Download - Novas Cartografias - Simpósio
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CAMPO AUDARQUITETURA URBANISMO DESIGN RIO DE JANEIRO, BRASIL
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Prefeitura da Cidade do Rio de JaneiroGabinete do PrefeitoSubsecretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design
CONCURSO DE SELEÇÃO Nº 001/11PRÓ–DESIGN
O simpósio Cartografias Críticas propõe debater o
tema do mapeamento como instrumento criativo de
reconhecimento, reflexão e ação sobre o território
urbano a partir de enfoques transdisciplinares. Propõe-
se trazer palestrantes nacionais e internacionais, com
notável experiência nos campos do design e tecnologia
da informação e da interação. Estes serão convidados a
discutir suas idéias com profissionais comprometidos com
o debate atual sobre cidades nos campos da arquitetura,
urbanismo, sociologia, artes visuais e jornalismo. O foco
do simpósio é refletir sobre as relações entre experiência
urbana, design e novas tecnologias a fim de oferecer as
bases para um debate amplo sobre as transformações
pelas quais passa o Rio de Janeiro.
CARTOGRAFIASCRÍTICASREFLEXÕES SOBREO MAPEAR
D SIMPÓSIO
RESUMO DO PROJETO
TÍTULO
CATEGORIA
CAMPO AUD
ÍNDICE
1. SINOPSE
1.1. Cartografia X Mapear
1.2. Mapeamento X Contemporaneidade
1.3. Curadoria X Reação
1.4. Simpósio em Três Temas
1.5. Produtos X Resultados Esperados
1.5.1. Documentação e Divulgação
2. JUSTIFICATIVA
2.1. Rio de Janeiro Aberto a Mudanças
2.2. Novo Posicionamento Global e Local do Rio de Janeiro
2.3. Cartografias Críticas em Três Temas
2.3.1. TEMA 1 – Mapeamento e Política
2.3.2. TEMA 2 –Mapeamento e Sujeito
2.3.3. TEMA 3 – Mapeamento e Ação
2.4. Por uma Cartografia Carioca
3. BIBLIOGRAFIA DA JUSTIFICATIVA
4. CRONOGRAMA
5. ORÇAMENTO DETALHADO
6. CURRÍCULOS
Gabriel Duarte (Arquiteto / Coordenador)
Vitorio Benedetti (Designer de Interação / Coordenador)
Bruno Carvalho (Palestrante / Panelista)
Farès El-Dahdah (Palestrante / Panelista)
Felipe Correa (Palestrante / Panelista)
Lize Mogel (Palestrante / Panelista)
Neil Brenner (Palestrante / Panelista)
Stephen Graham (Palestrante / Panelista)
Ricardo Kawamoto (Arquiteto)
Renata Bertol (Arquiteta)
Juliana Sicuro (Arquiteta)
Cauê Capillé (Arquiteto)
7. PLANO DE CONTRAPARTIDA
7.1. Acesso ao Simpósio
7.2. Documentação, Publicação e Divulgação
8. TERMO DE COMPROMISSO DA CONTRAPARTIDA
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1.1. Cartografia X Mapear
“Estou menos preocupado com o que mapeamento significa do
que com o que realmente faz.”
James Corner (The Agency of Mapping: Speculation, Critique
and Invention. in Denis Corsgrove (ed.). Mappings. Londres:
Reaktion Books, 1999)
A cartografia é tida usualmente como meio de
representação da realidade urbana, instrumento de
orientação e compreensão da estrutura espacial de um
determinado território, seja ele urbano ou natural. As
informações trazidas pelos mapas tradicionais dizem
respeito a uma estrutura física (topografia, rios, rodovias,
edifícios) elementos que são representados de forma
estanque, de acordo com um determinado momento
histórico. Porém, o mapeamento pode ser instrumento
para compreensão e manipulação de dados abstratos,
forças que atuam sobre o território e o caracterizam assim
como seus elementos físicos.
1.2. Mapeamento X Contemporaneidade
Pensar a cartografia hoje também requer um raciocínio
temporal que permita a atualização de dados, tendo em
vista a rapidez com que a realidade urbana se transforma
hoje. Ao invés de um mapa carregar informações
estanques, pode registrar movimentos e tendências,
sendo assim um instrumento de se pensar a cidade de
forma temporal, influindo no próprio planejamento urbano.
1.3. Curadoria X Reação
Muitos profissionais trabalham hoje com um entendimento
mais abrangente e participativo sobre o mapeamento,
onde a subjetividade, a não-neutralidade e ação no
tempo presente aparecem como linhas condutoras de
uma nova cartografia. São profissionais de diversos
países (Brasil, Estados Unidos, Alemanha...) cujo trabalho
participa de uma reflexão ampla acerca do mapeamento
como instrumento crítico.
Alguns se inserem no campo de pesquisa de
desenvolvimento de plataformas de interação e novas
tecnologias. Outros se inserem na discussão com a
produção de mapas gráficos de teor político. Outros
ainda, discutem as questões da percepção da cidade de
forma artística. Já os urbanistas e teóricos da sociologia
1. SINOPSE
Projeção Mercator
A PROJEÇÃO DE MERCATOR, DESENVOLVIDA NO SÉCULO XVI, APRESENTA UMA
REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE DO PLANETA DE FORMA QUE A ESCALA LINEAR
SEJA CONSTANTE EM TODAS AS DIREÇÕES EM TORNO DE QUALQUER PONTO,
PRESERVANDO, ASSIM, OS ÂNGULOS E FORMAS DE OBJETOS PEQUENOS. FOI
AMPLAMENTE UTILIZADA COMO REPRESENTAÇÃO OFICIAL DO MUNDO APESAR
DE DISTORCER BASTANTE AS FORMAS E ÁREAS DOS GRANDES OBJETOS (COMO
CONTINENTES, POR EXEMPLO) QUE SE AFASTAM DO EQUADOR. UMA DAS
DISTORÇÕES MAIS CONHECIDAS É A QUE ACONTECE ENTRE A GROELÂNDIA E A
ÁFRICA: NA PROJEÇÃO DE MERCATOR ESSAS DUAS PORÇÕES APARECEM COM A
MESMA ÁREA, APESAR DA PRIMEIRA SER, NA REALIDADE, 14 VEZES MENOR QUE A
SEGUNDA.
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podem tirar partido dessa produção critica de designers
e artistas para acrescentar os questionamentos acerca
da cidade e servir de base para a ação no território
urbano. Tendo em vista essa abordagem contemporânea,
o seminário proposto tem o objetivo de trazer ao Rio de
Janeiro diversos olhares sobre o mapeamento.
1.4. Simpósio em Três Temas
O simpósio foi organizado em três grandes temas de
modo que cada participante – com suas abordagens
específicas – possa contribuir para um debate plural,
mas com objetivos comuns. Esses temas refletem três
grandes campos do debate e práticas contemporâneas
sobre o mapeamento. O tema “Mapeamento e Política”
debate sobre o teor social da cartografia, abrangendo
uma noção mais crítica e teórica sobre o mapeamento,
entendido como representação e ação sociais. O
tema “Mapeamento e Sujeito” foca nas interfaces
com o usuário e suas subjetividades, as tecnologias
e o design para mapear sobre/para os usuários. Por
fim, o tema “Mapeamento e Ação” procura debater as
múltiplas práticas da cartografia na vida das pessoas,
principalmente no âmbito do planejamento urbano.
Além disso, o Rio de Janeiro é pano de fundo em todos
os três temas, seja por conta da participação direta de
representantes da cidade nos debates, seja por conta dos
próprios conteúdos dos temas versarem sobre questões
expressamente cariocas.
1.5. Produtos X Resultados Esperados
Para além dos resultados a serem expostos durante o
simpósio, o legado a ser deixado pelo projeto tem em
vista um horizonte mais amplo. A ênfase a ser dada na
interdisciplinaridade tem como objetivo lançar as bases
para o desenvolvimento de uma rede de debate e
produção de mapeamento e monitoramento participativo
no Rio de Janeiro, assim como em outras cidades. Ao ver
o desenho de uma rede colaborativa como resultado de
igual importância ao do momento do simpósio, entende-
se que a continuação desse debate é parte integrante do
projeto.
Projeção Gall Peters
Apelidada de “um mapa mais solidário”, essa projeção apresenta a
planificação do globo terrestre conservando as áreas originais dos
continentes, em detrimento de suas formas, que aparecem alongadas.
Desenvolvida em 1973, essa projeção recebeu esse apelido por enfatizar
a grandeza das áreas do planeta mais necessitadas: através dela
percebemos que o terceiro mundo representa uma área muito maior
do planeta, em relação ao primeiro mundo. Por conta dessa projeção
cartográfica e os debates gerados em torno dela, a Projeção de
Mercator foi considerada inadequada para representação oficial do
mundo.
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1.5.1. Documentação e Divulgação
Dessa forma, através de uma documentação extensiva e
intensiva de todo o simpósio, pretende-se que, mesmo
após o término do evento, todo o material coletado
seja disponibilizado publicamente em formato digital.
O website do projeto será um dos mais importantes
mediadores neste processo: funcionará como a
plataforna na qual essa rede será construída. Lá serão
disponibilizados constantemente todos os conteúdos
produzidos ao longo do projeto, incluindo vídeos das
palestras e/ou debates públicos, imagens, aplicativos
web, etc.
O objetivo final do projeto é o de chamar a atenção da
população para a importância da sua participação no
processo de transformação e representação do Rio de
Janeiro. Isto se dará pela exibição dos meios pelos quais
esta participação pode ser feita, através de ferramentas
digitais de mapeamento e coleta de dados, que serão
expostos pelos participantes do simpósio. De forma
crítica, o projeto deseja expor as práticas de design que
fazem parte destes processos e abrir a discussão sobre
seus impactos sociais, políticos e culturais nas cidades em
geral e, em especial, no Rio de Janeiro.
Mapa Dymaxion de Buckminster Fuller
Esse mapa, apresentado em 1946 e posteriormente revisado em 1954, parte
da projeção do mundo em um icosaedro (quase) regular. A partir dessa
projeção, o icosaedro-mundo pode ser planificado – ou “aberto” – de
diversas formas, permitindo diversas possibilidades de representação
do planeta. Dessa forma, a planificação conserva grande fidelidade nas
áreas e formas do mundo que apresenta.
Mapa Japão de Waltercio Caldas
Como descreve James Corner, esse mapa apresenta uma
versão imaginativa de um território desconhecido, “uma
cartografia elusiva” que, se por um lado é “aberta e
indeterminada (...) evasiva e autônoma”, por outro representa
o “poder aprisionador da moldura”. Esse mapa evidencia as
múltiplas possibilidades de compreensão e representação
de territórios, através de uma cartografia sensível à
subjetividade de quem a produz.
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2.1. Rio de Janeiro Aberto a Mudanças
O Rio de Janeiro está diante de um futuro incerto com
diversas possibilidades de transformação urbana. É um
momento de oportunidade para que o debate sobre a
cidade possa se enriquecer do olhar reflexivo dessas
cartografias contemporâneas.
Uma vez que está acontecendo um processo de
democratização da cidade, podemos ampliar os espaços
de debate em um seminário que procura trazer uma
abordagem multidisciplinar da cartografia contemporânea
para que possa enriquecer os questionamentos acerca da
cidade do Rio de Janeiro.
2.2. Novo Posicionamento Global e Local do Rio de
Janeiro
Consideramos o momento atual do Rio de Janeiro como
extremamente estimulante: a cidade está prestes a passar
por transformações de grande porte, as quais enfatizarão
a posição da Cidade Maravilhosa como Cidade Global.
Essa nova posição geográfica não é só turística. O Rio
agora será referência cultural, política, econômica, social
para o mundo inteiro.
Com a perspectiva da ocorrência de grandes
transformações urbanas nos próximos anos em função
dos eventos Rio+20, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos
torna-se imprescindível promover a reflexão da população
que vive a cidade sobre do espaço em que habita. É
notável que o “reposicionamento global” pelo qual o Rio
de Janeiro está passando acontece simultaneamente
com mudanças internas de sua geografia política, social e
econômica. Enquanto o Rio se abre ao mundo, o mesmo
não parece estar acontecendo em si mesmo.
Dessa forma, é importante que os debates internacionais
sobre novas cartografias aconteçam na nossa cidade:
cidades como Roma, Nova Iorque, Londres, Paris,
Barcelona já têm projetos que estudam e debatem a
cartografia contemporânea há algum tempo. O Rio de
Janeiro precisa participar e se apropriar desse debate,
a fim de que essas novas cartografias contribuam para o
desenvolvimento da cidade.
Em resumo, podemos dizer que a partir desse cenário
de profundas mudanças na cidade – tanto em suas
dimensões físicas quanto sócio-econômicas – e que têm
origem não só nos grandes eventos que serão sediados
2. JUSTIFICATIVA
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aqui, mas também em políticas de segurança pública e
desenvolvimento, surge a oportunidade (e necessidade)
de ampliarmos o debate sobre a cidade, enriquecendo o
olhar sobre essas cartografias contemporâneas.
2.3. Cartografias Críticas em Três Temas
Uma série de profissionais trabalha atualmente com o
mapeamento como prática crítica sobre a realidade: são
artistas, urbanistas, arquitetos, designers, geógrafos,
sociólogos que procuram refletir sobre como representar
e operar nas cidades contemporâneas.
Organizamos esses profissionais e suas áreas
de experiência em três grandes temas – que
apresentaremos em mais detalhe a seguir – com a
finalidade de explorar essas Cartografias Críticas de forma
sistemática e direcionada.
2.3.1. TEMA 1 – Mapeamento e Política
Qualquer base cartográfica é um posicionamento político
na medida em que recorta e hierarquiza informações
diversas. A partir dessa idéia, pode-se dizer que é em
si um instrumento de poder, que define a percepção de
muitos e estabelece certas verdades. Nessa mesa estarão
reunidos profissionais que lidam com a questão política
do mapeamento propondo alternativas, outras formas
de pensar visualmente os territórios para que se chegue
a outras formas de organização político-sociais. Esse
entendimento é uma reação à unilateralidade e a uma
suposta neutralidade da cartografia convencional.
“Mapas apresentam apenas uma versão da
superfície da terra...”
“Como representações mensuráveis habilmente
produzidas, tais mapas são convencionalmente
tomados como sendo estáveis, precisos,
indiscutíveis, espelhos da realidade, fornecendo
a base lógica para a decisões futuras, bem
como os meios para projetar um plano que
posteriormente voltará para o chão. Supõe-se
geralmente que, se a pesquisa é quantitativa,
objetiva e racional, também é verídica e
neutra, ajudando, assim, a legitimar decisões e
promulgar planos futuros.”
James Corner (The Agency of Mapping:
Speculation, Critique and Invention. in Denis
Corsgrove (ed.). Mappings. Londres: Reaktion
Books, 1999)
Plano Diretor do Rio de Janeiro
PMRJ Coordenadoria de macroplanejmento
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Bruno Carvalho (Rio de Janeiro, Brasil / Priceton, EUA)
Professor de estudos luso-brasileiros no departamento
de Culturas e Línguas Espanhola e Portuguesa da
Universidade de Princeton. O foco de sua pesquisa se
insere na interseção entre desenvolvimento urbano e
expressão cultural. Entre seus trabalhos recentes estão
“Porous City: Afro-Jewish cultural spaces of Rio de
Janeiro” e “The Future Revisited: Cities of Tomorrow in
Retrospect”.
Stephen Graham (Newcastle, Reino Unido)
Pesquisador em cidades e vida urbana com experiência
em áreas como geografia, planejamento, sociologia
e tecnologia. Professor de Cidade e Sociedade na
Escola de Arquitetura, Planejamento e Paisagem da
Universidade de Newcastle. O foco de sua pesquisa está
nas relações entre cidade, infraestrutura e tecnologia e é
autor da tese Networking Cities: A Comparison of Urban
Telecommunications Initiatives in France and Britain.
Neil Brenner (Boston, EUA)
Professor de Sociologia no departamento de Social
and Cultural Analysis da NYU (New York University). Sua
pesquisa se insere nos temas desenvolvimento urbano,
teoria crítica das cidades, globalização e neoliberalismo.
Co-editou os livros Henri Lefebvre, State, Space, World;
The Global Cities Reader; Spaces of Neoliberalism: Urban
Restructuring in Western Europe and North America; entre
outros.
Roberto Anderson Magalhães (Rio de Janeiro, Brasil)
É arquiteto do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
do Estado do Rio de Janeiro e consultor para projetos de
urbanismo. Tem experiência principalmente nos seguintes
temas: história urbana do Rio de Janeiro, requalificação
de áreas centrais, projetos urbanos e desenvolvimento
urbano sustentável. É autor do blog VoluntáRIOs, no qual
debate questões da cidade do Rio de Janeiro.
Lize Mogel (Nova York, EUA)
Artista interdisciplinar cujo trabalho se inscreve na
interseção entre arte, geografia e design. Propõem um
novo entendimento de questões políticas e sociais a partir
do mapeamento. Foi responsável junto com Alexis Bhagat
pela exposição temporária “An Atlas” e pelo livro “An
Atlas of Radical Cartography”. A Cartografia Radical é uma
prática que usa mapas e o mapeamento para promover
mudanças sociais, as imagens abaixo são exemplos de
mapas produzidos pela artista.
Mappa Mundi
Trabalho de Lize Mogel no qual propõe outras distorções ao mapa
mundial.
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2.3.2. TEMA 2 – Mapeamento e Sujeito
Como a cartografia pode assimilar uma dimensão mais humana?
Como lidar com dados sensitivos gerados pela experiência individual
nas cidades? Nesse sentido, designers e artistas vem desenvolvendo
registros da experiência urbana de diversas formas (seja em “mapas
emotivos”, em vídeos, registros de áudio, etc). Por outro lado, outros
profissionais lidam com a interação do sujeito com plataformas
digitais e objetos, a partir da perspectiva do usuário da tecnologia.
Nessa mesa estarão reunidos profissionais que trabalham a partir do
sujeito. Procuram compreender e atuar na interação das pessoas com
plataformas digitais, objetos, imagens e com a própria cidade, uma
vez que a tecnologia está cada vez mais atrelada à vida cotidiana nas
cidades contemporâneas.
Ben Cerveny (São Franscisco, EUA)
Trabalhou durante 20 anos com design e interação,
desenvolvendo protótipos conceituais e estratégias no
contexto de aplicativos de mídia, sistemas operacionais,
serviços de internet e jogos coletivos. Recentemente,
foi estrategista e consultor da Stamen Design, um
estúdio que trabalha de forma avançada com design de
visualização.
Atualmente é presidente da Bloom, no qual cria novas
formas de visualizar a informação e de interação com
plataformas digitas. Propõe um novo tipo de descoberta
de experiência visual, que permite explorar e associar
informações visuais pessoal de diferentes serviços como
Facebook, Twitter, Instagram e iTunes. A visualização
de dados pode se tornar uma interface, na qual
você manipula dados em tempo real e não mais um
produto final que tem a função de ordenar ou transmitir
informação.
Christian Nold (Londres, Reino Unido)
Artista, designer e educador, trabalha com cartografia
participativa e com o registro de dados emocionais,
tratando da experiência urbana – relação do indivíduo
com a cidade – e da interação do indivíduo com a
tecnologia. Desenvolveu a pesquisa Bio Mapping que,
desde 2004, vem envolvendo milhares de pessoas em
dezesseis países. Esse estudo deu origem ao livro Fizz
Ben Cerveny. Plug-in para visualização de redes sociais.
Cartagram
Ben Cerveny. Indexa as fotos de contas do Instagram em um mapa.
Planetary
Ben Cerveny. Tocador de música virtual para iPad. É
organizado por constelações, onde artistas são estrelas,
os álbuns são planetas e as músicas são as luas.
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Emotional Cartography: Technologies of the Self, editado
por Christian Nold, que trata da visualização de dados
emotivos através da tecnologia e suas implicações. A
pesquisa Bio Mapping utiliza duas tecnologias: um sensor
baseado no detector de mentiras e um GPS (Global
Positioning System).
O contato de um aparelho que associa as duas
tecnologias com o corpo de um indivíduo registra
simultaneamente suas emoções e seu posicionamento
geográfico. Com isso é possível captar o grau de
excitação psicológica de uma pessoa em um determinado
momento. Esses dados podem ser visualizados em um
software base, como o Google Earth.
Janet Cardiff (Toronto, Canadá / Berlim, Alemanha)
Artista contemporânea canadense cuja obra – em
parceria com Bures Miller – é composta de trabalhos, em
sua maioria instalações espaciais, que utilizam, muitas
vezes, áudio e vídeo. Sua obra conta com uma série de
trabalhos denominada Walks que lida com a experiência
urbana e a tecnologia. Janet vive e trabalha hoje entre
Berlim, Alemanha e Grindrod, Canadá.
Em Walks, a artista trata da temporalidade e a
subjetividade da experiência da cidade. O trabalho se
inicia com a entrega de um tocador de cd – Sound Walks
– ou uma câmera de vídeo com fones de áudio – Video
Walks – a uma pessoa, com orientação para dar play. A
pessoa escuta, então, direções para um percurso,
San Francisco Emotional Map
Christian Nold.
APARELHO QUE COMBINA GPS E SENSOR, UTILIZADO PARA O
MAPEAMENTO GEOREFERENCIADO DE EMOÇÕES.
ViSUALIZAÇÃO DE TODOS OS TRAJETOS MAPEADOS SOBREPOSTOS NO MESMO
MAPA DE UMA REGIÃO DE LONDRES
ViSUALIZAÇÃO TÍPICA DO BIO MAPPING NO GOOGLE EARTH,
A ALTURA DO “RASTRO” INDICA A INTENSIDADE DO ESTADO
PSICOLÓGICO NAQUELE PONTO.
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dadas pela voz da artista (ou pelo vídeo) junto a um
som de fundo – ruídos da cidade como passos, som de
trânsito, canto de pássaros, entre outros, que tem como
característica comum terem sido gravados naquele
mesmo lugar em outros momentos. A voz ou vídeo-guia,
além de dar direções, contém elementos narrativos e
pensamentos da artista com o objetivo de sobrepor
experiências, criando um outro mundo virtual que
envolve o participante. A tecnologia de áudio e vídeo é
extremamente sofisticada a fim de provocar a sensação
de que os eventos passados estão ocorrendo naquele
exato momento.
André Parente (Rio de Janeiro, Brasil)
Artista e pesquisador do cinema e das novas mídias
digitais. É Doutor em Cinema pela Universidade de
Paris VIII e hoje é professor da Escola de Comunicação
da UFRJ, onde fundou o grupo de pesquisa N-Imagem
(Núcleo de Tecnologia da Imagem). Grande parte de seu
trabalho artístico lida com a interação indivíduo, imagem e
tecnologia em instalações espaciais.
O trabalho “Circuladô” trata de uma vídeo-instalação
interativa feita a partir de imagens de arquivo. O
espectador se coloca diante de um totem sobre o qual há
um controlador de multimídia, construído especialmente
sob a forma de um disco para ser girado no sentido
horário ou anti-horário. Ao fazê-lo, o espectador faz a
imagem se mover. Ele pode controlar a velocidade do
Giro.
“Figuras na paisagem” é uma instalação interativa no qual
o espectador utiliza um dispositivo imersivo que simula
um binóculo, chamado Visorama, por meio do qual ele
interage com ambientes virtuais e híbridos formado por
fotografias panorâmicas contendo vídeos e sons.
Forest Walk
Janet Cardiff. Percurso com áudio.
Her Long Black Hair
Janet Cardiff. Percurso com áudio e fotos.
The Telephone Call
Janet Cardiff. Percurso com áudio e vídeo.
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Cristóvão Duarte (Rio de Janeiro, Brasil)
Professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo)
e do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo ambos
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente
escreve sobre questões urbanas e a cidade do rio de
Janeiro no blog “Mundo Urbano: textos sobre a cidade
contemporânea”.
2.3.3. TEMA 3 – Mapeamento e Ação
Como a visualização de dados e as formas alternativas
de mapeamento podem contribuir para o planejamento
das cidades? O que a visão crítica que o mapeamento
contemporâneo sugere, com uma abordagem política e
participativa, tem a acrescentar no pensamento sobre a
cidade do Rio de Janeiro hoje?
“Estas técnicas permanecem em grande medida inquestionadas,
dispositivos de inventário convencional, análise quantitativa
e legitimação de planos futuros. Questões de seletividade,
esquematização e síntese permanecem geralmente orientadas
em torno das mesmas convenções utilizadas há cem anos atrás.”
James Corner (The Agency of Mapping: Speculation, Critique
and Invention. in Denis Corsgrove (ed.). Mappings. Londres:
Reaktion Books, 1999) - tradução livre
Felipe Correa (Quito, Equador / Nova York, EUA)
Felipe Correa é professor do Departamento de
Planejamento e Design e diretor do Programa de Pós
Graduação em Urbanismo na Harvard Graduate School
of Design. Arquiteto urbanista equatoriano, hoje sediado
em Nova York, tem como foco do seu trabalho recente
modelos de urbanização sul-americanos. Uma de suas
pesquisas gerou a exposição e publicação “Cities X Lines:
A New Lens for the Urbanistic Project.”
Ana Luiza Nobre (Rio de Janeiro, Brasil)
Historiadora e crítica de arquitetura, é professora do curso
de especialização em História da Arte e da Arquitetura
no Brasil e do curso de graduação em Arquitetura, ambos
da PUC-Rio. Autora da tese “Fios cortantes: arquitetura
e design no Brasil dos anos 1950-60” e organizadora de
diversos livros, recentemente produziu o documentário
“Entre Morros e Mares” e escreve frequentemente no
blog Posto12. Ambos abordam a cidade do Rio de Janeiro
como tema principal.
Circulado
André Parente. Instalação interativa.
Figuras na Paisagem
André Parente. Instalação interativa.
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Farès el-Dahdah (Beirute, Líbano / Houston, EUA)
Professor e pesquisador da Rice University School
of Architecture. Tem como foco da sua pesquisa a
arquitetura, urbanismo e paisagismo no Brasil e editou
livros sobre o tema como “Lucio Costa: Brasilia’s
Superquadra” e “Roberto Burle Marx: The Modernity of
Landscape”.
Gilberto Dimenstein (São Paulo, Brasil)
Jornalista, colunista da Folha de São Paulo e da Rádio
CBN. Vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos
tem como foco do seu trabalho jornalístico temas sociais
e tem experiência em projetos educacionais. Integra a
Advanced Leadership Initiative, incubadora de projetos da
Universidade de Harvard. Desenvolve em São Paulo um
laboratório de comunicação comunitária em colaboração
com o Media Lab, do MIT.
Leo Burd (São Paulo, Brasil / Cambridge, EUA)
Pesquisador do MIT Center for Future Civic Media
onde desenvolve um trabalho com novas tecnologias,
associando design e participação como metodologia
para que jovens se tornem participantes ativos de suas
comunidades.
2.4. Por uma Cartografia Carioca
Por fim, entendemos que o simpósio Cartografias Críticas
propõe uma reflexão sobre a qualidade de vida nas
cidades, tomando o Rio de Janeiro como exemplo crítico.
Entretanto, percebemos que esse simpósio tem uma
importância ainda maior, pois pode ser entendido como
um debate sobre a realidade urbana brasileira ou mesmo
internacional, uma vez que considera o Rio em toda a sua
complexidade e pluralidade.
Nesse evento – que continuará através das plataformas
participativas digitais – o mapeamento é entendido
como instrumento criativo de reconhecimento, o qual
permite a relação entre experiência urbana, design,
novas tecnologias e qualidade de vida. Espera-
se, a partir desse cruzamento de ideias que será
representado por profissionais de diversas áreas do
conhecimento e diversas regiões do mundo, contribuir
para a consolidação de uma cartografia mais aberta, que
gerencie e reaja aos anseios das sociedades urbanas
contemporâneas.
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3. BIBLIOGRAFIA DA JUSTIFICATIVA ABRAMS, Janet; HALL, Peter. Else/Where: Mapping New
Cartographies Of Networks And Territories; Elsewhere; Mapping
New Cartographies Of Networks And Territories. Minneapolis:
University Of Minnesota Design Institute, 2006
AMIN, Ash; THRIFT, Nigel. Cities: Reimagining the Urban. Londres:
Polity Press, 2002
AUGÉ, Marc. Por uma Antropologia da Mobilidade. Maceió:
Editora UNESP/ Editora UFAL, 2010
BERENSTEIN-JACQUES, Paola (org). Apologia da Deriva, Escritos
situacionistas sobre a cidade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra,
2003
CALVINO, Ítalo. As Cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das
Letras, 1990
de CERTEAU, Michel. The Practice of Everyday Life. Berkeley:
University of California Press, 1988
CORNER, James. The Agency Of Mapping; Speculation, Critique
And Invention. Págs. 231-252 In COSGROVE, Denis. Mappings.
Londres: Reaktion Books, 1999
DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. São Paulo: Graal, 2006
ERLHOFF, Michael et all; Designing Public - perspectives for the
public. Koln: Birkhauser, 2008
GRAHAM, Stephen; MARVIN, Simon. Splintering Urbanism –
Networked Infrastructures, Technological Mobilities and the Urban
Condition. Londres: Routledge, 2001
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de Presença – O que o
Sentido Não Consegue Transmitir. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio,
2010
KOOLHAS, Rem. Nova York Delirante. São Paulo: Cosac Naify,
2010
LYNCH, Kevin; The image of the city. Cambridge: MIT Press, 1960
McCullough, Malcolm; Digital Ground; architecture, Pervasive
Computing and Environmental Knowing. Cambridge: MIT Press,
2004
OPEN magazine 2006/ no. 11 + 2010 no. 19
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitec, 1996
SANTOS, Milton. O Espaço Dividido. São Paulo: EdUSP, 2004
WEIBEL, Peter (ed.). SurroundingS Surrounded: Essays on Space
and Science. Cambridge: MIT Press, 2001
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Formulado para inserir-se no conceito de participação e
documentação proposto pelo projeto, assim como nos
pré-requisitos mínimo definidos pelo Edital (no. 001/11), o
plano de contrapartida descrito nos itens abaixo busca
maximizar a visibilidade de suas instituições de fomento e
o envolvimento da sociedade em geral:
7. PLANO DE CONTRAPARTIDA
7.2. Documentação, Publicação e Divulgação
Tanto a divulgação como a publicação dos resultados do
simpósio serão feitos, primariamente, através de website
a ser projetado para este fim (previsto no orçamento
desta proposta). Todos os eventos do simpósio serão
filmados e publicados no site para acesso de todo e
qualquer interessado. Previamente ao simpósio, serão
disponibilizados textos de apoio e justificativos que
serão preparados pela equipe do projeto apresentando
e contextualizando o tema, assim como os convidados
confirmados. Além disso, o acontecimento do simpósio
será divulgado amplamente na cidade através de mídia
impressa (cartazes, cartões e folders) e digital (e-mails
informativos, links, redes sociais, etc.).
7.1. Acesso ao Simpósio
O acesso ao simpósio, que deverá ocorrer nas
instalações do Centro Carioca de Design, de toda e
qualquer pessoa será gratuito e público. No entanto,
serão observados os limites legais de visitantes do CCD
definidos pelos órgãos legais competentes. Diante desta
e qualquer outra limitação, será desenvolvido, a partir de
aprovação prévia da Subsecretaria de Patrimônio Cultural,
Intervenção Urbana, Arquitetura e Design, um sistema
de inscrições para garantir a segurança e o conforto
dos participantes. De acordo com a conveniência da
Subsecretaria em questão, serão reservados lugares
para membros de sua equipe ou qualquer outra pessoa
indicada pela instituição.