UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
MESTRADO EM ECONOMIA EMPRESARIAL
UM ESTUDO DOS ROYALTIES DE PETRÓLEO: IMPACTOS SOBRE INDICADORES SOCIAIS NOS MUNICÍPIOS DO RIO
DE JANEIRO
CARLA NOGUEIRA PATRÃO DE AQUINO
RIO DE JANEIRO-RJ MARÇO / 2004
CARLA NOGUEIRA PATRÃO DE AQUINO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA À COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO DO CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA EMPRESARIAL DA UCAM, COMO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE.
ORIENTADOR: PROF. DR. PAULO SÉRGIO BRAGA TAFNER
RIO DE JANEIRO - RJ MARÇO - 2004
UM ESTUDO DOS ROYALTIES DE PETRÓLEO: IMPACTOS SOBRE
INDICADORES SOCIAIS NOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO
CARLA NOGUEIRA PATRÃO DE AQUINO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA À COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO DO CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA EMPRESARIAL DA UCAM, COMO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE.
APROVADA EM 03 DE JUNHO DE 2004 COMISSÃO EXAMINADORA: Prof. Dr. Leonardo Campos Filho (CBIE) Prof. Dr. Renaut Michel Barreto Silva (UCAM) Prof. Dr. José Cláudio Ferreira da Silva (UCAM) Prof. Dr. Paulo Sérgio Braga Tafner (UCAM) - Orientador
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus filhos, JOÃO PEDRO E THOMAZ, de quem obtive força e inspiração necessária para abraçar este desafio.
Agradecimentos:
- A Deus, que sempre esteve presente, indicando os melhores caminhos a serem
tomados.
- A meu esposo Rodolfo Vianna de Aquino, que abraçou comigo esse desafio.
Obrigada pelo incentivo, apoio, paciência, compreensão e amor.
- A Dulcília e Daniele que me proporcionaram tranqüilidade junto a minha família
para enfrentar as longas horas de estudo e ausências no dia-a-dia.
- Aos meus pais Luiz e Maria Helena por terem acreditado e investido na minha
educação.
- Ao professor e orientador Paulo Sérgio Braga Tafner, meu reconhecimento pelo
estímulo, orientação e confiança depositada. Agradeço também pela
generosidade com que compartilha seus conhecimentos.
- Ao professor Rodrigo Serra, agradeço pelo apoio, estímulo e conhecimentos
transmitidos.
- Aos professores André Villela e José Cláudio Ferreira da Silva, agradeço pelo
apoio e incentivo recebidos durante a realização deste trabalho.
- Aos meus colegas do curso de mestrado, sou grata pela amizade, pela troca de
idéias.
- Registro e agradeço, o apoio recebido pelo CEFET – Campos no decorrer deste
trabalho.
SUMÁRIO
Lista de Tabelas Lista de Figuras Lista de Quadros Resumo Abstract INTRODUÇÃO................................................................................................. 15 CAPÍTULO 1- CONTEXTO REGULATÓRIO DAS PARTICIPAÇÕES GOVERNAMENTAIS.......................................................................................
21
1.1- Abordagem inicial dos royalties............................................................ 22 1.2- Início da produção off-shore.................................................................. 24 1.3- Royalties como compensação financeira............................................. 1.4- O fim do monopólio da Petrobrás.......................................................... 1.5- Nova regulamentação das participações governamentais................. 1.6- A Lei do Petróleo (Lei nº 9.478/97)......................................................... 1.6.1- Bônus de Assinatura............................................................................ 1.6.2- Pagamento pela ocupação e retenção de área.................................. 1.6.3- Participações especiais....................................................................... 1.7- Dos royalties segundo a nova lei........................................................... 1.7.1- Confrontação de municípios............................................................... 1.7.2- Áreas geoeconômicas......................................................................... 1.7.3- Instalações............................................................................................ 1.7.4- Impactados pelas instalações.............................................................
26 29 31 32 33 33 33 36 41 43 44 44
CAPÍTULO 2- REFERENCIAL TEÓRICO: fundamentos econômicos dos royalties...........................................................................................................
49
2.1- Renda da terra......................................................................................... 50 2.1.1- Conceito renda e a exploração de Petróleo no Brasil...................... 56 2.2- Economia dos Recursos Naturais......................................................... 57 2.3- Críticas ao modelo de Hotelling............................................................. 63 2.4- A regra de Hartwick................................................................................. 67 2.5- Royalties: uma visão política................................................................. 69 CAPÍTULO 3 – ROYALTIES NO CONTEXTO INTERNACIONAL..................
73
3.1- Os sistemas fiscais existentes na indústria petrolífera....................... 74 3.2- A tendência dos royalties no cenário internacional............................ 77 3.3- Royalties no regime fiscal americano................................................... 3.3.1- O Estado do Alaska.............................................................................. 3.3.1.1- Fundo Permanente do Alaska..........................................................
80 83 84
CAPÍTULO 4 – OS IMPACTOS DOS ROYALTIES NAS ÁREAS SOCIAIS DOS MUNICÍPIOS FLUMINENSES................................................................. 4.1- Apresentação da amostra....................................................................... 4.2- Da importância dos royalties nas receitas municipais........................ 4.3- Das áreas sociais enfocadas.................................................................. 4.3.1- Da educação........................................................................................ 4.3.2- Da saúde................................................................................................ 4.4- Considerações sobre o modelo econométrico.................................... 4.4.1- Descrição das variáveis utilizadas..................................................... 4.4.2- Estimativa da influência dos royalties nos gastos sociais.............. 4.4.3- Estimativa da influência dos royalties sobre os indicadores sociais............................................................................................................. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ ANEXOS..........................................................................................................
88 89 92 95 98 99
101 102 105
109
115
120
128
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Arrecadação das participações especiais segundo beneficiários,
no período 4º trimestre 1999-4º trimestre 2002
35
Tabela 2 Arrecadação das participações especiais segundo municípios
fluminenses, no período 4º trimestre 1999-4º trimestre 2002
36
Tabela 3 Arrecadação de royalties segundo beneficiários – 2002 39
Tabela 4 Quantidade de municípios brasileiros contemplados com o
pagamento de royalties, segundo estado da Federação – 2002 40
Tabela 5 Preço real de minerais selecionados usando o preço do bem
como numerário – 1920 / 1950 65
Tabela 6 Produção e arrecadação no Reino Unido, no período 1992-1996 79
Tabela 7 Rendas originadas das atividades de E&P de óleo e gás no
Alaska, novembro de 2002 a fevereiro de 2003 85
Tabela 8 Distribuição das rendas geradas pelas atividades petrolíferas no
Alaska, novembro de 2002 a fevereiro de 2003 86
Tabela 9 Orçamento anual médio per capita de municípios fluminenses
produtores de petróleo e gás natural 92
Tabela 10 Participação dos royalties sobre as receitas orçamentárias dos
municípios da Região de Petróleo Fluminense – 2001
93
Tabela 11 Esforço tributário próprio dos municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1997-2001
94
Tabela 12 Estimativa de parâmetros da função gastos per capita em saúde 107
Tabela 13 Estimativa de parâmetros da função gastos per capita em
educação
107
Tabela 14 Estimativa dos parâmetros da função taxa de morbidade 111
Tabela 15 Estimativa dos parâmetros da função taxa de reprovação 113
Tabela 16 Coeficientes individuais de participação 130
Tabela 17 Índice HH pela simulação dos dados referentes ao número de
habitantes por município
131
Tabela 18 Índice HH pela simulação dos dados referentes ao coeficiente de
participação
132
Tabela 19 Matriz de Correlação I 134
Tabela 20 Matriz de Correlação II 134
Tabela 21 Matriz de Correlação III 134
Tabela 22 Matriz de Correlação IV 135
Tabela 23 Royalties repassados aos municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1997-2001
137
Tabela 24 População residente dos municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1997-2001
139
Tabela 25 Receitas orçamentárias dos municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1997-2001
141
Tabela 26 Receita tributária própria dos municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1997-2001
143
Tabela 27 Gastos nas áreas de saúde e saneamento efetuadas pelos
municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-
2001
145
Tabela 28 Gastos nas áreas de educação e cultura efetuados pelos
municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-
2001
147
Tabela29 Transferência constitucional do Estado para os municípios da
Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
149
Tabela 30 Transferência constitucional da União para os municípios da
Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
151
Tabela 31 Recursos federais (SUS) transferidos aos municípios da Região
de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
153
Tabela 32 Recursos do FUNDEF transferidos aos municípios da Região de
Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
155
Tabela 33 Gasto acumulado real na área de saúde efetuado pelos
municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-
2001
157
Tabela 34 Grau de tempestividade dos gastos públicos em saúde dos
municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-
2001
159
Tabela 35 Grau de tempestividade dos gastos públicos em educação dos
municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-
2001
161
Tabela 36 Gasto acumulado real na área de educação efetuado pelos
municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-
2001
163
Tabela 37 Área total em Km2 dos municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1998-2001
165
Tabela 38 Taxa de Mortalidade dos municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1998-2001
167
Tabela 39 Número de estabelecimentos de ensino na rede municipal da
Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
169
Tabela 40 Número de funcionários dos estabelecimentos de ensino da rede
municipal da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-
2001
171
Tabela 41 Taxa de reprovação no ensino fundamental da rede municipal
da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
173
Tabela 42 Número de leitos hospitalares nos municípios da Região de
Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
175
Tabela 43 Número de matrícula inicial na rede municipal da Região de
Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
177
Tabela 44 Número de professores em exercício na rede municipal da
Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
179
Tabela 45 Participação dos royalties sobre as receitas orçamentárias dos
municípios da Região de Petróleo Fluminense – 2001
181
Tabela 46 Distância entre os municípios da Região de Petróleo Fluminense
e a cidade do Rio de Janeiro, no período 1998-2001
182
Tabela 47 Despesa Orçamentária total dos municípios da Região de
Petróleo Fluminense, no período de 1994-2001
184
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fluxo de pagamento dos royalties 37
Figura 2 Litoral do estado do Rio de Janeiro – linhas ortogonais e
paralelos 42
Figura 3 Números de habitantes por municípios e coeficiente individual
de participação 46
Figura 4 Componentes da renda mineral 62
Figura 5 Classificação dos sistemas fiscais para o setor de petróleo 75
Figura 6 Indicador do esforço tributário dos municípios da Região de
Petróleo Fluminense 95
Figura 7 Evolução percentual das receitas de royalties e gastos
municipais com saúde e educação no período 1994-2001 109
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Distribuição dos royalties referente à produção offshore 38
Quadro 2 Isenção dos royalties nos EUA 81
Quadro 3 Classificação dos municípios da Região de Petróleo
Fluminense segundo critérios de concessão dos royalties
91
Resumo de Dissertação de Mestrado.
UM ESTUDO DOS ROYALTIES DE PETRÓLEO: IMPACTOS SOBRE
INDICADORES SOCIAIS NOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO
Carla Nogueira Patrão de Aquino
Março / 2004
Orientador: Prof. Dr. Paulo Sergio Braga Tafner
O presente trabalho tem como objetivo central avaliar o impacto das receitas de royalties referentes à exploração e produção de petróleo e gás natural recebidas por 59 municípios fluminenses, no período 1996-2001, sobre as condições de vida da população local, expressas por indicadores sociais tradicionalmente utilizados na literatura. Na primeira parte, analisa as mudanças ocorridas no quadro institucional envolvendo a indústria petrolífera, desde a Lei nº 2.004/53, que criou a Petrobrás e também instituiu os royalties até a Lei nº 9.478/97, conhecida como a Lei do Petróleo e que teve, entre outras conseqüências, o aumento significativo da arrecadação dos royalties pelos municípios. Dando ênfase às receitas dos municípios, o texto legal define royalties como instrumento compensatório pelos impactos causados pela indústria de petróleo. Em seguida, utilizando-se da teoria sobre renda da terra, mineral e econômica, são buscados os fundamentos econômicos dos royalties, destacando-se o de dar garantias às gerações futuras de obtenção de renda equivalente, por se tratar de um recurso não-renovável. Aponta que uma das formas de garantir a justiça intergeracional é através do aumento da capacidade produtiva da sociedade, que pode ser traduzida como melhoria de condições nas áreas de educação e saúde, ou seja, investimento em capital humano. Para avaliar se as receitas de royalties têm afetado, de forma estatisticamente significativa os indicadores sociais de educação e saúde nos municípios beneficiados, é realizado um estudo empírico no qual são utilizados modelos econométricos.
Palavras-Chave: royalties, justiça intergeracional, saúde, educação, renda, municípios.
Abstract of M.Sc. Dissertation.
A STUDY OF THE ROYALTIES OF PETROLEUM: IMPACTS ON
SOCIAL INDICATORS IN THE MUNICIPALITIES OF RIO DE JANEIRO
Carla Nogueira Patrão de Aquino
March / 2004
Adviser: Paulo Sérgio Braga Tafner
The present work has as central aim to evaluate the impact of the revenues of royalties relating to the exploration and production of petroleum and natural gas received by 59 Fluminense municipalities, in the period 1996-2001, about the conditions of life of the local population, expressed by social indicators traditionally used in the literature. In the first part, it analyzes the changes happened in the institutional environment involving the industry of petroleum, from the Law nº. 2.004/53, known as The Petroleum Law and that it had, among other consequences, the meaningful increase of the collection of the royalties for the municipalities. Giving emphasis to the revenues of the municipalities, the legal text defines royalties as compensatory instrument for the impacts caused by the industry of petroleum. Soon after, being used of the theory on rent of the earth, mineral and economic, the economic fundamentals of the royalties are looked for, standing out the one of giving warranties to the future generations of obtaining of equivalent rent, for being of a nonrenewable resource. It aims that one in the ways of guaranteeing the intergenerational equity is through the increase of the productive capacity of the society, that it can be translated as improvement of conditions in the education and health areas, in the words, investment in human capital. To evaluate the royalties revenues have been affecting, in significant way statistically the social indicators of education and health in the municipalities beneficiaries, an empiric study is accomplished in which econometric models are used. Key-words: royalties, intergenerational equity, health, education, rent, municipalities.
INTRODUÇÃO
Em 1995, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 9, como parte de um
esforço para redimensionar a presença do estado brasileiro nas áreas de energia,
telecomunicações e infra-estrutura. Entre outras providências, flexibilizou a forma
de execução do monopólio da União para as atividades de exploração e produção
de petróleo e gás natural.
Em 1997, foi aprovada a Lei nº 9.478/97 (conhecida como a Lei do
Petróleo) que dispõe sobre a nova política energética nacional, acarretando
mudanças significativas para a União, mas não menos importantes para estados
e municípios, que foram os grandes beneficiados, já que, o novo quadro
institucional elevou significativamente as receitas repassadas a eles. Em função
do fim do monopólio das atividades pertinentes do setor petrolífero, era
necessário garantir que parte da renda gerada pelo setor fosse transferida para a
sociedade brasileira, via poder público. Para tanto, foram estabelecidas quatro
modalidades de participações governamentais, sendo que os royalties - que eram
previstos anteriormente - foram ampliados, tornando-se a modalidade mais
expressiva.
Como será visto, um pequeno conjunto de municípios obteve o privilégio de
acesso a essas receitas extra-orçamentárias, em virtude exclusivamente de sua
posição geográfica. Isso tem ensejado algumas indagações que devem ser
enfrentadas pelos estudiosos do tema. Em particular: Qual a fundamentação
econômica dos royalties? Por que royalties devidos aos municípios? Como é
efetuado o controle social do uso desses recursos? O que se pode esperar da
utilização desses recursos? Todos esses questionamentos devem compor, em
16
conjunto, um esboço de uma análise do tema que fuja do simplismo teórico
freqüentemente adotado no debate do tema.
Para contextualizar o debate que ocorreu durante a criação dos institutos
legais mais recentes, é importante ressaltar, que esse processo ocorreu no
período pós-Constituição de 1988, que embalado por um movimento de
municipalização da receita, promoveu o fortalecimento dos municípios,
aumentando suas receitas e também suas responsabilidades, principalmente nas
ações sociais básicas.
Naquele momento em que a ordem era descentralizar receitas, uma
política que objetivasse a abertura do setor petrolífero a empresas privadas
nacionais e estrangeiras, tendo como uma das contrapartidas o pagamento de
royalties, para compensar o uso de um recurso não renovável, não poderia
portanto, deixar de contemplar os municípios.
Desde então, houve uma significativa elevação na arrecadação dos
royalties, explicado por fatores que compõem sua fórmula para cálculo e rateio
dos royalties. Primeiro, a elevação da produção de petróleo, em conseqüência
dos grandes avanços tecnológicos e da descoberta de novos poços. Segundo, a
nova legislação que entrou em vigor, alterando fundamentalmente a Lei nº
2004/53, aumentou o percentual a ser aplicado de 5% para até 10%. Terceiro, o
preço do barril de petróleo que passou a se basear na cotação do mercado
internacional. E quarto, a desvalorização do real, ocorrida em 1999, que
intensificou o efeito da alta do barril em dólar, uma vez que, na moeda brasileira,
o valor dos royalties se eleva.
No caso do estado do Rio de Janeiro, responsável por 80% da produção
nacional de petróleo e 43% da de gás, os royalties estão promovendo o aumento
das receitas do estado e dos municípios, oferecendo condições para a realização
de investimentos em setores que possam alavancar o desenvolvimento
econômico local e regional. Na verdade, os royalties germinaram um novo ciclo de
desenvolvimento econômico para os municípios beneficiados, principalmente os
produtores.
17
Hoje, a participação dos royalties nos orçamentos municipais é cada vez
mais expressiva e é unânime entre os gestores públicos municipais, que sem os
royalties, torna-se impossível a execução de projetos vitais à sociedade. Mas
sendo o petróleo um bem finito, os municípios hoje beneficiados não podem
entender esse reforço de caixa como algo permanente. Por outro lado, se espera,
diante da importância de tais receitas, que estas sejam aplicadas em projetos que
tornem os orçamentos públicos cada vez menos dependentes destas receitas,
tendo como princípio o uso sustentável do recurso.
O presente trabalho está focado na análise dessa problemática. Do ponto
de vista teórico, recorre aos modelos econômicos de recursos não renováveis. Do
ponto de vista empírico, abrange todos os municípios do estado do Rio de Janeiro
que receberam royalties no período de 1996 a 2001. Região de Petróleo
Fluminense é a denominação a ser tratada a partir de agora, como um conjunto
que engloba a totalidade dos municípios beneficiados pelos royalties. O referido
conjunto abrange 59 municípios, incluindo a capital do estado. Tal denominação
não deve ser interpretada como uma posição defensora da distribuição dos
royalties aos municípios, mas apenas uma referência ao estado que mais
arrecada royalties.
O presente trabalho está dividido em quatro capítulos. O primeiro,
apresenta uma explanação da evolução da legislação concernente à indústria de
petróleo e gás natural no Brasil, dando ênfase às rendas geradas por essa
indústria, principalmente os royalties. Essa evolução, que se inicia com a Lei nº
2004/53 que contemplava royalties apenas sobre a produção on shore - já que a
produção off shore só começou a partir de 1969 -, passa pela Lei nº 7.453, de 27
de dezembro de 1985, que estendia o pagamento dos royalties à produção off
shore e culmina com a Lei do Petróleo nº 9.478 de 1997, que desenhou uma nova
política energética nacional, como citado anteriormente.
Ainda no primeiro capítulo, são discutidos os critérios de distribuição dos
royalties aos municípios, para que se possa entender o fundamento legal que
norteia o privilégio. O texto legal define os royalties como um instrumento
compensatório em virtude dos impactos causados pelas atividades petrolíferas.
18
Pela lei, por serem os municípios impactados pelas atividades petrolíferas, são
compensados com os recursos.
O segundo capítulo trata do referencial teórico e resume os principais
conceitos e teorias acerca dos fundamentos econômicos dos royalties. Destaca-
se o conceito clássico de renda da terra, sob o enfoque de David Ricardo, Adam
Smith e Thomas Malthus. Discute-se a visão de Marshall, que distinguia os bens
que tinham sua oferta fixa daqueles cuja oferta era insuficiente, estabelecendo a
quase renda e a renda da escassez. Discorre-se também sobre a Economia dos
Recursos Naturais, sob a abordagem da regra de Hotelling, cujo aspecto
relevante é que sendo o petróleo um recurso cuja oferta na natureza é finita, a
sua extração hoje implica em menos recursos no futuro. Isso gera um custo de
oportunidade e a questão que se apresenta é de uma alocação no tempo que leva
ao uso sustentável do recurso. Uma posição alternativa é a regra de Hartwick,
segundo o qual o comprometimento da extração atual deve garantir também uma
fonte de renda para a geração futura, é também analisado e orienta o presente
trabalho. A idéia central é que a geração atual aplique tais recursos em capital
reprodutível, humano ou físico, para que no futuro, a sociedade mantenha um
padrão de vida satisfatório. É a teoria econômica definindo royalties como um
instrumento de justiça intergeracional.
O terceiro capítulo apresenta os royalties no contexto internacional, com
um panorama geral sobre os sistemas fiscais referentes às atividades petrolíferas.
Antecipando o que será exposto em detalhe, verifica-se uma tendência de
isenção do pagamento dos royalties nos países desenvolvidos, como uma forma
de ajustar seus sistemas fiscais para se tornarem mais competitivos. Destaca-se
o estado americano do Alaska, como exemplo ilustrativo, não por ser ideal, mas
no entendimento da autora, por apresentar elementos que indicam o uso dos
royalties, de forma sustentada.
Se por um lado, durante o tempo de sua vigência, os royalties do petróleo e
do gás natural tornam os orçamentos dos municípios beneficiados mais robustos,
por outro, tais recursos, à luz de diversas teorias, deveriam ser aplicados em
capital humano ou físico, garantindo o uso do recurso de forma sustentável.
19
O quarto capítulo se propõe a investigar os royalties sob esse ponto de
vista, verificando se os investimentos em capital humano estão sendo realizados
e se isso tem implicado na melhora da qualidade de vida da população. Na
tentativa de captar esse efeito, duas áreas foram selecionadas para análise:
educação e saúde. Nesse capítulo busca-se identificar a influência dos royalties
sobre indicadores sociais em saúde e educação. O estudo empírico, feito com
dois modelos econométricos, abrange o conjunto de municípios fluminenses que
são beneficiados com o pagamento dos royalties.
No decorrer do quarto capítulo serão apresentadas justificativas pelas
escolhas das duas áreas sociais em foco (educação e saúde), as considerações
sobre os modelos e os resultados obtidos para a saúde e educação
separadamente.
A principal conclusão é que os resultados empíricos apresentam uma
contradição. Há indicação que os royalties influenciam significativamente o gasto
per capita nas duas áreas enfocadas, mas quando se investiga a sua influência
na melhora dos indicadores, estes se apresentam insignificantes. Há de destacar
que as receitas dos royalties tornaram-se expressivas a partir de 1998, o que
poderia inibir seus efeitos sobre indicadores sociais.
Uma questão que deve estar como pano de fundo em toda a investigação
do trabalho, como já destacado, é que o petróleo e gás natural pertencem ao
povo brasileiro, que deveria ser o grande beneficiado das rendas geradas, como
forma de garantir de forma eficaz fontes alternativas de renda e também de
energia para quando esses recursos exaurirem. Os royalties, nesse sentido, são
um instrumento de promoção de justiça intergeracional. Se assim são entendidos
e defendidos deve-se indagar se os atuais benefícios deles advindos devem ser
extensivos a todo o povo brasileiro ou limitados a uma região tendo em vista sua
localização geográfica?
Ao que parece, é muito questionável o argumento dos impactos causados
pela exploração e produção do petróleo e gás natural nos municípios que
recebem royalties. Com exceção de poucos municípios, a maioria dos
20
beneficiados parece sentir a presença das atividades petrolíferas apenas nos
seus orçamentos.
Enfim, o destino das receitas dos royalties distribuídos é tema de interesse
de toda a sociedade, razão pela qual a autora está convencida da importância e
da atualidade do tema aqui estudado. Se os municípios devem ou não ser
beneficiados com essas receitas apresenta-se como uma questão mais ampla,
aqui apenas mencionada. Mas, diante do fato que são eles, os grandes
beneficiários, a investigação proposta neste trabalho é verificar se os royalties
estão sendo usados para promover o bem estar entre gerações, ou seja, sendo
aplicado nas áreas de maior retorno social.
21
1 Contexto Regulatório das Participações Governamentais
O objetivo deste capítulo é apresentar a evolução da legislação
concernente à indústria de petróleo e gás natural no Brasil, com ênfase nas
rendas geradas por essas atividades, que beneficiam o governo e suas esferas
subnacionais; demonstrar como as mudanças desenhadas para esse setor
acarretaram o aumento significativo dessa renda e avaliar os critérios de
distribuição aos beneficiários, especificamente os municípios.
As três primeiras seções do capítulo abordam a evolução e mudanças da
legislação pertinente, que tratava os royalties, inicialmente, como indenização e,
atualmente, como compensação financeira.
Como os royalties, aqui tratados, se baseiam na extração e produção de
petróleo e gás natural, vale ressaltar, que a Constituição Federal de 19881
estabelece que os recursos minerais são bens da União, assim como a pesquisa
e lavra das jazidas, garantindo ao concessionário a propriedade do produto da
lavra2.
A seção quarta analisa o fim do monopólio da Petrobrás, como um
processo cujo objetivo era atrair um grande número de investimentos para este
setor, garantindo, acima de tudo, os interesses do país e que serviu como ponto
de partida para as transformações da ordem institucional petrolífera brasileira.
Nas seções quinta e sexta abordam-se a Lei do Petróleo e três
modalidades das participações governamentais: bônus de assinatura, pagamento
pela ocupação e retenção de área e participações especiais.
1 Segundo artigos nºs. 20, 176 e 177. 2 Lavra é o conjunto de operações que incluem a extração de petróleo e gás natural de uma jazida e o preparo de sua movimentação.
22
A sétima seção trata dos royalties, seus critérios de distribuição aos
beneficiários, dando maior ênfase aos critérios que beneficiam os municípios.
As exigibilidades governamentais envolvendo a indústria petrolífera
proporcionaram um impacto positivo na arrecadação fiscal de estados e
municípios3, beneficiados com a Lei nº 9.478 de 06 de agosto de 1997 (conhecida
como a Lei do Petróleo), colocando-os numa posição economicamente
privilegiada.
Pode-se destacar alguns aspectos relevantes para o aumento na
arrecadação das participações governamentais a partir de 1998: a alíquota dos
royalties foi ampliada, podendo variar de 5% (cinco por cento) a 10% (dez por
cento); a produção aumentou em virtude dos avanços tecnológicos; o repasse das
receitas dos royalties passou de trimestral para mensal; a introdução das
participações especiais que beneficiam estados e municípios e a vinculação do
preço do petróleo brasileiro produzido a cotação no mercado internacional4.
1.1 Abordagem inicial dos royalties
No Brasil, a legislação referente ao setor de petróleo e gás natural data de
1953, com a Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953, que estabelecia o monopólio
da União sobre as atividades integrantes da indústria do petróleo e criava a
Petrobrás S/A, como empresa estatal de petróleo, responsável pelas atividades
de pesquisa, exploração, desenvolvimento, produção e refino de petróleo e gás
natural no Brasil. Essa lei tratava apenas da exploração e produção em terra.
Esse monopólio seria exercido pela União, através do Conselho Nacional
do Petróleo (CNP), como órgão de orientação e fiscalização, e por meio da
Petrobrás e suas subsidiárias, como órgãos de execução, que tinham, entre
outros objetivos, atender à demanda interna. Na década de 50, a produção da 3Um exemplo desse aumento de arrecadação é o município de Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, que, em 1995, recebeu a título de royalties R$1.148.153,00; em 1999, R$48.460.781,00 e em 2002, R$172.779.347,00. 4 Os royalties pagos são função de três variáveis básicas: produção mensal de petróleo e gás, o preço de referência do mês (o critério para fixação desse preço é a média mensal das cotações diárias do preço do petróleo tipo Brent Dated comercializado no mercado europeu e de cinco derivados do petróleo também cotados no mercado internacional) e a taxa média de câmbio. Sendo esta mudança responsável por um acréscimo de arrecadação de quase 50% (Schechtman, 2000).
23
Petrobrás era da ordem de 2,7 mil barris por dia, o que era insuficiente para
atender à demanda interna crescente.
No que se refere aos royalties, a Lei nº 2004/53, em seu artigo 27,
estabelecia que a Petrobrás e suas subsidiárias ficariam obrigadas a pagar aos
estados e territórios, onde fizessem a lavra de petróleo, xisto e gás, indenização
de 5% (cinco por cento) sobre o valor do óleo extraído, do xisto ou do gás. Esse
pagamento seria efetuado trimestralmente. Os estados e territórios distribuiriam
20% (vinte por cento) do que recebessem aos municípios, segundo a produção de
cada um deles. Quanto à aplicação dessas receitas, o parágrafo 4º, do artigo 27,
dispõe: “Os Estados, Territórios e Municípios deverão aplicar os recursos fixados
neste artigo, preferentemente, na produção de energia elétrica e na pavimentação
de rodovias”.
Deve-se ressaltar dois aspectos. Em primeiro lugar, a legislação definiu os
royalties como uma indenização, quando os municípios recebiam indiretamente
dos estados, o que os deixava numa situação de dependência dos estados. Em
segundo lugar, a questão do controle com os gastos oriundos dessa receita,
tratados como uma questão secundária; credita-se a isso o fato dos valores
serem irrisórios.
A Lei nº 3257, de 2 de setembro de 1957, modificou o artigo 27 da Lei
anterior no que se refere à forma de distribuição das indenizações, que passou a
ser: 4% (quatro por cento) para estados e territórios e 1% (um por cento) para os
municípios. Em termos de valores a serem recebidos nada mudou, mas, a partir
dessa lei, o pagamento da indenização aos municípios passou a ser efetuado
diretamente da Petrobrás para os municípios beneficiados.
1.2 Início da produção off-shore
24
A produção brasileira de petróleo e gás na plataforma continental iniciou
em 19695 e, especificamente, na Bacia de Campos, a primeira extração de óleo
foi em agosto de 1977. O destaque dado à Bacia de Campos justifica-se pelo fato
de ser ela responsável por, aproximadamente, 80% (oitenta por cento) da
produção brasileira de petróleo (ANP, 2001)6, nos dias atuais.
De imediato, a indenização, como era conceituada à época, não foi
estendida para produção em mar7. E, somente após o fim do regime militar, em
1985, o presidente José Sarney aprovou a extensão das indenizações para
exploração marítima através da Lei nº 7.453, de 27 de dezembro de 1985,
passando a ser devida também aos estados, territórios e municípios
confrontantes.
As indenizações mantiveram a alíquota de 5% (cinco por cento) sobre a
produção na plataforma continental, dos quais 1,5% (um e meio por cento)
caberia aos estados e territórios; 1,5% (um e meio por cento) aos municípios
confrontantes e suas respectivas área geoeconômicas8, 1% (um por cento)
constituiria um Fundo Especial distribuído entre todos os estados e municípios da
federação (produtores ou não) e 1% ao Ministério da Marinha.
Quanto à aplicação desses recursos, a nova lei continuou a recomendar a
forma de sua aplicação (continua o uso do termo preferentemente), apenas
estendendo a outros setores, que foram abastecimento e tratamento de água,
irrigação, proteção ao meio-ambiente e saneamento básico. Destaca-se a criação
do Fundo Especial, que também beneficiou estados e municípios.
Posteriormente, a Lei nº 7.525, de 22 de julho de 1986, regulamentada pelo
Decreto nº 93.189, de 29 de agosto de 1986, normatizou diversos dispositivos
para a execução do artigo 27, da Lei nº 2.004.
5 O marco da descoberta de petróleo em mar aberto foi o poço 1-SES-1, que descobriu o campo de Guaricema, em 1969, ao largo da costa de Sergipe. 6 Relatório Anual 2000. 7 A campanha política pelo reconhecimento federal do direito de receber as indenizações pelo petróleo extraído na Bacia de Campos intensificou-se no início da década de 80, com grupos políticos de vários estados, tanto da situação como da oposição, juntos nesta reivindicação. Jornais da época noticiaram a posição do governo, através do General Oziel de Almeida, presidente do CNP que se manifestou sobre o assunto: “jamais concordariam em pagar os royalties ao governo fluminense” (Folha da Manhã, 1983, p. 2). 8 Áreas geoeconômicas são áreas impactadas social e economicamente pelo petróleo. Mais adiante será feita a sua definição segundo legislação.
25
Alguns pontos tornaram-se mais precisos com essa lei. Os estados e
municípios confrontantes com poços produtores foram definidos como aqueles
contíguos à área marítima delimitada pelas linhas de projeção dos respectivos
limites territoriais até a linha limite da plataforma continental, onde estiverem
situados os poços.
A área geoeconômica de um município confrontante, segundo a lei, é
composta por três zonas: uma zona de produção principal, uma zona de produção
secundária e uma zona limítrofe à zona de produção principal9.
Zona de produção principal é o conjunto formado pelos municípios
confrontantes com os poços produtores e os municípios onde estão localizadas
três ou mais instalações dos seguintes tipos: instalações industriais para
processamento, tratamento, armazenamento e escoamento de petróleo e gás
natural, excluindo os dutos. E também àqueles com instalações como portos,
aeroportos, oficinas e manutenção e fabricação, almoxarifados, armazéns, todos
relacionados com a atividade petrolífera.
Zona de produção secundária é formada pelos municípios atravessados
por oleodutos ou gasodutos. E, por fim, a zona limítrofe à de produção principal,
que são os municípios contíguos aos municípios que a integram, bem como os
municípios que são impactados social e economicamente pelas atividades de
exploração e produção do petróleo ou do gás natural.
Ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coube a tarefa de
definir quais os municípios que fariam parte dessa área geoeconômica,
promovendo revisões semestrais dos municípios produtores, com base em
informações à época da Petrobrás sobre novos poços e instalações e,
atualmente, da ANP. Tal definição é aplicada até hoje na distribuição dos royalties
pela produção marítima de petróleo e gás natural.
9 Para fins de ilustração desta área geoeconômica, tomando o estado do Rio de Janeiro como exemplo, podemos ter na zona de produção principal: Búzios, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Casimiro de Abreu, Macaé, Quissamã, Rio das Ostras e São João da Barra. Na secundária: Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Magé e Silva Jardim. E na zona limítrofe são ao todo 37 municípios que não serão listados pela sua extensão, mas estão disponíveis no site www.anp.gov.br.
26
O percentual de 1,5% (um e meio por cento) para os municípios
confrontantes e suas áreas geoeconômicas, previsto em lei anterior (Lei nº 7453),
foi mais detalhado, ficando com a seguinte distribuição: 60% (sessenta por cento)
para o município confrontante juntamente com os demais municípios que
integram a zona de produção principal; 10% (dez por cento) para os da zona
secundária e 30% (trinta por cento) aos municípios limítrofes à zona de produção
principal, sendo todos os rateios na razão direta da população de cada um.
Uma mudança importante trazida por essa lei refere-se à aplicação desses
recursos. O artigo 7, parágrafo 3º, estabeleceu que:
“Ressalvados os recursos destinados ao Ministério da Marinha, os demais recursos previstos neste artigo serão aplicados pelos Estados, Territórios e Municípios, exclusivamente [sem grifo no original], em energia, pavimentação de rodovias, abastecimento e tratamento de água, irrigação, proteção ao meio ambiente e em saneamento básico”.
O termo preferentemente, usado nas legislações anteriores, é substituído
por exclusivamente. Essa mudança introduz um aspecto fiscalizador, pois passa a
haver um caráter de obrigatoriedade dos gastos em determinados setores.
Estabeleceu, também, que o Fundo Especial adotasse o mesmo critério de
distribuição utilizado pelos Fundos de Participações dos estados e municípios
(FPE e FPM)10, seguindo a seguinte proporção: 20% (vinte por cento) para
estados e territórios e 80% (oitenta por cento) para os municípios.
1.3 Royalties como compensação financeira
Posteriormente, veio a Lei nº 7990, de 28 de dezembro de 1989,
regulamentada pelo Decreto nº 1, de 11 de janeiro de 1991. Traz novamente
modificações no artigo 27, da Lei nº 2004/53. Não usa mais o termo indenização.
Os royalties, agora, passam a ser uma compensação financeira aos estados,
Distrito Federal e municípios correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o valor
do óleo bruto, do xisto e do gás extraídos.
10 Parcela das receitas federais arrecadadas pela União e repassadas aos estados e municípios conforme dispositivo constitucional.
27
Para a produção em terra, 70% (setenta por cento) aos estados produtores,
20% (vinte por cento) aos municípios produtores e 10% (dez por cento) aos
municípios onde se localizam instalações marítimas ou terrestres de embarque ou
desembarque.
Para a produção offshore, a alíquota de 5% (cinco por cento) dos royalties
ficou assim distribuída: 1,5% (um e meio por cento) aos estados e Distrito
Federal; 0,5% (meio por cento) aos municípios onde se localizarem instalações
marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque; 1,5% (um e meio por
cento) aos municípios produtores e suas áreas geoeconômicas; 1% (um por
cento) ao Ministério da Marinha; 0,5% (meio por cento) para o Fundo Especial a
ser distribuído para estados e municípios. Observe que 1% (um por cento) antes
destinado ao Fundo Especial reduziu-se para 0,5% (meio por cento), aumentando
o benefício aos municípios.
O pagamento dos royalties passou a ser mensal, até o último dia útil do
mês subseqüente ao do fato gerador11, sendo pagos diretamente aos
beneficiários. O artigo 8º da referida lei vetou a aplicação dos recursos em
pagamento de dívidas e com a folha de pagamento de pessoal, sendo a única
restrição quanto ao uso dos royalties. Por sua vez, o Decreto nº 1 tratou da
aplicação desses recursos em dois artigos. No artigo 24, estabeleceu que “Os
Estados e os Municípios deverão aplicar os recursos ..., exclusivamente [sem
grifo no original] em energia, pavimentação de rodovias, abastecimento e
tratamento de água, irrigação, proteção ao meio ambiente e em saneamento
básico”. E no artigo 26, “É vedado, aos beneficiários das compensações
financeiras de que trata este decreto, a aplicação das mesmas em pagamento de
dívidas e no quadro permanente de pessoal”.
Como a Lei nº 7990 foi instituída pós-Constituição de 1988, trouxe, em
suas mudanças, uma alteração prevista pela Constituição, que é a introdução do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): cada estado tem
que transferir para todos os seus municípios 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
11 A Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, alterou a Lei nº 7.990 no que se refere a este assunto. O pagamento aos beneficiários passou a ser feito no 2º mês subseqüente ao fato gerador devidamente corrigido pela variação da BTN.
28
produto da arrecadação do imposto do estado sobre operações relativas à
circulação de mercadorias:
Art. 9. Os Estados transferirão aos Municípios 25% (vinte e cinco por cento) da parcela da compensação financeira que lhes é atribuída pelos artigos 2º, § 1º, 6º, § 3º e 7º desta Lei, mediante observância dos mesmos critérios de distribuição de recursos estabelecidos em decorrência do disposto no art.158, inciso IV e respectivo parágrafo único da Constituição, e dos mesmos prazos fixados para a entrega desses recursos, contados a partir do recebimento da compensação.
É importante ressaltar que o ICMS adota o princípio de origem. No caso de
movimentação de petróleo e seus derivados no estado do Rio, o princípio adotado
é de destino, sendo a incidência sobre o petróleo refinado. Tal fato trouxe perdas
tributárias para o estado do Rio e, conseqüentemente, para os municípios
fluminenses. Quanto ao petróleo produzido na Bacia de Campos, a maior parte
vai para São Paulo a fim de ser refinado ou para a refinaria de Duque de Caxias.
Quando a produção é da Petrobrás, fica isenta de ICMS, conseqüência de um
regime especial adotado pelo estado.
O Decreto nº 01/91 estabeleceu o procedimento para cálculo da
compensação devida aos municípios e suas áreas geoeconômicas. O valor
apurado dos royalties refere-se à aplicação dos 5% (cinco por cento) sobre o valor
da produção de cada unidade de federação que fazem parte os municípios. A lei
estabelece um coeficiente individual de participação12 para cada município e
baseia-se no número de habitantes do município, o que está demonstrado no
anexo.
Há dois pontos na legislação até agora, que são pouco claros, deixando
margem a várias interpretações. Um ponto é o controle dos gastos com as
receitas dos royalties; o outro é sobre a competência de fiscalização desses
gastos13.
1.4 O fim do monopólio da Petrobrás
12 O Departamento Nacional de Combustíveis publicará os coeficientes individuais de participação dos municípios, a partir das relações elaboradas pelo IBGE. 13 A questão da fiscalização do uso dos royalties só foi definida em 2003, conforme citado na conclusão do presente capítulo. Segundo Clemente (2002), os tribunais de contas do estado do Rio de Janeiro e da União foram à Justiça para definir a competência da fiscalização do uso do dinheiro dos royalties.
29
Até o momento, todas as legislações citadas têm, como ponto de
referência, a Lei nº 2.004/53 e a Petrobrás, empresa exclusiva nas atividades do
setor petrolífero, que era responsável pelo controle da produção, dos cálculos dos
royalties e o repasse destes aos beneficiários.
Simões (1997 apud Santos e Correia, 1998) avalia esse monopólio
exercido pela Petrobrás sob vários enfoques: a estatal sempre desfrutou de
privilégios especiais nas importações de equipamentos e serviços necessários
para as suas atividades; mesmo sendo obrigada a pagar royalties em cada barril
produzido internamente, o cálculo desse pagamento nunca foi completamente
transparente; os royalties não tinham uma provisão especial para os poços
altamente produtivos e o cálculo dos royalties tomava como referência um preço
interno do óleo bruto menor do que os preços internacionais.
Após mais de quarenta anos de monopólio estatal do petróleo exercido
pela Petrobrás o governo brasileiro decidiu realizar mudanças na condução das
atividades do setor petrolífero.
Com a Emenda Constitucional nº 9, de 9 de novembro de 1995, tornou-se
possível a participação de outras empresas14, brasileiras ou estrangeiras, no
exercício de todas as atividades referentes à indústria petrolífera nacional15.
O monopólio da Petrobrás chegava ao fim. Na ocasião, esse processo foi
muito debatido e justificado por vários pontos de vista. Santos (2001, p.16) via
esse processo como forma de ajustar esse setor às demandas crescentes,
“Sentindo a necessidade de se adequar às exigências do mundo globalizado, o
Brasil não teve outra saída senão abrir a indústria do petróleo à iniciativa privada”.
De uma forma mais ampla, Otto (1998) defendeu que países menos
desenvolvidos da América Latina, Ásia e África eram muito resistentes em abrir
esse setor ao capital internacional, em virtude da exploração colonial vivida no
passado. A partir da década 80 e 90, essas posições começaram a ser
14 Até então, apenas o serviço de distribuição poderia ser executado pela iniciativa privada. 15 A emenda não revogou o monopólio da União sobre os recursos minerais existentes no subsolo e na plataforma continental brasileira.
30
reformuladas, culminando com a elaboração de legislação mais flexível à entrada
desse capital no setor petrolífero. Segundo Postali (2002, p. 86):
A partir dos anos 90, a concepção nacionalista sobre o petróleo começou a sofrer modificações, com os ventos liberais que sopravam no Brasil.... Buscou-se, assim, quebrar o monopólio estatal nessas atividades, a fim de modernizar o setor de petróleo e gás natural no Brasil, bem como elevar a participação do governo nas rendas dos recursos minerais fluídos.
Outro aspecto também deve ser levado em consideração. A indústria do
petróleo caracteriza-se por ser uma indústria com grandes barreiras à entrada,
que requer elevados investimentos com retornos a longo prazo, mas com ganhos
extraordinários e ser uma pesada economia de escala. Na década de 90, a
Petrobrás, após investimentos no desenvolvimento da indústria petrolífera
brasileira, provava o seu sucesso, com lucros extraordinários. Isso despertou a
atenção de outros países interessados em entrar no setor, mas havia o
impedimento legal. Segundo Barbosa e Bastos (2001, p. 47), “os resultados
mostram que, apesar dos altos custos e riscos inerentes às atividades de
exploração e desenvolvimento em águas profundas, os campos brasileiros são
economicamente atraentes naqueles cenários mais prováveis de ocorrer”. O
processo para o fim do monopólio não ficou isento dessas forças externas.
Outro fato sobre o fim do monopólio é que, embutidos nesse debate,
estavam inseridas mudanças que seriam de fundamental importância para
estados e municípios. Estava prevista uma mudança na arrecadação fiscal e um
tratamento diferenciado na distribuição das compensações financeiras, mas, na
época, não foi dada a devida atenção.
1.5 Nova regulamentação das participações governamentais
Para regulamentar essa mudança constitucional foi sancionada a Lei nº
9.478, de 6 de agosto de 1997. A referida lei dispôs sobre a forma de contratação
das empresas interessadas nas atividades petrolíferas e instituiu dois órgãos
públicos responsáveis pela direção, regulamentação e fiscalização do setor
petrolífero brasileiro: o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a
31
Agência Nacional do Petróleo (ANP). À ANP coube o papel de intermediária entre
a União e o setor privado, tendo como objetivo básico “promover a regulação, a
contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria
do petróleo”16.
Considerando todos os países, estados e territórios, há mais de 250
regimes fiscais17 envolvendo as atividades petrolíferas. De acordo com Schiozer
(2002), todos esses regimes podem ser classificados em 2 categorias jurídicas
básicas: sistema de concessão e sistemas contratuais (contratos de serviços e
contratos de partilha da produção)18.
A essa lei, seguiram dois decretos: o Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro de
1998, que regulamentou a ANP e sua estrutura; e o Decreto nº 2.705, de 3 de
agosto de 1998, que estabeleceu critérios para a apuração e cálculo das
participações governamentais devidas pelos concessionários à União.
Cabe aqui um breve comentário sobre tributos e participações
governamentais. No direito tributário brasileiro, os tributos podem ser classificados
em impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuições sociais. A
exigibilidade do tributo decorre de dispositivo legal (Constituição Federal). Por sua
vez, as participações governamentais são diferentes; sua exigibilidade decorre da
vontade das partes signatárias de um contrato de concessão. Portanto,
participações governamentais não são consideradas tributos.
Em resumo, a nova estrutura legal de abertura do setor de petróleo à
iniciativa privada tem um ponto chave: a flexibilização do monopólio. As atividades
ligadas à exploração, comercialização, refino e transporte de petróleo, seus
derivados e de gás natural continuam como monopólio da União, assim como o
petróleo e o gás propriamente ditos sendo que esse monopólio poderá ser
16 Artigo 8º da Lei nº 9.478/97. 17 A maioria destes regimes fiscais torna não-econômicos pequenos campos que poderiam ser lucrativos se submetidos a carga fiscal menor. É por isso que países como a Noruega, Reino Unido e EUA, apresentam uma tendência de abolir royalties para campos maduros (royalty relief), como será visto no terceiro capítulo. 18 O Brasil adotou o sistema de concessão, por essa nova lei, não seguindo uma tendência mundial de usar Contratos de Produção Partilhada (CPP). Não que esta seja uma forma garantida de sucesso, mas indica uma maior flexibilidade mediante o quadro econômico na indústria petrolífera internacional. A diferença entre esses dois sistemas será apresentada no terceiro capítulo.
32
exercido por empresas particulares concedido mediante licitação, através de
contratos de concessão.
Uma ressalva deve ser feita em relação à definição sobre concessão.
Segundo Di Pietro (1999 apud Moraes, 2001), concessão é o “contrato
administrativo pelo qual a Administração confere ao particular a execução
remunerada de serviço público ou de obra pública, para que explore por sua conta
e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais”. Logo, a
concessão que fará a ANP não é de um serviço público, mas, sim, a possibilidade
de explorar um bem que é público.
1.6 A Lei do Petróleo (Lei nº 9.478/97)
A Lei nº 9.478 e o Decreto nº 2.705 acarretaram mudanças significativas no
que tange à arrecadação fiscal da União, dos estados e municípios19, no que se
refere à indústria de petróleo e gás natural.
Inseridas nessas mudanças estava o estabelecimento de novas
participações governamentais pagas pelos concessionários ao estado, que
podem ser fixas ou variáveis, de acordo com a produção. Dentre essas, três
foram introduzidas, pela primeira vez, na legislação brasileira. Somente os
royalties20 já eram previstos anteriormente, com outra denominação. Serão
citadas de forma mais geral essas três. Os royalties, devido ao enfoque dado no
trabalho, serão explicados separadamente.
1.6.1 Bônus de assinatura21
Consiste no pagamento a ser ofertado na proposta para obtenção da
concessão, devendo ser pago no ato da assinatura do contrato, em parcela única
e não pode ser inferior ao valor mínimo fixado pela ANP no edital de licitação.
19 Segundo ANP (2001, p. 8) antes da aprovação da Lei nº 9478 a arrecadação era de aproximadamente R$194 milhões em 1997, e depois da lei, a arrecadação passou para R$2,9 bilhões em 2000. 20 O termo royalty passou a ser utilizado a partir desta lei. 21 De acordo com o capítulo V do Decreto nº 2.705/98.
33
Constitui receita da ANP. O Bônus acaba por refletir um maior ou menor interesse
do mercado pela área a ser licitada, o que estimula a competição entre os
licitantes e também proporciona um aumento da receita pública. É parte do risco
da exploração, pois é pago no início do empreendimento, antes que a empresa
saiba se terá ou não sucesso na fase de exploração22.
1.6.2 Pagamento pela ocupação e retenção de área23
Trata-se de modalidade tradicional de participação, adotada em diversos
países para, no momento da concessão, estabelecer um aluguel anual sobre as
áreas ocupadas, diferenciado nas diversas fases de exploração e produção (que
poderá variar de R$10,00 a R$500,00 na fase de exploração; de R$20,00 a
R$1.000,00 no período de desenvolvimento da fase de produção e de R$100,00 a
R$5.000,00 na fase de produção, por quilômetro quadrado ou fração). Será pago
em cada dia quinze de janeiro do ano subseqüente. Visa desestimular a retenção,
pelos concessionários, de áreas nas quais não estejam sendo realizados os
investimentos necessários à plena exploração ou produção de petróleo e gás
natural. Assim como os royalties, são obrigatórios em todos os contratos de
concessão.
1.6.3 Participações especiais24
Constitui um pagamento adicional com o objetivo de capturar parte da
renda petrolífera extraordinária (windfall profits) auferida pelos campos que
apresentam grande lucratividade25. Isso se justifica pelo fato de haver campos
onde a taxa de rentabilidade está acima da média.
A base para cálculo é a receita bruta da produção, deduzidos os royalties,
os investimentos na exploração, os custos operacionais, a depreciação e os
tributos previstos em lei. Será pago trimestralmente, em relação a cada campo de
22 Nas primeiras rodadas de licitação promovida pela ANP, foram arrecadados de bônus, R$321,7 milhões para a 1ª Rodada e, R$ 468,3 milhões para a segunda. 23 De acordo com o capítulo VIII do Decreto nº 2.705/98. 24 De acordo com o capítulo VII do Decreto nº 2.705/98. 25 No passado, os EUA e Reino Unido adotaram este tipo de participação. Atualmente, há outros países que adotam, entre eles, a Austrália e a Noruega.
34
uma dada área de concessão. Para efeito dos cálculos serão aplicadas alíquotas
progressivas sobre a receita bruta com as deduções previstas em lei, de acordo
com a localização da lavra, o número de anos de produção e o respectivo volume
de produção trimestral fiscalizada26.
As receitas das participações especiais serão distribuídas conforme abaixo
especificado:
a) 40% (quarenta por cento) ao Ministério de Minas e Energia, para
financiar estudos e serviços de geologia e geofísica aplicados à
prospecção de petróleo e gás natural;
b) 10% (dez por cento) ao Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos
Hídricos e da Amazônia Legal, para estudos e projetos, com objetivo de
preservação do meio ambiente e recuperação de danos ambientais
causados pelas atividades petrolíferas;
c) 40% (quarenta por cento) ao estado onde ocorrer a produção em terra
ou confrontante com a plataforma continental onde ocorrer a produção;
d) 10% (dez por cento) ao município onde ocorrer a produção em terra ou
confrontante com a plataforma continental onde ocorreu a produção.
A tabela 1 mostra a arrecadação das participações especiais por
beneficiários, do período compreendido entre o 4º trimestre de 199927 e o 4º
trimestre de 2002. Os estados que têm direito a esse pagamento são Rio de
Janeiro, Amazonas e Espírito Santo, sendo que o estado do Rio detém 98,5%
(noventa e oito e meio por cento), de acordo com os dados do 4º trimestre de
2002; a parcela dos outros estados é inexpressiva.
26 As alíquotas variam de 10% (dez por cento) a 40% (quarenta por cento), considerando, no caso de produção offshore, se a produção se dá em baixa profundidade ou lâminas mais profundas. E prevê, um período de transição, de três anos de produção, durante os quais serão decrescentes os volumes de produção isentos da participação especial, elevando-se gradualmente, as alíquotas. Para maiores detalhes desta aplicação das alíquotas ver Decreto nº 2705/98, artigo 22 do Capítulo VII. 27 Quando iniciou o pagamento destas participações.
35
Com base nas informações do repasse do 4º trimestre de 2002, os
municípios do estado do Rio beneficiados com as participações especiais são:
Búzios, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Casimiro de Abreu,
Macaé, Quissamã e Rio das Ostras. Os outros municípios beneficiados são
Jaguaré do Espírito do Santo e Coari do Amazonas. Do valor apresentado na
tabela 1, a parcela referente aos municípios, 99% (noventa e nove por cento)
refere-se ao estado do Rio de Janeiro.
A tabela 2 destaca a arrecadação referente às participações especiais dos
municípios do estado do Rio para o período acima exposto, sendo que a diferença
de R$4,650 milhões apresentada em relação a tabela 1 refere-se a arrecadação
de Jaguaré e Coari.
Tabela 1 - Arrecadação das participações especiais segundo
beneficiários, no período 4º trimestre 1999 - 4º trimestre 2002 R$1.000,00
Beneficiários Valor
Total 6.553.294
Estados 2.621.318
Ministério do Meio Ambiente 655.329
Ministério das Minas e Energia 2.621.318
Municípios 655.329 Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados da ANP.
36
1.7 Dos royalties, segundo a nova lei
Royalties, segundo a Lei do Petróleo, constituem uma compensação
financeira devida pelos concessionários de Exploração e Produção (E&P) de
petróleo ou gás natural pagos mensalmente a partir do início da produção com
relação a cada campo, vedadas quaisquer deduções28. A alíquota passa a ser
10% (dez por cento), podendo ser reduzida até 5% (cinco por cento)29. Deverão
ser pagos até o último dia útil do mês subseqüente à Secretaria do Tesouro
Nacional (STN). Nos estados e municípios, esses recursos chegam com uma
defasagem de dois meses em relação ao mês de produção. Portanto, os royalties
referentes à produção de setembro, por exemplo, serão creditados aos
beneficiários em novembro.
O fluxo financeiro do pagamento dos royalties pode ser descrito conforme figura 1 abaixo:
Figura 1 – Fluxo do Pagamento dos Royalties 28 Por se tratar de um recurso não-renovável é que os royalties são aplicados sobre a produção bruta de cada campo, ou seja, sobre o total de petróleo retirado, independente dos custos. 29 O concessionário poderá solicitar uma redução a qualquer momento após a notificação de uma descoberta. A ANP analisará a solicitação que deverá conter as razões, previstas em lei, como riscos geológicos, as expectativas de produção e outros fatores. O concessionário tem que comprovar que sem essa redução, os investimentos propostos ou a continuidade das operações não mais se justificam.
Tabela 2 - Arrecadação das participações especiais segundo
municípios fluminenses, 4º trimestre 1999 – 4º trimestre 2002 R$1.000,00
Município Valor
Total 650.679
Armação de Búzios 1.737
Cabo Frio 10.868
Campos dos Goytacazes 336.872
Carapebus 2.639
Casimiro de Abreu 2.497
Macaé 108.148
Quissamã 25.584
Rio das Ostras 161.451
São João da Barra 883 Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados da ANP
37
O valor dos royalties será determinado multiplicando a alíquota (que poderá
variar de 5 a 10%) pelo valor total da produção de petróleo e gás natural do
campo30 pelos seus respectivos preços de referência31. Em cada contrato de
concessão deverá ser estipulada uma alíquota32 dos royalties
Cada campo, portanto, terá um percentual de royalties e um preço próprio
para o petróleo e gás natural.
A fórmula para o cálculo dos royalties pode ser demonstrada conforme
abaixo:
Valor do Royalty = Alíquota x Valor da Produção
Valor da Produção = Vpetróleo x PRpetróleo + Vgás natural x PRgás natural
onde:
Vpetróleo é o volume da produção de petróleo do campo no mês, em m3
30 Em geral, um campo produz, ao mesmo tempo, petróleo e gás natural, mas há casos em que predomina mais um que outro. 31 Os preços de referência têm a função de atribuir um valor à produção daquele campo e será igual à média ponderada dos preços de venda praticados pelo concessionário ou ao preço mínimo estabelecido pela ANP, aplicando o que for maior. Pela nova lei, a ANP fixou o preço do petróleo brasileiro ao mercado internacional. Para o gás não há preço mínimo. O preço de referência do gás é a média ponderada dos preços de venda praticados pelo concessionário no mês. 32A alíquota média dos royalties para a Bacia de Campos é 9,9%. Dos 37 campos, 32 têm a alíquota de 10%, os outros campos têm suas alíquotas variando de 8,2 a 9,7%.
CONCESSIONÁRIO
S.T.N.
BANCO DO BRASIL MINISTÉRIOS
MUNICÍPIOS ESTADOS
38
PRpetróleo é o preço de referência do petróleo produzido no campo no mês,
em R$/m3
Vgás é o volume da produção de gás natural do campo no mês, em m3
PRgás é o preço de referência do gás natural produzido no campo no mês,
em R$/m3.
Os critérios para a distribuição dos royalties, de acordo com a Lei nº 9478,
são diferentes. A parcela dos royalties até 5% (cinco por cento) continua de
acordo com a Lei nº 7.990/89 e Decreto nº 01/91 e a parcela excedente a 5%
(cinco por cento) será distribuída conforme artigo 49 da Lei nº 9.478/97 e Decreto
nº 2.705/98, conforme Quadro 1.
Quadro 1 – Distribuição dos royalties referente à produção offshore
Parcela de 5 % Parcela excedente a 5%
30% aos estados produtores confrontantes
22,5% aos estados produtores confrontantes
30% aos municípios produtores confrontantes e suas áreas geoeconômicas
22,5% aos municípios produtores confrontantes
10% aos municípios com instalações marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque de petróleo ou gás natural
7,5% aos municípios afetados pelas operações de embarque ou desembarque de petróleo e gás natural
20% ao Comando da Marinha 15% ao Comando da Marinha 10% para Fundo Especial 7,5% para Fundo Especial
25% ao Ministério da Ciência e Tecnologia
Fonte: Leis nº 7.990/89, nº 9.478/97 e Decreto nº 2.705/98.
A tabela 3 mostra a arrecadação de royalties referente ao ano de 2002,
adotado o regime de caixa, segundo os critérios de distribuição acima descritos.
39
Tabela 3 – Arrecadação de royalties segundo beneficiários – 2002 R$1,00
Beneficiários Royalties até 5% Royalties
excedentes a 5% Total
Total 1.617.693.631 1.566.291.750 3.183.985.381
Estados 595.801.912 425.158.019 1.020.959.931
Municípios 618.733.943 451.701.902 1.070.435.845
Fundo Especial 134.385.925 99.286.294 233.672.219
Comando da Marinha 268.771.851 198.572.587 467.344.438
Ministério Ciência 0 391.572.948 391.572.948 Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados da ANP.
Do valor arrecadado de royalties, no ano de 2002, estados e municípios
são beneficiados com 66% do total, aproximadamente. Os estados beneficiados
com seus respectivos percentuais são: Alagoas (1,30%), Amazonas (6,7%), Bahia
(7,5%), Ceará (0,99%), Espírito Santo (3,4%), Paraná (0,1%), Rio de Janeiro
(66%), Rio Grande do Norte (10%), Santa Catarina (0,01%), Sergipe (3,7%) e São
Paulo (0,2%).
Em relação à arrecadação municipal, o critério da parcela até 5% (cinco por
cento) beneficia 774 municípios. Aos municípios do estado do Rio são destinados
68% (sessenta e oito por cento) sobre o total arrecadado, segundo esse critério.
Quanto ao critério da parcela excedente a 5% (cinco por cento), 158 municípios
são beneficiados. Os municípios do estado do Rio são beneficiados com 74%
(setenta e quatro por cento) sobre o total arrecadado. Na média, o último critério
proporciona uma maior arrecadação. Os municípios fluminenses mais
beneficiados com o pagamento dos royalties são Campos dos Goytacazes com
R$172,779 milhões e Macaé com R$140,035 milhões no ano de 2002.
A tabela 4, a seguir, identifica a quantidade de municípios, por estado
brasileiro, que receberam royalties, com base nos dois critérios.
40
Tabela 4 – Quantidade de municípios brasileiros contemplados com o pagamento dos royalties, segundo estado da Federação - 2002
Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados da ANP.
Perante o exposto, um município pode vir a receber royalties devido aos
seguintes enquadramentos legais: a) produção de petróleo e gás natural em
poço(s) ou campo(s) na plataforma continental que sejam confrontante(s) com o
município e suas áreas geoeconômicas; b) possuir instalações de embarque ou
desembarque de petróleo ou gás; c) ser afetado pelas operações de embarque
ou desembarque de petróleo ou gás. E, indiretamente, pela cota no Fundo
Especial, já que sua distribuição segue o mesmo critério do FPE e FPM.
Como o objetivo do presente estudo envolve os municípios beneficiados
com os royalties, uma análise sobre os critérios que envolvem a distribuição aos
municípios se faz necessária.
Estados
Royalties até 5% Royalties excedentes a 5%
Total 774 158 Alagoas 52 8 Amazonas 2 18 Amapá - 3 Bahia 195 20 Ceará 128 11 Espírito Santo 72 6 Pará - 17 Paraná 37 4 Rio de Janeiro 57 20 R.G.do Norte 91 19 R.G.do Sul 1 3 Santa Catarina 1 6 São Paulo 63 5 Sergipe 75 18
41
1.7.1. Confrontação de municípios
O conceito de município confrontante com poços ou campos33 produtores
localizados na plataforma continental está presente nos dois critérios legais para
concessão dos royalties. De acordo com o Decreto nº 2.705, confrontantes com a
plataforma continental são os estados e municípios contíguos à área marítima
que, no prolongamento de seus limites (linhas ortogonais e paralelas), contenham
o campo produtor.
Para a definição do termo confrontação, houve o estabelecimento de
limites interestaduais e intermunicipais para o enquadramento de municípios e
estados nessas áreas produtoras. O IBGE foi designado34 para definir as
projeções desses limites na plataforma continental brasileira.
Para elaborar os limites interestaduais, o IBGE escolheu 25 pontos, ao
longo da costa brasileira, que foram ligados por linhas retas; dos pontos que se
encontravam nas divisas dos estados saíram linhas perpendiculares sobre estas
linhas até o limite da plataforma continental. Portanto, determinava-se o estado
confrontante como aquele que, no prolongamento dessas duas linhas limites
estaduais, continha poços produtores.
Para estabelecer os limites intermunicipais, foi utilizado o seguinte critério:
nos estados onde o litoral tem certa regularidade, o limite intermunicipal foi
estabelecido por linhas perpendiculares (ortogonais) iguais ao estabelecido para o
estado.
No caso dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, cujos litorais são
irregulares, foram definidas novas bases de retas e traçadas linhas
perpendiculares a essa base.
Adicionalmente, no caso do limite intermunicipal, o IBGE estabeleceu
linhas perpendiculares à linha da costa. Logo, os municípios confrontantes com
33 A Lei nº 7.990 refere-se à confrontação do município com poços produtores, enquanto a Lei nº 9.478 com campos produtores. 34 Através do Decreto nº 93.189, de 29 de agosto de 1986.
42
poços ou campos produtores seriam aqueles que, no prolongamento dessas
linhas paralelas ou ortogonais, tivessem os poços ou campos produtores.
Na figura 2 temos o litoral do estado do Rio de Janeiro, com as cidades do
Norte Fluminense em destaque, delimitado pelos limites intermunicipais e a
posição dos campos que compõem a Bacia de Campos.
Figura 2 – Litoral do estado do Rio de Janeiro – linhas ortogonais e paralelas
Fonte: ANP
Observa-se que dos limites intermunicipais saem linhas paralelas e
ortogonais, sendo que esta última (marcadas com setas) foi fundamental para
definir o município de Campos dos Goytacazes como o maior beneficiário na
arrecadação dos royalties (a abrangência é quase a totalidade de campos da
43
Bacia de Campos)35. Se fossem apenas as linhas paralelas, Campos seria
confrontante com um número bem menor de poços produtores, representado na
figura por um parêntese. Por outro lado, se fossem traçadas apenas as linhas
ortogonais, a maioria dos municípios não seria enquadrada como município
confrontante. Deve-se destacar que esse critério das linhas paralelas foi
estabelecido depois das linhas ortogonais, não se encontrando nenhuma
justificativa, tanto econômica ou geométrica, para tal critério.
1.7.2 Áreas geoeconômicas
A área geoeconômica é identificada pelo IBGE, a partir de critérios
referentes às atividades de produção de uma dada área petrolífera e aos
impactos dessas atividades sobre as áreas vizinhas. Para o estabelecimento
dessa área, o IBGE adotou-se o critério de mesorregião geográfica36.
O conceito de área geoeconômica classifica os municípios em zona de
produção principal; secundária e limítrofes à zona de produção principal,
conforme detalhado anteriormente. No caso dos municípios limítrofes, são
classificados nesse critério aqueles que tem limite geográfico com algum
município confrontante e os que se localizam na mesma mesorregião geográfica.
Esse critério é utilizado para os royalties até 5% (cinco por cento). No
cálculo dos royalties excedentes a 5% (cinco por cento), a Lei nº 9.478/97 aboliu
esse critério, o que reflete na diferença de quantidade de municípios beneficiados,
como visto na tabela 4 (p. 40).
Para o cálculo do percentual do município, dentro das áreas
geoeconômicas, utilizou o coeficiente individual de participação, que é um critério
populacional, baseado na tabela do IBGE apresentada em anexo.
35 São confrontantes com Campos dos Goytacazes, pelo critério das paralelas, os campos de Roncador, Albacora e Albacora Leste, e pelas ortogonais são 37 campos, listados no Guia dos Royalties, p. 98. 36 O estado do Rio de Janeiro foi dividido em 6 mesorregiões: Noroeste Fluminense, Norte Fluminense, Sul Fluminense, Centro Fluminense, Baixada e Metropolitana.
44
1.7.3 Instalações
Os critérios de possuir instalações marítimas de embarque ou
desembarque classificam os municípios37 a receberem royalties. Essas
instalações são, segundo a lei, monobóias, os quadros de bóias múltiplas, os
píeres de atracação, os cais acostáveis e as estações terrestres coletoras de
campos produtores e de transferência de petróleo ou gás natural. O município
para ser beneficiado tem que ter, pelo menos, um tipo de instalação.
O valor referente aos 10% (dez por cento) sobre os royalties distribuídos
aos municípios com tais instalações será dividido igualmente entre eles. Tal
critério é utilizado para o cálculo da parcela dos royalties até 5% (cinco por cento).
1.7.4 Impactados pelas instalações
Para a parcela acima dos 5% (cinco por cento), cabe aos municípios
afetados por essas instalações 7,5% (sete e meio por cento) do percentual
excedente e é distribuído entre os municípios na razão direta da movimentação
de petróleo e de gás natural nas respectivas instalações. Definem-se municípios
afetados pelas operações de embarque ou desembarque de petróleo e gás
natural àqueles que possuem as instalações e também os situados no entorno da
instalação.
Em síntese, dos quatro critérios destacados, o critério de municípios
confrontantes carece, a princípio, de uma justificativa mais fundamentada, pois se
o entendimento é de uma compensação aos municípios pelos impactos causados
pela atividade petrolífera, não se justifica que municípios vizinhos sejam
beneficiados de forma diferenciada, já que as distâncias entre municípios e a área
produtora são, de certa forma, uniformes.
Tanto as linhas paralelas como as ortogonais privilegiaram alguns
municípios e refletem um determinismo geográfico. Em seu artigo, Leal e Serra
37 No estado do Rio de Janeiro, as cidades que tem as instalações são Angra dos Reis, Rio de Janeiro e Macaé. E as afetadas pelas operações são: Mangaratiba, Parati, Magé, Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, Guapimirim e Itaboraí.
45
(2002) atribuem esse determinismo a um componente político, que, em tese,
parece não ser neutro.
Os royalties destinados aos municípios confrontantes com poços e suas
respectivas áreas geoeconômicas são distribuídos através de critério
populacional, utilizando o coeficiente individual de participação (apresentado em
anexo) atribuído a cada município de acordo com o número de habitantes.
Procedendo a uma análise mais minuciosa dos coeficientes, conclui-se
pela sua regressividade. Através de uma simulação com os dados e utilizando o
índice de Hirschman-Herfindahl38 (HH) demonstra-se tal regressividade, como
pode ser visto a seguir.
O índice HH varia entre 1/n e 1 e é definido:
∑=
n
iiS
1
2 , onde ∑
= t
t
S
Aplicando o índice na variável número de habitantes do município,
encontra-se H igual a 0,0794. Por sua vez, o índice aplicado ao coeficiente de
participação dá um H igual a 0,051939. Como o intervalo para essa simulação é
0,05 = H = 1, o índice mais próximo de 1 é o mais concentrado, que se refere ao
número de habitantes, indicando uma regressividade dos coeficientes, ou seja, os
municípios mais beneficiados são os de menor população.
A figura 3 apresenta a regressividade usando-se o critério populacional.
Enquanto os dados referentes ao número de habitantes apresentam uma curva
positivamente acentuada, a curva referente ao coeficiente de participação é mais
tênue.
Figura 3 – Números de habitantes por municípios e coeficiente 38 O índice de Hirschman-Herfindahl tem como objetivo o estudo da estrutura de mercado, para estabelecer uma medida que possa indicar a proximidade desta estrutura com a situação de monopólio ou concorrência perfeita. 39 Conforme demonstração dos cálculos em anexo.
46
individual de participação Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANP.
Diante do exposto, algumas observações devem ser feitas. Pode-se
destacar uma das principais alterações estabelecida pela Lei do petróleo: o
estado brasileiro passou a exercer a função de regulador no setor de petróleo e
gás natural, mas, atribuindo, em contrapartida, além dos tributos federais,
estaduais e municipais, exigíveis de todas as empresas que operam sob as leis
brasileiras, as participações governamentais exigíveis dos concessionários. Isso
trouxe, como conseqüência, o aumento significativo do repasse dos royalties aos
beneficiários.
Fatores exógenos contribuem como garantia para o aumento considerável
dessas receitas: as perspectivas otimistas em relação às reservas de petróleo, no
Brasil, são suficientes para produção ininterrupta por 18 anos40; a capacidade de
produção está aumentando, em conseqüência dos investimentos em pesquisas e
projetos na área tecnológica; o câmbio desvalorizado e o preço internacional do
petróleo elevado.
Os critérios que beneficiam os municípios carecem de um sentido
econômico que justifiquem o recebimento dessa receita, concluindo que tais
critérios são baseados em função da privilegiada localização geográfica.
A legislação vigente é complexa, principalmente no tocante aos cálculos
dos royalties. Assim como os tributos, as participações governamentais deveriam
40 Cf. Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, p. 8, 2 out. 2002.
Nº de Habitantes/Município x Coeficiente de Participação
020000400006000080000
100000120000140000160000
1 4 7 10 13 16 19
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Nº Habitantes/município
Coeficiente deParticipação
47
obedecer ao princípio da simplicidade, que, segundo Giambiagi (1999, p. 34),
“relaciona-se com a facilidade da operacionalização da cobrança do tributo”. A
legislação prevê formas diferentes para distribuição dos royalties. Isso torna difícil
o entendimento por parte da sociedade, de saber, inclusive, o porquê receber tais
recursos.
A atual legislação não definiu critérios para a aplicação dos royalties. No
quadro evolutivo do setor petrolífero, a legislação mostrou-se pouco firme, no
tocante a esse assunto.
Tanto a Lei do Petróleo como o Decreto nº 2.705 não mencionaram as
possibilidades de aplicação desse recurso. Em termos de suporte legal, a última
vez em que se abordou as possibilidades de aplicação, foi através da Lei nº
8.001, de 13 de março de 1990, em seu artigo 8º “... vedada a aplicação dos
recursos em pagamento de dívida e no quadro permanente de pessoal”. Esse é o
entendimento de Carlos Átila Álvares da Silva (1997 apud Quintella, 2000):
Forçoso reconhecer, pois, que houve significativa ampliação do leque de possibilidades de utilização, pelos administradores públicos, dos recursos dos royalties. Entendemos, contudo, que permanecem vigentes as restrições impostas pelo artigo 8º da Lei nº 7.990/89, com a redação alterada pelo artigo 3º da Lei nº 8.001/9041.
A legislação não apresenta uma vinculação entre receita e despesa. Um
grau de liberdade é necessário para o gestor público gerir os recursos públicos,
desde que “pelo princípio da legalidade, segundo o qual não pode o gestor da
coisa pública deixar de seguir preceitos legais, os recursos sejam utilizados em
benefícios da coletividade, buscando satisfazer o interesse público” (Santos,
2001, p. 46).
Em relação à questão de controle do uso dessas receitas, a legislação
pertinente ao setor petrolífero não define a responsabilidade pela fiscalização. No
ano de 2003, após um disputa entre o Tribunal de Contas do Estado do Rio de
Janeiro e o Tribunal de Contas da União pela competência da fiscalização,
iniciada em 200242, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a competência do
41 Parecer do Ministro-Relator Carlos Átila Álvares da Silva nos autos do processo TC-012.231/97-5. 42 O Tribunal de Contas do Estado impetrou um mandado de segurança contra o Tribunal de Contas da União.
48
Tribunal de Contas do Estado para fiscalizar a aplicação dos recursos dos
royalties43.
Portanto, temos, de um lado, municípios com seus orçamentos elevados
pelas participações governamentais, utilizando esses recursos sem uma
fiscalização apropriada, que garanta a sua aplicação no sentido de provê-los de
fontes alternativas de arrecadação para quando esse recurso acabar. Por outro,
uma legislação que pode ser alterada, não apenas em relação à extinção dessas
participações, mas devido a algum dos critérios que modifique o atual quadro.
Afinal o novo contexto regulatório acarretou diferenças substanciais e é previsível
que os não beneficiados se mobilizem para a mudança dos atuais critérios.
43 Disponível em: www.tce.rj.gov.br/sitenovo/develop/noticiar/aim/no03032601.htm. Acesso em 07 nov 2003.
49
2 REFERENCIAL TEÓRICO: fundamentos econômicos dos royalties
A legislação brasileira assegura à União, estados e municípios parte da
renda gerada pelas atividades petrolíferas, através das participações
governamentais, sendo os royalties a mais expressiva. No capítulo anterior, que
trata da legislação pertinente às atividades petrolíferas, verificou-se que em
relação aos royalties, as mudanças ocorridas na legislação devem ser entendidas
dentro do contexto do processo de descentralização fiscal vivenciado pela
sociedade brasileira, desde a Constituição de 1988 e o beneficiamento dessa
renda aos municípios – cujo objetivo é uma compensação pelos impactos
causados pela indústria petrolífera – foi estabelecido por uma privilegiada
localização geográfica, carecendo de um sentido econômico que justifique tal
receita.
Portanto, deve-se indagar sobre os fundamentos econômicos desse
instrumento para que se possa responder à seguinte indagação: Por que e para
que servem os royalties?
Sendo a exploração de petróleo uma atividade de extração de um recurso
natural não renovável, o entendimento sobre a referida incidência de royalties
requer, antes, uma digressão sobre o conceito de renda econômica. Essa questão
é abordada na primeira seção do capítulo, partindo do conceito de renda da terra
até a renda mineral.
Como a referência para estudo de recursos naturais não-renováveis é a
regra de Hotelling, a segunda seção aborda o modelo de Hotelling, concluindo
que há um custo de extrair hoje um recurso com disponibilidade finita, pois as
gerações futuras não terão acesso a esse recurso e, conseqüentemente, a sua
renda.
50
Os resultados empíricos do modelo de Hotelling sofreram restrições que
são abordadas na terceira seção.
A quarta seção é dedicada à apresentação do modelo de Hartwick, que
enfatiza a questão da justiça intergeracional, argumentando que a extração
presente de um bem não renovável deve garantir algum benefício à geração
futura.
Algumas transcrições de pronunciamentos ocorridos no Congresso
Nacional, do período que antecedeu a Lei nº 7.453/85 - que beneficiou os estados
e municípios com os royalties sobre a produção marítima - são abordadas na
quinta seção, para que se compreenda como eram entendidos os royalties pela
esfera política.
2.1 Renda da Terra
As preocupações com o uso e a escassez dos recursos naturais não são
recentes. Discussões sobre o tema remontam à Escola Clássica, cujos maiores
representantes foram Adam Smith, David Ricardo e Thomas Malthus. Dos
recursos naturais existentes, a terra é o principal. Como fator de produção, pode
ser apropriado por outros, que não seus proprietários e o que se paga pelo seu
uso, denomina-se renda da terra.
Inicialmente, a expressão renda (rent, no original) estava ligada à
agricultura, ao uso da terra, atividade econômica predominante no século XVIII.
Na visão clássica, renda é a “... parcela da receita total que excede o preço de
oferta de todos os insumos necessários para o desenvolvimento da atividade
agrícola, como o capital e o trabalho.”(Postali, 2002, p.13). Para R. Garnaut e A.
C. Ross (1983 apud Andrews-Speed, 2000) trata-se de uma recompensa ao
proprietário da terra pelo simples mérito de sua condição de donatário.
Ricardo foi um dos pioneiros a elaborar uma abordagem mais detalhada
acerca do conceito renda. Em suas próprias palavras: “Quando, (...), eu me referir
51
à renda da terra, deve entender-se que falo da compensação paga ao seu
proprietário pelo uso das forças originais e indestrutíveis da terra”. (Ricardo, 1996,
p. 50).
Na visão ricardiana, os rendimentos proporcionados pela terra são
desiguais, devido à diversidade da fertilidade da terra e à desigualdade de
distância dos mercados que servem para escoar a produção. Em Principles of
Political Economy and Taxation, Ricardo argumentou que o ar, a água ou
quaisquer bens naturais ilimitados não é tributável, pois tais bens estão à
disposição de todos e não são finitos. A sua fundamentação para a renda da terra
pautava-se em três pontos: a) a lei dos rendimentos decrescentes; b) a ordem
histórica das culturas e c) a lei de unidade do preço no mercado.
Ele explica que com o crescimento da população, haveria necessidade de
uso de terras de qualidade inferior (terra de fertilidade secundária) para atender
ao aumento da demanda por alimentos. As terras de maior qualidade seriam
primeiro utilizadas, mas, com o desenvolvimento da sociedade, as terras menos
férteis e mais distantes seriam também utilizadas, surgindo, então renda sobre as
primeiras e assim por diante, “a magnitude de tal renda dependerá da diferença
da qualidade daquelas duas faixas de terra”(Id. p. 51). Essa renda justifica-se pelo
fato do bem (terra fértil) ser limitado, e com o uso de terras inferiores, que
demandam mais trabalho e capital, os custos de produção elevam-se e,
conseqüentemente o preço dos produtos. Com o preço dos produtos elevado (que
não pode ser inferior ao custo de produção nas terras menos férteis), as terras
mais férteis, cujo custo era menor, obteriam um ganho adicional. Portanto, renda,
segundo Ricardo, é conseqüência da alta dos preços dos produtos agrícolas, não
sendo componente do preço.
A essa renda, Ricardo denominou diferencial, pois se refere à diferença
nos resultados obtidos na produção, aplicando as mesmas quantidades de capital
e de trabalho.
Ricardo estendeu o conceito de renda da terra à renda das minas. “As
minas, como a terra, geram normalmente uma renda a seus proprietários” (Id. p.
52
61). Nesse caso, a renda é proporcionada pela existência de minas com
tamanhos e qualidades distintas, que geram resultados diferentes com a mesma
quantidade de trabalho e capital empregado.
A conclusão é que a causa da renda é a escassez da terra fértil e a rigidez
da oferta desse fator de produção, diante do aumento da demanda por produtos
agrícolas, o que leva à utilização de terras menos férteis até o mercado alcançar
novamente o equilíbrio. Deve-se ter cuidado para não confundir renda com lucros
ou juros, pois estes últimos são uma remuneração do capital e da força de
trabalho empregado no cultivo da terra.
Renda da terra também foi objeto de estudo de Adam Smith, antecessor de
Ricardo, que a definiu como “o preço que se paga pela utilização da terra” e esse
preço é estabelecido em conseqüência “do monopólio que a propriedade da terra
lhe confere” (Napoleoni, 1983, p. 72). Para Smith, toda terra proporciona algum
tipo de excedente, que seria a renda do proprietário. Nas suas argumentações,
até mesmo os pântanos mais desérticos da Noruega e da Escócia produzem um
tipo de pasto para o gado, onde o leite e as crias são mais que suficientes para
pagar o trabalho utilizado, oferecer um lucro normal ao arrendatário e pagar uma
renda ao proprietário (Ricardo, 1996).
Entretanto, a teoria de Smith sobre renda da terra não pode ser aplicada
sobre as minas. Para ele há minas que, diferentemente da terra, não são atrativas
para exploração, pois não renderiam o suficiente para atender às despesas
realizadas mais o lucro normal, e até mesmo algumas que só interessava ao
proprietário a sua exploração. Nas palavras do próprio, “(...) a mina de carvão
mais produtiva regula também o preço do carvão em todas as outras minas na
vizinhança” (Id. p. 240).
Para Smith, portanto, a renda paga ao proprietário da terra aumenta com a
redução dos custos de produção, ou seja, aumenta pela produção abundante e
não pela produção escassa, como é na visão de Ricardo.
Outro clássico que fez, em sua teoria, abordagens sobre renda da terra, foi
Malthus. Na sua definição, renda é:
53
Aquela porção do valor da produção total que permanece com o proprietário da terra – depois de pagas todas as despesas devidas à sua produção, sejam elas quais forem – incluindo os lucros do capital investido (Id. p. 299).
Um ponto distinto nas teorias de Ricardo e de Malthus é que o primeiro
fundamenta a causa da renda na escassez de terras férteis, enquanto Malthus
defende que, além da escassez, há o excedente na produção que, segundo ele, é
a causa principal de toda renda.
Para Malthus, as causas que elevam a renda da terra são: a) acumulação
de capital de forma a reduzir os lucros; b) aumento da população que reduz
salários; c) inovações na agricultura, levando a maior produtividade e,
conseqüentemente, a uma redução de número de trabalhadores e d) aumento no
preço da produção agrícola em conseqüência do aumento da demanda.
Ricardo argumenta, em relação às quatro causas sugeridas por Malthus,
que o que pode haver é uma influência indireta sobre a renda da terra, como no
caso do aumento da produtividade, que eleva os lucros, levando ao cultivo de
terras menos férteis, pela escassez de oferta de terras férteis.
Uma abordagem sobre renda da terra, que se assemelha à de Ricardo, é a
de John Stuart Mill. Para ele, a falta de uniformidade na fertilidade das terras
origina a renda. Ele ressaltou a existência do monopólio natural da terra como
fator determinante da renda (Mill, 1983, p. 346):
Uma coisa que existe em quantidade limitada, mesmo que seus donos não ajam de comum acordo, continua ser um artigo de monopólio. Contudo, mesmo quando monopolizada, uma coisa que é dom da Natureza,..., imporá um preço, somente se existir em quantidade inferior à demanda.
Essa citação, porém, merece uma reflexão por parte do autor, quanto à
necessidade de cultivo de toda a terra de um país para atender às necessidades
da população.
Segundo Mill, é o preço elevado que origina a renda: “Por isso, enquanto o
preço não subir, ou enquanto alguma melhora não fizer com que essa terra
54
específica atinja um grau maior de fertilidade, ela não tem condições de pagar
renda.”( Id. p. 347).
Enfatiza que a renda não pode ser confundida com juros. Constata, muitas
vezes, que o conceito renda da terra se refere a pagamentos que não são uma
remuneração pelas forças originais da própria terra, mas por capital empregado
na terra. Nas palavras do próprio autor, “As construções, assim, como o gado,
não são terra, mas capital, regularmente consumido e reproduzido, sendo que
todos os pagamentos feitos por eles são propriamente juros” (Id. p. 351).
Entretanto, acrescenta que o retorno àquele capital empregado em
melhorias que não necessitam de renovação e que pretendem oferecer à terra
uma maior produtividade, segue a mesma natureza de renda da terra.
Em uma formulação preliminar, o conceito clássico de renda da terra, que
tem sua existência justificada pela finitude de um bem (terra fértil), pode ser
deslocado dessa vinculação com a terra e ampliada para outras situações, como
as atividades de extração de hidrocarbonetos, como o petróleo, que proporcionam
uma renda aos seus proprietários, já que sua natureza é basicamente ligada à
esgotabilidade de um recurso natural.
Com a teoria neoclássica, a teoria do valor passou a vincular o valor à
utilidade do bem e a sua capacidade de atender às necessidades humanas,
reconhecendo que a utilidade depende da quantidade do bem de que o indivíduo
dispõe.
Alfred Marshall, dentro dessa concepção neoclássica, distinguiu os bens
que tinham sua oferta fixa daqueles cuja oferta era insuficiente, mas possíveis de
serem ajustadas posteriormente. Para esse bem, com possíveis ajustes no lado
da oferta, criou o termo quase-renda para designar rendimentos provenientes de
bens, cuja inelasticidade da oferta, em relação ao preço, seria temporária. Assim,
as rendas oriundas de períodos com pouca oferta não seriam duráveis, iriam
desaparecer quando o mercado atingisse novamente o equilíbrio.
55
Uma ilustração citada por Barre (1971) pode exemplificar esse conceito de
quase-renda, quando se refere a trabalhadores qualificados que podem, num
curto período, receber um excedente em virtude de sua qualificação até o
momento em que mais trabalhadores tiverem se qualificado em maior número que
a demanda. A quase-renda seria um retorno derivado de melhoramentos. O termo
renda seria o excedente do produtor pelo uso da terra, cuja oferta é fixa e um
aumento na demanda afetaria diretamente o preço. É a renda da escassez, um
tipo de categoria de renda econômica, cuja origem vem da escassez do fator de
produção (terra), e nesse caso, com o tempo, a escassez aumenta, aumentando
com isso o preço do bem.
Marshall admite, em dado momento, que renda ou o excedente do produtor
pode referir-se aos rendimentos (ou quase-renda) derivados desses
melhoramentos, juntamente com o devido às qualidades originais do solo.
Complementando, “renda é o excesso da receita bruta proveniente da terra
beneficiada, sobre o que é necessário para remunerá-lo pelas novas doses de
capital e trabalho que anualmente aplica” (Marshall, 1982, p. 240).
Nesse sentido a contribuição de Marshall, tanto designando renda ou
quase-renda, foi estabelecer uma relação entre os recursos naturais e sua
inelasticidade na oferta, proporcionando ganhos anormais duráveis ou não.
Segundo Postali (2002, p. 16) “... renda passou a designar benefícios
extraordinários obtidos em decorrência de fatores que impediriam o ajuste da
oferta às necessidades de demanda.”
A conclusão mais importante, contudo, é a de que o termo renda deixa de
ser uma exclusividade das atividades agrícolas e passa a ser entendida como
renda econômica e, como tal, vinculada a um retorno obtido além do custo de
capital empregado. Para Schantz Jr. (1994, p. 37):
Economists further distinguish between the land rent that is the minimum payment needed to outbid other potential users of the land and any rent paid over and above. The rent over and above is termed ‘economic’ rent, and economists argue the claims of one or other of the two divisions to be the proper mineral rent.
56
2.1.1 Conceito renda e a exploração de petróleo no Brasil
Traçando um paralelo com as atividades de extração de recursos minerais,
é possível vincular a renda proposta por Ricardo aos benefícios auferidos por
essa extração, em virtude desses recursos serem exauríveis, portanto fixos na
sua oferta, mesmo que não se vislumbre, atualmente, a sua exaustão.
Considerando as características especiais das indústrias de extração
mineral (especificamente do petróleo), a quase-renda proposta por Marshall
(referente aos ganhos extraordinários) coaduna-se com o objetivo proposto pela
legislação brasileira na cobrança dos royalties. A indústria petrolífera caracteriza-
se por um mercado com barreiras à entrada, exigência de grandes investimentos
com período de longa maturação, que proporciona ganho extraordinário. Portanto,
a indústria petrolífera é, invariavelmente, geradora de rendas diferenciais.
Por se tratar de um mercado altamente lucrativo e por ser a União
proprietária dos recursos do solo e subsolo, é preciso assegurar ao estado parte
dessa renda. De acordo com Dutra e Cecchi (1998), as empresas do mercado
petrolífero ou os países se beneficiam com quatro tipos de rendas diferenciais: 1)
rendas minerais, relacionadas ao volume e à disposição geológica da reserva; 2)
renda de qualidades, referentes à composição do petróleo e gás natural; 3)
rendas de posição (localização geográfica) e 4) rendas tecnológicas, desde a
imagem comercial da empresa até as competências específicas.
Entretanto, há um diferencial entre o conceito de renda econômica
desenvolvido até aqui - renda econômica entendido como a diferença entre o
custo de produção para um determinado depósito e o custo de produção para um
depósito marginal44 - e o de renda mineral. Essa diferença deve-se à condição de
disponibilidade finita do recurso, que gera um custo de oportunidade, em virtude
da extração, hoje, impossibilitar uma extração futura. Vinculada à existência
desse custo de oportunidade, a renda mineral, diferentemente da renda
44 Segundo definição de Hughes (1975 apud Andrews-Speed, 2000). Garnaut e Ross ( 1983 apud Andrews-Speed, 2000) definem renda econômica como a diferença entre receita total deduzidos todos os custos.
57
econômica, é um resultado necessário da atividade de exploração de um recurso
não- renovável.
Para Schantz Jr. (1994) renda mineral é o valor pelo uso alternativo da
terra e também inclui qualquer renda econômica gerada. E sob esse aspecto,
renda mineral é uma taxa não neutra, pois incide sobre a produção, enquanto a
renda econômica é uma taxa neutra, pois incide sobre a parcela de lucros, já
deduzidos os custos.
Com efeito, é necessária a utilização de instrumentos econômicos que
garantam um preço e uso adequado dos recursos, pois, sendo finitos, devem
proporcionar os melhores resultados para as gerações atuais e futuras.
A escola neoclássica abordou a questão de uso dos recursos naturais,
tratando-os como insumos para o processo produtivo, através da vertente
conhecida como economia dos recursos naturais, que será abordada na próxima
seção.
2.2 Economia dos recursos naturais
Convencionou-se estabelecer que a Economia dos Recursos Naturais teria,
como marco inicial, o trabalho de Harold Hotelling, em seu clássico artigo de
1931, “The Economics of Exhaustible Resources”, no qual formalizou uma
resposta para determinação de uma política ótima para extração de recursos não-
renováveis, que é um resumo da teoria dos recursos não-renováveis
(Krautkraemer, 1998).
A interpretação de Hotelling acerca da exaustão do recurso não-renovável
gera algumas implicações, fruto da disponibilidade finita do recurso, e de como
esta afeta o preço e sua trajetória de extração no tempo.
58
Em seu artigo, Hotelling (1931, p. 137) expõe a preocupação com a
superexploração dos recursos45:
A percepção do esgotamento do suprimento de minerais, florestas e outros bens exauríveis foi responsável pelo surgimento de demandas para regulamentação de sua exploração. O sentimento que estes produtos estão agora muito baratos comprometendo as gerações futuras, de que eles estão sendo egoisticamente explorados a uma taxa muito elevada e que em conseqüência de seu preço excessivamente baixo, eles estão sendo produzidos e consumidos de maneira não concenciosa, fez crescer movimentos conservacionistas46.
Tratando-se de um recurso não-renovável, a sua extração presente implica
a impossibilidade de uma extração futura47. Tal fato gera um custo de
oportunidade que deve ser considerado. Em outras palavras, o consumo de hoje
significa que haverá menos amanhã para consumir. Diante da finitude do seu
estoque, há uma tendência de elevação nos preços com o decorrer do tempo, o
que acarreta uma das implicações de Hotelling. Para Margullis (1990, p. 160)
esse custo é: “o valor que poderia ser obtido, em alguma época futura, da
exploração do recurso em apreço.”
Esse custo de oportunidade de redução do estoque é também conhecido
por uma variedade de termos. Krautkraemer (1998) cita alguns desses termos:
custo de uso (custo de reduzir a disponibilidade futura do recurso); valor in situ
(valor marginal do estoque do recurso no lugar) e renda do recurso -renda de
Hotelling - que é a diferença entre preço e custo marginal.
O modelo de Hotelling tem, como regra básica (Hotelling’s rule), o
pressuposto de que o custo de uso de um recurso não-renovável cresce a uma
taxa igual à taxa de juros48. Em outras palavras, a taxa de retorno esperada sobre
45 Atualmente o uso de recursos naturais não-renováveis está dando uma maior ênfase aos impactos ambientais. No passado, a preocupação com a disponibilidade de recursos, particularmente o petróleo, foi o centro das preocupações, nos anos 70, com a questão do uso dos recursos naturais não-renováveis. 46 Tradução livre da autora do seguinte trecho: “Contemplation of the world’s disappearing supplies of minerals, forests, and other exhaustible assets had led to demands for regulation of their exploitation. The feeling that these products are now too cheap for the good of future generations, that they are being selfishly exploited at too rapid a rate, and that in consequence of their excessive cheapness they are being produced and consumed wastefully has given rise to the conservation movement”. 47 Cairns (1990 apud Postali, 2002) questiona a exauribilidade dos recursos não-renováveis. Para ele o problema da exaustão é mais econômico do que físico, na medida que, por exemplo, uma mina pode ser abandonada porque se torna inviável economicamente, e não pelo seu esgotamento. 48 Se a taxa de valorização deste custo fosse maior que a taxa de juros do mercado, ocorreria um desequilíbrio, pois o proprietário do recurso manteria este recurso no solo, pois estaria sendo supervalorizado, diminuiria a oferta, e a elevação do preço, restabeleceria o equilíbrio. Ocorrendo o contrário, o proprietário seria estimulado a extrair o recurso, aumentando a produção e conseqüentemente a oferta, com posterior queda nos preços, diminuindo a sua produção e restabelecendo o equilíbrio.
59
os recursos no solo deverá ser igual à taxa de retorno sobre outros bens
pertencentes a mesma classe de risco. E sob esse aporte, extrair o recurso num
período t ou no período t+1 é indiferente, pois os recursos in the ground (recursos
sem estarem explorados) são atualizados a uma taxa de desconto, ou seja, têm o
mesmo valor presente.
Na elaboração dessa regra, Hotelling adotou as seguintes suposições: a)
recurso com uma disponibilidade finita, conhecida e de qualidade homogênea; b)
custo de extração constante; c) não há descobertas de novos depósitos; d)
demanda estacionária; e) mercado perfeito; f) certezas quanto ao futuro.
Sobre esse princípio básico de Hotelling, Solow (1974 apud Margulis, 1990,
p. 162) escreve:
A única maneira pela qual um depósito de um recurso natural ainda no solo pode produzir algum retorno corrente a seu proprietário é a apreciação de seu valor. Os mercados de bens só podem estar em equilíbrio quando todos os bens, de uma determinada classe de risco, alcançarem a mesma taxa de retorno, tanto como dividendos correntes, quanto como ganhos de capital. A taxa de retorno comum é a taxa de juros para aquela classe de risco. Como os depósitos de recursos naturais possuem a propriedade peculiar de não gerar dividendos enquanto estiverem no solo, na situação de equilíbrio o valor do depósito tem que crescer a uma taxa igual à taxa de juros.
Os recursos não-renováveis no solo (in the ground), portanto, são tratados
como bens de capital, como observa Pearce e Turner (1990) e, como tal, têm
retorno como qualquer outro bem da economia. Em equilíbrio, os bens da mesma
classe de risco devem ter a mesma taxa de retorno. Se o retorno esperado de
uma reserva de recurso não-renovável for maior que a de outro bem, os
investidores deverão desconsiderar tais bens na sua carteira de investimentos,
preferindo os recursos com retorno maior. Podendo ocorrer também, o contrário.
Dasgupta (1993), ao discorrer sobre a regra de Hotelling, observa que
custo de uso e royalty conformam uma mesma identidade econômica. Assim, o
preço final de venda de uma unidade de minério extraído seria a renda no solo
(royalty) mais os custos de extração, refino e transporte.
60
As três variáveis econômicas que são utilizadas para medir a exaustão de
recursos naturais são: custo de extração, preço e custo de uso. “Se os recursos
são escassos e se os alocadores de recursos são informados dessa escassez,
então os indicadores econômicos refletirão essa escassez”(Krautkraemer, 1998,
p. 2088)49.
A forma mais simples de se entender a regra de Hotelling é conforme
citado em Pearce e Turner (1990):
(1) rPP
=
~
~P é a variação do preço,
P é o preço,
r a taxa de desconto ou de juros.
Pela equação (1), os preços do recurso crescerão à taxa de juros, porém
não leva em conta os custo de extração. Assumindo custo de extração zero, o
preço do recurso extraído é igual ao preço do recurso in the ground. Para tornar
mais realista a equação, supõe-se os custos de extração como positivo e, por
conveniência, considera-os como constantes50, C(x) = c, logo a equação (1)
passar a ser:
(2) rcP
P=
−
~
Quanto ao termo (P-c), este é designado por Neher (1990), Dasgupta
(1993) e Pearce e Turner (1990) como royalty. Uma referência ao direito dos
49 Contudo ele coloca que estes mesmos indicadores podem falhar na sua tarefa de indicar a escassez. E sugere que outros fatores como descobertas de novas reservas, progresso tecnológico e recursos substitutos podem estar reduzindo o impacto da disponibilidade finita dos recursos. Para maiores detalhes de como estes indicadores podem falhar na indicação de escassez, ver Krautkraemer (1998, p. 2089). 50 Considerar os custos constantes deve-se à dificuldade de se calculá-los, em virtude da depreciação. Para Pearce e Turner (1990, p. 287): “Once costs of extraction depend on the size of the stock the analysis becomes far more complex.”
61
soberanos sobre a propriedade do subsolo. Portanto, tem-se que R (royalty) = P-
c, ou seja, é o valor observado do recurso in the ground, ou seja, deduzidos os
custos.
Cabe acrescentar, segundo abordagem microeconômica, que num
mercado de concorrência perfeita, preço é igual ao custo marginal. Em se
tratando de um recurso não-renovável, há de se acrescentar o custo de
oportunidade, como já exposto anteriormente; logo, o preço passa a ser igual ao
custo marginal acrescido do custo de oportunidade. O que equivale a dizer que
royalty é a diferença entre preço e o custo e cresce a uma taxa igual à taxa de
juros.
A equação (2) poderá ser reescrita, portanto, como:
(3) rRP
=
~
Desse modo, diante da formulação de Hotelling, a questão que se
apresenta é de alocação intertemporal de um recurso finito, pois extrair o recurso
hoje ou amanhã é indiferente, pois o recurso no solo é valorizado à taxa de juros.
E essa alocação considera o custo de oportunidade e uma taxa de desconto, pois
o valor do recurso no solo é o valor presente das vendas futuras; com isso
determina-se a taxa ótima de extração.
A taxa ótima de extração é aquela que garante um preço do recurso que
permita a sua exaustão gradativa, proporcionando uma transição para um recurso
do tipo backstop51. A trajetória adotada terá um caráter mais preservacionista ou
mais exploratório?
Postali (2002) define a renda de Hotelling como um componente da renda
mineral, como pode ser visto na figura 4 abaixo:
51 Não se pretende, neste trabalho, um estudo mais detalhado sobre a tecnologia de backstop. Como exemplo, podem ser citadas: a desalinizaçao, energia solar, energia eólica. A idéia é que à medida que o recurso não-renovável vai se exaurindo, o seu custo aumenta até ficar maior que o custo da tecnologia de backstop.
62
Figura 4 - Componentes da renda mineral
$ Custo Marginal
P0 Preço
Renda de Hotelling custo de
uso
Renda inframarginal
Quantidade extraída
Fonte: Postali (2002)
O custo de uso divide a área acima do custo marginal em duas partes: a
renda de Hotelling e a renda inframarginal (excedente do produtor para um bem).
O ponto ótimo de produção dos recursos não-renováveis está à esquerda da
igualdade entre receita marginal e custo marginal.
2.3 Críticas ao Modelo de Hotelling:
Embora o modelo de Hotelling seja o referencial para estudos sobre
recursos naturais não-renováveis, este sofreu restrições quanto à comprovação
dos seus fundamentos em estudos empíricos, pela existência de fatores
(existência da concorrência imperfeita, descoberta de novas reservas, avanços
tecnológicos, ambiente de incertezas, entre outros) que, efetivamente,
minimizaram o impacto da disponibilidade finita dos recursos sobre os preços e a
trajetória de extração.
63
A despeito dos fatores acima, alguns comentários podem ser feitos no
sentido de verificar como podem influenciar nos preços e na trajetória de
extração:
a) Não se pode desconsiderar a existência no mercado da concorrência
imperfeita, principalmente quando se trata de recursos naturais exauríveis,
cujo monopólio, em geral, pertence ao governo, como o caso do petróleo e
gás natural, e, como tal, proporciona o poder de controlar a oferta52. Um
exemplo foi o aumento do petróleo entre 1973-1979, que ocorreu pelo
poder de mercado dos países exportadores e não pelo aumento do
consumo com expectativas de exaustão do recurso;
b) As descobertas de novos depósitos aumentam o tempo de exaustão do
recurso, geralmente levando a uma queda nos preços, pois os produtores
podem aumentar a sua produção atual. “A cada nova descoberta, há uma
queda nos preços, que, entre descobertas, sobem exponencialmente.”
(Margullis, 1990, p. 164);
c) Ambiente de incertezas proporcionam um futuro incerto. Essas
incertezas podem ser em relação aos rumos da política do país; em razão
dos riscos geológicos já que não há certezas quanto ao resultado da
exploração; e em relação ao comportamento da demanda futura.
d) Os avanços tecnológicos que podem proporcionar uma redução nos
custos tornam viáveis reservas que antes eram economicamente inviáveis
e também podem possibilitar a substituição dos recursos, como é o caso da
França, onde a energia nuclear aparece com substituto para outras fontes
de energia elétrica.
Solow (1974 apud Margullis, 1990) destaca esses fatores acima como
obstáculo ao conhecimento dos preços futuros, o que implicaria decisões
econômicas “míopes”. Definiu o modelo de Hotelling como uma condição
52 Não se está considerando a influência de outros fatores econômicos que determinam a conduta dos agentes no mercado.
64
necessária, mas não suficiente para se obter uma melhor utilização social dos
recursos naturais.
Krautkraemer (1998) relata que o fracasso do modelo de Hotelling em
explicar o comportamento dinâmico dos preços dos recursos exauríveis e seu
valor in situ levou a investigações que tinham, como objetivo, explicar as
implicações empíricas do modelo. Contudo, reconhece a dificuldade de prever, na
sua totalidade, os impactos causados por esses outros fatores.
Observou-se, na prática, que os preços dos recursos não-renováveis não
tiveram uma tendência de alta. Preços constantes ou em queda são
inconsistentes com o modelo básico de Hotelling com custo de extração zero (Id.).
Em seu artigo, Krautkraemer53 (Id.) demonstrou, através de gráficos, o
comportamento declinante dos preços de alguns recursos, depois dos anos 70,
como alumínio, carvão, ferro, chumbo, gás natural, níquel, petróleo, prata,
estanho e zinco.
Dasgupta (1993) cita o trabalho de Barnett e Morse (1963), em que
analisaram o comportamento do custo de extração e preço final dos recursos
exauríveis, concluindo que, com exceção da madeira, tanto os custos como preço
dos recursos exauríveis apresentaram um declínio na primeira parte do século,
concluindo que tais recursos não estão chegando à escassez.
Contudo estudos sobre o comportamento do preço dos recursos tendem a
variar quanto ao resultado. Em seu trabalho, Brown e Field (1979 apud Dasgupta,
1993) concluíram que os preços de um grupo de minerais não apresentaram uma
tendência de declínio durante a primeira parte do século, passando por
movimentos de queda e, posteriormente, de aumento nos preços, conforme pode
ser visto na tabela 5 abaixo:
Tabela 5 - Preço real de minerais selecionados usando o preço do bem como numerário – 1920 / 1950
Preço Real
Mineral 1920 1940 1950
53 Ver Krautkraemer (1998, p. 2080-2085).
65
Carvão 340 195 413
Cobre 170 125 129
Chumbo 292 211 298
Zinco 301 281 335
Ouro - 615 337
Petróleo bruto 547 205 278
Fonte: Brown e Field (1979 apud Dasgupta, 1993))
Trabalhos de Heal e Barrow (1980) e Terence Agbeyegbe (1989) citados
em Krautkraemer (1998) demonstraram que o comportamento do preço do
recurso estava mais relacionado com a mudança na taxa de juros do que com o
nível da taxa de juros.
Evidências empíricas também comprovaram que o comportamento do valor
do recurso in situ não é consistente com o comportamento esperado pela regra de
Hotelling, quando este aumentaria a uma taxa de juros. Krautkraemeer (1998)
aponta alguns estudos realizados para verificar as implicações de Hotelling
quanto ao comportamento do valor do recurso in situ, como os de Farrow (1985) e
Halvorsen e Tim Smith (1991). O último, inclusive, propôs que as certezas e
perfeições do modelo fossem relaxadas para uma adequada trajetória de extração
de recursos. E que o modelo não prevê a ocorrência de eventos inesperados,
como invenção de substitutos ou novas reservas que possam afetar a trajetória do
valor do recurso in situ.
A adoção de um taxa de desconto, pelo modelo de Hotelling, para garantir
uma extração ótima, garantindo, assim, a justiça intergeracional, é a principal
crítica de autores neoclássicos. A restrição é que a taxa de desconto atribui um
valor menor para o recurso no futuro do que para o valor presente. Quanto maior
a taxa de desconto, maior é a extração, o que não garante justiça para com as
gerações futuras.
66
Como o modelo de Hotelling se aplica mais ao uso privado dos recursos
naturais, a economia neoclássica reconhece que as taxas de desconto utilizadas
em situações privadas não são próprias para situações em que se pretende
justiça intergeracional. De acordo com Solow (1974 apud Margullis, 1990, p. 165)
“a distribuição da renda ou de bem-estar entre gerações depende da provisão que
cada geração faz para as que a sucederão. A escolha da taxa de desconto social
é, de fato, uma política de decisão sobre distribuição intergerações”. Entretanto,
os proprietários dos recursos adotam a taxa de desconto privada, pois esta é mais
elevada que a social, pelo fato de que há riscos que são considerados pelo
indivíduo e não pela sociedade.
Uma outra restrição é que o modelo de Hotelling não considera as
externalidades negativas provocadas tanto pelas atividades de extração como de
consumo dos recursos naturais. O custo ambiental é alto, principalmente no caso
do petróleo, que apresenta grandes riscos ao meio ambiente nas atividades de
extração, transporte e até o consumo de derivados. Portanto, os preços desses
recursos são subestimados, pois não levam em conta tais custos.
O que pode ser visto, enfim, é que há evidências empíricas de que o
modelo de Hotelling não explica, de forma adequada, o comportamento
observado do preço do recurso. Nesse sentido, foram incorporados, com o
decorrer do tempo, alguns desses fatores ao modelo de Hotelling, o que se
chama de modelo estilizado, melhorando seus resultados empíricos.
Apesar das restrições dispensadas ao modelo, a idéia central é a
existência de uma renda mineral, que, segundo Hotelling, é atualizada (pela taxa
de desconto), fazendo com que seu proprietário seja indiferente ao período de
extração. O que a regra de Hotelling propõe é uma trajetória de extração que
garanta uma melhor alocação intertemporal dos recursos. Portanto, o
comprometimento dos recursos naturais não-renováveis para a geração futura em
função da extração atual é o ponto de partida para a questão da justiça
intergeracional, pois se espera que essa renda gerada seja aplicada de forma a
oferecer à geração futura uma fonte de renda, quando da exaustão do recurso. É
o que propõe Hartwick (1977), conforme poderá ser visto na próxima seção.
67
2.4 Regra de Hartwick
O comprometimento dos recursos naturais não-renováveis para a geração
futura em função da extração atual é o ponto de partida para o debate sobre
justiça intergeracional. Para Hotelling, a forma de se garantir a justiça
intergeracional é o pressuposto básico de seu modelo, em que o recurso in the
ground é valorizado à taxa de juros do mercado.
Hartwick (Id.) recomendou que as rendas geradas por recursos não-
renováveis devem ser investidas em acumulação de bens de capital, humano54 ou
físico. Para tal utilizou a tecnologia de Cobb-Douglas (“the Cobb-Douglas
technology”), que não será aqui detalhada. A justificativa para o uso desse
instrumento é que este tem uma importante propriedade em que, cada fluxo,
principalmente o de minerais, é essencial para obter uma produção positiva.
Assim, a economia não pode exaurir seus recursos naturais e continuar a ter um
consumo e produção positiva.
A título de ilustração tome o caso brasileiro de exploração de petróleo e
gás natural, quando a propriedade é dada à União, que deve se beneficiar de uma
renda e, como poder público, deve representar toda a sociedade. Portanto, se
hoje, essas atividades geram uma renda, é de se esperar que os tributos e outros
benefícios arrecadados pela atividade petrolífera sejam aplicados em atividades
que proporcionem alguma renda no futuro, quando o petróleo e o gás natural
exaurirem, pois as gerações futuras não mais terão essa fonte de renda. Não se
deve prejudicar uma geração em função da outra.
A idéia é que a geração atual deixe, para a futura, capital reprodutível,
humano ou físico, o suficiente para que esta mantenha um padrão de vida
satisfatório. Sob tal suposição, Hartwick coloca que é possível manter um nível de
consumo per capita constante no decorrer do tempo e garantir a equidade entre
gerações. Para isso, a geração atual deve converter parte da renda gerada pela 54 Segundo Sandroni (2002), capital humano é o conjunto de investimentos destinados a formação educacional e profissional de determinada população. Designando também, aptidões e habilidades que permitem ao ser humano auferir uma renda.
68
extração de recursos não-renováveis em máquinas e trabalho. Segundo Postali
(2002) é a renda de Hotelling que deverá ser aplicada em capital reprodutível (ver
figura 4)
Para um país manter seu nível de consumo constante, o valor dos seus
investimentos em capital humano ou físico deverá ser, pelo menos, do mesmo
volume do valor das rendas geradas pela extração de recursos naturais.
Há países e estados que têm a economia baseada em atividades de
extração de recursos naturais e que seguem a recomendação de Hartwick. É o
caso do Alaska55, que criou um Fundo Permanente em que investe o recurso dos
royalties pela produção de petróleo e, parte do retorno desse investimento é
destinada para remunerar os cidadãos do Alaska.
O valor do recurso é o valor futuro descontado para o presente. Portanto,
se a renda gerada pela extração atual for investida em capital reprodutível ao
invés de ser consumida, vai estar preservando o montante total de capital.
A regra de Hartwick sugere a manutenção do capital total constante. O que
deve haver é a transferência de estoque de recursos não-renováveis (já definido
como bem de capital) em estoques de capital manufaturado e humano.
Krautkraemer (1998) observa que o grau de substitubilidade do capital
natural por capital físico leva uma distinção entre sustentabilidade fraca e forte; a
regra de Hartwick se refere à primeira, pois esta manterá intacta a capacidade
produtiva da economia. A exaustão dos recursos naturais poderá ocorrer, mas
acompanhada de investimentos em capital reprodutível.
Postali (2002, p. 21) resume o propósito da regra de Hartwick: “estabelece
que um país deve usar a renda de seus recursos para financiar a diversificação
da economia na direção de atividades mais dependentes de trabalho e capital
físico do que de recursos naturais”.
55 Será abordado no capítulo três.
69
2.5 Royalties: uma visão política
Quando se depara diante dos debates políticos ocorridos no período
anterior à Lei nº 7.453/85, que estendeu o pagamento dos royalties sobre a
produção off-shore a estados e municípios, percebe-se o entendimento quanto à
naturalização desse pagamento às esferas subnacionais e o quanto distantes
estavam da questão da promoção da justiça intergeracional.
Esse aspecto de naturalização do pagamento dos royalties às esferas
subnacionais é perceptível na fala do Senador José Sarney56, em 1971, no
Senado Federal, em defesa do projeto de Lei nº 05/71, cujo objetivo era beneficiar
os estados produtores de petróleo com os royalties:
Não sou contra o Fundo, não sou contra atacar os problemas que estão localizados na distribuição a que se destina êsse fundo, pesquisa mineral e alfabetização. Mas, acredito aí, ao contrário, é que São Paulo, o Estado do Rio de Janeiro, a Guanabara e todo Brasil ofereçam seus recursos para atender aos problemas de educação e de pesquisa mineral e deixem que os recursos decorrentes do petróleo sejam aplicados naquelas áreas em que devem ser aplicados, onde estão as jazidas. (Anais do Congresso Nacional, 1971, v. 5, p. 78)
Defendia o Senador a extensão dos royalties aos estados confrontantes
com as jazidas petrolíferas da plataforma continental:
(...) espero que examinem, em têrmos de justiça, em têrmos globais dos problemas nacionais a possibilidade de manter, na área do Nordeste, tais recursos já canalizados pela natureza, dentro da área do Nordeste (Id. p. 78-79).
O que não é possível, nem justificável, é que Estados que servem de suporte, de apoio, que têm suas estruturas modificadas pela presença de uma nova tecnologia que lá aporta e, por isso mesmo, modifica os níveis de vida, obrigando que as infra-estruturas estaduais sejam reforçadas, com ônus, altos para os seus parcos cofres, nada recebam a não ser o orgulho de dizer: ‘temos petróleo’. Não é lícito, portanto, que esses Estados, sem nada, ainda arquem com os ônus de suportar essas despesas, sem nenhuma retribuição àquilo que a natureza colocou no confronto de seus territórios.”Discurso do Senador José Sarney no Senado Federal. (Id. p. 79)
56 Senador pelo estado do Maranhão.
70
Em 1975, o Senador Augusto Franco defendeu a extensão dos royalties
incidentes sobre a produção off-shore aos estados:
Os recursos para a mineração, educação e cultura são prioritários, talvez intocáveis em determinadas condições e contexto. Porém, reexaminada a pureza da intencionalidade, o que se constata, na prática é, pelo menos que o Estado do Sergipe, o maior produtor de petróleo na plataforma continental, esteja financiando e subsidiando a mineração e a educação brasileira (Anais do Senado, 1975, v. 1, p. 665).
Em 1984, o Senador Nelson Carneiro também manifestou sua posição de
apoio à extensão dos royalties às esferas subnacionais, quando expôs sua
opinião sobre o veto presidencial ao projeto de lei que estendia a cobrança de
royalties57, alegando motivação política para tal veto:
(...)surpreendentemente, o Sr. Presidente, mal assessorado pelo Gal. Oziel de Almeida, não sei porque inimigo desses Estados e Municípios, acabou por vetar a proposição (Diário do Congresso Nacional, Seção II, v. 9, p. 2534).
As posições tomadas pelos senadores tinham como objetivo,
exclusivamente, o aumento de arrecadação de seus estados. Portanto, não se
consegue identificar elementos que indiquem, por parte dos legisladores, quando
da defesa da extensão dos royalties – referente a produção off shore – uma
defesa dos royalties como instrumento para a promoção da justiça intergeracional,
pois a justiça entre gerações não refere-se apenas a um estado ou determinados
municípios e sim, a uma nação.
Uma outra justificativa para a extensão dos royalties a estados e
municípios é entendê-los como um instrumento para compensar os impactos
ambientais. Um dos propósitos apontados por Schantz Jr. (1994, p. 36), para a
cobrança de royalties sobre as atividades de mineração, é a de compensação dos
impactos ambientais:
Another justification sometimes offered for a royalty is that it compensates for environmental impacts. While site-specific arrangements made for mining permits resolve the more acute conflicts, royalties address the residual impacts.
57 O projeto a que se refere foi aprovado pelo Congresso Nacional após cinco anos de tramitação (O Globo, 1984)
71
Todo processo produtivo da indústria petrolífera oferece impacto ambiental
importante. Riscos de acidentes, como os vazamentos de óleos, a emissão de
poluentes do ar, originada pelo consumo crescente de combustíveis, são alguns
exemplos.
Contudo, mesmo que os estados e municípios produtores de petróleo
possam estar sujeitos a riscos ambientais, não se encontra nos fundamentos
teóricos dos royalties, uma associação desse instrumento como compensação
aos riscos ambientais. O próprio Schantz Jr. (Id.) comenta que talvez os royalties
não sejam, teoricamente, a forma mais indicada para responder por custos
ambientais. Defende, inclusive, uma estrutura de taxas separadas para os
impactos ambientais.
Portanto, o conceito renda sempre esteve ligado a uma disponibilidade
finita do recurso – disponibilidade temporária ou não. No conceito clássico,
referia-se a oferta limitada da terra fértil. Posteriormente, passa a ser entendida
como renda econômica, uma referência a um retorno obtido além do custo
empregado. E, quando os recursos são não renováveis, em virtude do custo de
oportunidade, conceitua-se renda mineral, que teve como marco inicial, na teoria
econômica, o modelo de Hotelling.
Embora o modelo de Hotelling seja melhor aplicado quando se trata de
propriedade particular do recurso não renovável58, a implicação do modelo de
Hotelling no presente estudo tem como objetivo fundamentar uma trajetória de
extração do petróleo e do gás natural que garanta uma melhor alocação temporal
dos recursos. E que, juntamente com a proposta de Hartwick, de royalties como
instrumento de justiça intergeracional, ofereçam uma base teórica para uma
investigação sobre a finalidade dos royalties e onde devam ser aplicados de
forma que se garanta a transferência de estoque dos recursos não renováveis em
estoques de capital manufaturado e humano.
58 O pressuposto básico de Hotelling é que o recurso não renovável in the ground é valorizado a mesma taxa de juros de outros bens pertencentes à mesma classe de risco, funcionando como inibidor a uma exploração mais intensa por parte do proprietário.
72
Sendo os royalties um instrumento de promoção da justiça intergeracional
não parece natural o recebimento destes pelos municípios, quando a União é
proprietária do petróleo e gás existentes. Por que beneficiar um conjunto de
municípios, enquanto o que se quer garantir é o bem estar da geração de um
país?
3 Royalties no Contexto Internacional
No capítulo anterior foi visto que as atividades de extração de recursos
naturais não-renováveis geram uma renda que deve ser revertida em benefícios
para a sociedade. A justificativa para essa formulação é que a natureza desses
recursos está ligada, basicamente, à esgotabilidade e se trata, na maioria das
73
vezes, de um bem público, o que exige um sistema fiscal elaborado e regulador
de todas as atividades pertinentes.
Esse sistema fiscal envolve tributos (federais, estaduais e municipais),
contribuições, taxas, royalties e bônus de assinatura. A elaboração desses
instrumentos fiscais envolve interesses conflitantes: de um lado, os investidores
em busca da maximização de seus lucros, do outro, o proprietário do recurso (em
geral, o estado), que garante uma fonte de renda em potencial. Portanto, é
necessário que o sistema fiscal busque um equilíbrio entre esses dois lados. Para
Kumar (1991 apud Andrews-Speed, 2000) o objetivo comum, tanto do governo
como das companhias de mineração, é maximizar o valor presente das rendas
geradas pelas atividades de mineração.
O objetivo desse capítulo é apresentar um panorama geral sobre os
sistemas fiscais referentes às atividades petrolíferas no cenário mundial,
abordando mais precisamente os royalties. Antecipando a conclusão, verifica-se
uma tendência de isenção do pagamento dos royalties nos países desenvolvidos.
Posteriormente, abordam-se as características do sistema fiscal americano, as
mais relevantes ao estudo aqui pretendido e ilustra o estado americano do Alaska
como exemplo, não por ser este ideal, mas por apresentar elementos que indicam
o uso dos royalties, de forma sustentada, para um período pós-esgotamento do
petróleo.
3.1 Os sistemas fiscais existentes na indústria petrolífera
Os sistemas fiscais referentes às atividades petrolíferas podem ser vários
para um mesmo país, como é o caso do Brasil, já visto no capítulo um, com três
tipos de regimes fiscais: o da produção em terra, na plataforma continental e em
águas profundas. Também, como exemplo, a província canadense de Alberta,
que possui dez pacotes fiscais diferentes para as atividades de produção de
petróleo.
74
De acordo com Meurs (1997), em seu estudo “World Fiscal Systems for Oil
1997”, há 324 sistemas fiscais envolvendo atividades petrolíferas, em 159 países,
considerando territórios, províncias e estados59.
Barbosa e Bastos (2001, p. 52) afirmaram que:
Na última década o cenário mundial da indústria do petróleo experimentou uma profunda mudança em decorrência da progressiva eliminação das fronteiras nacionais para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, notadamente no Leste Europeu e América Latina.
Em outras palavras, a decisão do investidor não se limita às fronteiras dos
países e o diferencial que se cria, entre os países, é o sistema fiscal adotado,
como elemento atrativo ao investimento.
Ele ressalta dois aspectos das atividades petrolíferas no contexto
internacional: a) a regressividade existente nos sistemas fiscais, em geral para
campos pequenos, ou seja, a parcela do governo (ou Government Take) é mais
alta, em termos percentuais60, para campos pequenos e marginais61; e b) a
tendência declinante em todo mundo da fatia governamental, em virtude da
redução da demanda por acres, ocasionado por uma queda no preço do óleo,
uma redução do fluxo de caixa das indústrias e, também, por modificações
ocorridas nas legislações internacionais.
Do ponto de vista de Schiozer (2002, p. 4) “... o regime mundial é
regressivo com relação ao volume de reservas recuperáveis, isto é, a maioria dos
regimes fiscais no mundo torna não-econômicos pequenos campos que poderiam
ser lucrativos se submetidos a uma carga fiscal menor.”
A legislação petrolífera, no cenário internacional, apresenta duas
classificações básicas de autorização legal para o seu exercício, conforme figura
5: sistemas contratuais e sistemas de concessão. Há experiências com sucesso
em ambos. O ponto importante é a definição de cláusulas que garantam um
59 Em seu estudo Van Meurs criou cinco grupos, tendo como critério o sistema fiscal do país como elemento atrativo para investimento. A sua classificação vai do “Five Star” ( que é o melhor sistema para investidores) até o “One Star”. O Brasil na sua classificação encontra-se no grupo Five Star. 60 Por exemplo, se a média do government take para campo de 10 Milhões de Barris (MMbbl) é 68%, para campo de 100MMbbl é de 64%. 61 Campo marginal aqui entendido como aquele próximo ao limite da viabilidade econômica.
75
equilíbrio entre a participação do governo, através de impostos e contribuições, e
apresentar-se como uma opção competitiva aos investidores.
Figura 5 – Classificação dos sistemas fiscais para o setor de petróleo
Fonte: Johnston, Daniel (1994 apud Barbosa e Bastos, 2001)
A diferença básica entre esses dois sistemas é quanto à propriedade dos
recursos naturais. No sistema contratual, o estado mantém a titularidade pela
propriedade dos recursos, enquanto no sistema de concessões é permitida a
transferência de titularidade do petróleo e gás produzido do proprietário (em geral,
o estado) para quem obteve a licença de exploração e produção. Vale ressaltar
que, na concessão, a propriedade das jazidas não será transferida,
permanecendo como propriedade do estado. Há situações de exceção, como
acontece nos Estados Unidos, onde há um grande número de propriedades
particulares, cujo dono do solo é também dono do subsolo.
Regimes Fiscais do Petróleo
Sistemas Contratuais Sistemas de Concessão
Contrato Partilha Produção
Contrato de Serviço
Contrato de Serviço Puro
Contrato de Serviço c/ Risco
76
Nos sistemas de concessão, especificamente no caso do petróleo, a
propriedade transferida ao concessionário ocorre na “boca do poço”. E, em
contrapartida, o concessionário paga royalties, taxas e outros estipulados por lei.
Esse é um dos pontos de crítica aos royalties cobrados tradicionalmente, pois não
permitem a dedução dos custos de exploração.
Os sistemas contratuais são divididos em contratos de serviços e contratos
de partilha de produção. A seguir, são apresentados seus aspectos mais
relevantes:
a) Contrato de serviço com cláusula de risco: a empresa responsável pela
exploração do petróleo fica com todos os riscos do empreendimento, ou seja, se
não houver qualquer descoberta de petróleo ou gás, não haverá nenhuma
compensação pelo capital investido. No caso de descobertas, e sendo
implementada a fase de produção, a empresa será compensada através de um
pagamento pelos investimentos realizados mais uma remuneração, que pode ser
parte do petróleo e gás produzidos62;
b) Contrato de serviço puro (sem risco): não há riscos exploratórios pelo
fato da contratada prestar serviços de operação e de desenvolvimento em
campos de petróleo já descobertos. O investimento da empresa é reembolsado,
podendo haver o pagamento de um bônus relacionado à produção excedente;
c) Contratos de Partilha de Produção63: o país ofertante e a empresa de
petróleo repartem a produção, de acordo com as condições estipuladas. A
empresa é responsável pelo financiamento da exploração, o desenvolvimento e
outras atividades, recuperando seus investimentos através de uma parte da
produção. Não há a transferência dos direitos minerais para empresa, a produção
pertence ao proprietário. Portanto, não há como cobrar royalties, já que a
produção não é da empresa de petróleo.
62 O Contrato de Serviço com Risco foi adotado no Brasil de 1975 a 1988, quando a Constituição Federal vetou sua utilização. 63 Este tipo de contrato tem sido adotado em diversas partes do mundo, principalmente em países em desenvolvimento.
77
Barbosa e Bastos (2001) fizeram um estudo comparativo entre o sistema
fiscal brasileiro com os de outros países64, enfocando a produção de petróleo em
águas profundas e concluíram que:
De acordo com muitos pontos de vista, pode-se dizer que, nas regiões de fronteiras/águas profundas, o Brasil possui um regime mais severo que o Reino Unido, os Estados Unidos (Golfo do México) e o Congo e menos severo que a Noruega, Angola e o Egito (Id. p. 99).
Do exposto, conclui-se terem os resultados mostrados que, para os tamanhos de campos estudados, a bacia de Campos é atrativa para os cenários com maior probabilidade de ocorrer e que o regime fiscal brasileiro vigente se encontra competitivo no âmbito mundial (Id. p. 100).
3.2 A tendência dos royalties no cenário internacional
Uma discussão mais ampla a respeito dos royalties cobrados de forma
convencional tem se tornado crescente no ambiente internacional. Um dos pontos
de discussão, como já citado, é que eles não são economicamente eficientes, por
ser calculado sobre a receita bruta. Os estudiosos do assunto se dividem em dois
grupos: os defensores e os críticos. Os críticos desse sistema argumentam que a
cobrança deva ser calculada sobre os retornos econômicos.
Andrews-Speed e Rogers (1999) enfatizam a necessidade de uma
flexibilização dos royalties convencionais, justificando que a perda ocorrida com a
possível queda na arrecadação governamental é compensada pela possibilidade
de exploração de poços marginais, que não são viáveis economicamente, sem
algum incentivo.
Por outro lado, os defensores de um sistema fiscal mais brando como
Rutledge e Wright (1998 apud Schiozer, 2002), defendem que o setor petrolífero é
diferenciado de outros da economia por ser altamente lucrativo. Tendo o mesmo
tratamento, como qualquer outro setor, não haverá o ressarcimento à sociedade
64 O Estudo englobou os seguintes países: Angola, Congo, Guiné Equatorial, Nigéria, Egito, Estados Unidos, Noruega e Reino Unido.
78
dos recursos extraídos do subsolo, não captando renda de um dos setores mais
lucrativos da economia.
Uma posição intermediária é apresentada por Kemp (1996) que argumenta
a necessidade da aplicação dos royalties sobre a produção na “boca do poço” nos
primeiros anos de exploração, em virtude dos altos custos no período inicial de
desenvolvimento da produção, como uma forma de garantir ao país, detentor da
reserva, uma participação sobre a produção do petróleo e gás natural. Sendo que
esses royalties convencionais seriam gradualmente substituídos por um sistema
que garantisse rendas tanto ao investidor como ao governo65.
Alguns países, dentro desse contexto, já realizaram mudanças em seu
sistema de taxação, tornando-os mais flexíveis.
A despeito das mudanças ocorridas no sistema fiscal, Andrews-Speed e
Rogers66 (1999) afirmam que, nos últimos 15 anos, o setor de mineração realizou
reformas em mais de 90 estados. Essas reformas incluem novas legislações e
códigos de mineração, revisão de termos fiscais, entre outros. Também Otto
(1998) concluiu que alguns países introduziram mudanças em suas políticas de
mineração e, como efeito, houve redução de barreiras à entrada e diminuição de
riscos nos investimentos.
Os sistemas de taxação do setor petrolífero, de forma geral, têm evoluído
nos últimos anos, principalmente na questão dos royalties. Vários foram os países
que adequaram os seus sistemas, buscando novos investimentos, sem causar
distorções.
Segundo Meurs (1997), um exemplo é a América do Norte, que tinha um
regime fiscal não competitivo e passou a incrementar mudanças, buscando
termos mais atrativos, como o programa de alívio de royalties (ou royalty relief)
para campos maduros e marginais, o que será abordado na terceira seção.
65 Kemp(1996) cita o sistema adotado pelo governo de Papua Nova Guiné: transformou os primeiros royalties em créditos contra futuras taxações sobre lucros, ou seja, seria uma antecipação dos impostos. 66 Andrews-Speed e Rogers (1999, p. 221) argumentam que: “During the 1970s and 1980s the efforts of academics and advisors in the field of mineral taxation were directed at finding effective ways to split the economic rent accruing from mining projects between the investor and the host state in such a way that the interests of both were satisfied”.
79
A Noruega implementou mudanças no sistema de taxas. De acordo com o
Ministry of Petroleum and Energy da Noruega67, já foram implementadas
mudanças no seu sistema (ou Petroleum Tax System) desde o seu início, em
1965. Atualmente, o sistema não está mais baseado nos royalties e há previsão
de que, no prazo de poucos anos, eles sejam abolidos. Para aqueles campos68
que ainda pagam royalties, a taxa varia de 8 a 16% sobre a produção.
Em 1993, o Reino Unido também implementou mudanças em seu regime
fiscal, isentando empresas de petróleo do pagamento dos royalties para campos
desenvolvidos pós 1993, o que resultou no crescimento da produção e na
redução do government take, como pode ser analisado na tabela 6.
Tabela 6 – Produção e arrecadação no Reino Unido, no período 1992-1996 Valores Históricos em US$
Ano Produção de óleo e
gás (MBOE69)
Preço (Brent Dated – US$/bbl)
Total Arrecadado
Tax-Take (% da renda líquida)
1992 1033 19,37 1339 36,10 1993 1134 17,07 1266 26,10 1994 1355 15,98 1683 27,10 1995 1416 17,18 2422 34,00 1996 1498 20,64 3600 35,00
Fonte: Rutledge e Wright (1998 apud Schiozer, 2002)
Deve-se ressaltar ainda: a) a Austrália aboliu os royalties sobre a produção
em campos offshore existentes, substituindo por formas de taxação sobre os
retornos econômicos; b) a China adotou a escala progressiva de taxação para
atividades offshore, isentando a cobrança de royalties sobre uma faixa
significativa da produção e c) a ex-União Soviética que vem substituindo os
contratos de concessão por acordos de partilha da produção.
Dada à diversidade de sistemas fiscais existentes nas atividades
petrolíferas, foram selecionados os Estados Unidos e, particularmente, o Estado
do Alaska, para ilustrar alguns pontos relevantes quanto à cobrança, distribuição
e uso dos royalties. 67 Mensagem recebida por [email protected] em 29 nov. 2002. 68 Hoje apenas quatro campos noruegueses pagam royalties (Ula, Valhall, Oseberg e Gullfaks). 69 Milhões Barris de Óleo (Petróleo) Equivalente (MBOE).
80
3.3 Royalties no regime fiscal americano
Os EUA são o terceiro maior produtor de petróleo no mundo, com 33
estados americanos produtores. Os cincos maiores são: Texas, Louisiana,
Alaska, Oklahoma e Califórnia. Aproximadamente 25% (vinte e cinco por cento)
do petróleo e gás americanos produzidos vêm das atividades offshore, cujo
proprietário é o governo. As atividades onshore sobre terras do governo são
responsáveis por 5% (cinco por cento) da produção de petróleo e 10% (dez por
cento) da de gás. Portanto, a maior parte da produção de petróleo e gás ocorre
em propriedades privadas.
As atividades de exploração e produção de petróleo e gás americanos são
todas executadas por companhias privadas. Nas áreas offshore70 são realizadas
licitações previamente definidas por lei. Nas áreas onshore, os direitos de
propriedades são sobre o solo e subsolo, e deverá ser feito um contrato de
servidão para que outra pessoa71 possa explorar e produzir óleo e gás sobre
essas terras. A participação do governo se dá nas funções de planejamento,
coordenação e fiscalização das atividades ligadas ao setor de petróleo e gás.
Em ambos os casos, há uma cessão de direitos sobre os minerais, tendo,
como contrapartida, o pagamento de royalties sobre o valor da produção de óleo
e gás, considerando os preços internacionais de petróleo e a qualidade do óleo.
Pode-se deduzir alguns custos (transportation and processing allowances), sendo
os royalties recolhidos ao U.S. Department of the Interior’s Minerals Management
Service (MMS).
Até 1995 (através do Deepwater royalty relief Act)72, as alíquotas dos
royalties eram: a) 20% (vinte por cento) para campos onshore; b) 16,67%
(dezesseis e sessenta e sete por cento) para campos offshore (águas rasas) e c)
12,5% (doze e meio por cento) para campos offshore (águas profundas).
Posteriormente a essa lei, foi implementado o royalty relief para campos em
70 As atividades offshore ocorrem no Golfo do México, Alaska e Pacífico. 71 Mineral owners é o nome dado àqueles que exploram e produzem recursos do subsolo.. 72 Todas as informações sobre os royalties americanos foram coletadas pelo site: www.api.org/issuesandadvocacy.
81
águas profundas e, depois, para campos maduros, objetivando a viabilidade
econômica desses campos, conforme estabelecido no quadro 2.
Quadro 2 - Isenção dos Royalties nos EUA
Profundidade (lâmina d'água) Volume isento dos royalties
De 200 a 400m 17,5 milhões de BOE
De 400 a 800m 52,5 milhões de BOE
Acima de 800m 87,5 milhões de BOE
Fonte: MMS
Atualmente as alíquotas básicas dos royalties sobre a produção de petróleo
e gás produzidos em terra são de 12,5% (doze e meio por cento) - determinado
pelo Minerals Lands Leasing Act, e 16,67% (dezesseis e sessenta e sete por
cento) para produção na plataforma continental - determinado pelo Outer
Continental Shelf Lands Act. Há outros casos em que não são cobrados royalties,
como, por exemplo, quando os custos de operação são elevados e a vida útil do
poço está bem reduzida. Nesses casos a não cobrança dos royalties é
determinada pela Secretary of the Department of the Interior.
As alíquotas acima são básicas e definidas pelo MMS, já que a alíquota
pode variar para cada estado da federação.
O governo pode optar em receber os royalties da produção sobre áreas
federais em dólares ou em espécie (em barris de petróleo ou metro cúbico de
gás)73. Atualmente, os royalties em espécie recebidos pelo governo são em torno
de, aproximadamente, 40% dos royalties devidos.
Nos EUA, as receitas de royalties são uma importante fonte de recursos
para o governo. Em 2000, o governo americano, através do MMS, recebeu US$ 5
bilhões em royalties sobre a produção de petróleo e gás. Desse montante, US$ 4
bilhões referem-se à produção na plataforma continental, sendo o gás
73 Essa opção é feita pelo MMS.
82
responsável por 60% desse montante. Da produção em terras do governo, os
restantes US$ 1 bilhão, 70% vêm da produção de gás74.
Os critérios de distribuição dos royalties diferem quanto à produção
onshore e offshore. No caso de produção onshore, segue a seguinte distribuição:
50% (cinqüenta por cento) ao estado da federação onde está o campo; 40%
(quarenta por cento) para um fundo do Tesouro (Reclamation Fund of the U.S.
Treasury), que destina os recursos para projetos de aproveitamento e
recuperação de recursos hídricos em 17 estados; e 10% (dez por cento) são
recursos não vinculados do Tesouro (Treasury’s General Fund).
Para produção offshore a distribuição é a seguinte: 27% (vinte e sete por
cento) para estados costeiros do que é produzido nos campos localizados nos
perímetros, segundo a legislação (de 3 a 6 milhas de distância da costa); e o
restante vai para o Tesouro americano com destino ao Land and Water
Conservation Fund, que repassa para estados e agências federais para aquisição
e desenvolvimento de terras públicas, mantendo a zona verde e ao Historic
Preservation Fund para preservação do patrimônio histórico.
Apesar do uso dos royalties variar de estado para estado, grande parte
deste recurso, como pode ser visto segundo sua distribuição, está vinculado à
preservação e ampliação do patrimônio histórico, dos recursos hídricos e do meio
ambiente, e usados também na educação.
3.3.1 O Estado do Alaska75
O Alaska tornou-se, oficialmente, estado americano, em 1959. Pelo Censo
2000, a população é de 626.932, com 586.412 kilômetros quadrados de terra. A
divisão do governo local é de duas formas: as cidades e os municípios. Quanto
aos municípios, há duas classes: primeira e segunda classe que, atualmente,
representam 1/3 do estado. As cidades são pequenas unidades, servindo a uma
74 O governo americano também recebeu em torno de US$ 1 bilhão de bônus de licitação e pagamento de aluguel, totalizando um valor de US$6,0 bilhões de receitas federais originadas da produção de petróleo e gás. Há, também, as terras indígenas que produzem uma receita em torno de US$200 milhões para as tribos indígenas. 75 Os dados disponibilizados sobre o Estado do Alaska no presente estudo podem ser acessados por: www.dog.dnr.state.ak.us (Departamento de Recursos Naturais da Divisão de Óleo e Gás do Estado do Alaska) e www.dced.state.ak.us (Departamento de Desenvolvimento Econômico e Comunitário).
83
comunidade. As cidades também são classificadas em duas classes: a primeira,
que são as áreas urbanas e a segunda, que são lugares, geralmente, com menos
de 400 pessoas.
A economia do Alaska é fortemente influenciada pela indústria de óleo e
gás. Segundo “Alaska gas and NGL Economic Analysis of Value and Royalty”76
(2002), a produção de óleo e gás nas terras do Estado é responsável por 80%
(oitenta por cento) do orçamento do Estado77. Os instrumentos fiscais disponíveis
ao Estado do Alaska para capturar a renda gerada por este setor são: license
fees, rentals, production taxes, income taxes, Oil & Gás Property Taxes e
royalties.
Os royalties correspondem a uma retenção pelo Estado de 12,5%78 (doze e
meio por cento) sobre a produção de óleo e gás, deduzidos os custos de
desenvolvimento e operação. Podem ser pagos em espécie ou em dinheiro79,
sendo que a escolha recai sobre a que melhor atender aos interesses do Estado e
que maximize os benefícios da sociedade. O pagamento é realizado até o último
dia do mês seguinte ao mês da produção.
Segundo artigo 8º, Seção 2, da Constituição do Estado do Alaska80, todo
recurso natural pertence ao estado e deve ser utilizado para proporcionar o
máximo de benefícios ao seu povo. Todas as rendas geradas por esses
instrumentos fiscais são destinadas à assistência municipal, fundo para educação,
orçamento do governo em custeio e capital e ao Fundo Permanente do Alaska,
que será abordado na próxima seção.
Anualmente a indústria de óleo e gás gasta diretamente no Estado US$2,1
bilhões, injetando na economia o montante de US$422 milhões em folha de
pagamento do setor e US$1,7 bilhões em produtos e serviços, gerando 33.600
empregos. Os impactos indiretos, resultantes dos gastos do governo financiados
76 Elaborado pelo Alaska Department of Natural Resources (DNR). 77 O Alaska Department of Natural Resources , através da Division of Oil and Gás, é o órgão encarregado de administrar estes recursos. 78 De acordo com o The Alaska Administrative Code, Sec. 38.05.177 e Sec. 38.05.180. 79 Para maiores detalhes ver “Alaska Gas and NGL Economic Analysis of Value and Royalty” (2002, p. 30-33). Disponível em: www.articgas pipeline.com, sobre as vantagens e desvantagens das duas formas de pagamento dos royalties. 80 Que trata dos recursos naturais.
84
pelas rendas geradas, são significantes. Em 1999, US$1,5 bilhão foi gasto pelo
estado em projetos, apoio às operações básicas do governo (inclusive com a
folha de pagamento do Estado), entre outros. Como exemplo desses impactos
indiretos, o “income multiplier” é calculado em 1,35, ou seja, para cada dólar
recebido diretamente pelo cidadão do Alaska a partir do gasto do governo, um
adicional de 35 centavos é reinvestido na economia.
Enfim, os efeitos diretos e indiretos, positivos e negativos das atividades do
setor de óleo e gás funcionam como impulsionadores na gestão dos recursos que
garantam o bem-estar da sociedade.
3.3.1.1 Fundo Permanente do Alaska81
Em 1969, o Estado do Alaska realizou o primeiro leilão, com 164 áreas em
Prudhoe Bay82, que lhe garantiu US$ 900 milhões, o que era um volume
significante, visto que o orçamento do Estado para 1968 era de US$ 112 milhões.
Esse montante foi destinado a prover as necessidades básicas dos
cidadãos, como água, infra-estrutura, educação e saúde. Na década de 70, com o
aumento da produção de óleo, os cidadãos do Alaska estavam convencidos de
que era preciso que parte dessa riqueza deveria ser resguardada para quando da
exaustão do petróleo. Em 1976, foi aprovada uma emenda constitucional criando
o Fundo Permanente do Alaska, para o qual, pelo menos 25% (vinte e cinco por
cento) de toda renda mineral, inclusive royalties, seriam destinados83.
O objetivo era estimular o crescimento da economia do Alaska sem utilizar
os recursos do Fundo. Para tanto, o Fundo Permanente foi constituído em duas
partes: o principal (recurso que seria permanentemente investido, não podendo
81 Permanent Fund. 82 A descoberta desse campo foi uma nova e significante fonte de oferta de óleo para os EUA. A descoberta inicialmente, era estimada em 9,6 bilhões de barris de óleo, aproximadamente o dobro do tamanho do maior campo já encontrado anteriormente na América do Norte. 83 Artigo 9º - Section 15 - Alaska Constitution - Finance and Taxation - ALASKA PERMANENT FUND. “At least twenty-five per cent of all mineral lease rentals, royalties, royalty sale proceeds, federal mineral revenue sharing payments and bonuses received by the State shall be placed in a permanent fund, the principal of which shall be used only for those income-producing investments specifically designated by law as eligible for permanent fund investments”.
85
ser gasto) e os rendimentos do fundo, que seriam gastos a cada ano para
financiar o governo. Interessa ressaltar o caráter permanente do fundo, onde uma
parte é sempre reinvestida.
Em 1980, foi criado o Programa de Dividendo do Fundo Permanente
(PFD), cujo objetivo era distribuir parte dos rendimentos do Fundo Permanente a
cada ano para os cidadãos qualificados do Alaska. Essa qualificação independe
da situação sócio-econômica de cada um. Do período de 1982 a 1998, cada
cidadão qualificado recebeu US$ 14.777,55, injetando em torno de US$ 7.7
bilhões na economia. Em 2001, foram distribuídos US$1,09 bilhões para
aproximadamente 590.423 cidadãos qualificados.
A tabela 7 mostra as rendas geradas pela indústria de óleo e gás, no
período de novembro de 2002 a fevereiro de 2003, e sua distribuição nas três
principais contas.
Tabela 7 – Rendas originadas das atividades de E&P de óleo e gás no Alaska – novembro de 2002 a fevereiro de 2003
Tipos de Rendas Valor em US$ %
Total 427.720.441 100,00
Rents & Bonus Bids 5.812.882 1,40
Net Profit Share Leases 20.673.588 4,80
Royalty 393.516.956 92,00
Federally Shared Royalty 3.617.383 0,84
Interest 4.099.632 0,96 Fonte: Division of Oil and Gas – State of Alaska.
A análise da tabela 7 demonstra a participação (92%) dos royalties sobre
todas as rendas geradas pelas atividades petrolíferas. Pode-se concluir que a
disponibilidade de recursos pelo Estado do Alaska é fortemente centrada nos
royalties, já que 80% (oitenta por cento) do orçamento do Estado são financiados
pelas rendas petrolíferas.
86
Quanto à tabela 8 abaixo, conclui-se que o Estado do Alaska, ao destinar
31,5% para o Fundo Permanente, demonstra uma gestão desses recursos
voltada, em grande parte, à manutenção do bem estar da futura geração.
Tabela 8 – Distribuição das rendas geradas pelas atividades Petrolíferas no Alaska – novembro de 2002 a fevereiro de 2003
Beneficiários Valor em US$ %
Total 427.720.441 100,0
General Fund 289.510.560 68,0
School Fund 2.138.601 0,5
Permanent Fund 136.071.280 31,5 Fonte: Division of Oil and Gas – State of Alaska.
Pode-se concluir, nesse capítulo, que países detentores de reservas estão
ajustando seu sistema fiscal para se tornarem mais competitivo. Dentro desse
contexto, a extinção, parcial ou total, dos pagamentos dos royalties começa a se
delinear como uma opção articulada, não para capturar rendas extraordinárias,
mas para atrair investimentos e tecnologias.
Portanto, o Brasil, que recentemente iniciou sua experiência de abertura
das reservas ao capital estrangeiro, poderá, mais adiante, ter que se ajustar frente
à competição dos países detentores de reservas84. Por conseguinte, o quadro que
se apresenta parece indicar a possibilidade de perda ou redução dos royalties,
não pelo esgotamento do recurso, mas pelos ajustes que poderão se fazer
necessários.
Por fim, quando se aborda o estado do Alaska conclui-se que, baseada nas
informações aqui apresentadas, parece haver um projeto mais amplo integrado a
uma política econômica e social do estado de utilização das rendas
extraordinárias oriundas das atividades petrolíferas.
84 Na década de 90, a América Latina, Peru e Colômbia, embora detentoras de grandes reservas, passaram por refluxo do capital estrangeiro em virtude da carga tributária excessiva, observa Dutra e Cecchi (1998, p. 69).
87
4 Os Impactos dos Royalties nas Áreas Sociais dos Municípios
da Região de Petróleo Fluminense
88
As análises apresentadas nos capítulos anteriores destacam que um dos
papéis economicamente justificáveis para a ocorrência dos royalties é dar
garantias às gerações futuras de obtenção de renda equivalente. Uma das formas
de fazer isso é através do aumento da capacidade produtiva da sociedade ou
comunidade local. Isso pode ser traduzido como melhoria de condições em
indicadores ligados a essa capacidade produtiva, em especial, indicadores de
educação e saúde.
Hartwick (1977), como já mencionado, defende o uso de parte dos royalties
em capital físico e humano, como uma alternativa para o uso sustentável dos
royalties. Compartilhando com essa idéia, Silva (1997) sugere que os royalties
sejam usados para dinamizar a área econômica, humana e social. Na área
econômica, gerando oportunidades de ocupação e renda para a população
presente e possibilidades para a geração futura. Nas duas outras, os recursos
deveriam atender aos setores de educação e saúde, que são “ingredientes-chave
para elevação do nível de desenvolvimento humano e fortalecimento social” (Id. p.
1265).
É indiscutível a oportunidade única dos beneficiados pelos royalties de
petróleo e gás natural, principalmente os municípios, que tiveram seus
orçamentos reforçados, sobretudo após a Lei do Petróleo, colocando-os numa
posição economicamente privilegiada. Deve-se considerar que, antes disso, a
participação destas esferas subnacionais nos investimentos na área social fora
ampliada com a descentralização fiscal ocorrida com a Constituição de 1988,
motivada pelo entendimento de que poder público municipal é mais sensível em
detectar as necessidades emergentes da sociedade local, pelo fato de estarem
mais próximas da população a ser beneficiada, possibilitando um melhor
desempenho e aplicação do dinheiro público85.
85 Avaliando a descentralização fiscal, Garson e Araújo (2001, p. 1) comentam o efeito da municipalização (pós Constituição de 88) nas áreas de saúde e educação “salvo distorções estatísticas, sugere que a municipalização do ensino e da saúde provocaram melhoria da racionalização e eficiência do gasto público”.
89
A investigação pretendida nesse capítulo é identificar os efeitos dos
royalties sobre os gastos municipais e indicadores sociais relativos à saúde e à
educação.
Admite-se que o aumento da arrecadação municipal decorrente dos
royalties produz efeitos positivos nesses indicadores sociais. O que interessa, no
presente trabalho, é verificar se há ou não alteração nesses indicadores ao longo
do tempo. Como os indicadores são eles próprios razões, o objetivo é verificar se
há alteração na taxa de variação dessa razão que possa ser atribuída à
ocorrência dos royalties. Para tanto, esta investigação será realizada por meio de
um modelo econométrico, com uso do método dos mínimos quadrados.
Este capítulo apresentará a amostra a ser utilizada no modelo, abordará a
importância dos royalties nas receitas municipais, as áreas sociais enfocadas e o
estudo econométrico propriamente dito.
4.1 Apresentação da amostra
A amostra é composta por todos os municípios do estado do Rio de Janeiro
que receberam royalties no período de 1996 a 2001.
A escolha do estado do Rio de Janeiro deve-se ao fato de ser ele
responsável por 80% (oitenta por cento) e 43% (quarenta e três por cento) da
produção nacional de petróleo e gás natural (ANP, 2000), respectivamente, o que
indica uma maior participação do estado e seus municípios na distribuição dos
royalties entre os beneficiários.
O estado do Rio de Janeiro tem 92 municípios, dos quais 59 fazem parte
da amostra. Foram excluídos desta amostra os municípios Itaboraí, Parati, Nova
Iguaçu e Barra do Piraí, pois os dois primeiros tiveram direitos aos royalties
somente a partir de 2002; os dois últimos foram beneficiados apenas por três
anos86, cessando posteriormente o pagamento dos royalties. O município de Rio
86 Barra do Piraí recebeu royalties no período de 1995 a 1997 e Nova Iguaçu em 1993, 1994 e 1995.
90
Bonito foi excluído da amostra pela falta de dados em relação a algumas variáveis
utilizadas no modelo.
O quadro 3 apresenta os municípios que compõem o presente estudo e o
critério estabelecido em lei para a concessão do pagamento dos royalties. As
iniciais apresentadas no quadro referem-se a: Zona de Produção Principal (ZPP);
Zona Secundária (ZS); Zona Limítrofe à de produção principal (ZL) e municípios
com instalações de embarque e desembarque de petróleo e gás natural e aqueles
situados no entorno da instalação (IED)87.
87 Para um melhor entendimento destes critérios, ver capítulo 1.
91
Quadro 3 – Classificação dos municípios da Região de Petróleo Fluminense segundo critérios de concessão dos royalties
Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados da ANP. Nota: ZPP = Zona de Produção Principal / ZS = Zona Secundária / ZL = Zona Limítrofe / IED = Municípios com instalações de embarque e desembarque a os situados no entorno da instalação.
88 Macaé é o único município fluminense com instalações industriais para processamento, tratamento, armazenamento e escoamento de petróleo e gás natural, tendo direito a, no mínimo, um terço da parcela destinada aos municípios produtores.
Municípios
Critérios de Concessão
Municípios
Critérios de Concessão
Angra dos Reis I.E.D.
Aperibé Z.L.
Araruama Z.L.
Armação de Búzios Z.P.P.
Arraial do Cabo Z.L.
Barra Mansa I.E.D.
Bom Jardim Z.L.
Bom Jesus do Itabapoana Z .L.
Cabo Frio Z.P.P.
Cachoeiras de Macacu Z.S.
Cambuci Z.L.
Campos dos Goytacazes Z.P.P.
Cantagalo Z.L.
Carapebus Z.P.P.
Cardoso Moreira Z.L.
Carmo Z.L.
Casimiro de Abreu Z.P.P.
Conceição de Macabu Z.L.
Cordeiro Z.L.
Duas Barras Z.L.
Duque de Caxias I.E.D./Z.S.
Guapimirim I.E.D./Z.S.
Iguaba Grande Z.L.
Italva Z.L.
Itaocara Z.L.
Itaperuna Z.L.
Japeri I.E.D.
Laje do Muriaé Z.L.
Macaé88 Z.P.P. I.E.D.
Macuco Z.L.
Magé I.E.D./Z.S.
Mangaratiba I.E.D.
Miracema Z.L.
Natividade Z.L.
Niterói I.E.D.
Nova Friburgo Z.L.
Petrópolis Z.L.
Piraí .E.D.
Porciúncula Z.L.
Quissamã Z.P.P.
Rio das Ostras Z.P.P.
Rio de Janeiro I.E.D.
Santa Maria Madalena Z.L.
Santo Antônio de Pádua Z.L.
São Fidélis Z.L.
São Fº do Itabapoana Z.L.
São Gonçalo I.E.D.
São João da Barra Z.P.P.
São José de Ubá Z.L.
São José do Vale do Rio Preto Z.L.
São Pedro da Aldeia Z.L.
São Sebastião do Alto Z.L.
Saquarema Z.L.
Silva Jardim Z.S.
Sumidouro Z.L.
Teresópolis Z.L.
Trajano de Morais Z.L.
Varre-Sai Z.L.
Volta Redonda I.E.D.
92
4.2 Da importância dos royalties nas receitas municipais
Os royalties são uma importante fonte de receita para os estados e
municípios beneficiários. Como destaca Quintella (2000), do período de julho de
1999 a junho de 2000, o estado e os municípios fluminenses receberam R$1,0
bilhão em royalties, o que equivale à cerca de 1% do PIB estadual de 1999.
O impacto sobre as finanças municipais não ocorre de forma homogênea, em
decorrência dos critérios diferenciados, sendo maior para o conjunto de
municípios produtores. Segundo Leal e Serra (2003), o orçamento médio anual
per capita dos municípios brasileiros em 2001 foi de R$575,00 que, corrigido para
2002 e 2003, atingiria os valores de R$629,00 e R$721,00, respectivamente.
Esses valores são substantivamente menores do que seus equivalentes
fluminenses, que recebem royalties, tal como mostrado na tabela 9.
Tabela 9 – Orçamento anual médio per capita de municípios fluminenses produtores de petróleo e gás natural (R$1,00)
Municípios Produtores/Ano Valor
Quissamã-2003
Carapebus-2002
Armação de Búzios-2002
Macaé-2003
Casimiro de Abreu-2002 Campos dos Goytacazes-2003
6.814
4.365
3.050
2.492
2.262
1.113
Fonte: Leal e Serra (2003)
Tomando o ano de 2001 como exemplo, pode-se verificar que em 63%
(sessenta e três por cento) dos municípios fluminenses beneficiados, os royalties
representam, em termos percentuais, no mínimo 10% (dez por cento) sobre o
93
total das receitas orçamentárias (receitas correntes + receitas de capital). Sendo
que em 8 municípios, aqueles pertencentes à zona de produção principal, esses
percentuais sobem para, no mínimo 30% (trinta por cento), como pode ser visto
na tabela 10.
Tabela 10 – Participação dos royalties nas receitas orçamentárias dos municípios da Região de
Petróleo Fluminense - 200189
Municípios %
Municípios %
Municípios %
Angra dos Reis 3,0
Aperibé 13,8
Araruama 5,5
Armação de Búzios 38,3
Arraial do Cabo 11,9
Barra Mansa 2,0
Bom Jardim 14,7
Bom Jesus do Itabapoana 11,7
Cabo Frio 21,9
Cachoeiras de Macacu 18,6
Cambuci 13,1
Campos dos Goytacazes 31,0
Cantagalo 8,5
Carapebus 48,9
Cardoso Moreira 11,5
Carmo 10,5
Casimiro de Abreu 35,0
Conceição de Macabu 13,6
Cordeiro 17,6
Duas Barras 15,4
Duque de Caxias 3,9
Guapimirim 19,7
Iguaba Grande 12,1
Italva 17,1
Itaocara 13,0
Itaperuna 5,2
Japeri 5,8
Laje do Muriaé 16,8
Macaé 36,8
Macuco 20,2
Magé 9,7
Mangaratiba 3,0
Miracema 14,6
Natividade 12,4
Niterói 0,0
Nova Friburgo 3,3
Petrópolis 1,5
Piraí 4,3
Porciúncula 16,1
Quissamã 40,3
Rio das Ostras 34,3
Rio de Janeiro 0,1
Santa Maria Madalena 12,8
Santo Antônio de Pádua 9,3
São Fidélis 8,9
São Fº do Itabapoana 9,9
São Gonçalo 0,1
São João da Barra 42,1
São José de Ubá 19,5
São José do V. Rio Preto 13,7
São Pedro da Aldeia 8,5
São Sebastião do Alto 15,2
Saquarema 4,1
Silva Jardim 21,1
Sumidouro 12,5
Teresópolis 3,5
Trajano de Morais 14,8
Varre-Sai 17,8
Volta Redonda 1,0
Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados da ANP e Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro( TCE).
89 As informações contidas na tabela 10 podem ser vista em anexo, em ordem crescente segundo os percentuais.
94
A arrecadação tributária municipal provém, basicamente, do Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU), do Imposto sobre Serviços (ISS), do Imposto
sobre Transferências Bens Imóveis (ITBI), Taxas e Contribuições de Melhoria.
Calculando para o conjunto de municípios do estudo, a participação da
receita tributária própria na receita orçamentária90 - deduzidos os royalties -
observa-se que, a despeito do aumento nominal, há uma queda relativa da
parcela de recursos decorrentes da tributação municipal, no período de 1997 a
2001 (ver tabela 11 e Figura 6). Vale ressaltar que essa conclusão aplica-se ao
conjunto de municípios que compõem a Região de Petróleo Fluminense, podendo
haver portanto, casos isolados para os quais a conclusão geral não seja válida.
No entendimento da autora, essa queda relativa da participação da receita
tributária no total da receita orçamentária – ressaltando-se sempre que destas
últimas foram excluídos os royalties – deve-se em boa medida à participação
elevada e crescente dos royalties nas receitas municipais.
Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados do TCE/RJ.
Nota: A coluna (B) refere-se a receita orçamentária total deduzidas as receitas de royalties.
90 Nessa categoria estão incluídas todas as receitas da Prefeitura, como impostos (IPTU e ISS), taxas, multas, etc; transferências constitucionais, como FPM e Cota-Parte do ICMS e outras transferências.
Tabela 11 - Esforço tributário próprio dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001
(R$) Anos Receita Tributária Receita Orçamentária %
(A) (B) (A/B)
1997 2.009.901.393 4.501.120.406 44,65
1998 2.363.782.000 5.662.781.085 41,74
1999 2.500.841.444 5.724.834.519 43,68
2000 2.632.823.670 7.305.725.918 36,04
2001 3.213.243.988 8.469.307.477 37,93
95
4.3 Das áreas sociais enfocadas
Em uma formulação mais abrangente, o que se espera é que o uso dos
royalties possa proporcionar uma melhora no nível de vida da população, que
abrange, além da educação e saúde, segurança, justiça, lazer, emprego, infra-
estrutura, entre outros.
A literatura econômica, já por diversas vezes, abordou que não há uma
correlação perfeita entre o nível de renda per capita com índices de
desenvolvimento. Segundo Souza (1997, p. 28), “determinados indicadores, como
mortalidade infantil, número de matrículas escolares, igualdade de sexos na
educação e liberdades políticas, apresentam uma correlação imperfeita com a
renda per capita”.
Desenvolvimento econômico sustentável requer mudanças qualitativas no
modo de vida das pessoas, que passa, em primeiro lugar, em melhorias nas
áreas essenciais de educação e saúde. Investimentos nessas áreas geram
externalidades positivas não apenas sobre aqueles beneficiados diretamente,
mas também sobre toda a sociedade, o que acaba por refletir em melhores
indicadores nas outras áreas da realidade social e humana.
Figura 6- Indicador do esforço tributário dos municípios da Região de Petróleo Fluminense
37,9336,04
43,68
41,74
44,65
0,005,00
10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,0050,00
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
96
As teorias tradicionais sobre desenvolvimento e crescimento econômico
focalizavam o estoque de capital físico e a força do trabalho como elementos
determinantes. As teorias modernas sobre o assunto, a partir da década de 70,
começaram a enfatizar a importância do capital humano91 neste processo. O que
se apresenta na literatura recente é o papel fundamental em investimentos em
capital humano no processo de desenvolvimento econômico.
Um debate atual sobre o tema é proposto por Paulo S. Tenani92, que por
meio de comprovação matemática demonstra a importância do capital humano no
crescimento econômico: o crescimento sustentável de um país só é possível se,
além da poupança interna e externa, também houver investimentos de qualidade
no capital humano, um insumo de produção, igualmente importante.
Das teorias que abordam o desenvolvimento e crescimento econômico,
destaca-se o modelo de crescimento exógeno de Solow, que explica o
crescimento do produto per capita a cada unidade adicional de capital
empregado, mas com retornos decrescentes93. Para compensar esta tendência
declinante do produto marginal do capital, Solow introduz o progresso tecnológico
como forma de gerar crescimento sustentado na renda per capita94, “...a
produtividade do trabalho aumenta tanto diretamente, devido às melhorias
tecnológicas, quanto indiretamente, devido à acumulação de capital adicional que
essas melhorias tornam possível” (Jones, 2000, p. 38)
O aspecto relevante do modelo de Solow é a incorporação do capital
humano95, reconhecendo-se a ocorrência de mão-de-obra de diferentes níveis de
instrução e qualificação. É a acumulação do capital humano definida em termos
de tempo dispendido ao aprendizado de novas habilidades. E este é o grande
diferencial para um desenvolvimento econômico sustentável. Como afirma Jones
(Id. p. 45): “cada ano adicional de escolaridade aumenta os salários ganhos por 91 Sandroni (1989) define capital humano como o conjunto de investimentos destinados à formação educacional e profissional da população, o que significa investimentos em educação e saúde, para se alcançar uma maior produtividade e competitividade do trabalho. 92 Artigo “Trate de estudar Brasil!”. Disponível em: <http://www.ipm.org.br>. 93 A acumulaçao de capital por trabalhador reduz devido ao crescimento populacional. 94 Não é intenção desse trabalho a exposição do modelo de Solow através da explanação das equações matemáticas. Esse é citado por apresentar uma relação funcional entre educação e saúde, desenvolvimento e crescimento econômico. 95 Segundo Jones (2000), em 1992 Gregory Mankiw, David Romer e David Weil através da publicação do artigo “A Contribution to the Empirics of Economic Growth” avaliaram o bom resultado do modelo de Solow em análises empíricas,
97
uma pessoa em algo em torno de 10%. O capital físico é acumulado investindo-se
parte do produto em vez de consumi-lo”.
O modelo de Solow oferece uma explicação acerca da existência de países
pobres e ricos: “alguns países são ricos porque têm altas taxas de investimento
em capital físico, despendem uma parcela considerável de tempo acumulando
habilidades, baixas taxas de crescimento populacional e altos níveis de
tecnologia” (Id. p. 47).
A nova teoria do crescimento econômico baseia-se em modelos de
crescimento endógeno. Exemplos dos principais modelos são os de “Lucas 1988”
e “Romer96 1986” (Bernardes, 2002), que destacaram a economia das “idéias”97 e
do capital humano. Consideram o progresso tecnológico, só que de forma
endógena. Como cita Jones (2000), sem pesquisa, não há idéias, com isso a
tecnologia mantém-se constante, não gerando crescimento per capita na
economia. Para eles, a taxa de crescimento mundial de tecnologia está ligada ao
crescimento populacional, pois um grande número de pesquisadores pode gerar
um maior número de idéias (avanços tecnológicos), que leva ao crescimento per
capita.
A literatura tem mostrado que a qualificação profissional de um indivíduo
produz ganhos de renda que são apropriados por ele. Mas quando se eleva a
escolaridade média da sociedade e aumenta também sua qualificação profissional
há ganhos que extravasam os indivíduos e se espalham pela sociedade. Uma das
razões é que a área/região se torna mais atrativa para investimentos, aumentando
a eficiência produtiva e o grau de competitividade das empresas.
A partir daí, reforça-se a regra de Hartwick, de aplicação dos royalties em
capital físico e humano. Sob esse entendimento, entende-se que as áreas
essenciais deste investimento são educação e saúde. Amartya Sem, um dos
96 Os direitos de propriedade intelectual foram fundamentais no modelo de Romer, pois é através deles que os pesquisadores garantem seus lucros e estímulos para prosseguirem com novas pesquisas. 97 A economia das “idéias” está ligada à presença de retornos crescentes à escala, pois as idéias estão associadas a custos fixos de produção e custo marginal zero. O desenvolvimento de um aparelho exige inicialmente, um custo para pesquisa. Uma vez desenvolvida a idéia, cada unidade adicional é produzida sem necessidade dos gastos realizados para a pesquisa (Jones, 2000).
98
criadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), afirmou que as condições
básicas mínimas, que definirão as possibilidades que cada um terá, não se
restringem apenas à questão da renda, mas também, no bom padrão de saúde,
no direito à moradia e na possibilidade de acesso e permanência na escola
(TCE)98.
4.3.1 Da Educação
A relação existente entre educação e desenvolvimento econômico já foi
pauta de vários trabalhos. Educação de boa qualidade é condição sine-qua-non
para se alcançar o desenvolvimento econômico.
Segundo Ferreira (2002, p.1), “Dentro de um mesmo país, pessoas com
estoque de capital humano mais elevado, na média, ganham mais”. Investir em
educação é, portanto, um investimento em capital humano de grande retorno.
Vários trabalhos já foram realizados enfocando educação, crescimento e
desenvolvimento econômico. Barro e Sala-i-Martin (1995 apud Ferreira, 2002)
detectaram correlação positiva entre a média de anos na escola e a taxa de
crescimento do PIB e também entre gasto público e crescimento: um aumento de
1,5% (um e meio por cento) na porção do PIB gasta com educação, aumenta a
taxa de crescimento em 0,3% ao ano.99
Na área da educação, os municípios são responsáveis pelo ensino pré-
escolar, fundamental e médio. Mas o enfoque especial é dado ao ensino
fundamental, principalmente após a Constituição de 88, com a criação do Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental100 e de Valorização
do Magistério (FUNDEF). Dos recursos do Fundo, é prevista a aplicação de 60%
(sessenta por cento) na remuneração dos professores em efetivo exercício no
98 Estudo socioeconômico 1997-2001. Disponível em www.tce.rj.gov.br. 99 Benhabile e Spiegel (1994 apud Ferreira, 2002) indicam um impacto sobre a taxa de crescimento, de parte da população economicamente ativa com pelo menos o secundário completo. 100 O ensino fundamental abrange a faixa etária de 7 a 14 anos.
99
ensino fundamental público e 40% (quarenta por cento) que deverão ser
aplicados na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental.
Pela Constituição de 88, o teto mínimo de gasto municipal em educação é
de 25% (vinte e cinco por cento)101 sobre as receitas orçamentárias, sendo o
mesmo para os estados, enquanto para a União o teto é de 18% (dezoito por
cento) sobre as suas receitas.
4.3.2 Da Saúde
A saúde é um importante fator do desenvolvimento econômico. Existe uma
forte relação entre a melhoria do setor da saúde e a produtividade econômica. A
saúde contribui para a formação e a preservação do capital humano.
As áreas de educação e saúde são fortemente relacionadas. Um bom nível
na qualidade da saúde da população é um requisito para que os investimentos
feitos na educação tenham retornos satisfatórios. Souza (1993) cita trabalho
realizado pelo Banco Mundial relativo a alguns países selecionados, para o
período de 1960 a 1987, no qual os resultados mostraram que quanto maior o
nível de educação feminina do país, tanto maior será a redução na taxa de
mortalidade infantil.
A Constituição de 1988 consolidou o Sistema Único de Saúde (SUS)
objetivando a universalização do acesso. A Emenda Constitucional nº 29, de 13
de setembro de 2000, prevê um aporte de recursos crescentes para o setor da
saúde: a partir de 2000, instituiu-se um teto mínimo de 7% (sete por cento) sobre
as receitas próprias e de transferências constitucionais, que deve
progressivamente chegar a 15% (quinze por cento) em 2004.
Uma análise dos indicadores de saúde de uma comunidade local
apresenta, muitas vezes, uma certa peculiaridade. Estudos sobre economia
101 Os recursos oriundos do FUNDEF não isentam os municípios da obrigatoriedade prevista na Constituição.
100
regional e urbana têm identificado certo grau de especialização funcional de
municípios: alguns cumprem o papel de “fornecedor de emprego”; outros são
apenas “local de moradia”; outros ainda são entrepostos de distribuição, havendo
aqueles que são “sede de empresas”, tendo em vista facilidades fiscais.
Além dessa especialização funcional, há também interações de serviços
públicos de municípios líderes, que transbordam para municípios vizinhos –
havendo em alguns casos, ocorrência de ação predatória ou free riders por parte
de alguns municípios.
Têm sido numerosos os exemplos de municípios que investem em
condições de transporte para facilitar o acesso da população local a
equipamentos públicos de outros municípios, ao invés de fazerem eles próprios
os investimentos nesses equipamentos. Logo, um indicador social pode estar
melhorando não por ação direta do poder público local, mas por ação do poder
público vizinho. Tal fato faz com que muitos municípios não cumpram a Emenda
Constitucional nº 29, já que utilizam a rede pública de municípios vizinhos líderes.
Um exemplo é o município do Rio de Janeiro que enfrenta problemas de
superlotação nos hospitais, cujo fato é objeto de estudo realizado pela Comissão
da Criança, do Adolescente e do Idoso da Assembléia Legislativa, que mostra
através de números, que boa parte dos pacientes dos municípios vizinhos à
capital migram para a rede pública do Rio, consumindo um quarto do orçamento
da capital destinado a área de saúde102.
Ferreira (2002) aponta que o gasto médio per capita com saúde para
municípios com população entre trezentos mil e um milhão de habitantes é de
R$140 por habitantes. Municípios como Niterói, Nova Iguaçu, Duque de Caxias,
São Gonçalo, Belford Roxo e São João Meriti que estão dentro desta faixa
populacional, têm os seus gastos com saúde abaixo deste valor, pelo fato de tais
municípios usarem a rede hospitalar da capital.
102 Cf. Jornal O Globo, Rio de Janeiro, “Pacientes tipo exportação”, 4 set. 2003.
101
4.4 Considerações sobre o modelo econométrico
Como se sabe, indicadores sociais de saúde e educação expressam
condições de vida da população e refletem, ao longo do tempo, ações
implementadas pelo poder público. A literatura sobre o tema tem identificado
robusta evidência estatística associando gastos públicos em saúde e educação
com melhorias nos respectivos indicadores.
O estudo envolverá duas partes. Primeiro (hipótese 1) se testará a
influência dos royalties sobre os gastos municipais sociais, distintamente para
educação e saúde. Tal hipótese baseia-se na idéia de que mesmo com o
aumento das receitas municipais devido aos royalties, o fato de não haver
obrigatoriedade pela legislação, da aplicação dos recursos dos royalties nas áreas
sociais, poderia o gestor público aplicar tais recursos em outras áreas de retorno
mais imediato. Posteriormente, através da hipótese (2), testará se os royalties têm
algum impacto sobre os indicadores sociais, com modelos também distintos para
as duas áreas. Para tanto, as hipóteses a serem testadas serão:
(1)
H0: royalties não exercem influência sobre gastos sociais per capita;
Ha: royalties impactam positivamente os gastos sociais per capita.
(2)
H0: royalties não exercem influência sobre indicadores sociais;
Ha: royalties impactam positivamente os indicadores sociais.
102
4.4.1 Descrição das variáveis utilizadas
Foram levantados dados sobre os municípios fluminenses selecionados
junto ao TCE, IBGE, SUS, STN, Centro de Informações e Dados do Rio de
Janeiro (CIDE), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP), ANP e Petrobrás para construção de indicadores, de caráter
financeiro e social. Os dados estão disponíveis nas tabelas do anexo III.
Nessa seção serão apresentadas as variáveis dos modelos. É importante
destacar, que os resultados obtidos referem-se ao conjunto de municípios da
Região de Petróleo Fluminense, ou seja, o que se pretende investigar é um
indicativo da trajetória desses municípios na gestão dos recursos dos royalties.
Algumas variáveis já estavam na forma de indicadores, outras foram
transformadas para construção de indicadores.
Tendo em vista que a dimensão da unidade de análise pode influenciar os
resultados da estimação, os dados foram padronizados pela população local.
Assim, os valores serão indicados em termos per capita.
O objetivo ao testar o modelo é excluir todos os fatores intervenientes ou
determinantes dos indicadores sociais, excetuando-se o efeito líquido (ou isolado)
do fator royalties. Para tanto, algumas considerações sobre algumas variáveis de
controle devem ser feitas.
Os quatro modelos apresentados terão como variável explicada: a)
GsPerSaude e GsPerEdu que são despesas municipais per capita nas
funções de Saúde/Saneamento e Educação/Cultura; b) .TxMortal que se refere à
razão entre a quantidade de óbitos e o números de AIHS pagas - internações
novas e de longa permanência - (multiplicada por 1.000) e c) prTx Re que é a
taxa de reprovação no ensino fundamental da rede pública municipal. As
informações sobre taxa de mortalidade e taxa de reprovação foram coletadas
diretamente do DATASUS e INEP, respectivamente.
103
Na elaboração do modelo econométrico, supõe-se que os gastos nas áreas
de saúde e educação devam ter uma regularidade para que possam produzir
melhorias na qualidade de vida das pessoas. Nessa mesma direção, há fortes
evidências de que a resposta desses indicadores sociais é sensível não apenas
ao volume de gasto, mas à sua regularidade ou tempestividade desses gastos.
Em outras palavras, esses indicadores sociais respondem, com defasagem
temporal, favoravelmente à constância de gastos públicos nas respectivas áreas.
Por essa razão, nos modelos apresentados será incluída uma variável de controle
que expressa o grau de tempestividade do gasto, expresso por:
__1ss
nTemp i −= ∑ onde
Temp = tempestividade dos gastos públicos;
s = percentual dos gastos em educação ou saúde em relação ao orçamento
municipal exclusive royalties;
i = 1, 2 = número de anos utilizado no somatório de gastos (no trabalho o cálculo
realizado utilizou o intervalo de 2 em 2 anos).
Também, como forma de eliminar fatores intervenientes, devem ser
considerados elementos estruturais, que independem, no curto prazo, da ação do
poder público local e que afetam o desempenho dos indicadores sociais, mais
precisamente afetam as condições básicas sobre as quais se assentam as
políticas públicas, afetando a eficácia dessa ação, devendo, portanto, ser
considerados no modelo de estimação:
a) a dimensão física do município impõe severas condições à ação pública,
sobretudo quando associada à maior presença de população rural. Parece
bastante evidente que, tudo o mais constante, municípios com área muito
grande incorrem em custos adicionais na implementação da ação pública.
Por essa razão, no modelo será usada a variável área - A - dos municípios
(o seu logaritmo) como variável de controle, e
104
b) a existência de interações de serviços públicos entre municípios líderes
e municípios vizinhos, como já exposto, leva a admitir que a distância do
município em relação a capital interfira nas condições de vida da
população. Por essa razão, a distância - Dist - do município (o seu
logaritmo) em relação ao município do Rio de Janeiro será usada como
variável de controle.
Para evitar que a variável royalties possa capturar indevidamente efeitos de
outras variáveis, deve-se considerar nos modelos as seguintes variáveis de
controle: a) TE e TU que são as transferências constitucionais realizadas pelo
governo estadual e federal, respectivamente, que aumentam também o caixa
disponível dos municípios, para o período de 1998 a 2001 e; b) FUNDEF 103 e
SUS 104, que são os investimentos realizados por outras esferas de governo
(estadual e federal) nas áreas de educação e saúde, respectivamente, que irão
impactar indicadores sociais, para o período de 1998 a 2001.
Também serão incluídas nos modelos como variáveis de controle: a)
RzEst que é o número de estabelecimentos de ensino na rede pública municipal
por mil habitantes; b) RzFun que é o número de funcionários administrativos da
rede de ensino pública municipal por mil habitantes; c) ofAlRzPr que representa
quantidade de professores em efetivo exercício (em sala de aula) em relação ao
número de alunos matriculados em toda rede de ensino pública municipal; d)
Leitos que são o números de leitos hospitalares por mil habitantes existentes
nas unidades hospitalares, cujo vínculo com o SUS é municipal e; e) alSG Re e
alEG Re que representam o gasto acumulado real em saúde e educação,
respectivamente, utilizando um intervalo de 2 em 2 anos e também o Índice Geral
de Preços de Mercado (IGP-M) como deflator para corrigir os valores para uma
mesma base de preços.
103 Como já visto, o FUNDEF tem como objetivo o financiamento de projetos do ensino fundamental, implantado a partir de janeiro de 1998. É composto pelas seguintes fontes de recursos: 15% do IPI-EXP e 15% do ICMS, que serão creditados pelo estado e 15% do FPM/FPE e 15% do ICMS-Desoneração, que serão creditados pela União. 104 Recursos federais transferidos do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais referente aos atendimentos ambulatoriais e hospitalares faturados.
105
Por fim, a variável R que representa os royalties repassados aos
municípios, pelo regime de caixa, em termos per capita, para o período de 1998 a
2001.
Feitas essas considerações, a seção subseqüente apresenta os modelos e
resultados para a área de saúde e para educação.
4.4.2 Estimativa da influência dos royalties nos gastos sociais
Foram estimadas regressões lineares múltiplas, através do programa
Statistical Package for Social Sciences (SPSS), a fim de avaliar o grau de
influência das receitas oriundas dos royalties nos gastos sociais em saúde e
educação. Para isso, foram incluídas, além dos royalties, algumas variáveis de
caráter financeiro. Os modelos econométricos adotados foram os seguintes:
(1)
iiiiiii TempsaualSGSUSTUTERGsPerSaude εβββββββ +++++++= 6543210 Re
(2)
iiiiiii TempedualEGFUNDEFTUTERGsPerEdu εβββββββ +++++++= 6543210 Re
Onde:
GSPerSaude = gasto público municipal per capita nas áreas de Saúde e
Saneamento em t;
GSPerEdu = gasto público municipal per capita nas áreas de Educação e Cultura
em t;
R = royalties per capita por município, pelo regime de caixa em t;
TE = transferências do estado per capita por municípios em t;
106
TU = transferências da União per capita por municípios, em t;
SUS = recursos dos SUS per capita por municípios em t;
alSG Re = gasto acumulado real em saúde (em t + t -1)105;
Tempsau = grau de tempestividade106 dos gastos públicos em saúde (em t + t –1);
FUNDEF = valor do repasse per capita do FUNDEF por municípios em t;
alEG Re = gasto acumulado real em educação (em t + t -1);
Tempedu = grau de tempestividade dos gastos públicos em educação (em t + t –1);
ε = erro
105 Ou seja, para os seguintes intervalos: 1997-1998, 1998-1999, 1999-2000 e 2000-2001. 106 Para os mesmos intervalos da variável gasto acumulado real.
107
Os resultados obtidos são vistos nas tabelas 12 e 13, a seguir:
Tabela 12 – Estimativa dos parâmetros da função gastos per capita em Saúde
Variáveis Explicativas Coeficientes de regressão Estatística “t” Student
Constante -13,824 -1,422
R 0,225 13,912
TE 0,157 5,864
TU 0,132 1,804
SUS 0,507 4,920
GRealS 0,148 7,043
Tempsau 287,699 2,617
Coeficiente de Determinação (R2) = 0,810
Valor da Estatística F = 162,905
Estatística Durbin-Watson = 1,459 Fonte: Resultados da Pesquisa
Tabela 13 – Estimativa dos parâmetros da função gastos per capita em Educação
Variáveis Explicativas Coeficientes de regressão Estatística “t” Student
Constante 3,985 0,477
R 0,171 13,703
TE 0,265 13,918
TU 0,144 2,643
FUNDEF 0,926 10,390
GRealE 0,034 2,656
Tempedu 94,409 0,881
Coeficiente de Determinação (R2) = 0,902
Valor da Estatística F = 350,902
Estatística Durbin-Watson = 1,172
Fonte: Resultado da Pesquisa
108
O teste visando confirmar se havia ou não multicolinearidade elevada entre
as variáveis de controle foi feito através da matriz de correlação, os resultados107
para os dois modelos não apresentaram correlação maior que 0,7, sendo que as
variáveis TE e TU , dentre todas, apresentaram a maior correlação (0,694).
Com base nos resultados, constatou-se que os valores dos coeficientes de
determinação (R2) encontrados foram bem elevados, em todos os dois modelos.
O que confirma o comportamento das variáveis de controle que apresentaram
uma influência significativa sobre os gastos per capita em saúde e educação, com
exceção para a variável TU e Tempedu , respectivamente, que apresentaram
valores “t” bem baixos.
Nos resultados apresentados para os dois modelos, a variável royalties per
capita apresenta-se estatisticamente significante, com o sinal do coeficiente
esperado, ou seja, à medida que os municípios são beneficiados com maiores
receitas de royalties, espera-se que mais sejam aplicados na saúde e educação.
Vale ressaltar, que os gastos percentuais em saúde e educação
relativamente às despesas totais apresentam uma tendência crescente, conforme
figura 7, onde também é visível a insignificância das receitas dos royalties no
período anterior a 1998.
107 Os resultados da matriz de correlação podem ser visto no anexo II.
109
Figura 7 - Evolução percentual das receitas de royalties e gastos municipais com saúde e educação no período 1994-2001
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Per
cent
uais
Royalties/RT GastoSaude/DT GastoEduc/DT Educ+Saude/DT
Dessa forma, pelos resultados obtidos, a hipótese de que os royalties não
exercem influência sobre os gastos sociais per capita pode ser rejeitada, o que
indicaria que na média os gastos em educação e saúde no conjunto de
municípios, denominado neste trabalho, de Região de Petróleo Fluminense, são
afetados pelas receitas de royalties108.
4.4.3 Estimativa da influência dos royalties sobre os indicadores
sociais
A partir dos resultados dos modelos acima, a indicação é que há efeito dos
royalties sobre o volume de gastos nas duas áreas sociais. Agora, o que se
108 Estes modelos foram rodados incluindo a variável de esforço tributário dos municípios, porém não apresentaram resultados significativos, optando pela sua exclusão.
110
pretende é testar a hipótese (2), ou seja, se os royalties estão contribuindo para a
melhora nos indicadores sociais de saúde e educação.
Neste modelo serão incluídas variáveis de caráter financeiro e coeficientes
técnicos de recursos, sendo que estes últimos revelam o esforço despendido nos
programas voltados às ações sociais básicas.
O indicador social a ser estudado na saúde é a taxa de mortalidade. Para
isso a função foi expressa da seguinte forma:
εββββββββ ++++++++= − LeitosalSGTxMortalTempsauDistRATxMortal iitiiii 76153210 Re.4
Onde:
.TxMortal = taxa de mortalidade dos municípios em t; A = a área total em Km2 (aplicado o ln) de cada município em t; Dist = distância entre cada município e a capital do estado (aplicado ln) em t; Leitos = leitos hospitalares por mil habitantes nos municípios em t;
1−tTxMortal = é a variável explicada do modelo defasada em um período anterior. As demais variáveis alSG Re , R , Tempsau já foram descritas na seção
anterior. Os resultados obtidos estão na tabela 14 a seguir.
As correlações entre as variáveis explicativas não foram elevadas,
indicando a ausência da multicolinearidade.
111
Tabela 14 – Estimativa dos parâmetros da função taxa de mortalidade
Variáveis Explicativas Coeficientes de regressão Estatística “t” Student
Constante 1,710 2,679
A 0,136 1,824
R -0,00031 -1,379
Dist -0,173 -2,496
Tempsau 5,3000 2,948
Mortalt-1 0,513 7,997
GRealS -0,00047 -1,197
Leitos 0,110 2,545
Coeficiente de Determinação (R2) = 0,432
Valor da Estatística F = 18,330
Estatística Durbin-Watson = 1,993 Fonte: Resultados da pesquisa
Com base nos resultados, constatou-se que a variável royalties, mesmo
com o sinal negativo, correspondendo ao que se esperava, pelo resultado do
valor do teste t não foi significativa. Desse resultado, interpreta-se que mesmo
contribuindo para elevar o orçamento na área de saúde, há a indicação de que os
royalties não estão sendo aplicados de forma a melhorar a taxa de mortalidade do
conjunto de municípios em estudo. Pode-se supor que esses municípios já
apresentavam um quadro precário na área de saúde, demandando, portanto, um
maior período para a melhora nos resultados dos indicadores.
Para a área de educação, o modelo proposto pretende explicar o
comportamento da taxa de reprovação dos alunos da rede municipal,
especificamente, do ensino fundamental. Como o anterior, também serão
incluídas variáveis de caráter financeiro e coeficientes técnicos de recursos. A
função será expressa da seguinte forma:
112
iiiii TempeduRRzEstalEGFUNDEFprTx 543210 ReRe ββββββ +++++=
εβββ +++ iii ofAlRzRzFunTE Pr876
Onde:
prTx Re = taxa de reprovação na rede municipal por município em t;
RzEst = estabelecimentos de ensino da rede municipal por mil habitantes
de cada município em t;
RzFun = funcionários dos estabelecimentos de ensino da rede pública
municipal por mil habitantes de cada município em t;
ofAlRz Pr = razão professor aluno, da rede pública municipal de cada
município em t.
As demais variáveis já foram explicadas na seção anterior. Os
resultados obtidos foram apresentados na tabela 15.
Tabela 15 – Estimativa dos parâmetros da função taxa de reprovação
113
Variáveis Explicativas Coeficientes de regressão Estatística “t” Student
Constante 9,795 4,677
R 0,00139 0,609
TE -0,0058 -1,938
FUNDEF 0,0515 2,073
GRealE 0,00601 2,487
Tempedu -62,278 -3,289
RzFun -0,405 -3,564
RzProfAl 98,373 3,949
RzEst 3,254 3,332
Coeficiente de Determinação (R2) = 0,225
Valor da Estatística F = 8,259
Estatística Durbin-Watson = 1,167 Fonte: Resultados da pesquisa
Quanto ao teste da correlação entre as variáveis explicativas, o resultado
obtido para todas variáveis foi abaixo de 0,70.
Analisando o comportamento da variável explicativa royalties constatou-se
que seu poder explicativo em relação à taxa de reprovação é insignificante. As
demais variáveis, com exceção de R e TE , foram significativas, conforme
mostram os resultados dos valores do teste t, na tabela 15. Quantos aos sinais,
excetuando a variável Tempedu , TE e RzFun , todas não apresentaram os sinais
esperados.
Analisando os resultados dos modelos, verificou-se que, apesar do número
de variáveis de controle expressivo, estes não foram significativos, bem como os
valores de determinação (R2) foram baixos. Esse fato já era esperado, pelo fato
de serem dados cross-section, visto que há uma grande variação em dados desse
tipo.
114
Os resultados apresentados para o conjunto de municípios indicam que os
royalties aumentam os gastos municipais em educação e saúde, mas não afetam
nos resultados. Parece haver uma contradição nos resultados empíricos dos
modelos propostos, pois se há evidências de que partes dos royalties são
aplicadas nas áreas sociais, esperava-se que os indicadores sociais – taxa de
reprovação e taxa de mortalidade - fossem sensíveis a essa variável de controle.
Algumas dificuldades na estimação podem ser apontadas: a ausência de
dados que permita construir uma série histórica maior; o fato de que
investimentos em educação e saúde requerem um maior tempo para refletirem no
bem estar geral dos indivíduos e que nem todos os gastos em educação e saúde
são capazes de aumentar efetivamente o bem estar da população.
115
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho se dedicou a estudar os royalties do petróleo,
discutindo seus fundamentos econômicos e legais. Analisou sua influência nos
municípios fluminenses beneficiados com essa receita, mais precisamente nas
áreas de educação e saúde. Apresentou ainda, uma visão geral do panorama
internacional envolvendo a concessão dos royalties.
Nas últimas décadas, o setor de petróleo e gás natural tem proporcionado
mudanças socioeconômicas nos municípios e no estado do Rio de Janeiro,
principalmente sobre os municípios que compõem a Região de Petróleo
Fluminense (denominação dada pela autora ao conjunto de municípios que
recebem royalties), haja visto as receitas expressivas geradas em função da
exploração e produção de um recurso não renovável, sendo a mais importante
delas a receita de royalties.
A análise do quadro evolutivo das legislações envolvendo as atividades
petrolíferas permite concluir que a partir da aprovação da Lei nº 9.478/97 houve
um crescimento significativo no item “royalties” das receitas municipais, uma vez
que a alíquota passou (mesmo se tratando de uma faixa de alíquota, a maior
parte dos campos pagam royalties sobre a alíquota máxima) de 5% para 10%,
significando um aumento de 100% nessas receitas.
Pode-se falar, portanto, de dois períodos: o antes e o após Lei do Petróleo.
Além desse aumento expressivo das receitas, um ponto distinto nestas duas
fases é que na primeira havia uma recomendação de se gastar
(preferencialmente e depois exclusivamente) tais recursos em alguns setores,
como pavimentação de rodovias, abastecimento e tratamento de água, irrigação e
proteção ao meio ambiente e saneamento básico. Na atual fase, não há uma
vinculação desta receita com as despesas; há apenas uma única restrição: as
receitas dos royalties não podem ser usadas para pagamento de pessoal e nem
para pagamento de dívidas.
116
Tendo em vista a ausência de regras restritivas sobre a aplicação dos
recursos de royalties, torna-se necessário estudar o destino que é dado pelos
municípios a essas receitas. Chama a atenção, por exemplo, a classificação -
dada às receitas de royalties pelos municípios - dentro do plano de contas.
Alguns classificam como receitas de capital, outros como transferências correntes
e há também aqueles que classificam como outras receitas correntes. Do lado da
despesa, há uma dificuldade de se detectar como estão sendo gastos esses
recursos, que parecem estar completamente incorporados aos orçamentos dos
municípios, não havendo uma vinculação entre receita e despesa.
Um ponto frágil envolvendo a questão legal dos royalties é a falta de
instrumento de controle. Nesse ponto, a lei nunca foi muito clara quanto à
competência da fiscalização sobre a aplicação das receitas dos royalties. Tanto o
Tribunal de Contas da União como o do Estado defendiam para si a competência
pela fiscalização, o que gerou uma disputa que somente foi resolvida no ano de
2003, com parecer favorável ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.
Ou seja, por um lado, a legislação, em momento algum, é explícita quanto à
utilização dos royalties, por outro, não havia uma definição legal da competência
pela fiscalização da aplicação destes recursos. O resultado é que os municípios
sentiram-se confortáveis para aplicar livremente esses recursos, contabilizando
de forma não uniforme as despesas, o que acarretou uma dificuldade de se
identificar onde estão sendo gastos tais recursos.
Com relação a esse tópico, uma alternativa visando maior eficiência e
transparência seria implementar prestações de contas, por parte das
administrações municipais, em separado, com vistas a tornar mais transparente a
utilização destes recursos, possibilitando, inclusive, o acesso dessas informações
pela sociedade civil organizada, disponibilizando também tais informações junto a
ANP.
Ficou evidenciado ao longo do presente trabalho, que os critérios para
concessão de royalties aos municípios são baseados no conceito de municípios
confrontantes, que são definidos em função da privilegiada localização geográfica,
o que carece de um sentido econômico e estimula os municípios menos
117
beneficiados a reivindicarem a sua inclusão no conjunto de municípios produtores,
gerando conflitos, pois, na verdade, a inclusão de mais um município significa
“dividir o bolo em mais fatias”.
Podendo ser entendido de forma muito diversa na teoria econômica,
identificamos nos conceitos de renda da terra, renda econômica e renda mineral,
os elementos de sustentação teórica que poderiam justificar o pagamento dos
royalties aos municípios.
Renda da terra, vinculada à existência de um bem finito, especificamente a
terra fértil, definida como a renda gerada para os proprietários das terras de
melhores qualidades, em virtude da diferença de resultados obtidos na produção,
aplicando as mesmas quantidades de capital e de trabalho em terras férteis e em
terras de qualidade inferior.
Com o decorrer do tempo, a importância dos recursos naturais,
especialmente a terra, como fator de produção foi relevado a importância
secundária no processo produtivo. A partir daí, fala-se não mais em renda da
terra, mas em renda econômica, entendida como a diferença entre o custo de
produção para um determinado depósito e o custo de produção para um depósito
marginal.
Por sua vez, quando se trata de recursos não renováveis, cuja
disponibilidade é finita e que gera um custo de oportunidade engloba-se o
conceito de renda mineral, um resultado necessário da atividade de exploração e
produção de um recurso não renovável. Enfim, a análise do que vem a ser
royalties foi sustentada pelo conceito de renda mineral, assegurando um retorno
ao seu proprietário de parte da renda gerada.
O panorama internacional na questão da concessão de royalties apresenta,
com bastante nitidez, uma tendência de extinção, parcial ou total, deste
instrumento no futuro próximo, como forma de ajustar seu sistema fiscal,
tornando-os mais competitivos, entendendo essa posição como opção articulada
para atrair investimentos e tecnologias.
118
Foi mostrado também que, se tratando de recursos naturais não
renováveis, como o petróleo e o gás natural, a preocupação atual é o seu uso
sustentável, ou seja, qual o ritmo a ser implementado na exploração desses
recursos e as implicações dessas decisões hoje para as gerações futuras. A
depreciação desse recurso natural permite aumentar o bem estar da geração
atual, mas custará, às gerações futuras, disponibilidade menor desse mesmo
recurso.
À luz do modelo de Hotelling, considerou-se que os recursos não
renováveis in the ground, são atualizados a uma taxa de juros. Mesmo diante das
críticas a esse modelo, o objetivo de sua inclusão no presente trabalho, foi
evidenciar uma trajetória de exploração que seja indiferente quanto ao período de
exploração, se hoje ou no futuro.
A interação entre o modelo de Hotelling e a regra de Hartwick é destacada
sob o seguinte ponto: se o recurso não renovável tem o seu valor apreciado,
mesmo estando no solo, este entendimento apresenta-se como um pressuposto
básico para a justiça intergeracional defendida por Hartwick, ou seja, o ritmo a ser
dado na exploração é aquele que garanta uma transferência gradativa do estoque
de capital natural para estoque de capital físico ou humano. Em outras palavras,
os recursos naturais não renováveis estão sendo explorados, proporcionando
renda para atual geração, mas parte desta renda deve ser investida, de forma
contínua, em capital físico e humano, cujo retorno requer várias décadas,
garantindo assim novas fontes de renda para as futuras gerações, à medida que
este investimento possibilita o desenvolvimento de novas potencialidades.
Sob o enfoque do investimento em capital humano, entendido como
investimentos em educação e saúde, a investigação pretendida no presente
trabalho foi analisar a influência dos royalties recebidos pelos municípios do
estado do Rio de Janeiro sobre os gastos sociais nessas áreas e sobre
indicadores sociais de educação e saúde.
A análise empírica realizada indica que, para os municípios estudados, os
royalties apresentam uma influência significativa sobre a composição dos gastos
119
nessas áreas sociais, mas ao se investigar a sua influência sobre os indicadores
sociais (taxa de mortalidade e taxa de reprovação na rede municipal), este se
mostrou pouco significante. A princípio, os resultados empíricos dos modelos
apresentados parecem contraditórios, pois se há evidências de que as receitas
dos royalties estão influenciando os gastos nas áreas sociais, esperava-se que
essas mesmas receitas permitissem, de forma efetiva, a melhora dos indicadores.
Entretanto, a partir desses resultados empíricos não se deve, de forma
categórica, concluir que a gestão das receitas dos royalties não está promovendo,
na mesma proporção, melhoras nos gastos sociais em saúde e educação e seus
indicadores. Assim, o que se apresenta é um indicativo, a partir dos resultados, de
que os indicadores sociais, para aquele período, não foram sensíveis à variável
de controle royalties per capita.
Como modelo empírico, algumas limitações devem ser destacadas: as
informações disponíveis se referem a um período de tempo curto, considerando
que investimentos em saúde e educação requerem um maior tempo para
refletirem no bem estar geral da população e a alocação de tais recursos, mesmo
nas rubricas de saúde e educação, podem não produzir melhoras no bem estar
da população, à medida que podem estar sendo aplicados em setores não
vinculados à atividade-fim destas áreas sociais.
As principais conclusões a que chegamos neste estudo relacionam-se a
uma questão mais ampla relativa à falta de uma proposta norteadora quanto ao
uso dos royalties. O destino dado pelos beneficiados, notadamente os municípios,
das receitas de royalties, além da completa ausência de uniformidade do registro
contábil desses gastos, constituem, de certa forma, casos específicos para cada
município, o que dificulta a fiscalização e a discussão mais ampla pela sociedade
acerca do destino a ser dado aos royalties.
120
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128
ANEXOS
129
ANEXO I
Aplicação do Índice de Hirschman-Herfindahl sobre os dados da tabela de Coeficiente Individual de Participação
130
Tabela 16 – Coeficientes Individuais de Participação
Número de Habitantes do Município
Coeficiente de Participação
Até 10.000 1,00
De 10.001 a 12.000 1,05
De 12.001 a 14.000 1,10
De 14.001 a 16.000 1,15
De 16.001 a 18.000 1,20
De 18.001 a 20.000 1,25
De 20.001 a 24.000 1,30
De 24.001 a 28.000 1,35
De 28.001 a 32.000 1,40
De 32.001 a 36.000 1,45
De 36.001 a 40.000 1,50
De 40.001 a 48.000 1,55
De 48.001 a 56.000 1,60
De 56.001 a 64.000 1,65
De 64.001 a 72.000 1,70
De 72.001 a 80.000 1,75
De 80.001 a 96.000 1,80
De 96.001 a 112.000 1,85
De 112.001 a 128.000 1,90
De 128.001 a 144.000 1,95
Acima de 144.000 2,00 Fonte: ANP
131
Tabela 17 – Cálculo do Índice HH pela simulação dos dados referentes ao número de habitantes por município Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados do IBGE.
Nota: S = Qt / S Qt
O resultado do Índice HH pela simulação dos dados da tabela 17 é 0,0794
para um intervalo de 0,05 = H = 1.
Qt / S Qt T
Média Aritmética do Nº de habitantes (Q)
(S ) S2
1 5000 0,00511 2,61E-05
2 11000,5 0,01124 0,000126
3 13000,5 0,01329 0,000176
4 15000,5 0,01533 0,000235
5 17000,5 0,01738 0,000302
6 19000,5 0,01942 0,000377
7 22000,5 0,02249 0,000506
8 26000,5 0,02658 0,000706
9 30000,5 0,03067 0,000941
10 34000,5 0,03476 0,001208
11 38000,5 0,03885 0,001509
12 44000,5 0,04499 0,002024
13 52000,5 0,05317 0,002827
14 60000,5 0,06135 0,003763
15 68000,5 0,06952 0,004834
16 76000,5 0,07770 0,006038
17 88000,5 0,08997 0,008096
18 104000,5 0,10633 0,011308
19 120000,5 0,12269 0,015055
20 0,13905 0,019337
S
136000,5
978009,5 - 0,0794007
132
Tabela 18 - Cálculo do índice HH pela simulação dos dados referente ao coeficiente de participação Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados da ANP. Nota: S = Qt / S Qt
O resultado do Índice HH pela simulação dos dados da tabela 18 é 0,05191
para um intervalo de 0,05 = H = 1.
Qt / S Qt t
Média Aritmética do Coeficiente de
Participação (Q) (S ) S2
1 1 0,033898 0,001149
2 1,05 0,035593 0,001267
3 1,1 0,037288 0,00139
4 1,15 0,038983 0,00152
5 1,2 0,040678 0,001655
6 1,25 0,042373 0,001795
7 1,3 0,044068 0,001942
8 1,35 0,045763 0,002094
9 1,4 0,047458 0,002252
10 1,45 0,049153 0,002416
11 1,5 0,050847 0,002585
12 1,55 0,052542 0,002761
13 1,6 0,054237 0,002942
14 1,65 0,055932 0,003128
15 1,7 0,057627 0,003321
16 1,75 0,059322 0,003519
17 1,8 0,061017 0,003723
18 1,85 0,062712 0,003933
19 1,9 0,064407 0,004148
20 1,95 0,066102 0,004369
S 29,5 - 0,05191
133
ANEXO II – MATRIZ DE CORRELAÇÃO DAS VARIÁVEIS EXPLICATIVAS DOS MODELOS ECONOMÉTRICOS
134
Tabela 19 – Matriz de Correlação I
Variáveis Explicativas R TE TU SUS GRealS Tempsau
1,00 0,585 0,392 -0,049 0,287 0,158
TE 0,585 1,00 0,694 0,081 0,475 0,047
TU 0,392 0,694 1,00 -0,048 0,299 0,010
SUS -0,049 0,081 -0,048 1,00 -0,126 -0,034
GRealS 0,287 0,475 0,299 -0,126 1,00 0,070
Tempsau 0,158 0,047 0,010 -0,34 0,070 1,00
Fonte: Elaborada pela autora. Nota: Matriz de correlação referente aos dados da tabela 12. Tabela 20 – Matriz de Correlaçao II
Variáveis Explicativas R TE TU FUNDEF GRealE Tempedu
1,00 0,585 0,392 0,387 0,220 0,086
TE 0,585 1,00 0,694 0,250 0,420 -0,025
TU 0,392 0,694 1,00 0,298 0,2650 -0,070
FUNDEF 0,387 0,250 0,298 1,00 0,128 -0,023
GRealE 0,220 0,420 0,265 0,128 1,00 0,071
Tempedu 0,086 -0,025 -0,070 -0,023 0,071 1,00
Fonte: Elaborada pela autora Nota: Matriz de correlação referente aos dados da tabela 13. Tabela 21 – Matriz de Correlação III
Variáveis Explicativas Área Dist
GRealS Leitos Mortal t-1 R Tempsau
1,00 0,005 -0,082 -0,108 0,045 -0,046 -0,148
Dist 0,005 1,00 0,105 -0,007 -0,352 0,222 0,044
GrealS -0,082 0,105 1,00 0,144 -0,118 0,432 0,071
Leitos -0,108 -0,007 0,144 1,00 0,080 0,082 -0,035
Mortal t-1 0,045 -0,352 -0,118 0,080 1,00 -0,078 -0,025
R -0,046 0,222 0,432 0,082 -0,078 1,00 0,170
Tempsau -0,148 0,044 0,071 -0,035 -0,025 0,170 1,00
Fonte: Elaborada pela autora. Nota: Matriz de correlação referente aos dados da tabela 14.
135
Tabela 22 – Matriz de Correlação IV
Variáveis
Explicativas
FUNDEF GRealE RzEst R Tempedu TE RzFun
1,00 0,128 -0,005 0,387 -0,023 0,250 0,572 -0,413
GRealE 0,128 1,00 0,239 0,220 0,071 0,42 0,367 0,295
RzEst -0,005 0,239 1,00 0,049 -0,114 0,411 0,550 0,529
R 0,387 0,220 0,049 1,00 0,086 0,585 0,364 -0,086
Tempedu -0,023 0,071 -0,114 0,086 1,00 -0,025 -0,040 -0,034
TE 0,250 0,420 0,411 0,585 -0,025 1,00 0,475 0,245
RzFun 0,572 0,367 0,550 0,364 -0,040 0,475 1,00 0,246
RzProfAl -0,413 0,295 0,529 -0,086 -0,034 0,245 0,246 1,00
Fonte: Elaborada pela autora. Nota: Matriz de correlação referente aos dados da tabela 15.
136
ANEXO III – TABELAS COM INFORMAÇÕES SOBRE OS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE PETRÓLEO FLUMINENSE
137
Tabela 23 – Royalties repassados aos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (continua)
R$1,00
Municípios 1997 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 341.346 746.479 1.908.266 2.844.072 3.532.745
Aperibé 240.620 287.524 680.530 1.324.308 1.648.550
Araruama 400.607 488.472 1.156.900 2.251.323 2.846.601
Armação dos Búzios 626.882 2.551.442 6.774.180 12.071.332 15.607.996
Arraial do Cabo 476.074 374.523 884.689 1.735.045 2.352.658
Barra Mansa 291.047 371.232 824.072 1.572.715 1.941.760
Bom Jardim 312.668 373.712 884.689 1.721.600 2.145.130
Bom Jesus do Itabapoana 340.665 416.890 986.768 1.920.246 2.391.877
Cabo Frio 3.660.518 4.302.076 13.175.055 23.371.221 29.954.639
Cachoeiras de Macacu 669.776 820.296 1.881.411 3.647.751 4.586.399
Cambuci 300.515 330.311 782.609 1.522.954 1.898.141
Campos dos Goytacazes 4.019.112 8.343.048 48.460.781 94.025.374 118.236.702
Cantagalo 300.564 359.108 850.662 1.655.385 2.062.639
Carapebus 545.150 2.251.078 6.166.151 10.859.255 12.841.874
Cardoso Moreira 260.431 301.639 714.556 1.390.523 1.752.660
Carmo 276.581 330.601 782.609 1.522.954 1.898.141
Casimiro de Abreu 2.369.718 2.648.500 6.052.279 11.547.893 14.495.105
Conceição de Macabu 303.537 359.908 850.662 1.655.385 2.062.639
Cordeiro 304.522 344.659 816.636 1.589.169 2.002.009
Duas Barras 251.433 288.191 680.530 1.324.308 1.670.169
Duque de Caxias 1.333.604 1.731.670 4.416.270 11.041.408 14.975.649
Guapimirim 702.998 880.914 2.020.775 3.917.954 4.922.744
Iguaba Grande 81.065 289.460 680.530 1.324.308 1.716.007
Italva 264.438 315.986 748.583 1.456.738 1.813.290
Itaocara 312.667 373.712 884.689 1.721.600 2.145.130
Itaperuna 435.699 518.047 1.224.953 2.383.754 2.968.105
Japeri 130.653 371.232 824.072 1.572.715 1.941.760
Laje do Muriaé 240.620 287.524 680.530 1.324.308 1.648.550
Macaé 8.014.637 11.053.169 34.757.683 67.461.253 84.424.764
138
Macuco 81.065 289.460 680.530 1.324.308 1.648.550
Magé 876.679 1.106.200 2.711.811 5.041.182 6.163.187
Mangaratiba 0 210.336 682.697 847.571 1.060.449
Miracema 324.513 387.926 918.715 1.787.815 2.227.379
Natividade 276.581 330.601 782.609 1.522.954 1.898.141
Niterói 0 15.903 209.040 177.514 107.277
Nova Friburgo 481.044 574.649 1.361.059 2.648.615 3.299.944
Petrópolis 481.044 574.649 1.361.059 2.648.615 3.299.944
Piraí 291.047 371.232 824.072 1.572.715 1.941.760
Porciúncula 276.586 330.602 782.609 1.522.954 1.898.141
Tabela 23 – Royalties repassados aos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (conclusão)
R$1,00
Municípios 1997 1998 1999 2000 2001
Quissamã 2.300.388 3.728.941 14.647.948 25.077.089 28.130.478
Rio das Ostras 2.493.421 3.929.203 17.654.899 36.510.216 48.044.105
Rio de Janeiro 69.861 266.327 1.885.798 2.857.715 2.848.191
Santa Maria Madalena 252.428 301.728 714.556 1.390.523 1.731.041
Santo Antônio de Pádua 348.629 416.789 986.768 1.920.246 2.413.496
São Fidélis 352.636 431.138 1.020.794 1.986.462 2.474.368
São Fcº de Itabapoana 117.524 419.664 986.768 1.920.246 2.435.114
São Gonçalo 0 12.589 203.263 177.514 107.277
São João da Barra 376.301 401.670 5.361.638 12.263.030 15.458.617
São José de Ubá 80.931 289.104 680.530 1.324.308 1.648.550
São José do Vale Rio Preto 291.567 345.661 816.636 1.589.169 2.002.009
São Pedro da Aldeia 384.756 459.911 1.088.847 2.118.892 2.660.485
São Sebastião do Alto 240.486 287.167 680.530 1.324.308 1.648.550
Saquarema 375.623 446.107 1.054.821 2.052.677 2.578.236
Silva Jardim 620.085 759.323 1.742.047 3.377.547 4.249.811
Sumidouro 264.435 315.986 748.583 1.456.738 1.837.511
Teresópolis 457.265 546.197 1.293.006 2.516.185 3.156.823
Trajano de Morais 252.428 301.728 714.556 1.390.523 1.731.041
Varre-Sai 240.200 287.090 680.530 1.324.308 1.648.550
Volta Redonda 291.047 371.232 824.072 1.572.715 1.941.760Fonte: Petrobrás e ANP Nota: Adotado o regime de caixa
139
Tabela 24 - População Residente nos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (continua)
Municípios 1997 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 94.141 95.501 96.867 119.247 123.304
Aperibé 7.446 7.659 7.870 8.018 8.204
Araruama 68.769 70.978 73.188 82.803 85.628
Armação dos Búzios 15.313 16.114 16.923 18.204 19.121
Arraial do Cabo 21.918 22.231 22.546 23.877 24.354
Barra Mansa 167.567 168.262 168.955 170.753 171.468
Bom Jardim 22.180 22.497 22.815 22.651 22.880
Bom Jesus do Itabapoana 32.787 33.253 33.719 33.655 34.096
Cabo Frio 108.140 113.813 119.503 126.828 133.342
Cachoeiras de Macacu 44.243 44.876 45.517 48.543 49.473
Cambuci 14.845 14.825 14.789 14.670 14.561
Campos dos Goytacazes 392.849 395.627 398.416 406.989 410.220
Cantagalo 18.963 19.055 19.147 19.835 19.981
Carapebus 8.461 8.748 9.032 8.666 8.883
Cardoso Moreira 11.866 11.801 11.739 12.595 12.546
Carmo 15.316 15.432 15.554 15.289 15.390
Casimiro de Abreu 21.035 21.731 22.426 22.152 22.840
Conceição de Macabu 18.510 18.767 19.026 18.782 18.925
Cordeiro 17.586 17.762 17.940 18.601 18.822
Duas Barras 9.960 9.979 9.995 10.334 10.370
Duque de Caxias 726.875 736.801 746.756 775.456 783.517
Guapimirim 34.310 35.742 37.175 37.952 39.149
Iguaba Grande 10.100 10.423 10.746 15.089 15.980
Italva 13.318 13.423 13.523 12.621 12.596
Itaocara 23.382 23.466 23.553 23.003 23.003
Itaperuna 84.091 85.307 86.520 86.720 87.752
Japeri 76.028 78.470 80.917 83.278 85.291
Laje do Muriaé 7.593 7.620 7.632 7.909 7.956
Macaé 117.758 121.732 125.598 132.461 136.146
Macuco 5.785 5.835 5.887 4.886 4.798
Magé 187.963 192.054 196.148 205.830 210.861
Mangaratiba 20.709 21.392 22.081 24.901 25.707
Miracema 24.360 24.290 24.216 27.064 27.282
Natividade 15.265 15.383 15.498 15.125 15.180
Niterói 453.910 456.892 459.883 459.451 461.203
Nova Friburgo 169.787 170.238 170.695 173.418 174.085
Petrópolis 273.211 276.193 279.182 286.537 290.138
Piraí 23.622 24.383 25.140 22.118 22.446
Porciúncula 15.666 15.882 16.100 15.952 16.111
140
Tabela 24 - População Residente nos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (conclusão)
Municípios 1997 1998 1999 2000 2001
Quissamã 13.019 13.381 13.750 13.674 14.062
Rio das Ostras 29.568 30.802 32.038 36.419 39.046
Rio de Janeiro (capital) 5.569.181 5.584.048 5.598.955 5.857.904 5.897.487
Santa Maria Madalena 10.778 10.716 10.652 10.476 10.272
Santo Antônio de Pádua 34.277 34.410 34.536 38.692 39.357
São Fidélis 36.978 37.354 37.730 36.789 37.043
São Fcº Itabapoana 36.437 36.958 37.486 41.145 41.987
São Gonçalo 846.731 857.980 869.258 891.119 903.331
São João da Barra 28.619 29.032 29.448 27.682 27.669
São José de Ubá 5.906 5.891 5.869 6.413 6.475
São José do Vale Rio Preto 16.267 16.389 16.515 19.278 19.760
São Pedro da Aldeia 57.629 59.481 61.335 63.227 65.474
São Sebastião do Alto 8.180 8.248 8.315 8.402 8.463
Saquarema 45.762 47.230 48.704 52.461 54.256
Silva Jardim 19.206 19.355 19.503 21.265 21.619
Sumidouro 13.500 13.603 13.706 14.176 14.314
Teresópolis 126.221 127.150 128.081 138.081 140.144
Trajano de Morais 10.530 10.470 10.416 10.038 9.954
Varre-Sai 7.695 7.812 7.930 7.854 7.941
Volta Redonda 235.274 237.792 240.316 242.063 244.715 Fonte: IBGE e DATASUS
Nota: Para os anos intercensitários foi utilizada Contagem Populacional
141
Tabela 25 – Receitas orçamentárias dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período
1997-2001 (continua)
R$1,00
Municípios 1997 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 78.047.738 85.318.804 96.274.994 101.165.229 117.282.060
Aperibé 4.715.174 5.436.116 6.532.590 8.176.634 9.032.633
Araruama 19.160.585 29.814.517 35.391.738 41.179.215 51.666.350
Armação dos Búzios 9.314.920 15.536.925 22.371.326 31.935.386 42.052.355
Arraial do Cabo 10.203.724 11.267.009 13.869.049 20.721.433 16.738.928
Barra Mansa 43.910.407 60.087.066 71.748.372 93.692.076 95.949.468
Bom Jardim 7.828.924 11.038.348 11.513.643 13.683.582 14.600.939
Bom Jesus do Itabapoana 10.288.551 11.058.792 13.799.689 16.639.550 20.495.276
Cabo Frio 42.573.098 49.377.961 63.483.291 81.741.814 107.489.987
Cachoeiras de Macacu 14.127.400 15.698.749 17.571.467 20.615.432 24.596.842
Cambuci 7.078.590 8.249.221 9.545.790 11.934.737 14.457.360
Campos dos Goytacazes 81.670.585 103.455.315 102.521.000 271.636.445 381.114.850
Cantagalo 13.614.206 16.664.237 18.350.130 22.925.682 27.027.802
Carapebus 5.052.318 9.972.496 13.983.478 21.491.793 26.273.085
Cardoso Moreira 6.116.113 8.738.008 9.963.759 12.104.779 15.203.170
Carmo 7.874.592 9.294.605 10.625.715 12.536.194 20.671.036
Casimiro de Abreu 12.918.886 14.792.522 23.126.161 31.829.625 41.432.215
Conceição de Macabu 6.449.585 7.134.559 8.493.195 11.141.859 15.187.326
Cordeiro 6.379.184 6.681.922 6.147.819 9.787.203 11.405.195
Duas Barras 5.638.212 6.533.769 7.118.525 8.394.442 10.841.124
Duque de Caxias 201.140.187 252.788.462 269.368.978 303.304.885 383.247.128
Guapimirim 9.984.932 15.545.943 16.434.160 20.808.929 24.962.175
Iguaba Grande 5.857.545 8.408.670 10.046.726 11.972.841 14.230.296
Italva 5.972.589 6.388.559 8.171.269 9.114.995 11.676.266
Itaocara 7.362.690 8.585.415 10.583.731 12.939.581 14.262.918
Itaperuna 20.040.579 29.810.961 28.260.088 33.604.107 38.509.155
Japeri 9.529.201 19.186.820 21.145.726 24.652.685 33.542.548
Laje do Muriaé 5.262.351 5.771.070 6.252.024 8.104.869 9.387.719
Macaé 54.421.477 67.850.082 92.773.717 162.905.168 229.711.487
Macuco 4.059.195 5.346.487 5.704.180 6.844.889 8.171.697
Magé 26.872.199 36.473.362 45.365.956 56.283.363 67.367.022
Mangaratiba 18.262.890 20.111.712 26.105.460 26.120.772 34.835.935
Miracema 7.893.616 8.258.921 9.436.880 11.887.728 13.756.575
Natividade 8.029.900 7.872.177 9.408.576 10.954.099 12.730.238
Niterói 180.822.641 201.857.547 220.695.870 254.551.388 274.817.287
Nova Friburgo 43.039.322 54.116.968 68.799.160 75.509.008 76.994.116
Petrópolis 88.104.281 114.960.852 123.533.118 144.047.396 162.067.454
Pinheiral 5.178.243 7.857.980 9.384.615 10.785.819 12.331.412
Piraí 19.577.988 25.125.985 29.241.157 37.426.221 41.675.099
Porciúncula 6.894.648 7.104.928 7.853.632 10.651.064 11.776.735
142
Tabela 25 - Receitas orçamentárias dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período
1997-2001 (conclusão)
R$1,00
Municípios 1997 1998 1999 2000 2001
Quissamã 14.800.912 17.152.080 31.284.885 53.528.390 69.788.673
Rio de Janeiro 2.977.000.253 3.805.518.000 3.734.044.779 4.823.858.855 5.460.333.118
Santa Maria Madalena 6.739.186 7.858.533 9.473.612 11.923.298 13.058.913
Santo Antônio de Pádua 11.268.050 11.223.432 14.295.623 17.472.347 20.218.435
São Fidélis 10.961.369 12.464.810 14.169.488 17.971.061 27.859.323
São Fcº de Itabapoana 8.276.580 11.941.916 15.095.033 18.359.245 24.597.329
São Gonçalo 103.185.992 140.598.021 149.714.752 168.140.918 176.736.414
São João da Barra 11.405.939 13.267.789 18.563.691 28.330.376 36.754.380
São José de Ubá 4.032.658 4.664.920 5.417.349 6.974.949 8.457.091
São José Vale Rio Preto 6.751.158 7.586.413 10.526.384 11.848.752 14.117.975
São Pedro da Aldeia 12.692.629 19.427.595 19.923.773 24.635.005 30.914.920
São Sebastião do Alto 5.602.251 5.450.107 7.118.319 9.148.714 10.000.670
Saquarema 13.658.118 19.456.995 21.233.074 26.646.638 43.537.810
Silva Jardim 9.255.975 11.379.943 12.972.692 16.446.056 20.174.043
Sumidouro 6.516.971 7.833.838 9.400.746 11.080.308 12.699.440
Teresópolis 37.031.096 50.477.184 64.246.947 75.077.643 89.610.680
Trajano de Morais 6.283.823 7.963.198 8.402.355 10.641.831 11.673.872
Valença 14.532.902 17.848.681 21.492.112 28.398.154 30.119.521
Volta Redonda 159.431.689 161.368.619 170.748.314 208.752.535 221.047.867Fonte: STN e Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Nota: Receitas Orçamentárias = Receitas Correntes + Receitas de Capital
143
Tabela 26 - Receita tributária própria dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (continua)
R$1,00
Municípios 1997 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 15.365.409 14.820.000 16.223.291 14.014.469 14.206.840
Aperibé 115.201 141.526 150.010 132.861 142.146
Araruama 6.427.039 8.208.826 8.004.562 7.972.012 10.236.142
Armação dos Búzios 3.329.098 3.976.443 5.027.470 6.350.780 7.338.363
Arraial do Cabo 1.488.728 2.490.283 2.578.648 1.931.459 1.962.693
Barra Mansa 6.615.272 7.505.966 6.877.363 7.840.643 8.765.965
Bom Jardim 427.713 454.438 456.352 487.502 547.236
Bom Jesus do Itabapoana 1.107.307 1.227.230 1.247.180 1.291.539 1.509.633
Cabo Frio 10.662.368 11.599.719 11.437.671 14.018.313 15.125.542
Cachoeiras de Macacu 1.275.799 1.066.446 1.184.328 1.093.328 1.660.726
Cambuci 161.919 113.484 139.312 51.114 147.448
Campos dos Goytacazes 13.777.575 16.605.588 15.770.776 17.012.143 21.113.835
Cantagalo 448.069 418.266 507.392 706.021 708.806
Carapebus 106.808 144.411 171.122 221.909 273.575
Cardoso Moreira 121.329 220.062 193.064 184.756 220.627
Carmo 311.994 245.940 171.620 182.373 189.625
Casimiro de Abreu 688.660 707.375 738.398 881.465 1.102.381
Conceição de Macabu 182.197 173.270 192.600 178.475 294.852
Cordeiro 387.779 289.471 365.543 325.875 487.421
Duas Barras 67.265 119.536 114.353 128.228 201.989
Duque de Caxias 36.661.798 42.669.332 42.194.389 51.275.102 55.619.178
Guapimirim 1.485.588 1.232.192 1.724.236 2.387.833 2.750.292
Iguaba Grande 1.853.342 2.598.917 2.472.578 2.309.127 2.643.345
Italva 201.851 229.355 238.966 375.787 351.292
Itaocara 264.730 524.177 424.374 466.097 518.858
Itaperuna 3.159.849 4.150.984 3.953.494 4.197.819 4.580.059
Japeri 821.778 1.124.832 1.297.000 1.647.001 1.841.229
Laje do Muriaé 94.927 126.892 98.772 130.333 134.180
Macaé 12.109.344 14.110.253 13.553.230 16.591.339 25.526.519
Macuco 93.925 108.499 98.990 134.167 144.756
Magé 5.038.248 5.695.087 4.369.126 5.722.395 7.352.448
Mangaratiba 7.141.844 8.929.876 10.943.000 10.670.716 12.837.062
Miracema 341.353 447.825 402.170 406.395 421.100
Natividade 216.638 250.180 225.619 216.550 301.168
Niterói 96.302.823 112.602.798 123.124.000 132.345.585 144.958.261
Nova Friburgo 6.617.161 9.361.984 13.574.571 16.535.008 13.009.496
Petrópolis 41.112.896 42.623.060 46.772.950 47.155.761 49.789.815
Piraí 1.395.993 1.433.207 1.830.639 2.378.469 2.880.475
Porciúncula 289.016 318.154 348.124 426.260 456.554
144
Tabela 26 - Receita tributária própria dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período
1997-2001 (conclusão) R$1,00
Municípios 1997 1998 1999 2000 2001
Quissamã 255.611 336.329 540.971 741.189 962.564 Rio das Ostras 2.818.378 2.881.268 2.926.977 3.868.965 5.313.351
Rio de Janeiro 1.634.059.352 1.925.463.402 2.044.869.811 2.137.935.873 2.673.939.274
Santa Maria Madalena 102.775 143.545 156.800 194.028 251.946
Santo Antônio de Pádua 1.046.936 1.017.942 1.064.163 1.150.504 1.414.603
São Fidélis 530.266 669.807 823.824 872.778 1.021.701
São F.de Itabapoana 376.076 547.524 532.591 464.267 619.954
São Gonçalo 39.481.688 50.405.513 50.526.355 49.797.864 39.589.305
São João da Barra 454.499 593.829 638.493 838.546 1.185.962
São José de Ubá 43.224 110.939 118.427 113.842 186.279
São J.Vale do Rio Preto 523.769 549.895 539.726 637.125 676.358
São Pedro da Aldeia 3.630.731 4.053.529 4.380.963 3.406.464 4.178.940
São Sebastião do Alto 68.283 40.763 50.223 51.078 92.233
Saquarema 2.965.044 3.464.865 3.760.080 4.679.127 5.564.059
Silva Jardim 424.083 419.808 419.840 390.358 615.789
Sumidouro 88.250 87.762 78.404 83.716 102.732
Teresópolis 14.479.105 15.522.295 15.845.965 17.461.305 18.870.923
Trajano de Morais 74.660 97.468 108.820 119.335 168.524
Varre-Sai 44.753 51.111 62.190 76.048 62.070
Volta Redonda 30.163.278 38.258.522 34.199.537 39.564.249 46.075.488
Fonte: TCE. Nota: Receita Tributária própria = IPTU+ITBI+ISS+Taxas+Contribuição de Melhoria.
145
Tabela 27 - Gastos nas áreas de saúde e saneamento efetuadas pelos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (continua) R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 29.238.000 30.062.720 33.681.377 38.090.478
Aperibé 1.381.174 1.547.089 2.117.193 1.829.761
Araruama 4.413.054 7.421.218 7.830.375 8.518.829
Armação dos Búzios 22.234 602.783 6.952.534 9.709.956
Arraial do Cabo 2.878.878 3.808.800 3.911.735 1.595.788
Barra Mansa 9.910.501 13.125.160 18.041.334 15.501.012
Bom Jardim 2.170.375 2.883.101 253.093 334.355
Bom Jesus do Itabapoana 2.007.771 2.342.660 2.503.104 2.653.364
Cabo Frio 7.444.183 6.785.814 10.494.831 15.016.955
Cachoeiras de Macacu 3.332.344 2.060.730 2.153.775 3.589.960
Cambuci 1.185.861 1.101.083 1.414.141 1.651.587
Campos dos Goytacazes 14.591.860 27.257.827 55.093.858 47.790.693
Cantagalo 3.304.988 3.422.567 3.966.589 3.639.914
Carapebus 2.621.312 2.553.339 5.225.426 7.032.454
Cardoso Moreira 1.209.102 1.698.697 1.981.585 2.422.431
Carmo 2.511.032 1.899.022 2.035.651 7.965.312
Casimiro de Abreu 2.162.047 3.393.793 6.002.431 6.006.040
Conceição de Macabu 1.515.810 1.675.814 2.595.189 3.567.519
Cordeiro 763.658 1.082.508 1.365.101 2.164.302
Duas Barras 1.968.000 1.011.088 1.341.125 1.853.003
Duque de Caxias 71.005.215 73.077.576 80.037.685 100.784.530
Guapimirim 2.834.234 3.629.765 4.851.905 6.032.611
Iguaba Grande 475.506 1.703.600 6.299.880 1.747.974
Italva 1.720.297 2.188.269 2.708.561 2.388.963
Itaocara 1.579.222 1.378.000 1.795.846 1.559.428
Itaperuna 3.378.407 3.988.886 4.815.319 6.649.693
Japeri 2.815.382 3.976.000 6.090.371 7.821.836
Laje do Muriaé 1.201.331 1.383.943 2.063.097 2.067.490
Macaé 9.612.000 9.538.305 15.019.058 34.338.736
Macuco 1.279.195 1.108.520 1.137.792 1.387.504
Magé 13.286.741 14.818.832 19.389.717 14.747.457
Mangaratiba 458.598 1.001.000 892.404 1.108.926
Miracema 1.086.000 1.226.177 2.104.133 2.297.401
Natividade 958.401 1.297.200 1.595.981 2.196.368
Niterói 31.385.744 32.878.000 38.191.059 36.860.648
Nova Friburgo 3.688.000 9.621.127 9.022.351 10.496.421
Petrópolis 16.354.000 20.827.722 24.376.518 32.204.737
Piraí 5.468.065 6.720.429 6.060.298 7.723.797
Porciúncula 1.163.548 1.045.604 1.507.928 1.703.380
146
Tabela 27 - Gastos nas áreas de saúde e saneamento efetuadas pelos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 3.045.177 4.265.716 10.480.579 12.925.624 Rio das Ostras 3.540.822 6.883.000 8.164.302 12.822.864
Rio de Janeiro 555.539.000 812.348.000 975.172.848 828.097.433
Santa Maria Madalena 919.058 293.297 1.480.484 1.690.656
Santo Antônio de Pádua 1.550.384 1.979.086 2.716.425 1.989.679
São Fidélis 1.743.709 1.974.107 2.542.653 3.122.070
São Fcº de Itabapoana 3.409.687 3.313.409 3.883.600 4.554.676
São Gonçalo 22.430.000 19.653.991 25.133.077 39.432.572
São João da Barra 2.595.436 2.477.437 4.325.146 5.164.580
São José de Ubá 696.204 1.115.643 1.399.801 1.421.251
São José do Vale Rio Preto 1.996.000 2.882.227 3.913.047 3.729.562
São Pedro da Aldeia 3.409.214 3.658.787 4.269.315 5.556.721
São Sebastião do Alto 1.379.721 1.505.423 1.947.789 2.005.234
Saquarema 4.038.796 4.761.639 7.031.960 9.346.944
Silva Jardim 3.281.571 2.949.608 3.806.045 3.986.013
Sumidouro 2.078.756 1.894.895 2.586.961 2.758.882
Teresópolis 10.379.116 16.686.639 18.915.870 20.964.866
Trajano de Morais 1.393.000 783.364 931.842 1.682.483
Varre-Sai 707.000 660.276 1.160.891 1.256.686
Volta Redonda 21.226.933 18.986.973 19.537.931 27.867.822 Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
147
Tabela 28 – Gastos nas áreas de educação e cultura efetuadas pelos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (continua)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 27.438.000 30.365.115 31.323.872 35.592.742
Aperibé 1.548.968 2.066.991 2.563.914 2.736.769
Araruama 8.290.133 10.350.879 11.408.423 14.809.598
Armação dos Búzios 4.282.685 5.585.492 7.755.907 9.648.346
Arraial do Cabo 2.673.869 3.179.814 3.139.860 4.027.122
Barra Mansa 16.001.917 24.587.153 25.549.328 28.464.892
Bom Jardim 3.609.477 3.734.866 3.758.791 4.294.369
Bom Jesus do Itabapoana 3.189.596 3.350.040 4.552.716 5.221.190
Cabo Frio 11.457.095 11.983.552 17.949.240 20.006.313
Cachoeiras de Macacu 5.775.374 6.112.614 6.400.108 7.717.636
Cambuci 2.519.745 2.995.774 3.763.731 4.362.370
Campos dos Goytacazes 28.701.014 35.216.342 55.164.732 81.647.523
Cantagalo 4.527.056 4.544.455 5.085.916 6.583.296
Carapebus 2.387.931 3.257.967 5.069.745 7.525.237
Cardoso Moreira 2.505.118 3.126.696 3.597.867 4.085.909
Carmo 2.354.084 3.169.024 3.581.601 4.111.843
Casimiro de Abreu 4.754.108 5.808.325 7.411.671 9.426.220
Conceição de Macabu 1.489.781 1.595.171 2.492.912 3.711.747
Cordeiro 1.737.501 1.486.960 2.100.591 2.895.888
Duas Barras 1.539.000 1.771.710 2.319.149 3.385.023
Duque de Caxias 60.074.512 67.471.810 76.272.430 110.928.166
Guapimirim 3.583.704 3.926.873 4.529.997 7.435.518
Iguaba Grande 2.274.106 2.860.323 3.575.017 3.846.464
Italva 2.795.141 3.015.616 4.050.973 2.596.389
Itaocara 1.972.231 2.992.000 3.622.280 4.270.618
Itaperuna 8.913.352 9.956.519 11.053.120 13.571.390
Japeri 6.658.579 7.894.000 10.100.368 13.109.517
Laje do Muriaé 1.700.068 1.761.423 2.201.537 2.530.550
Macaé 15.982.000 20.125.214 33.729.236 46.948.391
Macuco 810.604 1.196.913 1.229.051 1.779.668
Magé 9.201.233 14.016.595 16.172.308 20.917.913
Mangaratiba 4.339.289 7.595.000 7.921.578 7.290.944
Miracema 2.362.000 2.299.786 2.775.239 3.093.414
Natividade 2.802.063 3.204.657 4.024.219 3.831.453
Niterói 45.645.834 46.118.000 61.381.808 69.367.188
Nova Friburgo 15.709.000 22.771.223 20.654.502 26.226.607
Petrópolis 36.752.000 34.692.032 49.604.302 57.921.595
Piraí 6.673.066 8.896.580 9.607.196 10.415.390
Porciúncula 1.765.776 1.790.296 2.265.792 2.715.490
148
Tabela 28 - Gastos nas áreas de educação e cultura efetuadas pelos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 3.600.115 5.097.839 10.845.621 13.909.982
Rio das Ostras 5.363.505 6.608.000 12.051.415 18.545.185
Rio de Janeiro 993.071.000 1.010.702.000 819.276.779 709.964.255
Santa Maria Madalena 2.414.510 2.681.295 3.263.806 3.863.114
Santo Antônio de Pádua 3.090.797 4.868.742 5.780.211 6.688.498
São Fidélis 2.614.311 2.688.535 4.309.519 6.702.073
São Fcº de Itabapoana 4.316.044 5.050.933 5.088.685 8.346.828
São Gonçalo 38.015.000 41.108.901 40.570.200 48.746.661
São João da Barra 3.234.067 3.542.651 7.625.438 8.613.127
São José de Ubá 1.069.582 1.323.165 1.301.942 2.382.947
São José Vale Rio Preto 1.905.000 2.842.236 2.622.090 3.437.617
São Pedro da Aldeia 4.078.722 6.294.825 6.429.988 10.406.877
São Sebastião do Alto 1.293.046 2.030.829 2.631.228 3.081.634
Saquarema 3.718.042 4.286.397 6.150.265 10.961.388
Silva Jardim 2.264.449 2.711.582 3.990.207 5.181.708
Sumidouro 2.180.160 3.000.799 3.305.701 3.855.404
Teresópolis 14.665.808 16.945.879 20.870.667 30.016.851
Trajano de Morais 1.862.000 2.243.232 2.856.254 3.089.600
Varre-Sai 1.757.000 1.878.010 2.421.619 3.099.286
Volta Redonda 52.764.342 52.742.626 56.108.919 72.374.778 Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Nota: Transferência Financeira = ICMS+IPVA+IPI+Outras (foram excluídos desta tabela os valores do FUNDEF).
149
Tabela 29 - Transferência constitucional do Estado para os municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (continua)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 44.192.411 46.941.485 46.861.217 56.177.476
Aperibé 2.565.735 3.365.347 3.801.608 4.514.124
Araruama 6.123.682 6.713.581 8.346.102 10.908.192
Armação dos Búzios 3.311.058 4.366.727 5.465.685 7.598.489
Arraial do Cabo 3.519.648 4.276.536 9.507.162 5.819.502
Barra Mansa 19.037.116 24.080.243 31.949.079 33.618.839
Bom Jardim 4.768.822 5.333.349 5.624.612 6.744.326
Bom Jesus do Itabapoana 4.470.347 5.131.131 5.909.000 7.942.990
Cabo Frio 13.787.050 16.375.082 21.151.787 30.184.287
Cachoeiras de Macacu 4.817.595 7.198.223 7.350.557 8.786.061
Cambuci 4.322.522 4.276.032 5.495.948 5.890.594
Campos dos Goytacazes 40.888.475 46.186.794 56.756.332 95.843.831
Cantagalo 11.278.090 12.051.586 14.220.776 15.251.380
Carapebus 4.260.021 5.387.456 6.738.975 8.900.583
Cardoso Moreira 3.989.470 5.331.300 6.236.171 6.152.221
Carmo 5.045.409 6.560.428 7.072.417 14.149.901
Casimiro de Abreu 6.089.542 8.286.670 10.713.045 16.631.306
Conceição de Macabu 3.251.582 4.052.453 4.678.870 6.158.597
Cordeiro 3.036.455 2.639.573 4.167.973 4.791.282
Duas Barras 3.350.346 3.747.753 4.348.629 5.935.965
Duque de Caxias 103.667.630 110.412.476 117.011.804 156.360.414
Guapimirim 5.152.357 5.032.849 5.628.635 7.197.651
Iguaba Grande 3.276.763 3.961.496 4.805.098 5.590.846
Italva 3.491.711 4.533.665 4.553.726 5.295.681
Itaocara 3.570.053 4.679.676 5.508.577 6.564.765
Itaperuna 11.095.790 10.897.183 12.443.050 15.365.891
Japeri 3.381.582 3.846.732 4.337.896 9.203.684
Laje do Muriaé 3.826.146 3.800.717 4.618.935 5.233.998
Macaé 20.204.543 24.357.905 31.459.068 49.298.381
Macuco 2.775.971 3.020.038 3.412.494 4.157.465
Magé 8.010.108 9.065.019 13.194.785 13.797.491
Mangaratiba 3.915.509 4.365.424 4.990.876 6.076.480
Miracema 3.334.629 3.714.413 4.337.196 4.894.657
Natividade 3.536.482 4.128.993 5.124.019 5.093.778
Niterói 48.029.068 50.785.509 60.493.367 69.880.543
Nova Friburgo 19.906.558 23.174.805 25.777.346 28.586.861
Petrópolis 28.691.945 30.074.736 40.117.180 50.442.633
Piraí 12.545.158 14.522.565 16.750.469 22.317.000
Porciúncula 3.177.605 3.429.588 3.981.883 4.543.363
150
Tabela 29 - Transferência constitucional do Estado para os municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 9.159.938 11.351.721 14.366.466 23.012.021 Rio das Ostras 6.292.420 6.697.713 8.586.174 17.873.232
Rio de Janeiro 674.237.248 752.682.606 881.431.999 970.375.387
Santa Maria Madalena 5.461.029 6.064.665 6.866.437 7.882.269
Santo Antônio de Pádua 5.716.273 6.371.069 7.429.353 8.614.126
São Fidélis 5.008.591 5.714.906 7.659.691 8.769.052
São Francisco de Itabapoana 5.667.582 7.037.588 8.430.986 10.913.704
São Gonçalo 35.413.564 40.213.201 61.536.394 55.992.767
São João da Barra 5.362.345 5.872.031 7.335.514 10.917.728
São José de Ubá 2.891.862 3.073.450 3.340.230 4.653.258
São José do Vale do Rio Preto 3.693.298 4.771.521 4.899.754 5.640.795
São Pedro da Aldeia 6.289.626 5.304.801 5.731.843 7.490.171
São Sebastião do Alto 3.373.750 4.282.700 4.908.318 5.597.990
Saquarema 5.355.151 4.623.038 5.740.505 5.828.920
Silva Jardim 4.683.759 4.787.400 6.514.282 7.462.575
Sumidouro 3.938.170 5.162.329 5.773.731 6.646.492
Teresópolis 11.341.474 12.638.931 15.086.137 16.595.638
Trajano de Morais 4.476.769 5.392.339 6.124.765 6.865.718
Varre-Sai 2.429.788 2.862.048 3.229.842 3.697.758
Volta Redonda 74.142.030 88.423.851 100.210.098 104.787.475 Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Nota: Transferência Financeira = ICMS+IPVA+IPI+Outras (foram excluídos desta tabela os valores do FUNDEF).
151
Tabela 30 - Transferência constitucional da União para os municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1998-2001 (continua)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 13.235.557 18.685.590 19.009.432 20.028.741
Aperibé 1.104.497 1.198.353 1.720.507 1.479.254
Araruama 5.496.780 7.760.815 8.301.611 12.171.909
Armação dos Búzios 4.684.235 2.379.195 2.908.877 4.230.369
Arraial do Cabo 2.540.399 3.065.507 4.421.860 3.571.775
Barra Mansa 16.529.934 20.471.220 26.453.791 27.413.936
Bom Jardim 3.513.005 2.948.316 3.702.391 3.154.354
Bom Jesus do Itabapoana 3.616.300 4.674.575 5.508.069 6.359.424
Cabo Frio 7.146.451 7.229.458 9.786.507 13.137.283
Cachoeiras de Macacu 3.779.594 3.380.242 4.058.168 4.578.844
Cambuci 2.034.109 3.558.145 2.994.896 3.847.628
Campos dos Goytacazes 8.802.062 14.665.442 15.148.765 16.615.306
Cantagalo 2.960.034 3.267.708 3.891.766 3.258.932
Carapebus 2.689.143 1.781.271 2.277.049 2.458.093
Cardoso Moreira 2.010.663 1.819.915 2.211.184 3.818.516
Carmo 2.380.843 2.266.721 2.532.592 2.654.167
Casimiro de Abreu 3.280.160 4.743.290 5.379.457 5.485.190
Conceição de Macabu 2.924.289 2.471.568 3.558.087 5.054.723
Cordeiro 2.321.956 1.759.157 2.721.199 3.040.807
Duas Barras 1.818.043 1.678.182 1.365.785 1.650.896
Duque de Caxias 60.414.638 61.628.737 67.858.522 87.963.282
Guapimirim 5.734.416 3.878.480 4.709.771 4.750.110
Iguaba Grande 1.387.105 2.154.639 1.853.929 2.355.724
Italva 1.518.125 1.821.886 1.591.887 2.842.228
Itaocara 2.949.760 3.474.075 3.712.838 3.454.943
Itaperuna 8.083.662 5.143.351 8.419.120 8.505.409
Japeri 5.643.816 4.990.476 6.703.124 10.261.543
Laje do Muriaé 742.448 874.306 1.399.153 1.695.231
Macaé 9.823.443 7.893.561 8.731.156 10.811.604
Macuco 1.232.769 1.212.985 1.220.651 1.602.246
Magé 13.053.559 17.062.093 17.741.206 21.090.557
Mangaratiba 2.196.213 3.593.240 3.972.632 4.906.827
Miracema 2.360.937 3.027.130 3.842.629 4.016.494
Natividade 1.805.049 1.782.072 2.003.672 3.134.980
Niterói 11.897.674 13.692.071 25.011.243 19.917.849
Nova Friburgo 13.626.335 15.050.104 15.678.122 16.252.770
Petrópolis 13.004.844 14.696.927 19.091.774 22.829.339
Piraí 4.802.979 4.892.917 5.467.667 5.668.575
Porciúncula 1.307.915 1.356.298 1.941.290 2.605.825
152
Tabela 30 - Transferência constitucional da União para os municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 1.882.661 2.303.005 3.369.187 5.004.580
Rio das Ostras 4.153.399 3.968.064 3.539.466 4.837.831
Rio de Janeiro 114.141.363 132.247.524 158.682.565 171.491.661
Santa Maria Madalena 1.206.879 1.578.388 2.305.995 2.192.342
Santo Antônio de Pádua 3.089.542 3.944.698 5.079.430 4.419.709
São Fidélis 4.677.631 4.178.544 4.939.343 7.649.033
São Francisco de Itabapoana 650.923 681.229 1.174.794 3.357.699
São Gonçalo 15.454.448 17.771.758 13.669.742 24.986.209
São João da Barra 2.290.130 4.389.476 4.976.919 5.437.460
São José de Ubá 1.039.947 1.017.820 1.387.413 1.766.227
São José do Vale do Rio Preto 1.489.909 2.023.366 1.890.372 1.921.047
São Pedro da Aldeia 4.649.683 4.761.914 6.893.956 8.569.409
São Sebastião do Alto 1.213.626 2.097.812 2.065.607 1.543.303
Saquarema 5.228.316 5.259.637 6.461.053 10.588.766
Silva Jardim 2.857.591 3.481.442 3.073.075 4.654.409
Sumidouro 1.750.466 1.912.487 2.163.157 2.402.549
Teresópolis 10.149.532 21.283.172 23.071.170 29.865.026
Trajano de Morais 2.506.800 1.680.476 2.125.114 2.186.416
Varre-Sai 878.800 1.461.826 1.825.711 2.461.925
Volta Redonda 20.161.970 14.680.888 16.387.405 18.119.848 Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Nota: Transferência Financeira = FPM + IRRF + ITR + ICMS Exportação + Outras
153
Tabela 31 - Recursos federais (SUS) transferidos aos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 R$1,00
(continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 4.986.976 5.778.748 6.916.533 7.000.461
Aperibé 27.734 93.888 190.232 295.051
Araruama 743.043 989.426 1.265.415 1.586.525
Armação de Búzios - 210.738 372.954 633.081
Arraial do Cabo 168.502 1.350.102 1.959.450 2.210.703
Barra Mansa 5.173.785 8.301.429 9.145.386 9.451.765
Bom Jardim - 328.411 522.841 581.734
Bom Jesus do Itabapoana 525.625 744.910 898.833 968.797
Cabo Frio 478.039 924.525 1.543.538 2.196.549
Cachoeiras de Macacu - 490.002 683.531 847.234
Cambuci 141.627 211.717 317.314 363.421
Campos dos Goytacazes 4.601.241 6.092.751 7.990.631 8.273.911
Cantagalo 192.209 318.961 763.324 806.211
Carapebus 81.559 127.893 416.053 396.449
Cardoso Moreira 105.021 145.513 240.955 328.562
Carmo 154.519 2.456.948 3.227.707 3.334.415
Casimiro de Abreu 151.412 258.434 492.165 463.423
Conceição de Macabu - 199.156 319.659 393.338
Cordeiro 146.990 212.643 470.666 574.716
Duas Barras 45.903 117.048 204.091 264.391
Duque de Caxias 37.977.380 38.894.586 39.542.159 41.840.188
Guapimirim 167.622 1.276.438 1.482.896 1.543.743
Iguaba Grande - 115.942 332.365 552.622
Italva 115.175 153.180 246.913 342.206
Itaocara 190.010 267.333 384.806 508.042
Itaperuna 6.801.248 12.469.279 14.106.249 15.373.491
Japeri 674.455 895.470 1.238.611 1.357.943
Laje do Muriaé 73.608 112.576 202.565 320.123
Macaé 1.034.867 1.603.497 2.364.516 2.575.087
Macuco 56.830 110.324 213.059 256.807
Magé 1.284.420 2.040.936 2.254.042 3.139.539
Mangaratiba 161.934 233.576 361.125 445.397
Miracema 192.423 298.230 413.563 511.449
Natividade 76.574 202.320 312.113 553.566
Niterói 43.700.052 36.654.588 40.230.531 50.265.403
Nova Friburgo 14.226.204 10.811.047 11.620.748 14.472.867
Petrópolis 2.269.496 8.057.596 32.974.463 34.144.334
Piraí 279.914 354.384 617.249 764.271
Porciúncula 58.933 190.923 295.811 361.605
154
Tabela 31 – Recursos federais (SUS) transferidos aos Municípios da Região de Petróleo
Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 206.320 242.070 254.441 522.967
Rio das Ostras 232.171 445.091 585.722 696.321
Rio de Janeiro 19.028.035 423.127.449 448.155.943 594.947.708
Santa Maria Madalena 49.335 139.156 240.091 351.520
Santo Antônio da Pádua 162.478 405.878 623.431 908.633
São Fidélis 319.676 463.286 615.453 697.458
São Francisco de Itabapoana - 394.620 574.790 691.394
São Gonçalo 7.299.994 9.508.400 11.305.688 21.309.128
São João da Barra 174.098 552.080 724.284 779.741
São José de Ubá - 63.950 155.081 269.659
São José do Vale do Rio Preto 161.184 228.933 339.345 488.389
São Pedro da Aldeia 463.256 698.590 394.448 1.110.827
São Sebastião do Alto 92.002 137.852 394.448 451.565
Saquarema 443.675 658.085 1.051.128 1.204.436
Silva Jardim 180.458 249.808 553.014 736.446
Sumidouro 253.448 619.570 911.789 1.086.376
Teresópolis 6.258.472 11.465.246 12.997.852 13.855.040
Trajano de Morais 101.930 156.532 279.574 338.166
Varre-Sai 66.503 110.283 197.898 338.646
Volta Redonda 18.755.446 18.859.397 19.623.969 20.559.580 Fonte: Ministério da Saúde
155
Tabela 32 - Recursos do FUNDEF aos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (continua)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 8.563.520 9.125.578 11.140.002 12.843.289
Aperibé 449.147 475.845 547.450 626.967
Araruama 6.889.420 7.541.753 8.427.472 11.429.207
Armação de Búzios 1.849.798 2.059.036 2.548.999 2.737.596
Arraial do Cabo 1.421.684 1.689.921 1.967.609 2.093.716
Barra Mansa 9.783.522 10.453.374 13.209.331 14.762.358
Bom Jardim 751.673 1.064.777 1.121.270 1.312.942
Bom Jesus do Itabapoana 1.082.657 1.340.501 1.617.516 1.917.786
Cabo Frio 6.777.442 8.821.265 9.576.150 11.908.936
Cachoeiras de Macacu 1.464.372 2.163.226 2.446.470 2.974.120
Cambuci 318.610 432.009 490.643 591.215
Campos dos Goytacazes 10.227.721 14.279.841 16.243.636 19.340.232
Cantagalo 880.355 849.407 1.039.292 1.286.704
Carapebus 600.720 378.643 662.429 913.212
Cardoso Moreira 963.874 1.240.122 1.360.883 1.568.229
Carmo 259.218 321.465 581.857 655.169
Casimiro de Abreu 1.674.717 1.984.069 2.293.536 2.737.181
Conceição de Macabu 339.644 715.992 906.685 1.128.329
Cordeiro 345.831 414.856 504.927 723.880
Duas Barras 89.086 308.124 631.120 778.471
Duque de Caxias 28.338.437 33.870.231 40.406.496 49.895.912
Guapimirim 2.364.525 2.685.450 2.935.279 3.482.466
Iguaba Grande 574.736 780.158 1.146.528 1.284.174
Italva 778.894 796.677 967.599 1.066.150
Itaocara 793.123 785.241 905.652 948.284
Itaperuna 2.881.108 3.506.270 4.070.661 4.953.783
Japeri 5.543.830 6.001.764 7.690.850 9.486.693
Laje do Muriaé 295.719 389.443 455.663 557.992
Macaé 7.291.551 8.713.898 11.059.788 12.982.410
Macuco 199.826 297.324 347.121 394.143
Magé 7.255.050 10.297.088 11.900.778 14.011.070
Mangaratiba 1.685.234 2.790.912 3.469.703 4.392.091
Miracema 721.977 987.269 895.445 1.124.667
Natividade 1.033.164 1.161.979 1.187.024 1.282.513
Niterói 7.167.818 8.361.301 9.852.526 11.493.689
Nova Friburgo 7.117.088 7.676.438 9.049.475 9.833.455
Petrópolis 18.568.524 19.565.612 22.001.614 27.719.737
Piraí 2.037.253 2.432.597 3.127.286 3.642.917
Porciúncula 690.426 915.479 1.001.145 1.117.381
156
Tabela 32 - Recursos do FUNDEF aos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
R$1,00
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 1.456.329 1.533.635 1.903.856 2.259.603
Rio das Ostras 2.184.495 2.997.387 3.352.157 4.366.230
Rio de Janeiro 350.684.307 356.720.954 423.483.946 471.067.155
Santa Maria Madalena 228.285 345.607 376.493 420.570
Santo Antônio de Pádua 1.083.276 1.206.451 1.395.894 1.942.250
São Fidélis 1.721.117 2.035.529 2.172.014 2.329.522
São Francisco de Itabapoana 1.339.402 1.886.232 2.047.650 2.352.325
São Gonçalo 21.934.046 23.296.147 25.594.634 32.342.840
São João da Barra 976.247 989.175 1.350.763 1.691.833
São José de Ubá 63.721 110.543 239.644 286.169
São José do Vale do Rio Preto 908.195 1.457.398 1.551.968 2.093.716
São Pedro da Aldeia 3.133.522 3.635.873 4.795.430 5.528.084
São Sebastião do Alto 131.774 191.862 269.018 264.272
Saquarema 2.909.567 4.255.299 4.643.151 6.045.982
Silva Jardim 1.218.763 1.742.016 1.996.414 2.380.489
Sumidouro 783.225 941.527 1.052.178 1.171.708
Teresópolis 7.473.437 9.151.626 11.819.877 14.554.150
Trajano de Morais 212.200 252.852 370.483 385.838
Varre-Sai 645.882 799.218 951.278 1.017.373
Volta Redonda 20.324.288 21.308.900 23.573.082 26.273.980 Fonte: STN/MF
157
Tabela 33 – Gasto acumulado real na área de saúde efetuado pelos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (continua)
Valores constantes – Base:2001
158
Tabela 33 – Gasto acumulado real na área de saúde efetuados pelos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (conclusão)
Municípios 97/98 98/99 99/00 00/01
Angra dos Reis 1022,81 930,66 230,15 300,98
Aperibé 601,66 551,90 189,95 248,49
Araruama 196,40 199,34 76,38 98,80
Armação dos Búzios 82,15 13,42 207,72 452,03
Arraial do Cabo 446,42 403,80 130,51 117,75
Barra Mansa 180,01 183,89 75,74 100,01
Bom Jardim 311,87 300,97 39,85 13,10
Bom Jesus do Itabapoana 198,85 185,77 57,30 77,49
Cabo Frio 226,58 196,26 58,23 99,24
Cachoeiras de Macacu 269,78 217,64 35,22 59,30
Cambuci 250,97 241,37 70,07 106,72
Campos dos Goytacazes 123,56 120,48 88,66 128,47
Cantagalo 564,60 528,03 151,91 194,82
Carapebus 888,37 905,21 388,98 708,63
Cardoso Moreira 347,12 322,46 120,61 178,16
Carmo 541,14 483,08 101,97 327,85
Casimiro de Abreu 328,36 316,04 181,34 272,04
Conceição de Macabu 271,79 247,20 95,41 165,93
Cordeiro 154,29 135,21 54,33 95,56
Duas Barras 639,80 572,89 94,58 156,67
Duque de Caxias 318,14 292,99 79,91 117,86
Guapimirim 265,25 245,70 92,63 143,37
Iguaba Grande 226,25 168,94 259,31 271,28
Italva 406,60 398,18 154,93 206,16
Itaocara 210,62 201,96 56,27 74,40
Itaperuna 123,67 121,99 41,23 66,69
Japeri 113,40 112,51 51,18 83,79
Laje do Muriaé 495,72 485,04 184,18 265,25
Macaé 273,35 238,92 79,28 184,93
Macuco 694,88 657,27 171,54 265,39
Magé 211,43 211,76 69,23 83,84
Mangaratiba 76,52 71,53 30,81 40,16
Miracema 149,07 137,34 53,98 82,44
Natividade 210,19 194,93 77,29 127,08
Niterói 228,30 209,32 62,39 83,08
Nova Friburgo 64,94 75,13 42,18 57,14
Petrópolis 198,83 183,92 64,24 99,63
Piraí 716,37 692,48 214,17 314,19
Porciúncula 224,65 220,19 66,54 101,90
159
Valores constantes – Base: 2001
Municípios 97/98 98/99 99/00 00/01
Quissamã 762,99 713,23 481,20 857,20
Rio das Ostras 375,01 375,94 174,19 280,49
Rio de Janeiro (capital) 336,70 314,35 125,46 156,56
Santa Maria Madalena 282,96 244,70 80,73 155,60
Santo Antônio de Pádua 145,03 140,10 51,86 61,70
São Fidélis 155,12 143,25 49,95 77,99
São Fcº Itabapoana 283,79 279,07 72,78 103,20
São Gonçalo 86,70 78,42 20,72 36,46
São João da Barra 283,16 270,01 103,72 174,38
São José de Ubá 383,26 378,19 164,46 222,98
São José do Vale do Rio Preto 411,46 383,98 152,33 199,67
São Pedro da Aldeia 193,02 174,65 51,10 77,46
São Sebastião do Alto 629,05 511,60 169,05 238,73
Saquarema 256,01 262,93 95,88 155,67
Silva Jardim 534,81 509,83 133,60 185,03
Sumidouro 510,12 460,05 131,92 191,04
Teresópolis 247,16 260,95 106,17 145,86
Trajano de Morais 424,50 388,36 68,42 132,67
Varre-Sai 286,32 272,83 99,11 155,80
Volta Redonda 346,66 268,26 63,16 98,81 Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados do TCE/RJ. Nota: O cálculo do acumulado utilizou o intervalo de 2 em 2 anos.
160
Tabela 34 – Grau de tempestividade dos gastos públicos municipais em saúde dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (continua)
Municípios 97/98 98/99 99/00 00/01
Angra dos Reis 0,0138 0,0136 0,0120 0,0039
Aperibé 0,0064 0,0019 0,0223 0,0306
Araruama 0,0085 0,0331 0,0078 0,0133
Armação dos Búzios 0,1023 0,0185 0,1557 0,0086
Arraial do Cabo 0,0162 0,0145 0,0437 0,0476
Barra Mansa 0,0340 0,0095 0,0054 0,0155
Bom Jardim 0,0026 0,0339 0,1250 0,0028
Bom Jesus do Itabapoana 0,0160 0,0029 0,0064 0,0117
Cabo Frio 0,0121 0,0151 0,0225 0,0069
Cachoeiras de Macacu 0,0460 0,0463 0,0022 0,0262
Cambuci 0,0264 0,0121 0,0051 0,0022
Campos dos Goytacazes 0,0046 0,1754 0,0970 0,0642
Cantagalo 0,0112 0,0036 0,0045 0,0203
Carapebus 0,0865 0,0064 0,0824 0,0161
Cardoso Moreira 0,0247 0,0202 0,0006 0,0024
Carmo 0,0031 0,0436 0,0040 0,1197
Casimiro de Abreu 0,0099 0,0104 0,0486 0,0365
Conceição de Macabu 0,0032 0,0022 0,0271 0,0009
Cordeiro 0,0162 0,0413 0,0183 0,0318
Duas Barras 0,0275 0,0790 0,0163 0,0062
Duque de Caxias 0,0014 0,0035 0,0010 0,0001
Guapimirim 0,0300 0,0293 0,0177 0,0069
Iguaba Grande 0,1014 0,0617 0,2049 0,2260
Italva 0,0510 0,0058 0,0294 0,0557
Itaocara 0,0356 0,0251 0,0090 0,0157
Itaperuna 0,0125 0,0161 0,0033 0,0164
Japeri 0,0106 0,0230 0,0341 0,0082
Laje do Muriaé 0,0423 0,0147 0,0279 0,0186
Macaé 0,0194 0,0024 0,0035 0,0395
Macuco 0,0305 0,0161 0,0073 0,0033
Magé 0,0797 0,0141 0,0155 0,0687
Mangaratiba 0,0031 0,0082 0,0020 0,0012
Miracema 0,0080 0,0030 0,0322 0,0045
Natividade 0,0079 0,0117 0,0094 0,0168
Niterói 0,0060 0,0032 0,0005 0,0080
Nova Friburgo 0,0195 0,0369 0,0094 0,0093
Petrópolis 0,0101 0,0138 0,0010 0,0152
Piraí 0,0227 0,0078 0,0337 0,0127
Porciúncula 0,0470 0,0119 0,0087 0,0036
161
Tabela 34 – Grau de tempestividade dos gastos públicos municipais em saúde dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (conclusão) Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados do TCE/RJ.
Municípios 97/98 98/99 99/00 00/01
Quissamã 0,0097 0,0148 0,0560 0,0290
Rio das Ostras 0,0117 0,0808 0,1037 0,0085
Rio de Janeiro 0,0129 0,0358 0,0077 0,0253
Santa Maria Madalena 0,0041 0,0441 0,0535 0,0043
Santo Antônio de Pádua 0,0240 0,0026 0,0130 0,0315
São Fidélis 0,0048 0,0026 0,0045 0,0180
São Fcº de Itabapoana 0,0528 0,0305 0,0007 0,0154
São Gonçalo 0,0083 0,0140 0,0091 0,0368
São João da Barra 0,0314 0,0070 0,0408 0,0133
São José de Ubá 0,0167 0,0382 0,0061 0,0195
São José Vale Rio Preto 0,0023 0,0106 0,0423 0,0368
São Pedro da Aldeia 0,0306 0,0073 0,0023 0,0035
São Sebastião do Alto 0,0558 0,0167 0,0075 0,0044
Saquarema 0,0562 0,0118 0,0250 0,0289
Silva Jardim 0,0453 0,0232 0,0143 0,0205
Sumidouro 0,0026 0,0288 0,0249 0,0074
Teresópolis 0,0490 0,0286 0,0022 0,0091
Trajano de Morais 0,0173 0,0400 0,0006 0,0342
Varre-Sai 0,0270 0,0105 0,0221 0,0019
Volta Redonda 0,0442 0,0101 0,0087 0,0164
162
Tabela 35 - Grau de tempestividade dos gastos públicos municipais em educação dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (continua)
Municípios 97/98 98/99 99/00 00/01
Angra dos Reis 0,0513 0,0013 0,0016 0,0028
Aperibé 0,0241 0,0262 0,0105 0,0018
Araruama 0,0117 0,0098 0,0046 0,0051
Armação dos Búzios 0,0387 0,0142 0,0162 0,0128
Arraial do Cabo 0,0058 0,0003 0,0398 0,0573
Barra Mansa 0,0721 0,0393 0,0347 0,0127
Bom Jardim 0,0416 0,0065 0,0186 0,0153
Bom Jesus do Itabapoana 0,0273 0,0191 0,0239 0,0104
Cabo Frio 0,0016 0,0080 0,0347 0,0247
Cachoeiras de Macacu 0,0364 0,0007 0,0062 0,0042
Cambuci 0,0359 0,0118 0,0098 0,0071
Campos dos Goytacazes 0,0082 0,1748 0,1704 0,0000
Cantagalo 0,0165 0,0090 0,0103 0,0123
Carapebus 0,0363 0,0538 0,0300 0,0417
Cardoso Moreira 0,0359 0,0206 0,0011 0,0160
Carmo 0,0100 0,0297 0,0016 0,0531
Casimiro de Abreu 0,0643 0,0256 0,0126 0,0078
Conceição de Macabu 0,0140 0,0056 0,0270 0,0100
Cordeiro 0,0171 0,0024 0,0113 0,0259
Duas Barras 0,0085 0,0144 0,0264 0,0205
Duque de Caxias 0,0225 0,0077 0,0032 0,0201
Guapimirim 0,0040 0,0140 0,0021 0,0514
Iguaba Grande 0,0491 0,0126 0,0152 0,0142
Italva 0,0804 0,0270 0,0613 0,1329
Itaocara 0,0078 0,0342 0,0072 0,0148
Itaperuna 0,0209 0,0320 0,0071 0,0139
Japeri 0,0230 0,0173 0,0246 0,0114
Laje do Muriaé 0,0415 0,0031 0,0043 0,0011
Macaé 0,0001 0,0328 0,0033 0,0151
Macuco 0,0631 0,0390 0,0078 0,0251
Magé 0,0350 0,0342 0,0065 0,0131
Mangaratiba 0,0190 0,0404 0,0073 0,0488
Miracema 0,0250 0,0151 0,0024 0,0032
Natividade 0,0126 0,0000 0,0276 0,0365
Niterói 0,0161 0,0085 0,0161 0,0056
Nova Friburgo 0,0133 0,0221 0,0271 0,0362
Petrópolis 0,0364 0,0187 0,0334 0,0070
Piraí 0,0030 0,0218 0,0226 0,0029
Porciúncula 0,0139 0,0037 0,0025 0,0133
163
Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados do TCE/RJ.
Tabela 35 - Grau de tempestividade dos gastos públicos municipais em educação dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (conclusão)
Municípios 97/98 98/99 99/00 00/01
Quissamã 0,0132 0,0191 0,0374 0,0236 Rio das Ostras 0,0173 0,0197 0,0575 0,0147
Rio de Janeiro 0,1213 0,0049 0,0504 0,0199
Santa Maria Madalena 0,0539 0,0067 0,0019 0,0156
Santo Antônio de Pádua 0,0400 0,0399 0,0029 0,0020
São Fidélis 0,0020 0,0064 0,0326 0,0028
São Fcº de Itabapoana 0,0151 0,0083 0,0242 0,0335
São Gonçalo 0,0435 0,0023 0,0167 0,0172
São João da Barra 0,0253 0,0085 0,1031 0,0351
São José de Ubá 0,0168 0,0175 0,0245 0,0598
São José Vale Rio Preto 0,0056 0,0148 0,0186 0,0141
São Pedro da Aldeia 0,0132 0,0596 0,0243 0,0414
São Sebastião do Alto 0,0008 0,0325 0,0104 0,0163
Saquarema 0,0097 0,0084 0,0188 0,0088
Silva Jardim 0,0348 0,0141 0,0319 0,0100
Sumidouro 0,0198 0,0284 0,0017 0,0057
Teresópolis 0,0225 0,0123 0,0092 0,0298
Trajano de Morais 0,0052 0,0244 0,0085 0,0010
Varre-Sai 0,0318 0,0039 0,0010 0,0274
Volta Redonda 0,0578 0,0087 0,0198 0,0297
164
Tabela 36 - Gasto acumulado real na área de educação efetuado pelos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (continua) Valores constantes - Base: 2001
Municípios 97/98 98/99 99/00 00/01
Angra dos Reis 917,4292 879,3543 220,7402 280,5948
Aperibé 661,1563 630,3118 236,6574 332,6754
Araruama 370,4818 361,2551 109,5845 157,9487
Armação dos Búzios 831,1564 824,2516 309,959 473,3132
Arraial do Cabo 402,2253 370,7719 106,223 150,8952
Barra Mansa 334,941 302,3294 116,8353 160,6227
Bom Jardim 501,772 488,0058 130,1979 179,9288
Bom Jesus do Itabapoana 315,1548 292,1494 96,94781 146,7405
Cabo Frio 340,5094 305,5322 100,4387 148,4345
Cachoeiras de Macacu 420,2717 392,249 104,5835 146,3926
Cambuci 545,5279 524,8271 187,6784 282,8867
Campos dos Goytacazes 242,81 224,5292 94,13284 169,83
Cantagalo 772,3009 721,2602 196,9733 297,7522
Carapebus 839,6292 852,4189 400,6821 727,052
Cardoso Moreira 661,6881 659,0849 219,9617 311,0224
Carmo 502,593 476,9477 176,4272 255,1105
Casimiro de Abreu 693,5232 675,0612 243,36 379,918
Conceição de Macabu 274,7138 242,22 91,44674 166,9177
Cordeiro 326,1172 292,9748 80,91781 135,5101
Duas Barras 509,7174 474,454 164,1855 279,6298
Duque de Caxias 261,3122 249,9265 75,37173 121,8119
Guapimirim 320,2172 305,8681 90,38443 156,883
Iguaba Grande 673,2685 675,3647 194,6359 243,2592
Italva 662,061 636,2113 226,5975 269,5677
Itaocara 277,8572 266,761 115,9203 174,5149
Itaperuna 330,0432 320,088 97,1298 143,4467
Japeri 260,2381 261,0554 89,20621 139,7683
Laje do Muriaé 717,725 679,4546 206,593 303,4325
Macaé 437,5011 406,4115 175,2723 304,5113
Macuco 516,2147 439,1372 185,2785 315,9486
Magé 150,1598 151,8068 60,01569 90,35999
Mangaratiba 667,5254 653,899 257,717 306,8348
Miracema 321,0327 294,6278 78,78697 109,8878
Natividade 621,7388 559,6801 193,7436 264,2214
Niterói 328,1165 303,4281 96,3281 144,5065
Nova Friburgo 300,0735 291,2484 97,73388 137,1114
Petrópolis 421,4811 401,6368 123,2907 189,6215
Piraí 901,1798 852,5372 320,6889 457,3347
Porciúncula 373,4189 337,5665 103,6481 157,9567
165
Tabela 36 - Gasto acumulado real na área de educação efetuado pelos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1997-2001 (conclusão)
Valores constantes - Base: 2001
Municípios 97/98 98/99 99/00 00/01
Quissamã 933,6498 844,2732 511,3603 906,0446
Rio das Ostras 568,2906 537,3371 227,2413 409,1383
Rio de Janeiro 498,6271 540,6715 121,1971 132,7436
Santa Maria Madalena 708,6718 691,2134 229,4499 349,658
Santo Antônio de Pádua 292,4402 286,4995 115,4865 162,4684
São Fidélis 236,1029 212,8344 79,96959 151,2306
São Fcº de Itabapoana 374,7232 359,4083 100,4677 163,5552
São Gonçalo 137,5413 135,3285 36,36152 50,59888
São João da Barra 386,0887 340,6164 175,3168 298,5436
São José de Ubá 626,8002 563,076 166,069 289,326
São José do V. Rio Preto 394,4935 367,9653 116,9353 157,5418
São Pedro da Aldeia 224,2363 217,3723 80,4121 132,2286
São Sebastião do Alto 542,9291 499,5498 228,2724 344,5204
Saquarema 259,5673 241,5144 84,5324 161,8311
Silva Jardim 408,7803 361,1547 134,8063 217,1808
Sumidouro 521,0658 502,4154 179,9675 255,6398
Teresópolis 367,3529 354,7683 114,0619 185,5009
Trajano de Morais 589,1734 550,0644 205,6437 302,8012
Varre-Sai 739,2837 686,0714 223,7652 355,0905
Volta Redonda 709,9076 673,0469 179,3869 268,1191 Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados do TCE/RJ Nota: O cálculo do acumulado utilizou o intervalo de 2 em 2 anos.
166
Tabela 37 - Área total em Km2 dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 6,704782 6,704782 6,708694 6,708816
Aperibé 4,494239 4,494239 4,526127 4,526127
Araruama 6,454255 6,454255 6,460374 6,460374
Armação dos Búzios 4,241327 4,241327 4,272491 4,272491
Arraial do Cabo 5,063228 5,063228 5,06006 5,06006
Barra Mansa 6,307916 6,307916 6,306275 6,306275
Bom Jardim 5,955837 5,955837 5,955319 5,955319
Bom Jesus do Itabapoana 6,397763 6,397763 6,395762 6,395762
Cabo Frio 6,001415 6,001415 6,018106 6,01762
Cachoeiras de Macacu 6,865057 6,865057 6,863594 6,863594
Cambuci 6,333635 6,333635 6,330612 6,330612
Campos dos Goytacazes 8,303431 8,303431 8,304099 8,304099
Cantagalo 6,578279 6,578279 6,625525 6,625525
Carapebus 5,724891 5,724891 5,527443 5,527443
Cardoso Moreira 6,246688 6,246688 6,248623 6,248623
Carmo 5,871272 5,871272 5,770506 5,770506
Casimiro de Abreu 6,137511 6,137511 6,122273 6,122273
Conceição de Macabu 5,853638 5,853638 5,988961 5,962551
Cordeiro 4,757033 4,757033 4,722953 4,722953
Duas Barras 5,839187 5,839187 5,930918 5,930387
Duque de Caxias 6,143542 6,143542 6,149109 6,149109
Guapimirim 5,890815 5,890815 5,891368 5,891368
Iguaba Grande 3,589059 3,589059 3,885679 3,885679
Italva 5,693732 5,693732 5,686297 5,686297
Itaocara 6,062855 6,062855 6,060757 6,060757
Itaperuna 7,010673 7,010673 7,011665 7,011665
Japeri 4,417635 4,417635 4,399375 4,399375
Laje do Muriaé 5,526249 5,526249 5,527841 5,527841
Macaé 7,105048 7,105048 7,114037 7,114037
Macuco 4,895598 4,895598 4,351567 4,351567
Magé 5,957391 5,957391 5,957908 5,957908
Mangaratiba 5,888047 5,888047 5,891092 5,891092
Miracema 5,711089 5,711089 5,712081 5,712081
Natividade 5,9592 5,9592 5,967684 5,967684
Niterói 4,881286 4,881286 4,901564 4,901564
Nova Friburgo 6,840547 6,840547 6,844176 6,844283
Petrópolis 6,654925 6,654925 6,68098 6,68098
Piraí 6,227919 6,227919 6,223766 6,223766
Porciúncula 5,713073 5,713073 5,70877 5,70877
167
Tabela 37 - Área total em Km2 dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 6,576052 6,576052 6,570743 6,585206
Rio das Ostras 5,439383 5,439383 5,439817 5,439817
Rio de Janeiro 7,142195 7,142195 7,094899 7,094899
Santa Maria Madalena 6,706496 6,706496 6,705394 6,705394
Santo Antônio de Pádua 6,421947 6,421947 6,414606 6,414606
São Fidélis 6,93809 6,93809 6,942736 6,942736
São Fcº de Itabapoana 7,018939 7,018939 7,022868 7,023135
São Gonçalo 5,526647 5,526647 5,516247 5,516247
São João da Barra 6,135348 6,135348 6,12905 6,126432
São José de Ubá 5,526647 5,526647 5,527841 5,527841
São José do V. Rio Preto 5,483136 5,483136 5,39771 5,39771
São Pedro da Aldeia 5,880533 5,880533 5,819192 5,819192
São Sebastião do Alto 5,922114 5,922114 5,983936 5,983936
Saquarema 5,873807 5,873807 5,868166 5,868166
Silva Jardim 6,846624 6,846624 6,845348 6,845348
Sumidouro 5,981919 5,981919 5,985446 5,985446
Teresópolis 6,649503 6,649503 6,65015 6,65015
Trajano de Morais 6,381647 6,381647 6,385026 6,385026
Varre-Sai 5,248602 5,248602 5,250702 5,250702
Volta Redonda 5,208393 5,208393 5,204007 5,204007Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados do CIDE/RJ. Nota: A informação da área está em ln.
168
Tabela 38 - Taxa de Mortalidade dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 3,32 3,52 2,96 3,92
Aperibé 4,55 3,96 3,97 5,07
Araruama 4,06 3,91 3,92 4,42
Armação dos Búzios 2,01 2,93 5,88 2,81
Arraial do Cabo 3,16 3,1 3,98 6,66
Barra Mansa 4,4 5,11 3,87 4,26
Bom Jardim 3,65 3,76 3,4 3,71
Bom Jesus do Itabapoana 3,9 3,31 3,35 3,35
Cabo Frio 3,37 3,96 3,36 3,11
Cachoeiras de Macacu 3,54 4,09 2,49 2,54
Cambuci 1,83 2,49 2,26 3,15
Campos dos Goytacazes 4,4 4,68 4,25 4,11
Cantagalo 2,99 3,57 3,43 3,55
Carapebus 4,17 1,72 1,97 2,03
Cardoso Moreira 3,09 3,5 4,36 3,95
Carmo 2,18 2,63 2,29 3,04
Casimiro de Abreu 4,46 3,45 3,83 4,06
Conceição de Macabu 3,25 3,72 3,2 2,59
Cordeiro 3,85 3,12 3,31 3,88
Duas Barras 1,56 3,32 3,56 2,71
Duque de Caxias 3,58 3,32 3,87 4,52
Guapimirim 4,13 2,81 4,47 4,37
Iguaba Grande 5,95 2,96 4,75 3,32
Italva 2,46 2,22 2,63 3,33
Itaocara 4,04 4,08 4,3 4,17
Itaperuna 3,5 2,97 2,95 3,33
Japeri 3,77 0,96 2,92 1,47
Laje do Muriaé 2,62 1,86 4,17 4,99
Macaé 3,81 3,1 2,78 3,49
Macuco 3,33 5,02 4,82 2,88
Magé 4,75 4,17 3,93 5,25
Mangaratiba 4,67 5,05 3,16 3,12
Miracema 5,97 5,75 5,45 5,27
Natividade 1,68 2,48 2,14 2,4
Niterói 4,23 4,56 4,65 5,04
Nova Friburgo 5,01 5,34 5,58 5,56
Petrópolis 4,55 4,79 4,37 4,79
Piraí 3,45 3,43 3,71 3,82
Porciúncula 2,71 2,68 3,6 3,86
169
Tabela 38 - Taxa de Mortalidade dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 3,12 3,26 4,65 3,19
Rio das Ostras 3,61 4,15 3,08 2,31
Rio de Janeiro 5,22 5,19 5,37 5,73
Santa Maria Madalena 2,52 2,09 2,84 3,54
Santo Antônio de Pádua 3,06 3,3 3,2 4,28
São Fidélis 3,46 4,1 3,57 3,44
São Fcº de Itabapoana 1,89 3,41 3,26 3,26
São Gonçalo 3,79 3,83 3,6 3,93
São João da Barra 4,35 4,66 3,04 3,08
São José de Ubá 1,67 1,34 3,4 2,89
São José Vale do Rio Preto 3,55 3,75 3,68 4,31
São Pedro da Aldeia 2,26 3,06 3,06 3,19
São Sebastião do Alto 3,22 2,25 2,65 3,9
Saquarema 4,12 3,78 3,88 4,8
Silva Jardim 3,2 2,73 2,21 3,41
Sumidouro 3,13 3,64 3,11 3,22
Teresópolis 5,16 5,24 4,96 5,33
Trajano de Morais 1,89 3,67 3,63 1,82
Varre-Sai 2,76 1,35 1,85 0,87
Volta Redonda 3,94 4,02 4,37 4,65 Fonte:Datasus
Nota: Taxa de Mortalidade = Razão entre a quantidade de óbitos e o número
de AIHs pagas pelo SUS.
170
Tabela 39 - Número de estabelecimentos de ensino na rede municipal dos
municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
(continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 55 56 56 56
Aperibé 10 10 14 15
Araruama 52 53 56 60
Armação dos Búzios 8 10 10 10
Arraial do Cabo 9 9 9 8
Barra Mansa 61 55 55 55
Bom Jardim 24 24 26 35
Bom Jesus do Itabapoana 40 36 36 36
Cabo Frio 45 47 52 56
Cachoeiras de Macacu 33 31 31 30
Cambuci 15 13 15 18
Campos dos Goytacazes 183 193 193 193
Cantagalo 26 25 23 21
Carapebus 14 12 12 14
Cardoso Moreira 20 28 29 20
Carmo 19 19 18 20
Casimiro de Abreu 18 18 18 20
Conceição de Macabu 20 17 19 15
Cordeiro 8 8 8 8
Duas Barras 20 20 19 17
Duque de Caxias 99 100 104 109
Guapimirim 17 17 17 17
Iguaba Grande 7 8 9 9
Italva 13 12 11 11
Itaocara 30 30 29 33
Itaperuna 48 37 37 40
Japeri 18 23 25 24
Laje do Muriaé 5 4 5 6
Macaé 66 79 88 92
Macuco 5 5 5 5
Magé 52 53 54 62
Mangaratiba 31 32 34 33
Miracema 35 35 35 37
Natividade 21 27 27 24
Niterói 45 47 48 47
Nova Friburgo 96 95 96 96
Petrópolis 113 137 142 153
Piraí 28 27 27 24
Porciúncula 18 19 21 21
171
Tabela 39 – Número de estabelecimentos de ensino na rede municipal segundo municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
(conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 15 13 13 14
Rio das Ostras 15 17 18 22
Rio de Janeiro (capital) 1039 1179 1196 1217
Santa Maria Madalena 32 29 30 26
Santo Antônio de Pádua 47 46 45 47
São Fidélis 64 58 56 56
São Francisco de Itabapoana 62 65 67 69
São Gonçalo 61 64 67 67
São João da Barra 27 29 29 28
São José de Ubá 6 9 10 10
São José do Vale do Rio Preto 24 24 24 20
São Pedro da Aldeia 27 29 30 30
São Sebastião do Alto 13 13 13 13
Saquarema 47 45 46 46
Silva Jardim 41 40 38 41
Sumidouro 22 22 22 22
Teresópolis 75 76 76 80
Trajano de Morais 18 20 20 34
Varre-Sai 26 27 26 27
Volta Redonda 86 84 86 86 Fonte: CIDE / RJ (Secretaria de Estado de Educação-SEE, Censo Educacional).
172
Tabela 40 -Número de funcionários dos estabelecimentos de ensino na rede
Municipal segundo municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período
1998-2001 (continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 13,96 13,76 12,04 12,38
Aperibé 17,76 19,57 21,70 20,84
Araruama 18,75 20,07 18,49 19,28
Armação dos Búzios 15,45 15,78 17,58 17,99
Arraial do Cabo 17,99 19,21 20,94 17,20
Barra Mansa 9,50 10,14 10,76 10,41
Bom Jardim 9,69 9,64 10,15 12,54
Bom Jesus do Itabapoana 10,98 13,70 13,34 13,34
Cabo Frio 11,35 10,54 11,82 13,57
Cachoeiras de Macacu 13,19 13,05 12,50 12,84
Cambuci 12,14 12,71 14,66 15,04
Campos dos Goytacazes 8,93 8,70 9,46 10,39
Cantagalo 17,63 16,56 15,93 15,31
Carapebus 15,78 18,49 25,39 39,96
Cardoso Moreira 21,95 21,98 20,01 23,19
Carmo 11,15 11,96 12,49 13,71
Casimiro de Abreu 20,11 20,60 21,80 26,66
Conceição de Macabu 8,90 9,04 11,18 11,10
Cordeiro 10,58 9,98 10,38 9,83
Duas Barras 13,23 16,91 19,16 19,48
Duque de Caxias 4,62 4,90 4,95 6,44
Guapimirim 9,74 9,93 10,25 9,60
Iguaba Grande 15,06 15,45 15,71 14,52
Italva 12,66 12,87 13,63 15,96
Itaocara 14,92 12,74 12,65 12,22
Itaperuna 7,56 7,09 8,13 8,64
Japeri 6,35 8,72 11,71 11,98
Laje do Muriaé 13,52 14,02 15,68 20,36
Macaé 12,34 13,50 13,08 16,49
Macuco 12,85 12,91 15,15 16,88
Magé 4,99 5,20 5,21 6,96
Mangaratiba 33,56 37,50 38,55 38,86
Miracema 13,83 13,83 12,05 12,17
Natividade 29,77 34,07 34,64 28,19
Niterói 3,18 3,76 4,13 3,83
Nova Friburgo 8,38 8,54 8,61 8,97
Petrópolis 7,36 7,88 8,75 9,00
Piraí 24,24 25,82 32,28 34,26
Porciúncula 16,56 16,34 18,18 17,13
173
Tabela 40 -Número de funcionários dos estabelecimentos de ensino na rede Municipal segundo os municípios da Região de Petróleo Fluminense, no Período 1998-2001 (conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 28,47 27,35 28,67 29,58
Rio das Ostras 13,90 15,54 17,11 19,08
Rio de Janeiro (capital) 7,86 8,35 8,14 8,56
Santa Maria Madalena 19,97 18,59 19,85 20,05
Santo Antônio de Pádua 16,88 16,65 15,09 15,60
São Fidélis 16,87 15,37 15,09 15,25
São Francisco de Itabapoana 17,61 13,23 14,39 24,79
São Gonçalo 3,31 3,93 4,55 4,83
São João da Barra 14,88 18,30 21,31 21,50
São José de Ubá 4,75 9,03 8,73 8,03
São José do Vale Rio Preto 14,40 13,93 13,33 11,99
São Pedro da Aldeia 9,31 9,02 10,49 10,83
São Sebastião do Alto 16,00 17,80 19,52 18,43
Saquarema 15,39 17,60 18,97 21,05
Silva Jardim 10,64 11,43 12,04 19,61
Sumidouro 11,84 12,40 11,85 11,25
Teresópolis 11,03 10,58 11,11 13,14
Trajano de Morais 8,21 9,41 9,36 17,58
Varre-Sai 34,43 38,08 38,71 34,63
Volta Redonda 14,50 13,89 14,55 13,47 Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Cide e Datasus
174
Tabela 41 - Taxa de reprovação no ensino fundamental da rede municipal segundo municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
(continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 19,5 16 15.7 19
Aperibé 4,3 9.2 8.5 4.9
Araruama 22,1 15.2 17.7 16.5
Armação de Búzios 18,6 21.9 16.6 21.7
Arraial do Cabo 17,4 16.5 17.9 13.2
Barra Mansa 15,1 12.6 16.9 15.2
Bom Jardim 30,3 29.9 31.4 21.5
Bom Jesus do Itabapoana 15,4 9.6 11.4 12.1
Cabo frio 22,6 20 16.7 13.6
Cachoeiras de Macacu 16,2 21.6 19.8 18.7
Cambuci 7,8 16.5 14.7 13.6
Campos dos Goytacazes 2,1 2.3 3.4 3.7
Cantagalo 34,2 20.6 16.3 15.6
Carapebus 23,5 17.6 6.1 9.4
Cardoso Moreira 17,3 14.5 11.9 2.5
Carmo 18,6 15.1 16.2 14.5
Casimiro de Abreu 6,8 4.7 8.7 13.3
Conceição de Macabu 10,3 12 11.8 13.3
Cordeiro 19 11.5 22.2 18.8
Duas Barras 57,5 28.9 11.3 13.2
Duque de Caxias 13,3 13.7 13.9 14.2
Guapimirim 20,3 21.9 21.7 11.4
Iguaba Grande 21 24 15.1 14.2
Italva 15,8 8 6.1 9.1
Itaocara 17,8 19.2 15.1 11
Itaperuna 18,6 14.6 5.7 9.4
Japeri 12,4 11.6 16.5 21.7
Laje do Muriaé 12 8.2 13.3 7.2
Macaé 14,3 14.8 11.9 12
Macuco 8,7 9 13.3 11.1
Magé 30,3 29.3 14.2 26.6
Mangaratiba 17,5 9.6 12.7 17.8
Miracema 9,6 14 13.8 14.2
Natividade 17,2 15.9 16.7 10.1
Niterói 11,5 9.4 13.7 12.7
Nova Friburgo 8,7 4.1 6.6 8.4
Petrópolis 15,2 16.5 15.1 15.6
Piraí 10,6 11.2 11 11.1
Porciúncula 37,3 36.8 14.2 12.8
175
Tabela 41 - Taxa de reprovação no ensino fundamental da rede municipal segundo municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
(conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 16,1 10.9 12.7 20.5
Rio das Ostras 12 9.7 10.9 12.7
Rio de Janeiro 10 8.1 4.2 7.2
Santa Maria Madalena 34,1 25 15.6 21.3
Santo Antonio de Pádua 12,9 12.1 11.6 10.5
Sâo Fidélis 18,6 21 19.4 17.6
Sâo Francisco de Itabapoana 25 22.1 18 8.8
São Gonçalo 13 13.2 15.5 16.7
São João da Barra 23,2 14 12.7 14
São José de Ubá 21,7 10.5 13.5 4.8
Sâo José do Vale do Rio Preto 9,4 8 11.8 11
Sâo Pedro da Aldeia 15,8 15.3 17.2 16.2
São Sebastião do Alto 44,2 32.2 26.4 25.4
Saquarema 17,5 18.3 14.7 20.3
Silva Jardim 19,5 22.1 18.3 21
Sumidouro 33,9 39.7 29.3 35.4
Teresópolis 9 10.6 11 8
Trajano de Morais 22 32.5 8 17
Varre-Sai 17,5 25.4 18.2 11.5
Volta Redonda 9,4 11 10.5 9.8 Fonte: INEP/MEC
176
Tabela 42 - Número de leitos hospitalares segundo municípios da Região de
Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 30 30 50 56
Aperibé 35 41 35 35
Araruama 44 44 44 44
Armação dos Búzios 0 0 0 0
Arraial do Cabo 82 82 82 82
Barra Mansa 0 0 0 0
Bom Jardim 0 0 0 0
Bom Jesus do Itabapoana 0 0 0 0
Cabo Frio 88 88 88 88
Cachoeiras de Macacu 97 97 97 97
Cambuci 0 0 0 0
Campos dos Goytacazes 210 210 210 210
Cantagalo 0 0 0 0
Carapebus 0 0 0 0
Cardoso Moreira 0 0 0 0
Carmo 0 0 0 0
Casimiro de Abreu 36 87 87 87
Conceição de Macabu 71 71 71 71
Cordeiro 0 0 0 0
Duas Barras 26 26 26 26
Duque de Caxias 254 254 263 266
Guapimirim 0 0 0 26
Iguaba Grande 0 0 0 0
Italva 0 0 0 0
Itaocara 0 0 0 0
Itaperuna 0 0 0 0
Japeri 100 100 100 100
Laje do Muriaé 52 52 52 52
Macaé 0 0 0 0
Macuco 0 0 0 0
Magé 180 180 180 180
Mangaratiba 57 57 57 57
Miracema 0 0 0 0
Natividade 0 0 0 0
Niterói 373 373 373 373
Nova Friburgo 380 407 380 380
Petrópolis 386 386 386 388
Piraí 0 0 0 0
Porciúncula 0 0 0 0
177
Tabela 42 - Número de leitos hospitalares segundo municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 40 40 40 43
Rio das Ostras 0 0 0 0
Rio de Janeiro (capital) 4087 4280 4421 5339
Santa Maria Madalena 0 0 0 0
Santo Antônio de Pádua 0 5 17 20
São Fidélis 0 0 0 0
São Fcº Itabapoana 39 43 43 43
São Gonçalo 317 317 317 317
São João da Barra 4 0 0 0
São José de Ubá 0 0 0 0
São José do Vale do Rio Preto 49 49 49 49
São Pedro da Aldeia 0 0 0 0
São Sebastião do Alto 0 0 0 0
Saquarema 48 60 60 60
Silva Jardim 14 14 14 14
Sumidouro 27 27 27 27
Teresópolis 32 32 32 32
Trajano de Morais 0 0 0 0
Varre-Sai 0 0 0 0
Volta Redonda 157 194 210 221 Fonte: CIDE Nota: Leitos existentes nas unidades hospitalares cujo vínculo com o SUS é municipal.
178
Tabela 43 - Número de matrícula inicial na rede municipal segundo municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
(continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 14.364 17.431 17.806 18.420
Aperibé 749 1.366 1.427 1.458
Araruama 11.871 17.479 18.399 17.880
Armação dos Búzios 3.241 4.354 4.945 5.312
Arraial do Cabo 2.660 3.946 3.772 4.107
Barra Mansa 16.454 21.126 21.123 20.636
Bom Jardim 1.676 2.039 2.130 2.331
Bom Jesus do Itabapoana 2.110 3.768 3.815 4.008
Cabo Frio 13.885 16.670 18.651 22.093
Cachoeiras de Macacu 3.405 4.593 5.069 4.588
Cambuci 680 973 1.124 1.295
Campos dos Goytacazes 22.477 34.142 35.423 39.761
Cantagalo 1.337 1.919 2.108 2.059
Carapebus 596 1.396 1.663 2.337
Cardoso Moreira 1.952 3.215 3.444 2.597
Carmo 506 1.377 1.395 1.450
Casimiro de Abreu 3.123 4.188 4.530 5.139
Conceição de Macabu 1.127 2.073 2.370 2.241
Cordeiro 653 1.042 1.317 1.360
Duas Barras 485 1.337 1.517 1.657
Duque de Caxias 53.313 61.094 66.172 69.122
Guapimirim 4.227 5.645 5.904 6.042
Iguaba Grande 1.228 2.172 2.299 2.470
Italva 1.254 1.715 1.630 1.531
Itaocara 1.236 2.051 1.912 1.793
Itaperuna 5.519 6.742 7.889 8.782
Japeri 9.447 12.427 14.572 13.859
Laje do Muriaé 613 793 846 940
Macaé 13.716 22.105 22.944 24.690
Macuco 468 663 664 687
Magé 16.208 17.780 18.495 22.827
Mangaratiba 4.393 6.398 7.300 6.994
Miracema 1.554 2.247 2.465 3.019
Natividade 1.829 2.611 2.412 2.573
Niterói 13.161 18.641 19.487 20.334
Nova Friburgo 12.083 16.171 15.855 16.150
Petrópolis 30.797 38.570 41.044 44.489
Piraí 3.829 5.797 6.010 6.068
Porciúncula 1.441 2.435 2.381 2.467
179
Tabela 43 - Número de matrícula inicial na rede municipal segundo municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
(conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 2.414 3.427 3.558 3.752
Rio das Ostras 4.718 6.020 6.798 7.808
Rio de Janeiro (capital) 561.492 678.544 694.935 717.533
Santa Maria Madalena 544 761 798 881
Santo Antônio de Pádua 1.899 3.654 3.717 4.408
São Fidélis 3.204 4.194 4.051 4.083
São Francisco de Itabapoana 2.969 6.301 6.315 6.641
São Gonçalo 36.669 43.290 47.749 53.016
São João da Barra 1.557 3.243 3.487 3.901
São José de Ubá 174 515 439 507
São José do Vale Rio Preto 2.294 3.084 3.367 3.309
São Pedro da Aldeia 5.723 8.048 8.680 9.614
São Sebastião do Alto 302 606 507 642
Saquarema 6.698 8.213 9.228 9.617
Silva Jardim 2.742 3.366 3.554 3.813
Sumidouro 1.482 1.647 1.612 1.616
Teresópolis 14.405 19.985 20.121 22.581
Trajano de Morais 398 706 683 1.027
Varre-Sai 1.258 1.837 1.807 1.853
Volta Redonda 33.541 40.751 40.205 41.093Fonte: INEP - Censo Escolar. Nota: Alunos matriculados na rede municipal nas seguintes áreas: Pré-escola, Alfabetização,
Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Especial e Supletivo.
180
Tabela 44 - Número de professores em exercício na rede municipal segundo
municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001
1998-2001 (continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 812 855 864 892
Aperibé 94 93 114 108
Araruama 609 610 736 754
Armação dos Búzios 148 149 182 215
Arraial do Cabo 201 217 216 203
Barra Mansa 919 950 1.060 1.019
Bom Jardim 135 146 152 192
Bom Jesus do Itabapoana 178 199 202 209
Cabo Frio 693 749 833 1.037
Cachoeiras de Macacu 269 291 313 302
Cambuci 75 80 88 96
Campos dos Goytacazes 1.806 1.943 2.036 2.137
Cantagalo 166 170 163 165
Carapebus 64 86 115 165
Cardoso Moreira 129 157 151 165
Carmo 91 101 102 105
Casimiro de Abreu 219 223 230 273
Conceição de Macabu 76 97 106 107
Cordeiro 82 81 93 88
Duas Barras 66 84 99 105
Duque de Caxias 1.974 2.264 2.394 2.558
Guapimirim 192 199 210 217
Iguaba Grande 82 97 127 140
Italva 91 98 94 92
Itaocara 157 139 141 142
Itaperuna 316 314 391 442
Japeri 332 435 525 548
Laje do Muriaé 51 43 44 61
Macaé 907 1.018 1.125 1.252
Macuco 33 33 33 34
Magé 576 590 618 819
Mangaratiba 349 453 540 553
Miracema 190 192 187 185
Natividade 189 198 207 154
Niterói 810 925 1.024 1.081
Nova Friburgo 713 733 750 783
Petrópolis 1.502 1.608 1.819 1.858
Piraí 327 356 396 387
Porciúncula 121 124 135 131
181
Tabela 44 - Número de professores em exercício na rede municipal segundo Municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período 1998-2001 (conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 204 200 210 216
Rio das Ostras 238 246 281 326
Rio de Janeiro (capital) 29.107 30.826 32.401 34.053
Santa Maria Madalena 114 107 120 106
Santo Antônio de Pádua 282 293 298 306
São Fidélis 326 300 307 323
São Francisco Itabapoana 360 399 496 459
São Gonçalo 1.630 1.961 2.122 2.432
São João da Barra 208 240 262 248
São José de Ubá 18 28 31 31
São José do Vale Rio Preto 155 151 164 146
São Pedro da Aldeia 314 318 380 386
São Sebastião do Alto 57 70 73 67
Saquarema 392 406 458 469
Silva Jardim 153 169 177 199
Sumidouro 95 96 105 93
Teresópolis 816 910 925 1.069
Trajano de Morais 39 47 45 83
Varre-Sai 125 132 131 113
Volta Redonda 1.900 1.852 2.004 1.781 Fonte: CIDE / RJ (Secretaria de Estado de Educação-SEE, Censo Educacional).
182
Tabela 45 – Participação dos royalties sobre as receitas orçamentárias dos municípios da Região de Petróleo Fluminense - 2001
Municípios %
Municípios %
Municípios %
Carapebus 48,9
São João da Barra 42,1
Quissamã 40,3
Armação de Búzios 38,3
Macaé 36,8
Casimiro de Abreu 35,0
Rio das Ostras 34,3
Campos dos Goytacazes 31,0
Cabo Frio 21,9
Silva Jardim 21,1
Macuco 20,2
Guapimirim 19,7
São José de Ubá 19,5
Cachoeiras de Macacu 18,6
Varre-Sai 17,8
Cordeiro 17,6
Italva 17,1
Laje de Muriaé 16,8
Porciúncula 16,1
Duas Barras 15,4
São Sebastião do Alto 15,2
Trajano de Morais 14,8
Bom Jardim 14,7
Miracema 14,6
Aperibé 13,8
São José do V. Rio Preto 13,7 Conceição de Macabu 13,6
Cambuci 13,1
Itaocara 13,0
Santa Maria Madalena 12,8 Sumidouro 12,5
Natividade 12,4 Iguaba Grande 12,1
Arraial do Cabo 11,9
Bom Jesus Itabapoana 11,7
Cardoso Moreira 11,5
Carmo 10,5
São Fº do Itabapoana 9,9
Magé 9,7
Santo Antônio de Pádua 9,3
São Fidélis 8,9
São Pedro da Aldeia 8,5
Cantagalo 8,5
Japeri 5,8
Araruama 5,5
Itaperuna 5,2
Piraí 4,3
Saquarema 4,1
Duque de Caxias 3,9
Teresópolis 3,5
Nova Friburgo 3,3
Mangaratiba 3,0
Angra dos Reis 3,0
Barra Mansa 2,0
Petrópolis 1,5
Volta Redonda 1,0
São Gonçalo 0,1
Rio de Janeiro 0,1
Niterói 0,0
Fonte: Elaborada pela autora a partir de dados da ANP e Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.
183
Tabela 46 - Distância entre os municípios da Região de Petróleo Fluminense e a cidade do Rio de Janeiro, no período 1998-2001 (continua)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Angra dos Reis 114 114 114 114
Aperibé 182 182 182 182
Araruama 88 88 88 88
Armação dos Búzios 136 136 136 136
Arraial do Cabo 120 120 120 120
Barra Mansa 106 106 106 106
Bom Jardim 116 116 116 116
Bom Jesus do Itabapoana 251 251 251 251
Cabo Frio 129 129 129 129
Cachoeiras de Macacu 74 74 74 74
Cambuci 198 198 198 198
Campos dos Goytacazes 231 231 231 231
Cantagalo 133 133 133 133
Carapebus 177 177 177 177
Cardoso Moreira 226 226 226 226
Carmo 124 124 124 124
Casimiro de Abreu 113 113 113 113
Conceição de Macabu 164 164 164 164
Cordeiro 130 130 130 130
Duas Barras 117 117 117 117
Duque de Caxias 16 16 16 16
Guapimirim 46 46 46 46
Iguaba Grande 100 100 100 100
Italva 226 226 226 226
Itaocara 179 179 179 179
Itaperuna 232 232 232 232
Japeri 54 54 54 54
Laje do Muriaé 219 219 219 219
Macaé 157 157 157 157
Macuco 141 141 141 141
Magé 32 32 32 32
Mangaratiba 100 100 100 100
Miracema 195 195 195 195
Natividade 242 242 242 242
Niterói 10 10 10 10
Nova Friburgo 97 97 97 97
Petrópolis 44 44 44 44
Piraí 77 77 77 77
Porciúncula 246 246 246 246
184
Tabela 46 - Distância entre os municípios da Região de Petróleo Fluminense e a cidade do Rio de Janeiro, no período 1998-2001 (conclusão)
Municípios 1998 1999 2000 2001
Quissamã 198 198 198 198
Rio das Ostras 135 135 135 135
Rio de Janeiro - - - -
Santa Maria Madalena 162 162 162 162
Santo Antônio de Pádua 184 184 184 184
São Fidélis 205 205 205 205
São Fcº de Itabapoana 291 291 291 291
São Gonçalo 17 17 17 17
São João da Barra 262 262 262 262
São José de Ubá 215 215 215 215
São José Vale do Rio Preto 88 88 88 88
São Pedro da Aldeia 113 113 113 113
São Sebastião do Alto 152 152 152 152
Saquarema 71 71 71 71
Silva Jardim 88 88 88 88
Sumidouro 109 109 109 109
Teresópolis 59 59 59 59
Trajano de Morais 149 149 149 149
Varre-Sai 258 258 258 258
Volta Redonda 101 101 101 101
Fonte: www.airsoft.com.br/Scripts/DistanciaCidadeIBGE.asp
Tabela 47 - Despesa orçamentária total dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período de 1994-2001 (continua) R$1,00
Municípios 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Angra dos Reis 34.324.833 63.306.472 75.686.123 70.785.828 88.633.586 96.749.000 99.968.742 117.485.096Aperibé 1.661.484 2.996.698 3.519.576 4.536.039 5.451.944 6.482.247 8.153.663 9.299.647Araruama 5.825.750 14.558.875 17.007.117 19.362.936 28.134.330 39.384.180 39.454.356 47.285.799Armação dos Búzios 0 0 0 9.282.144 15.462.250 19.990.452 30.926.194 42.460.140Arraial do Cabo 6.090.061 9.254.632 10.405.845 11.557.058 13.098.177 15.577.497 14.020.876 16.365.186Barra Mansa 21.207.807 38.787.476 51.925.367 51.117.216 57.166.720 70.596.084 89.337.344 86.711.496Bom Jardim 3.183.854 6.773.459 7.519.725 7.924.834 11.112.233 13.039.234 11.952.631 14.455.389Bom Jesus do Itabapoana 3.261.900 6.999.827 8.454.100 10.283.839 12.282.930 13.724.665 16.654.519 18.500.975Cabo Frio 18.426.119 41.848.385 48.032.386 46.092.051 51.203.061 63.115.461 83.806.979 105.810.808Cachoeiras de Macacu 5.261.084 12.402.890 14.802.536 16.071.939 16.384.148 17.506.130 18.739.784 22.247.321Cambuci 2.985.556 6.254.478 8.454.000 6.566.118 8.562.107 9.587.547 12.153.277 14.011.351Campos dos Goytacazes 38.154.871 71.412.336 78.338.311 85.057.416 97.726.830 148.924.545 265.703.836 355.015.733Cantagalo 5.573.621 10.760.195 12.698.042 13.150.080 16.911.254 18.509.773 22.310.428 23.367.821Carapebus 0 0 0 4.893.212 10.405.682 12.776.819 21.423.218 29.148.935Cardoso Moreira 2.084.312 4.393.073 5.731.000 6.421.919 8.000.182 9.832.288 11.457.900 13.388.634Carmo 2.320.947 5.395.606 6.455.361 7.609.209 9.320.931 10.651.647 12.726.145 19.900.493Casimiro de Abreu 6.930.193 12.591.736 13.767.157 12.590.301 16.780.685 21.716.476 32.453.271 41.622.863Conceição de Macabu 2.417.201 6.107.123 5.112.918 6.256.924 7.615.655 8.352.711 12.751.757 14.176.816Cordeiro 2.870.249 7.027.529 7.029.371 7.181.446 6.898.649 6.555.694 9.438.074 11.154.379Duas Barras 1.844.252 3.800.917 4.964.156 5.638.159 6.818.109 8.095.565 7.954.281 11.219.604Duque de Caxias 44.469.979 125.107.938 168.736.723 200.305.200 249.263.774 268.654.336 303.650.967 380.287.771Guapimirim 3.726.418 6.019.225 8.259.123 11.857.859 14.125.166 15.850.655 20.254.104 24.953.302Iguaba Grande 0 0 0 5.938.657 8.793.786 10.234.371 17.654.796 12.614.168Italva 2.299.945 4.555.355 5.166.000 6.372.993 6.870.000 7.674.713 9.846.442 10.786.200Itaocara 2.748.082 6.684.125 6.923.784 7.509.893 9.366.752 10.552.000 12.870.987 13.766.741Itaperuna 6.696.611 15.005.638 17.773.326 19.201.166 26.060.103 28.413.993 31.494.539 37.788.464Japeri 4.717.993 9.663.732 10.463.040 9.700.115 18.521.865 21.938.000 24.278.892 37.144.515Laje do Muriaé 1.432.784 3.337.928 3.528.879 5.239.135 5.883.596 5.983.437 8.062.701 9.309.969Macaé 25.086.280 48.534.652 52.005.812 59.129.970 70.554.532 85.812.000 142.248.234 194.349.617Macuco 0 0 0 5.021.390 5.767.981 5.794.647 6.471.996 8.510.058
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Tabela 47 - Despesa orçamentária total dos municípios da Região de Petróleo Fluminense, no período de 1994-2001 (conclusão) R$1,00
Municípios 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Magé 9.970.117 23.283.760 32.079.514 25.880.375 40.487.484 48.883.489 56.031.965 60.693.370 Mangaratiba 3.577.027 13.370.205 12.720.894 17.779.853 20.458.603 25.829.000 26.454.146 31.947.087 Miracema 2.529.179 4.551.741 7.479.491 7.437.058 8.624.000 8.829.843 11.843.684 13.325.702 Natividade 2.326.010 5.502.870 8.328.000 7.715.594 7.942.150 9.193.624 10.978.633 11.602.360 Niterói 70.720.665 160.554.831 179.537.025 189.493.893 208.205.442 219.367.000 259.579.688 273.117.010 Nova Friburgo 16.004.633 40.352.731 62.579.815 44.157.423 54.216.868 76.096.588 70.709.191 73.830.066 Petrópolis 55.383.739 80.330.024 91.283.629 97.086.271 119.823.000 119.392.788 135.348.466 162.848.056 Piraí 5.496.789 10.376.903 19.556.726 21.574.555 27.836.674 31.074.001 33.778.677 37.621.901 Porciúncula 2.014.138 4.684.920 6.143.772 6.262.547 7.341.977 7.460.119 9.951.666 11.937.051 Quissamã 7.884.819 15.614.082 15.256.531 14.410.663 16.808.292 28.246.767 51.456.981 67.719.058 Rio das Ostras 5.945.440 15.221.724 14.899.762 17.581.764 19.757.876 33.522.000 64.726.322 91.457.183 Rio de Janeiro 854.346.572 2.815.884.659 3.320.029.650 3.275.420.326 3.679.967.512 4.221.793.906 4.467.374.565 3.724.421.451 Santa Maria Madalena 2.530.744 5.714.388 4.950.184 7.546.259 8.153.962 9.151.129 11.800.117 13.749.193 Santo Antônio de Pádua 3.722.914 7.822.065 8.607.409 11.174.710 12.827.900 14.213.591 17.814.519 20.130.802 São Fidélis 3.552.094 7.504.421 9.065.522 11.506.727 12.263.886 13.535.971 18.618.133 22.875.062 São Francisco de Itabapoana 0 0 0 8.658.893 15.227.266 15.368.735 16.972.205 23.279.870 São Gonçalo 34.112.134 67.068.487 109.965.357 100.653.006 143.854.812 151.313.491 174.037.549 165.357.335 São João da Barra 5.676.535 0 11.010.872 11.010.562 14.269.381 16.208.834 30.752.841 35.739.493 São José de Ubá 0 0 0 3.613.416 5.356.389 5.512.762 6.453.620 8.228.325 São José do Vale do Rio Preto 2.411.145 4.891.273 6.558.545 6.900.762 7.374.000 10.414.574 12.759.220 14.209.449 São Pedro da Aldeia 5.957.217 11.274.341 15.033.740 15.480.963 15.786.845 19.040.272 23.741.326 31.285.038 São Sebastião do Alto 1.803.965 3.890.778 4.172.352 6.246.434 5.729.472 6.988.783 8.968.349 10.218.924 Saquarema 4.259.897 9.019.289 11.469.669 13.983.863 16.505.010 21.238.333 28.407.624 42.616.034 Silva Jardim 3.483.815 7.791.016 9.394.542 9.658.786 11.914.914 11.925.825 16.144.923 16.502.701 Sumidouro 2.132.893 4.453.404 4.810.350 6.494.382 7.658.847 9.349.846 11.739.821 12.496.272 Teresópolis 12.666.658 29.712.511 36.986.565 37.031.667 49.902.147 64.488.962 76.507.922 86.171.017 Trajano de Morais 2.057.431 4.253.316 4.681.785 6.249.988 7.730.000 8.501.904 10.621.742 11.553.945 Varre-Sai 2.066.971 3.699.355 4.493.497 4.445.196 5.317.000 5.688.380 7.791.958 10.081.231 Volta Redonda 49.131.757 167.168.724 163.289.193 156.283.689 170.814.575 167.966.738 177.870.936 214.373.226 Fonte: TCE/RJ e IPEA.