Download - PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE RONDÔNIA
FOLHA DE ROSTO
IINNSSTTIITTUUIIÇÇÕÕEESS PPAARRTTIICCIIPPAANNTTEESS DDOO CCOOMMIITTÊÊ DDEE EELLAABBOORRAAÇÇÃÃOO DDOO PPLLAANNOO
EESSTTAADDUUAALL DDEE EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO DDEE RROONNDDÔÔNNIIAA
Secretaria de Estado da Educação - SEDUC
Secretaria de Estado de Finanças – SEFIN
Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral - SEPLAN
Secretaria de Justiça do Estado de Rondônia - SEJUS
Secretaria de Estado da Saúde - SESAU
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM
Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania - SESDEC
Secretaria de Estado do Esporte Cultura e Lazer - SECEL
Secretaria de Estado da Administração - SEAD
Secretaria de Estado de Assistência Social – SEAS
Assembléia Legislativa de Rondônia
Tribunal de Contas do Estado
Ministério Público do Estado de Rondônia
Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular do Estado de Rondônia – SINEP
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Ordem dos Advogados do Brasil - OAB
União dos Dirigentes Municipais de Educação de Rondônia - UNDIME
Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Rondônia - SINTERO
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - FEDERAÇÃO das APAE’s
Associação Pestalozzi de Porto Velho – PESTALOZZI
União Estadual Rondoniense dos Estudantes Secundaristas – UERES
Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Rondônia - CONEDCA
Conselho de Alimentação Escolar de Rondônia - CAERO
Conselho de Acompanhamento e Controle Social - CACS/FUNDEB
Conselho Estadual de Educação de Rondônia – CEE/RO
Conselho Estadual de Assistência Social de Rondônia – CEAS/RO
MMEEMMBBRROOSS DDOO CCOOMMIITTÊÊ DDEE EELLAABBOORRAAÇÇÃÃOO DDOO PPEEEE -- RROO
Agenor Fernandes de Souza
Ana Maria Moura
Andréa Silva Ribeiro
Ângela Emília Botelho Veronez
Angelina Pereira dos Santos Lima
Antônio Tabosa Neto
Aparecida Meireles de Souza
Claúdio José de Lima Ferreira
Cristiana Cordeiro da Silva
Daniel Diogo de Araújo Júnior
Deputado Euclides Maciel
Flávio de Jesus
Francisco Maciel Lima Alves
Francisco Marto de Azevedo
Irias de Fátima Moção
Irlei Rodrigues da Silva Ramalho
João Duarte Pereira
João Ramão Chaves Zarate
Lúcia Miranda Freire
Luciana Basílio dos Santos
Major PM Cláudio Severo da Costa
Maria Angélica Silva Ayres Henrique
Michele Marques Rosato
Milva Valéria Garbellini e Silva
Nilda Aparecida da Silva Oliveira
Orlando Pereira da Silva Júnior
Pascoal de Aguiar Gomes
Profª Dra. Walterlina Barbosa Brasil
Raimunda Erineide Rodrigues da Silva
Rejane Maria Rodrigues de Lima
Ronildo Vieira de Carvalho
Sidnei Pereira dos Santos
Sônia Aparecida de Oliveira Casimiro
Sônia Maria Roberto Freire
Tânia Maria Moura
Telma Rodrigues Barros Almeida
Tereza Oliveira Sabino
Terezinha Andrade da Costa
Valdelice dos Santos Nogueira Vieira
Valmir Souto
Viviane dos Santos Casavechia
CCOOLLAABBOORRAADDOORREESS
Cleusa Margarida Bonamigo
José Roberto Specht Filho
Maria Erly
Marlene Rodrigues
Raika Fabíola Guzman da Silva
Selma Maria Roberto Freire
Vera Regina Santana de Matos
Viviane de Souza Sena
ÍÍNNDDIICCEE
APRESENTAÇÃO 09
INTRODUÇÃO 10
1. EDUCAÇÃO INFANTIL 15
1.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 15
1.2. DIRETRIZES............................................................................................... 22
1.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................... 24
2. EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL....................................................................... 28
2.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 28
2.2. DIRETRIZES............................................................................................... 36
2.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................... 37
3. ENSINO MÉDIO............................................................................................. 43
3.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 43
3.2. DIRETRIZES............................................................................................... 51
3.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................... 51
4. EDUCAÇÃO SUPERIOR............................................................................... 56
4.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 56
4.2. DIRETRIZES............................................................................................... 69
4.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................... 70
5. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS........................................................ 75
5.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 75
5.2. DIRETRIZES............................................................................................... 83
5.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................... 83
6. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS................. 86
6.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 86
6.2. DIRETRIZES............................................................................................... 89
6.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................... 90
7. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA......................................... 93
7.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 93
7.2. DIRETRIZES............................................................................................... 101
7.3. OBJETIVOS E METAS................................................................................ 102
8. EDUCAÇÃO ESPECIAL................................................................................ 105
8.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 105
8.2. DIRETRIZES............................................................................................... 106
8.3. OBJETIVOS E METAS................................................................................ 108
9. EDUCAÇÃO INDÍGENA................................................................................. 113
9.1. DIAGNÓSTICO........................................................................................... 113
9.2. DIRETRIZES............................................................................................... 115
9.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................... 116
10. EDUCAÇÃO DO CAMPO............................................................................ 120
10.1. DIAGNÓSTICO......................................................................................... 120
10.2. DIRETRIZES............................................................................................. 123
10.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................. 124
11. Formação e Valorização dos Profissionais da Educação............................ 129
11.1. DIAGNÓSTICO......................................................................................... 129
11.2. DIRETRIZES............................................................................................. 133
11.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................. 135
12. FINANCIAMENTO E GESTÃO.................................................................... 140
12.1. DIAGNÓSTICO......................................................................................... 140
12.2. DIRETRIZES............................................................................................. 149
12.3. OBJETIVOS E METAS............................................................................. 149
13. Acompanhamento e Avaliação do Plano Estadual de Educação de Rondônia............................................................................................................ 155
14. Lista de Participantes – Fórum Estadual PEE............................................. 158
ÍÍNNDDIICCEE DDEE TTAABBEELLAASS
TABELA 1 - Comparação de Matrículas da Educação Básica por Etapa e
Modalidade - Brasil, 2007 e 2008...................................................................... 13
TABELA 2 - Resultados do Censo Escolar 2008-Educacenso-
RONDÔNIA........................................................................................................ 14
TABELA 3 - Ensino Fundamental Regular.......................................................... 26
TABELA 4 - Alunos atendidos no Ensino Fundamental – 2008......................... 26
TABELA 5 - Ensino Fundamental – Anos Iniciais................................................ 27
TABELA 6 - Ensino Fundamental – Anos Finais................................................. 27
TABELA 7 - ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR EM 8 E 9 ANOS - Número
e Percentagem de EVASÃO IMEDIATA por Séries, em 2007............................ 30
TABELA 8 - ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR EM 8 E 9 ANOS - Número e
Percentagem de REPROVADOS por Séries, em 2007................................................ 30
TABELA 9 - Atendimento do Ensino Médio no Brasil /Região Norte e
Rondônia............................................................................................................. 42
TABELA 10 - Estimativa da população de 2008 por Grupos de Idade (IBGE).... 43
TABELA 11 - Total de Matrículas no Ensino Médio em Rondônia...................... 44
TABELA 12 - Total de Matrículas no Ensino Médio da Rede Estadual em
Rondônia.............................................................................................................. 44
TABELA 13 - Distorção Idade/ano do Ensino Médio em Rondônia.................... 45
TABELA 14 - Ensino Médio Rede Estadual - Distorção Idade/ano-2000 a
2007..................................................................................................................... 46
TABELA 15 - Professores habilitados no Ensino Médio-Rondônia/Ano 2008..... 46
TABELA 16 – Número de Docentes Habilitados por Disciplina em 2008............ 47
TABELA 17 - Quantitativo das IES de Rondônia 1996 – 2006 (+2008).............. 54
TABELA 18 - Instituições de Educação Superior - Brasil – 2004/2007............... 54
TABELA 19 - Evolução do Número de Instituições de Educação Superior, por
Região e Unidade da Federação - Brasil – 2002/2007........................................ 55
TABELA 20 – Instituições Públicas da Rede Federal – 2004/2007..................... 56
TABELA 21 - Ociosidade das vagas no Ensino Superior Privado em
Rondônia-2006....................................................................................................
56
TABELA 22 - IES, Vagas e Matrículas da Educação Superior de Rondônia e
as Bolsas distribuídas pelo PROUNI 2005 – 2007 - como forma de oferta do
Ensino Superior................................................................................................... 57
TABELA 23 - Quantitativo de Cursos Oferecidos por Categoria Administrativa
em RO, considerando as habilitações de 1996/2006.......................................... 57
TABELA 24 - Quantitativo de IES e Cursos de Rondônia e Região Norte por
Categoria Adcategoria administrativa - 2008..................................................... 58
TABELA 25 - Cursos com diferentes habilitações nas Instituições de Ensino
Superior de Rondônia em 30/03/2008................................................................. 58
TABELA 26 - Cursos Modalidades nas Instituições de Ensino Superior de
Rondônia em 30/03/2008..................................................................................... 59
TABELA 27 - Cursos de Ensino Superior de Rondônia em relação à
ocorrência nas diferentes IES do estado (+ de 1)............................................... 59
TABELA 28 - Número de Instituições de Educação Superior, por Organização
Acadêmica e Localização (Capital e Interior), segundo a Unidade da
Federação e a Categoria Administrativa das IES - 2008..................................... 60
TABELA 29 - Matrículas em Cursos de Graduação Presenciais, em 30/06, por
Organização Acadêmica e Localização (Capital e Interior), segundo a Unidade
da Federação e a Categoria Administrativa das IES - 2008................................ 61
TABELA 30 - IES em operação no Estado de Rondônia e modalidades de
EaD...................................................................................................................... 62
TABELA 31 - Resumo das IES em operação por modalidades de EaD............. 63
TABELA 32 - Vagas por curso dos Centros de Educação Tecnológica, por
grande área, 2007................................................................................................ 64
TABELA 33 - PENITENCIÁRIA ESTADUAL ÊNIO SANTOS PINHEIRO-
PORTO VELHO................................................................................................... 73
TABELA 34 - CASA DE DETENÇÃO DR. JOSÉ MÁRIO ALVES DA SILVA
(URSO BRANCO)-PORTO VELHO..................................................................... 73
TABELA 35 - PENITENCIÁRIA ESTADUAL FEMININA-PORTO
VELHO................................................................................................................. 74
TABELA 36 - UNIDADE PRISIONAL – CENTRO DE CORREIÇÃO-PORTO
VELHO................................................................................................................. 74
TABELA 37 - PENITENCIÁRIA EDVAN MARIANO ROSENDO (PANDA)-
PORTO VELHO...................................................................................................
74
TABELA 38 - CASA DE DETENÇÃO – ARIQUEMES......................................... 74
TABELA 39 - PRESÍDIO PÚBLICO – COLORADO DO OESTE......................... 74
TABELA 40 - PRESÍDIO PÚBLICO – ESPIGÃO DO OESTE............................. 75
TABELA 41 - PRESÍDIO PÚBLICO – GUAJARÁ-MIRIM.................................... 75
TABELA 42 - PRESÍDIO PÚBLICO – JARU........................................................ 75
TABELA 43 - PRESÍDIO PÚBLICO – JI-PARANÁ.............................................. 75
TABELA 44 - PRESÍDIO PÚBLICO – VILHENA.................................................. 75
TABELA 45 - PRESÍDIO PÚBLICO – SÃO MIGUEL........................................... 75
TABELA 46 - PRESÍDIO PÚBLICO – PIMENTA BUENO................................... 75
TABELA 47 - PRESÍDIO PÚBLICO – PRESIDENTE MEDICI............................ 76
TABELA 48 – Programa Nacional de Inclusão de Jovens - 18 a 24 anos.......... 76
TABELA 49 – Programa Saberes da Terra......................................................... 76
TABELA 50 – Taxa de Analfabetismo, por UF – 2007........................................ 78
TABELA 51 – Amazônia Legal............................................................................ 79
TABELA 52 – Educação a Distância/Educação Superior – 2005........................ 83
TABELA 53 – Educação a Distância/Educação Superior.................................... 84
TABELA 54 - Resultados alcançados pela EAD.................................................. 84
TABELA 55 - EAD nos Cursos de Graduação..................................................... 85
TABELA 56 - Resultados 2006............................................................................ 86
TABELA 57 - Participação da EaD no total de alunos de graduação.................. 87
TABELA 58 - Situação educacional dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos
Brasil-2006 - Fonte: IPEA.................................................................................... 91
TABELA 59 - Distribuição da população jovem, segundo a situação de
trabalho e estudo, por faixa etária. Brasil 2006(%).............................................. 92
TABELA 60 – Evolução das matrículas no Brasil (1991-2007)........................... 92
TABELA 61 – Estabelecimentos que ofertam Ensino Médio, por dependência 92
administrativa – 2006...........................................................................................
TABELA 62 - Situação Educacional – Rondônia................................................. 93
TABELA 63 – Resultados Preliminares do censo 2008 – EDUCACENSO........ 94
TABELA 64 – Planilha de Oferta de Cursos Técnicos – 2009 a 2012
(Modalidade Ensino Médio Integrado Regular e Proeja) 21 Cursos de EPT –
14 escolas – 09 municípios.................................................................................. 96
TABELA 65 – Distribuição dos Estudantes por nível ou modalidade de ensino
e situação de domicílio........................................................................................ 118
TABELA 66 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de
formação – Rondônia........................................................................................... 128
TABELA 67 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de
formação – Estadual............................................................................................ 128
TABELA 68 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de
formação – Federal.............................................................................................. 129
TABELA 69 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de
formação – Municipal........................................................................................... 129
TABELA 70 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de
formação – Privada.............................................................................................. 130
TABELA 71 – Valores per capita – fatores de ponderação................................. 140
TABELA 72 – Responsabilidade pela oferta da Educação................................. 141
TABELA 73 - REPASSE DE RECURSOS EM RONDÔNIA-2008....................... 142
TABELA 74 - Valor anual por aluno estimado, no âmbito do distrito federal e
dos estados, e estimativa de receita do fundo de manutenção e
desenvolvimento da educação básica e de valorização dos profissionais da
educação 2009.................................................................................................... 144
AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO
A elaboração do Plano Estadual de Educação é permeada por vários
desafios, haja vista que tal processo requer a participação conjunta dos agentes
públicos e da sociedade civil, no estabelecimento de políticas públicas e prioridades
que serão, posteriormente, traduzidas em objetivos e metas a serem cumpridas, de
forma compartilhada e contínua, em prol da melhoria do ensino.
Neste contexto, o Governo do Estado, comprometido com o direito à
educação de qualidade, objetivando desenvolver políticas que permitam ao poder
público consolidar-se cada vez mais no seu papel indutor do desenvolvimento social
e econômico, instituiu o Comitê Gestor Interinstitucional para Elaboração do Plano
Estadual de Educação de Rondônia PEE-RO, visando garantir amplo processo
democrático na construção do Plano Estadual de Educação, envolvendo a
participação dos Sistemas de Ensino, Representações dos Poderes Executivo e
Legislativo, Ministério Público, Sociedade Civil e Entidades Colegiadas, para o
estabelecimento de compromissos educacionais mútuos.
Sob essa égide, a Secretaria de Estado da Educação se converteu em
catalisadora do processo e coordenou a elaboração do Plano Estadual de
Educação, cujo conteúdo é resultado de estudos, discussões e deliberações
realizadas nas Assembléias Plenárias, nas Reuniões do Comitê, dos Fóruns
Regionais, e do Fórum Estadual.
O Plano Estadual de Educação significa um marco histórico para a educação
de Rondônia, dado os seguintes aspectos:
a) fixa diretrizes, objetivos e metas para um período de dez (10) anos; o que
garante continuidade da política educacional e coerência nas prioridades durante
uma década e;
b) contempla todos os níveis de ensino e modalidades de educação e os
âmbitos da produção de aprendizagens, da gestão e financiamento e da avaliação.
Ao disponibilizar esse documento, produto do esforço concentrado dos
idealizadores, sistemas e entidades envolvidas na elaboração, cujo objetivo é
estabelecer as políticas públicas que nortearão a educação durante dez (10) anos,
no período 2011-2020, dá-se um importante passo na efetivação de um instrumento
de planejamento, balizador de ações que refletem o compromisso que o Governo
assume com a sociedade, visando ampliar a oferta, democratizar o acesso ao
ensino, e promover o verdadeiro pacto pela Educação de Qualidade no Estado de
Rondônia.
IRANY FREIRE BENTO
Secretária de Estado da Educação
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
OO PPRROOCCEESSSSOO DDEE EELLAABBOORRAAÇÇÃÃOO DDOO PPLLAANNOO EESSTTAADDUUAALL DDEE EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO
O processo de elaboração do PEE corresponde ao compromisso com a Lei
nº.10.172/2001, que instituiu o Plano Nacional de Educação e determinou que cada
unidade da Federação estabelecesse o seu próprio instrumento legal. De fato,
dentro do contexto da Lei do PNE, apenas oito (8) unidades da Federação
conseguiram elaborar o Plano Estadual de Educação no prazo estabelecido em Lei,
uma vez que o próprio Governo Federal não assegurou o cumprimento das metas
previstas naquele documento, que definia medidas paralelas, com vistas à
implantação de inúmeras outras ações e nem sempre relacionadas ao PNE. Porém,
com a exigência de que os Estados as observassem quando da elaboração dos
seus Planos, ou que as considerassem para a execução das ações educacionais,
nas unidades Federadas.
Em Rondônia, o período de 2002 a 2005 foi marcado pela elaboração de
diagnósticos, estudos e formulação de arrazoados necessários aos supostos para
elaboração do PEE.
Como resultado deste período, em 2002, após as atividades de consultoria e
realização de seminários regionais, redigiu-se um primeiro documento, no âmbito do
Sistema Estadual de Educação. Em razão das mudanças governamentais e etapas
de transição política que exigiram revisão das metas, em 2005 procedeu-se ao
resgate do documento produzido em 2002 e, para uma segunda versão, foram
desenvolvidas atividades que mobilizaram escolas, gestores e diversos segmentos
representativos da educação no Estado. Estas ações resultaram em um novo
documento. Mas o processo também não fora concluído.
Para a presente versão, consideramos que a elaboração do PEE, com
resgate e apreciação dos dados já existentes nos documentos anteriores, pode ser
sintetizada em três momentos quando de efetiva formulação: adesão, articulação e
realização.
A etapa denominada adesão se efetiva, portanto, a partir de 2007, quando o
Governo Federal dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso
Todos pela Educação-PAR, através do Decreto n°. 6.094, de 24 de abril de 2007,
Artigo 2º,Inciso XXIII, pautada pela realização direta de uma das diretrizes que é a
elaboração dos Planos Estaduais de Educação, reconhecendo a necessidade de
que os Estados tinham em obter apoio adicional à elaboração destes documentos,
haja vista que esta ação fracassara quando entendida como mero esforço técnico-
formal, no âmbito das políticas públicas, para o Estado brasileiro, e envolvendo os
governos estaduais.
Com a assinatura do Termo de Adesão ao Plano de Metas e Existência do
PDE/PAR, em 2007, no ano seguinte, a SEDUC realizou o diagnóstico situacional da
educação do Estado de Rondônia, visando atualizar os dados e subsidiar a
elaboração da proposta preliminar do Plano Estadual. A existência deste diagnóstico
serve de subsídio para a etapa de articulação, que se inicia em 2009, quando da
instituição do Comitê Gestor Interinstitucional, através do Decreto nº. 14.112, de 02
de março de 2009. Este Comitê teve como objetivo assegurar a construção da
proposta. Assumiu como medida básica que o mesmo se configurasse de modo
democrático, participativo, e tivesse o amplo envolvimento de instituições
governamentais e não governamentais que, direta ou indiretamente exercem
influência no desenvolvimento da educação no Estado. Foi este Comitê que
assegurou a articulação das atividades necessárias a ultrapassar a fase de
diagnóstico e configurá-la à análise, texto e debate.
As instituições que compuseram o Comitê Gestor foram as seguintes:
SEDUC, SEFIN, SEPLAN, SEJUS, SESAU, SEDAM, SESDEC, SECEL, SEAD,
ALE/RO, TCE/RO, MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, SINEP, UNIR, OAB/RO,
UNDIME, SINTERO, APAE, PESTALOZZI, UERES, CONEDCA/RO, CAERO,
CACS/FUNDEB e CEE/RO.
O momento denominado realização deu-se a partir da atuação do Comitê
Gestor. Entre 2009 e 2010, após instalação e aprovação do Regimento Interno do
Comitê foram realizadas reuniões ordinárias e extraordinárias, definidoras da
sistemática de trabalho.
As atividades desenvolvidas que produziram a versão preliminar do PEE,
consistiram em estudos, debates internos e deliberações que ocorreram em forma
de Câmaras Temáticas. Após esta etapa, o resultado foi disponibilizado a partir de
Fóruns Regionais, tendo sido realizados trinta e três (33) Fóruns, coordenados pelas
Representações Regionais de Ensino, da SEDUC, que envolveram os cinquenta e
dois (52) municípios do Estado.
Por fim, em junho de 2010 foi concretizado o Fórum Estadual de Educação,
com vista a consolidar o texto final a ser apreciado pelo Poder Legislativo, e
convertido em Lei Estadual. Todo este processo foi transparente e seus registros
podem ser acessados a partir do blog: www.peeRondônia.blogspot.com
Durante o trabalho do Comitê, importantes eventos para a política nacional
de educação ocorreram. Destacam-se inúmeras Conferências Temáticas, dentre
elas a Conferência Nacional para Educação Básica, em 2007; e a Conferência
Nacional de Educação Básica e Superior, em 2009. Nesta última, os membros do
Comitê participaram efetivamente, articulando as demandas e ações de modo que o
aparente atraso na formulação do PEE Rondônia se converteu, na verdade, em um
documento atual, afinado, com as discussões presentes e contemplando as
diretrizes para educação nacional, mediante os resultados da CONAE. Isto se reflete
especialmente quando da leitura do texto e sua estrutura, com base no documento
nacional daquela Conferência.
DO DOCUMENTO E PRESSUPOSTOS DO PEE
O PEE ora elaborado, foi estruturado a partir de doze (12) Câmaras
Temáticas que significaram os pontos chaves das atividades do Comitê, sob as
quais versou o documento preliminar e onde os Fóruns Regionais puderam
apresentar emendas aditivas, supressivas ou substitutivas para a versão final,
produzida pelo Fórum Estadual. As Câmaras Temáticas foram:
I - Educação Infantil;
II - Ensino Fundamental;
III - Ensino Médio;
IV - Educação Superior;
V - Educação de Jovens e Adultos;
VI - Educação a Distância e Tecnologias Educacionais;
VII - Educação Tecnológica e Formação Profissional;
VIII - Educação Especial;
IX - Educação Indígena;
X - Educação do Campo;
XI - Formação e Valorização dos Profissionais da Educação e;
XII - Financiamento da Educação.
O PEE exige uma construção participativa e permanente por refletir-se no
conjunto da sociedade. Seus resultados permitem uma revisão e realimentação das
ações que se inserem em um ciclo direcionado, para atuação sobre uma realidade.
Os pressupostos norteadores para elaboração do PEE estiveram pautados em:
1- Exigência Legal e, portanto, um dever do Estado, expresso no artigo 2º,
da Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001 (PNE);
2- Consideração à realidade educacional do Estado para, em consonância
com o PNE, estabelecer diretrizes, objetivos e metas para o decênio;
3- Caráter sistêmico, uma vez que implica no envolvimento e repercussão de
sua normativa para as redes municipais e privadas;
4- Redefinidor do regime de colaboração entre o Estado e os municípios, em
articulação com a sociedade civil;
5- Caráter participativo e democrático, mediante deliberações coletivas na
definição de diretrizes, objetivos e metas, assegurado a legitimidade e
eficácia das ações a serem implementadas;
6- Espaço onde se estabelecem debates em torno de uma política pública
de Estado, em torno de melhorias educacionais orientadas a uma
sociedade mais justa, solidária e igualitária; com respeito à diversidade e
características sócio-amazônicas;
7- Avaliação contínua, permanente e atualizada, a partir de um processo de
acompanhamento sistemático que busque assegurar seu efetivo
compromisso social e político para a gestão pública.
O processo de consolidação do PEE foi ação do Comitê Gestor. Apreciado
em reuniões deliberativas, após as intervenções da Plenária Final do Fórum
Estadual de Educação, cuja votação dos trezentos (300) Representantes dos Fóruns
Regionais e o conjunto das propostas daí decorrentes, constitui o presente
documento, com as diretrizes, objetivos e metas ora apresentados.
1 – EDUC INFANTIL
11 –– EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO IINNFFAANNTTIILL
1.1 – DIAGNÓSTICO
Com o advento da Constituição Federal de 1988, a oferta da Educação
Infantil deve ser uma prioridade dos Municípios, ao lado, e em grau de igualdade
para com a oferta do Ensino Fundamental, enquanto a Lei nº 9.394, de 1996 insere
a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, portanto, parte
integrante da nova organização escolar brasileira.
Esse dispositivo legal busca garantir à população de zero a cinco anos de
idade, em todo o território brasileiro, a possibilidade de servir-se do cuidado e da
educação oferecidos em instituições específicas e ou equivalentes, segundo a
LDBEN, por profissionais específicos habilitados.
Ainda com base na legislação específica a despeito do atendimento a essa
clientela, citamos a Lei nº 11.114/2005, do dia 16 de maio de 2005, que torna
obrigatória a matrícula das crianças de 6 (seis) anos de idade no Ensino
Fundamental, que alterou os Art. 6º, 32 e 87 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996). Conclui-se que a Educação Infantil é a base
que norteia o Ensino Fundamental.
Com a antecipação da idade de escolaridade obrigatória, essa medida incide
diretamente na qualidade da Educação Infantil garantindo direitos e deveres,
exigindo providências das famílias, das escolas, das mantenedoras públicas e
privadas e dos órgãos normativos e de supervisão dos sistemas de ensino.
A LDBEN 9394/96 preconiza aos municípios a prioridade em organizar e
oferecer a Educação Infantil em creches, para as crianças de zero a três anos, e no
Pré-Escolar, para àqueles de quatro até cinco anos. Não obstante, o Sistema
Estadual gradualmente visa organizar e manter o oferecimento dessa modalidade de
ensino. Neste contexto, observa-se que a creche é a única etapa da Educação
Básica que registra aumento de matrículas em 2007 quando comparada com 2006,
na ordem de 10,6%, passando de 1,4 milhões para mais de 1,5 milhões de
matrículas.
Pode-se aferir este crescimento à política de implantação do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB) que, em 2006, ampliou a abrangência do
financiamento para outras etapas de ensino da Educação Básica, incorporando as
creches municipais e, em 2007, estendeu o financiamento para as creches
comunitárias.
Os dados do Censo 2008 mostram estabilidade na matrícula. A tabela
mostra que em relação ao ano de 2007, a matrícula total da Educação Básica em
2008 aumentou em 203.940 alunos (cerca de 0,4% a mais).
TABELA 1 - COMPARAÇÃO DE MATRÍCULAS
BRASIL
Comparação de Matrículas da Educação Básica por Etapa e Modalidade -
Brasil, 2007 e 2008
Etapas/Modalidades
de Educação Básica
Matrículas / Ano
2007 2008
Diferença
2007-
2008
Variação 2007-2008
Educação Infantil 6.509.868 6.719.261 209.393 3,2
Creche 1.579.581 1.751.736 172.155 10,9
Pré-Escola 4.930.287 4.967.525 37.238 0,8
Fonte: MEC/Inep/Deed, 2009.
Há uma ampliação de 11% da oferta de vagas nas creches (mais de 172.155
matrículas) no Brasil; estabilidade na oferta de Ensino Fundamental e de Ensino
Médio; e um crescimento de quase 15% na oferta de Educação Profissional, com a
criação de 101.849 novas vagas.
Nos 199.761 estabelecimentos de ensino estão matriculados 53.232.868
alunos, sendo que 46.131.825 estão em escolas públicas (86,7%) e 7.101.043
estudam em escolas da rede privada (13,3%). As redes municipais contam com a
maior parte dos alunos, respondendo por 24.500.852 matrículas (46%). Fonte:
MEC/Inep/Deed.
Não obstante, o Estado de Rondônia apresentou um aumento de 14,7% nas
matrículas das creches. O quadro a seguir reflete essa realidade em relação ao
número de vagas:
TABELA 2 - Resultados do Censo Escolar 2008 – Educacenso – RONDÔNIA
Município
Ed. Infantil
Educação Especial(Alunos de
Escolas Especiais, Classes
Especiais e Incluídos)
Creche Pré-
Escola Creche Pré-Escola
TOTAL
Estadual 601 994 2 21
Federal 0 0 0 0
Municipal 6.214 26.720 34 110
Privada 2.311 5.797 204 404
Total 9.126 33.511 240 535
ALTA FLORESTA
D'OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 53 412 0 1
Privada 0 18 0 0
Total 53 430 0 1
ALTO ALEGRE DOS
PARECIS
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 103 0 0
Privada 0 0 6 0
Total 0 103 6 0
ALTO PARAÍSO
Estadual 0 0 0 0
Municipal 52 93 0 0
Total 52 93 0 0
ALVORADA
D'OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 68 275 0 0
Privada 0 17 2 4
Total 68 292 2 4
ARIQUEMES
Estadual 0 0 0 0
Federal 0 0 0 0
Municipal 311 1.242 1 5
Privada 411 713 55 26
Total 722 1.955 56 31
BURITIS
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 482 0 0
Privada 34 38 17 48
Total 34 520 17 48
CABIXI
Estadual 0 0 0 0
Municipal 70 136 0 0
Total 70 136 0 0
CACAULÂNDIA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 118 0 0
Total 0 118 0 0
CACOAL
Estadual 0 0 0 0
Municipal 365 1.257 0 2
Privada 142 428 14 14
Total 507 1.685 14 16
CAMPO NOVO DE
RONDÔNIA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 57 148 0 0
Total 57 148 0 0
CANDEIAS DO
JAMARI
Estadual 0 0 0 0
Municipal 113 405 0 1
Total 113 405 0 1
CASTANHEIRAS
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 98 0 0
Total 0 98 0 0
CEREJEIRAS
Estadual 0 0 0 0
Municipal 128 348 0 1
Privada 10 14 7 62
Total 138 362 7 63
CHUPINGUAIA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 131 138 1 0
Total 131 138 1 0
COLORADO DO
OESTE
Estadual 0 0 0 0
Federal 0 0 0 0
Municipal 133 262 0 0
Privada 0 22 5 7
Total 133 284 5 7
CORUMBIARA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 171 0 1
Total 0 171 0 1
COSTA MARQUES
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 275 0 1
Privada 116 201 11 4
Total 116 476 11 5
CUJUBIM
Estadual 0 0 0 0
Municipal 74 314 0 0
Total 74 314 0 0
ESPIGÃO D'OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 103 294 0 6
Privada 39 98 5 3
Total 142 392 5 9
GOVERNADOR
JORGE TEIXEIRA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 44 114 0 0
Total 44 114 0 0
GUAJARÁ-MIRIM
Estadual 0 92 0 0
Municipal 181 1.342 0 3
Privada 71 200 3 0
Total 252 1.634 3 3
ITAPUÃ DO OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 47 314 0 0
Total 47 314 0 0
JARU
Estadual 0 0 0 0
Municipal 496 1.129 2 5
Privada 32 221 32 20
Total 528 1.350 34 25
JI-PARANÁ
Estadual 0 0 0 0
Municipal 196 1.465 5 14
Privada 314 773 0 104
Total 510 2.238 5 118
MACHADINHO
D'OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 455 0 2
Privada 0 17 11 14
Total 0 472 11 16
MINISTRO
ANDREAZZA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 142 0 0
Total 0 142 0 0
MIRANTE DA SERRA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 134 191 1 1
Privada 0 0 0 0
Total 134 191 1 1
MONTE NEGRO
Estadual 0 0 0 0
Municipal 63 114 0 0
Privada 5 19 0 0
Total 68 133 0 0
NOVA BRASILÂNDIA
D'OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 123 340 0 0
Privada 0 0 0 0
Total 123 340 0 0
NOVA MAMORÉ
Estadual 0 0 0 0
Municipal 104 454 0 0
Privada 0 50 0 0
Total 104 504 0 0
NOVA UNIÃO
Estadual 0 0 0 0
Municipal 31 194 0 2
Total 31 194 0 2
NOVO HORIZONTE
DO OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 73 177 0 0
Privada 0 0 0 0
Total 73 177 0 0
OURO PRETO DO
OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 309 1.060 0 4
Privada 0 93 12 6
Total 309 1.153 12 10
PARECIS
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 71 0 0
Privada 0 0 0 1
Total 0 71 0 1
PIMENTA BUENO
Estadual 0 0 0 0
Municipal 312 716 1 2
Privada 37 64 10 3
Total 349 780 11 5
PIMENTEIRAS DO
OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 67 0 0
Total 0 67 0 0
PORTO VELHO
Estadual 601 902 2 21
Municipal 1.185 6.825 6 20
Privada 697 2.214 1 47
Total 2.483 9.941 9 88
PRESIDENTE
MÉDICI
Estadual 0 0 0 0
Municipal 117 459 0 2
Privada 0 28 3 11
Total 117 487 3 13
PRIMAVERA DE
RONDÔNIA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 50 85 0 0
Total 50 85 0 0
RIO CRESPO
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 139 0 0
Total 0 139 0 0
ROLIM DE MOURA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 244 1.156 0 5
Privada 66 140 9 4
Total 310 1.296 9 9
SANTA LUZIA
D'OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 38 123 0 1
Privada 0 0 1 1
Total 38 123 1 2
SÃO FELIPE D’
OESTE
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 123 0 0
Total 0 123 0 0
SÃO FRANCISCO Estadual 0 0 0 0
DO GUAPORÉ Municipal 0 168 0 0
Privada 0 0 0 0
Total 0 168 0 0
SÃO MIGUEL DO
GUAPORÉ
Estadual 0 0 0 0
Municipal 46 420 0 2
Privada 16 38 0 15
Total 62 458 0 17
SERINGUEIRAS
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 86 0 1
Total 0 86 0 1
TEIXEIRÓPOLIS
Estadual 0 0 0 0
Municipal 56 89 0 0
Total 56 89 0 0
THEOBROMA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 67 0 0
Total 0 67 0 0
URUPÁ
Estadual 0 0 0 0
Municipal 133 175 0 0
Privada 0 0 0 0
Total 133 175 0 0
VALE DO ANARI
Estadual 0 0 0 0
Municipal 0 112 0 0
Privada 0 0 0 0
Total 0 112 0 0
VALE DO PARAÍSO
Estadual 0 0 0 0
Municipal 52 146 0 2
Privada 0 0 0 0
Total 52 146 0 2
VILHENA
Estadual 0 0 0 0
Municipal 522 1.631 17 26
Privada 321 391 0 10
Total 843 2.022 17 36
Fonte: MEC/Inep/Deed, 2009.
1.2 – DIRETRIZES
Em consonância com os aspectos legais estabelecidos na Lei 9.394/96 e na
Res. CNE/CEB nº1, de 07 de abril de 1999, que estabelece as diretrizes para a
Educação Infantil, na Res. CNE/CEB nº3, de 03 de agosto de 2005, e as
especificidades da faixa etária de zero a cinco anos, as ações de Educação Infantil
guiam-se por princípios e orientações pedagógicas que alicerçam as teorias e
práticas desenvolvidas nesta educação.
A Educação Infantil - primeira etapa da Educação Básica - destina-se a
criança de zero a cinco anos de idade, conforme Res. CNE/CEB, nº 5 de 17 de
dezembro de 2009, artigo 5º, parágrafo 1º e 2º:
§ 1º É dever de o Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de
qualidade, sem requisito de seleção;
§ 2º É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou
5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula.
A Educação Infantil orienta-se pelos princípios da educação em geral:
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à
tolerância; coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do
ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional da
educação escolar; gestão democrática do ensino público, na forma da lei e da
legislação dos sistemas de ensino; garantia de padrão de qualidade; valorização da
experiência extraescolar; vinculação entre educação escolar e as práticas sociais
(LDBEN, art.3º).
A Educação Infantil visa promover o bem-estar da criança, seu
desenvolvimento físico, motor, emocional, intelectual, moral e social, a ampliação de
suas experiências, bem como, estimular seu interesse pelo processo do
conhecimento do ser humano, da natureza e da sociedade, bem como educar e
cuidar (LDBEN, art. 29).
Na distribuição de competências referentes à Educação Infantil, tanto a
Constituição Federal quanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-
LDBEN 9394/96, são explícitas na corresponsabilidade das dos entes federados e
da família. A articulação com a família visa à mútua aplicação de valores e
expectativas do processo educacional de tal maneira que a educação familiar e a
escolar se complementem e se enriqueçam, produzindo aprendizagens coerentes e
profundas. Quanto às esferas administrativas, a União e os Estados atuarão
subsidiariamente, porém, necessariamente, em apoio técnico e financeiro aos
Municípios, consoante com o artigo 30, inciso VII, da Constituição Federal.
Apesar dos avanços garantidos pela nova legislação brasileira, a Educação
Infantil ainda enfrenta inúmeros obstáculos, sejam políticos, administrativos,
pedagógicos ou socioeconômicos. Um deles diz respeito, precisamente, aos
recursos. Com a implantação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do
Ensino Fundamental (FUNDEF), em 1998, recursos que anteriormente vinham
sendo aplicados na Educação Infantil passaram a ser transferidos por estados e
municípios ao Ensino Fundamental, já que a lei obriga a subvinculação de 5% no
exercício de 2010, e nulos no exercício de 2011 dos impostos estaduais e
municipais a esse nível específico de ensino.
Para tentar corrigir as distorções que afetam o financiamento da Educação
Infantil, tramitam no Congresso Nacional, projetos que preveem a criação de fundos
destinados à Educação Básica, o que contemplaria desde Creches e Pré-Escolas,
Ensino Fundamental até o Ensino Médio.
O Poder Público assegura uma política básica educacional, universalista,
garantida na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
na LDBEN e em legislações decorrentes e regulamentadas pelo regime de
colaboração efetiva entre União, Estado e Municípios, com unificação de diretrizes
político-pedagógicas, integração de programas e complementação de financiamento.
Para tanto, faz-se necessário o estabelecimento por parte dos entes
federados, de uma política clara e objetiva que assegure as seguintes diretrizes:
1. Progressiva universalização da oferta da Educação Infantil, sobretudo nas
instituições públicas, com a devida finalidade social e pedagógica;
2. Educação Infantil de qualidade objetivando a socialização da criança, de
modo a criar condições para a manifestação de valores, vivências e
representações infantis;
3. Garantir políticas para a educação de crianças de zero a cinco anos de
forma participativa tendo a sociedade civil como parceira, colaboradora e
fiscalizadora;
4. Acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de
conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o
direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, a
dignidade, à brincadeira, à convivência e a interação com outras crianças.
Neste sentido, compreende-se a Educação Infantil como etapa sistemática
do processo de desenvolvimento da criança, ampliando o seu universo cultural,
tornando-a capaz de agir com interdependência e fazer escolhas nas situações
diversas.
Estas diretrizes nortearão referências de qualidade para a Educação Infantil
a serem utilizadas pelo sistema educacional no Estado de Rondônia, no atendimento
às Unidades de Educação Infantil, respeitando as diversidades e desigualdades
próprias do Estado e das diversidades culturais, proporcionando a construção
coletiva de políticas públicas para a Educação.
1.3- OBJETIVOS E METAS
1. Promover a partir da vigência do Pano, programas e projetos para o
desenvolvimento integral da criança em seus aspectos afetivo, físico,
psíquico, cognitivo, moral e social incentivando a criatividade, a
autonomia, as relações de respeito e de solidariedade a partir dos valores
humanos complementando, assim, a ação da família;
2. Ampliar a partir da vigência do Plano, a oferta de vagas pelo Poder
Público e Privado para as crianças de 0 a 5 anos;
3. Garantir a partir da vigência do Plano, o atendimento escolar a crianças
de 0 a 5 anos, que contemple as funções indispensáveis e indissociáveis
de cuidar e educar, em complementação à ação da família e da
comunidade;
4. Estabelecer a partir da vigência do Plano, políticas de atendimento às
necessidades da Educação Infantil, embasadas em diagnósticos da
realidade de cada localidade;
5. Estabelecer a partir da vigência do Plano, políticas educacionais para
assegurar que os órgãos responsáveis pela Educação Infantil definam
com clareza as normas complementares, para regularização,
acompanhamento e supervisão dos estabelecimentos destinados a essa
etapa de ensino, incluindo a rede particular;
6. Assegurar até 2013, que o Poder Público defina e implemente políticas
para a Educação Infantil com base nas diretrizes nacionais e de acordo
com as exigências dos respectivos sistemas de ensino;
7. Efetivar a partir da vigência do Plano, parcerias que assegurem
mecanismos de colaboração entre educação, saúde e assistência social,
no sentido de atender as necessidades mínimas para o bem-estar das
crianças que necessitam de cuidados especializados: neurologistas,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos psiquiatras, psicólogos, pediatras,
dentistas oftalmologistas e outros;
8. Assegurar a partir de 2011, em todos os Municípios que, além de outros
recursos municipais destinados à manutenção e desenvolvimento do
ensino não vinculados ao FUNDEB, sejam aplicados, de acordo com a
necessidade do município prioritariamente, na Educação Infantil, com a
colaboração do Estado e da União;
9. Garantir em até 5 anos da vigência do Plano, construção, adequação e
ampliação das instituições de ensino para crianças de 0 a 5 anos, em
regime de colaboração;
10. Garantir até 2013, a adequação das escolas de Educação Infantil,
estrutura física adaptada às necessidades dos alunos com necessidades
educacionais especiais;
11. Garantir a partir da vigência do Plano, o acesso e permanência em
creches para 100% das crianças na faixa etária de 0 a 3 anos;
12. Ampliar a oferta de vagas durante a vigência do Plano, universalizando o
acesso à escola pública no pré - escolar;
13. Desenvolver em 3 anos a partir da vigência do Plano, estudos e
pesquisas para implantação e ampliação de projetos e escolas de
Educação Infantil em tempo integral, em parcerias com instituições de
ensino superior;
14. Garantir em 2(dois) anos a partir da vigência do Plano, padrões de
atendimento da Educação Infantil, abrangendo os aspectos relacionados
à estrutura física, ao mobiliário e equipamento; aos recursos didáticos; ao
número mínimo de alunos por turma; à gestão escolar e gerência de
pessoas indispensáveis à oferta de uma educação de qualidade;
15. Estabelecer e assegurar, em dois anos, a partir da vigência do Plano,
currículo para a Educação Infantil que contemple habilidades e
competências bem como as metas a serem alcançadas pelos
professores, contempladas no Projeto Pedagógico da escola;
16. Regularizar em até 2 (dois) anos a partir da vigência do Plano,
autorização de funcionamento e/ou reconhecimento de todas as
instituições públicas filantrópicas, confessionais e privadas que atendam a
Educação Infantil;
17. Criar e desenvolver, a partir de 2011, mecanismos de acompanhamento
permanente do processo de elaboração e execução dos Projetos Políticos
Pedagógicos das instituições de Educação Infantil públicas, filantrópicas,
confessionais e privadas;
18. Criar a partir da vigência do Plano, mecanismos de pesquisa que
demonstrem em percentual, anualmente, a elevação da oferta de vagas
para Educação Infantil;
19. Garantir a partir da vigência do Plano, um auxiliar para cada professor nas
turmas de 0 a 3 anos;
20. Assegurar a partir da vigência do Plano, o cargo de diretor nas instituições
de Educação Infantil pública e que seja através da gestão democrática;
21. Divulgar, anualmente, durante a vigência do Plano, os recursos e projetos
destinados à Educação Infantil;
22. Assegurar durante a vigência do Plano, com o auxilio do cuidador, o
quantitativo máximo de 8 alunos por turma na faixa etária de 0 a 2 anos;
de até 15 alunos por turma de 3 anos; e no máximo 20 alunos por turma
para a faixa etária de 4 a 5 anos;
23. Garantir a partir da vigência do Plano, recursos destinados à alimentação
das crianças da Educação Infantil.
2 – EDUC
FUNDAMEN
22.. EENNSSIINNOO FFUUNNDDAAMMEENNTTAALL
2.1 DIAGNÓSTICO
A Constituição Brasileira no artigo 208, assegura a obrigatoriedade e
gratuidade do Ensino Fundamental, direito pautado também no artigo 32 da LDB nº
9394/96, que preconiza a duração de nove anos tendo por objetivo essencial a
formação básica do cidadão.
O Plano Nacional de Educação (Lei n° 10.172 de 9 de janeiro de 2001) traça
como uma de suas metas “A incorporação do último ano da Educação Infantil do
Ensino Fundamental, o que permitirá, na década, ampliação do ensino obrigatório
para nove anos”.
Em cumprimento às legislações supracitadas, o Governo do Estado de
Rondônia vem procurando desenvolver uma educação de qualidade exigida na
referida Lei, em seu artigo 32, inciso III, que preceitua sobre o desenvolvimento da
capacidade de aprendizagem tendo em vista a aquisição de conhecimentos e
habilidades, além da formação de atitudes e valores.
A partir de 2007 o Estado implementou, de forma gradativa, o Ensino
Fundamental com duração de nove anos visando atender o que prescreve as bases
legais.
Ao efetivar a implementação do Ensino Fundamental de nove anos, a escola
deve garantir tempos e espaços que propiciem uma aprendizagem prazerosa e
significativa.
O Estado de Rondônia conta com 1.425 escolas que atendem ao Ensino
Fundamental, distribuídas entre as redes estadual, municipal e particular, como pode
ser observado na tabela abaixo:
TABELA 3 - ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR
DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA LOCALIZAÇÃO QUANTIDADE DE ESCOLAS
ESTADUAL
URBANA 271
RURAL 91
TOTAL 362
MUNICIPAL URBANA 171
RURAL 786
TOTAL 957
PARTICULAR URBANA 101
RURAL 5
TOTAL 106
TOTAL GERAL 1425
Fonte: Estatística/Gaca/Seduc/2008,2009.
No ano de 2008, Rondônia apresentou um contingente de 301.626 alunos
(as) atendidos no Ensino Fundamental, conforme quadro a seguir:
TABELA 4 – Alunos atendidos no Ensino Fundamental – 2008
NÍVEIS DE ENSINO
TOTAL GERAL
NÍVEL DE ENSINO/ANO
TOTAL REDE
ESTADUAL MUNICIPAL PARTICULAR
Ensino Fundamental
301626
Anos Iniciais 163191 57766 95496 9929
Anos Finais 138435 88006 42655 7774
TOTAL GERAL
301626 - 301626 145772 138151 17703
Fonte: Estatística/Gaca/Seduc/2008,2009.
Devido ao grande número de migrantes dos demais estados do Brasil e, em
decorrência da construção do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira por meio das
usinas de Santo Antônio e Jirau, está havendo um aumento na demanda de alunos
(filhos de funcionários das empresas empreiteiras) que necessitarão de escolas para
iniciarem ou prosseguirem seus estudos. Além desse contexto, há ainda a própria
expansão demográfica no estado que, anualmente, requer a ampliação do
atendimento educacional. Nesse sentido, o Estado terá que investir na melhoria da
infraestrura física das escolas, contemplando desde a construção e adequação do
espaço escolar, à continuidade das ações pedagógicas para o Ensino Fundamental
de 09 anos.
No desenvolvimento dos anos iniciais do Ensino Fundamental nas escolas
de Rondônia, constatam-se as seguintes projeções:
TABELA 5 – ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS
Fonte: INEP/MEC/2007,2009.
De acordo com os resultados apresentados pelo Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica - IDEB divulgados pelo Governo Federal em 2007, apesar de
ter apresentado melhorias significativas, o Ensino Fundamental tem ainda muito que
melhorar. A média projetada para 2007 foi de 3,6 nos anos iniciais e Rondônia
atingiu 4,0. Em 2007, 85,44% das escolas da rede estadual atingiram ou superaram
as metas projetadas pelo IDEB para os anos iniciais do Ensino fundamental.
No desenvolvimento dos anos finais do Ensino Fundamental nas escolas de
Rondônia, constatam-se as seguintes projeções:
TABELA 6 – ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS FINAIS
Fonte: INEP/MEC
Fonte: INEP/MEC/2007,2009.
3,5 3,7 4 4,5 4,7 5 5,3 5,6 5,9
3,6 3,6 4 4,4 4,7 5 5,3 5,5 5,8
0
2
4
6
8
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Projeções do IDEB para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Rondônia Total Rondônia Estadual- Brasil
A média projetada foi 3,2 e Rondônia atingiu 3,3. Em 2007, 51,94% das
escolas da rede estadual atingiram ou superaram as metas projetadas.
No Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB de 2003, 2005 e
2007, a partir da análise comparativa dos resultados com ênfase no desempenho
dos alunos de 4ª série do Ensino Fundamental, na Disciplina de Língua Portuguesa,
verificou-se que no ano de 2003 Rondônia ocupou o 3º lugar na Região Norte, com
média 156,9, insuficiente em relação ao percentual desejado na escala do SAEB,
por enquadrar-se no nível 2, apresentando, assim, um estágio “CRÍTICO”. Muito
embora tenha havido significativo acréscimo nesse percentual, que se elevou para
171,07 em 2007 em 5,77 pontos, ainda assim, os alunos da 4ª série na disciplina de
Língua Portuguesa continuam defasados com relação ao domínio da leitura e do
entendimento contextual.
Em 2005, Rondônia apresentou um acréscimo de 6,3. Atingiu a média de
172,1 ocupando, então, o terceiro lugar da Região Norte. Porém, manteve-se no
nível 2 (crítico). E em 2007, embora tenha elevado 15%, não saiu do nível 2. Em
2007, subiu para o 2º lugar com 187,23, com uma elevação de 15 pontos
percentuais na escala.
Em outra análise comparativa dos resultados do SAEB 2003, 2005 e 2007,
observa-se que em Rondônia, na 8ª série do Ensino Fundamental, na disciplina de
Língua Portuguesa, o Estado ocupou o quarto lugar da Região Norte (em 2003)
pontuando uma média de 218,5. Porém, relacionando com os resultados de 2005,
observa-se que o Estado ocupou o 2º lugar, com 227,7 pontos, apresentando um
acréscimo de 9,2 pontos no desempenho, subindo para 228,41, permanecendo no
2º lugar.
Apesar do avanço entre 2003, 2005 e 2007, o Estado continua mantendo-se
no nível 4 (Intermediário) em relação à escala do SAEB. Os alunos que se
encontram nesse estágio desenvolveram algumas habilidades de leitura mais
compatíveis com a escolarização no Ensino Médio, com déficit menor.
Na disciplina de Matemática, observa-se que houve um avanço em relação à
Língua Portuguesa. No ano de 2003, Rondônia ocupou o 2º lugar da Região Norte
alcançando 229,4 pontos. Enquanto que em 2005, o Estado obteve 232,5, ficando
em 1º lugar, e o mesmo se repete em 2007, porém com um ajuste de 241,78 pontos
na escala, permanecendo em 1º lugar em relação aos demais Estados da Região
Norte.
Os dados do IDEB e SAEB comprovam a necessidade de políticas públicas
que desenvolvam uma gama de ações sob diversas interfaces complementares
entre si, e que tenham por objetivo a excelência da educação ofertada à clientela da
rede pública estadual.
No desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem constatam-se
fatores preocupantes como repetência e evasão escolar. Rondônia apresenta um
contingente elevado de alunos do 1º ao 5º ano que estão com distorção idade/ano
escolar precisando urgente de uma intervenção pedagógica qualificada, que
contribua significativamente na redução dos altos índices de repetência e de evasão
escolar, com vistas a superar as dificuldades de ensino e aprendizagem conforme
tabelas a seguir:
TABELA 7 - ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR EM 8 E 9 ANOS - Número e Percentagem de EVASÃO IMEDIATA por Séries, em 2007
Região Administrativa
Rede de Ensino
Número e Percentagem de Evasão Imediata por Séries
Ano Inicial
1ª Série 2ª Série 3ª Série 4ª Série 5ª Série 6ª Série 7ª Série 8ª Série
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
R o n d ô n i a
ESTADUAL 130 3.11 449 4.22 293 2.17 247 1.83 272 1.84 1609 6.39 1381 6.37 1196 6.69 1285 7.88
MUNICIPAL 404 3.66 1056 4.91 594 2.76 517 2.74 457 2.67 1252 9.06 870 7.63 710 8.27 470 7.12
PRIVADA 3 0.48 27 0.97 2 0.08 3 0.14 2 0.09 5 0.24 3 0.17 5 0.30 7 0.43
Fonte: SEDUC/GACA/2007,2009.
Fonte: SEDUC/GACA/2007,2009.
TABELA 8 - ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR EM 8 E 9 ANOS - Número e Percentagem de REPROVADOS por Séries, em 2007
Região Administrativa
Rede de Ensino
Número e Percentagem de Reprovados por Séries
Ano Inicial 1ª Série 2ª Série 3ª Série 4ª Série 5ª Série 6ª Série 7ª Série 8ª Série
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
R o n d ô n i a
ESTADUAL 248 5.93 1634 15.36 2120 15.74 1644 12.20 1412 9.53 6113 24.26 4899 22.59 3098 17.32 2259 13.86
MUNICIPAL 69 0.63 4493 20.89 3074 14.29 2026 10.75 1385 8.09 2560 18.53 1649 14.47 852 9.93 408 6.18
PRIVADA 5 0.80 92 3.31 33 1.40 31 1.43 46 2.15 101 4.77 113 6.30 90 5.36 82 5.08
Também é necessário desenvolver Políticas Públicas para a promoção da
equidade entre os gêneros, prevenção contra as drogas e, principalmente, redução à
incidência das DST/AIDS, da gravidez na adolescência e como consequência,
redução do índice de evasão escolar através de orientações sobre planejamento
familiar, saúde sexual e reprodutiva. Tais políticas devem estar refletidas dentro do
currículo e contempladas como prática educativa do cotidiano da escola.
Além dos fatores elencados, existe a carência de profissionais para estarem
atuando nas escolas. Professores do 2º segmento do Ensino Fundamental, nas
áreas consideradas críticas como Ciências Exatas, Biológicas, Artes e Educação
Religiosa; como psicólogos e orientadores educacionais na rede estadual de ensino,
são em números aquém da necessidade verificada. Em decorrência desse fato, o
Estado tem encontrado dificuldade em compor seu quadro com professores
habilitados nessas áreas, além de outras que são apresentadas de acordo com a
dificuldade de cada município, ficando sujeito a realizar contratação de profissionais
por tempo determinado.
Há uma urgente necessidade de se formar e contratar profissionais da
educação para produzir novos discursos sobre as relações entre homens e mulheres
e reduzir as desigualdades socialmente construídas entre ambos. É necessário,
ainda, implementar a formação continuada dos profissionais da educação para
atender, além das áreas críticas, todas as áreas de conhecimento que permeiam o
desenvolvimento do Currículo do Ensino Fundamental. Também é imprescindível, a
reformulação do referencial curricular desse nível de ensino, visando um currículo
que atenda aos novos rumos da educação, ou seja, abranja a formação para o
exercício da cidadania; que venha contribuir com os anseios de nossa clientela no
sentido de utilizar os conhecimentos adquiridos na escola e na sociedade de forma a
agir, interagir e integrar-se ao meio no qual vive.
O desafio desses professores na formação de indivíduos participantes de
uma sociedade econômica e culturalmente globalizada vem se traduzindo na
concepção de novos paradigmas para a educação, ressignificando a função social
da escola e o processo ensino e aprendizagem.
A construção de uma Educação Básica voltada para a cidadania como
prática pedagógica efetiva, implica a necessidade, não só de garantia da oferta de
vagas, mas da oferta de ensino de qualidade, sob responsabilidade de educadores
(as) com conhecimentos em diferentes áreas e atentos às dinâmicas sociais.
É necessária a parceria entre Estado e Municípios para avalizar, nas
escolas, programas e projetos em educação que aprovem a construção de escolas
com padrões de infraestrutura, aquisição de material, transporte escolar e,
principalmente, a contratação de professores habilitados garantindo a valorização
desses profissionais por se tratar de áreas de difícil acesso.
Quanto ao desenvolvimento de ações inerentes ao esporte e à cultura na
Educação Básica, existe o JOER (Jogos Escolares). Um evento desportivo escolar,
de caráter anual, que tem muita importância no cenário educacional do Estado de
Rondônia, pois se constitui como uma das estratégias pedagógicas para auxiliar no
desenvolvimento global dos alunos.
O JOER é realizado desde o ano de 1999, com amparo legal na Constituição
Estadual e incluído no calendário escolar. O mesmo envolve a participação de
aproximadamente 350 escolas das redes municipal, estadual e particular, que
atendem ao Ensino Fundamental e Ensino Médio, reunindo cerca de 150.000
alunos/atletas durante suas fases, sendo disputado em 14 modalidades desportivas.
Rondônia conta também com a realização dos Jogos Escolares Especiais
(JEE). Desde o ano de 2001 é um acontecimento esportivo que envolve
aproximadamente 700 alunos especiais e 300 professores e acompanhante-
familiares das escolas e entidades filantrópicas que atendem a Educação Especial
no Estado.
Um dos pontos primordiais para garantir a melhoria na qualidade quando da
realização desses jogos, em todas as suas fases, é a necessidade da construção de
ginásios poliesportivos cobertos; construção de rampas e a instalação de banheiros
adaptados na maioria das escolas das redes públicas, bem como outras
adequações necessárias.
No que se refere à Cultura, são desenvolvidos no âmbito escolar, projetos de
teatro, dança e música. Porém, necessita-se ainda, a realização de capacitações de
profissionais para ampliar e fomentar a prática dessa cultura nas escolas.
Tem-se constatado que o desenvolvimento e a prática do esporte, da cultura
e do lazer não devem estar dissociados do currículo escolar, nem se tornarem
apenas práticas pontuais. Deve fazer parte do cotidiano escolar como prática
pedagógica. Nessa perspectiva, a implantação gradativa e prioritária no contra -
turno nas escolas, muito contribuirá na ampliação de tempos e espaços de
aprendizagens diferenciadas e significativas e, ainda, na elevação dos níveis
projetados pelo IDEB.
2.2 – DIRETRIZES
As diretrizes norteadoras do Ensino Fundamental estão contidas na
Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº
9394/96, e nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental.
As diretrizes definidas pelo Plano Estadual de Educação para o atendimento
ao Ensino Fundamental são:
1. Garantia de formação continuada dos profissionais dentro da jornada de
trabalho como um compromisso do sistema mantenedor, contemplando o
aprimoramento profissional em serviço, como também a formação inicial
nas áreas que apresentarem carências no quadro de necessidades das
redes de ensino;
2. Aquisição de material técnico-pedagógico para subsidiar no processo de
ensino e a aprendizagem nas escolas;
3. Implementação de mecanismos de avaliação para o sistema de ensino;
4. Garantia de uma gestão democrática dos sistemas de ensino pelo
envolvimento dos setores responsáveis e a sociedade civil organizada e,
principalmente, a comunidade escolar;
5. Construção, execução, implementação e acompanhamento dos Projetos
Políticos Pedagógicos e Regimentos Escolares para os sistemas de
ensino;
6. Atendimento da assistência social aos educandos no sentido de
acompanhá-los de maneira individual e familiar;
7. Promoção de cursos de relações humanas, educação emocional,
neurolinguística, liderança e outros, aos trabalhadores, visando o bem
estar pessoal e profissional dos mesmos;
8. Garantia de recursos financeiros para o desenvolvimento das ações da
Educação Básica, inclusive com repasse de recursos diretamente para as
escolas;
9. Melhoria da infraestrutura física das escolas, privilegiando a construção e
adequação do espaço escolar atendendo, inclusive, os alunos com
necessidades educativas especiais. Além da melhoria da qualidade das
atividades esportivas, artístico-culturais, recreativas, até a adequação dos
equipamentos e dos recursos tecnológicos educacionais em multimídia,
para a promoção da qualidade dessas atividades.
2.3 – OBJETIVOS E METAS
1. Garantir a partir de 2011, construções, reforma e adequação de 100% das
escolas de acordo com os padrões mínimos de infraestrutura e
acessibilidade;
2. Reordenar a rede de ensino até 2015, em 100% com vista à
reorganização da oferta da Educação Básica;
3. Garantir a permanência de 100% dos profissionais lotados nas escolas, a
partir da vigência do Plano, respeitando as suas habilitações, visando à
execução dos programas e projetos para os quais foram capacitados;
4. Reduzir em 50% até 2016, as taxas de repetência e evasão por meio de
programa de correção de fluxo;
5. Diminuir o índice de distorção idade/ano escolar em 90% até 2020, dos
alunos (as) matriculados (as) nas escolas dos sistemas de ensino;
6. Garantir até 2012, a lotação de professor (a) habilitado (a); supervisor (a)
escolar; orientador(a) educacional; psicólogo(a) educacional e
psicopedagogo (a) em 100% das unidades de ensino;
7. Garantir até 2012, a construção de salas exclusivas com recursos
didáticos, pedagógicos, e com profissional habilitado em 100% das
escolas para a implantação e execução de projetos de reforço,
recuperação paralela e correção idade/ano escolar;
8. Assegurar a partir de 2011, a elevação progressiva do nível de
desempenho dos (as) aluno (as) do Ensino Fundamental, mediante a
implantação de monitoramento, utilizando indicadores do SAEB e sistema
de avaliação especifica dos sistemas de ensino;
9. Elevar até 2015, o desempenho dos alunos (as) do Ensino Fundamental
nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática em no mínimo 75%;
10. Assegurar a partir de 2011, em 100% das escolas de Ensino
Fundamental, a transversalidade da Educação Ambiental;
11. Garantir a partir de 2011, a aquisição de periódicos, material didático-
pedagógico e referencial bibliográfico para a formação de professores
abrangendo todas as áreas do conhecimento;
12. Implementar em 100% das escolas, durante a vigência do Plano, o
Programa de Educação Fiscal visando o fortalecimento das ações de
exercício da cidadania, no que diz respeito ao cumprimentos dos deveres
de cidadão e fiscalização dos recursos públicos, no âmbito escolar e fora
dele;
13. Implementar em 100% das escolas das redes de ensino, até 2012, as
Leis Nº 10.639/03 e Nº 11.645/08 para a educação das Relações Étnico-
Raciais e Indígenas para o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira,
Africana e Indígena;
14. Garantir a partir de 2011, a construção de escolas estaduais com
padrões mínimos de infraestrutura em 100% das Comunidades Indígenas,
Ribeirinhas e Quilombolas do Vale do Guaporé, Mamoré e Madeira;
15. Garantir a partir de 2011, aquisição de acervo bibliográfico de História e
Geografia Regional baseado na identidade Afro e Indígena para as
escolas;
16. Assegurar a partir de 2011, a contratação de professores para atuarem
em 100% das comunidades Indígenas, Quilombolas e Ribeirinhas;
17. Assegurar a partir de 2011, transporte escolar para atender 100% das
comunidades Indígenas, Quilombolas e Ribeirinhas, para todos os níveis
de ensino;
18. Garantir a partir de 2011, a 100% das populações Indígenas,
Quilombolas e Ribeirinhas, a oferta de educação específica e diferenciada
conforme Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de Historia e Cultura Afro-
Brasileira e Africana;
19. Implantar e implementar a partir de 2011, projetos direcionados às
manifestações sócio-culturais resgatadas e atualizadas em 100% das
comunidades Indígenas, Quilombolas e Ribeirinhas;
20. Assegurar a partir de 2012, a produção e publicidade de material didático
e pedagógico elaborado por alunos Indígenas, Quilombolas e Rbeirinhos,
para distribuição e utilização nas escolas do estado de Rondônia;
21. Garantir até 2015, a criação de acervo de memória e pesquisa
bibliográfica e etnográfica nas escolas do estado de Rondônia;
22. Assegurar a partir 2011, a aquisição de acervo bibliográfico na área de
Supervisão Escolar, Orientação Educacional, Gestão, Psicologia
Educacional e Psicopedagogia em 100% das escolas, para subsidiar o
trabalho destes profissionais em suas respectivas atividades;
23. Garantir até 2015, salas de recurso didático-pedagógico e laboratórios de
Matemática, Ciências Físicas e Biológicas, de acordo com os níveis de
ensino oferecido e, no mínimo, um por escola, para atender 100% dos
alunos(as) do Ensino Fundamental;
24. Assegurar, anualmente, as ações que contribuam para a saúde física e
mental do aluno em 100%, a partir de 2011;
25. Garantir a partir de 2011, em 100% das escolas, ações preventivas
dentro do currículo escolar sobre gravidez na adolescência, drogas,
priorizando os municípios fronteiriços ou aqueles que apresentem alto
índice de DST/AIDS;
26. Reformular e disseminar os Referenciais Curriculares do Ensino
Fundamental do Estado de Rondônia, de forma participativa,
considerando as transformações que se processam na sociedade
contemporânea e as necessidades apresentadas pelos docentes e
demais membros da comunidade escolar do Estado, quinquenalmente,
até 2020;
27. Garantir acervo técnico bibliográfico na temática curricular para 100%
das escolas, até 2015;
28. Fomentar o processo de gestão, em 100% das unidades escolares, a
partir de 2011;
29. Implementar a partir de 2011, projetos que garantam a autonomia
pedagógica em 100% das escolas por meio da descentralização de
recursos financeiros para a execução de projetos escolares;
30. Garantir, anualmente, a partir de 2011, por meio dos sistemas de ensino,
a publicação indexada de experiências pedagógicas desenvolvidas no
estado;
31. Assegurar e garantir a partir de 2011, recursos para implantar e
implementar projetos na área de Educação Física, desporto e cultura, no
Ensino Fundamental, em 100% das escolas da rede;
32. Implantar até 2011, um sistema único de avaliação institucional que
garanta a coleta e a divulgação de informações em 100% sobre o
desempenho dos alunos e das instituições escolares do estado;
33. Desenvolver de 2011 a 2014, estudos com participação ampla e coletiva
dos sistemas de ensino, escolas e sociedade civil organizada, visando a
viabilidade de implantação do ensino em tempo integral;
34. Garantir a partir da vigência do Plano, reforço aos alunos do Ensino
Fundamental (séries finais) nas disciplinas críticas de Língua Portuguesa
e Matemática, em horário oposto, assegurando a carga horária do
professor;
35. Assegurar a partir da vigência do Plano, parcerias para o
desenvolvimento de ações que visem a integração social entre
professores, alunos e comunidade escolar;
36. Garantir a partir de 2011, lotação de profissionais capacitados e/ou
habilitados nos setores de apoio pedagógico, inclusive Laboratórios de
Informática, Biblioteca, Telessalas e outros;
37. Assegurar a partir da vigência do Plano, a atualização progressiva com
aquisição de acervo, em 100% das bibliotecas escolares de Ensino
Fundamental;
38. Garantir a partir de 2011, transporte escolar de qualidade para 100% dos
alunos;
39. Garantir a partir de 2011, em cada unidade escolar, o quadro completo
de profissionais no início e durante o ano letivo;
40. Realizar, anualmente, a partir da vigência do Plano, um mapeamento por
meio do censo educacional e em parceria com entidades estaduais e
municipais, das crianças e dos adolescentes que se encontram fora da
escola, por bairro ou por distrito de residência e/ou locais de trabalho dos
pais, visando localizar a demanda e a universalizar a oferta de ensino
obrigatório;
41. Assegurar a partir da vigência do Plano, o número máximo de 25 alunos
por sala de aula no Ensino Fundamental;
42. Garantir durante a vigência do Plano, a segurança escolar através de
parcerias com órgãos e instituições que atuam nessa área;
43. Fomentar a partir da vigência do Plano, mecanismos de participação da
família no acompanhamento do rendimento escolar do filho com vistas a
favorecer a permanência do aluno na escola;
44. Assegurar a partir da vigência do Plano, parceria entre a escola, o
Ministério Público e órgãos de Proteção à Criança e Adolescentes com
vistas a amenizar os conflitos e violência nas escolas.
3 – ENS MÉDIO
33.. EENNSSIINNOO MMÉÉDDIIOO
3.1. DIAGNÓSTICO
A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB 9394/96, trouxeram a nomenclatura de Ensino Médio e algumas
inovações como a garantia pelo Estado de progressiva universalização do Ensino
Médio gratuito com atuação prioritária das unidades federadas e sua inclusão como
etapa final no nível da Educação Básica.
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Ensino
Médio foi incluído na Educação Básica, isto é, na escolaridade que permite acesso
aos conhecimentos, competências e habilidades necessárias ao exercício da
cidadania e das atividades produtivas. A partir daí, instituiu-se a Reforma do Ensino
Médio em todo o país, sendo realizada pelo Ministério da Educação a elaboração
dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio-PCNEM e as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio-DCNEM.
Nos anos de 1997 a 2001, segundo dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais-INEP, enquanto a população crescia a taxas de 1,3% ao
ano, as matrículas no Ensino Médio apresentaram um incremento de 57,3% em
relação aos 13% no Ensino Fundamental. Entre 1998 e 1999, as escolas de Ensino
Médio no Brasil receberam 11,5% de novos alunos. Tal crescimento caracteriza o
acesso de estudantes oriundos de áreas sociais menos assistidas, principalmente a
partir da década de 90. De 1999 a 2002, as matrículas no Ensino Médio tiveram um
crescimento de 12,12% no período. Esse número resulta do acesso dos egressos do
Ensino Fundamental cuja meta de universalização encontra-se quase totalmente
atingida.
O Ministério da Educação, em 2001, instituiu o Programa de Melhoria e
Expansão do Ensino Médio – PROMED, que se destina a garantir que a Secretaria
de Educação Média e Tecnológica/SEMTEC, do Ministério da Educação,
desempenhe seu papel de impulsionadora e coordenadora nacional da reforma do
Ensino Médio, contribuindo de modo efetivo e eficaz para a implementação das
políticas de melhoria e expansão do atendimento no conjunto de todo o País. Seu
objetivo geral é apoiar a reforma curricular estrutural e a expansão do atendimento
no Ensino Médio pelas unidades da federação, visando a melhoria de sua qualidade
e a ampliação de seu grau de cobertura como forma de garantir maior equidade
social.
As mudanças propostas para a Educação Básica trouxeram grandes
desafios. No caso do Ensino Médio, alguns deles são:
Reestruturação da rede física com um novo padrão de atendimento
estabelecido pelos sistemas educacionais e para garantir uma oferta mais
equilibrada em relação aos turnos, fazendo aumentar a oferta diurna de
Ensino Médio e fixando o docente na escola;
Definição de um padrão de atendimento adequado a uma escola de
jovens e adultos que constitua uma Escola Jovem, diferenciada da escola
de crianças, que guarde identidade com os jovens que nela estudam e
seja capaz de superar o baixo rendimento presente no Ensino Médio
atual;
Definição do financiamento específico para o Ensino Médio que assegure
a sua expansão e melhoria em longo prazo;
Formação inicial e continuada dos profissionais da educação congruente
com os princípios da reforma e com o novo perfil dos alunos;
Melhoria dos processos de gestão nas escolas e no sistema;
Consolidação de mecanismos de avaliação que reflitam as modificações
curriculares;
Implementação de novas orientações curriculares, definidas na LDB e nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM),
apoiadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
(PCNEM);
Implementação de inovações no processo de ensino e de aprendizagem
que o aproximem do desenvolvimento científico e tecnológico do mundo
atual.
O Currículo do Ensino Médio propôs um projeto pedagógico que tenha como
objetivo o desenvolvimento de competências, saberes e conhecimento comum com
aos quais os alunos possam assimilar informações e saber utilizá-las em contextos
pertinentes. Propõe ainda, enfatizar a formação geral para que ao terminar essa
etapa, possam prosseguir seus estudos e/ou entrar para o mercado de trabalho.
O Governo de Rondônia iniciou em 2000, um processo de priorização para o
Ensino Médio elaborando o Plano de Ensino Médio (PEM) contendo um diagnóstico
sobre a situação do Ensino Médio no Estado e as suas políticas e estratégias de
curto e médio prazo, em consonância com as Diretrizes vigentes, mas, sobretudo,
refletindo o seu compromisso com o Ensino Médio.
Os estudos sobre estimativas de demandas educacionais apontam para
cenários que necessitarão não só de aportes de recursos financeiros e humanos
para expandir a oferta de vagas àqueles que venham requerer Ensino Médio no
Estado, mas, também, o fortalecimento institucional na execução das políticas
traçadas para o Ensino Médio.
Para melhor entendimento da expansão do Ensino Médio e o atendimento
das demandas é necessário compreender a posição de Rondônia em relação aos
outros entes federados.
O Brasil ampliou a oferta do Ensino Médio de forma expressiva nos últimos
anos, mas tem ainda 1,8 milhões de jovens de 15 a 17 anos fora da escola.
Massificou o acesso, mas não garantiu democraticamente a permanência e,
principalmente, um currículo capaz de promover uma aprendizagem que faça
sentido para os jovens adolescentes.
Conforme dados do MEC/Inep, em 2005 Rondônia estava abaixo da média
nacional e também da Região Norte, atendendo apenas 71,8% da população escolar
com a faixa etária entre 15 e 17 anos.
TABELA 9 - Atendimento do Ensino Médio no Brasil /Região Norte e Rondônia
Atendimento escolar - Faixas etárias de 7 a 14 anos e 15 a 17 anos
Brasil, Regiões e UF - 2005
Abrangência Geográfica 7 a 14 anos 15 a 17 anos
Brasil 97,3 81,7
Norte 95,7 77,9
Rondônia 96,4 71,8
Acre 92,9 77,9
Amazonas 96,3 83,4
Roraima 98,6 79,8
Pará 95,1 75,0
Amapá 97,1 86,8
Tocantins 97,0 83,0
Nordeste 96,5 79,3
Maranhão 95,1 79,4
Piauí 97,1 81,6
Ceará 96,8 80,4
Rio Grande do Norte 96,7 80,7
Paraíba 96,8 78,1
Pernambuco 95,7 77,7
Alagoas 96,5 75,0
Sergipe 97,3 77,8
Bahia 96,9 80,3
Sudeste 98,2 84,6
Minas Gerais 97,8 80,9
Espírito Santo 95,4 74,9
Rio de Janeiro 98,1 87,6
São Paulo 98,6 86,4
Sul 97,9 80,7
Paraná 97,5 78,4
Santa Catarina 98,7 83,9
Rio Grande do Sul 97,8 81,1
Centro-Oeste 97,6 81,9
Mato Grosso Sul 98,0 78,8
Mato Grosso 96,4 81,4
Goiás 97,8 81,4
Distrito Federal 98,1 87,3
Fonte: MEC/INEP – 2005, 2009.
Considerando o processo de desenvolvimento do Estado de Rondônia, o
Ensino Médio tem um importante papel a desempenhar. Sua expansão tem sido um
fator de grande relevância na formação para a cidadania e qualificação profissional.
Segundo o Censo de 2008, a população total no grupo de idade de 15 a 17
anos era de 102.134 jovens, representando 6,9 % da população do Estado.
Conforme mostra a tabela:
TABELA 10 - Estimativa da população de 2008 por Grupos de Idade (IBGE)
Estado 0 a 3 anos
4 a 5 anos
6 a 14 anos
15 a 17 anos
15 a 19 anos
População total
Rondônia 132.950 70.153 310.075 102.134 168.377 1.480.976
Fonte: IBGE, 2008, 2009.
Segundos estudos realizados, com informações do Censo Educacional, o
total de matrículas no Ensino Médio em 1999 foi de 45.674, sendo 39.176 na rede
estadual, representando 86% do alunado. Em 2007 teve 58.315, sendo 52.170 na
Total de Matrículas no Ensino Médio da Rede Estadual em
Rondônia
3918
6
3421
944
961
4868
9 5778
9
5029
0 5742
6
5217
0
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Total de
Matriculas
Total de Matrículas no Ensino Médio em Rondônia
4676
748
973
5245
7
5234
5
6654
0
5567
266
401
5831
5
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Total de
Matriculas
rede estadual, perfazendo um total de atendimento de 89% da demanda
apresentada.
TABELA 11 – TOTAL DE MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO EM RONDÔNIA
Fonte: Censo Educacional, 2007, 2009.
Pode-se observar que ocorreu uma expansão no número de matrículas no
sistema educacional e na rede estadual de ensino entre 2000 e 2004. Entre 2004 e
2007 houve uma oscilação.
TABELA 12 – TOTAL DE MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL EM RONDÔNIA
Fonte: Censo Educacional, 2000 a 2007, 2009.
No primeiro ano do Ensino Médio, a partir do ano de 2000, as matrículas
apresentaram, conforme dados do Censo Educacional, a seguinte configuração: o
sistema de ensino apresentou um crescimento de 20.382 em 2.000 para 25.423 em
2007, estando contempladas na rede estadual 17.652 em 2000 para 23.024 em
2007. A rede federal apresentou o número de 88 matrículas em 2.000 para 154 em
2007. A rede municipal registrou um número de 493 em 2000 para 318 em 2007; e a
rede privada apresentou um número de 2.149 para 1927. Tem-se a comprovação de
que a maior expansão de vagas para o Ensino Médio ocorreu na rede pública
estadual, consolidando o atendimento de 90% das matrículas no primeiro ano do
Ensino Médio.
Além da necessidade da expansão da oferta do Ensino Médio, outro fator
preocupante em Rondônia é a oferta do Ensino Médio predominantemente no
período noturno. Em 2000, onde o total de matrículas na rede estadual de ensino
eram 52.170 alunos, 20.279 estavam matriculados no noturno, perfazendo uma
estimativa de 38,7%.
No fator distorção idade/ano, considerando a faixa etária de 15 a 17 anos
para atendimento aos alunos do Ensino Médio, conforme dados fornecidos pelo
Censo Educacional de 2000 a 2007, constata-se que em 2000 apenas 45% dos
alunos matriculados encontravam-se dentro da faixa etária, e 55% dos alunos
apresentavam idade acima de 17 anos.
Em 2007, o percentual de alunos na idade considerada dentro da faixa etária
elevou-se para 81%, restando apenas 29% dos alunos matriculados na faixa etária
acima de 17 anos.
TABELA 13 - Distorção Idade/ano do Ensino Médio em Rondônia
Ano < 15 Anos 15 a 17 Anos >17 Anos
2000 531 20644 25592
2001 494 22304 26175
2002 716 25978 25763
2003 625 30031 21689
2004 758 33475 32307
2005 677 34283 20712
2006 737 35838 29826
2007 635 47169 10511
Fonte: SEDUC/GACA,Censo Educacional RO 2000 a 2007,2009.
Na rede estadual de ensino, em 2000, do total de alunos matriculados
somente 20.644 obedeciam à faixa etária prevista, sendo o percentual de 44%,
estando a maioria dos alunos, um percentual de 56% na faixa etária acima dos 17
anos.
Em 2007, na rede estadual de ensino, do total de 52.170 alunos
matriculados, 82% encontram-se na faixa etária prevista para esta etapa da
Educação Básica, restando apenas 18% na faixa etária acima de 17 anos.
Estes dados informam que a distorção idade/ano, na rede estadual de
ensino, foi parcialmente sanada demonstrando assim avanços na correção do fluxo.
TABELA 14 - Ensino Médio–Rede Estadual- Distorção Idade/ano-2000 a 2007
Ano/Idade < 15 Anos 15 a 17 Anos >17 Anos
2000 338 15911 22937
2001 303 17444 16472
2002 347 21022 23592
2003 402 24451 23836
2004 573 27813 29403
2005 510 30716 19064
2006 599 28718 28109
2007 502 42107 9561
Fonte: SEDUC/GACA,Censo Educacional RO 2000 a 2007,2009.
Em 2008, o número de professores habilitados para o sistema de ensino
perfaz um total de 3.572 professores, sendo 2.975 da rede estadual de ensino,
conforme quadro de professores habilitados no Ensino Médio em 2008 – Rondônia.
TABELA 15 - Professores habilitados no Ensino Médio
Sistema de Ensino em Rondônia/ Ano 2008
Rede Professores habilitados
Estadual 2975
Municipal 52
Particular 545
Total 3.572
Fonte: Censo Educacional 2008,2009.
Número de docentes habilitados por disciplina em
20089
265 303
29
28
373
386
958
539
77
8
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Artes
Bio
logi
a
Educaçã
o Fís
ica
Filoso
fia
Físic
a
Geo
grafia
His
tória
Letra
s
Mat
emát
ica
Quí
mic
a
Sóciolo
gia
TABELA 16 – NÚMERO DE DOCENTES HABILITADOS POR DISCIPLINA EM 2008
Fonte: Censo Educacional, 2008, 2009
No entanto, ao analisar a formação por área, constata-se que componentes
curriculares como Artes, Filosofia, Física, Química e Sociologia apresentam um
número reduzido de docentes. Necessitando o estado criar política de formação
inicial de profissionais da educação que atendam essas áreas, além de criar
estímulos para que os mesmos atuem na rede estadual.
Para o atendimento de qualidade a essa população, a proposta curricular é
de extrema relevância. Após 12 anos da LDB, os dados e as avaliações oficiais
revelam que ainda não foi possível superar a dualidade histórica que tem
prevalecido no Ensino Médio, tampouco garantir a universalização, a permanência e
a aprendizagem significativa para a maioria de seus estudantes.
O Currículo do Ensino Médio propõe um projeto pedagógico que tenha como
objetivo o desenvolvimento de competências e habilidades com as quais os alunos
possam assimilar informações e saber utilizá-las em contextos pertinentes, e
enfatiza a formação geral para que ao terminar essa etapa os educandos possam
prosseguir seus estudos e/ou entrar para o mercado de trabalho.
A identidade do Ensino Médio se define na superação do dualismo entre
propedêutico e profissionalizante. Busca-se uma escola que não se limite ao
interesse imediato, pragmático e utilitário.
Entender a necessidade de uma formação com base unitária, implica
perceber as diversidades do mundo moderno, no sentido de se promover a
capacidade de pensar, refletir, compreender e agir sobre as determinações da vida
social e produtiva – que articule trabalho, ciência e cultura na perspectiva da
emancipação humana, de forma igualitária a todos os cidadãos.
Por esta concepção, o Ensino Médio deverá se estruturar em consonância
com o avanço do conhecimento científico e tecnológico, fazendo da cultura um
componente da formação geral, articulada com o trabalho produtivo. Isso pressupõe
a vinculação dos conceitos científicos com a prática relacionada à contextualização
dos fenômenos físicos, químicos e biológicos, bem como a superação das
dicotomias entre humanismo e tecnologia e entre a formação teórica geral e técnica
instrumental.
3.2. DIRETRIZES
1. Garantir a atuação de profissionais habilitados e qualificados na sua área
específica, com formação inicial e continuada;
2. Assegurar o acesso e permanência de adolescentes, jovens e adultos no
Ensino Médio;
3. Assegurar currículo contextualizado e coerente com as finalidades desse
nível de ensino;
4. Assegurar o processo de gestão democrática do ensino público, bem
como a autonomia da escola, atendendo as necessidades da comunidade
escolar;
5. Promover o Ensino Médio com integração entre trabalho, ciência,
desporto e cultura.
3.3. OBJETIVOS E METAS
1. Assegurar, a partir de 2011, censo educacional para identificar a
demanda potencial para este nível de ensino;
2. Garantir, progressivamente, em 03 anos, a partir da aprovação deste
Plano, o reordenamento da rede pública de ensino garantindo o padrão
mínimo do funcionamento das escolas;
3. Assegurar a construção reforma e adequação da infraestrutura das
escolas da rede pública de ensino, em até 05 anos, apropriando-as para o
Ensino Médio, Regular e do Campo, de modo a promover a oferta de
vagas de acordo com a demanda apresentada em conformidade com o
reordenamento;
4. . Expandir durante a vigência do Plano, a oferta de vagas para o Ensino
Médio no turno diurno, para atender a demanda;
5. Garantir durante a vigência do Plano, a oferta de vagas do Ensino Médio
Regular no noturno, para atender a demanda;
6. Garantir, em 03 anos, a partir da aprovação deste Plano, formação de
turmas de no máximo 30 (trinta) alunos por sala, respeitando padrões
mínimos de 49 (quarenta e nove) metros quadrados (7 x 7);
7. Oferecer em 03 anos, a partir da aprovação deste Plano, atendimento
correspondente a 100% da demanda de Ensino Médio, em decorrência da
universalização e regularização do fluxo de alunos egressos do Ensino
Fundamental;
8. Garantir durante a vigência do Plano, profissionais habilitados e estrutura
adequada para o atendimento específico aos alunos com defasagem de
idade/ano escolar e/ou que possuem dificuldades de aprendizagem;
9. Atender gradativamente, até 2015, com equidade e qualidade, a 100% da
demanda do Ensino Médio na zona rural, incluindo ribeirinhos,
quilombolas, povos indígenas, integrantes de movimentos populares, em
todos os municípios do Estado de Rondônia;
10. Assegurar e ampliar durante a vigência do Plano, transporte escolar
intracampo de acordo com as normas de segurança previstas nas Leis de
Trânsito Vigentes, aos alunos do Ensino Médio residentes na área rural;
11. Consolidar no prazo de 02 anos, a partir da aprovação deste Plano, o
Referencial Curricular para o Ensino Médio, publicá-lo e implantá-lo em
100% das escolas;
12. Efetivar em 100% das escolas de Ensino Médio, as Diretrizes Curriculares
Nacionais e a Leis n° 10.639/03 e 11.645/08 para a educação das
Relações Étnico-Raciais para o ensino sobre História e Cultura Afro-
Brasileira; Africana e Indígena, assegurando capacitação
preferencialmente nos polos (regionais) e material didático para
professores e alunos;
13. Institucionalizar a partir da aprovação deste Plano, programas que visem
o pleno exercício da cidadania como: Educação Ambiental, Ética e
Cidadania, Educação para o Trânsito, Educação fiscal, Educação Sexual,
Combate à violência e às drogas, com capacitação de profissionais para
atuação nos temas;
14. Proceder em 02 anos, a partir da aprovação deste Plano, a uma revisão
da organização didático-pedagógica e administrativa do ensino noturno,
assegurando o cumprimento da carga horária prevista em Lei para o
Ensino Médio noturno, de forma a adequá-lo às necessidades do aluno
trabalhador, por meio da compatibilização de horário, opções
programáticas e metodológicas, sem prejuízo da qualidade do ensino;
15. Oferecer a partir da vigência do Plano, o Ensino Médio integrado com a
Educação Profissional conforme legislação vigente;
16. Ampliar durante a vigência do Plano, programas que visem o
fortalecimento da autonomia pedagógica das escolas por meio da
descentralização de recursos financeiros para a execução de projetos
escolares;
17. Elevar durante a vigência do Plano, o desempenho acadêmico nas
escolas, mediante estudo das causas, implantando programas localizados
de prevenção contra a repetência e a evasão, que garantam a
permanência do aluno e elevem a qualidade e eficácia do ensino;
18. Implantar até 2012, Sistema de Avaliação com vistas a identificar e
analisar o índice de desempenho dos alunos do Ensino Médio (por ano)
de forma a estimular níveis satisfatórios de desempenho acadêmico;
19. Garantir a partir da vigência do Plano, que as escolas apliquem
metodologias didático-pedagógicas e avaliativas, com base no Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM), de forma a atingir níveis satisfatórios;
20. Garantir o livro didático a partir da aprovação deste Plano, em todos
componentes curriculares, para 100% dos alunos do Ensino Médio;
21. Construir, ampliar, adequar, climatizar, informatizar, virtualizar e atualizar
progressivamente, a partir da aprovação deste Plano, as bibliotecas das
escolas de Ensino Médio, atingindo anualmente um acréscimo de pelo
menos 30% do acervo existente no ano anterior;
22. Apoiar e incentivar a partir da aprovação do Plano, as organizações
estudantis, como espaço de participação e exercício da cidadania;
23. Criar mecanismos a partir vigência do Plano, para incentivar a
participação da comunidade escolar e local, atendendo aos princípios da
gestão democrática, na manutenção e na melhoria das condições de
funcionamento das escolas, implantando os conselhos escolares e
incentivando as associações de pais;
24. Promover a partir da aprovação deste Plano, o Desenvolvimento do
Protagonismo Juvenil e apoio ao Aluno Jovem e Adulto Trabalhador;
25. Estabelecer a partir da vigência do Plano, Programa de Incentivo à
Iniciação Científica com bolsa de estudos ao professor e aluno
pesquisador, instituído e devidamente regulamentado pelos Sistemas de
Ensino;
26. Assegurar a partir da aprovação do Plano, projetos de incentivo ao
desenvolvimento da arte e cultura popular, financiado e devidamente
regulamentado pelos Sistemas de Ensino;
27. Garantir durante a vigência do Plano, projetos que assegurem atividades
de orientação vocacional e de carreira profissional;
28. Garantir durante a vigência do Plano, convênios para a realização de
estágios remunerados visando oferecer experiência profissional, conforme
rendimento qualitativo e perfil socioeconômico dos alunos;
29. Garantir durante a vigência do Plano, Programa de Incentivo ao Primeiro
Emprego;
30. Garantir que, a partir da aprovação deste Plano, a implantação do Ensino
Médio somente ocorra em escolas que apresentem as condições
necessárias de estrutura física, técnica, pedagógica e de equipamentos
de laboratórios de ciências e de informática e bibliotecas atualizadas.
4 – EDU SUPERIOR
44.. EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO SSUUPPEERRIIOORR
4.1 DIAGNÓSTICO
A pressão pela oferta de melhoria da qualidade, está em consonância com a
necessidade de revisão da participação de um sistema nacional que estabeleça um
regime de colaboração e que permita à Educação Superior responder as demandas
que lhe dizem respeito. Com isto, prover ao estado profissionais necessários e
qualificados para a economia local e regional; a qualidade da educação e sua
pertinência, inclui políticas de gestão macro, do conhecimento e da qualidade do ato
pedagógico específico, desenvolvido no ambiente formador. O fomento à pesquisa
e à extensão, assim como um desempenho institucional coerente e comprometido
com as questões sociais, são fatores que permitem, afinal, cada vez mais, a
educação como serviço, bem e direito público.
O governo federal estimulou políticas de diversificação do sistema onde
duas vertentes se integram: programas compensatórios para o acesso dos
estudantes mediante financiamento público; e estímulo às novas alternativas de
oferta, para superação da idéia de Educação Superior de tipo universitário, como
principal segmento de formação em nível superior. No primeiro, tem-se como
exemplo, programas como: Programa Universidade para Todos/PROUNI; Programa
de Financiamento Estudantil/FIES; Política de Cotas, entre outras. E, no segundo, as
Universidades ou Institutos Tecnológicos com a criação da Rede Federal de Ensino
Superior Tecnológico; os Cursos Seqüenciais e Educação a Distância/EAD. Essa
política se pauta no pretexto de adequar à modernização, à globalização, à ciência e
à tecnologia, favorecendo seu incremento e/ou consistência em conformidade com
as necessidades sociais.
São expressivos os números sobre a evolução do Ensino Superior em
Rondônia, que comprovam a significativa mudança no perfil da oferta e demanda por
esse nível educacional. Entre 1990-2007, conforme dados apresentados pelo
Instituto Nacional de Estudo e Pesquisa/INEP (2007), um estado que no início da
década de 90 apresentava um pouco mais de 4.000 matrículas na graduação, em 5
instituições, em 2007 chega a 13.039 matrículas, em 28 instituições. Essa expansão,
acompanhando a lógica impressa para o setor por parte do governo federal,
desenvolveu-se de modo concentrado em áreas e cursos. É importante considerar,
no bojo do Plano Estadual de Educação, que a Educação Superior seja um
mecanismo de inclusão e, ao mesmo tempo, componente fundamental nas políticas
para o desenvolvimento humano, científico e tecnológico do estado. Dessa forma,
pretende-se que seja articulada à Educação Básica e, igualmente, à política
científica do estado de Rondônia.
No caso de Rondônia, das 28 Instituições de Educação Superior - IES
cadastradas, em 30/03/2008, no Sistema de Cadastro da Educação Superior –
(SiedSup - Portal MEC/INEP), apenas 06 existiam até 1994, sendo 1 pública e
quatro privadas, representando 19,35% do total atual. Após 1995, evoluíram para
84,64% do total existente.
TABELA 17 - Quantitativo das IES de Rondônia 1996 – 2006 (+2008)
Categoria Administrativa
Período de Tempo da Evolução
1996 2006 2008
Pública 01 02 02
Privada 07 24 29
Total 08 26 31
Fonte: Estatísticas Educacionais do Brasil – MEC/INEP, 1996 – 2008, 2008.
De acordo com o levantamento (2007) há, no Brasil, 2.281 instituições de
Educação Superior, representando um incremento de 11 instituições em relação ao
ano de 2006. Mesmo assim, o ritmo de aumento do número de IES vem
decrescendo.
TABELA 18 - Instituições de Educação Superior - Brasil – 2004/2007
Ano Total % Federal % Estadual % Municipal % Privada %
2004 2.013 8,3 0,5 4,8 75 15,4 62 5,1 1.789 8,3
2005 2.165 7,6 97 11,5 75 0,0 59 - 4,8 1.934 8,1
2006 2.270 4,8 105 8,2 83 10,7 60 1,7 2.022 4,6
2007 2.281 0,5 106 1,0 82 - 1,2 61 1,7 2.032 0,5
Fonte: MEC/INEP/DEED, 2008.
TABELA 19 - Evolução do Número de Instituições de Educação Superior, por Região e Unidade da Federação - Brasil – 2002/2007
UF 2002 2003 2004 2005 2006 2007
BRASIL 1.637 1.859 2.013 2.165 2.270 2.281
NORTE 83 101 118 122 135 140
RONDÔNIA 24 25 22 24 26 28
ACRE 6 6 7 7 9 9
AMAZONAS 15 18 18 19 19 19
RORAIMA 4 6 12 11 11 11
PARÁ 13 20 25 25 28 30
AMAPÁ 6 8 11 11 12 12
TOCANTINS 15 18 23 25 32 31
Fonte: MEC/INEP/DEED, 2008.
Das 28 IES cadastradas, duas são instituições do setor público federal: a
Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), e a Escola Agrotécnica
Federal, de Colorado do Oeste (EAFCO). Essa última criada em 02 de fevereiro de
2006, e que se integrou ao Instituto Federal de Educação Tecnológica com a criação
da Rede Federal de Educação Tecnológica, em dezembro de 2008.
O número total de vagas ofertadas na graduação presencial foi de 2.823.942
em todo o Brasil, correspondente a um incremento de 194.344 (7,4%) em relação ao
ano anterior (2006). As instituições privadas foram responsáveis pelo maior aumento
no número de vagas oferecidas: 8,5% em relação ao ano anterior. Os dados da
Secretaria do Ensino Superior do Ministério da Educação (SESU/MEC, 2007),
indicam que o nível de acesso à Educação Superior no Brasil é um dos mais baixos
do continente latino-americano, evoluindo de cerca de 11% no ano 2000, para 18,7
em 2005, na faixa etária de 18 a 24 anos. O desafio do governo é o compromisso de
ampliar a oferta de vagas a pelo menos 30% dos brasileiros nessa faixa etária – o
que significa quase dobrar o número de estudantes nas instituições de Ensino
Superior até 2010(MOURA, C. et alli).
As instituições públicas da rede federal registraram aumento de 10.595
novas vagas em relação a 2006, equivalente a 7,3%, conforme mostrado na tabela a
seguir:
Relação Vagas Oferecidas X Matrículas no Ensino Superior de
RO 2006
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
Publicas Privadas
Vagas
Matrículas
TABELA 20 – Instituições Públicas da Rede Federal – 2004/2007
Fonte: MEC/INEP/DEED, 2008.
Das 8.723 matrículas do Ensino Superior privado de Rondônia, registradas
no Censo de 2006, 975 correspondiam às vagas do PROUNI, entre bolsas integrais
(100%) e parciais (50%), equivalendo-se a 11,17% de alunos do setor público,
matriculados no privado, não registrados no Censo da Educação Superior de forma
separada, nem nos orçamentos públicos da União, revelando como os processos
encobertos de atuação do estado evidenciam, os impactos sobre a atuação do
estado.
Um dado importante é que as instituições públicas são as que preenchem
um percentual quase que absoluto de suas vagas, quando se compara os dados da
ociosidade de vagas no setor privado. Mesmo sendo em maior número de vagas
ofertadas do que as públicas, e que tenham o apoio e incentivo do estado, não
preenchem o total dessas.
TABELA 21 - Ociosidade das vagas no Ensino Superior Privado em Rondônia-
2006.
Fonte: MEC/INEP, 2008. In: DIAS, Alessandra, 2008.
Ano Total % Federal % Estadual % Municipal % Privada %
2004 2.320,421 15,9 123.959 2,1 131.675 17,7 52.858 10,4 2.011,929 16,9
2005 2.435,987 5,0 127.334 2,7 128.948 -
2,1 57.086 8,0 2.122,619 5,5
2006 2.629,598 7,9 144.445 13,4 125.871 -
2,4 60.789 6,5 2.298,493 8,3
2007 2.823,942 7,4 155.040 7,3 113.731 -
9,6 60.489
-
0,5 2.494,682 8,5
As vagas ociosas nas IES particulares em Rondônia estão acima de 53% em
2007; ao passo que nas IES públicas, mais de 95% das vagas são preenchidas.
TABELA 22 - IES, Vagas e Matrículas da Educação Superior de Rondônia e as
Bolsas distribuídas pelo PROUNI 2005 – 2007 - como forma de oferta do Ensino
Superior
Marco
Geográfico
2006 Vagas PROUNI
IES Vagas Matrículas 2005 2006 2007
Total Geral 2.270 2.629.598 1.448.509 414.797
BRASIL Privadas 2.022 2.298.493 1.151.102 112.275 138.668 163.854
NORTE Privadas 117 101.440 56.978 5.773 7.221 6.957
RO Privadas 24 15.579 8.723 948 975 1.254
Fonte: MEC/INEP, 2006 - 2008. In: DIAS, Alessandra, 2008.
A essa ampliação de vagas e matrículas, demanda-se um número mais
importante sobre a oferta de Educação Superior Stricto Sensu, que contribui para a
formação de quadro de pesquisadores.
A evolução do Ensino Superior em Rondônia é, também, superior à média
nacional pela quantidade de cursos, representando 658,82% de crescimento no
período compreendido entre 1996 - 2006.
TABELA 23 - Quantitativo de Cursos Oferecidos por Categoria
Administrativa em RO, considerando as habilitações de 1996 – 2006
Fonte: Estatísticas Educacionais do Brasil – MEC/INEP, 1996 – 2006, 2008.
Categoria Administrativa Período de Tempo da Evolução Crescimento %
1996 2006 1996-2006
Público 40 51 27,5%
Privado 17 129 658,82%
Total 57 162 - 631,32%
Cursos com diferentes Habilitações nas IES de Rondônia em 30/03/2008
SiedSup MEC/INEP
14
36
3
11
2
0
5
10
15
Qua
ntid
ade
Administração
Jornalismo
Letras Português e Literaturas da Língua Portuguesa
Normal Superior
Pedagogia
Psicologia
TABELA 24 - Quantitativo de IES e Cursos de Rondônia e Região Norte por
Categoria Adcategoria administrativa – 2008
Fonte: Estatísticas Educacionais do Brasil – MEC/INEP, 2006 – 2008, 2008.
O gráfico abaixo demonstra como 19% dos cursos foram credenciados para
atender à necessidade de formação da região, nas 28 IES (SiedSup (MEC/INEP em
30/03/2008), representando a multiplicação de aproximadamente 20% dessas
funções, nas respectivas atividades profissionais.
TABELA 25 - Cursos com diferentes habilitações nas Instituições de Ensino
Superior de Rondônia em 30/03/2008
Fonte: MEC/INEP, 2008
Outra evidência que marcou essa tendência global, está relacionada com a
oferta e o tempo de cursos superiores em Rondônia. Em 26 anos de oferta de
Educação Superior no estado de Rondônia, até 2007, os cursos de Bacharelados e
Licenciaturas correspondem a 73% dos cursos superiores, para 4 anos de cursos de
Graduação Tecnólogo, representando um percentual de 25% desses cursos no
estado (gráfico abaixo).
Localização Geográfica/
Categoria
Administrativa
IES Cursos e
Habilitações
Cursos
Seqüenciais
Graduação
Tecnólogo
Graduaçã
o
Região Norte 2008 149 2.825 42 - -
Rondônia 2008 31
329 01
15 54
Público 02 02 22
Privado 29 13 50
Cursos - Modalidade em RO 2008
73%
25%
2%
Graduação
Tecnólogo
Sequencial
Quantidade de Cursos (>1)Biomedicina
Geografia*
Ciências Econômicas*
Farmácia/ Farmácia Bioquímica
Física*
História*
Matemática*
Medicina Veterinária
Normal Superior
Nutrição
Odontologia
Química*
Serviço Social
Zootecnia
Medicina*
Turismo
Agronomia*
Arquitetura e Urbanismo
Ciências Biológicas*
Comunicação Social*
Educação Física*
FisioterapiaEnfermagem*Letras*
Psicologia*
Sistema de Informação
Direito*
Ciências Contábeis*
Pedagogia*
Administração *
TABELA 26 - Cursos Modalidades nas Instituições de Ensino Superior de Rondônia em 30/03/2008
Fonte: MEC/INEP, 2008, in: DIAS, Alessandra, 2008.
Em termos globais, são 55 cursos de Ensino Superior do estado, nos quais
destacamos aqueles da Educação Superior Pública, que desempenharam um
importante papel para a melhoria da Educação Básica, por serem relacionados às
Licenciaturas nas diversas áreas de formação de professor desse nível de ensino. A
figura a seguir nos fornece uma visão desse cenário. Alguns cursos, como o de
Administração, Pedagogia, Comunicação Social, Psicologia e Normal Superior
chegam a ser oferecidos até vinte vezes em IES de Rondônia, sem considerar suas
diferentes habilitações.
TABELA 27 - Cursos de Ensino Superior de Rondônia em relação à ocorrência nas diferentes IES do estado (+ de 1).
Fonte: MEC/INEP, 2008, in: DIAS, Alessandra, 2008, in: DIAS, Alessandra, 2008.
Ao considerar que o estado de Rondônia representa e demanda por
desenvolvimento humano, social, econômico e político, muitas áreas estão
descobertas em termos de formação profissional, para responder aos diferentes
cenários do desenvolvimento regional do estado. Faltam cursos nas mais variadas
áreas, não sendo estes, somente, na área da educação e, sim, para as demais
áreas, pois nosso estado é carente da mão de obra qualificada. Os dados
apresentam que, historicamente, a interiorização do Ensino Superior é um processo
que se constrói em tentativas permanentes de atendimento à demanda por formação
de recursos humanos. Um processo que data de mais de trinta anos nessa região.
Os diferentes programas que cada vez mais, tanto se multiplicam como
variam, já atenderam e atendem de uma forma ou de outra, praticamente todo o
estado. Cada um dos momentos do processo de interiorização da oferta teve
sempre como viga mestra, a formação de docentes para atuarem no Ensino
Fundamental e Médio. Um ponto de vista adicional é a ausência de políticas públicas
efetivas para a Educação Superior. O fato político mais contundente e que se
justifica na condição das políticas para a Amazônia e consolidação do estado,
sugere uma exclusão histórica que se ocupe das populações tradicionais, indígenas,
quilombolas entre outras. Salvo como preocupação das igrejas, com pouco ou
nenhum suporte do estado.
Outra questão a se considerar é o fato de haver uma oferta maior de vagas
em cursos presenciais, concentradas na capital do estado, em relação ao interior,
revelando uma necessidade de acelerar o processo de interiorização.
Muito embora haja um número maior de instituições no interior em relação à
capital, conforme podemos perceber na tabela e gráfico abaixo (55% no interior e
45% na capital), observa-se ainda que os dados do Censo da Educação Superior de
2008 revelam que, quanto ao número de matrículas há uma total inversão desse
número, ficando a capital com 56% das matrículas, e o interior com 44%.
TABELA 28 - Número de Instituições de Educação Superior, por Organização Acadêmica e Localização (Capital e Interior), segundo a Unidade da Federação
e a Categoria Administrativa das IES – 2008.
Unidade da Federação
Intituições
Total Geral
Total Capital Interior
Rondônia 29 13 16
FONTE: MEC/INEP – Censo da educação superior – 2008
TABELA 29 - Matrículas em Cursos de Graduação Presenciais, em 30/06, por Organização Acadêmica e Localização (Capital e Interior), segundo a Unidade
da Federação e a Categoria Administrativa das IES – 2008
Unidade da
Federação
Matrículas em Cursos de Graduação Presenciais
Total Geral
Total Capital Interior
Rondônia 35.927 20.033 15.894
FONTE: MEC/INEP – Censo da educação superior – 2008
Do ponto de vista das políticas públicas, o enfrentamento das pressões por
acesso à Educação Superior possui na Educação a Distância um grande aliado. Por
essa modalidade, pretende-se obter o atendimento da meta do Plano Estadual de
Educação, em atender os estudantes, sem implicar em colapso, em infraestrutura e
pessoal.
A Educação a Distancia se justifica, entre vários aspectos, pela necessidade
de enfrentamento a modelos de formação acadêmica e profissional inadequados,
sem programar o processo formador com dinâmicas apropriadas ao
desenvolvimento das tecnologias disponíveis para o ensino.
Conforme aponta Moura, C. (2009), o uso de tecnologias de informação e
comunicação (TICs) no Ensino Superior Brasileiro ocorre, principalmente, na
segunda metade da década de 90, impulsionado pela ampliação do acesso à
Internet e pela implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB
(BRASIL, 1996). A LDB consolida a última Reforma Educacional Brasileira e
oficializa a EaD como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de
ensino.
É necessário dar atenção aos conceitos implicados quando se trata de
Educação a Distância, que ainda centram muita atenção na separação física entre
professor e aluno, e no uso intensivo de meios técnicos de comunicação. Segundo
Moura, C (2009), a EaD é definida pelo que ela não é, a partir da perspectiva do
ensino convencional.
Das 28 IES que oferecem Educação Superior em Rondônia, apenas a UNIR
possui credenciamento junto ao MEC para ministrar cursos de Graduação a
Distância. Outras sete instituições, de diferentes regiões, aparecem oferecendo
cursos de graduação a distância em Rondônia, o que é permitido pela legislação
vigente, uma vez que essas instituições possuem o credenciamento em suas
respectivas sedes (outros estados da federação). Contudo, carecendo ainda de um
melhor sistema de avaliação e fiscalização da qualidade do ensino ofertado.
Há predominância da modalidade “Universidade Virtual” na qual, em termos
tecnológicos é enfatizada a adoção do conceito de mídias integradas, com
atividades desenvolvidas principalmente por meio de videoconferência em [ou]
ambientes virtuais de aprendizagem, com base na Internet, complementadas por
mediadores e materiais impressos. Uma mesma instituição pode se configurar em
mais de uma modalidade. A exemplo da UNIR, que além da Universidade Virtual,
também possui cursos na modalidade Universidade Aberta do Brasil (UAB), com
polos de apoio presencial.
TABELA 30 - IES em operação no Estado de Rondônia e modalidades de EaD.
IES que Oferecem EaD (Graduação) RO Modalidade / Convênio
1. Centro Universitário Claretiano
(Universidade Católica Dom Bosco) Universidade Virtual e Unidade Central
2. FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências Teleeducação via satélite
3. PUC – DF Universidade Virtual
4. Sistema Educon – Tecnologia em Educação
Continuada Universidade Virtual
5. Universidade Federal de RO – UNIR -
Campus Ariquemes
UAB (Polo de apoio presencial)
UNIREDE (Universidad Virtual)
UNB/UNIFAP/UFG, FRGS/SEED
6. UNIR – Campus Ji-Paraná UAB (Polo de apoio presencial)
7. UNIR – Campus Porto Velho
UAB (Polo de apoio presencial)
UNIREDE (Universidade Virtual)
UNB/UNIFAP/UFG
UFRGS/SEED
8. UNIR – Campus Rolim de Moura UAB (Polo de apoio presencial)
UNIREDE (Universidade Virtual)
9. UNIR – Campus Vilhena UNIREDE (Universidade Virtual)
10. Universidade Luterana do Brasil Vídeoeducação
11. Universidade Metodista de São
Paulo/Instituto Metodista da Amazônia (IMA) Universidade Virtual
12. Universidade Norte do Paraná -
UNOPAR Teleeducação via satélite
Fonte: sites das IES e do MEC/SEED e ABRAEAD (2008), in: DIAS, Alessandra, 2009.
Também a partir dos dados analisados (no quadro a seguir), é possível
verificar que, das doze (12) instituições (nesse caso cada campus da UNIR configura
como uma instituição), oito (8) foram enquadradas em modalidade única (instituições
2, 3, 4, 6, 9, 10, 11 e 12), e as demais (1, 5, 7 e 8), em mais de uma modalidade.
Em termos de tecnologia aplicada é importante ressaltar que embora cada
modalidade tenha a sua base tecnológica mais apropriada, em todos os casos, em
termos de tecnologias disponíveis para informação e comunicação (TIC´s) aplicáveis
em EaD, é enfatizada a adoção do conceito de mídias integradas, onde as
atividades são desenvolvidas por videoconferência ou ambientes virtuais de
aprendizagem com base na Internet, complementadas por mediadores, impressos e
avaliação presencial.
TABELA 31 - Resumo das IES em operação por modalidades de EaD.
Modalidade IES que oferecem EaD (graduação) em RO
1. Teleeducação via
satélite
2 - FTC – Faculdade de Tecnologia e Ciências; e
12 - Universidade Norte do Paraná – UNOPAR
2. Pólos de apoio
presencial – UAB
5 - UNIR - Campus Ariquemes
6 - UNIR - Campus Ji-Paraná
7 - UNIR - Campus Porto Velho
8 - UNIR - Campus Rolim de Moura
3. Universidade
Virtual
1 - Centro Universitário Claretiano (Universidade Católica Dom
Bosco)
3 - PUC – DF
4 - Sistema Educon – Tecn. em Educação Continuada
5 - UNIR - Campus Ariquemes
7 - UNIR - Campus Porto Velho
8 - UNIR - Campus Rolim de Moura
9 - UNIR – Campus Vilhena
11 - Universidade Metodista de São Paulo/Instituto Metodista
da Amazônia (IMA)
4. Vídeoeducação 10 - Universidade Luterana do Brasil
5. Unidade Central 1 - Centro Universitário Claretiano (Universidade Católica Dom
Bosco)
Fonte: Elaborado pelos autores. In: Moura, Clesia et alli, 2009
No entanto, parece haver a predominância de uma das duas primeiras no
planejamento e desenvolvimento de cada Curso Anuário Brasileiro Estatístico de
Educação Aberta e a Distância/ABRAEAD, 2008. No caso brasileiro, tem surgido
uma tendência de atribuir grande importância à tutoria e aos encontros presenciais
nos polos de apoio presencial, a partir da indução dos editais no âmbito da
Universidade Aberta do Brasil/UAB (MEC/SEED, 2007).
Através da Lei nº 11.892/2008, publicada no mês de dezembro, todos os
vinte e sete (27) estados da federação estão formalmente articulados no Sistema de
Educação Tecnológica no país, por conta da instituição da Rede Federal de
Educação Profissional Científica e Tecnológica. Os 37 Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia, criados por transformação dos Centros Federais de
Educação Tecnológica ou integração das escolas técnicas já existentes; as 08
Escolas Técnicas integradas/IET; e as 24 Escolas Técnicas vinculadas às
universidades federais passam a constituir a Rede de Institutos de Educação
Tecnológica.
No início do ano de 2008, o censo do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisa/INEP divulgou dados onde os Centros de Educação Tecnológica (CETs)
que ainda não incorporavam a rede existente, foram apresentados. Nesses dados,
em relação às vagas do país, os CETs representam 3,06 das vagas oferecidas,
3,97% das vagas aos candidatos inscritos, e 3,47% dos ingressos. Dentro da
ocorrência entre os CETs, as áreas de Ciências Sociais, Negócio e Direito, Ciências,
Matemática, Computação, Engenharia, Produção e Construção, representam o
maior índice de vagas oferecidas, sendo a primeira (Ciências Sociais), a obter o
maior número de ingressos, embora a terceira (Engenharias), com menor
quantidade de vagas, possuir o maior número de inscritos.(Figura abaixo)
TABELA 32 - Vagas por curso dos Centros de Educação Tecnológica, por grande área, 2007
Fonte: MEC/INEP/Deep, 2008, in: DIAS, Alessandra, 2008.
As características dos Institutos Federais são as mesmas atribuídas às
universidades, enfatizando em todos os seus artigos a função da Educação
Profissional, incluindo todas as atividades de cursos de formação inicial e
continuada, Pós-Graduação, pesquisa e extensão, o que as consagra como
Instituições de Ensino Superior, mas que podem também oferecer cursos de
Educação Básica. Como a forma de criação e integração incorpora o patrimônio das
instituições existentes, a estrutura administrativa ocorre mediante caracterização
multicampi, e o sistema dirigente através de reitoria, pró-reitorias e diretor-geral de
campus.
O Censo da Educação Superior 2007 revelou aspectos importantes da atual
situação da Educação Superior Brasileira. Dentre os quais se destacam:
• Nas Instituições Federais de Ensino Superior/IFES houve um incremento
de 10.645 novas vagas, ou seja, 7,3% em relação a 2006;
• Em 2007, 1.481.955 novos alunos ingressaram na Educação Superior;
2,3% a mais em relação a 2006. O maior percentual de aumento de
ingressos deu-se nas IFES, que registraram 151.640 novos alunos;
• O aumento do número de IES no Brasil foi de apenas 0,5% em relação ao
ano anterior, acompanhando a tendência já verificada em anos anteriores,
de queda no ritmo de crescimento;
• Houve um incremento de 1.387 (6,3%) novos cursos nas IES brasileiras e
apenas as IES Estaduais não registraram crescimento em relação a 2006,
com um decréscimo de 7,7% nos cursos ofertados;
• Do mesmo modo, houve o aumento de 7,4% (cerca de 195 mil) no
número de vagas ofertadas. As Instituições Privadas foram responsáveis
pela oferta de aproximadamente 2,5 milhões de vagas;
• Na Graduação a Distância, 97 instituições ofereceram 408 cursos em
2007. O número de vagas oferecidas aumentou 89,4% em relação a
2006;
• Em 2007 foram ofertadas 394.120 vagas nos cursos de Educação
Tecnológica, com um aumento de 23,6% em relação a 2006. As IES
Privadas são responsáveis por mais de 90% dessa oferta;
• Ao longo da década de 1990, a expansão do Sistema manteve
crescimento. Em 2006 foram registradas 26 IES no estado, sendo 2 (8%)
públicas e 24 (92%) privadas, num representativo de evolução do
crescimento de 520% . Dessas IES, 12 estão concentradas na capital e
14 no interior do estado. Nota-se que para esses dados não são
contabilizados de modo desvinculado os “Campi” da Universidade Federal
de Rondônia, nos Municípios de Ji-Paraná, Rolim de Moura, Cacoal e
Vilhena1, bem como as matrículas em cursos de Educação a Distância,
oferecidos por IES de outros estados e regiões brasileiras;
• A região Norte continua distante do eixo do desenvolvimento na
perspectiva da diferenciação. Não dispõe de capacidade instalada para
contribuir com respostas às diversas questões do desenvolvimento;
• É necessária a construção de novas alternativas, considerando tanto a
necessidade de qualificação de recursos humanos quanto a garantia de
condições efetivas para o desenvolvimento da produção acadêmica
(pesquisa e pós-graduação) da massa crítica existente nessa região, de
modo que se possa viabilizar o fortalecimento das Universidades,
capazes de responder aos desafios do desenvolvimento.
4.2. DIRETRIZES
Nenhum país pode aspirar a ser desenvolvido e independente sem um forte
sistema de Educação Superior. Num mundo em que o conhecimento sobrepuja aos
recursos materiais como fator de desenvolvimento humano, a importância da
Educação Superior e de suas instituições é cada vez maior. Para que estas possam
desempenhar sua missão educacional, institucional e social, o apoio público é
decisivo.
Para tanto, se faz necessário o estabelecimento de uma política clara e
objetiva que assegure as seguintes diretrizes:
1. Garantir acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um;
2. Ampliar o número de vagas na Educação Superior e Tecnológica,
decorrente do aumento acelerado do número de egressos do Ensino
Médio;
1 Atualmente o campus de Ariquemes poderia ser agregado à representação que vinculasse a atuação da UNIR, no interior do estado.
3. Fomentar a contribuição do setor privado, que já oferece a maior parte
das vagas na Educação Superior, respeitados os parâmetros de
qualidade estabelecidos pelos sistemas de ensino;
4. Garantir a expansão das universidades públicas para atender a demanda
crescente dos alunos e o desenvolvimento da pesquisa.
4.3. OBJETIVOS E METAS
1. Fortalecer e ampliar a partir de 2012, a prática da pesquisa como princípio
integrador do processo de ensino e aprendizagem em toda a Educação
Superior, com a criação do Fundo de Pesquisa do Estado de Rondônia;
2. Estabelecer durante a vigência do Plano, cooperação permanente entre
estado, municípios e União, visando à expansão com qualidade e
melhoria da rede pública de Ensino Superior;
3. Implementar, permanentemente, o sistema de avaliação interna e externa
para as IES Públicas do Estado de Rondônia, com fomento público,
visando à promoção da melhoria da qualidade acadêmica do ensino, da
pesquisa, da extensão e da gestão democrática;
4. Diversificar a oferta de Ensino Superior, a partir de 2012, incentivando a
criação de cursos em diversas modalidades e em turnos diferenciados,
permitindo maior flexibilidade na formação e ampliação da oferta de
ensino, considerando em primeiro plano as necessidades laborais do
estado, potencializando a capacidade física existente;
5. Fortalecer e ampliar a partir de 2011, a prática da pesquisa como princípio
integrador do processo de ensino e aprendizagem em toda a educação
superior;
6. Garantir a partir da vigência do Plano, o cumprimento das diretrizes
curriculares dos cursos de Licenciatura e Bacharelado, no que se refere
às temáticas específicas da sociedade brasileira contemporânea
(racismo, homofobia, exclusão social, diferenças étnicas e culturais, entre
outras), articulando as especificidades locais e exigências globais;
7. Priorizar na política de expansão do Ensino Superior Público, a partir da
vigência do Plano, o atendimento a todas as regiões do estado, mediante
planejamento que envolva a sociedade civil organizada;
8. A partir de 2011, ampliar o número de programas de Pós-Graduação
Stricto Sensu, de modo a atender às demandas regionais de forma
gratuita e com direito à bolsa e ou incentivo financeiro, através de
processo seletivo transparente;
9. Promover a partir de 2011, programas de Pós-Graduação Lato Sensu e
Stricto Sensu, nas instituições de Ensino Superior, com vista à formação
de profissionais da educação para o Sistema de Ensino, priorizando os
profissionais do ensino público nas esferas municipais, estaduais e
federais, articulando a produção da pesquisa aos processos produtivos e
planejamento do desenvolvimento do estado de Rondônia;
10. Garantir a partir da vigência do Plano, no Sistema Estadual de Educação
Superior, a formação docente para implementar a inclusão de pessoas
com necessidades educativas especiais;
11. Fortalecer a política de extensão nas IES, a partir da vigência do Plano,
compreendida como processo educativo contínuo, cultural, científico e
tecnológico, articulada ao ensino e à pesquisa, de maneira indissociável,
viabilizando a dimensão transformadora entre a Universidade e a
sociedade;
12. Estabelecer políticas de comunicação das ações internas e externas das
IES, a partir da vigência do Plano, potencializando meios e formas de
divulgar e socializar os saberes e fazeres produzidos nas ações de
pesquisa, ensino e extensão;
13. Fomentar a partir da vigência do Plano, políticas de ação afirmativa que
garantam a todos a oportunidade de acesso à Educação Superior, por
meio de programas que lhes permitam competir em igualdade de
condições nos processos de acesso, admissão e permanência;
14. Garantir a partir da vigência do Plano, o atendimento às demandas
específicas para a formação inicial de docentes para a Educação Básica,
nas áreas de Física, Química, Biologia, Matemática, Música, Artes
Visuais, Teatro e Dança, entre outras, através de planejamento conjunto
das IES e Secretarias de Educação;
15. Estimular a implantação de processos democráticos de avaliação
institucional interno e externo, que promovam a melhoria da qualidade do
ensino, da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica, durante a
vigência do Plano;
16. Ampliar a oferta de Educação Superior Pública com a implantação da
Universidade Estadual de Rondônia, criada por meio da lei n° 543/93, e a
lei complementar 271/2002, bem como a sua autonomia didática,
científica, administrativa e de gestão financeira até o ano de 2013, e
implementação durante a vigência do Plano;
17. Contribuir para ampliação da rede federal de Ensino Superior Público,
priorizando sua interiorização a partir de 2011;
18. Diversificar a área de inovação e desenvolvimento tecnológico na oferta
dos cursos superiores, a partir de 2011;
19. A partir de 2012, estabelecer um sistema de avaliação dos resultados
produzidos nos cursos de formação profissional e seus impactos
qualitativos, por equipe, independente e multidisciplinar;
20. Articular a Educação Superior e a produção da pesquisa aos processos
produtivos e ao planejamento do desenvolvimento sustentável, no estado
de Rondônia, a partir de 2011;
21. Estabelecer mecanismos de articulação entre a Educação Superior e
Educação Básica no estado de Rondônia, a partir da vigência do Plano;
22. Estabelecer políticas a partir do primeiro ano de vigência do Plano, para a
Educação Profissional no estado, articulando à Educação Tecnológica;
23. Ampliar a oferta e diversificar os programas de Ensino Superior Público,
durante a vigência do Plano, a partir do aproveitamento de suas
instalações físicas nos três turnos;
24. Ampliar e assegurar durante a vigência do Plano, programas de acesso e
permanência do aluno no Ensino Superior;
25. Ampliar a partir de 2011, a oferta do Ensino Superior, modalidade EAD,
na cidade e no campo, oferecendo maior suporte e interatividade aos
acadêmicos;
26. Garantir a partir de 2011, a criação de cursos de extensão que promovam
junto à comunidade, a discussão, valorização e recuperação da
identidade das comunidades típicas (quilombolas, imigrantes das áreas
fronteiriças, camponeses, ribeirinhos, indígenas, etc.);
27. Fomentar durante a vigência do Plano, na Graduação, estudos e
pesquisas em Linguística (LIBRAS, espanhol, indígena, africanismo e
outras), e que auxiliem na compreensão e resolução da problemática da
diversidade linguística, divulgando os resultados junto à comunidade em
geral;
28. Garantir durante a vigência do Plano, intérprete para o aluno surdo, nos
cursos superiores;
29. Garantir durante a vigência do Plano, apoio pedagógico especializado aos
alunos com necessidades educacionais especiais/NEES;
30. Implantar e implementar a partir de 2011, Fundação de Apoio à Pesquisa,
à Ciência e à Tecnologia.
5–EDU DE JOV E
ADUL
55.. EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO DDEE JJOOVVEENNSS EE AADDUULLTTOOSS
5.1. DIAGNÓSTICO
A Educação de Jovens e Adultos – EJA é uma modalidade de ensino que
visa oferecer oportunidade de estudos às pessoas que não tiveram acesso ou
permanência ao Ensino Fundamental e Médio na idade própria, assim como,
capacitá-los para o mercado de trabalho e o pleno exercício da cidadania.
A Educação de Jovens e Adultos orienta-se pelos Princípios Éticos da
Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum;
Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania; do Exercício da Criticidade
e do Respeito à Ordem Democrática; Princípios Estéticos da Sensibilidade, da
Criatividade e da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais.
O Ministério da Educação e Cultura – MEC, através da Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – SECAD, da Secretaria
Nacional da Juventude, e do Conselho Nacional da Juventude, propõe programas
que devem ser desenvolvidos em parcerias com os governos estaduais, municipais
e a sociedade civil, buscando atender esta modalidade de forma quantitativa e
qualitativa, conforme os Artigos 37 e 38 da Lei 9.394/96, de 20/12/1996,
regulamentada através de Portarias e Resoluções do estado de Rondônia, Lei
8069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, e Resolução nº 3, de
11/03/2009, do Ministério da Justiça – que dispõe sobre as Diretrizes Nacionais para
a Oferta de Educação nos estabelecimentos penais (Fonte: DOU, seção I de
25/03/2009). E Resolução de n° 02, de 19/05/2010, do Ministério de Educação que
também dispõe sobre as Diretrizes Nacionais para a Oferta de Educação nos
Estabelecimentos Penais.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB – 9.394, de 20 de dezembro
de 1996 e o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, Parecer CEB nº
11/2000, versam sobre a Educação de Jovens e Adultos que deixou de ser uma
compensação e passou a ser um direito, com um longo processo para que a EJA se
efetive como uma educação permanente a serviço do pleno desenvolvimento do
educando.
Os sistemas de ensino oferecem EJA Fundamental e Médio, nas escolas de
ensino regular e Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos/ CEEJAS, com
organização curricular composta de cursos organizados de forma sistemática e
presencial, com avaliação no processo. Cursos esses que vão desde a Suplência
Semestral do Ensino Fundamental e Médio, Telensino Fundamental e Médio, Cursos
Assistemáticos Semipresencial - Modular Fundamental e Médio, a Exames de
Suplência.
Além do atendimento nas escolas de ensino regular e CEEJAS, o estado
oferece o atendimento educacional aos internos dos Estabelecimentos Penais,
através do seriado semestral (1.ª a 8.ª série), e do Programa Brasil Alfabetizado
(Estado, Municípios, Serviço Social da Indústria entre outros), conforme tabelas a
seguir.
CENSO SOBRE ESCOLARIZAÇÃO NOS SISTEMAS PRISIONAIS DO ESTADO DE RONDÔNIA – 2009
TABELA 33 - PENITENCIÁRIA ESTADUAL ÊNIO SANTOS PINHEIRO – PORTO
VELHO
Não alfabetizados: Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
13
1ª Série: 20 2ª Série: 15 3ª Série: 23 4ª Série: 58 5ª Série: 64 6ª Série: 43 7ª Série: 42 8ª Série: 38
1º ano: 32 2º ano: 19 3º ano: 16
14
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 34 - CASA DE DETENÇÃO DR. JOSÉ MÁRIO ALVES DA SILVA (URSO BRANCO) – PORTO VELHO
Não Alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
31
1ª Série: 26 2ª Série: 40 3ª Série: 57
4ª Série: 128 5ª Série: 173 6ª Série: 107 7ª Série: 67
8ª Série: 144
1º ano: 59 2º ano: 33 3º ano: 60
7
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 35 - PENITENCIÁRIA ESTADUAL FEMININA-PORTO VELHO
Não Alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
4
1ª Série: 3 2ª Série: 6 3ª Série: 3 4ª Série: 8 5ª Série: 16 6ª Série: 6 7ª Série: 10 8ª Série: 15
1º ano: 7 2º ano: 7
3º ano: 15 0
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 36 - UNIDADE PRISIONAL – CENTRO DE CORREIÇÃO-PORTO VELHO
Não Alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0
1ª Série: 0 2ª Série: 0 3ª Série: 0 4ª Série: 0 5ª Série: 0 6ª Série: 0 7ª Série: 0 8ª Série: 1
1º ano: 0 2º ano: 1 3º ano: 5
6
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 37 - PENITENCIÁRIA EDVAN MARIANO ROSENDO (PANDA)-PORTO VELHO
Não Alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
16
1ª Série: 28 2ª Série: 29 3ª Série: 32 4ª Série: 49 5ª Série: 79 6ª Série: 58 7ª Série: 41 8ª Série: 37
1º ano: 20 2º ano: 10 3º ano: 32
2
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 38 - CASA DE DETENÇÃO – ARIQUEMES
Não alfabetizado Ensino Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0 1º segmento: 25 2º segmento: 27
Modular
8 Modular
0
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 39 - PRESÍDIO PÚBLICO – COLORADO DO OESTE
Não alfabetizado Ensino Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0 23 - Modular 3 - Modular 0 Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 40 - PRESÍDIO PÚBLICO – ESPIGÃO DO OESTE
Não alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0 0 1 - Modular 0 Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 41 - PRESÍDIO PÚBLICO – GUAJARÁ-MIRIM
Não alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0 48 - Modular 31 - Modular 0 Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 42 - PRESÍDIO PÚBLICO – JARU
Não alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0
1ª Série: 12 2ª Série: 15 3ª Série: 10 4ª Série: 9
0 0
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 43 - PRESÍDIO PÚBLICO – JI-PARANÁ
Não alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0 2º segmento Telensino: 35 Modular: 19
0 0
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 44 - PRESÍDIO PÚBLICO – VILHENA
Não alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0
1ª Segmaneto Modular : 19 2ª Série: 15 Modular : 22
0 0
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 45 - PRESÍDIO PÚBLICO – SÃO MIGUEL
Não alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0 9 - Telensino 0 0 Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 46 - PRESÍDIO PÚBLICO – PIMENTA BUENO
Não alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0 2º Segmento : 2
Telensino 0 0
Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
TABELA 47 - PRESÍDIO PÚBLICO – PRESIDENTE MEDICI
Não alfabetizado Ensino
Fundamental Ensino Médio
Superior Incompleto
0 1 - Modular 0 0 Fonte: SEDUC/GACA - 2009, 2009.
O atendimento aos alunos da Educação de Jovens e Adultos também
incorpora outros programas através de convênios como:
Programa Brasil Alfabetizado (área urbana e campo), sendo uma parceria
do Estado de Rondônia, Municípios e o Governo Federal (alunos da área
do campo, atendimento com transporte escolar);
Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem (Governo Federal
em Convênio com a Prefeitura Municipal de Porto Velho), com
atendimento aos jovens com idade entre 18 a 24 anos, da área urbana da
Capital;
TABELA 48 – Programa Nacional de Inclusão de Jovens - 18 a 24 anos
ANO ATENDIMENTO
2005/2006 1.650 alunos
2007/2008 1.550 alunos
Total 3.200 alunos
Fonte: Setor de Informações Educacionais – ASTC/SEMED – 2009, 2009.
Programa Saberes da Terra (1º e 2.º segmento): Programa executado
pela União dos Dirigentes Municipais de Educação/UNDIME/RO, com
atendimento aos jovens e adultos da área do campo, do município de
Porto Velho e Cujubim;
TABELA 49 – Programa Saberes da Terra
ANO ATENDIMENTO
2006 400 alunos
Total 400 alunos
Fonte: Setor de Informações Educacionais – ASTC/SEMED – 2009, 2009.
Através do Sistema “S” e das organizações não-governamentais, com um
quantitativo de 19.802 educandos atendidos, em 2008, no Ensino
Fundamental e Médio;
1. Encontra-se em processo de implantação/implementação, o Programa -
PROEJA - voltado para a educação e trabalho. Inicialmente será
executado um trabalho de capacitação dos professores para atuarem
juntos aos educandos (para atendimento aos alunos do Ensino Médio);
2. Programa Nacional de Inclusão de Jovens ProJovem: articulação entre
Escolarização Básica (5.ª a 8.ª série) e Formação Inicial para o mercado
de trabalho;
3. Formas de inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação -
TIC’s nas propostas pedagógicas; com Implantação e implementação de
Laboratórios de Informática e Cursos Profissionalizantes
(Proinfo/ProJovem/MEC), com softwers educativos, tendo a informática
como ferramenta educacional;
4. Telensino - que se destina a atender a clientela de jovens e adultos que
não tiveram acesso à escolaridade em idade própria, sendo oferecido em
telessalas; desenvolvendo-se de forma sistemática presencial, com
avaliação dos alunos de forma contínua e somatória.
Tendo como uma das prioridades da Educação de Jovens e Adultos o
combate ao analfabetismo, o estado de Rondônia apresenta taxas inferiores à média
nacional. Porém, ainda há um longo caminho para alcançar sua erradicação, visto
que a tabela apresenta o número de 108.040 de analfabetos no ano de 2007, e a
meta do atendimento do Programa Brasil Alfabetizado foi de 21.658. No referido ano
alcançou-se o percentual de atendimento de 20,0%. Logo, é imprescindível maior
abrangência do Programa.
9,7
15,8
7,9
10,3
11,7
6,7
14,2
21,4
23,4
19,1
19,6
23,5
18,5
25,1
16,8
18,4
8,9
8,5
4,3
4,6
6,5
4,4
5
8,3
10,1
8,8
3,7
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5
Rondônia
Acre
Amazonas
Roraima
Pará
Amapá
Tocant ins
Maranhão
Piauí
Ceará
Rio Grande do Nort e
Paraí ba
Pernambuco
Alagoas
Sergipe
Bahia
Minas Gerais
Espí r it o Sant o
Rio de Janeiro
São Paulo
Paraná
Sant a Cat ar ina
Rio Grande do Sul
Mat o Grosso do Sul
Mat o Grosso
Goiás
Dist r it o Federal
UF
Taxa de analfabetismo
Taxa Nacional=
9,9%
TABELA 50 – Taxa de Analfabetismo, por UF - 2007
Fonte: INEP/MEC, 2007, 2009.
No combate ao analfabetismo, outro fator preponderante é a análise dos
dados “Amazônia Legal 2007”, que revela um aumento na taxa de escolarização
feminina. Isso é um fator importante para as futuras gerações, pois as mulheres
alfabetizadas contribuem diretamente para a erradicação do analfabetismo e
elevação da escolaridade dos filhos. A seguir, tabela de dados do atendimento às
populações não alfabetizadas.
TABELA 51 – AMAZÔNIA LEGAL
UF Nº analfabeto (PNAD/2007) Meta total PBA % de atendimento
AC 68.666 36.850 53,7%
AM 176.513 76.950 43,6%
AP 27.994 11.215 40,1%
PA 579.058 300.000 51,8%
RO 108.040 21.658 20,0%
RR 28.878 10.821 37,5%
TO 134.712 28.250 21,0%
MT 211.051 35.675 16,9%
Total 1.334.912 521.419 39,1%
Fonte: SBA/SECAD/MEC, 2007,2009.
A Educação de Jovens e Adultos deve compreender, no mínimo, a
finalização da Educação Básica com possibilidade e continuidade dos estudos. É
uma modalidade de ensino destinada a oferecer oportunidade de estudos a todos
que não tiveram acesso na idade própria, sendo admitidos jovens, adultos e até
idosos que desejam iniciar ou dar prosseguimento aos seus estudos.
A oferta dessa modalidade deve ser feita em integração com o Ensino
Fundamental e Médio Regular, visto que os alunos da EJA precisam ter aprovada a
continuidade dos estudos na rede regular de ensino. Para tanto, faz-se necessário
que o Ensino Fundamental oferecido seja de qualidade, de forma que garanta a
permanência e o sucesso do aluno na escola.
A integração da Educação de Jovens e Adultos com a Educação Profissional
aumenta sua eficácia, pois, a associação das políticas de emprego e proteção contra
o desemprego são pontos de grande relevância na formação de jovens e adultos,
principalmente no contexto atual. O estado de Rondônia tem uma grande
perspectiva de crescimento econômico e, para que o povo rondoniense aproveite as
ofertas de emprego, é fundamental a capacitação dos jovens e adultos.
Visando atender a esta clientela numerosa e heterogênea, no que tange aos
interesses e competências adquiridos nas práticas sociais, há de se diversificar os
programas. Nesse sentido, é fundamental a participação solidária de toda a
comunidade, com o desenvolvimento das organizações da sociedade civil,
diretamente envolvida na temática de EJA. A Agenda Territorial tem como objetivo
diagnosticar a situação de Educação de Jovens e Adultos no Estado de Rondônia,
assim como, elaborar propostas de melhorias desta modalidade de ensino, em
parceria com a sociedade civil, as universidades públicas, entre outros. Visa também
à elaboração de material didático e pedagógico para essa modalidade, de acordo
com a Resolução FNDE/CD/Nº51, de 15 de dezembro de 2008, e prevê a cobrança
da responsabilidade das instituições publicas de ensino superior, através da
Resolução FNDE/CD/Nº48, de 28 de novembro de 2008, propostas de capacitação
em Especialização para os professores da modalidade EJA.
O estado de Rondônia já tem constituído o fórum de EJA, que faz parte do
comitê e da comissão gestora da Agenda Territorial (Programa Territórios da
Cidadania – Governo Federal). Este fato representa um grande avanço para as
discussões desta modalidade de educação.
5.2. DIRETRIZES
Diante do diagnóstico apresentado foram estabelecidas as seguintes
diretrizes:
1. Formação Inicial e Continuada aos educadores, aplicada por instituições
superiores;
2. Garantia de acesso e permanência aos alunos que se encontram fora da
escola, com horário diferenciado;
3. Implantação e implementação de programas/projetos especiais
destinados à clientela da EJA;
5.3. OBJETIVOS E METAS
1. Realizar a partir de 2011, o levantamento de dados sobre a demanda
reprimida de analfabetismo e evasão escolar em todo estado de
Rondônia;
2. Construir, adequar e ampliar até 2014, CEEJAS;
3. Implantar a partir de 2011, o Plano Estadual para os privados de liberdade
e que atenda as especificidades dos sistemas;
4. Garantir a partir de 2011, a oferta de vagas no Sistema Penitenciário e
Sistema Socioeducativo de Internação, com implantação de salas de aula
equipadas com materiais e equipe técnica pedagógica;
5. Garantir a partir de 2011, materiais didáticos e pedagógicos adequados à
EJA;
6. Adequar até 2013, a proposta curricular à realidade dos estudantes
jovens e adultos, priorizando o essencial na educação da EJA;
7. Garantir durante a vigência do Plano, atendimento educacional na
modalidade EJA integrada à formação profissional aos alunos do Campo,
com material específico;
8. Assegurar durante a vigência do Plano, política de avaliação do ensino da
EJA;
9. Ampliar e implantar a partir de 2011, oferta da EJA para o Ensino
Fundamental e Médio Fundamental na zona rural;
10. Garantir durante a vigência do Plano, parcerias para o desenvolvimento
de programas e projetos que visem à redução das taxas de evasão
escolar na EJA;
11. Fomentar o processo de Gestão Democrática, em 100% das unidades
escolares, a partir de 2011.
6–ED A DIST E TEC
EDU
66.. EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO AA DDIISSTTÂÂNNCCIIAA EE TTEECCNNOOLLOOGGIIAASS EEDDUUCCAACCIIOONNAAIISS
6.1. DIAGNÓSTICO
A Educação a Distância desempenha importante papel no processo de
universalização e democratização da educação no País.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação em seu art. 80 estabelece:
“incentivar o desenvolvimento de programas de ensino a distância em todos os
níveis e modalidades e de educação continuada”, e no artigo 87, parágrafo 3º, inciso
III, afirma que “cada município e supletivamente o Estado e a União, deverá: realizar
programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando
também para isto, os recursos da Educação à Distância.”
Ao introduzir novas concepções de tempo e espaço, a Educação a Distância
contribui, estrategicamente, para o surgimento de mudanças significativas na
instituição escolar e influi nas decisões a serem tomadas por seus gestores.
Nesse sentido, tem contribuído para a capacitação e formação continuada
de professores e técnicos; o uso integrado de diferentes formas e protocolos de
comunicação; e a inclusão e atualização permanente dos recursos tecnológicos de
comunicação e informação.
As tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) podem representar um
grande potencial na construção de novas propostas curriculares e na melhoria da
qualidade da educação. Assim, é importante dispor de tecnologias de informação e
comunicação no ambiente educacional, em todos os níveis e modalidades de
ensino, da rede pública e privada, investindo na qualificação dos profissionais da
educação para uso e apropriação pedagógica destas tecnologias, promovendo a
democratização do acesso às mesmas pela sociedade.
Nesse contexto, a Educação a Distância tem contribuído na expansão do
atendimento da Educação Superior. (dados de 2005)
TABELA 52 – Educação a Distância/Educação Superior - 2005
Esfera Administrativa Número de IES
Federais 100
Estaduais 78
Municipais 58
Particulares 2.084
Total 2.320
Fonte: SEED/MEC, 2005, 2009.
TABELA 53 – Educação a Distância/Educação Superior
INSTITUIÇÕES Número de
IES
Credenciadas a
EaD Total
Universidades 174 43,67% 76
Centros Universitários 110 13,63% 15
Faculdades 2036 1,81% 37
Fonte: SEED/MEC, 2005, 2009.
No tocante aos credenciamentos para EAD, conta-se hoje com 128
Instituições de Ensino Superior que tiveram autorização de funcionamento através
de portarias do MEC. Tomando-se por base o universo de Instituições de Ensino
Superior, a relação é de 5,51%, do total de 2.320. Ocorre, entretanto, que das 128
IES autorizadas, apenas 76 universidades são credenciadas representando 43,67%.
Nos centros universitários esses números divergem ainda mais. Dos 110 existentes,
somente 15 estão aptos a funcionar com metodologia de EAD, o que equivale a
13,63%. Por fim, das 2.036 faculdades (isoladas, integradas, centros de ensino
superior e outras denominações), apenas 1,81% conseguiram a permissão
correspondendo a um total de 37.
Para que se tenha uma análise comparativa entre o número de IES
existentes no Brasil, por região geográfica e as credenciadas para EAD, vale o
registro dos dados estatísticos oficiais envolvendo universidades, centros
universitários e faculdades isoladas (públicas e privadas), a saber:
TABELA 54 - Resultados alcançados pela EAD
Região Número de IES Percentual
Norte 136 ( 5,87%)
Nordeste 403 (17,37%)
Sudeste 1.122 (48,83%)
Sul 399 (17,20%)
Centro-0este 249 (10,37%)
Total 2.309 (100%)
Fonte: IPAE – Instituto de Pesquisas Avançandas em Educação – 2005 Mais informações, consulte: Abed, IPAE, 2009.
Pelo cruzamento de dados colhidos do último censo do INEP, em 2006, é
perceptível o crescimento do número de cursos em Instituições de Ensino Superior
no Brasil.
TABELA 55 - EAD nos Cursos de Graduação
Fonte: IPAE – Instituto de Pesquisas Avançandas em Educação – 2005 Mais informações, consulte: Abed, IPAE, 2009.
Pode ser observado que de 2001 a 2002 houve um crescimento na ordem
de 765,57% no número de cursos.
TABELA 56 - Resultados 2006
Cursos Oferta Inscritos Ingressos Matriculas Concluintes
349 813.550 430.229 212.246 207.206 25.804
Fonte: MEC/INEP/DAES – 2006, 2009.
Um dos fatores que contribui para o baixo índice de cursistas (12,45%) que
concluem os cursos de Educação a Distância é que nessa modalidade o cursista é o
responsável pela administração do seu tempo de estudo, requerendo uma
organização e planejamento pessoal bem maior do que em outras modalidades.
TABELA 57 - Participação da EaD no total de alunos de graduação
Fonte: Censo INEP, 2006, 2009.
Ano Cursos Matrículas
2000 10 1.682
2001 16 5.359
2002 46 40.714
2003 52 49.911
2004 107 59.611
2005 189 114.642
2006 349 207.206
Total: 769 479.125
De 2003 a 2006 houve um crescimento na ordem de 3,1% na participação
da EAD no número total de alunos da graduação.
As Secretarias de Educação, no atendimento à Educação Básica, executam
o Programa Nacional de Informática na Educação/PROINFO, que é uma iniciativa do
Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação a Distância, criado
pela Portaria nº 522, de 09 de abril de 1997, em parceria com os estados e alguns
municípios.
Conforme dados do SIGETEC/SEED/MEC), o PROINFO/RO conta hoje com
408 Unidades escolares com Laboratórios de Informática distribuídos na Rede
Estadual e Municipal de Ensino, sendo 270 escolas Estaduais e 138 escolas
Municipais, atendendo aproximadamente 12.000 professores/ano e 300.000
alunos/ano.
O Programa TV Escola destina-se a contribuir com a formação,
aperfeiçoamento e valorização dos professores e a melhorar a qualidade do ensino
na escola pública. Sua programação exibe durante 24 horas diárias séries e
documentários estrangeiros ou produção da própria TV Escola que é dividida em
faixas: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Salto Para o Futuro e
Escola Aberta, destinando-se aos professores e gestores da rede pública de ensino
(escolas com mais de cem alunos) atingindo no Brasil 400 mil professores em 21 mil
escolas públicas (INEP.2006).
O Programa da TV Escola foi implantado no Estado de Rondônia desde o
ano de 1997. São atendidas regularmente cerca de 580 escolas (estaduais e
municipais) além de outras instituições, inclusive de ensino superior. Beneficiam-se
com o Programa mais de 5.000 professores e 20.000 alunos por ano.
6.2. DIRETRIZES
1. Implantar e implementar programas de Educação a Distância em todos os
níveis e modalidades de ensino;
2. Garantir o acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação nos
cursos de formação inicial e continuada;
3. Equipar as escolas com novos recursos tecnológicos;
4. Garantir estrutura adequada à utilização dos novos recursos tecnológicos
nas escolas.
6.3. OBJETIVOS E METAS
1. Assegurar em 100% das escolas de Educação Básica, durante a vigência
do Plano, o acesso universal à televisão educativa e a outras redes de
programação educativo-cultural, com modernas tecnologias de
informação e comunicação, promovendo sua integração no projeto
pedagógico da escola;
2. Implantar durante a vigência do Plano, 01(um) LIE (Laboratório de
Informática Educativa) em cada unidade de ensino do Estado,
contemplando inclusive alunos especiais e assegurando a permanência
do professor de mídias integradas;
3. Implantar e implementar até 2015, Núcleos de Tecnologia Educacional
nas redes de ensino;
4. Implantar até 2015, em cada um dos municípios do Estado, 01(um)
Núcleo de Tecnologia Educacional e garantir uma infraestrutura
adequada, bem como o seu funcionamento;
5. Garantir até 2015, o acesso à rede mundial de computadores para fins de
pesquisas educacionais de alunos e professores de todas as escolas
urbanas e rurais com LIEs (Laboratórios de Informática Educacional);
6. Criar e implantar, no prazo de 02 anos, a partir da vigência do Plano, 04
(quatro) Centros Estaduais de Referência em Tecnologia Educacional
para formação de profissionais, pesquisa e produção de materiais
pedagógicos (softwares e hardwares);
7. Promover durante a vigência do Plano, a articulação e o estabelecimento
de parcerias entre órgãos do Estado (Secretarias de Educação,
Faculdades e Universidades) e Instituições para a criação de programas
de EAD em Pós-Graduação;
8. Garantir durante a vigência do Plano, recursos tecnológicos integrados
com ações de EAD para promover a interatividade entre os estudantes de
diferentes escolas e sistemas de ensino;
9. Garantir durante a vigência do Plano, quadros efetivos de professores
para desenvolver atividades de tutoria nos cursos de EAD;
10. Assegurar durante a vigência do Plano, acervos impressos, audiovisuais e
equipamentos atualizados; estrutura e espaços físicos adequados
necessários ao desenvolvimento das atividades pedagógicas aos locais
que desenvolvem EAD (bibliotecas, salas de projeções e LIEs);
11. Garantir até o ano de 2015, notebook a todos os docentes em regência de
sala de aula;
12. Construir até 2015, salas amplas para os LIEs, nas escolas que ainda não
possuem espaço apropriado;
13. Construir durante a vigência do Plano, salas de projeções e vídeos nas
escolas que ainda não possuem esse espaço;
14. Equipar a partir da vigência do Plano, salas de aulas com lousas digitais;
15. Ativar a partir da vigência do Plano, todos os LIEs com coordenador
responsável;
16. Garantir a partir da vigência do Plano, manutenção e atualização dos
equipamentos e mobiliários nas escolas;
17. Assegurar durante a vigência do Plano, recursos humanos habilitados e
capacitados em TIC’s para atuar nas escolas, garantindo sua
permanência.
7 – EDU PROF E TECN
77.. EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALL EE TTEECCNNOOLLÓÓGGIICCAA
7.1. DIAGNÓSTICO
A Educação Profissional, com a Reforma dos anos 90, teve uma nova
configuração, principalmente pela edição do Decreto nº 2.208/97, com repercussão
não apenas no Sistema Federal de Ensino, mas também nos Estaduais.
Reduziu-se a oferta de Ensino Médio Técnico dos Centros Federais de
Educação Tecnológica/CEFET e das Escolas Técnicas Federais ao nível de 50% em
relação à oferta de 1997. Foram criados cursos de nível básico, de nível médio,
sequenciais ao ensino médio, modulares e o nível tecnológico correspondente a
curso de nível superior, na área tecnológica, destinados aos egressos do ensino
médio e técnico.
Fundamentalmente, a reforma estabeleceu a separação entre o Ensino
Médio e o Técnico (Educação Profissional), criando duas redes de ensino: uma
destinada à formação acadêmica; e outra, à formação profissional, a qual ganha um
capítulo específico na LDB 9394/96 em que, pelos frágeis mecanismos de
articulação previstos, reforça a dicotomia histórica que tem marcado o Ensino Médio.
De um lado, a educação voltada para a formação da elite e, de outro, àquela voltada
aos que ingressam precocemente no mundo do trabalho.
Sob a coordenação do Ministério da Educação/Secretaria de Educação
Profissional e Tecnológica/SETEC, a Reforma da Educação Profissional teve como
objetivo promover o reordenamento estrutural e operacional do Ensino Técnico
Profissional separando-o da educação escolar nas instituições públicas. Ao
contrário, ao que se refere à iniciativa privada, incentivou e promoveu com recursos
públicos à diversificação e a ampliação da oferta dessa rede de ensino.
Iniciado também, em 1997, o Programa de Expansão da Educação
Profissional/PROEP se constituiu como principal instrumento de implantação da
reforma mediante a utilização de recursos da ordem de 500 milhões de dólares para
o período 1997-2003, com financiamento parcial do Banco Interamericano de
Desenvolvimento/BID.
Nesse sentido, a Reforma Educacional constituiu-se como instrumento de
uma perversa estratégia de utilização de recursos públicos para induzir a
desescolarização e o empresariamento das instituições públicas de Educação
Técnica e Tecnológica com vistas a sua transformação em empresas de formação
profissional.
Conforme diagnóstico do Plano Nacional de Educação, não há, no Brasil,
informações precisas sobre a oferta de formação para o trabalho, justamente porque
ela é muito heterogênea. Além das redes federais e estaduais de escolas técnicas
existem os programas do Ministério do Trabalho, das Secretarias Estaduais e
Municipais do Trabalho, e dos Sistemas Nacionais de Aprendizagem, assim como
um grande número de cursos particulares de curta duração, inclusive de Educação a
Distância, além de treinamento em serviço de cursos de qualificação e requalificação
oferecidos pelas empresas, para seus funcionários.
No Brasil, em 2003, houve 3.687.33 matrículas na 1° ano do Ensino Médio
e, em 2005 concluíram 1.858.615 alunos. Mais de 60% da população concluintes do
Ensino Médio não ingressaram no ensino superior.
Em 2006, as matrículas do Ensino Médio integrado à Educação Profissional
foram 86.319 para uma população rural de 2 milhões (jovens de 15 a 17 anos), e
para o Ensino Médio no campo de 220 mil (50 mil na faixa etária de 15 a 17 anos).
Demandas da Educação Profissional no Brasil e em Rondônia
SITUAÇÃO EDUCACIONAL
TABELA 58 - Situação educacional dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos Brasil-2006 - Fonte: IPEA
Situação/escolaridade População (mil)
1) Analfabetos 166,8
2) Freqüentam a escola 8.661,0
Ensino Fundamental 3.895,9
Ensino Médio 4.723,4
Educação Superior 41,7
3) Não freqüentam a escola 1.865,9
Total (mil) 10.424,7
Fonte: IPEA, 2006, 2009.
SITUAÇÃO DE TRABALHO (14 A 17 ANOS)
TABELA 59 - Distribuição da população jovem, segundo a situação de trabalho e estudo, por faixa etária. Brasil 2006(%)
Situação 14 a 15 anos 16 a 17 anos
Trabalha e não estuda 3,0 % 10,1 %
Trabalha e estuda 16,0 % 24,5 %
Desempregado e estuda 3,4 % 8,1 %
Desempregado e não estuda 0,6 % 2,7 %
Apenas estuda 72,4 % 45,7 %
Não trabalha, não procura trabalho e não estuda 4,5 % 8,9 %
Total (mil) 6.902,9 6.979,5
Fonte: IBGE/PNAD, 2006, 2009.
TABELA 60 - EVOLUÇÃO DAS MATRÍCULAS NO BRASIL (1991-2007)
Matrículas ensino médio por dependência
administrativa 1991 2007
Federal 103.092 68.999
Estadual 2.472.964 7.239.523
Municipal 177.000 163.779
Particular 1.019.374 897.068
TOTAL 3.772.330 8.369.369
Fonte: IBGE, 2007, 2009.
TABELA 61 - ESTABELECIMENTOS QUE OFERTAM ENSINO MÉDIO, POR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA – 2006
Dependência administrativa Estabelecimentos
Federal 162
Estadual 16.078
Municipal 832
Privado 7.059
Total Brasil 24.131
Fonte: IBGE, 2006, 2009
TABELA 62 - Situação Educacional – Rondônia
População1 PIB1 IDH2
Taxa analfabetismo1
População de 10 a 15
anos
População de 15 anos ou
mais
1.562.417 1.562.417 0,729 0,03 12,97
Fonte; (1) IBGE – 2006; (2) Índice de Desenvolvimento Humano – UNESCO – 2000;Índice de Desenvolvimento da Infância – Unicef - 2004
No Projeto de Reforma da Educação Brasileira empreendida pelo Governo
Federal no ano 2000, está incluso a Educação Profissional, nos seus níveis básico,
técnico e tecnológico. Para que esta política do Governo Federal pudesse ser
implementada no Estado de Rondônia, foi necessário que se elaborassem políticas
para o desenvolvimento desta modalidade de ensino.
Para o desenvolvimento e a ampliação desta modalidade, incorporados ao
mundo globalizado e competitivo, são exigidos maciços investimentos em programa
de formação e capacitação de recursos humanos capazes de garantir sua inserção
no mercado de trabalho, que exige uma melhor escolarização e qualificação de
trabalhadores pensantes e integrados ao mundo da tecnologia.
Diante dessa configuração imposta pela nova ordem econômica de
globalização, a Educação Profissional deve ser ágil para acompanhar os avanços
científicos e tecnológicos. Por isso, Rondônia está enfrentando os desafios de
promover a reforma da Educação Profissional que, embora por si só não crie
empregos, é um componente essencial da empregabilidade de jovens e adultos.
Rondônia empreende um sistema de ensino técnico, diversificado e ágil para
oferecer alternativas de profissionalização aos jovens e trabalhadores, formando
cidadãos competentes e capazes de melhorar a qualidade de vida social e
econômica.
A Educação Profissional e Tecnológica constitui um suporte estratégico para
a sustentabilidade e a competitividade da economia rondoniense. O cenário
mercadológico atual vem apresentando crescentes níveis de exigência e de
complexidade no trabalho, incorporadas às inovações tecnológicas e novas formas
de organização da produção.
As competências dos trabalhadores geradas e mobilizadas nesse contexto
tendem a se modificar constantemente. São valorizadas competências que vão além
dos conhecimentos científicos e tecnológicos e incluem habilidades básicas,
específicas e de gestão; atitudes relacionadas à iniciativa, criatividade, solução de
problemas, autonomia e valores relacionados à ética e responsabilidade.
A oferta de uma Educação Básica de qualidade, desenvolvida de forma
articulada com as modalidades da Educação Profissional e Tecnológica representa
um importante desafio. A Educação Profissional e Tecnológica enquadra-se na
prospecção adequada da demanda, flexibilização e reconhecimento de
competências dos trabalhadores.
TABELA 63 - RESULTADOS PRELIMINARES DO CENSO 2008 – EDUCACENSO
Dependência Educação Profissional
(Nível Técnico)
Educação Profissional
(Nível Técnico) - Proeja
Ensino
Médio
Estadual 0 0 55.099
Federal 188 0 328
Municipal 0 0 585
Privada 1.585 319 4.488
Total 1.773 319 60.500
Fonte: INEP/MEC, 2008, 2009.
Levantamento Institucional de APLs (Arranjos Produtivos Locais) 2007 – 2008
1ª etapa – Rondônia
APL de Madeira e Móveis - Ariquemes
APL de Apicultura - Vilhena
APL de Agronegócio da Pecuária de Leite – Ji-Paraná
APL de Fruticultura - Porto Velho
APL de Sistemas Agroflorestais - Ouro Preto do Oeste
APL de Piscicultura da Região Centro Sul - Pimenta Bueno
APL de Piscicultura - Ariquemes
Desenvolvimento da Produção » Levantamento Institucional de APLs 2007 -
2008 - 1ª Etapa - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Levantamento Institucional de APLs (Arranjos Produtivos Locais) 2007 – 2008
2ª etapa – Rondônia
APL de Madeira e Móveis de Ariquemes
APL de Agricultura/Apicultura de Porto Velho
APL de Apicultura de Vilhena
APL de Agronegócio da Pecuária de Leite de Ji-Paraná
APL de Produção Animal/Piscicultura de Pimenta Bueno
A influência do Apoio de Arranjos Produtivos Locais – APLs-RO provoca o
desenvolvimento regional. As seis áreas de Apoio ao Desenvolvimento de Arranjos
Produtivos Locais estão sendo desenvolvidas pelo governo do Estado que são: a
piscicultura, Região Centro Sul, nos municípios de Rolim de Moura, Pimenta Bueno
e Vilhena; a pecuária de leite, em Ji-Paraná; apicultura, em Vilhena; madeira-
móveis, em Ariquemes; fruticultura, em Porto Velho; e sistemas agroflorestais, em
Ouro Preto do Oeste.
A adoção de ações integradas de políticas públicas para APLs estimula
processos locais de desenvolvimento através da promoção da competitividade e da
sustentabilidade dos empreendimentos no território onde o APLs está inserido. Além
de promover o desenvolvimento econômico, o APLs promove a redução das
desigualdades sociais, a inovação tecnológica, a expansão e a modernização da
base produtiva, o crescimento do nível de emprego e renda, a redução da taxa de
mortalidade de micro e pequenas empresas, o aumento da escolaridade e da
capacitação, além da produtividade e competitividade e, consequentemente, o
aumento das exportações e geração de divisas para o País.
Visualizando as oportunidades de mercado externo, o Estado trabalha com
diversas ações estratégicas. Dessa forma, tem sido possível a estruturação da
cadeia produtiva numa ação conjunta com a Secretaria de Estado da Agricultura,
Produção e o Desenvolvimento Econômico e Social/SEAPES e outras Setoriais no
que tange à evolução do setor primário, no aumento do volume de produção e no
aproveitamento das ofertas competitivas do Estado, em setores como o de energia
elétrica que possibilitará a vinda de indústrias do setor agroalimentário.
Com o advento do Decreto Federal 5154/04, Parecer 39/04 CNE/CEB e da
Resolução 01/05 CNE/CEB, oportuniza-se aos Estados oferecerem a Educação
Profissional Articulada ao Ensino Médio.
O Ministério da Educação lançou o Programa Brasil Profissionalizado,
instituído pelo Decreto nº 6.302, de 12 de dezembro de 2007, com vistas a estimular
o Ensino Médio integrado à Educação Profissional, enfatizando a educação científica
e humanística, por meio da articulação entre formação geral e educação profissional
no contexto dos arranjos produtivos e das vocações locais e regionais.
O Brasil Profissionalizado é um programa de financiamento e assistência
técnica que tem como objetivo ampliar e qualificar a oferta de Educação Profissional
e Tecnológica de nível médio, nas redes estaduais de ensino, que se estenderá de
2008 até 2011.
Os estados que possuem rede de ensino médio ou de educação profissional
de nível médio e assinaram o compromisso Todos pela Educação, solicitam suas
demandas. O MEC, por sua vez, avalia as demandas de acordo com as
necessidades locais e convoca o Estado para assinar os convênios.
Diante dessa perspectiva inicial, Rondônia, após selecionar as escolas
priorizando entre outros aspectos o IDH local, o IDEB e a sintonia com os arranjos
produtivos, têm como meta implantar Cursos Técnicos em 14 escolas, matricular
7.580 mil alunos, capacitar professores, construir escolas e laboratórios de 2009 até
2011 que favoreçam os polos regionais.
TABELA 64 - PLANILHA DE OFERTA DE CURSOS TÉCNICOS – 2009 a 2012 (Modalidade Ensino Médio Integrado Regular e Proeja) 21 Cursos de EPT – 14
escolas – 09 municípios
Município Escola Eixo Tecnológico Curso
Ariquemes EEEFM Ricardo
Cantanhede Gestão e Negócios Técnico em Vendas
Porto Velho
11000317 EEEFM
José Otino de
Freitas
Informação e
Comunicação
Técnico em
Manutenção e Suporte
em Informática
11002123 EEEFM
Risoleta Neves
Controle e
Processos
Industriais
Técnico em
Eletrotécnica
11002514 EEEFM
Orlando Freire
Produção
Alimentícia
Técnico em
Panificação
Informação e
Comunicação
Técnico em
Informática
11002484 EEFM
Major Guapindaia
Infraestrutura Técnico em
Edificações
Informação e
Comunicação
Técnico em
Informática
Recursos Naturais Técnico em
Fruticultura
Cacoal 11046740 EEEM
Josino de Brito Infraestrutura
Técnico em
Edificações
Guajará-Mirim EEEF Alkindar
Brasil Arouka Recursos Naturais
Técnico em
Agroecologia
Jaru
11012684 EEEFM
Raimundo
Cantanhede
Hospitalidade e
Lazer
Técnico em
Hospedagem
Ji-Paraná
11016094 IEE
Marechal Rondon
Informação e
Comunicação
Técnico em
Informática
11047208 EEEM
Jovem Gonçalves
Vilela
Gestão e Negócio Técnico em Vendas
11015446 CEEJA
Teresa Mitsuko
Tustumi
Informação e
Comunicação
Técnico em
Manutenção e Suporte
em Informática
Produção
Alimentícia
Técnico em
Agroindústria
Pimenta Bueno
11032260 EEEFM
Marechal Cordeiro
de Farias
Informação e
Comunicação
Técnico em
Informática
Rolim de Moura
11029480 EEEFM
Tancredo de
Almeida Neves
Informação e
Comunicação
Técnico em
Informática
Produção
Alimentícia
Técnico em
Agroindústria
Vilhena
11033835 EEEFM
Zilda da Frota
Uchoa
Informação e
Comunicação
Técnico em
Manutenção e Suporte
em Informática
Produção
Alimentícia Técnico em Apicultura
Fonte: SEDUC/GACA, 2009-2012, 2009.
Obs: A nomenclatura dos cursos conforme Catálogo Nacional de Cursos Técnicos - CNCT e Classificação Brasileira de Ocupações – CBO.
Os pressupostos gerais para a Educação Profissional incorporam os
princípios definidos nas políticas públicas para esta modalidade de ensino, e estão
sintetizados conforme o abaixo descrito:
Comprometer-se com a redução das desigualdades sociais existentes no
país, que se manifestam na distribuição de renda, de bens e serviços, na
discriminação de gênero, de cor, de etnia, de acesso à justiça e aos
direitos humanos;
Assumir que o desenvolvimento econômico é fundamental para reduzir as
desigualdades extremas, consolidar a democracia e assegurar um mínimo
de soberania para o país;
Assumir a Educação Básica como um direito garantido pela oferta pública
e gratuita, democratização de acesso e garantia de permanência;
Comprometer-se com uma escola pública de qualidade, com a
democratização da gestão e com a valorização da função docente.
7.2. DIRETRIZES
Com base nos pressupostos gerais na Política Nacional apresentada pelo
MEC para a Educação Profissional, formulada com a participação da sociedade civil
organizada (MEC, 2003) e, considerando os dados da realidade do Estado
constantes no diagnóstico, os quais enfatizam a necessidade de que sejam
estabelecidas as devidas relações entre a complexa tríade: educação, trabalho e
escolaridade, foram delineadas as diretrizes a seguir elencadas:
1. Assumir de fato a política de retomada da oferta de Educação Profissional
nas redes de ensino considerada como direito de todos à educação e ao
trabalho, e como forma de garantir o acesso aos direitos básicos da
cidadania;
2. Viabilizar propostas estaduais de financiamento, gestão e controle dos
recursos para a Educação Profissional de nível técnico que contemplem a
potencialização dos recursos públicos para assegurar a qualidade do
Ensino Técnico e Tecnológico ofertado nas redes de ensino;
3. Definir a Política de Expansão da Educação Profissional, com base em
estudos e pesquisas que orientem a oferta e manutenção de cursos
considerando as reais necessidades de desenvolvimento social nas
regiões do Estado, na perspectiva de contribuir para o acesso à
cidadania, ao emprego e à renda;
4. Definir estrutura e organização curricular dos cursos de Educação
Profissional em sua forma e conteúdo, como meio de garantir o
aprofundamento das competências humanísticas, científicas e
tecnológicas da Educação Básica, como base para a aquisição das
competências de áreas específicas do mundo do trabalho e da produção
contemporâneas.
7.4. OBJETIVOS E METAS
1. Implantar e expandir até 2012, a oferta de cursos de Educação
Profissional nas redes de ensino;
2. Garantir durante a vigência do Plano, recursos financeiros definidos a
partir de valor de referência custo/aluno/ano diferenciados, para a
manutenção dos estabelecimentos de ensino na rede pública, que
ofertam cursos do setor primário, secundário e terciário da economia;
3. Garantir durante a vigência do Plano, o acesso e a permanência do aluno
matriculado na Educação Profissional contribuindo para a sua inserção no
mundo do trabalho, assegurando parcerias que garantam estágios
supervisionados;
4. Garantir durante a vigência do Plano, a continuidade e a expansão da
oferta da Educação Profissional em sua forma de organização curricular
integrada, concomitante e/ou subsequente ao Ensino Médio, nas
modalidades de Ensino Médio Integrado e Educação de Jovens e Adultos,
a fim de contribuir para a superação da dualidade estrutural na formação
dos alunos desta modalidade de ensino;
5. Assegurar a participação da Unidade Escolar de Educação Profissional
Técnica e Tecnológica nas avaliações e eventos de monitoramento do
rendimento e qualidade educacionais do MEC durante a vigência do
Plano;
6. Garantir durante a vigência do Plano, a aquisição, instalação e
manutenção de laboratórios e equipamentos específicos, materiais
didáticos e acervos bibliográficos nos espaços reformados e ampliados;
7. Expandir a oferta de matrícula em Ensino Médio Integrado para
adolescentes em conflito com a lei, internados para cumprimento de
medida sócioeducativa a partir 2011, e implementar o quadro de
funcionários como: psicólogos, orientadores, assistentes sociais,
inspetores e professores, a fim de que esses internos em conflito com as
leis, sejam assistidos de modo que venham restabelecer sua cidadania;
8. Implantar a partir de 2012, Polos de Educação a Distância de acordo com
o Programa e-Tec Brasil nas Unidades Escolares, Centros de Educação
de Jovens e Adultos, nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná, Rolim de
Moura e Vilhena;
9. Realizar diagnóstico situacional, anualmente, durante a vigência do Plano,
para possibilitar a oferta do Ensino Médio Integrado nas comunidades
quilombolas, ribeirinhas, indígenas, do campo e outros movimentos;
10. Implementar a partir de 2013, programas de cooperativismo com
capacitação e prática tais como Empresa Júnior, Hotel Tecnológico e
Incubadora de Empresa;
11. Garantir e regulamentar a partir de 2011, a aquisição de acervo, mobiliário
e equipamentos; multimídias, recursos audiovisuais, insumos diversos e
atualizados e materiais pedagógicos para as Unidades Escolares de
Educação Profissional Técnica de Nível Médio/EPT, observando o
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, considerando os Eixos
Tecnológicos e as Áreas Temáticas;
12. Construir/ampliar/adequar e/ou reformar e manter as unidades escolares
para ofertar a Educação Profissional Técnica, nas modalidades de Ensino
Médio Integrado e Educação de Jovens e Adultos a partir de 2011;
13. Implantar a partir de 2011, o Núcleo de Educação a Distância para
atender os Pólos distribuídos no Estado;
14. Implantar a partir de 2011, laboratórios de Biologia, Física, Matemática,
Química e Informática Básica nas unidades escolares de Educação
Profissional e Tecnológica.
8 – EDU ESPECIAL
88.. EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO EESSPPEECCIIAALL
8.1. DIAGNÓSTICO
A Educação Especial constitui uma modalidade que perpassa todos os
níveis, etapas e modalidades de ensino. Definida como proposta pedagógica que
assegura recursos e serviços de atendimento educacional especializado,
organizado, para apoiar a educação nas classes comuns, de modo a garantir a
escolarização e a promoção do desenvolvimento das potencialidades dos alunos
que apresentam necessidades educacionais especiais.
Em Rondônia, a Educação Especial está implantada nos 52 municípios do
Estado e em 271 escolas da Rede Estadual. Fundamentada na proposta de
Educação Inclusiva e pautada nos princípios do direito de todos à educação e
valorização da diversidade humana, orienta os sistemas de ensino para garantir o
acesso de todos às escolas comuns da sua comunidade e o atendimento às
necessidades educacionais especiais dos alunos.
De acordo com o Censo escolar/2008, o Estado de Rondônia possui
aproximadamente 3.146 educandos com necessidades educacionais especiais,
atendidos em salas comuns das escolas das redes de ensino, escolas especiais,
salas bilíngues para surdos, instituições especializadas conveniadas e centros
especializados.
O Governo do Estado tem investido na formação de profissionais para
atuarem com alunos que possuem necessidades educacionais especiais por meio
de cursos de capacitação e formação continuada, promovendo de 2003 a 2008, a
capacitação de 5.264 profissionais.
A Educação Especial em Rondônia é também oferecida em instituições
especializadas não governamentais a citar: APAE- Associação de Pais e Amigos do
Excepcional, Associação PESTALOZZI e AMA – Associação dos Amigos do Autista.
As Associações Pestalozzi estão presentes em 3 municípios do Estado:
Porto Velho, Ouro Preto D’Oeste e Guajará-Mirim.
Em Porto Velho, no ano de 2009, atendeu-se a 200 pessoas em regime
escolar e clínico. A clientela recebeu atendimento clínico nas áreas de Psicologia,
Fonoaudiologia, Fisioterapia, Odontologia e Medicina (Pediatria e Neurologia). No
atendimento escolar especializado foram oferecidas a Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Educação Profissional com oficinas de serviços gerais, jardinagem,
horticultura e auxiliar de cozinha.
Em Ouro Preto são atendidas 99 pessoas portadoras de Síndrome de Down,
deficiência mental, paralisia cerebral e deficiência auditiva. Ofertam-se atividades
pedagógicas e clínicas (Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia). Os demais
atendimentos clínicos são realizados na rede pública de saúde.
Em Guajará-Mirim são atendidos 50 alunos portadores de Síndrome de
Down, paralisia cerebral e deficiência mental.
As Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE´s estão
presentes em 29 municípios do estado de Rondônia, sendo que no município de
Ariquemes está a sede da Federação das APAE’s, que realiza acompanhamento
das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais dos demais municípios.
As APAE´s atendem alunos com necessidades educacionais especiais nos
aspectos clínico e escolar através de professores habilitados, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, médicos e psicólogos. Esses profissionais, em sua grande maioria,
são disponibilizados por meio de convênios com órgãos e instituições afins, além da
colaboração de profissionais voluntários.
Os aspectos financeiros para manutenção das APAE´s são efetuados por
meio de convênios federal, estadual e municipal, além de doações diversas de
contribuintes mensais, promoções sociais, eventos e outras parcerias.
A AMA é uma instituição não governamental com professores e psicólogos
disponibilizados através de convênios com órgãos afins para atendimento de sua
clientela.
Em Porto Velho, a Associação dos Amigos do Autista (AMA) oferece
atendimento escolar e psicológico a 60 crianças e jovens com síndrome do autismo,
atuando nos períodos matutino e vespertino.
8.2. DIRETRIZES
A Educação Especial integra o Sistema de Ensino como modalidade e, em
consonância com a Política Nacional, organiza-se de modo a otimizar os
pressupostos da prática pedagógica social e da educação inclusiva, a fim de
cumprir os dispositivos legais, políticos e filosóficos que fundamentam o atendimento
ao aluno que apresenta necessidades educacionais especiais.
Tendo em vista a consolidação da proposta de Educação Inclusiva, o
Governo do Estado de Rondônia estabeleceu como prioridade a formação de
recursos humanos do ensino regular para atuar com alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais. Para tanto, ampliou o quantitativo de
professores capacitados no período entre 2003 e 2008, preparando 5.264
profissionais da educação para atuarem com alunos com necessidades especiais
através de Programas e Projetos instituídos e apoiados pelo MEC, em conjunto com
Governo do Estado, com ações que tem por objetivo:
1. Ampliar o Programa de Capacitação de Recursos Humanos para atuar
com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais em
parceria com os municípios;
2. Implantar e implementar Salas de Recursos Multifuncionais em todas as
escolas;
3. Implantar o Centro de Apoio Pedagógico de Atendimento Ao Deficiente
Visual;
4. Implantar e implementar Núcleos e Centros Regionais de Capacitação de
Profissionais e de Atendimento às pessoas com Surdez-CAS;
5. Implantar Núcleos e Centros Regionais de Atividades de Altas
Habilidades/Superdotação;
6. Implantar em todas as escolas da rede pública, Laboratórios de
Informática e equipamentos adaptados a todas as necessidades
educativas especiais;
7. Adquirir equipamentos específicos e materiais didáticos pedagógicos para
todas as escolas da rede pública de ensino, a fim de atendam a todos os
estudantes com necessidades especiais.
Em 2007, em consonância com o Plano de Aceleração do Crescimento-PAC
é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação-PDE reafirmado pela agência
Social de Inclusão das Pessoas com Deficiência. Ambos têm como eixos a
acessibilidade arquitetônica, a implantação de Salas de Recursos Multifuncionais e a
formação docente para o atendimento educacional especializado.
8.4. OBJETIVOS E METAS
1. Implantar e implementar a partir do primeiro ano de vigência do Plano,
serviços de estimulação precoce para crianças com necessidades
educacionais especiais em 100% das instituições especializadas e
escolas de Educação Infantil, em parceria com áreas de saúde e/ou
assistência social;
2. Estabelecer parcerias com áreas da saúde, previdência social e
assistência social para no prazo de 02 anos, a partir de 2011, que
oferecerem órteses e próteses para todos os educandos com deficiências
e atendimento especializado em saúde, quando necessário;
3. Implementar em 03 anos e universalizar em 07 anos, o ensino e o uso
fluente da Língua Brasileira de Sinais ( LIBRAS ) e sistema Braile para os
educandos surdos, cegos, familiares e profissionais da educação;
4. Implantar até 2013, serviços de apoio especializados na rede estadual e
municipal de ensino em todos os municípios de Rondônia em
consonância com a Política Nacional de Educação Especial;
5. Fomentar a partir da vigência do Plano, junto à Instituições de Ensino
Superior, a inclusão de disciplinas na área de Educação Especial nos
currículos com práticas pedagógicas dos cursos de Formação de
Professores e nas diversas áreas como Medicina, Enfermagem,
Arquitetura entre outras, visando à melhoria do atendimento das pessoas
com necessidades educacionais especiais;
6. Adequar em dois anos a partir da vigência do Plano, a infraestrutura de
todos os prédios escolares para que os alunos com dificuldade de
locomoção tenham acessibilidade a esses espaços, em conformidade
com a Lei Federal nº 098/2000;
7. Articular parcerias entre Estado, Município e União a fim de assegurar em
05 anos a contar da vigência do Plano, o transporte coletivo e escolar
com adaptações necessárias às pessoas que apresentam dificuldade de
locomoção;
8. Proporcionar em 03 anos, o acesso à utilização de equipamentos de
informática para os alunos que apresentam necessidades educacionais
especiais, assegurando a manutenção dos equipamentos, bem como a
aquisição de softwares educativos específicos como forma de oferecer
condições para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos com
necessidades educacionais especiais inseridos no ensino regular;
9. Implantar em 02 anos e implementar durante a vigência do Plano,
programas em parceria com instituições governamentais e não
governamentais para atendimento aos alunos com necessidades
educacionais especiais na área de artes, esporte , cultura e lazer;
10. Equipar e reequipar em 2 anos, a partir da vigência do Plano, escolas de
Educação Básica e Centros de Apoio Pedagógicos Especializados,
assegurando a aquisição e manutenção de equipamentos específicos,
aquisição e confecção de materiais didáticos pedagógicos
especializados, de forma a atender os alunos com necessidades
educacionais especiais;
11. Ampliar a partir de 2011, a oferta de atendimento educacional aos alunos
com faixa etária acima de 16 anos para a conclusão do Ensino
Fundamental ou a terminalidade específica;
12. Assegurar a partir do 1º ano de vigência do Plano e num prazo de 3 anos,
que as instituições de ensino viabilizem terminalidade específica aos
educandos com necessidades educacionais especiais e que não tenham
alcançado os resultados de escolarização previstos no art.22 da LDB
9394/96, encaminhando-os para a Educação de Jovens e Adultos e ou
Cursos Profissionalizantes, nos períodos diurnos ou noturno;
13. Garantir em 05 anos, a partir da vigência do Plano, Programas que visem
o incentivo à realização de estudos e pesquisas para investigação das
necessidades e possibilidades pedagógicas em articulação com
Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa;
14. Garantir até 2012, o sistema de coleta de dados sobre a população com
necessidades educacionais especiais, matriculados na rede regular de
ensino e da demanda reprimida, em articulação com setores específicos
para este fim;
15. Assegurar a partir de 2011, recursos financeiros para a construção de
Centros de Atendimento Especializados nos municípios pólos destinados
ao atendimento de alunos que apresentam necessidades especiais;
16. Implementar gradativamente, a partir de 2011, os Núcleos e Centros,
dotando-os de infraestrutura e profissionais habilitados e ou capacitados
para a garantia do atendimento aos alunos com necessidades especiais;
17. Implantar no prazo de 02 anos a partir da vigência do Plano, uma sala de
recursos na capital e uma em cada município, para o atendimento
exclusivo aos alunos com Altas Habilidades e Superdotação;
18. Equipar até 2012, os Laboratórios de Informática Educacional (LIE) com
computadores e programas (como o DOXVOX para cegos), e Softwares
(um programa por área do conhecimento: Química, Física, Ciências,
Biologia, Português, Matemática, História, Geografia e outros), para
atender aos alunos com necessidades educacionais especiais;
19. Implementar durante a vigência do Plano, conforme as necessidades da
clientela, as classes inclusivas da rede pública de ensino e salas de
recursos multifuncionais, de forma a favorecer e apoiar o desenvolvimento
da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais de forma
exitosa;
20. Implantar em 05 anos e implementar durante a vigência do Plano, em
todos os municípios do Estado, cursos profissionalizantes de acordo com
a realidade local para dar continuidade ao aprendizado do educando
especial;
21. Assegurar a partir da vigência do Plano, a presença de monitor no
transporte escolar para atender o aluno com necessidades especiais;
22. Assegurar a partir do primeiro ano de vigência do Plano, a função/cargo
de instrutor surdo com proficiência em Libras, como profissional da
educação;
23. Garantir até 2013, a presença do professor intérprete/tradutor, do guia, do
guia/intérprete e do cuidador, para a Educação Básica, a fim de atender
os alunos com necessidades educacionais especiais;
24. Regulamentar até 2013 o cargo de Intérprete/Tradutor em libras, em todo
o estado;
25. Ofertar e implementar até 2013, nas escolas das redes de ensino do
estado, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos
surdos na modalidade escrita;
26. Garantir a partir da vigência do Plano que o Projeto Político Pedagógico
das escolas contemple as ações pedagógicas voltadas para a educação
inclusiva.
9 – EDU INDÍGENA
99.. EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO IINNDDÍÍGGEENNAA
9.1. DIAGNÓSTICO
Ao longo de sua trajetória histórica os povos indígenas construíram e
reconstruíram sua existência através de formas próprias e diferenciadas de
transmissão de conhecimento. Diferentemente da cultura dos não-índios, no
universo dos povos indígenas, a responsabilidade por esses processos de
apreensão e re-transmissão (da cultura, das tradições, da língua, da concepção de
mundo, etc.) era e ainda é do ente coletivo, ou seja, da comunidade como um todo.
Nesse sentido, não é difícil entender que a escola só passou a fazer parte
das necessidades e, portanto, dos direitos dos povos indígenas a partir do "contato"
com os não-índios, com o agravante de que essa outra forma de educar (escola) até
o advento da Constituição Federal de 1988 baseou-se nos conceitos de
catequização, civilização e integração dos povos indígenas vedando a estes
qualquer possibilidade de participação enquanto sujeitos de seu próprio
aprendizado.
A Constituição Federal, portanto, resgata o protagonismo indígena na
medida em que reconhece as cidadanias plenas (fim da tutela) dos índios impondo,
com isso, a necessidade de um novo relacionamento jurídico entre o estado e os
povos indígenas.
Assim sendo, o reconhecimento do direito dos povos indígenas a uma
educação específica, diferenciada e intercultural e que leve em conta a sua
organização social, línguas, crenças e tradições, representou o estabelecimento de
um novo marco no relacionamento entre aqueles e o Estado brasileiro, afirmando-se
a existência de um país pluriétnico e multicultural, onde o respeito a essa
diversidade deve pautar essas novas relações.
Até 1991, a Educação Escolar Indígena era de responsabilidade da
Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que deveria fazer convênios com os
municípios. Ainda em 1991, através do Decreto-lei Federal 26/199, a Educação
Escolar Indígena passou a ser coordenada nacionalmente pelo Ministério da
Educação (MEC), sob a responsabilidade executiva das Secretarias Estaduais e
Municipais de Educação.
Somente em 1999, com a resolução 03/99 do Conselho Nacional de
Educação (CNE) ficaram definidas claramente as responsabilidades pela Educação
Escolar Indígena que passou a ser controlada pelos Estados ou Municípios, caso
estes últimos possuíssem sistema municipal de ensino e anuência dos povos
indígenas.
Por força do Decreto Presidencial 26/91, em articulação com as Secretarias
Estaduais e Municipais de Educação, o Ministério da Educação vem implementando
uma Política Nacional de Educação Escolar Indígena atendendo a preceitos legais
estabelecidos na Constituição de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional e no Plano Nacional de Educação.
Nessa legislação estabeleceu-se como competência do Ministério da
Educação, a coordenação das ações de Educação Escolar Indígena no país por
meio da definição de diretrizes curriculares para a oferta de educação escolar aos
povos indígenas; assistência técnico-financeira aos sistemas de ensino para oferta
de programas de formação de professores indígenas; de publicação de materiais
didáticos diferenciados, bem como a elaboração de programas específicos para
atendimento às necessidades das escolas indígenas, visando a melhoria nas
condições de ensino nas aldeias.
A implementação dessa política tem como objetivo assegurar a oferta de
uma educação de qualidade aos povos indígenas, caracterizada por ser comunitária,
específica, diferenciada, intercultural e multilíngue. Esta deverá propiciar aos povos
indígenas, acesso aos conhecimentos universais a partir da valorização de suas
línguas maternas e saberes tradicionais, contribuindo para a reafirmação de suas
identidades e sentimentos de pertencimento étnico
Em Rondônia, o primeiro encontro de professores indígenas ocorreu em
Vilhena, em novembro de 1990. Professores indígenas vieram a ser rapidamente
reconhecidos como parte legitimamente integrante da categoria profissional dos
docentes, deixando de ser “monitores de educação”. Em 1991, o decreto
presidencial 26/91 estabeleceu que a coordenação das ações educacionais em
terras indígenas passasse da esfera do Ministério da Justiça/FUNAI para o Ministério
da Educação, e que a execução das ações educacionais ficasse como
responsabilidade dos estados e dos municípios.
Data daí, em Rondônia, o processo de municipalização e, supletivamente,
de estadualização de escolas indígenas, mas empreendido sem a necessária
estruturação e fortalecimento institucionalizada da Educação Escolar Indígena no
estado e nos municípios, indispensáveis para se assegurar o funcionamento
adequado de escolas indígenas com aqueles predicados.
Atualmente existem 82 escolas indígenas no estado de Rondônia,
atendendo a um total de 2.962 alunos devidamente matriculados nas diversas
modalidades do Ensino Fundamental. Dessas 82 escolas, 5 estão sob a
administração municipal. Contabilizam-se 06 executores indigenistas, 150
professores indígenas e 43 professores não-índios contratados pela lei nº 349 de 13
de Junho de 2006, dos quais 118 concluíram o curso de magistério indígena
promovido pela Secretaria de Estado da Educação - SEDUC – PROJETO AÇAÍ.
Rondônia atende representações de 54 etnias falantes de 29 (vinte e nove)
línguas indígenas, e 3 (três) dialetos onde aparecem comunidades que vão desde
agrupamentos humanos fragmentados de menos de uma dezena de indivíduos,
como os Karipuna, até comunidades de mais de mil indivíduos como os povos Oro
Wari.
9.2. DIRETRIZES
As diretrizes definidas pelo Governo do Estado para o atendimento da
Educação Escolar Indígena, a partir de 2011, são:
1. Garantir educação específica, diferenciada, intercultural,
bilíngue/multilíngue para as populações indígenas, assegurando-lhes uma
educação de qualidade que respeite e valorize seus conhecimentos e
saberes tradicionais, e permita-lhes o acesso a conhecimentos universais
conforme as diretrizes nacionais;
2. Assegurar o funcionamento da categoria de “escola indígena” no sistema
de ensino mantido pelo estado de Rondônia, com normas e ordenamento
financeiro próprio, autonomia pedagógica e curricular, que garanta a
plena participação de cada comunidade indígena nas decisões relativas
ao funcionamento da escola;
3. Assegurar a participação indígena na discussão, monitoramento e
avaliação das políticas, planos, programas, projetos e ações nas
diferentes instâncias de formulação e execução da educação escolar
indígena;
4. Garantir a participação dos sábios indígenas nas escolas, independente
de escolaridade e, reconhecer como professor, por notório saber, para
fortalecer valores e conhecimentos imemoriais e tradicionais conforme as
propostas curriculares das escolas, garantindo recursos necessários para
sua atuação docente, quando for solicitada.
9.3. OBJETIVOS E METAS
1. Garantir a partir de 2011, a oferta de Educação Básica nas escolas
indígenas de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Escolar Indígena;
2. Regularizar dentro de 05 (cinco) anos, 100% das escolas indígenas de
Rondônia, assegurando a especificidade da educação intercultural e
bilíngue/multilíngue, garantindo atendimento às especificidades de
infraestrutura, educação intercultural e bilinguismo/multilinguismo;
3. Assegurar durante a vigência do Plano, às comunidades indígenas, a sua
plena participação consensual nas decisões relativas à concepção,
edificação e funcionamento de escolas, construindo inclusive o Projeto
Pedagógico e de Gestão, respeitando a exiguidade das decisões
consensuais;
4. Construir em 5 (cinco) anos, o Centro de Documentação e Cultura
destinado a reunir o acervo de registro e documentos históricos,
materiais arqueológicos, paleontológicos, etnográficos, teses de mestrado
e de doutoramento e outras publicações que tenham por objeto a história
das populações indígenas de Rondônia;
5. Assegurar a partir de 2011, produção e publicação de material didático e
pedagógico específicos resultantes de experiências, conhecimentos e
vivências de professores e alunos, mediante interação e articulação com
conhecimento especializado no campo da produção de material didático
pedagógico, no prazo de 5 (cinco) anos;
6. Construir ao longo de 2 (dois) anos, a partir de 2011, Centros
Poliesportivos para implantar e implementar projetos direcionados ao
esporte indígena, assegurando as manifestações sócio-culturais e
esportivas, transmitidas, resgatadas e atualizadas de cada povo;
7. Implantar e implementar a partir de 2011, salas com acervo de memória e
de pesquisa bibliográfica em cada escola indígena, a ser concluído ao
longo de 05 (cinco) anos;
8. Suprir a partir de 2011, as escolas indígenas com equipamento
tecnológico, material pedagógico e logístico, no prazo de 5 (cinco) anos;
9. Fomentar e apoiar durante a vigência do Plano, estudos e pesquisas
voltados às comunidades indígenas, aprovadas pelas mesmas,
garantindo a disseminação dos resultados às comunidades pesquisadas e
ao poder público;
10. Assegurar e garantir aos povos indígenas, no prazo de 5 (cinco) anos, o
direito e acesso à inclusão digital, às tecnologias de formação, informação
e comunicação no ambiente educacional;
11. Assegurar durante a vigência do Plano, projetos que visem à
permanência dos alunos nas escolas indígenas como forma de assegurar
a aquisição e valorização dos costumes e da cultura de cada etnia;
12. Estabelecer a partir da vigência do Plano, parcerias com instituições
governamentais da educação para fomentar projetos de subsistência
financeira e de preservação dos recursos naturais;
13. Construir até 2012, o Projeto Pedagógico Escolar das escolas indígenas
de forma autônoma e coletiva, valorizando os saberes, a oralidade e a
outras sociedades humanas, bem como integrar os projetos societários
dos povos indígenas contemplando a gestão territorial e ambiental das
terras indígenas e a sustentabilidade das comunidades;
14. Garantir durante a vigência do Plano, o acesso à Educação Profissional
de nível Fundamental e Médio que contemple os interesses de cada povo;
15. Implantar e implementar durante a vigência do Plano, projetos voltados ao
atendimento da Educação Escolar Indígena do Estado de Rondônia,
aprovados juntamente com a comunidade indígena;
16. Assegurar, a partir da vigência do Plano, pesquisas de caráter
antropológico visando à sistematização e incorporação dos
conhecimentos e saberes tradicionais das sociedades indígenas e a
elaboração de materiais didático-pedagógicos, bilíngues ou não, para uso
nas suas escolas;
17. Assegurar a partir da vigência do Plano, parcerias com órgãos e
entidades afins, para mapeamento dos povos indígenas de Rondônia
visando conhecer: quem são; quantos são; onde estão; língua falada;
artesanato; costumes e distâncias, além de disponibilizar para todas as
escolas indígenas e não indígenas a Cartografia.
10 – EDU DO
CAMPO
1100.. EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO DDOO CCAAMMPPOO
10.1. DIAGNÓSTICO
A Educação do Campo está sendo delineada a partir de um conjunto de
discussões, experiências e lutas que são construídas em nível nacional, pois,
historicamente, vinha sendo marginalizada quanto à construção de políticas
públicas. Tratada como política compensatória, suas demandas e especificidades
raramente têm sido objeto de pesquisa no espaço da academia e na formulação de
currículos, nos diferentes níveis e modalidades de ensino. A educação para os
povos do campo é trabalhada a partir de um currículo essencialmente urbano,
geralmente deslocado das necessidades e da realidade do campo. Além disso, os
saberes, a cultura e a dinâmica dos trabalhadores do campo, raramente são
tomados como referência para o trabalho pedagógico, bem como na organização do
sistema de ensino, na formação de professores e na produção de livros didáticos.
Esta visão que tem permeado as políticas educacionais, parte do princípio
de que o espaço urbano serve de modelo ideal para o desenvolvimento humano. Tal
perspectiva contribui para a desapropriação da identidade dos povos do campo, no
sentido de se distanciarem do seu universo cultural.
O campo tem sido pensado a partir de uma lógica econômica, e não como
um espaço de vida, de trabalho, de construção de significados, saberes e culturas.
Como consequência das contradições desse modelo de desenvolvimento temos, por
um lado, a crise do emprego e a migração campo/cidade e, por outro, a reação da
população do campo que, diante do processo de exclusão, organiza-se e luta por
políticas públicas construindo alternativas de resistência econômica, política e
cultural que também incluem iniciativas no campo da educação.
Segundo o IBGE, em dados divulgados pelo Censo Demográfico 2000,
apesar da intensa urbanização ocorrida nas últimas décadas, cerca de um quinto da
população do País encontra-se na zona rural, ou seja, 18,77%. No estado de
Rondônia, a população é de 1.379.787 habitantes, sendo que 495.264 habitantes
residem na zona rural, correspondendo a 35,89% da população do estado no
campo.
Dados e informações, ainda do IBGE 2003 que, agregados aos estudos do
INEP/MEC, revelam a realidade do campo e indicam que não houve alteração
significativa na histórica defasagem do atendimento da população do campo em
todos os níveis e modalidades. Exceto um pequeno incremento nas matrículas das
séries iniciais do Ensino Fundamental. Este incremento, todavia, pode ser
decorrente mais da implantação do Fundef do que propriamente da priorização de
políticas públicas para o povo do campo.
TABELA 65 - DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES POR NÍVEL OU MODALIDADE DE ENSINO E SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO
Situação de
domicílio Total Creche
Pré-escola
Alfab. de
Adultos
Ensino Fund.
Ensino Médio
Pré-vest.
Graduação Mest/
Dout
Urbana 82,2% 91,1% 82,8% 62% 78,3% 91% 97,7% 97,4% 98,9%
Rural 17,8% 8,9% 17,2% 38% 21,7% 9% 2,3% 2,6% 1,1%
Fonte: INEP/IBGE 2003, 2009.
Para atender a Educação do Campo, em nível nacional, houve a construção
de referências para uma política de Educação do Campo a partir da Resolução
CNE/CEB nº 1/2002, que fixou as Diretrizes Operacionais Para a Educação Básica,
nas escolas do campo, complementada pela Resolução CNE/CEB nº 2, de 28 de
abril de 2008, que estabelece diretrizes complementares, normas e princípios para o
desenvolvimento de Políticas Públicas de atendimento da Educação Básica do
Campo. Cabe ressaltar ainda que, nas políticas do Governo Federal, o Ministério de
Desenvolvimento Agrário criou em 1998, o Programa Nacional de Educação na
Reforma Agrária – PRONERA, para atender as áreas de assentamentos de reforma
agrária, preferencialmente na Educação de Jovens e Adultos, na Educação
Profissional e no Ensino Superior. O Ministério da Educação e Cultura criou o Grupo
Permanente de Trabalho de Educação do Campo e está em fase de implantação, a
Coordenação da Educação do Campo.
Estas medidas se colocam como ponto de partida na história da educação
do estado de Rondônia e, também, do País, uma vez que as demandas do campo e
suas especificidades pouco foram consideradas nas Políticas Públicas que
contribuíram com o constructo da história da educação brasileira.
O processo de implementação das Políticas Públicas para a Educação do
Campo, requer que as experiências construídas pelas organizações e movimentos
sociais, muitas vezes à margem do sistema, se constituam como referências. Neste
sentido, pode-se destacar a pedagogia da alternância, assumida por diversas
entidades, dentre elas, Casas Familiares Rurais, Escolas Famílias Agrícolas,
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, entre outras.
A implementação de iniciativas como a Escola Ativa (Fundescola -
SEIF/MEC; as Escolas Famílias Agrícolas e Casas Familiares Rurais (UNEFAB e
ARCAFAR), assim como aquelas promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) e outras experiências municipais, demonstram a existência
de um acúmulo de experiências que poderão auxiliar na discussão e
estabelecimento de ações para a superação dos problemas relativos à Educação do
Campo. Por outro lado, a luta por uma educação pública de qualidade tem sido
motivo de grandes manifestações organizadas por diversos movimentos sociais.
Entre eles podemos destacar o trabalho da CONTAG e do MST, que tem gerado
profundas discussões e um acúmulo, inclusive em âmbito institucional, como é o
caso do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA, criado
em 1998, para atender as áreas de assentamentos de reforma agrária.
O trabalho desenvolvido em muitos municípios e pelos movimentos sociais
são iniciativas que demonstram a existência de um acúmulo de experiências que
não podem ser desconsideradas no momento de definição de políticas de Educação
do Campo. É desse conjunto que temos recriado o sentido do campo, Educação do
Campo e dos seus sujeitos.
Uma Política Pública de Educação do Campo deve respeitar todas as formas
e modalidades de educação que se orientem pela existência do campo como um
espaço de vida e de relações vividas, porque considera o campo como um espaço
que é, ao mesmo tempo, produto e produtor de cultura. É essa capacidade
produtora de cultura que o constitui como um espaço de criação do novo e do
criativo, e não, quando reduzido meramente ao espaço da produção econômica,
como o lugar do atraso, da não-cultura. O campo é acima de tudo o espaço da
cultura.
A Educação do Campo tornou-se uma prioridade para o reconhecimento dos
sujeitos da área rural. As pessoas que vivem nestas áreas são sujeitos de direitos,
com identificação de um modo próprio de utilização do espaço e da vida social. O
resgate da Educação do Campo vem respeitar as diversidades, sem transformá-las
em desigualdades, fomentando o desenvolvimento sustentável das comunidades
rurais, sem fazer uma ruptura com a articulação local – regional – global.
A Estimativa Populacional (IBGE, 2005) aponta 1.511.433 habitantes que
vivem na zona rural brasileira, portanto, necessitando assim, de Políticas Públicas
Educacionais que se adequem à identidade e diversidade existentes no campo.
Diversidades tais como: escolas polarizadas devido a uma clientela reduzida e
dispersa; a falta de profissionais de educação qualificados no meio rural; o difícil
acesso no deslocamento, tanto de professor como do aluno, no percurso casa-
escola-casa, impedindo alunos e professores de comparecerem regularmente na
escola causando, na maioria das vezes, desgaste físico e emocional dos mesmos.
10.2. DIRETRIZES
1. Assegurar aos povos do campo, o direito à educação, colocando-se como
parte de um debate mais amplo que implica na discussão de um projeto
de desenvolvimento para o campo;
2. Garantir a Educação do Campo tendo o campo como um lugar de vida, de
trabalho, de lazer, de produção econômica, cultural e de conhecimentos;
3. Assegurar que o campo seja um espaço de vida que contribui para auto-
afirmação da identidade dos seus povos, no sentido da valorização do
seu trabalho, da sua história, da sua cultura, dos seus conhecimentos,
retratando uma diversidade sociocultural que se dá a partir dos sujeitos
que nele habitam;
4. Construir Políticas Públicas com a participação da sociedade civil
organizada, que assegurem o direito à igualdade, com respeito às
diferenças a partir da diversidade presente no campo;
5. Assegurar que os sistemas de ensino façam adaptações na forma de
organização, funcionamento e atendimento para se adequar ao que é
peculiar à realidade do campo, sem perder de vista a dimensão universal;
6. Garantir a produção material e cultural, a partir da perspectiva de construir
conhecimentos que promovam novas relações de trabalho e de vida para
os sujeitos no e do campo;
7. Assegurar que os currículos contemplem os saberes acumulados pelas
experiências vividas pelos povos do campo, nos movimentos sociais, nas
lutas, no trabalho, na produção, na família e na vivência cotidiana;
8. Promover a formação e valorização dos profissionais para atender a
Educação do Campo;
9. Garantir infraestrutura física e humana de qualidade para a Educação do
Campo;
10. Fortalecer a identidade dos povos do campo, possibilitando a valorização
da história e da cultura do homem e da mulher do campo.
10.3. OBJETIVOS E METAS
1. Implementar a Educação do Campo, no prazo de 5 anos, a partir da
implantação do PEE;
2. Garantir a partir de 2012, a construção de escolas com padrões mínimos
de infraestrutura, em 100% das escolas do campo, próximas à residência
dos alunos;
3. Promover parcerias durante a vigência do Plano, com as instituições que
prestam serviços aos camponeses: EMATER, SENAR, MPA, SEDAM,
IBAMA, INC, MST, Secretaria do Meio Ambiente e da Agricultura e outras,
para cursos de qualificação profissional de interesse da comunidade que
geram renda, autonomia e desenvolvimento sustentável, mediante
diagnóstico junto às comunidades para conhecer as demandas de cursos;
4. Assegurar durante a vigência do Plano, o processo de gestão
democrática que atenda as necessidades da comunidade escolar,
conforme suas peculiaridades;
5. Assegurar durante a vigência do Plano, a implantação e implementação
de programas e projetos educacionais destinados à clientela do campo;
6. Assegurar durante a vigência do Plano, a organização do calendário
escolar adequando-o de acordo com a realidade do campo, com
flexibilidade para as suas demandas;
7. Garantir durante a vigência do Plano, a aquisição de materiais didático-
pedagógicos voltados às especificidades da Educação do Campo;
8. Garantir durante a vigência do Plano, produções relativas às temáticas do
campo no processo de construção do livro didático;
9. Garantir até 2014, a estruturação curricular e pedagógica voltada à
realidade do campo, em todas as etapas e modalidades da Educação
Básica, enfatizando as diferentes linguagens e os diversos espaços
pedagógicos;
10. Assegurar durante a vigência do Plano, princípios referenciais para a
Educação do Campo, com respeito às diferenças regionais e com a
participação das comunidades do campo no processo de construção do
Projeto Político Pedagógico das escolas;
11. Implementar durante a vigência do Plano, nos currículos das escolas do
campo e da cidade, os saberes da história, da cultura e da realidade do
campo, discutindo com a comunidade modelos tecnológicos de produção
que protejam a terra, a natureza e a vida;
12. Estabelecer parcerias durante a vigência do Plano, com as universidades,
movimentos sociais e as coordenações de Educação do Campo, visando
à inclusão da temática da Educação do Campo nos cursos de nível
superior, das áreas da educação (licenciaturas), bem como de outros que
estejam vinculados direta ou indiretamente à realidade do campo;
13. Fomentar durante a vigência do Plano, ações interinstitucionais entre
órgãos públicos e Universidades Públicas para garantir a pesquisa, a
sistematização e a socialização das experiências e estudos acerca da
Educação do Campo, no sentido de viabilizar a resolução de problemas
da educação e da sustentabilidade dos povos do campo;
14. Implantar e implementar a partir da data de aprovação do Plano, nas
comunidades do campo, a Educação Infantil, o Ensino Fundamental, o
Ensino Médio, a Educação Especial, a Educação Profissional e a
Educação de Jovens e Adultos;
15. Garantir durante a vigência do Plano, o transporte escolar dos alunos
durante todo o ano letivo, conforme calendário escolar, em todos os níveis
e modalidades de ensino, para as escolas do campo, de modo que
nenhuma criança ou jovem dispensa mais que uma hora no trajeto entre a
sua residência e a escola;
16. Garantir durante a vigência do Plano, alimentação escolar com qualidade
e quantidade para os alunos da Educação Básica nas escolas do campo,
viabilizando a aquisição da mesma por meio de convênios com pequenos
produtores da região;
17. Garantir durante a vigência do Plano, a implantação e a expansão da
oferta da Educação Profissional em sua forma de organização curricular
integrada e, subsequente, ao Ensino Médio, nos diversos eixos
tecnológicos do conhecimento, relacionados ao campo, observando os
diferenciais pedagógicos que esses cursos requerem, de acordo com a
demanda local;
18. Assegurar durante a vigência do Plano, que a decisão sobre a nucleação,
assim como seus critérios, sejam elaborados por uma comissão
constituída pela Secretaria de Educação, Conselho de Educação,
representantes dos Movimentos Sociais e comunidades interessadas,
após consulta às comunidades locais;
19. Subsidiar durante a vigência do Plano, pesquisas sobre experiências em
Educação do Campo, no estado de Rondônia, e divulgá-las por meio de
encontros regionais promovidos pelas Secretarias de Educação, portais
educacionais públicos, publicações impressas e recursos audiovisuais;
20. Realizar a partir de 2011, o levantamento de dados sobre a demanda
reprimida da população do campo e as suas condições de acesso à
educação escolar em todo estado de Rondônia;
21. Garantir durante a vigência do Plano, a participação dos povos do campo
nos conselhos escolares e órgãos equivalentes;
22. Implantar durante a vigência do Plano, escolas agroecológicas técnicas
de nível médio, mediante definição de localidade decorrente de estudos
de demanda;
23. Reduzir a partir da vigência do Pano, as taxas de repetência e evasão,
por meio de programa de correção de fluxo;
24. Garantir durante a vigência do Plano, aquisição de acervo bibliográfico de
História Regional, baseado na identidade Afro e Indígena, para as escolas
do campo;
25. Implantar durante a vigência do Plano, Escola Agrícola profissionalizante,
com sistema de ensino em tempo integral, em cada município do estado
de Rondônia;
26. Estabelecer a partir da vigência do plano, Programa de Incentivo à
Iniciação Científica com instrumento de incentivo financeiro ao aluno
pesquisador, instituído e devidamente regulamentado pelos Sistemas de
Ensino;
27. Garantir até 2013, alojamentos masculino e feminino, com infraestrutura
básica aos profissionais da educação, que atuam em escolas do campo, a
partir da vigência do Plano.
11–FOR E VAL DOS
PROF EDU
1111.. FFOORRMMAAÇÇÃÃOO EE VVAALLOORRIIZZAAÇÇÃÃOO DDOOSS PPRROOFFIISSSSIIOONNAAIISS DDAA EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO
11.1. DIAGNÓSTICO
O conceito de desenvolvimento profissional contém aspectos de valorização
associados a uma carreira legal e, institucionalmente estabelecidos de
desenvolvimento cultural, acadêmico e pedagógico.
A melhoria da qualidade do ensino somente poderá ser alcançada se for
promovida, ao mesmo tempo, a valorização dos profissionais da educação. Essa
valorização dar-se-á por meio de uma política global, a qual implica,
simultaneamente, à formação profissional inicial e continuada, assim como as
condições de trabalho, a implantação e/ou implementação do Plano de Carreira,
Cargos e Salários, privilegiando o mérito, a formação e a avaliação do desempenho
do profissional da educação.
Formar mais e melhor os profissionais é apenas uma parte da tarefa. É
preciso criar condições que mantenham o entusiasmo, a dedicação e a confiança
nos resultados do trabalho pedagógico. É necessário que possam vislumbrar
perspectivas de crescimento profissional e de continuidade de seu processo de
formação, tendo em vista os desafios presentes e as novas exigências no campo da
educação, que requer profissionais cada vez mais qualificados e atualizados em
todos os níveis, desde a Educação Infantil até a Educação Superior.
O estado de Rondônia, através da Secretaria de Estado da Educação, do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia/SINTERO, e de algumas
Secretarias Municipais de Educação, desenvolveu projetos de formação inicial, mais
especificamente para os professores leigos, como ocorreu com o Programa Especial
de Habilitação e Capacitação de Professores/PROHACAP, realizado no período de
2000 a 2004, habilitando cerca de 7.000 professores; e a formação continuada, onde
a Secretaria de Estado da Educação qualificou 2.063 profissionais através do
Projeto de Capacitação para Gestores Escolares/PROGESTÃO, com Pós–
Graduação em Gestão Escolar, atendendo o que preceitua a LBD 9394/96 - Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, em seu artigo 62: “A formação de docentes para
atuar na Educação Básica far-se-á em nível superior [...], confirmando a tendência
de elevação da escolaridade como elemento indispensável ao trabalhador da
educação”.
O estado, em parceria com a União, Governo do Estado e SINTERO,
desenvolveu o Profuncionário - Programa de Profissionalização dos Servidores
Administrativos da Educação atendendo, inicialmente, os servidores da capital
(estado e município), com matrícula de 1.116 servidores. A partir de 2010, o
Programa será expandido para todos os municípios, em parceria com as prefeituras
que o aderirem.
Em janeiro de 2008, o Governo do Estado de Rondônia sancionou a Lei
Complementar nº. 420, de 09/01/2008, instituindo o Plano de Carreira e
Remuneração dos Profissionais da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino,
aprovando o que preceitua o Art.39, da Constituição Federal; o Art.40, da Lei
11.494/07-FUNDEB; e Art.67, da LDB 9394/96, que tem como Princípios Básicos:
1. O Profissional de Educação Básica da rede pública estadual é agente
primordial na formação do ser humano e no desenvolvimento social,
cultural e econômico;
2. A qualificação e o conhecimento através da progressão e promoção
funcional e;
3. A formação continuada, permanente e específica, com garantia de
condições de trabalho e produção científica.
A formação continuada é imprescindível, pois é exigência da atividade
profissional no mundo atual, tendo como referência a prática e o conhecimento
teórico, indo além da oferta de cursos de atualização ou aperfeiçoamento.
Apesar de todo o empenho, ainda temos necessidade de habilitar
profissionais leigos que estão exercendo atividades de docência, como apresentam
os quadros a seguir, principalmente na rede municipal de ensino, conforme dados
fornecidos pelo Projeto Estatística e Pesquisa/SEDUC /Censo Escolar de 2008,
referentes às funções docentes no estado.
A definição de função docente admite que um mesmo professor possa ser
contado mais de uma vez no exercício de suas atribuições como regente de classe,
na medida em que a produção da informação estatística focalize cortes ou estratos
específicos tais como: turmas, etapas/modalidades de ensino e dependência
administrativa. Portanto, para cada um desses conjuntos pode haver duplicidade de
contagem de docentes, pois o mesmo professor tem a autonomia de atuar em mais
de um nível e modalidade de ensino, e em mais de um estabelecimento de ensino.
TABELA 66 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de formação – Rondônia
TABELA 67 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de formação – Estadual
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Ensino Médio - Normal / Magistério Específico
Indígena 12 1 0 10 0 0 1 0
Fundamental completo 27 1 0 23 2 0 1 0
Fundamental incompleto
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Ensino Médio 164 4 2 87 43 0 28 0
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Ensino Médio - Normal / Magistério Específico
Indígena 35 3 4 20 0 1 4 3
Fundamental incompleto 65 31 4 24 0 1 5 0
Fundamental completo 182 56 13 103 2 2 6 0
Ensino Médio 1037 215 156 504 69 2 76 15
Superior completo com Licenciatura
15009 193 577 8338 3079 69 2559 194
Ensino Médio - Normal / Magistério
4900 342 779 3248 137 20 358 16
Total Geral 21.228 840 1.533 12.237 3.287 95 3.008 228
Superior completo com Licenciatura
10037 24 17 5257 2705 0 2026 8
Ensino Médio - Normal / Magistério
974 29 33 659 119 0 134 0
Total 11.238 59 52 6.055 2.869 0 2.195 8
TABELA 68 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de formação – Federal
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Ensino Médio 5 0 0 0 0 0 0 5
Ensino Médio - Normal / Magistério
8 0 0 0 0 0 0 8
Ensino Médio - Normal / Magistério Específico
Indígena 2 0 0 0 0 0 0 2
Superior completo com Licenciatura
42 0 0 0 30 0 8 4
Total: 57 0 0 0 30 0 8 19
TABELA 69 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de formação – Municipal
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Ensino Médio - Normal / Magistério Específico
Indígena 16 1 2 10 0 0 3 0
Fundamental incompleto 35 29 3 3 0 0 0 0
Fundamental completo 141 49 12 75 0 0 5 0
Ensino Médio 539 134 66 294 0 0 45 0
Superior completo com Licenciatura
3735 112 383 2717 30 0 493 0
Ensino Médio - Normal / Magistério
3392 239 578 2362 6 1 206 0
TOTAL: 7.858 564 1.044 5.461 36 1 752 0
TABELA 70 - Quadro de Atuação Docente na Educação Básica - Por grau de formação – Privada
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Fundamental Completo 15 6 1 6 0 2 0 0
Fundamental incompleto 6 2 1 2 0 1 0 0
Ensino Médio - Normal / Magistério Específico
Indígena 5 1 2 0 0 1 0 1
Ensino Médio 341 78 89 133 26 2 3 10
Ensino Médio - Normal / Magistério
590 74 170 285 14 19 20 8
Superior completo com Licenciatura
1838 57 180 870 424 69 55 183
Total: 2.795 218 443 1.296 464 94 78 202
Total Geral: 21.94
8 841 1.539
12.812
3.399 95 3.033 229
Fonte: SEDUC/GACA/PEP/2008
11.2. DIRETRIZES
O Ministério da Educação tem um papel decisivo na valorização dos
profissionais da educação, explicitado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB (Lei n. 9.394/96), que por sua vez atribui a cada município, ao
estado e à União, a incumbência de realizar programas de formação para todos os
profissionais da educação.
Ainda, a LDB 9394/96, em seu artigo 67, incumbe aos sistemas de ensino a
responsabilidade de promover a valorização dos profissionais da educação
assegurando-lhes, inclusive nos termos dos Estatutos e dos Planos de Carreira,
Cargos e Salários: 1)ingresso por concurso público; 2)aperfeiçoamento profissional
continuado; 3)piso salarial profissional; 4)progressão funcional; 5)período destinado
aos estudos dentro da carga horária de trabalho; e 6) condições adequadas de
trabalho.
A qualidade na educação e valorização dos profissionais constitui um
binômio cujo resultado é fator preponderante para o desenvolvimento humano,
político, econômico e social.
Compreende-se por profissionais da educação, não somente o professor,
mas um conjunto formado de trabalhadores responsáveis pela vida funcional da
escola, exercendo as mais diferentes atividades e é necessário e imprescindível que
se construa uma nova identidade para estes profissionais, isto é, ser
profissionalizado recebendo formação inicial e continuada, tanto quanto o professor.
Neste contexto, a valorização dos profissionais da educação implica nas
seguintes diretrizes:
1. Formação profissional que assegure o desenvolvimento da pessoa do
educador enquanto cidadão e profissional; o domínio dos conhecimentos
do objeto de trabalho com os alunos; e dos métodos pedagógicos que
promovam a aprendizagem;
2. Formação inicial e continuada que permita aos profissionais da educação,
uma sólida formação teórica/prática; ampla formação cultural; domínio
das novas tecnologias de comunicação e da informação, integrando-as à
prática do magistério e demais atividades do ambiente escolar; vivências
de formas de gestão democrática de ensino e do trabalho coletivo
interdisciplinar;
3. Jornada de trabalho concentrada num único estabelecimento de ensino e
que inclua o tempo necessário para as atividades complementares ao
trabalho em sala de aula;
4. Salário condigno e competitivo no mercado de trabalho, que assegure a
valorização profissional, preservando o poder aquisitivo por meio de
reposição das perdas salariais, tendo como parâmetro o indicador
inflacionário anual do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos/DIEESE, em data base estabelecida e definida no
Plano de Carreira;
5. Valorização financeira dos profissionais em educação, através de
dispositivos legais e;
6. Implantação do quadro de professores da Educação Profissional com
ingresso por meio de concurso público, como forma de consolidar as
políticas de melhoria da formação dos alunos da Educação Profissional
das redes de ensino.
A educação escolar não se reduz à sala de aula e não se viabiliza tão
somente pela ação articulada entre todos os agentes educativos – docentes,
técnicos, funcionários administrativos - que atuam na escola. Por essa razão, a
formação dos profissionais para as áreas técnicas e administrativas deve esmerar-se
em oferecer a mesma qualidade dos cursos para o magistério.
A formação inicial dos profissionais da Educação Básica deve ser de
responsabilidade, principalmente, das instituições de Ensino Superior, conforme os
termos do art.62, da LDB 9394/96, que tem por objetivo levar o indivíduo a um nível
de formação.
A formação continuada como formação especializada deve qualificar para o
exercício; funções ou atividades educativas especializadas; de natureza pedagógica
ou administrativa; e ofertada pelos entes federados, com aplicação direta no
funcionamento do sistema educativo e das escolas, e que seja ministrada e titulada
por instituições de ensino superior.
11.3. OBJETIVOS E METAS
1. Criar em 2 (dois) anos a partir da vigência do Plano, sistema permanente
de formação dos profissionais da educação, com o objetivo de assegurar
a oferta e a execução de cursos de formação inicial e continuada,
qualificada e específica por área de conhecimento e atuação;
2. Proporcionar no período de 2011 a 2014, formação inicial em cursos de
Licenciatura Plena a 100% dos profissionais que estão exercendo
atividades em docência, nas unidades escolares da rede pública de
ensino, e que só possuem Ensino Médio, inclusive em Educação a
Distância/EaD, onde não existam cursos presenciais;
3. Proporcionar e garantir no período de 2011 a 2014, a 2ª Habilitação a
100% dos professores com Licenciatura que estejam em efetivo exercício
do magistério na Educação Básica, atuando em outra(s) disciplina(s), que
não àquela da sua formação, nas unidades escolares da rede pública de
ensino;
4. Implantar e Implementar a partir de 2011, cursos profissionalizantes de
nível médio (técnico), a 100% dos profissionais que atuam como técnicos
administrativos educacionais, nas áreas de administração escolar,
multimeios e manutenção de infraestruturas e alimentação escolar;
5. Proporcionar e garantir formação continuada a partir de 2011, a 100% dos
profissionais da educação, da rede pública de ensino, inclusive através de
programas de Educação a Distância, nas diferentes áreas do
conhecimento, níveis e modalidades de ensino, através de cursos de Pós-
Graduação (Lato Sensu e Strictu Sensu) oferecidos por instituições de
Ensino Superior Pública, até mesmo mediante concessão de bolsas de
incentivo;
6. Garantir a partir de 2011, nos cursos de formação profissional de nível
médio e superior, temáticas voltadas à educação das pessoas com
deficiências, da história, da cultura, das sociedades indígenas, ribeirinhos,
povos amazônicos e quilombolas, educação ambiental, e das
manifestações artísticas e religiosas do seguimento afro-brasileiro e
africano;
7. Garantir a partir de 2011, nos Planos de Carreira dos Profissionais da
Educação, jornada de trabalho de tempo integral, preferencialmente em
um único estabelecimento escolar, e piso salarial nunca inferior ao piso
salarial nacional unificado, observando a carga horária estabelecida pelo
piso;
8. Criar e implantar um sistema de avaliação até 2012, com mecanismos
capazes de avaliar sistematicamente as políticas e programas
educacionais desenvolvidos na Educação Básica, e seu impacto, com
vistas à melhoria da qualidade do ensino, garantindo a participação
paritária de representantes da comunidade escolar e dos sindicatos;
9. Criar e implantar a partir de 2012, políticas de valorização das ações
desenvolvidas pelas escolas, professores e equipes pedagógicas, que
contribuem efetivamente com a melhoria da qualidade da educação,
dentro de sua própria unidade de ensino, atingindo 100% das escolas e
professores;
10. Assegurar durante a vigência do Plano, professor substituto para o
profissional de educação que esteja participando de cursos de formação
inicial e continuada, em áreas afins, ou por motivos de doenças e
licenças;
11. Garantir até 2012, a compra de notebooks para todos os professores e
técnicos da rede de ensino que se encontram em efetivo exercício;
12. Garantir durante a vigência do Plano, licença sabática remunerada de 01
ano, a cada 7 anos, exclusivamente para estudos e aperfeiçoamentos,
conforme indicação do Sistema de Formação Continuada e Inicial;
13. Promover a partir de 2011, a criação de espaços para compartilhamento
de experiências que contribuam para disseminar referenciais e
identidades étnico-sócio-culturais e docentes;
14. Proporcionar no prazo de 2 anos, a partir da vigência do Plano,
gratificação de 50% para o professor por dedicação exclusiva de 40
horas.
15. Garantir a partir da vigência do Plano, a elevação de forma cumulativa
das gratificações de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, assegurando
no Plano de Cargo, Carreira e Salários/PCCS;
16. Garantir a partir de 2011, gratificação adicional de periculosidade aos
profissionais da educação que trabalham nos Sistemas Penitenciários e
Sistemas Socioeducativos, assegurando no Plano de Cargo, Carreira e
Salários/PCCS;
17. Garantir a partir de 2011, formação continuada caracterizada pela oferta
coletiva e periódica, a partir das necessidades apontadas pelos
profissionais da educação, prevista em calendário e realizada na própria
escola onde atua;
18. Garantir durante a vigência do Plano, formação continuada aos
profissionais da educação com cargo de Técnico Administrativo
Educacional de Nível I e II;
19. Garantir até 2020, a habilitação em Ciências da Religião, de 90% dos
professores (as) da Educação Básica que lecionam no Ensino Fundamental,
na disciplina de Educação Religiosa Escolar;
20. Implantar até 2013 e implementar durante a vigência do Plano, programas
de Formação Inicial e Continuada em conjunto com as Universidades
Públicas e ou Privadas, visando a formação de profissionais
especializados para atuarem junto aos alunos com necessidades
educacionais especiais;
21. Promover no prazo de 3 anos, concurso público específico para as
escolas públicas de Educação do Campo, definindo critérios quanto ao
perfil dos profissionais, com regime de dedicação exclusiva;
22. Garantir até o ano de 2013, a contratação nos quadros de profissionais
das escolas do campo, de um técnico em agricultura e/ou agropecuária,
para desenvolver na prática a parte diversificada do currículo.
12 - FINANCIAMENTO E
GESTÃO
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12.1. DIAGNÓSTICO
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu explicitamente que a educação
é um direito social e, para tal, definiu os responsáveis – família e Estado – pelo seu
provimento. Visando assegurar o cumprimento deste preceito e, com isso garantir o
pleno direito ao cidadão, estabeleceu as fontes de financiamento que gerariam os
recursos que o estado disporia para bancar os seus gastos. Já a LDB, promulgada
em 1996, vinculou explicitamente a educação ao “mundo do trabalho” e à prática
social, e também se preocupou em estabelecer fontes de financiamento para os
gastos educacionais. No que tange à ação pública pela educação, as normas legais
atribuíram à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios, a
responsabilidade pela manutenção e expansão do ensino e consagraram uma
estrutura de financiamento para o desenvolvimento do mesmo.
Na legislação em vigor encontramos os textos que definem o financiamento
da educação:
Constituição Federal – artigos 208 VII, 211, 212 e 213;
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nos artigos de 68 a 77
define “Dos Recursos Financeiros”;
Constituição Estadual de Rondônia – artigos 188 a 190 e art. 44 DCT;
Lei Federal Nº. 11.494/07 (FUNDEB);
EC 59 12/11/2009.
Para a manutenção do Ensino Fundamental, a partir da segunda metade da
década de 90, criou-se um fundo contábil, no qual transitariam os recursos
relevantes para o seu desenvolvimento. Dessa forma, o Governo Federal
encaminhou e foi aprovada pelo Congresso Nacional, a Emenda Constitucional nº.
14/96 que modificou os Artigos 34, 208, 211 e 212 da CF de 1988, e deu nova
redação ao Art. 60 de suas Disposições Transitórias, criando o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (FUNDEF). Essa Emenda reafirmou a necessidade de os Estados,
Distrito Federal e Municípios cumprirem os dispositivos da Constituição de 1988,
relativos à vinculação de 25% de suas receitas de impostos, e das que lhes forem
transferidas para a manutenção e o desenvolvimento do ensino, além de obrigar
esses entes federados, a partir de 1998, a alocar 60% desses recursos no Ensino
Fundamental, ao estabelecer a subvinculação de 15% daquelas receitas para esse
nível de ensino. O novo dispositivo legal determinou que é de competência dos
Estados, Distrito Federal e Municípios, a responsabilidade de arcar com os recursos
necessários à constituição do FUNDEF. No entanto, devido aos desníveis
socioeconômicos existentes entre eles, que acarretam baixo gasto anual por aluno,
principalmente no Norte e Nordeste, a EC nº 14/96 determinou que a União se
responsabilizasse pela complementação de recursos ao FUNDEF, sempre que, em
qualquer Unidade Federada, seu valor de renda per capita deixe de alcançar o
mínimo definido nacionalmente (em 1998 o valor foi de R$ 315,00 e, para o ano de
2000, os valores estipulados foram: R$ 333, 00, alunos de 1ª a 4ª série; R$ 349, 65,
alunos de 5ª a 8ª série; e R$ 349, 65, alunos da Educação Especial).
A instituição do FUNDEF reitera o dispositivo constitucional que estabelece a
obrigatoriedade do Ensino Fundamental e a prioridade da sua oferta, pelo poder
público, já que permitiria:
1. aperfeiçoar o processo de gerenciamento orçamentário e financeiro no
setor;
2. ampliar os recursos alocados;
3. implementar uma política redistributiva de correção de desigualdades
regionais e sociais;
4. dar visibilidade à gestão dos recursos, e;
5. capacitar e valorizar o magistério.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental/FUNDEF
trouxe várias contribuições:
a) Por meio do mecanismo de distribuição dos 15% vinculados pelo critério
de matrículas em cada rede, diminuiu drasticamente as diferenças de
custo-aluno entre governo estadual e municípios, dando, na maioria dos
casos, vantagens para os municípios (que tinham menos arrecadação e
mais encargos);
b) Por meio da subvinculação de 60% dos recursos gerados pelos alunos
para o pagamento de professores em exercício, protegeu o nível de
salário do magistério propiciando, inclusive, grandes aumentos onde as
remunerações eram irrisórias e incentivando a prática gerencial de uma
relação maior “alunos por professor” e;
c) Por meio das contas específicas no Banco do Brasil e da formação de
Conselhos de Acompanhamento e Controle, aumentou a transparência do
financiamento e diminuiu os desvios das verbas vinculadas.
Com a implantação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação/FUNDEB,
instituído pela Emenda Constitucional nº. 53/2006 e regulamentado pela Lei Federal
nº. 11.494, de 20 de junho de 2007, com o objetivo de proporcionar uma ampliação
dos recursos destinados à educação, ocorreram inovações:
1. Recursos aplicados em toda a Educação Básica (Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Médio), com abrangência na Educação Especial,
Educação de Jovens e Adultos, Educação Indígena e Quilombola;
2. Alterações nos percentuais da receita de impostos próprios e de
transferências;
3. Modificação da sistemática de distribuição destes recursos e sua
utilização por estados e municípios;
4. Implantação em sua plenitude em 2009, atendendo a todo o universo de
alunos na Educação Básica pública;
5. Duração de 14 anos – 2007 a 2020 e;
6. Recursos: 20% dos impostos: causas mortis e doações/ITCMD, ISS,
IPVA, ITR, ICMS, FPE/FPM, IRRF, IPI EXPORTAÇÃO, LEI KANDIR,
dívida ativa decorrente de impostos, juros e multas de impostos.
A distribuição dos recursos do Fundo dar-se-á no âmbito de cada Estado,
entre o governo estadual e os governos municipais, na proporção do número de
alunos matriculados anualmente, nas respectivas redes de Educação Básica pública,
observadas as áreas de atuação prioritária, considerando-se para este fim, os dados
apurados no censo escolar do ano anterior, realizado pelo INEP/MEC. Além disso,
são estabelecidos quinze valores per capita diferentes, sendo que as diferenças são
definidas por fatores de ponderação.
TABELA 71 – Valores per capita – fatores de ponderação
Segmentos da educação básica considerados
Fatores de ponderação aplicável (a)
Nº de alunos matriculados no estado (b)
Proporção de alunos
considerados (c)
Nº de alunos ponderados (a) x (b) x (c)
Creche 0,80 4.000 1/3 1.066,67
Pré-escola 0,90 16.600 1/3 4.980,00
Séries iniciais do Ensino Fundamental urbano
1,00 364.000 3/3 364.000,00
Séries iniciais do Ensino Fundamental rural
1,05 190.000 3/3 199.500,00
Séries finais do Ensino Fundamental urbano
1,10 175.000 3/3 192.500,00
Séries finais do Ensino Fundamental rural
1,15 14.000 3/3 16.100,00
Ensino Fundamental em tempo integral
1,25 40.000 3/3 50.000,00
Ensino Médio urbano 1,20 40.000 1/3 16.000,00
Ensino Médio rural 1,25 10.000 1/3 4.166,67
Ensino Médio em tempo integral
1,30 2.000 1/3 866,67
Ensino Médio integrado à Educação Profissional
1,30 500 1/3 216,67
Educação Especial (Ensino Fundamental)
1,20 2.900 3/3 4.480,00
Ensino Especial (Infantil, Médio e/ou EJA)
1,20 100 1/3 40,00
Educação Indígena e Quilombola
1,20 1.000 1/3 400,00
Educação de Jovens e Adultos (EJA) com avaliação
no processo 0,70 2.000 1/3 466,67
EJA integrado à Educação Profissional de nível médio, com avaliação no processo
0,70 300 1/3 70,00
Fonte: Censo Escolar INEP/MEC, 2007, 2009
Para o financiamento da Educação, a União, Estados e Municípios
responsabilizar-se-ão pela oferta conforme quadro abaixo:
TABELA 72 - RESPONSABILIDADE PELA OFERTA DA EDUCAÇÃO
ETAPA FUNÇÃO PRÓPRIA FUNÇÃO SUPLETIVA E
REDISTRIBUTIVA
EDUCAÇÃO INFANTIL MUNICÍPIO ESTADO E UNIÃO (CF,
ART.30,VI)
ENSINO
FUNDAMENTAL MUNICÍPIO E ESTADO UNIÃO
ENSINO MÉDIO ESTADO UNIÃO
Fonte: Censo Escolar INEP/MEC, 2007, 2009
Sendo os recursos vinculados à educação, conforme CF de 1988 – Art. 212:
A União aplicará anualmente, nunca menos de18%;
Estados, Distrito Federal e Municípios, 25% da receita resultante de
impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino – MDE.
RECURSOS VINCULADOS À EDUCAÇÃO
a) Receita tributária própria de impostos:
IPTU, IRRF, ITBI, ISS, ITCMD;
Dívida Ativa decorrente de impostos;
Multas e Juros de Impostos.
b) Transferências correntes:
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano;
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte;
ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis;
ISS – Imposto sobre Serviços;
FPM/FPE – Fundo de Participação dos Municípios/dos Estados;
ITR – Imposto Territorial Rural;
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores.
DESPESAS COM MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO/ MDE
a) Despesas consideradas MDE (LDB, art. 70):
Pagamento e capacitação de pessoal;
Transporte escolar e material didático-pedagógico;
Infraestrutura da escola;
Obrigações patronais.
b) Despesas não consideradas MDE (LDB, art. 71):
Merenda escolar e assistência à saúde do estudante;
Obras de infraestrutura urbana;
Pessoal cedido para fora do sistema de ensino;
Subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial,
desportivo ou cultural.
Os recursos serão distribuídos levando em conta as diferentes etapas,
modalidades e tipos de estabelecimento de ensino. Devendo ser repassadas como
transferências automáticas, que não dependem de adesão a projetos específicos e
garantidos através de legislação ou transferências voluntárias.
TABELA 73 - REPASSE DE RECURSOS EM RONDÔNIA-2008
ITEM REPASSE RECURSO
01 FUNDEB 360.560.541,16
02 TESOURO ESTADUAL 210.293.550,58
03 PDDE-FUNDAMENTAL 3.723,80
04 PDDE-PARCELA EXTRA 1.540,90
05 PNAC-PNAE CRECHE 22.792,00
06 PNAE-FUNDAMENTAL 6.474.485,60
07 PNAI-PNAE INDÍGENA 214.456,00
08 PNAP-PNAE PRÉ-ESCOLA 32.604,00
09 PNATE-FUND.-TRANSP. ESC. 936.494,83
10 QUOTA SALÁRIO EDUCAÇÃO 9.175.329,42
11 BRASIL ALFABETIZADO 509.630,00
Fonte: DAF/Seduc, 2008, 2009.
O quadro acima apresenta o volume de recursos inerentes ao âmbito
educacional no estado, ainda assim, evidencia diversos problemas quanto às metas
estabelecidas para melhoria do ensino, tais como: déficit de vagas localizadas no
Ensino Médio e Profissional; analfabetismo, principalmente entre adultos e idosos;
distorção idade-série/ano escolar, nos níveis Fundamental e Médio; falta de
infraestrutura em muitas escolas; muitos professores da Educação Básica ainda sem
a formação e titulação mínima exigida em Lei.
Também há que considerar que existe um déficit educacional quanto à
qualidade dos serviços oferecidos na rede privada e pública de ensino em todo país,
ao qual Rondônia se insere. Para tanto, o quadro apresentado abaixo (MEC/INEP
2002), apresenta uma discrepância dos serviços oferecidos na Rede Privada e Rede
Publica de Ensino, sendo necessário um melhor direcionamento dos recursos
financeiros investidos em educação pública.
TTAABBEELLAA 7744 -- VVaalloorr aannuuaall ppoorr aalluunnoo eessttiimmaaddoo,, nnoo ââmmbbiittoo ddoo ddiissttrriittoo ffeeddeerraall ee ddooss eessttaaddooss,, ee eessttiimmaattiivvaa ddee rreecceeiittaa ddoo ffuunnddoo ddee mmaannuutteennççããoo ee
ddeesseennvvoollvviimmeennttoo ddaa eedduuccaaççããoo bbáássiiccaa ee ddee vvaalloorriizzaaççããoo ddooss pprrooffiissssiioonnaaiiss ddaa eedduuccaaççããoo 22000099..
Valor anual por aluno estimado, por etapas, modalidades e tipos de estabelecimentos de ensino da educação básica (Art. 15, III, da lei nº 11.494/2007) - R$ 1,00
ENSINO PÚBLICO INSTITUIÇÕES CONVENIADAS
Estimativa de Receitas FUNDEB 2009 (Art. 15, lei I e II, da Lei nº11.494/2007) R$ mil
EDUCAÇÃO INFANTIL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO EDUCAÇÃO EJA
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A
AC 2.306,04 2.515,68 1.677,12 2.096,40 2.096,40 2.201,22 2.306,04 2.410,86 2.620,50 2.515,68 2.620,50 2.725,32 2.725,32 2.515,68 2.515,68 1.677,12 2.096,40 1.991,58 1.677,12 2.515,68 2.096,40 517.463,30 . 517.463,30
AL 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 1.070.101,00 182.283,20 1.252.385,10
AM 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 1.517.798,90 38.820,10 1.554.627,90
AP 2.279,00 2.487,26 1.658,18 2.072,72 2.072,72 2.176,36 2.279,00 2.383,63 2.590,90 2.487,26 2.590,90 2.694,53 2.694,53 2.487,26 2.487,26 1.656,18 2.072,72 1.969,08 1.656,18 2.487,26 2.072,72 442.360,70 . 442.360,70
BA 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 4.378.795,50 1.161.889,90 5.540.685,50
CE 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 2.448.155,30 662.277,20 3.110.432,50
DF 2.313,06 2.523,34 1.682,23 2.102,79 2.102,79 2.207,93 2.313,06 2.418,20 2.628,48 2.523,34 2.628,48 2.733,62 2.733,62 2.523,34 2.523,34 1.682,23 2.102,79 1.997,65 1.682,23 2.523,34 2.102,79 1.104.576,20 . 1.104.576,20
ES 2.713,11 2.959,75 1.973,17 2.466,46 2.466,46 2.589,78 2.713,11 2.838,43 3.083,08 2.959,75 3.083,08 3.206,40 3.206,40 2.959,75 2.959,75 1.973,17 2.466,46 2.343,14 1.973,17 2.959,75 2.466,46 2.072.662,80 . 2.072.662,80
GO 1.819,34 1.984,73 1.323,16 1.653,95 1.653,95 1.736,64 1.819,34 1.902,04 2.067,43 1.984,73 2.067,43 2.150,13 2.150,13 1.984,73 1.984,73 1.323,16 1.653,95 1.571,25 1.323,16 1.984,73 1.653,95 2.171.035,10 . 2.171.035,10
MA 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 1.793.297,00 1.174.953,30 2.933.250,20
MG 1.877,71 2.048,41 1.365,61 1.707,01 1.707,01 1.792,36 1.877,71 1.963,06 2.133,76 2.048,41 2.133,76 2.219,11 2.219,11 2.048,41 2.048,41 1.385,61 1.707,01 1.621,66 1.365,61 2.048,41 1.707,01 7.939.540,70 . 7.939.540,70
MS 2.343,88 2.556,93 1.704,62 2.130,78 2.130,78 2.237,32 2.343,88 2.450,39 2.663,47 2.556,93 2.663,47 2.770,01 2.770,01 2.556,93 2.556,93 1.704,62 2.130,78 2.024,24 1.704,62 2.556,93 2.130,78 1.370.514,70 . 1.370.514,70
MT 2.075,65 2.264,35 1.509,57 1.886,96 1.886,96 1.981,30 2.075,65 2.170,00 2.358,70 2.264,35 2.358,70 2.453,04 2.453,04 2.264,35 2.264,35 1.509,57 1.886,96 1.792,61 1.509,57 2.264,35 1.886,96 1.570.124,80 . 1.570.124,80
PA 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 2.103.993,10 1.097.424,50 3.201.417,60
PB 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 1.257.330,70 126.833,70 1.334.164,40
PE 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 2.729.442,90 330.436,20 3.109.879,10
PI 1.485,10 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.350,00 1.417,60 1.485,10 1.552,60 1.687,61 1.620,11 1.687,61 1.755,12 1.755,12 1.620,11 1.620,11 1.080,07 1.350,00 1.282,50 1.080,07 1.620,11 1.350,09 1.086.751,70 247.223,00 1.313.974,70
PR 1.738,92 1.897,01 1.264,67 1.580,84 1.580,84 1.659,88 1.738,92 1.817,97 1.976,05 1.897,01 1.976,05 2.055,09 2.055,09 1.897,01 1.897,01 1.264,67 1.580,84 1.501,80 1.264,67 1.807,01 1.580,84 4.076.117,60 . 4.076.117,60
RJ 1.667,04 1.818,59 1.212,39 1.515,49 1.515,49 1.591,27 1.667,04 1.742,82 1.894,37 1.818,59 1.894,37 1.970,14 1.970,14 1.818,59 1.818,59 1.212,39 1.515,49 1.439,72 1.212,39 1.818,59 1.515,49 4.854.998,60 . 4.854.998,60
RN 1.630,76 1.779,01 1.186,01 1.482,51 1.482,51 1.556,63 1.630,76 1.704,88 1.853,14 1.779,01 1.853,14 1.927,26 1.927,36 1.779,01 1.779,01 1.186,01 1.482,51 1.408,38 1.186,01 1.779,01 1.482,51 1.246.571,30 . 1.246.571,30
RO 1.905,92 2.079,18 1.386,12 1.732,65 1.732,65 1.819,29 1.905,92 1.992,55 2.165,82 2.079,18 2.165,82 2.252,45 2.252,45 2.079,18 2.079,18 1.386,12 1.732,65 1.646,02 1.386,12 2.079,18 1.732,65 781.550,40 . 781.550,40
RR 3.179,09 3.468,10 2.312,07 2.890,08 2.890,08 3.034,59 3.179,09 3.323,60 3.612,61 3.468,10 3.612,61 3.757,11 3.757,11 3.468,10 3.468,10 2.312,07 2.890,08 2.745,58 2.312,07 3.468,10 2.890,08 377.370,40 . 377.370,40
RS 2.213,52 2.414,74 1.609,83 2.012,29 2.012,29 2.112,90 2.213,52 2.314,13 2.515,36 2.414,74 2.515,36 2.615,97 2.615,97 2.414,74 2.414,74 1.609,83 2.012,29 1.911,67 1.609,83 2.414,74 2.012,29 4.623.492,80 . 4.623.492,80
SC 1.976,12 2.155,74 1.437,18 1.796,48 1.796,48 1.886,30 1.976,12 2.065,95 2.246,60 2.155,77 2.247,60 2.335,42 2.335,42 2.155,77 2.155,77 1.437,18 1.796,48 1.706,65 1.437,18 2.155,77 1.796,48 2.550.636,20 . 2.550.636,20
SE 1.762,31 1.922,52 1.281,68 1.602,10 1.602,10 1.682,20 1.762,31 1.842,41 2.002,62 1.922,52 2.002,62 2.082,78 2.082,73 1.922,52 1.922,52 1.231,68 1.602,10 1.521,99 1.281,68 1.922,52 1.602,10 896.751,10 . 896.751,10
SP 2.489,32 2.715,68 1.810,44 2.263,05 2.263,05 2.376,20 2.489,35 2.602,51 2.828,81 2.715,66 2.828,81 2.941,96 2.941,96 2.715,66 2.715,66 1.810,44 2.263,05 2.149,90 1.810,44 2.715,68 2.263,05 21.078.493,6
0 .
21.078.498,60
TO 2.208,33 2.409,08 1.606,08 2.007,57 2.007,57 2.107,95 2.208,33 2.308,71 2.509,46 2.409,08 2.509,46 2.609,84 2.609,84 2.409,08 2.409,08 1.606,06 2.007,57 1.907,19 1.606,06 2.409,03 2.007,57 831.698,40 . 831.698,40
BR 76.371.625,7
0 5.070.150,00
81.941.775,70
Fonte: INEP/MEC, 2002, 2009
No entanto, como alternativa ao atual desequilíbrio regional e a oferta de
Educação Básica pública de qualidade, o financiamento à educação deve tomar
como referência o mecanismo do custo aluno-qualidade (CAQ), o qual deve ser
definido a partir do custo anual por aluno, dos insumos educacionais necessários
para que a Educação Básica pública adquira padrão mínimo de qualidade. A
construção do CAQ exige amplo debate sobre o número de alunos por turma;
remuneração adequada e formação continuada aos profissionais da educação;
condições de trabalhos aos professores e funcionários e materiais necessários à
aprendizagem dos estudantes (como salas de informáticas, bibliotecas, salas de
ciência, etc.).
Os valores do CAQ por etapas e modalidades estabelecem um patamar
mínimo de qualidade de educação e não um valor médio ou ideal. Portanto, o mais
adequado é defini-lo como Custo Aluno - Qualidade inicial (CAQ). Um primeiro
passo decisivo rumo à qualidade que se almeja como a ideal, sendo os fatores que
mais impactam o cálculo são o tamanho da unidade de ensino, a jornada dos
alunos, a relação alunos-turma ou alunos-professor e os salários dos profissionais
da educação.
Com base nos levantamentos realizados nos últimos cinco anos, a
Campanha Nacional pelo Direito à Educação defende que a União comece a investir
no Ensino Básico 1% a mais do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos
os bens produzidos no País. Como o PIB de 2007 foi de R$ 2,6 trilhões, 1% a mais
em educação significaria um acréscimo de R$ 26 bilhões. Atualmente, o Governo
Federal investe 4,3%, ou seja, algo em torno de R$ 112 bilhões, ainda longe dos 6%
mínimos (R$ 156 bilhões) recomendados pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), e dos 7% (R$ 182 bilhões) deliberados em
2008 pela Conferência Nacional de Educação Básica para até 2011 e 10% para até
2014.
Dessa forma, para a plena execução das metas propostas no PEE/RO,
também é fundamental o aumento dos aportes financeiros para a educação. Estes
aportes, aliados à adoção de mecanismos de gestão e planejamento tecnicamente
qualificados e politicamente democráticos constituem-se em suportes básicos para
alavancar os avanços socioeducacionais que o conjunto da população necessita.
12.2. DIRETRIZES
1. Garantir ampliação dos recursos a serem aplicados em educação em
Rondônia e intensificar sua reivindicação pela maior participação da
União, no exercício de suas funções constitucionais, redistributiva,
supletiva e complementar;
2. Priorizar o regime de colaboração entre o Estado e seus municípios, na
oferta da educação escolar; garantia de eficácia na repartição de
responsabilidades; no planejamento e no estabelecimento de normas
implementando mecanismos de negociação e, na deliberação conjunta e
cooperação;
3. Implementar a autonomia da escola, com a participação da comunidade
escolar e local, com o apoio e o assessoramento dos órgãos
administrativos;
4. Utilizar os resultados do sistema nacional de avaliação da educação como
base para o direcionamento dos investimentos na melhoria da qualidade
do ensino;
5. Adotar, como princípio, política de investimento de percentual mínimo
anual por aluno, baseada no índice custo/aluno/qualidade;
6. Implementar políticas de financiamento, de forma conjunta à política de
gestão, de modo que se fortaleça o princípio da administração
democrática em todos os sistemas de ensino;
7. Adotar mecanismos capazes de desburocratizar a gestão e a
administração de recursos, descentralizando sua aplicação e
possibilitando maior autonomia às unidades escolares;
8. Garantir investimentos na formação continuada dos profissionais, dentro
da jornada de trabalho, através de cursos ministrados por instituições
superiores.
12.3. OBJETIVOS E METAS
1. Estabelecer a partir da vigência do Plano, percentual de investimento de
recursos financeiros direcionados aos alunos dos diferentes níveis e
modalidades de ensino, baseados no critério custo/aluno/qualidade;
2. Garantir a partir da vigência do Plano, a ampliação progressiva do
percentual do PIB estadual investido em educação, à razão de, no
mínimo, 1% ao ano, de modo a atingir 10%, em 2014;
3. Assegurar a partir da aprovação do Plano, com base nos estudos do
Custo/Aluno/Qualidade, recursos para a melhoria da qualidade dos
serviços educacionais oferecidos na Educação Infantil, incluindo salário
de professores, espaço físico com adequação da infraestrutura para o
ensino de crianças de 0 a 5 anos, ampliação da oferta e do tempo de
permanência dos alunos da Educação Infantil, nas instituições públicas
de ensino;
4. Implantar a partir da vigência do Plano, política de expansão que
assegure a universalização da Educação Básica;
5. Garantir a partir da vigência do Plano, recursos orçamentários e
vinculados necessários à manutenção, ampliação e reforma de unidades
escolares existentes e/ou construção de novas unidades, respeitando os
padrões de qualidade e normas técnicas já existentes, sendo o projeto
aprovado pelos órgãos colegiados;
6. Garantir a partir da vigência do Plano, a complementação de no mínimo
100% do valor da merenda escolar, repassado pela União, para a
melhoria da qualidade da merenda as alunos regularmente matriculados
nas escolas;
7. Implantar a partir da vigência do Plano, sistema integrado e aberto à
consulta pública, disponibilizada via eletrônica de informações,
estatísticas, dados gerais e detalhados referentes ao financiamento e aos
investimentos realizados em educação pública;
8. Garantir a partir da vigência do Plano, recursos para o atendimento
adequado aos alunos com necessidades educativas especiais,
matriculados no Sistema Público de Ensino, com profissionais da
educação especializados, salas adaptadas, infraestrutura e equipamentos
específicos;
9. Garantir durante a vigência do Plano, recursos para a implantação e
implementação da oferta de Educação Profissional;
10. Investir a partir da vigência do Plano, em três (03) anos, em infraestrutura,
material didático, material bibliográfico e recursos tecnológicos da
informação e comunicação, para toda a rede de Educação Básica e
Profissional pública do Estado;
11. Assegurar recursos orçamentários e logísticos que possibilitem, a partir da
vigência deste Plano, a oferta de transporte escolar para todos os alunos
matriculados no sistema público de ensino e rede conveniada, que dele
comprovadamente necessitarem;
12. Garantir durante a vigência do Plano, recursos para programas de
inclusão digital direcionados aos profissionais da educação e alunos
prevendo, no orçamento destes programas, a oferta de assistência
técnica especializada para o parque computacional instalado nas escolas,
e a aquisição periódica de materiais de reposição necessários ao pleno
funcionamento dos equipamentos;
13. Garantir durante a vigência do Plano, recursos para o acervo de
bibliotecas e recursos audiovisuais sendo acrescido em, pelo menos, 100
títulos a cada triênio, segundo critérios de escolha definidos por
comissões formadas por especialistas, professores e alunos;
14. Viabilizar, em dois anos, recursos e logística necessária ao
desenvolvimento de projetos educacionais, esportivos, artísticos e de
iniciação científica em contraturno e nos finais de semana, segundo
critérios definidos pelas Secretarias de Educação, Conselhos Escolares e
Universidades Públicas, garantindo o incentivo financeiro por hora
trabalhada aos profissionais que atuarem nessas ações;
15. Assegurar a partir da vigência do Plano, recursos financeiros oriundos das
esferas federal, estadual e municipal, de convênios e de outros
organismos afins, para desenvolvimento e melhoria de projetos
educacionais de longa duração (esportivos e artísticos, desporto escolar e
cultural), em contraturno, garantindo a permanência do aluno por mais
tempo na escola;
16. Garantir a partir da vigência do Plano, recursos para ampliação dos
quadros dos trabalhadores em educação contratados através de
concursos públicos organizados pelo Poder Público, através das
Secretarias competentes, sempre que o aumento da demanda justifique
estas contratações;
17. Garantir nos dois primeiros anos de vigência do Plano, recursos para
aquisição de notebooks para todos os professores, técnicos educacionais,
administrativos e pedagógicos, em atividade na educação, permitindo
acesso à internet banda larga, via provedor do Estado;
18. Garantir a partir da vigência do Plano, recursos financeiros para Pós
Graduação Stricto Sensu, em educação e áreas afins, com dispensa
remunerada;
19. Garantir recursos orçamentários, em conformidade com o regime de
colaboração Estado/Municípios, para a ampliação progressiva da oferta e
do tempo integral dos alunos da Educação Infantil, nas instituições
públicas de ensino;
20. Garantir durante a vigência do Plano, recursos para a construção de
escolas para Educação Básica em seus níveis e modalidades;
21. Assegurar durante a vigência do Plano, recursos financeiros para as
Escolas Famílias Agrícolas, com base no CAQ;
22. Divulgar, semestralmente, a partir da vigência do Plano, através de
boletins informativos, convênios celebrados, valores gastos e aplicados;
23. Ampliar durante a vigência do Plano, os recursos financeiros em
Educação Básica, em seus níveis e modalidades de ensino, garantindo
infraestrutura, materiais pedagógicos, equipamentos, mobiliários,
qualificação e formação de profissionais de educação, necessários à
oferta de uma educação de qualidade;
24. Priorizar investimentos durante a vigência do Plano, em políticas e
programas que visem diretamente à erradicação do analfabetismo no
Estado;
25. Estabelecer parcerias entre as Secretarias da Educação e demais
Secretarias como: da Cultura, Esporte, Saúde, Segurança, Assistência
Social, Planejamento, com o objetivo de suplementar a formação e o
percentual de atendimento aos alunos das escolas;
26. Investir durante a vigência do Plano, em políticas e programas que visem
à iniciação científica dos alunos matriculados no sistema público de
ensino básico utilizando, preferencialmente, os espaços escolares para a
realização e divulgação de pesquisas, estudos e projetos;
27. Estabelecer durante a vigência do Plano, política de dotação de
financiamento e de gestão democrática dos recursos públicos para
Educação Profissional;
28. Criar em 2011, legislação específica que garanta a autonomia dos povos
na aplicação dos recursos direcionados às escolas indígenas, em todos
os níveis e modalidades de ensino, orientando os gestores indígenas
dessas escolas para administrarem esses recursos junto com a
comunidade, e de acordo com as suas necessidades;
29. Garantir o investimento a partir de 2011, em ações de prevenção que
desenvolvam a saúde física e mental em 100% dos profissionais que atuam
na educação de Rondônia;
30. Garantir, no prazo de 3 anos, dotação orçamentária específica para a
manutenção das escolas do campo, articulando as três esferas
administrativas - Federal, Estadual e Municipal - em regime de
colaboração.
13 – ACOM E AVALI DO PLAN EST DE EDU DE RO
1133.. AACCOOMMPPAANNHHAAMMEENNTTOO EE AAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDOO PPLLAANNOO EESSTTAADDUUAALL DDEE
EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO DDEE RROONNDDÔÔNNIIAA
O Plano de Educação do Estado de Rondônia, elaborado com a participação
expressiva do Poder Executivo, Poder Legislativo, Ministério Público de Rondônia,
Sociedade Civil, Entidades Colegiadas e Classistas e, uma vez aprovado pela
Assembléia Legislativa e sancionado pelo Executivo, será executado, acompanhado
e avaliado, com a colaboração de todos os segmentos envolvidos no processo de
elaboração.
A implantação e implementação do Plano Decenal, sob a responsabilidade
das Secretarias de Educação e dos Órgão/Setores responsáveis pela educação em
cada município, terá como coordenação a Secretaria de Estado da Educação, com
vistas a monitorar as possíveis necessidades de correção, bem como prestar contas
à União, no que compete a cada esfera administrativa, na consecução dos objetivos
e metas do Plano.
Considerando que os objetivos e metas são de responsabilidade do Estado,
dos municípios e outros de execução compartilhada, é fundamental que seu
acompanhamento seja realizado pelos executivos correspondentes, além da
imprescindível participação dos Conselhos Estadual e Municipal de Educação,
Órgãos Colegiados, Tribunal de Contas, Assembléia Legislativa, Câmaras de
Vereadores, UNDIME, Ministério Público, Entidades de Classe, Comunidade
Educacional, dentre outros.
É preciso, pois, que os municípios se organizem para a elaboração dos seus
respectivos Planos, de forma que a soma de todas as ações atendam aos objetivos
e metas do Plano Estadual de Educação, e os sistemas municipais de ensino devem
ser instituídos, bem como a necessidade de colaboração entre as esferas.
Diante da complexidade de competências, atribuições e obrigações para que
a Lei Estadual seja cumprida de maneira satisfatória, impõe-se a necessidade de
previsão de suporte de mecanismos processuais de acompanhamento e de
avaliação.
O processo avaliativo deverá ser democrático, periódico, sistemático e
coordenado por uma comissão interinstitucional de acompanhamento e avaliação do
Plano, a ser instituída pelo Governo do Estado. A comissão será responsável pelos
procedimentos e elaboração de instrumentais necessários, visando o pleno
cumprimento dos objetivos e metas, de modo a assegurar as devidas adequações e
/ou correções, na medida em que novas circunstâncias e exigências forem se
configurando.
A realização desse processo culminará no Fórum Estadual de Educação
como espaço interinstitucional, que realizará a cada dois (2) anos uma síntese da
realidade educacional do Estado, no que tange ao cumprimento dos objetivos e
metas previstos. Ficando a Assembléia Legislativa responsável pela aprovação das
medidas legais decorrentes, com vistas à correção de deficiências e/ou distorções
detectadas no percurso do mesmo.
A comissão institucional de acompanhamento e avaliação do Plano
acompanhará os trabalhos de implantação e desenvolvimento das ações para
garantir que os prazos sejam cumpridos; os objetivos e as metas atingidos; bem
como os Planos Plurianuais do Estado elaborados em conformidade com os
objetivos e metas desse Plano Decenal.
O acompanhamento e avaliação do Plano deverão valer-se dos dados e
análises qualitativas e quantitativas, tanto produzidas pelos diversos sistemas de
avaliação, quanto àqueles indicados por instituições de pesquisa educacional,
abordados a partir de indicadores coerentes com os objetivos e metas presentes no
PEE/RO, com vistas à melhoria contínua da gestão do Plano.
14–LISTA DE PARTICIPANTES – FÓRUM ESTADUAL PEE
1144.. LLIISSTTAA DDEE PPAARRTTIICCIIPPAANNTTEESS –– FFÓÓRRUUMM EESSTTAADDUUAALL PPEEEE
POR CÂMARA TEMÁTICA
Nº Nome Município
1 Adelaide Barreto da Silva Vale do Anari
2 Adriana Delurdes Bertão Alvorada D’Oeste-RO
3 Adriana Rodrigues da Silva Mirante da Serra
4 Adriano Tupari Alta Floresta
5 Agostinho Brito da Silva Costa Marques
6 Albaniza Oliveira Dias de Sá Ariquemes
7 Albina Liberato da Silva Buritis
8 Alzemiro de Jesus Ferreira Rolim de Moura
9 Amarildo Alves Caetano Nova Brasilândia D’Oeste
10 Ana Cláudia Reis de Souza Nova Brasilândia D’Oeste
11 Ana Lúcia Pereira da Silva Extrema
12 Ana Maria Pegorer Jaru
13 Ana Salete Vick Ariquemes
14 André Jaboti Guajará-Mirim
15 Ângela Márcia Pires de Souza Extrema/Vista A. do Abunã
16 Ângelo Marcos clemente K. Vieira Rolim de Moura
17 Antonio João da Penha Santa Luzia D’Oeste
18 Antonio Marcos da Silva Guajará-Mirim
19 Antônio Napoleão R. Lima Porto Velho
20 Aparecido Bispo de Oliveira Extrema
21 Bruno Henrique da S. Moreira Espigão D’Oeste
22 Carlos Afonso Martins Jaru
23 Carlos Alberto Silva de Souza Costa Marques
24 Carlos José Cardoso Presidente Médici
25 Cláudio Natal da Silva JI-PARANÁ
26 Cláudio Tupari Alta Floresta
27 Claudionor leme Rocha Nova Mamoré
28 Cleane Rodrigues Ricardo Espigão D’Oeste
29 Cleci Foss de Morais São Miguel do Guaporé
30 Cleonice Winch Ferreira Novo Horizonte
31 Cleuza de Souza Santos Vale do Anari
32 Cristiane Ferreira de Sena Guajará-Mirim
33 Cristiano Crusco Franco Ouro Preto D’Oeste
34 Dalvani Braulino Bezerra Santa Luzia D’Oeste
35 Daniel Antonio de Carvalho Corumbiara
36 Daniel Gonçalves Santa Luzia D’Oeste
37 Danila Aparecida da Silva Mirante da Serra
38 Débora Ávila Gomes Andrade Seringueiras
39 Débora Messias da Silva Ouro Preto D’Oeste
40 Deize Roza Moreira Jaru
41 Delvani Pereira Ramos Alvorada D’Oeste-RO
42 Deuszivane Almeida da Silva Porto Velho
43 Devanir Domingues Fernandes Presidente Médici
44 Diana O. Oliveira Alvorada D’Oeste-RO
45 Dílson Rocha Monteiro Cacoal
46 Dimarães da Silva Ariquemes/Cujubim
47 Dione Aparecida Santos Cacoal
48 Donizete Gonçalves de Macedo Urupá
49 Doranilda Alves da Silva Nova Mamoré
50 Edicléia Chaves Mazer Peres Buritis
51 Edileuza Guerreiros Araújo Novo Horizonte
52 Edílson Ortiz Corumbiara
53 Edinaldo de Oliveira Urupá
54 Edna Martins da Silva R.Barbosa Pimenta Bueno
55 Edna Pereira Novaes São Miguel do Guaporé
56 Edson Silva de Souza Corumbiara
57 Edvaldo Rosa Ferreira Costa Marques
58 Eliane Siebra Lima São Miguel do Guaporé
59 Elias Oliveira Franco Corumbiara
60 Eliezer Nascimento Dias Corumbiara
61 Elismara Sá Santos Santa Luzia D’Oeste
62 Elizete de Fátima Soares Costa Marques
63 Elizete de Oliveira F. meirele Porto Velho
64 Eloísa Vagner Valério Rocca Buritis
65 Ely Elma Rocha Dourado Nova mamoré
66 Emerson Pereira de Carvalho Nova Brasilândia D’Oeste
67 Enio Monteiro Cacoal
68 Erci Francisca da Silva Moura Extrema/Vista A. do Abunã
69 Evandro Paulo Carneiro Alvorada D’Oeste-RO
70 Evanuza de Oliveira Zoppi Ouro Preto D’Oeste
71 Fabiana Trevizani Eleotério Cacoal
72 Fábio Antonio da Graça Cabixi
73 Fernanda Maura Firmino Vilhena
74 Francisca Diniz de Melo Martins Colorado do Oeste
75 Francisco Pereira da Cunha Mirante da Serra
76 Geisiane dos Prazeres Silva Alvorada D’Oeste-RO
77 Geldiane de Sabino Pereira Novo Horizonte
78 Genesci Bispo da Silva Paes Costa marques
79 Germano José Gonçalves de Souza Urupá
80 Gerry Salva Terra Lara Nova Mamoré
81 Glauce Souza de Abreu Buritis
82 Henrique Iabaday Surui Cacoal
83 Hozana Castro de Oliveira Seringueiras
84 Hudson Pacheco da Costa Cabixi
85 Igor Alves Arruda Pimenta Bueno
86 Ilmo Ribeiro Seringueiras
87 Inês Margarete Balthazar Porto Velho
88 Ireni Delbone Haddad Mirante da Serra/N.União
89 Irlane Camargo de Queiroz Jaru
90 Ivanete das Virgens Santos Espigão D’Oeste
91 Izabel Maria Pionte Dalfiôr Vale do Anari
92 Jailson Rodrigues Rocha Corumbiara
93 Jaime Borges Farias São Francisco do Guaporé
94 Jair Antonio Capeleti Vale do Anari
95 Jairo Cardoso de Lima São Francisco do Guaporé
96 Jéssica Muniq Máximo dos Santos São Miguel do Guaporé
97 Joanil da Silva Campos Fabre Presidente Médici
98 João Batista da Cruz Nova Brasilândia D’Oeste
99 João Cechinel Cabixi
100 João Martins Pimenta Bueno
101 João Rodrigues de Castro São Francisco do Guaporé
102 João Wanderlei da Silva Cerejeiras
103 Joaquim Gonzaga Nunes Urupá
104 Joildson Freitas de Souza Ariquemes
105 José Antonio de Medeiros Neto JI-PARANÁ
106 José Aparecido Pires de Araújo Vale do Anari
107 José Domingos M. Pereira Monte Negro
108 José Edivaldo da Silva Seringueiras
109 José Elias Ramos Santos São Francisco do Guaporé
110 José Luiz dos Santos Buritis
111 José Maurício de Carvalho São Francisco do Guaporé
112 José Simão Gonçalves Alta Floresta
113 Joselha Dantas da Silva Presidente Médici
114 Joselice Conceição do N.Barbosa Pimenta Bueno
115 Josemaro dos Santos Francisco Nova Brasilândia D’Oeste
116 Jucélia Roseira Rocha Vilhena
117 Judicael ribeiro de Santana Monte Negro
118 Jurandir Vieira Arnaldo Novo Horizonte
119 Juscelino Aguiar Lima Machadinho D’Oeste
120 Jussane Perini da Silva Santa Luzia D’Oeste
121 Keila Barroso Gomes Vilhena
122 Laudenice Filipini Pimenta Bueno
123 Laudinaldo Alves Cacoal
124 Lindomar Aparecida Klipel Cabixi
125 Liomar Oliveira dos Santos Corumbiara
126 Lisete Marth Cerejeiras
127 Loiva de Oliveira Alta Floresta
128 Lourença da Silva Maciel Cerejeiras
129 Lovane Lorane Fucks Machadinho D’Oeste
130 Lúcia Maria da Silva Borges Colorado do Oeste
131 Luciana Carla Leite Figuerôa JI-PARANÁ
132 Luciana da Silva Alvorada D’Oeste-RO
133 Luciana Regina Nobre Machadinho D’Oeste
134 Luis Ribeiro Medeiros JI-PARANÁ
135 Luiz Fernando C. S. Montanholi Seringueiras
136 Madalena Klesusberg Ariquemes
137 Madson Silva de Souza Junior Ariquemes
138 Mailza Moreira da Silva Cerejeiras
139 Manoel Anízio Tavares Pereira Extrema
140 Marcelo Pereira de Lima Urupá
141 Marcelo Rodrigues Coelho Nova Brasilândia D’Oeste
142 Márcia Marroco Machadinho D’Oeste
143 Márcia Regina de Souza JI-PARANÁ
144 Margarida da Silva Gaspar Espigão D’Oeste
145 Mari Solange Cella JI-PARANÁ
146 Maria Caroline Cirioli Gervásio Colorado do Oeste
147 Maria Cirlene dos Santos Vale do Anari
148 Maria Cristina Ramos Novo Horizonte
149 Maria da Penha Batista Vilhena
150 Maria das Graças Soares Silva Alta Floresta
151 Maria de Nazaré D`Pinheiro Nova Mamoré
152 Maria do Carmo Gandra Machadinho D’Oeste
153 Maria Emilia do Rosário Jaru
154 Maria Emília Santana Ouro Preto D’Oeste
155 Maria Helena Alves de Oliveira Machadinho D’Oeste
156 Maria Ineide Batista Presidente Médici
157 Maria Ivone Lopes Lamarão Candeias
158 Maria Madalena Leite Seringueiras
159 Maria Necy da Silva Souza Extrema
160 Maria Nilce da Silva Alves Colorado do Oeste
161 Maria Rodrigues de Souza Urupá
162 Maricelia Galo Zagonel Greff Extrema/Vista A. do Abunã
163 Marinilda Maria Mandú Mirante da Serra/N.União
164 Marizete Souza de Paula Mirante da Serra
165 Marlene Soares de Almeida Buritis
166 Matilde Pena Monte Negro/Ariquemes
167 Maximiniano Prates da Silva Ouro Preto D’Oeste
168 Miguel Soares Pereira Mirante da Serra
169 Mirivan Carneiro Rios Cacoal
170 Mohamidy Felipe Lima Barbosa Vilhena
171 Neli Rodrigues Dal Poz Colorado do Oeste
172 Nerzeli Taveira Nunes Novo Horizonte
173 Nilma Mendes de Souza Nery Colorado do Oeste
174 Olinda dias da Rocha Leite Santa Luzia D’Oeste
175 Orlando Kester Vilhena
176 Osiel Xavier da Gama São Miguel do Guaporé
177 Otoniel Henrique de Melo Machadinho D’Oeste
178 Patrícia Graciela dos Santos Jaru
179 Paulo Gerônimo Gonçalves São Francisco do Guaporé
180 Pedro Bonfim Segóbia Presidente Médici
181 Pedro Jadir Gatto Cerejeiras
182 Quezia Renata Queiroz Cerejeiras
183 Raquel Braz Odório Ramos Santa Luzia D’Oeste
184 Reinaldo Herculano Rolim de Moura
185 Ricardo Anderson A. de Souza Porto Velho
186 Rizélia da Silva Lima Ariquemes
187 Romilda de F. Raimunda Monte Negro
188 Ronaldo Pereira da Silva Seringueiras
189 Rosangela Bezerra G. de Almeida Pimenta Bueno
190 Rosângela Maria de J Benkovicz Alta Floresta
191 Roseli Sandri guimarães Ismail Rolim de Moura
192 Rosimery Paulino de Oliveira Vilhena
193 Sadi Massarolli Cabixi
194 Sâmia Gonçalves de Melgar Guajará-Mirim
195 Samuel Soares da Costa Guajará-Mirim
196 Sebastião Alves Ribeiro Júnior Guajará-Mirim
197 Sérgio Rodrigo Gravatá Extrema
198 Shirley Paulus Monte Negro
199 Sidnei Garcia Buritis
200 Sinésio Ferreira da Costa Espigão D’Oeste
201 Sirlaine Aparecida dos Santos Urupá
202 Solidéia Coradi Ribeiro Pimenta Bueno
203 Syneide Grahl Muller JI-PARANÁ
204 Talita Gomes de Albuquerque Costa Marques
205 Tecla Schimitz Dalazen Novo Horizonte
206 Teófilo Lourenço de Lima Jaru
207 Terezinha Ana da Silva Costa Marques
208 Valdecir Apareido da Silva Alta Floresta
209 Valdecir Baranoski Cabixi
210 Valdenir de Souza Nova Mamoré
211 Valdir Ferreira Costa Guajará-Mirim
212 Valmir Aparecido P. dos Santos São Miguel do Guaporé
213 Valquíria Cardoso da Cruz Vale do Anari
214 Vanda Santos Pereira Cerejeiras
215 Vanderléia Alves Serafim Seringueiras
216 Vânia Guimarães de Souza Santos Presidente Médici
217 Vera Lúcia Bonfim de Melo Nova Brasilândia D’Oeste
218 Vera Lúcia Cortez de medeiro Porto Velho
219 Vera Lúcia Lopes Silveira Vale do Anari
220 Vera Lucia Vieira Solidera Cabixi
221 Verônica Lima de almeida Nova Mamoré
222 Veronilde Salete Dalpissol Alvorada D’Oeste-RO
223 Waldenice Martins P. Fernandes Ouro Preto D’Oeste
224 Waldir Martins Fagundes Alta Floresta
225 Walter Reis Espigão D’Oeste
226 Welington Dias de Lima Monte Negro
227 Wembley Araújo de Souza São Francisco do Guaporé
228 Zenildo Pereira dos Santos São Miguel do Guaporé
229 Zilpora Maria Teixeira Monte Negro