Política Nacional de Mobilidade Urbana
Maurício Feijó Cruz | [email protected]
São José dos Campos, 6 de dezembro de 2014
Por que, em geral, as políticas públicas têm caráter setorial e não são tratadas de forma integrada e intersetoriais?
PLANO DIRETOR
Plano Plurianual
(PPA)
Plano de Metas
Plano de Transportes e Mobilidade
Plano de Habitação
Plano de Meio
ambiente
Plano de Saneamento
Plano de Drenagem
E como fica a Política de Mobilidade?
A gestão pública brasileira é marcada pela atuação setorial, com graves dificuldades em promover estratégias integradas em suas ações, especialmente no meio urbano
Gestão pública e planejamento
Tal dificuldade na integração da concepção das políticas urbanas gera problemas para a mobilidade dos habitantes das cidades, que tornam-se ambientes com acessibilidade deficiente
Gestão pública e planejamento
Conceitos: Acessibilidade
Conceito de ACESSIBILIDADE
•ACESSIBILIDADE: possibilidade e facilidade de se atingir um destino desejado; é um atributo de pontos do território, tem a ver com as facilidades de se chegar até eles, por vias municipais, linhas de ônibus rodoviárias, portos ou aeroportos.
•Destacam-se dois níveis de ACESSIBILIDADE:
• Macroacessibilidade, relacionada à facilidade de acesso a pontos distantes do território por meio de conexões estruturais;
• Microacessibilidade, que depende de condições locais de acesso aos sistemas.
ACESSIBILIDADE: conceito também utilizado para caracterizar projetos e adequações do ambiente construído para pessoas com deficiência – Acessibilidade Universal (ABNT NBR 9050)
Facilidade de se chegar a
determinado destino.
É um atributo dos lugares.
ACESSIBILIDADE
Conceitos: Mobilidade
Conceito de MOBILIDADE
•MOBILIDADE: atributo dos usuários do sistema de transportes – urbanos ou não – que mede a movimentação dos indivíduos no território. Uma pessoa tem maior ou menor mobilidade de acordo com o número de viagens que faz no seu dia a dia: de casa ao trabalho, da escola ao parque, da fazenda à igreja etc.
•Mobilidade Urbana: conceito ligado à quantidade e qualidade das viagens do conjunto da população residente em uma cidade, relacionando os deslocamentos às características do meio urbano em que ocorrem.
•Indice De Mobilidade Urbana: expressa o número de viagens por dia que um indivíduo realiza, podendo ser agrupado por condições socioeconômicas ou por unidades territoriais.
Mede os deslocamentos do
indivíduo no território.
É um atributo das pessoas.
MOBILIDADE
Podemos destacar as seguintes dimensões a serem analisadas quando falamos de mobilidade urbana: ambiental, social, econômica, técnica e urbanística
Mobilidade
social
urbanística
ambiental econômica
técnica
Dimensões da Mobilidade
Grupos sociais distintos: • usuários de automóvel, • usuários de transporte público, • usuários de bicicleta, • usuários de motocicletas
A dimensão social da mobilidade tem a ver com os conflitos entre os grupos sociais distintos que querem circular em um espaço finito
Dimensão Social
A dimensão técnica tem a ver com análises de demanda, oferta, linhas de desejo, capacidades, modos de transporte
Dimensão Técnica
A dimensão ambiental tem a ver com a emissão de poluentes (especialmente os contribuintes de efeito estufa) e material particulado, e consumo de energia...
Dimensão Ambiental
... Mas também relaciona-se às expansões urbanas sobre áreas com fragilidades ambientais
Dimensão Ambiental
Na dimensão econômica, a mobilidade relaciona-se diretamente à produção nas cidades, pois propicia a transformação da força de trabalho em algo passível de movimento no mercado...
Dimensão Econômica
Shopping Estação BH – Estação Vilarinho do Metrô Empreendimento junto à Estação Sacomã do Metrô
...Mas também contribui para o conceito de cidade-mercadoria, com íntimos reflexos no desenvolvimento imobiliário
Dimensão Econômica
Na dimensão urbanística, a mobilidade é componente das ações de planejamento urbano...
Dimensão Urbanística
Deve-se destacar ainda a função urbanística dos polos de transporte, como estruturas que organizam tanto a metrópole (transporte) e seu entorno (vida urbana local, privilegiando pedestres), conjugando escalas urbanas
- A implantação de estações de transporte coletivo intermodais tem o papel de organizar a circulação na metrópole mas também pode desempenhar funções em escala local, como estratégia de consolidação econômica de suas áreas e região.
- As estações devem se qualificar como ambiente de interação física, social e econômica de usuários.
Escala da Metrópole
Inserção na Cidade
Impacto no Entorno
Ambiente de interação
Polos de transporte
Matriz da Política Nacional de Mobilidade Urbana:
Estatuto da Cidade (lei 10.257/01)
Lei 12.587 de 03/01/2012
FUNDAMENTOS da Lei de Mobilidade Urbana
Formulação e execução de uma política nacional de mobilidade urbana, em um contexto de Estado democrático e baseado em cooperação federativa
Compreensão de que seja um instrumento de desenvolvimento urbano e de promoção do bem-estar social
Constituição de uma política mais ampla que não engloba tão somente os serviços de transporte urbano
Superação de uma visão de que mobilidade urbana seja apenas um conjunto de serviços estanques e desarticulados
Destaque da relação dos deslocamentos das pessoas e bens com o meio urbano
Na Política Nacional de Mobilidade Urbana de 2012, a mobilidade urbana vai além dos serviços de transporte, e inclui a relação entre os deslocamentos de pessoas e bens com o meio urbano
Política Nacional de Mobilidade Urbana
A estruturação do território
Subúrbio Ferroviário em Salvador Linhas de Bonde em São Paulo Ponto de ônibus em Brasília Subúrbio Rovoviário em Los Angeles
A rede de transportes define a estruturação e o desenvolvimento do território urbano em suas origens
A Lei 12.587 de 03/01/2012 compreende que a Mobilidade é instrumento de desenvolvimento urbano e de promoção do bem-estar social, em um contexto democrático de gestão pública
PRINCÍPIOS da Lei de Mobilidade Urbana
Acessibilidade universal
Desenvolvimento sustentável
Equidade no acesso ao transporte coletivo
Transparência e participação no planejamento, controle e avaliação da política de Mobilidade
Segurança nos deslocamentos
Equidade no uso do espaço público e circulação, vias e logradouros
Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes meios e serviços
Mobilidade e desenvolvimento urbano
PRINCÍPIOS da Lei de Mobilidade Urbana
Prioridade dos meios de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado
Integração da política de mobilidade com a de controle e uso do solo
Alargamento de calçada com ciclovia – San Francisco Faixa exclusiva de ônibus - São Paulo Adensamento junto a eixos de transporte - Curitiba
A Lei indica a prioridade dos transportes não motorizados e do transporte coletivo, e destaca a necessária integração da política de mobilidade com a de controle e uso do solo urbano
Princípios: prioridades
Ampliação de vias
Viagens mais rápidas para locais mais
distantes
O acesso às glebas distantes faz com que proprietários
peçam ampliação do perímetro urbano
Sob pressão política e econômica, novas
áreas não incorporadas ao
zoneamento urbano municipal
Novos loteamentos e empreendimentos se desenvolvem, e a população se muda
para residências mais baratas e mais
distantes
Maiores fluxos para áreas mais distantes
aumentam o congestionamento
de vias
PRINCÍPIOS da Lei de
Mobilidade Urbana
A complementaridade e
diversidade entre meios e
serviços (intermodalidade)
A mitigação dos custos
ambientais, sociais e
econômicos dos deslocamentos
de pessoas e bens
O incentivo ao
desenvolvimento tecnológico e
ao uso de energias renováveis e
não poluentes
A priorização de projetos de
transporte coletivo
estruturadores do território
A Lei de Mobilidade destaca a importância da diversidade e da complementaridade entre meios e serviços de transporte que estruturem o território, com redução e mitigação de seus custos
Princípios: diversidade
OBJETIVOS
Reduzir as desigualdades e promover a inclusão social
Promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais
Proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à acessibilidade e à mobilidade
Promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos custos ambientais e socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades
Consolidar a gestão democrática como instrumento e garantia da construção contínua do aprimoramento da mobilidade urbana
A Política de Mobilidade reforça seus princípios com objetivos de redução de desigualdades, promoção de inclusão social e desenvolvimento urbano democrático e sustentável
Princípios: Inclusão
DIREITOS dos usuários dos serviços de transporte
Recebimento de serviço adequado
Participação no planejamento, na fiscalização e na avaliação da política de mobilidade urbana local
Garantia de acessibilidade e à segurança do sistema
A Lei prevê também os direitos dos usuários do serviço de transporte, o qual deve ser seguro, planejado de forma participativa e acessível
Direitos
Apresenta os INSTRUMENTOS DE GESTÃO disponíveis aos municípios
Restrição e controle de acesso e circulação de veículos motorizados em locais e horários predeterminados
Estipulação de padrões de emissão de poluentes e aplicação de tributos, visando desestimular o uso de determinados modos e serviços de mobilidade
Entre os diversos instrumentos de gestão da mobilidade que podem ser adotados estão a restrição à circulação de veículos em certos locais e o controle da emissão de poluentes
Instrumentos de gestão
Plano de mobilidade urbana – PlanMob
Os municípios com mais de 20 mil habitantes estão obrigados à implantação de um PlanMob; os que não o fizerem no prazo máximo de 3 anos da vigência da Lei – portanto até janeiro de 2015 – estarão impedidos de receber verbas federais destinadas à mobilidade urbana.
Entretanto, o instrumento fundamental para a implantação da Política de Mobilidade Urbana é o Plano de Mobilidade, exigido para municípios com mais de 20 mil habitantes
Planos de Mobilidade
Priorização dos seguintes temas
Gestão da demanda de automóveis
Qualificação do sistema de ônibus convencional
Política tarifária
Atenção ao pedestre
Atenção aos ciclistas
Prioridade dos modais não motorizados e Transportes Públicos
Participação social
A Lei indica os temas que devem ser priorizados no PlanMob, como gestão de demanda de automóveis, atenção ao pedestre e ao ciclista, qualificação e priorização do transporte coletivo
Temas de priorização
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Em resumo, um Plano de Mobilidade tem a missão de organizar a disputa pelo espaço que dá suporte aos deslocamentos urbanos, de modo a garantir a equidade no acesso à cidade
A disputa pelo espaço
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NACTO - Urban Street
Design Guide
O compartilhamento do espaço
Em resumo, um Plano de Mobilidade tem a missão de organizar a disputa pelo espaço que dá suporte aos deslocamentos urbanos, de modo a garantir a equidade no acesso à cidade
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60 passageiros e 1 ônibus 60 ciclistas e suas bicicletas 60 motoristas e seus carros
(que nem cabem na foto)
Eficiência