downsizing: uma abordagem sistÊmica elton mayo (1880-1949), psicólogo americano e responsável...

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DOWNSIZING: UMA ABORDAGEM SISTÊMICA Jonathas de Assis Santos Rio de Janeiro 2012

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DOWNSIZING: UMA ABORDAGEM SISTÊMICA

Jonathas de Assis Santos

Rio de Janeiro 2012

JONATHAS DE ASSIS SANTOS

Aluno do curso de Engenharia de Produção

Matrícula 0823800145

DOWNSIZING: UMA ABORDAGEM SISTÊMICA

Rio de Janeiro

Dezembro de 2012

Trabalho de Conclusão de

curso, TCC, apresentado ao curso

de graduação em Engenharia de

Produção, da UEZO como parte dos

requisitos para a obtenção do grau

de Engenheiro de Produção, sob a

orientação da Professora Rosana

Silva

S237 SANTOS, Jonathas de Assis.

Downsing: uma abordagem sistêmica / Jonathas de Assis

Santos. — 2012.

64 f.; 30 cm.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Engenharia de Produção)— Centro Universitário Estadual da Zona

oeste, Rio de Janeiro, 2012.

Bibliografia: f. 43-49.

1. Gestão de pessoas. 2. reestruturação. 3.

Mudança organizacional. 4. Análise do desempenho. 5.

estratégia I. Título.

CDD 620.11

ii

iii

Dedico este trabalho à minha esposa e demais familiares,

especialmente meus pais.

iv

A Deus, pela proteção e por conceder saúde, fé e

perseverança para alcançar nossos objetivos.

A UEZO, pela oportunidade concedida para realização do

curso.

À professora Rosana da Silva Alves, por ter aceitado o

desafio da orientação, pela inesgotável paciência em dar

certezas, quando a dúvida reinava em meu saber e pela

amizade e consideração.

Ao Professor Paulo Emílio Paes Rodrigues pelo estímulo,

confiança, apoio, e constante auxílio técnico no

desenvolvimento do projeto.

Meu profundo apreço aos demais professores do curso de

Engenharia de Produção e funcionários da UEZO.

Aos colegas da 1ª turma de Engenharia de Produção da

UEZO pela companhia ao longo desta árdua travessia,

especialmente ao Marcos, Duane, Vitor Eduardo e

Frederico, companheiros fiéis e inseparáveis em todos os

momentos.

À minha esposa, pelo apoio incondicional, carinho

dispensado e incentivo constante.

Aos meus pais, que com sua dedicação e esforço incessante

possibilitaram todas as condições que eu pudesse cursar

uma Universidade.

v

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais

voltará ao seu tamanho original”

Albert Einstein

“Ama-se mais o que se conquista com esforço”

Benjamin Disraeli

vi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1:Tipologias de mudanças do downsizing sistêmico ...................... 31

Tabela 2: Tempo de implementação do downsizing e estratégia adotada. 33

vii

RESUMO

Em um mundo globalizado, dominado pelo desenvolvimento tecnológico e

caracterizado pela busca intensa da produtividade e qualidade, as organizações

manifestam, fundamentalmente, a necessidade de serem competitivas, o que exige a

implementação de novos modelos, sistemas ou técnicas de gestão. Neste novo cenário,

em que os modelos tradicionais de gestão empresarial começaram a serem

questionados, os gestores de recursos humanos, agora chamados de gestores de

pessoas passam a ter um novo papel, estratégico, visto que suas ações influenciam o

comportamento humano e podem dar um novo rumo à organização. Este novo papel

induz as instituições a uma reavaliação dos critérios de análise do desempenho das

pessoas e também dos processos. Feita a reavaliação, faz-se necessário conduzir

mudanças. Novos enfoques como o downsizing, estão sendo utilizados por parte das

organizações em relação aos seus recursos humanos e também aos processos, de forma

a conseguir alinhar às pessoas aos objetivos organizacionais. O trabalho busca

apresentar, através da revisão de literatura e pesquisa bibliográficas, como o downsizing,

se aplicado com busca ao objetivo principal de mudanças organizacionais, o chamado

downsizing sistêmico, necessariamente, não implica em demissões em massa e conduz

a uma verdadeira mudança organizacional, tornando a organização mais flexível e

dinâmica. Conclui-se que a estratégia sistêmica é uma solução viável para organizações

que necessitem de um novo formato organizacional, que a torne mais dinâmica e flexível

atendendo as exigências do ambiente globalizado contemporâneo.

Palavras-chaves: Gestão de pessoas, Reestruturação, Mudança organizacional,Análise

do desempenho,Estratégia

viii

ABSTRACT

In a globalized world, dominated by technological development and characterized

by intense pursuit of productivity and quality, the organizations express fundamentally the

need for competitive, which requires the implementation of new models, systems and

management techniques. In this new scenario, in which the traditional models of business

management began to be questioned, the human resource managers, now called people

managers now have a new role, strategic, since their actions influence human behavior

and can make a new direction to the organization. This new role induces institutions to a

reassessment of the criteria for reviewing the performance of people and also the

process. Reassessed, it is necessary to drive change. New approaches such as

downsizing are being used by organizations in relation to their human resources and also

to processes in order to get people to align organizational goals. The work seeks to

present through literature review and research literature, as downsizing, if applied to

search the main objective of organizational changes, the so-called systemic downsizing

does not necessarily imply layoffs and leads to a real organizational change, making the

organization more flexible and dynamic. We conclude that systemic strategy is a viable

solution for organizations requiring a new organizational format, which makes it more

dynamic and flexible meeting the demands of contemporary globalized environment.

Keywords: People management, Restructuring, Organizational change, Analysis

of the performance,Strategy

ix

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .................................................................................. VI

RESUMO ................................................................................................... VII

ABSTRACT .............................................................................................. VIII

1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 1

2. GESTÃO DE PESSOAS E ADMINISTRAÇÃO .................................. 3

2.1. CONCEITO .................................................................................. 3

2.2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL . 4

2.2.1. Era da Industrialização Clássica ..................................................... 4

2.2.2. Era da industrialização Neoclássica ............................................... 6

2.2.3. Era da Informação ............................................................................ 6

2.3. DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DA GESTÃO DE PESSOAS . 7

3. ANÁLISE DE DESEMPENHO .......................................................... 10

3.1. CONCEITO E IMPORTÂNCIA ................................................... 10

3.2. MÉTODOS DE ANÁLISE DE DESEMPENHO ........................... 11

3.2.1. Métodos de Análise Organizacionais ............................................ 11

3.2.2. Métodos de Avaliação de Pessoal ................................................. 13

4. DOWNSIZING ................................................................................... 16

4.1. CONCEITO ................................................................................ 16

4.2. FATORES MOTIVADORES ....................................................... 18

4.3. OBJETIVOS ............................................................................... 19

x

4.4. ATRIBUTOS CHAVE DO DOWNSIZING ................................... 19

4.5. TIPOS DE DOWNSIZING .......................................................... 21

4.6. ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO .................................... 22

4.6.1. Redução da força de trabalho ....................................................... 23

4.6.2. Redesenho estrutural ..................................................................... 24

4.6.3. Estratégia sistêmica ....................................................................... 24

4.7. PANORAMA ATUAL DO DOWNSIZING .................................... 25

5. DOWNSIZING SISTÊMICO: UMA ALTERNATIVA VIÁVEL............ 27

5.1. IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ...................................... 27

5.2. IMPLEMENTAÇÃO .................................................................... 29

5.2.1. Tempo de execução ....................................................................... 32

5.3. PÓS-DOWNSIZING ................................................................... 33

5.4. RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE O DOWNSIZING .......... 34

5.5. APLICAÇÃO DO DOWNSIZING SISTÊMICO: O CASO DA

HOESCHT AG ........................................................................................... 36

5.5.1. A Reunião de 1994 .......................................................................... 36

5.5.2. O Antes e Depois do downsizing .................................................. 37

5.5.3. Situação atual da Hoescht AG ....................................................... 38

6. CONCLUSÃO ................................................................................... 40

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 43

ANEXOS .................................................................................................... 50

1. INTRODUÇÃO

A era da Revolução Industrial, provocou mudanças em níveis: socioeconômico,

político, organizacional e tecnológico. Nessa fase, ocorreu a substituição das oficinas

artesanais pelas fábricas e a transferência do centro de negócios da agricultura para a

indústria. Essas mudanças trouxeram novas exigências em termos de eficiência e

eficácia para as organizações, além da necessidade de contratação maciça de mão-de-

obra. A evolução histórica desta administração surgiu em decorrência do crescimento das

organizações e do aumento da complexidade das tarefas da gestão de pessoal.

George Elton Mayo (1880-1949), psicólogo americano e responsável pela Teoria

das Relações Humanas, em sua época já considerava as pessoas como organismo vivo

dentro da empresas, desenvolvendo experiências no campo do comportamento humano

no trabalho, que demonstraram a influência de fatores psicológicos e sociais.

Os grandes desafios provocados pela chegada da globalização e do

desenvolvimento tecnológico provocaram mais mudanças, trazendo como consequência

o rompimento de antigos paradigmas e o advento de uma nova gestão de pessoas. A

maioria das organizações têm se dado conta de que um dos o principais recursos de um

negócio são as pessoas. A competição, o dinamismo da tecnologia e as constantes

mudanças no ambiente externo trouxeram a necessidade de se buscar soluções

inovadoras e também a criação de produtos e serviços diferenciados, o que somente as

pessoas podem proporcionar.

Estas mudanças induzem as instituições a uma reavaliação dos critérios de

análise do desempenho das pessoas. Feita a reavaliação, faz-se necessário conduzir

mudanças. Novos enfoques como o downsizing, estão sendo utilizados por parte das

organizações em relação aos seus recursos humanos, de forma a conseguir alinhar às

pessoas aos objetivos organizacionais O downsizing é uma das ferramentas de

reestruturação organizacional que vem sendo bastante utilizado.Isto pode ser

comprovado pelas constantes notícias de dispensas de trabalhadores.Mas também muito

controversa, pois o enfoque dado pelas organizações é o de demissões em massa, como

única maneira de se atingir o objetivo. Entretanto a literatura explicita diversas estratégias

de implementação do downsizing. Uma delas aborda o chamado downsizing sistêmico,

abordagem que contempla um planejmaento bem elaborado ,implementação a longo

2

prazo e que busca a uma mudança geral em toda a organização, com vistas à

modernização e flexibilização.

O trabalho busca apresentar através de pesquisas bibliográficas e de revisão da

literatura e como as organizações, estão promovendo mudanças para se adequar à nova

realidade de valorização do pessoal, como seu principal ativo. Um dos meios utilizados é

a aplicação de downsizing. A problemática a ser tratada por este trabalho está ligada a

implementação do downsizing como ferramenta de mudanças organizacionais, buscando

superar os desafios dos gestores principalmente quando se fala de avanço tecnológico,

competitividade, integração dos empregados à cadeia de valor, e da cultura

organizacional.

No segundo capítulo teremos uma breve descrição da evolução histórica da

gestão de recursos humanos paralela à evolução da administração, a partir da Revolução

Industrial e também abordará brevemente quais os desafios enfrentados pelos gestores

de pessoal atualmente, divididos em três grandes aspectos, desafios ambientais,

desafios organizacionais e desafios individuais. O terceiro capítulo abordará também de

forma sucinta a análise de desempenho, o primeiro passo a ser realizado antes de se

executar qualquer estratégia de reestruturação. No quarto capítulo iniciaremos a

abordagem do downsizing descrevendo os principais conceitos, tipos, vantagens,

desvantagens, objetivos e exibindo como o downsizing é visto atualmente. No quinto

capítulo iniciaremos as considerações sobre a abordagem sistêmica do downsizing,

apresentando como a utilização desta estratégia pode trazer grandes benefícios às

organizações em oposição à aplicação do downsizing simplesmente como estratégia de

demissão de pessoal. No sexto capítulo serão feitas as considerações finais, concluindo

como a estratégia sistêmica do downsizing é uma ótima solução para organizações que

necessitam se modernizar.

3

2. GESTÃO DE PESSOAS E ADMINISTRAÇÃO

2.1. CONCEITO

Um dos recursos mais presentes em todas as Organizações e que nenhuma

empresa pode dispensar é o Fator Humano . Assim sendo pode-se definir Gestão de

Pessoas como o conjunto de ações conduzidas pela função de administração de pessoal,

estrutura responsável pela componente administrativa de pessoal, pelas relações sociais

e pela operacionalização das políticas de recursos humanos partilhadas com a

hierarquia, com o propósito de alcançar determinados objetivos. (CARDOSO, 2010)

A área de Gestão de Pessoas, antigamente denominada de Administração de

Recursos Humanos, pode ser considerada como uma área contingente e situacional, que

mantém uma interação entre o ambiente interno e externo da organização. Essa área

envolve conceitos de várias Ciências Sociais e Humanas, como a Psicologia

Organizacional, Medicina do Trabalho, Sociologia, Educação e outras, cada uma

contribuindo com aspectos que envolvem a plena gestão de pessoas. (ROMERO, KOPS,

COSTA E SILVA, 2009).

Segundo Chiavenato (2008): “a Gestão de Pessoas é uma das áreas que mais

tem sofrido mudanças e transformações nestes últimos anos”. Hoje esta área possui uma

configuração totalmente diferente, e consequentemente um novo papel dentro das

organizações. De uma função meramente administrativa, passou a ter um papel

estratégico.

Conforme Mascarenhas (2008) a Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela

excelência de organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que

simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação.

Na visão de Chiavenato (2008) há pouco tempo as pessoas eram tratadas como

objetos e como recursos produtivos – quase da mesma forma como se fossem máquinas

ou equipamentos de trabalho, como meros agentes passivos da administração.

O relacionamento entre pessoas e organizações era considerado antagônico e

conflitante.

Acreditava-se que os objetivos das organizações – como lucro, produtividade,

eficácia, maximização da aplicação de recursos físicos e financeiros, redução de custos –

eram incompatíveis com os objetivos das pessoas – como melhores salários e benefícios,

conforto no trabalho, lazer, segurança no trabalho e no emprego, desenvolvimento e

progresso pessoal. (CHIAVENATO, 1999,)

4

Esses conceitos sofreram evoluções ao longo dos tempos, à medida que a

conjuntura econômica e social do planeta se modificava. Conforme Chiavenato (2008)

verificou-se que, se a organização quer alcançar os seus objetivos da melhor maneira

possível, ela precisa saber canalizar os esforços das pessoas para que também estas

atinjam os seus objetivos individuais e que ambas as partes saiam ganhando.

Em resumo, as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para

atingir seus objetivos e cumprir suas missões. Como disse Chiavenato (2008): “Sem

organizações e sem pessoas certamente não haveria a Gestão de Pessoas”

2.2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL

Ao longo de toda história da humanidade sucedem-se fatos marcantes no mundo

do trabalho. As mudanças e transformações que ocorreram no século XX, influenciaram

significativamente a relação entre as pessoas e o trabalho e também o comportamento

destas nas organizações. No decorrer do século XX, conforme Chiavenato (2004a) as

organizações passaram por três fases distintas: a era da industrialização clássica,

industrialização neoclássica e era da informação. A visão das características de cada

uma permite compreender as práticas de gestão de pessoas, resumidamente

apresentadas.

2.2.1. Era da Industrialização Clássica

A Era da industrialização clássica que cobriu o período entre 1900 e 1950, iniciou-

se com a Revolução Industrial. Nesse período, a estrutura organizacional típica

caracterizou-se pelo formato piramidal e centralizador, modelo burocrático, centralização

das decisões no topo, estabelecimento de regras e regulamentos internos para disciplinar

e padronizar o comportamento dos participantes. A cultura organizacional era voltada

para o passado e para a conservação das tradições e valores tradicionais.

(CHIAVENATO, 2004)

As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com outros

recursos organizacionais, como máquinas, equipamentos e capital, dentro da concepção

dos três fatores tradicionais de produção: natureza, capital e trabalho.

5

A administração das pessoas era tradicionalmente denominada Relações

Industriais. O homem era ainda considerado um apêndice da máquina. O mundo estava

mudando, embora ainda devagar: as mudanças eram relativamente lentas, suaves,

progressivas, paulatinas, previsíveis. (CHIAVENATO, 2004a)

As teorias que predominaram nessa era foram as Teorias da Administração

Científica e Teoria Clássica da Administração contestada depois pelo surgimento da

Teoria das Relações Humanas.

A Teoria da Administração Científica criada por Frederick W. Taylor (1856 –

1915), provocou uma verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo

industrial. Para o aumento da produtividade propôs métodos e sistemas de racionalização

do trabalho e disciplina do conhecimento operário colocando–o sob comando da

gerência. Propõs incentivos salariais e prêmios pressupondo que as pessoas fossem

motivadas exclusivamente por interesses salariais e materiais.Em virtude edeste

pensmaento surgiu o termo “homo economicus”. Do ponto de vista da gestão de pessoas,

os efeitos negativos da organização do trabalho taylorista/fordista sobre os trabalhadores

foram: a fragmentação do trabalho com separação entre concepção e execução, que

associada ao controle gerencial do processo e à hierarquia rígida levou à desmotivação e

alienação de trabalhadores, bem como ao desequilíbrio na carga de trabalho.

A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol(1841 -1925).

Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem Econômico

e pela busca da máxima eficiência. Sofreu críticas como a manipulação dos

trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de

comando e responsabilidade.

Nests época, a necessidade de humanização e democratização da Administração

nas frentes de trabalho, aliadas ao desenvolvimento das ciências humanastais como

psicologia e sociologia, bem como as conclusões da Experiência de Elton Mayo(1880-

1949) fizeram brotar a Teoria das Relações Humanas.

Segundo Chiavenato (2003) a Teoria das Relações Humanas depositou na

motivação a expectativa de levar o indivíduo a trabalhar para atingir os objetivos da

organização. Defende a participação do trabalhador nas decisões que envolvem a tarefa,

porém essa participação sofre restrições e deve estar de acordo com o padrão de

liderança adotado.

6

A presnte teoria enaltece ao modelo do homem emocional. Este sendo

reconhecido não apenas como um ser isolado, mas como pertencente a um grupo que

continuamente desenvolve suas competências sociais

2.2.2. Era da industrialização Neoclássica

A chamada Era da industrialização neoclássica durou de 1950 a 1990. Nessa

época as mudanças passaram a ser mais rápidas, mais intensas e pouco previsíveis.

Chiuzi(2010) diz que nessa era a competição entre as empresas ficou mais

acentuada. O velho modelo burocrático e funcional, centralizador e piramidal, utilizado

para formatar as estruturas organizacionais, tornou-se inflexível e vagaroso demais para

acompanhar as mudanças que ocorriam no ambiente. As organizações tentaram novos

modelos de estrutura que pudessem proporcionar-lhes mais inovação e melhor

ajustamento às novas condições. Surgiu a estrutura matricial como uma espécie de

quebra-galho para tentar consertar e reavivar a velha e tradicional organização funcional.

Já na década de 80 a administração de pessoal embarcou nos programas de

qualidade, em geral voltados para a visão racional e não holística.

2.2.3. Era da Informação

Conforme Chiavenato (2003) esta era iniciou em torno de 1990 e permanece até

os dias de hoje. A tecnologia transforma o mundo em uma aldeia global. A informação

cruza o planeta em milésimos de segundos. A tecnologia da informação provoca ao

globalização da economia: A competitividade torna-se mais intensa entre as

organizações.

A estrutura organizacional em matriz tornou-se insuficiente para dotar as

organizações da agilidade, mobilidade, inovação e mudanças necessárias para suportar

as novas ameaças e oportunidades dentro de um ambiente de intensa mudança e

turbulência. Os processos organizacionais tornaram-se mais importantes do que os

órgãos que constituem a organização. Os órgãos (sejam departamentos ou divisões)

tomaram-se provisórios e não definitivos, os cargos e funções passaram a serem

constantemente definidos e redefinidos em razão das mudanças no ambiente e na

7

tecnologia, os produtos e serviços passaram a ser continuamente ajustados às

demandas e necessidades do cliente, agora dotado de hábitos mutáveis e exigentes.

(CHIAVENATO, 2003)

A tendência é que as organizações do futuro funcionem sem a limitação do

espaço físico, pois cerscem acada dia as organizações virtuais.

Com base nesta modernidade as pessoas passaram a ser valorizadas por seu

conhecimentos, habilidades, personalidades, aspirações, percepções etc.

2.3. DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DA GESTÃO DE PESSOAS

Como visto na evolução histórica, a chegada da globalização e do

desenvolvimento tecnológico provocou o rompimento de paradigmas ou modelagens

muito antigas e o padrão de gestão não poderia continuar sendo o mesmo. Para Romero,

Kops, Costa e Silva (2009), a globalização, o desenvolvimento tecnológico, Fala-se da

necessidade de reduzir custos, e na elevação dos padrões de qualidade fatores que

afetam diretamente a área de Gestão de Pessoas.

A partir deste contexto, o profissional em seu ambiente de trabalho passou a ser

visto de forma mais completa, como um ser pensante e que usa seus conhecimentos

habilidades e atitudes para colaborar com o alcance dos objetivos e metas das

organizações. Com isto, inúmeros programas, projetos e incentivos que buscam o

desenvolvimento e que faziam fluir o que havia de melhor nas pessoas, passaram a fazer

parte dos modelos gerenciais.

A respeito disso Joelmir Beting (2001) disse que:

“O Capital Humano (sempre com maiúsculas) é um ativo precioso a ser desenvolvido pelo seu valor intrínseco. Valor que se manifesta pelo tripé talento/esforço/caráter. Esse valor, a exemplo do capital físico, pode ser aumentado ou depreciado. No caso, pela empresa ou pelo próprio profissional.” (p.10).

O Programa de Estudos em Gestão de Pessoas da Fundação Instituto de

Administração, conveniada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da

Universidade de São Paulo (FIA/FEA/USP) realizou uma pesquisa objetivando identificar

quais as principais tendências da Gestão de Pessoas. A pesquisa mostrou que 82,3%

dos entrevistados consideram como o maior desafio da Gestão de Pessoas é alinhar as

8

pessoas, desempenho e competências humanas às estratégias do negócio e objetivos

organizacionais. Outros 33,3% vêm como o maior desafio, alinhar a gestão de pessoas

às estratégias do negócio e objetivos organizacionais; e 25,3% apontam o desafio de

apoiar e promover processos de mudança organizacional e direcionamento estratégico.

Foi proposto também ao grupo pesquisado que identificasse estratégias competitivas

consideradas mais relevantes para seus negócios. A orientação para a excelência

operacional, revendo processos e reduzindo custos, aparece como estratégia crucial para

mais de 37% das organizações –um resultado bastante coerente com os desafios

identificados nos outros tópicos. (FIA /FEA/ USP, 2004.).

Diante da situação exposta pela pesquisa, podemos ver que a Gestão de Pessoas

assumiu um papel fundamental nas organizações e hoje tem valor estratégico. Alinhar as

pessoas da organização aos objetivos organizacionais é o principal desafio enfrentado

hoje pelos gestores de pessoal. Logo em seguida vemos a questão da mudança

organizacional e do direcionamento estratégico como outra questão desafiadora para o

gestor de pessoal. Todas estas questões senão administradas corretamente podem

afetar significativamente o desempenho da organização. Mas porque estas situações

ocorrem?

Pode-se dizer que as pessoas não estão alinhadas ás estratégias do negócio e

objetivos organizacionais, pois estão alocadas no setor errado, estão realizando tarefas

não condizentes com suas habilidades, existe uma burocracia organizacional que impede

que o colaborador se identifique com os objetivos do negócio e traga resultados, as

comunicações são demoradas e ineficientes. Uma correta análise do desempenho pode

identificar o que está errado e correções podem ser feitas utilizando ferramentas

organizacionais modernas como a reengenharia, o downsizing, e outras.

Os dados referentes às diretrizes estratégias das organizações em que atuam os

respondentes da pesquisa indicam um cenário de competitividade no qual a ampliação de

mercados será disputada por meio de redução de custos e terá por consequência

possível algo que se imaginava já superado pela história empresarial da década anterior:

as reestruturações internas. (FIA /FEA/USP, 2004.).

É possível dizer que praticamente todas as organizações pesquisadas estão se

reestruturando e capacitando seu quadro de especialistas para atuar de acordo com

esses preceitos. (FIA FEA, USP, 2004.).

Uma das maneiras de se reestruturar internamente, tornando a organização mais

flexível e dinâmica e reduzindo custos é o downsizing. Entretanto downsizing é

9

frequentemente associado a uma técnica exclusivamente de “enxugamento”, redução em

massa de pessoal. (RIBEIRO et al. 2009).

Pretende-se mostrar neste trabalho como o downsizing pode ser útil na

reestruturação organizacional se corretamente aplicado para o fim a que se propõe , que

é o de tornar a organização menos burocrática, mais dinâmica e com redução de custos.

Esta abordagem do downsizing é chamada de sistêmica e foi proposta por FREEMAN &

CAMERON (1993) Se aplicado da forma proposta, o downsizing atingirá o seu objetivo

sem que o foco seja só as demissões, situação normalmente associada a este processo.

Além disso, só o “enxugamento de pessoal” não é suficiente para tornar a empresa mais

moderna e flexível, sendo necessário aplicar um downsizing sustentado e bem planejado.

As empresas têm uma série de objetivos definidos para o downsizing, mas aquele

ao qual elas dedicam mais atenção é a redução do quadro de pessoal. Outros objetivos,

como a maior rapidez nas decisões e a melhora na moral da linha gerencial, são

frequentemente levantados como justificativas para os cortes e, em seguida, esquecidos.

(FERREIRA, 2004).

Antes de aplicar o downsizing as organizações devem identificar em qual ponto da

organização está o elo fraco, quem ou o quê está em direção oposta à visão e missão da

empresa. Quais partes ou quais colaboradores não auxiliam na busca do objetivo de

negócio. Para identificar as partes do todo que estão dificultando a busca dos objetivos

de negócio, deve-se antes de aplicar qualquer medida fazer uma análise de

desempenho. No próximo item veremos o que é a Análise de desempenho e como ela é

um processo necessário antes da aplicação de qualquer medida de mudança

organizacional, principalmente o downsizing. Ressalta-se aqui que a análise de

desempenho será tratada com um foco sistêmico da organização. Em outras palavras a

análise de desempenho não deve ser feita buscando identificar apenas as pessoas que

estão desalinhadas com os objetivos organizacionais, mas sim também qualquer cargo,

processo, estrutura e o que mais possa se avaliar, que não está contribuindo para a

evolução da organização.

10

3. ANÁLISE DE DESEMPENHO

3.1. CONCEITO E IMPORTÂNCIA

Segundo Souza (2005), a análise de desempenho pode ser definida como a

identificação e mensuração das ações que os colaboradores de

uma organização realizaram durante determinado período. A análise de

desempenho tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e

coletivo dos funcionários, promovendo o crescimento pessoal e profissional, bem como

melhor desempenho. Além disso, fornece à Administração de recursos

humanos informações para tomadas de decisões acerca de salários, bonificações,

promoções, demissões, treinamento e planejamento de carreira, proporcionando o

crescimento e o desenvolvimento da pessoa avaliada.

Araújo (2006) diz que através da análise de desempenho é mais fácil

fornecer “feedback” às pessoas da organização, baseado em informações sólidas e

tangíveis, e auxiliá-las no caminho para o autodesenvolvimento. Outro benefício é a

possibilidade de descoberta de talentos resultante da identificação das qualidades de

cada pessoa da organização.

Um conceito mais amplo que o de análise de desempenho é o de gestão do

desempenho, que se apresenta atualmente como o modelo mais completo para o

acompanhamento do desempenho dos colaboradores, por abranger o planejamento,

acompanhamento e avaliação do desempenho, com o intuito de melhorar o trabalho,

objetivando estimular o alcance de metas organizacionais e a promoção do

desenvolvimento dos recursos humanos. O planejamento, a partir da missão, visão,

análise do ambiente interno e externo da empresa, identifica as metas a serem

alcançadas. Em seguida vem o acompanhamento das ações, para verificar se as

mesmas estão de acordo com as metas estabelecidas, identificar as discrepâncias entre

as ações realizadas e esperadas e então desenhar as ações de desenvolvimento e

capacitação. (SOUZA,2005)

De acordo com Gonçalves (2002) a característica essencial para uma organização

é a capacidade de aplicar com sucesso seus indicadores para a medição de seu

desempenho, possibilitando um maior conhecimento de seus processos, relacionados

com os pontos críticos de sucesso, permitindo uma avaliação contínua da eficiência de

seus processos e pessoas.

Complementando, a gestão organizacional deve estar embasada na indicação

apontada por suas medidas de desempenho. Segundo Slack et al. (1997) não existe

11

possibilidade de reduzir a complexidade do desempenho de um negócio a um único

indicador, há necessidade real de aplicar diversos indicadores para atingir os mais

variados aspectos nos quais a estratégia de negócio se realiza. É necessário também

compreender que os indicadores devem interagir para que se constituam em

instrumentos eficazes de gestão.

O processo de mensurar o desempenho organizacional, como todos os aspectos

de gestão, é um processo permanente e repetitivo, onde a frequência das medições

depende da atividade a ser medida. As medições de desempenho possuem várias

razões, onde as mais importantes são monitorar o progresso da empresa e corrigir

eventuais falhas. Mas, além disso, o gestor pode, através da avaliação da eficiência da

empresa, se preparar para enfrentar as mudanças ambientais, principalmente no que

concerne à natureza mutável da competição e à criação de valor para o cliente. É

fundamental, portanto, que esta avaliação seja feita em caráter relativo, ou seja,

mensurando a eficiência da organização em relação a seu ambiente competitivo.

(MACEDO, SILVA, 2005).

3.2. MÉTODOS DE ANÁLISE DE DESEMPENHO

Como queremos analisar uma abordagem sistêmica do downsizing, temos que

realizar uma análise de desempenho não só do pessoal, mas também organizacional de

forma a identificar os elementos internos da organização que estão desalinhados aos

objetivos estratégicos. Dividiremos este tópico em análise do desempenho organizacional

e análise do desempenho do pessoal

3.2.1. Métodos de Análise Organizacionais

Para Macedo e Silva (2005), não existe até hoje nenhum método ou modelo de

avaliação de performance organizacional que seja único para toda e qualquer variável do

mundo empresarial. Em vez disso, os gestores e analistas se utilizam de uma série de

metodologias de avaliação de desempenho para lidar com os diferentes elementos de

uma organização. Contudo, os métodos que consideram aspectos financeiros e não

financeiros tendem a assumir uma importância especial, já que o desempenho acaba por

ser afetado por variáveis de ambas as naturezas.

12

Macedo e Silva (2005) continuam dizendo que este tipo de metodologia

multicritério é sempre crucial num processo de avaliação institucional. Porém com esta

multiplicidade de fatores de decisão faz-se necessário o uso de métodos e técnicas que

possam proporcionar a estes uma melhor percepção da performance organizacional.

Existem muitos métodos e programas para melhoria do desempenho

organizacional. Alguns métodos não apresentam foco em resultado como, por exemplo,

gerenciamento do conhecimento. Outros como Balanced Scorecard são completamente

direcionados a resultados. Contudo, tudo depende de como é feita a abordagem dentro

da organização. Um método de gerenciamento do conhecimento pode ser implementado

de forma a contribuir fortemente para os resultados, enquanto que a implementação de

Balanced Scorecard pode não levar a melhoria de resultados se não houver uma

implementação adequada. (GODOY, 2009)

Seguem abaixo alguns programas selecionados de uma lista dada por McNamara

(2002 apud Godoy, 2009) e que são utilizados para melhoria do desempenho

organizacional, com uma pequena descrição a respeito de cada um deles.

a) Balanced Scorecard: tem como objetivo interligar controles operacionais de curto

prazo aos objetivos de longo prazo da estratégia da organização. É focado em quatro

indicadores: perspectiva do cliente, processo internos, perspectiva financeira e de

aprendizado e crescimento.

b) Benchmarking: este método utiliza a comparação de determinados indicadores

com outras organizações de modo que se tenha uma perspectiva de nível de

desempenho para este assunto em questão. Em geral, deve-se buscar referências

comparativas de outras empresas ou organizações que sejam notadamente reconhecidas

como sendo as melhores no assunto em questão.

c) ISO-9000: a busca por uma certificação pode ser considerada um processo de

melhoria de desempenho, principalmente no contexto brasileiro, pois o processo traz

algumas exigências como a padronização, o estabelecimento de indicadores, a

realização de medições, que não são culturalmente natas em nossas empresas.

d) Learning Organization: o programa é focado no aumento de valor dos sistemas

da organização, incluídas as pessoas, de modo a aumentar a capacidade para

desempenhar. Utiliza os princípios da teoria de sistemas, e por si só não é um

instrumento que garanta a melhoria de desempenho. A maneira como a organização

aplica este aumento do conhecimento e de capacidade na busca de melhoria dos

resultados é que determina sua efetividade.

13

e) Planejamento Estratégico: estabelece para a organização, diretrizes, estratégias

e objetivos. O planejamento estratégico, apesar de por si só ser como o próprio nome diz

um planejamento, a sua implementação, se adequada traz às empresas melhoria de

desempenho.

Conforme De Godoy (2009) outros programas para melhoria do desempenho

organizacional são sugeridos e aparecem a cada dia. No entanto, para todos os

programas sugeridos, verifica-se que existe a necessidade da utilização de uma

abordagem adequada durante a implementação. Para todos eles, o processo de

implementação é muitas vezes mais importante do que os resultados implementados.

3.2.2. Métodos de Avaliação de Pessoal

Existem vários sistemas, ou métodos, de avaliação de desempenho. Os métodos

mais tradicionais de avaliação de desempenho são Segundo França (2007) e Stoffel

(1997):

a) Escalas gráficas de classificação: é o método mais utilizado nas empresas.

Avalia o desempenho por meio de indicadores definidos, graduados através da descrição

de desempenho numa variação de ruim a excepcional.

b) Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação dos indivíduos através de

frases descritivas de determinado tipo de desempenho em relação às tarefas que lhe

foram atribuídas, entre as quais o avaliador é forçado a escolher a mais adequada para

descrever os comportamentos do avaliado. Este método busca minimizar a subjetividade

do processo de avaliação de desempenho.

c) Pesquisa de campo: baseado na realização de reuniões entre um especialista

em avaliação de desempenho da área de Recursos Humanos com cada líder, para

avaliação do desempenho de cada um dos subordinados, levantando-se os motivos de

tal desempenho por meio de análise de fatos e situações.

d) Avaliação por resultados: é um método de avaliação baseado na comparação

entre os resultados previstos e realizados. É um método prático, mas que depende

somente do ponto de vista do supervisor a respeito do desempenho avaliado.

14

e) Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação do alcance de objetivos

específicos, mensuráveis, alinhados aos objetivos organizacionais e negociados

previamente entre cada colaborador e seu superior. É importante ressaltar que durante a

avaliação não devem ser levados em consideração aspectos que não estavam previstos

nos objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao colaborador. E ainda, deve-se

permitir ao colaborador sua auto avaliação para discussão com seu gestor.

f) Padrões de desempenho: também chamada de padrões de trabalho é quando

há estabelecimento de metas somente por parte da organização, mas que devem ser

comunicadas às pessoas que serão avaliadas.

g) Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através de comportamentos

descritos como ideais ou negativos. Assim, assinala-se “sim” quando o comportamento

do colaborador corresponde ao comportamento descrito, e “não” quando não

corresponde. É diferente do método da Escolha e distribuição forçada no sentido da não

obrigatoriedade na escolha das frases.

Uma mudança marcante nos métodos de avaliação é a passagem do avaliado

como ser passivo para ser agente. Além disso, a introdução do conceito de competência,

compreendido como “o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes do indivíduo”

(ZARIFIAN, apud SOUZA, 2005) levou à criação de novas formas de avaliar as pessoas

em uma organização:

A. Avaliação 360 graus: neste método o avaliado recebe feedbacks (retornos) de todas

as pessoas com quem ele tem relação, também chamados de stakeholders, como pares,

superior imediato, subordinados, clientes, entre outros.

B. Avaliação de competências: trata-se da identificação de competências conceituais

(conhecimento teórico), técnicas (habilidades) e interpessoais (atitudes) necessárias para

que determinado desempenho seja obtido.

C. Avaliação de competências e resultados: é a conjugação das avaliações de

competências e resultados, ou seja, é a verificação da existência ou não das

competências necessárias de acordo com o desempenho apresentado.

D. Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho futuro, identifica as

potencialidades do avaliado que facilitarão o desenvolvimento de tarefas e atividades que

lhe serão atribuídas. Possibilita a identificação de talentos que estejam trabalhando

aquém de suas capacidades, fornecendo base para a recolocação dessas pessoas.

15

E. Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert S. Kaplan e David P. Norton

na década de 90, avalia o desempenho sob quatro perspectivas: financeira, do cliente,

dos processos internos e do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos

estratégicos para cada uma das perspectivas e tarefas para o atendimento da meta em

cada objetivo estratégico.

16

4. DOWNSIZING

4.1. CONCEITO

Agravado pelo permanente crescimento das diversas manifestações tecnológicas

e o voraz impacto desta internacionalização das marcas e economia, termos como

reengenharia, downsizing, fusão, aquisição, privatização, entre outras formas de alteração na

estrutura, passaram a ser comuns nos meios acadêmicos e organizacionais, tamanha a

força do seu impacto nos diversos setores da economia. (CARVALHO, 2004)

O termo downsizing é controverso. Cattani (1997) e Albuquerque (1997), por

exemplo, consideram downsizing um modismo e optam pela utilização da expressão

reengenharia, um termo que, para esses autores, compreende um sistema de gestão que

tem como pressuposto uma perspectiva racionalizadora e democrática. Para outros

autores, entretanto, reengenharia e downsizing têm significados muitos próximos, assim

como rightsizing (a organização no tamanho correto), reestruturação e reposicionamento

(CASCIO, 2002). Em nosso trabalho downsizing como um termo único diferente de outros

termos.

O termo downsizing foi primeiramente utilizado como referência à diminuição do

tamanho de carros na indústria automobilística e passou a ser usado com o significado

de redução de força de trabalho em épocas de recessão (APPELBAUN, SIMPSON e

SHAPIRO, 1987 apud PLIOPAS, 2004).

O downsizing, surgido nos EUA na década de 80, é tido como uma nomenclatura

universal para o que se quer chamar de reestruturação, ou “eliminação planejada de

postos de trabalho e cargos” (WETZEL, 2000) surge, então, como consequência desta

nova demanda de ajuste organizacional que então se apresenta.

Segundo Caldas (2000), o downsizing surgiu em 1970 nos Estados Unidos onde

tinha o objetivo de ser um fator diferenciador e competitivo, chegou ao Brasil em 1980

como uma estratégia de redução de custos e redução estrutural de empresas,

normalmente associada a crises econômicas, nesta época aconteceram muitos

movimentos de fusões, aquisições e incorporações de empresas em diversos segmentos

como as indústrias metalúrgicas, petroquímicas, e telecomunicações, que utilizaram esta

ferramenta para se manter no mercado (CALDAS, 2000).

Para Caldas (2000) e Tomasko (1992), downsizing, portanto, refere-se à

diminuição do tamanho da organização que pode ocorrer de várias maneiras como

transferências, congelamento de contratações e incentivo a aposentadorias, porém, a

17

maneira mais usual de diminuir o tamanho organizacional é o enxugamento ou

demissões em massa.

Na opinião de Ferreira (2004), o downsizing é uma das técnicas empregadas para

tornar a empresa ágil e competitiva, e normalmente é a primeira ferramenta utilizada para

iniciar processos de horizontalização nas empresas e reestruturação dos recursos

humanos. Esta técnica se resume no enxugamento organizacional reduzindo suposta

burocracia e consequentemente custos administrativos.

Nessa perspectiva, é fundamental frisar alguns atributos do downsizing: em

primeiro lugar, trata-se de uma iniciativa intencional, cujo objetivo é melhorar o

desempenho organizacional. Além disso, o downsizing pode ser uma ação proativa ou

reativa, cujo objetivo é conter custos ou aumentar a competitividade (FREEMAN e

CAMERON, 1993 apud PLIOPAS, 2004).

Na visão de Ballestero-Alvarez (2001), o downsizing consiste em um processo

muito importante no que diz respeito a uma nova forma de definir parâmetros e

responsabilidades, além de alinhar e complementar os objetivos e os ideais de uma

organização, qualquer que seja ela. É um processo que incentiva e promove incremento

da responsabilidade atribuída aos funcionários (antes com menor importância perante a

estrutura hierárquica da empresa), proporcionando-nos a oportunidade de poder provocar

o achatamento na pirâmide hierárquica, funcionando eventualmente com menos

funcionários, porém imbuídos de maior responsabilidade; com isso, podemos obter um

enxugamento sadio dos níveis hierárquicos e ainda aumentar o poder de decisão de cada

um dos níveis, proporcionando poucas distorções nas informações e podendo ainda

reduzir o quadro funcional.

Cameron (1994 apud CALDAS, 2000), porém, traz uma definição de downsizing de

maneira um pouco mais otimista e o conceitua como:

Um conjunto de atividades intencionalmente implementadas para melhorar a eficácia e o desempenho organizacional, que afeta o tamanho da força de trabalho da organização, seus custos, e seus processos de trabalho. (p.29)

Uma análise desta conceituação remete a percepção de que o termo nem sempre

está relacionado, necessariamente, ao corte de pessoal, mas sim a uma otimização de

seus recursos. Então, para o autor, o termo downsizing é mais amplo e o enxugamento

de pessoal é apenas uma das manifestações que podem ser utilizadas. (CARVALHO,

2004).

18

Chiavenato (2008) traz também uma definição que remete a ideia melhoria nos

processo de comunicação ao dizer que o downsizing é a primeira ferramenta utilizada

para iniciar processos de horizontalização nas empresas e reestruturação dos recursos

humanos. É orientado no sentido do emagrecimento da organização pela redução de

custos com pessoal. Empresas com muitos níveis hierárquicos dificultam a comunicação

e aumentam os ruídos, a intenção do downsizing é diminuir os níveis hierárquicos da

empresa para dois ou três, melhorando assim a comunicação e agilizando as tomadas de

decisão, ou seja, é uma forma de minimizar a distância até o cliente.

Para Nakayama (2000) apud (Dias e Araújo, 2008), com o downsizing houve um

alerta nas organizações, reestruturando os sistemas internos, redistribuindo funções e

responsabilidades, modificando-as relações/comunicações com os clientes e

fornecedores.

Diversos autores definiram e trouxeram contribuições à técnica do Downsizing, conforme o Anexo 1

O Anexo 1 apresenta dois períodos distintos de autores que desenvolveram

pesquisa sobre o tema Downsizing. O primeiro período compreende as décadas de 1970

e 1980 e o segundo período compreende a década de 1990 até 2006. A linha que

diferencia os dois períodos é a mudança dos termos utilizados para relatar o processo de

Downsizing e uma grande preocupação com os efeitos sobre as corporações e as

pessoas.

O Downsizing pode ser observado por três ângulos distintos: a) o ângulo

Macroeconômico, relacionado à conjuntura econômica; b) das organizações, relacionado

às empresas que realizam processos de redução de níveis hierárquicos e quadros,

estudando razões e consequências e c) o ângulo dos demitidos e remanescentes, que

estuda aspectos motivacionais (FREEMAN e CAMERON, 1993 apud Pliopas, 2004);

(CAMERON, 1994). Este trabalho pretende analisar o lado das organizações.

4.2. FATORES MOTIVADORES

Algumas razões que levam ao downsizing são as mudanças nos negócios,

melhoria no aproveitamento do pessoal, fusões, aquisições, incorporações, terceirização,

reengenharia, programa de qualidade total, obsolescência das instalações, ameaça de

falência, perda de competitividade e empresas financeiramente fracas (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000).

19

Estudiosos afirmam que esta ferramenta deve ser utilizada como ultimo recurso

para a salvação da empresa que esta passando por grandes dificuldades no orçamento

ou enfrentando o declínio em seu segmento, ou seja, que esta em situações de

enfrentamento de crise, a empresa é um organismo vivo, precisa fazer ajustes e adaptar-

se às constantes mudanças no ambiente (BALLESTERO-ALVAREZ, 2001).

4.3. OBJETIVOS

Segundo Lacombe (2009), Tomasko (1992) e Matieli (2010) as empresas

executam o programa downsizing para:

Redução de custos;

Aumentar a flexibilidade e adaptabilidade da organização;

Agilizar as tomadas de decisão;

Difundir novas ideias mais rapidamente;

Responder mais rapidamente as ações do concorrente;

Comunicação menos destorcida e mais rápida;

Promoção de sinergia dentro da empresa;

Elevação da moral na gerência geral;

Aumentar a produtividade;

Aumentar a eficiência das operações;

Recuperar a competitividade;

Buscar uma administração enxuta;

Criação de foco nas necessidades do cliente;

Garantir a sobrevivência da empresa;

Reestruturação dos ativos;

Nova focalização nos negócios

4.4. ATRIBUTOS CHAVE DO DOWNSIZING

Segundo Ballestero-Alvarez (2001) as características mais marcantes do

downsizing são:

20

A. O downsizing é um conjunto intencional de atividades: Dentro de qualquer

empresa o processo de downsizing não ocorre de forma espontânea, ou seja, é um

processo que ocorre com a intervenção prévia dos membros superiores; atividades que

visem à redução do quadro funcional não nascem sem prévia intervenção dos membros

superiores da empresa, pois estrategicamente se busca: redução de custos; tomada de

decisão mais rápida; comunicações menos distorcidas, entre outros.

B. Usualmente envolve redução de pessoal: normalmente são realizados cortes

de funcionários, mas dependendo do tempo e o porte da mudança, alternativas e

ferramentas podem ser utilizadas. Em muitos casos é utilizada a recolocação dos

funcionários, contornando assim o problema das demissões. Para Tomasko (1992)

existem algumas técnicas para se reduzir o pessoal sem que haja cortes bruscos.

Exemplificando tem-se a estratégia pushpull, isto significa a contratação de mão-de-obra

externa entre aqueles que saíram da empresa. Oferecer alternativas de redução de

jornada, implicando em redução salarial, além de utilização de estratégias de mudança

de emprego involuntário.

Para Freeman e Cameron (1993) downsizing não é sinônimo de demissão, visto que a

demissão é um tratamento analítico individualizado e o conceito de downsizing é

corporativista; a demissão é uma das estratégias utilizadas no processo de downsizing.

C. Tem o foco na maior eficiência da organização: o processo de downsizing

pode ser proativo, reativo e criativo, ou seja, também é uma medida preventiva, pode ser

usado antes, durante e depois do declínio organizacional ou estrutural; Tomasko (1992)

mostra que:

"quando John Welch tornou-se presidente da General Eletric, ele encontrou a empresa - uma das maiores exportadoras do país numa situação segundo suas palavras "nós estávamos contratando pessoas (apenas) para ler relatórios de pessoas que haviam sido contratadas para escrever relatórios".

Pode-se observar, portanto, que até mesmo em empresas de grande lucratividade há

necessidade de mudanças organizacionais, chamadas de reforma de downsizing

proativa, para que haja uma melhoria na competitividade. Em qualquer dos casos, o

downsizing representa um conjunto de atividades direcionadas para a melhoria da

organização.

D. Afeta os processos de trabalho, de forma intencional ou não: o downsizing

visa à reestruturação nas empresas, através da adoção de uma estrutura hierárquica

21

mais flexível, resultando um novo modo de trabalhar. Conforme CAMERON, FREEMAN

& MISHRA (1995 apud Ferreira, 2004) os gerentes após o downsizing necessitam se

preparar ainda mais, pois o numero de funcionários a serem administrados pode se

tornar ainda maior. O processo de downsizing pode fazer com que o funcionário passe

por uma reestrutura ou reorganização do trabalho. Em alguns casos a simples troca de

uma máquina pode reestruturar a organização; em outros casos o trabalho é que pode

ser reestruturado.

4.5. TIPOS DE DOWNSIZING

Freeman e Cameron (1993) propõem um modelo para análise do processo efetivo

de downsizing e das mudanças organizacionais que acompanham este processo. Este

modelo postula que existem profundas diferenças entre os períodos em que a

organização experimenta estabilidade (que os autores denominam período de

convergência) e os períodos em que a organização experimenta divergência, revolução

(denominado período de reorientação no que se refere ás estratégias e ao processo de

implementação do downsizing).

Existem dois modelos diferentes de downsizing, que podem ser escolhidas de

acordo com a situação, tempo de implementação, disponibilidade dos funcionários,

aceitação as mudanças, flexibilidade da empresa, entre outros fatores (BALLESTERO-

ALVAREZ, 2001). Segundo Ballestero-Alvarez (2001) os dois modelos são:

a) Downsizing de convergência: implementado a longo prazo, sendo mais usado

para a parte estrutural da organização, é uma abordagem menos radical de downsizing,

pois busca a melhoria do que já existe. Em outras palavras, buscam-se mudanças

incrementais para fazer as mesmas coisas de forma melhor. A mudança é então guiada

para atingir maior consistência entre as atividades internas da organização e a sua

orientação estratégica. As características são: ênfase nos níveis mais baixos; estratégias

moderadas; estabilidade no alto nível gerencial, na tecnologia e nos sistemas; ênfase nas

mudanças no trabalho; reforço da missão e da estratégia da organização; orientação para

o arranjo interno; ênfase na estabilidade e no controle; ênfase no critério da eficiência;

(foco em fazer as coisas melhor; downsizing precede o redesenho).

b) Downsizing de reorientação: implementação em curto prazo, sendo mais voltado para

as estratégias adotadas pela empresa, é uma abordagem mais radical de downsizing,

22

pois busca mudar o que já existe. Parte do desejo ou necessidade de se fazer coisas

diferentes. Cuja características são: ênfase nos níveis mais altos; estratégias mais

severas; mudança no alto nível gerencial, na tecnologia e nos sistemas; ênfase nas

mudanças na estrutura; redefinição da missão e da estrutura da organização; orientação

para o arranjo externo; ênfase na flexibilidade e na adaptabilidade; ênfase no critério de

eficácia; foco em fazer as coisas diferentes; redesenho precede o downsizing.

A seguir temos a tabela 2 que associa o modelo de downsizing a um determinado

conjunto de relações com outra variáveis organizacionais:

Com relação ao período em que o downsizing é implementado, Freeman e

Cameron (1993 apud Pliopas 2004) apresentam as seguintes proposições: a) quando o

downsizing ocorre durante o período de convergência, a organização irá implementar

estratégias de downsizing direcionadas para o reforço da missão, estratégias e sistemas

correntes na organização; e b) quando o downsizing ocorre durante o período de

reorientação, as organizações irão adotar o downsizing voltado para mudanças

fundamentais na sua missão, estratégias e sistemas.

4.6. ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO

O downsizing é uma ferramenta que deve ser analisada com uma visão global,

pois afetará toda a empresa, e sofrerá influência direta do ambiente interno e externo,

portanto deve estar alinhada com o planejamento estratégico da empresa (MATIELI,

2010).

O planejamento é sempre a melhor saída em casos de reduções de custos. O

primeiro passo importante para que a reestruturação seja bem-sucedida é integrar o

downsizing com as estratégias em longo prazo da empresa. A empresa deve determinar

qual a direção que esta tomando e quais empregados são necessários para garantir o

futuro desejado. A empresa deve identificar e proteger indivíduos com alto potencial

(DUBRIN, 2003, apud CARVALHO, 2009).

Downsizing envolve venda de negócios não estratégicos; demissões;

achatamento da estrutura organizacional; reestruturação; racionalização; análise dos

custos e da evolução de indicadores; avaliação do valor agregado ao produto; eliminação

de posições e níveis hierárquicos; simplificação da estrutura; análise da viabilidade de

23

terceirização de serviços; reavaliação dos critérios de analise do desempenho de

pessoal; corte de cargos ou departamentos (CARVALHO, 2009).

Tomasko (1992) e Cameron (1994) estudaram os processos de downsizing assim

que eles passaram a ser mais frequentes nos anos 80 e 90. O primeiro autor aborda os

processos de downsizing nas organizações conforme o tempo de implementação e de

acordo com o número de pessoas demitidas. Já o trabalho de Cameron (1994) estuda os

processos de downsizing de acordo com os objetivos organizacionais e a variedade de

táticas utilizadas pelas empresas. Utilizaremos o trabalho de Cameron (1994) e Pliopas

(2004), pois Cameron (1994) trata o downsizing como uma mudança também na atitude

das pessoas, na cultura da organização e dos processos que a compõem.

O estudo de CAMERON (1994) sobre downsizing foi realizado com 30 empresas

nos Estados Unidos, nas quais o autor identificou três tipos diferentes de estratégias de

downsizing: redução da força de trabalho redesenho do trabalho e estratégias sistêmicas

de downsizing.

No Anexo 3 são apresentados resumidamente, os três tipos de estratégias de

downsizing:

De acordo com Cameron, Freeman e Mishra (1995 apud Mendonça e Vieira,

1999), essas três estratégias de downsizing não são mutuamente excludentes e podem

ser implementadas simultaneamente apesar de a maioria das empresas adotarem

apenas a abordagem da redução da força de trabalho. Os autores destacam também, a

possibilidade de adoção de duas importantes perspectivas para a análise das estratégias

de downsizing assumidas por uma organização – a profundidade e a extensão. A

profundidade é caracterizada pela implementação de um grande número de ações do

mesmo tipo ou estratégia. Enquanto a extensão caracteriza-se pela implementação de

uma grande variedade de estratégias. Desse modo, as estratégias de downsizing

adotadas por uma organização podem apresentar maior ou menor nível de profundidade

e de extensão.

4.6.1. Redução da força de trabalho

A estratégia da redução da força de trabalho é ilustrada por CAMERON (1994, p.

197) como “a detonação de uma granada em um quarto fechado para que uma

24

porcentagem dos funcionários seja eliminada”. Nessa categoria, estão incluídas as

demissões, as não contratações e os planos de demissão voluntária.

Para Ballestero-Alvarez (2001) a redução na força de trabalho tem foco nos

trabalhadores, elimina pessoas, onde ocorrem demissões em curto prazo e adaptação a

novas tarefas em longo prazo e cita como exemplos: aposentadorias prematuras e

pacotes de benefícios para as saídas voluntárias de pessoal.

4.6.2. Redesenho estrutural

A estratégia de redesenho do trabalho consiste na eliminação de funções, nos

níveis hierárquicos, nos produtos ou nas divisões de uma organização. Há uma mudança

na maneira como as pessoas trabalham. É uma estratégia de médio prazo. PLIOPAS

(2004)

Sobre o Redesenho organizacional Ballestero-Alvarez (2001) diz que tem foco nos

trabalhos e unidades, elimina trabalho, tarefas e burocracia, ocorrem demissões em

médio prazo diminuindo os níveis hierárquicos. Apresenta como exemplos: eliminar

funções, unir unidades, eliminar níveis, redesenhar trabalhos.

4.6.3. Estratégia sistêmica

Já a estratégia sistêmica consiste em esforços para a mudança da cultura da

organização e das atitudes das pessoas no sentido de que todas as pessoas se

preocupem e estejam alerta para oportunidades de redução de custos. As estratégias

sistêmicas têm a perspectiva de longo prazo e, muitas vezes, requerem investimento

inicial em treinamento dos funcionários, diagnóstico de processos e formação de equipes.

PLIOPAS (2004)

A abordagem Sistêmica tem foco na cultura, eliminam processos do status quo,

ocorrem demissões em longo prazo e reduções de custos em curto prazo. Exemplos:

envolve a todos, simplifica tudo, muda responsabilidade, proporciona melhoria contínua.

Queremos mostrar neste como as estratégias sistêmicas e de redesenho do

trabalho se bem acompanhadas e planejadas podem realmente conduzir a empresa para

um novo cenário. Redução de pessoal resolve em curto prazo, mas não tem muitas

Vantagens se a empresa fizer somente isto. Não basta apenas enxugar o quadro de

25

funcionários, é necessário fazer mudanças na estrutura organizacional, nos sistemas de

remuneração, nos planos de carreira, nas práticas de contratação e treinamento e, às

vezes, na estratégia global da empresa. Para isso no capítulo 5 abordaremos com amis

detalhes o downsizing de forma sistêmica e bem planejada.

4.7. PANORAMA ATUAL DO DOWNSIZING

Para Nakayama (2000), com o downsizing houve um alerta nas organizações,

reestruturando os sistema as relações/comunicações com os clientes e fornecedores.

Pode-se observar que as maiores partes das tentativas de aplicações de downsizing não

são bem-sucedida.

O ambiente de trabalho se torna desmotivado e desfavorável segundo a visão de

Bernardi (2003,) “tem deficiência estratégica vital”. Caldas (2000, p. 99), afirma “que

ocorre uma perda significativa de lideranças e interações pessoais que se desenvolveram

com o tempo, o que reduz ou praticamente elimina” a visão estratégica. Ainda conforme

Caldas (2000, p. 99), “o mais grave efeito no ambiente organizacional parece ser o clima

de estresse gerado pelos enxugamentos”. Antes e durante os cortes, a expectativa e a

incerteza parecem sempre provocar forte tensão psicológica e frustração.

Essa tensão pode resultar em menor autoestima, menor motivação e satisfação,

menor propensão à adesão a programas de envolvimento de pessoal, assim como menor

comprometimento com a organização, levando o absenteísmo, acidentes, doenças, perda

de produtividade, estresse, conflitos, depressão, perda de prazos, queda de qualidade e

insatisfação de clientes (CALDAS, 2000,).

Conforme relata Robbins (2000 apud Carvalho, 2004) quando se combina

redução da segurança no cria-se um ambiente de trabalho cada vez mais estressante. Os

funcionários precisam de informações claras sobre a segurança de se manter no trabalho

para atingir as expectativas do trabalho, em geral as organizações enviam mensagens

imprecisas.

No nível das empresas, certos processos de mudanças muito radicais (como por

exemplo, certos processos de “reengenharia” conduzidos de forma bastante traumática

em algumas empresas) podem também gerar o medo da instabilidade, da insegurança, o

desejo de não mais mudar (FLEURY; FLEURY, 1995, APUD CARVALHO).

26

Quando se trabalha com enxugamento de pessoal, trabalha-se com

sentimentos de insegurança. Pessoas inseguras trabalham menos, cometem mais erros,

têm dificuldade de aprendizado e de relacionamento. (NAKAYAMA, 2000). Para reverter

este problema é necessário reduzir o medo e trabalhar estrategicamente para adquirir

novamente a confiança das pessoas na organização, principalmente, para os que

permaneceram na empresa após o enxugamento, pois somente através da redução do

medo as pessoas conseguem alcançar maior qualidade, produtividade e inovação

(RYAN; OESTREICH, 1993).

Expõe Mozin (2002, p. 32) “Os momentos de transformação organizacional

constituem potencialmente uma oportunidade para reorganizar o trabalho de tal forma

que a qualidade de vida e a eficácia organizacional sejam melhoradas”. Desta forma os

períodos de grandes mudanças podem refletir positivamente para o clima interno da

organização. Observa-se que os autores citados concordam que há pontos positivos e

negativos na redução da força de trabalho, porém os pontos negativos como estresse, a

insegurança, a dificuldade de relacionamento, a desmotivação entre outros, são muitos

maiores.

Estas opiniões refletem a forma como o downsizing é visto hoje e porque

gestores, sindicatos e colaboradores o veem com desconfiança. As consequências

relatadas acima são frutos da implementação do downsizing apenas como forma de

“corte” de pessoal, na estratégia citada no item 4.6.1 como redução da força de trabalho.

Se as organizações buscarem executar o downsizing utilizando a estratégia sistêmica,

atingirão os resultados esperados pelo downsizing e fugirão das consequências citadas

nos parágrafos anteriores.

27

5. DOWNSIZING SISTÊMICO: UMA ALTERNATIVA VIÁVEL

“A melhor estrutura de organização é o mais simples possível. O que torna uma estrutura de organização “boa” são os problemas que ela não cria. Quanto mais simples for a estrutura, menos coisas sairão erradas”.

Peter Drucker

5.1. IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

Segundo Ferreira, Reis e Pereira (1998), a preocupação com as consequências

involuntárias do enxugamento de pessoal tem deixado muitos executivos num dilema.

Eles relutam em fazer grandes cortes no tamanho de suas organizações devido à

ruptura, aos custos humanos, aos danos à sua capacidade inovadora e à perda da

lealdade que podem vir o seu problema de maior prioridade. Mas eles também se

preocupam seriamente na maneira como tem crescido o número de níveis gerenciais e

como tem proliferado o seu pessoal especializado.

Os autores complementam dizendo que poucas empresas são boas em todos os

aspectos capazes de controlar seu próprio tamanho, mas é possível que, identificando as

práticas que funcionam para algumas, se descubram princípios mais gerais que sirvam

para todas.

Para Ferreira (2004) quelas empresas que enxugam com planejamento, ao

mesmo tempo em que reagem as pressões imediatas, estão se preparando para os

desafios futuros, não esquecendo os empregados com os quais poderão contar para

vencer esses desafios.

Toda e qualquer nova técnica a ser aplicada em uma organização requer

criteriosa análise e preparo para sua implementação e acompanhamento. Assim, a

técnica do downsizing, focada em suprimir a burocracia corporativa em excesso, acarreta

mudança não raras vezes, radicais e não deve fugir à regra.

De acordo com Tomasko (1992), trata-se de um projeto de racionalização que

deve ser planejado em todas as suas etapas, estando alinhado com a visão estratégica

do negócio e cuja meta global é construir uma organização o mais eficiente e eficaz

possível, para então instituir práticas que mantenham a organização mais enxuta e com

melhor desempenho e eficiência.

28

Já destacado por Tomasko (1992), o downsizing deve ser planejado detalhada e

antecipadamente, buscando, desta forma, não incorrer em custos humanos elevados que

podem estar envolvidos na implementação do referido projeto.

Diante desta situação a solução é utilizar a estratégia sistêmica do downsizing.

Existem quatro principais princípios a serem seguidos inicialmente para a execução

correta do downsizing. Segundo estes princípios a organização já estará se

encaminhando para a execução da estratégia sistêmica do downsizing. São eles:

1. Comece a fazer, antes que seja obrigado a fazê-lo;

2. Prepare-se para o lado desagradável;

3. Controle continuamente o tamanho e a forma do processo;

4. Vá além da redução dos custos e cargos.

Conforme Ferreira (2004) muitas empresas chegaram à conclusão de que não

tinham outra escolha a não ser o enxugamento de pessoal, pois haviam esperado até

serem forçadas a podar suas organizações, que cresceram demais. Para empresas que

enfrentam a ameaça de falência iminente, o enxugamento de pessoal pode ser a única

alternativa, mas a mudança de rico para pobre da noite para o dia acontece com aqueles

que não cuidam bem de seus negócios.

O fato de ser forçado a fazer cortes de pessoal em grande escala deixa as

empresas abertas a todas as consequências negativas do enxugamento. É possível

recuperar-se de algumas dessas consequências, mas outras terão efeitos persistentes

que poderão neutralizar muitas das economias feitas na folha de pagamento. Cortes

violentos limitam drasticamente as opções de um executivo para lidar com o inchaço

administrativo e de pessoal. Por outro lado, a viabilização de uma empresa por um longo

período de tempo abre muitas possibilidades de reduzir o quadro de pessoal sem

“queimar” as pessoas. Para evitar algumas das armadilhas do enxugamento de pessoal é

necessário identificar o excesso de pessoal e o excesso de níveis administrativos, em vez

de colocar todas as unidades no mesmo alvo de redução geral (FERREIRA, REIS,

PEREIRA, 2004).

Ferreira (2004) complementa que para a empresa se manter viável, é necessário

fazer mudanças na estrutura organizacional, nos sistemas de remuneração, nos planos

de carreira, nas práticas de contratação e treinamento e, às vezes, na estratégia global

da empresa. Operar enxuto, com sucesso e com segurança significa fazer certas

negociações. Por exemplo, mesmo quando reduz a administração, uma empresa precisa

29

dar certa atenção administrativa aos problemas que surgem por se transformar de

inchada em enxuta.

5.2. IMPLEMENTAÇÃO

Segundo Tomasko (1992), antes de iniciar o preparo do downsizing, é

imprescindível ter claro os objetivos que se busca auferir, para então, com base neles,

iniciar o planejamento do projeto.

Para Ferreira, Reis e Pereira (1998), as empresas têm uma série de objetivos

definidos para o downsizing, mas aquele ao qual elas dedicam mais atenção é a redução

do quadro de pessoal. Outros objetivos, como a maior rapidez nas decisões e a melhora

na moral da linha gerencial, são frequentemente levantados como justificativas para os

cortes e, em seguida, esquecidos. Empresas hábeis em tirar as melhores vantagens das

suas reduções de gerentes e de pessoal são aquelas que fazem o downsizing planejado -

têm objetivos mais amplos do que a eliminação de empregos. Para elas, a meta global é

construir uma organização o mais eficiente e eficaz possível, e então instituir práticas que

mantenham esse tipo de organização. Estas empresas, quando planejam o downsizing,

fazem uma seleção entre uma vasta gama de objetivos e táticas. Esses objetivos são:

a) Redução de custos;

b) Aumento de flexibilidade;

c) Rapidez na tomada de decisões;

d) Respostas mais rápida às ações do concorrente;

e) Comunicação mais fácil, menos distorcida e mais rápida;

f) Manutenção da orientação para a ação, com menos análises e paralisia;

g) Promoção das sinergias dentro da empresa;

h) Elevação do moral na gerência geral;

i) Criação de foco nas necessidades do cliente e não nos procedimentos internos;

j) Aumento da produtividade dos gerentes

Sendo assim, Tomasko (1992) defende que, para a implementação do downsizing

de uma maneira planejada é necessário: a) que se tenha uma visão de maior alcance,

além da redução de pessoal; b) que as empresas revejam suas estruturas; e c)que os

gerentes administrem as suas organizações racionalmente. Deste modo apesar de

apresentar a redução dos recursos como aspectos que devem ser considerados em um

30

processo de downsizing, Tomasko (1992) destaca que “o foco de atenção centrado

apenas no corte de pessoas e de custos é, em última análise, ineficiente para remover

barreiras subjacentes à eficiência”.

Como bem enfatizam Ferreira, Reis e Pereira (1998), as etapas para a

implementação do downsizing basicamente refletem as etapas genéricas envolvidas

numa ação de planejamento usual, independente do objetivo focalizado, apresentadas a

seguir:

a) Definição de metas e objetivos

b) Elaboração de princípios básicos

c) Coleta de dados

d) Identificação de oportunidades

e) Planejamento de melhorias

f) Execução

Especificamente, um projeto de downsizing abrange análise dos custos e da

evolução de indicadores; avaliação do valor agregado a produto; eliminação de posições

e níveis hierárquicos; simplificação da estrutura organizacional; estudo da viabilidade de

terceirização de serviços especializados e reavaliação dos critérios de análise do

desempenho pessoal. Por tratar-se de técnica que inevitavelmente incorre em diminuição

de pessoal, mais especificamente na gerência intermediária, muitas organizações

incorporam ao processo a recolocação.

Sobre a implementação, Lacombe e Heilborn (2003) chamam a atenção para o

seguinte fato:

Deve ser implementado por meio de uma equipe constituída por pessoal-chave da organização e o processo deve ser bem comunicado. Uma das principais preocupações deve ser a reação dos “sobreviventes” do processo, pois da motivação, de lealdade e, consequentemente, do desempenho dos que ficam dependem os resultados da empresa em longo prazo.

As formas de mudança provocadas pelo downsizing sistêmico são de três

tipos, como pode ser visto na tabela 1:

31

Tabela 1:Tipologias de mudanças do downsizing sistêmico

Tipos Exemplos

1. Mudança no Trabalho

Eliminação de tarefas

Redução da quantidade de pessoas

que fazem a mesma tarefa ou trabalho

Aumento das conexões de controle

direto

2. Mudança na tecnologia

Automação do trabalho

Mudança no processo de

administração de materiais

Mudança no trabalho direto, para

reduzir o número de empregados

assalariados.

3. Mudança na estrutura

Reorganização do gruo gerencial de

primeiro nível

Eliminação de níveis hierárquicos

Fusão ou reorganização de

departamentos, áreas, setores.

Tendência à gerência de área ou

estrutura de Unidades estratégicas de

negócios.

Fonte: Tomasko (1992)

As mudanças são separadas e diferentes, mas, no Downsizing de convergência,

as mudanças primárias são no trabalho, depois na tecnologia e, por ultimo, na estrutura;

esse processo é diferente do Downsizing de reorientação que faz o maior numero de

mudança possível exatamente ao mesmo tempo, ou seja, são todas feitas

simultaneamente.

As primeiras mudanças ocorrem na forma como o trabalho é desenvolvido, existe

o aumento do numero de tarefas que cada um executa, ocorre à unificação de cargos,

com a respectiva atribuição de mais responsabilidade aos gerentes intermediários, dando

uma nova visão às novas funções de cada um. Esta é uma fase que será marcada pela

valorização do trabalho de cada um, pois as pessoas terão de se adaptar às novas

tarefas.

32

As mudanças na tecnologia são fundamentais para a sobrevivência no mercado e,

quando fazemos um Downsizing, queiramos ou não, temos de modificar tudo o que não

estiver certo e aperfeiçoar mais ainda o que estiver certo. Temos de levar em

consideração a adaptação e o esforço de cada um na empresa para que possamos

implementar o Downsizing com sucesso e evitar que existam declínios.

5.2.1. Tempo de execução

Conforme TOMASKO (1992, p. 187):

“quanto mais tempo uma empresa tiver para executar seu plano de downsizing, mais opções terá para reduzir sua força de trabalho e limitar a necessidade de demissões custosas e penosas".

Como citado em tópicos anteriores, existem diversas técnicas e estratégias que

não necessitam de cortes em curto prazo, portanto, um downsizing planejado e elaborado

a médio e longo prazo tem maior possibilidade de sucesso. Quando a empresa dispõe de

um tempo maior, os investimentos em treinamento e retreinamento têm o retorno

esperado.

Tomasko (1992), ao discutir alternativas para evitar as demissões devido ao

downsizing, apresenta algumas medidas que podem ser tomadas no lugar da simples

dispensa de funcionários, como se observa na tabela 5. Para as organizações que

precisam proceder a uma redução de pessoal de imediato(menos de 1 ano), são poucas

as opções disponíveis, senão um programa de demissões gerais. Mesmo assim, segundo

Tomasko (1992), são poucas as organizações que precisam implementar táticas tão

rígidas.

Em situações em que a organização, mesmo enfrentando ameaças econômicas

imediatas (de 1 a 3 anos), não necessita cortes tão severos em seu pessoal, táticas como

programas de demissão voluntária ou de aposentadoria antecipada, contratação de mão-

de-obra externa entre aqueles que saíram da organização, adoção de alternativas para a

redução de salários e estratégias involuntárias de mudança de emprego, são possíveis.

Caso não seja necessário efetuar uma redução imediata (três ou mais anos), mas

o número de dispensas seja pequeno, pode-se optar por versões em escalas reduzida

das táticas já apresentadas ou utilizar outras, tais como programas de demissão seletiva,

programas de aposentadoria antecipada ou demissões voluntárias.

33

A tabela 2 lista os tempos necessários para a implementação de acordo com as

medidas adotadas.

Tabela 2: Tempo de implementação do downsizing e estratégia adotada

Fonte: Adaptado de Tomasko, (1992).

5.3. PÓS-DOWNSIZING

Conforme Ferreira (2004) Pode ser necessário um período de transição maior do

que o esperado para que as operações atinjam novamente o pico de eficiência. Operar

enxuto, com sucesso e com segurança significa fazer certas barganhas. Por exemplo,

mesmo quando reduz a administração, uma empresa precisa dar certa atenção

administrativa aos problemas que surgem por se transformar de inchada em enxuta.

Para empreender uma mudança organizacional bem sucedida, o executivo tem

que agir antecipadamente e proporcionar os meios de controlar as perdas. Uma maneira

de fazer isso é estabelecer uma série de forças-tarefas, cada uma delas lidando com um

diferente aspecto das mudanças organizacionais e de sistema, para que o enxugamento

seja possível. Essas equipes de gerentes e profissionais administrativos podem dirigir

sua atenção para aspectos como o desenvolvimento de novos procedimentos de

relatórios, adaptando sistemas de informações administrativas à nova estrutura e

procurando maneiras de agilizar o desenvolvimento de produto através de uma estrutura

34

racionalizada. Enquanto eles discutem estes aspectos concretos da questão, podem

aparecer oportunidades de se considerar também outros aspectos menos tangíveis das

reduções. (FERREIRA, REIS, PEREIRA, 1998).

Tendo passado por esse período difícil, a empresa estará apta a enfrentar

questões com impacto em longo prazo em sua habilidade de prosperar com uma

estrutura magra e um grupo reduzido de assistentes, conforme Ferreira (2004) A

organização estará também transformando a carteira de valores das empresas

administradas por generalistas em negócios ágeis e independentes, operados por

gerentes sempre prontos a “arregaçar as mangas” e acrescentar rapidamente seus

valores. (FERREIRA, REIS, PEREIRA, 1998).

Enquanto uma cultura comum e valores compartilhados ajudam a manter uma

organização dentro de seu curso, e os bens desenvolvidos, canais de comunicações e

coordenação lateral, aliviam parte da pressão ascendente das decisões, as empresas

enxugadas ainda requerem certa direção central. Embora a racionalização não elimine a

necessidade de uma administração central, ela pode ter um impacto considerado sobre o

que ela faz e como o faz. (FERREIRA, REIS, PEREIRA, 1998).

A resposta usual dos escritórios centrais quando são óbvios os desvios da política

da empresa é um esforço redobrado para controlar as unidades locais. Geralmente esses

esforços dominam as comunicações entre escritório e gerentes de campo. Sobra pouco

espaço para considerações de necessidades dos clientes ou atividades dos

concorrentes. A maneira de sair desse "brejo" é delegar responsabilidade pelo

desempenho operacional aos executivos locais e restringir a dimensão do escritório

central. Esses executivos frequentemente formam equipes que somam talentos para

resolver assuntos que ultrapassam suas especialidades. (JARRO,2003)

5.4. RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE O DOWNSIZING

O Downsizing surge no momento em que as empresas se percebem premidas

pela concorrência, pelo excesso de custos e por folhas de pagamento gigantescas como

alternativas para superar esse estado de coisas.

As recomendações expostas a seguir procuram, justamente, esclarecer alguns

pontos importantes que devem ser levados em consideração quando estamos

implementando um processo de Downsizing:

35

I. Verificar a possibilidade de aplicação e sua viabilidade - Deve-se efetuar, antes de

qualquer iniciativa, um estudo criterioso para estabelecer a possibilidade de se aplicarem

ambos os processos e que se verifique a viabilidade de sua aplicação.

II. Ver os processos como meio e não como fim - O Downsizing não devem ser

empregado ou utilizado como uma “desculpa” para solucionar problemas internos ou a

estratégia escolhida para “eliminar” pessoas, por não saber como realizá-lo de outro

modo.

III. Assumir os riscos do processo - Deve-se estar bastante atentos para perceber

quando o downsizing se inicia e tomar as ações apropriadas para reduzir esses riscos, os

principais podem ser apontados como: Redefinir as características da organização,

estabelecer novas regras e limites de alçada, adaptar sistemas e controles, e tais

mudanças envolvem riscos: fazer tudo ao mesmo tempo pode significar ineficiência e

descontrole.

IV. Manter a visão sistêmica - Devemos focalizar o todo e não apenas as partes que o

compõe.

V. Evitar os modismos - Não devemos adotar tais alternativas apenas pelo fato de

ser uma tendência administrativa, nem sempre as condições adversas de retração do

mercado e diminuição da atividade justificam tais soluções.

VI. Planejar e administrar a mudança - Para que o processo seja implantado de forma

eficaz é necessário:

a) Analisar a natureza dos negócios e suas condições de competitividade.

b) Elaborar um modelo de organização que delimite com clareza o foco dos

negócios, a segmentação dos mercados, a cobertura geográfica, as necessidades de

centralização ou descentralização de atividades e demais aspectos relativos.

c) Analisar os custos de infraestrutura e, sempre que possível, compará-los com a

concorrência.

d) Ponderar os aspectos relativos à cultura, valores e filosofia da empresa.

e) Identificar e mobilizar lideranças efetivas para conduzir o processo.

f) Administrar cuidadosamente a evolução das mudanças, implantação, os

mecanismos de comunicação e demais aspectos.

g) Envolver as pessoas num processo de negociação, considerando os usos e

costumes da empresa e as circunstâncias da cultura e de poder existentes na

organização.

36

5.5. APLICAÇÃO DO DOWNSIZING SISTÊMICO: O CASO DA HOESCHT AG

O exemplo de aplicação real do downsziing sistêmico citado neste item foi

baseado em reportagem da Revista Exame, edição nº0642, de 13 de agosto de 1997.a

reportagem intitulada “Por que a Hoechst se partiu em pedaços?” e de autoria de Cláudio

Vassalo retrata uma situação ocorrida com a indústria química alemã Hoechst AG em

março de 1994 e que deu origem a implementação do dowsizing de forma sistêmica na

organização.

5.5.1. A Reunião de 1994

Em março dê 1994, o executivo paulista Claudio Sonder, então presidente da

subsidiária brasileira da Hoechst, foi chamado a uma reunião que mudaria os rumos da

companhia e os de sua própria carreira. O palco: a cidade alemã de Frankfurt, a sede

global da Hoechst. O anfitrião: Jürgen Dormann. Aos 57 anos, o alemão Dormann, um

financista formado em Harvard, acabara de ser empossado como novo presidente

mundial do grupo. Os convidados: oito altos executivos da Hoechst com experiência

internacional. A missão: redesenhar, no prazo de seis meses,a organização. Assim foi

feito. Em setembro de 1994, Dormann aprovou o plano bolado por seus executivos e deu

início à maior reestruturação já feita nos 132 anos de história da companhia. No início de

julho de 1997, a operação de downsizing estava concluída.

A Hoechst AG,em março de 1994 era um conglomerado formado por 100

unidades de negócios, implodiu. Transformou-se em julho de 1997 numa holding

estratégica, com apenas 250 funcionários. Abaixo dela estão hoje nove empresas globais

operacionalmente independentes e focadas em mercados que vão de remédios a

filamentos para a indústria têxtil. Estão também dezenas de joint ventures, nas quais a

Hoechst tem participação minoritária.

O motivo pelo qual a empresa realizou uma reestruturação deste grande porte

está nos números. Os números mostram que, nos anos anteriores a 1994, o mundo (e a

concorrência) mudou muito mais que a Hoechst. Em 1996, a rentabilidade da Hoechst

atingiu 4,1% sobre suas vendas. O grupo lucrou 1,4 bilhão de dólares sobre um

faturamento de 33,8 bilhões. Trata-se de um crescimento de 20% sobre o resultado de

1995. Mas não deixa de ser a pior margem entre as gigantes mundiais do setor químico.

A americana DuPont obteve uma rentabilidade de 9% em 1996o. A Dow teve ganhos

ainda melhores: 9,5%. Segundo a revista Fortune a rentabilidade média das 500 maiores

empresas americanas foi de 5% em 1996. No Brasil, o resultado foi menor. De acordo

37

com MELHORES E MAIORES, a rentabilidade média das 500 maiores empresas ficou

em 3,6%. "A necessidade de competir globalmente e de ser ágil nos empurrou para a

reestruturação", diz Sonder, um engenheiro químico, filho de alemães, que começou sua

carreira na Hoechst como estagiário há 31 anos. "Precisávamos quebrar antigas

estruturas para preparar a empresa para o futuro."

Para melhorar seus números e atrair investidores, a Hoechst atacou problemas

que atingem a maior parte dos conglomerados: a paralisia, o descontrole e a falta de

transparência gerados pelo gigantismo, pelo “inchaço da organização”, como citado nos

capítulos inicias deste trablho. Foram essas razões que fizeram com que grupos como a

AT&T e a 3M optassem, nos anos 1990, pelo desmembramento de parte de seus

negócios

5.5.2. O Antes e Depois do downsizing

A primeira ação depois do planejamento inicial foi executar série de medidas de

enxugamento. Demissões em massa aparadas emprego grupo total de mais de 179.000

em 1991 para pouco menos de 166 mil em 1995. A racionalização global de operações

também ajudou a reduzir os custos. O plano de Dormann parecia estar funcionando em

1995 . As vendas aumentaram em mais de 10 por cento de 05 bilhões em 1993 para 18

bilhões em 1995, e os lucros multiplicados de menos de 1 bilhões para o recorde .25

bilhões durante o mesmo período

O emaranhado de negócios que formava a Hoechst era uma espécie de caixa-

preta que impedia que executivos e acionistas vissem com clareza o que acontecia no

grupo. "Na velha Hoechst, lucros, prejuízos e custos eram rateados entre todos", diz

Manfred Feig, presidente da subsidiária brasileira da Hoechst Marion Roussel. "A conta

vinha e você tinha de pagar." Ineficiências de uns eram acobertadas pela competência de

outros. Custos financeiros , de recursos humanos, produção e engenharia eram divididos

entre todas as divisões da Hoechst.

A cúpula em Frankfurt tinha controle de apenas 30% dos custos do grupo. Com a

divisão, as coisas começaram a ficar mais claras. A partir da divisão, cada empresa terá

de organizar sua própria estrutura administrativa - e ser responsável por seus custos. A

notícia foi bem recebida pelos investidores. Desde o início da reestruturação, as ações da

Hoechst AG triplicaram de valor. No final de 1997, os papéis da holding passaram a ser

cotados em Wall Street.

38

A Hoechst deixou de ser uma corporação para se transformar num grupo de

empresas com operações autônomas? A implosão total da operação brasileira, dona de

um faturamento de 1,3 bilhão de dólares, dá idéia do quebra-cabeça em que um

processo desse tipo pode se transformar. "Constituímos cada empresa focada em um

mercado particular, organizamos cada companhia por tipo de produto", diz Sonder. No

período entre 1994 e 1997, surgiram no Brasil seis grandes companhias nas quais a

Hoechst tinha controle total ou estava associada. A AgreVo resultou da união de todas as

divisões agrícolas da Hoechst e da alemã Schering. A área de filamentos têxteis do grupo

uniu-se, no Brasil, com a Rhodia, formando a Fairway, uma empresa com vendas anuais

de 400 milhões de dólares.

O número de funcionários do grupo baixou de 172 000 em 1993 para 148 000 em

1996. O grupo Hoechst chegou ao final de 1997 ,com 120 000 funcionários espalhados

pelo mundo. A dispensa de pessoal teve um alto custo imediato. Para reduzir seus

quadros, o grupo Hoechst gastou, entre 1994 e 1996, cerca de 1,2 bilhão de dólares. O

retorno chegou no final de 1997. A economia anual gerada com a redução de pessoal, de

fábricas e de linhas de produtos chegou a 1 bilhão de dólares.Em 1997 a Hoescht já era

o segundo maior conglomerado químico do mundo, dono de um faturamento de 33,8

bilhões de dólares em 1996

5.5.3. Situação atual da Hoescht AG

Em 1999, a Hoechst fundiu com a química e empresa farmacêutica francesa

Rhône-Poulenc e passou a se chamar Aventis. Ambas as empresas se desfizeram de

seus setores de químicos. A Aventis se tornou uma das maiores empresas farmacêuticas

do mundo de 1999: A empresa resultante da fusão foi baseada em Schiltigheim , perto

de Estrasburgo , França.

Hoje a Hoescht faz parte do grupo Sanofi-Aventis formado em 2004, quando a

Sanofi-Synthelabo adquiriu a Aventis.

Atualmente a Hoechst GmbH, anteriormente Hoechst Aktiengesellschaft, é uma

empresa do Grupo Sanofi. Este grupo Hoechst GmbH atua como uma holding intermédia

e detém interesses em particular empresas farmacêuticas nacionais.

A sanofi-aventis é a terceira maior empresa farmacêutica do mundo e a primeira

na Europa. Com bases de uma conceituada organização de pesquisa e desenvolvimento

de classe internacional, a sanofi-aventis está ganhando posições de liderança nas sete

39

principais áreas terapêuticas: cardiovascular, trombose, oncologia, doenças metabólicas,

sistema nervoso central, medicina interna e vacinas. A sanofi-aventis está listada nas

bolsas de Paris (EURONEXT: SAN) e Nova York (NYSE: SNY).

Atarvés deste exemplo podemos ver como um downsizing bem-executado pode

trazer retornos significativos para a organização que o executa.A Hoescht saiu de uma

condição de perda de comeptividade para se tornar a segunda empresa química do

planeta em 1997 e hoje faz parte do terceiro maior grupo farmacêutico do planeta.

40

6. CONCLUSÃO

No cenário de globalização atual as organizações se veem na necessidade de

serem competitivas exigindo assim a implementação de novas técnicas, modelos ou

sistemas de gestão. Os conceitos e modelos de gestão clássicos e as estruturas

organizacionais tradicionais devem ceder lugar aos novos modelos e formatos de

estrutura que surgem decorrentes desse novo ambiente empresarial

Estamos diante de um momento onde os requisitos básicos para se fazer parte

das organizações modernas não são simples. Necessita-se de uma organização

dinâmica, flexível, preparada para responder instantaneamente às exigências dos

clientes e do mercado. No âmbito dos recursos humanos da organização, exigem-se

colaboradores alinhados à estratégia de negócio, capazes de assumir maiores

responsabilidades e também de se adaptarem rapidamente às mudanças do mercado

globalizado.

Neste contexto, temos o downsizing que é um processo de reestruturação

administrativa que se propõe a reduzir a burocracia organizacional e também os custos

gerais, tornando os processos, atividades e comunicação da organização mais rápidos,

flexíveis e capazes de agregar valor ao objetivo do negócio.

Podemos ver que, nos últimos tempos, o downsizing não tem sido bem visto. Esta

situação pode ser explicado pela sua aplicação de forma errônea e incompleta pelas

organizações. Em parte culpa do despreparo dos responsáveis pela sua implementação,

em parte pela falta de planejamento de implementar.

Isso é o que vem acontecendo com o downsizing, cujo termo foi utilizado para

encobrir meros cortes de pessoal e redução de custos. Porém o downsizing, como se

procura demonstrar neste trabalho, através da consolidação da visão de alguns

estudiosos da administração é um conceito mais abrangente e de aplicação muito mais

profunda nas organizações. A sua implementação correta pressupõe um planejamento e

a escolha entre diversas estratégias possíveis, com o objetivo de não apenas reduzir

custos, pessoal, níveis hierárquicos, mas sim, de melhorar o desempenho, a eficácia da

organização, influenciando até na maneira de pensar dos membros da organização. Essa

estratégia de implementação do downsizing é chamada de downsizing sistêmico.

Parece claro que o conceito de downsizing, apesar de ser usualmente confundido

com outros conceitos de teoria organizacional, representa um tipo de estratégia de

mudança organizacional que pode trazer grandes contribuições pra as organizações.

41

Essa visão, de certo modo distorcida do downsizing, provavelmente exigirá ainda muitos

estudos para se compreender cada vez mais os seus processos e um grande esforço

para apagar o estigma que esse conceito hoje possui. Mesmo outras estratégias do

downsizing, que não seja a visão sistêmica, exigem um planejamento bem elaborado e

uma preocupação além da redução de pessoal.

Para evitar que o downsizing seja utilizado apenas como método de enxugamento

de pessoal, deve-se primeiro identificar quem e quais cargos, departamentos ou áreas da

organização não estão em consonância com os objetivos organizacionais. Para isso

utilizam-se os métodos de análise de desempenho pessoal e organizacional.

A partir das análises de desempenho, inicia-se um planejamento para a sua

implementação, que deve ser de preferência em longo prazo.

Utilizando-se a estratégia sistêmica o downsizing é um processo muito útil para

empresa, pois através dele podem ser utilizados procedimentos que tragam melhorias

para a empresa. O trabalho após o downsizing é mais progressivo e mais especializado,

pois os funcionários acabam se especializando em suas tarefas.

O processo de Downsizing, não pode ser entendido como uma tarefa fácil de ser

implementada pelas organizações. Ele envolve aspectos econômicos, tecnológicos,

sociais e a decisão por sua implementação, deve ser precedida de profundo estudo

organizacional, avaliar com clareza seus custos e benefícios.

O downsizing deve ser entendido como uma forma e necessidade de adaptar as

organizações às novas tendências mundiais de um mundo sem fronteiras. Estas

tendências exigem flexibilidade, eficiência e capacidade para o novo, atendendo o

mercado cada vez mais exigente e são condições obrigatórias para a sobrevivência.

O downsizing deve ser lido como uma forma e necessidade de adaptar as

organizações às tendências mundiais de um mundo sem fronteiras, onde flexibilidade,

eficiência e capacidade para o novo, atendendo o mercado cada vez mais exigente, é

condição para sobrevivência.

Neste novo cenário a organização deve estar permanentemente se atualizando e

buscando novos desafios de eficiência. Deve sempre buscar convergência para não ter

que se ajustar por "reorientação”.

O desafio de hoje não é correção de rumos inesperados, isto pode pegar a

organização despreparada, o desafio é buscar seguir o caminho do mercado. O ambiente

como um todo sempre estará sinalizando, e a organização que obtiver a capacidade de

42

percebê-lo, poderá tomar ações efetivas que leve toda a organização ao sucesso e sem

necessidade de implementar surpresas como a descoberta inesperada de perda de

eficiência que leva certamente a ações traumáticas, com violenta reestruturação e

enxugamento circunstancial de pessoas, ou seja, um suposto downsizing, sem

planejamento.

43

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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50

ANEXOS

ANEXO 1: Conceitos distintos de downsizing

Definições e contribuições do Período

de 1970 a 1989

Definições e contribuições do Período de

1990 até 2006

1987

-Redução de pessoal na

recessão

(APPELBAUN, SIMPSON e

SHAPIRO, 1987).

1

1995

-Conjunto de medidas destinadas a

redução de pessoal

-Melhoria de eficiência e

enxugamento estrutural (CAMERON,

FREEMAN E MISHRA, 1995).

1

1987

-Decréscimo substancial nos

recursos da organização. (CAMEROM,

KIM e HETTEN, 1987).

1

1996

-Desmotivação dos sobreviventes

-Diminuição do engajamento dos

funcionários. (ICHNIOWSKI, et al. 1996)

1

1992

-Redução do tamanho da

organização.

Só pode ser caracterizado,

observando-se o tempo e a

profundidade. (TOMASKO, 1992)

1

1997

- O processo de downsizing, com

frequência não conduz a empresa a uma

melhoria de seus resultados. (CASCIO,

YOUNG e MORRIS, 1997).

1993

-Usado como último recurso

para salvamento da empresa.

(CAMERON, 1993)

1

1999

-Redução permanente do tamanho

da empresa. (BUDROS, 1999)

1

1993

-Planejamento global tem que

envolver todas as áreas da empresa.

-Manter talentos é estratégico.

(TOMASKO, 1993)

2

2000

-Enxugamento da empresa e

demissões em massa. (CALDAS, 2000)

1

1994

-Redução do tamanho da

empresa e seus processos.

-Redução sistemática do nível

de empregos. (CAMERON, 1994)

2

2004

-O gerenciamento do downsizing

deve ser criativo na busca de alternativas

- o planejamento deve ser longo e

ligado ao planejamento estratégico.

(CASCIO E WYNN, 2004).

Fonte: Ribeiro et al. 2009

51

ANEXO 2: Modelos de Downsizing e sua relação com outras variáveis

Período de Convergência Período de Reorientação

Atributos Atributos

Downsizing e redesenho

incremental

Downsizing e redesenho

descontínuo

Ênfase em níveis mais

baixos, abordagem menos radical de

downsizing.

Ênfase em níveis mais altos,

abordagem mais radical de

downsizing.

Estratégias Moderadas de

downsizing

Estratégias mais severas de

downsizing

Estabilidade na alta equipe

gerencial, na tecnologia e nos

sistemas.

Mudança na alta equipe

gerencial, na tecnologia e nos

sistemas.

Ênfase nas mudanças no

trabalho, mais do que na tecnologia e

na estrutura.

Ênfase na mudança na

estrutura, mais do que na tecnologia

e no trabalho.

Reforço da missão e da

estratégia da organização

Redefinição da missão e da

estratégia da organização

Downsizing precede o

redesenho estrutural

Redesenho precede o

downsizing

O foco é em fazer as coisas

melhor

A ênfase é fazer as coisa

diferentes

Fonte: Freeman e Cameron (1993) apud Mendonça e Vieira (2001)

52

ANEXO 3 Estratégias de implementação de downsizing

Estratégias de Downsizing

Redução na Força

de Trabalho

Redesenho

Organizacional Sistêmica

Foco Trabalhadores Trabalhos e

unidades Cultura

Enxugamento Pessoas Trabalho Processo do

status Quo

Tempo para

Implementar

Demissões em

curto prazo

Demissões de

médio prazo

Demissões em

longo prazo

Indicativos Adaptabilidade em

longo prazo Rápido retorno

Redução de

custos em curto

prazo

Exemplos

* Atritos

* Aposentadorias

prematuras

* Pacotes de

benefícios

p/redução

voluntária de

pessoas

* Eliminação de

funções

* União de

unidades

* Redesenho de

trabalhos

* Eliminação de

níveis

* Envolvimento de

todos

* Simplificação

geral

* Mudança de

responsabilidade

* Melhoria

contínua

Fonte: Cameron, Freeman e Mishra (1995) apud Mendonça e Vieira (2001).