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    Gabriel Vieira Toledo Leme

    Qumica Industrial

    001201001816

    ESTGIO SUPERVISIONADO EM QUMICA INDUSTRIAL

    Acompanhamento de um processo de galvanoplastia

    em peas metlicas.

    Bragana Paulista

    2012

  • I

    Gabriel Vieira Toledo Leme

    Qumica Industrial

    001201001816

    Acompanhamento de um processo de galvanoplastia

    em peas metlicas.

    Bragana Paulista

    2012

    Relatrio de estgio apresentado disciplina de

    Estagio Supervisionado, do curso Qumica

    Industrial, sob orientao do Prof Garbas

    Anacleto dos Santos Junior, como exigncia

    para a concluso do curso de graduao.

  • II

    Dedico:

    Ao Prof Garbas Anacleto dos Santos Junior.

    Pela orientao, pacincia e cooperao nos momentos mais difceis que

    encontrei durante o desenvolvimento do meu estgio.

    Jos Maria de Jesus Galvanotcnico M.E.

    Por ter me fornecido a oportunidade de estagiar em seu estabelecimento, e

    pela colaborao prestada em todos os momentos.

    E por fim, e no menos importante, a todos que ficaram ao meu lado durante

    minha jornada no curso de qumica, colegas presentes, e colegas que j se

    formaram, aos que ainda iro se formar, e aos meus familiares e amigos que

    me apoiaram nas minhas decises.

  • III

    Agradecimentos

    A realizao deste trabalho s foi possvel pelo concurso de inmeras

    pessoas e instituies. A todos manifesto minha gratido. E de modo particular:

    Ao Prof Garbas Anacleto dos Santos Junior, pela orientao dedicada e

    aos estmulos durante as fases da realizao deste trabalho.

    Aos professores do curso de Qumica Industrial, que contriburam,

    durante a graduao para o meu crescimento intelectual e pessoal.

    Jos Maria de Jesus Galvanotcnico M.E. pelo conhecimento

    fornecido durante minha permanncia para o estgio.

  • IV

    O mundo desgovernado no moldado por foras metafsicas. No

    Deus que mata as crianas, no o acaso que as trucida, nem o destino que

    as d de comer aos ces. Somos ns. S ns.

    Rorschach, Watchmen. (Obra de Alan Moore).

  • V

    Lista de figuras

    Figura 1.1 - Armas com romanas revestidas com ouro ..................................... 2

    Figura 1.2 - Esquema do experimento de Luigi Galvani .................................... 2

    Figura 1.3 - Bateria produzida por Alessandro Volta ......................................... 3

    Figura 4.1 - Fluxograma Bsico do Processo de Galvanoplastia. ................... 10

    Figura 4.2 - Fluxograma Completo do Processo de Galvanizao .................. 10

    Figura 4.3 - Desenho Esquemtico de uma Clula Eletroltica (9) .................... 13

    Figura 4.4 - Tanque para galvanoplastia ......................................................... 14

  • VI

    Resumo

    LEME, G. V. T. Acompanhamento de um processo de galvanoplastia

    em peas metlicas. Bragana Paulista. 24p.

    A galvanoplastia se trata de um mtodo que nos permite alterar propriedades fsicas, qumicas e estticas de um determinado produto. Estas propriedades podem tornar os produtos tratados atravs deste mtodo resistentes corroso, durabilidade, resistncia mecnica, espessura, condutividade, lubrificao, entre outras propriedades. A galvanoplastia um processo utilizado desde os tempos da Roma antiga, porm s foram realizados trabalhos mais especficos sobre o mtodo por volta do sculo XVIII, quando Luigi Galvani e Alessandro Volta, realizaram alguns experimentos, onde identificaram a presena de correntes eltricas, quando dois metais foram submetidos a uma soluo salina, e agiram como eletrodos carreados negativamente (nodo) e positivamente (ctodo). Este trabalho tem como objetivo acompanhar as etapas do processo de galvanoplastia para a elaborao de um material didtico para futuros treinamentos e pesquisas. O mtodo utilizado para a realizao deste foi bem simples, pois se resume a um acompanhamento do processo durante um perodo de 100 horas, onde a cada etapa do processo foi analisado, e de forma pratica foi padronizado e discutido a fim de analisar os processos qumicos, fsicos e mecnicos de cada etapa. Ao fim deste levantamento, o processo foi dividido em trs etapas que so o pr-tratamento, o tratamento e o ps-tratamento, no pr-tratamento so realizados os procedimento para a reduo de imperfeies e maximizar as correes, o tratamento referente ao revestimento, e o ps-tratamento referente aos cuidados aos quais o produto final deve ser submetido para no comprometer a qualidade do trabalho. Portanto, conclui-se que a etapa de mais importncia a de pr-tratamentos, pois caso estes tratamentos no forem bem executados, h uma grande possibilidade do produto final apresentar uma qualidade inferior ao desejado

    Palavras-chave: Galvanoplastia, pr-tratamento, material didtico.

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    Sumrio

    1 INTRODUO ............................................................................................. 1

    1.1 A empresa ............................................................................................. 1

    1.2 Histria da Galvanoplastia .................................................................... 1

    1.2.1 Historia da Galvanoplastia no Brasil ............................................... 4

    1.3 Aplicaes e caractersticas .................................................................. 4

    1.4 Princpios da Galvanoplastia ................................................................. 5

    2 OBJETIVO ................................................................................................... 8

    3 METODOLOGIA .......................................................................................... 9

    4 RESULTADOS E DISCUSSO ................................................................. 10

    5 CONCLUSO ............................................................................................ 15

    6 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 16

  • 1

    1 INTRODUO

    De acordo com o site da empresa 4 Dimenso Galvanoplstia.(1)

    A galvanoplastia um tratamento de superfcie que

    consiste em depositar um metal sobre um substrato (metlico

    ou no), atravs da reduo qumica ou eletroltica para

    proteo.

    A Galvanizao ou electroformao todo o processo

    eletroltico que consiste em revestir superfcies de peas

    metlicas com outros metais, mais nobres. Este revestimento

    feito, geralmente, para proteger a pea da corroso e/ou como

    acabamento esttico/decorativo.

    Dependendo do metal que revestido a pea ou objeto

    a galvanizao recebe nomes especiais: douragem (ouro),

    cromagem (crmio), pratear (prata), niquelagem (nquel) e

    outros.

    1.1 A empresa

    Devido a alguns fatores a empresa, julgados pela Jos Maria de Jesus

    Galvanotcnico M.E., que os considerou como desnecessrio para a execuo

    do relatrio, e preferiram por no fornecer informaes sobre suas instalaes

    e histria, sendo assim, portanto, no foi possvel descrever o perfil da

    empresa.

    1.2 Histria da Galvanoplastia

    A galvanoplastia teve seu inicio quando, na Itlia, durante escavaes

    arqueolgicas foram encontrados vasos decorados com lminas de chumbo,

    estatuetas recobertas por cobre e pontas de lana douradas que evidenciam a

    utilizao de revestimento por metais desde 1.000 a.C., como exemplificado

    pela Figura 1.1. O SESI (2) elaborou um manual em 2007 em que consta que no

    Imprio Romano, peas de cobre eram recobertas por ouro e prata fundidos.

    Isso revela que a galvanoplastia vem sendo utilizada desde a antiguidade com

    o objetivo de revestir a superfcie de objetos, conferindo-lhes maior resistncia

    e beleza, protegendo-os contra a corroso e alterando suas dimenses.

  • 2

    Figura 1.1 - Armas com romanas revestidas com ouro

    A denominao galvanoplastia est associada ao nome de famlia do

    anatomista e mdico italiano Luigi Galvani (1737-1798) que notou a contrao

    de msculos de rs mortas quando em contato com diferentes metais, sem que

    houvesse aplicao de corrente eltrica externa, levando-o a concluir que

    certos tecidos geravam eletricidade por si prprios, como representado pela

    Figura 1.2, que nos mostra o esquema utilizado por Galvani.

    Figura 1.2 - Esquema do experimento de Luigi Galvani

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    Alessandro Volta (1745-1827), ao repetir os experimentos de Galvani em

    1799, concluiu que o tecido muscular da r, umedecido em soluo salina,

    conduzia uma corrente entre diferentes metais, sugerindo que a eletricidade

    observada por Galvani era produzida pelos objetos metlicos que prendiam as

    pernas da r. Ao modificar o experimento o fsico concluiu que a eletricidade

    resultava da reao qumica entre um fio de cobre e uma barra de ferro em

    soluo salina, no havendo necessidade de um elemento biolgico.(3)

    Ele produziu uma bateria ao empilhar vrios discos de cobre e zinco,

    separados por discos de papel ou papelo molhados, em gua salgada,

    prendendo este conjunto com um arame de cobre, exemplificado pela Figura

    1.3. Ao fechar o circuito, a eletricidade fluiu atravs da pilha, que passou a ser

    denominada de pilha galvnica ou voltaica. Mesmo rudimentar, a bateria de

    Volta possibilitou descobertas importantes no campo eletroqumico, inclusive a

    eletrodeposio.

    Figura 1.3 - Bateria produzida por Alessandro Volta

    A tecnologia Galvnica permitiu maior acesso ao brilho e a cor dos

    metais nobres, como o ouro e outros, possibilitando o atendimento e os anseios

    de muitos em relao aparncia dos objetos.

    Durante a segunda metade do sculo XIX, com o aumento da atividade

    industrial, surgiram novas aplicaes para o tratamento de superfcies com

    metais, para efeitos decorativos e visando conferir requisitos de engenharia,

    como proteo a corroso e aumento da resistncia.(2)

  • 4

    1.2.1 Historia da Galvanoplastia no Brasil

    No Brasil, o processo galvnico foi iniciado para atender requisitos

    decorativos de peas para bicicletas, arreios de cavalos, fivelas de cintos,

    bandejas, bules e ourivesaria. A vinda da indstria automobilstica favoreceu o

    desenvolvimento das indstrias galvnicas, incentivando a profissionalizao e

    introduzindo, a partir de 1920, novas tecnologias, normas e requisitos de

    qualidade.

    Em 1934 foi criado o Sindicato de Galvanoplastia e Niquelao do

    Estado de So Paulo (Sigesp) que, a partir de 1979, passou a se chamar

    Sindicato da Indstria de Proteo, Tratamento e Transformao de

    Superfcies do Estado de So Paulo (Sindisuper) que, entre suas atividades

    participa de Comisses da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT)

    e do Conselho de No-ferrosos e Siderurgia (Consider). (4)

    O Sindisuper estimulou a criao em 1968, da Associao Brasileira de

    Tecnologia Galvnica (ABTG), hoje Associao Brasileira de Tratamento de

    Superfcie (ABTS), que promove bianualmente o Encontro Brasileiro de

    Tratamento de Superfcie (EBTS), bem como cursos e palestras, visando o

    aprimoramento dos profissionais do ramo. (4)

    As solicitaes cada vez mais rigorosas dos aspectos de qualidade e de

    normas tcnicas, do cumprimento da legislao de segurana e sade no

    trabalho, e das leis ambientais exigem novos investimentos das empresas de

    galvanoplastia no Brasil para a manuteno da competitividade e o

    aprimoramento de seus processos em todo o ciclo de fabricao e revenda de

    seus produtos.

    1.3 Aplicaes e caractersticas

    Segundo Pascualini (2004) descrevem a galvanoplastia como um ramo

    da indstria metal-mecnica, dedicada ao tratamento de superfcies metlicas

    ou plsticas, com materiais diversos como: cdmio, cobre, nquel, estanho,

    ouro, prata, cromo e zinco, mediante processos qumicos ou eletrolticos. (5)

    Enquanto Bohrquez (1997) diz que a galvanoplastia tem como

    objetivo(6) :

  • 5

    proteo contra a corroso;

    embelezamento;

    aumento da durabilidade;

    melhoramento de propriedades superficiais tais como: resistncia,

    espessura, condutividade, lubrificao, capacidade de estampar,

    etc.

    De acordo com o Manual de Segurana e Sade no Trabalho do SESI

    (2), publicado em 2007, a galvanoplastia tem aplicao nos seguintes ramos de

    atividades:

    Indstria Automotiva;

    Indstria de Bijuterias;

    Construo Civil;

    Indstria de Utenslios Domsticos;

    Indstria de Informtica;

    Indstria de Telefonia;

    Recuperao de Objetos decorativos.

    Rojas (1994)(7) nos atenta para a extrema importncia que tem o

    acabamento superficial para a alta tecnologia e as indstrias estratgicas de

    eletrnicos, telecomunicaes, computao, j que tem promovido amplamente

    a produo de componentes lasers, Unidade Central de Processamento (UCP),

    filmes supercondutores, etc.

    1.4 Princpios da Galvanoplastia

    Os princpios que regem a galvanoplastia podem ser dividos em trs

    categorias, sendo elas: (8)

    Princpio da Deposio Metlica

    Principio da Deposio Metlica com Fonte de Eletricidade

    Externa.

    Principio da Deposio Metlica sem Fonte de Eletricidade

    Externa.

  • 6

    A deposio metlica a partir de uma soluo aquosa pode ser

    representada, de modo geral, pela equao:

    Os ons metlicos (MZ+), que se encontram na soluo, carregados

    positivamente com a valncia z, so transformados em tomos metlicos (M),

    atravs do recebimento de nmero de eltrons correspondentes e, sendo

    tomos metlicos, sob certas condies, formam uma camada metlica sobre

    um objeto qualquer.

    Na qumica uma reao que consome eltrons denominada reduo.

    Os eltrons necessrios reduo dos ons metlicos podem ser obtidos,

    contudo, de diferentes maneiras. Esta a caracterstica principal para

    diferenciar os diversos processos de deposio a partir de solues aquosas. A

    deposio metlica pode ocorrer com ou sem fonte de eletricidade externa.

    O princpio da deposio metlica com fonte de eletricidade externa a

    deposio galvnica de metais se baseia em fenmenos eletroqumicos.

    Durante a eletrlise ocorrem transformaes qumicas nas superfcies limite

    eletrodo/eletrlito, que consomem (reduo) ou fornecem (oxidao) eltrons.

    Para que as reaes ocorram sempre no sentido desejado, necessrio que

    seja aplicada uma corrente contnua. Os fenmenos individuais no ctodo e no

    nodo bem como no prprio eletrlito ocorrem simultaneamente.

    A corrente contnua faz com que os eltrons sejam tirados do nodo e

    transferidos ao ctodo. A reao que ocorre no nodo faz com que se obtenha

    metal em soluo (ou ento poder haver outra reao que fornea eltrons).

    No ctodo, a reao eletroqumica fornece eltrons os quais reagem com ons

    metlicos contidos no eletrlito, originando tomos metlicos.

    Por fim, no princpio da deposio metlica sem fonte eltrica externa,

    os eltrons necessrios para a reduo de ons metlicos so produzidos

    diretamente na soluo, atravs de uma reao qumica.

    Para tanto existem trs diferentes possibilidades:

  • 7

    Deposio por inverso de carga: para que ocorra a deposio

    por inverso de carga necessrio que o metal que recebe o revestimento seja

    menos nobre que o metal depositado.

    Deposio por contato: a deposio por contato processa-se

    utilizando trs metais, o metal a ser protegido, o metal a ser depositado e um

    terceiro metal, que preenche a funo do doador de eltrons, entrando na

    soluo.

    Deposio por reduo: consiste na reduo de ons metlicos

    que so produzidos quimicamente atravs de um composto qumico. O metal

    redutor oxidado e os eltrons libertados servem para reduo de ons

    metlicos, onde ocorre uma troca de eltrons entre um composto qumico e um

    metal.

  • 8

    2 OBJETIVO

    Este trabalho tem como objetivo acompanhar o processo de produo

    da galvanizao, para a preparao de material didtico para futuros

    treinamentos de novos colaboradores.

  • 9

    3 METODOLOGIA

    Este trabalho utiliza de uma metodologia simples, que consiste em

    acompanhar o qumico responsvel, durante todos os processos da

    galvanizao, relatando todos os principais procedimentos executados, durante

    um perodo de 100 horas.

    A cada etapa do processo de galvanizao foi devidamente avaliado, e

    de forma prtica, padronizado e discutido. Isso foi realizado de forma a analisar

    os processos qumicos, mecnicos e fsicos envolvidos em cada etapa.

  • 10

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    Independente da forma de deposio metlica, os processos de

    galvanoplastia, de uma forma geral, seguem o esquema apresentado na Figura

    4.1.

    Figura 4.1 - Fluxograma Bsico do Processo de Galvanoplastia.

    Este modelo bsico, apresentado na Figura 4.1 nos passa uma noo

    das etapas, que so mais detalhadas na Figura 4.2, onde podemos notar todos

    os procedimentos e ficam evidente as trs etapas do processo.

    Figura 4.2 - Fluxograma Completo do Processo de Galvanizao

    No pr-tratamento podemos incluir as etapas de desengraxe e a primeira

    lavagem.

  • 11

    O pr-tratamento consiste em preparar a superfcie a ser tratada, por

    meio mecnico e/ou qumico, para que o revestimento tenha uma boa

    aderncia, uniformidade e aparncia.

    A boa aderncia do metal depositado por meios galvnicos depende,

    principalmente, do estado da superfcie a ser trabalhada. Para se obter uma

    superfcie adequada, deve-se submet-la a um tratamento prvio, o qual

    constitui um dos trabalhos mais importantes em galvanotcnica, requerendo

    sempre os maiores cuidados (9).

    Para que o material esteja pronto para um revestimento eletroltico, este

    deve estar limpo, isento de graxa, gordura, xidos, restos de tintas e outras

    impurezas quaisquer, tais como areia, e no dever ter falha (riscos, manchas,

    zonas requentadas), nem apresentar porosidade e lacunas, sendo estes

    ltimos os mais perigosos. Nestas lacunas se acumula sujeira de massa da

    politriz ou de outra espcie qualquer, a qual evitar a deposio da camada de

    revestimento.

    O esmerilhamento, tamboreamento, vibrao, escovao, polimento e

    jateamento fazem parte do pr-tratamento mecnico e utilizam escova de ao

    ou lato, rolos de esmeril ou de lixas, e outros materiais abrasivos, para a

    remoo de rebarbas, sulcos, irregularidades, camadas de xidos e resduos

    de tintas e de soldas. J o desengraxe e a decapagem fazem parte do pr-

    tratamento qumico.(5)

    A fim de dar uma breve introduo dos processos de pr-tratamento

    mecnico e qumico, podemos citar os seguintes:

    Jateamento - processo que usa areia ou outro abrasivo para retirar das

    peas, com relativa facilidade, resduos provenientes de tratamentos trmicos,

    principalmente quando as peas apresentam formato muito irregular.

    Esmerilhamento - processo de remoo de rebarbas, atravs do qual

    alcanada uma remoo contnua de material da superfcie do metal por meio

    de abrasivos, que so substncias com arestas vivas, mais ou menos duras, as

    quais removem, em pouco tempo, o material de superfcie metlica e fornecem

    certa rugosidade, o que melhora a deposio do metal de revestimento.

    Polimento processo em que ajuda a aplainar superfcies no plainas,

    sulcos e estrias.

  • 12

    Tamboreamento e Vibrao so utilizados para peas de pequeno

    porte, podendo ser tratadas em grande nmero para que se retirem as

    rebarbas. Nos vibradores, o funcionamento consiste num movimento oscilatrio

    contnuo de cada ponto da pea e do corpo abrasivo, provocado pela falta de

    frequncia, onde toda a massa est em movimento.

    Preparao manual Algumas peas devem ser tratadas

    manualmente, pois apresentam ngulos de difcil acesso. Esta limpeza pode

    ser feita com escovas de ao, limas, raspadores ou brunidores de ao, que tem

    por objetivo a retirada de cantos vivos e arestas de peas de pequeno

    tamanho.

    Desengraxe processo realizado com solventes clorados como

    tricloroetileno e percloroetileno; ou desengraxe alcalino que feito com

    carbonato de sdio, hidrxido de sdio, fosfato, silicato, desengraxantes

    sintticos, cianeto e complexantes tipo EDTA, glutamato e citrato de sdio; ou

    desengraxe eletroqumico, no qual a pea polarizada, catodicamente,

    anodicamente ou alternadamente, num meio alcalino;

    Decapagem - realizada numa soluo cida, geralmente cido sulfrico,

    clordrico ou fluordrico, para a remoo de camadas de xidos, hidrxidos ou

    outras impurezas slidas.

    Durante o processo de tratamento, que realizado em uma clula

    eletroltica, onde a pea a ser tratada ligada ao plo negativo de uma fonte de

    corrente contnua, tornando-se ctodo, no qual ocorre a deposio. O eletrodo

    ligado ao plo positivo da fonte de corrente ser o nodo. Alm do ctodo e do

    nodo, necessrio uma soluo contendo os ons metlicos a serem

    depositados sobre o ctodo.

    Conforme Figura 4.3, num sistema de eletrodeposio convencional tem

    um eletrlito que consiste de um sal do metal a ser aplicado, dissolvido em

    gua. Dois eletrodos alimentados por uma fonte de corrente alternada de baixa

    tenso so imersos no eletrlito. O ctodo a pea a ser tratada por

    eletrodeposio e o nodo , ou um eletrodo inerte ou, na maioria das vezes,

    uma barra ou uma cesta de esferas do mesmo metal da galvanoplastia para

    que se mantenha a concentrao de ons metlicos no eletrlito. Se o nodo

    for um eletrodo inerte, a concentrao de ons metlicos no eletrlito ser

    mantida pela adio peridica de sais metlicos. (10). Ainda na Figura 4.3,

  • 13

    podemos reparar que ser trata de um exemplo com cromo, onde o eletrlito de

    galvanoplastia contm um sal de cromo e o nodo quimicamente inerte. Na

    cromao decorativa a pea revestida com cobre ou nquel, aplicando-se

    ento uma fina camada de cromo sobre a base.

    Figura 4.3 - Desenho Esquemtico de uma Clula Eletroltica (9)

    Quando h a presena de uma corrente eltrica, os ons metlicos

    carregados positivamente so depositados no ctodo, e a gua dissociada,

    liberando hidrognio no ctodo e oxignio no nodo, por sua vez estes gases

    so liberados na forma de bolhas na superfcie do lquido. A densidade de

    corrente, indicada em ampres por decmetro quadrado da superfcie da pea

    em trabalho, varia de acordo com a operao quanto maior a densidade de

    corrente, maior a taxa de evoluo do gs.

    Alm do sal contendo o on metlico, o eletrlito de galvanoplastia

    podem conter substncias qumicas para o ajuste da condutividade eltrica do

    eletrlito, aditivos que determinam o tipo de sedimento e um filtro para controle

    do pH.

    O tratamento pode ser desenvolvido em sequencia de eletrlitos, ou

    seja, o ctodo pode receber uma camada metlica preliminar de determinado

    metal e na sequncia ser conduzido para outro eletrlito, onde ir receber outro

    depsito de um metal diferente.

  • 14

    O tanque de galvanoplastia, mostrado na Figura 4.4, feito de plstico

    rgido ou de ao com revestimento de plstico, borracha ou chumbo. Os

    nodos e ctodos ficam pendurados e imersos no eletrlito e so conectados

    eletricamente fonte de corrente contnua por barras coletoras de cobre.

    Figura 4.4 - Tanque para galvanoplastia

    Por fim, em um ps-tratamento as peas podem passar pelo processo

    de lavagem com gua fria ou quente; secagem em centrfuga, estufa ou jatos

    de ar; depois adicionadas camadas de leo para embalagem, proteo plstica

    ou pintura e/ou envernizamento para encaminhamento ao estoque e

    expedio.

    Os metais mais usados para o revestimento deste tipo de peas so

    cdmio, cobre nquel, estanho, cromo e zinco.

  • 15

    5 CONCLUSO

    A galvanoplastia uma tecnologia simples, porm apresenta condies

    de riscos e, portanto devem-se utilizar todos os EPIs necessrios para evitar

    problemas de sade que podem ser causados pelos gases cidos emanados

    pelo processo.

    Alm disso, pode-se concluir que a etapa mais importante do processo

    o pr-tratamento, onde devem ser realizadas os procedimentos mecnicos ou

    qumicos necessrios para se obter as exigncias de rugosidade, porosidade,

    planificao, entre outros. Caso estes procedimentos no forem realizados da

    devida maneira podem-se obter imperfeies no produto final, prejudicando a

    qualidade do produto, e/ou, muitas vezes, lotes.

  • 16

    6 BIBLIOGRAFIA

    1. 4 Dimenso. Galvanoplstia. [Citado em: 07 de 10 de 2012.]

    http://www.4dfolheados.com.br/galvanoplastia.php.

    2. SESI. Manual de Segurana e Sade no Trabalho. Gerncia de Segurana e Sade no

    Trabalho. So Paulo : s.n., 2007.

    3. PANCADILI, G. Volta, Science and Culture in the Age of Enlightenment. s.l. : Preincento

    University, 2003.

    4. Sindicato da Indstria de Proteo, Tratamento e Transformao de Superfcies do Estado

    de So Paulo. Sindisuper. [Citado em: 07 de 10 de 2012.] http://www.sindisuper.com.br/.

    5. PASCUALINI, A. Estudo de Caso Aplicado a Galvanoplastia. Florianpolis : UFSC, 2004.

    Dissertao de Mestrado - Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo.

    6. BOHRQUEZ, L. A. B. Situation Ambiental del Setor de Recubrimento de Metales -

    Galvanoplastia. Chile, Colombia e Equador : s.n., 1997.

    7. ROJAS, J. R. M. Proposta para Padronizao do Circuito Operatrio de um Sistema de

    Galvanoplastia. Florianpolis : 1994. Dissertao de Mestrado, Universidade de Santa Catarina,

    Programa de Ps-Graduao.

    8. FOLDES, A. P. Galvanotcnica. Prtica I e II. So Paulo. Polgono, 1974.

    9. BUZZONI, H. A. Galvanoplastia. So Paulo, 1982.

    10. BURGESS, W. A. Identificao de Possveis Riscos Saude do Trabalhador nos Diversos

    Processos Industriais. Belo Horizonte. Ergo Editora, 1997.


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