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I RELATRIO SOBRE A GOVERNAO EM ANGOLA ELEIES E GESTO DA DIVERSIDADE EM ANGOLA
Resultados Provisrios
Luanda, Cabinda, Benguela, Huambo e Kuando-Kubango
Coordenao Tcnica: Professor Doutor Carlos Teixeira
Professor Doutor Jacob Massuanganhe
Equipa pesquisadores: Carlos Cavuquila Israel Bonifacio
Patrcio Mangovo
. OBJECTIVOS DO ESTUDO:
Analisar a relao entre eleies, gesto da diversidade e a
promoo do progresso democrtico; Analisar as tendncias, problemas, desafios e perspectivas na
relao entre as eleies e a gesto da diversidade; Explicar a forma como os conflitos e violncia eleitorais podem
ser atenuados em frica e em busca de como promover os mecanismos eleitorais eficazes de apoio, incluindo mecanismos alternativos de resoluo de conflitos;
Rever a estrutura, os processos e a realizao das eleies, a fim de trazer ideias inovadoras na realizao de eleies livres e transparentes;
Propor recomendaes de polticas e reformas necessrias que garantam que as eleies constituam um mecanismo vivel na gesto do pluralismo social e da diversidade poltica, mantendo o principio fundamental e ideal das eleies democrticas que correspondam aos desejos do povo.
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O trabalho de campo cobriu as
provncias de Luanda Benguela,
Cabinda, Huambo e Kuando Kubango.
Os resultados apontam que em termos de agrupamentos etnolingusticos do pas, 62% dos especialistas pertencem ao grupo etnolingustico Ambundus (falantes do Kimbundu), 18% ao grupo etnolingustico Ovimbundus (falantes do Umbundu), 13% a vrios grupos etnolingusticos (Vangangela, Ovanyaneka-kumbi, Ovahelelo, Cokwe, etc.) e, em fim, os Bakongos (falantes de Kikongo) a representarem 7%.
7%
62%
18%
13%Bakongo
Ambundus
Ovimbundus
Outros
78%71%
56%
100%
22%29%
44%
0%0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Masculino
Feminino
Figura 14 Grupos Etnolingusticos Figura 16 Escolaridade e Sexo
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Em termos de equilbrio de gnero, a maioria dos especialistas ser homem (69,6%) e as mulheres (30,4%), em termos do nvel de escolaridade os homens representarem uma percentagem bastante alta em todos os nveis (78% ensino mdio, 71% licenciatura e 56% mestrado), embora as mulheres representem 44% dos mestres. A mesma situao reflecte-se ao nvel nacional em relao ao sector profissional dos especialistas, onde os homens representam a esmagadora dos trabalhadores na funo pblica (68%), no sector privado (74%) e tambm nos negcios por conta prpria (80%),
68% 74%80%
32% 26% 20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Pblico Privado Conta prpria
Masculino
Feminino
Figura 15 Sector Profissional e Sexo
10%
26%
33%
14%
18%
A Constituio no protege nem promove a diversidade e interesses minoritrios, que nunca so respeitados na prticaA Constituio protege e promove a diversidade e interesses minoritrios, os quais so raramente respeitados na prticaA Constituio protege e promove a diversidade e interesses minoritrios, os quais so s vezes respeitados na prticaA Constituio protege e promove a diversidade e interesses minoritrios, os quais so muitas vezes respeitados na prticaA Constituio protege e promove a diversidade e interesses minoritrios, que so sempre respeitados na prtica
A maioria dos especialistas (33%) defendeu
que a Constituio do pas protege e
promove a diversidade e interesses
minoritrios, mas o respeito na prtica deste
princpio feito apenas s vezes.
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O servio pblico nacional reflecte a diversidade do pas na sua composio sobre a nomeao e promoo e obedece-a as vezes (37%), embora uma minoria apenas negou esta possibilidade
Figura 19 Acesso aos bens pblicos, Grupos de Identidade e Composio do Governo
8% 18% 14% 35% 25%
6%21% 15% 39% 20%
12%16% 16% 35% 21%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
Discorda totalmente
Discorda No discorda
nem concorda
Concorda Concorda totalmente
"Y5: O Acesso aos bens pblicos muito influenciado pela
identidade no oficial"
"Y4: Os Grupos de identidade sectria tm influncia no
processo poltico do pas"
"Y3: A Composio do Governo e da Liderana representa todos
os segmentos e diversos interesses"
8% 27%16%
37%12%
10% 25%11%
37%17%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
Discorda totalmente
Discorda No discorda
nem concorda
Concorda Concorda totalmente
"Y7: Os Partidos polticos praticam a democracia interna na eleio dos
dirigentes e candidatos para eleies gerais"
"Y6: Os partidos polticos so formados e mobilizam o apoio
eleitoral na base da identidae sectria"
Figura 20 Opinio sobre a Democracia interna dos partidos e Formao/Mobilizao das bases
Sobre os partidos polticos, 37% dos
especialistas concorda que so formados e
mobilizam o apoio eleitoral na base da identidade
sectria, mas tambm concordam que os
partidos praticam a democracia interna na eleio
dos seus dirigentes e candidatos para as eleies
gerais (37%).
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23%
20%32%
10%14%
3%
18%38%
25%17%
3%11% 29%
29% 27%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Nunca Raramente s vezes Muitas vezes Sempre
"Y10: A mulher desempenha papel de relevo no processo eleitoral"
"Y9: A mulher desempenham um papel de relevo nos partidos polticos"
"Y8: Os Partidos polticos tm igual acesso aos recursos eleitorais"
Questionados sobre igualdade de acesso aos recursos
eleitorais, a maioria dos especialistas defendeu que s s
vezes que os partidos polticos tinham igual acesso aos
recursos eleitorais (32,3%). Da avaliao feita sobre a
participao das mulheres quer ao nvel poltico quer ao nvel
eleitoral, os especialistas (37,5%) defenderam que s s vezes
que a mulher desempenha um papel importante nos partidos
polticos, sendo a mesma tendncia relativamente ao
envolvimento das mulheres no processo eleitoral, considerado de
s vezes/muitas vezes (29,2%, respectivamente).
Figura 21 Opinio dos Especialistas sobre Acesso Recursos Eleitorais e Papel da Mulher no Processo Eleitoral e nos Partidos Polticos
A Comisso Nacional Eleitoral foi considerada como Independente e totalmente competente para conduzir eleies credveis (35%), e o Desempenho desta instituio foi dada nota Razovel, da a necessidade de mais independncia poltica, administrativa e financeira (52%).
6%8%
43%
30%
13%Muito mau
Mau
Razovel
Bom
Muito bom
Figura 24 Desempenho da Comisso Nacional Eleitoral
8%
14%
20%
23%
35%
A Comisso Eleitoral no independente nem competente para conduzir eleies credveis
A Comisso Eleitoral no independente, mas raramente competente para conduzir eleies
credveis
A Comisso Eleitoral no independente, mas razoavelmente competente para conduzir
eleies credveis
A Comisso Eleitoral independente e razoavelmente competente para conduzir eleies credveis
A Comisso Eleitoral independente e totalmente competente para conduzir eleies
credveis
Figura 23 Independncia da Comisso Nacional Eleitoral
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O processo do registo eleitoral considerado pelos especialistas (a maioria de 29,4%) como sendo s vezes credvel, transparente e bem conduzido, sendo as eleies nacionais tida na mesma condio, isto , s vezes livres, justas e transparentes (28%). O Voto do eleitorado s s vezes motivado pelo programa e agenda dos partidos polticos (23,6%).
O Sistema Eleitoral do pas caracterizado pelos especialistas tendo o poder de promover a incluso e a representao de diversos grupos (cerca de 46%), sendo a lei eleitoral considerada razovel para a gesto da diversidade nas eleies.
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Figura 25 Estabilidade Eleitoral, Representao Proporcional, Governo de
Unidade Nacional, Sistema de Quotas para
mulheres, Gesto Disputas Eleitorais
11% 24%25% 32%
7%
9% 24%
30%
29%
9%
9% 16%
22%
34%
19%
2% 9%19%
44%25%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Discorda totalmente
Discorda No concorda
nem discorda
Concorda Concorda totalmente
"Y27: A Estabilidade eleitoral e gesto da diversidade atravs
da representao proporcional"
"Y26: A Formao do governo de coligao ou governo de
unidade nacional opo vlida"
"Y25: O sistema de quota para a nomeao nas posies
executivas e eleio para o parlamento deveria ser adoptado para as mulheres"
.
O Sistema Eleitoral do pas caracterizado pelos especialistas como tendo o poder de promover a incluso e a representao de diversos grupos (cerca de 46%), sendo a lei eleitoral considerada razovel para a gesto da diversidade nas eleies
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AS FORAS DE SEGURANA SO CONSIDERADAS PELOS ESPECIALISTAS COMO (CERCA DE 29%) S VEZES JUSTAS E NO PARTIDARIZADAS DURANTE O PROCESSO ELEITORAL.
A ideia de um Governo de Unidade Nacional foi reforada por cerca de 34% dos especialistas (a maioria que concordou), sendo o sistema proporcional considerado como factor importante para a estabilidade eleitoral e gesto da diversidade (44%)
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Sobre o Pluralismo Democrtico, Angola considerado por cerca de 52% dos especialistas como uma democracia estvel e multipartidria com dois ou mais partidos polticos independentes onde o partido no poder domina e dita todas as polticas e programas nacionais
A Legitimidade da Autoridade Eleitoral considerada por cerca de 30% dos especialistas como aceite pelos partidos polticos e os candidatos.
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Relativamente aos rgos de fiscalizao, uma boa parte dos especialistas (cerca de 50%) apontaram que existe total e significativo equilbrio e fiscalizao entre os diferentes rgos de governo, quando outros acharam tambm que havia muito pouco equilbrio e fiscalizao entre alguns rgos de governo. (21,1%)
No que tange ao Controlo do Poder Legislativo sobre o Executivo, os especialistas acharam que este controlo era apenas ocasionalmente eficaz na responsabilizao do executivo (cerca de 26%),
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o poder judicirio revelou-se, segundo uma percentagem muito reduzida dos especialistas (cerca de 30%) como independente dos outros rgos do governo, seguindo daqueles que o acham um pouco independente e terceiro lugar, visto como totalmente dependente dos rgos do governo (18%)
O Poder Judicirio e Servio Pblico, respectivamente, so considerados como razoavelmente corrupto (31,1% e 39,1%).
19% 24% 39%6%
12%
14% 25% 31%7%
24%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
"X321: Corrupo do Servio Pblico"
"X26: Corrupo do Poder Judiciria"
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o Acesso aos servios do governo, cerca de 41% dos especialistas defenderam que era limitado, e o Governo Local considerado como Responder razoavelmente s necessidades bsicas das comunidades.
SOBRE OS DIREITOS HUMANOS, OS ESPECIALISTAS DEFENDERAM QUE SO S VEZES RESPEITADOS (CERCA DE 35%); E O GOVERNO S VEZES RESPEITA O ESTADO DE DIREITO E AOS AGENTES DE SEGURANA TAMBM VISTOS COMO RARAMENTE E S VEZES RESPEITAREM OS DIREITOS HUMANOS.
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A SOCIEDADE CIVIL TAMBM VISTA PELOS ESPECIALISTAS COMO CONTRIBUIR RAZOAVELMENTE NA PROMOO DA RESPONSABILIDADE E TRANSPARNCIA NA GOVERNAO; E A IMPRENSA ACTUA NUM AMBIENTE ONDE TODAS OU MUITAS DAS IMPRENSAS IMPORTANTES ESTO SOB CONTROLO DO PARTIDO NO PODER (27%).
AS EMPRESAS PBLICAS SO TAMBM APONTADAS PELOS ESPECIALISTAS COMO TOTALMENTE DEPENDENTE DO GOVERNO E/OU DO PARTIDO NO PODER (CERCA DE 33%), E APENAS 11% ACHAM-NAS COMO INDEPENDENTE DO GOVERNO E/OU PARTIDO NO PODER.
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Os especialistas tambm defenderam que o Governo toma algumas medidas eficazes para assegurar a competio na economia (36%), e notaram tambm o raro apoio no investimento local em poucos sectores da esfera local. Da, a participao do sector privado na governao ser vista como s vezes envolver o prprio sector privado na tomada de medida que afectam o seu desenvolvimento.
CONCLUSES Do estudo, pode-se concluir que: Atendendo a gesto eleitoral e da diversidade,
a governao em Angola considerada pelo entrevistados como assegurando os princpios constitucionais.
Que a Constituio consagra e assegura os princpios bsicos da participao do cidado na vida poltica.
A confiana pelas instituies pblicas, embora no no nvel desejado, h registo de melhoria nos ltimos anos.
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RECOMENDAES O estudo, face as concluses, identifica as seguintes recomendaes: Aprofundar a democracia por via da
participao do cidado na gesto dos processos polticos e definio de polticas pblicas
Melhorar os nveis de incluso social na gesto e administrao da coisa pblica reforando para o efeito o quadro da descentralizao.
MUITO OBRIGADO