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RealismoRealismoProfª. Janaínawww.tiajanaprof.blogspot.com

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"É a negação da arte pela arte; é a proscrição do convencional, do

enfático, do piegas. É a abolição da retórica considerada arte de

promover a emoção, usando da inchação do período, da epilepsia

da palavra, da congestação dos tropos. É a análise com o fito na

verdade absoluta. Por outro lado, o Realismo é uma reação contra

o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o

Realismo é a anatomia do caráter, é a crítica do homem. É a arte

que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que

houver de mau na nossa sociedade. [...] A norma agora são as

narrativas a frio, deslizando como as imagens na superfície de um

espelho, sem intromissões do narrador. O romance tem de nos

transmitir a natureza em quadros exatíssimos, flagrantes, reais".

Eça de Queirós

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O século XIX é marcado por grandes transformações econômicas e

culturais. Há uma nova filosofia de vida, a qual é dita cética e

materialista. Essa nova filosofia põe em evidência o fato do homem

ser um produto do meio e do momento em que vive.

Com o progresso da ciência, o homem passa a indagar sobre as

razões dos fenômenos; não mais permanece impassível diante dos

acontecimentos e, em decorrência disso, profundas alterações

ocorrem na estrutura econômica e social dos grandes centros

urbanos.

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A cultura será enriquecida pelo surgimento de grandes pensadores e algumas doutrinas marcantes: A Teoria da Evolução das Espécies, de Darwin, O Positivismo, de Comte, O Socialismo, de Marx. Cria-se um contexto acentuadamente cientificista onde ganham espaço a experimentação, a observação, a pesquisa, a busca objetiva da verdade, enfim, uma atitude racional diante da vida. Os tumultos sociais, resultantes do conflito incipiente entre capital e trabalho, exigem do artista uma participação consciente no mundo. Já não há mais lugar para a fantasia, o sentimentalismo, o subjetivismo

Tem por base a exaltação dos fatos, sendo uma reação à filosofia expeculativa e sua expeculação pura. O termo identifica a filosofia baseada nos dados da experiência como a única verdadeira. O conhecimento se afirma numa verdade comprovada, sendo assim considerado o método experimental o caminho para o pensamento científico, a verdade comprovada jamais é questionada

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Das importantes doutrinas que definiram a mentalidade da época, podemos destacar:

O materialismo – doutrina ou corrente filosófica que prega que tudo

no mundo deve ser entendido e explicado com base na matéria,

em fatos reais, em elementos concretos, rejeitando qualquer

concepção ou explicação divina (espiritualista) acerca do homem e

do mundo: "estamos mergulhados no universo, sujeitos a leis

infalíveis e definidas, provindas da própria natureza, nada mais

existindo além disso", diz o materialismo, que no século XIX atingiu

seu clímax e mudou radicalmente a maneira de ser, de agir e de

pensar do homem. Esse pensamento materialista teve como

conseqüências profundas mudanças históricas, econômicas,

sociais, filosóficas, científicas, artísticas e literárias

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Evolucionismo – doutrina científica que afirma a seleção natural e

defende a concepção do aprimoramento progressivo das

espécies de seres vivos (dos que conseguiram se adaptar ao

meio e, por conseguinte, passar pelo processo de seleção

natural), em especial a espécie humana (analisada como um

animal como outro qualquer). - Lamark, que formula as leis da

seleção natural, da qual é famosa a lei do uso e desuso de órgãos

ou partes da constituição física (biológica) de um animal,

responsável pela permanência ou não das espécies de seres

vivos nessa evolução.

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A mais importante das doutrinas é aquela

que firma a primazia da Ciência como

única fonte de produção de verdades: "só

existem verdades baseadas na

observação e na experimentação", ou

seja, só é verdade (real) o que for

cientificamente comprovado. Essa

doutrina é o Positivismo de Auguste

Comte. Outra doutrina filosófica

importante é a de autoria de Taine, o

Determinismo, que prega que o homem é

produto do meio (social e/ou natural), do

momento e da raça a que pertence.

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Foi o termo usado para referir a tendência que, em meados do

século XIX, se manifesta na arte e na literatura por oposição ao

Romantismo.

Ao contrário do individualismo emocional e da exacerbação dos

sentidos pregados pelo Romantismo, os artistas realistas estão

mais interessados em veicular as realidades da vida moderna e

de seus contemporâneos.

O papel do artista não á mais revelar o fantástico e o sublime,

nem traduzir qualquer tipo de sonho ou de idealismo, mas antes

despertar o público para a brutal realidade do mundo à sua volta

e ser verdadeiro com quem o observa.

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Para os realistas, os acontecimentos vulgares, a vida cotidiana e

as pessoas simples eram mais interessantes que os temas

“literários”, assuntos históricos ou idealizações dos românticos.

Estes artistas vão orientar-se pela representação objetiva da

realidade.

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Realismo em Portugal

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No primeiro período do Romantismo os escritores portugueses sofreram influências do romance histórico de Walter Scott e Vítor Hugo, da poesia sentimental e tradicionalista de Lamartine da evocação histórico-religiosa de Chateaubriand, do espiritualismo filosófico de Vítor Cousin, da teoria da literatura de Madame de Staël e de Shlegel. Agora, novas influências vão entrar em ação. Da França, sobretudo, chegam a Coimbra livros onde se aponta à literatura uma orientação muito diferente da seguida nas décadas anteriores. E todas as especializações do pensamento humano e da cultura vão ser afetadas em Portugal por doutrinas inovadoras nascidas no estrangeiro.

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Irreligiosismo: os novos de Coimbra assumem atitudes

vincadamente anticlericalistas. Inconformismo com a tradição: graças ao avanço da ciência e da

técnica, estes escritores convencem-se de que o homem pode

superar muitas limitações que paralisaram os antigos; e,

conseguindo o nivelamento de classes, acreditam que a consciência

humana não mais se importará com os entraves que lhe opunha

outrora a sociedade absolutista, burguesa e feudal. Sob traçado de

Michelet, muitos escritores (Eça, Antero, Oliveira Martins) tentam

desmontar peça por peça a sociedade lusa, apeá-la do pedestal da

tradição e alicerçá-la em novos princípios de justiça e dinamismo.

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Supremacia da verdade física: as ciências exatas e

experimentais, secundadas pelo avanço da técnica, levaram os

estudiosos a considerar a verdade física como a única válida. Fato

que não se demonstre empiricamente, não terá validade. Novas teorias filosóficas: a Geração Coimbrã de 70 estuda com

avidez o idealismo de Hegel, o socialismo utópico de Proudhon, o

positivismo de Comte, o evolucionismo de Darwin e Lamarck. Materialismo otimista: ao mesmo tempo, todos se deixam

contaminar por uma esperança firme no bem estar material dos

tempos futuros, devido ao auxílio da máquina. E explicam o atraso

do passado por os homens se terem deixado conduzir por forças

espirituais, sobretudo pela religião. Daí o manifestarem-se contra

todos os cultos revelados.

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Realismo no Brasil

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Na literatura brasileira o realismo manifestou-se principalmente na prosa. Os romances realistas tornaram-se instrumentos de crítica ao comportamento burguês e às instituições sociais. Muitos escritores românticos começaram a entrar para a literatura realista. O marco inicial do movimento no Brasil é a publicação do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis. Nesta obra, o escritor fluminense faz duras críticas à sociedade da época.

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Características

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Análise e síntese da objetividade, da realidade, da verdade, em oposição ao subjetivismo e idealismo românticos;

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Indiferença do "eu" subjetivo e pensante diante da Natureza que deve ser reproduzida com exatidão, veracidade e abundância de pormenores, num retrato fidelíssimo

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Neutralidade do coração e do espírito diante do bem e do mal, do vício e da virtude, do belo e do feio

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Análise corajosa dos aspectos baixos da vida, sobretudo dos vícios e taras, não os ocultando e chamando-os pelo seu nome

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Relação lógica entre as causas (biológicas e sociais) do comportamento das personagens do romance e a natureza (exterior e interior) desse comportamento

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Uso de expressão simples e tom desafetado, de modo que as ideias, sentimentos e fatos transpareçam sem esforço e sem convencionalismos


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