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Relatório Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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Relatório do
Projeto Especial Sobre Sustentabilidade de
Três Tipos de Embalagens Distribuídas no Varejo
Para
Instituto ADVB de Responsabilidade Sócio Ambiental Rua Teixeira da Silva, 344 – São Paulo – SP
e-mail: [email protected] site: www.institutoadvb.org.br
Realizado por
EcoSigma - Soluções Integradas em Gestão de Meio Ambiente Ltda.
Rua Dr. Aristides Lemos, Nr. 27 – Vila Fortuna - CEP 13.032-345 - Campinas - SP
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Responsável Técnico
Fernando E. R. Figueiredo
MSc. Engº. Agrº. – CREA / RS 52.259 - RN 220463028-4
Campinas, 31 de Março de 2011
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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HISTÓRICO
Este Projeto Especial sobre Sustentabilidade de Três Tipos de
Embalagens Distribuídas no Varejo foi elaborado por solicitação do Instituto
ADVB de Responsabilidade Sócio Ambiental com o intuito de se comparar
entre alguns dos diferentes tipos de embalagens disponibilizadas pelos Super e
Hipermercados hoje no Brasil.
Visto a utilização de embalagens, em especial as sacolas plásticas ser um
tema cada vez mais candente por parte da população e da mídia e como isso vem
gerando legislações, muitas matérias e polêmicas nos meios de comunicação; e
ser um assunto que permeia o dia-a-dia da sociedade é que foi proposto e
realizado este trabalho comparativo de sustentabilidade de embalagens.
Entre todas as possíveis optou-se por comparar a utilização de três tipos,
representadas por << 1 - embalagens plásticas elaboradas a partir da tecnologia
de Plásticos Oxi-Biodegradáveis (OBPs) preparados com os aditivos d2w™, da
empresa Symphony Plastic Technologies plc., da Inglaterra representada pela
empresa RES Brasil Ltda. >> da tecnologia << 2 - embalagens plásticas
elaboradas a partir da tecnologia Hidro-Biodegradável >> e de outra
possibilidade utilizada por alguns Supermercados, o << 3 - reuso de caixas de
papelão >> para embalar as compras.
Os resultados não pretendem esgotar o assunto, restringem-se ao atual
nível de conhecimento e referem-se exclusivamente aos produtos analisados, não
podem ser aplicados, extrapolados ou tem validade para outros cenários,
produtos Mercados (Super e Hipermercados) e embalagens.
JUSTIFICATIVAS
As principais justificativas para a realização deste Projeto foram:
- A utilização de sacolas plásticas para embalar as compras é atualmente o
maior uso que se tem no quesito embalagem para o varejo no Brasil, é também
uma das práticas mais contestada e considerada um dos grandes vilões
ambientais do planeta na atualidade;
- A reutilização destas sacolas plásticas para o re-acondicionamento dos
resíduos domésticos produzidos nas residências é o maior uso que se tem destes
elementos no pós-consumo, é considerado uma das melhores soluções que se
pode ter para estas embalagens no pós-consumo, mas por diversos motivos tem
sido bastante contestado por vários segmentos da sociedade;
- A troca deste tipo de embalagem, sacolas plásticas convencionais, por
outros tipos, como plásticos especiais diferenciados (oxi-biodegradáveis ou hidro-
biodegradáveis), caixas de papelão, sacolas de uso múltiplo (ráfia, lona, tnt...), ou
mesmo carrinhos especiais podem representar uma solução técnica – econômica
e ambientalmente sustentáveis.
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OBJETIVOS
- Demonstrar de uma forma prática a eficiência técnica e sustentabilidade na
utilização destes três tipos de embalagens sob os aspectos de custo / benefício
para os consumidores, a sociedade, o poder público e para o meio ambiente;
- Comprovar se é possível a ocorrência de contaminação dos diferentes
tipos de embalagens sobre os produtos embalados nas mesmas.
ESCOPO BASE PARA O PROJETO
O desenvolvimento deste levou em conta que se realizasse uma avaliação
PRÁTICA de sustentabilidade de alguns tipos de embalagens utilizadas e para
isso foi desenvolvida toda uma configuração de parâmetros a respeito e as
condições de obtenção das embalagens junto aos mercados.
Tanto para os produtos contidos nas embalagens quanto os preços dos
produtos adquiridos, procurou-se ter a maior similaridade possível, buscou-se
comprar aqueles de menor preço (produtos com a marca dos mercados) e que
pudessem ser adquiridos em qualquer Supermercado ou Hipermercado da região.
O critério para a escolha dos mercados foi fornecer um dos três tipos de
embalagens que se pretende comparar no estudo, não houve qualquer tipo de
comparação de preços ou qualidade dos produtos em relação aos Super ou
Hipermercados onde foram adquiridos, exceto para o item sacos de lixo.
Os critérios para execução do trabalho não pretendem esgotar o assunto,
nem apresentar uma avaliação completa do Ciclo de Vida das embalagens
estudadas, tão pouco obter uma comprovação estatística, mas somente uma
avaliação prática da sustentabilidade, a luz do que poderia ser entendido e
realizado por qualquer consumidor no seu dia-a-dia.
MATERIAL E MÉTODOS
- Três tipos de Embalagens:
1 - Embalagens plásticas ou sacolas de supermercados elaboradas com a tecnologia para Plásticos Oxi-Biodegradáveis d2w™ / RES Brasil, (ASTM 6954-04 – normas para embalagens oxi-biodegradáveis - OBPs) - (Oxi-bio);
2 - Embalagens plásticas ou sacolas de supermercados elaboradas com a tecnologia Hidro-biodegradável (ASTM 6400 e EN 13432 – normas para embalagens plásticas biodegradáveis em ambiente de compostagem industrial) - (Hidro-bio);
3 – Embalagens de caixas de papelão reusadas pelos Super / Hipermercados; (Caixa de papelão).
- Realizar uma compra em mercados, Hiper ou Supermercados que disponibilizassem estes três tipos de Embalagens, os escolhidos foram:
Tipo 1 - Embalagens plásticas ou sacolas de supermercados elaboradas com a tecnologia Oxi-biodegradável d2w™ / RES Brasil,
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ASTM 6954-04, a compra adquirida no Russi Supermercados no Shopping Valinhos - SP.
Tipo 2 - Embalagens plásticas sacolas de supermercados elaboradas com a tecnologia Hidro-biodegradável ASTM 6400 e EN 13432, a compra adquirida no Hipermercado Carrefour em Jundiaí - SP.
Tipo 3 – Embalagens de caixas de papelão reusadas pelos supermercados, a compra adquirida no Supermercado Enxuto em
Campinas – SP.
Foi montada uma “cesta de compras” pré-definida com diversos itens, a qual
seria similar a uma que pudesse ser adquirida por qualquer pessoa para ser
consumida em um prazo de uma semana a dez dias para a maior parte dos itens.
Quadro 1: A lista de produtos adquiridos foi assim pré definida
nr. item quant. unid. tipo pppc* peso** unid
1 arroz 1 Kg plástica 10 100 g
2 feijão 1 Kg plástica 10 100 g
3 açúcar 1 Kg plástica 5 50 g
4 farinha 1 Kg plástica 5 50 g
5 sal ½ Kg plástica 1 5 g
6 far. mand ½ Kg plástica 10 50 g
7 macarr ½ Kg plástica 10 50 g
8 ext tomat ¼ Kg plástica 10 25 g
9 óleo 1 L pet 5 50 g
10 carne ½ Kg bandeja 15 75 g
11 tomate ¼ Kg plástica 20 50 g
12 cebola ¼ Kg plástica 15 37,5 g
13 alho 1 cab. plástica 10 5 g
14 ch. ver 1 Maço plástica 20 25 g
15 alface 1 Pé plástica 20 40 g
16 batata ½ Kg plástica 20 100 g
17 laranja 3 Unid plástica 15 60 g
18 banana 3 Unid plástica 10 30 g
19 pão 1 Embal plástica 10 50 g
20 margarina 1 Pte plástica 5 12,5 g
21 leite 1 L tetrapack 10 100 g
22 café ¼ Kg plástica 250*** 625 g
23 bisc salg 1 Pcte plástica 5 10 g
24 bisc doc 1 Pcte plástica 5 10 g
25 queijo fat 1 Embal bandeja 10 15 g
26 apresu fat 1 Embal bandeja 10 15 g
27 refrigerante 1 L pet 10 100 g
28 sabonete 1 Unid papel 1 -- g
29 detergente 1 Frasco plástica 5 25 g
30 desinf mult 1 Frasco plástica 5 25 g
31 pasta dent 1 Tubo plástica 5 5 g
32 sabão pó 1 Refil plástica 5 25 g
33 papel hig 1 pct c 2 plástica 100*** 250 g
34 saco lixo 1 pct c10 plástica 100*** 200 g
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pppc* = perda do produto pós consumo em percentagem, é projetado como a perda média ou a transformação que estes produtos apresentam após seu período de consumo e que representa o peso / volume que será descartado como resíduo ou lixo.
Peso** = quanto em peso mais ou menos representa o percentual do resíduo obtido de cada um dos produtos consumidos ou perdido no preparo, processamento e limpeza (perfaz no caso um total de aproximadamente 2.370g).
*** = o peso do pó de café que pós-consumo vira borra, por conta da água ele aumenta seu peso em cerca de 250 %. Já o papel higiênico e os sacos de lixo são descartados em toda a sua quantidade.
No caso foi levado em conta o mesmo peso / volume e o tipo de embalagem
dos produtos, não se levou em consideração marcas e preços dos produtos
adquiridos, mas sim que tivessem o mesmo tipo de embalagem e mais ou menos
o mesmo peso pelo volume adquirido (ex. 3 frutas médias ou 3 legumes médios).
PARÂMETROS MEDIDOS
Procurou-se determinar parâmetros que nos remetam a uma visualização
direta do que podem representar os diferentes tipos de embalagens fornecidas
pelos mercados e o seu comportamento como resíduo no momento do descarte.
Para que se pudessem comparar coisas tão distintas quanto sacolas
plásticas e caixas de papelão, foi preciso que alguns dos parâmetros medidos
fossem tomados como o que se observa no descarte trivial, feito pelas pessoas
no dia-a-dia, sem se ater se os mesmos eram os mais indicados estatisticamente
para um estudo científico.
1. Determinou-se se existiriam e quais os custos para os clientes dos diferentes tipos de embalagens (sacolas plásticas oxi-bio, hidro-bio e caixas de papelão);
2. Determinou-se o peso das embalagens usadas para embalar, bem como das demais embalagens dos produtos adquiridos;
3. Determinou-se o volume das embalagens usadas com critérios diferenciados, quando para uso primário e para o momento do descarte;
4. Determinou-se qual a economia em sacos de lixo pode ser alcançada reusando as sacolas plásticas ou caixas de papelão para descartar os resíduos domésticos em geral (orgânicos e não = lixo úmido e seco);
5. Determinou-se o custo de transporte dos resíduos para o aterro embalados em plásticos ou caixas de papelão (calcular quanto custa a mais para transportar baseado somente no peso dos diferentes tipos de embalagens, sacolas plásticas Hidro-bio x Oxi-bio x Caixa de papelão) ;
6. Realizou-se uma análise microbiológica das embalagens utilizadas para embalar os produtos adquiridos no mercado (foram utilizados para a análise sacolas plásticas sem uso (adquiridas ou recebidas nos terminais de venda dos mercados) e caixas de papelão (também da maneira como são obtidas nos terminais de venda dos mercados).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto foi implementado dentro das condições e prerrogativas
estabelecidas e procurou contemplar na simulação as exigências do Poder
Público para o descarte de resíduos.
Os resultados obtidos e a discussão para cada um dos Parâmetros medidos
valem somente em relação aos itens estudados e para as condições expressas
neste trabalho, nestes termos encontram-se abaixo:
1. Determinação se existiria e quais os custos para os clientes dos diferentes tipos de embalagens (sacolas plásticas oxi-bio, hidro-bio e caixas de papelão):
- No caso somente as Sacolas Hidro-biodegradáveis disponibilizadas no Hipermercado Carrefour tiveram custo de R$ 0,19 / unidade de sacola
para os clientes que desejarem comprar as mesmas.
- É sabido que outros estabelecimentos os quais disponibilizam este tipo de embalagem também cobram pelas mesmas.
- Aliás, as notícias são que em outros locais onde se tem introduzido o uso deste tipo de sacola, o valor cobrado é o mesmo (parece que este valor foi determinado como padrão pelo fornecedor).
- Este é o dado que se tem, por exemplo, sobre o plano de introdução deste tipo de sacolas na cidade de Belo Horizonte a partir de Abril de 2011, por conta de lei que proíbe o uso de sacolas plásticas convencionais, as quais não poderão mais ser disponibilizadas para os clientes por todos os estabelecimentos da cidade.
- As sacolas Oxi-biodegradáveis fornecidas pelo Supermercado Russi
não são cobradas dos clientes e não se tem notícia de que quaisquer outros estabelecimentos que forneçam este tipo de embalagem no Brasil cobrem qualquer valor extra pelas mesmas.
- As caixas de papelão fornecidas pelo Supermercado Enxuto não são
cobradas dos clientes, também não se tem notícia que outros estabelecimentos que forneçam este tipo de embalagem cobrem pelas mesmas.
Para os Parâmetros de peso e volume das embalagens usadas para
embalar produtos bem como para as embalagens dos produtos itens 2 e 3 temos
os seguintes resultados.
2. Determinou-se o peso das embalagens usadas para embalar, bem como das demais embalagens dos produtos adquiridos:
O critério para a utilização em relação às sacolas foi o de se colocar os
produtos nas sacolas primeiro por similaridade (produtos secos separados de
úmidos, produtos de cozinha separados de itens de higiene e limpeza, e usando
critérios similares ao que é recomendado e o que a maior parte das pessoas
utiliza no dia-a-dia).
Em um segundo momento utilizou-se também como critério de quantidade,
tomar o mesmo número de sacolas para ambos os casos, igual ao da moça que
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embalou as compras no Supermercado Russi, a qual separou os itens por
critério similar ao descrito acima e para isso usou um total de 15 sacolas para
embalar todos os itens adquiridos, portanto peso a peso teve-se:
- Peso das 15 sacolinhas Oxi-bio entregues pelo Supermercado Russi = 4,5 g / sacola x 15 sacolas = 67,5 g
- Peso das 15 sacolinhas Hidro-bio adquiridas no Hipermercado Carrefour = 7,1 g / sacola x 15 sacolas = 106,5 g
O peso exato das mesmas foi obtido por pesagem em balança de precisão
no laboratório da Bioagri em São Paulo, quando da realização das análises
microbiológicas das mesmas (resultado passado por e-mail).
A diferença de 2,6 g obtida representa 36,62% mais peso para as sacolas
Hidro-bio em relação às Oxi-bio.
- Peso e volume das duas caixas de papelão cedidas no Supermercado Enxuto foram de respectivamente (duas caixas foram suficientes para transportar toda a compra realizada):
Quadro 2: Peso e Volume das caixas de papelão
Tipo Peso Altura Largura Comprimento Volume
Unidade g cm cm cm litros
1 caixa papelão 428 27 38 48 50
1 caixa papelão 418 23 35 46 40
Total 846 - - - 90
Volume das embalagens (as caixas não foram desmontadas após a determinação do volume, pois as mesmas geralmente ficam montadas quando descartadas como recipiente de lixo).
3. Determinou-se o volume das embalagens (sacolinhas utilizadas para transportar as compras e que posteriormente poderiam ser utilizadas como sacos para lixo).
O critério que se utilizou para medir o volume das sacolinhas para o
transporte de mercadorias (uso primário) foi prático, determinaram-se quantas
embalagens de leite de um litro poderiam ser transportadas em uma delas sem
que a mesma sofresse ruptura ou não pudesse ser adequadamente transportada;
e este volume foi de 4 embalagens tetrapak de um litro de leite (mais do que este
peso/volume acarreta rompimento das mesmas e/ou dificuldade de se transportar
na mão, pois começam a cortar a circulação com mais de 4 kg por sacola,
principalmente quando se transportam diversas sacolas em cada mão).
Este é um dos motivos porque muita gente usa colocar duas e até mais
sacolas, uma dentro da outra, para poder transportar itens mais pesados ou com
cantos vivos.
Já para o momento de envasar o lixo para ser descartado, o volume útil das
mesmas fica em torno de 8 litros de resíduos em geral, com cerca de 3 a 4 kg de
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resíduos para que possa ser corretamente fechadas e colocadas em frente às
residências para serem coletadas pelos caminhões de lixo.
Para todas as demais embalagens dos produtos adquiridos não foi
determinado o volume, mas somente o peso das embalagens dos mesmos no
momento do descarte, pois as mesmas não seriam utilizadas como embalagem
para descartar lixo; estas seriam parte do lixo a ser descartado.
Quadro 3: Peso Total das Embalagens dos Produtos e Embalagens
Tipo Resíduo >> Demais Embalagens Peso* Embalagens** Total
Unidade g g g
Todas as demais embalagens Carrefour 539,5 106,5 646,0
Todas as demais embalagens Russi 510,0 67,5 577,5
Todas as demais embalagens Enxuto 450,0 846,0 1.296,0
Total 1.499,5 1.020,0 2.519,5
* Aqui está representado peso de todas as embalagens que foram
descartadas dos produtos adquiridos na maneira como as mesmas são
usualmente descartadas nas residências, algumas contendo partes mínimas e
possíveis restos dos produtos contidos (produtos pastosos ou que grudem nas
paredes das mesmas, descarte feito sem a execução de uma lavagem ou limpeza
mais específica).
** No caso é o peso somente das sacolas Oxi-bio ou Hidro-bio ou das
Caixas de papelão que foram usadas para transporte.
4. Determinou-se qual a economia em sacos de lixo pode ser alcançada reusando as sacolas plásticas ou caixas de papelão para descartar os resíduos domésticos em geral (orgânicos e não = lixo úmido e seco):
Para a determinação deste parâmetro, qual a economia em sacos de lixo
poderia ser alcançada reusando as sacolinhas plásticas e / ou as caixas de
papelão, procurou-se utilizar o critério usual de disposição de resíduos para uma
família que teria adquirido os mesmos produtos em um mercado e que tem a
coleta de resíduos efetuada diariamente na sua residência.
Nos dois casos em que foram adquiridas ou disponibilizadas as sacolas para
carregar as compras tinha-se a disposição 15 sacolas que foram usadas para o
descarte diário dos resíduos, sendo uma usada para resíduos orgânicos e outra
para os recicláveis e rejeitos o que perfaz o uso de duas sacolas por dia e o prazo
então para o uso de todas elas foi de uma semana (15 sacolas : 2 sacolas / dia =
sacolas para até 7,5 dias)
Neste caso as mesmas foram suficientes para descartar todos os demais
resíduos gerados (orgânicos e inorgânicos) da compra realizada e que seriam
consumidos neste prazo.
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Já no caso das caixas de papelão as mesmas foram usadas somente
durante dois dias, pois uma caixa não comporta permanecer mais do que um dia
até ser descartada para o transporte, mesmo tendo capacidade, se a mesma
permanecer mais do que isto os resíduos orgânicos começam a entrar em
decomposição na residência e não é recomendável deixar uma caixa assim por
mais tempo (problemas de odor e aparecimento de vetores como moscas,
baratas, formigas...).
Portanto seria necessário o uso de sacos de lixo padrão para complementar
o descarte do restante dos resíduos gerados pela compra, ou seja, no mínimo o
uso de mais três ou quatro sacos de lixo seria necessário para terminar de
descartar todos os resíduos gerados pela mesma compra, quando a opção de
embalagem foram as caixas de papelão.
E porque 3 ou 4 sacos de lixo padrão e não 5 para coleta 7 dias / semana? –
Se as caixas foram usadas em 2 dias, ainda sobram cinco dias para uma semana.
– é que no caso de usar sacos de lixo padrão que tem um tamanho e volume
maiores (50 l / 10 kg) do que as sacolas e pode-se usar um deles por mais de um
dia, principalmente para os resíduos ditos secos.
5. Determinou-se o custo de transporte dos resíduos para o aterro embalados em plásticos ou caixas de papelão (calcular quanto custa a mais para transportar baseado somente no peso dos diferentes tipos de embalagens, sacolas plásticas Hidro-bio x Oxi-bio x Caixa de papelão):
Para o cálculo deste parâmetro levou-se em conta os cenários obtidos com a
utilização dos três tipos de embalagens propostos acima e o respectivo volume /
peso que os mesmos acarretariam em resíduos durante o período de um ano, se
estivessem sendo utilizados por uma família que fizesse compras em condições
similares em que foi realizada esta simulação.
Como os padrões de consumo e descarte das famílias são muito distintos,
optou-se por uma simulação em termos que se enquadrem num consumo médio
de uma semana somente das embalagens e não dos demais resíduos gerados.
Como em um ano temos 52 semanas e estão postas pela simulação as
mesmas condições de geração de resíduo, o volume e o valor da disposição por
ano seriam de:
Quadro 4: Peso Total das Demais Embalagens e Embalagens por um ano
Resíduo Embalagens Peso / semana 52 sem Total/ano* Dif
Unidade g kg R$ %
Embalagens do Carrefour 646,0 33,59 2,52 112
Embalagens do Russi 577,5 30,03 2,25 100
Embalagens do Enxuto 1.296,0 67,39 5,05 225
* O valor da coleta transporte e disposição hoje na região de Campinas é de R$ R$ 55,00 a R$ 70,00 / t de resíduos dispostos em aterros como o Estre em
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Paulínia. O Valor em Campinas no Delta fica na faixa de R$ 75,00 / t (mas só recebe resíduos do sistema de coleta da PMC).
Pela simulação do cenário proposto e com base somente no peso das
embalagens utilizadas para envasar os resíduos, houve uma diferença de 12 % a
mais no custo do transporte para quem usou as embalagens Hidro-bio e de 125
% para quem usou as caixas de papelão, do que para aqueles que utilizaram as
sacolas Oxi-bio.
Mas se for levado em consideração ainda que além do peso, o volume
transportado nos caminhões até os aterros também é um fator importante no
custo final da disposição, a utilização de caixas de papelão passa ter um custo
maior ainda em relação à disposição em sacolas plásticas, pois os caminhões
passam a carregar cerca de 2,5 vezes mais volume do que peso neste caso.
Na simulação dos volumes calculou-se na simulação o pleno volume
possível, que seriam aproximadamente 112 litros por semana de volume quando
usando sacolas plásticas para descartar o lixo (14 sacolas com 8 litros cada)
contra 290 litros por semana quando usando 2 caixas de papelão com 90 litros de
volume mais 4 sacos de lixo de 50 litros cada num total de 290 litros.
Outro fator que se procurou determinar foi quanto ao custo dos sacos para
lixo nos mercados em que o cliente não tem mais sacolinhas grátis ou outros
meios para transportar as compras, ex. caixas de papelão.
Procuraram-se os produtos (sacos de lixo) que apresentavam o menor preço
nos respectivos mercados (como se procurou fazer para os demais itens
adquiridos), no caso comprou-se a embalagem com a menor quantidade e os
menores sacos, para ficar o mais similar possível às 15 sacolinhas (10 unidades e
capacidade de 50 litros / 10 kg), os preços foram os seguintes para o produto com
menor preço, encontrado nos respectivos mercados:
Quadro 5: Preço dos Sacos de Lixo nos Mercados (embalagem com 10 unidades com capacidade de 50 l) para produtos com o menor preço no dia da compra (ANEXO IV)
Mercado Marca Capacidade R$ %
Carrefour - Jundiaí Carrefour (própria) 50 l / 10 kg 5,99 335
Russi – Valinhos Santa Maria 50 l / 10 kg 3,99 223
Enxuto - Campinas Embalixo 50 l / 10 kg 1,79 100
A fabricante da marca própria Carrefour - Jundiaí é a empresa Embalixo
Embalagens Plásticas Ltda., a mesma que fornece os sacos de lixo para o
Enxuto – Campinas (empresa com o mesmo CNPJ – Vide ANEXO V).
A partir da grande disparidade nos valores obtidos para os sacos de lixo
entre os mercados pergunta-se:
Qual motivo poderia haver para o valor dos sacos de lixo vendidos no
Carrefour - Jundiaí e no Enxuto - Campinas apresentarem uma diferença de
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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235% no preço, quando os mesmos têm um mesmo fabricante e teoricamente a
mesma qualidade?
- Poderia ser porque a variação nos preços seja dada por diferença de
marca e/ou posicionamento de mercado, pois os produtos apresentam as
mesmas dimensões e constam nas respectivas embalagens que seguem as
mesmas especificações e normas da ABNT na sua fabricação.
- Outra explicação se justificaria pelo fato de o Carrefour da cidade de
Jundiaí, onde somente sacolas plásticas produzidas com derivados de amido
misturadas com derivados petroquímicos são fornecidas (vendidas) ao
consumidor, ao preço unitário de R$ 0,19; os sacos plásticos para lixo possam
apresentar preços até 235% mais caros, quando comparados a outras redes de
supermercados nas cidades de Campinas e Valinhos que oferecem sacolas
plásticas sem custos aos seus clientes.
- Este posicionamento não parece de marca, mas ter a ver com o fato de as
sacolas serem pagas, abrindo assim margem para aumentar o preço dos sacos
de lixo, mesmo em se tratando de um produto com marca própria, que
normalmente são os que apresentam menores preços nos mercados.
- O que o consumidor pode fazer é questionar diretamente ao Carrefour o
motivo de tamanha variação nos preços destes produtos em relação à
concorrência e assim poder se posicionar a respeito.
6. Realizaram-se análises microbiológicas em amostras das embalagens
utilizadas para embalar os produtos adquiridos no mercado (foram utilizados
para a análise sacolas plásticas sem uso (adquiridas ou recebidas nos
terminais de venda dos mercados) e partes das caixas de papelão (também
da maneira como são obtidas nos terminais de venda dos mercados):
Em relação às amostras das caixas de papelão foi usada somente a parte
da dobra menor, aquela da parte interna do fundo da caixa, para as análises
(aquelas que entram em contato com os produtos embalados nas mesmas), não
sendo usada a parte da dobra externa, que entra em contato direto com o solo.
Outro critério em relação às caixas é que se usaram aquelas, onde
originalmente se embalaram alimentos (no caso salgadinhos e bolachas) e não
quaisquer outros produtos que poderiam ser tóxicos, como produtos de limpeza.
Para que os resultados da parte microbiológica tivessem maior
representatividade as análises foram realizadas em dois laboratórios distintos:
- Laboratório da Bioagri Alimentos – São Paulo (ANEXO II) e
- Laboratório do Dep. Bioquímica e Microbiologia Instituto de
Biociências da UNESP – Rio Claro). (ANEXO III)
Como não existe um padrão específico para medir contaminação para este
tipo de embalagem, os parâmetros medidos pelos laboratórios seguiram a mesma
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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linha (análises para contaminação de alimentos), mas foram um pouco distintos
nas metodologias e formas de execução.
Nas análises da Bioagri os mesmos foram realizados nos moldes do que se
utiliza para análise de produtos de origem animal e vegetal do MAPA e da USA –
APHA.
Enquanto na UNESP foram por Contagem Padrão em Placas e foi realizada
de acordo com o que é preconizado pelo ITAL – Campinas, também para
alimentos (Stainer, R. Y & Adelber, E. – Manaul de Métodos de Análise
Microbiológica de Alimentos – Manual técnico Nr. 14 Campinas, ITAL 1995.).
Os resultados obtidos no Lab. da Bioagri foram os seguintes (ANEXO II):
Quadro 6: Swab – Sacolas Hidro-Biodegradáveis – Carrefour – Amostra 01
Parâmetro(s) Resultado(s) Unidade
Contagem Padrão de Microorganismos Mesófilos
Aeróbios e Anaeróbios Facultativos
<1 UFC/mL
Contagem de Bolores e Leveduras <1 UFC/mL
Pesquisa de Coliformes Totais Ausência /swab
Quadro 7: Swab – Sacolas Oxi-Biodegradáveis - Russi – Amostra 02
Parâmetro(s) Resultado(s) Unidade
Contagem Padrão de Microorganismos Mesófilos
Aeróbios e Anaeróbios Facultativos
<1 UFC/mL
Contagem de Bolores e Leveduras <1 UFC/mL
Pesquisa de Coliformes Totais Ausência /swab
Quadro 8: Swab – Caixa de Papelão – Enxuto – Amostra 03
Parâmetro(s) Resultado(s) Unidade
Contagem Padrão de Microorganismos Mesófilos
Aeróbios e Anaeróbios Facultativos
41 UFC/mL
Contagem de Bolores e Leveduras 23 UFC/mL
Pesquisa de Coliformes Totais Ausência /swab
Os resultados apresentaram-se conformes com o esperado para os
diferentes tipos de embalagens, as sacolas plásticas, tanto Hidro-bio, quanto
Oxi-bio, não apresentaram qualquer tipo de contaminação microbiológica.
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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Isto é o esperado para o tipo de embalagem, pois as mesmas são
produzidas a partir de matérias primas virgens e passam por processos de
laminação e conformação em alta temperatura e por processos completamente
automatizados, o que praticamente torna as sacolas plásticas um produto
esterilizado até o momento do seu uso.
Já as caixas de papelão apresentaram contaminação por Microorganismos
Mesófilos Aeróbios e Anaeróbios Facultativos de diversas espécies (41 UFC/mL),
bem como bolores e leveduras (23 UFC/mL) e nesta amostra os resultados não
apresentaram presença de coliformes totais.
Mesmo sendo utilizadas para as análises as partes internas da aba de
fechamento das caixas, não a parte de fora que entra em contato com o solo, mas
sim aquela sobre as quais as compras são depositadas, ainda assim apresentam
alto grau de contaminação por microrganismos.
Contudo, se estes níveis detectados de Unidades Formadoras de Colônias
por mililitros são suficientes para causar algum tipo de contaminação aos
produtos ali depositados, é prematuro em se afirmar que sim, mas que o potencial
existe isso é patente.
No Laboratório da UNESP as análises foram realizadas de duas maneiras:
1 – Contagem de bactérias pela técnica de plaqueamento em meio padrão:
Plate count Agar – PCA
2 – Contagem de fungos pela técnica de plaqueamento em meio padrão
Sabouraud
E o preparo das amostras também se deu de duas maneiras
1- Contato da superfície interna das amostras > na análise prévia estas
foram postas em contato gaze esterilizada a qual foi embebida no meio
de cultura PCA ou Sabouraud obteve-se uma amostra que foi incubada
nas temperaturas e tempos recomendados.
2- Lavagem das superfícies das embalagens de papelão > após
determinação de contaminação das caixas de papelão procedeu-se esta
preparação para definir melhor os tipos contaminantes existentes.
Os resultados obtidos no Laboratório do Dep. Bioquímica e Microbiologia
Instituto de Biociências da UNESP – Rio Claro):
Quadro 9: Método Plate Count Agar PCA – Contato da superfície interna das embalagens com a gaze (Figura 1 ANEXO III)
Embalagem Avaliação após 48 h a 36ºC
Sacolas Hidro-Biodegradáveis Nenhum crescimento bacteriano
Sacolas Oxi-Biodegradáveis Nenhum crescimento bacteriano
Caixa de Papelão Intenso crescimento bacteriano
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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Quadro 10: Método Plaqueamento em Meio Padrão Sabouraud – Contato da superfície interna das embalagens com a gaze (Figura 2 ANEXO III)
Embalagem Avaliação após 72 h a 28ºC
Sacolas Hidro-Biodegradáveis Nenhum crescimento fúngico
Sacolas Oxi-Biodegradáveis Nenhum crescimento fúngico
Caixa de Papelão Intenso crescimento fúngico
Quadro 11: Método Lavagem Interna das Embalagens em Solução Salina – Contato
da superfície interna das durante 30 minutos (Figura A, 3 e 4 - ANEXO III)
Amostras UFC /25 cm2
Embalagem Bactérias Fungos
Sacolas Hidro-Biodegradáveis (sem uso) -- --
Sacolas Oxi-Biodegradáveis (sem uso) -- --
Caixas de Papelão reutilizadas 6 x 102 2 x 102
Os resultados são bastante similares, praticamente idênticos aos obtidos
pela Bioagri, com as devidas adaptações dos métodos pode-se dizer que foram
os mesmos.
No caso foram totalmente conformes com o esperado para os diferentes
tipos de embalagens, tanto as embalagens Hidro-bio quanto Oxi-bio, não
apresentaram qualquer tipo de contaminação microbiológica.
Já as Caixas de papelão apresentaram contaminação por bactérias e
fungos sob todas as formas e métodos avaliados nas análises.
Por ter sido utilizada a parte interna das caixas de papelão para realização
das análises, é que se pode dizer que se obteve um nível de médio para baixo de
contaminação nas amostras, mas mesmo assim apresentam algum grau de
contaminação por microrganismos que como agente contaminante pode ser
expressivo, vide material abaixo.
Segundo trabalho desenvolvido pela DAL 241 – Microbiologia de Alimentos (caderno de
apontamentos de aula) Não se pode ter certeza, mas a maioria dos alimentos industrializados
(exceto, por exemplo, alimentos fermentados) devem ser considerados inadequados para ao
consumo, quando contém um grande número de microrganismos, mesmo quando estes não sejam
conhecidos como patógenos e não haja alteração de forma apreciável nos caracteres
organolépticos do alimento, segundo a Comissão Internacional de Padrões Microbiológicos para
Alimentos (I.C.M.S.F.).
Esta afirmação prende-se aos seguintes fatos:
Contagens altas em alimentos estáveis, em geral, indicam matérias-primas contaminadas ou
tratamentos não satisfatórios do ponto de vista sanitário. Nos produtos perecíveis podem indicar
também condições inadequadas de tempo e/ou temperatura durante seu armazenamento. A
presença de um número elevado de bactérias aeróbias mesófilas que crescem bem à temperatura
corporal, ou próximo a ela, significa que podem ter existido condições favoráveis à multiplicação de
microrganismos patógenos de origem humana ou animal.
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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Algumas cepas de bactérias mesófilas comuns, não geralmente consideradas como agentes
transmissores de enfermidades por alimentos, por exemplo, Proteus spp, Streptococcus spp e
Pseudomonas mesófilas, já foram incriminadas como causa de enfermidades quando existia um
número elevado de células viáveis no alimento.
Todas as bactérias patogênicas conhecidas, veiculadas por alimentos, são mesófilas e em
alguns casos contribuem com sua presença para as contagens em placas encontradas.
A causa mais freqüente de alteração nos alimentos é devida ao desenvolvimento de
microrganismos, podendo-se esperar, nos mesmos contagens elevadas. Os níveis de população
necessários para produzir modificações organolépticas ostensivas variam amplamente segundo o
tipo de alimento e, de modo particular, a classe dos microrganismos. No momento em que a
decomposição pode ser detectada pelo odor, gosto ou aspecto, a maioria dos alimentos
contém mais de 106 microrganismos por grama.
Prof. Dr. Edison Tríboli, Curso de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos do Instituto
Mauá de Tecnologia, São Paulo.
Portanto as Caixas de papelão podem sim ser potencialmente fonte de
contaminação para os alimentos nelas transportados, mesmo que as contagens
não tenham sido excepcionalmente altas (servem como fontes de inóculos).
Em relação a estudos de Análise do Ciclo de Vida, segundo estudos
realizados recentemente na Inglaterra, não somente as caixas de papelão, mas
diversos outros tipos de embalagens tidas como ambientalmente mais amigáveis
do que as sacolas plásticas, também deixam muito a desejar quando comparadas
através de parâmetros técnicos e Análises de Ciclo de Vida. Em uma tradução
livre de parte do estudo temos que:
Sacos plásticos poluem menos o meio ambiente do que algodão e papel, diz estudo.
Relatório revelou que para serem mais interessantes ao meio ambiente, as sacolas retornáveis deveriam ser utilizadas 171 vezes.
Uma pesquisa encomendada pelo governo da Inglaterra e que foi divulgada ao mercado em 18/02/2011, sugere que os sacos plásticos podem ser muito menos prejudiciais ao meio ambiente do que se defende hoje. Um resumo do relatório, divulgado pelo jornal The Independent, no último domingo (20/2), aponta que as sacolas de polietileno de alta densidade – utilizadas em supermercados, padarias, entre outros – causam até 200 vezes menos danos à natureza do que as sacolas retornáveis de algodão, defendidas como uma alternativa ‘verde’.
O estudo aponta também que os sacos plásticos emitem menos do que um terço do CO2 equivalente - medida para analisar os gases de efeito estufa nocivos à atmosfera - necessário para produzir sacolas de papel.
O relatório sugere que uma sacola plástica de polietileno contribui com a emissão do equivalente a 1,57 kg de gás carbônico na atmosfera, caindo para 1,4 kg se o saco for reutilizado apenas uma vez. No caso das sacolas de algodão, por sua vez, elas precisariam ser reutilizadas 171 vezes para emitir um nível similar de CO2 equivalente das versões de plástico usadas apenas uma vez.
Ou seja, para serem realmente sustentáveis, as sacolas recicláveis de algodão precisariam ser reutilizadas mais de 171 vezes pelos usuários, caso contrário, estariam contribuindo para uma emissão maior de gases de efeito estufa na atmosfera do que as versões em plástico.
No caso dos sacos de papel, eles precisariam ser reutilizados quatro vezes para emitir 1,38 kg de CO2 equivalente.
Segundo o site, o relatório conclusivo ainda está sendo revisado, mas a Agência Européia do Meio Ambiente prometeu que irá publicá-lo em breve. Vale destacar que o estudo não deixa claro o impacto que o descarte inadequado das sacolas plásticas tem no meio ambiente.
A íntegra do material publicado em inglês encontra-se no site:
http://www.environment-agency.gov.uk/static/documents/Research/Carrier_Bags_final_18-02-11.pdf
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RESUMO DOS RESULTADOS
Os resultados obtidos e discutidos no trabalho permitem, mas não esgotam,
as seguintes Conclusões:
Observou-se que existem custos das sacolas plásticas Hidro-biodegradáveis, para os clientes que optarem por solicitar as mesmas;
Este custo foi de R$ 0,19 por unidade e parece ser custo padrão para este tipo de embalagem;
O valor de 15 sacolas, no caso deste estudo, representou 3,85% do custo total da compra;
Sacolas Oxi-biodegradáveis e Caixas de papelão fornecidas como embalagens não tiveram custo de aquisição para os clientes;
A economia em sacos de lixo é de cem por cento quando são reutilizadas sacolas plásticas para descartar os resíduos domésticos, orgânicos ou não;
Neste estudo quando se usou Caixas de papelão foi preciso complementar as embalagens para descartar o lixo em no mínimo três a quatro unidades por semana para dispor o mesmo volume de lixo descartado em sacolas plásticas;
Isto teve um acréscimo no custo para o consumidor que variou muito em função dos valores cobrados pelos sacos de lixo nos diferentes mercados sendo que o custo do Carrefour para sacos de lixo foi 235% e o do Russi 112% maior do que do Enxuto;
Ficou evidenciado no caso, que os mercados estão cobrando mais caro os sacos para lixo, quando existe nos mesmos a venda de sacolas plásticas Hidro-bio;
Tal prática pode trazer como conseqüência o aumento do descarte dos resíduos domésticos de forma inadequada no meio ambiente devido ao consumidor não querer pagar preços elevados pelos sacos de lixo;
Devido ao alto preço dos sacos para lixo, o consumidor pode passar a usar sacos plásticos que embalavam outros produtos comprados nos supermercados, por exemplo, sacos de arroz, feijão, etc. para embalar seus resíduos, o que tiraria estas embalagens da correta destinação, que é a reciclagem, para ir parar em aterros;
A prática de vender sacolas Hidro-bio pode gerar inflação, não só dos
alimentos que contém amido (como já está ocorrendo em diversos países), mas também encarecer o valor do ticket e despesas do consumidor quando vai às compras nos supermercados;
A utilização de sacolas Hidro-bio causa sérios transtornos à cadeia da
reciclagem de plásticos (por serem fabricadas com amido misturado com derivados petroquímicos, e não são, portanto, totalmente de fonte renovável), assim inviabiliza a mesma, enquanto as Oxi-bio podem ser recicladas juntamente com os demais plásticos convencionais, bem como plásticos Oxi-bios podem ser fabricados a partir de plásticos convencionais reciclados;
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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A utilização de sacolas Hidro-bio somente deveria ser incentivada onde e quando exista uma política de logística reversa atuante e unidades de compostagem industriais instaladas, que possam captar este material para uma compostagem correta (em aterros as mesmas são geradoras de gás metano, o qual é 23 vezes mais prejudicial ao efeito estufa do que o CO2);
Já as sacolas Oxi-bio não só podem ser recicladas juntamente com os
demais plásticos convencionais, como quando em aterro se comportam como plásticos convencionais e quando em compostagem industrial viram composto orgânico de alta qualidade (sem qualquer efeito ecotóxico), como qualquer outra matéria orgânica tradicional;
Existe uma diferença significativa no peso das embalagens plásticas avaliadas, as sacolas Hidro-bio são 36,62% mais pesadas que as Oxi-bio;
Para um universo de consumo de 14 bilhões de sacolinhas por ano no Brasil as 2,6 g daria uma diferença de 36.400 t / ano aproximadamente 4.550 caminhões de 8 t rodando a mais para transportá-las aos aterros;
Contudo a relação de peso neste trabalho foi bem maior quando se comparam as Caixas de papelão 82,94% para as embalagens Hidro-bio 10,44% e Oxi-bio 6,62 % respectivamente;
Isto se reflete em um aumento nos custos de transporte até os aterros de até 12 % a mais para as Hidro-bio e 125% a mais para as Caixas de papelão em relação às Oxi-bio;
A disponibilização de Caixas de papelão como embalagens em Super e Hipermercados está afetando fortemente os programas de reciclagem destes materiais, pois diminui em alta escala um dos melhores canais de recolocação destes no mercado;
As análises microbiológicas realizadas nas embalagens utilizadas para embalar os produtos adquiridos no mercado foram bastante similares para os dois Laboratórios;
Enquanto não foi detectado qualquer tipo de contaminação microbiológica sob qualquer circunstância para as embalagens, tanto Hidro-bio quanto Oxi-bio;
Foi determinada contaminação expressiva por fungos bactérias e diversos microrganismos potencialmente patogênicos para as Caixas de papelão
em todas as metodologias das análises realizadas;
Portanto as Caixas de papelão analisadas no trabalho podem sim ser
veículos de contaminação para os alimentos nelas transportados. Seria como o consumidor levar contaminação para casa, pensando estar contribuindo para reduzir a poluição
Como o estudo se trata de uma simulação, ao final do mesmo todas as
embalagens foram levadas para uma Cooperativa de Reciclagem, sendo
que as sacolas Oxi-bio fabricadas com d2w – RES Brasil, as Caixas de
papelão e todas as demais embalagens, depois do estudo, foram bem
aceitas pela indústria da reciclagem, enquanto que as sacolas Hidro-bio
foram rejeitadas, são consideradas pela cadeia da reciclagem como
REJEITO ou LIXO, apesar de terem custado R$ 0,19 / unidade:
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
18
CONCLUSÃO
A conclusão a que se chega após analisar um trabalho deste tipo é que a
sociedade precisa estar bastante atenta com o que é apregoado como tecnologia
limpa ou mais adequada, pois nem sempre o que é vendido ou tido como atitude
consciente ou “sustentável”, mostra-se a luz de um estudo mais apurado, como
aquela “tecnologia” que realmente pode solucionar os problemas ambientais,
econômicos e sociais a que se está exposto no dia-a-dia.
ANEXOS
ANEXO I - FOTOS do Projeto (Pág. 19 - 23)
ANEXO II - Relatório Bioagri (Pág. 24 - 26)
ANEXO III - Relatório UNESP (Pág. 27 - 31)
ANEXO IV - Cópias das Notas Fiscais de Compra (Pág. 32 - 33)
ANEXO V - Cópias das Embalagens de sacos de lixo (Pág. 34 - 35)
A seguir servem para corroborar e ilustrar os resultados obtidos no trabalho.
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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ANEXO I - FOTOS ILUSTRATIVAS DO TRABALHO
Fotos 1 e 2: Hipermercados Carrefour em Jundiaí – SP 02/02/2011.
Fotos 3 e 4: Supermercados Russi em Valinhos – SP 02/02/2011 e compras
embaladas em sacolas Oxi-bio.
Fotos 5 e 6: Supermercados Enxuto em Campinas – SP 02/02/2011.
Fotos 7 e 8: Compras embaladas em Caixas de papelão feita no
Supermercados Enxuto em Campinas – SP 02/02/2011.
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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Fotos 9 e 10: Todas as Compras feitas (também no Russi e Carrefour além
das do Enxuto) foram posteriormente colocadas em Caixas de
Papelão para melhor acondicionar e separar.
Fotos 11 e 12: Foram tomadas amostras de todos os tipos de sacolas
existentes nos respectivos mercados (também no Enxuto)
onde no trabalho usaram-se Caixas de Papelão para
acondicionar as compras, mas também tinha sacolas
convencionais, onde se pegou uma quantidade como
comparativo / ilustrativo de fotos.
Foto 13: Foto onde se podem observar as compras para os itens higiene e
limpeza, realizados em cada um dos três mercados (as sacolas
em frente aos itens determinam o mercado em que foram
adquiridas >> Carrefour – Russi - Enxuto).
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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Fotos 14, 15 e 16: Foto detalhe das compras para os itens higiene e
limpeza, realizados em cada um dos três mercados (as sacolas
na Foto 13 em frente aos itens determinam o mercado em que
foram adquiridas).
Fotos 17 e 18: Foto detalhe das compras para os itens alimentação (arroz,
feijão, leite, pão, óleo, farinha, etc...), realizados em cada um
dos três mercados (as sacolas em frente aos itens determinam
o mercado em que foram adquiridas).
Fotos 19 e 20: Foto detalhe das compras para os itens alimentação (frios,
carnes e frutas, verduras e legumes), realizados em cada um
dos três mercados (as sacolas em frente aos itens determinam
o mercado em que foram adquiridas).
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
22
Fotos 21 e 22: Detalhe do processo de desenvase dos produtos de seus
recipientes originais para obter as embalagens vazias para
determinação de pesagem dos mesmos (detalhes de óleo de
soja e do desinfetante colocados em recipientes distintos).
Fotos 23, 24 e 25: Detalhe do processo de desenvase dos produtos de seus
recipientes originais para obter as embalagens vazias para
determinação de pesagem dos mesmos (detalhes de leite,
açúcar e feijão colocados em recipientes distintos).
Fotos 26 e 27: Detalhe do processo de desenvase dos produtos de seus
recipientes originais para obter as embalagens vazias para
determinação de pesagem dos mesmos (detalhes de sabão em
pó e de detergente colocados em recipientes distintos).
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
23
Fotos 28, 29 e 30: Detalhe do processo de pesagem de todas as
embalagens dos produtos adquiridos em cada Mercado.
Fotos 31 e 32: Detalhe do processo de pesagem de todas as embalagens
dos produtos adquiridos (646 g Carrefour e 578 g Russi).
Foto 33: Detalhe do processo de pesagem de todas as embalagens dos
produtos adquiridos (450 g Enxuto, Quadro 3 Pág.8).
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
24
ANEXO II – Relatórios da Bioagri
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
25
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
26
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
27
ANEXO III – Relatório da UNESP
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
28
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
29
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
30
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
31
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
32
ANEXO IV - Cópias das Notas Fiscais de Compra
Destaque para os preços pagos pelos sacos de lixo nos respectivos mercados
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
33
Destaque para os preços pagos pelas sacolas e pelos sacos de lixo no Carrefour
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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ANEXO V - Cópias das Embalagens de sacos de lixo
Destaque para o nr. do CNPJ da Embalixo 08.054.0003/0001-10
Relatório do Projeto Especial Sustentabilidade de Resíduos de Embalagens
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Destaque para o nr. Do CNPJ da Embalixo 08.054.0003/0001-10