Download - Transtornos somatoformes
TRANSTORNOS SOMATOFORMES
Transtorno da somatização
Transtorno conversivo
Transtorno doloroso
Hipocondria
Transtorno dismórfico corporal
TRANSTORNOS SOMATOFORMES
Uma história de muitas queixas físicas que resultam em busca de tratamento ou prejuízo significativo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento do indivíduo.
Após investigação apropriada, nenhum dos sintomas individuais pode ser completamente explicado por uma condição médica geral conhecida ou pelos efeitos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento)
Quando existe uma condição médica geral relacionada, as queixas físicas ou o prejuízo social ou ocupacional resultante excedem o que seria esperado a partir da história, exame físico ou achados laboratoriais
Os sintomas não são intencionalmente produzidos ou simulados (como no Transtorno Factício ou na Simulação).
TRANSTORNO DA SOMATIZAÇÃO
História de dor relacionada a locais ou funções diferentes (por ex., cabeça, abdômen, costas, articulações, extremidades, tórax, reto, menstruação, intercurso sexual ou micção)
SINTOMAS DOLOROSOS
Por ex., náusea, inchação, vômito outro que não durante a gravidez, diarréia ou intolerância a diversos alimentos.
SINTOMAS GASTRINTESTINAIS
História de sintoma sexual ou reprodutivo (por ex., indiferença sexual, disfunção erétil ou ejaculatória, irregularidades menstruais, sangramento menstrual excessivo, vômitos durante toda a gravidez)
SINTOMA SEXUAL
História de um sintoma ou déficit sugerindo uma condição neurológica: sintomas conversivos tais como prejuízo de coordenação ou equilíbrio, paralisia ou fraqueza localizada, dificuldade para engolir ou nó na garganta, afonia, retenção urinária, alucinações, perda da sensação de tato ou dor, diplopia, cegueira, surdez, convulsões; sintomas dissociativos tais como amnésia ou perda da consciência
SINTOMA PSEUDONEUROLÓGICO
Descrevem suas queixas em termos dramáticos e exagerados
Faltam informações factuais específicasHistória inespecíficaUma revisão completa dos tratamentos somáticos e
hospitalizações revela um padrão de queixas somáticas frequentes
Sintomas ansiosos e depressivos são comunsGeralmente levam a um abuso de medicamentos ou outras
drogasPodem estar presentes características de transtornos de
personalidade, tais como o comportamento impulsivo e a dificuldade nos relacionamentos
CARACTERÍSTICA DA HISTÓRIA
Exames físicos e laboratoriais: a ausência de achados apoiando as queixas subjetivas é notória
Curso do transtorno: crônico, flutuante e com raras remissões completas
Prevalência do transtorno: ocorre em 0,2 a 2% das mulheres, e em menos de 0,2% dos homens, segundo estudos
EXAMES, CURSO E PREVALÊNCIA
HisteriaNeurasteniaDistúrbio neurovegetativo (DNV)Distúrbio funcionalHipocondria
NOMENCLATURA USADA COMO SINÔNIMO
Transtornos factícios: relacionam-se com o termo “ganho primário” usado em psicanálise/psicologia/psiquiatria. O paciente produz conscientemente um factóide, mas a motivação é inconsciente. Por exemplo, em momentos de angústia mente numa emergência médica que tem dores fortes, assim pode ser amparado e ter um ganho primário (ganho apenas psicológico). A síndrome de Münchausen, assim como a síndrome de Münchausen por procuração entram nesta categoria.
Simulação: relaciona-se com o termo “ganho secundário”. O paciente produz conscientemente um factóide, e a motivação é mesmo consciente. Haverá um ganho secundário (não é um ganho apenas psicológico), por exemplo consegue faltar a julgamentos na justiça ou consegue receber auxílio financeiro da previdência social.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Os quadros sindrômicos mais comuns são os apresentados nos transtornos de humor e de ansiedade.
A falta de achados que configurem uma alteração orgânica não significa ausência de doença orgânica.
Especialmente no hospital geral, a “somatização” implica cuidado redobrado no diagnóstico. O tratamento é um desafio em que o médico assistente e o psiquiatra têm que trabalhar juntos.
CUIDADOS NO ATENDIMENTO
Muitos não relatam de forma espontânea todos os sintomas, principalmente os sintomas da esfera afetiva.
Buscam a ajuda por sintomas somáticos, mas sem justificativa orgânica.
Atribui os sintomas de que padece a uma enfermidade orgânica, e não a um transtorno psiquiátrico.
Existe um transtorno psiquiátrico diagnosticável com as classificações psiquiátricas atuais.
Na opinião do médico, o tratamento do transtorno psiquiátrico melhoraria os sintomas.
COMO É O PACIENTE SOMATIZADOR
Agudos (menos de seis meses de início): quadro ansioso e mais facilmente associado a uma dificuldade de adaptação (transtorno da adaptação ou ajustamento).
Crônicos (mais de seis meses de início): pacientes têm um caráter mais opositivo às queixas e questões psicológicas.
AGUDOS OU CRÔNICOS
Um ou mais sintomas ou déficits afetando a função motora ou sensorial voluntária, que sugerem uma condição neurológica ou outra condição médica geral
Fatores psicológicos são julgados como associados com o sintoma ou déficit, uma vez que o início ou exacerbação do sintoma ou déficit é precedido por conflitos psicológicos ou outros estressores psicológicos
Deve ser diferenciado de um transtorno factício ou de simulação, assim como de outra condição médica geral
TRANSTORNO CONVERSIVO
Prejuízo na coordenação ou equilíbrio
Paralisia ou fraqueza localizada
Dificuldade na deglutição ou “nó na garganta”
Afonia
Retenção urinária
SINTOMA OU DÉFICIT MOTOR
Perda da sensação de tato ou dor
Diplopia
Cegueira
Surdez
Alucinações
SINTOMA OU DÉFICIT SENSORIAL
São ataques ou convulsões com componentes motores ou sensoriais voluntários
ATAQUES OU CONVULSÕES
O sintoma somático representa uma resolução simbólica de um conflito psicológico inconsciente, reduzindo a ansiedade e mantendo o conflito fora da consciência (“ganho primário”).
O paciente também pode extrair um “ganho secundário” como obtenção de benefícios externos ou esquiva de deveres e responsabilidades indesejadas
História anterior de sintomas conversivos
EXPLICAÇÃO PSICOLÓGICA
Os pacientes podem se apresentar com uma relativa falta de preocupação acerca da natureza ou implicações do sintoma – “la belle indifference”
Também podem se apresentar de forma dramática ou histriônica
Em crianças se limitam a problemas na marcha ou convulsões
Mais comuns em população rural e pessoas não-familiarizadas com conceitos médicos e psicológicos
Mais frequente em mulheres (taxas de 2:1 a 10:1)
É mais comum o sintoma ter início agudo, mas também pode ser de início gradual
APRESENTAÇÃO DO PACIENTE
Dor em um ou mais sítios anatômicos é o foco predominante do quadro clínico, com suficiente gravidade para indicar atenção clínica
Fatores psicológicos supostamente exercem um papel no início, gravidade, exacerbação e manutenção da dor
Pode ser aguda ou crônica
Pode estar associado tanto com fatores psicológicos quanto com uma condição médica geral
TRANSTORNO DOLOROSO
Preocupação com temores de ter, ou a idéia de que o indivíduo tem uma doença grave, com base na interpretação equivocada dos próprios sintomas somáticos
A preocupação persiste, apesar de uma avaliação e garantias médicas apropriadas
Não chega a intensidades delirantes (T. Delirante), nem se restringe a uma preocupação circunscrita com a aparência (T. Dismórfico Corporal)
Pode ser com insight pobre: na maior parte do episódio a pessoa não reconhece que a preocupação é excessiva ou irracional
HIPOCONDRIA
Preocupação com um defeito imaginário na aparência. Se uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva
O insight ou a reflexão sobre sua percepção costuma ser pobre
Diferencia-se de preocupações normais acerca da aparência, que não causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas
Diferencia-se da Anorexia Nervosa, onde há uma insatisfação com a forma e o tamanho do corpo (se restringe à “gordura”)
Diferencia-se do Transtorno da Identidade de Gênero, onde a preocupação se limita ao desconforto e sentimento de inadequação acerca de suas características sexuais
TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL
DSM-IV-TR – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Trad. Cláudia Dornelles; - 4.ed. rev. – Porto Alegre: Artmed, 2002.
Fortes S, Brasil MAA, Garcia-Campayo J & Botega NJ. Somatização. Em: Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. – 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2006.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS