Download - ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
1/103Pgina - 1
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
RECADO IMPORTANTE: proibida a reproduo deste material, ainda que sem ns lucrativos. O CEIpossui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usurio.O descumprimento dessa orientao acarretar na sua excluso do Curso. Agradecemos pela suagentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
CEI-PGE/PGMPROCURADORIAS ESTADUAIS MUNICIPAIS
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
2/103Pgina - 2
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
PROFESSORES
lvaro Veras Coordenador do Curso e Professor de Direito Constitucional e DireitoAdministrativo.Foi aprovado nos concursos de Procurador do Estado do Rio Grande Norte (2015 2 lugar, antesdos ttulos), Procurador do Estado da Bahia (2014 12 lugar), Procurador do Estado do Piau,Procurador do Estado do Paran, Defensor Pblico do Estado do Cear (2015 5 lugar, antes dosttulos) e Defensor Pblico Federal (2015 17 lugar).
Natalia Maia Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho.Procuradora do Estado de Gois. Aprovada no concursos da PGE-BA e da PGE-RN. Ps-graduandaem Direito Processual pela PUC-MG. Bacharel em Direito pela UFC.
Frederico Martins Direito Tributrio e Direito Ambiental.Procurador Federal em Braslia (Concurso de 2013 aprovado em 4 lugar). Aprovado no concursoda PGE-RN (2015, 3 lugar, antes dos ttulos). Ex-Assessor da Vice-Procuradora-Geral da Repblica.Especialista em Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera. Bacharel em Direito pela UFC.
Kaoye Guazina Oshiro Direito Civil, Direito Processual Civil e Direito Empresarial.Procurador do Estado do Mato Grosso do Sul. Ex-Analista Judicirio do TJ-MS. Aprovado no concursode Procurador do Estado do Piau (2014 42 lugar), Procurador do Estado do Paran, alm de teroutras aprovaes como Analista Judicirio Ocial de Justia Avaliador do TRF 3 Regio (2013 7lugar), Tcnico Oramentrio do MPU (2010 10 lugar) e Tcnico Judicirio do TRT 24 Regio (2010 54 lugar), do STM (2010 13 lugar) e do TJ-MS (2009 1 lugar). Realiza acompanhamentos
personalizados para concursos no curso Ouse Saber. Bacharel em Direito pela UFMS.
Lucas Oliveira Direito Penal e Direito Processual Penal.Procurador Municipal em exerccio. Aprovado no concurso de Procurador do Municpio de So Paulo.Aprovado no concurso de Procurador do Estado do Paran. Aprovado no concurso de Procurador doEstado do Rio Grande do Norte. Aprovado nos concursos de Ocial de Justia Avaliador Federal doTrabalho (TRT-SC, 11 lugar, TRT-GO, 8 lugar). Aprovado no concurso de Delegado da Policia Civildo Estado do Espirito Santo (no fez curso de formao). Especialista em Ciencias Criminais pela
Universidade Anhanguera.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
3/103Pgina - 3
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
Jorge Mara OttoniProcurador Autrquico. Aprovado nos seguintes concursos pblicos: Procurador da Assembleia Legislativa de Gois (1colocado). Procurador do Municpio de So Paulo. Procurador do Banco Central. Procurador Federal (AGU).Procurador do Municpio de Niteri. Procurador da Cmara do Municpio de So Paulo. Procuradordo Municpio de Atibaia (2 colocado). Procurador do Municpio de Limeira (1 colocado empate).Procurador do Municpio de Jundia. Procurador do Municpio de Taboo da Serra (1 colocadoantes dos ttulos). Procurador do Municpio de Araras (2 colocado). Advogado da CompanhiaPaulista de Obras e Servios. Advogado SP Urbanismo (3 colocado). Procurador Instituto dePrevidncia de Ilhabela (1 colocado). Advogado Dataprev. Procurador Geral da Cmara deCaieiras. Bacharel em Direito pela USP.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
4/103Pgina - 4
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
SUMRIO
QUESTES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO............................................................................5
DIREITO PENAL...........................................................................................................................................5DIREITO PROCESSUAL PENAL................................................................................................................6DIREITO DO TRABALHO...........................................................................................................................6DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO................................................................................................7DIREITO TRIBUTRIO................................................................................................................................8DIREITO AMBIENTAL.................................................................................................................................9DIREITO EMPRESARIAL...........................................................................................................................10DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................................................................................10DIREITO CIVIL.............................................................................................................................................11DIREITO URBANSTICO...........................................................................................................................12DIREITO PREVIDENCIRIO.....................................................................................................................12DIREITO FINANCEIRO..............................................................................................................................14DIREITO CONSTITUCIONAL..................................................................................................................14DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................16
GABARITO DAS QUESTES OBJETIVAS.........................................................................................................18
QUESTES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO.........................................................................19DIREITO PENAL..........................................................................................................................................19DIREITO PROCESSUAL PENAL..............................................................................................................25DIREITO DO TRABALHO.........................................................................................................................29DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.............................................................................................36DIREITO TRIBUTRIO..............................................................................................................................39DIREITO AMBIENTAL...............................................................................................................................49DIREITO EMPRESARIAL...........................................................................................................................51DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................................................................................55DIREITO CIVIL............................................................................................................................................58
DIREITO URBANSTICO...........................................................................................................................60DIREITO PREVIDENCIRIO....................................................................................................................64DIREITO FINANCEIRO..............................................................................................................................71DIREITO CONSTITUCIONAL..................................................................................................................74DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................89
QUESTES DISSERTATIVAS..............................................................................................................................99DIREITO DO TRIBUTRIO.......................................................................................................................99DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................99
PEA PROFISSIONAL........................................................................................................................................101DIREITO DO TRABALHO........................................................................................................................101
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
5/103Pgina - 5
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
QUESTES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO
ORIENTAO: procure responder todas as questes com agilidade, sem consulta a nenhum material, a m de
simular a situao encontrada em prova.
DIREITO PENAL
1. Acerca do direito penal aplicado Administrao Pblica, assinale a alternativa correta:
a) Recentemente, o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou incompatvel com a Constituio
Federal o disposto no art. 33, pargrafo 4, do Cdigo Penal (CP), verbis, O condenadopor crime contra a administrao pblica ter a progresso de regime do cumprimento da
pena condicionada reparao do dano que causou, ou devoluo do produto do ilcitopraticado, com os acrscimos legais.,visto que o enunciado fere o direito fundamental
liberdade do condenado
b) No direito penal brasileiro, porquanto vericada a possibilidade de atingir a liberdade
do indivduo, o conceito de funcionrio pblico tem interpretao restrita, o que no
ocorre na seara administrativa.
c) Algumas funes dotadas de relevncia jurdica, exemplo de mnus pblico, tal qual o
defensor dativo, so consideradas pela jurisprudncia dos Tribunais Superiores como sendofuncionrios pblicos para ns penais.
d) Suponha que o Estado do Mato Grosso contrate uma empresa de manobristas para
estacionar os carros dos convidados em uma festa pblica. Um dos empregados subtrai,
para si, um automvel da frota pblica. Nesse caso, por estar investido de funo pblica
transitria, responder pelo crime do art. 312 (peculato-furto).
e) Segundo o STJ, o estagirio de autarquia pode ser considerado funcionrio pblico tanto
como sujeito ativo como passivo do delito.
2. Acerca do crime de peculato (art. 312), assinale a alternativa correta.
a) Segundo a jurisprudncia majoritria, alm de caracterizar improbidade administrativa,
a utilizao de mo de obra pblica, originria do trabalho de um funcionrio pblico
subalterno em proveito do superior hierrquico, pode ser enquadrado no crime de peculato.
b) Embora aplicado em situaes excepcionais, o STJ j aceitou a incidncia do Princpio daInsignicncia ao crime de peculato.
c) Responder por furto o funcionrio pblico que, durante a madrugada, escala a parede
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
6/103Pgina - 6
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
da repartio pblica e arromba uma janela para subtrair um computador que se encontrava
na sala do seu superior hierrquico.
d) Segundo a doutrina, o peculato furto no se congura como hiptese de peculatoimprprio.
e) Segundo o STF, como regra, diferentemente do crime de furto, tpica a conduta do
chamado peculato de uso.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
3. Acerca do direito processual penal, assinale a alterna correta:
a) O assistente de acusao pode impetrar habeas corpusvisando anulao do processo
que resultou em absolvio do acusado.
b) O Superior Tribunal de Justia j admitiu como lcita a interceptao telefnica conduzida
por outro rgo da administrao pblica que no a autoridade policial.
c) Segundo o STF, imprescindvel que haja a presena de pedido expresso para a perda do
cargo pblico na denncia nos casos de crimes cometidos contra a Administrao pblica,
decorrendo tal necessidade de possvel violao ao princpio da congruncia.
d) Em relao a recurso interposto pela defesa no processo penal, considera-se possvel a
desistncia do recurso, condicionada a que no haja oposio do advogado e do prprio
ru.
e) Ao contrrio do que ocorre no direito processual civil, no h que se falar em reexame
necessrio no processo penal.
DIREITO DO TRABALHO
4. Acerca da equiparao salarial, assinale a alternativa correta:
a) O pleito pela equiparao salarial de trabalho intelectual juridicamente impossvel, por
no ser passvel de avaliao objetiva quanto produtividade e perfeio tcnica.
b) A diferena de tempo de servio entre o empregado que pleiteia a equiparao e o
paradigma no pode ser superior a 2 (dois) anos; nesse caso, importa o tempo de serviono emprego, independentemente da funo exercida.
c) A existncia de plano de cargos e salrios que, referendado por norma coletiva, preveja
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
7/103Pgina - 7
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
critrios de promoo apenas por merecimento constitui bice equiparao salarial.
d) A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, no gera vnculo de
emprego com o ente da Administrao Pblica. No obstante, uma vez presente a igualdadede funes, os empregados terceirizados tero direito s mesmas verbas trabalhistas legais
e normativas asseguradas queles contratados diretamente pelo tomador pblico de
servios.
e) Em razo da vedao equiparao de qualquer natureza para efeito de remunerao do
pessoal do servio pblico, instituda pelo art. 37, XIII da CF/88, juridicamente impossvel
a aplicao do art. 461 da CLT quando se pleiteia a equiparao salarial entre empregados
celetistas de sociedade de economia mista.
5. Quanto sucesso trabalhista, assinale a alternativa correta:
a) No contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa concessionria
outorga a uma outra, no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra
forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade, a segunda concessionria
responde, na condio de sucessora, pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho;
nesse caso, a primeira concessionria ser responsvel subsidiariamente pelos dbitos
trabalhistas relativos a todo o perodo.
b) No contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa concessionria
outorga a uma outra, no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra
forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade, a segunda concessionria
responder inclusive pelos direitos dos trabalhadores derivados de contrato de trabalho
extinto antes da vigncia da concesso.
c) A responsabilidade do sucessor alcana no apenas os dbitos provenientes dos
contratos de trabalho em vigor poca da venda do fundo de comrcio, mas tambmaqueles oriundos dos contratos extintos antes da sucesso de empresas.
d) O sucessor responde solidariamente por dbitos trabalhistas de empresa no adquirida
que integra o mesmo grupo econmico da empresa sucedida, ainda que, poca da
sucesso, a empresa devedora direta fosse solvente ou idnea economicamente.
e) O sucessor no responde solidariamente por dbitos trabalhistas de empresa no
adquirida que integra o mesmo grupo econmico da empresa sucedida, mesmo que haja
fraude na sucesso.
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
8/103Pgina - 8
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
6. Quanto ao recurso de embargos do art. 894 da CLT, assinale a alternativa que comporta uma
armativa errada:
a) Da deciso denegatria dos embargos caber agravo, no prazo de 8 (oito dias).
b) As decises de Turmas contrrias a orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho no so atacveis por meio de embargos.
c) No se considera divergncia apta a ensejar os embargos aquela j ultrapassada por
smula do Supremo Tribunal Federal, ainda que no vinculante.
d) O Ministro Relator denegar seguimento aos embargos se a deciso recorrida estiver em
consonncia com smula de jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho; o mesmo serfeito se for constatada irregularidade de representao no recurso;
e) Cabem embargos para a Seo de Dissdios Individuais de deciso de Turma proferida
em agravo em recurso de revista, nos termos do art. 894, II, da CLT.
DIREITO TRIBUTRIO
7. Acerca do ICMS, assinale a alternativa incorreta:
a) Segundo o STJ, no incide ICMS na sada de equipamento do estabelecimento a ttulo
de comodato, assim como no fato gerador do imposto a sada de mercadoria de um
estabelecimento para outro do mesmo contribuinte, ainda que os estabelecimentos sejam
situados em Estados distintos.
b) Conforme entendimento sumulado do STF, inexistindo lei estadual instituidora, ilegtima
a cobrana de ICMS sobre o fornecimento de alimentao e bebidas em restaurante ou
estabelecimento similar.
c) inconstitucional a cobrana de ICMS sobre o transporte areo interestadual de
passageiros.
d) De acordo com a Lei Complementar n. 87/96,incide ICMS sobre a prestao de servios de
transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias
ou valores.
e) Na hiptese em que determinada Igreja Catlica adquira computador de empresa comoconsumidora nal, no haver incidncia do ICMS na operao, em virtude da imunidade
religiosa prevista na Constituio Federal.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
9/103Pgina - 9
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
8. Acerca dos impostos sobre a propriedade, julgue os itens a seguir e assinale a alternativa
correta:
I. Com base no princpio da isonomia, inconstitucional norma que conceda iseno deIPVA a ociais de justia do Estado que utilizem veculos prprios para o desempenho de
suas funes.
II. Sob a perspectiva esttica, o IPTU imposto que no possui carter conscatrio.
III. O imposto sobre a propriedade territorial rural ITR, no obstante seja de competncia
da Unio, pode ser scalizado e cobrado por Municpio. Trata-se de hiptese de delegao
da capacidade tributria ativa a ser rmada por meio de convnio.
a) Apenas I e II esto corretas.
b) Apenas I e III esto corretas.
c) Apenas II e III esto corretas.
d) Apenas I est correta.
e) Apenas II est correta.
DIREITO AMBIENTAL
9. Acerca dos objetivos das Unidades de Conservao de Proteo Integral, assinale a alternativa
correta:
a) A Reserva Biolgica tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram
condies para a existncia ou reproduo de espcies ou comunidades da ora local e da
fauna residente ou migratria.
b) O Parque Nacional tem como objetivo bsico preservar stios naturais raros, singulares
ou de grande beleza cnica.
c) O Monumento Natural tem como objetivo bsico a preservao de ecossistemas naturais
de grande relevncia ecolgica e beleza cnica, possibilitando a realizao de pesquisas
cientcas e o desenvolvimento de atividades de educao e interpretao ambiental, de
recreao em contato com a natureza e de turismo ecolgico.
d) A Estao Ecolgica tem como objetivo a realizao de pesquisas cientcas e a
preservao da natureza.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
10/103Pgina - 10
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
e) O Refgio de Vida Silvestre tem como objetivo a preservao integral da biota e
demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferncia humana direta ou
modicaes ambientais, excetuando-se as medidas de recuperao de seus ecossistemas
alterados e as aes de manejo necessrias para recuperar e preservar o equilbrio natural,a diversidade biolgica e os processos ecolgicos naturais.
DIREITO EMPRESARIAL
10. A respeito do direito cambirio, sua evoluo histria, princpios, caractersticas e classicao,
assinale a alternativa CORRETA:
a) A doutrina costuma dividir a evoluo do direito cambirio em trs perodos histricos
distintos, a comear pelo italiano, cuja origem ocorreu durante a idade mdia nas cidades
martimas italianas, seguido pelo francs, cujo destaque foi o surgimento da clusula
ordem e a criao do instituto do endosso, at chegar no atual perodo denominado de
alemo, que se iniciou com a edio, em 1848, da Ordenao Geral do Direito Cambirio.
b) A aplicao do subprincpio da abstrao independe da circulao do ttulo de crdito,
razo pela qual no possvel se discutir a causa que lhe deu origem ainda que a relao
jurdica seja travada entre os prprios sujeitos que participaram da relao originria.
c) Segundo a classicao moderna, os ttulos de crdito nominais so aqueles em que se
identica expressamente seu titular e cuja transferncia da titularidade somente pode ser
feita por meio de endosso.
d) De acordo com entendimento jurisprudencial dominante, o ttulo de crdito emitido ou
aceito com omisses ou, ainda, em branco, deve ser considerado nulo por possibilitar ao
credor, ainda que de boa-f, o seu preenchimento de maneira unilateral, em prejuzo do
devedor.
e) Ainda que prescrita a pretenso executiva de uma nota promissria ou de um cheque,
cabvel o ajuizamento de ao monitria em face do seu emitente no prazo de 5 (cinco)
anos, a contar do dia seguinte ao vencimento do ttulo (caso da nota promissria) e do dia
seguinte data de emisso estampada na crtula (no caso do cheque).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
11. Analise as armaes abaixo, referentes ao sistema recursal no mbito do processo civil:
I. Segundo entendimento jurisprudencial dominante, a Fazenda Pblica no dispe de
prazo em dobro para interpor recurso sob a forma adesiva, uma vez que a sua interposio
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
11/103Pgina - 11
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
deve ocorrer no prazo que a parte dispe para apresentar contrarrazes, o qual computado
de forma simples.
II. Por fora do princpio da unirrecorribilidade, vedada a interposio de um nicorecurso para impugnar mais de uma deciso, assim como vedada, em regra, a interposio
de mais de um recurso para impugnar a mesma deciso.
III. De acordo com a jurisprudncia do STF, os embargos de declarao opostos objetivando
reforma da deciso do relator, com carter infringente, devem ser convertidos em agravo
regimental, que o recurso cabvel, por fora do princpio da fungibilidade.
IV. No possvel a aplicao do princpio da fungibilidade para o conhecimento, como
agravo de instrumento, de apelao interposta em face de deciso que, antes da prolatao
da sentena, reconhece a ilegitimidade de alguma das partes.
Est CORRETO apenaso que se arma em:
a) II, III e IV.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II e III.
e) IV.
DIREITO CIVIL
12. De acordo com o entendimento jurisprudencial dominante dos Tribunais Superiores, assinale
a alternativa INCORRETA:
a) Consoante autorizao expressa do Cdigo Civil de 2002, os credores de indenizao
por morte xada na forma de penso mensal tm o direito de exigir que o causador do
ilcito pague de uma s vez todo o valor correspondente.
b) possvel a cumulao de benefcio previdencirio de penso por morte com penso
civil ex delicto, no havendo que se falar em bis in idem.
c) nula, por congurar julgamento extra petita, a deciso que condena a parte r, de
ofcio, em ao individual, ao pagamento de indenizao a ttulo de danos sociais em favor
de terceiro estranho lide.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
12/103Pgina - 12
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
d) As taxas de manuteno criadas por associaes de moradores no obrigam os no
associados ou que a elas no anuram.
e) inexigvel o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biogrcasliterrias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessria a autorizao de pessoas retratadas
como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes.
DIREITO URBANSTICO
13. Acerca da outorga onerosa do direito de construir assinale a alternativa INCORRETA:
a) A outorga onerosa uma exceo que o Poder Pblico permite a um particular de construir
acima do coeciente de aproveitamento previsto na rea em que se situa o imvel desdeque este particular, em contrapartida, faa uma prestao em prol do desenvolvimento das
funes sociais da cidade e do bem-estar de seus habitantes.
b) A doutrina no pacca acerca da natureza da contrapartida, contudo o STF j decidiu
que a cobrana no tem natureza tributria.
c) Muito embora a outorga onerosa seja usada primordialmente pelos Municpios, nada
impede que o Estado Membro, excepcionalmente, venha a instituir a cobrana mediante
previso em planos regionais de ordenao do territrio, desde que esses se amoldem
sua competncia legal.
d) A lei municipal pode prever hipteses de iseno da outorga onerosa, independentemente
da necessidade de se observar os requisitos de renncia de receita da Lei de Responsabilidade
Fiscal, ainda que a iseno seja especca.
e) Em razo da taxatividade do art. 26 do Estatuto da Cidade, o administrador pblico que
aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa em outras nalidades de interessesocial ou de utilidade pblica no previstas no Estatuto comete ato de improbidade
administrativa, ainda que tais nalidades estejam denidas no plano diretor.
DIREITO PREVIDENCIRIO
14. Assinale a alternativa que reita corretamente o entendimento do STF e do STJ sobre o tema
do acesso justia em matria previdenciria:
a) Como regra, na hiptese de pretenso de restabelecimento de benefcio previdencirioanteriormente concedido o pedido poder ser formulado diretamente em juzo,
independentemente de solicitao prvia autoridade administrativa responsvel pela
administrao dos benefcios.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
13/103Pgina - 13
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
b) Como corolrio do requisito processual do interesse de agir, exige-se o prvio exaurimento
da instncia administrativa para a concesso de benefcio previdencirio judicialmente.
c) A concesso de benefcio previdencirio prescinde do prvio requerimento administrativo,uma vez que viola a garantia do acesso justia condicionar a ao anlise prvia do
administrador, mormente considerando que a nica hiptese de curso administrativo
forado no ordenamento brasileiro se d na justia desportiva.
d) Segundo o STJ, o excesso de prazo na anlise do requerimento administrativo, com
violao do princpio da razovel durao do processo administrativo, autoriza o acesso
via judicial antes mesmo da deciso administrativa. Por outro lado, a mera resistncia da
autarquia tese jurdica esposada acerca da concesso do benefcio, ainda que notria esistemtica, no viabiliza o acesso via judicial sem o prvio requerimento administrativo.
e) Conforme o STJ, a recusa da autarquia previdenciria em receber o requerimento
administrativo de concesso de benefcio previdencirio autoriza a impetrao de mandado
de segurana com a nalidade de obrigar o recebimento do requerimento, mas no a
discusso direta do mrito da concesso na via judicial.
15. Acerca do regime prprio da previdncia social (RPPS) assinale a alternativa correta:
a) Em razo do carter contributivo do sistema previdencirio, o RPPS exige contribuio
previdenciria tanto dos servidores ativos quanto dos inativos, em porcentual idntico aos
servidores titulares de cargos efetivos da ativa, o qual incidir sobre todos os proventos de
aposentadoria recebidos.
b) A contribuio dos inativos do RPPS prevista na EC 41/03 no atinge os aposentados
previamente emenda constitucional, uma vez que, segundo o STF, a aposentadoria
ato jurdico perfeito, gerando direito adquirido na manuteno das condies existentes
quando da concesso da aposentadoria.
c) O princpio da capacidade contributiva no legitima a instituio de bases de clculo
diferenciadas para o recolhimento de contribuies previdencirias entre servidores
pblicos estatutrios inativos da Unio e dos Estados.
d) O regime de previdncia complementar dos servidores pblicos ser institudo por lei
federal por intermdio de entidades fechadas de previdncia complementar, de natureza
pblica, que oferecero aos respectivos participantes planos de benefcios somente na
modalidade de benefcio denido.
e) A instituio do regime de previdncia complementar dos servidores pblicos foi
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
14/103Pgina - 14
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
concebida pelo constituinte derivado (EC 20/98) com o intuito de aproximar o tratamento
jurdico do regime geral e do regime prprio, de forma a possibilitar a reduo dos proventos
da aposentadoria do servidor ao teto do regime geral. Em razo do tratamento jurdico
mais gravoso, o constituinte limitou o novo regime unicamente aos servidores ingressosaps a EC 20/98.
DIREITO FINANCEIRO
16. Acerca da execuo das decises condenatrias proferidas pelos Tribunais de Contas, assinale
a alternativa correta:
a) Compete aos Tribunais de Contas a execuo judicial de suas condenaes com eccia
de ttulo executivo.
b) Compete ao ente pblico benecirio da condenao, concorrentemente com o
Ministrio Pblico Estadual, a execuo das condenaes proferidas pelos Tribunais de
Contas Estaduais com eccia de ttulo executivo.
c) As condenaes do tribunal de contas, por gozarem de eccia de ttulo executivo
judicial, no reclamam a prvia inscrio do dbito em dvida ativa, aplicando-se, como
regra, o rito do CPC.
d) As execues dos ttulos executivos decorrentes de condenaes impostas pelo Tribunal
de Contas somente podem ser propostas pelo ente pblico benecirio da condenao,
aplicando-se o rito processual do CPC, salvo se o ente optar discricionariamente por
inscrever o ttulo executivo em dvida ativa, hiptese em que ser possvel a aplicao da
Lei de Execues Fiscais.
e) A legitimidade para ajuizar execues dos ttulos executivos decorrentes de condenaes
impostas pelo Tribunal de Contas , em princpio, do ente pblico benecirio. Contudo,no caso de o ente quedar-se inerte, instaurar-se- a competncia subsidiria do Ministrio
Pblico Estadual.
DIREITO CONSTITUCIONAL
17. Em consulta pblica realizada em dezembro de 2011, foi realizado plebiscito referente diviso
territorial do Par em trs: o prprio Estado do Par e os novos estados do Carajs e Tapajs.
Sobre o tema - incorporao, diviso e desmembramento - de Estados e de Municpios, e o
federalismo no Brasil, assinale a alternativa correta:
a) Consoante entendimento do STF, o termo populao diretamente interessada que ser
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
15/103Pgina - 15
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
consultada por meio do plebiscito abrange apenas a populao da rea do territrio a ser
desmembramento, no podendo se falar em violao aos princpios da soberania popular
e da cidadania.
b) Consoante jurisprudncia do STF, atualmente, em face da inexistncia de lei complementar
federal para regular o perodo de criao de Municpios, instaura-se a competncia legislativa
plena dos Estados-membros, podendo ento ocorrer a edio de lei estadual suprir tal falta.
c) Consoante entendimento doutrinrio, o parecer das Assemblias Legislativa dos Estados,
no caso da criao de um novo Estado, considerado vinculativo, necessitando da aprovao
para que o procedimento continue.
d) Consoante entendimento doutrinrio, no se necessita da aprovao no plebiscito
realizado para a criao de um novo Estado.
e) Considera-se que no Brasil adotou-se um modelo de federalismo por segregao e
cooperativo.
18. Alvo de estudo de muitos especialistas, inegvel que hodiernamente existe sim uma
hierarquia entre as diversas normas postas em nosso ordenamento jurdico. Uma das formas de
fazer valer tal hierarquia a existncia do denominado controle de constitucionalidade. Tal temavem sendo, nos ltimos tempos, alvo de muitas decises por parte do STF. Sobre controle de
constitucionalidade e a jurisprudncia da Corte Constitucional, assinale a alternativa incorreta:
a) Consoante entendimento do STF, no devem respeitar a clusula de reserva de plenrio
as Turmas Recursais dos Juizados Especiais.
b) Torna-se impossvel, de acordo com entendimento dos Tribunais Superiores, por violao
ao principio da adstrio, cumular-se pedido tpico de ADI com pedido tpico de ADC em
uma mesma ao de controle concentrado.
c) De acordo com entendimento reiterado do STF, no possui a Associao Nacional dos
Magistrados Estaduais legitimidade para ingressar com ADI.
d) Para ns de denio do conceito de subsidiariedade, essencial para o cabimento da
ADPF, apenas aceita-se, como regra geral, as aes de controle concentrado, e no aes
civis pblicas, aes populares e demais aes constitucionais.
e) No se confere legitimidade recursal ao ente poltico na deciso do STF a respeito deaes de controle concentrado, mesmo que tenha sido o Governador o autor da referida
ao.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
16/103Pgina - 16
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
DIREITO ADMINISTRATIVO
19. Nos tempos atuais, em face de neoconstitucionalismo, os princpios vm ganhando muita
fora no ordenamento jurdico em todas as disciplinas. Tal acontecimento no diferente no
mbito do Direito Administrativo. Sobre princpios administrativos e a jurisprudncia dos Tribunais
Superiores relacionada, assinale a opo incorreta:
a) A doutrina moderna vem entendendo que a atuao da Administrao Pblica no deve
obedincia to somente a lei, devendo tambm respeitar outros instrumentos normativos
previstos no ordenamento jurdico, tal como a Constituio. Tal princpio vem sendo
chamado de jurisdicidade.
b) Correlacionada ao princpio da boa-f, a segurana jurdica deve ser vista por duas facetas:
a objetiva e a subjetiva. Enquanto a primeira signica a inafastabilidade da estabilizao
jurdica, a segunda sublinha o sentimento do indivduo em relao aos atos, inclusive e
principalmente do Estado, dotados de presuno de legitimidade e aparncia de legalidade.
c) De acordo com o princpio da autotutela, tem a Administrao o poder-dever de anular
os seus prprios atos quando forem ilegais. No entanto, quando dessa anulao decorrer
repercusso no campo dos direitos individuais, torna-se necessria a instaurao de
procedimento administrativo com a garantia do contraditrio e ampla defesa, consoante a
jurisprudncia dos Tribunais Superiores.
d) Consoante entendimento do STJ, a Administrao Publica, notadamente pelo
supraprincpio da preponderncia do interesse publico perante o interesse privado, no se
submete a teoria dos atos prprios, que veda o venire contra factum proprium.
e) despicienda a criao de lei para que ocorra a vedao do nepotismo, seja ele direto
ou cruzado. Alm disso, consoante entendimento do STF, inconstitucional a criao de leiestadual que excepcione a prtica da vedao ao nepotismo.
20. A respeito de atos administrativos, assine a alternativa correta:
a) No direito pblico, tal qual no Direito Civil, o silncio deve ser tido como comportamento
tcito, considerando-se os usos e costumes normais, aplicando-se por analogia o disposto
no art.111 do Cdigo Civil.
b) Consoante entendimento doutrinrio prevalecente, no se pode considerar os atosexpedidos pelas concessionrias e permissionrias como sendo ato administrativo.
c) Os efeitos atpicos dos atos administrativos so aqueles inesperados, secundrios, no
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
17/103Pgina - 17
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
desejados. Dividem-se em prodrmicos, quando atingem terceiros estranhos prtica
do ato, e em reexos, congurado pelo dever de uma segunda autoridade se manifestar
quando a primeira j o fez.
d) Consoante entendimento clssico de Hely Lopes Meireles, consideram-se atos
administrativos ordinatrios as instrues e as portarias.
e) Dentre as modalidades de extino do ato administrativo, encontra-se a cassao, que
ocorre quando a situao no ato contemplada no mais tolerada por uma legislao
superveniente.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
18/103Pgina - 18
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
GABARITO DAS QUESTES OBJETIVAS
QUESTO 1 LETRA EQUESTO 2 LETRA CQUESTO 3 LETRA BQUESTO 4 LETRA DQUESTO 5 LETRA CQUESTO 6 LETRA BQUESTO 7 LETRA EQUESTO 8 LETRA BQUESTO 9 LETRA DQUESTO 10 LETRA EQUESTO 11 LETRA CQUESTO 12 LETRA AQUESTO 13 LETRA CQUESTO 14 LETRA AQUESTO 15 LETRA CQUESTO 16 LETRA DQUESTO 17 LETRA EQUESTO 18 LETRA B
QUESTO 19 LETRA DQUESTO 20 LETRA D
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
19/103Pgina - 19
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
QUESTES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO
PROFESSOR: LUCAS OLIVEIRAE-mail: ser adicionado na 1 rodada do curso
DIREITO PENAL
1. Acerca do direito penal aplicado Administrao Pblica, assinale a alternativa correta:
a) Recentemente, o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou incompatvel com a Constituio
Federal o disposto no art. 33, pargrafo 4, do Cdigo Penal (CP), verbis, O condenadopor crime contra a administrao pblica ter a progresso de regime do cumprimento dapena condicionada reparao do dano que causou, ou devoluo do produto do ilcito
praticado, com os acrscimos legais.,visto que o enunciado fere o direito fundamental
liberdade do condenado
b) No direito penal brasileiro, porquanto vericada a possibilidade de atingir a liberdade
do indivduo, o conceito de funcionrio pblico tem interpretao restrita, o que no
ocorre na seara administrativa.
c) Algumas funes dotadas de relevncia jurdica, exemplo de mnus pblico, tal qual o
defensor dativo, so consideradas pela jurisprudncia dos Tribunais Superiores como sendo
funcionrios pblicos para ns penais.
d) Suponha que o Estado do Mato Grosso contrate uma empresa de manobristas para
estacionar os carros dos convidados em uma festa pblica. Um dos empregados subtrai,
para si, um automvel da frota pblica. Nesse caso, por estar investido de funo pblica
transitria, responder pelo crime do art. 312 (peculato-furto).
e) Segundo o STJ, o estagirio de autarquia pode ser considerado funcionrio pblico tanto
como sujeito ativo como passivo do delito.
COMENTRIO
Item a) errado.
O Plenrio do Supremo Tribunal Federal, por maioria, reconheceu a constitucionalidade do 4 do art.
33 do Cdigo Penal. O referido dispositivo prev que o condenado por crime contra a administraopblica ter a progresso de regime do cumprimento da pena condicionada reparao do dano que
causou, ou devoluo do produto do ilcito praticado, com os acrscimos legais. Fica facultado o
parcelamento da dvida.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
20/103Pgina - 20
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
O entendimento foi exarado no agravo regimental interposto em face de deciso que indeferiu pedido
de progresso de regime a condenado pelos crimes de peculato e corrupo passiva nos autos da AP
470, que cou conhecida como Mensalo. A deciso foi tomada na Execuo Penal 22, Relator. Min. Luis
Barroso.
O que tange aventada inconstitucionalidade do dispositivo em questo, acertadamente a Corte destacou
que em matria de crimes contra a administrao pblica como tambm nos crimes de colarinho
branco em geral , a parte verdadeiramente severa da pena, a ser executada com rigor, haveria de
ser a de natureza pecuniria. Esta, sim, teria o poder de funcionar como real fator de preveno, capaz
de inibir a prtica de crimes que envolvessem apropriao de recursos pblicos. (...) a imposio da
devoluo do produto do crime no constituiria sano adicional, mas, apenas a devoluo daquilo que
fora indevidamente apropriado ou desviado.
Os ministros ressaltaram que tal entendimento no fere o direito fundamental liberdade do condenado,
visto que esse no estaria em questo, mas sim se a pena privativa de liberdade deveria ser cumprida em
regime mais ou menos favorvel. Diante disso, afastada resta a alegao de suposta ocorrncia de priso
por dvida.
Ademais, a norma em comento no seria a nica, prevista na legislao penal, a ter na reparao do
dano uma importante medida de poltica criminal. Ao contrrio, bastaria uma rpida leitura dos principais
diplomas penais brasileiros para constatar que a falta de reparao do dano: a) pode ser causa de
revogao obrigatria do sursis; b) impede a extino da punibilidade ou mesmo a reduo da pena,em determinadas hipteses; c) pode acarretar o indeferimento do livramento condicional e do indulto; d)
afasta a atenuante genrica do art. 65, III, b, do CP, entre outros, armaram os ministros.
Item b) errado.
O art. 327, caput, do Cdigo Penal apresenta o conceito de funcionrio pblico para ns penais:
Considera-se funcionrio pblico, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica.
Masson explica bem essa diferenciao. Segundo o doutrinador:
No Direito Administrativo utiliza-se um critrio restritivo: funcionrio pblico uma espcie
de agente administrativo, e este, por sua vez, pertence ao gnero dos agentes pblicos. No
Direito Penal, por sua vez, valeu-se o legislador de um critrio ampliativo: a expresso
funcionrio pblico equivale a agente pblico, na forma elencada pelo art. 327, caput, do
Cdigo Penal. Engloba, portanto, os funcionrios pblicos em sentido estrito, os empregados
pblicos, os servidores pblicos ocupantes de cargos em comisso, os servidores temporrios,
os particulares em colaborao com o Poder Pblico e qualquer outra modalidade de agentepblico passvel de se apresentar. (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. 4 Ed. Editora
Mtodo. p. 1420, formato digital).
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
21/103Pgina - 21
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
O STF tambm arma que o conceito de funcionrio pblico para ns penais abrange os agentes polticos.
Neste compasso, HC 72.465/SP, rel. Min. Celso de Mello, 1. Turma, j. 05.09.1995. No mesmo sentido: Por
fora do art. 327 do Cdigo Penal, para efeitos penais, os agentes polticos so considerados funcionrios
pblicos (STF: Apn 335/ES, rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, Corte Especial, j. 1..06.2005)
Item c) errado.
Segundo a jurisprudncia majoritria, no h que se confundir funo pblicacom encargo pblico(ou
mnus pblico). Isso porque o encargo desempenhado apenas em determinadas situaes legais
(inventariante, curador, etc), exercendo uma atividade transitria de auxlio ao aparato estatal. O defensor
dativo tambm considerado um portador de mnus pblico, no podendo ser visto como funcionrio
pblico (por no exercer tpica funo pblica). Em precedente sobre o tema, o STJ assim se manifestou:
O defensor dativo, ao contrrio do integrante da Defensoria Pblica (art. 5., inciso LXXIV c/c
art. 134 da CF), no exerce funo pblica, mas somente munus publicum, razo pela qual a
sua conduta, referente cobrana indevida de honorrios, no pode ser enquadrada como
ato de funcionrio pblico, refugindo ao mbito do Direito Penal. . (RHC 8.856/RS, rel. Min.
Fernando Gonalves, 6. Turma, j. 16.12.1999 .
Em outro precedente, ainda mais detalhado:
Funcionrio Pblico Conceito jurdico-penal Advogado remunerado por convnio pblico
Excluso do conceito- Inteligncia do art. 327 do CP O Cdigo Penal reelaborou o conceitode funcionrio pblico (art. 327). Compreende quem, embora transitoriamente ou sem
remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica. Cargo lugar e conjunto de atribuies
confiadas pela Administrao a uma pessoa fsica, que atua em nome do Estado. Emprego
vnculo de algum com o Estado, regido pelas leis trabalhistas. Funo Pblica, por seu turno,
atividade de rgo pblico que realiza fim de interesse do Estado. A advocacia no atividade
do Estado. Ao contrrio, privada. Livre o seu exerccio, nos termos do Estatuto do Advogado.
A advocacia no se confunde com a Defensoria Pblica. Esta instituio essencial funo
jurisdicional do Estado, incumbindo-se da orientao jurdica e defesa, em todos os graus,dos necessitados, na forma do art. 5, LXXXIV [sic] (Const, art. 134). O defensor Pblico, ao
contrrio do advogado exerce funo pblica. O advogado, designado para exercer a defesa de
algum, exerce munus publicum (Lei 8.906, 14.07.1994, [sic], art. 2, 2). Assim, no exercendo
funo pblica, no funcionrio pblico para os efeitos penais (STJ HC Rel. Luiz Vicente
Cernicchiaro DJU 03.04.1995 RT 728/460).
Item d) errado.
O art. 327, 1., do Cdigo Penal assim dispe:
Equipara-se a funcionrio pblico quem exerce cargo, emprego ou funo em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de servio contratada ou conveniada
para a execuo de atividade tpica da Administrao Pblica. (grifos nossos).
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
22/103Pgina - 22
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
Perceba que a gura do funcionrio pblico equiparado somente pode ocorrer caso haja prestao de
servios tpicos da Administrao Pblica. Exemplos de servios tpicos seriam os de limpeza urbana,
transporte coletivo. Todavia, o erro da assertiva foi mencionar uma atividade contratada (manobristas)
sem qualquer relao com atividades tipicamenteadministrativas. Neste caso, o manobrista responderpelo crime de furto (art. 155 do CP) ou estelionato (art. 171), a depender do contexto ftico, contudo
jamais responder pelo art. 312 (peculato).
Item e) correto.
Segundo o art. 327, parg. 1, do CP, verbis:
1 - Equipara-se a funcionrio pblico quem exerce cargo, emprego ou funo em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de servio contratada ou conveniada
para a execuo de atividade tpica da Administrao Pblica.
O art. 327, 1., do Cdigo Penal, que trata do funcionrio pblico equiparado interpretada pela
jurisprudncia dos Tribunais superiores de maneira extensiva (tanto se aplicando ao sujeito ativo do
delito como ao sujeito passivo). Todavia, para a doutrinamajoritria, a equiparao deve se limitar quanto
ao sujeito ativo. Tal restrio, consoante a doutrina, se explicaria porque o dispositivo legal atinente
equiparao est localizado no do Ttulo XI da Parte Especial do Cdigo Penal, responsvel pela denio
dos crimes praticados por funcionrio pblico contra a Administrao em geral. Entretanto, como
destacado, esta no a posio do STF/STF. Em precedente antigo:A teor do disposto no art. 327 do Cdigo Penal, considera-se, para fins penais, o estagirio
de autarquia funcionrio pblico, seja como sujeito ativo ou passivo do crime (Precedente do
Pretrio Excelso). HC 52.989/AC, rel. Min. Flix Fischer, 5. Turma, j. 23.05.2006.
GABARITO: ALTERNATIVA (E)
2. Acerca do crime de peculato (art. 312), assinale a alternativa correta.
a) Segundo a jurisprudncia majoritria, alm de caracterizar improbidade administrativa,a utilizao de mo de obra pblica, originria do trabalho de um funcionrio pblico
subalterno em proveito do superior hierrquico, pode ser enquadrado no crime de peculato.
b) Embora aplicado em situaes excepcionais, o STJ j aceitou a incidncia do Princpio da
Insignicncia ao crime de peculato.
c) Responder por furto o funcionrio pblico que, durante a madrugada, escala a parede
da repartio pblica e arromba uma janela para subtrair um computador que se encontravana sala do seu superior hierrquico.
d) Segundo a doutrina, o peculato furto no se congura como hiptese de peculato
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
23/103Pgina - 23
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
imprprio.
e) Segundo o STF, como regra, diferentemente do crime de furto, tpica a conduta do
chamado peculato de uso.
COMENTRIO
Item a) errado.
Segundo a redao do art. 312 do CP (Apropriar-se o funcionrio pblico de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a posse em razo do cargo, ou desvi-lo, em proveito
prprio ou alheio) no consta a identicao da apropriao de servios. Assim, conquanto possa
caracterizar um ilcito administrativo e uma conduta mproba, no h que se falar em peculato. Esta ainterpretao da doutrina (MASSON, op. Cit. p. 1454).
Ademais, a prestao de servios no se adequa ao conceito de bem mvel. No exemplo da assertiva,
faltaria uma elementar tpica para a caracterizao do crime previsto no art. 312 do Cdigo Penal. No
entanto, se o autor da ordem ou benecirio dos servios prestador for Prefeito, estar congurado o
crime tipicado pelo art. 1., inc. II, do Decreto-lei 201/1967.
Item b) errado.
Segundo o STJ, impossvel a aplicao do Princpio da insignicncia aos crimes contra a AdministraoPblica (incluindo por bvio o peculato). Segundo a Corte:
inaplicvelo princpio da insignificncia nos crimes contra a Administrao Pblica, ainda
que o valor da leso possa ser considerado nfimo, porque a norma busca resguardar no
somente o aspecto patrimonial, mas a moral administrativa, o que torna invivel afirmao
do desinteresse estatal sua represso (REsp 655.946/DF, rel. Min. Laurita Vaz, 5. Turma, DJ
26.03.2007).
Todavia, o aluno deve lembrar que o STFj aceitoua aplicao do referido Princpio ao crime de peculato.
Logo, necessrio observar o comando da questo. Caso mencione STJ, invivel a insignicncia.
Lado outro, caso seja mencionado o STF, dever ser assinalada a aplicao. Segue a deciso da corte
constitucional:
A 2 Turma, por maioria, concedeu habeas corpus para reconhecer a aplicao do princpio
da insignificncia e absolver o paciente ante a atipicidade da conduta. Na situao dos autos,
ele fora denunciado pela suposta prtica do crime de peculato, em virtude da subtrao de 2
luminrias de alumnio e fios de cobre. Aduzia a impetrao, ao alegar a atipicidade da conduta,
que as luminrias: a) estariam em desuso, em situao precria, tendo como destino o lixo; b)seriam de valor irrisrio; e c) teriam sido devolvidas. Considerou-se plausvel a tese sustentada
pela defesa. Ressaltou-se que, em casos anlogos, o STF teria verifcado, por inmeras vezes,a possibilidade de aplicao do referido postulado. Enfatizou-se que esta Corte j tivera
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
24/103
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
25/103Pgina - 25
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
provimento a agravo regimental para conceder a ordem de ofcio. Observou-se que tramitaria
no Parlamento projeto de lei para criminalizar essa conduta. (HC 108.433 AgR/MG, rel. Min.
Luiz Fux, 1. Turma, j. 25.06.2013)
tambm a posio adotada no mbito do Superior Tribunal de Justia:
Analogamente ao furto de uso, o peculato de uso tambm no configura ilcito penal, to
somente administrativo (HC 94.168/MG, rel. Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do
TJMG), 6. Turma, j. 1..04.2008).
Por derradeiro, importante mencionar que se o sujeito ativo for Prefeito, e somente para esta pessoa,o
uso de bens, rendas ou servios pblicos congura o crime delineado pelo art. 1., inc. II, do Decreto-lei
201/1967.
GABARITO: ALTERNATIVA (C)
DIREITO PROCESSUAL PENAL
3. Acerca do direito processual penal, assinale a alterna correta:
a) O assistente de acusao pode impetrar habeas corpusvisando anulao do processo
que resultou em absolvio do acusado.
b) O Superior Tribunal de Justia j admitiu como lcita a interceptao telefnica conduzida
por outro rgo da administrao pblica que no a autoridade policial.
c) Segundo o STF, imprescindvel que haja a presena de pedido expresso para a perda do
cargo pblico na denncia nos casos de crimes cometidos contra a Administrao pblica,
decorrendo tal necessidade de possvel violao ao princpio da congruncia.
d) Em relao a recurso interposto pela defesa no processo penal, considera-se possvel a
desistncia do recurso, condicionada a que no haja oposio do advogado e do prprio
ru.
e) Ao contrrio do que ocorre no direito processual civil, no h que se falar em reexame
necessrio no processo penal.
COMENTRIO
Item a) errado.
O habeas corpus dever ser utilizado apenas como o to de melhorar a situao do ru, nunca para
pior-la, ainda que seja para buscar uma anulao do processo. Segundo precedente do STJ:
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
26/103Pgina - 26
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
No se presta o writ para amparar pretenso contrria aos interesses do ru, manejada pela
assistente de acusao, no sentido de que seja restabelecida condenao que restou afastada
pelo e. Tribunal a quo. (STJ, HC 46.080/PA, 5. Turma, DJ 01.08.2006).
Segundo voto do Ministro Felix Fischer:
Com efeito, ressabido que o remdio herico do habeas corpus , de assento constitucional,
volta-se tutela da liberdade ambulatria , donde se conclui pela sua inadmissibilidade se no
houver atentado liberdade de locomoo do indivduo .
In casu , trata-se de pretenso da assistente de acusao, buscando a reforma do v. acrdo
proferido pelo e. Tribunal a quo em que restou absolvido o ru, para restabelecer a condenao
imposta pelo Juzo de primeiro grau.
No se vislumbra, portanto, hiptese em que seria admissvel a impetrao do presente remdio
constitucional, ex vi do art. 5, inciso LXVIII, da Lex Fundamentalis , e do art. 647do Cdigo de
Processo Penal.
Item b) correto.
A 5 Turma do STJ, ao denegar, por maioria, o HC 131.836/RJ, orientou-se no sentido de que
interceptaes telefnicas amparadas em ordem judicial podem ser conduzidas por outro
rgo da administrao pblica que no seja a autoridade policial. Na hiptese, pretendia aimpetrante a cassao do despacho de recebimento da denncia, sustentando a ilegalidade das
interceptaes telefnicas realizadas pela Coordenadoria de Inteligncia do Sistema Penitencirio
(Cispen), rgo da Secretaria de Administrao Penitenciria do Rio de Janeiro. De acordo com
o Relator, Min. Jorge Mussi, o art. 6. da Lei 9.296/1996 no deve ser interpretado de maneira
muito restritiva, pena de restarem inviabilizadas as interceptaes telefnicas nas unidades da
federao que no dispem da estrutura necessria efetivao da medida. Salientou, ainda,
que o art. 7. da referida lei autoriza a realizao dos procedimentos de interceptao telefnica
por concessionrias de telefonia, no havendo motivos para proibir atuao equivalente por
parte dos rgos da prpria administrao pblica. STJ, HC 141.062/RS, DJ 03.11.2011; RHC
25.263/SP, DJ 05.12.2011
O STF tambm possui entendimento de que no h necessidade que a interceptao telefnica seja
realizada apenas pela polcia civil.
A 2 Turma indeferiu habeas corpus em que se alegava nulidade de interceptao telefnica
realizada pela polcia militar em suposta ofensa ao art. 6 da Lei 9.296/96 (Deferido o pedido,
a autoridade policial conduzir os procedimentos de interceptao, dando cincia ao Ministrio
Pblico, que poder acompanhar a sua realizao). Na espcie, diante de ofcio da polciamilitar, dando conta de suposta prtica dos crimes de rufianismo, manuteno de casa de
prostituio e submisso de menor explorao sexual, a promotoria de justia requerera
autorizao para interceptao telefnica e filmagens da rea externa do estabelecimento da
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 -
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
27/103Pgina - 27
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
paciente, o que fora deferida pelo juzo.Asseverou-se que o texto constitucional autorizaria
interceptao telefnica para fins de investigao criminal ou de instruo processual penal, por
ordem judicial, nas hipteses e na forma da lei (CF, art. 5, XII). Sublinhou-se que seria tpica
reserva legal qualificada, na qual a autorizao para interveno legal estaria submetida condio de destinar-se investigao criminal ou instruo processual penal. Reconheceu-sea possibilidade excepcional de a polcia militar, mediante autorizao judicial, sob superviso doparquet, efetuar a mera execuo das interceptaes, na circunstncia de haver singularidadesque justifcassem esse deslocamento, especialmente quando, como no caso, houvesse suspeita
de envolvimento de autoridades policias da delegacia local. Consignou-se no haver ilicitude, j
que a execuo da medida no seria exclusiva de autoridade policial, pois a prpria lei autorizaria
o uso de servios e tcnicos das concessionrias (Lei 9.296/96, art. 7) e que, alm de sujeitar-se
a ao controle judicial durante a execuo, tratar-se-ia apenas de meio de obteno da prova(instrumento), com ela no se confundindo.(HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15.5.2012.)
Item c) incorreto.
O art. 92 do CP trata das hiptese de efeitos penais da condenao.
Art. 92 - So tambm efeitos da condenao:
I - a perda de cargo, funo pblica ou mandato eletivo:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, noscrimes praticados com abuso de poder ou violao de dever para com a Administrao Pblica;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos
demais casos.
Entre tais efeitos encontra-se a perda do cargo, funo pblica ou mandato eletivo (incisos I e
II). Todavia, tal consequncia no obrigatria, devendo ser motivada pelo Juiz no momento
de sentenciar. Alm de no ser consequncia obrigatria da pena, a perda do cargo/funo/
mandato, segundo o Supremo no precisa estar descrita na queixa/denncia, j que sendo a
perda do cargo pblico, conforme disposto no artigo 92 do Cdigo Penal, consequncia da
condenao, mostra-se dispensvel a veiculao, na denncia ou queixa, de pedido visando
implementao (STF, HC 93.515/PR, DJ 01.07.2009).
Item d) errado.
No processo penal, a interposio de um recurso visa a melhorar a situao do ru. Destarte, havendo
divergncia entre a vontade do ru e do seu defensor em recorrer, dar-se- prevalncia interposio
recursal. Noberto Avena comentando esse entendimento assim dispe:
Se o advogado, mesmo que lhe tenha sido outorgada procurao com poderes especiais neste
sentido, desistir do recurso interposto ou renunciar ao direito de recorrer, dever o magistrado
determinar a intimao pessoal do ru, fixando-lhe prazo para que se manifeste caso no
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96986&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=Mhttp://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96986&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M -
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
28/103Pgina - 28
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
concorde com o procedimento do defensor. Por outro lado, efetivada a desistncia ou a renncia
pelo prprio ru, seu advogado dever ser intimado quanto a esta atitude do acusado. Na
oposio de um ou outro, prevalecer a vontade de quem deseja prosseguir ou intentar o
recurso, at mesmo porque o tribunal, vedada a reformatio in pejus, no poder agravar asituao do condenado diante de recurso exclusivo da defesa. (AVENA, Norberto. Processo
Penal Esquematizado. 6 edio. Editora Mtodo, p. 3597, Formato digital).
Outro no o entendimento da jurisprudncia, por todos:
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO TENTADO. APELAO. DIVERGNCIA ENTRE
RU E DEFENSOR.
I - Havendo conflito entre o ru, que renunciou ao direito de recorrer da sentena condenatria,
e o seu defensor, que interps apelao, deve prevalecer a manifestao deste, tendo em vista
que, por ter conhecimentos tcnicos, em tese, est em melhores condies para avaliar a
necessidade da impugnao (Precedentes).
II - A renncia do ru ao direito de apelao, manifestada sem a assistncia do defensor,
no impede o conhecimento da apelao por este interposta (Smula n. 705 - STF) .
Writ concedido. (HC 69792 SP, 5 Turma do STJ, Rel. Felix Fischer, julgado em 03.04.2007).
Item e) errado.
Tal qual no direito processual civil, h que se falar em reexame necessrio ou recurso ex officiono processo
penal. O reexame necessrio ocorre nas hipteses em que ainda que no haja o recurso voluntrio,
obrigatoriamente dever a deciso ser encaminhada pelo juiz prolator ao tribunal competente para a
reanlise. Embora haja algumas vozes destacando sua possvel inconstitucionalidade, o entendimento
prevalente pela sua admisso (inclusive no STF/STJ). Vejam:
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. DECISO CONCESSIVA DE HABEAS CORPUS.
REMESSA DE OFCIO (ART. 574, INCISO I, DO CPP). DISPOSITIVO NO REVOGADO PELO ART.
129, INCISO I, DA CF/88.Na linha de precedentes do Pretrio Excelso, o reexame necessrio previsto no art. 574 do CPP
no foi tacitamente revogado pelo art. 129, inciso I, da Constituio Federal, devendo o juiz de
primeiro grau remeter a deciso que conceder habeas corpus apreciao da instncia superior.
Recurso provido.
(STJ, 5 Turma, REsp 760.221/PA, Rel. Min. FELIX FISCHER, j. 15.12.2005, DJ27.03.2006)
HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICDIO QUALIFICADO. RECURSO
EX OFFICIO: ALEGAO DE QUE NO MAIS EXISTE NO ORDENAMENTO JURDICO, PREVISTO
PARA A DECISO QUE ABSOLVE SUMARIAMENTE O RU (CPP, ARTS. 411 E 574, II), POR TER
SIDO REVOGADO PELO ART. 129, I, DA CONSTITUIO.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
29/103Pgina - 29
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
1. O impropriamente denominado recurso ex ofcio no foi revogado pelo art. 129, I, da
Constituio, que atribui ao Ministrio Pblico a funo de promover, privativamente, a ao
penal, e, por extenso, a de recorrer nas mesmas aes.
2. A pesquisa da natureza jurdica do que se contm sob a expresso recurso
ex ofcio revela que se trata, na verdade, de deciso que o legislador submete a duplo grau de
jurisdio, e no de recurso no sentido prprio e tcnico.
3. Habeas corpus conhecido, mas indeferido. (STF, 2 Turma, HC 74.714/PI, Rel. Min. MAURCIO
CORRA, j. 24.06.1993, DJ22.08.1997)
O reexame necessrio tem previso no art. 574 (deciso concessiva de habeas corpus e absolvio
sumria) e 746, do CPP (deciso que defere reabilitao criminal), bem como em leis especiais.
Alm das previses existentes no mbito do Cdigo de Processo Penal (concesso do habeas corpus,
absolvio sumria e deferimento de reabilitao criminal), o reexame necessrio tambm est
contemplado na legislao especial, nas seguintes hipteses:
Deciso judicial que ordena, a pedido do Ministrio Pblico, o arquivamento de inqurito
policial que tenha investigado crimes contra economia popular ou sade pblica (art. 7.
da Lei 1.521/1951).
Sentena absolutria em processo criminal que tenha apurado crimes contra economiapopular ou sade pblica (art. 7. da Lei 1.521/1951).
Sentena que conceder a segurana (art. 14, 1., da Lei 12.016/2009):Trata-se de hiptese
prevista na Lei 12.016/2009, reproduzindo a regra existente no art. 12, pargrafo nico, da revogada
Lei 1.533/1951.
GABARITO: ALTERNATIVA (B)
PROFESSOR: NATALIA MAIAE-mail: ser adicionado na 1 rodada do curso
DIREITO DO TRABALHO
4. Acerca da equiparao salarial, assinale a alternativa correta:
a) O pleito pela equiparao salarial de trabalho intelectual juridicamente impossvel, porno ser passvel de avaliao objetiva quanto produtividade e perfeio tcnica.
b) A diferena de tempo de servio entre o empregado que pleiteia a equiparao e o
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
30/103Pgina - 30
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
paradigma no pode ser superior a 2 (dois) anos; nesse caso, importa o tempo de servio
no emprego, independentemente da funo exercida.
c) A existncia de plano de cargos e salrios que, referendado por norma coletiva, prevejacritrios de promoo apenas por merecimento constitui bice equiparao salarial.
d) A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, no gera vnculo de
emprego com o ente da Administrao Pblica. No obstante, uma vez presente a igualdade
de funes, os empregados terceirizados tero direito s mesmas verbas trabalhistas legais
e normativas asseguradas queles contratados diretamente pelo tomador pblico de
servios.
e) Em razo da vedao equiparao de qualquer natureza para efeito de remunerao do
pessoal do servio pblico, instituda pelo art. 37, XIII da CF/88, juridicamente impossvel
a aplicao do art. 461 da CLT quando se pleiteia a equiparao salarial entre empregados
celetistas de sociedade de economia mista.
COMENTRIO
A questo trata da equiparao salarial, disciplinada pelo art. 461 da CLT. Segundo o dispositivo, sendo
idntica a funo, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade,
corresponder igual salrio, sem distino de sexo, nacionalidade ou idade.
Trabalho de igual valor aquele feito com igual produtividade e com a mesma perfeio tcnica (art. 461,
1, CLT). Para o TST, no entanto, mesmo os trabalhos intelectuais podem ser avaliados por sua perfeio
tcnica, a ser aferida por critrios objetivos. Veja o teor da Smula 6 do TST:
Smula 6 do TST: VII Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, possvel a
equiparao salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeio tcnica,
cuja aferio ter critrios objetivos.
O item a da questo, portanto, deve ser descartado.
Ainda segundo a redao do 1 do art. 461, a diferena de tempo de servio entre aquele que pretende
a equiparao e o paradigma no pode ser superior a dois anos. Como, para efeitos de equiparao, o
empregado e o paradigma devem exercer a mesma funo e desempenhar as mesmas tarefas (ainda
que os cargos por eles ocupados tenham denominaes diferentes), deve-se contar o tempo de servio
na funo e no no emprego:
Smula 6 do TST:
II - Para efeito de equiparao de salrios em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de
servio na funo e no no emprego.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
31/103Pgina - 31
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
III - A equiparao salarial s possvel se o empregado e o paradigma exercerem a mesma
funo, desempenhando as mesmas tarefas, no importando se os cargos tm, ou no, a
mesma denominao.
Observe que o pedido de equiparao pode versar sobre situao pretrita, no sendo necessrio que o
reclamante e o paradigma estejam a servio do estabelecimento no momento da reclamao:
IV - desnecessrio que, ao tempo da reclamao sobre equiparao salarial, reclamante e
paradigma estejam a servio do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situao
pretrita.
O item b, portanto, est igualmente errado.
O 2 do mesmo artigo dispe que no prevalecero os seus dispositivos quando o empregador tiverpessoal organizado em quadro de carreira, sendo que, nessa hiptese, as promoes devero obedecer
aos critrios de antiguidade e merecimento.
Para esse m, o quadro de pessoal organizado em carreira dever ser homologado pelo Ministrio do
Trabalho. A exigncia de homologao, no entanto, no se aplica ao quadro de carreira das entidades
de direito pblico da administrao direta, autrquica e fundacional aprovado por ato administrativo da
autoridade competente. Nesse sentido, o item I da Smula 6 do TST:
I - Para os fins previstos no 2 do art. 461 da CLT, s vlido o quadro de pessoal organizado emcarreira quando homologado pelo Ministrio do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigncia
o quadro de carreira das entidades de direito pblico da administrao direta, autrquica e
fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente.
Note que o artigo fala em critrios de antiguidade e merecimento. Questionava-se, portanto, se as
promoes poderiam ser denidas com base exclusivamente em um ou outro critrio ou se teria que
abarcar ambos. A controvrsia foi solucionada com a edio da OJ 418 da SDI-I do TST, que determinou
que o plano de cargos e salrios deve compreender os dois critrios, de maneira alternada. A adoo de
apenas um deles, portanto, no impede a equiparao:EQUIPARAO SALARIAL. PLANO DE CARGOS E SALRIOS. APROVAO POR INSTRUMENTO
COLETIVO. AUSNCIA DE ALTERNNCIA DE CRITRIOS DE PROMOO POR ANTIGUIDADE
E MERECIMENTO. No constitui bice equiparao salarial a existncia de plano de cargos
e salrios que, referendado por norma coletiva, prev critrio de promoo apenas por
merecimento ou antiguidade, no atendendo, portanto, o requisito de alternncia dos critrios,
previsto no art. 461, 2, da CLT.
Esse quadro, vale dizer, embora exclua a hiptese de equiparao salarial, no obsta reclamao fundada
em preterio, enquadramento ou reclassificao. (S. 127, TST).
O item c, portanto, erra ao indicar que a adoo apenas do critrio de merecimento seria suciente para
afastar a equiparao.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
32/103Pgina - 32
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
O art. 37, XIII da CF/88 veda expressamente a vinculao ou a equiparao de quaisquer espcies
remuneratrias para efeito de remunerao de pessoal do servio pblico. Nesta senda, a equiparao
salarial entre servidores pblicos baseada no art. 461 da CLT, ainda que contratados sob o regime da CLT,
juridicamente impossvel. o que dispe a OJ 297 da SDI-I do TST:
EQUIPARAO SALARIAL. SERVIDOR PBLICO DA ADMINISTRAO DIRETA, AUTRQUICA E
FUNDACIONAL. ART. 37, XIII, DA CF/1988. O art. 37, inciso XIII, da CF/1988, veda a equiparao
de qualquer natureza para o efeito de remunerao do pessoal do servio pblico, sendo
juridicamente impossvel a aplicao da norma infraconstitucional prevista no art. 461 da CLT
quando se pleiteia equiparao salarial entre servidores pblicos, independentemente de terem
sido contratados pela CLT.
Ocorre que as sociedades de economia mista, ao contratarem empregados sob o regime celetista,equiparam-se a empregador privado, por fora do art. 173, 1, II da CF/88 (A lei estabelecer o estatuto
jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade
econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios, dispondo sobre: a sujeio
ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais
e trabalhistas).
Sendo assim, a elas no se aplica a vedao equiparao de que trata o art. 37, XIII da CF/88. Sobre o
assunto, veja a smula 455 do TST:
SMULA 455 TST. EQUIPARAO SALARIAL. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ART. 37,
XIII, DA CF/1988. POSSIBILIDADE. sociedade de economia mista no se aplica a vedao
equiparao prevista no art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da
CLT, equipara-se a empregador privado, conforme disposto no art. 173, 1, II, da CF/1988.
Como se sabe, a partir da vigncia da CF/88, a investidura em cargo ou emprego pblico na Administrao
direta e indireta passou a depender de prvia aprovao em concurso pblico de provas ou de provas e
ttulos, ressalvadas as excees mencionadas ao longo do texto constitucional (art. 37, II, CF/88).
Dessa forma, embora a contratao de trabalhadores por empresa interposta ainda seja ilegal, e, como
regra, implique na formao de vnculo diretamente com o tomador dos servios, essa situao no pode
gerar vnculo de emprego com os rgos da Administrao Pblica direta, indireta ou fundacional, sob
pena de burla regra dos concursos pblicos. (S. 331, I e II do TST).
S que isso no signica dizer que pode ser desrespeitado o princpio da isonomia nas relaes rmadas
com a Administrao Pblica. Assim, embora a contratao irregular no gere vnculo de emprego com
ente pblico, h de se assegurar aos empregados terceirizados que exeram as mesmas funes daqueles
contratados diretamente pela Administrao o direito s mesmas verbas trabalhistas legais e normativas
atribudas a estes. o que diz a OJ n. 383 da SDI-I do TST:
383. TERCEIRIZAO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIOS E DA
TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, A, DA LEI N 6.019, DE 03.01.1974. (mantida) - Res. 175/2011,
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
33/103Pgina - 33
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa
interposta, no gera vnculo de emprego com ente da Administrao Pblica, no afastando,
contudo, pelo princpio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados s mesmas verbas
trabalhistas legais e normativas asseguradas queles contratados pelo tomador dos servios,desde que presente a igualdade de funes. Aplicao analgica do art. 12, a, da Lei n 6.019,
de 03.01.1974.
Do exposto, v-se que o item d compatvel com o teor da OJ 383 da SDI-1 e que o item e incorre
na exceo regra da impossibilidade de equiparao na administrao pblica, estando, portanto,
incorreto.
A smula 6 do TST teve um de seus itens alterados na sesso do Tribunal Pleno realizada em 09.06.2015,
o que leva a crer que ser cobrada nas prximas provas de concursos que abordem o tema.
GABARITO: ALTERNATIVA (D)
5. Quanto sucesso trabalhista, assinale a alternativa correta:
a) No contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa concessionria
outorga a uma outra, no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra
forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade, a segunda concessionria
responde, na condio de sucessora, pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho;nesse caso, a primeira concessionria ser responsvel subsidiariamente pelos dbitos
trabalhistas relativos a todo o perodo.
b) No contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa concessionria
outorga a uma outra, no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra
forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade, a segunda concessionria
responder inclusive pelos direitos dos trabalhadores derivados de contrato de trabalho
extinto antes da vigncia da concesso.
c) A responsabilidade do sucessor alcana no apenas os dbitos provenientes dos
contratos de trabalho em vigor poca da venda do fundo de comrcio, mas tambm
aqueles oriundos dos contratos extintos antes da sucesso de empresas.
d) O sucessor responde solidariamente por dbitos trabalhistas de empresa no adquirida
que integra o mesmo grupo econmico da empresa sucedida, ainda que, poca da
sucesso, a empresa devedora direta fosse solvente ou idnea economicamente.
e) O sucessor no responde solidariamente por dbitos trabalhistas de empresa no
adquirida que integra o mesmo grupo econmico da empresa sucedida, mesmo que haja
fraude na sucesso.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
34/103Pgina - 34
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
COMENTRIO
A questo envolve aspectos polmicos da sucesso trabalhista, que consiste na alterao subjetiva do
contrato de trabalho, com a transferncia da titularidade do negcio de um titular para outro. Como, nodireito laboral, vigora o princpio da despersonalizao do empregador, ele poder ser substitudo, ao
longo da relao empregatcia, sem que isso gere a ruptura do vnculo.
A sucesso do empregador gera, em regra, dois efeitos principais: a transferncia de dbitos para o
sucessor e inalterabilidade dos contratos de trabalho.
A CLT rege o assunto por meio dos seguintes dispositivos:
Art. 10 - Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresa no afetar os direitos adquiridos
por seus empregados.
Art. 448 - A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetar os
contratos de trabalho dos respectivos empregados.
Uma observao importante: diferentemente da sucesso civil, a responsabilidade do sucessor alcana,
em regra, no apenas os dbitos provenientes dos contratos de trabalho em vigor poca da venda
do fundo de comrcio, mas tambm aqueles oriundos de contratos extintos antes da sucesso (TST-E-
RR-93400-11.2001.5.02.0048, SBDI-I, Rel. Min Brito Pereira, dj 4.4.2013).
Algumas das especicidades da sucesso trabalhista foram abordadas na questo. Vamos analis-las:
Sucesso em concesso de servio pblico. possvel, nos contratos de concesso de servio pblico,
que a empresa concessionria outorgue a outra, no todo ou em parte, a ttulo transitrio, bens de sua
propriedade. Isso pode ser feito mediante arrendamento ou por qualquer outra forma contratual. Nesse
caso, haver sucesso trabalhista, e a primeira concessionria ser sucedida pela segunda concessionria
(sucessora). Quando essa sucesso se opera, duas situaes podem ocorrer:
1) APS a entrada em vigor da concesso, ocorre a resciso do contrato de trabalho de um empregado:
nesse caso, como j se operou a sucesso, caber sucessora (segunda concessionria) responder pelosdireitos decorrentes do contrato de trabalho.
Acontece que, como a primeira concessionria (sucedida) ainda subsiste, e a transferncia dos bens se
d apenas transitoriamente, o Tribunal Superior do Trabalho entende que ela permanecer responsvel,
subsidiariamente, pelos direitos trabalhistas de seus ex-empregados contrados at a data da concesso.
2) A resciso do contrato de trabalho se deu ANTES da vigncia da concesso: como, no momento
da extino do contrato de trabalho, ainda no havia sido pactuada a concesso (ou seja, a segunda
concessionria ainda no havia sucedido a primeira), a responsabilidade pelos direitos dos trabalhadoresser exclusiva da primeira concessionria.
Perceba que essa hiptese excepciona a regra geral de que a sucessora responde inclusive pelos dbitos
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
35/103Pgina - 35
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
de contratos de trabalho extintos antes da sucesso.
Tudo isso est previsto na OJ 225 da SDI-1 do TST:
CONTRATO DE CONCESSO DE SERVIO PBLICO. RESPONSABILIDADE TRABALHISTA.Celebrado contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa (primeira
concessionria) outorga a outra (segunda concessionria), no todo ou em parte, mediante
arrendamento, ou qualquer outra forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade:
I - em caso de resciso do contrato de trabalho aps a entrada em vigor da concesso, a segunda
concessionria, na condio de sucessora, responde pelos direitos decorrentes do contrato de
trabalho, sem prejuzo da responsabilidade subsidiria da primeira concessionria pelos dbitos
trabalhistas contrados at a concesso;
II - no tocante ao contrato de trabalho extinto antes da vigncia da concesso, a responsabilidade
pelos direitos dos trabalhadores ser exclusivamente da antecessora.
Sucesso trabalhista e grupo econmico. Nos grupos econmicos (que se conguram quando duas ou
mais empresas esto sob a direo, controle ou administrao de outra, constituindo grupo industrial,
comercial ou de qualquer outra atividade econmica), a responsabilidade entre as empresas que o
compem ser solidria quanto ao adimplemento das obrigaes trabalhistas (art. 2, 2, CLT).
Diante disso, surge a dvida: como ca a responsabilidade do sucessor de empresa que integra grupoeconmico? Ela abrange os dbitos trabalhistas apenas da empresa efetivamente adquirida, ou tambm
das demais empresas que, embora no adquiridas, compem o mesmo grupo?
O TST pacicou a questo por meio da OJ n. 411 da SDI-1, no sentido de que, em regra, o sucessor
responder apenas pelos dbitos trabalhistas da empresa que efetivamente adquiriu. Para evitar fraudes,
entretanto, exige que a empresa devedora direta (sucedida) seja solvente e idnea economicamente na
poca da sucesso.
Em contrapartida, o sucessor responder solidariamente pelos dbitos tambm de empresa no adquirida,
integrante do mesmo grupo econmico da sucedida, nas seguintes hipteses: 1) se, poca da sucesso,a empresa sucedida era inidnea economicamente ou insolvente; 2) se houver m-f; 3) se houver fraude
na sucesso. Veja o teor da OJ:
411. SUCESSO TRABALHISTA. AQUISIO DE EMPRESA PERTENCENTE A GRUPO
ECONMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDRIA DO SUCESSOR POR DBITOS TRABALHISTAS
DE EMPRESA NO ADQUIRIDA. INEXISTNCIA. O sucessor no responde solidariamente
por dbitos trabalhistas de empresa no adquirida, integrante do mesmo grupo econmico
da empresa sucedida, quando, poca, a empresa devedora direta era solvente ou idnea
economicamente, ressalvada a hiptese de m-f ou fraude na sucesso.
Com essas informaes, podemos resolver a questo. Vamos aos itens:
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
36/103Pgina - 36
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
Alternativa a. Errada. Como explicado, embora a primeira concessionria realmente permanea
subsidiariamente responsvel pelos dbitos trabalhistas de seus ex-empregados, essa responsabilidade
se limita apenas aos dbitos contrados at a concesso, e no a todo o perodo.
Alternativa b. Errada. Excepcionando a regra, a responsabilidade pelos contratos de trabalho extintos
antes da concesso, nesse caso, ser exclusiva da primeira concessionria.
Alternativa c. Correta, vide julgado.
Alternativa d. Errada. Nesse caso, o sucessor s responde pelos dbitos da empresa que, de fato, adquiriu.
Alternativa e. Errada. A fraude, como visto, uma das hipteses de exceo regra geral, fazendo que
o sucessor responda solidariamente tambm pelos dbitos trabalhistas de empresa que no adquiriu,
integrante do mesmo grupo econmico da sucedida.
GABARITO: ALTERNATIVA (C)
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
6. Quanto ao recurso de embargos do art. 894 da CLT, assinale a alternativa que comporta uma
armativa errada:
a) Da deciso denegatria dos embargos caber agravo, no prazo de 8 (oito dias).
b) As decises de Turmas contrrias a orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho no so atacveis por meio de embargos.
c) No se considera divergncia apta a ensejar os embargos aquela j ultrapassada por
smula do Supremo Tribunal Federal, ainda que no vinculante.
d) O Ministro Relator denegar seguimento aos embargos se a deciso recorrida estiver em
consonncia com smula de jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho; o mesmo serfeito se for constatada irregularidade de representao no recurso;
e) Cabem embargos para a Seo de Dissdios Individuais de deciso de Turma proferida
em agravo em recurso de revista, nos termos do art. 894, II, da CLT.
COMENTRIO
Com a edio da lei n. 13.015 de 2014, foram implementadas algumas modicaes na CLT, alterando
parte da sistemtica dos recursos na justia do trabalho. Como a mudana recente, muito provvelque seja abordada nas prximas provas, tornando imprescindvel a sua leitura integral (vrias vezes).
Essa questo foi elaborada para familiarizar o candidato com algumas dessas mudanas. Vejamos.
-
7/24/2019 ROD-GTR-CEI-PGE-PGM
37/103Pgina - 37
CEI-PGE/PGMPROCURADORIASESTADUAIS MUNICIPAIS
RODADA GRATUITA - 12/08/2015
O art. 894 da CLT dispe que cabem embargos no Tribunal Superior do Trabalho, no prazo de 8 (oito)
dias, nas seguintes hipteses:
a) de deciso no unnime de julgamento que conciliar, julgar ou homologar conciliao em dissdioscoletivos que excedam a competncia territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever
as sentenas normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e
b) das decises das Turmas que divergirem entre si ou das decises proferidas pela Seo de Dissdios
Individuais, ou contrrias a smula ou orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou
smula vinculante do Supremo Tribunal Federal.
Na sistemtica da lei anterior (L. 11.496 de 2007), somente eram atacveis por meio de embargos as
decises das Turmas que divergissem entre si ou das decises proferidas pela Seo de Dissdios
Individuais. Com a edio da Lei n. 13.015 de 2014, no entanto, as hipteses foram ampliadas, passando
a abranger tambm decises de Turmas contrrias a:
- smula do Tribunal Superior do Trabalho;
- orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou;
- smula vinculante do Supremo Tribunal Federal.
Veja o quadro comparativo:
Lei 11.496/2007 Lei n 13.015, de 2014
II - das decises das Turmas que divergirem en-tre si, ou dasdecises proferidas pela Seo de Dissdios Individuais, salvose a deciso recorrida estiver em consonncia com smulaou orienta-o jurisprudencial do Tribunal Superior do Tra-balho ou do Supremo Tribunal Federal.
II - das decises das Turmas que divergirem entre si ou dasdecises proferidas pela Seo de Dissdios Individuais, oucontrrias a smula ou orie