drogas e psicanálise

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Freud diz que é impossível enfrentar a realidade o tempo todo sem um mecanismo de fuga, cita como exemplo: a embriaguez, a fantasia e os vícios. Isso não é tão difícil de percebemos, por exemplo, temos um dia difícil no trabalho, e vamos tomar uma cervejinha, afinal precisamos alterar nossa consciência, nosso corpo.... Alguns conseguem um equilíbrio diante da realidade, enfrentando as coisas como elas são, e para outras a realidade é insuportável, e alguns não conseguem viver sem um aditivo. AS DROGAS SÃO FORMAS DE DENÚNCIA E PROBLEMATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES. TOXICOMANIA NÃO É SO DOENÇA, É SINTOMA. Que resolve o problema. E o caminho das drogas, da dependência é singular, é construído pelo Sujeito. Pode ser um período de onipotência imaginária: se acha invulnerável, não tem castração, não tem a marca da falta, precisa da falta. Ele busca o remédio. Remédio que resolva a sua questão, no início a droga como remédio/curativa, e depois veneno. A droga é o objeto perfeito para seu gozo, entre ele e a droga não falta nada. Durante o ato de se drogar, é completo, não precisa falar, não pensa.

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Drogas e Psicanalise

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Freud diz que é impossível enfrentar a realidade o tempo todo sem um mecanismo de fuga, cita como exemplo: a embriaguez, a fantasia e os vícios.

Isso não é tão difícil de percebemos, por exemplo, temos um dia difícil no trabalho, e vamos tomar uma cervejinha, afinal precisamos alterar nossa consciência, nosso corpo....

Alguns conseguem um equilíbrio diante da realidade, enfrentando as coisas como elas são, e para outras a realidade é insuportável, e alguns não conseguem viver sem um aditivo.

AS DROGAS SÃO FORMAS DE DENÚNCIA E PROBLEMATIZAÇÃO DAS RELAÇÕES. TOXICOMANIA NÃO É SO DOENÇA, É SINTOMA. Que resolve o problema.

E o caminho das drogas, da dependência é singular, é construído pelo Sujeito.

Pode ser um período de onipotência imaginária: se acha invulnerável, não tem castração, não tem a marca da falta, precisa da falta. Ele busca o remédio. Remédio que resolva a sua questão, no início a droga como remédio/curativa, e depois veneno.

A droga é o objeto perfeito para seu gozo, entre ele e a droga não falta nada. Durante o ato de se drogar, é completo, não precisa falar, não pensa.

Sujeito desaparece, sujeito da Psicanálise. Sujeito do ics, movido pelo seu desejo, desejante... Sujeito em conflito, que não conhece parte de si mesmo, em conflito, dividido, precisa elaborar... Ele precisa do Outro.

No encontro com a droga a completude. A droga é muito bom, objeto que completa e iguala o sujeito a droga, a droga apaga a singularidade.

Esse efeito é momentâneo, depois volta a angústia, e a procura para voltar a este sentimento.

Sujeito, é o sujeito do desamparo. E buscamos psiquicamente a relação com o Grande Outro. Aquele que cuida , que ampara, que aplaca todas as dores, que nos diz o caminho a seguir.

Recorremos durante a nossa vida, procurando este grande Outro, procuramos essa figura: na relação a dois, no professor, na autoridade, Deus...

Em certo momento deparamos que não tem esse Outro., fica difícil de acreditar, de viver...

E a droga faz isso cessar, é como se voltássemos para o colo da mãe... Ou qdo temos uma relação sufocante com esse grande Outro, usamos a droga justamente para nos estragar. As vezes mais difícil separar.

Assim no deparamos como o toxicômano no consultório: Ele entra e se apresenta: Sou drogado. A droga na frente, não tem subjetividade, então não tem como se responsabilizar. Uma postura infantil.

Ele passa para a Psicóloga, agora diz o que tenho, o que tenho que fazer.

E ele não tem que falar. Aqui fica mais difícil o trabalho, pois precisamos mostrar a ele, que ele tem que falar, ele vai produzir. São suas indagações que vai produzir o trabalho.

Porque o objeto de desejo não existe, o desejar é contínuo, e será criando objetos simbólicos, que move a vida. Que não é palpável, é o que vai representar, e NÃO O QUE VAI RESOLVER OU SATISFAZER...

E ele precisa lidar com isso, que o objeto do desejo é simbólico, é vazio, não existe um objeto perfeito, que procuramos durante toda a vida, e isso nos move.

Agora o objeto de satisfação é diferente: 1º o prazer e 2º necessidade. E depois a necessidade, aqui vc deixa de ser sujeito, pq como desejo, vc pode mudar. O objeto do prazer do sujeito é assim hj quero , amanhã não quero. Eu posso substituir. Se não tem cerveja eu tomo vinho.

Agora o objeto de satisfação é imperativo, só serve ele. Vc deixa de ser sujeito para ser escravo. É o objeto que tem o sujeito, e ESSE É O ÚNICO OBJETO QUE ME SATISFAZ. Ele mata pela necessidade.

Qdo o paciente nos diz sou toxicômano.

Quem sou eu? O q me falta?

A falta é de todos, somos faltantes, ele não sabe a via do desejo, viver é mto bom mais dói.