo após o falecimento de Dona Chiquita. O Cel. Garcia voltaria à presidência em 1996, cargo que ocuparia por 18 anos.

Além dos que aqui puderam ser lembrando com mais precisão de detalhes, como Dona Alayde, o Cel. Garcia, Seu Elysio (pelo fato de até recentemente estarem em atividade na Casa), foi somente através da Novo Horizonte que pudemos conhecer, ainda que por alto, um pouco mais sobre seus antigos colaboradores, o que inclusive, comprova a importância da Revista Novo Horizonte, não só como Órgão de divulgação, mas também em seu emérito papel jornalístico de registrar e preservar a história da Instituição e daqueles que dela participaram. Uma dessas valiosas referências vieram pelas mãos de Wilson Dilly Malta, médium, estudioso da doutrina espírita, além de habitual colaborador da Revista desde os dos anos 60. Sua dedicada participação na Casa se destaca no artigo a seguir, em que homenageia os 40 anos da Casa do Coração.

Casa do Coração - 40 Anos

Wilson Dilly Malta – Novo Horizonte 1989 Já vai longe o inicio da década dos sessenta. Por essa época era eu simples freqüentador da

Casa, um dos muitos que buscava este oásis de paz, em busca de refazimento. Convertido ao Espiritismo bem moço, ai pelos treze anos, reunia alguma sensibilidade para constatar o lugar acolhedor, cheio de calor humano, bem movimentado, e, mais do que isso, com largas demonstrações de elevada espiritual idade atuando no local. Não consigo dissociar, nestas rápidas reminiscências, as pessoas de D. Chiquita, ou do Murillo, de tudo quanto aqui testemunhei.

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Para sua edificação tísica, sacrifícios foram sem conta, e não falo dos freqüentadores, e eventuais colaboradores que somos nós na medida inversa do quanto recebemos nesse tempo todo! Uma vez D. Chiquita, que me concedia a honra de sua confiança e alguns desabafos, me disse, figuradamente, que as paredes foram elevadas contra toda sorte de adversidade e a argamassa que ligou os tijolos, era muitas vezes molhada com lágrimas e suores, dela e de seu filho Murillo. Acredito bem nisso, pois testemunhei, algumas vezes, algumas dessas situações, infelizmente não poucas vezes incomuns. Com companheiros desavisados envolvidos em mal entendidos, gerando crises na Administração, ou entre freqüentadores, ou então ataques insólitos de cunho gratuito. Dificuldades financeiras, mais ou menos intensas, uma casa de caridade sempre tem, e a Casa do Coração, não era e não é exceção, mas, nem um momento ouvi uma palavra de desalento, ou um jeito denunciando esmorecimento das obras; no máximo, quando o "telhado balançava" D. Chiquita invocando sempre (e me permita Ele!) nosso Guia Canagé, levantava, de alguma forma, o moral coletivo e programava uma coisa nova para enfrentar o revés iminente... e o conseguia. Sempre havia um motivo para festas, qualquer coisa se comemorava, tudo sob a batuta da diligente D. Chiquita e sua eficiente equipe.

Puxando da memória muita coisa nos vem, e ficaríamos a rios de tinta aqui tentando tudo colocar para homenagem da nossa Casa do Coração, e seus idealizadores. A Obra continua, com desafios novos a administradores e beneficiários que somos, inúmeros e constantes. Se antes, numa etapa e época diferente, havia uma movimentação toda especial, hoje, a Casa do Coração, se ergue altaneira, cumprindo todo seu programa de atividades assistenciais, tanto material, como espiritualmente. Nos dias atuais, tudo é mais difícil, e servir é um verbo de conjugação trabalhosa. Para um serviço, desinteressado e eficiente, ao próximo, é sempre necessário darmos tudo de nós mesmos nessa tentativa, e não é o bastante. Uma obra, como a nossa Casa do Coração, do seu quilate, no local onde está assentada, por entre as adversidades nos dias tumultuados de hoje, é preciso muita renúncia, dedicação e respeito pela necessidade alheia. Isso eu testemunho sinceramente, a nossa Casa do Coração tem dado. Se nem todos os programas, por diversos motivos, estão atuando, o mais importante é lembrar que a "candeia está sobre o candeeiro, para que todos os que nela entrem, vejam a luz", e dela se beneficiem.

Partindo da bela acolhida por parte de D. Chiquita, sempre rodeada e requisitada por um grande número de pessoas necessitadas de uma palavra sua, um conselho ou assistência espiritual, eu a observava sempre atenciosa, com todos, distribuindo, aqui, um sorriso, acolá um afago, uma determinação enérgica mais além, e ia ela estabelecendo as bases seguras e profundas da Casa do Coração como alguém um dia se manifestou ... até os dias atuais, em que a Instituição continua realizando seu trabalho, pelo nosso Murillo, com não menor dedicação e empenho.

Na Casa do Coração, nesse período que a venho freqüentando, sempre ouvi e vi coisas boas e belas; onde o ensinamento evangélico é veiculado; o estimulo ao alevantamento moral e espiritual é principio de trabalho; em que os trabalhos espirituais, passiveis de serem realizados, são efetivados, para alivio e consolo de todos nós.

Por isso, amigo leitor, esforço-me tanto nestas letras, para levar-te um retrospecto do passado laborioso da Casa, e minhas eternas esperanças no futuro constante ... Nossa Casa do Coração está firme em sua rota, sob a mão de um bom timoneiro, o nosso amigo Murillo Fraenkel, a quem auguramos uma boa administração, por outros profícuos quarenta anos.

Endereçamos, com muito Amor e Respeito, aos Numes Tutelares da Nossa Casa do Coração, um agradecimento, reconhecido pela oportunidade de constatar o real cumprimento de um programa estabelecido singelamente há 40 anos, e até hoje repercutindo luminosamente em todos os setores desta Casa: "Reavivai a Esperança, ó Vós, que aqui entrais!" (Canagé)

Que nosso Senhor Jesus, abençoe a todos, encarnados e desencarnados, os que ajudaram, vêm ajudando e ajudarão esta Obra! Graças a Deus!

Wilson Dilly Malta (e o amigo Severo)

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Muitas família coexistiram grande parte de suas vidas com a Casa do Coração. Elizabeth Abreu dos Santos e sua família é uma delas. Dona Beth, como é conhecida, é hoje a mais antiga colaboradora da Casa. Orientada diretamente por D. Chiquita, de quem se tornou amiga próxima dede os anos 60, ainda hoje dirige e participa de vários setores da Casa. Suas filhas, Beatriz e Gisele, praticamente nasceram e foram criadas na Casa, e desde cedo, já participavam de várias atividades. Bem jovens ainda, com toda energia, ajudavam na organização de eventos, e em pouco tempo, já com bom preparo e conhecimento da doutrina espírita, Gisele começou a atuar no atendimento fraterno e na direção de sessões públicas. Beatriz, ou simplesmente Bia, médica, atuou com distinção no serviço de assistência médica da Casa, entre outras atividades mediúnicas.

No artigo que se segue, Dona Beth, fala da importância da formação de grupos jovens de estudos espíritas, destacando com propriedade a importância que Dona Chiquita dava ao trabalho de evangelização realizado na Casa.

Escola de Evangelização "Amigos de Telmo" (Elisabeth Abreu Santos - Rio, 23-08-79)

Um velho sonho, entre muitos, acalentado por D. Chiquita. Quando partiu para o Mundo Maior,

consigo levou, ainda, muitos sonhos e, lá do Alto, certamente, se propôs a vê-los concretizados, através dos que muito amou, na Terra, e de todos os que, com boa vontade, e o desejo sincero de servir, se gruparam nesta Casa que, tão verdadeiramente, é a do Coração. E, assim, desde o ano passado, funciona a Escola.

Por que "Amigos de Telmo"? Bem, a razão pela qual D. Chiquita deu este nome à atividade relacionada com a criança e o

jovem, ficará para outra ocasião. As aulas são realizadas aos sábados, das 14 às 16 horas e a Coordenação está a cargo da

professora Ludy Cordeiro, dedicada amiga da Casa, que conta com a colaboração eficiente da professora Anna Maria Guerra que, com a simpatia e suavidade que lhe são peculiares, realiza, com muito carinho e amor, mais esta atividade da Casa, transformando em realidade o velho sonho de sua fundadora.

O Programa é o mesmo da Federação Espírita Brasileira que oferece as apostilas e está assim constituído:

- DEUS - A PRECE (como se faz uma prece, onde e quando) - ANTECEDENTES DO CRISTIANISMO (A vida de Moisés) - O CRISTIANISMO (A vida de Jesus, Messianato, Parábolas, Ensinamentos de Jesus). Excluindo a prece, toda o programa é ministrado com o auxílio de diafilmes, cartazes e desenhos. Prezado irmão ou irmã: o sonho foi realizado, as trabalhadoras convocadas. E você? Qual a sua

contribuição? Simples e profícua: matricule sua criança e dê a ela a luz do Evangelho. Cremos que, lá do Alto, D. Chiquita, feliz, poderá dizer: - "Mais uma missão sendo cumprida por aqueles que, realmente, se propuseram a seguir as minhas pegadas".

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Seu Carlos, esteve na vice-presidênte da Casa de 2001 até 2003, quando partiu para o plano espiritual. Dona Maria, também médium desenvolvida e de grande afinidade com as correntes espirituais da Casa, prosseguiu com seu dedicado e amoroso trabalho até 2007, quando partiu, como seu marido Carlos, para seu merecido destino em elevados planos espirituais. No longo período em que estiveram na Casa, acompanhando suas fases de juventude à maioridade, ajudando em sua condução em perfeita consonância com os genuínos princípios espíritas, tiveram influência decisiva no amadurecimento de sua personalidade. E esse, além da elevada fraternidade cristã com que a muitos contagiou, foi um dos muitos legados de Seu Carlos e Dona Maria às novas gerações da Casa do Coração.

E como não lembrar de Carlos e Maria Lopes, os inesquecíveis Seu Carlos e Dona Maria, que começaram a frequentar a Casa em meados dos anos 60, sendo acolhidos e orientados diretamente por Dona Chiquita e logo passaram a participar de suas atividades. Seu Carlos e Dona Maria, estiveram presentes no dia a dia da Casa por mais de 30 anos. No inicio dos anos 70, Seu Carlos passou a auxiliar Dona Chiquita nas sessões públicas, e a partir dos anos 80 passou a dirigi-las.

Ainda sobre as famílias que compartilharam o melhor de suas histórias com a da Casa do Coração, está a de Adauto Ramos Figueiredo, jornalista, que juntamente com sua família, associaram-se a Casa ainda nos anos 60, firmando estreita amizade com Dona Chiquita. Entre as incontáveis colaborações com a Casa, destacamos uma preciosa “minibiografia” de D. Chiquita, baseada em entrevista realizada em 1971, publicada na Nova Horizonte, possibilitando que muitos, a partir de então pudessem conhecer um pouco mais de sua vida, de sua obra, da Casa Espírita que construiu, enfim, dos muitos “laços do coração” que uniu.

Carlos Lopes

(18/10/1924 – 29/05/2003)

Homenagem à Francisca Rodrigues Pessoa de Andrade Fraenkel Carinhosamente chamada de Dona Chiquita

Entrevista/depoimento concedida a Adauto Ramos de Figueiredo por D. Chiquita, dias antes de seu

aniversário natalicio, 08-04-1971,na sua residência, Rua Visconde de Pirajá, 443 / 302. Na memorável homenagem que foi prestada, na sede da Casa do Coração, Rua

Nascimento Silva, 94, Ipanema, a leitura de sua entrevista foi feita por Adauto Ramos de Figueiredo, seu entrevistador. Uma noite inesquecível e gratificante na vida da Casa do Coração.

Dona Chiquita sentia presente todo o seu estusiasmo na vida da Casa do Coração. Obra meritória e agradecia a colaboração dos amigos nas gerações sucedidas. O exemplo deixado foi sempre o de amor, coragem e equilíbrio.

Sua memória será um Hino de amor e respeito para os amigos que tiveram a oportunidade de conviver e trabalhar com a mesma. No seu depoimento dois destaques da maior importância: A educadora exemplar. A doutrinadora espírita humilde e beneficiente.

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1995 Adauto Ramos de Figueiredo

* A entrevista completa foi publicada na Novo Horizonte 1998 - nº 49 e em suplemento especial “Casa do Coração Suas Origens e Correntes Espirituais” publicado em 2004.

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De 1977 a 1992, período da presidência do Cel. Murillo, como sempre se deu, era intenso o afluxo de novos freqüentadores da Casa, e muitos deles, em pouco tempo tornavam-se dedicados colaboradores, passando a fazer parte de sua história. Histórias de caridade e abnegação que ainda se prolongam por décadas, como a de Sonia Menegasse, a “Dona Sonia da Casa do Coração”.

Adauto Ramos Figueiredo partiria para o plano espiritual em 2001, mas sua família, há muito ligada a Casa por profundos laços espirituais, até os dias de hoje, lá estariam convivendo e contribuindo de forma decisiva em seu progresso em todos os seus aspectos. Seu filho, que também levava o seu nome, Adauto Figueiredo, médium formado desde criança na Casa, e em contato direto com Dona Chiquita e seu filho o Cel. Murillo, trabalhou por anos no auxílio e direção de suas sessões, preparação e desenvolvimento de novos médiuns, além de outras importantes atividades da Casa, inclusive, profissionalmente, como engenheiro, até hoje, provendo e se responsabilizando por inúmeras benfeitorias nas instalações da Casa.

Adauto conheceu Maria Helena Lopes, filha de Carlos e Maria Lopes, com quem veio a

se casar. Mais uma abençoada união familiar nascida na Casa do Coração. Adauto, com longos anos de dedicação à causa espírita, e há muito ocupando cargos significativos na diretoria da Casa, passa a ocupar, a partir de 2015, sua vice-presidência.

Homenagem ao Cel. Murillo – Novo Horizonte 1993

Sonia Menegassi – Março de 1987 Março de 1987, vagueio pela rua Nascimento Silva, envolta no meu desespero, na minha

angustiam na minha saudade! Passo pelo nº 94, vejo as portas abertas, lanço um ligeiro olhar, sou atraída para dentro. O que

seria aquela casa? Morando tão perto, não a conhecia! Quanto tempo perdido! Tudo, porém, tem sua hora, a sua chamada.

Fui, carinhosamente, atendida e encaminhada ao presidente da casa, o Cel. Murillo. Ele foi de uma compreensão, de uma delicadeza, de uma habilidade e de uma sabedoria imensas. Suas palavras soaram aos meus ouvidos firmes, mas, ao mesmo tempo, consoladora e amigas.

Eu chorava, copiosamente. Ele, com toda a paciência, com toda a bondade ia me explicando sobre a vida e a morte. Esta morte que não existe para os que crêem, mas que, para mim, era caos total, o fim do mundo. Falou-me sobre “A vida após a vida”, sobre o reencontro entre espíritos afins que se amam verdadeiramente!

Quanta lição!” Ele conseguiu com seu amor fraterno, com seu coração imenso, com suas sábias palavras, tirar-me do final de um túnel escuro e devolver-me a vida, integrando-me nessa Casa tão querida a “Casa do Coração”, onde sou cercada de tanta amizade e carinho.

Coronel, a sua partida deixou um vazio imenso em nossos corações, uma grande saudade e, para mim, o chão se abriu novamente!

A vida, porém, continua, o Sr. Me ensinou isso. E o que fazer então? Creio que sua vontade seria que continuássemos unidos e procurássemos ajudar a Sylvia e a todos, na continuação desta grandiosa obra de Amor e Caridade – a Casa do Coração.

E eu quero fazer isso, Coronel, é a meta da minha vida. É uma diminuta parcela que ofereço em memória daquele que fez por mim e por todos nós. Obrigado Coronel!

Sonia Menegasse - Novo Horizonte 1993

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para

Sonia Menegassi, assumiu a diretoria administrativa da Casa, a partir de 1993, cargo de enorme responsabilidade, que exigia, além de coragem, muita habilidade diante das mudanças recentemente ocorridas, como o falecimento do Cel. Murillo e as implicações daí resultantes.

Sempre com muita energia e devoção à causa espírita, além de sua natural capacidade conciliatória própria da mãe amorosa, Sonia contribuiu de forma determinante para que a Casa prosseguisse firme em sua missão beneficente, independente dos bons ou difíceis momentos que precisou

Entrevista com Sônia Menegasse Gisele Abreu - Rio, 21 de maio de 1999.

Quais são as obras e as despesas futuras que a Senhora e a Diretoria pretendem fazer na Casa

do Coração? Recentemente, fizemos algumas pequenas obras: "Vamos trocar a porta da cozinha, por uma

mais bonitinha, para o nosso almoço dos 50 anos da Casa." Então a porta será trocada por uma porta de alumínio, nós estamos também arrumando as mesas do 3º andar, serão todas pintadas, estamos fazendo a colocação de vidros da mesa da biblioteca, e também de um quadro de Canagé, nosso Guia Espiritual, pictografado por Dinora de Azevedo Simas ainda nos anos 30, e que tem uma mensagem lindíssima que todos os médiuns deviam parar, ler e pensar: "HOJE MAIS DO QUE NUNCA, MÉDIUNS AMIGOS, AMAI-VOS UNS AOS OUTROS." Essa mensagem tem que ser pensada, tem que ser meditada, e não somente isso, mas agir de acordo com o que está escrito nesta mensagem.

E obras nós temos sempre, trocamos toda tubulação de gás, trocamos o fogão por um de 6 bocas, este ano a Casa da frente também foi pintada. Aqui nós temos grandes e pequeninas obras, que ninguém vê, mas elas são feitas.

Uma coisa eu também quero dizer a todos: uma Casa desse porte crescendo desse jeito é necessário que a gente tenha mais ajuda das pessoas. Por exemplo: cada um vê o que pode doar, o que pode fazer e vamos implantar um sistema de um caderno que ficará ali na mesa da entrada e cada um vai dizer o que pode fazer, o dia que pode dispor para Casa e qual a sua especialidade no que poderia ajudar, porque de fato, a gente tem pouca mão de obra. Muita gente diz que quer ajudar, mas não concretiza exatamente e a gente, para obter essa ajuda, nós precisamos saber o que as pessoas querem mesmo e podem fazer, mas se dedicar verdadeiramente. Não é "EU QUERO AJUDAR" e ficar isso só no ar. "EU QUERO AJUDAR" e aí tem que passar da palavra a ação, porque na Casa tem muito e muito trabalho, quanto mais nós crescemos, mais atividades nós teremos e mais trabalho a desenvolver, então a Casa está aberta a qualquer sugestão, a qualquer pessoa que queira nos ajudar. Por favor, façam isso, é necessário para que a Casa continue a poder crescer, ir crescendo, e dar ajuda que precisa a todos que lá comparecem.

AJUDEM-NOS!!!

Dona Sônia esteve presente no dia a dia da Casa, participando com raro entusiasmo de suas atividades, desde as mais simples, passando pelos trabalhosos preparativos de seus eventos comemorativos, como a criação do coral da Casa do Coração em 1999, que durante muitos anos brilhou em suas tradicionais festas de encerramento, até as espinhosas tarefas de mantenedora dos seus ativos materiais, além de exercer competente liderança nas inúmeras campanhas assistenciais promovidas pela Casa.

Maria Lopes (centro) e Sonia Menegasse (direita), preparação de 400 cestas básicas distribuídas no Natal de 2005

Pelas próximas décadas, Dona Sônia, continuaria a cuidar da Casa com seu contagiante ânimo. Atualmente, já com certa idade, e naturalmente sem poder contar com plena saúde, comparece eventualmente às reuniões da Casa, mas ainda contribuindo muito com sua experiência e usual bom senso em importantes questões da Casa. Na entrevista que se segue, Dona Sonia mostra seu zelo com a Casa, além de dedicado empenho para o sucesso de suas atividades beneficentes.

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Cel. Hélio Nogueira Garcia

(1996 – 2014)

O ano de 1996 marca o início de uma nova fase da Casa do Coração e sua Revista Novo Horizonte. Um período de substancial aumento do número de frequentadores e, naturalmente, na expansão em suas atividades. Em franco crescimento, a Casa se consolidava como referência e modelo de Instituição Espírita, marcado por um profícuo entrosamento com a sociedade que, a essa altura, já ia muito além de seu entorno.

Nesses tempos de transformações, mudanças na direção e

os já comentados embaraços que daí se seguiram, mais uma vez a Casa soube enfrentar e adaptar seu ‘dia a dia’, sem em nada se afastar de seus programas e ideais. Isso, em grande parte, graças à amadurecida ‘personalidade’ progressista e ‘aberta ao novo’ que sempre orientou a Instituição desde suas origens nos idos anos 30 com a direção do Cel. Barros Fournier.

No extrato de entrevista que se segue, concedida aos médiuns Gisele de Abreu, Yuri Sá e Junior em 1999, o Cel. Garcia fala um pouco de como conheceu a Casa do Coração e como passou a fazer parte dessa família espírita.

Novo Horizonte 2009.

Em 1996, o Cel. Hélio Garcia assumiu a presidência da Casa, o que já havia ocorrido por breve período em 1979. Cel. Hélio Nogueira Garcia, ou simplesmente Cel. Garcia, como era conhecido, presidiu a Casa com extrema habilidade, conduzindo-a em franco crescimento, sobretudo nesses períodos ‘turbulentos’, expandindo e aperfeiçoando seus serviços assistenciais, tanto de ordem material quanto espiritual, além da realização de inúmeras benfeitorias e ampliações em suas instalações.

Formado em engenharia pelo IME - Instituto Militar de Engenharia - o Cel. Hélio Garcia,

assim como seu amigo e antecessor na presidência, Cel. Murillo Fraenkel, possuía uma formação essencialmente progressista, exemplo de disciplina consciente, serena e justa, notadamente consonante aos princípios que inspiraram o Cel. Barros Fournier, desde os tempos da fundação das Cabanas de Lysis, Antonio de Aquino, Canagé, até a Casa do Coração, com Dona Chiquita, os quais tivemos a grata oportunidade de acompanhar uma boa parte de sua história através da Revista Novo Horizonte, que desde aqueles longínquos anos 30, e ainda por longo tempo, até os anos 50, conservaria o subtítulo “Revista Epírita de Psicologia Social”.

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Entrevista com o Cel. Hélio Garcia Gisele de Abreu Santos, Yuri Sá Barreto e Junior - Rio, 9 de julho de 1999.

Uma série de acontecimentos me trouxeram a Casa do Coração. Minha Mulher conheceu a

Casa antes de mim; uns 6 meses antes; isso, em 1959. Ela e uma tia, que já eram espíritas desde criança, conheceram o Centro e começaram a frequentar. Eu vinha buscá-las, no fim do trabalho mas ficava do lado de fora. Um belo dia, eu tinha chegado cedo e resolvi entrar. Até então, eu já havia lido bastante sobre doutrinas espiritualistas, Budismo, de um modo geral, Cabala, Yoga, Rosa Cruz, enfim, pode-se dizer que eu tinha uma boa base. E, resolvi entrar. Logo tive uma surpresa, porque encontrei um colega do IME - Instituto Militar de Engenharia, na Praia Vermelha, o Cel. Murillo que morava no 2º andar da Casa. – “Deixa eu te apresentar minha mãe, D. Chiquita." Tive logo de saía uma afinidade muito grande pela D. Chiquita. Eu costumava brincar com ela e dizia: "Ó, D. Chiquita, a Sra. é minha segunda mãe, porque a minha primeira mãe está lá no Norte e eu não a vejo a muitos anos, e a Sra. é minha segunda mãe.", E assim, fiquei com uma intimidade muito grande com ela, além de já conhecer o filho dela a muito tempo. E foi assim que cheguei a Casa do Coração.

Naquela época (1959) a sessão era feita na casa da frente, o prédio não existia ainda, e poucos

meses depois, Dona Chiquita me chamou para participar da corrente de médiuns da “mesa”. Pouco depois, comecei a participar das sessão de desenvolvimento. Certa ocasião, o dirigente da sessão de desenvolvimento teve que se ausentar e Dona Chiquita me disse: - "Garcia, assume." E eu assumi... assim, fiquei até hoje na sessão de desenvolvimento.

Depois de alguns anos, em 1976, Dona Chiquita me convidou para Vice-presidente da Casa.

Ela era Presidente e o Murillo era o Tesoureiro. Fiquei como Vice-presidente até que ela desencarnou, em novembro de 1977, quando foi feita uma Assembléia e eu fui empossado como Presidente. Fiquei até 1979, quando por questões profissionais, tive que me mudar do Rio; fui para Itaboraí num distrito muito distante. Ainda assim, fiquei um ano dirigindo as sessões de quinta-feira. Mas, eu chegava em casa quase meia noite, e minha mulher ficava sozinha, num sítio, onde não tinha luz na rua, não tinha telefone ainda, e ela ficava sozinha, só com o caseiro, naquela lonjura. Então, fiz uma carta de demissão ao Murillo, que aceitou prontamente e, assumiu a Presidência.

Fiquei afastado até 1988, quando voltei a frequentar a sessão de quinta-feira, que era a que eu

já dirigia. Em 1992, o Murillo desencarnou e sua irmã Sylvia assumiu. Sylvia teve um curto período na Presidência, pois desencarnou em 1996. Foi quando houve algumas dificuldades para a formação de nova direção, pois a Sylvia havia indicado o filho dela pra Vice, mas nunca foi espírita, e não possuía nenhuma experiência no Espiritismo, de Doutrina, não tinha nenhuma condição de presidir um Centro Espírita, ainda mais o nosso que era um Centro que já tinha uma certa projeção.

Então, se fez uma assembléia, e me chamaram pra ser novamente Presidente da Casa. Foi

feita uma reunião, a Alayde Guimarães, presidiu, e foi decidido que eu era a pessoa mais preparada para assumir a Casa naquelas circunstâncias. E aí, eu fui obrigado a assumir, por uma questão de, digamos assim, de amor à Casa até, embora isso causasse uma série de problemas de trabalho, porque eu tinha uma firma de Engenharia que exigia bastante dedicação e precisei me dividir entre as duas coisas, um pouco lá, um pouco cá, o que prejudicou bastante as minhas atividades profissionais, mas sempre coloquei as atividades da Casa acima de tudo. Assumi em 1996, dezembro de 1996. E, estamos “tocando” até hoje... com a Graças de Deus.

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Embora não tenha sido publicada nos anos de 1995 a 1997 - anos de mudanças na presidência da Casa - a Novo Horizonte voltou a circular em 1998, ainda sob direção de Alayde Guimarães, que já ocupava o cargo de redatora chefe desde 1980.

Esse ‘novo retorno’, como não poderia deixar de ser, teve todo o incentivo e apoio do Cel. Garcia, que juntamente com Dona Alayde, esteve à frente da Revista, redigindo seus Editoriais, colaborando com inúmeros artigos e estudos, além de seus detalhados relatórios sobre as realizações da Casa contendo todas as edições da Revista, como nos editoriais de 2000 e 2006 em destacados a seguir.

Concluído o prédio, muitos freqüentadores comentaram que era uma obra com uma área muito acima da nossa capacidade de utilização e, assim, muitas salas ficariam vazias, estavam acostumados aos exíguos espaços de nossa "casa de pedra".

Já construímos um prédio com 500 m2 no primeiro cinqüentenário da nossa Casa do Coração; por que não poderemos acrescentar a esse prédio mais 100 m2, em números redondos?

Utilizando o terraço do prédio é possível levantar ao 5º pavimento, usando materiais leves que não comprometam, pelo seu peso, a atual estrutura de concreto do edifício.

Este é um sonho e um dos nossos objetivos para o 2º cinqüentenário da nossa Casa do Coração: a construção de três salas no terraço, com estrutura de alumínio, divisórias pré fabricadas removíveis e telhado de fibras vegetais com isolamento térmico e acústico.A semente está plantada e vamos adubá-Ia para que ela brote e cresça, simbolicamente. Este é o nosso sonho ...

Que Deus nos ajude e abençoe!

No primeiro cinqüentenário da Casa do Coração - de 09 de janeiro de 1949 a 09 de junho de 2000, realizamos uma atividade heróica: a Construção de nosso Edifício Sede, com 4 pavimentos e um terraço com área total aproximada de 500 m2.

Foi uma conquista física que possibilitou muitas atividades espirituais, assistenciais e sociais, inviáveis de serem expandidas no acanhado espaço físico da nossa "casa de pedra" , onde a Casa do Coração nasceu.

Construímos o nosso prédio, tijolo a tijolo, laje a laje, piso a piso, graças ao esforço conjunto, dedicado e incansável de nossos irmãos colaboradores, sócios e não sócios, cujo anonimato preservamos para não omitir ninguém, cometendo, talvez, uma injustiça involuntária.

Editorial Cel. Hélio Garcia – Novo Horizonte 2000.

Salão de Reuniões Públicas - 3º andar

Salas de Tratamentos Espirituais – 4 º andar

Rua Nascimento Silva, 94

Prédio Dona Chiquita – inaugurado em 1961.

Salão de Reuniões Públicas - 3º andar

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Editorial Cel. Hélio Garcia – Novo Horizonte 2006.

Era um sonho, afirmamos, então! Pois bem, não é que o sonho se transformou em realidade? Com todas as dificuldades, que todos nos bem conhecemos, o nosso 5º pavimento esta pronto e o

Edifício Dona Chiquita recebeu um acréscimo de 20% em área utilizável. Essa obra cujo custo vezes benefício, em curto espaço de tempo, mostrará o acerto do sonho

concretizado, apresenta, nesta Revista, um Relatório sucinto da sua execução para documentar as etapas de sua realização, onde foram superados todos os problemas decorrentes da construção de um pavimento superior, sem nenhuma interrupção nos trabalhos em todos os quatro pavimentos inferiores.

Assim, damos por concluído e entregue à Diretoria da Casa do Coração todo o 5º pavimento, para que possa ser celebrado o plano de espaço desse pavimento e, consequentemente, seja adquirido mobiliário para seu pleno funcionamento.

Finalmente, deixamos aqui expressa toda a nossa gratidão que, direta ou indiretamente, nos

ajudaram com pensamentos, boas vibrações e colaborações diversas para que nossa obra chegasse ao final feliz, sem esquecer que a ajuda maior creditamos aos nossos guias espirituais que sempre nos orientaram quanto a melhor forma de agir, seja nos projetos, nas definições, nas negociações com os vizinhos, seja principalmente no desenvolvimento do cronograma da obra.

Que Deus nos abençoe e nos ajude e ampare sempre!

Em nossa revista “Novo Horizonte”, ano 2000, nº 51, relatamos o fato de que a nossa sede - "Edifício Dona Chiquita" – em virtude da grande afluência de público às nossas sessões, já estava nos criando problemas de disponibilidade de espaço físico para o atendimento das inúmeras atividades doutrinárias, assistenciais, médico-odontológico, de práticas espíritas (sessões) e tantas outras que deixamos de relacionar para não nos alongar demais, embora sejam importantes, também.

Nessa oportunidade fizemos referência a uma ampliação de

nosso Edifício, com a construção do 5º Pavimento no lugar do então terraço descoberto, com uma área útil de aproximadamente 100 m2, disponibilizando, assim, a criação de três amplas salas, além de sua espaçosa copa e sala de espera.

Sala de Estudos e Biblioteca - 4 º andar

Sala de Passes - 2 º andar Acesso Edifício Dona Chiquita

Hall térreo (recepção e acesso) do Edifício Dona Chiquita

Consultório Odontológico

Sala de Prâna e Cromoterapia

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Casa do Coração Contra-capa NH 2014.

Dona Chiquita Contra-capa NH 2013.

Novo Horizonte 2013.

Importante ressaltar que, desde o final da década de 80, a Revista não mais possuía espaço de publicidade, mesmo porque sua comercialização, há muito, não constituía fonte de receita para a Casa, como foi no passado, sendo sua distribuição, praticamente restrita ao seu âmbito interno da Casa e vendida apenas para cobrir parte dos custos de sua produção. No entanto, notadamente, isto em nada concorreu para que houvesse queda na qualidade de seu conteúdo. Pelo contrário, a Revista, aumentou seu volume, passando a contar com mais artigos e novas sessões, além de melhor apresentação, tornando-a muito mais atrativa ao leitor.

Nesse sentido, embora voltasse a circular com o mesmo modelo

anterior, em edições anuais, com tiragens reduzidas (média de 200 exemplares), e mantendo seu formato tradicional, a Revista pôde introduzir inúmeras melhorias em seu projeto gráfico.

Nessa ‘nova fase’ da Novo horizonte, sua diretoria se distinguiria pela capacidade de adaptação às intensas inovações tecnológicas que marcaram a década de 90, em particular, os avanços da informática, que se por um lado traziam grandes facilidades em todas as suas fases de produção, por outro, exigiam uma “expertise” técnica de qualidade cada vez mais profissional, além de seu custo, sobretudo nesse início, ainda ser muito elevado.

A partir de 2005, as capas da Novo Horizonte, quebrando uma longa tradição, passaram a contar com um projeto gráfico específico para cada edição.

Novo Horizonte 2006.

Novo Horizonte 2005 -1ª edição com projeto gráfico renovado.

Novo Horizonte 2007.

Novo Horizonte 2011.

Novo Horizonte 2012.

Novo Horizonte 2014.

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Sumário e Créditos - Novo Horizonte 2006. Nova diagramação e conteúdo ampliado em artigos e sessões. Edição com 70 páginas.

Em seguida, algumas melhorias introduzidas em seu conteúdo a partir de novos recursos gráficos.

Noticiário da Casa do Coração - Novo Horizonte 2006. Reportagem ‘ilustrada’ sobre a tradicional Festa Junina da Casa do Coração.

Mensagens recebidas na Casa do Coração. Seção ampliada com novas e antigas mensagens psicografadas por médiuns na Casa. Algumas, magnificamente ilustrada, como acima: “Lenda de Itaci e Canagé” – psicografia de Chiquita em 1939. Novo Horizonte 2006.

Abertura - Novo Horizonte 2006. Nova produção na tradicional página dedicada à Dona Chiquita.

Horários da Casa. Espaço de Informativos da Revista. Também impresso em grandes quantidades como “prospecto avulso”, muito solicitado pelo público e disponível na Recepção.

Contracapa de várias edições da Novo Horizonte, trazendo uma breve sinopse dos cinco livros da Codificação Espírita. Um dos muitos destaques especiais da Revista reservado à divulgação do livro espírita.

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No Editorial que se segue, o Cel. Hélio Garcia, com sua costumeira capacidade de agregar o grupo e incentivá-lo ao trabalho, reporta o sucesso dos serviços assistenciais no período, relatando também, com detalhes, uma série de benfeitorias realizadas na Casa, exaltando as realizações como fruto de trabalhos conjuntos, sem deixar de referenciar e valorizar a todos que deles participaram.

Editorial Cel. Hélio Garcia – Novo Horizonte 2010.

Finalizamos o primeiro semestre do corrente ano com um saldo

realmente positivo em todos os aspectos de nossas atividades, sejam no campo espiritual, como nos setores assistenciais e materiais.

Faremos, assim, breve relato dessas atividades, objetivando divulgar melhor o que a nossa CASA DO CORAÇÃO vem, sem alardes, realizando ano após ano, sem qualquer tipo de ajuda financeira ou material, seja de órgãos federais, estaduais ou municipais, seja de "ONGs" ou instituições particulares. Contamos apenas com as contribuições de nossos associados e frequentadores, além de arrecadações em festividades.

No campo espiritual, graças a DEUS, tivemos, como sempre, ampla proteção dos mentores espirituais; trabalhos mediúnicos, tanto os de natureza coletiva, quanto os de caráter individuais, transcorreram com absoluto sucesso.

Nossos agradecimentos, também, para a dedicação em nosso Gabinete Dentário, onde pessoas são atendidas com toda atenção e responsabilidade. Agradecemos também ao nosso setor de Fisioterapia, onde uma equipe de profissionais se empenha em prestar um atendimento exemplar, atendendo aos pacientes com seus próprios equipamentos, quando os de nossa casa são insuficientes.

Avaliamos também com louvor os trabalhos de acupuntura, realizados por profissionais

competentes, bem como ainda as sessões de Reflexologia PodaI, trabalho igualmente executado por profissional credenciado e generoso.

Tivemos um sensível aumento no número de nossos frequentadores nas sessões coletivas (às 3as, 4as e 6as feiras), bem como nas solicitações e nos atendimentos aos nossos trabalhos individuais espirituais: o tratamento espiritual individual (TEI), o prâna, a cromoterapia, o atendimento fraterno, o desenvolvimento mediúnico e os trabalhos de desobsessão, além de diversos casos de natureza físico/espiritual que sempre ocorrem e a que damos assistência.

Quanto à parte material e assistencial, devemos ressaltar e agradecer o devotado trabalho que é

feito em nossa Clinica Médica, onde, além dos atendimentos no campo médico, temos ainda distribuição de medicamentos gratuitamente, bem como a execução de curativos e receituários - tudo isso a custo zero para os pacientes.

Novo Horizonte 2010.

Fazemos questão de mencionar tudo isso, para que fique bem clara a maneira eclética como executamos os trabalhos que oferecemos, além do atendimento no setor espiritual, doutrinário e fraterno.

Em nosso bazar, doamos muitas roupas novas e usadas em bom estado para instituições carentes.

No setor assistencial, como sempre, temos o atendimento aos carentes, com distribuições de roupas, alimentos, enxovais para serem doados para recém-nascidos, cobertores, etc. ...

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Aos sábados pela manhã, temos um atendimento especial para as crianças, onde ensinamos a elas como brincar, estudar e cultuar os princípios morais necessários à boa formação de seus sentimentos e atos.

Ressaltamos aqui dois fatos importantes para a nossa Casa: - Por doação de um amigo que fez questão do anonimato, instalamos

em nosso prédio, Edifício D. Chiquita: oito aparelhos de ar condicionado do tipo "split", de última geração, com obras complementares de instalações elétricas de força, drenos, adaptadores nas janelas, aumento de carga elétrica (PC), alimentadores de força elétrica, quadros de distribuição elétrica, comandos e arremates diversos, inclusive pintura. O custo das obras ultrapassou o valor de R$ 50.000,00, pagos a vista.

- O outro ponto importante é que a Prefeitura RJ, por intermédio do

Sr. Secretário de Administração e Urbanização, aprovou as obras de acréscimo do quinto pavimento, sem nenhuma restrição e, melhor ainda,

Para ambos, os nossos mais fervorosos agradecimentos e pedidos sinceros aos nossos mentores espirituais para que protejam a ambos, bem como aos seus familiares, possibilitando-lhes sucesso total em suas atividades profissionais.

Finalmente, agradecemos a todas as pessoas que, com desprendimento, amor e fé, nos ajudam nessa difícil missão de dirigir uma CASA ESPÍRITA. Agradecemos aos médiuns, colaboradores, assistentes, expositores, doadores anônimos, caseiros, frequentadores, profissionais responsáveis pelos trabalhos em suas especialidades profissionais. A todos, enfim, que nos ajudam a manter a CASA DO CORAÇÃO como um "Oásis no meio do deserto", os meus mais sinceros e afetuosos votos de saúde paz e amor, e que a colaboração não nos falte nunca.

Cel. Hélio Garcia – Presidente da Casa do Coração

Reportagem sobre as atividades especialmente voltada para as crianças aos sábados pela manhã (Novo Horizonte 2010).

o pagamento de "mais valia", que, se fosse cobrado, sairia em torno de R$ 120.000,00, pagáveis em 24 meses. Esse ato teve também a ajuda de um dileto amigo, que também preferiu o anonimato.

“Quando a Ciência e a Religião caminharem juntas, a Humanidade não mais estará num mundo de provas e expiações, e sim num mundo de regeneração onde predominará a paz, o entendimento e a preservação da vida em todos os seus aspectos”.

Tendo essa premissa como um dos fundamentos básicos, o Espiritismo, desde Kardec aos

tempos atuais, vem integrando o pensamento religioso do homem a seu progresso material e tecnológico. Notadamente, essa tem sido fonte de inspiração para os que estiveram à frente na condução da Casa do Coração e sua Revista Novo Horizonte, desde seus primórdios com o Cel. Barros Furnier, até o despertar do novo milênio, com o Cel. Helio Garcia.

O sumário a seguir, resume alguns dos temas desenvolvidos pelo Cel. Garcia e publicados

na Novo Horizonte ao longo dos mais de 40 anos dedicados a Casa, e que marcaram seu ‘estilo progressista’ e compromissado com a proposta Espírita, e, em especial, com o da “fé raciocinada”.

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Titulo Novo Horizonte Sinopse (breve trecho do artigo) Eterna Escalada 1963 – nº 19 – jan/jun De existência física em existência física, o

Homem Eterno os degraus simbólicos da incomensurável escalada da Vida. ...

A Prece 1966 – nº 20 – jun/dez Acaso sabeis realmente orar? Tereis já conseguido uma concentração mental capaz de elevar as vossas preces ...

Consideração sobre o Duplo-Etérico

1974 – nº 28 Conforme nos ensinam as filosofias orientais, ditas ocultas, o Homem possui sete corpos ou veículos de evolução ...

A Pluralidade dos Mundos Habitados

1975 – nº 29 Como em outras passagens marcantes dos Evangelhos, Jesus usou de uma linguagem velada ao afirmar ...

Consideração sobre a Aura 1978 – nº 32 Dando prosseguimento à série de artigos, vamos agora analisar algumas noções básicas sobre a “Aura de saúde” ou simplesmente Aura. ...

Consideração sobre as cores Áuricas

1979 – nº 33 Tudo no Universo é vibração, em níveis que variam ao infinito. ...

O Espiritismo, a Reencarnação e o Carma

1998 – nº 49 Todo estudioso da Doutrina Espírita conhece o significado das três Revelações que vamos resumir a seguir. ...

Editorial 2001 – nº 52 Não temos restrição à fertilização “in vitro” quando realizada respeitando os códigos do Conselho Federal de Medicina ...

A Dor e a Evolução Espiritual 2001 – nº 52 A dor e o sofrimento são conseqüências naturais da evolução do espírito, como fatores necessários ao despertamento de sua consciência Cósmica de Deus. ...

O Corpo Mental 2002 – nº 53 ... vamos abordar o assunto do Corpo Mental sob os aspectos de Religião e Ciência.

Consideração sobre o Prâna 2003 – nº 54 A palavra Prâna vem do sânscrito “pra” – para fora, e “na” respirar, viver.

Noções sobre a Psicometria 2004 – nº 55 Sabemos que a Psicometria, assim como a Radiestesia, são faculdades mediúnicas ...

Espiritismo x Psicanálise 2005 – nº 56 É fora de dúvida que a maioria dos fenômenos mediúnicos se enquadram, aparentemente, na psicologia individual e profunda do inconsciente, investigada por Sigmund Freud ...

O 3º Milênio x Regeneração Planetária

2005 – nº 56 Será marcante pela transformação do Planeta Terra de planeta de expiações e provas” para “planeta de regeneração” ...

Considerações gerais sobre a Desencarnação

2006 – nº 57 Na nossa vida terrena temos apenas duas certezas ou duas fatalidades ...

Reencarnação 2007 – nº 57 Nesse artigo vamos falar sobre o outro extremo da vida – a Reencarnação. ...

Mundo Espiritual – Nossa Pátria sem Fronteiras

2008 – nº 59 O que poderá nos desviar do caminho do bem é nosso “livre arbítrio condicionado” ...

A Terra – Em defesa do nosso Planeta Azul

2009 – nº 59 Hoje em dia, um dos problemas que mais afligem a humanidade é aquele que, na ecologia, trata da poluição ambiental ...

Evolução Humana 2009 – nº 59 O espírito dorme na Pedra, sonha no Vegetal, se move no Animal e desperta no Homem. ...

A Aura Humana 2010 – nº 60 Entre os vários temas tratados pelos estudantes da Doutrina Espírita, está o que se refere à aura, sob diferentes análises. ...

O Homem e suas Crenças Filosóficas e Religiosas

2011 – nº 61 Todos nós costumamos acreditar que a nossa crença. Doutrina ou religião é a que representa a verdadeira revelação inspirada por Deus. ...

Da Terceira Revelação ao Terceiro Milênio à Luz da Doutrina Espírita

2011 – nº 33 ... à colaboração que Kardec nos prestou, ensinando a doutrina espírita baseada no tripé: Religião, Ciência e Filosofia, sem dogmas, ritos ou ostentação ...

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Informe da inauguração do Site da Casa do Coração na Internet www.casadocoracao.org Novo Horizonte 2005.

A Novo Horizonte, em épocas passadas; décadas de 50 e 60; até mesmo antes, lá em suas origens, na década de 30, como já comentado nessa retrospectiva, possuía edições que eram muito conhecidas e solicitadas, despertando interesse até em outras cidades e estados e, não raramente, muitos exemplares eram enviados para o exterior.

Nas décadas seguintes, embora a Revista continuasse como uma das metas prioritárias da

Casa, sua tiragem já era bem reduzida e sua distribuição praticamente restrita a âmbito interno, ou a um público freqüentador “habitual” que, apesar de grande, não possibilitava manter uma estrutura editorial que permitisse grandes tiragens, além das que já mantinha. Mas esse quadro, principalmente quanto ao maior alcance de suas publicações, começaria a mudar a partir de 2005, com a inauguração do Site da Casa do Coração na Internet.

Entre as imensas transformações resultantes desse

‘novo marco’ - a Internet - estão as comunicações que, em curto tempo, passou a contar com um veículo de baixo custo e de fácil acesso pelo grande público, que antes dependia exclusivamente dos canais convencionais como o rádio e a TV, além da mídia impressa como jornais, livros e revistas, como a Novo Horizonte.

Essa “nova mídia”, como se sabe, não substituiu as

existentes, em especial as mídias impressas – livros, jornais, revista, etc. - que continuaram com suas publicações. Mas, a partir de então, a Internet, com sua espantosa expansão e acessibilidade a baixo custo, abriu possibilidades para que qualquer Instituição, ou mesmo uma iniciativa individual, independente de grandes investimentos, pudesse alcançar a um grande público.

E por meio desse poderoso veículo de comunicação, a Casa inaugurou um novo “portal de acesso”, aumentando vertiginosamente a visibilidade de seu conteúdo, se comparado com a Revista, seu tradicional órgão de divulgação (que inclusive passou a ser disponibilizada com destaque por esse meio), enriquecendo ainda mais seu já excelente conteúdo. Segundo estatísticas constantemente apuradas, o Site, desde o início de seu funcionamento, vem mantendo o acesso de um público da ordem de milhares por mês, e, surpreendentemente, parte expressiva desses acessos provem dos mais diversos e longínquos pontos do planeta.

O Site segue a mesma orientação da Revista Novo Horizonte - divulgação e estudo da

Doutrina Espírita. Divide-se em duas partes: A primeira, “Informações”, com histórico da Casa, suas atividades, horários de funcionamento e informes diversos sobre seu dia-a-dia. A segunda, o “Conteúdo”, propriamente dito, com seções de artigos, estudos evangélicos, livraria, coletâneas de obras de expoentes espíritas, mensagens, contos e muitos outros materiais de excelente qualidade, como a própria Revista Novo Horizonte, que recebeu um espaço especial para sua versão digital, além da republicação, na íntegra, de todas as suas edições originais.

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Como já foi comentado, o Site dedica uma seção especial à revista Novo Horizonte, onde suas 120 Edições estão disponíveis na íntegra, e assim como as outras seções, contando com todas as facilidades de interação, como menus organizados e mecanismo de busca por palavra-chave.

Essa “era digital”, além de trazer consigo a Internet como uma inovadora forma de difundir quase que instantaneamente grandes quantidades de informações também possibilitaram que todo o acervo impresso pudesse ser digitalizado, garantindo assim, sua perene conservação.

Para manter e disponibilizar acesso a um extenso e crescente conteúdo, a questão da acessibilidade é fundamental, senão crítica, e nesse sentido, o Site dispõem em todas as suas seções de funcionais mecanismos de busca, que mediante simples digitação de “palavra ou frase chave”, facilmente se chega as informações desejadas.

Seção “Nº Anteriores “ da Novo Horizonte, com seus menus de acesso fácil e mecanismo de busca por palavra chave.

Se antes, o texto impresso, como livros, estudos, pesquisas históricas e científicas tinham durabilidade limitada e requeriam cuidados e tratamentos especiais na sua preservação, sem mencionar seu acesso restrito a pequeno público, a partir de então, com o processo de digitalização, todo esse acervo, inclusive como foi feito com todo o acervo da Revista Novo Horizonte, pôde ser preservado, e totalmente protegido de deteriorações pela ação do tempo, garantindo, assim, seu amplo acesso futuro. Tal avanço, embora essencialmente de caráter tecnológico ou material, foi sem dúvida um imenso avanço cultural da Humanidade, preservando sua História e impulsionando seu progresso nas mais diversas áreas do conhecimento, inclusive, em sua própria perspectiva espiritual. Um passo rumo à “nova era” planetária, que celebremente começava a passar de um estado de provas e expiações, para um de regeneração, conforme há muito preconizado pelas altas lides da espiritualidade.

Em linhas gerais, a proposta do Site é organizar uma base de dados com as mais variadas informações sobre o “universo espírita”, inclusive, permitindo que este seja “baixado” livremente (download em formato texto e pdf), facilitando em muito sua utilização, tanto pelo visitante eventual, quanto pelos que buscam aprofundar seus estudos.

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Em outubro de 2014, o Cel. Garcia, aos 86 anos, sendo grande parte destes, dedicada a causa espírita, retorna à pátria espiritual. Sua ausência, sem dúvida, seria muito sentida pelos tantos com que conviveu, ajudou e orientou, mas suas contribuições e trabalhos dedicados à Casa do Coração, se tornariam um legado inestimável às futuras gerações, como foram os de Barros Fournier, Dona Chiquita Fraenkel, seus filhos Murillo e Sylvia, e muitos outros dignos “filhos espirituais” da Casa, que por lá estiveram doando o que de melhor possuíam.

Como todas as obras de “criação divina”, assim como a Natureza, que nunca cessam e sempre se renovam, apesar dos momentâneos embaraços que tomam vulto ilusório ante a limitada visão humana, a Casa do Coração, a partir de 2015, começa a caminhar, novamente, para uma nova etapa. Mas não em suas diretrizes espirituais, que continuariam firmes e presentes, mas sim em sua condução como Instituição, renovando sua direção com natural propriedade, como sempre se deu ao longo de sua história.

E nesse contexto de otimismo e franco progresso, a Presidência da Casa do Coração foi

assumida por Carmem Guimarães, e sua Vice-presidência, por Adauto Figueiredo, que desde sua juventude, com estreitos laços de afinidade com a Casa, já recebiam, da espiritualidade, a preparação adequada para exercer, com êxito, a direção de importante tarefa.

Dessa mesma forma, as equipes responsáveis pela Revista Novo Horizonte, sob a

permanente assistência espiritual, continuariam firmes em seus propósitos de divulgação da Doutrina Espírita e na auspiciosa tarefa de possibilitar às gerações futuras, conhecer mais de perto, essa obra genuinamente Cristã Espírita – a Casa do Coração.

Em memória de:

Júlio Gaertner - Espírita e Incanssável Precursor da Monumental Obra “Casa do Coração”; Gustavo Pontes - Médium de “nosso” Sábio e Amoroso Antonio de Aquino; Jairo Gonçalves – Metodista e Evangelizador; e todos aqueles que nesse breve retrospecto não foi possível mencionar, mas que com amor e muita dedicação, contribuíram para o cumprimento dos elevados desígnios da Cabana de Lysis, Cabana de Antonio de Aquino, Cabana de Canagé, e “nossa” amada Casa do Coração.

Alexandre Gonçalves (Casa do Coração setembro de 2015)

Equipe de Edição: Alexandre Gonçalves Fernanda Bastos Lúcia Albuquerque (Casa do Coração – 22-07-2016)