Poema de Binho LaranjeiraÍndice
Canto I – Aurora ............................................................................. 3
Canto II – Lampejos de Genialidade .............................................. 13
Canto III – A Luz Começa a Brilhar! .............................................. 23
Canto IV – À Caminho da Teoria da Relatividade ......................... 33
Canto V – A Teoria Restrita da Relatividade................................. 43
Canto VI – E=mc2............................................................................ 53
Canto VII – A Velocidade da Luz.................................................... 63
Canto VIII – A Teoria Geral da Relatividade.................................. 73
Canto IX – Espaço-Tempo.............................................................. 83
Canto X – Gigante do Despotismo.................................................. 93
Canto XI – Einstein, Cidadão Americano...................................... 103
Canto XII – Crepúsculo................................................................... 113
Canto I- Aurora
(“As duas crianças são de fato graciosas.Uma ao lado da outra de mãos dadas.”)
(estrofe XXV – versos I e II)
I
O Sol vem-nos com a radiante aurora e seu renovo.
É mais uma manhã dentre tantas que já nasceram.
Vem-nos ao som do “Finale” do “Pássaro de Fogo”,
Mais uma obra que as inspirações de Stravinsky conceberam.
II
E a luz dessa aurora assim nos diz:“ Da Renascença o seu referencial é Da Vinci,
Assim como Pitágoras o é da Antiguidade,
E quem senão Einstein o é do século XX,
Da Ciência a sua mais profícua Idade! “
III
E ela assim diz porque é íntima dele,
De Einstein, que sempre a admirou,
E a todo momento estava com ele,
Por isso a sua maior concepção ao mundo ela revelou!
IV
E nesse século XX desenvolveu-se diversos ramos da Ciência,
Quando ela mesma concebeu e deu à luz
Ao seu filho de maior proeminência!
E esta mãe pelo seu caminho o conduz
4
V
Com todo zelo que lhe é peculiar.
E este filho caminha por sua estrada
Alargando-a com o seu observar
E chega ao lar da mãe, fazendo ali a sua estada.
VI
A mãe lhe dá as chaves de sua morada,
O filho as recebe, agradecendo à ela.
A mãe o deixa ali e parte sossegada,
Pois sabe que este filho seu cuidará dela.
VII
E ele cuida zelosamente da casa materna.
De maneira que, quando a mãe retorna,
Embevecida vê o que o filho fez em sua parte interna!
Ampliou-a e mui iluminou-a! Que reforma!
VIII
Mui agradece ao filho, emocionada, nada fingido!
Mas este filho é humilde e deseja que outros venham a habitá-la.
A mãe consente, pois quem lhe pede é seu filho querido,
Que ali então passa a elevá-la!
IX
E este proeminente cientista
Tornou-se notório em todo mundo!
Quilométrica e infinda é a lista
Daqueles que o conhecem, de um jeito superficial ou profundo!
5
X
De maneira que uma pesquisa foi realizada
Para se saber qual era o cientista mais famoso ou de renome.
Dentre milhões deles uma cabeça foi coroada!
De 1.000 pessoas, mais da metade falou o seu nome!
XI
“Albert Einstein” ! Foi o nome que disseram!
Ele, matemático e físico de ideias célebres
Publicadas entre 1900 e 1920, anos que então fizeram
Progredir a Física Moderna em vindouros anos céleres!
XII
Todavia, apenas dez dessas pessoas
Conheciam de fato a teoria
Proposta por Einstein, esta que tu abençoas,
Oh, mãe Ciência ! E com isso ela própria progredia!
XIII
Esta sua teoria provocou
Muitas mudanças na atualidade
Do mundo da Ciência, e provou
A sua indiscutível genialidade!
XIV
O fato do mundo científico
Ter sido abalado
Pela teoria desse pensamento específico,
Não é coisa pra se deixar de lado!
6
XV
Pois em se tratando de Einstein, pois não,
Não é de se admirar
Que o mundo científico desde então
Em evolutiva medra está a caminhar!
XVI
Quem nunca ouviu falar dele?
Muita gente sabe quem ele é.
Mas conhecer sua obra a fundo, somente ele,
Ou quem a estudar, na Ciência depositando fé.
XVII
Sei que é complexa e difícil de entender
E muitas de suas ideias não são fáceis de aceitar,
Já que não existem no nosso dia a dia de viver,
Mas mui além do nosso interpretar!
XVIII
Por exemplo, como o fluxo do tempo
Pode tornar-se mais lento?
À nossa corriqueira compreensão é um contratempo!
É como pedir a um pássaro explicar o fenômeno do vento!
XIX
Da obra de Einstein aqui vou poetizar
Apenas as suas ideias principais,
E isso sem a Matemática me auxiliar,
Mas tão somente usando dos vates os seus ideais!
7
XX
Então, a Ciência viu a sua luz brilhar!
E quando isso ocorreu ela sabia,
O seu melhor pupilo estava a caminhar!
E em 14 de março de 1879 Einstein nascia!
XXI
E a luz da Ciência coroou sua cabeça
Naquela data que pra ela foi tão significativa!
E pra si mesma disse: “Não se esqueça
Que esta sua luz agora é de sua genialidade ativa!”
XXII
E a luz clareou naquele dia
Mais belamente em Ulm, no sul da Alemanha!
Berço germânico no qual eclodia
Aquele rebento de vindoura científica façanha!
XXIII
Era filho de Pauline e Herman Einstein, um negociante.
Um ano depois, em 1880, para os arredores de Munique se mudaram.
Herman queria levar o seu negócio avante,
Por isso ali próximo de Munique eles ficaram.
XXIV
De maneira que Hermann se associou
Ao seu irmão Jacob a fim de fabricar
Instrumentos e equipamentos elétricos, e assim levou
Sua vida com isso a trabalhar.
8
XXV
Nos fins do século XIX este era um negócio vantajoso,
No entanto era muito arriscado financeiramente;
Era preciso ser prudente e cuidadoso
A fim de não dar errado e deixar aquele que investiu descontente.
XXVI
Um ano depois, em 1881,
Nasce Maja, sua irmã caçula.
Dos filhos de Herman e Pauline mais um,
A quem a graciosidade vem e adula.
XXVII
As duas crianças são de fato graciosas.
Uma ao lado da outra, de mãos dadas.
Pequeninas criaturas afetuosas.
Crianças de inocência e pureza enlevadas.
XXVIII
E a luz à ele se achega,
E ali é a luz da inocência,
Que mui brandamente o aconchega
E futuramente despertá-lo-á para a Ciência.
XXIX
O tempo passa, na escola Albert não se sobressai,
É indolente e sonhador, até de idiota é acusado!
Mas a “Genialidade” nele está e dele não sai
E não adianta deixa-lo acuado!
9
XXX
A “Ignorância” quer envergonhá-lo!
Mas a “Sapiência” vem em seu auxílio!
Mui sabiamente põe a encorajá-lo,
Lançando a “Ignorância” em obscuro exílio!
XXXI
De maneira que em casa seu tio o ajuda
A tomar gosto pela Matemática,
Ciência esta que seu espírito aluga,
Para futuramente adquiri-la como sua primordial temática!
XXXII
A Matemática, por enquanto, lhe é acanhada.
À ela é pedida paciência
Pela sua proeminente cunhada,
A antiga e sábia Ciência!
XXXIII
Afinal, o menino tinha fascínio
Por ímãs e pelo modo como funcionavam.
E assim desenvolvia-se seu raciocínio
E os primeiros lampejos de genialidade iniciavam!
XXXIV
Eis que o pai lhe dá um presente então significativo,
Uma bússola, que vem a deslumbrá-lo!
E a Genialidade sabe que lhe é um fator imperativo,
E com ele crescerá até eternizá-lo!
10
XXXV
A mãe, por sua vez, o incentiva
Na Música e na Literatura.
E a sua mente mui ativa
A arte do som à sua altura!
XXXVI
De maneira que todo som agradável ao ouvido
Futuramente executará ao violino,
Seu instrumento mais querido,
De som harmonioso e divino!
XXXVII
O perfeccionismo habita suas coras precisas,
Vibrando a um ouvido refinado.
Iluminando seu espírito em incisivas
Fontes de luz em “pacotes luminosos” em seu âmago assim concentrados!
XXXIX
É a Luz da Ciência que nele existe
E no devido tempo dele há de eclodir!
Esta Ciência que nele insiste
E outrossim nele sempre há de existir!
XL
Assim como existia naquela Alemanha das invenções!
A motocicleta e o carro foram inventados por alemães!
Era a Ciência despontando em profícuas criações!
Ela que da Epistemologia é a mais dedicada das mães!
11
XLI
Esta mesma Ciência naquela época,
Ali na Alemanha era mui popular!
A mesma Alemanha que levantaria um déspota,
Cuja Liberdade iria enterrar!
XLII
O antissemitismo voltava paulatinamente.
Sabe-se que a família de Einstein era judia.
Em 1880 ressurgiam antigos preconceitos de doentia mente!
Aversões e manifestações contra os judeus que ali se fazia!
XLIII
Na Alemanha era mui intensa essa aversão!
O povo judeu era responsabilizado pelos problemas do país,
Inclusive os financeiros, cuja riqueza era grande em sua mão!
E de todo malefício o judeu era considerado a raiz!
XLIV
Este foi o início do grande mal que ali levantar-se-ia!
O jovem Einstein também era vítima desse preconceito a se impor!
Mas o seu destino já estava traçado! A Ciência o antevia!
Diferente de 6.000.000 dos seus, que seriam vítimas do “Horror” !
(“Usando de equipamentos específicosPara seus interesses curiosos
Com parafernálias de pertences científicos!”)
(estrofe XVII, versos II, III e IV)
I
Nos fins do século XIX, havia um enorme
Interesse pelas Ciências Físicas.
Muitos foram os que deixaram o seu renome,
Engrandecendo a Ciência, diminuindo as místicas!
II
Em 1894, Guglielmo Marconi, inventor italiano,
Começou a fazer experimentos para usar
Ondas de rádio no primeiro – daquele ano –
Equipamento de telegrafia ainda a se concretizar.
III
Nesse mesmo ano, a firma de Herman Einstein faliu.
Então a família mudou-se para Milão,
Mas Albert ficou na Alemanha, como seu pai decidiu,
A fim de completar os estudos, a sua obrigação.
IV
Einstein concluiu a escola precocemente,
Sem receber o diploma que certifica sua conclusão.
Mas isso não se tornou empecilho à sua genial mente,
Que levá-lo-ia a ser um cientista de grande repercussão!
14
V
Para a Itália então ele viajou,
E com amigos e parentes
Um ano ali ficou,
Em momentos felizes, contentes!
VI
Os negócios de seu pai outra vez fracassaram,
E a família mudou-se para Pavia,
Onde o insucesso se repetiu e os Einstein passaram
Por dificuldades, e proventos pouco havia.
VII
Herman queria que o filho fosse engenheiro
E então começasse a trabalhar,
Mas a Ciência lhe havia desejado algo acima do corriqueiro,
Por isso ele preferiu com os estudos continuar.
VIII
Sem diploma, Einstein não podia
Frequentar a Universidade.
Mas a Ciência eis que pedia
Ao insigne Mestrado de toda idade!
IX
Pedia-lhe que deixasse
Sei estimado filho
Desenvolver sua genialidade e que tirasse
De seu glorioso caminho todo empecilho!
15
X
Eis que o Instituto Politécnico de Zurique, na Suíça,
Aceitava estudantes que fossem aprovados
No exame de admissão, e o Mestrado assim atiça,
À pedido da Ciência, seus intuitos mais ousados!
XI
Albert presta o exame,
Mas não passa.
Parecia um notório vexame,
Mas sua consciência isso repassa.
XII
De maneia que volta à escola;
Dessa vez em Aarau, perto de Zurique.
A vontade vem e dele aflora,
E a persistência quer que ele se aplique!
XIII
Torna-se aluno de um inspirado
Professor de física, chamado August Tushimid,
A Ciência incuti-lhe seu discipulado,
E ao amado filho diz: “Ide avante, ide!”
XIV
Era o ano de 1895, e aí se viu
A Ciência laurear
Wilhelm Roetgen, que descobriu
Os raios X, pondo a Física mais um degrau a galgar!
16
XV
Um ano depois, em 1896,
Einstein passou no exame do Instituto
E foi aceito como aluno dessa vez.
Ali mostraria o seu real intuito.
XVI
Mas Einstein não mostrava
Muito interesse pelas aulas ministradas.
Sua curiosidade despertava
Para outras coisas mais ousadas.
XVII
Como experimentos audaciosos,
Usando de equipamentos específicos
Para seus interesses curiosos
Com parafernálias de pertences científicos!
XVIII
Certa feita, tentou detectar o éter invisível,
Que pensava ser o condutor da luz e de outros
Tipos de ondas eletromagnéticas, mas era impossível
Encontrar o éter, porém a genialidade nele crescia aos poucos.
XIX
No entanto, o experimento deu errado
E Einstein, por pouco, não se feriu gravemente!
Por enquanto, o afã dos experimentos estava encerrado.
Mas muito ainda estava por descobrir e dedicava-se avidamente!
17
XX
Eram os primeiros lampejos de sua genialidade
A relampejar timidamente por enquanto.
Mas com o tempo seria o cientista da atualidade
Daquele século XX promissor e tanto!
XXI
Quanto ao éter que ele quis encontrar,
Era devido a sua obsessão pela luz e seu fenômeno.
Durante o século XIX, os cientistas passam a achar
Que as ondas eletromagnéticas necessitavam dum elemento anônimo,
XXII
Que era, na verdade, um meio natural
Para serem transmitidas de um lugar ao outro.
Chamaram de “éter luminífero” a esse elemento substancial,
O qual permitia o transporte da luz; e pouco a pouco
XXIII
Essa ideia tomou conta dos cientistas em sua ânsia,
E eles passaram a acreditar que todo o Espaço,
Inclusive entre as estrelas, era preenchido por esta substância.
Mas os cientistas davam aí um equivocado passo!
XXIV
Afinal, ninguém jamais conseguiu
Detectar o éter em qualquer experimento que se fazia.
E a Einstein, sua má experiência, também serviu
Para provar-lhe que o éter inexistia.
18
XXV
Einstein também estudou a obra
De cientistas considerados importantes,
Tais como Sir Isaac Newton, da Ciência a perfeita manobra,
No sentido de direcionar ao conhecimento; isso a 200 ano antes.
XXVI
Propusera uma teoria que até hoje impera,
Com equações que explicaram
A interação gravitacional da matéria.
Corpos em queda que a raciocinar o levaram.
XXVII
Essa teoria foi uma das bases
Da então Física Moderna.
Mais uma das heroica fases
Da “Mãe Ciência” de erudição eterna!
XXVIII
A queda da maçã mais famosa da História!
Se verdade ou pura ficção,
Perpetuou de Newton a sua glória,
Expandindo a Ciência em sábia fixação!
XXIX
E novos desafios se apresentaram
Após a teoria de Newton outrossim a se expandir,
E novos cientistas representaram
A Física Moderna na Ciência a se inserir.
19
XXX
Após Newton, e com o auxílio de sua teoria,
As Ciências Físicas debelam etapas
E muitos cientistas, cuja perícia os auxilia,
Chegam a epistêmicas conclusões exatas!
XXXI
Os pesquisadores constatam a existência
De partículas, ondas e grandezas físicas de grande complexidade,
E assim cresce em demasia a Física Ciência,
Fixando-a no tempo a sua modernidade!
XXXII
Michael Faraday, André Ampére e outros cientistas
Pesquisam a eletricidade e o magnetismo.
E todas estas investigações eram atentamente vistas
Pela “Madre Ciência” e seu científico empirismo.
XXXIII
Nas décadas de 1850-60, o físico escocês
James Clerk Maxwell descreveu matematicamente
As ondas eletromagnéticas e concluiu, pela sua sensatez,
Que a luz era um tipo delas mais especificamente.
XXXIV
Maxwell sugeriu ainda que havia
Outros tipos de ondas eletromagnéticas,
Como as ondas de rádio, das quais ele sabia,
E assim a Ciência revestia-se de grandezas éticas!
20
XXXV
Eram, portanto, necessárias
Novas teorias científicas
Que pudessem explicar essas várias
E recentes descobertas específicas
XXXVI
Da Física Moderna que progredia.
De maneira que em 1896
Eis que proficuamente surgia
Henri Becquerel, cientista francês.
XXXVII
Ele detectou a natural radiação
Emitida por substâncias contendo urânio.
Em 1897, se concretizam os experimentos, em ação,
Da telegrafia de Marconi, em movimento instantâneo.
XXXVIII
Chega a 28 km de distância. No mesmo ano, J.J. Thomson, físico inglês,
Mostrou que existiam minúsculas partículas, que eram
Menores do que os átomos, e mais uma vez
A Ciência elevava-se com esses futuros elétrons que vieram!
XXXIX
Em 1899, o telégrafo atinge o Canal da Mancha. E uma nova descoberta
Por Ernest Rutheford, sobre dois tipos de radioatividade então,
Os quais são chamados de Alfa e Beta.
Em 1900, Max Planck, físico alemão,
21
XL
Introduz a ideia de que a energia era emitida
Em minúsculos “pacotes”, que ele chamou
De “quanta” ; e a Ciência mostrava-se ativa
No campo da Física Moderna que ascendente caminhou!
XLI
Nesse mesmo ano de 1900, Einstein afastou-se da Alemanha,
Em virtude do antissemitismo então avassalador.
Naturaliza-se cidadão suíço, livrando-se de tirânica sanha!
Seu desejo agora é ser professor.
XLII
Aos 21 anos de idade
Era levado por sua natural
E mais inerente genialidade!
A Ciência a ele se mostrava providencial!
22
Canto III- A Luz Começa a
Brilhar!
( “De maneira que Einstein desenvolveu
Seu trabalho científico a raciocinar
Nas horas vagas que a Ciência lhe concedeu.” )
( estrofe IX, versos II, III e IV )
I
Em 1900, Einstein sai
Do Instituto Politécnico de Zurique.
E o “Amor” o impele, dizendo: “Vai
Conhecer a sua amada Maric!”
II
Mas antes ainda, vamos ver como foi
Que tudo iniciou até conhecê-la.
“Ei Coração, oi!
Vamos de fato a um momento antes de aqui vê-la!”
III
Einstein queria ser catedrático,
Desejava lecionar seus ensinamentos
E demonstrava espírito entusiástico
Para ensinar jovens espíritos em avivamentos!
IV
Porém contudo, depois de exercer
Funções ocasionais no magistério,
Outro emprego veio a obter,
Tornando este o seu profissional ministério.
24
V
Era o de funcionário do Departamento
Nacional de Patentes, em Berna.
E assim a Ciência lhe dava seu consentimento
Como mãe zelosa e terna.
VI
Aí ele trabalhou de 1902 a 1909.
Período em que continuou
Seus debates com colegas, e seu coração então se move
Na direção duma das colegas que a Ciência lhe revelou.
VII
Eis então aí Mileva Maric,
Matemática da Sérvia.
Seu amor em Zurique;
E su’alma ao mesmo amor se torna serva.
VIII
Eles se casam em 1903.
Dois filhos eles tiveram.
Então ele é visitado pela Sensatez,
Enviada pela Ciência, e ambas a sua genialidade mantiveram
IX
Acesa como luz a brilhar!
De maneira que Einstein desenvolveu
Seu trabalho científico a raciocinar
Nas horas vagas que a Ciência lhe concedeu.
25
X
Einstein não ocupava todo o seu tempo em pesquisar.
Outrossim, não perdia tempo discutindo com colaboradores,
Com enfadonhas conversas a se delongar,
Ou lendo as últimas publicações científicas de outros pesquisadores.
XI
O seu tempo era precioso,
E a Ciência sabia disto!
De maneira que não havia tempo ocioso,
E a mesma Ciência selou nele o seu visto!
XII
Então, em 1905 Einstein publicou
Três artigos de significativa relevância.
E sua luz mais intensamente iluminou
Naquele ano que para a Ciência foi de muita importância!
XIII
Um dos artigos tratava
Do movimento de minúsculas partículas
Suspensas num líquido ou gás, sobre o qual pesquisava,
Cujo raciocínio era correto, dispensando retíficas.
XIV
Esse movimento havia sido observado
Muitos anos antes pelo botânico escocês
Robert Brown; foi aí então analisado
Pela inicial e primeira vez.
26
XV
Robert Brown (1773-1858) realizou
Diversos estudos ao microscópio minucioso.
Quatro mil (4.000) tipos de plantas ele coletou
Em uma viagem a Austrália, o último mundo novo.
XVI
Em 1827, ao microscópio ele viu
Minúsculos grãos de pólen suspensos n’água,
Então em sua mente se abriu
Um amplo espaço como epistêmica ágora!
XVII
E sobre aquele inesperado movimento
Veio-lhe uma duvidosa indagação.
Fez com que Robert Brown, naquele momento,
Não soubesse dar àquilo uma explicação.
XVIII
Afinal, os grãos de pólen pareciam sacudidos
Dum lado ao outro, ao acaso.
Esses movimentos não eram compreendidos
Por Brown naquele específico caso.
XIX
Tais movimentos bruscos e rápidos passaram a se chamar
“Movimentos Brownianos”, muito embora
O próprio Brown não soubesse explicar
Porque ocorriam. Era pois, chegada a hora
27
XX
De Einstein dar-lhes a sua explicação.
E a Ciência se orgulha de ter-lhe ofertado a sua Luz,
Pois o seu mais estimado discípulo coloca seu gênio em ação,
O qual soberanamente o conduz!
XXI
Einstein retomou as ideias
Da teoria cinética dos gases.
A Ciência o faz vencer “odisseias” !
A Epistemologia lhe diz: “Com razão fazes!”
XXII
E esta Razão Científica de fato mui faz!
Apela para as Ciências Exatas,
A qual se achega a Einstein e dele se apraz!
E tu Matemática, te prorrompes e te exaltas!
XXIII
Agora sim, passada a sua fase de menino,
Quando outrora a Matemática se mostrava retraída,
Naquele momento auroral de seu ensino,
No tempo em que sua genialidade estava sendo constituída,
XXIV
E a própria e digna Ciência
Rogou-lhe como mãe amorosa,
Que tivesse resignada paciência,
Pois que trilharia uma estrada morosa.
28
XXV
Chega então ao fim de tal estrada
E eis que a Matemática ansiosa vem.
Em seu intelecto se põe instalada
E o usa como melhor lhe convém.
XXVI
De maneira que Einstein desenvolve
A teoria cinética dos gases
Através dessa Matemática que ora o envolve,
E as Ciências Exatas tornam-se uma de suas bases.
XXVII
E a base dessa teoria remonta ao final do século XIX,
Quando os cientistas desenvolveram tais teorias
Concernentes a cada uma das partículas que então se move,
Conforme a sua própria natureza. Assim, mãe Ciência, tu avalias!
XXVIII
Eles diziam que num sólido elemento,
As partículas entre si pouco se movimentavam.
E quanto a estar em movimento,
Ocorria num líquido ou gás, onde internamente se encontravam.
XXIX
Uma com as outras ali colidiam
E contra as paredes do recipiente.
Assim os cientistas sabiam,
Pois que a Ciência os conduzia sabiamente!
29
XXX
Assim, tal teoria foi denominada
De “teoria cinética dos gases”.
Porém, a Ciência então não dominava
O conhecimento dela e de comprová-la os cientistas forma incapazes.
XXXI
Agora era pois, o momento de comprová-las.
A pessoa de Einstein e a Matemática se aliam
E a Ciência vem a redirecioná-las
No sentido do “movimento browniano” que então explicariam.
XXXII
Einstein demonstrou que o movimento
Visto por Brown era o resultado
Das múltiplas colisões (certeza que dava naquele momento),
Das moléculas do líquido estado,
XXXIII
Em permanente agitação,
Com as partículas de pólen ora suspenso.
Eis aí de Einstein a sua contribuição
À Física Moderna, resultando dos cientistas o seu respeitoso consenso!
XXXIV
Segundo Einstein, o fenômeno ocorre e se faz
Sempre que pequenas partículas flutuam
Em um líquido ou gás,
Pois nesses estados as moléculas efetuam
30
XXXV
Ou têm grande liberdade de movimento.
Eis aí a explicação que Brown não conseguiu dar.
Quase oito décadas depois, naquele momento
Inicial do século XX, a Coerência vem a se mostrar.
XXXVI
Ludwig Boltzmann, físico austríaco, e mais um,
Josiah Gibbs, cientista americano,
Sem erro algum,
Ou equivocado engano,
XXXVII
Já havim desenvolvido parte
Da teoria necessária a esta explicação.
E assim a Ciência desenvolvia a sua arte,
Pondo em prática sua epistêmica função!
XXXVIII
Também a pesquisadora Mariam Smoluchowski, alcançou
Resultados semelhantes ao de Einstein, quase simultaneamente
E de forma autônoma. Einstein não se cansou
De pesquisar e o fez continuamente.
XXXIX
Dessa maneira a Ciência era por ele tratada,
Explorando-a com sua peculiar abstração.
E a Física Moderna era devidamente trabalhada
E Einstein a colocava em elevada ascensão!
31
XL
A sua teoria para o movimento browniano
Representou um grande avanço para a Ciência!
E naquele preciso e mesmo ano
Ele valorizaria toda epistêmica essência!
32
Canto IV- À Caminho da
Teoria da Relatividade
( “E algumas delas podem ser vistas
Na sua escrivaninha do Departamento Nacional de Patentes.
São equações matemáticas por ele escritas.
Às suas teorias sore a relatividade são elas concernentes.” )
( estrofe X )
I
Até aquele ano de 1905, as ideias sobre os átomos
Baseavam-se principalmente em suposições.
Eram como termos fracos e átonos;
Meras e aventuradas sugestões.
II
Mas em 1908, o cientista francês Jean Perrin realizou
Estudos sobre o movimento browniano.
O resultado a que Perrin chegou
Não diferia em nada ao raciocínio “einsteiniano”.
III
Perrin mediu o movimento
De partículas de resina
De árvores suspensas n’água e naquele momento,
Demonstrou o que a exatidão de Einstein nos ensina.
IV
As equações de Einstein estavam
Decididamente de acordo com os seus resultados,
E nisso então, ambos consonantemente concordavam.
Realidade e princípio certo sabiamente revelados!
34
V
Esse fato foi aceito
Como a primeira evidência
- (E era irrefutável o seu conceito)-
Experimental segura da existência
VI
De átomos e moléculas, dando credibilidade
A Einstein e ao seu raciocínio a se exprimir!
E ele então contribuía para que o século XX fosse a Idade
Realmente de Ouro da Ciência a se expandir!
VII
Ainda sobre as colisões de partículas visto até então,
Fenômeno que originou o movimento browniano, como já sabemos,
Temos algo concernente ao assunto, e logo saberão
Nesta próxima estrofe a qual veremos.
VIII
A fim de se determinar
O rastro e as colisões
Entre partículas minúsculas que Brown pôs a analisar
Em microscópicas observações,
IX
Foi-se criado grandes aparelhos
Chamados “câmaras de bolhas”.
Eis aqui da ânsia do saber mais um de seus apelos
À Madre Ciência, que ofertou às equações humanas profícuas folhas!
35
X
E algumas delas podem ser vistas
Na sua escrivaninha do Departamento Nacional de Patentes.
São equações matemáticas por ele escritas.
Às teorias sobre a Relatividade são elas concernentes.
XI
Mas quanto à Relatividade, abordaremos mais à frente.
Por enquanto, vamos a um preâmbulo antes dela.
Diz-nos a Ciência: “Continuemos, vamos em gente!”
E assim fazemos em homenagem à ela!
XII
E o preâmbulo de que falei
Concerne às ondas eletromagnéticas, enfim.
Fenômeno este a antecipar o que ainda relatarei
Sobre o próximo objeto de estudo de Einstein; e o preâmbulo é assim:
XIII
As ondas eletromagnéticas contêm
Em sua composição energia elétrica;
Mas ela possui também
Outra energia, a magnética.
XIV
No espaço vazio elas viajam
À velocidade da luz.
“E que no extenso vácuo cósmico hajam
Tais fenômenos!” –determina a Sábia Prudência que a tudo produz!
36
XV
E mui sabiamente então nos vem
A compreensão de tais fenômenos físicos,
Os quais os olhos da Ciência veem
E a mesma transforma em fenômenos astrofísicos.
XVI
As ondas podem ser
Medidas de várias maneiras.
Vamos então aqui ver
Essas medidas precisas e verdadeiras.
XVII
O seu comprimento – veja e sonda –
É a distância de um ponto
Em uma única onda,
Como o pico,... - compreende, está pronto? –
XVIII
...Até o mesmo ponto na onda seguinte.
Continuemos, indo avante,
Pois que a Ciência se destaca neste século XX
E nele evolui a cada instante!
XIX
A frequência é o número de oscilações
Da onda em um certo intervalo de tempo.
E assim a Ciência cumpre com suas obrigações,
E ela as faz feliz e a contento!
37
XX
Enfim, as ondas de alta frequência
Possui um pequeno comprimento de onda.
No entanto, veja logo na sequência,
As de baixa, têm grande comprimento, novamente veja e sonda.
XXI
Além disso, são mais espaçadas.
Amplitude é a distância entre o pico e o vale,
No sentido vertical, e aqui são explicadas,
Como a oscilação, que vai pra baixo e pra cima, e que a Ciência nos fale.
XXII
“Sim, existem ondas de rádio, de frequência baixa.
As micro-ondas, raios infravermelhos e de luz;
E vai-se aumentando, raios ultravioletas, raios x, em crescente faixa;
E raios gama; e é altíssima a que ele produz!”
XXIII
“Então chegamos ao que nos interessa.
Foi-se falado da energia magnética,
Que nos espaço se expande e se expressa,
Tanto quanto da energia elétrica.”
XXIV
“E é sobre ela que o vate ora fala.
Aqui portanto, finda o preâmbulo do assunto a ser abordado.
E vamos a Einstein, pois o vate continua e não se cala;
Afinal, este poema aqui ele não deixa abortado.”
38
XXV
“Sim, continuo. Ora, o primeiro artigo de Einstein de 1905,
Falava da energia luminosa, que pode se transformar
Em energia elétrica. Agora então eu sinto
O progresso da Ciência a caminhar!
XXVI
A energia luminosa em elétrica ocorre
Quando a luz incide em certos metais.
E o raciocínio de Einstein corre,
Revelando suas concepções mentais!
XXVII
Os elétrons absorvem a energia da luz,
E da superfície metálica eles podem saltar.
É um maravilhoso salto que reluz
Naquela prodigiosa mente a raciocinar!
XXVIII
Se os elétrons forem canalizados então
Ao longo de um fio, consequentemente
Uma corrente elétrica formarão.
Assim Einstein raciocinou corretamente.
XXIX
A transformação de energia luminosa em elétrica
É chamada de “efeito fotoelétrico”.
Eis da Ciência a sua estética,
De elevado espírito ético!
39
XXX
Muito antes de Einstein, os estudiosos
Já discutiam da luz a sua natureza.
Estavam sabiamente ansiosos,
Os doutos da Ciência, a sua realeza!
XXXI
O fato da luz ser uma onda, essa era a resposta
Que alguns sobre ela davam.
Mas que de minúsculas partículas era composta,
Outros no entanto, acreditavam.
XXXII
Na época de Einstein, a ideia de partícula
Era quase totalmente rejeitada.
Grande parte deles via essa ideia como ridícula,
Portanto dificilmente era aceitada.
XXXIII
Os cientistas achavam e insistiam
Que a energia na luz ou nela contida
E em outras ondas que existiam
Era contínua, ou seja podiam ser dividida
XXXIV
Em partes cada vez menores,
Sem jamais chegar à menor e última parte.
Seus enganos eram cada vez maiores!
Uma persistente e teimosa contraparte!
40
XXXV
Como se de um dueto musical,
O outro lado se mostrasse monótono,
Tornando a audição cansativamente mental;
Uma hora de música se torna anótino* !
XXXVI
Muitos cientistas passaram a estudar
O efeito fotoelétrico (de energias luminosas em elétricas).
Incidiam luz a atuar
Em outras ondas eletromagnéticas
XXXVII
Sobre metais e mediam
O número e a velocidade
Dos elétrons desprendidos que vinham.
E a Ciência queria revelar a sua capacidade!
XXXVIII
Esperava-se que a velocidade dos elétrons
Dependesse da intensidade da luz;
Ora, ora, a Ciência ali anseia pelos futuros magnétons!
Roga pelo seu filho que mui reluz!
XXXIX
Afinal, não foi observado o que se esperava.
E por sua “Luz” a Ciência mui pedia!
Uma experiência após outra revelava
Que a velocidade dos elétrons dependia
41
XL
Da frequência da luz, não de sua intensidade!
E eis que o filho atende ao pedido da Mãe Ciência,
Dando fim a sua angustiante ansiedade.
E Einstein comprova mais uma vez a sua capacidade!
42 (*anótino {estrofe XXXV} – {Do lat. annotinu.} Adj. Que tem um ano, segundo o Novo Dicionário Aurélio Século XXI.)
Canto V- A Teoria da Relatividade
Restrita
(“Pois bem, a velocidade da bola em relação a vocêÉ, portanto, de 2 m/s que ali se faz.
Um amigo seu, do lado de fora, mede a velocidade que vê,
Dois metros por segundo no trem cuja velocidade que perfaz”)
(estrofe XXXIV)
I
Einstein deu a sua explicação
Para o que até aquele momento
Não se sabia explicar, e então
A Verdade dos fatos veio à luz e a contento!
II
Era a “Luz da Ciência”
A se incidir sobre a obscuridade.
Estava ali a exata consciência
Do científico progresso da humanidade!
III
O que Einstein fez, revelando seus corretos pensamentos,
Foi adaptar uma ideia apresentada
Pelo físico alemão Max Planck em 1900.
A solução real e correta Einstein apresentava.
IV
Ora, Planck trabalhara num efeito,
“Radiação de Corpo Negro”, assim denominado.
Era um estudo seu que havia sido feito
E por Einstein era dominado.
44
V
“Corpo Negro” é um objeto que absorve
Toda energia que sobre ele incide,
Inclusive a luz, e Einstein então resolve
Explicar o fenômeno da luz e assim decide.
VI
Bem, o “Corpo Negro” não reflete a luz, mas passa a emitir
Um espectro de ondas eletromagnéticas, isto sim,
O qual depende de sua temperatura, e isso vem a permitir
A exata observação clínica de Einstein, enfim.
VII
Esse espectro não podia ser explicado
Com a teoria ondulatória da luz.
Mas para Einstein não era complicado,
Ele que ali então o efeito de Planck reproduz.
VIII
Mas Planck, por sua vez, conseguiu explicar
A emissão do corpo negro naquele momento,
Dizendo que a energia não era contínua, assim a afirmar,
Mas composta de minúsculas unidades, das Ciências o seu consenso!
IX
Eram minúsculas unidade ou “pacotes”,
Os quais eram chamados de “quanta”,
Plural de “quantum”, da Ciência e de Planck os seus enfoques,
De energia eletromagnética uma quantidade indivisível e tanta!
45
X
Esta ideia de “quanta” ou “pacotes de energia”,
Contra as principais e fortes convicções
Dos físicos ela rigidamente ia!
Para com a Ciência anulavam suas convenções!
XI
Contudo, Einstein usou essa ideia em 1905
Para explicar o efeito fotoelétrico.
Era o mais puro epistêmico instinto,
Nascido outrossim do mais puro espírito ético.
XII
Deixemos ele próprio nos dar a sua explicação.
E aqui a Ciência lhe incute, emocionada,
Toda a sua mais perfeita erudição,
A qual em seu espírito se faz acionada!
XIII
Diz ele: “Imagine que um “pacote de energia luminosa”
Incide sobre um pedaço de metal”
Raciocina a Ciência: “Não é uma ideia duvidosa,
É a mais correta concepção mental!”
XIV
Continua Einstein: “Esse pacote atinge um elétron e desaparece,
Porque o elétron absorve a sua energia
E se desloca em alta velocidade; é que acontece.”
Diz a Ciência: “Com exatidão ele avalia.”
46
XV
Continua ele: “A velocidade do elétron depende
Da quantidade de energia existente
Em cada pacote de luz.” Ele assim depreende,
Pois a Luz da Ciência lhe é concernente!
XVI
“Por exemplo, pacotes de energia luminosa que contêm
Frequências mais altas,
Como as da cor violeta, mais energia têm
Do que as de cor vermelha” ; diz ele nestas poética pautas.
XVII
“Então, os elétrons que eles atingem
Ganham mais energia e mais apressadamente se movimentam.”
São fenômenos que não se infringem;
Sabem disto a Ciência e a Lógica, que a Einstein alimentam!
XVIII
“Não importa da luz a sua intensidade,
Porque ela deriva do número de pacotes, anote,
De luz que chegam em certo instante, na verdade,
E não da energia de cada pacote.”
XIX
As obras de Planck e Einstein difundiram
Rapidamente a ideia do “quantum”, não só (cada um deles sabia),
Com relação à luz, mas também expandiram
A muitas outras formas de energia.
47
XX
O pacote de energia luminosa foi considerado
Como uma partícula, de “fóton” chamada.
O raciocínio exato de um gênio consumado,
Cuja Ciência por ele era respeitada.
XXI
Os cientistas então passaram a tratar
A luz como onda para alguns processos,
E como partícula para outros; assim passou a ficar.
A Ciência dessa maneira exibia mais um de seus sucessos!
XXII
Esse processo é chamado
Dualidade onda-partícula.
Pelo intelecto científico é aclamado!
Sua obra não precisa de retífica!
XXIII
Essa ideia então, foi um marco importante
Na Ciência do século XX que ora nascia
E representou o surgimento, para a Ciência de todo relevante,
Da “física quântica”. E agora sim, vem de Einstein a sua teoria.
XXIV
Adentremos à Teoria da Relatividade ;
Aqui vou contar como ela surgiu.
De Einstein sua racional atividade,
No dia em que a Genialidade lhe sugeriu!
48
XXV
Como sabemos, ele tinha
Atração pela luz e seu fenômeno;
Esta a ele vinha,
Ele, outrossim da Genialidade o seu sinônimo!
XXVI
Einstein imaginou então,
Como seria se um observador
-(Usando de inacreditável ação)-
Apostasse corrida –(como excepcional corredor!)-
XXVII
Com um raio de luz,
Acompanhando-o em sua velocidade
Incomparavelmente elevada, e ali ele produz
O princípio da sua relatividade.
XXVIII
E assim veio a ele
As consequências desse fenômeno incrível,
E novo Universo expandiu-se dele,
Tornando real o impossível!
XXIX
Continuemos aos fatos concernentes à Verdade !
Em 1905, Einstein publicou um artigo
Que de “Teoria Restrita da Relatividade”
Ficou sendo notoriamente conhecido!
49
XXX
O fato de ser restrita é porque se aplica
Apenas em condições especiais.
Os detalhes de seu raciocínio não se explica,
Assim como os cálculos, de formas convencionais.
XXXI
São extremamente complexos, complicados,
Mas a ideia principal da teoria
E o que ela prevê podem ser explicados
De um modo simples; minha compreensão assim avalia.
XXXII
Vamos supor que você, amigo ledor,
É um passageiro num trem em movimento.
Você lança uma bola pelo seu corredor
Na direção em que viaja e verifica nesse momento
XXXIII
Que a velocidade dela é de 2 m/s
No piso daquele trem que se movimenta.
“Velocidade! Movimento! Tão naturais nesse mundo!”
Assim conclui a Ciência, analisando de forma atenta.
XXXIV
Pois bem, a velocidade da bola em relação a você
É, portanto, de 2 m/s que ali de faz.
Um amigo seu, do lado de fora, mede a velocidade que vê,
Dois metros por segundo no trem cuja velocidade que perfaz
50
XXXV
É de 50 m/s pela estação.
Assim, para ele a velocidade da bola
Será de 52 m/s, então.
O que podemos observar nesse caso, agora?
XXXVI
Com relação à bola, qual é a sua real velocidade?
Dois ou 52 m/s? O que você diz?
A observação e análise de Einstein demonstram grande capacidade!
Com a Lógica cada uma delas mui condiz!
XXXVII
Mas pela sua lógica ledor, você pode pensar que é 52!
Afinal, a estação não está se movendo, você raciocina.
Mas se continuar com seu raciocínio, observará logo depois
Que a estação está na superfície da Terra, que gira no espaço acima.
XXXVIII
Para um astronauta, a Terra se movimenta com a estação
A cerca de 30.000 m/s! Esse é o valor?
Ora não, isso significa que o movimento, pela nossa observação,
Não é o mesmo para todos, mas relativo ao observador.
XXXIX
Conclui-se então, que não se pode medir
Movimento e velocidade, a menos que se tenha
Algo com o que comparar. A Lógica não pode mentir,
E Einstein a usa e por isso mui prontamente se empenha!
51
XL
Bem, esse algo com o que comparar
É chamado de referencial. Assim se explica.
E aqui então pus a mostrar
Da Relatividade a sua teoria restrita.
52
Canto VI- E = mc 2
(“Ali bastões de combustível”, aqui a Ciência avalia,
“São carregados num reator nuclear.
Assim sua massa é transformada em energia.”
Conclui a Ciência, cujo progresso põe a anelar.)
(estrofe XXXIV)
I
O raciocínio de Einstein levou ao princípio
Da relatividade, não à sua teoria.
Era comum com Galileu e Newton, da física o seu início.
E desde então ela já existia.
II
De acordo com este raciocínio, caros ledores,
As leis da física, inclusive as do movimento,
São as mesmas para todos os observadores,
Assim como para os objetos em movimento.
III
Isso numa velocidade constante
E em linha reta,
Um em relação ao outro. Vamos avante
E saibamos qual é a nossa meta.
IV
No exemplo que se deu, foi percebido
Que você e o trem iam à mesma velocidade,
E na mesma direção e sentido.
Portanto, é possível considerar aqui um fato de verdade,
54
V
O de que tanto você como o vagão estão parados.
É pois, a sensação que se tem nesse momento.
Muitos fatos ainda hão de ser revelados.
Por enquanto, vamos à velocidade constante e ao movimento.
VI
Mas o movimento em linha reta, e mais,
Juntamente com essa velocidade constante,
Fazem as condições “especiais”
Para a teoria restrita da relatividade. Vamos avante!
VII
No entanto, a teoria geral inclui
Movimentos curvos e velocidades variáveis.
Vejamos como isso flui.
Pensamentos einsteinianos de todo irrefutáveis!
VIII
Vamos colocá-lo ledor, novamente dentro do trem que o conduz.
Ali você dispõe de um relógio luminoso bem preciso, então.
Ele mede o tempo usando um pacote de luz
Emitido de uma lâmpada no teto a um espelho no chão.
IX
Refletido é o pacote de luz
De volta a um sensor ao toque sensível
Ao lado da lâmpada e produz
Um “tique” ou breve sinal audível.
55
X
Você passa por seu amigo no trem que o conduz,
Ali na plataforma da estação.
Dentro do trem, você vê a luz,
Indo pra baixo e pra cima, na vertical então.
XI
Mas o que seu amigo vê?
Cada pacote de luz até ali parado,
Vai se mover
Pra cima e pra baixo, e também pro lado.
XII
E isso juntamente com o trem.
Então, o que acontece?
Ore, veja bem,
A explicação na próxima estrofe aparece.
XIII
Seu amigo então vê
Cada pacote de luz sobre vós
Ali formar um “ V ”,
Quando o trem passa veloz.
XIV
Quanto ao relógio luminoso ou de luz, ele é usado para explicar
A ideia de relatividade do tempo.
A pessoa no trem a passear,
Vê o pacote de luz percorrer nesse momento
56
XV
Uma distância mais curta,
Se comparada ao observador da plataforma.
Mas a velocidade da luz não se encurta,
É a mesma para ambos, a Lógica informa.
XVI
Assim, o tempo deve variar.
Então a Ciência se mostra feliz!
E a seu filho põe a elogiar!
Pois que com ela Einstein a contento condiz!
XVII
E suas ideias ganham o mundo!
Enobrecem a Ciência, o seu pendor!
Sua exação científica apresenta um espírito rotundo!
Categórico, decisivo, dando-lhe o devido valor!
XVIII
E uma das ideias mais felizes que Einstein teve,
Foi a de aplicar o princípio da relatividade à luz.
Através da equações matemáticas que obteve
De James Clerk Maxwell, ele deduz
XIX
Que a velocidade da luz era constante
Para todos os observadores, independentemente
Da rapidez com que eles moviam. Então se viu algo importante,
Que essa mesma velocidade não é relativa, consequentemente.
57
XX
Por esse motivo, ela é representada
Pela letra “C” (de constante)
Nas fórmulas científicas, para cada
Cientista, seu dedicado estudante.
XXI
E cada um desses cientistas,
Usando de sua capacidade,
(Eles, da Ciência sus artistas),
Ao falar da luz e sua velocidade,
XXII
Geralmente se refere à ela
No espaço vazio ou vácuo.
E Einstein é todo dela!
Esta o ilumina, inclusive todo caminho árduo!
XXIII
De maneira que todo caminho ou trilho
Que o leva ao raciocínio,
Por ele é dominado. Ele, o estimado filho
Da Madre Ciência, que se orgulha de seu tirocínio!
XXIV
Bem, Newton acreditava erroneamente
Que a luz não levava tempo algum (ele assim se limita),
Para ir de um lugar a outro, e certamente
Acreditava que sua velocidade era infinita.
58
XXV
Uma das medida maias aceitas contemporaneamente
É 299.792,458 quilômetros por segundo.
Assim, os cientistas acertadamente
Calcularam a sua velocidade percorrida no mundo.
XXVI
Portanto, a luz poderia contornar
Esse mesmo mundo ou Terra sete vezes aproximadamente
Em menos de um segundo a contar
De maneira acertada, não erroneamente.
XXVII
Na famosa equação de Einstein, E=mc2,
“E” é energia e “m” é massa;
“C2” (C dois) é o mesmo que C elevado ao quadrado.
Diz a Ciência: “Que assim se faça!”
XXVIII
Ora, “C2” (C ao quadrado) é da luz a sua velocidade
Por si mesma multiplicada.
O resultado é um número imenso, na verdade,
Até em km/s, impossível de ser alcançada!
XXIX
Alcançada digo, por nós,
Limitados seres humanos;
Eu, os outros e vós,
E todos os demais fulanos!
59
XXX
São exatos 89.875.517.873,682 km/s!
Esse valor absurdo ainda é multiplicado pela massa!
O resultado é igual à energia, que se expande no mundo!
Uma velocidade inexistente em qualquer espécie ou raça!
XXXI
Isso significa que uma quantidade grande de energia,
É igual a uma quantidade mínima de massa ou matéria.
Diz a Ciência: “Eis que meu filho mui avalia
Esse pensamento de qualidade etérea!”
XXXII
Quantidades mínimas de matéria podem ser
Convertidas em quantidades enormes de energia!
A Física Moderna, no crescente decorrer
Daquele século XX, mui evoluía!
XXXIII
Nas usinas de energia nuclear,
A massa de combustíveis radioativos, com intenção científica,
Como o urânio e o plutônio, ali a abundar,
É convertida em energia calorífera.
XXXIV
“Ali bastões de combustível”, aqui a Ciência avalia,
“São convertidos num reator nuclear.
Assim sua massa é transformada em energia.”
Conclui a Ciência, cujo progresso põe a anelar.
60
XXXV
E a mesma Ciência nos diz a antever:
“Bruxelas, tu receberás em 1911, meu amado pupilo!
Sim, estou eu mui a ver!
Eu, que falo da Física um moderno estilo!”
XXXVI
“Ele e demais outros ali estarão! Cada um de científica criatividade!
Planck e Curie, minha amada menina!
Ela, que inventou o termo “radioatividade”,
Ligada à massa e energia, sobre as quais meu pupilo mui ensina!”
XXXVII
Assim a Ciência profetizou
Essa reunião de cientistas do mundo inteiro!
Enfatizando Marie Curie, cujo termo inventou,
A “radioatividade”, lúmen de científico luzeiro!
XXXVIII
É a luz que emana
De dentro de Einstein a iluminar!
Luz que mui clama
Pela genialidade daquele a brilhar!
XXXIX
E Einstein ainda há de revelar
A parte mais bela de sua teoria!
Concernente ao tempo relativo a passar
Em um tempo cujo constância apenas a luz teria!
61
XL
Vejamos como isso se procede,
No próximo Canto a versificar.
E a Ciência suas palavras me concede,
Para que sobre seu filho eu venha outrossim a versar!
(“Finalmente, qual é do tempo a única constante?
Pois bem caro ledor, digo eu a você,
Não é senão a velocidade da luz, dum átimo de instante!
A mesma representada pela letra ‘C’”!)
(estrofe VI)
I
A velocidade da luz é constante e é medida
Como distância por unidade de tempo.
E aqui a Ciência profundamente medita
Mais um Capítulo seu, advindo de cuidadoso tento.
II
Então vejamos, se o seu amigo
Vê a luz percorrendo
Uma distância mais longa, raciocina comigo,
Ela deve levar mais tempo nesse trajeto “correndo”
III
Portanto, o intervalo de tempo, pense comigo,
Entre cada “tique” no relógio dele
É maior do que no seu.
Então, o seu intervalo de tempo é menor em relação a ele.
IV
Ou seja, o relógio do seu amigo,
Ali na plataforma, anda mais devagar
Do que o seu; raciocinou comigo?
Então vamos continuar.
64
V
Chegamos a conclusão de que não existe
Um tempo universal, absoluto, de mesmo fluxo, enfim
Para qualquer observador que ali assiste
O desenrolar desse fenômeno que a Einstein é afim.
VI
Finalmente, qual é do tempo a única constante?
Pois bem, caro ledor, digo eu a você,
Não é senão a velocidade da luz, dum átimo de instante!
A mesma representada pela letra “C” !
VII
Sabe-se que as ideias de movimento
E tempo absolutos eram
A base da Ciência de Newton, dele o seu alimento.
Mas a Física Moderna novas ideias compuseram.
VIII
Foi a teoria de Einstein que transformou
Essas ideias newtonianas levadas ao absoluto!
E o próprio Einstein corretamente nos mostrou
A verdadeira natureza do movimento e tempo, e foi resoluto!
IX
Segundo ele, o movimento é relativo,
E o fluir do tempo também; a Física Moderna tem dele a sua mão;
E o seu espírito é influenciado por um livro
Escrito por Ernst Mach, como ele cientista alemão.
65
X
Mach propôs a hipótese ou conjetura
De que não poderia haver
Movimento ou tempo absoluto; era essa a estrutura
De seu científico raciocínio a se desenvolver.
XI
As previsões da teoria estrita da relatividade
Descritas a quatro estrofes além,
Parecem por demais absurdas, mas é a engenhosidade
De Einstein a trabalhar, que não existe em ninguém.
XII
Mas no entanto, são significativas e coerentes
Em condições mui extremas.
A Ciência e a Lógica são as correntes
Que defendem da Física Moderna suas ideias ou temas.
XIII
E uma dessas ideias defende
Que uma das condições onde há coerência
É quando o movimento depende
De uma velocidade demasiadamente alta, convém a Ciência.
XIV
Elas negam em grande parte
A nossa cotidiana experiência
E seriam inimagináveis sem a exata arte
Das equações matemáticas que sustentam a sua existência.
66
XV
Ora, quando a velocidade dum corpo,
Relativa a um observador,
Aproxima-se a da luz, (coisa que deixa o cético absorto!),
A teoria restrita da relatividade prediz, caro ledor:
XVI
Que o seu tempo flui mais devagar.
Esse fenômeno é chamado “dilatação do tempo”.
Aqui então, podemos nos lembrar
Da pergunta inicial: “como o fluxo temporal pode ser mais lento?”
XVII
Pergunta esta encontrada no Canto I, Estrofe XVI.
Lembram-se, ledores? Ora, então, agora vemos.
Retrocedam ao início e verão vocês
Esta pergunta, cuja resposta agora temos.
XVIII
Em 1941, a dilatação do tempo foi observada
Em experimentos com partículas atômicas em alta velocidade,
Ada uma delas de “múon” foi denominada.
Outra demonstração foi feita em outra atividade.
XIX
Aconteceu em 1971,
Om relógios, cada um extremamente exato,
Que deram a volta ao mundo, sem erro algum,
Estando eles dentro de aviões a jato.
67
XX
Em dois dias, foi o período que passou,
Os relógios haviam perdido, a Ciência Exata não erra,
Uma fração de segundo, foi o que se observou,
Se compararmos a relógios idênticos na Terra,
XXI
Por terem estado
Em movimento mais rápido.
A Ciência então, havia entrado
Naquele século XX, o qual de conhecimento era ávido!
XXII
Outro fenômeno sob a velocidade da luz,
Em relação a um corpo que se aproxima dela,
Sob o olhar de um observador que conduz
Atentamente a sua visão a esse corpo subjugado a ela,
XXIII
É o de encolher o corpo, ou seja
Ele fica mais curto na direção de seu movimento.
Dar-lhe-ei um exemplo ledor, veja,
Compreenda o que direi nesse momento,
XXIV
Se um foguete espacial exercesse um movimento
Com a metade da velocidade da luz, teria alcançado
Seis sétimos de seu próprio comprimento
Na plataforma de onde foi lançado.
68
XXV
Esse efeito foi demonstrado
Na década de 1890.
Outro efeito que também é revelado
É o de que a massa do corpo aumenta.
XXVI
Isso foi comprovado muitas vezes
Em diversos e vários experimentos
No período de dias e meses
Sobre esses mui velozes movimentos.
XXVII
Foram feitos com partículas
De movimento rápido,
Assim como os elétrons; tu Ciência, certificas
Em um instante e único átimo!
XXVIII
A partir de então,
Einstein veio a desenvolver
Sua famosa equação,
Que anteriormente chegamos a ver.
XXIX
Ou seja, E=mc2.
E assim Einstein desenvolvia
Seu raciocínio que era mui dado
A elevadíssimas abstrações que ele próprio fazia!
69
XXX
E quanto ao movimento que você produz,
Será que poderia utilizá-lo viajando
Tão rápido quanto a luz?
Será que ainda estaria andando?
XXXI
Bem, à medida que nossa massa aumentasse,
Aumentaria a força necessária para nos fazer
Seguir ainda mais depressa. Acha que conseguiria se tentasse?
Vejamos o que a teoria restrita da relatividade tem a nos dizer.
XXXII
“Quase à velocidade da luz,
Nossa massa seria tão imensa
Que a força necessária que ali se produz
A fim de dar impulso extra, de forma intensa,
XXXIII
Seria infinitamente grande! Não nos é possível!
Jamais alcançaríamos
A velocidade da luz! É de fato impossível!”
Mas se não fosse por Einstein, jamais saberíamos!
XXXIV
A velocidade da luz é tão somente dela!
Einstein sempre se fascinou pelo fenômeno que é!
Viveu toda uma vida pra ela!
Como de Abraão a sua eterna fé!
70
XXXV
Einstein, ao compreender da luz a sua natureza, pois não,
O entendimento do Universo reinventou,
A conexão entre massa e energia, oculta até então,
Ele mui sabiamente revelou!
XXXVI
Depois de Einstein, massa e energia
Uma coisa só passou a ser.
E pela sua ótica Einstein via
O que ninguém até então viu e não sabia ver.
XXXVII
A Ciência aumentava a intensidade
De sua luz sobre seu pupilo amado.
Outrossim, pela eternidade
O seu nome era aguardado.
XXXVIII
E a luz foi desvendada por ele;
Devidamente esmiuçada;
Tornou-se íntima dele;
Foi proficuamente explorada.
XXXIX
Ele também mostrou que espaço e tempo são relativos,
Transformando a forma como a humanidade
Compreende o Universo, tornando seus fundamentos reativos,
Revelando todo o seu princípio certo desde a mais remota Idade!
71
XL
E este mesmo Universo tem a sua insígnia,
Pois que por ele de fato foi revelado.
E revelado será todo o seu enigma
No próximo Canto, onde nada ser-nos-á velado.
72
Canto VIII - A Teoria Geral da Relatividade
(“O astronauta fica quase sem peso, nesse espaço além,
Na cadeira do foguete flutuando assaz.
Ele adormece, e ao acordar,
Sente-se impelido para trás,
De encontro ao assento onde está a sentar.”)
(estrofe XVII, verso IV – estrofe XVIII)
I
Nos anos seguintes à publicação de seu artigos,
Einstein ficou famoso no mundo da Ciência.
Ele havia reformulado conceitos antigos,
E agora sua pessoa era de elevada proeminência!
II
Recebeu um título de PhD, ora sim!
Tornou-se professor na Universidade de Zurique,
Depois professor adjunto de física em Berlim.
E a Ciência quer que ele mais e mais se aplique!
III
De maneira que ensinou física em Praga,
E a Zurique depois voltou;
Regressa à suíça plaga
E por ali então ficou.
IV
Em 1913, Einstein conquistou a posição
Mais alta para um físico na Europa, vejam vocês!
O de professor e diretor do Instituto Kaiser Wilhelm, então,
Em Berlim, cargo que ocupou até 1933.
74
V
A pessoa de Einstein é de fato por demais notória!
Na Alemanha, em Potsdam, há um observatório
Cujo nome é uma homenagem a ele, um dos maiores cientistas da História!
As estrelas cantam o seu nome em seu sideral conservatório!
VI
E estas estrelas mui se exibem em luzentes feitos
No céu e Potsdam, onde os cientistas
E os astrônomos estudam os efeitos
Do espaço-tempo, fenômeno da abstração dos empiristas.
VII
E o espaço-tempo foi objeto de estudo
Do próprio Einstein, o qual sabia
Que a teoria restrita da relatividade, contudo,
Não explicava totalmente o que ele pretendia.
VIII
Então, em 1907, ele tentou descobrir
Uma teoria mais abrangente, saibam vocês!
E a Teoria Geral da Relatividade veio a eclodir!
Concluída em 1915 e publicada em 1916.
IX
Assim como a teoria restrita ou especial,
Também é mui complicada
Esta teoria geral,
Mas a “Simplicidade” me diz que pode ser explicada.
75
X
Ante, a Ciência nos faz um preâmbulo
Dizendo que as teorias desse científico luzeiro
Levaram a uma melhor compreensão, de um científico ângulo,
De como o Universo funciona por inteiro.
XI
Ou seja, desde a força da gravidade na Terra,
Até o movimento dos planetas e das estrelas
Pelo espaço e pelo tempo, e assim ela encerra:
“E nesse mesmo Universo tu, meu pupilo, mui espelhas!”
XII
Em 1907, Einstein percebeu
Que a força da gravidade, que no espaço desempenha pouca ação,
Era equivalente à força produzida, (assim ele compreendeu),
Pela rápida aceleração.
XIII
Não é possível distingui-las.
Vejamos como isto ocorre.
Aqui então vou exibi-las
Em cada verso cuja explicação discorre.
XIV
Sabemos que antes do lançamento,
Todo astronauta a ir ao espaço,
Fica num especial assento
No foguete a ser lançado em vertical traço.
76
XV
Ali ele é mantido ou conservado
Pela força da gravidade da Terra,
Fazendo com que se sinta puxado
Para baixo, como de costume; a Física não erra!
XVI
O foguete parte com sucesso a 100%!
A medida que ganha velocidade,
A aceleração o pressiona para trás no assento.
Ali então a força de gravidade
XVII
Torna-se mui fraca, e nesse instante
O foguete mantém
Uma velocidade constante.
O astronauta fica quase sem peso nesse espaço além,
XVIII
Na cabine do foguete flutuando assaz.
Ele adormece, e ao acordar,
Sente-se impelido para trás,
De encontro ao assento onde está a sentar.
XIX
Mas por quê? Há duas possibilidades. Você sabe? Tente!
Exato! Uma é ele ter pousado na Terra
E estar sentindo a gravidade novamente.
E a outra? Vamos, não erra!
77
XX
Perfeito! A outra é que os propulsores
Do foguete foram acionados,
Empurrando-o contra o assento, (continue ledores!),
Enquanto o foguete acelera (o Saber e a Perspicácia a vocês são direcionadas!),
XXI
Continuando, a fim de atingir
Velocidades bem maiores! O astronauta então,
Não tem como distinguir
Entre gravidade e aceleração.
XXII
Todo esse processo é o que chamamos
De “princípio da equivalência”.
O que então aqui nós achamos?
Vejamos o que nos diz a “Madre Ciência”,
XXIII
“Ora, isso significa que há duas maneiras
De medir a massa de um corpo, pois não?
Continue vate, busque nas sapientes macieiras
Onde repousa a genialidade de Newton e redija com sua mão!”
XXIV
Assim faço! Bem, uma é pela gravidade,
Cuja força o atrai, ou seja, o peso aqui na Terra a reinar.
A outra é através da força, cuja atividade
Mostra-se necessária para fazê-lo acelerar.
78
XXV
Uma se chama “massa gravitacional”,
A outra então
Chama-se “massa inercial”,
E ambas equivalentes são.
XXVI
Elas são atualmente
Empregadas pelos cientistas e seus tais
Que mui cientificamente
As usam cada vez mais.
XXVII
Ampliando o princípio da equivalência,
Einstein concluiu que a massa
Deum objeto grande como o Sol teria a tendência
De atrair a energia de algo “leve” como a luz; você acha
XXVIII
Que ele estava certo ou errado?
Positivo, ledor! Einstein estava certo!
Seu raciocínio havia chegado
Da perfeição muitíssimo perto!
XXIX
Outros cientistas se ocuparam
Com a ideia da relatividade restrita ou especial.
Eles então se preocuparam
Com o fenômeno temporal.
79
XXX
Em 1908, o matemático russo-alemão,
Hermann Minkowski, havia sugerido
Que existia uma quarta dimensão,
Além das três que sempre havia existido.
XXXI
Nós estamos acostumados na verdade,
Com as três dimensões do espaço,
Comprimento, largura e profundidade,
Existentes em cada objeto, que no mundo não é escasso.
XXXII
Vejamos um exemplo ou modelo
Para cada uma das três dimensões.
Vou aqui descrevê-lo
De forma simples, sem divagação.
XXXIII
Uma linha reta e mui fina
Desenhada no papel apresenta
Uma única dimensão: o comprimento; você atina?
Pois bem, assim ela apresenta.
XXXIV
Um quadrado desenhado no papel apresenta 2 dimensões,
Dum lado a outro e de cima para baixo:
É o comprimento e a largura, suas extensões.
Mais uma dimensão aqui eu acho!
80
XXXV
Uma caixa tem três dimensões, que são:
O comprimento, a largura e a profundidade.
O espaço-tempo apresenta uma quarta dimensão,
Além das três pelo nosso senso de compreensibilidade.
XXXVI
É por demais difícil esse fenômeno ser demonstrado
Em um diagrama bidimensional,
Escrito num papel a ser explicado,
Ou mesmo num padrão tridimensional.
XXXVII
Porém contudo, a sua descrição
É possível através da Ciência Exata,
Usando das técnicas matemáticas, então
E a Epistemologia lhe é mui grata!
XXXVIII
Ora, a quarta dimensão de Minkowski é o tempo.
Então, temos o comprimento, a largura e a profundidade,
Todas as três nele inseridas; e qual é da Física o seu intento?
Ora, que possamos aprimorar a nossa capacidade!
XXXIX
E aprimorar é o que Einstein deseja.
Aprimorar o conceito das quatro dimensões.
A Ciência vem e boa oportunidade lhe enseja!
Omo sempre lhe ofertou boas ocasiões!
81
XL
Esta era mais uma,
E Einstein dela aproveitar-se-ia.
Estava repleto duma
Miríade de ideias que então executaria!
(“Então, joga-se a bola de gude, a menor,
E ela segue pelo declive
Até o ‘planeta’, a bola maior.”)
(estrofe XII, versos I, II e III)
I
Einstein aproveitou muitas ideias desenvolvidas
Por outros tantos cientistas, (que a Física fez pressupor),
Entre as quais as novas formas, até então desconhecidas,
De geometria e processos matemáticos, cujo precursor
II
Foi Bernhard Riemann, matemático alemão,
Na década de 1850. E a Matemática inseria em seu universo
Mais e mais a Einstein, como o conduzindo pela mão,
E ele aqui vem em cada próximo verso.
III
Einstein e outros cientistas criaram, no verso abaixo vemos,
O conceito de espaço-tempo, -
Três dimensões no espaço, como sabemos
E a quarta inserida no tempo.
IV
O espaço-temo é encurvado
Pela massa dos objetos, devido seu peso e estrutura,
Quanto maior a massa, de corpo avantajado,
Maior é a curvatura.
84
V
Ela representa a gravidade,
De Newton a sua giganta da atração!
Fazendo imperar sua força de primeva idade,
Aprimorada em Lei Newtoniana posta em ação!
VI
Imagine uma chapa plana emborrachada
Com uma “rede” de linhas sobre ela,
Ou seja, uma grade quadrada,
Encaixando-se na chapa como parte dela.
VII
Jogue uma bola de gude sobre a chapa
E ela se move em linha reta,
Um natural percurso sobre uma via chata;
Da Física uma conclusão óbvia e correta.
VIII
Ora, é como o foguete espacial
Passando por uma região uniforme e invariável
Do espaço-tempo quadridimensional;
Fenômeno da Física que não é improvável.
IX
Agora, coloque na chapa emborrachada
Uma bola que seja grande,
Tanto quanto pesada;
Veja o efeito na próxima estrofe, ande!
85
X
A bola encurva a borracha
E distorce a grade de linhas.
O que a bola representa? O que você acha?
A Física afirma que a resposta está nas entrelinhas.
XI
Isso mesmo! Ela representa
A imensa massa dum planeta, (exercendo um efeito),
Distorcendo o espaço-tempo; é o que apresenta
Este exemplo mais que perfeito!
XII
Então, joga-se a bola de gude, a menor,
E ela segue pelo declive
Até o “planeta”, a bola maior.
E a Ciência Física ascende em vitorioso aclive!
XIII
A bola de gude então acompanha
A curvatura do espaço-tempo
Em direção à massa até que a apanha.*
Como ocorre no Espaço, porém em movimento lento.
XIV
A bola de gude é o foguete, que no Espaço se apresenta;
Pela gravidade dum planeta é atraído,
A bola maior, que o representa.
E aqui sobre o espaço-tempo deixamos concluído.( * apanha = atinge, alcança)
86
XV
Mas ainda sobre ele aqui vou falar;
Essa ideia de que o tempo é relativo,
A Literatura pôs-se mui a explorar;
Há muitos anos por ela assim tem sido.
XVI
O espaço-tempo outrossim é explorado.
Nele o homem transita,
Tanto para o futuro, como para o passado.
E este é o tema dum famoso livro. “Venha e nos transmita!”
XVII
Assim entoa a voz imperativa da “Mãe Ciência”
À “Mãe Literatura” que exibe “A Máquina do Tempo”,
O mais famoso livro, de 1895, da conveniência
De H. G. Wells, sobre a ficção-científica do espaço-tempo.
XVIII
Ficção-científica à parte, voltemos à realidade.
E não há melhor exemplo para representa-la
Do que Einstein e sua Teoria da Relatividade ,
Que aqui a Ciência proficuamente pões a praticá-la!
XIX
Pois bem, esta teoria einsteiniana visava descrever
O funcionamento do Universo com mais exatidão
Do que o modelo de Newton, que a Ciência passou a rever.
E Einstein obteve isso com sucesso, beirando a perfeição!
87
XX
Entretanto, a relatividade geral
Não teve muita aplicação prática
Até a década de 1960, e muito mais, até o final.
E então a Ciência se mostrou mui entusiástica!
XXI
Orgulhou-se de seus pupilo amado!
Sim, tudo que veio depois somente comprovou
O que a erudição científica de Einstein havia afirmado;
E ali, quando ele não mais existia, a mesma veio e a todos provou!
XXII
Porque então, ficou patente
Que era uma perfeita explicação
Para o espaço e o tempo, (e a Ciência estava contente!),
Assim como para o movimento e a gravitação.
XXIII
Foi nas últimas décadas do século XX passado
Que os astrônomos começaram a descobrir
Objetos surpreendentes, mui distantes, fazendo vibrar de Einstein seu fado,
E sua certeza científica a toda dúvida encobrir!
XXIV
Esses objetos são os mui luminosos quasares!
Buracos negros de forte atração!
Tanto quanto os vibrantes pulsares!
E tais objetos têm imensa força de gravitação!
88
XXV
Portanto, o espaço-tempo neste caso,
É extremamente encurvado!
E neste devido azo
O correto pensamento de Einstein é comprovado!
XXVI
A ideia básica por trás desta pesquisa
Não é senão a Relatividade Geral,
Que derribou por terra toda arrogante esquiva
De todo raciocínio pseudo genial!
XXVII
Este mesmo “Big Bang”,
Dum átimo de instante, originando a vida passo a passo!
A existência de sua vida é reforçada também
Pelo modelo de radiação no espaço.
XXVIII
O “Grande Ban” nos traça nos traz o Universo!
É a voz de Deus que manda que a luz se faça!
Este conjunto de todas as realidades físicas existentes vem no próximo verso,
O mesmo que diante dos embevecidos olhos dos anjos se traça!
XXIX
E a obra de Einstein demonstrou
Que o Universo estaria em expansão;
Mais uma exata afirmativa sua que desmontou
Pseudo concepções que quiseram colocar a Verdade em extinção!
89
XXX
Afinal, acreditava-se na época que o Universo
Era parado ou decididamente estático!
Mas na verdade era justamente o inverso.
No entanto Einstein reviu seu engenho tático.
XXXI
De maneira que ele acrescentou
Às suas equações matemáticas
Um número a que chamou
De “constante cosmológica”, mas não eram enfáticas!
XXXII
Afinal, foi raciocinada para descrever
Um Universo estático!
Porém, logo, logo pôde-se perceber
Um inesperado deslize em seu engenho tático!
XXXIII
O cientista soviético Aleksandr Friedmann provou
Que o Universo em expansão era viável, sim!
E Edwin Hubble, astrônomo americano, confirmou
Em suas descobertas, a expansão do Universo, enfim.
XXXIV
A “constante cosmológica” não era necessária, então.
A sua obra já havia demonstrado a veracidade!
O Universo de fato estava, como está, em expansão!
Mas isto não ofusca a sua genialidade!
90
XXXV
Friedmann e Hubble não o suplantaram.
Afinal, o que eles fizeram na realidade,
Foi constatar o que seus pensamentos na Ciência plantaram,
Usando da Teoria Geral da Relatividade!
XXXVI
Ora, Hubble pareceu ver as estrelas se distanciarem umas das outras.
Isto o deixou acabrunhado! Não sabia dar explicação ao fenômeno!
Chamava a si resoluções deveras doutas!
E estas viriam da Relatividade Geral! Bálsamo ao seu incômodo!
XXXVII
Depois de observar e refletir, percebeu que o Universo
Estava em contínua expansão!
Do que se acreditava era o completo reverso,
E Hubble deu a sua explicação.
XXXVIII
Em um elástico espesso ele marcou
Dois pontos lado a lado em horizontal sentido.
O elástico representava o Universo, ele observou.
Os dois pontos eram duas estrelas. Assim conativo
XXXIX
O seu raciocínio revela-se numa perfeita explanação,
Ao esticar o elástico e assim mostrar
Um ponto distanciando-se do outro. Fenômeno da expansão
Do Universo ali a exemplificar.
91
XL
Ora, Hubble usou do princípio da Relatividade!
Quando se está num trem parado,
Parece que ele se move, mas na realidade
Quem se move, é o trem que está ao lado.
( *conativo {est. XXXVIII, v.4} = Relativo a conação, ou que a tem. Conoção: Tendência consciente para atuar. ) (Segundo o Novo Dicionário Aurélio Século XXI)
92
Canto X – Gigante do Despotismo
(“Acima de todos ele se elevou
No palanque da opressão!
Dali do alto com arrogância ele olhou
Aquelas almas em aflição!”)
(Estrofe XXXI)
I
Após a publicação
Da Teoria Geral da Relatividade,
No ano de 1926 então,
Nascida da sua racional atividade,
II
Einstein achou que talvez
Tivesse concluído sua maior realização!
E para a Ciência ali se fez
A mais perfeita e indiscutível condição.
III
Condição no sentido de base fundamental.
Era pois, a ideia de Einstein, naquele momento,
O ápice da erudição científica em estado mental!
E a Física Moderna crescia em evolutivo entendimento.
IV
Em 1921 Einstein disse assim:
“Descobertas, de um modo geral, são para os jovens.
E portanto, coisa do passado pra mim.”
E a Física Quântica lhe disse: “Ora, vens, oh vens!”
94
V
E na década de 1920-30 ele de fato veio,
E questionou as novas ideias quânticas
Em física desenvolvidas por meio
De Niels Bohor; e Einstein parecia pertencer a abstrações românicas.
VI
Assim opinava o pensamento prático de forte totalitarismo!
Advindo de uma ciência de teor inaceitável!
Físicos que unir-se-iam ao despotismo!
Uma atitude por demais intolerável!
VII
Mas Niels tinha um modelo de estrutura do átomo.
Suas teorias contribuíram para que se pudesse entendê-los melhor.
Ele sugeriu que os elétrons, de velocidade dum átimo,
Moviam-se em órbitas distintas; assim dizia Bohor.
VIII
Mas também havia Werner Heisenberg, cientista alemão,
Que surgia com o “princípio da incerteza”.
Tanto quanto Mas Born, com novos conceitos então,
Sobre ondas e mecânica quântica, dando a isto total certeza!
IX
Ora, as atitudes intoleráveis descritas a três estrofes anteriores,
Dizem respeito a uma ciência que apoiaria
Aquele nazismo nascido dos horrores,
Que logo, logo na Alemanha impor-se-ia!
95
X
E alguns cientistas o apoiariam!
Sendo um deles Heisenberg, pois não!
E contra isto os princípios de Einstein levantar-se-iam!
Ele que estimava a liberdade para todo e qualquer alemão!
XI
Einstein havia sido nomeado diretor
Do Instituto Kaiser Wilhelm, em Berlim, como vimos.
Isto em 1913, mas muitas vezes ele veio a se opor
Contra outros cientistas alemães, defensores do antissemitismo!
XII
Com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial,
Os cientistas alemães deixaram de ser bem-vindos ou acolhidos
Em muitos encontros científicos, e cada um ali se mostrava rival
Àqueles que pelo nazismo seriam escolhidos!
XIII
Mas Einstein era pacifista notório; a paz era o seu afã.
Além do quê, também era judeu.
Portanto, foi aceito como embaixador da Ciência alemã.
E todo o seu empenho ali ele deu.
XIV
Einstein teve de lutar
Contra o preconceito de outros cientistas.
Um deles foi Philip Lenard,
Alemão como ele, um dos antissemitas.
96
XV
Lenard se dedicara à pesquisa
Dos raios catódicos e do efeito fotoelétrico.
Em 1919, começou a conceber uma “Física
Nacionalista”, a “física alemã” ! Nada ético!
XVI
Aquele que fosse judeu não podia fazer parte!
Einstein foi fortemente atacado!
Da arrogância deles veio o despeito contra sua científica arte!
Não queriam reconhecer nele um cientista aclamado.
XVII
Consideravam-no defensor da paz,
Socialista na política, judeu na religião,
E matemático na Ciência! “Nenhuma vantagem traz”,
Assim pensava cada um deles, ariano ou puro alemão!
XVIII
Lenard foi um dos poucos físicos
Que permaneceram na Alemanha nazista.
Não compreendia os conceitos metafísicos
Que compunham a mente genial de Einstein, de alma pacifista!
XIX
Nesse mesmo ano, Einstein e Mileva se divorciaram;
E ele se casou com Elsa, sua prima.
As pessoas com sua gratidão o agraciaram,
Reconhecendo sua científica obra-prima!
97
XX
De maneira que em 1920 uma multidão
Aglomerou-se para saudá-lo
Em um desfile em Nova York, e cada cidadão
Ali estava a ovacioná-lo!
XXI
Dez anos depois, em Los Angeles, teve como anfitrião
A Charles Chaplin, no qual se encerra
Grande notoriedade, e o qual era concidadão
Hollywoodiano da mais cativante película da Terra!
XXII
Ora, ao ver a multidão ovacioná-lo,
Chaplin teria dito: “Eles me aplaudem, ouviu,
Porque me entendem. E a você, meu caro,
Porque não te entendem!” Einstein então sorriu!
XXIII
E sorriu porque compreendeu
O trocadilho anedótico que Chaplin fez.
Ele era um gênio de um genial Cinema que concebeu;
Assim como Einstein era um gênio de uma Ciência que refez!
XXIV
E este seu gênio foi devidamente reconhecido
Um ano depois, em 1921, quando agraciado
Com o prêmio Nobel de Física a ele concedido;
E outrossim, seu gênio ali era ascendente elevado!
98
XXV
Porém contudo, o Nobel não foi dado
Pela sua Teoria da Relatividade.
Einstein não ficou de forma alguma consternado;
O prêmio loureou o seu trabalho sobre a luz e eletricidade.
XXVI
Ou seja, sobre o efeito fotoelétrico. E a Ciência Moderna e atual
Fez sua luz tornar-se mais intensa
Ao ser reconhecido por causa da luz natural!
E a solução do judeu na Alemanha era cada vez mais intensa!
XXVII
Afinal, muita gente suspeitou então
Que esse resultado estranho e inesperado
Era decorrente de forte pressão
De cientistas antissemitas que o tinham como judeu odiado!
XXVIII
Todos esperavam que fosse pela Relatividade
O Nobel por ele conquistado de maneira digna!
Mas Einstein tinha o reconhecimento da humanidade
Como sendo também aquele que possuía a paz como sua insígnia!
XXIX
Pois na década de 1920, ele continuou
A falar abertamente contra os objetivos militares
E políticos da Alemanha; e assim ele ousou,
Defendendo a Liberdade e seus princípios milenares!
99
XXX
Essa Liberdade era ameaçada
Por um “Gigante do Despotismo” !
Sua tirania brutalmente avançava,
Esmagando com incivel determinismo!
XXXI
Acima de todos ele se elevou
No palanque da opressão!
Dali do alto com arrogância ele olhou
Aquelas almas em aflição!
XXXII
Adolf Hitler era o seu nome!
Em 1933 subiu ao poder!
Da tirania fez o seu renome!
E o direito à Liberdade fez morrer!
XXXIII
Aí sim, Einstein ficou de todo consternado!
Por causa da ascensão do partido nazista!
Seu país estava condenado
Por aquela ditatorial marcha contra tod’alma pacifista!
XXXIV
Era uma crescente exibição
De pesada força militar!
Aquele “gigante” em ação,
Com força bruta a pisar!
100
XXXV
Marchando sobre o manto da Liberdade,
Impondo com rudeza peremptória
Toda a sua insolente autoridade,
Exibindo sua imperativa vitória!
XXXVI
Neste mesmo ano de 1933,
Einstein estava nos Estados Unidos,
E viu que dessa vez
Os partidários no maligno estavam reunidos!
XXXVII
E aqueles partidários ou adeptos (de alma púnica!),
Daquele “Gigante do Despotismo” a se impor,
Reuniam-se em praça pública
A fim de ouvirem o seu senhor!
XXXVIII
E este vomitava em voz irritante,
Sobre aqueles servos hipnotizados,
A certeza duma vitória iriante (ou seja, “brilhante”)
Sobre todos por ele espezinhados!
XXXIX
E o mundo se estremeceu
Com aquela marcha impositiva!
E a Dignidade se estarreceu
Com aquela desumana atitude incisiva!
101
XL
Então em 1939, aquele “gigante” abrutalhado
Marchou sobre a Polônia, provocando assim
A guerra na Europa. O mundo se viu ameaçado
Pela tirania alemã, e a paz chegava ao fim.
(“Da História é a língua de maior fama!
Cativou da América cada criança e adulto!
E aí também é símbolo da jovial jocosidade americana!”)
(estrofe XXXIX; versos II, III, IV)
I
Einstein certamente sentiu
Que suas ideias sobre políticas e religião
Colocariam-no em perigo, e isto serviu
Para que não voltasse à Alemanha, onde seria vítima de perseguição!
II
Renunciou o cargo em Berlim
E assumiu um cargo semelhante
No Instituto de Estudos Avançados enfim,
Em Princeton, Nova Jersey, onde foi atuante.
III
Nessa época muitos outros cientistas então,
Partiram da Alemanha, especialmente
Físicos e judeus, vítimas da opressão,
Que torturava toda e qualquer mente!
IV
Einstein se estabeleceu em Princeton por toda a sua vida.
Adquiriu uma casa, e a cidade foi seu lar adotivo
Por 22 anos de uma existência bem vivida,
E manteve seu científico raciocínio ativo!
104
V
Como pessoa ele era tímido, retraído e bondoso,
Não aproveitava a fama em busca de poder ou riqueza.
Era uma atitude de erro homem honroso!
Mas a Ciência o tinha como científica realeza!
VI
Aliás, ele era rido como cientista eminente!
Todos o reconheciam-no como a maior celebridade
Daquele século XX que ajudou a ser diferente
De todos os séculos daquela humana historicidade!
VII
Dos demais anteriores tornou-se diferente
Devido ao progresso científico, chegando à era espacial!
Cresceu de fato avassaladoramente,
E Einstein foi o seu elemento mui especial!
VIII
Sua Teoria da Relatividade
Progrediu este século em epistêmicos fatos,
E toda a descortinada e nova realidade
Deixaria os vinte séculos anteriores estupefatos!
IX
Afinal, o século XX em demasia
Expandiu a Ciência, no campo das invenções,
Que então mui progressivamente crescia,
Assim como no das descobertas e suas investigações!
105
X
E Einstein foi essencialmente profícuo
Para aquele século, que mui evoluía!
De maneira que sue trabalho científico
Foi devidamente reconhecido e havia
XI
Muitas pessoas que assim fizeram!
Einstein tornou-se cidadão americano,
Pois que boa guarida os Estados Unidos lhe deram!
E ali ele viveu pelo resto da vida, ano a ano.
XII
Vamos imaginá-lo em seu confortável lar,
Em Princeton, plaga americana, que veio a recebê-lo,
Sentado numa cadeira de balanço o passado a relembrar,
Balançando ali na sala, próximo da lareira a aquecê-lo.
XIII
E as lembranças vêm mesclando com a fumaça de seu cachimbo.
Relembra quando, ainda menino, aprendia Matemática
Com o seu tio; e assim relembra sorrindo.
Depois, quando tornou-se aluno, colocando em prática
XIV
Suas malogradas experiências para encontrar o éter!
Seu sorriso cresce em risada, ao lembrar de tal acontecido,
Passando o polegar no peito, coçando o suéter,
Aquele azul claro e tão usado, por demais conhecido
106
XV
Então, com ternura, vem à memória
Quando trabalhou em Berna,
No Departamento de Nacional de Patentes, onde sua história
Teve início; uma lembrança terna
XVI
Concernente à Mileva Maric,
Sua primeira esposa que então conheceu
Lá em Berna, em Zurique,
Onde ele concebeu
XVII
Um de seus primeiros artigos
Sobre o “movimento browniano”.
Usando da “teoria cinética dos gases”, conceitos antigos
Por ele explorado. Continuando o recordativo einsteiniano,
XVIII
Ele vem a relembrar de seu outro artigo ou texto
Sobre o “efeito fotoelétrico”, e dos “quanta”
Redundando na “física quântica; e de suas ideias o maior contexto,
Ou a Teoria da Relatividade! E sua memória anda, anda,
XIX
Indo à sua fórmula mais famosa, que ali reluz,
E=mc2, a mais notória da Ciência!
E chega-se à “velocidade da luz”
E ao “espaço-tempo”, todos elementos de sua reminiscência.
107
XX
E aí vem Elsa, com a qual se casou
Ao divorciar-se de Mileva.
E sua recordação continuou,
E ao passado assim o leva.
XXI
Lembra-se da “constante cosmológica”, que então raciocinou,
A qual não teve necessidade de existir.
Mas foi suplantada pelo Prêmio Nobel que o loureou!
E depois veio o Nazismo, que da Alemanha o fez desistir.
XXII
Então, chega àquele momento, depois de refletir
Sobre os quarenta anos que perpassaram aí
Em sua memória, vindo a concluir
Que era apenas um homem comum que estava ali.
XXIII
“Tão comum.” Pensa ele; ora, tão modesto!
A simplicidade pautava a sua existência vivida.
“Toda situação glamorosa eu detesto”!
Diz a sua Humildade à Bazófia fingida!
XXIV
Tinha uma vida tranquila e serena;
Amava a boa música e gostava de velejar.
E esta música era seu lenitivo de “Selena” ;
Digo, “Selene” ; como “Clair de Lune”, “Sonata ao Luar” !
108
XXV
E o violino vem como este lenitivo d’alma!
O seu instrumento musical tão predileto!
A vibração das cordas incuti-lhe paz e calma,
Como dos anjos o seu divinal dialeto!
XXVI
E o imaginário então se faz presente!
E eis que eu o vejo com Chaplin ao seu lado1
Outro amante da boa música, que nele era persistente!
E ambos ao violino vibram notas que deixam qualquer um calado!
XXVII
Posso ouvir aquele “Canon”, de Pachelbel,
Tocado com fina maestria em dueto harmonioso,
Enlevando tod’alma sensível ao Céu!
Como Orfeu a embalar todo fero ser até ali poderoso!
XXVIII
Einstein e Chaplin, um complementando o outro!
O violino que um toca o outro toca também!
E assim pouco a pouco,
Conduz o ouvinte para mui além!
XXIX
Como que velejando no espaço sideral!
Onírico momento que a música traz!
Enriquecendo a nossa substância espiritual,
Embalando-nos em serenidade e paz.
109
XXX
E quanto a velejar,
Navegando à vela,
No rio a deslizar
Em barco que então revela
XXXI
Uma linda paisagem a encantar!
E ali está Einstein com Elsa ao seu lado.
E a paz o seu hino vem a cantar
Àqueles dois num límpido e sereno lago.
XXXII
Ouvir boa música e velejar,
Assim ocupava o seu tempo.
Quando não estava a raciocinar
Sobre a Ciência, mostrando-se atento.
XXXIII
E a imprensa sempre estava alerta
Quando surgia o grande gênio de então.
Mas a sua pessoa nunca estava aberta
Para aparições em meio à multidão!
XXXIV
Einstein era avesso á exibicionismos!
Não gostava de ser fotografado1
Sua timidez não se acostumava com aqueles maneirismos
De repórteres, cada um deles sempre afobado!
110
XXXV
Um desses afobados achegou-se a ele, quando o viu!
A todo custo queria fotografá-lo!
Mas Einstein não queria e o proibiu!
Porém contudo, o rapaz insistia em importuná-lo!
XXXVI
Era 14 de março de 1951, quando então
Einstein comemorava seu 72º aniversário.
Os repórteres, ao vê-lo, eram acometidos por eufórica sensação!
Mas para ele cada um ali era um enfadonho adversário!
XXXVII
Vendo que o cientista não cedia, o repórter apelou:
“Por favor, profº Einstein! Preciso de uma foto do senhor!
O meu chefe, saiba, me ameaçou!
Vai me demitir! Por favor!”
XXXVIII
Ao ver o desespero do jovem ameaçado de demissão,
Einstein, que não prejudicava a ninguém, falou:
“Tudo bem meu filho, cumpra com sua obrigação.”
E ao jovem a sua língua então mostrou!
XXXIX
Este imediatamente fotografou!
Sabia que não teria outra oportunidade!
Não sei qual reação seu chefe esboçou,
Mas aquela foto aumentou de Einstein a sua celebridade!
111
XL
Popularizou sua pessoa! Tornou símbolo do “cientista maluco” !
Da História é a língua de maior fama!
Cativou da América cada criança e adulto!
E aí também é símbolo da jovial jocosidade americana!
XLI
Assim era Einstein, cidadão da América!
Personalidade do mundo da Ciência!
Popular em toda orbe esférica!
Do século XX é de fato a sua referência!
Em uma explosão de mais e mais intensidade!”)
(estrofe LXVI, versos I e II)
I
Einstein foi um defensor incansável
Do movimento para estabelecer
Uma pátria judaica independente e estável
No Oriente Médio; e isso veio a ocorrer
II
Em 1948, com a criação do estado de Israel.
Nos últimos anos de vida, ele continuava ativo
Na política e na ciência, sendo seu atuante fiel!
Na década de 1950, protestou com espírito incisivo,
III
Contra a investigação e perseguição maciças
De pessoas suspeitas de ligação
Com “atividades antiamericanas” e com comunistas!
Fez campanha para pôr fim então,
IV
Às armas nucleares, apesar de estar envolvido
E incentivar o governo americano a construir
A primeira bomba atômica, pensamento desenvolvido
Ali na Segunda Guerra Mundial, a fim de obstruir
114
V
O firme propósito alemão de assim também fazer!
Ou seja, quando a guerra irrompeu em 1939,
Uma carta ao presidente americano ele decidiu escrever.
Este era Roosevelt, que ali se move
VI
Pelo incentivo de Einstein iniciar um projeto
A fim de desenvolver
Uma bomba atômica, dum gigante o seu projétil,
Para à frente do “gigante do despotismo” então correr!
VII
Ora, compreendamos a potência desta arma,
A fim de entendermos a preocupação
Que fazia mover Einstein contra o inimigo de tod’alma!
Veja pois, caro ledor, a sua explicação:
VIII
A bomba atômica explode quando, não poucos,
Mas uma grande quantidade de núcleos são
Impelidos uns contra os outros,
Simultaneamente, por uma explosão
IX
De disparo menor. A reação resultante
Libera imensa quantidade de energia radioativa incrível!
É o que se chama de “radioatividade”, e o restante
Ou remanescente disso, é uma devastação indescritível!
115
X
É a consequência da equação que inclui massa e energia tão séria
E desenvolvida por Einstein, que acertadamente afirma e avalia
Que quantidades mínimas de matéria
Podem converter-se em quantidades enormes de energia!
XI
Einstein portanto, sabia o que estava dizendo.
Afinal, muitos cientistas fizeram o mesmo.
Sabiam o que os alemães estavam fazendo!
Descobriram a enorme quantidade de energia, e não à esmo!
XII
Energia liberada pela fissão nuclear!
Se usassem essa energia, poderiam
Construir armas atômicas a abundar!
E as pessoas do mundo ameaçadas estariam!
XIII
Eis que primeiramente os Estados Unidos então,
Construíram as bombas atômicas, e à frente dos alemães correram,
Lançando duas delas sobre o Japão
Em 1945, em represália aos ataques que ocorreram
XIV
Em Pearl Harbor, e esse catastrófico fato apressou
O fim da Segunda Guerra Mundial!
Mas Einstein mui consternado ficou,
Ele que tanto almejava a paz para toda esfera global!
116
XV
Passados sete anos, em 1952,
A Einstein foi oferecido
O cargo de Presidente de Israel, pois
Pelo estado judaico grande defensor havia sido!
XVI
Contudo, Einstein recusou.
Afinal, sua aptidão era científica!
Com ela um novo mundo revelou!
E nele a Ciência era intrínseca!
XVII
Mas tinha ele bom sarcasmo político!
E usou de um para então justificar
O seu inerente dom científico
Concernente à Relatividade então a anunciar!
XVIII
“Ora, se eu estiver errado,
Os alemães chamar-me-ão de judeu!
Pelos judeus e suíços de alemão serei chamado!
Mas se estiver certo, eu
XIX
Serei chamado de alemão
Pelos alemães! De judeu pelos judeus!
De suíço pelos suíços!” Era assim, então,
Que ele politicamente caçoava dos pensamentos seus!
117
XX
O bom humor era a sua característica!
E por ele Einstein é lembrado.
Como bom judeu, tinha esta cômica veia artística!
De sua personalidade é o legado.
XXI
Em outra ocasião, pôde demonstrar
Esta sua cômica sagacidade,
Novamente sobre a Relatividade a explicar,
Já acima dos 50 anos de idade!
XXII
Pediram-lhe que desse uma explicação,
Que fosse simples de entender,
Sobe a Relatividade, de sua ciência a coroação!
E ele deu um exemplo que foi de surpreender!
XXIII
“Ora, é muito simples de entender!
Veja o exemplo que eu vou dar.
Você vai ouvir e logo há de compreender.
Ouça; qualquer um pode captar.
XXIV
Bem, se você sentar num fogão aceso ou ligado
Durante cinco (5) minutos, terá a sensação
De ter estado ali por meia hora! Por outro lado,
Se uma mulher linda, exuberante, das que te deixam sem ação,
118
XXV
Vier e sentar por meia hora no colo seu,
Você terá a sensação de que se passaram cinco (5) minutos!”
É a velha e boa perspicácia de todo judeu!
E Einstein assim fazia, revelando seus intuitos.
XXVI
E seus intuitos eram os de mostrar
Que um cientista, por mais genial, podia usar de simplicidade.
E isso ele sabia perfeitamente demonstrar,
Apesar de seu científico intelecto de extrema complexidade!
XXVII
Ele tinha mais de 50 anos e ainda escrevia
Artigos científicos, embora não trabalhasse mais
Ligado à comunidade científica; no entanto se sabia
Que Einstein era um nome de respeito, e até hoje mui apraz
XXVIII
Todo espírito com sede de conhecimento!
E a Ciência Moderna deu um prodigioso salto,
Ela cujo raciocínio einsteiniano é sua base e alimento!Outrossim, a Física Moderna alcança os píncaros do progresso gradativamente alto!
XXIX
Em 1955, Einstein morre em Princeton, aos 76 anos de idade,
E o mundo constata que havia perdido
O maior gênio da contemporaneidade!
Então, um momento pela Ciência é pedido.
119
XXX
Ela diz: “Foi uma das mentes científicas
Mais brilhantes de todos os tempos!
Abstração e extrema inteligência lhe eram implícitas!
Com ele eu desfrutei de profícuos momentos!”
XXXI
Atualmente, as teorias da relatividade
São fundamentais para a ciência.
Mas cada uma tem sua particular historicidade,
Revelando de cada uma sua particular experiência.
XXXII
A teoria restrita ou especial
Foi aceita em poucos anos da nossa atualidade.
Mostrou-se como um diferencial
De grande utilidade!
XXXIII
Era o fio condutor dos eventos científicos;
A muitas questões dos cientistas respondia;
Questões de aspectos mui específicos;
Nos principais campos de pesquisa foi de grande valia!
XXXIV
Pesquisas daquela época,
Como a física nuclear
E a mecânica quântica, onde réplica
Não se fazia, mas vinha a nivelar
120
XXXV
O raciocínio de Einstein, beirando a perfeição,
Com os ocultos segredos do sideral espaço obscuro,
Até aquele momento de então!
E a “Luz da Ciência” iluminou o que era escuro!
XXXVI
Hoje, a relatividade especial é um instrumento comum
Para os físicos que trabalham com a estrutura
Da matéria e suas interações, e mais de um
Destes cientistas são gratos àquela elevada epistêmica estrutura!
XXXVII
Falo de Einstein, dono da relatividade geral!
E esta então, aplica-se a uma escala bem maior,
Envolvendo estrelas e galáxias no espaço sideral!
Apenas comparado ao raciocínio do Criador o de Einstein é menor!
XXXVIII
A relatividade geral levou mais tempo
Para popularizar-se, pois exigia cálculos sofisticados
Que para um mente não acostumada era um contratempo!
Eram quase pequenos ajustes os seus resultados
XXXIX
Na teoria de Newton e Einstein a empregou
Para explicar a ordem e a simplicidade
Encontradas no Universo; e a Ciência então apregoou
A todos que pudessem ouvir sobre o gênio da relatividade!
121
XL
No entanto, apenas na década de 1960, depois de longo caminhar,
É que os aceleradores de partículas
E outros equipamentos potencializaram-se, possibilitando testar
A teoria em seus detalhes, minúcias a Einstein mui intrínsecas!
XLI
Afinal, os aceleradores de partículas são
Máquinas nas quais as partículas, inclusive- como se sabe-,
As menores que os átomos vão
Arremessando-se umas contra as outras em alta velocidade.
XLII
Os efeitos produzidos por esta alta velocidade
São perfeitamente explicados
Pela Teoria Geral da Relatividade,
Tornando simples fenômenos complicados.
XLIII
As realizações de Einstein são lembradas
De muitas maneiras, desde medalhas e placas, antes e atual,
A prêmios e nomes de lugares; realizações elevadas
A um nível de altíssimo grau de capacidade intelectual!
XLIV
Ainda nos últimos anos de vida, Einstein estava a pesquisar,
Em um conjunto de equações matemáticas, uma teoria
Que viesse então a unificar
A gravitação, o eletromagnetismo, e outros tipos de força e energia.
122
XLV
Era parte integrante de sua procura
Para descobrir a base do funcionamento
Do Universo, coisa até então obscura,
Objeto de preocupação de seu genial pensamento!
XLVI
É da insistência dos cientistas atuais
Esta linha de pesquisa,
Em que uma teoria venha a unificar as outras demais;
Deles é a sua obstinada tentativa.
XLVII
É o que se chama de “Teoria da Grande Unificação”,
Ou “Teoria do Campo Unificado” ;
Esperança de alcançar de Einstein a sua intenção
Tão sonhada! Objeto por ele desejado!
XLVIII
É uma “teoria de tudo”! E a Ciência nisso insiste!
Teoria que possa explicar o funcionamento do Universo
E de todo elemento que nele existe!
Raciocínio isento de erros, e dele não há pensamento diverso!
XLIX
E Einstein nos deixa um legado científico de grande valor!
Até o último momento de sua vida,
Ele se dedicou à Ciência e nos fez um favor,
Ao qual somos gratos por toda nossa existência vivida!
123
L
Por isso mesmo a um elemento químico
Em sua homenagem foi dado o seu nome!
É um metal radioativo de valor nada mínimo,
Chamado “einstêinio”, de símbolo “Es” e nº 99
LI
Na tabela periódica.
Homenagem merecida
Àquele cuja científica ótica
Do mais puro abstracionismo era nascida.
LII
O einstêinio não ocorre naturalmente,
Ele é formado em explosões nucleares, então
“Decai” quase imediatamente
Após a sua formação,
LIII
Decompondo-se em partículas subatômicas.
E assim está perpetuada
Aquela pessoa, cujas tônicas
Foram os principais elementos da arrancada
LIV
Da Física Moderna no século XX passado.
E Einstein se tornou a “Luz da Ciência”,
Iluminando cada científico dado
Nascido da epistêmica experiência!
124
LV
E o Universo, tão querido dele,
Recebe-o em sua ampla escuridão,
Onde as estrelas achegam-se a ele,
Trazendo-lhe a “Madre Ciência” delicadamente pela mão.
LVI
Ouve-se ao fundo, o que o “Imaginário” impôs,
Aquela “Melodia em Fá”
Que Anton Rubinstein compôs,
E o impossível ali se faz!
LVII
Então o som ali se propaga,
Pois que o vácuo está adormecido
Por aquela “Melodia” que o apaga,
Vibrando belo som agradável ao ouvido!
LVIII
E Einstein dança com a Ciência,
Garbosa senhora de fino trato.
Duas figuras de grande proeminência,
Dançando outrossim em elegante passo.
LIX
Eis que a Ciência se vai,
Ao se concluir a “Melodia”.
E nos braços da “Luz” Einstein cai,
E nova música então inicia.
125
LX
“Shön Rosmarin” então é ouvida,
De Fritz Kreisler, vienense compositor,
Mui criativamente foi nascida;
Ele, contemporâneo de Einstein, da genialidade o seu pendor!
LXI
E ambos, Einstein e a Luz, dançam belamente,
Formando um rastro luminoso
No obscuro Espaço que é concernente
Ao mecanismo perfeito e harmonioso!
LXII
Dançam ao som contagiante do violino
Em passos alegres, contentes!
E a Luz, garbosa mulher também de trato fino,
Vai produzindo luminosidades vertentes!
LXIII
Assim vai, até findar a música.
E o Espaço é pura luz!
Fantasia lúdica
Que em Einstein reluz!
LXIV
E ela brilha mui intensamente
Em uma explosão de mais e mais intensidade!
Perpetua aquela incomparável mente,
Findando num fenômeno de sideral eternidade!
126
LXV
Fenômeno este que é o nascimento duma nova estrela,
Que outrora havia sido aquele gênio absoluto da Ciência!
Genialidade que, por sua vez, o espelha;
Esse mesmo astro a todos eternamente em evidência!
LXVI
E o crepúsculo se faz presente,
Trazendo-nos pouco a pouco
A noite escura que mui se sente
No fim da tarde dum esmaecer frouxo.
LXVII
E ouve-se o “Apothéose” do “Apollon” Stravinskiano,
Música que se casa com esse fenômeno da natureza.
E o seu “Largo e Tranquilo” vem-nos cadenciando
Pouco a pouco com o sereno crepúsculo a exibir a alteza
LXVIII
Estelar que mui brilha no firmamento.
Sim, essa estrela, a metamorfose daquela insigne pessoa,
Albert Einstein, nome que eclodiu naquele momento
De 1905, e que a Ciência até hoje condignamente entoa!
127