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EMISSOR DGAPPF/DFFAP DATA 07 / 08 / 2015
TÍTULO RELATÓRIO DE PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA 2014
RELATÓRIO DE PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA
2014
Departamento de Gestão de Áreas Públicas e de Proteção Florestal
Divisão de Fitossanidade Florestal e de Arvoredo Protegido
RELATÓRIO
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Execução de Programas de prospeção, monitorização e controlo de organismos de quarentena
relato sumário, 2014
Elaborado pela Divisão de Fitossanidade Florestal e de Arvoredo Protegido
Fontes de informação: ICNF, I.P., Manuais de Procedimentos Internos, Relatórios e Sistema de Gestão de Informação de Sanidade Florestal
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ÍNDICE
1. Introdução ..................................................................................................................................... 4
2. Prospeção, monitorização e controlo de organismos de quarentena ............................................ 5
2.1. Nemátodo-da-madeira-do-pinheiro ....................................................................................... 5
2.2. Cancro-resinoso-do-pinheiro ................................................................................................. 8
2.3. Vespa-das-galhas-do-castanheiro ....................................................................................... 10
2.4. Morte-súbita-dos-carvalhos ................................................................................................ 10
2.5. Anoplophora chinensis ........................................................................................................ 11
2.6. Murchidão-do-freixo ........................................................................................................... 11
3. Resultados ................................................................................................................................... 12
3.1. Nemátodo-da-madeira-do-pinheiro ..................................................................................... 12
3.2. Cancro-resinoso-do-pinheiro ............................................................................................... 15
3.3. Vespa-das-galhas-do-castanheiro ........................................................................................ 16
3.4. Morte-súbita-dos-carvalhos ................................................................................................ 17
3.5. Anoplophora chinensis ........................................................................................................ 17
3.6. Murchidão-do-freixo ......................................................................................................... 177
4. Notas finais ................................................................................................................................. 18
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1. INTRODUÇÃO
As florestas são importantes recursos globais que fornecem uma gama variada de benefícios ambientais,
culturais, económicos e sociais e de produtos naturais renováveis como madeira, combustíveis, fibras,
recursos alimentares e químicos, com inúmeras aplicações, com clara influência na vivência das
comunidades rurais. Ao nível do ecossistema, fornecem serviços vitais, designadamente, no combate à
desertificação, proteção de cursos de água, regulação climática, manutenção da biodiversidade e
preservação de valores sociais e culturais.
Acontece que a circulação global de espécimes florestais e dos seus produtos e subprodutos, devida ao
comércio, exploração de novas oportunidades de mercado e fluxos humanos é, hoje em dia, uma ameaça à
sanidade florestal das principais essências florestais e, logo, à sua sustentabilidade e das fileiras nelas
assentes. Com efeito, o estado fitossanitário das manchas florestais que integram as explorações agrárias é
fator determinante da sua sustentabilidade, uma vez que os estragos e prejuízos causados por agentes
bióticos nocivos podem comprometer os objetivos da gestão florestal, sejam eles de proteção ou de
produção de bens diretos ou indiretos.
Como exemplo de problemas fitossanitários detetados em Portugal e resultantes da circulação de material
lenhoso e de plantas, citam-se a murchidão-dos-pinheiros, causada pelo nemátodo-da-madeira-do-pinheiro
(Bursaphelenchus xylophilus), o cancro-resinoso-do-pinheiro, causado pelo fungo Fusarium circinatum ou a
vespa-das-galhas-do-castanheiro (Dryocosmus kuriphilus), todos classificados como organismos prejudiciais
para a União Europeia e identificados, pela Organização Europeia e Mediterrânica para a Proteção das
Plantas (OEPP), como organismos de quarentena (Lista A2 da OEPP, 2014), existindo fortes restrições à
circulação de plantas, material lenhoso, produtos e subprodutos das espécies florestais suas hospedeiras.
Existem ainda outros agentes bióticos nocivos, considerados de quarentena, que embora não tendo sido
detetados em Portugal, devem ser objeto de planos de contingência e consequentemente de ações de
prospeção, no sentido de assegurar a sua deteção precoce e garantir uma rápida e efetiva resposta com
vista à sua erradicação, em caso de deteção precoce.
Assumem pois extrema relevância, o estabelecimento de planos de ação para prospeção e monitorização
de organismos de quarentena já existentes em Portugal e planos de contingência, para os agentes bióticos
nocivos não detetados no nosso território, de modo a possibilitar a implementação de adequadas medidas
preventivas, de erradicação e controlo.
Assim, o presente relatório relativo ao ano de 2014, apresenta os principais aspetos relacionados com a
execução dos planos de atuação direcionados para os organismos de quarentena, nemátodo-da-madeira-
do-pinheiro, cancro-resinoso-do-pinheiro e vespa-das-galhas-do-castanheiro, não só pelos impactes
ecológicos e socioeconómicos que criam mas também pela obrigatoriedade legal da sua implementação.
Também se apresenta a informação mais relevante relacionada com outros agentes bióticos nocivos
(Chalara fraxinea, Phytophthora ramorum e Anoplophora chinensis), que não tendo sido detetados em
Portugal, as espécies suas hospedeiras têm sido objeto de ações de prospeção.
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2. PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA
Têm vindo a ser executados, pelo ICNF,I.P., autoridade florestal nacional, os planos de ação para prospeção
e monitorização dirigidos aos organismos de quarentena (nemátodo-da-madeira-do-pinheiro e cancro-
resinoso-do-pinheiro), atribuição acometida aos Estados-Membros pelos normativos comunitários em
vigor, designadamente, a Decisão de Execução da Comissão 2012/535/UE, de 26 de setembro e a Decisão
da Comissão n.º 2007/433/CE, de 18 de junho, que preveem a realização, pelos Estados-Membros, de
pesquisas anuais oficiais para detetar a presença desses agentes bióticos no seu território, designadamente
nas zonas isentas ou sem indícios de infestação.
Juntamente com as outras entidades envolvidas no plano de ação, o ICNF, I.P. realizou a prospeção, nas
áreas florestais, do inseto Dryocosmus kuriphilus, o qual foi detetado em Portugal em junho de 2014 em
áreas geridas para produção de castanha.
Adicionalmente, o ICNF, I.P. tem realizado ações de prospeção dirigidas para agentes bióticos nocivos não
detetados em Portugal, Phytophthora ramorum e Anoplophora chinensis, tendo elaborado o primeiro Plano
de contingência nacional, na área florestal, direcionado para o fungo Chalara fraxinea.
2.1. Nemátodo-da-madeira-do-pinheiro
O nemátodo-da-madeira-do-pinheiro (NMP) é um organismo originário da América do Norte, que foi pela
primeira vez detetado na Europa em 1999, em Portugal, mais concretamente na península de Setúbal. Este
agente biótico é considerado uma grave ameaça aos povoamentos de pinho, essencialmente de pinheiro-
bravo, uma vez que é o agente causal da ‘doença da murchidão do pinheiro’.
Por esse motivo e dados os seus potenciais impactes ao nível ecológico, económico e social, é considerado
organismo prejudicial ou de elevada nocividade para a União Europeia e identificado, pela OEPP como
organismo de quarentena, existindo fortes restrições à circulação de plantas, material lenhoso, produtos e
subprodutos das espécies suas hospedeiras [as espécies florestais gimnospérmicas, vulgarmente
designadas por resinosas, dos géneros Abies Mill. (abetos), Cedrus Trew (cedros), Larix Mill. (larix), Picea A.
Dietr. (piceas ou espruces), Pinus L. (pinheiros), Pseudotsuga Carr. (falsas -tsugas), e Tsuga Carr (tsugas),
com exceção dos seus frutos e sementes], medidas preconizadas na Decisão de Execução da Comissão
2012/535/UE, de 26 de setembro e no decreto-lei n.º 95/2011, de 8 de agosto. As ações para
operacionalização destas medidas estão atualmente consubstanciadas no Plano de Ação Nacional para
Controlo do Nemátodo-da-Madeira-do-Pinheiro (PANCNMP).
Este plano de ação nacional, estabelecido em 2013 por um período de vigência de 5 anos (2013-2017), cuja
execução é anualmente avaliada pela Comissão Europeia, através do Serviço Alimentar e Veterinário (SAV
ou FVO, de Food and Veterinary Office), com o objetivo de verificar a implementação das medidas e ações
de proteção fitossanitária preconizadas, integra igualmente as conclusões e recomendações que têm vindo
a ser referenciadas e produzidas pelas aludidas Missões de Inspeção da Comissão Europeia.
De referir contudo que, pese embora o referido PANCNMP consagre um período de vigência de 5 anos, é,
regra geral, reformulado em função dos resultados obtidos na realização das diferentes ações e
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desenvolvimentos em matéria de conhecimento científico dirigidos ao controlo do NMP, bem como em
resultado de novas orientações comunitárias que possam surgir, como é o caso daquelas que
presentemente estão a ser alvitradas por via da Task Force do NMP, grupo de trabalho que a Comissão
Europeia criou em setembro de 2014 com o objetivo de identificar oportunidades de melhoria que ajudem
as autoridades nacionais a tornar o processo de controlo o NMP mais eficaz e eficiente e que já reuniu por
uma vez (novembro de 2014).
Das várias ações enquadradas no PANCNMP, destacam-se:
A prospeção de coníferas suscetíveis à infeção por NMP (coníferas hospedeiras), amostragem para
teste da presença de NMP e monitorização, atividades consagradas no Plano anual de Prospeção e
Monitorização dirigido a esse organismo de quarentena;
A eliminação de árvores suscetíveis;
A monitorização do inseto vetor e de outros agentes bióticos de declínio;
O controlo da circulação de material lenhoso e material de embalagem oriundo de coníferas
hospedeiras de NMP, particularmente no que respeita à sua circulação para o exterior da Zona de
Restrição e para a Zona Tampão e inspeção de unidades industriais que processam e tratam madeira e
material de embalagem.
Prospeção e monitorização
Anualmente é realizada uma campanha de prospeção e amostragem em Portugal continental, direcionada
para árvores com declínio, potencialmente indicadores da presença do NMP, nomeadamente,
descoloradas, total ou parcialmente, tombadas, afogueadas e ardidas, com exceção dos exemplares
totalmente destruídos por incêndios florestais, doravante designadas árvores com declínio. Muitas destas
situações encontram-se associadas à presença de outros agentes bióticos nocivos, pelo que a identificação
do NMP apenas pode ser comprovada através de análise laboratorial, razão pela qual se procede a uma
intensa recolha de amostras de lenho, para, através de análise laboratorial se testar a presença de NMP.
Esta Prospeção tem como objetivo detetar a presença do NMP em Portugal, baseada na metodologia
estabelecida no âmbito do Inventário Florestal Nacional (IFN5) e direcionada para parcelas com ocupação
florestal de resinosas. Para além desta monitorização de abordagem sistemática, encontram-se também
definidos planos específicos de prospeção e amostragem baseados no risco de dispersão do NMP, dirigidos
à Zona Tampão (faixa de cerca de 20 km contígua à fronteira com Espanha estabelecida com vista a
minimizar a possibilidade de dispersão do NMP para os outros Estados-Membros), a locais próximos a áreas
afetadas pelo NMP e a outras áreas em que são evidentes sintomas de declínio, como por exemplo, as
percorridas por incêndios florestais e periferia das mesmas e locais de concentração de material lenhoso de
risco.
Particular enfoque tem sido conferido à Zona Tampão, tendo-se intensificado, a partir de 2013, a
amostragem de árvores com sintomas de declínio.
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Para além deste plano específico de amostragem dirigido à Zona Tampão, foi igualmente monitorizada a
floresta de coníferas do restante território continental seguindo metodologia que consiste de uma
abordagem sistemática, tendo por base a grelha de amostragem de 2x2 km estabelecida no âmbito do IFN
e direcionada para parcelas com ocupação florestal de resinosas. Assim, das 12.000 parcelas do IFN com
ocupação florestal foram constituídas, como base do plano anual de prospeção e monitorização, as 2.170
parcelas identificadas como ‘ocupação por resinosas’, designadamente Pinus pinaster, cada uma
abrangendo uma área de 500 m2. Estas parcelas foram monitorizadas em 2008 e desde então a grelha tem
sido deslocada 500 m do ponto original, na direção de cada um dos pontos cardeais, resultando na
monitorização de 19.530 parcelas ao fim de 9 anos (considerado o ano de 2008 como ‘ano central’); nos
casos em que a deslocação resulta em locais sem ocupação florestal por resinosas, monitoriza-se,
complementarmente e sempre que possível, um local próximo. Decorridos seis anos de deslocação, em
2014 procedeu-se à rotação das parcelas para SE.
A análise laboratorial foi atribuída a vários laboratórios, aprovados pela DGAV, com vista a maximizar a
celeridade de processamento das amostras e o tempo de resposta, sendo que foi conferida prioridade à
amostragem na Zona Tampão e, bem assim, à sua respetiva análise laboratorial.
De referir ainda que, desde 2009, as ações de prospeção são relatadas (e georreferenciadas) numa
interface específica do ICNF, o Sistema de Gestão de Informação de Sanidade Florestal, à qual têm acesso
os técnicos responsáveis pelo planeamento das ações, os que procedem à amostragem in situ e bem assim
os laboratórios que procedem à análise laboratorial, permitindo a análise dos resultados das campanhas de
prospeção e monitorização praticamente em tempo real.
Em 2014, foi atualizado o Manual Procedimentos Internos – Prospeção Nacional do Nemátodo-da-madeira-
do-pinheiro, incluindo disposições específicas sobre a metodologia de identificação, prospeção e
amostragem de árvores com sintomas de declínio sitas na Zona Tampão de modo a cumprir com as
exigências estabelecidas na legislação em vigor e com o respetivo esquema de amostragem definido pela
EFSA (EFSA Supporting Publications 2012:EN-385).
Erradicação e gestão de declínio
A estratégia de atuação para o controlo do NMP, enquadra a realização de ações de eliminação de
exemplares identificados com declínio, incluindo os localizados em áreas afetadas por incêndios e
tempestades e, bem assim, a eliminação dos respetivos sobrantes, consideradas essenciais no referido
processo de controlo, porquanto contribuem decisivamente para a diminuição dos níveis populacionais dos
insetos vetor e, consequentemente, para a redução do potencial de dispersão de Nemátodo-da-Madeira-
do-Pinheiro.
Estas ações, que têm caráter obrigatório, devem decorrer num processo contínuo ao longo do ano, ao
abrigo da legislação em vigor e ser executadas em todo o território continental, com particular incidência
para os exemplares localizados na Zona Tampão (dadas as orientações comunitárias, atenta a importância
desta faixa na minimização da possibilidade de transmissão deste agente de quarentena a outros Estados-
Membros). Igual atenção é conferida aos exemplares com declínio sitos nos Locais de Intervenção
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(freguesias afetadas e outras onde é reconhecido o risco do estabelecimento e dispersão do NMP) e em
áreas circunvizinhas a estes. Considera-se pois que, tais ações, são vitais no âmbito da prevenção da
instalação de pragas e/ou da minimização de estragos e prejuízos, nos casos de presença já consagrada de
agentes nocivos, ou seja, em última análise, são essenciais à manutenção de um estado saudável das
essências florestais de resinosas, devendo por isso ser adotadas como práticas de gestão corrente, durante
todas as etapas da gestão florestal.
Instalação de armadilhas
A instalação de armadilhas complementa tanto as ações de prospeção e monitorização como as de
eliminação de árvores com declínio. Por um lado permite a deteção e monitorização do inseto vetor e
respetivo teste da presença de NMP e bem assim a deteção / monitorização de outros agentes de declínio
e, por outro lado, permite a captura destes agentes e assim, localmente, a menor disponibilidade dos
mesmos e uma potencial diminuição dos exemplares com declínio, suscetíveis à infeção por NMP.
Adicionalmente, a deteção de problemas fitossanitários específicos, relacionados com a presença de
determinados agentes bióticos, permite uma atuação mais direcionada, promovendo uma redução direta e
indireta do declínio.
Têm vindo a ser instaladas armadilhas para captura de insetos vetor do NMP em todo o território nacional,
ação essencialmente conduzida na Zona Tampão, mas também abrangendo o restante território
continental.
As ações desenvolvidas na Zona Tampão e freguesias confinantes, sobretudo freguesias adjacentes a essa
zona onde foram detetados casos positivos de NMP (LI adjacentes à Zona Tampão) e onde existe uma vasta
área de pinhal contínuo entre a zona infestada e Zona Tampão, foram, na última campanha,
essencialmente desenvolvidas pelo ICNF, I.P., e tiveram por objetivo o controlo do declínio (pela captura de
agentes bióticos seus percursores, incluindo o inseto vetor) e o teste da presença de NMP, sendo que nesta
zona, nenhum dos insetos vetor capturados foi positivo quanto à presença de NMP.
No restante território continental (que não Zona Tampão e que não freguesias LI adjacentes à Zona
Tampão), a monitorização do inseto vetor tem sido levada a cabo essencialmente por detentores de
projetos PRODER, em áreas de LI, com o propósito de reduzir as populações de inseto vetor e de minimizar
a sua dispersão para novas áreas.
2.2. Cancro-resinoso-do-pinheiro
O fungo Gibberella circinata Nirenberg & O’Donnell, conhecido na forma anamorfa por Fusarium circinatum
Nirenberg & O’Donnell, habitualmente designado por cancro-resinoso-do-pinheiro, pode causar uma
mortalidade significativa em Pinus spp. e danos apreciáveis em Pseudotsuga menziesii (Mirb.) Franco.
O fungo apareceu pela primeira vez nos Estados Unidos da América, na Carolina do Norte, tendo sido
entretanto detetado noutros países, designadamente no Chile, México, África do Sul, Japão, Espanha e
Itália. Na sequência do seu aparecimento na Europa, a Comissão Europeia adotou medidas regulamentares
de emergência contra a sua introdução e propagação, na Comunidade, através da Decisão da Comissão n.º
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2007/433/CE, de 18 de junho. O mesmo está catalogado como organismo de quarentena, constando ainda
da Lista A2 da OEPP, como já mencionado.
Em Portugal, este fungo foi oficialmente assinalado em Abril de 2008, num viveiro florestal situado na
região Centro. Perante a confirmação da presença do fungo no nosso país, têm vindo a ser executadas
ações de prospeção e monitorização, como previsto na referida Decisão e na Portaria n.º 294/2013, de 27
de setembro. Estas ações têm por base a análise de risco associado à possível presença do fungo (áreas de
intervenção) e assentam na observação das plantas ou das árvores adultas e recolha de material em todas
as árvores com sintomas e, nos fornecedores de Materiais Florestais de Reprodução (MFR), em todos os
lotes de plantas/sementes das espécies hospedeiras.
As ações de prospeção mantiveram-se divididas em três áreas de intervenção, conforme indicado na figura
1, tendo sido estabelecidas prioridades dentro de cada área de intervenção, conforme o risco associado,
uma vez que existem limitações ao nível da disponibilidade dos recursos humanos para realizarem ações de
prospeção na totalidade dessas áreas.
As normas específicas relativas à prospeção e monitorização do cancro-resinoso-do-pinheiro no território
continental encontram-se divulgadas em manual de procedimentos interno, revisto anualmente ou sempre
que necessário.
Figura 1 – Áreas de intervenção estabelecidas para prospeção do Fusarium circinatum.
•Prioridade 1 (F1)
• Auto-certificados
• CENASEF
• Outros que comercializem sementes hospedeiras
• Os que comercializem plantas hospedeiras de /para outros Estados-membros
• Todos os situados nas freguesias abrangidas pela faixa de 20 km ao longo da fronteira
•Todos os que já tenham tido casos confirmados da presença do fungo
•Prioridade 2 (F2)
• Todos os outros que tenham como atividade a produção de plantas
•Prioridade 3 (F3)
• Os que têm como atividade apenas a comercialização de plantas, sendo a prospeção efetuada por amostragem (pelo menos 25% dos licenciados ativos no inicio do ano)
Fornecedores de MFR
•Povoamentos de espécies hospedeiras coincidentes com a malha definida no plano anual de monitorização e despiste da presença do NMP, dando prioridade a:
• Pontos da faixa 20 km ao longo da fronteira
• Pontos de uma faixa de 5 km em volta dos fornecedores de MFR
•Restante território continental, em pelo menos 25% dos pontos com presença de espécies hospedeiras
Povoamentos da malha 2x2 km
•
• Áreas inscritas no RNMB e que ainda não tenham sido visitadas
• Áreas inscritas no RNMB e situadas nas freguesias abrangidas pela faixa de 20 km ao longo da fronteira
Áreas produtoras de semente
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2.3. Vespa-das-galhas-do-castanheiro
A vespa-das-galhas-do-castanheiro é um inseto, Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu, que afeta os
castanheiros, sendo considerado atualmente uma ameaça para os nossos soutos e castinçais. Este inseto é
considerado uma das pragas mais prejudiciais para os castanheiros em todo o mundo, uma vez que ao
atacar os gomos e formar galhas vai reduzir o crescimento dos ramos e a frutificação, podendo diminuir
drasticamente a produção e a qualidade da castanha e conduzir ao declínio dos castanheiros.
O inseto Dryocosmus kuriphilus é originário da china e já foi detetado em vários países, nomeadamente
Japão, Estados Unidos, Itália, Eslovénia e Portugal (junho 2014).
Embora não conste dos anexos I ou II da Diretiva 2000/29/CE, do Conselho, de 8 de maio, o Dryocosmus
kuriphilus faz parte da lista A2 do EPPO, desde 2003, sendo por isso recomendado que os Estados-membros
tratem os organismos listados como se fossem organismos de quarentena, adotando medidas
fitossanitárias semelhantes.
Na sequência do seu aparecimento na Europa e tendo por base uma avaliação de risco da praga realizada
em 2003, que demonstrou tratar-se de uma das pragas mais prejudiciais para as espécies do género
Castanea, a Comissão Europeia tomou medidas de emergência provisórias contra a sua introdução e
propagação na Comunidade através da Decisão da Comissão n.º 2006/464/CE, de 27 de junho. As medidas
previstas nesta decisão aplicam-se tanto à introdução como à propagação do Dryocosmus kuriphilus, à
produção e à circulação na Comunidade de vegetais do género Castanea (plantas ou partes de plantas
destinadas à plantação, com exceção de frutos e sementes), ao controlo do organismo e à investigação com
vista a detetar a presença ou ausência continuada deste organismo prejudicial nos Estados-membros.
Antes da deteção deste agente biótico em Portugal foi publicada a Diretiva de Execução 2014/78/UE da Comissão, de 17 de junho, onde Portugal, o Reino Unido e a Irlanda foram os únicos Estados-membros a quem foi reconhecido o estatuto de Zona Protegida (ZP) para Dryocosmus kuriphilus, obrigando assim, estes EM a implementarem as medidas fitossanitárias previstas nesta Diretiva.
2.4. Morte-súbita-dos-carvalhos
A morte-súbita-dos-carvalhos é originada pela Phytophthora ramorum, agente biótico nocivo incluído na
lista A2 da OEPP e provisoriamente regulamentado pelas Decisões da Comissão Europeia n.ºs 2002/757/CE,
2004/426/CE e 2007/201/CE e pela Portaria n.º 719/2007, de 11 de junho.
Pode infetar uma grande variedade de espécies hospedeiras, sendo de referir, na área florestal, as espécies
de Quercus spp., a Sequóia sempervirens e a Pseudotsuga menziesii. Na Europa tem afetado principalmente
plantas ornamentais em viveiros, mas também algumas espécies florestais e arbustos na natureza,
principalmente o Rhododendron.
Não é conhecida a origem do agente biótico Phytophthora ramorum, embora se especule que possa ser
originário da Ásia. Em 2001 a praga foi detetada em viveiros nos EUA, tendo já sido detetada em 19 países
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da UE, onde se encontra sob medidas oficiais de controlo. Em Portugal apenas foram observadas algumas
interceções em plantas ornamentais provenientes de outros países.
2.5. Anoplophora chinensis
Trata-se de um inseto que afeta uma grande variedade de espécies, algumas das quais com utilização
florestal, nomeadamente, Acer spp., Aesculus hippocastanum, Alnus spp., Bétula spp., Fagus spp., Platanus
spp., Populus spp., Prunus spp., Salix spp. e Ulmus spp..
Consta da lista A1 da OEPP e está regulamentada pela Diretiva 2000/29/CE, do Conselho, de 8 de maio e pela Decisão da Comissão nº 2012/138/UE, de 1 de março. Não foi detetado na União Europeia,
existindo em alguns países da Asia e da América do Norte.
Em 2014 foi aprovado e divulgado no site do ICNF, I.P. o Plano de Contingência para o inseto Anoplophora
chinensis (Forster).
2.6. Murchidão-do-freixo
O fungo Hymenoscyphus pseudoalbidus/Chalara fraxinea, responsável pela Murchidão (“dieback”)-do-
freixo, consta atualmente da Lista de Alerta da Organização Europeia e Mediterrânica para a Proteção das
Plantas (OEPP, 2007), pelos graves danos que provoca às espécies do género Fraxinus, tendo as espécies
Fraxinus excelsior e Fraxinus angustifolia, demonstrado maior suscetibilidade ao ataque deste fungo.
O fungo foi, pela primeira vez, detetado na Polónia, no início dos anos 90, tendo posteriormente sido
reportada em muitos outros países, particularmente da Europa.
Trata-se de um fungo que não foi até ao momento detetado em Portugal, entendendo-se ser fundamental
e adequado proceder à implementação de medidas preventivas que minimizem o risco da sua entrada no
território nacional e, no caso da sua deteção precoce, permitam a execução de ações de erradicação,
atempadas e eficazes, uma vez que as várias espécies de freixo existentes em Portugal desempenham um
importante papel ao nível paisagístico e ambiental, pela dispersão que apresentam no país, sobretudo ao
longo das zonas ripícolas.
Assim, o ICNF, I.P., elaborou de um plano de contingência, especificamente dirigido a este fungo, o primeiro
em Portugal direcionado a Pragas florestais não detetadas no território nacional. Este plano, integrado nos
objetivos e linhas de atuação previstas no POSF, tem como principal objetivo o estabelecimento das bases
estratégicas de atuação para prevenir a introdução e dispersão deste agente biótico nocivo no território
nacional, instituindo um conjunto de ações de prospeção e amostragem dirigida ao fungo, bem como ações
de controlo e erradicação da doença, nos casos em que este seja detetado precocemente, com a definição
de diferentes circuitos de comunicação, a estabelecer entre as várias entidades envolvidas.
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3. RESULTADOS
A informação reportada no presente relatório refere-se aos resultados obtidos em 2014, para o NMP, o
cancro-resinoso-do-pinheiro, a vespa-das-galhas-do-castanheiro, a morte-súbita-dos-carvalhos,
Anoplophora chinensis e a murchidão-do-freixo, sendo que, tanto para o NMP como para o cancro-
resinoso-do-pinheiro existem relatórios específicos disponíveis em
http://www.icnf.pt/portal/florestas/prag-doe/plan-rel.
3.1. Nemátodo-da-madeira-do-pinheiro
Prospeção e monitorização
As ações de prospeção de árvores com declínio e de amostragem decorreram durante todo o ano, ainda
que com maior incidência no período de Outono/Inverno. A recolha de amostras, nas árvores, ocorreu,
como tem vindo a ser prática comum, essencialmente à altura do peito (1,30 m), uma vez que não é
praticável, em geral, efetuar a recolha na copa. Esta foi, no entanto, e também como usual, considerada
sempre que exequível, de acordo com as diretrizes europeias, nomeadamente em cortes de exploração e
noutros casos específicos.
A Tabela I resume os resultados obtidos na campanha de monitorização de 2014, para o território
continental.
Tabela I – Campanha de Prospeção e Amostragem do NMP – Resultados 2014, por Região
REGIÃO Nº de parcelas de
Prospeção planeadas Nº Total de parcelas
Prospetadas Nº de
Amostras Nº de resultados
positivos
Norte 2.500 3.300 2.933 0
Centro 2.500 6.191 4.877 673
Lisboa e Vale do Tejo 450 632 533 106
Alentejo 450 909 787 79
Algarve 100 1.148 246 3
Total 6.000 12.180 9.376 861
Durante o ano de 2014 foram monitorizadas 12.180 parcelas e recolhidas 9.376 amostras compostas (no
máximo 5 árvores por amostra composta, das quais até à data 861 positivas para a presença de NMP).
A figura 2 mostra a localização das parcelas monitorizadas bem como as amostras positivas para a presença
de NMP para os anos de 2011 a 2014.
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Figura 2 - Distribuição das parcelas de prospeção e amostragem de NMP, com indicação dos resultados positivos de
2011 a 2014.
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Na Tabela II resumem-se os dados de prospeção e amostragem referentes ao ano 2014, por tipo de Zona.
Tabela II - Prospeção e Amostragem, por Zona (2014).
Zona de Restrição Nº de parcelas de Prospeção
planeadas Nº Total de parcelas de
Prospetadas Nº de resultados
positivos
Zona Tampão 7.477 6.261 0
Local de Intervenção 2.699 1.824 653
Restante Zona 2.004 1.291 208
Total 12.180 9.376 861
Até final de 2014, 653 freguesias foram identificadas como Locais de Intervenção (LI), apuradas com base
no referencial CAOP 2012 (Carta Administrativa Oficial de Portugal), das quais 570 efetivamente
identificadas como positivas para a presença de NMP ao longo dos anos (entre 1999 e 2014), e 83
classificadas por motivos precaucionários, dado o reconhecido, pelo ICNF, I.P., do estabelecimento e
dispersão do NMP (é o caso de freguesias da zona tampão da antiga Zona de Restrição de Setúbal e Faixa
de Contenção Fitossanitária, onde a incidência de amostragem, desde 2008, não tem sido relevante dado o
imperativo redireccionamento do esforço de amostragem para a zona centro).
Erradicação e gestão de declínio
No ano civil de 2014 foram eliminados cerca de 1,1 milhões de exemplares de coníferas hospedeiras do
NMP com sintomas de declínio, dos quais cerca de 2% localizados na Zona Tampão e cerca de 60%
localizados nos Locais de Intervenção. A Tabela III resume estes dados.
Tabela III - Dados de Identificação e Eliminação de Exemplares de Coníferas hospedeiras 2014
Exemplares de coníferas hospedeiras do NMP
Território Continental
Zona Tampão
Locais de Intervenção
Restante Território
Continental Total
Eliminados, com declínio (n.º) 50.760(1)
696.553 417.147 1.164.460
Eliminados, com e sem declínio (n.º) 2.106.065 6.303.554 7.560.212 15.969.831 (1)
valor que não inclui os exemplares ardidos, enquadrados em processo de alienação, a decorrer até final de março de 2015
Instalação de armadilhas
Em 2014, foram instaladas 3.260 armadilhas, que resultaram em 13.927 episódios de monitorização e na
identificação de um total de 562.310 insetos, essencialmente coleópteros. A monitorização das armadilhas
tem evidenciado uma grande percentagem de coleópteros entre os insetos capturados, apresentando,
dentro destes, os escolitídeos particular expressão (cerca de 90% do total de insetos capturados) e
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representando os cerambicídeos, família à qual pertence o inseto vetor do NMP, apenas a 4,1% dos insetos
capturados (figura 3).
Figura 3 – Classificação dos insetos capturados nas armadilhas instaladas ao abrigo do Plano de Ação.
Dos 8.654 exemplares do inseto vetor do NMP, Monochamus galloprovincialis, capturados, foi detetada a
presença de NMP em cerca de 30% dos indivíduos, maioritariamente em Locais de Intervenção e sua
circunvizinhança, sitos nos Distritos de Coimbra e Leiria, em áreas distantes da Zona Tampão (figura 4).
Figura 4 – Resultados da monitorização das armadilhas instaladas em 2014 ao abrigo do Plano de Ação.
3.2. Cancro-resinoso-do-pinheiro
Controlo de Agentes Bióticos
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A prospeção e monitorização dirigida ao cancro-resinoso-do-pinheiro têm incidido prioritariamente nos
fornecedores que produzem plantas e nos que comercializam sementes, pelo risco que representa a
circulação deste material na dispersão do fungo.
Foram igualmente prospetados povoamentos coincidentes com os locais de prospeção e monitorização de
nemátodo-da-madeira-do-pinheiro (malha 2x2 do IFN) e áreas produtoras de semente.
A Tabela IV sintetiza a informação relativa às ações de prospeção realizadas em 2014.
Tabela IV - Ações de prospeção realizadas em 2014
Áreas de Intervenção da Prospeção 2014
Fornecedores MFR (N.º) 149
Áreas produtoras de semente (N.º) 15
Pontos malha 2x2 do IFN 5.550
No decorrer das ações de prospeção foram recolhidas 300 amostras, das quais 6 foram positivas para a
presença de cancro-resinoso-do-pinheiro, correspondendo apenas a material recolhido em fornecedores da
MFR.
Na sequência dos resultados positivos detetados em 2014 foi participada à DGAV para posterior
comunicação à União Europeia a existência de 5 fornecedores de MFR infetados, tendo sido adotadas as
medidas de erradicação e controlo adequadas.
O documento “Prospeção e monitorização do cancro-resinoso-do-pinheiro - Fusarium circinatum
Relatório síntese 2014”, está disponível na página da internet do ICNF, I.P. com informação detalhada sobre
as ações de prospeção, erradicação e monitorização do cancro resinoso do pinheiro.
3.3. Vespa-das-galhas-do-castanheiro
Na área florestal as ações de prospeção de Dryocosmus kuriphilus centraram-se nos fornecedores de MFR e
nas áreas produtoras de semente de Castanea sativa, tendo sido prospetados 59 fornecedores de MFR e 24
áreas produtoras de semente inscritas no RNMB, sem observação de sintomas indiciadores da presença do
inseto.
Foram também observados outros povoamentos e árvores isoladas na faixa de 10 km em volta de
fornecedores, tendo sido observados 13 pontos.
No total foram prospetados 96 pontos (59 viveiros e 37 povoamentos/árvores isoladas).
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3.4. Morte-súbita-dos-carvalhos
Relativamente à prospeção de Phytophthora ramorum no que se refere à área florestal, esta assentou na
verificação da existência de espécies hospedeiras e observação visual dos sintomas quando aplicável, e na
recolha de amostras em alguns pontos observados, num total de 177 observações, de acordo com a
seguinte distribuição:
Viveiros que produzem ou comercializam castanheiro e/ou carvalhos – 89
Povoamentos florestais – 88 abrangendo castanheiro ou carvalhos
Uma parte da prospeção foi realizada pelo grupo de investigação do Laboratório de Biotecnologia
Molecular e Fitopatologia (LBMF) da Universidade do Algarve (UAlg), no âmbito do projeto europeu
BiodivERsA, designado RESIPATH – “Respostas das Florestas e Sociedades Europeias a Espécies Invasoras
Patogénicas” (BIODIVERSA/0002/2012), financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia através de
fundos nacionais da FCT/MEC (PIDDAC). No âmbito deste projeto, nomeadamente inserido na linha
europeia de trabalho 4, denominada “Deteção e alerta precoce de agentes patogénicos fúngicos e
oomicetas”, liderada pelo Dr. Thomas Jung, foram recolhidas 80 amostras, todas com resultado negativo
quanto à presença de Phytophthora ramorum.
As ações de prospeção realizadas no âmbito do projeto RESIPATH visam estudar a diversidade de
Phytophthora spp. existentes em povoamentos florestais, viveiros florestais e ecossistemas ripícolas. No
entanto, tendo em consideração as condições de humidade e temperatura existentes em Portugal, prevê-
se que P. ramorum será um agente patogénico mais importante em viveiros, já que as condições
climatéricas no nosso país não são favoráveis, na maioria dos locais, ao seu estabelecimento na Natureza.
3.5. Anoplophora chinensis
A prospeção assentou na observação visual dos sintomas em espécies hospedeiras existentes em
fornecedores de MFR (20) e em áreas produtoras de semente (3), num total de 23 observações, não se
tendo registado a ocorrência de sintomas indiciadores da presença do inseto.
3.6. Murchidão-do-freixo
No que se refere à Chalara fraxínea, a atuação do ICNF, I.P. em 2014 centrou-se na identificação dos
fornecedores de MFR que produzem ou têm trocas comerciais com outros Estados-membros de espécies
hospedeiras.
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4. NOTAS FINAIS
Os planos de ação, prevenção e controlo em curso pressupõem uma atuação em contínuo e ao longo dos
anos, com vista à deteção precoce e atempada de problemas fitossanitários e, deste modo, à subsequente
implementação dos respetivos mecanismos de controlo, possibilitando assim uma correta e eficaz
execução dos mesmos.
Para os agentes bióticos nocivos não detetados em Portugal, devem ser elaborados os respetivos planos de
contingência, no sentido de estabelecer procedimentos que promovam a deteção precoce destas Pragas e
a tomada de medidas eficazes de erradicação e controlo, no caso da sua entrada em Portugal.