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Revista Revista 2020
de mãos dadas com o ensino profissional
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Revista EPRM # 20 | 3
[ editorial ]
EPRM – Uma Escola com Projetos…
Dr. Luciano VitorinoProfessor / Diretor Pedagógico
Orgulho-me de poder liderar uma escola viva, uma escola
dinâmica, uma escola com projetos, como o é a Escola
Pro ssional de Rio Maior. Nos dias que correm, nem sempre
é fácil mobilizar os nossos jovens para fora da sua “zona
de conforto”. Contudo, temos que os convencer de que ao
“pensarem fora da caixa”, predispondo-se a aceitar novos
desa os, estão a investir no seu futuro, pois poderão estar a
enriquecer o seu currículo. Sim, hoje em dia, as empresas/
entidades no decurso das diligências de recrutamento de
novos colaboradores vão muito além de uma simples análise
de um currículo meramente académico. Procuram outro tipo
de competências que o enriqueçam, como por exemplo,
experiência de voluntariado, prática de desportos de equipa,
participação em projetos extracurriculares, etc.
Isto não signi ca que o currículo académico e as competências
escolares sejam desvalorizados. Nada disso!
Ao invés, defendo um bom currículo académico, enriquecido
por outro tipo de competências que advém da vivência de
experiências ”open mind”, isto é, participação em projetos e
atividades que permitam alargar horizontes, contactar com
novas realidades, capazes de estimular o desenvolvimento de
outras aptidões, fomentando o crescimento enquanto alunos
e enquanto pessoas.
Por isso mesmo, a EPRM está em vias de criar um documento
a anexar ao certi cado de habilitações do aluno o elenco de
todos os projetos e atividades extracurriculares em que este
se envolveu ao longo do seu percurso escolar, por forma a
valorizar o seu curriculum vitae.
Este ano letivo, na EPRM, têm surgido projetos muito
interessantes, que me têm deixado muito feliz.
Começo por enaltecer a participação de cerca de vinte
alunos e dois professores/formadores no projeto DNescolas,
promovido pelo jornal Diário de Notícias. Uma das equipas foi
apurada para a segunda fase do concurso, tendo-lhes valido
a presença, em Rio Maior, da conhecida piloto de todo - o -
terreno, Elisabete Jacinto, personalidade sobre quem tinham
escrito um editorial. Comungo com todos os presentes da
opinião de que foi um acontecimento muito interessante e
agradável.
Dando continuidade à Educação para os Media nas escolas,
o Diário de Notícias fomentou o projeto Jornal da Escola,
que consiste num concurso de Jornais Escolares. A EPRM
abraçou mais este desa o e concorreu com a Quarta Edição
do seu jornal anual, Ponto & Vírgula, com o intuito de poder
vir a angariar um “Espaço Media DNescolas”, equipado com
os meios necessários à produção de um jornal.
Na promoção do empreendedorismo e no estímulo pela
criatividade e inovação junto dos jovens, outros treze
jovens e três professores/
f o r m a d o r e s e s t ã o a
participar no Programa “A
Empresa”, levado a cabo
pela Júnior Achievement
Portugal. Uma das equipas integrou o grupo das quarenta
e oito selecionadas, de entre cerca de centena e meia a
nível nacional, para participar na Feira Ilimitada, promovida
por aquela organização no seio da Futurália, em Março
passado. Estes alunos criaram um produto gourmet, a partir
de produtos naturais locais, sal-gema e ervas aromáticas,
que fez muito sucesso.
Nesta competição, a equipa “Soul D’Aire” alcançou um
honroso terceiro lugar. A participação n’ “A Empresa” tem
valido a estes alunos a possibilidade de participarem em
seminários, cujos temas têm sido muito interessantes e
enriquecedores.
Ainda ao nível do incentivo do empreendedorismo, da
criatividade e da inovação, regista-se a participação de dois
grupos de alunos no concurso “EmpreEscola”, promovido
pelo NERSANT.
Mais recentemente, um projeto da escola, relacionado
com o aproveitamento de águas pluviais, foi selecionado e
distinguido pela Fundação Ilídio Pinho.
Além destes projetos, existem outras participações a decorrer,
tais como o “MONIT – Opera Numerare”, fomentado pelo
Instituto de Telecomunicações; “TWIST”, promovido pela
EDP e o projeto “Eco-escolas”, impulsionado pela Associação
Bandeira Azul da Europa. Para uma escola da dimensão
da nossa, todo este panorama denota muita vivacidade e
ambição, tanto por parte dos alunos, como dos professores/
formadores, que são os verdadeiros catalisadores.
Os meus parabéns aos alunos que têm tido a ousadia de
“pensar fora da caixa” e sair da sua “zona de conforto”.
Também eu, graças a eles, tenho vivenciado novas e
interessantes experiências. Bem hajam!
Uma palavra de reconhecimento para com os professores/
formadores que se têm empenhado fortemente na
concretização destes projetos, implicando tantas vezes
sacrifícios pessoais e familiares. Bem hajam!
Termino com um apelo a todos os alunos que frequentam a
EPRM para que não abdiquem da excelência, pois se assim
for, poderão estar certos do triunfo na vida.
Escutem o que o sábio Mahatma Gandhi tem para vos dizer: “Não há limite de velocidade na estrada para a excelência”.
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[ ensino pro ssional ]15
[ entrevista] 5
[ sumário ]
Editorial 3
Entrevista 5
Ensino Pro ssional 12
A nossa Escola 21
Formação Pro ssional 33
Entrevista 38
Em formação 40
[ cha técnica ]
PROPRIEDADE: EPRM- Escola Profissional de Rio Maior,
Lda., EM|
DIRETOR: Luciano Vitorino |
COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO: Helena Coelho |
PAGINAÇÃO: Inês Sequeira |
CAPA: Inês Sequeira |
COLABORADORES: Ana do Carmo, Ana Rita Loureiro, Anabela
Figueiredo, Bruno Vargas, Claudia Solange Gomes, Isaac
Duarte, Inês Sequeira, João Inez Almeida, João Paulo Colaço,
José Oliveira,Helena Coelho, Luciano Vitorino, Luís Gonçalves,
Luís Santos, Maria João Maia, Pedro Guedes, Paulo Renato,
Sandra Costa, Sónia Costa, Sónia Duarte, Soraia Benjamim|
*os artigos publicados nesta revista são da responsabilidade dos seus autores.
GRÁFICA: rioGrá ca- Tip. Santos & Marques Lda.|
TIRAGEM: 1500 Exemplares |
ISSN: 1646-9801 |
DEPÓSITO LEGAL: 275902/08 |
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
[ conteúdos ]
[ formação pro ssional ] 35
[ a nossa escola ] 21
Revista EPRM # 20 | 5
[ entrevista ]
A escola também é um polo de desenvolvimento da região
[EPRM] A Drª Margarida Marques é uma das personalidades cujo percurso, pessoal e profissional, acompanha o projeto europeu e as suas estratégias, com especial destaque para as áreas do ensino, da formação e da cidadania, nas suas múltiplas vertentes. Como analisa, hoje, o seu percurso de vida em torno destas causas?Margarida Marques [MM] - Gostaria em
primeiro lugar, de referir a minha forma
de estar, a nível pessoal e pro ssional,
pois tenho uma forma muito peculiar de lidar com as
situações: nos locais onde estou, procuro sempre fazer o meu
melhor e procuro transportar, para os que me rodeiam, todos
os meus valores e objetivos. Fui subdiretora do Gabinete de
Educação Tecnológica, Artística e Pro ssional (GETAPE), no
qual criámos várias escolas pro ssionais. Possuía uma equipa
que trabalhava comigo e, de facto, tínhamos um ambiente de
trabalho extraordinário, onde todos davam o seu melhor para
que as escolas fossem criadas na perspetiva de satisfazerem
as necessidades económicas, dos jovens e dos empresários
de uma determinada região, com o intuito de potenciar a
economia já instalada, mas também de promover e valorizar
os recursos já existentes e que, de alguma forma, podiam ser
canalizados para o seu desenvolvimento económico.
Além disso, e porque as pessoas, os principais interessados
e intervenientes no projeto de construção das escolas
pro ssionais, são o centro das nossas prioridades, realizámos
o nosso trabalho com a sua intervenção, o que nos deu
imenso prazer, porque é muito diferente produzir este
trabalho com as pessoas, com os “atores”, com as câmaras
municipais, com os empresários, do que nos encontrarmos
sentados à secretária e desenharmos o mapa das escolas.
Existe uma forma pessoal que eu transporto normalmente
para esses projetos, considerando que a questão fundamental
é mobilizar uma equipa, é ter uma equipa que está a trabalhar
connosco! E portanto eu, quando saí do GETAPE, recordava
essa época como um período da minha vida que eu tinha
gostado pro ssionalmente.
[EPRM] Em Portugal representou o Ministério da Educação e depois a Comissão Europeia, tendo sido um dos motores da Representação Portuguesa da Comissão. Com a sua energia (dizia-se que às 8 da tarde parecia ter a mesma que às 8 da manhã!), abriu a Europa a muitos portugueses e Portugal a muitos europeus. Num quarto de século, isso representa muitas viagens, muitos contactos e experiências e uma fé inabalável no projeto europeu. Como encara o futuro do espaço comum e dos desa os lançados pela(s) estratégia(s) europeia(s)?[MM] - Quando chegamos à representação da comissão, o
grande desa o é discutir o projeto europeu com as pessoas,
para que estas saibam o que é que signi ca e a importância
que tem o facto de Portugal pertencer à União Europeia,
porque a tendência é a de olhar para as realidades atuais (e
nós atravessamos um momento de crise!), mas é importante
colocá-la também no “mesmo prato da balança” e compará-
la com a situação de Portugal na altura em que aderiu, em
1986, à União Europeia.
Continuo a ter uma con ança inabalável no espaço europeu.
No entanto, reforço a importância da necessidade de as
pessoas, em geral, acreditarem também no projeto em
que estão apostadas. De facto, eu não tenho dúvidas
acerca do projeto europeu; nós temos que ter sempre uma
perspetiva histórica para que consigamos entender aquilo
que foi o passado, para conseguirmos pensar na atualidade
e perspetivarmos o futuro!
A história da europa é uma história de sucesso; nós hoje
olhamos para o mundo e, no que diz respeito a guerras,
pensamos na felicidade de estarmos geograficamente
situados numa área onde não existem guerras. No entanto,
é necessário termos a noção de que, quando a Comunidade
Económica Europeia (CEE) foi criada, em 1957, a Segunda
Guerra Mundial tinha terminado há cerca de doze anos, mas
ainda estava muito presente na memória das pessoas, assim
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[ entrevista]
como a in uência que essa tinha tido nas suas famílias. Nessa
época, a europa encontrava-se totalmente dividida e, de facto,
a União Europeia colocou do mesmo lado franceses, alemães,
italianos, ingleses e espanhóis, que tinham estado de lados
diferentes da barricada. Da mesma forma, uma vez caído o
muro de Berlim e se terem democratizado aqueles países
da europa central e oriental, esses países vieram a aderir à
União Europeia por ser um espaço de paz, de democracia e
de liberdade… um espaço em que os cidadãos têm os seus
direitos. Isto é a Europa, e esta condição interessa-nos que
se mantenha sempre. Por esse motivo, continuo a insistir
que a história da União Europeia é uma história de sucesso.
Hoje a União Europeia está confrontada com um desa o
enorme: deixámos de ter um mundo “bipolar”, em que
tínhamos de um lado os Estados Unidos da América e do
outro lado a União Soviética e passámos a ter um mundo
“multipolar”. A China, a Índia e o Brasil são grandes
potências… Deste modo, a União Europeia é confrontada
com grandes desa os que resultam desta ‘multipolaridade’,
e portanto, detém uma grande necessidade de responder a
este desa o, no sentido de se a rmar como um espaço de paz
e desenvolvimento económico, de respeito dos direitos dos
cidadãos. Neste confronto que hoje é mais complexo, torna-se
muito difícil explicar aos 40% de jovens desempregados em
Portugal, ou aos 40% de jovens desempregados em Espanha,
que este espaço é um espaço de paz, democracia e liberdade.
Para isso é necessário que as pessoas sintam!
Não é nada difícil estar de acordo com o que eu estou a
dizer, à partida! Agora, quando a pessoa sente “na pele” as
di culdades da situação económica, de facto, torna-se mais
difícil manter essa esperança e essa con ança na União
Europeia; no entanto, torna-se fundamental.
Hoje, a grande preocupação da Comissão Europeia é
promover o crescimento económico nas economias europeias,
no sentido de conduzir à criação de emprego para que os
cidadãos sintam que esta se preocupa com eles, porque
quando olhamos para as políticas de consumidor, para os
direitos dos consumidores, nós hoje sabemos melhor o
que comemos… porquê? Porque a informação tornou-se
obrigatória, nós hoje temos mais direitos, podemos ir estudar
para um outro país num programa ‘Erasmus’, podemos
circular de um país para outro sem ter de andar sempre a
pedir o visto de país em país, sem trocar moeda… portanto,
essa é uma liberdade imensa de que as pessoas usufruem
e que nós adquirimos pelo facto de Portugal fazer parte da
União Europeia.
No entanto, nós exigimos sempre mais, e portanto, apesar
de nós termos este espaço de conforto que nos é facultado,
sabemos que o desemprego chega às pessoas no dia-a-dia,
sendo por esse motivo fundamental promover o emprego,
promover estratégias de desenvolvimento económico que
levem à criação de emprego, sendo essa hoje a grande
preocupação da União Europeia.
[EPRM]Um dos documentos objeto de disseminação tem sido a comunicação sobre a “Estratégia 2020”, onde se preconizam algumas prioridades em termos de crescimento no espaço europeu, nomeadamente em termos de conhecimento e inovação (conhecimento inteligente), e ciência e sustentabilidade (crescimento sustentável), emprego e coesão social (crescimento inclusivo). Em face da realidade dos últimos tempos, acha que se conseguirão criar respostas neste sentido, ou está-se a falar de um desa o meramente político?[MM] A estratégia Europa 2020 é a que consubstancia, que
dá corpo ao desenvolvimento económico, ao crescimento e à
criação de emprego, sendo essa a estratégia mais importante
da União Europeia. É através dos seus objetivos que a União
Europeia e as instituições europeias, numa cooperação
estreita com os estados membros, procuram promover o
desenvolvimento económico e a criação de emprego. Quando
falamos da União Europeia, referimo-nos obviamente aos
27 governos que a compõem e não somente a Bruxelas,
como falsamente se pensa e pronuncia; porque quando
existem decisões a serem tomadas, são votadas pelos 27
governos; portanto, quando pensamos na estratégia Europa
2020, as instituições estão exatamente a desenvolver uma
estratégia de cooperação entre elas, o Parlamento Europeu,
o Conselho e a Comissão, mas também entre essas mesmas
as Instituições e os Estados Membros. Por isso é que, no
âmbito desta estratégia são xados grandes objetivos para
a União Europeia e cada país tem de explicitar qual vai ser
a sua contribuição.
A contribuição de Portugal para a estratégia Europa 2020,
tendo em consideração o momento que atravessamos,
só se concretizará no memorando de entendimento, será
essa a contribuição de Portugal. Portanto, podemos referir
que haverá uma contribuição de cada país, ou seja, esta
estratégia é uma forma de colocar todos os estados membros
a trabalharem em conjunto e em colaboração com todas as
instituições europeias, para o crescimento económico e para
a criação de emprego.
[EPRM]Parte substancial da sua formação académica esteve ligada à ofer ta formativa para jovens, nomeadamente no que se refere à re exão em torno
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[entrevista]
do sistema dual (enquanto realidade da oferta formativa característica dos países do centro e norte da Europa) e das inovações promovidas pelo sistema modular (enquanto elemento promotor do sucesso educativo). Passado todo este tempo, que avaliação faz da introdução destes mecanismos no sistema educativo português?[MM] Eu penso que se compararmos o sistema educativo
de hoje com o do início da década de oitenta, veri ca-se que
taticamente nenhum aluno escolhia uma via pro ssional
ou tecnológica e, a partir do final da década de 80 e
início da década de 90, quando a vossa escola foi criada,
começou a perceber-se que quase metade dos alunos que
iniciaram o 10º ano, escolhiam uma via pro ssional, e para
que houvesse esse resultado, foi necessário um esforço
muito grande. Nessa época as vias pro ssionais não eram
su cientemente valorizadas socialmente, porque no antigo
regime, a separação entre a via geral, ou mesmo, entre a
universidade e o ensino técnico era social muito grande,
situação que não existe hoje. Primeiro, um aluno que faz um
curso numa Escola Pro ssional, pode entrar diretamente para
a Universidade, o que contribui muito para a valorização social
do ensino pro ssional. Depois, outro fator que contribuiu
igualmente para valorizar o ensino pro ssional foi o facto
de os empregadores, os parceiros sociais, os sindicatos, as
autarquias estarem associadas à própria oferta de formação,
ou seja, quando os alunos terminam o seu percurso formativo
e simultaneamente, o 12º. Ano de escolaridade, as empesas
reconhecem o seu valor, que estão bem preparados para
iniciar uma vida pro ssional, até porque no próprio processo
formativo, os alunos realizam estágios pro ssionais, o que
permite a demonstração dos saberes adquiridos na Escola. E
o que os alunos do Ensino Pro ssional sabem não é só ao nível
da mecânica, eletricidade, turismo, informática, conhecem
muito bem também o comportamento adequado, e estas são
as chamadas competências socias associadas ao processo
que, a meu ver, facilitou e continua a facilitar a inserção dos
jovens no mercado de trabalho.
Existe, desta forma, uma in uência dupla, as empresas
conhecem aquilo que os alunos sabem e estes aprendem
a trabalhar dentro de uma empresa. Por isso, os estágios
pro ssionais foram um fator de sucesso no ensino pro ssional,
contribuindo para a grande mais-valia que é o sistema dual,
completar uma parte da formação na escola e outra parte
numa empresa.
[EPRM]Num dos recentes relatórios internacionais, reafirma-se que a maneira como são concebidos os sistemas educacionais pode exacerbar as desigualdades, com impactos negativos na motivação e no empenho dos alunos, levando ao aumento do abandono escolar. Tendo em conta a sua experiência, e comparativamente com outros sistemas, acha que o sistema educativo português está preparado para contrariar este fenómeno?[MM] Penso que sim. Essa constatação não é nova e
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[ entrevista]
temos de lidar com ela. Nós tivemos que lançar estratégias
associadas à criação das escolas pro ssionais, e primeiro do
ensino tecnológico nas escolas secundárias, que levassem
à valorização dessa formação. E porque sabíamos isso,
encontrámos uma série de estratégias para valorizar essas
vias de formação, exatamente para que, quando as pessoas
saíssem da escola, fossem reconhecidas pelo sistema
económico, pelas empresas, para evitar essa di culdade
de integração no mercado de trabalho e, sobretudo, essa
separação, essa discriminação na inserção no mercado de
trabalho.
Enquanto alunos da escola pro ssional, a vossa grande
vantagem relativamente aos alunos do ensino secundário é
que quando terminam os vossos cursos têm dois diplomas,
um reconhecimento duplo, e os alunos de via ensino apenas
essa via, para seguirem para o ensino superior. Portanto, deste
ponto de vista, têm maior liberdade e facilidade de integração
nas empresas. Estas estratégias estão relacionadas com
o resultado dos estudos que nós conhecíamos e por isso
tínhamos de combater essas discriminações.
[EPRM] A realidade portuguesa encara hoje a integração europeia como uma evidência e como uma mais-valia. Para esta tomada de consciência contribuíram decerto as estratégias lançadas através da promoção do ensino e da formação, sobretudo a partir da década de noventa. O ensino profissional, na versão que hoje temos em Portugal, é resultado de um conjunto de trabalhos de investigação, dos quais se contam contributos seus, de reconhecido mérito, numa período em que se pretendiam respostas para o problema da inexistência de oferta formativa a este nível. Hoje, face ao alargamento do seu espetro formativo, que avaliação faz do percurso do ensino pro ssional em Portugal?[MM] Eu faço uma avaliação muito positiva. Nós temos sempre
expetativas de que as situações sejam melhores. Nunca
ninguém está satisfeito com o que tem, mas a satisfação
gera sempre a vontade de querer melhor. E eu penso que
há melhorias signi cativas a fazer e um dos problemas que
Portugal tem no ensino pro ssional é a mobilização das
empresas para que estas adiram ao ensino pro ssional. Aderir
ao ensino pro ssional signi ca oferecer estágios, mas oferecer
um período de formação compatível com as expetativas. Ou
seja: um estagiário quando vai para uma empresa, vai com
a expetativa de conhecer o ambiente empresarial e para
desenvolver atividades de acordo com aquilo que aprendeu
e, muitas vezes, não existe esta disponibilidade por parte
da empresa. Muitas vezes o estagiário está lá e serve para
fazer tudo; é necessário fazer um esforço de sensibilização
das empresas para a importância de estas agirem logo no
período de formação, ou seja, o que eu gostava de ver era que
as empresas agissem mais no período de formação do que
se queixassem depois de que não há os recursos humanos
que necessitam.
[EPRM] A massificação do ensino profissional, associada aos novos mecanismos de quali cação e às novas abordagens em torno das lógicas de partenariado e de formação ao longo da vida, trouxeram um conjunto de novas dificuldade para as escolas (abandono escolar, violência, desmotivação, dificuldades de aprendizagem, entre outros), e novos desa os face à emergência de novas quali cações ajustadas a novos per s pro ssionais. Como vê a relação entre as escolas e as empresas? Que boas práticas tem observado neste domínio?[MM] Uma das questões fundamentais é a necessidade
das empresas se envolverem mais no processo formativo
desde o início, e isso é muito importante no sentido de que
as competências que as pessoas adquirem sejam mais
coerentes com as necessidades das empresas. Há uma
questão muito importante de que não nos podemos esquecer:
a escola não se pode limitar a responder às necessidades
das empresas. A escola tem de gerar autonomamente novas
necessidades de competências porque a escola também é
um polo de desenvolvimento da região. Por isso, quando se
fala da expressão partenariado ou parcerias é exatamente no
sentido que a escola responda às necessidades das empresas
mas que também cria novas necessidades, que responda às
necessidades dos indivíduos.
[EPRM] A mobilidade para ns de aprendizagem, para aquisição de novas competências é uma das formas mais importantes de reforçar a empregabilidade nos jovens, bem como o seu desenvolvimento pessoal. A mobilidade na aprendizagem desenvolve o capital humano, dado que os estudantes acedem a novos conhecimentos e desenvolvem novas competências linguísticas e interculturais. A Escola Pro ssional de Rio Maior tem apostado nesta vertente, participando ciclicamente em projetos no âmbito do programa Leonardo da Vinci. Tendo em conta a sua experiências nestes domínios, que avaliação faz destes programas de mobilidade e de intercâmbio entre jovens e entre escolas no espaço europeu? Acha que o clima de crise poderá afetar a dinamização deste tipo de iniciativas?
Revista EPRM # 20 | 9
[entrevista]
[MM] Em primeiro lugar considero que a mobilidade é a
excelência da escola. Eu tive esta noção quando trabalhei
com as escolas pro ssionais, embora hoje a questão seja
mais generalizada. Nessa altura eu também era responsável
pelo programa Leonardo da Vinci e penso que o participar
em programas de mobilidade faz a diferença da escola, faz a
excelência da escola. Eu sei que é muito trabalho, são muitas
dores de cabeça para os professores, para a administração da
escola; mas o resultado para os alunos, para os professores
e para a escola fazem a diferença, ou seja, os alunos que
puderem participar num programa de mobilidade estão
claramente melhor posicionados relativamente à vida e à
procura de emprego. Hoje em dia, quando vemos na televisão
que os jovens não encontram emprego em Portugal, jovens
licenciados que vão à procura de emprego noutros países, que
imigram, etc., torna-se necessário fazer uma re exão em torno
disso, e a resposta está no facto de que estes jovens já se
encontram preparados para tal, porque já zeram programas
Erasmus, porque criaram redes de contactos noutros países.
Por exemplo, quando se vai fazer um programa Erasmus
em França, numa universidade, não se encontram apenas
estudantes franceses, encontram-se estudantes de muitos
países. Portanto, este tipo de programas, permitiu às pessoas
ir para outro país, conhecer outra realidade. Por exemplo,
o caso de uma aluna do liceu francês que fez o programa
Erasmus em Amesterdão, onde é a melhor aluna. Ela chegou
à Universidade de Amesterdão e a primeira semana foi um
choque, pois uma pessoa separa-se da família a primeira
vez (incluindo uma irmã gémea), onde teve sempre num
espaço de grande comodidade e, de repente, chega a uma
outra cidade com pessoas diferentes, que falam outra língua
e hoje já diz que quer lá ir fazer o MBA. Portanto, já veio e já
quer voltar outra vez, porquê? Porque o facto de mudar, ir de
um sítio para o outro é uma aventura sem sombra de dúvida,
há uns que procuram aventuras e há outros que têm medo.
Mas o facto de uma pessoa ter a oportunidade de ir para
outro país durante a formação, onde não conhece ninguém
e ninguém fala a sua língua é um estimulo para a formação
e para a mudança. Dessa forma, um aluno quando faz um
programa como o Leonardo da Vinci está mais à vontade para
fazer um Erasmus e se fez um Erasmus já está mais à vontade
para procurar emprego no estrangeiro e portanto, são estas
hipóteses de mobilidade durante a formação que preparam
as pessoas para uma mobilidade futura. Existe ainda uma
questão que gostava de acrescentar: nós às vezes temos
um pouco a ideia miserabilista, que é tudo difícil, que é tudo
mau, e depois quando começamos a visitar outros países
percebemos que temos coisas melhores e coisas piores,
ou seja, temos todos virtudes e todos defeitos, e também é
isso que se aprende com a mobilidade. Eu lembro-me que
quando começaram estes programas, e convidava as escolas
a entrar nos projetos com escolas dos outros países e estas
diziam que não tinham escola para receber os estrangeiros,
que as instalações eram velhas e desatualizadas, eu dizia
“nós temos escola para os receber” e depois começaram a
perceber que havia melhores, mas também piores. Somos
todos iguais na diversidade.
[EPRM] No momento em que a União Europeia vive o momento mais conturbado desde a sua fundação, como vê, a partir do centro de decisão (Bruxelas), o futuro da Europa e dos ideais que lhe estão subjacentes?[MM]
Eu vejo o futuro da europa com otimismo. Otimismo não
signi ca que não haja uma grande exigência e um grande
desa o como já referi anteriormente, esta é a minha leitura,
e a União Europeia vai ser capaz de reagir a esse desa o. No
entanto, o desa o não é só resolver os problemas que existem
neste momento, porque se trata da forma de a União Europeia
encontrar novas saídas para os problemas que existem no
momento. Uma questão fundamental é a aposta na educação,
nas novas tecnologias, na ciência, na inovação, porque nós
não podemos parar com o percurso que estávamos a seguir.
Nós temos de intensi car esse percurso, temos de intensi car
o investimento e essa preocupação, para que no futuro,
quando sairmos da crise, estejamos mais preparados para
reagir a eventuais crises.
[EPRM] Como sabe, o ensino pro ssional em Portugal é nanciado maioritariamente pelo Fundo Social Europeu e o atual quadro comunitário de apoio está prestes a entrar na reta nal. Como antevê a sobrevivência deste modelo de ensino após 2013?[MM] O quadro nanceiro tem uma duração limitada, este era
2007-2013 e já se está a discutir há algum tempo o quadro
nanceiro para 2014-2020. As reuniões com os países no
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[entrevista]
sentido de começarem a negociar o novo quadro de referência
estratégica nacional já iniciaram e já se está a fazer esse
trabalho. O que é importante destacar é como se faz essa
negociação uma vez aprovadas as chamadas perspetivas
nanceiras que estão em debate. Os países têm que negociar
um envelope nanceiro com base num conjunto de propostas
que apresentam, não é uma mera conta de dividir o montante
disponível pelos 27 países, com os diferentes indicadores
que são usados, como o produto interno bruto e a diferença
relativamente ao PIB médio europeu por causa das regiões
menos desenvolvidas.
O exercício fundamental é a credibilidade do programa que
o país apresenta, e Portugal, no período de 2007-2013, teve
21,5 milhões de euros porque apresentou um programa
excelente, mas é interessante também notar que neste quadro
2007-2013, Portugal investiu sobretudo na formação das
pessoas, ensino pro ssional, inovação, novas tecnologias,
transferência das tecnologias para a economia; mais de
metade desse envelope destinou-se exatamente à formação
das pessoas. Não é a Comissão Europeia que determina
o que Portugal tem de fazer. Portugal tem de apresentar
um programa credível e é com base no programa que é
quanti cado que se vai negociar com a Comissão Europeia. E,
como o dinheiro não é in nito, depois têm de haver acertos e
é nesses acertos que a credibilidade e a qualidade dão peso
aos argumentos de negociação. Respondendo diretamente
à questão: o ensino pro ssional não está em causa, assim o
Governo Português entenda que no novo quadro nanceiro,
o ensino pro ssional continue a ser uma prioridade.
[EPRM] Em sua opinião, qual é o papel do ensino profissional na formação de quadros técnicos intermédios na superação da crise que o nosso país atravessa e na busca de um novo paradigma de desenvolvimento?
[MM] Eu considero que o papel do ensino pro ssional é
fundamental, ou seja, não podemos falar de desenvolvimento
económico se nós não tivermos pessoas quali cadas. Mesmo
que haja empresários a investirem, a empresa só existe
se houver pessoas quali cadas que possam “puxar” pela
empresa e que tenham capacidade de determinar e realizar
as tarefas. É neste contexto que o ensino pro ssional tem
um papel fundamental em preparar competências, o per l, a
qualidade, quali car os jovens para que sejam “atores ativos”
no processo de desenvolvimento económico.
[EPRM] E quando em Portugal o desemprego jovem atinge números preocupantes, recentemente têm vindo a público noticias do interesse de outros países em contratar técnicos portugueses. Será a emigração uma possibilidade para o futuro dos nossos jovens? Será esse o sinal da qualidade da formação ministrada em Portugal?[MM] Já me referi a essa questão, no entanto, também
há o efeito contrário: existem mais pessoas estrangeiras a
trabalhar em Portugal do que havia antes. Quando falamos
em emigração, as pessoas estão a pensar no paradigma do
que foi a emigração em Portugal nos anos 60 e 70. Mas hoje
é diferente, hoje Portugal exporta pessoas quali cadas mas
também atrai, atrai investimento estrangeiro e pessoas, ou
seja, os programas de mobilidade têm sido os responsáveis
por essa mobilidade. E portanto, o que penso que deverá
acontecer é as pessoas não terem o estigma de serem
emigrantes. A forma como as pessoas hoje são vistas nas
suas aldeias, nas suas localidades, nas suas cidades, é
completamente diferente do que antigamente, porque quando
vão trabalhar para outro país são tratados como cidadãos da
União Europeia. Já não existe o estigma do emigrante que vai
sem estudos à procura de um emprego, mas sim uma pessoa
quali cada. Aliás, a comissão europeia criou a rede EURES
onde se podem encontrar ofertas de emprego em todos os
países, incluindo Portugal. Quando uma pessoa pretende ir
para o estrangeiro, visita o site e encontra toda a informação
disponível sobre uma empresa, o que permite que as suas
escolhas sejam seguras, e a Comissão Europeia dispõe dessa
rede, e nela existem propostas de emprego diferentes, face
às diferentes necessidades. Provavelmente, neste momento
atraímos menos e exportamos mais, pois há momentos em
que outros países atraem menos, por exemplo a Alemanha,
entre 2002 e 2007, tinha a taxa de emprego juvenil mais
elevada e hoje é um país que atrai. O Reino Unido atrai.
Depende muito da evolução e da situação das economias,
por isso nós temos é de olhar para a realidade com este ponto
Revista EPRM # 20 | 11
BELTRÃO COELHO (RIBATEJO E OESTE, LDA.)Rua Professor Manuel Bernardo das Neves, 16 A/B - 2000-208 SANTARÉM
e-mail: [email protected] • www.beltraocoelho.pt
[entrevista]
de vista e assim podermos lidar com ela e como ja referi os
programas de mobilidade são fundamentais para isso.
[EPRM] Segundo Savater, a adolescência, nas suas múltiplas características, é o momento ideal para a interiorização de conteúdos de ordem ética, dado que corresponde a um estado de graça em que tudo é ainda potencial. Que ideias gostaria de deixar aos jovens da Escola pro ssional de Rio Maior?[MM] Gostaria de referir que é fundamental a pessoa
aproveitar o tempo em que se está na escola para se preparar
para a vida. Posso estar a ser um pouco paternalista, mas
este conselho deve ser entendido como um desa o, ou seja,
a ideia de que não basta ser um bom técnico, tem de ser
também um bom pro ssional, com competência técnica e
competência cidadã. Porque a competência de cidadania, de
estar integrado na sociedade em que se vive é uma situação
que ajuda no bom desempenho técnico das pessoas, ou seja,
um bom pro ssional não é só aquele que sabe aparafusar
de alto a baixo, direitinho, ou que sabe cumprir todas as
regras técnicas de determinada pro ssão, é fundamental,
mas não é su ciente. O desa o que eu deixaria é a perceção
que as pessoas têm de ter quando saem da escola e têm um
diploma que os vai ajudar a trabalhar e a aprender, pois a
formação não acaba no dia em que saem da escola, nesse
dia recebem o diploma para começar a aprender! É aquilo
a que chamamos aprendizagem ao longo da vida: a pessoa
estar bem preparada a cada momento, perceber que agora é
um bom pro ssional, aqui, mas precisa de perceber que este
desempenho técnico já não se faz da mesma forma porque
porque as coisas mudaram,. É preciso aprender, é preciso
abrir horizontes, a ideia de que o ensino secundário tem de
se preparar para isso, preparar para a aprendizagem ao longo
da vida, porque de acordo com os estudos já referidos, uma
das di culdades que existe em Portugal é exatamente a baixa
quali cação das pessoas ativas. As pessoas trabalham nas
empresas e, como têm uma baixa quali cação não sentem
necessidade de se atualizarem e mesmo quando sentem,
têm di culdade em aceder a novas formações. A derradeira
sugestão: excelência. A pessoa, sem atropelar os outros, tem
que ser o melhor e tem sempre que fazer muito bem. Tem
sempre que ter uma preocupação de excelência!
12 | Revista EPRM # 20
A disciplina de Economia – formação e cidadania
[ ensino pro ssional]
O ensino da Economia, no ensino secundário, pretende
promover a aquisição pelos alunos de ferramentas
fundamentais, quer para entender a dimensão económica
da realidade social, quer para descodi car a nomenclatura
económica, hoje tão utilizada na linguagem corrente, em
especial, nos meios de comunicação social. Favorece ainda
o saber e a compreensão das sociedades contemporâneas,
cada vez mais globais e em mudança acelerada, podendo
assim ajudar na formação do cidadão, educando para a
cidadania, para a mudança e para o desenvolvimento.
Em Portugal, no ensino secundário coexiste o ensino geral e
o ensino pro ssional. O primeiro visa a preparação do aluno
para o prosseguimento de estudos, enquanto o segundo
visa a preparação do aluno para uma entrada a curto prazo
no mercado de trabalho (função profissionalizante). No
ensino pro ssional a componente cientí ca é constituída,
em cada curso pro ssional, por duas ou três disciplinas
que proporcionam uma formação cientí ca de base que
corresponde, simultaneamente, às exigências de um nível
secundário de educação e de uma quali cação pro ssional
de nível 4. A disciplina de Economia integra esta componente
em cursos de várias famílias pro ssionais, com uma carga
horária total de 200 horas.1
A disciplina de Economia permite que os alunos desenvolvam
conhecimentos, capacidades e atitudes que lhes facilitem
a aprendizagem de competências-base associadas às
quali cações visadas pelos respetivos cursos. De facto, num
curso pro ssional revela-se muito importante a dimensão
instrumental da Economia, para a compreensão dos
contextos de trabalho dos futuros técnicos, mas também o
seu contributo no desenvolvimento de competências para o
exercício responsável de uma cidadania ativa.
Perante a importância do processo de ensino-aprendizagem
da disciplina de Economia, os professores desta disciplina
não podem estar desvinculados da vida, do mundo que os
rodeia, mas têm que estar em sintonia com a comunidade e
com o tempo em que vivemos. Por outro lado, a lecionação da
disciplina de Economia no ensino secundário, sem que exista
qualquer outra que lhe seja introdutória ao nível do ensino
básico, implica uma dupla função – a de iniciação a um novo
domínio cientí co – o da Ciência Económica e a de motivação
para a eventual continuação de estudos nesta área.
Assim, o programa da disciplina aponta para a aquisição
de noções fundamentais, partindo sempre das realidades
próximas dos alunos,
s e n d o q u e n o
desenvolvimento do
modelo curricular dos
cursos pro ssionais o
estudo da realidade
portuguesa e europeia
deverá privilegiar a
perspetiva pro ssional e empresarial, dada a forte ligação ao
mercado de trabalho que carateriza estes cursos. Por isso, e
porque o processo de ensino-aprendizagem pode conter uma
componente teórica que exija um maior nível de abstração
e, por isso, seja mais difícil para alguns alunos, impõe-se
o recurso privilegiado a estratégias de gestão de sala de
aula ativas, bem como a contextualização sistemática dos
conteúdos programáticos na realidade conhecida do aluno
e perspetivados em função dos setores de atividade que
correspondem às famílias pro ssionais em que os cursos
pro ssionais se enquadram.
A escola tem, hoje em dia, acrescidas tarefas na formação dos
seus alunos, para além daquelas que tradicionalmente eram
da sua responsabilidade. O processo educativo deve basear-
se não só na transmissão de conhecimentos e informações
mas também orientar e facilitar a formação do pensamento
e a ação do cidadão. Neste contexto, o professor da disciplina
de Economia, enquanto professor da área das ciências
económicas e sociais terá uma dupla tarefa: “ ensinar o seu
aluno a aprender e a aprender a aprender” (Veiga Simão,
2002) e dotar o aluno dos instrumentos indispensáveis
à análise do real e ao posicionamento crítico face aos
fenómenos sociais, contribuindo para fomentar a participação
na vida social pautada pelo respeito dos valores democráticos
e dos direitos à vida, ao ambiente e ao desenvolvimento.2
A disciplina de Economia é, portanto, uma disciplina
privilegiada no contributo que pode dar para a formação
adequada do aluno do ensino secundário, geral ou
pro ssional, nomeadamente no domínio do conhecimento
e da compreensão do mundo contemporâneo e dos seus
principais problemas e é, nos dias de hoje, fundamental à
formação geral do cidadão português e da União Europeia,
qualquer que seja o percurso académico/pro ssional que
este venha a seguir.
Sandra Costa Docente de Economia
1- Programa Economia, Cursos Pro ssionais de Nível Secundário, Direção Geral de Formação Vocacional, Ministério da
Educação, 2005
2-VEIGA Simão, M.A. e outros (2002). Reorganização Curricular no Ensino Básico – Novas Áreas Disciplinares. Lisboa: Ministério
da Educação, Departamento de Educação Básica.
Revista EPRM # 20 | 13
[ ensino pro ssional]
A Prova de Aptidão Pro ssional (PAP) é uma das componentes
do currículo de formação dos cursos pro ssionais, constituindo-
se condição de obtenção do diploma pro ssional.
A PAP consiste na conceção, execução e defesa por
parte do aluno, de um projeto de Aptidão Profissional
visando o desempenho profissional em empresas do
setor relacionado com o curso frequentado, tendo uma
essência transdisciplinar e integradora de todos os saberes
e capacidades desenvolvidos ao longo da formação. O
projeto tem carácter de investigação aplicada, integradora
e mobilizadora dos saberes e competências adquiridos ao
longo do plano de formação desenvolvido em sala de aula
e em contexto de trabalho, devendo assumir a forma de um
projeto pessoal, que deverá re etir o per l de saída do curso
e os interesses do aluno.
De acordo com a Portaria n.º 550-C/2004, de 21 de Maio,
para concluir qualquer Curso Pro ssional, os alunos têm de
realizar uma Prova de Aptidão Pro ssional (PAP) que “consiste
na apresentação e defesa, perante um júri, de um projeto,
consubstanciado num produto, material ou intelectual, numa
intervenção ou numa atuação, consoante a natureza dos
cursos, bem como do respetivo relatório nal de realização e
apreciação crítica, demonstrativo de saberes e competências
pro ssionais adquiridos ao longo da formação e estruturante
do futuro pro ssional do jovem”.
O projeto conducente à PAP “centra-se em temas e problemas
perspetivados e desenvolvidos pelo aluno em estreita ligação
com o contexto de trabalho e realiza-se sob orientação e
acompanhamento de um ou mais professores”, podendo,
eventualmente, ser desenvolvido em equipa, tendo em
conta a natureza do projeto e desde que, “em todas as suas
fases e momentos de concretização, seja visível e avaliável a
contribuição individual especí ca de cada um dos membros
da equipa”. Assim o projeto, salvo situações excecionais,
deve ser pessoal e nascer do interesse do aluno na resolução
de um problema pro ssional, fator determinante para que
a prova seja um efetivo instrumento de interiorização de
conhecimentos e de intervenção pro ssional.
A de nição do projeto implica a apresentação das motivações
pessoais, a análise de recursos, a recolha de informações,
a de nição de estratégias e a sua exequibilidade, sendo
orientado de acordo com a metodologia do trabalho de
projeto enquanto estratégia integradora das aprendizagens,
contribuindo para o desenvolvimento e a consolidação
de competências que habilitem o aluno enquanto futuro
pro ssional a agir em situações concretas e com graus de
complexidade diferenciados. As temáticas, embora estejam
circunscritas aos conteúdos do curso são, regra geral,
escolhidas pelo aluno e validadas pela equipa pedagógica,
estratégia que promove e rentabiliza o trabalho articulado
entre os professores das diferentes disciplinas e componentes
de formação.
A PAP é constituída pelo Projeto, o Relatório e a Defesa
do mesmo. A plani cação dos projetos deve ser feita de
forma a permitir que, em cada momento, os alunos tenham
orientações sobre o trabalho a desenvolver pelo que é
importante que estes conheçam os critérios de elaboração
e os prazos de entrega do pré-projeto (proposta), do projeto
e do relatório e as condições de acesso às instalações e
equipamentos dentro e fora do horário letivo, de modo a
permitir que estes tenham espaço, tempo e recursos para a
elaboração dos seus trabalhos, responsabilizando-os também
pela sua utilização.
O envolvimento de toda a equipa pedagógica é fundamental
no desenvolvimento da PAP, uma vez que quanto maior
PAP – PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL
14 | Revista EPRM # 20
[ensino pro ssional ]
for o empenhamento da equipa, melhores serão os
resultados obtidos pelos alunos e embora a PAP esteja mais
diretamente relacionada com a componente de formação
técnica, é importante a integração dos professores das
outras componentes de formação - no apoio à elaboração
e desenvolvimento do projeto; na revisão dos textos; em
traduções; em trabalho de pesquisa; em
trabalhos práticos/manuseamento de materiais
e equipamentos; em ensaios para apresentação
perante o júri.
A avaliação da PAP culmina com a apresentação
e defesa do projeto, perante um Júri, que é
constituído nos termos previstos na Portaria
supramencionada, designado pela Direção da
escola e que tem a seguinte composição:
a) O Diretor da escola, que preside, no caso de
estar presente;
b) O Diretor de Curso;
c) O Diretor de Turma;
d) Um representante das associações
empresariais ou das Empresas/Instituições de
sectores a ns do Curso Pro ssional;
e) Um representante das associações sindicais dos sectores
de atividade a ns ao curso;
f) Uma personalidade de reconhecido mérito na área da
formação pro ssional ou dos sectores de atividade a ns ao
Curso Pro ssional.
A PAP mobiliza competências essenciais para a resolução
de problemas profissionais, tais como: a reflexão sobre
causas e/ou consequências das decisões profissionais;
o espírito de iniciativa; a proposta de soluções criativas,
alternativas e inovadoras; o desenvolvimento de capacidade
de comunicação, programação e avaliação; o incremento
do sentido de responsabilidade e autonomia, entre outras.
Coincidindo com o nal do ciclo de formação, este projeto
desperta os alunos para um período de transição nas suas
vidas, sendo marcante para a maioria, pela oportunidade de
crescimento pessoal e pro ssional que proporciona em mais
uma etapa de formação.
"Educar a inteligência é dilatar o horizonte dos seus desejos e das suas necessidades."
Luciano Vitorino Diretor Pedagógico
Revista EPRM # 20 | 15
[ ensino pro ssional]
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE
QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?Cada vez ma is a nossa
sociedade, nomeadamente o
mercado de trabalho impõe
algumas di culdades a quem
pretende estabi l idade no
seu emprego, logo, torna-se
imprescindível que em algumas
áreas, como as de recursos
humanos, saúde, segurança no trabalho ou de tecnologia,
seja necessário conhecer bem o ambiente pro ssional para
que se possa ter uma oportunidade. No entanto, vão surgindo
incertezas em relação ao mundo do trabalho no que diz
respeito a essas mesmas oportunidades e às mudanças
relativamente ao per l pro ssional, uma vez que este está
muito voltado atualmente para o conhecimento como principal
ferramenta de trabalho.
Diversos estudos efetuados têm demonstrado que, quanto
maior for o grau académico e os níveis de formação dos
indivíduos, mais facilmente poderão fazer a sua adaptação
ao mercado de trabalho, quer para encontrar o seu primeiro
emprego quer para, eventualmente, mudar para outra
profissão. Desta forma, podemos mesmo afirmar que o
conhecimento é cada vez mais o motor da nossa sociedade.
Assim sendo, a formação pro ssional deve ser vista como
uma aposta que favorece a evolução global da personalidade
do indivíduo, partindo dos conhecimentos adquiridos e de
experiências vividas. Deste modo, irá permitir obter elementos
de realização mais completos de si próprio, bem como uma
melhor adaptação ao meio de inserção, nomeadamente no
plano sócio -pro ssional.
Podemos considerar a formação profissional como um
processo organizado de educação, segundo o qual as
pessoas enriquecem os seus conhecimentos, desenvolvem
as suas capacidades e melhoram as suas atitudes ou
comportamentos, aumentando, assim, as suas quali cações
técnicas ou profissionais, com vista à participação no
desenvolvimento sócio -económico e cultural da sociedade.
É através deste processo organizado de educação, global e
permanente, que os jovens e adultos, que serão inseridos no
mercado de trabalho, se preparam para o exercício de uma
atividade pro ssional, cuja síntese e integração possibilitam
a adoção de comportamentos adequados ao desempenho
da pro ssão.
Deste modo, um sistema de formação pro ssional de ne-
se como “Um conjunto de atividades, que visa a aquisição
de conhecimentos, “habilidades”, atitudes e formas de
comportamento exigidos para o exercício das funções próprias
de uma atividade pro ssional, em que, complementarmente
ao sistema educativo se procura dar ou encontrar resposta
às necessidades de desenvolvimento económico e social de
uma determinada sociedade.”
A formação profissional tem de ser vista a partir das
necessidades da sociedade, das organizações e dos
indivíduos, uma vez que os benefícios que esta acarreta não
se restringem apenas às pessoas, nomeadamente através
da aquisição de conhecimentos, aptidões técnicas e de
relacionamento, mas também às sociedades e organizações,
nomeadamente pelo sentimento de pertença (a um grupo ou
organização), pelo controle das tensões e con itos existentes
no dia-a-dia, resultando na aquisição da autoconfiança,
segurança e capacidade de tomar decisões.
Com a crescente importância da formação pro ssional para
o nosso país, nomeadamente para as organizações, a oferta
de formação também cresceu, procurando dar resposta às
necessidades de formação existentes. A entidade formadora
pode intervir ativamente e de forma direta em todo o sistema
de formação ou apenas em parte, ou seja, numa determinada
fase do sistema. De forma geral, as entidades formadoras
iniciam a sua atividade após a deteção das necessidades
de formação, concebendo uma intervenção formativa que
permita a satisfação das carências de formação detetadas.
Tendo em conta as necessidades declaradas ao nível da
formação pro ssional, nomeadamente ao nível da área da
saúde, e de forma a colmatar uma lacuna existente nesta
mesma área, é publicado em Diário da República, 1ª série,
nº 195, Portaria n.º 1041/2010, de 7 de Outubro, o Curso
Pro ssional de Técnico Auxiliar de Saúde, que se enquadra na
família pro ssional de tecnologias da saúde e integrando-se
na área de educação e formação de saúde — programas não
classi cados noutra área de formação (729), de acordo com
a classi cação aprovada pela Portaria n.º 256/2005, de 16
de Março. Os alunos que concluírem com aproveitamento
o presente curso pro ssional são certi cados com o nível
secundário de educação e o nível IV de formação pro ssional,
nos termos da regulamentação em vigor.
* O QUE É UM TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE?
O Técnico Auxiliar de Saúde é o pro ssional quali cado,
apto a auxiliar na prestação de cuidados de saúde aos
utentes, na recolha e transporte de amostras biológicas, na
limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e
16 | Revista EPRM # 20
[ensino pro ssional]
equipamentos, na limpeza e higienização dos espaços e no
apoio logístico e administrativo das diferentes unidades e
serviços de saúde, sob orientações de pro ssionais de saúde.
Este curso pro ssional tem como objetivo principal preparar
jovens pro ssionais com competências técnicas na área de
auxílio na prestação de cuidados de saúde a enfermeiros e
outros pro ssionais de saúde em unidades clínicas ou a ns.
* ATIVIDADES PRINCIPAIS A DESEMPENHAR POR UM TÉCNICO
AUXILIAR DE SAÚDE
- Colaborar, sob a supervisão técnica, na prestação de
cuidados de higiene e conforto aos utentes e na realização
de tratamentos a feridas e úlceras;
- Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente
que vai fazer, ou fez, uma intervenção cirúrgica;
- Proceder ao acompanhamento e transporte de utentes em
camas, macas, cadeiras de rodas ou a pé, dentro e fora do
estabelecimento;
- Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e
simultânea ao alerta do pro ssional de saúde;
- Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do
utente, que necessita de ajuda total ou parcial, de acordo
com orientações do pro ssional de saúde.
- Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente,
nomeadamente na preparação de refeições ligeiras ou
suplementos alimentares e no acompanhamento durante
as refeições;
- Auxiliar nos cuidados post mortem, de acordo com
orientações do pro ssional de saúde;
- Preparar e lavar o material dos serviços técnicos; preparar
o material para a esterilização;
- Ajudar nas tarefas de recolha de material para análise;
- Transportar e distribuir balas de oxigénio e os materiais
esterilizados pelos serviços de ação médica;
- Velar pela manutenção do material utilizado nos cuidados
prestados aos doentes;
- Proceder à receção, arrumação e distribuição de roupas
lavadas e à recolha de roupas sujas e respetivas entregas;
- Assegurar o serviço externo e interno de transporte de
medicamentos e produtos de consumo corrente, necessários
ao funcionamento dos serviços;
- Colaborar com os respetivos serviços na realização dos
trâmites administrativos relacionados com as suas atividades;
- Proceder à limpeza das macas nos respetivos locais de
trabalho;
- Assegurar a manutenção das condições de higiene nos
respetivos locais de trabalho;
- Proceder ao transporte, distribuição e entrega de
documentos, materiais e equipamentos, dentro ou fora dos
serviços;
- Proceder à carga, descarga e arrumação de materiais e
equipamentos;
- Realizar pequenos serviços de manutenção e reparação do
material, bens e haveres
* QUAIS AS SAÍDAS PROFISSIONAIS PARA UM TÉCNICO
AUXILIAR DE SAÚDE?
As saídas pro ssionais para o Técnico Auxiliar de Saúde são
bastante diversi cadas, nomeadamente Hospitais (públicos e
privados), Centros de Saúde, Consultórios Médicos, Clínicas,
Outros Estabelecimentos de Saúde, Centros de Dia, Lares,
Centros de Acolhimento e Residência de Crianças, Unidades
de Cuidados Continuados, Serviços de Apoio ao Domicílio,
Institutos de Estética.
Desta forma, podemos referir ser uma mais-valia a existência
de um curso com esta vertente pro ssional, uma vez que
abrange uma área técnica ainda inexplorada pela sociedade,
veri cando-se cada vez mais ser a área das ciências da saúde
a que interessa a uma grande maioria dos estudantes. Nunca
é de mais salientar que, para muitos desses estudantes, será
a grande oportunidade de seguir os seus sonhos, podendo no
futuro exercer uma pro ssão devidamente quali cada, pois
quando de uma forma ou de outra não é possível escolher
a área de formação com que mais se identi cam, há uma
maior tendência para a desmotivação e consequentemente
para o abandono escolar.
Com a existência deste curso pro ssional, e nomeadamente
com a colocação dos Técnicos Auxiliares de Saúde no
mercado de trabalho, os utentes poderão ter acesso a uma
maior qualidade no seu atendimento e na sua prestação de
cuidados, ou seja, possibilitará pro ssionalizar a assistência
na área da saúde. Vanda Santos
Psicóloga da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior
Revista EPRM # 20 | 17
[ ensino pro ssional ]
Na continuação do programa eco-escolas iniciado no ano
letivo transato, a Escola Pro ssional de Rio Maior (EPRM)
está a desenvolver alguns projetos/ações para manter a
Bandeira Verde hasteada. Esta é o símbolo que comprova e
reconhece, pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE),
o trabalho desenvolvido no ano letivo 2010/2011, em defesa
do ambiente.
Durante o presente ano letivo, os alunos estão a desenvolver
ações em mais cinco temas, nomeadamente, água, resíduos,
energias, oresta e subsolo.
Neste último, já foram realizadas três entrevistas a entidades
que exploram ou gerem estes recursos de vital importância
para a economia concelhia, regional e mesmo nacional,
nomeadamente o Parque Natural das Serras de Aire e
Candeeiros, a Câmara Municipal de Rio Maior e a Cooperativa
Agrícola dos Produtores de Sal de Rio Maior.
O calcário, o basalto, a areia, o sal e o carvão são recursos
que são ou já foram motores importantes para a criação de
empregos e transportam o nome de Rio Maior para o exterior.
A oresta continua a ser uma das fontes de rendimento
da população do concelho e, como tal, deve ser protegida
dos incêndios orestais e dos atentados que normalmente
são cometidos pela população. Como recurso associado ao
aquecimento das habitações, por vezes torna-se excessiva a
remoção da madeira, desprotegendo o solo contra a erosão.
Neste sentido, a EPRM elaborou uma prensa manual de pasta
de papel, com a qual se irão fazer briquetes das toalhas de
papel, proveniente das casas de banho, utilizadas para secar
as mãos. Com esta ação formam-se briquetes de papel que
irão substituir a madeira no aquecimento das casas. Pretende-
se com esta experiência reduzir as quantidades de resíduos
depositados em aterros sanitários, reduzir as quantidades
de madeira queimada e fazer experiências para replicar este
projeto para outras entidades.
Ao nível dos resíduos, a EPRM já dispõe de ecopontos para
lâmpadas, tinteiros, toners, pilhas e rolhas de cortiça.
Neste momento, a EPRM está também a proceder à aquisição
de outros ecopontos, para a separação ser uma realidade
efetiva e assim dar o melhor seguimento aos resíduos aqui
produzidos.
A acompanhar a colocação de ecopontos, será realizada uma
ação de sensibilização para toda a comunidade escolar a m
de esclarecer as dúvidas de depósito no papelão, vidrão e
embalão.
A água, como elemento fundamental à vida, deve ser
preservada quer ao nível da qualidade quer ao nível da
quantidade. A alteração de hábitos associada à mudança
para torneiras mais e cientes, constituem as atividades de
sensibilização que se pretendem desenvolver.
No que diz respeito à energia, pretende sensibilizar-se para
a poupança nos consumos e aos mesmo tempo melhorar
a e ciência energética global da escola. A participação no
projeto TWIST, a instalação de molas nas portas que dão
acesso ao exterior, a colocação de caixilharias em alumínio
e a monitorização dos gastos são algumas das ações
desenvolvidas neste âmbito.
Posto isto, a comunidade escolar da EPRM juntamente
com os parceiros do projeto, estão a contribuir para que
no próximo ano este estabelecimento de ensino continue a
hastear a Bandeira Verde da ABAE como símbolo efetivo da
alteração de comportamentos em benefício de um ambiente
mais próspero.
EPRM MAIS VERDE…
Pedro GuedesCoordenador do Projeto e Formador da EPRM
www.vulcano.pt
Nesta altura, é bom viver num país cheio de sol.
POUPE ATÉ 75% DA SUA FATURA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA.
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18 | Revista EPRM # 20
[ ensino Pro ssional]
A Geometria Descritiva não é a invenção de um só homem.
Se Gaspar Monge, no nal do Século XVIII, a desenvolveu
teoricamente e estabeleceu os seus princípios gerais, Dürer,
desde o século XVI, tinha elaborado um método similar para
uso de pintores. Trata-se de um método grá co e somente
com processos grá cos, para resolver problemas de ângulos,
dimensões, posições, interseções, etc.
A Geometria Descritiva como foi de nida por Monge pode
ver-se como a teorização de uma "arte da linha", usada desde
o princípio para resolver mais ou menos empiricamente os
problemas colocados inicialmente pelos cortes de pedra ou
madeira. A Geometria descritiva é uma disciplina prática,
e neste sentido, distingue-se da Geometria euclidiana ou
analítica (álgebra).
Esta dimensão prática é a razão pela qual, o estudo da Geometria Descritiva, não requer uma sólida formação matemática. Ou seja, um estudante de letras pode facilmente resolver os problemas propostos sem recorrer a estas disciplinas matemáticas.
Geometria Descritiva – Ginástica Mental
A Geometria Descritiva é também uma das poucas disciplinas em que o ensino nas escolas de arquitetura tem persistido desde o século XIX, e é esta a razão dos grandes avanços na conceção e representação de objetos em três dimensões a nível informático.
As ferramentas atuais usadas para construir volumes
complexos mais rapidamente e com mais precisão, não
desvitalizam a Geometria Descritiva. Por seu lado, ela tem
virtudes essenciais para o aluno: envolve ginástica mental e
ensina-o a ver no espaço e a compreender a representação
de objetos tridimensionais, que será de grande utilidade na
utilização de um programa de criação e modelação a três
dimensões. Acarreta também um maior cuidado na realização
de desenhos, com recurso a ferramentas informáticas, onde
o rigor da expressão grá ca é fator relevante.
Anabela Figueiredo Docente de Geometria Descritiva
Revista EPRM # 20 | 19
[ ensino pro ssional ]
No âmbito do projeto de apoio ao empreendedorismo que tem a decorrer na Lezíria do Tejo, a NERSANT – Associação
Empresarial da Região de Santarém, tem candidaturas abertas para apoiar a criação de empresas nesta região. A NERSANT faculta consultoria técnica especializada e apoio
até um ano de atividade.
A NERSANT vai apoiar a criação de micro-empresas na região
da Lezíria do Tejo, através da dinamização do ApoiarMicro,
programa destinado a todos os empreendedores interessados
em criar a sua empresa e desenvolver a atividade num dos
concelhos da Lezíria do Tejo, e para o qual já tem inscrições
abertas.
O ApoiarMicro tem como objetivos principais não só a
criação de empresas, mas também a preparação dos
empreendedores para o desa o da constituição da empresa
ou do lançamento de um novo produto no mercado, bem como
o acompanhamento do arranque e desenvolvimento inicial das
novas empresas criadas. Para tal, a NERSANT está a aplicar
uma metodologia dividida em três fases, sendo que a primeira
diz respeito à geração / maturação da ideia de negócio e
respectiva apresentação, com o intuito de recolher sugestões
e identi car potenciais investidores ou nanciadores para a
mesma. Após esta fase, os empreendedores seleccionados
entram num processo de consultoria técnica individual e
personalizada, quer ao nível da elaboração do plano de
negócios, prospecção de mercado, comercial e marketing,
identi cação de fontes de nanciamento, entre outros.
No apoio à criação da empresa, a NERSANT proporciona
consultoria start-up, que se traduz num acompanhamento
e apoio especializado durante o primeiro ano de atividade
da mesma.
De referir que o ApoiarMicro está integrado num projeto mais
amplo de apoio ao empreendedorismo – Lezíria Empreende
– aprovado no âmbito do INALENTEJO e nanciado pelo
FEDER, e que conta ainda com o apoio da Comunidade
Intermunicipal da Lezíria do Tejo, e de uma rede de
parceiros regionais, composta pelas autarquias, centros de
emprego, escolas superiores e escolas pro ssionais, entre
outros, que implementam e desenvolvem as várias acções
previstas, visando a promoção e criação de um ecossitema
empreendedor.
Os empreendedores interessados em obter mais informações
sobre este projeto, ou em apresentar a sua ideia de negócio,
deve consultar o site do projecto em www.leziriaempreende.
nersant.pt. Qualquer questão adicional deve ser questionada
junto do Departamento de Apoio Técnico e Desenvolvimento
Regional da NERSANT através do número 249 839 500 ou
do e-mail [email protected].
NERSANT apoia criação de empresas na Lezíria do Tejo
20 | Revista EPRM # 20
Promotor: Apoio:
Revista EPRM # 20 | 21
[a nossa escola- projetos e atividades]
A Escola Pro ssional de Rio Maior foi convidada a participar
no projeto “ A Empresa”, da Junior Achievement e resolveu
aceitar o desa o. A Junior Achievement Portugal (JAP) é uma
associação sem ns lucrativos, empenhada em levar às
escolas programas que desenvolvem nas crianças e jovens
o gosto pelo empreendedorismo.
Fundada em setembro de 2005, a Associação Junior
Achievement Portugal - Aprender a Empreender é a congénere
Portuguesa da Junior Achievement – a maior e mais antiga
organização mundial educativa, sem ns lucrativos.
O programa “A Empresa” representa o programa bandeira
da Junior Achievement. Alunos do ensino secundário criam
uma miniempresa com a ajuda de um voluntário e de um
professor. Os alunos reúnem capital através da venda de
títulos de participação, criam um produto ou serviço, colocam-
no no mercado e por último, liquidam a operação e pagam os
dividendos aos titulares.
Para os jovens envolvidos no programa as vantagens são
claras e objetivas na medida em que têm a oportunidade de
testar na prática grande parte das competências adquiridas
e ver o seu resultado no desempenho /performance
das miniempresas por eles criadas aos vários níveis,
nomeadamente, ao nível da organização e análise de dados
e tomada de decisões.
A Escola Pro ssional de Rio Maior inscreveu neste programa
duas equipas, uma constituída por cinco alunos do Curso
Técnico de Gestão e três alunos do curso Técnico de Design
com os apoios das professoras Maria João Maia e Anabela
Figueiredo e outra equipa formada por cinco alunos (quatro
do Curso Técnico de Energias Renováveis – Sistemas Solares
e um do Curso Técnico de Gestão) com o apoio do professor
Isaac Duarte. Foram selecionados pela Junior Achievement,
para acompanhar estes projetos três voluntários, o Dr. Victor
Alexandre, o Engenheiro Luís Antunes e a Dra. Sónia Ferreira.
A equipa de Gestão e Design – Equipa Soul D’Aire (com o
apoio das já referidas professoras e do Dr. Victor Alexandre,
nesta primeira fase) decidiu apostar na criação de um
produto de base regional, uma vez que utiliza o sal das
salinas de Rio Maior e as ervas aromáticas da Serra de Aire
e Candeeiros, dirigindo-o para o mercado gourmet através da
criação de várias versões para diferentes tipos de utilizações,
com uma embalagem criada especialmente para o efeito
e que vai constituir a base da diferenciação deste produto
relativamente aos similares já existentes no mercado.
O programa A Empresa da JAP, para além da competição
nacional a realizar em junho de 2012, vai desenvolvendo
outras iniciativas como é o caso das feiras ilimitadas; este
ano -a iniciativa foi integrada na feira Futurália 2012 que
decorreu na FIL de 14 a 17 de março. Participaram nesta feira
48 miniempresas, 12 em cada dia selecionadas de um total
de 150. Para participar nesta feira foi necessário realizar um
lme com a duração de dois minutos, um conjunto de slides no
programa PowerPoint e a inscrição online na EWB (Enterprise
Without Borders), relacionada com o estabelecimento de
parcerias com outras empresas. A seleção nal de quem
participaria cou a cargo do seguinte júri: Cristina Trindade
Soul D’Aire
22 | Revista EPRM # 20
[a nossa escola – projetos e atividades]
da Câmara Municipal do Porto; Rui Matos da Interbolsa;
António Martins do Millennium BCP; Virgílio Varela do HUB
de Inovação Social da Fundação EDP; Margarida Figueiredo
da Câmara Municipal de Lisboa e Afonso Lopes da Brisa que,
como calcularão, enfrentaram longos momentos de discussão
com o intuito de descobrir as equipas melhor preparadas para
enfrentarem este desa o.
A equipa Soul D’Aire foi escolhida e esteve presente na FIL a apresentar o seu projeto no passado dia 14 de março ganhando o prémio de melhor produto. A equipa que obtivesse maior pontuação no total dos quatro dias iria representar Portugal em Zurique na Suíça no nal de março. A equipa Soul D’Aire conseguiu um honroso terceiro lugar, num total de 150 equipas que se candidataram nesta fase do concurso, continuando em jogo e muito motivada para a competição nal nacional que terá lugar no dia 28 de maio de 2012.
Agora é tempo de aproveitar da melhor maneira o tempo que
ainda resta para aperfeiçoar as ideias, redesenhar novos
objetivos e lutar por um bom lugar na Competição.
Para a concretização deste projeto, foram muito importantes
as parcerias estabelecidas com a Cooperativa Agrícola dos
Produtores de Sal de Rio Maior, a Loja do Sal e o Parque
Natural da Serra de Aire e Candeeiros que disponibilizaram
informações, produtos e utensílios relacionados com a
atividade de exploração de sal.
Ao longo de todo o processo existiu uma grande união dentro
da equipa Soul D’Aire e um grande espírito de entreajuda.
Todos os membros da equipa são unânimes em a rmar que
esta experiência está a constituir algo único e inesquecível
na sua vida.
Maria João Maia e Anabela FigueiredoCoordenadoras do Projeto
Revista EPRM # 20 | 23
[ a nossa escola – projetos e atividades]
No dia 1 de Março de 2012, um grupo de quatro alunos da
EPRM que havia participado na 1.ª fase do desa o DNescolas
teve o prazer de receber uma ilustre gura do todo-o-terreno
nacional, a piloto Elisabete Jacinto, no auditório do Centro
de Estágios e Formação Desportiva de Rio Maior (DESMOR).
A sessão contou com a presença dos alunos do 11.º ano da
EPRM, do Diretor Pedagógico, de alguns professores, da Sra.
Presidente da Câmara, Dra. Isaura Morais e da Sra. Vereadora
da Educação, Dra. Sara Fragoso.
Tudo começou com a participação dos quatro alunos na
primeira fase do concurso, que consistia na elaboração
de um editorial de um jornal, e os jovens participantes
acabaram por ser surpreendidos ao carem no grupo dos 60
editoriais selecionados a nível nacional. O projeto DNescolas
começou há cinco anos pela mão do Diário de Notícias e é
um interessante projeto de Educação para os Media que tem
como principal objetivo despertar o interesse e o espírito crítico
da nova geração face aos acontecimentos que a rodeiam, de
modo a que todos possam, agora e posteriormente, fazer um
uso pleno e consciente do seu direito de cidadania.
Ultrapassada a primeira eliminatória do concurso, o DN
premiou os jovens e a escola por eles representada com
uma visita da sua equipa bem como da personalidade
destacada no editorial, neste caso a piloto Elisabete Jacinto.
Este foi um dia muito especial e que em muito contribuiu
para o crescimento pessoal dos quatro participantes, que
aprenderam a melhor gerir o seu nervosismo e ansiedade.
Acabaram mesmo por se mostrar bastante descontraídos,
sobretudo devido à simpatia e simplicidade da convidada, que
deslumbrou a todos com as suas aventuras um tanto insólitas.
A facilidade de Elisabete em comunicar, aliada à sua boa
disposição e às suas histórias hilariantes, prendeu a atenção
do auditório que se manteve expectante desde o início até
ao nal da sessão.
Elisabete começou por contar um pouco do seu percurso
pessoal e pro ssional, salientando a importância do apoio do
seu marido para chegar até onde chegou atualmente. A piloto
respondeu com grande clareza às questões que o grupo lhe
colocou e ainda deixou alguns conselhos, de entre os quais
se destaca “podemos fazer tudo o que queremos na vida,
mas temos de trabalhar muito para isso”.
Após a entrevista a Elisabete Jacinto, coube ao grupo a
elaboração de uma reportagem sobre a personalidade, na
tentativa de ser apurado para a próxima fase do concurso.
Quem sabe se não será este um dos grupos nalistas que
rumará durante 15 dias com outros jovens do país num
percurso cultural pela Europa, previamente de nido pelo DN?
Todo-o-terreno na EPRM
Elisabete Jacinto encanta com as suas aventuras hilariantes
Ana Rita LoureiroCoordenadora do Projeto
24 | Revista EPRM # 20
[ a nossa escola – projec[ a nossa escolaOs DeNoss
[ a nossa escola – projetos e atividades]
O objetivo da Escola é o de informar e capacitar os seus alunos nas suas tomadas de decisão; daí a importância da abordagem da Educação para a Saúde e para a Sexualidade em meio escolar. Sob o ponto de vista legal, o Programa Nacional de Saúde Escolar prevê que a Educação para a Saúde deve ser obrigatório em todos os estabelecimentos de ensino e integrar o Projeto Educativo da Escola.
O programa foi aprovado no âmbito do protocolo entre os
Ministérios da Educação e o Ministério da Saúde (Despacho
nº 19 737/2005 (2ª série), de 15 de Junho e Despacho nº 25
995/2005, de 16 de Dezembro). Recentemente, estabeleceu-
se o regime de aplicação da Educação Sexual em Meio
Escolar, de nindo-se as orientações curriculares adequadas
para os diferentes níveis de ensino (Lei nº 60/2009, de 6 de
Agosto e Portaria nº 196-A/2010, de 9 de Abril).
As práticas inerentes ao Projeto de Educação para a Saúde e
para a Sexualidade (PESS) foram, de certa forma, temáticas
debatidas e trabalhadas na Escola Pro ssional de Rio Maior
(EPRM) desde sempre. Na história desta escola
foram constantemente realizados debates, sessões,
colóquios ou tão simplesmente, conversas sobre
as temáticas da sexualidade e da prevenção de
consumos de substâncias psicoativas. No entanto,
só há apenas dois anos esta prática é realizada na
EPRM com o formato de um projeto que visa uma
cronologia, estruturação, sistematização, previsão
e constituição de uma equipa da qual fazem parte
os professores internos e externos desta instituição.
O PESS, enquanto atividade inserida no Projeto
Educativo da EPRM, mantém as temáticas da
sexualidade e da prevenção de substâncias
psicoativas, no entanto, prevê a inserção de uma
outra temática, variável em cada ano letivo.
A grande diferença/mudança/inovação do PESS
está relacionada com a carga horária e dinâmica das
sessões sobre a temática da sexualidade e com a
criação do Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno
(GIAA). Uma vez que nos encontramos numa Escola de Ensino
Pro ssional, faz todo o sentido que a partir dos quinze anos
de idade, os alunos possam usufruir de um espaço onde
possam expor as suas dúvidas e ter o apoio mais adequado
no que diz respeito às temáticas da Saúde e Sexualidade.
Para além disso, o PESS conta com uma série de Colaboradores
e Parcerias, no qual está inserida uma equipa interna
multidisciplinar, na sua maioria professores, composta pelos
diretores de turma das diferentes turmas e a coordenadora
do PESS, Técnica Superior da Escola Pro ssional de Rio
Maior, assim como, todas as equipas e parcerias externas
que colaboram com a EPRM.
O PESS da EPRM para o ano letivo 2011/2012 engloba as
temáticas da Sexualidade (12 horas por turma), as quais são
distribuídas e trabalhadas com os diferentes professores
do Conselho de Turma, que elaboram e trabalham o PEST -
Projeto de Educação Sexual da Turma. Em todas as turmas,
três horas (do total das doze que compõem o programa) são
destinadas à apresentação de sessões de esclarecimento
com as enfermeiras da Unidade de Cuidados Continuados
"Com Saber e Sent i r, a sexua l idade é abordada do ponto de v is ta dos a fe tos , da in fo rmação e
aconselhamento personalizado, criando um terreno fér til para o diálogo e evitando os constrangimentos".Rui Ramos (psicólogo), in Público 22-05-05
Sensações EPRM
Revista EPRM # 20 | 25
vidades]tos e actividades]portos de Natureza e a scola: Simbiose perfeita!
[ a nossa escola – projetos e atividades]
de Rio Maior. Todas as outras atividades do PEST são
desenvolvidas pelos professores e/ou com um convidado(a)
que considerem transmitir um contributo importante para a
abordagem da temática.
Para além da questão da sexualidade, no PESS da EPRM
de 2012 estão plani cadas sessões sobre a Prevenção do
Consumo de Substâncias Psicoativas e de Prevenção da
Violência em Meio Escolar. Ambas são feitas com a presença
de convidados que desenvolvem trabalhos nas respetivas
áreas e que conduzem dinâmicas adaptadas à população
alvo, que vão ao encontro do seu estilo de vida e da sua idade.
Para trabalhar com os alunos as questões relacionadas
com os consumos de substâncias psicoativas, contamos
com a presença do Técnicos do IDT – Instituto da Droga e
da Toxicodependência – mais concretamente do Centro de
Respostas Integradas do Ribatejo, que já colaboram com a
EPRM há alguns anos e sabem concretamente que tipo de
população possuímos na escola e a melhor forma de trabalhar
com os nossos alunos.
Sobre a Prevenção da Violência em Meio Escolar, escolhemos
a temática do Bullying, sendo esta a primeira vez que a
abordamos na EPRM. Para tal, contaremos com a presença
de alguns pro ssionais relacionados com a área e daremos
primazia àqueles que atuam no nosso concelho.
Os frutos “colhidos” pelo PESS não são visualizados de
imediato, nem por todos aqueles que nele participam, no
entanto, todos devemos ter a consciência da sua importância.
Para além disso, temos que ter a perceção de que não
estamos a trabalhar em prevenção primária, ou mesmo em
prevenção.
Mas, sem dúvida que estamos a informar, dar a conhecer, promover conhecimento a jovens decisores do seu futuro e dos seus compromissos, com os outros e com a vida.
Quando avaliamos o PESS, avaliamos as parcerias que
conseguimos estabelecer, os trabalhos produzidos por alunos
e professores, a qualidade do trabalho realizado na escola.
Por vezes, a maior di culdade está em encontrar professores
e técnicos com à vontade para explorar as temáticas com os
alunos, de forma natural e sem constrangimentos.
Na EPRM, o PESS correspondente ao presente ano letivo está
a ser um sucesso; a maioria das turmas já apresenta todas
as atividades concluídas. Fizeram-se exposições, criou-se
uma página do facebook, denominada “Sensações EPRM”
(www.facebook.com/page/sensaçõeseprm), publicaram-se
trabalhos; além disso, o GIAA (Gabinete de Informação e Apoio
ao Aluno) atendeu e continua a receber cerca de quarenta
utilizadores por mês.
Quando começámos a trabalhar no PESS e a elaborar os
PEST, inevitavelmente pensamos que o número de horas
de formação destinadas ao projeto, seria excessivo para
a exploração e uso do tema, no entanto, alguns estudos
demonstram que a educação sexual e o aconselhamento
sobre a sexualidade estão associados a uma maior utilização
de contracetivos, a um menor número de parceiros, a um
início mais tardio da vida sexual, uma menor probabilidade
de gravidez precoce e um maior conhecimento sobre a
noção de fertilidade e prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis. E, sem dúvida, que o número de utilizadores
do GIAA é o indicativo de que a (in) formação não é excessiva,
uma vez que é bastante útil e utilizada pela comunidade
escolar.
Com a experiência obtida durante os dois anos de envolvimento no projeto e com a avaliação de todos os trabalhos produzidos nos PEST e no PESS, considero que é possível trabalhar cada vez melhor as diferentes temáticas abordadas. Reforçamos sempre a singularidade de cada membro da escola, das suas escolhas e do respeito que nos merece.
Sónia Duarte Técnica do GAT
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26 | Revista EPRM # 20
[a nossa escola - conselho de delegados]
Com a ajuda de todos os Alunos da Escola Pro ssional de Rio Maior, com a contribuição de apenas um euro, nos dias 20 e 21 de março, alguns destes alunos, representantes das diversas turmas da Escola, tiveram a oportunidade de fazer várias pessoas do Concelho de Rio Maior sorrir, oferecendo alguns cabazes recheados de diversos bens alimentares que estas pessoas não poderiam comprar.
Todas as pessoas a quem entregamos cabazes caram muito
impressionadas com o gesto demonstrando pelos alunos e
professores acompanhantes, através da alegria presente nos
seus olhos, da emoção e até dos arrepios visíveis, pelo facto
de se encontrarem tão felizes e comovidas.
O pequeno gesto foi-nos muito agradecido através de simples
frases como: “Obrigado, é triste mas hoje já vou ter comida
na mesa para conseguir dar uma boa refeição aos meus” ou
“Obrigado por tudo, vamos conseguir passar uma Páscoa
muito melhor, graças à vossa ajuda”…
Ao longo do nosso percurso, fomos perguntando às famílias a sua opinião relativamente a estas acções e todos responderam que era muito importante a realização destes atos de solidariedade com o intuito de ajudar quem mais necessita. Confideciaram-nos ainda que o facto de nos lembrarmos destas pessoas permitia, e ainda com o pouco que angariaram, conseguir, também elas, ajudar os outros, partilhando.
Atividades desta natureza são sempre uma mais-valia no
enriquecimento pessoal dos alunos, pois a solidariedade não
é mais do que a procura e o respeito da dignidade individual!
Obrigado a todos!
Páscoa Solidária…
O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes
Revista EPRM # 20 | 27
[ a nossa escola - conselho de delegados]
O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes da
EPRM é constituído pelos delegados e subdelegados das onze
turmas que integram a Escola Pro ssional de Rio Maior no
ano lectivo 2011/2012, democraticamente eleitos no início
de cada ano letivo.
A formação do Conselho de Delegados partiu da iniciativa do
corpo Docente e da Direção Pedagógica da EPRM. Este ano
letivo, o conselho de delegados é composto por vinte e dois
membros, sendo a presidente e o vice-presidente nomeados
através de votação por parte de todos os seus membros
constituintes.
O Conselho de Delegados possui uma hierarquia, sendo
que quatro membros estão na lista principal e os restantes
membros estão distribuídos em outras áreas criadas com
o propósito de ser mais fácil atender aos objectivos desta
instituição, tendo sempre em conta os valores de referência,
o sentido de responsabilidade e competências individuais.
A Constituição do Conselho de Delegados para o ano letivo
2011/2012 é a seguinte:
Presidente: Bárbara Costa, C.T.Gestão
Vice-Presidente: Pedro Lopes, C.T.Design
Secretária: Rute Santos, C.T.Turismo
Tesoureiro: Álvaro Umbelino, C.T.Gestão
O Conselho de Delegados tem como principal objetivo
defender os interesses dos alunos e representá-los em todas
as situações que seja solicitada a presença deste organismo.
Este grupo de alunos promove atividades sempre que
possível, para que os alunos possam desenvolver o espírito
de equipa, amizade e boa disposição no seio escolar, criando
condições para o convívio entre a comunidade escolar.
Ao longo deste ano letivo, o Conselho de Delegados já
organizou diversas festas e atividades para encerrar os
trimestres, tais como, torneios Inter-turmas de futebol, a
festa de Natal com almoço convívio e troca de presentes,
o 19º. Aniversário da EPRM que culminou com um lanche
convívio e bolo de aniversário e a já habitual comemoração
do S. Martinho.
O Conselho de Delegados gostaria de informar a Comunidade
Escolar que tem em vista outras atividades a realizar na
Escola, entre elas o encerramento do 3º trimestre e o baile
de gala/jantar de nal de ano letivo.
Esperamos que todas as atividades decorram como previsto
e que a participação e a entreajuda continuem a fazer parte
da postura de toda a comunidade escolar!
Conselho de Delegados da EPRM
O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes
28 | Revista EPRM # 20
[ a nossa escola ]
Sou oriundo da China e
imigrei para Portugal no ano
de 2002 para me juntar
à minha família e iniciei
o meu percurso escolar
em Rio Maior. No ano de
2009 fui admitido no Curso
Técnico de Gestão, na
Escola Profissional de Rio
Maior (EPRM), com base
nas minhas capacidades/
a p t i d õ e s p e s s o a i s e
académicas.
Os meus três anos de experiência na EPRM permitem-me
referir que o facto de eu ser oriundo de um outro país, não
me fez sentir diferente ou excluído.
A EPRM é uma escola maravilhosa com um corpo de docentes extremamente pro ssional e amigável e, por isso, me sinto bem no seu seio.
Rio Maior é uma cidade vibrante e multicultural, que tem
muito para oferecer em diversas aspetos, como o lazer, o
desporto e a natureza.
Durante o meu percurso formativo na Escola Pro ssional
de Rio Maior, realizei “inúmeras” visitas de estudo que me
permitiram conhecer de uma forma mais objetiva a cultura
portuguesa e a forma organizacional de Portugal.
No entanto, a visita que me marcou verdadeiramente foi
aquela que me permitiu visitar a Feira Internacional de
Turismo, em Espanha. Não é todos dias que saímos do País
para uma visita de estudo!
Gosto muito de estudar na EPRM e viver nesta linda cidade
que é Rio Maior.
JingDong ChenAluno do Curso Técnico de Gestão
O meu nome é Luna
Margareth Nascimento
Leite, tenho 19 anos
e s o u n a t u r a l d e
C a b o Ve r d e , m a i s
especi camente da ilha
de São Vicente.
Frequento o curso de
Tu r i s m o A m b i e n t a l
e Ru r a l n a E s c o l a
Pro ssional de Rio Maior
desde o ano de 2010 e estou no 2º. Ano do curso.
Imigrei para Portugal em busca de novas oportunidades e
com o propósito de me juntar à minha mãe que já morava
em Rio Maior há alguns anos.
Desta forma, posso referir que foi uma boa opção porque sou
uma jovem muito sonhadora e sei que através da EPRM, com
a conclusão do curso que frequento e a quali cação de nível
IV, conseguirei atingir os objetivos que tracei para a minha
vida futura.
A minha entrada na Escola Pro ssional de Rio Maior ocorreu casualmente, porque não fazia a mínima ideia de como funcionava uma Escola Pro ssional, pois frequentava em Cabo Verde o ensino regular que era também um pouco diferente do ensino de Portugal.
Gosto muito de estudar na Escola Pro ssional de Rio Maior
porque aqui sinto-me bem e sinto-me em casa, sendo que a
EPRM já faz parte da minha vida, é a minha família Portuguesa
e, com a sua ajuda, espero conseguir atingir os objetivos a
que me propus.
Obrigada EPRM!
Luna LeiteAluna do Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural
Todos diferentes, todos iguais!
Revista EPRM # 20 | 29
[a nossa escola]
Escola Pro ssional de Rio Maior visita Espanha para uma “aventura no espaço”
O Curso Pro ssional de Técnico de Gestão e Programação
de Sistemas Informáticos manifestou, desde início do seu
percurso de formação, uma apetência singular quanto às
ferramentas de acesso à informação e ao conhecimento,
com especial interesse pelos ambientes criados em torno
das novas tecnologias web.
Muito embora não seja uma realidade especí ca da Escola Pro ssional de Rio Maior, trata-se de uma característica que apela sobretudo a competências técnicas, pelo que a sua componente pessoal e social nem sempre se assumiu da melhor forma, motivo pelo qual se entende que a formação de técnicos competentes apela ao compromisso com a sua cidadania, o que por vezes não se consegue com propostas restritas ao espaço das salas de aula ou das o cinas. Foi nesta perspetiva que se integrou a recente visita de
estudo à exposição “NASA: aventura no espaço!”, realizada
na cidade de Madrid (Espanha) entre os dias 25 e 27 de
abril. A atividade contou com a participação de todos os Sónia Costa
Diretora de Turma
alunos do curso, acompanhados por alguns
dos responsáveis pela gestão da turma/curso e
integrou um conjunto alargado de propostas de
cariz socializante, que permitiram aprofundar
o relacionamento social no seio do grupo e na
sua relação com os outros.
O núcleo da atividade incluiu o contacto com os
progressos da investigação e do conhecimento
do espaço, com especial destaque para os seus
pioneiros (cientistas, percursores, políticos),
os avanços decorrentes da indústria bélica
(vestuário, ogivas, plataformas) e os dilemas
da “guerra fria” no acesso ao espaço lunar
(EUA vs URSS). A exposição, apoiada por uma
série de instrumentos de leitura e informação
sobre os conteúdos e sobre os materiais
expostos, incluiu igualmente um agradável guia (tipo i-pod)
e uma simulação, que transmitiu aos participantes os efeitos
da força gravitacional (G-force) presente em qualquer viagem
pelo espaço.
Para além desta visita, o grupo teve oportunidade de contactar
com o centro histórico de Madrid e com os principais atrativos
da cidade de Toledo, antiga capital política e religiosa. Nestes
domínios, promoveu-se sobretudo a partilha de experiências
e o contacto com uma realidade diferente. Mais que uma
proposta concreta, tratou-se de uma oportunidade assumida
de combinação daquilo que a escola tem de melhor: o prazer
de aprender pela experiência através de propostas que
permitem abordagens amplas e integradoras. Reforça-se,
em suma, o facto de estarmos perante atividades que se
assumem como momentos singulares, que se associam
naturalmente ao crescimento individual e coletivo, à imersão
em sentimentos e sensações que, decerto, carão para outras
viagens que a memória nos permita.
30 | Revista EPRM # 20
[ a nossa escola ]
Ano Letivo 10/11 em imagem
Revista EPRM # 20 | 31
[a nossa escola]
O Espírito TAERMOVE
32 | Revista EPRM # 20
[a nossa escola - atividades]
PRÉMIO FUNDAÇÃO ILÍDIO PINHO
Ciência na Escola
A Fundação Ilídio Pinho acredita que “só através da
concretização de iniciativas próprias é possível reunir a
participação ativa de todos os indivíduos na construção de
uma sociedade moderna e desenvolvida”.
É com este princípio que anualmente são lançados desa os
às diversas escolas onde a ciência, a economia e a inovação
tecnológica são a base permitindo desta forma que os alunos
desenvolvam as suas competências assim como interajam
com cursos diferentes.
A Escola Pro ssional de Rio Maior, juntamente com cerca
de mais 700 outras escolas nacionais, concorreu ao Prémio
Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola”- 10.ª Edição – ano
letivo 2011/2012 com o Projeto Aqua Energy, tendo sido uma
das selecionadas.
As turmas propostas para a execução do projeto são:
• 10ºA - C.T. de Eletrónica, Automação e Instrumentação;
• 10º C – C.T. de Manutenção Industrial;
• 10º D – C.T. de Frio e Climatização;
• 11º A – C.T. de Instalações Elétricas;
• 11º C- C.T. de Energias Renováveis- Sistemas Eólicos;
• 12º A – C.T. de Energias Renováveis - Sistemas Solares;
• 12º C – C.T. de Design- variante Design Industrial.
O projeto apresentado consiste na recolha e reutilização das
águas pluviais, para posterior rega dos jardins escolares,
aquecimento de água de lavagem e descargas sanitárias.
Para o seu desenvolvimento serão aproveitados alguns
equipamentos já existentes na escola, alguns projetados
e construídos pelos alunos durante o desenvolvimento dos
planos curriculares (painéis solares, aerogerador, termossifão,
caixas coletoras de águas pluviais), sendo complementados
pela construção de infraestruturas, como as canalizações
de transporte e o telheiro em cone a ser colocado no portão
principal da escola, assim como a instalação de um depósito.
Ao depósito ser- lhe-á acoplada uma bomba, cujo
funcionamento dependerá da energia fornecida pelo
aerogerador e pelo painel fotovoltaico. Esta bomba permitirá
que parte das águas armazenadas sejam retiradas e
distribuídas para as casas de banho do edifício escolar para
descargas sanitárias, assim como, para o sistema de rega.
Outra parte será enviada para um termossifão onde a água
será aquecida e abastecerá os lavatórios das casas de banho
e o cinas.
O telheiro em forma de cone terá uma dupla funcionalidade,
uma vez que recolherá a água das chuvas e condensações
graças à sua forma em cone, assim como, abrigará os alunos
em dias de chuva ou sol intenso.
Em suma, esperamos muito sinceramente que o presente
projeto consiga sensibilizar os alunos para as questões
ambientais e energéticas e simultaneamente valorize as
infraestruturas da escola através da concretização dos
projetos efetuados pelas turmas dos diferentes Cursos
Técnico –Pro ssionais.
Cláudia Gomes e Soraia BenjamimCoordenadoras do Projeto
Revista EPRM # 20 | 33
[formação pro ssional]
A escola e os desa os da sociedade de informação e conhecimento
A Sociedade da Informação e do Conhecimento pode ser
caracterizada pela expansão global dos processos digitais,
ao longo da história sempre existiram sociedades com
informação e conhecimento (Castells, 2007), mas foi no
século XX que se tornou globalizada dando origem a conceitos
como “aldeia global”, “tecnologias de informação” e “sistemas
de informação”.
A crescente evolução das tecnologias da informação e
comunicação (Internet e Satélites) levaram ao surgimento de
uma nova civilização, caracterizada pela globalização (redes
de alcance mundial como a world wide web), velocidade
(massi cação da imprensa), aceleração (créscimo exponencial
da informação), instantaneidade (acesso instantâneo da
informação), desatualização (a atualização imediata leva
à desatualização da existente), formação (necessidade de
obter conhecimento atualizado) e mediatização (aumento
do conhecimento pela comunicação social e pela realidade
virtual (Meirinho, 2000).
Se por um lado esta nova “sociedade” trouxe uma melhoria
da qualidade de vida e o aparecimento de novas pro ssões,
por outro, a informatização e automação de processos levou
à extinção de postos de trabalho (na maioria indiferenciados)
e consequentemente ao aumento do desemprego nos
períodos de adaptação; por isso, a formação ao longo da
vida é referenciada de muito importante por muitos autores.
“A expressão ‘Sociedade da Informação’ refere-se a um modo
de desenvolvimento social e económico em que a aquisição,
armazenamento, processamento, valorização, transmissão,
distribuição e disseminação de informação conducente à
criação de conhecimento e à satisfação das necessidades dos
cidadãos e das empresas, desempenham um papel central
na atividade económica, na criação de riqueza, na de nição
da qualidade de vida dos cidadãos e das suas práticas
culturais.” (Livro Verde para a Sociedade da Informação em
Portugal, 1997, p.9).
A sociedade da informação e do conhecimento levou novos
desa os e profundas transformações para a escola atual.
Com ela aparecem novos métodos e instrumentos de estudo
e ensino e são criadas novas comunidades de alunos e de
professores.
Hoje, a Escola depara-se com o ensino dos conteúdos
programáticos, bem como a aprendizagem de novas
tecnologias, mas com um paradigma que, segundo Manuel
Meirinhos, engloba três questões fundamentais: o conteúdo
(qual a importância dos conceitos e qual a sua validade, será
a cultura geral relevante?), as competências (capacidade de
aprender, de aplicar estratégias, métodos e procedimentos)
e as atitudes (desenvolver atitudes de cooperação,
compreensão, tolerância, respeito, colaboração, autonomia,
perseverança e responsabilidade).
Como refere Manuel Meirinhos, (2000), p.7, “Uma educação
que prepare as pessoas para a sociedade da informação
tem de ser constituída em torno da aprendizagem, e não
do acto de ensinar. A educação deve de ser centrada no
agente que aprende.” O professor não detém o conhecimento
absoluto pelo que assume uma função de orientador da
aprendizagem que auxilia o aluno na aquisição de hábitos e
destrezas, seleção e tratamento da informação, é ele também
o responsável por criar as condições para o desenvolvimento
do aluno. O aluno caminha a sua própria aprendizagem,
realizando a procura do conhecimento de forma autónoma.
João InezDocente da Disciplina de Tecnologias de Informação e
Comunicação
34 | Revista EPRM # 20
[formação pro ssional]
“As mãos rompem o silêncio e fazem a comunicação de quem não ouve, mas vê, sente e se emociona”.
(autor desconhecido)
O ser humano é um ser social e como tal, necessita de se
relacionar com outros seres humanos para que se desenvolva
como pessoa. Mas essa convivência nem sempre é agradável
e tranquila, uma vez que não existe uma pessoa igual à outra;
todas as pessoas são diferentes e essas diferenças quase
sempre geram con itos.
É certo que o desafio de conviver com as diferenças é
uma tarefa árdua, no entanto, deve ser considerada como
uma necessidade humana, pois, ao respeitar o próximo,
certamente abriremos espaço para que as nossas diferenças
também sejam respeitadas.
Tendo em consideração que a comunicação é um instrumento
de integração, ensino, troca mútua e desenvolvimento
entre as pessoas em quaisquer atividades realizadas e
que, cada vez mais exige das diversas capacidades do ser
humano, sendo a forma como comunicamos a ferramenta
mais importante no processo de desenvolvimento das
organizações em todo o mundo, a Escola Pro ssional de Rio
Maior, promoveu um interessante Workshop, cujo tema foi a
Língua Gestual Portuguesa.
A Língua Gestual Portuguesa é uma língua com um vocabulário
e gramática próprios, que se produz por movimentos das
mãos, do corpo e por expressões faciais.
Em algumas horas, os alunos do 12º A - Curso Técnico
de Energias Renováveis - Sistemas Solares, tiveram a
oportunidade de aprender com a Professora Ana Leonor
Carapinha, docente do 1º. Ciclo do Colégio Alto Pina em
Rio Maior e especializada em Língua Gestual, algumas
curiosidades respeitantes a esta Língua, o seu alfabeto e as
expressões mais utilizadas no quotidiano da comunidade
surda, de uma forma bastante acessível.
Perante o grande entusiasmo de todos os participantes
no Workshop, a Professora Ana Leonor, em forma de
consolidação, deu aos alunos e professores acompanhantes
a oportunidade de praticar a Língua Gestual, de modo a
promover um intercâmbio de mensagens que iriam sendo
descodi cadas pelos presentes.
Foi um grande momento de comunicação, aprendizagem e
sensibilização!
Obrigada, professora Ana Leonor.
Para além das Palavras…
Helena CoelhoDocente da disciplina de Português
Revista EPRM # 20 | 35
[formação pro ssional]
O papel da mobilidade no espaço europeuA União Europeia desenvolve, através de uma amplo
leque de mecanismos nanceiros, um sistema de apoio à
mobilidade de pessoas, de modo a favorecer o contacto
entre diferentes realidades, contrariando naturalmente a
ocorrência de con itos eventualmente despoletados a partir
do desconhecimento e da (in)diferença perante o conjunto
de diversidades culturais, económicas, politicas e sociais
que coexistem no território europeu
Foi neste contexto que participámos, durante uma semana,
numa visita de estudo pela região de Estocolmo (Suécia),
centrada no contacto com algumas das estratégias
desenvolvidas pela sociedade sueca no que respeita ao
sistema de formação profissional inicial, com especial
enfoque na relação entre escolas - centros de formação e
parceiros sociais, nas suas múltiplas modalidade de trabalho
e cooperação. A visita realizou-se durante o passado mês de
Outubro e foi um importante contributo para a consolidação
de algumas das ideias que vamos acolhendo nos domínios
do ensino e da formação.
A possibilidade de contactar com realidades diferentes
das que habitualmente fazem parte do nosso quotidiano
pro ssional permite, desde logo, um olhar distanciado sobre
os problemas e um reposicionamento crítico perante o
modo como os diferentes membros da União Europeia vão
respondendo a questões e a problemas tendencialmente
semelhantes. Se noutras áreas esta será, decerto, uma tarefa
difícil, como será o caso da economia e da política, no que
respeita à educação e à formação, as evidências parecem
ser mais consensuais.
Acresce a tudo isto o facto de se terem associado colegas de
diferentes nacionalidades (Irlanda, França, Croácia, Escócia,
Grécia, Eslovénia, Turquia, Roménia, Hungria, Espanha, Itália
e Alemanha), disponíveis e interessados, o que facilitou, o que
facilitou a criação de um contexto singular no que respeita
à troca de impressões e à partilha de propostas de trabalho
e cooperação.
O facto de se terem criado mecanismos de trabalho ajustados
ao grupo enriqueceu imenso os conteúdos, ampliou o leque de
Contributos para a aprendizagem ao longo da vida: o papel dos parceiros sociais na formação pro ssional inicial
CONSIDERAÇÕES A PROPÓSITO DE UMA VISITA DE ESTUDO TRANSNACIONAL
36 | Revista EPRM # 20
[ formação pro ssional]
experiências disponíveis e enriqueceu a re exão crítica sobre
os locais e a realidade visitada. Neste domínio, di cilmente
se poderiam ter obtido melhores condições.
A organização, irrepreensível em todos os domínios, foi
fundamental para o sucesso obtido: a disponibilidade, a
presença constante, o ajustamento técnico e social, as
referências prestadas antes, durante e depois: tudo contribuiu
para a construção de um excelente período de aprendizagem.
As atividades decorreram ao longo de cinco dias, onde foi
possível alternar a realização de visitas a escolas e centros de
formação, com sessões de trabalho em grupo, onde se foram
analisando as realidades de cada país e as características
das situações observadas.
O papel dos parceiros sociais na formação pro ssional de jovens.Em Portugal, a designação “parceiros sociais” aponta
habitualmente para o papel desempenhado pelos sindicatos,
organizações patronais e organismos com assento nos
espaços de diálogo, pacto e concertação social, com especial
in uência nos domínios da coordenação de políticas públicas,
da definição e implementação de políticas públicas de
emprego e de formação.
Na grande maioria dos países representados, a designação
mantém as suas características mas o seu âmbito diversi ca-
se e ajusta-se em função de cada uma das realidades
nacionais. A visita incluiu uma série de debates em torno
destas diferenças e das possibilidades permitidas ao nível
das políticas públicas de ensino e de formação dos jovens.
Não nos é possível aqui reproduzir elmente os aspetos que
foram sendo analisados ao longo da semana. No entanto,
a necessidade de assegurar algum distanciamento face à
realidade visitada acabou por favorecer a sinalização de
alguns aspetos que reforçam a importância das visitas e da
missão que lhes é atribuída.
Em primeiro lugar, e de um modo geral, a realidade “sueca”
parece possuir, vincadamente, uma cultura de re exão e
de crítica a vários níveis, com evidente independência face
aos tempos e aos espaços onde ocorre. A realidade parece
ser ltrada de um modo muito natural, onde a perspetiva
das pessoas assume um papel relevante na negociação da
mudança e na aceitação do que é novo. É neste contexto que
o papel e a função dos parceiros sociais assumem formas
bem diferentes daquelas que estamos habituados a observar
em Portugal.
No entanto, quando confrontados com a realidade das
organizações suecas, da sua dimensão e condições
operacionais, somos levados a valorizar a extraordinária
capacidade de recomposição do sistema português na criação
de respostas originais e rápidas, pouco dadas à negociação
e habitualmente dependentes dos recursos existentes. Não
será sina, mas poderá ser uma manifestação de resiliência
comum aos países do “Sul”.
Em abono da verdade, poderíamos incluir a título de
abordagens comuns ao nível do espaço europeu, as
di culdades manifestadas pelo setor educativo na captação
de novos alunos e na adequação das suas expectativas, na
relação com o tecido empresarial, na transição da escola para
a empresa, a par da diversidade de experiências existentes ao
nível da relação entre escolas e empresas, entre o estado e
os particulares e ao nível da permeabilidade entre os campos
do ensino e da formação. Tudo isto se pode encontrar em
qualquer uma das realidades analisadas.
Das experiências observadas, realça-se igualmente a
sinalização de propostas de interesse ao nível da criação
de mecanismos de certi cação de qualidade para escolas
e entidades empregadoras e da melhoria da imagem das
escolas e das entidades formadoras, com recurso a novas
tecnologias e novos métodos de divulgação (marketing social).
De referir, neste domínio, a importância atribuída pelas
organizações ao papel dos parceiros sociais na adoção de
mecanismos de pressão (lobbying) sobre estruturas políticas
e educativas, no sentido da mudança de mentalidades e na
criação de estruturas de supervisão e certi cação do trabalho
desenvolvido no campo da formação e do ensino.
Do ponto de vista das práticas inovadoras, regista-se a opinião
positiva do grupo perante as propostas implementadas pela
Sessão de Trabalho no Instituto do Emprego e Formação Pro ssional
Revista EPRM # 20 | 37
[formação pro ssional]
Confederação de Sindicatos da Suécia (www.lo.se), que têm
como características principais a coordenação de posições
entre os setores empresarial e da formação. Neste âmbito,
assegura a manutenção de um sistema de certificação
de qualidade gerido pelos parceiros sociais, designada
“Teknikollege”, com base em dez critérios de análise,
trianualmente revistos.
Para além desta competência, a confederação desenvolve
ainda um sistema de mais-valias não financeiras que
visam tornar a escola mais atrativa e credível junto do
tecido empresarial, assumindo-se igualmente como um
instrumento de pressão social, através do seu envolvimento
em campanhas para a mudança e qualidade nas práticas de
formação e nas comissões de regulação coletiva do trabalho.
O facto de se tratar de uma organização sindical que, tal como
a Confederação dos Setor Empresarial Sueco, “entende a
competência como uma vantagem competitiva no mundo do
trabalho”, não favorece qualquer intenção comparativa face
à realidade portuguesa.
Desa os face ao futuroPerante um contexto tão diverso, é natural que persistam
desafios que ultrapassam demarcações territoriais e
diferenças socioculturais, entre outros aspetos. No domínio
das atribuições e do papel dos parceiros sociais, trouxemos
na bagagem alguns artefactos que nos poderão orientar
no percurso pelas questões do ensino e da formação ao
longo dos próximos tempos, dos quais destacaríamos, para
terminar:
a) A necessidade de motivar os jovens para o acesso à
formação pro ssional e ao mercado de trabalho, bem como
para o ingresso em pro ssões de nível intermédio;
b) A importância das transformações ocorridas no campo de
intervenção dos parceiros sociais, que se vai transferindo
dos domínios da ação politica para os da intervenção social;
JoãoPaulo ColaçoTécnico do GAT
c) A cristalização de atitudes e comportamentos no campo
do ensino e da aprendizagem, motivada pelo envelhecimento
acentuado dos formadores e professores (ageing);
d) A necessidade de tornar os mecanismos de transição entre
espaços de formação (da sala para a empresa e vice-versa)
mais ajustados às novas propostas de trabalho pedagógico
e pro ssional;
e) A necessidade de ampliar os mecanismos de participação
e envolvimento dos parceiros sociais no mundo da formação e
do emprego, nomeadamente através do desenvolvimento de
projetos de cooperação de âmbito nacional e transnacional,
entre organizações escolares e empresariais.
O grupo em visita por Estocolmo
38 | Revista EPRM # 20
[entrevista]
Helena ValérioENTREVISTA COM UMA DAS FUNCIONÁRIAS MAIS ANTIGAS DA EPRM
[EPRM] A D. Helena Valério é uma das funcionárias mais antigas da Escola Pro ssional de Rio Maior e a Coordenadora dos Serviços de Auxiliares de Ação Educativa. Há quantos anos trabalha na EPRM?[HV] Exerço funções de Auxiliar de Ação Educativa na EPRM há quase dezanove anos, desde o dia 10 de setembro de 1993, o segundo ano de funcionamento desta Instituição.
[EPRM] Uma das suas principais funções enquanto Auxiliar de Ação Educativa é o acompanhamento dos alunos da EPRM. Como de ne a sua relação com os atuais alunos da Escola?[HV] De uma forma geral, a minha relação com os alunos é bastante positiva, no entanto, como me considero uma pessoa exigente, ambiciono que essa relação vá crescendo gradualmente e chegue a Excelente. Para atingir um patamar de excelência é preciso muito trabalho, esforço, dedicação, empenho, muito respeito, carinho e uma «dose extra» de paciência.A relação que mantenho com os alunos constrói-se através do saber ouvi-los, saber conquistá-los, impondo-lhes respeito e fazendo-os compreender a importância do cumprimento de regras.Faço questão de dizer sempre aos alunos que sou funcionária da Escola, mas também posso ser mãe, avó, tia, namorada ou alguém de quem eles estão a precisar em determinados momentos das suas vidas, mostrando-lhes que estou sempre presente e disponível para poder dar continuidade à sua formação após o termo da componente letiva.Posso ainda referir que me sinto acarinhada pela maioria dos alunos e feliz pelo facto de poder contribuir para a sua formação enquanto pessoas, pois o OBRIGADO que me expressam quando acabam o seu ciclo de formação é a melhor recompensa que poderia ambicionar.
[EPRM] Quais as principais diferenças sentidas entre os alunos de há vinte anos e os alunos que frequentam hoje a EPRM?[HV] Há vinte anos, a Escola Pro ssional de Rio Maior possuía o privilégio de “escolher” os seus alunos.Os grupos de alunos que recebíamos eram na sua generalidade mais adultos, mais responsáveis e empenhados no seu percurso formativo, tinham brio no Curso Pro ssional que estavam a frequentar e orgulho na sua Escola.No início do funcionamento da Escola, tendo em consideração o número mais restrito quer de alunos, funcionários e professores, a relação entre todos era mais próxima, funcionávamos como uma pequena família.Por sua vez, os alunos que chegam hoje à EPRM, iniciam o seu percurso escolar mais cedo, provenientes de uma faixa etária mais jovem e que chegam ao 10.º ano de escolaridade com poucos hábitos de trabalho, poucas regras de nidas, desinteressados da escola e do que os rodeia, muitas vezes sem objetivos de vida, tornando-os dessa forma, mais desordeiros e por vezes até con ituosos.Na minha opinião, muitas das situações menos agradáveis com que nos deparamos, advêm do sistema de ensino facilitado de onde são provenientes.No entanto, nota-se uma grande melhoria de comportamentos, quando estes alunos transitam para o 11º ano, uma vez que contactam diariamente com uma exigente qualidade de ensino e um leque abrangente de profissionais que conseguem o progresso destes alunos.
[EPRM] Como é que descreve a Escola Pro ssional de Rio Maior?[HV] “Uma Escol(h)a de Sucesso”.Considero a EPRM uma das melhores escolas de ensino pro ssional do nosso país.Foi, é e estou convicta de que será sempre valorizada
Revista EPRM # 20 | 39
EPRM. Ficarei sempre grata a todos os seus progenitores.Não esquecendo os demais, quero deixar publicamente o meu agradecimento ao Professor Humberto Novais pela sua dedicação e empenho durante os largos anos que dedicou a esta Instituição.Desejo a todos os que trabalham na EPRM, que tenham a força necessária para enfrentar, pelo menos, mais vinte anos de sucesso.Às novas lideranças, também pretendo agradecer por todas as oportunidades, espero que tenham novas ideias e estratégias para dar continuidade a um projeto de tão grande envergadura.Desejo ao Professor Luciano Vitorino muito êxito e forças para continuar a construir esta grande obra e levar o seu bom nome cada vez mais longe.Não posso deixar de mencionar o nosso Diretor Financeiro, o Dr. Bentes da Silva, que desde a primeira hora se preocupa com o bem-estar geral desta Escola e dos seus funcionários. Desejo-lhe muitos anos de sucesso!Aos alunos nalistas, quero desejar as maiores Felicidades! Agora que vão enfrentar o mundo do trabalho, não se esqueçam de ser exigentes convosco, tenham orgulho em dizer que se formaram na EPRM e sobretudo, sejam bons pro ssionais.A humildade é um valor fundamental, por isso, usem-no sempre, sendo também determinados e con antes: “ uma escada não se sobe ao contrário”!Aos alunos que vão dar continuidade aos seus estudos, resta-me dizer-lhes que aproveitem muito bem as oportunidades que a escola vos oferece.Parabéns à EPRM!
e reconhecida no meio local, regional, nacional e até internacional, uma vez que já «nos damos ao luxo» de receber alunos oriundos de outros países, uns por via da imigração, mas outros que se moveram até Portugal para ingressarem a EPRM.A EPRM é uma Instituição que oferece condições físicas e humanas bastante favoráveis, conseguindo dessa forma oferecer um ensino altamente quali cado, procurando possuir uma oferta formativa correspondente aos interesses dos alunos e familiares.Na minha opinião a EPRM é agora «uma grande família».
[EPRM] Como caracteriza a sua relação com a Comunidade Escolar em geral?[HV] A minha relação com a comunidade escolar da EPRM é ótima. É uma relação sincera, leal e amigável. Penso que todos possuímos um bom espírito de equipa e de entreajuda e desta forma, conseguimos “levar a bom porto” o trabalho a que nos propomos.Gostaria de deixar aqui uma mensagem a toda a comunidade escolar, dizendo-vos por esta via que gosto muito de todos vós e peço desculpa se alguma vez fui menos correta ou inacessível.Bem-hajam!
[EPRM] Que mensagem gostaria de transmitir, neste momento, à Escola Pro ssional e aos seus alunos?[HV] Nestes tempos difíceis para todos, a minha mensagem é de Esperança.Em primeiro lugar, gostaria de reconhecer a oportunidade que me foi dada, a de pertencer a uma grande família chamada
[ entrevista ]
MaiorEnergia, Lda.Clean energie
Estrada de Santarém | Gato Preto | 2040-335 Rio [email protected] Tlm. 925 964 240
40 | Revista EPRM # 20
[ em formação ]
O Ensino Pro ssional é o responsável pelo atendimento
das necessidades de mão-de-obra para o desenvolvimento
socioeconómico do país. Este, por sua vez prepara os jovens
para que desenvolvam as suas potencialidades e assim, se
auto -realizem na quali cação para o trabalho.
A formação pro ssional deve estar atenta no sentido de
levar a bom porto a sua nalidade principal que é formar
cidadãos capacitados para enfrentar os desa os impostos
pela modernização tecnológica. Logo, os alunos que são
formados por via do ensino pro ssional devem conhecer a
exigência de tecnologias exíveis que tornam a produção
mais personalizada através da substituição de grandes
grupos de trabalhadores, por pequenos grupos cada vez
mais especializados.
Desta forma, observa-se a importância da Formação
Pro ssional na preparação dos alunos para a inserção no
mercado de trabalho, pois são os conhecimentos técnicos
específicos que possibilitam a adaptação dos jovens
trabalhadores às modi cações tecnológicas a que estão
sujeitos.
Assim, podemos concluir que a educação técnico - pro ssional
poderia ser uma solução para grande parte dos problemas
de desemprego existentes no país.
Além disso, e tendo em consideração o desenvolvimento que
se tem vindo a registar a nível europeu e até mundial no que
diz respeito à racionalização, industrialização e automação da
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ELETRÓNICA, AUTOMAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO
indústria, tornou-se uma necessidade urgente formar técnicos
na área de Eletrónica e Automação.
Por isso, a EPRM, voltou a apostar na oferta do curso de Eletrónica, Automação e Industrialização, pretendendo assim, garantir uma sólida formação sócio-cultural, cientí ca e tecnológica para que os alunos que o frequentam possam ter a garantia de uma rápida inserção na vida ativa, podendo assumir todas as responsabilidades inerentes ao per l pretendido para Técnicos de nível IV.
Luís Miguel de Jesus GonçalvesDiretor de Curso
Revista EPRM # 20 | 41
[ em formação]
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE TRANSPORTES
Atravessamos neste momento uma crise que, cada vez mais,
vai exigir formação pro ssional a todos os que desempenham
funções na área de Transportes.
As quebras de procura e consequente redução de produção,
originam menos uxos de produtos e/ou pessoas.
O Transporte de passageiros em Portugal está numa
fase crucial relativamente aos processos de adaptação/
evolução de recursos materiais e humanos afetos á cadeia
de produção.
Os mercados estão em evolução constante e o cliente de hoje
não é o cliente de anos anteriores, nem será, com certeza,
o de amanhã - a exigência aumenta exponencialmente
(agravando a sustentabilidade do sistema, pois como
sabemos, grande parte da receita inerente a transportes está
regulada/ xada com um limite máximo).
Neste enquadramento, o “trabalhar dos custos de produção”
torna-se trivial e de extrema relevância nas empresas de
transporte.
Fazer sempre o mesmo porque é a identidade da empresa,
tem os dias contados. Teremos, cada vez mais, que ser
agressivos e irreverentes em termos de produtos oferecidos,
produtos estes que devem ir ao encontro das expetativas/
necessidades dos clientes.
A palavra de ordem é exibilidade, materializada em oferta
de produtos / serviços.
Desta forma, o mercado de trabalho será cada vez mais
criterioso e seletivo. Quem demonstrar humildade e vontade
para aprender (somado a qualidade de aprendizagem), terá
com certeza o seu lugar reservado num futuro próximo (assim
como os que zerem precisamente o contrário).
É este o rumo que pretendemos seguir: satisfazer o cliente,
maximizando a qualidade do serviço prestado (o mercado
responderá em conformidade com o que oferecemos).
É neste contexto, que a Rodoviária do Tejo reconhece
valências e “saber fazer” à EPRM (Escola Pro ssional de
Rio Maior).
De facto, os alunos que temos recebido/integrado na nossa
equipa, demonstram valores e conhecimentos adquiridos na
EPRM que são importantíssimos para a qualidade do serviço
que queremos prestar ao cliente e, desta forma, alcançar o
nosso objetivo: Satisfazer o cliente através da qualidade do
serviço prestado.
Valor acrescentado para a cadeia logística
Paulo CarvalhoDiretor de Curso
42 | Revista EPRM # 20
[ em formação ]
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE MANUTENÇÃO ELETROMECÂNICA
Enquanto procurava inspiração para vos escrever algumas
palavras de apoio e motivação, encontrei esta frase de um
célebre motivador de equipas.
Concordo completamente com a ideia adjacente à sua frase e
muitas vezes vos tenho feito pensar a forma como pretendem
passar pela vida. Tal como Baden Powel disse, existem dois
caminhos que podemos escolher: o do facilitismo e o do
esforço.
Nada se consegue sem darmos o máximo e o melhor de
nós mesmos. Em qualquer altura da vida somos colocados
perante escolhas das quais podemos optar pelo caminho
mais fácil e que nem sempre conduz a bons resultados ou
o caminho mais difícil de percorrer, mas do qual saímos
vitoriosos com uma correta aprendizagem e desenvolvimento
do nosso caráter como pessoa e como técnicos pro ssionais.
O ano passado zeram uma dessas escolhas ao optar por
ingressar na Escola Pro ssional de Rio Maior, no Curso de
Técnico de Manutenção Industrial. Agora, depende mais uma
vez de vós a forma como percorrerão este caminho e qual o
verdadeiro objetivo de vida que pretendem atingir.
Da minha parte eu sei no que acredito…ACREDITO EM VÓS!
Acredito nas vossas capacidades e sei que tenho perante mim
futuros técnicos capazes de darem as respostas mais corretas
e adequadas às mais variadas situações relacionadas com a
carreira pro ssional para a qual se preparam.
O futuro apresenta-se como algo incerto e difícil, muito devido
às conjunturas económicas que hoje em dia se vivem, no
entanto, não devem baixar os braços perante as primeiras
adversidades e contratempos, utilizando isso como desculpa
para a realização de trabalhos de má qualidade ou para não
os realizarem sequer.
A Manutenção Industrial é uma área em constante
crescimento e evolução, pois as tecnologias evoluem dia
após dia e com elas a necessidade de termos pro ssionais
quali cados e bem preparados, capazes de dar resposta aos
problemas que surgem.
Por isso mesmo: toca a arregaçar as mangas, calçar as botas,
colocar os óculos e trabalhar cada vez melhor, pois sabem e
devem fazê-lo constantemente!
“Diante de cada Homem, abrem-se dois caminhos: o do egoísmo ou o do serviço.
Cada um terá que escolher por si próprio qual será o verdadeiro lema. O egoísmo é mais cómodo; o Serviço envolve sacrifício.
Se um indivíduo não é capaz de se sacri car, não tem direito de se chamar Homem.
Mas se se sacri ca para servir, exprimindo da melhor maneira possível o seu amor, pode estar certo de que a vida será para ele um bem muito real, cheia de Felicidade”.
Baden Powell
Caminhos e escolhas...
Claúdia Solange GomesDiretora de Curso
Revista EPRM # 20 | 43
[ em formação ]
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE FRIO E CLIMATIZAÇÃO
A Escola Pro ssional de Rio Maior (EPRM) lançou no seu
programa de cursos pro ssionais no ano letivo de 2011/2012,
o curso de Técnico de Frio e Climatização.
Em boa hora o fez, pois a aposta na realização de um Curso de Técnico em Refrigeração e Ar Condicionado, deve ser olhado “não como mais um curso no programa”, mas como mais uma resposta desta Instituição às solicitações e anseios dos nossos jovens na procura de formação de qualidade, que os habilite com ferramentas capazes de enfrentar os desa os que têm pela frente. Manifesta, desta forma, a Escola Pro ssional de Rio Maior, a sua rme disposição no cumprimento da missão que lhe foi con ada e para a qual está vocacionada: uma formação de qualidade em áreas potenciadoras de criação de emprego, a níveis regional, nacional e global.
Abundam no espaço virtual da nossa praça várias ofertas
de emprego, algumas mesmo bastante tentadoras e bem
remuneradas, só que estas serão, com certeza, para
aqueles que sejam possuidores de ferramentas capazes
de proporcionar à sociedade progresso, produtividade e
crescimento sustentável. É missão desta Escola Pro ssional,
dotar com essas ferramentas, jovens pro ssionais que saibam
ser, estar e fazer e dos quais nos poderemos vir a orgulhar.
Estou certo que este projeto colherá os seus frutos num futuro
próximo, pois a necessidade de se dispor de pro ssionais
responsáveis e competentes para projeto, manutenção e
operação de sistemas de refrigeração e ar condicionado é
cada vez maior na nossa sociedade.
A refrigeração para fins de armazenagem, transporte e
processamento de alimentos, ou em processos industriais
especí cos e o condicionamento de ar para ns de conforto
ambiental são aplicações que apresentam crescimento
substancial atualmente, podendo até ser considerados
indispensáveis e, para isso, temos que ter profissionais
competentes, responsáveis e exíveis.
É este o nosso principal objetivo que, estou convicto, vamos
conseguir!
Luís Carmo SantosDiretor de Curso
Saber ser, estar e fazer
44 | Revista EPRM # 20
[ em formação ]
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Em todo o lado por onde paramos se ouve falar na crise,
na maior di culdade em se arranjar ou manter o posto de
trabalho… No entanto, simultaneamente, observamos que os
produtos de qualidade se vão mantendo nos mercados, que
os bons técnicos continuam a ser procurados e empregados.
É pois com esta realidade que nos apercebemos do aumento
da importância de uma formação técnica de Qualidade!
Um formando não deve sair de uma instituição de ensino
somente com um documento a atestar que ali se formou
um técnico, ele dever ser esse TÉCNICO! E ser signi ca estar
preparado para dar resposta quer às necessidades atuais,
quer às que o futuro lhe apresentará. As respostas têm
que ser cada vez melhores, com mais qualidade, com mais
capacidade!
Não nos podemos esquecer que a tecnologia melhora
e aumenta de complexidade de dia para dia e um bom
pro ssional tem que estar à altura de conseguir responder a
tempo e com as competências corretas.
Ao longo destes dois últimos anos letivos, os alunos do Curso
Qualidade é evolução...
de Técnico de Instalações Elétricas têm vindo a desenvolver
competências e capacidades de uma forma muito positiva.
Iniciaram como curiosos, quiçá sem saberem bem por que
razões escolheram este curso e hoje, juntam à curiosidade,
o conhecimento e vontade de ir mais além. E este é o
sentimento que lhes é pedido ao longo da vida….IR MAIS
ALÉM!
Nunca é tarde de mais para aprender, fazer melhor com mais
QUALIDADE!
O velho “chavão” muito português de que somos bons porque
somos “desenrascados”, limitou-nos no desenvolvimento e na
evolução técnica. Os alemães não são desenrascados, mas
têm da melhor tecnologia do mundo. E os seus produtos são
efetivamente da mais alta QUALIDADE: Mercedes, Audi, BMW,
Siemens, etc., etc.. assim o atestam.
Continuem neste caminho e o futuro será bem melhor do
que anteveem!
José OliveiraDiretor de Curso
Revista EPRM # 20 | 45
[ em formação ]
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO E PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS
INFORMÁTICOS
Nos últimos anos/décadas, ocorreram grandes mudanças
tanto nos campos socioeconómico, político, cultural, entre
outros. Estas mudanças surgiram, em parte, devido à
revolução tecnológica, especialmente no que se refere às
Tecnologias da Informação e Comunicação e à “Informática”.
Com este progresso, quase todas as pro ssões passaram a
depender dos computadores (móveis ou xos) para realizarem
o seu trabalho e as organizações/instituições são geridas
e dependem funcionalmente destas máquinas. Assim, as
empresas têm exigido colaboradores com conhecimentos
e competências na área da Informática, quer na ótica de
utilizador, mas especialmente numa ótica mais técnica,
tais como a instalação, manutenção e desenvolvimento
de aplicações de software e a manutenção dos diversos
equipamentos que constituem o parque informático.
Como resposta a estas exigências, o Curso Profissional
Técnico de Gestão e Programação de Sistema Informáticos
cria pro ssionais quali cados, com capacidade para:
- Gerir parques informáticos;
- Instalar, con gurar e administrar hardware e software em
redes Windows e Linux;
- De nir e desenvolver programas e aplicações informáticas;
- Desenvolver e gerir Web Sites e aplicações multimédia (inclui
a área de Game Development).
Ao nível de saídas pro ssionais, estes alunos estão vocacionados para organizações que desenvolvam e comercializem soluções informáticas, para integrar equipas de desenvolvimento, manutenção e de outros serviços informáticos.No presente ano letivo, os alunos do Curso Profissional
Técnico de Gestão e Programação de Sistema Informáticos
estão perto de perfazerem um ano e meio de formação
em contexto de sala de aula, e como tal, estão também a
preparar em sintonia com a EPRM, os seus processos de
estágio designado de “Formação em Contexto de Trabalho”,
que inicia a 21 de Maio e termina a 28 de Junho em empresas
de âmbito regional, nacional e internacional. Esta será
uma oportunidade excelente para observarem e aplicarem
conhecimentos adquiridos ao longo do curso e criarem uma
noção mais correta das tarefas e projetos realizados na área
de GPSI.
Como a vida é feita de etapas, ambiciono que esta seja mais uma etapa ultrapassada com sucesso para os alunos e todos os stakeholders envolvidos no processo.
Jorge SilvaDiretor do Curso
46 | Revista EPRM # 20
[ em formação ]
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS - SISTEMAS EÓLICOS
Na Holanda, entre os séculos XVII a XIX, o uso de moinhos
de vento em grande escala esteve amplamente relacionado
com a drenagem de terras cobertas pelas águas. A zona de
Beemster, que cava três metros abaixo do nível do mar, foi
drenada por 26 moinhos de vento de 50 HP cada, entre os
anos de 1608 e 1612. Mais tarde, a região de Schermer
também foi drenada por 36 moinhos de vento durante quatro
anos, a uma média total de 1.000m3/min.
Os moinhos de vento Holandeses deram origem a muitas
máquinas eólicas, papel, óleo vegetal e até a indústria naval
usava a energia eólica.
O potencial eólico em Portugal é enorme, no entanto, só nos últimos dez anos apostamos forte na energia eólica como forma de produzir energia elétrica. Os aerogeradores modernos são bastante e cientes e muito so sticados, tornando assim mais atrativo o investimento em grandes parques de turbinas eólicas. Mas, as grandes e modernas turbinas eólicas necessitam de manutenção especializada, para não falar na montagem e desmantelamento das estruturas. Os nossos alunos de Energias Renováveis – Sistemas Eólicos
irão ser peças fundamentais na exploração eólica.
Ao longo do processo de formação desenvolvido, os alunos
tiveram a oportunidade de participar em atividades/ações
demonstrativas e de aplicação dos conhecimentos obtidos
nas diversas disciplinas, das quais se destacam os seguintes
aspetos práticos:
• Aerogerador de eixo vertical;
• Turbina eólica de eixo horizontal;
• Destilador de bio álcool;
• Fabrico e montagem de conjuntos de peças maquinadas;
• Fabrico de estruturas para diversas aplicações;
Com a formação adquirida de nível IV os alunos poderão
desempenhar tarefas como:
• Assegurar a manutenção dos sistemas eólicos de acordo
com os planos de manutenção de nidos, e efetuar ensaios
após intervenção, a fim de assegurar o seu adequado
funcionamento;
• Coordenar e supervisionar o diagnóstico de anomalias
nos sistemas, procedendo ao controlo do funcionamento de
equipamentos e acessórios, de acordo com as especi cações
técnicas dos mesmos;
• Coordenar e supervisionar a reparação de anomalias
nos sistemas, verificando as avarias ocorridas e ou os
equipamentos e acessórios dani cados e providenciando a
sua reparação ou substituição;
• Executar ou supervisionar os ensaios do sistema reparados,
utilizando equipamentos de medida e controlo, veri cando a
estanquidade do primeiro e o desempenho global de ambos
os sistemas aquando do arranque, a m de assegurar o seu
adequado funcionamento;
Além disso, após as competências adquiridas depois de
concluído o ciclo de formação, estes alunos poderão ainda
integrar grupos de trabalho nacionais ou internacionais
e, desta forma, permitirá que seja valorizado o núcleo de
pro ssionais na área de Energias Renováveis.
Isaac DuarteDiretor de Curso
Revista EPRM # 20 | 47
[ em formação ]
O Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural da Escola
Profissional de Rio Maior encontra-se a meio do seu
percurso formativo, estando prestes a atingir uma etapa
muito importante do seu trajeto, os estágios curriculares
em contexto real de trabalho.
Com a duração de seis semanas, o estágio deve ser visto
como uma oportunidade única para testar competências
desenvolvidas ao longo deste ano e meio e principalmente,
para absorver boas práticas para o enriquecimento pessoal
e pro ssional de forma a preparar os alunos para um
mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
Com o apoio da Escola, através do seu Gabinete de
Estágios, estamos convictos de que esta fase irá permitir
também clari car quais as ambições pro ssionais de cada
um, pois pensamos que esta é, sem dúvida, uma grande
vantagem permitindo aos alunos terem contacto com
a realidade do mundo do trabalho que, noutro contexto
escolar, não seria possível.
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE TURISMO AMBIENTAL E RURAL
O Futuro começa agora…
A Escola Pro ssional de Rio Maior orgulha-se de ser uma Escola referenciada pela sua qualidade e dos pro ssionais que aqui se formam. A preparação dos estágios, assim como o seu acompanhamento, são fundamentais para este sucesso onde procuramos manter uma relação próxima e estreita entre Parceiros, Alunos e a Escola.
Apesar da crise e das terríveis consequências que todos temos
sofrido, é necessário manter uma mensagem de esperança;
as gerações mais jovens têm de continuar a acreditar num
futuro que começa a ser construído na sua formação.
Sabemos que a motivação é o motor do sucesso, por isso
mesmo é obrigação de todos dar con ança a esta geração
que se está a formar agora, para que também eles possam
contribuir para a construção de um futuro melhor.
Bruno VargasDiretor de Curso
48 | Revista EPRM # 20
[ em formação ]
A Necessidade de ter energia é fundamental para o
desenvolvimento das sociedades. No entanto, a maior parte
da energia utilizada no mundo provém de combustíveis
fósseis como o carvão, o gás ou o petróleo, cujas reservas
têm vindo a diminuir. Estes combustíveis fósseis aumentam
a concentração de CO2 na atmosfera, contribuindo para o
tão falado aquecimento global.
A utilização e ciente da energia e a aposta nas fontes de
energia renováveis como o sol ou o vento podem contribuir
para a redução da pegada ecológica do homem.
O recurso às energias alternativas, em especial à energia
solar, constitui uma solução para muitos problemas sociais
associados ao consumo de combustíveis fósseis. O seu uso
permite uma melhoria do nível de vida, em especial nos países
sem reservas petrolíferas como Portugal, diminuindo a sua
dependência económica e reduzindo os impactos negativos
resultantes da queima de combustíveis na utilização e
transformação de energia.
A s i tuação energét ica nac iona l t raduz -se num
subaproveitamento das energias endógenas. Uma das fontes
endógenas de extrema importância é a energia solar dado
que o valor anual da radiação solar global varia entre 1400
e 1800 kWh/m2, sendo esta uma fonte primária gratuita,
não poluente, abundante em Portugal e que se encontra
à disposição de todos, além disso, deve ser aplicada em
projetos de produção de energia elétrica e/ou térmica.
O curso Pro ssional de Técnico de Energias Renováveis –
Sistemas Solares iniciado no ano letivo 2009/2010 tem sido
uma revelação. Ainda no primeiro ano foram concluídos pelos
alunos vários trabalhos na área das Energias Renováveis, em
que se destacam os seguintes:
- Módulo térmico de aquecimento de ar, um protótipo
produzido com latas de refrigerantes usadas, que poderá ser
utilizado para aquecer pequenos espaços como tendas de
campismo, auto-caravanas e até quartos. Para instalar/usar
este sistema, basta canalizar o ar aquecido para o espaço,
tendo o cuidado de orientar o módulo para o sol. Este sistema
custa menos de 50€ e tem na saída ar com mais de 130ºC
sendo o caudal de aproximadamente cinco litros por minuto.
Garantimos assim um futuro mais próspero, mas com Energia!
Futuro, mas com Energia CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS - SISTEMAS SOLARES
Isaac DuarteDiretor de Curso
Revista EPRM # 20 | 49
[ em formação ]
Encerra em 2012 mais um ciclo de três anos do Curso Técnico
de Gestão. Durante o ano letivo 2011/2012, os futuros
Técnicos de Gestão, agora a terminar o 12 º ano vão enfrentar
uma “ dura batalha” com o objetivo de adquirir a quali cação.
Começaram por apresentar o primeiro relatório de estágio em
outubro de 2011, realizaram o seu segundo estágio curricular
entre 9 de janeiro e 15 de fevereiro de 2012. Posteriormente,
em 19 de março apresentaram, perante um júri, o segundo
relatório de estágio e terão de realizar a Prova de Aptidão
Pro ssional (PAP). A PAP constitui-se num projeto individual,
integrador de todos os saberes e que pretende testar na
prática os conhecimentos e competências adquiridos ao longo
dos três anos que constituem o percurso formativo.
Para além disso, cinco alunos desta turma ainda aceitaram dois desa os: a participação no programa “A Empresa” desenvolvido pelo Junior Achievement Portugal e no programa Empreescola promovido pela Nersant. Ambos consistem na criação de um produto/serviço,
elaboração de um plano de negócios e apresentação perante um júri constituído para o efeito. Estas apresentações terão lugar, respetivamente, em maio e junho deste ano.
A participação dos jovens neste tipo de iniciativas é muito
importante do ponto de vista da aplicação prática dos
conhecimentos adquiridos e do desenvolvimento e promoção
do empreendedorismo. É importante também, na perspetiva
do enriquecimento pessoal, pois ao trabalharem em equipa,
existe um incremento na coesão do grupo, fortalecem-se as
relações interpessoais e testam-se capacidades de liderança.
Desejo a todos muita sorte numa época em que as realidades
não estão fáceis no mercado de trabalho. No entanto, acredito
que quem tem competência e vontade de trabalhar consegue
alcançar os seus objetivos pessoais e pro ssionais e terá
menos di culdades em encontrar o seu lugar no mercado.
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO
Maria João MaiaDiretora de Curso
50 | Revista EPRM # 20
[ em formação ]
O ciclo de formação 2009/12 está a terminar e o percurso
dos alunos do Curso Técnico de Design Industrial nesta
escola está a chegar ao m. Ao longo destes três anos tiveram
formação especí ca nas áreas da História da Cultura e das
Artes, da Geometria Descritiva, das Tecnologias da Informação
e Comunicação, do Desenho de Comunicação e do Desenho
Assistido por Computador, dos Materiais e Tecnologias, e
como não podia deixar de ser, do Design Industrial.
Na Escola Profissional, proporcionaram-se as melhores
condições de aprendizagem teórico-práticas, e também
se garantiram estágios que se revelaram decisivos e
enriquecedores na formação destes jovens, permitindo-lhes
a inserção num contexto real de trabalho e a aquisição de
experiência pro ssional. Ana do CarmoDiretora de Curso
OFERECEM-SEMentes inquietas e criativas (M/F)
CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE DESIGN
Nesta fase, os nossos alunos estão empenhados na elaboração dos seus projetos da Prova de Aptidão Profissional. Estão a desenvolver soluções para problemas concretos, nas mais variadas áreas, e em junho irão prestar provas dos trabalhos desenvolvidos. Nesta ocasião teremos, certamente, oportunidade de atestar que formámos jovens na área do Design, com quali cação pro ssional nível IV, capazes de exercer as suas funções de Técnico de Design Industrial em empresas de vários ramos de atividade ou ingressar no ensino superior.A todos... sejam criativos e mantenham as vossas mentes
inquietas!
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