UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Ciências Contábeis
Bruno Vinicius Sozo Fugolin
Érica Cristina Corrêa
Vânia Cristina Martins Conversani
PERÍCIA CONTÁBIL TRABALHISTA
Escritório Contábil Verdeli Ltda – ME
Lins - SP
LINS - SP
2010
BRUNO VINICIUS SOZO FUGOLIN
ÉRICA CRISTINA CORRÊA
VÂNIA CRISTINA MARTINS CONVERSANI
PERÍCIA CONTÁBIL TRABALHISTA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob orientação dos Prof. M.Sc. Irso Tófoli e orientação técnica da Prof. M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.
LINS - SP
2010
Fugolin, Bruno Vinicius Sozo; Corrêa, Érica Cristina; Conversani, Vânia Cristina Martins
Perícia Contábil Trabalhista: Escritório Contábil Verdeli Ltda -
Me / Bruno Vinicius Sozo Fugolin; Érica Cristina Corrêa; Vânia Cristina Martins Conversani. – – Lins, 2010.
68p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2010.
Orientadores: Irso Tófoli; Heloisa Helena Rovery da Silva
1. Perícia Trabalhista. 2. Perito Contábil. 3. Laudos Periciais. I Título.
CDU 657
F969p
BRUNO VINICIUS SOZO FUGOLIN
ÉRICA CRISTINA CORRÊA
VÂNIA CRISTINA MARTINS CONVERSANI
PERÍCIA CONTÁBIL TRABALHISTA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovada em : ______/______/______
Banca Examinadora:
Prof Orientador: Irso Tófoli
Titulação: Mestre em Administração pela CNEC/FACECA - MG
Assinatura: _______________________________
1°Prof(a) :_______________________________________________________
Titulação :_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _______________________________
2°Prof(a) :_______________________________________________________
Titulação :_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _______________________________
Aos nossos pais,
Dedicar este trabalho é muito pouco por tudo que fizeram por nós, durante a
nossa vida toda, provando serem pessoas de fibra e, a todo momento,
incentivando-nos nas horas em que pensavamos em desistir.
Agradecer-lhes por tudo o que fazem por nós, é muito pouco perante o amor e
companheirismo que sempre se fez presente, principalmente, durante estes
últimos anos, quando, nos momentos de incerteza, o que era certo era o apoio
e incentivo de ambos, para que não desistisse jamais dos nossos sonhos.
A vocês, que nos deram a vida e nos ensinaram a vivê-la com dignidade, não
bastaria um obrigado. A vocês, que se doaram inteiros e renunciaram aos seus
sonhos, para que, muitas vezes, pudéssemos realizar os nossos. Pela longa
espera e compreensão durante nossas longas viagens, não bastaria um
muitíssimo obrigado. A vocês, pais por natureza, por opção e amor, não
bastaria dizer, que não temos palavras para agradecer tudo isso. Mas é o que
nos acontece agora, quando procuramos arduamente uma forma verbal de
exprimir uma emoção ímpar. Uma emoção que jamais seria traduzida por
palavras.
Amamos vocês!
AGRADECIMENTOS
A Deus,
Poucas foram às oportunidades que tivemos para agradecer-lhes por tão
grandioso trabalho. Neste momento de alegria, no qual celebramos o final de
uma longa etapa, aproveitamos para prestar uma justa e sincera homenagem
Obrigado, por guiar o nosso caminho na escolha desta profissão tão
maravilhosa.
Deste-nos sabedoria para aprender e discernir, alegria e entusiasmo, para
transmitir aos que estavam ao nosso lado coragem para lutar e perseverança
para vencer.
Obrigado, por ser o que sou e por chegar onde estou.
Recebei Senhor, nossa alegria e eterna gratidão.
Que Vossa constante presença ilumine sempre o nosso futuro, para fazer de
cada dia uma vitória, e de cada vitória uma conquista de amor e paz!
Ao nosso orientador Irso Tófoli,
Que se empenhou em transmitir seus conhecimentos e valores para a
elaboração deste trabalho, assim ajudando-nos a vencer mais esta grandiosa
etapa. Pessoa que aprendemos a admirar. Somos gratos pelo carinho e
amizade que nos dedicou. Obrigado pela paciência e incentivo.
Ao Escritório Verdeli e o Perito Marcos Verdelli,
Ao escritório por ter sido receptivos e assim abrindo as portas nos dando a
oportunidade do conhecimento para que desenvolvêssemos o nosso trabalho.
Ao perito agradecemos pela imensa sabedoria e dedicação ao seu trabalho,
dispondo do seu tempo para nos auxiliar na desenvoltura dessa grandiosa
etapa.
0
RESUMO
A pesquisa tem por finalidade demonstrar a importância da Perícia Contábil nos processos judiciais trabalhistas na tentativa de solução para o litígio. A perícia tem a finalidade de buscar a verdade dos fatos, a fim de esclarecer e mostrar os fatos fundamentados para convicção do juiz. A perícia Contábil é uma importante área de atuação, porém pouco explorada devido às inúmeras dificuldades existentes. Para embasamento teórico foi necessário conhecer o âmbito da Perícia Contábil e as normas que regem a atuação do Perito Contador. O trabalho apresenta ainda o resultado de uma pesquisa realizada no Escritório Verdeli, juntamente com o Perito Marcos José Moretin Verdelli, sobre o desenvolvimento de uma perícia contábil, bem como sua importância nas soluções dos litígios. Um processo trabalhista é basicamente composto pelas etapas inicial, contestação, instrução, julgamento e liquidação de sentença. O trabalho evidencia a influência e a importância da prova dentro de um processo, bem como os princípios utilizados pelas partes na solução das controvérsias auxiliando a tomada de decisões do juiz em sua sentença final, por isso o Perito Contador deve prezar pela qualidade de seu trabalho, pois o mesmo será utilizado como meio de prova. No cumprimento da obrigação de sua profissão, o perito contador contribui com o Poder Judiciário e está presente nos processos trabalhistas que sob as regras legais foi solicitado ou quando ou a situação exige sua presença. Conclui-se, portanto, que a perícia pode ser utilizada como um instrumento capaz de averiguar, decifrar e levantar provas verídicas para auxiliar o juiz a decidir de forma eficaz.
Palavras-chave: Perícia trabalhista. Perito contábil. Laudos periciais
1
ABSTRACT
The research aims to demonstrate the importance of Forensic Accounting in lawsuits labor in trying to solve the dispute. The expertise has the purpose of seeking truth from facts, to clarify the facts and show grounds for conviction of the judge. Expertise Accounting is an important area, but little explored due to several difficulties. Theoretical base was necessary to know the extent of the Forensic Accounting and the rules governing the actions of the Expert Accountant. The work also presents the results of a survey conducted in the Office Verdel, along with expert Mark Joseph Moretin Verdelli on the development of an accounting expert, as well as its importance in the solution of disputes. A labor process basically comprises the initial steps, defense, education, trial and settlement of the sentence. The work shows the influence and importance of evidence in a case and the principles used by the parties in the settlement of disputes by helping the decision making of the judge in his final sentence, so the Expert Accountant shall appreciate the quality of his work, because it will be used as evidence. In fulfillment of his profession, the expert accountant helps with the Judiciary and is present in the processes that under the labor law was requested or when the situation requires or her presence. It follows therefore that the skill can be used as an instrument to ascertain, decipher and truthful evidence to help raise the judge to decide effectively.
Key words: Skill Labor. Accounting expert. Reports expert
1
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANS – Agência Nacional de Saúde
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
COFINS – Contribuição para a Seguridade Social
CPC – Código de Processo Civil
CRC-SP – Conselho Regional de Contabilidade - SP
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
DACON – Demonstração de Apuração de Contribuição Social
DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
DIOPS – Documento de Informações Periódicas das Operadoras de Plano de
Saúde
DIPJ – Declaração de Informação de Pessoa Jurídica
DIRF – Declaração de Imposto de Renda na Fonte
EPP – Empresa de Pequeno Porte
FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
GPS – Guia da Previdência Social
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte
ISSQN – Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza
LPC – Laudo Pericial Contábil
ME – Micro Empresa
NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade
PIS/PASEP – Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do
Serviço Público
RAIS – Relatório de Relação Anual de Informações Sociais
SINDCONLINS – Sindicato dos Contabilistas de Lins e Região
2
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fachada antiga do escritório Verdeli....................................... 13
Figura 2: Organograma do escritório...................................................... 14
Figura 3: Recepção................................................................................ 15
Figura 4: Sala operacional...................................................................... 15
Figura 5: Sala de reunião....................................................................... 16
Figura 6: Sala do proprietário................................................................. 16
Figura 7: Nova fachada do escritório Verdeli..........................................
17
Figura 8: Organograma área contábil..................................................... 19
Figura 9: Organograma área pessoal..................................................... 19
Figura 10: Organograma área fiscal......................................................... 20
Figura 11: Perito Marcos Verdelli e os autores da pesquisa.................... 23
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Cálculos do processo AI.......................................................... 41
Quadro 2: Cálculos do processo AII......................................................... 42
Quadro 3: Cálculos do processo BI.......................................................... 46
Quadro 4: Cálculos do processo BII......................................................... 47
3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................ 11
CAPÍTULO I – HISTÓRICO DA EMPRESA................................................
13
1 ESCRITÓRIO VERDELI............................................................... 13
1.1 Campo de atuação ....................................................................... 18
1.2 Clientes ........................................................................................ 20
1.3 Perspectivas ................................................................................ 21
1.4 A perícia contábil e o perito.......................................................... 21
1.4 História do perito .......................................................................... 22
CAPÍTULO II – PERÍCIA CONTÁBIL......................................................... 24
2 HISTÓRICO.................................................................................. 24
2.1 Conceito........................................................................................ 24
2.2 Objetivos ...................................................................................... 25
2.3 Perícia contábil trabalhista ........................................................... 26
2.4 Perfil do perito contador................................................................ 28
2.4.1 Responsabilidades do perito......................................................... 30
2.5 Laudo pericial.................... ........................................................... 32
2.6 Parecer pericial contábil............................................................... 34
CAPÍTULO III – PESQUISA DE CAMPO...................................................
36
3 METODOLOGIA........................................................................... 36
3.1
judiciais
A importância da perícia contábil trabalhista nos processos
...................................................................................................... 37
3.2 Práticas desenvolvidas pelo perito............................................... 38
3.3 Processo A e sua sustentação teórica ......................................... 39
3.3.1 Considerações finais.................................................................... 43
3.4 Processo B e sua sustentação teórica ......................................... 44
3.4.1 Reclamante................................................................................... 44
3.4.2 Reclamado.................................................................................... 45
3.4.3 Sentença....................................................................................... 45
3.4.4 Cálculos........................................................................................ 46
3.4.5 Considerações finais.................................................................... 47
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO............................................................... 48
CONCLUSÃO............................................................................................. 49
REFERÊNCIAS........................................................................................... 50
APÊNDICES................................................................................................ 52
ANEXOS...................................................................................................... 62
11
INTRODUÇÃO
No decorrer dos anos, a perícia se tornou fator decisório para as
sentenças finais de um processo, tornando assim os fatos mais claros para os
juizes. Seus relatos são elaborados através de laudos nos quais devem conter
respostas às perguntas pré-estabelecidas pelos advogados ou pelos
magistrados.
A Perícia Contábil ao longo dos anos tem contribuído de forma
significativa para com a Justiça, sendo o instrumento capaz de esclarecer as
dúvidas dos juízes. O que se pode perceber, de imediato é que os profissionais
que atuam nesta área, os peritos, tendem a ser profissionais habilitados,
capacitados e de conhecimentos aprofundados.
Para a execução adequada do trabalho pericial é extremamente
necessário estar sempre atualizado, com o conhecimento das Normas
Brasileiras de Contabilidade e nas legislações pertinentes a cada norma
jurídica, elaborando pareceres com a finalidade de servir de prova consistente
para o poder judiciário. O objetivo da perícia é a produção de prova.
A pesquisa teve o intuito de demonstrar como as perícias trabalhistas
são executadas, qual sua importância diante da sociedade e suas dificuldades,
analisando seus procedimentos práticos.
Através da pesquisa exploratória, levantou-se o seguinte
questionamento:
A perícia contábil trabalhista influencia nas decisões judiciais tornando-
as mais ajustadas à legitimidade, proporcionando justiça e coerência?
Em resposta ao questionamento estabelece-se que: Através da perícia
contábil trabalhista, o juiz terá exposições técnicas, devidamente demonstradas
que lhe servirão como elementos de base para proferir uma sentença baseada
nos preceitos de justiça.
Foram analisados dois casos verídicos para dar sustentação prática à
teoria aplicada neste trabalho.
Foi realizado estudo junto ao perito Marcos José Moretin Verdelli, que,
com sua vasta experiência, forneceu as informações sobre todos os
procedimentos pertinentes às perícias contábeis trabalhistas e o escritório que
serviu como base foi o Escritório Verdeli.
12
Para comprovar o exposto, foi realizado um acompanhamento dos
procedimentos utilizados pelo perito, cujos métodos utilizados estão descritos
no Capítulo III da pesquisa de campo.
O trabalho está estruturado da seguinte maneira:
Capítulo I: Descreve o surgimento e a evolução do escritório e suas
finalidades, juntamente com a história do perito.
Capítulo II: Enfatiza nos conceitos e na teoria de perícia contábil,
envolvendo todas as informações necessárias.
Capítulo III: Demonstrar os estudos de caso, fundamentando todos os
procedimentos adotados pelo perito.
Finalmente, a Proposta de Intervenção e a Conclusão foram resultantes
entre a teoria e a prática apresentada e constituem a parte final deste trabalho.
13
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DA EMPRESA
1 ESCRITÓRIO VERDELI
O Escritório Contábil Verdeli Ltda - ME foi fundado no ano de 1986 pelo
Senhor Israel Verdeli, na cidade de Lins, estado de São Paulo, então localizado
na Rua 13 de Maio, 501, centro. Está inscrito no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas (CNPJ) sob o nº. 10.925.674/0001-50, Inscrição Estadual Isento e no
Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP) sob o
nº. 2.SP.025680/O-5.
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 1: Fachada antiga do escritório Verdeli
O escritório surgiu devido a um sonho de alcançar algo além do que
estava vivenciando. Na época, o Sr. Israel exercia a função de gerente em
14
outro escritório de contabilidade, portanto, ele exerceu duas jornadas de
trabalho por mais de um ano, quando resolveu se dedicar apenas a seu sonho.
Ele acreditava muito em seu potencial e sabia que o sucesso profissional
poderia ser atingido através de muito suor e empenho.
Nesse tempo, o objetivo do escritório era atuar no mercado de trabalho
provendo soluções e serviços tanto na área contábil/fiscal como também na
área jurídica.
No início, o escritório contava com o fundador e poucos colaboradores.
Com o passar dos anos, mais pessoas foram contratadas para o setor
operacional. Hoje conta com um quadro de quinze colaboradores que estão
representados de acordo com o organograma abaixo (figura 2).
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 2: Organograma do escritório
Sua nova estrutura física conta com um prédio de seis salas equipadas
com armários, estantes, mesas, computadores, impressoras, arquivos e
servidores.
15
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 3: Recepção
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 4: Sala operacional
16
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 5: Sala de reunião
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 6: Sala do proprietário
17
O Escritório Verdeli atua no segmento de prestação de serviços
contábeis, oferecendo apoio nas atividades de planejamento, análise e controle
de custos para dar suporte às decisões administrativas, como também às
atividades de constituição e legalização de empresas, escriturações fisco-
contábeis, planejamento tributário, controle orçamentário e outros.
O objetivo do escritório é a capacitação de seus colaboradores e
investimento em tecnologia para um melhor atendimento aos clientes. Estar
sempre atualizado nas novas criações ou alterações do mercado contábil,
satisfazendo todas as necessidades exigidas não só pelas empresas como
também pelo fisco, objetivando um crescimento mútuo. Ser reconhecida pelo
mercado como uma empresa de excelência, onde as pessoas tenham orgulho
de trabalhar.
Hoje o escritório está situado em novo endereço: Rua 13 de Maio, 511.
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 7: Nova fachada do escritório Verdeli
18
1.1 Campo de atuação
O escritório atua no ramo de prestação de serviços contábeis, de acordo
com os dados do Sindicato dos Contabilistas de Lins e Região
(SINDCONLINS).
Dentre os serviços prestados pela empresa está a análise dos
resultados com apuração dos tributos e emissão dos impostos a recolher,
lançamentos de notas fiscais: entrada, saída e prestação de serviço; impressão
de livros fiscais: entrada, saída, serviço, apuração de (ICMS), inventário;
obrigações mensais: informações a serem transmitidas ao FISCO, como guias,
dados ao SINTEGRA (estadual e Interestadual); obrigações trimestrais:
encerramento do balanço para as empresas optantes pelo lucro real;
obrigações semestrais: DCTF e DACON; obrigações anuais: RAIS, DIRF, DIPJ
e PJ-SIMPLES: Além disso, tem que despender um tratamento especial a uma
empresa operadora de planos odontológicos que exige, além das informações
normais elencadas, apresentação trimestral junto a ANS (geração eletrônica
através do arquivo XML denominada Documento de Informações Periódicas
das Operadoras de Planos de Saúde (DIOPS)) muito complexa e que demanda
horas de trabalho para a sua geração e transmissão, além de outros.
No primeiro momento, as empresas estão diretamente ligadas ao
escritório através da constituição e legalização, obtendo-se o contrato social
dos clientes para que possam iniciar as suas atividades comerciais.
Há a necessidade do escritório no momento de encerramento de uma
empresa, para que seja procedida com a documentação do distrato social,
como a baixa de seus registros nos órgãos competentes do Município e
Estado.
Ao executar suas atividades, as empresas necessitam da escrituração
fiscal e contábil, providenciando o recolhimento dos devidos impostos. Isto é
necessário para que ocorra a demonstração dos resultados contábeis lançados
pela empresa em certo período.
O Escritório está estruturado e capacitado para desenvolver e dar
suporte às questões de controle, estratégia e planejamento das empresas.
19
Os serviços prestados estão classificados através de suas classes e
subclasses: área contábil, área fiscal, área pessoal e outros.
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 8: Organograma área contábil
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 9: Organograma área pessoal
20
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 10: Organograma área fiscal
1.2 Clientes
O cliente com certeza é a alma de todos os negócios, e o Sr. Verdelli
procura sempre manter seus valores para que neste mercado competitivo
consiga cada vez mais conquistar a confiança de seus clientes. Manter a
excelência nos serviços prestados é o ponto primordial do escritório, por isso
se mantem sempre atualizado nas informações contábeis, as quais faz questão
em repassar aos clientes.
A carteira de clientes é composta por aproximadamente 300 clientes,
podendo ser classificados pessoas físicas e jurídicas.
As pessoas jurídicas estão divididas entre Microempresa (ME), Empresa
de Pequeno Porte (EPP), enquadradas no Simples Nacional, lucro presumido,
lucro real e outras atividades.
Atender as necessidades de mercado, prezando sempre pela ética e um
atendimento de qualidade, objetivando sempre a satisfação do cliente é a
missão da empresa.
21
1.3 Perspectivas
Entre as perspectivas do escritório Verdeli encontram-se o crescimento,
a expansão do número de clientes, além de ser referencial em qualidade nos
serviços prestados.
Os proprietários buscam sempre estar presentes no dia a dia para
orientar seus colaboradores em um bom atendimento, já que isso é uma
prioridade para a satisfação dos clientes. Para conquistar o sucesso entre a
empresa e os clientes, esta sempre investe na qualificação de seus
colaboradores através de cursos e treinamentos.
Acompanhar a evolução tecnológica, todas as mudanças e alterações
em leis e programas que ocorrem no dia a dia, a fim de oferecer um trabalho de
qualidade e confiança são a maiores perspectivas do Escritório Verdeli e ainda,
conquistar mais campo na área em que atua, através de suas inovações.
1.4 A perícia contábil e o perito
Por que se fazer uma perícia? Qual o seu propósito? Além de servir
para assegurar os direitos dos cidadãos, a perícia é necessária para corrigir os
erros, sendo estes por má fé ou não, apresentando os devidos valores entre as
partes.
Em Alberto (1996, p.19): “perícia é um instrumento especial de
constatação, prova ou demonstração, científica ou técnica, da veracidade de
situações, coisas ou fatos”.
A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de
competência exclusiva de contador registrado em Conselho Regional de
Contabilidade.
Perito é o contador regularmente registrado em Conselho Regional de
Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, e que deve ter
um amplo conhecimento dos conteúdos a serem periciados.
22
O perito contábil deve ser uma pessoa idônea, que tenha uma
capacidade técnica e condições legais, pois em uma perícia estão envolvidos
interesses das partes o que leva o perito a ter uma grande responsabilidade.
1.5 História do perito
Senhor Marcos José Moretin Verdeli, 49 anos, graduado pela Faculdade
Ciências Administrativas e Contábeis, hoje, UNISALESIANO, nos cursos de
Administração, no ano de 1989 e no curso de Ciências Contábeis, no ano de
1995. Também é graduado em Direito pela Universidade de Marília, no ano de
1999.
Suas áreas de atuação são Advocacia: Trabalhista – Previdenciária Civil
– Administrativa – Fiscal e Especialista em: Laudos Periciais Judiciais,
extrajudiciais e Arbitrais e na Administração de Recursos Humanos.
Podem-se citar as cidades de campo de atuação: Lins, Promissão,
Getulina, Cafelândia, Guaiçara, dentre outras da região.
Passou a atuar como Assistente de Perito Contábil desde fevereiro de
1988, seu primeiro laudo de atuação foi em uma Ação Ordinária de Revisional
de Benefício Previdenciário, posteriormente, passou exercer a função de
Perito Contábil Judicial (Justiça Estadual) a partir de março de 1990, nomeado
pelo Juiz de Direito, Dr. Reynaldi Celio Castilho.
Como Perito Contábil trabalhista, na Justiça Federal, passou a atuar a
partir de março de 1993, nomeado pelo Juiz de Direito do Trabalho, hoje
Desembargador Dr. Claudinei Sapata Marques.
Suas nomeações hoje são cada vez mais frequentes, devido a
capacidade e dedicação com a qual exerce a sua função.
Sua perspectiva é ganhar mais campo na área pericial, pois visualizando
assim nesta área grande chance de trabalho.
Sua rotina diária é realizada no escritório Verdelli, o qual está voltado
para o campo contábil.
A atividade de perícia contábil, assim como toda e qualquer atividade
deve sempre estar envolvido com profissionalismo, honestidade e ética.
23
Fonte: Elaborada pelos autores
Figura 11: Perito Marcos Verdelli e os autores da pesquisa
24
CAPÍTULO II
PERÍCIA CONTÁBIL
2 HISTÓRICO
A palavra perícia é originária do latim: peritia que quer dizer experiência,
conhecimento.
Notam-se indícios de perícia desde o início da civilização; há indícios do
surgimento na Índia, na Grécia e no Egito.
Perícia contábil, no Brasil, surgiu através do Código do Processo Civil
(CPC) e somente através do Decreto Lei 1.608 de 18.09.1939. Este decreto
passou por várias alterações. As regras sobre perícia ainda estavam incertas
até a promulgação do Código de Processo Civil de 1973, Lei nº. 5.869, ficando
mais claras, amplas e aplicáveis.
Segunda Sá (2005, p.13):
No tempo do Brasil colônia, relevante já era a função contábil e das perícias, conforme se encontra claramente evidenciando no Relatório de 19 de Junho de 1779 do Vice-rei Marquês do Lavradio a seu sucessor Luís de Vasconcelos e Souza (Arquivo Nacional do Rio de Janeiro).
No âmbito do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), somente em
1992, foi aprovada a primeira norma sobre perícia contábil a Normas
Brasileiras de Perícia Contábil Comentadas, através da Resolução 857
(Normas Brasileiras de Contabilidade.T.13). (Anexo A)
2.1 Conceito
Segundo Alberto (2007, p.01):
Perícia é conhecimento e experiência das coisas. A função pericial é, portanto, aquela pela qual uma pessoa conhecedora e experimentada em certas matérias e assuntos examina as coisas e os fatos, reportando sua autenticidade e opinando sobre as causas, essência e efeitos da matéria examinada.
25
Perícia é o trabalho realizado por uma determinada pessoa, capacitada
em determinando assunto, com o objetivo de elaborar pareceres, ou seja,
laudos que possam subsidiar a justa solução do litígio, em conformidade com
as normas jurídicas e profissionais e a legislação que lhe for pertinente.
Segundo Sá, (2005, p.14): “Perícia contábil é a verificação de fatos
ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante
questão proposta”.
Portanto, perícia é a forma de se demonstrar, a verdade dos fatos
ocorridos contestados por interessados, que servirá como meio de prova para
resolução de um determinado processo.
Uma pericia é caracterizada pela aplicação de conhecimentos científicos
e técnicos, portanto ao se tratar de uma pericia contábil é necessário ter
domínio e entendimento aprofundado da contabilidade e da matéria a ser
periciada.
A pericia será denominada contábil quando tratar do objeto da
contabilidade, ou seja, do Patrimônio de uma entidade ou pessoa física.
De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade T13. 4.1(Anexo A):
Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar
as conclusões que serão levadas ao laudo pericial
contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou
parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da
matéria, exame, vistoria, indagação, investigação,
arbitramento, mensuração, avaliação e certificação (CFC,
1999).
2.2 Objetivos
O principal objetivo de uma perícia é atender as expectativas e as
necessidades de seus usuários, para isto o perito expressa sua opinião
técnica-científica da matéria periciada, através de um laudo (um parecer).
26
Outro objetivo da pericia contábil é descobrir a verdade sobre o objeto
examinado, ou seja, relatar a verdade para o processo ou para seu contratante
com intuito de ser decisória. Outra forma de expressar o objetivo da pericia é a
constatação da matéria.
Para Alberto (2007, p.35): “A perícia contábil tem por objetivo geral a
constatação, prova ou demonstração contábil da verdade real sobre seu objeto,
transferindo-o, através de sua materialização – laudo.”
Além de objetivos gerais a perícia tem objetivos específicos, tais como:
a) a informação fidedigna
b) a certificação, o exame e a análise do objeto
c) o esclarecimento e a eliminação das dúvidas
d) o fundamento cientifico da decisão
e) a formulação de uma opinião
f) trazer à luz o erro, a má-fé, a fraude que porventura esteja oculta.
2.3 Perícia contábil trabalhista
A Perícia contábil trabalhista demonstrou sua necessidade e
importância, vindo a ser legalizada pelas Normas Brasileiras de Contabilidade e
pelo Código de Processo Civil.
Muitas são as ações judiciais que necessitam da Perícia Contábil como
meio de prova, alicerçada em outros fundamentos que a comprovam, como a
escrita contábil, os documentos, entre os outros.
A perícia trabalhista está necessariamente ligada aos seguintes fatores:
a) folha de pagamento;
b) recibos;
c) mapas de produção e/ou comissões;
d) relação de Guias - FGTS;
e) normatizações referentes a prêmios de produção e/ou comissões;
f) bases legais para cálculo dos juros de mora;
g) bases legais para aumentos salariais de qualquer natureza;
h) bases legais para atualização dos débitos trabalhistas;
27
i) bases legais para concessão de adicionais de qualquer natureza.
A Perícia Contábil Trabalhista divide-se em três fases:
a) preliminar: é considerada como a nomeação do perito para a
execução e conhecimento do processo. As partes formulam os
quesitos e indicam seus assistentes, propõem seus honorários, o juiz
estabelece prazo, local e hora para início e término;
b) operacional: é a execução da perícia, com diligências, averiguações,
tomada de depoimento, cálculos, em fim o que for necessário para
conclusão do trabalho;
c) fase final: assinatura do laudo, entrega através de protocolo ao juiz
ao qual o processo esteja vinculado; caso haja necessidade, será
chamado para devidos esclarecimentos.
Segundo a Resolução nº. 560/83 do CFC em seu art.2º:
O contabilista pode exercer as suas atividades na
condição de profissional liberal ou autônomo, de
empregado regido pela Consolidação das Leis
Trabalhistas, de servidor público, de militar, de sócio de
qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de conselheiro,
de quaisquer entidades, ou em qualquer outra situação
jurídica definida pela legislação, exercendo qualquer tipo
de função, que pode ser a de perito (CFC, 2005).
A prova judiciária tem um destinatário, ou seja, o juiz da causa e, como
finalidade, a formação de seu convencimento, os objetivos são os fatos da
causa alegados pelas partes como fundamento da ação.
A função pericial realiza-se sob duas formas. A primeira surge quando o
profissional contábil, de nível superior, é nomeado pelo magistrado, para
assumir o cargo de perito judicial. Outra forma é quando o profissional contábil
é indicado pela parte, para funcionar como assistente técnico.
A perícia tem espécies distintas e definíveis segundo sua área de
atuação. O ambiente em que será realizada a perícia é quem determinará suas
características.
Esses ambientes de atuação podem ser o ambiente judicial, extrajudicial
e arbitral, sendo assim as espécies de perícia são: a perícia judicial, a perícia
extrajudicial e a perícia arbitral.
28
a) perícia judicial: É a perícia realizada nos processos do Poder
Judiciário, esta perícia pode ser necessária, requerida ou
determinada de acordo com a necessidade de cada litígio. Neste
caso a perícia tem como finalidade auxiliar o juiz em sua decisão
final, para isto o perito utiliza seus amplos conhecimentos, sejam eles
técnicos ou científicos. Para demonstrar estes conhecimentos a
perícia reúne as provas e os conhecimentos e os transmite ao juiz
em forma de parecer.
b) perícia extrajudicial: É a perícia realizada por pessoas físicas ou
jurídicas de uma forma particular. A maneira de se realizar a pericia é
a mesma, porém neste caso ela satisfará as necessidades de quem
a contratou, essa necessidade pode ser discriminativa, demonstrativa
ou comprobatória buscando em ambos os casos esclarecer e
atender os interesses da pessoa que o contratou.
c) perícia arbitral: É a perícia realizada no juízo arbitral, ou seja, ela
existe pela vontade das partes. Ela não se encaixa nem na perícia
judicial e nem na extrajudicial, pois ela atua como se ambas fosse.
Esta espécie de perícia tem a característica de ser ao mesmo tempo
probante e decisória. Na perícia arbitral, a própria perícia funciona como o
arbitro das contradições a ela exposta.
Conforme dispõe o art. 429, do Código de Processo Civil (1996, p.124):
Para o desempenho das suas funções, podem o perito e
os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios
necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações,
solicitando documentos que estejam em poder da parte
ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo
com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer
peças.
O perito deve sempre estar atento em analisar os conteúdos dos autos.
2.4 Perfil do perito contador
29
A perícia é elaborada por um profissional contabilista que tem a função
de esclarecer os fatos e fundamentá-los de acordo com as normas e princípios
contábeis.
O perito contador deve ter um amplo e profundo conhecimento técnico,
além de ter um padrão ético e moral no desempenho de suas atividades,
segundo Sá (2005, p. 21) “o perito precisa ser um profissional habilitado, legal,
cultural e intelectualmente, e exercer virtudes morais e éticas com total
compromisso com a verdade”.
Quanto à ética, é fundamental para o perfil do perito contador e sua
formação profissional não só durante a realização de seus trabalhos, como
também em seu dia a dia.
Nesse sentido, Yamaguchi (2001, p. 48) diz que:
Entre as principais qualidades que formarão o conjunto de capacitação do perito, temos como exemplo a Ética, que conduz a um trabalho honesto e eficaz em decorrência de uma formação sadia do profissional. E exigida também, do perito a capacidade de estar sempre preparado para a execução de trabalhos de boa qualidade.
A Resolução CRC/SP 858/99, NBC T 13, 13.1.2 (2003, p.266) prevê que
a perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de
competência exclusiva do Contador registrado em Conselho Regional de
Contabiliade.
Conforme Ornelas (2003, p. 50):
[...] ser um profissional habilitado, ou seja, deve ter capacidade legal para o exercício da função pericial contábil advinda de seu título universitário de bacharel em Ciências Contábeis, ou equiparado devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade.
As Normas Brasileiras de Contabilidade, assim como o código de ética
Profissional do Contabilista, entre outros, devem ser adotados pelos
profissionais que realizam as pericias contábeis a fim de se obter uma melhor
qualidade do trabalho realizado e o auxílio nos fundamentos e nos
procedimentos a serem seguidos.
Além de ser um profundo conhecedor das Ciências Contábeis, o
profissional atuante da área pericial deve estar sempre se aprimorando e se
atualizando em relação às constantes mudanças na área contábil.
De acordo com Franco (1999, p. 86):
As expectativas da sociedade crescem continuamente, uma vez que ela vê a profissão contábil como capaz de enfrentar os desafios do futuro e de cumprir suas responsabilidades. A profissão tem, portanto,
30
de avaliar e reconhecer até onde ela pode atender às expectativas da sociedade, sempre crescentes, adaptando-se às novas situações, seu crescimento será assegurado
Entre as normas profissionais da perícia contábil, encontram-se as
normas relativas à competência que se referem à necessidade do profissional
em ter um conhecimento técnico adequado para a realização de sua função
pericial; normas relativas à independência profissional, que deve sempre ser
mantida pelo perito, a fim de lhe segurar o direito de opinar sobre as questões
periciadas, assim como de informar toda e qualquer ameaça sofrida aos
magistrados competentes.
O zelo também é uma das normas fundamentais para o perito, pois é
imprescindível que o perito tenha pleno domínio sobre os princípios e técnicas
contábeis e utilizar este domínio como base fundamental de seu trabalho.
2.4.1 Responsabilidade do perito
É de responsabilidade do perito apresentar um parecer técnico sobre
todo o material examinado; ele tem total responsabilidade sobre esta opinião.
O perito poderá ser penalizado quando apresentar uma opinião
inverídica sobre os fatos examinados, pois essa errada opinião pode acarretar
em prejuízos ou até penalidades a uma pessoa ou empresa. Dessa maneira, o
laudo pericial apresentado será considerado falso.
Segundo o Código de Processo Civil, (1996, p.58) art. 147: “O Perito
que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos
prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado por dois anos, a funcionar em
outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.”
Outra responsabilidade do perito é de manter a ética e o sigilo sobre as
informações da empresa ou pessoa à qual prestará seus serviços.
Em conformidade com isto, Fortes (2001, p.99) diz: “O profissional
contábil, pela própria natureza do seu trabalho, está vinculado à intimidade da
empresa, estando sujeito a questionamentos éticos, especialmente sobre o
sigilo das informações.”
31
Ao realizar uma perícia, o perito-contador está sujeito a se deparar com
erros e fraudes, sendo de sua inteira responsabilidade evidenciá-las no parecer
final.
Quando um perito é nomeado por um magistrado ou contratado por uma
pessoa ou empresa, ele é responsável em opinar sobre o que os contratantes
ou os magistrados desconhecem. Por este motivo, a elaboração do laudo deve
ser feita com muito zelo e baseadas nos conceitos técnicos legais e normas
referentes à perícia e à contabilidade.
A escolha do perito é essencial na desenvoltura do trabalho pericial, pois
é importante o perito ser entendido da matéria a ser periciada, sendo assim
quanto mais complexa a causa, mais experiência e conhecimento deve ter o
perito nomeado.
De acordo com a Legislação vigente todo perito deve ser Bacharel em
Ciências Contábeis e ser devidamente registrado no Conselho Regional de
Contabilidade.
No caso das perícias judiciais geralmente são nomeados três peritos um
pelo juiz e um para cada lado das partes do processo, ou seja, um do
reclamante e outro da reclamada.
O perito é nomeado pelo juiz e os nomeados pelas partes serão
denominados peritos assistentes e esses deveram ser nomeados num prazo
de cinco dias a contar da data da notificação da nomeação do perito, neste
mesmo prazo as partes deveram apresentar seus quesitos.
O perito pode recusar um trabalho por vários motivos, entre eles,
impedimentos éticos, indisponibilidade de tempo e estado de saúde. A recusa
deverá ser devidamente encaminhada ao juiz por escrito, juntamente com sua
justificativa. “Um perito pode escusar-se a aceitar a perícia para a qual foi
nomeado ou indicado, mas deve fazê-lo dentro de cinco dias a partir da data
que foi notificado de sua designação”. (SÁ, 2005, p.70).
O perito pode também ser impedido ou suspenso de uma perícia quando
ocorrer os seguintes casos:
a) ser amigo intimo ou inimigo de uma das partes;
b) se alguma das partes for credora ou devedora do perito;
c) ter interesse direto no resultado do julgamento;
32
d) tiver parentesco de até 3º grau com uma das partes envolvidas, entre
outras.
Em todos os casos o perito deverá ser imparcial e ético em todos os
procedimentos realizados, sendo eles de aceitação, recusa ou impedimento.
Na perícia extrajudicial o perito será contratado somente mediante
necessidade de sua realização, e na sua ocorrência será firmado um acordo
(contrato) entre o perito e seu contratante. Neste contrato estará estabelecida a
causa da pericia, o prazo estipulado para sua realização e os honorários do
perito.
Para se evitar erros e informações incompletas ou inverídicas, o perito
pode se recusar a aceitar determinado trabalho, sobre o qual não obtém um
conhecimento necessário para seu desenvolvimento.
O cumprimento de prazos nas realizações dos trabalhos periciais
também é importante, devendo os prazos serem cumpridos rigorosamente.
Inúmeras são as responsabilidades do perito, porém, a ética, a
competência, a transparência e o zelo são indispensáveis para a realização de
um trabalho de qualidade e que transpasse total segurança àqueles que se
basearam no laudo do perito para tomar suas decisões.
2.5 Laudo pericial
Laudo é o documento, elaborado por uma ou mais peritos, onde se
apresentam conclusões do exame pericial.
É o produto do trabalho pericial, em que o especialista se pronuncia
sobre questões submetidas à sua apreciação.
De acordo com a Resolução 1041/05 de 26/08/2005 do CFC, NBC T –
13.6 Da Perícia Contábil – 13.6.1.3, 13.6.1.4 Laudo Pericial Contábil.
Laudo Pericial Contábil é uma peça escrita, na qual o
perito-contador deve visualizar, de forma abrangente, o
conteúdo da perícia e particularizar os aspectos e as
minudências que envolvam a demanda. Define esta
Norma que o perito-contador deve registrar no Laudo
Pericial Contábil os estudos, as pesquisas, as diligências
33
ou as buscas de elementos de provas necessárias para a
conclusão dos seus trabalhos. (CFC, 2005)
O perito-contador é o único responsável pela preparação e redação do
laudo, que deve ser produzido de maneira clara e objetiva, expondo a síntese
do objeto da perícia, os critérios adotados e as conclusões.
O laudo poderá ser com quesitos, que serão transcritos e terão as
respostas circunstanciadas na pesquisa efetuada, respondidos primeiros os
quesitos oficiais e, posteriormente, os formulados pelas partes; quando não
houver quesitos, a perícia será orientada pelo objeto da matéria.
O laudo deverá ser datado e assinado pelo perito-contador, cumprindo
toda a formalidade, e encaminhado mediante petição, quando judicial ou
arbitral e por carta protocolada ou por qualquer outro meio que comprove a
entrega, quando extrajudicial.
Não existe normatização quanto à estrutura do laudo, mas existem
formalidades que compõem a estrutura dele.
O Laudo Pericial Contábil deve conter, no mínimo, os seguintes itens:
a) identificação do processo e das partes;
b) síntese do objeto da perícia;
c) metodologia adotada para os trabalhos periciais;
d) identificação das diligências realizadas;
e) transcrição dos quesitos;
f) respostas aos quesitos;
g) conclusão;
h) outras informações, a critério do perito-contador, entendidas como
importantes para melhorar, esclarecer ou apresentar o laudo pericial;
i) rubrica e assinatura do perito-contador, que nele fará constar sua
categoria profissional de contador e o seu número de registro no
Conselho Regional de Contabilidade.
O perito-contador não pode omitir nenhum fato relevante encontrado no
decorrer de suas pesquisas ou diligências, mesmo que não tenha sido objeto
de quesitação e desde que esteja relacionado ao objeto da perícia.
34
A conclusão é a quantificação, quando possível, do valor da demanda,
podendo reportar-se a demonstrativos apresentados no corpo do laudo ou em
documentos auxiliares.
Trata-se de um componente indispensável no Laudo Pericial Contábil
(LPC).
Ao perito-contador é vedado assinar em conjunto o laudo pericial
contábil com leigo ou profissional não-habilitado, devendo comunicar ao
Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição e citar o fato na
apresentação do laudo.
2.6 Parecer pericial contábil
O parecer pericial contábil é importante instrumento de subsídio, pelo
qual o perito-contador assistente emite opinião sobre as diligências realizadas,
disponibilizando ao juiz e às partes significativos resultados para dirimir o litígio.
Quanto às formalidades que norteiam os procedimentos que devem ser
observados pelo perito-contador assistente na elaboração do parecer pericial
contábil, é essencial a observação dos seguintes itens:
a) omissão de Fatos: O perito-contador assistente, ao efetuar suas
manifestações no Parecer Pericial Contábil, não pode omitir nenhum
fato relevante encontrado no decorrer de suas pesquisas ou
diligências;
b) emissão de Opinião – ao concluir o Parecer Pericial Contábil, não
deve o perito-contador assistente emitir qualquer opinião pessoal a
respeito das respostas oferecidas aos questionamentos, bem como
na conclusão dos trabalhos, que contrarie o Código de Ética do
Contabilista.
O Parecer Pericial Contábil deve conter, no mínimo, os seguintes itens:
a) identificação do processo e das partes;
b) síntese do objeto da perícia;
c) metodologia adotada para os trabalhos periciais;
d) identificação das diligências realizadas;
35
e) transcrição dos quesitos, no todo ou naqueles em discordância;
f) respostas aos quesitos;
g) conclusão;
h) identificação do perito-contador assistente nos termos do item 13.5.3
dessa Norma;
i) outras informações, a critério do perito-contador assistente,
entendida como importantes para melhor esclarecer ou apresentar o
Parecer Pericial Contábil.
O perito-contador assistente deve, na conclusão do Parecer Pericial
Contábil, considerar as formas seguintes:
a) a conclusão com quantificação de valores é viável em casos de:
apuração de haveres, liquidação de sentença, inclusive em
processos trabalhistas, dissolução societária, avaliação patrimonial,
entre outros.
b) a conclusão pode, ainda, reportar-se às respostas apresentadas nos
quesitos.
c) a conclusão pode ser, simplesmente, elucidativa quanto ao objeto da
perícia, não envolvendo, necessariamente,quantificação de valores.
O Parecer Pericial Contábil, na esfera judicial, serve para subsidiar o juiz
e as partes, bem como para analisar de forma técnica e científica o laudo
pericial contábil.
O Parecer Pericial Contábil, na esfera extrajudicial, serve para subsidiar
as partes nas suas tomadas de decisão.
O Parecer Pericial Contábil, na esfera arbitral, serve para subsidiar o
árbitro e as partes nas suas tomadas de decisão.
36
CAPÍTULO III
PESQUISA DE CAMPO
3 METODOLOGIA
O escritório Verdeli, desde sua fundação, vem prestando serviço na área
contábil e buscando conquistar espaço no mercado. Atualmente, com o
propósito de expandir os negócios e melhorar o atendimento trabalha
juntamente com o perito Marcos Verdelli que presta serviços, quando
necessário.
O perito procura auxiliar principalmente em processos judiciais
trabalhistas com seus conhecimentos técnicos, esclarecendo litígios de acordo
com as imposições determinadas pelo juiz, apresentando o respectivo
parecer/laudo.
Para demonstrar que a perícia contábil trabalhista influencia nas
decisões judiciais tornando-as mais ajustadas à legitimidade, foi realizada uma
pesquisa de campo no escritório Verdelli, no período de fevereiro a novembro
de 2010, de utilizando-se dos seguintes métodos:
Método Estudo de Caso: foi realizado um estudo de caso, com o Perito
Marcos Verdeli, analisando aspectos voltados para a realização de uma perícia
trabalhista.
Método da Observação Sistemática: foram observados, analisados e
acompanhados os procedimentos aplicados na realização de uma perícia
contábil, os métodos utilizados e a elaboração dos laudos periciais, como
suporte para o desenvolvimento do Estudo de Caso.
Método Histórico: foram analisados os dados referentes à perícia
contábil trabalhista para um melhor desenvolvimento do estudo de caso.
As técnicas apresentadas na pesquisa foram:
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);
Roteiro do Histórico do Escritório (Apêndice C);
37
Roteiro de Entrevista com o Perito Contador (Apêndice D);
Roteiro de Entrevista com o Advogado (Apêndice E);
Roteiro de Entrevista com o Assistente Perito (Apêndice F)
3.1 A importância da perícia contábil trabalhista nos processos judiciais
A perícia contábil judicial é um importante ramo da Contabilidade, pois
sempre que o patrimônio de uma entidade estiver passível de sofrer alteração
ou fazer parte de um processo é o contador quem irá auxiliar o juiz esclarecer
os fatos a ele apresentados.
O objeto de estudo da perícia contábil é apresentado por meio de laudo
pericial contábil, o qual será utilizado pelo juiz para solucionar litígios em
processos judiciais.
Diante da importância da perícia contábil judicial, é necessário que haja
uma educação continuada presente na rotina das atividades realizadas pelos
contadores e que o desenvolvimento de seus trabalhos possuam qualidade.
Sendo a perícia contábil trabalhista um ramo da Contabilidade que trata
da revisão de trabalhos já executados por outras pessoas na área contábil, o
perito deve conhecer as necessidades do juiz para que possa esclarecer suas
dúvidas em relação ao processo.
No entendimento de Sá (1997; p.63): “Perícia contábil judicial é a que
visa servir de prova, esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que
merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos ao patrimônio aziendal ou
de pessoas.”
A perícia é um meio de prova disposto aos litigiantes para demonstrar a
existência dos fatos alegados. Os meios de provas encontrados no Código do
Processo Civil são: depoimento pessoal, confissão, exibição de documentos ou
coisas, prova documental, prova testemunhal, prova pericial e inspeção judicial.
A perícia exige que o profissional tenha domínio completo para poder
apreciar, analisar, averiguar e concluir sobre qualquer assunto. Assim, o
profissional de pericia contábil deve sempre estar prestes a executar os laudos
em benefício da sociedade, propiciando o melhor para todos os que têm
38
interesse no esclarecimento do processo. Dentre as principais características
para a capacitação do perito, a ética é um dos fatores essenciais, que conduz a
um trabalho honesto e eficaz.
O perito deve sempre estar atualizado, pesquisando novas técnicas para
estar preparado para uma qualidade melhor do seu trabalho.
3.2 Práticas desenvolvidas pelo perito
Uma perícia contábil judicial pode ser solicitada pelo juiz ou por uma das
partes que compõem um processo.
Segundo Figueiredo (2003, p.41) a perícia contábil é “o conjunto de
procedimentos técnicos e científicos destinados a levar informações de provas
necessárias para auxiliar a decisão do juiz no processo, de acordo com as
normas jurídicas e profissionais”. Desta forma, em uma perícia contábil judicial,
o perito tem a função de auxiliá-lo em sua tomada de decisões. Para isto é
necessário ser imparcial e ter conhecimento da matéria auditada.
Após a solicitação da perícia, o perito nomeado para a realização do
trabalho retira os autos do processo para tomar conhecimento do assunto a ser
tratado. É neste momento que o perito deve ser digno e recusar um processo,
quando não tiver conhecimentos e experiências necessárias para executar a
tarefa, humildade em assumir seus erros e, imediatamente, corrigi-los.
Ao se sentir capacitado para a realização da perícia, o perito elabora um
planejamento de trabalho no qual especificará os recursos e os métodos a
serem utilizados. De acordo com a complexidade do trabalho, o perito faz uma
estimativa do tempo que será gasto em todo o desenvolvimento da perícia.
Com base neste tempo gasto, ele fará a petição ao juiz de seus honorários.
Pode ocorrer em alguns casos, que os honorários já sejam préestabelecidos
pelo juiz.
Com os procedimentos padrões executados, o perito deve iniciar seu
trabalho coletando e analisando todos os dados e informações relevantes e
necessárias.
39
O levantamento dessas informações dará ao perito plenas condições
técnicas e intelectuais para a elaboração do laudo pericial. É muito importante
que o perito reúna, no laudo, todos os dados levantados, todas as informações
julgadas, por ele, fundamentais.
Os laudos são decisivos nos julgamentos nos quais se envolvem
diversas habilidades do perito. É preciso ter técnica para a veracidade dos
fatos e ter conhecimentos práticos e teóricos. Estes são requisitos importantes
que determinam a qualidade e a competência dos profissionais.
A qualidade do trabalho realizado determina a competência profissional
de quem o está executando, por isso o perito deve ser independente para
expressar sua opinião, baseado nos exames realizados sem ser influenciado
por fatores estranhos.
O laudo deve ser claro e objetivo, deve conter a mais pura expressão da
verdade e um parecer técnico - científico do perito sobre a matéria periciada.
Com o laudo concluído, o perito deve encaminhá-lo ao juiz no prazo por ele
determinado e solicitar a liberação de seus honorários.
Após a apresentação do laudo, as partes deverão manifestar suas
opiniões sobre o conteúdo dele. É normal que muitas vezes haja divergências,
afinal cada parte quer sempre o melhor e, quando assim acontece, pode-se
solicitar uma nova perícia ou apenas esclarecimento ao perito sobre
determinada informação contida no laudo.
A finalidade deste procedimento é auxiliar o juiz a melhor decidir e julgar
os processos, proporcionando uma decisão mais próxima da verdade.
A seguir, a análise de dois processos envolvendo perícia contábil
trabalhista.
3.3 Processo A e sua sustentação teórica
Foi realizado um estudo de caso sobre uma demanda verídica,
desenvolvida juntamente com o perito, em um processo ainda em andamento
relatado a seguir:
40
Um professor foi contratado por uma escola para exercer sua profissão
dando aulas de determinada disciplina. A escola é uma fundação sui generis,
consiste em pessoa jurídica de direito privado, porém, sem proprietário, sendo
assim as decisões são tomadas democraticamente e para isto existe um
Conselho Deliberativo (órgão máximo da instituição).
Esse professor chegou a ocupar o cargo de Vice-Diretor da instituição
por quatro anos e o cargo de Reitor por dois anos, recebendo neste período um
salário condizente com o cargo ocupado.
No ano de 2002, o professor alegou ter sofrido dispensa arbitrária e
contrária às normas vigentes na instituição e sentindo-se prejudicado e
resolveu procurar a justiça em busca de seus direitos.
Além de exigir uma reintegração imediata na instituição, devido ao fato
da dispensa arbitrária, o professor ainda pleiteava fazer jus a horas extras,
diferenças e equiparações salariais, adicional noturno, indenização por danos
morais e materiais
Para fundamentar suas alegações, o professor apresentou cópias de
holerites próprios, cópias de holerites de outros professores para evidenciar as
diferenças salariais, e portarias onde ficam evidenciados que seus salários e
sua carga horária tinham alterações frequentes, porém o desempenho de sua
função era a mesma.
A entidade, que agora se torna a reclamada, ao saber da ação judicial
movida contra si, logo tratou de formular a defesa alegando que em nada teria
direito o reclamante.
A reclamada embasou sua defesa nos estatutos da entidade e em
documentos anexados que comprovavam que o reclamante não faz jus a
alguns benefícios por ele pleiteado.
Após várias audiências e com base nos documentos e informações
apresentados por ambas as partes, o juiz julgou improcedente os benefícios
pleiteados pelo reclamante e apenas o benefício adicional noturno foi julgado
procedente.
Para apurar o valor exato que caberia ao reclamante, o juiz nomeou um
perito para realizar todos os cálculos necessários. O perito nestas
circunstâncias é o auxiliar do juiz na elaboração de seu julgamento, para isto
utilizará todo seu conhecimento sobre a matéria periciada.
41
Segundo Alberto (2007, p.72)
Perito judicial é o auxiliar da justiça, pessoa civil, nomeado pelo juiz ou pelo tribunal, devidamente compromissado, assistindo-os para realizar prova pericial consistente em exame, vistoria ou avaliação, valendo-se de conhecimento especial, técnico ou científico.
É dever do perito contador em sua função, ser imparcial e verdadeiro,
caso contrário, cabe-lhe punições, conforme art. 342 do Código de Processo
Civil: “Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral”.
A função do perito é elaborar os cálculos, baseados nos autos do
processo e fundamentados na mais pura expressão da verdade. Os cálculos
devem ser apresentados ao juiz em forma de laudo, onde o perito expressará
tudo o que por ele foi constatado.
Conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade.T.13 13.5.1:
O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o perito contador expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências realizadas, os critérios adotados e os resultados fundamentados, e as suas conclusões.
Os cálculos apresentados no quadro abaixo fizeram parte integrante do
laudo elaborado pelo perito nomeado para o processo acima descrito, ele foi
desenvolvido de acordo com a interpretação do perito embasado nos autos do
processo e apresentado ao juiz e as partes.
(continua)
ITENS DE CÁLCULO Indenização p/ danos materiais 98.355,38
Horas Adicionais Noturnas 1.648,91
Multa Diária 98.355,38
Multa Normativa - Garantia Semestral 32.056,25
Sub Total
230.415,92
IRRF A RECOLHER - RECLAMANTE 24,29
INSS A RECOLHER - RECLAMANTE 114,19
INSS A RECOLHER - RECLAMADA 453,45
RESUMO
42
(conclusão)
VERBAS DEFERIDAS EM R. SENTENÇA
TOTAL DAS VERBAS 230.415,92
INSS A RECOLHER -114,29
IRRF A RECOLHER -24,29
Sub Total
230.277,34
JUROS - (19/11/03 a 01/09/08) 1.748 dias
58,26% 134.240,31
Sub Total
364.517,65
VALOR LÍQUIDO DEVIDO AO RECLAMANTE 364.517,65
INSS A RECOLHER - Reclamada 453,45
INSS A RECOLHER - Reclamante 114,19
IRRF A RECOLHER - Reclamante 24,29
TOTAL DA CONDENAÇÃO EM 01.09.2008 365.109,58
Fonte: Elaborado pelo perito
Quadro 1: Cálculos do processo AI
Após a apresentação do laudo elaborado pelo perito contador nomeado
anteriormente pelo juiz, ambas as partes entenderam haver erros e recorreram
aos cálculos apresentados, pois o laudo não estava condizendo com a
sentença dada pelo juiz anteriormente.
Segundo Sá (2005, p. 61), “faz-se necessário esclarecimento de um
laudo todas as vezes que uma das partes interessadas entender que as
respostas permitem dupla interpretação ou forem vagas ou sem objetividade”.
Diante destas questões e depois de ser analisado pelo juiz, foi
constatado um erro de interpretação da sentença por parte do perito, por este
motivo parte dos cálculos apresentados foram impugnados, restando apenas
os cálculos referentes às horas de adicionais noturnos, juntamente com a
correção deste valor.
Após a constatação dos erros, foi solicitado ao perito a revisão dos
cálculos apresentados por ele anteriormente adequando-os em conformidade
com a sentença, que segue no quadro a seguir:
(continua)
ITENS DE CÁLCULO Horas Adicionais Noturnas 1.648,91
Sub Total
1.648,91
IRRF A RECOLHER – RECLAMANTE 24,29
43
(conclusão)
INSS A RECOLHER - RECLAMANTE 114,19
INSS A RECOLHER - RECLAMADA 453,45
TOTAL DA CONDENAÇÃO EM
01.09.2008 2.102,36
Fonte: Elaborado pelo perito
Quadro 2: Cálculos do processo AII
O valor apresentado no quadro acima foi homologado pelo juiz, aceito
pela reclamada e considerado injusto pelo reclamante, que novamente recorreu
a decisão do juiz, por este motivo e por se tratar de um processo complicado,
as partes envolvidas buscam exaurir todos os recursos cabíveis, esse processo
encontra-se em andamento.
3.3.1 Considerações Finais
Neste caso é importante evidenciar a influência que o perito exerce no
auxilio a tomada de decisões do juiz.
O perito é responsável pela qualidade de seus serviços e tem o dever de
zelar pelo seu trabalho, o que não foi observado neste caso, no primeiro
cálculo.
Ao elaborar o laudo o perito extraiu as informações dos autos do
processo, porém por descuido acabou cometendo erros gravíssimos e
elaborando seus cálculos em desacordo com a sentença do juiz. Neste caso
um erro, um descuido ou uma omissão poderia ter ocasionado prejuízos e ter
induzido o juiz a uma decisão errônea de um processo. Por este motivo parte
do laudo acabou sendo impugnada pelo juiz.
Em conseqüência deste erro, o caso encontra-se até nos dias de hoje
em aberto, pois o reclamante utiliza o laudo errado como base para seus
argumentos, com isso nenhum acordo é firmado entre as partes e nenhuma
sentença fica sem embargo.
3.4 Processo B e sua sustentação teórica
44
Trata-se de uma ação de reclamação trabalhista do ano de 2003, onde a
ex-funcionária de um determinado Banco alega ter sido demitida sem justa
causa. A funcionária alega também ter trabalhado além de sua carga horária
durante todo período que esteve na empresa.
3.4.1 Reclamante
A reclamante, no caso, a ex-funcionária relata que foi admitida em
03/1990 na função de Auxiliar de Agência Bancária e despedida sem justa
causa em 07/2001quando exercia a função de Gerente de Atendimento.
É alegado pela reclamante que no período entre 1990 e 1997 foi
contratada para cumprir uma jornada diária de 6 horas, de segundas às sextas-
feiras, sem intervalo, porém laborava uma jornada excedente diária, em média,
1 hora e 30 minutos, totalizando, em média 33 horas por mês.
Alega ainda que no período entre 1997 e 2001 sua jornada diária
aumentou para 8 horas, com 1 hora de intervalo, porém, em média, laborava
uma jornada excedente diária de 3 horas e 30 minutos, totalizando, em média
77 horas por mês.
Além das horas extras a reclamante relata um desconto ilegal em seu
pagamento no mês de novembro de 1995.
Com base nestas alegações o advogado da reclamante pleiteou as
seguintes verbas:
a) horas extras: 1 hora e 30 minutos diariamente de segundas às sextas-
feiras, no período entre 1990 e 1997, com o acréscimo do adicional
(50%) das horas extras.
b) horas extras: 3 horas e 30 minutos diariamente de segundas às
sextas-feiras, no período entre 1997 e 2001, com o acréscimo do
adicional (50%) das horas extras.
c) integração das horas extras nas férias, nos 13º salários e nas verbas
rescisórias.
d) repouso semanal remunerado com os reflexos das horas extras.
e) FGTS sobre as parcelas concedidas, devidamente ajustadas.
45
f) reembolso do desconto ilegal em seu pagamento em 11/1995.
A reclamante anexou documentos, tais como, cópias dos pontos
assinados e folhas de pagamentos para comprar a veracidade de seu pleito.
3.4.2 Reclamado
Em contraposto às alegações da reclamante o reclamado, no caso, o
Banco, requereu ao juiz a prescrição de direito de pleitear judicialmente tais
verbas já que a reclamante foi despedida em 07/2001 e a ação foi apresentada
em 08/2003, bem como a prescrição dos períodos anteriores a cinco anos.
Nas questões das horas extras o reclamado alega ter um período
prescrito e no período imprescrito a reclamante exercia a função de Gerente,
cargo este de confiança, o que não lhe concederia o recebimento das horas
extras.
De acordo com o reclamado, inexistindo o direito a receber as verbas
pleiteadas como as horas extras, inexiste, igualmente, direito à percepção dos
pleiteados reflexos.
Em relação ao desconto ilegal foi observado pelo reclamado que tal
pleito já encontra-se prescrito.
3.4.3 Sentença
Após análises das reclamações trabalhistas da reclamante e da defesa
apresentada pelo reclamado, o juiz decidiu que somente às parcelas anteriores
a 07/1998 estariam prescritas.
Por este motivo, o pleito em questão corresponderia ao período de
07/1998 em diante quando a reclamante estava sujeita à jornada diária de 8
horas, fazendo jus ao pagamento das horas excedentes da oitava diária, como
essas horas foram deferidas pelo juiz, elas integrarão a remuneração da
46
reclamante e refletirão nos descansos semanais remunerado, férias, 13º
salários, verbas rescisórias e FGTS.
As horas extras deferidas deverão ter o adicional de 50%.
Como todo caso teve embargos de ambas as partes reclamando da
sentença do juiz, porém a decisão inicial foi mantida e o reclamado condenado
à pagar os pleitos imprescritos.
3.4.4 Cálculos
Foram apresentados pelo advogado da reclamante os cálculos
compostos pelas horas extras, reflexos, multas e correções.
ITENS DE CÁLCULO
Horas Extras 56.622,05
Integração das Horas Extras 26.129,61
FGTS 8.924,88
Sub Total
91.676,54
Juros de Mora 44.710,65
Sub Total
136.387,19
(-) Deduções Imposto de Renda 20.967,10
Total Liquido
115.420,09
Fonte: Elaborado pelo advogado da reclamante
Quadro 3: Cálculos do processo BI
Não concordando com os cálculos apresentados, o reclamado entrou
com um pedido de embargo dos cálculos, alegando que a ex-funcionária em
alguns meses não trabalhou todos os dias.
Para melhor solucionar o caso o juiz nomeou um perito para realizar
corretamente os cálculos.
O perito levantou todas as provas e documentos necessários
apresentados pela reclamante e pelo reclamado. Com base em seu
levantamento apresentou os seguintes cálculos:
47
ITENS DE CÁLCULO
Horas Extras 65.057,38
FGTS + 40% 5.879,85
Sub Total
70.937,23
Juros de Mora S/ Acordo 35.824,93
FGTS + 40% 3.237,84
Sub Total
110.000,00
(-) Deduções Imposto de Renda 21.189,37
Total Liquido
88.810,63
Fonte: Elaborado pelo perito
Quadro 4: Cálculos do processo BII
Os novos cálculos apresentados pelo perito foram acatados pelo juiz,
que condenou o reclamado pagar à reclamante em um prazo de oito dias,
sujeito a multa.
3.4.5 Considerações finais
Neste caso foi possível observar a importância do perito para o desfecho
do processo. Confirmando a hipótese deste trabalho, a qual diz que a perícia
influencia nas decisões judiciais e as torna mais ajustadas a legitimidade.
O perito conseguiu demonstrar a qualidade e a veracidade de seu
trabalho, utilizando todas as provas e documentos por ele levantados, os quais
foram transmitidos em seu laudo, o que foi crucial ao juiz em sua sentença
final.
48
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Por meio de estudos realizados no Escritório Contábil Verdeli Ltda – Me
e com o perito Senhor Marcos José Moretin Verdelli, foram apresentados as
considerações seguintes.
Com o evoluir do conhecimento técnico e científico, a perícia contábil
vem exigindo cada vez mais da classe contábil, novas atualizações e
especializações.
Com isso, propomos ao Perito Contábil que continue se especializando
na área pericial trabalhista, se aperfeiçoando nos laudos/pareceres judiciais
para o melhor auxílio nas decisões finais do juiz.
Propomos também a esta instituição de ensino, que na matéria de
Perícia Contábil, para um melhor entendimento e desenvolvimento sejam
aplicados casos verídicos para uma visualização prática do assunto, ampliando
o ensino e favorecendo o aprendizado.
49
CONCLUSÃO
Este trabalho proporcionou um estudo sobre o desenvolvimento de uma
perícia contábil trabalhista, estudo este realizado com o perito Marcos José
Moretin Verdelli e com o Escritório Verdeli, no qual se constatou a dificuldade e
a carência de encontrar profissionais atuantes na área pericial.
Com o desenvolvimento do trabalho verificou-se a importância e a
necessidade da perícia nos processos judiciais, perícias essas que influenciam
e auxiliam os juízes em suas sentenças.
Pode-se dizer que devido a esta importância e influência, quase que
direta nas decisões dos processos, grande se torna a responsabilidade do
perito no desenvolvimento do seu trabalho, por isso é necessário ter cautela e
dedicação, ser ético, além de obter um desenvolvimento intelectual elevado,
até porque o resultado de uma perícia pode determinar uma situação.
Ao desenvolver os estudos de caso ficou evidente a importância e a
influência que o perito exerce no desfecho dos processos judiciais.
No primeiro caso foram encontradas algumas divergências que quase
exerceram uma influência negativa na decisão do juiz, porém foram corrigidas
a tempo de não causar prejuízo a nenhuma das partes.
Já no segundo o caso foi completamente diferente, teve a perícia como
objeto fundamental da solução do processo.
Diante disto conclui-se que os profissionais atuantes na área pericial
devem estar em constante aperfeiçoamento de seus conhecimentos técnicos e
científicos para estar sempre capacitados para realizar os trabalhos a eles
designados.
Aos alunos deixamos o conteúdo deste trabalho para exploração de
estudo e inspiração para o desenvolvimento de novos trabalhos ligados a este
assunto.
50
REFERÊNCIAS
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______. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
CHIARADIA, M. A. Artigo 431-A do código de processo civil – comentários sobre as obrigações do perito judicial. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Ano 5, N. 128, p.12-19, abr. 2007a.
______. Perícia trabalhista – a incidência do imposto de renda na fonte nos cálculos de liquidação de sentença sob o regime de competência. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Ano 5, N. 128, p.12-19, abr. 2007b.
CÓDIGO de Processo Civil. 2. ed. São Paulo: LTR, 1996.
CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Normas Brasileiras de Contabilidade. NBC-T-13 da Perícia Contábil. NBC-P-2 Normas Profissionais de Perito Contábil, 1999.
______. Normas Brasileiras de Contabilidade. NBC-T-13 da Perícia Contábil. Resolução 1041/05, 2005.
______. Normas Brasileiras de Contabilidade. Resolução 560/83. CFC, 2005.
CRC/SP - Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo. Os Princípios Fundamentais de Contabilidade, As Normas Brasileiras de Contabilidade e o Código de Ética Profissional do Contabilista. São Paulo. 32 ed. CRC SP, 2003.
FALCÃO, A.C. et al. Perícia contábil judicial trabalhista. 2005. Monografia (Graduação Ciências Contábeis) – Centro Universitário Salesiano Auxilium, Araçatuba.
FIGUEIREDO, S. N. A perícia Contábil e a Competência Profissional. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ANO XXXII –n.º 142 – Julho/Agosto, 2003.
FORTES, J. C. Manual do Contabilista. Belém: Celigráfica, 2001.
FRANCO, H. A Contabilidade na Era da Globalização: temas discutidos no XV Congresso Mundial de Contadores, Paris, de 26 a 29-10-97. São Paulo: Atlas, 1999.
51
MAGALHÃES, A.D.F. et al. Perícia contábil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
OLIVEIRA, F. F. A perícia contábil e a importância para o poder judiciário. Disponível em: www.classecontabil.com.br/trabalhos/periciacontabil.doc. Acessado: 07 fev. 2010
ORNELAS, M. M. G. Perícia contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
PERÍCIA contábil pode comprovar justa causa de demissão da empresa. Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis. 28 mar. 2008. Disponível em: http://www.revistacontabil.fiscolegis.com.br/. Acesso em: 28 fev. 2010.
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YAMAGUCHI, A. Caminhos da perícia judicial. Revista Brasileira de Contabilidade, São Paulo, jan./fev. 2001. Disponível em: http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=291. Acessado em: 28 fev. 2010.
52
APÊNDICES
53
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO
1 INTRODUÇÃO
Apresentação e diversificação das funções do escritório evidenciando o
trabalho do perito contábil.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
a) Descrição dos métodos e técnicas utilizados em uma perícia contábil
e na elaboração de um laudo pericial.
b) Depoimento do perito contador
1.2 Discussão
Análise entre os fatos reais e teóricos.
1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou
modificações de procedimentos
54
APÊNDICE B – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa: ...............................................................................................................
Localização: ..........................................................................................................
Atividades Desenvolvidas: ....................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NO ESCRITÓRIO:
1 Serviços oferecidos
2 Diversificação de atividades
3 Métodos utilizados para desenvolvimento
4 Atendimento ao público
5 Instalações e tecnologia
55
APÊNDICE C – ROTEIRO DO HISTÓRICO DA EMPRESA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa: ...............................................................................................................
Localização: ..........................................................................................................
Atividades Desenvolvidas: ....................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS:
1 Histórico da empresa
2 Diversificação das atividades
3 Dinâmica de funcionamento de um escritório contábil
4 Dinâmica de funcionamento de uma perícia
56
APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O PERITO CONTADOR
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Sexo: ........................................................Idade: ..................................................
Profissão: ..............................................................................................................
Estado Civil: ..........................................................................................................
Residência: Cidade: ................................................................Estado: .................
Experiência anteriores: .........................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1) Qual a importância da perícia contábil trabalhista dentro de um processo
judicial?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2) Como é feita à nomeação de um perito contador, para uma causa
trabalhista?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3) O Laudo pericial só será válido em sua totalidade, ou poderá ser
utilizado principalmente para tomada de decisões?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4) Como um perito deve proceder quando forem encontradas divergências
em seu laudo pericial?
57
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5) Quanto tempo é gasto no desenvolvimento de um laudo pericial
trabalhista?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
6) Se houver a necessidade de diligências, quais os procedimentos para
executá-la?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
58
APÊNDICE E – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O ADVOGADO
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Sexo: ........................................................Idade: ..................................................
Profissão: ..............................................................................................................
Estado Civil: ..........................................................................................................
Residência: Cidade: ................................................................Estado: .................
Experiência anteriores: .........................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1) Qual a aceitação entre as partes sobre os critérios utilizados pelo Perito
Contador na elaboração de laudos?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2) O Laudo Pericial oferece subsídios para que o juiz reformule a sentença
aplicada?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3) As impugnações apresentadas ajudam o juiz em seu poder discricionário
de julgar?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4) No caso de uma não aceitação do laudo pericial apresentado, qual a
posição tomada pelo advogado?
59
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
60
APÊNDICE F – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O ASSISTENTE PERICIAL
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Sexo: ........................................................Idade: ..................................................
Profissão: ..............................................................................................................
Estado Civil: ..........................................................................................................
Residência: Cidade: ................................................................Estado: .................
Experiência anteriores: .........................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1) Como é feita a escolha do assistente pericial?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
2) O assistente pericial é acionado em todos os trabalhos periciais e qual a
importância de sua presença?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
3) Qual a posição e a função do assistente pericial durante a elaboração da
perícia?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
4) Qual a principal orientação recebida do Perito Contador na elaboração
de trabalhos periciais?
61
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
5) Como proceder em caso de discordância com a opinião do Perito
Contábil?
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
62
ANEXOS
63
ANEXO A - NBC T 13 – DA PERÍCIA CONTÁBIL
13.1 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS
13.1.1 – A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
13.1.1.1 – O laudo pericial contábil e ou parecer pericial contábil têm por limite os próprios objetivos da perícia deferida ou contratada.
13.1.2 – A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de competência exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade.
13.1.3 – Nos casos em que a legislação admite a perícia interprofissional, aplica-se o item anterior exclusivamente às questões contábeis, segundo as definições contidas na Resolução CFC n.º 560/83.
13.1.4 – A presente Norma aplica-se ao perito-contador nomeado em Juízo, ao contratado pelas partes para a perícia extrajudicial ou ao escolhido na arbitragem; e, ainda, ao perito-contador assistente indicado ou contratado pelas partes.
13.2 – PLANEJAMENTO (Revogado, a partir de 22.04.2005, pela Resolução CFC 1.021/2005)
Assim dispunha o conteúdo revogado:
13.2.1 Disposições Gerais
13.2.1.1 – O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento específico do objeto da perícia contábil deferida ou contratada.
13.2.1.2 – A perícia deve ser planejada cuidadosamente, com vista ao cumprimento do prazo, inclusive o da legislação relativa ao laudo ou parecer.
13.2.1.2.1 – Na impossibilidade do cumprimento do prazo, deve o Contador, antes de vencido aquele, requerer prazo suplementar, sempre por escrito.
13.2.1.3 – O planejamento deve considerar, ainda, os seguintes fatores relevantes na execução dos trabalhos:
a) o conhecimento detalhado dos fatos concernentes à demanda;
b) as diligências a serem realizadas;
64
c) os livros e documentos a serem compulsados;
d) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de perícia a serem aplicados;
e) a equipe técnica necessária para a execução do trabalho;
f) os serviços especializados, necessários para a execução do trabalho;
g) os quesitos, quando formulados; e
h) o tempo necessário para elaboração do trabalho.
13.2.1.4 – O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que novos fatores o exigirem ou recomendarem.
13.2.1.5 – Quando do planejamento dos trabalhos deve ser realizada a estimativa dos honorários de forma fundamentada, considerando os custos e a justa remuneração do contador.
13.2.2 – Na Perícia Judicial
13.2.2.1 – Nos casos em que não houver publicação oficial da concessão do prazo suplementar, deve o perito-contador comunicá-la aos peritos-contadores assistentes.
13.2.3 – Na Perícia Extrajudicial e na Perícia Arbitral
13.2.3.1 – O contrato de honorários deve ser elaborado com base no planejamento realizado.
13.3 – A EXECUÇÃO
13.3.1 – O perito-contador assistente pode, tão logo tenha conhecimento da perícia, manter contato com o perito-contador, pondo-se à disposição para o planejamento e a execução conjunta da perícia. Uma vez aceita a participação, o perito-contador deve permitir o seu acesso aos trabalhos.
13.3.2 – O perito-contador e o perito-contador assistente, enquanto estiverem de posse do processo ou de documentos, devem zelar pela sua guarda e segurança.
13.3.3 – Para a execução da perícia contábil, o perito-contador e o perito-contador assistente devem ater-se ao objeto do trabalho a ser realizado.
13.3.4 – Nas diligências, o perito-contador e o perito-contador assistente devem relacionar os livros, os documentos e os dados de que necessitem, solicitando-os, por escrito, em termo de diligência.
65
13.3.5 – A eventual recusa no atendimento de diligências solicitadas, ou qualquer dificuldade na execução do trabalho pericial devem ser comunicadas, com a devida comprovação ou justificativa, ao Juízo, em se tratando de perícia judicial ou à parte contratante, no caso de perícia extrajudicial ou arbitral.
13.3.6 – O perito-contador e o perito-contador assistente utilizar-se-ão dos meios que lhes são facultados pela legislação e das normas concernentes ao exercício de sua função, com vista a instruírem o laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil com as peças que julgarem necessárias.
13.3.7 – O perito-contador e o perito-contador assistente manterão registros dos locais e datas das diligências, nomes das pessoas que os atenderem, livros e documentos examinados ou arrecadados, dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem necessário.
13.3.8 – A execução da perícia quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada sob a orientação e supervisão do perito-contador e ou do perito contador assistente que assumiram a responsabilidade pelos trabalhos, devendo assegurar-se que as pessoas contratadas estejam profissionalmente capacitadas à execução.
13.3.9 – O perito-contador e o perito-contador assistente devem documentar, mediante papéis de trabalho, os elementos relevantes que serviram de suporte à conclusão formalizada no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil.
13.3.10 – O perito-contador assistente que assessorar o contratante na elaboração das estratégias a serem adotadas na proposição de solução por acordo ou demanda cumprirá, no que couber, os requisitos desta Norma.
13.4 – PROCEDIMENTOS
13.4.1 – Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.
13.4.1.1 – O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.
13.4.1.2 – A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.
13.4.1.3 – A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da perícia.
13.4.1.4 – A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.
66
13.4.1.5 – O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico.
13.4.1.6 – A mensuração é o ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.
13.4.1.7 – A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.
13.4.1.8 – A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional.
13.4.2 – Concluídas as diligências, o perito-contador apresentará laudo pericial contábil, e os peritos-contadores assistentes, seus pareceres periciais contábeis, obedecendo aos respectivos prazos.
13.4.2.1 – Ocorrendo diligências em conjunto com o perito-contador assistente, o perito-contador o informará por escrito quando do término do laudo pericial contábil, comunicando-lhe a data da entrega do documento.
13.4.2.2 – O perito-contador assistente não pode firmar em laudo ou emitir parecer sobre este, quando o documento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área, devendo, nesse caso, apresentar um parecer contábil da perícia.
13.4.2.3 – O perito-contador assistente, ao apor a assinatura, em conjunto com o perito-contador, em laudo pericial contábil, não deve emitir parecer pericial contábil contrário a esse laudo.
13.5 – LAUDO PERICIAL CONTÁBIL (revogado a partir de 22.09.2005 pela Resolução CFC 1041/2005)
Assim dispunha o conteúdo revogado:
13.5.1 – O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o perito-contador expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências realizadas, os critérios adotados e os resultados fundamentados, e as suas conclusões.
13.5.1.1 – Havendo quesitos, estes são transcritos e respondidos, primeiro os oficiais e na seqüência os das partes, na ordem em que forem juntados aos autos.
13.5.1.2 – As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, não sendo aceitas aquelas como "sim" ou "não", ressalvando-se os que contemplam especificamente este tipo de resposta.
13.5.1.3 – Não havendo quesitos, a perícia será orientada pelo objeto da matéria, se assim decidir quem a determinou.
67
13.5.1.4 – Sendo necessária a juntada de documentos, quadros demonstrativos e outros anexos, estes devem ser identificados e numerados, bem como mencionada a sua existência no corpo do laudo pericial contábil.
13.5.2 – A preparação e a redação do laudo pericial contábil são de exclusiva responsabilidade do perito-contador.
13.5.3 – O laudo pericial contábil será datado, rubricado e assinado pelo peritocontador, que nele fará constar a sua categoria profissional de Contador e o seu número de registro em Conselho Regional de Contabilidade.
13.5.4 – O laudo pericial contábil deve sempre ser encaminhado por petição protocolada, quando judicial ou arbitral. Quando extrajudicial, por qualquer meio que comprove sua entrega.
13.6 – PARECER PERICIAL CONTÁBIL (revogado a partir de 01.01.2004 pela Resolução CFC 985/2003)
Assim dispunha o conteúdo revogado:
13.6.1 – O parecer pericial contábil é a peça escrita na qual o perito-contador assistente expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, os estudos, as observações e as diligências que realizou e as conclusões fundamentadas dos trabalhos.
13.6.1.1 – O parecer pericial contábil, na esfera judicial, serve para subsidiar o Juízo e as partes, bem como para analisar de forma técnica e científica o laudo pericial contábil.
13.6.1.2 – O parecer pericial contábil, na esfera extrajudicial, serve para subsidiar as partes nas suas tomadas de decisão.
13.6.1.3 – O parecer pericial contábil na esfera arbitral, serve para subsidiar o árbitro e as partes nas suas tomadas de decisão.
13.6.2 – A preparação e a redação do parecer pericial contábil são de exclusiva responsabilidade do perito-contador assistente.
13.6.3 – Havendo concordância com o laudo pericial contábil, ela deve ser expressa no parecer pericial contábil.
13.6.4 – Havendo divergências do laudo pericial contábil, o perito-contador assistente transcreverá o quesito objeto de discordância, a resposta do laudo, seus comentários e, finalmente sua resposta devidamente fundamentada.
13.5.5 – havendo quesitos não respondidos pelo perito-contador, o perito-contador assistente a eles responderá de forma circunstanciada, não sendo aceitas respostas como "sim" ou "não", ressalvando-se os que contemplam especificamente este tipo de resposta.
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13.6.6 – Havendo quesitos, o parecer será orientado pelo conteúdo do laudo pericial contábil.
13.6.7 – Sendo necessária a juntada de documentos, quadros demonstrativos e outros anexos, estes devem ser identificados e numerados, bem como mencionada sua existência no corpo do parecer pericial contábil.
13.6.8 – O parecer pericial contábil será datado, rubricado e assinado pelo perito-contador assistente, que nele fará constar a sua categoria profissional de Contador e o seu número de registro em Conselho Regional de Contabilidade.
13.6.9 – O parecer pericial contábil dever sempre ser encaminhado por petição protocolada, quando judicial e arbitral, e por qualquer meio que comprove sua entrega, quando extrajudicial.
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