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CAPÍTULO XXX – EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA O DEVEDOR
INSOLVENTE: INSOLVÊNCIA CIVIL
Jhonatan Satelis Miranda
Universidade de Rio Verde - UNIRV
Processo Civil IV
Prof. Edirênio Mauro Mendes Júnior
A obra de Humberto Teodoro Júnior, cujo o título se afigura acima, em importância
no seu capítulo 30, objeto deste trabalho, trata-se execução por quantia certa contra devedor
insolvente, bem como a universalidade de credores com feição a falência civil.
Aduz que a execução do devedor insolvente é espécie da execução forçada por
quantia certa, em consequência, segue os mesmos princípios fundamentais que difunde a
forma de atuação jurisdicional. Para que seja convalidado, ou seja, para que se exista, deve-se
obedecer igualmente os pressupostos de admissibilidade da execução, em especial a coletiva
deve-se obedecer os requisitos, quais sejam: o título, a mora e a declaração judicial de
insolvência, que revelará a situação patrimonial do devedor, a sua impotência para satisfazer
integralmente todas as suas obrigações exigíveis. Desta declaração, decorre efeitos análogos
ao da falência do comerciante, que se faz sentir objetiva e subjetivamente, tanto para o dever
como para seus credores. Tais efeitos, atingem os credores de várias maneiras, em destaque a
que acontece a perda da eficácia das penhoras existentes, pois a força do juízo universal da
insolvência arrasta para o clivo das execuções singulares, bem como impede que outras sejam
iniciadas. Seguindo o mesmo paralelo, o Código de Processo Civil em especial no art. 748 e
750, traz as características da insolvência, que é pressuposto da execução concursal, para
tanto, pode ser real ou presumida.
Observa-se que existe para o devedor civil a obrigação de promover a própria
insolvência, diferentemente do empresário, que requererá a autofalência, do devedor civil, ou
o seu espólio, este requererá apenas a auto insolvência, conforme preceitua o art. 759 do CPC.
Seguindo esse mesmo desfrecho, a competência para o processamento da auto insolvência,
cabe ao juízo da Comarca onde o devedor têm seu domicílio. Com a decretação de
insolvência, o devedor perde a disponibilidade de administração do seu patrimônio, depois de
penhorados, arrecadados, o juiz designará um administrador de sua confiança. A tradição do
nosso direito, confere a obrigação dos credores privilegiados de disputarem suas pretensões
no concurso de credores, este, deve ser citado sob pena de perderem a preleção que lhes
compete, conforme o disposto no art. 613 do Códex. Nessa ordem de ideias a sentença de
abertura da insolvência, é o título executivo geral, que abre a possibilidade da comunidade de
credores executar globalmente o devedor insolvável e a sentença do quadro geral, é a sentença
que confere título executivo especial e particular a cada credor particular a cada credor
habilitado, legitimado a respectiva atuação nos atos executivos posteriores. O processo se dá
por encerrado quando: pelo o cumprimento do acordo de pagamento ajustado entre devedor e
credor; sem chegar à execução coletiva, quando os embargos do devedor são acolhidos na
primeira fase do processo; por fim, quando atingir a liquidação total e final do ativo, apurado
entre os credores concorrentes. O processo de execução só se encerrara como a sentença
declaratória que tenha por objeto a extinção das obrigações do devedor, conforme disposto no
art. 776 do CPC. Já a suspensão se dá, em três casos: quando ocorrer a convenção entre
devedor e credores para estabelecimento de um plano de pagamento; quando o produto de
realização do ativo não é suficiente para a solução integral dos créditos concorrentes, dada a
possibilidade de reabertura da execução caso o devedor venha adquirir novos bens
penhoráveis; no mais, quando não se encontram bens a arrecadar ou ativo de massa não se
mostra suficientes nem para atender os gastos processuais de insolvência.
Nota-se se extingue a obrigação no processo de execução, a execução por quantia
certa contra devedor insolvente é uma verdadeira falência civil, culminando, por isso com a
extinção das obrigações, mesmo que não cumprida em sua integralidade satisfatória, tal como
ocorre como um simples comerciante, submetido ao regime falimentar típico. Com
equiparação feita pelo o Código Civil, decorrido 5 cinco anos, contados da data do
encerramento do processo de insolvência, considera-se extinta as obrigações contraídas pelo o
devedor, mas depende de declaração judicial para operar seus efeitos jurídicos, conforme
disposto no art. 778 e 783 do CPC. Para melhor um melhor entendimento, a prescrição é uma
extinção de uma ação ajuizada, em virtude da inércia de seus titulares durante um certo lapso
temporal. Assim, a sentença que declarar extinta as obrigações, serão publicadas por edital e
só transitará em julgado, se não houver recurso, após ultrapassar o prazo estipulado na
publicação, que será o mesmo, comum ao das intimações. A insolvência em consequência,
gerava a ruína do devedor, para tanto, a antiga lei de falência, previa o instituto da concordata,
forma especial de reabilitar o devedor antes que a insolvência atingisse a liquidações de todos
os seus ativos. Superado tal momento, o devedor que cujo o estado de insolvência, sem culpa
sua, poderá requerer ao juiz que lhe arbitre uma pensão, até a alienação dos bens. Portanto,
conclui-se que a execução do devedor insolvente, segue todo um procedimento, em que busca
satisfazer a obrigação contraída.