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tipos & fontesManual de Typeface Design, caligráfico e tipográfico, de Paulo Heitlinger. 2016
tipografos.net/ebooks
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Autor e paginação: Paulo Heitlinger.
Copyright © 2011–2016 by Paulo Heitlinger.
Uma publicação da série e-books da tipografos.net.
Todos os direitos reservados para a língua
portuguesa e para todas as outras línguas.
Exemplar pessoal de xxx.
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O >l< da fonte Eldorado da autoria de Dwiggins.
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Conhecimentos amplos e trabalho muito metódico, experiências criativas, algum talento no desenho e muita atenção aos
detalhes são as virtudes essenciais para quem quer desenhar letras. Analise várias fontes e vai perceber que não são tão parecidas como supunha! Neste livro vai ver que muitas for-mas são derivadas da escrita à mão, a qual define os ritmos e proporções na Tipografia. Antes da Tipografia, sempre a Caligrafia!
Este livro, concebido como um manual práctico, cruzado com uma introdução histó-rica, abrange os seguintes temas: • Letras = riscos? • Evolução dos alfabetos fonéticos • Letras romanas: classificação sob aspectos
formais e funcionais. Tipometria básica. • Anatomia e estrutura das letras.
Proporções e relações mútuas. • Dos tipos de metal às fontes digitais:
semelhanças e diferenças. • Caligrafia: as formas produzidas por
cálamo ou pena de ave. • Alcançar legibilidade. Factores que
determinam as «formas típicas». • Desenhar letras com papel e lápis.
Exercícios práticos de construção de letras.
• Tipografia digital: glifos, fontes, famílias, formatos, cortes, estilos.
• Primeiros exercícios com pixel fonts digitais, realizados com o software online FontStruct. Pensar em módulos microtipográficos.
• Do esboço ao produto final: Produção sistemática de fontes digitais.
• Genealogia. Derivando as formas das letras com uma sequência racional de produção.
• Domínio da ferramenta de typeface design FontStudio para desenho vectorial.
• As particularidades do OpenType: incluir versaletes, algarismos antigos, Swash, ligaduras, etc. numa única fonte.
• O Tracing de scans. Depois da digitalização, preparação e posicionamento de gráficos vectoriais.
• Curvas Bézier. • Teste de fontes. • Sidebearings, Tracking, Pares de Kerning. • Ligaduras e formas contextuais. • Glossário da Terminologia tipográfica. • Os mais belos alfabetos. Uma selecção
das mais bem conseguidas criações tipográficas, de Gutenberg até hoje.
Manual de Letter Design, caligráfico e tipográfico
Intro
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Intro / Temas / Temas / Registo / 4Procurar no texto: Ctrl+F
Temas
TemasIntro ......................................................................................3
Introdução ................................................................................................9
Prólogo ...............................................................................10Letras = riscos ........................................................................................ 11Escritas arcaicas: traçados simples ......................................................14Alfabeto fenício .....................................................................................18
Back to the roots: Gregas e Romanas ................................20As letras gregas ......................................................................................21A primeira letra global .........................................................................27Acentos fonéticos ..................................................................................31Uma primeira abordagem às formas das maiúsculas .......................33Pautas, as linhas auxiliares ..................................................................40Capitalis Monumentalis ......................................................................49Formas geométricas ..............................................................................54Formas sem serifas ................................................................................57Capitalis condensada ............................................................................59Letras largas ...........................................................................................64Rustica lapidar .......................................................................................65Cunhar letras .........................................................................................69
Renascença das Romanas ..................................................70A Caligrafia humanista ........................................................................71
Formas das Romanas ......................................................... 75Tipometria básica..................................................................................76Analisando as formas da Futura .........................................................77Anatomia das maiúsculas ....................................................................85
O tamanho da letra ...............................................................................95Proporções, em vez de medidas absolutas .........................................97Medidas tipográficas ............................................................................98
Do esqueleto ao corpo ..................................................... 101O peso da letra (weight) .....................................................................101Articulando diferentes pesos ............................................................105Grossura do traço afecta legibilidade ............................................... 112Desenhar no PC ..................................................................................1201º Exercício: letras de formas muito básicas ....................................121Papel e lápis (1) .....................................................................................127Exercícios com «pixel fonts» ...........................................................129Uma fonte elementar, mas não quadrada ........................................142O que são pixel fonts? ........................................................................ 144Do papel quadriculado ao computador ........................................... 152Uma óptima ferramenta para principiar ......................................... 153Um desenho simples, de pixel font, com BitFonter .......................160Variando proporções horizontais .....................................................161Pesos ópticos .......................................................................................162
Caligrafia .......................................................................... 165A importância da Caligrafia ..............................................................166As letras minúsculas ...........................................................................167Perceber as formas caligráficas ..........................................................170A pena faz a forma das letras .............................................................171Serifas e terminais ...............................................................................174Os ductos caligráficos .........................................................................179Ligaduras medievais .......................................................................... 200
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Intro / Temas / Temas / Registo / 5Procurar no texto: Ctrl+F
Uma letra ligada: Bastarda de Lucas ................................................201Formas ornamentadas (Swash) ........................................................ 206
A modulação ................................................................... 208O contraste varia nas épocas e nos estilos ...................................... 209O método de iniciação Briem ........................................................... 211Letras moduladas, podem ser feitas com FontStruct ....................214
Análise em pormenor ...................................................... 215A parte de cima, a parte de baixo .....................................................216Percebendo as semelhanças e diferenças ..........................................217As proporções verticais ......................................................................220Altura do x ...........................................................................................221Abertura (overshoot) ..........................................................................223
Letras desenhadas à mão ................................................224O Lettering ..........................................................................................225Modelos para letreiristas ....................................................................230
Fontes bitmap e fontes vectoriais ................................... 253Preparando o desenho vectorial ........................................................254Relações e graus de parentesco entre as formas ..............................258A sequência de desenho das letras ................................................... 260Digitalização de imagens de letras, 1 ..............................................263Digitalização de imagens de letras, 2 ..............................................267Muita ou pouca História? ..................................................................270Ikarus e a primeira fonte digital .......................................................274O que é uma fonte digital? ................................................................275O milagroso OpenType .....................................................................278Tags do OpenType ..............................................................................282Outline fonts .......................................................................................283
Edição digital de fontes ......................................................................284O programa FontLab .........................................................................286Desenhando com curvas Bézier ........................................................287Pontos nas extremidades ....................................................................292Combinando formas microtipográficas ..........................................293
Espaços .............................................................................294Métrica das letras ................................................................................295Letras, o seu ritmo ..............................................................................297Teste do espaçamento das maiúsculas .............................................298OpenType features no Fontlab .........................................................301Ligaduras ..............................................................................................302Construir ligaduras ............................................................................303Kerning, correcção óptica aos pares .................................................305Teste dos pares de kerning .................................................................308Corte itálico de uma fonte .................................................................310Algarismos normais, e antigos .......................................................... 313Caractéres acentuados, diacríticos ................................................... 315Pontuação e sinais ...............................................................................320Scripting no FontLab .........................................................................321Tabelas de substituição contextual ..................................................321Teoria da Interpolação .......................................................................321Hinting .................................................................................................322
Web-fonts .........................................................................324Fontes em páginas web .......................................................................325
Clãs de fontes ...................................................................328Com e sem serifas................................................................................329A Corporate ASE de Weidemann .................................................... 331
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Intro / Temas / Temas / Registo / 6Procurar no texto: Ctrl+F
ITC Legacy .......................................................................................... 335Rotis: o conceito ..................................................................................336O clã de fontes Cholla ........................................................................ 339Officina de Spiekermann ...................................................................341Metapolator .........................................................................................343
Fontes Standard ...............................................................344A Carolina ............................................................................................345A Gill Sans na LNER .........................................................................349DIN na Alemanha .............................................................................. 357
Glossário ........................................................................... 361Terminologia da Tipografia ..............................................................362
Bibliografia .......................................................................399O desenho de letras no século xx ................................................... 400Livros sobre Tipografia, em português ............................................405
Mostruários ......................................................................410Os mais belos alfabetos ......................................................................411Baker, Arthur .....................................................................................412Os alfabetos de Adrian Frutiger .......................................................413Lange, Günter Gerhard ..................................................................... 415Frere-Jones, Tobias ..............................................................................417Pool, Albert-Jan ...................................................................................419Fournier, Pierre-Simon .................................................................... 420Grandjean, Philippe ...........................................................................421Heine, Frank ........................................................................................422Licko, Zuzana .....................................................................................423Schneidler, F.H. .................................................................................. 424Lubalin, Herb .....................................................................................425
Hudson, John ......................................................................................426Renner, Paul ........................................................................................427Jenson, Nicolas ....................................................................................429Glaser, Milton (1929—) .....................................................................431Garamond, Claude (1490—1561) .....................................................432Gutenberg, Johannes (~1400—1468) ..............................................434Johnston, Ed ward ...............................................................................437Shinn, Nick .........................................................................................438Breitkopf, J. Gottlob ...........................................................................439Bodoni, Giambattista ........................................................................ 440Lipton, Richard .................................................................................. 442Mardersteig, Giovanni ..................................................................... 443Mandel, Ladislas ................................................................................ 444Winkow, Carlos ..................................................................................445Fernandes, Valentim .......................................................................... 447Montalbano, James ............................................................................ 449Miedinger, Max ...................................................................................450Ballmer, Théo ..................................................................................... 453Wilke, Martin ....................................................................................454Belwe, Georg ........................................................................................456Bernhard, Lucian ................................................................................458Bell, John ..............................................................................................459Bill, Max .............................................................................................. 460Brody, Neville ......................................................................................463Cassandre, A.M. ................................................................................ 469Briem, Gunnlaugur S.E. ...................................................................470Cavazos, Rodrigo Xavier ...................................................................471Slimbach, Robert ................................................................................477Blake, James .........................................................................................479Crouwel, Wim ................................................................................... 480
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Intro / Temas / Temas / Registo / 7Procurar no texto: Ctrl+F
Quay, David .........................................................................................481Rocha, Cláudio ....................................................................................482Jamra, Mark .........................................................................................483Jannon, Jean ........................................................................................ 484Granjon, Robert ..................................................................................485Doesburg, Théo van ............................................................................487Caflisch, Max ......................................................................................488Unger, Gerard ......................................................................................490Bilak, Peter ...........................................................................................491Kobayashi, Akira ................................................................................494Krimpen, Jan van ...............................................................................495Unger, Johann Friedrich ...................................................................497VanderLans, Rudi ..............................................................................498Walbaum, Justus Erich ......................................................................499Weiß, Emil Rudolf ..............................................................................500Dwiggins, William Addison ............................................................501Does, Bram de ....................................................................................502Olson, Eric ...........................................................................................503Goudy, Frederic William .................................................................504Tschichold, Jan ...................................................................................508Porchez, Jean François .......................................................................510Parkinson, Jim .................................................................................... 511Grimshaw, Phill .................................................................................512Meier, Hans Eduard ........................................................................... 513Mendoza y Almeida, José ..................................................................514Middleton, Robert Hunter .............................................................. 515Morison, Stanley ................................................................................. 516Garrett, Malcolm ................................................................................ 518Rossum, Just van ................................................................................. 519
Van Blokland, Petr ..............................................................................520Groot, Lucas de ...................................................................................521Noordzij, Peter Matthias ...................................................................522Trump, Georg ......................................................................................523Moser, Kolo ..........................................................................................524Novarese, Aldo ...................................................................................525Santos, Dino dos ................................................................................526Zapf, Hermann ..................................................................................528Morris, William ..................................................................................529Feliciano, Mário ................................................................................530Shepard, David R. ..............................................................................532Rogers, Bruce ...................................................................................... 533Weidemann, Kurt .............................................................................534
Calígrafos notáveis ..........................................................536Antonius de Bozollo ...........................................................................537Niccolò Niccoli ....................................................................................538Leonhard Wagner ............................................................................. 540Tagli ente ...............................................................................................542Os manuais dos mestres calígrafos .................................................. 544Vincentino Arrighi ............................................................................ 546François Gryvel ...................................................................................548Palatino .................................................................................................549Bennardino Cataneo .......................................................................... 552Gerardus Mercator .............................................................................. 553Manuel Barata ..................................................................................... 558Joachim Bendel ...................................................................................560Neudörffer, Johann .............................................................................562Stephan Brechtel, o Velho .................................................................564Wolfgang Fugger .................................................................................568
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Intro / Temas / Temas / Registo / 8Procurar no texto: Ctrl+F
Caspar Neff ..........................................................................................569Juan de Ycíar ........................................................................................572Giovan Francesco Cresci ...................................................................574Jean de Beauchesne .............................................................................577Francisco Lucas ...................................................................................580Pedro Morante ....................................................................................583Van de Velde I ......................................................................................588David Roelands ...................................................................................594Baldericus van den Horick ................................................................596Louis Barbedor ....................................................................................602René Potier le Jeune ........................................................................... 604Johann Hering .....................................................................................605Joris Hoefnagel ....................................................................................610Martin Billingsley ............................................................................... 615Paulus Franck ...................................................................................... 618Edward Cocker ...................................................................................621Roelas y Paz ..........................................................................................622Manuel de Andrade ............................................................................624Johann Stäps ........................................................................................626George Bickham .................................................................................628George Bickham, Jr.............................................................................632
Rogers Spencer ....................................................................................633Austin Palmer ......................................................................................634Charles Zaner ......................................................................................636Rudolf Koch ........................................................................................637Karlgeorg Hoefer ...............................................................................639Georg Trump .......................................................................................641Roger Excoffon ....................................................................................642Alfred Fairbank ................................................................................. 644Gabriel Meave .....................................................................................647Brody Neuenschwander .................................................................... 648Bibliografia geral da Caligrafia .........................................................652
Prazer de desenhar ..........................................................656Alfabetos primitivos .......................................................................... 666
Notas ................................................................................ 666O desenho de letras a partir do século xv ..................................... 667Dü rer inventa os gráficos vectoriais, 1525 .......................................671
Registo ..............................................................................674O autor..................................................................................................684
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Intro / Introdução / Temas / Registo / 9Procurar no texto: Ctrl+F
O que é um typeface designer?
Pública - Que nome se dá à sua profissão?
Resposta - A designação clássica seria
tipógrafo...
Mas o tipógrafo é, na realidade, quem compõe
as letras e eu faço-as, mais do que as compor...
Eu sou um designer de tipos de letras, de fontes
tipográficas, se quiser um inventor de fontes
tipográficas. Quando é preciso, é assim que me
apresento. Em inglês é mais fácil de responder:
«type designer».
Mário Feliciano (página 530), na sua entrevista
com a revista «Pública»
Introdução
Depois da Conferência Tipográfica de 2006, realizada pela AtypI em Lisboa, constatamos que o número de type-
face designers portugueses pouco mais que duplicou. Hoje (Janeiro, 2015), na secção «pro-fissionais» contamos os seguintes nomes: Joana Correia da Silva, Pedro Leal, Rui Abreu, Ricardo Rodrigues dos Santos, Miguel Sousa, Hugo Cavalheiro d'Alte, Aprígio Morgado, Dino dos Santos e Mário Felicia no. Na catego-ria «teóricos», contamos Vitor Quelhas, Pedro Amado, Cláudio Ferreira, Carolina Ferreira e Jorge dos Reis Tavares. Com toda a modés-tia, incluo o meu nome em ambas as catego-rias. Somando tudo, tirando a prova dos nove, temos cerca de uma dúzia de «entendidos» em Typeface Design. Talvez quinze, se esqueci alguém.
Apesar de alguns colegas estarem a pra-ticar docência, parece que este número não irá aumentar substancialmente nos
próximos anos. Como estimular aqueles que querem conhecer (ou mesmo estudar a fundo) uma matéria destas? Publicar um manual tal-vez seja uma maneira adequada para fomen-tar o desenho de letras em Portugal e no Bra-sil, na Espanha e na América Latina. Mas esta-
mos conscientes que a grande maioria dos que se interessam por este manual não vão que-rer ser typeface designers profissionais. No entanto, a perspectiva de vender fontes é ten-tadora. A «era digital» mudou o modo como as fontes são distribuídas, com plataformas de distribuição que permitem que qualquer desig-ner – não importa se amador, ou especialista – disponibilize as suas fontes. Nos primeiros anos da Internet, os designers ainda consulta-vam enormes catálogos impressos ou faziam o download de amostras. Hoje, todas as fontes são licenciadas online, seja no mini-shop pes-soal dum designer ou nas galerias dos gigantes da indústria, como o FontShop. Canais de dis-tribuição como o MyFonts abriram o mercado até para principiantes no Typeface Design.
Muitos gostam do desenho de letras pelo seu próprio valor, por ser uma prática estimulante e criativa, por pertencer
à tradição de um país que, no passado, nunca teve uma Cultura Tipográfica (não conhece-mos um único puncionista portu guês), mas onde sempre se destacaram exímios calígra-fos e desenhadores de letras. Continuemos os desenhos, com novo vigor. Paulo Heitlinger
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Prólogo
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Prólogo / Letras = riscos / Temas / Registo / 11Procurar no texto: Ctrl+F
Letras = riscos
Numa primeira aproximação, todos os glifos dos alfabetos fonéticos representam grupos de riscos.Ao longo dos séculos, a grafia dos riscos aparece cada vez mais ordenada, regular e sistematizada. Mas as formas repetem-se: linhas direitas, diagonais, traços curvos, formas redondas, triangulares e quadradas. Assim surgem as letras.
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Prólogo / Letras = riscos / Temas / Registo / 12Procurar no texto: Ctrl+F
Letras riscadas numa telha romana. Foto: ph.
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Prólogo / Letras = riscos / Temas / Registo / 13Procurar no texto: Ctrl+F
Letras riscadas numa parede romana.
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Prólogo / Escritas arcaicas: traçados simples / Temas / Registo / 14Procurar no texto: Ctrl+F
Escritas arcaicas: traçados simples
Alfabeto Linear B. Foto: BM. página 666-1400 ... -1200
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Prólogo / Escritas arcaicas: traçados simples / Temas / Registo / 15Procurar no texto: Ctrl+F
A Estela da Abóbada, achada no sítio arqueológico de Gomes Aires, em Almodôvar (Alentejo, Portugal),
é uma das poucas pedras inscritas, com figuração. No centro, emoldurado pelas bandas com glifos da Escrita do Sudo-este, vemos um guerreiro armado, em pose agressiva. Esta estela documenta o primeiro sistema de escrita alfabética usado no território que hoje é Portugal.
Muitas das estelas inscritas com a Escrita do Sudoeste provêm do Algarve / Baixo Alentejo e foram data-das – aproximadamente –, a partir das necrópoles a elas associadas. As datas das estelas funerárias oscilam entre os séculos VII e V a.n.e. Portanto, repre-sentam um sistema de escrita anterior à invasão romana da Península Ibérica. Este sistema de escrita foi desenvol-vido completamente independente da influência romana, pois é um derivado directo do alfabeto fenício.
–600
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Prólogo / Escritas arcaicas: traçados simples / Temas / Registo / 16Procurar no texto: Ctrl+F
Violentos riscos. Escrita do Sudoeste. Foto: ph.
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Prólogo / Escritas arcaicas: traçados simples / Temas / Registo / 17Procurar no texto: Ctrl+F
B ronze de Cortono. Proveniência desconhecida. Sistema de escrita:
Signário ocidental. Esta escrita exprime a língua celtibérica. É uma adaptação directa da Escrita Ibérica Nororiental. Como a maior parte das outras escritas páleo-hispânicas, esta integra glifos que representam consoantes e vogais, como os alfabetos, e signos que representam sílabas, como os silabários. Foi utilizada nos séculos II e I a.n.E. no interior da Península ibérica (Guadalajara, Sória, Zaragoza). Escrevia-se quase sempre da esquerda para a direita.
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Prólogo / Alfabeto fenício / Temas / Registo / 18Procurar no texto: Ctrl+F
Alfabeto fenício
Alfabeto fenício, fonte digital.
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Prólogo / Alfabeto fenício / Temas / Registo / 19Procurar no texto: Ctrl+F
Escrita fenícia Museu ao ar livre de Karatepe-Arslantas, Turquia. Karatepe, uma fortaleza dos Hititas, é uma estação arqueológica perto do rio Jeihan, na Turquia meridional, escavada entre 1946 e 1949. As escavações puseram a descoberto lajes de pedra com cenas de caça, navegação e também religiosas, e forneceram inscrições bilingues (fenício e hieróglifos hititas) — o que facilitou muito a tarefa de decifrar a escrita hitita. Mais imagens em www.hittitemonuments.com/karatepe.
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Back to the roots: Gregas e Romanas
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Estela funerária paleocristã. Inscrita com letras gregas. Mértola, Baixo Guadiana, Alentejo, Portugal.Foto: ph.
As letras gregas
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O alfabeto grego deriva duma variante dos alfabetos semíticos, introduzidos na Grécia por mer-
cadores fenícios. Dado que o alfa beto semítico não tinha glifos para as vogais, os Gregos adaptaram algumas letras fenícias para as representar. As pri-meiras vogais foram: alfa, épsilon, iota, ómicron, ipsilon.
Das variantes do alfabeto grego, as mais importantes eram a ocidental (calcídica) e a oriental (jónica). A ver-são usada em Atenas, o alfabeto jónico, foi o padrão de referência para a Gré-cia clássica. Atenas adoptou em 403 a.n.e. a variante oriental, dando lugar a que pouco depois desaparecessem as outras formas do alfabeto grego.
Já nesta época o grego se escrevia da esquerda para a direita. A princípio, a maneira de o escrever era alternada-mente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de modo que se começava pelo lado em que se tinha concluído a linha anterior, invertendo todos os caractéres. Este tipo de orien-tação é designado por "bustrofédon".
Texto referente à lei sagrada da Acrópole e do Hekatompedon.485 a.n.E. Museu Epigráfico, Atenas.
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Letras gregas, arcaicas, simples, sem serifas
Antes de usarem um alfa-beto fonético, os Gregos já empregavam o silabário
micénico (chamado Linear B), um sistema de escrita esteve em uso entre os séculos xiv e xii a.n.E. O abecedário grego é um alfabeto de origem fenícia. Foi usado a par-tir do século ix a.n.E. – o primeiro alfabeto utilizado para escrever uma língua indo-europeia.
Foi o primeiro alfabeto a inte-grar vogais, uma necessidade para a transcrição dos idio-
mas indoeuropeios. Os Gregos adaptaram alguns símbolos fení-cios sem valor fonético em grego para representar as vogais.
Na fase arcaica tinha basica-mente duas variantes: uma oci-dental (da qual provem o alfabeto etrusco e o romano) e outra orien-tal (da qual provêm o alfabeto jónico, que foi considerado o clás-sico, e o cirílico, o arménio, etc.).
Dos Gregos, o alfabeto pas-sou para os Etruscos, cuja cultura foi o berço da cultura romana. Por sua vez, os Romanos em expan-são territorial, conhecidos pelo seu à-vontade em assimilar os mais diversos elementos culturais estrangeiros (que classificavam de «bárbaros»), adaptaram o alfabeto grego / etrusco à sua língua e à sua fonética.
Na sua versão «clássica», o alfabeto grego integrava 24 letras, que eram escritas
ou esculpidas sem serifas – com impressionante clareza, legibili-dade e sobriedade. Hoje em dia, o alfabeto grego continua ser utili-zado no seu país de origem, claro, mas também é empregue em todo o mundo nos âmbitos da Mate-mática e Física. Na Astronomia, o Grego é usado na nomenclatura das estrelas. Uma bela prática.
Os espaçamentos equidistantes das letras conferem ao texto uma regularidade com grande estética. Decreto referente à fundação da colónia grega em Brea, na Trácia. Cerca de 445 a.n.E. Museu Epigráfico, Atenas.
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Estela funerária paleocristã. Inscrita em grego. Núcleo visigótico dos museus de Mértola. Foto: ph.
Letras gregas, arcaicas, simples, sem serifas
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A fonte Lithos Pro (aqui as maiúsculas), que tira partido das vantagens do formato OpenType, inclui caractéres
do alfabeto grego que possuem a elegância dos traçados simples dos alfabetos arcaicos. A fonte Lithos faz parte de um par de «tipos epigráficos» que a Adobe publicou no
programa Adobe Originals, em 1990. A typeface designer Carol Twombly (*1959) foi buscar a inspiração para esta sua Lithos a inscrições gregas. A epigrafia pela qual se interessou Twombly teve a sua expressão no século iv a.n.e: letras com traços uniformes, geométricos, formando textos alinhadas na horizontal e também
na vertical. A Lithos põe à nossa disposição maiúsculas lapidares, inspiradas nos al fa be tos gregos mais antigos – quando ainda não usavam serifas. Não deve ser usada em corpo abaixo de 18 pontos, e os espaçamentos deverão ser rectificados «a olho», aconselha a Adobe.
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Α α, Β β, Γ γ, Δ δ, Ε ε,Ζ ζ, Η η, Θ θ, Ι ι, Κ κ,Λ λ, Μ μ, Ν ν, Ξ ξ, Ο ο, Π π, Ρ ρ, Σ σ ς, Τ τ,Υ υ, Φ φ, Χ χ, Ψ ψ, Ω ω
E ntre nós, as letras do alfabeto grego quase só são aplicadas em documentos de carácter científico
ou académico. Em cima: o alfabeto grego da Times New Roman.
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No século i a.n.E, finalizando uma lenta evolução percorrida ao longo de 700 anos, os Romanos usavam um alfabeto
versal muito seme lhante ao nosso, no qual faltavam apenas as letras J, V, W e Z.
Os Roma nos não só desen vol ve ram o «nosso» alfabeto, com os seus valores foné -ticos, mas tam bém a for ma das letras, a sua esté tica e até as suas relações recíprocas – os espaçamentos entre as letras que hoje se chamam tracking e kerning, assim como os melhoramentos ópticos designados por ligaduras.
No decorrer do século i a.n.E., as formas das letras em inscrições romanas alteraram--se radical e permanentemente. Substituindo as letras monolineares (hastes de grossura constante) começam a aparecer cada vez mais frequentemente formas com modulação, ou seja, com nítidas diferenças entre traços for-tes e finos.
Surgem letras serifadas, surge a Capita-lis. Esta mudança de padrão estético tem sido
justificada com mudanças nos suportes, pois passou a usar-se mármore em vez de pedras mais brandas. Mas também os Gregos, já quatro séculos antes, gravavam as suas letras sobre mármore, e faziam belas letras peque-nas, geométricas, sem serifa e monolineares.
O que provocou a grande mudança foi que a tradição caligráfica romana existente – arte de alta sofisti cação e qualidade –, pene-trou no universo das letras gravadas em pedra. William Richard Lethaby, o fundador da Central School of Arts and Crafts, formu-lou em 1912:
«Os caractéres romanos que hoje são as nossas letras – embora as suas primeiras formas nos tenham chegado apenas em versões grava-das em pedra – devem ter sido escritas com um pincel largo e duro, ou ferramenta comparável (flat, stiff brush, or some such tool).
A disposição de traços fortes e finos, e tam-bém o feitio exacto das formas curvas, foram produzidos por uma ferra menta manejada com gestos rápidos. Penso que as grandes inscrições monumentais foram desenhadas in situ por um mestre calígrafo, e em seguida cortadas na pedra por um gravador, sendo a gravação ape-nas a fixação do escrito.»
A primeira letra global
AbCDEFGHIKLMNOpQrstvxYZ
Alfabeto latim arcaico, com letras de grossura constante e de traçado simples. Digitalização do autor.
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Poucos anos depois de Lethaby ter formu-lado estes comentários decisivos, foram des-cobertas as pinturas murais de Pompeia, que as cinzas do vulcão Vesúvio tinham conser-vado intactas. Aí se pode confirmar a exce-lente escrita rápida (rapid writing) da qual Lethaby falára.
Mas será importante fixar que o estu-dioso britânico falava das «grandes inscrições monumentais». Neste livro, falaremos des-tas, mas também de muitas outros estilos de letras romanas, que terão sido desenhados de outro modo, seguindo outros padrões esté-ticos e beneficiando de outros processos de execução.
O s Romanos usaram, quase sempre em paralelo, sete diferentes tipos de letra. I. A Capitalis Monumentalis era
eleita para figurar em epígrafes de pom-pa e circunstância, para celebrar datas importantes, conquistas, feitos militares, chefes políticos e divindades.
II. A Capitalis Quadrata, variante manuscrita da Capitalis lapidar, era usada para todos os documentos importantes, escritos com um cálamo sobre papiro. A poesia e a prosa literária escreviam-se com a Quadrata.
III. A Capitalis Quadrata condensada, que proporcionava economia de espaço.
IV. A Rustica, letra de ducto muito caligráfico, quase sempre condensada, também proporcionava economia de espaço; pintava-se em paredes, esculpia-se em pedra, gravava-se em metal (por exemplo, para escrever diplomæ militaris) e escrevia-se em documentos de papiro.
V. Para a grafia de documentos menos importantes, muitas vezes fei tos à pressa, riscava-se a Cursiva em tabuinhas de cera ou de madeira, usando um estilete
(stilus). Esta tinha as características de uma minúscula, com hastes ascendentes e descendentes.
VI. Para cunhar marcas e logótipos, usaram letras de formas simplificadas, geométricas, com pouca modulação na grossura das hastes, muitas vezes sem serifas, ou com serifas muito pequenas.
VII. Além disso, desenvolveram uma anotação taquigráfica.
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Back to the roots: Gregas e Romanas / A primeira letra global / Temas / Registo / 29Procurar no texto: Ctrl+F
A expansão à escala mundial
No sistema político e colonial que foi o maior, o mais potente e o mais duradouro império da Antigui-dade, os Romanos impuseram a primeira letra glo-
bal. Nos vastos territórios ocupados durante séculos, as letras romanas substituíram quase todos os outros sis-temas de escrita autóctones (só o grego foi tolerado). Conhecemos, por exemplo, lápides em língua lusitana, mas grafada com letras latinas.
O alfabeto latino é utilizado para escrever a língua portuguesa, as línguas da Europa Ociden tal e Central. Através do latim falado pelos invasores, o alfabeto latino expandiu-se com o Impé rio romano. Na metade oriental do Império, incluindo a Grécia, a Ásia Menor, o Ponto e o Egipto, continuou-se a usar o grego como língua franca, mas o latim foi falado na metade ocidental do Império. As linguas românicas – castelhano, francês, provençal, cata-lão, português, galego e italiano – evoluíram do latim e continuaram a usar o alfabeto latino. O alfabeto latino disseminou-se entre os povos germânicos do Norte da Europa durante a propagação do Cristianismo. Na Idade Média, o alfabeto latino entrou em uso entre os polacos, checos, croatas, eslovenos e eslovacos, assim que estes adoptaram o Catolicismo; os eslavos orientais adoptaram em geral o Cristianismo Ortodoxo e o alfabeto cirílico.
As línguas bálticas (lituano e letão), assim como o fin-landês, o estoniano e o húngaro, também usam o alfa-beto latino. Com a colo ni zação ultramarina, os idiomas castelha no, português, inglês, francês e holandês dissemi-naram o alfabeto latino pelas Américas, Aus trá lia, partes da Ásia, África e Pacífico.
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Back to the roots: Gregas e Romanas / A primeira letra global / Temas / Registo / 30Procurar no texto: Ctrl+FNos alfabetos fonEticos, cada
letra representa um som. Escrevemos
como falamos!
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Back to the roots: Gregas e Romanas / Acentos fonéticos / Temas / Registo / 31Procurar no texto: Ctrl+F
a á à ã ä å ā ă ą ǻ æ ǽe è é ë ĕ ė ě ē ęi ì í î ï ī ĭ į ij j ĵo ò ó ô õ ö ō ŏ ő ø ǿ œu ù ú ũ ŭ ů ų ű ÿ ŷ ȳ c ç ć ĉ ċ č d ď đg ĝ ğ ģ ġ h ĥ ħ k ķl ľ ŀ ł n ń ņ ň ʼn ñr ŕ ŗ ř s ś ŝ ş š ſ ß t ţ ť ŧ w ŵ z ź ž ż ž
Acentos fonéticos
Muitos linguistas consideram o uso de glifos fonéticos (com ou sem diacríticos) o sistema mais funcio-
nal de escrita. No entanto, a maioria das línguas ocidentais que adoptaram o alfa-beto latino não são «foneticamente cor-rectas», já que o mesmo som pode ser representado por caractéres diferentes (C, Q e K, por exemplo) ou dois sons diferen-tes pelo mesmo caractére (i de ministro e i de ideia). Uma experiência frustrante para qualquer criança portuguesa que aprende inglês (ou vice-versa) é constatar que até às simples vogais são associadas sons diferen-tes. Estas ambiguidades diluem o aspecto racional do alfabeto latino.
Para atenuar este efeito, introduzi-ram-se mais diacríticos, acentos foné ticos que servem para alterar
a pronúncia de cer tas letras, consoante o idioma para o qual são empregues. •
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Back to the roots: Gregas e Romanas / Acentos fonéticos / Temas / Registo / 32Procurar no texto: Ctrl+F
Zoologia dos diacríticos
A s extensões fonéticas mais comuns feitas ao alfabeto latino, para adaptar os fonemas usados
em diversas culturas e idiomas. Trata-se das extensões contidas nos alfabetos Latin A e Latin B.
Um diacrítico (do grego διακρητικός, que distingue) é um sinal gráfico que se coloca sobre, sob ou através de uma letra para alterar a sua fonética, isto é, o seu som, a sua pronúncia.
O s diacríticos mais conhecidos são: acento agudo; acento grave; acento circunflexo; trema (ou
dierésis); til; macron; visto; caron; bráquia, cedilha. A página mostra as maiúsculas. A fonte aqui usada para mostrar glifos com diacríticos é a Adobe Garamond Premier Pro.
A Á À Ã Ä Å Ā Ă Ą Ǻ Æ ǼE È É Ë Ĕ Ė Ě Ē ĘI Ì Í Î Ï Ī Ĭ Į IJ J ĴO Ò Ó Ô Õ Ö Ō Ŏ Ő Ø Ǿ ŒU Ù Ú Ũ Ŭ Ů Ų Ű Ÿ Ŷ Ȳ C Ç Ć Ĉ Ċ Č D Ď ĐG Ĝ Ğ Ģ Ġ H Ĥ Ħ K ĶL Ľ Ŀ Ł N Ń Ņ Ň N ÑR Ŕ Ŗ Ř S Ś Ŝ Ş Š SS T Ţ Ť Ŧ W Ŵ Z Ź Ž Ż Ž
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Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem às formas das maiúsculas / Temas / Registo / 33Procurar no texto: Ctrl+F
O alfabeto latino foi tomado dos Gregos e dos Etruscos. A primeira alteração que o alfabeto sofreu, foi a introdução do
G para diferenciar os sons G e K – uma ini-ciativa de Spurius Carvilius Ruga, um liberto que abriu a primeira escola de Gramática em Roma. Nesta época terá sido abandonado o Z dos Etruscos.
Quando a Républica Romana terminou, depois da conquista da Grécia (146 a.n.E.) as letras gregas Ypsilon e Zeta foram adiciona-das ao fim do alfabeto, em forma do Y e do Z – para que os Romanos pudessem escrever adequadamente nomes e palavras gregas.
No século ii a.n.E. ficou fixado o alfabeto de 23 letras, que se manteve sem gran-des alterações durante todo o Império.
A, B, C, D, E, F, G, H, I, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, V, X, Y, Z
O glifo V corresponde tanto ao som vocá-lico /u/ como ao consonântico /v/, do mesmo modo que o I representa os sons /i/ e /j/. Em nenhuma inscrição romana vemos as grafias U e J. Estas foram introduzidas no Renasci-mento para distinguir os valores vocálicos dos consonânticos.
Uma primeira abordagem às formas das maiúsculas
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Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem às formas das maiúsculas / Temas / Registo / 34Procurar no texto: Ctrl+F
A única tentativa séria de alargar o espec-tro fonético do alfabeto latino foi a ini-ciativa do imperador Claudio de intro-
duzir três novas letras: o C invertido (anti-sigma) para o som /PS/, um F invertido (digamma inversum) para representar o /Ü/, e meio H (sonus medius), para representar o /W/. Estas chamadas letras claudianas não sobreviveram o seu inventor.
Assim como os Gregos, os Romanos usa-ram letras para representar os números. Uma barra horizontal sobre a cifra servia para multiplicar por mil, e uma caixa para multi-plicar por cem mil.
Nas inscrições também identificamos sinais diacríticos. No latim escrito, o diacrítico denominado apex (plural:
apices) era um acento fonético com a forma semelhante ao nosso acento agudo ( ´ ); era colocado sobre as vogais que deviam ser pro-nunciadas longas. A forma deste acento pode variar, mesmo no contexto de uma só inscrição.
O sicilicus, com forma parecida ao nosso acento circumflexo, indicava que a letra sobre a qual ia posto devia ser lida duas vezes.
Uma das mais belas versões das letras romanas: a Romain du Roi. Philippe Grandjean foi o criador da famosa Roman du Roi, mandada gravar por Jean Anisson. Estes caractéres desenhados por Grandjean (1666—1714) foram utilizados pela primeira vez em 1702, em Paris. A Roman du Roi teve o seu uso restrito à Imprimerie Royale, mas influenciou a fundição de tipos comerciais.
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Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem às formas das maiúsculas / Temas / Registo / 35Procurar no texto: Ctrl+F
O s Romanos usaram a pontuação para separar as palavras – e para fins decora-tivos, no princípio ou fim da linha. Esta
pontuação era colocada a meia altura da linha • A forma de pontuação mais frequentemente empregue era o triângulo com o vértice para baixo; com menos frequência aparecem os quadrados. No século i n.E. apareceu a forma de folha • (hedera distinguens), e no século ii também se usou o círculo.
A s formas das letras romanas seguem sim a ortodoxia dum padrão praticado em todo o Império, mas também mostram
particularidades regionais e expressão indi-
vidual, variando segundo o ordinator encar-regado de traçar as letras sobre a lápide, para depois ser gravada a cinzel.
As letras eram primeiro pintadas sobre a pedra com um pincel mais ou menos largo, segurado diagonalmente. Este método de pré-traçar as formas antes de aplicar o cin-zel explica as variações de grossura de traço das letras latinas, a partir da Era Imperial – como no A e M mostrados em baixo. Se tam-bém explica a existência, assim como as formas específicas e os alinhamentos das serifas, tem sido um tema muito discutido, mas os especia-listas não chegaram a conclusões definitivas.
Ligaduras romanas e as ligaduras da fonte digital Capitalis condensata.A M TRVAHRCO
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Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem às formas das maiúsculas / Temas / Registo / 36Procurar no texto: Ctrl+F
Note que as letras das inscrições lapidares apre-
sentavam um belo efeito tridimensional, obtido pela gravura na pedra, um corte que tinha necessariamente alguma profundidade. Assim, o aspecto das letras gravadas variava con soante o ângulo de incidência da luz do dia. Porém, quando se transportavam as letras para o gesso liso de uma parede ou para um per-gaminho (e mais tarde para o papel), perdia--se este maravilhoso efeito... Foto: ph.
Luz e sombra
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Back to the roots: Gregas e Romanas / Uma primeira abordagem às formas das maiúsculas / Temas / Registo / 37Procurar no texto: Ctrl+F
Um ângulo de ilumi-nação pouco comum põe em evidência o
esmerado cuidado posto no traçado das finíssimas seri-fas. Estas formas terminais tornáram-se um elemento distintivo das mais elegan-tes letras elaboradas por lapicidas romanos. Foto: Museu de la Romanización, Calahorra, Espanha.
Serifas
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E volução das serifas romanas, segundo a pesquisa de J. Muess. Da esquerda para a direita: 250-150 a.n.e.; século II a.n.e.; século I a.n.e. Inicialmente, as Romanas gravávam-se
sem serifas, como os alfabetos lapidares gregos.
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Edward M. Catich
Nascido em 1906 (Stevensville, Montana) e falecido em 1979 (Davenport, Iowa), o padre norte-americano Catich tor-nou-se uma das mais consideradas personalidades no
mundo da Epigrafia e do Typeface Design. Docente, calígrafo, ilustrador e lapicida, Catich é especialmente lembrado pela aná-lise das letras romanas inscritas no pedestal da Coluna de Tra-jano, em Roma. A sua principal tese é que a Capitalis Monumen-talis da época augustina foi sempre pré-desenhada com um pincel largo, daí originando as formas características, a modulação do traço e as serifas. Começou como aprendiz do letrista (sign-wri-ter) Walter Heberling. Catich formou-se no St. Ambrose College (1931 – 1934) e recebeu o seu Masters em Arte na University of Iowa. Partiu para Roma em 1935 para estudar na Pontifical Grego-rian University for Holy Orders, onde também estudou Arqueolo-gia e Paleografia. Aí descobriu a sua vocação para estudar as letras romanas. Fundou o Departamento de Arte da St. Ambrose Uni-versity e aí fez docência durante 40 anos, até à sua morte em 1979.
Dos apontamentos de Catich: a letra M, pré-desenhada com uma trincha (em verde), pelo ordinator e depois esculpida na pedra pelo lapicida (em vermelho).
Gravadas em pedra, mas pré-escritas com pincel...
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L inhas auxiliares são essenciais para garantir um conjunto de letras de tamanho homogéneo.
Já os artífices romanos o sabiam, e para tal, riscavam na pedra dois tra-ços auxiliares para cada linha de texto: a linha de base (baseline, na Tipografia moderna), e a altura das maiúsculas. Em trabalhos de gra-vado realizados mais apressada-mente, esses traços não eram apa-gados ou disfarçados. Mais adiante, vamos constatar que os programas de edição de fontes digitais permi-tem definir linhas auxiliares, para o mesmo efeito. Foto: ph.
U]lpiae fil[iae] / [---]A mater. Roman Museum em Butchery Lane, Canterbury, Kent. Foto: Linda Spashett.
Pautas, as linhas auxiliares
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Capitalis Quadrata
Em trabalhos de epigrafia mais toscos, como este mostrado no Museu de Conímbriga,
o lapicida exagerou na grossura dos traços auxiliares – o que pouco lhe valeu, porque o desenho das letras não é de qualidade. Nem exacto, nem belo, nem homogéneo.
Esta lápide funerária proce-dente das ruínas da cidade romana de Conímbriga, Condeixa-a-Velha, Coimbra, Portugal, mostra uma Capitalis quadrata. Foto: ph.
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Antes de caligrafar e iluminar, o escriba traçou linhas vermelhas para definir a mancha gráfica e pautar o texto deste
Livro de Horas. Foi este um tipo de manus-crito iluminado muito comum na Idade Média. Livros de orações para leigos, que se desenvolveram a partir dos breviários utiliza-dos pelo clero. Eram encomendados por reis, nobres e burgueses, que procuravam nem sempre expressar a sua devoção, mas sobre-tudo para se recriarem nas magníficas minia-turas, extremamente luxuosas e feitas exclu-sivamente para os que encomendavam, pelos melhores artistas da época.
Os Livros de Horas estão entre os manus-critos medievais mais ricamente ilustrados, existindo várias oficinas especializadas neste tipo de produto. Também existia um flores-cente mercado livreiro que comercializava estes livros com imagens.
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xmadpi Com em tempos históricos, a linha de base (baseline) continua a ser a mais importante de todas as linhas auxiliares, pois aí «pousam» tanto as minúsculas....
AMDIQ ...como as maiúsculas !
linha de base
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linha de baseA altura-x define uma terceira linha auxiliar para o desenho de letras.
a linha que define a altura das maiúsculas é a segunda guia mais importante.
AdDxQ
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Adpxg
descendentes
linha de base
altura-xaltura das maiúsculas