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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOISFACULDADE DE ARTES VISUAIS
GRADUAO EM DESIGN DE MODADISCIPLINA: PROJETO DE DESIGN DE MODA II
RELATRIO ILUSTRADO
Katianne de Sousa Almeida
Atividade apresentada como requisitoparcial para aprovao na disciplinaProjeto de Design de Moda II, ministradapelos Professores Doutores Carlos Hoelzele Dori Medeiros.
Goinia, 07 de Abril de 2015.
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Antesde julgar a minha vida ou o meu carter, calce os meus sapatos e percorra o
caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dvidas e as minhas alegrias. Percorra
os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz.
(Clarice Lispector)
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SUMRIO
1) Consideraes Iniciais. 2) O calado ao longo da histria humana. 3)Tecnologias e
Ferramentas da Produo. 4) Designers Japoneses. 5) A sustentabilidade para aconfeco de sapatos. 6) Materialidade dentro da perspectiva regional. 6.1) Produtos
inspirados no cerrado. 7) Delimitando o tema de pesquisa. 7.1.1) Flor de cerejeira.
7.1.2) Origami. 7.1.3) Flor de Ip. 8) Consideraes Finais. 9) Referncias
1. CONSIDERAES INICIAIS
Um projeto de design visa estimular o aparecimento de novas ideias, novos
formatos, novas perspectivas que podem possivelmente serem transformadas em
paradigmas dentro do processo de produo. O principal objetivo de um projeto de
design abarcar trs elementos fundamentais, tais como: conforto, usabilidade e
esttica, tais caractersticas compem os principais aspectos, difundidos pela
literatura especfica, como a funo, forma e ergonomia.
A atividade projetual implica o atendimento simultneo de requisitos de
diferentes naturezas que, de algum modo, afetaro aspectos como o desempenho, a
interao com futuros usurios, o meio ambiente e a sociedade. Desse modo, o
designer no responsvel s pela forma e funcionamento do produto, mas,
principalmente, pela interao deste com o usurio, o que tange evidenciar em um
produto as interaes que garantem ou no o seu uso efetivo e sua satisfao de
maneira geral.
Considera-se que o produto de moda composto essencialmente por trs
pilares: a ergonomia, as tendncias e a subjetividade. O estudo dos aspectos de
usabilidade, esttica e conforto esto presentes nesta pesquisa, perseguindo a
multidisciplinaridade do assunto. Unir esses conceitos no produto de moda
imprescindvel para a satisfao do usurio, sabendo que este no pode estar
dissociado do conforto ergonmico.
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Diante dos pilares acima referidos, a proposta, nesta problematizao
inicial, investigar para compreender o objeto de estudo (produo de
conhecimentos) e produzir solues para a construo de um objeto que se harmonize
com os ps. Logo, o leitor pode vincular essa proposta ao que se tem no imaginrio
como a criao de um sapato, contudo a proposta inicial no dar nome e categorizar
as coisas, trazendo as relaes de poder e os modelos que cercam a formulao de
conceitos e definies. Ora, um conceito , antes de nada, um processo de disputa:
uma tentativa de aproximar ou distanciar, de igualar ou diferenciar, de limitar ou
expandircoisas, significados, ideias, etc.
As consideraes feitas at o momento para a problematizao do temapodem ter um sentido filosfico pouco produtivo para um processo objetificador que
o design. No entanto, espera-se com essas fundamentaes que fogem de uma
linearidade ter a capacidade de romper as fronteiras de um manual pr-estabelecido
dentro do design que leva a maioria dos designers apenas a reproduzir um conceito
j institudo sem recorrer aos processos mais artsticos e penosos como a autoria e o
rompimento do que j fora estabelecido como norma.
Essas divagaes seguem o princpio de produo de um sapato, mas,
que, na verdade, no seja um sapato, com as configuraes de um modelo j
disseminado e reverenciado tanto pelos profissionais que o produzem quanto pelos
consumidores deste objeto. Intenta-se pela renovao do modelo do at ento
establishment.
Os tpicos a seguir versam quanto ao processo cientfico e metodolgico
no tratamento da proposta indicada pelos ento professores da Disciplina: Projeto deDesign de Moda II. Fora estabelecido que o processo produtivo perpasse pela
simbologia e o imaginrio da cultura oriental, com especificidade do contexto japons,
mas pela intermediao da cultura goiana, tratando das qualidades dos materiais
locais que apoiem o ideal da sustentabilidade.
2. O CALADO AO LONGO DA HISTRIA HUMANA
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Conhecer a histria do calado, o estudo sobre a ergonomia, os fatores
antropomtricos e a cultura humana tornou-se indispensvel para produzir os
calados. Registrar pocas, tendncias e realizaes levam a uma aproximao entre
culturas em torno da elaborao de um objeto que possui modelos diferentes, porm
com funes semelhantes, como proteo, esttica e conforto. Contudo, a iniciativa
deste projeto, em especfico, fugir da perspectiva utilitarista que traz como modelo
fundamental a questo da proteo dos ps pelo uso dos calados. Dentro deste
espao de problematizao deseja-se estar alm daquilo que necessrio para a
ampliao e possvel criao diante a determinantes to impositivos.
Quer se dizer que, na contemporaneidade, o uso do calado tomou outrasdimenses, como a esttica e a simblica, que interagem com as caractersticas
fsicas e funcionais percebidas pelo consumidor/consumidora.
O calado, quando o acompanhamos dentro da linha histrica do tempo,
apresenta uma utilidade marcantes desde os tempos antigos. As evidncias mais
provveis da histria do calado foram encontradas em pinturas feitas em cavernas
na Espanha e no sul da Frana. Isso mostra que a histria do calado comeou a
partir de 10.000 a.C. (COSTA, 2013).
Somente na Antiguidade o calado adquiriu uma dimenso artstica e
decorativa, passando a ser um indicador de status social. No Egito, por exemplo, tipos
diferentes de calados identificavam diferentes classes sociais, enquanto na Grcia
chegou-se a usar um calado diferente para cada p. No imprio Romano havia a
utilizao de calados que denunciassem a que tipo de classe social o indivduo
pertencia, como por exemplo os senadores, que usavam o marrom com tiras em voltadas pernas, ou cnsules, que usavam o branco. Aps a revoluo industrial, e j
entrando na modernidade, os sapatos comearam a ser fabricados em larga escala.
Alm disso, passou a haver uma preocupao maior com o design que os mesmos
ofereciam, ou seja, a esttica comeou a ganhar espao.
Retomando a linha do tempo, na civilizao egpcia, uma das primeiras
grandes civilizaes nascidas na Mesopotmia, surgiu a base do calado: o sapato, a
bota e a sandlia. Os homens e as mulheres usavam sandlias feitas de pele, palha
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entrelaada e folhas de palma ou papiro; as das classes sociais elevadas, como a dos
faras, eram mais luxuosas e feitas com materiais nobres, como o outro.
Figura 1 - Sandlia de fibra de palmeiras
Os gregos no gostavam de usar sapatos nos ps e os usavam somente
nos perodos frios. Nas ruas, no andavam descalos, mas utilizavam sandlias com
tiras longas e finas enroladas nas pernas. J os povos romanos foram influenciados
pelos gregos, porm eles criaram mais outras cinquentas formas de calados, que
variavam de nome, de sexo e de classe social. Na Roma Antiga, o calado era tambm
indicador de status social ou riqueza.
Figura 2 - Sandlias greco-romanas
Quando comeou a Idade Mdia, os calados ainda continuaram sob
influncia dos modelos da Roma Antiga. Os calados com tiras e fitas continuaram
por um longo perodo.
No incio do sculo XII, os calados se alongavam nas pontas, como o
nome de pigaches, que foram os precursores do calado a polaca(la poulaine). Ocalado a polacaera feito em pele, veludo ou brocado.
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Figura 3 - Modelo "la poulaine"
Os homens que participaram das Cruzadas trouxeram do Oriente o estilo
exagerado da ponta alongada. O tamanho da ponta passou a referir-se posio
social ocupada pela pessoa naquela sociedade. Quanto maior era o poder, maior era
a ponta. Um detalhe que perpassa vrias culturas tambm a constatao histrica
que o uso de saltos altos por egpcios, gregos e japoneses determinava qual posio
social pertencia cada usurio.
Durante o Renascimento, a roupa passa a acompanhar a opulncia
empregada nos calados. Porm, nesta fase, houve sapatos feitos para a classe
trabalhadora, em que os mesmos no possuam riqueza de decorao. Entre os
sculos XIV e XVII, nos pases europeus, usou-se o termo genrico pianelleparaindicar todo tipo de calado com cunha.
Figura 4Pianelle
Com o passar dos tempos, os sapatos foram ganhando formas cada vez
mais extravagantes. Na Inglaterra do sculo XIV, a extravagncia foi para as pontasdo calado. Outros modelos ganharam admiradores, como os mais largos, curtos e
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ornados de pele, que foram substitudos pelos de ponta. Surgem, no sculo XVI, os
de bico largo e chato.
No sculo XVIII, houve muitas revolues e, assim, os franceses usavam
tamancos e escarpins (o calcanhar ficava descoberto). Entretanto, no prximo sculo
houve uma fuso de estilos e a influncia na orientao da moda dos ps
desapareceu por um determinado momento.
Figura 5 - Sapatos no Ocidente - Sculo XVIII
No sculo XIX a mulher usava botas de l, chamadas de sapato de baile,
feitas de couro finamente polido, cetim ou seda, que aderiam ao p, ligado aotornozelo com fitas. Eram frgeis e sobreviviam a um baile apenas. No calado
masculino predominavam os escarpins estilo Imprio, fabricados em couro e verniz,
decorados com fivela.
At esse momento a humanidade conhecia os tipos bsicos de calados,
como o tamanco e as sandlias egpcias. Entretanto, essa circunstncia mudou com
Perugia, que criava tipos variados, como o salto-torsade, feito de metal, e o sapato
com formato de peixe.
Figura 6 - Andr Perugia
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O sapato que mais se destacou no sculo XX foi o tnis, principalmente na
Amrica. A exaltao dos esportes aconteceu por meio dos sapatos tambm.
Para este projeto, a ateno maior para os dados histricos envolvendo os
sapatos dada para os anos 1920 em que os sapatos passaram a apresentar as
linhas geomtricas por meio de tiras que se prendiam no peito do p, recortes e
aberturas.
Figura 7 - Publicidade da Miezco apresentando caractersticas dos calados associados a geometria em1920.
3. TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS DA PRODUO
Quando se fala em tecnologia, muitas vezes, vem em mente situaes inusitada de
uma vida futura muito longe da nossa realidade, mas o fato que a tecnologia pode ser coisas
simples que nos ajudam a lidar com uma situao de forma mais gil. Nas fabricaes de
sapatos existem cada vez mais estudos de tecnologias para deixa-los cada vez mais
confortveis e sem perder a beleza, a atrao em ter um para desfil-los nos ps.
Conforme avanamos e superamos um meio tecnolgico para produzi-los sempre h
outras buscas para continuar superando as ltimas tecnologias e com ideias de ser sempre
inovador entrou em cena um elemento crucial para a fabricao e elaborao de calados
verde, o sapato sustentvel que visa poluir menos, mas sem perder o charme nos ps. Esta
ideia no nova, mas vem sendo cada vez mais aprimorada para que um dia vigore, em
geral, nas grandes marcas de sapatos diminuindo o impacto ambiental, poupando a vida
animal e nos deixando com uma vida mais leve, limpa e sustentvel.
Existem vrios matrias que contribuem para elaborao e criao de um novo sapato
verde baseado nas ideias da sustentabilidade tais como lonas que so muito utilizados nos
sapatos tendo o tnis como um dos principais embaixadores da matria, fibras de garrafas
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pet para turbinar a produo sustentvel, borracha de pneu muito utilizado para dar firmeza e
um solado aos sapatos tendo, em geral, as sandlias masculinas e chinelos tambm, fibras
de juta que do aos calados um acabamento artesanal de aspecto delicado e sem falar nas
tintas a base dgua para dar cor e vida aos acessrios do p. Enfim, hoje existem inmerasferramentas e, muitas delas, dotada de uma tecnologia especial para o produto sustentvel e
cada dia mais uma nova forma estudada para logo entrar neste mercado tambm.
Figura 8
Fonte: http://essaseoutras.xpg.uol.com.br/sapatos-de-
cordas-e-fibras-naturais-moda-2012-modelos-de-espadrille/.
Acesso em 7 de abril de 2014.
O fato que o maior marco para este mercado o da conscientizao humana para
utilizao correta e ecolgica deste material e isto, claro, est em crescimento e muitas
pessoas se preocupam em saber as origens de seus produtos. Mas muitas vezes este olhar
para o verde no sustentado pelo fato de faltar opes que agradam a todos, lgico, para
toda regra h uma exceo s que como qualquer outro estudo, outra inovao leva-se um
tempo at que todos adaptem a novidade.
Figura 9
Fonte: http://www.copyepaste.com/2011/03/colecao-da-alma.html. Acesso em 7 de abril de 2014
Somo bombardeados de informaes durante todo o dia e lgico que sabemos que h
presenas de produtos qumicos na produo dos calados alm da crueldade com animaise entristecedor uma pessoa dizer que no sabia de tais informao, pois internet hoje nos
deus esta liberdade de pesquisar e saber mais sobre a origem destes produtos e para se ter
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uma base o couro e as peles saem dos curtumes repletos de aditivos qumicos sem ideia da
grande quantidade que .
4. DESIGNERS JAPONESES
frente do nosso tempo, Japo coleciona profissionais talentosos. Alm
da tecnologia, o pas aposta na inovao e seus projetos alavancam a popularidade
da trinca design, arquitetura e arte, ganhando as pginas de cultura mundo afora.
Oki Sato, um dos 100 homens mais respeitados do Japo, o designer
responsvel pelo Nendo Studio. Sua proposta oferecer, atravs dos produtos, uma
srie de pequenos momentos prazerosos ou de alegria instantnea, aqueles mesmos
que no so reconhecidos ou que acabam sendo ignorados em nosso cotidiano.
Figura 10
Figura 11 Sapato Oki Sato para Camper.
Fonte: Bontempo
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Figura 12
Rei Kawakubo, estilista por trs da badalada Comme des Garons, revelou
que sua inteno no criar simplesmente roupas. Suas peas nada convencionais
redefiniram conceitos at ento imutveis. Sem levar em conta as formas do corpo,
numa modelagem desestruturada, Rei , atualmente, um nome consagrado no mundo
todo, e continua a propor uma moda que sempre surpreende.
Figura 13
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Figura 14 Comme des Garons Spring 2015 Fonte: Fashion Week Daily
Kei Kagami cursou Arquitetura e cria sapatos inusitados. Os calados
esculturais so artesanalmente confeccionados por ele, que utiliza uma grande
variedade de materiais, como couro, ferro e castiais.
Figura 15
Figura 16 - Exposio de sapatos exticos
Masaya Kushinogosta de chocar o pblico. Ele cria calados marcantes
decorados com ornamentos barrocos, peles, penas e flores.
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Figura 17 Massaya Kushino. Fonte: Elefante mdia
Figura 18
Figura 19
Noritaka Tatehana o designer por trs dos exticos sapatos de Lady
Gaga. Ele cria sapatos cujo saltos podem passar dos 45 centmetros um desafio lei da gravidade.
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Figura 20 - Lady Gaga
Figura 21
Figura 22Noritaka Tatehana
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A coleo de vero 2013 do designer Jeffrey Campbell um tanto quanto
assustadora e causou polmica. Isto porque o salto vem com uma espcie de vo em
acrlico que permite inserir cabeas de bonecas dentro.
Figura 23 - Jeffrey Campbell
Figura 24
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Figura 25 - Jeffrey Campbell
5. SUSTENTABILIDADE
Projeto Arrasto
uma ONG que rene voluntrios do Bairro do Campo Limpo promovendo
o desenvolvimento social, educacional e cultural da regio. Os calados so feitos
com tecidos como lonitas e chitas e o solado produzido a partir da borracha de pneus
de avies. As matrias-primas so doadas e reutilizadas pela ONG na confeco das
sapatilhas.
Figura 26
Insecta Shoes
A dupla Brbara Mattivy e Pamella Magpali se uniram para produzir
calados sem utilizao de material de origem animal. A inteno reaproveitarmateriais que seriam jogados no lixo. Vale tudo, desde que nada seja de origem
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animal: retalhos, tecidos velhos, acessrios de outras peas, etc. Alm disso,
pretendem aumentar o uso de um tecido ecolgico, feito de algodo modo e fibras de
garrafa PET.
Figura 27
Vegano Shoes
Marca exclusivamente vegana cujos produtos so isentos de matrias-primas de origem animal ou de qualquer processo produtivo ou logstico que maltrate
os animais. At a cola rastreada para garantir que nenhum produto de origem animal
seja usado. Um dos modelos mais vendidos, o Braquiossauro produzido em
poliuretano altamente resistente e sola de borracha.
Ahimsa
A marca, criada em 2013, j entrou de cabea no mercado vegano. Todos
os calados so produzidos em tecido de algodo de alta resistncia e tem
acabamento perfeito. As palmilhas so de Biolatex, totalmente reciclveis e as colas
utilizadas no contem compostos que agridem o meio ambiente e insumos de origem
animal.
Outer Shoes
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Desde 2004, a marca traz a proposta de reaproveitar materiais que seriam
jogados no lixo, como couro manchado ou riscado. As solas so feitas com restos de
borracha descartados pela indstria.
Figura 28
King55
A marca King55 lanou, em 2013, sua primeira coleo de tnis
sustentvel. No tem componente de origem animal e so produzidos a base de
materiais sintticos, como juta ecolgica e algodo. A cola a base de gua, atxica
e no poluente.
6. MATERIALIDADE DENTRO DA PERSPECTIVA REGIONAL:
O cerrado abriga um rico universo de tradies, expressos na relao de
seus povos e comunidades tradicionais com seu territrio. As espcies vegetais tm
grande importncia por seu potencial de uso como matria-prima para artesanato,
permitindo gerao de renda de forma sustentvel.
Uma central de cooperativas sem fins lucrativos que Funciona como uma
ponte entre produtores comunitrios e consumidores, seus produtos de destaque so
os de capim dourado
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Bordana
Na regio Centro-Oeste, o foco tambm est no bordado Fundada em
2009 a BORDANA (juno de bordado e Ana) surgiu, a partir de uma iniciativa do
INSTITUTO ANA CAROL, que visa desenvolver aes sociais voltadas para o
atendimento de jovens, mulheres e crianas. Na concretizao de sua misso
pretende oferecer a comunidade do Conjunto Caiara e Regio as condies para,
atravs de um trabalho solidarioe cooperativo, construir oportunidade, aprimorar suas
habilidades, conquistar autonomia e emancipao. Vrias so as mulheres que temconstrudo as linhas dessa historia. Atravs dos bordados os desenhos vo ganhando
cor e forma. A beleza das flores e frutos do Cerrado ganha novos contornos e se torna
uma vibrante forma de expresso e conscientizao preservao desse importante
bioma Celma Grace
Figura 29: Capim dourado. Fonte: central do cerrado
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Teares do Xix
A arte de tecer tambm faz parte da cultura goiana Esta tradio estava
quase relegada ao esquecimento, da mesma forma, as cantorias que so entoadas
em grupo, que tem muita identidade local, traz recordaes do tempo da infncia de
muitas pessoas e que com a formao do grupo Teares do Xix vem sendo
relembradas e retomadas.(...) O Projeto de Pesquisa Teares do Xix, foi
desenvolvido por dois professores na UEG/ Itapuranga, fazendo o levantamento da
situao da tecelagem manual no municpio encontrando aproximadamente 400
fiandeiras. Um projeto que rene mulheres em sua maioria de idade avenada que
voltam a cardar, tecer e fiar o algodo. So mulheres que no foram alfabetizadas,
mas fazem peas estruturadas sem erros, misturam texturas e cores com muita
criatividade e excelncia
Figura 30 Cooperativa de Bordadeiras do cerrado Goino.Empreendimento solirio
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Figura 31 Fiandeira. Autor: Abadia Maria
COOPEMIN - Cooperativa de Produo do Empreendedor Arteso Mineral de Minau
Os alunos do curso do Programa Sambaba, ministrado pelo Sesi/Senai
transformaram-se em cooperados. A entidade responsvel pela produo e
distribuio das peas artesanais. 31 jovens, contemplados pelo programa, fazem
parte da Coopemin, responsvel pelo aprendizado e comercializao das peas
produzidas, a partir da matria-prima mineral, aplicando corretos critrios
ocupacionais e ambientais. Dessa forma a entidade tambm promove o
desenvolvimento socioeconmico de uma importante parcela da populao, por meio
de uma atividade eco-responsvel. A comercializao de peas artesanais produzidas
em rocha estril de serpentinito, oriunda da minerao do amianto crisotila, extrada
da Sama S.A. Mineraes Associadas trouxe novas perspectivas profissionais para
os jovens, adolescentes de baixa renda e portadores de necessidades especiais,
moradores da cidade de Minau.
Figura 32 Crisotila. Fonte: ICB brasil
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Samambaia uma rvore bastante comum no cerrado goiano. Dela tudo
se aproveita, de uma forma direta ou indireta. Sua vida se renova em diferentes e
infindveis ciclo
Artesanato com palha de milho
Foi desenvolvido no Centro Comunitrio Dona Margarida, em Quirinpolis.
Um curso para aproveitamento da palha do milho, transformando-a em
artesanato.Para assim, oportunizar mais uma fonte de renda aproveitando essa
matria prima que existe em abundncia em lavouras de milho.
APL de artesanato mineral
O Programa de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local (APL) de
Artesanato Mineral de Cristalina atuou em todas as etapas do processo produtivo do
artesanato, desde a aquisio de matria-prima (no garimpo) at a comercializaodas peas, que foram assistidas e otimizadas. As aes desenvolvidas incluram a
capacitao dos artesos, assistncia tcnica e tecnolgica dos processos de
produo, visita e participao em feiras do setor, cursos e palestras sobre design e
acompanhamento no desenvolvimento de design para os produtos.
Vale lembrar que tanto Cristalina como Pirenpolis so conhecidas por
seus artesanatos envolvendo joias
Figura 33 Artesanato com palha. Fonte: EMATER
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Figura 34 - manipulao de cristal.
Alm do croch e de couros artesanais comuns em outras cidades do
interior do estado
6.1 Produtos inspirados no cerrado
Figura 35 - anis inspirados no cerrado.
Inspiradas nas fotografias deJoo Caetano, as novas peas daJoalheria
Alwahchvm com referncias do cerrado em peas em muito ouro ros e ouro
amarelo. SegundoPriscila Alwahchdiretora criativa na marca,As tonalidades que
usamos no ouro e a escolha das pedras refletem o ambiente que encontrei na reserva
ambiental de Anpolis. O olhar aguado e sensvel do Joo me guiou por um ambiente
extremamente rico e inspirador
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Folhas, frutas e sementes do Cerrado so a matria-prima das joias
folheadas a ouro fabricadas por uma artes do Distrito Federal. Tnia Helou
transforma a vegetao nativa da regio em anis, brincos, colares e pingentes. A
folha moeda marca registrada do negcio. Ela vem de um arbusto do Cerrado e
a matria-prima no s do meu produto, como de diversos artesos, diz a
empresria.
7.DELIMITANDO O TEMA DE PESQUISA
7.1Apr oximaes en tre F lo r de Cere jeir a e a Flo r de Ip pe la in ter veno do
or igami
O trabalho do designer parte da relao que este tem com as tecnologias.
A produo visual traz uma personalidade prpria daquele que a projeta. Tendo esse
princpio como fundamento, para o processo de criao do produto proposto, houve o
interesse em delimitar a rea de pesquisa, dentro do tema geral: cultura japonesa,
escolhendo a flor de cerejeira, por meio dos diagramas de origami, tentando aproxim-
la com a cultura goiana por meio do cone de cores que advm dos ips.
7.1.1. Flor de cerejeira
Figura 36 - Jias inspiradas no cerrado.Fonte: sebrae nacional
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A flor da cerejeira, Sakura em japons a flor smbolo do Japo. A
simbologia to intensa que o povo cultua e respeita como a prpria bandeira
japonesa ou o hino nacional.
Figura 37 - Detalhe Sakura
Diz a lenda que Sakura vem da princesa Konohana Sakuya que teria cado
do cu nas proximidades do Monte Fuji e teria se transformado nesta bela flor.
Acreditam se tambm que tem sua origem na cultura de arroz. A parte KURA significa
deposito onde se guardava arroz, alimento bsico dos japoneses considerado ddiva
divina.
A florada da cerejeira um acontecimento nacional. Mais de cem milhes
de japoneses aguardam o desabrochar da SAKURA com muita ansiedade.
Diariamente os meios de comunicao emitem juntamente com o servio de
meteorologia as localidades de floradas. Nesta poca o Japo inteiro entra em
festividades para apreciar esta flor to bela e to fugaz que dura apenas alguns dias.
Figura 38 - Florada Sakura
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No Japo, a primavera comemorada com muita nfase por toda a
populao com seus HANAMI (apreciao das flores) ou piquenique sob a florada.
Vrios outros paises como Brasil, Estados Unidos e outros tambm festejam a florada
da cerejeira. Um dos maiores eventos realizado nos Estados Unidos, Washington
National Cherry Blossom Festival com seus quase 8.000 cerejeiras onde em 1912
foram plantadas as primeiras 3.000 mudas doadas pelo Governo Japons em
comemorao a amizade entre os dois pases.
Os samurais, os guerreiros japoneses, eram grandes apreciadores da flor
de cerejeira. Desde aqueles tempos, passou a estar associada efemeridade da
existncia humana e ao lema dos samurais: viver o presente sem medo. Assim, a flor
de cerejeira est tambm associada ao cdigo do samurai, o Bushido.A cerejeira fica pouco tempo florida, por isso suas flores representam a
fragilidade da vida, cuja maior lio aproveitar intensamente cada momento, pois o
tempo passa rpido e a vida curta.
A popular tatuagem da flor de cerejeira uma aluso fugacidade da vida
e que por isso temos que apreci-la e aproveitar cada momento ao mximo,
lembrando que assim como a flor da cerejeira levada pelo vento em pouco tempo,
a nossa vida tambm pode terminar abruptamente. Esta forma de viver era muitocaracterstica dos samurais.
uma flor muito desenhada no Moku Hanga, uma arte japonesa
tradicional semelhante xilogravura, em que a madeira serve de matriz para
impresso de gravuras e estampas japonesas. A flor de cerejeira muito usada na
decorao, e flores de cerejeira artificiais so usadas para embelezar ambientes.
A flor de cerejeira tambm muito popular na arte tradicional japonesa do origami,
que atravs de dobras especficas em papel, cria objetos e animais. Uma flor decerejeira em origami representa uma juno de dois aspetos fundamentais da cultura
japonesa.
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Figura 39 - Diagrama 1 - flor de cerejeira
Figura 40 - Diagrama 2 - flor de cerejeira
7.5.2. Origami
No ano 105 A.C. TSai Lun, administrador no palcio do imperador chins,
comeou a misturar cascas de rvores, panos e redes de pesca para substituir a
sofisticada seda que se utilizava para escrever. O imprio chins manteve segredo
sobre as tcnicas de fabricao do papel durante sculos. No sculo VI, por
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intermdio de monges budistas chineses, a tcnica de fabricar papel chegou ao Japo
e um sculo mais tarde, os rabes obtiveram o segredo desse processo. Na Europa
a tcnica de fabricao de papel chegou por volta do sculo XII, e dois sculos mais
tarde j se espalhava por todos os reinos cristos.
A palavra japonesa Origami composta por dois caracteres. O primeiro,
ori, deriva do desenho de uma mo e significa dobrar. O segundo, kami, deriva do
desenho de seda e significa papel
Ori Kami
A histria do Origami pode ser dividida em trs grandes perodos. Durante
o perodo Heian (794-1185) o Origami era um divertimento das classes altas, as
nicas que podiam comprar papel, que era um artigo de luxo.
Alguns modelos em Origami foram introduzidos nas cerimnias religiosas
(Shinto). Os casamentos eram celebrados com copos de saqu (vinho tinto) dobrados
em papel com borboletas, representando a noiva e o noivo. As borboletas fmea e
macho, simbolizavam a unio. Os guerreiros Samurai trocavam, entre si, presentes
enfeitados com noshi, pedaos de papel dobrados em leque, de vrias formas,
seguros com faixas de carne seca.
Os mestres das cerimnias de ch recebiam diplomas dobrados de forma
especial. Depois de os diplomas abertos estes no podiam voltar sua forma inicial
sem se realizarem outras dobras no papel.
Hoje em dia ainda se utiliza a expresso Origami Tsuki que significa
certificado ou garantia, que funcionam como um selo de qualidade, conferindo
autenticidade aos documentos de valor.
No Perodo Muromachi ( 13381576 ) o papel tornou-se um produto mais
acessvel e o Origami comeou a ser utilizado para distinguir as diversas classes
sociais, conforme os adornos que as pessoas usavam.
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A democratizao do Origami surge durante o Perodo Tokugawa (1603-
1867). neste perodo que surgem os primeiros livros de Origami. O primeiro livro
com instrues surgiu em 1797Sembazuru Oricata ( como dobrar mil tsurus).
Figura 41 - Pgina da primeira proposta de sistematizao do origami
No se dobrou apenas no Japo, os muulmanos tambm praticaram esta
arte e levaram-na para Espanha. Os muulmanos proibiam a criao de figuras, pois
contra os princpios do Islo, permitindo apenas o uso das dobras de papel para
estudos matemticos e astronmicos.
Os rabes optaram por investigar as diversas formas e propriedades de
dobrar um quadrado e explorar diversas formas de cobrir as paredes de Alhambra
com tessellacions, tendo aplicado tambm os seus avanados conhecimentos de
trigonometria para mapearem as estrelas. Aps os rabes terem sido expulsos da
Pennsula Ibrica, pela inquisio, os espanhis desenvolveram esta arte, chamando-
a de Papiroflexia.O pai do Origami moderno o japons Akira Yoshizawa. a Yoshizawa
que se deve a simbologia atual de instrues de como dobrar os modelos (Sistema
YoshizawaRandlett, 1956 ). Este sistema a contribuio mais importante para o
Origami desde a inveno do papel, j que permite a difuso internacional das vrias
criaes. Para Yoshizawa o Origami uma filosofia de vida.
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Figura 42 - Origamis de Akira Yoshizawa
Hoje em dia pessoas, de todo o mundo, dedicam-se ao Origami, de vrias
formas. Tanto no desenvolvimento de figuras cada vez mais complexas, como no
estudo matemtico das vrias dobras. Os japoneses utilizam, actualmente, esta forma
de arte para realizer projetos.
7.5.3 Ips
Contrariando a natureza, as flores do ip desabrocham em dias secos e
cinzentos de inverno. E assim, antes mesmo do surgimento da nova folhagem, que
elas anunciam a proximidade da Primavera.Encontrado em todas as regies do Brasil, o ip sempre chamou a ateno
de poetas, escritores e at de polticos. Em 1961, o ento presidente Jnio Quadros
declarou o pau-brasil a rvore Nacional e o ip-amarelo, da espcie Tabebuia vellosoi,
a Flor Nacional.
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Figura 43 - Florada Ip rosa
Conhecidos por sua beleza e pela resistncia e durabilidade de sua
madeira, os ips foram muito usados na construo de telhados de igrejas dos sculos
XVII e XVIII. Se no fosse por eles, muitas teriam se perdido com o tempo. At hoje a
madeira do ip muito valorizada, sendo bastante utilizada na construo civil e naval.
Ip uma palavra de origem tupi, que significa rvore cascuda, e o nome
popular usado para designar um grupo de nove ou dez espcies de rvores com
caractersticas semelhantes de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lils. Os ips
ocorrem principalmente em florestas tropicais, mas tambm aparecem no cerrado e
na caatinga.
No entanto, nem todos sabem que, dentre o grande universo de plantas
nativas do pas, o ip sempre foi considerado a rvore nacional brasileira. No dia 7 de
dezembro de 1978, porm, a lei n 6507 veio declarar que o pau brasil (caesalpinia
echinata)seria a rvore Nacional e, a flor do ip, a flor do smbolo nacional. Ela
estabeleceu tambm, alm disso, que o dia 3 de maio seria, dali por diante, o dia do
pau-Brasil.
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Figura 44 - Desenho flor de Ip.
8. CONSIDERAES FINAIS
Para o desenvolvimento de um calado, necessita-se de uma busca de
conhecimentos na memria da histria deste objeto, numa reconstruo tambm
terica, que articula conhecimentos de mltiplas disciplinas, como a biologia, a
histria, antropologia e a matemtica. Esse conhecimento interdisciplinar incorpora
contedo tericos e prticos essenciais que hoje so requeridos para o
desenvolvimento eficaz no campo caladista.
Em resumo, a inicial problematizao do projeto aqui proposto tem a
inteno de unir duas referncias imagticas: flor de cerejeira e flor de Ips, em que
se traduz uma tentativa de aproximao entre a especificidade da cultura do Japo e
a cultura do cerrado, pois so dois cones que representam a fertilidade e o
renascimento de duas espcies orgnicas. Como mtodo de trabalho, a
instrumentalizao, via origami, segue a proposta da geometria, linearidade e o
minimalismo to caros a esttica japonesa. Portanto, o desafio deste trabalho seria
colocar em dilogo o orgnico e o geomtrico.
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9. REFERNCIAS
ARTESANATO EM PALHA. Disponvel em:https://www.google.com.br/search?q=artesanato+com+palha&es_sm=93&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=MUslVbnlBsLvggSK5ICoBw&ved=0CB0QsAQ&biw=1680&bih=881>. Acesso em 06 de Abril de 2015.
COSTA, Clia Regina. Uma anlise nos principais aspectos da construo caladistapara o desenvolvimento de um solado prottipo feito a partir de fibra de coco.Dissertao.177 p. Programa de Ps-Graduao em Txtil e Moda. Escola de Artes,Cincias e Humanidade da Universidade de So Paulo, 2013. Disponvel em:. Acesso em 05 de Abril de 2015.
DETALHE SAKURA. Disponvel em:. Acesso em 06 de Abril de 2015.DIAGRAMA I FLOR DE CEREJEIRA. Disponvel em:. Acesso em 06 deAbril de 2015.DIAGRAMA II FLOR DE CEREJEIRA. Disponvel em:. Acesso em 06 de Abril de 2015.
FERREIRA, Paulo Alexandre Matos. Origami. Disponvel em:. Acesso em 28 de Maro de 2015.
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LUZ, Juliana da. Ip a flor smbolo do Brasil. Disponvel em:. Acesso em: 02 de Abril de 2015.
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SAPATO ANDR PERUGIA. Disponvel em: