Supervisor: Teresa Duarte
Monitor: Rita Afonso
Coordenador: Armando Sousa
O papel da Engenharia Mecânica nas
Energias Renováveis
Energia Hídrica
Equipa 1M01_1 Filipa Sucena Gomes – up201403559
João Nuno Alvim Leite Terra Figueiredo – up201404292
Maria Leonor Bento Ayres Pereira – up201403121
Ricardo Nuno Lobo Serôdio Ribeiro – up201404350
Tomás Schuller de Almeida e Graça Barbosa – up201404356
Vasco Teófilo Preto Batista – up201405599
Projeto FEUP 1º ano - MIEM
2014/2015
1 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Resumo
A realização deste trabalho surgiu no âmbito da unidade curricular Projeto
FEUP, no curso de Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica. Entre os principais
objetivos desta unidade curricular destacam-se a integração no Ambiente FEUP aos
novos alunos, assim como toda a formação inicial em “Soft Skills”, como por exemplo
comunicação oral e trabalho em equipa, as quais vão ser essenciais ao longo de toda a
carreira em engenharia. Também a discussão científica de um tema fazia parte dos
objetivos deste projeto, assim sendo, foi desenvolvido este trabalho que aborda “A
importância da engenharia mecânica nas energias renováveis” como tema principal, no
qual vai ser estudado ao pormenor o subtema “Energia Hídrica”.
Desta forma, foi decidido apresentar e caracterizar a energia hídrica,
desenvolvendo o tema desde os vários tipos de barragens e o seu modo de
funcionamento, onde se analisou a estrutura das mesmas, os seus vários componentes
(como por exemplo, os diferentes tipos de turbinas) até todo o processo de
transformação da energia potencial hídrica em energia elétrica. Pretende-se também
esclarecer ao leitor as várias vantagens e possíveis desvantagens que a mesma
apresenta tanto para o planeta como para o homem, fazendo uma análise comparativa
com outras fontes de energia renováveis e até mesmo com a energia nuclear. Por fim,
procedeu-se ao levantamento de alguns dados estatísticos relativos a esta energia nos
últimos anos e no presente, tanto em Portugal como no Mundo e ainda, à referência do
futuro da produção da energia Hídrica acompanhada por alguns dados relevantes
sobre a mesma.
2 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Agradecimentos
Agradecemos, individualmente e como grupo a todos que, de algum modo,
colaboraram na realização deste trabalho e reconhecemos o seu papel essencial para
o êxito do mesmo.
Primeiramente, o nosso agradecimento à professora Teresa Duarte, professora
do “Projeto FEUP”, sendo as suas orientações e sugestões de uma vital importância
para a planificação, organização e realização deste projeto.
Segundamente, nada teria sido possível sem a ajuda da monitora Rita Afonso,
pela sua disponibilidade e interesse por cada parte do projeto, dando uma verdadeira
ajuda para melhorar o trabalho.
Por fim, agradecemos também à Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto (FEUP), por todos os recursos que nos disponibilizou, desde as formações do
proporcionadas por esta unidade curricular nas quais foi possível aprendermos
algumas “Soft Skills” até à disponibilidade de todas as suas fontes de pesquisa.
3 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Índice Página
Resumo 1
Agradecimentos 2
Lista de Tabelas/Ilustrações 4
Introdução 5
1. Funcionamento de uma barragem
1.1. Elementos das Barragens 6
1.2. Turbinas: elemento principal de uma barragem 7
1.3. Aproveitamento de Energia numa Barragem 8
1.4. Tipos de Barragem 9
2. Vantagens e Desvantagens 10
2.1. Vantagens 11
2.2. Desvantagens 11
3. Processos semelhantes – outras energias renováveis 13
4. Dados Estatísticos 15
5. Futuro da Produção da Energia Hídrica
5.1. Programa Nacional de barragens 19
5.2. Alguns dados relevantes relativos à energia hídrica 19
6. Conclusão 21
7. Bibliografia 22
4 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Lista de Tabelas/Ilustrações Página
1. Funcionamento
1.1. Diagrama de uma barragem 6 1.2. Funcionamento de uma turbina Pelton 7
1.3. Esquema (simplificado) do aproveitamento de energia numa barragem 8 1.4. Tipos de barragem com os respetivos materiais na sua constituição e as
diferentes vistas 9
2. Vantagens e desvantagens
2.1. Tabela de vantagens e desvantagens 10
2.2. Barragem do Alqueva 12
3. Energia Hídrica vs. outras energias
3.1 Tabela de comparação entre energias 13
4. Dados Estatísticos
4.1. Gráfico comparativo das produções de cada energia renovável em
Portugal entre Agosto de 2013 e Julho de 2014 15
4.2. Gráfico da evolução da produção de energias renováveis nos últimos
anos 16
4.3. Gráfico comparativo dos níveis de produção dos vários países da UE 17
4.4. Gráfico da produção de energia hídrica por ano 18
4.5. Gráfico da taxa de crescimento anual da produção de energia hídrica 18
5 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Introdução
Desde o início dos tempos, o Universo foi regido por energia e trocas desta.
Assim, durante o percurso da sua evolução, o Homem desenvolveu processos de
manipulação da mesma para seu próprio proveito, começando com o fogo, passando
pela energia mecânica, chegando à nuclear.
Desde então fomos usando a nossa carência por energia fiável e eternamente
crescente em quantidade, para descobrir novas maneiras quer de utilização desta, quer
de criação.
De forma a então saciar esta necessidade, o homem foi-se aproveitando das
mais variadas fontes de energia, destacando-se assim as renováveis (hídrica, eólica,
geotérmica, solar) e as não-renováveis (combustíveis fósseis) cujas fontes energéticas
são limitadas e altamente poluentes. As primeiras, por serem aquelas que podem ser
repostas a curto/médio prazo, espontaneamente ou por intervenção humana, e que
apresentam menos impactos na Natureza em geral, são as mais defendidas e
apoiadas.
Este trabalho foi então concebido com o propósito de apresentar a energia das
águas. Aqui será demonstrado o funcionamento de centrais de produção de energia
elétrica através da força massiva de grandes volumes de água, as vantagens e
desvantagens desta fonte de energia e a sua importância tanto a nível nacional como
global.
6 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
1. Funcionamento de uma barragem
1.1. Elementos das barragens
As barragens (figura 1.1) são formadas por diversos componentes, que podem
ou não estar presentes em todos os tipos de barragens:
1.1. Diagrama de uma barragem
O reservatório (1) é onde se encontra a água prestes a ser utilizada.
Os paramentos (2) são as superfícies mais ou menos verticais que têm como
função limitar o corpo da barragem. O paramento a montante está em contacto com a
água, e o paramento a jusante é a parede visível da estrutura.
As tomadas de água (3,4) são os canais hidráulicos que extraem a água da
albufeira para a sua posterior utilização (a geração de energia elétrica nos grupos
turbo-alternadores, a título de exemplo).
A turbina (5,6,7,8) é onde é transformada a energia para consumo.
Os transformadores (9) e as linhas de alta tensão (10) permitem a distribuição
da energia.[1]
7 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
1.2. Turbinas: elemento principal de uma barragem
As turbinas hidráulicas são turbinas projetadas especificamente para transformar
a energia hidráulica (a energia de potencial e a energia cinética) de um fluxo de água
em energia mecânica na forma potência rotacional.
A principal turbina utilizada e que gera mais energia é a turbina Pelton.
A turbina de Pelton é uma turbina de impulso tangencial usada em grandes
quedas até 1100m (a diferença de alturas entre a superfície de água na albufeira e a
turbina designa-se de queda bruta), e a água atinge os baldes em jato com uma
velocidade elevada. Assim a roda começa a girar, gerando potência. A quantidade de
água que golpeia os baldes pode ser controlada pelo movimento de uma válvula em
forma de lança a trabalhar no interior do bocal do tubo de alimentação, alterando,
assim, a área do fluxo do bocal, como é possível ver na imagem (figura 1.2). A potência
rotacional é transformada em energia elétrica e distribuída.[2]
1.2. Funcionamento de uma turbina Pelton
Existem outos tipos de turbinas, tal como as Francis, utilizadas até 400m, ou as
Kaplan, viáveis até alturas de 60m.
8 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
1.3. Aproveitamento de energia numa barragem:
A altura de água a montante da barragem é o que fornece energia para a central
hidroelétrica, através da conversão da energia potencial da água em repouso em
energia cinética da água em movimento. Assim quanto maior for a altura de água a
montante, maior vai ser a capacidade da albufeira para produzir energia.[3]
A água depois de entrar na câmara de entrada segue para o distribuidor.
Após a água passar pelo distribuidor e pela válvula de lança vai para as pás da roda
(figura 1.2), dando origem ao movimento de rotação da mesma por um fenómeno de
ação-reação.
A roda tem ligado ao seu eixo um veio que está ligado acima a um alternador.
Este alternador, tal como um dínamo, através da rotação provocada pelo veio que está
ligado à turbina e passando pelos polos do alternador, produz energia elétrica, que é
distribuída (figura 1.3).
1.3. Esquema (simplificado) do aproveitamento de energia numa barragem
9 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
1.4. Tipos de barragem
1.4. Tipos de barragem com os respetivos materiais na sua constituição e as diferentes vistas
10 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
2. Vantagens e Desvantagens
A energia hídrica é uma energia renovável. Como tal, são muitas as suas
vantagens para o meio ambiente comparativamente às energias não renováveis, pois
esta não utiliza nenhum tipo de combustível, mas apenas a força de grandes volumes
de água, um recurso natural renovável. No entanto, esta acarreta também algumas
desvantagens quer a nível social, político e ambiental. Tais vantagens e desvantagens
são possíveis observar na tabela a seguir (tabela 2.1):
Vantagens Desvantagens
● Energia renovável - pouca poluição
● Irrigação dos campos
● Baixo custo de manutenção
● Redução da dependência externa das importações de
combustíveis
● Elevado rendimento
● Armazenamento de energia potencial
● Níveis de disponibilidade e fiabilidade muito elevados
● Captação de água para abastecimento urbano
● Fins lúdicos/comercias/turísticos
Criação de milhares de empregos durante a sua sua
construção
● Alterações nos ecossistemas
● Dispendiosa construção das barragens face às
centrais térmicas
● Perda de território e alteração das paisagens
● Em zonas tropicais, pode existir libertação de
metano
● Acumulação de sedimentos
● Necessidade de recolocação das pessoas que
viviam nas zonas inundadas
● Alvo fácil de terrorismo
● Necessidade de uma grande quantidade de água
2.1. Tabela de vantagens e desvantagens da Energia Hídrica
11 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
2.1. Vantagens:
A energia hídrica utiliza como fonte de energia a água, não sendo necessária a
combustão de combustíveis fósseis. A nível ambiental, por ser uma energia limpa, não
se verifica a emissão de gases poluentes que contribuem para o efeito de estufa e
aquecimento global.
Em termos económicos a energia hídrica reduz em muito a dependência face à
importação dos combustíveis que satisfazem as necessidades energéticas totais do
nosso país. Por sua vez, as barragens, nas quais se produz a energia elétrica, como
são na sua maioria automáticas apresentam custos operacionais e de manutenção
relativamente baixos.
É uma energia que regista altos níveis de rendimento e de fiabilidade pois a
central está apenas dependente da quantidade de chuva para garantir o nível do
reservatório. As centrais hidroelétricas têm, geralmente, uma vida longa, podendo estar
em funcionamento durante muitos anos.
A nível social, as barragens, que encontramos nestas centrais, facilitam a
captação de água para abastecimento urbano ou para fins como a agricultura e a
indústria. Estas permitem também a regularização dos caudais desempenhando um
papel importante na prevenção de cheias e também no combate a incêndios florestais
por possuírem grandes massas de água acumuladas.[4]
2.2. Desvantagens:
Contudo, a utilização dos recursos hídricos traz também diversas desvantagens
como o elevadíssimo investimento inicial e a necessidade de grandes quantidades de
água para um bom funcionamento.
Uma das principais desvantagens desta energia é a alteração de ecossistemas e
perda de território.
Com a construção de centrais hidroelétricas, extensas áreas agrícolas, pântanos
e pradarias ficam submersas ou em risco de serem inundadas, exigindo a recolocação
das pessoas que viviam nessa zona, como exemplo disso em Portugal foi a antiga
aldeia da Luz submergida pelas águas da barragem de Alqueva (figura 2.2).
12 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
2.2. Barragem de Alqueva, central hidroelétrica
português responsável por grandes impactos
negativos a nível ambiental e social
Apesar do crescente desenvolvimento de novos modelos de turbinas e centrais
elétricas que não prejudicam tanto o ecossistema aquático, este é, contudo, o mais
afetado.
A saída de água de uma turbina, claramente a uma temperatura superior à
inicial, gera alterações na vida aquática, o que pode originar na migração ou até
extinção de algumas espécies de peixes.
Além de alterações na fauna e na flora dos rios, há também grande perturbação
no transporte de sedimentos que depositam a montante da barragem que leva a
problemas como a diminuição da quantidade de água do reservatório. Também a
erosão dos solos, por parte de sedimentos presentes na água que sai das turbinas, é
uma grande desvantagem que afeta a vegetação local.
A construção de centrais hidrelétricas em zonas tropicais provoca a consequente
libertação de metano, gás prejudicial ao efeito de estufa, que resulta da submersão das
plantas que passam a encontrar-se num ambiente anaeróbico. [4]
Contudo, é importante referir que o recente avanço tecnológico e científico
permitiu o desenvolvimento de dispositivos para a passagem de peixes, a criação de
caudais ecológicos, que mantem o habitat natural do rio, e de medidas que permitem o
controlo da qualidade do ambiente em geral e da água em particular.
O facto de as instalações conterem abundantes quantidades de água e devido a
má construção ou terrorismo, as centrais podem originar catastróficas consequências
para o que se localiza a vazante da barragem.
13 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
3. Processos semelhantes - outras energias
renováveis
Nesta parte do relatório abrangemos uma comparação entre três energias
renováveis, hídrica, eólica e solar e uma não renovável, nuclear, de modo a determinar
a rentabilidade de criação de centrais hidroelétricas (tabela 3.1).
Energia Hídrica vs. Outras Energias
3.1 – Tabela de comparação entre energias
*quantidade impossível de estimar devido à quantidade de painéis fotovoltaicos presentes em habitações
Em primeiro lugar, a energia Eólica é aproveitada por meio de turbinas elétricas
que usam a força do vento para gerar eletricidade. Por meio de pás, convertem a
energia cinética do vento em energia mecânica, que por sua vez, é usada para oscilar
um íman dentro duma bobina, gerando eletricidade. Este é um meio muito recorrido
nos dias atuais pelo seu "baixo" custo de fabrico que gera lucro em relativamente
pouco tempo. Contudo a longo prazo este método não mostra ser tão proveitoso
Energia
Hídrica
[5] Eólica
[6] Nuclear
[7] Solar[8]
Capacidade Produtiva Mundial (MW) 1310000 237669 287442 150000
Capacidade Produtiva Portuguesa (MW) 1769 4083 0 277,9
Estruturas de Produção em Funcionamento
1513 225000 435 *
Capacidade Produtiva Média por Estrutura
(MW) 200 3 375
0,25W/célula de silício de 6 cm de
diâmetro
14 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
quanto o abordado neste relatório, o qual consegue produzir maiores quantidades de
energia, apesar de exigir um maior investimento.
A energia solar é aproveitada através de painéis fotovoltaicos. Estes fazem a
conversão direta da luz solar para eletricidade. Os painéis fotovoltaicos são compostos
por células fotovoltaicas, que captam a luz solar por fotões, as mesmas que por sua
vez vão libertar eletrões gerando uma corrente elétrica entre duas camadas
com cargas opostas. No entanto esta é uma energia um pouco limitada em termos de
recursos uma vez que, em dias de chuva ou com baixa incidência de sol diminui a
geração de energia e no período da noite esta não ocorre, ao passo que a energia
hídrica não apresenta dependências a esse nível.
Quanto à energia nuclear, esta caracteriza-se pelo disparo a alta velocidade de
neutrões contra um material radioativo, que ao colidirem geram quantidades elevadas
de calor, e o mesmo, por sua vez, é utilizado para gerar eletricidade. Este é um
processo que consegue gerar rentavelmente grandes quantidades de energia utilizando
uma pequena quantidade de reagentes. O senão desta energia é a escassez dos
materiais para a reação e o perigo que representam os excedentes radioactivamente
contaminados. Em contraste, o recurso a meios hídricos na produção elétrica não
apresenta riscos para a humanidade e os reagentes não se esgotam.
Quando é levada a avaliação, comparando outros métodos de produção, a
geração de eletricidade pelo uso da força potencial gravítica da água, mostra ser uma
fonte extremamente lucrativa, com capacidades de produção por estrutura superior a
outras energias renováveis e, embora não chegue aos níveis da produção duma central
nuclear, prova que futuros investimentos nesta área serão frutíferos.
15 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
4. Dados Estatísticos
Com a evolução da indústria, maior é a necessidade de recorrer à energia e,
estando as (até agora principais) fontes de energia como o petróleo, o carvão e o gás
natural a tornar-se escassas, há a necessidade de recorrer a fontes mais limpas (não
poluentes) e renováveis.
Atualmente, em Portugal, embora seja obtida energia das mais variadas fontes
de energia renováveis, é possível verificar que maior parte dessa energia é produzida
pelas centrais hidroelétricas nacionais.
Dados disponibilizados pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG)
mostram que entre Agosto de 2013 e Julho de 2014, na produção de energia a partir de
fontes renováveis, a energia hídrica é aquela que foi produzida em maior quantidade
comparativamente com as outras, constituindo cerca de 49% da energia produzida
através de fontes renováveis (gráfico 4.1). [9]
4.1. Gráfico comparativo das produções de cada energia renovável em Portugal entre Agosto de 2013 e Julho de 2014 (DGEG)
16 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
A DGEG clarifica ainda que até Julho de 2014 houve um crescimento de 8% na
quantidade de energia produzida (a partir de fontes renováveis) comparativamente com
o ano de 2013.
Relativamente à distribuição da produção de energias renováveis pelo país, é de
notar que mais de 80% ocorre nas regiões Norte e Centro do país e, relativamente à
energia hídrica, 87% é produzida também nas regiões Norte e Centro sendo Bragança
o distrito com maior produção.
Ao longo dos últimos anos, em Portugal, tem-se verificado um processo
evolutivo no que toca ao aproveitamento das diversas formas de energias renováveis,
isto é, a produção deste tipo de energias tem aumentado (gráfico 4.2).[9]
4.2. Gráfico da evolução da produção de energias renováveis nos últimos anos (DGEG)
Nota: No gráfico 4.2 as fortes quebras na produção de energia hídrica nos anos
de 2005 e 2012 devem-se às secas ocorridas nos respetivos anos.
17 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
A Direção Geral de Energia e Geologia, numa comparação entre os níveis de
produção de energias renováveis de Portugal e dos países da União Europeia (através
de dados obtidos no ano 2012) coloca Portugal em 4º lugar dos países com maior
produção, sendo apenas ultrapassado pela Suécia, Áustria e Dinamarca (num ano em
que se verificou uma grande quebra na produção de energia hídrica) – figura 4.3.[9]
4.3. Gráfico comparativo dos níveis de produção dos vários países da UE (DGEG)
18 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Seguem-se alguns outros gráficos que mostram a maior utilização da energia
hídrica ao longo dos anos:
4.4. Produção de Energia Hídrica por ano em milhares de milhões KWH (Index Mundi)
O gráfico 4.4. demonstra o rápido aumento da produção de energia hidroelétrica
ao longo dos anos, que num período relativamente curto de tempo aumentou quase
100%.
4.5. Taxa de crescimento anual da produção de Energia hídrica. (Index Mundi)
No gráfico 4.5. obtemos o aumento percentual da utilização de energia hídrica a
nível mundial. Podemos comprovar que embora tenha havido uma ligeira quebra na
produção, esta ronda o crescimento anual de 2%.
19 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
5. Futuro da produção de energia hídrica:
5.1. Programa Nacional de barragens
O PNBEPH, Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial
Hidroelétrico, é um programa aprovado em 2007 e que surge com o objetivo de
promover o aproveitamento das potencialidades e qualidades de Portugal. Já muitas
barragens foram construídas ao longo dos últimos anos, mas mesmo assim, cerca de
metade do potencial hídrico do nosso país permanece desaproveitado.
O Projeto planeia construir 8 barragens, sendo que apenas 2 delas vão ser
exploradas pela EDP. As restantes serão por grupos Espanhóis.
A EDP tem atualmente 36 barragens no seu parque hídrico.[10]
5.2. Alguns dados relevantes relativos à energia hídrica:
● Em Portugal, aproximadamente 30% da eletricidade consumida tem origem
hídrica.
● A primeira barragem Portuguesa a entrar em funcionamento, foi a de Biel em
Vila Real em 1894.
● A energia hídrica é a segunda energia mais utilizada em todo o mundo.
● Nas barragens mais recentes existem elevadores que ajudam os peixes a
completar as suas migrações.
● A maior barragem de Portugal é a do Alqueva.
● A maior barragem do mundo fica na China no rio Yangtzé e é central
hidroelétrica mais produtiva do mundo.
● Portugal tem 157 barragens.
● No rio Douro existem 15 barragens.[11]
20 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Na construção de uma central hidroelétrica há inúmeros riscos que os
engenheiros têm de ter em conta. Por todo o mundo existem casos de barragens
fracassadas em que a estrutura da central cedeu dando origem a grandes desastres.
Um exemplo é a barragem de Danqiao na prefeitura de Zhumadian, na província
de Henan, na China. O colapso da barragem, resultado das fortes tempestades
causadas pelo tufão Nina em 1975, levou a um dos maiores desastres naturais da
história, causando a morte de cerca de 200.000 pessoas.[12] Outro exemplo mais
recente é o da barragem de Camará, no estado da Paraíba, no Brasil. Na noite de 17
de junho de 2004, a barragem rompeu após uma falha de construção, constituindo um
desastre de enorme dimensão.[13]
21 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Conclusão
As barragens constituem uma forma de energia renovável não poluente. Apesar
de alguns seus impactos serem nefastos a nível ambiental, a sua não dependência nos
combustíveis fósseis têm-na tornado numa fonte de energia preferencial por diversos
países do mundo.
Este trabalho constitui um estudo acerca da utilização dos centrais hidroelétricas
como fonte de energia. Ao estudar a estrutura de uma barragem, os seus vários
componentes (como por exemplo, os diferentes tipos de turbina que existem) e o
processo de transformação da energia potencial em energia elétrica, foi possível
aprofundar o conhecimento acerca destas centrais.
Adicionalmente, através do estudo da utilização dos recursos hídricos nos
diversos países do mundo, concluiu-se que esta forma de energia renovável tem vindo
a tornar-se numa enorme aposta por parte de vários países desenvolvidos, incluindo
Portugal.
Em conclusão, embora os custos associados (tanto económicos como
ambientais) à construção de barragens sejam elevados, esta forma de energia
renovável tem sido uma aposta de vários países. Em relação a Portugal, o crescimento
do país nesta área coloca esta forma de aproveitamento energético num plano a seguir
para a obtenção de um Portugal mais limpo e ecológico.
22 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
Bibliografia
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23 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - MIEM
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http://www.pordata.pt/Portugal/Producao+de+energia+electrica+total+e+a+partir+de+fontes
+renovaveis-1127
16. Contribuição das energias renováveis para o balanço energético ®, Pordata,
acedido a 4 de Outubro, 2014
http://www.pordata.pt/Portugal/Contribuicao+das+energias+renovaveis+para+o+balanco+en
ergetico+(R)-1128