drone: monitoramento feito das alturas

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Revista Canavieiros - Junho de 2015

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Revista Canavieiros - Junho de 2015

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anúncio CAR_20-05-2015_aprovado

quarta-feira, 20 de maio de 2015 10:32:09

Revista Canavieiros - Junho de 2015

3Editorial

A Canaoeste prevê uma série de ações para comemorar seus 70 anos de história, no próximo dia 22 de julho. Entre elas, reportagens até o final de 2015 sobre a trajetória da associação e perspectivas para os próximos anos, a serem publicadas na Revista Canavieiros e veicula-das na TV Canaoeste. Um vídeo comemorativo, com depoimentos de pais que ajudaram a construir a força da Canaoeste e filhos que perseveraram no segmento agrícola, será lançado no evento que vai marcar o aniversário: um seminário de mecanização que está sendo planejado em parceria com a STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil).

Este é um dos destaques desta edição, que irá trazer, tam-bém, uma entrevista com o presidente da associação, Manoel Ortolan, que completa, neste ano, 40 anos de Canaoeste e 15 à frente da entidade. Ele analisa o trabalho de todo esse perí-odo, faz projeções e convoca os produtores a fortalecerem o associativismo, por meio de uma aproximação maior com a esfera governamental.

Já a reportagem de capa mostra que o uso dos VANTs/drones para gestão e levantamento de propriedades agrícolas avança cada vez e usinas como as do Grupo Raízen e forne-cedores, como a Agropastoril Paschoal Campanelli S/A apos-taram na nova tecnologia com investimentos feitos no último ano. A edição de junho traz ainda um especial sobre irrigação e cobertura de eventos como o Clube Plantar, do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e 14º Herbishow, entre outros.

Entrevistas com o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, sobre a 11ª edição do Agronegócios Copercana. A feira

será realizada entre os dias 23 e 26 de junho e mais uma vez irá propor-cionar aos cooperados e associados a possibilidade de realizar bons ne-gócios através do acesso a produtos, serviços, condições de pagamentos facilitados, linhas de financiamen-tos, dentre outros serviços, criando condições para que o produtor possa investir em sua lavoura.

"Estamos trabalhando para conseguir um volume de recur-sos que possa atender todos os nossos cooperados. Sabemos que o aumento dos juros anunciado recentemente pelo Governo, não foi bom. Porém, a Copercana trabalhará para ajudar os coope-rados no que for preciso", disse o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti.

Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor Mar-cos Fava Neves opinam no “Ponto de Vista”, Antonio César Salibe, presidente executivo da UDOP; Alexandre Enrico S. Figliolino, diretor de Agronegócios do Itaú BBA; Erotildes Gil Bosshard, especialista em Direção de Recursos Humanos e Antonio Carlos de Oliveira Freitas, advogado, especialista em Processo Civil.

As notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, assuntos legais, informações setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferi-dos na revista de junho.

70 anos da Canaoeste e o11º Agronegócios Copercana

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Andréia Vital, Fernanda Clariano, Igor Saven-hago e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica e Editora

Revisão: Lueli Vedovato

tiRagem desta edição: 22.000 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)

[email protected]

www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros

www.facebook.com/RevistaCanavieiros

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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Ano IX - Edição 108 - Junho de 2015 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 38Drones: Monitoramento feito das alturasO uso dos VANTs para gestão e le-

vantamento de propriedades agrí-colas avança cada vez mais

26 - Notícias Copercana- Reuniões técnicas Copercana

34 - Notícias Sicoob Cocred

70 - Artigo Técnico

74 - Irrigação

- Jovem Agricultor do Futuro recebe doação de ferramentas da Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Plantas Daninhas: Controlar no período seco?

Área irrigada no Brasil pode crescer em até 10 vezes

Pontos de VistaAlexandre Enrico S. Figliolino

.....................página 14Antonio Cesar Salibe

.....................página 16Erotides Gil Bosshard

.....................página 18Antonio C. de Oliveira Freitas

.....................página 20

Coluna Caipirinha.....................página 22

Informações Setoriais.....................página 42

Eventos:Agronegócios Copercana

.....................página 45

Destaque:Ajuste fiscal e o futuro do setor sucroenergético

.....................página 52Clube Plantar - CTC

.....................página 54Toque feminino no universo canavieiro

.....................página 56Biocana passa por mudanças

.....................página 59Seminário Tereos/Guarani

.....................página 60

Pragas e Doenças:II Simpósio STAB - Plantas Daninhas

.....................página 6614º Herbishow

.....................página 68

Controle da Ferrugem Alaranjada.....................página 72

Assuntos Legais.....................página 84

Acompanhamento de Safra.....................página 88

Classificados.....................página 90

Cultura....................página 94

Foto

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05 - Canaoeste 70 AnosCanaoeste prepara série de ações para comemorar 70 anos de históriaRevista Canavieiros e TV Canaoeste farão reportagens até o fi-nal deste ano; vídeo terá depoimentos de pais e filhos que man-têm a força da associação por diferentes gerações

- Canaoeste e LL Cultivar promovem reunião técnica sobre nutrição de cana - Presidente da Canaoeste e Orplana participa de reunião com Secretaria do Meio

Ambiente- Gestor da Canaoeste terá artigo apresentado em congresso de Economia

28 - Notícias Canaoeste

Foto: Samuel Vasconcelos

Revista Canavieiros - Junho de 2015

5Canaoeste 70 AnosEspecial

Canaoeste prepara série de ações para comemorar 70 anos de história

Para marcar seus 70 anos de história, a serem completados no próximo dia 22 de julho, a Canaoeste prepara uma série de ações co-

memorativas. Reportagens especiais, eventos e um vídeo institucional irão mostrar como a associação se tornou uma das mais respeitadas do País no setor sucroenergético e destacar o trabalho de produtores que entenderam o espí-rito do associativismo e, por meio dele, incenti-varam novas gerações.

A Revista Canavieiros e a TV Canaoeste farão matérias especiais até dezembro, com temas variados: desde aspectos históricos da atuação da associação, passando por depoimentos de gestores, colaboradores e fornecedores associados, até pro-jeções para as próximas décadas. Serão elaborados, ainda, informes publicitários para veiculação em jornais de Sertão-zinho-SP, onde está localizada a matriz, e outros municípios ou regiões com filiais da Canaoeste.

Um vídeo comemorativo está em fase final de edição e deve ser divulgado já no início de julho. Além de um breve histórico da associação – surgimento e trajetória –, o foco será a transmis-são, a uma nova geração de agricultores, dos valores que nortea-ram a criação da Canaoeste, em 1945, e o seu desenvolvimento.

Pais que contribuíram para o fortalecimento da cadeia produtiva da cana-de-açúcar foram entrevistados ao

lado de filhos que seguiram na atividade.

A produção trará um depoimento do presidente da associação, Manoel Ortolan, para quem 2015 também é um ano significativo, já que completa 40 anos de Canaoeste – entrou em 1975 no depar-

tamento técnico – e está há 15 à frente da entidade. Atuação que rendeu a ele, em 2001, o comando da

Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul), que congrega 33 asso-ciações de produtores.

A divulgação de imagens e trechos de algumas entrevistas será feita nos estandes da Revista Canavieiros e da Canaoeste (que será personalizado com o tema 70 anos), durante o Agrone-gócios Copercana, feira realizada de 23 a 26 de junho no Centro de Eventos Copercana. O vídeo completo será divulgado nos sites e nas fanpages da Canaoeste e da Revista Canavieiros, além de ser apresentado, oficialmente, no evento que marcará o aniversário da associação. A exibição será feita justamente em 22 de julho, no auditório da Canaoeste, durante um seminário de mecanização que está sendo planejado em parceria com a STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) e cuja abertura será feita por Manoel Ortolan.

Igor SavenhagoCarla Rossini

Revista Canavieiros e TV Canaoeste farão reportagens até o final deste ano; vídeo terá depoimentos de pais e filhos que mantêm a força da associação por diferentes gerações

Em defesa dos produtoresA ideia de montar a Associação dos

Fornecedores e Lavradores de Cana de Sertãozinho, antigo nome da Cana-oeste, surgiu em maio de 1945. Dois meses depois, o ideal associativista dos sócios-fundadores viraria realida-de. Eram eles: Alexandre Balbo, João Mendes, Attílio Magon, Orestes Mói, Antônio Bombonato, Hércules Bono-ni, João Batista Sverzut, José Paulino Simões, Florindo Storto, Jaime Gomes Duarte, José P. Martinez, José Rodri-gues Valente, Francisco Lopes Ortiz, Antônio Zambiano, Emílio Belezzini, Olívio Rossanez, Eugênio Mazzer, José Dandaro, TicianoVanzela e Edgar Sil-veira Pagnano. Vinte destemidos, que

apostaram na união para defender direi-tos e interesses dos produtores junto às indústrias e ao Governo.

O “Documentário Histórico de Ser-tãozinho 1896/1956”, editado pelo saudoso Antônio Furlan Júnior, aponta que, 11 anos depois da fundação da Ca-naoeste, a cana-de-açúcar já predomi-nava nesta região, que, em outros tem-pos, havia se destacado pelas lavouras do café, cultura que entrou em decadên-cia com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, no final da década de 1920. Em 1956, a cana ocupava 49,3% da área plantada em Sertãozinho, ten-do sido responsável, naquele ano, pela

produção de mais de 600 mil sacas de açúcar e quase três milhões de litros de álcool. No ano seguinte, os números saltaram para 1,2 milhão de sacas de açúcar, 5,3 milhões de litros de álcool e 914 mil litros de aguardente.

O primeiro presidente da nova asso-ciação, de 1945 a 1950, foi Alexandre Balbo, que se desligou para se dedicar a atividades da família. Em 1947, o pai de Alexandre, Attílio, havia fundado a Usina Santo Antônio, que cresceu e exi-giu maior envolvimento na administra-ção. Com o sucesso do empreendimen-to, a família Balbo comprou, também, em 1956, a Usina São Francisco.

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JOSÉ DANDARO JOSÉ P. MARTINEZ ANTÔNIO ZAMBIANCO

ATTÍLIO MAGON JAIME GOMES DUARTE

ALEXANDRE BALBO EMÍLIO BELEZINIHÉRCULES BONONI

EUGÊNIO MAZZER EDGAR SILVEIRA PAGNANO

TICIANO VANZELA OLÍVIO ROSSANEZ ORESTES MÓI

JOÃO BATISTA SVERZUT

ANTÔNIO BOMBONATO

FLORINDO STORTO

JOSÉ RODRIGUES VALENTE

JOÃO MENDES

FUNDADORES Canaoeste 70 AnosEspecial

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Quem assumiu a associação foi Eugênio Mazzer, um dos sócios--fundadores, que ficou no comando até 1954. Foi durante a gestão dele que a entidade obteve, em 10 de dezembro de 1951, sua per-sonalidade jurídica. Naquele ano, surgiu, ainda, a ideia de construir um hospital, tarefa que ficou nas mãos dos diretores João Mendes e Clóvis Magon. A pedra fundamental fora lançada em 28 de agosto.

Em 10 de maio de 1953, a associação alterou sua razão social para Associação Regional dos Fornecedores e Lavradores de Cana, ampliando sua área de atuação. Em janeiro de 1955, o Hospital dos Fornecedores, como era conhecido, entrou em operação e passou a se chamar Netto Campello – em homenagem a um ex-presidente do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool). A unidade teve, como primei-ro diretor clínico, o médico Olidair Ambrósio.

Expansão

Em 1956, chegou a Sertãozinho, vin-do do Rio de Janeiro, José Gabriel Pinto, até então fiscal do IAA. O instituto, que foi extinto na gestão de Fernando Collor de Mello, era o braço de intervenção do Governo Federal no setor sucroenergéti-co. Gabriel, que tinha a missão de ser os olhos do IAA na administração do Net-to Campello, acabou virando secretário executivo da associação, incentivando mais fornecedores de cana a aderir à prá-tica do associativismo.

Foi em 1957, sob a presidência de José Marchesi, que a associação passou a ter a razão social que conserva até hoje: Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo. Dois anos mais tarde, já com Pedro Strini como presidente, foi definida a compra do terreno para a construção da sede, na Rua Dr. Pio Dufles, área que pertencia à Igreja Matriz de Sertãozinho. A primeira assembleia na nova casa elegeu Silvio Borsari, que presidiu a associação até meados de 1964, quando, por motivos particulares, deixou o cargo para o vice em exercício, Oswaldo Ortolan, até que Arlindo Sicchieri assumisse em 1965.

Três anos depois começaria o manda-to mais longo da história da Canaoeste. A presidência passou a ser ocupada por Fernandes dos Reis, em meio a uma grave crise no setor, que havia começa-do em 1964. Reeleito várias vezes, ele ficou no cargo por 31 anos, até sua mor-te, em 25 de fevereiro de 1999. Tinha, como companheiros na diretoria, Pedro

Canesin Filho, Antonio Eduardo Tonielo e Décio Rosa.

Já em 1969, a Canaoeste colaborou para a fundação da Cocred (cooperativa de crédito), com a finalidade de assegu-rar recursos importantes para a lavoura, por meio de financiamentos para custeio e investimento.

Em 6 de fevereiro de 1972, Fernan-des falou, pela primeira vez, sobre sua ideia de implantar uma biblioteca vol-tada para os associados e suas famílias, bem como para estudantes de Sertãozi-nho e região. No mesmo ano, em 14 de dezembro, foi inaugurada a Biblioteca da Canaoeste, batizada com o nome do presidente do IAA na época, General Álvaro Tavares do Carmo.

Em 1974 e 75, nova crise. A queda de US$ 9,3 no valor da tonelada de açúcar para exportação, ocasionada pelo choque internacional do petróleo, em 73, deixou o setor canavieiro sob o risco de se tor-

nar insustentável. Pressionado pelos se-tores da economia produtiva, o Governo Federal lançou um programa de recursos subsidiados, visando a um crescimento da demanda interna, sobretudo para o ál-cool hidratado: o Pro-álcool.

Na virada da década de 80, os resul-tados da iniciativa já podiam ser notados no volume de carros em circulação com o chamado “combustível verde”. Com o aumento da procura, a produção de cana-de-açúcar teve um salto explosivo, passando de 9,6 milhões de toneladas no país no triênio 74-76 para 23,5 milhões uma década mais tarde. Em 1986, o Bra-sil respondia por 25% da oferta mundial de cana, contra 14% no início do progra-ma. Nesse período, a Canaoeste partici-pou ativamente de todos os projetos de melhoramento genético.

A gestão de Fernandes dos Reis pro-moveu, também, a modernização do Hospital Netto Campello, com a am-pliação do número de leitos para 100

Atual sede da Biblioteca da Canaoeste Hospital Netto Campello

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Manoel Ortolan,presidente da Canaoeste

Fernandes dos Reis

e da área de serviços e a instalação de aparelhos de última geração. A sede da Canaoeste passou por reforma e amplia-ção, principalmente da área técnica, para melhorar a assistência aos associados. Um laboratório de análises foi adequa-damente equipado, por exigência da implantação do sistema de remuneração da cana pelo teor de sacarose, defendido pela associação como um benefício e um direito dos produtores.

Em 1984, a Canaoeste, ao lado de seus associados, atuou decisivamente em movimentos que exigiam o cumpri-mento das determinações do IAA para o pagamento dos fornecedores. As usi-nas resistiam e não cumpriam valores e prazos estabelecidos. Na ata de reunião no dia 17 de agosto daquele ano, a dire-toria da associação aprovou a proposta de elaborar um manifesto público sobre a situação da agroindústria canavieira e publicá-lo nos principais jornais do Es-tado de São Paulo.

A Canaoeste participou de comis-sões nacionais e estaduais sobre o teor de sacarose, integrando, posteriormente, o Sistema Consecana. E sempre se pre-ocupou em incentivar a pesquisa, con-tribuindo com a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), o IAC (Instituto Agronômico) e o CTC (Centro de Tec-nologia Canavieira), antiga Copersucar, na busca por variedades mais produtivas e resistentes. Em parceria com a Coper-cana, fomentou a rotação de culturas e conseguiu recursos junto ao FUNPRO-ÇUCAR para financiamentos de cami-nhões, tratores e carregadeiras de cana, que trouxeram grande avanço no manejo da cultura.

Década de 90 e anos 2000

No início da década de 90, em função da queda na produção provoca-da pela desconfian-ça dos produtores em relação à falta do álcool combus-tível e da extinção do IAA, o clima de incertezas pairava

sobre o setor. Era preciso trabalhar nos bastidores para garantir preço justo. Foi isso o que fez a Canaoeste. Dialogou com autoridades, públicas e privadas, para que a defasagem de 22% no valor da cana fosse corrigida. O reajuste foi além: 32,1%. Paralelamente, a associa-ção continuou incentivando programas de melhoramento genético, buscando incremento na produtividade.

Com a morte repentina de Fernandes dos Reis, em 1999, o vice-presidente, Pedro Canesin Filho, assumiu a en-tidade e a superintendência do Netto Campello, até a convocação de uma nova eleição. Um ano antes, a taxa de recolhimento de cana, que era compul-sória, passou a ser facultativa. Por isso, a direção dos trabalhos da Canaoeste precisava passar por novas mudanças. O principal objetivo, a partir daquele momento, era mostrar a importância de

manter os produtores unidos em asso-ciações de classe, a fim de garantir re-presentação política e institucional nas esferas públicas municipal, estadual e federal, nas organizações e federações e no Consecana. Por outro lado, tinha que evoluir, também, na prestação de serviços de consultoria, planejamento e controle de safra, assistência social, comunicação, além de ensaios de labo-ratório e fiscalização nas usinas.

Esses foram os principais desafios de Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, eleito como novo presidente em 25 de fevereiro de 2000. Coube a ele conso-lidar a integração da Canaoeste com a Orplana, bem como atender à expecta-tiva dos produtores por preços melho-res – conforme pode ser conferido em entrevista nesta edição.

Ao longo desses 15 anos, Ortolan fir-mou sua posição como um dos maiores nomes do País na defesa dos fornecedo-res e do associativismo, permanecendo, também, até hoje, como líder da Orpla-na. E a Canaoeste, antenada com as ne-cessidades do planeta por energia limpa e renovável, chega a 2015 como uma das maiores associações de fornecedo-res de cana do mundo. Com 70 anos, se sente jovem, disposta a continuar fa-zendo história.

Uma das manifestações coordenadas pela Canaeoste

RC

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Revista Canavieiros: São 15 anos à frente da Presidência da Canaoeste. Quais foram seus principais desafios desse período?

Manoel Ortolan: Logo que assumi a Canaoeste, no ano 2000, a primeira coisa que tinha em mente era integrar a Canao-este à Orplana. Até então, por vários anos, a Canaoeste apoiava, mas não fazia parte da Orplana. Já de longa data, eu acom-panhava, juntamente como o Dr. Clóvis Vanzela e por delegação da presidência (da Canaoeste), as reuniões da Orplana. Eu já estava, de certa forma, entrosado com todos. Houve um ano entre os man-datos dos senhores Fernandes dos Reis e Pedro Canesin (ex-presidentes da Canao-este) que, por orientação da diretoria, eu fui assumindo as atividades da Canaoeste e ficou muito claro que o primeiro com-promisso assim que eu assumisse a pre-sidência da associação seria colocar a Ca-naoeste como membro da Orplana, como foi feito. Logo após, o desafio era traba-lhar para corresponder às expectativas dos produtores, pois eu estive na Canao-este de 1975 até 2000 como agrônomo,

Manoel Ortolan

70 ANOS DA CANAOESTE“É muito importante estarmos próximos aos centros

onde as decisões acontecem” No próximo dia 22 de julho, a Canaoeste completa 70 anos de existência, o que faz de 2015 um ano

representativo não só para a associação. Seu presidente, Manoel Ortolan, comemora 40 anos de casa – entrou no departamento técnico em 1975 – e 15 na liderança dos anseios dos produtores. A presidência da Canaoeste, que assumiu em 2000, foi um degrau para que fosse convidado a ocupar, também, o cargo máximo da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul), que congrega 33 asso-ciações, entre elas a própria Canaoeste.

Engenheiro agrônomo formado em 1969, pela ESALQ-USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Quei-roz), participou, à frente das duas entidades, de mudanças importantes no setor sucroenergético, como a mecanização da colheita, que decretou o fim das queimadas e do corte manual nos canaviais paulistas, e o desenvolvimento de tecnologias para a cogeração de energia elétrica a partir do bagaço. Hoje, conduz grupos de produtores no enfrentamento de um grande desafio, mais um entre os muitos da carreira: a crise que afeta o setor e gera consequências como o aumento da concentração na indústria e no campo, o que dificulta a sobrevivência dos pequenos.

Diante disso, diz que o principal foco das associações nos próximos anos precisa ser a busca de maior aproximação com o poder público. “É preciso que a Canaoeste e o sistema como um todo se fortaleçam mais na representatividade política”.

Igor Savenhago

Canaoeste 70 AnosEspecial

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sempre à frente do departamento técnico, onde tivemos um crescimento acentuado. De início, éramos em dois, três, que par-ticipávamos. Eu fui o primeiro. Depois veio o Antônio Roberto Verri, já falecido. Em seguida, o Augusto Strini Paixão. E assim fomos constituindo o departamen-to. Mas foi em 1983, com a implantação do pagamento de cana pelo teor de saca-rose, que ampliamos significativamente o departamento. Na ocasião apresentei um plano para a diretoria, para que pu-déssemos cobrir toda a área, entendendo que, uma vez que a cana ia ser remune-rada pela qualidade, cabia trabalharmos a orientação, a assistência técnica, para fa-zer com que o produtor conseguisse uma cana que melhor pudesse remunerá-lo. Contratamos agrônomos para ir fazen-do as regiões, cobrir toda a nossa área e, com isso, o departamento técnico ganhou um grande impulso. Tínhamos reuniões, encontros, participávamos ativamente deles. E era sabido que era uma coisa meio que natural, na hora em que houves-se uma oportunidade ou que algum dos diretores deixasse de participar, já que havia quase que um anseio dos produto-res, de que a próxima presidência fosse entregue a mim. Eu sempre vi nos diri-gentes até então bastante competência. Eles vinham fazendo tanto a Canaoeste como a Copercana e a Cocred crescerem significativamente. Eu entendia que ca-bia a eles a direção até que, por alguma circunstância, tivesse que haver uma mu-dança. Então, fiquei aguardando a minha hora, minha oportunidade, como de fato chegou. Abracei com muito carinho, de-terminação, para corresponder à expecta-tiva que eu sabia existir. Comecei o traba-lho em 2000 e, logo em 2001, veio outro grande desafio. Para surpresa minha, um grupo me procurou para que eu assumis-se também a Orplana, em função das cir-cunstâncias. A Orplana ficou muitos anos com um presidente só, depois teve mais dois, mas com passagens rápidas. E ha-via a necessidade de alguém que pudesse unir a turma toda em torno de um mesmo objetivo. Como eu era recém-chegado e, segundo o pessoal desse grupo, tinha um perfil mais conciliador, me convenceram de que, com o apoio deles, eu poderia fa-zer um trabalho tranquilo, colocando esse sentido de união, de coesão entre todas as associações, para que a Orplana fos-

se fortalecida. Começamos ali, acredito, uma etapa nova para a Orplana. Primei-ro, fui eu na presidência, depois o Ismael Perina e retornei mais tarde. A partir do ano que vem, vamos ter novo presidente lá. Então, foram dois grandes desafios. O primeiro, de corresponder a essa expecta-tiva dos produtores da Canaoeste e, logo em seguida, assumir a Orplana. Procurei fazer as coisas dentro da expectativa de-les. Falei: “Concordo em assumir, mas queria o apoio de todo mundo. Vou fazer uma visita em todas as associações e con-versar com todos, sobre como eles veem esse processo de eu assumir a presidên-cia, uma vez que sou recém-chegado”. E fiz isso. Caminhei por todas, conversan-do, e vi que havia uma aceitação. Fomos, com isso, para o processo de eleição. Não houve disputa, não houve nada. Saiu um presidente, entrou o presidente novo e co-meçamos o trabalho.

Revista Canavieiros: Ter Manoel Ortolan como presidente da Canaoes-te e da Orplana por tantos anos é um indicativo da liderança que o senhor exerce até hoje no setor?

Manoel Ortolan: Eu não colocaria dessa forma. Acho que somos um grupo bom. Esse grupo que iniciou a mudança na Orplana, que veio me procurar, conti-nua trabalhando junto até hoje. E temos conseguido algumas transformações. A Orplana vem evoluindo, o sistema vem evoluindo. De acordo com o tempo, com cada época, é preciso seguir cami-nhos diferentes, mudar um pouquinho o rumo das coisas. Hoje, por exemplo, estamos vivendo um processo de con-centração no setor. E a Orplana vem se preparando para essa nova etapa. A Ca-naoeste também. Trabalhávamos com

um grande número de unidades indus-triais, mas estão havendo fusões. Temos na região da Canaoeste, por exemplo, praticamente quatro grupos que res-pondem por boa parcela das unidades. Isso muda um pouco a forma de agir, temos que ir nos adequando a essas si-tuações. A mecanização também é um processo que favorece a concentração, já que você precisa de escala para tra-balhar. Então, significa que vai ter bas-tante trabalho, para buscar com que os pequenos e os médios produtores con-tinuem participando, mas numa forma que teremos que organizar para atender também às necessidades das unidades industriais. Não vejo, portanto, como algo pessoal. É realmente o trabalho de um grupo e que precisa ter alguém à frente. Entenderam, no momento, que a pessoa indicada seria eu. No caso da Orplana, assumi, fiz minha parte, passei para outra pessoa, que também trabalha junto nesse grupo, que foi o Ismael Pe-rina. Depois entendemos que eu deveria voltar por mais um período. Também não fui eu quem buscou isso. Foi uma solicitação da própria entidade, que eu participasse de mais uma gestão. Nesse tempo, houve uma boa renovação nas associações, temos novas lideranças, novos presidentes. Acho que a coisa está melhorando no contexto. Ano que vem, vamos deixar a presidência da Or-plana e, se Deus quiser, numa situação de liderança boa, que vai dar sequência ao trabalho que vem sendo feito.

Revista Canavieiros: Qual o lega-do que a Canaoeste tem deixado para a região em que atua e para o País?

Manoel Ortolan: Acho que a asso-ciação teve duas fases. Uma enquanto tínhamos o hospital (Netto Campelo, em Sertãozinho-SP), um recolhimento de taxa obrigatório por parte do Gover-no e direitos que a legislação nos asse-gurava. Tinha, também, quem punia as indústrias se não cumprissem suas obri-gações. Daí para a frente, com o livre mercado, houve o entendimento de que essas obrigações não se faziam mais por lei. Participava quem queria. Mas como tínhamos um regramento, um histórico das associações junto às unidades in-dustriais, nos unimos, industriais e for-necedores, e criamos um sistema que

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regulava minimamente o setor, um ba-lizador dos negócios, do preço da cana. Com isso, conseguimos seguir pratica-mente com as mesmas estruturas. Logo, vimos que a parte da assistência social ficaria muito pesada. Várias associações já haviam repassado seus hospitais. Re-lutamos um pouco, mas para focar na rentabilidade do produtor acabamos fa-zendo a mesma coisa. Terceirizamos o nosso hospital para uma empresa, o gru-po São Francisco, e buscamos dar mais foco na produção. Hoje, é preciso que a Canaoeste e o sistema como um todo se fortaleçam mais na representatividade política. A questão da orientação técnica, do agrônomo estar junto ao proprietário, não é mais o primeiro plano. Não é isso que vai garantir ao produtor uma vida melhor. É muito importante estarmos próximos aos centros onde as decisões acontecem. Teremos trabalho, um pou-co, na esfera municipal, um pouco mais na esfera estadual e muito trabalho na esfera federal. Por isso, entidades como a Orplana, mesmo a Canaoeste e outras que têm peso na Orplana, precisam es-tar mais presentes junto à classe política, ajudando a construir aquilo que entende-mos que é certo. De nada adianta con-seguir ganhos de produtividade, de efi-ciência, se, numa canetada em Brasília, são tiradas essas vantagens que se têm conseguido de outra forma. Fiquei muito feliz com o trabalho que as entidades fi-zeram quando do Código Florestal, ago-ra na regulamentação do CAR (Cadas-tro Ambiental Rural) e quando fizemos o projeto do Protocolo Agroambiental,

que teve um resultado muito bom. A própria Secretaria (Estadual de Meio Ambiente) hoje elogia o que foi feito e o fato de que chegamos a estar à frente daquilo que o protocolo determi-nava, sinal da conscien-tização, da evolução, da profissionalização do setor. Também está na hora de pensar em for-mar uma sucessão para o nosso trabalho. Já se vão 15 anos de Canaoeste e quase isso de Orplana. É preciso pensar que preci-

samos sempre de um time, um aqui, ou-tro lá, para que possamos compartilhar atividades e dar conta. É muita coisa, muita reunião e, para isso, é necessária uma equipe competente, com mais as-sociações, mais gente participando, para que seja possível comparecer a todos os fóruns de discussão. É imensa a gama de atividades em que podemos influir com nossos técnicos e diretores. Por exem-plo: não tínhamos na Canaoeste um de-partamento voltado para meio ambiente. Mas essa questão ganhou uma ênfase tal que entendi que era a hora de termos um departamento com profissionais es-pecializados, capacitados para dar ao produtor uma orientação firme, segu-ra. Contratamos advogado, agrônomos e técnicos para esta área, profissionais que ajudam, também, na Orplana. Eles atuam junto às secretarias estaduais e ministérios de Meio Ambiente e Agri-cultura. Cuidaram de implementar o CAR, do qual a Canaoeste fez mais de dois mil projetos. Agora, participam da regulamentação do PRA (Programa de Regularização Ambiental). É procurar andar pari passu para estar influindo e não ser pego de surpresa com as toma-das de decisão. Por isso, digo que hoje mudou um pouco o cenário. Esse é um trabalho do qual, muitas vezes, os for-necedores de cana não se apercebem. Não visualizam isso como visualizam um agrônomo na sua fazenda. A assis-tência técnica é uma coisa e esse outro lado, da participação, que era de menos relevância, é outra, que precisa ganhar um embalo grande e ser forte.

Revista Canavieiros: O senhor fa-lou de mudanças, citando o Protocolo Agroambiental. Antes delas, o setor ti-nha uma imagem negativa, associada a queimadas e às condições do traba-lho rural. Hoje, quando se fala em ca-na-de-açúcar, a relação mais comum é com tecnologias limpas e renováveis, capazes de atender às demandas mun-diais. Como a Canaoeste contribuiu para a mudança desse conceito?

Manoel Ortolan: Em função do porte da associação, pudemos contratar bons profissionais, desenvolver setores, como o ambiental, e dar oportunidade para que os técnicos estudassem mais, se aperfeiçoassem, progredissem. Dian-te do que você citou, lembro-me do cheiro de vinhaça nas cidades, porque ela era jogada em rios ou áreas urbanas. Era vista como um subproduto, um lixo para as usinas. De repente, conforme o enfoque ambiental e a legislação, virou fertilizante. E seu uso passou a interes-sar, em substituição aos fertilizantes químicos. Depois veio a ação em cima das queimadas. Também relutávamos muito, porque, até então, era o siste-ma adotado. Normalmente, você relu-ta para deixar uma coisa e entrar num mundo novo. Mas começaram a vir so-luções, como a energia elétrica através do bagaço. Se as usinas já produziam energia para consumo próprio, por que não cogerar com o excedente, uma vez que o País precisava? Agora, vem a questão do uso da palha. Cortar cana crua, substituir mão-de-obra foram grandes passos para um grande grupo de trabalhadores, que foi trabalhar nas colheitadeiras, comboios, oficinas, fá-bricas de implementos e de máquinas. Você tirou gente do campo para ganhar mais e uma condição de trabalho mais digna. Se alguns foram deslocados, muitos se beneficiaram. Até que re-lutávamos contra isso também, já que todo processo de mudança é traumáti-co. Você deixa um sistema para entrar em outro completamente diferente. O interessante é que, com o desenrolar do processo, vão aparecendo novidades, algumas boas, outras nem tanto, como o aumento de pragas nos canaviais. Mas você supera isso também, com tecnolo-gia, com pesquisa. O fato é que a gente vai dançando de acordo com a música

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ou com a época. Quando é tango, é tan-go. Quando é samba, é samba. E vamos caminhando. Felizmente, temos estru-tura e gente que possibilitam fazer as mudanças de rumo.

Revista Canavieiros: No cenário nacional, o senhor falou sobre maior aproximação com a esfera política. E no internacional? Que tipo de imagem é possível construir para o setor?

Manoel Ortolan: Lembro-me que, quando iniciei a carreira, muito se fa-lava que tudo de melhor que se queria ver sobre cana estava na Austrália. As viagens eram para lá. O exterior pro-porcionava muito conhecimento. Hoje, nós é que somos referência na produção agrícola. Tivemos aqui o programa do etanol. Foi um período muito rico em intercâmbios, porque veio gente do mundo inteiro. Eram delegações che-gando todo mês, fazendo visitas, tanto a nós, na Orplana, como na UNICA. Te-mos essa dianteira na tecnologia da pro-dução de etanol a partir da cana-de-açú-car. Agora, tem a cogeração entrando também, o aproveitamento da palha... E o processo de produção de cana vai sendo modificado, alterado para me-lhor. Quem imaginava lá atrás plantar cana de mudinha? Hoje, é uma tecnolo-gia que vem sendo dominada. Acredito que, em breve, vamos estar plantando muita cana a partir desse sistema de muda pré-brotada. Começou aqui no IAC (Instituto Agronômico) e muitas

empresas entraram nessa parte. É uma evolução fantástica, outro mundo se você pensar como se plantava cana há 20 anos. Acho que conseguimos tudo isso em função das nossas entidades. Não fossem as associações, não tería-mos chegado aonde chegamos com os produtores de cana.

Revista Canavieiros: Isso mostra que o associativismo vai continuar exercendo um papel preponderante na economia do País?

Manoel Ortolan: Sem dúvida. E, como você havia perguntado, procu-ramos integrar a comunidade interna-cional ao setor canavieiro. Existe uma entidade, que é a WABCG (Associação Mundial dos Produtores de Cana e Be-terraba Açucareira) e, ainda durante a minha primeira gestão na Orplana, fomos convidados para nos associar. Fizemos a adesão e passamos a partici-par de todos os encontros, realizados a cada três anos. Vários países se reúnem, apresentando as soluções para os pro-blemas que cada um vem enfrentando. É um grande intercâmbio. Tivemos a oportunidade de fazer um desses en-contros aqui em Ribeirão Preto, tam-bém na minha primeira gestão. É uma panorâmica do mundo todo açucareiro, canavieiro, que temos nesses encontros. É muito bom estar participando.

Revista Canavieiros: Pensando no futuro da Canaoeste, quais as possí-veis projeções que podem ser feitas para a associação?

Manoel Ortolan: Acredito que va-mos ter que mudar um pouco o perfil. Por quê? Vejo que o setor [sucroenergé-tico] está concentrando. Nas indústrias, temos grandes grupos que vão se con-solidar ainda mais. Em contrapartida, uma gama de unidades que ainda vão fechar. Das que estão em recuperação judicial, em torno de 70, praticamente metade fecha também. A concentração também acontece entre os produtores de cana. Há uma grande dificuldade de so-brevivência dos pequenos, porque, com a mecanização, é preciso escala. Numa propriedade de 300, 400 alqueires, você prepara a máquina para colher. Agora, quando são dez, 15 alqueires, a máqui-na não tem rendimento. Se ela colhe lá

600 toneladas por dia, aqui vai colher 250, 300. Isso impacta o custo. Quem empresta o serviço vai cobrar isso. E o pequeno vai ser sempre um tomador de serviço, porque ele não tem, nem vai ter, recursos para comprar maquinário. Lidar com grandes grupos, oferecer so-luções para os pequenos, mesmo os mé-dios produtores, significam uma dificul-dade maior para as entidades de classe. Nesse sentido, precisamos ter cada vez mais cérebros trabalhando. Mas não é questão de volume. Falo de qualidade, de competência, para propor, encontrar as melhores soluções para a nossa si-tuação e, dessa forma, possamos pros-seguir no sistema. A mecanização está aí, o fim das queimadas, graças a Deus, está decretado. E temos esses grandes grupos chegando. Acho que o setor, se não encolher, deve dar meio que uma paralisada. Claro que vai depender mui-to do que acontecer na esfera governa-mental. Não podemos continuar com a situação atual, um caos político que es-tamos vivendo. E o que vem pela frente não sabemos ainda. Vai continuar esse Governo? O fato é que precisamos de mudanças. Não dá para ficar nessa in-segurança. Diante disso, é preciso fazer a nossa parte. Trabalhar pensando no futuro do país, das próximas gerações e do nosso setor.

Revista Canavieiros: A Canaoeste cumpriu o que os fundadores imagi-navam? Ou foi além?

Manoel Ortolan: Este é um traba-lho que precisa ser feito de forma con-junta. Se não estamos melhores, talvez seja porque tem gente que não está aju-dando muito. Precisaria ajudar mais. A pessoa não pode ficar fora da entidade. Precisa participar. Essa história de que “não está me atendendo, então vou fun-dar outra associação” não é o caminho. Vejo que as associações deveriam fazer o mesmo que outros setores fizeram. O bancário fez, o industrial está fazendo. Temos muitas associações. Nesse caso, o ideal seria dar uma encolhida e forta-lecer as regiões. Então, não é questão de estarmos melhores ou piores. Acho que a Canaoeste caminhou bem e que a associação está em condições de conti-nuar seu trabalho, prestando seus servi-ços aos produtores de cana. RC

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Mais um ano nada brilhante vai se desenhando para o setor sucroenergético,o que fará prolongar a situação de crise e agravar sobremaneira a situação de uma parte mais exposta à criseAlexandre Enrico S. Figliolino*

Alexandre Enrico S. Figliolino

Aqui na instituição onde traba-lho, no Itaú BBA, dividimos o setor sucroenergético, que ain-

da está operando normalmente, em três grupos. No primeiro, que chamamos de A, encontramos aquelas empresas que possuem operações extremamente bem estruturadas – fruto de anos e anos de boa gestão -, endividamento dentro de certos limites razoáveis e que apresen-tam elevada produção e comercializa-ção de energia elétrica. Nesse grupo, as empresas conseguem, mesmo diante da crise, gerar fluxo de caixa livre e baixar endividamento, desde que não façam elevados investimentos.

No segundo grupo, que chamamos de B, temos empresas que se mantêm equilibradas, apresentando fluxo de cai-xa livre ligeiramente acima ou abaixo de zero, mas cuja dívida não explode, e, portanto, possuem todas as condições de atravessarem a crise desde que as condições não piorem ainda mais. No entanto, precisam manter um rigoroso controle de custos e investir exclusiva-mente na reposição da depreciação.

Já no terceiro grupo, o C, o fluxo de caixa livre ainda é fortemente negati-

vo e o endividamento cresce em níveis elevados de uma safra para outra. Isso ocorre em função de uma dívida eleva-da e, consequentemente, altas despesas financeiras; e/ou em função de estarem operacionalmente desestruturadas e possuírem um mix pobre de produtos, sem cogeração de energia. Este grupo pode estar com sua sobrevivência seria-mente ameaçada caso nada de novo que seja relevante aconteça. Pelos nossos cálculos, este grupo chega a aproxima-damente 25% da produção do Centro--Sul, o que é bastante significativo. Somente para fazer uma comparação, esse volume de cana corresponde a uma Tailândia e meia, o segundo maior ex-portador de açúcar do mundo.

Portanto, se não quisermos perder no médio prazo uma parcela produtiva relevante do setor, é recomendável que rapidamente um conjunto de medidas estruturantes seja adotado para salvar o grupo C da falência e animar novamen-te aquelas empresas do grupo A e B a retomarem os investimentos. Isso viria ao encontro do crescimento da deman-da de etanol hidratado e nos pouparia de dispêndios elevados de divisas com importação de gasolina em um mo-

mento que precisamos melhorar nosso saldo de balança comercial, importante fundamento aos olhos dos investidores estrangeiros e agências de rating. Além disso, estaríamos retomando o cresci-mento de um setor capaz de gerar em-pregos numa vasta cadeia que dele de-pende – inclusive o de bens de capitais – em um momento em que o País passa por recessão econômica.

*diretor de agronegócio do Itaú BBA RC

Ponto de Vista I

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16Ponto de Vista II

Depois não fala que eu não avisei...Antonio Cesar Salibe*

Muito se tem discutido sobre o futuro dos combustíveis lí-quidos e como as economias

e os países de todo o mundo estão tra-balhando suas estratégias para médio e longo prazos no que tange ao energéti-co que movimentará o futuro próximo, e sua garantia de suprimento.

Recordo-me, por exemplo, da apresentação de um representan-te do MME (Ministério de Minas e Energia) durante o Ethanol Summit de 2013, há exatos dois anos, com o tema “Viabilizando o crescimento: medidas de longo prazo para o setor sucroenergético”.

Na oportunidade, este represen-tante do MME destacou ao público perplexo de empresários do setor que para 2022 o governo trabalhava com a ideia de crescimento de gasolina importada para atender à demanda crescente de veículos no País, de 3,4 bilhões de litros que eram importados em 2013, para 23,5 bilhões de litros em 2022, um salto próximo a sete ve-zes o que o País já importava do deri-vado do petróleo.

Ao final da apresentação, esse mesmo executivo demonstrava

ainda que o atendi-mento dessa

demanda

crescente, que poderia chegar a 30 bi-lhões de litros em 2022, se somada ao crescimento projetado da produção de etanol, seria suprido pelo combustível que representasse uma melhor econo-micidade.

Passados dois anos desse prognósti-co, hoje percebemos muito bem que os números reescalonados dessa equação mostram que os impactos da recessão porque passa o Brasil interferiram di-retamente no futuro dos combustíveis do ciclo Otto. O próprio MME já tra-balha com projeções de 26 bilhões de litros de gasolina equivalente, confor-me apresentação recente do ministro Eduardo Braga.

O grande problema é que em 2013, enquanto o governo deixava em branco qual seria o combustível

que preencheria essa “nova” de-manda, hoje já há uma certeza:

o etanol, na atual condição de crise, não conseguirá

atender a esta nova demanda e a pro-dução de gasolina,

talvez por erro de estratégia do próprio governo, está estagnada há anos.

Então, pergunto: será que estamos preparados para importar até 2022 o equivalente a mais de 20 bilhões de li-tros de gasolina, fora o que já importa-mos hoje? Vou além: quanto vai custar à balança comercial do País a impor-tação desse combustível? E quem vai pagar por ele?

Numa análise até mais aprofunda-da, podemos questionar, inclusive, se o Brasil está preparado para receber essa gasolina e fazê-la chegar aos cen-tros de distribuição e consumo. Temos portos suficientes para essa demanda? Dutos e ferrovias ociosas ou em cons-trução, para levar este combustível dos portos aos centros de distribuição, ou ainda rodovias preparadas para um fluxo crescente de caminhões-tanque necessários para esse escoamento?

Quando defendemos que energia é estratégica, é disso que estamos falando. Num país sério, as decisões sobre energia são estrategicamente colocadas em pauta e a história re-

Antonio Cesar Salibe

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cente já nos mostrou como este ponto faz toda a diferença.

Não distante me recordo também quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a inauguração da usina de biodiesel do Grupo Bertin, na cidade paulista de Lins, exaltava a tecnologia de ponta da Petrobras, que tinha capacidade de buscar petróleo numa profundidade tão grande que ele temia que qualquer dia junto à broca trariam um “japonesinho” para a su-perfície brasileira e que hoje perce-bemos tratar-se de mera propaganda, uma vez que toda essa tecnologia não nos tornou menos dependentes do pe-tróleo externo.

E ainda, na mesma inauguração, Lula finalizava, sob aplausos extasia-dos, que milho era para encher o papo de galinha e que etanol era a energia do futuro, produzido no Brasil com cana-de-açúcar, abundante e em franca expansão, num claro ataque aos nos-sos irmãos norte-americanos que en-

gatinhavam, à época, na produção de etanol de milho.

Pois bem! Hoje, os “bobinhos” da terra do Tio Sam, com sua visão es-tratégica, produzem mais que o dobro do etanol brasileiro, ainda usando o milho, e avançam, a passos largos, rumo ao etanol de segunda geração, deixando-nos para trás com toda nos-sa expertise.

Falar de combustíveis sem planejar o futuro é dar um tiro no pé e abater, num só golpe, tanto a galinha quanto os ovos de ouro. Vejam o exemplo da energia elétrica, que incentivada pelo governo foi amplamente subsidiada no passado recente e hoje se tornou o próprio tendão de Aquiles do governo, pressionando a inflação que tem tei-mosamente fugido da meta e que tira o sono de milhões de brasileiros.

Quem sabe se o setor bioenergético não tivesse sido incentivado com polí-ticas mais claras, sem o represamento

artificial dos preços da gasolina, que solapou o emprego de milhares de bra-sileiros nas dezenas de usinas fechadas com a atual crise, não pudéssemos, neste momento, estar comemorando o crescimento vertiginoso desse setor gerador de renda e de divisas nos mi-lhares de municípios direta ou indire-tamente envolvidos com esta cadeia.

Talvez o governo não estaria, igual-mente, preocupado com o futuro dos combustíveis do País, e os brasileiros, que ainda não estão cientes dessa crise que se avizinha a cada dia, poderiam até continuar dormindo sossegados sabendo que não faltará combustível para o abastecimento de seu automó-vel comprado com o suor de seu traba-lho e que pode vir a sucatear, se nada for feito a tempo.

E agora José? O que será de nosso País? Depois não digam que eu não avisei...

*presidente executivo da UDOP RC

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18Ponto de Vista III

A importância da terceirização regulamentada para o agronegócio canavieiroErotides Gil Bosshard*

Erotides Gil Bosshard

Os maiores problemas existen-tes hoje na terceirização e a imagem negativa que se for-

mou em torno dessa atividade nascem das contratações sob parâmetros errô-neos em todas as esferas. São contra-tações malfeitas, nas quais se busca incansavelmente o menor preço, nunca o melhor preço. A partir dessa visão obtusa, escancaram-se as portas para empresários de má-fé, cuja desonesti-dade, via de regra, resulta em consequ-ências nefastas para os trabalhadores.

Em razão do número de reclama-ções trabalhistas e prevendo a sua re-dução, o que na prática não ocorreu, mesmo não existindo lei proibindo a contratação de empresas interpostas, em 25 de maio de 2011 o Tribunal Su-perior do Trabalho editou a Súmula 331 pelo qual declara ilegal a con-tratação de trabalhadores por empresa interposta, salvo no caso de trabalho temporário (Lei n. 6019 de 3.1.74) como também não haver vínculo de emprego com o tomador a contra-tação de serviços de vigilância, de conservação e limpeza, bem como de serviços especializados ligados à ati-vidade meio do tomador, desde que inexistentes a pessoalidade e a subor-dinação direta. Esse único parâmetro para a solução de conflitos decorren-tes da relação trabalhista proibia a contratação de terceiros para a ativi-dade fim do contratante, liberando as contratações de terceiros para ativi-dade meio. Pela falta de clareza na distinção entre atividade fim e ativi-dade meio, criou-se enorme insegu-rança jurídica para a recomendável, moderna e economicamente benéfica divisão do trabalho.

Talvez por uma questão de prestígio da classe pela manutenção dessa Súmu-la, a maioria dos magistrados trabalhis-tas tem se manifestado contra o projeto que regulamenta a terceirização.

Apesar disso, demonstrando não es-tar tão afinado assim, em 19 de maio de 2014, o recurso extraordinário com agravo da empresa Celulose Nipo--Brasileira S.A. (Cenibra) levou o STF (Supremo Tribunal Federal) a se posi-cionar sobre a constitucionalidade da Súmula 331 do TST (Tribunal Supe-rior do Trabalho). Na sua manifestação inicial, o ministro Luiz Fux considerou que a restrição imposta pela referida súmula é matéria de índole constitu-cional, pois fere a liberdade de contra-tar, violando inclusive o Inciso II do artigo 5.º da Constituição Federal, que diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Decisões semelhan-tes foram emitidas pelos ministros do STF em outros processos.

Pelo lado sindical, documento do DIEESE encomendado pela CUT, com base em casos de terceirização precarizada, alega que o terceirizado trabalha 3 horas a mais por semana, ganha 24,7% menos que o trabalha-dor contratado diretamente e que a rotatividade dos trabalhadores dire-tos é 22% em média enquanto que os terceirizados é 44% em média, indo mais além ao alegar que o projeto de terceirização é um retrocesso até para tempos anteriores à CLT.

Essa visão aumenta a oposição que os dirigentes sindicais fazem ao projeto da terceirização, apesar de que sua verdadeira motivação é a insatisfação com uma eventual fragmentação das bases sindicais, porque se a atividade principal das empresas terceirizadas não for a mesma das empresas contratantes, os trabalhadores das terceirizadas serão representados por outros sin-dicatos e consequentemente os atu-ais representantes profissionais per-deriam contribuições. O caso está mais para a autoproteção econômica

dos sindicatos do que a proteção aos trabalhadores.

Tais bandeiras têm grande apelo po-pular. São fáceis de serem comunicadas. E, assim entendidas, criam grave inse-gurança entre os trabalhadores. Como todo slogan, elas mexem mais com o emocional do que com o racional.

Ao examinar o PL 4.330 com isen-ção, porém, verifica-se o contrário. O projeto busca exatamente “desprecari-zar” o que ainda está precarizado. Tra-ta-se de um projeto de proteção, e não de “desproteção” dos trabalhadores.

Como terceirização é uma ativi-dade de parceria entre contratante e contratada, o PL coloca os dois lados como reais parceiros. A contratante será co-responsável pelo pagamento de todas as verbas trabalhistas e pre-videnciárias dos empregados da con-tratada referentes ao contrato firmado, será diretamente responsável por criar um ambiente de trabalho que garan-ta condições de higiene e segurança para todos os empregados da contra-tada, respeitadas as normas regula-mentadoras nesse campo além da sua responsabilidade direta de atender os

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empregados da contratada nos seus ambulatórios, assim como será obri-gada a oferecer a estes as facilidades de alimentação e transporte que desti-na aos seus próprios empregados.

É falso, portanto, o argumento de que a nova lei, se aprovada, precariza-rá mais a contratação de serviços ter-ceirizados. Nenhuma das exigências acima mencionadas existe na situação atual onde a empresa contratada é do tipo faz tudo e não a especializada naquele serviço a ser prestado, como previsto na regulamentação.

O agronegócio canavieiro é um dos setores da economia que se beneficia-ria com a terceirização regulamentada, sem essa dicotomia entre atividade fim e atividade meio. Em razão das características especiais de produção do agronegócio canavieiro, a terceiri-zação pode ser aplicada a quase todas

as operações do setor, com enormes ganhos de produtividade e aprovei-tamento das estruturas das empresas contratadas. Sem a regulamentação do projeto de terceirização, a contratação das atividades operacionais oferece grande risco pela insegurança jurídica. A possibilidade de virem a ser consi-deradas atividade fim é muito grande e daí a inoportunidade e o prejuízo.

Ao permitir a contratação de em-presas especializadas nas atividades operacionais do agronegócio cana-vieiro, os produtores, toda a cadeia produtiva e a economia como um todo seriam beneficiados. Os contratantes, como os fornecedores de cana, não precisariam disponibilizar recursos com suas estruturas atuais de pessoal e equipamentos, pois as empresas es-pecializadas cuja estrutura disponível seria aproveitada e dinamizada, lhes prestaria os serviços independente-

mente de quem fosse o contratante no tempo necessário para a conclusão da tarefa.

No momento em que os produtores sofrem com os elevados custos de pro-dução que inviabilizam sua atividade e levam milhares a desistir da atividade, a divisão do trabalho proporcionada pela terceirização regular e segura re-vitalizaria toda a cadeia produtiva do agronegócio canavieiro, proporcio-nando garantia de economia ao con-sumidor. Toda sociedade se beneficia com a terceirização regulamentada.

*jornalista, advogado com pós--graduação em Direito do Trabalho, especialista em Direção de Recursos

Humanos, pela Escola de Administra-ção de Empresas de São Paulo - FGV. Doutor em Administração de Empre-sas. Tem mais de 30 anos de serviços prestados ao setor bioenergético.

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20Ponto de Vista IV

Lei de recuperação judicial é usada para salvar patrimônio e prejudicar credores*Antonio Carlos de Oliveira Freitas

Antonio Carlos de Oliveira Freitas

A Lei nº 11.101/2005 completa 10 anos de vigência e, nesta déca-da, há pouco a comemorar. Isso

porque, ao contrário do que se imagi-nava, poucas são as empresas efetiva-mente recuperadas após o trâmite desse tipo de processo. Não se pode imputar somente à legislação o problema, mas, em especial no setor sucroalcooleiro, à falta de uma política consistente de manutenção do setor em patamares de sustentabilidade.

A lei, cujo objetivo maior é viabili-zar a superação da crise econômico-fi-nanceira da empresa, não vingou. Hoje é uma ferramenta mais utilizada para salvar patrimônio e prejudicar credores.

Vale, ainda, e em paralelo, buscar, dentro do possível, outro ângulo de análise, o do setor sucroalcooleiro pro-priamente dito. Se num mundo em bus-ca de matrizes energéticas sustentáveis, diante da confiança em que o Brasil conseguirá cumprir com seu papel de potência fundamental na tarefa de pro-duzir alimentos para aplacar a fome do planeta, então é natural perguntar: as terras agricultáveis brasileiras devem focar na produção de biocombustíveis ou de alimentos? Não há dilema. Ape-nas algo em torno de 1% das terras bra-sileiras dedicadas à produção agrícola é utilizada pelo setor sucroalcooleiro. Ou seja, o plantio de cana-de-açúcar de nenhum modo constitui ameaça ou en-trave ao plantio de alimentos.

Houve, sem dúvida, uma conjunção nociva de fatores – política governa-mental de bloqueio do aumento do pre-ço de combustíveis; aumento de custos de produção; baixa internacional do preço do açúcar; entre outros –, conjun-ção esta que obstou o esperado desen-volvimento do setor.

A atual crise – tida como uma das maiores da história do setor - levou ao fechamento de tradicionais usinas pelo país afora, trazendo a reboque a perda de milhares de empregos. Decretou-se a falência de mais de dez usinas desde 2000, e meia centena tenta se reerguer por meio de recuperação judicial.

Assim, enquanto a recuperação do setor não chega de forma definitiva, as empresas do segmento se valem do Judiciário, a fim de salvar o que resta. Entretanto, e isso envolve todas as re-cuperações judiciais, não apenas aque-las do setor sucroalcooleiro, os planos de recuperação são aprovados sem que seja exercido o devido controle de le-galidade de suas disposições. O juiz não é, nem pode ser considerado como mero “homologador” das decisões da Assembleia de Credores.

O juízo da recuperação judicial deve exercer, sempre necessária e obriga-toriamente, o controle de legalidade material ou substancial. Tal controle foi objeto de discussão e aprovação do Enunciado nº 44, da “I Jornada de Di-

reito Comercial CJF/STJ” (Bra-sília, março/2013).

Entendimento contrário prestigia a insegurança jurídica nas Instituições que integram o Poder Judiciário, acabando por legitimar os anseios nefas-tos daqueles que adotam con-dutas travestidas de legalidade com o objetivo de exterminar o

princípio previsto no art. 47, da Lei nº 11.101/2005. A interpretação equivo-cada do princípio em questão permite que oportunistas dele se valham para dar verdadeiro “calote” visando, so-bretudo, proteger o patrimônio pessoal dos sócios, desvirtuando a essência da legislação.

Assim, a interpretação escorreita dos dispositivos legais contidos na Lei nº 11.101/2005, aliada a mudanças essen-ciais na referida legislação, a fim de di-minuir as brechas na lei existentes, é fator que contribuirá para que as empresas real-mente se tornem viáveis e se recuperem.

De nada adianta ter boa vontade se, para aqueles que militam no cotidiano das atividades forenses, há nítidos gar-galos nessa lei, cujo aniversário não é para comemoração, mas sim para refle-xão e ações ágeis, a fim de buscar mo-tivos para regozijo nessa próxima dé-cada. O que se busca é simples: apenas algo prático e que funcione para todos.

*Advogado, especialista em Proces-so Civil. Membro do IASP e da Comis-

são de Agronegócios da OAB-SP. Sócio do escritório Luchesi Advogados.RC

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ATENÇÃO: Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e na receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. Produto de uso agrícola. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos do produto.

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O que acontece com nossa cana? Temos que destacar o efeito do

câmbio no setor de cana. Uma des-valorização de cerca de 35% no real frente ao dólar faz com que em reais, mesmo os baixos preços do açúcar, te-nham alguma compensação, encarece a gasolina no mercado interno e dá mais competitividade às exportações de eta-nol, inibindo também a entrada de eta-nol americano. Uma importante injeção não só no setor, mas no agro brasileiro.

Para a UNICA (União da Indús-tria de Cana-de-Açúcar), a safra será de 590 milhões de toneladas (3,27% maior que em 2014/15), com produção 4,33% maior de etanol (27,27 bilhões de litros, sendo o hidratado 6,1% a mais com 16,33 bilhões de litros e o anidro 1,8% maior, com 10,94 bilhões de litros). A safra será mais alcooleira, com 58,1% destinada ao etanol. A produção de açúcar deve ficar ao redor de 32 milhões de toneladas.

O processamento em abril de 2015 foi 11,54% maior que o de 2014. Safra vem vindo firme!

Em termos de políticas, segundo a UNICA, ainda temos que facilitar a recuperação de créditos tributários da desoneração do PIS/COFINS (reten-ções de R$ 2 bilhões por ano), a descon-tinuidade do programa de financiamen-to à estocagem do etanol e o programa de incentivo ao ganho de eficiência dos motores.

Apesar da crise, a BP (British Petroleum) prevê processar em 15/16, 10 milhões de toneladas de cana, 43% a mais que na safra anterior. A Glencore (trading suíça) prevê moer ao redor de 2,7 milhões de toneladas, cerca de 20% acima que na última safra. Já a Guarani deve moer ao redor de 20 milhões de toneladas, sendo 40% para o etanol.

O que acontece com nosso açúcar? Relatório trimestral da OIA pre-

vê deficit de açúcar de 2,3 milhões de toneladas em 2015/16 e ainda maior em 2016/17 se não houver investimentos em produção, que foi desestimulada em al-guns países, pelos preços baixos da com-modity. Estima que o deficit poderia che-gar até a 6 milhões de toneladas. Pode ser uma luz no final do longo túnel do açúcar.

Para a safra 2014/15, prevê supe-ravit de 2,2 mi ton, com produção mun-dial crescendo para 173,63 mi ton, pu-xada principalmente por safras boas na Índia e Tailândia, que surpreenderam.

Interessante como as consulto-rias internacionais que fazem previsão de safras e produções são surpreendidas em curto intervalo de tempo. Uma que projetava no trimestre anterior um defi-cit de mais de 100 mil t de açúcar para esta safra, reviu para um superavit de mais de 3,2 milhões de toneladas. Ape-nas em um trimestre...

Segundo a UNICA, subsídios à produção de açúcar na Índia e Tailân-dia podem ter custado mais de US$ 1,2 bilhão ao Brasil, e estudamos contestá--los na OMC (Organização Mundial do Comércio). Devemos sim ameaçar e ir em frente caso não haja retrocesso por parte destes países.

Já o consumo de açúcar também apresenta boa recuperação, com cresci-mento de 2,14% (média dos últimos 5 anos foi de 2,06%) e alcançará o recor-de de 171,42 milhões de toneladas. A relação estoque consumo ainda perma-nece elevada, próxima a 48%.

A título de curiosidade, as impor-tações do Iraque vêm aumentando e de-vem atingir mais de 1 milhão de tone-ladas em 2015, provando a importância dos mercados emergentes no açúcar.

Ainda sobre os efeitos do dólar, algumas usinas estão fixando o açúcar que vem sendo produzido em 2015/16 em mais de R$ 1050/tonelada, acima dos preços de 2014/15, permitindo, no caso das usinas mais eficientes, retor-nos acima de 10%.

O que acontece com nosso etanol? Com a escalada nos preços in-

ternacionais do petróleo, é muito pro-vável que tenhamos novo aumento do preço da gasolina no Brasil, que pode chegar a 10%. A gasolina já está dan-do prejuízo à Petrobras novamente, e o problema grave do caixa da empresa e uma promessa que os preços seguirão o mercado dão alento ao etanol.

Coluna Caipirinha

Marcos Fava Neves*

CaipirinhaO etanol hidratado como uma injeção na Veia

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Após o fechamento dessa coluna o homenageado veio a falecer.

O consumo do hidratado segue firme, e podemos chegar ao final do ano entre 14 a 15 bilhões de litros. Estamos consumindo mais de 1,3 bilhão de li-tros por mês, contra menos de 1 bilhão nestes primeiros meses, em 2014. Se o consumo seguir firme e com rentabili-dade, com a perspectiva dos preços che-garem a patamares entre 1,40 a 1,50/l na usina, pode-se retirar mais de 1 mi-lhão de toneladas de açúcar do mercado internacional, beneficiando os preços.

Em abril, as usinas do Centro-Sul venderam 1,46 bilhões de litros, simples-mente 49% a mais que em abril de 2014. Estamos vendendo hidratado como água, uma verdadeira injeção na veia do setor!

Falta ainda o aumento de 0,5% na mistura de anidro na gasolina, apro-vada, e que hoje está em 27%. Como os testes da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) aparentemente não apre-sentaram problemas nos automóveis, resta esperar por este aumento.

Estimativa de Alexandre Figlio-lino, do Itau-BBA, é que a retirada da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) na gasolina em 2012 até sua volta neste ano impactou em R$ 16 bilhões o setor de cana. Ve-jam o desastre causado pela política po-pulista do governo.

O que acontece com nossa cogeração? A UNICA estima que a capacida-

de instalada para cogeração nas usinas atingiu 10 mil megawatts, representan-

do 7% da matriz energética brasileira, atrás apenas da fonte hidroelétrica e de gás natural. Em 2014, o uso desta fonte energética evitou a emissão de mais de 8 milhões de toneladas de CO2. Porém, o ritmo de crescimento vem diminuindo, e em 2015 devem ser instalados apenas 36% do que foi investido em 2010.

Com um pouco mais de luz na política energética brasileira, é muito provável que as fontes renováveis ga-nhem impulso.

Há interesse crescente de fun-dos na aquisição de ativos de coge-ração e mesmo de investimentos no setor. No leilão os preços foram de R$ 270 por megawatt/h e preços de mercado acima disto.

Penso que a coleção de notícias que coloquei acima mostram boas luzes!

Quem é o homenageado do mês? Todos os meses esta coluna homena-

geia uma personagem do setor de cana. Este mês faremos uma homenagem ao amigo Nehemias Alves de Lima, diretor da Coopercitrus, e um grande entusiasta da educação no Brasil. Estamos juntos na luta, amigo!

RC

Haja Limão: O Brasil caiu mais posições no

ranking de competitividade mundial, no recente relatório publicado pelo IMD. Estamos na posição 56. Éramos em 2010 o País número 38 em competi-tividade. Eu imaginei que a experiência do Brasil com a esquerda seria muito negativa, mas não imaginava um desas-tre dessa dimensão. Haja limão.

Marcos Fava Neves é professor titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto.

Em 2013 foi professor visitante Internacional da Purdue

University (EUA)

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26Notícias Copercana

Reuniões técnicas Copercana

Com o intuito de capacitar a equipe de engenheiros agrônomos que reali-zam atendimento aos seus cooperados, a Copercana firma parcerias com mul-tinacionais de agroquímicos e realiza reuniões técnicas.

FMCNo dia 22 de maio, em parceria com

a FMC, foi realizado um treinamento exclusivo com o objetivo de aprimorar e discutir os principais tratamentos do mercado de cana-de-açúcar. Na ocasião foram apresentadas as performances dos Produtos FMC.

Vinícius Batista, representante técnico comercial da FMC, explicou que “para o controle de ervas daninhas, destacamos a excelência do Boral na época seca para

Da redação

Parceria com as multinacionais capacita a equipe técnica

o controle de mamona, mucuna e cordas em geral e de Gamit CS no controle das principais gramíneas. Para o controle de pragas e doenças, focamos no novo pro-duto biológico da FMC: Nemix C, um promotor de crescimento composto por duas espécies de Bacillus que atuam de forma sinérgica melhorando a sanidade e produtividade da planta. Além deste, tam-bém apresentamos os resultados do novo fungicida da FMC: Evos. Esta ação refor-ça nosso compromisso com o agricultor

em levar conjuntamente com a Coperca-na sempre os melhores tratamentos, para que eles conquistem ganhos de produtivi-dade e prosperidade”.

NORTOXNo dia 8 de maio, a Nortox proporcio-

nou, à equipe técnica da Copercana, um evento motivacional. O palestrante, José Borges Filho, falou sobre a iniciação ao Coaching. A reunião terminou com uma almoço servido no Cred Clube.

Palestra realizada em parceria com a FMC

Palestra realizada em parceria com a Nortox

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28Notícias Canaoeste

Canaoeste e LL Cultivar promovem reunião técnica sobre nutrição de cana

Aumentar a produtividade do canavial melhorando a nutri-ção da planta. Este foi um dos

principais tópicos discutidos na reunião técnica sobre “Tecnologia de Nutrição em Cana-de-Açúcar”, promovida no último dia 2 de junho, no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho-SP.

O evento, realizada pela Canaoeste por meio de uma parceria que já tem um ano e meio com o Grupo LL Cultivar, empresa especializada em adubação, contou com a presença de técnicos e produtores da área de cobertura da as-sociação e palestras do professor Godo-fredo César Vitti, da ESALQ-USP (Es-cola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), do consultor Fábio Vale, da Adubai, e do agrônomo Aparecido dos Santos da Silva, que representou a LL. Os três fazem experimentos conjuntos de campo, cujos resultados também fo-ram apresentados.

“O objetivo é levar informação sobre novas tecnologias ao nosso produtor, para que, dessa forma, ele consiga ma-nejar o seu canavial adequadamente e obter resultados mais favoráveis”, disse

Igor Savenhago

Evento, no dia 2 de junho em Sertãozinho-SP, teve três palestras que apresentaram tecnologias para aumentar a produtividade, como a agricultura de precisão

a gestora técnica da Canaoeste, Ales-sandra Durigan. “Pudemos contar com profissionais que têm muita experiência no assunto e foi um dia bastante pro-veitoso em que conseguimos esclarecer muitas dúvidas”.

O primeiro a falar durante o evento foi o professor Vitti. Ele alertou para a importância de uma adubação correta no enfrentamento de pragas, doenças e problemas climáticos que afetam o setor sucroenergético. “Não quere-mos canavial de quatro, cinco cortes, mas de dez. E, com manejo adequado,

isso é possível. Uma cana bem adu-bada aumenta o sistema radicular e, com isso, a água em profundidade, permitindo enfrentar até o problema do déficit hídrico”.

Segundo ele, a nutrição é o fator mais rápido e barato contra momentos de crise. “Estamos numa situação, seja política, seja climática, insustentável para o fornecedor de cana sobreviver. Somente com o manejo isso vai ser possível. Com nutrição adequada, vão melhorar a produtividade, a qualidade e a longevidade do canavial”.

Aparecido dos Santos da Silva, da LL Cultivar demonstrou os principaisresultados dos experimentos feitos em campo

Professor Godofredo César Vitti, da ESALQ-USP

Fábio Vale,da Adubai Consultoria

Alessandra Durigan, gestora técnica da Canaoeste

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Fábio Vale, da Adubai Consultoria, expôs as vantagens da agricultura de pre-cisão. Ele explicou que um trabalho fei-to em parceria com a LL tem avançado no monitoramento das necessidades da planta, não apenas do solo. “Atualmen-te, o conceito que existe para agricultura de precisão é o de trabalhar com amos-tragens de solo e definir correções de

calcário, gesso e fosfatagem. Os experi-mentos que temos feito são para envolver a planta nesse processo. Utilizando-se de imagens, é possível definir o potencial de produtividade de cada talhão e, juntando isso com as amostragens de solo feitas an-teriormente, podemos melhorar também a adubação, repondo, principalmente, ni-trogênio e potássio nas soqueiras”.

A reunião terminou com Apareci-do dos Santos da Silva, da LL Cul-

Leonardo Leal Lopes,diretor-proprietário da LL Cultivar

tivar. Ele demonstrou os principais resultados obtidos em campo com a aplicação, em diferentes áreas, de produtos à base de nitrogênio, boro, zinco, molibdênio e bioestimulantes. “O queremos trazer para os agricul-tores são informações privilegiadas de quem estudou a vida inteira. A LL procura estar sempre ao lado deles, tentando fazê-los produzir mais”, dis-se o diretor-proprietário da empresa, Leonardo Leal Lopes. RC

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Presidente da Canaoeste e Orplana participa de reunião com Secretaria do Meio Ambiente

O presidente da Canaoeste e Or-plana, Manoel Ortolan, partici-pou no dia 20 de maio, em São

Paulo, de uma reunião com represen-tantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Ele esteve acompanhado de advogados e técnicos das duas entida-des, além de membros da ABAG-RP (Associação Brasileira do Agronegócio em Ribeirão Preto), como o diretor exe-cutivo, Marcos Mattos.

Em pauta, a regulamentação do PRA (Programa de Regularização Ambien-tal), aprovado em dezembro do ano passado na Assembleia Legislativa e sancionado no dia 14 de janeiro pelo governador Geraldo Alckmin, o sis-tema eletrônico de preenchimento do CAR (Cadastro Ambiental Rural) – cujo prazo venceria no dia 6 de maio, mas que teve a prorrogação por um ano autorizada pelo Governo Federal – e as queimadas criminosas de canaviais no Estado. A discussão sobre esses aspec-tos marcou o primeiro contato entre as-sociações ligadas ao setor sucroenergé-tico e a equipe da pasta, que assumiu no início deste ano juntamente com a nova secretária, Patrícia Iglecias.

Igor Savenhago

Durante o encontro realizado em São Paulo, Manoel Ortolan esteve acompanhado de advogados e técnicos de entidades que compõem a Orplana e a ABAG-RP

Ortolan e os demais representantes da cadeia produtiva da cana-de-açúcar foram recebidos pela secretária adjun-ta, Cristina Maria do Amaral Azevedo. Ela afirmou que o PRA ainda passa por análise política e técnica no Palácio dos Bandeirantes porque a Secretaria de Meio Ambiente participou pouco da elaboração da lei e, por isso, “tem se debruçado sobre o assunto para que chegue logo a um consenso”.

Em fevereiro, durante reunião na Canaoeste, em Sertãozinho-SP, o secre-tário da Agricultura, Arnaldo Jardim, admitiu haver divergências de opiniões sobre o programa no Governo Estadual, mas afirmou também que estava bus-cando um entendimento. Na época, ele pediu que as entidades representativas dos produtores enviassem sugestões para as próximas etapas da discussão. A ausência de uma regulamentação preo-cupa as associações, que temem perder conquistas recentes. Jardim prometeu trabalhar por uma aproximação entre o setor e a Secretaria do Meio Ambiente.

Outro problema enfrentado com a ausência da regulamentação são as dú-vidas que aparecem no preenchimento

do CAR (Cadastro Ambiental Rural), obrigatório para todos os proprietários rurais do país e imprescindível para o funcionamento do PRA. Algumas ques-tões previstas na legislação ainda não foram inseridas no sistema eletrônico do cadastro. Durante a reunião na secre-taria, o assunto foi exposto a Cristina. Foi cobrado dela que haja um maior es-treitamento da comunicação com a pas-ta para que eventuais problemas sejam sanados com rapidez.

A adesão ao CAR deveria ter sido feita até o início do último mês de maio, mas, por causa das dificuldades enfren-tadas, o Governo Federal anunciou a prorrogação, por um ano, conforme previsto em lei. A Secretaria de Meio Ambiente pede que, apesar da decisão, as associações continuem estimulando os produtores a fazer o preenchimento, já que o prazo só pode ser estendido uma vez. Até a data da reunião, cerca de 67% das propriedades paulistas haviam sido inseridas no sistema.

QueiMadas CRiMiNOsasOs advogados Juliano Bortoloti, da

Canaoeste, e Helena Pinheiro Della Torre Vasques, da Orplana, pediram,

Notícias Canaoeste

Cristina Maria do Amaral Azevedo, secretária adjunta do Meio Ambiente e Manoel Ortolan,

presidente da Orplana e Canaoeste

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durante o encontro, que a secretaria leve em conta os avanços do setor sucroe-nergético na mecanização da colheita e na eliminação da queima da palha da cana durante eventuais fiscalizações, no intuito de não aplicar sanções nos casos de inexistência de nexo causal no uso do fogo em canaviais. Segundo Helena, “o setor eliminou os riscos da ativida-de e gostaria que a secretaria visse isso com bons olhos”.

Conforme o novo Código Florestal, em vigor desde fevereiro de 2012, as autoridades responsáveis por fiscalizar devem “comprovar o nexo de causa-lidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano efetivamen-te causado”. A lei prevê, ainda, que é preciso “estabelecer o nexo causal na verificação das responsabilidades por infração pelo uso irregular do fogo em terras públicas e particulares”, o que significa que se deve encontrar o infra-tor e não apenas multar o proprietário pelo incêndio.

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Isso, no entanto, nem sempre acon-tece. Para se defender de possíveis ações administrativas e judiciais e con-seguir uma autorização extraordinária de colheita em casos de incêndios criminosos no seu canavial, o produ-tor deve tomar uma série de medidas, como fazer um requerimento junto à Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), acompanha-do de boletim de ocorrência, tirar fotos do plantio e dos aceiros existentes na área, para provar obediência à legis-lação, demonstrar, com testemunhas e laudo pericial, que a propriedade está preparada para o corte mecânico e, por isso, dispensa o uso do fogo, e apre-sentar laudo técnico – que demonstre que a origem do incêndio é desconhe-cida – e histórico da colheita mecani-zada nas últimas três safras.

Técnicos da secretaria elogiaram a disposição do setor em cumprir o Protocolo Agroambiental, que pre-via a substituição total, até o final do

ano passado, da mão de obra manual em áreas planas do Estado. Dados da Conab (Companhia Nacional de Abas-tecimento), apresentados ao final da reunião, mostram que, dos 343 mi-lhões de toneladas de cana colhidas no território paulista em 2014, 90% foram por máquinas, que só não entraram em terrenos com declividade acentuada.

Pelo levantamento, nove mil hecta-res deixaram de ser queimados desde o início da aplicação do protocolo – que contou com a adesão de 27 associa-ções, das quais 25 estão ativas, e 5.500 fornecedores, de um total de 16.500 propriedades, sendo 55% próprias e 45% arrendadas. Todas essas áreas têm, juntas, mais de sete mil nascentes.

Outra informação divulgada foi que a energia elétrica excedente pro-duzida pelas usinas paulistas a partir do bagaço da cana seria suficiente para suprir 25% do consumo residen-cial do Estado. RC

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Gestor da Canaoeste terá artigo apresentado em congresso de Economia

O gestor de Relacionamentos, Recursos e Projetos da Canao-este, Almir Torcato, teve artigo

científico aprovado para apresentação no 53º Congresso da Sober (Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural), que será realizado de 26 a 29 de julho na UFPB (Universi-dade Federal da Paraíba), em João Pes-soa, capital do Estado.

A produção, intitulada “O reflexo na mecanização da colheita da cana--de-açúcar na remuneração aos forne-cedores independentes da região de Sertãozinho”, é derivada da dissertação defendida por Almir para a conclusão do curso de Especialização em Ges-tão Estratégica do Agronegócio, pela ESALQ-USP (Escola Superior de Agri-cultura “Luiz de Queiroz”). A orienta-dora dele, Angel dos Santos Fachinelli, doutoranda em Economia Aplicada pela mesma instituição, será a respon-sável pela apresentação no congresso.

Igor Savenhago

Estudo, que usou dados de Sertãozinho-SP, questiona o impacto gerado pela imposição emergencial da mecanização na qualidade da matéria-prima

O gestor diz que ficou surpreso com o resultado. “Inscrevemos o traba-lho pensando em uma publicação nos anais do congresso e, no entanto, ele foi selecionado para a apresentação. O assunto é bem delicado e gera muita discussão. Por isso, fiquei muito feliz com a oportunidade de apresentar para o Nordeste a realidade na nossa região. Vejo positivamente esse intercâmbio de informações”.

O estudo discute o problema da queima da cana e a colheita mecani-zada sob aspectos legais e questiona o impacto gerado pela imposição emer-gencial da mecanização na qualidade da matéria-prima. As informações re-ferentes à região de Sertãozinho-SP, usada como estudo de caso, foram ob-tidas junto à Canaoeste.

Resumidamente, a conclusão foi de que os fornecedores de cana deixaram de receber, nas safras de 2009 a 2014,

um total de R$ 384 milhões. Já as uni-dades industriais deixaram de produzir 493 mil toneladas de açúcar branco e 205 mil metros cúbicos de etanol hidra-tado, o que denota reflexos financeiros inferiores na comparação com a colhei-ta de cana queimada.RC

Almir Torcato, gestor de Relacionamentos, Recursos e Projetos

Notícias Canaoeste

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34Notícias Sicoob Cocred

Jovem Agricultor do Futuro recebe doação de ferramentas da Sicoob Cocred

Com dois centros de formação, um em Brodowski-SP e outro em Batatais-SP, o Programa

Jovem Agricultor do Futuro recebeu da Sicoob Cocred, no dia 19 de maio, uma grande doação de ferramentas. Foram entregues enxadas, martelos, alicates, facões, peneiras, pás, carriolas, garra-fões, entre outros, que serão usados pe-los alunos até o final deste ano.

Mantido por uma parceria entre o Senar-SP (Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural), ligado à FAESP (Fede-ração da Agricultura do Estado de São Paulo), o Sindicato Rural de Batatais, que tem uma extensão em Brodowski, as Prefeituras de Batatais e Brodowski, além da Usina Batatais, o projeto é apoiado desde 2007, ano de sua funda-ção, pela Sicoob Cocred, que destina todos os equipamentos necessários para a realização do curso.

A cada ano, o programa atende 140 estudantes, de 14 a 17 anos, divididos em quatro turmas com 35 – duas em Ba-tatais, de manhã e à tarde, e outras duas em Brodowski, nos mesmos moldes. Independente do turno, os participantes têm direito a duas refeições diárias.

Os interessados passam por um pro-cesso seletivo, que inclui prova escrita, testes psicológicos e entrevistas. Outra exigência é que eles tenham bom rendimento escolar, já que o Jovem Agricultor do Futuro funciona em períodos alternativos aos das aulas regulares dos Ensi-nos Fundamental e Médio. Só em Batatais, a seleção de 2015 contou com 530 ins-critos. “É um curso que está tendo uma procura imensa. Acreditamos que é devido à qualidade daquilo que ofere-

Igor Savenhago

Programa de capacitação atende, a cada ano, 140 jovens de 14 a 17 anos, que têm contato com todas as competências ligadas ao trabalho no campo

cemos”, afirma Julio Eduardo Marques Pereira, coordenador do Senar-SP em Batatais e Brodowski.

Segundo Fernando Cavatan, geren-te do Posto de Atendimento da Sicoob Cocred em Batatais, a cooperativa acredita no projeto porque ele visa à formação de cidadãos. “Todo o pro-

cesso é educativo. Fico muito feliz e orgulhoso de participar e ver que tem disciplina, or-dem, instrução. É uma ini-ciativa que vale a pena”.

Integram a grade curricu-lar atividades em classe, onde os alunos participam de dinâ-micas de grupo, e aplicações práticas, experimentais, do conteúdo abordado. A instru-tora pedagógica, Roseli Mar-

Sicoob Cocred doa todas as ferramentas usadas nas aulas práticas

Fernando Cavatan, gerente da Sicoob Cocred em Batatais

Julio Eduardo Marques Pereira, coordenador do Senar-SP

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Roseli Martins Caramori,instrutora pedagógica

André Scavazza, presidente do Sindicato Rural de Batatais

tins Caramori, explica que, na primeira etapa, em vez de aulas teóricas, são or-ganizadas “sessões de aprendizagem”, que permitem constante troca de conhe-cimentos sobre ética e cidadania, proje-tos de vida, missões e valores, empreen-dedorismo, tecnologia da informação e promoção de saúde, em que os assuntos em pauta vão desde sexualidade até o risco do uso de drogas na adolescência.

“Buscamos desenvolver o senso crí-tico, a capacidade criativa dos jovens. É uma experiência única, na qual traba-lhamos a capacidade de comunicar, de se relacionar, não ter preconceitos, lidar com dificuldades. Uma vivência grande esses oito meses que ficamos juntos”. As dinâmicas, segundo ela, também facili-tam uma aproximação com as demandas dos adolescentes. “Aprendemos, todos os dias, que cada um é um, cada um tem sua particularidade, que deve ser res-peitada. Quando termina o curso, eles ligam, informam se entraram na faculda-de e até voltam para tirar dúvidas. É uma construção mesmo de relacionamento”.

PaRCeRiasDe acordo com o presidente do Sin-

dicato Rural de Batatais, André Scava-zza, as parcerias são fundamentais para o funcionamento do programa. “Temos uma estrutura, viabilizada pela FAESP, pelo Senar-SP e pelo Sindicato Rural,

mas, para que fique melhor, contamos com parcerias como a da Sicoob Co-cred. Sem parceiros, o curso não teria o brilhantismo que tem”.

As ferramentas doadas pela Sicoob Cocred são utilizadas na segunda fase do programa, que prevê atividades prá-ticas. O conhecimento adquirido em sala de aula é aplicado na ordenha bovina, no cultivo hidropônico de verduras, na mi-nhocultura, na horticultura, na fruticul-tura, na compostagem – processo pelo qual resíduos orgânicos viram adubo –, no manejo do cafezal e na pecuária de pequenos animais. Neste caso, o ins-trutor técnico João Francisco Lombardi conta que é a própria turma de alunos, formada por filhos de produtores e traba-lhadores rurais e de funcionários da Usi-na Batatais, que escolhe com que tipo de criação quer trabalhar, como avicultura de corte, poedeira e até coelhos.

A área de experimentos na sede do Jovem Agricultor em Batatais, onde foi feita a entrega do maquinário, tem sete hectares. Tudo o que é desenvol-vido ali, segundo Lombardi, leva em conta o conceito da sustentabilidade. “Na hidroponia, por exemplo, podemos produzir o alimento com economia de água e controle de pragas e plantas da-ninhas. E, pela compostagem, tudo o que é descartado por outras atividades

vira um fertilizante natural, que é desti-nado para a nossa horta”.

Exemplos como estes cativam os estudantes Jennifer Marcela Barreira Eduardo e Caio Aparecido Garcia Duar-te, ambos com 15 anos. Antes do curso, eles quase não haviam tido contato com o ambiente rural. “Meu pai fornece mar-mitas para o programa e falou que ia ser legal para mim. O que mais me chama a atenção é que a agricultura pode ser sus-tentável, desde o plantio até o alimento chegar para gente”, afirma Jennifer.

“Conhecia algumas coisas apenas por curiosidade, por observação. Quando vi que estava sendo lançada a proposta do curso, fiz a inscrição para me aprimorar. Aqui, a gente trabalha, também, concei-tos da vida social e a necessidade de se adaptar ao meio em que vive e às pessoas. Gostei bastante”, completa Duarte.

João Francisco Lombardi,instrutor técnico

Jennifer Marcela Barreira Eduardo

Caio Aparecido Garcia Duarte

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36Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal - (prazos segregados)Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do

Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Abril/2015 - “valores em milhares de reais”

Sertãozinho/SP, 30 de Abril de 2015.

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jado e, com esse sistema, temos um maior detalhamento da área, pois antes do seu uso, eu não andava com a moto em 100% do meu terreno e com o Vant consigo fazer isso”, elucidou, contando que a resolução das imagens é muito precisa, oferecendo a informação de 10 cm do talhão, o que possibilita maior precisão nas práticas conservacionistas, ou seja, no manejo e conservação do solo e água.

Drones: Monitoramento feito das alturas O uso dos VANTs para gestão e levantamento de propriedades agrícolas avança cada vez mais

Andréia Vital

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Reportagem de Capa38

Embora o céu não seja de brigadeiro para o setor sucroenergético, voos em busca de alternativas para obter uma safra promissora têm sido o diferencial das empresas do setor que tem conse-guido escapar da crise. Uma das opções apontadas é o foco no campo, identifi-cando e sanando problemas das lavou-ras em face de uma melhor qualidade e produtividade da matéria-prima. Neste contexto, os VANTs (Veículos Aéreos Não-Tripulados) ou drones têm con-quistado cada vez mais espaço devido à agilidade e precisão no monitoramento dos canaviais.

O Grupo Raízen é um dos que apos-taram nesta nova tecnologia. De acor-do com o diretor de produção agrícola do Grupo, Antônio Fernando Pinto de Lima, investimentos no novo sistema vêm sendo feito desde o ano passado. Anteriormente uma equipe de campo fazia o levantamento fotográfico para medir as áreas. Com o tempo, houve a necessidade de novos detalhes, entre

eles, descobrir o que fazer para a conser-vação do solo. “Devido à esta demanda, nós evoluímos usando um quadriciclo ou motos com GPS que gerenciava as áreas e fazia o levantamento planialti-métrico. Isso, além de ser demorado, tem alguns riscos de acidentes. Então, há dois anos começamos a aprender a usar a tecnologia do VANTs”, contou o diretor, explicando que o equipamento agora faz todo o levantamento topo-gráfico em muito menos tempo. “Este trabalho é importantíssimo para a hi-drologia dos córregos. Eu preciso saber onde essa água caminha para fazer uma maior conservação do solo”, analisou.

Com a moto era feito levantamento em 500 hectares por dia, passando para 1200 hectares com o uso dos drones. O planialtimétrico é feito antes de cada renovação das lavouras e as imagens geradas pelos drones são essenciais para organizar o plano de renovação dos canaviais. “A vantagem é que o equipamento já sai com o voo plane-

Antônio Fernando Pinto de Lima, diretor de produção agrícola do Grupo Raízen

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Associados da Canaoestetambém utilizam a tecnologia

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Lima frisa que ainda estão aprenden-do outros usos para o drone e desenvol-vendo ferramentas para interpretá-las, mas os benefícios da tecnologia foram tão expressivos que a empresa adquiriu seis novos equipamentos recentemente, vislumbrando novas possibilidades de uso, como no caso do levantamento de falhas de plantio. “A empresa tinha um sistema de medições por amostragem de falha do canavial e, com a amostra-gem ao acaso, o talhão poderia não re-presentar bem toda a fazenda. E assim nossa equipe desenvolveu um sistema que nos mostra a imagem, sua interpre-tação e quantifica as falhas do canavial. Através dessas informações, se tiver falhas, corrige e faz um plano em rela-ção ao começo, isso é feito em 100% da área de plantio”, explicou o engenheiro.

A Raízen tem um plantio de 80 mil hectares de renovação anual e o moni-toramento é feito em toda área para o preparo do solo e pós-plantio. Recente-mente também passaram a utilizar o dro-ne para levantar a soqueira. “O equipa-mento mostra a situação das falhas e de ervas daninhas. Agora nossa equipe está aprendendo como tratar essas imagens e refletir isso para o nosso uso, com mais precisão na avaliação, pois monitorando 100% do nosso canavial, não corremos

o risco no caso de uma amostragem de praga de solo, coincidentemente ir em uma área que não tenha praga”, alegou. De acordo com o diretor, a nova meto-dologia só não é usada em quatro das 24 unidades do Grupo Raízen, que não têm a parte agrícola.

A empresa não revelou quanto inves-

tiu nos novos equipamentos, que foram produzidos na Suíça e adquiridos com representantes no Brasil, mas ressaltou que o aporte já resultou em redução de custos. “Porque eu estou dobrando mi-nha capacidade de levantamento, mas o principal é que agora temos um maior detalhamento das áreas, são ganhos

qualitativos que o equipamento forne-ce nas informações, o que possibilita planejar melhor meu canavial, como vou fazer meu traçado, a sistematiza-ção é importantíssima: conhecer o que está acontecendo quais são os pontos de declividade que possam correr risco e enxergar o que está acontecendo em 100% na minha área, pensando no que vai acontecer para que tenha o máximo de qualidade da cana”, argumentou. Lima também lembrou que o treina-mento é fundamental para implantação do sistema, tanto que a empresa tem uma equipe de tecnologia para tratar as imagens fornecidas pelos drones e as customiza para a Raízen.

A Agropastoril Paschoal Campa-nelli S/A, empresa agrícola referência em utilização de tecnologia na cultu-ra da cana-de-açúcar, localizada nos municípios de Severínia, Bebedouro, Olímpia e Altair, do interior de São Paulo, começou a usar a tecnologia em agosto de 2014. “Adquirimos o drone com o intuito de monitorar a lavoura, pois depois do fechamento dos talhões é complicado verificar se há erva da-ninha, pragas ou falhas no desenvolvi-mento da planta”, explicou Fábio Ce-sar Consentino Campanelli, gerente de produção da empresa.

Segundo ele, o monitoramento, an-tes feito por funcionários, rua a rua do

canavial, ganhou agilidade com o sis-tema. “Ao detectar uma mancha nas imagens captadas pelo drone, nossa equipe de inspeção vai até o local exato para verificar o que está acon-tecendo. Essa leitura facilitou muito a entrada nos talhões e a solucionar mais rapidamente os problemas”, ad-mitiu Campanelli.

Embora ainda seja um projeto pilo-to, a intenção é ampliar o investimento na tecnologia com a aquisição de no-vos VANTs “E uma ferramenta muito interessante e pretendemos sim inves-tir em equipamentos com maior alcan-ce e que ofereça melhores imagens”, disse o engenheiro agrônomo, consta-

tando que o uso da tecnologia no setor agrícola ainda é tímido, mas tem muito potencial para se desenvolver, princi-palmente com relação a preços.

Fundada em 1982, a Agropastoril é uma empresa familiar e começou a plantar cana em 2001, em substituição à cultura da laranja. Além da cana-de--açúcar, que a empresa fornece para usinas de açúcar e álcool do interior de São Paulo, a Agropastoril também cria gado de confinamento e planta milho, base da ração dos animais. Atualmen-te, tem canaviais em uma área de oito mil hectares e produz cerca de 700 mil toneladas tendo uma produtividade média de 95 toneladas por hectare.

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Opções mais acessíveis já estão disponíveis no Brasil Com um mercado ávido por novas

tecnologias que resultem em redução de custos e aumento de produtividade dos canaviais, algumas empresas investem na oferta da nova tecnologia. Uma delas é a Trust, integradora de soluções espe-cializada em TI, que incorporou no últi-mo ano a BIO TI, empresa pioneira em soluções agrícolas embarcadas em dro-nes, sediada em Araçatuba/SP. A pers-pectiva é que aquisição possibilitará o crescimento de 30% ao ano tendo como foco o mercado composto por mais de 400 usinas sucroalcooleiras.

De acordo com Gustavo Nogueira, diretor de Tecnologia da BIO TI, embo-ra o foco da empresa seja no software, que vem sendo aprimorado desde 2012, foram buscar alternativas fora do Bra-sil, a fim de oferecer opções a poten-ciais clientes, como usinas e produtores rurais, a preços mais atrativos do que encontrados no mercado até então.

“Trouxemos um equipamento de ponta do Canadá, com dois modelos,

sendo que custam entre R$ 25 e R$35 mil, o que torna possível a sua aquisi-ção e aproveitamento do software, que é o que interessa e possibilita verificar falhas e detectar se há e a quantidade de ervas daninhas”, relata, contanto que firmaram parceria com a UNESP (Uni-versidade Estadual Paulista) e a Usina São Martinho, além da participação da empresa Jacto, para o desenvolvimento do modelo com a opção para aplicação de herbicida diretamente na planta da-ninha e não na plantação inteira, refle-tindo assim na redução do uso dos pro-dutos químicos.

A solução Agrodone, inédita no Bra-sil e à frente de outras poucas similares que ainda estão em desenvolvimen-to na Espanha e nos Estados Unidos, respectivamente nas Universidades de Valencia e do Kansas. As soluções da BIO TI já vêm sendo comercializadas no Brasil desde 2012, tendo entre seus clientes empresas líderes de mercado como Cosan/Raízen, Usina São Fer-nando e Tonon.

Versões gratuitas de softwares para gestão e monitoramento de culturas

A Embrapa Instrumentação desen-volve um conjunto de softwares desti-nados à análise e diagnósticos de ima-gens captadas em campo, via aérea e também via satélite. Alguns softwares, que fazem o trabalho de decodifica-ção das imagens captadas pelo VANT, desenvolvidos pela Estatal, são dispo-níveis para download gratuito no site: http://labimagem.cnpdia.Embrapa.br/.

Os softwares são indicados para a gestão e monitoramento de diversas culturas, como o Safira, que é dedicado a fibras e raízes e faz uma análise por imagem que facilita a determinação de volume, área superficial e comprimen-to por faixa de diâmetros. Já o AFSoft é indicado para a análise foliar. Com ele é possível analisar imagens digitais de folhas capturadas com a utilização de câmeras fotográficas digitais, scan-ners ou câmeras de vídeo. Possibilita a análise e quantificação automática de deficiências nutricionais, incidên-cia de doenças e ataque de insetos em

culturas, a partir da imagem digital da folha. Também permite medições de área, comprimento e largura da folha e de regiões danificadas.

No caso da análise da cobertura so-bre o solo o software adequado é o Sis-Cob, que trata as imagens fotografadas. Ele serve para avaliações rápidas e pre-cisas da cobertura vegetal do solo, clas-sificando as imagens adquiridas para facilitar a quantificação de alterações e geração de mapas temáticos visando ao monitoramento de pragas, doenças, de-ficiências na lavoura ou até em necessi-dades específicas. Proporciona ao agri-cultor e consultores informações para o diagnóstico e prognóstico da lavoura para acompanhar o desenvolvimento da cultura e o monitoramento de falhas que diminuam a produção.

E o Geofielder é um software de coleta de dados georreferenciados e mapeamento da propriedade e cultura envolvida. É formado por um módulo

coletor de dados acoplado de GPS para fazer captura das informações e outro módulo gerenciador para análise e mo-nitoramento dos dados capturados.

Voltado para agricultura de precisão, pode ser utilizado junto a aeronaves quando o objetivo é obter imagens aére-as ou em máquinas agrícolas e veículos para captura de imagens em solo. Permi-te mais precisão nos processos de visto-ria, uma vez que as respostas são locali-zadas geograficamente e maior controle da operação de inspetores, execução das tarefas, deslocamentos e posição. Entre as aplicações estão a demarcação da propriedade, coleta de amostras georre-ferenciadas, aquisição de imagens, ins-peção e controle de operações.

Além das versões gratuitas, os pro-gramas foram licenciados para a em-presa Stonway, que adicionou novas funcionalidades aos sistemas e presta serviços de consultoria, customização, treinamentos e análises de amostras.

Gustavo Nogueira, diretor de Tecnologia da BIO TI

“O Agrodrone está baseado em um software embarcado que gera imagem georreferencial, ou seja, imagens capta-das pelo drone enviadas em tempo real para tratamento automatizado. Equipa-do com computador de bordo e GPS, o software da BIO TI recebe sinais de satélites possibilitando um sobrevoo mi-limetricamente preciso. Permite, assim, identificar problemas e fornecer infor-

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Tecnologia cada vez mais viável no Brasil Para o pesquisador da Embrapa Ins-

trumentação, de São Carlos/SP, Lúcio André de Castro Jorge, existe uma tendência muito forte de que a tecno-logia de ponta dos drones venha a ser uma grande aliada no mapeamento das propriedades agrícolas. Em entrevista para a Canavieiros, o profissional des-taca as vantagens de investir no equi-pamento. Confira:

Revista Canavieiros: A Embra-pa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estuda novas possibi-lidades de aprimorar a tecnologia de Drones/VANTs desde 1998. Dessa épo-ca até os dias atuais, quais avanços a entidade conquistou?

Lucio Jorge: Houve uma mudan-ça significativa desde 1998 até hoje na tecnologia disponível para drones e VANTs. A Embrapa adquiriu muita experiência no uso deste tipo de aero-naves, nos tipos de sensores que podem ser utilizados e, principalmente, conse-gue agora ajudar o agricultor a adquirir o seu, qual a configuração adequada para cada uso, e também desenvolveu ferramentas que ajudam o agricultor a processar as imagens obtidas e transfor-má-las em informações úteis.

Revista Canavieiros: Podemos di-zer que os Drones/VANTs são a evolu-ção para o mapeamento das proprie-dades rurais. Poderia pontuar quais são as aplicações, vantagens e desvan-tagens dessa tecnologia?

Lucio Jorge: Sim, existe uma ten-dência muito forte de que esta tecno-logia venha a ser uma grande aliada no mapeamento das propriedades. A grande vantagem seria a flexibilidade no uso, o baixo custo operacional, a ob-tenção de imagens de alta definição e de produtos cartográficos que antes eram extremamente caros.

Revista Canavieiros: A tecnologia está mais acessível no Brasil ou o cus-to continua sendo um obstáculo para que o produtor rural/usinas a adquira? Qual o valor de um equipamento?

Lucio Jorge: A tecnologia está se tornando mais viável no Brasil, de-vendo vir a ser ainda mais barateada à medida que as empresas nacionais se firmarem no seu fornecimento. Ainda dependemos de variações do dólar, mas pode-se dizer que o custo/benefício tor-nam viáveis as operações. O valor varia de 10 mil reais a 300 mil reais, depen-dendo da configuração da aeronave.

Revista Canavieiros: Poderia fa-lar um pouco sobre o curso de uso de Drones/VANTs em Agricultura de Pre-cisão ministrado pela Embrapa Ins-trumentação? Quando ocorre? Qual o conteúdo? Qual público indicado?

Lucio Jorge: A Embrapa Instru-mentação está organizando cursos de Uso de Drones/VANTs para agricultura de precisão com previsão de realização a partir de junho. Os cursos devem ser mensais e devem passar desde os con-

mações para análises importantes para tomada de decisões. Falhas de plantio em grandes extensões de áreas cultiva-das, trechos com excesso ou falta d'água, seções onde é necessário aplicação de agrotóxicos, são alguns exemplos de in-formações que o Agrodrone fornece aos usuários”, explica Nogueira.

Segundo ele, mesmo se tratando de

uma tecnologia de ponta, a solução é amigável. “Com ela um agrônomo controla facilmente o drone com um ta-blet, que transmite as informações para o computador e, assim, podem passar para a etapa de análise de acordo com a aplicação”, explica.

A tecnologia empregada pela solução possibilita também captar imagens tér-

micas em infravermelho identificando o DNA das espécies e demonstrando, por exemplo, a presença de plantas concor-rentes. “Este recurso é muito importante por exemplo, para medir a produtivida-de de uma área”, elucida o diretor.

As imagens são utilizadas para com-por um mapa das áreas e os dados são então processados e analisados com ajuda do computador, reduzindo em até 70% o tempo gasto em diferentes pro-cessos, como visitas na plantação para localização de falhas.

Com a incorporação da BIO TI, o Grupo Trust será o primeiro fabri-cante a entregar ao mercado este sof-tware como serviço, disponibilizado na nuvem. A Trust investirá não só

no desenvolvimento do Agrodrone como em aplicações específicas desta tecnologia, priorizando a inteligência deste negócio, também denominado “Projeto Zangão”. O Projeto Zangão começou em 2013, com algumas ins-tituições, como a UFGD (Universida-de Federal da Grande Dourados) e a usina São Fernando, (Dourados/MS) e agora o trabalho vem se expandin-do com projetos pilotos entre eles, na Usina Glealco (Clementina-SP) e São Martinho (Pradópolis-SP).

A regulamentação do serviço está sob análise da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), órgão regulado dos usos de drones e VANTs no Brasil, mas o tra-balho no desenvolvimento da tecnologia segue, explicou o profissional.

ceitos de composição e construção de um drone, operações, uso na agricul-tura, conceitos de sensoriamento com drones, até o processamento das ima-gens, tudo em aulas teóricas e práticas onde cada participante poderá ter o pri-meiro contato com a tecnologia, suas vantagens e desvantagens na prática.

Revista Canavieiros: A Embrapa apresentou alguma novidade sobre os Drones/VANTs na Agrishow 2015?

Lucio Jorge: A Embrapa apresentou os softwares que desenvolveu para uso com drones e VANTs. Entre eles, a nova versão do SISCOB Pro, cujas novas funcionalidades permitem o processa-mento mais rápido e de maior quantida-de de imagens.

Lúcio André de Castro Jorge,Pesquisador da Embrapa

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RC

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42Informações Setoriais

Chuvas de março e previsões climáticas para junho a agosto de 2015

Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de maio 2015.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

A média das chuvas em maio de 2015 (89mm) foi uma vez e meia acima da média histórica e 22 vezes acima das chuvas do mês de maio de 2014 (04mm). Mas, mesmo assim, não foram uniformes. (Vide Ma-pas A1 e A2).

Os mapas A1 e A2 mostram os volumes de chuvas e suas ex-pressivas diferenças entre estes

dois meses no Estado de São Paulo. Nota-se, salvo a larga faixa no Oeste do Estado, onde as chuvas em maio de 2015(A2) chegaram até ultrapassar 150mm, que as faixas (meio-Norte e meio-Sul) do Estado, de ocorrências de chuvas deste maio foram quase o dobro das de maio de 2014 (A1).

A exemplo do comentado acima para

São Paulo, nos demais estados do Su-deste, Goiás e a metade Leste de Mato Grosso, as chuvas de maio deste ano

foram bem superiores ao do mesmo mês do ano anterior. Já, para a região Centro-Sul de Mato Grosso do Sul e praticamente toda área sucroenergética do Paraná, poucas diferenças podem ser notadas pelos dois mapas acima.

Os artigos mensais de Informações Setoriais-Climatologia contam com o trabalho diário de anotações de chu-vas dos Escritórios Regionais que são condensados em Viradouro. O resumo mensal de chuvas de maio deste ano e dos dois anteriores, suas médias men-sais e as respectivas normais climáticas são apresentadas no Quadro 2.

OBS:- Normais climáticas (ou mé-dias históricas) correspondem às mé-dias dos locais enumerados de 1 a 9 e mais a do Centro de Cana IAC - Ribei-rão Preto.

Dados do Quadro 2, mostram no destaque (canto inferior direito, negri-tados em vermelho) as grandes diferen-ças observadas entre as médias mensais dos meses de janeiro a maio de 2013, com as de 2015 (que se devem exclusi-vamente a janeiro) e, também, com as muito críticas de 2014 (janeiro a março e maio). As diferenças das chuvas, ex-pressas como Normais Climáticas (de 2013 com as dos anos seguintes), se de-vem às somas das menores chuvas ob-servadas nos meses de janeiro e março de 2014 e 2015.

Mapa A1 - Maio 2014 Mapa A2 - Maio 2015

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Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

Mapa B1- Região Centro-Sul - Maio 2014 Mapa B2- Região Centro-Sul - Maio 2015

Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-

INPE para junho a agosto de 2015.

Quadro 2:- Chuvas de janeiro a maio de 2013 a 2015, anotadas pelos Escritórios Regionais e condensadas em Viradouro bem como as respectivas médias e normais climáticas mensais.

torial, em curso, está evidenciando a possibilidade de padrão úmido para a Região Sul, Sudoeste de São Paulo e meio-Sul do Mato Grosso do Sul, que poderá se estender por quase todo in-verno - final de junho a final de agosto. Já para os Estados do Sudeste e Cen-tro-Oeste (exceto Mato Grosso do Sul) as chuvas serão de menores intensida-des, mas não param completamente.

Quanto ao alerta de que “cientistas preveem El Niño com ‘efeitos substan-ciais’ neste ano” e impactos a partir de se-tembro, mas com maior concentração no Pacífico Equatorial Central, que poderão causar mais impactos para a Oceania e países indonésios. Recomenda-se aguar-dar próximos-futuros boletins climáticos, que serão trazidos neste Informe Setorial.

Entretanto e infelizmente, o forte vendaval ocorrido no dia 10 de maio provocou tombamentos de canaviais de significativas áreas sucroenergéticas dos Estados de Minas Gerais e de São Paulo e que já estão mostrando maiores dificuldades nas operações de corte e em danos à qualidade da cana.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Ca-navieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em:

www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br.

Persistindo dúvidas, consultem Téc-nicos próximos ou através do Fale Co-nosco Canaoeste.RC

Para planejamentos próximo-futu-ros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre INMET-Instituto Na-cional de Meteorologia e INPE-Institu-to Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses junho a agosto de 2015, como descrito a seguir e mostrado no Mapa 4.

• Nestes meses, as temperaturas ten-dem a ser entre próximas e acima das respectivas normais climáticas para toda Região Centro-Sul do Brasil;

• Pelo consenso climático INMET--INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades entre as cate-gorias (acima, próxima e abaixo das

normais climáticas) nas Regiões Cen-tro-Oeste e Sudeste. Nos Estados da Região Sul e na faixa meio-Sul do Mato Grosso do Sul, as chuvas poderão ficar acima das respectivas médias.

• Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas para Ribeirão Preto e municí-pios próximos são: 30mm para junho e 20mm para julho e agosto.

Quanto ao El Niño, agora sim se manifestando, mas não como fenôme-no típico, a SOMAR relata, com base em recente relatório NCEP-NOAA, que o aquecimento do Pacífico Equa-

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O EVENTO DA DISTRIBUIÇÃO DE INSUMOS AGROPECUÁRIOS

17 a 19 de agosto de 2015Transamerica Expo Center | São Paulo | SP

FÓRUM• Abordagem teórica e prática de

assuntos estratégicos como: Gestão das Distribuidoras, Cenário do Setor de

Agronegócios Nacional e a Macroeconomia, Gestão de Pessoas, Logística e entre outros;

• Conteúdo qualificado, focado nas necessidades das Distribuidoras;

• Painel de apresentação com profissionais que são referências no mercado de distribuição de insumos agrícolas e veterinários.

Confira a agenda completa no website: www.congressoandav.com.br/agenda

EXPOSIÇÃO

• Indústrias Fornecedoras de Insumos (adubos, defensivos,

nutrição foliar e sementes);• Indústrias de Saúde e Nutrição Animal;• Agentes Financeiros e Órgãos Públicos;• Fornecedores de Soluções para Agricultura.

RealizaçãoAgência de Viagens Organização e Promoção

Patrocinador Master Patrocinador OuroPatrocinador Diamante

Apoio InstitucionalParceiro de Mídia

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS DEFENSIVOS GENÉRICOS

www.congressoandav.com.br

COMO PARTICIPAR:

Para mais informações, acesse:

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Eu acredito que isso seja uma novidade porque só de não faltar dinheiro vai ser um bom negócio.

Revista Canavieiros - Uma das principais atrações do Agronegócios Copercana é a facilidade de pagamen-to. Isso vai continuar este ano?

antonio eduardo Tonielo: Com certeza, vamos fazer o possível para ter um volume de dinheiro para oferecer ao produtor facilidades de pagamento e fi-nanciamento dos produtos.

Revista Canavieiros - A atual con-juntura em que o setor atravessa pode mudar o cenário da feira deste ano?

Antonio Eduardo Tonielo fala sobre o 11º Agronegócios Copercana

Uma vitrine de oportunidades para quem produz

Fernanda ClarianoCarla Rossini

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Antonio Eduardo Tonielo,presidente da Copercana

As feiras representam um cami-nho eficiente para o produtor conquistar importantes espa-

ços no mercado traduzindo os investi-mentos em crescimento. Pelo segundo ano consecutivo, o Centro de Eventos Copercana em Sertãozinho-SP recebe o Agronegócios Copercana. Em sua 11ª edição, a feira será realizada entre os dias 23 e 26 de junho e mais uma vez irá proporcionar aos cooperados e asso-ciados a possibilidade de realizar bons negócios através do acesso a produtos, serviços, condições de pagamentos facilitados, linhas de financiamentos, dentre outros serviços, criando condi-ções para que o produtor possa investir em sua lavoura.

Nesta edição da feira, mais de 70 empresas renomadas irão apresentar seus produtos e tecnologias e garantem trazer novidades e grandes oportunida-des aos visitantes.

Para falar sobre as expectativas e novi-dades da feira, a Revista Canavieiros en-trevistou o presidente da Copercana e Si-coob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo.

Revista Canavieiros - Essa é a 11ª edição do Agronegócios Copercana, e o segundo ano que acontece no Centro de Eventos Copercana. Quais as novi-

dades que o cooperado e o associado irão encontrar na feira este ano?

antonio eduardo Tonielo: O Agro-negócios Copercana sempre traz novi-dades aos cooperados. Essa é a 11ª edi-ção e normalmente temos sempre algo novo, seja na estrutura, nos preços, nos juros, mas este ano provavelmente a no-vidade não é muito boa porque houve aumento de juros. Infelizmente o recur-so irá saltar de 6,5% ao ano para 8,75%, ou talvez algo mais. Estamos torcendo e trabalhando para termos um volume de recursos e poder atender o nosso coo-perado. A Copercana sempre trabalhou bem com todo o sistema financeiro e sempre cumpriu com suas obrigações.

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melhora para o setor de um modo geral e a gente tem uma esperança por aí.

Revista Canavieiros - O senhor acredita que os investimentos que po-dem vir a acontecer no setor seriam através de recursos próprios ou finan-ciamento?

antonio eduardo Tonielo: Com recursos próprios eu acredito que não, pois o setor está carente de recursos, de-bilitado de tantos anos de crise. Agora, se o País quiser melhorar a produção e eficiência do etanol, o Governo precisa investir porque o setor não tem capaci-dade de investimento, ele tem capacida-de apenas para manter mais ou menos isso que está aí. Se o Governo está pen-sando em manter os 27% de aumento do etanol na gasolina, o volume de con-sumo de etanol direto, ele (Governo) precisa começar a se preocupar porque o setor não tem condições de se manter sem ajuda.

Revista Canavieiros - O senhor gos-taria de deixar alguma mensagem para os cooperados que irão prestigiar a feira?

antonio eduardo Tonielo: A safra começou agora e acho que o pessoal sabe que a situação do setor não está para brincadeira. Eu quero desejar a todos que procurem fazer uma safra com se-gurança, com muita economia, para que consigam passar mais este ano e quem sabe o ano que vem ter um ano melhor. E espero que o Agronegócios Copercana possa ajudar bem mais o nosso produtor do que já fez até agora.

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Quais são as expectativas de negócios? antonio eduardo Tonielo: Eu acho

que as expectativas de negócios para a feira são boas. Não é porque subiram os juros e a situação está complicada que vamos deixar de tratar as nossas culturas. Se o produtor não cuidar da sua lavoura, a situação piora porque ele não tendo uma boa produção, o prejuízo acaba se tornando maior.

Revista Canavieiros - Apesar de cautelosos, os produtores não deixa-ram de investir. O que devem fazer os cooperados e associados do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Co-cred que irão participar do Agronegó-cios Copercana?

antonio eduardo Tonielo: O meu conselho é que eles invistam e cuidem bem da sua lavoura, porque caso ve-nham ter um prejuízo, ele será menor. Quando você está com um preço ruim, é preciso produzir mais para acabar de completar aquilo que poderia ganhar com o preço. Vale lembrar que não po-demos ganhar só com preço, é preciso ganhar com produtividade e acho que os nossos cooperados estão preparados para isso.

Revista Canavieiros - O senhor acredita que o setor vá se recuperar em um curto ou médio prazo?

antonio eduardo Tonielo: O setor está tão ruim que piorar não tem nem jeito. Eu não acredito que haja melhora em curto prazo. Na minha opinião va-mos ter melhoras em 2016 e acredito que não serão excelentes. Como os pre-ços do açúcar estavam melhores do que do etanol, nós (industriais) começamos a fazer açúcar. E jogamos os preços do açúcar para baixo. Mas temos uma situ-ação de açúcar no mundo, que já esta-mos chegando com estoques baixos, o que se produz se consome. Isso começa a melhorar, mas é preciso lembrar que o mundo tem uma sazonalidade de pro-dução. Não podemos zerar a produção do produto. É preciso ter sempre esto-que para quase um ano para comercia-lizar no outro ano sem ter problema de falta de produto. Assim é com a soja, com o milho e com o açúcar, que temos um consumo mais ou menos de 170 milhões de toneladas e a produção vai

ser essa. Então já estamos começando a equilibrar, a hora que tivermos um deficit, a situação se reverte. Mas isso é para o ano que vem, porque esse ano vai ser difícil.

Revista Canavieiros - Houve me-lhora no preço do etanol?

antonio eduardo Tonielo: A volta da CIDE (Contribuição sobre Interven-ção no Domínio Econômico), o aumen-to de gasolina, a dificuldade que o Go-verno tem para importação de petróleo e a subida do dólar trouxeram aquilo que a gente esperava há muito tempo. Houve melhora no preço do petróleo, o etanol acompanhou e hoje nós temos um preço do etanol que está melhor do que o preço do açúcar. O consumo de etanol teve aumento de 32% no primei-ro quadrimestre e isso vai continuar. Tenho certeza que no próximo quadri-mestre vai ser a mesma coisa ou até me-lhor. Talvez se esse consumo continuar acentuado e crescendo, vamos precisar subir os preços para segurar o consumo. O etanol está sendo mais consumido do que o setor esperava, mas isso é muito bom e importante. Se os empresários começarem a fazer mais etanol do que açúcar, puxamos os preços dos dois produtos. O Brasil tem uma importância muito grande porque para nós é muito fácil pegarmos 3 milhões de toneladas de açúcar e fazer etanol. Isso signifi-ca acabar com o excesso de açúcar de uma grande parte do mundo. Hoje está se revertendo bem mais cana para fazer etanol do que açúcar. Isso pode ser uma RC

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52Destaque I

Ajuste fiscal e o futuro do setor sucroenergético são pautas em evento do CEISE Br e GERHAI

O IV Simpósio Trabalhista Sindi-cal CEISE Br e GERHAI dis-cutiu os principais reflexos que

o conjunto de medidas que compõem o ajuste fiscal, entre elas, a readequação de regras, minirreforma previdenciária, legislação trabalhista, como também as iniciativas que beneficiaram o setor su-croenergético nos últimos tempos, po-dem refletir no futuro do segmento. O encontro, que é realizado pelo CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustí-veis) e o GERHAI (Grupo de Estudos de Recursos Humanos na Agroindús-tria), aconteceu em abril, no auditó-rio do Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho-SP e reuniu profissionais de recursos humanos de unidades su-croenergéticas, lideranças de entidades de classe e convidados.

Ao dar as boas-vindas aos parti-cipantes, o presidente do CEISE Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho, falou sobre a alta do dólar e seu reflexo para a economia nacional. “Não é um fator totalmente ruim. O dólar em alta é bom para quem exporta e também estimula o consumo interno, dificultando a entrada de produtos importados. Nos últimos 8 anos, por exemplo, com a valorização do real, o Brasil perdeu 400 bilhões de dólares, sendo 200 com importação e os outros 200 com exportação, e isso afetou muito a nossa economia, a nossa indústria”, enfatizou.

Para Tonielo, o ajuste fiscal é necessá-rio. “O deficit fiscal público brasileiro no primeiro ano do Fernando Henrique Car-doso foi 5%, no segundo mandato fechou com 4,8%. Já o primeiro mandato do Lula começou com 4% e fechou com 2,5% e a Dilma começou com 3% e fechou com 7%. Isso acaba com a nossa economia, com a nossa indústria. Então, infelizmen-te, tem que ter o ajuste fiscal, caso contrá-

Especialistas abordaram como as novas medidas implantadas pelo Governo Federal podem impactar o segmento

Andréia Vital

rio, não vamos conseguir crescer, pois o Brasil deve hoje 65% do seu PIB (Produ-to Interno Bruto)”, alegou.

O executivo ressaltou ainda a questão dos leilões de energia específico para a biomassa, que acontecerão nos próximos meses, e que vão fomentar toda a cadeia, principalmente a indústria de base.

Já o diretor técnico da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Anto-nio de Pádua Rodrigues, salienta que os recentes ajustes fiscais têm pontos po-sitivos e negativos. “A volta da CIDE sobre a gasolina, que passou a existir a partir de 1º de maio, trará maior com-petitividade ao etanol hidratado, no en-tanto, isso não significa que a diferença será incorporada ao caixa das usinas de imediato, devido à fragilidade que o se-tor vive, com dificuldades financeiras de buscar recursos”, ponderou.

O ajuste fiscal também mudou a ques-tão do financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-mico e Social), lembrou Pádua. “Nós não recebemos ainda a renovação e o plantio de 2013, o Governo liberou uma linha de financiamento para a renovação

de canavial e o dinheiro não chegou nas usinas ainda”, disse, argumentando “O Governo fez um financiamento a uma taxa subsidiada de 5% e agora não tem dinheiro para equalizar o BNDES e não liberou o dinheiro para ninguém, então nesta safra tem produtor que não recebeu o plantio de 2013”, desabafou.

Mas o diretor da UNICA também pontuou alguns dados positivos que in-crementarão a economia do setor este ano, como o aumento da mistura do álco-ol na gasolina, que vai gerar uma deman-da adicional de etanol anidro da ordem de 1 bilhão de litro, e a alteração na tri-butação entre a gasolina e o etanol hidra-tado em Minas Gerais, “fato que muda toda a perspectiva dessa safra”. Mesmo com essas conquistas, Pádua alertou que o ano será difícil para o segmento. “O Brasil tem 640 milhões de toneladas de cana, sendo que hoje a cana de primeiro corte representa 14% da área de colheita quando deveria representar 18% a 20%, ou seja, temos um canavial velho, e as empresas não têm dinheiro para fazer re-forma deste canavial”, concluiu.

Já o secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, salientou algumas medidas que o Go-verno Estadual tem encaminhado em prol do setor, como uma linha de cré-

Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br

Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnicoda UNICA e Arnaldo Jardim, secretário de

Agricultura do Estado de São Paulo

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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dito para o financiamento de viveiros de cana pré-brotada e algumas medi-das que contribuíram com a questão da cogeração, como a desoneração de Retrofit. “Mas há necessidade de apro-fundarmos este ano de uma forma im-perativa, nesta questão, que é uma das alternativas que nós temos para tentar fazer frente a este momento. A coge-ração é um complemento de renda do setor e a intenção é que possa ser feita de maneira maior, e o país, que vive de uma produção cara de energia, possa ter acesso a essa implantação, que é mais rápida e mais limpa”, disse.

Ao ser levantada a questão de novas regras dentro do modelo Consecana - que é o sistema que define a remune-ração do produtor de cana a partir do índice de ATR (Açúcares Totais Recu-peráveis) relacionadas à cogeração de energia, Pádua explicou que foi insti-tuído um grupo de representantes de fornecedores de cana e de usinas para rever todos os parâmetros do sistema não devido a esta questão, mas sim para atender ao estatuto que prevê sua revisão a cada cinco ou seis anos. Ele afirmou ainda que estão tentando incluir a coge-ração na pauta, mas, provavelmente, não fará parte do modelo Consecana. Sobre o assunto, Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, Orplana e do Consecana (Conselho dos Produtores de Cana-de--Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de S. Paulo), explicou que estão construin-do a valorização do bagaço dentro do fórum do Consecana e que dentro de es-tudos vão buscar um caminho para essa questão. Ele ressaltou também a necessi-dade de regras separadas para o bagaço e para a palha. “A palha é um mercado que começa a ser construído. Hoje, já há usinas comprando palhas dos produto-res, esse mercado já começou e tende a crescer pela boa situação diante do preço da energia. Creio que vamos ter no nos-so fórum espaço para discussões sobre como construir isso”, alegou.

Já em relação às mudanças na Legis-lação Trabalhistas, o gerente de RH do Grupo Toledo, Mauro de Jesus Garcia, debateu temas como Exoneração da Folha de Pagamento e Minirreforma da Previdência. E o advogado trabalhista

e consultor, Erotides Gil Bosshard, ex-planou sobre a Lei dos Motoristas e a Terceirização.

Ao abordar a questão da Minirrefor-ma da Previdência, Garcia lembrou que com a MP 664/2014 passou a ser exi-gida carência para pensão por morte de 24 contribuições mensais, salvo pensão por morte de 24 contribuições mensais, nos casos em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de aposen-tadoria por invalidez, como também o valor mensal da pensão por morte, que era de 100%, passou a corresponder a 50% do valor da aposentadoria, e será acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria quantos forem os dependentes do segu-rado, até o máximo de cinco.

No caso do Salário-de-Benefício, fi-cou estabelecido que o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários-de--contribuição, inclusive no caso de re-muneração variável, ou, se não alcança-do o número de doze, a média simples dos salários de contribuição existentes.

Entre as principais mudanças na Lei dos Motoristas, Bosshard destacou a obrigatoriedade da realização de exa-mes toxicológicos periódicos (antes da contratação, a cada 90 dias, e no desli-gamento) e a fixação de carga horária de 8 horas diárias, mais duas extraordiná-rias, ou até 4 horas, desde que constan-tes em Convenção Coletiva. Também será assegurado ao motorista intervalo mínimo de 1 hora para refeição, poden-

do esse período coincidir com o tempo de parada objetiva do veículo e descan-so de 11 horas, de dentro do período de 24 horas, sendo permitido o seu fracio-namento e a coincidência com os perío-dos de parada obrigatória na condução do veículo.

Sobre a nova Lei de Terceirização, o advogado salientou que não é seguro o argumento de que a nova lei, se apro-vada, vai precarizar mais a contratação de serviços terceirizados, pois nenhuma das exigências previstas no projeto re-gulamentador existe na situação atual. “Nada justifica o enorme atraso do Bra-sil na regulação da terceirização. A pro-dução moderna é realizada em cadeias produtivas que otimizam especialida-des por uma razão muito simples: nin-guém é capaz de fazer tudo sozinho”, afirmou ele.

Embora tenha sido muito criticado, o projeto foi aprovado pela Câmara com 324 votos favoráveis e encaminhado para o Senado, que poderá aprová-lo ou propor alterações. Neste caso, o projeto retorna para a Câmara que analisará as propostas feitas pelos senadores e, en-tão, após ser aprovado pelas duas casas, o projeto sobe à sanção presidencial.

Um debate sobre as Negociações Coletivas de 2015 entre Bosshard, João Reis, advogado do CEISE Br, Antô-nio Vitor, presidente do Sindicato da Alimentação de Sertãozinho, e Artur Camargo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimen-tação, finalizou o seminário.

O IV Simpósio Trabalhista Sindical CEISE Br e GERHAI discutiu os principais reflexos do conjunto de medidas que compõem o ajuste fiscal

RC

Revista Canavieiros - Junho de 2015

54Destaque II

Produtores de cana participam de evento inédito em Piracicaba

O CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) recebeu, em abril, um grupo de produtores de

cana-de-açúcar que representa os prin-cipais nomes do setor, para apresentar as principais tecnologias desenvolvidas pela empresa. Dentre elas, os proje-tos de Biotecnologia e Novo Sistema de Plantio e o Modelo de Negócio do CTC, além do projeto inovador, o Clu-be Plantar. O evento aconteceu no Tea-tro do Engenho Central, em Piracicaba.

O projeto visa oferecer consultoria técnica especializada e uma série de be-nefícios ao seleto grupo. Dentre os servi-ços exclusivos oferecidos destacam-se: Planejamento agrícola e manejo varietal; Recomendações para o plantio mecani-zado e a colheita mecanizada; Planeja-mento de viveiros e técnicas de multi-plicação de cana; Análise da produção e produtividade da cana-de-açúcar; Pragas e doenças; Adubação mineral e uso de resíduos; CTC Sat - Monitoramento da cana por imagens de satélite; Recomen-dações para sistematização, conservação e preparo de solo e Treinamento para se tornar viveirista do CTC.

Além disso, os produtores do Clube Plantar irão receber convites para partici-par de eventos de difusão de tecnologia, informativos e boletins técnicos e acesso às mudas das variedades a serem lançadas e também aquelas que já foram lançadas.

“Este é um público que sempre foi de extrema importância para o CTC e queremos reforçar esse relacionamento mostrando que é possível se sobressair em produtividade quando se investe em tecnologia”, afirmou o diretor comer-cial do CTC, Luis Gustavo Dollevedo.

De acordo com ele, após esta fase, o CTC irá expandir o programa de forma regionalizada. “A partir de agora iremos realizar reuniões regionalizadas. Peque-nas reuniões com os grupos para montar-mos um plano de trabalho e, em médio prazo, pretendemos mostrar que é possí-

Além de deixar o produtor ainda mais perto de toda a tecnologia e inovação do CTC, o Clube Plantar irá oferecer serviços exclusivos

Fernanda Clariano

vel realmente aumentar a produtividade de cana-de-açúcar por meio dos serviços e, principalmente, através das nossas va-riedades com o uso correto delas”, desta-cou Dollevedo.

Durante o evento, os produtores ain-da assistiram à apresentação institucio-nal sobre o CTC, onde conheceram um pouco mais sobre a empresa e o que ela pode oferecer em termos de tecno-logia. Na ocasião, o gerente de desen-volvimento de produto, Marcos Virgílio Casagrande, falou sobre as principais variedades CTC e o gerente nacional de vendas, Luiz Antônio Dias Paes, ex-planou sobre o modelo de negócio do CTC. Já os benefícios do Clube Plantar foram apresentados pelo gerente de as-sistência técnica, Jorge Donzelli.

“O nosso objetivo é que os serviços oferecidos no Clube Plantar auxiliem os fornecedores a aumentar a produti-vidade agrícola, extraindo o máximo de potencial possível de toda genética que nós introduzimos no material do CTC. A produtividade e a produção agrícola es-tão sustentadas em alguns pilares. Esses pilares, para nós do CTC e via de regra para todas as culturas, passam por bio-tecnologia, melhoramento genético con-vencional, mas também por algo muito importante que está em nossas mãos, que é o manejo agrícola. A nossa inten-ção é, justamente dentro desse conceito de pilares de manutenção de produtivi-dade agrícola, oferecer oportunidades

para vocês explorarem toda essa biotec-nologia e todo o melhoramento conven-cional que a gente colocou nas nossas variedades”, disse Donzelli.

O evento encerrou com a apresentação do diretor da Datagro, Plínio Nastari, que ministrou palestra sobre os desafios do mercado sucroenergético. Na oportunida-de, ele falou com a Revista Canavieiros.

“O maior desafio enfrentado pelo setor hoje é a falta de política clara para a área de combustíveis e energia elétrica. Ape-sar disso, a força desse setor está sendo demonstrada pelo vigor do consumo do etanol hidratado e do etanol anidro. Em 2014, o hidratado cresceu o consumo em 20,1% e o anidro 14,5%. Nos primeiros três meses de 2015, o hidratado cresceu em janeiro 13,2%, em fevereiro 16% em março mais de 20%, em relação aos mes-mos meses do ano passado. Esse vigor e a recuperação do consumo do etanol é que nos dão a sinalização de que a gente consegue enxergar uma luz no fim do tú-nel. Mesmo com a falta de uma política, o mercado está apresentando uma recu-peração gradual desse setor”, analisou Nastari, que ainda falou sobre o descon-tentamento com o Governo em relação à falta de política para energia elétrica para cogeração. “Nos causa ainda bas-tante tristeza ver que falta uma política de Governo não só na área de combus-tível, mas o setor ainda carece de uma política para energia elétrica para coge-ração que dê equidade de tratamento e

Luis Gustavo Dollevedo, diretor comercial do CTC

Jorge Donzelli, gerente de assistência técnica do CTC

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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Plínio Nastari,diretor da Datagro

reconheça as vantagens particulares da cogeração de biomassa. Eu fiquei triste de ver o Governo lançando um leilão de energia fóssil que vai beneficiar basica-mente a Petrobras com um preço de refe-rência de R$ 330 por MW/h, enquanto o setor vai ter um leilão específico de bio-massa com preço teto de R$ 215. Porque a biomassa, que é renovável, limpa, que tem menor custo de distribuição, menor investimento para transmissão, recebe apenas bem menos? Então continua ha-vendo um “samba do crioulo doido” na área de energia e quem mais perde com essa falta de política não é o setor sucro-energético, é o País”, ressaltou.

Depoimentos

“É muito importante essa iniciativa do CTC porque através do Clube Plan-tar vamos ficar por dentro das novas tecnologias que o mercado está impon-do e quem estiver de fora vai ser difícil tornar-se competitivo, porque tanto no Brasil quanto no exterior vai vencer quem inovar, quem tiver novas tecnolo-gias”. Ricardo Dellarco - fornecedor da cidade de Monte Azul Paulista.

“Esse projeto é uma iniciativa do CTC que trará muitos benefícios para os fornecedores, pois estamos saindo na frente e acredito que seja uma das gran-des vantagens o fato da gente chegar antes, ter acesso as novas tecnologias e com isso obter ganho de produtividade, redução de custos e, consequentemente, maior rentabilidade”. José Renato Paro – fornecedor da cidade de Severínia RC

Revista Canavieiros - Junho de 2015

56Destaque III

Toque feminino no universo canavieiro

Na última década, a representação feminina no agronegócio cres-ceu 7%, conforme dados divul-

gados pela Associação Brasileira de Ma-rketing Rural e Agronegócio. O MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrá-rio) criou até um departamento especial só para atender às agricultoras, devido ao aumento da participação da mulher no segmento. Chamado de DPMR (Dire-toria de Políticas para Mulheres Rurais), o setor tem entre os principais projetos o Programa Nacional de Documentação das Trabalhadoras Rurais, o Pronaf Mu-lher, o Programa Organização Produtiva de Mulheres Rurais e a ATER para mu-lheres (Assistência Técnica e Extensão Rural para mulheres).

Seguindo a tendência, a participa-ção das mulheres também se destaca na Copercana e Canaoeste, chegando a representar 41,7% dos 1.481 cola-boradores da cooperativa e 27,9% dos 86 da associação. A agrônoma Daniela Aragão Santa Rosa é uma dessas mu-lheres, que não vê dificuldades em de-senvolver qualquer atividade por ser da ala feminina. “Trabalho há três anos na Canaoeste e apesar da maioria dos meus colegas de trabalho ser homem,

Cresce cada vez mais a participação da mulher no segmento

Andréia Vital

não tem problema nenhum. Na verdade, acho que isso até facilita um pouco pela sensibilidade e paciência da mulher no contato com qualquer cliente, até mes-mo no receptivo com outras mulheres”, esclarece. Daniela, que cursou agrono-mia na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), no campus de Araras – SP, e é uma das únicas mulheres a ir a campo dentro da associação, também é coordenada por uma mulher, a agrôno-ma Alessandra Durigan.

“A mulher é muito importante den-tro da nossa cooperativa, tanto que temos um número significativo delas trabalhando lá e com muita eficiência e responsabilidade no trabalho que pro-move”, disse Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, que parti-cipou do Encontro Cana Substantivo Feminino, realizado recentemente no Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto/SP. O evento, que está em sua quarta edição, tem como intuito discu-tir o avanço feminino no mercado de trabalho, principalmente no segmento sucroenergético. Cerca de 200 pesso-as participaram do encontro, que nes-te ano foi dividido em quatro painéis: Cuidando de Gente; A Cana Pode Mais;

Mulheres em Funções de Liderança e Participação Feminina nas Empresas, e a Atuação e as Oportunidades para as Mulheres no Agronegócio.

Abordando a questão da trajetória do social à sustentabilidade, o painel “Cui-dando de Gente” abriu os trabalhos e foi coordenado pela consultora de responsa-bilidade social da UNICA (União da In-dústria de Cana-de-Açúcar) e diretora da Terra Grata Consultoria, Iza Barbosa. Ao dar o seu depoimento, Carla Pires, dire-tora de sustentabilidade da Odebrecht Agroindustrial, ressaltou que é essencial dar uma atenção especial para aqueles que estão ao nosso redor. Ela contou que a empresa investe R$ 18 milhões para desenvolver 68 projetos, beneficiando 110 mil pessoas, nos 9 municípios de Alagoas onde atua. Disse, também, que 16% dos 13,5 mil colaboradores da em-presa são mulheres.

Durante o painel “A Cana Pode Mais”, no qual foram abordadas práti-cas corretas, inovações, profissionalis-mo e criatividade - da pesquisa ao mer-cado -, para aumentar a competitividade do setor, Raffaella Rossetto, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e diretora técnica da divisão APTA, afirmou que a MPB Muda Pré-Brotada é uma forma moderna de encarar o plantio. “É uma ocasião em que podemos introduzir alguns fatores benéficos à cana, como bactérias e hormônios vegetais, que a pesquisa pode trabalhar e trazer bene-

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, elogia a eficiência das mulheres

Daniela e Alessandra são as únicas mulheres do time de agrônomos da Canaoeste

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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ocupados por elas. Mesmo diante desse cenário, esse número vem mudando a cada ano”, explicou.

Oliveira destacou ainda que na FMC o papel de mulheres na liderança é re-conhecido. “Áreas importantes e es-tratégicas da companhia contam com a representação feminina na empresa. Entre gerentes e diretoras, o time femi-nino brasileiro soma 14 pessoas, além de contar com mais 3 gerentes no Mé-xico e 1 na Argentina dentro da mesma divisão de negócios. Em comum, essas mulheres apresentam um perfil de cria-tividade, flexibilidade, multifuncionali-dade e ecletismo, muito valorizado para cargos de liderança”.

Já Otávio Lage Siqueira Filho, ao explanar sobre a participação das mu-lheres na Usina Jalles Machado, da qual é diretor presidente, contou que, na última safra, as mulheres represen-taram 18% (718) do total de colabora-dores (4.029) do grupo, sendo que 7%

Thais Fernanda Pedroso, Luciana Paiva, Raffela Rossetto, Monalisa Sampaio, Patrícia Fontoura, Renata Morelli e Tereza Peixoto

fícios para a produtividade agregando valor com pouco custo”, assegurou.

O debate contou ainda com a par-ticipação de Monalisa Sampaio, vice--coordenadora da pós-graduação em Produção Vegetal e Bioprocessos As-sociados da UFSCar; Patrícia Fontoura, supervisora de Planejamento e Desen-volvimento agrícola da SJC Bioenergia, GO; Renata Morelli, gerente de tecno-logia agrícola e inovação da Coplana; Thais Fernanda Pedroso, encarregada de laboratório da Companhia Müller de Bebidas, e Tereza Peixoto, diretora Agrícola da Biosev.

Apesar das mulheres representarem 40% da força do trabalho no mundo, apenas 24% delas chegaram à liderança, mostrou o painel no qual grandes execu-tivos falaram sobre funções de gerências e a participação feminina em suas em-

presas. “Talento é fundamental e define a contratação para um cargo de liderança, independente de ser mulher ou homem”, afirmou o diretor-presidente da Biosev, Rui Chammas, na ocasião. Segundo o executivo, a carreira das mulheres pode ser comparada a uma corrida de obstá-culos, visto que elas precisam lidar com diversos problemas ao decorrer do dia, que minam suas energias.

De acordo com Paulo César Olivei-ra, diretor de novos negócios da FMC Corporation Américo Latina, atualmen-te as mulheres representam 25% do quadro de funcionários da multinacio-nal. “Hoje, no Brasil, existem mais mu-lheres que concluíram o ensino superior do que homens; 40% da força de traba-lho no mundo é ocupada por mulheres e, segundo a Organização Internacional do Trabalho, no entanto, apenas 5% a 10% dos cargos de alta gerência são

Ana Paula Malvestio, Paulo César Oliveira, Rui Chammas, Otávio Lage Siqueira Filho

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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ocupam cargos de liderança e 25%, de gerência. Outro dado apontado foi que 61% das mulheres possuem no mínimo o ensino médio completo, enquanto que os homens somam somente 52%.

O percentual de mulheres também cresce cada vez mais na Raízen, che-gando hoje a representar cerca de 20% no seu contingente, afirmou Pedro Mi-zutani, vice-presidente de Açúcar, Eta-nol e Energia da empresa. A força de vontade de vencer, de superar além do que é de sua obrigação, como também a realização de diversas tarefas com competência, tem aberto caminhos para elas. “As mulheres têm se demostrado mais flexibilidade ao fazer o trabalho em casa, cuidar do marido, do namo-rado, dos filhos, e depois vai trabalhar ainda. Isso é uma coisa que os homens não conseguem fazer. A mulher tem a responsabilidade dentro do coração, en-tão isso tem feito com que ajam com su-perioridade em relação aos homens em alguns cargos”, explicou o executivo,

contando que na empresa elas ocupam cargos de estagiária, operadoras de co-lheitadeiras, advogadas, executivas, até mesmo a vice-presidente de RH.

Na oportunidade, a mediadora do painel, Ana Paula Malvestio, sócia da PwC, destacou que um bilhão de mu-lheres entrarão no mercado de trabalho ao longo da próxima década, conforme constatou uma pesquisa mundial fei-ta pela consultoria. “A geração Y, as chamadas mulheres milênios, que nas-ceram de 1980 a 1995, são mais con-fiantes, têm mais formação e ambição do que as mulheres de outras gerações, como a geração X, nascidas entre 1961 e 1979, e a baby boomers, nascidas en-tre 1945 e 1960”, disse Ana Paula. Ela esclareceu que, no momento, em que é imprescindível reter talentos, estes dados passam a ser um desafio para os gestores de empresas, porque essas mu-lheres vão querer espaço para treinar e se desenvolver e, se não encontrarem, irão buscar novas oportunidades.

“Essa pesquisa fez cair por terra a falsa perspectiva que todas as empre-sas tinham de que as mulheres dei-xavam as empresas para ter filho”, afirmou, concluindo: “as mulheres da geração milênio veem no crescimento profissional uma característica mais atraente para aceitar o emprego, muito mais do que o salário”, disse ela, res-saltando ainda que 49% dessas mulhe-res que estão iniciando suas carreiras acreditam que possam alcançar níveis mais altos na sua organização.

A atuação e as oportunidades para as mulheres no agronegócio fecharam os debates do dia, que contaram com a coordenação da presidente da Bio-cana - Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia, Leila Alen-car Monteiro de Souza (Biocana passa por mudança - leia matéria na próxima página). “As mulheres, principalmente nesta última década, assumiram im-portantes projetos principalmente da área de biotecnologia e em outras áreas importantes de lideranças na pesquisa aqui e fora do Brasil”, disse Marcos Landell, diretor do Centro de Cana do IAC, contando que 45% do quadro dos pesquisadores do Centro é composto por mulheres. Já o presidente do Gru-po Maubisa, Maurílio Biagi, lembrou que a primeira usina a contratar mu-lheres para a área industrial foi a Santa Elisa, sendo que o trabalho começou com a limpeza depois se expandiu para a lavoura e outras áreas.

Na ocasião, o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, foi homenageado por sua contribui-ção ao agronegócio e também para-benizou as mulheres por seu desem-penho. “Falar da mulher e do setor sucroenergético tem tudo a ver, pois o setor produz açúcar, etanol e ener-gia, e nada como a doçura, vitalidade e energia de uma mulher”, disse ele, que recebeu a homenagem da diretora da Destilaria Santa Inês, Cláudia To-nielo. Uma apresentação musical do grupo “Todos Nós”, comandado por Pedro Mizutani, vice-presidente de Etanol, Açúcar e Energia da Raízen, encerrou o evento.

Pedro Mizutani encerrou o evento com a apresentação musical do grupo “Todos Nós”

Arnaldo Jardim recebeu homenagem por sua contribuição ao agronegócio pelas mãos de Cláudia Tonielo RC

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59Destaque IV

Biocana passa por mudanças

Depois de 10 anos, a executi-va Leila Alencar Monteiro de Souza, que presidiu a Biocana

por três mandatos, deixou, em abril, as atividades estratégicas da entidade para atuar em outro setor. A Biocana é a prin-cipal entidade representativa dos em-presários produtores de açúcar, etanol e energia localizada no Noroeste paulista. Atualmente, a profissional está dirigin-do a Comunicação Corporativa da Pa-ranapanema S.A., gigante do segmento de cobre, sendo a maior produtora não integrada de cobre refinado, vergalhões, fios trefilados, laminados, barras, tubos, conexões e suas ligas. A empresa é res-ponsável por 100% do volume de cobre produzido no país. A companhia possui quatro plantas industriais, sendo uma produtora de cobre refinado (ou cobre primário) localizada em Dias d’Ávila--BA e três de produtos de cobre e suas ligas – duas em Santo André-SP e uma em Serra-ES. A logística de distribui-ção é realizada pela controlada CDPC – Centro de Distribuição de Produtos de Cobre -, com unidades na Bahia e no Rio de Janeiro.

De acordo com Leila, a mudança ocorreu num momento em que o se-tor sucroenergético passa por grandes transformações. “Nos últimos anos, a recessão econômica afetou duramente muitas usinas e o número de empre-sas associadas encolheu. As indústrias tiveram que arcar com os altos custos de produção, as margens ficaram ex-tremamente apertadas e o etanol não estava se mostrando competitivo em virtude do preço da gasolina, mantido ‘artificialmente’ por muito tempo. Além disso, choveu pouco nas últimas safras, fato que prejudicou a produtividade no

Principal executiva deixa a presidência

Da redação

campo. Toda esta situação, aliada a au-sência de uma política pública de médio e longo prazo para o setor, provocou al-gumas rupturas no caixa de boa parte das usinas no país. Muitos postos de trabalho foram perdidos, companhias foram fechadas e, de uma maneira ge-ral, outros setores, como a indústria de base, também foram fortemente afe-tados. Agora, o momento para muitas companhias é de adaptação ao novo ce-nário e também de recomeço, talvez de uma forma consolidada”, ressalta Leila.

Por outro lado, a ex-presidente des-taca as importantes conquistas obtidas ao longo do trabalho à frente da Bioca-na. “Quando cheguei a Catanduva, per-cebi uma imagem bastante ‘arranhada’ do setor, visto por uma parcela da socie-dade como assistencialista. Desmistifi-camos esta imagem, nos aproximamos de nossos pares, das comunidades do entorno e o setor passou a ser um par-ceiro da sociedade como um todo, am-plamente reconhecido como gerador de empregos, impostos, desenvolvimento e atuante em processos sustentáveis. Isso foi muito gratificante. Entendo que, durante o tempo em que estive à frente deste projeto, sempre apoiada pelas usinas que compunham a Bioca-na e por uma equipe competente, deixei um legado que foi a construção de uma nova imagem consolidada com ações práticas; participamos ativamente nas áreas de educação com a implantação de um polo da UFSCar para implanta-ção do MTA, curso de especialização em gestão da produção industrial sucro-energética, execução do Programa Jo-vem Agricultor do Futuro, em parceria com o Senar e Sindicato Rural, atuação na área de saúde com doações feitas ao

hospital Padre Albino, infraestrutura, meio ambiente, entre outras importan-tes ações que tanto contribuíram para o desenvolvimento da sociedade regio-nal”, disse.

E completa: “Foi um período de gran-de aprendizado; tempo em que pude co-nhecer profundamente a cadeia produti-va e seus pares. Hoje, meu desejo é de que o setor sucroenergético se recupere o quanto antes e retome o caminho do crescimento, pois a agroindústria cana-vieira é muito importante para o País e sua matriz energética, dado o seu po-tencial de produzir uma energia limpa e renovável, além de sua extensa con-tribuição social e ambiental. Tenho um enorme carinho por este setor, onde fiz grandes amigos pessoais e profissionais. Aos empresários, colegas da imprensa, entidades e empresas parceiras, grupos de trabalho e, aqui, cabe um agradeci-mento especial ao GERHAI e aos demais grupos de estudos que tanto contribuem para a diferenciação da agroindústria canavieira, deixo meu agradecimento. A vida é assim: fecha-se um ciclo, inicia-se outro”, conclui.

Com a reestruturação da Biocana, o empresário Gilberto Colombo, assumiu a presidência e a sede da Associação também está em novo endereço: Rua 21 de Abril nº 466, Edifício Minas Center, 7º andar, sala 78, em Catanduva-SP.

Leila Alencar Monteiro de Souza

Uma das últimas participações como presidente da Biocana foi no evento “Cana Substantivo Feminino”

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60Destaque V

Seminário Tereos/Guarani discute perspectivas para o setor sucroenergético

As perspectivas de mercado para o ano safra 2015/16 foram debatidas no XIII Seminário

Tereos/Guarani, realizado no último dia 20 de maio, no Centro de Even-tos da APAS (Associação Paulista de Supermercados), em São Paulo-SP. A Canaoeste e a Orplana estiveram repre-sentadas com seu presidente, Manoel Ortolan. Em discussão, os cenários po-lítico e econômico do País e as condi-ções que irão nortear o setor sucroener-gético nos próximos anos.

O seminário, já tradicional na cadeia produtiva da cana-de-açúcar, é realiza-do pelo Grupo Tereos, o quinto do mun-do em transformação de cana, beterraba e cereais em açúcar, e que ocupa, ainda, posições de destaque nos mercados de etanol (liderança na Europa e terceiro lugar no Brasil) e amido (terceiro na Europa). Possui 42 unidades industriais – sendo sete da Guarani –, tem 12 mil cooperados e emprega 24 mil pessoas em quatro continentes.

O evento na Capital paulista contou com a presença de seis palestrantes: o jor-nalista Carlos Alberto Sardenberg, o pre-sidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Caio), além dos economistas Alexandre Schwartsman, sócio-diretor da consultoria Schwartsman & Associados; Martinho Seiiti Ono, diretor da SCA Tra-ding S/A; Bruno Zanetti, consultor sênior em Gerenciamento de Riscos especia-lizado nos mercados de açúcar e etanol da INTL FCStone Inc.; e Adriano Pires, consultor no setor de energia elétrica, pe-tróleo e gás natural.

O ciclo de discussões foi aberto por Jacyr Costa Filho, diretor da divisão Brasil do Grupo Tereos, e Pierre San-toul, diretor-presidente da Guarani. De

Com a participação do presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, evento realizado em São Paulo abordou os cenários político, econômico e agrícola para a safra 2015/16

Igor Savenhago

forma breve, eles analisaram a crise enfrentada pelo setor sucroenergético e falaram sobre as esperanças de retoma-da do ritmo de crescimento. Em segui-da, o secretário da Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, reforçou as me-didas que o Governo Estadual vem es-tudando para garantir competitividade, como uma linha de financiamento de máquinas para o recolhimento da palha da cana, o que ajudaria a impulsionar a cogeração de energia elétrica. “Tam-bém acho que começa a haver uma nova demanda para os combustíveis limpos e renováveis. O mundo está prestando atenção de novo ao nosso etanol”.

POLíTiCaA situação política do Brasil foi o

tema do jornalista Carlos Alberto Sar-denberg. Colunistas dos jornais O Es-tado de São Paulo e O Globo e comen-tarista econômico da Rádio CBN, do Jornal da Globo e do Jornal das 10, da Globo News, ele demonstrou, por meio de um apanhado histórico desde a mor-te de Tancredo Neves, em 1985, como o cenário atual se estabeleceu.

De acordo com Sardenberg, o País passou por uma série de mudanças com o fim da ditadura. O Estado saiu das mãos dos militares, mas caiu nas de

grupos que incharam a máquina pública com nomeações excessivas de cargos de comissão. Ele dividiu a classe po-lítica em idealistas e clientelistas. E, segundo ele, a segunda fatia cresceu de forma vertiginosa. “Houve uma tomada do Estado pelos políticos”.

Atualmente, o País chega a um pa-tamar preocupante, caracterizado, na visão do jornalista, por “programas sem maioria e maioria sem programas”. “Quando o País está na bonança, segue o barco. Mas, na crise, há a perda da go-vernabilidade”. Com todo o centro polí-tico envolvido na Operação Lava-Jato, Sardenberg afirmou que os padrões éti-cos foram totalmente desmoralizados. “Chegamos ao limite, em que se esque-cem as ideologias e se apostam no prag-matismo como única saída”.

O ciclo de discussões foi aberto por Jacyr Costa Filho, diretor da divisão Brasil do Grupo Tereos

Pierre Santoul, diretor-presidenteda Guarani.

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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Carlos Alberto Sardenberg Luiz Carlos Corrêa CarvalhoAlexandre Schwartsman

Diante disso, a condução da crise é um teste de fogo para a equipe econô-mica do Governo Federal, liderada pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Por enquanto, a política econômica é fonte de alguma estabilidade. Mas há um desconforto. E pesquisas mostram que o desconforto do brasileiro com a situação econômica é diretamente pro-porcional à aceitação do Governo”.

eCONOMiaTomando como gancho a análi-

se feita por Sardenberg, o economista Alexandre Schwartsman afirmou que garantir a estabilidade econômica é condição fundamental para a retomada da atividade industrial. Ele procurou tranquilizar os presentes ao dizer que o Brasil dificilmente irá enfrentar uma crise de grandes proporções, caracteri-zada, entre outras questões, por inflação em aceleração persistente. Na avaliação dele, 2015 é um ano de transição, de um regime que era insustentável para um cenário de maior estabilidade. Para 2016, o economista prevê que o desem-prego mais elevado e a redução do rit-mo de crescimento dos salários levem à queda da inflação. E que a atividade in-dustrial comece a se recuperar, perspec-tiva que, de acordo com Schwartsman, está atrelada, porém, à questão energé-tica, ditada por condições climáticas.

O consultor avaliou as condições que fizeram o País passar por um processo de desaceleração econômica a partir de 2008. “As questões internacionais não explicam essa situação”, disse. Levantamentos fei-tos pela consultoria dele apontam que há menos gente no mercado de trabalho e que a produtividade vem perdendo fô-lego. “Há uma queda na população eco-

nomicamente ativa, principalmente entre os jovens, e uma incompatibilidade do índice de aumentos de salários com a capacidade produtiva, que ficou menor”. Schwartsman lembrou que um dos fato-res a serem considerados neste contexto é a geração “nem nem” – grupo de adultos que moram com os pais e que “nem estu-dam, nem trabalham”.

Ele destacou, ainda, os equívocos da política econômica no Governo de Dilma Rousseff. Entre eles, o aumento dos gastos federais e o afrouxamento da política monetária, mesmo com a infla-ção estando bem acima da meta e das tentativas de controle de câmbio. O es-forço, agora, é para fazer um “controle de rota”, reconstruindo os padrões que vigoraram de 1999 a 2008. “O esforço fiscal não se encerra em 2015. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) si-naliza a continuidade desse processo”. Com a economia estabilizada, o desa-fio será tomar medidas que acelerem o crescimento. “Isso requer a retomada do modelo de concessão da infraestru-tura”, concluiu.

seTOR suCROeNeRgéTiCOOs outros quatro palestrantes do

evento abordaram o cenário agrícola para os próximos dois anos e os reflexos esperados para o setor sucroenergético. Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presiden-te da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), falou sobre a expectativa para a atual safra. Martinho Seiiti Ono, Bruno Zanetti e Adriano Pires trata-ram, respectivamente, dos mercados de etanol, açúcar e energia. Entre eles, um consenso: o de que a cadeia canavieira enfrentará mais um ano difícil, com pre-visão de melhora a partir de 2016.

Carvalho explicou que, com o preço da cana estabilizado e os custos crescendo, houve queda na renovação dos canaviais e, por isso, não há motivos para que se espe-re aumento de produtividade. Apenas para o ano que vem, está previsto um esforço maior no plantio, renovando um percentual maior, o que reduzirá a área de colheita e a oferta de cana para 2016/17, mas, em con-trapartida, os preços devem ser melhores.

Ele lembrou a pressão que a cana-de--açúcar vem sofrendo, já que depende de intervenções da esfera pública – enquanto soja e milho, por exemplo, são regulados pelo mercado –, e que o desafio dos pro-dutores, diante da competitividade afeta-da e de uma temporada que tende a ser bastante complexa, com florescimento dos canaviais em várias áreas, é “arrumar a produtividade, esperando 2016/17”.

Já Ono, da SCA Trading S/A, que pre-vê moagem, na safra corrente, de 580 a 585 milhões de toneladas de cana – leve aumento em relação à anterior, que fe-chou em pouco mais de 571 milhões –, avalia que, com o ciclo de investimentos paralisado no setor, a estimativa de que a oferta de cana não sofrerá alterações sig-nificativas nas próximas cinco safras e o fato de que as refinarias brasileiras estão produzindo gasolina no limite da capa-cidade, o país deverá ser importador de combustíveis nos próximos anos, para atender à demanda crescente. “Com isso, deverão se acentuar os problemas logísti-cos nos portos e nos meios de transporte”.

O etanol de 2G (segunda geração), que poderia contribuir, decisivamente, para alavancar a produção, ainda não tem, de acordo com ele, escala ou perspectiva concreta de viabilidade econômica. RC

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62Destaque VI

Celebração dos 40 anos do etanol será tema dos encontros do ProjetoAgrogerações - Novos Horizontes em 2015

A agroindústria canavieira foi pau-ta da primeira reunião de 2015 do Projeto Agrogerações – No-

vos Horizontes, que reuniu recentemen-te empresários e jovens talentos do agro-negócio em Ribeirão Preto-SP. O diretor Executivo de Pesquisas e Integrante do Quadro de Planejamento Estratégico da Embrapa, Ladislau Martin Neto, apre-sentou, na ocasião, as recentes pesquisas sobre o Setor Sucroenergético realizadas pela instituição, como também as ino-vações para ganhos de produtividade e oportunidades para cooperação.

O projeto, lançado no ano passado, foi criado para aproximar pessoas e unir gerações com o objetivo de propiciar a continuidade e geração de novos negó-cios na agroindústria, explica Luciane Del Grande de Castro, coordenadora ge-ral da iniciativa. “A cana-de-açúcar foi escolhida para iniciar nossos debates em 2015 justamente por ser o ano da cele-bração dos 40 anos do etanol, produto que surgiu a partir da nossa região, com a entrega de um documento, pelo empre-sário Maurílio Biagi, ao então presidente da República, general Ernesto Geisel, apresentando a fotossíntese como fonte de energia, e a partir daí o Governo ado-tou a produção do etanol como uma polí-tica nacional”, lembrou Luciane, se refe-rindo ao documento “Fotossíntese como fonte de energia”, apresentado ao Con-selho Nacional de Petróleo, em 1974, e que acabou dando origem ao Proálcool (Programa Nacional do Álcool).

Luciane comentou ainda que o Fiat 147 foi o primeiro carro movido a ál-cool fabricado (no Brasil) em série em todo o mundo, sendo destaque no Salão do Automóvel da época (1978/1979). “É muito orgulho juntar as gerações para comemorar os 40 anos do etanol”, disse ela, avisando que ao longo do ano

Ladislau Martin Neto, da Embrapa, falou sobre o setor sucroenergético no primeiro encontro

Andréia Vital

será realizada uma série de outros even-tos também voltados a outras culturas.

“Um país continental só vai ter capa-cidade de enfrentar os desafios do agro através da união das forças, entre setor privado e público”, afirmou Martin Neto durante sua explanação, na qual ressal-tou o portfólio de pesquisas da Embrapa, que é vinculada ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), foi criada em 1973 e teve um orçamento de R$ 2,6 bi, em 2014.

O pesquisador comentou que a insti-tuição criou o Documento Visão 2014-2034 - o futuro do desenvolvimento tecnológico da agricultura brasileira, lançado em abril do ano passado, com o objetivo de provocar reflexões sobre a capacidade tecnológica da agricultura brasileira do futuro, buscando aproveitar oportunidades, enfrentar desafios e mini-mizar riscos, de forma a elevar a compe-titividade e a sustentabilidade do setor. “Dentro deste contexto, a instituição está organizando a sua carteira e programa-ção e dentre os 23 portfolios constituí-dos, um deles é voltado ao setor sucro-energético, com uma ampla agenda com interface com a importância da agenda do setor sucroalcooleiro”, explicou.

Empresários ligados ao agronegócio discutiram o futuro do setor sucroenergético na ocasião

Entre os destaques do Portfólio de PD&I para o Setor Agroindustrial Su-croalcooleiro Energético (SASE) da Embrapa Agroenergia, que tem como presidente o dr. Guy Capdeville, ele citou ações na vertente agrícola, envol-vendo o manejo da palhada e efeitos sobre a ciclagem de nutrientes e produ-tividade do canavial; sistema integrado de inovações para plantio mecanizado de cana-de-açúcar visando ao aumento de produtividade; estudos ligados à ir-rigação e desenvolvimento de sistemas de cultivo de cana-de-açúcar no cerra-do, como também as ações com cultu-ras alternativas para a entressafra e para segunda geração (2G) e utilização de microalgas para produção de biocom-bustíveis e bioprodutos.

O pesquisador destacou a Embra-pa Agroenergia lançada em dezembro de 2010 e que está em vários países, inclusive no Japão, onde está chegan-do agora com uma rede de trabalho e pesquisa. “Do ponto de vista de cultivar variedades transgênicas, ou seja, gene-ticamente modificada, estamos traba-lhando em uma cultivar para tolerância seca em parceria com o Japão e com o CTC (Centro de Tecnologia Canaviei-ra) de Piracicaba –SP”, disse ele, con-

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Setor sucroenergético na mira na Embrapa

Ladislau Martin Neto

tando que a variedade já foi aprovada pela CTNBio (Coordenação-Geral da Comissão Técnica Nacional de Biosse-gurança) estão avançando nos testes de campo dentro do instituto e em expe-rimentos e desafios da seca, com uma lavoura que deverá ser plantada em Quirinópolis/GO.

Durante o evento foi ressaltado tam-bém a necessidade de passar uma men-sagem positiva e da externalidade do setor para a sociedade. “O setor precisa ter uma imagem mais favorável, ima-gem de um setor produtivo, você tem que criar esta imagem, tem que fazer marketing, merchandising e nós já ti-vemos oportunidade de fazer isso em uma época que o setor era mais impor-tante, era mais poderoso do que a Pe-trobras e mesmo essa tendo mazelas, achava que todos os problemas vinham do álcool”, constatou Maurílio Biagi, presidente do Grupo Maubisa, ressal-tando que além da crise econômica, o setor vive uma crise de confiança e falta de perspectivas, em debate com Ismael Perina, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Ál-cool, ligada ao Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Francisco Maturro, da ABAG-SP (As-sociação Brasileira do Agronegócio), Rubens Dias de Morais, presidente do Conselho de Administração da Jumil e Landislau Martin Neto, da Embrapa.

O evento recebeu ainda a visita de Fábio de Salles Meirelles, presidente da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) e da Agrishow 2015 e de Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq (Associação Bra-sileira de Máquinas e Equipamentos). “O meu reconhecimento à Embrapa é que o conhecimento adquirido não tem ficado somente nas mãos dos cientistas e dos doutores. Pelo contrário, tem tra-zido as bases para fomentar o processo de fortalecimento da economia agrícola e ela evidentemente tem seus trâmites e avança na direção de muitas outras ciên-cias, da evolução cientifica, até da área animal. Há um processo fantástico numa organização científica... por tudo isso, eu presto à agropecuária de São Paulo uma homenagem”, finalizou Meirelles.

Revista Canavieiros: A Embrapa é apontada como um dos principais agentes responsáveis pelo sucesso que o Brasil colhe hoje na agricultura. Como a empresa pode contribuir para que o País continue a progredir neste setor?

Ladislau Martin Neto: A Embrapa agradece a referência e, sem dúvida, junto a outras instituições da pesquisa agropecuária brasileira, o setor públi-co e a iniciativa privada, como agente principal do desenvolvimento, conso-lidou uma plataforma de produção e avança nos indicadores de sustentabi-lidade muito importante e que até hoje está sendo reconhecida mundialmente.

Para o futuro, a Embrapa se prepara de diferentes maneiras tanto investimen-to em recursos humanos, em novos perfis profissionais, alinhando componentes de tecnologias avançadas, componentes de automação, de agricultura de precisão, toda questão da biotecnologia, das ge-otecnologias, da tecnologia da informa-ção e da comunicação como elementos cruciais para manter a competitividade e trazer novos elementos para a caracterís-tica da pesquisa agrícola do futuro.

Então, é neste contexto e em outras ações, com uma visão de futuro, estudos de prospecção de como o mundo deve evoluir e quais são as oportunidades e desafios para a agricultura mundial e, em particular, para a agricultura brasi-leira, que a Embrapa acabou de conso-lidar um estudo chamado Visão 2014 2034, onde alinha na sua visão parte de referenciais internacionais adaptados à nossa realidade, onde ela vai apostar seus investimentos no futuro.

Revista Canavieiros: Na sua opi-nião, quais são as melhores iniciativas para se ganhar eficiência, reduzir cus-to e gerar mais valor para o produtor?

Ladislau Martin Neto: De modo geral, a questão do sistema de produção, em particular da questão de cana, tem oportunidades de avanços importantes e dentro desses avanços, o sistema de plantio aparentemente deve sofrer im-

Confira entrevista com o diretor Executivo de Pesquisas e Integrante do Quadro de Planejamento Estratégico da Embrapa, Ladislau Martin Neto:

pactos importantes com as chamadas mudas pré-brotadas, que alinha, além da questão do uso de quantidade da própria matéria-prima, a possibilidade de inserção. No caso da Embrapa, o es-forço está indo na linha de agregar os chamados ativos biológicos, bactérias, fazer melhorias no sistema e garantir a questão da sanidade da muda melhoran-do o desempenho no campo.

Assim, essas são vertentes impor-tantes e a questão da sustentabilidade sempre entra como um fator cada vez mais importante, tanto do ponto de vis-ta social quanto ambiental e no compo-nente ambiental logicamente aquelas práticas mais conservacionistas, uso de ferramentas de controle biológico certamente vão ser importantes no fu-turo próximo.

Revista Canavieiros: Quais são os projetos que a Embrapa voltados para o setor sucroenergético?

Ladislau Martin Neto: Na verda-de, a Embrapa tem o que ela chama de portfólio para o sistema sucroalcooleiro

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energético, que é uma ampla gama de projetos de pesquisa disseminados em todo o País. Isso com certeza tem mais de centenas de projetos em todas as re-giões passíveis de produção de cana ou de produtos ligados à questão do setor e ela vem conduzindo isso numa formata-ção em pesquisa em rede e de parcerias, tanto com outras instituições públicas - importantes protagonistas do agro e da questão da cana – como o IAC, Ridesa, com parcerias privadas, com o CTC e com indústrias multinacionais do setor.

Então, o contexto da atuação da Em-brapa vai desde a vertente da questão agrícola com a questão da palhada, do desenvolvimento de novas cultivares através de melhoramento genético con-vencional até o melhoramento genético baseado em transgenia ou com uso da biotecnologia.

Neste momento, está em estudos uma parceria com experimentos em campo com variedades CTCs resistentes à seca, com previsão de lançamento comercial em futuro próximo. Essa questão dos ativos biológicos, de uso de bactéria, de micorriza para melhorar o desempenho, tanto na linha de fixação biológica nitro-gênia em gramínias (cana, sorgo), que seria uma mudança de paradigma impor-tante, é um esforço que a Embrapa vem desenvolvendo. Já fizemos isso para a leguminosa e é um grande sucesso.

Podemos citar ainda a vertente in-dustrial, com a ampliação de matérias--primas para serem usadas em biorre-finarias e da energia. E os chamados transversais, como por exemplo, aná-lise do ciclo de vida, identificação de gargalos do ponto de vista do sistema de produção e também daqueles bene-fícios comparados com o sistema fóssil, que é uma vertente muito importante do setor sucroalcooleiro energético. Então é uma agenda ampla.

Revista Canavieiros: Quais são os desafios e perspectivas da agricultura tropical na sua visão?’

Ladislau Martin Neto: O panora-ma global indica o aumento da popula-ção mundial para 9 bilhões de habitan-tes até 2050 e do ponto de vista de onde está crescendo essa população, aponta principalmente para países da Ásia ou países da África. Um onde os recursos

naturais já estão no limite, como no caso da Ásia, China, etc, e outro, onde o sistema de produção ainda não está devidamente organizado e que ainda vai demorar para ter uma condição de produção de segurança alimentar, como, por exemplo, na África. Isso dá ao Brasil a oportunidade de um prota-gonismo fantástico num futuro e que, logicamente, dentro da nossa capaci-dade da confirmação desses mercados, o cenário para o agro brasileiro é muito importante e deve se manter bastante competitivo e com grandes perspec-tivas, tanto para negócio quanto para retorno ao País. O Brasil deve conti-nuar como um grande player no setor agrícola mundial e isso não é pouca coisa. É uma oportunidade de produ-ção, de gerar emprego, e também gerar renda ao nosso País dentro desse con-texto de panorama e de crescimento da população e, paralelamente a isso, todas as outras vertentes da questão de mudanças climáticas, da necessidade de descarbonizar a economia de modo geral - não falo só do agro - atividades industriais, de atividades de energia, virá uma série de possibilidades para o agro brasileiro, que, uma vez confir-mado, num cenário que a estabilida-de global permita o Brasil ter chance através da agropecuária nacional, além dos produtos atuais que produz e ou-tros que possa vir a produzir a partir da

matriz agrícola, pecuária, diferencia-dos na nossa visão baseados nos estu-dos que nós fizemos para o documento Visão 2014 2034.

Revista Canavieiros: Qual a im-portância da Embrapa participar des-se evento e qual a importância de se discutir esses temas?

Ladislau Martin Neto: Esses even-tos para nós da Embrapa são cruciais, pois são oportunidades de estarmos junto a importantes lideranças, empre-sários do setor produtivo, aqueles que estão sentindo na pele problemas da di-ficuldade e que podem expressar aque-las que são as demandas legítimas do setor para dar maior sustentabilidade e manter a empresa competitiva num fu-turo próximo.

A Embrapa está se aproximando, recebendo essa demanda e aferindo à agenda que ela está executando e, na me-dida que a gente apresenta e compartilha o nosso resultado, aquilo que estamos propondo para o futuro, conseguimos receber o feedback. Logicamente, como a empresa é de pesquisa, nós temos que estar olhando para o futuro e se anteci-pando, gerando inovações que não estão na agenda do dia-a-dia dos empresários, mas essa de atender ao setor produtivo é fundamental para manter um País com-petitivo e um agronegócio também com-petitivo e sustentável. RC

Destaque VI

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Revista Canavieiros - Junho de 2015

66Pragas e Doenças

Evento sobre plantas daninhas discute manejo químico e as MPBs, em Jaboticabal-SP

A busca por uma produção agríco-la mais sustentável vem sendo cada vez mais intensificada. Para

isso, os eventos que abordam o sistema de produção, a biologia e o manejo de plantas daninhas têm papel fundamen-tal na sustentabilidade da produção.

Para trocar informações e expan-dir conhecimentos, a FCAV/UNESP, o IAC/Centro de Cana e a STAB – Sul recebeu no dia 2 de junho, no Centro de Convenções da FCA/UNESP - Cam-pus de Jaboticabal-SP, agrônomos, pro-dutores, técnicos do setor e estudantes, para o II Simpósio STAB sobre plantas daninhas em cana-de-açúcar que teve como tema “Manejo químico de plantas daninhas e as MPBs”.

Na abertura, o presidente da STAB, José Paulo Stupiello, alertou sobre a importância do conhecimento da cultu-ra da cana. “Nos falta conhecimento bá-sico e conhecimento de fisiologia tam-bém. Quem não conhece a fisiologia da cana não conhece cana-de-açúcar”, afirmou.

Em sua segunda edição, o Simpósio apresentou as palestras “A tecnologia das mudas pré-brotadas de cana-de--açúcar. Estado da arte”, “Propostas para manejo químico de plantas da-ninhas em canaviais cultivados com MPBs”, “Seletividade em plantas jo-vens de cana-de-açúcar”, “Quando e como utilizar manejos em Ppi, pré e pós-emergência na cana-de-açúcar”, “Tecnologia de aplicação para herbi-cidas em pós-emergência”, “A tecno-logia de MPBs. Tendências utilizadas por produtores”, “A tecnologia de MPBs. Experiência usina São Marti-nho” e “A Tecnologia de MPBs. Expe-riência Bunge”.

A aplicabilidade e casos de sucesso de usinas e produtores que estão acre-ditando no sistema MPB (Mudas Pré--Brotadas) e desenvolvendo modelos

Agrônomos, produtores, técnicos do setor e estudantes, prestigiaram oII Simpósio STAB sobre plantas daninhas em cana-de-açúcar

Fernanda Clariano

não só para produzir em viveiros, mas produzir comercialmente, também fo-ram abordados.

“Espero que este evento traga in-formações e conhecimentos a todos. Sabemos do período de desesperança, porém, quem trabalha com cana é um esperançoso, pois esse cultivo nos cau-sa um certo vício e a gente se esmera para poder transformar esse vício em sucesso, mas para isso precisamos ir em busca de dias melhores e produti-vos, sempre”, afirmou o coordenador do evento, Miguel Mutton.

O pesquisador científico e coorde-nador de hibridação do IAC, Mauro Alexandre Xavier, durante sua apresen-tação sobre “A tecnologia das mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar. Estado da arte” - pontuou sobre o trabalho e o tempo que uma nova cultivar leva para chegar até o setor de produção. “Entre a hibridação até a liberação para uma nova cultivar, são aproximadamente 12 anos, portanto, quando alguém receber um pacote novo de variedades procure valorizar porque tem um trabalho gran-de de anos de desenvolvimento realiza-do lá atrás”, salientou Xavier, que ainda explicou passo a passo o processo de produção da MPB.

Em entrevista à Revista Canavieiros, o diretor da fazenda Santa Izabel, Paulo Araújo Rodrigues, falou sobre o que tem feito para controlar as plantas daninhas e aumentar a produtividade. “A ideia é usar o manejo integrado e neste manejo nós procuramos conhecer bem as áreas e saber quais plantas temos e, a partir daí, utilizamos as diferentes ferramentas de controles: químico, mecânico, físico, rotação de cultura e, assim por diante, de modo a conseguir o melhor resul-tado para cada situação específica”, disse Rodrigues, que também expôs os principais desafios que têm enfrentado. “Com a mecanização e a colheita da cana crua, aumentou a dificuldade de controle por conta da palha. É uma difi-culdade a mais para conseguir aplicar e o produto chegar ao solo, então tem que usar outros produtos com outros mo-mentos de aplicação. Algumas plantas daninhas, principalmente as plantas que têm sementes maiores, acabam nascen-do durante o ano inteiro e dificultam um pouco o manejo e o controle”, o dire-tor da Santa Izabel ainda falou sobre as MPBs. “O sistema de mudas pré-brota-das é uma tecnologia promissora, tem muita coisa para ser desenvolvida ain-da, mas a gente acredita que vem para ficar, que vai ocupar um espaço no setor de cana-de-açúcar”, garantiu.

Na abertura, o presidente da STAB, José Paulo Stupiello lembrou da importância da fisiologia da cana

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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14º Herbishow: Seminário sobre controle de plantas daninhas

O controle de plantas daninhas sobre a cultura de cana é um dos principais fatores de pro-

dutividade agrícola. A grande diversi-dade e adaptabilidade dessas invasoras requer alta especialização para conse-guir seu efetivo controle e, para tanto, os produtores, técnicos e profissionais da área precisam sempre estar atentos e se manterem atualizados.

Com o objetivo de difundir tecnolo-gias, estratégias, novos produtos e mui-tas observações práticas para os produto-res reduzirem custos e fazerem uso dos produtos da melhor maneira possível, o Grupo IDEA realizou nos dias 20 e 21 de maio, a 14ª edição do – Seminário sobre controle de plantas daninhas da cana.

O tradicional evento aconteceu no Centro de Convenções em Ribeirão Preto-SP, e contou com palestrantes e empresas renomadas que orientaram tecnicamente os produtores e profissio-nais ligados ao setor.

Na oportunidade, o departamento técnico da Canaoeste, representado pelo gestor operacional, Gustavo No-gueira, pela gestora técnica, Alessan-dra Durigan, e pelos agrônomos, João Francisco Maciel e Thiago Verri, esteve presente no evento.

O evento reuniu mais de 600 produtores e profissionais ligados ao setor que puderam se atualizar e trocar experiências sobre a melhor forma de manejo

Fernanda Clariano

Foram apresentadas palestras varia-das, enfocando procedimentos técnicos já consolidados; lançamento de produ-tos e novas tecnologias que estão sur-gindo nas usinas para controlar espécies que têm trazido cada vez mais proble-mas, como as plantas trepadeiras que aumentaram significativamente com a cana crua; novos equipamentos e estra-tégias de pulverização, além de concei-tos inovadores de combate às daninhas em cana-de-açúcar.

“O produtor precisa de conhecimen-to para fazer uma aplicação eficiente e de qualidade. Não adianta nada plantar bem, plantar barato. Se as plantas dani-nhas não forem controladas, nós temos perdas que podem chegar até 60%, cau-sando um grande prejuízo à qualidade do canavial”, afirmou o diretor do Gru-po IDEA, Dib Nunes.

O evento também apresentou casos de sucesso de aplicação de herbici-das em PPI (Pré-Plantio Incorporado); ações de controle das espécies que avançam com o aumento da palha; no-vas misturas de herbicidas; medidas preventivas e modelo diferenciado de administração do controle de daninhas; e uso de rotação de cultura com soja transgênica para controle das plantas invasoras dos canaviais.

“Os herbicidas são insumos funda-mentais para viabilizar a atividade ca-navieira. Se não tivéssemos a evolução de novos produtos e misturas, além do desenvolvimento de técnicas de aplica-ção e gestão, teríamos sérios problemas para cultivar numa área tão vasta”, des-tacou Dib.João Francisco Maciel, Alessandra Durigan, Thiago Verri e Gustavo Nogueira

Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA

Pragas e Doenças

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Participação das empresas O conhecimento é a baseAs plantas daninhas reduzem a produção das lavouras e au-

mentam os custos de produção. Além desses aspectos, elas po-dem afetar a eficiência da terra, derrubando a rentabilidade do negócio, o que varia de acordo com a planta invasora e o grau de infestação.

Pensando na sustentabilidade do setor, durante o seminá-rio, as empresas parceiras lançaram produtos, apresentaram as melhores estratégias no controle de plantas daninhas, bem como dosagens e suas misturas e melhores épocas de aplica-ção. Tudo para que o produtor saiba como se posicionar em diversas situações evitando desperdício, gastando menos e obtendo um melhor resultado. Usinas também participaram apresentando cases de sucesso e suas principais dificuldades no combate ás plantas daninhas.

“Quando se fala em sustentabilidade, a gente pensa em termos econômicos, esse é o primeiro ponto da sustentabili-dade, será que um herbicida é economicamente sustentável? Prá gente ver se o herbicida é economicamente sustentável temos que ver o quanto as plantas daninhas interferem na pro-dutividade. Não há dúvida que se não controlarmos o mato, a perda de produtividade é muito significativa”, destacou o pesquisador da ESALQ/USP, Pedro Jacob Christoffoleti.

Hoje existem em torno de 9 milhões de hectares cultiva-dos com cana-de-açúcar em todo o Brasil, e para viabilizar a cultura, os herbicidas são fundamentais, porém, o produtor precisa de conhecimento para realizar uma aplicação eficiente. A logística de aplicação de herbicida no controle das plantas daninhas é um desafio enfrentado pelos produtores como, por exemplo: Como aplicar o herbicida? Qual é o momento certo de aplicação? Que tipo de herbicida aplicar? Tudo isso é um grande desafio e a troca de informações é muito importante.

“Não posso tratar do assunto controle de plantas daninhas sem conhecer qual é o cenário que estou trabalhando. É preciso entender do processo palha, como essas plantas se comportam ao longo do ano e, só depois que identificar o alvo, é que o produ-tor deve escolher o tiro correto e iniciar os trabalhos”, explicou o consultor da Conect Agrícola, Antônio Moura, que ministrou palestra sobre - Controle de gramíneas e digitaria nuda, com se-letividade, no processo seco. “A importância do herbicida se faz devido à falta de mão de obra e pela própria qualidade da cana. Sem um controle eficaz, logicamente não haverá uma cana para colheita e nem para produtividade. O herbicida é praticamente uma das etapas que vai realmente solucionar a produção”, afir-mou o agente comercial da FMC, Romualdo Caretta.

O encerramento contou com a palestra "Agronegócio, o passaporte para o futuro" ministrada pelo economista e pro-fessor Ântonio Vicente Golfeto. RC

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Plantas DaninhasControlar no período seco?

A importância do setor sucroe-nergético na sociedade brasi-leira é demonstrada pelo gran-

de potencial na geração de empregos diretos e indiretos, além de grande efeito multiplicador na economia con-tribuindo de forma positiva para a ba-lança comercial.

A cultura da cana possibilita ao Brasil dominar o mundo em relação à tecnologia implementada (agrícola e industrial) e ao grande número de ino-vações que vêm sendo realizadas.

Entretanto, nos últimos anos, devido há vários fatores, mas principalmente ao clima, pragas, plantas daninhas e compactação de solo, a lavoura cana-vieira tem apresentado números baixos de produtividade agrícola. Paralelo a isso, contribuem para agravar a crise de setor sucroenergético a falta de po-líticas públicas e planejamento estra-tégico que garantam a competividade dos seus produtos.

Nesse momento precisamos cons-truir um novo cenário, retomar a pro-

dutividade e voltar a ser competitivos. Para tanto, precisamos manejar adequa-damente a cultura e garantir que todos os fatores que interferem negativamen-te no processo de produção da cana-de--açúcar sejam monitorados.

Dentre eles, merecem destaque as plantas daninhas, pelos grandes pro-blemas que podem acarretar devido principalmente à concorrência com a cana-de-açúcar por água, luz e nu-trientes do solo.

Alessandra Durigan - Gestora Técnica da CanaoesteThiago Verri - Engenheiro Agrônomo da Canaoeste de Sertãozinho

Thiago VerriEngenheiro Agrônomo

alessandra duriganGestora Técnica da Canaoeste

Várias são as espécies encontradas nos canaviais: Tiririca (Cyperus rotundus), grama-seda (Cynodon dactylon), Capim--braquiária (Brachiaria decumbens), Ca-pim-marmelada (Brachiaria plantaginea), Capim-colonião (Panicum maximum), Capim-colchão (Digitaria horizontalis), Ca-pim-camalote (Rottboelia exaltata), Capim pé-de-galinha (Eleusine indica), Corda-de--viola (Ipomoea spp.), Caruru (Amaranthus spp.), Mamona (Ricinus communis), Mucu-na (Mucuna spp.), Melão de são Caetano (Momordica charantia), entre outras...

70Pragas e Doenças

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O sistema de colheita de cana crua trouxe algumas modificações impor-tantes no que se refere às plantas dani-nhas, porque reduziu a movimentação do solo, introduziu a colhedora como agente disseminador, eliminou o dis-túrbio pela queimada e proporcionou a manutenção de uma camada de pa-lha sobre o solo (KUVA et al., 2008). A palha constitui-se excelente controle para espécies de sementes pequenas, como por exemplo, gramíneas, mas outras espécies, de sementes grandes e de pouca ocorrência no passado, tor-naram-se infestantes frequentes e de difícil controle pelos herbicidas, exi-gindo alterações nas práticas de mane-jo. Dentre elas, destacam-se a mucuna preta, a mamona, o melão de São Cae-tano e a cordas e viola (Ipomoea spp. e Merremia spp). Essas plantas não são afetadas pelos efeitos físicos, quími-cos e biológicos que a palha provoca no ambiente, além de apresentarem ca-racterísticas biológicas que permitem a emergência através da camada de palha. Da mesma forma, a aplicação de herbicida nas áreas de colheita crua deve ser bem avaliada porque os pro-dutos têm que atingir o solo, ou seja, ultrapassar a camada de palha deixada na superfície.

Segundo DEUBER (1997), os ma-nejos usados para controle de plantas daninhas são: preventivo, manual, cul-tural (rotação de culturas, consorciação, manejo populacional, manejo de palha), mecanizado, químico e a combinação entre dois ou mais manejos (Manejo Integrado).

O controle químico é mais usual principalmente em função da pratici-dade, eficiência, possibilidade de tra-tamento de grandes áreas, rapidez da aplicação e pode ser realizado com a aplicação de herbicidas em ppi (pré--plantio incorporado), nos plantios e nas soqueiras em situações de pré--emergência e pós-emergência.

Especificamente nesse artigo, falare-mos de maneira simples sobre o manejo e controle de plantas daninhas nas so-queiras durante o período seco do ano: junho a agosto.

Manejo e Controle de Plantas da-ninhas no Período seco

O controle de plantas daninhas no período seco pode ser uma estratégia segura de manejo. Situações de seca favorecem o surgimento de algumas espécies de plantas daninhas devido à falta de umidade prejudicar o desen-volvimento e o fechamento da cultura, o que acarreta maior tempo de lumino-sidade e, portanto, favorece a germina-ção das plantas daninhas.

É interessante e recomendável que o produtor realize a aplicação de herbi-cidas no período seco, principalmente nas áreas onde o histórico e o nível de infestação de ervas são conhecidos e altos, priorizando as médias e grandes propriedades. Além do benefício de não acumular áreas para as aplicações na época úmida, o uso de herbicidas nesse cenário permite o aproveitamen-to da mão de obra e do maquinário, diminui as aplicações em pós-emer-gência da cultura que normalmente são mais fitotóxicas e menos eficazes e, sobretudo, permite a diversificação de aplicação de ingredientes ativos nas áreas, reduzindo os riscos ambientais e a resistência ao controle químico.

Para as soqueiras colhidas no perí-odo seco do ano, geralmente entre ju-nho a agosto, nas estações de outono e inverno, a aplicação de herbicidas fica restrita aos produtos que tenham pro-priedades que permitam sua aplicação na condição de baixa ou ausência de umidade do solo. Deve-se optar por herbicidas de baixa volatilização, ele-vada solubilidade, baixa degradação pela luz solar, baixa adsorção aos co-loides do solo e longo período residual.

Os principais herbicidas indicados para a aplicação no solo semiseco ou seco são: amicarbazone (dinamic), clomazone (gamit), diurom + he-xazinona + sulfometurom-metílico (Front), flumioxazina (Flumyzin), imazapic (Plateau), isoxaflutole (Provence), sulfentrazone (Boral) e tebuthiurom (Combine).

Esses herbicidas controlam as prin-cipais plantas daninhas que competem

com a cultura da cana, sendo que mui-tas delas já foram citadas no início do texto.

O manejo e controle de plantas dani-nhas no período seco proporcionam re-sultados satisfatórios quando adequada-mente realizados e respeitando todas as recomendações de uso descritas na bula dos produtos. A escolha do herbicida deve ser criteriosa e nunca baseada em apenas uma única variável, devendo-se evitar a escolha dos herbicidas unica-mente em função do custo. As doses recomendadas devem ser respeitadas, assim como as condições climáticas no momento da aplicação.

Também é importante ressaltar que o herbicida deve ser seletivo para a cultura, controlar as plantas daninhas e ter efeito residual suficiente para supri-mir essas plantas até o “fechamento” do canavial. Nas aplicações de herbici-das feitas na época seca é fundamental que o herbicida apresente característi-cas físico-químicas que permitam sua disponibilidade para o controle até que a chuvas se regularizem.

Manter a cultura no limpo, livre do mato, é essencial para o estabeleci-mento e manutenção do canavial e o uso de práticas e tecnologias modernas faz toda a diferença.

Consulte a equipe técnica da Ca-naoeste para maiores informações e esclarecimentos de dúvidas.

Bibliografias consultadas:KUVA, M.A.; PITELLI, R.A.; AL-

VES, P.L.C.A.; SALGADO, T.P.; PA-VANI, M.C.M.D. Banco de sementes de plantas daninhas e sua correlação com a flora estabelecida no agroecos-sistema cana-crua. Planta Daninha, v.26, p.735-744, 2008.

DEUBER, R. Ciência das plantas infestantes: Manejo. Campinas, v.2, 1997, 285p.

DINARDO-MIRANDA, L.L; VAS-CONCELOS, A.C.M; LANDEL, M.G.A. Cana-de-açúcar. Campinas: IAC, 2008; p. 465-490.

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72Pragas e Doenças

RIDESA UFSCar afirma que o plantio de variedades resistentes é o melhor método para o controle da ferrugem alaranjada

Motivo de preocupação para os produtores de cana-de-açúcar por derrubar o índice de pro-

dutividade dos canaviais, a ferrugem alaranjada passou a ser tema de estudos de instituições, como a Ridesa (Rede In-teruniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), que indica, como uma das soluções para o proble-ma, o plantio de cultivares resistentes.

A ferrugem alaranjada da cana-de--açúcar é uma doença causada pelo fun-go Puccinia kuehnii, responsável por causar lesões que diminuem a área ver-de das folhas e, consequentemente, re-duzem a taxa fotossintética das plantas. A doença prejudica o desenvolvimento das plantas e a concentração de açúcar nos colmos. Em variedades de cana-de--açúcar suscetíveis, as quedas de produ-tividade podem ser muito significativas, chegando a 50%.

“A melhor maneira de controlar a incidência desta doença é por meio do plantio de variedades resistentes, por ser aplicável em áreas extensas e por não causar impactos ambientais signi-ficativos”, explica Roberto Chapola, pesquisador do PMGCA (Programa de Melhoramento Genético de Cana-de--açúcar) da UFSCar (Universidade Fe-deral de São Carlos), o qual compõe a RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroe-nergético).

De acordo com o pesquisador, o con-trole da ferrugem alaranjada com varie-dades resistentes é aplicável em áreas

extensas. Além disso, aderir a estes materiais não gera custos adicionais ao produtor, pois a resistência é uma carac-terística genética que está incorporada à variedade. “Por isso, basta ao produtor optar por materiais varietais que agre-guem boas características agronômicas e resistência à ferrugem alaranjada, além de outras doenças importantes”.

Em algumas áreas, onde o clima não favorece a sua ocorrência, pode-se op-tar pelo plantio de variedades com re-ação intermediária. Entretanto, mesmo nessas regiões, podem ocorrer anos fa-voráveis à ferrugem alaranjada e, nes-ses casos, as variedades intermediárias poderão apresentar maiores níveis da doença. “Portanto, para maior seguran-ça, os produtores devem sempre priori-zar o plantio de variedades resistentes”, afirma Chapola.

As quatro futuras liberações do PMGCA/UFSCar, a RB975952, a RB985476, a RB975201 e a RB975242, são novos materiais que aliam alta produtividade com resis-tência à ferrugem alaranjada e outras doenças importantes. “O PMGCA da UFSCar começou a se preocupar com a ferrugem alaranjada antes mesmo de sua detecção no Brasil. Diante da disseminação da doença em outros países, a Rede enviou suas princi-pais variedades comerciais e clones promissores para serem avaliados na Costa Rica, onde a doença já esta-va presente”, relatou o pesquisador, contando que, a partir de 2009, após o primeiro relato da ferrugem alaran-

Roberto Chapola, pesquisador do PMGCA da UFSCar

jada em território brasileiro, come-çaram os ensaios com o objetivo de confirmar a reação à doença das prin-cipais variedades cultivadas no País.

As avaliações realizadas na Costa Rica e nos ensaios do PMGCA/UFSCar mostraram que a resistência à ferrugem alaranjada é predominante dentre as va-riedades mais cultivadas no Brasil. Ma-teriais importantes para o setor, como RB867515, RB966928, RB855453, RB855536, RB835054, RB965902, RB935744, RB965917, RB928064, SP80-3280, SP80-1842, entre outros, possuem alta resistência à doença.

O controle químico da ferrugem ala-ranjada deve ser considerado quando não for possível ao produtor substituir toda a sua área cultivada com varieda-des suscetíveis em apenas um ano e em anos muito favoráveis à ocorrência da doença, caso o produtor faça a opção por variedades de reação intermediária à doença, explica o profissional.

Instituição liberará em 2015 quatro cultivares que apresentam resistência à doença

Andréia Vital

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11º SEMINÁRIO SOBRE CONTROLE DE PRAGAS DA CANA

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74Agricultura

Cerca de 6 milhões de hectares são irrigados no Brasil, segundo esti-mativa da ANA (Agência Nacional de Águas), principalmente em regi-

ões de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Goiás, que juntas possuem cerca de 68% de toda a área irrigada atual-mente. Mas de acordo com o estudo “Análise Territorial para o Desenvolvimento da Agri-cultura Irrigada”, elaborado pelo Ministério da Integração Nacional em parceria com a Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), o País tem potencial para expandir as terras irrigadas em até 61 milhões de hectares - o equivalente a 10 vezes o tamanho atual.

A pesquisa considerou as áreas já irrigadas e aquelas com potencial para expansão levando em conta a aptidão agrícola, disponibilidade hídrica, preservação ambiental e infraestrutura existentes. Considerou também as caracterís-ticas socioeconômicas do meio rural, de acor-do com informações obtidas de fontes oficiais nacionais e organizadas nos mais de 50 mapas temáticos que compuseram o estudo.

O potencial de expansão de áreas irrigadas foi apontado principalmente no Centro-Oeste, embora o seu ritmo será coordenado pela “de-manda interna e externa pela produção de ali-mentos e matérias-primas, que poderão dar ao Brasil a oportunidade de consolidar e ampliar a importância como fornecedor de alimentos para o mundo”, analisa o estudo, que foi con-siderado pela secretária Nacional de Irrigação, Adriana Alves, a primeira etapa do planejamen-to da expansão da irrigação no País, através da elaboração do Plano Nacional de Irrigação, pre-visto na Política Nacional de Irrigação.

Andréia Vital

Área irrigada no Brasil pode

crescer em até 10

vezes

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Para driblar as intempéries climáti-cas e conseguir novos índices de pro-dução, as usinas brasileiras buscam alternativas para melhorar a qualidade de seus canaviais. Exemplo disso foi o investimento feito pela Usina Santa Fé, de Nova Europa (SP), em fevereiro de 2014, na implantação de um sistema de irrigação por gotejamento subterrâneo, que já resultou em ganhos de cerca de 30% de produtividade.

A unidade, fundada em 1925, moeu cerca de 3,5 milhões de toneladas na última safra, em uma área de 41,5 mil hectares, mas esperava mais. Segundo Matheus Uzelotto Lopes, coordenador de Plantio e Preparo do Solo da Santa Fé, “a água foi um limitante para a produção deste ano”, disse, afirmando que a expec-tativa para a safra atual é moer 200 mil toneladas a mais do que o ciclo passado.

Uma das iniciativas para alcançar este objetivo foi a implantação do projeto de irrigação da israelense Netafim em uma área de 100 hectares, em ambiente C de produção e desenvolvido em lâmina de 3,5 mm/dia, que é aplicada até atingir cerca de 25 kPa, ou seja, até atingir o nível de saturação do solo. No sistema por gotejamento, a água é aplicada pon-tualmente através de gotas diretamente no solo, formando uma faixa úmida na raiz da planta, pois o baixo volume e alta frequência da água favorecem o de-senvolvimento radicular da cana. Como também pode ser feita a fertirrigação, depositando os nutrientes necessários, possibilitando, assim, que a cana cresça mais rápido que as demais.

De acordo com o engenheiro, o goteja-mento chega a ser 85% mais eficiente do que outros métodos, pois evita o desper-

Irrigação é aposta de usinas para aumentar a produtividade dício de água. Além disso, possibilita o aumento da produtividade dos canaviais, do índice de sacarose e da longevidade da lavoura, destaca Lopes. A captação da água para a irrigação na Santa Fé é feita em uma represa, mas a unidade já possui também outorga e projeto de um poço para atender à ampliação do método.

“É uma tecnologia muito promissora para o futuro. Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação profunda, mas te-mos fortes indícios que é viável e pode ser uma solução com redução de custo e aumento de eficiência”, garantiu Fran-cisco Sylvio Malzoni Gavotti, diretor agrícola da Usina Santa Fé, que parti-cipou de um Dia de Campo com agri-cultores e especialistas para mostrar os resultados alcançados em canavial de 7 a 12 meses de idade, irrigados pelo sis-tema de gotejamento subterrâneo.

Segundo ele, a implantação do projeto passou por várias etapas, co-meçando com a estrutura, plantio di-ferenciado, manejo e colheita. “Es-tamos aprendendo agora como fazer o melhor manejo e aguardando a co-lheita, que acontecerá entre junho e julho deste ano, mas já conseguimos ver diferença no desenvolvimento da cana nesta área irrigada em compara-ção com áreas de testemunha”, expli-cou ele, contando que as variedades CTC4 e RB92570, consideradas mais responsivas à irrigação, foram es-colhidas para esta primeira etapa do projeto e o plantio foi manual. “A ex-pectativa é que a produtividade desta cana irrigada seja de 200 t/ha”, esti-mou o diretor, contando que a produti-vidade média na usina na safra passada foi de 82 t/ha. Segundo Gavotti, caso o projeto seja aprovado, a intenção é

ampliar a área irrigada para outros 200 hectares, sendo que neste caso o plan-tio também será mecanizado.

O investimento para a implantação do projeto na Santa Fé, fora o custo de plantio, foi de R$ 6 mil por hectare. “Neste caso, o plantio foi manual, já o plantio mecanizado fica em torno de R$ 5 a 7 mil dependendo das condições”, explica Lopes, admitindo que ainda levará duas colheitas para definir o payback (que é o tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento).

A Usina Iracema, de Iracemápolis (SP), também realizou investimentos significativos no último ano em seu processo produtivo visando uma pro-dução sustentável e o uso racional da água. O principal deles foi um projeto de concentração de vinhaça, com valor aproximado de R$ 27 milhões, que pos-sibilitará a redução do volume de água na composição da vinhaça transfor-mando-a em fertilizante orgânico para aplicação na lavoura, substituindo a adubação química. A medida, segundo a empresa, trará ganhos e maior facili-dade em sua distribuição, aumentando a produtividade dos canaviais. Integrante do Grupo São Martinho, a usina encer-rou a safra 14/15 em novembro pro-cessando 2,71 milhões de toneladas de cana e produzindo 178,6 mil toneladas de açúcar e 117 milhões de litros de eta-nol, além de 284 toneladas de sal sódico do ácido ribonucléico.

A conservação do solo, permitin-do maior infiltração e abastecimento do lençol freático; a colheita de cana crua (sem queima), mantendo a pa-lha no solo, o que garante umidade e evita erosão; a preservação das mata ciliares, com o plantio de mais de 1 milhão de mudas nativas na região nos últimos anos; e o melhor aprovei-tamento da água contida na cana para uso agrícola e industrial foram alguns dos procedimentos que simbolizaram a sustentabilidade do processo produtivo da Iracema em relação à utilização da água, afirmou Fernando Zanetti, diretor agroindustrial da usina.

Matheus Uzelotto Lopes, coordenador de Plantio e Preparo do Solo da Santa Fé

Francisco Sylvio Malzoni Gavotti, diretor agrícola da Usina Santa Fé

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76Agricultura

A BASF realizou uma demonstração da tecnologia AgMusa em plantio con-sorciado com amendoim (meiosi), na Fazenda Belo Horizonte, em Jabotica-bal (SP). O objetivo foi apresentar para cerca de 150 fornecedores de cana da região os principais benefícios e resul-tados do AgMusa em meiosi.

Na ocasião foram apresentados os índices de aumento de produtividade do viveiro de cana obtidos a partir do cultivo de AgMusa irrigado e as siner-gias fitossanitárias advindas da cultura do amendoim.

De acordo com Cássio Teixeira, gerente de Marketing AgMusa da BASF, o AgMu-saTM (Agricultura de Mudas Sadias), lan-çado em 2013, é um sistema de produção e plantio de mudas sadias de cana com uso de variedades nobres de cana-de-açúcar de alta sanidade, que garante gemas produti-vas e com alto índice de multiplicação.

A apresentação dos resultados foi coordenada pela gerência técnica do AgMusa e pela equipe de desenvolvi-mento de mercado da BASF. Estiveram presentes também os representantes co-merciais da região.

Poucas usinas do Brasil utilizam ir-rigação de cana com água, sendo que a grande maioria das usinas faz agricul-tura de sequeiro, segundo Marco Via-na, superintendente do GIFC (Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana--de-açúcar). “Cerca de 22% dos cana-viais brasileiros recebem a aplicação de vinhaça, atividade chamada de fer-tirrigação. Porém, quando falamos de irrigação de cana com água, daí este ín-dice é muito mais baixo. Estima-se que menos de 13% dos canaviais brasileiros recebam água através de irrigação. É uma taxa bem baixa, pois quando ana-lisamos os outros nove países maiores produtores de cana no mundo, a média deles é de 30% de seus canaviais irriga-dos com água”, elucida.

Nas áreas onde a irrigação vem sen-do muito utilizada, as usinas investem em sistemas de reserva de água, o que acaba beneficiando e controlando a va-

zão dos rios, melhorando o uso da água, inclusive para a população da mesma bacia hidrográfica, explica o especialis-ta. “Também nas regiões de expansão recente da produção de cana, principal-mente Minas Gerais e Goiás, onde pas-tagens degradadas estão substituídas por canaviais, há necessidade de mane-jar a água em fases de desenvolvimento dos canaviais quando a água é crítica. É interessante observar que como a pro-dutividade nas áreas irrigadas é maior, a produção torna-se mais estável, evi-tando-se a necessidade de expandir a cultura para novas áreas”, analisa.

Segundo Viana, o GIFC defende o manejo sustentável da água. O grupo foi criado com o objetivo de estudar e implementar as melhores técnicas do manejo da água para a produção de cana através da análise das condições edafo-climáticas, interação entre clima e solo, de cada região e microrregião produto-ra. A diretoria da entidade é composta por Patrick Francino Campos, gestor agrícola da Jalles Machado (presiden-te), Ricardo Pinto (Tesoureiro), da RPA Consultoria; Celio Manechini (Secre-tário), do Grupo São Martinho; Cassio Paggiaro (Relações Públicas), da Cleal-co; Fernando Benvenuti (Presidente de Conselho), da Raízen, e os conselheiros Carlos Henrique Farias (Miriri), Ivan Oliveira (Cerradinho), Paulo Alexan-dre de Figueiredo (UNESP) e Fernando Tangerino Hernandez (UNESP).

“O GIFC visa à sustentabilidade do

Dia de campo mostra resultados do cultivo de AgMusa irrigado e meiosi

Uso da água na agricultura é polêmica setor sucroenergético, suportada pela máxima produtividade, considerando que esta água pode estar disponível nas camadas aráveis do solo, ser oriunda das chuvas e ser eventualmente trans-feridas dos mananciais, como também estar presente em resíduos orgânicos provenientes dos processos industriais que podem e devem, sempre respeitan-do as condições ambientais e a legisla-ção para essa a prática, fornecer água e nutrientes para a cultura”, afirma.

A orientação do superintendente do GIFC é que o produtor elabore um Pla-no Diretor Agrícola, seguido de um Pla-no Diretor de Irrigação e Fertirrigação, definindo claramente as considerações agronômicas, práticas agrícolas e regras de conduta operacionais que garantam o melhor uso da água vinda dos manan-ciais ou dos processos industriais, ob-servando a época de plantio, colheita e tratos culturais.

A escolha do sistema é também fun-damental e deve ser decidida de acordo com a lâmina definida, afirma o especia-lista, comentando que o uso de sistemas de automação já disponíveis no mer-cado, definição das melhores práticas operacionais e de trabalho, as chamadas instruções de trabalho e a correta manu-tenção dos equipamentos precisam estar sempre presentes. Além disso, o respei-to à legislação ambiental e aos volumes definidos nas outorgas autorizadas são regras de conduta e são fundamentais e básicas, lembra o profissional.Marco Viana, superintendente do GIFC

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O estágio de desenvolvimento da cultura e sua fase, planta e soca, tam-bém precisam ser considerados. “O controle e acompanhamento das lâ-minas e os turnos de rega, tempo para manter o sistema ligado, podem ser fei-tos através de estações meteorológicas automáticas que estão sendo compradas e instaladas em usinas que praticam o bom manejo da água”, conclui.

Para o diretor-executivo da ABAG/RP (A Associação Brasileira do Agro-

negócio da Região de Ribeirão Preto), Marcos Matos, a questão vai além do fato de se irrigar ou não. “O Brasil usa muito pouco a irrigação de um modo geral, são 5,6 milhões de hectares contra 40 milhões da Índia e EUA, sendo que os EUA têm a sétima re-serva de água doce do mundo e o Bra-sil, a primeira, representando 12% de toda água doce do planeta”, observa o executivo, ressaltando que há necessi-dade de verificar o potencial de cada região e pensar em uma gestão públi-ca eficiente, além de reforçar hábitos sustentáveis. “Pensando no Desafio 2050, que prevê um planeta com 9,3 bilhões de pessoas, sendo a maior par-te delas da classe média e 70% delas vivendo nas cidades, será necessário aumentar a produção através da pro-dutividade, com boas práticas e tec-nologia, e irrigação é essencial neste processo”, diz.

Segundo Matos, os CBHs (Comi-tês de Bacias Hidrográficas) têm uma concepção muito boa, tanto que a atual crise hídrica já tinha sido diagnosticada desde 2006. “Foi a implantação desses

comitês em interface com a política que foi o problema, ou seja, o político não olhou os alertas lá atrás, então não é uma questão de achar vilão, e sim é ter hábitos sustentáveis em uma gestão pública mais eficiente”, conclui.

Marcos Matos, diretor-executivo da ABAG/RP

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78Agricultura

Para discutir a questão a ABAG--RP realizou o seminário “O Agrone-gócio e o uso da água”, recentemente, no DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica Diretoria da Bacia do Pardo Grande), em Ribeirão Preto – SP, e convocou especialistas para dar sua opinião sobre o assunto e mostrar quais são os desafios que precisaremos en-frentar nos próximos anos.

“A gestão da água com o aumento da eficácia do seu uso na agricultura é o grande chamado, por isso a ABAG/RP promove essa discussão para um público que vai do agrícola ao industrial, do se-tor público aos membros dos comitês de Bacia da região”, explicou Marcos Ma-tos, diretor da entidade ao dar as boas--vindas aos participantes, entre eles, pro-fissionais do setor e membros do comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo, ressal-tando que o fato é que não há produção de alimentos sem recursos hídricos e, sem segurança hídrica, não temos segu-rança alimentar, por isso é tão necessário manter vivo o debate sobre o tema.

Samuel Barreto, gerente Nacional de Água da ONG TNC - The Nature Con-servancy, a maior organização de con-servação ambiental do mundo, presente em 35 países e que atua no Brasil há 25 anos, foi o primeiro palestrante do dia e ressaltou que a água é responsabili-dade de todos. Ao pontuar os desafios globais relacionados à água, o espe-

Existe realmente conflito entre a água para beber e a água utilizada na agricultura?

ser um ano fácil”, admitiu, lembrando que o Governo de São Paulo está con-siderando três hipóteses para não ter racionamento de água: o primeiro é que chova como no ano passado, embora o volume tenha sido cerca de 30 a 50% a menos do que as piores médias históri-cas; o segundo é que as pessoas econo-mizem muita água e o terceiro é que as obras previstas sejam entregues.

“É um conjunto de fatores que afe-tam pelo menos seis milhões de pessoas atendidas pelo sistema Cantareira, que antes da crise atendia quase nove mi-lhões de pessoas”, enfatizou, completan-do: ‘Esse é um cenário muito complica-do do ponto de vista econômico e social quando você tem mais de vinte milhões de pessoas vivendo em uma região que representa 20% do PIB (Produto Inter-no Bruto”. Para o profissional, muitos setores da economia não estão avaliando diretamente este tipo de risco, que afeta diretamente o seu negócio.

Barreto é também gerente do Movi-mento Água para São Paulo – MapSP, que tem como objetivo conservar e res-taurar as áreas críticas para a produção de água, da qual as pessoas e empresas da região metropolitana de São Pau-lo dependem. Eentre os projetos que executam, está o Programa Nascentes, o qual a meta é restaurar cerca de 20 mil hectares de matas ciliares e proteger seis mil quilômetros de cursos d´água com investimentos públicos e privados.

cialista explicou que 41% das pessoas vivem em áreas de estresse hídrico se-vera, sendo que 1,1, bilhão de pessoas não tem acesso à água potável segura e 2,6 bilhões não têm saneamento básico adequado. “Esses desafios irão crescer devido a três megatendências: a popula-ção global será 9 bilhões em 2050, sen-do que 65% dessas pessoas viverão em 1/3 da área terrestre que terá estresse hídrica severa”, alertou, contando que, pela projeção da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a demanda hídrica mun-dial virá principalmente dos países co-nhecidos como BRIICS (Brasil, Rússia, Índia, Indonésia, China e África do Sul) com o aumento no consumo de água de quase 80% nestes países até 2050.

“Com todo este cenário de perdas de habitats, de superexploração, de au-mento de demanda, principalmente nos países do BRIICS, segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), teremos uma redução de 40% das reser-vas de água doce”, disse afirmando que é um sinal de alerta para rever o modelo de como usamos os recursos naturais e a água. Quanto ao cenário nacional, Bar-reto frisou que o tema entra em pauta em períodos de estiagem, como em 2014, mas “esfriou” com as chuvas deste ano e pode parecer que a situação está supe-rada, mas isso não é a realidade. “Existe um grande desafio pela frente, mesmo que consiga passar 2015, 2016 não vai

Samuel Barreto, gerente Nacional de Água da ONG TNC

Eduardo Castanho, pesquisador do IEA

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Já o pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola) Eduardo Casta-nho, explanou sobre o “Uso da água na agropecuária - neomalthusianismo hí-drico” com destaque para as polêmicas sobre a escassez hídrica. “Não se justi-fica o alarmismo em torno do sumiço da água, que obrigaria até as pessoas a migrar em busca de abastecimento, e mais ainda, que a principal causadora disso seja a agropecuária”, advertiu o pesquisador, autor de um trabalho sobre o tema. Segundo ele, a agricultura utili-za a água e recicla “Está em constante renovação, pois a água cai, passa pela planta e evapora, então você está crian-do alimento, está criando energia”.

Castanho explicou que, sem o am-biente rural, não existe produção de água e que o meio urbano é incapaz de prover suas próprias necessidades hídricas. Ele salientou ainda que até as florestas produzem menos água que as culturas agrícolas bem manejadas, pelo menos no curto prazo, porque as

primeiras, ao interceptarem mais água, elevam a taxa de evaporação, além de perenizar as reservas subterrâneas”, es-clareceu. Segundo Castanho, as teorias que estão por trás das explicações para escassez de água não atentam algumas características, entre elas a de que a oferta de água, embora seja constante e pulverizada, tem diminuído devido a menores precipitações ou pela imper-meabilização crescente das cidades.

Sobre a irrigação, o pesquisador avalia que deve ser estudada localmen-te. “Tem que estudar se o seu balanço hídrico permite isso ou não, se a vazão da sua bacia hidrográfica permite isso ou não, quer dizer, precisa ser feito um estudo técnico para verificar onde é possível e eu acredito que no Estado de São Paulo, de modo geral, é possí-vel principalmente se for o sistema de gotejamento que é localizado”, disse, confidenciando que a escassez de pre-cipitação deve terminar a partir do ano que vem.

Para Castanho, o atual Código Flores-tal não contribui para a segurança hídrica. “Independente do setor, as questões das matas ciliares têm que ser preservadas porque elas garantem qualidade de água, agora, em relação as reservas legais, eu acho que tem que existir um programa do Estado, localizando onde seriam os melhores locais para fazer grandes reser-vas, porque elas garantem biodiversida-de, garantem os processos ecológicos”, afirma, esclarecendo que seria melhor que fossem indicadas em áreas frágeis do ponto de vista hidrológico, garan-tindo ao mesmo tempo biodiversidade, proteção de mananciais e da melhora da água”, diz ele, concluindo: “o atual Có-digo Florestal não permite que isso seja feito, o Estado precisaria assumir isso é por isso que eu critico o Código, tanto faz se é no setor canavieiro, ou outro, algumas propriedades vão virar reserva legal e terão que ser pagas por isso e ou-tras vão continuar produzindo da mesma maneira que produzem, resguardando a questão das matas ciliares”.RC

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80Eventos

Referência para atualização tecnológica para o setor sucroenergético, a Fenasucro & Agrocana já tem 96% dos espaços vendidos

Realizada pelo CEISE Br e pro-movida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, a 23ª Fe-

nasucro & Agrocana já demonstra força na retomada do setor sucroenergético. O evento, maior do mundo voltado ex-clusivamente ao setor, já está com 96% dos espaços vendidos a pouco mais de dois meses de sua realização – 25 a 28 de agosto, em Sertãozinho/SP.

“Na edição deste ano, contamos com a participação de mais de mil marcas ex-postas. A feira é o palco principal para a retomada do setor, pois traz uma platafor-ma completa de alternativas e soluções à cadeia produtiva da cana-de-açúcar”, des-taca o gerente-geral, Paulo Montabone.

A aposta do evento – que integra o calendário mundial de eventos de ener-gia da Reed Exhibitions e que neste ano ganhou a chancela da Unesco - é reunir as empresas líderes do mercado e seus principais compradores do Brasil e de mais 50 países. A expectativa é receber mais de 33 mil visitantes qualificados nos pavilhões do Centro de Eventos Za-nini e chegar a uma geração de negócios de cerca de R$ 2,8 bilhões concluídos até seis meses após o evento. “A produ-ção de energia a partir dos derivados da cana é um dos pontos de destaque desta edição da Fenasucro & Agrocana. Este novo mercado tem se mostrado de ex-trema importância para o planejamento do crescimento da economia brasileira e é nesse segmento que apostamos o nosso crescimento em volume de negó-cios”, explica o diretor do portfólio de energia da Reed, Igor Tavares.

Em uma área total de 75 mil m², a Fe-nasucro & Agrocana estará dividida em cinco grandes setores: Agrícola, Forne-cedores Industriais (pequenos, médios e

grandes fornecedores de equipamentos, suprimentos e serviços industriais), Pro-cessos Industriais (vitrine do que há de mais moderno em tecnologia, máquinas, equipamentos e serviços para a indús-tria), Transporte e Logística e Energia.

Além de ser o centro para o encontro dos principais fornecedores e compra-dores do setor, a Fenasucro & Agroca-na oferece aos seus visitantes acesso a debates e palestras com os mais atuali-zados conteúdos envolvendo mercado e também alta tecnologia. Outro destaque é a Rodada de Negócios Internacional, promovida pela APLA/APEX, que reú-ne fornecedores e compradores de alto potencial do exterior. Este ano, além da rodada internacional, o evento também oferecerá uma Rodada de Negócios Na-cional que irá fomentar o encontro entre os principais compradores nacionais e os expositores.

eVeNTOs PaRaLeLOsA Fenasucro & Agrocana também já

confirmou importantes eventos de con-teúdo, reunindo especialistas que apre-sentarão soluções e alternativas para alavancar a qualidade e eficiência nas di-

Feira acontece de 25 a 28 de agosto, em Sertãozinho/SP

Assessoria de Imprensa da Fenasucro & Agrocana

ferentes etapas do processo produtivo da cana, além de possibilitar mais oportuni-dades de negócios. Entre estes eventos estão: Prêmio Master Cana Centro-Sul, 4ª Conferência DATAGRO CEISE Br, 3º Congresso de Automação e Inovação Tecnológica Sucroenergética, Seminário Agroindustrial STAB, Bioenergy Confe-rence, V Seminário de Bioeletrecidade CEISE Br e UNICA, Seminário GEGIS, Workshop temático GERHAI, Reunião LIDE, Encontro de Produtores Canaoes-te/Orplana e Seminário de Transporte e Logística ESALQ LOG. Além disso, os 40 anos do Pro-álcool serão comemora-dos durante a Feira.

Paulo Montabone

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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Ferramentas Digitais: maior interação para o público da Feira A Fenasucro & Agrocana está dis-

ponibilizando ferramentas digitais que permitirão maior interatividade e bene-fícios aos visitantes. Confira abaixo:

Planejador de Visitas: disponibili-zado aos pré-credenciados, o sistema permite que eles mesmos tenham a possibilidade de planejar sua visita ao evento. Através dessa ferramenta, os visitantes podem ‘favoritar’ seus expo-sitores, produtos e serviços preferidos; pré-agendar reuniões com expositores; marcar os eventos de conteúdo em que gostariam de participar e trocar mensa-gens com outros visitantes. A ferramen-ta atende ao objetivo de ser como um perfil profissional do visitante em um ambiente direcionado a profissionais do setor e às principais empresas repre-sentantes do mesmo. Como funciona? O visitante faz seu pré-credenciamento por meio do site do evento e, então, faz seu login no sistema para ter acesso a todas as funcionalidades através do link: http://www.fenasucro.com.br/pt--br/Planejador/Perfil/Login/

Aplicativo para smartphone/tablet: O aplicativo Fenasucro & Agrocana funciona como um guia do evento. Através do app, o visitante e/ou expo-sitor tem acesso a todas as novidades

como: lista dos expositores, planta da feira, eventos de conteúdo e conta com algumas facilidades como o localizador do estacionamento, o push/lembrete sobre os eventos que ele deseja parti-cipar, entre outras informações. Como funciona? O app é disponibilizado gra-tuitamente nas plataformas IOS ou AN-DROID e deve ser baixado via celular ou tablete.

Viagem & Hospedagem: uma área disponibilizada no site da feira, em que é oferecido um sistema de reserva de hotel com negociações feitas direta-mente pelo evento, com tarifas mais ba-ratas. Além disso, oferece informações sobre como chegar e promoções com a TAM para passagens aéreas. Como funciona? O interessado pode acessar o site e se beneficiar com as vantagens disponibilizadas por meio dessa ação.

Mais informações: Site: www.fenasucro.com.brFacebook: /Fenasucro

Mais informações para imprensa:Phábrica de Ideias – Assessoria de

imprensa da FenasucroPABX: (16) 3911 3606Mirene [email protected] [email protected] [email protected]

gerência de Comunicação – Reed exhibitions alcantara Machado

Antonio Alves – (11) 3060-5019 - [email protected]

Andressa Bezerra – (11) 3060-4747 [email protected]

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Rodapé Canavieiros Centro Eventos Copercana

terça-feira, 2 de junho de 2015 09:03:56

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Polícia Ambiental Paulista divulga critérios que afastam a incidência de multa em incêndios em canaviais

Prezados leitores, a Polícia Am-biental do Estado de São Paulo divulgou os critérios que ba-

lizarão a conduta dos seus policiais quando da fiscalização para imputa-ção de responsabilidades decorrentes de incêndios desautorizados em cana-viais, ou seja, aqueles criminosos e/ou acidentais.

Referidos critérios foram ampla-mente discutidos com representantes do setor sucroenergético e especialis-tas no assunto, o que gerou a tabela de critérios que, somados, ao atingir o número mínimo de 16, terão o condão de excluir o nexo de causalidade entre o dano e a conduta do proprietário rural, o que significa, na prática, inexistência de responsabilidade pelo ocorrido.

Trata de um importante marco nas relações de fiscalização rural de tais in-cêndios, pois a partir de agora, há crité-rios objetivos mínimos que os proprie-tários rurais terão que obedecer, caso

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

não queiram ser autuados por incêndios em seus canaviais. Isto porque, até en-tão, isto ficava a cargo do critério subje-tivo do agente fiscalizador.

É certo que, por se tratar de um pri-meiro documento, haverá necessidade de ajustes que serão tratados ao longo de sua aplicação, que já está ocorren-do desde o início desta safra canavieira 2015/2016.

Neste sentido, destacamos que al-gumas das sugestões apresentadas pelo setor foram implementadas, como por exemplo:

a-) Pontos de Observação:Substituição de “Torres de Obser-

vação” por “Pontos de Observação”, prevendo que a observação rotinei-ra do canavial deverá ser entendida como prática positiva e proativa do produtor, não havendo a obrigatorie-dade de construção de torres de ob-servação;

b-) Fogo iniciado na propriedade:Prevê que o incêndio com origem

fora do canavial deve ser apontado como indício para afastamento do nexo de causalidade;

c-) Obstáculos limitadores do acesso ao canavial atingido pelo incêndio - flexibilização quanto ao entendimento de que a colocação de cercas é essencial à mitigação dos focos de incêndio, bastando outros obstáculos.

Importante ressaltar que estes são alguns dos critérios preliminares que correspondem a um procedimento de uso interno da Polícia Ambiental, com o objetivo de orientar e uniformizar a atuação dos seus agentes quanto aos pontos que deverão ser observados no momento da fiscalização de uma área atingida por fogo criminoso ou de ori-gem desconhecida.

Segue a íntegra do documento dispo-nibilizado pela Polícia Ambiental:

Assuntos Legais

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Polícia Ambiental Paulista divulga critérios que afastam a incidência de multa em incêndios em canaviais

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1. Por incêndio entende-se o fogo no canavial de autoria desconhecida, não autorizado pela autoridade competente, acidental ou criminoso.

informações adicionais:a) Os critérios foram estabelecidos considerando-se a praxis policial ambiental; os conceitos e princípios de Direito Ambiental; a legislação que rege o

assunto, principalmente a relacionada ao licenciamento ambiental para o setor sucroenergético e; jurisprudências do Tribunal de Justiça de São Paulo e do Superior Tribunal de Justiça;

b) Os critérios são aplicados exclusivamente para os casos de incêndios em canaviais (vide definição acima);c) Para não ser sancionado administrativamente o responsável pelo canavial acometido pelo incêndio, a soma da pontuação dos critérios deve atingir

pelo menos 16 pontos;d) Os critérios têm por finalidade valorar o ambiente fático, de acordo com a sinergia criada entre eles, pois de maneira individual, possivelmente, não

são aptos para estabelecerem o nexo causal;e) Os critérios também são considerados nos Atendimentos Ambientais.RC

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88Safra

Acompanhamento da safra 2015/2016

Thiago de Andrade SilvaGerente de Planejamento, Controle,

Topografia e T.I. da Canaoeste

Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelosfornecedores de cana da Canaoeste das safras 2014/2015 e 2015/2016.

Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste, até a 2ª quinzena de maio, da safra 2014/2015.

São apresentados os dados obtidos até a 2ª quinzena de maio, referentes à safra 2015/2016, em comparação com os da

safra 2014/2015, no mesmo período. Na tabe-la 1, encontra-se o ATR médio acumulado (kg/

tonelada) do início da safra até a 2ª quinzena de maio desta safra em comparação com o obtido na safra 2014/2015, sendo que o ATR da safra 2015/2016 está 11,11 Kg abaixo do obtido na safra 2014/2015 no mesmo período.

Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015

Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste,até a 2ª quinzena de maio, da safra 2015/2016.

As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2014/2015 e 2015/2016.

O gráfico 1 contém o comporta-mento do BRIX do caldo da safra 2015/2016 em comparação com a sa-fra 2014/2015.

O BRIX do caldo da safra 2015/2016 ficou bem abaixo em relação ao da safra 2014/2015 durante todo o período. Na mé-dia, o BRIX do caldo obtido nesta safra está 8,4% inferior ao da safra 2014/2015.

O gráfico 2 contém o comportamen-to da POL do caldo na safra 2015/2016

em compara-ção com a safra 2014/2015.

Pode-se ob-servar que a POL do caldo apresentou o mesmo comportamento do BRIX do caldo, sendo que na média, nesta sa-fra de 2015/2016, a POL do caldo está 9,9% inferior ao da safra 2014/2015.

O gráfico 3 contém o comportamento da pureza do caldo na safra 2015/2016 em comparação com a safra 2014/2015.

A pureza do caldo da safra 2015/2016 ficou muito abaixo da obtida na safra 2014/2015 durante todo o período, com acentuação na 2ª quinzena de abril.

O gráfico 4 contém o comportamen-to da fibra da cana na safra 2015/2016 em comparação com a safra 2014/2015.

A fibra da cana na safra 2015/2016 ficou muito abaixo daquela obtida na safra 2014/2015 no mês de abril e pou-co abaixo no mês de maio, ficando na média 1,7% inferior à observada na sa-fra 2014/2015.

Revista Canavieiros - Junho de 2015

89Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015 Gráfico 4 – Comparativo da Fibra da cana

Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015

Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015

O gráfico 5 contém o comportamen-to da POL da cana na safra 2015/2016 em comparação com a safra 2014/2015.

A POL da cana na safra 2015/2016 ficou muito abaixo da obtida na safra 2014/2015 durante todo o período, ficando, nesta safra, 9,6% inferior ao da safra 2014/2015.

O gráfico 6 contém o comportamen-to do ATR na safra 2015/2016 em com-paração com a safra 2014/2015.

O ATR, expresso em kg/t de cana na safra 2015/2016, ficou muito abaixo do obtido na safra 2014/2015 durante todo o período apresentando, portanto, um comportamento semelhante ao da POL da cana, tendo em vista que a mesma participa com 90% do ATR. Na média, o teor de ATR desta safra está 8,8% in-ferior ao da safra anterior.

O gráfico 7 contém o comportamen-to do volume de precipitação pluviomé-trica registrado na safra 2015/2016 em comparação com a safra 2014/2015.

A precipitação pluviométrica média observada nos meses de fevereiro, mar-ço e maio de 2015 ficou muito acima da obtida em 2014, equiparada no mês de janeiro e abaixo no mês de abril.

O gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumula-da por trimestre na safra 2015/2016 em comparação com a safra 2014/2015.

Em 2015, tem-se um volu-me de chuva muito acima no 1º trimestre e no 2º trimestre, se comparado aos volumes mé-dios de 2014.

Mesmo com um índice maior de precipitação pluvio-métrica em 2015, não foi sufi-ciente para a recuperação total do crescimento vegetativo do canavial, comprometimento causado pelo deficit hídrico ocorrido na safra 2014/2015. Com isso, uma produtividade equiparada ao da safra passa-da na média e uma diminuição do teor de ATR haja vista que o canavial está ainda “verde” para a época que foi colhido. Apesar da precipitação distri-buída ao longo dos primeiros meses ter sido maior que a da safra 2014/2015, houve defi-cit hídrico em relação à média histórica. Mesmo com a produ-tividade se mantendo, a quanti-dade de ATR diminuiu devido à queda do teor de ATR ocasio-nando queda na produção de açúcar e etanol. Outro proble-ma foram as temperaturas mí-nima e máxima e a umidade ocorridas dentro do período de indução de flores-cimento, mês de fevereiro, que levou ao florescimento, na região de Sertãozi-nho, observado em junho, na variedade RB96-6928 e isoporização observada

nas variedades CTC15 em Barretos, Bebedouro e Terra Roxa e SP81-3250 de modo geral. Levando em conta todo o cenário, o ATR médio ficou 11,11 kg abaixo do obtido na safra 2014/2015, até a 2ª quinzena de maio.

Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, em 2014 e 2015

Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2014 e 2015

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preta;- Palio Weekend Adventure Locker,

2009, branco;

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Tratar com Carlos Biagi – Coperca-na, pelo telefone (16) 3946-4200.

VeNdeM-se- Arado Piscin 05 Bacia – Fazenda

Platina;- Cultivador de Cana/Sucador DMP

02 Aste com marcador, Fazenda Quenia;- Grade niveladora abrir sem roda,

com 24 discos, Fazenda Quenia;- Grade niveladora sem roda, com 28

discos, Fazenda Quenia;- Grade niveladora abrir sem roda,

com 32 discos, Fazenda Quenia;- Duas grades Roma, com pistão in-

termediário, com 24 discos, Fazenda Quenia;

- Plantadeira Coop TATU 9/8, Plan-tio Direto, Fazenda Quenia;

- Plantadeira TATU 9/8, plantio con-vencional PST, Fazenda Quenia;

- Subsolador de 07 Aste STARA de arras-to, com controle remoto, Fazenda Quenia;

- Dois tanques d’água 9000 litros,

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com Chassi 02 eixos e 8 rodas/pneu 1000/20, Fazenda Quenia;

- Tanque d’água 8000 litros, com 8 rodas e pneus 900/20, Fazenda Quenia;

- Tanque d’água 6000 litros, com chassi de 2 eixos, com 8 rodas/pneu, Fazenda Platina;

- Tanqued’água 8000 litros, com chassi de 2 eixos, com 8 rodas/pneu, Fazenda Platina;

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zenda sem comando.Tratar com Marco Aurélio pe-

los telefones: (17) 3325-2608 ou (17) 9 9619-3333 ou (17) 9 81214243.

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ambiental de 10 a 170 hectares, Guatapa-rá/Pradópolis -SP, R$ 25.000,00 o hectare.

Tratar pelo telefone: (16) 9 9992-1910.

COMPRa-se- Tronco para curral (Brete) usado,

marca Beckhauser, em bom estado de conservação.

Tratar com Dr. Henrique (16) 9 9615-4015 [email protected]

VeNde-se- Gleba de terras sem benfeitorias (30

alqueires), boas águas, arrendamento de cana com Usina ABENGOA (Piras-sununga). Localizada no município de Tambaú-SP (Fazenda família Sobreira).

Tratar com proprietário, em Ribeirão Preto, pelos telefones: (16) 3630-2281 ou (16) 3635-5440.

VeNde-se

- Trator Valtra 985/4x4, com lâmina, 1998, motor Valtra, concha e guincho para Beg – R$ 55.000,00.

Tratar com Alex pelos telefones: (16) 9 9997-0166 ou (16) 9 9298-9629.

VeNdeM-se - Tanque Chapa para água com ca-

pacidade 13.000 Litros, seminovo, Cor: laranja, R$ 7.000,00;

- Transformador trifásico de 15 KWA, preço R$ 2.400,00;

- Transformador trifásico de 30 KWA,preço R$ 2.600,00;

- Elevador de cereais (chupim) elé-trico 6 metros comprimento, preço R$ 4.000,00.

Tratar com Chico Rodrigues pelos telefones: (16) 9 9247-9056 ou (16) 3947-3725 ou (16) 3947-4414.

aLuga-se- Estrutura de confinamento com

capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1 carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1 trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 mis-turador de ração, 3 silos trincheiras de porte médio, sendo uma grande possi-bilidade de área para produção de si-lagem com irrigação ao redor de 30ha, Jaboticabal – SP, a 2 km da cidade.

Tratar com Luiz Hamilton Montans pelo telefone (16) 9 8125-0184.

VeNdeM-se- Sítio de 9 alqueires, sem mato ou

brejo (100% aproveitável) em Olímpia- SP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos dos Thermas dos Laranjais, 25 min de Rio Preto, 35 minutos de Barretos, plai-no, na rodovia, sem benfeitorias, mas com energia na propriedade.

- Sítio Arlindo - município de Olím-pia, área de12 alqueires, casa de sede, área de churrasco (100 m²), casa de fun-cionário reformada, muitas frutíferas e árvores ao redor da sede, 4 alqueires de mata nativa de médio/grande porte, terras de "bacuri" (indicador de terras muito férteis). Rede elétrica nova, divi-sa com fazenda Baculerê, distância de 25 Km de Olímpia.

Tratar com David pelo telefone: (17) 9 8115-6239.

VeNdeM-seLiquidação de gado leiteiro, das ra-

ças GIROLANDO e GIR PO leiteiro- 15 vacas girolando, grande, san-

gue 3/4 e 5/8, com laquitação diária de 25,30 e 40 litros, produtos de insemina-ção, segunda e terceira cria;

- 12 novilhas girolando, grande san-gue 3/4 e 5/8, todas de inseminação e prenhes sexado de fêmea;

- 8 bezerras girolando, grande san-gue 3/4 e 5/8, todas de inseminação;

- 11 vacas GIR PO Leiteiro registra-do, sendo 8 paridas, com laquitação de 15 a 26 litros ao dia a pasto, todas de in-seminação, filhas dos melhores touros GIR PO do ranking nacional;

- 3 novilhas GIR PO Leiteiro, pre-nhas de sexado de fêmea de touro GIR PO do ranking nacional;

- 3 novilhas prontas para insemina-ção, filhas de touro GIR PO do ranking nacional;

- 3 touros GIR PO, pronto para co-brir;

- 2 tourinhos GIR PO, com 11 meses de idade.

Obs.: Sítio localizado na cidade de Santo Antônio da Alegria - SP, há 15 anos trabalhando com inseminação.

Tratar com José Gonçalo pelo telefo-ne e/ou e-mail (16) 9 9996-7262 – [email protected].

VeNdeM-se- Mudas de seringueira, Clone RRIM

600, com alta produção de látex. Vivei-ro credenciado no RENASEM Nº SP 14225/2013, localizado na Rodovia Vici-nal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória que leva à Usina Moema, município de Orindiúva - SP. Preço: R$ 4,50/muda;

- Fazenda com 48 alqueirões no mu-nicípio de Carneirinho - MG, localiza-da muito próxima da rodovia asfaltada. Ótimo aproveitamento para plantio de cana, seringueira e/ou pastagens. Pre-ço: R$ 60.000,00/alqueirão;

- Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Prado, com salão e WC privati-vos, sacada, 03 dormitórios, sendo 01 suíte, armários embutidos, banheiro social, sala, sala de jantar, jardim de inverno, cozinha com armários, área de serviço, quarto com estante em alvena-ria, WC, despensa, varanda coberta, ótima área externa.

Excelente ponto comercial. Área construída: 270 m².

Tratar com Marina e Ailton pelos telefones: (17) 9 9656-3637 ou (16) 99134-8033 - Marina (17) 9 9656-2210 ou (16) 9 9117-2210 – Ailton.

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VENDEM-SE- Caminhonete, F-350, 2001;- Caminhonete, Ranger, 2004;- Trator 275 nº 12 MF, 1991;- Trator 275 nº 13 MF, 1991;- Trator 275 nº 17 MF, 1993;- Trator 275/4 nº19 MF, 2000;- Trator 620/4 nº06 MF, 1994;- Trator 292/4 nº08 MF, 2003;- Trator 1780/4 nº03 Valmet,1990;- Plantadeira nº 22 JM 2670 PD, 2009;- Plantadeira nº 23 JM 2670 PD, 2011;- Plantadeira nº 24 JM 2670 PD, 2010;- Plantadeira nº 43 JM 2980 PD EX, 02;- Transbordo nº 50 Rinnus, Agro-

mer, 1999;- Colhedeira nº47, D Master III,

MIAC, 2011;- Colhedeira nº49, D Master III,

MIAC, 2011;- Colhedeira nº46, D Master III,

MIAC, 2011;- Colhedeira nº45, D Master III,

MIAC, 2005;- Colhedeira nº52, Twin, MIAC, 2013;- Arrancador nº 69, verde e amarelo

OBB, 1999;- Arrancador nº 68, azul e preto,

OBB, 2000;- Arrancador nº 70, verde e laranja,

Santal, 2001;- Arrancador nº 59, AIA BM 4 litros

BM Dumont, 2012;- Pulverizador, Advanced, Jacto, 2003;- Pulverizador, Columbia, Jacto, 1995. Tratar com Adailton pelo telefone

(16) 9 9174-4912.

VeNde-se- Destilaria completa com capa-

cidade para 150.000 litros de etanol hidratado por dia: composta por pre-paro de cana com picador, nivelador, desfibrador, turbina e esteira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários TGM; caldeira; desti-laria; trocadores de calor; tratamento de caldo e Gerador 2000 KVA, enfim, Destilaria completa a ser realocada. Na última safra obteve uma moagem de aproximadamente 350.000 tonela-das. Preço a combinar. Localizada no município de Tambaú-SP.

Tratar com Edson pelos telefones e/ou e-mail (19) 9 9381-3391 ou 9 9381-3513 ou 9 9219-4414, e-mail:

[email protected].

VeNdeM-se- Motor de 75CV com bomba KSB

100/6 revisada e sem uso;- Chave de partida ''a óleo";- Transformador de 75 KVA;- Postes duplos T de cimento;- Chaves de alta, para raios, cabo e etc.Tratar com Francisco pelo telefone

(17) 9 8145-5664.

VeNdeM-se Ou aRReNdaM-se Destilaria de cachaça e álcool, com-

pleta, (10.000 litros de cachaça por dia);- Esteira de cana inteira, picador com

22 facas, esteira de cana picada, dois ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²;

- Máquina a vapor de 220 HP (toca os ternos e o picador);

- Seis dornas de fermentação de 10.000 litros cada;

- Destilaria de bandeja/calota A e B de 600 mm de diâmetro com trocador de calor;

- Dois tonéis de madeira amendoim com capacidade de 50.000 litros cada;

Valor Total R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel.

Localização: Laranjal Paulista. Tratar com Adriano pelos contatos:

[email protected] ou (15) 9 9705-9901. Veja vídeo em: www.youtube.com/watch?v=_mzWp3PCavA.

VeNde-se- Cultivador marca DMB Novo São

Francisco para cana crua e queimada, com haste dupla e com motor hidráuli-co. Acompanha asas para sulcar e mar-cador de banquetas com pistão.Valor: R$16.000,00.

Contatos com os proprietários: (16) 9 9609-5158 ou (16) 9 9766-0328 com Edinelson/Edenilson.

VeNde-se- Ordenhadeira Mecânica completa

com 4 unidades, Usinox. Obs: também funciona quando liga-

da no trator. Tratar com José Augusto pelo tele-

fone (16) 9 9996-2647.

VeNde-se Ou aLuga-se - Salão medindo 11,00 metros de

frente por 42,00 metros de fundo 462 metros, possui cobertura metálica com

368,10 metros, localizado à Rua Carlos Gomes, 1872, Centro, Sertãozinho-SP. Preço a combinar.

Tratar com César pelo telefone (16) 9 9197-7086.

VeNdeM-se- Fazenda de cana na região de

Franca-SP, área de 450 alqueires, 330 alqueires em cana já arrendada para usina, 3 km do asfalto média de 50 a 60 km das usinas Batatais, Buritizal, Cevasa-Cargil, casa sede, 3 casas de funcionários, 1 curral completo, docu-mentação ok;

- Fazenda de 124 alqueires em Patro-cínio Paulista, na beira do asfalto, sem benfeitoria, terra vermelha, 2 matrícu-las, 54 e 70 alqueires;

- Sítio de 12 alqueires em Cássia dos Coqueiros, casa simples, curral, estru-tura completa para pecuária. (Aceita Imóvel na negociação);

- Fazenda de 4.085 hectares em To-cantins, esta aberta 90%, 100% plana, excelente logística, na beira do asfalto, faz divisa com o rio Dueré, boa para gado, plantio de feijão, arroz, melância e outras culturas, documentação Ok.

Tratar com Miguel pelo telefone (16) 9 9312-1441.

VeNdeM-se- Fazenda em Rancharia-SP, com

400 alqueires, em cana própria, às mar-gens da rodovia, 40 Km da Usina;

- Sítio de 2,7 alqueires, em Cajuru--SP, R$ 220.000,00;

- Apartamento em lançamento, pró-ximo a USP, com parcelas a partir de R$505,00;

- Casa no condomínio Ipê Amarelo, em Ribeirão Preto, nova, maravilhosa;

- Apartamento Jardim Botânico, 3 suítes, com armários, imóvel novo, pró-ximo ao Parque Carlos Raya;

- Sala comercial em Ribeirão Preto, próximo ao Ribeirão Shopping;

- Terreno no condomínio Olhos D'Água em Ribeirão Preto, prolonga-mento da Av: Prof. João Fiusa;

- Casa no Condomínio Quinta do Golfe, em Ribeirão Preto, armários, toda estrutura de lazer no condomínio.

www.sordiempreendimentos.com.br. Tratar com Paulo pelos telefones

(16) 3911-9970 ou (16) 9 9290-0243.

Revista Canavieiros - Junho de 2015

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- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas.

VeNde-se- Trator 292 MF, traçado, 2007.Tratar com Saulo Gomes pelo telefo-

ne (17) 9 9117-0767.

VeNdeM-se- Duas casas, no mesmo terreno, com

três cômodos cada, localizada à Rua Pe-dro Biagi, 789, em Sertãozinho-SP. Va-lor: R$ 230.000,00;

- 01 estabelecimento comercial, mon-tado com base para Academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica lo-calizado à Rua. Ângelo Pignata, 23, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 230.000,00;

- 01 casa de aproximadamente 500m², com seis cômodos e dois salões comer-ciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056, Sertãozinho-SP. Preço a combinar.

Tratar com João Sacai Sato pelo tele-fone (16) 3610-1634.

COMPRa-se

- Área que seja própria para o plantio de cana, em torno de 20 alqueires, pode estar arrendada ou em cana própria ou pasto, que seja próxima a Usina.

Tratar com José Antônio pelos telefones: (16) 9 9142-5362 ou 16 3491-7144, à noite.

VeNdeM-se

- Colheitadeira Case A7700, ano 2009, - 7700, esteira, motor Cummins M11, Autotrac, máquina utilizada na úl-tima safra.Valor: R$ 128.000,00;

- Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira máquina na colheita de cana funcionando 100%, rolos preen-chidos. Valor: R$ 270.000,00;

- Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 118.000,00;

- Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máqui-na revisada e pronta para trabalhar. Va-lor: R$ 250.000,00;

-Transbordo de 10 toneladas, 2006 e 2007, R$20.000,00;

-Transbordode 8,5toneladas, ano 2002, R$15.000,00.

Tratar com Marcelo pelos telefones: (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.

VeNdeM-se-VW 31320/12, pipa bombeiro, Gascom;-VW 15180/12, pipa bombeiro;-VW 26260/11, comboio Gascom;-VW 15180/10, comboio Gascom;-VW 31320/10, pipa bombeiro, Gascom;-VW 15180/09, comboio;-VW 13180/09, comboio; -VW 17180/08, munck;-VW 12140/96, oficina, Gascom;-MB 1725/09, 4x4, comboio;-MB 2726/09, betoneira;-MB 2423k/01, pipa bombeiro;-MB 2318/94, pipa bombeiro;-MB 2213/81, munck;-MB 1513/76, toco;-MB 1113/69, toco;-F.Cargo 1719/13, toco;-F.Cargo 2628/07, basculante;-F.Cargo 2626/05, pipa bombeiro;-F12000/95, pipa bombeiro;-F14000/90, pipa bombeiro;-Hilux SRV, 2010, automática, diesel;-Prancha 3 eixos, Facchini, 2008;-MunckHincol, 43.000;-MunckMasal, 12.000;-MunckHincol, 4.000;-Munck 640-18;-Tanque de aço, 15.000 litros;-Tanque de fibra, 15.000 litros;-Tanque de fibra, 16.000 litros;-Basculante toco, 5m³;-Basculante truck, 12m³;-Baú sider;-Comboio 2.000 litros, Gascom;-Borracharia Gascom;-Engate boca de lobo;-Volante antifurto, MB 1113/2013.Tratar com Alexandre pelos telefo-

nes: (16) 39451250 ou 9 9766-9243 Oi ou 9 9240-2323 Claro, whatsApp ou 7813-3866 id 96*81149 Nextel.

VeNdeM-se- Grade niveladora de arrasto com

42 discos de 18 polegadas R$2.500,00;- Bazuca com capacidade de 6.000

Kg R$ 4.000,00;

- Pá carregadeira, modelo 938 GII, ano 2006, série 0938 GERTB, em bom estado de conservação. R$ 150.000,00;

- Conjunto de irrigação completo com Ferti-Irrigação, filtro de areia e gotejador Uniram Flex 2,31 x 0,70m com + ou - 30 mil metros, sem uso: R$ 52.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar-condicionado e hi-flow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso: R$ 120.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabinado com-pleto com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 hora de uso R$:120.000,00;

- Compressor, modelo ACC115, mo-tor 115 HP/84 KW, pressão de trabalho 06 BAR, Fad 350 pés cúbicos por mi-nuto, peso 1950 kg, acoplado com car-reta: R$ 119.000,00.

Tratar com Furtunato pelos telefo-nes (16) 3242-8540 ou 9 9703-3491 ou [email protected] - Prazo a combinar.

VeNde-se - L200, traçada, cor branca, ano

2006, com ar-condicionado. Tratar com Raul pelo telefone (34)

9972-3073.

VeNdeM-se- Eliminador de soqueira DMB,

2012, seminovo;- Grade 16x28 Tatu, espaçamento

270, controle remoto, discos seminovos;- ImplementoDMB de fazer cobertu-

ra aéreo; - Enlerador de palha de cana de açú-

car, arado reversível, 4 disco, Santa Iza-bel PSH 430, 2004;

- Grade niveladora, disco 20x20 de arrasto e transporte no hidráulico;

- Plantadeira Semeato, modelo PH 5, sem a caixa de adubo com kits de amendoim;

- Carpideira 5 linhas, arado 3 bacia;- Implemento DMB de fazer cober-

tura aéreo caixa redonda com aumento;- Trator Massey Ferguson 680 Ad-

vance, 2005;- Pulverizador Condor 600 litros

M12, manual.Tratar com Waldemar pelos telefo-

nes: (16) 3042-2008 ou 9 9326-0920.

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

Extravagante é ter o coração aconchegante. Ousadia é deixar o amor acontecer. Sensualidade é degustar o cenário, ao acaso, com a lua e a estrela, numa noite, sentirem o aroma no ar. O resto? A imaginação é

criativa o suficiente para os desejos.Trecho/crônica/Renata Carone Sborgia

Cultivando a Língua Portuguesa

1) Maria não “pára” de chorar.Com a grafia escrita de forma incorreta (segundo o Novo Acordo Ortográfico)

continuará chorando!O correto é: paraRegra fácil: Segundo a Nova Grafia, não se acentuam mais certos substantivos

e formas verbais para distingui-los graficamente de outras palavras como o para (verbo) do para (preposição). Use-se o para.

Exemplo.: Vou para (preposição) casa. Ela não para (verbo) de falar.

2) O computador queimou. O “pára-raios” não funcionou no momento oportuno.

Com a grafia incorreta... não funcionaria mesmo! O correto é: para-raios (sem acento no para)

Regra fácil: Aplica-se também as palavras compostas esta regra, conforme a Nova grafia: não se acentuam mais certos substantivos e formas verbais para distingui-los graficamente de outras palavras como o para (verbo) do para (pre-posição). Use-se o para.

Exemplo: para-brisa, para-raios

3) Pedro “pode” participar da corrida realizada na rua ontem.Pedro terá que “correr” com os estudos também da Nova Grafia!O correto é: pôdeRegra fácil: A Nova Grafia não alterou os acentos do verbo PÔR e da forma

do pretérito perfeito (passado) do pôde.OBs.: Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado

do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo”

Chave de Identificação

“Estamos aqui apresentando uma chave de identificação voltada especificamente para uso em sala de aula e para o estudo dos alunos dos cursos de graduação, com os principais termos morfológicos explicados e ilustrados. (...) Esperamos que esta obra pos-sa contribuir para que mais alunos se sintam estimulados a conhecer nossa flora, estudar a nossa biodiversidade e a desenvolver ati-vidades que permitam a sua conservação”.

(Trecho extraído da “Apresentação” do livro)

Referência:SOUZA, Vinícius Castro. Chave de

identificação: para as principais famílias de angiospermas nativas e cultivadas do

Brasil. Harri Lorenzi; ilustrador Rogério Lupo; produção gráfica Karley Augusto de Moura. 3.ed. São Paulo: Instituto Planta-

rum de Estudos da Flora, 2014.Os interessados em conhecer as sugestões

de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste.

[email protected]/BibliotecaCanaoeste

Fone: (16) 3524-2453Rua Frederico Ozanan, nº842

Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:

...não me importo com a escolha do credo, se está com patuá, se preferiu ofertar flores para Iemanjá. Não me importo com qual religião que tu estás, amigo. Não se importe com a minha. Tenho uma maneira peculiar de crer: preciso ficar desnudada, liberta e num silêncio meu. Só assim conse-gui me encontrar com a fé, com o meu credo, com o que me deixa em pé para prosseguir a caminha-da com foco ou após os desfocos que a vida nos dá sem nos avisar. Foi assim: acreditei em todas as

fés. E digo mais sobre a minha: tocou o meu coração, me deu força para continuar na alegria ou tristeza. Fiz a minha religião para prosseguir com o sorriso em primeira instância porque me faz

bem que possa chegar no próximo sutilmente...e tocá-lo. Foi assim, meu amigo, uma maneira doce de ouvir e ficar todos os dias da jornada com Deus.

Trecho/crônica/publicada/Renata Carone Sborgia

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