Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
1
PropostadeLeisobreaCondiçãoJurídicadasPessoasMaioresemSituação
deIncapacidade
Exposiçãodemotivos
1. Os cinquenta anos que passaram desde a aprovação do Código Civil e
respectivo regime de incapacidades foram palco de relevantes modificações no
contextosocial,económicoemédicodas incapacidadesdaspessoasmaiores,que
reclamam novas soluções jurídicas. Esta urgência foi sentida, desde há várias
décadas, pelos ordenamentos jurídicos mais próximos da nossa órbita e
determinouumconsensualmovimentointernacionaldereformaparaasupressão
dasincapacidadestradicionais.
2. No contexto português, há que ter em conta, em primeiro lugar, a evolução
demográfica do país que aponta para um envelhecimento progressivo da
populaçãoeumconsequenteaumentodosgruposetáriosemqueémaiscomumo
surgimento de doenças neurodegenerativas e a incapacidade ou limitações à
capacidadeaestasassociadas.Todavia,o reconhecimentodestarealidadenãose
vem associar a uma visão incapacitante do envelhecimento, uma vez que se
reclamam instrumentos que acautelemas necessidadesde umgrupodepessoas
heterogéneoedediferentesfaixasetárias.Emsegundolugar,deveatentar-senos
progressos de natureza científica. Na verdade, quer uma mais profunda
compreensãodasaúdementaledadeficiência,tambémenquantocondiçãosocial,
queroconcursodosprogressosdamedicação,convocamumanovaleituradestes
fenómenos e o seu enquadramento jurídico em soluções que permitam a
consideração da vontade das pessoas com capacidade diminuída, a sua inclusão
comunitáriaeareversibilidadedoseuestatuto.Porfim,énecessáriosublinharo
diferenteentendimentodosvaloressociaisqueosregimesdeprotecçãodeadultos
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
2
com capacidade diminuída convocam e que se traduzem num mais vincado
respeitopelosseusdireitosfundamentaisenavalorizaçãodasuaautonomia.
3. Aoladodestasconsideraçõesdenaturezaextra-jurídica,encontramostambém
as exigências do nosso ordenamento jurídico, quer no plano do direito interno,
quernoplanododireito internacional recebido.Torna-sepor isso incontornável
reconhecer não só como a principal referência, mas também como instrumento
com carácter vinculativo, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, adoptada em Nova Iorque em 30 deMarço de 2007 e
respectivoProtocoloOpcional.AConvençãoeoProtocoloAdicionalforamobjecto
de aprovação e ratificação pelo Estado Português (Resoluções da Assembleia da
República nº56/2009 e nº57/2009 e Decretos do Presidente da República
nº71/2009 e nº72/2009), que não formulou qualquer reserva, e também da
adesão da União Europeia (Decisão do Conselho, de 26 de Novembro de 2009,
relativaàcelebração,pelaComunidadeEuropeia,daConvençãodasNaçõesUnidas
sobreosDireitosdasPessoascomDeficiência(2010/48/CE)).Oacolhimentodado
àConvençãopeloEstadoPortuguêsrepresentouumimportantepassoparalançar
nova luz sobre a situação das pessoas com deficiência, nomeadamente daquelas
em que esta deficiência se traduz numa diminuição da chamada capacidade de
facto ou natural. O artigo 12.º desta Convenção, em particular, avança preceitos
quepõememcausaassoluçõesactualmenteexistentesnodireitoportuguêspara
responder à protecção e inclusão das pessoas com deficiência. No n.º 4 desta
disposição, lê-se que os Estados devem assegurar medidas que forneçam “as
garantiasapropriadaseefectivasparapreveniroabusodeacordocomodireito
internacionaldosdireitoshumanos”,entreasquaisseincluiagarantiadequetais
medidas“sãoproporcionaiseadaptadasàscircunstânciasdapessoa”,seaplicam
“noperíododetempomaiscurtopossíveleestãosujeitasaumcontroloperiódico
porumaautoridadeouórgãojudicialcompetente,independenteeimparcial”eque
“[a]sgarantiassãoproporcionaisaograuemquetaismedidasafectamosdireitos
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
3
einteressesdapessoa”.Estáaquipresente,portanto,aideiadequeoprincípioda
proporcionalidadeemsentidoamplo,nassuasváriasdimensões,denecessidade,
adequação e proporcionalidade, deve presidir à previsão legal e instauração de
instrumentos que se relacionem com o “exercício da capacidade jurídica”. No
mesmo sentido da consagração da alternativa menos restritiva vão também as
exigênciasdelimitaçãotemporal,comreferênciaaomínimo,daduraçãodamedida
e a sujeição a um controlo periódicopor uma entidadeque forneça as garantias
adequadas nessa avaliação. Este entendimento é reforçado pelo Comité dos
Direitos das Pessoas com Deficiência, no Relatório de 20 de Maio de 2016, ao
recomendarareformadosistemajurídicoportuguêsdeincapacidadescomvistaà
inclusão das pessoas com deficiência e à garantia dos seus direitos através da
revogação da interdição e inabilitação. Adicionalmente, o n.º 2 do artigo 12.º da
Convenção afirma o princípio da igualdade como pilar normativo do sistema de
protecção de adultos. Nesta disposição é consagrada a garantia de não
discriminação das pessoas com deficiência e o consequente reconhecimento de
igualdade quanto à capacidade jurídica. Daqui decorre que a mera condição de
deficiêncianãopossabastarcomofundamentodainstauraçãodeumamedidade
protecçãoe,maisainda,queosistemadeprotecçãodaspessoascomestacondição
nãopossaassentarna incapacidade jurídicaeemmodelosdesubstituição.Desta
forma, a adesão, sem formulação de qualquer reserva, à Convenção das Nações
Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, impõe o confronto das
soluçõesdosistemadasincapacidadesdaspessoasadultascomassuasexigências
easuareformaemconformidadecomassuasdisposições.
4. Ainda no plano do Direito Internacional, há que conceder destaque às
RecomendaçõesdoConselhodaEuropa,emparticularàRecomendaçãonº.R(99)4
doConselhodaEuropa, relativa aosPrincípiosRespeitantes àProtecção Jurídica
dosMaiores Incapazes. Esta elege comoprincípios orientadoresosprincípiosda
necessidadeedasubsidiariedade(Princípio5),determinandoqueuma“medidade
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
4
protecção”sódeveseradoptadaquandonecessáriaeque,quandotalaconteça,se
optepelo“mecanismomenosformal”.Talorientaçãocomplementa-secomaideia
expressa no Princípio 2 (Flexibilidade na resposta jurídica), que nota só se
justificar defender a “solução menos restritiva” e a “reacção perfeitamente
adaptadaàsnecessidadesdasituação”quandoossistemasjurídicosdisponibilizam
um largo leque de soluções jurídicas adequadas a diferentes situações. No
seguimentodestasideias,emboracomalcancecircunscritoàsdecisõesemmatéria
decuidadosdesaúde,oConselhodaEuropaveioemanaraRecomendaçãoCM/Rec
(2009)11 (Princípios relativos às procurações permanentes e directivas
antecipadas em previsão da incapacidade) na qual recomenda aos Estados-
membros que introduzam ou actualizem legislação sobre procuradores
permanentes e directivas antecipadas, no sentido de se promoverem também
aquelesprincípios.FoioquefezoEstadoPortuguêsquando,em2012,regulouas
directivas antecipadas de vontade nas modalidades de testamento vital e
procurador de cuidados de saúde através da Lei n.º 25/2012, de 16 de Julho,
Portarian.º96/2014,de5deMaio,ePortarian.º104/2014,de15deMaio.
5. Aoníveldodireitointerno,encontramoscomoprumodassoluçõescivilísticas
as normas da Constituição da República Portuguesa. Na verdade, o regime de
protecção dos adultos, na medida em que implique a restrição de direitos
fundamentais, nomeadamente do direito à capacidade civil consagrado
expressamentenoartigo26.º,n.º1daConstituição,temdesercompreendidoàluz
do princípio da igualdade (artigo 13.º da Constituição). A concretização do
princípio da igualdade, partindo dos n.ºs 2 e 4 do artigo 12.º da Convenção das
NaçõesUnidassobreosDireitosdasPessoascomDeficiência,impõequeosistema
se centre na protecção da pessoamaior e não na sua incapacitação. O conteúdo
constitucionaldoprincípiodaigualdadenassuastrêsdimensões—proibiçãodo
arbítrio, proibição de discriminação e obrigação de diferenciação — deve,
portanto,conformaroregimedeprotecçãodaspessoasmaiores.Para tal,devem
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
5
ser previstos instrumentos jurídicos que confiram ao sistema suficiente
flexibilidade para obter respostas adequadas às necessidades da pessoa com
capacidade diminuída e sejam, assim, soluções que habilitem a pessoa na sua
actuação.
6. No plano constitucional, há ainda que destacar no âmbito do sistema de
protecçãodepessoasmaiores,osdireitosfundamentaisaolivredesenvolvimento
da personalidade e à capacidade civil, consagrados nos números 1 e 4 do artigo
26.ºdaConstituição,dosquaisresultaodeverderespeitaroprojectodevidada
pessoa protegida fruto da sua autodeterminação e a sua realização. Qualquer
restriçãodestesdireitos,namedidaemquese inseremnacategoriadosdireitos,
liberdadesegarantias,estátambémsujeitaaoregimeespecíficodoartigo18.º,n.º
2 da Constituição. Assim, tal restrição só pode ter lugar nos “casos e termos
previstosnalei”(artigo26.º,n.º4daConstituição)eemobediênciaaoprincípioda
proibiçãodoexcessoouproporcionalidadeemsentidoamplo(artigo18.º,n.º2da
Constituição).Destemodo,énecessárioquequalquerrestriçãoàcapacidadenão
possa ser feita senão na estritamedida de promoção e defesa dos interesses da
própriapessoaaproteger.
7. O regime criado pelo Código Civil de 1966 — que assenta nas figuras da
interdição e da inabilitação — não mais permite obedecer cabalmente a estas
exigências. Na verdade, de forma mais marcante no regime da interdição, mas
também, de forma mitigada, no da inabilitação, assistimos à consagração de
modelos que assentam na necessária incapacitação da pessoa a proteger e na
identificação do âmbito da medida de protecção com a incapacidade decretada,
nãopermitindoumrecortedasoluçãoàmedidaexactadasnecessidadesdaquela.
São tambémregimesquenãoconcedemrelevânciaàmanifestaçãodaautonomia
da pessoa com capacidade diminuída e assentam num processo que se pode
revelar complexo e estigmatizante. Torna-se, portanto, necessário descortinar
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
6
novas soluções, estabelecendo de forma inequívoca a diferente lógica que deve
presidiràprotecçãodaspessoasmaiorescomcapacidadediminuída.
8. As obrigações internacionais, conjuntamente com a vinculação aos direitos
fundamentais das pessoas maiores, tornam, assim, necessária uma reforma do
sistemadasincapacidadesjurídicaseconsequentealteraçãodoCódigoCivilnestas
matérias,de formaapermitir-seagraduaçãoediferenciaçãode instrumentosde
protecçãomodeláveis,estranhosàrigideznadeterminaçãoenosefeitoslegaisque
ainterdiçãoeainabilitaçãorevestem.Peranteaausênciadeumareinterpretação
consistentedosistemaporpartedajurisprudênciaedegrandepartedadoutrina,
não obstante tentativas nesse sentido, e sendo tarefa fundamental do Estado
Português garantir os direitos e liberdades fundamentais, a desconformidade do
sistema de incapacidades com o actual quadro jurídico constitucional torna
imperativoqueatransformaçãosefaçaporvia legal. Justifica-se,assim,umnovo
sistema plasmado no corpo normativo que fornece o estatuto fundamental do
cidadão, o Código Civil, alinhado com a legislação avulsa e, em especial, em
articulando-secomasuadimensãoadjectiva,atravésdaregulaçãodeumprocesso
célere funcionalizado aos interesses da pessoa. Cria-se, como presente diploma,
umverdadeirosistemadeprotecçãoinclusivodapessoamaioregarantísticodos
seusdireitosfundamentais.
9. Osistemadeprotecçãodepessoasmaioresaquiconsagradopartedapremissa
fundamentaldequeapessoaaprotegeréoverdadeiro sujeitoactivoda relação
jurídicadecuidado,titulardedireitosoponíveisaoEstadoetambémaospróprios
cuidadores, sejam eles o gestor de negócios, o mandatário em previsão da
incapacidade ou o curador. Esta vinculação gera deveres, nomeadamente, de
respeitopelavidaprivadaefamiliardapessoa(artigo8.ºdaConvençãoEuropeia
dosDireitosdoHomem,artigo7.ºdaCartadeDireitosFundamentais,artigo26.º
da Constituição e artigo 80.º do Código Civil), bem como de respeito pela
autodeterminação responsável da sua esfera de interesses (artigo 26.º n.º1 da
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
7
Constituição e artigo 140.º doCódigoCivil). Assim, uma vez que esta vinculação
implicaquea intervençãodoresponsávelpelaprotecçãodapessoa,—sejaeleo
MinistérioPúblico,ocurador,ogestordenegócios,omandatárioouoprocurador
decuidadosdesaúde—estejavinculadaaosinteressesdapessoaaproteger,deve
estabelecer-se umquadro objectivo de limites aos poderes dos cuidadores, quer
assentem em medidas, quer em mecanismos de protecção, tendo na mira a
garantiaosdireitosdapessoamaior.
10. O novo sistema jurídico de protecção afasta instrumentosque neguem ou
limitem,semaformulaçãodeumconcretojuízojudicial,oplenoreconhecimento
da pessoa como sujeito activo nomundo jurídico, à semelhança do que sucedia
com a interdição e, embora em menor medida, na inabilitação. Na verdade, da
primeira resultava a incapacidade geral de agir do interdito e previa-se a
atribuiçãodepoderesde representação legal ao tutorna exactamedidadaquela
incapacidadecomaconsequentesubstituiçãodointerditonatomadadedecisões.
Na inabilitação não deixava de se prever um conteúdo mínimo rígido de
incapacidade e a exacta sobreposição da medida de protecção ao âmbito desta
incapacidadeatravésdoinstitutodaassistência.
11. A localização sistemática na Parte Geral do Código Civil assume-se como aopção natural para situar a condição jurídica das pessoas maiores. Desde logo,
trata-se de regular o estatuto jurídico dos sujeitos. Na versão anterior, era já a
Parte Geral a sede do regime das incapacidades jurídicas. Na versão que se
apresenta, além desta faceta da incapacidade permanecer no primeiro livro do
Código Civil, acrescenta-se a regulação do conteúdo damedida de protecção da
curatela, afastando a sua inserção no livro do Direito da Família. Esta opção
justifica-se pelo facto de a presente reforma distinguir o regime jurídico da
protecção dos maiores face ao dos menores, mas também em virtude do
reconhecimento das repercussões gerais que a condição jurídica das pessoas
maiorestememtodaaordemjurídica.Pense-se,porexemplo,naimportânciade
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
8
consagrar na Parte Geral os princípios gerais que irão nortear os institutos da
gestãodenegóciosedomandatoemprevisãodaincapacidade.Aistoacresceque
a localização sistemática das regras do instituto da curatela na Parte Geral se
justificaporquea instauraçãoda curatela éumamedidadeprotecçãoautónoma
que não desempenha, ao contrário da tutela, uma função subsidiária face às
responsabilidadesparentais(artigo124.ºdoCódigoCivil).
12. Reconheceu-se, assim, que a protecção das pessoas maiores deve ser
asseguradaporumregimejurídicoautónomofaceàtutelademenores,aindaque
este conserve, no que toca ao artigo 127.º , a sua vocação de regime jurídico
supletivo (artigo151.ºdoCódigoCivil).As soluções legaisdeste institutonão se
compaginamcomarealidadedeinteressesdeumapessoamaior,quesepresume
plenamentecapazdopontodevistajurídicoecujacondiçãosuscitaumarelaçãode
tensão entre autodeterminação de interesses pela pessoa protegida e a
heterodefinição de interesses pelo cuidador. O estatuto jurídico de menoridade
pressupõe,atentososseusfundamentos,umaincapacidadejurídicaregressivaea
consequente aquisição progressiva de capacidade à medida que se dá a
aproximação à maioridade, motivando nomeadamente o reconhecimento de
maioridadesespeciais.Ora,aocontráriodoestatuto jurídicodamenoridade,que
se encontra funcionalizado ao desenvolvimento e formação do menor como
cidadão de pleno direito, não existe qualquer processo natural tendente à
afirmação da plena cidadania no caso das pessoas maiores. Na verdade, existe
antesanecessidadedeconsagrar instrumentosqueasseguremquesemantémo
estatutojáadquiridocomamaioridade.Aistoacresceofactodenonovoregime
nemacondiçãodapessoamaioraprotegersefundarnumaincapacidadegeralou
numa capacidade limitada de agir, nem os meios de suprimento resultarem ou
tomarem por referência a relação familiar de filiação. A possibilidade de
equiparação dos poderes do curador aos dos titulares das responsabilidades
parentaisapenasépossívelpordecisãojudicial,apedidodosprogenitores(artigos
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
9
131.º e 156.º, n.º4 do Código Civil). Por último, os interesses patrimoniais das
pessoas maiores e a condição destas exigem igualmente que os poderes de
representação,quandooshaja,nãoexcluama faculdadedapessoapoderagirou
participarnoprocessodedecisão.
13. AsrepercussõesdareformadosistemadeprotecçãodaspessoasmaioresnoCódigoCivilextravasamoseuâmbito.Éimperativoqueseassegureaunidadeda
ordem jurídica, pelo que se procede às alterações necessárias em diversos
diplomas com vista à sua conformação às novas soluções, para além da
consagração de um princípio interpretativo geral, em sede de disposições
transitórias(artigo47.ºdopresentediploma).
14. Destemodo, foram feitas alterações pontuais aos artigos 5.º, n.º3 13.º, n.º1,
15º,18.º,20.ºe26.ºdaLeideSaúdeMental(aprovadapelaLein.º36/98,de24de
JulhoealteradapelaLein.º101/99,de26deJulho).Adicionalmente,revogou-seo
artigo 46.º da Lei de Saúde Mental, uma vez que a prevista regulamentação da
administraçãodopatrimóniodosdoentesmentaissetornadesnecessária,perante
osinstrumentosagoraprevistos.Naverdade,osinteressesdapessoaprotegidano
âmbitodaLeideSaúdeMental serãosuficientementeacauteladospelasmedidas
oumecanismosprevistosnoCódigoCivil.Aliás,pretende-sequeos instrumentos
de protecção desempenhem uma função preventiva na salvaguarda da saúde e
bemestardapessoa, comodecorre aliásdas regrasdomandatoemprevisãoda
incapacidade,queoprevêemsupletivamente (artigo1184.º-CdoCódigoCivil), e
das medidas de protecção, cujo conteúdo legal mínimo (artigo 156.º, n.º 1 do
Código Civil) inclui os deveres de cuidado tendentes a assegurar os cuidados de
saúde,nomeadamenteparaefeitosdeacessoaoscuidadoscontinuadosintegrados
desaúdementalprevistosnoDecreto-Lein.º101/2006,de6deJunho,alteradoe
republicado pelo Decreto-Lei n.º 136/2015 de 28 de Julho. Tal integração do
sistemadeprotecçãodepessoasmaioreséintencionaledesejáveleimplicaqueas
soluções deste sejam tomadas em conta como alternativa idónea à decisão de
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
10
internamento e tratamento compulsivo, em atenção a uma ideia de
proporcionalidade(artigo15.º,n.º3daLeideSaúdeMental).
15. Procedeu-setambémàrevisãodoartigo142.ºdoCódigoPenal,estabelecendo
doisregimesjurídicosdistintosparaosuprimentodoconsentimentodamulheres
menoresde16anosedasmulherescommaisde16anosincapazesdeconsentir.
Paraasmulheresmenoresde16anos,consagra-seodireitodeveto,queapenas
podeserultrapassadoemsedejudicial.Jáparamulheresmaioresde16anos,mas
incapazes de decidir, assegura-se, quandomenores de idade, amanutenção dos
poderes de decisão do representante legal. Sendo maiores, o suprimento do
consentimentoéprestadoatravésdeautorizaçãodo tribunalou, sendoamulher
beneficiáriadecuratela,pordecisãodocuradorintegradaporautorizaçãojudicial,
nostermosdoprocessoreguladonoartigo1016.º-AdoCódigodeProcessoCivil.
16. Outras alterações necessárias, mas igualmente pontuais, foram feitas em
outrosdiplomaslegais,comoéocasodasLeisEleitorais,CódigodeRegistoCivil,
LeideProcriaçãoMedicamenteAssistida,LeidoTestamentoVitaleProcuradorde
CuidadosdeSaúde,CódigodeProcessoPenal,CódigoComercial,RegimeLegalde
ConcessãoeEmissãodePassaportes,LeideInvestigaçãoClínica,RegimeJurídico
dos JogoseApostasOnline,Regime JurídicodaExploraçãoepráticadas apostas
desportivasàcotadebaseterritorial,CódigodasSociedadesComerciaiseLeiGeral
doTrabalhoemFunçõesPúblicas.Aalteraçãodoartigo173.º,n.º2,doCódigodo
Notariado, teve na mira esclarecer quais os poderes do notário, cujo regime se
estende aos órgãos especiais identificados no artigo 3.º doCódigodoNotariado,
pararecusararealizaçãodeumactonotarial.Noentanto,nemtodasasmatérias
previstasem legislaçãoavulsacarecemderevisão legal,porquantomuitas já são
consonantescomoespíritodonovosistemadeprotecção.TaléocasodaLeidos
Transplantes aprovada pela Lei n.º 12/93, de 22 de Abril, alterada pelas Lei n.º
22/2007,de29deJunho,Lein.º12/2009,de26deMarço,Lein.º36/2013,de12
de Junho e Decreto-Lei n.º 168/2015, de 21 de Agosto, cujas disposições, em
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
11
particular o artigo 8.º, se encontram conformes com o sistema aqui aprovado,
muitoporinfluênciadaConvençãoparaaProtecçãodosDireitosdoHomemeda
Dignidade do Ser Humano face às Aplicações da Biologia e da Medicina e da
Directiva 2010/45/UE do Parlamento Europeu e do Conselho de 7 de Julho de
2010,relativaanormasdequalidadeesegurançadosórgãoshumanosdestinados
atransplantação.
17. Osinstrumentoscriadosdevemserintegradoseinterpretadosporreferênciaa
princípios normativos que garantam a unidade e coesão da protecção,
independentementedafonteounormaquereguleacondiçãojurídicadaspessoas
maiores:osprincípiosdasubsidiariedade,daigualdade,daproporcionalidadeeda
autodeterminação.
18. Oprincípiodasubsidiariedade,quedecorredoprincípiodoEstadodeDireito
Democrático consagrado no artigo 2.º da Constituição, ainda que não
expressamente consagrado na letra do Código Civil, integra a cláusula geral
plasmadanoartigo139.ºdoCódigoCivil.Esteprincípiodeterminaque,noâmbito
da eleição da solução adequada para protecção da pessoa com capacidade
diminuída, sedêprioridadeaosmeiosmenos informaiseàs intervençõesmenos
intrusivas, sejam eles produto da sua autodeterminação, sejam resultado da
intervençãodeterceiros.Opoderconformadordoprincípiodasubsidiariedadevai
contribuir para desenhar um sistema maleável, permitindo o recorte dos
instrumentosàmedidadosinteressesdapessoa,queéocentrodosistema.
19. Parte-se do princípio de que a salvaguarda dos interesses da pessoa e
correspectivo cumprimento da obrigação pública de protecção daqueles não são
cabalmente assegurados se não for respeitada a faculdade de a pessoa maior
autodeterminar a sua protecção, ou se não for concedida relevância jurídica ao
importantefenómenosocialdaprestaçãodecuidadopelasestruturasfamiliarese
sociais. Em suma, a intervenção estatal através da instauração de medidas de
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
12
protecçãosódevesersuscitadanaeventualidadedeosmecanismosdeprotecção
concederemuma resposta insuficiente e desproporcional. A verdade é que estes
garantirão,porregra,asalvaguardadadignidadeedaautodeterminaçãodapessoa
maior,semquesejanecessáriaumainterferênciarestritivanacapacidadejurídica
enavidaprivadae familiar.Tal significaqueasmedidasdeprotecçãoassumem
umcaráctersubsidiárioemrelaçãoaosmecanismos,pelocabeaotribunalaferirda
subsidiariedadeenecessidadeda intervençãoantesdoprosseguimentodaacção
de instauração de curatela e mesmo da nomeação de curador especial (artigo
895.º,n.º1e2doCódigodeProcessoCivil).
20. Ainda que se revele adequada e necessária a instauração de medidas de
protecção,talnãosignificaquenãosepossaconcederrelevânciaaosmecanismos
deprotecção.Aexistênciadepatamaresdeintervençãoconcorrentesouconjuntos
épossíveltendoemcontaaprevisãodeinstrumentosflexíveisquegarantemuma
resposta individual adequada aos interesses de cada pessoa. Osmecanismos de
protecçãopodem,desde logo,coexistircomasmedidas, incluindoacuratela.Por
exemplo, pode subsistir, com plena eficácia, o mandato em previsão da
incapacidade ou a procuração de cuidados de saúde, apesar da instauração da
curatela ou da nomeação de curador especial, desde que não se observe uma
sobreposição de objecto entre asmedidas e osmecanismos. Tambémnão serão
afectadas as soluções menos formais desde que se prevejam poderes diversos
sobreasmesmasmatérias,como,porexemplo,poderesdefiscalizaçãodocurador
ou do curador especial relativamente à actuação do mandatário, do gestor de
negócios ou do procurador de cuidados de saúde. Os mecanismos podem
igualmenteintegrarasmedidasdeprotecção,enquantomeiosaptosasuprirasuas
insuficiências ou limitações. Pense-se, por exemplo, na instauração da curatela
tendo em vista a atribuir ao até entãomandatário em previsão de incapacidade
poderes de representação para todo o património do curatelado, quando o
mandatoapenasospreviaparaaadministraçãodeumaparte.Podeigualmenteser
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
13
previsto que a realização de determinados actos seja de exercício conjunto pelo
curadorepelomandatárioouprocuradordecuidadosdesaúde.
21. Outro reflexo da subsidiariedade resulta do valor concedido à
autodeterminaçãodapessoa.Nãoserápossívelimpororecursoamecanismosde
protecção, como a gestão de negócios, se a pessoa maior, no exercício da sua
autodeterminação, aderiuaomodelo legal, inclusivamenteescolhendoo curador.
Estaescolharesultadaafirmaçãodasuaindividualidadelivreeresponsável.Iguais
considerações devem ser feitas para as situações em que a pessoa maior
expressamente recuse a curatela e tenha celebradoummandato emprevisãoda
incapacidade. A prevalência das manifestações de autodeterminação deve ser
assegurada na medida em que o mandatário escolhido e o objecto do mandato
sejam idóneos à salvaguarda dos interesses do mandante. São as mesmas
necessidades de tutela da autodeterminação da pessoa que levaram ao
reconhecimento,emsedederegrasdeconflito,deautonomiaconflitualquantoà
escolha de lei competente para regular os instrumentos de representação
voluntáriaemcasodeincapacidade(artigo39.º-AdoCódigoCivil),assimcomoà
possibilidade de escolha da lei portuguesa por cidadãos estrangeiros quanto à
instauração de medidas de protecção (artigo 30.º, n.º2 do Código Civil). A
proporcionalidadedosinstrumentosemedidasdeprotecçãoimpõeumesforçode
sindicânciacontínua,cabendoaoMinistérioPúblicoafunçãodecharneiraentreos
interesses da pessoa com capacidade diminuída e de eixo na determinação dos
limiteseadequaçãodaprotecçãodeste(artigo896.º,n.º1doCódigodeProcesso
Civil).
22. Interessa ainda notar que, mesmo quando é incontornável o recurso a uma
medidadeprotecção,seprocedeaumahierarquizaçãoentreainstauraçãodeuma
medidainstitucional,comoacuratela,edeumamedidapontualeadhoc,comoo
curadorespecial.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
14
23. A subsidiariedade das intervenções mais intrusivas resulta da prevalência
concedida ao que é reservado à esfera da vida privada da pessoa e da sua
autodeterminação, bem como do carácter residual que se pretende atribuir à
participação das entidades formais, como o Ministério Público e o tribunal.
Adicionalmente,mesmonoâmbitodadistribuiçãodecompetênciaentreotribunal
e o Ministério Público, o princípio da subsidiariedade assume um papel
conformador, só se enveredando pela via judicial em sentido estrito quando o
recursoaoMinistérioPúbliconãosejapossívelousuficiente.
24. Outro princípio estruturante a considerar neste contexto é o princípio da
igualdade. A Constituição da República Portuguesa, de forma genérica, no seu
artigo13.º, e aConvençãodasNaçõesUnidas sobreosDireitosdasPessoas com
Deficiência, nesta área particular, consagram de forma expressa o princípio da
igualdade.NaConvençãodasNaçõesUnidas,aliás,estabelece-seexpressamentea
obrigação de não discriminação com fundamento na deficiência como regra
fundamentaleagregadoradosdireitosfundamentaisnelaconsagrados(artigos1.º,
3.º, alíneas b), e) e g), 5.º). Há, portanto, que extrair consequências das várias
dimensõesdoprincípiodaigualdadenosistemadeprotecçãodepessoasmaiores.
25. Numprimeironível,quedizrespeitoàproibiçãodoarbítrio,convoca-seumaespecial exigência quanto aos critérios que fundem uma diferenciação de
tratamentodaspessoascomcapacidadediminuída.Talsignifica,desdelogo,quea
meraverificaçãodefaltaoulimitaçãodacapacidadenaturaldeumapessoanãoé
bastante para instaurar uma medida que decrete a sua incapacidade ou que
atribuaaum terceiropoderesdedecisãoemsua substituição.Naverdade, se se
entenderqueainstauraçãodeumamedidadeprotecçãocomesteconteúdoindicia
uma prática discriminatória, tal suspeição apenas se afastará fazendo prova da
adequadajustificaçãodaconsagraçãoemodelodaconcretamedidadeprotecção.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
15
26. Asegundadimensão–proibiçãodadiscriminação–temdeserentendidaem
articulaçãocomon.º2doartigo12.ºdaConvençãodasNaçõessobreosDireitos
das Pessoas com Deficiência. De facto, destes resulta um novo factor de
discriminaçãoinadmissível—adeficiência—queacresceráaoelencodon.º2do
artigo 13.º da Constituição e que determinará a proibição de privação de
capacidadejurídicaquedelaresultedirectamente.
27. Porúltimo,aobrigaçãodediferenciaçãoexigequeasrespostasdoregimede
protecçãodepessoasmaioressejamindividualizadasemfunçãodasnecessidades
da pessoa e consequentemente se salvaguardem os interesses próprios desta.
Destemodo,anecessidadedediferenciaçãoimpõe-sefaceàequiparaçãodefactoe
dedireitoentrepessoascomdeficiênciaesemdeficiência,jáqueestefactorpode
colocaraquelasnumasituaçãodedesprotecçãosocial,económicaejurídica.Pense-
se, por exemplo, no risco de se encontrarem subordinadas ao poder de facto de
terceirosoude,porforçadasuafaltadecapacidadenatural,colocarememcausa
osseusinteressesporinérciaouinaptidãoparaosgerir.
28. O princípio da proporcionalidade encontra-se consagrado na ordem jurídica
portuguesa no artigo 18.º, n.º2 e 3 da Constituição e no n.º 4 do artigo 12.º da
ConvençãodasNaçõesUnidas sobreosDireitosdasPessoas comDeficiência, no
quetocaàprotecçãodaspessoascomdeficiência.Nocasodosistemadeprotecção
depessoasmaiores,oprincípiodaproporcionalidadeencerranoseuconteúdoum
sentido de justa medida que vincula tanto o exercício das funções legislativa,
administrativae judicial comooexercíciodospoderesporpartedo cuidadorno
quadro dos instrumentos de protecção. Este princípio, conjuntamente com o
princípiodasubsidiariedade,alicerçaosfundamentosdaintervençãopúblicaeda
garantia de reserva da vida privada e familiar da pessoa, dando enquadramento
jurídico às soluções de facto e voluntárias de protecção. Dentro deste quadro
caberáaosoperadoresjudiciários,emparticularaoMinistérioPúblico,estabelecer
aponteentreasubsidiariedadeeaproporcionalidadedaintervençãoeagarantia
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
16
dos interesses da pessoamaior. Perante um leque de instrumentos de conteúdo
flexível,otribunalusarádeespecialexigência,emespecialquandoemcausaesteja
ainstauraçãodacuratela,nafundamentaçãofaceàconcretasituaçãodefacto,de
formaagarantiraadequaçãodasuasolução.
29. A proporcionalidade traduz, em particular através das dimensões daadequação e da necessidade, uma ideia de intervençãomínima. Daí decorre, no
queàcurateladizrespeito,aatribuiçãodeumpoderao tribunalparamodelara
sua extensão na exactamedida dos interesses do beneficiário. A ligação entre o
artigo139.ºeosartigos145.ºe146.ºdoCódigoCivilpressupõequeadecisãodo
tribunalnãoestejavinculadaaoquefoirequerido(artigo905.º,n.º1doCódigode
ProcessoCivil)equeacomposiçãoeaextensãodacuratelasejammoldadasaos
interessesdobeneficiário(artigos145.ºe146.ºdoCódigoCivil).Destemodo,em
conformidade com os ditames do número 3 do artigo 12.º da Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, optou-se por
funcionalizaracuratelaàconcessãoàspessoasprotegidasdo“apoioquepossam
necessitar no exercício da sua capacidade jurídica” e, portanto, a medida de
protecção não comporta necessariamente a representação, nem sequer a
assistência.
30. Por fim, a autodeterminação da pessoa protegida erige-se como princípio
estruturante do novo sistema, enquanto decorrência do direito ao livre
desenvolvimento da personalidade, transversal a todo o sistema e presente em
todos os seus momentos. Numa fase prévia à falta ou limitação das faculdades
mentais, consagra-se a poder de escolha e modelação dos instrumentos de
protecção. No momento da determinação das soluções do sistema em sede
processual,quernosprocessosquecorremperanteoMinistérioPúblico,querno
tribunal,garante-seàpessoaaprotegeraparticipaçãoprocessualeasuaaudição
préviaatodaatomadadedecisão,paraalémdeselheconferirlegitimidadeactiva
para a instauração, revisão e levantamento da curatela e requerimento de
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
17
nomeaçãodecuradorespecial.Mesmoquandoosinstrumentosdeprotecçãojáse
encontram a produzir efeitos, o beneficiário continua a gozar da faculdade de
vincular,pelasuavontade,asdecisõesdocuidadoredeparticipareserinformado
dagestãodeste.
31. Arelevânciaatribuídaàsmanifestaçõesantecipadasdevontadefoi jáobjectodeparticulardestaquenaRecomendaçãodoConselhodaEuropan.ºR(99)4sobre
«Princípios Respeitantes à Protecção Jurídica dos Incapazes Adultos”, que se
pronuncia acerca da necessidade de tomar em consideração as disposições
tomadas antecipadamente pela pessoa incapacitada, apontando como exemplo
deste tipo de instrumentos omandato ou a procuraçãopermanente, e destaca a
necessidade de uma consideração atenta dos desejos da pessoa. Assim, a
autonomia da pessoa é tutelada, desde logo, pelo reconhecimento do direito à
autodeterminação no planeamento dos instrumentos de protecção. Tal pode
operar-se quer através da previsão de mecanismos voluntários (mandato em
previsão da incapacidade ou procurador de cuidados de saúde), quer com as
manifestações de autotutela, que se traduzem na escolha ou recusa da pessoa a
desempenharasfunçõesdecuradoroucuradorespecial,bemcomonamodelação
dosórgãoseobjectodacuratela.
32. Noâmbitodoprocesso,háquedestacarquenãosósereconhecelegitimidade
activa à pessoa a proteger, como o seu consentimento é pressuposto para a
instauraçãodacuratela(artigo892.ºdoCódigodeProcessoCivil).Paraalémdisso,
aparticipaçãoeaudiçãodirectaeimediatadapessoaperanteoMinistérioPúblico
ou o tribunal é pressuposto processual fundamental para a tomada de decisão.
Mesmo perante situações de impossibilidade de deslocação da pessoa, não fica
afastado o dever de ouvir e conhecer da pessoa e da sua situação, pelo se que
impõeadeslocaçãoaolocalparaqueaquelasejaouvidadirectamente.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
18
33. Nodecursodaaplicaçãodosinstrumentosdeprotecção,hátambémquenotar
osmomentos de participação da pessoa protegida. Para este efeito, consagra-se
umasériededireitosedeveresqueassumemafunçãoinstrumentaldeconceder
relevância à vontade da pessoa maior. Pense-se, desde logo, no papel que
representa para este efeito o dever dos cuidadores de prestarem contas da sua
administração e de apresentação de relatório das actividades realizadas ou no
direito da pessoa protegida a ser informado e a participar, na medida da sua
capacidade natural, nos processos de decisão tomados pelo cuidador, resultem
estesdemecanismosoumedidasdeprotecção.Por fim,háqueatentarnodever
queincumbeaocuradordeassegurarqueocurateladointervémnosprocessosde
decisão que não lhe cabem e que a sua opinião é tomada em consideração para
concretizaçãodoqueéoseuinteresse(artigo140.ºdoCódigoCivil).
34. Dopontode vistado conteúdo, toda a intervençãodo cuidador teráque ser
feita por referência à vontade da pessoa protegida, o beneficiário do sistema de
protecção,quandosepossaacederaela.Daíquesedevadarrelevânciaa todaa
manifestação pelo beneficiário do seu ponto de vista a respeito da sua própria
situação e mesmo do seu eventual desacordo com a actuação do cuidador. Na
verdade,apessoamaiorbeneficiáriadeprotecçãoéaprimeiraresponsávelpelas
decisõesatomar,namedidadasuaaptidãoparaseautodeterminar.Desdelogo,há
que ter em conta os interesses e valores revelados anteriormente ao fenómeno
incapacitante. As declarações antecipadas de vontade vinculam a definição do
interesse subjectivo da pessoa num momento de incapacidade, desde que
ofereçamgarantiasdecertezaeclareza.Cumpridosestesrequisitos,nãosepoderá
afastar a vontade então expressamente manifestada por um qualquer critério
objectivo, pois um critério de normalidade ou a automática transferência de
valoresdo cuidadorparaapessoaaproteger representamanegaçãodaaptidão
humana para autodeterminar os seus próprios interesses. O recurso a critérios
objectivosapresenta-secomoultimaratioesóéadmissívelnaausênciademeios
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
19
parareconstruiravontadedapessoa.E,mesmoemtalcaso,nãoseprescindede
umesforçodeavaliaçãoindividualdessesmesmoscritérios,atentoomomentoea
oportunidadedasituação,bemcomoaescaladevaloresdobeneficiário.Daíqueos
limites à consideração da vontade da pessoa devam ser estabelecidos por
referênciaaoslimitesimpostosàpessoaquenãopadecedefaltaoulimitaçãodas
faculdades mentais, ou seja, nos termos das regras gerais relativas ao
consentimentoeeficáciadosactosjurídicosemquestão.
35. Onovosistematraduztambémumdiferenteposicionamentodaincapacitação
no quadro jurídico da protecção das pessoas maiores. Ao eleger como fim a
inclusãodapessoamaior,onovosistemapressupõeasupressãodaincapacidade
jurídicaenquantoomeiodeprotecção.Acapacidadejurídica,entendidaenquanto
atribuiçãoobjectivaatodasaspessoasmaiores,conferidaindependentementeda
sua efectiva capacidade natural, é um atributo ontológico e indissociável da
personalidade jurídicadapessoahumana.Desta forma,orecursoa instrumentos
deprotecçãodirige-seàafirmaçãodaplenacondiçãohumana,contribuindopara
garantir e promover o livre desenvolvimento da pessoamaior na afirmação dos
seus interesses. Assim, estabelece-se como regra, no âmbito de todos os
instrumentos de protecção, a capacidade de agir do beneficiário. Só no caso de
instauração de medida de curatela se admite que esta venha a ser decretada a
título excepcional. O juízo negativo de capacidade terá que ser individual e
concreto, convergentecomacapacidadenaturale interessesdapessoa,umavez
que, objectivamente considerada, a incapacidade representa a ablação de
soberaniaàpessoasobreasuaesferade interesses.Aocontráriodoquesucedia
comainterdiçãoeainabilitação,odecretamentodaincapacidadenãoéessencial
paraa instauraçãodamedida.Naverdade, estapode ser requeridae consentida
pelapessoaaproteger,enquantodetentoradecapacidaderesidual,eoconteúdoe
extensãodamedidapodedeixarintocadaacapacidade.Atítulodeexemplo,pense-
senassituaçõesemqueapenassejanecessárioapoionaformaçãodeumavontade
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
20
própria e autónoma da pessoa. A extensão da medida de protecção é e será
determinadasempreemfunçãodasnecessidadesdapessoaenãoassentarnasua
inabilidadeparagovernarasuapessoaebens.
36. Suprimem-seasincapacidadesjurídicasdegozoquedecorriamdainterdiçãoe
inabilitaçãoporanomaliapsíquica.Amedidaemqueapessoapodesersujeitode
relações jurídicasnãopode ser pré-determinadapela constataçãoda capacidade
diminuída da pessoa e consequente decretamento demedida de protecção,mas
antespelasuaconcreta inaptidãode factoparaacelebraçãodeumdeterminado
acto jurídico. É certo que a deficiência ou a capacidade diminuída justificam a
adopçãodeinstrumentosinclusivos,comoainstauraçãodacuratela,masdaquela
não pode resultar um efeito automático de incapacidade para casar, perfilhar,
exercer as responsabilidades parentais ou atémesmo votar (artigo 12.º, n.º4 da
ConvençãodasNaçõesUnidassobreosDireitosdasPessoascomDeficiência).Ora,
aoeliminarasincapacidadesdegozocomoefeitodasmedidasdeprotecçãopassa
exigir-seaaferiçãocasuísticadacapacidadenatural,enquantoelementoessencial
do acto jurídico voluntário constitutivo, modificativo ou extintivo da relação
jurídica.Assim,porexemplo,aalteraçãodon.º2doartigo6.ºdaLeidaProcriação
MedicamenteAssistidaenquadra-senesteentendimento,quandoprevêaexclusão
do acesso às técnicas de procriação medicamente assistida, não em virtude da
instauração de curatela, mas da apreciação em concreto da capacidade natural
para prestar consentimento (ver ainda o artigo 23.º da Convenção das Nações
UnidassobreosDireitosdasPessoascomDeficiência).
37. Odireitoàcapacidade jurídicapressupõeorespeitopelaaptidãode factoda
pessoaparaagir juridicamente,querassegurandoasua liberdadedeacção,quer
suprindoas falhasou limitações.O factode se fazerdepender a instauraçãodas
medidasdeprotecçãodavontadedapessoamaioréreflexodistomesmo.Pense-se
na exigência do consentimento da pessoa maior para instauração da curatela
(artigo 144.º do Código Civil). Esta exigência repercute-se no processo judicial
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
21
(artigo898.º,n.º3doCódigodeProcessoCivil) eapenaspodeserdispensadoo
consentimentoquandoapessoaseencontreincapazdeconsentirouquando,ainda
quetenhacapacidadeparaconsentir,aalteraçãooulimitaçãodassuasfaculdades
mentaiscoloqueemperigoosseusinteressesrelevantes.
38. Porfim,háquesublinharqueodecretamentodeumarestriçãoàcapacidadepara agir através de uma inabilitação não se basta com mera verificação da
incapacidade natural, uma vez que esta pode já receber a devida resposta por
outros meios; antes pressupõe a necessidade de constituição de um estatuto
jurídicoquevisaacautelarosinteressesprópriosdobeneficiárioemvirtudedasua
faltaoulimitaçõesdasfaculdadesmentais(artigo149.ºdoCódigoCivil).Todavia,
mesmoquandoainabilitaçãosejanecessária,nãosedeixadepreservaropoderde
iniciativa do beneficiário, no caso curatelado, porquanto apenas se sujeita a
eficácia do seu acto à autorização ou confirmação do curador, e aquele pode
requererquea faltadeautorizaçãoseja judicialmentesuprida (artigo149.º,n.º3
doCódigoCivil).
39. Osistemadeprotecçãopreservaasoberaniadapessoamaiorprotegidasobre
asuaesferadeinteresses,semdeixardeteremcontaqueaincapacidadejurídica
continua a ser uma ferramenta de protecção. Como tal, impõe-se um ónus
qualificadodefundamentaçãodoseudecretamento,dependentedaverificaçãode
umnexoentreincapacidadenaturaleperigodeauto-lesãodeinteressespessoaise
patrimoniais relevantes, tanto mais exigente quanto maior for o âmbito da
incapacidadedecretada,ainabilitação.Paraissoénecessárioqueojuizdiscrimine
e especifique os interesses e factores de perigo que justificam a restrição. Tais
considerações estendem-se ao decretamento de medidas provisórias. Estas
dependem sempre de uma decisão judicial com fundamento no caso concreto
(artigo150.º, n.ºs 3 e 4 doCódigoCivil e artigos905.º-G e 905.º-I doCódigode
ProcessoCivil),eliminando-seoregimedosartigos149.ºe150.ºdoCódigoCivilna
sua versão anterior. No entanto, o âmbito de incapacidade, mesmo quando
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
22
proporcional,serálimitadoenuncapoderáserdeconteúdogenérico,salvoquanto
aos actos de disposição entre vivos. As exigências de segurança e protecção do
comérciojurídicoserãomuitomaisreduzidasquandoemcausaestejaminteresses
da esfera pessoal. Assim, elimina-se a exigência de publicitação da acção de
instauração da curatela (tal como ocorria para a interdição e inabilitação, artigo
892.ºdoCódigodeProcessoCivilna suaversãoanterior), apenasseprevendoa
obrigatoriedade do registo das decisões relativas à curatela e à nomeação do
curador especial (artigos 905.ºB e 905.º-F, n.º 6 do Código de Processo Civil e
artigo13.º,n.º1al.h)doCódigodeRegistoCivil).
40. Os sujeitos cuja situação é regulada pelo regime de protecção de pessoas
maiores, denominados beneficiários, são aqueles cuja limitação ou alteração das
faculdades mentais conduz a uma diminuição da aptidão para governar a sua
pessoa eos seusbens.Aperturbaçãoqueafecta a aptidãode apessoa governar
autonomamente os seus interesses poderá apresentar carácter temporário ou
duradouroe taldistinçãovaiassumirrelevânciaaoníveldassoluçõesavançadas
pelo sistema. São previstos vários instrumentos de protecção, mas reserva-se a
medida de protecção da curatela apenas para as situações em que a falta ou
limitaçãodacapacidadesejaduradoura.Sónestescasossejustificaainstauração
de uma tal medida, que pressupõe o exercício continuado de competências e
representaumaintrusãorelevante,queraoníveldoprocessodeinstauração,quer
dosseusefeitos,ecujaduraçãoépotencialmenteindeterminada.
41. Nãosãodestinatáriosdoregimedeprotecçãodepessoasmaioresaquelesque,
emvirtudedelimitaçõesoualteraçõesdenaturezafísica,tenhamdificuldadesem
concretizar a sua vontade. Nestes casos, não existe uma falha na aptidão para
formar esta vontade, mas obstáculos à sua exteriorização ou execução. Em tais
situações,nãosejustificaumaingerêncianaesferadeinteressesdapessoamaior
que não seja por si querida. Reconhece-se, todavia, que, em determinadas
situações, a plena participação activa desta pessoa no mundo jurídico está
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
23
dependentedeapoionosentidodeexecutarasuavontade.Daíquesejaprevisto
um instrumento cujos fundamentos e regime são distintos dos instrumentos de
protecção previstos para as pessoasmaiores— o apoio para a autonomia. Esta
medidade carácter social permite que, na ausência de representante voluntário,
masarequerimentodo interessado,oMinistérioPúblicoprocedaànomeaçãode
auxiliarqueexprimaoudêexecuçãoàvontadedoauxiliado.
42. Assiste-se,assim,àeliminação—quevinhadesdehámuitoaserreclamada—
defundamentosdainterdiçãoouinabilitaçãopresentesnoanteriorregime,asaber
asurdez-mudezeacegueira,queseencontravamnainterdição,aqueacresciam,
na hipótese de inabilitação, a prodigalidade e o uso de bebidas alcoólicas ou
estupefacientes. Apenas namedida emque de algumadestas situações resultem
implicações de carácter cognitivo ou volitivo, existe a possibilidade de receber
acolhimento por parte do único fundamento previsto no actual regime de
protecção. Aliás, a maleabilidade da formulação adoptada permite responder a
todasassituaçõesquesetraduzamnumainadequadaformaçãodavontade.
43. Haverá, no entanto, situações que se equiparam às de um beneficiário do
sistema de protecção de pessoas maiores. São os casos em que, não obstante
estarmosapenasperantelimitaçõesdecarácterfísicoquenãotêmimplicaçõesde
carácter cognitivo ou volitivo, estas tornam de todo impossível qualquer
manifestação de vontade. Deste modo, apesar da possibilidade em abstracto de
tomar decisões de forma válida, a impossibilidade de as dar a conhecer justifica
queoMinistérioPúblicorequeiraaotribunalainstauraçãodecuratela.
44. O fundamentoestabelecidopara convocaro regimedeprotecçãodepessoas
maioresconstituiumconceitojurídicoenãopretendeidentificar-secomnenhuma
categoria de natureza clínica. Tal opção encontra-se em conformidade com a
assunção da dificuldade inerente à definição de incapacidade ou de deficiência
como um conceito em evolução, que “resulta da interacção entre pessoas com
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
24
incapacidades e barreiras comportamentais e ambientais que impedem a sua
participação plena e efectiva na sociedade em condições de igualdade com as
outraspessoas”(alíneae)doPreâmbulodaConvençãodasNaçõesUnidassobreos
DireitosdasPessoascomDeficiência).
45. Emtermosestruturais,onovoregimedeprotecçãodaspessoasmaioresqueseindividualizaramnostermosacimareferidosequeagoraseintroduzconvocaa
combinação de várias figuras, iluminada pelos princípios da necessidade e da
subsidiariedadeedeterminadaexclusivamentepelointeressedobeneficiário.Em
suma, desenha-se um sistema que combina medidas de protecção, de carácter
institucional (a curatela) ou de feição mais limitada (curador especial) com
mecanismos de protecção, diferenciados pelo seu cariz informal (gestão de
negócios) ou pelo exercício da autonomia da pessoa protegida (mandato em
previsãodaincapacidadeedirectivasantecipadas).
46. Afiguraqueéobjectodeumamaisforteregulamentaçãopelaleiéamedidade
protecção de carácter institucional, a curatela. Esta medida justifica-se pela
necessidade de acautelar as situações em que não existem alternativas menos
restritivas,ounãoépossívelrecorreraelas.Asuaexistênciaéfundamentalpara
funcionar como rede de segurança para aqueles que, encontrando-se numa
situaçãodeincapacidade,nãoaplanearamatravésdeummecanismodeprotecção
como o mandato ou não dispõem de meios informais que permitam dar-lhe
resposta.
47. Amedidadacuratelapartedaanteriorfigurahomónima.Àsemelhançadesta,
permite umamodelação damedida da incapacidade da pessoa protegida e dá a
possibilidade de combinar omeio de suprimento da incapacidade da assistência
comodarepresentação.Todavia,nanovafigura,atónicaécolocadanamedidade
protecção,acuratela,enãonaincapacidadedecretada,ainabilitação.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
25
48. A curatela é o mecanismo do novo sistema que apresenta uma feição mais
legalista, namedida emque o seu conteúdo parte de uma definição legal e será
determinada pela autoridade judicial. A lei define esferas de atribuições que
delimitam os poderes funcionais do curador (deveres de cuidado, poderes de
representação e poderes de assistência, fixando os actos que dependem da
autorização do curador) e fixa supletivamente o conteúdo mínimo da curatela.
Trata-se, no entanto, de uma medida flexível, uma vez que o seu conteúdo é
passíveldeconcretização judicialatendendoàsituaçãoparticulareàvontadedo
curatelado—que,namedidadasuacapacidade,temapossibilidadedeconfigurar
os órgãos da curatela e indicar os seus titulares— , quer esta sejamanifestada
previamente, quer seja contemporânea da instauração da curatela. Para além
disso, o processo de instauração de curatela pode ser da iniciativa da própria
pessoaprotegida,aqualdispõe,aoladodaquelesquetradicionalmentejápodiam
intentar uma acção de interdição ou inabilitação, de legitimidade activa; e dá-se
ocasiãoparaaexpressãodavontadenoquerespeitaaoprópriodecretamentoda
medida, através da convocação do consentimento do curatelado, namedida em
queestesejacapazdelivrementeocompreendereconceder,oquecomportauma
simplificaçãoaonívelprocessual.
49. Orecortedasoluçãoadoptadanoâmbitodacuratelaexigeasuaadequaçãoao
caso concreto em planos diversos. Reclama que sejam moldadas as funções e
correspondentespoderesdocurador,emfunçãodoapoionecessário,mastambém
daeventualidadedodecretamentodaincapacidadeedasuaextensão,eprescreve
queestefigurinosejadotadodeactualidade,tendoemcontaocarácterrestritivo
dedireitosquepodeassumireautilidadequedeverevestir.Daíquetenhamsido
previstos mecanismos processuais obrigatórios de revisão da curatela em
intervalosde temponuncasuperioresa seteanos, epermaneçasempreabertaa
possibilidadederevisãoapedido(artigo156.º-K,n.º2doCódigoCivil).Arevisão
nestes termos está, aliás, em conformidade com a ciência psiquiátrica actual,
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
26
iluminada pelo princípio da reabilitação, para a qual a doença é vista como
situação reversível, em boa parte graças aos progressos da intervenção
farmacológica. A isto atendeuaConvençãodasNaçõesUnidas sobreosDireitos
das Pessoas com Deficiência no já mencionado n.º 4 do artigo 12.º ao prever a
aplicaçãodasmedidas“noperíododetempomaiscurtopossível”easuasujeição
“a um controlo periódico por uma autoridade ou órgão judicial competente,
independenteeimparcial”.
50. Os poderes funcionais atribuídos ao curador podem reconduzir-se a três
esferasde atribuiçõesdistintas: deveresde cuidado, poderesde representação e
poderes de assistência, na medida dos actos do curatelado que podem estar
sujeitos à sua autorização. Estes poderes são determinados pelo juiz, dentro do
quadro legal, de acordo com as necessidades do curatelado e da sua capacidade
natural para governar a sua pessoa e bens. Destemodo, o conjunto de poderes
atribuídos ao curador é variável, podendo ou não coexistir as três esferas de
atribuições.
51. Aconcessãodepoderesdequalquerumadestasesferasdeatribuiçõesconfere
autoridadeparainterferirnaesferajurídicadocuratelado.Justifica-se,assim,que
os riscos associados às relações de subordinação tenham determinado a
consagraçãodeumasériede limitesaoexercíciodospoderesdocurador, como
propósitodeprevenirsituaçõesdeabuso,queremmatériasdoforopessoal,como
as que dizem respeito à fixação da residência, cuidados de saúde, vida privada,
familiar e correspondência, internamento e restrição da liberdade, esterilização,
interrupçãovoluntáriadagravidezouaospedidosdeseparaçãoededivórcio,quer
em matérias de cariz patrimonial, como os actos previstos no artigo 1938.º do
CódigoCivil.
52. Oprimeironíveldepoderesfuncionaisatribuídosaocuradordizrespeitoaos
deveresespeciaisdecuidadoqueesteterádeassumir.Estaseráaúnicaesferade
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
27
atribuições que está necessariamente presente quando instaurada a curatela, já
queocurateladoésemprealguémcarecidodeprotecção.Noexercíciodedeveres
de cuidado, o curador deverá praticar actos materiais de apoio no processo
decisório, conducentes à formação de uma vontade livre e esclarecida (por
exemplo, ajudar a obter e processar a informação com vista à prestação de
consentimentomédico),mastambémassegurarqueasnecessidadesdocuratelado
são satisfeitas e que se levem a cabo as providências adequadas para remover
situaçõesdeperigoqueoameacem,aindaquenãoofaçacomoseurepresentante
ouassistente.
53. A segunda esfera de atribuições comporta a concessão de poderes de
representaçãoaocurador.Ofactodeseremconferidostaispoderesnãodetermina
oupressupõeaincapacidadedeagirdocuratelado,peloqueesteconservaaplena
capacidade, salvodecretamentode inabilitação.Assimo curador actua emnome
docurateladoapenasquandoestedemonstraincapacidadeparaofazer.Equando
ofaça,talnãosignificaqueosubstituanecessariamente,podendoadmitir-seuma
actuaçãoparaleladeambosouaactuaçãocomplementardocuradorrelativamente
aocuratelado,quandoesteaindadisponhadecapacidadedefactoremanescente.
Com o actual modelo, a concessão de poderes de representação não decorre
directamentedalei,dependedaespecificaçãoquesejafeitapelotribunal,querdos
actosarealizarpelocurador,querdosactosdestequedependemdeautorização
judicial ou de outro órgão da curatela. Na ausência ou insuficiência desta
determinação remete-se para o regime da tutela nomeadamente para a lista de
actos previstos nos artigos 1937.º e 1938.º e respectivo regime, assumindo este
naturezasupletiva.
54. Namedidaemquesejadecretadaainabilitação,cabemaocuradorospoderes
deumassistente.Nestescasos,incumbir-lhe-ásindicaraconformidadedadecisão
comosinteressesprópriosdocurateladoecontrolarasuaactuação.Responde-se,
assim,àssituaçõesemqueàincapacidadenaturaldocurateladodegovernarasua
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
28
pessoaeosseusbensseassociaumcomportamentoquecriaumperigoactualde
práticadeactosjurídicosqueoprejudiquemdeformarelevante.
55. O facto de se instaurar a medida de protecção da curatela não implica
necessariamentequeseprocedaà incapacitaçãodocuratelado, jáqueapenasno
âmbito da inabilitação existe uma incapacidade de agir. Na verdade, só na
eventualidadedeestaserdecretadaenamedidadosactosaquesereferevemosa
actuaçãodocurateladonomundojurídicoserlimitada,umavezqueestásujeitaà
autorizaçãodocurador.Assim,abandona-sequalquerpré-definiçãodoâmbitoda
falta de capacidade para o exercício de direitos, quer de forma genérica (como
acontecia anteriormente na interdição), quer através da fixação de um núcleo
mínimo(comoeraocasodapretéritainabilitação),umavezqueestadevepoder
sermoldadadeacordocomascircunstânciasdecadacaso.
56. Tambémnãoseextraemefeitosimediatosdainstauraçãodacuratelaquantoà
capacidade relativa a actos de natureza pessoal. Logo, ser beneficiário de uma
medida de protecção não implica, nomeadamente, falta de capacidade para
consentir,paracasar,paraperfilharouparaexercerresponsabilidadesparentais.
Esta é uma opção que está em conformidade tanto com os artigos 5.º e 6.º da
Convenção para a Protecção dos Direitos do Homem e da Dignidade do Ser
Humano face às Aplicações da Biologia e da Medicina, como com o artigo 23.º
ConvençãodasNaçõesUnidassobreosDireitosdasPessoascomDeficiência.Este
último determina o reconhecimento às pessoas com deficiência dos direitos de
“contraírem matrimónio e [de] constituírem família com base no livre e total
consentimento dos futuros cônjuges”, de decidirem sobre o estabelecimento de
vínculosde filiação,nomeadamente“decidirem livreeresponsavelmentesobreo
númerodefilhoseoespaçamentodosseusnascimentos”edenãohaverseparação
dacriançadosseuspais“contraavontadedestes,exceptoquandoasautoridades
competentes determinarem que tal separação é necessária para o superior
interesse da criança”, estabelecendo que em “caso algum deve uma criança ser
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
29
separadadospais combasenumadeficiênciaquerda criançaquerdeumoude
ambos os seus pais”. Daqui resulta que a determinação da capacidade quanto a
estesactosdevaserrealizadarelativamenteacadaumeemsedeprópriadasua
prática.Veja-se, a títulodeexemplo, a revogaçãodaalíneab), don.º1doartigo
1913.ºdoCódigoCivil.
57. Osistemadeprotecçãodepessoasmaioresconsagratambémummecanismo
que responde ao interesse fundado de planeamento de uma situação de futura
incapacidade, atravésda concessãovoluntáriadepoderesde representação—o
mandato em previsão da incapacidade. Esta ideia já se encontrava vertida no
ordenamento jurídico português, na área da saúde, na figura do procurador de
cuidadosdesaúde.Recebe,todavia,umdiferenteenquadramentojurídicoatravés
de uma figura com longa tradição jurídica e grande importância prática — o
mandato.Assim,paraalémdaconcessãodepoderesderepresentativos,umavez
quesetratademandatocomrepresentação,estabelece-seumarelaçãodegestão
entre mandante e mandatário que cria a obrigação contratual deste último
desenvolveractividadejurídicaafavordomandante,decumpriroencargodeque
foiincumbidoporeste,noexclusivointeressedomandante.
58. Oregimedestanova figura foi concebidoparadar resposta às exigênciasdeprotecçãodapessoa comcapacidadediminuídadonosso sistema jurídico.Nesse
sentido,estabeleceram-seregrasquevisamconferiraomandanteemsituaçãode
incapacidadeumgraudeprotecçãoacrescidorelativamenteaocomummandante,
de forma a defendê-lo de eventuais abusos e a garantir-lhe uma adequada
consideraçãodosseus interessesenecessidades.Paratal, fazem-seexigênciasde
forma,aptasagarantirasegurança,aprevisibilidadeeaponderaçãonecessárias
paraaconstruçãodeuminstrumentodestetipoeprevêem-seimpedimentospara
assumir a posição de mandatário em previsão da incapacidade, em função das
relaçõesdedependênciaemqueomandantesepossaencontrar.Tendo também
emvistacriaroenquadramentoadequadoparaospoderesqueomandantepode
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
30
conceder, no exercício da sua autonomia, recortam-se as obrigações do
mandatário. O cumprimento destas obrigações implica a relação do mandatário
comdoisinterlocutores.Porumlado,estabelecem-sedeveresdecontactopessoal
edeprestaçãodeinformaçõesecontasaomandante.Poroutrolado,oMinistério
Público, no exercício da sua função estatutária de protecção dos incapazes, é
chamado a desempenhar um papel de controlo no exercício do mandato em
previsão da incapacidade. É, desde logo, o Ministério Público quem tem
competência exclusiva para determinar a produção de efeitos domandato, uma
vez apurada a verificação da incapacidade para a qual o mandato foi previsto,
concedendo autorização para o efeito. Daí que seja também a este que o
mandatáriodevecomunicarasituaçãodeincapacidadeparaaqualomandatofoi
previsto. ÉaoMinistérioPúblicoqueomandatárioapresentaaindaarelaçãode
bensaadministrar,presta informaçõesecontasecomunicaa impossibilidadede
execução ou a inadequação dos poderes conferidos pelomandato ou a eventual
existênciadeconflitodeinteresses.
59. O mandato em previsão da incapacidade não responde necessariamente a
todos os cenários de incapacidade em que o mandante se possa encontrar. Na
verdade, o seu regime supletivo determina que abrange apenas os actos de
administração ordinária do património e de cuidado da pessoa do mandante
necessários ou convenientes à salvaguarda dos interesses deste e é mesmo
possívelestabelecer-seumconteúdomaisdiminuto.Emqualquercaso,omandato
podenãocorresponderàsnecessidadesdeprotecçãodoseubeneficiário,querem
virtude da sua extensão, quer da sua adequação, nomeadamente por falta de
idoneidadeouapetênciaparaaposiçãodomandatárioescolhido,quepodemser
objectodeapreciaçãoporpartedoMinistérioPúblicoemsededeautorizaçãopara
aproduçãodeefeitosdomandatoemprevisãoda incapacidade.É,pois,possível
que seja necessária a instauração da curatela. Esta, todavia, não determina a
caducidadedomandatoemprevisãodaincapacidadeanãosernamedidaemque
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
31
seprocedaàatribuiçãodepoderesderepresentaçãoaocuradorouainabilitação
domandatário relativamente aos actos abrangidospelomandato.Destemodo, o
mecanismodeprotecçãodomandatoemprevisãodaincapacidadeeamedidade
protecção da curatela podem coexistir, podendo concluir-se que o mandato em
previsão da incapacidade não é apenas uma alternativa à curatela,mas também
podesercumulávelcomesta.Paraalémdisso,admitiu-sequeo tipogenéricodo
contratodemandato tambémnãocaducassenecessariamente coma instauração
da curatela do mandante, ultrapassando-se o obstáculo legal que era levantado
peloanteriorregimecomainstauraçãodeumamedidadeprotecção.Destaforma,
e novamente, só se se proceder à atribuição de poderes de representação ao
curadoroua inabilitaçãodomandatáriorelativamenteaosactosabrangidospelo
mandatoseassisteàcaducidadedeste.Estesnãosão,todavia,oscasosdemandato
em previsão da incapacidade, uma vez que o instrumento já se encontrava a
produzirefeitosantesdasituaçãodeincapacidadeenãofoicriadopararesponder
aesta,àluzdasregrasqueoCódigoCivilprevê.
60. Osistemadeprotecçãodepessoasmaioresacolheaindaexpressamente,eem
homenagemaoprincípiodasubsidiariedade,ofuncionamentodemeiosinformais
de cuidado e dá relevância às situações em que a pessoa em situação de
incapacidadenãoseencontraescudadaporumamedidaformal,masexistequem
ajaemvezdestaparaproveràssuasnecessidades,realizaractosurgenteseevitar
prejuízos,aindaquenãotenhaautorizaçãoparatal.Aqui,facilmenteencontramos
afamíliaaassumirosencargosdocuidadodapessoaemsituaçãodeincapacidade,
resistindo à intervenção de pessoas estranhas a este núcleo, especialmente da
autoridadejudicial.Aquelaintromissão,queseriaemprincípioilícita,porquenão
autorizada,podia,écerto,serlegitimadaatravésdafiguradagestãodenegóciosjá
presente no ordenamento jurídico. Todavia, este instituto não se encontrava
talhadoparaassistirumdonodonegócioincapaz,umavezquepressupunhaqueo
gestor de negócios assumisse obrigações de prestar avisos, contas e outras
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
32
informações e que o fizesse face a um dominus capaz de as entender e de se
determinaremfunçãodesseentendimento,bemcomodeaprovaragestão.Daíque
se tenhaacolhidoa figuradagestãodenegócios,masajustandooseuregimede
modoacolmatarosproblemaslevantadosporumdonodenegócioqueé,defacto,
uminterlocutorcomcapacidadediminuída.Paratal,determinou-sequehajaoutra
entidade,ocuradorespecial,aquemdevamserprestadastaisinformações,facea
quempossamsercumpridososdeveresdeentrega previstosna leiequepossa
aprovaragestão.
61. Aúltimapeçadosistemadeprotecçãoéafiguradocuradorespecial.Trata-se
de uma medida de protecção, judicialmente determinada, e que foi criada para
responderàssituaçõesemqueénecessáriaapráticadeactosdeterminadospara
os quais o beneficiário careça da capacidade de entender e querer e não se
justifique a instauração da curatela. Pode, portanto, responder a situações de
incapacidadetemporáriaoucomvariaçõesconsideráveisaolongodotempo,oua
situaçõesdeincapacidadeduradoura,queseencontremjáacauteladasporoutros
meios,masemquesejanecessáriaaintervençãopontualdeoutroente.Ocurador
especialaparece,portanto,comoumafiguracujospoderesaparecemcircunscritos,
quer porque desempenha somente funções de fiscalizador, como acontece no
âmbito da gestão de negócios, do mandato em previsão da incapacidade ou
relativamente a actos especiais previstos na lei, quer porque exerce deveres de
cuidado ou poderes de representação especiais, na eventualidade de conflito de
interesses ou da necessidade de concessão de autorizações, quer ainda porque
assumeumaposiçãomeramenteprocessual,apresentando-secomoumcuradorad
litem.
62. A vinculação aos princípios estruturantes e direitos fundamentais da pessoa
maiorestende-se tambémàs regrasprocessuais.O sujeitoprocessualprincipal e
titular dos interesses que constituem o eixo exclusivo do desenvolvimento dos
actosprocessuaiséorequerido.Talpressupõeavinculaçãododecisornoexercício
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
33
dos seus poderes inquisitórios, seja qual o processo em causa e a autoridade
jurisdicionalcompetente.
63. Oprocessodeinstauraçãodacuratelaenomeaçãodecuradorespecialmerece
particular destaque. Este processo conserva amesma localização sistemática no
Código de Processo Civil do processo de interdição e inabilitação e assume-se
comoumprocessodenaturezahíbrida,noseiodoqualsecombinamcomponentes
dejurisdiçãocontenciosaedejurisdiçãovoluntária.Ocaráctercontenciosodeve-
seaofactodeestarmosperanteapossibilidadedeincapacitaçãodeumapessoa,e
portanto, de uma decisão restritiva de direitos fundamentais, que convoca
garantiasprocessuaisacrescidas,aptasapermitiremadefesacontraintromissões
abusivasnaesferadeinteressedorequerido.Afacetadejurisdiçãovoluntáriaestá
relacionada com a actividade de verdadeira gestão de interesses que se pode
reconhecernamodelaçãoemconcretodeumamedidadeprotecção.
64. Emhomenagemàcentralidadedosinteressesdorequerido,acompetênciaem
razão do território no processo de instauração da curatela é determinada em
função da residência daquele (artigo 72.º-A, n.º1 do Código de Processo Civil),
visando-se,assim,queaproximidadedotribunalaocentrodevidadointeressado
assegure a sua audição e participação nos actos processuais que lhe digam
respeito. As mesmas exigências de proximidade do tribunal justificam a
competência territorial do tribunal onde o curatelado se encontra para a
autorização, ratificaçãoou suprimentodo consentimentoacercados cuidadosde
saúdeeparaaautorizaçãoouconfirmaçãojudicialemmatériadeinternamentoe
restrição da liberdade (artigo 72.º-A, n.º 4 do Código de Processo Civil).
Semelhantesconsideraçõesforamfeitasquantoaosprocessosdecompetênciado
Ministério Público no âmbito do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de Outubro
(alíneasb) ee)don.º1doartigo3.º).Éaindaaquele interessequedeterminaa
concentraçãonumsóprocessode todosos incidentesderevisãoe levantamento
da curatela, bem como que seja junta a este processo certidão relativa às
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
34
providências tomadas em relação ao curatelado Tal permite, sem prejudicar a
competênciaterritorialematerial,oplenoconhecimentodaevoluçãodasituação
docuratelado,desdelogoparaefeitosderevisãooulevantamentodecuratela.
65. É em função da exclusividade do interesse do requerido que também se
determinaotermodoprocessodeinstauraçãodacuratelaenomeaçãodecurador
especial.Desta feita, casoo requeridovenhaa falecernapendênciadoprocesso,
cessa a utilidade deste, determinando-se a consequente extinção da instância
(artigo891.º,n.º2doCódigodeProcessoCivil).
66. A legitimidade para requerer as medidas de protecção encontra-se agora
previstanoartigo892.ºdoCódigodeProcessoCivil,aocontráriodoquesucedia
naversãoanteriorqueaincluíanoCódigoCivil.Justifica-seapresentelocalização
sistemáticapelanaturezaprocessualdanormaemquestão.Aliás,estadisposição
nãoseafastamuitodoanteriorartigo142.ºdoCódigoCivil.Asalteraçõesdizem
respeito à consagração da legitimidade do próprio interessado e da pessoa que
viva em união de facto com este, bem como à previsão de um dever de
comunicaçãoaoMinistérioPúblicoporpartedasentidadescomresponsabilidade
no acompanhamento e cuidado da pessoa maior que se encontre na situação
previstanoartigo138.ºdoCódigoCivil.Aindaemtermosde legitimidadeactiva,
deve ser referidoque esta é restringidaquandoo requerido, à datado iníciodo
processo,sejamenor(artigo892.º,n.º3doCódigodeProcessoCivil)eparaefeitos
deinstauraçãodacuratelanostermosdoartigo156.º-Q,n.º2doCódigoCivil.
67. O processo inicia-se com um requerimento inicial cujos requisitos estão
elencadosnasdiversasalíneasdoartigo895.ºdoCódigodeProcessoCivil.Exige-
se ao requerente que especifique de forma detalhada a situação de facto para
verificaçãodospressupostosnecessáriosàinstauraçãodacuratela,bemcomoque
façaprovadocumentaldasituaçãoclínicadorequerido,tendoemvistapotenciara
celeridade do processo, já sublinhada com a atribuição de natureza urgente.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
35
Pretende-se que o processo judicial se inicie com o máximo de informação
disponível, de modo a que o tribunal possa apreciar se o pedido respeita a
subsidiariedade da intervenção judicial e que o perito responsável disponha da
informaçãoclínicarelevanteemmomentoprévioaoiníciodarealizaçãodaperícia
médico-legal. Éna fasede saneamento, após a recepçãodo requerimento inicial,
que o tribunal, com o concurso do Ministério Público, afere da existência de
mecanismos de protecção, determina o suprimento de irregularidades,
insuficiências ou imprecisões do requerimento inicial e ordena a realização de
diligências de prova de natureza obrigatória (perícia médico-legal e relatório
social).
68. Umavezsanadooprocessoeexistindofundamentoparaoprosseguimentoda
acção,hálugaràcitaçãodorequerido,bemcomoànotificaçãodomandatárioem
previsão da incapacidade ou de qualquer outra pessoa cujo depoimento seja
considerado relevante, para estarem presentes na conferência preliminar. Neste
momento,orequeridoéouvidoobrigatoriamenteesãoprestadososdepoimentos
daspessoasnotificadas.Tambémnestaconferênciatemlugaraperícia,devendoas
conclusõesserditadasparaaactacasoexistamconclusõessegurasecumpridosos
requisitosdoartigo899.ºdoCódigodeProcessoCivil.Apenasseadmiteadispensa
de perícia quando a extensão da curatela requerida somente incluir deveres de
cuidado e o tribunal entender que estes acautelam os interesses do requerido e
nãohánecessidadede avaliar pericialmente a capacidadepara consentir (artigo
896.º, n.º6 do Código de Processo Civil). A conferência preliminar cumpre as
seguintesfunções:colocarotribunalapardasituaçãodefactoemqueseencontra
o requerido; aferir da viabilidade do prosseguimento da acção; avaliar a
capacidade eobtero respectivo consentimentopara a instauraçãoda curatela, e
produzirantecipadamenteprovanecessáriaparaatomadadedecisãofinal.
69. Nafaltadeconsentimentoouemcasodeincapacidadeparaoprestar,hálugar
aumafasedecarizcontencioso,emqueorequeridoénotificadoparaapresentar
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
36
contestação.Éemfunçãodacontestaçãoapresentadaedasconclusõesdaprimeira
períciaquesedeterminaanecessidadedeumsegundoexamepericial.Nestecaso,
admite-se a possibilidade de o juiz autorizar o internamento do requerido em
instituiçãoclínicadaespecialidadeporumperíodomáximode6semanas,quando
o internamento seja necessário e adequado para a obtenção demeios de prova
bastantes..Sãoaindarealizadasasdiligênciasinstrutóriasconsideradasrelevantes,
é nomeadamente produzida prova testemunhal, sem prejuízo da que já foi
produzidaemsededeconferênciapreliminar.Umavezfindasestasdiligências,o
requerido e o Ministério Público são ouvidos necessariamente antes de o juiz
proferirsentença.
70. Asentençadeveserproferidapelo juizqueacompanhouoprocessodesdea
conferência preliminar até à audição final do requerido e doMinistério Público.
Aqui, como nos outros actos processuais, prevalece o princípio da oralidade,
aplicando-seasregrasgeraisdegravaçãodestes.
71. Nadecisão,o juizdeveespecificaros fundamentosdacuratela,emparticular
asnecessidadesdorequerido,aextensãodacuratela,bemcomoacomposiçãodos
seus órgãos e o âmbito de atribuições de cada um destes. Deve ainda referir,
semprequepossível,adatadocomeçodaslimitaçõesdaaptidãoquefundamentaa
medida,umavezquetaldadopoderáservirdeelementodeprovanaseventuais
acçõesjudiciaisemqueacausadepedirsejaincapacidadenaturaldapessoa.
72. Asentençadeveserlidaperanteorequerido,semprequepossível,eperante
aspessoasdesignadasparaosórgãosdecuratela.Pretende-sequeestemomento
serevistadasolenidadeprópriadeumadecisãoquemodificaoestatuto jurídico
dapessoaequeatribuiaresponsabilidadepelasuaprotecçãoaoutrem.Paratalo
curateladoéinformadodoconteúdodadecisão,emparticulardosseusdireitose
deveres na relação com os órgãos da curatela, e é dado conhecimento dos seus
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
37
poderes-deveresimplicadosnoexercíciodoscargosàspessoasdesignadasparaos
órgãosdacuratela.
73. A matriz processual adoptada apresenta como linhas de força, que estão
presentesemtodososincidenteseprovidênciasrespeitantesaosinstrumentosde
protecção,afuncionalizaçãodoprocessoaosinteressesexclusivosdorequerido,a
agilizaçãoprocessual,aantecipaçãodeproduçãodeprovaeaaudiçãoobrigatória
do requerido nas fases processuaismais relevantes. Estas opções essenciais são
transponíveisparaoâmbitodosprocessosdecompetênciadoMinistérioPúblico
cuja regulaçãomanteve, comasnecessáriasalterações,aprevistanoDecreto-Lei
n.º271/2001,de13deOutubro.
74. Emtodoosistemadeprotecçãoenaimplementaçãodosseusinstrumentoso
MinistérioPúblicodesempenhaopapeldecentroarticuladordasváriassoluções
do quadro legal. Em particular, no âmbito da curatela, oMinistério Público tem
legitimidade activa para iniciar os processos de instauração da curatela ou de
nomeaçãodecuradorespecial,tendosidocriadasobrigaçõesdecomunicaçãopara
as entidades públicas ou privadas que acompanhem a pessoamaior ou para as
pessoasqueatenhamacargo.CabeaindaaoMinistérioPúblicocarrearelementos
paraoprocessoquepermitamaojuizterumconhecimentodasituaçãoglobaldo
requerido,tendoemvistadecidiracercadanecessidadedeinstaurarumamedida
de protecção. Daí que lhe sejam atribuídas importantes funções no decurso do
processo. Será este quem deve informar acerca da existência de mandato em
previsãodaincapacidade,directivaantecipadaougestãodenegócios,nomomento
dosaneamento.Eéematençãoaoseudeverestatutáriodecuradordosincapazes
quedeveassumirafunçãodeassistentenadefesadosinteressesdapessoamaior,
devendosersempreouvidoantesdatomadadedecisãopelotribunal.Tambémé
este papel de representante último dos incapazes que justifica que oMinistério
Público exerça igualmente uma função de controlo do exercício da curatela,
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
38
podendointervir,senecessário,nosentidodaremoçãodostitularesdosórgãosda
curatela.
75. ConsiderandoglobalmenteascompetênciasdoMinistérioPúblico,concedidas
emfunçãodanaturezadasuaintervenção,verifica-sequeéestequemcentralizaa
informação e o controlo relativamente à situação da pessoa com capacidade
diminuída. Na verdade, é ao Ministério Público que o gestor deve dar
conhecimentodoiníciodagestãodenegócios.CabetambémaoMinistérioPúblico
ser o interlocutor do mandatário no contexto do mandato em previsão da
incapacidade. Relativamente a este, aliás, representa um importante papel. O
MinistérioPúblicoconcedeautorizaçãoparaaproduçãodeefeitosdestemandato,
umavezapuradaaverificaçãodaincapacidadeparaaqualomandatofoiprevisto.
Esta é uma competência que pode ser legitimamente assumida por esta
magistratura, uma vez que a produção de efeitos do mandato em previsão da
incapacidade não implica a incapacitação domandante e, portanto, não está em
causa o exercício de função materialmente jurisdicional que estaria implicada
numa decisão restritiva de direitos fundamentais. Trata-se apenas de uma
actividade de gestão de interesses que está, portanto, ao alcance do recorte
estatuário das suas funções. O Ministério Público continua a ver conferida a
competência exclusiva quanto a decisões relativas à gestão dos interesses das
pessoas maiores com capacidade diminuída, desde o suprimento do
consentimento, à ratificação dos actos praticados pelo curador sem poderes de
representaçãoousemanecessáriaautorização.Eé tambémoMinistérioPúblico
quem autoriza a prática de actos pelo representante legal, quando legalmente
exigida.Sósecriamexcepçõesaestaregranoscasosdeinternamentoerestrição
da liberdade,decisõesrelativascuidadosdesaúde,nostermosdon.º2doartigo
155.º do Código Civil, transplantes nos termos do n.º 5 do artigo 8.º da Lei n.º
12/93, de 22 de Abril, interrupção voluntária de gravidez e esterilização por
razõesdenaturezamédica.Nestescasos,aautorizaçãocabeaotribunal,umavez
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
39
que estas são decisões que implicam a restrição de direitos fundamentais da
pessoa com capacidade diminuída e que, portanto, devem ser objecto de um
controloporpartedotribunal,enquantogarantedestesdireitos.Porfim,cabeao
MinistérioPúblico,exercerumpapelexterioraosistemadeprotecçãodepessoas
maiores com capacidade, mas paralelo, no sentido da protecção das pessoas
vulneráveis.No âmbito do apoio para a autonomia, é oMinistério Público quem
constituiuamedidadeapoiocomvistaànomeaçãodeauxiliar,recebeadeclaração
derevogaçãoporpartedobeneficiárioedeterminaacessaçãodamedida,quando
deixedeexistiracausaqueajustificou.
TítuloI
CódigoCivil
Artigo1.º
AlteraçãoaoCódigoCivil
Os artigos 30.º, 32.º, 85.º, 131.º, 138.º a 156.º, 320.º, 488.º, 705.º, 706.º, 1003.º,
1174.º, 1175.º, 1176.º, 1601.º, 1621.º, 1633.º, 1639.º, 1643.º, 1708.º, 1769.º,
1785.º, 1821.º, 1850.º, 1857.º, 1860.º, 1861.º, 1913.º, 1914.º, 1933.º, 1970.º,
2082.º,2189.º,2192.º,2195.ºe2300.ºdoCódigoCivil,aprovadopeloDecreto-Lei
n.º47344,de25deNovembrode1966,ealteradopelosDecreto-Lein.º67/75,de
19deFevereiro,Decreto-Lein.º201/75,de15deAbril,Decreto-Lein.º261/75,de
27deMaio,Decreto-Lein.º561/76,de17deJulho,Decreto-Lein.º605/76,de24
deJulho,Decreto-Lein.º293/77,de20deJulho,Decreto-Lein.º496/77,de25de
Novembro,Decreto-Lein.º200-C/80,de24de Junho,Decreto-Lein.º236/80,de
18deJulho,Decreto-Lein.º328/81,de4deDezembro,Decreto-Lein.º262/83,de
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
40
16deJunho,Decreto-Lein.º225/84,de6deJulho,Decreto-Lein.º190/85,de24
deJunho,pelaLein.º46/85,de20deSetembro,pelosDecreto-Lein.º381-B/85,
de28deSetembro,Decreto-Lein.º379/86,de11deNovembro,pelaLein.º24/89,
de1deAgosto,peloDecreto-Lein.º321-B/90,de15deOutubro,Decreto-Lein.º
257/91,de18deJulho,Decreto-Lein.º423/91,de30deOutubro,Decreto-Lein.º
185/93,de22deMaio,Decreto-Lein.º227/94,de8deSetembro,Decreto-Lein.º
267/94, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 163/95, de 13 de Julho, pela Lei n.º
84/95, de 31 de Agosto, pelos Decreto-Lei n.º 329-A/95, de 12 de Dezembro,
Decreto-Lei n.º 14/96, de 6 de Março, Decreto-Lei n.º 68/96, de 31 de Maio,
Decreto-Lei n.º35/97, de 31 de Janeiro, e Decreto-Lei n.º 120/98, de 8 deMaio,
pelasLein.ºs21/98,de12deMaio,eLein.º47/98,de10deAgosto,peloDecreto-
Lein.º343/98,de6deNovembro,pelasLein.º59/99,de30de Junho,eLein.º
16/2001, de 22 de Junho, pelos Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de Outubro,
Decreto-Lein.º273/2001,de13deOutubro,Decreto-Lein.º323/2001,de17de
Dezembro,eDecreto-Lein.º38/2003,de8deMarço,pelaLein.º31/2003,de22
deAgosto,pelosDecreto-Lein.º199/2003,de10deSetembro,eDecreto-Lein.º
59/2004,de19deMarço,pelaLein.º6/2006,de27deFevereiro,peloDecreto-Lei
n.º 263-A/2007, de 23 de Julho, pela Lei n.º 40/2007, de 24 de Agosto, pelos
Decreto-Lein.º324/2007,de28deSetembro,eDecreto-Lein.º116/2008,de4de
Julho,pelasLein.º61/2008,de31deOutubro,eLein.º14/2009,de1deAbril,
peloDecreto-Lein.º100/2009,de11deMaio,epelasLein.º29/2009,de29de
Junho,Lein.º103/2009,de11deSetembro,Lein.º9/2010,de31deMaio,Lein.º
23/2010,de30deAgosto,Lein.º24/2012,de9deJulho,Lein.º31/2012,de14de
Agosto,Lein.º32/2012,de14deAgosto,Lein.º23/2013,de5deMarço,Lein.º
79/2014, de 19 de Dezembro, Lei n.º 82/2014, de 30 de Dezembro, Lei n.º
111/2015,de27deAgosto,Lein.º122/2015,de1deSetembro,Lein.º137/2015,
de7deSetembro,Lein.º143/2015,de8deSetembro,eLein.º150/2015,de10
deSetembro,passamateraseguinteredacção:
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
41
«Artigo30.º
Tutelaeinstitutosanálogos
1.Àtutelaeinstitutosanálogosdeprotecçãoaosincapazeséaplicávelaleipessoal
doincapaz.
2.ÀpessoamaiorestrangeiracomresidênciahabitualemPortugaléaplicávelalei
interna portuguesa se esta tiver sido previamente designada pelo interessado,
observando-sequantoàformaodispostonoartigo36.º.
[…]
Artigo32.º
(Apátridas)
1.[...].
2. Na falta de residência habitual, é aplicável a lei do lugar da sua residência
ocasional;seestanãopuderserdeterminada,éaplicávelaleidopaíscomoqualo
interessadotenhaumaconexãomaisestreita.
Artigo85.º
(Domicíliolegaldosmenoresedocuratelado)
1.[...].
2.[...]
3.[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
42
4.Odomicíliodocurateladoéodasuaresidência,salvoseasentençadeterminar
deoutromodo.
5.Quandotenhasidoinstituídooregimedeadministraçãodebens,odomicíliodo
menor ou do curatelado é o do administrador, nas relações a que essa
administraçãoserefere.
6. Não são aplicáveis as regras dos números anteriores se delas resultar que o
menorouocurateladonãotemdomicílioemterritórionacional.
[…]
Artigo131.º
(Pendênciadeacçãodeinstauraçãodecuratela)
Estando, porém, pendente contra o menor, ao atingir a maioridade, acção de
instauraçãodecuratela,manter-se-ãoas responsabilidadesparentaisoua tutela,
pordecisãodotribunalouarequerimentodorepresentantelegal.
[…]
SubsecçãoIII
Condiçãojurídicadaspessoasmaioresprotegidas
DivisãoI
Disposiçõesgerais
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
43
Artigo138.º
Beneficiáriosdaprotecção
1.Todaapessoamaiorouemancipadaque,emrazãodelimitaçãooualteraçãodas
suas faculdadesmentais, se encontre diminuída na aptidão para governar a sua
pessoaeosseusbenspodebeneficiardoregimedeprotecçãodestasubsecção.
2.Só podem ser sujeitos a curatela aqueles que necessitem de protecção de
carácterduradouro.
Artigo139º
Requisitosgerais
Oregimedeprotecçãodepessoasmaioressópodeserinstauradosefornecessário
e adequado à prossecução dos interesses do beneficiário, apresentar reais
vantagensparaesteesefundaremmotivoslegítimos.
Artigo140.º
Interessesdobeneficiário
1.Aprotecçãoconferidaaobeneficiáriodetermina-sedeacordocomasuavontade
real presente ou, quando se encontre incapaz de entender ou querer, de acordo
comavontadepreviamentemanifestada.
2. Na ausência de manifestação de vontade, deve ser tida em conta a vontade
presumidae,na impossibilidadedeadeterminar,deveserconsideradoomelhor
interessedobeneficiário.
3. O beneficiário temo direito a ser informado e a participar, namedida da sua
capacidadedeentenderequerer,nosprocessosdedecisãosobreosassuntosque
sejamdoseuinteresse.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
44
DivisãoII
Salvaguardadeinteresses
Artigo141.º
Eficáciadomandatoemprevisãodaincapacidade
1.OMinistérioPúblicoconcedeautorizaçãoparaaproduçãodeefeitosdomandato
emprevisãodaincapacidade,umavezapuradaaverificaçãodaincapacidadepara
aqualomandatofoiprevisto.
2. O Ministério Público não concede a autorização referida no número anterior
quandoentendaque:
a) O mandante revogou total ou parcialmente o mandato em previsão da
incapacidade;
b)Omandatoemprevisãodaincapacidademanifestamentenãoacauteladeforma
adequadaosinteressesdomandante.
3.AautorizaçãodoMinistérioPúblicoestásujeitaaregisto.
4.Ainstauraçãodecuratelanãodeterminaacaducidadedomandatoemprevisão
daincapacidade,salvoodispostonaalíneab)doartigo1174.º.
Artigo142.°
Curadorespecial
1.Podehaverlugarànomeaçãodecuradorespecialpelotribunalquando:
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
45
a) Sejanecessáriaapráticadedeterminadosactosparaosquaisobeneficiário
careçadacapacidadedeentenderequerer;
b) Sejanecessárioadoptarmedidasprovisórias;
c) A sentença de instauração de curatela o estabeleça para a prática de
determinadoacto;
d) Aleioexija.
2.Adecisãodenomeaçãodecuradorespecialespecificaostermosdoexercíciodas
atribuições deste, aplicando-se o regime da curatela, com as necessárias
adaptações.
3. À designação do curador especial aplicam-se os artigos 152.º a 155.º, com as
necessáriasadaptações.
DivisãoIII
Curatela
SubdivisãoI
Disposiçõesgerais
Artigo143.°
Instauraçãodecuratela
Acuratelapodeserrequeridae instauradadentrodoanoanterioràmaioridade,
paraproduzirefeitosapartirdesta.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
46
Artigo144.°
Consentimentoparaainstauraçãodecuratela
1.Ainstauraçãodecurateladependedoconsentimentodobeneficiário.
2.Otribunalpodedispensaroconsentimentoseobeneficiário:
a) Nãoforcapazdeentenderequererosentidoealcancedanecessidadeda
curatelaeseusefeitos,ou;
b) Emrazãodalimitaçãooualteraçãodasfaculdadesmentais,eporforçadela,
criarumasituaçãodeperigograveparainteressesjurídicospróprios,derelevante
valor.
Artigo145.°
Composição
1. A curatela pode ser exercida por um ou mais curadores, responsáveis pelos
mesmos ou diferentes âmbitos de atribuições, pelo conselho de família ou pelo
administradordebens.
2.Ocurateladopodedeterminarosórgãosdacuratelaeosrespectivostitularesou
delesexcluirdeterminadaspessoas.
3.Adesignaçãodosórgãosdacuratelapodeserfeitaporactopessoal,sobaforma
de documento autêntico ou autenticado ou por termo lavrado em juízo, sem
prejuízodaconfirmaçãopelotribunal.
4.Hálugaràconstituiçãodoconselhodefamíliaquandoocurateladoodetermine
ouquandosejafixadopelotribunal,atentasascircunstânciasdocaso.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
47
Artigo146.°
Extensãodacuratela
1.Aextensãodacurateladependedanecessidadedeprotecçãodosinteressesdo
curatelado,variandoemfunçãodaaptidãodesteparagovernarasuapessoaeos
seusbens.
2. A sentença deve fixar o âmbito de atribuições da curatela e especificar os
aspectos relativos aos interesses de natureza pessoal e patrimonial abrangidos
pela medida de protecção, em atenção às circunstâncias de cada caso,
nomeadamente:
a)Osdeveresdecuidadogeraisouespeciais;
b)Opoderderepresentaçãogeralouespecial;
c)Osactosquedependemdaautorizaçãodocurador.
3.Aadministraçãodopatrimóniodocurateladopodeserentregue,notodoouem
parte,aocuradorouaoadministrador.
Artigo147.°
Deverdecuidado
Compete sempre ao curador, independentemente do âmbito das atribuições que
lheforamconfiadas,apoiareacompanharocurateladonoprocessodetomadade
decisão, assegurar a satisfação das necessidades deste e tomar as providências
adequadaspararemoversituaçõesdeperigoqueoameacem.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
48
Artigo148.°
Poderderepresentação
1.Os poderes de representação do curador são especificados na sentença; na falta ou
insuficiência da sua determinação, aplica-se o regime dos artigos 1937.º e 1938.º.
2.Otribunalpodesujeitaràautorizaçãodeoutroórgãodacuratelaoudecurador
especial a prática de determinados actos pelo curador e atribuir-lhe poderes
especiaisderepresentação,deacordocomascircunstânciasdocaso.
Artigo149.°
Suprimentodainabilidade
1.Quandoexistaumasituaçãodeperigoparainteressesprópriosdocuratelado,o
tribunaldeveespecificarnasentença,ematençãoàscircunstânciasdecadacaso,
osactosentrevivosemqueesteéassistidopelocurador,
2.Aautorizaçãodocuradorpodesersupridajudicialmente.
Artigo150.°
Actosdocuratelado
1.Osactosjurídicospraticadospelocurateladoemmomentoposterioraoregisto
dasentençaequeintegremoâmbitodainabilitaçãosãoanuláveis.
2.Oprazodentrodoqualaacçãodeanulaçãodeveserpropostacomeçaacontar-
se a partir da data do registo da sentença, aplicando-se, com as necessárias
adaptações,oartigo125.º.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
49
3. São igualmente anuláveis os actos jurídicos realizados que integremo âmbito
abrangido pela inabilitação provisória se vier a ser decretada esta inabilitação a
títulodefinitivo.
4.Casonãovenhaaserdecretadainabilitaçãodefinitiva,aosactosqueintegremo
âmbitodainabilitaçãoprovisóriarealizadospelointeressadoéaplicávelodisposto
acercadaincapacidadeacidental,presumindo-seafaltadecapacidadedequerere
entenderdeste.
Artigo151.°
Regimesupletivo
A tudooquenãoseacheespecialmente reguladonestadivisãosãoaplicáveisas
disposiçõesque fixamosmeiosdesupriras responsabilidadesparentais, comas
necessáriasadaptações.
SubdivisãoII
Designaçãodocurador
Artigo152.°
Curadordesignadopelocuratelado
1.Ocurateladopodedesignarcurador,nostermosdosn.ºs2e3doartigo145.º.
2.Quandotiversidodesignadomaisdoqueumcuradorparaomesmoâmbitode
atribuições e não esteja prevista a actuação concorrente ou conjunta, recairá a
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
50
curatela em cada umdos designados segundo a ordemda designação, quando a
precedênciaentreelesnãosejadeoutromodoespecificada.
Artigo153.°
Curadordesignadopelospaisourepresentantelegal
1. Os pais, o progenitor que exercer as responsabilidades parentais ou o
representantelegaldomenorpodemdesignarcurador.
2.Adesignaçãodecuradornostermosdonúmeroanteriorerespectivarevogação
só têm validade sendo feitas em testamento ou em documento autêntico ou
autenticado.
Artigo154.°
Curadordesignadopelotribunal
1. Quando o curatelado, os pais ou o representante legalnão tenham designado
curador ou este não haja sido confirmado, a designação caberá ao tribunal,
tomando em consideração os interesses e necessidades pessoais do curatelado,
razõesdeproximidadeououtrasigualmenteponderosas.
2.Otribunalnãoconfirmaocuradordesignadopelocuratelado,pelospaisoupelo
representante legal quando não seja possível fazê-lo ou razões ponderosas
desaconselhem o deferimento da curatela, nomeadamente a existência de uma
relaçãodesubordinação.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
51
Artigo155.°
Escusadacuratela
1.Oscargosdecurador,administradordebensevogaldoconselhodefamíliasão
obrigatórios, salvo se se verificarem razões ponderosas que impeçam o
desempenhoadequadodessasfunções.
2.Ocônjuge,osfilhoseospaisdocurateladoapenassepodemescusardoscargos
referidosnonúmeroanteriorporrazõesdeexcessivaonerosidade.
SubdivisãoIII
Direitosedeveresdocurador
Artigo156.°
Princípiosgerais
1. Quando a sentença não atribua poderes de representação, o curador apenas
podepraticar,agindoporactopróprio,alémdosactosespecificadosnasentença,
os actos de administração ordinária do património e de cuidado da pessoa do
curateladonecessáriosouconvenientesaoexercíciodacuratela.
2.Otribunalpodeespecificarquearealizaçãodedeterminadosactosestejasujeita
àautorizaçãodeoutroórgãodacuratelaoudecuradorespecial.
3. O curador deve ouvir o conselho de família, quando exista, relativamente aos
actos para cuja prática seja exigida autorização judicial, bem como àqueles
previstosnalei.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
52
4. Recaindo a curatela em um só ou em ambos os progenitores, estes podem
requerer ao tribunal que a curatela seja exercida nos termos do disposto nos
artigos 1878.º, 1879.º, 1885.º, 1888.º a 1892.º e 1895.º a 1920.º do regime das
responsabilidadesparentais,atendendoaoâmbitodasatribuiçõesespecificadosna
sentença.
[...]
Artigo320.º
Suspensãoafavordemenoresedoscuratelados
1.[...].
2.[...].
3.Odispostonosnúmerosanterioreséaplicávelaoscurateladosquenãotenham
capacidadeparaexercero seudireito, comadiferençadequea incapacidade se
considerafinda,casonãotenhacessadoantes,passadostrêsanossobreotermodo
prazoqueseriaaplicávelseasuspensãosenãohouvesseverificado.
[...]
Artigo488.º
Imputabilidade
1.[...].
2.Presume-sefaltadeimputabilidadenosmenoresdeseteanos.
[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
53
Artigo705.º
(Credorescomhipotecalegal)
Oscredoresquetêmhipotecalegalsão:
a)(...);
b)(...);
c)Omenoreocuratelado,sobreosbensdotutor,curadoreadministradorlegal,
paraassegurararesponsabilidadequenestasqualidadesvieremaassumir;
d)(...);
e)(...);
f)(...).
Artigo706.º
(Registodahipotecaafavordemenor)
1.Adeterminaçãodovalordahipotecaestabelecidaafavordomenor,paraefeito
do registo, e a designação dos bens sobre que há-de ser registada cabem ao
conselhodefamília.
2. Têm legitimidade para requerer o registo o tutor, o administrador legal, os
vogaisdoconselhodefamíliaequalquerdosparentesdomenor.
[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
54
Artigo1003.º
(Exclusão)
[...]:
a)[...];
b)Emcasodealteraçãooulimitaçãogravedasfaculdadesmentaisdocuratelado;
c)[...];
d)[...].
[...]
Artigo1174.º
Casosdecaducidade
[...]:
a)[...];
b)Porinstauraçãodecuratela,embeneficiodomandanteoudomandatário,que
determineaatribuiçãodepoderesderepresentaçãoaocuradoroua inabilitação
relativamenteaosactosabrangidospelomandato.
Artigo1175.º
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
55
Morteoucurateladomandante
A morte ou instauração de curatela do mandante não faz caducar o mandato,
quando este tenha sido conferido também no interesse do mandatário ou de
terceiro; nos outros casos, só o faz caducar a partir do momento em que seja
conhecidadomandatário,ouquandodacaducidadenãopossamresultarprejuízos
paraomandanteouseusherdeiros.
Artigo1176.º
Morte,curatelaouincapacidadenaturaldomandatário
1.Caducandoomandatopormorteouinstauraçãodecurateladomandatário,os
seus herdeiros ou o seu curador devem prevenir o mandante e tomar as
providênciasadequadas,atéqueelepróprioestejaemcondiçõesdeprovidenciar.
2. Idênticaobrigaçãorecaisobreaspessoasqueconvivamcomomandatário,no
casodeincapacidadenaturaldeste.
[...]
Artigo1601.º
[…]
[…]:
a) […];
b) Alimitaçãooualteraçãograveenotóriadasfaculdadesmentais;
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
56
c) […]
[...]
Artigo1621.º
(Revogaçãoecaducidadedaprocuração)
1. Cessam todos os efeitos da procuração pela revogação dela, pela morte do
constituinteoudoprocurador.
2.[...].
(...)
Artigo1633.º
(Validaçãodocasamento)
1–[...]:
a)[...];
b) Ser o casamento confirmado pela pessoa que se encontrava na situação da
alíneab)doartigo1601.º,depoisdestefazerverificar judicialmenteoseuestado
desanidademental;
c)[...];
d)[...].
2.[...].
[...]
Artigo1639.º
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
57
(Anulaçãofundadaemimpedimentodirimente)
1.[...].
2.Alémdaspessoasmencionadasnonúmeroprecedente,podemaindaintentara
acção,ouprosseguirnela,otutor,nocasodemenoridade,ocuradorcompoderes
paraoefeitoouocuradorespecial,eoprimeirocônjugedoinfractor,nocasode
bigamia.
[...]
Artigo1643.º
(Anulaçãofundadaemimpedimentodirimente)
1.Aacçãodeanulaçãofundadaemimpedimentodirimentedeveserinstaurada:
a) Nos casos de menoridade ou de limitação ou alteração grave e notória das
faculdadesmentais,quandopropostapelopróprio incapaz,atéseismesesdepois
de ter atingido a maioridade ou de a incapacidade natural ter cessado; quando
proposta por outra pessoa, dentro dos três anos seguintes à celebração do
casamento, mas nunca depois da maioridade ou da cessação da incapacidade
natural;
[...];
[...]
Artigo1708.º
(Capacidadeparacelebrarconvençõesantenupciais)
1.[...].
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
58
2.Aosmenoressóépermitidocelebrarconvençõesantenupciaiscomautorização
dosrespectivosrepresentanteslegais..
3. Aos curatelados sujeitos a inabilitação para realização de actos de disposição
entrevivossóépermitidocelebrarconvençõesantenupciaiscomautorizaçãodo
curador.
[...]
Artigo1769.º
(Legitimidade)
1.Sótemlegitimidadeparaaacçãodeseparaçãoocônjugelesado;sendoocônjuge
lesadocuratelado,sótemlegitimidadeopróprioou,faltandocapacidadenatural,o
curadorobtidaautorizaçãojudicial.
2. Se o curador do cônjuge lesado for o outro cônjuge, a acção só pode ser
intentada,emnomedaquele,porcuradorespecial.
[...]
Artigo1785.º
(Legitimidade)
1.[...].
2.Quandoocônjugequepodepedirodivórciobeneficiardecuratela,aacçãopode
ser intentada por ele ou, faltando capacidade natural, pelo seu curador, obtida
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
59
autorização judicial; quando o curador seja o outro cônjuge, a acção pode ser
intentadaemnomedotitulardodireitodeagirporcuradorespecial.
3.[...].
[…]
Artigo1821.º
(Alimentosprovisórios)
O filho menor ou o curatelado tem direito a alimentos provisórios desde a
proposiçãodaacção,contantoqueotribunalconsidereprováveloreconhecimento
damaternidade.
[…]
Artigo1850.º
(Capacidade)
1. Têm capacidadepara perfilhar os indivíduos commais de dezasseis anos que
não soframde limitação ou alteração grave e notória das faculdadesmentais no
momentodaperfilhação.
2.Osmenoresnãonecessitam,paraperfilhar,deautorizaçãodospaisoututores.
[…]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
60
Artigo1857.º
(Perfilhaçãodemaiores)
1. Aperfilhaçãode filhomaiorouemancipado,oude filhopré-defuntodequem
vivamdescendentesmaioresouemancipados,sóproduzefeitosseaqueleouestes,
deremoseuassentimento;nocasodeestaremsujeitosacuratela,oassentimentoé
prestado pelo curador obtida a necessária autorização judicial quando o
interessadonãotenhacapacidadedeentenderequererparaoefeito.
2.[...]:
a)[...];
b)[...];
c)[...].
3.[...].
4. Qualquer interessado tem o direito de requerer judicialmente a notificação
pessoaldoperfilhando,dosseusdescendentesoudocurador,paradeclararem,no
prazodetrintadias,sedãooseuassentimentoàperfilhação,considerando-seesta
aceitenocasodefaltaderespostaesendocanceladooregistonocasoderecusa.
[…]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
61
Artigo1860.º
(Anulaçãoporerrooucoacção)
1.[...].
2.[...].
3.Aacçãodeanulaçãocaducanoprazodeumanoacontardomomentoemqueo
perfilhanteteveconhecimentodoerroouemquecessouacoacção,salvoseelefor
menornãoemancipadooucurateladosemcapacidadedeentenderequererpara
exercer o seu direito; neste caso, a acção não caduca sem ter decorrido um ano
sobreamaioridade,ouaemancipaçãoouaverificaçãojudicialdasanidademental.
Artigo1861.º
(Anulaçãoporincapacidade)
1.Aperfilhaçãoéanulávelpor incapacidadedoperfilhantearequerimentodeste
ou de seus pais, tutor, curador especial ou, se estiver sujeito a curatela, pelo
curadorobtidaautorizaçãojudicial.
2.[...]:
a)Dadatadaperfilhação,quandointentadapelospais,tutor,curadorespecialou,
seestiversujeitoacuratela,pelocurador;
b)[...];
c)Do termoda incapacidadenatural, quando intentadapor quemperfilhou sem
capacidadedeentenderequererparaoefeito.
[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
62
Artigo1913.º
(Inibiçãodeplenodireito)
1.[...]:
a) […];
b) [...];
c) […].
2. Os menores não emancipados consideram-se de pleno direito inibidos de
representarofilhoeadministrarosseusbens.
3.[…].
Artigo1914.º
(Cessaçãodainibição)
Ainibiçãodeplenodireitodoexercíciodasresponsabilidadesparentaiscessapelo
termodacuradoria.
[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
63
Artigo1933.º
(Quemnãopodesertutor)
1–[…]:
a) Osmenoresnãoemancipados;
b) Osqueapresentemlimitaçãooualteraçãogravedasfaculdadesmentais;
[…].
2. Os insolventes e os inibidos ou suspensos das responsabilidades parentais ou
removidosdatutelaquantoàadministraçãodebenspodemsernomeadostutores,
desdequesejamapenasencarregadosdaguardaeregênciadapessoadomenor.
[...]
Artigo1970.º
(Quemnãopodeseradministrador)
Além das pessoas que a lei impede de serem tutores, não podem ser
administradores:
a) Os curatelados, os insolventes, e bem assim os inibidos ou suspensos das
responsabilidades parentais ou removidos da tutela, quanto à administração de
bens;
b)[...]
[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
64
Artigo2082.º
(Incapacidadedapessoadesignada)
1.[...].
2. Caso o incapaz esteja sujeito a curatela e esta não atribua poderes de
representaçãobastantesaocuradorestepoderequererasuamodificaçãoparao
efeitodonúmeroanterior;noscasosemqueoincapaznãoestejasujeitoacuratela,
devesernomeadocuradorespecial.
[...]
Artigo2189.º
(Incapacidade)
Osmenoresnãoemancipadossãoincapazesdetestar.
[...]
Artigo2192.º
(Curador,órgãosdacuratelaemandatárioemprevisãodaincapacidade)
1.Énulaadisposiçãofeitapelocurateladoafavordepessoainvestidaemalgum
dosseusórgãosoudemandatárioemprevisãodaincapacidade,aindaqueestejam
aprovadasasrespectivascontas.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
65
2.É,porém,válidaadisposiçãoa favordasmesmaspessoas,quandose tratede
descendentes,ascendentes,colateraisatéaoquartograu,cônjugedotestadoroua
pessoacomquemvivaemuniãodefacto.
[...]
Artigo2195.º
(Excepções)
Asnulidadesestabelecidasnosartigos2193.º-A,2194.ºe2194.º-Anãoabrangem:
a) Os legados remuneratórios de serviços recebidos pelo doente ou pessoa
assistida;
b)Asdisposiçõesafavordaspessoasdesignadasnon.º2doartigo2192.º.
[...]
Artigo2300.º
(Bensquepodemserabrangidos)
Asubstituiçãopupilarsópodeabrangerosbensqueosubstituídohajaadquirido
porviadotestador,emboraatítulodelegítima.»
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
66
Artigo2.º
AditamentoaoCódigoCivil
São aditados ao Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47 344, de 25 de
Novembro de 1966, e alterado pelos Decreto-Lei n.º 67/75, de 19 de Fevereiro,
Decreto-Lei n.º 201/75, de 15 de Abril, Decreto-Lei n.º261/75, de 27 de Maio,
Decreto-Lei n.º 561/76, de 17 de Julho, Decreto-Lei n.º605/76, de 24 de Julho,
Decreto-Lei n.º 293/77, de 20 de Julho, Decreto-Lei n.º 496/77, de 25 de
Novembro,Decreto-Lein.º200-C/80,de24de Junho,Decreto-Lein.º236/80,de
18deJulho,Decreto-Lein.º328/81,de4deDezembro,Decreto-Lein.º262/83,de
16deJunho,Decreto-Lein.º225/84,de6deJulho,Decreto-Lein.º190/85,de24
deJunho,pelaLein.º46/85,de20deSetembro,pelosDecreto-Lein.º381-B/85,
de28deSetembro,Decreto-Lein.º379/86,de11deNovembro,pelaLein.º24/89,
de1deAgosto,peloDecreto-Lein.º321-B/90,de15deOutubro,Decreto-Lein.º
257/91,de18deJulho,Decreto-Lein.º423/91,de30deOutubro,Decreto-Lein.º
185/93,de22deMaio,Decreto-Lein.º227/94,de8deSetembro,Decreto-Lein.º
267/94, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 163/95, de 13 de Julho, pela Lei n.º
84/95, de 31 de Agosto, pelos Decreto-Lei n.º 329-A/95, de 12 de Dezembro,
Decreto-Lei n.º 14/96, de 6 de Março, Decreto-Lei n.º 68/96, de 31 de Maio,
Decreto-Lei n.º35/97, de 31 de Janeiro, e Decreto-Lei n.º 120/98, de 8 deMaio,
pelasLein.ºs21/98,de12deMaio,eLein.º47/98,de10deAgosto,peloDecreto-
Lein.º343/98,de6deNovembro,pelasLein.º59/99,de30de Junho,eLein.º
16/2001, de 22 de Junho, pelos Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de Outubro,
Decreto-Lein.º273/2001,de13deOutubro,Decreto-Lein.º323/2001,de17de
Dezembro,eDecreto-Lein.º38/2003,de8deMarço,pelaLein.º31/2003,de22
deAgosto,pelosDecreto-Lein.º199/2003,de10deSetembro,eDecreto-Lein.º
59/2004,de19deMarço,pelaLein.º6/2006,de27deFevereiro,peloDecreto-Lei
n.º 263-A/2007, de 23 de Julho, pela Lei n.º 40/2007, de 24 de Agosto, pelos
Decreto-Lein.º324/2007,de28deSetembro,eDecreto-Lein.º116/2008,de4de
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
67
Julho,pelasLein.º61/2008,de31deOutubro,eLein.º14/2009,de1deAbril,
peloDecreto-Lein.º100/2009,de11deMaio,epelasLein.º29/2009,de29de
Junho,Lein.º103/2009,de11deSetembro,Lein.º9/2010,de31deMaio,Lein.º
23/2010,de30deAgosto,Lein.º24/2012,de9deJulho,Lein.º31/2012,de14de
Agosto,Lein.º32/2012,de14deAgosto,Lein.º23/2013,de5deMarço,Lein.º
79/2014, de 19 de Dezembro, Lei n.º 82/2014, de 30 de Dezembro, Lei n.º
111/2015,de27deAgosto,Lein.º122/2015,de1deSetembro,Lein.º137/2015,
de7deSetembro,Lein.º143/2015,de8deSetembro,eLein.º150/2015,de10
deSetembro,osartigos39.º-A,156.º-A,156.º-B,156.º-C,156.º-D,156.º-E,156.º-F,
156.º-G,156.º-H,156.º-I,156.º-J,156.º-K,156.º-L,156.º-M,156.º-N,156.º-O,156.º-
P, 156.º-Q, 156.º-R, 471.º-A, 706.º-A, 1184.º-A, 1184.º-B, 1184.º-C, 1184.º-D,
1184.º-E,1184.º-F,2193.º-A,2194.º-Acomaseguinteredacção:
«Artigo39.º-A
Representaçãoemprevisãodeincapacidade
1. A existência, extensão, modificação e extinção dos poderes representativos
conferidos por uma pessoa maior, através de negócio jurídico, para serem
exercidos quando esta não estiver em condições de proteger os seus interesses,
regem-se pela sua lei pessoal, salvo se o interessado tiver escolhido como lei
competente:
a)UmdequalquerdosEstadosdequeénacionalnomomentoemquefaza
escolha;
b)OEstadodasuaresidênciahabitual;
c)OEstadoondeantesapessoaresidiahabitualmente;
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
68
d)UmEstadonoqualseencontrembensdapessoa,emrelaçãoaessesbens.
2.Aformadeexercíciodospoderesrepresentativosreferidosnonúmero1rege-se
pelaleidoEstadoemqueospoderessãoexercidos.
Artigo156.°-A
Deveresespeciaisdecuidado
1.Semprejuízododispostonoartigo2009.º,ocuradornãoestáobrigadoaprover
aosustentodocuratelado,mas incumbe-lheassegurarqueasnecessidadesdeste
são satisfeitas, na medida em que o seu património esteja em condições de as
suportar.
2.Ocuradorpodedispordosbensdocurateladoparaefeitosdonúmeroanterior,
obtidaanecessáriaautorizaçãojudicial.
Artigo156.°-B
Residência
O curador só pode fixar ou alterar a residência do curatelado após obtenção de
prévia autorização judicial e de acordo com os interesses deste, atendendo,
nomeadamente,àsexigênciasdavidafamiliareprofissionaldocuratelado.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
69
Artigo156.°-C
Vidaprivadaefamiliar,domicílioecorrespondência
1.O curadorestáobrigadoa respeitaravidaprivadae familiar, odomicílioeas
comunicaçõesdocuratelado.
2. O tribunal apenas pode atribuir ao curador a faculdade de aceder, utilizar e
autorizar a utilizaçãodedadospessoais do curatelado, bem comoaceder ao seu
domicílioeàsuacorrespondênciaeaoutrosmeiosdecomunicaçãoprivada,setal
fornecessárioparaoexercíciodassuasfunções.
3. O curador fica obrigado a observar segredo, mesmo após o termo das suas
funções.
Artigo156.°-D
Cuidadosdesaúde
1. A falta de capacidade do curatelado para consentir pode ser suprida pelo
curador,noâmbitodassuasatribuições.
2. O curador necessita de autorização judicial para recusar ou revogar o
consentimentoparaintervençõesetratamentosparacuidadosdesaúdeindicados
cuja falta de realização ou interrupção implique perigo demorte ou de grave e
irreversíveldanoparaasaúdedocuratelado.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
70
Artigo156.°-E
Esterilização
1.Aesterilizaçãodocurateladonãodeterminadaporrazõesdenaturezamédicaé
proibida.
2.Orecursoameiosdecontrolodafertilidadequenãoimpliquemaesterilizaçãoé
decididopelocuradornoâmbitodassuasatribuições.
3.Éadmitidaaesterilizaçãopor razõesdenaturezamédica,mediantedecisãodo
curador,sujeitaaautorizaçãojudicial,semprequeseverifiquemcumulativamente
osseguintesrequisitos:
a) Se preveja que a falta de capacidade de entender e querer da curatelada seja
irreversível;
b)Aesterilizaçãosejaomeioadequadoenecessárioparaevitaragravidez;
c) A gravidez tenha implicações sérias e graves na saúde física ou psíquica da
curatelada;e
d) O método de esterilização a adoptar seja o menos invasivo e, se possível,
reversível.
Artigo156.°-F
Internamentoerestriçãodaliberdade
1- Só com autorização judicial pode o curador tomar a decisão de internamento
que implique limitação ou privação de liberdade e desde que se preencham
cumulativamenteosseguintesrequisitos:
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
71
a) Ointernamentosejaeminstituiçãoadequada;
b) O curatelado careça da capacidade de entender e querer necessária para
avaliarosentidoealcancedarecusadointernamento;
c) Aausênciade internamento impliqueumgraveperigoparaa suavidaou
integridadefísica;
d) Ointernamentosejanecessárioparagarantirosseusinteresses.
2. Em casos de urgência, a decisão de internamento para a qual o curador não
tenha obtido a necessária autorização pode ser confirmada judicialmente
preenchidosospressupostosdonúmeroanterior.
3.Umavez removidooperigoou se a situaçãonão for revista judicialmente, no
prazomáximode30dias,adecisãodocuradordeixadeproduzirefeitos.
4.Osnúmerosanterioresaplicam-se, comasnecessáriasadaptações, àsmedidas
limitativasdaliberdade, incluindomedidasdecontençãofísica,quandoestasnão
sejamtemporárias.
SubdivisãoIV
Exercíciodospoderesdocurador
Artigo156.º-G
Princípiosgerais
1.O curador temodeverde exercer os seuspoderes conformeos interessesdo
curateladoenoâmbitodassuasatribuições,estabelecendoparaissoumarelação
deproximidadeedeconfiançacomeste.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
72
2.Ocuradordeveprestaraocurateladoasinformaçõessobreosassuntosquelhe
digamrespeitotendoemconsideraçãooseugraudeautonomia.
Artigo156.º-H
Actuaçãoconjuntadecuradores
1.Quandoasentençadetermineaactuaçãoconjuntadecuradores,havendoinjusta
recusaporpartedeumouimpossibilidadeporqualquercausadedecidir,podeo
outrorecorreraotribunal,quedecidirásegundojuízosdeequidade.
2. Nos casos de urgência manifesta, qualquer dos curadores pode agir sozinho,
devendoprestarinformaçõesaooutrologoquepossível.
3.Noscasosprevistosnonúmeroanterior,tratando-sedeactosdedisposição,os
mesmossóproduzemefeitosemrelaçãoaocurateladoapósratificaçãopelooutro
curador.
Artigo156.º-I
Impedimentoeconflitodeinteresses
1.Quandoseencontreimpedidodeagirouexistaapossibilidadedeumconflitode
interesses, o curador deve comunicar estes factos ao tribunal para que seja
designadocuradorespecial.
2.Aexistênciadeumconflitodeinteressesfazcessar,deplenodireito,ospoderes
decuratelaquantoaoactoemquestão,aplicando-seodispostonoartigo269.º.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
73
Artigo156.º-J
Prestaçãodecontaserelatóriodeactividade
1.Ocuradordeveprestarcontasaotribunalouaoórgãodacuratelaespecificado
nasentença.
2.Nos termosdonúmeroanterior,o curadordeveaindaapresentar relatóriode
actividadesrelativasaoexercíciodosseusdeveresdecuidado.
SubdivisãoV
Revisãodacuratela
Artigo156.º-K
Disposiçõesgerais
1.Otribunalrevêobrigatoriamenteacuratelafindooprazofixadonasentença,e,
emqualquercaso,decorridosperíodosnuncasuperioresaseteanos.
2.A curatelapodeainda ser revistaapedidodaspessoas com legitimidadepara
requererasuainstauração,comvistaàsuamodificaçãoouaoseulevantamento.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
74
Artigo156.º-L
Modificaçãodacuratela
Àmodificaçãodacuratelaaplicam-seospressupostoseregimedasuainstauração,
com as necessárias adaptações, salvo quando se trate apenas de exoneração e
remoçãodocuradoroudostitularesdeoutrosórgãosdacuratela.
Artigo156.º-M
Exoneraçãodostitularesdosórgãosdacuratela
1.Ocuradorpode,aseupedido,serexoneradodocargopelotribunal:
a) Sesobrevieralgumacausaquefundamenteaescusa;
b) Aofimdetrêsanos,noscasosemqueocuradorsepoderiaterescusadoa
aceitarocargo,sesubsistiracausaqueteriafundamentadoaescusa.
2.Osdescendentesdocurateladopodem,contudo,serexoneradosaseupedidoao
fim de cinco anos, se existirem outros descendentes domesmo grau igualmente
idóneos para o exercício do cargo; de igual faculdade gozam os ascendentes do
mesmograu.
Artigo156.º-N
Remoçãodostitularesdosórgãosdacuratela
Ocuradorpodeser removidose faltarao cumprimentodosdeveresprópriosdo
cargoouserevelarinaptidãooufaltadeidoneidadeparaoseuexercício,apedido
docuratelado,doMinistérioPúblicooudetitulardeoutrosórgãosdacuratela.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
75
Artigo156.º-O
Remoçãoeexoneraçãodosórgãosdacuratela
São aplicáveis aos titulares dos restantes órgãosda curatela, comas necessárias
adaptações,asdisposiçõesrelativasàremoçãoeexoneraçãodocurador.
Artigo156.º-P
Levantamentodacuratela
Cessandoacausaquedeterminouacuratelapodeestaserlevantada;considera-se
cessadaacausaquandoacurateladeixedesernecessáriaouquandoosinteresses
do curatelado sejam assegurados, de forma adequada e conveniente, por outros
meios.
SubsecçãoIV
Apoioparaaautonomia
Artigo156.º-Q
Pressupostos
1. A pessoa maior que, em virtude de limitações ou alterações físicas, não seja
capaz de concretizar a sua vontade, pode requerer ao Ministério Público a
constituição de uma medida de apoio com vista à nomeação de auxiliar que
exprima ou dê execução àquela vontade, na impossibilidade de tal ser feito por
representantevoluntário.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
76
2.No caso emqueas limitaçõesou alterações físicas tornemde todo impossível
qualquermanifestaçãodevontade,podeoMinistérioPúblicorequereraotribunal
ainstauraçãodecuratela.
Artigo156.º-R
Cessação
1. O apoio para a autonomia é livremente revogável pela pessoa maior por
declaraçãoemitidaperanteoMinistérioPúblico.
2. Amedida cessa ainda quando deixe de existir a causa que a determinou por
decisãodoMinistérioPúblicooupordecisãodotribunal.
[...]
Artigo471.º-A
Poderesedeveresdogestordenegóciosnassituaçõesdeincapacidade
1.Quandoodonodonegócioseencontrenascircunstânciasprevistasnon.º1do
artigo 138.º com carácter duradouro, o gestor dá conhecimento ao Ministério
Públicodoiníciodagestão,logoquesejapossível.
2.Para efeitos das alíneas b), c), d) e e) do artigo 465.º, o aviso, as contas e
restantes informações devem ser prestados a curador especial, designado nos
termosdoartigo142.º.
3.Aaprovaçãodagestãopodeserfeitaporcuradorespecialouporquemtivertais
atribuiçõesnoâmbitodacuratela,nostermosespecificadosnasentença.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
77
[...]
Artigo706.º-A
(Registodahipotecaafavordocuratelado)
1. A determinação do valor da hipoteca, para efeito do registo, quando seja
estabelecidaa favordo curatelado sujeitoa inabilitação,bemcomoadesignação
dosbenssobrequehá-deserregistada,cabeaocuradorespecialdesignadoparao
efeitoouaoconselhodefamílianoâmbitodassuasatribuições.
2. Têm legitimidade para requerer o registo o curador especial, qualquer dos
titularesdosórgãosdacuratelaequalquerdosparentesdocuratelado.
[...]
SecçãoVII
Mandatoemprevisãodaincapacidade
Artigo1184.º-A
Noção
1.Omandatoemprevisãodaincapacidadeéexercidopelomandatárioemnomee
nointeresseexclusivodomandante,naeventualidadedasuaincapacidadefutura.
2.Omandatoemprevisãodaincapacidadeéumcontratopessoal,insusceptívelde
sercelebradopormeioderepresentante.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
78
Artigo1184.º-B
Forma
O mandato em previsão da incapacidade só é válido se for celebrado por
documentoexaradopornotário.
Artigo1184.º-C
Extensãodomandato
Na faltadeestipulaçãoemcontrário,omandatoemprevisãoda incapacidadesó
compreendeos actosde administraçãoordinária dopatrimónio e de cuidadoda
pessoa do mandante necessários ou convenientes à salvaguarda dos interesses
deste.
Artigo1184.º-D
Casosdeilegitimidade
1.Nãopodesermandatário:
a) Pessoa colectiva ou seu elemento que administre ou preste cuidados ao
mandante;
b) Médicoouenfermeiroque tratedomandanteousacerdoteque lhepreste
assistênciaespiritual;ou
c) Qualqueroutrapessoacomquemomandanteseencontrenumarelaçãode
subordinação.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
79
2.Exceptuam-sedonúmeroanteriorqualquerparenteouafimna linha rectaou
parenteatéaoquartograudalinhacolateral.
Artigo1184.º-E
Obrigaçõesdomandatário
1.Semprejuízododispostonoartigo1161.º,omandatárioéobrigado:
a) AcomunicaraoMinistérioPúblicoasituaçãodeincapacidadeparaaqualo
mandatofoiprevistoeapresentararelaçãodebensaadministrar;
b) Aprestarinformaçõesrelativasaoestadodagestãoquandosolicitadaspelo
mandanteoupeloMinistérioPúblico;
c) A prestar contas anualmente ao mandante e a remetê-las ao Ministério
Público;
d) Aestabelecercontactopessoalcomomandante;
e) A comunicar ao Ministério Público a impossibilidade de
execução, inadequação dos poderes conferidos pelomandato ou a existência de
conflitodeinteresses.
2. O Ministério Público pode dispensar o mandatário de apresentar contas ao
mandanteseestenãotiveracapacidadeparaasentender.
3.OMinistérioPúblicopoderequereraotribunalanomeaçãodecuradorespecial
para efeitos de cumprimento das obrigações previstas nas alíneas b) e c) do
número1.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
80
Artigo1184.º-F
Revogação
1.Omandato emprevisãoda incapacidade é livremente revogável por qualquer
daspartes.
2.Omandatoemprevisãodaincapacidadesópodeserrevogadoporcuradorcom
poderesespeciaisparaoefeitoouporcuradorespecial.
3. No caso de revogação pelo mandatário, deve este continuar a executar o
mandato até ao momento em que da sua interrupção não possam resultar
prejuízosparaomandante.
Artigo2193.º-A
Prestadoresdecuidados
1.Énulaadisposiçãoa favordoproprietário, gestorou funcionáriodeentidade
queadministreouprestecuidadosaotestador.
2. É nula a disposição a favor de pessoa colectiva no âmbito da qual sejam
prestadosouadministradoscuidadosaotestador.
Artigo2194.º-A
Prestadoresdecuidados
Énulaadisposiçãoafavordosprestadoresdecuidadosapessoasinternadasem
estabelecimentodeapoiosocialpúblicosouprivados,seaspessoasinternadasse
encontraremnasituaçãoprevistanoartigo138.º
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
81
Artigo3.º
RevogaçãoaoCódigoCivil
Sãorevogadosaalíneab),don.º1doartigo1913.º, aalíneaf)don.º1doartigo
1933.ºeosartigos2298.ºe2299.ºdoCódigoCivil,aprovadopeloDecreto-Lein.º
47344,de25deNovembrode1966,ealteradopelosDecreto-Lein.º67/75,de19
deFevereiro,Decreto-Lein.º201/75,de15deAbril,Decreto-Lein.º261/75,de27
deMaio,Decreto-Lein.º561/76,de17deJulho,Decreto-Lein.º605/76,de24de
Julho, Decreto-Lei n.º 293/77, de 20 de Julho, Decreto-Lei n.º 496/77, de 25 de
Novembro,Decreto-Lein.º200-C/80,de24de Junho,Decreto-Lein.º236/80,de
18deJulho,Decreto-Lein.º328/81,de4deDezembro,Decreto-Lein.º262/83,de
16deJunho,Decreto-Lein.º225/84,de6deJulho,Decreto-Lein.º190/85,de24
deJunho,pelaLein.º46/85,de20deSetembro,pelosDecreto-Lein.º381-B/85,
de28deSetembro,Decreto-Lein.º379/86,de11deNovembro,pelaLein.º24/89,
de1deAgosto,peloDecreto-Lein.º321-B/90,de15deOutubro,Decreto-Lein.º
257/91,de18deJulho,Decreto-Lein.º423/91,de30deOutubro,Decreto-Lein.º
185/93,de22deMaio,Decreto-Lein.º227/94,de8deSetembro,Decreto-Lein.º
267/94, de 25 de Outubro, Decreto-Lei n.º 163/95, de 13 de Julho, pela Lei n.º
84/95, de 31 de Agosto, pelos Decreto-Lei n.º 329-A/95, de 12 de Dezembro,
Decreto-Lei n.º 14/96, de 6 de Março, Decreto-Lei n.º 68/96, de 31 de Maio,
Decreto-Lei n.º35/97, de 31 de Janeiro, e Decreto-Lei n.º 120/98, de 8 deMaio,
pelasLein.ºs21/98,de12deMaio,eLein.º47/98,de10deAgosto,peloDecreto-
Lein.º343/98,de6deNovembro,pelasLein.º59/99,de30de Junho,eLein.º
16/2001, de 22 de Junho, pelos Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de Outubro,
Decreto-Lein.º273/2001,de13deOutubro,Decreto-Lein.º323/2001,de17de
Dezembro,eDecreto-Lein.º38/2003,de8deMarço,pelaLein.º31/2003,de22
deAgosto,pelosDecreto-Lein.º199/2003,de10deSetembro,eDecreto-Lein.º
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
82
59/2004,de19deMarço,pelaLein.º6/2006,de27deFevereiro,peloDecreto-Lei
n.º 263-A/2007, de 23 de Julho, pela Lei n.º 40/2007, de 24 de Agosto, pelos
Decreto-Lein.º324/2007,de28deSetembro,eDecreto-Lein.º116/2008,de4de
Julho,pelasLein.º61/2008,de31deOutubro,eLein.º14/2009,de1deAbril,
peloDecreto-Lein.º100/2009,de11deMaio,epelasLein.º29/2009,de29de
Junho,Lein.º103/2009,de11deSetembro,Lein.º9/2010,de31deMaio,Lein.º
23/2010,de30deAgosto,Lein.º24/2012,de9deJulho,Lein.º31/2012,de14de
Agosto,Lein.º32/2012,de14deAgosto,Lein.º23/2013,de5deMarço,Lein.º
79/2014, de 19 de Dezembro, Lei n.º 82/2014, de 30 de Dezembro, Lei n.º
111/2015,de27deAgosto,Lein.º122/2015,de1deSetembro,Lein.º137/2015,
de7deSetembro,Lein.º143/2015,de8deSetembro,eLein.º150/2015,de10
deSetembro.
Artigo4.º
AlteraçãosistemáticadoCódigoCivil
1.A subsecção IIIdaSecçãoV,Capítulo I, Subtítulo I,Título II, Livro IdoCódigo
Civil passa a designar-se “Condição Jurídica das pessoas maiores protegidas”,
respeitandoaosartigos138.ºa156.º-P.º.
2.ÉcriadaDivisãoIdaSubsecçãoIIIdaSecçãoV,CapítuloI,SubtítuloI,TítuloII,
Livro I do Código Civil, designada “Disposições gerais”, respeitando aos artigos
138.ºa140.º.
3.ÉcriadaDivisãoIIdaSubsecçãoIIIdaSecçãoV,CapítuloI,SubtítuloI,TítuloII,
Livro I do Código Civil, designada “Salvaguarda de interesses”, respeitando aos
artigos141.ºa142.º.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
83
4.ÉcriadaDivisãoIIIdaSubsecçãoIIIdaSecçãoV,CapítuloI,SubtítuloI,TítuloII,
Livro I do Código Civil, designada “Disposições gerais”, respeitando aos artigo
143.ºa156.º-P.º.
5.ÉcriadaaSubdivisão IdaDivisão III,daSubsecção IIIdaSecçãoV,Capítulo I,
Subtítulo I, Título II, Livro I do Código Civil, designada “Disposições gerais”,
respeitandoaosartigos143.ºa151.º.
6. É criada a Subdivisão II Divisão I da Subsecção III da Secção V, Capítulo I,
Subtítulo I, Título II, Livro I doCódigoCivil, designada “Designaçãodo curador”,
respeitandoaosartigos152.ºa155.º.
7.ÉcriadaSubdivisãoIIIdaSubsecçãoIIIdaSeçãoV,CapítuloI,SubtítuloI,Título
II,LivroIdoCódigoCivil,designada“Direitosedeveresdocurador”,respeitando
aosartigos156.ºa156.º-F.
8.ÉcriadaSubdivisãoIVdaSubsecçãoIIIdaSecçãoV,CapítuloI,SubtítuloI,Título
II, Livro I do Código Civil, designada “Exercício dos poderes do curador”,
respeitandoaosartigos156.º-Ga156.º-J.
9.ÉcriadaSubdivisãoVdaSubsecçãoIIIdaSecçãoV,CapítuloI,SubtítuloI,Título
II,LivroIdoCódigoCivil,designada“Revisãodacuratela”,respeitandoaosartigos
156.º-Ka156.º-P.
10.AsubsecçãoIVdaSecçãoV,CapítuloI,SubtítuloI,TítuloII,LivroIdoCódigo
Civilpassaadesignar-se“Apoioparaaautonomia”,respeitandoaosartigos156.º-
Qºa156.º-R.
11. A subsecção III da Secção IV, Capítulo VI, Título IV, Livro V do Código Civil
passaadesignar-se“Substituiçãopupilar”.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
84
TítuloII
CódigodeProcessoCivil
Artigo5.º
AlteraçãoaoCódigodeProcessoCivil
Osartigos19.º,20.º,164.º,453.º,495.º,891.ºa905.º,948.º,950.º,1001.º,1014.º,
1016.ºdoCódigodeProcessoCivil,aprovadopelaLein.º41/2013,de26deJunho,
rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 36/20013, de 12 de Agosto, e
alterada pela Lei n.º 122/2015, de 1 de Setembro, passam a ter a seguinte
redacção:
«Artigo19.º
Capacidadejudiciáriadoscurateladossujeitosainabilitação
1-Oscurateladossujeitosainabilitaçãopodeminterviremtodasasacçõesemque
sejampartesedevemsercitadosquandotiveremaposiçãoderéus,sobpenadese
verificaranulidadecorrespondenteàfaltadecitação,aindaquetenhasidocitado
ocurador.
2-Aintervençãodocurateladosujeitoainabilitaçãoficasubordinadaàorientação
docurador,queprevaleceemcasodedivergência.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
85
Artigo20.º
Representaçãodaspessoasimpossibilitadasdereceberacitação
1.Aspessoasque,por faltaou limitaçãodas faculdadesmentaisououtromotivo
grave, estejam impossibilitadas de receber a citação para a causa são
representadas nela por mandatário em previsão da incapacidade com poderes
paraoefeito,ounasuafalta,porcuradorespecial.
2.Arepresentaçãodocuradorespecialcessaquandoforjulgadadesnecessária,ou
quando se juntar documento que mostre ter sido concedida autorização do
Ministério Público, nos termos do número 1 do artigo 141.º do Código Civil, ao
mandatoemprevisãoda incapacidadecompoderesbastantesouque tenhasido
instauradacuratelaenomeadocuradorparaoefeito.
3. A desnecessidade da curadoria, quer seja originária quer superveniente, é
apreciada sumariamente, a requerimento do curatelado, que pode produzir
quaisquerprovas.
4-Orepresentantenomeadonaacçãodeinstauraçãodecuratelaeomandatário
em previsão da incapacidade são citados para ocupar no processo o lugar de
curadorespecial.
[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
86
Artigo164.º
Limitaçõesàpublicidadedoprocesso
1.(...)
2-Preenchem,designadamente,asrestriçõesàpublicidadeprevistasnonúmero
anterior:
a)(...);
b)(...);
c)(...);
d) Ao processo de curatela apenas podem ter acesso e mediante autorização o
curateladoeoseumandatário,omandatáriodorequerente,ocurador,ocurador
especialeosrestantesórgãosdacuratela.
[...]
Artigo453.º
Dequempodeserexigido
1.[...].
2.Poderequerer-seodepoimentodecuratelados,assimcomoderepresentantes
deincapazes,pessoascolectivasousociedades;porém,odepoimentosótemvalor
de confissão nos precisos termos em que aqueles possam obrigar-se e estes
possamobrigarosseusrepresentados.
3.[...].
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
87
[...]
Artigo495.º
Capacidadeparadeporcomotestemunha
1. Têm capacidade para depor como testemunhas todos aqueles que tiverem
aptidão física e mental para depor sobre os factos que constituam objecto da
prova.
2. Incumbe ao juiz verificar a capacidade natural das pessoas arroladas como
testemunhas, com vista a avaliar da admissibilidade e da credibilidade do
respectivodepoimento.
[...]
TÍTULOIII
Dacuratelaedocuradorespecial
CapítuloI
Disposiçõesgerais
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
88
Artigo891.º
Naturezadoprocesso
1.Osprocessosdeinstauraçãodecuratelaedenomeaçãodecuradorespecialtêm
naturezapessoaledevemserdirigidosemfunçãodosinteressesdorequerido.
2.Amortedorequeridoextingueainstância.
3.Osprocessosreferidosnon.º1têmcarácterurgente.
4.Sópodeintervirnadecisãodamatériadefactoojuizquetenhaassistidoatodos
osactosdeinstruçãorealizadosnaconferênciapreliminar,diligênciasinstrutórias
econferênciafinal,semprejuízododispostonoartigo605.º.
Artigo892.º
Legitimidadepararequererainstauraçãodecuratelaounomeaçãodecurador
especial
1- A instauração de curatela ou a nomeação de curador especial pode ser
requeridaporquemse encontrena situaçãoprevistano artigo 138.ºdoCódigo
Civil, o respectivo cônjuge ou quem com ele viva em união de facto, o seu
representantelegal,qualquerparentesucessívelouoMinistérioPúblico.
2-Oconhecimentodesituaçãoquetornenecessáriaainstauraçãodecuratelaoua
nomeação de curador especial por parte de entidade pública ou privada que
acompanhe apessoanasituaçãoprevistanoartigo138.ºdoCódigoCiviloupor
quematenhaaseucargodevesercomunicadaaoMinistérioPúblico,quando:
a) Nãoexistamandatoemprevisãodaincapacidade;
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
89
b) Omandatárioemprevisãodaincapacidadenãoqueiraounãopossaexercer
assuasfunções;
c) Osinteressesdapessoaaprotegersejampostosemcausaporquemotenha
aseucargo.
3-Seapessoanasituaçãoprevistanoartigo138.ºdoCódigoCivilformenornão
emancipado, só têm legitimidade para requerer a instauração de curatela o
representantelegaleoMinistérioPúblico.
Artigo893.º
IntervençãodoMinistérioPúblico
1-OMinistérioPúblicoéparteprincipalnosprocessosde instauração, revisãoe
levantamentodacuratela,bemcomodenomeaçãodecuradorespecial,cabendo-
lhezelarpelosdosinteressesdorequerido.
2. Quando o Ministério Público não é requerente intervém nos processos de
instauração, revisão e levantamento da curatela, bem como de nomeação de
curadorespecial,nostermosdoartigo325.º.
3. É obrigatória a presença do Ministério Público em todas as diligências
processuais.
Artigo894.º
Autuaçãoecomunicações
1.Umavez instauradaacuratela,os incidentesderevisãoe levantamentocorrem
porapensoaoprocessodeinstauraçãodecuratela.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
90
2.OjuizeoMinistérioPúblicodevemrequereraemissãodecertidãodoprocesso
deinstauraçãodecuratelaerespectivosapensosparainstruçãodosprocessosda
suacompetência.
3.Todasasdecisõesquedecretemmedidasdesalvaguardadeinteresseseoutras
providênciasrelativasàpessoanassituaçõesprevistasnoartigo138.ºdoCódigo
Civildevemsercomunicadasaotribunalqueinstaurouacuratela,aoqualdeveser
remetidacertidãodoprocesso.
CapítuloII
Dainstauraçãodecuratela
Artigo895.º
Requerimentoinicial
Norequerimentoinicialdaacçãoemqueseformuleopedidodeinstauraçãode
curatela,deveorequerente,depoisdededuzidaasualegitimidade:
a) Exporosfactosreveladoresdosfundamentosinvocados;
b) Mencionaraafecçãoquelimitaouperturbaaaptidãoparagovernara
pessoaebensdorequerido;
c) Justificaranecessidadeeadequaçãodainstauraçãodecuratela,bemcomoa
suaextensão;
d) Indicaraspessoasque,segundooscritériosdalei,devamcomporosórgãos
dacuratela;
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
91
e) Indicararelaçãodosbensdorequerido,quandopossível;
f) Juntarosmeiosdeprovarelevantes,nomeadamenterelatóriosclínico-
psiquiátricosepsicossociais.
Artigo896.º
Saneamento
1.Recebidoorequerimentoinicial,oprocessovaicomvistaaoMinistérioPúblico,
caso não seja o requerente, que informará o juiz da existência de mandato em
previsãodaincapacidadeougestãodenegócios,semprejuízodepromoveroque
tiverpor conveniente; sendooMinistérioPúblicoo requerente, tais informações
devemserprestadasnorequerimentoinicial.
2.Senãohouvermotivoparao indeferimento liminar,o juizordenaacitaçãodo
requeridoparaaconferênciapreliminararealizarnos30diasimediatosenomeia
perito,casoentendaqueexistemindíciosparaainstauraçãodecuratela.
3. O juiz pode determinar a notificação do mandatário em previsão da
incapacidade ou de qualquer outra pessoa cuja presença seja relevante para o
processoparacomparecernaconferênciapreliminar.
4.Adatadaconferênciaénotificadaaorequerente.
5. O juiz pode realizar as diligências necessárias para a produção de prova
documental relevante, nomeadamente solicitar os relatórios e exames clínicos
necessários,bemcomoordenaraproduçãoderelatóriosocial.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
92
6.Ojuizpodedispensararealizaçãodeexamepericialsesomenteforrequeridaa
atribuiçãodedeveresdecuidadoaocuradoreorequerimento foracompanhado
derelatórioclínicosubscritopordoismédicosespecialistas,nostermosdon.º1do
artigo899.º.
Artigo897.º
Citaçãodorequerido
1. A citação é efetuada mediante contacto pessoal do funcionário judicial,
aplicando-se,comasnecessáriasadaptações,odispostonapartegeral.
2. Se a citação não puder efectuar-se em virtude de o requerido se encontrar
impossibilitadodeareceber,ojuizdesignacuradorespecial,nostermosdoartigo
142.ºdoCódigoCivil,queorepresentaránoprocesso.
Artigo898.º
Conferênciapreliminareaudiçãodorequerido
1.Aaudiçãodorequeridoéobrigatória.
2.Nocasodeacomparênciapessoaldorequeridoser impossívelourepresentar
sacrifícioexcessivo,deveo juizdeslocar-seàresidênciadorequeridoouao local
emqueesteseencontre,comressalvadaintimidadedavidaprivadaefamiliareda
dignidadehumanadeste.
3.Naconferênciapreliminar,realizam-seasdiligênciasprobatóriasnecessáriasà
averiguaçãodaexistênciadospressupostosparainstauraçãodecuratelae,sendo
casodisso,dacapacidadeparaefeitosdoartigo144.ºdoCódigoCivil.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
93
4. A conferência é presidida pelo juiz, acompanhado peloMinistério Público, na
presençadomandatáriodorequerido,bemcomonadorequerente,podendoojuiz
ouviresteeaspessoasidentificadasnon.º3doartigo896.º.
5.Aconferênciapreliminarégravada,aplicando-seodispostonoartigo155.º,com
asnecessáriasadaptações.
6.Seaté15diasacontardanotificaçãoparaaconferênciapreliminarorequerido
nãotiverconstituídomandatáriojudicial,ojuiznomeiadefensoroficioso.
Artigo899.º
Examepericial
1-Aavaliaçãopericialdeveprecisar,semprequepossível:
a) Aespéciedeafecçãodequesofreorequerido;
b) Ograudelimitaçãodaaptidãoparagovernarasuapessoaebense
respectivasimplicações;
c) Adataprováveldocomeçodestalimitação;
d) Osmeiosdetratamentopropostos;
e) Aevoluçãoprevistadoestadoclínico.
2- A avaliaçãopericial é realizadana conferênciapreliminarperanteo juiz e as
conclusõessãoditadasparaaactasepuderformar-seimediatamentejuízoseguro.
3- Se o requerido, o Ministério Público ou o juiz entenderem que há qualquer
deficiência,obscuridadeoucontradiçãonaavaliaçãopericialouqueasconclusões
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
94
não se mostram devidamente fundamentadas, podem formular as suas
reclamaçõesoralmente.
4-Casonãosejapossívelformarimediatamentejuízoseguro,podecontinuar-seo
exame no local mais apropriado e proceder-se às diligências que se mostrem
necessárias,fixando-seprazoparaentregadorelatórionuncasuperiora30diasa
contardadatadaconferênciapreliminar.
Artigo900.º
Termosposterioresàconferênciapreliminar
1. O juiz indefere o pedido sempre que não haja necessidade de protecção do
requerido ou os interesses deste sejam adequadamente protegidos por outros
meios.
2.Nocasodeo juizconcluirpelanecessidadedeprosseguimentodoprocessode
instauraçãodecuratela,eorequeridonãoconsentirounãotivercapacidadepara
consentir nos termos do artigo 144.º do Código Civil, este é notificado para
contestar.
3.Seorequeridoconsentirnainstauraçãodecuratela,ojuizmarcaaconferência
final, sem prejuízo de observar, com as necessárias adaptações, o disposto nos
artigos 902.º e 903.º, caso entenda ser útil para a decisão a realização das
respectivas diligências; no caso de os factos adquiridos no processo permitirem
decisãoimediata,ojuizditaasentençasumariamentefundamentadaparaacta,nos
termosdoartigo905.º.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
95
Artigo901.º
Articulados
1. A contestação é apresentada no prazo de 15 dias após a realização da
conferênciapreliminar.
2.Àcontestaçãoseguem-seosdemaisarticuladosadmitidosemprocessocomum.
Artigo902.º
Diligênciasinstrutórias
1. Findo os articulados, após audição do Ministério Público, o juiz ordena a
realizaçãodasdiligênciasdeprova tidasporconvenientesemarcaaconferência
finalnos30diasimediatos,salvonoscasosprevistosnon.º2doartigo903.º.
2.Sóéadmitidosegundoexamepericialquandoasconclusõesdoprimeiroexame
realizadonãosejamsegurasouosfactosalegadosnacontestaçãosuscitemsérias
dúvidasrelativamenteaestasconclusões.
Artigo903.º
Segundoexamepericial
1. O segundo exame é realizado oficiosamente ou a pedido do requerido,
aplicando-seasdisposiçõesdoartigo899.º,comasnecessáriasadaptações.
2. Para efeitos do número anterior, o juiz pode autorizar o internamento do
requerido em instituição clínica da especialidade por um período máximo de 6
semanas, conforme indicação médica, quando o internamento seja necessário e
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
96
adequado para a obtenção de meios de prova bastantes para decidir sobre a
curatelaeorequeridonãoseoponha.
3.Operíodomáximodeinternamentoésusceptíveldeserprorrogadoatéaolimite
detrêsmeses,nostermosdonúmeroanterior.
4. Em caso de oposição do requerido, o juiz pode autorizar o internamento em
instituiçãoclínicadaespecialidadeporperíodode2semanaseconformeindicação
médica,quando:
a)Ointernamentosejaindispensávelparaaobtençãodemeiosdeprovabastante
paradecidirsobreosfundamentosparaainstauraçãodecuratela;e
b) A limitação ou alteração das faculdadesmentais crie uma situação de perigo
graveparainteressesjurídicosprópriosderelevantevalordorequerido.
Artigo904.º
Conferênciafinal
1.Umavez findasasdiligências instrutóriaseantesdeproferirasentençao juiz
ouve obrigatoriamente o requerido, o Ministério Público, e quem entenda por
conveniente.
2. O juiz pode dispensar a audição do requerido se tal for manifestamente
impossível,inútilouimplicarumsacrifícioexcessivoparaeste.
3-Ojuizdesignadatadentrodosquinzediasseguintesparaaleituradasentença.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
97
Artigo905.º
Sentença
1-A sentença que instaura a curatela fixa, independentemente do que tiver sido
requerido:
a) Adatadocomeçodalimitaçãodaaptidãoquefundamentaacuratela,
semprequepossível;
b) Acomposiçãodosórgãosdacuratelaerespectivostitulares;
c) Oâmbitodasatribuiçõesdosórgãoseextensãodacuratela;
d) Arelaçãodosbensdobeneficiárioqueintegramoâmbitodasatribuiçõesdo
curadoredoadministrador.
2.Asentençaé lidaperanteorequerido,salvoseformanifestamenteimpossível,
inútilouimplicarumsacrifícioexcessivoparaeste.
3. As pessoas designadas para os órgãos da curatela são notificadas para
compareceramperanteojuizparaleituradasentençaeprestaçãodocompromisso
dehonrarelativamenteaoexercíciodassuasfunções.
4.Otribunalprocedeànotificaçãodasentençaaorequerente,aomandatárioem
previsãodaincapacidadeeaquementendaporconveniente.
5.Otribunalemiteoficiosamentecertidãodecuratela,apóstrânsitoemjulgado,a
favordostitularesdosórgãosdacuratela,naqualmencionaasalíneasb),c)ed)
don.º1dopresenteartigo.
6.Seainstauraçãodecuratelafordecretadaemapelação,anomeaçãodosórgãos
dacuratelafaz-sena1.ªinstância,apósbaixadoprocesso.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
98
[...]
CAPÍTULOII
Contasdotutor,docuradoredodepositáriojudicial
Artigo948.º
Prestaçãoespontâneadecontasdotutoroucurador
Àscontasapresentadaspelotutoroupelocuradorsãoaplicáveisasdisposiçõesdo
capítuloantecedente,comasseguintesmodificações:
a) O curatelado é notificado para contestar; não apresentando contestação é
ouvido sobre as contas prestadas, salvo se tal for impossível ou excessivamente
oneroso;
b) São notificados para contestar oMinistério Público, o protutor, os órgãos da
curatela,ouonovotutoroucurador,quandooshaja,podendocontestarnomesmo
prazo qualquer parente sucessível domenor e as pessoas indicadas no n.º 1 do
artigo892.º;
c)[anterioralíneab)];
d)[anterioralíneac)].
[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
99
Artigo950.º
Prestaçãodecontas,nocasodeemancipação,maioridade,cessaçãodatutelaou
curatelaoudefalecimentodomenoroudocuratelado
1-Ascontasquedevemserprestadasaoex-tutelado,noscasosdemaioridadeou
emancipação,ouex-curatelado,noscasosdelevantamentodacuratela,ouaosseus
herdeiros, no caso de falecimento daqueles, seguem os termos prescritos no
capítulo anterior, devendo ser ouvidos, no entanto, antes do julgamento, o
MinistérioPúblicoeoprotutorouosórgãodacuratela.
2-Aimpugnaçãodascontasquetenhamsidoaprovadasduranteamenoridadeou
acuratelafaz-senopróprioprocessoemqueforamprestadas.
3 - A impugnação é sempre deduzida no tribunal comum, sendo o processo de
prestaçãorequisitadoaotribunalondedecorreu.
[...]
Artigo1001.º
Suprimentodeconsentimentonoutroscasos
1. Se a causa do pedido for a incapacidade ou a ausência da pessoa, são citados
para se pronunciarem sobre o pedido de reapreciação oMinistério Público e as
pessoas que são citadas no processo de suprimento do consentimento da
competênciadoMinistérioPúblico.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
100
2.Noscasosemqueosuprimentodoconsentimentoédacompetênciaexclusiva
dotribunalaplica-secomasnecessáriasadaptaçõesodispostonosartigos1014.º
e1016.º-A.
3.Seaimpossibilidadedeprestaroconsentimentotivercausadiferente,observar-
se-á,comasnecessáriasadaptações,odispostonon.º1.
[...]
Artigo1014.º
Autorizaçãojudicial
1. Quando for necessário praticar actos cuja eficácia ou validade dependa de
autorizaçãojudicial,estaépedidapelorepresentantelegaldomenor,pelocurador
ou,nafaltadeste,peloMinistérioPúblico.
2.Sãocitadosparaosefeitosdonúmeroanterior,bemcomonoscasosdepedido
de reapreciação de autorização da competência doMinistério Público, o próprio
interessado,sendomaior,oMinistérioPúblicoequemseentendacomorelevante
paraadecisão,nomeadamente:
a) Orepresentantevoluntárioparasituaçõesdeincapacidade;
b) Orepresentantelegaldomenorouocurador;
c) Osórgãosdatutelaoudacuratela;
d) Oprocuradoroucuradordoausente:
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
101
e) O cônjuge ou parentemais próximo do incapaz ou do ausente ou pessoa
comquemeste viva emuniãode facto; havendomaisdeumparentenomesmo
grau,écitadooqueforconsideradomaisidóneo.
3. Haja ou não oposição, o juiz só decide depois de produzidas as provas que
admitir e de concluídas outras diligências necessárias, ouvindo o conselho de
família,quandotenhasidoconstituído.
4.Opedidoédependênciadoprocessodeinventário,quandoohaja.
5.[...].
[...]
Artigo1016.º
Alienaçãoouoneraçãodosbensdoausenteeconfirmaçãoouratificaçãodosactos
praticadospelorepresentantedoincapaz
1-Odispostonoartigo1014.ºétambémaplicável,comasnecessáriasadaptações:
a) À alienação ou oneração de bens do ausente, quando tenha sido deferida a
curadoriaprovisóriaoudefinitiva;
b)À confirmação judicial de actospraticadospelo representante legal domenor
semanecessáriaautorização;
c)Àratificaçãodeactospraticadospelocuradorsemanecessáriaautorização.
2-Nocasodaalíneaa)donúmeroanterior,opedidoédependênciadoprocesso
de curadoria; no caso da alínea b), é dependência do processo em que o
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
102
representante legal tenha sidonomeado; no casoda alínea c), é dependência do
processodeinstauraçãodecuratela.»
Artigo6.º
AditamentoaoCódigodeProcessoCivil
SãoaditadosaoCódigodeProcessoCivil,aprovadopelaLein.º41/2013,de26de
Junho,rectificadapelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º36/20013,de12deAgosto,e
alteradapelaLein.º122/2015,de1deSetembro,osartigos72.º-A,72.º-B,905.º-A,
905.º-B, 905.º-C, 905.º-D, 905.º-E, 905.º-F, 905.º-G, 905.º-H, 905.º-I, 905.º-J,
1016.º-Ae1016.º-B,comaseguinteredacção:
«Artigo72.º-A
Protecçãodepessoasmaiores
1.Para a instauração de curatela, nos termos do artigo 138.º do Código Civil, é
competenteotribunaldaresidênciahabitualdorequerido.
2. Se a residência habitual do requerido não for conhecida, nem for possível
determiná-la,écompetenteotribunaldolugarondeesteseencontre.
3.SeorequeridotiverresidêncianoestrangeiroécompetenteotribunaldeLisboa.
4.Paraanomeaçãodecuradorespecial,autorização,ratificaçãoousuprimentodo
consentimento em matéria de cuidados de saúde e para a autorização é
competenteotribunalondeobeneficiárioseencontre.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
103
Artigo72.º-B
Alteraçãodaresidênciadocuratelado
1.Se,apósinstauradaacuratela,aresidênciahabitualdocurateladoforalterada,
os autos devem ser remetidos para o tribunal da residência actual, se tal for
conforme os interesses do curatelado, sendo aquele tribunal o competente para
conhecerdospedidosderevisãoelevantamentodacuratela.
2.Presume-sequeocorreaalteraçãodaresidênciahabitualseanovaresidência
docurateladoseprolongarporumperíodosuperioraumano.
[...]
Artigo905.º-A
Recursodeapelação
1-Dadecisãoqueinstaureacuratelaouindefiraopedidocabeapelação.
2-Têmlegitimidadepararecorrerorequerido,oMinistérioPúblico,orequerente,
o mandatário em previsão da incapacidade e todas as pessoas directa e
efectivamenteprejudicadaspeladecisão.
4- O recurso tem efeitomeramente devolutivo, excepto se o juiz lhe fixar outro
efeitorelativamenteàtotalidadeoupartedasentença;subsiste,porém,nostermos
estabelecidos,arepresentaçãoprocessualdorequerido,podendoqualquerumdos
titulares dos órgãos da curatela nomeados intervir também no recurso como
assistente.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
104
Artigo905.º-B
Registo
A decisão que instaure a curatela, bem como as suas sucessivas revisões e
levantamento,estãosujeitosaregisto.
CapítuloIII
Revisãodacuratela
Artigo905.º-C
Legitimidade
Semprejuízodoseucarácteroficioso,têmlegitimidadepararequererarevisãoda
curatela, além das pessoas designadas no n.º1 do artigo 892.º, os titulares dos
órgãosdacuratela.
Artigo905.º-D
Tramitaçãosubsequente
1-Arevisãoérequeridaporapensoaoprocessoemqueacuratelafoiinstaurada.
2-Autuadoorequerimentoderevisão,seguem-seostermosprevistosnocapítulo
anterior, com as necessárias adaptações, sendo notificados para a conferência
preliminarostitularesdosórgãosdacuratela,alémdaspessoasprevistasnon.º3
doartigo896.º.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
105
3. O juiz pode dispensar a realização do exame pericial com fundamento em
relatório clínico feito por médico especialista sempre que a situaçãomédica do
curateladonãotenhasofridoalteraçõesrelevantes.
Artigo905.º-E
Alteraçãodostitularesdosórgãosdacuratela
A tramitação do pedido de revisão que tenha como fundamento exclusivo a
remoção ou exoneração de titulares de órgãos da curatela, segue os termos dos
artigos293.ºa295.º,comasnecessáriasadaptações.
CapítuloIV
Curadorespecial
Artigo905.º-F
Nomeaçãodecuradorespecial
1. O curador especial é nomeado a requerimento de qualquer das pessoas
indicadasnon.º1doartigo892.º,dogestordenegóciosqueactuenostermosdo
n.º 1 do artigo 471.º-A do Código Civil, bem como dos titulares dos órgãos da
curatela.
2. São notificados para deduzir oposição o requerido, bem como o curador, os
titulares dos órgãos da curatela e o Ministério Público, quando não sejam
requerentes.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
106
3.Anomeaçãodocuradorespecialsegueostermosdosartigos293.ºa295.º,com
asnecessáriasadaptações.
4. Quando a nomeação de curador especial não tenha sido precedida da
instauração de curatela, o pedido deve ser instruído com relatório clínico que
comprove que o requerido se encontra na situação prevista no artigo 138.º do
CódigoCivil.
5.Adecisãoquenomeiecuradorespecialestásujeitaaregisto.
CapítuloV
MedidasProvisórias
Artigo905.º-G
Disposiçõesgerais
1.Anomeaçãodecuradorprovisórioeodecretamentodeinabilitaçãoprovisória
podem ser requeridos antes do processo da instauração de curatela ou na sua
pendência.
2.Aspessoas indicadasnon.º1doartigo892.ºpodemrequererodecretamento
dasmedidasprovisóriasreferidasnonúmeroanterior,desdeque:
a) Severifiqueumasituaçãodeperigograveparaapessoaoupatrimóniodo
requeridoeestenãotenhacapacidadedeentenderequererparaoremover;e
b) O pedido seja acompanhado de dois relatórios clínicos realizados por
médicosespecialistas.
3.Asmedidasprovisóriascaducam:
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
107
a)Senão fordadaentradadopedidode instauraçãodecuratelanoprazode15
diasapósoseudecretamento;
b) Se a acção de instauração de curatela vier a ser julgada improcedente, por
decisãotransitadaemjulgado;
c)Seorequeridoforabsolvidodainstânciaesenãoforpropostanovaacçãoem
tempodeaproveitarosefeitosdaproposituradaanterior.
4. Em qualquer altura do processo, pode o juiz, oficiosamente ou a pedido do
requerente,doMinistérioPúblico,dorequeridooudorespectivocuradorespecial,
proferir,nosprópriosautos,decisãoprovisória,decretandoasmedidasurgentes
queserevelemindispensáveisàtuteladosinteressespessoaisoupatrimoniaisdo
interessado.
Artigo905.º-H
Curadorprovisório
1.Oâmbitodeatribuiçõesdocuradorprovisórioédeterminadonosmesmos
termosdoartigo146.ºdoCódigoCivil,comasnecessáriasadaptações.
2.Àdesignaçãodocuradorespecialaplicam-seosartigos152.ºa155.ºdoCódigo
Civil,comasnecessáriasadaptações.
Artigo905.º-I
Inabilitaçãoprovisória
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
108
Podesujeitar-seàautorizaçãodocuradorprovisórioarealizaçãodedeterminados
actosporpartedorequeridonosmesmostermosdoartigo149.ºdoCódigoCivil,
desdeque:
a) Existafundadoreceiodelesãograveededifícilreparação;e
b) Ainabilitaçãosejaomeioadequadoenecessárioparaacautelarinteresses
relevantesdorequerido.
Artigo905.º-J
Tramitação
1. Com o requerimento é oferecida prova sumária dos pressupostos para o
decretamentodasmedidasprovisórias.
2.Quandosejaouvidoantesdodecretamentodaprovidência,orequeridoécitado
pessoalmente para deduzir oposição, sendo a citação substituída por notificação
quandojátenhasidocitadoparaainstauraçãodecuratela.
3.Ojuizdispensaaaudiçãodorequerido:
a) Emcasosdemanifestaurgência;
b) Seforimpossívelourepresentarsacrifícioexcessivo;
c) Seaaudiçãopuseremriscosérioofimouaeficáciadamedida.
4.Ojuizprofereimediatamentedecisãoumavezrealizadaaaudiçãodorequerido
ou, na ausência desta, assim que possa formar um juízo seguro quanto ao
decretamentodamedidaprovisória.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
109
5. Quandoorequeridonão tenhasidoouvidoantesdodecretamentodamedida
provisória, pode deduzir oposição quando pretenda alegar factos ou produzir
meiosdeprovanãotidosemcontapelojuizequepossamafastarosfundamentos
damedida.
6.Nocasoaqueserefereonúmeroanterior,ojuizdecideamanutenção,alteração
ou revogação da medida provisória anteriormente decretada, cabendo recurso
destadecisão;qualquerdasdecisõesconstituicomplementoeparteintegranteda
inicialmenteproferida.
7. A inabilitação provisória e nomeação de curador provisório estão sujeitas a
registo.
[...]
«Artigo1016.º-A
Processosespeciaisdeautorizaçãorelativosapessoasmaiores
1. Nos processos de autorização judicial relativos a decisões de internamento e
restrição da liberdade, de cuidados de saúde, de transplantes, de interrupção
voluntáriadegravidezedeesterilizaçãoporrazõesdenaturezamédicadepessoa
maiorincapaz:
a) A audição do interessado é obrigatória; no caso de a comparência deste ser
impossível ou representar sacrifício excessivo, deve o juiz deslocar-se à sua
residênciaouaolocalemqueesteseencontre,comressalvadaintimidadedavida
privadaefamiliaredadignidadehumana;
b)Ojuizdeveouviromédicoassistentedoincapazequementendaporrelevante
emfunçãodascircunstânciasdocasoconcreto.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
110
2.Oprocessodeautorizaçãojudicialrelativaadecisõesdeesterilizaçãoporrazões
denaturezamédicadepessoamaiorincapazéinstruídocom:
a) Relatório clínico subscrito pelo médico assistente e por médico das
especialidadesdeginecologiaedepsiquiatria;
b)ParecerdaComissãodeÉticaparaaSaúdedainstituiçãocompetente;
c)Relatóriosocial.
3. Nos casos em que se exija autorização judicial para a decisão do curador em
matériadecuidadosdesaúdeede interrupçãovoluntáriadegravidezdepessoa
incapaz, o tribunal deve proferir decisão no prazo de quarenta e oito horas a
contardaapresentaçãodopedidoquandoexistaperigoactualouiminenteparaa
vida ou de grave comprometimento da integridade física ou psíquica do
beneficiário.
Artigo1016.º-B
Confirmaçãoerevisãodedecisãodeinternamentoerestriçãodaliberdade
1.Opedidodeconfirmaçãonoscasosprevistosn.º2doartigo156.º-FdoCódigo
Civiléapresentadonoprazodevinteequatrohorasapósointernamento.
2.Realizadasasdiligênciasquereputarnecessárias,ojuizproferedecisãonoprazo
máximodequarentaeoitohorasacontardaentradadopedidodocurador.
3.Asituaçãoérevistaoficiosamenteouapedidodequalquerdaspessoasindicadas
non.º1doartigo892.º.»
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
111
Artigo7.º
AlteraçãosistemáticadoCódigodeProcessoCivil
1.OTítuloIII,LivroIIdoCódigodeProcessoCivilpassaadesignar-se“Dacuratela
edocuradorespecial”,respeitandoaosartigos891.ºa905.º-Jº.
2.ÉcriadoCapítuloIdoTítuloIII,LivroIIdoCódigodeProcessoCivil,designado
“Disposiçõesgerais”,respeitandoaosartigos891.ºa894.º.
3.ÉcriadoCapítuloIIdoTítuloIII,LivroIIdoCódigodeProcessoCivil,designado
“Dainstauraçãodecuratela”,respeitandoaosartigos895.ºa905.º-B.
4.ÉcriadoCapítuloIIIdoTítuloIII,LivroIIdoCódigodeProcessoCivil,designado
“Revisãodacuratela”,respeitandoaosartigos905.º-Ca905.º-E.
5.ÉcriadoCapítuloIVdoTítuloIII,LivroIIdoCódigodeProcessoCivil,designado
“Curadorespecial”,respeitandoaoartigo905.º-F.
6.ÉcriadoCapítuloVdoTítuloIII,LivroIIdoCódigodeProcessoCivil,designado
“Medidasprovisórias”,respeitandoaosartigos905.º-Ga905.º-J.
TítuloIII
OutrosDiplomasLegislativos
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
112
Artigo8.º
AlteraçãoàLein.º66-A/2007,de11deDezembro
Aalíneab)don.º 2do artigo5.º daLei n.º 66-A/2007, de11deDezembroque
define as competências,modo de organização e funcionamento do Conselho das
ComunidadesPortuguesas,alteradaerepublicadapelaLein.º29/2015,de16de
Abril,passaateraseguinteredacção:
«Artigo5.º
[…]
1–[…].
2–[…]:
a) [...];
b) Os que notoriamente apresentem limitação ou alteração grave das
faculdades mentais, ainda que não sujeitos a curatela, quando internados em
estabelecimento psiquiátrico ou como tais declarados por uma junta de dois
médicos;
c) […].»
Artigo9.º
RevogaçãoàLein.º66-A/2007,de11deDezembro
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
113
É revogada a alínea a) do n.º 2 do artigo 5.º da Lei n.º 66-A/2007, de 11 de
Dezembroquedefineascompetências,mododeorganizaçãoefuncionamentodo
Conselho das Comunidades Portuguesas, alterada e republicada pela Lei n.º
29/2015,de16deAbril.
Artigo10.º
AlteraçãoaoDecreto-Lein.º319-A/76,de3deMaio
Aalíneab)don.º2doartigo3.ºdoDecreto-Lein.º319-A/76,de3deMaio,que
regulamentaaeleiçãodoPresidentedaRepública,comasalteraçõesintroduzidas
pelosDecreto-Lein.ºs377-A/76,de19deMaio,eDecreto-Lein.º445-A/76,de4
deJunho,pelaRectificaçãopublicadanoDiáriodaRepública,1.ªsérie,n.º133,de7
de Junhode1976,peloDecreto-Lein.º456-A/76,de8de Junho,Decreto-Lein.º
472-A/76,de15deJunho,Decreto-Lein.º472-B/76,de15deJunho,eDecreto-Lei
n.º 495-A/76, de 24 de Junho, pelas Lei n.º 45/80, de 4 de Dezembro, e Lei n.º
143/85,de26deNovembro,peloDecreto-Lein.º55/88,de26deFevereiro,pelas
Lein.º31/91,de20deJulho,Lein.º72/93,de30deNovembro,Lein.º11/95,de
22deAbril,Lein.º35/95,de18deAgosto,eLein.º110/97,de16deSetembro,e
pelasLeiOrgânican.º3/2000,de24deAgosto,LeiOrgânican.º2/2001,de25de
Agosto,LeiOrgânican.º4/2005,de8deSetembro,LeiOrgânican.º5/2005,de8
de Setembro, Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de Dezembro, Lei Orgânica n.º
1/2011,de30deNovembro,epelaLein.º72-A/2015,de23deJulho,passaatera
seguinteredacção:
«Artigo3.º
[…]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
114
1–[…].
2–[…]:
a) [...];
b) Os que notoriamente apresentem limitação ou alteração grave das
faculdades mentais, ainda que não sujeitos a curatela, quando internados em
estabelecimento psiquiátrico ou como tais declarados por uma junta de dois
médicos;
c) […].»
Artigo11.º
RevogaçãoaoDecreto-Lein.º319-A/76,de3deMaio
Érevogadaaalíneaa)don.º2doartigo3.ºdoDecreto-Lein.º319-A/76,de3de
Maio, que regulamenta a eleição do Presidente da República, com as alterações
introduzidas pelos Decreto-Lei n.ºs 377-A/76, de 19 de Maio, e Decreto-Lei n.º
445-A/76,de4de Junho,pelaRectificaçãopublicadanoDiáriodaRepública, 1.ª
série,n.º133,de7deJunhode1976,peloDecreto-Lein.º456-A/76,de8deJunho,
Decreto-Lei n.º 472-A/76, de 15 de Junho, Decreto-Lei n.º 472-B/76, de 15 de
Junho, eDecreto-Lei n.º495-A/76,de24de Junho,pelasLein.º45/80,de4de
Dezembro,eLein.º143/85,de26deNovembro,peloDecreto-Lein.º55/88,de26
de Fevereiro, pelas Lei n.º 31/91, de 20 de Julho, Lei n.º 72/93, de 30 de
Novembro,Lein.º11/95,de22deAbril,Lein.º35/95,de18deAgosto,eLein.º
110/97,de16deSetembro,epelasLeiOrgânican.º3/2000,de24deAgosto,Lei
Orgânican.º2/2001,de25deAgosto,LeiOrgânican.º4/2005,de8deSetembro,
Lei Orgânica n.º 5/2005, de 8 de Setembro, Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
115
Dezembro,LeiOrgânican.º1/2011,de30deNovembro,epelaLein.º72-A/2015,
de23deJulho.
Artigo12.º
AlteraçãoàLein.º14/79,de16deMaio
Oartigo2.ºdaLeiEleitoralparaaAssembleiadaRepública,aprovadapelaLein.º
14/79,de16deMaio,rectificadapelasDeclaraçõesdeRectificaçãopublicadasno
DiáriodaRepública,1.ªsérie,n.ºs189,de17deagostode1979,e234,de10de
Outubrode1979,ealteradapeloDecreto-Lein.º400/82,de23deSetembro,pela
Lei n.º 14-A/85, de 10de Julho, peloDecreto-Lei n.º 55/88, de 26de Fevereiro,
pelaLein.º5/89,de17deMarço,Lein.º18/90,de24deJulho,Lein.º31/91,de
20deJulho,Lein.º72/93,de30deNovembro,Lein.º10/95,de7deAbril,eLei
n.º 35/95, de 18 de Agosto, e pelas Lei Orgânica n.º 1/99, de 22 de Junho, Lei
Orgânica n.º 2/2001, de 25 de Agosto, Lei Orgânica n.º 3/2010, de 15 de
Dezembro,eLeiOrgânican.º1/2011,de30deNovembro,pelaLein.º72-A/2015,
de 23 de Julho, e pela Lei Orgânica n.º 10/2015, de 14 de Agosto, passa a ter a
seguinteredacção:
«Artigo2.º
[…]
[…]:
a) [...];
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
116
b) Os que notoriamente apresentem limitação ou alteração grave das
faculdades mentais, ainda que não sujeitos a curatela, quando internados em
estabelecimento psiquiátrico ou como tais declarados por uma junta de dois
médicos;
c) […].»
Artigo13.º
RevogaçãoaoLein.º14/79,de16deMaio
Érevogadaaalíneaa)doartigo2.ºdaLeiEleitoralparaaAssembleiadaRepública,
aprovada pela Lei n.º 14/79, de 16 de Maio, rectificada pelas Declarações de
RectificaçãopublicadasnoDiáriodaRepública,1.ªsérie,n.ºs189,de17deagosto
de1979,e234,de10deOutubrode1979,ealteradapeloDecreto-Lein.º400/82,
de 23 de Setembro, pela Lei n.º 14-A/85, de 10 de Julho, pelo Decreto-Lei n.º
55/88,de26deFevereiro,pelaLein.º5/89,de17deMarço,Lein.º18/90,de24
deJulho,Lein.º31/91,de20deJulho,Lein.º72/93,de30deNovembro,Lein.º
10/95,de7deAbril,eLein.º35/95,de18deagosto,epelasLeiOrgânican.º1/99,
de22deJunho,LeiOrgânican.º2/2001,de25deAgosto,LeiOrgânican.º3/2010,
de15deDezembro,eLeiOrgânican.º1/2011,de30deNovembro,pelaLein.º72-
A/2015,de23deJulho,epelaLeiOrgânican.º10/2015,de14deAgosto.
Artigo14.º
AlteraçãoàLeiOrgânican.º1/2001,de14deagosto
Aalíneab)doartigo3.ºdaLeiOrgânican.º1/2001,de14deAgosto,queregulaa
eleiçãodos titularesdosórgãosdasautarquias locais,rectificadapelaDeclaração
deRectificaçãon.º20-A/2001,de12deOutubro,ealteradapelasLeiOrgânican.º
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
117
5-A/2001, de 26 de Novembro, Lei Orgânica n.º 3/2005, de 29 de agosto, Lei
Orgânica n.º 3/2010, de 15 de Dezembro, e Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de
Novembro, e pela Lei n.º 72-A/2015, de 23 de Julho, passa a ter a seguinte
redacção:
«Artigo3.º
[…]
[…]:
a) [...];
b) Os que notoriamente apresentem limitação ou alteração grave das
faculdades mentais, ainda que não sujeitos a curatela, quando internados em
estabelecimento psiquiátrico ou como tais declarados por uma junta de dois
médicos;
c) […].»
Artigo15.º
RevogaçãoàLeiOrgânican.º1/2001,de14deagosto
Érevogadaaalíneaa)doartigo3.ºdaLeiOrgânican.º1/2001,de14deAgosto,
queregulaaeleiçãodostitularesdosórgãosdasautarquiaslocais,rectificadapela
DeclaraçãodeRectificaçãon.º20-A/2001,de12deOutubro,ealteradapelasLei
Orgânica n.º 5-A/2001, de 26 de Novembro, Lei Orgânica n.º 3/2005, de 29 de
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
118
agosto,LeiOrgânican.º3/2010,de15deDezembro,eLeiOrgânican.º1/2011,de
30deNovembro,epelaLein.º72-A/2015,de23deJulho.
Artigo16.º
AlteraçãoàLeiOrgânican.º4/2000,de24deagosto
Aalíneab)doartigo36.ºdoRegimeJurídicodoReferendoLocal,aprovadopelaLei
Orgânican.º4/2000,de24deAgosto,alteradapelasLeiOrgânican.º3/2010,de
15 de Dezembro, e Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de Novembro, passa a ter a
seguinteredação:
«Artigo36.º
[…]
[…]:
a) [...];
b) Os que notoriamente apresentem limitação ou alteração grave das
faculdades mentais, ainda que não sujeitos a curatela, quando internados em
estabelecimento psiquiátrico ou como tais declarados por uma junta de dois
médicos;
c) […].»
Artigo17.º
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
119
RevogaçãoàLeiOrgânican.º4/2000,de24deagosto
É revogada a alínea a) do artigo 36.º do Regime Jurídico do Referendo Local,
aprovado pela Lei Orgânica n.º 4/2000, de 24 de Agosto, alterada pelas Lei
Orgânica n.º 3/2010, de 15 de Dezembro, e Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de
Novembro.
Artigo18.º
AlteraçãoaoCódigodeRegistoCivil
Os artigos 1.º e 287.º do Código de Registo Civil aprovado pelo Decreto-Lei n.º
131/95,de6deJunho,rectificadopelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º96/95,de31
de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 36/97, de 31 de Janeiro, rectificada pela
DeclaraçãodeRectificaçãon.º6-C/97,de31deMarço,alteradopelosDecreto-Lei
n.º120/98,de08deMaio,Decreto-Lein.º375-A/99,de20deSetembro,Decreto-
Lein.º228/2001,de20deAgosto,Decreto-Lein.º273/2001,de13deOutubro,
rectificado pelaDeclaração deRectificação n.º 20-AS/2001, de 30 deNovembro,
alterado pelos Decreto-Lei n.º 323/2001, de 17 de Dezembro, Decreto-Lei n.º
113/2002,de20deAbril,Decreto-Lein.º194/2003,de23deAgosto,Decreto-Lei
n.º53/2004,de18deMarço,pelaLein.º29/2007,de02deAgosto,pelosDecreto-
Lein.º324/2007,de28deSetembro, rectificadopelaDeclaraçãodeRectificação
n.º 107/2007, de 27 de Novembro, alterado pela Lei n.º 61/2008, de 31 de
Outubro, pelosDecreto-Lei n.º 247-B/2008, de 30 deDezembro, Decreto-Lei n.º
100/2009,de11deMaio,pelasLein.º29/2009,de29deJunho,Lein.º29/2009,
de 29 de Junho, Lei n.º 29/2009, de 29 de Junho, Lei n.º 103/2009, de 11 de
Setembro,Lein.º7/2011,de15deMarço,peloDecreto-Lein.º209/2012,de19de
Setembro,pelasLein.º23/2013,de05deMarço,Lein.º90/2015,de12deAgosto,
Lei n.º 143/2015, de 08 de Setembro, peloDecreto-Lei n.º 201/2015, de 17 de
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
120
Setembro, pela Lei n.º 2/2016, de 29 de Fevereiro, passam a ter a seguinte
redacção:
«Artigo1.º
[...]
1.[...]
[....];
h)Acuratela,anomeaçãodecuradorprovisórioecuradorespecialeainabilitação
provisóriadepessoasmaiores;
i)Atutelaeaadministraçãodebensdemenores;
j)AautorizaçãodoMinistérioPúblicoparaaproduçãodeefeitosdomandatoem
previsãodaincapacidade;
k)[anterioral.i)];
l)[anterioral.j)];
m)[anterioral.l)];
n)[anterioral.m)];
o)[anterioral.n)];
p)[anterioral.o)];
q)[anterioral.p)];
r)[anterioral.q)].
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
121
2.[....];
3.[....].
[...]
Artigo287.º
Motivosderecusa
1-[...].
2-O conservador sópode recusar apráticadoacto com fundamentona faltaou
limitaçãodasfaculdadesmentaisdointeressadomedianteparecerdedoisperitos
médicos.
[...]
Artigo19.º
AlteraçãoàLein.º7/2001,de11deMaio
Oartigo2.ºdaLein.º7/2001,de11deMaio(Adoptamedidasdeprotecçãodas
uniõesde facto),alteradaerepublicadapelaLein.º23/2010,de30deAgosto,e
alteradapelaLein.º2/2016,de29deFevereiro,passaateraseguinteredacção:
«Artigo2.º
[…]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
122
[…]:
a) […];
b) Limitaçãooualteraçãograveenotóriadasfaculdadesmentais,salvoseesta
semanifestaremmomentoposterioraodoiníciodauniãodefacto;
c) […];
d) […];
e) […].»
Artigo20.º
AlteraçãoàLeidaprocriaçãomediamenteassistida
O artigo 6.º da Lei de Procriação Medicamente Assistida, aprovada pela Lei n.º
32/2006,de26deJulho,alteradapelasLein.º59/2007,de4deSetembro,Lein.º
17/2016,de20deJunhoeLein.º25/2016,de22deagosto,passaateraseguinte
redacção:
«Artigo6.º
[…]
1.[…].
2.Astécnicassópodemserutilizadasembenefíciodequemtenha,pelomenos,18
anosde idadeenãosofrade limitaçõesoualteraçõesgravesdassuas faculdades
mentais.»
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
123
Artigo21.º
AlteraçãoàLein.º25/2012,de16deJulho
Oartigo14.ºdaLein.º25/2012,de16deJulho,passaateraseguinteredacção:
«Artigo14.º
Extinçãodaprocuração
1.[...]
2.[...]
3. A procuração pode ser revogada por decisão do tribunal que instaure a
curatela.»
Artigo22.º
AditamentoàLein.º25/2012,de16deJulho
É aditado à Lei n.º 25/2012, de 16 de Julho, o artigo 17.º-A com a seguinte
formulação:
«Artigo17.º-A
ConsultadoRENTEVpelotribunal
O tribunal pode solicitar ao RENTEV a consulta de documento de directiva
antecipadadevontade,naformadetestamentovitaloudeprocuraçãodecuidados
desaúdeparaefeitosdaacçãodeinstauraçãodecuratela».
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
124
Artigo23.º
RevogaçãoàLein.º25/2012,de16deJulho
Érevogadaaalíneab)doartigo4.ºdaLein.º25/2012,de16deJulho.
Artigo24.º
AlteraçãoaoCódigoPenal
O artigo 142.º do Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 48/95, de 15 de
Março,rectificadopelaDeclaraçãon.º73-A/95,de14deJunho,alteradopelasLei
n.º90/97,de30deJulho,Lein.º65/98,de02deSetembro,Lein.º7/2000,de27
deMaio,Lein.º77/2001,de13deJulho,Lein.º97/2001,de25deAgosto,Lein.º
98/2001,de25deAgosto,Lein.º99/2001,de25deAgosto,Lein.º100/2001,de
25 de Agosto, Lei n.º 108/2001, de 28 de Novembro, pelos Decreto-Lei n.º
323/2001,de17deDezembro,Decreto-Lein.º38/2003,de08deMarço,pelasLei
n.º52/2003,de22deAgosto,Lein.º100/2003,de15deNovembro,peloDecreto-
Lein.º53/2004,de18deMarço,pelaLein.º11/2004,de27deMarço,rectificado
pelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º45/2004,de05deJunho,alteradopelasLein.º
31/2004,de22deJulho,Lein.º5/2006,de23deFevereiro,Lein.º16/2007,de17
de Abril, Lei n.º 59/2007, de 04 de Setembro, rectificado pela Declaração de
Rectificaçãon.º102/2007,de31deOutubro,alteradopelasLein.º61/2008,de31
de Outubro, Lei n.º 32/2010, de 02 de Setembro, Lei n.º 40/2010, de 03 de
Setembro,Lein.º4/2011,de16deFevereiro,Lein.º56/2011,de15deNovembro,
Lein.º19/2013,de21deFevereiro,Lein.º60/2013,de23deAgosto,LeiOrgânica
n.º2/2014,de6deAgosto,Lein.º59/2014,de26deAgosto,Lein.º69/2014,de
29deAgosto,Lein.º82/2014,de30deDezembro,LeiOrgânican.º1/2015,de08
deJaneiro,Lein.º30/2015,de22deAbril,Lein.º81/2015,de03deAgosto,Lei
n.º83/2015,de05deAgosto,Lein.º103/2015,de24deAgosto,Lein.º110/2015,
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
125
de 26 de Agosto, Lei n.º 39/2016, de 19 de Dezembro, passa a ter a seguinte
redacção:
«Artigo142.º
Interrupçãodagravideznãopunível
1.[...].
2.[...].
3.[...].
4.[...].
5.Nocasodeamulhergrávidasermenorde16anos,oconsentimentoéprestado
pelorepresentantelegal;seestapossuirodiscernimentonecessárioparaseoporà
decisãodorepresentantelegal,oconsentimentoéjudicialmentesuprido.
6. No caso de a mulher grávida ser psiquicamente incapaz, o consentimento é
prestado, sendo menor, pelo seu representante legal e, sendo maior, pelo seu
curadormedianteautorizaçãojudicialou,naausênciadeste,pelotribunal.
7.[anteriorn.º6].
8.[anteriorn.º7]»
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
126
Artigo25.º
AlteraçãoaoCódigodeProcessoPenal
Oartigo131.ºdoCódigodeProcessoPenal,aprovadopeloDecreto-Lein.º78/87,
de17deFevereiro,rectificadopelaDeclaraçãode31deMarçode1987,alterado
pelosDecreto-Lein.º387-E/87,de29deDezembro,Decreto-Lein.º212/89,de30
deJunho,pelaLein.º57/91,de13deAgosto,pelosDecreto-Lein.º423/91,de30
deOutubro,Decreto-Lein.º343/93,de01deOutubro,Decreto-Lein.º317/95,de
28 de Novembro, pelas Lei n.º 59/98, de 25 de Agosto, Lei n.º 3/99, de 13 de
Janeiro,Lein.º7/2000,de27deMaio,peloDecreto-Lein.º320-C/2000,de15de
Dezembro,pelaLein.º30-E/2000,de20deDezembro,rectificadopelaDeclaração
deRectificaçãon.º9-F/2001,de31deMarço,alteradopelaLein.º52/2003,de22
de Agosto, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 16/2003, de 29 de
Outubro,alteradopeloDecreto-Lein.º324/2003,de27deDezembro,pelaLein.º
48/2007, de 29 de Agosto, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 100-
A/2007, de 26 de Outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de
Fevereiro, pelas Lei n.º 52/2008, de 28 de Agosto, Lei n.º 115/2009, de 12 de
Outubro,Lein.º26/2010,de30deAgosto,Lein.º20/2013,de21deFevereiro,
rectificadopelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º 21/2013, de19deAbril, alterado
pelasLeiOrgânican.º2/2014,de6deAgosto,Lein.º27/2015,de14deAbril,Lei
n.º58/2015,de23deJunho,Lein.º130/2015,de04deSetembro,Lein.º1/2016,
de25deFevereiro,Lein.º40-A/2016,de22deFevereiro,passaateraseguinte
redacção:
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
127
«Artigo131.º
Capacidadeedeverdetestemunhar
«1.Qualquerpessoatemcapacidadeparasertestemunhadesdequetenhaaptidão
física ementalparadepor sobreos factosque constituamobjectodaprova e só
poderecusar-senoscasosprevistosnalei.
2.(...).
3.(...).
4.(...).»
Artigo26.º
AlteraçãoaoCódigodasSociedadesComerciais
Osartigos186.ºe414.º-AdoCódigodasSociedadesComerciaisaprovado ,pelos
DLn.º184/87,de21deAbril,Decreto-Lein.º280/87,de08deJulho,rectificado
pelasDeclaraçãodeRectificaçãon.º31/07de1987,DeclaraçãodeRectificaçãon.º
31/08de1987,alteradopelosDecreto-Lein.º229-B/88,de4deJulho,Decreto-Lei
n.º 142-A/91, de 10 de Abril, Decreto-Lei n.º 238/91, de 2 de Julho, rectificado
pelasDeclaração deRectificação n.º 236-A/91, de 31 deOutubro,Declaração de
Rectificadon.º24/92,de31deMarço,alteradopelosDecreto-Lein.º225/92,de
21deOutubro,Decreto-Lein.º20/93,de26deJaneiro,Decreto-Lein.º261/95,de
03 de Outubro, Decreto-Lei n.º 328/95, de 09 de Dezembro, Decreto-Lei n.º
257/96, de 31 de Dezembro, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 5-
A/97, de 28 de Fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 343/98, de 06 de
Novembro,rectificadopelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º3-D/99,de30deJaneiro,
alterado pelos Decreto-Lei n.º 486/99, de 13 de Novembro, Decreto-Lei n.º
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
128
36/2000,de14deMarço,Decreto-Lein.º237/2001,de30deAgosto,Decreto-Lei
n.º162/2002,de11deJulho,Decreto-Lein.º107/2003,de4deJunho,Decreto-Lei
n.º88/2004,de20deAbril,Decreto-Lein.º19/2005,de18deJaneiro,Decreto-Lei
n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º
7/2005, de 18 de Fevereiro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 111/2005, de 08 de
Julho,Decreto-Lein.º52/2006,de15deMarço,Decreto-Lein.º76-A/2006,de29
de Março, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 28-A/2006, de 26 de
Maio,alteradopelosDecreto-Lein.º8/2007,de17deJaneiro,Decreto-Lein.º357-
A/2007, de 31 de Outubro, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 117-
A/2007,de28deDezembro,alteradopeloDecreto-Lein.º247-B/2008,de30de
Dezembro,pelaLein.º19/2009,de12deMaio,pelosDecreto-Lein.º185/2009,de
12deAgosto,Decreto-Lein.º49/2010,de19deMaio,Decreto-Lein.º33/2011,de
07deMarço,Decreto-Lein.º53/2011,de13deAbril,pelaLein.º66-B/2012,de
31deDezembro,pelosDecreto-Lein.º26/2015,de06deFevereiro,Decreto-Lei
n.º98/2015,de02de Junho,Lein.º148/2015,de09deSetembro,passaa tera
seguinteredacção:
«Artigo186.º
(Exclusãodosócio)
1.[...]
a)[...]
b)Emcasodealteraçãoou limitaçãogravedasfaculdadesmentaisdocuratelado
oudeclaraçãodeinsolvência;
[...]
[...]
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
129
Artigo414.º-A
Incompatibilidades
1-Nãopodemsereleitosoudesignadosmembrosdoconselhofiscal,fiscalúnico
ourevisoroficialdecontas:
[...]
j)Oscurateladossujeitosainabilitação,osinsolventeseoscondenadosapenaque
impliqueainibição,aindaquetemporária,doexercíciodefunçõespúblicas.
[...]»
Artigo27.º
AlteraçãoaoCódigoComercial.
Osartigo246.ºe349.ºdoCódigoComercial,aprovadopelaCartadeLeide28de
Junho de 1888, Decreto de 26 de Julho de 1899, Decreto n.º 12 251, de 03 de
Setembrode1926,Decreton.º13004,de12deJaneirode1972,Decreto-Lein.º
42 644, de 14 deNovembro de 1959, Decreto-Lei n.º 41/72, de 4 de Fevereiro,
Decreto-Lei n.º 154/72, de 10 de Maio, Decreto-Lei n.º 679/73, de 21 de
Dezembro,Decreto-Lein.º744/76,de18-deOutubro,Decreto-Lein.º363/77,de
2deSetembro,Decreto-Lein.º200-C/80,de24deJunho,Decreto-Lein.º454/80,
de9deOutubro,Decreto-Lein.º231/81,de28deJulho,Decreto-Lein.º262/83,
de16deJunho,Decreto-Lein.º162/84,de18deMaio,Decreto-Lein.º262/86,de
02 de Setembro, Decreto-Lei n.º 349/86, de 17- de Outubro, Decreto-Lei n.º
352/86,de21deOutubro,Decreto-Lein.º191/87,de29deAbril,Decreto-Lein.º
42/89,de3deFevereiro,Decreto-Lein.º142-A/91,de10deAbril,Decreto-Lein.º
257/96,de31deDezembro,Decreto-Lein.º201/98,de10de Julho,Decreto-Lei
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
130
n.º202/98,de10deJulho,Decreto-Lein.º203/98,de10deJulho,Decreto-Lein.º
384/99,de23deSetembro,Decreto-Lein.º32/2003,de17deFevereiro,Decreto-
Lei n.º 239/2003, de 4 deOutubro,Decreto-Lei n.º 76-A/2006, de 29 deMarço,
Decreto-Lein.º72/2008,de16deAbril,Decreto-Lein.º8/2009,de07deJaneiro,
Decreto-Lein.º62/2013,de10deMaio,passaateraseguinteredacção:
«Art.º246.º
Compensaçãoporcessaçãodomandato
Terminando o mandato por morte de um dos contraentes, o mandatário, seus
herdeirosourepresentantesterãodireitoaumacompensaçãoproporcionalaoque
teriamderecebernocasodeexecuçãocompleta;gozamde igualdireitoemcaso
deomandatoterminarporinstauraçãodecuratelaquedetermineaatribuiçãode
poderes de representação ao curador ou a inabilitação relativamente aos actos
abrangidospelomandatoembenefíciodeumdoscontraentes.
[...]
Art.º349.º
Termodocontrato
Ocontratodecontacorrenteterminanoprazodaconvenção,e,nafaltadeprazo
estipulado, por vontade de qualquer das partes e pelo decesso de uma delas ou
pelasuainabilitaçãoquantoaosactosdedisposiçãoentrevivos.»
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
131
Artigo28.º
AlteraçãoaoDecreto-Lein.º272/2001
Sãoalteradososartigos2.ºe3.ºdoDecreto-Lein.º272/2001,de13deOutubro,
rectificadopelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º 20-AR/2001,de30deNovembro,
alteradopeloDecreto-Lein.º324/2007,de28deSetembro,pelaLein.º61/2008,
de31deOutubroepeloDecreto-Lein.º122/2013,de26deAgosto,passaatera
seguinteredacção:
«Artigo2.º
1-SãodacompetênciaexclusivadoMinistérioPúblicoasdecisõesrelativasa
pedidosde:
a) Suprimentodoconsentimento,sendoacausadepediraincapacidadeoua
ausênciadapessoa;
b) Autorização para a prática de actos pelo representante legal do incapaz,
quandolegalmenteexigida;
c) Autorizaçãoparaaalienaçãoouoneraçãodebensdoausente,quandotenha
sidodeferidaacuradoriaprovisóriaoudefinitiva;
d) Confirmação de actos praticados pelo representante do menor sem a
necessáriaautorização;
e) Ratificação e confirmação dos actos praticados pelo curador ou pelo
curador especial do beneficiário sem poderes de representação ou sem a
necessáriaautorização;
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
132
f) Autorização para a produção de efeitos do mandato em previsão da
incapacidade.
2-Odispostononúmeroanteriornãoseaplica:
a) Às situações previstas na alínea a) do número anterior, quando o
conservadorderegistocivildetenhaacompetênciaprevistanaalíneaa)doartigo
1604.ºdoCódigoCivil;
b) Às situaçõesprevistasnas alíneasb), d), e e) donúmero anterior quando
esteja em causa autorização para outorgarem partilha extrajudicial e o
representantelegalconcorraàsucessãocomoseurepresentado,sendonecessário
nomearcuradorespecial,bemcomonoscasosemqueopedidodeautorizaçãoseja
dependentedeprocessodeinventário.
c) Às situações previstas nas alíneas a) e b) do número anterior quanto às
decisões respeitantes ao internamento e restrição da liberdade nos termos do
artigo156.º-FdoCódigoCivil,aoscuidadosdesaúdenostermosdon.º2doartigo
156.º-DdoCódigoCivil,aostransplantesnostermosdon.º5doartigo8.ºdaLei
n.º12/93,de22deAbril,àinterrupçãovoluntáriadegravidez,nostermosdonº6
doartigo142.ºdoCódigoPenal,àesterilizaçãoporrazõesdenaturezamédicanos
termosdoartigo156.º-EdoCódigoCivil.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
133
Artigo3.º
ProcedimentoperanteoMinistérioPúblico
1-OinteressadoapresentaopedidoaoagentedoMinistérioPúblicoqueexercer
funçõesjuntodo:
a) [...];
b) [...];
c) Tribunalde1.ª instânciacompetentenos termosdon.º4doartigo72.º-A
doCódigodeProcessoCivil;
d) Tribunal de 1.ª instância competente em razão da matéria no âmbito da
circunscriçãodaresidênciadomandantenassituaçõesprevistasnaalíneaf)don.º
1doartigoanterior;
e) Tribunal de 1.º instância competente em razão da matéria no âmbito da
circunscrição da residência do requerido nos restantes casos em que este se
encontrenasituaçãodon.º1doartigo138.ºdoCódigoCivil.
f) Tribunal de 1.ª instância competente em razão da matéria no âmbito da
circunscriçãodaresidênciadorepresentantenosrestantescasos.
2.[....].
3.Nassituaçõesprevistasnasalíneasa),b)ef)don.º1doartigoanterior,opedido
deve ser instruído com dois relatórios clínicos de médicos especialistas que
comprovemqueointeressadoseencontranasituaçãoprevistanoartigo138.ºdo
CódigoCivil.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
134
4.Sãocitadospara,noprazode15dias,apresentaroposição, indicarasprovase
juntaraprovadocumentalopróprio incapazequemseentendacomorelevante
paradecisão,nomeadamente:
a) Orepresentantevoluntárioparasituaçõesdeincapacidade,
b) Orepresentantelegaldomenoroucuradordoincapaz;
c) Osórgãosdatutelaoudacuratela,
d) Oprocuradoroucuradordoausente,
e) Ocônjugeoupessoaquevivaemuniãodefactoouparentemaispróximodo
incapazoudoausente;havendomaisdeumparentenomesmograu,écitadooque
forconsideradomaisidóneo.
5.Noscasosdesuprimentodoconsentimento,sendoacausadepediraausência
dapessoaeaindanãotenhasidoverificadajudicialmenteaausência,sãocitadoso
procuradordoausente,oseucônjugeouparentemaispróximo;havendomaisde
umparentenomesmograu,écitadooqueforconsideradomaisidóneo.
6.Seaindanãoestiverdecretadaacuratelaouverificadajudicialmenteaausência,
ascitaçõessóseefectuamdepoisdecumpridoodispostonosartigos234.ºa236.º
doCódigodeProcessoCivil.
7. O Ministério Público decide depois de produzidas as provas que admitir, de
concluídas outras diligências necessárias e de ouvido o conselho de família,
quandotenhasidoconstituído.
8. O interessado é obrigatoriamente ouvido antes da decisão; no caso de a
comparênciadapessoamaior ser impossível ou representar sacrifício excessivo,
deveoMinistérioPúblicodeslocar-seà residênciado interessadoouao localem
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
135
queesteseencontre, comressalvada intimidadedavidaprivadae familiareda
dignidadehumanadeste.
8.Noprazode10diascontadosdanotificaçãodadecisão,podeorequerenteou
qualquerinteressadoquetenhaapresentadooposição,requererareapreciaçãoda
decisãopelo tribunal instruídaporcertidãodoprocessoextraídapeloMinistério
Público.
9.Noscasosemquetenhasidorequeridaouinstauradaacuratela,ospedidosde
reapreciação da decisão do Ministério Público são da competência do tribunal
identificadonon.º1doartigo72.º-Aenoartigo72.º-BdoCódigodeProcessoCivil;
nocasodenãotersidoinstauradaourequeridaacuratelaécompetenteotribunal
juntodoqualoMinistérioPúblicoexerceassuasfunções.
Artigo29.º
AlteraçãoaoDecreto-Lein.º49/2014,de27deMarço,relativoaoRegime
aplicávelàOrganizaçãoeFuncionamentodosTribunaisJudiciais
O artigo 53.ºdo Regime aplicável à Organização e Funcionamento dos Tribunais
Judiciais, aprovado peloDecreto-Lei n.º 49/2014, de 27 deMarço, alterado pelo
Decreto-Lein.º86/2016,de27deDezembro,passaateraseguinteredacção:
«Artigo53.º
Turnos
1-Oserviçourgentereferidonon.º2doartigo36.ºdaLein.º62/2013,de26de
agosto,refere-sedesignadamenteaoprevistonoCódigodeProcessoPenal,nalei
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
136
decooperaçãojudiciáriainternacionalemmatériapenal,naleidesaúdemental,na
lei de protecção de crianças e jovens em perigo, nos processos de autorização
judicialrelativosadecisõesdeinternamentoerestriçãodaliberdade,decuidados
desaúdeede interrupçãovoluntáriadegravidezdepessoa incapazenoregime
jurídicodeentrada,permanência,saídaeafastamentodeestrangeirosdoterritório
nacional, que deva ser executado aos sábados, nos feriados que recaiam em
segunda-feiraenosegundodiaferiado,emcasodeferiadosconsecutivos.
[...]»
Artigo30.º
AlteraçãoaoRegulamentodasCustasProcessuais
Oartigo28.ºdoRegulamentodasCustasProcessuais,aprovadopeloDecreto-Lei
n.º181/2008,de28deAgosto,pelasLein.º64-A/2008,de31deDezembro,Lein.º
3-B/2010,de28deAbril,peloDecreto-Lein.º52/2011,de13deAbril,pelaLein.º
7/2012, de 13 de Fevereiro, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º
16/2012, de 26 deMarço, alterado pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 deDezembro,
peloDecreto-Lei n.º 126/2013, de 30 deAgosto, pelas Lei n.º 72/2014, de 2 de
SetembroeLein.º7-A/2016de30deMarço,passaateraseguinteredacção:
«Artigo28.º
[...]
1.[...].
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
137
2.Ficamtambémisentos:
a)[...];
b)[...];
c)[...];
d)[...];
e)[...];
f)[...];
g)[...];
h)Osbeneficiáriosou respectivos curadorou curador especialnosprocessosde
instauração, revisão e levantamento da curatela, nomeação de curador especial,
autorizaçãoeratificaçãojudicial;
i)Orequerentenosprocessosdesuprimentodoconsentimentoemqueacausade
pedirsejaaincapacidade;
j)Omandantenosprocessosdeautorizaçãoparaatribuiçãodeefeitosdomandato
emprevisãodaincapacidade.»
Artigo31.º
AlteraçãoaoCódigodoNotariado
Oartigo173.º,doCódigodoNotariado,aprovadopeloDecreto-Lein.º207/95,de
14 de Agosto, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 130/95, 31 de
Outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 40/96, de 7 de Maio, rectificado pela
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
138
DeclaraçãodeRectificaçãon.º10-A/96,de31deMaio,alteradopelosDecreto-Lei
n.º 250/96, de 24 de Dezembro, Decreto-Lei n.º 257/96, de 31 de Dezembro,
rectificadopelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º4-A/97,de31de Janeiro,alterado
pelosDecreto-Lein.º380/98,de27deNovembro,Decreto-Lein.º375-A/99,de20
de Setembro, Decreto-Lei n.º 410/99, de 15 de Outubro, Decreto-Lei n.º 64-
A/2000,de22deAbril,Decreto-Lein.º237/2001,de30deAgosto,Decreto-Leinº
273/2001, de 13 de Outubro, Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de Dezembro,
Decreto-Lei n.º 194/2003, de 23 deAgosto, Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de
Novembro,Decreto-Lein.º2/2005,de4deJaneiro,Decreto-Lein.º76-A/2006,de
29deMarço,rectificadapelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º28-A/2006,de26de
Maio,alteradopelosDecreto-Lein.º324/2007,de28deSetembro,Decreto-Lein.º
34/2008,de26deFevereiro,Decreto-Lein.º116/2008,de4deJulhoeDecreto-
Lein.º125/2013,de30deAgosto,passaateraseguinteredacção:
«Artigo173.º
Casoderecusa
1-(...)
a)(...);
b)(...);
c)(...);
d)(...).
2- O notário só pode recusar a prática do acto com fundamento na falta ou
limitação das faculdades mentais do interveniente mediante parecer de dois
peritosmédicos.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
139
3-(...)»
Artigo32.º
AlteraçãodaLeideSaúdeMental
Osartigos5.º,13.º,15.º,18.º,20.ºe26.ºdaLeideSaúdeMentalaprovadapelaLei
n.º36/98,24deJulho,alteradapelaLein.º101/99,de26deJulho,passamatera
seguinteredacção:
«Artigo5.º
Direitosedeveresdoutente
[...]
3 - Os direitos referidos nas alíneas c), d) e e) do n.º 1 são exercidos pelos
representantes legais quando os doentes sejam menores de 14 anos ou pelo
curador ou curador especial quando os doentes não possuam o discernimento
necessárioparaavaliarosentidoealcancedoconsentimento.
[...]
Artigo13.º
Legitimidade
1 - Tem legitimidade para requerer o internamento compulsivo o representante
legaldomenorouocuradordomaiorquesejamportadoresdeanomaliapsíquica,
qualquer pessoa com legitimidade para requerer a instauração de curatela, as
autoridadesdesaúdepúblicaeoMinistérioPúblico.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
140
2-[...].
3-[...].
[...]
Artigo15.º
Termossubsequentes
1.[....].
2.Odefensor,orepresentantelegalouocuradordointernandoeofamiliarmais
próximoquecomeleconvivaouapessoaquecomointernandovivaemcondições
análogas às dos cônjuges são notificados para requerer o que tiverem por
convenientenoprazodecincodias.
3.Paraosmesmosefeitos,eemigualprazo,oprocessovaicomvistaaoMinistério
Públicoquedeveaveriguardaexistênciadospressupostosde funcionamentodo
regimedeprotecçãodepessoasmaiores.
[...]
Artigo18.º
Actospreparatóriosdasessãoconjunta
1-Recebidoorelatóriodaavaliaçãoclínico-psiquiátrica,ojuizdesignadataparaa
sessãoconjunta,sendonotificadosointernando,odefensor,orepresentantelegal
ouocuradordaquele,orequerenteeoMinistérioPúblico.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
141
2.[...].
3.[...].
[...]
Artigo20.º
Decisão
1–[...].
2–[...].
3 - A decisão é notificada ao Ministério Público, ao internando, ao defensor, ao
representantelegalouaocuradordaquele,bemcomoaorequerente.Aleiturada
decisãoequivaleànotificaçãodospresentes.
[...]
Artigo26.º
Confirmaçãojudicial
1–[...].
2–[...].
3–[...].
4-Adecisãoécomunicadaaointernando,aoseurepresentantelegaloucurador,
aofamiliarmaispróximoquecomeleconvivaouàpessoaquecomointernando
viva em condições análogas às dos cônjuges, bem como aomédico assistente; o
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
142
internandoé informado,semprequepossível,dosdireitosedeveresprocessuais
quelheassistem.»
Artigo33.º
RevogaçãoàLeideSaúdeMental
Érevogadooartigo46.ºdaLeideSaúdeMentaldaLeideSaúdeMentalaprovada
pelaLein.º36/98,24deJulho,alteradapelaLein.º101/99,de26deJulho.
Artigo34.º
AlteraçãoaoRegimeLegaldeConcessãoeEmissãodePassaportes
Oartigo26.ºdoRegimeLegaldeConcessãoeEmissãodePassaportes,aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º
108/2004,de11deMaio,pelaLein.º13/2005,de26deJaneiro,pelosDecreto-Lei
n.º 138/2006, de 26 de Julho, Decreto-Lei n.º 97/2011, de 20 de Setembro,
Decreto-Lein.º54/2015,de16deAbril,passaateraseguinteredacção:
«Artigo26.º
Cancelamentoeapreensão
1–[...].
2 - O representante legal de menor e o curador de pessoa maior com poderes
bastantespodemrequereràentidadeconcedenteocancelamentoeaapreensãode
passaporteemitidoafavordaqueles.»
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
143
Artigo35.º
AlteraçãoàLeideInvestigaçãoClínica
Oartigo8.ºdaLeidaInvestigaçãoClínica,aprovadopelaLein.º21/2914,de16de
Abril e alterado pela Lei n.º 73/2015, de 27 de Julho, passa a ter a seguinte
redacção:
«Artigo8.º
Participantesmaioresincapazesdeprestarconsentimentoinformado
1–[...].
2–[...]:
a) For obtido o consentimento informado, nos termos do número seguinte, do
respectivo curadorou curadorespecial compoderesbastantes,deacordocomo
dispostonoartigo140.ºdoCódigoCivil;
[...]»
Artigo36.º
AlteraçãoaoRegimeJurídicodosJogoseApostasOnline
Oartigo6.ºdoRegimeJurídicodosJogoseApostasOnline,aprovadopeloDecreto-
Lein.º66/2015,de29deAbril,passaateraseguinteredacção:
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
144
«Artigo6.º
Proibições
É proibida a prática de jogos e apostas online, directamente ou por interposta
pessoa:
a)[...];
b)[...];
c)[...];
d)Aosmenoreseaoscurateladossujeitosainabilitação;
e)[...];
f)[...];
g)[...];
h)[...];
i)[...];
j)[...];
k)Aoscurateladospordecisãodocurador.»
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
145
Artigo37.º
AlteraçãoaoRegimejurídicodaexploraçãoepráticadasapostasdesportivas
àcotadebaseterritorial
Oartigo4.ºdoRegimejurídicodaexploraçãoepráticadasapostasdesportivasà
cota de base territorial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 67/2015, de 29 de Abril,
passaateraseguinteredacção:
«Artigo4.º
Proibições
1 - É proibida a prática de apostas desportivas à cota, directamente ou por
interpostapessoa:
a)(...);
b)(...);
c)(...);
d)Aosmenoreseaoscurateladossujeitosainabilitação;
e)(...);
f)(...);
g)(....);
h)(...);
i)(...);
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
146
j)(...);
k)Aoscurtaleadospordecisãodocurador.
(...)»
Artigo38.º
AlteraçãoàLeidoJogo
O artigo 36.º da Lei do Jogo, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 422/89, de 2 de
Dezembro,rectificadapelaDeclaraçãodeRectificaçãon.º30/12de1989,alterada
peloDecreto-Lein.º10/95,de19deJaneiro,pelaLein.º28/2004,de16deJulho,
peloDecreto-Lein.º40/2005,de17deFevereiro,pelaLein.º64-A/2008,de31de
Dezembro,pelosDecreto-Lein.º114/2011,de30deNovembroeDecreto-Lein.º
64/2015,de29deAbril,passaateraseguinteredacção:
«Artigo36.º
Restriçõesdeacesso
1.[...].
2.[...].
a)[...];
b)Incapazes,curateladossujeitosainabilitaçãoeinsolventescujainsolvênciaseja
qualificadacomoculposa;
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
147
c)[...];
d)[...];
e)[...]
f)Aoscurateladospordecisãodocurador.»
Artigo39.º
AlteraçãoàLeiGeraldoTrabalhoemFunçõesPúblicas
Oartigo215.ºdaLeiGeraldoTrabalhoemFunçõesPúblicas,aprovadopelaLein.º
35/2014, de 20 de Junho, rectificado pela Declaração de Rectificação n.º 37-
A/2014,de19deAgosto,alteradopelasLein.º82.º-B/2014,de31deDezembro,
Lein.º84/2015,de7deAgostoeLein.º18/2016,de20de Junho,passaa tera
seguinteredacção:
«Artigo215.º
Incapacidadefísicaoumental
1–[...].
2-Quandootrabalhadornãopossaexercerodireitoreferidononúmeroanterior,
o instrutor requerao tribunalanomeaçãodecuradorespecialnos termosda lei
civil.»
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
148
TítuloIV
Disposiçõestransitórias
Artigo40.º
Disposiçõesgerais
1.Àsinterdiçõeseinabilitaçõesdecretadasantesdaentradaemvigordapresente
leiaplicam-seosartigosseguintes.
2.Apresenteleiaplica-seaosactosrealizadosapósasuaentradaemvigor.
Artigo41.º
Interdiçãoconvertidaemcuratela
1. Às interdições por anomalia psíquica aplica-se o regime da curatela sendo
atribuídosaocuradorpoderesderepresentaçãogeralesendoocurateladosujeito
ainabilitaçãoparaosactosdedisposiçãoentrevivos,semprejuízodaaplicaçãodo
artigo127.ºdoCódigoCivilcomasnecessáriasadaptações.
2.Àsinterdiçõesporcegueiraesurdez-mudezaplica-seoregimedacuratelasendo
atribuídosaocuradorpoderesderepresentaçãogeral.
3. Integram o âmbito de atribuições do curador os deveres de cuidado gerais
previstospelapresentelei.
Artigo42.º
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
149
Inabilitaçãoconvertidaemcuratela
1. Às inabilitações aplica-se o regime da curatela, sendo atribuídos ao curador
poderesde representação,nos termos fixadosna sentença, e sendoo curatelado
sujeito a inabilitação para os actos de disposição entre vivos, sem prejuízo da
aplicaçãodoartigo127.ºdoCódigoCivilcomasnecessáriasadaptações;integram
o âmbito de atribuições do curador os deveres de cuidado gerais previstos pela
presentelei.
2. Às inabilitações por cegueira e surdez-mudez aplica-se o regime da curatela,
sendoatribuídosaocuradorospoderesderepresentaçãofixadosnasentençaeos
deveresdecuidadosgeraisprevistosnalei.
Artigo43.º
Revisãodacuratela
1. À revisão da curatela, resultante da conversão das interdições e das
inabilitações,aplica-seapresentelei,semprejuízodonúmeroseguinte.
2.Hálugaràrevisãooficiosadacuratela,resultantedaconversãodasinterdiçõese
das inabilitações, nos seguintes prazos a contar da data de entrada em vigor da
presentelei:
a)Nasinterdiçõesenasinabilitaçõesdecretadashámaisde20anos,arevisãotem
lugarnoprazomáximode2anos;
b)Nasinterdiçõesenasinabilitaçõesdecretadashámaisde10anos,arevisãotem
lugarnoprazomáximode4anos;
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
150
c)Nasinterdiçõesenasinabilitaçõesdecretadashámaisde5anos,arevisãotem
lugarnoprazomáximode5anos.
Artigo44.º
Processospendentes
1. Nos processos pendentes em que tenha sido requerida a interdição ou
inabilitação,ojuizproferirásentençadeacordocomasdisposiçõesdanovalei,nos
termosdosnúmerosseguintes.
2. Nos processos em que tenha sido requerida a interdição e a inabilitação por
surdez-mudez ou cegueira e inabilitação por prodigalidade, abuso de bebidas
alcoólicasoudeestupefacientes,acuratelasópoderáserinstauradanamedidaem
que os factos invocados sejam relevantes para efeitos do artigo 138.º do Código
Civil, podendo o requerente aperfeiçoar o seu requerimento inicial e requerer
novosmeiosdeprova.
3. Nos processos pendentes em que ainda não tenham sido realizados o exame
pericialeointerrogatório,hálugaraosaneamentonostermosdoartigo896.ºdo
CódigodeProcessoCivil,semprejuízodoaproveitamentodosactosprocessuaisjá
realizados;nestescasosseguem-seossubsequentestermosdoprocessoprevistos
napresentelei,comasnecessáriasadaptações.
4.Nos restantes processos pendentes, aplicam-se os artigos 905.º a 905.º-B do
CódigodeProcessoCivil, podendoo tribunalordenar aproduçãodenovaprova
paradelimitaçãodaextensãodacuratela.
5.Há lugar à conferência final para audição do requerido sempre que este não
tenhasidoouvidonodecursodoprocesso.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
151
Artigo45.º
Actospraticadosnodecursodaacção
1. São anuláveis os actos praticados pelo curatelado no decurso de processo
pendente à data de entrada em vigor da presente lei, quando tenha sido dada
publicidadeàacçãonostermosdoartigo892.ºda leiprocessualantiga,contanto
que:
a)Acuratelavenhaaserdefinitivamenteinstaurada;
b)Oactorealizadointegreoâmbitodainabilitaçãodefinitivamentedecretada;
c)Semostrequeoactocausouprejuízoaocuratelado.
2. O prazo dentro do qual a acção de anulação deve ser proposta só começa a
contar-seapartirdoregistodasentença.
Artigo46.º
Revogaçãodasubstituiçãoquase-pupilar
Asubstituiçãoquase-pupilar fica semefeitocomaentradaemvigordapresente
lei.
Artigo47º
Interpretação
Todasasreferênciaslegaisfeitasàincapacidadeporinterdiçãoouinabilitaçãoque
nãotenhamsidoobjectodealteraçãocomapresenteleideverãoserinterpretadas
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
152
àluzdosprincípiosenormasequivalentesdoregimedacuratela,salvaguardando-
seapresunçãodeplenacapacidadejurídicadapessoa.
Artigo48.º
CertidãodeCuratela
1.Ospoderesdocuradorprovam-sepormeiodecertidãodecuratelaemitidapelo
tribunalqueativerinstaurado.
2. A certidão é válida por um período de um ano, podendo ser revalidada por
períodosdeigualduraçãoseasuainformaçãosemantiveractual.
3.Opedidodecertidãoestáisentodetaxas.
4.OformuláriodacertidãoéaprovadoporPortariadoMinistériodeJustiça.
Artigo49.º
Entradaemvigor
Apresenteleientraemvigorem180dias.
Faculdade de Direito de Coimbra 3004 – 545 Coimbra Telefone: 239 821 043 Email: [email protected]
Url: www.centrodedireitodafamilia.org
153
Coimbra,11deFevereirode2017
_____________________________________________________________________
PaulaSofiaCouceirodeAlmeidaTávoraVítor
CentrodeDireitodaFamília
(FaculdadedeDireito–UniversidadedeCoimbra)
_____________________________________________________________________
GeraldoMacielRochaMendesRibeiro
CentrodeDireitodaFamília
(FaculdadedeDireito–UniversidadedeCoimbra)