drake chronicles 05 blood moon alyxandra harvey

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Liberado

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Esta ponte só vai te levar ao meio do caminho Para essas terras misteriosas que há muito tempo você anseia em ver:

Através de acampamentos ciganos e um turbilhão de feiras ÁrabesE bosques enluarados, onde unicórnios correm livres.

Então venha e ande um pouco comigo e compartilhe Das trilhas sinuosas e mundos maravilhosos que eu conheço.

Mas esta ponte só vai te levar ao meio do caminho- Os últimos passos você terá que fazer sozinho.

— Shel Silverstein “Esta Ponte” de A Luz no Sótão.

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Capitulo 1 Lucy

Sábado à noite. — Você tentou comer a cara do seu namorado?

Ok, essa não era a mais simpática resposta que eu poderia ter jogado em

cima, mas eu não poderia ajudá-la. Eu estava cansada e tinha o que parecia ser

uma ressaca de adrenalina. E não só estava coberta de cinzas e contusões da luta selvagem contra os vampiros Hel-Blar e por explodir uma cidade fantasma, mas eu

tinha certeza que havia algum tipo de engano.

Solange não faz coisas como esta.

Bem, normalmente.

Ela parecia tão tênue e pálida, praticamente translucida, exceto pelas veias

azuis que traçavam sua clavícula. Suas presas estavam pra fora, todos os três

pares.

Ela levantou a mão quando me aproximei. A luz refletia sob o medalhão Real

personalizado em torno do seu pescoço.

— Fique a favor do vento. — ela disse com firmeza.

Fiz uma careta.

— Você está dizendo que estou fedendo?

Ela assentiu com a cabeça uma vez, doeu.

— Sangue.

— Ah! — eu tinha lutado com Hel-Blar a noite toda, provavelmente ela

estava certa. Apenas que, claramente ela não se importava com o cheiro.

Ela franziu o cenho.

— E pólvora? Por que... — Solange sacudiu a cabeça. — Não se preocupe;

você tem que ajudar Kieran. Agora.

— Isso é realmente seu sangue? — quando ela me olhou como se estivesse

prestes a explodir em lágrimas, eu praguejei. — Merda. Onde ele está? O que

aconteceu? — ela apontou para a linha de pinheiros atrás do carvalho, a grama alta tremendo em torno das raízes expostas. Eu pensei ter visto uma bota de

combate preta. Parti em disparada.

— Kieran!

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Ele gemia apoiado contra uma árvore, sangue escorrendo pelo pescoço e

braço. Havia uma marca de mordida logo acima do colarinho, a carne irregular. Sob todo o vermelho, sua cor era de cogumelos cozidos.

— Kieran, você pode me ouvir?

Ele engoliu em seco tentando falar. O movimento fez o sangue correr mais

rápido, sua camisa absorvendo.

— Solange. — ele murmurou. — Ajude Sol...

— Ela está bem. — assegurei. Peguei o lenço que eu sabia que estava no bolso da calça cargo acima do joelho. Ele era padrão para um agente Hélios-Ra.

Amassei e apertei sobre o ferimento, tentando não me sentir enjoada. — Você pode

pressionar aqui? — perguntei a ele. — O mais firme que você puder. — olhei por cima do ombro. — O que diabos aconteceu com vocês dois? — coloquei meu braço

sob o ombro de Kieran no seu lado bom e tentei levantá-lo. Ele pesava uma

tonelada.

— Não fique aí parada! — gritei com Solange. — Ajude-me!

Ela ficou onde estava.

— Eu não sei se posso! — ela gritou de volta, freneticamente.

— Então ligue para o 911. Qual o problema com você? Ele precisa de uma

ambulância.

— Você sabe que eles não podem vir aqui. — Solange disse.

— Não é possível contar a ninguém. — Kieran concordou gemendo. — Eles vão caçá-la.

Embora eu certamente não fosse deixar ninguém caçar minha melhor amiga - mesmo ela tendo virado meu próprio namorado contra mim na semana passada -

eu não ia deixar seu namorado sangrar até a morte na floresta também.

— Nós vamos levá-lo para a enfermaria da escola então. — grunhi, tentando

colocá-lo de pé. Ele tropeçou, deslizando para cima do tronco. Ele estava frio e

tremendo. — Podemos dizer que foi um ataque aleatório. Mas precisamos chegar lá agora. Você precisa de pontos. — tentei não pensar nos dentes da Solange como

a arma que tinha arranhado ele. Pelo menos ela não tinha ido à jugular. Pequeno

conforto. O sangue era pegajoso em minhas mãos. — Solange, eu não posso levá-lo sozinha para a van. Não sou a única com força de vampiro.

— Eu ainda posso sentir seu sangue Lucy. — suas mãos estavam fechadas

tão apertadas que os dedos pareciam estar fora da sua pele delicada. — Posso sentir o cheiro em toda parte. Na grama, no ar, em mim. Não estou segura.

Eu praguejei de novo, feroz o suficiente para fazer um notório marinheiro orgulhoso. Eu me atrapalhei para pegar os plugs de nariz ao redor do pescoço de

Kieran e joguei para ela, agradecida que Kieran ainda era um Caçador de vampiros

no seu âmago, mesmo ele estando namorando uma Princesa vampira.

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— Coloque-os.

Eu estava como uma estudante da Academia Hélios-Ra agora também, mas

não estava com o uniforme regulamentar, apenas minha habitual blusa

camponesa bordada com contas de cristal. Eu nem havia começado as aulas ainda, eu estava muito ocupada matando monstros.

Solange prendeu o nariz, fechando as narinas apertadas contra o aroma

encharcado e violento na floresta. Até mesmo eu podia sentir o cheiro acobreado de sangue, mas, ele estava me deixando enjoada e não com fome. Os plugues de

nariz lhe deram um alivio momentâneo, e ela estava ao lado de Kieran tão rápido

que as flores silvestres aplainaram ao seu redor. Ela parecia horrível, mas sustentou o peso de Kieran e o arrastou para a van. Eu abri a porta lateral e ele

deslizou para o meio do banco, com os pés ainda pendurados para fora da porta

aberta.

Eu estava ofegante e suando por causa do esforço. Não conseguia me

lembrar da última vez que eu tinha dormido. Mas não tive tempo de parar, ainda não.

Nem mesmo para minha melhor amiga, que estava, de repente lambendo os lábios, os dentes levemente rosa, manchados com o sangue de Kieran, com os

olhos vermelhos injetados e ferozes. Escutei o grosso raspar de asas de morcegos,

senti as sombras deles se aproximando de nós, mesmo que eu não pudesse vê-los

claramente no escuro.

Nós estávamos em apuros e tanto que eu quase desisti ali mesmo.

— Solange! — tentei tirá-la de sua sede de sangue. — Lembre-se de quem

você é!

— Acho que finalmente estou. — ela estava praticamente ronronando.

Eu sabia que ela estava em um mau caminho quando Nicholas e eu a encontramos alguns dias atrás, bêbada de sangue humano e um doador passivo

desmaiado aos seus pés. E então ela me atacou por eu fazer comentários sobre o

misterioso vampiro Constantine, a quem eu nunca tinha visto, mas que não gosto. Eu particularmente não gostei da maneira como ela disse seu nome, como se ele

fosse mais quente do que o Johnny Depp.

— Entra na van, Kieran. — eu disse, me movendo muito lentamente para

ficar na sua frente enquanto ele lutava para levantar os pesados pés por todo

caminho para dentro. Ele empurrou alguma coisa para mim, escondendo-o nas

minhas costas. Era muito quadrado para ser uma faca ou uma estaca.

Uma arma de choque.

— Não, não vá. — Solange disse, tirando os plugues de nariz e jogando-os de

lado. — Eu ainda estou com fome.

Aparentemente, adrenalina, medo, pânico e culpa só poderia resistir por

tanto tempo contra a sede de sangue.

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Solange se foi.

Eu não tinha certeza de quem estava de pé na minha frente. Ela pode ter a

beleza etérea de Solange e sua graça de bailarina, mas não era Solange.

Alheio, Kieran se inclinou para ela, como se eu não estivesse no seu

caminho.

Feromônios de Vampiro.

Sem os plugues de nariz, ele era vulnerável. Eu tinha crescido com Solange

e seus irmãos, então eu era mais imune. Teoricamente.

Porque ultimamente, Solange estava quebrando todas as nossas teorias.

Kieran nem percebeu o enxame de morcegos acima de nós. Eu abaixei a

cabeça um pouco, tentando não gritar como uma criança em uma casa mal-

assombrada no Halloween.

— Merda. — eu disse sombriamente, empurrando-o para baixo em seu

assento. — Solange, para trás.

— Não.

Kieran se inclinou mais para frente, seu sangue pingando no tapete do carro

e saiu para a grama. Ele tentou me empurrar de lado para que Solange pudesse

terminar seu jantar. Empurrei de volta sem me virar, certificando-me de cutucar com força em sua ferida. A carne estava quente e áspera e pegajosa sob meu dedo.

Decidi que só poderia atirar mais tarde. Valeu a pena, porém, quando Kieran

recuou, sibilando entre os dentes. A dor quebrou a atração dos feromônios de

Solange, apenas por um momento. Eu lhe dei uma feroz cotovelada para que ele caísse completamente dentro da van, e então eu bati a porta atrás dele. Solange

apenas sorriu. Seus olhos estavam raiados em vermelho, como uma folha de

outono.

— Eu ainda estou com sede. — ela murmurou.

Fiz uma careta tentando me lembrar da Solange que eu conhecia, coberta de

barro e somente querendo ficar sozinha.

— Muito ruim. — eu disse através dos meus dentes, que não eram quase tão

impressionantes quanto os dela. Suas presas brilharam quando seu sorriso se

alargou. Morcegos voavam em um turbilhão sob nossas cabeças. — Vá embora Sol.

— Mmm, eu não penso assim. — ela encolheu os ombros. — Você pode

correr se quiser. Vou começar com Kieran primeiro. Você só tem o gosto de limão e

cinzas. Posso sentir sua raiva. — ela franziu o nariz como se eu fosse carne podre. — Ela não melhora você, não como os outros.

— Pô, eu sinto muito que o fato de eu querer dar um soco bem no seu nariz, Princesa, pode arruinar seu paladar. Nós não somos garrafas de vinho.

Ela encolheu os ombros novamente.

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E então ela estava me pressionando na van, tão perto que eu podia ver o

azul sob sua pele, ouvir o bater das asas de morcego e o crepitar que eles deixavam no ar. Eu não podia ter certeza de que ela não iria estalar meu pescoço

apenas para chegar ao Kieran, lentamente, sangrando em estado de coma atrás de

mim.

Então eu fiz a única coisa que eu poderia pensar em fazer.

Eu dei um choque em minha melhor amiga.

Eu não tinha certeza se era os solavancos da eletricidade correndo por ela

ou a proximidade da madrugada, mas ela caiu de costas sobre a grama. Eu nem sequer tive tempo de me certificar que estava tudo bem. Tecnicamente ela já

estava morta, então um pequeno choque não iria machucá-la por muito tempo. Ok.

1500 volts, ou o que seja. Ela sobreviveria, mas Kieran precisava de ajuda, agora.

Fiz uma pausa.

Ela sobreviveria ao choque, mas não ao amanhecer.

Eu teria que trazê-la comigo.

— Merda. — eu disse. — Está é apenas a pior noite de todas.

Eu me aproximei dela com cuidado, empurrando com a ponta da bota. Ela

ficou imóvel, pálida e fraca.

— Se você me morder, eu vou morder você de volta. — murmurei,

agachando-me para levantá-la. Quando ela não abriu os olhos e tentou me comer,

me senti um pouco melhor. Arrastei-a desajeitadamente em direção a van e enfiei-

a pelo banco da frente. — Se você acordar irritada, eu vou dar um choque em você de novo. — corri para o banco do motorista. — Já explodi uma cidade hoje à noite,

por isso não ache que eu não vou.

Os morcegos, irritados, mergulharam bombardeando. Coloquei minha

cabeça para dentro do colarinho e corri o mais rápido, gritando. Os gritos não

assustaram os morcegos lá fora, mas isso me fez sentir melhor. Senti agarrarem meu cabelo, então saltei fora do meu ombro.

— Eu realmente odeio todo mundo agora. — eu disse, mergulhando no banco da frente. Arranquei a maçaneta da porta, assim que outro morcego bateu

no vidro. Solange estava caída perto de mim. Mantive a arma de choque na minha

mão direita, contorcendo-me para ligar a van com a minha esquerda. Kieran moveu-se no banco traseiro. — Não morra. — disse-lhe com firmeza.

Ele tentou rir, mas se transformou em um gorgolejo molhado. Bati no pedal

do acelerador e derrapei para fora do campo, levantando torrões de terra e grama.

— Não acorda. — eu cantarolava para Solange. — Não acorda.

Os morcegos nos seguiram como uma nuvem preta de couro. Seus olhos

estavam vermelhos quando mergulharam para dentro dos faróis.

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— Não acorda. — eu disse de novo. — Eu não sou o estereótipo. Morcegos.

Deus.

Eles eram tão espessos agora, era difícil ver. Rezei realmente duro para que

eu não nos conduzisse direto para uma árvore. Estiquei o pescoço. A arma de choque era pesada, fazendo meu pulso doer. Um morcego bateu no para-brisa,

quebrando-o como uma pedra. Manchas de sangue no vidro.

— Sinto muito! — gritei. — Saia do meu caminho, seus roedores voadores estúpidos.

Outra batida, e mais outra. Uma rachadura serpenteava através do para-brisa. Pele e sangue emaranhados na fissura. Bile queimando no fundo da minha

garganta.

Solange se agitou.

Eu apontei a arma de choque para ela, mas ela foi mais rápida. Esquivou-se para fora do caminho. A van balançou precariamente enquanto eu lutava para

manter o controle do volante. Kieran estava desmaiado em seu próprio sangue.

Solange olhou para ele e lambeu os lábios. Foi um pequeno momento de distração e, provavelmente o último que eu obteria. Esfaqueei a arma nela novamente. Ela

olhou por cima do seu ombro, mas foi o suficiente para congelar, seu rosto se

contorcendo.

— Eu sinto muito, sinto muito, sinto muito. — repeti mais e mais quando

bati o pé no freio. Ela voou para o painel de controle. Estendi a mão dela enquanto

ainda estava atordoada e abri a porta do passageiro.

Então eu a empurrei o mais forte que pude para a grama.

Ela se esparramou, os morcegos circulando como abutres. Eu fugi com a

porta ainda aberta, batendo contra os galhos das árvores. O cheiro de pinho e

cedro se misturando ao sangue de Kieran. Olhei para o espelho retrovisor. Solange sentou-se lentamente.

Eu pisei fundo novamente.

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Capitulo 2 Solange

Corri o quanto eu podia, porque o amanhecer estava chegando, porque não sabia o que mais eu deveria fazer.

Eu sabia o que eu queria fazer.

Lucy podia ter me derrubado com a arma de choque, mas eu ainda estava

queimando com o sangue de Kieran, quase tonta com ele. Eu podia senti-lo

correndo em minhas veias, fazendo-me sentir invencível, fazendo-me sentir viva outra vez. Eu queria mais. Mais do que eu jamais quis chocolate, mais do que

Lucy queria Johnny Depp.

A van cinza fugiu, brilhando como uma lata. Eu poderia descolar o teto

como se fosse uma tampa. Os 1500 volts de eletricidade que Lucy passou em mim

poderia ter me matado quando eu era humana, mas agora ele só me fez pausar, foi apenas um mero enforcador da fome. Eu poderia ter quebrado a corrente se

quisesse.

Sim, vamos.

Parei de correr. Eu realmente não queria comer meu namorado ou minha melhor amiga. Não era culpa deles que cheirassem a comida.

No entanto, eu não tinha certeza que era minha culpa também. Eu me senti como uma viciada. Ou talvez tenha sido apenas que eu estava, finalmente,

conseguindo o que eu precisava, como se tivesse sido anêmica e sequer tenha

percebido. Eu era uma vampira. Não é como se fosse errado eu beber sangue. Era

natural, necessário. Vital.

Então eu quase me virei para perseguir Lucy e Kieran como coelhos.

O pensamento me fez vomitar.

Voltei a correr, desta vez na direção oposta. O sangue de Kieran estava na minha camisa. Eu precisava do vento frio, do barulho dos meus pés no barro, do

impulso de músculos e ossos para me distrair. Eu não tinha certeza se ele poderia

me perdoar pelo que eu quase tinha feito. Não tinha certeza de que eu poderia me perdoar. Eu estava em guerra dentro da minha própria pele, a fome e a honra,

natureza e cultura, necessidade e repulsa.

A luz na floresta estava mudando lentamente, tão lentamente que apenas

outra criatura noturna teria notado. As corujas e texugos saíram correndo fora de

seus ninhos quando a luz voltou-se luminosa. Os morcegos que ainda estavam me

seguindo se afastaram.

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Quando o sol se levantou inexoravelmente atrás das árvores, meus passos

se tornaram mais pesados. Eu estava muito longe de qualquer uma de nossas casas subterrâneas seguras, muito longe da sede da fazenda, que eu não queria

voltar de qualquer maneira. Eu não podia suportar olhar para a minha família,

agora para dar-lhes uma prova de que eu era mais fraca do que eles. O acampamento Lua de Sangue estava mais perto. Eu estaria segura lá.

Eu me forcei a continuar correndo. Um ramo de pinheiro raspou em meu

rosto. O sol era como uma pedra nas minhas costas. Eu poderia ter sido Sísifo1, condenado a rolar uma enorme pedra morro acima todos os dias no Tártaro como

punição por seus pecados. Logan passou por uma fase de mitologia grega, e ele leu

um novo conto para mim a cada noite, no verão quando eu tinha dez anos.

Foda-se Sísifo.

Eu não iria apenas deitar e morrer. Minha família e amigos lutaram muito

duro para que eu pudesse sobreviver. Tia Hyacinth ainda carregava as cicatrizes

em seu rosto.

O amanhecer não me teria, não hoje.

Tropecei em uma raiz, qualquer graça natural fugindo sob o peso laborioso

dos meus membros, mas eu não iria deixá-lo me parar. Eu não estava rápida o

suficiente para segurar meu equilíbrio ou meu pé. Eu caí.

Diretamente nos braços de Constantine.

Ele girou para me segurar em meu mergulho, como se estivéssemos dançando em algum baile a fantasia. Ele deveria ter vestido um casaco bordado e

uma fita de cabelo de veludo, não um casaco de couro liso. Meu cabelo arrastou

no chão. Eu soube o momento em que ele viu o sangue seco manchando minha camisa e meu queixo. Suas presas se alongaram, seus olhos brilharam violetas,

como contas de ametista. Ele se inclinou para frente, arrastando a ponta do nariz

ao longo da minha garganta exposta, fazendo cócegas. Eu deveria ter tido medo ou nojo. Ao invés disso eu pendia, confortada. Ele lambeu minha clavícula.

— Mmm, fresco. — ele murmurou; seu sotaque britânico mais forte do que o habitual.

Ele foi lambendo o sangue de Kieran em mim.

Usei a mão em minhas costas para me estabilizar e empurrei meus pés no

ar, saltando em uma cambalhota. Caí no mato a poucos metros de distância, nos

frutos espalhados em torno de mim, com as mãos cerradas.

Constantine apenas ergueu uma sobrancelha em minha direção, sereno

como sempre. Eu nunca o tinha visto usar qualquer expressão de diversão, exceto de ironia.

1 Sísifo era um simples mortal que desobedeceu a Deusa Era, essa ficou brava e lhe deu o árduo trabalho de

levar uma enorme pedra até o topo de uma montanha, mas quando estava quase no fim a pedra rolava de volta.

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— De quem é o sangue que você veste e não vai compartilhar, amada?

— Meu... esquece. — eu disse.

— É fresco. — ele lambeu uma gota em sua presa. Engoli em seco. Ele balançou a cabeça. — Você é muito rígida consigo mesma. Isto não é um filme em

que você tem que sofrer e ranger os dentes para provar sua bondade. Você é quem

você é. É para ser comemorado.

— Eu bebi de um relutante... amigo. — eu poderia chamar Kieran de meu

namorado depois de hoje à noite? Será que eu tenho esse direito? Será que ele não

merece uma namorada que não vá atacá-lo? Alguém como ele, cheio de honra e pronto para morrer para fazer a coisa certa. Uma pessoa Hélios-Ra. Não um

vampiro, como eu.

E eu estava me sentindo selvagem. Eu era a única Drake que estava tendo

tanto trabalho com a mudança de sangue. Tinha sido apenas um par de meses,

mas até agora eu só deveria ser perigosa ao entardecer ou ser deixada para morrer de fome. Eu não deveria ser perigosa para se beijar.

Tentei duramente não pensar sobre o Hel-Blar que ataca qualquer coisa que se mova, mesmo um ao outro. Eu podia ter mais dentes que os outros vampiros,

ainda mais que os Hounds que foram banidos por seu jogo duplo, mas eu ainda

tinha menos que os Hel-Blar. E eu não era azul como eles, eu não cheirava a

cogumelos e água parada. De qualquer forma, não estavam descobrindo ainda que havia raças de vampiros por descobrir, desde a prima de Lucy, Christabel foi

transformada?

A boca de Constantine se curvou.

— Eu não posso dizer se você está prestes a chorar ou soltar um grito de batalha, amor.

— Nem eu. — disse baixinho, forçando-me para fora dos arbustos. — Eu só

vou andar. — o que no momento era uma batalha em si.

— Eu posso carregá-la. — ele sugeriu.

Balancei a cabeça severamente. Eu tinha sido sequestrada antes, tinha

ficado inconsciente nos braços de Montmartre quando ele tinha pensado em

comercializar a segurança da minha família por mim. Eu não ia ser mais aquela Solange.

Não queria ser resgatada. Eu ia começar a minha segurança ou morrer tentando.

— Vou andando. — eu disse de novo.

— Você está estragando o meu gesto muito romântico Solange. — ele disse.

Apesar das circunstancias, isso não podia ajudar, mas adoro a forma com que ele diz o meu nome. Sua voz era como a fumaça, perigosa como um incêndio florestal

e reconfortante como uma fogueira na praia, tudo ao mesmo tempo.

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Eu estava sentindo um formigamento por um vampiro uma hora depois de

tentar drenar meu namorado e ser eletrocutada pela minha melhor amiga. Claramente, eu estava indo para o inferno. Eu caminhava cambaleante, rangendo

os dentes de trás. Não seja uma mártir.

Fiz uma careta olhando em volta.

— Você ouviu isso?

Constantine ergueu as sobrancelhas.

— Não, o que?

Balancei a cabeça. Devo estar mais cansada do que eu pensava.

— Nada.

— Nós ainda estamos bastante longe do acampamento. — ele disse. — Suponho que é onde você está indo?

Balancei a cabeça. Ele caminhou facilmente ao meu lado, não se incomodando com o sol. Eu não sei há quantos anos ele é um vampiro, mas era

tempo suficiente para que ele pudesse lutar contra a aproximação do amanhecer.

Eu me transformei ainda tão recentemente, antes de todo mundo, mesmo Nicholas que tinha acabado de completar um ano antes. Fez-me vulnerável. E isso me

tornou estúpida por ter saído tão perto do nascer do sol. Minha mãe ia me matar.

Constantine tirou um frasco de vidro fora do bolso interno do seu casaco e

me entregou. Eu não peguei imediatamente. Ele pendia de seus dedos, e no escuro

parecia mais preto do que vermelho.

— Isso vai lhe dar força.

— Eu não quero isso. — menti. Meus dedos estavam literalmente tremendo com a necessidade de arrebatar o frasco dele. Mordi duramente meu lábio inferior

para me distrair.

— Você está fazendo me sentir como um daqueles velhos traficantes de

drogas depois da escola especial. — ele comentou ironicamente. — É apenas

sangue, Solange. Alimento. Sem ele você morre.

— Eu não estou... com sede.

Seu sorriso era torto e sardônico.

— Você acabou de mudar. Está sempre com sede.

Ele estava certo.

— Beba-o se você quiser chegar ao acampamento. Caso contrário, você tem que me deixar carregá-la. — ele encolheu um dos ombros. — Eu não me importo,

mas parece que você sim.

Sendo carregada inconsciente. Minha família iria enlouquecer totalmente.

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Peguei o frasco e arranquei a cortiça prata como tampa. Inclinei-o, deixando

a lâmina com sangue na minha garganta, engolindo avidamente. Ele brilhou através de mim, como se fosse feito de estrelas e raios. Eu ri. O olhar de

Constantine atravessou-me dos pés a cabeça e ele sorriu lentamente, avidamente.

Eu teria corado se ainda fosse humana. Peguei meu ritmo.

— Vamos. — eu disse.

— É claro, Princesa. — ele deu uma curta reverência.

Fiz uma careta para ele.

— Eu lhe disse para parar de me chamar assim.

— E eu lhe disse para parar de ter vergonha de quem você é. A maioria iria literalmente matar para ser um vampiro e uma Princesa, não importa quanto de

uma vez.

— Eu não sou uma Princesa. — revirei os olhos. — E o último cara me deu

uma tiara acabou a usando em seu peito.

— Você é uma Princesa. — ele disse bruscamente, ignorando a minha

referência ao fim prematuro de Montmartre pela mão da minha mãe. E a minha.

Eu tinha sido a única a empurrar a tiara, mas precisava da força de mamãe para enfiá-lo através do seu coração. Eu não ia ser noiva de nenhum vampiro. — Você

pode querer o contrário, mas mentir para si mesma não vai mudar os fatos. Você

deve ter orgulho, amor.

Não foi a primeira vez que ele me disse isso. Mas ele não entendeu. O fato de

que eu era uma princesa quase tinha matado tia Hyacinth, Lucy tinha sido atirada

em um calabouço, houve assassinos rastreando minha mãe. E meu ser vampiro quase matou Kieran.

Eu queria telefonar para Lucy para ver como Kieran estava, mas não havia cobertura de celular na profundidade das florestas da montanha. Não saberei até

bem depois de amanhã no pôr do sol. A preocupação ofuscou o fogo do sangue em

meu sistema, o doce sabor metálico na minha língua. Estávamos pelos arredores do acampamento quando a névoa do rio subiu e se arrastou entre os pinheiros.

Um guarda acenou para nós uma vez e nos deixou passar.

O campo de flores silvestres que geralmente hospedavam os zangões estava

agora com enormes tendas brancas de lona e enxames de vampiros vestindo uma

combinação tão impar de trajes históricos como se tivéssemos tropeçado em um circo. Em particular e para ocasiões formais de vampiros que tendem a reverter à

roupa da nossa mudança de sangue. Mesmo próximo de a névoa espessa estar

para surgir em torno dos nossos tornozelos e a chamada dos primeiros pássaros

nas copas das árvores, pude ver vitorianos agitados, tatuagens celtas, túnicas medievais, um vestido melindroso de 1920 frisado, uma mulher vestida como uma

muito pálida Maria Antonieta.

Um cachorro latiu do recuo das cavernas para as montanhas. Os cães

dormiam lá, e o resto de nós tinha tendas de lona, como o tipo que eu imaginava

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cheia de torneios de duelos medievais. Eram poucos os humanos permitidos,

principalmente guardas pessoais e escravos de sangue que viajavam com especificas tribos. Eu não podia suportar a palavra “escravo de sangue”, mas

Constantine apenas riu e me chamou de colonial quando mencionei. Ele não

conheceu Lucy ainda. Ela o socaria se a chamasse de escrava de sangue.

Ainda assim, para todos os seus defeitos, não era afiado, era uma beleza

delicada para o acampamento, como uma espada afiada. Era de prata e filigramas

e de arte artesanal. E era sangue e morte e dentes. Nenhuma quantidade de seda e veludos poderia esconder as correntes. Havia segredos aqui, e fome e assuntos

passionais e brigas amargas. Era como viver em um caldeirão fervente de ferro

colocado sobre um grande incêndio.

Às vezes o vapor tinha que escapar ou o pote inteiro iria explodir.

Como agora.

Eu não sei quem começou. Eu só vi um vampiro, seu cabelo loiro-branco em linha reta e pálido como o luar, no caminho onde se ramifica uma encruzilhada.

Ele era da família Joiik, uma das linhagens vampírica mais antiga do Conselho

Raktapa. Vindo de outra direção uma vampira que não reconheci, vestida com uma saia de tweed afetada e uma blusa branca. Ela cuspiu uma maldição e se

jogou em sua cabeça, suas presas piscando.

Ela nunca fez contato.

A flecha cortou o ar e cravou em seu coração, transformando-a em cinzas.

Um segundo ferrolho pegou o Joiik, porque ele pegou sua arma. Se tivesse ficado quieto e confiado no Lua de Sangue para protegê-lo, ele não teria sido atingido.

Agora ele era pó.

Aconteceu tão rápido, eu mal tive tempo de chiar. Constantine agarrou meu

cotovelo, dedos cavando dolorosamente em minha pele. Ele estava me segurando,

me protegendo. E eu estava lembrando, de repente, que centenas de anos atrás, Lua de Sangue era um lugar de julgamentos por combate e execuções.

— Não se mova. — ele murmurou.

Havia tribos de vampiros aqui de todo o mundo, cada um com seus próprios

costumes e tradições e histórias. Para não falar de feudos. Demorou um tipo

especial de guarda para manter a ordem em um lugar como esse, uma guarda que ninguém nunca tinha visto e não poderia descrever com precisão. Mesmo Madame

Veronique, que estava com quase mil anos de idade, não poderia nos dizer quem

eles eram ou mesmo o que pareciam. Nós conhecíamos apenas alguns deles, devem ser humanos desde os parafusos de besta aparentemente veio durante o

dia também. Eles continuaram com as arvores e as sombras, circundando

constantemente, assistindo constantemente. Ninguém estava isento de justiça. Não Princesa, não conselho, apenas a rainha.

A parte de trás do meu pescoço arrepiou.

— Eles já foram?

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Os olhos violeta de Constantine piscaram de volta.

— Nunca, mas passou o perigo, eu acho.

Uma mulher Joiik com longas tranças loiras correu em direção as cinzas sob a túnica de couro, marcado com um desenho do martelo de Thor. Ela gritou alto,

entrecortada.

Os sons feitos no fundo de sua garganta doíam.

A mão de Constantine me cutucou e nos movemos para trás, fora do

caminho.

— Melhor chegar a casa. — ele disse.

Nós não estávamos longe quando Bruno entrou na minha frente.

— O guarda Chandramaa?

Eu balancei a cabeça em silencio.

— Você está bem?

Balancei a cabeça novamente.

— Sim.

Ele deu a Constantine um olhar longo e duro. Bruno parecia como um velho

motoqueiro, ele era careca e coberto de tatuagens, e corpulento como um carvalho.

Nada intimidava.

— Lass, você tem alguma ideia do quanto está em apuros?

Eles sabiam sobre Kieran. E se eles sabiam sobre ele, então ele deve estar

em estado grave. Eu não tinha intenção de beber perto da jugular. Ele estava

morrendo. O cara que salvou minha vida estava morrendo. Meu namorado estava

morrendo.

— Eu...

— Seus pais estão preocupados. — Bruno continuou alheio ao meu colapso

nervoso interior. — Este não é o momento de violar o toque de recolher. — Ele

falou baixinho em se walkie-talkie e então apontou para a tenda azul pintada com prata Drake com o dragão e o lema latino embaixo “Nox noctis, mostra domina”,

que traduzido aproximadamente a “Noite, nossa senhora”.

— Vou com vocês. — Bruno dirigiu.

Virei-me para Constantine, um pouco envergonhada por estar sendo tratada como uma criança travessa. Eu era uma Princesa vampira como todos insistiam

em me lembrar. Portanto, não devo ter um pouco de poder sobre minha própria

vida? Constantine piscou como se ele soubesse o que eu estava pensando, como

se fosse nossa própria piada privada.

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18

O amanhecer não tinha chegado ainda, mas a escuridão ia cinza, brilhando

em pintura de prata nas tendas e nos banners de ouro. Senti-me como água, incontrolável, suave e em todos os lugares ao mesmo tempo, como se até a minha

pele não podia segurar-me, minha pálpebras tremularam fechando. Constantine

deu um passo mais perto e Bruno acotovelou de volta.

— Eu a tenho. — ele disse seu sotaque escocês mais grosso do que o

habitual. Ele me pegou e levou-me para a tenda da família murmurando. —

Sangue Inglês.

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Capitulo 3 Nicholas

Nós estávamos cortando perto. Gostaríamos de ter voltado para a casa da fazenda, mas o amanhecer estava

desenrolando e já estávamos nas montanhas, fugindo da fumaça e escombros de uma cidade fantasma em colapso e uma raça de vampiros que não tinha sequer

ideia de que existia. Quinn e Connor foram diminuindo, cada um segurando a

prima de Lucy, Christabel que estava arrastando os pés tão fortemente que ela deixava um rastro no chão. Ela tinha sido uma vampira por apenas uma semana,

e ela já estava envolvida na politica e assassinatos. Eu tinha sido um vampiro por

um ano e meio e eu não era muito melhor equipado. Sentia minhas botas

sobrecarregadas com pedras. Eu quase tropecei em uma raiz de arvore.

Quinn olhou para mim.

— Vou fazer isso?

— Sim, sim. — eu respondi. — Apesar de qual é o ponto? Mamãe vai nos matar de qualquer maneira.

— Verdade.

— Se essa coisa não nos matar primeiro. — acrescentei quando o cheiro de

cogumelos podres nos atingiu. Galhos rachando e mandíbulas batendo seguidos. Os Hel-Blar não eram exatamente sutis. Não fizeram muito de caça e ataque, mas

o que lhes faltava em sutileza, eles saldavam por números e selvageria pura.

E os três fluxos entre os pinheiros e descendo em direção a nós, não estavam cansados como nós. Eles não estavam lutando durante a noite. Eles

foram atraídos para fora de seus ninhos pelo cheiro de sangue e batalha. Eu não

sabia se eles nos seguiam desde a cidade fantasma, mas parecia improvável. Eles provavelmente travaram o vento do fogo e luta, e má sorte eles tinham tropeçado

em nós.

— Merda. — eu murmurei. — Vocês caras, é melhor correr.

Quinn bufou.

— Nós não estamos deixando-o sozinho seu idiota.

— Christa é apenas capaz de suportar. — argumentei. — E ela não tem

nenhum treinamento de batalha, assim saiam daqui já.

Christabel apoiou-se no ombro de Connor.

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20

— Eu estou bem. — ela disse grossa, com muito sono para enunciar. — Dê-

me uma estaca.

— Você está balbuciando. — eu apontei.

— Então talvez eu tenha a língua presa. — ela insistiu. — É falta de

educação de vocês tirarem o sarro de mim.

Troquei um olhar com Connor.

— Definitivamente parente de Lucy. — dissemos em uníssono.

Estendi a mão para uma estaca quando o Hel-Blar desceu.

— Basta ir caramba.

— Eu vou ficar. — Quinn disse, com as mãos cheias de estacas. — Connor,

você leva a Christabel embora.

— Tarde demais. — Connor agarrou. Ele puxou Christabel sobre um ombro

e escalou a arvore mais próxima, depositando-a na curva de um galho de um enorme salgueiro. Ele entregou-lhe uma estaca. — Não caí daí.

— O que? — ela perguntou confusa. Era assim para os vampiros recém-nascidos no amanhecer, os faziam estúpidos.

— Eu vou para ti ao luar. — Connor disse, citando seu poema favorito. — Ainda que o inferno barre o caminho. — Ele beijou-a rapidamente. — E não caía

— acrescentou.

— Não morra. — ela respondeu sonolenta.

— Cara. — Quinn sorriu. — Você acabou de recitar poesia?

— Cale-se. — Connor devolveu amigavelmente. Ele caiu no chão, assim que

o Hel-Blar nos alcançou. Nós automaticamente circulamos a árvore, protegendo

Christabel. Ela se deitou na copa de sucursais em sua jaqueta militar e botas de combate, seu longo cabelo avermelhado arrastando entre os ramos de salgueiro

prateado.

O peso do nascer do sol se aproximando lutou como uma onda de

adrenalina em meu sistema. Parecia que eu estava acordado por dias, bebendo

litros de café.

Quinn soltou um grito e saltou sobre o Hel-Blar mais próximo, atacando

antes que ele pudesse ser atacado. Ele sempre foi assim. Por sorte, ele era um

bom lutador e suas mãos estavam cobertas de cinzas, Connor terminou xingando ele. Tirei o vampiro seguinte com minha última estaca.

Uma segunda onda de Hel-Blar veio rosnando através dos bosques. Quando se tornou evidente que estávamos prestes a ser perigosamente em menor número,

eu fiz a única coisa que eu podia fazer.

Eu corri.

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Eu não dei tempo aos meus irmãos de parar, apenas dirigi minha estaca no

peito do Hel-Blar que me bloqueou, então ultrapassei por cima dele quando se desfez em cinzas. Quinn deu um grito quando ele percebeu o que eu estava

fazendo, mas era tarde demais. Os dois Hel-Blar mais próximos de Quinn e

Connor ficaram onde estavam, rangendo os dentes, mas os outros mudaram de

curso.

Porque se há uma coisa além de sangue que um vampiro Hel-Blar ou de

outra espécie não poderia resistir, era a perseguição.

O Hel-Blar me perseguiu, porque eles não podiam não me perseguir. Alguns

de nós podíamos encadear o predador, mesmo que doa como o inferno, mas os Hel-Blar eram selvagens para começar. Autocontrole não estava entre seus

atributos. E presas que fogem, eram mais doces. Desperta dentro de todos nós

algo primordial, mesmo meu pai que era o mais civilizado de nós.

Corri rápido o suficiente para deixar o mau cheiro de lagoa podre para trás

por um tempo, negociando com agulhas de pinheiros geladas.

Mas não durou muito.

O amanhecer estava muito perto, e eu estava muito lento. Não podia correr mais, não com qualquer tipo de velocidade real. Quando as árvores pararam

indefinidas em torno de mim, parei completamente. Melhor preservar minha força

vacilante para a batalha. Pelo menos os Hel-Blar foram longe o suficiente de Quinn, Connor e Christabel. Mantive minha posição na borda de um pedaço de grama

congelada, sob uma arvore adornada com ouro em pó líquen. O chão estava

coberto generosamente de galhos quebrados. Eles teriam que servir como estacas

improvisadas se o pior ficar pior.

E, em nossa família, ultimamente, vinha sempre pior para pior.

O caso em questão era: os Hel-Blar atualmente fechados sob mim. Tinha

pelo menos cinco que eu podia ver. Ao estalido de mandíbulas, eu levantei minha

estaca.

O primeiro Hel-Blar pulou na minha garganta, enlouquecido de sede. Ele era

desajeitado com a necessidade, o que me deu a chance de esquivar-me do caminho e girar em torno e estaca-lo por trás. Cinzas resolvidas na grama aos

meus pés. O segundo Hel-Blar não era tão animal em sua sede, e havia um brilho

de inteligência em seus olhos vermelhos. Era assim com alguns deles, eles

estavam presentes e inteligentes o bastante para ser consciente em sua alimentação.

Não é bom.

Saliva respingando sobre minha bota.

Não é bom em tudo.

Empurrei de volta, usando a arvore para me estabilizar, para que pudesse chutar com força. O Hel-Blar vaiou quando meu calcanhar pegou seu esterno. Ele

cambaleou para trás contra outro vampiro, e ambos cambalearam. O terceiro

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correu em torno agitando seus membros e rosnando. Eu não podia ver o quarto

em tudo.

Eu apontei para frente com um galho, mas ele recuou, tirando-o da minha

mão. Peguei outro galho, mas consegui estaca-lo somente na clavícula.

— Merda. — eu tinha tempo para murmurar desgosto antes de ir para

minha garganta novamente. Eu o tenho nos joelhos, o tempo que teve de dobrar para trás para que ele não desse uma cabeçada em mim quando se dobrou.

Quando os outros fecharam, eu saltei para agarrar o galho acima da minha

cabeça e virei para a árvore. Eu pulei para a próxima arvore e na próxima tentando ganhar terreno. Dois me seguiram até as árvores como esquilos

homicidas, e os outros dois me rastreando na vegetação rasteira. Se tivessem

estacas eu teria sido morto. Corri junto aos ramos de cedro e carvalho até que as arvores dizimadas de um prado. Eu balancei o ultimo galho, xingando.

Eu não tinha qualquer lugar para onde ir.

E eu estava cansado demais.

Apoiei-me contra o tronco e esperei o Hel-Blar me alcançar. O cheiro podre

deles pairava no ar frio. Eles caíram por entre as folhas, os dentes estalando,

mandíbulas batendo. O som deslizou por cima de mim como aranhas venenosas. Eu estava tentando decidir se subia mais alto ou me arriscava no chão quando um

novo som em volta de nós apareceu, grunhindo suave que estremeceu através da

grama.

Foi o melhor som do mundo.

Motocicletas.

Meu irmão Duncan gritou a vista, circulando minha arvore e deslizando na

lateral quando a moto caiu. Ele levantou uma mão e disparou uma besta em miniatura, pegando um dos Hel-Blar no peito. Ela sibilou, agarrou o parafuso e

depois caiu em cinzas, como a neve. O Hel-Blar no galho ao meu lado foi

momentaneamente distraído. Eu não tinha energia para lidar com ele, então eu só

inclinei e o empurrei para direita, fora da árvore. Ele caiu gritando, e pelo tempo que ele bateu no chão, o reforço de Duncan chegou e o despachou.

Duncan parou a moto, olhando para mim, a calça manchada com graxa de motor como de costume.

— Tudo bem aí irmão?

Desci em um agachamento.

— Connor, Quinn e Christabel ainda estão lá. — apontei e os guardas atrás

dele decolaram nessa direção. Eu deslizei para o chão, limpando as cinzas e

sujeira do meu rosto. — Obrigado.

Duncan pegou uma garrafa de agua de plástico cheia de sangue fora de sua

mochila e jogou para mim.

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— Não me agradeça ainda. Mamãe e Papai têm a sua mensagem sobre a

cidade fantasma e Saga. Eles me mandaram para você.

Estremeci e tomei um longo gole antes de retirar a garrafa.

— O quão loucos eles estão?

Duncan bufou.

— Papai quebrou uma cadeira.

— Porcaria. — mamãe quebra móveis o tempo todo, mas o pai se orgulhava

de seu controle e até mesmo temperamento. Eu senti uma espécie de medo que

nem mesmo uma fera Hel-Blar tentando me matar poderia gerar. Eu drenei a

garrafa e senti que podia, pelo menos, chegar ao acampamento em meus próprios dois pés, mesmo se o que eu realmente queria fazer era acocorar em uma casa

segura até que meus pais esfriem.

Duncan e eu esperamos até que nossos irmãos e Christabel vieram em

nossa direção através das arvores, pareciam pálidos, mas gratos.

Quinn me deu um tapa no ombro carinhosamente, em seguida fez uma

careta.

— Não faça isso de novo.

Eu apenas bufei. Nós martirizamos a nós mesmos todo o tempo. Era genético.

Duncan deu outra garrafa para Christabel.

Ela fez uma careta.

— De jeito nenhum.

— Você é uma vampira garota. — Duncan disse. — Beba.

Ela olhou para o sangue através do plástico fino e amordaçado.

Connor passou o braço em torno do ombro, segurando-a.

— Tio G virá conectá-la na parte da manhã. — ele disse encorajador.

Christabel ainda não podia suportar a ideia de beber sangue, embora seu corpo não só ansiava por ele, mas exigia para sua sobrevivência. Tio Geoffrey teve que

lhe dar uma transfusão cada vez que ela acordava. Connor pegou a garrafa dela e

esvaziou-a limpando a boca com as costas da mão.

Um dos poucos guardas que Duncan tinha trazido com ele, acenou com a

cabeça uma saudação. Ele usava a marca da casa real em sua camisa. Ele era

velho o suficiente para que o amanhecer não fosse sequer notado para ele. Seus dois companheiros eram humanos, magros e letais como espadas.

— Nós vamos pegar a retaguarda. — ele disse. — E vamos deixar vocês dois com as motos.

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— Obrigado. — Quinn pegou as chaves dele antes que eu pudesse e subiu

na moto. Ele olhou para mim. — Vamos.

Eu pulei atrás dele, resmungando, mas muito cansado para discutir quem

iria dirigir. Connor ajudou Christabel com a moto em frente a ele e sentou-se enlaçando seus braços em volta do seu pescoço. Se ela desmaiar antes de

chegarmos lá, ele terá uma chance melhor de pegá-la para que ela não caísse

completamente. Passamos por outra unidade de guardas reais antes de chegarmos

ao acampamento.

Deixamos as motos no campo estreito ao lado da tenda minigaragem de

Duncan. Ele passou a maior parte do seu tempo com as ferramentas, equipamentos e galões. O acampamento estava muito lotado para ele, e ele

somente se juntou a nós de madrugada ou para reuniões familiares. Apesar de

Connor não gostar de multidões, Duncan era totalmente antissocial. Orientamos-nos para o acampamento iluminado por tochas.

Para a direita um grupo de dançarinas do ventre.

Elas dançaram em torno de nós, usando moedas de prata manchadas e

borlas tribais. Músicos ficaram ao lado em meia-lua tocando bateria. De repente, era como se estivéssemos em algum tipo de caravana no deserto antigo. Eu meio

que esperava ver um camelo.

— Piratas, guerreiros Huron, e dançarinas do ventre em uma noite. —

murmurei. — Minha cabeça dói.

Christabel pestanejou, suas palavras enroladas.

— Isso é real?

Uma das dançarinas deslizou seus quadris.

— Claro que sim. — respondeu Quinn reverentemente.

Os vampiros se reuniram ao longo das tendas, assistindo ao show. Os pés

nus das dançarinas sussurravam sobre o chão de grama achatada. Uma delas começou a girar, seu cabelo trançado caía levantando-se no ar. Ela girou e girou

até que ela era um borrão de cores e texturas. Os tambores se esforçavam para

continuar. As outras dançarinas deslizaram no local até que suas moedas se espalhassem como estrelas cadentes.

— Hum, que inferno? — Connor perguntou.

— Com os cumprimentos de uma das tribos egípcias. — uma menina

respondeu. Ela usava pintura salpicada e macacão e mais parecia uma estudante

de arte da universidade do que uma vampira. Seu cabelo era uma nuvem de cachos castanhos escuros, sua pele como o chocolate com leite. — Este lugar é

uma arte e expo-cultura. Totalmente incrível.

Christabel estava tecendo em seus pés.

— Ás vezes, uma tropa de donzelas alegres... — ela citou.

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A menina sorriu para ela.

— A Dama de Shalott! Essa é a minha pintura favorita por Waterhouse.

Christabel foi momentaneamente distraída do seu desmaio.

— Você conhece A Senhora de Shalott?

— Eu sou Sky. — a menina se apresentou sorrindo. — E nós definitivamente

devemos sair.

— Totalmente. Qualquer um que... — Christabel desmaiou no meio da frase.

Connor a pegou.

Sky balançou a cabeça com simpatia.

— Recentemente transformada?

— Muito nova. — Connor disse, levando Christabel no meio da multidão

para a tenda Drake.

Os tambores atingiram um pico e as dançarinas do ventre circularam por

nós em suas saias de choli bordadas com contas, cheirando a incenso de sândalo

e perfume âmbar. Uma delas brilhou suas presas para mim antes dos tambores pararem de repente e as meninas dispersarem no publico admirador.

— Ela estava flertando com você irmãozinho. — Duncan sorriu para mim.

— Ela não estava. — murmurei. — Dá um tempo.

Sky riu.

— Ela totalmente estava. Ela tem uma queda pelos meninos Drake.

Eu já disse isso antes e vou dizer de novo. As meninas são estranhas.

— Pronto? — Quinn perguntou quando Sky se afastou e não conseguimos mais evitar a tenda da família.

— Claro que não.

— Eu também não.

Mamãe e Papai esperavam dentro da tenda. As luzes das lâmpadas a óleo

brilhavam presas, estreitou os olhos e Mamãe recolheu a arma.

— Parabéns. — papai falou primeiro, sua voz suave como a fumaça que

antes encheu meus pulmões. — Eu honestamente não sei com qual dos meus

filhos eu estou mais irritado agora.

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Capitulo 4 Lucy

— O que, estão todos loucos esta noite? A lua nem mesmo está cheia ainda. Theo, o enfermeiro–chefe na enfermaria da escola, parecia competente,

calmo e totalmente revoltado. Como ele ainda estava lidando com as consequências da cidade fantasma, que ajudei a explodir somente algumas horas

atrás, eu não podia culpá-lo. Ele me olhou com severidade.

— Você já não explodiu um monte de gente hoje à noite?

Balancei a cabeça envergonhada. Kieran já estava deitado em uma maca. Eu

ajudei a empurrá-lo para dentro com Theo. Ele estava ainda mais pálido nas luzes brilhantes da enfermaria. Não havia ninguém na sala de espera, apenas copos de

café vazios. As cortinas verdes foram desenhadas em torno de todas as camas de

emergência. Meu nariz queimando com o forte cheiro de antisséptico.

Kieran gemeu o sangue encharcando o curativo improvisado. Theo

amaldiçoou.

— O que aconteceu com ele?

— Vampiro.

— Eu posso ver isso. — Ele ergueu as pálpebras de Kieran e fez um som na parte de trás de sua garganta que eu não poderia interpretar.

Minhas mãos começaram a suar de novo.

— Ele vai ficar bem, certo?

Outra enfermeira correu de um dos quartos dos fundos, seu uniforme torto,

resmungando.

— Esse velho Caçador que trouxe da cidade fantasma? O que pensa que é tudo difícil? — ela balançou a cabeça. — Grande bebê. — seus olhos se

arregalaram quando ela viu Kieran. — Não é o sobrinho de Hart? — Hart era o

líder da Hélios-Ra e o chefe de todos. Tecnicamente, eu acho que ele era meu chefe agora também. Hah. A única pessoa de quem eu recebo ordens é Helena Drake.

— Hel-Blar? — Theo me perguntou.

Balancei a cabeça rapidamente.

— Não.

— Você tem certeza?

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— Sim.

Kieran tossiu fracamente.

— Não Hel-Blar — ele confirmou.

Theo acenou para a outra enfermeira.

— Coloque-o em solução salina e tenha o médico para examiná-lo.

— Imediatamente. — ela empurrou Kieran atrás de uma das cortinas.

Fui seguir, mas Theo me parou.

— Nós o temos. — ele disse. — Ele pode até não precisar de uma transfusão, apenas descanso. Gosto de você.

Pisquei, porque havia dois dele. Alivio fez meus músculos fracos e o cansaço que eu estava adiando correu dentro e eu cambaleei. Theo franziu a testa.

— Vá para a cama Lucy. Agora.

— Eu só vou cochilar na cadeira até que o médico atenda Kieran.

Ele me empurrou para a porta.

— Vá para a cama. — ele repetiu. — Eu prometo que vou ligar se alguma coisa mudar.

— Mas...

Ele fechou a porta de vidro na minha cara e trancou-a.

Rude.

Voltei para o dormitório porque eu estava cansada demais para fazer outra

coisa. Pássaros cantavam aos quatro ventos. Sair com vampiros era um inferno para os padrões de dormir de uma menina.

Arrastei meus pés ao longo do caminho enquanto o sol se levantava apenas o suficiente para iluminar a neblina fora da lagoa e serpenteando as arvores. Eu

estava feliz pelo campus estar deserto para que ninguém visse meu patético

caminhar embaralhado. Eu bocejei tão amplamente que um urso polar poderia ter confundido minha boca com uma caverna e se arrastar para hibernar durante o

inverno. A grama brilhava com orvalho e fez a alça de metal da porta do dormitório

lisa e fria. Não haveria gelo nas montanhas, fixando-se sobre as brasas e cinzas da cidade fantasma, onde minha prima tinha sido presa.

Eu me arrastei pelas escadas e pelo corredor até meu novo quarto. Minha companheira de quarto Sarita não se mexeu quando eu entrei, dormindo com seus

cobertores dobrados perfeitamente ao seu redor. Ela ainda dormia ordenadamente.

Eu caí na cama ainda minhas roupas manchadas de fuligem sangue e meus

sapatos enlameados. Eu deveria chamar Hunter e lhe dizer que Kieran estava na enferm...

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Adormeci pegando o telefone.

Teria dormido direto até o jantar se Sarita não tivesse me acordado.

É evidente que ninguém tinha dito a ela que não é inteligente acordar uma menina coberta de armas e lama. Parece fundamental para mim, mas então, eu

cresci com os Drakes.

— O que? — resmunguei quando abri um olho para encontra-la de pé na

minha cama. Eu durmo melhor em uma casa cheia de vampiros. Essa coisa de

colega de quarto não estava sendo um grande começo.

— Você está doente?

— Sim. — murmurei, esperando que fosse fazê-la ir embora. Puxei o travesseiro sobre a cabeça.

— Não é a gripe, é? Estudantes morreram você sabe.

— Isso não foi uma gripe. — disse através do meu travesseiro. — Isso foi

uma pílula estranha que um de seus professores deslizou para os alunos. — Os alunos com laços com vampiros para ser mais precisa. Então, os vampiros

beberiam com eles, ficariam doentes e morreriam. Hunter descobriu a trama

secreta e salvou a escola. E então, Quinn a salvou, e tudo deu certo no final. Eu ainda estava recebendo um chute fora de vê-lo assim com uma menina. Só uma

menina. Ele até apagou os outros números em seu telefone. No mundo de Quinn

foi cataclísmico. Ele pode muito bem ter sua serenata no gramado da frente da escola para que todos possam ver.

— Como você sabe? — Sarita perguntou. — A explicação faria doer sua

cabeça. E você sempre dorme até tarde? São cinco e meia.

Eu gemi.

— Sarita?

— Sim?

Tudo o que eu queria era ser rude ou violenta.

Mordi minha língua. Veja, eu já estava aprendendo coisas nessa escola.

— Não importa. — levantei-me e fui pelo corredor até o banheiro. Eu não estava acordada o suficiente para lembrar os acontecimentos de ontem à noite até

que eu estava de volta no meu quarto. Vesti-me rapidamente para que eu pudesse

chegar até a enfermaria para checar Kieran. O sol já estava sumindo. Seria anoitecer em breve. Eu mandei uma mensagem para Solange e Nicholas.

— Estudamos os clãs de vampiros históricos do Conselho Raktapa ano

passado. — Sarita me interrompeu, olhando mais de perto o camafeu que eu sempre usava. — Não é a insígnia da família Drake?

Eu toquei o pingente, protetora.

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— Sim. — Nicholas me deu durante o verão. Troquei a fita de veludo por

uma corrente mais durável, quando se tornou obvio que veludo era muito delicado para minhas atuais circunstancias.

— Eu não acho que você está autorizada a usar brasoes de vampiros na escola. — ela ficou horrorizada.

Olhei para ela por uns dez segundos antes de responder

— Om Namah Shivaya.

Ela piscou.

— Hein?

Com explicar que minha mãe me ensinou mantras Védicos como uma forma

de lidar com o estresse e a perda iminente do meu temperamento. Especialmente

quando socar alguém no nariz era inadequado. Ao invés, eu a transpassei com o meu melhor brilho Helena Drake. Fomos salvas por uma forte batida na porta.

Hunter estava do outro lado, olhos arregalados.

— Kieran está na enfermaria. — seu rabo de cavalo loiro balançou

ansiosamente.

— Eu sei. Eu o trouxe aqui.

Vendo Hunter, Sarita era toda atenção, como se isso fosse uma escola

militar e Hunter um general.

— Oi Hunter.

Hunter lhe lançou um sorriso distraído, então franziu a testa para mim.

— Eu ia perguntar por que você não veio me dizer, mas você parece uma

merda.

— Nossa obrigada. — eu disse secamente. Peguei meu suéter. — Vamos ver

como ele está.

Corremos para fora do dormitório e em uma tarde fria de final de outono.

Minha respiração embaçou no ar. O inverno estava definitivamente em seu

caminho. As arvores estremeceram, espalhando as ultimas folhas. Os alunos correram para a sala de jantar e para baixo da academia, empacotados em blusas

grossas.

— O que aconteceu? — Hunter perguntou. — E eu posso te dizer como estou

doente deste lugar? — acrescentou ela quando nos aproximávamos da enfermaria.

As luzes fluorescentes fazendo quadrados na grama.

Eu não sabia o que Quinn havia dito a ela sobre Solange e sua luta. Ou se

Kieran tinha mencionado isso.

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— Foi um vampiro. — eu disse. — Fui encontrar Solange na ultima noite e

encontrei-o assim. — mentira. Mentira gorda e grande.

Hunter empalideceu.

— Hel-Blar?

Eu balancei a cabeça.

— Não, ele estava lucido. Foi apenas uma mordida de vampiro. Ele perdeu

um pouco de sangue. Theo não parecia assustado, nem nada.

— Theo nunca parece assustado.

— Ele te ligou? O que ele disse?

— A mãe de Kieran ligou. — Hunter respondeu quando entramos no quarto

limpo e luminoso com aroma medicinal. — Ela não vai vir para o campus. Ela não é... bem, ela é frágil.

— Ela é? — Kieran nunca mencionou sua família, além de seu pai, a quem ele uma vez pensou que os Drakes tinham assassinado. Ele tinha sido morto por

Hope na verdade, uma agente Hélios-Ra que tinha tomado sobre a sociedade junto

ao tio de Kieran. Ela tentou matar Solange também.

Mesmo morta, eu não gostava dela.

Theo veio de uma das cortinas e me olhou criticamente.

— Melhor. Mas você precisa de mais horas de sono. E proteínas.

— Como está Kieran? — Hunter e eu perguntamos juntas.

— Ele tem alguns pontos, perdeu um pouco de sangue. Provavelmente tem uma cicatriz. Poderia ter sido pior.

— Podemos vê-lo? — Hunter perguntou. — E a resposta para essa pergunta é ‘sim’, Theo. Ele é meu melhor amigo.

Theo apenas bufou.

— Você precisa de mais horas de sono também Hunter. Você perdeu mais

sangue do que ele fez, e não foi há muito tempo.

— Sim, sim. Onde ele está?

— Ele foi para casa.

— Ele fez? — ela parecia surpresa. — Sua mãe não fez...

— Não, seu amigo Eric o pegou.

— Kieran tem amigos? — foi uma pergunta estupida. É claro que ele tinha amigos. Eu estava acostumada a ver ele como namorado de Solange, ou antes,

disso, como o agente irritante da sociedade secreta irritante. Que eu agora era

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membro. Quando exatamente a vida tinha se tornado tão ridiculamente

complicada?

Ah sim, quando eu tive que dar um choque na minha melhor amiga.

— Lucy, você está vindo? — Hunter estava me esperado na porta. — Theo

está certo, você precisa jantar. A cafeteria é por esse caminho.

— Você não está indo comer?

Ela balançou a cabeça.

— Eu quero ligar para Kieran, então eu preciso colocar algum tempo na

academia.

— Eu te odeio.

— Porque todos dizem isso quando eu menciono ir para a academia? — ela murmurou enquanto se afastava.

Quando cheguei ao refeitório senti-me perdida de uma maneira que eu não me sentia há muito tempo. Eu tinha ido para a mesma escola e tive os mesmos

amigos e conduzi pela mesma estrada para vê-los quase todos os dias durante

anos. Eu realmente nunca notei até agora. Mas os acontecimentos recentes haviam me chutado para fora do meu casulo seguro. Nos últimos meses eu já

tinha sido capturada por vampiros hostis, fui presa em um calabouço, obtive

pontos na parte de trás da minha cabeça e eletrocutei minha melhor amiga. Nenhuma dessas coisas me fez sentir estranha ou indefesa como este refeitório

organizado, com seus pisos antigos e vitrais e da pausa no zumbido de conversas

quando todos pararam para me ver na porta.

Eu não estava acostumada a ser aquela que hesita incerta.

De jeito nenhum eu seria aquela garota agora.

Obriguei-me a dar um passo a frente, tentando sorrir com uma indiferença.

Eu não estava nem perto de sentir isso. Eu lutava para ignorar o peso da coceira nos olhos de tantos rastreando cada movimento meu. O corpo estudantil Hélios-Ra

não era exatamente grande, havia apenas cerca de 30 alunos por serie, mas a

maioria deles estava aqui agora, sussurrando sobre mim entre mordidas de bolo de carne e purê de batatas.

Mesmo que eu estivesse morrendo de fome, de repente não podia suportar a ideia de trazer minha bandeja de plástico para uma mesa vazia e fingir que não

percebi todos os olhares. Normalmente eu iria apenas me apresentar ao primeiro

grupo amigável de olhar, mas não faria isso ainda. Amanhã. Depois que eu falar

com Solange e Nicholas e Kieran.

Peguei uma barra de proteína e uma banana para mais tarde e decidi

mandar outro texto para Solange. Eu sabia que ela estava bem, já que ninguém tinha me ligado para dizer o contrario. Mas eu provavelmente deveria pedir

desculpas pela coisa do choque. E deixá-la pedir desculpas por tentar me morder.

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32

— Deus, você ainda está aqui? — alguém zombou. Era uma menina que

tinha me dado uma atitude no primeiro dia em que me mudei para os dormitórios, só que ela estava com dois caras desta vez. Eu quase gemi em voz alta. Eu não

estava no clima para isso. E eu tinha visto filmes de John Hughes da década de

1980 suficientes para saber que isso não ia sair bem.

— Eu não posso acreditar que eles deixariam uma espia de vampiro aqui. —

ela disse. Havia um monte de estacas no seu cinto. — Você sabe que não pertence

aqui, certo? Quero dizer, você não é estupida o suficiente para pensar que isso é normal? Especialmente com todos os agentes que chegaram para proteger a

cidade de todos os seus amigos.

Os outros alunos ficaram em silencio em torno de nós, escutando

abertamente.

— Você sabe o que? Estou um pouco cansada de bater nas pessoas a noite

toda para lidar com seus problemas. — perguntei-me o quanto eu ficava na

detenção por iniciar uma briga no refeitório.

— Nós estaremos vigiando você. — um dos caras avisou se aproximando. —

Estarei rondando perto. — ele me informou. — Você precisa praticar.

— Ah é? — ele deu um passo mais perto, batendo-me propositadamente de

volta.

Eu tive um lindo sonho de quebrar seu nariz.

Na verdade eu estava fazendo um punho antes de sequer perceber.

— Whoa. — Jenna, amiga de Hunter estava de repente do meu lado. — Ben

é um idiota, mas ele não vale a penas esfregar os banheiros por um mês.

Fiz uma pausa.

— Detenção é lavar os banheiros?

— Por bater em outro estudante, sim.

Baixei meu punho relutantemente.

— Nojento.

— Ela é uma traidora Jenna. — Ben insistiu, olhando vagamente surpreso que ela não estava automaticamente do seu lado.

— E você está sendo um Neandertal. — ela estreitou os olhos em advertência para ele. As sardas no nariz não a fez parecer menos intimidante. Ela virou-se

para mim ignorando-os. — Quer ir para uma corrida?

— Sim.

E isso era mais assustador do que qualquer valentão.

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33

Eu estava suada e dolorosamente ofegante no final da pista, quando um dos

professores apontou para mim.

— Lucky Hamilton?

— Perto o suficiente. — suspirei. Claramente eu ia ter que reeducar todos no

campus. Eu não tinha atendido por Lucky desde meu primeiro dia de escola

regular.

— A diretora quer ver você.

Eu estremeci.

— Eu não fiz isso.

Ele arqueou um sorriso.

— Seu escritório fica no piso térreo, o prédio de tijolos lá.

Jenna limpou o rosto com uma toalha.

— Azar Hamilton.

— Merda. — eu resmunguei. — As aulas ainda nem começaram.

— Ela provavelmente quer apenas avisar que Hunter e eu, somos más

influencias. — ela sorriu.

Eu bufei.

— Por favor, Hunter anda na linha.

— E ela está namorando um vampiro.

— Detalhes.

— Basta olhar a sua volta. Escola tensa no momento. — Jenna acrescentou.

Pensei em Bem e seus comparsas.

— Estou recebendo isso.

— Mesmo Hunter, obtendo porcaria de Bem e Jody. — Jenna disse, lendo

minha expressão. Pelo menos eu finalmente soube o nome da menina. — E depois

que o medico mudou Spencer para salvá-lo, todo mundo tem estado extra nervoso.

Ela foi demitido.

— Mas Spencer teria morrido.

Jenna encolheu um ombro.

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— Melhor morto do que morto-vivo. — ela sorriu se desculpando. — Velho

lema Hélios-Ra.

Eu moí meus dentes.

— Racista. Ou especiesistas, o que for.

Ela levantou uma mão em defesa.

— Ei, eu gosto de Spencer, com presas ou não.

— Eu sei. Desculpe. Isso me deixa irritada.

— Deixa Hunter irritada também. Deveria ter ouvido da boca dela. Eu não

tinha ideia que ela sabia palavras como essa. — ela pegou uma garrafa de agua de sua bolsa de ginastica. — De qualquer forma, basta ser educada e Bellwood não

deve vir em cima de você muito duro. Ela é meio cruel, mas ela é justa. — ela

apontou com a cabeça em direção ao escritório. — No entanto, não a deixe esperando.

Olhei para o meu relógio e forcei minhas pernas de borracha em uma corrida. Eu tive que fazer isso rápido se eu quisesse tempo suficiente para

encontrar Nicholas antes do toque de recolher do campus. Eu quebraria se tivesse,

mas eu prefiro não. Eu já estava no radar da escola como era.

O escritório de Bellwood era no final de uma linha de salas de aula vazias.

Ele era impecavelmente organizado e limpo, quase tão cruelmente organizado e

limpo como Bellwood. Sarita deve adorá-la. Esperei na porta para que ele me reconhecesse. Ela não olhou da sua tela de computador.

— Sente-se.

Eu praticamente resisti ao impulso de latir como um cão.

Ao invés disso me sentei, perguntando-me por qual das minhas muitas

infrações estava prestes a ser presa novamente. Ela finalmente olhou para mim

depois de um momento que me contorcia de constrangimento. Havia linhas de riso no canto da boca, o que implica que ela deve pelo menos saber como sorrir. Você

não sabe de olhar para ela agora. Lembrei-me que já tinha sobrevivido a Lady

Natasha e incontáveis vampiros, para não mencionar a mãe de Solange. Eu poderia sobreviver a uma diretora de colégio.

— Você fez muito bem em seus testes de colocação. — ela começou sem preâmbulos. — E por isso você foi colocada em décimo primeiro grau, apesar de

sua inexperiência foi admitida pela Liga. Sua compreensão dos costumes vampiros

é impressionante Lucky, mas o seu conhecimento Hélios-Ra é consideravelmente

menos impressionante. Você foi atribuída a um professor particular para ajudá-la a se recuperar. Você vai ter que trabalhar duro se você pretende se formar com os

outros.

— Sim, Sra. Bellwood. — deveria tê-la chamado de diretora Bellwood?

Parecia algo saído de um colégio interno vitoriano.

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Ela me olhou, finalmente, severa, mas não cruel.

— Eu sei que isso deve ser um grande ajuste para você.

— Eu acho que sim. — eufemismo.

— É um ajuste para os nossos alunos também. — será que ela já ouviu falar

sobre meu encontro com Jody e Bem? Impressionante. — O qual é parte da razão que concordei com essa transferência quando Hart solicitou. Ele corre pela Liga

Lucky, mas ele não manda nesta escola.

— Hum, obrigada?

— Se os acontecimentos dos últimos meses nos ensinaram alguma coisa, é

que o mundo esta claramente mudando e nós precisamos ser fortes o suficiente para se adaptar se quisermos suportar. Meu único proposito nesta escola é a

formação de meus alunos da melhor maneira possível, de modo que eles vão

sobreviver. Eu não preciso dizer a você que a vida de um Caçador pode ser abreviada.

Eu balancei a cabeça.

— Eu entendo que você tem subsídios especiais por causa da sua

associação com Hart, mas que só fará você chegar tão longe.

Eu ainda não tinha tirado vantagem de quaisquer licenças especiais, ainda.

Eu não tinha certeza de quais elas eram.

— Eu estou tentando dizer que retirar Caçadores experientes que foram

tecnicamente fazer seu trabalho, atacando um ninho de vampiros é desaprovado.

— ela continuou. — Mas desde que você também salvou o sobrinho de Hart, trazendo-o para a enfermaria na noite passada, você já conseguiu equilibrar suas

transgressões. O que é bastante impressionante em si mesmo. No entanto. — ela

acrescentou rapidamente. — Eu prefiro que seu nome não chegue com tanta frequência.

Eu também. Ela foi quase furtiva.

— Nós estaremos observando.

— Porque isso não é ameaçador. — murmurei. — Sim senhora. —

acrescentei em voz alta.

Eu não me incomodei em dizer que ela não foi a primeira pessoa a dizer isso

para mim hoje.

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Capitulo 5 Solange

Domingo, pôr do sol.

A primeira coisa que eu ouvi quando acordei foi à voz da minha mãe.

Eu não tinha notado no inicio, acordando com o fogo da fome que turvava

minha visão de vermelho e fazia todos os meus sentidos afiados. Eu drenei duas

garrafas de sangue antes que eu pudesse lembrar quem eu era. Limpei minha

boca e me senti melhor. Então eu pensei sobre Kieran e me senti pior.

— Solange Rosamund Drake.

A voz da mamãe revibrou pelas escadas de metal para a casa subterrânea

segura. Se tom de voz poderia ter sido usado como um florete, e minha cabeça já

doía, mas eu não podia dizer isso a ela. Ela saberia que eu bebi sangue humano fresco ontem à noite, acordar com o que eu considerava uma ressaca de sangue.

Constantine assegurou-me que é normal. Levou algum tempo para que os vampiros processem tanto sangue, e sangue ao vivo a partir da veia era muito

mais potente do que o sangue engarrafado e refrigerado. Você precisa de menos,

mas queria mais.

— Solange, venha até aqui. Agora.

Suspirei e subi a escada de metal com relutância. As tendas eram

guardadas dia e noite, mas elas ainda estavam vulneráveis. A luz do sol não

poderia ser piquetada, o vento pode soprar um teto fora e nós seriamos fracos

como gatinhos. Então, nós dormimos no subsolo durante o dia, e nos reunimos com a família à noite na tenda. Os tuneis sob as montanhas e sob a floresta foram

atualmente lotados de famílias de vampiros.

O interior da tenda estava iluminada com lâmpadas de azeite, a grama

estava coberta de tapetes persas grossos, e a tapeçaria de Madame Veronique

bordada à mão com a insígnia da família Drake pendurada em uma parede. Havia sofás, mesas de madeira, bancos entalhados e uma mesa longa no estilo medieval.

Empurrei meu cabelo emaranhado do rosto e tentei não olhar culpada para mamãe.

— Oi mãe.

— Não diga “Oi, mãe” para mim — ela voltou bruscamente. — Você foi

trazida inconsciente ao amanhecer. — Ela estava vestindo seus couros negros de batalha. Rainha ou não, Lua de Sangue ou não, minha mãe era a mãe.

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— Eu perdi meu caminho na floresta.

— É por isso que você deveria ter um guarda com você — meu pai interveio

suavemente. Sua decepção calma era tão ruim quanto o temperamento da mamãe.

— Eu tenho certeza que nós conversamos sobre isso.

Engoli uma replica que esteve me aterrando, vampira Princesa ou não.

— Eu sou uma vampira — eu disse. — Não é como se eu estivesse indefesa.

— Você também tem 16 anos, jovem dama. — Mamãe estalou. — E você tem

um toque de recolher por uma razão muito boa.

— Eu sei — disse calmamente. — Sinto muito. — Eu precisava sair daqui.

Eu tinha que descobrir se Kieran estava bem. Olhei para a porta. Tochas tremeluziam do outro lado da tela pintada. Mudei para ele.

— Onde você pensa que vai? Nós não terminamos aqui.

— Mãe, eu disse que estava arrependida. — Eu estava tendo flashbacks

deste verão, quando todo mundo girava em torno de mim preocupados. Eu literalmente coçava sob minha pele. Eu não ia ser a Princesa na torre mais. Não é

para qualquer um. — Eu tenho que ir.

— Onde?

— Para ver Kieran.

Ela balançou a cabeça.

— Ele pode esperar.

Mas essa era a coisa. Eu não sabia se ele poderia.

— Eu vou.

— Solange. — Papai levantou-se sob seus pés. Ele parecia preocupado. — Não é seguro. Para qualquer um de vocês.

— E nós estaremos no bloqueio em um par de dias — Mamãe acrescentou.

— Eu sei — disse. — Mais uma razão para você me deixar ir hoje à noite

antes do Lua de Sangue começar. Não é como se eu pudesse chamá-lo a partir daqui.

Papai olhou brevemente orgulhoso. Ele sempre parabenizou um pouco quando um de nós ganhou um argumento usando a lógica, simples lógica. Era o

mesmo orgulho que Mamãe sentia quando podíamos atingir um alvo em

movimento com uma faca arremessando. Mãe viu o olhar e suspirou.

— Tudo bem. Volte às 15 horass — ela me disse com firmeza. — E tenha

alguém com você.

Peguei minha jaqueta de couro da árvore de casaco. Os bolsos internos eram

pesados com estacas, punhais e armamentos variados. Parei sob o beiral e tomei

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uma respiração profunda do ar frio da montanha, se eu ainda respirasse. O peso

dos últimos meses e a memoria do sangue de Kieran em meus lábios me fez estremecer.

— Você está doente? — Nicholas perguntou, saindo das sombras. — Você está estranha.

— Eu estou bem. — olhei para ele advertindo. - Eu gostaria que as pessoas parassem de me perguntar isso.

— Tudo bem. — ele deu de ombros. — Contanto que você não vomite em

meus sapatos.

— Feito. — Eu meio que sorri. — Eu tenho que ir para a cidade.

— A mãe sabe?

— Cale-se.

— Irritada.

Eu franzi o nariz.

— Um pouco. Você vem comigo?

— Claro.

Saímos para o movimento dos campos, as estrelas nítidas sobrecarregadas

que você poderia ver a Via Láctea. Havia um caminho já desgastado pela grama,

lanternas piscando onde desviou. Guardas ficaram na frente e no verso de cada tenda. Aqueles com insígnias reais em suas camisas mergulharam a cabeça

quando nos viram.

— Isso ainda é estranho — Nicholas murmurou.

O que eu tinha embalado para dormir na semana passada com os meus

feromonios me observava com cautela. Cabeças se voltaram curiosamente quando meus dentes extras chamaram a luz. Eu deixei minha tela de cabelo no meu rosto.

— Droga. — Constantine teria me dito para piscar-lhes com orgulho. Eu não podia vê-lo em qualquer lugar. Sussurros rolaram em nosso caminho, como ondas

por trás de um barco em uma lagoa clara.

— É apenas um par de dentes. — Eu encolhi os ombros. — o que é a grande

maldição? — Perguntei, embora esses mesmos dentes me tinham em pânico

alguns dias atrás. As presas extras não eram normais, nem era a sede de sangue aguda ou o fato de que meus feromonios trabalham em outros vampiros. Nós

ainda estamos tentando manter a ultima parte em segredo.

— Não é isso — Nicholas respondeu severamente.

— E então? — De repente ele estava tão perto do meu lado, eu tropecei

quando seu cotovelo me bateu fora de equilíbrio. — O que você está fazendo?

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39

— São as Fúrias.

Eu pisquei.

— Quem?

— Sebastian me contou sobre elas. Eles usam para servir Lady Natasha.

Fiquei fria com a menção de seu nome. Ela pode estar morta, na ponta da

estaca da minha mãe para ser exata, mas ela também tentou me matar e comer

meu coração. Não era algo que você esquece.

E aparentemente, eu não era a única a me lembrar.

Havia sete Fúrias: três vampiros e quatro bloodslaves humanos, todas mulheres. Elas tinham o cabelo tingindo do mesmo branco de Lady Natasha. Até

usavam no mesmo estilo, ossos com franja reta grave. Eles usavam vestidos

brancos elaborados, como ela teve na noite que tentou me matar. Eles pareciam exatamente como ela, exceto que cada um tinha a marca da casa dela tatuado em

seus rostos: três penas de corvo preto. As penas que usavam em seus cabelos

foram clareadas de branco.

Era assustador.

— London não está com eles, está? — Nós não tínhamos visto nossa prima

desde antes do meu aniversario. Até mesmo seus pais não podiam encontrá-la.

Ela mandou um e-mail para que eles saibam que ela estava bem, mas ela essencialmente fugiu depois que eu transformei.

— Não, ela não está. — Nicholas inclinou-se entre mim e as Fúrias, quando

começaram a assoviar.

— Usurpadora — um deles cuspiu. — Assassina.

Tecnicamente, minha mãe era a usurpadora, mas eu não disse isso em voz

alta. Eu tinha um sentimento de semântica que não era exatamente importante

agora. Eu era uma figura de proa para eles, um bode expiatório. Essa profecia maldita de novo.

As Fúrias se aproximaram, como os esporos de um cogumelo venenoso branco vagando perigosamente perto. Meu pescoço arrepiou. Nicholas ficou tenso,

a ponto de chegar para uma arma. Eu agarrei o braço dele, lembrando a mulher

Joiik chorando sobre as cinzas do seu amado aos seus pés e as flechas de ponta vermelha do Chandramaa.

— Não — eu disse a ele. — Basta fazer backup e manter suas mãos visíveis. — Eu segurei as minhas para cima como se estivéssemos com uma arma.

— Eu não confio neles.

— Então confia no Chandramaa. — Ele não os tinha visto em ação, no

entanto, não tinha visto as faces de Constantine ir para tão pálida que parecia

facas de osso. E eu tinha certeza que ele não se assustava facilmente. Meus

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dentes alongaram, fazendo minhas gengivas brutas e coçarem. Meus lábios

levantaram por vontade própria.

Eu pisoteei abaixo a onda de adrenalina e da necessidade de lutar para trás.

Nenhuma maravilha Mamãe ser tão rabugenta. Esse tipo de coisa era o seu pior pesadelo.

Eu não estava adorando também.

— Vamos sair daqui.

Estávamos sendo seguidos.

Não era surpreendente, nossos pais tinham colocado guardas em nós no

minuto que chegaram tribos de todo o mundo. Eu estava obrigando-os a me deixar

sozinha. Eu também obriguei a esperar por mim e não contar a ninguém que eu sempre voltaria com eles. Eu me senti um pouco culpada por isso, mas eles

estavam me deixando louca.

E hoje à noite, eu nem sequer me senti culpada.

Eu só queria que eles se fossem.

Puxei um retorno, os pneus derrapando e marcas pretas queimando na rua.

Os guardas gritaram com a parada, uma confusão simples em seus rostos, mesmo com seus capacetes. Eles levantaram suas viseiras.

— Há problemas minha senhora?

Eu pisquei distraída.

— Você acabou de dizer “minha senhora”?

Simplesmente correto.

Eu balancei a cabeça.

— Não importa. — Tirei minha moto e fiquei entre eles, perto o suficiente

para ver seus olhos claramente, perto o suficiente para que eu pudesse afeta-los

com meus feromonios. Eu realmente não preciso do contato com os olhos, mas

ajudou.

— Vá embora, por favor. — Eu não me incomodei dizendo-lhes para esperar

por nós. Eu só queria chegar ao Kieran.

Eles concordaram em uníssono e, em seguida, viraram suas motocicletas e

foram embora. Nicholas gritou algo para mim, mas eu fingi que não o escutei

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sobre o motor das motocicletas. Eu continuei indo e ele não teve escolha a não ser

seguir.

Lucy e eu tínhamos dirigido para a casa de Kieran uma vez, tarde da noite,

quando tivemos a certeza de que não seriamos pegas, mas eu nunca tinha estado dentro. Parei algumas casas para baixo e empurrei minha moto para a arvore no

canto de frente a sua casa. Eu me inclinei no estribo e olhei para o jardim limpo e

cheio de amores-perfeitos pendurados e na luz quente das janelas. Parecia tão

normal.

Nicholas se aproximou de mim.

— Droga, Sol. Já ouviu falar no limite de velocidade?

— Ah certo, vindo do cara que tem três multas de velocidade na primeira semana que teve sua licença.

— Isso é diferente. — Pelo menos ele teve a graça de olhar envergonhado. — E o que diabos foi isso com os guardas?

— Eu só pedi um pouco de privacidade.

— Uh-huh. — Ele não parecia nem um pouco convencido. Depois de um

momento ele encostou-se em um galho baixo pendurado. — Sol?

— Sim?

— Porque estamos à espreita?

— Não estou à espreita — eu disse, um pouco defensivamente. — Eu estava esperando por você. Pensei que você tinha se perdido.

Voltei-me para a casa. Eu podia ver um sofá de couro através da janela da

sala e no canto uma mesa de café com uma vela e um vaso de rosas. Eu deveria bater na porta. Ou pelo menos enviar um texto para Kieran saber que eu estava de

pé no seu jardim. Eu sabia que ele estava bem, Lucy tinha me deixado uma

mensagem de voz enquanto eu e Nicholas estávamos em nosso caminho para a cidade. Mas e se ele não quisesse me ver? E se ele me odiava agora? Ou pior, e se

ele estava com medo de mim?

Eu estava com medo de mim.

— Vocês brigaram ou algo assim? — Nicholas perguntou irritado.

Eu balancei a cabeça.

— Você vem comigo?

— Para a porta da frente? — Ele franziu o cenho. — Sério, Solange, o que está acontecendo?

Eu mostrei minhas presas para ele.

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— E se a sua mãe abre a porta? — Mesmo que eu mantivesse a boca

fechada ela daria uma olhada nos meus olhos vermelhos e assumiria que eu estava drogada. Nenhuma dessas era a primeira impressão que eu estava ansiosa

para dar. Nicholas, pelo menos, poderia passar por humano.

— Ah. — ele caminhou na minha frente e bateu na porta. Eu pairava

nervosamente atrás dele, puxando para cima meu capuz debaixo do meu casaco.

A mãe de Kieran abriu a porta, como eu temia. Ela era mais frágil do que eu

imaginava que pareceria. Eu presumi que ela estaria dura e musculosa como a

minha mãe, ou terrosa como a mãe de Lucy. Ela foi casada com um Caçador de

vampiros depois de tudo, antes de Hope assassiná-lo. Mas ela parecia frágil, seu cabelo fino e suave em torno do seu rosto, que era tão fino que era quase magro.

Mesmo as perolas ao redor do seu pescoço parecia muito pesadas para ela.

— Sim?

— Desculpe incomoda-la Sra. Black — Nicholas disse educadamente. — Nós somos amigos de Kieran.

Ela sorriu, suas mãos tremulam em sua garganta. Tentei não olhar para as veias azuis pulsando lá.

— Oh, você é da escola também?

— Hum, não.

Ela olhou por cima do ombro e me viu.

— Você deve ser Solange — ela disse suavemente. — Você é tão bonita

quanto Kieran disse. — Seus olhos estavam úmidos, como se ela pudesse começar a chorar. Troquei nervosamente de um pé para o outro e tentei sorrir sem mostrar

até mesmo uma sugestão de dentes.

— Mãe, quem é que est... — Kieran se interrompeu quando ele dobrou a

esquina e nos viu na varanda. — Solange. — Eu franzi os lábios. Eu não poderia

mesmo dizer oi ou perguntar como ele estava. Havia uma bandagem em volta do pescoço e as sombras sob seus olhos. Eu podia ver a marca na parte de trás de

sua mão onde o IV tinha sido anexado. — Mãe, eu resolvo isso — ele disse

suavemente. — Porque você não volta para dentro.

Ela mexia timidamente.

— Você deve convidar seus amigos para dentro.

— Eu vou.

Ela sorriu para mim novamente e foi para a cozinha, onde uma chaleira logo

foi assobiando.

— Nós devemos ficar aqui — Kieran disse quando teve certeza de que ela

estava fora do alcance da voz. — Ela não sabe que você é um vampiro.

— Como isso é possível? — Eu perguntei.

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— Ela nunca foi parte da Hélios-Ra, mesmo quando meu pai era vivo. E

agora ela raramente sai de casa. — Ele deu de ombros e, em seguida, fez uma careta quando o movimento puxou sua ferida. — Hunter é a única da Liga com

quem ela conversa, e eu pedi-lhe para não dizer nada.

Nicholas levantou uma sobrancelha.

— Cara, o que aconteceu com você?

— Vampiro — ele respondeu, sem olhar para longe de mim. — Eles me

mantiveram na enfermaria da escola de dia, mas estou bem agora. Lucy me trouxe

para dentro.

Nicholas acalmou.

— Lucy encontrou você?

Kieran assentiu, não captando a borda sinistra na voz muito calma e educada de Nicholas.

— Sim, na floresta.

— Sozinha? - Nicholas cutucou. - Ela estava sozinha quando encontrou você

durante um ataque de vampiro?

Kieran olhou para ele quando Nicholas rangeu os dentes em alerta. Ele

tentou um sorriso fácil.

— Depois — ele assegurou Nicholas. — Quando tudo estava perfeitamente

seguro.

Ele estava mentindo para me proteger.

Novamente.

Porque eu não tinha estado perfeitamente segura.

Nem perto.

— É como se ela fizesse isso de propósito. — Nicholas pegou o telefone celular, resmungando baixinho quando ele discou o numero de Lucy. Ele

caminhou para a árvore do canto e arrastou-se para cima de um galho mais baixo

para que pudéssemos todos ter um pouco de privacidade.

Kieran inclinou-se na soleira da porta, como se ele ainda estivesse muito

fraco para segurar-se. Culpa rasgou através de mim como fogo em um campo seco.

— Sinto muito. — Eu enfiei as mãos nos bolsos, porque eu não sei mais o

que fazer com elas. — Eu sinto muito.

— Você está bem?

Eu balancei a cabeça.

— Sim. Você precisa se sentar?

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— Eu estou bem. — Ele passou a mão sobre o rosto. — O que aconteceu

Solange?

— Eu não sei — disse miseravelmente. Eu não conseguia parar de ver a

forma como ele caiu contra a árvore, o seu sangue na minha roupa, o gosto dele na minha boca. — Eu não queria. Eu só... é animal. — Eu não sei que outra forma

de descrevê-lo. Eu não mencionei a voz sussurrando para mim. Ele realmente

acharia que estava louca, então. — Eu pensei que fosse mais forte. Eu sinto muito

— eu disse novamente. Ele me salvou da unidade patife de Hélios-Ra que tinha tentado me raptar, e ele tinha sido o único a me dar seu próprio sangue para que

eu pudesse sobreviver a bloodchange. Eu estaria morta agora se não fosse por ele.

Talvez seja por isso que ele era tão difícil de resistir. Seu sangue tinha me trazido de volta da morte.

— Alguém sabe? — ele perguntou.

— Eu fui de volta para o acampamento e fui dormir. — Eu não contei a ele

sobre Constantine. Porque fazer as coisas piores? Meus olhos ardiam. — Está tudo uma bagunça.

Kieran estendeu a mão para tocar no meu cabelo, escovando-o fora do meu rosto. Eu podia sentir o calor de sua pele, o sangue somente em seu pulso.

— Isso vai ficar bem.

— Você não sabe disso. — Eu virei minha cabeça.

Ele não disse nada. Ele sabia que eu estava certa.

— Estamos indo em breve para o bloqueio no acampamento — acrescentei.

— Sem internet, sem recepção de telefone celular, nenhum ser humano passa pelos guardas. — Bem, não os seres humanos que eram bloodslaves, de qualquer

maneira. Eu não preciso explicar, ele já sabia. Eu poderia dizer pelo aperto de sua

mandíbula. — Então, eu provavelmente não vou vê-lo por um tempo.

Ele se aproximou de mim, inclinando meu queixo com a mão. Ele abaixou

sua cabeça até que sua boca roçou a minha, suavemente, ternamente. Eu provei os lábios, tentando memorizar o seu cheiro de menta e cedro. Beijei-o até que me

esqueci de onde estávamos, esqueci que ele foi ferido, que eu estava arrependida,

que qualquer um podia andar e nos ver lá. Ele me beijou de volta até que minhas veias queimavam sob a minha pele. Eu queria mais. Ele queria mais. Seus lábios

roçaram meu ouvido e tudo o que eu podia ouvir era a respiração, como o oceano.

Fez-me tonta, com fome, selvagem. Eu o teria engolido inteiro se eu pudesse tê-lo.

Quando meus braços deslizaram em torno de sua cintura, meus dedos

tocaram a forma inconfundível de uma estaca de madeira escondida em seu cinto

na parte inferior de suas costas.

Você não pode protegê-lo. E você não pode confiar nele.

Acalmei-me, afastando-me apenas o suficiente para falar, mas não o

suficiente para que meus lábios não tocassem os seus quando eu formei as

palavras.

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45

— Isso é uma estaca? — Eu perguntei. — Você ia me enfiar uma estaca?

Ele inclinou a cabeça mais para trás para que meus dentes ficassem visíveis.

— Você estava indo para a minha jugular?

Olhamos um para o outro por um momento longo e quente que queimou através de mim.

— Você ainda está indo para a faculdade na Escócia? — Eu finalmente

perguntei.

— Sim — ele disse calmamente.

— Quando?

— Não até depois do Ano Novo. Eu não posso deixar minha mãe sozinha para o Natal, ela sempre fica pior depois.

— Talvez seja o melhor — Eu não podia acreditar no que eu estava dizendo, assim quando eu ainda estava me recuperando dos seus beijos.

— Talvez seja. — E eu realmente não podia acreditar que ele estava concordando comigo.

— Pode ser os feromonios, ou apenas tudo o que aconteceu— eu disse, tentando desesperadamente não sentir a dor que eu estava sentindo. Porque não

podemos apenas nos perder no fogo de novo? Quando a paixão era suficiente, e as

perguntas não importavam. — Nós realmente não nos conhecemos muito bem, tecnicamente.

Mas eu estava mentindo para mim mesma. Meu peito estava oco, e eu

estava ciente do meu coração de uma maneira que eu não tinha sido desde que havia parado de bater. Eu me machuquei em todas as partes. Nós já estivemos do

outro lado da ponte. Nós sobrevivemos a traições, vinganças e generosidades.

Mas não conseguiríamos sobreviver um ao outro.

Eu não queria dizer adeus, mas eu não sei de outra forma de protegê-lo. Eu não era boa para ele. A próxima vez que eu perdesse o controle, eu poderia

realmente matá-lo.

— Adeus Kieran.

Sua voz era rouca, como se estivesse acabando de acordar.

— Adeus Solange.

Eu sufoquei um soluço. Eu não iria chorar. Virei meu calcanhar e tropecei

nos degraus da varanda. A noite estava cheia de ruídos da cidade: carros, cães,

rádios. O vento espalhava as folhas secas em toda a estrada vazia.

— Solange?

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46

Eu parei, mas não me virei. Eu sabia que tinha que deixá-lo ir. Mas eu

também sabia que se eu visse aqueles pacientes olhos escuros, a tatuagem de sol em seu bíceps, as calças cargo de treinamento, eu me jogaria nele. Eu só tinha a

força para sair se eu não olhar para ele.

— Sabe aquela casa segura que se escondeu quando a unidade de Hope

estava com você?

Eu balancei a cabeça.

— Havia uma árvore lá com raízes expostas. Você se lembra dela?

— Sim.

— Essas raízes fazem vários esconderijos pequenos. Se você precisar me enviar uma mensagem — ele disse. — Se você precisar de mim, eu estarei lá.

Você sabe disso, né?

Eu balancei a cabeça.

— Eu te amo Solange.

— Você não me conhece mais — eu disse, porque eu mal me conhecia. —

Eu sou uma vampira.

— Você era humana quando te conheci — ele me lembrou. — E você era

corajosa e bonita. Você ainda é corajosa e bela.

Tive vontade de chorar.

— Eu tenho que ir.

Corri para minha motocicleta, chutando-a em marcha, mesmo antes de eu

estar empoleirada no banco.

Nicholas franziu cenho para mim, lutando para fora da árvore.

— Qual é o problema?

— Nada. Eu preciso ficar sozinha.

— Eu não posso deixar você Sol — ele disse, pulando em sua motocicleta e

puxando-se ao meu lado. — Você sabe disso. Mamãe mataria nós dois.

Inclinei-me, perto o suficiente para que eu pudesse ver suas pupilas, mesmo

nas sombras. Eu me concentrei o máximo que eu podia, querendo que ele me obedecesse. Um morcego mergulhou para baixo do telhado da casa de Kieran. A

porta da frente fechou.

— Deixe-me em paz Nicholas.

Ele recuou como se eu tivesse o esbofeteado.

— Sol, não.

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47

Raiva e confusão e magoa me cozinhou por dentro.

— Vá embora! Deixe-me em paz!

— Merda — Nicholas resmungou dolorosamente. Seus olhos estavam furiosos e magoados. — Você prometeu que não iria nunca fazer isso comigo de

novo. — Eu poderia dizer que meus feromonios estavam repelindo-o. Ele não tinha

escolha. Suas mais crisparam seus ombros tensos. — O que diabos está errado com você? Onde está Kieran?

Joguei-lhe um olhar feroz antes de tornar a descer a rua.

— Nós terminamos.

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48

Capitulo 6 Nicholas

Era perfeitamente possível que minha irmã mais nova estivesse se transformando em um monstro.

Se alguém tivesse feito isso com ela, eu teria apostado neles. Mas ela estava

fazendo isso para si mesma, o que tornou muito pior.

Porque eu não poderia impedi-la.

Nós tínhamos sido criados não só para proteger um ao outro, mas para

protegê-la especialmente. Eu não estava apenas deixando-a para baixo, mas toda

a minha família O zumbido de feromonios e adrenalina vibraram através de mim, como uma erupção cutânea apenas sob minha pele. Eu queria ir atrás dela e

agitar algum sentido nela, mas mesmo tendo um único passo na direção que ela

tinha fugido me fez sentir como se houvesse aranhas dentro das minhas veias. Eu não podia acreditar que ela fez isso comigo.

Novamente.

Como eu não podia ir atrás dela, eu voltei para Kieran. Ele abriu a porta

antes que eu mesmo batesse.

— Talvez você não tenha ouvido — ele disse amargamente. — Nós

terminamos.

— Sim, o que, três minutos atrás? Você parou de amá-la? — Eu sabia muito

bem que se Lucy terminasse comigo eu ainda a amaria até que eu virasse pó.

Kieran suspirou.

— O que você quer Drake?

— Você sabe que isso só vai piorar.

Ele tocou o curativo em sua garganta.

— Merda, não.

— Posso contar com você? Mesmo agora?

Ele parou e me olhou com atenção.

— Para que?

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49

— Eu não sei ainda — eu disse frustrado. — Mas Solange não está bem. —

Eu peguei uma pequena caixa do bolso e empurrei-a para ele. — Pegue isso. Apenas no caso.

Ele franziu o cenho para o pacote.

— O que é isso?

— Você sabe, se você precisar usa-lo — eu disse rapidamente, olhando para

trás de mim. — Alguém está vindo. —Tirei antes que ele pudesse responder. Olhei

para o relógio. Lucy não seria capaz de escapar por um tempo ainda. Eu coloquei

minha moto em marcha e arranquei na estrada, o tapa frio do vento no meu rosto suave. Eu percebi que poderia muito bem voltar para a casa da fazendo e obter

algumas das minhas coisas. Música e fones de ouvido e meu laptop para filmes,

seriam as únicas coisas para me manter são por duas semanas nos tuneis e na tenda Drake. Connor, Quinn e eu estávamos presos com a família depois de hoje

à noite, pelo menos nos próximos dias, por causa da cidade fantasma. Fiquei

surpreso por mamãe não ter dirigido direto para a academia para o sermão de Lucy e Hunter também.

Eu lembro quando minha vida costumava ser chata.

Vampiro ou não, eu tinha uma vida bastante normal. Apesar da nossa dieta

liquida, ainda tinha tarefas e trabalhos de casa, musica para ouvir, cães para passear, os pais para navegar.

E então Lucy aconteceu.

Não importa profecias e Caçadores de recompensa, ela era a única que tinha

realmente virado minha vida de cabeça para baixo. E valeu a pena finalmente fazê-

la me ver como eu e não apenas o irmão mais velho de Solange. Ela fez tudo melhor. Mas o pensamento de perdê-la para os vampiros ou Caçadores de

vampiros fez tudo cinza, como se até mesmo as árvores e as estrelas fossem feitas

de cinzas.

Eu precisava dela.

E irritante.

Eu estava feliz que ela tinha salvado Kieran, mas eu ainda não podia acreditar que, depois de tudo o que tinha acontecido, que tinha ido à floresta

sozinha. Depois de explodir a cidade.

Na verdade, eu poderia acreditar totalmente.

Eu ainda estava resmungando para mim mesmo quando eu andei até a

estrada e deixei minha motocicleta pelas árvores de cedro. Desde que eu estava em casa de qualquer maneira, posso muito bem tirar proveito disso e para Solange.

Eu não sabia o que eu estava procurando exatamente, só que tinha que haver algo

em algum lugar para explicar a estranha que ela estava se tornando.

Fragmentos de cerâmica quebrados deslizaram sob minhas botas, como

besouros sob uma rocha perturbados. Solange geralmente limpava sua área de

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50

trabalho. Suas ferramentas e quaisquer pedaços eram empilhados em uma grande

caixa para ser reaproveitados, mas agora eles estavam espalhados no chão, e a parede estava amassada e empoeirada, como se ela tivesse jogado a maior parte do

trabalho nela. As prateleiras estavam quase nuas. Algo que fez minha barriga

tremer de frio, ainda mais do que o modo que ela me obrigou.

Havia um guarda esperando na varanda da frente, quando eu fui até a casa

para procurar no quarto de Solange. Ela me mataria se descobrisse sobre isso.

A guarda assentiu educadamente.

— Sua Alteza — ela disse.

Eu perdi Bruno e do jeito que ele me chamava de “ijit”.

Eu sorri sem jeito para ela e fechei a porta da frente.

E quase perco um olho em uma estaca de marfim antiga, quando me virei.

Uma mulher envolta em véus negros grossos estava no ultimo degrau da

escada, o brilhante lustre acima da sua cabeça.

— Nicholas, é você querido?

Olhei para ela.

— Tia Hyacinth, o inferno!

— Que Linguagem. — Ela estalou a língua. — Honestamente, suas maneiras

estão se tornando positivamente selvagens. Eu só estava desaparecida por algumas semanas.

— É qual a razão de tentar me estacar?

— São esses véus — ela admitiu. — É um pouco difícil de ver corretamente,

e todos os cheiros são basicamente os mesmos em casa se eu não estou prestando

atenção.

— Então os tire — sugeri calmamente, enquanto sorrateiramente enrijeci e

pulei fora do caminha de outro projetil. Você desenvolve reflexos muito bons quando você cresce em torno das mulheres Drake. Sem mencionar Lucy Hamilton.

— Bem — Ela inclinou a cabeça, e eu poderia sentir o brilho dos seus olhos, mesmo através da renda. — Talvez eu pudesse encurtá-los. — Eles eram longos o

suficiente para tocar a ponta dos dedos. Ela tinha começado a usa-los depois que

um Caçador tinha marcado seu rosto com agua benta. Vampiros geralmente se curam rapidamente e completamente, mas a agua benta às vezes era apenas mais

forte. E eu não tinha pensado em nada que poderia ser mais forte do que a Tia

Hyacinth, não realmente. O que me deixou ainda mais assustado por Solange e

minha mãe.

Enfiei as mãos nos bolsos.

— É seguro para entrar?

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Ela riu.

— Sim, é seguro. — Ela balançou a cabeça antes de se afastar. — Eu nunca

soube que a casa estaria tão vazia. É bastante desconcertante.

Ela estava certa. Até mesmo os cães estão na floresta. Somente guardas

ficam aqui patrulhando com qualquer confiabilidade.

Parei primeiro no meu quarto para pegar as minhas coisas, então me dirigi

ao quarto de Solange. As cortinas foram fechadas, a colcha bordada à mão foi

dobrada ordenadamente, e nada estava fora do lugar. Eu passei por sua mesa em

primeiro lugar, em seguida, verifiquei debaixo da cama e em seu armário.

Eu estava indo obter minha bunda chutada por isso.

E eu não tinha nada para mostrar. Nenhum diário, sem drogas estranhas,

nenhum esquema secreto para alguma conspiração nefasta, nada. Eu chutei a

cômoda xingando. A bacia de prata com os dedais de Tia Hyacinth usado para recolher como uma menina e passou para Solange caiu no chão. Amaldiçoei

novamente.

— O que está acontecendo canalha? — Logan estava na porta, vestindo seu

casaco favorito, como de costume, mas tinha rasgos em sua calça jeans.

Eu levantei minhas sobrancelhas para suas calças.

— Buracos? — Ele era impecável sobre suas extravagantes roupas gótica.

— Isabeau — ele admitiu com tristeza. — Os Hounds são uma grande tribo,

mas eles não têm nenhum senso de moda.

— Então ela rasgou o seu jeans?

Ele sorriu.

— Não, ela rasgou um Hel-Blar. Aconteceu de eu ficar no caminho.

Eu sorri de volta para ele.

— Legal. — Já mencionei? Nossas namoradas são ferozes.

— O que você está fazendo aqui? — Logan perguntou.

— Eu não sei — admiti.

— Você não sabe? — ele repetiu confuso.

Eu suspirei.

— É complicado.

Ele bufou.

— Sempre é. Solange ou Lucy?

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— Solange. — Eu balancei a cabeça. — Vamos sair daqui.

Ele me seguiu descendo as escadas.

— O que está acontecendo Nicholas?

Acenei para a guarda do outro lado da porta.

— Espere — eu murmurei.

Saímos para a varanda e Logan sorriu facilmente para ela.

— Nós vamos andar por trás — ele disse. — Para patrulhar. E, para falar

sobre meninas — ele mentiu. — Você pode ficar para trás Grace? Meu irmão está

um pouco tímido.

Ela sorriu para ele.

— Claro.

— Você pode pegar minha motocicleta — acrescentei, atirando-lhe as chaves.

— Doce. — Os pinos de prata no cinto de couro sobre o peito brilhava na luz,

quando ela se virou para a minha moto. Ela tinha uma dúzia de estacas simples em uma tira e uma espada amarradas às costas.

Logan olhou para a pista e fez uma careta.

— Onde está seu guarda?

Eu esperei até que estávamos atravessando o campo para a floresta para

dizer-lhe o resto. O rugido da motocicleta atrás de nós ajudou a cobrir nossas

vozes. Eu disse sobre Solange convencendo nossos guardas, mesmo a parte sobre encontra-la bêbada no bosque em um bloodslave.

— Nossa Solange? Serio? — Logan esfregou o rosto. — Você disse a mamãe e

ao papai?

Eu balancei a cabeça.

— Não. Tem sido um dia ruim já.

Ficou pior.

Claro que ficou pior.

As madeiras foram rastejando com o Hel-Blar, os vampiros de todo o mundo,

e os Caçadores de vampiros. Passamos uma estaca quebrada presa em uma

arvore de vidoeiro, uma moita de samambaias cobertas no que pareciam ser cinzas, e varias trilhas de sangue.

— Lembra quando ninguém vinha aqui? — Logan perguntou. A lua

espalhava luz entre os galhos e transformava o rio em estanho.

— Sim, eu meio que sinto falta de ser o exilado vergonhoso— eu concordei.

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E depois ouvimos, mesmo sobre o barulho andando para nós.

Batalha.

Logan e eu olhamos um para o outro e, em seguida, correremos, as árvores em um borrão de verde e cinza em torno de nós. Os sons de uma luta, xingando, o

barulho característico tranquilo de um vampiro virando pó. Nós derrapamos até

parar debaixo de uma árvore de pinheiro enorme e ponderosa.

Parecia que a luta era de três Caçadores de vampiros e uma menina vampira

de calças pretas como dos filmes Matriz. Eu reconheci o cabelo curto preto e o

sarcasmo instantaneamente.

Ela era da família. E embora ela possa ter acidentalmente ter quase chegado

a matar Solange nesse verão, ela ainda precisava de nossa ajuda. Porque ela estava claramente perdendo.

Grace acelerou e nos cortou, deslizando a motocicleta entre nós e a luta.

— Para trás — ela ordenou, puxando uma espada, fina como um picador de

gelo.

Nós desviamos em torno dela, pulando no ar e pousando em uníssono sobre

o outro lado.

— Essa é nossa prima — eu joguei de volta para ela, ainda em execução.

— London! Segure-se!

Grace jogou para trás algumas palavras que não eram anatomicamente possíveis. Logan puxou o Caçador mais próximo para fora no corpo a corpo e o

jogou em uma moita de acônito roxa. Ele pousou seu braço e houve um estalo

audível.

— Está quebrado? — Seu parceiro gritou.

— Deslocado — ele resmungou.

Eu pulei em cima dele e agarrei seu parceiro. Ela virou-se rosnando e tentou

me morder. E ela não era nem mesmo um vampiro. Eu evitei um soco e depois uma estaca, mas apenas por pouco. Eu usei a velocidade vampiro e apareci de um

lado dela para o outro, até que ela estava tonta e frustrada. Então eu a joguei no

primeiro Caçador apenas lutando sobre seus pés.

London usou o cotovelo no nariz do terceiro Caçador e o sangue espirrou na

grama. Ele não caiu, apenas cambaleou e agarrou outra estaca. Havia um corte na bochecha de London e um corte em seu joelho.

— Nick, atrás de vocês!

Reagi ao grito de Logan antes de pensar. Eu caí e rolei para o ataque ao

invés de me distanciar, o que era esperado. Eu peguei o Caçador nos tornozelos e

o derrubei. Sua estaca voou o suficiente na verdade para fixar minha manga em uma raiz de arvore. Eu arranquei livre apenas quando o Caçador ferido jogou uma

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estaca em London. Ela gritou e caiu. Senti o cheiro de sangue, mas não podia ver

se ela estava gravemente ferida.

Logan inclinou seu corpo para frente como se tivesse fazendo ioga com Lucy,

e então ele chutou para trás no ultimo segundo e pegou a Caçadora no quadril.

Grace voou da moto, com os punhos voando, e bateu-a para terminar o

trabalho.

Logan chegou a London assim que seus olhos reviraram em sua cabeça e ela

caiu para dentro dos galhos de pinheiro.

— Estacas embebidas em água benta! — Gritou. — Ela caiu.

Ele me distraiu somente o tempo suficiente para ser pego pelo Caçador com barba. Ele atacou em um ângulo brutal, pegando meu joelho. Eu caí, gritando,

minhas presas mordendo através da minha gengiva. Ele chutou meu ombro

quando me inclinei para pegar meu joelho, rolando-me um pouco em um ninho de samambaias murchas, mantendo-me preso. Ele era mais forte do que parecia, com

cicatrizes em sua garganta e um colar de dentes de vampiro pendurado.

Logan estava inclinado sobre London e não me viu.

Grace estava ocupada tentando não ser morta.

A estaca desceu.

E então, de repente Solange surgiu.

Ela caiu de uma árvore tão rapidamente que o Caçador deve ter pensado que ela poderia voar. Eu mal a vi, somente uma lavagem de pele pálida, um grito

de batalha, e um frenesi de morcegos no ar. O Caçador caiu para trás apenas o

suficiente para que eu pudesse me libertar de sua bota. Eu arranquei seu pé e ele

caiu sobre um joelho. Eu empurrei-o, tossindo.

Solange era uma boa lutadora, e mais forte, mas ele teve mais anos para

praticar. Ele não era fácil entre os melhores. Eu manquei a frente, mas eu estava muito lento. Ele socou Solange com um punho do tamanho de uma caixa de pão,

como se ele fosse um lutador aposentado que virou Caçador. Ele a pegou no rosto

perto o suficiente para que suas presas cortassem o lábio aberto. Sangue respingando como uma fina nevoa. Ela bateu no olho esquerdo do Caçador, no

nariz e na boca.

Eu vi o momento exato em que o gosto de sangue bateu na língua de

Solange.

A lua estava brilhante o suficiente para que ela parecesse porcelana pálida,

exceto pelas veias proeminentes em seus pulsos e garganta. O azul era como o

centro de uma chama, como o céu antes de uma tempestade. E eu sabia o que ele

viu quando olhou para o azul.

Hel-Blar.

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Seus parceiros agitados, a mulher inconsciente sentando com os olhos

turvos, o outro homem colocando seu ombro de volta para o lugar certo. Eles viram Solange da mesma forma. A mulher gritou. O Caçador barbudo enxugou o

rosto e começou no sangue em suas mãos por um momento. Ele estendeu a mão

para outra estaca, esta de aço inoxidável e um feitio de precisão letal para perfurar carne e osso através da lamina com pouco esforço.

Ele não apontou para Solange.

Ele apenas cuspiu o sangue para fora de sua boca e depois se esfaqueou

com a estaca, direto no coração.

O tempo ficou lento. Os outros Caçadores congelaram, olhando tristes e

furiosos.

Mas não surpresos.

Ele gorgolejou e caiu, fazendo sons sibilantes de dor não diluída. Ele tinha apenas força o suficiente para puxar a estaca. Sangue acumulando para fora da

ferida, manchando sua camiseta e pingando na grama. Solange virou. O resto de

nós olhou incapaz de fazer qualquer outra coisa. Ele sacudiu uma vez, seus olhos rolando para trás em sua cabeça. O cheiro de seu sangue, suor e medo foi rançoso

em minhas narinas. Ele me estimulou em ação.

— Precisamos de algo para pressionar e estancar a hemorragia. Ele precisa

de um hosp....

Ele morreu antes que eu pudesse terminar a frase.

— Ele se matou — Solange resmungou em descrença. — Ele só... Matou-se.

— Melhor morto do que morto-vivo — disse a mulher Caçadora

violentamente, friamente. — Ele fez o certo.

Solange girou seus olhos queimando, seus dentes alongados.

— Eu não sou Hel-Blar seus idiotas!

Grace se colocou entre eles.

— Não se preocupe Princesa.

O olhar do Caçador masculino bateu nela.

— Princesa? — Ele pegou outra estaca.

— Estamos perdendo-a! — Logan gritou, erguendo London em seus braços.

Ela estava mole e pálida, o ferimento em seu ombro borbulhando. — Não há tempo

para isso!

Os Caçadores pareciam sombrios e exaustos e totalmente dispostos a recuar.

Solange levantou a mão e depois baixou novamente, apontando para eles.

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Morcegos pularam dos galhos. Eles atacaram os Caçadores, beliscando seus

olhos, mas evitou o resto de nós inteiramente. Os Caçadores socavam e golpeavam freneticamente, mas havia muitos morcegos, dentes e asas de couro demais. O

som que eles fizeram era profano.

— Corram — Solange sugeriu sombriamente.

Os Caçadores correram. Logan fez o mesmo, no sentido oposto, com London.

Grace estava sobre o corpo do Caçador morto. Ele era humano e não viraria

convenientemente em cinzas como os vampiros fazem.

— Ligue para o Bruno — eu disse a ela, sacudindo a mão pelo cabelo. Os

hematomas em meu pescoço já estavam desaparecendo, mas meu joelho ainda

latejava. — Ele vai saber o que fazer, e se ele não o fizer, Hart saberá.

— Eu não posso deixar Logan.

— Você não tem que deixar, ele acabou de escapar de você.

Grace hesitou.

— Ainda assim, as minhas ordens...

Solange colocou a mão no braço de Grace.

— Grace, olhe para mim.

Ela estava indo usar seus feromonios para obriga-la. Enfiei-me entre elas.

— Solange, não. — Eu olhei por cima do ombro para Grace. — Basta fazer a

chamada. Nós vamos com Logan.

Então empurrei Solange pra uma corrida. Nós seguimos o rastro de sangue

de London até que nos encontramos com Logan. London deve ter se curado o

suficiente até agora para não escorrer sangue sobre o chão da floresta. Ela não

parecia bem, muito cinza e muito pálida. Eu marquei o telefone celular do tio Geoffrey enquanto andava como lobos entre os pinheiros. Estaríamos-mos fora de

alcance em breve, e precisava saber se devíamos levar London para a fazenda ou o

acampamento. Ele não estava respondendo.

— Droga — eu atirei. Ambas as cavernas e as cortes reais a recepção era

desonesta. Nós não temos tempo para correr ao redor procurando-o. London não tem tempo.

— Ligue para mamãe — disse a Solange quando eu chamava meu pai. Nenhuma resposta. Solange balançou a cabeça também.

— Onde diabos estão todos? — Eu tentei tia Hyacinth na chance de ela realmente s preocupar em atender seu telefone.

— Olá?

— Graças a Deus. Onde está o tio Geoffrey?

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— Ele está no acamp.. — Desliguei antes que ela pudesse terminar. —

Acampamento — eu disse a Logan. Nós viramos a esquerda no rio, corremos a toda velocidade por mais dez minutos, cobertos pelos guardas e vampiros

zanzando sob a luz de tochas. Nós invadimos a tenda da família, Logan carregando

os braços de London e eu as pernas.

Papai se levantou da cadeira.

— O que... — Ele se interrompeu. — Encontrem Geoffrey — ele disse à

cortesã que ele estava falando. Eu a reconheci das cavernas reais.

Nós colocamos London para baixo em um sofá. Papai agachou ao lado dela.

— London? Você pode me ouvir? — Ela não fez nenhum som. Que era

incomum em si, ela era geralmente toda arrogância e bravatas. Ele tirou sua camisa longe da ferida purulenta. Era crua, como se ácido tivesse comido sua pele.

— Agua benta — eu confirmei quando Logan caiu em uma cadeira. Solange começou a andar. — havia três Caçadores. Eu não vi quem estava com ela, eles

transformaram em cinzas quando chegamos lá.

— Você a salvou — papai disse com firmeza. Ele puxou uma garrafa de

sangue fora do refrigerador armazenado dentro do baú de madeira do sofá e

inclinou nos lábios de London. — Geoffrey irá leva-la bem.

— Solange me salvou — eu disse. — De onde é que você veio de qualquer

maneira?

— Cheirava o sangue — ela disse com firmeza.

— Desde quando Hélios-Ra apenas passeiam nos atacando? — Eu perguntei. — Eu pensei que nós tivéssemos um tratado, e Hart estava a bordo de tudo isso.—

E minha namorada estava atualmente presa em sua escola. Cada músculo do meu

corpo pulsava para correr e encontrá-la.

— Eles não fazem — papai disse pensativo. — Você tem certeza que eram

Hélios-Ra?

— Quem mais seria?

— Caçadores.

— Qual é a diferença?

— Caçadores são caçadores de vampiros, só não na Liga. Eles não vieram

para Violet Hill desde antes de vocês terem nascido. Nenhum ponto com toda a

Hélios-Ra.

— Será que eles usam colares de presas como troféu?

Ele balançou a cabeça tristemente.

— E cometem suicídio se eles pensam que foram infectados? — Solange perguntou calmamente.

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Papai assentiu.

— Será que um deles... ?

— Sim.

Papai fez uma careta.

— Na frente de vocês?

London começou a choramingar. Ela não estava consciente, mas ela estava se debatendo no sofá. Eu ajudei meu pai a segurá-la. Sua pele estava quente,

febril. Vampiros não ficam quentes. Nós apenas não fazemos.

Tio Geoffrey finalmente chegou, carregando sua maleta medica. Ele foi direto para London, o cientista agradável, ligeiramente confuso, substituído com precisão

clinica. Ele entrou de boca fechada quando viu a ferida.

— Estaca embebida em agua benta — papai disse. — Arma Hustsman.

Tio Geoffrey parecia ainda mais sombrio.

— Quem sabe que outros truques eles tem — ele disse. Ele enganchou

London em uma bolsa de sangue para fazer uma transfusão desde que ela não pareceu estar engolindo. Vampiros precisam de sangue para curar. Muito sangue.

E dormir.

— Ela vai ficar bem, certo? — Solange perguntou. — Quero dizer, tia

Hyacinth sobreviveu a água benta. — Marcada, mas sobreviveu. E os vampiros

não ficam facilmente com cicatrizes.

— Hyacinth tinha o sangue de Madame Veronique — Geoffrey disse,

vasculhando sua maleta. — Isso é o que a salvou. E eu não tenho nenhum.

Vampiros não bebem sangue de outros vampiros como uma regra. Ele não

serve como nutrição. A menos que fosse o sangue de um antigo de sua própria

linhagem, então ele poderia cura-lo. Madame Veronique era a mais velha Drake viva, de acordo com todas as historias da família. Seus gêmeos, nascidos em 1162,

foram os nossos primeiros ancestrais diretos e a razão do nosso ramo particular

da árvore da nossa família se transformar em vampiros em nossos aniversários de dezesseis anos.

— Bem, onde ela está? — Logan perguntou. — Podemos trazê-la aqui?

— Será que ela até mesmo ajuda? — eu perguntei. — Ela não é

exatamente filhotes e arco-íris. E você sabe como ela se sente sobre o lado da família de London. — London tinha servido Lady Natasha, não acreditando que ela

queria Solange morta. Ela quase entregou todos nós em uma armadilha.

— Eu tenho o sangue dela — Solange anunciou suavemente. Viramos-nos para olha-la. — Bem, não é? — Ela perguntou ao tio Geoffrey. — Eu bebi um

pouquinho para me curar através da minha bloodchange. Ainda está dentro de

mim?

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Tio Geoffrey piscou.

— Eu honestamente não sei. Mas vale a pena tentar.

Solange se aproximou do sofá. Havia tanto sangue sendo bombeado para as veias de London que ela estava lucida com os olhos semiabertos. Mas seus lábios

já estavam secos e rachados, como se ela tivesse estado doente durante semanas e

estava gravemente desidratada. Antes que tio Geoffrey pudesse passa a Solange um bisturi ela já tinha cortado o pulso aberto com suas presas triplas. Um fio de

sangue desceu o braço dela e ela correu para pressionar o corte na boca de

London. London engoliu em seco, dolorosamente uma vez, duas vezes, três vezes.

Morcegos sussurravam no teto da tenda, suas sombras enormes distorcidas pela luz das tochas.

Ao sinal de tio Geoffrey, Solange puxou para trás, pressionando as bordas de seu corte junto para ajudar a curar mais rápido. A ferida aberta de London não

curou magicamente, mas parecia um pouco menos irritada. Geoffrey mexeu sobre

ela por alguns minutos, depois assentiu satisfeito.

— Bem feito Sol — ele disse com orgulho. — Eu acho que ela vai ficar bem,

eventualmente. — Ele puxou tubos de ensaio vazios de sua maleta. — Fascinante. Se eu pudesse ter mais sangue de você... nunca pensei em testar.

— Não. — Solange recuou. — Sem mais teste tio Geoffrey. — Ela fugiu da tenda antes que alguém pudesse impedi-la.

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Capitulo 7 Lucy

Domingo à noite.

Eu escapei pra fora do campus usando a rota que Hunter me mostrou mais

cedo. Era o meio usado entre ela e Quinn, que manteve livre a vigilância da escola, e foi a melhor maneira para eu ver Nicholas. Estava ficando escuro mais cedo,

agora que o inverno se aproximava, tínhamos mais horas disponíveis para nós

antes do meu toque de recolher da nova escola, que apesar dos aviso de Bellwood, eu tinha que ignorar essa noite. Eu esperei até que eu estava bem escondida

dentro da floresta antes de pegar meu celular. Nathan, um amigo da minha antiga

escola respondeu ao primeiro toque.

— Eu ainda estou com raiva de você — ele me informou no lugar de um olá.

— Eu sei — disse. — Se isso faz você se sentir melhor, há mais crianças más aqui.

Eu praticamente podia escuta-lo franzindo a testa.

— Eu pensei que crianças de escola de arte deveriam ser mais legais do que

o resto de nós.

— Eu também. — Eu menti para ele sobre minha nova escola. Nathan era

estritamente um civil e não sabia nada sobre vampiros ou Caçadores de vampiros. A única coisa que ele sabia sobre Nicholas era que ele era quente. E parecia a

desculpa mais convincente de os meus pais me mandarem para uma escola de

artes alternativa nas montanhas. — Sinto falta de vocês.

— Você não iria nos perder se você voltasse — ele resmungou. — Diga a sua

mãe que a escola é ruim para o seu chi ou o que seja.

— Não posso. Deposito não reembolsável.

— Isso morde.

Eu bufei uma risada.

— Você não tem nem ideia.

— Há uma festa na noite de sábado de Megan no campo. A última antes de estourar a neve. Você está vindo.

— Está frio.

— Então, vovó? Muito ocupada saindo com os caras de golas pretas falando

sobre Picasso?

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— Picasso?

— Não é o que os estudantes de arte fazem? E eu vi você desenhar Hamilton.

Eu não posso acreditar que eles até deixaram passar pela porta da frente.

Ele não estava errado.

— Eu estou no caminho da musica.

— Isso faz mais sentido. De qualquer forma, a festa. Se você me der os canos

eu nunca vou te perdoar. E Linnet vai chorar. Você quer isso na sua consciência?

— Oh, por favor. Linnet não vai chorar. Mas eu não vou faltar — eu prometi.

— É melhor não. Então, os rapazes são bonitos em que escola?

Pensei no amigo de Hunter, Jason. Eu teria que perguntar ao redor se ele

tinha um namorado.

— Alguns.

— Ótimo. Traga-os. — Nathan desligou.

Acendi a lanterna quando eu vaguei mais fundo na floresta. A maior parte da lua foi bloqueada por abetos e pinheiros espessos. Desde que eu não tinha

visão vampírica, eu bateria em uma árvore se eu não tivesse cuidado. A trilha era

apenas uma sugestão, mas não havia fitas brancas amarradas em torno dos galhos para marcar o caminho. O caminho terminou abruptamente em uma

pequena clareira com floração tardia de áurea. Eu pensei que poderia ser ainda

tecnicamente propriedade escolar. Não é de admirar que Hunter tinha requisitado o local para seu encontro secreto. O vento era frio e mordiscou avidamente a ponta

dos meus dedos e a ponta do meu nariz. Eu deslizei as luvas que minha mãe fez

para mim. Como tudo o que tocava, ainda cheirava a incenso Nag Champa. Eu

sentia vagamente saudade de casa.

E então Nicholas veio em minha direção através do campos, flores amarelas

altas dobrando em torno dele, e o nó de preocupação preso na garganta estava soltando. Ele era elegante e escuro e bonito, os temporais são lindos a sua

maneira. Nunca fico cansada da maneira que ele sorri para mim, ao mesmo tempo

solene e perverso. Mesmo que ele não estivesse sorrindo agora.

A áurea escovou meu ombro e eu bati fora do caminho. Nicholas não falou

apenas me puxou contra ele, segurando-me no pressionada contra o peito, o rosto enterrado no meu cabelo emaranhado pelo vento. Eu acariciava suas costas, os

músculos frios e rígidos através da sua camiseta.

— O que é isso? — Sussurrei. — O que há de errado?

— Tudo, esceto você — ele disse com voz rouca. Mesmo que eu soubesse que

ele era parte da minha vida, tinha o visto cair de árvores e tropeçar nos próprios pés quando estávamos crescendo, mesmo se tivéssemos jogado inúmeras

brincadeiras e afiado nosso sarcasmo um sobre o outro, ele ainda podia me fazer

derreter. E isso ainda me pegava de surpresa às vezes.

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62

Quando ele finalmente olhou para mim, suas feições estavam calmas, mas

feroz em sua quietude. De repente ele estava todo predador, a beleza afiada e mortal. Eu tremia, não de medo dele, mas com medo por ele. Havia algo gritante

em seus olhos cinzentos, brilhando sob a luz da lua.

— Deixe-me adivinhar — eu disse. — Apocalipse, desastre, blá blá blá. Eu

sinto que estamos constantemente vivendo um final de temporada de Buffy.

— Com alguma sorte, isso não vai ser tão ruim assim.

— Percebeu sua sorte ultimamente? — Eu perguntei. — Cem pés de coelho

encantados não iriam ajuda-lo. — Não que eu faria isso, nunca. Acontece que eu gosto de coelhos e cortar seus pés é bárbaro.

— Verdade. Você sabe, poderia ter sido atacada pelo mesmo vampiro que pegou Kieran noite passada— ele disse, e eu sabia que não era o porquê dele estar

realmente chateado. — E se foi uma emboscada?

— Era — eu bufei. — Mas eu lidei com isso. Solange não lhe disse?

— Me dizer o que? Espere, ela estava lá?

Eu recuei. Era difícil pensar quando ele estava de pé tão perto de mim.

Constrangedor, mas é verdade.

— Claro que sim, ela estava lá. Eu dei um choque nela.

Ele piscou.

— Você usou uma arma de choque na minha irmãzinha?

— Logo depois que ela tentou comer Kieran e depois me ter como sobremesa.

Nicholas apenas piscou para mim novamente. Era raro que eu pudesse surpreendê-lo em mudez. Ele abaixou-se lentamente para o chão, como se de

repente fosse um velho fraco demais para ficar em pé. As ervas daninhas e capim

devorado.

— Ela poderia ter matado você.

Sentei-me também.

— Mas ela não fez. E ela não queria isso, era obvio.

— Ainda assim.

— É. Ainda.

— Eu não posso acreditar que ela não disse nada — acrescentou com firmeza. — E eu apenas fui com ela para ver Kieran.

— Ele está bem?

— Sim, ele está bem. Só que eles terminaram.

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— Eles terminaram? — Eu peguei meu telefone. Não há mensagens de voz,

exceto a que Nicholas tinha enviado anteriormente e nenhuma de texto. Troquei-o. O tom de discagem tocou no meu ouvido. — Ele não está quebrado. — Eu fiz uma

carranca. — Ela nem me ligou! Ela está bem? Ela precisa de sorvete? — Não que

ela realmente coma mais, mas alguns rituais eram sagrados.

— Ela usou seus feromonios — ele disse, suas presas saindo. — Ela me

obrigou a recuar e deixá-la sozinha. Ela está ficando mais forte, Lucy.

Eu olhei para ele.

— Mais uma vez? Ela fez isso com você de novo? — Apenas na semana passada que ela o obrigou a me chutar para fora da casa da fazenda, porque eu

desboquei sobre o misterioso Constantine.

Nicholas ficou ali sentado olhando em estado de choque e dor. Fúria chiou

dentro de mim. Já era ruim o suficiente que ela me atacou, mas agora ela estava

brincando com o meu namorado.

Só que não faria mais.

Fúria tornou-se raiva, queimando como uma brasa dentro do meu peito.

Nicholas fez uma careta.

— Você está louca.

— Você acha?

— Não, eu quero dizer que você é louca. — Ele lambeu os lábios.

— Ah, certo. Desculpe. — Tomei algumas respirações profundas, e

acrescentei algumas Shivayas Om Namah para uma boa medida. Quando Nicholas

parou de olhar como se ele estivesse com dor, soltei um ultimo longo suspiro. Foi a nevoa no ar frio, como o sopro de um dragão, quando eu senti raiva o suficiente

para cuspir fogo.

Ops. Outra respiração profunda.

— Nós temos que contar aos seus pais — eu disse quando eu estava calma o suficiente para descerrar os punhos. — Nós não podemos manter cobertura para

ela. Agora não. — Uma parte de mim, sentia-se como uma traidora. Meu trabalho

como melhor amiga era cobrir Solange. Mas estávamos no caminho sobre as nossas cabeças. Nós não poderíamos salva-la de si mesma, sem ajuda.

E rápido.

— Eu sei — ele disse, parecendo tão conflituoso. — Mas ela me salvou essa

noite também.

Fiquei fria.

— O que?

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— London foi atacada. Eu fui pego por um Caçador, e ele teria me atacado

também se não fosse por ela. São Caçadores piores que os Hélios-Ra.

— Você está bem? — Eu cataloguei as manchas de lama e grama sobre as

suas roupas, a lágrima no colarinho da camisa, o sangue que eu não tinha notado no punho da manga esquerda.

— Eu estou bem — ele me assegurou.

— Você e eu a conhecemos melhor do que ninguém. O que você acha que ela

vai fazer?

— Eu não sei — admitiu. — É isso que me assusta. — Ele balançou a

cabeça. — Eu não quero falar sobre isso agora. Não temos muito tempo com isso.

— Ele me entregou um conjunto de chaves de carro.

Olhei para eles.

— Não são os meus?

— Yeah. Duncan tem seu carro na garagem e arrumou-o mesmo. Está estacionado na estrada fora da sua escola.

Eu sorri brilhantemente.

— Eu amo o seu irmão.

— Hey!

— Está tudo bem, eu te amo mais.

— Bom, porque ele disse para não levá-lo na chuva. Uma vez que ele é está

fazendo o Mustang da Tia Ruby e as coisas do Lua de Sangue ele vai conserta-lo

direito. — Suas mãos se fecharam em torno dos meus cotovelos e me levantou do chão direito.

Eu rangia. Em seguida liberada.

— Eu nunca fiz esse som — Eu informei a ele arrogantemente, quando ele

me puxou para sentar em seu colo. — E oi.

— Oi. — Ele sorriu torto, roçando a mão em torno da minha mandíbula e no

cabelo e na nuca. — Eu estou ligando um time-out em todas as preocupações.

Coloquei minhas mãos em volta do seu pescoço.

— Ok.

— O Lua de Sangue começa em breve.

Eu franzi o nariz.

— Eu sei. — Eu não queria admitir o quão estranho que eu me sentia por não poder entrar em contato com ele ou Solange ou seus irmãos. Ou qualquer um

dos Drakes para esse assunto. Eu perdi até mesmo os cães.

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Ele puxou sua jaqueta, tirando algo fora do bolso de dentro. Eu estava

confusa no inicio, não era uma estaca ou um punhal ou uma arma de qualquer espécie.

— É um CD — ele disse me entregando. — Eu fiz um mix. Para quando estivermos separados. — Eu sabia que se ele ainda fosse humano teria corado.

Naquela época, eu teria provocado impiedosamente sobre ele. Mas agora eu só

queria o CD.

— Você me fez um mix? — Eu estava perigosamente perto de sorrir afetada.

Arrumei minha espinha. — Obrigada — acrescentei. — O que há nele?

— Ouça e descubra. — Seu polegar roçou na minha boca. — Eu meio que já

sinto sua falta — ele disse suavemente, inclinando-se para beliscar meu lábio

inferior.

Eu belisquei de volta e o beijo caiu com velocidade vertiginosa em

necessidade e querer até mesmo meus joelhos tremeram. Ele me beijou como se tivéssemos todo o tempo do mundo, como se não fosse frio lá fora, como se o

inverno não estivesse vindo, ou o amanhecer, ou qualquer um dos perigos que

esperavam por nós fora desse campo. Eu o beijei de volta, como se fosse certo, como se houvesse apenas nós dois, como se a única preocupação que tínhamos

era o meu toque de recolher. Ele caiu para trás, trazendo-me com ele. Reclinamos-

nos em nosso pequeno mundo de grama e trevo, com apenas as estrelas para nos ver. Beija-lo era viciante, era respiração e sangue e chocolate.

E então a realidade desabou sobre nós.

— Ei, amante de vampiro, nós sabemos que você está aí.

— Você tem que estar brincando comigo. — Eu levantei a cabeça, reconhecendo a voz de Ben. Eu ainda estava esparramada sob Nicholas. — Eles

me seguiram?

Ele mudou então, eu estava sentada no chão e ele estava de cócoras,

equilibrado sobre as pontas dos seus pés.

— Vá embora! — Eu gritei pulando.

— Nós estamos fazendo o nosso dever — Jody gritou de volta. Eu poderia ver seu contorno pelos cedros se eu olhasse. — Você sabe, matando vampiros ao invés

de beijá-los.

Acendi um salto e olhei para ela.

— morda-me Jody.

Nicholas levantou-se lentamente, desfraldando como fumaça mortal. Eu

sabia o que viram: pele pálida, olhos brilhantes, dentes afiados. Eu via somente

alguém que merecer ser protegido.

— Eu quero dizer, vocês — eu acrescentei ferozmente. — Caiam fora.

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A primeira estaca teria me pegado no ombro se Nicholas não tivesse me

empurrado fora do caminho.

— Hei, cuidado! — Se socar outros alunos era contra a politica da escola,

eu tinha certeza de que não foram autorizados a estacá-los também. E eu derrubei meu CD e quase pisei nele. Agora eu estava realmente irritada.

— Amigos seus? — Nicholas perguntou secamente.

— Sim, eles estão pensando em me fazer rainha do baile — eu respondi.

Pisei na frente dele para protegê-lo. Ele xingou e me empurrou para trás, tentando

me bloquear.

— Pare com isso.

— Para você com isso!

Eu tropecei nele. Então ele enganchou a perna por trás dos meus joelhos e eu caí. Pousei em um pedaço de flores murchas. Fiz uma careta para ele. Tanto

para o romance.

— Desculpe-me, mas eles não podem me estacar — o lembrei. — É ilegal. E

seriam expulsos. — Eles pareciam os tipos que se preocupam com isso.

— Eles ainda podem te machucar — Nicholas insistiu teimosamente.

— Sim, mas eles podem te matar. Então pare de seu um herói.

— Você primeiro — ele bufou. — Posso machucá-los um pouco?

Eu suspirei, pensando em tratados e detenção.

— Provavelmente não. — Eu tinha estacas, mas elas eram inúteis agora. —

Espere — eu disse, sorrindo lentamente. Eu ainda tinha ovos de pimenta na bolsa do meu cinto. Pareciam bolinhas de borracha, mas eles estavam cheios de

pimenta caiena. O azul era cheio de pó Hypnos, mas eu não estava disposta a

desperdiça-lo em uns poucos idiotas. Hunter me deu as embalagens, mas Marcus me ajudou a fazer a mistura para colocar dentro. Foi uma invenção Hélios-Ra com

base em alguma arma ninja velha, mas Marcus já estava trabalhando em uma

nova receita. Ele era o irmão que mais trabalhava com o tio Geoffrey, então ele teve acesso a fontes que o resto não tinha.

Eu arremessei um, ainda sorrindo. Ele explodiu e um dos estudantes, Ben, pensei, gritou.

— Ha — eu disse. — Isso vai ensiná-lo a me intimidar.

— Bom tiro. — Nicholas aprovou.

— Obrigado. Vá para casa agora.

— Sim, certo.

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— Sério. Eles não vão parar até que você vá. Eu posso lidar com eles — o

lembrei.

— Mas... — Ele fez uma pausa, inclinando levemente a cabeça. Suas narinas

dilataram.

E então ele amaldiçoou muito suavemente. Muito baixo.

Eu engoli nervosamente.

— O que foi agora?

— Não tenho certeza. — ele pegou minha mão e saímos correndo, agachados

na grama alta. Paramos debaixo de uma arvore alta de plátano. Nicholas escalou

rapidamente, enquanto eu esperava no chão, mantendo um olho nos valentões ainda jogando provocações. Nicholas caiu ao meu lado, tão de repente que eu pulei

em um pé no ar. Eu estava balançando minha mão quando ele registrou que era

somente ele. Ele se inclinou para trás o suficiente para que eu perdesse o seu nariz.

— Os Caçadores de recompensa — ele respondeu severamente.

Eu fiz uma careta.

— Mas não há nenhuma recompensa sobre os Drakes mais — eu disse. —

Certo? Então porque há vampiros depois de você agora?

— Estes não são vampiros.

— Eles não são?

— Não, eles são Caçadores de vampiros.

Eu arregalei os olhos.

— O que?

Ele acenou com a cabeça bruscamente.

— Solitários. Caçadores, como os que atacaram London. Aparentemente, nem todos querem seguir a linha Hélios-Ra. Alguns caçam por conta própria. Não

há regras.

— Bem, merda — Não que eu amasse as regras, mas eu amava mais do que

Caçadores de vampiros sem quaisquer restrições ou tratados.

— Muito bonito — Nicholas concordou.

Eu estiquei minha cabeça, procurando através da vegetação rasteira.

— Eu não posso vê-los.

— Eles geralmente usam colares de presas de vampiro como troféus.

— Isso é nojento.

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Ele cheirou o ar.

— Eu acho que há dois, talvez três. — Ele amaldiçoou. — Os mesmos que

atacaram London. Filho da puta.

— Podemos vencê-los?

— Provavelmente não.

Eu estava com medo disso.

— As intimidações e assassinos — eu disse. — Não é o nosso melhor

encontro, Drake.

Ele bufou.

— Não é o nosso pior também. — Então ele me beijou rapidamente,

ferozmente. — Basta ficar abaixada.

Eu agarrei sua manga quando ele se virou.

— Não tão rápido.

— Não há tempo para discutir Lucy.

— Então não discuta — eu respondi. — Você acabou de dizer que não

podemos vencê-los.

— Então?

— Então, não seja idiota. Eu gosto mais de você morto-vivo do que morto.—

Eu fechei meus punhos e cravei os calcanhares no chão para impedi-lo de partir

para bloqueá-los heroicamente. — Eu posso distrai-los enquanto você corre.

Suas presas cutucaram fora da sua gengiva.

— Não.

Eu somente levantei uma sobrancelha para ele.

— Sim.

— Eles estão se aproximando. Do leste, por trás dos cedros, eu acho.

Eu insisti.

— Então, eu vou jogar o resto dos meus ovos para eles enquanto você decola

na direção oposta.

— Eu não gosto disso.

— Você não precisa fazer isso. Mas o fato é que eu não estou em perigo. Você está. Portanto não me irrita Nicky.

Ele quase sorriu. Eu podia ver os lábios se mexendo.

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— Não empurre Lucky.

Eu soltei sua camisa e enchi minhas mãos com os meus últimos dois ovos.

— Pronto?

— Não exatamente.

Ele girou em torno de mim e me inclinou para trás sobre seu braço, beijando-me até que eu senti muito quente para estar dentro da minha pele. — Eu

vou te ver depois do Lua de Sangue.

E então ele se foi.

Eu tinha que me lembrar de que era somente por algumas semanas e que

era estupido a vontade de chorar.

Melhor chutar alguns traseiros.

Eu esperei até que tive certeza que Nicholas estava longe antes que eu

gritasse

— Vampiro!

Quando o primeiro Caçador de recompensa saiu dos arbustos um ovo de pimenta o acerta no meio da testa. Ele espirrou e amaldiçoou, cegamente jogando

uma estaca na minha direção. Eu tive que mergulhar fora do caminho. Caí duro,

cuspindo dente de leão e lama fora da minha boca.

O próximo foi mais esperto, não deixando a cobertura de folhas e escuridão.

O luar mostrou apenas um vislumbre de um colar de dentes e depois nada. Arrastei-me no meio do mato, sendo cutucada por grama seca, cocegas pelo laço

seco da rainha anne e esmagada por rebarbas.

— Só uma vez eu gostaria de sair sem ninguém arremessando estacas em cima de mim — murmurei, rastejando mais rápido. — Eu vou conseguir um

complexo a esse ritmo. — Eu parei atrás de um corinho seminu, usando-o para

cobrir tanto quanto eu poderia.

— Ele foi para o sul! — Eu gritei para fora, sabendo que Nicholas tinha ido

para o norte.

— Não — Jody gritou. — Ele foi para o oeste!

Desde que ela estava errada e, na verdade ajudando a aumentar a confusão

que iria proteger Nicholas eu não joguei meu ultimo ovo de pimenta nela.

Mesmo que eu realmente quisesse.

— Somos Hélios-Ra — eu gritei, não querendo que eles comecem a nos caçar

também.

Houve um suspiro alto do Caçador de recompensas ainda nos arbustos.

— Então vão para casa crianças.

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Eu poderia ter me irritado com isso se eu não quisesse sair daqui tanto

quanto eles queriam que partíssemos. Olhei para fora lentamente.

— Não atire!

O Caçador de recompensas que eu tinha atacado ainda estava esfregando os

olhos.

— Saía daqui antes que você realmente me irrite.

Eu corri. Assim como os outros.

— Isto não acabou — Jody sibilou quando estouramos fora do perigo e

voltamos para os gramados do campus.

Revirei os olhos.

— Ah, cala a boca!

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Capitulo 8 Solange

Não importa o quão bem eu me escondesse Constantine sempre parecia me encontrar.

Ele estava encostado em uma pedra enorme que tinha caído para fora da montanha há mais de um século atrás. Era macia com musgos e liquens. Os olhos

dele eram violetas, mesmo na escuridão.

— Aí está você, Princesa. — ele disse.

— Oi! — eu disse. Ele me fez sentir como se eu tivesse dez anos e mil anos

de idade, ao mesmo tempo. Foi confuso.

— Qual é o problema aqui? — ele perguntou. Ele afastou-se da rocha e se

aproximou de mim lentamente, languidamente, como se o ar fosse mel. — Você estava chorando.

Eu não disse nada.

— É tão ruim? — ele pressionou.

— Minha prima quase morreu. Tive uma briga com a minha melhor amiga.

Eu... quase a ataquei. — eu disse.

— E ela mereceu? — ele perguntou.

— Ela usou uma arma de choque em mim. — respondi.

— Ela mereceu, então. — ele disse com desdém. Ele estava perto o suficiente

para que eu pudesse ver as manchas de cinza em suas íris e meu próprio rosto refletido em suas pupilas. Eu estava pálida e patética.

Levantei meu queixo.

— E eu terminei com o meu namorado. — acrescentei.

Ele parecia quase satisfeito. Eu devia ter imaginado isso. Tudo o que ele disse em uma voz rouca foi:

— O garoto humano?

Por alguma razão eu não gosto de ouvir Kieran sendo referido como um

garoto.

— Ele é um Caçador. — eu disse.

— Cada vez pior. — ele disse.

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Fiz uma careta.

— Pode não se vangloriar?

Seu sorriso foi rápido e sem remorso.

— Por que lamentar o inevitável? Uma Princesa vampiro e um Caçador de

vampiros. A matemática básica falhou, querida.

Pensei em Lucy e Nicholas, Quinn e Hunter.

— Eu não acredito nisso.

Mas ele está certo, você sabe. Você tem que ter cuidado. Você tem que ser forte.

Ele encolheu um ombro.

— E você ainda terminou com ele.

— Não é porque ele é um Caçador. — porque ele era humano. Eu não queria que Constantine tivesse razão. E eu não queria me sentir assim. Não queria

pensar, saber ou me preocupar. Eu só queria que ele parasse. Mas ele não parou.

Ele estava piorando.

Eu não podia fingir o contrário, não mais. Não para mim, de qualquer maneira. Eu continuava fingindo para minha família por tanto tempo como eu

podia. Eles passaram bastante tempo preocupando-se sobre como eu estava. E

certamente eu não poderia admitir para eles que tive um tipo de pressa para usar os meus feromônios, para saber como eu era poderosa sozinha, sem a força do

nome Drake.

Mas a verdade era: ele fazia sentir-me superprotegida, uma filha profetizada nascida de uma família Real. Mais do que qualquer outra garota vampira apenas

necessária para política, ganância ou ilusão de bebês vampiros raros. Eu gostei desse sentimento. Gostei de saber que poderia manter as pessoas longe sem levantar uma mão, sem uma arma de qualquer espécie, até mesmo sem a ajuda de

meus infames irmãos.

Apenas Constantine compreendia. Eu não o assustava. E ultimamente, eu

assustava todos, mesmo Lucy.

Porque ela é humana. Eles não entendem você, não como eu.

— O que é isso? — Constantine perguntou.

Percebi que estava esfregando minha orelha. Minha mão caiu.

— Nada. — eu respondi. — Esta voz parecia diferente, como se não me pertencesse mais.

— Há outros efeitos colaterais, se você beber da veia? — perguntei. — Além dos que eu conheço?

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— Ser forte, saudável. Nada que você não possa resolver, amor. — ele

respondeu.

Todo mundo queria me manter segura, e eu apreciava isso, não me leve a

mal, mas Constantine só queria fazer-me poderosa. Sua morte não seria em minhas mãos; eu não teria de carregar o fardo que a qualquer momento ele

poderia ser implantado apenas para me conhecer ou para tentar proteger-me. Ele

confiou que eu poderia cuidar de mim. Havia algo de sedutor nisso. Bem, pelo

menos para mim.

Além disso, estar com Constantine impediu-me de ficar obcecada sobre

Kieran.

Eu já sentia falta dele. Podia sentir a dor gritando dentro do meu peito,

como um lobo na tundra. E eu já sabia que iria verificar a árvore de mensagens, mesmo que dissesse a mim mesma que não deveria. Ele tinha virado para a Liga, e

seu sistema de crença inteiro, para ficar comigo. E então eu tinha tentado comê-lo.

A namorada do ano, essa sou eu.

— Você parece positivamente melancólica. — Constantine disse, deslizando seu braço sobre os meus ombros. Ele enviou uma cócega à minha garganta. Ele

inclinou-se para que a sua boca estivesse muito próxima do meu ouvido. — O que

você precisa é de distração. E eu tenho só uma coisa, amor.

Eu sabia exatamente o que Lucy teria feito. Ela teria zombado que era uma

linha óbvia, teria dado-lhe uma cotovelada no estômago e rebolado para longe,

segura em seu desdém. Essa era, sem dúvida, a coisa mais esperta a se fazer.

Mas ela nunca conheceu Constantine.

Ela não sabia o modo como sua voz sombria enviava arrepios atrás do meu

pescoço, o jeito como ele era incrivelmente bonito, todo cores escuras e sombras

românticas.

E eu estava cansada de fazer a coisa inteligente e responsável.

Eu queria me divertir. Descomplicada, diversão imprudente.

Eu sorri para ele, inclinando-me mais perto.

— Vamos. — eu disse.

Foi como um conto de fadas.

E pela primeira vez, não do tipo em que alguém queria comer o meu coração.

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A campina era circulada com salgueiros, e um riacho estreito cortava um

lado, margeado com pedras pratas e geladas. A grama foi achatada sobvários tapetes persas grossos em vermelhos rubis e azuis escuros, todos empilhados uns

sobre os outros. Velas queimadas em lanternas de ferros penduradas das árvores

e em candelabros em pé. Uma mesa estendia a parte estreita do rio, e tinha várias cadeiras de cada lado, poltronas de brocado roídas pelas traças com braços e pés

cobertos de teia de aranha. Havia vários baús e bancos e fumaça espessa do

incenso caindo como névoa perfumada.

— É lindo. — murmurei. Era como as melhores partes de um livro de contos.

Se Constantine trocasse seu casaco por uma armadura eu não teria sequer

pestanejado. Na verdade, eu senti como se devesse estar usando veludo e mangas bufantes rendadas. Algo em mim suspirou. Eu não podia dizer se era eu ou a

estranha voz interior que não conseguia calar.

— Este não é um território Chandramaa. — Constantine advertiu-me

quando os outros vampiros viraram para nos olhar. — Nós estamos do outro lado

das fronteiras aqui.

Vampiros descansavam, bebendo de garrafas de vinho à moda antiga. Uma

escrava de sangue sentava em uma almofada estofada com um sorriso de boas-vindas. Eu olhei para longe.

— Princesa. — disse uma garota da minha idade, com um forte sotaque irlandês. Ela usava uma saia longa de tule esfarrapada na bainha e uma camiseta

apertada desbotada. Seus pés estavam descalços, as unhas dos pés pintadas de

turquesa e descansava entre as pernas de outro vampiro loiro com dreads. — Você

finalmente libertou-se da gaiola dourada. Lute contra o homem Drake, mesmo se você for o homem.

— Marigold é a nossa pequena anarquista. — Constantine disse devagar e com carinho. — Não a deixe te assustar.

Marigold sorriu para mim. Eu não podia deixar de sorrir de volta. Era difícil não gostar de uma menina com um nome como Marigold, que usava um anel de

doces em uma corrente como um colar. A mão de Constantine alisou o meu ombro,

descansando na parte inferior das minhas costas. Foi uma distração, como se todas as terminações nervosas estivessem reunidas sob a palma de sua mão e

faiscassem. Eu tive que me concentrar no que ele estava dizendo.

— Estes são Toby e Elijah, e, a outra ali é Ianthe. Há outros à espreita. —

Toby abandonou um sofá de veludo roxo, ao qual Constantine levou-me. — Eu não

sei se ele é novo.

O cara com dreads sorriu facilmente.

— Eu sou Spencer.

O nome soava vagamente familiar. Quando o olhei, ele acrescentou:

— Amigo da Hunter.

Ele havia sido transformado por um dos médicos da Academia Hélios-Ra

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depois de ser infectado com saliva Hel-Blar na enfermaria. Ele pode ser um

vampiro agora, mas ainda parecia um surfista. E sua amiga Hunter estava namorando meu irmão. Nenhum de nós mencionou qualquer uma das questões

acima.

— Que lugar é esse? — perguntei, me sentando. Uma mola quebrada

cutucou o meu quadril.

— Nós o chamamos de Bower. — Marigold explicou. — Quando nós nos cansamos do sangramento monárquico - sem ofensa - e o Chandramaa respirando

nos nossos pescoços, nós viemos para cá.

— Pense nisso como uma troca de ideias e costumes. — Constantine

adicionou suavemente. — Um lugar seguro. As pessoas aqui têm viajado para ser

uma parte da Lua de Sangue. Marigold é de County Clare, Elijah é do Marrocos.

— Nós não sabemos de onde Toby veio. — Marigold disse, sorrindo. — Ele

não fala nada de inglês.

— Eu sou Solange. — me apresentei, embora Marigold já tenha dito que sou

uma Princesa.

— Você é Dhampir. — Ianthe disse com um forte sotaque grego. Eu pisquei

diante do seu tom prosaico. — Pai vampiro e mãe humana, certo?

— Originalmente, sim. — eu disse.

Ela encolheu os ombros.

— Não é tão incomum. — ela disse. — As famílias antigas do Conselho

Raktapa geralmente acumulavam respeito ou suspeita, ou ambos.

— Ah! — eu poderia tê-la beijado. Eu era comum. Sorri.

Constantine riu.

— Eu te disse, você é irremediavelmente colonial. Há linhagens muito mais raras do que a sua no mundo. — ele disse.

— Cuidado com Sarabeth agora. — Marigold disse. — Ela é certamente um trabalho desagradável. Fácil de reconhecer, também, com essas pernas de bode.

Pestanejei.

— Sarabeth tem pernas de cabra?

— Sim, e se você olhar, ela vai te chutar com elas. — ela respondeu e

esfregou os joelhos. — Machuca como uma cadela.

Ianthe assentiu.

— Muito raro, o Baobhan-Sith.

— E não ofereça uísque porque ela é escocesa e você acha que ela vai gostar.

Isso irá irritá-la também. Basta perguntar a Jude. — Marigold revirou os olhos. —

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Ela não interessa, temos problemas maiores, aparentemente.

— O quê? — perguntei.

— Um dos nossos está desaparecido, provavelmente morto. — Elijah disse suavemente. — Um vampiro.

— Sério? — perguntei surpresa. — Mesmo com a Chandramaa ao redor?

— Isso não foi uma disputa de vampiro. — Ianthe explicou. — Foi uma

morte humana.

Elijah cuspiu.

— Caçadores.

Senti meus olhos se arregalarem. Tentei não olhar para Spencer e denunciá-

lo.

— Hélios-Ra?

— Nós não sabemos. — Jude interrompeu. — Poderia ter sido qualquer um.

Caçadores, Hélios-Ra, eles são todos iguais. Humanos.

Eu engoli.

— Mas como você sabe que não foi outro vampiro?

— O cheiro de humano em todo o local do assassinato sangrento, você não

estava lá? — Elijah olhava para mim especulativamente. — Esta conversa é muito

sangrenta para uma garota bonita como você. — ele não tinha ideia de que eu só assisti um suicídio de um Caçador. Ele sorriu para mim, as presas saindo debaixo

do seu lábio superior.

Feromônios. Oops. Mudei para perto de Constantine.

— Obrigada por me trazer aqui. — eu disse-lhe baixinho, quando Spencer e Ianthe argumentaram sobre se os vampiros eram ou não intrinsecamente mágicos.

Ianthe disse que eles praticavam magia, enquanto Spencer disse que eles eram

mágicos. Elijah disse que não acreditava em magia e se poderíamos, por favor, discutir os códigos penais em vez de vampiros.

— Você é muito bem-vinda. — Constantine inclinou a cabeça para mim quando morcegos encheram o céu sobre nós. — Você pode fazer o seu próprio

destino, Solange. Você apenas tem que olhar um pouco mais longe do que a porta

da frente.

Eu poderia amar este Bower. Todo mundo parecia tão confortável, bebendo

sangue de garrafas de vinho e conversando. Mesmo Spencer esparramado com

Marigold, bebendo de um copo.

Balancei a cabeça.

— Como você é tão bem ajustado? — perguntei para Spencer. — Você só tem

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sido vampiro pelo o quê, um mês?

Ele deu de ombros.

— Melhor do que a alternativa. Além disso, eu ainda posso surfar à noite. — ele piscou para Marigold. — E há vantagens.

Ela piscou e puxou os pés dele.

— Vamos explorar essas vantagens, garoto?

Eles desapareceram na calma e fria floresta. Não demorou muito para os

outros se afastarem também, Ianthe rindo com o escravo de sangue. Algumas das

velas apagaram e as sombras me envolveram como um grosso xale. A geada

brilhava sobre as folhas de salgueiro.

— Você pode me passar a garrafa? — Constantine perguntou, puxando um

copo de madeira limpo de uma cesta ao lado do sofá. Eu estava lhe entregando a garrafa quando ela partiu na minha mão, e cacos de vidro caíram no tapete. Um

deles entrou no topo do meu polegar e ficou preso lá. Sangue e vinho escorreram

pelo meu braço. Meus dentes alongaram.

Constantine não disse uma palavra, apenas tirou o resto do vidro na minha

perna e depois puxou a lasca fora. O sangue imediatamente gotejou para fora do corte. Seus olhos dilataram, os azuis e roxos de um crepúsculo de verão. Suas

presas brilhavam quando ele se inclinou para mim, comprimindo-me contra o sofá

de veludo. Eu não o impedi. Ele estava tão perto, me pressionando nas almofadas. Eu não sabia se iria me beijar.

E então ele apenas levantou a mão para a boca, lentamente. Ele ainda não

falou, não olhou para longe, só fechou a boca sobre a minha ferida. Ele sugou o sangue. Eu corei, mas não me afastei. O corte parou de sangrar; era tão pequeno

que eu já podia sentir a cura.

Constantine arrastou os lábios sobre o meu pulso interno, pressionando

com um beijo suave, e faminto ao longo das minhas veias azuis e eu quase

suspirei. Então ele se levantou e foi embora, deixando-me deitada em um sofá no meio da floresta, me sentindo mais como a Princesa do conto de fadas do que

antes.

Constantine estava certo.

Eu precisava tomar o controle do meu próprio destino.

E Isabeau era a única pessoa que eu conhecia e que poderia me ajudar. Ela

também sabia o que era ter uma profecia sobre a sua cabeça. É claro, a dela tinha dito que ela ficaria com um dos meus irmãos e foi o que ela fez. Minha profecia foi

um pouco mais sinistra.

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78

Pelo menos, é isso o que eu supus.

Ninguém conhecia realmente as palavras exatas da coisa estúpida. Elas

foram murmuradas numa noite por uma senhora louca do século XVI na Escócia.

Alguém deve ter ouvido dela, já que a estória se espalhou, mas ninguém nunca tinha escrito. Porque isso seria, você sabe, útil.

Em vez disso, minha própria existência foi cogitada como um bicho-papão para assustar vampiros monarcas e os rebeldes da mesma forma. E eu estava

começando a me preocupar que com vampiros pode dar certo. Então, eu faria o

que meu pai sempre nos ensinou a fazer quando estávamos com medo ou

confusos: eu obteria mais informações.

Nós nunca tínhamos acreditado em magia antes, e por causa disso, e o fato

de que tinha sido expulsa do tribunal por tantos séculos, nós não sabíamos o quanto poderíamos. Mas talvez eu pudesse consertar isso. E mostrar a minha

família que eu não era feita de açúcar e luar.

Porque depois de um momento em um sofá de veludo com Constantine eu

me sentia malvada, feita de pimenta, fogo e vinho.

Deixe disso. Você não pode confiar em mágica. Mas você pode confiar em mim.

E lá estava aquela voz. Estremeci. Eu realmente precisava de respostas.

Eu finalmente rastreei Isabeau na periferia do acampamento, no caminho

para as cavernas nas montanhas onde a delegação de Hound estava hospedada.

As tatuagens e cicatrizes em seus braços e pescoço estavam visíveis à luz da tocha bruxuleante. Assim, estavam os três vampiros de pé em uma meia-lua em torno

dela.

Eles não tinham ideia do que ela poderia fazer à eles.

Além de minha mãe, Isabeau era a melhor lutadora que eu já vi. Ela era rápida e cruel e podia trabalhar a magia para confundir você. Mas ela não podia

fazer nada disso aqui, não no território de Chandramaa. Eles a circularam,

rosnando. Eu não podia deixar de compará-los com Marigold e Spencer e mesmo Toby, que não disse uma única palavra.

— Nós ouvimos que você tem presas duplas, como o anfitrião. — disse um deles.

Isabeau enrijeceu.

— Eu nunca pertenci a Montmartre. — ela colocou a mão no pescoço do cão

lobo, quando ele rosnou. — Não, Charlemagne. Obedeça.

Eu corri para frente, faiscando meu conjunto triplo de presas de propósito

pela primeira vez.

Eu me senti bem.

Os vampiros congelaram, olhando para mim.

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— Princesa. — disseram eles.

Inclinei-me mais perto, sorrindo ferozmente.

— Vão embora. — eu disse.

Suas pupilas dilataram e assentiram mecanicamente.

— E sejam gratos por eu não fazer vocês latirem como um cão. —

acrescentei.

— Sim, Princesa. — eles disseram. Eles se afastaram, olhando confusos.

Isabeau inclinou a cabeça pensativamente.

— Isso é novo, n’est-ce pas2? — disse ela.

Balancei a cabeça.

— Mais ou menos. Posso falar com você? — perguntei.

— Bien sûr3. — ela respondeu.

— Em particular? — eu disse.

— Sim, venha por aqui. — ela disse.

Eu a segui longe do campo, em direção às cavernas. A centena de pequenos

sons das tribos que coexistem ecoou sob o vento e o cheiro de aproximação da

neve. Eu podia ouvir os cães em nossa direção e um tambor de algum lugar no fundo da montanha. Paramos em um afloramento, alto o bastante para ver as

estrelas sobre as copas das árvores. Eu me senti nervosa, mas de um jeito bom.

Como se eu pudesse ter realmente controle sobre o meu próprio futuro.

— Eu quero saber mais sobre a profecia. — eu disse. — Sobre mim. — a

neve se movia entre nós, derretendo quando tocava nas pedras. Charlemagne latiu

e tentou morder os flocos que caíam do ar. — Existe alguma maneira mágica de ver a profecia? Ou ouvi-la? Logan disse que você fez isso com uma das pinturas

nas cavernas Reais. Você o fez ver o momento em que foi pintada.

Ela franziu o cenho.

— Acho que deve haver.

— Mas você não sabe como? — perguntei.

Ela olhava intrigada.

— Eu posso pensar em algumas magias que podem ajudar, mas não tão claramente como você gostaria. E levaria algum tempo para eu reunir os

ingredientes. Duas semanas, pelo menos. — ela disse.

2Não é?

3Certo/claro.

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— Eu não tenho duas semanas! — eu disse suplicante. — Não há outra

magia?

— Acho que podemos perguntar para Kala. — ela disse. — Ela pode fazer

isso.

— Ela pode? — eu disse ansiosamente.

— Eu digo que ela pode, não que ela o fará. — disse ela.

— Podemos perguntar-lhe agora? Por favor? — pedi.

Ela piscou por causa da minha impaciência.

— Acho que sim.

Girei sobre os meus calcanhares e corri para perto da caverna. Ela não me

seguiu. Eu voltei a minha cabeça.

— E então?

Ela estava sorrindo.

— Essa caverna não leva a lugar nenhum. — ela apontou para outra caverna mais abaixo. — Por aqui.

Se estas eram apenas as cavernas temporárias de Hounds eu podia só imaginar quão incrível era o espaço permanente dela. As paredes eram cravejadas

com tochas, e a entrada estava toda pintada com ocre avermelhado e decorada

com ossos de cão pendurado com miçangas. Logan me contou que depois que um

cachorro morria (de causas naturais), seus ossos se transformavam em objetos sagrados. Lembrei-me de encontrar um ponto de morte de patas de cão, o qual

nos fez pensar que Logan estava morto.

Uma dúzia de cães nos cumprimentou com rabos abanando e um rosnar

estranho. Isabeau fez um movimento brusco com a mão e os rosnados morreram.

Descemos mais longe nas cavernas labirínticas, em direção ao cheiro de pedra molhada e incenso. Hounds tatuados com contas de osso no cabelo continuaram

quietos e silenciosos com a nossa chegada. Mesmo o tambor parou antes que eu

pudesse ver quem estava tocando.

Isabeau continuou andando, parecendo mais confortável do que eu a tinha

visto dentro da montanha tranquila com cães se aglomerando em seus joelhos. Ela

nos levou para dentro de uma fenda profunda com miçangas penduradas. Tivemos que abrir caminho na escuridão úmida, raspando meus ombros e minhas mãos

nas rochas até sangrarem. Então, a fenda abriu abruptamente em outra caverna,

iluminada com uma única vela queimando em uma lanterna de estanho pendurada no teto.

Uma mulher que eu assumi ser Kala, Shamanka dos Hounds, esperava por nós sobre uma pele de animal, um tambor pintado em seu colo. Seu cabelo era

longo e trançado, e com muitas contas de ossos penduradas que estalaram

quando ela se moveu. Espirais azuis foram tatuadas no lado esquerdo do seu

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rosto e por todo o caminho até o seu braço. Era o mesmo azul do arabesco da

tatuagem que Isabeau tinha e uma flor-de-lis, ao lado de seu pescoço.

— Finalmente. — Kala disse. — Você veio.

Pisquei assustada.

— Você estava me esperando?

Isabeau sorriu gentilmente.

— É difícil surpreender Kala.

— Sente-se! — Kala ladrou para mim. Eu estava sentando em peles antes

mesmo de ter registrado o comando.

Isabeau fugiu antes que eu pedisse para ela ficar. Kala arreganhou os

dentes para mim, no que eu esperava que fosse um sorriso.

— Porque veio aqui, minha menina?

Balancei a cabeça.

— Para ver a profecia.

Ela gargalhou. Não havia nenhuma outra palavra.

— Ainda espero por você, então. — ela disse.

Ela sacudiu um chocalho de sementes pendurado com dentes de cão antes que eu pudesse perguntar o que ela quis dizer com isso. O som ricocheteou nas

paredes e repercutiu fora dos meus ossos. Até mesmo as minhas presas sentiram,

como se elas estivessem vibrando dentro da minha cabeça. Com a outra mão, ela abanou ramos de cedro para soprar a fumaça de um pequeno fogo definido em um

círculo de pedras brancas. Eu tossi e meus olhos arderam. A fumaça era espessa,

verde e tinha um gosto estranho, acobreado. Ela cantava em uma língua que não

reconheci até que eu me senti tonta e desorientada. A fumaça se agarrou ao meu cabelo, aos meus cílios, dentro das minhas narinas. O canto e o barulho pararam

abruptamente, e o silêncio foi tão repentino que eu me encolhi.

Kala estendeu a mão repentinamente e perfurou a ponta de seu dedo

indicador muito fortemente e apontou para o ponto entre meus olhos.

— Veja. — ela disse.

— Tudo ficou escuro.

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Capitulo 9 Nicholas

— O que aconteceu com você? — Marcus perguntou quando eu entrei no

celeiro que servia também como laboratório do tio Geoffrey. Hectares de

escrupulosamente impecáveis mesas brilhavam ao abrigo de faixa de iluminação. Havia microscópios, uma máquina de ultrassom, até mesmo uma máquina de

raios-X, para não mencionar as prateleiras de máquinas cujas finalidades eram

desconhecidas para mim. Marcus estava diante de uma fileira de tubos de ensaio cheios de sangue. Ele usava um jaleco branco e tinha o cabelo despenteado, como

se tivesse passado a mão por ele.

Christabel estava sentada em uma cadeira em um canto, perto de uma televisão pequena e uma caixa de madeira cheia de DVDs. Ela estava olhando

para uma caixa de pizza em seu colo, franzindo a testa.

— O que há com você? — perguntei.

Ela olhou para cima, piscando.

— Eu adorava pizza. — parecia desnorteada.

— E agora não?

Ela balançou a cabeça.

— Tem gosto de papelão. — ela farejou profundamente. — Eu posso sentir o

cheiro, mas mal posso prová-lo.

Marcus assentiu tristemente.

— Eu ainda sinto falta do café.

— Mas é estranho. — ela mostrou a língua e ficou vesga olhando para ela. —

Ainda tenho papilas gustativas. Eu deveria ser capaz de provar isso.

Marcus sorriu com simpatia.

— É porque seu cérebro não consegue lidar com a ideia de beber sangue. — explicou. — Mas o seu corpo é mais esperto. Ele faz com que nada mais seja tão

saboroso quanto o sangue. Porque você precisa dele para sobreviver. Essa é a

teoria atual de Tio Geoffrey de qualquer maneira. E eu estou inclinado a concordar. — ele levantou uma sobrancelha para minhas calças quando

Christabel empurrou a pizza para longe com um suspiro. — Então, o que há com

você?

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Olhei para meus jeans rasgados e com riscas de lama e eriçada com

rebarbas.

— Encontro com Lucy.

— Ela está brava com você?

Eu bufei.

— Não. Eu ainda estou de pé, não é? Corremos em direção de Caçadores.

Marcus assobiou.

— Tão ruim quanto dizem?

— Pergunte a London.

— Ela está bem?

— Tio Geoffrey parece pensar que ela vai ficar bem. — debrucei-me contra a

parede, exausto. — Solange ofereceu seu sangue, já que ela bebeu de Madame

Veronique uma vez, e isso ajudou.

Marcus pareceu interessado.

— Sério?

Eu não podia deixar de sorrir.

— Sim, Tio G. queria fazer alguns testes, mas Sol não deixou.

— Não faz mal, ainda temos alguns tubos do sangue dela guardados. —

disse ele, apontando para a bandeja na frente dele. — Vou continuar trabalhando

nisso.

— Você já encontrou alguma coisa?

— Não. — respondeu ele, revoltado. — É sangue. É DNA Drake. Ele reage curiosamente com diferentes aditivos e estímulos, mas nunca de forma

consistente. — rangeu os dentes de trás. — É malditamente irritante.

— Ela está doente? É perigoso?

— Ela não está doente.

— Mas é perigoso? — pressionei.

Marcus suspirou. — Eu gostaria de saber.

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Capitulo 10 Lucy

Domingo à noite, mais tarde ainda.

Eu empurrei a porta da Hunter sem bater.

— Há Caçadores de vampiros lá fora! — eu anunciei — Você sabia disso?

Chloe nem desviou o olhar do seu notebook.

— Ela continua esquecendo que ela está em um colegial de Caçadores de vampiros — ela disse para a Hunter. O chão ao redor da cadeira dela estava

repleto de latas de refrigerante.

Hunter estava sentada em sua cama, lendo um livro.

— Porque você está coberta de carrapichos? — ela perguntou, despreocupada.

— Caçadores de vampiros — eu expliquei impacientemente. — Como eu disse.

Ela abaixou seu livro, seu rabo de cavalo loiro balançando atrás dela.

— Estudantes te atacaram?

— Não. Bem, sim, mas eu não estou falando deles. Eu estou falando sobre os caras velhos usando presas como joia. Caçadores. — Eu tirei os carrapichos e

as folhas do meu suéter. Os joelhos do meu jeans estavam manchados de lama.

Chloe finalmente olhou, interessada. Seu cabelo era um emaranhado de

cachos escuros brotando de todos os lados, como sempre.

— Sério?

— Sim — eu disse, relendo meus textos apenas para me lembrar que o Nicholas estava seguramente longe dessa escola estranha. — E eles não gostaram

do meu namorado.

Hunter franziu a testa.

— Caçadores? Aqui? Você tem certeza?

— Alô? — Eu abri meus braços, ramos e folhas caindo no carpete. — Eu

tenho certeza. E eu tenho as contusões para provar.

Os dedos da Chloe voaram pelo seu teclado. Eu ergui uma sobrancelha para

a Hunter.

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— Ela está procurando no google sobre aqueles Caçadores idiotas? Eu

duvido que eles tenham sua própria página pessoal na internet.

Chloe bufou.

— Você ficaria surpresa.

— Ela está invadindo os arquivos da escola — Hunter disse — Ela faz isso o tempo todo.

— Eles não têm segurança para esse tipo de coisa?

Chloe bufou novamente. — Por favor. — Eu conhecia esse tom. Connor o

usava sempre que alguém duvidava do computador dele.

Eu sentei na cama de Hunter, esfregando meu cotovelo. Estava dolorido

agora que a adrenalina foi diluída no meu sistema. Eu devo ter caído com mais

força do que eu pensei. — Ai.

— Eu não posso acreditar que você viu um Caçador.

— Esse é um nome estúpido — eu resmunguei.

Ela apenas sorriu.

— Eu sei, mas você viu o manual. Nós gostamos bastante de mundos

antigos e juramentos medievais e símbolos secretos. De qualquer forma, os Caçadores quase nunca vêm para Violet Hill. Não tem por que com a academia

aqui e tudo mais.

— No que eles são diferentes dos outros Caçadores? Além do senso de estilo

selvagem?

— Eles não são da Helios-Ra — Hunter explicou — Eles fazem seus negócios sozinhos.

— Foi bem isso que o Nicholas falou — eu admiti.

— Isso deixa os professores loucos — Chloe disse presunçosamente. —

Sempre que eles ameaçam nos reprovar, nós ameaçamos nos tornar Caçadores.

— Você ameaçou isso — Hunter disse secamente — O resto de nós apenas

faz o dever de casa.

— Ha. Sério? Eu sou demais. — Ela sentou e deu um sorrisinho para sua

tela, e então para nós. — Bem o que eu pensei. Um alerta para o quadro de funcionários foi emitido sobre Caçadores na área. — Ela fez uma careta. — Espera

um pouco. Eles foram convidados. — Hunter se endireitou. — Isso é realmente

raro — ela explicou, para o meu benefício. — Helios-Ra e Caçadores se dão melhor

quando nós não dividimos território.

— Como os vampiros — eu disse.

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— Eu quero ver a cara da York quando você disse algo assim na aula —

Hunter sorriu. York era a sua professora menos favorita. Ela se virou novamente para a Chloe. — Então eu presumo que eles foram convidados por causa da Lua

de Sangue?

Chloe assentiu.

— Patrulhas aumentadas para nos proteger e a cidade, eu acho.

— Vai entender — eu resmunguei, uma reação instintiva ao que eu

considerava o racismo galopante contra vampiros.

— Você não pode me dizer que você acha que todos os vampiros são

gostosos igual o seu namorado, Hamilton — Chloe disse incredulamente, girando.

As rodas de sua cadeira chiaram. — Ou tão quente quanto o namorado da Hunter. O que não é possível por falar nisso — ela se interrompeu. — De qualquer forma,

alguns vampiros matam sim, você sabe.

Eu pensei na Senhora Natasha e no Montmartre.

— Acredite-me, eu sei.

O telefone da Hunter nos interrompeu com um toque discreto, como um

bebê pássaro. Eu apenas olhei para ela.

— Está travado nesse toque — ela admitiu, se esticando para pegá-lo na sua

mesa de cabeceira.

— Ele me deu pesadelos saídos daquele filme do Hitchcock Os Pássaros

ontem à noite quando ele tocou às três da manhã. — Chloe ergueu suas

sobrancelhas para mim. — E então ela deu uma risadinha.

— Eu não fiz isso — Hunter atirou de volta, mas ela estava corando um

pouco.

Eu sorri.

— Quinn Drake.

Ela corou mais ainda.

— As duas calem a boca. Agora. — Ela fez uma careta para o seu telefone. —

Ah não.

Chloe gemeu.

— Sem Ah não. Eu ainda tenho um trabalho para terminar para amanhã de manhã e é quase duas horas da manhã já.

— Quinn? — eu perguntei. — Todo mundo está bem? — Eu verifiquei o meu telefone de novo mas não havia nada do Nicholas ou da Solange.

— Não o Quinn. — Ela se levantou. — Lia.

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— Quem é Lia? — Eu perguntei enquanto a Chloe e eu a seguíamos para o

corredor deserto. As luzes estavam baixas.

— Ela é do primeiro ano — Hunter sussurrou. — Eu sou uma das monitoras

do andar dela.

— E?

— E ela é mais furtiva do que ela parece. — Hunter pausou no último de

grau. — Fique entre a Chloe e eu, e apenas pise onde eu piso.

Eu a olhei.

— Por quê? São bombas? — Você nunca sabe com essa escola.

— Só não quer ser pega zanzando depois do horário — Hunter explicou. Ela

correu até a escada com agilidade, evitando certos degraus.

— A escola está grampeada — Chloe sussurrou atrás de mim.

— Isso é legal?

— Para quem nós contaríamos?

Eu mostrei-lhe um sorriso.

— Minha mãe. Ela iria trazer cartazes e protestar nessa escola transformando-a em uma massa de medo trêmula.

— Legal.

Hunter se agachou embaixo de uma câmera que eu nem teria imaginado

que estava ali. Eu estava impressionada apesar de mim mesma. Nós alcançamos o último andar e caminhamos pelo corredor, passando os banheiros. A porta da Lia

estava entreaberta. Hunter passou por ela com Chloe e eu nos seus calcanhares.

Duas meninas estavam empoleiradas em seus calcanhares em um canto da cama desfeita, narizes pressionados na janela. Elas estavam de pijama e as luzes

apagadas. Apenas a lua mostrava suas silhuetas. A de óculos se virou.

— Você recebeu minha mensagem — a que eu presumi ser Lia disse. —

Venha ver, rápido!

Nós três pulamos na cama tão repentinamente que a colega de quarto da Lia

foi esmagada no canto. Ela guinchou, se virou, e caiu para fora da cama.

— Desculpa, Savannah — Hunter disse, mas ela não se mexeu e não

desviou o olhar da vista para fora da janela. Ela estava tão perto que o seu rabo de

cavalo fez cócegas na lateral do meu rosto.

— O que nós estamos olhando? — eu perguntei. Tudo que eu podia ver era o

campo escuro, a luz do poste atingindo as janelas do ginásio, e o perfil das árvores.

— Lá — Lia apontou. — Eu vi uma van encostar com seus faróis desligados

e Theo correndo para a enfermaria.

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— Pergunte pra ela o que ela estava procurando — Savannah deu uma

risadinha.

Lia corou.

— Isso não é importante.

— Onde está o seu kit? — Hunter perguntou severamente. Lia o pegou do chão e praticamente jogou pra ela. Óculos de visão noturna, binóculos, estacas, e

outras engenhocas se derramando pelo cobertor.

— Ei, eu nunca ganhei um kit — eu murmurei. — Eu totalmente quero óculos de visão noturna. — Hunter já estava com eles na mão enquanto eu

alcancei o binóculo.

Nós torcemos nossos pescoços em um ângulo que garantia a todas nós

artrite quando nós ficássemos velhas. Presumindo que nós conseguíssemos a

chance de ficarmos velhas, claro. Se eu cruzasse de leve o meu olho esquerdo eu conseguia ver a porta da enfermaria. O caminho era mais fácil uma vez que você

sabia o que você estava procurando. Houve uma agitação de movimento atrás da

porta da van, mas nós não conseguíamos descobrir o que eles estavam fazendo.

— Então o que vocês estavam olhando quando vocês estavam entaladas

aqui? — Chloe perguntou a Lia, enquanto nós esperávamos pacientemente para que algo acontecesse.

— Nada.

— Mentirosa. — Savannah sorriu. — Ela ouviu que o Kieran estava na

enfermaria e ela queria dar uma olhada.

Lia beliscou sua colega de quarto.

— Você é uma droga, Savannah.

Savannah apenas deu de ombros, sem arrependimento.

Hunter sorriu brevemente.

— O Kieran já foi para casa — ela disse gentilmente.

— Ah. — Lia tentou não soar desapontada e falhou miseravelmente. Ela

pausou. — Ele está bem?

— Ele está ótimo — Hunter respondeu. — Foi a Lucy que trouxe ele aqui.

Lia olhou para mim, seus olhos arregalados.

— Você conhece o Kieran?

Eu não contei a ela que ele estava namorando a minha melhor amiga. Bem,

de acordo com o Nicholas ele não estava mais namorando Solange mesmo.

— Atenção — Hunter disse.

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Lá embaixo, dois Caçadores emergiram, carregando o corpo flácido de uma

mulher para a enfermaria.

— Aqueles são os Caçadores que vieram atrás de nós na floresta. — Eu

reconheci os colares de presa como também o homem que eu havia jogado o ovo de pimenta.

— Droga — Hunter murmurou. — Eu não consigo descobrir o que eles estão dizendo. Eu sabia que deveria ter aprendido a ler lábios. — Era provavelmente a

única coisa no mundo que ela não sabia ainda fazer.

Os Caçadores correram com o paciente por debaixo de um poste de luz. Hunter e eu nos atrapalhamos para conseguir um melhor ângulo. A mulher tinha

cabelo curto, curto o bastante que eu podia ver o lado de seu pescoço.

E as marcas de perfuração, que poderia somente ter vindo de presas,

pingando sangue.

Eu puxei uma respiração.

— Merda.

Os Caçadores sabiam que havia vampiros nas proximidades da escola; Jody

e seus amigos idiotas sabiam que o Nicholas estava comigo. E agora havia o corpo de uma mulher que muito claramente havia sofrido um ataque de vampiro. Eu

sabia com certeza que o Nicholas não havia feito isso. E eu também sabia que

ninguém provavelmente acreditaria em mim.

O binóculo se afundou nas minhas bochechas, mas por mais que eu

tentasse, eu não conseguia ver mais nada. Eles já haviam corrido com a mulher

para dentro.

— Ela não era uma Caçadora — Hunter disse baixinho, pensativamente.

— Como você pode ter certeza? — eu perguntei.

— Primeiro eles nunca se incomodariam em trazer escondidos Caçadores feridos para dentro do campus. Eles apenas entrariam com tudo se fosse

necessário.

— O que significa?

— O que significa que era uma mundana, uma civil.

Eu sentei.

— Eles fazem muito isso? Trazê-los aqui, quer dizer?

Ela olhou para mim severamente.

— Apenas se é um ataque de vampiro e eles querem ter certeza que a

pessoa não foi infectada. Hospitais seriam inúteis nesse caso.

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— Parece que nós precisamos de proteção, afinal de contas — Chloe disse

baixinho.

Este parecia ser o consenso no restante do dormitório também. Quando nós

voltamos para o quarto da Hunter, havia um pequeno amuleto de estranho

pendurado na maçaneta da porta. Hunter e Chloe trocaram um olhar sombrio e abriram a porta. Hunter embolsou o amuleto e pegou o bilhete dobrado sobre o

carpete. Era o número 113.

— Vamos. — Hunter se virou para sair de novo.

— Ir aonde? — eu perguntei. — Esse é um código secreto? Óculos de visão noturna e códigos secretos. Ok, essa Liga não é inteiramente ruim.

— Hunter comanda um Esconderijo Negro secreto — Chloe explicou

baixinho. — Bem, meio secreto. É autorizado pelo Hart, mas ninguém mais sabe sobre ele.

— Legal.

— Sim — Chloe concordou, pegando o seu notebook da mesa e o colocando

embaixo do braço. — É por causa daquele negócio todo de droga entre professor-vampiro. A Hunter é o olho e o ouvido secreto do Hart na escola.

Hunter deu de ombros, modestamente.

— Não é grande coisa.

Chloe apenas a ignorou.

— O Olho de Hórus significa que alguém tem informação. Ele chama uma reunião secreta.

— No quarto da Jenna, aparentemente — Hunter disse, enfiando o bilhete em seu bolso. — Esse é o número do quarto dela. — Ela olhou para mim. — Quer

vir?

— Diabos, sim, eu quero.

— Eu iria ver se você ia querer se associar. Eu acho que seria bom ter a sua

perspectiva, apenas vir para a escola e tudo mais. Você pode ver coisas que nós nem notamos mais.

— Você quer dizer fora o fato de que eu estou surpresa que vocês não correm por aí com capas pretas e chamarem um ao outro de Van Helsing?

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— Sim. — Ela revirou os olhos. — Fora isso. — Ela acenou para a porta. —

Vamos seguir.

O quarto da Jenna era no final do corredor, ao lado de uma janela

pendurada com uma cortina de renda horrível que provavelmente havia sido feito com a intenção de ser aconchegante. Ela era apenas feia. Hunter bateu uma vez

suavemente e depois entrou. Jenna estava em sua mesa, seu cabelo ruivo em uma

trança. Havia mais uma garota e dois caras com ela, nenhum deles eu reconheci.

Chloe foi diretamente para a cama vazia e se estendeu em seu estômago, abrindo seu notebook.

— Onde está a sua colega de quarto? — Hunter perguntou a Jenna.

— Na biblioteca, fazendo um trabalho — Jenna respondeu. — Ela demorará

pelo menos mais uma hora.

— Essa é a Lucy — Hunter me apresentou. — Você conhece a Jenna, e essa

é Kyla, Griffin, Drew, e o Eric.

Os olhos do Eric me perfuraram.

— Lucy Hamilton? Você conhece a Solange?

— Sim — eu disse. Pelo menos ele não me chamou de Lucky. Eu provavelmente o deixaria viver, apesar do tom que ele estava usando, como se eu

pessoalmente tivesse chutado o seu filhotinho. — Por quê? Você conhece a

Solange?

— Eu conheço o Kieran.

— Ah.

— Ela...

— Pare bem aí. — Eu o interrompi com um olhar estreitado. — Eu posso

estar brava com ela, mas ela ainda é minha melhor amiga, e eu vou chutar o seu

traseiro se você disser qualquer coisa sobre ela.

Ele se recostou sobre a borda da mesa.

— Sim? Bem, o Kieran é meu melhor amigo.

— Ele é meu amigo também — eu respondi baixinho.

Eric olhou para mim por um longo momento antes de finalmente acenar

com a cabeça uma vez.

— Ok.

Hunter sentou-se no chão.

— Se vocês dois terminaram o concurso de macho dominante, nós podemos

continuar com isso? Por que você está aqui, Eric? Você não faz parte do Esconderijo Negro.

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92

— Não, mas o Kieran disse que você poderia precisar dessa informação. —

Ele estendeu a mão e ligou o rádio da Jenna. Era um truque que eu conhecia bem. Ele mascarava as conversas nos casos de aparelhos de escuta ou vampiros, faça

sua escolha.

— É sobre a mulher que foi trazida para cá? — Chloe perguntou. — Porque

nós já sabemos sobre isso.

— Que mulher? — Jenna perguntou, intrigada.

— Uma civil ferida — Hunter disse. — Marcas de mordida.

Jenna soltou um assobio através de seus dentes. Eric olhou para mim. Eu

olhei para ele.

— O quê? — eu disse. — Eu não a mordi.

— Mas você é amiga dos vampiros.

— Ah meu Deus — eu exclamei, enojada. Eu me deitei de costas na cama da

Jenna para que eu não pudesse jogar algo na cabeça dele. Como uma cadeira. — Vocês estão me deixando louca. O Kieran é amigo de vampiros. A Hunter também.

Então não me encha o saco ou eu juro que eu vou botar fogo em toda essa escola

estúpida.

Eric sorriu inesperadamente.

— Isso eu gostaria de ver. Você é de boa, Hamilton.

— Nossa — eu respondi docemente, sarcasticamente. — Obrigada.

Ele apenas riu.

— De qualquer forma, nós não sabíamos que havia um civil aqui, mas ela não foi a primeira a ser mordida essa semana. — Ele ficou sério. — Ela é a terceira.

Eu me sentei.

— A terceira? Por que isso não está nos jornais? Até agora, pelos menos um

deles deveria estar gritando sobre como tudo isso é por causa de uma conspiração do governo ou chupacabras ou algum tipo de coisa estranha.

— Estará nos jornais amanhã — ele confirmou. — Algo sobre uma cobra que escapou.

— Uma cobra — eu disse, perplexa. — O quê, como uma cobra de estimação que escapou? Quão malditamente grande tem que ser uma cobra para deixar

marcas desse jeito?

Chloe fez uma careta.

— Malditamente grande. — Ela olhou a sua tela. — Está no Violet Hill Gazette? Ou no Journal? Não importa — ela acrescentou antes que ele pudesse

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responder. — Eu posso invadir qualquer um dos servidores deles dormindo. Eu

poderia com certeza apagar um artigo.

— Não tem por quê — Eric disse. — Daí então eles realmente achariam que

têm uma história.

— Como o Kieran conseguiu a informação? — Hunter perguntou.

— Isso importa? — Seus dentes brancos iluminaram seu rosto escuro.

— Eu acho que não — ela resmungou. — Mas ele não deveria ter te contado

que nós somos Esconderijo Negro. Meio que frustra todo o negócio de sigilo.

— Com um tio como o dele, o que você esperava? — Ele deu de ombros. —

De qualquer forma, os Caçadores estão em todos os lugares, vampiros estão em todos os lugares, então nós precisamos estar em todos os lugares também. Se

vocês toparem.

Hunter se levantou.

— Diabos, sim, topamos. Você está brincando?

Eles bateram os punhos como se eles estivessem em algum tipo de filme de

ação. Hunter nem mesmo olhou para mim.

— Cala a boca, Lucy.

Eu sorri para ela o caminho inteiro até as escadas.

— Você é como o Bruce Willis, cara. Ou o Rock ou algo assim.

— Posso pelo menos ser a Lara Croft?

— Você não tem os peitos. — Eu ainda estava sorrindo quando eu entrei de

fininho no meu quarto.

Sarita sentou-se em sua cama.

— O seu pai ligou tipo cinco vezes. — Ela olhou para o relógio

desaprovadoramente. — E já passou do toque de recolher.

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Capitulo 11 Solange

Quando eu abri meus olhos de novo o sol estava nascendo, dispersando luz

rosa e laranja pelos pinheiros e uma montanha. Mas não eram os meus pinheiros

e minhas montanhas. Não era Violet Hill. Quando eu me virei não havia nada a

não ser pântano se esticando até o lago mais distante. A urze estava roxa e era

intercalada por pequenas flores amarelas que pareciam com pés de aves.

E eu não estava caindo em um sono inconsciente. Eu nem estava cansada.

Pasma, eu assisti o sol subir mais alto no céu. Eu passei minha língua por

cima dos dentes. Eu ainda tinha presas. Eu ainda era uma vampira.

Mas o sol não me afetava.

Eu podia sentir o cheiro de fumaça de madeira então eu subi uma colina na

direção da fumaça, descendo um vale onde uma pequena casa de pedra estava às

margens de um rio largo. Eu realmente não tinha ideia de onde eu estava ou o que

estava acontecendo. A última coisa que eu lembrava era Kala balançando seus

chocalhos de dentes de cachorro para mim.

E agora isso.

Continuei a descer até a casa porque eu não sabia mais o que fazer. Eu

apenas não podia ficar mais ali naquele pântano, mesmo sendo grande e belo. Eu

ouvi um arranhar quando eu cheguei mais perto, como um animal cavando raízes

e larvas. Eu olhei ao redor e ao lado da casa esperando ver um texugo ou um urso.

Em vez disso, havia uma mulher velha, resmungando para si mesma, com

suas mãos na lama. Seu longo cabelo grisalho estava numa trança e enrolado

como uma pequena coroa ao redor de sua cabeça. Ela estava usando um vestido

azul-acinzentado longo de lã com um cinto de couro com ossos e saquinhos

pendurados e uma pequena adaga com uma lâmina curva. Uma longa corrente

chacoalhava em seus joelhos, presa num anel de chaves.

Ela estava agachada, puxando cogumelos brancos inchados do chão e

colocando-os em uma pilha de ervas em uma tigela de madeira. Quando ela riu

para si mesma eu notei que ela não tinha alguns dentes. E ela tinha cheiro de

frutas e suor. Eu enruguei meu nariz.

— Com licença?

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95

Ela me ignorou.

Ela ficou de pé, rangendo e gemendo e se arrastando na minha direção.

— Olá? — eu tentei de novo, mais alto, no caso de ela ser surda. Ainda nada.

Seu olho esquerdo era de um branco leitoso. Ela era cega. Bom, ela não veria as

presas e enlouquecer. Mas ela parecia estar me ignorando.

Em vez disso, ela caminhou através de mim.

Eu me dissipei como se eu fosse feita de ar frio e fumaça, e então fundi

novamente.

Não era uma sensação boa.

— Merda! — eu explodi, assustada e surpresa. — Estou morta? Kala

totalmente me drogou e me matou. Os vampiros podem se tornar fantasmas?

A velha estremeceu e virou sua cabeça repentinamente, me olhando como se

ela pudesse me ver. Seu olho direito estava limpo, negro como uma pérola negra.

— Oh com vós, Povo Formoso. Eu deixei o leite para fora e eu tenho ferro frio.

Sua escolha, mas eu não tenho tempo para brincadeiras. — ela riu novamente e se

moveu, batendo a porta da casa atrás dela. Eu sabia naquela lógica de sonho que

algumas vezes você tem que ela estava falando gaélico escocês, e eu havia

entendido cada palavra apesar de eu nunca ter aprendido gaélico.

Eu olhei para minhas mãos. Elas pareciam sólidas o bastante. E eu

conseguia sentir a terra irregular embaixo dos meus sapatos. Mas eu estava pálida.

Não uma palidez de vampiro; mais como se eu estivesse em um filme em preto-e-

branco quando o mundo ao meu redor estava colorido.

Claramente, eu estava alucinando.

Eu fui para a porta da frente e alcancei a maçaneta. Meus dedos deslizaram

por ela. Frustrada, eu tentei de novo. E de novo. Eu tentei bater, e o meu punho

desapareceu para o outro lado da porta de madeira. Meu braço parecia estar preso

no melaço que parecia estar lentamente congelando e ficando sólido. Eu arranquei

meu braço para fora, me sentindo desorientada.

Levei um momento para me convencer de que eu deveria apenas passar pela

porta, que eu deveria empurrar o meu corpo através daquela estranha não-forma.

Que eu não ficaria presa dentro da porta. Ou dentro desse sonho.

Quando eu pedi ajuda, não era exatamente isso que eu tinha em mente.

Eu respirei fundo apesar de que eu não precisava respirar, e a atravessei.

Eu terminei dentro de uma casa de um cômodo, com náuseas e eufórica. A velha

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estava sentada em um banco na frente da lareira emoldurada na parede. Um

gancho de ferro segurava um caldeirão por cima das chamas, mas ele não estava

cheio com olhos de sapo ou rabos de gato. Ele tinha cheiro de ensopado de

cordeiro. Ervas secas estavam penduradas no teto, em cima de uma mesa com

duas cadeiras, uma prateleira com um copo de chifre e um prato e tigela de

madeira, e uma cama estreita sob uma janela. Havia um roda de fiação antiga e

um velo lavado em uma cesta. O ar estava esfumaçado, a sujeira do chão

misturada com flores.

Igual a uma casa antiga poderia parecer na Escócia.

Em 1500.

Kala havia me mandado de volta para testemunhar a profecia enquanto ela

era falada. Nós nunca soubemos ao certo se ela era real, se a legendária escocesa

louca durante o reinado de Henrique VIII e Ana Bolena havia sequer existido.

Agora eu sabia.

Uma emoção passou por mim, mesmo eu tentando não entrar em pânico

sobre encontrar o meu caminho de volta para casa. Morcegos esvoaçavam na

janela. A velha não pareceu notar. Ela estava muito ocupada desenhando um

círculo de sal no chão ao redor de si mesma. Parecia brilhar com força do que

deveria por um momento, como se ele fosse feito de luz.

— Santa Brígida, me proteja — ela entoou. — Noiva me proteja do mal.

Ela agitou os cogumelos e ervas em um cálice de cerveja quente. O cheiro

era enjoativo e estranho. Ela desenhou uma espécie de símbolo no ar com a ponte

de seu dedo, sobre o cálice, e depois esvaziou, esticando os pedaços de matéria

vegetal através de seus dentes quebrados.

Ótimo.

A profecia antiga que havia deixado todo mundo tão louco estava prestes a

ser falada por uma senhora velha bêbada por causa de um chá psicodélico de

cogumelo.

Eu me arrastei mais para perto enquanto ela fechava seus olhos e

murmurava algum tipo de oração cantada baixinho. O fogo crepitava e brilhava,

expelindo fumaça dentro da casa. Ele pairava no ar e se enrolava em torno das

vigas. Ela estremeceu, e em seguida, sua cabeça se levantou e seu olho cego olhou

para a fumaça.

— Nas colinas violetas4, os olhos injetados de sangue da lua veem tudo.

4 Ela está se referindo a Violet Hills.

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97

Ela piscou, seu olho leitoso manchado de vermelho.

— Quando a Princesa se tornar rainha, o verdadeiro dragão será visto. Mas

cuidado com a filha real, quando a coroa a deixar atormentada, pois os mortos

retornarão, e a roda irá parar na sua vez. Então, apenas o dragão será derrotado

pelo dragão, e apenas o amor por amor invicto.

O fogo deflagrou altas brasas, espalhando detritos. As hastes secas de

lavanda no chão ardiam. Ela piscou novamente, sangue em seus dentes tortos

quando ela falou.

— Um aviso: derrube o dragão antes do seu tempo, e aumente nove vezes

seus crimes; E um presente: um beijo para acordar, um beijo para morrer, e um beijo

para dizer a verdade de uma mentira.

Ela se mexeu violentamente, como se ela tivesse sido eletrocutada, e então

ela caiu cansada. Seu cabelo estava se soltando de suas tranças, e o decote de seu

vestido estava molhado de suor. Suas mãos trêmulas.

— É isso que eu vejo, senhora.

Foi aí que o canto assombreado se moveu e uma mulher se inclinou para

frente um pouco, o brilho do fogo tocando o seu rosto naturalmente pálido, o

bordado de ouro em seu véu, as longas tranças castanhas enroladas em cordas de

ouro correspondentes, e os olhos como água congelada.

Madame Veronique.

Eu estava tão surpresa de vê-la lá que eu pulei, tropeçando no meu próprio

pé, e cai para trás.

Através do chão. Eu caí nas lavandas secas e na sujeira e cai no chão

rochoso da caverna.

A pequena fogueira estava se transformando em cinzas no círculo de pedras

brancas; Kala e seu chocalho haviam sumido. Eu me cambaleei para ficar de pé e

passei por túneis estreitos apesar de eu estar zonza e desorientada e me sentia

estranha dentro do meu próprio corpo. Madame Veronique sabia a respeito da

profecia desde o começo, conhecia as palavras exatas, havia assistido elas serem

faladas, todo esse tempo ela fingiu não ter interesse em tais coisas.

Eu não tinha ideia do que isso significava.

Minha cabeça girou, e quando eu finalmente cheguei tropeçando do lado de

fora, a sede me atingiu. Minha garganta parecia estar cheia de vidro quebrado,

minhas veias murchas e pegando fogo. Tudo que eu tinha acabado de

experimentar – alucinações, drogas, viagem no tempo – havia me deixado sentindo

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irritantemente fraca. Eu estava com tanta sede que as beiradas das árvores e as

pedras e as montanhas ficaram vermelhas, como se uma mão de tinta sobre uma

fotografia. Eu lambi meus lábios dolorosamente secos e desci a montanha em

direção ao acampamento, a profecia se repetindo na minha cabeça: apenas o

dragão será derrotado pelo dragão.

Eu estava no prado nos arredores quando uma mulher sorriu para mim dos

vidoeiros, seu pescoço nu e marcado com cicatrizes.

— Princesa, você parece exausta. Você precisa se alimentar? — ela inclinou

a cabeça, mostrando seu pescoço educadamente, como se estivesse me oferecendo

uma xícara de chá. Era a Penélope. Eu havia me alimentado dela antes, quando o

Kieran, Nicholas, e a Lucy me encontraram bêbada de seu sangue.

Eu engoli.

— Minha família não... hum...

Ela se aproximou.

— Eu não me importo. É por isso que eu estou aqui.

Ela estava oferecendo de vontade própria. E depois da magia de Kala eu me

sentia como uma boneca de palha de milho, mole e sem vida. Eu precisava de

sangue. Ela estava oferecendo. Constantine estava certo. Era tão simples. Então

porque complicar por resistir?

Ela puxou uma manga solta de seu suéter e estendeu seu braço arrepiado.

Eu abaixei minha boca até o vinco do seu cotovelo, onde seu pulso batia, evitando

seu pescoço, prateado com cicatrizes desbotadas. Era como dividir um copo com

que já havia sido bebido por muitas vezes. Minhas presas morderam lentamente,

mas com firmeza. Eu não queria machucá-la, apenas queria o calor de seu sangue

na minha boca, o florescimento das minhas veias como um cacto repentinamente

tirado do deserto e colocado na floresta tropical. Era primitivo, lindo. Instinto de

sobrevivência.

Eu esqueci que deveria tomar apenas um pouco, apenas o bastante para me

fazer voltar para a tenda e o sangue engarrafado, mais fácil de digerir. Eu só

queria mais.

Penélope ficou parada, como uma marionete cujas cordas eu segurava. Seus

olhos eram adoradores. Ela mal se encolheu, apenas esperou pacientemente.

Isso mais do que qualquer coisa me fez parar. Havia algo vagamente

assustador sobre a sua ansiedade passiva. Eu me afastei, limpando minha boca.

Ela ainda estava com aquele sorriso vítreo.

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— Você gostaria de mais, Princesa?

Eu balancei minha boca sem dizer nada. Eu passei por ela e segui para o

acampamento, meu corpo excitado, o resto de mim totalmente em conflito.

— Espera! — ela ergueu seus pulsos, suas veias ferozes e vulneráveis. —

Princesa! — Ela começou a implorar quando eu a deixei para trás. — Por favor.

Por favor, Princesa.

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Capitulo 12 Nicholas

Nós esperamos pela Solange na tenda da família.

Sebastian sentou ao lado do papai; Marcus e tio Geoffrey estavam de pé

atrás da cadeira da tia Hyacinth. Quinn e Connor dividiam um banco, e London

estava deitada em um dos sofás, de olhos fechados. Duncan estava esparramado

em uma cadeira com seus braços cruzados. Isabeau e mamãe estavam de pé tão

sérias e lindas como lanças na frente do Logan. Até mesmo a Madame Veronique

estava aqui, empoleirada em um banco, pálida e parada como uma estátua de

osso com serviçais em cada lado. Ela nunca vinha às reuniões de família,

preferindo manter sua distância e se recusando a nos encontrar até que nós

sobrevivêssemos à mudança de sangue. E nós ainda não sabíamos o que ela faria.

Ela poderia ou levar a Solange embora para doutriná-la ou matá-la na hora. Ou

comprar um pônei pra ela, na verdade. Você realmente não poderia ter certeza.

Eu me borrava de medo dela quando eu tinha dezesseis anos, exigindo que

eu compusesse um soneto em pentâmero iâmbico na hora. Em francês. Francês

arcaico. Eu nem mesmo falava francês moderno.

Ela ainda me apavorava. E eu podia admiti-lo livremente, porque ela

assustava todo mundo. Ela apenas era tão... diferente. Você não pode prever o que

ela poderia fazer em nome da honra da família. E agora aqui estava ela sentada,

friamente paciente.

Apenas outra reunião da família Drake.

Mas pelo menos todos nós estávamos aqui e ninguém parecia estar sem

algum órgão vital.

Quando a Solange entrou, ela sorriu para nós vagamente, uma única gota

de sangue fresco florescendo em sua camiseta.

— Estou realmente cansada. — Então ela suspirou suavemente e

languidamente, como se ela estivesse pronta para tirar uma soneca. Mas ela não

parecia cansada, ela parecia dolorosamente energizada. — Boa noite.

Mamãe se mexeu para parar em cima do alçapão que levava para o abrigo

subterrâneo.

— Solange, nós gostaríamos de falar com você.

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Ela pausou.

— Eu não perdi o toque de recolher. — Ela viu a Madame Veronique e algo

próximo de medo passou em seu rosto. Madame Veronique inclinou sua cabeça

levemente, como um pássaro. — Nós podemos fazer isso amanhã? — Solange

sussurrou.

— Não. — mamãe disse afiadamente.

— Receio que não. — meu pai acrescentou, suavizando o seu tom. Bom

policial, mal policial. Eles faziam isso o tempo todo.

Solange fez uma volta completa nos seus calcanhares para nos observar

com suspeita.

— O que está acontecendo? O que todos estão fazendo aqui?

— Nós estamos aqui por você — o pai respondeu. — Nós achamos que você

precisa de ajuda.

Sua boca se abriu um pouco.

— Isso é uma intervenção? Isso é ridículo. — ela mexeu a cabeça. — Eu não

uso drogas.

— Isso não é a respeito de drogas.

— Nós estamos preocupados com você, garota — Duncan disse baixinho.

Ela fez um som grosseiro.

— Deus, não isso de novo. Honestamente, vocês precisam de um hobby. —

Ela deu uma risadinha, e em seguida parou, como se o som tivesse assustado-a,

batendo a mão sobre sua boca. Mamãe e papai trocaram um olhar sombrio.

Madame Veronique se ergueu de pé, como uma imperatriz. Solange se

afastou tão rapidamente que ela bateu direto em mim.

Eu a firmei.

— Qual é o seu problema?

— Eu posso sentir o cheiro nela — Madame Veronique murmurou. —

Sangue e algo mais, algo curioso. Mágica.

Solange se afastou de novo e pisou no meu pé.

— Eu pensei que os Drakes não acreditavam em mágica.

Madame Veronique arqueou uma sobrancelha imperiosamente.

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— Devido a ficarem exilados, os seus pais ficaram... isolados nestas

montanhas.

— Ela acabou de nos chamar de caipiras? — Quinn falou arrastado.

— Ei — Duncan interrompeu suavemente. — Alguns dos meus amigos são

caipiras.

— Eles são povos da montanha de filme de terror como nós?

— Eu me certificarei de perguntar a Bryn da próxima vez que eu a ver. —

Bryn era a amiga mais próxima do Duncan. A única amiga dele, na verdade, e ela

gostava tanto de pessoas quanto ele. Ela era humana e trabalhava como mecânica,

que foi como eles se tornaram amigos. A família dela era ainda mais reclusa do

que a nossa, vivendo nas montanhas e descendo apenas para comprar

suprimentos umas duas vezes por ano.

— Garotos — papai disse repressivamente — Pare aí mesmo — ele

acrescentou a Solange quando ela tentou passar escondida por mim. Suas

bochechas estavam quase coradas. Isso significava apenas uma coisa: ela havia se

alimentado de sangue vivo novamente. Seus olhos brilhavam. Ela parecia quase

tão bêbada como na noite que Lucy e eu havíamos encontrado-a.

Franzindo a testa, tio Geoffrey ergueu o queixo dela e olhou para os seus

olhos cuidadosamente, e suas presas triplas.

— Ela tomou da veia — ele confirmou categoricamente.

— Olá? — Solange disse. — Vampiro. Eu bebo sangue. Que chocante.

— Não da veia, não tão jovem quanto você é — o pai disse. — Você sabe

disso.

Ela encolheu um ombro.

— Bem, eu não concordo. Sangue fresco me faz sentir mais forte.

— Ele alimenta o animal, não a alma.

— Ah, papai, vamos lá. Não é grande coisa.

— Diga isso para o Kieran — mamãe disse baixinho, quase gentilmente.

Solange recuou como se ela tivesse levado um tapa.

— O quê?

— Nós sabemos, Solange.

Ela me olhou acusadoramente. Eu ergui as mãos, palmas abertas.

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— Eu não contei pra eles — eu apontei severamente. — Como eu poderia?

Você não me contou.

— Você poderia tê-lo matado — disse o pai.

— Eu sei. — Ela parecia quebrada, oscilando à beira das lágrimas. Então ela

visivelmente endireitou sua coluna. Ela lambeu seus lábios como se ela ainda

pudesse sentir o gosto do sangue. Eu podia sentir o cheiro dele, fraco e metálico.

— É viciante — tio Geoffrey apontou. — Não para todos, mas para você,

certamente. Eu posso ver os efeitos. Você não tem ainda o controle que você

precisa.

— Você já bebeu da veia.

— Eu sou consideravelmente mais velho que você.

— No meu tempo — Madame Veronique murmurou — nós teríamos te

matado.

A mão da mãe foi para o punho de sua espada. Os olhos da Solange se

arregalaram.

— Por beber sangue vivo?

— Por ser imprudente. Nós não tínhamos o luxo que vocês têm agora.

Aqueles que eram uma ameaça para o nosso segredo eram dispensados.

— Mas eu sou forte — ela insistiu. — Nicholas, diga pra eles. Eu lutei contra

aquele Caçador.

— Ela está forte — eu confirmei categoricamente.

— Provavelmente não é grande coisa — Quinn interrompeu. — Apenas fique

longe do suco até que você consiga lidar com ele. Fim do drama.

— Quase matando seu namorado? — Sebastian perguntou, soando igual ao

papai. Ele tinha um tom calmo e imperturbável, o mesmo olhar intenso.

— Ele não é mais o meu namorado — ela atirou de volta. — Todo mundo

sempre está dizendo como eu sou diferente, certo? Então talvez isso faça parte.

Talvez, na verdade, seja uma coisa boa. Já pensou nisso? — Os pontos rosas

sumiram de suas bochechas, mas suas presas continuavam afiadas, e as íris

azuis de seus olhos estavam manchadas de vermelho. — Eu realmente não quero

falar sobre isso.

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— Você apenas não pode ignorar isso. Não depois de você ter compelido dois

guardas. — Mamãe arqueou uma sobrancelha. — Você achou que nós não

descobriríamos? Aquele que você compeliu nunca voltou.

Solange e eu piscamos um para o outro. Ninguém havia me contado isso.

— O quê? — ela perguntou. — O que você quer dizer?

— Ele agora é cinzas.

Ela parecia aterrorizada.

— Eu não fiz aquilo com ele!

— Ninguém está te acusando, querida — pai disse. — Mas quando você usa

os feromônios dessa forma, há sempre consequências. Ele deixa o corpo mais

lento, confuso.

— Mas... como você sabe que é o mesmo? Poderia ser qualquer um!

— Suas roupas foram encontradas, e uma estaca. Tudo com cheiro de

humano.

— Um Caçador?

— Parece que sim.

— Não é culpa sua — eu disse suavemente. — Você não poderia ter sabido.

— Era instinto confortá-la.

— Estou cansada de ser encurralada — ela disse finalmente. Ela caminhou

até o alçapão.

Mamãe não se mexeu.

— Nós não terminamos.

— Sim — Solange disse deliberadamente. — Terminamos.

Seus feromônios eram invisíveis, mas eu quase podia vê-los saindo dela

como calor derretendo a calçada no verão. Era quase palpável. Ela se aproximou

da mamãe, mostrando seus dentes. Eu podia sentir a leve combinação de lírios e

chocolate. — Mamãe. Saia.

Mamãe apenas apertou sua mandíbula, seus punhos, cada músculo que ela

podia. Ela lutou a compulsão de uma maneira que ela lutaria contra um Hel-Blar.

Seus olhos se estreitaram perigosamente.

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— Você está totalmente arraigada. — ela disse através de dentes cerrados,

como se cada palavra fosse arrancada dela contra sua vontade. Seus pés se

retorceram, assim como os músculos de suas panturrilhas.

Meu pai entrou entre elas.

— Pare.

— Ei, garota, já chega. — Duncan colocou uma mão em seu ombro. Ela

pegou o pulso dele e o girou antes que qualquer um de nós pudesse se mexer. Ele

colidiu com o Connor, e depois pousou em uma mesa de madeira pintada. Ele por

pouco evitou de se empalar com uma perna estilhaçada denteada. Quinn xingou,

em voz alta e de forma criativa. Sebastian não disse uma palavra, apenas foi ficar

ao lado do pai.

— Sol. — Logan ficou boquiaberto. — Que inferno? — Ele segurou a mão de

Isabeau de volta quando ela foi alcançar sua espada.

Solange não recuou.

— Apenas provando o meu ponto. Eu sou mais forte do que vocês acham.

Agora saiam da minha frente. Todos vocês.

Mamãe estava lutando com um inimigo invisível, lutando para manter suas

botas plantadas no alçapão. Ela perdeu a batalha, o que nos assustou mais do

que até mesmo a Madame Veronique vindo a frente, o ar queimando com o frio ao

redor dela. Ela girou para enfrentar a Solange, o véu esvoaçando.

— Já chega. Você irá se comportar com a dignidade própria de um Drake.

Solange cruzou os braços, sua expressão rebelde e impertinente.

— Isso não é da sua conta.

Madame Veronique apenas permaneceu imóvel por um longo e terrível

momento.

Elas não falaram novamente, mas estava claro que elas estavam se testando,

forçando suas vontades, Solange exalava feromônios. Madame Veronique era

antiga e a matriarca direta de sua linhagem. Ela tinha uma força que nós

desconhecíamos. Mas Solange não recuou. Ela estava cheia de sangue fresco e

tinha algo a provar.

Alguém iria se machucar.

Papai se mexeu para proteger a Solange.

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106

— Liam, não interfira. — Madame Veronique mexeu a mão e o mandou para

longe, sem nenhuma vez tirar os olhos de Solange. Papai caiu com força. Solange

parecia desconfortável, e então com medo. Madame Veronique não traiu qualquer

emoção, como de costume.

Mamãe se afastou do alçapão aberto, olhando para mim enquanto ela o

abria com seu pé. Eu estava em um ângulo atrás da Madame Veronique. Eu fiz a

única coisa que eu poderia ter feito, e aterrissei na Solange, jogando-a na direção

da porta. Ela caiu tropeçando pelas escadas e então caiu na escuridão.

Eu me agachei, esperando para ver como a Madame Veronique iria retaliar.

Demorou uma era para o olhar dela cair, para me perfurar com aqueles estranhos

e severos olhos. E então ela apenas levantou seu pé e me chutou. Com força. Eu

voei em uma das varas da tenda e ela estremeceu, ameaçando cair.

Um morcego apareceu dos túneis e voou desesperadamente em círculos por

cima das nossas cabeças.

— Aquela garotinha é problema — Madame Veronique disse friamente, sua

voz como um pingente de gelo caindo do telhado de uma casa e empalando a sua

cabeça. Ela pegou o morcego do ar enquanto nós ficávamos boquiabertos. Ele

guinchou e suas asas de couro batiam freneticamente. Então ela o soltou e se

afastou, suas aias a seguindo silenciosas e um morcego desorientado batendo sua

cabeça no telhado.

Mamãe parecia desolada, mas determinada.

— Plano B então.

— Você me jogou pelas escadas.

Eu estava no quarto do esconderijo que eu dividia com Quinn e Connor,

deitado na cama. Havia três camas, cada uma com seu próprio refrigerador de

sangue engarrafado e um baú no pé para nossas roupas. Velas queimavam em

uma mesa estreita, piscando luz dourada sobre as paredes de pedra. Dentro do

baú havia mais velas, lanternas, estacas, e outras armas sortidas.

Eu tirei meus fones de ouvidos, que estavam tocando música tão alto

quanto era possível. Algumas vezes audição vampírica não é um trunfo. Connor e

Christa estavam fazendo uma maratona do Dr. Who acima da minha cabeça.

Page 107: Drake chronicles 05 blood moon alyxandra harvey

107

Mamãe estava caminhando de um lado para o outro, furiosa. Quando eu me

cansei de peneirar os sons de ratos no túnel e pingos de água e o resto da minha

família zanzando, eu escutava música. Alta. Funcionava em casa e funcionava

aqui. Quando eu me transformei, eu escutava tanta música que quando a Lucy

estava com a minha irmã, meus ouvidos zuniam. Eu estava tentando abafar o som

de seus batimentos cardíacos e sua risada flutuando pelas paredes.

— Você me jogou pelas escadas — Solange repetiu, iluminada no batente da

porta.

— Pode apostar que sim.

Ela sorriu um pouco.

— Obrigada.

— Disponha. — Música ainda se derramava pelos fones de ouvido no meu

peito, soando diminuta e fina. — De verdade.

Ela sorriu inteiramente desta vez; eu podia ouvir em sua voz.

— Eu sei.

— O que aconteceu com você e a Madame Veronique?

Sua boca se apertou.

— Nada.

Eu bufei, apoiando minha cabeça nos meus braços cruzados.

— Você mente muito mal.

— Ela apenas me assusta.

— Sim. É meio que o trabalho dela.

Solange mudou de um pé para o outro. Eu podia sentir o cheiro do sangue

dela, os lírios e o chocolate dos seus estranhos feromônios.

— Você nem mesmo fica tentado?

— A te assustar?

Ela revirou os olhos como a antiga Solange.

— Tentado a beber sangue vivo.

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108

Eu pensei nas centenas de maneiras horríveis que eu poderia machucar a

Lucy.

— Não. Eu não estou tentado.

— Realmente é diferente. É mais do que um desejo. É o que os nossos

corpos precisam, para o que eles foram feitos. — Ela soava sincera e quase

praticamente evangélica.

Eu dei de ombros.

— Eu não estou doente. Eu não preciso de sangue vivo. Não até que eu

tenha um controle da fome.

— Mas isso faz a fome ir embora. — Ela balançou a cabeça. — Eu apenas

não consigo acreditar que você não esteja tentado.

Minha mandíbula se apertou ao redor de uma única palavra.

— Lucy.

Os ombros de Solange caíram.

— Ah.

Eu não conseguia perceber se ela estava lembrando do Kieran.

— Você já ligou pra ela? Ela está morta de preocupação.

— Eu não posso falar com ela agora.

— Mas ela é sua melhor amiga.

— É por isso. E ela me deu um choque, você sabe.

Eu ergui uma sobrancelha.

— Sim, sobre isso. Eu não posso dizer o quanto eu estou feliz que a minha

irmã mais nova e a minha namorada estão se espancando. — Verdade seja dita,

estava começando a me irritar.

Ela fez uma careta.

— Esqueça que eu mencionei. Foi um mal entendido.

— Mil e quinhentos volts de eletricidade foi um mal entendido? — Eu repeti

sem acreditar.

— Sim.

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109

— Pelo menos mande uma mensagem pra ela, Sol. Você deve a ela pelo

menos isso.

— Ela me deu um choque.

— Ridículo.

Ela piscou.

— Como é que é?

— Essa é uma desculpa ridícula e você sabe disso.

Seus olhos brilharam.

— Talvez. Mas não é tão simples.

— Olha, a prima dela acabou de ser sequestrada e transformada, ela está

em uma escola nova, e a melhor amiga dela está ignorando-a. Pense nisso da

perspectiva dela.

— Sim, mas a Lucy pode lidar com isso. Ela pode lidar com qualquer coisa.

— Ela não consegue lidar com você deixando ela de fora — eu disse baixinho.

— Apenas pense sobre isso.

— Ok. — Ela se virou para ir, e então parou. — Nicholas.

— Sim?

— Você acha que eu... — Ela mordeu o lábio. — Esquece.

— O quê?

— Apenas... obrigada, Nicholas. Eu sei que posso confiar em você.

Ela se afastou e eu fique ali me sentindo como um lixo.

Eu entendia um pouco o que a Solange estava sentindo. Ser responsável por

uma família tão grande que de bom grado se sacrificaria por você era mais pressão

do que podia parecer. E encontrar um momento tranquilo para pensar era quase

impossível. E agora, eu precisava pensar.

E planejar.

Porque estava começando a parecer que eu acabaria tendo que escolher

entre a minha irmãzinha e o resto da minha família.

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110

Capitulo 13 Lucy

Segunda à tarde.

Apesar do fato de que a minha melhor amiga, a Princesa vampira, estava

ficando louca, eu ainda tinha que fazer uma lição de casa.

Isso não parecia justo de forma alguma.

Ainda assim, o meu primeiro dia de aula foi bem o suficiente, considerando

todas as coisas. A aula de história, embora, obviamente, profundamente

imperfeita e tendenciosa, era bem interessante. O treinamento quase chutou a

minha bunda, o que me deixou ainda mais determinada a chutar de volta. Todos os outros alunos estavam melhores do que eu em artes marciais e de kickboxer,

uma vez que estavam treinando há anos. Mas eu aprendi a lutar com Helena

Drake, então eu estava confiante que fora do tatame, eu poderia levar a melhor.

Os outros alunos do décimo primeiro grau eram melhores, eles iam desde

curiosos a francamente intrometidos, mas principalmente, bons o suficiente. Jody e seu bando não eram só os valentões, mas a fofoca já se espalhou de que eu era

uma pimenta. Para a maioria dos comentários sussurrados eu os olhava de soslaio.

Eu poderia ignorá-los se eu quisesse.

De repente, tive um vislumbre de como Solange deve se sentir agora.

Eu não era exatamente uma celebridade com seu status, mas ainda era

estranha para ser apedrejada ou extremamente desprezada. Solange precisava de

sua solidão mais do que eu, mais, os vampiros que a odiava não zombava ou a empurrava de perto, eles apenas tentavam estacar ela. Ou sua família. Ou eu.

Então, eu podia sentir uma pouca de empatia.

O que não quer dizer que eu não estava ainda chateada.

Porque eu estava totalmente.

Quer dizer, uma mensagem de texto teria sido bom, é tudo que eu estou

dizendo. Eu só enviei onze. Admito, a última foi grosseira, mas as dez primeiras

foram educadas, se você considerar o que nós tentamos fazer uma a outra.

No corredor, enquanto eu estava tentando sentir empatia e perdoar, Jody

tentou me fazer tropeçar.

Eu só passei por cima de seu pé, rindo.

— Por favor. Eu cresci com sete meninos Drake. Você vai ter que fazer

melhor do que isso.

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Ela olhou para mim.

— Esse brilho, poderia usar algum trabalho também. — Eu sorri docemente

e mais ofensivamente que pude. Eu sabia melhor que ninguém que não iria exibir

até mesmo um grama de fraqueza perto dela.

Eu fui embora pelo corredor dos armários alinhados. Eles eram antiquados,

meio baú verdes com fechaduras. Uma menina de tranças longas quase fechou a porta sobre seu polegar quando me aproximei. Sua amiga a cutucou. Ela cutucou

de volta. Elas sussurravam furiosamente uma à outra. Eu ouvi um monte de “você

pergunta a ela” e “não, você pergunta a ela”. E então a segunda menina empurrou

sua amiga bem no meu caminho, resolvendo o argumento.

— É verdade que você namora vampiros? — Ela estava vermelha brilhante.

Eu pisquei.

— Apenas um, na verdade.

— Será que ele... Você sabe... Te mordeu?

— Cara, — eu disse. — Isso é muito pessoal? E não. — Eu adicionei um

mental Om Namah Shivaya.

— Ela é uma escrava de sangue. — Jody zombou atrás de nós. — Não fale

com ela, Margaret.

— É Meg, na verdade, — ela atirou de volta. — E eu vou falar com quem eu

quiser.

— Então, olha a sua volta, — Jody aconselhou friamente. — E o seu pescoço.

Eu conheci meu tutor na biblioteca, ainda planejando as ações nefastas que

eu poderia fazer para Jody.

A biblioteca foi um calmante, já não sentia vontade de gritar. Ela ocupava o

andar inteiro, com salas que abriam uma para outra, com madeira sob os pés, e

molduras decorativas no teto da casa vitoriana original que costumava ser. Havia lâmpadas no alto em todos os cantos e abajures verde em cada mesa. Havia até

uma lareira com duas poltronas estofadas. Esse era o único lugar no campus que

não tinha algum tipo de armamento exibido nas paredes. Um banco de computadores vertia seu brilho azul entre prateleiras de carvalho empilhadas com

livros de todos os tamanhos, estilos e descrições. Christabel iria adorar. Alguns

dos livros ainda tinham encadernações de couro. Eu tinha certeza que havia uma cesta de rolos antigos por trás da mesa do bibliotecário. Mas o bibliotecário era

um pouco assustador, então eu não perguntei o que eram.

Page 112: Drake chronicles 05 blood moon alyxandra harvey

112

Eu estava disposta a apostar que não era um romance de vampiros.

Eu me perguntava se eu ia ficar de detenção por me esconder algumas vezes

lá dentro.

Eu estatelei em uma cadeira ao lado de um cara magro, com um sorriso

tímido.

— Você é Tyson? — eu perguntei, jogando minha mochila sobre a mesa. O

som ecoou alto o suficiente para que o bibliotecário me espetar com um olhar.

Tyson fez uma careta.

— Você é Lucky?

— Lucy, — eu corrigi.— Então o que você fez para ficar preso como meu tutor?

Ele engoliu em seco.

— Hum...

— Ninguém seria tutor de uma menina novata e louca sem uma motivação

séria.

— Eu preciso de atividades extracurriculares — admitiu — você precisa de

atividades em sua transcrição que não tenha vampiros Caçadores relacionados.

Não que você não seja muito boa, — acrescentou ele, sem jeito. — Mas é você ou baile dos formandos

Fiz uma pausa.

— Eles têm baile de formatura? Isto é, com salões decorados? Posso decorar

as estacas? Você deve ver o que posso fazer com um pouco de brilho.

Ele parecia um pouco desorientado, como se não conseguia manter-se. Eu

sentia muito isso. Bem, aqui de qualquer maneira. Meus velhos amigos de escola

totalmente me entendiam. Eu tinha uma vontade súbita de chamar Nathan, assim ele poderia gritar comigo mais um pouco. Eu suspirei.

— Não importa. Então, o que está na agenda?

Ele parecia aliviado por estar de volta ao tópico.

— Vamos começar com o básico. — Ele puxou um gasto guia Helios-Ra de

cima de uma pilha de livros ao lado de seu laptop. — Você tem um desses em seu

pacote de orientação, certo?

— Eu já tenho uma cópia, — eu respondi. Eu tinha roubado um do bolso de

Kieran este verão, para ser precisa. Eu tinha meu próprio perfil nas páginas de cor creme.

Tyson corou.

— Ah. Certo. Eu esqueci que você está nele.

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— Eu sou famosa, — eu concordei suavemente. — Só que esta manhã

alguém me trancou em um banheiro. —

Ele corou mais uma vez.

— Você está corando?

Ele limpou a garganta.

— Não.

Eu sorri.

— Você é adorável.

— Uh...

— Relaxa eu estou namorando o morto-vivo, lembre-se.

— Pare de importunar o pobre Tyson, — Jenna disse atrás de mim.

Inclinei a cabeça para olhar para ela.

— Mas é divertido.

Jenna subiu quadril na mesa e virou o pé de tênis folheados.

— Você vai lhe dar um enfarte.

Nós duas viramos para sorrir para ele, à espera de sua réplica. Ele só olhou um pouco enjoado. Jenna bateu em seu joelho. Eu não acho que ela viu a forma

como as orelhas queimavam ao seu toque. Interessante.

— Desculpe, Tyson. Nós estamos apenas incomodando.

Ele encolheu os ombros. Ela virou o pé mais pouco e quase o chutou.

— Então, o que vocês estão fazendo?

— Tyson é meu tutor.

Jenna começou a rir.

— Oh, Tyson. Você está ferrado.

— Ei! — eu a belisquei.

Ela fugiu por cima da mesa e caiu em uma cadeira vazia.

— Isso eu tenho que ver.

Tyson limpou as mãos em suas calças disfarçadamente, como se ele estivesse suando. Não era apenas Jenna que o deixava nervoso. Parecia que

qualquer tipo de interação de grupo pode enviá-lo a um ataque. E eu não

considerava três exatamente um grupo, ele claramente considerava uma multidão, e a ansiedade produzida só poderia esmagar sua laringe.

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114

— Desculpe Tyson, — murmurei suavemente. — Vá em frente.

Jenna apoiou o queixo nas mãos.

— Eu tenho a sua volta, cara.

Eu olhei para ela.

— Você sabe que eu saio com vampiros, certo? Você pode estar com medo de

mim como os outros.

Ela zombou.

— Você e seus meninos bonitos não me assustam.

O tom zombeteiro de Jenna era calmante. Se não fosse por ela, Hunter e

Chloe, essa coisa toda de transição seria ainda pior.

— Psiu — eu repreendi. — Estou aprendendo sobre a Liga esquisita de

Caçadores que pensam que estamos em uma história em quadrinhos.

— É sua família agora também.

Eu recuei, horrorizada.

— Desculpe-me, mas depois dos meus pais, os Drakes são minha família.

Você é ralé.

— O riffiest.

— Isso não é uma palavra.

— É sim.

— O que isso significa?

Jenna olhou para Tyson.

— Ajude-me aqui, Tyson. Você é o único inteligente.

Ele só balançou a cabeça.

— Vocês duas estão sempre assim?

Jenna e eu trocamos sorrisos travessos.

— Estamos apenas começando. Mas acho que pode ser, — eu disse.

— Alertar os guardas, — Jenna concordou alegremente.

Meus olhos se arregalaram.

— Há guardas? — eu precisava saber para da próxima vez eu escapasse fora

do campus. Eu pensei sobre os Caçadores atualmente à espreita nas bordas da

propriedade da escola.

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— Figura de linguagem — disse ela — Mas, na verdade, sim. Às vezes.

— Nós não devemos realmente estar fora do campus sem autorização por

escrito de qualquer maneira — disse Tyson se desculpando.

Gostaria de saber se os Drakes poderiam pedir Hart para me escrever uma

nota. Falando nisso

— Será que Hart nunca vem aqui? — eu perguntei.

— Ele veio para uma reunião no ano passado, logo depois que ele foi

promovido — Jenna disse, parecendo descontente. — Eu perdi.

— Ele é quente — disse ela. — Não falte da próxima vez.

— Eu vou manter isso em mente.

Havia uma pequena multidão de estudantes agrupados em uma das janelas. Jenna e eu ficamos nas cadeiras a espreitar sobre suas cabeças.

— O que está acontecendo? — eu perguntei.

— Parece que mais agentes estão chegando — respondeu Jenna. — Eles

vão ficar aqui durante a Lua de Sangue.

— Isso é um monte de calças cargo — eu disse secamente, quando eu

considerei fazer panfletos para postar sobre todo o campus “A verdade sobre vampiros”.

Tyson limpou a garganta.

— Uh... eu deveria estar te ensinando...

— Tudo bem, — eu concordei, puxando uma barra de chocolate da minha bolsa. — Tutoria à distância.

— Bem, o Helios-Ra é o nome de dois deuses do sol, Helios da mitologia grega e Ra da mitologia egípcia. A Liga foi formada oficialmente em 892 C.E. pelo

Alric Skallagrim.

— C.E. — eu perguntei. — O que é isso?

— Isso significa Era Comum. É a versão do arqueólogo de d.c. E antes de Alric, os Caçadores tinham suas próprias tradições tribais, alguns dos quais foram

solidificadas e espalhados pelos exércitos de Roma. Mas todos eles nunca

oficialmente trabalharam juntos até Alric.

— Deixe-me adivinhar, houve um grande mau?

— Vários na verdade. Como é que você sabe?

— Há sempre um grande mau. Você nunca assistiu Buffy?

— Mesmo assim, o princípio original da Liga era caçar mortos-vivos.

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— Eles não são realmente mortos-vivos, — eu interrompi. — Vocês sabem

certo? Quero dizer, os Hel-Blar são, e a maioria dos outros, mas não as famílias do Conselho Raktapa. Não totalmente de qualquer maneira. Quero dizer, eles

adoecem e morrem. Mais ou menos. Mas não realmente. É complicado.

— Isso nunca foi complicado para o Helios-Ra — disse Jenna. — Vampiro é

vampiro.

— Existe espécie — eu resmunguei frustrada. — Por que alguém nunca me ouve?

— Vampiros bebem sangue humano — Jenna apontou. — E eu meio que preciso do meu.

— Eles não têm que beber o suficiente para matá-lo. Só para viver. Sobreviver. Qualquer que seja. — eu fiz uma careta. — Não seja tão gananciosa.

— Não seja tão ansiosa para dar o meu sangue por ai.

— Será que você doa sangue em uma unidade de sangue?

— Eu acho que sim.

— Bem, lá vai você! — eu disse triunfante.

— Mas isso é diferente.

— Por quê?

Ela franziu a testa para Tyson. Ele franziu a testa para ela. Então ambos

franziram a testa para mim.

— Eu não sei, — disse ela finalmente. — Ele simplesmente é.

— Nós sabemos que os tempos estão mudando — Tyson acrescentou,

olhando interessado o suficiente no dilema e se esqueceu de que era um cara

tímido. Em vez disso, ele soava como se estivesse citando um professor em sua cabeça. — Temos acordos com algumas tribos de vampiros. E também temos

vários departamentos mais, na academia e na faculdade. E na Liga em geral

também. Coisas como Estudos Tecnologia e Supernatural.

— O que sobre Relações com Vampiro? — eu perguntei. Especialmente com

os jornais locais agora informava sobre o aumento de pessoas desaparecidas. Aparentemente, a última vez que algo assim aconteceu foi na década de oitenta. —

Nós precisamos disso. Eu poderia perfeitamente fazer isso.

— Fazer com seu namorado quente não contam para a sua série — Jenna

brincou.

Eu balancei a cabeça.

— Eu sabia que este lugar era todo errado.

— Será que Bellwood passa as regras com você? — Tyson perguntou.

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— Provavelmente — eu admiti — Mas ela falou muito. E ela é

surpreendentemente intimidante.

Jenna apenas bufou.

— As regras básicas são bastante autoexplicativas — recitei. — Não deixar o

campus depois do toque de recolher, não diga a estranhos sobre a escola ou a Liga,

não seja pego ou conte segredos, e não confraterniza com vampiros. Que é uma regra estúpida, por sinal.

Tyson olhou para Jenna, impotente. Quando ela não ofereceu nenhum

conselho, ele só me deu uma cópia impressa.

— Aqui está a lição de casa.

Eu gemi.

— Lição de casa? Sério? Ainda por cima outra lição de casa?

— Bellwood me deu uma lista de ensaios e documentos que você tem que

fazer para provar que você está recuperando o atraso.

Eu coloquei minha cabeça sobre a mesa desanimada.

— Eu não deveria estar aprendendo a matar coisas?

Jenna olhou o relógio.

— Vamos lá, há um jogo de kickboxer no ginásio em dez minutos. Depois

disso, eu vou te ensinar a cair.

— Eu sei como cair, obrigado.

— Confie em mim, cair corretamente é mais difícil do que parece. Aprenda o

caminho certo e você pode se levantar mais rápido e continuar lutando.

Eu pensei em estar na masmorra de Lady Natasha, minha prima Christabel ser sequestrada, porque eles achavam que ela era eu, estacas voando em meu

namorado, e da esperança de estar no meio da fazenda Drake. Eu mostrei os

dentes.

— Estou dentro.

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Capitulo 14 Solange

Segunda-feira, pôr do sol.

Eu acordei com saudade de Kieran.

Até o momento eu tinha bebido três garrafas de sangue e estava saciada o

suficiente para deixar o meu canto privado dos túneis da família, eu já tinha

pensado em lhe escrever uma carta ou checar para ver se ele me escreveu uma, cerca de cinco vezes. Talvez 10.

A última coisa que eu queria fazer era lidar com as consequências da noite

de domingo. Mamãe perdeu a paciência o tempo todo, todo mundo estava acostumado com isso. Mesmo Lucy perdeu a paciência suficiente para fazer a

mamãe correr para fundo. Mas eu nunca perdi meu temperamento. Francamente,

até recentemente, que poderia ter sido perdoada por assumir que eu não tinha sequer um. Agora eu só o sentia o tempo todo, fervendo e queimando debaixo da

minha pele.

Eu sabia que deveria pedir desculpas, e eu quis dizer, mas na hora que eu

vim da casa segura e senti todo mundo olhando para mim, a raiva voltou. Na

verdade, eu olhei por baixo para certificar de que não havia vapor saindo de mim. Senti cheio de brasas de novo, em vez de sangue.

Duncan estava esparramado em uma cadeira, olhando desconfiado. Eu definitivamente deveria dizer a ele que sentia muito, mas eu não sabia se ele

queria ser lembrado de que sua irmãzinha havia o derrubado. Quinn, Connor e

Marcus sentaram à mesa. Apenas Connor sorriu para mim. Mamãe e papai se

viraram para ver o meu progresso até o último dos degraus de metal. Uma vela queimava entre eles. As linhas de preocupação do papai estavam tão

profundamente gravadas entre os olhos que pareciam pintadas.

— Como você está se sentindo? — perguntou ele.

— Bem — eu não tive a intenção de dar resposta, era apenas que em algum lugar entre o meu cérebro e meu tudo a língua misturou. — Como está London? —

eu pedi antes que pudéssemos entrar em outra discussão dolorosa sobre a minha

atitude.

— Melhor — papai respondeu — Não com força total, mas ela vai chegar lá.

Seu tio está mantendo um olho nela.

— Oh. Bom. — Eu não sabia mais o que dizer. Dei um passo em direção à

porta.

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— Você está restrita à propriedade. — Foi a primeira coisa que mamãe disse

para mim desde que eu tinha constrangido ela. Ela não olhou para mim.

— Eu sei. — Eles querem mantê-la fraca. Eles sempre quiseram.

— Isso significa que você fica entre as tochas.

— Eu sei.

— E veja o seu tom, mocinha, ou você vai ser restrita a esta tenda.

Eu deslizei para fora antes que eu dissesse qualquer coisa que ficasse pior. O ar frio da noite ajudou, e o firmamento do céu estrelado me fez sentir um pouco

menos formigamentos e claustrofóbica. Eu não sabia o que fazer ou para onde ir.

Eu não tinha certeza em quem confiar. Eu sabia que eu não confiava em Madame Veronique, mas meus pais confiavam, então o que adiantava avisá-los? Eles

pensariam que eu estava exagerando. Eles pensariam que era feromônios ou

hormônios regulares ou quaisquer outras milhares de desculpas que as pessoas tinham quando menores de 21 tinham algo importante a dizer. E era ainda pior

com os vampiros, cuja vida vã era tão ridiculamente longa, alguns dificilmente

ouviriam alguém com duzentos.

Uma menina de 16 anos que tinha tentado constranger sua mãe e a mais

antiga matriarca de sua linhagem?

Não é provável.

Eu saí de debaixo do toldo da tenda e vaguei pelo caminho, sem rumo. Tentei ignorar os vampiros que se voltaram para me ver passar e Penélope, que fez

uma reverência tão profunda e abruptamente que quase tropeçou em um

dignitário Amrita, a Índia. Procurei pelo cabelo preto de Constantine e seus olhos violeta distintivos, enquanto tentava não ser demasiadamente óbvia. Por alguma

razão, ele sempre me fez sentir melhor. Ou, no mínimo, ele me fez esquecer. Talvez

ele pudesse me levar de volta para o Bower, onde eu fosse apenas uma vampira e que não era grande coisa, onde eu era uma Princesa e que não era grande coisa

também. O Bower estava tecnicamente fora dos limites para mim agora, mas a dor

de estar sentada na sala, debaixo das árvores era palpável. Eu me senti melhor só em pensar nisso.

Melhor não o suficiente para perceber a forma como a multidão estava despedindo na minha frente, até que fosse tarde demais.

As Fúrias.

O som de seda damasco branco esfregando cestos de vime era suave como o

vento através da neve. Presas brilhavam, fivelas de sapato de diamantes brilhavam,

e tatuagens de penas negras pareciam se mover por conta própria. Senti o cheiro de pó facial e sangue.

Todo mundo em torno de nós se acalmou. Curiosidade mórbida zumbia. Meu coração teria fraquejado em meu peito, se ainda batesse. Isso me deu uma

sacudida para vê-las olhando tão idêntico a Lady Natasha, o mesmo olhar que eu

tinha visto antes. Constantine podia considerar que ela é uma rainha de remanso

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colonial presunçosa, mas ela ainda era a vampira que tinha comido um coração de

veado porque achava que era o meu. As Fúrias não me intimidavam, nem mesmo agora, assoviando e esguichando como ela.

Por isso que ele foi o primeiro a se mover quando a estaca espinhenta veio para mim.

Ela teria cortado meu coração se ele não estivesse lá.

— Solange — ele gritou, enquanto saltava incrivelmente rápido e alto. Ele

chutou a estaca, batendo para fora de sua trajetória antes que ela perfurasse a

minha camisa. Ela roçou minha pele levemente e caiu na neve. Ao mesmo tempo, Constantine lançou sua própria estaca na Fúria mais próxima a nós. Ele era como

um lutador bom como qualquer um dos meus irmãos e quase tão bom quanto a

minha mãe.

Mesmo assim, ele não foi páreo para o Chandramaa. Ninguém era.

Tudo aconteceu tão rápido, foi como se a neve congelasse no ar, como se

tudo tivesse parado de se mover completamente. A fúria que tinha me atacado se

desfez em cinzas, deixando para trás um vestido bordado branco no chão, como se estivesse debaixo d'água. Alguém gritou, mas o som foi longo e estranho. As

flechas vermelhas caíram como chuva raivosa, criando uma espécie de barreira

entre mim e as outras Fúrias. Constantine estava de frente para mim, prestes a cair no chão congelado.

Ele não viu as flechas vermelhas assobiando em direção a sua volta.

A justiça de Chandramaa era cega. Ele me ensinou isso.

Eu tive apenas o tempo suficiente e presença de espírito para chutar sua rótula com minha bota. Ele caiu dolorosamente em descida graciosa, o olhar de

surpresa em seu rosto quase cômico. Lancei-me sobre ele, cobrindo-o antes dele

se levantar. Na pressa de cair no chão bati meu queixo com o dele. Eu estava lá com os meus olhos apertados, me perguntando se eu estava prestes a sentir a

picada de uma flecha nas costas.

Nada aconteceu.

Abri um olho, depois o outro. Constantine estava muito próximo de mim.

— Eu não estou morta? — eu perguntei.

Sua boca se curvou em um meio sorriso, mas seus olhos eram ferozes.

— Morcegos demais.

Eu pisquei, virei minha cabeça lentamente. Ele estava certo. Haviam

morcegos suficientes imersos e voando sobre nós para bloquear das flechas ou

estacas que vinham das árvores. A Guarda da Lua não podia nos ver para nos matar. As Fúrias estavam ainda assobiando, mas estavam assustadas demais

para cruzar a linha de vermelho com as pontas de flechas.

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121

Eu disse que iria protegê-la. Somos mais fortes juntos.

Eu fiquei onde eu estava deitada em cima de um vampiro muito bonito.

— E agora?

— Eu não tenho ideia, Princesa.

Para alguém que tinha acabado de salvar a minha vida e quase foi estacado

por minha causa, ele parecia bastante calmo.

Mas isso era só porque ele nunca conheceu minha mãe.

— Solange Drake! — a trança negra de minha mãe serpenteava atrás dela

como um chicote enquanto ela e o resto da minha família empurravam através da multidão. Ela fez uma pausa, fervendo quando uma flecha quase atingiu em seu

dedo do pé. Sebastian se colocou de costas para ela, protegendo-a e olhando

calmamente para as árvores. — Eu não posso nem começar a expressar o quanto você está em apuros — minha mãe disse entre os dentes.

— Não é minha culpa! — eu tentei encará-la, mas eu não conseguia contorcer meu pescoço — Elas tentaram me enfiar a estaca.

— O quê? — a voz da minha mãe caiu até que era como um sussurro frio e escuro, vários dos espectadores se afastaram. As presas de papai brilharam. A

multidão conversava entre si tão alto que, quando parou abruptamente me fez

estremecer.

Uma mulher marchava em direção a nós. Ela era jovem, com cabelo preto

curto.

— Eu represento o Chandramaa — anunciou ela, como se a lua vermelha

costurada em sua jaqueta de couro preta não identificasse ela ou sua postura

vagamente ameaçadora. Ela era muito jovem para ser Chandramaa completa e ela deixou-nos ver seu rosto, então ela não era claramente uma completa iniciante. —

Solte-o para nós — disse ela para mim.

Eu sabia o que aquilo significava. Constantine seria executado por me salvar.

Eu não ia deixar isso acontecer.

— Não.

Ela piscou perplexa.

— Talvez você não tenha me entendido. Fui enviada pelo Chandramaa.

— Solange, — disse papai firmemente. — O que você está fazendo?

— Constantine salvou a minha vida — eu respondi quando os morcegos

ficaram agitado em cima. — Não deixe que eles o mate. — Eles não entendem. Eles nunca entenderam.

Page 122: Drake chronicles 05 blood moon alyxandra harvey

122

— Ele interferiu com a justiça Chandramaa — disse a menina bruscamente

— Não há exceções.

— Mate-a! — As Fúrias cantavam baixinho, violentamente — Mate-a agora!

Traidor do sangue!

Constantine se moveu porque as suas mãos estavam em meus quadris.

Seus olhos eram como ametistas.

— O que você quer fazer, Princesa? — ele perguntou em voz baixa, de modo

que eu pudesse ouvi-lo. Seus lábios fizeram cócegas na minha bochecha.

O que eu queria fazer?

O fato de que ele me pediu ele, estava esperando por mim para decidir o seu destino me fez ainda mais determinada a salvá-lo.

— Nós corremos — eu sussurrei de volta.

— Mate-a!

Eu não tinha certeza ainda como eu controlaria os morcegos, mas eu pensei

sobre isso agora, tão duro quanto eu poderia. Imaginei o enxame por entre as

árvores em nossa direção, flutuando como uma nuvem negra, engolindo as estrelas e as flechas da Guarda da Lua. Eu estava visualizando-os tão

intensamente que levou um momento para eu perceber os sons de centenas de

asas não estavam na minha imaginação. Os morcegos se arremessaram em um mergulho em torno de nós, cortando qualquer um que tentasse chegar muito perto,

até mesmo meus pais.

— Solange, espere! — Papai gritou, abaixando-se como um morcego que passou por sua cabeça — Você não sabe o que você está fazendo!

Deixe ir. Deixe-me te proteger.

— Se você cruzar a Chandramaa, você será exilada deste lugar — disse a

guarda acrescentando um olhar com raiva e confusa. Um morcego atacou os olhos dela e ela gritou — Uma morte instantânea para você e seu dever de estar neste

lugar.

— Solange, não! — Mamãe pediu. Eu nunca tinha visto o seu som tão

assustado ou olhar tão dividido.

Mas eu não podia simplesmente ficar aqui e deixar Constantine ser morto.

Isso não era justiça, era assassinato.

— Você tem certeza? — ele perguntou quando eu fiquei tensa para saltar por os meus pés — Não há como voltar atrás.

Eu encontrei seus olhos violeta.

— Eu tenho certeza.

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123

Ele lançou-se fora da terra em um movimento fluido, um braço prendendo-

me ao peito. Os morcegos se aglomeraram ao redor de nós. Todo mundo estava gritando. Chandramaa serpenteava entre os morcegos, mas eles acabaram de

chegar à terra congelada. Neve apenas pairava no ar frio, nada de cinzas.

Constantine e eu começamos a correr, desviando das mãos úteis e as

nocivas. Nós mergulhamos na floresta escura, os morcegos ainda estavam atrás.

Alguém deu um grito estrangulado do topo de um pinheiro. Uma besta caiu no

chão. Morcegos voavam entre as árvores como se tivessem sido libertados por um estilingue invisível. Corri o mais rápido que pude convencida de que eu ia ser

atingida por uma flecha ou uma estaca arremessada de cima. Constantine

segurou minha mão com força, arrastando-me nas raízes e musgos drapeados nos galhos. Samambaia aplainava para nossa passagem.

Deixamos as lanternas do acampamento Lua de Sangue atrás de nós, junto com a minha família e tudo o que eu já tinha conhecido.

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124

Capitulo 15 Nicholas

Segunda-feira, no início da noite.

Estávamos patrulhando as bordas da floresta quando Karim, o guarda

andando ao meu lado, se desfez em cinzas.

Uma flecha perfurou seu coração vindo do pinheiro. Estilhaços

ricochetearam quando eu peguei um par e os lancei enquanto corria. Não havia

cheiro de cogumelos ou podridão, sem estalido de dentes. Não eram Hel-Blar, mas definitivamente vampiros. Eles se moviam rápido demais para ser Caçadores.

Eu podia ouvi-los nas árvores, nos ramos, embaixo nas samambaias, em todos os lugares. Havia um monte deles, isso eu poderia dizer. Eu corri mais

rápido, até que ver tudo borrado. Não foi o suficiente. Outra flecha assobiou pela

minha cabeça. Uma estaca caiu no chão do meu pé esquerdo.

Eu estava seriamente em desvantagem.

Eu bati o alarme sobre a tecla do GPS que Connor tinha recentemente

programado para toda a família. Se ativado, uma mensagem era enviada

imediatamente com a nossa localização. Supondo que eu estivesse sem sinal e

assumindo que ninguém sequer recebesse.

Supondo que poderiam me matar muito mais rápido.

Corri em torno de uma cicuta e deslizei na grama envelhecida de um vale

estreito na borda da floresta. Eu estava longe do acampamento, longe da fazenda,

mesmo longe das cavernas reais. Eu nunca tinha visto essa parte das montanhas. Eu pensei ter ouvido gritos, levemente, mas desapareceram e eu estava correndo

muito rápido para ter certeza. Se eu ainda fosse humano, meu coração teria

afogado a cada pequeno som, tanto era a pressa do meu sangue nas minhas veias, era como agulhas de chuva e vento. A parte de mim que minha mãe tinha treinado

permaneceu calmo e atento como se eu estivesse assistindo a um filme. Torrões de

barro e flores mortas quebraram-se sob minhas botas enquanto eu me afastava.

Se eu perder minha calma agora, eu acabaria morto com certeza.

Eu tive um momento para me sentir grato que nenhum dos meus irmãos

estivesse comigo. Perder Karim era ruim o suficiente. Ele estava morto por causa de mim. Ele poderia estar no acampamento com a sua própria família, ou em casa,

onde quer que seja. Eu tinha acabado de conhecê-lo antes de sair. Eu nem mesmo

sei o sobrenome dele.

Page 125: Drake chronicles 05 blood moon alyxandra harvey

125

Mas morrer agora, não iria ajudá-lo.

Eu poderia tentar despistá-los nas cavernas labirínticas das montanhas,

mas era mais provável que me prendesse em um beco sem saída, então não. Eu

poderia ser capaz de ultrapassá-los, mas não há garantias. Também não havia lugar decente para tomar uma posição, nada sólido para colocar nas minhas

costas, além da montanha. Um olhar rápido mostrou rochas e árvores raquíticas,

pinho dobrado pelo vento, e outro vampiro deslizando para mim de cima. Um flash

de pele clara à minha direita, um brilho de presas atrás de mim.

— Basta jogar — alguém riu, um latiu violento na sua voz.

O primeiro agarrou minha jaqueta e me puxou para uma parada. Eu tive

apenas espaço o suficiente para manobrar para fora das mangas e deixar isso para trás. O ar frio bateu meus braços nus, mas eu usava o casaco em sua maioria por

hábito de qualquer maneira. Eu não precisava. E eu certamente não preciso para

lutar. Eu consegui estar fora do alcance, mas o caminho estava bloqueado por uma pilha de pedras de alguma avalanche há muito tempo. Luar iluminava os

musgos e geada reluzia nas folhas nua de árvores retorcidas. Saltei para frente,

com a intenção de escalar o monte irregular. Era arriscar com gravidade sobre o

monte atrás de mim.

Não que eu tivesse escolha.

Um pedaço de corda serpenteou sobre meus ombros e me puxou para trás.

Caí duro, meus dentes estalaram juntos. Rolei na queda e girei para trás em meus

pés, dando de ombros para fora da corda. Eu joguei minha estaca quando me levantei de um agachamento. Ela pegou um dos meus perseguidores no peito, a

direita de seu coração. Eu agarrei a uma das rochas e escorreguei rasgando minha

calça e meu joelho debaixo do tecido grosso. Sangue escorria na lama. O vampiro agarrou a estaca presa entre suas costelas. Eu joguei a rocha com tanta força

quanto eu pude, bateu na estaca de madeira com um baque audível. O ponto

deslizou músculos anteriores e osso, em linha reta em seu coração. Ele caiu em pó,

deixando para trás uma pilha de roupas escuras.

Houve um grito de raiva de um de seus companheiros. A corda deslizou

longe, foi jogado de volta para mim. Consegui apenas desviar do caminho. Ela quase atingiu meu olho esquerdo. Eu tinha armas, mas eu não tinha espaço,

nenhuma rota de fuga. Minha única chance era a usá-las antes que me matassem.

Eu não estava esperançoso. Eu poderia ter eliminado um, mas havia ainda outros quatro.

Eles me rodeavam e eu não podia parar. Eu estava muito ocupado abaixando da corda e das estacas. Eles não parecem estar apontando para o meu

coração, mas um pedaço de pau pontiagudo no pescoço ou no braço não era

divertido.

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126

— Quem são vocês? — eu lati. Eu estava cercado agora. Não havia outro

lugar para ir. — Que diabos vocês queres? — Porque no momento em que estavam perguntando se eles queriam me matar, eu já estaria em cinzas. Isto era sobre

outra coisa. Solange, minha mãe, meu sobrenome. Era tudo a mesma coisa em

uma fenda escura nas montanhas. E eu não iria dar nada a qualquer um deles.

Eles sorriram para mim, mostrando presas e colares manchados de sangue.

Eles mantiveram galhos grossos, uma combinação de estacas pontiagudas com

bastões curtos. Eles não usam os bastões estranhos para me executar ou bater-me na cabeça. Em vez disso, eles me detiveram de extremidade a extremidade e

fechando ao redor de mim até que eles estivem perto o suficiente para perfurar. Eu

levantei meus punhos. Eu tinha a intenção lutar.

Em vez disso, o mais próximo de mim borrifou um punhado de Hypnos

antes que eu pudesse abaixar. Isso não teria importância, os outros jogaram seus próprios Hypnos e o pó branco polvilhado sobre mim, meus olhos arderam, chegou

à parte de trás da minha garganta. Tinha um gosto adocicado, como lírios

murchos, chocolate, e cobre.

— Pare de lutar — o vampiro que parecia ser o líder ordenou.

As cores mudaram, como se eu estivesse em uma fotografia superexposta, muita luz aqui, muito escuro lá, e um verde estranho ácido para os pinheiros.

Meus punhos se abriram, os braços abaixaram. Eu estava preso dentro de uma

nuvem de pânico passivo, consciente dos meus arredores, consciente da minha necessidade desesperada de uma briga e totalmente incapaz de fazer qualquer

coisa sobre isso. Eu descobri as minhas presas, mas era tudo que eu poderia

controlar. Eu não poderia mesmo assobiar.

Eu tive um momento muito desconfortável de empatia pelos guardas de

Solange quando ela os obrigava a algo. Pelo menos quando ela me obrigou eu estava razoavelmente certo de que ela não ia me machucar.

O líder assentiu com a cabeça para o vampiro à sua direita.

— O amarre.

As cores estranhas ficaram vermelhas enquanto raiva azeda ardia dentro de mim. Eu provei fumaça sobre os lírios. Eles usaram a corda para amarrar meus

pulsos atrás das costas e um tirou um pano e vendou meus olhos. Era como olhar

através de forte nevoeiro. Eu podia ver sombras tênues e a mudança de luz, mas não o suficiente para ter certeza do meu pé ou minha direção.

— Ande — o pedido foi acompanhado de um empurrão para me mover. Dor atravessou meu joelho, o sangue escorrendo de um corte que levaria algum tempo

para curar. Eu ainda era muito jovem e próximo o bastante da minha mudança de

sangue que apenas um arranhão superficial curava quase instantaneamente. Depois de dormir um dia, eu estaria bem. Supondo que eu teria durante o dia, é

claro.

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127

Empurraram-me para uma caminhada forçada, meus músculos apenas mal cooperando. Tentei quão duro quanto eu podia, eu não podia lutar contra o

movimento do meu joelho ferido, o impulso para frente das minhas pernas, o

impulso do Hypnos quando deslizava através de mim, encontrando cada pequeno lugar secreto, como a água. Eu deslizei uma ladeira íngreme, espalhando seixos.

Uma mão dura no meu ombro me empurrou de volta para a trilha.

— Vamos, príncipe — ele zombou — Nós temos uma gaiola dourada só para você.

— Para onde vamos? — Inútil perguntar, impossível não. Eu não receberia uma resposta, é claro.

Caminhamos até o terreno movendo meus pés sobre rochas suaves. Eu tropecei novamente, fui arrastado de volta no lugar. Eu esperava que caindo o

suficiente e sendo empurrado iria afrouxar a corda, mas continuava firme. Eu

poderia dizer pelo cheiro de mofo e frio que estávamos nos aproximando de uma caverna de algum tipo. A escuridão pareceu mais espessa e úmida. Havia outra

combinação de perfumes por baixo, ferrugem e sangue talvez. Não havia cães

uivando, e sem bateria, de modo que os cães não estavam por perto. Eles

conseguiram encontrar distantes cavernas privadas que ninguém jamais entrou antes, mas claramente não foram eles. Eu podia sentir o cheiro de seres humanos

e vampiros. Eu fui empurrado para uma parada. Eu encolhi os ombros quando o

Hypnos começou a se desgastar, esperava uma estaca nas costas. Alguém arrancou a venda.

Eu nunca poderia imaginar algo como isso fosse mesmo possível.

Nós estávamos em uma caverna enorme, com fissuras em cada parede,

bloqueadas com grades de metal como uma masmorra caseira. Pálidos, rostos miseráveis mostraram brevemente nas fendas. Alguém chorava em uma fenda

escura. Alguém grunhia de dor. Havia correntes em todos os lugares e grades de

ferro. Tochas queimavam em suportes perfurados na pedra. A luz brilhou sobre a

água cinza escuro em um buraco, como um pequeno lago. Um braço sobre a superfície. Eu não poderia dizer se ele estava ligado a um corpo.

Eu fui empurrado para a mesa de metal longa ajustada contra um canto, sob uma série de bateria iluminando. As lanternas brilhavam com uma luz clara

natural, brilhando sem piedade junto aos copos de vidro, potes de líquidos

estranhos, tubos de ensaio, de ferro com ponta de estacas, punhais irregulares, e instrumentos de tortura eu não poderia olhar sem o suor sair na parte de trás do

meu pescoço. Nós gostávamos de provocar Marcus que ele era o cientista louco na

família, seguindo os passos do tio Geoffrey. Mas seu laboratório era para a busca do conhecimento, não dor.

Mesmo de relance, este lugar não tinha outra finalidade.

Um vampiro meio-morto caiu inconsciente, pendurado em correntes presas

aos pulsos. O sangue correu em riachos ao seu lado, pingando nos cotovelos,

Page 128: Drake chronicles 05 blood moon alyxandra harvey

128

dedos, nos pés. Foi jogado numa vala estreita cavada no chão, entupido com água

e fluidos corporais. Engasguei com cheiro de sangue velho e feridas purulentas. Isto não era a política. Isso era algo totalmente diferente.

Mas eu não tinha ideia do que.

Eu fiz um movimento instintivo, embora como eu quisesse me libertar eu

não tinha nenhuma ideia com as mãos amarradas atrás das minhas costas. Uma

bota me chutou atrás do meu joelho ferido e me derrubou, minha bochecha bateu na pedra. Eu vi estrelas se afastando da trincheira.

Os guardas humanos pararam nas bordas. Pareciam Caçadores, embora eu pensasse ter visto o brilho de pelo menos um pingente dos Helios-Ra. Eles nem

mesmo vacilaram quando eu caí em seus pés. Os quatro que me capturaram

estavam num canto sorrindo para um homem vestindo um avental de couro manchado de sangue e pedaços de carne, como o Dr. Frankenstein. Ao seu lado,

em pé, parado alerta, um vampiro com uma túnica marrom familiar, eu tinha o

visto antes.

Em Montmartre e seu anfitrião. Logo antes dele tentar sequestrar a minha

irmã.

Eu me afastei puxando os meus pés, assobiando, presas estendendo e

minha gengiva sangrava completamente. O Host lançou um ferro enferrujado

como um prego de ferradura gigante. Ele bateu no meu ombro, me empurrando para trás e prendendo-me contra uma viga de suporte de madeira pendurado com

correntes. A dor mordeu como dentes irregulares. Pelo menos preso a um poste

com correntes convenientes e estilhaços, eu poderia trabalhar minhas mãos livres. A corda presa cedeu acentuadamente, e eu pude desgastar a cordas facilmente.

Frankenstein olhou para mim.— Eu acho que o efeito do Hypnos está passando.

— Eu sou um refém? — Obriguei-me a perguntar, sufocando quando me

puxou para frente, puxando a ponta para fora.

— Você poderia dizer isso — respondeu meu captor. — Refém, assunto de

teste, presas. Você é o que diabos nós dizemos que você seja.

Frankenstein acenou com a mão. Havia sangue sob as unhas. — Faça

alguma coisa com ele.

— Você não quer uma olhada? — o tom era presunçoso e auto satisfeito.

Frankenstein estreitou os olhos, circulando-me lentamente. — E?

— Ele é um Drake.

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O vampiro Hospedeiro se moveu tão rápido que nenhum ser humano

poderia ver, era de admirar. Tudo o que eu vi foram presas e dedos cravando violentamente na ferida no ombro. Eu espetava com o meu polegar e os primeiros

dois dedos em forma de garra, a maneira como* Duncan me ensinou. Ele lutou

sujo, ainda mais sujo do que a mamãe. Eu apontei para a traqueia. O Host amordaçou, tomados de surpresa. Eu fui para os olhos próximos, mas ele se

recuperou e tinha uma estaca pressionando em meu peito.

— Espere! — Frankenstein gritou. — Pare!

O Hospedeiro pressionou a estaca mais profunda, até a minha camisa e

várias camadas de pele. Seus olhos cor de âmbar queimavam, suas presas brilharam.

Frankenstein empurrou a estaca de perto de mim, com esforço. — Paciência, ou você vai estragar a diversão.

Então, ele sorriu lentamente, quando alguém na masmorra atrás de mim começou a choramingar.

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Capitulo 16 Lucy

Noite de segunda-feira.

— Você tem certeza que está pronto para isso? — perguntei a Kieran

novamente, inclinando para frente entre os bancos. Estávamos no carro do seu

amigo Eric, dirigindo para a cidade. Jenna, Chloe e um punhado do resto do

alojamento Black estavam seguindo em uma das vans não marcadas da escola.

Kieran estava no banco do passageiro, uma bandagem gravada ao lado de seu

pescoço para cobrir marcas da mordida de Solange. — Você teve apenas uma

transfusão de sangue, o que, há dois dias? Três? Você não deveria estar no sofá

assistindo TV ruim ou algo assim?

— Não era uma transfusão completa — ele respondeu, olhando friamente

para frente . — Estou bem. — Havia alguma coisa forte sobre ele agora, algo final e

triste em sua voz. Eu franzi a testa. Ao meu lado, Hunter me cutucou e abanou a

cabeça.

Os campos estreitam e se transformam em relvados e parques, até que

finalmente estávamos no bairro central da cidade de Violet Hill. Todos os três

blocos iguais. Cafés, lojas de alimentos saudáveis e caixas de livros usados

estavam espalhados entre as lojas novas que vendem tudo desde cristais até

bandeiras de oração tibetanas. Passamos pela loja que minha mãe trabalha, mas

estava fechada. Os únicos lugares abertos eram restaurantes, lanchonetes e uma

livraria atrás de salas de cinema.

Eric estacionou atrás de uma fábrica abandonada de vidro. Ele sorriu para

mim, dentes brancos brilhando no rosto escuro. Ele me jogou uma bolsa dos

correios cheia de estacas e ovos recheados de massa Hypnos. Aparentemente, ele

gostava de ser agarrado, porque depois que eu fiquei brava com ele na reunião no

alojamento Black, ele agora estava me tratando como uma velha amiga.

Kieran apenas verificou metodicamente as armas amarradas a sua camisa

sob sua jaqueta. A van da escola parou um pouco acima e os outros caíram fora

pelas portas. Eles estavam vibrando com contida emoção. Chloe sinalizou com os

polegares para cima, seu cabelo encaracolado, explodindo para fora de seu rabo de

cavalo.

— Siga o plano desta vez — Hunter disse a ela severamente. — Eu estou

dizendo. Eu vou chutar sua bunda.

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— Yeah, yeah.

— Do que se trata tudo isso? — perguntei a Hunter, quando Chloe

desapareceu na van para pegar sua mochila.

— A última vez que estivemos aqui, ela explodiu totalmente o plano, foi

esfaqueada, e Quinn teve que nos socorrer.

— Deixa pra lá, Selvagem — Chloe gritou.

Hunter fez uma cara, mas não disse nada. Logo após ela me cutucou e foi

para fora do alcance da voz.

— Mantenha um olho em Kieran — ela disse calmamente — Ele não quer

juntar-se a mim para a varredura.

— Como você sabe?

— Porque estou preocupada com ele, e ele acha que se ele finge que não

sabe, vou deixá-lo sozinho.

— Ele conhece você, certo?

Ela sorriu, mas não havia nenhum humor nisso.

— Exatamente. Como eu vou deixá-lo regredir.

Eu piscava.

— Regredir? Regredir para quê?

Ela respirou fundo, olhando tão incerta como nunca tinha visto ela olhar.

Geralmente ela estava calmamente confiante.

— Isso é estritamente confidencial — ela murmurou. — OK?

Eu assenti.

— OK.

— Depois que seu pai morreu, Kieran passou por uma fase ruim.

— Compreensível.

— Uma fase muito ruim. Eu mal o reconhecia.

Eu pensei em Solange.

— Estou começando a saber qual o sentimento.

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— É uma merda. Ele era amargo e duro e tão focado em vingança e

encontrar o assassino de seu pai que ele desistiu da faculdade.

— Uma na Escócia — Havia mais de Kieran, do que os olhos conhecem,

claramente. Eu não tinha certeza se Solange sabia tanto sobre ele. Eles não

tinham saído por muito tempo e com seus feromônios, eles não eram exatamente

fortes sobre os debates filosóficos ultimamente.

— Ele basicamente não se mostra para orientação, e os Blacks têm ido para

essa faculdade para se aproximar o quanto possível dos selvagens. Sua mãe caiu

fora e não havia ajuda de qualquer maneira. Acredite em mim quando lhe digo que

Solange o salvou tanto quanto ele a salvou. Ele precisava de todo seu trabalho

para colocar todo mundo para acima outra vez.

— E agora tudo esta se quebrando.

— Exatamente.

— Solange não está falando comigo — eu admiti. Não poderia salvar Solange

de si mesma agora. Então eu conclui que seria bem melhor salvar Kieran. — Mas

ele vai.

Trocamos estranhos acenos conspiratórios até que uma motocicleta parou e

todo mundo ficou tenso, com exceção de Eric e Kieran.

— Calma — disse Eric — É só Connoly.

— Amigo de Kieran — Hunter explicou antes que eu pudesse perguntar —Os

três foram juntos através da Academia. Eles são a razão de uma das janelas do

quarto comum ser fechadas com pregos.

— Eu definitivamente quero saber dessa história.

— Se vocês garotas já terminaram com os sussurros — Kieran disse

brandamente — nós podemos começar.

— Eu tanto posso ajudar como chutá-lo na bunda, certo? — eu murmurei

para Hunter.

— Na verdade, eu insisto.

Connoly tirou seu capacete e trancou-o no assento da moto. Ele tinha

cabelos longos e mais tatuagens do que o Bruno e estava dizendo algo. Bruno

tinha vinte anos a mais de tatuagens.

— Agora que todos nós estamos aqui, estamos claros sobre o objetivo? —

Kieran perguntou. — Nós estamos procurando por pontos quentes em maior parte,

os vampiros podem estar usando para prender os civis. Eles não conhecem

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133

necessariamente a cidade, então não assumam que estão nas áreas habituais. Se

você vê um Caçador, não se envolva a menos que você precise. — Todos nós

assentimos. Ele olhou suficientemente firme para que eu não pode-se provocá-lo

sobre algo como James Bond. — Ninguém vai sozinho. Chloe e Kyla – vocês estão

com Eric, Drew tem Connoly, Hunter tem Noah e vou levar Lucy. Misturem-se

tanto quanto vocês podem. Os habitantes estão ficando nervosos sobre todos estes

desaparecimentos; eles podem estar assistindo fora de suas janelas mais

cuidadosamente. Nos encontramos aqui de volta em duas horas e mantenham as

linhas abertas.

Os grupos foram em direções diferentes.

Kieran olhou de relance para mim.

— Tem armas?

— Cara, o que você está falando? Claro que eu tenho.

Ele quase sorriu.

— Eu sei que este é um conceito estrangeiro para você, Hamilton, mas você

segue ordens no campo. Periodicamente.

— Yeah, yeah.

Ele apenas olhou para mim.

— O quê? Eu disse que sim.

—Mm-hmm. — ele não parecia remotamente convencido. Ele atravessou o

estacionamento em direção a calçada, suas botas mastigando através do vidro

quebrado.

— Para onde estamos indo? — eu perguntei.

— Vamos descer a rua principal e então verificar as vielas atrás do cinema.

Eu tenho a Intel que teve alguns distúrbios nos últimos dias.

— Sim, porque há um bar ao lado. Uma grosseria, onde todos os bêbados

saem juntos. Metade das lutas de facas da cidade acontece lá — eu lhe desviei um

olhar pelo canto do meu olho. Ele parecia calmo, vestido com uma jaqueta e calças

de carga preto. Seu cabelo curto lhe fez parecer mais velho. Lembrou-me de

repente de um Kieran que tinha uma vez me dosado com pó de Hypnos na sala de

estar dos Drake. Eu não pude deixar de cutucar-lhe um pouco por conta disso. —

E Intel? O que é com toda essa gíria?

Ele deu de ombros.

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— Este é quem eu sou.

— Mm-hmm. — agora eu era a que não parecia convencida.

— Apenas, venha.

As luzes da rua continham um amarelo aguado na calçada. Havia geada em

algumas janelas da loja. A ponta do meu nariz já estava fria.

— Solange não falou comigo desde que eu dei um choque nela — disse,

saltando para a direita quando eu não poderia pensar em uma maneira sutil de

abordar o tema.

— Você vai lidar com isso.

Eu esperei. Esperei mais um pouco

. — Você vai? — pressionei quando ele não disse nada. — Eu sei que vocês

terminaram — acrescentei suavemente.

— Não é um segredo.

— Você está tentando ser irritante?

Ele suspirou.

— Eu não quero compartilhar meus sentimentos e fazer o cabelo um do

outro, Lucy.

— Muito mal. É o que os amigos fazem. — eu rolei meus olhos quando ele

atirou-me um olhar. — A parte compartilhamento, 007.

— Estou bem.

Eu trinquei meus dentes.

— Eu juro que se eu ouvir algo de você ou Solange, mais uma vez eu fecho a

boca de vocês com fita adesiva.

— Posso usar sua fita adesiva para fechar?

Eu sorri.

— Como isso me faria parar.

Ele sorriu de volta. Foi tão breve, que eu quase perdi.

— Podemos apenas fazer essa coisa começar?

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— Eu posso ser multitarefas — eu assegurei-lhe, perscrutando as sombras

do primeiro beco que passamos. — Gato, guaxinim no contentor, cheiro de xixi —

eu catalogava para ele. — Vê? Agora fala.

— Sobre o que? Nós terminamos. Isso acontece.

— Vocês terminaram porque não gostavam mais um do outro? — Ele fez

uma pausa. Eu pulei como se isso fosse de chocolate. — Ha! Vê? Isso significa que

vocês se separaram por algum outro motivo estúpido.

— Como você sabe se era estúpido?

— Porque qualquer razão que seja eu-não-te-amo ou você-me-faz-miserável

é estúpido.

— A Vida real não é tão simples.

Eu parei de andar, peguei uma embalagem de chiclete do meu bolso, porque

era tudo que eu tinha e atirei na sua cabeça. Ele empurrou de volta.

— Pra que tudo isso?

— Você não pode rebaixar-me. Minha melhor amiga está toda louca e me

enerva, minha prima apenas morreu e se transformou em um vampiro, e as

pessoas estão constantemente tentando matar os meus amigos. Eu sei que as

coisas não são simples.

Ele esfregou sua têmpora.

— Desculpe.

— Bom — eu disse de forma instável. — Você não pode calar as pessoas.

Agora não. Solange está fechando-nos e você vê agora como é que é trabalhar para

ela. As coisas vão ficar pior, Kieran. Todos nós sabemos.

Ele debruçou seus ombros, mas ele não discutiu comigo, o que eu contei

como uma vitória.

Nós patrulhamos os becos, pisando sobre um cara bêbado roncando

enquanto se apoiada contra a porta do bar. Ele ainda tinha as chaves do seu carro

na mão. Eu os arranquei cuidadosamente para fora de seu alcance e joguei-os em

uma lata de lixo nas proximidades. Então eu bati na porta. Quando um dos

ajudantes de garçom abriu-a, o bêbado caiu sobre seus pés. O garçom apenas

suspirou.

— Obrigado.

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136

A volta pelo cinema foi deserta e cheirava a pipoca. Vimos três gatos, dois

esquilos e uma raposa, mas nenhum vampiro. Atravessamos a Main Street,

verificamos os outros becos, passando pelo pequeno parque onde eu costumava

sair com Solange nas tardes de sábado, bebendo café e reclamando como nunca

houve nada para fazer em Violet Hill. Parecia que foi a uma eternidade.

— Esse beco se conecta a uma rua de volta por trás da escola — disse

Kieran quando começou a nevar muito levemente. Não estava frio o suficiente para

ficar na estrada, é apenas uma espécie de ar flutuando ao nosso redor. As estrelas

eram ainda visíveis entre nuvens finas. Nós contornamos os restos de mais uma

lata de lixo derrubada entre uma loja de venda de cristais e venda de um

equipamento de esqui.

— É bastante tranquila — eu disse. Eu parei, recuei. — Eu acabei de dizer

isto em voz alta, não foi?

Kieran assentiu, verificando por cima do ombro. Ele ajeitou sua lanterna

para baixo da boca do beco escuro. A luz brilhava nas latas de refrigerante e uma

cerca de metal.

— Eu simplesmente sou totalmente azarenta — eu gemi. Eu puxei minha

besta miniatura fora do minha bolsa e carregando uma flecha nele, apenas no

caso. Eu ainda carregava estacas mas eu era mais hábil com a besta. Eu tinha o

objetivo melhor do que a força do braço. Não foi fácil empurra uma estaca de

madeira afiada através de uma caixa torácica. Para não mencionar aflitivamente

brutal.

Kieran e eu fizemos uma pausa ao som de uma briga. Ele ficou aliviado

lentamente, desligando a sua lanterna. Um gemido rasgado ao nosso redor, estava

estridente e continuando gemendo. Levantando-me os pelos em meus braços.

Quanto mais nos aproximávamos, o som ficava mais alto.

E, em seguida, uma sombra bateu uma lata através do beco, ruidoso de

repente. Ela saltou em direção a mim, gemendo. Eu me mexi para trás,

escorregando em uma poça líquida e caindo dura, jogando a respiração para fora

de meus pulmões. Kieran se atrapalhou com sua lanterna. Os olhos de um gato

brilhavam para nós, em seguida, desapareceu como um silvo.

— Gato — Kieran disse logo.

— Caí sobre minha bunda com dois gatos lutando? — eu empurrei-me. —

Isso é apenas constrangedor. — A luz do Kieran girava sobre mim. Suas

sobrancelhas se abaixaram. Eu olhei para baixo.

Eu estava coberta de sangue.

— Você está machucada? — ele correu em direção a mim.

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137

Eu balancei minha cabeça.

— Não é o meu sangue. — eu tinha escorregado na poça que não era água

da chuva ou escoamento de lixo. Era sangue.

Muito disso.

Eu fiz uma careta com o estado de minhas calças ficaram e tentei não as

amordaçar. Kieran estava agachado para dar uma olhada melhor.

A poça era muito profunda e espessa, e ainda não secou.

— Eu não acho que qualquer um poderia perder tanto sangue e sobreviver

— ele disse sombriamente.

Eu franzi a testa.

— Vampiros não iriam perder muito de qualquer forma.

Ele olhou para mim, analisando.

— Não os que você sabe. — O feixe de luz azul fraca seguiu uma trilha de

gotas tão vermelhas que eram quase pretas para a parede de tijolos do edifício

mais próxima. Ele apontou a lanterna para o escape de fogo de metal, molhado

com o derretimento de neve e de alguma outra coisa. — Mais sangue no degrau

inferior.

— Mas nenhum corpo — confirmei depois de verificar atrás do contentor e

uma pilha de caixas cheias de garrafas vazias. — E nenhum sangue levando em

qualquer outro lugar.

Kieran dobrava a lanterna em seu cinto.

— Você ficará bem se eu subir? — ele perguntou.

— Eu tenho essa coisa. — eu ajustei meu aperto sobre a besta em miniatura.

— Eu sou boa. Eu vou cobrir você. — Deus. A linguagem foi contagiante.

— Se não houver saída, não espere por mim — disse ele, escalando as

escadas. — Apenas corra.

Eu rolei meus olhos em suas costas. Então eu virei minhas costas na parede

e mantive um olho na boca do beco que levava a estrada e a redor da escola, do

outro lado. O lixo era empurrado em torno de meus pés quando o vento me pegou.

Com os sinais do vento alguém atrás da porta estremeceu através do ar frio. Um

carro dirigiu lentamente na rua, pneus triturando através de uma camada muito

fina de gelo, faróis lançavam a neve à deriva. Um cachorro latiu mais longe no

caminho, provavelmente por causa de um dos gatos. Eu ouvi o ligeiro raspar das

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138

botas de Kieran quando ele arrastou-se para a última varanda. Foram só três

andares no edifício assim não demorou-lhe muito. Eu arrisquei um olhar acima e

o vi subindo até o telhado, como se ele estivesse fazendo barra.

Havia algo inquietante em estar em um beco escuro e frio, o chão manchado

misteriosamente de sangue. Voltei a catalogar os sons, saltando quando Kieran

falou, mesmo que fosse em voz baixa o suficiente para que eu quase não o ouviu-

se.

— Achei um corpo — ele disse firmemente. — Feminino.

Eu olhei fixamente para ele.

— Devo chamar 911? — com os meus dedos frios eu me atrapalhei com o

celular.

— Tarde demais para isso.

Estremeci. Kieran estava de pé no telhado com um corpo morto. — O que

vamos fazer?

— Ela foi drenada — disse ele. — Marcas de perfuração no pescoço. Nós

vamos ter que ligar para a Liga. Eles têm uma equipe de limpeza para este tipo de

coisa. — ele ligou e falou em seu telefone em voz baixa.

— Lembre-me de não dar sinal para o departamento — murmurei, curvando

meus ombros contra o frio e a trepidação. Eu estava muito consciente de que as

bordas das minhas calças estavam encharcadas com sangue de uma mulher

morta. Eu engoli contra a bile ardente em minha garganta.

E então eu percebi que havia algo pior do que está sendo coberta de sangue.

Sendo coberta de sangue em uma cidade invadida por vampiros. Uma sombra se

mexeu enchendo a boca do beco. Eu não podia sentir o cheiro de cogumelos sobre

o lixo podre do contentor e a neve, mas eu sabia que era um vampiro

independentemente disso. Pálido, muito rápido e muito ágil; não apenas Hel-Blar.

Ele era um homem, dentes brilhando. Uma mulher passou por trás dele, sorrindo.

Ela usava peles e pérolas. Definitivamente não era de Violet Hill.

— Ah, bom — ela murmurou, farejando o ar. — Eu estou morrendo de fome.

— Eu não sou comida — eu levantei a minha besta. — E eu estou sob a

proteção de Drake. — eu ligeiramente angulei para que eles pudessem ver a

insignia do Camafeu da família Drake que eu usava no pescoço.

— Queremos apenas uma pequena mordida. — o homem deu de ombros. —

E não vejo nenhum Drake aqui. Você vê?

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139

— Ainda há tratados — argumentei, repentinamente nervosa. Eu olhei de

relance para a outra extremidade do beco. Mudei de um pé para o outro.

— Tratados, bah. Tudo o que vejo é uma menininha, sozinha.

— Então você não está olhando perto o suficiente — disse Kieran do telhado,

exatamente quando ele apontou sua lanterna para eles. Ele só os cegou

momentaneamente, mas foi tempo suficiente para que eu pode-se me lançar em

uma corrida. Kieran acompanhou-me, saltando de telhado em telhado. Uma telha

escorregou e caiu no chão atrás de mim. Corri o mais rápido que pude, tentando

não deslizar na neve e no gelo. Meus músculos das pernas tremeram, meus

pulmões queimaram, e ainda corri. Eu podia ouvi-los atrás de mim. Eles eram

mais rápidos do que eu era e poderiam ter me pego facilmente. Eles estavam

brincando comigo.

Tia Hyacinth me contou uma história uma vez sobre caças organizadas no

século XIX, quando ela foi transformada. Vampiros usam os humanos

aterrorizados em vez de uma raposa. O medo e a adrenalina faziam o sangue

adocicar.

O inferno que eu ia ser sua raposa.

O que era uma grande teoria eu não tinha ideia de como colocar em prática.

Minha garganta estava ofegantemente seca e o suor reunidos sob minha

jaqueta. Forcei minhas pernas para manter o movimento. Sujeira choveu das

botas de Kieran. Uma calha quebrou e ele tropeçou, quase caindo. Ele se jogou

acima de mim como um pêndulo humano. Eu olhei para cima, e a pequena pausa

em foco me fez escorregar em um pedaço de gelo e neve. Caí em uma porta de

metal. Ela esta fechada. Eu não poderia passar, e não poderia chegar a Kieran a

tempo para ajudá-lo. Sua lanterna caiu no chão, o feixes de luzes no corte através

do dedo do pé nas minhas botas quando eu me virei. A cerca cortou meus ombros.

Diabos de poeira de neve em miniatura e embalagens de barra de chocolate

descartados deslizaram para o canto. Eu levantei a minha besta, minha mão

tremendo um pouco no frio.

Não havia luz suficiente para ver os vampiros passeando ao redor da

extremidade, bloqueando a única saída. Kieran amaldiçoo e se jogou na borda do

telhado, onde estava segurando uma calha quebrada. Ele aterrissou com força no

chão e mancou para o meu lado , uma estaca em cada mão arranhada e

sangrando.

Ele era um bom lutador. E eu tinha boa pontaria. Mas esses vampiros eram

velhos, eu poderia dizer isso imediatamente. E isso significava que não éramos

páreo para eles, treinados ou não. E eu estava coberta de sangue, isso

enlouquecia eles. E eu tinha fugido, e eu sabia que não deveria fazer. Isso só faz os

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vampiros mais ansiosos para persegui-lo. Mas, às vezes, ficar parado não era

simplesmente uma opção.

Falando de opções.

Nós não tinha nenhuma.

Eu poderia dizer que Kieran concordou. Seu rosto estava sombrio, seu

ombro cortando de um canto a outro em um esforço para me proteger. Então eu

fiz a única coisa que eu conseguia pensar.

Abri a boca e gritei.

Eu não só gritei, eu berrei e berrei e berrei estridentemente. Este não era um

grito de uma donzela em apuros para obter ajuda. Este era cada decibel de ruído

que meus pulmões e cordas vocais possivelmente poderiam reunir.

Vampiros necessitavam de uma certa quantidade de sigilo, mesmo estes que

claramente não estavam seguindo as regras. Os participantes da Lua de Sangue

foram proibidos de se alimentar na cidade. Havia um suprimento de sangue no

acampamento e algumas das mais antigas tribos viajavam com seus próprios

doadores humanos. Então aqueles que decidiram circular através de Violet Hill

imaginei que eles poderiam ir embora com isso.

— Cale a boca — a mulher rangeu. Ela se encolheu quando fiz a minha voz

ainda mais aguda.

E eu ainda tinha minha besta. Atirei uma flecha, ainda gritando. Ela pegou

sob sua clavícula direita. Ela uivou de dor e surpresa. Próximo a ela, o homem se

jogou em surpresa, então seus olhos se estreitaram furiosamente.

Oops.

Um dia eu poderia aprender a não chatear seriamente os vampiros.

Hoje era claramente nenhum daqueles dias.

Kieran atirou sua estaca. Cravando na garganta do homem, desenhando

sangue suficiente para respingar o ar. Eu tossia, tomava uma respiração profunda

e continuava gritando.

Uma luz acendeu na outra extremidade do beco.

— O que diabos está acontecendo aqui? — um homem velho gritou com

raiva. — E no meio da maldita noite. Eu estou chamando a polícia. Crianças

malditas. — ele bateu com a janela fechada.

Os gritos, combinado com o GPS no telefone de Kieran, fizeram com que

alguns de nossa equipe cobrissem o beco atrás de nós. Hunter utilizando um

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contentor, do outro lado da porta, para subir, mirando o seu próprio arco e flecha.

Eric e Chloe vieram atrás dos vampiros.

Flechas de besta e estacas voaram através do beco. Um deles quase caindo

na coxa de Hunter. Ele saltou para fora do contentor, pousando nas sombras. Os

vampiros, feridos e irritados, escalaram a parede de tijolos e desapareceram sobre

os telhados. Eu parei de gritar. O silêncio caindo em torno de nós. Minha garganta

estava doendo.

Kieran esfregou seus ouvidos.

— Isto é sangue? Eu estou cego?

— Não quer dizer surdo? — eu resmunguei.

— Não — ele deu metade de um sorriso. — Você grita mais alto do que todo

esse prejuízo. — ele cutucou-me, como dois camaradas em um filme de guerra. —

Boa jogada, Hamilton.

— Vocês dois me assustaram — Hunter murmurou do outro lado da cerca.

— E o que diabos é esse cheiro? — Chloe acrescentou. — Que nojo.

— É melhor sair daqui — disse Kieran . — A Liga está a caminho. Você sabe

como eles ficam quando há estudantes ao redor.

— E vimos um Caçador não muito longe daqui — acrescentou Connoly.

— Merda. Vamos.

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Capitulo 17 Nicholas

— Isso é verdade?

A voz era tão suave que mal pude ouvi-lo. Ele estava vindo por trás de um

buraco na parede da caverna, equipado com barras de ferro. Ele deve aberto uma outra fenda, como a que foi fechada por mim. Sentei-me com minhas costas na

pedra onde eu poderia manter um olho na porção do laboratório principal.

— Você é realmente um dos Drakes?

Eu deslizei mais perto do fosso. Uma vampira fêmea com longos cachos

castanhos emaranhados com sangue e lábios rachados dobrados a vista. Eles não

estavam dando a ela sangue suficiente, se houvesse. Eu tentei não pensar sobre o que iria acontecer quando o sol descesse amanhã e eu acordaria com um recém-

nascido com sede. Era quase dois anos desde a minha mudança, e não era tempo

suficiente para conseguir por a boca cheia de sangue.

— Sim — eu sussurrei. — É verdade.

— Você é jovem, garoto — seu sotaque parecia grego. — Sua irmã é o outro Dhampir?

— Você quer dizer Solange? — eu perguntei. Ela assentiu com a cabeça. — Então, sim.

Ela estava tremenda toda, de leve, como uma folha de álamo. O sofrimento fez marcas em seu rosto, que estava escuro com a sujeira e manchas de pele

queimada, como se tivesse sido mergulhado em água sanitária. Não, não água

sanitária. Água benta. Amaldiçoei, suavemente.

— Você pode sobreviver, então — disse ela — Se eles precisam de você — ela

si encolhia em si própria.

— É melhor rezar para que eles não precisem de você e deixá-lo morrer —

disse outra voz. Havia mais alguém na cela com ela, um homem com cortes no

rosto, coberto de sangue e acentuadas com contusões. Ele era humano. Ele era humano, ele foi preso, e a vampira não tinha comido ele, mesmo que ela estando

claramente precisando de sangue.

— Você é... humano.

— Imaginei que fosse, não é? — disse, revoltado.

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Um barulho de correntes de ferro e um grito de um gemido fino nos cortou .

Nós congelamos.

— Mantenha sua cabeça para baixo — o homem rangeu. — Saia da luz.

Eu deslizei mais perto do fosso, me aprofundando mais nas sombras úmidas.

— Que diabos é esse lugar? — eu perguntei quando ninguém veio para os

portões por nós.

— Inferno — ele disparou de volta. Sua mandíbula cerrada com barba

cinzenta. Eu podia sentir o cheiro do suor dele. — Eles trouxeram uma meia dúzia de vampiros aqui. Alguns ainda estão acorrentados, outros são cinzas.

— Mas por quê? O que eles querem?

— Quem sabe? Eles gostam de dor. Eles não gostam de vampiros.

— Mas metade deles são vampiros.

— É melhor servir ao diabo do que queimar no inferno — disse ele,

parecendo exausto. — O que eles estão procurando com todos os seus testes e torturaras, eles não me disseram.

— Por que você está aqui? Você é humano.

— Eles levam nossos corpos e despejam-nos na cidade. Tomaram uma

mulher hoje à noite. Não sei porquê. Em primeiro lugar assumi que eu era apenas comida, embora Ianthe aqui tenha me dado cobertura muito polidamente.

— Não iria comê-lo, Lee — a vampira disse com uma distração cansada. — Você sabe disso. Você cheiro terrível.

Sorriso de Lee foi breve. Quando ele olhou para mim, ele morreu.

— Espero que você seja mais forte do que você aparenta.

— Eu também espero.

Havia muitos sons: correntes de ferro, Caçadores falando, vítimas chorando

ou tentando conquistar seu caminho para fora, ratos correndo, gotejamento de água. Inclinei minha cabeça para trás, cobrindo minha cabeça com meus braços,

mas o grito rasgado, foi tão desesperado, foi distorcido e quente nos meus ouvidos.

Eu me levantei e fui para as barras. A mulher das barras de suspensão estava chorando silenciosamente através de ataques de dor. Frankenstein ficava perto

dela com uma expressão de descolada curiosidade, um dispositivo de metal cheio

de espinhos em sua mão, pingando sangue.

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— Se você furar em torno do coração, mas não muito de lado, você tem a

reação mais interessante — ele estava dizendo a um dos guardas.

— Pare com isso! — eu gritei quando ele levantou novamente o dispositivo e

a vampiro estremeceu e implorou. — Deixe-a em paz!

Frankenstein se virou lentamente em direção a mim.

— Eu vou parar — disse ele agradavelmente. — Desde que você esteja disposto a tomar o seu lugar.

A mulher vampira estava pendurada feito carne. Seus olhos estavam

próximos da morte. Mesmo que o resto dela sobrevive-se, ela enlouqueceria. O medo era metálico e amargo na boca, como moedas em vinagre.

— Feito.

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Capitulo 18 Solange

Noite de segunda-feira.

Constantine levou-me para o local de veraneio. Os morcegos nos seguiram

todo o caminho, embora em números bem menores. Eu tropecei mais adiante, a mão de Constantine me segurou firmemente quando tropecei em raízes e foi

exatamente o oposto de um vampiro gracioso com excelente visão noturna.

Eu estava um pouco ocupada pirando um pouco.

Uma das servas de Lady Natasha tentou me enfiar uma estaca. Eu tinha

acabado de ser exilada da Lua de Sangue onde o direito de minha mãe para o trono seria ritualizado ainda esta semana sob a lua cheia. Eu era uma persona

non grata*, por ser estacada a vista. Eu estava ouvindo vozes.

E não era nem meia-noite ainda.

Eu queria chamar Lucy, mas isso era muito perigoso para ela. Eu queria chamar Kieran, mas eu não sabia o que dizer. Eu queria voltar no tempo e ficar

dentro da tenda da família para que as Fúrias nunca me vissem e nada disso

tivesse acontecido.

Em vez disso, eu me sentei em um sofá de brocado empoeirado sob uma

coroa de morcegos. Estávamos sozinhos, neve caindo levemente entre os ramos.

Senti o cheiro de pinho e cedro e gelo e os pavios queimados de velas em lanternas de lata. Gelo brilhava aqui e ali, pingando ramos verdes e candelabros de ferro. Foi

assustador e bonito, mas eu mal notei.

— O que eu vou fazer?

— O que você quiser, amor — Constantine respondeu, sorrindo suavemente quando ele caiu se esparramou em uma cadeira com os pés esculpidos de um leão.

Ele parecia totalmente confortável e indiferente que ele tinha sido marcado para

execução de Chandramaa.

— Eles simplesmente tentaram matá-lo — me senti obrigada a lembrá-lo.

Ele deu de ombros. — Nós estamos seguros aqui.

— Você não sabe isso — eu esfreguei minhas mãos sobre os joelhos. Vampiros raramente suavam. Nossa temperatura corporal nem sequer se

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aproximava do morno, a menos que tivesse acabado de beber um monte de sangue

e ele estivesse correndo a todo vapor através de nossos sistemas. Ainda assim, eu estava ansiosa o suficiente para que as minhas mãos ficassem úmidas. Cem mil

pensamentos lotados no espaço preto da minha mente, como estrelas em uma

noite clara. E eles eram tão difíceis de apanhar. — Eu nem sabia que poderia ser exilada — eu disse. Mesmo que os Drakes houvessem sidos exilados da corte real

durante séculos, isso foi diferente.

— Os guardiões da lua não se preocupam com renegados fora das fronteiras do acampamento. Eles não virão atrás de nós aqui. Eles não vão mesmo se

preocupar conosco, apenas se tentássemos voltar. É como se nós não existíssemos

mais para eles.

Eu engoli.

— E a minha família?

— O que tem eles?

— Será que eles vão ser punidos? Pelo o que eu fiz?

Ele balançou a cabeça.

— Duvido.

— Mas você não tem certeza?

— Ninguém foi exilado durante a minha vida, amor. Estamos abrindo novos caminhos — ele pegou um frasco de sangue de um dos refrigeradores cobertos

com renda. Ele levantou uma em um brinde. — Para nós.

Eu não bebi quando ele me ofereceu a garrafa. Minha garganta estava muito

apertada.

— Eu não sei o que fazer — eu disse de novo. Beba.

— Divirta-se — sugeriu ele. A garrafa girou negligentemente em seus dedos,

como um olhar hipnotizante. Quando ele ofereceu novamente, eu bebi

profundamente. — O que mais você pode fazer?

Eu poderia voltar para a fazenda. Bruno ou algum dos meus pais estavam

provavelmente, esperando por mim. Mas eu não queria ir para casa. E talvez isso estivesse Ok. Certamente, minha família estaria mais segura. Como eles provavam

todas as noites.

Sem surpresa, a minha mãe foi a primeira a nos encontrar.

Ela marchou para o local de veraneio usando espadas em vez das pérolas

que eu imaginava que mães normais usavam. Ela parecia tão irritada, se ela tivesse a magia de Isabeau, eu estaria preocupada a sua trança iria se transformar

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em um carrasco com o nome de Constantine sobre ele. Seu olhar furioso o rasgava,

logo que viu que eu estava ilesa.

Eu pisei na frente dele para protegê-lo.

— Mamãe.

Eu poderia dizer que foi uma luta para ela mudar o seu olhar. Ela suavizou

as faíscas de uma certa guerra nuclear. Ela me abraçou com tanta força, o cabo do punhal amarrado em seu peito deixou uma marca no meu pescoço.

— Solange, você está bem? — Eu balancei a cabeça e tentei me desvencilhar. Ela me apertou. — Volte para a fazenda. Nós vamos descobrir o que

fazer.

Não deixe que eles nos levem. Eles vão nos manter longe. Eles pensam que você é um monstro.

— Ela pode descobrir por si mesma — disse Constantine.

Mãmãe , realmente, assobiou.

— Você fique longe da minha filha.

— Mãe, ele salvou a minha vida!

— É por isso que ele não é um amontoado de cinzas , enquanto falamos —

disse ela entre os dentes. — Eu sou grata. — ela olhou incisivamente para Constantine. — É por isso que você não está morto.

— Ele não fez nada de errado — eu insisti .

— Solange , você não entende.

Bem ali.

Mesmo sem querer, mamãe me deixou de fora de novo. Eu podia sentir o

sangue que eu ingeri arder dentro de mim. Culpa e preocupação chiou em irritação.

— Eu entendo bem — retruquei — Eu tenho 16, não sou estúpida!

Ela franziu o cenho.

— Eu nunca disse que era. — Seu franzido de sobrancelhas transformou-se

em uma carranca quando ela olhou para Constantine. — Ele cheira mal.

Eu puxei minha mão da dela e cruzei os braços sobre o peito.

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— Eu confio nele.

— É isso que me assusta.

Eu me virei um pouco para Constantine.

— Eu sinto muito. Nós somos uma espécie de família insular. E a mamãe é

cronicamente duvidosa.

— Eu também sou sua rainha — Mamãe me cortou. — Então, deixe a minha

filha em paz.

— Isso é ela que deve decidir, com certeza — respondeu Constantine

suavemente, como se ele não estivesse a centímetros de uma morte pontuda. Ele

nunca conheceu minha mãe.

Você que deveria ser a rainha, Solange. Então, você nunca mais estaria à

mercê de ninguém. De repente eu estava envergonhada por minha mãe, o que foi

marginalmente melhor do que ser aterrorizada pela crescente força da voz da

menina dentro da minha cabeça. Eu sabia que Lucy estava mortificada por seu nome hippie primeiro, por protestos e abraços de grupo na frente da prefeitura e

da maneira que seu pai insistia em parar o carro para deixar um tabaco

oferecendo a cada momento que ele via uma tartaruga. Eu ainda tinha que sentir a humilhação se contorcendo. Mamãe era feroz e um osso duro de roer. Mas ela

também era mandona e exigente.

Sufocante.

— Mãe, pare com isso — eu disse rapidamente. — Você não pode controlar tudo o que acontece comigo.

— Eu posso muito bem tentar. Eu sou sua mãe. — O luar refletido no

punho da espada nas suas costas. — Lembra quando nós pensamos que Logan estava morto com um feitiço? Eu não posso passar por isso novamente. Eu não

vou. Volte para casa comigo. Podemos falar sobre isso lá.

— Eu prefiro ficar aqui.

— Solange. Isto não é um jogo. Eu estou preocupada com você. Assim como seu pai.

— Muito preocupado, na verdade — disse papai firmemente.

Eu olhei para ele por cima do ombro de mamãe quando ela virou-se para

encará-lo.

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Um vampiro que eu nunca tinha visto antes tinha uma faca na garganta do

meu pai e uma estaca sobre a sua camisa, do lado direito sobre o coração. A cabeça do meu pai foi inclinada para trás, os músculos do pescoço tensos, suas

presas brilhando. Ao lado dele, Logan, Quinn, Duncan, e Sebastian estavam no

mesmo perigo, se inclinaram sobre os joelhos na neve com armas destinadas a seus corações.

A espada de mamãe brilhava. Logan fez um som estranho — URP — a estaca

perfurou a camisa, tirando sangue. Mamãe congelou.

— Pare com isso — gritei. Os morcegos assobiaram e gritaram acima de nós.

Os olhos de Logan eram selvagens. Papai estava tenso para lutar, mas o sangue floresceu em cada uma das camisas dos meus irmãos, no mesmo lugar.

— Você ouviram a Princesa — disse Constantine , avançando — Liberte-os. — Os guardas recuaram e então de repente Logan e Quinn caíram para a frente.

Sebastian estava de pé , uma estaca em cada mão antes mesmo de cair no chão.

— Atrás de mim! — papai gritou, mantendo seu corpo entre os guardas e

seus filhos. Mas os guardas não se moveram, pois eles só obedeciam as ordens de

Constantine.

Eu olhei para ele também.

— O que diabos está acontecendo?

— Perdoe-me — Ele inclinou-se ligeiramente para mim, como se

estivéssemos em um salão de baile, em vez de uma floresta. — Eu tenho homens leais a mim. Eles devem ter vindo assim que souberam que eu tinha sido exilado.

Adrenalina e sangue, medo e raiva, fizeram minhas mãos tremerem. Minhas gengivas doíam em torno de meus dentes.

— Ah — Ele nos entende. Ele vai nos proteger.

— Não é o suficiente — disse mamãe. Eu estava vagamente surpresa, em

algum lugar distante do meu cérebro, que a cabeça dela ainda não tinha

realmente explodido. Fúria deixava suas bochechas parecendo coradas. As maçãs do rosto pareciam muito salientes, com os olhos assombrados.

Ela não conhecia Constantine como eu conhecia.

— Mãe, está tudo bem. Sério. — Recuei diante dos meus irmãos. — Sinto

muito.

— Pro inferno com as Boas Vindas, criança — resmungou Duncan.

Apertei os olhos para os guardas.

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— Você nunca prejudicará a minha família. Nunca.

— Isso é uma ordem — Constantine concordou.

Eu espreitava a frente e marchei descendo para a linha deles, como se eu fosse um general e eles estavam na escola militar. Olhei cada um deles no olho.

Eu transpirava ferormônios, o melhor que pude, imaginando ondas de calor e

eletricidade arqueando acima de mim.

— Você nunca vai prejudicar a minha família — eu repeti , certificando-se

que eles tinham entendido completamente. Eles acenaram mecanicamente , olhos

mortos. Virei-me para a mamãe. — Veja — eu esperava que ela fica-se orgulhosa da minha iniciativa e minha única tática, nada mais. Eu não esperava que ela

olha-se ainda mais assustada. Eu não podia fazer nada direito.

— Solange, por favor, venha com a gente. Não me faça te obrigar. — Foi o

mesmo tom que ela usou quando Lucy e eu, costumávamos esgueirar-nos para

fora.

O sangue chacoalhava na minha barriga.

— Não. Eu preciso de algum tempo para pensar.

— Você pode pensar em casa.

— Nós não podemos forçá-la — disse o papai.

— O inferno que não podemos!

— Helena.

— Liam, não use esse tom racional comigo. Estou tão perto de puxar daquele homem as rótulas através de suas narinas.

— Ela não vai te agradecer por isso — sussurrou papai assim que eu me aproximei de Constantine.

— Foi um acidente — disse. — Constantine nunca me machucaria. Ou você.

— Mais uma vez, peço desculpas. Eu não sabia que eles estavam lá. Mas eu

espero que, e nada além disso, que eu provei que sua filha esta perfeitamente

segura aqui.

— Eu não estou me sentindo particularmente confortável — disse a mamãe

violentamente.

— Retirada para lutar novamente — papai murmurou. Então ele me

entregou um pequeno walkie-talkie que costumávamos usar dentro da Lua de Sangue, uma vez que nunca fomos tão longe. Ele parecia mais velho e triste. Isso

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me fez sentir horrível. — Use isso a qualquer momento — disse ele — e nós vamos

vir — Seu rosto, quando ele olhou para Constantine, era pedra e gelo. — Nós estaremos postando nossos próprios guardas — acrescentou antes de ter que

arrastar fisicamente minha mãe embora.

Eu estava sozinha de uma maneira que eu nunca tinha estado antes.

E, apesar do medo dentro de mim , havia uma espécie de excitação nervosa,

assim, como se alguma coisa poderia acontecer. Se eu voltasse para casa, tudo deveria permanecer o mesmo. Eu me sentiria culpada e todo mundo se sentiria

preocupado. Eu tinha que aguentar firme.

Eu estava cansada de ter que aguentar firme.

Constantine fez um sinal para os guardas e eles se camuflaram de volta nas sombras.

— Eu sinto muito sobre isso — disse ele novamente — Mas você fez a coisa certa. Não é seguro para os Drakes fora do acampamento.

Eu peguei a garrafa da mesa e esvaziei antes que eu pudesse conseguir

falar:

— Eu sou um Drake.

— Sim, mas você é muito mais.

Limpei minha boca, sentindo-me um fiasco.

— Você salvou minha vida.

— Eu diria que estamos quites. — Ele sorriu quando eu peguei outra garrafa

de vinho de sangue. — É tudo nosso para a conquista, amor. — Ele tinha o rosto

de um anjo, do tipo que rachou mundos abertos com espadas flamejantes. Foi

fascinante, especialmente quando ele olhou para mim assim. Como se eu poderia ser capaz de decifrar mundos abertos também.

Eu desviei o olhar, sem saber o que dizer.

— Onde estão os outros? — eu finalmente perguntei.

— Eles vão estar por perto a qualquer momento, eu tenho certeza — ele

respondeu, ainda descansando em sua cadeira sem muito cuidado. Havia

pequenas linhas nos cantos de seus olhos violeta, se você olhasse perto o suficiente. — Palavras viajam rápido, como nós descobrimos.

Ele estava certo. Eles vieram correndo entre o pinheiro vermelho e em menos de meia hora cada assento foi tomado, incluindo alguns ramos baixos das

árvores mais próximas. Estavam ali Marigold em sua saia de tule distintas e pés

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descalços, Spencer, Elias, Jude, Eliane, Fay, Toby, e alguns outros que eu não

reconheci.

Marigold sorriu para mim em torno de um pirulito vermelho.

— Então você é um rebelde , agora, é?

Eu acenei com a cabeça , sentindo-me feliz por ter permanecido na minha

terra e miserável por ter magoado a minha família.

— Anime-se — disse ela, jogando-se no braço do sofá. — É pra isso que o

local de veraneio serve.

Eu sorri de volta , hesitante.

— Obrigada.

Ela mastigou baixinho o doce.

— Não me agradeça. Essa é a beleza do lugar, não é? Ele não pertence a

ninguém.

Eu olhei em volta.

— Onde está Ianthe? — eu perguntei. Ela foi se acalmando . Ela pensou que eu era comum e não valia a pena todo este barulho e incômodo.

— Ela se foi — disse Judas . — Nós não fomos capazes de encontrá-la. — Ele jogou um lenço em uma das cadeiras. — Só isso — Ele parecia frustrado. —

Ele cheira ao medo dela.

A mandíbula de Constantine estava cerrada.

— Estamos sendo expulsos. E o Chandramaa e o conselho cuidam apenas

da sua própria política — Ele tocou a minha nuca — Temos que ser mais vigilantes.

Marigold inclinou a cabeça.

— Eles estão dizendo que você matou três Fúrias e chutou uma Guarda da

Lua nos dentes e depois deixou todos morrendo de raiva, Solange.

— Eu deixei as pessoas com raiva? — eu perguntei, insultada. Ela acenou

para os morcegos ainda circulando. — Oh! — eu disse timidamente. — Certo. Tenho certeza de que eles não são violentos.

— Então, o que realmente aconteceu? — Elias perguntou. — Eu ouvi dizer que você estacou um coelho bebê.

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Eu olhei boquiaberta quando Constantine riu.

— Fofocas de vampiros sanguessugas — eu disse. — Para ser clara: eu

nunca quis a coroa estúpida de Lady Natasha e eu não mato coelhos. Deus.

— Grande Fotografia — disse Constantine. — Você quer a coroa agora?

Sim. Pisquei quanto todos se viraram para olhar para mim.

— Não!

— E por que não?

— Porque qualquer um que a toca, coloca um grande e gordo alvo nas suas

costas — eu apontei. — Não, obrigada.

— Às vezes, a única forma de alterar o sistema era trabalhando dentro dele.

Levantei-me quando eu não tinha nenhum outro lugar para ir.

— Minha mãe é a rainha. Acho que a traumatizei o suficiente por uma noite,

não acha?

— Ela deixou bem claro que está segurando a coroa confiando em você. Ela

é mais do que um regente, realmente.

Eu balancei a cabeça em silêncio. Você poderia proteger todos eles, se você fosse a rainha. Deixe-me ajudá-la.

— Eu pensei sobre isso — sugeriu ele. — A Guarda da Lua teria matado nós dois hoje à noite, se você não tivesse quebrado as regras.

Ele estava certo. Se eu me queixava de um sistema que tinha me exilado, colocado minha família em perigo constante de assassinos e Caçadores de

recompensas, e depois tentado estacar um homem por tentar me proteger, então

era hora de fazer alguma coisa sobre isso. Talvez seja esta a razão pela qual eu

seja tão diferente. Se eu encontrasse uma maneira de usar o meu poder, talvez ele não queimasse tão desconfortável dentro de mim. Eu não machucaria tanto as

pessoas.

Essa voz poderia ir longe.

— Vocês estão realmente cansados das velhas estruturas? — Constantine perguntou aos outros — Porque vocês já ouviram falar sobre as profecias.

Dragão lutando com dragão. Todavia ele também disse

— Derrubar o dragão antes de seu tempo e aumentar nove vezes seus

crimes. — Foi a mamãe dragão? Ou eu? Ele não percebeu o que ele estava pedindo.

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— Vocês estão prontos para seguir uma nova rainha, para um novo caminho? Um caminho melhor?

— Tudo isto está indo rápido demais. — eu agarrei o braço dele. — Eu não estou pronta para isso, Constantine.

— É claro que você esta — disse ele, que estava perto de mim, seu braço em

volta da minha cintura. Eu não tinha certeza se ele estava me apoiando ou me impedindo de fugir. — Olhe para eles.

Os vampiros se reuniram em torno de nós, estavam de joelhos, um por um. Eles ficaram em um joelho só, na neve, me esperando para fazer alguma coisa de

rainha. Eu estava completamente perdida.

Eles escolheram o local de veraneio sobre a monarquia e o Chandramaa.

E agora eles estavam escolhendo a mim.

Eu me senti alegre e doente ao mesmo tempo. Os morcegos voavam mais

baixo, como se estivessem assistindo o processo também.

— Desculpe, amiga — disse Marigold, suas presas formando cavidades no

lábio inferior. Ela parecia uma boneca particularmente selvagem em sua doce saia

colorida e as flores de tecido no cabelo. — Eu estou com você, mas eu não me ajoelho. Para qualquer um.

Eu apenas assenti. Constantino deve ter sentido minha agitação, porque ele inclinou a cabeça em direção a minha, lábios fazendo cócegas no meu rosto.

— É apenas um símbolo — ele me assegurou. — Se você compra alguma proteção, alguns seguidores para lhe dar cobertura.

— Eu não tenho certeza se eu gosto disso — eu me mexi

desconfortavelmente .

— Você irá — ele prometeu.

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Capitulo 19 Nicholas

Terça-feira, logo após a meia-noite.

Eu esperei até que eu estava fora da cela, antes de lutar de volta.

Eu deixei cair tão de repente que fui capaz de deslizar livre, a manga da

minha camisa rasgou quando arranquei do prego enferrujado. Eu rolei,

derrubando dois vampiros como pinos de boliche mortos-vivos, então chutei, dei

um pontapé na coxa do Caçador. Ele voou e pousou em uma mesa de metal, destruindo metade dos frascos e garrafas. O barulho foi alto o suficiente para

trazer todos os outros prisioneiros para as grades, mas não alto o suficiente para

acordar a mulher que ainda balançava nas correntes. Ela estava agora tão perto de morte como um vampiro poderia estar sem ser cinza. Mesmo se conseguisse

soltá-la, não poderia arrastá-la comigo e não poderia curá-la. Se eu fosse embora e

trouxesse os outros, o tio Geoffrey poderia saber o que fazer.

A silhueta de um Hospedeiro bloqueou a saída principal assim como outro

fora do túnel do outro lado da lagoa escura. Eu joguei uma mesa nele.

— Atrás de você! — Lee gritou, apoiando-se em Ianthe nas barras. Entre nós havia um agente Helios-Ra com uma besta carregada destinada a mim. Ela

parecia jovem o suficiente para ter se formado no mesmo ano que Kieran. Assim

que eu tivesse tempo, eu me preocuparia mais com Lucy estar naquela escola.

Agora mesmo, a prioridade era outra.

A flecha não me acertou, mas pegou o Hospedeiro atrás de mim. Ele se

dobrou, sibilando de dor. Eu agarrei a besta antes que a Caçadora tivesse tempo

de atirar novamente e deslizei para Lee e Ianthe. Lee pegou, se contorcendo para que pudesse enfiar o braço através grade suficiente para atirar. Um dos vampiros

que tinha me capturado explodiu em pó. Frankenstein gritou. Ianthe chutou a

menina Helios-Ra fora de seus pés.

Foi uma distração suficiente para me ajudar a sair, mas não o suficiente para conseguir. Alguém me acertou e fui para baixo, rachando a cabeça na parede,

quando caí. Eu vi duas imagens. Pisquei furiosamente, segurando minha cabeça

machucada enquanto eu lutava para me levantar. Eu tropecei, tonto, e tentei passar.

Não tive sorte. Eu estava preso entre um Caçador e um Hospedeiro. Lee conseguiu disparar

uma flecha, mas o tiro passou longe. O Caçador bateu na mão de Lee com a bota

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derrubando a besta, quebrando seus dedos. Lee resmungou, mas não gritou.

Ianthe caiu, sibilando enquanto tentava encontrar a força para puxar Lee de volta para a segurança relativa da cela.

Fui arrastado de volta para Frankenstein. Ele não falou por um longo momento, apenas examinou o dano que tinha sido feito. Ele tinha uma espécie de

descontentamento clínico que me dava arrrepios.

— Agora este não era o acordo — disse ele — E você fez uma bagunça

terrível. Acho que nós vamos ter que renegociar, não é? — ele apontou para Lee e Ianthe. — Traga-os.

— O que você está fazendo? — Lutei violentamente até meu ombro começou

a sangrar novamente.

Lee tentou puxar os guardas para longe de Ianthe, mas eles eram mais

fortes. À luz das tochas eu vi que ele era mais velho do que eu pensava, o branco

de seu bigode como sal em seu rosto escuro. Ianthe era magra, os ossos saindo em seu colarinho e quadris. Havia cortes no sulco de seus cotovelos e seus pulsos. Ela

não havia passado fome, ela foi o lanche. Cortaram suas veias e deixaram sangrar

até que ficasse muito fraca para curar.

— Não! — eu continuei lutando mesmo que fosse inútil. Lee tentou usar seu corpo para proteger Ianthe, mas eles nos arrastaram os três inexoravelmente em

direção à lagoa e Frankenstein. Ianthe usou a última de suas forças de fanfarrona

e idiota quando viu a água. Ela sussurou e cuspiu palavrões que achei que fosse grego.

— Uma lição valiosa. — Frankenstein levantou a voz para que os outros

presos pudessem ouvi-lo. Eles ainda estavam nas barras, mas estavam em silêncio agora. Eu vi pelo menos sete vampiros e três seres humanos, e eu não tinha como

saber quantos outros estavam acorrentados no escuro. Havia presas e assobios,

mas nenhuma outra objeção. Não havia nada que alguém pudesse fazer para nos

ajudar.

E nada que pudéssemos fazer para ajudar Ianthe.

— Um pequeno lembrete — Frankenstein disse — Não há como fugir.

Em sua homenagem, Ianthe foi jogada na água. Não, não é apenas água.

Água benta.

Ela afundou e ressurgiu, gritando. Lee não fez nenhum som, com lágrimas

correndo em sua barba, a pele de Ianthe empolada e descamada, seu cabelo

caindo aos pedaços de seu couro cabeludo. Ela tentou se arranhar para sair, mas havia muita água benta na lagoa. Não realmente só água benta, era uma mistura

com UV e vitamina D em alta concentração, era tóxica para os vampiros, como a

pura luz solar pura.

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Lee parou os olhos dela por um simples momento em mim, depois para o chão. Eu segui seu olhar para o ponto perto de seu pé. Ele flexionou os dedos,

olhou para Ianthe, engasgando com seus próprios gritos. O cheiro de carne

queimada estava me deixando enjoado.

Lee se inclinou para trás, usando aderência do guarda para manter o seu

peso quando ele chutou o prego minha direção. Eu peguei, empurrando a cabeça

para trás, ao mesmo tempo e quebrar o nariz do agente Helios-Ra à minha esquerda. De onde diabos ele tinha vindo? Eu não me incomodei tentando libertar

meu outro braço. Não se tratava de fuga. Nós sabíamos que não podiamos sair,

não desta forma.

Em vez disso, eu joguei tão duro quanto eu poderia em Ianthe. E cravado em

seu coração e ela sorriu brevemente antes de se tornar cinza que cobriu a

superfície da lagoa.

— Interessante. — Frankenstein observou os restos de Ianthe. Ele sacudiu

os dedos para nós, nem mesmo se preocupou em virar a cabeça a nossa direção.

— Leve-os de volta para suas celas — disse ele antes de nossos guardas entraram

na água até os tornozelos para continuar a sua inspeção das cinzas lamacentas. — Mas eu não me esqueci do nosso acordo, princípe.

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Capitulo 20 Lucy

Terça-feira, 01h00.

Hunter, Chloe, e eu fomos para a casa de Kieran. Kieran disse que estava

ocupado, mas Hunter estava preocupada com ele, por isso escapamos do campus novamente. Kieran não estava em casa, portanto, esperamos em um banco perto

do jardim, debaixo de uma árvore de bordo. Nós nos escondemos da iluminação da

varanda para que sua mãe não nos visse. Hunter não queria incomodá-la.

Chloe estava comendo uma barra de chocolate e Hunter estava lendo a

mesagem de texto de Kieran novamente. Era uma noite fria, e estavamos

enroladas em cachecóis e suéteres extras grossos. Hunter usava algum tipo especial de calças como sempre preparada. Ela parecia elegante e confortável. Eu

parecia um pinguim pesado em grande perigo de cair.

— Ele está a caminho — disse ela, assim quando nós ouvimos o barulho de

algumas motocicletas na rua. Os Drakes tendiam a usar motos porque poderiam ir

aos locais onde carros não podiam especialmente na floresta. Assumi que Caçadores de vampiros usaram pelas mesmas razões, mais eles tiveram uma

chance melhor de atropelar os vampiros de qualquer maneira. A pé, os seres

humanos não tinham chance. Nós simplesmente não eramos rápidos o suficiente, não importa o quanto a gente treinasse em torno de uma pista de corridas.

Não demorou muito antes de Kieran e seus amigos Eric e Connoly aparecem ao virar a esquina, os refletores dos seus faróis iluminaram carros, janelas, latas

de lixo, e um guaxinim assustado. Kieran se separou dos outros e entrou na

garagem. Eric e Connoly continuou com uma ronda. Chloe fez barulho gostoso.

Kieran tirou o capacete.

— O que há de errado? Outra vítima?

— Não — Hunter assegurou.

Ele desligou a moto, embolsando as chaves.

— Eu não preciso de uma babá, Hunter.

— Não, você é especial. Você precisa de três — eu disse — Há três garotas

esperando por você na sua porta, Black. Humm. Pobre de você.

Ele balançou a cabeça.

— Você é uma dor no meu traseiro, Hamilton.

Eu sorri.

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— Eu pratiquei com sete irmãos vampiros, lembra? Eu poderia dar aulas.

— E eu trouxe chocolate — Chloe acrescentou, atirando-lhe uma barra extra

de sua bolsa.

Eu olhei para ela.

— Ei, você disse que tinha a acabado.

— Eu menti.

Hunter bufou.

— Ela também roubou o chocolate de meu esconderijo. — Chloe estava

alegremente impenitente. — Você estava comendo pelo caminho.

Hunter sorriu.

— Eu tenho mais estoque que você não conhece.

Era o mesmo tipo de brincadeira que Logan e eu costumavamos cair para distrair Solange de pensar sobre sua mudança de sangue. Tanto o telefone de

Hunter quando o meu buzinaram ao mesmo tempo. Eu senti um pequeno

agrupamento de ansiedade quando olhamos uma para a outra.

— Quinn — disse Hunter.

Olhei para o visor do meu telefone antes de responder.

— Logan? O que há? Onde está Nicholas?

— Ele está patrulhando — respondeu Logan — Ele está bem.

O alívio fez minha voz sair aos gritos.

— Então o que é?

— Solange.

O alívio fugiu como fumaça no vento forte. Olhei para Kieran, de olhos arregalados. Ele franziu a testa interrogativamente.

— O que? — ele murmurou.

Eu já estava saltando aos meus pés.

— Nós estaremos lá. — Eu desconectado quando Hunter deslizou seu

próprio telefone de volta no bolso.

— Solange foi exilada da Lua de Sangue — eu expliquei para Chloe e em

benefício de Kieran.

Kieran foi o primeiro a responder.

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— O quê?

— Aparentemente, ela fugiu com Constantine e eles montaram

acampamento. Ela quase teve metade de seus irmãos mortos por uma boa

medida. — Eu chequei as estacas em meu bolso interno e então ajustei o cartucho Hypnos cheio sob a minha manga. — Connor vai me enviar as coordenadas, logo

que ele encontrar um sinal. Mas está na mata, e podemos obter pelo menos tão

longe por conta própria. Então, vamos lá.

— Hum, Kieran? — Chloe interrompeu, olhando para a casa. — É suposto

ser um cara em seu quarto?

A cabeça de Kieran virou. A silhueta de um homem apareceu brevemente em

sua janela, em seguida, foi embora.

E ele moveu muito rápido para ser humano.

— Minha mãe está lá — disse Kieran, já correndo para a porta da frente com uma estaca na mão. — Precisamos avançar e cercá-lo do lado de fora. Ela não

pode saber.

Não havia dúvida de que haveria mesmo uma luta.

— Chloe, comigo. Vamos para a porta de trás — disse Hunter em sua melhor voz de comando. — Lucy, vá com Kieran.

Kieran abriu a porta em um rápido empurrão para que não fizesse barulho. Nós pisamos no tapete grosso na sala e fizemos uma pausa. A audição de vampiro

era extraordinariamente nítida. Eles ouviriam nossos batimentos cardíacos se eles

estivessem prestando atenção, mas com alguma sorte eles atribuiriam qualquer

outro som a mãe de Kieran. Gelo tilintou em um copo como a máquina de fazer gelo refrigerador resmungou.

Kieran acenou para a cozinha, depois me indicou para o outro lado da escada que leva ao segundo andar. Ele apontou para si mesmo, lá em cima, então

a porta.

Grande, charada.

Eu escorreguei para as sombras onde ele me disse para esperar e esperar para o inferno eu decifrei o que ele tinha dito corretamente. Espere até que Kieran

seduzisse o vampiro para fora antes de seguir. Manter sua mãe segura.

— Ei, mamãe — Kieran chamou — Eu estarei na garagem trabalhando com

a moto. Não se preocupe se você ouvir algum barulho.

— Tudo bem, querido.

Kieran voltou. Prendi a respiração, levantando uma estaca.

O vampiro estava descendo as escadas e saiu pela porta antes que ela

fechasse totalmente. Eu mal o vi mover, apenas um borrão de sua camisa branca

e uma mudança de ar frio. Ele nem sequer olhou em meu caminho. Eu esperei

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para ter certeza de que não havia uma retaguarda. Ao primeiro som de combate na

entrada, corri para fora.

A motocicleta de Kieran estava em seu lado, e uma lata de lixo rolou

ruidosamente para a rua, derramando cascas de banana e recipientes de iogurte. A manga da camisa de Kieran estava retalhada e seu rosto arranhado. Ele tinha

uma estaca em uma mão e um punhal longo e fino na outra. Kieran esfaqueou o

vampiro com o punhal, mas ele estava fora de alcance, sorrindo, os dentes

totalmente estendido.

Eu me aproximei, tentando descobrir uma maneira de jogar o meu jogo sem

acidentalmente empalar Kieran. Meu objetivo era bom, mas logística era logística. Eles não estavam exatamente parados. Peguei o capacete Kieran caido na calçada

quando a luta moveu-se para a relva, nas sombras do jardim. Eu soltei a correia.

Se eu jogasse bem, eu poderia bater na parte de trás das pernas do vampiro e desequilíbrá-lo. Mesmo que fosse apenas por um momento iria ajudar. Agora ele

tinha todas as vantagens, não só era mais rápido, mas era um bom lutador.

Arrastei-me cada vez mais perto, balançando o capacete para obter um melhor impulso. No momento em que deixou meus dedos, o vampiro já tinha se virado

para mim.

— Eu acho que não, menina. — Ele chutou o capacete com o calcanhar

antes que colidisse com ele, enviando-a de volta para mim.

Eu não tive tempo de esquivar. Ele me atingiu em cheio no peito me

derrubando na grama fria. Caí dura, a respiração parou. Meus pulmões se

comprimiram, em seguida, relaxaram em torno de uma tosse violenta. Lágrimas

queimaram meus olhos enquanto eu lutava para levar ar de volta nos meus pulmões. Eu bati o punho na minha caixa torácica, lutando para levantar.

Aparentemente, Jenna seria necessária para me ensinar como cair corretamente.

Toda ferida e se o vampiro tivesse focado em mim, eu estaria morta agora.

Pelo menos o meu fracasso espetacular tinha dado a Kieran uma distração

breve para trabalhar. Sua adaga cortou o ombro do vampiro, profundo o suficiente para atingir o osso e permanecer lá. Houve um silvo de dor. Kieran espetou com

uma estaca apontando para a garganta. Ele não iria matá-lo, mas com certeza iria

impedi-lo. Eu lembrei o que Hunter uma vez me falou apontando para o globo ocular.

Uma dica que eu poderia usar agora mesmo.

— Lucy, à sua esquerda! — Era Hunter, o sangue em seus cabelos, correndo

atrás do outro vampiro em torno do lado da casa, no quintal. Ele estava pálido e

magro, e parecia surpreendentemente frágil.

Vampiros nunca eram frágeis.

Corri passando Kieran e saltei, agarrando um dos ramos da árvore de bordo.

Atirei-me para frente, como se eu fosse um ginasta. Meu professor de ginástica

teria chorado com orgulho. E choque. Eu balancei os tornozelos apertados em conjunto para fazer um aríete das minhas pernas. Eu bati no vampiro com a parte

inferior das minhas botas, forcei-me para acertar os seus joelhos até a dor. Ele

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caiu para trás e Hunter estava sobre ele, o estacou, mas, ele chutou para cima,

atingindo-a no braço. A estaca em sua mão caiu. Ela gemeu de dor, de repente caiu no chão. Ele recuou, presas para fora sobre ela.

Eu deixei o ramo e fechei em cima dele como uma craca em um navio. Ele resmungou. Eu segurei mais apertado. Ele moveu apertando-me pelo pescoço.

Engasguei, mantendo minha mão sobre ele. Hunter se contorceu para o lado,

deslizou debaixo dele, enquanto ele estava ocupado tentando me estrangular, em

seguida, apontou-o com uma estaca. Ele virou cinzas, e eu deitada na relva empoeirada, tossindo dolorosamente. Se Hunter fosse menos hábil, ela teria me

batido com a estaca também. Mas o aperto foi perfeito, o braço tenso parou o

impulso de seguirem frente e puxando de volta em apenas um segundo para a direita.

— Obrigado — eu resmunguei.

Ela me ajudou a levantar.

— Não tem problema.

Nós corremos para o lado de Kieran quando ele conseguiu torcer o braço em um ângulo adequado. O pó de Hypnos explodiu para fora do cilindro preso sob a

manga.

— Solta — ele gritou para o vampiro quando ele inclinou a cabeça para trás

bruscamente, segurando a respiração. Hunter e eu puxamos as mascaras de

nossas camisas para cobrir o nariz e a boca. O vampiro caiu como uma pedra,

encontrando-se paralisado aos pés de três Caçadores.

Kieran franziu a testa para Hunter.

— Você está ferida.

Ela empurrou o cabelo de sua volta, fazendo uma careta para o sangue.

— É o meu nariz, não é grande coisa.

— Ele quebrou seu nariz? — eu perguntei.

Ela encolheu os ombros.

— Eu estou bem. Eu colocá-lo de volta.

— Onde está Chloe? — Kieran perguntou.

— Lá dentro fazendo uma varredura completa — Hunter respondeu — Eu peguei o outro subindo pela janela da sala de jantar. Sua mãe ainda está na

cozinha.

Ele empurrou a mão pelo cabelo.

— Isso é algo pelo menos.

Ele pegou seu telefone celular.

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— Eu estou pedindo guarda-costas para ela. Vocês podem ficar na detenção

por sair escondidas do campus.

— Está prestes a acontecer mais cedo ou mais tarde — eu disse.

Depois que ele desligou, ele se agachou sobre o vampiro.

— O que diabos você está fazendo aqui?

— Matar Kieran. — Ele parecia bêbado, lutando contra a teia pegajosa de

Hypnos e sua própria raiva.

— Sim — Kieran limpou o sangue de seu rosto — Eu peguei essa parte.

— Quem te mandou? — Hunter exigiu.

— Não sei.

Fiz uma careta para ele.

— Você está fazendo vampiros parecerem ruins, você é um pé no saco morto-vivo. — Olhei para os outros, quando Chloe se juntou a nós. — Posso

chutá-lo? Só uma vez?

— A casa está limpa — Chloe confirmou.

— Você tem certeza? — Kieran perguntou.

Ela assentiu com a cabeça.

— Varredura completa. Eu tenho certeza.

— Obrigado.

Hunter se agachou ao lado de Kieran e soprou mais uma dose de Hypnos no

rosto do vampiro. Ela se jogou para trás, prendendo a respiração até que o pó se

acentou.

— Quem te mandou? — ela perguntou de novo.

— Mate Kieran.

Ela pressionou a ponta de uma estaca sobre o seu coração com força suficiente que seus olhos arregalarem, os brancos praticamente brilhando em

torno de íris azuis pálidas.

— Quem te mandou?

— Não sei — ele rosnou — Mate Kieran.

Ela se sentou sobre os calcanhares, franzindo a testa. — Não funciona. Eles

devem ter percebido que poderiamos drogalá-los e não lhe deu qualquer informação que pudessemos usar.

— E agora? — Chloe perguntou — Nós estacamos ele?

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Hunter balançou a cabeça com firmeza.

— Você sabe como me sinto sobre desarmados, matando prisioneiros

indefesos. Eu não sou um carrasco.

— Você matou o outro vampiro.

— Sim, porque ele estava matando Lucy.

— Bem, nós temos que fazer alguma coisa — Chloe insistiu.

O vampiro apenas ali olhando para nós. Ele podia não ser capaz de se mover,

mas ele podia ver e ouvir bem. Eu puxei meu MP3 player do meu bolso, dobrado o

volume tão alto quanto ele iria, em seguida, empurrei os fones de ouvido de crânio

rosa em seus ouvidos.

Os outros apenas piscaram para mim.

— Hum — Chloe disse — O que você está fazendo?

— Ele tem ouvidos de vampiro. Esta é a única maneira que podemos planejar sem ele saber o que estamos dizendo — eu disse a eles — Então? Próximo

passo?

— Precisamos deixá-lo ir — insistiu Hunter, limpando o sangue de seu rosto

e cabelo com um lenço que ela tirou de seu bolso.

— Ele tentou me matar — Kieran lembrou severamente — Ele poderia ter

matado a minha mãe.

Ela encontrou seus olhos com firmeza.

— Nós podemos brigar sobre isso mais tarde. Agora, nós o deixamos ir, e o

seguimos de volta ao seu buraco.

Ele acenou com a cabeça uma vez, resmungando.

— Sim, está bem.

— Chloe e eu vamos segui-lo e enviamos as coordenada do GPS de onde vamos. Você dois vão até Solange, logo que possível, após os guardas da Liga

chegarem aqui. Mas temos que agir rápido. Se chegarem aqui primeiro, eles vão

levá-lo sob custódia e lá se vai a nossa oportunidade.

Kieran arrastou o vampiro pelos pés, agarrando sua camisa com seu punho.

Eu arranquei os fones de ouvido, salvando o meu leitor de MP3 antes que

quebrasse.

— Vá, pé no saco, para casa — eu bati — Para quem te colocou nisso.

Ele vaiou inaldível e, em seguida, saiu cambaleando, um escravo do Hypnos. Hunter e Chloe o empurraram. Eles mal tinham saído da vista quando um carro

parou na direção oposta. Kieran correu para a direita da motocicleta dele.

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— A Liga — ele disse-me logo — Mantenha sua boca fechada, Lucy.

Eu estava francamente amotinando.

— Eu quero dizer — disse ele — Estes são Caçadores e não estudantes. As regras são diferentes. E nem todo mundo são a favor do tratado pró-vampiro.

— Tudo bem — eu murmurei, cruzando os braços.

Uma mulher se aproximou de nós em primeiro lugar. Ela estava vestindo

jeans e botas de combate e parecia perfeitamente normal.

— Black — ela o cumprimentou. — Recebi a chamada.

Outro Caçador a seguiu, jovem o suficiente para ser um agente novato. Ele tinha esse tipo de arrogância. Kieran tinha também quando o conheci, mas eu fiz

a minha missão para matar a arrogância. Eu olhei para o recém-chegado

pensativamente. Kieran recuou, me cutucando. Desmancha-prazeres.

— Obrigado por ter vindo, Janelle — Kieran disse para a mulher — Mamãe

não sabe.

Janelle parecia aliviada.

— Ótimo. — ela balançou a cabeça para o outro Caçador. — Diego, dê um

volta.

— Sim, senhora.

Janelle olhou para mim.

— Estudante?

Eu balancei a cabeça.

— Sim.

— Vou levá-la de volta ao campus — Kieran mentiu — Eu preciso que minha

mãe fique segura enquando eu não estiver aqui.

— Detalhes, estaremos aqui por algum tempo — Janelle assegurou — Então

vá em frente, antes que ela tenha que limpar os banheiros — ela abriu um sorriso

para mim. — Confie em mim, não vale a pena.

Kieran colocou a cabeça para dentro da casa para contar a sua mãe que ele

estava indo e depois voltou, segurando um segundo capacete para mim. Fomos embora, a moto retirando-se e resmungando e murmurando para si mesmo.

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Capitulo 21 Nicholas

Lee e eu viemos com outro plano de fuga.

Eu retiraria os parafusos da grade que separava sua cela da minha, mas

devagar, para que ninguém me notasse agachado no mesmo lugar por muito tempo. Havia sombras o suficiente para que um de nós pudesse se esconder. A

próxima vez que os guardas viessem para levar um de nós, o outro iria lançar para

fora da abertura e pegando-o de surpresa. Depois disso, o plano envolvia uma

série de estacas e ruptura de vários ossos.

Ele poderia ter funcionado.

Mas não tivempos a chance de descobrir.

Um dos Hospedeiros veio para mim antes de eu conseguisse soltar todos os parafusos. Lee ficou preso em sua própria cela, pacientemente fervendo. O

Hospedeiro sorriu para mim, mostrando uma presa entalhada.

— Hora de ir, menino bonito.

Eu fiquei de pé antes que ele pudesse chegar e me arrastar para fora. Apenas me senti melhor por andar para fora em meus próprios pés, ainda que

meus joelhos estivessem cheios de eletricidade. Eu queria correr para a saída com

cada pedaço de meu ser, mas havia outro guarda Host e mais dois Caçadores

humanos no meu caminho. Movi para eles, mas mesmo assim o guarda nas minhas costas me chutou para o Frankenstein e uma de suas mesas de metal.

Instrumentos sinistros tiniram.

Frankenstein olhou para cima de um bloco de notas na frente dele.

— Excelente. Obrigado. Fixe-o na barra e, em seguida, nos dê espaço, se você puder.

Lutei determinado a fazer tudo tão difícil para eles quanto possível. Eu consegui deslocar o ombro do Caçador, mas o guarda Hospedeiro foi muito rápido.

Eu estava acorrentado à barra, a luz azulada do acampamento sobre nós. Isso mal

tomou qualquer momento de todos.

Tanto para minha grande revolta.

— Agora, por onde devemos começar?

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167

O bate-papo agradável do Frankenstein era impiedosamente irritante,

construindo uma coceira de mau agouro. Eu pensei ter pegado um vislumbre da barba grisalha de Lee com o canto do meu olho, apertando as barras de sua cela.

Eu puxei as correntes de uma só vez. Elas eram pesadas, ferro frio, e presas

firmemente.

— Qual é o sentido disso? — eu perguntei, encolhendo-se para longe da

ponta do espigão de ferro afiado que ele tinha na mão. — Você não vai conseguir

um resgate, se você me matar. — Faça-os falar, papai teria dito, mantenha a calma e negocie.

Mamãe diria chute suas bolas.

Mas havia correntes em torno de meus tornozelos.

Frankenstein usava na ponta do espigão para puxar a extremidade da

camisa desgastada para longe jogando no chão e atingindo a fecha incrustada na

ferida até o osso. A ponta enferrujada do espigão cortou a carne esfarrapada que não teve a chance de curar. Sangue escoou. Eu cerrei os dentes e me recusei a

reagir. Um grito estridente ecoou de uma das celas.

Frankenstein sorriu, quase suavemente.

— Este é um trabalho nobre Dawn me disse.

— Dawn? Ela é a pessoa por trás disso? — eu perguntei — O que ela quer?

— Ela é muito inteligente. Ela sabe que não é o suficiente para matar um vampiro, mas é preciso saber como ele funciona, para que possam erradicar a

praga da humanidade. Havia um brilho de alegria profana louca em seus olhos.

Sangue e fluido viscoso estavam secos no avental de couro.

— Você é um Helios-Ra? — eu perguntei, na esperança de mantê-lo falando,

desesperadamente à procura de uma saída para as correntes. — Ou um Caçador?

— Eu fui um Helios-Ra — Frankenstein disse, chicoteando a cabeça para

trás para olhar para mim. A ponta do espigão pressionado mais profundo. Eu

apertei meu queixo contra qualquer som de dor. Pode ser a única moeda que eu tinha e eu não iria entregá-la até que fosse absolutamente necessário. — Antes de

me expulsarem. Disse que eu era instável, que precisava de ajuda. — ele cuspiu.

— Báa. Eles não reconheciam um gênio quando viam um, ninguém o fez, nem mesmo meus próprios pais. Não até Dawn. Não até que o verme no coração dos

Helios-Ra começou a florecer. — ele riu — Tratados. — Ele puxou o espigão e

empurrou de volta, grunhindo. Divisão de músculos, sangue escorria. — Fazem-nos fracos, vulneráveis à praga.

— Então, por que os humanos? — eu tento falar, xngando. Por que fazer isso com sua própria espécie?

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168

— É a ciência. Sacrifícios. Eles são vítimas que servem a um propósito maior.

— Ele arrancou a ponta para fora, e o puxão raspando o ferro contra o meu osso do ombro, lágrima, a mordida viciosa de dor, me fez bater nas correntes por um

momento. Meus dentes estenderam, suor reuniu na parte de trás do meu pescoço.

Eu tentei me lembrar do que mamãe faria em uma situação difícil como esta,

como ela lutaria, como sobreviveria, mas eu não conseguia pensar em nada. Havia

apenas a dor, como fogo mordiscando cada parte de mim, consumindo,

queimando, comendo como se eu fosse feito de papel.

Quando o barulho das correntes se acalmou novamente, o guarda

Hospedeiro estava sorrindo para mim por cima do ombro de Frankenstein. Ele entregou sua adaga para o cientista.

— Aqui, use a minha.

Frankenstein circulou uma vez em torno de mim lentamente. A adaga correu

dentro e fora, apunhalando sob meu ombro, sobre o meu rim, em meu ouvido. Ele circulou de trás para frente, fazendo cortes superficiais no meu peito, meu pescoço,

meus braços, até mesmo minhas palmas. Eu assobiei, sacudindo violentamente a

cada fatia. Tentei focar a imagem do rosto de Lucy, tentei imaginar o maneira

exata que ela sorria para mim.

Isso ajudou um pouco.

Eu tinha usado Lucy como um talismã para me puxar pelo pior da minha

mudança de sangue, e eu faria o mesmo agora. E tudo que eu tinha naquela época

eram as lembrancas das várias vezes que ela quebrou o meu nariz.

A adaga cravou em mim, e Frankenstein se virou como se fosse uma chave e

eu a fechadura.

A maneira que Lucy cheirava a chiclete de cereja e pimenta.

Sangue gotejou-se na rachadura do solo. Ele infiltrou pela força de lixiviação e cura. Lutei, sentindo cada gota, uma vez que escorria pelo meu corpo.

A maneira que Lucy ria quando ela pensava que ninguém poderia ouvi-la.

Minhas pupilas dilataram dolorosamente quando ele virou uma lâmpada UV

liberada de uma cama de bronzeamento artificial em meus olhos. Gravada em meu cérebro, me deixou sentindo fraco, como se fosse meio-dia.

Lucy tocando seu violão.

Frankenstein pegou um copo de líquido claro e mergulhou a ponta dentro

— Água benta — disse ele, quase em tom de conversa.

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169

Lucy e eu estendidos sobre a grama observando as luzes do norte.

Ele jogou gotas em meus cortes, inspecionando com curiosidade como as

bolhas se formavam. Engasguei com um grito, amordaçado, lutei.

A forma da boca de Lucy moveu sob minha, a maneira de seu corpo caber contra o meu, do jeito que ela sussurrava meu nome.

Ele mergulhou a ponta na água benta e arrastou-a levemente sobre a ferida, o suficiente para fazer meus olhos rolarem para trás na minha cabeça, mas não o

suficiente para causar o tipo de dano duradouro que possa me tirar do jogo.

Lucy e eu sentados no forte secreto na árvore para ouvir música.

Cortes superficiais sobre meu coração. Mais sangue, mais dor.

Lucy...

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170

Capitulo 22 Solange

Terça-feira, 03h00.

Eu não sabia o que fazer comigo mesma.

O walkie-talkie que meu pai me deu ficou preso no meu bolso. Eu ansiava

por usá-lo. Eu poderia ligar para a mamãe para pedir desculpas, ou a Lucy para

me ajudar a descobrir por que eu insistia em rasgar a minha vida em pedaços como faço procurando o caramelo no meio de um doce de chocolate. Eu poderia

chamar Kieran.

Eu cerrei meus dedos juntos antes que eu pudesse chamá-los. Não era hora para rastejar de volta para casa. Havia muito que precisava descobrir. Muitas

perguntas, segredos demais.

Constantine passou-me um copo de vinho adulterado com sangue. Os

outros estavam falando baixinho, atirando-me olhares curiosos. Chamas das velas

tremeluziam dentro das lanternas, lançando padrões de luz sobre os tapetes e os troncos de árvores, como vaga-lumes. Estava ficando mais frio, neve degola a

grama e galhos.

— O que aconteceu? — eu perguntei, bebendo o vinho.

— Destino — Constantino sentou-se confortavelmente, com a perna pressionada contra a minha. — Ninguém disse que seria confortável.

Ele está certo. É a nossa vez agora. Meu tempo.

Todos os outros provavelmente pensavam que eu estava jogando uma birra,

mas ele entendeu que havia algo mais queimando sob a minha pele. Eu só tinha

que descobrir. Às vezes, eu não me sinto como eu mesma. E eu não tinha certeza de como descobrir quem eu era, se eu não era Solange, rara filha vampiro, a

Princesa Drake, a irmã bebê.

— Meus irmãos foram quase estacados — eu ainda me sinto um pouco

chocada com isso.

— Um acidente — disse Constantino, sua mão fazendo cócegas nas minhas

costas, como se eu fosse um gato selvagem que precisasse se calmar. Eu me senti

um pouco como ronronar. Era como se houvesse duas de mim: a Solange que sabia melhor e Solange que não se importava. — Isso não vai acontecer de novo,

— ele me assegurou — Você tem a minha palavra.

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Eu não estava preocupada com isso acontecendo de novo, não com a minha

compulsão de feromônios. Eu só estava preocupada que tinha acontecido. Isso entorpeceu o brilho de ser eu própria.

Por mim mesma.

Eu poderia tomar decisões por mim agora. Como a salvar Constantino de

uma execução injusta. Eu me senti bem com isso. Eu só tinha que ficar com isso no momento. Tinha que ser o suficiente.

Mas eu não podia ajudar, mas me pergunto o que Madame Veronique estava

fazendo agora.

Eu tremia.

— O que vamos fazer quando o sol nascer?

— Eu tenho um ponto, amor. Não se preocupe.

— Então o que é que vamos fazer com esses desaparecimentos? — Elias

perguntou — Como é que vamos encontrar Ianthe?

— Nós tentamos segui-la — disse Jude frustrado — Mas, além de seu lenço,

não encontramos nada.

— Quantos estão desaparecidos? — eu perguntei.

— Pelo menos sete que conhecemos.

— Mesmo com a Chandramaa?

Marigold bufou, esticando suas pernas sobre a mesa. Não havia esmalte em

seus dedos dos pés.

— Chandramaa preocupou com o acampamento e a rainha, nada mais.

Eu fiz uma careta.

— Espere, então minha mãe poderia obrigá-los a procurar?

— Sim — respondeu Constantino.

— Tecnicamente, sim — Elias corrigiu — Chandramaa pode proteger a rainha, mas não recebem ordens de outra pessoa. Quem quer que seja. E não é

provável que divida seu foco com as cerimônias e conselhos tão perto.

— Isso não me parece justo.

Marigold encolheu os ombros.

— Não tem que ser. Mas, realisticamente falando, não há necessidade de

qualquer um de nós a deixar o campo. É seguro e têm sangue suficiente para todos. Se sairmos e termos que roubar, é culpa nossa, realmente. Eles deixaram

claro quando montamos a residência.

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172

— Mas quem está fazendo isso? — eu perguntei — Caçadores? Outros

vampiros?

— Será que isso importa? — Marigold bocejou, torcendo sua bolsa de contas

— Eu preciso de mais açúcar.

E então minha mãe, Madame Veronique, e vampiros não estavam ausentes

de repente, a pior coisa que poderia acontecer comigo.

Lucy.

— Solange! Deixe-me passar! — ouvi-a gritar do bosque. — Ela é minha melhor amiga!

Saltei para os meus pés, correndo para os guardas.

— Lucy?

— Sim, eu. Oh!

— Deixe-a passar — eu disse rapidamente.

Lucy tropeçou na da árvore, empurrando seu cabelo do rosto. Suéter dela

estava torto e olhou furiosa.

— Que diabos, Solange?

— Constantino colocou um guarda — eu disse timidamente.

— Não merda — Ela ajeitou as roupas dela. — Bruno disse oi.

— Bruno está lá fora também?

— Está — ela virou-se para olhar para as sombras — E também Kieran. Ele

está esperando para limpar tudo. Bruno parece pensar que o seu pessoal irá saltar

sobre você por ser Caçador.

— Kieran está aqui? — Eu soei tão assustada. Eu não estava pronta para

vê-lo, ou para que ele me visse assim. Eu não tinha óculos escuros para cobrir

meus olhos. Minhas presas ainda não se retraíram. — Você não poderia ter me avisado?

— Eu fui chamá-lo na última hora! — Lucy resmungou — Sem contar que passei milhares de textos esta semana.

— Meu telefone está no acampamento.

— O que diabos está acontecendo? Logan disse que você decolou e quase

deixou todos mortos.

Eu fiz uma carranca. — Isso não é o que aconteceu. As Fúrias tentaram me

matar e Constantino me salvou. E então eu o salvei de volta. Desculpe por não ter respondido as mensagens. — eu acrescentei sarcasticamente.

— Oh, você não está puxando essa porcaria em mim, Solange Drake.

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— Volta para você, Hamilton — eu não tinha certeza de por que estávamos

brigando. Lucy me conhecia melhor do que eu mesma, às vezes. Eu deveria ter pedido a sua ajuda. Especialmente com Kieran escondido na floresta.

— Você vai deixá-lo, ou o que? — Lucy perguntou — Ele veio até aqui comigo para ter certeza de que está bem. Você sabe, depois que vocês terminaram

e se esqueceu de me dizer sobre isso.

— Deixe-o passar — eu chamei em voz alta, sabendo que iria me ouvir.

Lucy se aproximou de mim.

— Ele sente falta de você — ela disse em voz baixa quando Kieran saiu da

linha das árvores. Ela olhou para mim. — E eu sei que você sente falta dele

também.

— É melhor assim — eu disse. Ela não tinha ideia da sede que gritava

dentro de mim, mesmo apenas vendo sua silhueta. Mesmo quando eu olhei para ela, ela estava ligeiramente manchada com vermelho, como se tudo estivesse

encharcado de sangue. Minhas gengivas feriam em torno de meus dentes. E havia

essa coisa um pouco sobre a minha loucura. — Vocês não deveriam ter vindo.

— Tarde demais agora — ela disse alegremente.

Kieran parecia bem. Ele usava suas calças cargos usuais, seu cabelo escuro

despenteado pelo vento, os ombros curvados contra possível ataque de vampiros

nas sombras. Eu sabia que ele já catalogava o brilho dos olhos no escuro, a pele pálida, o movimento de guardas do outro lado da residência.

Ele parou na minha frente. Eu não conseguia encontrar seus olhos.

— Oi.

— Oi.

Houve uma longa pausa embaraçosa durante o qual eu me pensava apenas

em acabar com ela.

— Patético — Lucy finalmente xingou a si mesma. — Uau! — Acrescentou

ela, quando ela avistou a residência. As lanternas balançavam suavemente. Da daqui, não podia ver a comida nas traça ou os remendos nos sofás de veludo. —

Ok, isso é legal.

— É uma habitação — eu disse, sorrindo ligeiramente — Não é grande? —

Kieran mal olhou para ela. Meu sorriso morreu. — O que vocês estão fazendo

aqui?

— Ah, eu não sei — Lucy disse com indiferença seca. — Meio que ouvi que a

minha melhor amiga estava indo para o lado negro.

Eu fiz uma carranca.

— Eu estava salvando uma vida, na verdade.

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174

— E eu sou grato — disse Constantine, se juntando a nós. Ele estava na

minha direita, logo atrás de mim, e Kieran estava na frente. Era como um sanduíche do inferno. Eu me mexi desconfortavelmente.

— Constantine — eu disse — Esta é Lucy e Kieran.

— Ah! — ele demorou — A melhor amiga que eletrocutou você.

— Ei! — Lucy interrompeu.

— E o ex-namorado Caçador — Constantino continuou sem problemas.

— Constantine — Lucy fervilhava, as mãos enrolando em punhos.

— Lucy — eu disse — Pare com isso. Deus, você é tão ruim quanto a minha mãe. — eu lancei a cabeça — Olha, não é seguro na floresta para os seres

humanos, especialmente humanos Caçadores. Você deve ir.

Lucy encolheu como se eu tivesse dado um soco nela.

— Você acabou de me chamar um Caçador?

— Você não é?

Ela resmungou um de seus mantras em voz baixa. Constantino parecia

estar se divertindo. Kieran parecia sombrio.

Lucy exalou lentamente antes de falar novamente.

— Eu não acredito que você disse isso.

— Olha, eu sinto muito, mas este não é lugar para vocês agora. Os vampiros

estão desaparecendo. Todo mundo está tenso.

— Assim estão os seres humanos — Kieran disse severamente.

— Então você entende. Estou tentando mantê-los a salvo — eu não sei por que eles não poderiam deixar por isso mesmo.

— Hum! — Lucy soou tão aborrecida como quando Nicholas havia escondido sua lição de casa quando a pegou no outro instante.

— Lucy, eu estou bem.

— Ok, bem, você sabe o que? Não é apenas mais sobre você, Princesa. — Eu

sabia que ela estava só me chamando assim para se vingar de mim por chamá-la de um Caçadora. — É também sobre os dois vampiros que tentaram matar Kieran.

Agora que eu não sabia. Matar azedou meu estômago.

— O quê? Quando?

— Agora mesmo, na casa da minha mãe — Kieran respondeu calmamente.

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— Ela está bem? — eu perguntei, querendo abraçá-lo ou tocá-lo de alguma

forma, só para ter certeza. — Você está bem?

Constantine arqueou uma sobrancelha para ele.

— Você parece bem, rapaz.

Lucy prendeu-o com seu olhar patenteado. Ela não estava nem um pouco intimidada. Eu sentia falta dela.

— Você tem alguma coisa a ver com isso?

Ele apenas sorriu, divertido.

— Por que eu? Eu não sou o lobo mau, menina.

Lucy moveu seu olhar para mim.

— Solange, podemos falar a sós?

Eu não podia dar ao luxo de deixá-la para entrar.

— Eu confio em Constantine — eu disse.

— Bom para você. Eu não — Ela puxou meu cotovelo, me puxando para a

privacidade relativa de um dossel abeto — Sol, você não pode estar falando sério.

— Ele salvou minha vida esta noite. O que há de errado com todo mundo?

— Bem, você fugiu de casa. Está não é você.

Ela não nos entende. Esqueça-a. Ela é fraca. Humana.

— Você tem fugido de casa desde que tinha seis anos. — Normalmente para

nossa casa. — E você está na escola Helios-Ra. E você nunca mencionou isso para

mim antes de ir!

Seus olhos se estreitaram em fendas. Se ela fosse um vampiro eles teriam

ido de claros a frios como gelo.

— Eu tentei te dizer.

— Quando?

— Quando você obrigou meu namorado a me chutar para fora da sua casa

por falar de Constantine — ressaltou — Lembre-se disso?

Mordi o lábio.

— Mais ou menos.

Ela piscou perplexa.

— O que significa mais ou menos?

Eu suspirei, desejando que Kieran não estivesse ali ouvindo.

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176

— Olha, às vezes, as coisas ficam um pouco confusas quando estou com

fome, ok?

— Você está saindo do ar? — Kieran perguntou abruptamente.

— Não. Não é assim. É só... — eu dei de ombros, incapaz de encontrar as

palavras certas. — Eu não sei. — Eu não mencionei a voz feminina, ou as coisas

que ela sussurrou para mim. Provavelmente era estúpido não dizer, mas eu não queria que eles pensassem que eu estava ficando louca acima de tudo. Então eles

realmente insistiriam que eu não podia tomar conta de mim. Eu só estou aqui para te proteger. Você não tem que ter medo.

— O que sua família diz? — Lucy perguntou.

— Tio Geoffrey quer fazer mais testes. — eu fiz uma careta — Eu sou sua almofada de alfinete morto-vivo.

Lucy meio que riu.

— Eu posso apenas imaginar. Ainda. Algo grande está acontecendo, Sol.

Você não deveria ficar com a sua família?

— E sacrificar alguém que me salvou?

— Acho que não — ela parecia descontente.

— Por que todo mundo está tão determinado a pensar o pior de

Constantine? Ele salvou minha vida. Quando Kieran salvou a minha vida, todos praticamente lhe deram a chave da casa. E ele é um Caçador. E depois que

Isabeau salvou a minha vida, Logan foi e caiu de amor por ela. Ninguém sequer

piscou.

— Você está apaixonada por ele? — Kieran perguntou calmamente.

Lucy deu um passo para trás e fingiu que não estava avidamente escutando.

Sinceramente, não sei de que lado ela estava, e eu não podia culpá-la. Eu me

contorci.

— Você está? — Kieran repetiu.

— Não — eu respondi — Claro que não. — Eu não estou apaixonada por ele,

apenas... Intrigada. E eu sentia falta de Kieran. Eu senti falta quando ele não

lutou, quando ele levantou-se e não lutou pelo que ele acreditava, mesmo quando

outros tentaram derrubá-lo. Ele era como um dos cavaleiros nas histórias medievais. E eu era o dragão. — Nós terminamos — eu o lembrei — E você já está

apaixonado por alguém?

Quando o vento mudou, a consulta tornou-se menos perto da retaliação e

mais uma questão real que precisava de uma resposta. Agora.

Porque eu podia sentir o cheiro das meninas em cima dele.

E por alguma razão que fez doer minha gengiva ao redor dos meus dentes.

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— Sol — disse Lucy. — Seus olhos estão... estranhos. Eles são geralmente

vermelhos?

Meu nariz se contraiu.

— Eu posso cheirá-las em você.

Kieran parecia confuso.

— Quem? Os vampiros?

— Não, meninas.

— Meninas? O que você está falando? — Ele está mentindo para nós. Ele não pode ser confiável.

Uma parte de mim reconheceu que ele estava realmente encantado com a

mudança do tema e que eu estava exagerando. Mas a raiva dentro de mim, sempre à procura de um lugar para pousar, mas não se importava.

— Pelo menos três meninas diferentes em você — eu disse, levantando os lábios sobre meus dentes enquanto eu ordenadas através dos aromas. Kieran mão

pairou sobre o jogo de armas em seu cinto. Eu agarrei a lapela de seu paletó,

mantendo-o ainda. — Não perdeu tempo, não é?

Eu estava perto o suficiente, agora que o perfume dos meus feromônios

enfurecidos fez sua mandíbula apertar. Seus dedos roçaram o topo da sua estaca, mas ele não soltou. Sua outra mão agarrou o meu quadril, lutando contra a força

da minha mão em seu casaco. Nós estávamos congelados em uma dança selvagem,

com apenas a música do bombeamento de sangue violentamente nas minhas veias.

Sua respiração era quente na minha bochecha.

— Quem são elas? — eu exigi.

Lucy revirou os olhos.

— Eu, Hunter, e Chloe. Estávamos lutando contra vampiros enviados para matá-lo, lembra? Se controle já.

Nós dois a ignoramos.

Ele chegou mais perto, as linhas de seu rosto duro.

— E sobre Constantine?

— Isto não é sobre ele.

— Então é sobre o que?

Estávamos tão perto e ele se sentia tão bem, como se fosse apenas nós dois

em casa no porão onde nós realmente falamos como uma menina e um menino,

não uma vampira e um Caçador, quase o beijei. Ou ele quase me beijou. Eu não

podia ter certeza. Eu era tudo fogo e faísca cortantes. Eu ainda estava com raiva e

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sede de sangue serpenteava através de mim como uma gota de veneno de fogo em

um copo de água.

Ele não é digno de nós.

Inclinei-me mais perto. Por que, eu não tinha certeza.

— Uh, pessoal?

Nós ainda estávamos travados juntos. A intensidade dos olhos de Kieran

amoleceu. Eu estava inclinada em direção a seu pescoço, que estava ainda em

cicatrização do nosso último encontro na floresta, quando Lucy fez um estranho som.

— Solange — ela se projetou, tentando enfiar entre nós — Não!

Eu vi através de um véu vermelho, como se estivesse chovendo sangue. Eu

já podia sentir o calor da pele de Kieran sob minha mordida, provar seu sangue na minha boca. O cotovelo de Lucy cavou meu esterno, mas não me fez parar. Ela era

como um vaga-lume minúsculo tentando mover uma pedra. Seus pés arrastavam

no chão enquanto ela tentava me empurrar. — Pare, pare, pare!

— Sim, Pare — Constantino falou de repente, assim, sua voz suave e

sombria no meu ouvido.

Eu não deixei ir, mas eu não avancei mais. Ele colocou uma taça de sangue

entre nós, esperou até que o cheiro me distraísse o suficiente para quebrar o

contato visual. Sem a força dos meus feromônios, Kieran soltou tão abruptamente que Lucy tropeçou um passo para trás.

Kieran balançou a cabeça como um cachorro molhado. Lucy não tinha ideia do que fazer, e isso nunca aconteceu. Eu esvaziei o copo com as mãos trêmulas.

E então, o walkie-talkie no bolso mudando tudo. Voz da mãe era afiada como pregos no caramanchão macio.

— Nicholas desapareceu.

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Capitulo 23 Lucy

Terça de manhã, antes do amanhecer.

Por um longo momento congelado, quebrado, tudo parou.

O sangue em minhas veias, meu coração em meu peito, minha respiração

em meus pulmões. Não havia espaço para qualquer coisa dentro de mim, apenas

choque e medo. Eu estava me vendo de longe, de pé na floresta à luz de velas em

jeans rasgados e um suéter que minha mãe tricotou para mim com lã multicolorida, tingida à mão. Os menores detalhes estavam emperrados: o brilho

das lanternas de lata, a borda desfiada do tapete sob uma única cadeira debaixo

da árvore, tinta dourada descascada. As armas foram esculpidas para se parecer com dragões. Eu estava com frio, muito frio para me mover.

Solange foi a primeira a se recuperar do choque. Ela agarrou o walkie-talkie tão rápido que ele escapou de sua mão e bateu no tronco de um bordo preto e

quebrou. Morcegos formaram uma nuvem sobre nossas cabeças. Kieran se

aproximou dela e ela olhou para ele, os olhos arregalados e incrivelmente azuis.

Eu balancei a cabeça violentamente e disse finalmente com minha voz

sombria como uma fechadura enferrujada clicando fechada:

— Vamos.

— Onde? — ela perguntou.

Eu arreganhei meus dentes como um texugo ferido e disse:

— Encontrar Nicholas. Falar com seus pais.

— Eu poderia... — disse Solange.

— Agora, Solange. — eu disse.

Ela se encolheu com o meu tom, mas eu já estava ganhando distância, verificando sistematicamente as minhas armas, Kieran nos meus calcanhares. Ele

curvou-se para pegar um galho caído enquanto caminhávamos. Era longo o

suficiente para ser usado como uma estaca. Ele estava afiando um final do mesmo

com uma faca de caça quando eu colidi com um guarda de Constantine. Eu quase irrompi em lágrimas quando vi o rosto familiar de Bruno a nossa espera do outro

lado.

— Vamos lá, moça. — ele disse rispidamente, seu sotaque escocês de

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repente grosso como a névoa na charneca. As linhas nos olhos dele estavam

pronunciadas. Mesmo suas tatuagens pareciam acabadas. Ele disse: — Onde ela está?

— Estou aqui. — Solange respondeu calmamente, de repente ao meu lado. Mesmo Bruno não viu o seu movimento, e ele estava tão acostumado com

vampiros como estava com seu café da manhã. Constantine estava lá também,

mas eu o ignorei. Eu não tinha tempo para ninguém além de Nicholas.

Bruno bateu no ombro dela cautelosamente, como se quisesse oferecer

conforto para a menina que ele protegeu a vida toda, mas não tinha certeza se sua

mão poderia ter quebrado por seu esforço. Solange sorriu para ele vacilante.

Nós o seguimos rapidamente. Constantine estava à direita de Solange, com a

mão na parte de trás do pescoço dela. Kieran estava à sua esquerda, e ela estava segurando sua mão nas sombras, agarrando com tanta força que eu vi os

músculos em contração nos antebraços. Mas ele não a deixou ir e não disse uma

palavra para mim, só passou a estaca com a mão que estava livre. Foi reduzido a um objeto de matar, como as varas que eu estava aprendendo a usar com Hunter.

Eu me senti melhor com o peso dela na minha mão.

Os Drakes esperavam preocupados em um amontoado sobre um mapa colocado em um toco de árvore. Um riacho fino serpenteava ao lado deles,

brilhando como um espelho quebrado. Eu não podia deixar de pensar nos

espelhos de Lady Natasha nas cortes reais. Nicholas tinha sobrevivido a ela; ele poderia sobreviver a isso também. O que quer que isso fosse.

Houve conforto imediato na maneira calma e autoritária em que Liam ordenou aos guardas para patrulhar, mesmo com a a tensão abatida ao redor dos

seus olhos. Connor e Quinn eram como espadas de raiva sob os pinheiros. Marcus

franzia a testa e o queixo de Duncan parecia de pedra. Os guardas ficaram espalhados em torno deles. Sebastian estava ouvindo pacientemente como sempre,

observando tudo. Ele foi o primeiro a ver nossa aproximação e cutucou Liam que

virou-se, sorrindo um pouco quando nos viu. Os irmãos de Solange a olharam com

cautela. Havia sangue nas camisas deles.

Helena marchou em nossa direção, com a espada brilhando.

— Lucy. — ela disse. Ela me deu um abraço apertado e senti meus ombros

sendo moídos, mas eu não me importava. Abracei-a de volta e tentei não chorar.

Ela finalmente me deixou ir, tocando minha bochecha, antes que o fogo da batalha flamejasse em seus olhos novamente. Eu sabia que ela faria o que fosse necessário

para ter seu filho de volta, e ela sabia que eu ia fazer o que fosse necessário para

ter meu namorado de volta. Foi um acordo tácito, e ajudou a empurrar para baixo o pânico frenético que fervia na minha barriga.

— Mãe, o que aconteceu? — Solange perguntou. Ela era mais próxima de Nicholas e sempre tinha sido. Kieran ainda segurava a mão dela.

— Nós não sabemos ainda. — Helena respondeu. Ela olhou para

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Constantine e acenou com a cabeça uma vez. — Qualquer ajuda é apreciada. —

ela disse sem rodeios. Ele acenou de volta cortesmente. Eu podia supor que a última conversa deles não tinha sido polida.

— Nicholas ativou o seu GPS. — Connor disse. O simpático nerd de computador estava escondido sob uma camada de pura ira Drake. — Eu só

descobri agora, quando saí à procura de um sinal.

— E? — Solange pressionou.

— E eles encontraram roupas da sua guarda, cinzas e nada mais. —

Duncan respondeu firmemente.

— Resgate? — Eu perguntei. — Igual com Christabel? — Resgate significava

que ele ainda estava vivo. Você não poderia cobrar se a sua vítima estava... não. Eu não poderia ir por aí.

— Não tem como saber ainda. — Liam disse. Bruno se juntou a ele com o mapa, já dando ordens em seu telefone.

— Logan e Isabeau já saíram. — Duncan adicionou. — Eles estão esperando

Carlos Magno pegar o cheiro do Nicholas antes que caia mais neve, ou pior, chuva. — Ele olhou para o branco céu de inverno sem muita esperança. Já tinha uma

neve muito leve caindo entre nós. Mas os cães de Isabeau eram lendários. Uma vez

eles rastrearam Montmartre através dessa mesma floresta.

— Tia Hyacinth já está fora também. — acrescentou Quinn. — Tio G. está

hospedado no acampamento para garantir que isto não é algum tipo de isca. E para manter um olho em Christabel e London.

Eu balancei a cabeça, porque eu não conseguia encontrar a minha voz. Meus punhos cerrados em torno da estaca, lascas de madeira entrando na palma

da minha mão. A família havia indicado o local onde Nicholas tinha pedido por

ajuda. Era um círculo vermelho, como sangue. Não havia nada além da montanha

e a floresta ao redor dele por quilômetros.

— Você deveria voltar para a escola. — Liam disse-me gentilmente.

Eu encontrei a minha voz rapidamente.

— O quê? De jeito nenhum!

— Ele está certo, Luce. — Sebastian adicionou calmamente no seu jeito sério,

que era tão parecido com Nicholas. Minha garganta ficou apertada com lágrimas.

— Você está “alto”? — Eu perguntei, piscando furiosamente. — Eu não

voltarei para casa até encontrá-lo.

— Você não está segura aqui. — ele disse. — A floresta está cheia de

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182

vampiros e Caçadores agora.

— Eu não me importo! — eu disse.

— Nós poderíamos dar uns guardas para protêge-la, mas seriam no mínimo três guardas a menos para procurar Nicholas. — Sebastian apontou amavelmente.

Era como se ele tivesse me dado um soco. Ele era geralmente tão calmo e

gentil que você poderia esquecer tão cruel e insensível ele podia ser.

Mas ele estava certo.

O pensamento de voltar a sentar-me no meu quarto e esperar impotente me

fez querer vomitar, mas ele estava certo.

— Eu vou mantê-la informada — Connor prometeu.

Eu concordei balançando a cabeça. Eu sabia que se dissesse alguma coisa agora, seria estridente e ininteligível.

— Vou levá-la de volta para a escola. — Kieran disse.

— Minha moto não está muito longe daqui. — eu disse.

— Eu vou com você, pelo menos, até lá.* — Duncan disse, afastando-se da árvore em que estava encostado. — Eu vou verificar novamente a sua moto para

sua segurança, antes de você ir. As trilhas são umas vadias nos cabos da bateria.

Morcegos mergulharam e deram cambalhotas ao redor dele. As calças jeans

de Duncan estavam gastas nas bainhas manchadas com óle wo de motor. Ele

parecia um valentão, como se pertencesse a um velho filme de James Dean. Mas quando ele olhou para Solange, parecia com um filhote ferido. Eu apenas não

sabia quem era mais louco. Agora que os Drakes estavam lutando entre si,

defendê-los tinha se tornado um trabalho em tempo integral.

— Tente não se preocupar. — Liam disse, beijando minha testa. Meu lábio

inferior tremeu embaraçosamente.

Solange me parou. Morcegos baixaram à nossa volta como uma cortina de

couro.

— Nós vamos encontrá-lo. — ela sussurrou. — Lucy, eu prometo. — Seus

olhos eram de um azul pálido como o luar na neve, com veias vermelhas como o

relâmpago do inverno. As veias em seus pulsos e clavícula praticamente queimaram como um rastro de gasolina para dinamite. — Não importa o que

aconteça. — ela disse.

Nós nos abraçamos brevemente, e com força. Os morcegos se afastaram.

Duncan e Kieran estavam esperando por mim.

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183

— Se eles não o encontrarem hoje à noite, eu vou sair à procura amanhã de qualquer maneira. — Eu disse quando saímos do bosque, abaixando-se sob galhos

e troncos caídos, e toras com cogumelos de neve incrustados.

— Eu sei. — disse Kieran. — Eu já mandei uma mensagem para Hunter.

Tentei sorrir para ele.

— Solange foi estúpida ao terminar com você. — eu disse.

Ele apenas bufou.

Eu não fui para o meu quarto depois que Kieran me deixou atrás do campus.

Eu não podia suportar a idéia de estar lá com Sarita olhando para mim enquanto eu lutava para não cair. E eu não queria que Hunter ou Chloe ou Jenna me

encontrasse. Piedade era veneno agora. Eu precisava ficar sozinha.

Eu retornei e corri para um canto da floresta, parando apenas nas sombras.

Não conseguia segurar as lágrimas por mais um segundo. Elas fizeram a minha

visão vacilar e arderam as minhas bochechas frias. Eu soluçei até tossir sal, lágrimas e medo.

Nicholas tinha que estar bem.

Ele só tinha que estar.

A casca da árvore puxou meu cabelo, mantendo-me ancorada. Eu queria gritar, chorar e entregar-me ao pânico, mas tinha que ser forte. Não tinha que ser

forte? Eu não conseguia lembrar exatamente o motivo agora, mas tentei recuperar

o folêgo de qualquer maneira. Eu limpei o meu rosto.

Eu ainda tinha a arma improvisada que Kieran tinha me dado. E mesmo

que Sebastian estivesse certo de que eles não poderiam poupar todos os guardas, não havia razão para que eu não pudesse ir agora, por mim mesma. Ninguém

tinha que saber. E era melhor do que ficar sentada. Qualquer coisa era melhor do

que ficar sentada.

Eu pesquei um tecido do bolso, assoei meu nariz, e contornei os gramados

de volta ao estacionamento para pegar o meu carro. Eu seria pega por dirigir no

meio da noite, com certeza. Eu não podia sair às escondidas no Lemon Drop, que é como o meu pai chamava o meu carro. Eu podia caminhar até a montanha, mas

isso tomaria a maior parte da noite e da manhã também, e as trilhas não eram

exatamente confiáveis. E eu realmente só tinha uma vaga idéia de onde estava

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indo. Um ponto vermelho no mapa. Que já teria sido vasculhado por vampiros com

um olfato superior e excelente visão noturna.

Meus passos eram lentos, então percebi como era fútil meu grande gesto.

Foi o suficiente para me fazer querer chorar.

— Flagrada — Hunter disse calmamente. Eu olhei para cima, piscando com

mais lágrimas. Todo esse choro era irritante. E ele congelou os meus cílios.

— O que você está fazendo aqui? — eu perguntei.

Ela estava encostada na porta da frente do meu carro vestindo seu pijama de flanela xadrez e três camadas de suéteres grossos. A ponta do seu nariz já

estava vermelha.

— Você está brincando? — ela perguntou. — Você pode ter enganado eles

quando cedeu, mas você colocou o resto de nós em estado de alerta máxima.

Kieran me ligou logo depois de ter deixado você aqui.

— Eu devia estava muito bonitinha falando comigo mesma — eu concedi. —

Eu nem sei por onde começar a procurar.

Ela atirou um braço em volta do meu ombro, abraçando-me.

— Eu sinto muito, Lucy. Mas vamos sair com você amanhã. Tenho certeza de que Kieran, Eric e Connoly irão ajudar. Connoly acha você bonita, então ele

está definitivamente dentro.

— Nós mal sabemos por onde começar. — eu disse, tremendo quando o

vento serpenteou entre as fileiras de carros.

— Nós saberemos mais amanhã. — Hunter disse confortavelmente,

dirigindo-me de volta para os dormitórios. — Eu liguei para Quinn. Ele pareceu

quase tão bem quanto você. Mas, entre os Drakes e os rapazes do Bruno, haverão

pessoas procurando o tempo todo, sem parar.

— Isso é verdade. — eu disse, e senti-me infinitamente melhor.

Eu acordei de madrugada, confusa e nauseada. Eu levantei a minha cabeça

grogue. A linda luz rosa que filtrava pela minha janela era um insulto pessoal.

Como a luz cresceu mais forte, Nicholas cresceu mais fraco.

Onde quer que estivesse agora, ele estava com problemas ainda maiores.

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Eu chequei meu telefone de novo, mas não houve atualizações. Senti meus olhos fundos com o cansaço, mas a minha pele estava formigando. Eu puxei outro

suéter e um cachecol e subi as escadas para o telhado do dormitório. Ele foi

cercado com um ferro forjado à moda antiga, coletando neve nos cantos. O vento estava vicioso. Eu podia ver onde a floresta deu lugar para as montanhas ao longe,

sob o brilho tênue da lua, desvanecendo-se no céu cor-de-rosa.

Minha mãe sempre me disse que quando você não sabe mais o que fazer, você sai. Ela disse que o céu e o sol e as árvores curavam. Que as estrelas e as

rochas poderiam abrigar você, a lua poderia proteger você. E isso cantando,

queimando incenso e orando poderia ajudar você quando nada mais podia.

Eu não estava com humor para cantar.

Eu inclinei minha cabeça para trás por um momento para deixar a luz tocar

o meu rosto. As nuvens pareciam esfarrapadas e comidas por traças, arrastando

neve e luar intermitente. Pedi a lua para manter Nicholas seguro.

Mas o luar não era o suficiente.

O vento frio não foi suficiente, o gelo sobre o muro e a neve não foram suficientes, e o sol nascente principalmente, não foi suficiente.

Porque quando a neve virou chuva, eu queria gritar. A chuva iria lavar seu cheiro e seus rastros. De repente senti-me tão forte e perigosa que você poderia ter

me usado como um florete. Eu estava com tanta raiva que praticamente brilhava.

A raiva ajudou a abafar o medo doentio e o peso de ferro frio da tristeza que pôde arrastar-me por baixo e manter-me lá. Eu não podia desistir. Eu não iria desistir.

Nicholas era forte. Os Drakes eram grandes Caçadores e guerreiros ainda melhores. Helena iria incendiar a floresta se precisasse. Eu tinha que acreditar

que ele estava bem e que voltaria para casa, mesmo se eu tivesse que forçar minha

vontade sobre toda a ordem cósmica. Mamãe disse que as pessoas criam sua

própria realidade. Se você acredita profundamente em algo e envia-lhe energia suficiente, pode fazer isso acontecer. Ela era cheia de histórias de curas

milagrosas de câncer e sonhos que alertaram pessoas para saírem de aviões que

caíram do céu. Isabeau poderia ter dito a mesma coisa, chamando isso de magia. Eu só sabia que não poderia conter essa dor dentro de mim.

Então, eu a usaria como arma.

Eu gritei tão longo e alto, os pombos no telhado voaram para longe

histericamente.

Eu gritei até a minha voz ter ficar rouca, minha garganta ficou em carne viva,

e meu rosto ficou vermelho o bastante para explodir. Gritei até dois professores que eu não conhecia, surgirem armados no telhado. Um deles tentou segurar-me,

mas eu caí de joelhos. Eu ainda estava soluçando, chorando e gritando quando

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Theo empurrou ele fora do caminho. Ele agachou-se na minha frente, sua voz

aguda e prática.

— Lucy. Lucy, pare com isso. — Ele sacudiu-me uma vez. — Eu vou sedá-la

se você não parar e respirar.

Engasguei com um soluço e puxei minha manga para o meu rosto. Meus

lábios estavam rachados e tinham gosto de sangue. Tinha sal incrustado nas

minhas pálpebras, tornando-as pegajosas e pesadas. Theo tomou meu pulso enquanto eu tentava engolir.

— Estou com sede — eu acrescentei.

— Você acha? — Ele disparou de volta, mas não de modo grosseiro. Ele

checou minhas pupilas. — Você está bem agora?

Eu balancei a cabeça.

— Sinto muito. — eu disse.

— Você precisa de água e repouso. — Ele ajudou-me a ficar em pé. Senti-me

fraca, como se estivesse apenas com uma gripe forte. — E amanhã faça uma visita ao conselheiro da escola.

Alguns alunos pairaram perto da porta. O Sr. York mandou eles retornarem para dentro.

— Ah, ótimo. — eu murmurei. — Espalhem os rumores de que a garota nova é um caso sério… agora.

Theo deu um meio sorriso, e em seguida, olhou para os outros professores.

— Ela está bem.

Eu empurrei o meu cabelo fora do rosto. Eu nunca tinha pirado assim antes. Não foi divertido. Não ajudou. Nicholas não estava menos perdido.

Eu tremia, gelando de repente.

— Vamos. — disse Theo. — Vamos para o seu quarto.

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Capitulo 24 Solange

Terça à noite, depois do pôr do sol.

Eu acordei confusa.

Eu sabia que o sol se punha, sabia que eu estava com tanta sede que eu

estava vendo vermelho, mas eu não conseguia me lembrar onde eu estava. Eu não

estava na casa segura da família. Eu não podia ouvir meus irmãos remexendo as salas contíguas, ou minha mãe evitando os guardas até que ela tivesse seu sangue

da manhã. O quarto estava menor, apertado, com água descendo do teto de

cimento e pelo ralo no chão. Havia uma prateleira com velas acesas estabelecidos

em um canto e uma cama estreita debaixo de mim. E foi isso.

E então eu a cheirei.

Humano, quente, disposto.

A fome, na verdade, rosnou dentro de mim. Eu não tinha certeza de como o resto da minha família sentia isso, mas às vezes eu sentia como uma sede na

garganta, às vezes, como uma fome na barriga. E quando essa se mostrava, era

sempre dolorosa, como se eu estivesse desidratada e em ruínas, como se faíscas azuis arqueassem de cada movimento meu. Só uma coisa me fazia melhor: o

sangue. E o sangue vivo, apesar das objeções da minha família, trabalhava mais

rápido e melhor. E era impossível resistir quando apresentada de forma agradável logo depois do pôr do sol.

— Por favor, Princesa.

Era Penélope novamente, ajoelhada ao lado da minha cama, estendendo

seus braços nus. Constantine estava nas sombras atrás dela. Eu queria

perguntar-lhe o que estava acontecendo, mas o pulso estava bem ali, veias azuis pulsando, e a fome assumiu. Mordi, sangue quente enchendo minha boca,

inundando-me com vitalidade. Bebi avidamente, prendendo o pulso de Penélope

na minha boca. Quanto mais eu bebia, menos minhas gengivas doíam, menos eu coçava minha pele como se fosse errado, menos fraca e confusa eu me sentia. A

cabeça de Penélope caiu para trás, com os cabelos longos e encaracolados

arrastando no chão sujo. Eu bebia até que ela começou a cair e eu comecei a voltar a mim mesma o suficiente para saber parar.

Constantine adiantou-se no exato momento em que eu me perguntava como faria para afastá-la. Ele retirou o pulso de Penélope do meu controle e ajudou-a a

ficar de pé, pressionando um pedaço de pano limpo nas feridas pequenas.

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— Vá em frente, Penélope — disse ele suavemente, empurrando-a para fora.

— Alguém está esperando lá em cima com comida para você, e comprimidos de ferro.

— Obrigada, Princesa. — Ela se afastou, sorrindo como se estivesse bêbada. Eu sentia o mesmo, só que eu não estava sorrindo.

Eu me levantei.

— Por que você a trouxe aqui?

— Você precisa de sangue — Constantine respondeu calmamente. — Ela está disposta a fornecê-lo. Qual é o problema aqui, amor? — Ele empurrou uma

mecha de cabelo do meu rosto.

— Sangue vivo só me faz… — Estremeci, tentando classificar todos os

sentimentos que rasgavam através de mim. Força, satisfação, luxúria. Eu tomei

um passo para trás, lutando para me controlar. Constantine fechou a distância entre nós. Seus olhos violeta brilharam.

— Você não tem que ter medo — ele disse suavemente. — É natural.

Engoli o gosto de cobre do sangue em minha língua.

— Eu…

— Não se inferiorize para outras pessoas — acrescentou — Seja valente, Solange. Renda-se.

E então ele estava me beijando.

Tudo aconteceu tão rapidamente. Ele apenas me puxou para seu peito, sua

mão cavando no meu cabelo e inclinando minha cabeça para trás. Seus lábios

eram inteligentes, provocantes e lentos como um dia quente de verão, úmido. Sua língua acariciava a minha, recuada. Eu caí dentro dele. A combinação de uma

recém-nascida faminta, sangue fresco, e sua boca na minha fez minha cabeça

girar. Eu tinha que agarrar seus braços para ficar de pé. Ele me pressionou contra a parede úmida, prendendo-me no lugar.

O beijo foi lânguido e escuro. Ele seduziu e tomou e sorriu contra a minha boca quando eu fiz um pequeno som que eu não entendia. Eu o beijei de volta,

com fome. Seus lábios estavam frios, como sorvete, mas eu nunca quis muito

sorvete, mesmo quando eu era humana. Eu poderia ter me fartado dele, cavidades e geladas dores de cabeça que se danem. E ele sabia disso. Essa confiança

presunçosa deveria ter sido posta para fora, mas isso só acrescentou perigo ao seu

apelo.

Mas como o resto do sangue corria através de mim, tudo veio à tona.

Nicholas.

Eu me afastei de Constantine, meus lábios ainda formigando. Seu cabelo

estava desgrenhado na ponta dos meus dedos.

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— Meu irmão — eu disse com a voz rouca.

Ele passou a mão sobre o rosto, como se ele também precisasse se recompor.

O sorriso sedutor – a inclinação torta do seu sorriso que me fez sentir como se eu

estivesse em fogo – se foi.

— Eu verifiquei. Nenhuma palavra ainda.

Eu passei por ele, correndo os degraus de metal e através do portão aberto.

A floresta brilhava e cintilava como se fosse esculpida em diamantes e obsidiana.

A neve tinha derretido e mais chuva caiu durante o dia. Quando a noite caiu e a

temperatura caiu, o gelo cobria cada superfície. Ele pingava de ramos, brilhava entre as agulhas de cedro planas como rendas, e mastigava os pés. Mesmo as

pequenas veias em folhas caídas de carvalho foram traçados com geada. Eu

escolhi o meu caminho delicadamente por ela, com medo de fazer um som único e rachar o mundo congelado em pedaços.

O local de veraneio estava ainda mais bonito. Ele estava amarrado com contas de cristal de gelo e coberto com mantos de geada. Velas queimadas

derretiam pequenas poças de água sob as lanternas que refletiam a luz

bruxuleante. Alguém tinha construído um incêndio em um caldeirão de ferro, e ele retrucou alegremente. Eu queria sentar em uma cadeira de veludo e absorver tudo

aquilo.

Eu virei às costas para a beleza do conto de fadas do inverno.

— Eu preciso caçar para encontrar Nicholas.

— Mas é claro que sim — concordou Constantine — Eu vou com você.

— Você vai?

Ele deu um meio sorriso.

— Eu sei que os Drakes são ferozes e tudo, amor, mas eu venho fazendo isso

mais do que você.

Eu balancei a cabeça, sentindo-me agradecida e um pouco embaraçada por

beijá-lo. E um pouco culpada. Kieran e eu tínhamos terminado, mas eu ainda o

amava, e ele esteve lá por mim quando eu precisei dele. Eu não o tinha traído, mas eu ainda me sentia estranha, como se ele pudesse me ver. Eu empurrei-o

para fora da minha cabeça. Não há tempo para isso.

Tempo só para encontrar Nicholas.

Havia postos avançados de busca estabelecidos entre o acampamento e o local de veraneio, bem como onde Nicholas tinha ativado seu GPS. Eu chequei

com eles e manteve o canal da família aberto no novo walkie-talkie que me tinha

sido entregue depois que eu acidentalmente quebrei o último o chicoteando

naquela árvore. Havia mapas com códigos de cores e anotações para manter o controle do padrão de pesquisa.

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Eu tinha tantos guardas seguindo-me, tanto dos meus pais e do local de

veraneio, que, quando Constantine ignorou-me para concentrar-se na caça, me senti tão bem quanto seus beijos. Eu fiquei longe da minha família. Pareceu-me

mais fácil.

Eles reduziram o paradeiro de Nicholas para a montanha, a única outra

possibilidade é que ele tinha sido tomado por entre as árvores e o cheiro já havia

se dispersado. Eu não podia suportar pensar sobre isso. Enfim, eu não poderia

procurar fora da floresta, não com minhas presas triplas e olhos alargados, como tinta vermelha na água. Bruno e sua unidade tomariam as estradas e a cidade, e

assim também Lucy e seus amigos. Eu me concentraria nas cavernas com alguns

dos outros.

Parecia simples no papel: encontrar a caverna onde Nicholas havia sido

tomado. Mas havia centenas de cavernas e centenas de becos sem saída. Não só precisávamos procurar em cada uma, precisávamos mapear e narrar a nossa

busca, para não voltar e perder um tempo precioso.

Mas, mesmo com a nossa grande família e aliados, o tempo estava se

esgotando.

Nós nem sequer sabíamos se ele tinha sobrevivido ao último dia. Ele poderia

ser preso em pleno sol para que todos nós soubéssemos. Eu não poderia suportar

isso. Ele não era apenas meu irmão, ele era meu amigo.

Aquela voz sussurrou dentro de mim de novo, como a água fechando sobre

minha cabeça. Eu posso te ajudar. Deixe-me sair .

Eu empurrei-a de lado.

Nós caçamos por horas, seguindo meia trilhas e sugestões de perfume. Metade do tempo que levou para outro dos meus irmãos, não Nicholas.

E, então, nós o ouvimos.

Um grito rouco ecoando de em algum lugar dentro da montanha.

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Capitulo 25 Lucy

Sexta-feira, final da tarde.

Nós ainda não tivemos noticias de Nicholas.

Helena se recusou a sentar em qualquer mesa do conselho até que o filho

dela fosse encontrado. Uma vez que as cerimonias começassem, Liam, sendo

melhor em negociações do que em rastreamentos, tomaria o lugar dela. Eles

precisavam manter a ilusão de controle sobre as tribos, ou os feudos garantidos e as lutas fariam a busca por Nicholas ainda mais difíceis. Guerras de vampiros

podiam dizimar parte do território e certamente iriam apagar qualquer pista.

Todos os irmãos também o procuravam. Solange ia sozinha e embora nós não tenhamos conversado desde nossa luta no caramanchão, nós mandávamos

mensagens por celular.

Uma enviada por mim à noite e uma por ela no nascer do sol: Nada ainda.

Christabel tentou ajudar também, embora ela ainda fosse uma garota da cidade e não soubesse se era um dogwood (Tipo de arbusto)ou se era um sumagre

venenoso, e muito menos como ler pegadas e galhos quebrados. A chuva tinha

lavado a maioria das evidências vitais.

Kieran estava ajudando, assim como Hunter e eu quando conseguíamos nos

esgueirar para fora do campus. O que não era fácil para mim nesse momento;

todos os professores estavam mantendo um olho sobre mim, e meus pais alternavam os dias das visitas. Mamãe usou um dos pêndulos que ela vendia na

loja, mas isso apenas apontava para as montanhas, e elas eram enormes.

Até mesmo Tyson estava preocupado e continuava tentando me emprestas livros escolares. Sarita não dizia muito, mas ela ainda me delatou quando tentei fugir à

noite. E depois do meu episódio gritante, haviam rumores circulando sobre um

lobisomem no telhado. E também, que eu estava louca.

Eu fui ver o conselheiro escolar de manhã, que me garantiu que eu não era

louca, que inúmeros Caçadores antes de mim tinham lutado contra a perda e a raiva por tragédias sem sentido.

Mas eu podia ver loucura de onde eu estava.

Eu mal comia, na maioria das vezes sobrevivia de shakes de proteína que

Hunter enfiava em mim cada vez que me via. Gastei todas as horas do dia não na

sala de aula, mas dirigindo por Violet Hill e pela sua paisagem rural, escutando um cd que Nicholas havia me dado. Quando eu não podia mais enxergar através

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das lágrimas, eu as afastava e continuava dirigindo.

Eu estava determinada a encontrar ele, ou no mínimo, pistas de onde ele

estava.

Eu encontrei um ônibus escolar enferrujado, sete sapatos abandonados, um

vestido do século XVI bordado com um buraco no espartilho bem sobre o coração

e um homem sem-teto que jogou uma lata na minha cabeça quando eu tentei dar-

lhe . E eu gastei cada centavo da minha mesada com gasolina para o carro e implorei para meus pais por mais dinheiro. Tudo isso para nada.

Enfiei o mapa que eu estivera debruçada sobre o meu colo para enxergar e fiquei de pé, inquieta demais para ficar parada. O sol estava se pondo do outro

lado da janela, refletindo nos últimos vestígios de gelo. Eu podia ver Jenna

correndo na pista novamente, sua respiração ofegante formando uma fumaça branca sobre sua cabeça.

A classe no campo de trás praticando com suas bestas. Apenas os estudantes mais velhos tinham permissão para praticar com elas durante a noite.

Eu estava segura em meu quarto aquecido, sentada sobre meu cobertor do

Jack Sparrow. Eu estava segura e aquecida e Nicholas não estava. Abruptamente eu não podia aguentar mais e segui para a porta.

— Onde você está indo? — Sarita perguntou, olhando por sobre seu dever de casa.

— Sair.

— Para Onde?

Eu suspirei, virando-me.

— Por quê?

— Porque está escuro agora e você não tem permissão para sair do campus.

Diretora Bellwood foi bem clara quando me falou isso.

Rangi meus dentes

— Eu não estou saindo do campus.

— Oh. — ela mordeu os lábios — Você tem certeza?

Eu apenas parti, batendo a porta atrás de mim. A culpa não era dela se ela

estava presa com uma colega de quarto doida, mas se eu tivesse que me explicar

para mais uma pessoa eu iria socar alguém. Voltei para o telhado, onde eu poderia estar sozinha para assistir o último por do sol. Esse era meu novo ritual,

permanecer e testemunhar as luzes cor de lavanda e índigo mergulharem por

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entre as árvores, ver as estrelas clarearem, as montanhas escurecerem. E esperar

e orar com todas as minhas forçar que Nicholas estivesse a salvo lá fora. De alguma forma, se eu estivesse ali assistindo a luz se desvanecendo, eu podia

protegê-lo.

E congelar minha bunda.

Eu enfiei meu queixo no meu cachecol, assim que a porta do terraço rangeu

aberta. Eu me recusei a afastar meu olhar das árvores. Sirita ou Hunter ou qualquer um que fosse teria apenas que esperar.

— Oi, docinho. — O braço de mamãe rodeou meu ombro.Ela inclinou-se para beijar a minha têmpora.

— Você esta de serviço hoje? — Eu perguntei. Papai tinha vindo ontem, trazendo sorrateiramente sorvete de verdade e um saco de doces.

— Você nunca é um serviço, Lucky Moon. — Finalmente estava escuro o suficiente para que as luzes fossem acesas e eu a deixei me virar. Ela me

examinou. — Como você está hoje?

— Eu estou bem. — Eu assegurei a ela, sorrindo palidamente.

— Eu sinto falta dele também, docinho.

— Eu sei.

Ela me abraçou, cheirando como Nag Champa. Isso era reconfortante, me fazendo pensar em coisas simples como beber chá na cozinha e as noites de filme

em família.

— Eu sei que ele está bem. — Ela falou — Você teria sentido se ele não

estivesse.

Ela soou tão segura disso que eu assenti, esperando acreditar nisso também.

— Por que você não vem pra casa? — Ela me perguntou de novo.

Eu sacudi minha cabeça. — É melhor estar ocupada. E eu fico ocupada aqui.

Nós ficamos lá, apenas assistindo as estrelas e a lua, mamãe cantando suavemente um de seus cânticos favoritos.

Ela pressionou outra bolsa de suprimentos de artes na minha mão antes de ir embora. Entre ela e o conselheiro, eu estava prestes a usar arte como terapia.

Eu continuei em cima do telhado por mais um tempo, deixando o ar frio limpar minha cabeça.

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Um estranho flash de luz vindo das árvores na beira do campo me fez

apertar os olhos. Apenas quando eu me perguntava se eu tinha imaginado ele (grande! alucinações agora), brilhou novamente.

O flash parecia errado, como o reflexo em um espelho. Meu celular vibrou no meu bolso.

— Olá?

Era Logan

— Me encontre na floresta.

— Esta luz estranha é você?

— Sim, é um espelho. Eu não quero alguns estudantes gritando 'vampiro',

então desce aqui rapidamente e não seja vista. Nós estaremos após os salgueiros.

Eu teria escalado o lado de fora do prédio, se tivesse pensado que iria me

fazer chegar lá mais rápido. Desci as escadas correndo e irrompi lá fora, meu

coração na minha garganta.

Eu tive que me obrigar a ir mais devagar para que ninguém me percebesse.

Eu contornei a borda mais distante do campo de balestras e abaixei-me para o

mato, não me endireitando até que estivesse bem escondida entre as árvores.

Fui pelo caminho que Hunter e eu geralmente usávamos, atravessei um

riacho estreito e meio congelado com a ajuda do meu bastão e virei à esquerda para onde estavam as árvores de salgueiro.

Logan esperava lá com seu casaco de veludo favorito, perto de Isabeau e de seu cão de caça Charlemagne.

— Alguma novidade? — eu perguntei, abraçando ele tão apertado quanto eu

poderia abraçar.

Ele me abraçou de volta, balançando sua cabeça

— Nada ainda. Mas nós temos uma ideia.

E recuei do abraço, sorri para Isabeau e cocei a cabeça de Charlemagne quando ele empurrou-a sob a minha mão.

— Certo. O que é?

Logan parecia exausto, mas sobre a camada de tristeza havia uma faísca de

algo mais.

— Isabeau achou um feitiço.

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Pisquei para ambos

— Eu estou dentro.

— Você não quer saber o que é o feitiço? — Isabeau perguntou.

— Não importa. Estou dentro.

Ela sorriu brevemente.

— Logan disse que você falaria isso. Venha comigo.

Atravessamos entre mais salgueiros e por um bosque de abetos tão grossos

e torcidos que não se podia ver o centro. Isabeau afastou os ramos, retendo-os para que Charlemagne e eu pudéssemos passar.

Logan estava atrás de nós, lançando um último olhar sondagem antes de deixar todo aquele verde para trás como se fechassem uma porta.

Cheirava a Natal e inverno.

Uma única vela queimava dentro de uma vasilha de água no centro de um

círculo muito apertado, irregular. Ao redor da vela havia uma bolsa feita de flanela

vermelha costurada com runas, um chocalho pintado feito de um osso de cão e uma dispersão de cristais.

Parecia com as mesas que minha mãe arrumava ao redor da casa para os feriados onde ela queimava incenso e deixava oferendas de leite. Isso pode ter

assustado algumas pessoas, mas eu estava instantaneamente confortável. O

terreno era acidentado com as raízes das árvores quando me sentei, cruzando as pernas.

— Então como é o negócio? — Eu perguntei enquanto Charlemagne se

entalava entre o tronco descascado e eu e descansava a cabeça no meu joelho.

— Esse é um feitiço que deve nos ajudar a achar a localização de Nicholas.

— Isabeau explicou,

A luz da vela cintilando nas correntes do vestido dela e nos pingentes ao

redor das suas tatuagens e também nas cicatrizes em sua garganta. Com seu longo cabelo escuro e olhos verdes, ela estava bonita como uma boneca.

Você sabe, o tipo de boneca que ganha vida a noite para matar monstros.

— Kala é mais forte, você entende, mas ela não irá deixar as cavernas, e

humanos não são bem-vindos.

— E Isabeau acha que precisamos de você para isso — Logan adicionou em

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voz baixa. — Sua conexão com Nicholas pode fazer a diferença.

Ele tirou uma camisa de dentro da bolsa e estendeu para mim.

— Você precisa vestir isso.

Eu escorreguei para fora do meu casaco e coloquei a camisa preta pela

minha cabeça. Ela cheirava como Nicholas, como alcaçuz e sândalo. Eu abracei a

mim mesma, forçando o nó em minha garganta a se desfazer.

— O que mais?

— Isabeau vai caminhar sonhando. — Logan respondeu. — Meio que como

viagem astral.

— Certo.

— Você sabe o que isso é? — Ela soou surpresa.

— Você nunca conheceu minha mãe. — Logan e eu trocamos um sorriso

afetado. Minha mãe fez pacotes de poder com objetos sagrados para cada um dos

irmãos Drake nos seus aniversários de dezesseis anos, para ajudá-los nas suas mudanças de sangue. (bloodchange). E ela dançou nua sobre a lua cheia no nosso

quintal todo o tempo. Uma pequena viagem astral não era nada ;

Isabeau assentiu uma vez, impressionada.

— Bem. Isso tornará tudo mais fácil.

Ela cravou mais ossos pintados no chão em um círculo em torno de nós. Um

deles estava envolto em fios de cobre. Ela me passou um amuleto feito de contas de granada e prata manchada. Eu o deslizei sobre a minha cabeça.

— Pronta?

Limpei as palmas das mãos no meu jeans, sentindo uma risadinha nervosa

bem na minha garganta. Eu estava finalmente fazendo algo.Algo util. Eu senti as

garras do pânico que tinham estado apertando minha garganta por dias relaxarem, só um pouco.

— Estou pronto.

— Eu te levarei. — disse Isabeau. — Tudo o que você tem a fazer é relaxar e

me seguir.

— É um pouco desconcertante. — Logan me avisou. — Inferno, quando isso

aconteceu comigo pela primeira vez, eu pensei que alguém tivesse me dado drogas.

Eu assenti.

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— Eu consigo fazer isso.

Eu respirei fundo e murmurei um mantra da minha mãe. Logan se sentou

onde estava, uma espada equilibrada entre seus joelhos. Ele ficou focado, nos guardando.

No início nada aconteceu. Respirei fundo várias vezes, com meu bumbum

ficando dormente nesse chão frio. Eu respirei um pouco mais. E então era como se o pingente que Isabeau me deu começasse a aquecer, lentamente, como uma

brasa embalada sobre o meu umbigo.

— Abra seus olhos — Isabeau murmurou. — Lucy.

— Eu não sinto nenhuma diferença. Eu não acho que isso funcionou. Eu abri meus olhos, desapontada. — Whoa.

Isabeau estava em pé na minha frente, e ainda assim eu podia ver através dela para onde seu corpo ainda estava sentado entre as raízes das árvores.

Charlemagne me cheirou, e em seguida, colocou o queixo em suas patas. As

bordas dos ramos e os ossos de cães brilhavam. A espada de Logan estava tão brilhante que era difícil de olhar. O mundo tinha sido descolorido até o osso e

depois certas áreas pintadas com cores de carnaval. Até eu estava brilhando

fracamente.

— Por que eu estou rosa? — Eu ergui minha mão, vi bem através dela. Isso

me fez sentir realmente estranha. — Eu pareço um chiclete.

— Isso é sua aura. — Isabeau respondeu.

— Minha aura de cor rosa algodão-doce? Cara. Isso é embaraçoso.

— Venha, nós não temos muito tempo.

Levantei-me, sentindo-me toda flutuante e com vertigens. Minhas botas

ficaram um pouco acima do solo. Eu podia sentir o vento, mas não a mordida fria

dele através de minhas roupas. E o pulso quente do amuleto queimado, atirando faíscas.

— Hm, isso supostamente deveria fazer isso?

— Pense em Nicholas. Pense nele o máximo que você puder.

Eu não tenho feito muito mais que isso em dias então essa parte era fácil.

Eu imaginei o seu cabelo escuro e despenteado, o sorriso sério, a forma como ele

olhou para mim antes que ele fosse me beijar. Eu vi a sua gravata preta favorita, a foto de nós dois em cima de sua mesa, o cinza de uma tempestade de inverno de

seus olhos.

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Eu o visualizei tão intensamente, tão completamente, que as faíscas rodopiaram para fora do amuleto. Elas agarram-se umas nas outras até que

formaram um esboço, o seu contorno. Seus ombros, seu corpo alto e magro, o

brilho de suas presas.

Estendi a mão trêmula para tocá-lo, porque eu não pude evitar. Meus dedos

arrastaram-se através das faíscas, e elas se separaram como vaga-lumes. Puxei

meus dedos de volta, mas ele já tinha ido. As pequenas luzes flutuaram rapidamente para longe de nós, por entre os ramos.

— Viens.

Isabeau pegou minha mão e me arrastou para fora do pequeno bosque. Nós

meio que corremos, meio que voamos através da floresta, seguindo a trajetória que as luzes riscaram. Levaram-nos sobre um pântano, em torno de carvalhos

vermelhos maciços, por meio de um rebanho de cervos a dormir.

Um deles levantou a cabeça, chifres pálido como manteiga. As faíscas

ficaram vermelhas, como brasas. Elas giravam em um redemoinho, pairando sobre

um bando de morcegos. Abaixo deles, Solange e Constantino farejavam o ar e

procuravam na vegetação rasteira por impressões. Isabeau me lançou um olhar curioso

— Nicholas! Eu pedi ás faíscas, ouvindo o veludo de sua voz, sua risada seca, a maneira doce que ele tinha de dizer o meu nome quando dizia boa noite.

Algumas das faíscas permaneceram onde estavam, o resto continua voando por entre as árvore. Elas no levaram para as montanhas, o que não era surpresa.

Elas se desfizeram vagando através de uma pedra. As cavernas brilharam

brevemente, como se velas fossem acesas dentro.

— O que isso significa? — Eu perguntei freneticamente à Isabeau. — Onde

ele está?

— Em uma caverna.

— Qual?

Ela parecia triste, irritada. — Eu não sei.

Algumas fagulhas fujonas encontraram-se umas às outras, como estática.

Elas chamejaram brilhantemente uma vez, queimando na forma do rosto de

Nicholas frente a meus olhos. Eu pisquei, a pós-imagem dele piscando para mim. Quando desapareceu, a luz tinha um tom azul, tudo tinha manchas de índigo e

turquesa e lavanda. Eu pisquei.

Ela jurou em francês.

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— Temos que ir. Seu corpo está puxando você de volta.

— Não! Ainda não!

Ela pegou minha mão novamente.

— Agora, Lucy.

— Não!

Eu lutei. Ela simplesmente me virou e puxou a corrente do amuleto. Ele

saiu em sua mão, e eu me senti sendo sugada de volta, as árvores cada vez mais difusas na direção errada, espalhando cores em uma centena de tons de azul.

Eu aterrissei em meu corpo, como se eu tivesse mergulhado do penhasco. Engoli em seco alto, em seguida, e então me levantei, gemendo.

— Ai. A ponta do meu nariz e minhas bochechas estavam dormentes. Meu pé esquerdo estava dormente. Isabeau sentou-se, sorrindo triunfante. Eu fiz uma

carranca.

— Por que você está sorrindo? Nós não o encontramos!

— Não, mas você viu que o caminho de faíscas brilhou brevemente em sua

silhueta? No final, nas cavernas?

— Sim. E então?

— Então, — ela explicou — agora nós sabemos que ele esta vivo.

Logan e eu a encaramos por um longo momento, com medo de acreditar nela.

— Ele está vivo? — Eu perguntei em voz baixa. — Você tem certeza?

Ela assentiu com a cabeça, e tocou a mão de Logan.

— Eu tenho certeza.

Alívio me fez rir através das lágrimas, e se tinha um tom um pouco histérico,

ninguém comentou. Logan estava muito ocupado sorrindo como idiota.

Isabeau apenas olhou para nós, com calma, como se fôssemos loucos.

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Capitulo 26 Solange

Sábado à noite, 08h00min.

Andei pela habitação, querendo assobiar por causa de tudo e todos. Nós

ainda não tínhamos encontrado Nicholas. Eu ainda estava lutando com a minha

família. Eu ainda estava lutando comigo mesma, consciente do vermelho

embevecido de necessidade que não pude articular.

Os outros eram tranquilos sobre beber de garrafas de vidro e discutir sobre

política. Eu não me importava com a política. Mas eu estava começando a me

perguntar se era a única maneira de fazer as coisas.

Constantine fez sinal para Penélope e dois caras das sombras ao redor do

salão ao ar livre. Eles vieram por vontade própria, como sempre. Meus dentes

cutucaram em meus lábios.

Spencer, que estava deitado em um sofá, sentou-se carrancudo.

— Escravos de sangue? — questionou.

Eu apenas dei de ombros e olhou para longe.

— Não é legal — acrescentou. Ele balançou a cabeça antes de deixar a

clareira.

Marigold pegou um pirulito em seguida, lançando-me um sorriso descuidado.

— Desculpe Princesa, mas ele é mais bonito.

Eu só suspirei. Eu me senti enorme para meu corpo, como se minha cabeça

estivesse muito lotada. Eu queria sangue. Eu queria ser deixada sozinha. Eu

queria marchar para o acampamento Lua de Sangue e exigir que todos saíssem e

procurassem o meu irmão.

Eu posso ajudá-la a fazer isso. Eu posso ajudá-la a encontrar seu irmão. Mas

você tem que me ajudar primeiro.

Fiz uma pausa, morcegos mergulhando fora das copas das árvores.

Nicholas tinha arriscado sua vida de novo e de novo por mim. Maldito eu

tinha que fazer o mesmo por ele. Mesmo se eu tivesse que derrubar o Chandramaa

todo acampamento Lua de Sangue.

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Mas só havia uma maneira de fazer isso.

Apesar de nossas diferenças, eu tinha certeza de que minha mãe

concordaria. Que fazia isso um pouco mais fácil.

Um pouco, mas não muito.

Constantine deve ter visto algo na minha expressão, porque ele se

aproximou.

— O que é isso?

— Acontece que os vampiros estão desaparecidos. Meu irmão está

desaparecido. Somente outro vampiro podia fazer isso, neste lugar, debaixo de

nossos narizes, certo?

— Provavelmente. Ou pelo menos alguém que trabalha com um.

— Então, com toda a probabilidade, o mesmo vampiro, ou vampiros, estão

no campo Lua de Sangue agora. Eles sabem o que aconteceu com Nicolau. E eles

ficam impunes.

Constantine sorriu lentamente e se inclinou para arrastar sua boca ao

longodo meu pescoço. Eu tremia.

— O que você propõe Princesa?

— Um golpe. — Algo em mim se mexeu, como brasas rebentando em

chamas. Eu me senti quente, queimando por dentro. A voz suave feminina

ronronava como um gato. Sim. Quando formos rainhas tudo vai ser melhor. Eu

prometo isso.

Constantine riu baixinho, sombriamente.

— Finalmente.

— Ninguém se machuca.

— Eu não posso prometer isso. — Ele disse suavemente, mas seus olhos

violeta brilhavam ferozmente.

Sua família é fraca. Eles só a derrubam, querem fazer você obedecer e se

ajoelhar. Nós somos melhores do que isso.

— Minha família não se machuca — eu alterei.

— Isso parece perfeitamente razoável — ele concordou — Quando?

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— Agora. — Antes que eu pense sobre isso. Antes de mudar de ideia. Antes

de Nicholas sumir por completo. — É a primeira noite de cerimônias. Entramos

rápido.

— Então você vai precisar de sangue — disse Constantino.

Sim, mais sangue.

— Quem é você? — eu perguntei.

Viola.

— O que é você?

Sua amiga.

Constantine estalou os dedos e Penélope tropeçou em si mesma para chegar

até nós. Ela estava olhando um pouco pálida. Eu deveria beber de outra pessoa.

Mas eu não podia me preocupar com isso agora. Ela empurrou as mangas. Bebi

enquanto Constantine foi falar com os seus homens, ainda à espreita protegendo

ao redor da habitação. Os nervos e a minha barriga dançaram de antecipação.

Quando o sangue vivo bateu no meu sistema, eu senti como se pudesse

conquistar o mundo.

Deixe-me sair.

Constantine esperava com os outros. Elias foi escolhido para ficar para trás.

Todo mundo estava com a gente. Foi um pouco assustador. Ou teria sido, se eu

não estivesse embriagada no sangue. Agora isso parecia como um jogo, e, ao

mesmo tempo, como se estivesse cumprindo um propósito maior. Foi emocionante,

revigorante. Aterrorizante.

Os guardas de Constantine tinha um monte de armas.

E um mapa do acampamento.

— Você sabia que isso ia acontecer — eu disse com cintas de estacas extras

e punhais.

— Eu me preparei para a possibilidade — disse ele — A profecia diz que você

vai ser a rainha. E assim que deve ser.

— Quando dragão luta com dragão — citei baixinho para mim novamente.

— O que é isso?

— Nada. Não importa.

Constantine apontou para uma área do mapa.

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— Este é o único campo grande o suficiente para a cerimônia de coroação.

Sua mãe será reconhecida oficialmente como rainha esta noite. — Ele olhou para

a lua e o comprimento das sombras que deixam no chão salpicado de neve recente.

— Dentro de uma hora. Temos que nos apressar.

— Bruno vai estar com eles. O resto de sua equipe estará fora à procura de

Nicholas. Deixarei apenas um casal para guardar da habitação. — Eu deixei meus

feromônios flutuar como perfume, imaginei as ondas de calor dos lírios, a

compulsão atingindo a todos. — Ninguém será estacado. Os Drakes estão fora dos

limites. Entenderam?

Eles acenaram mecanicamente. Constantine apenas inclinou a cabeça.

— Isso não é necessário, amor.

— É para mim. Os morcegos devem nos manter coberto do ataque da

Chandramaa. — Sangue de Penélope dançou dentro de mim. Eu me senti febril,

forte, confiante. — Vamos.

Deixe-me sair.

Marchamos para fora, arrastando os morcegos como véus de luto tia

Hyacinth. Os homens de Bruno caíram na hora que eu cheguei perto o suficiente

para obrigá-los. Eles não se mexeram, mesmo quando passamos por eles. Eu nem

sequer olhei para eles, apenas foquei no que tinha que ser feito em seguida.

Os morcegos engrossaram em torno de nós assim que nós entramos em

território da Lua de Sangue. Setas morderam no chão à nossa volta. Um morcego

guinchou, preso a uma árvore de carvalho. Uma adaga atingiu uma das motos

fora da tenda da garagem de Duncan. Um apito de advertência ululava sobre as

copas das árvores. Era tarde demais para isso. Eu estava preparada para este tipo

de plano e ataque. Ironicamente, preparada pela minha própria família sobre a

melhor maneira de tirá-los.

Eu podia ouvir os tambores e cheiro de fumo e sangue. Alguém aplaudiu. As

tendas estavam quase desertas, exceto pelos escravos de sangue estranho que nos

olhavam com olhos arregalados de medo. Um cão latiu. Um vampiro saiu voando

para um poste quando ele tentou parar o primeiro dos guardas Bower. Seu sari

bordado a ouro chamou a luz. Três homens Joiik musculosos com longos cabelos

loiros nos cortaram e foram levados a baixo. Um vampiro usando a crista

Chandramaa passou por três dos nossos, chegando a mim. Ele não era um

Chandramaa real, já que ele nos deixou ver seu rosto. E seus olhos.

Grande erro.

Parei, sorri. Os feromônios saiam de mim como punhais. Ele fez uma pausa,

confuso. Eu o chutei entre as pernas e ele caiu, ofegante. Eu pisei em cima dele,

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Constantine oferecendo-me sua mão como um cavalheiro à moda antiga ajudando

uma senhora através de uma rua enlameada.

O campo foi cercado com tochas e várias tribos. Isabeau ficou com Kala e os

outros Hounds. Seus cães rosnaram e rosnaram para nós. A prima de Lucy,

Christabel, estava com Saga e Aidan, parecendo nervosa. Saga estava com um Hel-

Blar em uma corrente, usando um colar de cobre e batendo suas mandíbulas.

No centro havia um pequeno monte, onde minha família estava. Meus

irmãos pareciam impacientes. Mesmo London estava lá, enfaixado e pálido.

Madame Veronique parecia arrogante e fria, como sempre. Ela foi a primeira dos

Drakes a me ver. Ela fazia parte disso de alguma forma e eu não confiava nela.

Não mais. Nem Viola, eu podia dizer pelo mergulho gelado em sua voz.

Deixe-me sair.

Murmúrios nos precederam, como o vento sobre a água. Eu mal podia ouvi-

lo sobre o fluxo de sangue em meus ouvidos, o som do auto satisfeito riso na

minha cabeça. Eu balancei a cabeça, querendo-o fora. Os morcegos levantaram

deixando-nos vulneráveis, por um momento, depois baixou novamente.

Os tambores pararam.

— Solange. — Minha mãe se adiantou; as pérolas e granada incrustada da

coroa presa em seus dedos. Meus irmãos chegaram com suas armas. Isso me fez

mal ao vê-los, mas eu não poderia voltar atrás agora. Os vampiros saíram do

nosso caminho quando nos aproximamos. Os morcegos e as espada fizeram dar

passos ainda mais para trás.

— Oh, merda — Connor murmurou. — Ela vai dar uma de Darth Vader em

nós.

Subi para o monte. Madame Veronique veio a mim, mas com um movimento

do meu pulso, os morcegos a atacaram, enredando-se em seu cabelo, indo para os

olhos. Tia Hyacinth contraiu seu véu mais perto de seu rosto.

— Alguém aqui sabe onde Nicholas está — eu disse friamente — É a única

explicação.

— Você não acha que nós sabemos isso? — Duncan estalou. Com cerimônia

Lua de Sangue ou não, ele ainda estava usando jeans. — Acha que não temos um

plano?

Ele acha que você é uma garota inútil. Ele não tem ideia do que você pode

fazer. O que nós podemos fazer.

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Eu apertei a mão no meu ouvido. A voz era mais forte agora, quase corpórea.

Meu braço caiu. Eu não tinha certeza se eu estava no controle dos meus

movimentos. Ou a voz em mim.

— É hora que eu use todo esse poder dentro de mim. Hora de para de lutar

contra esta profecia e finalmente usá-la ao meu favor.

Mamãe não desviou o olhar de mim. Ela levantou a coroa.

— Eu nunca iria brigar com você por algo assim — disse ela. — Você é

minha filha.

— Mãe — eu disse com a voz estrangulada. Por que não podem ver que essa

não era eu? Que eu estava tentando parar, tentando salvá-los.

Sebastian pegou sua espada.

Ele irá traí-la, cortá-la para baixo, mesmo que você seja sua irmã. Traidor!

Ela queria vê-lo morto, queria suas cinzas na poeira sob minhas botas.

Nossas botas. Era muito confuso. Os morcegos desceram sobre Sebastian. Suas

mãos sangraram se defendendo enquanto ele cobria o rosto, até que Quinn jogou

um dos escudos decorativos em mim para me impedir. Eu queria que ele me

batesse com ele. Mas eu abaixei, ou Viola fez.

— Não — eu implorei, mas a quem, eu não tinha certeza. — Cuidado com a

filha real...

Eles têm que pagar. Deixe-me sair, Solange. Deixe-me sair!

Eu transpirava feromônios tão duro quanto eu poderia.

— Ajoelhe-se. — eu engasguei com a palavra, tentei prender os meus lábios

juntos. Não, Viola, por favor, não.

Membros da minha família todos se ajoelharam, lutando em vão. Os

morcegos mergulhavam e gritavam por cima das cabeças dos outros vampiros,

forçando-os de joelhos também. Constantine era o único que permaneceu de pé,

ao meu lado, as correntes de ar de asas de morcego davam chicotadas sobre seu

cabelo. Eu me erguia como cobras pretas, pairava.

— Eu sinto muito — eu disse.

Eu arrebatei a coroa das mãos da mamãe.

No momento em que tocou a minha cabeça, meu cabelo levantou os

morcegos gritaram, e uma parede de energia explodiu fora de mim, batendo em

todos os planos.

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Capitulo 27 Lucy

Sábado à noite, 21h30min.

— Não seja uma covarde, Lucy.

— Olá para você também. — eu disse enquanto escolhia o meu caminho

através dos restos espinhosos de um milharal na beira da fazenda da família de Megan, porque eu tinha prometido à Nathan que mostraria minha cara na festa de

Megan. Eu estava usando um dos velhos casacos que Logan tinha perdido quando

cresceu, sobre um vestido branco com rendas na bainha e jeans. Vacas mugiram

irritadas a partir do conforto do celeiro. Uma leve camada de neve cobria tudo, desde o cata-vento de ferro até o crisântemo morto na beira de uma plantação de

abóboras. Jenna e Tyson estavam comigo, movendo-se com a discrição e graça

que você esperaria de um casal de jovens Caçadores de vampiros. Só que hoje eles estavam aqui como companheiros "estudantes de arte". E Tyson estava aqui

sobcoação. Eu o subornei com um artigo. Eu não estava realmente no clima para

uma festa, mas era a única maneira de sair do escrutínio adulto por algumas horas. E apaziguar meu conselheiro da escola.

E isso pode me dar uma chance de fazer algum reconhecimento da área.

Minhas botas rangeram alto quando deixei o gramado para as madeiras

arruinadas. Eu não tinha estado aqui em três anos, mas sabia que havia um

campo do outro lado. Tudo o que tinha a fazer era seguir a luz bruxuleante de fogueiras e o barulho.

— Onde está você? — Nathan perguntou. — Você disse que estaria aqui. Não me importa se há neve.

— Estou aqui, seu lunático.

— Eu não acredito em você. — ele estava fazendo beicinho. Nathan não fazia

beicinho, a menos que estivesse falando sério.

— Posso ouvir MJ DJing de novo. — eu disse para acalmá-lo. — Ela sempre

coloca a pior música que ninguém pode dançar.

— Você está aqui! — Nathan exclamou antes que desligasse na minha cara.

Escalando uma flácida cerca de arame eriçada com o gelo e a ferrugem, eu podia sentir o cheiro da fumaça da madeira quando o vento mudou. As fogueiras

crepitavam e estalaram convidativas enquanto meus antigos colegas se espremiam

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à sua volta usando lenços e luvas grossas. Estava muito frio para uma festa a céu

aberto, mas desde que era o último do ano, ninguém reclamou. Até a primavera as festas teriam que ser em porões e salas de estar, muito perto da supervisão de um

adulto para qualquer verdadeira diversão.

Os pais de Megan tinham uma fazenda rentável funcionando, eles não

estavam vendendo cristais e picles caseiros ou arando neve no inverno para fazer

face às despesas da maneira que os meus faziam. Mamãe falava sobre esta

fazenda o tempo todo. Aparentemente a avó de Megan cresceu como a melhor em squash. Eu odiava squash. Independentemente disso, os pais de Megan a deixava

ter festas aqui quando estavam fora da cidade. Possivelmente, eles não sabiam

sobre isso.

— Tente não se parecer com um policial. — eu a disse Jenna. Ela sacudiu os

ombros e tentou novamente. — Ou um guarda-costas.

Ela estremeceu timidamente.

— Eu não posso evitar.

— Tente parecer assustada, com medo como Tyson em vez disso. — eu

sugeri. Tyson engoliu, seu pomo de Adão sacudindo freneticamente. Dei um tapinha em seu ombro. — Você prefere ficar cara a cara com um Hel-Blar,não é?

— Inferno, sim. Bem menos assustador do que as meninas. — ele murmurou.

Jenna estava tentando não parecer muito curiosa.

— E você quer tomar notas, não é? — balancei a cabeça. — Vocês,

caras tem uma séria necessidade de socialização.

— O RH é uma escola pequena. — Jenna concordou. — E um pequeno

mundo.

Eu conhecia todo mundo, e era fácil escorregar no velho ritmo. A única

diferença era que dentre os valentões da escola, Peter, agora saiu do seu caminho

para me evitar. Christabel tinha chutado suas bolas por ameaçar Nathan. Fiquei contente de ver Pedro evitando ele também. Nathan, sendo muito mais agradável

do que eu, não iria tirar proveito da situação.

— Ei, Lucy. — Megan acenou, cambaleando em um par de botas com saltos

ridículos. Ela queria ser uma garota da cidade grande, tanto que ela deu a si

mesma Crocs que haviam congelado como moda. — Você está de volta?

— Apenas de visita. — eu disse, aceitando o copo de papel com cidra da

maçã que ela passou para mim. Havia um caldeirão de ferro cheio de coisas

fervendo sobre uma das fogueiras. Havia cerveja e vinho barato também, mas eu preferia algo quente. Jenna e Tyson fizeram o mesmo. Eu sabia que eles não

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estavam confortáveis o suficiente para deixar as suas guardas baixarem, não tão

perto da floresta à noite. E não especialmente com uma Lua de Sangue acontecendo. — Grande participação. Você já viu Nathan?

— A fogueira à esquerda, lá. — ela disse, virando-se para seus amigos rindo. Eu disse oi para mais algumas pessoas que encontrei em meu caminho

para um das pequenas fogueiras. As brasas brilhavam. Nathan sentou em um

banco, com os pés praticamente dentro do fogo.

— Você tingiu seu cabelo! — exclamei, sentando ao lado dele. O banco frágil

cambaleou. Normalmente, seu cabelo estava branco descolorido, mas agora estava

negro o suficiente para brilhar quase azul à luz do fogo.

— Você tem contatos. — acusou.

Eu franzi o nariz.

— Precisei. É uma longa história.

— Você come hambúrgueres agora também? — ele resmungou.

— Ah. Você errou. — sorri, puxando a ponta de seu cachecol listrado vermelho e branco. Era muito longo, arrastava no chão quando ele se sentou. Eu

tinha feito para ele há três anos quando a minha mãe me ensinou a fazer crochê.

— Não, traidora. — ele murmurou, mas atirou o braço em volta do meu

ombro. — Onde está o seu lindo namorado? Ele é quem eu realmente queria ver.

— Ele tem uma coisa de família. — eu disse, tentando não deixar que o meu

sorriso sumisse. Saber que Nicholas estava vivo não era a mesma coisa que saber

que ele estava bem. — Mas, estes são os meus amigos Jenna e Tyson.

— Hey. — ele deu uma olhada em Tyson, analisando, então olhou para

mim. Eu dei uma imperceptível sacudida com a minha cabeça. Nathan

suspirou. — Chatice. — ele disse em voz baixa. Ele me cutucou. — Você é inútil para mim, Hamilton.

— Eu sei, sinto muito. Há esse cara Jason, mas eu não o conheço o suficiente para saber se ele é o seu tipo. — Nathan gostava de brincar de ser

casual, mas ele era realmente um romântico de coração. Eu não tinha intenção de

apresentar-lhe alguém que não o merecia, não importa o quão bonito fosse. Quando Nathan se apaixonava, ele se apaixonava para valer.

— Essa música é realmente horrível. — eu disse alegremente. — Nós devemos demiti-la.

— É muito perigoso. — Nathan disse. — MJ é uma mordedora.

— E como exatamente você sabe disso?

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— Ela me mordeu na sexta série. Ainda tenho a cicatriz.

— Eu ainda quero saber por que ela te mordeu?

— Ela alegou que eu roubei seu livro em quadrinhos do X-Men. — ele

fungou. — Quando claramente, ela que roubou de mim. Ela nem sabia o quem era

o Gambit.

— Oh, bem, eu estou surpresa que você não fugiu dela até agora. —

eu estava acostumada com o nerd Connor falando de histórias em

quadrinhos e filmes de ficção científica. — Vamos colocá-la para fora da cidade, Nathan.

— Se ela tocar Celine Dion, novamente, ninguém vai nos culpar.

Jenna estava conversando com a menina ao lado dela, e Tyson parecia que

queria fugir para a floresta. A música era ruim, as fogueiras eram aconchegantes.

Isso era bom. Normal.

Você sabe, até os gritos começarem.

E esse tipo de grito em Violet Hill só podia significar uma coisa.

Vampiros.

O resto da festa achava que era alguém brincando, um grito comum de uma menina com medo por algum idiota bêbado pulando para fora das sombras em

uma festa de campo. Mas eu sabia melhor. Segui Jenna e Tyson, puxando minha

bolsa bordada na minha frente, caso eu precisasse de acesso fácil a uma estaca ou um spray de pimenta. Empurrei através dos ramos das árvores de vidoeiro, mal

notando quando me acertou o rosto. Derrapei até parar na terra congelada e

folhas em decomposição. Eu não conhecia bem as garotas, porque elas estavam

um ano antes de mim, mas eu sabia os seus nomes. Rachel estava hiperventilando e chorando, seu punho cobrindo sua boca.

Libby estava esparramada na vegetação rasteira, sangue em seu pescoço. Tyson se ajoelhou ao lado dela, verificando o pulso e levantando as pálpebras para

ver se as pupilas respondiam. Jenna já estava escaneando o bosque a procura de

vampiros. Eu me virei para Rachel, minha mão ainda pairando perto da minha bolsa, só no caso.

— Você viu quem fez isso? — perguntei.

Rachel só continuou a chorar.

— Rachel! — agarrei seus ombros e tentei fazer o meu tom firme e rigoroso,

como um professor irritado. — Preste atenção! — ela soluçou lamentavelmente e

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me fez sentir como um monstro. Mas não podíamos ajudar Libby sem as respostas

certas. — Rachel! Responda-me! — Eu a sacudi.

Ela engasgou com um soluço, mas tentou responder.

— Eu só vi uma sombra fugindo. — ela engasgou. — Pálido e... — ela se

dissolveu em lágrimas novamente. — Libby está sangrando. Por que ela está

sangrando?

Cheirei o ar frio, cheirando neve, fogo e agulhas de pinheiros antigos, mas

não cogumelos ou podridão. Eu não acho que foi Hel-Blar, mas é melhor ter

certeza.

— Você cheirou algo... estranho?

Ela piscou momentaneamente distraída pela pergunta estranha.

— O que, como maconha? — ela encolheu os ombros.

— Não, eu quero dizer algo... do tipo podre.

— Não, nada disso. Por quê?

— Não são os Hel-Blar. — Jenna disse calmamente quando circulou de volta

para nós. — Graças a Deus. — murmurou enquanto Tyson se levantava de seu agachamento com Libby em seus braços.

Ele parecia calmo e totalmente capaz. Não havia o trapalhão tímido sobre ele quando ele olhou para dois caras em seu caminho.

— Saiam. — eles se esforçavam para sair do seu caminho.

— Onde ele a está levando? — Rachel gritou, tentando agarrar Tyson. —

Espere!

—Ele conhece os primeiros socorros. — Jenna explicou. — E ele tem um

carro. Vai ser mais rápido do que esperar por uma ambulância. — tradução: Ela

tinha sido mordida por um vampiro e não respondia e não tínhamos ideia se ela tinha sido infectada ou não. Nenhum hospital pode ajudá-la agora, nem mesmo

em Violet Hill. Ela precisava dos médicos da Helios-Ra.

Eu estava prestes a seguir Tyson e Jenna quando eu vi.

Era um brilho fraco na grama achatada e folhas velhas. Ajoelhei-me e

agarrou-o, facilitada por estar atrás de uma árvore. Ninguém me viu. Bem, ninguém, exceto Jenna. Ela franziu a testa para mim, usando seu corpo para nos

proteger de olhares indiscretos.

— O que você achou?

Page 211: Drake chronicles 05 blood moon alyxandra harvey

211

Eu levantei o medalhão. Ele tinha a marca da Realeza vampírica em um dos

lados, - uma espada, e coração sangrando, e a insígnia Drake, um dragão com hera na boca do outro lado.

— Isto é da Solange. — eu disse friamente.

— Como você sabe? Hunter tem um também. Eu ouvi que todo mundo que

estava na coroação tem um.

— Sim, eu inclusive. Mas este tem o nome dela. — expliquei severamente,

sacudindo-o para que ele girasse. — Os irmãos têm as suas personalizadas

também.

Os olhos de Jenna ficaram tão grandes que ela teve que piscar várias vezes.

Nem por um segundo eu acreditei que Solange tivesse escapado para uma festa para um lanche. Por um lado, se tivesse, ela não teria sido estúpida o suficiente

para deixar para trás uma peça condenatória como prova. Mesmo que ela

estivesse passando por um momento sombrio, ela ainda era uma Drake. Ela instintivamente sabia melhor do que isso, graças a anos de treinamento.

Mas ninguém mais acreditaria nisso. Não é um Caçador passeando por uma

morte ou um Caçador Helios-Ra clamando por justiça para os seres humanos drenados na cidade. Eles apenas agiriam primeiro e procurariam por provas mais

tarde. Nós não sabíamos o que estava matando os humanos, quem havia atacado

Libby ou quem estava por trás dos desaparecimentos de vampiros que eu tinha ouvido a respeito.

Mas eu sabia de uma coisa, e o que eu sabia era um fato.

Solange estava sendo envolvida.

Você acha que eu teria aprendido que nunca as partes de campo terminam

bem.

Eu fui batendo por entre as árvores, através dos campos e para a entrada escura da floresta que abria sua mandíbula em torno da montanha.

— Lucy! — Jenna chamou. — Que diabos? — ela me alcançou, correndo facilmente. Passou tempo suficiente na pista, então eu não estava surpresa

quando ela estava lá ao meu lado, acompanhando o ritmo. Seu rabo de cavalo

vermelho balançando. — O que diabos você está fazendo?

— Eu tenho que chegar a Solange. — eu respondi, envolvendo a corrente de

prata do medalhão ao redor do meu pulso. — Ela está sendo envolvida. Ela não atacou a garota.

— E como ir sozinha para uma floresta cheia de vampiros vai provar isso?

— ela perguntou. — Você tomou algumas pílulas estúpidas esta manhã?

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212

— Basta ir com Tyson. — eu ofegava. — Vou encontrá-la na volta, nos

dormitórios.

— Você realmente tomou algumas pílulas estúpidas se você acha que eu vou

deixar você fazer esta coisa suicida idiota sozinha. — ela jogou o telefone aberto e disse a Tyson para levar Libby para a enfermaria e nós encontrar lá. — Ele já

estava a caminho. — ela acrescentou para mim depois que desligou.

— Jenna, sério, você não tem que fazer isso. Meio que vai contra a sua formação ajudar um vampiro, certo?

— Vai ainda mais contra a minha formação deixar um companheiro Caçador ir para uma armadilha sozinha.

Um companheiro Caçador. Não era um elogio para mim, mesmo que ela tenha pretendido dizer isso como um.

— Pode não ser seguro. E você provavelmente vai ser suspensa.

— Basta ir. Você soa como um ganso manco. — acrescentou em tom de

conversa.

— Nós não somos todos nascidos com a doença do trabalho como você e

Hunter.

Ela encolheu os ombros.

— Nós já sabemos para onde estamos indo? — perguntou quando nós dividimos os caminhos ao redor de uma grande árvore e nos reunimos novamente

do outro lado.

— Eu tenho que encontrar Solange. Ou pelo menos um dos Drakes, mas

todos eles estão fora de alcance. Se o pior acontecer eu posso mandar uma

mensagem para Connor. Ele é o mais provável a esgueirar-se para encontrar um

sinal.

— Nós não vamos ajudar ninguém se nos perdemos ou formos comidas por

um vampiro. Ou um urso.

— Eu não estou perdida. — assegurei a ela, me esquivando de um galho

baixo antes de correr direto para ele. — Eu cresci nestas matas. Nós estaremos na propriedade Drake em cerca de quinze minutos, se o meu coração não explodir, e

depois disso alguém será obrigado a nos encontrar, mesmo se não pudermos

encontrá-los.

— Não é muito reconfortante, na verdade.

Depois de mais dez minutos, minha corrida se transformou em mais uma

corrida. Um ponto queimou meu lado toda vez que eu tentava tomar uma

Page 213: Drake chronicles 05 blood moon alyxandra harvey

213

respiração profunda. Eu estava usando botas felpudas com pompons roxos. Eu

brinquei com o calçado de Megan, mas o meu estava me dando bolhas.

E então bolhas e pulmões ardentes eram as menores das minhas

preocupações.

O primeiro vampiro caiu diante de mim de forma tão abrupta que corri

direto para ele. Eu não o reconheci, mas sabia que ele não era um guarda da Lua

de Sangue. Ele não estava usando insígnia de qualquer tipo. Eu sabia isto intimamente desde que o meu nariz tinha parado no seu casaco. Tropecei em uma

raiz e cai de volta para a terra, com força suficiente que pareceu como se choques

elétricos estivessem atirando de meu cóccix. Minhas mãos rasparam para baixo em uma pedra semiescondida sob a cobertura morta, rasgando a pele. Arranhões

queimaram em meus cotovelos.

O segundo vampiro agarrou o rabo de cavalo de Jenna. Ela gritou,

empurrando para trás. Eu me atrapalhei para pegar uma estaca com as mãos

sangrentas. Eu a joguei, mas foi para longe quando o primeiro vampiro chutou meu braço. O segundo jogou Jenna forte o suficiente para que ela voasse para

uma árvore e caísse no chão, sangue na têmpora. Ela não se moveu.

Abri minha boca para gritar, mas o vampiro me puxou para os meus pés, dedos cavando na contusão dolorosa já latejando de sua bota.

— Humanos, e não guardas da Lua de Sangue. — ele disse ao seu companheiro.

— Constantine ainda vai querer saber. Traga-os.

— Constantine? — eu disse. — Estou à procura de Solange Drake.

— Claro que você está, patinha. Esse é o problema.

— O quê? O que há de errado? O que você quer dizer?

Ele apertou-me tão forte que os meus dentes batiam.

— Cala a boca.

Parei de falar e fui para outra estaca ao invés disso. Desde que eu estava

pendurada a alguns centímetros do chão, não havia energia suficiente atrás do meu balançar. A estaca só foi profunda o suficiente em sua carne para deixá-lo

irritado. Sangue manchava sua jaqueta. Suas presas brilharam, os lábios se

levantaram. Eu mirei para eles com meus cotovelos. Houve um barulho de algo se quebrando e ele me soltou.

Não fui muito longe.

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214

Jenna agitou brevemente. Eu não acho que os outros notaram. Corri para a

direita, sabendo que pelos instintos de vampiro eles me seguiriam. Esperei até que os olhos aturdidos de Jenna encontrassem os meus, até que vi a mão dela

alcançar dentro de seu casaco.

Eu me deixei cair, repentina e fortemente como a âncora de um navio, como

uma corrente frouxa.

A estaca de Jenna voou passando o local onde eu estava e encaixando-se entre as costelas do vampiro que tinha batido nela. O ponto perfurando a carne e

músculo e, finalmente, o coração. Ele se desfez em cinzas com um grito

atordoado. Horrorizado, o amigo parou apenas tempo suficiente para que eu chutasse a parte de trás do joelho. Ele tropeçou.

Mas não foi o suficiente.

Ele ia matar Jenna. Eu podia ver em seu rosto.

Ela tinha voltado para a inconsciência e estava indefesa. Raspei minha

palma arranhada ao longo da árvore mais próxima, pressionando com força para

que o sangue escorresse por meu pulso quando puxei minha mão. Virei para ele e

então disparei em meus pés, correndo tão rápido e tão longe de Jenna quanto pude.

Ele me pegou em menos de um minuto. Chutei e bati, mas não pude me soltar.

E então ele me algemou na parte de trás da cabeça e tudo ficou escuro.

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Capitulo 28 Solange

Sábado à noite, 22h00min.

Quando me sentei de novo, me sentia distante, pequena.

Impotente.

Tentei arrancar a coroa da minha cabeça, mas em vez disso, meus dedos a

acariciaram com avidez, amorosamente. As pérolas eram suaves e frescas, as pedras acidentadas.

O que aconteceu? Eu senti meus lábios se movendo, senti as palavras saírem, mas quando saíram da minha boca elas mudaram.

— Agora eu sou sua rainha.

Era a minha voz, mas não as minhas palavras. Viola estava de alguma

forma no controle do meu corpo. Isso não poderia estar acontecendo. Lutei, mas era como lutar com teias de aranha e ar. Não havia nada para segurar. Eu estava

flutuando, impotente.

Mamãe sentou-se em primeiro lugar, me olhando com cautela. Papai estava próximo, olhando para o resto de seus filhos, avaliando os danos. Sebastian

limpou o sangue de seu rosto. Sangue atravessava as ataduras feitas em

London. Os véus da tia Hyacinth estavam voando, tortos, mostrando a queimadura em seu rosto. Tio Geoffrey apenas piscou para mim.

Ajude-me!

Mas eles não me ouviram. Eles apenas a ouviam.

Eles não me viam. Eles a viam.

Até mesmo os morcegos se afastaram.

Entrei em pânico, debatendo-me dentro da minha própria cabeça. Senti a

sua irritação. Calma, menina. Você vai estragar tudo para mim. Pare com isso! Deixe-os em paz!

Ela suspirou, como se eu a estivesse incomodando. Eu queria estaqueá-la

seriamente, mas minha mão tremia. Eu senti seu olhar interior.

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216

— Nós vamos nos retirar. — disse ela. — Você pode ver a minha família. Eles

estão proibidos de entrar no acampamento até que eu diga o contrário. — ela sorriu docemente. — Não quero que ninguém se machuque.

Constantine! Você pode me ouvir? Mas ele estava falando com os guardas e nem sequer olhou para o meu

lado. Seus números triplicaram agora que eu usava a coroa. Quando Viola foi até

a tenda Drake, centenas de olhos seguiram todo o nosso movimento, alguns impressionados, alguns vingativos. Isabeau se esforçou para não deixar seus cães

nos atacarem. Eles mostravam seus dentes para mim, saliva voando.

Dentro da tenda, Viola reclinou meu corpo em uma cadeira.

— Eu preciso de sangue. — nós estávamos sozinhas na tenda. Viola sentiu a ponta dos meus dentes com a língua. — Encantador. Você nunca as usou

corretamente.

Por que está fazendo isso comigo?

— Quieta. Eu tenho que pensar.

Eu não sei o que ela fez, mas era como uma pesada porta de carvalho

cravejada de ferro fechando na minha cara, nos separando ainda mais. Eu podia

ver o que ela fazia; ouvir seus pensamentos, mas eu não poderia expressar o meu. Estava presa em uma torre de pedra. O pânico era como pés de ratos,

suaves e insidiosos.

Marigold e Spencer entraram na tenda.

— Então é verdade? — Marigold perguntou, caindo em uma cadeira e balançando seus pés. — Atravessou para o lado escuro, não é?

— O que? — Viola perguntou friamente.

Marigold sorriu.

— Você se tornou O homem, Sol. Você é uma rainha de sangue. — ela balançou a cabeça com simulada tristeza. — E eu tinha tanta esperança em você.

— Sim. — respondeu Viola suavemente. — Será que não temos todos?

— O acampamento está todo polvoroso. — Marigold informou

alegremente. — Sua mãe deve estar certamente chateada.

Ela não tinha ideia.

Eu só podia imaginar o que a minha família devia estar pensando. Eu estava vivendo isso e não sabia o que pensar. Acho que eu deveria ser grata por não ter

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217

obrigado tantos guardas para não machucá-los, enquanto eu ainda podia. Eu só

queria que eles soubessem que eu não os tinha traído. Queria que eles soubessem que eu quis dizer o que eu disse sobre encontrar Nicholas. Onde estava

Isabeau? Será que ela percebeu que havia magia envolvida?

Marigold franziu a testa.

— Você está chorando?

Viola limpou os olhos rapidamente. Pare com isso. Ela sussurrou para mim

silenciosamente.

À porta da tenda se abriu, nos interrompendo e deixando entrar mais tochas

e sons de conversas. Um guarda que eu não reconheci entrou, arrastando alguém

atrás dele.

Lucy.

Havia sangue em suas roupas e contusões escurecendo a pele. O guarda

apertou-a para perto quando ela tentou mordê-lo. Ele a empurrou e ela tropeçou,

caindo no tapete. Ela olhou para cima, segurando seu lábio partido e piscou para

Viola.

— Você está usando uma coroa? — ela deixou escapar.

Viola olhou para ela.

— Eu sou a rainha, você não ouviu?

— Você pirou. — disse Lucy. — Solange! Sério?

Viola sentiu um surto de fúria por ter sido chamada de nomes. Ela odiava ainda mais que Lucy não se acovardava. Ela não sabia que Lucy nunca se

submetia, nunca, e especialmente não a mim, sua melhor amiga.

Sua melhor amiga. Deus, Viola poderia fazer qualquer coisa com ela. Ela

poderia conhecer bem as autodefesas de Lucy.

Eu me perguntei brevemente se poderia me arriscar me estacar na espada

deitada nos braços de uma cadeira vazia.

Eu vou matá-la antes de chegar à cadeira, Viola me avisou.

Eu recuei, apavorada com o que poderia acontecer com Lucy. Lucy notou

Marigold e Spencer. Ela franziu a testa para Spencer.

— Eu conheço você.

— Eu acho que não. — disse Spencer.

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— Não, eu sei que te reconheço de algum lugar. Uma foto, talvez?

Enquanto eles conversavam, eu tentei encontrar uma maneira de contornar

a porta, tentando escolher o bloqueio metafórico ou me usar como um alfinete psíquico.

Viola olhou para os dois, franzindo a testa. Arqueou uma sobrancelha para

Marigold e Spencer.

— Deixem-nos.

— Bem, ouça a si mesma. — Marigold murmurou.

— Espere! — Lucy virou-se para eles, mas o guarda empurrou-a de volta antes que ela pudesse se levantar. — Minha amiga Jenna da escola está na

floresta ao sul daqui, ferida.

Spencer fez uma pausa, empalideceu. E então ele estava fora da tenda antes

que Viola pudesse até mesmo olhar.

Lucy!

Lucy olhou para cima, olhando para mim de perto, como se algo não fizesse

sentido, como se visse mais do que os outros. Viola não gostou. Raiva borbulhou dentro dela, mas ela sorriu lindamente para o guarda.

— Você poderia se livrar dela?

— Certamente.

Lucy puxou uma longa corrente de prata e um medalhão de seu bolso.

— Solange, droga, pelo menos me ouça. Alguém está tentando te incriminar

por assassinato.

— Pensando bem. — Viola levantou com toda a graça mortal de um

predador. — Deixe-nos a sós.

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219

Capitulo 29 Lucy

Sábado à noite, 10h30min. Eu não acreditava que Solange tivesse atacado Libby, mesmo quando eu encontrei seu medalhão, mas eu também não poderia imaginar que ela romperia

com sua família e prepararia para ser uma espécie de Rainha rebelde. ela não era

humana há alguns meses, mas eu nunca teria pensado nela como desumana, até

agora.

Ela parecia estranha.

Ela me arrastou pelos meus pés. Tentei lutar, mas ela era mais

forte. Arrastou-me pelo campo. Eu queria ver a Lua de Sangue de perto, mas

certamente não assim.

— Solange, o que diabos? — me debati, tentando me fazer tão pesada

quanto possível. Meus pais me ensinaram a ficar mole, se alguma vez fosse presa em um protesto. — Ai!

— Caminhe ou será puxada.

Passamos por fileiras de tendas ornamentadas, vampiros falando,

argumentando, alguns até fazendo as malas para ir para casa. O olhar de todos foi

atraído para ela, como um ímã. Ela exultava.

— Onde está sua mãe? Os outros?

— Banidos. — parei em estado de choque, e ela me arrastou ao longo

grosseiramente, impaciente. — Não tenho tempo para isso.

— Você os chutou para fora?

— Eu tinha que fazer isso.

— Você está realmente é louca.

— Dessa forma eu posso encontrar Nicholas. — disse ela suavemente. —

Não é isso que você quer?

Tropecei ao lado dela, tentando encontrar minha melhor amiga naquela menina ágil, rígida com o sorriso doce doentio. Ela pode muito bem ser uma

pessoa diferente. Ninguém nos parou, ela me levou passando pelos guardas e

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linhas de motocicletas, passando mais guardas e sobre o córrego. Eu não podia

me manter. Eu estava ofegante, o suor queimando em meus olhos. Quando ela parou eu senti um pingo de medo. ela apenas sorriu de novo, como uma menina.

— O que você vai fazer? — perguntei, olhando em volta freneticamente procurando uma arma improvisada.

— Livrar-me de mais um problema.

Ela estava chegando até mim, quando a voz trespassou entre nós.

— Saia de perto dela.

— Nicholas! — eu estava tão feliz de ouvir a sua voz áspera, com raiva, eu

poderia ter chorado. — Você está vivo! — eu queria me jogar para ele, mas Solange me segurava pelo pescoço. lutei mesmo que sabendo que era inútil. Os olhos de

Nicholas pareciam uma tempestade de inverno, todo nevoeiro e gelo negro. Ele

andou em direção a nós.

— Ah, o retorno do filho pródigo.

— Estou avisando, Solange. — disse ele, apertando a mandíbula. — Saia de

perto dela. Agora. — ele se moveu tão rápido que eu só vi um borrão de pele clara

e olhos furiosos, e então ele estava bem na diante de nós. Estava coberto de

sangue e cortes, sua camisa rasgada, queimaduras feias no lado de seu pescoço. Ele chegou até mim.

Solange me apertou mais ainda.

Eu teria chiado, mas não tinha fôlego nem para fazer mesmo o menor som.

Nicholas congelou. Seria fácil para ela quebrar meu pescoço. Eu

sabia, Solange sabia, Nicholas sabia.

Em vez disso, ela abaixou a cabeça e lambeu o sangue que estava

escorrendo do corte em meu cabelo.

— Solange, estúpida! — vacilei e tentei chutá-la já que as minhas pernas eram a única coisa que podia se mover.

— Ela vai morrer se eu sequer me arranhar. — Solange avisou calmamente, quase com tristeza. — Eu não quero isso Nicholas, por isso não force a minha

mão.

— Deixe-a ir. — Nicholas disse entre dentes. — Solange, ela é sua melhor

amiga. Mais do que isso, ela é como sua irmã.

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221

Ela se moveu, então eu fui jogada contra uma árvore, lançada por seu braço

pálido.

— Muita coisa mudou desde que você se foi. — disse ela. — Eu só preciso

que você ouça por um momento.

Ele passou a mão pelo cabelo, barrento sujo. Eu ansiava tocá-lo, beijá-

lo. Ele nem sequer olhou para mim.

— Eu estou ouvindo. Cristo.

— Eu sou a Rainha agora, Nicholas.

— O que explica por que você está usando a coroa. — ele parecia

exausto. Suas mãos tremiam. Quando finalmente olhou para mim, ele só podia olhar para o sangue na minha testa.

— Preciso saber se você é leal a mim.

— Minha lealdade? — ele disparou de volta. Havia uma estaca na mão e

uma espécie de louca serenidade em sua expressão. — Você está brincando? Depois de tudo que aconteceu? Depois do que eu passei?

— O que você passou? — perguntei.

Ele ainda não me olhava nos olhos.

— Eu fui embora, isso é o que importa. Eles acharam que me quebraram.

— Eu preciso saber. — Solange insistiu. — Eu preciso ter certeza que você

está do meu lado.

— Então, com certeza.

— Eu não sou mais apenas a Princesa.

— Você é um assh. — consegui assobiar fora, antes que ela me empurrasse

mais forte, e minha traqueia ameaçou explodir. Lutei para não sair como os pontos negros que dançavam nas bordas da minha visão, então eu cai. Meus olhos

reverteram na minha cabeça.

E então Nicholas era todo dentes e fúria. Ele atacou tão rápido que eu não

tive nenhum aviso, não tinha sequer certeza de que meus olhos poderiam registrar

o rápido movimento.

Mas ele ainda não foi mais rápido que Solange.

— Pare!

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222

A estaca bateu na árvore ao meu lado, tão perto que uma lasca roçou minha bochecha. Foi um pequeno arranhão, quase imperceptível, mas sangrou. E o

cheiro acobreado de sangue fez a batalha ainda mais acirrada, ainda mais

viciosa. Eu mal conseguia entender o que estava acontecendo, e não podia saltar para uma participação própria já que eu acidentalmente poderia estacar meu

próprio namorado. Ou a minha melhor amiga. E cada vez que eu me mexia, até

mesmo uma polegada, Solange estava lá, me empurrando de volta.

E então Nicholas levou seu braço para baixo com tanta força que quebrou

seu pulso. Ouvi o estalo de ossos até mesmo quando que de repente me soltou.

Engasguei e cai de joelhos. Puxei ar pela minha garganta machucada. Meus pulmões pareciam como se tivessem se transformado em papel.

Solange uivou de dor, colocou seu pulso quebrado de volta para a posição. Ele pode tê-la machucado, mas não foi suficiente para impedi-la. Eu

estava caída de joelhos e Nicholas estava chegando até mim, quando ela atacou

novamente. Ela chutou o peito de Nicholas com sua bota. Ele só cambaleou para fora de seu alcance, por um momento. Ela puxou meu braço atrás das costas, com

tanta força que eu gritei.

— Olho por olho. — disse ela. — Eu vou quebrar-lhe os ossos e chamar de

justiça.

Nicholas encolheu os ombros.

Ele encolheu os ombros.

Eu o olhei, boquiaberta.

— Ela é minha, quebrada ou não. — disse ele sombriamente.

Eu senti vontade de vomitar.

Solange ficou em silêncio por um longo momento. Meu cotovelo estava

inclinado para o lado errado, a dor fisgando meu braço como pregos de ferro

enferrujados. Seus dedos estavam tão apertados em volta do meu pulso que já

havia hematomas se formando. Doía o suficiente para que lágrimas queimassem minhas pálpebras se eu sequer respirasse profundamente contra seu

agarre. Rochas e raízes de árvores penetravam em meus joelhos.

Então, ela sorriu.

— Sim, eu posso sentir o cheiro da escuridão em você. — ela murmurou.

— Você pode? — sua expressão, sua postura, a violência amarrada em seu

sorriso, estava tudo errado.

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223

— Sim, e se você se entregar e a provar por mim, então você pode voltar para

o acampamento. Lucy fica livre.

Eu realmente queria furar-lhe o olho com uma vara afiada. Ainda melhor, o

coração, a vaca dos mortos-vivos.

Ela levantou uma sobrancelha para Nicholas.

— Ela é sua doadora humana, e ainda assim eu não senti o sangue dela em você.

Nicholas apenas cruzou os braços, como se a luta nunca tivesse acontecido, como se isso fosse tudo muito normal, como se ele não estivesse machucado e

surrado. Como se não me machucasse só de olhar para ele.

— Yeah. Então?

De repente, eu não sabia o que eu queria furar mais.

— Então, eu acredito que você vá beber o sangue dela, aqui e agora, se você

quer manter sua reclamação sobre ela. Caso contrário, eu acho que você está brincando comigo, irmão.

Fiquei fria.

— Você não está falando sério. — tentei me afastar de novo, mas ela estava

atenta. Todos os músculos do meu braço gritaram. Tentei chamar a atenção de

Nicholas, mas ele ainda não olhava para mim. Ele chegou mais perto. — Nicholas, não.

Quando ele finalmente me olhou, o medo sussurrou através de mim, traiçoeiro e suave, fazendo meus ossos aguarem.

Nós perdemos Solange. E agora Nicholas não estava agindo como ele mesmo. Estaria ele drogado com feromônios? Teria ela o obrigou? Onde ele esteve

esse tempo todo? O que tinha acontecido com ele? Ele tinha quebrado os ossos

dela para me proteger, mas agora eu tinha que perguntar, pela primeira vez, se era

possessividade vampira até agora, não amor. Nada mais fazia sentido.

Nicholas nunca tinha bebido de meu sangue antes. Ele nunca teve que fazer

isso. Ele era o único que estava sempre preocupado com o que isso podia significar. Mas nunca tinha realmente me incomodado. Eu não estava mentindo

quando disse a Jenna que era como estar doando em um banco de sangue.

Mas agora eu não tinha tanta certeza.

Sem agulha ou um saco de sangue antisséptico ou plástico, realizava tal ameaça, tal fome.

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224

Solange empurrou meu casaco fora do meu ombro, revelando o meu vestido

de alça, o que era realmente feito para ser uma camisola. Era sem mangas, arrepios marcharam do pulso até a clavícula quando a neve começou a cair

novamente. A neve caiu nos meus cílios, tornando prismas de cores quando eu

olhei para a pele pálida de Nicholas, suas presas brilhantes. Eu tremia, de frio ou medo, eu não poderia dizer. Provavelmente ambos.

Ele gentilmente levantou o braço para sua boca, e por um breve momento eu

pensei que ele iria usar o efeito de alavanca da nossa posição de alguma forma, me libertando das garras de Solange.

Ele não o fez.

Ele apenas correu os lábios sobre a vulnerável curva do meu

cotovelo, indo e vindo, suave como asas de mariposa, até que eu senti cada floco de neve chiar na minha pele exposta, cada raiz da árvore e cascas

debaixo dos meus joelhos e até mesmo o cheiro dos cedros fazia cócegas

nas minhas narinas. Eu estava exposta, como um fio elétrico desencapado. Meus dentes batiam.

Os olhos de Nicholas eram como névoa cinzenta sobre o oceano, o tipo que afunda navios e pessoas levadas ao penhasco. Ele não era bonito

ou mágico, era morto.

Mas ele ainda era Nicholas, tinha que ser.

Ele lambeu o sangue espesso sobre numerosos raspados e arranhões

eu tinha sofrido. Sua boca era suave, totalmente em desacordo com o ângulo de queimação de meu ombro e a sombra sinistra e presunçosa de

Solange caindo sobre mim. A neve estava começando a grudar, tornando a

floresta muito suave e muito brilhante.

Quando a mordida com presas afundou nitidamente em minha pele,

eu não pude deixar de fazer um pequeno som estrangulado. Doeu, mas apenas brevemente. Nicholas passou a língua sobre o corte, então sugou

delicadamente até que o sangue jorrava em sua boca. Senti-o engolir,

sentiu o toque de ar frio sobre os pequenos cortes, a pressão de sua boca

quando ele se inclinou para beber de novo.

Eu me senti tonta, mesmo sabendo que, logicamente, ele mal tinha

bebido o suficiente para eu notar a perda. Eu tinha sangrado mais quando o gato psicótico da minha avó me mordeu.

— Aí está. — ele disse a Solange, enxugando uma pequena gota de seu lábio inferior. — Eu estou com você, mas Lucy? — ele parecia sombrio

e sinistro. — Lucy é minha.

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225

Epilogo Kieran

Sábado à noite, 11h00min.

Se Solange não estava tentando se matar, Lucy estava.

Eu estava começando a pensar que todo o meu treinamento não era

realmente sobre matar vampiros mais, tratava-se de salvar a minha namorada e

sua melhor amiga de si mesmas. E era um trabalho em tempo integral.

Embora tecnicamente, Solange fosse a minha ex-namorada agora.

Mas isso não soava bem, e com certeza não me sentia bem, quer, mesmo

que parecia inevitável à noite na minha varanda. Eu ainda podia sentir o formato

de sua mão sob a minha, ver o olhar no rosto dela e a fração delicada de suas

presas quando eu a beijei.

Eu não sabia que o meu pai iria pensar sobre Solange e eu. Tratado ou não,

Caçadores e vampiros não se davam. E eles com certeza não se apaixonavam.

Até os Drakes.

Agora mesmo Hunter tinha caído, por Quinn, de todos os vampiro. Isso

efetivamente nos fez ambos os traidores ou heróis revolucionários, dependendo de

quem você pedisse opinião. Eu não quero ser um traidor, eu não queria nem ser um herói.

Eu só queria Solange de volta.

Mas primeiro eu tinha que encontrar Lucy e resgatá-la, apesar do fato de

que eu sabia muito bem que ela odeia o termo “resgate”. O GPS sinalizou e eu verifiquei a minha posição pela última vez antes de deslizá-lo em meu bolso. Eu

fui mais fundo na floresta. Graças a Deus ela não estava no campo de Lua de

Sangue. Eu nunca a tiraria de lá. Como estava, eu provavelmente deveria chamar

Hunter como apoio. Eric não viria, não por um vampiro. Ele aceitava melhor os meus novos amigos do que os outros, mas ele não estava bem, a ponto de me

ajudar a salvar um.

Não importava. Não haveria um momento de qualquer maneira.

Porque se o sinal do GPS estivesse ativado, isso significava apenas uma coisa: Lucy estava em apuros. E assim estava Nicholas. Porque a única razão

porque ele mesmo não iria salvá-la era se ele não pudesse.

Eu não tinha ideia de que tipo de situação que eu estava indo parar. Tinha

estacas em meu cinto, pó de Hypnos garantido na manga, e plugues nariz ao redor

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do meu pescoço. Eu sempre trazia plugues de nariz comigo, desde que eu percebi

que não poderia mais confiar plenamente em Solange. Armei-me e me pus fora da trilha, tentando não quebrar galhos sob minhas botas e manter distância. Audição

de vampiro me deixava em desvantagem, mas eu estava acostumado com isso. Eu

estava acostumado com um monte de coisas agora.

Limpei a cabeça e me concentrou em onde eu estava indo. Um Caçador

distraído não durava muito tempo. E, pelo menos, apesar de tudo, eu ainda era

um Caçador. Eu poderia confiar na formação de cem anos de tradição que me tinham proporcionado. Mesmo que eu tenha usado para um pouco menos do que

as razões tradicionais.

A floresta estava fria, coberta com geada e uma fina camada de neve. Os

ramos de pinheiro grossos abafavam os últimos momentos da noite em um

silêncio assustador. O amanhecer não estava muito longe, já havia um ligeiro tom rosa para a luz. Outra arma à minha disposição, mesmo que eu não pudesse

pendurar o meu cinto. Corri por quase 20 minutos antes que eu vi sinais de

habitação, um pedaço de renda preso em um galho cheio de espinhos, uma lanterna semi-enterrados na neve, e, finalmente, uma garrafa de vinho vazia em

uma gaiola de metal decorativa ornamentada com rubis.

Além disso, um vampiro.

Ela caiu da árvore em cima de mim, em silêncio. Ela não disse uma palavra, nem sequer se preocupou com o sorriso, a marca vampiresca quando encontra um

Caçador solitário na floresta. Ela só atacou, lançado em uma dança feroz mortal

que turva as cores de seu vestido e sacudiu os ramos nus ao nosso redor. Eu não

tinha tempo para lutar.

E eu não tinha tempo a perder também.

Ela estalou seu cotovelo no meu estômago antes que eu pudesse esquivar

dela. Eu dobrei, xingando em um suspiro estrangulado. Eu usei o ímpeto do meu

tropeço para cair no chão e rolar para o lado. Eu vim, chutando para pegar seus tornozelos com as pontas de aço das minhas botas. Ela sibilou de dor. Era o único

momento provável que eu conseguisse. Quando ela cambaleou, eu liberei os

Hypnos da carcaça sob o meu punho. O pó branco explodiu em uma nuvem bem no seu rosto. Antes que ela pudesse reagir, o pó hipnótico estava em seu sangue,

penetrando em seus poros. Seus olhos pálidos dilatados, os lábios mostraram as

presas irritadas.

— Pare — eu ordenei, empurrando para os meus pés. Folhas secas e

agulhas de pinheiro se agarraram a minha roupa. — Vá para casa.

Ela rosnou para mim, a violência contrariando seus cachos loiros e rosto

angelical. Eu há muito tempo deixei de acreditar em rostos angelicais, desde o

pequeno e bonito que matou meu pai.

Eu poderia ter ordenado a essa vampira fazer qualquer coisa e ela teria

obedecido. Ela teria caído em uma estaca para mim, ou mesmo deitado para bronzear se eu pedisse isso a ela. Mas eu não tinha ideia de quem ela era. Ela

poderia estar sob a proteção de um tratado, ou pertencer a algum dignitário

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vampiro estrangeiro. Um Caçador teria matado independentemente e não teria

considerado qualquer outra opção. Eu não era um Caçador.

Ela caiu fora e eu empurrei entre cedros, emergindo em uma estranha

espécie de sala de estar ao ar livre, decorada com lanternas e cheia de sofás de veludo. Um rio brilhava entre tapetes persas. E sob um salgueiro velas e fitas

penduradas, Lucy ajoelhada no solo gelado entre Solange e Nicholas.

Mesmo à distância, algo não estava certo.

Enquanto corria em direção a eles, Solange olhou para cima. Quando ela me

viu, ela repuxou uma vez, como se tivesse sido esfaqueada. Ela empurrou Lucy a frente para que ela esparramasse sobre as raízes. Então ela se virou e desapareceu

entre as árvores, com os cabelos fluindo atrás dela, sua pele lua-pálida.

— Sol, espere! — Gelo e lama congelada sob minhas botas.

— O que está acontecendo? — eu perguntei a Nicholas. Ele não deveria estar aqui, não se o sinal do GPS Lucy havia sido ativado.

A menos que ele fosse o problema.

Parei, uma estaca na minha mão. Eu cataloguei pouca informação que

percebi no segundo que levou para Lucy se levantar olhando confusa. O sangue escorria por seu braço nu, e havia folhas em seu cabelo. Solange tinha decolado

em direção ao acampamento. Havia vampiros na floresta. Nicholas fechou os olhos

como se tivesse chutando porcaria fora dele.

E ele estava limpando sangue de seu lábio.

Merda.

Eu agarrei a mão de Lucy e a puxei para longe, quando eu tirei o último dos

meus Hypnos para Nicholas. Ele já estava pulando para a árvore, fora de alcance. Ele assobiou para baixo em nós, à luz de velas piscando mostrando seus dentes e

olhos claros. Lucy olhou para ele.

— Nicholas?

Eu puxei mais duro em sua mão.

— Lucy, precisamos sair daqui.

Ela tropeçou em uma raiz e, em seguida, cavou em seus calcanhares.

— Nicholas Drake — ela sussurrou — Pare com isso. Pare com isso agora. — Foi o mais próximo à mendicância do que eu já tinha a ouvido falar. — Por favor.

A qualidade da luz mudou, queimando do rosa ao ouro. Nicholas virou para a próxima árvore, e então o ouvi cair no chão e correr fugindo da madrugada,

longe de Lucy. Ela tentou segui-lo, mas eu não iria deixá-la.

Ela estava tremendo, encolhendo os ombros para trás em seu casaco quando eu a forcei a se mover. Nós corremos entre as árvores, sem falar até que o

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sol se levantou, atirando dardos de luz entre os galhos. Gelo brilhou. Pássaros

cantavam no dossel. Nós não paramos até que estávamos bem longe do acampamento e qualquer ambiente subterrâneo de casas seguras. Nós quase

podíamos ver a estrada a partir daqui e meu carro estacionado ao acaso nos

arbustos. Lucy apoiou as mãos sobre os joelhos e inclinou-se, ofegante.

— Kieran, como você nos encontrou? — ela perguntou.

— Você estava marcada.

Ela piscou para mim, confusa.

— O quê? Sei que meu pai me ameaçou por um microchip, mas eu acho

que eu teria notado se ele realmente tivesse feito.

— Nicholas marcou você.

Ela se endireitou lentamente.

— Como você sabe disso?

— Nós trabalhamos com uma falha de segurança. — Eu verifiquei o seu

casaco e encontrei a pequena etiqueta em seu colar. Puxei-o para fora e mostrei

para ela. — Ele ativou cerca de meia hora atrás. — Eu vi a reação dela com cautela, considerando que ela estaria furiosa. Lucy tende a perfurar as pessoas na

cara quando ela estava furiosa. Em vez disso, ela sorriu para mim.

— Isso é sorrateiro e incrível — ela disse, enxugando uma lágrima de um

olho, mesmo quando ela ria. — E isso significa que Nicholas nunca quis me

machucar. Ele foi me salvar de Solange.

— Sim, sobre isso — eu disse, quando nós empurramos a última da

vegetação rasteira e entramos no meu carro. — O que aconteceu com ele?

— Eu não sei — disse ela friamente.

— Ele não parece bem.

— Eu sei. Merda! — ela interrompeu-se, de olhos arregalados. — Jenna!

Temos que encontrar Jenna! — ela subiu para sair do carro. — Ela estava comigo quando a guarda de Solange nos emboscou. Eles a deixaram na mata. Spencer

disse que iria atrás dela.

— Spencer? — eu gritei. — O amigo Hunter?

Ela assentiu com a cabeça.

— Sim.

— Ok, espere, antes de ir de voltar ao acampamento. — Abri meu celular e

discagem rápida. Hunter respondeu ao primeiro toque.

— Eu tenho Jenna — disse ela em vez de um cumprimento.

— Ela está bem?

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— Ela está envergonhada, e ela vai ter um inferno de uma dor de cabeça

pelos próximos dias, mas ela está bem. — Acenei para Lucy, para que ela soubesse que Jenna estava segura. Ela deslizou para dentro do carro, parecendo

aliviada e exausta. — Spencer me chamou para vir buscá-la no portão — Hunter

estava dizendo. — Eu acho que Lucy está em apuros — acrescentou. — Jenna disse que eles estavam perseguindo vampiros. Nós não conseguimos falar com ela.

— Lucy está comigo, ela está bem — eu assegurei a ela.

Hunter deu um suspiro de alívio.

— Tudo bem. Bom. Porra, esta noite foi uma droga.

— Falou com Quinn?

— É. Nicholas está de volta e Solange apenas se fez rainha. .

— Merda — eu disse, antes de desligar. A Solange que me apaixonei tinha empurrado uma tiara no peito de um vampiro, em vez de reivindicá-la como sua.

— Há algo de errado com ela, Kieran — Lucy disse calmamente.

— Nós já sabíamos disso.

— Não, isso é diferente. É como se ela não fosse realmente ela mesma. Eu

não posso explicar isso. — Ela esfregou seu estômago como se doesse. — Eu posso

sentir isso, você sabe? Eu mal pude reconhecê-la.

— Então, o que vamos fazer?

— Nós vamos salvá-la — disse ela, como se eu fosse um idiota — Nós vamos

salvar os dois.

Ela não estava errada. Nicholas não poderia estar ausente por mais tempo, mas ele não parecia seguro também.

— E como exatamente é que vamos fazer isso? — Eu limpei o meu rosto cansado. Lucy sempre tinha ideias, mesmo se elas fossem geralmente perigosas e

imprudentes.

— Eu não tenho ideia.

E isso me assustou mais do que tudo.

Fim...

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E a s rie continua em:

Na conclusão emocionante de Crônicas Drake, amor e lealdade serão testadas... e comprovada de uma vez por todas. Solange Drake foi oficialmente coroada Rainha dos

Vampiros, cumprindo a profecia de séculos de idade que predisse a ascensão ao poder de uma filha nascida de uma antiga linhagem vampiro. Exceto que os pensamentos de Solange e suas ações não são mais suas próprias - ela está lentamente sendo possuída pelo espírito de Viola,

a primeira filha nascida na linhagem Drake, desde sua bloodchange. E, em vez de unir as tribos de vampiros sob o domínio de uma filha como a antiga profecia previu, Viola prefere

destruir todas elas e escravizar os seres humanos em uma vingança pessoal pela devastação provocada há tantos séculos de vida dela atrás. Solange pode quebrar seu controle a tempo de salvar a todos que ela ama de uma guerra civil vampiro de, ataque de caçador, e alguns

outros? Nem todos irão sobreviver à profecia. . . Talvez nem mesmo ela.

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Sobre a Autora:

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Equipe TAD

Tradução

Debii

Kelly

Serena

Criz Agatha

Hay

Dayane

Ligia

Lud

Revisão Inicial

Jessica Dias

Revisão Final

Isabela Borges

Formatação

Hay

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