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    RECADO IMPORTANTE: proibida a reproduo deste material, ainda que sem ns lucrativos. O CEIpossui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usurio.O descumprimento dessa orientao acarretar na sua excluso do Curso. Agradecemos pela suagentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.

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    PROFESSORES

    lvaro Veras Coordenador do Curso e Professor de Direito Constitucional e DireitoAdministrativo.Foi aprovado nos concursos de Procurador do Estado do Rio Grande Norte (2015 2 lugar, antesdos ttulos), Procurador do Estado da Bahia (2014 12 lugar), Procurador do Estado do Piau,Procurador do Estado do Paran, Defensor Pblico do Estado do Cear (2015 5 lugar, antes dosttulos) e Defensor Pblico Federal (2015 17 lugar).

    Natalia Maia Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho.Procuradora do Estado de Gois. Aprovada no concursos da PGE-BA e da PGE-RN. Ps-graduandaem Direito Processual pela PUC-MG. Bacharel em Direito pela UFC.

    Frederico Martins Direito Tributrio e Direito Ambiental.Procurador Federal em Braslia (Concurso de 2013 aprovado em 4 lugar). Aprovado no concursoda PGE-RN (2015, 3 lugar, antes dos ttulos). Ex-Assessor da Vice-Procuradora-Geral da Repblica.Especialista em Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera. Bacharel em Direito pela UFC.

    Kaoye Guazina Oshiro Direito Civil, Direito Processual Civil e Direito Empresarial.Procurador do Estado do Mato Grosso do Sul. Ex-Analista Judicirio do TJ-MS. Aprovado no concursode Procurador do Estado do Piau (2014 42 lugar), Procurador do Estado do Paran, alm de teroutras aprovaes como Analista Judicirio Ocial de Justia Avaliador do TRF 3 Regio (2013 7lugar), Tcnico Oramentrio do MPU (2010 10 lugar) e Tcnico Judicirio do TRT 24 Regio (2010 54 lugar), do STM (2010 13 lugar) e do TJ-MS (2009 1 lugar). Realiza acompanhamentos

    personalizados para concursos no curso Ouse Saber. Bacharel em Direito pela UFMS.

    Lucas Oliveira Direito Penal e Direito Processual Penal.Procurador Municipal em exerccio. Aprovado no concurso de Procurador do Municpio de So Paulo.Aprovado no concurso de Procurador do Estado do Paran. Aprovado no concurso de Procurador doEstado do Rio Grande do Norte. Aprovado nos concursos de Ocial de Justia Avaliador Federal doTrabalho (TRT-SC, 11 lugar, TRT-GO, 8 lugar). Aprovado no concurso de Delegado da Policia Civildo Estado do Espirito Santo (no fez curso de formao). Especialista em Ciencias Criminais pela

    Universidade Anhanguera.

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    Jorge Mara OttoniProcurador Autrquico. Aprovado nos seguintes concursos pblicos: Procurador da Assembleia Legislativa de Gois (1colocado). Procurador do Municpio de So Paulo. Procurador do Banco Central. Procurador Federal (AGU).Procurador do Municpio de Niteri. Procurador da Cmara do Municpio de So Paulo. Procuradordo Municpio de Atibaia (2 colocado). Procurador do Municpio de Limeira (1 colocado empate).Procurador do Municpio de Jundia. Procurador do Municpio de Taboo da Serra (1 colocadoantes dos ttulos). Procurador do Municpio de Araras (2 colocado). Advogado da CompanhiaPaulista de Obras e Servios. Advogado SP Urbanismo (3 colocado). Procurador Instituto dePrevidncia de Ilhabela (1 colocado). Advogado Dataprev. Procurador Geral da Cmara deCaieiras. Bacharel em Direito pela USP.

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    SUMRIO

    QUESTES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO............................................................................5

    DIREITO PENAL...........................................................................................................................................5DIREITO PROCESSUAL PENAL................................................................................................................6DIREITO DO TRABALHO...........................................................................................................................6DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO................................................................................................7DIREITO TRIBUTRIO................................................................................................................................8DIREITO AMBIENTAL.................................................................................................................................9DIREITO EMPRESARIAL...........................................................................................................................10DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................................................................................10DIREITO CIVIL.............................................................................................................................................11DIREITO URBANSTICO...........................................................................................................................12DIREITO PREVIDENCIRIO.....................................................................................................................12DIREITO FINANCEIRO..............................................................................................................................14DIREITO CONSTITUCIONAL..................................................................................................................14DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................16

    GABARITO DAS QUESTES OBJETIVAS.........................................................................................................18

    QUESTES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO.........................................................................19DIREITO PENAL..........................................................................................................................................19DIREITO PROCESSUAL PENAL..............................................................................................................25DIREITO DO TRABALHO.........................................................................................................................29DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.............................................................................................36DIREITO TRIBUTRIO..............................................................................................................................39DIREITO AMBIENTAL...............................................................................................................................49DIREITO EMPRESARIAL...........................................................................................................................51DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................................................................................55DIREITO CIVIL............................................................................................................................................58

    DIREITO URBANSTICO...........................................................................................................................60DIREITO PREVIDENCIRIO....................................................................................................................64DIREITO FINANCEIRO..............................................................................................................................71DIREITO CONSTITUCIONAL..................................................................................................................74DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................89

    QUESTES DISSERTATIVAS..............................................................................................................................99DIREITO DO TRIBUTRIO.......................................................................................................................99DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................99

    PEA PROFISSIONAL........................................................................................................................................101DIREITO DO TRABALHO........................................................................................................................101

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    QUESTES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO

    ORIENTAO: procure responder todas as questes com agilidade, sem consulta a nenhum material, a m de

    simular a situao encontrada em prova.

    DIREITO PENAL

    1. Acerca do direito penal aplicado Administrao Pblica, assinale a alternativa correta:

    a) Recentemente, o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou incompatvel com a Constituio

    Federal o disposto no art. 33, pargrafo 4, do Cdigo Penal (CP), verbis, O condenadopor crime contra a administrao pblica ter a progresso de regime do cumprimento da

    pena condicionada reparao do dano que causou, ou devoluo do produto do ilcitopraticado, com os acrscimos legais.,visto que o enunciado fere o direito fundamental

    liberdade do condenado

    b) No direito penal brasileiro, porquanto vericada a possibilidade de atingir a liberdade

    do indivduo, o conceito de funcionrio pblico tem interpretao restrita, o que no

    ocorre na seara administrativa.

    c) Algumas funes dotadas de relevncia jurdica, exemplo de mnus pblico, tal qual o

    defensor dativo, so consideradas pela jurisprudncia dos Tribunais Superiores como sendofuncionrios pblicos para ns penais.

    d) Suponha que o Estado do Mato Grosso contrate uma empresa de manobristas para

    estacionar os carros dos convidados em uma festa pblica. Um dos empregados subtrai,

    para si, um automvel da frota pblica. Nesse caso, por estar investido de funo pblica

    transitria, responder pelo crime do art. 312 (peculato-furto).

    e) Segundo o STJ, o estagirio de autarquia pode ser considerado funcionrio pblico tanto

    como sujeito ativo como passivo do delito.

    2. Acerca do crime de peculato (art. 312), assinale a alternativa correta.

    a) Segundo a jurisprudncia majoritria, alm de caracterizar improbidade administrativa,

    a utilizao de mo de obra pblica, originria do trabalho de um funcionrio pblico

    subalterno em proveito do superior hierrquico, pode ser enquadrado no crime de peculato.

    b) Embora aplicado em situaes excepcionais, o STJ j aceitou a incidncia do Princpio daInsignicncia ao crime de peculato.

    c) Responder por furto o funcionrio pblico que, durante a madrugada, escala a parede

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    da repartio pblica e arromba uma janela para subtrair um computador que se encontrava

    na sala do seu superior hierrquico.

    d) Segundo a doutrina, o peculato furto no se congura como hiptese de peculatoimprprio.

    e) Segundo o STF, como regra, diferentemente do crime de furto, tpica a conduta do

    chamado peculato de uso.

    DIREITO PROCESSUAL PENAL

    3. Acerca do direito processual penal, assinale a alterna correta:

    a) O assistente de acusao pode impetrar habeas corpusvisando anulao do processo

    que resultou em absolvio do acusado.

    b) O Superior Tribunal de Justia j admitiu como lcita a interceptao telefnica conduzida

    por outro rgo da administrao pblica que no a autoridade policial.

    c) Segundo o STF, imprescindvel que haja a presena de pedido expresso para a perda do

    cargo pblico na denncia nos casos de crimes cometidos contra a Administrao pblica,

    decorrendo tal necessidade de possvel violao ao princpio da congruncia.

    d) Em relao a recurso interposto pela defesa no processo penal, considera-se possvel a

    desistncia do recurso, condicionada a que no haja oposio do advogado e do prprio

    ru.

    e) Ao contrrio do que ocorre no direito processual civil, no h que se falar em reexame

    necessrio no processo penal.

    DIREITO DO TRABALHO

    4. Acerca da equiparao salarial, assinale a alternativa correta:

    a) O pleito pela equiparao salarial de trabalho intelectual juridicamente impossvel, por

    no ser passvel de avaliao objetiva quanto produtividade e perfeio tcnica.

    b) A diferena de tempo de servio entre o empregado que pleiteia a equiparao e o

    paradigma no pode ser superior a 2 (dois) anos; nesse caso, importa o tempo de serviono emprego, independentemente da funo exercida.

    c) A existncia de plano de cargos e salrios que, referendado por norma coletiva, preveja

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    critrios de promoo apenas por merecimento constitui bice equiparao salarial.

    d) A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, no gera vnculo de

    emprego com o ente da Administrao Pblica. No obstante, uma vez presente a igualdadede funes, os empregados terceirizados tero direito s mesmas verbas trabalhistas legais

    e normativas asseguradas queles contratados diretamente pelo tomador pblico de

    servios.

    e) Em razo da vedao equiparao de qualquer natureza para efeito de remunerao do

    pessoal do servio pblico, instituda pelo art. 37, XIII da CF/88, juridicamente impossvel

    a aplicao do art. 461 da CLT quando se pleiteia a equiparao salarial entre empregados

    celetistas de sociedade de economia mista.

    5. Quanto sucesso trabalhista, assinale a alternativa correta:

    a) No contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa concessionria

    outorga a uma outra, no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra

    forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade, a segunda concessionria

    responde, na condio de sucessora, pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho;

    nesse caso, a primeira concessionria ser responsvel subsidiariamente pelos dbitos

    trabalhistas relativos a todo o perodo.

    b) No contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa concessionria

    outorga a uma outra, no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra

    forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade, a segunda concessionria

    responder inclusive pelos direitos dos trabalhadores derivados de contrato de trabalho

    extinto antes da vigncia da concesso.

    c) A responsabilidade do sucessor alcana no apenas os dbitos provenientes dos

    contratos de trabalho em vigor poca da venda do fundo de comrcio, mas tambmaqueles oriundos dos contratos extintos antes da sucesso de empresas.

    d) O sucessor responde solidariamente por dbitos trabalhistas de empresa no adquirida

    que integra o mesmo grupo econmico da empresa sucedida, ainda que, poca da

    sucesso, a empresa devedora direta fosse solvente ou idnea economicamente.

    e) O sucessor no responde solidariamente por dbitos trabalhistas de empresa no

    adquirida que integra o mesmo grupo econmico da empresa sucedida, mesmo que haja

    fraude na sucesso.

    DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

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    6. Quanto ao recurso de embargos do art. 894 da CLT, assinale a alternativa que comporta uma

    armativa errada:

    a) Da deciso denegatria dos embargos caber agravo, no prazo de 8 (oito dias).

    b) As decises de Turmas contrrias a orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do

    Trabalho no so atacveis por meio de embargos.

    c) No se considera divergncia apta a ensejar os embargos aquela j ultrapassada por

    smula do Supremo Tribunal Federal, ainda que no vinculante.

    d) O Ministro Relator denegar seguimento aos embargos se a deciso recorrida estiver em

    consonncia com smula de jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho; o mesmo serfeito se for constatada irregularidade de representao no recurso;

    e) Cabem embargos para a Seo de Dissdios Individuais de deciso de Turma proferida

    em agravo em recurso de revista, nos termos do art. 894, II, da CLT.

    DIREITO TRIBUTRIO

    7. Acerca do ICMS, assinale a alternativa incorreta:

    a) Segundo o STJ, no incide ICMS na sada de equipamento do estabelecimento a ttulo

    de comodato, assim como no fato gerador do imposto a sada de mercadoria de um

    estabelecimento para outro do mesmo contribuinte, ainda que os estabelecimentos sejam

    situados em Estados distintos.

    b) Conforme entendimento sumulado do STF, inexistindo lei estadual instituidora, ilegtima

    a cobrana de ICMS sobre o fornecimento de alimentao e bebidas em restaurante ou

    estabelecimento similar.

    c) inconstitucional a cobrana de ICMS sobre o transporte areo interestadual de

    passageiros.

    d) De acordo com a Lei Complementar n. 87/96,incide ICMS sobre a prestao de servios de

    transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias

    ou valores.

    e) Na hiptese em que determinada Igreja Catlica adquira computador de empresa comoconsumidora nal, no haver incidncia do ICMS na operao, em virtude da imunidade

    religiosa prevista na Constituio Federal.

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    8. Acerca dos impostos sobre a propriedade, julgue os itens a seguir e assinale a alternativa

    correta:

    I. Com base no princpio da isonomia, inconstitucional norma que conceda iseno deIPVA a ociais de justia do Estado que utilizem veculos prprios para o desempenho de

    suas funes.

    II. Sob a perspectiva esttica, o IPTU imposto que no possui carter conscatrio.

    III. O imposto sobre a propriedade territorial rural ITR, no obstante seja de competncia

    da Unio, pode ser scalizado e cobrado por Municpio. Trata-se de hiptese de delegao

    da capacidade tributria ativa a ser rmada por meio de convnio.

    a) Apenas I e II esto corretas.

    b) Apenas I e III esto corretas.

    c) Apenas II e III esto corretas.

    d) Apenas I est correta.

    e) Apenas II est correta.

    DIREITO AMBIENTAL

    9. Acerca dos objetivos das Unidades de Conservao de Proteo Integral, assinale a alternativa

    correta:

    a) A Reserva Biolgica tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram

    condies para a existncia ou reproduo de espcies ou comunidades da ora local e da

    fauna residente ou migratria.

    b) O Parque Nacional tem como objetivo bsico preservar stios naturais raros, singulares

    ou de grande beleza cnica.

    c) O Monumento Natural tem como objetivo bsico a preservao de ecossistemas naturais

    de grande relevncia ecolgica e beleza cnica, possibilitando a realizao de pesquisas

    cientcas e o desenvolvimento de atividades de educao e interpretao ambiental, de

    recreao em contato com a natureza e de turismo ecolgico.

    d) A Estao Ecolgica tem como objetivo a realizao de pesquisas cientcas e a

    preservao da natureza.

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    e) O Refgio de Vida Silvestre tem como objetivo a preservao integral da biota e

    demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferncia humana direta ou

    modicaes ambientais, excetuando-se as medidas de recuperao de seus ecossistemas

    alterados e as aes de manejo necessrias para recuperar e preservar o equilbrio natural,a diversidade biolgica e os processos ecolgicos naturais.

    DIREITO EMPRESARIAL

    10. A respeito do direito cambirio, sua evoluo histria, princpios, caractersticas e classicao,

    assinale a alternativa CORRETA:

    a) A doutrina costuma dividir a evoluo do direito cambirio em trs perodos histricos

    distintos, a comear pelo italiano, cuja origem ocorreu durante a idade mdia nas cidades

    martimas italianas, seguido pelo francs, cujo destaque foi o surgimento da clusula

    ordem e a criao do instituto do endosso, at chegar no atual perodo denominado de

    alemo, que se iniciou com a edio, em 1848, da Ordenao Geral do Direito Cambirio.

    b) A aplicao do subprincpio da abstrao independe da circulao do ttulo de crdito,

    razo pela qual no possvel se discutir a causa que lhe deu origem ainda que a relao

    jurdica seja travada entre os prprios sujeitos que participaram da relao originria.

    c) Segundo a classicao moderna, os ttulos de crdito nominais so aqueles em que se

    identica expressamente seu titular e cuja transferncia da titularidade somente pode ser

    feita por meio de endosso.

    d) De acordo com entendimento jurisprudencial dominante, o ttulo de crdito emitido ou

    aceito com omisses ou, ainda, em branco, deve ser considerado nulo por possibilitar ao

    credor, ainda que de boa-f, o seu preenchimento de maneira unilateral, em prejuzo do

    devedor.

    e) Ainda que prescrita a pretenso executiva de uma nota promissria ou de um cheque,

    cabvel o ajuizamento de ao monitria em face do seu emitente no prazo de 5 (cinco)

    anos, a contar do dia seguinte ao vencimento do ttulo (caso da nota promissria) e do dia

    seguinte data de emisso estampada na crtula (no caso do cheque).

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL

    11. Analise as armaes abaixo, referentes ao sistema recursal no mbito do processo civil:

    I. Segundo entendimento jurisprudencial dominante, a Fazenda Pblica no dispe de

    prazo em dobro para interpor recurso sob a forma adesiva, uma vez que a sua interposio

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    deve ocorrer no prazo que a parte dispe para apresentar contrarrazes, o qual computado

    de forma simples.

    II. Por fora do princpio da unirrecorribilidade, vedada a interposio de um nicorecurso para impugnar mais de uma deciso, assim como vedada, em regra, a interposio

    de mais de um recurso para impugnar a mesma deciso.

    III. De acordo com a jurisprudncia do STF, os embargos de declarao opostos objetivando

    reforma da deciso do relator, com carter infringente, devem ser convertidos em agravo

    regimental, que o recurso cabvel, por fora do princpio da fungibilidade.

    IV. No possvel a aplicao do princpio da fungibilidade para o conhecimento, como

    agravo de instrumento, de apelao interposta em face de deciso que, antes da prolatao

    da sentena, reconhece a ilegitimidade de alguma das partes.

    Est CORRETO apenaso que se arma em:

    a) II, III e IV.

    b) I e II.

    c) III e IV.

    d) II e III.

    e) IV.

    DIREITO CIVIL

    12. De acordo com o entendimento jurisprudencial dominante dos Tribunais Superiores, assinale

    a alternativa INCORRETA:

    a) Consoante autorizao expressa do Cdigo Civil de 2002, os credores de indenizao

    por morte xada na forma de penso mensal tm o direito de exigir que o causador do

    ilcito pague de uma s vez todo o valor correspondente.

    b) possvel a cumulao de benefcio previdencirio de penso por morte com penso

    civil ex delicto, no havendo que se falar em bis in idem.

    c) nula, por congurar julgamento extra petita, a deciso que condena a parte r, de

    ofcio, em ao individual, ao pagamento de indenizao a ttulo de danos sociais em favor

    de terceiro estranho lide.

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    d) As taxas de manuteno criadas por associaes de moradores no obrigam os no

    associados ou que a elas no anuram.

    e) inexigvel o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biogrcasliterrias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessria a autorizao de pessoas retratadas

    como coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes.

    DIREITO URBANSTICO

    13. Acerca da outorga onerosa do direito de construir assinale a alternativa INCORRETA:

    a) A outorga onerosa uma exceo que o Poder Pblico permite a um particular de construir

    acima do coeciente de aproveitamento previsto na rea em que se situa o imvel desdeque este particular, em contrapartida, faa uma prestao em prol do desenvolvimento das

    funes sociais da cidade e do bem-estar de seus habitantes.

    b) A doutrina no pacca acerca da natureza da contrapartida, contudo o STF j decidiu

    que a cobrana no tem natureza tributria.

    c) Muito embora a outorga onerosa seja usada primordialmente pelos Municpios, nada

    impede que o Estado Membro, excepcionalmente, venha a instituir a cobrana mediante

    previso em planos regionais de ordenao do territrio, desde que esses se amoldem

    sua competncia legal.

    d) A lei municipal pode prever hipteses de iseno da outorga onerosa, independentemente

    da necessidade de se observar os requisitos de renncia de receita da Lei de Responsabilidade

    Fiscal, ainda que a iseno seja especca.

    e) Em razo da taxatividade do art. 26 do Estatuto da Cidade, o administrador pblico que

    aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa em outras nalidades de interessesocial ou de utilidade pblica no previstas no Estatuto comete ato de improbidade

    administrativa, ainda que tais nalidades estejam denidas no plano diretor.

    DIREITO PREVIDENCIRIO

    14. Assinale a alternativa que reita corretamente o entendimento do STF e do STJ sobre o tema

    do acesso justia em matria previdenciria:

    a) Como regra, na hiptese de pretenso de restabelecimento de benefcio previdencirioanteriormente concedido o pedido poder ser formulado diretamente em juzo,

    independentemente de solicitao prvia autoridade administrativa responsvel pela

    administrao dos benefcios.

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    b) Como corolrio do requisito processual do interesse de agir, exige-se o prvio exaurimento

    da instncia administrativa para a concesso de benefcio previdencirio judicialmente.

    c) A concesso de benefcio previdencirio prescinde do prvio requerimento administrativo,uma vez que viola a garantia do acesso justia condicionar a ao anlise prvia do

    administrador, mormente considerando que a nica hiptese de curso administrativo

    forado no ordenamento brasileiro se d na justia desportiva.

    d) Segundo o STJ, o excesso de prazo na anlise do requerimento administrativo, com

    violao do princpio da razovel durao do processo administrativo, autoriza o acesso

    via judicial antes mesmo da deciso administrativa. Por outro lado, a mera resistncia da

    autarquia tese jurdica esposada acerca da concesso do benefcio, ainda que notria esistemtica, no viabiliza o acesso via judicial sem o prvio requerimento administrativo.

    e) Conforme o STJ, a recusa da autarquia previdenciria em receber o requerimento

    administrativo de concesso de benefcio previdencirio autoriza a impetrao de mandado

    de segurana com a nalidade de obrigar o recebimento do requerimento, mas no a

    discusso direta do mrito da concesso na via judicial.

    15. Acerca do regime prprio da previdncia social (RPPS) assinale a alternativa correta:

    a) Em razo do carter contributivo do sistema previdencirio, o RPPS exige contribuio

    previdenciria tanto dos servidores ativos quanto dos inativos, em porcentual idntico aos

    servidores titulares de cargos efetivos da ativa, o qual incidir sobre todos os proventos de

    aposentadoria recebidos.

    b) A contribuio dos inativos do RPPS prevista na EC 41/03 no atinge os aposentados

    previamente emenda constitucional, uma vez que, segundo o STF, a aposentadoria

    ato jurdico perfeito, gerando direito adquirido na manuteno das condies existentes

    quando da concesso da aposentadoria.

    c) O princpio da capacidade contributiva no legitima a instituio de bases de clculo

    diferenciadas para o recolhimento de contribuies previdencirias entre servidores

    pblicos estatutrios inativos da Unio e dos Estados.

    d) O regime de previdncia complementar dos servidores pblicos ser institudo por lei

    federal por intermdio de entidades fechadas de previdncia complementar, de natureza

    pblica, que oferecero aos respectivos participantes planos de benefcios somente na

    modalidade de benefcio denido.

    e) A instituio do regime de previdncia complementar dos servidores pblicos foi

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    concebida pelo constituinte derivado (EC 20/98) com o intuito de aproximar o tratamento

    jurdico do regime geral e do regime prprio, de forma a possibilitar a reduo dos proventos

    da aposentadoria do servidor ao teto do regime geral. Em razo do tratamento jurdico

    mais gravoso, o constituinte limitou o novo regime unicamente aos servidores ingressosaps a EC 20/98.

    DIREITO FINANCEIRO

    16. Acerca da execuo das decises condenatrias proferidas pelos Tribunais de Contas, assinale

    a alternativa correta:

    a) Compete aos Tribunais de Contas a execuo judicial de suas condenaes com eccia

    de ttulo executivo.

    b) Compete ao ente pblico benecirio da condenao, concorrentemente com o

    Ministrio Pblico Estadual, a execuo das condenaes proferidas pelos Tribunais de

    Contas Estaduais com eccia de ttulo executivo.

    c) As condenaes do tribunal de contas, por gozarem de eccia de ttulo executivo

    judicial, no reclamam a prvia inscrio do dbito em dvida ativa, aplicando-se, como

    regra, o rito do CPC.

    d) As execues dos ttulos executivos decorrentes de condenaes impostas pelo Tribunal

    de Contas somente podem ser propostas pelo ente pblico benecirio da condenao,

    aplicando-se o rito processual do CPC, salvo se o ente optar discricionariamente por

    inscrever o ttulo executivo em dvida ativa, hiptese em que ser possvel a aplicao da

    Lei de Execues Fiscais.

    e) A legitimidade para ajuizar execues dos ttulos executivos decorrentes de condenaes

    impostas pelo Tribunal de Contas , em princpio, do ente pblico benecirio. Contudo,no caso de o ente quedar-se inerte, instaurar-se- a competncia subsidiria do Ministrio

    Pblico Estadual.

    DIREITO CONSTITUCIONAL

    17. Em consulta pblica realizada em dezembro de 2011, foi realizado plebiscito referente diviso

    territorial do Par em trs: o prprio Estado do Par e os novos estados do Carajs e Tapajs.

    Sobre o tema - incorporao, diviso e desmembramento - de Estados e de Municpios, e o

    federalismo no Brasil, assinale a alternativa correta:

    a) Consoante entendimento do STF, o termo populao diretamente interessada que ser

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    consultada por meio do plebiscito abrange apenas a populao da rea do territrio a ser

    desmembramento, no podendo se falar em violao aos princpios da soberania popular

    e da cidadania.

    b) Consoante jurisprudncia do STF, atualmente, em face da inexistncia de lei complementar

    federal para regular o perodo de criao de Municpios, instaura-se a competncia legislativa

    plena dos Estados-membros, podendo ento ocorrer a edio de lei estadual suprir tal falta.

    c) Consoante entendimento doutrinrio, o parecer das Assemblias Legislativa dos Estados,

    no caso da criao de um novo Estado, considerado vinculativo, necessitando da aprovao

    para que o procedimento continue.

    d) Consoante entendimento doutrinrio, no se necessita da aprovao no plebiscito

    realizado para a criao de um novo Estado.

    e) Considera-se que no Brasil adotou-se um modelo de federalismo por segregao e

    cooperativo.

    18. Alvo de estudo de muitos especialistas, inegvel que hodiernamente existe sim uma

    hierarquia entre as diversas normas postas em nosso ordenamento jurdico. Uma das formas de

    fazer valer tal hierarquia a existncia do denominado controle de constitucionalidade. Tal temavem sendo, nos ltimos tempos, alvo de muitas decises por parte do STF. Sobre controle de

    constitucionalidade e a jurisprudncia da Corte Constitucional, assinale a alternativa incorreta:

    a) Consoante entendimento do STF, no devem respeitar a clusula de reserva de plenrio

    as Turmas Recursais dos Juizados Especiais.

    b) Torna-se impossvel, de acordo com entendimento dos Tribunais Superiores, por violao

    ao principio da adstrio, cumular-se pedido tpico de ADI com pedido tpico de ADC em

    uma mesma ao de controle concentrado.

    c) De acordo com entendimento reiterado do STF, no possui a Associao Nacional dos

    Magistrados Estaduais legitimidade para ingressar com ADI.

    d) Para ns de denio do conceito de subsidiariedade, essencial para o cabimento da

    ADPF, apenas aceita-se, como regra geral, as aes de controle concentrado, e no aes

    civis pblicas, aes populares e demais aes constitucionais.

    e) No se confere legitimidade recursal ao ente poltico na deciso do STF a respeito deaes de controle concentrado, mesmo que tenha sido o Governador o autor da referida

    ao.

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    DIREITO ADMINISTRATIVO

    19. Nos tempos atuais, em face de neoconstitucionalismo, os princpios vm ganhando muita

    fora no ordenamento jurdico em todas as disciplinas. Tal acontecimento no diferente no

    mbito do Direito Administrativo. Sobre princpios administrativos e a jurisprudncia dos Tribunais

    Superiores relacionada, assinale a opo incorreta:

    a) A doutrina moderna vem entendendo que a atuao da Administrao Pblica no deve

    obedincia to somente a lei, devendo tambm respeitar outros instrumentos normativos

    previstos no ordenamento jurdico, tal como a Constituio. Tal princpio vem sendo

    chamado de jurisdicidade.

    b) Correlacionada ao princpio da boa-f, a segurana jurdica deve ser vista por duas facetas:

    a objetiva e a subjetiva. Enquanto a primeira signica a inafastabilidade da estabilizao

    jurdica, a segunda sublinha o sentimento do indivduo em relao aos atos, inclusive e

    principalmente do Estado, dotados de presuno de legitimidade e aparncia de legalidade.

    c) De acordo com o princpio da autotutela, tem a Administrao o poder-dever de anular

    os seus prprios atos quando forem ilegais. No entanto, quando dessa anulao decorrer

    repercusso no campo dos direitos individuais, torna-se necessria a instaurao de

    procedimento administrativo com a garantia do contraditrio e ampla defesa, consoante a

    jurisprudncia dos Tribunais Superiores.

    d) Consoante entendimento do STJ, a Administrao Publica, notadamente pelo

    supraprincpio da preponderncia do interesse publico perante o interesse privado, no se

    submete a teoria dos atos prprios, que veda o venire contra factum proprium.

    e) despicienda a criao de lei para que ocorra a vedao do nepotismo, seja ele direto

    ou cruzado. Alm disso, consoante entendimento do STF, inconstitucional a criao de leiestadual que excepcione a prtica da vedao ao nepotismo.

    20. A respeito de atos administrativos, assine a alternativa correta:

    a) No direito pblico, tal qual no Direito Civil, o silncio deve ser tido como comportamento

    tcito, considerando-se os usos e costumes normais, aplicando-se por analogia o disposto

    no art.111 do Cdigo Civil.

    b) Consoante entendimento doutrinrio prevalecente, no se pode considerar os atosexpedidos pelas concessionrias e permissionrias como sendo ato administrativo.

    c) Os efeitos atpicos dos atos administrativos so aqueles inesperados, secundrios, no

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    desejados. Dividem-se em prodrmicos, quando atingem terceiros estranhos prtica

    do ato, e em reexos, congurado pelo dever de uma segunda autoridade se manifestar

    quando a primeira j o fez.

    d) Consoante entendimento clssico de Hely Lopes Meireles, consideram-se atos

    administrativos ordinatrios as instrues e as portarias.

    e) Dentre as modalidades de extino do ato administrativo, encontra-se a cassao, que

    ocorre quando a situao no ato contemplada no mais tolerada por uma legislao

    superveniente.

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    GABARITO DAS QUESTES OBJETIVAS

    QUESTO 1 LETRA EQUESTO 2 LETRA CQUESTO 3 LETRA BQUESTO 4 LETRA DQUESTO 5 LETRA CQUESTO 6 LETRA BQUESTO 7 LETRA EQUESTO 8 LETRA BQUESTO 9 LETRA DQUESTO 10 LETRA EQUESTO 11 LETRA CQUESTO 12 LETRA AQUESTO 13 LETRA CQUESTO 14 LETRA AQUESTO 15 LETRA CQUESTO 16 LETRA DQUESTO 17 LETRA EQUESTO 18 LETRA B

    QUESTO 19 LETRA DQUESTO 20 LETRA D

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    QUESTES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO

    PROFESSOR: LUCAS OLIVEIRAE-mail: ser adicionado na 1 rodada do curso

    DIREITO PENAL

    1. Acerca do direito penal aplicado Administrao Pblica, assinale a alternativa correta:

    a) Recentemente, o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou incompatvel com a Constituio

    Federal o disposto no art. 33, pargrafo 4, do Cdigo Penal (CP), verbis, O condenadopor crime contra a administrao pblica ter a progresso de regime do cumprimento dapena condicionada reparao do dano que causou, ou devoluo do produto do ilcito

    praticado, com os acrscimos legais.,visto que o enunciado fere o direito fundamental

    liberdade do condenado

    b) No direito penal brasileiro, porquanto vericada a possibilidade de atingir a liberdade

    do indivduo, o conceito de funcionrio pblico tem interpretao restrita, o que no

    ocorre na seara administrativa.

    c) Algumas funes dotadas de relevncia jurdica, exemplo de mnus pblico, tal qual o

    defensor dativo, so consideradas pela jurisprudncia dos Tribunais Superiores como sendo

    funcionrios pblicos para ns penais.

    d) Suponha que o Estado do Mato Grosso contrate uma empresa de manobristas para

    estacionar os carros dos convidados em uma festa pblica. Um dos empregados subtrai,

    para si, um automvel da frota pblica. Nesse caso, por estar investido de funo pblica

    transitria, responder pelo crime do art. 312 (peculato-furto).

    e) Segundo o STJ, o estagirio de autarquia pode ser considerado funcionrio pblico tanto

    como sujeito ativo como passivo do delito.

    COMENTRIO

    Item a) errado.

    O Plenrio do Supremo Tribunal Federal, por maioria, reconheceu a constitucionalidade do 4 do art.

    33 do Cdigo Penal. O referido dispositivo prev que o condenado por crime contra a administraopblica ter a progresso de regime do cumprimento da pena condicionada reparao do dano que

    causou, ou devoluo do produto do ilcito praticado, com os acrscimos legais. Fica facultado o

    parcelamento da dvida.

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    O entendimento foi exarado no agravo regimental interposto em face de deciso que indeferiu pedido

    de progresso de regime a condenado pelos crimes de peculato e corrupo passiva nos autos da AP

    470, que cou conhecida como Mensalo. A deciso foi tomada na Execuo Penal 22, Relator. Min. Luis

    Barroso.

    O que tange aventada inconstitucionalidade do dispositivo em questo, acertadamente a Corte destacou

    que em matria de crimes contra a administrao pblica como tambm nos crimes de colarinho

    branco em geral , a parte verdadeiramente severa da pena, a ser executada com rigor, haveria de

    ser a de natureza pecuniria. Esta, sim, teria o poder de funcionar como real fator de preveno, capaz

    de inibir a prtica de crimes que envolvessem apropriao de recursos pblicos. (...) a imposio da

    devoluo do produto do crime no constituiria sano adicional, mas, apenas a devoluo daquilo que

    fora indevidamente apropriado ou desviado.

    Os ministros ressaltaram que tal entendimento no fere o direito fundamental liberdade do condenado,

    visto que esse no estaria em questo, mas sim se a pena privativa de liberdade deveria ser cumprida em

    regime mais ou menos favorvel. Diante disso, afastada resta a alegao de suposta ocorrncia de priso

    por dvida.

    Ademais, a norma em comento no seria a nica, prevista na legislao penal, a ter na reparao do

    dano uma importante medida de poltica criminal. Ao contrrio, bastaria uma rpida leitura dos principais

    diplomas penais brasileiros para constatar que a falta de reparao do dano: a) pode ser causa de

    revogao obrigatria do sursis; b) impede a extino da punibilidade ou mesmo a reduo da pena,em determinadas hipteses; c) pode acarretar o indeferimento do livramento condicional e do indulto; d)

    afasta a atenuante genrica do art. 65, III, b, do CP, entre outros, armaram os ministros.

    Item b) errado.

    O art. 327, caput, do Cdigo Penal apresenta o conceito de funcionrio pblico para ns penais:

    Considera-se funcionrio pblico, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou

    sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica.

    Masson explica bem essa diferenciao. Segundo o doutrinador:

    No Direito Administrativo utiliza-se um critrio restritivo: funcionrio pblico uma espcie

    de agente administrativo, e este, por sua vez, pertence ao gnero dos agentes pblicos. No

    Direito Penal, por sua vez, valeu-se o legislador de um critrio ampliativo: a expresso

    funcionrio pblico equivale a agente pblico, na forma elencada pelo art. 327, caput, do

    Cdigo Penal. Engloba, portanto, os funcionrios pblicos em sentido estrito, os empregados

    pblicos, os servidores pblicos ocupantes de cargos em comisso, os servidores temporrios,

    os particulares em colaborao com o Poder Pblico e qualquer outra modalidade de agentepblico passvel de se apresentar. (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. 4 Ed. Editora

    Mtodo. p. 1420, formato digital).

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    O STF tambm arma que o conceito de funcionrio pblico para ns penais abrange os agentes polticos.

    Neste compasso, HC 72.465/SP, rel. Min. Celso de Mello, 1. Turma, j. 05.09.1995. No mesmo sentido: Por

    fora do art. 327 do Cdigo Penal, para efeitos penais, os agentes polticos so considerados funcionrios

    pblicos (STF: Apn 335/ES, rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, Corte Especial, j. 1..06.2005)

    Item c) errado.

    Segundo a jurisprudncia majoritria, no h que se confundir funo pblicacom encargo pblico(ou

    mnus pblico). Isso porque o encargo desempenhado apenas em determinadas situaes legais

    (inventariante, curador, etc), exercendo uma atividade transitria de auxlio ao aparato estatal. O defensor

    dativo tambm considerado um portador de mnus pblico, no podendo ser visto como funcionrio

    pblico (por no exercer tpica funo pblica). Em precedente sobre o tema, o STJ assim se manifestou:

    O defensor dativo, ao contrrio do integrante da Defensoria Pblica (art. 5., inciso LXXIV c/c

    art. 134 da CF), no exerce funo pblica, mas somente munus publicum, razo pela qual a

    sua conduta, referente cobrana indevida de honorrios, no pode ser enquadrada como

    ato de funcionrio pblico, refugindo ao mbito do Direito Penal. . (RHC 8.856/RS, rel. Min.

    Fernando Gonalves, 6. Turma, j. 16.12.1999 .

    Em outro precedente, ainda mais detalhado:

    Funcionrio Pblico Conceito jurdico-penal Advogado remunerado por convnio pblico

    Excluso do conceito- Inteligncia do art. 327 do CP O Cdigo Penal reelaborou o conceitode funcionrio pblico (art. 327). Compreende quem, embora transitoriamente ou sem

    remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica. Cargo lugar e conjunto de atribuies

    confiadas pela Administrao a uma pessoa fsica, que atua em nome do Estado. Emprego

    vnculo de algum com o Estado, regido pelas leis trabalhistas. Funo Pblica, por seu turno,

    atividade de rgo pblico que realiza fim de interesse do Estado. A advocacia no atividade

    do Estado. Ao contrrio, privada. Livre o seu exerccio, nos termos do Estatuto do Advogado.

    A advocacia no se confunde com a Defensoria Pblica. Esta instituio essencial funo

    jurisdicional do Estado, incumbindo-se da orientao jurdica e defesa, em todos os graus,dos necessitados, na forma do art. 5, LXXXIV [sic] (Const, art. 134). O defensor Pblico, ao

    contrrio do advogado exerce funo pblica. O advogado, designado para exercer a defesa de

    algum, exerce munus publicum (Lei 8.906, 14.07.1994, [sic], art. 2, 2). Assim, no exercendo

    funo pblica, no funcionrio pblico para os efeitos penais (STJ HC Rel. Luiz Vicente

    Cernicchiaro DJU 03.04.1995 RT 728/460).

    Item d) errado.

    O art. 327, 1., do Cdigo Penal assim dispe:

    Equipara-se a funcionrio pblico quem exerce cargo, emprego ou funo em entidade

    paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de servio contratada ou conveniada

    para a execuo de atividade tpica da Administrao Pblica. (grifos nossos).

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    Perceba que a gura do funcionrio pblico equiparado somente pode ocorrer caso haja prestao de

    servios tpicos da Administrao Pblica. Exemplos de servios tpicos seriam os de limpeza urbana,

    transporte coletivo. Todavia, o erro da assertiva foi mencionar uma atividade contratada (manobristas)

    sem qualquer relao com atividades tipicamenteadministrativas. Neste caso, o manobrista responderpelo crime de furto (art. 155 do CP) ou estelionato (art. 171), a depender do contexto ftico, contudo

    jamais responder pelo art. 312 (peculato).

    Item e) correto.

    Segundo o art. 327, parg. 1, do CP, verbis:

    1 - Equipara-se a funcionrio pblico quem exerce cargo, emprego ou funo em entidade

    paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de servio contratada ou conveniada

    para a execuo de atividade tpica da Administrao Pblica.

    O art. 327, 1., do Cdigo Penal, que trata do funcionrio pblico equiparado interpretada pela

    jurisprudncia dos Tribunais superiores de maneira extensiva (tanto se aplicando ao sujeito ativo do

    delito como ao sujeito passivo). Todavia, para a doutrinamajoritria, a equiparao deve se limitar quanto

    ao sujeito ativo. Tal restrio, consoante a doutrina, se explicaria porque o dispositivo legal atinente

    equiparao est localizado no do Ttulo XI da Parte Especial do Cdigo Penal, responsvel pela denio

    dos crimes praticados por funcionrio pblico contra a Administrao em geral. Entretanto, como

    destacado, esta no a posio do STF/STF. Em precedente antigo:A teor do disposto no art. 327 do Cdigo Penal, considera-se, para fins penais, o estagirio

    de autarquia funcionrio pblico, seja como sujeito ativo ou passivo do crime (Precedente do

    Pretrio Excelso). HC 52.989/AC, rel. Min. Flix Fischer, 5. Turma, j. 23.05.2006.

    GABARITO: ALTERNATIVA (E)

    2. Acerca do crime de peculato (art. 312), assinale a alternativa correta.

    a) Segundo a jurisprudncia majoritria, alm de caracterizar improbidade administrativa,a utilizao de mo de obra pblica, originria do trabalho de um funcionrio pblico

    subalterno em proveito do superior hierrquico, pode ser enquadrado no crime de peculato.

    b) Embora aplicado em situaes excepcionais, o STJ j aceitou a incidncia do Princpio da

    Insignicncia ao crime de peculato.

    c) Responder por furto o funcionrio pblico que, durante a madrugada, escala a parede

    da repartio pblica e arromba uma janela para subtrair um computador que se encontravana sala do seu superior hierrquico.

    d) Segundo a doutrina, o peculato furto no se congura como hiptese de peculato

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    imprprio.

    e) Segundo o STF, como regra, diferentemente do crime de furto, tpica a conduta do

    chamado peculato de uso.

    COMENTRIO

    Item a) errado.

    Segundo a redao do art. 312 do CP (Apropriar-se o funcionrio pblico de dinheiro, valor ou qualquer

    outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a posse em razo do cargo, ou desvi-lo, em proveito

    prprio ou alheio) no consta a identicao da apropriao de servios. Assim, conquanto possa

    caracterizar um ilcito administrativo e uma conduta mproba, no h que se falar em peculato. Esta ainterpretao da doutrina (MASSON, op. Cit. p. 1454).

    Ademais, a prestao de servios no se adequa ao conceito de bem mvel. No exemplo da assertiva,

    faltaria uma elementar tpica para a caracterizao do crime previsto no art. 312 do Cdigo Penal. No

    entanto, se o autor da ordem ou benecirio dos servios prestador for Prefeito, estar congurado o

    crime tipicado pelo art. 1., inc. II, do Decreto-lei 201/1967.

    Item b) errado.

    Segundo o STJ, impossvel a aplicao do Princpio da insignicncia aos crimes contra a AdministraoPblica (incluindo por bvio o peculato). Segundo a Corte:

    inaplicvelo princpio da insignificncia nos crimes contra a Administrao Pblica, ainda

    que o valor da leso possa ser considerado nfimo, porque a norma busca resguardar no

    somente o aspecto patrimonial, mas a moral administrativa, o que torna invivel afirmao

    do desinteresse estatal sua represso (REsp 655.946/DF, rel. Min. Laurita Vaz, 5. Turma, DJ

    26.03.2007).

    Todavia, o aluno deve lembrar que o STFj aceitoua aplicao do referido Princpio ao crime de peculato.

    Logo, necessrio observar o comando da questo. Caso mencione STJ, invivel a insignicncia.

    Lado outro, caso seja mencionado o STF, dever ser assinalada a aplicao. Segue a deciso da corte

    constitucional:

    A 2 Turma, por maioria, concedeu habeas corpus para reconhecer a aplicao do princpio

    da insignificncia e absolver o paciente ante a atipicidade da conduta. Na situao dos autos,

    ele fora denunciado pela suposta prtica do crime de peculato, em virtude da subtrao de 2

    luminrias de alumnio e fios de cobre. Aduzia a impetrao, ao alegar a atipicidade da conduta,

    que as luminrias: a) estariam em desuso, em situao precria, tendo como destino o lixo; b)seriam de valor irrisrio; e c) teriam sido devolvidas. Considerou-se plausvel a tese sustentada

    pela defesa. Ressaltou-se que, em casos anlogos, o STF teria verifcado, por inmeras vezes,a possibilidade de aplicao do referido postulado. Enfatizou-se que esta Corte j tivera

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    provimento a agravo regimental para conceder a ordem de ofcio. Observou-se que tramitaria

    no Parlamento projeto de lei para criminalizar essa conduta. (HC 108.433 AgR/MG, rel. Min.

    Luiz Fux, 1. Turma, j. 25.06.2013)

    tambm a posio adotada no mbito do Superior Tribunal de Justia:

    Analogamente ao furto de uso, o peculato de uso tambm no configura ilcito penal, to

    somente administrativo (HC 94.168/MG, rel. Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do

    TJMG), 6. Turma, j. 1..04.2008).

    Por derradeiro, importante mencionar que se o sujeito ativo for Prefeito, e somente para esta pessoa,o

    uso de bens, rendas ou servios pblicos congura o crime delineado pelo art. 1., inc. II, do Decreto-lei

    201/1967.

    GABARITO: ALTERNATIVA (C)

    DIREITO PROCESSUAL PENAL

    3. Acerca do direito processual penal, assinale a alterna correta:

    a) O assistente de acusao pode impetrar habeas corpusvisando anulao do processo

    que resultou em absolvio do acusado.

    b) O Superior Tribunal de Justia j admitiu como lcita a interceptao telefnica conduzida

    por outro rgo da administrao pblica que no a autoridade policial.

    c) Segundo o STF, imprescindvel que haja a presena de pedido expresso para a perda do

    cargo pblico na denncia nos casos de crimes cometidos contra a Administrao pblica,

    decorrendo tal necessidade de possvel violao ao princpio da congruncia.

    d) Em relao a recurso interposto pela defesa no processo penal, considera-se possvel a

    desistncia do recurso, condicionada a que no haja oposio do advogado e do prprio

    ru.

    e) Ao contrrio do que ocorre no direito processual civil, no h que se falar em reexame

    necessrio no processo penal.

    COMENTRIO

    Item a) errado.

    O habeas corpus dever ser utilizado apenas como o to de melhorar a situao do ru, nunca para

    pior-la, ainda que seja para buscar uma anulao do processo. Segundo precedente do STJ:

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    No se presta o writ para amparar pretenso contrria aos interesses do ru, manejada pela

    assistente de acusao, no sentido de que seja restabelecida condenao que restou afastada

    pelo e. Tribunal a quo. (STJ, HC 46.080/PA, 5. Turma, DJ 01.08.2006).

    Segundo voto do Ministro Felix Fischer:

    Com efeito, ressabido que o remdio herico do habeas corpus , de assento constitucional,

    volta-se tutela da liberdade ambulatria , donde se conclui pela sua inadmissibilidade se no

    houver atentado liberdade de locomoo do indivduo .

    In casu , trata-se de pretenso da assistente de acusao, buscando a reforma do v. acrdo

    proferido pelo e. Tribunal a quo em que restou absolvido o ru, para restabelecer a condenao

    imposta pelo Juzo de primeiro grau.

    No se vislumbra, portanto, hiptese em que seria admissvel a impetrao do presente remdio

    constitucional, ex vi do art. 5, inciso LXVIII, da Lex Fundamentalis , e do art. 647do Cdigo de

    Processo Penal.

    Item b) correto.

    A 5 Turma do STJ, ao denegar, por maioria, o HC 131.836/RJ, orientou-se no sentido de que

    interceptaes telefnicas amparadas em ordem judicial podem ser conduzidas por outro

    rgo da administrao pblica que no seja a autoridade policial. Na hiptese, pretendia aimpetrante a cassao do despacho de recebimento da denncia, sustentando a ilegalidade das

    interceptaes telefnicas realizadas pela Coordenadoria de Inteligncia do Sistema Penitencirio

    (Cispen), rgo da Secretaria de Administrao Penitenciria do Rio de Janeiro. De acordo com

    o Relator, Min. Jorge Mussi, o art. 6. da Lei 9.296/1996 no deve ser interpretado de maneira

    muito restritiva, pena de restarem inviabilizadas as interceptaes telefnicas nas unidades da

    federao que no dispem da estrutura necessria efetivao da medida. Salientou, ainda,

    que o art. 7. da referida lei autoriza a realizao dos procedimentos de interceptao telefnica

    por concessionrias de telefonia, no havendo motivos para proibir atuao equivalente por

    parte dos rgos da prpria administrao pblica. STJ, HC 141.062/RS, DJ 03.11.2011; RHC

    25.263/SP, DJ 05.12.2011

    O STF tambm possui entendimento de que no h necessidade que a interceptao telefnica seja

    realizada apenas pela polcia civil.

    A 2 Turma indeferiu habeas corpus em que se alegava nulidade de interceptao telefnica

    realizada pela polcia militar em suposta ofensa ao art. 6 da Lei 9.296/96 (Deferido o pedido,

    a autoridade policial conduzir os procedimentos de interceptao, dando cincia ao Ministrio

    Pblico, que poder acompanhar a sua realizao). Na espcie, diante de ofcio da polciamilitar, dando conta de suposta prtica dos crimes de rufianismo, manuteno de casa de

    prostituio e submisso de menor explorao sexual, a promotoria de justia requerera

    autorizao para interceptao telefnica e filmagens da rea externa do estabelecimento da

    http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
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    paciente, o que fora deferida pelo juzo.Asseverou-se que o texto constitucional autorizaria

    interceptao telefnica para fins de investigao criminal ou de instruo processual penal, por

    ordem judicial, nas hipteses e na forma da lei (CF, art. 5, XII). Sublinhou-se que seria tpica

    reserva legal qualificada, na qual a autorizao para interveno legal estaria submetida condio de destinar-se investigao criminal ou instruo processual penal. Reconheceu-sea possibilidade excepcional de a polcia militar, mediante autorizao judicial, sob superviso doparquet, efetuar a mera execuo das interceptaes, na circunstncia de haver singularidadesque justifcassem esse deslocamento, especialmente quando, como no caso, houvesse suspeita

    de envolvimento de autoridades policias da delegacia local. Consignou-se no haver ilicitude, j

    que a execuo da medida no seria exclusiva de autoridade policial, pois a prpria lei autorizaria

    o uso de servios e tcnicos das concessionrias (Lei 9.296/96, art. 7) e que, alm de sujeitar-se

    a ao controle judicial durante a execuo, tratar-se-ia apenas de meio de obteno da prova(instrumento), com ela no se confundindo.(HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15.5.2012.)

    Item c) incorreto.

    O art. 92 do CP trata das hiptese de efeitos penais da condenao.

    Art. 92 - So tambm efeitos da condenao:

    I - a perda de cargo, funo pblica ou mandato eletivo:

    a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, noscrimes praticados com abuso de poder ou violao de dever para com a Administrao Pblica;

    b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos

    demais casos.

    Entre tais efeitos encontra-se a perda do cargo, funo pblica ou mandato eletivo (incisos I e

    II). Todavia, tal consequncia no obrigatria, devendo ser motivada pelo Juiz no momento

    de sentenciar. Alm de no ser consequncia obrigatria da pena, a perda do cargo/funo/

    mandato, segundo o Supremo no precisa estar descrita na queixa/denncia, j que sendo a

    perda do cargo pblico, conforme disposto no artigo 92 do Cdigo Penal, consequncia da

    condenao, mostra-se dispensvel a veiculao, na denncia ou queixa, de pedido visando

    implementao (STF, HC 93.515/PR, DJ 01.07.2009).

    Item d) errado.

    No processo penal, a interposio de um recurso visa a melhorar a situao do ru. Destarte, havendo

    divergncia entre a vontade do ru e do seu defensor em recorrer, dar-se- prevalncia interposio

    recursal. Noberto Avena comentando esse entendimento assim dispe:

    Se o advogado, mesmo que lhe tenha sido outorgada procurao com poderes especiais neste

    sentido, desistir do recurso interposto ou renunciar ao direito de recorrer, dever o magistrado

    determinar a intimao pessoal do ru, fixando-lhe prazo para que se manifeste caso no

    http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96986&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=Mhttp://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=96986&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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    concorde com o procedimento do defensor. Por outro lado, efetivada a desistncia ou a renncia

    pelo prprio ru, seu advogado dever ser intimado quanto a esta atitude do acusado. Na

    oposio de um ou outro, prevalecer a vontade de quem deseja prosseguir ou intentar o

    recurso, at mesmo porque o tribunal, vedada a reformatio in pejus, no poder agravar asituao do condenado diante de recurso exclusivo da defesa. (AVENA, Norberto. Processo

    Penal Esquematizado. 6 edio. Editora Mtodo, p. 3597, Formato digital).

    Outro no o entendimento da jurisprudncia, por todos:

    PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO TENTADO. APELAO. DIVERGNCIA ENTRE

    RU E DEFENSOR.

    I - Havendo conflito entre o ru, que renunciou ao direito de recorrer da sentena condenatria,

    e o seu defensor, que interps apelao, deve prevalecer a manifestao deste, tendo em vista

    que, por ter conhecimentos tcnicos, em tese, est em melhores condies para avaliar a

    necessidade da impugnao (Precedentes).

    II - A renncia do ru ao direito de apelao, manifestada sem a assistncia do defensor,

    no impede o conhecimento da apelao por este interposta (Smula n. 705 - STF) .

    Writ concedido. (HC 69792 SP, 5 Turma do STJ, Rel. Felix Fischer, julgado em 03.04.2007).

    Item e) errado.

    Tal qual no direito processual civil, h que se falar em reexame necessrio ou recurso ex officiono processo

    penal. O reexame necessrio ocorre nas hipteses em que ainda que no haja o recurso voluntrio,

    obrigatoriamente dever a deciso ser encaminhada pelo juiz prolator ao tribunal competente para a

    reanlise. Embora haja algumas vozes destacando sua possvel inconstitucionalidade, o entendimento

    prevalente pela sua admisso (inclusive no STF/STJ). Vejam:

    PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. DECISO CONCESSIVA DE HABEAS CORPUS.

    REMESSA DE OFCIO (ART. 574, INCISO I, DO CPP). DISPOSITIVO NO REVOGADO PELO ART.

    129, INCISO I, DA CF/88.Na linha de precedentes do Pretrio Excelso, o reexame necessrio previsto no art. 574 do CPP

    no foi tacitamente revogado pelo art. 129, inciso I, da Constituio Federal, devendo o juiz de

    primeiro grau remeter a deciso que conceder habeas corpus apreciao da instncia superior.

    Recurso provido.

    (STJ, 5 Turma, REsp 760.221/PA, Rel. Min. FELIX FISCHER, j. 15.12.2005, DJ27.03.2006)

    HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICDIO QUALIFICADO. RECURSO

    EX OFFICIO: ALEGAO DE QUE NO MAIS EXISTE NO ORDENAMENTO JURDICO, PREVISTO

    PARA A DECISO QUE ABSOLVE SUMARIAMENTE O RU (CPP, ARTS. 411 E 574, II), POR TER

    SIDO REVOGADO PELO ART. 129, I, DA CONSTITUIO.

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    1. O impropriamente denominado recurso ex ofcio no foi revogado pelo art. 129, I, da

    Constituio, que atribui ao Ministrio Pblico a funo de promover, privativamente, a ao

    penal, e, por extenso, a de recorrer nas mesmas aes.

    2. A pesquisa da natureza jurdica do que se contm sob a expresso recurso

    ex ofcio revela que se trata, na verdade, de deciso que o legislador submete a duplo grau de

    jurisdio, e no de recurso no sentido prprio e tcnico.

    3. Habeas corpus conhecido, mas indeferido. (STF, 2 Turma, HC 74.714/PI, Rel. Min. MAURCIO

    CORRA, j. 24.06.1993, DJ22.08.1997)

    O reexame necessrio tem previso no art. 574 (deciso concessiva de habeas corpus e absolvio

    sumria) e 746, do CPP (deciso que defere reabilitao criminal), bem como em leis especiais.

    Alm das previses existentes no mbito do Cdigo de Processo Penal (concesso do habeas corpus,

    absolvio sumria e deferimento de reabilitao criminal), o reexame necessrio tambm est

    contemplado na legislao especial, nas seguintes hipteses:

    Deciso judicial que ordena, a pedido do Ministrio Pblico, o arquivamento de inqurito

    policial que tenha investigado crimes contra economia popular ou sade pblica (art. 7.

    da Lei 1.521/1951).

    Sentena absolutria em processo criminal que tenha apurado crimes contra economiapopular ou sade pblica (art. 7. da Lei 1.521/1951).

    Sentena que conceder a segurana (art. 14, 1., da Lei 12.016/2009):Trata-se de hiptese

    prevista na Lei 12.016/2009, reproduzindo a regra existente no art. 12, pargrafo nico, da revogada

    Lei 1.533/1951.

    GABARITO: ALTERNATIVA (B)

    PROFESSOR: NATALIA MAIAE-mail: ser adicionado na 1 rodada do curso

    DIREITO DO TRABALHO

    4. Acerca da equiparao salarial, assinale a alternativa correta:

    a) O pleito pela equiparao salarial de trabalho intelectual juridicamente impossvel, porno ser passvel de avaliao objetiva quanto produtividade e perfeio tcnica.

    b) A diferena de tempo de servio entre o empregado que pleiteia a equiparao e o

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    paradigma no pode ser superior a 2 (dois) anos; nesse caso, importa o tempo de servio

    no emprego, independentemente da funo exercida.

    c) A existncia de plano de cargos e salrios que, referendado por norma coletiva, prevejacritrios de promoo apenas por merecimento constitui bice equiparao salarial.

    d) A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, no gera vnculo de

    emprego com o ente da Administrao Pblica. No obstante, uma vez presente a igualdade

    de funes, os empregados terceirizados tero direito s mesmas verbas trabalhistas legais

    e normativas asseguradas queles contratados diretamente pelo tomador pblico de

    servios.

    e) Em razo da vedao equiparao de qualquer natureza para efeito de remunerao do

    pessoal do servio pblico, instituda pelo art. 37, XIII da CF/88, juridicamente impossvel

    a aplicao do art. 461 da CLT quando se pleiteia a equiparao salarial entre empregados

    celetistas de sociedade de economia mista.

    COMENTRIO

    A questo trata da equiparao salarial, disciplinada pelo art. 461 da CLT. Segundo o dispositivo, sendo

    idntica a funo, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade,

    corresponder igual salrio, sem distino de sexo, nacionalidade ou idade.

    Trabalho de igual valor aquele feito com igual produtividade e com a mesma perfeio tcnica (art. 461,

    1, CLT). Para o TST, no entanto, mesmo os trabalhos intelectuais podem ser avaliados por sua perfeio

    tcnica, a ser aferida por critrios objetivos. Veja o teor da Smula 6 do TST:

    Smula 6 do TST: VII Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, possvel a

    equiparao salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeio tcnica,

    cuja aferio ter critrios objetivos.

    O item a da questo, portanto, deve ser descartado.

    Ainda segundo a redao do 1 do art. 461, a diferena de tempo de servio entre aquele que pretende

    a equiparao e o paradigma no pode ser superior a dois anos. Como, para efeitos de equiparao, o

    empregado e o paradigma devem exercer a mesma funo e desempenhar as mesmas tarefas (ainda

    que os cargos por eles ocupados tenham denominaes diferentes), deve-se contar o tempo de servio

    na funo e no no emprego:

    Smula 6 do TST:

    II - Para efeito de equiparao de salrios em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de

    servio na funo e no no emprego.

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    III - A equiparao salarial s possvel se o empregado e o paradigma exercerem a mesma

    funo, desempenhando as mesmas tarefas, no importando se os cargos tm, ou no, a

    mesma denominao.

    Observe que o pedido de equiparao pode versar sobre situao pretrita, no sendo necessrio que o

    reclamante e o paradigma estejam a servio do estabelecimento no momento da reclamao:

    IV - desnecessrio que, ao tempo da reclamao sobre equiparao salarial, reclamante e

    paradigma estejam a servio do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situao

    pretrita.

    O item b, portanto, est igualmente errado.

    O 2 do mesmo artigo dispe que no prevalecero os seus dispositivos quando o empregador tiverpessoal organizado em quadro de carreira, sendo que, nessa hiptese, as promoes devero obedecer

    aos critrios de antiguidade e merecimento.

    Para esse m, o quadro de pessoal organizado em carreira dever ser homologado pelo Ministrio do

    Trabalho. A exigncia de homologao, no entanto, no se aplica ao quadro de carreira das entidades

    de direito pblico da administrao direta, autrquica e fundacional aprovado por ato administrativo da

    autoridade competente. Nesse sentido, o item I da Smula 6 do TST:

    I - Para os fins previstos no 2 do art. 461 da CLT, s vlido o quadro de pessoal organizado emcarreira quando homologado pelo Ministrio do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigncia

    o quadro de carreira das entidades de direito pblico da administrao direta, autrquica e

    fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente.

    Note que o artigo fala em critrios de antiguidade e merecimento. Questionava-se, portanto, se as

    promoes poderiam ser denidas com base exclusivamente em um ou outro critrio ou se teria que

    abarcar ambos. A controvrsia foi solucionada com a edio da OJ 418 da SDI-I do TST, que determinou

    que o plano de cargos e salrios deve compreender os dois critrios, de maneira alternada. A adoo de

    apenas um deles, portanto, no impede a equiparao:EQUIPARAO SALARIAL. PLANO DE CARGOS E SALRIOS. APROVAO POR INSTRUMENTO

    COLETIVO. AUSNCIA DE ALTERNNCIA DE CRITRIOS DE PROMOO POR ANTIGUIDADE

    E MERECIMENTO. No constitui bice equiparao salarial a existncia de plano de cargos

    e salrios que, referendado por norma coletiva, prev critrio de promoo apenas por

    merecimento ou antiguidade, no atendendo, portanto, o requisito de alternncia dos critrios,

    previsto no art. 461, 2, da CLT.

    Esse quadro, vale dizer, embora exclua a hiptese de equiparao salarial, no obsta reclamao fundada

    em preterio, enquadramento ou reclassificao. (S. 127, TST).

    O item c, portanto, erra ao indicar que a adoo apenas do critrio de merecimento seria suciente para

    afastar a equiparao.

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    O art. 37, XIII da CF/88 veda expressamente a vinculao ou a equiparao de quaisquer espcies

    remuneratrias para efeito de remunerao de pessoal do servio pblico. Nesta senda, a equiparao

    salarial entre servidores pblicos baseada no art. 461 da CLT, ainda que contratados sob o regime da CLT,

    juridicamente impossvel. o que dispe a OJ 297 da SDI-I do TST:

    EQUIPARAO SALARIAL. SERVIDOR PBLICO DA ADMINISTRAO DIRETA, AUTRQUICA E

    FUNDACIONAL. ART. 37, XIII, DA CF/1988. O art. 37, inciso XIII, da CF/1988, veda a equiparao

    de qualquer natureza para o efeito de remunerao do pessoal do servio pblico, sendo

    juridicamente impossvel a aplicao da norma infraconstitucional prevista no art. 461 da CLT

    quando se pleiteia equiparao salarial entre servidores pblicos, independentemente de terem

    sido contratados pela CLT.

    Ocorre que as sociedades de economia mista, ao contratarem empregados sob o regime celetista,equiparam-se a empregador privado, por fora do art. 173, 1, II da CF/88 (A lei estabelecer o estatuto

    jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade

    econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios, dispondo sobre: a sujeio

    ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais

    e trabalhistas).

    Sendo assim, a elas no se aplica a vedao equiparao de que trata o art. 37, XIII da CF/88. Sobre o

    assunto, veja a smula 455 do TST:

    SMULA 455 TST. EQUIPARAO SALARIAL. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ART. 37,

    XIII, DA CF/1988. POSSIBILIDADE. sociedade de economia mista no se aplica a vedao

    equiparao prevista no art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da

    CLT, equipara-se a empregador privado, conforme disposto no art. 173, 1, II, da CF/1988.

    Como se sabe, a partir da vigncia da CF/88, a investidura em cargo ou emprego pblico na Administrao

    direta e indireta passou a depender de prvia aprovao em concurso pblico de provas ou de provas e

    ttulos, ressalvadas as excees mencionadas ao longo do texto constitucional (art. 37, II, CF/88).

    Dessa forma, embora a contratao de trabalhadores por empresa interposta ainda seja ilegal, e, como

    regra, implique na formao de vnculo diretamente com o tomador dos servios, essa situao no pode

    gerar vnculo de emprego com os rgos da Administrao Pblica direta, indireta ou fundacional, sob

    pena de burla regra dos concursos pblicos. (S. 331, I e II do TST).

    S que isso no signica dizer que pode ser desrespeitado o princpio da isonomia nas relaes rmadas

    com a Administrao Pblica. Assim, embora a contratao irregular no gere vnculo de emprego com

    ente pblico, h de se assegurar aos empregados terceirizados que exeram as mesmas funes daqueles

    contratados diretamente pela Administrao o direito s mesmas verbas trabalhistas legais e normativas

    atribudas a estes. o que diz a OJ n. 383 da SDI-I do TST:

    383. TERCEIRIZAO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIOS E DA

    TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, A, DA LEI N 6.019, DE 03.01.1974. (mantida) - Res. 175/2011,

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    DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa

    interposta, no gera vnculo de emprego com ente da Administrao Pblica, no afastando,

    contudo, pelo princpio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados s mesmas verbas

    trabalhistas legais e normativas asseguradas queles contratados pelo tomador dos servios,desde que presente a igualdade de funes. Aplicao analgica do art. 12, a, da Lei n 6.019,

    de 03.01.1974.

    Do exposto, v-se que o item d compatvel com o teor da OJ 383 da SDI-1 e que o item e incorre

    na exceo regra da impossibilidade de equiparao na administrao pblica, estando, portanto,

    incorreto.

    A smula 6 do TST teve um de seus itens alterados na sesso do Tribunal Pleno realizada em 09.06.2015,

    o que leva a crer que ser cobrada nas prximas provas de concursos que abordem o tema.

    GABARITO: ALTERNATIVA (D)

    5. Quanto sucesso trabalhista, assinale a alternativa correta:

    a) No contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa concessionria

    outorga a uma outra, no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra

    forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade, a segunda concessionria

    responde, na condio de sucessora, pelos direitos decorrentes do contrato de trabalho;nesse caso, a primeira concessionria ser responsvel subsidiariamente pelos dbitos

    trabalhistas relativos a todo o perodo.

    b) No contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa concessionria

    outorga a uma outra, no todo ou em parte, mediante arrendamento, ou qualquer outra

    forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade, a segunda concessionria

    responder inclusive pelos direitos dos trabalhadores derivados de contrato de trabalho

    extinto antes da vigncia da concesso.

    c) A responsabilidade do sucessor alcana no apenas os dbitos provenientes dos

    contratos de trabalho em vigor poca da venda do fundo de comrcio, mas tambm

    aqueles oriundos dos contratos extintos antes da sucesso de empresas.

    d) O sucessor responde solidariamente por dbitos trabalhistas de empresa no adquirida

    que integra o mesmo grupo econmico da empresa sucedida, ainda que, poca da

    sucesso, a empresa devedora direta fosse solvente ou idnea economicamente.

    e) O sucessor no responde solidariamente por dbitos trabalhistas de empresa no

    adquirida que integra o mesmo grupo econmico da empresa sucedida, mesmo que haja

    fraude na sucesso.

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    COMENTRIO

    A questo envolve aspectos polmicos da sucesso trabalhista, que consiste na alterao subjetiva do

    contrato de trabalho, com a transferncia da titularidade do negcio de um titular para outro. Como, nodireito laboral, vigora o princpio da despersonalizao do empregador, ele poder ser substitudo, ao

    longo da relao empregatcia, sem que isso gere a ruptura do vnculo.

    A sucesso do empregador gera, em regra, dois efeitos principais: a transferncia de dbitos para o

    sucessor e inalterabilidade dos contratos de trabalho.

    A CLT rege o assunto por meio dos seguintes dispositivos:

    Art. 10 - Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresa no afetar os direitos adquiridos

    por seus empregados.

    Art. 448 - A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetar os

    contratos de trabalho dos respectivos empregados.

    Uma observao importante: diferentemente da sucesso civil, a responsabilidade do sucessor alcana,

    em regra, no apenas os dbitos provenientes dos contratos de trabalho em vigor poca da venda

    do fundo de comrcio, mas tambm aqueles oriundos de contratos extintos antes da sucesso (TST-E-

    RR-93400-11.2001.5.02.0048, SBDI-I, Rel. Min Brito Pereira, dj 4.4.2013).

    Algumas das especicidades da sucesso trabalhista foram abordadas na questo. Vamos analis-las:

    Sucesso em concesso de servio pblico. possvel, nos contratos de concesso de servio pblico,

    que a empresa concessionria outorgue a outra, no todo ou em parte, a ttulo transitrio, bens de sua

    propriedade. Isso pode ser feito mediante arrendamento ou por qualquer outra forma contratual. Nesse

    caso, haver sucesso trabalhista, e a primeira concessionria ser sucedida pela segunda concessionria

    (sucessora). Quando essa sucesso se opera, duas situaes podem ocorrer:

    1) APS a entrada em vigor da concesso, ocorre a resciso do contrato de trabalho de um empregado:

    nesse caso, como j se operou a sucesso, caber sucessora (segunda concessionria) responder pelosdireitos decorrentes do contrato de trabalho.

    Acontece que, como a primeira concessionria (sucedida) ainda subsiste, e a transferncia dos bens se

    d apenas transitoriamente, o Tribunal Superior do Trabalho entende que ela permanecer responsvel,

    subsidiariamente, pelos direitos trabalhistas de seus ex-empregados contrados at a data da concesso.

    2) A resciso do contrato de trabalho se deu ANTES da vigncia da concesso: como, no momento

    da extino do contrato de trabalho, ainda no havia sido pactuada a concesso (ou seja, a segunda

    concessionria ainda no havia sucedido a primeira), a responsabilidade pelos direitos dos trabalhadoresser exclusiva da primeira concessionria.

    Perceba que essa hiptese excepciona a regra geral de que a sucessora responde inclusive pelos dbitos

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    de contratos de trabalho extintos antes da sucesso.

    Tudo isso est previsto na OJ 225 da SDI-1 do TST:

    CONTRATO DE CONCESSO DE SERVIO PBLICO. RESPONSABILIDADE TRABALHISTA.Celebrado contrato de concesso de servio pblico em que uma empresa (primeira

    concessionria) outorga a outra (segunda concessionria), no todo ou em parte, mediante

    arrendamento, ou qualquer outra forma contratual, a ttulo transitrio, bens de sua propriedade:

    I - em caso de resciso do contrato de trabalho aps a entrada em vigor da concesso, a segunda

    concessionria, na condio de sucessora, responde pelos direitos decorrentes do contrato de

    trabalho, sem prejuzo da responsabilidade subsidiria da primeira concessionria pelos dbitos

    trabalhistas contrados at a concesso;

    II - no tocante ao contrato de trabalho extinto antes da vigncia da concesso, a responsabilidade

    pelos direitos dos trabalhadores ser exclusivamente da antecessora.

    Sucesso trabalhista e grupo econmico. Nos grupos econmicos (que se conguram quando duas ou

    mais empresas esto sob a direo, controle ou administrao de outra, constituindo grupo industrial,

    comercial ou de qualquer outra atividade econmica), a responsabilidade entre as empresas que o

    compem ser solidria quanto ao adimplemento das obrigaes trabalhistas (art. 2, 2, CLT).

    Diante disso, surge a dvida: como ca a responsabilidade do sucessor de empresa que integra grupoeconmico? Ela abrange os dbitos trabalhistas apenas da empresa efetivamente adquirida, ou tambm

    das demais empresas que, embora no adquiridas, compem o mesmo grupo?

    O TST pacicou a questo por meio da OJ n. 411 da SDI-1, no sentido de que, em regra, o sucessor

    responder apenas pelos dbitos trabalhistas da empresa que efetivamente adquiriu. Para evitar fraudes,

    entretanto, exige que a empresa devedora direta (sucedida) seja solvente e idnea economicamente na

    poca da sucesso.

    Em contrapartida, o sucessor responder solidariamente pelos dbitos tambm de empresa no adquirida,

    integrante do mesmo grupo econmico da sucedida, nas seguintes hipteses: 1) se, poca da sucesso,a empresa sucedida era inidnea economicamente ou insolvente; 2) se houver m-f; 3) se houver fraude

    na sucesso. Veja o teor da OJ:

    411. SUCESSO TRABALHISTA. AQUISIO DE EMPRESA PERTENCENTE A GRUPO

    ECONMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDRIA DO SUCESSOR POR DBITOS TRABALHISTAS

    DE EMPRESA NO ADQUIRIDA. INEXISTNCIA. O sucessor no responde solidariamente

    por dbitos trabalhistas de empresa no adquirida, integrante do mesmo grupo econmico

    da empresa sucedida, quando, poca, a empresa devedora direta era solvente ou idnea

    economicamente, ressalvada a hiptese de m-f ou fraude na sucesso.

    Com essas informaes, podemos resolver a questo. Vamos aos itens:

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    Alternativa a. Errada. Como explicado, embora a primeira concessionria realmente permanea

    subsidiariamente responsvel pelos dbitos trabalhistas de seus ex-empregados, essa responsabilidade

    se limita apenas aos dbitos contrados at a concesso, e no a todo o perodo.

    Alternativa b. Errada. Excepcionando a regra, a responsabilidade pelos contratos de trabalho extintos

    antes da concesso, nesse caso, ser exclusiva da primeira concessionria.

    Alternativa c. Correta, vide julgado.

    Alternativa d. Errada. Nesse caso, o sucessor s responde pelos dbitos da empresa que, de fato, adquiriu.

    Alternativa e. Errada. A fraude, como visto, uma das hipteses de exceo regra geral, fazendo que

    o sucessor responda solidariamente tambm pelos dbitos trabalhistas de empresa que no adquiriu,

    integrante do mesmo grupo econmico da sucedida.

    GABARITO: ALTERNATIVA (C)

    DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

    6. Quanto ao recurso de embargos do art. 894 da CLT, assinale a alternativa que comporta uma

    armativa errada:

    a) Da deciso denegatria dos embargos caber agravo, no prazo de 8 (oito dias).

    b) As decises de Turmas contrrias a orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do

    Trabalho no so atacveis por meio de embargos.

    c) No se considera divergncia apta a ensejar os embargos aquela j ultrapassada por

    smula do Supremo Tribunal Federal, ainda que no vinculante.

    d) O Ministro Relator denegar seguimento aos embargos se a deciso recorrida estiver em

    consonncia com smula de jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho; o mesmo serfeito se for constatada irregularidade de representao no recurso;

    e) Cabem embargos para a Seo de Dissdios Individuais de deciso de Turma proferida

    em agravo em recurso de revista, nos termos do art. 894, II, da CLT.

    COMENTRIO

    Com a edio da lei n. 13.015 de 2014, foram implementadas algumas modicaes na CLT, alterando

    parte da sistemtica dos recursos na justia do trabalho. Como a mudana recente, muito provvelque seja abordada nas prximas provas, tornando imprescindvel a sua leitura integral (vrias vezes).

    Essa questo foi elaborada para familiarizar o candidato com algumas dessas mudanas. Vejamos.

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    O art. 894 da CLT dispe que cabem embargos no Tribunal Superior do Trabalho, no prazo de 8 (oito)

    dias, nas seguintes hipteses:

    a) de deciso no unnime de julgamento que conciliar, julgar ou homologar conciliao em dissdioscoletivos que excedam a competncia territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever

    as sentenas normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e

    b) das decises das Turmas que divergirem entre si ou das decises proferidas pela Seo de Dissdios

    Individuais, ou contrrias a smula ou orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou

    smula vinculante do Supremo Tribunal Federal.

    Na sistemtica da lei anterior (L. 11.496 de 2007), somente eram atacveis por meio de embargos as

    decises das Turmas que divergissem entre si ou das decises proferidas pela Seo de Dissdios

    Individuais. Com a edio da Lei n. 13.015 de 2014, no entanto, as hipteses foram ampliadas, passando

    a abranger tambm decises de Turmas contrrias a:

    - smula do Tribunal Superior do Trabalho;

    - orientao jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou;

    - smula vinculante do Supremo Tribunal Federal.

    Veja o quadro comparativo:

    Lei 11.496/2007 Lei n 13.015, de 2014

    II - das decises das Turmas que divergirem en-tre si, ou dasdecises proferidas pela Seo de Dissdios Individuais, salvose a deciso recorrida estiver em consonncia com smulaou orienta-o jurisprudencial do Tribunal Superior do Tra-balho ou do Supremo Tribunal Federal.

    II - das decises das Turmas que divergirem entre si ou dasdecises proferidas pela Seo de Dissdios Individuais, oucontrrias a smula ou orie