Download - textos filosoficos marciais
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Estudos Avanados
Volume 5 - Edio Especial
Centro Filosfico do Kung Fu Internacional
1983
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Centr o Filosfico do Kung Fu - Internacio nal
Se atravessarmos a v ida convencidos de que a nossa a nica maneira de pensar que
existe, vamos acabar perdendo todas as oport unidades que surgem a cada dia
(Akio Mori ta)
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EDITORIAL
Esta publicao o 5volumeda coletnea de textos e provrbios
publicados na home-page do Centro Filosfico do Kung Fu - Internacional , que
visa a orientao e o aprimoramento cultural dos artistas marciais.
muito interessante para o leitor divulg-la no meio das artes marciais;
pois estar contribuindo para a formao de uma classe de artistas e praticantes
de melhor nvel que, com certeza, nosso meio estar se enriquecendo.
Bom trabalho !
Um abrao !
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SUMRIO
CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - INTERNACIONAL................................. 5
O PODER DA INTELIGNCIA......................................................................... 7
O PERIGO DAS PAIXES.............................................................................. 9
A HISTRIA DO KUNG FU CHINS.............................................................. 11
QUE TIPO DE HOMEM VIVE AQUI ?............................................................. 16
CORAES DISTANTES............................................................................. 18O LPIS..................................................................................................... 19
APERFEIOAMENTO.................................................................................. 21
CONQUISTAS............................................................................................. 22
EQUILBRIO............................................................................................... 23
ALARMES DA CONSCINCIA ...................................................................... 26
A LNGUA E O DESTINO............................................................................. 27O SORRISO ............................................................................................... 29
ESTMULOS............................................................................................... 30
TRANQUILIZANTE...................................................................................... 31
EM FAVOR DE UM MUNDO MELHOR ........................................................... 33
A CHAVE DA VIDA...................................................................................... 35
VOC FORTE?........................................................................................ 36EDUCAO INTERIOR................................................................................ 38
NECESSRIO ACORDAR ............................................................................ 40
O BAMBU CHINS...................................................................................... 41
CORAO HUMILDE................................................................................... 43
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CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - INTERNACIONAL
O CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU - Internacional possui uma coletnea de
informaes, minuciosamente elaboradas, que revive o grande esprito das artes
marciais e que agora est sua disposio.
Esta coletnea atualizada com freqncia, procurando manter os estudantes
das artes marciais sempre sintonizados com importantes informaes sobre o
seu auto-aperfeioamento. Ao mesmo tempo em que se exercitam, em busca de
um corpo mais bem preparado, tm aqui a oportunidade para exercitar sua mente
e seu esprito em busca do equilbrio, da renovao de conceitos e do
crescimento moral e intelectual.
Mas a vem uma pergunta: Como poderemos nos aprimorar moral e
intelectualmente atravs de apostilas, textos e provrbios ?
Confcio, um dos mais conhecidos sbios chineses foi intitulado, em sua poca,
ha mais de 2.800 anos, como O SBIO DE MIL GERAES. Confcio foi um dos
Mestres que pautaram a "histria das artes marciais chinesas"; o tempo tratou de
sedimentar seus conhecimentos sobre a conduta moral dos indivduos, que hoje
so respeitados mundialmente. Assim, o CENTRO FILOSFICO DO KUNG FU
INTERNACIONAL vem com a proposta de relembrar grandes conceitos e
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pensamentos, no s de Confcio, mas tambm, de grandes sbios que j
passaram pela humanidade. Cabe a cada um de ns tirar ou no proveito para o
prprio crescimento.
Outra questo relevante compreender qual a finalidade suprema das artesmarciais. - No templo de Shaolin, por exemplo, cada encontro dos mestres com
outras pessoas era precedido da frase: "Que a paz de Buda esteja com voc !" -
Qual o significado disso? Na verdade, a cultura das artes marciais sempre teve
sua maior batalha travada no prprio interior dos indivduos, uma luta contnua
contra as prprias fraquezas e imperfeies. praticamente impossvel buscar
um aprimoramento pessoal, seja nas artes marciais, seja em outro esporte queexija maior domnio, sem antes se melhorar como pessoa.
Ao contrrio do que se deduz, a arte de lutar a arte da paz. O verdadeiro
lutador treina mil dias mesmo sabendo que poder utilizar seus conhecimentos
em um nico dia; e talvez nunca utiliz-los. Contudo, seu esforo maior para o
auto-aprimoramento, a melhoria de si mesmo e a conseqente construo de um
mundo melhor. - Mesmo o guerreiro ama os dias de paz. Assim, ns no
poderamos ter outro propsito, seno, o de contribuir para a construo de um
caminho de paz, harmonia, aprimoramento moral e contribuio para que o
homem seja sempre diferente a cada dia, sempre diferente para melhor. Que
utilize seus braos, suas pernas e, principalmente, sua viso, para alcanar as
alturas em benefcio de seu prximo. - Pratique a arte marcial com um propsito;
um propsito de paz, de crescimento e de auto-melhoria. Um propsito realmente
elevado...
Que a paz esteja com voc !
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O PODER DA INTELIGNCIA
Disc pu lo : Por que se diz que a inteligncia um poder, Mestre?
Mestre : Na vida h muitos poderes, e a inteligncia um deles; contudo, no
podemos nos ensoberbar do que sabemos. Esse saber tem limites muito
estreitos no mundo em que habitamos.
Disc pu lo : Isso significa que precisamos saber ponderar nossas aes e no
utilizar nossa inteligncia de maneira errada, Mestre?
Mestre : No podemos nos supor uma sumidade em inteligncia. Nenhum direito
temos de nos envaidecer. Se nascemos num meio onde podemos desenvolver a
nossa inteligncia, que devemos utiliz-la para o bem de todos; uma misso
que nos foi colocada nas mos. um instrumento com o qual podemos
desenvolver, por vossa vez, as inteligncias retardatrias de outros e conduzi-las
ao entendimento.
Disc pu lo : Mas como podemos ver isso, Mestre?
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Mestre : A natureza do instrumento no indica sua utilizao? A enxada que o
jardineiro entrega a seu ajudante no mostra a este ltimo que lhe cumpre cavar
a terra? - Que direis, se esse ajudante, em vez de trabalhar, erguesse a enxada
para ferir o seu patro? Direis que horrvel e que ele merece ser expulso. Pois
bem: no se d o mesmo com aquele que se serve da sua inteligncia paradestruir uma boa idia? No levanta ele contra o seu senhor a enxada que lhe foi
confiada para arrotear o terreno? Tem ele direito ao salrio prometido? No
merece, ao contrrio, ser expulso do jardim? S-lo-, no duvideis, e atravessar
uma vida miservel e cheia de humilhaes, at que se curve diante daquele
a quem tudo deve.
Disc pu lo : Ento podemos dizer que a inteligncia como uma ferramenta em
nossas mos, Mestre?
Mestre : A inteligncia rica de mritos para o futuro, mas, sob a condio de
ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de
conformidade com a vontade da natureza, fcil seria a tarefa de fazer com que a
humanidade avance.
Disc pu lo : Mas porque isso no se realiza como deveria, Mestre?
Mestre : Infelizmente, muitos tomam a prpria inteligncia como instrumento de
orgulho e de perdio contra si mesmos. Muitos abusam da inteligncia como
tambm de todas as suas outras faculdades e, no entanto, no lhe faltam
ensinamentos que o advirtam de que a poderosa mo da natureza pode retirar
dele o que ela prpria lhe concedeu.
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Disc pu lo : Ento significa que ns precisamos compreender nossas paixes para
poder tirar proveito delas, Mestre?
Mestre : Todas as paixes tm seu princpio num sentimento, ou numa
necessidade natural. O princpio das paixes no , assim, um mal, pois queassenta numa das condies providenciais da nossa existncia. A paixo
propriamente dita a exagerao de uma necessidade ou de um sentimento.
Est no excesso e no na causa e este excesso se torna um mal, quando tem
como conseqncia um outro mal qualquer.
Disc pu lo : Ento se pode dizer que o equilbrio ou o desequilbrio das paixespode levar o homem ao sucesso, como tambm podem lev-lo ao fracasso,
Mestre?
Mestre : Toda paixo que aproxima o homem da natureza animal afasta-o da
natureza moral. Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal
denota predominncia superior sobre a matria e o aproxima da perfeio.
Disc pu lo : Ento, significa que poderia sempre o homem, pelos seus esforos,
vencer as suas ms inclinaes?
Mestre : Sim, e, freqentemente, fazendo esforos muito insignificantes. O que
lhe falta, muitas vezes, a vontade e o interesse em melhorar-se.
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A HISTRIA DO KUNG FU CHINS
Disc pu lo : O Kung Fu Chins muito antigo e teve origem nos nossos
antepassados. O senhor pode me contar um pouco dessa histria, Mestre?
Mestre : Os primeiros registros histricos do Kung Fu foram encontrados em
ossos e cascos de tartarugas da dinastia Shang (1766-1122 a.C.). Huang-ti, oterceiro dos Trs Imperadores do Outono, usava espadas de cobre para o
combate. O perodo de 770-481 a.C. foi chamado de Era da Primavera e do
Outono. Durante esta poca, o Kung Fu foi chamado de chuan yung, e a arte
comeou a florescer. O perodo dos Estados Guerreiros (480-221 a.C.) produziu
muitos estrategistas que enfatizaram a importncia do kung Fu na construo de
um exrcito forte. Dos notveis mestres do Kung Fu em lutas de espadas naqueletempo, muitos eram mulheres. Uma delas, Yuenu, foi convidada pelo imperador
Goujian, para expor suas teorias sobre a arte de combate com armas.
Disc pu lo : Ento significa que o Kung Fu teve sua construo durante vrias
dinastias da antiga China, Mestre?
Mestre : Exatamente. O Kung Fu foi construdo ao longo de vrias geraes. As
dinastias Chin (221-206 a.C.) e Han (206 a.C. - 220 d.C.) presenciaram o
crescimento de artes marciais como o Jiaodi, uma contenda na qual os
participantes se defrontam com chifres de boi nas cabeas. Vrias novas armas
foram incorporadas arte, e o taosmo comeou a influenciar a filosofia de luta.
Nesta dinastia tambm um famoso mdico chamado Hua Tuo criou uma
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seqncia de exerccios para a sade que imitavam os movimentos do tigre, do
cervo, do urso, do macaco e do pssaro. Na dinastia Jin (265-439 d.C.), o Kung
Fu foi pesadamente influenciado pelo budismo e pelo taosmo. Ge Hong (284-364
d.C.) famoso mdico e filsofo taosta, integrou o Chi Kung (importante
ramificao da Medicina Chinesa Tradicional) ao Kung Fu. Suas teorias emrelao a ao externa (yang) e interna (ying) no Kung Fu so conhecidas por
nossos grandes Mestres.
Disc pu lo : Mas Mestre, muito se fala que o Kung Fu foi influenciado pelos
povos da ndia, isso verdade?
Mestre : Um grande desenvolvimento na histria do Kung Fu ocorreu durante as
dinastias do Norte e do Sul, quando da chegada do monge Bodhidharma China.
Bodhidharma foi um prncipe na ndia, que tornou-se um mestre budista (28
Patriarca do Budismo) e que peregrinou pela China. Depois de muitos
contratempos, por fim hospedou-se em um dos Templos de Shaolin, na montanha
Song Chan, e segundo a lenda, teria meditado durante nove anos voltado para
uma parede de pedra, que absorveu sua tnue imagem e que hoje preservada
no Templo.
Disc pu lo : Mas o que Bodhidharma realmente fez para o Kung Fu, Mestre?
Mestre : No templo ele transmitiu conhecimentos filosficos do budismo e
tambm uma srie de exerccios fsicos para que os monges fossem capazes de
suportar as longas horas de meditao. Bodhidharma era um prncipe guerreiro e
trazia consigo uma grande experincia das tcnicas de combate com armas esem armas e, com isso, vrios conhecimentos sobre condicionamento e
preparao fsica. Essa habilidade de Bodhidharma foi um grande aliado na
preservao do Templo de Shaolin, que foi atacado, incendiado e invadido
diversas vezes durante sua histria; se no fosse a sabedoria em arte de
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desses termos conseguiu ser to popular e conhecido como o Kung Fu.
Disc pu lo : Com toda essa histria significa que o Kung Fu evoluiu muito
tambm, Mestre?
Mestre : O Kung Fu est impregnado na histria do povo Chins e, alm de umaforma saudvel de exerccios fsicos e sistema de defesa pessoal altamente
eficiente, traz um enorme benefcio mental e espiritual aos seus praticantes. O
corpo no pode agir sem a interferncia da mente e esta deve ser orientada a
acalmar o esprito. A prtica do verdadeiro Kung Fu exige que os seus
ensinamentos influenciem no dia-a-dia, em cada aspecto de vida do praticante. O
Kung Fu une mente, corpo e esprito. Habilita as aes harmoniosas entre os
elementos da vida. O termo KUNG FU pode ser traduzido tambm como TEMPO
DE HABILIDADE ou GRANDE HABILIDADE, que pode ser usado para designar
o TEMPO DE HABILIDADE NO DOMNIO DE UMA ARTE, seja ela qual for.
Disc pu lo : Como o Kung Fu teve muitas influncias no decorrer da sua histria,
verdade que hoje existem muitos estilos diferentes de Kung Fu, Mestre?
Mestre : A existncia de vrios estilos de KUNG FU, tanto ao sul quanto ao norte
da CHINA, deve-se situao geogrfica do meio ambiente onde se praticam
esses estilos. Os estilos dos que viviam nas montanhas, diferenciam-se dos que
viviam em plancies, nos pntanos ou sobre as barcas, nos rios e nas orlas
martimas e em outras regies da China. E assim, surgiu o conceito NAKUEN
PATTUI, que significa: MOS NO SUL E PS NO NORTE. Os habitantes das
regies montanhosas, do norte, possuem pernas bastante fortes, habituados aosexerccios no solo acidentado, desenvolveram tcnicas voltadas para o domnio
dos membros inferiores. J os habitantes do sul, que vivem sobre as barcas, se
especializaram no uso dos membros superiores, por causa da flutuao que
exigia o apoio das pernas. Os habitantes do sul tambm desenvolveram os
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membros superiores, devido ao trabalho nas plantaes de arroz. Onde eram
obrigados a trabalhar com gua pelos joelhos, j que o plantio era feito em
terrenos alagados das grandes plancies. H tambm as influncias religiosas
que dividem os estilos do sul e do norte, com os pensamentos confucionistas e
taosta, que deu origem as escolas internas (NEI CHIA) e aos templos Budistas(CHAN) deram origem as escolas externas (WAI CHIA).
Disc pu lo : Apesar de tantas variantes, verdade que o praticante busca sempre
uma unidade, Mestre?
Mestre : A harmonia que deve existir em um praticante de Kung Fu tambm deve
ter origem na escola de Kung Fu, onde deve ser ensinado ao discpulo: respeito
aos instrutores, respeito ao prximo, sociedade em que vive e, principalmente,
respeito a si mesmo. Em todos os estudantes, repousa a responsabilidade no
cuidado com o prximo. Dessa forma, uma escola de Kung Fu age como uma
famlia. Na tradio chinesa os membros de uma escola so denominados
irmos (si-hing). O mestre visto neste contexto como pai da escola. O
mestre da escola de Kung Fu conhecido pelo respeitoso termo Si-fu e no
apenas um professor de artes marciais, mas sim responsvel em guiar e agir
como exemplo para os discpulos.
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QUE TIPO DE HOMEM VIVE AQUI ?
Disc pu lo : Algumas pessoas dizem que cada um de ns responsvel pela
formao do ambiente em que vivemos, isto verdade Mestre ?
Mestre : Em grande parte sim. Conta uma lenda popular, que um jovem chegou
beira de um osis junto a um povoado e aproximando-se de um velho perguntou-
lhe:
"Que tipo de pessoa vive neste lugar ?
"Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde voc vem ?" perguntou por sua vez o
ancio.
"Oh, um grupo de egostas e malvados. - replicou o rapaz - Estou satisfeito de
ter sado de l."
A isso o velho replicou: "A mesma coisa voc haver de encontrar por aqui."
No mesmo dia, um outro jovem se acercou do osis para beber gua e vendo o
ancio perguntou-lhe:
"Que tipo de pessoa vive por aqui ?"
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O velho respondeu com a mesma pergunta: que tipo de pessoa vive no lugar de
onde voc vem ?
O rapaz respondeu: "Um magnfico grupo de pessoas honestas e muito amigas.
Fiquei muito triste por ter de deix-las".
"O mesmo encontrar por aqui"- respondeu o ancio.
Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho : "Como
possvel dar respostas to diferente mesma pergunta?
Ao que o velho respondeu : "Cada um carrega no seu corao o meio ambiente
em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou,
no poder encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali,
tambm os encontrar aqui, porque na verdade, a nossa atitude mental a nica
coisa na vida sobre a qual podemos manter controle absoluto".
Disc pu lo : Ento essa lenda tem um grande fundo de verdade, Mestre ?
Mestre : O primeiro requisito essencial a todo homem para encontrar uma vida
digna de ser vivida ter uma atitude mental positiva e, principalmente, seguida
de aes positivas para que tudo se concretize.
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CORAES DISTANTES
Mestre : Por que as pessoas gritam quando esto aborrecidas?
Disc pu lo : Gritamos porque perdemos a calma, Mestre.
Mestre : Mas, por que gritar quando a outra pessoa est ao seu lado?
Disc pu lo : Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos oua.
Mestre : Ento no possvel falar-lhe em voz baixa? O fato que, quando duaspessoas esto aborrecidas, seus coraes se afastam muito. Para cobrir esta
distncia, precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais
aborrecidas estiverem, mais forte tero que gritar para ouvir um ao outro, atravs
da grande distncia. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas esto
enamoradas? Elas no gritam. Falam suavemente. E por qu? Porque seus
coraes esto muito perto. A distncia entre elas pequena. s vezes esto toprximos seus coraes, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor
mais intenso, no necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus
coraes se entendem. isso que acontece quando duas pessoas que se amam
esto prximas.
Disc pu lo : Ento significa que jamais devemos discutir com as pessoas, Mestre?
Mestre: Jamais devemos deixar que nossos coraes se afastem uns dos outros.
Jamais devemos dizer palavras que os distanciem, pois chegar um dia em que a
distncia ser tanta que nossos coraes no mais encontraro o caminho de
volta.
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O LPIS
Disc pu lo : O senhor est escrevendo uma carta Mestre ?
Mestre : No bem uma carta gafanhoto, mas fala um pouco sobre voc
Disc pu lo : Sobre mim, Mestre ?
Mestre : Estou escrevendo sobre voc, verdade. Entretanto, mais importante do
que as palavras o lpis que estou usando. Gostaria que voc fosse como ele,
quando crescesse.
Disc pu lo : Mas Mestre, no vejo nada de especial nesse lpis. Ele igual a
todos os lpis que vi em minha vida!
Mestre : Tudo depende do modo como voc olha as coisas. H cinco qualidades
nele que, se voc conseguir mant-las, ser sempre uma pessoa em paz com o
mundo.
Pr ime i ra qua l idade: voc pode fazer grandes coisas, mas no deve esquecer
nunca que sempre existe uma Mo que guia seus passos. Esta mo ns
chamamos de Bondade Divina, que deve sempre conduzi-lo em direo ao bem.
Segunda qua l idade: de vez em quando eu preciso parar o que estou
escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lpis sofra um pouco, mas
no final, ele est mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque
elas o faro ser uma pessoa melhor.
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Terce i ra qua l idade: o lpis sempre permite que usemos uma borracha para
apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos
no necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no
caminho da justia.
Quar ta qua l idade: o que realmente importa no lpis no a madeira ou sua
forma exterior, mas o grafite que est dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que
acontece dentro de voc.
Finalmente, a qu in ta qua l idade do lpis: ele sempre deixa uma marca. Da
mesma maneira, saiba que tudo que voc fizer na vida ir deixar traos, por isso,
procure ser consciente de cada uma de suas aes para que seus traos
deixados sempre possam servir de exemplos construtivos aos outros.
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APERFEIOAMENTO
Disc pu lo : Poderei alcanar perfeio e felicidade algum dia, Mestre?Mestre : A felicidade e a perfeio no um atributo da alma, mas o resultado
de um demorado e difcil processo de burilamento do ser no seu evoluir
constante.Disc pu lo : Processo, Mestre ?Mestre : Exatamente. Um conjunto de atitudes e aes que levam a umresultado; portanto, se o resultado de um processo, tambm a conseqncia
da vontade bem dirigida, tanto no sentido de se conquistar e consolidar virtudes,
quanto no de desfazer-se de maus hbitos advindos de nosso passado recente
ou remoto.Disc pu lo : Ento tudo depende de ns mesmos, Mestre?Mestre : A infelicidade e imperfeio que em ns vemos, quaisquer que sejam a
sua causa aparente, as explicaes e justificativas que para ela arranjemos, ,
na verdade, o processo de aperfeioamento em curso, durante o qual tropeamos
e camos inmeras vezes, erramos de boa ou ma f, sendo para ns, tambm,
uma escola onde sempre aprendemos com os altos e baixos da vida; por isso,
podemos concluir que nossa felicidade est na proporo direta da diminuio de
nossas imperfeies.
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CONQUISTAS
Disc pu lo : Como posso alcanar grandes conquistas na vida, Mestre?
Mestre : Cada pessoa aquilo que cr; fala do que gosta; retm o que procura;
ensina o que aprende; tem o que d e vale o que faz. Por isso, sempre fcil
para cada um de ns reconhecer os esquemas de vivncia em que nos
colocamos.
Disc pu lo : Mas Mestre, embora isto parea simples de dizer no muito difcil
de se alcanar?
Mestre : Se estamos no campo de batalha da vida e esperamos to somente
caminhos sem problemas, paz sem obrigaes, dias de cu azul, vantagens sem
trabalho, conquistas sem suor, direitos sem deveres, apoio sem servio e vidasem provaes, podemos estar muito equivocados quanto nossa maneira de
ver as coisas...
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EQUILBRIO
Disc pu lo : Muitos falam que o mundo l fora est desequilibrado, isto verdade
Mestre?
Mestre : Se olharmos o mundo l fora, com mais ateno, encontraremos, aqui e
ali, os irmos doentes por desajustes emocionais. Quase sempre, no
caminham. Arrastam-se. No dialogam. Cultuam a queixa e a lamentao.
Disc pu lo : Mas isto uma doena, Mestre?
Mestre : A cada dia que passa, a tenso emocional das pessoas se dilata.
Insegurana, conflito intimo, frustrao, tristeza, desanimo, clera,
inconformidade e apreenso, com outros estados negativos da alma, espancam
sutilmente o indivduo, abrindo campo a molstias de origem obscura, que com o
passar do tempo, dilapidam o cosmo orgnico, trazendo o desequilbrio.
Disc pu lo : Mas qual o antdoto para este ataque, Mestre?
Mestre : Se conseguirmos aceitar a existncia de uma fora Divina que nos
protege e a prtica de bons hbitos e pensamentos, estaremos nos preservando
de semelhante desequilbrio.
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Disc pu lo : Mas Mestre, como colocar isto em prtica?
Mestre : Comece seguindo alguns princpios ensinados pelos mais antigos
sbios:
Aceita a prpria vida, tal qual , procure melhora-Ia com pacincia. Aprenda a estimar os outros, como se te apresentem, sem exigir-Ihes
mudanas imediatas.
Dedica-te ao trabalho que te sustenta, sem desprezar a pausa de repouso
ou o entretenimento que te restaurem as energias.
Serve ao prximo, tanto quanto puderes, sem esperar recompensas.
Detenha-se no lado melhor das situaes e das pessoas, esquecendo oque te parea inconveniente ou desagradvel.
No carregues ressentimentos, pois os ressentimentos so fardos pesados
e inteis.
Cultiva a simplicidade, evitando a carga de complicaes e de assuntos
improdutivos que te furtem a paz.
Admita o fracasso por lio proveitosa, quando o fracasso possa surgir. Tempera a conversao com o fermento da esperana e da alegria.
Tanto quanto possvel, no te faas problema para ningum, empenhando-
se a zelar por ti mesmo.
Se amigos te abandonam, busca outros que te consigam compreender com
mais segurana.
Quando a lembrana do passado no contenha valores reais, esquea oque j se foi, usando suas experincias para a edificao de um futuro
melhor.
Se o inevitvel acontecer, aceita corajosamente as provas, na certeza de
que todas as criaturas atravessam ocasies de amarguras e lagrimas.
Oferea um sorriso de simpatia e bondade, seja a quem for.
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Quanto morte, no penses nisso, guardando a convico de que ningum
existiu no mundo, sem a necessidade de enfrenta-Ia.
Disc pu lo : Mas Mestre, isto uma verdadeira lio de vida dos antigos sbios !
Mestre : trabalhando e servindo sempre, sem esperar outra recompensa que
no sejam as bnos da paz na prpria conscincia, que se eliminam as
tenses e desequilbrios que criam o desencanto e as doenas. Se no pudermos
fazer tudo que desejamos, devemos acreditar que o Poder Divino estar fazendo
por ns sempre o melhor, e que devemos sempre seguir em frente com garra e
determinao...Um lutador nunca cai, apenas luta em baixo...
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ALARMES DA CONSCINCIA
Disc pu lo : Porque muitos dizem que a nossa conscincia um alarme paranossas aes, Mestre?
Mestre: Se procurarmos avaliar com toda ateno nossos pensamentos, iremos
encontrar alguns sinais que podem ser considerados desequilbrios:
Quando entramos na faixa da impacincia;
Quando acreditamos que a nossa dor a maior;
Quando passamos a ver ingratido nos amigos;
Quando imaginamos maldade nas atitudes dos companheiros;
Quando comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela pessoa;
Quando reclamamos apreo e reconhecimento;
Quando supomos que o nosso trabalho est sendo excessivo;
Quando passamos o dia a exigir esforo alheio, sem prestar o mais leve
servio;
Quando pretendemos fugir de ns mesmos, atravs dos vcios;
Quando julgamos que o dever apenas dos outros.
Disc pu lo : Mas Mestre como podemos nos livrar desses pensamentos?
Mestre: Toda vez que um desses sinais venha a surgir no transito de nossas
idias, a sabedoria superior nos recomenda acender a luz do discernimento.
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A LNGUA E O DESTINO
Disc pu lo : Como nossa lngua pode interferir em nosso destino, Mestre?
Mestre: Embora pequena e leve, o uso que se faz da lngua determinante para
o nosso destino, observe:
Ponderada - favorece o juzo;
Lev iana - descortina a imprudncia;
A leg r e - espalha otimismo;
Tr i s te - semeia desanimo;
Generosa - abre caminho elevao;
Maled icente - cava despenhadeiros;
Gent i l - provoca o reconhecimento;
A t r ev i d a - traz a perturbao;
Serena - produz calma;
Fervo rosa - impe a confiana;
Descrente - invoca a frieza.
Disc pu lo : O senhor quer dizer que a nossa lngua tem todo esse poder, Mestre?
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Mestre: Como j disse, a lngua influencia todo o nosso destino; e o mais
perigoso ainda, que pode influenciar o destino daqueles que nos rodeiam, nos
tornando co-responsveis pelo fracasso daqueles com quem conversamos de
forma negativa.
Disc pu lo : Mas como fugir dessa armadilha, Mestre?
Mestre: A partir do momento em que temos conscincia do poder de nossa
lngua, sbio refletir ponderadamente antes de proferir qualquer palavra menos
digna, que aps emitida no mais poderemos control-la...
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O SORRISO
Disc pu lo : Porque as pessoas quase no sorriem, Mestre?
Mestre: Talvez por que no conheam o verdadeiro valor de um sorriso.
Disc pu lo : Como assim, Mestre?
Mestre: Um sorriso praticamente no custa nada e rende muito. Enriquece quem
o recebe, sem empobrecer quem o d. Dura somente um instante, mas seus
efeitos perduram para sempre. Ningum to rico que dele no precise.
Ningum to pobre que o no possa dar a todos. Leva a felicidade a todos e a
toda parte. o smbolo da amizade, da boa vontade. alento para os
desanimados; repouso para os cansados; raio de sol para os tristes;
renascimento para os desesperados. No se compra e nem se empresta.
Nenhuma moeda do mundo pode pagar o seu valor.
Disc pu lo : Mas se o sorriso to valioso, por que a maioria das pessoas
continua sem um sorriso no rosto, Mestre?
Mestre: No h ningum que precise tanto de um sorriso como aquele que no
sabe mais sorrir.
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ESTMULOS
Disc pu lo : Porque todos ns precisamos de estmulos na vida, Mestre?
Mestre: Quando voc, de alma ferida, entrega-se ao desgosto, perde muito
tempo. Porm, se voc no sofre contrariedades e desapontamentos; se no
encontras opositores; se no precisa lutar para vencer obstculos; se no tem
algum difcil que lhe ajude o corao a curvar-se perante os outros; se no
necessita servir por amor de algum; se no carrega algum impedimento
orgnico; se no suporta problemas ntimos; se no conhece pessoas que lhe
abrem caminho a provas e tentaes... ento, voc estar correndo o risco de
permanecer indefinidamente nas retaguardas da evoluo.
Disc pu lo : Ento o senhor quer dizer que as dificuldades que encontramos pelo
caminho devem ser transformadas em estmulos para o nosso crescimento,
Mestre?
Mestre: Lembre-se: a obra-prima de escultura arrancada do bloco de pedra
pelo artista, a golpes de buril; igualmente, ns outros, sem o concurso da
dificuldade e do sofrimento no seremos arrebatados ao mrmore dos impulsos
primitivistas. E se a obra-prima, antes de se corporificar, sempre o ideal do
artista dormindo na pedra, no mrmore dos instintos, antes da necessria
sublimao, cada um de ns um sonho Divino adormecido, que somente ser
livre quando passar pelos obstculos que a vida sabiamente nos impe.
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TRANQUILIZANTE
Disc pu lo : Porque as pessoas so to agitadas, Mestre?
Mestre: Muitas vezes a agitao um efeito psicolgico das pessoas. Um efeito
que tem sua causa na impacincia e na no-aceitao da condio em que o
indivduo se encontra.
Disc pu lo : No entendi muito bem, Mestre?
Mestre: Na verdade no so os problemas da vida em si que nos agravam a
tenso nervosa. So os outros problemas que nascem de nossas dificuldades
para aceitar a dificuldade principal.
Disc pu lo : Mas isso no acontece com todo mundo, Mestre?
Mestre: Basta observar com mais ateno os pequenos desequilbrios que nos
rodeiam:
Quantas vezes, em nosso caminho, sofremos emoes desequilibradas,
diante de pessoas que no desejam, por agora, o nosso modo de ser?
E em quantas outras nos atormentamos inutilmente, perante obstculos
complexos que claramente no nos ser possvel liquidar em apenas um
dia?
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Entretanto, observemos:
Enfermidades aparecero sempre, pedindo tratamento e no
inconformidade para as melhoras precisas;
Entes amados em luta so telas de rotina, solicitando entendimento e noatitude condenatrias para alcanarem o equilbrio novamente;
Erros nossos e faltas alheias fazem parte do nosso aprendizado na escola
da experincia, exigindo calma e no censura para serem corrigidos;
Tentaes so inevitveis, em todos os sentidos, nos climas de atividade
indispensveis nossa formao de resistncia, reclamando serenidade e
no agitao para serem extintas.
Disc pu lo : O senhor quer dizer que precisamos ter pacincia para seguir nosso
caminho, Mestre?
Mestre: Em todas as situaes aflitivas, use a meditao como sendo o melhor
tranqilizante no campo do esprito. E quando problemas aparecerem, no sedeixe arrastar nas labaredas da angstia. Voc pode ficar em paz. Para isso,
basta que voc trabalhe e deixe a Sabedoria Divina decidir.
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EM FAVOR DE UM MUNDO MELHOR
Disc pu lo : Mestre, por que os grandes sbios dizem que precisamos trabalhar
em favor de um mundo melhor?
Mestre: Antes de olhar para mundos brilhantes que evoluem no mais alto,
lembre-se da Terra amorosa que te acolhe e bendiz.
Disc pu lo : Mas Mestre, a Terra em que vivemos no muito conturbada para
esperarmos uma grande melhoria?
Mestre: Preste ateno gleba em que te encontras. Espinheiros e flores se
misturam. Pedra e lama impedem a sementeira digna de crescer em vastasregies que se fazem inspitas. Vermes e plantas venenosas perturbam grandes
linhas da paisagem. - Esta a casa de trabalho em que nos situamos.
Disc pu lo : Ento o senhor quer dizer que precisamos trabalhar para melhorar o
lugar em que estamos, Mestre?
Mestre: Esforce-se por fazer alguma coisa para melhor-Ia, embelez-la ou
engrandec-Ia.
Disc pu lo : Mas como fazer isso Mestre?
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Mestre: Aprenda a observar os pequenos gestos: auxilia ao trabalhador na
conservao do bom nimo. Ajuda o enfermo a restaurar-se. Ampara as
sementes ocultas do bem. Inspira a coragem aos que fraquejam. Acende alguma
luz para as sombras. Amassa o po do reconforto para quem te reclama o
concurso fraterno. Produzes a gota de remdio que regenera o doente. Defendea fonte cristalina. Planta uma rvore valiosa no caminho em que transitas ou
fazes um vaso humilde florir porta do lar e estars enriquecendo o bero em
que nascestes, elevando a existncia, a favor daqueles que viro depois dos
teus passos.
Disc pu lo : Estes pequenos gestos so realmente importantes e podem produziralguma coisa Mestre?
Mestre: Quem no valoriza a candeia prxima, dificilmente entenderia a glria da
estrela distante. Quem despreza o alfabeto no atinge a cincia. preciso
comear com o bem e persistir com ele se desejamos a perfeio. Cada qual,
porm, avana na senda que lhe prpria. Ningum caminhar para a frente
sobre o esforo dos outros. Antes de pretendermos o ingresso nos mundos
virtuosos preciso que salvemos o cho em que nos firmamos, construindo o
mundo mais feliz de amanh pela melhoria de ns mesmos. No vale contemplar
sem agir, nem sonhar sem fazer.
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A CHAVE DA VIDA
Disc pu lo : Mestre, como poderemos nos dar bem com os outros?
Mestre: Se desejarmos penetrar nos coraes que parecem trancados, devemos
nos lembrar de que o sorriso a luz que lhes bate porta.
Disc pu lo : Mas Mestre, s vezes nos falta muito para darmos aos outros?
Mestre: No admita sem valor a migalha com que possa socorrer o companheiro
em necessidade. A tua doao, que imagina insignificante demais, ser talvez o
nico recurso com que ele contar para sobreviver ainda hoje, a fim de
prosseguir sua caminhada por longos dias.
Disc pu lo : Ento o senhor quer dizer que sempre podemos dar um pouco de ns,
Mestre?
Mestre: Continue lembrando de que o sorriso a luz que bate porta dos
coraes endurecidos, mas somente a humildade a chave capaz de abri-los.
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VOC FORTE?
Disc pu lo : Mestre, como poderemos ser fortes na vida?
Mestre: A vida sempre cheia de surpresas; mas , ao mesmo tempo, um campo
de batalha onde est em jogo a sabedoria e o bom senso.
Disc pu lo : No entendi muito bem, Mestre?
Mestre: Precisamos, para sair vitoriosos na vida, saber nos comportar com
sabedoria e bom senso, veja:
Conservando a prpria f, de tal modo, que no possamos nos afligir,
excessivamente, em nenhuma dificuldade.
Guardando otimismo, com tamanha elevao que os contratempos da vida
no nos venham a ferir. Habituando-se tolerncia com tanta fidelidade, que consigamos nos ver
sempre na posio da pessoa menos simptica, evitando o ressentimento
ou a censura.
Cultivando o amor ao prximo, com tanto empenho que no consigamos
nos fixar em qualquer averso.
Crendo na influncia e na vitria do bem, com tanta convico, que nopossamos nos prender a qualquer idia do mal.
Sustentando a prpria compreenso, de tal maneira, que no disponhamos
de meios para ver inimigos e sim amigos e instrutores em toda parte.
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Resguardando-nos no trabalho, com tanta dedicao ao bem, que no
contemos com qualquer ensejo de atrapalhar aos outros.
Fazendo o melhor que pudermos, em qualquer situao, com tamanho
devotamento felicidade alheia que no soframos arrependimento ou
remorso, em tempos de crise. Atendendo a harmonia, onde estiver, com tanta pontualidade, que no
encontremos motivos para perder a prpria segurana.
Consagrando-nos a descobrir o "lado bom" das criaturas e das situaes,
com tanta pertincia, que no achemos oportunidades para criticar a
ningum.
Disc pu lo : Mas Mestre, isso no muito difcil de colocar em prtica?
Mestre: Na vida no existem dificuldades ou facilidades, tudo depende da hora
em que comeamos a tratar cada situao. Se seguirmos esses princpios nos
momentos certos, assim venceremos.
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EDUCAO INTERIOR
Disc pu lo : Mestre ser que posso aceitar os compromissos de me tornar digno
de sempre fazer o bem?
Mestre: Perfeitamente, desde que voc procure respeitar os trs pontos bsicos
para o servio...
Disc pu lo : Qual o primeiro?
Mestre: Disciplina.
Disc pu lo : Qual o segundo?
Mestre: Disciplina.
Disc pu lo : Qual o terceiro?
Mestre: Disciplina.
Disc pu lo : Mas preciso tanta resistncia assim, Mestre?
Mestre: Tentaes so inevitveis, em todos os sentidos, no nosso caminho,
indispensveis nossa formao de resistncia, reclamando serenidade e no
agitao para serem extintas.
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Disc pu lo : Ento o senhor quer dizer que este caminho longo, Mestre?
Mestre: Devemos prosseguir, fazendo o melhor de ns, at que nos sintamos
curados das imperfeies que nos caracterizem, com o esmeril do trabalho e ao
calor da responsabilidade constante. Lembre-se da proteo sob a qual vieste aomundo. De nada dispunhas, alm do amor com que te acolheram, no entanto, no
te faltou apoio para o crescimento nem luz bastante para que se te clareassem
os pensamentos. Sempre que nos decidirmos a usar esse processo de
imunizao muitos males e provaes sero automaticamente afastados para
sustentao da paz em ns mesmos.
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NECESSRIO ACORDAR
Disc pu lo : Mestre porque muitos dizem que nascemos sem saber nada?
Mestre: Muitos desconhecem a si mesmos.
Disc pu lo : No entendi Mestre?
Mestre: Um dia, perguntaram a Buda: O senhor Deus? E ele respondeu: No.
Ento, um anjo, afirmaram. Ele voltou a esclarecer: Tambm no. E por que
to pobre, to puro e fulgurante? Indagaram. Calmamente ele disse: Porque
estou desperto.
Disc pu lo : Mas o que ele quis dizer com isso, Mestre?
Mestre: A cada um de ns dado conforme as prprias obras. Na mesmamedida. Nem mais, nem menos. preciso estar desperto e sbrio para podermos
encarar os problemas diante de ns para que no nos transformemos em agentes
da perturbao e da sombra.
Disc pu lo : Ento o senhor quer dizer que precisamos estar atentos para fazer
com que nossas aes construam alguma coisa de bom, Mestre?
Mestre: Mesmo com grande sabedoria essencial nos mantermos com os ps no
cho, para que os ensinamentos se transformem em alavancas para as obras que
formos capazes de realizar.
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O BAMBU CHINS
Disc pu lo : Porque, muitas vezes, nos sentimos impacientes Mestre?
Mestre: Muitos de ns esquecemos de duas grandes virtudes que a vida nos
cobra todos os dias: Pacincia e Persistncia.
Disc pu lo : O senhor quer dizer que ser impaciente uma fraqueza, Mestre?
Mestre: Observe o Bambu Chins: depois de plantada sua semente, no se v
nada durante 5 anos. Todo o seu crescimento subterrneo, invisvel a olho nu.
Mas, uma macia e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e
horizontalmente pela terra est sendo construda. Muitas coisas na vida so
iguais ao bambu chins: voc trabalha, ocupa tempo, esforo, faz tudo o que
pode para nutrir seu crescimento, e, s vezes no v nada por semanas, meses,
ou anos. Mas, se tiver pacincia para continuar trabalhando, persistindo enutrindo, o seu 5 ano chegara, e, com ele, viro um crescimento e mudanas
que voc jamais esperava...
Disc pu lo : Ento a natureza nos d uma grande lio, Mestre?
Mestre: O bambu chins nos ensina que no devemos facilmente desistir denossos esforos, de nossos sonhos. E que devemos lembrar dele para no
desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgem a cada dia. Devemos
ter sempre dois grandes hbitos: Persistncia e Pacincia, pois desta forma
poderemos alcanar grande parte dos nossos sonhos.
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Disc pu lo : Mas Mestre, isto no uma tarefa fcil !
Mestre: preciso muita fibra para chegar s alturas e, ao mesmo tempo, muita
flexibilidade para se curvar ao cho. D algumas oportunidades a voc mesmo:
oportunidade de querer, oportunidade de tentar e no final ter nos olhos umasimples alegria, a de quem soube aproveitar uma oportunidade. No queira
muito, apenas o necessrio. Embora ningum possa voltar atrs e fazer um novo
comeo, qualquer um pode comear agora e fazer um novo fim...
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CORAO HUMILDE
Disc pu lo : Porque muitos dizem que precisamos ser humildes, Mestre?
Mest re: A busca da sabedoria no exige que sejamos contra os tesouros
culturais da humanidade, mas sim, tenhamos humildade no corao.
Disc pu lo : Mas isto no to fcil assim Mestre, como conseguir?
Mestre: O grande Mestre recordava-nos que preciso trazer a mente descerrada
luz da vida para que a sabedoria e o amor encontrem seguro aconchego em
nossa alma.
Disc pu lo : Estas atitudes no eram mais fceis antigamente Mestre?
Mestre: Hoje, como antigamente, somos defrontados, em toda parte, pelas
criaturas encarceradas nos museus acadmicos, cristalizadas nos preconceitos
ruinosos, mumificadas em pontos de vista que lhes sombreiam a viso e
algemadas inutilidades do raciocnio ou do sentimento, engrossando as
extensas fileiras da opresso, cabendo a cada um de ns clarear o pensamento,
diante da natureza, e aceitar a extrema insignificncia em que ainda nos
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agitamos, perante o Universo.
Disc pu lo : Ento precisamos aprender com a natureza para sermos vitoriosos,
Mestre?
Mestre: Precisamos esquecer a paralisia mental em que muitas vezes nos
comprazemos, inclinando-nos adoo da simplicidade para alcanar a
sabedoria. Precisamos esvaziar nossos coraes de todos os detritos e de todos
os fantasmas que experincias inferiores nos impuseram na peregrinao que
nos trouxe ao presente. Cada dia oportunidade para crescermos em nossa
existncia. Cada companheiro da estrada campo vivo a que podemos arrojar assementes abenoadas da renovao. Cada dor uma bno para os que
prosseguem acordados no conhecimento edificante. Cada hora na marcha pode
converter-se em plantao de beleza e alegria, se caminhamos obedecendo aos
imperativos do trabalho constante no infinito Bem. Toda cincia do mundo,
confrontada sabedoria que nos espera, menos que o riacho singelo diante do
corpo ciclpico do oceano. Toda a riqueza dos homens perante a herana de luz
que o Pai Celestial nos reserva, minsculo gro de p na qumica planetria.
Disc pu lo : Ento significa que vamos alcanando a sabedoria e a humildade em
nosso prprio dia-a-dia, Mestre?
Mestre: A prpria vida a nossa grande oportunidade. Aprendemos muito com a
natureza, por isso ela nos diz para que sejamos simples e espontneos na senda
em que a atualidade nos situa, aprendendo com a vida e doando vida o melhor
que pudermos, para que, em nos candidatando lurea dos bem-aventurados,
possamos ser realmente discpulos felizes do grande sbio que nos recomendou:
"Aprendei de mim que sou humilde de corao".
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