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Tendncias da mobilidade social intergeracional no Rio de Janeiro
Valria Pero1
Introduo
A mobilidade social intergeracional indica os movimentos das pessoas na estrutura social entre as
geraes do pai e do filho e, portanto, influenciada tanto pelas mudanas demogrficas e econmicas
quanto pela construo e consolidao dos canais de mobilidade !como, por e"emplo, a escola#
e"istentes na sociedade para gerar oportunidades de mudar a posio social$
% &rasil apresenta ta"as elevadas de mobilidade social indicando, a princ'pio, o funcionamento de
uma sociedade muito din(mica, ) que a posio social dos filhos no tem uma associao muito forte
com a herana socioeconmica dos pais$ Pastore e *ilva !+# mostram que apesar da mobilidadesocial estar aumentando ao longo do tempo, os movimentos na estrutura social entre geraes
continuam sendo predominantemente de curta dist(ncia, reprodu-indo em grande medida as
desigualdades socioeconmicas ao longo do tempo$ Assim, apesar da elevada mobilidade, a origem
socioeconmica e"erce algum papel na determinao do campo de possibilidades de conquista de
posies na estrutura social$
% que acontece com a mobilidade social no .io de /aneiro0 *e, por um lado, os indicadores sociais
referentes escolaridade, mortalidade infantil, esperana de vida apresentam uma melhorainquestionvel no quadro social nesse per'odo, por outro lado, a perda de dinamismo da economia
fluminense combinada com a estabilidade da desigualdade de renda, colocam d2vidas em relao ao
comportamento da distribuio de oportunidades e, por conseguinte, da mobilidade social$
3sse trabalho tem, ento, como ob)etivo principal analisar a evoluo temporal da mobilidade social
intergeracional no estado do .io de /aneiro com intuito de verificar o comportamento do grau de
abertura ou fluide- da sociedade fluminense, ou se)a, o grau de depend4ncia da posio social do
indiv'duo em relao origem socioeconmica de seu pai$ 5om isso, buscam6se evid4ncias emp'ricaspara avaliar se houve uma melhora ou piora no quadro de desigualdade de oportunidades ao longo das
duas 2ltimas dcadas$
Assim sendo, a seo seguinte apresenta a metodologia bsica para os estudos sobre mobilidade social,
ou se)a, a construo das categorias ocupacionais, a fonte de dados e as estimativas de mobilidade$ A
seo 7 analisa a evoluo das ta"as de imobilidade e mobilidade no estado do .io comparativamente
mdia brasileira e na seo 8 aplica6se um modelo log6linear geral para isolar o componente da
1936:;./$
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mobilidade circular ou por trocas 6 o qual mede o grau de abertura da sociedade 6 e avaliar se houve
mudanas ao longo do tempo no padro de distribuio de oportunidades no sistema de estratificao
social$ Por fim, so destacados os principais resultados desse trabalho$
1. Metodologia bsica para o estudo da mobilidade social
1.1. A classificao dos estratos ocupacionais
A construo dos estratos ocupacionais um ponto e"tremamente delicado nos estudos sobre
mobilidade social, pois representa fa-er escolhas conceituais e te
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Habela 1
5omposio e status socioeconmico mdio dos nove estratos ocupacionais
Categorias ocupacionais Principais ocupaes Status mdio
9$ Hrabalhadores rurais Hrabalhador de cultura, trabalhador ruralautnomo, pescador, seringueiro 11,8
99$ *ervios domsticos 3mpregado domstico, porteiros, vigias, lavadeira,li"eiro
17,FF
999$ Hrabalhadores do setor tradicional Pedreiro, pintor, costureiro, alfaiate, sapateiro,marceneiro
1I,F
9V$ Hrab$ da ind$ Joderna e dos servios gerais Vendedores, co-inheiro, garom, mec(nico,ferramenteiro e a)ustador mec(nico
1F,71
V$ Proprietrios conta pr
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5om a restrio do universo fai"a etria de 7 e II anos, o total de observaes da amostra no estado
do .io de /aneiro variou entre C$C7F em 1CB e B$81F em 1B, sendo que entre B e C?
responderam ao questionrio sobre mobilidade social$ 3sse total representava em torno de 7I? do
total de ocupados neste 2ltimo ano$
1.#. $efinio de mobilidade social intergeracional
A mobilidade social que ser analisada nesta tese a intergeracional e pode ser definida como a
mudana de estrato ocupacional atual do!a# filho!a# na fai"a etria de 7 a II anos comparado com o
do pai$ uando se cru-a o estrato ocupacional atual do!a# filho!a# com o do pai, tenta6se captar a
mobilidade em fases mais maduras da carreira tanto do pai quanto do!a# filho!a#$ Alm disso, ela
reflete no s< os movimentos entre geraes mas tambm ao longo da carreira do indiv'duo !a
mobilidade intrageracional, ou se)a, entre a primeira ocupao e a ocupao atual do indiv'duo#$
9sso porque ela percorre tanto a mobilidade intergeracional !entre ocupao do pai e primeira
ocupao do filho!a## quanto mobilidade intrageracional$ 3squematicamente, pode6se visuali-ar da
seguinte forma=
%cupao do pai Primeira ocupao do filho %cupao atual do filhoJobilidade intergeracional !1a
ocupao#
Jobilidade intrageracional
Jobilidade intergeracional !total#
A metodologia utili-ada para analisar a mobilidade social intergeracional foi construo de matri-es
de transio destatus socioeconmico ou das tabelas de mobilidade social, que uma classificao
cru-ada dos indiv'duos de acordo com sua ocupao em dois momentos do tempo, definindo assituaes de origem e de destino$ Leste estudo, a origem a categoria ocupacional do pai e o destino
a categoria ocupacional atual do!a# filho!a#$
A partir dos nove estratos ocupacionais criados para representar a posio socioeconmica dos pais e
dos!as# filhos!as# foi poss'vel calcular as ta"as de mobilidade com as freqQ4ncias na matri- de
mobilidade social$ %s movimentos entre origem !estrato do pai# e destino !estrato atual do!a# filho!a#
com 7 a II anos# caracteri-am a mobilidade social intergeracional$ 5omo os estratos foram
ordenados de forma crescente, quando o estrato atual dos!as# filhos!as# for maior que o do pai, define6
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se a mobilidade ascendente e, quando for menor, a descendente$ Aos filhos !as# que permaneceram no
mesmo estrato do pai, caracteri-a6se a situao de imobilidade$
Assim sendo, na seo seguinte analisar6se6 a evoluo das ta"as absolutas de mobilidade social no
estado do .io, comparativamente mdia brasileira, levando6se em considerao os movimentos
verticais na estrutura social !mobilidade ascendente ou descendente#, com intuito de avaliar as
possibilidades de movimentao dos indiv'duos no sistema de estratificao social entre geraes ao
longo do tempo$
2. %"oluo da mobilidade social intergeracional no Rio de Janeiro nas <imas duas d'cadas
A mobilidade social no &rasil alta, quando comparada com outros pa'sesI, e cresceu entre 1CB e
1B, como pode ser visto na tabela +$ Lo estado do .io, a mobilidade ainda maior e permanece
praticamente no mesmo patamar, revelando que o peso da origem familiar na determinao da posio
dos indiv'duos no sistema de estratificao social , a princ'pio, muito pequeno$ 5om uma ta"a de
imobilidade praticamente constante ao n'vel de +?, isso quer di-er que no .io a grande maioria
!F?# dos indiv'duos consegue seguir um caminho diferente do pai no mercado de trabalho, para
melhor ou pior$
Habela +
Jobilidade social intergeracional no .io de /aneiro e &rasil
1976 1988 1996 Var(96-76 Var(96-88
Rio de Janeiro
9mobilidade +,+ +,8 +,B +,1? 1,?@escendente 1F,1 +,I +I,7 7,? +7,8?Ascendente B1,C I, I8, 61+,8? 6F,I?
(rasil
9mobilidade 81,C 7,F +,C 6+F,C? 67,8?@escendente 11,I 11,F 18,C +C,? +8,+?Ascendente 8B, IC,8 II,B 1F,C? 67,1?
Hotal 1 1 1;onte= PLA@s 1CB, 1FF e 1B$
Lo in'cio do per'odo tanto a mobilidade ascendente quanto a descendente eram maiores no .io$ %u
se)a, as possibilidades de mudana de categoria ocupacional entre as geraes de pai e filho!a# 6 e,
portanto de condio socioeconmica 6, tanto para cima quanto para bai"o, eram relativamente
maiores no .io$ Lo final do per'odo, no entanto, somente a mobilidade descendente maior$
IVer Pastore e Valle *ilva !+# e 3riRson e Eoldthorpe !17#$ *< para dar uma vaga idia, ) que asdiferenas no n2mero de estratos e na forma de classificao afetam essas ta"as, no in'cio dos anos C, a ta"a demobilidade da ;rana era de 87?, da 9tlia 7C?, dos 3:A 8F?, do 5anad I? e do &rasil IF?$
I
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3m outras palavras, o .io registra um comportamento temporal diferente com a queda da ta"a de
mobilidade ascendente quando comparado com a mdia brasileira$B Jas ser que este um
comportamento realmente espec'fico do .io de /aneiro0
%s dados da tabela 7 sobre a mobilidade social por estado mostram que sim$ C *omente o .io de
/aneiro teve uma queda da mobilidade ascendente e manteve a ta"a de imobilidade praticamente
constante$ 3sse poderia ser um fenmeno de ponto de partida, isto , como o .io tem alta ta"a de
mobilidade ascendente ) em 1CB as chances de cair seriam maiores$ Lo entanto, verifica6se que *o
Paulo registra a maior ta"a de mobilidade ascendente entre os estados brasileiros em 1CB e continua
crescendo em 1B$
Habela 7
3voluo da mobilidade social por :nidade da ;ederao
1976 1996 Var(96-76
9mob$ @esc$ Asc$ 9mob$ @esc$ Asc$ 9mob$ @esc$ Asc$.io de /aneiro +,+ 1F,1 B1,C +,B +I,7 I8, !"# 7"$ -7"6 3sp'rito *anto 7,7 C, I+,F 7I, 11,F I7,+ -#"% %"9 !"#*o Paulo +8,B 1+,1 B7,7 1,F 1I,I B8,F -#"9 %"# 1"&.io Erande do Lorte 7, 1,F 8,7 7,+ 1+,C IC,1 -9"7 1"9 7"8*anta 5atarina 8I,+ C,F 8C,1 77,C 11,+ II, -11"# %"& 7"9&ahia II,+ 1,7 78,I 88,8 1+,+ 87,8 -1!"8 1"9 8"9.io Erande do *ul 8I,B 17,I 8, +,C 1F, I+,8 -1&"9 #"# 11"&Jinas Eerais 8,7 F, 81,F 71, 17, I8,+ -17"# &"! 1$"#Pernambuco II,B 1+, 7+,I 7B, 1I,+ 8C, -18"7 %"$ 1&"&
Paran I,1 F,I 81,8 71,1 11,C IC,+ -19"! %"% 1&"7 5ear I,8 1,C +, 81,1 11,7 8C,B -18"% !"6 17"7 Piau' C,7 7, +B,C 8I,C ,7 88, -$#"& 6"% 18"$Para'ba B8,B I,C +,F 7F,1 ,+ I+,C -$6"& %"& $%"!*ergipe I,F ,C 7,I 77,+ 1+,1 I8,B -$6"6 $"& $#"1Alagoas B8,8 18,C +, 8,B 11, 8C,I -$%"8 -$"8 $6"6 Jaranho CI, C, 1C,1 8,I B,8 88, -$6"# -!"6 $7"!
;onte= PLA@s 1CB e 1B$
:ma observao interessante que pode ser feita a partir da tabela 7 a relao entre ta"a de
mobilidade e grau de desenvolvimento regional$ *e os estados forem ordenados de forma crescente de
acordo com a ta"a de imobilidade percebe6se que os das regies sudeste e sul t4m 'ndices menores doque os da regio nordeste$ 5om intuito de ilustrar esse fato vale ressaltar que os dois estados com as
menores ta"as de imobilidade em ambos os anos considerados so .io de /aneiro e *o Paulo e
aqueles com as maiores so Jaranho e Piau'$
B3sse resultado tambm foi encontrado para outras formas de estratificao social, baseada numa classificaoem 8 estratos !rurais, manuais, no manuais e profissionais# e outra numa diviso de grupos ordenadossegundo status ocupacional$ Para tanto, ver Pero!++, +1#$ Alm disso, quando se analisam essas ta"as demobilidade por se"o e cor, verifica6se que o comportamento temporal diferente do .io permanece o mesmo parahomens e mulheres e para brancos e no brancos$ 3sses resultados so bastante fortes, ) que no decorrem da
forma de classificao nem do comportamento de um grupo espec'fico$CAs regies Lorte e 5entro6%este no foram consideradas por problemas de cobertura da amostra da PLA@,principalmente em relao a 1CB$
B
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Vale destacar ainda que o .io, que ) apresentava a maior ta"a de mobilidade descendente em 1CB,
registra a maior ta"a de crescimento se distanciando ainda mais dos outros estados$ *< para dar uma
idia da dist(ncia, a ta"a de mobilidade descendente no .io de +I? enquanto que o segundo lugar
representado pelo .io Erande do *ul com 1F?$
uais estratos pu"aram esse movimento at'pico do .io0 A tabela 8 mostra a evoluo das ta"as de
mobilidade entre 1CB e 1B por categorias ocupacionais com intuito de verificar quais foram as
categorias que pu"aram esse movimento espec'fico do .io de /aneiro$ A queda da ta"a de mobilidade
ascendente no .io generali-ada, e"ceto o estrato V99, e foi pu"ada principalmente pelas categorias
ocupacionais de bai"ostatussocioeconmico ou pelos estratos do setor manual !99 a 9V# e pelo estrato
V !proprietrios por conta pr
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Vale destacar ainda que no .io, diferentemente da mdia brasileira, os estratos sociais mais
privilegiados !Administradores e Profissionais# tiveram um aumento das ta"as de imobilidade, o que
significa que essas categorias esto se tornando mais fechadas para pessoas com origem de outras
categorias socioeconmicas$
A questo que se coloca agora sobre quais seriam as poss'veis e"plicaes para o .io apresentar um
comportamento temporal espec'fico da ta"a de mobilidade com a queda da mobilidade ascendente, ou
da mesma forma, com a maior ta"a de crescimento da mobilidade descendente$
2.1. %)plorando poss*"eis e)plica!es sobre o comportamento at*pico do Rio
Para e"plorar essa questo relativa ao comportamento temporal espec'fico do .io, o primeiro caminho
analisar se o fato do .io estar saindo na frente no processo de transio demogrfica brasileira pode
ser uma e"plicao para a queda da mobilidade ascendente$ Verifica6se que a diminuio da ta"a de
fecundidade no .io de /aneiro iniciou6se mais cedo e foi mais alm que no resto do &rasil$ Alm
disso, as caracter'sticas hist
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Habela I
Ha"as de mobilidade social do .io de /aneiro=
observadas e simuladas com a estrutura etria de *o Paulo
!pessoas com 1I ou mais anos de idade#
1976 1996
Ta)as obser"adas9mobilidade +8, +1,B@escendente ++,8 +I,IAscendente I7,C I+,7
Ta)as simuladas
9mobilidade +8,B ++,I@escendente ++,I +B,IAscendente I+, I1,8
Hotal 1 1 ;onte= PLA@s 1CB e 1B$
% outro caminho e"plorar o resultado como um refle"o da perda de dinamismo da economia
fluminense$ 3sta perda foi sentida mais intensamente com a transfer4ncia da capital para &ras'lia em
1B e, principalmente, a partir da fuso do 3stado da Euanabara com o do .io em 1CI, quando no
s< perdeu definitivamente o Mbonde da hist
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ascendente no .io do que na mdia brasileira$ 5omo pode ser visto na tabela B, em 1B, enquanto na
mdia brasileira a ta"a de mobilidade ascendente de filhos com pais no estrato rural representa BI?,
no .io de 81?$ Alm disso, a queda dessa contribuio entre 1CB e 1B consideravelmente
maior no .io$
Habela B
5ontribuio da mobilidade rural6urbana para mobilidade ascendente
.io rasil1CB B1,8? C1,I?1FF 8,F? BF,8?1B 8,? BI,1?
Var(96-76 -%%"&. -9"!.
;onte= PLA@s 1CB, 1FF e 1B$
% outro resultado se refere ao comportamento da contribuio de um setor muito importante na
gerao de trabalho e renda na hist
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de *o Paulo, a estrutura ocupacional no mais avanada neste estado$1+% descompasso relativo
entre a qualificao da fora de trabalho e a estrutura ocupacional tem provocado mudanas mais
fortes do saldo migrat
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uando se analisam as matri-es de mobilidade social no poss'vel identificar o quanto se deveu a
mudanas no padro de distribuio das chances relativas de movimentao dos indiv'duos entre as
posies sociais na estrutura de estratificao social ou a mudanas na estrutura ocupacional entre as
geraes do pai e do filho$ 9sto , a anlise das ta"as de mobilidade total incorpora os dois
componentes da mobilidade social= o estrutural e o circular$ 5omo o ob)etivo dessa seo analisar a
evoluo temporal do padro de distribuio de oportunidades no sistema de estratificao social
necessrio, ento, isolar o componente da mobilidade total referente mobilidade por trocas ou
circular$
A mobilidade circular pode ser definida a partir das mudanas ocorridas entre os estratos decorrentes
do processo intr'nseco de mobilidade dentro do mercado de trabalho, sendo que a mobilidade de um
indiv'duo depende que sua posio de destino se)a desocupada por motivo de morte, aposentadoria ou
ascensoSdescenso social de outro indiv'duo$ A denominao tambm muitas ve-es utili-ada de
mobilidade por trocas refere6se e"atamente ao fato de que para um trabalhador preencher uma posio
necessrio que ela se)a vaga por outro, ou se)a, as mudanas de posies no sistema de estratificao
no so decorrentes da abertura de novas vagas mas de que as posies e"istentes se)am vagas$ Assim
sendo, a mobilidade circular depende basicamente de atributos individuais, como educao e
e"peri4ncia$
Lo trabalho pioneiro de Dutchinson !1B# no &rasil reali-ada uma anlise sobre os diferentes
papis e"ercidos pela mobilidade estrutural e circular no sistema de estratificao do pa's$ N3le aponta
a import(ncia da educao como principal meio de reproduo ou mudana de status e revela como o
sistema educacional em *o Paulo refora a herana de status$$$ Por isso, considera que o n'vel
educacional no est significativamente relacionado com a mobilidade socialO$ !*calon, 1C#
Dutchinson coloca ainda que a estrutura brasileira bastante r'gida, pois a maior parte da mobilidade
decorrente de mudanas estruturais, como o processo de urbani-ao e industriali-ao, que abrem
novos tipos de postos de trabalho, transformando a estrutura ocupacional$ 3sse movimento, noentanto, no contribui muito para aumentar o grau de fluide- social que poderia estimular o
preenchimento das vagas de acordo com as capacidades individuais$ 9sso porque a fluide- social s J3L@%L_A, .$> &A.&%`A, J$ &$ ;%E:3T, J$$ N:ma Avaliao da 3scasse-
de capital 3ducacional na .egio Jetropolitana do .io de /aneiroO$9n= Rio 67. 8 Mercado
de Trabal9o no Rio de Janeiro$ Prefeitura da 5idade do .io de /aneiro, *ecretaria
Junicipal do Hrabalho, 1C$
3.9]*%L, .$ E%T@HD%.P3, /$ D$ T9e constant flu)+ a stud4 of class mobilit4 in industrial
societies$ %"ford :niv$ Press, 17$
E%T@HD%.P3, /$ D$, T3G3TT^L, 5$ PA L3, 5$ N*ocial mobilitU and class structure in modern
&ritainO$ %"ford= 5larendon Press, 1FC$
DA:*3., .$ J$> GA..3L, /$ .$> D:ALE, J$ D$ 5A.H3., G$ ^$ N%ccupational *tatus,
3ducation, and *ocial JobilitU in the JeritocracUO$ 9n= ArroW, &oWels e @urlauf !eds#,Meritocrac4 and %conomic Ine:ualit4, Princeton :niversitU Press, +$
D%:H, J$ NJobilitU HablesO$ *age :niversitU Papers$ *eries= uantitative Aplications in the *ocial
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D:H5D9L*%L, &$ MHhe social grading of occupation in &ra-ilM$ &ritish /ournal of *ociologU, 7
!pp$1CB6F#, 1IC$
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$ !@ir$#, et al$ MJobilidade e trabalho= um estudo na cidade de *o PauloM$ .io de
/aneiro= 5entro brasileiro de Pesquisas 3ducacionais !Pesquisas e Jonografias,1#, 1B$
/ALL:``9, P$N5onstruo de uma escala s
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P3**%A, @$E$5$ *9TVA, P$T$L$ NAnlise de dados amostrais comple"osO$ Associao &rasileira de
3stat'stica, 17o*9LAP3, 5a"ambu, Jinas Eerais, 1F$
P%G3.*, A$ @$ K93, ^$ Met9ods for 3ategorical $ata Anal4sis$ Academic Press, +$
.9&39.%, 5$ A$ *5AT%L, J$ 5$ MJobilidade de classe no &rasil em perspectiva comparadaM$
@ados, 88!1# !pp$I76B#, +1$
.9E%HH9, /$ 9$ .$ 5A.VATD%, /$ A$ J$ NAnlise @emogrfica da .egio 5entro6TesteO$ 5oleo,
8 93S:L95AJP, +$
.%3J3., /$ %:ualit4 of 8pportunit4$ Darvard :niversitU Press$ 5ambridge, Jassachusetts$
Tondon, 3ngland, 1F$
*5AT%L, J$ 5$ Mobilidade social no (rasil+ padr!es e tendncias$ .io de /aneiro= 9:P3./S 3d$
.evan, 1$
VATT3 *9TVA, L$ MPosio social das ocupaesM$ .io de /aneiro= 9&E3, 1C7$
$M:ma classificao ocupacional para o estudo da mobilidade e da situao do mercado
de trabalho no &rasilM$ TL55, mimeo, 1+$
VATT3 *9TVA, L$ .%@9H9, @$ N;t plus a cange$$ Hend4ncias hist