Departamento de Pesquisas EducacionaisBiblioteca Ana Maria Poppovic
PERFIL DOS SISTEMAS DE INDEXAÇÃO DE DOCUMENTOS UTILIZADOS NAS BIBLIOTECAS E
CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO VOLTADOS À EDUCAÇÃO NA AMÉRICA LATINA E PAÍSES DE
LÍNGUA PORTUGUESA
RELATÓRIO FINALProjeto BRA/97/019
Coordenação: Maria da Graça Camargo VieiraConsultores: Cristina Dotta Ortega
Maria SallesMiro Nalles
Assistentes: Alcides Magri FilhoMargareth de Marchi
São Paulo1999
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 04
METODOLOGIA 05Base de Dados Cadastral 05Instrumento de Pesquisa 10
ANÁLISE 17
CONCLUSÃO 32
ANEXO 1
2
LISTA DOS QUADROS
Quadro 1 – Remessa e Recebimento dos Questionários 19
Quadro 2 – Tipo de Administração 20
Quadro 3 – Perguntas Sim e Não 24
Quadro 4 – Áreas Temáticas 25
Quadro 5 – Sistemas de Classificação 26
Quadro 6 – Instrumentos de Indexação 27
Quadro 7 – Indexação Automatizada 29
Quadro 8 – Priorização para um Sistema Cooperativo 31
3
PERFIL DOS SISTEMAS DE INDEXAÇÃO DE DOCUMENTOS UTILIZADOS NAS BIBLIOTECAS E
CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO VOLTADOS À EDUCAÇÃO NA AMÉRICA LATINA E PAÍSES DE
LÍNGUA PORTUGUESA
RELATÓRIO FINALProjeto BRA/97/019
Apresentação
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP, através do
Comitê dos Produtores de Informação Educacional – COMPED organizou um
Grupo de Trabalho sobre uso e difusão do Tesauro Brasileiro de Educação.
Foram definidas como instituições participantes do grupo o próprio INEP, a
Fundação Carlos Chagas - FCC, a Ação Educativa e a Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE como representante do Conselho
Nacional dos Secretários de Educação – CONSED.
Em reunião realizada na sede da Fundação Carlos Chagas, o grupo definiu que
antes de apresentar um plano definitivo de atuação seria necessário conhecer a
realidade dos profissionais bibliotecários na área educacional.
4
Como já existem vários trabalhos desenvolvidos com relação ao MERCOSUL e
tentativas de uma maior integração e colaboração com os outros países da
América Latina e nossos irmãos de língua em outros continentes, definiu-se por
uma análise ampla da realidade das Bibliotecas e Centros de Documentação
voltados à Educação dentro desse limite geográfico ou de língua.
A Fundação Carlos Chagas através da Biblioteca Ana Maria Poppovic,
apresentou o presente projeto cujo objetivo é o de cadastrar os centros difusores
de informação educacional na América Latina e nos países de língua portuguesa,
os procedimentos e instrumentos utilizados para indexar documentos impressos,
audiovisuais e eletrônicos, na área da educação.
Metodologia
Base de Dados Cadastral
O primeiro passo foi a criação de uma base de dados cadastral com as
instituições que atendiam aos seguintes requisitos:
Instituições de ensino no Brasil (faculdades e/ou universidades) com cursos
de formação de professores e pedagogia (em todos os níveis e
especificações);
5
Fundações, ONGs, Instituições de pesquisas educacionais ou respectivos
Ministérios da Educação no Brasil, América Latina e nos países de língua
portuguesa
Como base de pesquisa para o levantamento das instituições utilizamos as
seguintes fontes:
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE.
Cadastro das unidades de documentação e bibliotecas brasileira de
Educação. São Paulo, 1990.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ORGANIZAÇÕES NÃO
GOVERNAMENTAIS – ABONG. ONGs: um perfil; cadastro das associadas à
ABONG, São Paulo, 1998.
ABRIL EDITORA. Guia do estudante. São Paulo, 1998.
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS IBERO-AMERICANOS. Centro de
Recursos Documentales e Información. Directorio de especialistas ibero-
americanos en información y documentación: area educación. Madrid, 1991.
Cadastro institucional da Ação Educativa.
Cadastro institucional e de permutas da Fundação Carlos Chagas.
Folder da Rede Latino-Americana de Informações e Documentação em
Educação – REDUC.
6
Para o desenvolvimento da base de dados o software selecionado foi o
MICROISIS, versão 3.08, distribuído pela UNESCO, com os seguintes campos:
Nome da Instituição;
Unidade de Informação;
Endereço (rua, av.);
Bairro;
Caixa Postal;
CEP;
Cidade;
Estado;
País;
E-mail;
Homepage;
Atualização dos dados; e
Observações Gerais.
Todo o levantamento gerou um total de 536 (quinhentos e trinta e seis) registros
tendo ficado assim a distribuição geográfica:
Nacionais : 446 (quatrocentos e quarenta e seis)
01 Acre
02 Alagoas
02 Amazonas
12 Bahia
7
12 Ceará
08 Distrito Federal
06 Espírito Santo
14 Goiás
04 Maranhão
60 Minas Gerais
11 Mato Grosso
11 Mato Grosso do Sul
03 Pará
06 Paraíba
13 Pernambuco
02 Piauí
26 Paraná
53 Rio de Janeiro
02 Rio Grande do Norte
05 Rondônia
01 Roraima
30 Rio Grande do Sul
19 Santa Catarina
03 Sergipe
138 São Paulo
02 Tocantins
Internacionais : 90 (noventa)
8
01 Angola
16 Argentina
01 Bolívia
04 Chile
09 Colômbia
03 Costa Rica
02 Cuba
01 Equador
01 El Salvador
02 Guatemala
01 Honduras
10 México
01 Moçambique
01 Nicarágua
01 Panamá
02 Paraguai
04 Peru
14 Portugal
02 República Dominicana
07 Uruguai
07 Venezuela
A Base de Dados FCC encontra-se disponível, em disquete, no fim deste
relatório.
9
Instrumento de Pesquisa
Foi definido que a pesquisa seria coletada via questionário com questões abertas
e fechadas procurando-se levantar o maior volume possível de informações que
possam ser utilizadas para outras pesquisas ou mesmo num aprofundamento
desta.
O instrumento foi dividido em duas partes:
Dados sobre a instituição no todo e sobre a Unidade de Informação; e
Dados específicos sobre indexação
Acompanhada de uma carta explicativa o questionário foi enviado com a
seguinte apresentação:
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Perfil dos Sistemas de Indexação de Documentos voltados à Educação na América Latina e Países de Língua Portuguesa
Questionário
Nome da Instituição
Endereço
Cidade Estado Caixa Postalstado:
CEP País
Telefone Fax
E.mail Homepage
Natureza Institucional Tipo de Administração Regime JurídicoPrivada FundaçãoPública Associação
Federal Empresa PúblicaEstadual AutarquiaMunicipal ONG
Soc.Economia MistaOutros _______________
Criada em
11
Objetivos institucionais (foco, temática e público alvo) ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Nome da Unidade de Informação (UI)
Subordinado hierarquicamente a
Nome do Responsável da UI
Objetivos da UI ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Usuários /Categorias Quantidade/Mês______________________ _______________________________ _______________________________ _______________________________ _______________________________ _________
Publicações da UI________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Participação em Sistemas de Documentação e/ou Informação (nacionais ou internacionais). Quais?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Recursos Humanos QuantidadeBibliotecários (Com formação específica para na área) _________Documentalistas (Outros profissionais) _________Auxiliares _________Bolsistas/Estagiários _________Outros __________________ _________
__________________ _________ __________________ _________
Recursos Materiais (Equipamentos)Microcomputadores _________Impressoras _________Fotocopiadoras _________Leitor de Microformas _________Outros __________________ _________
__________________ _________ __________________ _________
Recursos Informacionais Nº TítulosLivros, Relatórios, Papers etc. _________Teses, Dissertações _________Periódicos (nacionais e internacionais) _________Material Audiovisual (Disquetes, CD-Rom, Filmes, Vídeos,
Slides etc.) _________Outro tipo importante na UI __________________ _________
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Áreas temáticas (Coloque as 5 principais)________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
INTERNETPossui acesso? Sim ___ Não ___
Linha dedicada Sim ___ Não ___
O acervo da UI está disponível on line? Sim ___ Não ___
Ao pesquisar na Internet, quais as áreas temáticas mais procuradas?________________________________________________________________________________________________________________________________
Serviços/ProcessamentoManual ___Automatizado ___ Qual(is) o Sistema/Software __________________
____________________________________
Sistema de ClassificaçãoCDD ___ CDU ___ LC ___Edição ____ ____ ____Outros Qual(is) ________________________________________________
Recursos Financeiros da UI (Origem)Orçamento próprio Não ___
Sim ___ Qual a origem (ns)? _________________________________________________
Respondido por : _________________________________________________E.mail: _________________________________________________________Local e Data: ____________________/___/___/19__
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As questões a seguir deverão ser respondidas por cada um dos indexadores, caso haja mais de um. Por favor, reproduzam as páginas seguintes pelo número de profissionais na área. Havendo necessidade de mais espaço para expressar sua opinião, solicitamos anexar folhas avulsas.
Instrumentos de Indexação em uso IdiomaTesauro ___________(Lista estruturada em categorias e associações de termos) Qual(is)_______________________________________________________
Vocabulário Controlado ___________(Lista de termos selecionados e padronizados)
Palavra-Chave ___________(Lista de termos significativos extraídos do texto e utilizados na forma original)
Cabeçalhos de Assunto ___________(Lista de termos pré-coordenados)Qual(is) _______________________________________________________
Catalogação na Fonte(Informações pré existentes no documento)
Outros (instituições, especialistas, abstracts etc.). Qual(is)? ________________________________________________________________________________________________________________________________
Qual a evolução histórica do processo de indexação nesta UI considerando ferramentas, técnicas de trabalho etc.?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Alguma etapa da indexação é automatizada? Qual(is) ? Software(s) utilizado(s)________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Na prática, qual a relação existente entre o processo de classificação e de indexação. Procure enfocar os profissionais envolvidos, a seqüência das atividades, os instrumentos de sistematização etc.Por ex.: O bibliotecário classifica e o especialista de conteúdo indexa
Inicialmente é feita a classificação e em seguida a indexação A listagem de termos já apresenta a(s) classificação (ões) adotada(s) anteriormente
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Na montagem de um sistema cooperativo de indexação e de intercâmbio entre indexadores, o que deveria ser priorizado. Pontue os itens de 1 a 4 Publicação de um novo Tesauro em língua portuguesa Criação de um Comitê de coleta, sistematização e divulgação da
terminologia em uso nas Uis Implantação na Internet de um forum permanente de debate entre
indexadores Implantação de um Banco de dados interinstitucional contendo itens
documentais e respectivas informações sobre classificação e indexação adotadas
Gostaria de fazer algum comentário sobre a política de indexação de sua UI?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Comentários gerais________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Respondido por : _________________________________________________E.mail: _________________________________________________________Local e Data: ____________________/___/___/19___
16
O correio tradicional foi utilizado para envio das 536 correspondências.
Conseguimos levantar o e-mail de 225 destas instituições para as quais foram
repetidas as informações via correio eletrônico.
Além disso, durante 40 dias as mesmas informações estiveram disponíveis no
site da Fundação para preenchimento e envio direto.
Análise
Tínhamos como expectativa um retorno de aproximadamente 50% de toda
correspondência enviada, fato este baseado nos baixos números de pesquisas em
que o assunto indexação é abordado e principalmente pelos comentários dos
próprios bibliotecários que reclamam a oportunidade de poderem opinar e
discutir problemas comuns de trabalho. Na área educacional este fato acaba por
agravar-se tendo em vista as distâncias e enfoques de cada uma das instituições.
Quando postamos todas as correspondências entre 18 e 20 de janeiro p.p.
informamos que o prazo de devolução seria 20 de fevereiro. Imaginamos que 30
dias era um prazo mais que suficiente para envio das respostas. Conforme a
data limite aproximava-se observamos que não tínhamos nem 10% de retorno,
este fato fez-nos prorrogar o prazo por mais 40 dias e mesmo assim os índices
gerais como podem ser observados no Quadro 1 não ultrapassam a 21.26% ou
114 questionários cujas instituições foram listadas no Anexo 1.
17
Infelizmente não obtivemos nenhum retorno dos países africanos de língua
portuguesa, mas nada nos impede de tentarmos novos contatos já com o
processo em andamento.
Um fato que nos chama atenção é o alto índice de instituições com correio
eletrônico e ou site na Internet, cerca de 97 questionários preencheram este
tópico do questionário.
Quanto ao Tipo de Administração há um equilíbrio entre as respostas de
Públicas e Privadas (Quadro 2) o que nos possibilita uma análise equilibrada.
18
Os objetivos institucionais apresentam uma variação tão grande que seria
necessário um estudo específico para avaliar a gama de diferentes focos,
temáticas e público alvo.
Ao analisarmos diretamente as Unidades de Informação – UI, começamos a ter
nosso primeiro produto que é o Cadastro dos responsáveis pelas UIs. Estes
nomes acrescidos daqueles que responderam como indexadores serão os que
deverão participar das análises e futuras discussões sobre o tema, como público
e debatedores.
Na questão referente à publicações da UI a grande maioria, 57,01% ou 65
respostas foram afirmativas, mas 31,58% ou 36 ficaram em branco. (Quadro 3)
Quanto a participação em Sistemas de Documentação e/ou Informação 63,39%
responderam positivamente (Quadro 3) sendo que a nível nacional as 5 redes
mais citadas foram :
Programa COMUT
Catálogo Coletivo Nacional – CCN
Rede BIREME
Rede BIBLIODATA/CALCO da Fundação Getúlio Vargas
Rede ANTARES
Quando se trata de América Latina a rede citada é a Red Latino Americana de
información y Documentación en Educación - REDUC.
21
Várias redes nacionais foram mencionadas em países como Argentina, Uruguai,
Venezuela e Portugal.
Nas respostas relativas aos recursos humanos merece destaque a quantidade de
bibliotecários, nos 114 questionários recebidos temos um total de 456
profissionais perfazendo uma média de 4 por instituição.
No tópico INTERNET (Quadro 3) duas realidades ficam evidenciadas:
a) a maioria esmagadora, 80,70% tem acesso à INTERNET; utilizando-a
para pesquisas complementares de suas áreas temáticas;
b) apenas 30,70% disponibilizam seus catálogos on line, percentual
mínimo diante da realidade de um total de 69,30% que informaram
sites ou e-mails.
O Quadro 4 relaciona as áreas temáticas apresentadas pelas diferentes
instituições. Poderá ser observada a existência de temas não ligados diretamente
à Educação, isto ocorre pelo fato de vários questionários terem sido respondidos
por Bibliotecas Centrais de Universidades que mantém seus acervos com obras
de interesse a todos os cursos e/ou faculdades existentes.
Os Serviços e o trabalho de processamento é em sua grande maioria
automatizado, foram 91 questionários que assim responderam. Apenas 12
afirmaram que o processo ainda é manual os restantes estão em fase de
implantação ou deixaram de responder. Dos softwares de mercado o mais usado
é o MicroISIS, com 35 incidências; 20 instituições utilizam softwares
desenvolvidos internamente. Entre outros foram citados os programas: VTLS,
Pergamum, Bibliodata/Calco, Informa, Ortodocs, Aleph entre outros.
22
Os sistemas de classificação mais utilizados são a Classificação Decimal de
Dewey – CDD, com 54,38% de uso; seguida pela Classificação Decimal
Universal – CDU com 40,35% (Quadro 5)
Como último aspecto dos recursos da UI temos os financeiros que na sua maior
parte não são próprios. Em 63 questionários a resposta foi negativa, em outros
40 positiva e em 11 a questão ficou em branco.
As questões a seguir são todas ligadas ao processo de indexação e deviam ter
sido respondidas pelos profissionais nela envolvidos.
Quando se fala em instrumentos de indexação vários são os tipos em uso. Para
evitarmos confusão abaixo de cada um colocamos uma pequena definição para
que os conceitos fossem seguidos dentro de padrão. No Quadro 6 relacionamos
as respostas apresentadas, bem como os títulos dos diferentes instrumentos em
uso. Podemos observar um equilíbrio de uso dos diferentes tipos sendo que os
Cabeçalhos de Assunto tem alguma vantagem na preferência dos bibliotecários.
Já sobre o aspecto deste trabalho ser em alguma fase automatizado, 45,61%
responderam que sim (Quadro 7), porém nem todos forneceram o nome do
software utilizado. Os que o fizeram, em alguns casos, forneceram nomes de
programas inadequados ao trabalho; ficando em nós a dúvida de ter havido má
compreensão de nossa solicitação ou se foram conseguidos desenvolvimentos,
dos referidos programas, não conhecido por nós, assim listamos todas as
indicações feitas.
23
Basicamente os profissionais de indexação utilizam o mesmo rito de trabalho:
classificação associada diretamente com a indexação, normalmente feitas pela
mesma pessoas. São raros os casos em que há uma separação de pessoas e
setores para desenvolver as atividades.
A priorização na montagem de um sistema cooperativo de indexação e de
intercâmbio teve como ordenação das etapas propostas o seguinte resultado,
cujos percentuais podem ser observados no Quadro 8:
1) Criação de um Comitê de colete, sistematização e divulgação da
terminologia em uso nas UIs.
2) Implantação de um Banco de dados interinstitucional contendo itens
documentais e respectivas informações sobre classificação e indexação
adotadas.
3) Implantação na INTERNET de um forum permanente de debate entre
indexadores.
4) Publicação de um novo Tesauro em língua portuguesa.
Os comentários sobre a política de indexação das UIs e os comentários gerais
tiveram um baixo número de preenchimento levantando algumas propostas que
serão analisadas na conclusão.
30
Conclusão
Como foi definido pelo próprio título da pesquisa, nossa intenção de trabalho era
a de avaliarmos e descobrirmos o que se usa e como se opera a indexação nos
Centros de Documentação e Bibliotecas ligadas aos estudos de Educação.
Procuramos levantar, dentro dos parâmetros pré estabelecidos, o maior número
possível de instituições a nível nacional e internacional; tínhamos como
expectativa de retorno um alto número de questionários sendo não existirem
estudos específicos nas Ciências da Informação que abordem esta área de
atuação. Para nossa surpresa mesmo com prazos bem dilatados nosso universo
ficou restrito a 21,26%, porém temos a certeza que este percentual nos permite
vislumbrar a realidade das UIs em toda sua complexidade.
Como os questionários recebidos estão numa divisão muito próxima de 50%, no
aspecto tipo de administração, nosso perfil reflete tanto as instituições privadas
como as públicas.
Um fato nos chamou atenção nas respostas relativas à data de criação da
instituição, a mais antiga é de 1870 e é o Instituto Presbiteriano Mackenzie
localizado em São Paulo, Capital; a mais nova data de 1998, o Centro
Universitário Franciscano, de Santa Maria no Rio Grande do Sul. Observamos
que 62 foram criadas nos entre os anos 60 e 70, tornando-os como principais
anos de aparecimento delas.
32
Por existirem diferentes políticas de organização de Bibliotecas dentro das
Universidades, muitas de nossas respostas originaram-se em Bibliotecas
Centrais, onde todo o acervo esta reunido independente do tipo de curso. Isto
acabou por abrir o leque de áreas temáticas, extrapolando os domínios
específicos e afins da Educação. Gerou também um número expressivo de
profissionais bibliotecários atuando na área: 456 ou seja, em 114 Bibliotecas
temos em média 4 por unidade.
Fato também, merecedor de destaque é a atenção dada a divulgação por meio de
publicações pelas diferentes Bibliotecas/Centros de Documentação, já que
57,01% afirmaram ter algum tipo de publicação sob a responsabilidade da UI.
Deve-se ressaltar a participação das UIs em Sistemas de Documentação e/ou
Informação reforçando a necessidade que os profissionais estão sentindo,
procurando desta forma um tipo de trabalho cooperativo, bem como uma forma
de manter-se em contato direto com outros colegas profissionais.
Dentre as forma de contato além dos programas e sistemas convencionais, temos
hoje como realidade nas UIs o acesso à INTERNET, já que cerca de 80,70% das
respostas foi positiva, esta ferramenta além de ser uma fonte de pesquisa
primoroza, dá a oportunidade de sabermos o que esta acontecendo em outras
Unidades; bem como entrarmos em contato com soluções dadas a problemas
que podem nos servir num futuro qualquer, inclusive lay-outs e softwares
utilizados para disponibilização de informações gerais ou bibliográficas nas
webs. Neste aspecto apenas 30,70% ou seja 35 instituições liberaram as
pesquisas pela web em um total de 79 que dizem possuir sites e 91 que se dizem
33
automatizadas com softwares que, na sua maioria, já apresentam soluções para
apresentação via web.
Os instrumentos de indexação, propriamente dito, nos apresentam nas 5 formas
diferentes (tesauro, vocabulário controlado, palavra-chave, catalogação na fonte
e cabeçalho de assunto) uma divisão equilibrada de uso sendo que são poucas as
instituições que procuraram outros tipos de instrumentos. Ao analisarmos as
respostas observamos que o mesmo indexador, além de cumprir todo ciclo na
linguagem de indexação, classificar e indexar, se utiliza de sistemas de
classificação tradicionais (CDD ou CDU) e de tantos quantos instrumentos
necessários para a indexação, um complementando o outro; havendo uma
grande tendência de uso das fontes internacionais.
Esta mistura de formas acaba gerando um trabalho mais lento e cuidadoso no
controle destas linguagens e levando o indexador a ter mais dificuldade em
encontrar o(s) termo(s) específico(s) ou de qualidade para localização do
documento.
Quando solicitamos a cooperação dos profissionais para a priorização dos passos
de um sistema cooperativo fica evidente na classificação final dos tópicos que a
grande maioria esta disposta a colaborar, como membro ativo, sugerindo,
discutindo os termos, analisando seu real uso e suas relações.
Quando observamos o resultado das prioridades a primeira é a criação de um
Comitê de coleta, passando por uma segunda fase de implantação de um banco
de dados insterinstitucional gerando uma terceira fase de um forum permanente
de debate entre indexadores para depois de tudo chegarmos a quarta fase da
34
publicação de um tesauro.
Fica nítido quando comparamos este resultado com os comentários da questão
seguinte quando os profissionais de indexação deixam claro o sentimento de
não desejarem ter um trabalho onde fica o sentimento de “falta de consistência
na indexação”, ou que os “instrumentos são desatualizados” acabando por gerar
“problemas para o usuário chegar ao documento específico”.
Há a “necessidade de vários profissionais envolvidos“ para um intercâmbio de
informações e experiências, onde o produto a ser usado pelo usuário tenha
características comuns nos diferentes pontos do país, para que as solicitações de
pesquisa possam ser feitas por um mesmo raciocínio, seja via INTERNET ou
por correspondência.
Pensando nos países da América Latina nossa tomada de posição será primordial
pois tendo-se por base ser o Brasil o maior produtor de informações
educacionais do continente, que falta pouco para numericamente os Centros
Difusores brasileiros da REDUC ultrapassarem a rede geral, e que as discussões
para definição de políticas no MERCOSUL estão adiantadas, esta pesquisa
mostra a disponibilidade dos profissionais bibliotecários e principalmente a
necessidade da tomada de posição do órgão gerador das políticas educacionais
brasileiras no que tange a forma de sua indexação.
Fica claro também que simplesmente divulgar um instrumento sem uma ampla
discussão dos envolvidos e suas respectivas colaborações regionais e
institucionais, não passará de mais um instrumento que poderá ter e ser
utilizado, porém não terá o apoio coletivo por não ter sido participativo.
35
De acordo com os resultados da priorização, o INEP deve passar para a fase 2 –
Implantação de um banco de dados interinstitucional – ou seja pulamos a fase de
criação e partimos para analisar os descritores, através de um forum de debate
onde todos possam expor suas opiniões e sugerir possíveis mudanças e
chegarem a uma forma final deste trabalho.
Não será um instrumento efetivamente global e democrático aquele gerado sem
uma discussão dos profissionais envolvidos e baseado em instrumentos já
utilizados com reconhecimento internacional. Este ponto é fundamental caso
haja a intenção de atingir-se além fronteiras, obrigando a divulgação deste
instrumento de forma bilingüe, pelo menos.
O INEP tem como função e obrigação, por sua posição e reconhecimento
nacional, coordenar e organizar as formas como a informação educacional
brasileira será disponibilizada; bem como chamar para si a responsabilidade de
discutir e definir com outros países do continente as políticas de difusão e
disseminação da informação.
36