FACULDADE 7 DE SETEMBRO – FA7 CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
CAROLINE OLIVEIRA MARTINS
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E O PAPEL DA PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
FORTALEZA – 2011
CAROLINE OLIVEIRA MARTINS
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E O PAPEL DA PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
Artigo científico apresentado à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientador: Prof. Ricardo Aquino Coimbra, Ms.
FORTALEZA - 2011
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E O PAPEL DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
Artigo científico apresentado à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Caroline Oliveira Martins
Artigo científico aprovado em: / /
Prof. Ricardo Aquino Coimbra, Ms. (FA7) 1º Examinador:
2º Examinador:
Prof. Francisco Hercílio de Brito Filho, Ms. (FA7) Coordenador do Curso
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E O PAPEL DA
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
RESUMO
A expectativa de vida dos brasileiros está cada vez maior, devido a fatores como melhor qualidade de vida, prevenção contra doenças, maior cuidado com o físico, entre outras causas. Consequentemente, o aposentado está passando mais tempo recebendo seu benefício, através da Previdência Social, enquanto a quantidade de trabalhadores na ativa está cada vez mais ineficiente para suprir esta demanda. A mídia expõe cada vez mais frequentemente opiniões de especialistas nada animadoras para as futuras gerações de aposentados, mas por outro lado, vêm sendo apresentada uma alternativa de investimento que se aperfeiçoa e apresenta crescentes superávits. O presente estudo visa demonstrar a atual situação da Previdência Social e a Previdência Complementar como alternativa de suplementar, ou até mesmo garantir, uma aposentadoria digna no futuro. Palavras-chave: Previdência Social, Previdência Complementar, déficit, superávit, futuro, qualidade.
ABSTRACT
The life expectancy of Brazilians is increasing due to factors such as better quality of life, prevention of disease, greater care with the physical, among other causes. Consequently, the retiree is spending more time getting the benefit through Social Security, while the number of employees in active is increasingly inefficient to meet this demand. causes. The media exposes increasingly expert opinion nothing encouraging for future generations of retirees, but on the other hand, have been given an investment alternative that is perfected and has growing surpluses. This study aims to demonstrate the current situation of Social Security and Pension Funds as an alternative to supplement or even guarantee a decent retirement in the future. Keywords: Social Security, Pension, deficit, surplus, future, quality.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................
6
2 METODOLOGIA............................................................................................................. 8
3 DESENVOLVIMENTO E CARACTERÍSTICAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E
SUPLEMENTAR................................................................................................................
10
3.1 Histórico da Previdência no Brasil...............................................................................
10
3.1.1 PRIMEIRA FASE.................................................................................................................
10
3.1.2 SEGUNDA FASE.................................................................................................................
10
3.1.3 TERCEIRA FASE.................................................................................................................
11
3.2 SEGURIDADE E PREVIDÊNCIA SOCIAL...................................................................................
12
3.3 Previdência Complementar........................................................................................... 13
3.3.1 PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA...........................................................................................
15
3.3.2 PREVIDÊNCIA PRIVADA FECHADA.........................................................................................
16
4 PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E DA
PREVIDÊNCIACOMPLEMENTAR..............................................................................
17
4.1 A Previdência Social......................................................................................................
17
4.1.1 ANÁLISE CRÍTICA DO DESENVOLVIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.........................................
17
4.1.2 O PRESENTE E AS PROJEÇÕES PARA O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL....................................
20
4.2 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR..........................................................................................
21
4.2.1 DESENVOLVIMENTO E CARACTERÍSTICAS DA PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR.............................. 21
4.2.2 O PAPEL DO INVESTIMENTO NO PRESENTE PARA O FUTURO.....................................................
23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................
24
6 FONTES DE PESQUISA................................................................................................
26
1 INTRODUÇÃO
A população está se preocupando cada vez mais cedo com a velhice e a qualidade de vida que desfrutarão nesta fase. Esta época deixa de ser vista como o “começo do fim” e passa a ser percebida como a fase do descanso e gozo das conquistas realizadas ao longo da existência.
A PREVIDÊNCIA BRASILEIRA BASEIA-SE NO REGIME DE REPARTIÇÃO SEM RECURSOS CAPITALIZADOS. ONDE OS PROFISSIONAIS DA ATIVA CONTRIBUEM E PAGAM PELOS INATIVOS, E SEGUNDO A
PREVIDÊNCIA SOCIAL, OS CONTRIBUINTES DE HOJE CONTARIAM APENAS COM AS PRÓXIMAS
GERAÇÕES PARA GARANTIR SUA APOSENTADORIA.
ESTE REGIME DE REPARTIÇÃO BÁSICO É ADOTADO EM DIVERSOS PAÍSES COMO ESTADOS UNIDOS, ALEMANHA, ESPANHA, FRANÇA E ATÉ NO JAPÃO, A DIFERENÇA É QUE POSSUEM UMA RESERVA
CAPITALIZADA EM FUNDOS INDIVIDUAIS PARA CUSTEAR UMA RENDA MÍNIMA DURANTE A
INATIVIDADE, QUE FUNCIONA COMO AMORTECEDOR PARA O FUTURO DO SISTEMA.
NO BRASIL NÃO EXISTEM POUPANÇAS INDIVIDUAIS, APENAS AS CONTRIBUIÇÕES SOB REGIME DE
REPARTIÇÃO. DIVERSOS ESPECIALISTAS JÁ FAZEM O ALERTA E PREVÊEM AS CONSEQÜÊNCIAS
FUTURAS DA ATUAL SITUAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO PAÍS. AMARO (2011, P. 2), JÁ AFIRMA
QUE A POPULAÇÃO IDOSA TRIPLICARÁ NOS PRÓXIMOS 40 ANOS, PASSANDO DE 6,8% PARA 22,7%
(ACIMA DE 60 ANOS). AS PESSOAS NÃO SÃO INCENTIVADAS PELO GOVERNO A POUPAR E NÃO SÃO
CONSCIENTIZADAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DE GARANTIR UMA RENDA NA INATIVIDADE, POIS MUITOS
ESTÃO CONTANDO COM A “GARANTIA INTEGRAL” DO ESTADO.
CONSTANTEMENTE OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DIVULGAM OS RESULTADOS DE DÉFICIT DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL, UM ESTUDO DETALHADO BASEADOS NAS TEORIAS DE ESPECIALISTAS SERÁ
APRESENTADO MAIS ADIANTE. DIANTE DESSAS DIVULGAÇÕES, DAS CRÍTICAS E DAS PERSPECTIVAS, A
POPULAÇÃO ESTÁ PERCEBENDO CADA VEZ MAIS NITIDAMENTE A INVIABILIDADE DA APOSENTADORIA
GARANTIDA PELO GOVERNO. O FATO É QUE AS CONTRIBUIÇÕES REALIZADAS PELOS PROFISSIONAIS
DA ATIVA ESTÃO CADA VEZ INEFICIENTES DIANTE DAS SAÍDAS, OU SEJA, DAS APOSENTADORIAS
SOLICITADAS.
DIANTE DESTES PROGNÓSTICOS, A ÚNICA CERTEZA QUE OS FUTUROS APOSENTADOS PODEM TER É
QUE A PREVIDÊNCIA SOCIAL NÃO RESISTIRÁ SE CONTINUAR A AVANÇAR DESTA FORMA. MUITOS
APOSENTADOS JÁ SOBREVIVEM COM DIFICULDADE RECEBENDO O ATUAL BENEFÍCIO, POIS PARA A
GRANDE MAIORIA NÃO GARANTE BOA MORADIA, ALIMENTAÇÃO ADEQUADA, COMPRA DE
MEDICAMENTOS, LAZER E TERAPIAS, ENTRE OUTROS FATORES FUNDAMENTAIS AOS IDOSOS.
QUANDO A MÍDIA DIVULGA A REAL SITUAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL E AS PREVISÕES PARA O
FUTURO PRÓXIMO, AS PESSOAS DEPARAM-SE COM UM DESTINO CADA VEZ MAIS INCERTO. ATUALMENTE FAZ-SE NECESSÁRIO PLANEJAR A VELHICE, ALGO QUE ATÉ ANOS RECENTES NÃO
PREOCUPAVA TANTO O CIDADÃO BRASILEIRO. O SUJEITO VISUALIZA COMO DESEJA DESFRUTAR A
VIDA APÓS A APOSENTADORIA, REALIZA UMA MÉDIA DE QUANTO IRÁ NECESSITAR ALÉM DO
BENEFÍCIO DISPONIBILIZADO PELO GOVERNO PARA GARANTIR O PADRÃO DE VIDA PROJETADO, E
ENTÃO CONTRATA OS SERVIÇOS DA PREVIDÊNCIA SUPLEMENTAR.
A POPULAÇÃO ESTÁ PREOCUPADA EM GARANTIR UMA BOA VELHICE, TRANQÜILA E DIGNA. E A
FORMA MAIS PROCURADA DE ASSEGURAR O SOSSEGO NESTA FASE DA VIDA, É PARTICIPANDO DA
PREVIDÊNCIA PRIVADA.
A PREVIDÊNCIA PRIVADA VEM NO SENTIDO SUPLEMENTAR, DE INCREMENTAR A RENDA MENSAL
PROPORCIONADA PELO GOVERNO NA FASE DA APOSENTADORIA. MAS DIANTE DO ATUAL CENÁRIO, BREVEMENTE APRESENTADO NESTA INTRODUÇÃO, MUITOS ESTÃO ADERINDO À MODALIDADE DE
INVESTIMENTO POR ACREDITAR QUE O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL É CONTESTÁVEL, OU SEJA, AS PESSOAS NÃO ESTÃO MAIS SEGURAS DESTE BENEFÍCIO.
A seguir serão apresentadas as Hipóteses, pois trata-se de um estudo que procura
estabelecer relações de causa e efeito: simplificando, da atual situação da previdência social e o
efeito que exerce sobre o cidadão brasileiro, que procura com maior freqüência os planos de
previdência suplementar, seja como complemento da previdência social ou como única garantia
de renda.
EXISTEM APENAS DUAS SOLUÇÕES PARA O PROBLEMA APRESENTADO. UM DELES, DEFENDIDO POR
DIVERSOS ESPECIALISTAS, SERIA UMA REFORMA NA PREVIDÊNCIA SOCIAL. O ATUAL MODELO DE
PREVIDÊNCIA APRESENTA DIVERSOS PROBLEMAS, SEJAM POR FATORES CONJUNTURAIS, ESTRUTURAIS OU GERENCIAIS, O RESULTADO É UM DÉFICIT CRESCENTE, DE ACORDO COM
ESPECIALISTAS. VISUALIZANDO AS EXPERIÊNCIAS DE DIVERSOS PAÍSES EM TODO O MUNDO, É
POSSÍVEL ANALISAR ALGUNS MODELOS ADOTADOS COMO ALTERNATIVAS DE REFORMA. O CASO
MAIS OUSADO FOI DA REFORMA CHILENA, ONDE A PARTIR DA DÉCADA DE 80, O TRABALHADOR
PASSOU A CONTAR COM UM FUNDO INDIVIDUAL DE CAPITALIZAÇÃO COMPULSÓRIO, ALÉM DISSO, PODERIA ESCOLHER UMA ADMINISTRADORA DE FUNDOS DE PENSÃO PARA GERENCIAR SEU FUNDO. ANTES DESTA REFORMA, O SISTEMA ATUAVA SOBRE REGIME DE CONTRIBUIÇÃO COMPULSÓRIA DE
REPARTIÇÃO, A PARTIR DA REFORMA O TRABALHADOR PODERIA OPTAR POR UMA DAS FORMAS DE
CONTRIBUIÇÃO. NA ARGENTINA O PROCESSO DE REFORMA INICIOU EM 1990, DEPOIS DE VÁRIOS
ESTUDOS E DEBATES, O MODELO APROVADO ERA UM SISTEMA MISTO PÚBLICO-PRIVADO, ONDE O
CIDADÃO OPTA POR UM DELES E POSSUI LIBERDADE PARA ESCOLHER UMA ADMINISTRADORA. O
ESTADO DESEMPENHA PAPEL BASTANTE ATIVO, MESMO NO QUE SE REFERE AO SISTEMA PRIVADO.
NO SISTEMA MEXICANO, APÓS A REFORMA, A PARTIR DE DETERMINADO VALOR DE SALÁRIO AS
CONTRIBUIÇÕES SÃO CAPITALIZADAS EM FUNDO INDIVIDUAL, O CONTRIBUINTE PODE ESCOLHER A
ADMINISTRADORA. DESTA FORMA, O SISTEMA MEXICANO É UM HÍBRIDO DE CAPITALIZAÇÃO E
REPARTIÇÃO.
TODAS AS ALTERNATIVAS ADOTADAS NAS REFORMAS APRESENTADAS POSSUEM, TEORICAMENTE, UMA SÉRIE DE DISPOSITIVOS “INTELIGENTES”, VISANDO À PROTEÇÃO DO TRABALHADOR. O
CUMPRIMENTO DESSES DISPOSITIVOS FICA A CARGO DA INICIATIVA POLÍTICA DOS GOVERNANTES, PARA QUE O SISTEMA FUNCIONE CORRETAMENTE CONFORME O PLANEJAMENTO. ESTE MODELO
RESOLVE UMA SÉRIE DE PROBLEMAS, REDUZINDO OU ELIMINANDO O CHAMADO FREE-RIDER
(PESSOAS QUE RECEBEM BENEFÍCIO SEM TER CONTRIBUÍDO), A EVASÃO E DANDO TRANSPARÊNCIA
AO SISTEMA.
O presente estudo tem por objetivo compreender a importância da participação da população na Previdência Privada na atualidade. Apresentando a finalidade desta modalidade de investimento e demonstrando a real situação da Previdência Pública no país, sua projeção e expectativas para o futuro, evidenciando a necessidade de firmar garantias para esta fase da vida, de forma tranqüila e segura.
Os objetivos específicos foram definidos da seguinte forma:
·∙ APRESENTAR A EVOLUÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR;
·∙ DEMONSTRAR A SITUAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO PRESENTE;
·∙ DEMONSTRAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS E VANTAGENS DA PREVIDÊNCIA PRIVADA.
2 METODOLOGIA
De acordo com Santos (2005, p. 111), “teoria e fato são objetos de interesse dos
cientistas, estudiosos e pesquisadores”. Primeiramente devem ser determinados os objetivos para
saber quais informações devem ser investigadas. No presente estudo, a forma de pesquisa deverá
ter uma abordagem qualitativa, dada a natureza do trabalho. Portanto, não serão citados dados
estatísticos. Este tipo de abordagem demanda uma série de leituras sobre assuntos relacionados,
para que possa ser realizada uma relação entre as opiniões de especialistas no assunto. Ainda
segundo Santos (2005, p. 111), “teoria e fato não são diametralmente opostos, são elementos de
um mesmo objetivo, ambos procuram a verdade, sendo portanto indispensáveis à abordagem
científica”.
A PESQUISA SE UTILIZA DE MÉTODOS PARA ALCANÇAR AFIRMAÇÕES QUE POSSAM SER
APRESENTADAS COMO VÁLIDAS (SANTOS, 2005, P. 178). PARA ATINGIR OS OBJETIVOS DA
PESQUISA, SERÁ NECESSÁRIO ESTUDAR E ENTENDER A DINÂMICA DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL, SEU
DESENVOLVIMENTO, SURGIMENTO DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR, CARACTERÍSTICAS DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL E COMPLEMENTAR, REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, SITUAÇÃO ATUAL DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL E PREVISÃO DOS ESPECIALISTAS, NECESSIDADE DE PARTICIPAR DA
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR, CRÍTICA SOBRE O FUTURO, ENTRE OUTROS ASPECTOS
CONSIDERADOS RELEVANTES PARA REALIZAR UM ESTUDO CONSISTENTE SOBRE A IMPORTÂNCIA DO
PLANEJAMENTO DA APOSENTADORIA.
SEGUNDO SANTOS (2005, P. 173), “A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA É FEITA COM BASE NOS
DOCUMENTOS JÁ ELABORADOS, TAIS COMO LIVROS, DICIONÁRIOS, ENCICLOPÉDIAS, PERIÓDICOS, COMO JORNAIS E REVISTAS, ALÉM DE PUBLICAÇÕES, COMO COMUNICAÇÃO E ARTIGOS CIENTÍFICOS, RESENHAS E ENSAIOS CRÍTICOS”. PARA ESTUDAR A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR É PRECISO OBTER
DIVERSAS INFORMAÇÕES, ATRAVÉS DE UM BOM EMBASAMENTO TEÓRICO PARA ASSIM OBTER
INFORMAÇÕES CONSISTENTES SOBRE ANÁLISES DOS DADOS LEVANTADOS. TEORIAS RELACIONADAS
AO ASSUNTO, DIRETAMENTE, INDIRETAMENTE E COMPLEMENTARES, SÃO NECESSÁRIAS PARA
IDENTIFICAR, BUSCAR E ANALISAR AS INFORMAÇÕES CORRETAS E INDISPENSÁVEIS PARA O
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO.
APÓS A PRIMEIRA ETAPA, AS INFORMAÇÕES SERÃO SELECIONADAS PARA COMPOR O TRABALHO, DE
FORMA A PROPORCIONAR COERÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO. SOB A LUZ DAS TEORIAS
PRETENDE-SE DEMONSTRAR A RELEVÂNCIA DO PLANEJAMENTO DE UMA PREVIDÊNCIA PRIVADA, SEJA ENQUANTO COMPLEMENTO DA APOSENTADORIA PROPORCIONADA PELO ESTADO, SEJA COMO
ÚNICA GARANTIA DE RENDA NESTA FASE.
APÓS FAZER TODO ESTE LEVANTAMENTO, PARA CONCLUIR O TRABALHO, SERÁ REALIZADO UM
ESTUDO COMPARATIVO, ENTRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL E SUA SITUAÇÃO ATUAL E AS EXPECTATIVAS
PARA SEU FUTURO, E O DESENVOLVIMENTO DA PREVIDÊNCIA SUPLEMENTAR.
3 DESENVOLVIMENTO E CARACTERÍSTICAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E
SUPLEMENTAR
3.1 Histórico da Previdência no Brasil
3.1.1 Primeira Fase
A primeira fase da história da previdência complementar tem início antes da legislação específica sobre o tema. Segundo Monteiro (2011, p. 1), “a Previdência Social no Brasil possui mais de 100 anos de história. A primeira legislação pertinente ao tema é datada de 1888, quando foi regulamentado o direito à aposentadoria para empregados dos Correios”.
MAS SOMENTE EM 1904 FOI CRIADA A PRIMEIRA ENTIDADE DESTINADA AO OFERECIMENTO DE
BENEFÍCIOS QUE ATUALMENTE CARACTERIZAM A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR, A CAPRE (HOJE
PREVI), FORMADA POR UM GRUPO DE EMPREGADOS DO BANCO DA REPÚBLICA DO BRASIL (ATUAL
BANCO DO BRASIL).
EM 1970 SURGIU A FUNDAÇÃO PETROBRÁS DE SEGURIDADE SOCIAL – PETROS E EM 1974 A
FUNDAÇÃO CESP, ENTIDADES SURGIDAS ANTES DA PRIMEIRA LEI ESPECÍFICA SOBRE O TEMA.
SEGUNDO PAIXÃO (2006, P. 1), “NESTE PRIMEIRO MOMENTO, A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR É UM
FENÔMENO TIPICAMENTE ASSOCIADO À GRANDE EMPRESA E, SOBRETUDO À GRANDE EMPRESA
ESTATAL”.
AO CONTRÁRIO DO QUE MUITOS IMAGINAM, A PREVIDÊNCIA SOCIAL E A PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR DESENVOLVERAM-SE SIMULTANEAMENTE, CONFORME FOI VERIFICADO
ANTERIORMENTE. A LEI ELÓI CHAVES FOI CONSIDERADA COMO SENDO FUNDAMENTAL PARA A
PREVIDÊNCIA SOCIAL, MAS SEU REGIME CARACTERIZAVA A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR:
O fato considerado como ponto de partida para a Previdência Social propriamente dita no país, contudo, é a Lei Elói Chaves (Decreto nº 4.682) de 1923. Ela criou a Caixa de Aposentadoria e Pensões para empregados de empresas ferroviárias, estabelecendo assistência médica, aposentadoria e pensões, válido inclusive para seus familiares. (MONTEIRO, 2011, p. 1)
3.1.2 Segunda Fase
A segunda fase do desenvolvimento da previdência no Brasil caracteriza-se pelo
aprimoramento do órgão público regulador e executor da Previdência Social. Segundo Monteiro
(2011, p. 1), o Ministério da Previdência foi criado em 1974, até então, as questões relativas à
previdência estava sob o comando do Ministério do Trabalho e Emprego (denominado Ministério
do Trabalho e Previdência Social na época). Os benefícios da previdência foram estendidos a
todos trabalhadores com a Constituição de 1988, passando a garantir renda mensal vitalícia aos
portadores de deficiência e idosos. O INPS – Instituto Nacional de Previdência Social - mudou
seu nome em 1990, para INSS – Instituto Nacional de Seguro Social.
PARALELAMENTE, A SEGUNDA FASE É MARCADA PELA REGULAMENTAÇÃO DAS ENTIDADES E DAS
NORMAS QUE PERMEIAM A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.
A Lei nº 6.435, de 15 de julho de 1977, foi aprovada em um contexto de fomento ao
mercado de capitais por parte do poder público. Seu objetivo foi disciplinar os fundos de pensão enquanto entidades captadoras de poupança popular, estimulando seu crescimento de modo que pudessem canalizar investimentos para aplicações em Bolsa de Valores. A norma veio no mesmo ambiente da reformulação da legislação sobre sociedades anônimas (Lei nº 6.404/76, que substitui a Lei das S.A. de 1940). (PAIXAO, 2006, p. 1)
3.1.3 Terceira Fase
Caracterizada pela modernização da legislação que rege a previdência complementar.
Teve início com a Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998, segundo Paixão (2006, p. 1),
“esta emenda deu nova redação ao art. 202 da Constituição Federal, que tratava de outro tema,
dedicando-o inteiramente à previdência complementar”.
POSTERIORMENTE A LEI QUE TRAZ NORMAS GERAIS SOBRE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR, A LEI
COMPLEMENTAR Nº 109, DE 29 DE MAIO DE 2001.
A nova redação do art. 202 da CF exigiu a elaboração de duas leis complementares. Uma prevista no caput do dispositivo constitucional, que traz normas gerais sobre a previdência complementar, e que veio a ser a Lei Complementar nº 109 de maio de 2001; e outra, prevista no § 4º do art. 202, contendo normas específicas para disciplinar “a relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas Lei Complementar nº 108, de 29 de maio de 2001.(PAIXAO, 2006, p. 1)
Completando o processo de aprimoramento da legislação, a Emenda Constitucional nº 40, de 29.05.2003. Segundo Paixão (2006, p. 2), “deu nova redação ao artigo que trata do sistema financeiro nacional CF, a referência ‘a seguros, previdência e capitalização’. De um ângulo constitucional, portanto, a previdência complementar é hoje tema claramente inserido no campo social”.
3.2 Seguridade e Previdência Social
A seguridade social existe no sentido de amparar ao cidadão e sua família diante de
eventos que comprometam sua capacidade de trabalho, decorrentes de doença, invalidez,
desemprego, morte e incapacidade econômica em geral. De acordo com Rocha (2000, p. 31), a
expressão seguridade social, como está posta na Carta de Princípios, é o termo genérico utilizado
pelo legislador constituinte para designar o sistema de proteção dispensado aos trabalhadores e
seus dependentes no caso de cessão ou ausência da capacidade laboral, uma vez que é da força de
trabalho que a maior parte das pessoas obtém os recursos necessários a sua subsistência. Neste
sistema, a seguridade social é o gênero do qual são espécies a previdência, a saúde e a assistência
social.
A PREVIDÊNCIA SOCIAL É MANTIDA PELO GOVERNO FEDERAL, E APESAR DA DEFINIÇÃO GENÉRICA
COMPORTA UMA SÉRIE DE VARIANTES NA PRÁTICA. A EVOLUÇÃO DE CADA SISTEMA EM PARTICULAR
DEPENDE DE FATORES ECONÔMICO-SOCIAIS, CULTURAIS, HISTÓRICOS E POLÍTICOS.
No que tange a previdência social, ela é um seguro social compulsório, eminentemente contributivo – este é o seu principal traço distintivo – mantido com recursos dos trabalhadores e de toda a sociedade – que busca propiciar meios dispensáveis à subsistência dos segurados e seus dependentes quando não podem obtê-los ou não é socialmente desejável que eles sejam auferidos através do trabalho por motivo de maternidade, velhice, invalidez, morte, etc. (ROCHA, 2000, p. 33)
As contribuições dos trabalhadores ativos financiam o benefício concedido às pessoas
que se aposentam. O valor máximo pago pela Previdência Social equivale a dez salários
mínimos. Segundo o autor Rocha (2000, p. 33), a previdência social no Brasil é efetuada
mediante o Regime Geral de Previdência Social e dos regimes próprios de previdência dos
servidores públicos e dos militares (art. 6º do Decreto 3.048/99). Onde o regime geral é regulado
pela Lei nº 8.213/91, sendo responsável pela sua concretização a autarquia federal denominada
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, vinculado ao Ministério da Previdência Social e
instituído pelo Decreto nº 99.350/90, conforme autorização contida na Lei nº 8.029, de 12.04.90.
Diante da atual situação enfrentada pela Previdência Social os prognósticos realizados
por especialistas (AMARO, 2011, p. 2) não são nada animadores. O número de aposentados vem
crescendo constantemente, a dinâmica demográfica tem se caracterizado por uma rápida queda da
fecundidade – número de filhos vivos tidos por uma mulher durante o ciclo reprodutivo-, aliada a
crescentes valores de expectativas de vida. Conseqüentemente, as aposentadorias a serem pagas
são, gradativamente, um volume de recursos muito superior ao arrecadado, este é o principal
sintoma de desequilíbrio na Previdência Social. Esta situação representa um sério problema de
caixa para o Governo, a diferença já chega a alguns bilhões de reais ao ano, e segundo os
especialistas poderá inviabilizar o sistema em alguns anos.
O secretário de Política de Previdência Social, do Ministério da Previdência, Leonardo Rolim, informou hoje que a previsão do governo para o déficit da Previdência com o novo salário mínimo de R$ 545 aumentará de R$ 41,3 bilhões para R$ 42,4 bilhões em 2011. A previsão anterior havia sido divulgada no fim do ano passado considerando o valor atual sem reajuste (...) O secretário ainda ressaltou que cada R$ 1 de aumento do salário mínimo gera impacto sobre o sistema previdenciário de R$ 184 milhões por ano. Se forem considerados os benefícios assistenciais pagos pelo INSS, o abono salarial e seguro desemprego, o montante atinge a cifra de R$ 386 milhões/ano. (BITENCOURT, 2011, p. 1)
3.3 Previdência Complementar
O teto da Previdência Social equivale a dez salários mínimos, em uma análise primária, a
previdência suplementar é uma ótima alternativa para os trabalhadores que atualmente possuem um salário
superior a este valor. De acordo com Fulgencio (2007, p. 500), a previdência complementar é uma
instituição paralela à Previdência Social, diferindo no fato de que a Previdência Social é de caráter público
e obrigatório, e a Previdência Privada (Supletiva) é opcional e voluntária com benefícios sob a forma de
pecúlio ou renda. Foi criada com o objetivo de suplementar os benefícios do Seguro Social.
A previdência complementar permite ao participante, por ocasião de aposentadoria ou
regate integral dos recursos acumulados, garantir o atual padrão de vida ou até mesmo um padrão
de vida melhor, proporcionando maior tranqüilidade e conforto na sua aposentadoria. “A
Previdência Privada foi legalmente instituída pela Lei nº 6.435, de 15.7.1977 atualmente
substituída pela Lei Complementar nº 109, de 29.05.2001.” (FULGENCIO, 2007, p. 500)
O Brasil possui hoje, em termos absolutos, o oitavo sistema de previdência complementar do mundo que conta com 370 fundos de pensão, com mais de 2.300 patrocinadores sendo 87% de empresas privadas, administrando mais de 1.000 planos de benefícios, com recursos de R$420 milhões, cobrindo aproximadamente 3% da população economicamente ativa e já pagando mensalmente mais de 600 mil benefícios de aposentadoria e pensões. (PENA, 2008, p. 13)
A previdência complementar é indicada para qualquer pessoa, independentemente de sua
classe social e renda. Os trabalhadores estão cada vez mais conscientes da importância do
planejamento da aposentadoria, da visão do futuro que anseiam, do que pretendem desfrutar na
velhice. Segundo a Constituição Federal de 1988, no art. 202, “o regime de previdência privada,
de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de
previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício
contratado, e regulado por lei complementar”.
Como é comum na maior parte dos países, ao lado de um regime público universal e obrigatório, permite-se a existência de regimes de previdência complementar – que podem ser públicos ou privados – e de natureza facultativa, tendo como destinatários aqueles que possuem um nível de renda superior ao limite teto pago aos benefícios do regime compulsório. (ROCHA, 2000, p. 41).
Alguns trabalhados possuem a opção de aderir à previdência complementar disponível
para todas as pessoas dispostas a contribuir e gerar a reserva de forma voluntária, é a chamada
previdência privada aberta, disponível em instituições financeiras e outras entidades totalmente
direcionadas a este produto. Algumas empresas disponibilizam a previdência privada fechada,
disponível apenas para seus funcionários. “A Lei 6.435/77 instituiu dois sistemas de previdência
supletiva: a previdência privada fechada e a previdência privada aberta”. (POVOAS, 2000, p.
260)
3.3.1 PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA
As entidades de previdência privada aberta são franqueadas ao público geral. Está disponível
para todo cidadão que desejar incrementar a aposentadoria e possuir recursos suficientes para isso.
Segundo Fulgencio (2007, p. 501), uma entidade de previdência privada aberta é toda entidade
constituída com a finalidade única de instituir planos de pecúlio e/ou rendas para quaisquer pessoas,
mediante contribuição regular de seus participantes, segundo normas técnicas e gerais aprovadas pelo
órgão normativo. Quando possui fins lucrativos é organizada como Sociedade Anônima, caso contrário,
adota a forma de sociedade ou fundação. Para garantia de todas as suas obrigações, a entidade deve
construir reservas técnicas, fundos especiais e provisões, onde parte desses recursos deverá ser aplicada na
formação de uma carteira de ações.
Povoas (2000) descreve brevemente como o sistema de previdência privada aberta está
disponível e quem é seu agente regulador e executor:
O sistema de entidades abertas engloba as operadoras, entidades associativas sem fins lucrativos e sociedades anônimas naturalmente com fins lucrativos, que instituem planos nos quais podem ser inscritas todas as pessoas que o desejem, que tenham capacidade para contratar. O seu órgão normativo é o Conselho Nacional de Seguros Privados, e o seu órgão executivo é a Superintendência de Seguros Privados. (POVOAS, 2000, p. 261)
A previdência privada aberta pode ser contratada principalmente nas instituições
bancárias. O plano é personalizado, o proponente opta pela porcentagem sobre as contribuições
que deseja aplicar, tudo dentro dos normativos do Banco Central. O cliente informa se
acompanha ou não o mercado financeiro, se declara imposto de renda, opta pelo regime de
tributação mais adequado, e no ato da contratação já é possível realizar uma projeção de quanto
será o saldo no futuro determinado, para poder visualizar uma boa simulação. O cliente não
escolhe uma ocasião para se aposentar, não é necessário determinar essa informação, pois se
desejar poderá continuar a depositar até decidir aposentar-se.
3.3.2 Previdência Privada Fechada
As entidades de previdência privada fechada são destinadas, especificamente, a pessoas
vinculadas às empresas patrocinadas. O funcionamento é restrito a empresas, ou grupos de
empresas. De acordo com Fulgencio (2007, p. 501), uma entidade de previdência privada fechada
é toda entidade constituída sob a forma de sociedade ou fundação, com a finalidade de instituir
planos privados de concessão de benefícios complementares assemelhados ao da previdência
social, acessíveis aos empregados ou dirigentes de uma empresa ou grupo de empresas, as quais
para os efeitos do regulamento que as regem, são denominadas patrocinadoras. Essas entidades
são investidoras institucionais porquanto a regulamentação determina que parte dos seus recursos
seja aplicada na manutenção de carteiras de ações. Esses recursos provêm das contribuições de
seus participantes, dos empregados ou de ambos, são os chamados fundos de pensão.
POVOAS (2000), DESCREVE BREVEMENTE PARA QUEM A PREVIDÊNCIA PRIVADA FECHADA É
DISPONIBILIZADA E QUEM É SEU AGENTE REGULADOR E EXECUTOR:
O sistema das entidades fechadas engloba as organizações de empregadores, que por si sós ou agrupados, criam operadoras para proporcionarem, exclusivamente, aos respectivos empregados, planos de benefícios previdenciários; tem como órgão normativo o Conselho da Previdência Complementar e como órgão executivo, a Secretaria da Previdência Complementar; o adjetivo fechada significa que tais planos servem exclusivamente os trabalhadores dessas organizações. (POVOAS, 2000, p. 260)
Atualmente é comum que uma empresa, ou grupo de empresas, ofereçam a seus
colaboradores planos de previdência privada fechada. Muitas dessas organizações colaboram
junto ao empregado nesta modalidade de investimento, de forma a incentivar sua participação. Há
alguns anos atrás este sistema era mais comum nos grandes órgãos públicos, como nos Correios e
no Banco do Brasil, por exemplo. Mas nos dias de hoje é cada vez mais comum nas organizações
privadas.
NAS DUAS MODALIDADES DE PREVIDÊNCIA PRIVADA: ABERTA E FECHADA, A PARTICIPAÇÃO DO
TRABALHADOR É OPCIONAL, MAS A CONTRIBUIÇÃO AO FUNDO COMUM DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
CONTINUA SENDO COMPULSÓRIA.
4 PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E DA
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
4.1 A Previdência Social
4.1.1 Análise crítica do desenvolvimento da Previdência Social
A Previdência Social surgiu na Europa, no século XVIII, no Brasil possui cerca de 100
anos de história. Em termos gerais, a primeira medida de proteção social que se conhece no país é
a Lei nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919. Que estabelecia o seguro de acidentes de trabalho,
tornando obrigatório ao empregador a indenização dos acidentes ocorridos na execução do
trabalho. Todavia, a Lei Eloy Chaves (Decreto-Lei nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923) é
efetivamente considerada o ponto de partida do sistema previdenciário brasileiro. O processo de
expansão da cobertura previdenciária ocorreu na década de 70, com a inclusão dos empregados
domésticos (1972); regulamentação da inscrição de autônomos em caráter compulsório (1973);
instituição do amparo previdenciário aos maiores de 70 anos de idade e aos inválidos
não-segurados (1974); e extensão dos benefícios de previdência e assistência social aos
empregadores rurais e seus dependentes (1976). Em agosto de 1987, através do Decreto-Lei nº
2.351, o governo instituiu o Piso Nacional de Salários e o Salário Mínimo de Referência.
(ÚCLEO..., 1997, p. 6-13)
Segundo Oliveira, Beltrão e Ferreira (1997, p. 1) “o Brasil ainda convive com uma
estrutura de proteção social herdada em grande parte do Estado Novo. Do imposto sindical
obrigatório até o sistema de Previdência Social rígido, abrangente e centralizado, é o Estado que
dita as regras”. Desde os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), evoluindo para o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e passando pelo Programa de Integração Social
(PIS)/Programa de Amparo ao Servidor Público (Pasep) e chegando ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT), especialistas afirmam que o esquema de poupança compulsória é uma
constante no financiamento das políticas sociais, gerando recursos cuja aplicação encontra-se sob
controle estatal. Após todos os anos de evolução, extinção e criação de órgãos, hoje a Seguridade
Social é considerada permanentemente insolvente: quando há insuficiência de recursos para a
cobertura dos compromissos, ou se recorre a aumentos nas contribuições (aumentos de alíquotas,
elevação do teto de contribuições, novas bases etc.) ou se recorre aos recursos da União.”
(NÚCLEO..., 1997, p. 1)
HÁ ALGUNS ANOS ATRÁS JÁ AFIRMAVA-SE QUE A GESTÃO DO ESTADO CAMINHAVA PARA UM RUMO
CATASTRÓFICO, QUE JÁ NAQUELA ÉPOCA NÃO SE TRATAVA MAIS DA GESTÃO DE UM ATIVO, MAS DE
UM PASSIVO (NÚCLEO..., 1997, P. 2). TODA A CONTRIBUIÇÃO DE UMA VIDA DE TRABALHO É
UTILIZADA PARA MANTER A APOSENTADORIA DOS PROFISSIONAIS QUE NÃO ESTÃO MAIS NA ATIVA, NA ESPERANÇA DE QUE AS PRÓXIMAS GERAÇÕES VENHAM A FAZER O MESMO NO FUTURO. FORA O
DÉFICIT QUE AUMENTA CONSTANTEMENTE, PRECISAM SER LEVADAS EM CONSIDERAÇÃO AS NOVAS
FORMAS DE TRABALHO, COMO O TRABALHO AUTÔNOMO, A TERCEIRIZAÇÃO E AS PROFISSÕES
NÃO-CONVENCIONAIS, QUE NÃO CONTRIBUEM PARA O INSS, AS APOSENTADORIAS LIBERADAS PARA
TRABALHADORES RURAIS, OS QUAIS NUNCA CONTRIBUÍRAM, ENTRE OUTROS FATORES QUE INDICAM
QUE O REGIME DE REPARTIÇÃO SIMPLES NÃO SE APLICA MAIS À NOSSA REALIDADE, PAÍSES COMO
CHILE, ARGENTINA E FRANÇA JÁ OPTARAM PELA REFORMA DA PREVIDÊNCIA.
NO BRASIL, OCORRERAM ALGUMAS INICIATIVAS QUE VIERAM NA FINALIDADE DE TENTAR ADEQUAR PARTES DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL À REALIDADE ATUAL. COM A EMENDA CONSTITUCIONAL 20/1998, E A LEI 9.876, DE 1999, QUE
INSTITUIU O FATOR PREVIDENCIÁRIO, O REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO, ESTADOS,
DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS PASSOU A TER CARÁTER CONTRIBUTIVO, PASSANDO A SEGUIR OS REQUISITOS E CRITÉRIOS
FIXADOS PARA O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL )ENTENDA, 2011.( A CONTRIBUIÇممO PARA O CUSTEIO DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PBLICOS NممO INCIDE SOBRE OS PROVENTOS OU AS PENSÕES DOS APOSENTADOS E
PENSIONISTAS, TENDO COMO CONTRIBUINTES APENAS OS SERVIDORES TITULARES DE CARGOS EFETIVOS . A PARTIR DA
EC-‐ 20/98, PARA APOSENTAR-‐ SE COMO SERVIDOR PBLICO, É PRECISO POSSUIR UM TEMPO MييNIMO DE CONTRIBUIÇممO DE
DEZ ANOS. ANTERIORMENTE À EMENDA, O VALOR DO BENEFييCIO ERA DETERMINADO DE ACORDO COM A MÉDIA DOS
LTIMOS 36 SALللRIOS DE CONTRIBUIÇممO DO SEGURADO. (NONAHAY; FREITAS, 2011)
A EMENDA CONSTITUCIONAL 41/2003 REDUZIU A PROTEÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS AGENTES PÚBLICOS OCUPANTES DE CARGO EFETIVO E VITALÍCIO, PRATICAMENTE EQUIPARANDO AS NORMAS DOS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA ÀS DO REGIME GERAL. A EMENDA CONSTITUCIONAL 47/2005 ALTEROU, MAIS UMA VEZ, OS SISTEMAS PREVIDENCIÁRIOS
PÚBLICOS, ALTERANDO O TETO REMUNERATÓRIO E AMPLIANDO O ROL DE CASOS EM QUE SE ADMITE A CONCESSÃO DE
APOSENTADORIA. (BARROSO, 2006)
Em 13/02/2007, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de Lei 6272/05, que cria a
Receita Federal do Brasil, ou, a “Super Receita”. Que consiste basicamente na união da
arrecadação da Receita Federal com a receita previdenciária, transferindo para a União o controle
dos recursos que financiam o pagamento dos benefícios por parte do INSS. Segundo
especialistas, a nova lei abre a possibilidade de desvios dessa arrecadação para, por exemplo,
compor o Superávit Primário. Como por exemplo, o que ocorre com o Cofins (Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social), que deveria ser aplicada na seguridade social e não é,
sendo descaradamente desviada para outros fins. (ARRUDA, 2007)
A Lei 10.666 de 08/05/03 determinou as alíquotas do SAT (Seguro de Acidente de
Trabalho), pago pelas empresas sobre o total da Folha de Pagamentos mensal. As quais são
calculadas de acordo com o Ramo de Atividade Econômica – CNAE (Classificação Nacional de
Atividades Econômicas) informadas na GFIP, e conforme o Art. 86 da IN 03/2005 – INSS, e pelo
grau de risco da empresa. A Lei demonstrou-se ineficiente a partir do instante em que nivelou
todos com o mesmo CNAE. Com o Decreto 6.042/07, a Previdência Social sofreu alteração do
regulamento em seu anexo V e reclassificou os graus de riscos dos ramos de atividades das
empresas. Tomando por base os benefícios concedidos entre 2000 e 2004, houve uma
reclassificação das empresas de acordo com a sinistralidade dos acidentes, e não apenas pelo
risco potencial. (O QUÊ..., 2011)
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou o Projeto de Lei nº 56 de 2009, que visa beneficiar os aposentados que retornaram ao mercado de trabalho na qualidade de empregados, prevendo a isenção nos recolhimentos de contribuição previdenciária e restabelecimento do pecúlio, que consiste na restituição dos valores das contribuições até então recolhidas. (SANTOS; VIANA, 2010)
Mesmo após verificar as principais alterações normativas, segundo especialistas, as reformas mais recentes, as novas leis e as emendas, não foram suficientes para estabilizar nem para equilibrar o sistema previdenciário e já há necessidade de novas reformas (ABINAJM, 2007).
4.1.2 O PRESENTE E AS PROJEÇÕES PARA O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A expectativa de vida dos brasileiros está aumentando desproporcionalmente ao número
de nascimentos, as pessoas estão vivendo mais. Analisando o regime de repartição sem recursos
capitalizados, podemos perceber que as contribuições dos profissionais da ativa a partir de
determinado momento não seria mais suficiente para manter os aposentados. Segundo os estudos
realizados para este trabalho, tudo indica que este problema já é real, e está cada vez mais grave.
SEGUNDO O IPEA (COMUNICADO Nº 64 – PNAD 2009 – PRIMEIRAS ANÁLISES: TENDÊNCIAS
DEMOGRÁFICAS), DE ACORDO COM OS ESTUDOS DO IBGE, A POPULAÇÃO BRASILEIRA CHEGARÁ AO
SEU PICO POPULACIONAL EM 2030, COM CERCA DE 206 MILHÕES DE HABITANTES. A PARTIR DESSA
DATA, O PAÍS TENDERÁ A POSSUIR UMA POPULAÇÃO ESTÁVEL DE CERCA DE 200 MILHÕES DE
PESSOAS, E A SOCIEDADE ENVELHECERÁ COMO UM TODO. DE ACORDO COM ESSAS PROJEÇÕES, EM
2030 ESTIMA-SE QUE HAVERÁ 1,1 TRABALHADORES ECONOMICAMENTE ATIVOS PARA CADA
APOSENTADO. ESPECIALISTAS JÁ AFIRMAM QUE A PREVIDÊNCIA SOCIAL NÃO TERÁ COMO RESISTIR, E
QUEBRARÁ EM 2030. (SANTORO, 2011, P. 1)
CERTAMENTE AS PREVISÕES DE DÉFICITS SUPERIORES AOS DOS ANOS ANTERIORES CONSTITUEM UM
ASSUNTO BASTANTE POLÊMICO E QUE ESTÁ SENDO DIVULGADO SISTEMATICAMENTE NA MÍDIA. DE
ACORDO COM MONTEIRO (2007, P. 1), HÁ VÁRIAS EXPLICAÇÕES PARA O PROBLEMA, O MESMO
ARGUMENTA QUE A INCLUSÃO DOS TRABALHADORES RURAIS, CUJA MAIORIA NUNCA CONTRIBUIU, AUMENTOU A DEFICIÊNCIA NESTE SISTEMA. O AUTOR AFIRMA AINDA QUE A PREVIDÊNCIA SOCIAL JÁ
FOI ALVO DE DIVERSOS CORRUPTOS, QUE SANGRARAM OS COFRES PÚBLICOS COM APOSENTADORIAS
PARA MORTOS, PERÍCIAS MÉDICAS FALSAS OU SUPERFATURAMENTO DE BENEFÍCIOS. DEMONSTRA
AINDA, UM DOS CASOS MAIS FAMOSOS, O DA QUADRILHA CHEFIADA PELA ADVOGADA GEORGINA DE
FREITAS, PRESA EM 1998, ESTE GRUPO TERIA ROUBADO DOS COFRES PÚBLICOS CERCA DE R$ 800
MILHÕES.
SEGUNDO O PUBLICADO NO SITE DO JORNAL CIDADE (DÉFICIT..., 2011) EM FEVEREIRO DESTE ANO, A PREVIDÊNCIA SOCIAL REGISTROU NO MÊS DE JANEIRO UM DÉFICIT DE R$ 3,021 BILHÕES, E AINDA
DE ACORDO COM A MESMA FONTE, PESQUISAS JÁ DEMONSTRAM QUE A ARRECADAÇÃO TOTAL DA
PREVIDÊNCIA FOI DE R$ 17,115 BILHÕES COM UM GASTO DE R$ 20,137 BILHÕES. NO MESMO
PERÍODO DO ANO ANTERIOR, FOI REGISTRADO UM DÉFICIT DE 3,708 BILHÕES. A ARRECADAÇÃO FOI
DE R$ 14,076 BILHÕES E A DESPESA FICOU EM 17,784 BILHÕES. PARA ESTE ANO, A PREVISÃO DE
DÉFICIT É DE R$ 42,4 BILHÕES. A CONTA JÁ CONSIDERA O SALÁRIO MÍNIMO DE R$ 545. (DÉFICIT..., 2011).
O secretário de Política de Previdência Social, Leonardo Rolim, a previsão do governo
para o déficit da Previdência com o novo salário mínimo de R$ 545,00, que aumentará de R$41,3
bilhões para R$ 42,4 bilhões em 2011. (BITENCOURT, 2011)
4.2 A Previdência Complementar
4.2.1 Desenvolvimento e características da Previdência Complementar
É adicional ao sistema de previdência fornecido pelo Estado, não sendo obrigatória. A
atuação neste segmento é constituída pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar
(EFPCs), ou fundos de pensão, atrelados a uma empresa específica e seus participantes
obrigatoriamente necessitam ter vínculo empregatício, neste caso o empregador usualmente
realiza aportes junto ao empregado; e pelas Entidades Abertas de Previdência Complementar
(EAPCs), adesão opcional disponível para todos. (MACHADO, 2006 apud MASSUQUETTI;
KOPPE, 2008, p. 208).
EM AMBAS AS FORMAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR É ADOTADO O REGIME DE CAPITALIZAÇÃO
INDIVIDUAL, ONDE CADA PARTICIPANTE POSSUI SEU FUNDO PARTICULAR, ONDE IRÁ ACUMULAR SUA
RESERVA DE ACORDO COM SUA CONTRIBUIÇÃO, PROJETANDO ASSIM SUA RENDA NO FUTURO. ESTA
MODALIDADE DE INVESTIMENTO POSSUI O PRINCÍPIO BÁSICO DE AQUISIÇÃO DE RENDA, OU SEJA, COMPLEMENTANDO A APOSENTADORIA PROPORCIONADA PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL, QUE MUITAS
VEZES NÃO ATENDE ÀS NECESSIDADES NEM MANTÉM O PADRÃO DE VIDA LEVADO DURANTE A
ATIVIDADE PROFISSIONAL. A FIM DE TORNAR ESTA RELAÇÃO DE LONGO PRAZO CONFIÁVEL, A
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SE DESENVOLVEU CORRIGINDO E AGREGANDO NORMAS E LEIS QUE
EFETUAM A REGULAMENTAÇÃO DOS PLANOS E DAS EMPRESAS DE PREVIDÊNCIA. ESTAS INICIATIVAS
GERARAM CREDIBILIDADE E CLAREZA JUNTO AOS PARTICIPANTES QUE OPTAM POR PARTICIPAR NA
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.
O PARTICIPANTE DECIDE QUAL PORCENTAGEM DOS DEPÓSITOS REALIZADOS MENSALMENTE SERÁ
APLICADO EM FUNDOS DE INVESTIMENTOS, TUDO DE ACORDO COM SEU PERFIL, ONDE OS
RENDIMENTOS SÃO REPASSADOS PARA SUA CONTA INDIVIDUAL, INCREMENTANDO SUA RESERVA. EXISTEM AINDA DUAS OPÇÕES DE MODALIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR QUE
PROPORCIONA AO PARTICIPANTE UM PLANO MAIS PERSONALIZADO. PARA AS PESSOAS QUE
DECLARAM IMPORTO DE RENDA, EXISTE A OPÇÃO DE ESCOLHER O PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS
LIVRE (PGBL), ONDE AS APLICAÇÕES PODEM SER DEDUZIDAS NA DECLARAÇÃO DE IMPORTO DE
RENDA ATÉ O MONTANTE 12% DA RENDA BRUTA ANUAL. NO MOMENTO DO RESGATE OU DA
APOSENTADORIA, HAVERÁ A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE ACORDO COM A TABELA VIGENTE À ÉPOCA
E ESTABELECIDA PELA RECEITA FEDERAL. A SEGUNDA MODALIDADE FOI CRIADA EM 2002, COMO
PARTE DE UM CONJUNTO DE INICIATIVAS TOMADAS COM O OBJETIVO DE DISSEMINAR A PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR PARA AS CAMADAS MAIS POPULARES. O VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRE
(VGBL) É UMA MODALIDADE ONDE O IMPOSTO DE RENDA INCIDIDO NO MOMENTO DO RESGATE OU
DA APOSENTADORIA É CALCULADO SOMENTE SOBRE O VALOR DOS RENDIMENTOS, E NÃO DO TOTAL
ACUMULADO. EM CONTRAPARTIDA, NÃO PODEM SER DEDUZIDOS ANUALMENTE NA DECLARAÇÃO DE
IMPOSTO DE RENDA.
O NÚMERO DE PARTICIPANTES DAS ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR CRESCE
GRADATIVAMENTE, O QUE OCORRE DEVIDO AO NOVO PERFIL DEMOGRÁFICOECONÔMICO DO
BRASILEIRO, DESTACANDO-SE O CICLO DE VIDA MAIS EXTENSO E A EVOLUÇÃO DA INFORMALIDADE
LABORAL, BEM COMO O AUMENTO DO NÍVEL DE ESCOLARIDADE DA POPULAÇÃO, QUE AMPLIA A
PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO. A PREOCUPAÇÃO COM A APOSENTADORIA ENTRA CADA VEZ MAIS
CEDO NA LISTA DE PRIORIDADES DO BRASILEIRO, JUNTAMENTE COM A MORADIA EM IMÓVEL
PRÓPRIO, AUTOMÓVEL E SAÚDE. DE ACORDO COM ESPECIALISTAS, A CONSCIENTIZAÇÃO DE QUE A
PREVIDÊNCIA SOCIAL JÁ NÃO É CAPAZ DE SUSTENTAR O TRABALHADOR AO SE APOSENTAR
JUNTAMENTE COM UMA REGULAMENTAÇÃO MAIS RÍGIDA POR PARTE DOS ÓRGÃOS COMPETENTES, FAZ COM QUE A BUSCA POR PLANOS DE POUPANÇA COMPLEMENTAR SEJA INICIADA PRECOCEMENTE, DESTACANDO-SE TAMBÉM O MONTANTE ACUMULADO NO ATIVO DAS INSTITUIÇÕES. (MASSUQUETTI; KOPPE, 2008, P. 212)
4.2.2 O papel do investimento no presente para o futuro
Segundo Carlos Paula, diretor de Análise Técnica da Previc , as previdências complementares
podem ser uma opção relevante para quem quer manter o padrão de renda na aposentadoria, já que o
aumento da expectativa de vida do brasileiro poderá gerar maiores preocupações no futuro. A maior
expectativa de vida da população significa que pessoas receberão o benefício por mais tempo, e a nova
realidade demográfica aponta que em um futuro próximo o Brasil será um país de poucos jovens, o que
será inviável para sustentar o sistema público de previdência. (A VEZ..., 2011)
Pesquisas apontam e comprovam o constante crescimento dos fundos de Previdência
Complementar. Segundo Bellotto (2011), os fundos de previdência aberta, que recebem aplicações de
planos PGBL e VGBL, captaram R$ 3,5 bilhões no primeiro bimestre do ano, um aumento de 49% em
relação ao mesmo período de 2010. Só em fevereiro, mês mais curto, a captação líquida foi de R$ 1,7
bilhão, com alta de 45,6%, aponta levantamento da consultoria NetQuant. (BELLOTTO, 2011)
Em fevereiro deste ano, a Previc determinou o que seria feito do superávit de R$ 15
bilhões da Caixa de Funcionários do Banco do Brasil (Previ), foi aprovada a divisão do valor
entre todos os participantes do Plano 1 (o mais antigo) e o patrocinador, o Banco do Brasil.
(CONSELHEIRO, 2011, p. 1)
A PREVIDÊNCIA SOCIAL APRESENTA CRESCENTES DÉFICITS, E A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
CRESCENTES SUPERÁVITS, CURIOSAMENTE A SITUAÇÃO ESTÁ GERANDO CERTO “DESCONFORTO”
ENTRE AS PARTES. AO DAR POSSE AO NOVO DIRETOR DA SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (PREVIC), JOSÉ MARIA RABELO, O MINISTRO DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL, GARIBALDI ALVES FILHO, REALIZOU UM COMENTÁRIO QUE GEROU DISCUSSÕES SOBRE A
ATUAL SITUAÇÃO E O FUTURO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. O MINISTRO AFIRMOU QUE O BRASIL É UM
PAÍS “INJUSTO”, POSSUINDO UM SISTEMA PREVIDENIÁRIO “RICO E OUTRO “POBRE”, E QUE “UM PAÍS
QUE TEM UMA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR COM CAPITAL DE R$ 536 BILHÕES PARA ATENDER 2,7
MILHÕES DE PESSOAS É UM PAÍS INJUSTO, PORQUE TEM DE OUTRO LADO UMA PREVIDÊNCIA GERAL
DEFICITÁRIA EM R$ 42 BILHÕES COM 24 MILHÕES DE PENSIONISTAS”, DISSE O MINISTRO, CITANDO
NÚMEROS DE 2010. (RODRIGUES, 2011, P. 1).
A platéia era composta por dirigentes dos maiores fundos de pensão do país, e o ministro perguntou-lhes se não achavam injusta essa situação. Muitos aspectos positivos da Previdência Complementar deveriam ter sido citados, culminando no fato de o patrimônio dessas instituições
serem equivalentes a 17% do PIB. Mas o fato é que não é responsabilidade das instituições de Previdência Privada determinar as políticas da seguridade e previdência social, este papel cabe ao Estado.
NO SEMINÁRIO "PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: ASPECTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS",
REALIZADO NA ESMEC, MEDIÇÃO REALIZADA POR EMÍLIO DE MEDEIROS VIANA, O PALESTRANTE AFIRMOU QUE O BRASIL
TEM UM DOS MELHORES MODELOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DO MUNDO, COM UM PATRIMÔNIO
ESTIMADO EM R$ 517 BILHÕES, BENEFICIANDO, DIRETAMENTE, 2,6 MILHÕES DE BRASILEIROS E,
INDIRETAMENTE, CERCA DE 10 MILHÕES DE PESSOAS. NA OPINIÃO DELE, A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR É
O FUTURO E REPRESENTA O MELHOR INVESTIMENTO DO MERCADO A LONGO PRAZO. (SEMINÁRIO...,
2011)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Banco Mundial realizou uma pesquisa denominada “Envelhecendo em um Brasil mais
velho” (MARANHÃO, 2011), onde o principal assunto abordado foi a inversão da pirâmide
populacional brasileira e, consequentemente, os efeitos desse acontecimento. Este fato deve-se à
redução da taxa de mortalidade e da taxa de fecundidade. A previsão é de que até 2050, a
população idosa triplicará, indo dos 20 milhões atuais para cerca de 65 milhões, ou seja, pelo
menos 50 % dos habitantes serão idosos. Este fato torna a situação do INSS, já preocupante na
atualidade, insustentável no futuro. Coimbra (apud MARANHÃO, 2011), afirma que o déficit
atual do INSS já está na casa dos R$ 90 bilhões por ano, segundo o mesmo, a questão deve-se a
todos os problemas já conhecidos, como benefícios sociais, as aposentadorias rurais, o setor
público e as aposentadorias com pouco tempo de contribuição, e agora a queda exponencial no
número de contribuintes.
Analisando os países de alta renda, foi verificado que primeiramente os países enriqueceram para posteriormente envelhecer. De acordo com o estudo, a fração de idosos brasileiros levou cerca de 22 anos para irem de 7% para 14%, enquanto em outros países levou mais de um século para acontecer. A situação demonstra que o país necessita urgentemente de reformas que equilibrem esta desproporção, a qual requer alterações efetivas em diversas políticas públicas como programas de educação, saúde, geração de emprego e previdência social, de incentivos para que as pessoas permaneçam por mais tempo na ativa, aumentando as contribuições, diminuição da informalidade, desoneração da folha de pagamento, a fim de incentivar as contratações, de
situações favoráveis para o crescimento e maior competitividade do país. (BITELO, 2011)
O governo da França, diante da insustentabilidade do sistema previdenciário (devido ao
aumento da expectativa de vida da população e os efeitos da crise financeira internacional), aumentou de
60 para 62 anos a idade mínima para aposentadoria a partir de 2018, o que gerou muitas manifestações
populares e violentos protestos. Na ocasião o então ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas,
garantiu que a situação previdenciária no país não chegará ao ponto a que chegou a França, e que as
mudanças não precisam ser feitas de forma tão apressada no nosso país. Ainda na opinião do ex-ministro
brasileiro, os países europeus “se achavam muito poderosos” e, por isso, não modernizaram as regras da
previdência acompanhando o desenvolvimento da sociedade. (ROMBO..., 2010)
Em contrapartida, foi demonstrado no presente estudo o crescente superávit das
instituições de Previdência Complementar. A regulamentação e controle dessas instituições por
parte dos órgãos competentes conferem maior credibilidade e confiabilidade ao investimento, que
é de longo prazo. As pessoas estão aderindo cada vez mais cedo à previdência complementar,
como alternativa de incrementar a renda na aposentadoria, o brasileiro está consciente desta
necessidade. Ainda segundo Coimbra (apud MARANHAO, 2011), uma boa dica é que todos
aqueles que tenham condições de investir, que paguem um plano de previdência complementar,
pois é uma boa maneira de manter os ganhos acima do teto da previdência pública, conforme a
contribuição é possível dobrar os ganhos na aposentadoria.
Realizada com o objetivo de possuir uma renda bruta que atenda às necessidades e seja
suficiente para garantir a qualidade de vida ou como única fonte de renda, a adesão à previdência
complementar é um dos investimentos mais inteligentes e importantes que o cidadão deve fazer.
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