dpc_eca_aula_02

Upload: elciocandido-candido

Post on 05-Mar-2016

10 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Wanderson Bersani - Escala Pentatonica

TRANSCRIPT

  • www.cers.com.br

    DELEGADO DA POLCIA CIVIL Direito da Criana e do Adolescente

    Cristiane Dupret

    1

    GUARDA

    - Guarda x Poder familiar

    - Espcies de guarda

    1) Guarda para regularizar a posse de fato

    possvel que a criana ou adolescente j

    esteja sendo criado por algum, que no possui

    o termo de guarda. O objetivo, nesta modalidade

    de guarda, tornar de direito uma situao

    meramente ftica.

    2) Guarda liminar ou incidental no processo

    de adoo

    Artigo 33, pargrafo primeiro guarda liminar ou

    incidental nos procedimentos de tutela e

    adoo, exceto por estrangeiros. Com base

    nesse dispositivo, possvel que, durante o

    processo de adoo, os futuros pais adotivos

    tenham a guarda da criana ou adolescente.

    3) Guarda para atender situao peculiar

    ou para suprir falta eventual

    Recentemente, no julgamento do RMS 36034, a

    Primeira Seo do STJ exarou entendimento no

    sentido de concesso do benefcio

    previdencirio ao menor sob guarda. Vejamos a

    deciso publicada no Informativo 546:

    No caso em que segurado de regime

    previdencirio seja detentor da guarda judicial

    de criana ou adolescente que dependa

    economicamente dele, ocorrendo o bito do

    guardio, ser assegurado o benefcio da

    penso por morte ao menor sob guarda, ainda

    que este no tenha sido includo no rol de

    dependentes previsto na lei previdenciria

    aplicvel.

    O fim social da lei previdenciria abarcar as

    pessoas que foram acometidas por alguma

    contingncia da vida. Nesse aspecto, o Estado

    deve cumprir seu papel de assegurar a

    dignidade da pessoa humana a todos, em

    especial s crianas e aos adolescentes, cuja

    proteo tem absoluta prioridade.

    O ECA no uma simples lei, uma vez que

    representa poltica pblica de proteo criana

    e ao adolescente, verdadeiro cumprimento do

    mandamento previsto no art. 227 da CF.

    Ademais, no dado ao intrprete atribuir

    norma jurdica contedo que atente contra a

    dignidade da pessoa humana e,

    consequentemente, contra o princpio de

    proteo integral e preferencial a crianas e

    adolescentes,

    j que esses postulados so a base do Estado

    Democrtico de Direito e devem orientar a

    interpretao de todo o ordenamento jurdico.

    Embora a lei previdenciria aplicvel ao

    segurado seja lei especfica da previdncia

    social, no menos certo que a criana e

    adolescente tem norma especfica que confere

    ao menor sob guarda a condio de dependente

    para todos os efeitos, inclusive previdencirios

    RMS 36.034-MT,.

    TUTELA

    A tutela medida de colocao em famlia

    substituta que, diferentemente da guarda,

    pressupe a morte dos pais, sua declarao de

    ausncia, qualquer outra forma de perda ou

    ainda suspenso do Poder Familiar

    A Lei 12.010/2009 realizou duas alteraes no

    ECA quanto tutela. A primeira foi no artigo 36,

    alterando o limite de idade para 18 anos,

    tornando letra da lei algo que j era aplicado

    desde o advento do novo Cdigo Civil. A

    segunda alterao foi realizada no artigo 37, que

  • www.cers.com.br

    DELEGADO DA POLCIA CIVIL Direito da Criana e do Adolescente

    Cristiane Dupret

    2

    antes dispunha sobre a especializao da

    hipoteca.

    A tutela cessar com a maioridade ou

    emancipao do menor, ou ainda quando sob

    menor, algum passar a exercer o poder

    familiar, no caso de reconhecimento ou adoo.

    ADOO

    Cabe ressaltar que a adoo simples, antes

    existente nos termos do Cdigo Civil de 1916,

    continha determinadas restries e deixou de

    existir com o Cdigo Civil de 2002. Desde seu

    advento, a adoo plena e irrestrita.

    A adoo um ato solene que, para alguns

    unilateral , enquanto para outros bilateral.

    Trata-se de modalidade de colocao em

    famlia substituta que gera vnculo de filiao

    entre adotante e adotado. Trata-se, no dizer de

    Arnold Wald, de fico jurdica que cria o

    parentesco civil.

    Das trs modalidades de colocao em famlia

    substituta, a adoo, ato jurdico bilateral,

    sinalagmtico e solene, a nica que toma o

    carter de definitividade, atribuindo vnculo

    legalmente ficto de paternidade e filiao

    legtimas e parentesco civil, sendo ilimitado seu

    efeito, com o total desligamento com a famlia

    biolgica.

    Apenas em uma modalidade de adoo no

    haver desconstituio total dos vnculos. Trata-

    se da adoo unilateral, que aquela em que o

    cnjuge ou companheiro adota o filho do outro.

    Estabelece a Resoluo n. 175, de 14 de maio

    de 2013, aprovada durante a 169 Sesso

    Plenria do Conselho Nacional de Justia

    (CNJ), a proibio de as autoridades

    competentes se recusarem a habilitar ou

    celebrar casamento civil ou, at mesmo, de

    converter unio estvel em casamento entre

    pessoas de mesmo sexo.

    - Estgio de convivncia

    O ECA exige, como regra, o estgio de

    convivncia entre o adotante e o adotando, que

    ser acompanhado por equipe interprofissional

    a servio do Juizado da Infncia e Juventude.

    O estgio de convivncia poder ser

    dispensado se o adotando j estiver sob a tutela

    ou guarda legal do adotante durante tempo

    suficiente para que seja possvel avaliar a

    convenincia da constituio do vnculo. A

    simples guarda de fato, por si s, portanto, no

    autoriza a dispensa do estgio de convivncia.

    Antes da reforma, a idade de at um ano do

    adotando dispensava o estgio de convivncia.

    Tal exceo foi suprimida pela Lei 12.010/2009.

  • www.cers.com.br

    DELEGADO DA POLCIA CIVIL Direito da Criana e do Adolescente

    Cristiane Dupret

    3

    OUTRAS DISPOSIES IMPORTANTES:

    - Adoo pstuma

    - Cadastro prvio de adoo

    - Estgio de convivncia

    - Adoo internacional

    - Direito cincia da origem biolgica

    - Adoo intuitu personae

    - Irrevogabilidade da adoo

    Define-se adoo intuitu personae como aquela

    em que os pais biolgicos, ou um deles, ou,

    ainda, o representante legal do adotando, indica

    expressamente aquele que vem a ser o

    adotante. Suely Mitie Kusano a define como:

    A adoo em que o adotante previamente

    indicado por manifestao de vontade da me

    ou dos pais biolgicos ou, no os havendo, dos

    responsveis legais quando apresentado o

    consentimento exigido [...] e, por isso,

    autorizada a no observncia da ordem

    cronolgica do cadastro de adotantes.

    O caso em exame, a avaliao realizada pelo

    servio social judicirio constatou que a criana

    E K est recebendo os cuidados e ateno

    adequados s suas necessidades bsicas e

    afetivas na residncia do impetrante. No h,

    assim, em princpio, qualquer perigo em sua

    permanncia com o pai registral,

    a despeito da alegao do Ministrio Pblico de

    que houve adoo intuitu personae, a chamada

    "adoo brasileira", ao menos at o

    julgamento final da lide principal.

    verdade que o art. 50 do ECA preconiza a

    manuteno, em comarca ou foro regional, de

    um registro de pessoas interessadas na adoo.

    Porm, a observncia da preferncia das

    pessoas cronologicamente cadastradas para

    adotar criana no absoluta, pois h de

    prevalecer o princpio do melhor interesse do

    menor, norteador do sistema protecionista da

    criana. (STJ Quarta Turma - HC 279059 / RS

    2014)

    proibida a venda criana ou ao adolescente

    de:

    I - armas, munies e explosivos;

    II - bebidas alcolicas;

    III - produtos cujos componentes possam causar

    dependncia fsica ou psquica ainda que por

    utilizao indevida;

    IV - fogos de estampido e de artifcio, exceto

    aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam

    incapazes de provocar qualquer dano fsico em

    caso de utilizao indevida;

    V - revistas e publicaes a que alude o art. 78;

  • www.cers.com.br

    DELEGADO DA POLCIA CIVIL Direito da Criana e do Adolescente

    Cristiane Dupret

    4

    VI - bilhetes lotricos e equivalentes.

    proibida a hospedagem de criana ou

    adolescente em hotel, motel, penso ou

    estabelecimento congnere, salvo se autorizado

    ou acompanhado pelos pais ou responsvel.

    VIAGEM DE CRIANA E ADOLESCENTE

    Nenhuma criana poder viajar para fora da

    comarca onde reside, desacompanhada dos

    pais ou responsvel, sem expressa autorizao

    judicial.

    A autorizao no ser exigida quando:

    2) de pessoa maior, expressamente autorizada

    pelo pai, me ou responsvel.

    a) tratar-se de comarca contgua da residncia

    da criana, se na mesma unidade da

    Federao, ou includa na mesma regio

    metropolitana;

    b) a criana estiver acompanhada:

    1) de ascendente ou colateral maior, at o

    terceiro grau, comprovado documentalmente o

    parentesco;

    A autoridade judiciria poder, a pedido dos pais

    ou responsvel, conceder autorizao vlida por

    dois anos.

    Quando se tratar de viagem ao exterior, a

    autorizao dispensvel, se a criana ou

    adolescente:

    I - estiver acompanhado de ambos os pais ou

    responsvel;

    II - viajar na companhia de um dos pais,

    autorizado expressamente pelo outro atravs de

    documento com firma reconhecida.