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Dr. Irineu Grinberg“Tempestade viral”, pág. 12

Dr. Yussif Ali Mere Jr“Em guerra contra o vírus e o autoritarismo”, pág. 18Dr. Carlos Eduardo dos Santos Ferreira

“Testar, testar e testar. Como e Quando?”, pág.10

Dr. Paulo Cesar Naoum “Explicando a biologia da infecção causada pelo coronavirus (COVID19)”, pág. 14

Dr. Wilson Shcolnik“Alerta para o uso correto de testes rápidos para detecção da Covid-19”, pág. 6

Dra. Heloisa da Rocha Picado Copesco“Envelhecimento dos cabelos”, pág.16

Dra. Maria de Lourdes Pires Nascimento“Raça e racismo - texto 6”, pág. 24

Kelly Casimiro“Liderança e o uso da Empatia como ferramenta estratégica”, pág.24

Dr. Rodrigo Masini De Melo“Como o COVID-19 está aumentando a adoção da I.A. e por que isso é importante”, pág.26

Alexandre Calegari“Os benefícios do atendimento via aplicativo para o paciente e para o laboratório”, pág.16

Dr. Luiz Fernando Barcelos“Coronavírus - fatos e lições presentes e futuras”, pág. 6

10Pandemia

Aplicativo gratuito oferecetriagem e monitoramento para

casos suspeitos da COVID-19

A opinião aqui manifesta é de plena responsabilidade dos seus autores. Para o leitor, fica a liberdade de contatá-los diretamente através de seus próprios e-mails.

Confira a opinião dos nossos colunistas

Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos “Novo vírus velho”, pág. 16

Tecnologia da InformaçãoShift fornece tecnologia para testes

emergenciais de Covid-19 26

Dra. Letícia Fonseca“O papel dos testes de anticorpos no combate da pandemia do coronavírus”, pág. 8

Dr. Carlos Eduardo Gouvêa“O papel dos testes de anticorpos no combate da pandemia do coronavírus”, pág. 8

Dr. Gustavo Aguiar Campana“Testar, testar e testar. Como e Quando?”, pág.10

Davi Uemoto“A importância da atuação do Compliance em tempos de pandemia”, pág.18

04Covid-19

Estudo com a substâncianitazoxanida já foi iniciado

Dr. Flávio Augusto Naoum “Explicando a biologia da infecção causada pelo coronavirus (COVID19)”, pág. 14

25UNESP

Desenvolvimento de nanocorpos contra a Covid-19

Í N D I C E

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Nada igual aconteceu em nossa era moderna. Uma pandemia que parece articulada, orquestrada, provocada. Atingiu o mundo globalizado, de surpresa. Algo invisível a olho nu. Nunca antes, como agora precisamos da Ciência. E quase rapidamente. Cientistas e médicos, seus apoiadores, são os que enfrentam essa batalha. Todos contam eles. E também nós.

Editorial

Nunca como antes,agora precisamos da Ciência

Covid-19

Estudo com a substância nitazoxanida empacientes com Covid-19 já foi iniciado

Um estudo iniciado semana passada, realizado por acadêmicos de diferentes centros de pesquisa, busca esclarecer dados de eficácia e segurança da substância nitazoxanida, no tratamento de pacientes acometidos por COVID-19, por meio de análises.

Evidências in vitro, publicadas internacionalmente, revelam um amplo espectro antiviral da droga, que é empregada no Brasil há aproximadamente 15 anos, sob a marca de referência Annitaâ, utilizada no tratamento de doenças parasitárias e virais intestinais. Estudos em humanos já confirmaram sua ação contra o vírus Influenza, tipicamente respiratório, publicados em conceituada revista médica internacional, em regimes de tratamento diferentes dos atualmente preconizados em suas indicações habituais.

O fármaco apresenta bom perfil de segurança em diferentes doses e regimes de tratamento, e pode ser utilizado por adultos, idosos e crianças. De acordo com os pesquisadores, a substância não apresenta toxicidade relevante e, por isso, os riscos para pacientes portadores de diferentes doenças são baixos, mas devem sempre ser considerados pelo médico prescritor. O efeito colateral, apresentado em pacientes que utilizaram a nitazoxanida em tratamentos, é a coloração amarelo-esverdeada em secreções, principalmente a urina.

A ideia da pesquisa na sua primeira fase (como prova de conceito, que visa determinar o impacto sobre a carga viral, melhora clínica e segurança) é realizar um teste randomizado, duplo cego, ou seja, médico e paciente não têm ciência se a ministração é da droga ou o placebo. No total, 50 pacientes de cinco hospitais no estado de São Paulo receberão os comprimidos com a nova formulação e novo regime de tomada, já estipulados previamente pelos pesquisadores.

Pesquisas anteriores com outras substâncias, como a hidroxicloroquina, ainda carecem de melhores dados em pacientes em fase aguda da doença, principalmente por questões de segurança. Por isso, a pesquisa será focada em quadros moderados da infecção, ou seja, que apresentam os sintomas como febre, tosse, dores no corpo, dor de cabeça, sempre associados à insuficiência respiratória e que não necessitam de ventilação mecânica ou internação em UTI.

Entre os critérios da pesquisa, o participante deve ter resultado positivo para o exame RT-PCR, ao qual identifica a presença do vírus SARS-Cov2 no organismo.

Apesar de estudos in vitro reportarem eficácia na inibição do vírus, os pesquisadores não podem afirmar que haverá os mesmos resultados nos testes in vivo, até que a pesquisa seja concluída, incluindo as fases posteriores do estudo citado acima. “Temos grande esperança de encontrar respostas eficientes para a COVID-19, mas somente o resultado de estudos bem desenhados e conduzidos dentro das normas éticas e regulatórias poderão nos dar essa tranquilidade. O fato de podermos contar com a possibilidade de reduzir as complicações e bloquear a disseminação do vírus já configuraria uma vitória no combate à COVID-19 para nosso país”, afirma o gerente Executivo de Assuntos Médicos e Pesquisa Clínica da FQM, Dr. Vinicius Blum.

Após a aprovação da pesquisa, pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os medicamentos comercializados atualmente com a molécula no país entraram, por determinação da Anvisa, para a lista de drogas controladas e, toda prescrição médica da substância para a sua finalidade original deve ser realizada em receita especial de duas vias.

Não há uma data exata para a apresentação de resultados concretos da pesquisa. Entretanto, estima-se que leve ao menos três semanas até que as primeiras evidências sejam claras.

A pesquisa atual é uma prova de conceito, conhecido no meio acadêmico como estudo de fase II, e se os resultados clínicos forem efetivos, será realizada uma nova análise para um número maior de pacientes, conhecido como estudos de fase III, será conduzido para que a sua eficácia e segurança sejam totalmente definidas.

A FQM Farmoquímica, empresa detentora do registro do medicamento referência no país, sob a marca Annitaâ, está apoiando o estudo e, de acordo com sua diretoria, está muito otimista em relação ao estudo. Ao mesmo tempo, a empresa reitera que o uso de qualquer outro medicamento, fora de suas indicações de bula, definidas pelos registros na Anvisa, está frontalmente em desacordo com sua posição de ética dentro do mercado farmacêutico.

Sobre a FQMA FQM Farmoquímica é um laboratório

farmacêutico que está presente no Brasil desde 1932. A empresa possui amplo portfólio de produtos atuando com uma linha de medicamentos destinados à prescrição médicas por diversas especialidades, uma linha de produtos dermatológicos e outra que produz cosméticos, suplementos alimentares e medicamentos OTC.

A empresa tem o compromisso de buscar inovação constante, visando atender, com muita excelência, as necessidades do mercado farmacêutico no país, reforçando seu compromisso com a saúde, autoestima e qualidade de vida das pessoas.

Ao todo, 50 pacientes infectados, em fase intermediária da doença, participam da pesquisa

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Quando a Covid-19 surgiu na China parecia uma doença com comportamento semelhante às demais infecciosas. Mas rapidamente mostrou uma característica de intensa infectividade. Até então uma endemia localizada em Wuhan, não demorou muito tempo para se espalhar e se transformar em epidemia e logo na pandemia que assusta o mundo.

As doenças infecciosas possuem uma curva ascendente de crescimento de propagação até atingir seu pico, passando a declinar numa curva descendente, geralmente mais lenta. Devido à grande morbidade desta doença, a fase ascendente tem uma inclinação vertical muito aguda. No Brasil estamos nesta fase.

A testagem laboratorial maciça adequada é a pesquisa da presença do vírus (antígeno), cuja metodologia considerada “padrão ouro” é o RT-PCR, realizada nos LACENs, institutos especializados e laboratórios especiais, com metodologia de biologia molecular que já era utilizada para outros vírus. Justamente é onde está ocorrendo um grande “gargalo”, uma vez que estes serviços não têm capacidade de atender o volume necessário de exames – milhares de vezes maior do que a demanda habitual destes procedimentos.

Num segundo momento, na fase descendente, chegará a vez de pesquisar anticorpos para demonstrar o cenário epidemiológico da doença. A pesquisa do vírus nessa também poderá ser utilizada com critérios bem definidos, assim como a dos anticorpos na fase ascendente. Se realizada, necessita de uma avaliação muito cuidadosa dos resultados para evitar interpretações equivocadas.

[email protected]

Opinião

Coronavírus - fatos e lições presentes e futuras

Luiz Fernando BarcelosPresidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas - SBAC, biênio 2019 / 2020Portador do TEAC nº 0558

A evolução da infecção na Covid-19 está desafiando o conhecimento científico existente sobre as doenças infecciosas, devido ao comportamento viral e também à sua resposta imunológica diferente dos padrões esperados. Tem ocorrido a detecção do vírus por um período superior ao previsto, assim como a detecção dos anticorpos por vezes antes do esperado, ou ainda após um tempo muito superior ao esperado. Tem sido muito comum o aparecimento detectável das frações M e G juntas. Existe a expectativa que a IgA forneça melhores resultados, mas ela ainda não está disponível facilmente.

O atual Ministro da Saúde foi muito claro e feliz ao dizer que “devemos conhecer melhor a doença”. Afinal, não é tão simples criticar que não temos os equipamentos, EPIs e reagentes necessários, uma vez que para a demanda normal eram suficientes. Ocorre que a necessidade por estes adquiriu volumes assombrosos e, mesmo nosso país tendo tido algum tempo para se preparar antes que o vírus chegasse aqui, encontrou e ainda encontra uma grande dificuldade para adquiri-los – uma vez que a concorrência para a compra levou a disputa quase que a um mercado negro.

Esta crise sanitária está desencadeando uma crise financeira que permanecerá por um longo tempo, mesmo depois que a doença estiver controlada. E deixará muitos ensinamentos para o mundo, que deverá reavaliar suas estratégias, repensar suas ações e planejar de forma diferente o futuro.

Um novo modelo de produção regionalizada ganhará impulso. O modelo globalizado que centralizou a produção em locais com baixo custo mostrou que esta estratégia é adequada apenas

enquanto vivemos sem crise. O país não poderá mais depender da importação de materiais imprescindíveis para o atendimento à saúde.

O coronavírus tem causado estragos em todos os continentes, desestabilizando a economia mundial e expondo o fantasma da recessão. Vivemos num país de dimensões continentais. Os modelos baseados nas capacidades individuais serão substituídos por modelos ancorados no coletivo.

Assim, a digitalização das escolas e universidades será acelerada.

O trabalho em “home office”, imposto pela necessidade do distanciamento social, deverá ser considerado como uma alternativa consistente das empresas. Reuniões utilizando plataformas virtuais, que estão sendo utilizadas neste período por força da necessidade, deverão ser avaliadas quanto a possibilidade de se tornarem opções frequentes.

A interoperabilidade dos processos, que torna a comunicação entre sistemas mais ágil e eficaz em especial na saúde, ganhará um impulso gigantesco.

A humanidade terá que se convencer de que, no mundo de hoje, é extremamente difícil estabelecer barreiras sanitárias e que o “problema de um passará a ser de todos”. Só com a união teremos um combate eficaz. Da mesma forma, o respeito ao meio ambiente é fundamental, porque as consequências são compartilhadas por todos.

“É errando que se aprende”. Esta frase popular é extremamente comum. No entanto, não podemos errar toda a vez para poder aprender. Devemos corrigir nossos erros e então passar a aprender com nossos acertos para, juntos, construirmos um mundo melhor.

Dr. Wilson Shcolnik Médico patologista clínico, presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e do Conselho de Ex-Presidentes da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), membro da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp) e da Câmara Técnica de Segurança do Paciente do CFM

[email protected]

Alerta para o uso correto de testes rápidospara detecção da Covid-19

COMUNICADO

Abramed alerta sobre importância de boas práticas laboratoriais na realização de testes rápidos para diagnóstico da COVID-19

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) esclarece que testes imunológicos para diagnóstico e monitoramento da COVID-19, dentre os quais estão os realizados por meio de testes rápidos, são úteis, desde que realizados conforme as boas práticas laboratoriais e utilizados de acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC).

Testes rápidos podem auxiliar na detecção de

antígenos virais do SARS-CoV-2, na fase inicial da doença, ou de anticorpos, em fases mais tardias após o aparecimento de sintomas. O tempo e a intensidade da resposta imunológica observada em pessoas infectadas, que se reflete por meio do aparecimento de anticorpos contra o vírus, varia para cada indivíduo. Isto significa que um resultado negativo para o SARS-CoV-2 por métodos imunológicos não exclui a possibilidade de infecção, principalmente nas fases iniciais da doença (primeiros 7 a 10 dias do início dos sintomas).

A Abramed reitera a relevância da utilização dos testes rápidos para avaliação do retorno de profissionais de saúde ao trabalho, após infecção, e para obtenção de dados epidemiológicos ao longo e após a epidemia. Representam, também, opção

para diagnóstico de pacientes hospitalizados já com quadro tardio. Em ambas as situações, o resultado negativo deve ser complementado com a realização do exame molecular (RT-PCR).

A fase de validação dos testes imunológicos que pesquisam antígenos virais ou anticorpos, é etapa imprescindível e deve ser anterior à utilização de qualquer método laboratorial e de responsabilidade da instituição laboratorial que realizará os testes. As características de desempenho informadas pelos fabricantes, principalmente em se tratando de testes rápidos, não são verificadas no momento de registro desses testes na Anvisa. Portanto, como não se trata de autotestes, a validação é essencial para que se obtenha confiabilidade dos resultados.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), atenta ao atual momento em que há uma pressão sobre o setor delaboratórios clínicos devido ao aumento da demanda por exames para a detecção da Covid-19, alerta sobre o uso correto dos diferentes tipos

de testes imunológicos para diagnóstico do novo coronavírus, dentre os quais estão os testes rápidos.A recomendação da entidade foi expressa por meio de um comunicado em que orienta que os testes imunológicos devem ser realizados

conforme boas práticas laboratoriais adotadas pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) epela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Confira a íntegra do documento.

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Em plena pandemia do Coronavírus, a única certeza de que temos é de que nada será como antes... Neste sentido, vemos grandes mudanças e quebras de paradigmas, não apenas em relação aos nossos hábitos e costumes, mas principalmente em relação às tecnologias de dispositivos médicos utilizados no combate a esta pandemia: respiradores, EPIs e, claro, diagnóstico in vitro.

Aqui no Brasil, em um movimento muito bem recebido por toda a Sociedade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), inovou ao criar a figura de um registro provisório (válido por 1 ano) para os kits de diagnóstico do SARS-CoV-2 (coronavírus), caso a empresa que estivesse submetendo tal pedido não tivesse a totalidade dos documentos que anteriormente seriam necessários. Neste sentido, a Resolução RDC 348/2020 possibilitou que mais de 50 processos fossem analisados e deferidos em cerca de 40 dias de sua existência – fato sem precedentes até então. Além de utilizar o conceito de “reliance” principalmente na questão de certificações de boas práticas de fabricação emitidas pelas autoridades regulatórias reconhecidas como de alto rigor pela ANVISA, ela permitiu a possibilidade de se complementar tais dossiês com estudos feitos com dados da vida real, de tal forma que tais registro se tornassem válidos então para 10 anos.

Desta forma, várias tecnologias têm sido liberadas para uso no Brasil, com destaque para os testes rápidos (imunocromatoráficos) e PCR TR, além de várias outras que trarão grande velocidade para o mercado laboratorial, tais como ELISA, quimioluminescência, fluorescência, dentre outras, inclusive de POC (point of care). Tais testes podem ser divididos entre testes moleculares ou de antígenos, para a detecção do vírus ou suas proteínas, na fase inicial, ou então sorológicos, voltados principalmente para a detecção dos anticorpos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) , pelo menos até o momento, têm se manifestado contrárias à utilização de testes para detecção de antígenos /anticorpos para COVID-19. Tal posição está fundamentada em duas questões:

1. A possibilidade de reação cruzada com outros coronavírus que normalmente estão presentes na comunidade, dificultando a interpretação de resultados .

2. A dinâmica de resposta do organismo humano na produção de anticorpos ainda não ser bem conhecida. Alguns estudos mostram que apenas 40% dos pacientes desenvolvem anticorpos durante os 6 ou 7 primeiros dias após o início dos sintomas .

Diante disso, resultados negativos obtidos com o uso de testes sorológicos não seriam ferramentas adequadas para afastar a possibilidade de infecção nos primeiros dias da doença. Resultados positivos devem ser avaliados em conjunto com outros sintomas, uma vez que há a possibilidade de reação cruzada com outros coronavírus.

A posição da OMS/OPAS nos leva a refletir sobre a função dos produtos para diagnóstico in vitro (IVD). Esses produtos incluem reagentes, instrumentos e sistemas para testar amostras coletadas do corpo e destinados ao uso em um amplo espectro de aplicações de cuidados de saúde, entre eles a detecção precoce de doenças e condições e a geração de informações médicas relacionadas ao risco que informam a ação clínica.

Os produtos IVD disponíveis no mercado detectam o material genético do vírus, por meio de técnicas de biologia molecular (Polimerase Chain Reaction – PCR), detectam a presença de antígenos ou a presença de anticorpos (testes sorológicos). Cada

um desses métodos possui características próprias e limitações, sendo necessário utilizar “o teste certo, no paciente certo, no ambiente certo, na hora certa ”.

Nesse sentido, com o objetivo de ampliar o acesso da população à testagem para COVID-19, vários países têm estabelecido diretrizes para o uso de testes para detecção de antígenos e para detecção de anticorpos. A estratégia de testagem pode variar, não apenas entre países como dentro do país.

Nos Estados Unidos, o Food and Drug Administration (FDA), por meio do procedimento denominado “Emergency Use Authorizations (EUA)” publicou o “Policy for Diagnostic Tests for Coronavirus Disease-2019 during the Public Health Emergency” .

De acordo com esse documento, testes sorológicos, destinados à detecção de anticorpos para SARS-CoV-2, que tenham sido validados e notificados ao FDA como EUA, devem conter em suas instruções de uso alertas de que:

• O teste não foi revisado pelo FDA• Os resultados negativos não podem excluir a

infecção por SARS-CoV-2, particularmente naqueles que estiveram em contato com o vírus. Testes de biologia molecular devem ser considerados para descartar infecção nesses indivíduos.

• Os resultados do teste de anticorpos não devem ser usados como única base para diagnosticar ou excluir a infecção por SARS-CoV-2 ou para informar o status da infecção.

• Os resultados positivos podem ser causados por infecção passada ou presente por cepas de coronavírus que não sejam SARS-CoV-2, como coronavírus HKU1, NL63, OC43 ou 229E.

Além de orientações em instruções de uso, o fabricante deve fornecer, por meio de folhetos informativos direcionados a provedores de serviços de saúde e a pacientes, informações sobre riscos potenciais conhecidos e benefícios do uso de produtos autorizados para uso emergencial.

Alertas e recomendações também foram divulgadas pelo FDA em carta direcionada a provedores de serviços de saúde, dentre elas, o FDA orienta que os serviços continuem a utilizar testes sorológicos, desde que cientes de suas limitações .

O CDC (Center for Disease Control and Prevention) possui diretrizes sobre quem deve ser testado, mas as decisões sobre a testagem ficam a critério dos departamentos de saúde estaduais e locais e / ou dos clínicos individuais .

Outra fonte de consulta é o documento Toolkit Covid-19, uma coleção de recursos compilados e organizados pela AdvaMed para orientar os esforços de mensagens e comunicações. A publicação contempla ações realizadas pela Associação em resposta a crise, com foco na produção e distribuição de dispositivos médicos, entre eles os equipamentos de proteção pessoal, ventiladores e kits diagnósticos. A relação de produtos que receberam EUAs para Covid-19 nos Estados Unidos pode ser consultada no Toollkit Covid-19 .

Na Espanha, o “Guía para la utilización de Tests Rápidos de Anticuerpos Para Covid-19” , publicados pelo Ministério da Saúde, orienta sobre o uso de testes rápidos para detecção de COVID-19 dentro e fora de hospitais e em instituições penitenciárias.

No Brasil, o “Boletim COE COVID-19 número 12” publicado pelo Ministério da Saúde , contempla informações sobre a vigilância epidemiológicas laboratorial, trazendo o histórico da implantação do diagnóstico de Covid-19 no país, desde suas fases iniciais até o momento atual.

O Ministério da Saúde preconiza o uso do teste sorológico para “toda a população que apresentar quadro de síndrome gripal e pertencer a uma das

O papel dos testes de anticorpos no combateda pandemia do coronavírus

seguintes categorias:• profissionais de saúde e segurança em atividade; • pessoa que resida no mesmo domicílio de um

profissional de saúde ou segurança em atividade; • pessoas com idade igual ou superior a 60 anos; • portadores de condições de saúde crônicas, e • população economicamente ativa.O teste utilizado pelo Ministério da Saúde foi

validado pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Osvaldo Cruz e deve ser feito após o sétimo dia do início dos sintomas. Recomendações sobre a interpretação do resultado do teste são trazidas pelo documento, assim como a indicação de alternativas de validação dos testes disponíveis, que valerão como referência, em curso por entidades organizadas no “Programa de Validação de Kits de Diagnóstico para SARS-CoV-2” (SBPC/ML, SBAC, ABRAMED e CBDL).

Por fim, concluímos que, apesar das limitações para o uso de testes sorológicos (anticorpos) apontadas pela Organização Mundial de Saúde, esses testes poderão ser decisivos para a tomada de decisões clínicas e epidemiológicas no processo de enfrentamento da pandemia, desde que sua implementação seja bem estabelecida e de forma integrada entre os diferentes atores da Sociedade Civil e Governo. Assim, a atenção dada aos pontos essenciais será a chave do sucesso no combate ao coronavírus: acesso, qualidade, treinamento, testagem ampliada e captação dos dados para uma base epidemiológica.

Links para consulta de documentosEm razão da evolução e avanço da pandemia de

Coronavírus, os documentos relacionados ao tema têm sofrido atualização constante, dessa forma, optamos por anexar os links dos documentos vigentes na data de hoje 20/04/2020.

1. TOOLKIT COVID-19 – A collection of resources compiled and curated by AdvaMed to guide messaging and communications efforts.: https://www.advamed.org/sites/default/files/resource/covid19-toolkit-042020.pdf

2. Advice on the use of point-of-care immunodiagnostic tests for COVID-19 : https://www.who.int/news-room/commentaries/detail/advice-on-the-use-of-point-of-care-immunodiagnostic-tests-for-covid-19

3. Laboratory Guidelines for the Detection and Diagnosis of COVID-19 Virus Infection. : https://www.paho.org/en/documents/laboratory-guidelines-detection-and-diagnosis-covid-19-virus-infection

4. FDA. Policy for Diagnostic Tests for Coronavirus Disease-2019 during the Public Health Emergency:https://www.fda.gov/regulatory-information/search-fda-guidance-documents/policy-diagnostic-tests-coronavirus-disease-2019-during-public-health-emergency

5. FDA. Important Information on the Use of Serological (Antibody) Tests for COVID-19 - Letter to Health Care Providers: https://www.fda.gov/medical-devices/letters-health-care-providers/important-information-use-serological-antibody-tests-covid-19-letter-health-care-providers

6. Brasil. Boletim COE COVID-19. Semana epidemiológica 17(19 – 25/04): https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/19/BE12-Boletim-do-COE.pdf

7. Guía para la utilización de Tests Rápidos de Anticuerpos Para Covid-19: https://www.mscbs.gob.es/profesionales/saludPublica/ccayes/alertasActual/nCov-China/documentos/Guia_test_diagnosticos_serologicos_20200407.pdf

Opinião

CARLOS EDUARDO GOUVÊA

Presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) e presidente executivo da Aliança Latino-americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (Aladdiv).

[email protected]

LETÍCIA FONSECA

Representante da Aliança Latino-americana para o Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (Aladdiv).

[email protected]

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A fala do diretor geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) ganhou notoriedade mundialmente. Sabemos do imenso benefício de realizar o maior número de testes possível durante uma pandemia, mas é importante ressaltar: quem deve ser testado e qual o melhor teste para os diferentes momentos da evolução de uma pandemia. A recomendação de Tedros Ghebreyesus não deve ser usada como desculpa para que a aplicação dos testes não siga as recomendações técnicas.

Os exames laboratoriais devem ser utilizados em dois principais pilares; o diagnóstico de Covid-19 nos pacientes com sintomas de Síndrome Gripal e a avaliação da Imunidade Adquirida. São momentos diferentes durante a pandemia e que utilizam ferramentas também distintas.

No primeiro pilar temos os pacientes sintomáticos, em quais temos o objetivo de realizar o diagnóstico de Covid-19. No início dos sintomas, entre o primeiro e o 14º dia, devemos fazer uso de um exame, definido como padrão Ouro e que tem o aval de sociedades científicas, como a AMB (Associação Médica Brasileira) e a SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial), para identificação de material genético (RNA) do vírus Sars-Cov-2 em amostras respiratórias, denominado RT-PCR (reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa). Essa tecnologia requer laboratórios especializados e enfrenta, hoje, uma escassez de equipamentos e insumos globalmente, por uma grande corrida de todos os países para a aquisição dos mesmos tipos de produtos e pelas dificuldades logísticas hoje enfrentadas. Com isso, a sua indicação tem sido priorizada para o diagnóstico de pacientes sintomáticos em fase aguda da

doença, especialmente aqueles com quadros mais graves e com critérios de internação, pois orientam a conduta médica. Há um grande esforço do setor laboratorial no país, público e privado, no aumento da capacidade produtiva destes testes.

Ainda no primeiro pilar, o de diagnóstico de pacientes sintomáticos, mais recentemente o setor passou a disponibilizar uma nova ferramenta complementar para o uso dos testes moleculares, os denominados testes imunológicos que podem ser feitos de forma automatizada em laboratórios ou pelos testes rápidos. Estes testes são baseados na avaliação da resposta do organismo à infecção com a produção de anticorpos. Essa produção de anticorpos pelo organismo leva um determinado tempo e pode variar para cada indivíduo. Desta forma, para que seja efetivo, a indicação do uso deste teste é sua realização após 7 a 10 dias do início dos sintomas, quando temos maior quantidade de anticorpos a ser detectada. Antes disso, ocorre uma “janela imunológica” onde ainda não há anticorpos suficientes, e a realização do teste desrespeitando este período gera um resultado falso negativo na maioria das vezes, não excluindo a presença da doença. Por esta razão, reforçamos que os testes imunológicos não possuem acurácia suficiente para serem utilizados como triagem de quadros respiratórios, nos primeiros dias de sintomas, quanto à etiologia por SARS-CoV-2, mas apenas após 7 a 10 dias de sintomas. Outra importante utilização dos testes imunológicos é para a gestão de afastamento de profissionais de saúde e de áreas essenciais para garantir que não ocorra um apagão desta força de trabalho, uma importante ação para a garantia da assistência médica, segurança pública, entre outras.

No segundo pilar, para a avaliação da

Testar, testar e testar. Como e Quando?

DR. CARLOS EDUARDO DOS SANTOS FERREIRA

Presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para o biênio 2020-2021Gerente Médico do Departamento de Patologia Clínica. Laboratório Clínico - Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert EinsteinCoordenador Médico do Setor de Imunoquímica do Laboratório Central do Hospital São Paulo - Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal São Paulo (EPM/UNIFESP)[email protected]

Opinião

Imunidade Adquirida, temos a oportunidade de realizar a avaliação da presença de anticorpos em pacientes já curados da doença ou para entender qual o percentual da população teve contato com o Sars-Cov-2, como ferramenta de informação epidemiológica. Ressaltamos que o momento ideal da pandemia para a realização deste tipo de abordagem é quando já tivermos uma maior proporção da população exposta ao vírus, o que ocorrerá mais a frente, no momento de decadência da curva de pacientes infectados por dia, para termos maior efetividade na vigilância epidemiológica e, também, na gestão de recursos. Quando chegarmos no momento ideal, certamente a maior parte da população será testada e saberá se teve contato ou não com este novo coronavírus. Essas informações serão fundamentais para entendermos a epidemiologia, as necessidades de cobertura vacinal quando disponível, e o retorno seguro ao trabalho.

Qualquer exame laboratorial, assim como o RT-PCR e os testes imunológicos, deve ser feito e avaliado por profissionais capacitados em Medicina Laboratorial, respeitando todo processo da fase pré-analítica (indicação, cadastro, coleta e transporte adequados), fase analítica (métodos, controles de qualidade, validações) e pós-analítico (elaboração de laudo e interpretação).

Testar é importante desde que feito com critérios, respeitando a indicação médica e o período específico da doença ou da epidemia para cada teste e, também, a disponibilidade dos recursos no mercado.

Mas qual o exame laboratorial ideal? O exame correto é aquele realizado no paciente certo, no momento certo, da forma certa e com o resultado certo.

DR. GUSTAVO AGUIAR CAMPANA

Vice-presidente da SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial) e Diretor Médico da Dasa

[email protected]

Pandemia

Aplicativo gratuito oferece triagem e monitoramentopara casos suspeitos da COVID-19

Desde o início da pandemia da COVID-19, o mundo tem procurado incansavelmente formas de tratamentos e atendimentos eficazes para a população, especialmente para os grupos prioritários. Com o número de testes disponíveis reduzidos no Brasil, o temor pela identificação da doença tem atingido inúmeras pessoas. Pensando nisso, a HealthYou, startup focada na eficiência de dados de saúde, acaba de lançar um serviço gratuito capaz de realizar a triagem e a identificação de grupos de riscos. Em caso de criticidade, a plataforma direciona o usuário para o teleatendimento 24h e, posteriormente, para unidades de saúde indicadas por geolocalização.

Por meio do aplicativo próprio da startup (HealthYou Brasil), que tem por objetivo cuidar do bem-estar do cidadão e da eficiência das informações para os sistemas de saúde, ou do site www.healthyou.com.br/covid, os usuários passam por uma triagem completa e ficam sabendo de todos os detalhes sobre o coronavírus sem sair de casa. A ferramenta é capaz de mapear, integrar e conectar todo o ecossistema de saúde em tempo real, unindo

cidadãos, unidades de atendimento, hospitais e médicos em uma única rede.

“A COVID-19 ainda desperta muitas dúvidas nos brasileiros, que estão cada vez mais preocupados com sua agressividade na hora do contágio e com os seus sintomas iniciais. Com um sistema intuitivo e de fácil acesso, a triagem consiste em perguntas que possibilitam um diagnóstico apurado da condição de risco do paciente. São checadas, por exemplo, informações sobre hábitos de saúde, possíveis

sintomas, medicamentos utilizados e doenças pré-existentes”, explica Robson dos Reis Almeida, diretor da HealthYou e idealizador do serviço focado na COVID-19.

Após passar pela triagem inicial, caso o usuário seja identificado como caso suspeito, podendo ser classificado como de risco alto ou crítico, ele será encaminhado para o teleatendimento 24 horas, realizado via vídeo ou 0800, onde membros da equipe de enfermagem da HealthYou realizam a confirmação de seu estado de saúde. Em seguida, caso identificada a necessidade, o paciente será direcionado, conforme protocolo e capacidade de atendimento, para uma unidade de saúde perto de sua casa.

“Além disso, as nossas ferramentas direcionadas ao combate do coronavírus possibilitam o monitoramento remoto da evolução do quadro clínico do paciente positivado para COVID-19 e, também, realiza o mapeamento dos grupos de risco por criticidade e geolocalização, possibilitando um entendimento amplo da pandemia”, completa Robson dos Reis Almeida.

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Opinião

Dr. Irineu GrinbergEx-Presidente da SBACDiretor da Lab Farm Consult

[email protected]

Tempestade viralTempos de COVID 19. É líquido e certo que todas as gerações aqui

presentes jamais presenciaram algo igual e, seguramente, jamais viverão situação similar.

Cidades desertas com o comércio geral de portas cerradas. Trabalham apenas serviços ditos essenciais e os setores mais importantes e nevrálgicos da saúde. Unidades hospitalares, urgência e emergência, com um número significativo de profissionais, a mercê de uma progressão viral nunca antes imaginável.

Impossível prever o final do evento, muito menos avaliar os traumas e cicatrizes emocionais, morais e financeiras que restarão ao fim da pandemia. Não existem pessoas que, de alguma forma, não foram atingidas pela catástrofe. Escolas fechadas por tempo indeterminado. Jovens e crianças em casa recebendo algum conteúdo via web, longe dos colegas e amigos. Idosos privados das companhias queridas de filhos e netos. Famílias desprovidas de seus trabalhos informais, dependendo dos parcos recursos públicos e das ações beneméritas de pessoas, grupos ou instituições, felizmente sempre presentes.

Encontros ou reuniões profissionais, como o momento exige, apenas à distância.

Situações que, num determinado momento, acarretarão solidão, tédio e abalos emocionais.

A forma como todos esses acontecimentos nefastos irão influir no setor saúde merece uma ampla análise em relação às atuais e futuras consequências.

Neste momento, não poderia ser diferente, todas as ações e atitudes estão voltadas à SARS-CoV-2, saturando a capacidade dos hospitais, UPAs e demais entidades de urgência e emergência.

Consultórios e clínicas, de todas as especialidades médicas e odontológicas estão fechados. Laboratórios e demais estabelecimentos voltados ao diagnóstico quando abertos atendem um mínimo de clientes, número equivalente a 10% do atendimento habitual.

Repercussões universais. A Zimmer Biomet, a maior produtora mundial

próteses e correlatos calcula que seu faturamento, neste ano, poderá cair pela metade, em função do elevado decréscimo no número de cirurgias de coluna e quadril.

A ANS publicou em 30/03/2020 uma longa nota, onde aborda essa situação, decidindo sobre prazos de

atendimento, prorrogando, em caráter excepcional, os prazos máximos para a realização de consultas, exames terapias e cirurgias. Evidentemente, não aplicáveis aos casos de urgência, tratamentos oncológicos, pré-natal e partos, doenças crônicas e todos aqueles procedimentos em que, a não realização ou interrupção coloque em risco o paciente.

Resolve também incluir, de forma obrigatória, no rol de atendimentos, os procedimentos laboratoriais necessários ao diagnóstico do Corona Vírus, bem como o atendimento em situações da doença estabelecida. Recomendam, também, que providenciem meios adequados ao atendimento remoto de informações voltadas à pandemia.

Aprovou a liberação de R$ 15,5 bilhões das reservas das operadoras, recursos a serem utilizados na pandemia. É um montante equivalente à cerca de 30% das reservas totais.

Num exercício de imaginação, poder-se-ia pensar até em que não haveria necessidade desta liberação, pois os pacientes acometidos pela Covid 19, em sua maioria, estão sendo atendidos nos hospitais públicos, que tem sido aparelhados e ampliados para poder enfrentar o atendimento e tratamento aos enfermos. Foram, também, montados inúmeros hospitais de campanha e adaptados, para internações, locais públicos de grande porte, tais como Pacaembu, Anhembi e Rio Centro, entre outros.

Sem dúvida, os serviços públicos, mesmo com as dificuldades amplamente conhecidas, estão enfrentando com êxito e heroísmo a tempestade viral.

A saída do Ministro Mandetta não impedirá o Ministério da Saúde de continuar aprimorando o atendimento aos atingidos pela SARS-CoV-2, garantindo, na maioria dos casos, hospitalização a todos aqueles que necessitarem.

Considerando que a grande maioria dos procedimentos postergáveis estão estáticos, que as operadoras estão cada vez mais valorizadas (ver cotações das ações em bolsas) em razão de menores dispêndios e que os hospitais privados, que não internam pacientes Covid 19, estejam vazios e com sérios problemas de caixa, existem negociações para que as reservas das operadoras sejam destinadas ao pagamento de hospitais. O intento seria garantir

receitas por um período de três a seis meses, após amortizáveis via encontro de contas. Esta negociação está sendo liderada pela Associação Nacional dos Hospitais Privados – ANAHP. Utiliza como referência as médias de pagamentos realizados em 2019.

Solução prática é factível que poderia aliviar o caixa, não só dos hospitais, como dos demais prestadores de serviços em saúde, que enfrentam situações similares.

Existe a total necessidade de procurar minorar a penúria de todos os setores da economia e da população. Vale lembrar, com destaque, o manifesto lançado por um significativo grupo de empresas de grande, médio e pequeno porte, juntamente com os três maiores bancos do país.

O nome desse manifesto - “NÃO DEMITA, A CRISE VAI PASSAR. Mantendo nossos quadros, ajudaremos a evitar ou diminuir um possível caos econômico e social e, com certeza, emergir da crise de forma mais rápida”.

O setor Saúde estará preparado para absorver e operar todos os avanços de uma nova mentalidade, muito mais técnica, abrangente e eficiente, e sorver todos os novos conhecimentos que estão entre nós aportando. E repassá-los com igualdade e equidade a todos os setores da população.

E assim, ver renascer um país mais igual, mais justo e, portanto, muito mais operoso.

A lamentar, apenas, a pressão de grupos econômicos, aliados a autarquias, no sentido de dirigir para as farmácias a execução de TLPs destinados ao mapeamento imunológico populacional. Trata-se de uma pesquisa da mais alta importância, pois serão disponibilizados trabalhos estatísticos relacionados à formação de anticorpos anti SARS-CoV-2. Dados da mais alta importância em qualquer epi/pandemia.

Tratam-se de procedimentos laboratoriais, e necessitam de expertise, e referidos como tal na RDC302 da ANVISA.

São poucos os estabelecimentos farmacêuticos que executam estes procedimentos, vetados pela ANVISA, porém liberados por liminar judicial.

Os Laboratórios de Análises Clínicas, distribuídos pela imensa maioria dos municípios no país, estão habilitados para executar, de maneira legal e com qualidade esse trabalho tão necessário.

A LumiraDx disponibiliza em seu portfólio os kits de BNP e NT-ProBNP a serem utilizados no Analisador Multiparâmetros Mlabs®, instrumento Point of Care que permite a execução do teste de forma remota, proporcionando a diminuição do tempo de resposta, melhorias no processo de triagem, conduta terapêutica específica, sem a utilização de solução tampão e reagente auxiliares possibilitando a utilização mais

BNP e de NT-ProBNP mLabs®

Eficiência e rapidez na avaliação e monitoramento da Insuficiência cardíacaA insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica a qual

frequentemente representa a etapa final de diferentes cardiopatias, se tornando um grave problema de saúde pública.

Segundo dados do DATASUS, estima-se que a prevalência de IC supere os 6 milhões de pessoas afetadas no Brasil, resultando em mais de 300.000 internações por ano, o que corresponde a um terço das internações por doenças cardíacas, com índice aproximado de 8% de taxa de mortalidade hospitalar.

Para maiores informações, entre em contato através doe-mail [email protected] ou (11) 5185- 8181.

Os peptídeos natriuréticos do tipo B (BNP) e a fração N-terminal (NT-ProBNP) são biomarcadores padrão na insuficiência cardíaca, os quais atuam na regulação da pressão arterial, sendo liberados na circulação em resposta ao aumento da pressão cardíaca.

Numerosos estudos demonstraram que elevações nos níveis de BNP e de NT-ProBNP circulantes são encontradas nas fases mais precoces da IC, e seus níveis permanecem elevados a medida em que a IC avança.

A dosagem do BNP e NT-ProBNP circulante oferece uma medida não-invasiva e objetiva para a avalição de pacientes sob risco de IC.

eficiente dos recursos médico-hospitalares.

BNP e NT- proBNP - Agilidade e eficiência na avaliação da IC

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PROF. DR. PAULO CESAR NAOUM

[email protected]

Inicialmente, quando uma pessoa entra em contato com o novo coronavirus (SARS-CoV2), o seu sistema imune determinará o processo e o desenvolvimento da doença. Se a pessoa infectada estiver bem sob o ponto de vista imunológico, e se a carga de contaminação viral não for excessiva, os efeitos patológicos esperados serão, em geral, similares à da gripe comum. No entanto, se a pessoa infectada têm comprometimentos que reduzem sua capacidade imune, por exemplo, doenças autoimunes, doenças graves e crônicas, condições que inibem a resposta imune ou uso de medicamentos citotóxicos, a doença ocasionada por este vírus, denominada de COVID19, poderá ter impactos mais intensos. Quando o novo coronavirus rompe a barreira de defesa, a tendência é avançar em direção às células hospedeiras do tecido pulmonar. Neste órgão, os vírus atacam os receptores ACE2 (estruturas similares à portões que dão acesso às células) e penetram nas células do tecido epitelial pulmonar. Como a estrutura molecular do vírus é de RNA, há uma proteína viral conhecida por “transcriptase reversa específica” que faz com que a molécula de RNA viral seja inserida no DNA da célula hospedeira do tecido pulmonar e passa a produzir mais covi19 (replicação do covi19) que vão contaminar as células vizinhas. Durante o processo de replicação destes vírus, as interações entre o RNA do vírus com o DNA da célula hospedeira produzem pedaços de pequenas proteínas tóxicas identificadas pelas siglas ORF8, ORF1ab,ORF10 e ORF3a. Estas proteínas tóxicas passam, então, a abrir caminhos para a expansão dos vírus no tecido pulmonar, tornando a infecção mais rápida e abrangente. Além disso, há a hipótese de que algumas destas proteínas tóxicas penetram nos eritrócitos e atacam o grupo heme da hemoglobina, removendo o ferro deste grupo, e tomando o seu lugar. Desta feita, a hemoglobina sem o seu grupo heme original não consegue liberar o dióxido de carbono (CO2) para os pulmões e captar o oxigênio neste tecido. A resposta inflamatória acentuada no tecido pulmonar por conta da contaminação celular do coronavirus desencadeia a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), mas ainda são necessárias mais informações para saber se existe correlação entre a deterioração clínica observada e o déficit de

oxigenação da hemoglobina. Da mesma forma, não há dados ainda que comprovem a tese de que a circulação de sangue com hemoglobina desoxigenada poderia atingir outros órgãos, danificando-os por falta de oxigenação, e provocando suas falências funcionais. Neste contexto, poderíamos sugerir pontos interessantes a serem pesquisados, tais como a intensidade de formação de meta-hemoglobinas no sangue de pacientes infectados, bem como o estudo da curva de dissociação da oxi-hemoglobina, para averiguar se haveria tendência de desvio à direita. É importante destacar que o ferro desalojado do grupo da hemoglobina, ao circular na sua forma livre no sangue, é captado pela transferrina. Para que que haja toxicidade decorrente de um possível excesso de ferro, seria necessário que indicie de saturação da transferrina estivesse, em geral, acima de 80%. Por outro lado, se sabe que na maioria dos processos inflamatórios, a concentração da ferritina plasmática se torna elevada por conta do seu comportamento como proteína de fase aguda de inflamação. Na minha opinião, e aceitando a hipótese acima, é possível que na vigência da infecção pulmonar associada a COVID19, os exames de contagem de reticulócitos, dosagem de meta-hemoglobina e dosagem de bilirrubina indireta possam atuarem como marcadores da progressão ou da regressão desta patologia.

Por outro lado há a uma questão intrigante: - Por que populações de alguns países, ou de regiões diferentes de um mesmo país, com níveis sociais e culturais parecidos, tem maior número de mortes que outras? Há evidentemente muitas variáveis com destaques para o estado clínico do paciente, da atenção médica de internação, dos procedimentos terapêuticos adequados, etc. Entretanto, há um fato desconsiderado até o presente, qual seja, as pessoas portadoras de fibrose cística no estado de heterozigose e que foram infectadas pelo novo coronavirus. Em geral, os portadores heterozigotos para fibrose cística são assintomáticos, e recentes pesquisas revelaram que 54% deles estão propensos a contraírem infecções respiratórias, notadamente pulmonar. A prevalência de portadores heterozigotos de fibrose cística é de 3 a 4% entre europeus, enquanto que em asiáticos e africanos é por volta de 1%. Este fato poderia ajudar a explicar porque

Explicando a biologia da infecção causada pelo coronavirus (COVID19)

Professor Titular pela UNESPDiretor da Academia de Ciência e Tecnologia,Acadêmico da ARLC

Opinião

na Itália houve mais óbitos que na China, ou porque, ocorreram mais óbitos no norte do que no sul da Itália (figuras 1 e 2). Muitas outras descobertas deverão ocorrer na sequência desta epidemia e a AC&T fará o possível para divulga-las.

Figura 1 – Prevalência de doentes com fibrose cística na Itália. Através desta avaliação conclui-se que a prevalência de portadores heterozigotos de fibrose cística acompanhe o gráfico.

Figura 2 – Prevalência de infecções respiratórias causadas pelo covid 19. As áreas mais escuras são as mais prevalentes desta doença no início de 2020.

Em seguida lerão um texto explicativo, redigido por Marisa Ludmer, uma das autoras, contando um pouco do ocorrido e como tiveram a iniciativa de escrever o livro. A obra está disponível para ser editada aqui no Brasil bastando apenas que a empresa arque com os custos da impressão.

Vamos ao relato:É uma história que surgiu de

uma situação real. Quando seu filho foi diagnosticado com câncer, Karina Escandarani, percebeu a importância do ambiente emocional e social para poder lidar com a doença e a falta de material bibliográfico para acompanhar a criança e seu grupo de amigos, durante esse período.

Foi assim que ela decidiu convocar Vanesa Fridman, psicóloga educacional da escola onde eu, Marisa Ludmer, , psicóloga infantil e seu filho frequentamos, para poder escrever uma história que os ajudasse a passar por aqueles momentos difíceis da vida. É assim que essa história surge: dor, abraço compartilhado. Da necessidade de compartilhar, transmitir e gerar espaços e discursos que nos

permitam falar sobre situações angustiantes.É uma história escrita com muito amor e carinho.

Sem golpes baixos, o que possibilita o diálogo e o compartilhamento entre colegas e entre adultos e

crianças e as situações difíceis da vida pelas quais às vezes temos que passar.

Quando uma criança fica doente, o mundo geralmente é reduzido apenas à doença e o objetivo desta história é lembrar a condição de uma criança doente, que precisa brincar, para manter contato com seus amigos e familiares.

O objetivo deste livro é que seja uma ferramenta didática e literária capaz de favorecer a comunicação e de falar sobre as situações que geralmente são silenciosas, por não saber como falar.

Neste livro, não apenas a criança doente é considerada, mas também o ambiente e isso é uma nova contribuição para a bibliografia existente, uma vez que, em geral, é dirigida apenas à criança doente.

Dor é a história de um menino e seus amigos tendo que passar pelas notícias de uma doença que eles nunca imaginaram que aconteceria. A história é sobre um campeonato de futebol, onde o goleador adoece e

Dor, Abraço Compartilhado (Ache, Abrazo Compartido)essa situação força pais, professores e filhos a enfrentar as adversidades e as emoções geradas.

Esta história transmite os valores de companheirismo, amizade e a importância de enfrentar as situações adversas da vida juntos e em equipe.

É uma história de amizade, compromisso e força, mas também de medo e incerteza.

O objetivo deste livro é poder ajudar todas as crianças e famílias que precisam dele, por isso também já está traduzido para inglês, hebraico e português.

Do livro Ache, Shared Hug, surge o projeto Contá con Ache, um projeto social sem fins lucrativos, cuja missão é acompanhar as crianças e suas famílias durante o tratamento de doenças complexas, guiando seu ambiente através da criação de ações e ferramentas concretas.

Em 16 de outubro de 2019, o Legislativo de Buenos Aires declarou a matéria "Dor, abraço compartilhado" de interesse social e cultural e, em dezembro de 2019, declarado de interesse nacional pelo deputado Waldo Wolff.

Convidamos você a descobrir uma história única, a de Ache, que certamente ecoará e ajudará outras dores e suas famílias e amigos.

Para nos conhecer mais, acesse a páginawww.contaconache.com

Solidariedade

PROF. DR. FLÁVIO AUGUSTO NAOUM

Médico, Hematologista, Coordenador do Instituto Naoum de Hematologia e Diretor Clínico da Academia de Ciência e Tecnologia

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Você sabia que nossos fios de cabelo também envelhecem? Assim como todas as células do nosso corpo, ao longo dos anos, nossos fios de cabelo envelhecem!

Alterações na cor, textura, e densidade são percebidas mais frequentemente após os 35 anos. E neste momento, é quando as seguintes queixas são mais comuns:

- afinamento de fios- diminuição do volume- mudança de textura dos fios- mudança da cor dos fios

- aparecimento ou aumento da quantidade dos fios brancos

Em algumas pessoas, geneticamente predispostas, os fios brancos surgem bem antes dos 35 anos. E, infelizmente, não existe ainda tratamento comprovado e eficaz para evitar que esses fios apareçam.

Sobre a diminuição do volume, também não existem substâncias que sejam cientificamente seguras e que provêm sua capacidade de fazer aumentar a espessura/ diâmetro dos fios, embora existam muitos produtos no mercado com

Envelhecimento dos cabelos

Médica Dermatologista. Especialização em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo - HC - FMRP- USP. Título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia - SBD. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia - [email protected]

essa “propaganda”. Existem casos em que essa diminuição não se deve a idade mas sim a doenças do couro cabeludo e fios, por exemplo, a calvície. Para a diferenciação desses quadros, ou para saber se estão associados (envelhecimento do fio e calvície) é necessário consulta dermatológica específica.

Vale a pena lembrarmos que quando bem seguido por um dermatologista, todos processos de envelhecimento capilar podem ser melhor entendidos, inclusive quanto a forma mais adequada de abordar cada dessas queixas.

Dra. Heloisa da Rocha Picado Copesco

Opinião

Em uma era em que a tecnologia trabalha a favor da humanidade, investir em aplicativos que facilitam tanto a vida do laboratório, quanto a do paciente é cada vez mais comum. Nesse caminho, a Shift desenvolveu um aplicativo para apoiar seus clientes com uma série de benefícios que, além de agilizar e melhorar o fluxo dos processos laboratoriais, ainda facilita o atendimento aos pacientes, principalmente diante dessa crise que enfrentamos.

Ao baixar o Onlife no celular, o paciente pode agendar exames e coleta domiciliar e ainda saber sobre todas as orientações de preparos, até a possibilidade de compartilhar o resultado com o médico que solicitou o exame, entre outros serviços. Isso é possível porque os nossos clientes contam com a ferramenta Shift LIS, que sincroniza todas as informações sobre o paciente e os exames que ele realizou. No caso dos laboratórios, a integração do aplicativo com o Shift LIS agiliza a coleta de informações

no atendimento, uma vez que não é preciso redigitá-las.

Dessa maneira, o aplicativo otimiza processos e traz maior segurança para ambos os lados. Para o paciente, alguns benefícios resumem-se ao fato de não precisar enfrentar filas para ser atendido no balcão ou até mesmo não correr o risco de ter de refazer um exame por falta de informação sobre o preparo, de esquecer um documento ou a data de realização do exame, já que o aplicativo envia um alerta previamente sobre todas as etapas do processo.

Os alertas enviados aos pacientes via aplicativo também agilizam a comunicação com o paciente. Além disso, o fato do resultado e histórico de exames podem ser acessados pela plataforma também diminui a quantidade de impressões de papel e das filas para pegar o resultado no laboratório.

A facilidade do acesso ao histórico do paciente e de seus dependentes também informações imprescindíveis como, por exemplo, se o

Os benefícios do atendimento via aplicativopara o paciente e para o laboratório

paciente é alérgico a alguma medicação, se toma medicamento de rotina, se tem alguma doença crônica e se está fazendo um acompanhamento específico. Esses dados trazem maior eficiência e confiabilidade no processo de análise do exame.

O aplicativo ainda é novidade e muitos dos nossos clientes estão aderindo. Hoje, mais de 25% dos clientes nacionais já oferecem o Onlife aos seus pacientes, em oito estados do Brasil. São mais de 30 mil pacientes credenciados no aplicativo.

Por conta do momento delicado em que estamos vivendo, até o final do ano todos os nossos clientes espalhados por 22 estados do País terão acesso ao aplicativo para disponibilizar aos seus pacientes. Diante dessas informações, oferecer tecnologias que trazem maior eficiência ao setor de medicina diagnóstica faz parte do nosso trabalho. Nossa missão é atuar de maneira colaborativa para trazer benefícios a toda a cadeia da saúde. Afinal, hoje podemos resolver muitas coisas pelo celular, e a saúde não poderia ficar de fora.

ALEXANDRE CALEGARI

Mais de 16 anos de experiência em Tecnologia da Informação na área de Medicina Diagnóstica.Graduado em Tecnologia e Processamento de Dados pela UNIRP e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV, atualmente lidera projetos estratégicos da Shift e a área de Gestão de Produtos.Gerente de Produto da Shift.

[email protected]

difícil de equacionar, como entrosar o necessário e o justo sem prejudicar nenhum dos lados?

É o desafio dos governantes de todos os níveis que devem ter atitudes concretas e objetivas, sem politizar a questão. Estamos no momento da solidariedade, cidadania e espiritualidade. Qualquer ação para ajudar o próximo é válida. Estamos em um teste humanitário e não podemos falhar.

Que nossa ciência consiga brilhar, que o esforço dos nossos cientistas e força de trabalho alcancem o objetivo de desenvolver vacina contra o virus, e que a sociedade faça sua parte.

Que Deus nos abençoe.Saudações Biomédicas.

DR. DÁCIO EDUARDO LEANDRO CAMPOSPresidente do CRBM – 1ª Região

Quem não viveu outras pragas, gripes, epidemias, pandemias e as guerras, está tendo muita dificuldade para viver agora, a área da saúde principalmente.

Não podemos sair, andar, conversar, botecar e nem mesmo curtir a família é castigo demais para quem não tem nada a ver com a origem do mal. Médicos, Enfermeiros, Biomédicos, Bioquímicos nem mesmo podem voltar para casa em segurança após o trabalho: deles e dos familiares. O Corona vírus veio para arrasar; e arrasou.

Só Deus sabe como vai terminar isso, se terminar. Será que nosso convívio social continuará o mesmo? Como será a relação de trabalho, a relação familiar, a relação social? Pois é, este vírus

Novo vírus velhoveio para dizimar idosos, mas está levando gregos e troianos.

Nós, da Biomedicina, nos orgulhamos dos nossos profissionais e nos orgulhamos também das equipes de saúde de maneira geral que pelo bem da sociedade, buscando o controle da pandemia estão se expondo para ajudar pessoas contaminadas; São verdadeiros heróis, que tem como arma nesta luta a coragem e a competência. É a primeira vez que uma praga assola a todos, sem classe social, credo, origem ou raça.

Além da pasmeira, preocupa também quem perdeu seu emprego, quem dá o emprego e.... como será que as pessoas farão para sustentar suas famílias. A ciência versus a economia é uma batalha

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Opinião

A maior crise mundial de saúde pública dos últimos cem anos não sensibiliza, no Brasil, algumas pessoas que ocupam cargos políticos e executivos estratégicos. Esses indivíduos, nesse momento de pandemia e tudo o que ela gera, deveriam estar preocupados em prestar solidariedade às vítimas da Covid-19, seus familiares e mostrar, aos mais vulneráveis ou aos que vivem em situação de pobreza, que estão exercendo o poder para amenizar sofrimentos e perdas, sejam de vidas ou de ordem econômica. Mas, por aqui, o vírus não é o único inimigo.

A queda de braços entre isolamento social e economia gerou realidades paralelas, em um momento que o país precisa de unidade. Ocorre que ambas têm muita coisa em comum, a começar pela definição dada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de que “saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de afecções e enfermidades”. Portanto, emprego, renda, saneamento básico, educação

e qualidade de vida estão diretamente ligados ao amplo conceito de saúde. Por isso, crises econômicas, desemprego e queda do Produto Interno Bruto (PIB) impactam diretamente a saúde e a vida das pessoas.

Faz sentido a preocupação de Jair Bolsonaro com a abertura da economia. Mas, lamentavelmente, o presidente é um líder autoritário, que não agrega, que se expressa mal, age intempestivamente e coloca uns contra os outros. Após a demissão do ministro Mandetta, que fez um bom trabalho à frente da Saúde, e o desrespeito às regras mundiais de isolamento social, a gota d´água foi a participação do líder do Executivo nacional em ato a favor do AI-5 e pela intervenção militar, no último dia 19 de abril.

Isso levou o procurador-geral da República, Augusto Aras, que foi nomeado pelo próprio Bolsonaro, a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar as manifestações, que ocorreram em várias partes do país, alegando possível violação da Lei de Segurança

Em guerra contra o vírus e o autoritarismoNacional por "atos contra o regime da democracia brasileira”. Com gritos de ordem, como “Não vamos negociar nada” e “Agora é o povo no poder”, o Presidente da República (acreditem) afrontou a Constituição, incitou a desordem e desrespeitou a democracia – e todas as instituições democráticas do país. Por sorte, várias entidades, instituições, políticos, intelectuais e até o Exército se manifestaram contra as manifestações pró-intervenção militar.

Vivemos há alguns anos uma dualidade no país. Direita x esquerda; petistas x bolsonaristas; democracia x regime militar, enfim, debates intermináveis que só aumentam os ranços, inflam os ânimos, radicalizam as argumentações e, com isso, não saímos do lugar. Essa pequenez está destruindo a imagem do nosso país para o mundo. Bolsonaro já é reconhecido como o pior gestor da crise entre os líderes dos grandes países. O Brasil está em guerra contra o coronavírus e o autoritarismo. Que possamos sair vencedores em ambas.

DR. YUSSIF ALI MERE JR

[email protected]

Presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo(FEHOESP e SINDHOSP) e do SindRibeirão

Davi UemotoGerente de Riscos e Compliance da Associação Brasileira da Indústria deAlta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED) www.abimed.org.br -com apoio do escritório de advocacia SP Law www.splaw.com.br

A importância da atuação do Compliance em tempos de pandemiaDesde a 2ª semana de março, mais especificamente

após o pronunciamento oficial das autoridades brasileiras, a pandemia com o novo coronavírus passou a afetar a rotina das corporações e das pessoas no geral. Esquema de home office compulsório, afastamento social e correria nos departamentos de TI. Mais de um mês depois, a COVID-19 continua afetando o dia a dia da população e das pequenas, médias e grandes empresas.

Na área da saúde, o impacto foi imediato, especialmente para empresas que fornecem medicamentos, equipamentos e itens médicos e hospitalares no geral. Iniciou-se, então, uma corrida das prestadoras de serviços saúde, públicas ou privadas, na busca de insumos e equipamentos essenciais no tratamento e atendimento de pacientes infectados pelo coronavirus. Visando agilizar e simplificar os procedimentos na aquisição de tais produtos, o governo editou medidas provisórias e sancionou leis para facilitar o acesso a eles. Apesar de útil no momento, esse tipo de ação aumenta o risco de fraude e corrupção. Nesse cenário, os departamentos de Compliance e Jurídico das empresas assumem papel fundamental e de grande relevância na mitigação dos riscos inerentes ao cenário excepcional que vivemos atualmente, que traz ainda mais complexidade a um segmento industrial que por si só já é complexo.

Sem adentrar a fundo no tema, estamos diante de um cenário em que os três pilares do Triângulo de Fraudes, desenvolvido por Donald Cressey – pressão, oportunidade e racionalização – estão em situação latente e potencializada. É uma enxurrada de normas publicadas diariamente por autoridades em diversas frentes e instâncias, inadimplência de clientes e dificuldades no atendimento de compromissos financeiros junto a fornecedores – o que fatalmente gera conflitos nas relações contratuais e na saúde

emocional dos funcionários.Fato é que a pandemia não é e jamais será

um argumento de defesa para justificar práticas ilícitas. Autoridades brasileiras e americanas já se posicionaram nesse sentido, reforçando que, mesmo no momento atual de crise, não hesitarão em adotar medidas contra quem pratique atos de corrupção ou tenham condutas abusivas em relação a aumento de preço de produtos e insumos diante da elevada demanda por conta da crise.1-2

O que então os profissionais das áreas de Compliance e Jurídico poderão fazer diante do cenário acima, totalmente sem precedentes e fora dos padrões de normalidade? Não tenho a pretensão de apresentar soluções revolucionárias ou que sejam “one size fits all”. Como na estruturação de programas de Compliance, as medidas a serem implementadas devem considerar, especialmente, os riscos inerentes de cada negócio.

Com base em experiências bem-sucedidas em tempos muito menos complexos, podemos citar algumas medidas que resguardarão a companhia e seus funcionários:

• Garantir engajamento e apoio da alta direção: é papel da alta direção garantir ambiente de trabalho que não busque o resultado a qualquer custo especialmente neste momento crítico, ainda que sejam necessárias adequações.

• Análise contínua de perfil de riscos: antecipar problemas ou pontos de pressão em vez de esperar que de fato ocorram. Mais do que nunca, a empresa deve conhecer seus processos e estrutura organizacional e identificar suas fragilidades.

• Revisar e estruturar regras e políticas: atualizar procedimentos de prevenção de irregularidades com base nas análises acima e desenvolver novos mecanismos que atuem neste sentido.

• Conscientização e engajamento: manter rotinas de treinamentos e comunicação estratégica com os colaboradores durante o período de isolamento social, de forma a reforçar as políticas e boas práticas.

• Reforçar o canal de comunicação e interação com colaboradores: buscar sugestões de colaboradores relacionadas a processos implementados antes da crise e que, na visão deles, precisam ser ajustados.

• Interação com outras áreas: é papel do executivo de Compliance atuar em conjunto com outras áreas como Jurídico, Regulatório e RH, para atendimento e endereçamento das necessidades.

• Compliance e Jurídico: especialmente com a área jurídica, há necessidade de maior integração e união de esforços como meio de proteção e fortalecimento da companhia, seus valores e missões. Enquanto o Jurídico colabora com o negócio, trazendo alternativas para gerir o risco da melhor forma possível, identificando normas que possam se aplicar ao negócio, o Compliance zela pela integridade da empresa, fazendo valer padrões e normas e sugerindo medidas de mitigação dos riscos inerentes ao negócio, com foco e objetivos comuns.

A máxima de que em tempos de crise é que surgem as melhores soluções nos parece precisa e adequada para o momento em que vivemos. Acima de tudo, a crise exige novas formas de pensamento. Cabe a todos os envolvidos implementar essa máxima, com a esperança de que em um futuro próximo tudo volte à normalidade.

Referências1.https://www.justice.gov/atr/joint-antitrust-

statement-regarding-covid-19 2.http://www.cade.gov.br/noticias/cade-inicia-

coleta-de-dados-para-subsidiar-investigacao-no-setor-de-produtos-medicos-farmaceuticos

[email protected]

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Conheça o equipamento semi-automático daGeração Max da Stago - START MAX*

Um equipamento semi-automático para realização de testes em Hemostasia, que atende laboratórios de pequeno porte, e também laboratórios que trabalham com sistema óptico e necessitem do backup perfeito com metodologia mecânica – afinal não sofre interferência de cor causada pelo HIL (plasmas com hemólise, icterícia ou lipemia). O Sistema de Detecção Baseado na Viscosidade (mecânico) é uma metodologia patenteada Stago e proporciona resultados exatos e precisos, com máxima uniformização dos resultados com os outros instrumentos da Geração Max.

Equipamento com 16 canais de incubação e quatro canais de leitura, duas posições de reagentes a 37°C (uma posição

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Tromboplastina Parcialmente ativada (TTPa), Fibrinogênio, Tempo de Trombina (TT), Fatores, Proteína C e S e Anticoagulante Lúpico.

O START MAX é um equipamento simples, intuitivo com ferramentas modernas para trazer soluções para o seu laboratório!

O CQC preocupado em distribuir o que há de melhor no mercado diagnóstico em parceria com a Stago, dispõe das melhores soluções para seu laboratório.

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de agitação) e duas posições à temperatura ambiente, além da pipeta semi-automática integrada.

O que o torna único e o diferencia dos demais do mercado é o software com uma gestão completa de informações de reagentes, resultado de paciente, controle de qualidade (CQ) e dados de calibração, podendo armazenar 50 resultados de pacientes e até 120 valores de CQ por parâmetro.

O back up de dados do equipamento é realizado através de porta USB garantindo mais agilidade e rastreablidade para o laboratório.

Além disso possui reagentes dedicados e com amplo menu de testes de hemostasia: Tempo de Protrombina (TP), Tempo de

Simplicidade nascida da Experiência

O Brasil lida com a dengue há anos, e mesmo assim, o desafio para o enfrentamento da doença parece só aumentar. Em 2020, o boletim epidemiológico do Ministérios da Saúde já registrou 525.381 casos prováveis da doença, com 181 óbitos até início desse mês. As maiores incidências estão na região Centro-Oeste e Sul do país. Segundo registros, os casos já ultrapassaram os números de infectados em 2019, se comparado ao mesmo período. Com toda a atenção do momento voltada ao COVID-19, os cuidados com a dengue acabam ficando esquecidos, contribuindo com a elevação da doença.

Causada por um arbovírus homônimo da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus, a dengue possui quatro tipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, sendo transmitidos por mosquitos fêmeas da espécie Aedes Aegypt, e, em menor proporção, da espécie Aedes Albopictus. O Aedes Aegypt também

Casos de dengue disparam e colocam o país em alerta para mais uma epidemia

Diagnósticos do BrasilTel:. 11 3868-9800

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é responsável, pela transmissão da febre amarela, Chikungunya e Zika. O principal meio de prevenção é a eliminação de água parada em qualquer lugar, sejam pneus, calhas, lajes, piscinas, garrafas ou recipientes semelhantes.

Diversos testes e metodologias colaboram para resultados mais rápidos e precisos. O DB possui hoje três tipos diferentes de exames: detecção por antígeno NS1; detecção de anticorpos IgG e IgM e detecção específica do vírus da dengue por PCR.

“O antígeno de NS1 é uma glicoproteína não estrutural, que é essencial à replicação viral. Durante a fase aguda da infecção, a NS1 é encontrada circulando no soro de pacientes em concentrações detectáveis por métodos imunológicos, é um marcador de infecções pelo vírus da dengue que aparece antes dos anticorpos,” explica Deivis Paludo, gerente de relacionamento do DB. Já a metodologia de detecção por anticorpos IgG e IgM, realizado pelo método Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA), deve ser solicitada geralmente a partir do sexto dia do início dos sintomas. “A detecção destes anticorpos pode ser útil no diagnóstico e na diferenciação entre infecções primárias e secundárias,” confirma Deivis.

Em paralelo, outra opção é o teste molecular, apresentada como uma das principais ferramentas para o diagnóstico por ter uma alta sensibilidade e especificidade. Existe ainda a possibilidade de Detecção e Tipagem simultânea do Vírus da Dengue que além do diagnóstico contribui nos estudos epidemiológicos para melhor entendimento

da infecção na população pois tipifica qual dos 4 tipos do vírus da Dengue está causando essa enfermidade. “Essa detecção específica por PCR pode ser realizada de forma precoce e permite a diferenciação de outras infecções transmitidas pelo mesmo vetor, como a Chikungunya e a Zika,” complementa o gerente. Por isso, o exame molecular tem grande importância, por meio dele a detecção é mais precisa e ágil.

Em combate à dengue, o Diagnósticos do Brasil oferece três tipos de testes, trazendo mais precisão e agilidade ao mercado.

O DB atua na frente no combate da dengue, mesmo em meio a pandemia do COVID-19, para isso oferece testes que atuam de forma precisa e colaboram para a detecção precoce da doença, garantindo que o tratamento comece com antecedência e seja realizado adequadamente.

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da reação para a interpretação do resultado e uma linha de teste, que pode ou não ficar visível, de acordo com a clínica do paciente. Se a linha controle e a linha teste estiverem visíveis ao término do tempo de reação, o resultado deve ser interpretado como reagente.

Comum diferencial de estabilidade, que permite o produto ser acondicionado em temperaturas de 2 a 30ºC, além de um intervalo operacional de 50 a 4.000 ng/mL, a Biotécnica disponibiliza este produto em seu portifólio com catálogo BT 30.011.00, na apresentação de 20 determinações, sendo o kit completo, composto por dispositivos de teste e diluente, de fácil manuseio e prontos para o uso.

Sangue Oculto nas fezes - BiotécnicaO teste de Sangue oculto, também conhecido

como abreviatura de FOB (Fecal Occult Blood), é um teste de determinações qualitativas de sangue nas fezes.

Trata-se de um imunoensaio cromatográfico em membranas de nitrocelulose, onde a hemoglobina humana presente na amostra, se liga a um anticorpo conjugado, que migra pela membrana até a região em que contém anticorpos anti-hemoglobina humana, formando-se então uma faixa destacada e colorida, onde se faz a avaliação do teste.

O teste de FOB é indicado para investigações de sangramentos no trato intestinal, no monitoramento de doenças hemorrágicas do trato digestivo e também solicitado em casos onde o paciente apresente alguma anemia não detectada e que possivelmente é causada por sangramento no tubo digestivo. Sangramentos no sistema digestivo podem indicar severidade ou não, sendo relacionada desde uma leve irritação ou até mesmo a uma neoplasia.

Detecção de sangue oculto nas fezes em baixas concentrações, podem sugerir indícios precoces de úlceras, câncer e/ou outras alterações.

Casos de sangramento intestinal, ocasionados especialmente de pólipos e tumores, pode ser intermitente. Por esse motivo a indicação de que seja realizado a coleta de três amostras em dias sucessivos, pois assim aumenta a probabilidade de detecção.

Esta é uma análise indicada para a triagem preventiva de doenças na região colorretal em pacientes assintomáticos.

Para a realização do teste, o tipo de amostra a ser utilizada são as fezes, que tem estabilidade de até 3 dias em temperatura entre 2 a 8ºC.

Com resultados em cinco minutos, é o teste de melhor eficácia para detecção de sangue nas fezes em pequenas concentrações e de maneira simplificada.

Os dispositivos de teste, possuem uma linha controle que “deve” ser visível ao final do tempo

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WAMA Diagnóstica anuncia o novo kit paradeterminação quantitativa de β-HCG

Destaque no mercado nacional de testes rápidos, a WAMA Diagnóstica acaba de lançar seu novo parâmetro da linha Imuno Rápido Quanti: o β-HCG, um imunoensaio de fluorescência capaz de determinar quantitativamente o hormônio β-HCG no soro ou plasma humano.

O β-HCG é uma subunidade que compõe, juntamente com o α-HCG, a Gonadotrofina Coriônica humana (hCG) biologicamente ativo. O HCG é um hormônio glicoproteico produzido pelo tecido trofoblástico (normal e tumoral).

Por isso, a quantificação de hCG no soro ou plasma é amplamente utilizada no diagnóstico de gravidez, no qual níveis de hCG são detectáveis logo após a concepção. Sua concentração dobra a cada 48 horas, aumentando exponencialmente no primeiro trimestre e alcança um pico entre a 11ª e 13ª semanas de gravidez.

Durante a gravidez, elevados valores de hCG

acima da normalidade pode ser um indicativo de um carcinoma coriônico, mola hidatiforme ou gravidez múltipla. Além disso, estudos recentes também verificaram consistência na elevação dos níveis de hCG e a gravidade da pré-eclampsia.

Em conjunto com outros parâmetros, a quantificação de hCG em diferentes fases

gestacionais também pode ser usada para avaliar o risco de Trissomias como a Trissomia 21 (Síndrome de Down), Trissomia 13 (Síndrome de Patau) e Trissomia 18 (Síndrome de Edwards).

O kit Imuno-Rápido Quanti β-HCG da WAMA é um teste altamente sensível para determinação quantitativa da fração β do HCG e pode ser utilizado com amostras de soro ou plasma humano. Novamente a WAMA Diagnóstica reafirma seu compromisso em oferecer a seus clientes excelência em seus produtos, através de inovação, qualidade e eficiência assegurados pelo rígido controle de qualidade ao qual seus kits são submetidos.

Para evitar estes e outros possíveis transtornos, a tecnologia se tornou uma grande aliada dos profissionais da saúde para evitar danos ou desconforto aos pacientes. Entre essas tecnologias, está o scanner vascular Greiner Bio-One AV400, um aparelho eficaz e prático para procedimentos em que a visualização das veias seja necessária.

O dispositivo utiliza luz infravermelha que, através da absorção da hemoglobina, detecta veias subcutâneas e projeta-as com máxima definição na superfície da pele em tempo real. Além de portátil, leve e de fácil manuseio, possui foco automático e pode ser utilizado a partir de qualquer ângulo. Converte-se facilmente no modo “mãos livres“ com o uso de suportes opcionais móveis ou fixos, para o profissional realizar o procedimento tranquilamente.

Extremamente prático, não requer

calibração, manutenção de rotina ou preventiva. Ainda, não precisa estar conectado a uma tomada elétrica por ser alimentado pela bateria interna de longa duração e a recarga é rápida quando não está em uso.

O AV400, não substitui ou minimiza a importância do conhecimento técnico do profissional da saúde, mas trata-se de uma tecnologia simples que auxilia na localização dessas veias de difícil acesso e que, com certeza, traz mais tranquilidade aos pacientes que ficam menos sujeitos aos riscos e a dor de uma falha no procedimento de punção.

Para saber mais sobre este e outros produtos, acesse: www.gbo.com.br, ou entre em contato: [email protected].

COVID-19: aparelho traz mais segurança eagilidade para a rotina dos hospitais

A coleta de sangue é um dos procedimentos clínicos mais comuns para a realização de exames com diversas finalidades na área médica. Porém, em um momento em que profissionais da saúde de todo o país trabalham para conter o avanço da pandemia e tratar pacientes em UTIs, a combinação de conhecimento técnico a equipamentos de qualidade, são essenciais para garantir a confiabilidade dos resultados e a integridade dos pacientes.

Dores, hematomas ou até perfuração de artérias, são alguns exemplos de complicações que podem ocorrer devido a falhas durante a coleta, muitas vezes, causadas pela dificuldade de visualizar os vasos sanguíneos em pacientes que possuem acessos não muito aparentes, como idosos e crianças, que tendem a ter veias mais delicadas e de difícil localização para a realização da coleta de sangue ou infusão de medicamentos. www.gbo.com

O Greiner Bio-One AV400 auxilia o profissional da saúde na realização de coletas de sangue e infusão de medicamentos

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Raça e racismo - texto 6

Maria de Lourdes Pires Nascimento, MD Hematologista, Universidade Federal da Bahia / UFBA [email protected]

A Categorização ou Classificação Racial geralmente é um dos itens das fichas de identificação na área de saúde. Entretanto nem todos os profissionais da Área de Saúde, concordam. Alves (1) refere vários artigos científicos em que alguns autores possuem argumentos a favor e outros que são contra a Categorização Racial na Área de Saúde.

A Favor da Classificação Racial em Medicina, os principais argumentos utilizados para defender esta existência são:

a) As diferenças raciais continuam a ser importantes para a investigação de fatores não genéticos de doenças, uma vez que estão amplamente reconhecidas às diferenças em relação à qualidade de vida, riscos de adquirir determinadas doenças, resposta a tratamentos e acesso a serviços de saúde entre grupos populacionais distintos como resultado da estratificação social. Até 1994, existiram cerca de 2.500 artigos científicos que eram indexados em Medline usando classificações raciais ou étnicas (2, 3, 4, 5).

b) O uso de raça e ou/etnia é importante em estudos para avaliar alocação de recursos de saúde para grupos populacionais menos favorecidos (4).

c) O conhecimento da ancestralidade pode facilitar o teste diagnóstico para mutações específicas que são mais prevalentes em determinados grupos, e deste modo facilitar o diagnóstico e o tratamento (6).

d) O uso de categorias raciais minimizaria, de forma democrática, as diferenças na alocação de recursos, política e uso de serviços de saúde com um tratamento igual baseado em necessidades iguais (7).

Contra a Classificação Racial em Medicina, os autores defendem o abandono desta classificação,

com os seguintes argumentos:a) Ausência da evidência científica, tanto

antropológica como genética, de que Raça seja uma característica biológica. A variação genética no interior de uma população pode ser maior do que a variação genética que distingue populações diferentes (8, 9, 10, 11).

b) Ausência de associações entre as classificações raciais baseadas em traços físicos e marcadores biológicos de doenças ou efeitos terapêuticos de medicamentos. A aparência física é determinada por um pequeno número de genes, sendo o resultado de adaptações a determinadas condições geográficas. Não é possível se associar traços físicos a um significado biológico (12, 13).

c) Raça é mais uma maneira de classificar humanos com base em conceitos sociais, políticos, étnicos, mutantes e geralmente mantidos por uma ideologia racial (13).

d) Independente da classificação racial utilizada, a miscigenação facilitada pela quebra de barreiras geográficas e culturais irá diluir cada vez mais as possíveis diferenças atribuídas as raças (1).

e) Alguns autores têm proposto a exclusão da classificação racial e ou étnica das pesquisas médicas, alegando que além da falta de base genética para o uso destas classificações, elas servem apenas para perpetuar discriminação, preconceito, marginalização e subjugação. Para estes pesquisadores a classificação racial somente teria indicação quando para estudar o impacto do Racismo ou quando para estudar a desvantagem cultural e social no acesso e uso de serviços de saúde (14, 15).

f) No Brasil, não existe nenhum grupo humano que seja Racialmente Puro, pois as populações brasileiras contemporâneas são o resultado de um longo processo de miscigenação que vem variando, e se ampliando, com o passar dos tempos. A união entre imigrantes europeus e brasileiros apenas alterou o Fenótipo, porque a População Brasileira já teve desde o início um Fenótipo Mestiço e continua ampliando o Fenótipo Mestiço (16).

(Tópicos retirados do Livro Raça / Racismo: Relações com Doença Falciforme e Talassemia)

É necessária a categorizaçao racial na área de saúde?

Referências1) Alves C, Fortuna CMM, Toralles MBP. A Aplicação e o Conceito de Raça em Saúde Pública: definições, Controvérsias e Sugestões para Uniformizar sua Utilização nas pesquisas Biomédicas e na Prática Clínica. Gaz. Med. Bahia. 75:1 (Jan-Jun): 92-115, 2005.2) Ahdieh L, Hahn RA. Use of terms “race”, “ethnicity” and “national origins”: a re-view of articles in the American. Journal of Public Health, 1980-1989. Ethn Health 1: 95-98, 1996.3) Jones CP, LaVeist TA, Lillie-Blanton M. “Race” in the epidemiologic literature: an examination of the American Journal of Epidemiology, 1921-1990. Am J Epidemiol 134: 1079-1084, 1991.4) Kaufman JS, Cooper RS. Considerations for use of racial / ethnic classification in etiologic research. Am J Epidemiol. 154: 291-298, 2001.5) McKenzie KJ, Crowcroft NS (Editorial). Race, ethnicity, culture and science. BMJ 309: 286-287, 1994.6) Burchard EG, Ziv E, Coyle N, et al. The importance of race and ethnic background in biomedical and clinical practice. N Engl J Med 348: 1170-1175, 2003.7) Rathore SS, Krumholz HM. Differences, disparities, and biases: clarifying racial variations in health care use. Ann Intern Med, 141: 635-638, 2004.8) Bamshad MJ, Wooding S, Watkins WS, et al. Human population genetic structure and inference of group membership. Am J Hum Genet. 72: 578-589, 2003.9) Barbujani G, Maganini A, Minch E, Cavalli-Sforza LL. An apportionment of human DNA diversity. Proc Nat Acad Sci (USA). 94: 4516-419, 1997.10) Lewontin RC. The apportionment of human diversity. Evol Biol. 6: 381-392, 1972.11) Long JC, Kittles RA. Human genetic diversity and the nonexistence of biological races. Human Biology 75: 449-471, 2003.12) Angier N. Do races differ? Not really, genes show. New York Times. August 22, f1, 2000.13) Parra FC, Amado RC, Lambertucci JR, et al. Color and genomic ancestry in Brazi-lians. Proc Nat Avad Sci (USA). 100: 177-182, 2003.14) Collins FS. What we do and don’t know about ‘race’, ‘ethnicity’, genetics and heal-th at the dawn of genome era. Nat Genet. 36 (11 Suppl): S13-15, 2004.15) Royal CF, Dunston GM. Changing the paradigm from “race” to human genome variation. Nat Genet. 36 (11 Suppl): S5-7, 2004.16) IBGE / Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. 27: 1-125, 2006.

Saber fazer uso da empatia é outro fator que auxilia a gestão remota, ou seja, o acesso a equipe é mais tranquilo, uma vez que todos sabem que essa relação é autêntica e baseada em confiança. Aliás, falando em empatia e confiança, como você enxerga essa situação na sua empresa? Se perguntarmos aos colaboradores qual o índice de empatia dos líderes, que nota eles dariam – de 0 a 10? E você, qual nota você se daria? Esse tipo de questionamento pode ser feito via Pesquisa de Clima Interno – sua empresa já fez isso?

O fato é que nessas respostas, os números nunca batem! E pela minha experiência, as empresas precisam sim, trabalhar a empatia de modo estratégico e sincero. Não só por esse motivo, mas também por ele, como estará sua empresa depois dessa pandemia? Com certeza será preciso usar de muita empatia para se colocar no lugar de cada pessoa para ajustar tarefas, entregas, metas e até mesmo a relação interpessoal.

Para você, Líder, que sabe usar desse precioso recurso, fica aqui meus Parabéns! Se você ainda não sabe como fazer – fica aqui o convite!

KELLY CASIMIROÉ Psicóloga, fez carreira em RH de empresas da área da saúde. Atualmente é sócia da Desenvolvere Assessoria, empresa especializada em desenvolvimento humano na área da saúde.

Em tempos de isolamento social, home office e pandemia, o profissional que sabe usar da empatia para obter resultados é, com certeza, Líder.

A empatia se define como a capacidade de se colocar no lugar do outro e assim tentar compreender seu sentimento. Tem sido bastante estudada ao longo dos anos pela Psicologia e atualmente é alvo de estudos e ações nas empresas mundo a fora.

Daniel Goleman, autor da teoria da Inteligência Emocional, divide a empatia em três pilares.

1) Empatia Cognitiva: utilizada para compreender a perspectiva do outro e pensar sobre seus sentimentos. É saber utilizar-se do autoconhecimento para compreender o ponto de vista do outro;

2) Empatia Emocional: sentir o sentimento da outra pessoa, porém, sem se aprofundar. Aqui pode-se observar a linguagem não verbal para melhor entender esse sentimento;

3) Preocupação Empática: interpretar e entender como o outro precisa de ajuda, ou

Liderança e o uso da Empatia como ferramenta estratégicaseja, é entender qual a expectativa que o outro tem em relação a nós. E isso tem tudo a ver com Liderança.

Na prática isso parece bem fácil, todavia, como ser empático e ainda obter os resultados que a organização necessita?

A empatia vai além de se colocar no lugar do outro, ela envolve uma preocupação genuína com as pessoas. É se colocar à disposição para fazê-las se sentirem melhor, seja com relação aos seus sentimentos ou outros aspectos. É justamente aí que a empatia tem papel primordial no exercício da liderança.

Conhecer o perfil de cada colaborador, sua realidade e até membros de sua família, faz muita diferença no dia a dia. É com o interesse genuíno, exercício constante da comunicação e uso da empatia que os laços emocionais são

criados e fortalecidos e com isso, a relação de confiança é estabelecida. Com essa relação estabelecida, o “cobrar resultados” se torna algo comum, como sendo apenas uma etapa da relação de trabalho.

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Opinião

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O Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Unesp (Cevap), localizado no câmpus de Botucatu, uniu-se ao Instituto Biológico de São Paulo, à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), ao Instituto Vital Brazil, à Fundação Ezequiel Dias e a empresas farmacêuticas brasileiras e americanas para desenvolver tratamento inovador baseado em nanocorpos para o combate à Covid-19 em pacientes infectados.

Nanocorpos são seres vivos microscópicos do tamanho de um nanômetro, o equivalente à bilionésima parte de um metro.

“A realização deste projeto translacional de pesquisa,

UNESP

Unesp lidera o desenvolvimento de nanocorpos contra a Covid-19desenvolvimento e inovação permitirá a produção de anticorpos candidatos para a imediata realização de ensaios clínicos durante a pandemia de Covid-19, tanto para tratamento quanto para profilaxia. Além disso, o domínio e a geração desta tecnologia permitirão a implantação de uma plataforma de produção de anticorpos recombinantes em dois grandes laboratórios públicos brasileiros que produzem medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz Rui Seabra Ferreira Junior, coordenador da equipe e professor/pesquisador do Cevap-Unesp.

“(O projeto) Contribuirá também para o estabelecimento de uma nova linha de pesquisa e desenvolvimento na Unesp, alinhada aos objetivos da futura Fábrica de Amostras de Medicamentos Biológicos para Pesquisa Clínica da Unesp, em início de construção em Botucatu”, afirma o pesquisador.

Os nanocorpos serão produzidos em camelídeos (camelos, lhamas, alpacas, vicunhas e guanacos) que, ao serem desafiados pelo novo coronavirus, fabricam anticorpos de baixa massa molecular, mas com elevada capacidade neutralizante. Estas características permitem que a porção de interesse seja copiada para produção escalonável em laboratório.

Segundo o coordenador da equipe, os ensaios pré-clínicos visando à preparação de protótipos

candidatos serão realizados já no primeiro ano do projeto e os ensaios clínicos de segurança e de ajuste de dose ocorrerão no segundo ano da pesquisa.

Ao usar a estratégia de cooperação multidisciplinar e multi-institucional, que mescla capacidades acadêmicas e técnicas de produção industrial, acrescidas da terceirização de algumas etapas do projeto, diminuiremos custos, aumentaremos a reprodutibilidade e a qualidade e ainda conseguiremos desenvolver um protótipo candidato em menos tempo, que atenda às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o início dos ensaios clínicos”. Rui Seabra Ferreira Junior, pesquisador Cevap-Unesp

Por: Jorge Marinho e Rui Seabra Ferreira Junior

Sede do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Unesp, no campus de Botucatu

A aprovação de dois novos tratamentos por parte da agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), demonstra o avanço da ciência para uma nova era de medicina contra o câncer mamário.

Tratam-se de medicamentos que se mostraram muito eficazes contra o câncer de mama metastático, mesmo para aqueles pacientes que já realizaram outros tratamentos.

No dia 17 de abril o tucatinib foi aprovado em associação a outros dois medicamentos, utilizados rotineiramente para o tratamento do câncer de mama tipo Her-2 positivo, o trastuzumabe e a capecitabina. A combinação dessas três drogas mostrou-se eficaz no tratamento de pacientes portadoras de doença metastática, inclusos os que estejam com metástase cerebral.

Os estudos mostraram que o grupo de pacientes que utilizou a combinação das três drogas teve redução de 34% do risco de morte quando comparado ao grupo que utilizou o tratamento convencional.

Já o medicamento sacituzumab govitecan-hziy aprovado no dia 20 de abril, para câncer de mama metastático chamado triplo negativo, é fruto de uma aprovação acelerada da droga baseada nas taxas de resposta apresentadas pelos participantes nas duas etapas iniciais dos estudos. Esse tipo de tumor, quando metastático e já tratado com outros regimes de drogas é considerado uma condição grave e carente de opções de tratamento.

É importante destacar que o FDA concede aprovação antecipada e acelerada de drogas inovadoras quando apresentam bons resultados na primeira e na segunda fase de testes para doenças em que não há opções terapêuticas equivalentes.

Contudo, essa aprovação não revoga a necessidade dos testes comparativos que devem ser feitos na sequência. Nesse cenário, a molécula deve seguir sob aprovação contínua e fica condicionada à comprovação dos benefícios clínicos nos estudos confirmatórios da fase três e, portanto, após o medicamento chegar ao mercado.

As pesquisas clínicas têm obtido vitórias decisivas contra o câncer e o FDA tem tido papel importante na regulação de drogas que se mostram com resultados altamente significativos e clinicamente importantes para a sobrevida dos pacientes. Por ora, apenas nos Estados Unidos o medicamento está autorizado a seguir para os próximos passos até a comercialização.

* Dra. Lilian Arruda, mestre em oncologista, pesquisadora e coordenadora médica do Centro de Pesquisa Clínica do IBCC Oncologia.

Artigo

Vitórias decisivas contra o câncer de mama metastático

* Dra. Lilian Arruda

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DR. RODRIGO MASINI DE MELO

CEO||DATA SCIENTIST||PROJECT MANAGER, IBusinessHealth

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Como o COVID-19 está aumentando a adoção da I.A. e por que isso é importante

e os cientistas estão mais bem equipados para obter novas idéias sobre essa doença misteriosa.

As ferramentas de diagnóstico de IA aumentam os resultados positivos do paciente

O tempo é essencial no tratamento do COVID-19. Nos piores cenários, a doença atinge rapidamente os pulmões e requer intervenções como oxigênio e ventiladores. Os testes também são críticos para a luta contra o Coronavírus, para que casos conhecidos possam ser rastreados, isolados e colocados em quarentena. Profissionais médicos que estão frustrados com o acesso e a precisão dos testes de COVID-19 estão cada vez mais se voltando para os TCs para o diagnóstico. De fato, em um estudo recente fora da China, a tomografia computadorizada diagnosticou com precisão o coronavírus 97% do tempo. No mesmo estudo, 48% dos pacientes que apresentaram resultado negativo nos testes de swab acabaram tendo a doença.

O COVID-19 está mudando a maneira como o mundo funciona. Do distanciamento social à formulação de políticas, o impacto dessas mudanças ainda são incertas para o futuro. Se a necessidade é a mãe da invenção, talvez as pandemias globais sejam o pai da implementação da I.A.

O COVID-19 está mudando a maneira como o mundo funciona. Do distanciamento social à formulação de políticas, o impacto dessas mudanças ainda pouco se sabe como afetará o futuro. Se a necessidade é a mãe da invenção, talvez as pandemias globais sejam o pai da implementação.

A Inteligência Artificial(I.A.), uma ferramenta poderosa e adaptativa, está tendo um momento de ressurgimento durante esses tempos incertos. Enquanto procuramos desesperadamente por respostas para os muitos problemas que o COVID-19 colocou diante de nós, a I.A. aparece repetidamente como uma solução viável. Muitas dessas opções estão no mercado há algum tempo, mas o interesse por elas está crescendo à medida que empresas, profissionais médicos e a sociedade em geral procuram desesperadamente usar qualquer ferramenta possível na luta contra o COVID-19. Essa explosão do novo uso da I.A. provavelmente moverá permanentemente a sua adaptação aos saltos, em vez de pequenos passos.

Avaliações domiciliares assistidas por I.A. para COVID-19 diminuem a carga hospitalar

Os chatbots oferecem um recurso inicial para as organizações preencherem as lacunas de serviço. Eles são uma ferramenta popular no setor

bancário e no varejo, mas os pacientes preocupados tradicionalmente buscam ajuda médica por meio de serviços humanos. No entanto, o COVID-19 está criando um gargalo no sistema de saúde. Os hospitais estão sobrecarregados e pode ser um risco desnecessário procurar atendimento médico pessoalmente.

O Scout é um chatbot de conversação lançado pela Intermountain Healthcare que usa sua plataforma de I.A. de pacientes para auto-avaliar os sintomas do COVID-19 e seu perfil de risco para a contratação do COVID-19. O Scout, em seguida, gera artigos e recursos específicos para indivíduos, com base nas informações recebidas. Embora as isenções de responsabilidade esperadas sejam claramente comunicadas àqueles que usam a ferramenta, suas orientações ajudam a simplificar o processo para os procedimentos de admissão e ajudam no gargalo que muitas instalações médicas estão enfrentando devido ao COVID-19.

Scout baseia suas avaliações e recursos nas diretrizes da OMS e do CDC. As tecnologias de I.A. permitem que o Scout fique atualizado com as informações mais atuais em um momento em que as informações mudam quase a cada hora. Além disso, ao coletar os dados que o Scout recebe, os médicos

Opinião

Tecnologia da Informação

Shift fornece tecnologia para testes emergenciais de Covid-19 na região de Ribeirão Preto

A Shift, especializada em Tecnologia da Informação (TI) para medicina diagnóstica, vai fornecer a sua tecnologia da informação – o Shift LIS – para agilizar o processamento de análises clínicas dos testes de Covid-19 que serão realizados na região de Ribeirão

Preto, como parte do projeto Supera Ação – Covid-19. A iniciativa é do Supera Parque de Inovação e Tecnologia e startups incubadas, em Ribeirão Preto, que se uniram para converter emergencialmente seus laboratórios e parques de equipamentos em um enorme laboratório

diagnóstico capaz de oferecer testes de Covid-19 para atender e impulsionar sistema de saúde na região.

Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Ribeirão Preto e Universidade de São Paulo, nessa primeira fase, o objetivo é oferecer 5 mil testes moleculares de Covid-19 ao sistema de saúde da região. Numa segunda fase, a previsão é disponibilizar 25 mil testes rápidos.

A testagem em massa é uma das medidas mais eficazes para conter a propagação do coronavírus e reduzir os impactos desta pandemia, tanto em mortalidade e disponibilidade dos sistemas de saúde, quando impactos socioeconômicos. Além da quantidade de testes que serão disponibilizados, a realização deles em Ribeirão Preto - e não no Instituto Adolfo Lutz em São Paulo, como tem de ser feito hoje - reduzirá o tempo de resposta de semanas para dias, o que agilizará a tomada de providências.

"Ser provedora da tecnologia para esta iniciativa faz parte do nosso espírito colaborativo e do nosso protagonismo no ecossistema em que estamos envolvidos. Nossa motivação é somar esforços e apoiar a população e a saúde pública a superar a pandemia o mais rápido possível, com menor

Empresa se juntou à iniciativa sem fins lucrativos do Supera Parque de Inovação e Tecnologia e startups incubadas, em Ribeirão Preto, para ser a empresa provedora de tecnologia do projeto Supera Ação – Covid-19

impacto possível", destaca Marcelo Lorencin, fundador e presidente da Shift.

"O momento em que estamos vivendo é ímpar, sem precedentes e fez com que os membros do ecossistema inovador da região se unisse ainda mais para oferecer para a sociedade uma solução que contribua, efetivamente, no combate ao coronavírus. A parceria com a Shift neste momento é de muita relevância já que fortalece ainda mais essas ações", avalia Eduardo Cicconi, gerente do Supera Parque de Inovação e Tecnologia.

O sistema Shift LIS, que será usado no projeto, faz a integração e a sincronização de todas as informações sobre o paciente e os exames que ele realizou. Segundo Lorencin, a Shift reuniu esforços para entregar o projeto oferecendo o sistema Shift parametrizado, a integração com o sistema de cadastro preparado e o desenho do processo para melhor performance de atuação do laboratório na análise das amostras e disponibilização do resultado.

Para a realização do projeto, o Supera Ação conta com o apoio de pessoas físicas e jurídicas que contribuem financeiramente por meio de doações destinadas para a compra de reagentes e equipamentos. Todos os exames realizados por esta iniciativa serão contabilizados e a quantidade será publicada periodicamente. O site para doação é https://www.superacaocovid19.com

Marcelo Lorencin

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