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Revista Revista 20 20 de mãos dadas com o ensino profissional anos Escola Profissional de Rio Maior Escola Profissional de Rio Maior 11/12 11/12

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Revista com artigos técnicos

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Page 1: Revista EPRM 20

Revista Revista 2020

de mãos dadas com o ensino profissional

anos

Es

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Revista EPRM # 20 | 3

[ editorial ]

EPRM – Uma Escola com Projetos…

Dr. Luciano VitorinoProfessor / Diretor Pedagógico

Orgulho-me de poder liderar uma escola viva, uma escola

dinâmica, uma escola com projetos, como o é a Escola

Pro ssional de Rio Maior. Nos dias que correm, nem sempre

é fácil mobilizar os nossos jovens para fora da sua “zona

de conforto”. Contudo, temos que os convencer de que ao

“pensarem fora da caixa”, predispondo-se a aceitar novos

desa os, estão a investir no seu futuro, pois poderão estar a

enriquecer o seu currículo. Sim, hoje em dia, as empresas/

entidades no decurso das diligências de recrutamento de

novos colaboradores vão muito além de uma simples análise

de um currículo meramente académico. Procuram outro tipo

de competências que o enriqueçam, como por exemplo,

experiência de voluntariado, prática de desportos de equipa,

participação em projetos extracurriculares, etc.

Isto não signi ca que o currículo académico e as competências

escolares sejam desvalorizados. Nada disso!

Ao invés, defendo um bom currículo académico, enriquecido

por outro tipo de competências que advém da vivência de

experiências ”open mind”, isto é, participação em projetos e

atividades que permitam alargar horizontes, contactar com

novas realidades, capazes de estimular o desenvolvimento de

outras aptidões, fomentando o crescimento enquanto alunos

e enquanto pessoas.

Por isso mesmo, a EPRM está em vias de criar um documento

a anexar ao certi cado de habilitações do aluno o elenco de

todos os projetos e atividades extracurriculares em que este

se envolveu ao longo do seu percurso escolar, por forma a

valorizar o seu curriculum vitae.

Este ano letivo, na EPRM, têm surgido projetos muito

interessantes, que me têm deixado muito feliz.

Começo por enaltecer a participação de cerca de vinte

alunos e dois professores/formadores no projeto DNescolas,

promovido pelo jornal Diário de Notícias. Uma das equipas foi

apurada para a segunda fase do concurso, tendo-lhes valido

a presença, em Rio Maior, da conhecida piloto de todo - o -

terreno, Elisabete Jacinto, personalidade sobre quem tinham

escrito um editorial. Comungo com todos os presentes da

opinião de que foi um acontecimento muito interessante e

agradável.

Dando continuidade à Educação para os Media nas escolas,

o Diário de Notícias fomentou o projeto Jornal da Escola,

que consiste num concurso de Jornais Escolares. A EPRM

abraçou mais este desa o e concorreu com a Quarta Edição

do seu jornal anual, Ponto & Vírgula, com o intuito de poder

vir a angariar um “Espaço Media DNescolas”, equipado com

os meios necessários à produção de um jornal.

Na promoção do empreendedorismo e no estímulo pela

criatividade e inovação junto dos jovens, outros treze

jovens e três professores/

f o r m a d o r e s e s t ã o a

participar no Programa “A

Empresa”, levado a cabo

pela Júnior Achievement

Portugal. Uma das equipas integrou o grupo das quarenta

e oito selecionadas, de entre cerca de centena e meia a

nível nacional, para participar na Feira Ilimitada, promovida

por aquela organização no seio da Futurália, em Março

passado. Estes alunos criaram um produto gourmet, a partir

de produtos naturais locais, sal-gema e ervas aromáticas,

que fez muito sucesso.

Nesta competição, a equipa “Soul D’Aire” alcançou um

honroso terceiro lugar. A participação n’ “A Empresa” tem

valido a estes alunos a possibilidade de participarem em

seminários, cujos temas têm sido muito interessantes e

enriquecedores.

Ainda ao nível do incentivo do empreendedorismo, da

criatividade e da inovação, regista-se a participação de dois

grupos de alunos no concurso “EmpreEscola”, promovido

pelo NERSANT.

Mais recentemente, um projeto da escola, relacionado

com o aproveitamento de águas pluviais, foi selecionado e

distinguido pela Fundação Ilídio Pinho.

Além destes projetos, existem outras participações a decorrer,

tais como o “MONIT – Opera Numerare”, fomentado pelo

Instituto de Telecomunicações; “TWIST”, promovido pela

EDP e o projeto “Eco-escolas”, impulsionado pela Associação

Bandeira Azul da Europa. Para uma escola da dimensão

da nossa, todo este panorama denota muita vivacidade e

ambição, tanto por parte dos alunos, como dos professores/

formadores, que são os verdadeiros catalisadores.

Os meus parabéns aos alunos que têm tido a ousadia de

“pensar fora da caixa” e sair da sua “zona de conforto”.

Também eu, graças a eles, tenho vivenciado novas e

interessantes experiências. Bem hajam!

Uma palavra de reconhecimento para com os professores/

formadores que se têm empenhado fortemente na

concretização destes projetos, implicando tantas vezes

sacrifícios pessoais e familiares. Bem hajam!

Termino com um apelo a todos os alunos que frequentam a

EPRM para que não abdiquem da excelência, pois se assim

for, poderão estar certos do triunfo na vida.

Escutem o que o sábio Mahatma Gandhi tem para vos dizer: “Não há limite de velocidade na estrada para a excelência”.

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4 | Revista EPRM # 20

[ ensino pro ssional ]15

[ entrevista] 5

[ sumário ]

Editorial 3

Entrevista 5

Ensino Pro ssional 12

A nossa Escola 21

Formação Pro ssional 33

Entrevista 38

Em formação 40

[ cha técnica ]

PROPRIEDADE: EPRM- Escola Profissional de Rio Maior,

Lda., EM|

DIRETOR: Luciano Vitorino |

COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO: Helena Coelho |

PAGINAÇÃO: Inês Sequeira |

CAPA: Inês Sequeira |

COLABORADORES: Ana do Carmo, Ana Rita Loureiro, Anabela

Figueiredo, Bruno Vargas, Claudia Solange Gomes, Isaac

Duarte, Inês Sequeira, João Inez Almeida, João Paulo Colaço,

José Oliveira,Helena Coelho, Luciano Vitorino, Luís Gonçalves,

Luís Santos, Maria João Maia, Pedro Guedes, Paulo Renato,

Sandra Costa, Sónia Costa, Sónia Duarte, Soraia Benjamim|

*os artigos publicados nesta revista são da responsabilidade dos seus autores.

GRÁFICA: rioGrá ca- Tip. Santos & Marques Lda.|

TIRAGEM: 1500 Exemplares |

ISSN: 1646-9801 |

DEPÓSITO LEGAL: 275902/08 |

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

[ conteúdos ]

[ formação pro ssional ] 35

[ a nossa escola ] 21

Page 5: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 5

[ entrevista ]

A escola também é um polo de desenvolvimento da região

[EPRM] A Drª Margarida Marques é uma das personalidades cujo percurso, pessoal e profissional, acompanha o projeto europeu e as suas estratégias, com especial destaque para as áreas do ensino, da formação e da cidadania, nas suas múltiplas vertentes. Como analisa, hoje, o seu percurso de vida em torno destas causas?Margarida Marques [MM] - Gostaria em

primeiro lugar, de referir a minha forma

de estar, a nível pessoal e pro ssional,

pois tenho uma forma muito peculiar de lidar com as

situações: nos locais onde estou, procuro sempre fazer o meu

melhor e procuro transportar, para os que me rodeiam, todos

os meus valores e objetivos. Fui subdiretora do Gabinete de

Educação Tecnológica, Artística e Pro ssional (GETAPE), no

qual criámos várias escolas pro ssionais. Possuía uma equipa

que trabalhava comigo e, de facto, tínhamos um ambiente de

trabalho extraordinário, onde todos davam o seu melhor para

que as escolas fossem criadas na perspetiva de satisfazerem

as necessidades económicas, dos jovens e dos empresários

de uma determinada região, com o intuito de potenciar a

economia já instalada, mas também de promover e valorizar

os recursos já existentes e que, de alguma forma, podiam ser

canalizados para o seu desenvolvimento económico.

Além disso, e porque as pessoas, os principais interessados

e intervenientes no projeto de construção das escolas

pro ssionais, são o centro das nossas prioridades, realizámos

o nosso trabalho com a sua intervenção, o que nos deu

imenso prazer, porque é muito diferente produzir este

trabalho com as pessoas, com os “atores”, com as câmaras

municipais, com os empresários, do que nos encontrarmos

sentados à secretária e desenharmos o mapa das escolas.

Existe uma forma pessoal que eu transporto normalmente

para esses projetos, considerando que a questão fundamental

é mobilizar uma equipa, é ter uma equipa que está a trabalhar

connosco! E portanto eu, quando saí do GETAPE, recordava

essa época como um período da minha vida que eu tinha

gostado pro ssionalmente.

[EPRM] Em Portugal representou o Ministério da Educação e depois a Comissão Europeia, tendo sido um dos motores da Representação Portuguesa da Comissão. Com a sua energia (dizia-se que às 8 da tarde parecia ter a mesma que às 8 da manhã!), abriu a Europa a muitos portugueses e Portugal a muitos europeus. Num quarto de século, isso representa muitas viagens, muitos contactos e experiências e uma fé inabalável no projeto europeu. Como encara o futuro do espaço comum e dos desa os lançados pela(s) estratégia(s) europeia(s)?[MM] - Quando chegamos à representação da comissão, o

grande desa o é discutir o projeto europeu com as pessoas,

para que estas saibam o que é que signi ca e a importância

que tem o facto de Portugal pertencer à União Europeia,

porque a tendência é a de olhar para as realidades atuais (e

nós atravessamos um momento de crise!), mas é importante

colocá-la também no “mesmo prato da balança” e compará-

la com a situação de Portugal na altura em que aderiu, em

1986, à União Europeia.

Continuo a ter uma con ança inabalável no espaço europeu.

No entanto, reforço a importância da necessidade de as

pessoas, em geral, acreditarem também no projeto em

que estão apostadas. De facto, eu não tenho dúvidas

acerca do projeto europeu; nós temos que ter sempre uma

perspetiva histórica para que consigamos entender aquilo

que foi o passado, para conseguirmos pensar na atualidade

e perspetivarmos o futuro!

A história da europa é uma história de sucesso; nós hoje

olhamos para o mundo e, no que diz respeito a guerras,

pensamos na felicidade de estarmos geograficamente

situados numa área onde não existem guerras. No entanto,

é necessário termos a noção de que, quando a Comunidade

Económica Europeia (CEE) foi criada, em 1957, a Segunda

Guerra Mundial tinha terminado há cerca de doze anos, mas

ainda estava muito presente na memória das pessoas, assim

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6 | Revista EPRM # 20

[ entrevista]

como a in uência que essa tinha tido nas suas famílias. Nessa

época, a europa encontrava-se totalmente dividida e, de facto,

a União Europeia colocou do mesmo lado franceses, alemães,

italianos, ingleses e espanhóis, que tinham estado de lados

diferentes da barricada. Da mesma forma, uma vez caído o

muro de Berlim e se terem democratizado aqueles países

da europa central e oriental, esses países vieram a aderir à

União Europeia por ser um espaço de paz, de democracia e

de liberdade… um espaço em que os cidadãos têm os seus

direitos. Isto é a Europa, e esta condição interessa-nos que

se mantenha sempre. Por esse motivo, continuo a insistir

que a história da União Europeia é uma história de sucesso.

Hoje a União Europeia está confrontada com um desa o

enorme: deixámos de ter um mundo “bipolar”, em que

tínhamos de um lado os Estados Unidos da América e do

outro lado a União Soviética e passámos a ter um mundo

“multipolar”. A China, a Índia e o Brasil são grandes

potências… Deste modo, a União Europeia é confrontada

com grandes desa os que resultam desta ‘multipolaridade’,

e portanto, detém uma grande necessidade de responder a

este desa o, no sentido de se a rmar como um espaço de paz

e desenvolvimento económico, de respeito dos direitos dos

cidadãos. Neste confronto que hoje é mais complexo, torna-se

muito difícil explicar aos 40% de jovens desempregados em

Portugal, ou aos 40% de jovens desempregados em Espanha,

que este espaço é um espaço de paz, democracia e liberdade.

Para isso é necessário que as pessoas sintam!

Não é nada difícil estar de acordo com o que eu estou a

dizer, à partida! Agora, quando a pessoa sente “na pele” as

di culdades da situação económica, de facto, torna-se mais

difícil manter essa esperança e essa con ança na União

Europeia; no entanto, torna-se fundamental.

Hoje, a grande preocupação da Comissão Europeia é

promover o crescimento económico nas economias europeias,

no sentido de conduzir à criação de emprego para que os

cidadãos sintam que esta se preocupa com eles, porque

quando olhamos para as políticas de consumidor, para os

direitos dos consumidores, nós hoje sabemos melhor o

que comemos… porquê? Porque a informação tornou-se

obrigatória, nós hoje temos mais direitos, podemos ir estudar

para um outro país num programa ‘Erasmus’, podemos

circular de um país para outro sem ter de andar sempre a

pedir o visto de país em país, sem trocar moeda… portanto,

essa é uma liberdade imensa de que as pessoas usufruem

e que nós adquirimos pelo facto de Portugal fazer parte da

União Europeia.

No entanto, nós exigimos sempre mais, e portanto, apesar

de nós termos este espaço de conforto que nos é facultado,

sabemos que o desemprego chega às pessoas no dia-a-dia,

sendo por esse motivo fundamental promover o emprego,

promover estratégias de desenvolvimento económico que

levem à criação de emprego, sendo essa hoje a grande

preocupação da União Europeia.

[EPRM]Um dos documentos objeto de disseminação tem sido a comunicação sobre a “Estratégia 2020”, onde se preconizam algumas prioridades em termos de crescimento no espaço europeu, nomeadamente em termos de conhecimento e inovação (conhecimento inteligente), e ciência e sustentabilidade (crescimento sustentável), emprego e coesão social (crescimento inclusivo). Em face da realidade dos últimos tempos, acha que se conseguirão criar respostas neste sentido, ou está-se a falar de um desa o meramente político?[MM] A estratégia Europa 2020 é a que consubstancia, que

dá corpo ao desenvolvimento económico, ao crescimento e à

criação de emprego, sendo essa a estratégia mais importante

da União Europeia. É através dos seus objetivos que a União

Europeia e as instituições europeias, numa cooperação

estreita com os estados membros, procuram promover o

desenvolvimento económico e a criação de emprego. Quando

falamos da União Europeia, referimo-nos obviamente aos

27 governos que a compõem e não somente a Bruxelas,

como falsamente se pensa e pronuncia; porque quando

existem decisões a serem tomadas, são votadas pelos 27

governos; portanto, quando pensamos na estratégia Europa

2020, as instituições estão exatamente a desenvolver uma

estratégia de cooperação entre elas, o Parlamento Europeu,

o Conselho e a Comissão, mas também entre essas mesmas

as Instituições e os Estados Membros. Por isso é que, no

âmbito desta estratégia são xados grandes objetivos para

a União Europeia e cada país tem de explicitar qual vai ser

a sua contribuição.

A contribuição de Portugal para a estratégia Europa 2020,

tendo em consideração o momento que atravessamos,

só se concretizará no memorando de entendimento, será

essa a contribuição de Portugal. Portanto, podemos referir

que haverá uma contribuição de cada país, ou seja, esta

estratégia é uma forma de colocar todos os estados membros

a trabalharem em conjunto e em colaboração com todas as

instituições europeias, para o crescimento económico e para

a criação de emprego.

[EPRM]Parte substancial da sua formação académica esteve ligada à ofer ta formativa para jovens, nomeadamente no que se refere à re exão em torno

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Revista EPRM # 20 | 7

[entrevista]

do sistema dual (enquanto realidade da oferta formativa característica dos países do centro e norte da Europa) e das inovações promovidas pelo sistema modular (enquanto elemento promotor do sucesso educativo). Passado todo este tempo, que avaliação faz da introdução destes mecanismos no sistema educativo português?[MM] Eu penso que se compararmos o sistema educativo

de hoje com o do início da década de oitenta, veri ca-se que

taticamente nenhum aluno escolhia uma via pro ssional

ou tecnológica e, a partir do final da década de 80 e

início da década de 90, quando a vossa escola foi criada,

começou a perceber-se que quase metade dos alunos que

iniciaram o 10º ano, escolhiam uma via pro ssional, e para

que houvesse esse resultado, foi necessário um esforço

muito grande. Nessa época as vias pro ssionais não eram

su cientemente valorizadas socialmente, porque no antigo

regime, a separação entre a via geral, ou mesmo, entre a

universidade e o ensino técnico era social muito grande,

situação que não existe hoje. Primeiro, um aluno que faz um

curso numa Escola Pro ssional, pode entrar diretamente para

a Universidade, o que contribui muito para a valorização social

do ensino pro ssional. Depois, outro fator que contribuiu

igualmente para valorizar o ensino pro ssional foi o facto

de os empregadores, os parceiros sociais, os sindicatos, as

autarquias estarem associadas à própria oferta de formação,

ou seja, quando os alunos terminam o seu percurso formativo

e simultaneamente, o 12º. Ano de escolaridade, as empesas

reconhecem o seu valor, que estão bem preparados para

iniciar uma vida pro ssional, até porque no próprio processo

formativo, os alunos realizam estágios pro ssionais, o que

permite a demonstração dos saberes adquiridos na Escola. E

o que os alunos do Ensino Pro ssional sabem não é só ao nível

da mecânica, eletricidade, turismo, informática, conhecem

muito bem também o comportamento adequado, e estas são

as chamadas competências socias associadas ao processo

que, a meu ver, facilitou e continua a facilitar a inserção dos

jovens no mercado de trabalho.

Existe, desta forma, uma in uência dupla, as empresas

conhecem aquilo que os alunos sabem e estes aprendem

a trabalhar dentro de uma empresa. Por isso, os estágios

pro ssionais foram um fator de sucesso no ensino pro ssional,

contribuindo para a grande mais-valia que é o sistema dual,

completar uma parte da formação na escola e outra parte

numa empresa.

[EPRM]Num dos recentes relatórios internacionais, reafirma-se que a maneira como são concebidos os sistemas educacionais pode exacerbar as desigualdades, com impactos negativos na motivação e no empenho dos alunos, levando ao aumento do abandono escolar. Tendo em conta a sua experiência, e comparativamente com outros sistemas, acha que o sistema educativo português está preparado para contrariar este fenómeno?[MM] Penso que sim. Essa constatação não é nova e

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8 | Revista EPRM # 20

[ entrevista]

temos de lidar com ela. Nós tivemos que lançar estratégias

associadas à criação das escolas pro ssionais, e primeiro do

ensino tecnológico nas escolas secundárias, que levassem

à valorização dessa formação. E porque sabíamos isso,

encontrámos uma série de estratégias para valorizar essas

vias de formação, exatamente para que, quando as pessoas

saíssem da escola, fossem reconhecidas pelo sistema

económico, pelas empresas, para evitar essa di culdade

de integração no mercado de trabalho e, sobretudo, essa

separação, essa discriminação na inserção no mercado de

trabalho.

Enquanto alunos da escola pro ssional, a vossa grande

vantagem relativamente aos alunos do ensino secundário é

que quando terminam os vossos cursos têm dois diplomas,

um reconhecimento duplo, e os alunos de via ensino apenas

essa via, para seguirem para o ensino superior. Portanto, deste

ponto de vista, têm maior liberdade e facilidade de integração

nas empresas. Estas estratégias estão relacionadas com

o resultado dos estudos que nós conhecíamos e por isso

tínhamos de combater essas discriminações.

[EPRM] A realidade portuguesa encara hoje a integração europeia como uma evidência e como uma mais-valia. Para esta tomada de consciência contribuíram decerto as estratégias lançadas através da promoção do ensino e da formação, sobretudo a partir da década de noventa. O ensino profissional, na versão que hoje temos em Portugal, é resultado de um conjunto de trabalhos de investigação, dos quais se contam contributos seus, de reconhecido mérito, numa período em que se pretendiam respostas para o problema da inexistência de oferta formativa a este nível. Hoje, face ao alargamento do seu espetro formativo, que avaliação faz do percurso do ensino pro ssional em Portugal?[MM] Eu faço uma avaliação muito positiva. Nós temos sempre

expetativas de que as situações sejam melhores. Nunca

ninguém está satisfeito com o que tem, mas a satisfação

gera sempre a vontade de querer melhor. E eu penso que

há melhorias signi cativas a fazer e um dos problemas que

Portugal tem no ensino pro ssional é a mobilização das

empresas para que estas adiram ao ensino pro ssional. Aderir

ao ensino pro ssional signi ca oferecer estágios, mas oferecer

um período de formação compatível com as expetativas. Ou

seja: um estagiário quando vai para uma empresa, vai com

a expetativa de conhecer o ambiente empresarial e para

desenvolver atividades de acordo com aquilo que aprendeu

e, muitas vezes, não existe esta disponibilidade por parte

da empresa. Muitas vezes o estagiário está lá e serve para

fazer tudo; é necessário fazer um esforço de sensibilização

das empresas para a importância de estas agirem logo no

período de formação, ou seja, o que eu gostava de ver era que

as empresas agissem mais no período de formação do que

se queixassem depois de que não há os recursos humanos

que necessitam.

[EPRM] A massificação do ensino profissional, associada aos novos mecanismos de quali cação e às novas abordagens em torno das lógicas de partenariado e de formação ao longo da vida, trouxeram um conjunto de novas dificuldade para as escolas (abandono escolar, violência, desmotivação, dificuldades de aprendizagem, entre outros), e novos desa os face à emergência de novas quali cações ajustadas a novos per s pro ssionais. Como vê a relação entre as escolas e as empresas? Que boas práticas tem observado neste domínio?[MM] Uma das questões fundamentais é a necessidade

das empresas se envolverem mais no processo formativo

desde o início, e isso é muito importante no sentido de que

as competências que as pessoas adquirem sejam mais

coerentes com as necessidades das empresas. Há uma

questão muito importante de que não nos podemos esquecer:

a escola não se pode limitar a responder às necessidades

das empresas. A escola tem de gerar autonomamente novas

necessidades de competências porque a escola também é

um polo de desenvolvimento da região. Por isso, quando se

fala da expressão partenariado ou parcerias é exatamente no

sentido que a escola responda às necessidades das empresas

mas que também cria novas necessidades, que responda às

necessidades dos indivíduos.

[EPRM] A mobilidade para ns de aprendizagem, para aquisição de novas competências é uma das formas mais importantes de reforçar a empregabilidade nos jovens, bem como o seu desenvolvimento pessoal. A mobilidade na aprendizagem desenvolve o capital humano, dado que os estudantes acedem a novos conhecimentos e desenvolvem novas competências linguísticas e interculturais. A Escola Pro ssional de Rio Maior tem apostado nesta vertente, participando ciclicamente em projetos no âmbito do programa Leonardo da Vinci. Tendo em conta a sua experiências nestes domínios, que avaliação faz destes programas de mobilidade e de intercâmbio entre jovens e entre escolas no espaço europeu? Acha que o clima de crise poderá afetar a dinamização deste tipo de iniciativas?

Page 9: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 9

[entrevista]

[MM] Em primeiro lugar considero que a mobilidade é a

excelência da escola. Eu tive esta noção quando trabalhei

com as escolas pro ssionais, embora hoje a questão seja

mais generalizada. Nessa altura eu também era responsável

pelo programa Leonardo da Vinci e penso que o participar

em programas de mobilidade faz a diferença da escola, faz a

excelência da escola. Eu sei que é muito trabalho, são muitas

dores de cabeça para os professores, para a administração da

escola; mas o resultado para os alunos, para os professores

e para a escola fazem a diferença, ou seja, os alunos que

puderem participar num programa de mobilidade estão

claramente melhor posicionados relativamente à vida e à

procura de emprego. Hoje em dia, quando vemos na televisão

que os jovens não encontram emprego em Portugal, jovens

licenciados que vão à procura de emprego noutros países, que

imigram, etc., torna-se necessário fazer uma re exão em torno

disso, e a resposta está no facto de que estes jovens já se

encontram preparados para tal, porque já zeram programas

Erasmus, porque criaram redes de contactos noutros países.

Por exemplo, quando se vai fazer um programa Erasmus

em França, numa universidade, não se encontram apenas

estudantes franceses, encontram-se estudantes de muitos

países. Portanto, este tipo de programas, permitiu às pessoas

ir para outro país, conhecer outra realidade. Por exemplo,

o caso de uma aluna do liceu francês que fez o programa

Erasmus em Amesterdão, onde é a melhor aluna. Ela chegou

à Universidade de Amesterdão e a primeira semana foi um

choque, pois uma pessoa separa-se da família a primeira

vez (incluindo uma irmã gémea), onde teve sempre num

espaço de grande comodidade e, de repente, chega a uma

outra cidade com pessoas diferentes, que falam outra língua

e hoje já diz que quer lá ir fazer o MBA. Portanto, já veio e já

quer voltar outra vez, porquê? Porque o facto de mudar, ir de

um sítio para o outro é uma aventura sem sombra de dúvida,

há uns que procuram aventuras e há outros que têm medo.

Mas o facto de uma pessoa ter a oportunidade de ir para

outro país durante a formação, onde não conhece ninguém

e ninguém fala a sua língua é um estimulo para a formação

e para a mudança. Dessa forma, um aluno quando faz um

programa como o Leonardo da Vinci está mais à vontade para

fazer um Erasmus e se fez um Erasmus já está mais à vontade

para procurar emprego no estrangeiro e portanto, são estas

hipóteses de mobilidade durante a formação que preparam

as pessoas para uma mobilidade futura. Existe ainda uma

questão que gostava de acrescentar: nós às vezes temos

um pouco a ideia miserabilista, que é tudo difícil, que é tudo

mau, e depois quando começamos a visitar outros países

percebemos que temos coisas melhores e coisas piores,

ou seja, temos todos virtudes e todos defeitos, e também é

isso que se aprende com a mobilidade. Eu lembro-me que

quando começaram estes programas, e convidava as escolas

a entrar nos projetos com escolas dos outros países e estas

diziam que não tinham escola para receber os estrangeiros,

que as instalações eram velhas e desatualizadas, eu dizia

“nós temos escola para os receber” e depois começaram a

perceber que havia melhores, mas também piores. Somos

todos iguais na diversidade.

[EPRM] No momento em que a União Europeia vive o momento mais conturbado desde a sua fundação, como vê, a partir do centro de decisão (Bruxelas), o futuro da Europa e dos ideais que lhe estão subjacentes?[MM]

Eu vejo o futuro da europa com otimismo. Otimismo não

signi ca que não haja uma grande exigência e um grande

desa o como já referi anteriormente, esta é a minha leitura,

e a União Europeia vai ser capaz de reagir a esse desa o. No

entanto, o desa o não é só resolver os problemas que existem

neste momento, porque se trata da forma de a União Europeia

encontrar novas saídas para os problemas que existem no

momento. Uma questão fundamental é a aposta na educação,

nas novas tecnologias, na ciência, na inovação, porque nós

não podemos parar com o percurso que estávamos a seguir.

Nós temos de intensi car esse percurso, temos de intensi car

o investimento e essa preocupação, para que no futuro,

quando sairmos da crise, estejamos mais preparados para

reagir a eventuais crises.

[EPRM] Como sabe, o ensino pro ssional em Portugal é nanciado maioritariamente pelo Fundo Social Europeu e o atual quadro comunitário de apoio está prestes a entrar na reta nal. Como antevê a sobrevivência deste modelo de ensino após 2013?[MM] O quadro nanceiro tem uma duração limitada, este era

2007-2013 e já se está a discutir há algum tempo o quadro

nanceiro para 2014-2020. As reuniões com os países no

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10 | Revista EPRM # 20

[entrevista]

sentido de começarem a negociar o novo quadro de referência

estratégica nacional já iniciaram e já se está a fazer esse

trabalho. O que é importante destacar é como se faz essa

negociação uma vez aprovadas as chamadas perspetivas

nanceiras que estão em debate. Os países têm que negociar

um envelope nanceiro com base num conjunto de propostas

que apresentam, não é uma mera conta de dividir o montante

disponível pelos 27 países, com os diferentes indicadores

que são usados, como o produto interno bruto e a diferença

relativamente ao PIB médio europeu por causa das regiões

menos desenvolvidas.

O exercício fundamental é a credibilidade do programa que

o país apresenta, e Portugal, no período de 2007-2013, teve

21,5 milhões de euros porque apresentou um programa

excelente, mas é interessante também notar que neste quadro

2007-2013, Portugal investiu sobretudo na formação das

pessoas, ensino pro ssional, inovação, novas tecnologias,

transferência das tecnologias para a economia; mais de

metade desse envelope destinou-se exatamente à formação

das pessoas. Não é a Comissão Europeia que determina

o que Portugal tem de fazer. Portugal tem de apresentar

um programa credível e é com base no programa que é

quanti cado que se vai negociar com a Comissão Europeia. E,

como o dinheiro não é in nito, depois têm de haver acertos e

é nesses acertos que a credibilidade e a qualidade dão peso

aos argumentos de negociação. Respondendo diretamente

à questão: o ensino pro ssional não está em causa, assim o

Governo Português entenda que no novo quadro nanceiro,

o ensino pro ssional continue a ser uma prioridade.

[EPRM] Em sua opinião, qual é o papel do ensino profissional na formação de quadros técnicos intermédios na superação da crise que o nosso país atravessa e na busca de um novo paradigma de desenvolvimento?

[MM] Eu considero que o papel do ensino pro ssional é

fundamental, ou seja, não podemos falar de desenvolvimento

económico se nós não tivermos pessoas quali cadas. Mesmo

que haja empresários a investirem, a empresa só existe

se houver pessoas quali cadas que possam “puxar” pela

empresa e que tenham capacidade de determinar e realizar

as tarefas. É neste contexto que o ensino pro ssional tem

um papel fundamental em preparar competências, o per l, a

qualidade, quali car os jovens para que sejam “atores ativos”

no processo de desenvolvimento económico.

[EPRM] E quando em Portugal o desemprego jovem atinge números preocupantes, recentemente têm vindo a público noticias do interesse de outros países em contratar técnicos portugueses. Será a emigração uma possibilidade para o futuro dos nossos jovens? Será esse o sinal da qualidade da formação ministrada em Portugal?[MM] Já me referi a essa questão, no entanto, também

há o efeito contrário: existem mais pessoas estrangeiras a

trabalhar em Portugal do que havia antes. Quando falamos

em emigração, as pessoas estão a pensar no paradigma do

que foi a emigração em Portugal nos anos 60 e 70. Mas hoje

é diferente, hoje Portugal exporta pessoas quali cadas mas

também atrai, atrai investimento estrangeiro e pessoas, ou

seja, os programas de mobilidade têm sido os responsáveis

por essa mobilidade. E portanto, o que penso que deverá

acontecer é as pessoas não terem o estigma de serem

emigrantes. A forma como as pessoas hoje são vistas nas

suas aldeias, nas suas localidades, nas suas cidades, é

completamente diferente do que antigamente, porque quando

vão trabalhar para outro país são tratados como cidadãos da

União Europeia. Já não existe o estigma do emigrante que vai

sem estudos à procura de um emprego, mas sim uma pessoa

quali cada. Aliás, a comissão europeia criou a rede EURES

onde se podem encontrar ofertas de emprego em todos os

países, incluindo Portugal. Quando uma pessoa pretende ir

para o estrangeiro, visita o site e encontra toda a informação

disponível sobre uma empresa, o que permite que as suas

escolhas sejam seguras, e a Comissão Europeia dispõe dessa

rede, e nela existem propostas de emprego diferentes, face

às diferentes necessidades. Provavelmente, neste momento

atraímos menos e exportamos mais, pois há momentos em

que outros países atraem menos, por exemplo a Alemanha,

entre 2002 e 2007, tinha a taxa de emprego juvenil mais

elevada e hoje é um país que atrai. O Reino Unido atrai.

Depende muito da evolução e da situação das economias,

por isso nós temos é de olhar para a realidade com este ponto

Page 11: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 11

BELTRÃO COELHO (RIBATEJO E OESTE, LDA.)Rua Professor Manuel Bernardo das Neves, 16 A/B - 2000-208 SANTARÉM

e-mail: [email protected] • www.beltraocoelho.pt

[entrevista]

de vista e assim podermos lidar com ela e como ja referi os

programas de mobilidade são fundamentais para isso.

[EPRM] Segundo Savater, a adolescência, nas suas múltiplas características, é o momento ideal para a interiorização de conteúdos de ordem ética, dado que corresponde a um estado de graça em que tudo é ainda potencial. Que ideias gostaria de deixar aos jovens da Escola pro ssional de Rio Maior?[MM] Gostaria de referir que é fundamental a pessoa

aproveitar o tempo em que se está na escola para se preparar

para a vida. Posso estar a ser um pouco paternalista, mas

este conselho deve ser entendido como um desa o, ou seja,

a ideia de que não basta ser um bom técnico, tem de ser

também um bom pro ssional, com competência técnica e

competência cidadã. Porque a competência de cidadania, de

estar integrado na sociedade em que se vive é uma situação

que ajuda no bom desempenho técnico das pessoas, ou seja,

um bom pro ssional não é só aquele que sabe aparafusar

de alto a baixo, direitinho, ou que sabe cumprir todas as

regras técnicas de determinada pro ssão, é fundamental,

mas não é su ciente. O desa o que eu deixaria é a perceção

que as pessoas têm de ter quando saem da escola e têm um

diploma que os vai ajudar a trabalhar e a aprender, pois a

formação não acaba no dia em que saem da escola, nesse

dia recebem o diploma para começar a aprender! É aquilo

a que chamamos aprendizagem ao longo da vida: a pessoa

estar bem preparada a cada momento, perceber que agora é

um bom pro ssional, aqui, mas precisa de perceber que este

desempenho técnico já não se faz da mesma forma porque

porque as coisas mudaram,. É preciso aprender, é preciso

abrir horizontes, a ideia de que o ensino secundário tem de

se preparar para isso, preparar para a aprendizagem ao longo

da vida, porque de acordo com os estudos já referidos, uma

das di culdades que existe em Portugal é exatamente a baixa

quali cação das pessoas ativas. As pessoas trabalham nas

empresas e, como têm uma baixa quali cação não sentem

necessidade de se atualizarem e mesmo quando sentem,

têm di culdade em aceder a novas formações. A derradeira

sugestão: excelência. A pessoa, sem atropelar os outros, tem

que ser o melhor e tem sempre que fazer muito bem. Tem

sempre que ter uma preocupação de excelência!

Page 12: Revista EPRM 20

12 | Revista EPRM # 20

A disciplina de Economia – formação e cidadania

[ ensino pro ssional]

O ensino da Economia, no ensino secundário, pretende

promover a aquisição pelos alunos de ferramentas

fundamentais, quer para entender a dimensão económica

da realidade social, quer para descodi car a nomenclatura

económica, hoje tão utilizada na linguagem corrente, em

especial, nos meios de comunicação social. Favorece ainda

o saber e a compreensão das sociedades contemporâneas,

cada vez mais globais e em mudança acelerada, podendo

assim ajudar na formação do cidadão, educando para a

cidadania, para a mudança e para o desenvolvimento.

Em Portugal, no ensino secundário coexiste o ensino geral e

o ensino pro ssional. O primeiro visa a preparação do aluno

para o prosseguimento de estudos, enquanto o segundo

visa a preparação do aluno para uma entrada a curto prazo

no mercado de trabalho (função profissionalizante). No

ensino pro ssional a componente cientí ca é constituída,

em cada curso pro ssional, por duas ou três disciplinas

que proporcionam uma formação cientí ca de base que

corresponde, simultaneamente, às exigências de um nível

secundário de educação e de uma quali cação pro ssional

de nível 4. A disciplina de Economia integra esta componente

em cursos de várias famílias pro ssionais, com uma carga

horária total de 200 horas.1

A disciplina de Economia permite que os alunos desenvolvam

conhecimentos, capacidades e atitudes que lhes facilitem

a aprendizagem de competências-base associadas às

quali cações visadas pelos respetivos cursos. De facto, num

curso pro ssional revela-se muito importante a dimensão

instrumental da Economia, para a compreensão dos

contextos de trabalho dos futuros técnicos, mas também o

seu contributo no desenvolvimento de competências para o

exercício responsável de uma cidadania ativa.

Perante a importância do processo de ensino-aprendizagem

da disciplina de Economia, os professores desta disciplina

não podem estar desvinculados da vida, do mundo que os

rodeia, mas têm que estar em sintonia com a comunidade e

com o tempo em que vivemos. Por outro lado, a lecionação da

disciplina de Economia no ensino secundário, sem que exista

qualquer outra que lhe seja introdutória ao nível do ensino

básico, implica uma dupla função – a de iniciação a um novo

domínio cientí co – o da Ciência Económica e a de motivação

para a eventual continuação de estudos nesta área.

Assim, o programa da disciplina aponta para a aquisição

de noções fundamentais, partindo sempre das realidades

próximas dos alunos,

s e n d o q u e n o

desenvolvimento do

modelo curricular dos

cursos pro ssionais o

estudo da realidade

portuguesa e europeia

deverá privilegiar a

perspetiva pro ssional e empresarial, dada a forte ligação ao

mercado de trabalho que carateriza estes cursos. Por isso, e

porque o processo de ensino-aprendizagem pode conter uma

componente teórica que exija um maior nível de abstração

e, por isso, seja mais difícil para alguns alunos, impõe-se

o recurso privilegiado a estratégias de gestão de sala de

aula ativas, bem como a contextualização sistemática dos

conteúdos programáticos na realidade conhecida do aluno

e perspetivados em função dos setores de atividade que

correspondem às famílias pro ssionais em que os cursos

pro ssionais se enquadram.

A escola tem, hoje em dia, acrescidas tarefas na formação dos

seus alunos, para além daquelas que tradicionalmente eram

da sua responsabilidade. O processo educativo deve basear-

se não só na transmissão de conhecimentos e informações

mas também orientar e facilitar a formação do pensamento

e a ação do cidadão. Neste contexto, o professor da disciplina

de Economia, enquanto professor da área das ciências

económicas e sociais terá uma dupla tarefa: “ ensinar o seu

aluno a aprender e a aprender a aprender” (Veiga Simão,

2002) e dotar o aluno dos instrumentos indispensáveis

à análise do real e ao posicionamento crítico face aos

fenómenos sociais, contribuindo para fomentar a participação

na vida social pautada pelo respeito dos valores democráticos

e dos direitos à vida, ao ambiente e ao desenvolvimento.2

A disciplina de Economia é, portanto, uma disciplina

privilegiada no contributo que pode dar para a formação

adequada do aluno do ensino secundário, geral ou

pro ssional, nomeadamente no domínio do conhecimento

e da compreensão do mundo contemporâneo e dos seus

principais problemas e é, nos dias de hoje, fundamental à

formação geral do cidadão português e da União Europeia,

qualquer que seja o percurso académico/pro ssional que

este venha a seguir.

Sandra Costa Docente de Economia

1- Programa Economia, Cursos Pro ssionais de Nível Secundário, Direção Geral de Formação Vocacional, Ministério da

Educação, 2005

2-VEIGA Simão, M.A. e outros (2002). Reorganização Curricular no Ensino Básico – Novas Áreas Disciplinares. Lisboa: Ministério

da Educação, Departamento de Educação Básica.

Page 13: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 13

[ ensino pro ssional]

A Prova de Aptidão Pro ssional (PAP) é uma das componentes

do currículo de formação dos cursos pro ssionais, constituindo-

se condição de obtenção do diploma pro ssional.

A PAP consiste na conceção, execução e defesa por

parte do aluno, de um projeto de Aptidão Profissional

visando o desempenho profissional em empresas do

setor relacionado com o curso frequentado, tendo uma

essência transdisciplinar e integradora de todos os saberes

e capacidades desenvolvidos ao longo da formação. O

projeto tem carácter de investigação aplicada, integradora

e mobilizadora dos saberes e competências adquiridos ao

longo do plano de formação desenvolvido em sala de aula

e em contexto de trabalho, devendo assumir a forma de um

projeto pessoal, que deverá re etir o per l de saída do curso

e os interesses do aluno.

De acordo com a Portaria n.º 550-C/2004, de 21 de Maio,

para concluir qualquer Curso Pro ssional, os alunos têm de

realizar uma Prova de Aptidão Pro ssional (PAP) que “consiste

na apresentação e defesa, perante um júri, de um projeto,

consubstanciado num produto, material ou intelectual, numa

intervenção ou numa atuação, consoante a natureza dos

cursos, bem como do respetivo relatório nal de realização e

apreciação crítica, demonstrativo de saberes e competências

pro ssionais adquiridos ao longo da formação e estruturante

do futuro pro ssional do jovem”.

O projeto conducente à PAP “centra-se em temas e problemas

perspetivados e desenvolvidos pelo aluno em estreita ligação

com o contexto de trabalho e realiza-se sob orientação e

acompanhamento de um ou mais professores”, podendo,

eventualmente, ser desenvolvido em equipa, tendo em

conta a natureza do projeto e desde que, “em todas as suas

fases e momentos de concretização, seja visível e avaliável a

contribuição individual especí ca de cada um dos membros

da equipa”. Assim o projeto, salvo situações excecionais,

deve ser pessoal e nascer do interesse do aluno na resolução

de um problema pro ssional, fator determinante para que

a prova seja um efetivo instrumento de interiorização de

conhecimentos e de intervenção pro ssional.

A de nição do projeto implica a apresentação das motivações

pessoais, a análise de recursos, a recolha de informações,

a de nição de estratégias e a sua exequibilidade, sendo

orientado de acordo com a metodologia do trabalho de

projeto enquanto estratégia integradora das aprendizagens,

contribuindo para o desenvolvimento e a consolidação

de competências que habilitem o aluno enquanto futuro

pro ssional a agir em situações concretas e com graus de

complexidade diferenciados. As temáticas, embora estejam

circunscritas aos conteúdos do curso são, regra geral,

escolhidas pelo aluno e validadas pela equipa pedagógica,

estratégia que promove e rentabiliza o trabalho articulado

entre os professores das diferentes disciplinas e componentes

de formação.

A PAP é constituída pelo Projeto, o Relatório e a Defesa

do mesmo. A plani cação dos projetos deve ser feita de

forma a permitir que, em cada momento, os alunos tenham

orientações sobre o trabalho a desenvolver pelo que é

importante que estes conheçam os critérios de elaboração

e os prazos de entrega do pré-projeto (proposta), do projeto

e do relatório e as condições de acesso às instalações e

equipamentos dentro e fora do horário letivo, de modo a

permitir que estes tenham espaço, tempo e recursos para a

elaboração dos seus trabalhos, responsabilizando-os também

pela sua utilização.

O envolvimento de toda a equipa pedagógica é fundamental

no desenvolvimento da PAP, uma vez que quanto maior

PAP – PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL

Page 14: Revista EPRM 20

14 | Revista EPRM # 20

[ensino pro ssional ]

for o empenhamento da equipa, melhores serão os

resultados obtidos pelos alunos e embora a PAP esteja mais

diretamente relacionada com a componente de formação

técnica, é importante a integração dos professores das

outras componentes de formação - no apoio à elaboração

e desenvolvimento do projeto; na revisão dos textos; em

traduções; em trabalho de pesquisa; em

trabalhos práticos/manuseamento de materiais

e equipamentos; em ensaios para apresentação

perante o júri.

A avaliação da PAP culmina com a apresentação

e defesa do projeto, perante um Júri, que é

constituído nos termos previstos na Portaria

supramencionada, designado pela Direção da

escola e que tem a seguinte composição:

a) O Diretor da escola, que preside, no caso de

estar presente;

b) O Diretor de Curso;

c) O Diretor de Turma;

d) Um representante das associações

empresariais ou das Empresas/Instituições de

sectores a ns do Curso Pro ssional;

e) Um representante das associações sindicais dos sectores

de atividade a ns ao curso;

f) Uma personalidade de reconhecido mérito na área da

formação pro ssional ou dos sectores de atividade a ns ao

Curso Pro ssional.

A PAP mobiliza competências essenciais para a resolução

de problemas profissionais, tais como: a reflexão sobre

causas e/ou consequências das decisões profissionais;

o espírito de iniciativa; a proposta de soluções criativas,

alternativas e inovadoras; o desenvolvimento de capacidade

de comunicação, programação e avaliação; o incremento

do sentido de responsabilidade e autonomia, entre outras.

Coincidindo com o nal do ciclo de formação, este projeto

desperta os alunos para um período de transição nas suas

vidas, sendo marcante para a maioria, pela oportunidade de

crescimento pessoal e pro ssional que proporciona em mais

uma etapa de formação.

"Educar a inteligência é dilatar o horizonte dos seus desejos e das suas necessidades."

Luciano Vitorino Diretor Pedagógico

Page 15: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 15

[ ensino pro ssional]

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?Cada vez ma is a nossa

sociedade, nomeadamente o

mercado de trabalho impõe

algumas di culdades a quem

pretende estabi l idade no

seu emprego, logo, torna-se

imprescindível que em algumas

áreas, como as de recursos

humanos, saúde, segurança no trabalho ou de tecnologia,

seja necessário conhecer bem o ambiente pro ssional para

que se possa ter uma oportunidade. No entanto, vão surgindo

incertezas em relação ao mundo do trabalho no que diz

respeito a essas mesmas oportunidades e às mudanças

relativamente ao per l pro ssional, uma vez que este está

muito voltado atualmente para o conhecimento como principal

ferramenta de trabalho.

Diversos estudos efetuados têm demonstrado que, quanto

maior for o grau académico e os níveis de formação dos

indivíduos, mais facilmente poderão fazer a sua adaptação

ao mercado de trabalho, quer para encontrar o seu primeiro

emprego quer para, eventualmente, mudar para outra

profissão. Desta forma, podemos mesmo afirmar que o

conhecimento é cada vez mais o motor da nossa sociedade.

Assim sendo, a formação pro ssional deve ser vista como

uma aposta que favorece a evolução global da personalidade

do indivíduo, partindo dos conhecimentos adquiridos e de

experiências vividas. Deste modo, irá permitir obter elementos

de realização mais completos de si próprio, bem como uma

melhor adaptação ao meio de inserção, nomeadamente no

plano sócio -pro ssional.

Podemos considerar a formação profissional como um

processo organizado de educação, segundo o qual as

pessoas enriquecem os seus conhecimentos, desenvolvem

as suas capacidades e melhoram as suas atitudes ou

comportamentos, aumentando, assim, as suas quali cações

técnicas ou profissionais, com vista à participação no

desenvolvimento sócio -económico e cultural da sociedade.

É através deste processo organizado de educação, global e

permanente, que os jovens e adultos, que serão inseridos no

mercado de trabalho, se preparam para o exercício de uma

atividade pro ssional, cuja síntese e integração possibilitam

a adoção de comportamentos adequados ao desempenho

da pro ssão.

Deste modo, um sistema de formação pro ssional de ne-

se como “Um conjunto de atividades, que visa a aquisição

de conhecimentos, “habilidades”, atitudes e formas de

comportamento exigidos para o exercício das funções próprias

de uma atividade pro ssional, em que, complementarmente

ao sistema educativo se procura dar ou encontrar resposta

às necessidades de desenvolvimento económico e social de

uma determinada sociedade.”

A formação profissional tem de ser vista a partir das

necessidades da sociedade, das organizações e dos

indivíduos, uma vez que os benefícios que esta acarreta não

se restringem apenas às pessoas, nomeadamente através

da aquisição de conhecimentos, aptidões técnicas e de

relacionamento, mas também às sociedades e organizações,

nomeadamente pelo sentimento de pertença (a um grupo ou

organização), pelo controle das tensões e con itos existentes

no dia-a-dia, resultando na aquisição da autoconfiança,

segurança e capacidade de tomar decisões.

Com a crescente importância da formação pro ssional para

o nosso país, nomeadamente para as organizações, a oferta

de formação também cresceu, procurando dar resposta às

necessidades de formação existentes. A entidade formadora

pode intervir ativamente e de forma direta em todo o sistema

de formação ou apenas em parte, ou seja, numa determinada

fase do sistema. De forma geral, as entidades formadoras

iniciam a sua atividade após a deteção das necessidades

de formação, concebendo uma intervenção formativa que

permita a satisfação das carências de formação detetadas.

Tendo em conta as necessidades declaradas ao nível da

formação pro ssional, nomeadamente ao nível da área da

saúde, e de forma a colmatar uma lacuna existente nesta

mesma área, é publicado em Diário da República, 1ª série,

nº 195, Portaria n.º 1041/2010, de 7 de Outubro, o Curso

Pro ssional de Técnico Auxiliar de Saúde, que se enquadra na

família pro ssional de tecnologias da saúde e integrando-se

na área de educação e formação de saúde — programas não

classi cados noutra área de formação (729), de acordo com

a classi cação aprovada pela Portaria n.º 256/2005, de 16

de Março. Os alunos que concluírem com aproveitamento

o presente curso pro ssional são certi cados com o nível

secundário de educação e o nível IV de formação pro ssional,

nos termos da regulamentação em vigor.

* O QUE É UM TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE?

O Técnico Auxiliar de Saúde é o pro ssional quali cado,

apto a auxiliar na prestação de cuidados de saúde aos

utentes, na recolha e transporte de amostras biológicas, na

limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e

Page 16: Revista EPRM 20

16 | Revista EPRM # 20

[ensino pro ssional]

equipamentos, na limpeza e higienização dos espaços e no

apoio logístico e administrativo das diferentes unidades e

serviços de saúde, sob orientações de pro ssionais de saúde.

Este curso pro ssional tem como objetivo principal preparar

jovens pro ssionais com competências técnicas na área de

auxílio na prestação de cuidados de saúde a enfermeiros e

outros pro ssionais de saúde em unidades clínicas ou a ns.

* ATIVIDADES PRINCIPAIS A DESEMPENHAR POR UM TÉCNICO

AUXILIAR DE SAÚDE

- Colaborar, sob a supervisão técnica, na prestação de

cuidados de higiene e conforto aos utentes e na realização

de tratamentos a feridas e úlceras;

- Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente

que vai fazer, ou fez, uma intervenção cirúrgica;

- Proceder ao acompanhamento e transporte de utentes em

camas, macas, cadeiras de rodas ou a pé, dentro e fora do

estabelecimento;

- Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e

simultânea ao alerta do pro ssional de saúde;

- Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do

utente, que necessita de ajuda total ou parcial, de acordo

com orientações do pro ssional de saúde.

- Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente,

nomeadamente na preparação de refeições ligeiras ou

suplementos alimentares e no acompanhamento durante

as refeições;

- Auxiliar nos cuidados post mortem, de acordo com

orientações do pro ssional de saúde;

- Preparar e lavar o material dos serviços técnicos; preparar

o material para a esterilização;

- Ajudar nas tarefas de recolha de material para análise;

- Transportar e distribuir balas de oxigénio e os materiais

esterilizados pelos serviços de ação médica;

- Velar pela manutenção do material utilizado nos cuidados

prestados aos doentes;

- Proceder à receção, arrumação e distribuição de roupas

lavadas e à recolha de roupas sujas e respetivas entregas;

- Assegurar o serviço externo e interno de transporte de

medicamentos e produtos de consumo corrente, necessários

ao funcionamento dos serviços;

- Colaborar com os respetivos serviços na realização dos

trâmites administrativos relacionados com as suas atividades;

- Proceder à limpeza das macas nos respetivos locais de

trabalho;

- Assegurar a manutenção das condições de higiene nos

respetivos locais de trabalho;

- Proceder ao transporte, distribuição e entrega de

documentos, materiais e equipamentos, dentro ou fora dos

serviços;

- Proceder à carga, descarga e arrumação de materiais e

equipamentos;

- Realizar pequenos serviços de manutenção e reparação do

material, bens e haveres

* QUAIS AS SAÍDAS PROFISSIONAIS PARA UM TÉCNICO

AUXILIAR DE SAÚDE?

As saídas pro ssionais para o Técnico Auxiliar de Saúde são

bastante diversi cadas, nomeadamente Hospitais (públicos e

privados), Centros de Saúde, Consultórios Médicos, Clínicas,

Outros Estabelecimentos de Saúde, Centros de Dia, Lares,

Centros de Acolhimento e Residência de Crianças, Unidades

de Cuidados Continuados, Serviços de Apoio ao Domicílio,

Institutos de Estética.

Desta forma, podemos referir ser uma mais-valia a existência

de um curso com esta vertente pro ssional, uma vez que

abrange uma área técnica ainda inexplorada pela sociedade,

veri cando-se cada vez mais ser a área das ciências da saúde

a que interessa a uma grande maioria dos estudantes. Nunca

é de mais salientar que, para muitos desses estudantes, será

a grande oportunidade de seguir os seus sonhos, podendo no

futuro exercer uma pro ssão devidamente quali cada, pois

quando de uma forma ou de outra não é possível escolher

a área de formação com que mais se identi cam, há uma

maior tendência para a desmotivação e consequentemente

para o abandono escolar.

Com a existência deste curso pro ssional, e nomeadamente

com a colocação dos Técnicos Auxiliares de Saúde no

mercado de trabalho, os utentes poderão ter acesso a uma

maior qualidade no seu atendimento e na sua prestação de

cuidados, ou seja, possibilitará pro ssionalizar a assistência

na área da saúde. Vanda Santos

Psicóloga da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior

Page 17: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 17

[ ensino pro ssional ]

Na continuação do programa eco-escolas iniciado no ano

letivo transato, a Escola Pro ssional de Rio Maior (EPRM)

está a desenvolver alguns projetos/ações para manter a

Bandeira Verde hasteada. Esta é o símbolo que comprova e

reconhece, pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE),

o trabalho desenvolvido no ano letivo 2010/2011, em defesa

do ambiente.

Durante o presente ano letivo, os alunos estão a desenvolver

ações em mais cinco temas, nomeadamente, água, resíduos,

energias, oresta e subsolo.

Neste último, já foram realizadas três entrevistas a entidades

que exploram ou gerem estes recursos de vital importância

para a economia concelhia, regional e mesmo nacional,

nomeadamente o Parque Natural das Serras de Aire e

Candeeiros, a Câmara Municipal de Rio Maior e a Cooperativa

Agrícola dos Produtores de Sal de Rio Maior.

O calcário, o basalto, a areia, o sal e o carvão são recursos

que são ou já foram motores importantes para a criação de

empregos e transportam o nome de Rio Maior para o exterior.

A oresta continua a ser uma das fontes de rendimento

da população do concelho e, como tal, deve ser protegida

dos incêndios orestais e dos atentados que normalmente

são cometidos pela população. Como recurso associado ao

aquecimento das habitações, por vezes torna-se excessiva a

remoção da madeira, desprotegendo o solo contra a erosão.

Neste sentido, a EPRM elaborou uma prensa manual de pasta

de papel, com a qual se irão fazer briquetes das toalhas de

papel, proveniente das casas de banho, utilizadas para secar

as mãos. Com esta ação formam-se briquetes de papel que

irão substituir a madeira no aquecimento das casas. Pretende-

se com esta experiência reduzir as quantidades de resíduos

depositados em aterros sanitários, reduzir as quantidades

de madeira queimada e fazer experiências para replicar este

projeto para outras entidades.

Ao nível dos resíduos, a EPRM já dispõe de ecopontos para

lâmpadas, tinteiros, toners, pilhas e rolhas de cortiça.

Neste momento, a EPRM está também a proceder à aquisição

de outros ecopontos, para a separação ser uma realidade

efetiva e assim dar o melhor seguimento aos resíduos aqui

produzidos.

A acompanhar a colocação de ecopontos, será realizada uma

ação de sensibilização para toda a comunidade escolar a m

de esclarecer as dúvidas de depósito no papelão, vidrão e

embalão.

A água, como elemento fundamental à vida, deve ser

preservada quer ao nível da qualidade quer ao nível da

quantidade. A alteração de hábitos associada à mudança

para torneiras mais e cientes, constituem as atividades de

sensibilização que se pretendem desenvolver.

No que diz respeito à energia, pretende sensibilizar-se para

a poupança nos consumos e aos mesmo tempo melhorar

a e ciência energética global da escola. A participação no

projeto TWIST, a instalação de molas nas portas que dão

acesso ao exterior, a colocação de caixilharias em alumínio

e a monitorização dos gastos são algumas das ações

desenvolvidas neste âmbito.

Posto isto, a comunidade escolar da EPRM juntamente

com os parceiros do projeto, estão a contribuir para que

no próximo ano este estabelecimento de ensino continue a

hastear a Bandeira Verde da ABAE como símbolo efetivo da

alteração de comportamentos em benefício de um ambiente

mais próspero.

EPRM MAIS VERDE…

Pedro GuedesCoordenador do Projeto e Formador da EPRM

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Page 18: Revista EPRM 20

18 | Revista EPRM # 20

[ ensino Pro ssional]

A Geometria Descritiva não é a invenção de um só homem.

Se Gaspar Monge, no nal do Século XVIII, a desenvolveu

teoricamente e estabeleceu os seus princípios gerais, Dürer,

desde o século XVI, tinha elaborado um método similar para

uso de pintores. Trata-se de um método grá co e somente

com processos grá cos, para resolver problemas de ângulos,

dimensões, posições, interseções, etc.

A Geometria Descritiva como foi de nida por Monge pode

ver-se como a teorização de uma "arte da linha", usada desde

o princípio para resolver mais ou menos empiricamente os

problemas colocados inicialmente pelos cortes de pedra ou

madeira. A Geometria descritiva é uma disciplina prática,

e neste sentido, distingue-se da Geometria euclidiana ou

analítica (álgebra).

Esta dimensão prática é a razão pela qual, o estudo da Geometria Descritiva, não requer uma sólida formação matemática. Ou seja, um estudante de letras pode facilmente resolver os problemas propostos sem recorrer a estas disciplinas matemáticas.

Geometria Descritiva – Ginástica Mental

A Geometria Descritiva é também uma das poucas disciplinas em que o ensino nas escolas de arquitetura tem persistido desde o século XIX, e é esta a razão dos grandes avanços na conceção e representação de objetos em três dimensões a nível informático.

As ferramentas atuais usadas para construir volumes

complexos mais rapidamente e com mais precisão, não

desvitalizam a Geometria Descritiva. Por seu lado, ela tem

virtudes essenciais para o aluno: envolve ginástica mental e

ensina-o a ver no espaço e a compreender a representação

de objetos tridimensionais, que será de grande utilidade na

utilização de um programa de criação e modelação a três

dimensões. Acarreta também um maior cuidado na realização

de desenhos, com recurso a ferramentas informáticas, onde

o rigor da expressão grá ca é fator relevante.

Anabela Figueiredo Docente de Geometria Descritiva

Page 19: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 19

[ ensino pro ssional ]

No âmbito do projeto de apoio ao empreendedorismo que tem a decorrer na Lezíria do Tejo, a NERSANT – Associação

Empresarial da Região de Santarém, tem candidaturas abertas para apoiar a criação de empresas nesta região. A NERSANT faculta consultoria técnica especializada e apoio

até um ano de atividade.

A NERSANT vai apoiar a criação de micro-empresas na região

da Lezíria do Tejo, através da dinamização do ApoiarMicro,

programa destinado a todos os empreendedores interessados

em criar a sua empresa e desenvolver a atividade num dos

concelhos da Lezíria do Tejo, e para o qual já tem inscrições

abertas.

O ApoiarMicro tem como objetivos principais não só a

criação de empresas, mas também a preparação dos

empreendedores para o desa o da constituição da empresa

ou do lançamento de um novo produto no mercado, bem como

o acompanhamento do arranque e desenvolvimento inicial das

novas empresas criadas. Para tal, a NERSANT está a aplicar

uma metodologia dividida em três fases, sendo que a primeira

diz respeito à geração / maturação da ideia de negócio e

respectiva apresentação, com o intuito de recolher sugestões

e identi car potenciais investidores ou nanciadores para a

mesma. Após esta fase, os empreendedores seleccionados

entram num processo de consultoria técnica individual e

personalizada, quer ao nível da elaboração do plano de

negócios, prospecção de mercado, comercial e marketing,

identi cação de fontes de nanciamento, entre outros.

No apoio à criação da empresa, a NERSANT proporciona

consultoria start-up, que se traduz num acompanhamento

e apoio especializado durante o primeiro ano de atividade

da mesma.

De referir que o ApoiarMicro está integrado num projeto mais

amplo de apoio ao empreendedorismo – Lezíria Empreende

– aprovado no âmbito do INALENTEJO e nanciado pelo

FEDER, e que conta ainda com o apoio da Comunidade

Intermunicipal da Lezíria do Tejo, e de uma rede de

parceiros regionais, composta pelas autarquias, centros de

emprego, escolas superiores e escolas pro ssionais, entre

outros, que implementam e desenvolvem as várias acções

previstas, visando a promoção e criação de um ecossitema

empreendedor.

Os empreendedores interessados em obter mais informações

sobre este projeto, ou em apresentar a sua ideia de negócio,

deve consultar o site do projecto em www.leziriaempreende.

nersant.pt. Qualquer questão adicional deve ser questionada

junto do Departamento de Apoio Técnico e Desenvolvimento

Regional da NERSANT através do número 249 839 500 ou

do e-mail [email protected].

NERSANT apoia criação de empresas na Lezíria do Tejo

Page 20: Revista EPRM 20

20 | Revista EPRM # 20

Promotor: Apoio:

Page 21: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 21

[a nossa escola- projetos e atividades]

A Escola Pro ssional de Rio Maior foi convidada a participar

no projeto “ A Empresa”, da Junior Achievement e resolveu

aceitar o desa o. A Junior Achievement Portugal (JAP) é uma

associação sem ns lucrativos, empenhada em levar às

escolas programas que desenvolvem nas crianças e jovens

o gosto pelo empreendedorismo.

Fundada em setembro de 2005, a Associação Junior

Achievement Portugal - Aprender a Empreender é a congénere

Portuguesa da Junior Achievement – a maior e mais antiga

organização mundial educativa, sem ns lucrativos.

O programa “A Empresa” representa o programa bandeira

da Junior Achievement. Alunos do ensino secundário criam

uma miniempresa com a ajuda de um voluntário e de um

professor. Os alunos reúnem capital através da venda de

títulos de participação, criam um produto ou serviço, colocam-

no no mercado e por último, liquidam a operação e pagam os

dividendos aos titulares.

Para os jovens envolvidos no programa as vantagens são

claras e objetivas na medida em que têm a oportunidade de

testar na prática grande parte das competências adquiridas

e ver o seu resultado no desempenho /performance

das miniempresas por eles criadas aos vários níveis,

nomeadamente, ao nível da organização e análise de dados

e tomada de decisões.

A Escola Pro ssional de Rio Maior inscreveu neste programa

duas equipas, uma constituída por cinco alunos do Curso

Técnico de Gestão e três alunos do curso Técnico de Design

com os apoios das professoras Maria João Maia e Anabela

Figueiredo e outra equipa formada por cinco alunos (quatro

do Curso Técnico de Energias Renováveis – Sistemas Solares

e um do Curso Técnico de Gestão) com o apoio do professor

Isaac Duarte. Foram selecionados pela Junior Achievement,

para acompanhar estes projetos três voluntários, o Dr. Victor

Alexandre, o Engenheiro Luís Antunes e a Dra. Sónia Ferreira.

A equipa de Gestão e Design – Equipa Soul D’Aire (com o

apoio das já referidas professoras e do Dr. Victor Alexandre,

nesta primeira fase) decidiu apostar na criação de um

produto de base regional, uma vez que utiliza o sal das

salinas de Rio Maior e as ervas aromáticas da Serra de Aire

e Candeeiros, dirigindo-o para o mercado gourmet através da

criação de várias versões para diferentes tipos de utilizações,

com uma embalagem criada especialmente para o efeito

e que vai constituir a base da diferenciação deste produto

relativamente aos similares já existentes no mercado.

O programa A Empresa da JAP, para além da competição

nacional a realizar em junho de 2012, vai desenvolvendo

outras iniciativas como é o caso das feiras ilimitadas; este

ano -a iniciativa foi integrada na feira Futurália 2012 que

decorreu na FIL de 14 a 17 de março. Participaram nesta feira

48 miniempresas, 12 em cada dia selecionadas de um total

de 150. Para participar nesta feira foi necessário realizar um

lme com a duração de dois minutos, um conjunto de slides no

programa PowerPoint e a inscrição online na EWB (Enterprise

Without Borders), relacionada com o estabelecimento de

parcerias com outras empresas. A seleção nal de quem

participaria cou a cargo do seguinte júri: Cristina Trindade

Soul D’Aire

Page 22: Revista EPRM 20

22 | Revista EPRM # 20

[a nossa escola – projetos e atividades]

da Câmara Municipal do Porto; Rui Matos da Interbolsa;

António Martins do Millennium BCP; Virgílio Varela do HUB

de Inovação Social da Fundação EDP; Margarida Figueiredo

da Câmara Municipal de Lisboa e Afonso Lopes da Brisa que,

como calcularão, enfrentaram longos momentos de discussão

com o intuito de descobrir as equipas melhor preparadas para

enfrentarem este desa o.

A equipa Soul D’Aire foi escolhida e esteve presente na FIL a apresentar o seu projeto no passado dia 14 de março ganhando o prémio de melhor produto. A equipa que obtivesse maior pontuação no total dos quatro dias iria representar Portugal em Zurique na Suíça no nal de março. A equipa Soul D’Aire conseguiu um honroso terceiro lugar, num total de 150 equipas que se candidataram nesta fase do concurso, continuando em jogo e muito motivada para a competição nal nacional que terá lugar no dia 28 de maio de 2012.

Agora é tempo de aproveitar da melhor maneira o tempo que

ainda resta para aperfeiçoar as ideias, redesenhar novos

objetivos e lutar por um bom lugar na Competição.

Para a concretização deste projeto, foram muito importantes

as parcerias estabelecidas com a Cooperativa Agrícola dos

Produtores de Sal de Rio Maior, a Loja do Sal e o Parque

Natural da Serra de Aire e Candeeiros que disponibilizaram

informações, produtos e utensílios relacionados com a

atividade de exploração de sal.

Ao longo de todo o processo existiu uma grande união dentro

da equipa Soul D’Aire e um grande espírito de entreajuda.

Todos os membros da equipa são unânimes em a rmar que

esta experiência está a constituir algo único e inesquecível

na sua vida.

Maria João Maia e Anabela FigueiredoCoordenadoras do Projeto

Page 23: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 23

[ a nossa escola – projetos e atividades]

No dia 1 de Março de 2012, um grupo de quatro alunos da

EPRM que havia participado na 1.ª fase do desa o DNescolas

teve o prazer de receber uma ilustre gura do todo-o-terreno

nacional, a piloto Elisabete Jacinto, no auditório do Centro

de Estágios e Formação Desportiva de Rio Maior (DESMOR).

A sessão contou com a presença dos alunos do 11.º ano da

EPRM, do Diretor Pedagógico, de alguns professores, da Sra.

Presidente da Câmara, Dra. Isaura Morais e da Sra. Vereadora

da Educação, Dra. Sara Fragoso.

Tudo começou com a participação dos quatro alunos na

primeira fase do concurso, que consistia na elaboração

de um editorial de um jornal, e os jovens participantes

acabaram por ser surpreendidos ao carem no grupo dos 60

editoriais selecionados a nível nacional. O projeto DNescolas

começou há cinco anos pela mão do Diário de Notícias e é

um interessante projeto de Educação para os Media que tem

como principal objetivo despertar o interesse e o espírito crítico

da nova geração face aos acontecimentos que a rodeiam, de

modo a que todos possam, agora e posteriormente, fazer um

uso pleno e consciente do seu direito de cidadania.

Ultrapassada a primeira eliminatória do concurso, o DN

premiou os jovens e a escola por eles representada com

uma visita da sua equipa bem como da personalidade

destacada no editorial, neste caso a piloto Elisabete Jacinto.

Este foi um dia muito especial e que em muito contribuiu

para o crescimento pessoal dos quatro participantes, que

aprenderam a melhor gerir o seu nervosismo e ansiedade.

Acabaram mesmo por se mostrar bastante descontraídos,

sobretudo devido à simpatia e simplicidade da convidada, que

deslumbrou a todos com as suas aventuras um tanto insólitas.

A facilidade de Elisabete em comunicar, aliada à sua boa

disposição e às suas histórias hilariantes, prendeu a atenção

do auditório que se manteve expectante desde o início até

ao nal da sessão.

Elisabete começou por contar um pouco do seu percurso

pessoal e pro ssional, salientando a importância do apoio do

seu marido para chegar até onde chegou atualmente. A piloto

respondeu com grande clareza às questões que o grupo lhe

colocou e ainda deixou alguns conselhos, de entre os quais

se destaca “podemos fazer tudo o que queremos na vida,

mas temos de trabalhar muito para isso”.

Após a entrevista a Elisabete Jacinto, coube ao grupo a

elaboração de uma reportagem sobre a personalidade, na

tentativa de ser apurado para a próxima fase do concurso.

Quem sabe se não será este um dos grupos nalistas que

rumará durante 15 dias com outros jovens do país num

percurso cultural pela Europa, previamente de nido pelo DN?

Todo-o-terreno na EPRM

Elisabete Jacinto encanta com as suas aventuras hilariantes

Ana Rita LoureiroCoordenadora do Projeto

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24 | Revista EPRM # 20

[ a nossa escola – projec[ a nossa escolaOs DeNoss

[ a nossa escola – projetos e atividades]

O objetivo da Escola é o de informar e capacitar os seus alunos nas suas tomadas de decisão; daí a importância da abordagem da Educação para a Saúde e para a Sexualidade em meio escolar. Sob o ponto de vista legal, o Programa Nacional de Saúde Escolar prevê que a Educação para a Saúde deve ser obrigatório em todos os estabelecimentos de ensino e integrar o Projeto Educativo da Escola.

O programa foi aprovado no âmbito do protocolo entre os

Ministérios da Educação e o Ministério da Saúde (Despacho

nº 19 737/2005 (2ª série), de 15 de Junho e Despacho nº 25

995/2005, de 16 de Dezembro). Recentemente, estabeleceu-

se o regime de aplicação da Educação Sexual em Meio

Escolar, de nindo-se as orientações curriculares adequadas

para os diferentes níveis de ensino (Lei nº 60/2009, de 6 de

Agosto e Portaria nº 196-A/2010, de 9 de Abril).

As práticas inerentes ao Projeto de Educação para a Saúde e

para a Sexualidade (PESS) foram, de certa forma, temáticas

debatidas e trabalhadas na Escola Pro ssional de Rio Maior

(EPRM) desde sempre. Na história desta escola

foram constantemente realizados debates, sessões,

colóquios ou tão simplesmente, conversas sobre

as temáticas da sexualidade e da prevenção de

consumos de substâncias psicoativas. No entanto,

só há apenas dois anos esta prática é realizada na

EPRM com o formato de um projeto que visa uma

cronologia, estruturação, sistematização, previsão

e constituição de uma equipa da qual fazem parte

os professores internos e externos desta instituição.

O PESS, enquanto atividade inserida no Projeto

Educativo da EPRM, mantém as temáticas da

sexualidade e da prevenção de substâncias

psicoativas, no entanto, prevê a inserção de uma

outra temática, variável em cada ano letivo.

A grande diferença/mudança/inovação do PESS

está relacionada com a carga horária e dinâmica das

sessões sobre a temática da sexualidade e com a

criação do Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno

(GIAA). Uma vez que nos encontramos numa Escola de Ensino

Pro ssional, faz todo o sentido que a partir dos quinze anos

de idade, os alunos possam usufruir de um espaço onde

possam expor as suas dúvidas e ter o apoio mais adequado

no que diz respeito às temáticas da Saúde e Sexualidade.

Para além disso, o PESS conta com uma série de Colaboradores

e Parcerias, no qual está inserida uma equipa interna

multidisciplinar, na sua maioria professores, composta pelos

diretores de turma das diferentes turmas e a coordenadora

do PESS, Técnica Superior da Escola Pro ssional de Rio

Maior, assim como, todas as equipas e parcerias externas

que colaboram com a EPRM.

O PESS da EPRM para o ano letivo 2011/2012 engloba as

temáticas da Sexualidade (12 horas por turma), as quais são

distribuídas e trabalhadas com os diferentes professores

do Conselho de Turma, que elaboram e trabalham o PEST -

Projeto de Educação Sexual da Turma. Em todas as turmas,

três horas (do total das doze que compõem o programa) são

destinadas à apresentação de sessões de esclarecimento

com as enfermeiras da Unidade de Cuidados Continuados

"Com Saber e Sent i r, a sexua l idade é abordada do ponto de v is ta dos a fe tos , da in fo rmação e

aconselhamento personalizado, criando um terreno fér til para o diálogo e evitando os constrangimentos".Rui Ramos (psicólogo), in Público 22-05-05

Sensações EPRM

Page 25: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 25

vidades]tos e actividades]portos de Natureza e a scola: Simbiose perfeita!

[ a nossa escola – projetos e atividades]

de Rio Maior. Todas as outras atividades do PEST são

desenvolvidas pelos professores e/ou com um convidado(a)

que considerem transmitir um contributo importante para a

abordagem da temática.

Para além da questão da sexualidade, no PESS da EPRM

de 2012 estão plani cadas sessões sobre a Prevenção do

Consumo de Substâncias Psicoativas e de Prevenção da

Violência em Meio Escolar. Ambas são feitas com a presença

de convidados que desenvolvem trabalhos nas respetivas

áreas e que conduzem dinâmicas adaptadas à população

alvo, que vão ao encontro do seu estilo de vida e da sua idade.

Para trabalhar com os alunos as questões relacionadas

com os consumos de substâncias psicoativas, contamos

com a presença do Técnicos do IDT – Instituto da Droga e

da Toxicodependência – mais concretamente do Centro de

Respostas Integradas do Ribatejo, que já colaboram com a

EPRM há alguns anos e sabem concretamente que tipo de

população possuímos na escola e a melhor forma de trabalhar

com os nossos alunos.

Sobre a Prevenção da Violência em Meio Escolar, escolhemos

a temática do Bullying, sendo esta a primeira vez que a

abordamos na EPRM. Para tal, contaremos com a presença

de alguns pro ssionais relacionados com a área e daremos

primazia àqueles que atuam no nosso concelho.

Os frutos “colhidos” pelo PESS não são visualizados de

imediato, nem por todos aqueles que nele participam, no

entanto, todos devemos ter a consciência da sua importância.

Para além disso, temos que ter a perceção de que não

estamos a trabalhar em prevenção primária, ou mesmo em

prevenção.

Mas, sem dúvida que estamos a informar, dar a conhecer, promover conhecimento a jovens decisores do seu futuro e dos seus compromissos, com os outros e com a vida.

Quando avaliamos o PESS, avaliamos as parcerias que

conseguimos estabelecer, os trabalhos produzidos por alunos

e professores, a qualidade do trabalho realizado na escola.

Por vezes, a maior di culdade está em encontrar professores

e técnicos com à vontade para explorar as temáticas com os

alunos, de forma natural e sem constrangimentos.

Na EPRM, o PESS correspondente ao presente ano letivo está

a ser um sucesso; a maioria das turmas já apresenta todas

as atividades concluídas. Fizeram-se exposições, criou-se

uma página do facebook, denominada “Sensações EPRM”

(www.facebook.com/page/sensaçõeseprm), publicaram-se

trabalhos; além disso, o GIAA (Gabinete de Informação e Apoio

ao Aluno) atendeu e continua a receber cerca de quarenta

utilizadores por mês.

Quando começámos a trabalhar no PESS e a elaborar os

PEST, inevitavelmente pensamos que o número de horas

de formação destinadas ao projeto, seria excessivo para

a exploração e uso do tema, no entanto, alguns estudos

demonstram que a educação sexual e o aconselhamento

sobre a sexualidade estão associados a uma maior utilização

de contracetivos, a um menor número de parceiros, a um

início mais tardio da vida sexual, uma menor probabilidade

de gravidez precoce e um maior conhecimento sobre a

noção de fertilidade e prevenção de doenças sexualmente

transmissíveis. E, sem dúvida, que o número de utilizadores

do GIAA é o indicativo de que a (in) formação não é excessiva,

uma vez que é bastante útil e utilizada pela comunidade

escolar.

Com a experiência obtida durante os dois anos de envolvimento no projeto e com a avaliação de todos os trabalhos produzidos nos PEST e no PESS, considero que é possível trabalhar cada vez melhor as diferentes temáticas abordadas. Reforçamos sempre a singularidade de cada membro da escola, das suas escolhas e do respeito que nos merece.

Sónia Duarte Técnica do GAT

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Page 26: Revista EPRM 20

26 | Revista EPRM # 20

[a nossa escola - conselho de delegados]

Com a ajuda de todos os Alunos da Escola Pro ssional de Rio Maior, com a contribuição de apenas um euro, nos dias 20 e 21 de março, alguns destes alunos, representantes das diversas turmas da Escola, tiveram a oportunidade de fazer várias pessoas do Concelho de Rio Maior sorrir, oferecendo alguns cabazes recheados de diversos bens alimentares que estas pessoas não poderiam comprar.

Todas as pessoas a quem entregamos cabazes caram muito

impressionadas com o gesto demonstrando pelos alunos e

professores acompanhantes, através da alegria presente nos

seus olhos, da emoção e até dos arrepios visíveis, pelo facto

de se encontrarem tão felizes e comovidas.

O pequeno gesto foi-nos muito agradecido através de simples

frases como: “Obrigado, é triste mas hoje já vou ter comida

na mesa para conseguir dar uma boa refeição aos meus” ou

“Obrigado por tudo, vamos conseguir passar uma Páscoa

muito melhor, graças à vossa ajuda”…

Ao longo do nosso percurso, fomos perguntando às famílias a sua opinião relativamente a estas acções e todos responderam que era muito importante a realização destes atos de solidariedade com o intuito de ajudar quem mais necessita. Confideciaram-nos ainda que o facto de nos lembrarmos destas pessoas permitia, e ainda com o pouco que angariaram, conseguir, também elas, ajudar os outros, partilhando.

Atividades desta natureza são sempre uma mais-valia no

enriquecimento pessoal dos alunos, pois a solidariedade não

é mais do que a procura e o respeito da dignidade individual!

Obrigado a todos!

Páscoa Solidária…

O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes

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Revista EPRM # 20 | 27

[ a nossa escola - conselho de delegados]

O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes da

EPRM é constituído pelos delegados e subdelegados das onze

turmas que integram a Escola Pro ssional de Rio Maior no

ano lectivo 2011/2012, democraticamente eleitos no início

de cada ano letivo.

A formação do Conselho de Delegados partiu da iniciativa do

corpo Docente e da Direção Pedagógica da EPRM. Este ano

letivo, o conselho de delegados é composto por vinte e dois

membros, sendo a presidente e o vice-presidente nomeados

através de votação por parte de todos os seus membros

constituintes.

O Conselho de Delegados possui uma hierarquia, sendo

que quatro membros estão na lista principal e os restantes

membros estão distribuídos em outras áreas criadas com

o propósito de ser mais fácil atender aos objectivos desta

instituição, tendo sempre em conta os valores de referência,

o sentido de responsabilidade e competências individuais.

A Constituição do Conselho de Delegados para o ano letivo

2011/2012 é a seguinte:

Presidente: Bárbara Costa, C.T.Gestão

Vice-Presidente: Pedro Lopes, C.T.Design

Secretária: Rute Santos, C.T.Turismo

Tesoureiro: Álvaro Umbelino, C.T.Gestão

O Conselho de Delegados tem como principal objetivo

defender os interesses dos alunos e representá-los em todas

as situações que seja solicitada a presença deste organismo.

Este grupo de alunos promove atividades sempre que

possível, para que os alunos possam desenvolver o espírito

de equipa, amizade e boa disposição no seio escolar, criando

condições para o convívio entre a comunidade escolar.

Ao longo deste ano letivo, o Conselho de Delegados já

organizou diversas festas e atividades para encerrar os

trimestres, tais como, torneios Inter-turmas de futebol, a

festa de Natal com almoço convívio e troca de presentes,

o 19º. Aniversário da EPRM que culminou com um lanche

convívio e bolo de aniversário e a já habitual comemoração

do S. Martinho.

O Conselho de Delegados gostaria de informar a Comunidade

Escolar que tem em vista outras atividades a realizar na

Escola, entre elas o encerramento do 3º trimestre e o baile

de gala/jantar de nal de ano letivo.

Esperamos que todas as atividades decorram como previsto

e que a participação e a entreajuda continuem a fazer parte

da postura de toda a comunidade escolar!

Conselho de Delegados da EPRM

O Conselho de Delegados/Associação de Estudantes

Page 28: Revista EPRM 20

28 | Revista EPRM # 20

[ a nossa escola ]

Sou oriundo da China e

imigrei para Portugal no ano

de 2002 para me juntar

à minha família e iniciei

o meu percurso escolar

em Rio Maior. No ano de

2009 fui admitido no Curso

Técnico de Gestão, na

Escola Profissional de Rio

Maior (EPRM), com base

nas minhas capacidades/

a p t i d õ e s p e s s o a i s e

académicas.

Os meus três anos de experiência na EPRM permitem-me

referir que o facto de eu ser oriundo de um outro país, não

me fez sentir diferente ou excluído.

A EPRM é uma escola maravilhosa com um corpo de docentes extremamente pro ssional e amigável e, por isso, me sinto bem no seu seio.

Rio Maior é uma cidade vibrante e multicultural, que tem

muito para oferecer em diversas aspetos, como o lazer, o

desporto e a natureza.

Durante o meu percurso formativo na Escola Pro ssional

de Rio Maior, realizei “inúmeras” visitas de estudo que me

permitiram conhecer de uma forma mais objetiva a cultura

portuguesa e a forma organizacional de Portugal.

No entanto, a visita que me marcou verdadeiramente foi

aquela que me permitiu visitar a Feira Internacional de

Turismo, em Espanha. Não é todos dias que saímos do País

para uma visita de estudo!

Gosto muito de estudar na EPRM e viver nesta linda cidade

que é Rio Maior.

JingDong ChenAluno do Curso Técnico de Gestão

O meu nome é Luna

Margareth Nascimento

Leite, tenho 19 anos

e s o u n a t u r a l d e

C a b o Ve r d e , m a i s

especi camente da ilha

de São Vicente.

Frequento o curso de

Tu r i s m o A m b i e n t a l

e Ru r a l n a E s c o l a

Pro ssional de Rio Maior

desde o ano de 2010 e estou no 2º. Ano do curso.

Imigrei para Portugal em busca de novas oportunidades e

com o propósito de me juntar à minha mãe que já morava

em Rio Maior há alguns anos.

Desta forma, posso referir que foi uma boa opção porque sou

uma jovem muito sonhadora e sei que através da EPRM, com

a conclusão do curso que frequento e a quali cação de nível

IV, conseguirei atingir os objetivos que tracei para a minha

vida futura.

A minha entrada na Escola Pro ssional de Rio Maior ocorreu casualmente, porque não fazia a mínima ideia de como funcionava uma Escola Pro ssional, pois frequentava em Cabo Verde o ensino regular que era também um pouco diferente do ensino de Portugal.

Gosto muito de estudar na Escola Pro ssional de Rio Maior

porque aqui sinto-me bem e sinto-me em casa, sendo que a

EPRM já faz parte da minha vida, é a minha família Portuguesa

e, com a sua ajuda, espero conseguir atingir os objetivos a

que me propus.

Obrigada EPRM!

Luna LeiteAluna do Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural

Todos diferentes, todos iguais!

Page 29: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 29

[a nossa escola]

Escola Pro ssional de Rio Maior visita Espanha para uma “aventura no espaço”

O Curso Pro ssional de Técnico de Gestão e Programação

de Sistemas Informáticos manifestou, desde início do seu

percurso de formação, uma apetência singular quanto às

ferramentas de acesso à informação e ao conhecimento,

com especial interesse pelos ambientes criados em torno

das novas tecnologias web.

Muito embora não seja uma realidade especí ca da Escola Pro ssional de Rio Maior, trata-se de uma característica que apela sobretudo a competências técnicas, pelo que a sua componente pessoal e social nem sempre se assumiu da melhor forma, motivo pelo qual se entende que a formação de técnicos competentes apela ao compromisso com a sua cidadania, o que por vezes não se consegue com propostas restritas ao espaço das salas de aula ou das o cinas. Foi nesta perspetiva que se integrou a recente visita de

estudo à exposição “NASA: aventura no espaço!”, realizada

na cidade de Madrid (Espanha) entre os dias 25 e 27 de

abril. A atividade contou com a participação de todos os Sónia Costa

Diretora de Turma

alunos do curso, acompanhados por alguns

dos responsáveis pela gestão da turma/curso e

integrou um conjunto alargado de propostas de

cariz socializante, que permitiram aprofundar

o relacionamento social no seio do grupo e na

sua relação com os outros.

O núcleo da atividade incluiu o contacto com os

progressos da investigação e do conhecimento

do espaço, com especial destaque para os seus

pioneiros (cientistas, percursores, políticos),

os avanços decorrentes da indústria bélica

(vestuário, ogivas, plataformas) e os dilemas

da “guerra fria” no acesso ao espaço lunar

(EUA vs URSS). A exposição, apoiada por uma

série de instrumentos de leitura e informação

sobre os conteúdos e sobre os materiais

expostos, incluiu igualmente um agradável guia (tipo i-pod)

e uma simulação, que transmitiu aos participantes os efeitos

da força gravitacional (G-force) presente em qualquer viagem

pelo espaço.

Para além desta visita, o grupo teve oportunidade de contactar

com o centro histórico de Madrid e com os principais atrativos

da cidade de Toledo, antiga capital política e religiosa. Nestes

domínios, promoveu-se sobretudo a partilha de experiências

e o contacto com uma realidade diferente. Mais que uma

proposta concreta, tratou-se de uma oportunidade assumida

de combinação daquilo que a escola tem de melhor: o prazer

de aprender pela experiência através de propostas que

permitem abordagens amplas e integradoras. Reforça-se,

em suma, o facto de estarmos perante atividades que se

assumem como momentos singulares, que se associam

naturalmente ao crescimento individual e coletivo, à imersão

em sentimentos e sensações que, decerto, carão para outras

viagens que a memória nos permita.

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30 | Revista EPRM # 20

[ a nossa escola ]

Ano Letivo 10/11 em imagem

Page 31: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 31

[a nossa escola]

O Espírito TAERMOVE

Page 32: Revista EPRM 20

32 | Revista EPRM # 20

[a nossa escola - atividades]

PRÉMIO FUNDAÇÃO ILÍDIO PINHO

Ciência na Escola

A Fundação Ilídio Pinho acredita que “só através da

concretização de iniciativas próprias é possível reunir a

participação ativa de todos os indivíduos na construção de

uma sociedade moderna e desenvolvida”.

É com este princípio que anualmente são lançados desa os

às diversas escolas onde a ciência, a economia e a inovação

tecnológica são a base permitindo desta forma que os alunos

desenvolvam as suas competências assim como interajam

com cursos diferentes.

A Escola Pro ssional de Rio Maior, juntamente com cerca

de mais 700 outras escolas nacionais, concorreu ao Prémio

Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola”- 10.ª Edição – ano

letivo 2011/2012 com o Projeto Aqua Energy, tendo sido uma

das selecionadas.

As turmas propostas para a execução do projeto são:

• 10ºA - C.T. de Eletrónica, Automação e Instrumentação;

• 10º C – C.T. de Manutenção Industrial;

• 10º D – C.T. de Frio e Climatização;

• 11º A – C.T. de Instalações Elétricas;

• 11º C- C.T. de Energias Renováveis- Sistemas Eólicos;

• 12º A – C.T. de Energias Renováveis - Sistemas Solares;

• 12º C – C.T. de Design- variante Design Industrial.

O projeto apresentado consiste na recolha e reutilização das

águas pluviais, para posterior rega dos jardins escolares,

aquecimento de água de lavagem e descargas sanitárias.

Para o seu desenvolvimento serão aproveitados alguns

equipamentos já existentes na escola, alguns projetados

e construídos pelos alunos durante o desenvolvimento dos

planos curriculares (painéis solares, aerogerador, termossifão,

caixas coletoras de águas pluviais), sendo complementados

pela construção de infraestruturas, como as canalizações

de transporte e o telheiro em cone a ser colocado no portão

principal da escola, assim como a instalação de um depósito.

Ao depósito ser- lhe-á acoplada uma bomba, cujo

funcionamento dependerá da energia fornecida pelo

aerogerador e pelo painel fotovoltaico. Esta bomba permitirá

que parte das águas armazenadas sejam retiradas e

distribuídas para as casas de banho do edifício escolar para

descargas sanitárias, assim como, para o sistema de rega.

Outra parte será enviada para um termossifão onde a água

será aquecida e abastecerá os lavatórios das casas de banho

e o cinas.

O telheiro em forma de cone terá uma dupla funcionalidade,

uma vez que recolherá a água das chuvas e condensações

graças à sua forma em cone, assim como, abrigará os alunos

em dias de chuva ou sol intenso.

Em suma, esperamos muito sinceramente que o presente

projeto consiga sensibilizar os alunos para as questões

ambientais e energéticas e simultaneamente valorize as

infraestruturas da escola através da concretização dos

projetos efetuados pelas turmas dos diferentes Cursos

Técnico –Pro ssionais.

Cláudia Gomes e Soraia BenjamimCoordenadoras do Projeto

Page 33: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 33

[formação pro ssional]

A escola e os desa os da sociedade de informação e conhecimento

A Sociedade da Informação e do Conhecimento pode ser

caracterizada pela expansão global dos processos digitais,

ao longo da história sempre existiram sociedades com

informação e conhecimento (Castells, 2007), mas foi no

século XX que se tornou globalizada dando origem a conceitos

como “aldeia global”, “tecnologias de informação” e “sistemas

de informação”.

A crescente evolução das tecnologias da informação e

comunicação (Internet e Satélites) levaram ao surgimento de

uma nova civilização, caracterizada pela globalização (redes

de alcance mundial como a world wide web), velocidade

(massi cação da imprensa), aceleração (créscimo exponencial

da informação), instantaneidade (acesso instantâneo da

informação), desatualização (a atualização imediata leva

à desatualização da existente), formação (necessidade de

obter conhecimento atualizado) e mediatização (aumento

do conhecimento pela comunicação social e pela realidade

virtual (Meirinho, 2000).

Se por um lado esta nova “sociedade” trouxe uma melhoria

da qualidade de vida e o aparecimento de novas pro ssões,

por outro, a informatização e automação de processos levou

à extinção de postos de trabalho (na maioria indiferenciados)

e consequentemente ao aumento do desemprego nos

períodos de adaptação; por isso, a formação ao longo da

vida é referenciada de muito importante por muitos autores.

“A expressão ‘Sociedade da Informação’ refere-se a um modo

de desenvolvimento social e económico em que a aquisição,

armazenamento, processamento, valorização, transmissão,

distribuição e disseminação de informação conducente à

criação de conhecimento e à satisfação das necessidades dos

cidadãos e das empresas, desempenham um papel central

na atividade económica, na criação de riqueza, na de nição

da qualidade de vida dos cidadãos e das suas práticas

culturais.” (Livro Verde para a Sociedade da Informação em

Portugal, 1997, p.9).

A sociedade da informação e do conhecimento levou novos

desa os e profundas transformações para a escola atual.

Com ela aparecem novos métodos e instrumentos de estudo

e ensino e são criadas novas comunidades de alunos e de

professores.

Hoje, a Escola depara-se com o ensino dos conteúdos

programáticos, bem como a aprendizagem de novas

tecnologias, mas com um paradigma que, segundo Manuel

Meirinhos, engloba três questões fundamentais: o conteúdo

(qual a importância dos conceitos e qual a sua validade, será

a cultura geral relevante?), as competências (capacidade de

aprender, de aplicar estratégias, métodos e procedimentos)

e as atitudes (desenvolver atitudes de cooperação,

compreensão, tolerância, respeito, colaboração, autonomia,

perseverança e responsabilidade).

Como refere Manuel Meirinhos, (2000), p.7, “Uma educação

que prepare as pessoas para a sociedade da informação

tem de ser constituída em torno da aprendizagem, e não

do acto de ensinar. A educação deve de ser centrada no

agente que aprende.” O professor não detém o conhecimento

absoluto pelo que assume uma função de orientador da

aprendizagem que auxilia o aluno na aquisição de hábitos e

destrezas, seleção e tratamento da informação, é ele também

o responsável por criar as condições para o desenvolvimento

do aluno. O aluno caminha a sua própria aprendizagem,

realizando a procura do conhecimento de forma autónoma.

João InezDocente da Disciplina de Tecnologias de Informação e

Comunicação

Page 34: Revista EPRM 20

34 | Revista EPRM # 20

[formação pro ssional]

“As mãos rompem o silêncio e fazem a comunicação de quem não ouve, mas vê, sente e se emociona”.

(autor desconhecido)

O ser humano é um ser social e como tal, necessita de se

relacionar com outros seres humanos para que se desenvolva

como pessoa. Mas essa convivência nem sempre é agradável

e tranquila, uma vez que não existe uma pessoa igual à outra;

todas as pessoas são diferentes e essas diferenças quase

sempre geram con itos.

É certo que o desafio de conviver com as diferenças é

uma tarefa árdua, no entanto, deve ser considerada como

uma necessidade humana, pois, ao respeitar o próximo,

certamente abriremos espaço para que as nossas diferenças

também sejam respeitadas.

Tendo em consideração que a comunicação é um instrumento

de integração, ensino, troca mútua e desenvolvimento

entre as pessoas em quaisquer atividades realizadas e

que, cada vez mais exige das diversas capacidades do ser

humano, sendo a forma como comunicamos a ferramenta

mais importante no processo de desenvolvimento das

organizações em todo o mundo, a Escola Pro ssional de Rio

Maior, promoveu um interessante Workshop, cujo tema foi a

Língua Gestual Portuguesa.

A Língua Gestual Portuguesa é uma língua com um vocabulário

e gramática próprios, que se produz por movimentos das

mãos, do corpo e por expressões faciais.

Em algumas horas, os alunos do 12º A - Curso Técnico

de Energias Renováveis - Sistemas Solares, tiveram a

oportunidade de aprender com a Professora Ana Leonor

Carapinha, docente do 1º. Ciclo do Colégio Alto Pina em

Rio Maior e especializada em Língua Gestual, algumas

curiosidades respeitantes a esta Língua, o seu alfabeto e as

expressões mais utilizadas no quotidiano da comunidade

surda, de uma forma bastante acessível.

Perante o grande entusiasmo de todos os participantes

no Workshop, a Professora Ana Leonor, em forma de

consolidação, deu aos alunos e professores acompanhantes

a oportunidade de praticar a Língua Gestual, de modo a

promover um intercâmbio de mensagens que iriam sendo

descodi cadas pelos presentes.

Foi um grande momento de comunicação, aprendizagem e

sensibilização!

Obrigada, professora Ana Leonor.

Para além das Palavras…

Helena CoelhoDocente da disciplina de Português

Page 35: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 35

[formação pro ssional]

O papel da mobilidade no espaço europeuA União Europeia desenvolve, através de uma amplo

leque de mecanismos nanceiros, um sistema de apoio à

mobilidade de pessoas, de modo a favorecer o contacto

entre diferentes realidades, contrariando naturalmente a

ocorrência de con itos eventualmente despoletados a partir

do desconhecimento e da (in)diferença perante o conjunto

de diversidades culturais, económicas, politicas e sociais

que coexistem no território europeu

Foi neste contexto que participámos, durante uma semana,

numa visita de estudo pela região de Estocolmo (Suécia),

centrada no contacto com algumas das estratégias

desenvolvidas pela sociedade sueca no que respeita ao

sistema de formação profissional inicial, com especial

enfoque na relação entre escolas - centros de formação e

parceiros sociais, nas suas múltiplas modalidade de trabalho

e cooperação. A visita realizou-se durante o passado mês de

Outubro e foi um importante contributo para a consolidação

de algumas das ideias que vamos acolhendo nos domínios

do ensino e da formação.

A possibilidade de contactar com realidades diferentes

das que habitualmente fazem parte do nosso quotidiano

pro ssional permite, desde logo, um olhar distanciado sobre

os problemas e um reposicionamento crítico perante o

modo como os diferentes membros da União Europeia vão

respondendo a questões e a problemas tendencialmente

semelhantes. Se noutras áreas esta será, decerto, uma tarefa

difícil, como será o caso da economia e da política, no que

respeita à educação e à formação, as evidências parecem

ser mais consensuais.

Acresce a tudo isto o facto de se terem associado colegas de

diferentes nacionalidades (Irlanda, França, Croácia, Escócia,

Grécia, Eslovénia, Turquia, Roménia, Hungria, Espanha, Itália

e Alemanha), disponíveis e interessados, o que facilitou, o que

facilitou a criação de um contexto singular no que respeita

à troca de impressões e à partilha de propostas de trabalho

e cooperação.

O facto de se terem criado mecanismos de trabalho ajustados

ao grupo enriqueceu imenso os conteúdos, ampliou o leque de

Contributos para a aprendizagem ao longo da vida: o papel dos parceiros sociais na formação pro ssional inicial

CONSIDERAÇÕES A PROPÓSITO DE UMA VISITA DE ESTUDO TRANSNACIONAL

Page 36: Revista EPRM 20

36 | Revista EPRM # 20

[ formação pro ssional]

experiências disponíveis e enriqueceu a re exão crítica sobre

os locais e a realidade visitada. Neste domínio, di cilmente

se poderiam ter obtido melhores condições.

A organização, irrepreensível em todos os domínios, foi

fundamental para o sucesso obtido: a disponibilidade, a

presença constante, o ajustamento técnico e social, as

referências prestadas antes, durante e depois: tudo contribuiu

para a construção de um excelente período de aprendizagem.

As atividades decorreram ao longo de cinco dias, onde foi

possível alternar a realização de visitas a escolas e centros de

formação, com sessões de trabalho em grupo, onde se foram

analisando as realidades de cada país e as características

das situações observadas.

O papel dos parceiros sociais na formação pro ssional de jovens.Em Portugal, a designação “parceiros sociais” aponta

habitualmente para o papel desempenhado pelos sindicatos,

organizações patronais e organismos com assento nos

espaços de diálogo, pacto e concertação social, com especial

in uência nos domínios da coordenação de políticas públicas,

da definição e implementação de políticas públicas de

emprego e de formação.

Na grande maioria dos países representados, a designação

mantém as suas características mas o seu âmbito diversi ca-

se e ajusta-se em função de cada uma das realidades

nacionais. A visita incluiu uma série de debates em torno

destas diferenças e das possibilidades permitidas ao nível

das políticas públicas de ensino e de formação dos jovens.

Não nos é possível aqui reproduzir elmente os aspetos que

foram sendo analisados ao longo da semana. No entanto,

a necessidade de assegurar algum distanciamento face à

realidade visitada acabou por favorecer a sinalização de

alguns aspetos que reforçam a importância das visitas e da

missão que lhes é atribuída.

Em primeiro lugar, e de um modo geral, a realidade “sueca”

parece possuir, vincadamente, uma cultura de re exão e

de crítica a vários níveis, com evidente independência face

aos tempos e aos espaços onde ocorre. A realidade parece

ser ltrada de um modo muito natural, onde a perspetiva

das pessoas assume um papel relevante na negociação da

mudança e na aceitação do que é novo. É neste contexto que

o papel e a função dos parceiros sociais assumem formas

bem diferentes daquelas que estamos habituados a observar

em Portugal.

No entanto, quando confrontados com a realidade das

organizações suecas, da sua dimensão e condições

operacionais, somos levados a valorizar a extraordinária

capacidade de recomposição do sistema português na criação

de respostas originais e rápidas, pouco dadas à negociação

e habitualmente dependentes dos recursos existentes. Não

será sina, mas poderá ser uma manifestação de resiliência

comum aos países do “Sul”.

Em abono da verdade, poderíamos incluir a título de

abordagens comuns ao nível do espaço europeu, as

di culdades manifestadas pelo setor educativo na captação

de novos alunos e na adequação das suas expectativas, na

relação com o tecido empresarial, na transição da escola para

a empresa, a par da diversidade de experiências existentes ao

nível da relação entre escolas e empresas, entre o estado e

os particulares e ao nível da permeabilidade entre os campos

do ensino e da formação. Tudo isto se pode encontrar em

qualquer uma das realidades analisadas.

Das experiências observadas, realça-se igualmente a

sinalização de propostas de interesse ao nível da criação

de mecanismos de certi cação de qualidade para escolas

e entidades empregadoras e da melhoria da imagem das

escolas e das entidades formadoras, com recurso a novas

tecnologias e novos métodos de divulgação (marketing social).

De referir, neste domínio, a importância atribuída pelas

organizações ao papel dos parceiros sociais na adoção de

mecanismos de pressão (lobbying) sobre estruturas políticas

e educativas, no sentido da mudança de mentalidades e na

criação de estruturas de supervisão e certi cação do trabalho

desenvolvido no campo da formação e do ensino.

Do ponto de vista das práticas inovadoras, regista-se a opinião

positiva do grupo perante as propostas implementadas pela

Sessão de Trabalho no Instituto do Emprego e Formação Pro ssional

Page 37: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 37

[formação pro ssional]

Confederação de Sindicatos da Suécia (www.lo.se), que têm

como características principais a coordenação de posições

entre os setores empresarial e da formação. Neste âmbito,

assegura a manutenção de um sistema de certificação

de qualidade gerido pelos parceiros sociais, designada

“Teknikollege”, com base em dez critérios de análise,

trianualmente revistos.

Para além desta competência, a confederação desenvolve

ainda um sistema de mais-valias não financeiras que

visam tornar a escola mais atrativa e credível junto do

tecido empresarial, assumindo-se igualmente como um

instrumento de pressão social, através do seu envolvimento

em campanhas para a mudança e qualidade nas práticas de

formação e nas comissões de regulação coletiva do trabalho.

O facto de se tratar de uma organização sindical que, tal como

a Confederação dos Setor Empresarial Sueco, “entende a

competência como uma vantagem competitiva no mundo do

trabalho”, não favorece qualquer intenção comparativa face

à realidade portuguesa.

Desa os face ao futuroPerante um contexto tão diverso, é natural que persistam

desafios que ultrapassam demarcações territoriais e

diferenças socioculturais, entre outros aspetos. No domínio

das atribuições e do papel dos parceiros sociais, trouxemos

na bagagem alguns artefactos que nos poderão orientar

no percurso pelas questões do ensino e da formação ao

longo dos próximos tempos, dos quais destacaríamos, para

terminar:

a) A necessidade de motivar os jovens para o acesso à

formação pro ssional e ao mercado de trabalho, bem como

para o ingresso em pro ssões de nível intermédio;

b) A importância das transformações ocorridas no campo de

intervenção dos parceiros sociais, que se vai transferindo

dos domínios da ação politica para os da intervenção social;

JoãoPaulo ColaçoTécnico do GAT

c) A cristalização de atitudes e comportamentos no campo

do ensino e da aprendizagem, motivada pelo envelhecimento

acentuado dos formadores e professores (ageing);

d) A necessidade de tornar os mecanismos de transição entre

espaços de formação (da sala para a empresa e vice-versa)

mais ajustados às novas propostas de trabalho pedagógico

e pro ssional;

e) A necessidade de ampliar os mecanismos de participação

e envolvimento dos parceiros sociais no mundo da formação e

do emprego, nomeadamente através do desenvolvimento de

projetos de cooperação de âmbito nacional e transnacional,

entre organizações escolares e empresariais.

O grupo em visita por Estocolmo

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38 | Revista EPRM # 20

[entrevista]

Helena ValérioENTREVISTA COM UMA DAS FUNCIONÁRIAS MAIS ANTIGAS DA EPRM

[EPRM] A D. Helena Valério é uma das funcionárias mais antigas da Escola Pro ssional de Rio Maior e a Coordenadora dos Serviços de Auxiliares de Ação Educativa. Há quantos anos trabalha na EPRM?[HV] Exerço funções de Auxiliar de Ação Educativa na EPRM há quase dezanove anos, desde o dia 10 de setembro de 1993, o segundo ano de funcionamento desta Instituição.

[EPRM] Uma das suas principais funções enquanto Auxiliar de Ação Educativa é o acompanhamento dos alunos da EPRM. Como de ne a sua relação com os atuais alunos da Escola?[HV] De uma forma geral, a minha relação com os alunos é bastante positiva, no entanto, como me considero uma pessoa exigente, ambiciono que essa relação vá crescendo gradualmente e chegue a Excelente. Para atingir um patamar de excelência é preciso muito trabalho, esforço, dedicação, empenho, muito respeito, carinho e uma «dose extra» de paciência.A relação que mantenho com os alunos constrói-se através do saber ouvi-los, saber conquistá-los, impondo-lhes respeito e fazendo-os compreender a importância do cumprimento de regras.Faço questão de dizer sempre aos alunos que sou funcionária da Escola, mas também posso ser mãe, avó, tia, namorada ou alguém de quem eles estão a precisar em determinados momentos das suas vidas, mostrando-lhes que estou sempre presente e disponível para poder dar continuidade à sua formação após o termo da componente letiva.Posso ainda referir que me sinto acarinhada pela maioria dos alunos e feliz pelo facto de poder contribuir para a sua formação enquanto pessoas, pois o OBRIGADO que me expressam quando acabam o seu ciclo de formação é a melhor recompensa que poderia ambicionar.

[EPRM] Quais as principais diferenças sentidas entre os alunos de há vinte anos e os alunos que frequentam hoje a EPRM?[HV] Há vinte anos, a Escola Pro ssional de Rio Maior possuía o privilégio de “escolher” os seus alunos.Os grupos de alunos que recebíamos eram na sua generalidade mais adultos, mais responsáveis e empenhados no seu percurso formativo, tinham brio no Curso Pro ssional que estavam a frequentar e orgulho na sua Escola.No início do funcionamento da Escola, tendo em consideração o número mais restrito quer de alunos, funcionários e professores, a relação entre todos era mais próxima, funcionávamos como uma pequena família.Por sua vez, os alunos que chegam hoje à EPRM, iniciam o seu percurso escolar mais cedo, provenientes de uma faixa etária mais jovem e que chegam ao 10.º ano de escolaridade com poucos hábitos de trabalho, poucas regras de nidas, desinteressados da escola e do que os rodeia, muitas vezes sem objetivos de vida, tornando-os dessa forma, mais desordeiros e por vezes até con ituosos.Na minha opinião, muitas das situações menos agradáveis com que nos deparamos, advêm do sistema de ensino facilitado de onde são provenientes.No entanto, nota-se uma grande melhoria de comportamentos, quando estes alunos transitam para o 11º ano, uma vez que contactam diariamente com uma exigente qualidade de ensino e um leque abrangente de profissionais que conseguem o progresso destes alunos.

[EPRM] Como é que descreve a Escola Pro ssional de Rio Maior?[HV] “Uma Escol(h)a de Sucesso”.Considero a EPRM uma das melhores escolas de ensino pro ssional do nosso país.Foi, é e estou convicta de que será sempre valorizada

Page 39: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 39

EPRM. Ficarei sempre grata a todos os seus progenitores.Não esquecendo os demais, quero deixar publicamente o meu agradecimento ao Professor Humberto Novais pela sua dedicação e empenho durante os largos anos que dedicou a esta Instituição.Desejo a todos os que trabalham na EPRM, que tenham a força necessária para enfrentar, pelo menos, mais vinte anos de sucesso.Às novas lideranças, também pretendo agradecer por todas as oportunidades, espero que tenham novas ideias e estratégias para dar continuidade a um projeto de tão grande envergadura.Desejo ao Professor Luciano Vitorino muito êxito e forças para continuar a construir esta grande obra e levar o seu bom nome cada vez mais longe.Não posso deixar de mencionar o nosso Diretor Financeiro, o Dr. Bentes da Silva, que desde a primeira hora se preocupa com o bem-estar geral desta Escola e dos seus funcionários. Desejo-lhe muitos anos de sucesso!Aos alunos nalistas, quero desejar as maiores Felicidades! Agora que vão enfrentar o mundo do trabalho, não se esqueçam de ser exigentes convosco, tenham orgulho em dizer que se formaram na EPRM e sobretudo, sejam bons pro ssionais.A humildade é um valor fundamental, por isso, usem-no sempre, sendo também determinados e con antes: “ uma escada não se sobe ao contrário”!Aos alunos que vão dar continuidade aos seus estudos, resta-me dizer-lhes que aproveitem muito bem as oportunidades que a escola vos oferece.Parabéns à EPRM!

e reconhecida no meio local, regional, nacional e até internacional, uma vez que já «nos damos ao luxo» de receber alunos oriundos de outros países, uns por via da imigração, mas outros que se moveram até Portugal para ingressarem a EPRM.A EPRM é uma Instituição que oferece condições físicas e humanas bastante favoráveis, conseguindo dessa forma oferecer um ensino altamente quali cado, procurando possuir uma oferta formativa correspondente aos interesses dos alunos e familiares.Na minha opinião a EPRM é agora «uma grande família».

[EPRM] Como caracteriza a sua relação com a Comunidade Escolar em geral?[HV] A minha relação com a comunidade escolar da EPRM é ótima. É uma relação sincera, leal e amigável. Penso que todos possuímos um bom espírito de equipa e de entreajuda e desta forma, conseguimos “levar a bom porto” o trabalho a que nos propomos.Gostaria de deixar aqui uma mensagem a toda a comunidade escolar, dizendo-vos por esta via que gosto muito de todos vós e peço desculpa se alguma vez fui menos correta ou inacessível.Bem-hajam!

[EPRM] Que mensagem gostaria de transmitir, neste momento, à Escola Pro ssional e aos seus alunos?[HV] Nestes tempos difíceis para todos, a minha mensagem é de Esperança.Em primeiro lugar, gostaria de reconhecer a oportunidade que me foi dada, a de pertencer a uma grande família chamada

[ entrevista ]

MaiorEnergia, Lda.Clean energie

Estrada de Santarém | Gato Preto | 2040-335 Rio [email protected] Tlm. 925 964 240

Page 40: Revista EPRM 20

40 | Revista EPRM # 20

[ em formação ]

O Ensino Pro ssional é o responsável pelo atendimento

das necessidades de mão-de-obra para o desenvolvimento

socioeconómico do país. Este, por sua vez prepara os jovens

para que desenvolvam as suas potencialidades e assim, se

auto -realizem na quali cação para o trabalho.

A formação pro ssional deve estar atenta no sentido de

levar a bom porto a sua nalidade principal que é formar

cidadãos capacitados para enfrentar os desa os impostos

pela modernização tecnológica. Logo, os alunos que são

formados por via do ensino pro ssional devem conhecer a

exigência de tecnologias exíveis que tornam a produção

mais personalizada através da substituição de grandes

grupos de trabalhadores, por pequenos grupos cada vez

mais especializados.

Desta forma, observa-se a importância da Formação

Pro ssional na preparação dos alunos para a inserção no

mercado de trabalho, pois são os conhecimentos técnicos

específicos que possibilitam a adaptação dos jovens

trabalhadores às modi cações tecnológicas a que estão

sujeitos.

Assim, podemos concluir que a educação técnico - pro ssional

poderia ser uma solução para grande parte dos problemas

de desemprego existentes no país.

Além disso, e tendo em consideração o desenvolvimento que

se tem vindo a registar a nível europeu e até mundial no que

diz respeito à racionalização, industrialização e automação da

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ELETRÓNICA, AUTOMAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO

indústria, tornou-se uma necessidade urgente formar técnicos

na área de Eletrónica e Automação.

Por isso, a EPRM, voltou a apostar na oferta do curso de Eletrónica, Automação e Industrialização, pretendendo assim, garantir uma sólida formação sócio-cultural, cientí ca e tecnológica para que os alunos que o frequentam possam ter a garantia de uma rápida inserção na vida ativa, podendo assumir todas as responsabilidades inerentes ao per l pretendido para Técnicos de nível IV.

Luís Miguel de Jesus GonçalvesDiretor de Curso

Page 41: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 41

[ em formação]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE TRANSPORTES

Atravessamos neste momento uma crise que, cada vez mais,

vai exigir formação pro ssional a todos os que desempenham

funções na área de Transportes.

As quebras de procura e consequente redução de produção,

originam menos uxos de produtos e/ou pessoas.

O Transporte de passageiros em Portugal está numa

fase crucial relativamente aos processos de adaptação/

evolução de recursos materiais e humanos afetos á cadeia

de produção.

Os mercados estão em evolução constante e o cliente de hoje

não é o cliente de anos anteriores, nem será, com certeza,

o de amanhã - a exigência aumenta exponencialmente

(agravando a sustentabilidade do sistema, pois como

sabemos, grande parte da receita inerente a transportes está

regulada/ xada com um limite máximo).

Neste enquadramento, o “trabalhar dos custos de produção”

torna-se trivial e de extrema relevância nas empresas de

transporte.

Fazer sempre o mesmo porque é a identidade da empresa,

tem os dias contados. Teremos, cada vez mais, que ser

agressivos e irreverentes em termos de produtos oferecidos,

produtos estes que devem ir ao encontro das expetativas/

necessidades dos clientes.

A palavra de ordem é exibilidade, materializada em oferta

de produtos / serviços.

Desta forma, o mercado de trabalho será cada vez mais

criterioso e seletivo. Quem demonstrar humildade e vontade

para aprender (somado a qualidade de aprendizagem), terá

com certeza o seu lugar reservado num futuro próximo (assim

como os que zerem precisamente o contrário).

É este o rumo que pretendemos seguir: satisfazer o cliente,

maximizando a qualidade do serviço prestado (o mercado

responderá em conformidade com o que oferecemos).

É neste contexto, que a Rodoviária do Tejo reconhece

valências e “saber fazer” à EPRM (Escola Pro ssional de

Rio Maior).

De facto, os alunos que temos recebido/integrado na nossa

equipa, demonstram valores e conhecimentos adquiridos na

EPRM que são importantíssimos para a qualidade do serviço

que queremos prestar ao cliente e, desta forma, alcançar o

nosso objetivo: Satisfazer o cliente através da qualidade do

serviço prestado.

Valor acrescentado para a cadeia logística

Paulo CarvalhoDiretor de Curso

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42 | Revista EPRM # 20

[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE MANUTENÇÃO ELETROMECÂNICA

Enquanto procurava inspiração para vos escrever algumas

palavras de apoio e motivação, encontrei esta frase de um

célebre motivador de equipas.

Concordo completamente com a ideia adjacente à sua frase e

muitas vezes vos tenho feito pensar a forma como pretendem

passar pela vida. Tal como Baden Powel disse, existem dois

caminhos que podemos escolher: o do facilitismo e o do

esforço.

Nada se consegue sem darmos o máximo e o melhor de

nós mesmos. Em qualquer altura da vida somos colocados

perante escolhas das quais podemos optar pelo caminho

mais fácil e que nem sempre conduz a bons resultados ou

o caminho mais difícil de percorrer, mas do qual saímos

vitoriosos com uma correta aprendizagem e desenvolvimento

do nosso caráter como pessoa e como técnicos pro ssionais.

O ano passado zeram uma dessas escolhas ao optar por

ingressar na Escola Pro ssional de Rio Maior, no Curso de

Técnico de Manutenção Industrial. Agora, depende mais uma

vez de vós a forma como percorrerão este caminho e qual o

verdadeiro objetivo de vida que pretendem atingir.

Da minha parte eu sei no que acredito…ACREDITO EM VÓS!

Acredito nas vossas capacidades e sei que tenho perante mim

futuros técnicos capazes de darem as respostas mais corretas

e adequadas às mais variadas situações relacionadas com a

carreira pro ssional para a qual se preparam.

O futuro apresenta-se como algo incerto e difícil, muito devido

às conjunturas económicas que hoje em dia se vivem, no

entanto, não devem baixar os braços perante as primeiras

adversidades e contratempos, utilizando isso como desculpa

para a realização de trabalhos de má qualidade ou para não

os realizarem sequer.

A Manutenção Industrial é uma área em constante

crescimento e evolução, pois as tecnologias evoluem dia

após dia e com elas a necessidade de termos pro ssionais

quali cados e bem preparados, capazes de dar resposta aos

problemas que surgem.

Por isso mesmo: toca a arregaçar as mangas, calçar as botas,

colocar os óculos e trabalhar cada vez melhor, pois sabem e

devem fazê-lo constantemente!

“Diante de cada Homem, abrem-se dois caminhos: o do egoísmo ou o do serviço.

Cada um terá que escolher por si próprio qual será o verdadeiro lema. O egoísmo é mais cómodo; o Serviço envolve sacrifício.

Se um indivíduo não é capaz de se sacri car, não tem direito de se chamar Homem.

Mas se se sacri ca para servir, exprimindo da melhor maneira possível o seu amor, pode estar certo de que a vida será para ele um bem muito real, cheia de Felicidade”.

Baden Powell

Caminhos e escolhas...

Claúdia Solange GomesDiretora de Curso

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Revista EPRM # 20 | 43

[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE FRIO E CLIMATIZAÇÃO

A Escola Pro ssional de Rio Maior (EPRM) lançou no seu

programa de cursos pro ssionais no ano letivo de 2011/2012,

o curso de Técnico de Frio e Climatização.

Em boa hora o fez, pois a aposta na realização de um Curso de Técnico em Refrigeração e Ar Condicionado, deve ser olhado “não como mais um curso no programa”, mas como mais uma resposta desta Instituição às solicitações e anseios dos nossos jovens na procura de formação de qualidade, que os habilite com ferramentas capazes de enfrentar os desa os que têm pela frente. Manifesta, desta forma, a Escola Pro ssional de Rio Maior, a sua rme disposição no cumprimento da missão que lhe foi con ada e para a qual está vocacionada: uma formação de qualidade em áreas potenciadoras de criação de emprego, a níveis regional, nacional e global.

Abundam no espaço virtual da nossa praça várias ofertas

de emprego, algumas mesmo bastante tentadoras e bem

remuneradas, só que estas serão, com certeza, para

aqueles que sejam possuidores de ferramentas capazes

de proporcionar à sociedade progresso, produtividade e

crescimento sustentável. É missão desta Escola Pro ssional,

dotar com essas ferramentas, jovens pro ssionais que saibam

ser, estar e fazer e dos quais nos poderemos vir a orgulhar.

Estou certo que este projeto colherá os seus frutos num futuro

próximo, pois a necessidade de se dispor de pro ssionais

responsáveis e competentes para projeto, manutenção e

operação de sistemas de refrigeração e ar condicionado é

cada vez maior na nossa sociedade.

A refrigeração para fins de armazenagem, transporte e

processamento de alimentos, ou em processos industriais

especí cos e o condicionamento de ar para ns de conforto

ambiental são aplicações que apresentam crescimento

substancial atualmente, podendo até ser considerados

indispensáveis e, para isso, temos que ter profissionais

competentes, responsáveis e exíveis.

É este o nosso principal objetivo que, estou convicto, vamos

conseguir!

Luís Carmo SantosDiretor de Curso

Saber ser, estar e fazer

Page 44: Revista EPRM 20

44 | Revista EPRM # 20

[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Em todo o lado por onde paramos se ouve falar na crise,

na maior di culdade em se arranjar ou manter o posto de

trabalho… No entanto, simultaneamente, observamos que os

produtos de qualidade se vão mantendo nos mercados, que

os bons técnicos continuam a ser procurados e empregados.

É pois com esta realidade que nos apercebemos do aumento

da importância de uma formação técnica de Qualidade!

Um formando não deve sair de uma instituição de ensino

somente com um documento a atestar que ali se formou

um técnico, ele dever ser esse TÉCNICO! E ser signi ca estar

preparado para dar resposta quer às necessidades atuais,

quer às que o futuro lhe apresentará. As respostas têm

que ser cada vez melhores, com mais qualidade, com mais

capacidade!

Não nos podemos esquecer que a tecnologia melhora

e aumenta de complexidade de dia para dia e um bom

pro ssional tem que estar à altura de conseguir responder a

tempo e com as competências corretas.

Ao longo destes dois últimos anos letivos, os alunos do Curso

Qualidade é evolução...

de Técnico de Instalações Elétricas têm vindo a desenvolver

competências e capacidades de uma forma muito positiva.

Iniciaram como curiosos, quiçá sem saberem bem por que

razões escolheram este curso e hoje, juntam à curiosidade,

o conhecimento e vontade de ir mais além. E este é o

sentimento que lhes é pedido ao longo da vida….IR MAIS

ALÉM!

Nunca é tarde de mais para aprender, fazer melhor com mais

QUALIDADE!

O velho “chavão” muito português de que somos bons porque

somos “desenrascados”, limitou-nos no desenvolvimento e na

evolução técnica. Os alemães não são desenrascados, mas

têm da melhor tecnologia do mundo. E os seus produtos são

efetivamente da mais alta QUALIDADE: Mercedes, Audi, BMW,

Siemens, etc., etc.. assim o atestam.

Continuem neste caminho e o futuro será bem melhor do

que anteveem!

José OliveiraDiretor de Curso

Page 45: Revista EPRM 20

Revista EPRM # 20 | 45

[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO E PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS

INFORMÁTICOS

Nos últimos anos/décadas, ocorreram grandes mudanças

tanto nos campos socioeconómico, político, cultural, entre

outros. Estas mudanças surgiram, em parte, devido à

revolução tecnológica, especialmente no que se refere às

Tecnologias da Informação e Comunicação e à “Informática”.

Com este progresso, quase todas as pro ssões passaram a

depender dos computadores (móveis ou xos) para realizarem

o seu trabalho e as organizações/instituições são geridas

e dependem funcionalmente destas máquinas. Assim, as

empresas têm exigido colaboradores com conhecimentos

e competências na área da Informática, quer na ótica de

utilizador, mas especialmente numa ótica mais técnica,

tais como a instalação, manutenção e desenvolvimento

de aplicações de software e a manutenção dos diversos

equipamentos que constituem o parque informático.

Como resposta a estas exigências, o Curso Profissional

Técnico de Gestão e Programação de Sistema Informáticos

cria pro ssionais quali cados, com capacidade para:

- Gerir parques informáticos;

- Instalar, con gurar e administrar hardware e software em

redes Windows e Linux;

- De nir e desenvolver programas e aplicações informáticas;

- Desenvolver e gerir Web Sites e aplicações multimédia (inclui

a área de Game Development).

Ao nível de saídas pro ssionais, estes alunos estão vocacionados para organizações que desenvolvam e comercializem soluções informáticas, para integrar equipas de desenvolvimento, manutenção e de outros serviços informáticos.No presente ano letivo, os alunos do Curso Profissional

Técnico de Gestão e Programação de Sistema Informáticos

estão perto de perfazerem um ano e meio de formação

em contexto de sala de aula, e como tal, estão também a

preparar em sintonia com a EPRM, os seus processos de

estágio designado de “Formação em Contexto de Trabalho”,

que inicia a 21 de Maio e termina a 28 de Junho em empresas

de âmbito regional, nacional e internacional. Esta será

uma oportunidade excelente para observarem e aplicarem

conhecimentos adquiridos ao longo do curso e criarem uma

noção mais correta das tarefas e projetos realizados na área

de GPSI.

Como a vida é feita de etapas, ambiciono que esta seja mais uma etapa ultrapassada com sucesso para os alunos e todos os stakeholders envolvidos no processo.

Jorge SilvaDiretor do Curso

Page 46: Revista EPRM 20

46 | Revista EPRM # 20

[ em formação ]

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS - SISTEMAS EÓLICOS

Na Holanda, entre os séculos XVII a XIX, o uso de moinhos

de vento em grande escala esteve amplamente relacionado

com a drenagem de terras cobertas pelas águas. A zona de

Beemster, que cava três metros abaixo do nível do mar, foi

drenada por 26 moinhos de vento de 50 HP cada, entre os

anos de 1608 e 1612. Mais tarde, a região de Schermer

também foi drenada por 36 moinhos de vento durante quatro

anos, a uma média total de 1.000m3/min.

Os moinhos de vento Holandeses deram origem a muitas

máquinas eólicas, papel, óleo vegetal e até a indústria naval

usava a energia eólica.

O potencial eólico em Portugal é enorme, no entanto, só nos últimos dez anos apostamos forte na energia eólica como forma de produzir energia elétrica. Os aerogeradores modernos são bastante e cientes e muito so sticados, tornando assim mais atrativo o investimento em grandes parques de turbinas eólicas. Mas, as grandes e modernas turbinas eólicas necessitam de manutenção especializada, para não falar na montagem e desmantelamento das estruturas. Os nossos alunos de Energias Renováveis – Sistemas Eólicos

irão ser peças fundamentais na exploração eólica.

Ao longo do processo de formação desenvolvido, os alunos

tiveram a oportunidade de participar em atividades/ações

demonstrativas e de aplicação dos conhecimentos obtidos

nas diversas disciplinas, das quais se destacam os seguintes

aspetos práticos:

• Aerogerador de eixo vertical;

• Turbina eólica de eixo horizontal;

• Destilador de bio álcool;

• Fabrico e montagem de conjuntos de peças maquinadas;

• Fabrico de estruturas para diversas aplicações;

Com a formação adquirida de nível IV os alunos poderão

desempenhar tarefas como:

• Assegurar a manutenção dos sistemas eólicos de acordo

com os planos de manutenção de nidos, e efetuar ensaios

após intervenção, a fim de assegurar o seu adequado

funcionamento;

• Coordenar e supervisionar o diagnóstico de anomalias

nos sistemas, procedendo ao controlo do funcionamento de

equipamentos e acessórios, de acordo com as especi cações

técnicas dos mesmos;

• Coordenar e supervisionar a reparação de anomalias

nos sistemas, verificando as avarias ocorridas e ou os

equipamentos e acessórios dani cados e providenciando a

sua reparação ou substituição;

• Executar ou supervisionar os ensaios do sistema reparados,

utilizando equipamentos de medida e controlo, veri cando a

estanquidade do primeiro e o desempenho global de ambos

os sistemas aquando do arranque, a m de assegurar o seu

adequado funcionamento;

Além disso, após as competências adquiridas depois de

concluído o ciclo de formação, estes alunos poderão ainda

integrar grupos de trabalho nacionais ou internacionais

e, desta forma, permitirá que seja valorizado o núcleo de

pro ssionais na área de Energias Renováveis.

Isaac DuarteDiretor de Curso

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Revista EPRM # 20 | 47

[ em formação ]

O Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural da Escola

Profissional de Rio Maior encontra-se a meio do seu

percurso formativo, estando prestes a atingir uma etapa

muito importante do seu trajeto, os estágios curriculares

em contexto real de trabalho.

Com a duração de seis semanas, o estágio deve ser visto

como uma oportunidade única para testar competências

desenvolvidas ao longo deste ano e meio e principalmente,

para absorver boas práticas para o enriquecimento pessoal

e pro ssional de forma a preparar os alunos para um

mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

Com o apoio da Escola, através do seu Gabinete de

Estágios, estamos convictos de que esta fase irá permitir

também clari car quais as ambições pro ssionais de cada

um, pois pensamos que esta é, sem dúvida, uma grande

vantagem permitindo aos alunos terem contacto com

a realidade do mundo do trabalho que, noutro contexto

escolar, não seria possível.

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE TURISMO AMBIENTAL E RURAL

O Futuro começa agora…

A Escola Pro ssional de Rio Maior orgulha-se de ser uma Escola referenciada pela sua qualidade e dos pro ssionais que aqui se formam. A preparação dos estágios, assim como o seu acompanhamento, são fundamentais para este sucesso onde procuramos manter uma relação próxima e estreita entre Parceiros, Alunos e a Escola.

Apesar da crise e das terríveis consequências que todos temos

sofrido, é necessário manter uma mensagem de esperança;

as gerações mais jovens têm de continuar a acreditar num

futuro que começa a ser construído na sua formação.

Sabemos que a motivação é o motor do sucesso, por isso

mesmo é obrigação de todos dar con ança a esta geração

que se está a formar agora, para que também eles possam

contribuir para a construção de um futuro melhor.

Bruno VargasDiretor de Curso

Page 48: Revista EPRM 20

48 | Revista EPRM # 20

[ em formação ]

A Necessidade de ter energia é fundamental para o

desenvolvimento das sociedades. No entanto, a maior parte

da energia utilizada no mundo provém de combustíveis

fósseis como o carvão, o gás ou o petróleo, cujas reservas

têm vindo a diminuir. Estes combustíveis fósseis aumentam

a concentração de CO2 na atmosfera, contribuindo para o

tão falado aquecimento global.

A utilização e ciente da energia e a aposta nas fontes de

energia renováveis como o sol ou o vento podem contribuir

para a redução da pegada ecológica do homem.

O recurso às energias alternativas, em especial à energia

solar, constitui uma solução para muitos problemas sociais

associados ao consumo de combustíveis fósseis. O seu uso

permite uma melhoria do nível de vida, em especial nos países

sem reservas petrolíferas como Portugal, diminuindo a sua

dependência económica e reduzindo os impactos negativos

resultantes da queima de combustíveis na utilização e

transformação de energia.

A s i tuação energét ica nac iona l t raduz -se num

subaproveitamento das energias endógenas. Uma das fontes

endógenas de extrema importância é a energia solar dado

que o valor anual da radiação solar global varia entre 1400

e 1800 kWh/m2, sendo esta uma fonte primária gratuita,

não poluente, abundante em Portugal e que se encontra

à disposição de todos, além disso, deve ser aplicada em

projetos de produção de energia elétrica e/ou térmica.

O curso Pro ssional de Técnico de Energias Renováveis –

Sistemas Solares iniciado no ano letivo 2009/2010 tem sido

uma revelação. Ainda no primeiro ano foram concluídos pelos

alunos vários trabalhos na área das Energias Renováveis, em

que se destacam os seguintes:

- Módulo térmico de aquecimento de ar, um protótipo

produzido com latas de refrigerantes usadas, que poderá ser

utilizado para aquecer pequenos espaços como tendas de

campismo, auto-caravanas e até quartos. Para instalar/usar

este sistema, basta canalizar o ar aquecido para o espaço,

tendo o cuidado de orientar o módulo para o sol. Este sistema

custa menos de 50€ e tem na saída ar com mais de 130ºC

sendo o caudal de aproximadamente cinco litros por minuto.

Garantimos assim um futuro mais próspero, mas com Energia!

Futuro, mas com Energia CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS - SISTEMAS SOLARES

Isaac DuarteDiretor de Curso

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Revista EPRM # 20 | 49

[ em formação ]

Encerra em 2012 mais um ciclo de três anos do Curso Técnico

de Gestão. Durante o ano letivo 2011/2012, os futuros

Técnicos de Gestão, agora a terminar o 12 º ano vão enfrentar

uma “ dura batalha” com o objetivo de adquirir a quali cação.

Começaram por apresentar o primeiro relatório de estágio em

outubro de 2011, realizaram o seu segundo estágio curricular

entre 9 de janeiro e 15 de fevereiro de 2012. Posteriormente,

em 19 de março apresentaram, perante um júri, o segundo

relatório de estágio e terão de realizar a Prova de Aptidão

Pro ssional (PAP). A PAP constitui-se num projeto individual,

integrador de todos os saberes e que pretende testar na

prática os conhecimentos e competências adquiridos ao longo

dos três anos que constituem o percurso formativo.

Para além disso, cinco alunos desta turma ainda aceitaram dois desa os: a participação no programa “A Empresa” desenvolvido pelo Junior Achievement Portugal e no programa Empreescola promovido pela Nersant. Ambos consistem na criação de um produto/serviço,

elaboração de um plano de negócios e apresentação perante um júri constituído para o efeito. Estas apresentações terão lugar, respetivamente, em maio e junho deste ano.

A participação dos jovens neste tipo de iniciativas é muito

importante do ponto de vista da aplicação prática dos

conhecimentos adquiridos e do desenvolvimento e promoção

do empreendedorismo. É importante também, na perspetiva

do enriquecimento pessoal, pois ao trabalharem em equipa,

existe um incremento na coesão do grupo, fortalecem-se as

relações interpessoais e testam-se capacidades de liderança.

Desejo a todos muita sorte numa época em que as realidades

não estão fáceis no mercado de trabalho. No entanto, acredito

que quem tem competência e vontade de trabalhar consegue

alcançar os seus objetivos pessoais e pro ssionais e terá

menos di culdades em encontrar o seu lugar no mercado.

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE GESTÃO

Maria João MaiaDiretora de Curso

Page 50: Revista EPRM 20

50 | Revista EPRM # 20

[ em formação ]

O ciclo de formação 2009/12 está a terminar e o percurso

dos alunos do Curso Técnico de Design Industrial nesta

escola está a chegar ao m. Ao longo destes três anos tiveram

formação especí ca nas áreas da História da Cultura e das

Artes, da Geometria Descritiva, das Tecnologias da Informação

e Comunicação, do Desenho de Comunicação e do Desenho

Assistido por Computador, dos Materiais e Tecnologias, e

como não podia deixar de ser, do Design Industrial.

Na Escola Profissional, proporcionaram-se as melhores

condições de aprendizagem teórico-práticas, e também

se garantiram estágios que se revelaram decisivos e

enriquecedores na formação destes jovens, permitindo-lhes

a inserção num contexto real de trabalho e a aquisição de

experiência pro ssional. Ana do CarmoDiretora de Curso

OFERECEM-SEMentes inquietas e criativas (M/F)

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO DE DESIGN

Nesta fase, os nossos alunos estão empenhados na elaboração dos seus projetos da Prova de Aptidão Profissional. Estão a desenvolver soluções para problemas concretos, nas mais variadas áreas, e em junho irão prestar provas dos trabalhos desenvolvidos. Nesta ocasião teremos, certamente, oportunidade de atestar que formámos jovens na área do Design, com quali cação pro ssional nível IV, capazes de exercer as suas funções de Técnico de Design Industrial em empresas de vários ramos de atividade ou ingressar no ensino superior.A todos... sejam criativos e mantenham as vossas mentes

inquietas!

Page 51: Revista EPRM 20

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