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Page 1: Plano antidrogasterá R$ 42 milhões para prevençãoe tratamento

SALVADORSALVADOR QUINTA-FEIRA 12/1/2012A4

REGIÃO METROPOLITANA

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Editor-coordenadorCláudio Bandeira

BONFIM Veja o que abre e fecha no percursodo cortejo da Lavagem www.atarde.com.br

SAÚDE Nova unidade em Monte Serrat, parte de planoantidrogas, será a primeira na Bahia nesta especialização

Sede do Couto Maiaserá hospital paratratar dependentesDAVI LEMOS

O secretário estadual daSaúde, Jorge Solla, anunciouontem que a atual sede doHospital Couto Maia, refe-rência no Estado em trata-mento de doenças infecto-contagiosas, em Monte Ser-rat, será transformada noprimeiro hospital da Bahiaespecializado integralmen-te na atenção à dependênciaquímica.

O anúncio foi feito no diaem que o governo estaduallançou o plano Viver sem Dro-gas, no Centro de Convenções(ver texto nesta página).

Solla salientou que as de-pendências do Couto Maiacomportarão espaços para la-zer e convivência e para a de-sintoxicação dos dependen-tes de drogas e álcool. “Nãoserão necessárias grandes re-formas físicas, pois o trata-mento nestes casos é clínico”,disse.

Um novo Couto Maia – ain-da não há definição sobre amanutenção do nome – de-verá funcionar a partir de2014 na mesma área em quehoje está o Hospital Especia-lizado Dom Rodrigo de Me-nezes, antigo leprosário (emCajazeiras II), referência emdermatologia.

Solla apontou que o prédioatual no Monte Serrat, com158 anos, não se adequa maisàs exigência de uma unidadeespecializada em infectolo-gia. “Precisamos ampliar nú-mero de UTIs, por equipa-mentos de imagem como to-mógrafos, ampliar área paracirurgias, uma série de refor-mas estruturais que não po-dem ser feitas naquele local”,ressaltou.

Para a construção do novohospital de referência em in-fectologia, está previsto o in-vestimento de R$ 23 milhões.“Mesmo com a realização demelhorias na estrutura física,chegamos à conclusão de queo mais adequado seria a cons-trução de uma nova unidade”,apontou o secretário.

Na época em que foi cons-truído, diz, os parâmetros pa-ra a construção de uma uni-

dadedeinfectologiaerahaverespaços ventilados e ilumina-dos. Hoje, exigem-se ambien-tes climatizados e com equi-pamentos modernos.

A escolha do local foi de-fendida pelo secretário daSaúde por estar localizada emregião para onde vem cres-cendo a capital. “Fica próxi-mo ao Hospital do Subúrbio.De um lado da BR-324 tere-mos o Couto Maia, do outro, oHospital do Subúrbio”. Sollaentende que não haverá re-jeição à instalação da unidadeem Cajazeiras, já que as pes-soas sabem hoje que há mé-todos para evitar contágios.

O professor de infectologiada Universidade Federal daBahia (Ufba), Carlos Brites,considerou o anúncio do no-vo Couto Maia um avanço pa-ra a infectologia no Estado.

“Lamentavelmente, o CoutoMaia vinha sofrendo de ca-rência de infraestrutura, porser um prédio tão antigo. Porestar fora do eixo central dacidade, será uma dificuldadeno princípio, mas creio que énotícia benéfica para a saúdepública e para a infectologia”,considerou Carlos Brites. Onovo hospital deve contarcom 50% a mais de leitos queo antigo prédio – hoje sãopouco mais de 100 leitos.

Outras intervençõesA Secretaria Estadual da Saú-de anunciou ainda que doishospitais especializados ematendimento psiquiátrico nointerior do Estado – o LopesRodrigues, em Feira de San-tana, e o Afrânio Peixoto, emVitória da Conquista – tam-bém serão voltados para o

atendimento de dependentesquímicos. No primeiro, sãodois mil leitos; no segundo,200 leitos.

A construção do novo Cou-to Maia faz parte de um pa-cote de obras que deve serconcluído até 2014. O maiormontante será para a am-pliação do Hospital Geral doEstado (HGE), cujos R$ 60milhões em recursos foramgarantidos por emendaapoiada pela bancada fede-ral baiana.

Além dos recursos para onovo Couto Maia e para oHGE, haverá outros R$ 42 mi-lhões para obras de amplia-ção e reforma no Hospital Ro-berto Santos, que inclui cons-trução de unidade de prontoatendimento (UPA), no Hos-pital Ernesto Simões Filho eno Hospital São Jorge.

Raul Spinassé / Ag. A TARDE

Atual sede do Couto Maia será requalificada para receber unidade hospitalar de atenção a dependentes químicos

“Vários planosmorrem depoisda apresentação.Será esse maisum?”ANTÔNIO NERY FILHO, dir. do Cetad

“[o novo CoutoMaia] é notíciabenéfica para asaúde pública ea infectologia”CARLOS BRITES, infectologista

Plano antidrogasterá R$ 42 milhõespara prevençãoe tratamento

JULIANA BRITO

O governo do Estado lançouna manhã de ontem, no Cen-tro de Convenções da Bahia, oplano de enfrentamento aouso de crack e outras drogas,Viver Sem Drogas. Baseadonos estudos da câmara téc-nica de enfrentamento aocrack e outras drogas, o pro-jeto é coordenado pela Secre-taria de Justiça, Cidadania eDireitos Humanos, em par-ceria com secretarias do Es-tado e órgãos do poder pú-blico. Vão ser investidos R$ 42milhões garantidos pelo Pla-no Plurianual (PPA), que serãoutilizados em 14 projetos.

O dinheiro será aplicadoem ações como a ampliação-dos Centros de Atenção Psi-cossocial - Álcool e Drogas(Caps AD), que passarão de 16para 24 unidades com fun-cionamento 24 horas. Deacordo com o secretário deJustiça, Almiro Sena, aindanão foram definidos os locaisde instalação de todos osCaps, mas será dada priori-dade aos municípios inte-grantes do Pacto Pela Vida.

O plano é dividido em qua-tro eixos: a ampliação e pre-paração da rede SUS; prepa-ração e integração das redesde assistência social, ensinopúblico estadual, segurançapública e justiça; prevenção ereinserção social de usuários;e a criação de um sistema in-tegrado de acolhimento, tra-tamento e reinserção socialde usuários, complementarao SUS e ao Suas, em parceriacom a sociedade civil.

Durante o seu discurso, ogovernador Jacques Wagnerressaltou a importância damultidisciplinaridade comoestratégia antidrogas. “Va-mos trabalhar em várias fren-tes, buscando o ideal, emboranão tenhamos as condiçõesideais de orçamento”, disse.

Foco nas pessoasO médico e diretor-geral doCentro Regional de Referên-cia Sobre Drogas (Cetad), An-tônio Nery Filho, acredita queum plano de atenção às pes-soas excluídas seria uma es-tratégia mais eficaz. “Essa éuma direção antiga e fracas-sada. Esses planos são elabo-rados fora do real”, analisa.Nery é cético em relação àaplicação do plano. “Váriosplanos morrem depois da suaapresentação. Será esse maisum?”, questiona.

Wagner, ao lado de Solla, assina o plano Viver sem Drogas

SOLIDARIEDADE

Socorro a animal ferido naAv. ACM vira transtorno

MAÍRA AZEVEDO

O que deveria ser um ato decaridade, se transformou emum grande transtorno para opublicitário Bruno Queiroz.Ao retornar para casa, na ma-drugada de ontem, Bruno foisurpreendido com a presençade uma égua e de seu filhotenomeiodaAvenidaACM,pro-ximo ao Parque da Cidade.

“Quase acontecia um aci-dente. Tomei um susto. Foiquando identifiquei que o po-tro estava machucado”, contao publicitário. Sem saber paraonde encaminhar o animalferido, decidiu levar para asua própria casa. “Se deixasseabandonado morreria oucausaria outro acidente”, con-tou o publicitário.

Na manhã seguinte, Brunoligou para a Associação Bra-sileira de Animais seção Ba-hia e não foi atendido. No siteda associação, havia a infor-mação de que não estão re-cebendo animais e orientam

Fernando Amorim / Ag. A TARDE

Sem encontrar ajuda dos poderes públicos, o publicitário pagou tratamento do potro

Tanto o Centrode Controlede Zoonosesquanto aTransalvadorinformaram nãopoder acolhero animal

HEPATITE B

Ministério daSaúde ampliaa faixa etáriapara vacinação

DA REDAÇÃO

A faixa etária para vacinaçãocontra a hepatite B foi am-pliada pelo Ministério da Saú-de (MS). No ano passado, aidade-limite para vacinaçãopassou de 19 para 24 anos. Em2012, o público-alvo está am-pliado para pessoas de até 29anos. A medida já vale a partirdeste mês.

Em 2011, o MS ampliou em163% o quantitativo de vaci-nas compradas para a hepa-tite B – 83,2 milhões. O SUSoferece a vacina para hepatiteB para grupos mais vulnerá-veis, independentemente defaixa etária, como gestantes,manicures, pedicures, podó-logos, caminhoneiros, bom-beiros,policiaiserodoviários,doadores de sangue e cole-tores de lixo. A vacina previnehepatite B, possibilitando eli-miná-la como problema desaúde pública.

ligar para o telefone 156 parabuscar auxílio.

Jogo de empurraAo entrar em contato com o

Centro de Controle de Zoo-noses de Salvador foi infor-mado pela veterinária AnaGalvão que o centro não tinhamedicamentos para atendero animal e nem carro para

fazer o transporte.Como alternativa, ela pediu

que ligasse para a Transalva-dor e solicitasse a retirada dopotro. Foi informado pela su-perintendênciadequeocarropara esse serviço, estava que-brado.

A equipe de A TARDE en-trou em contato com a asses-soria da Transalvador, que

afirmou que o cami-nhão-gaiola, veículo quetransporta animais, está fun-cionando normalmente, massó faz o serviço até as 16h e seo animal estiver em via pú-blica.

ZoonoseJá a assessoria do Centro deZoonoses confirmou que o ór-

gão encontra-se sem apara-lhagem clínica para atenderanimais.

Bruno assumiu a respon-sabilidade e levou o filhotepara a Escola de Veterináriada Ufba. Pagou a consulta novalor de R$ 30 e comprou osmedicamentos. O potro se-gue internado e não tem des-tino certo para seguir.

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