Situação educacional dos jovens brasileiros na faixa etária de 15 a 17 anos
Brasília, 07 de março de 2007
Carlos Eduardo Moreno Sampaio
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Teoricamente, uma vez observada a legislação em vigor, estaria garantida a conclusão do ensino fundamental para as crianças que atingissem 15 anos.
Assim, a clientela em idade adequada para freqüentar o ensino médio seria a população de 15 a 17 anos.
As características dessa população – que se prepara para o mercado de trabalho ou para a continuidade de seus estudos na educação superior –, será o foco principal das reflexões apresentadas neste trabalho.
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
0 a 3 anos
4 a 6 anos
7 a 14 anos
15 a 17 anos
18 a 24 anos
1996 7,4 53,8 91,2 69,4 28,42003 11,7 68,4 97,2 82,4 34,02005 13,0 72,0 97,3 81,7 31,6
Fonte: IBGE - Pnad's 1996, 2003 e 2005; Elaborado por MEC/Inep/DTDIE.
Nota: Exclusive a população rural de RO, AC, AM, RR, PA e AP para 1996 e 2003.
Faixa EtáriaAno
Tabela 1. Taxa de Freqüência à Escola ou Creche - Brasil 1996/2005
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Ensino Fundamental (7 a 14 anos) 112,3 86,5Ensino Médio (15 a 17 anos) 50,7 24,1Educação Superior (18 a 24 anos) 9,3 5,8
Ensino Fundamental (7 a 14 anos) 119,3 93,8Ensino Médio (15 a 17 anos) 81,1 43,1Educação Superior (18 a 24 anos) 18,6 10,6
Ensino Fundamental (7 a 14 anos) 117,1 94,4Ensino Médio (15 a 17 anos) 80,7 45,3Educação Superior (18 a 24 anos) 19,9 11,2
Fonte: IBGE - PNAD's 1996, 2003 e 2005. Elaborado por MEC/Inep/DTDIE.
Nota: Exclusive a população rural de RO, AC, AM, RR, PA e AP para 1996 e 2003.
2005
2003
1996
Tabela 2. Taxas de Escolarização Bruta e Líquida por Nível de Ensino - Brasil 1996/2005
Nível de Ensino/AnoTaxa de
Escolarização Bruta
Taxa de Escolarização
Líquida
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Brasil 0,73 0,66 0,57 0,53 0,46 0,39 0,35 0,29 0,24 0,21 0,18 0,49 0,21
Norte 0,67 0,55 0,48 0,43 0,35 0,26 0,23 0,20 0,17 0,15 0,10 0,39 0,14
Nordeste 0,49 0,41 0,32 0,26 0,23 0,19 0,18 0,14 0,13 0,11 0,09 0,28 0,11
Sudeste 0,89 0,80 0,72 0,69 0,59 0,52 0,46 0,39 0,32 0,28 0,22 0,63 0,28
Sul 0,89 0,85 0,79 0,73 0,62 0,54 0,49 0,41 0,30 0,27 0,24 0,66 0,27
Centro-Oeste 0,79 0,72 0,63 0,58 0,48 0,38 0,33 0,27 0,24 0,16 0,18 0,52 0,20
Brasil 0,89 0,85 0,80 0,76 0,69 0,64 0,60 0,55 0,47 0,43 0,38 0,72 0,43
Norte 0,81 0,75 0,65 0,62 0,55 0,45 0,45 0,36 0,30 0,27 0,23 0,59 0,27
Nordeste 0,82 0,75 0,68 0,62 0,51 0,45 0,40 0,36 0,28 0,25 0,22 0,58 0,25
Sudeste 0,95 0,92 0,89 0,85 0,81 0,77 0,74 0,69 0,62 0,57 0,51 0,83 0,57
Sul 0,94 0,92 0,88 0,85 0,80 0,77 0,72 0,65 0,58 0,54 0,49 0,82 0,54
Centro-Oeste 0,93 0,89 0,86 0,82 0,72 0,68 0,63 0,59 0,47 0,45 0,38 0,77 0,43
Fonte: IBGE - PNADs 1996 e 2005; Elaborado por MEC/Inep/DTDIE.
Nota: Em 1996, exclusive as pessoas da área rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.
Idade
Tabela 3. Índice de Adequação Idade-Anos de Escolaridade por Idade, segundo a Região Geográfica - Brasil - 1996/2005
16 anos
17 anos
18 anos
19 anos
9 a 16 anos
17 a 19 anos
1996
2005
Ano/Região Geográfica 12
anos13
anos9
anos10
anos11
anos14
anos15
anos
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Total 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª Total 1ª 2ª 3ª
Taxa de Promoção1981 57,5 40,0 65,2 69,0 67,9 55,0 60,7 65,4 65,3 66,9 54,2 68,9 86,91991 60,4 51,1 60,3 68,3 67,5 52,2 59,1 64,6 65,8 63,1 50,5 66,5 84,82004 72,0 68,5 75,2 79,8 77,0 66,0 69,5 72,2 67,3 67,9 57,9 69,3 82,2
Taxa de Repetência1981 35,3 58,0 28,2 21,7 17,9 32,6 29,0 26,2 19,7 25,0 34,0 23,7 10,31991 33,2 47,9 35,1 24,8 21,1 37,8 31,3 27,3 21,0 30,7 41,1 28,0 12,52004 21,1 30,5 21,2 15,8 15,6 25,4 20,7 17,8 18,3 22,5 29,7 19,8 14,4
Taxa de Evasão1981 7,2 2,0 6,6 9,3 14,2 12,4 10,3 8,4 15,0 8,1 11,8 7,4 2,81991 6,4 1,0 4,6 6,9 11,4 10,0 9,6 8,1 13,2 6,2 8,4 5,5 2,72004 6,9 1,0 3,6 4,4 7,4 8,6 9,8 10,0 14,4 9,6 12,4 10,9 3,4
Fonte: MEC/Inep/DTDIE.
Indicador/AnoEnsino Fundamental Ensino Médio
Tabela 4. Taxas de Transição (Promoção, Repetência e Evasão) por Série - Brasil - 1981/2004
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Educação Básica – Tempo Médio Esperado de Permanência no Sistema e Número Médio Esperado de Séries Concluídas - Brasil e Unidades da Federação - 2004
Fonte: MEC/Inep/DTDIE.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Tempo Médio Esperado de Permanência no Sistema Número Médio Esperado de Séries Concluídas
Te
mp
o d
e P
erm
an
ên
cia
(A
no
s)
Sé
rie
s C
on
clu
ída
s
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Total % Total Incompleto % Completo %
Brasil 5.564 61 1,1 5.503 34 0,6 5.469 98,3
Norte 449 2 0,4 447 0 0,0 447 99,6Nordeste 1.793 15 0,8 1.778 18 1,0 1.760 98,2Sudeste 1.668 19 1,1 1.649 0 0,0 1.649 98,9Sul 1.188 24 2,0 1.164 15 1,3 1.149 96,7Centro-Oeste 466 1 0,2 465 1 0,2 464 99,6
Fonte: MEC/Inep/DTDIE.
Tabela 5. Número de Municípios que Oferecem Ensino Médio Brasil e Regiões - 2006
Brasil e Região Geográfica
Sem E. MédioTotal
Com E. Médio
Número de Municípios
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Brasil 5.564 3.077 2.864Norte 449 214 209Nordeste 1.793 1.145 1.120Sudeste 1.668 785 620Sul 1.188 758 740Centro-Oeste 466 175 175
Tabela 6. Número de Municípios Sem Ensino Médio Oferecido em Cursos de Educação de Jovens e Adultos - EJA - Brasil e Regiões - 2006
Fonte: MEC/Inep/DTDIE.
Total
Número de Municípios
Brasil e Região Geográfica
Sem Ensino Médio oferecido em cursos presenciais de EJA
Sem Ensino Médio oferecido em cursos semi-
presenciais de EJA
55,3%
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Total Federal Estadual Municipal
Diurno 4.093.373 3.129.526 77.920 2.973.899 77.707 963.847Noturno 4.304.635 4.154.002 10.617 3.988.431 154.954 150.633
Diurno 5.090.310 4.090.818 65.478 3.957.777 67.563 999.483Noturno 3.816.510 3.747.259 2.163 3.626.614 118.482 69.251
Fonte: MEC/Inep/DTDIE.
2001
2006
Tabela 7 - Ensino Médio - Matrícula por Dependência Administrativa segundo o Turno - Brasil 2001/2006
Ano/Turno
Matrícula
Total GeralPública
Particular
42,8% 47,8% 6,5%
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 1ª 2ª 3ª
Diurno Noturno
E. Fundamental E. Médio
Distribuição da Matrícula por Série e Turno - Brasil 2006
Fonte: MEC/Inep/DTDIE.
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
86,1
78,4
67,8
63,3
56,8
53,9
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Nordeste
Norte
Brasil
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
Até 1 salário mínimo Mais de 1 salário mínimo
Percentual dos jovens de 15 a 17 anos por renda familiar per capita Brasil e Regiões - 2005
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Condição de Atividade Freqüenta EscolaNão Freqüenta
Escola
Trabalhou ou procurou emprego 35,5% 56,6%Não economicamente ativa 64,5% 43,4%
Fonte: IBGE - Pnad 2005; Elaborado por MEC/Inep/DTDIE.
Tabela 8. Condição de Atividade Econômica da população de 15 a 17 anos - Brasil 2005
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Condição de Maternidade Freqüenta EscolaNão Freqüenta
Escola
Teve filhos 1,6% 28,9%Não teve filhos 98,4% 71,2%
Fonte: IBGE - Pnad 2005; Elaborado por MEC/Inep/DTDIE.
Tabela 9. Proporção da População Feminina de 15 a 17 anos por Freqüência à Escola, segundo a Condição de Maternidade -
Brasil 2005
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Total AnalfabetaAnalfabeta que já frequentou
escola
1996 106.169.456 15.560.260 3.522.988 198.032 67.344
1999 113.081.110 15.073.055 3.410.803 120.746 40.839
2001 121.011.469 14.954.166 3.496.299 89.771 37.919
2003 126.663.613 14.635.519 3.530.120 72.507 26.442
2005 135.482.389 14.970.484 3.451.203 64.094 20.921
Fonte: IBGE - Pnad; Elaborado por MEC/Inep/DTDIE.
Nota: Exclusive a população rural de RO, AC, AM, RR, PA e AP para 1996, 1999, 2001 e 2003.
Tabela 10. População de 15 anos ou mais - Total, Analfabeta e Analfabeta que já freqüentou Escola - Brasil 1996/2005
AnoPopulação de
15 anos ou mais
População Analfabeta de
15 anos ou mais
População de 15 anos
1,9% 32,6%
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Até 18 anos
Mais de 18 anos
Até 18 anos
Mais de 18 anos
Até 18 anos
Mais de 18 anos
Até 18 anos
Mais de 18 anos
Brasil 37,58 36,19 29,42 55,08 39,25 35,52 33,72 28,99 49,96 34,54
Norte 32,24 33,25 27,80 49,82 34,52 31,05 31,05 27,17 44,80 32,30Nordeste 33,77 33,32 27,71 52,04 35,85 32,68 31,21 27,34 46,54 32,18Sudeste 39,53 36,71 30,78 56,82 43,08 37,04 34,09 30,12 51,60 36,42Sul 39,58 38,07 32,32 54,39 36,93 37,62 35,92 32,36 49,45 35,35Centro–Oeste 36,58 35,71 29,57 52,44 36,22 34,73 33,33 29,04 48,22 33,15
Fonte:MEC/Inep/DTDIE.Nota: (1) Considera todos os concluintes independente da dependência administrativa.
Concluintes do Ensino Médio 2006
Tabela 11. Desempenho médio na Parte Objetiva da Prova do Enem, por Situação em relação ao Ensino Médio e Dependência Administrativa da Escola - Brasil e Regiões - 2005-2006
Pública ParticularBrasil e Região Geográfica
Particular
Concluintes do Ensino Médio 2005
Pública
Geral(1) Geral(1)
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Conclusões1. Apesar do alto grau de descentralização, o sistema brasileiro de
educação básica e seus agentes têm se mostrado bastante sensíveis aos incentivos, o que é confirmado pela resposta rápida ao FUNDEF e programas voltados à permanência na escola;
2. A estagnação dos indicadores de fluxo sugerem que os efeitos iniciais do FUNDEF estão perdendo fôlego, indicando os limites de uma estrutura de incentivo baseada exclusivamente no quantitativo de matrículas;
3. Esta constatação deve ser devidamente considerada na implementação do FUNDEB, a partir deste ano, e na revisão dos mecanismos de transferência voluntária do MEC. Uma idéia a ser explorada seria a de atrelar a alocação mínima aceitável por aluno a indicadores de eficiência como aprovação, conclusão e desempenho, considerando, para não gerar distorções, não apenas o valor do indicador, mas, também, a sua evolução ao longo do tempo.
Ministério da EducaçãoInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Carlos Eduardo Moreno Sampaio
(61) 2104-9070