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Folha do Alto Vale - Rio do Sul - Quarta-feira, 16 de dezembro de 200912

COMPORTAMENTO. Por mais contraditório que pareça há muitas pessoas infelizes com as festas de fim de ano

Uma comemoração quase sem sentido

A tristeza também estáaliada a um balanço mental dasexpectativas criadas para o anoque está terminando. O psicó-logo diz que Natal e final do anosempre foram momentos deretrospectiva, de auto-análise, epor isso é um momento em queesses sentimentos aparecem.“Apesar de ser o momento dechegar as férias, ficar maispróximo da família e descansardo trabalho, pode ser ummomento de lembranças dolo-rosas, feridas ainda não cica-trizadas, de um possível anoruim, de se culpar das coisas queaconteceram, de sofrimentosdos natais anteriores, dos paisque já se foram, dos ex-companheiros, dos filhos lem-brando dos pais que estãoseparados, ou mesmo dos maisvelhos lembrando dos bonstempos que se divertiam muitono natal”.

Se o sentimento é esseo melhor é mudar de

É Natal, o mundo todo seprepara para a maior festa doano. Mas você se sentedeprimido enquanto todos estãoansiosos pela data? Não precisase comparar àquela criaturapitoresca e mesquinha chamadaGrinch que fica totalmentedoente comesse ale-greespírito deNatal e pla-neja roubá-lo(do filme OGrinch). Alémde você mui-tas outras pes-soas se sentem mais frágeisdurante essa época do ano epreferiam dormir no dia 23 eacordar só no dia 26 para nãoencarar a data. O que precisaser avaliado é a proporçãodesse sentimento.

A depressão natalina atingevárias pessoas. Principalmenteporque nessa época todos sãoestimulados a voltar às raízes,

ficar junto da família. Famíliaque com o passar dos anos, nemsempre é a mesma. “Na nossacultura italiana e alemã, natal ésinônimo de família. E digo, defamília reunida, com o nono e anona, opa e a oma, sentados aoredor da mesa e com eles ainda

t e n t a n d oforjar os va-lores quer e s i s t e m .Se formosanalisar asfamílias di-tas moder-nas esse

contexto muda muito”, analisao psicólogo, Cristian Stassun.

Essa mudança acaba porfazer com que as festas de Natale Reveillon se tornem rituaisfrustrantes para algumas pes-soas. “Acompanhamos na clíni-ca, histórias de pessoas quepassam as datas festivas namais pura solidão. Solidão, tantode pessoas que estão sozinhas,

como de pessoas que se sentemsozinhas no meio da multidão eaté mesmo nos encontros defamília, que já se tornaram paramuitos, apenas reunião porconveniência. A família briga oano inteiro, e por que vão seamar no Natal?”, analisa.

O psicólogo explica que sevocê se identifica com essesentimento é importantelembrar que é natural ficartriste durante um período e fazum alerta a quem vive comesse sentimento que acabarefletindo em outros aspectosde sua vida. “Todo ser humanotem momentos de tristeza, fazparte da vida. Não é normal,se existe um desejo de morte,se o indivíduo ficou triste umano inteiro, ou deixou de fazeras atividades que fazem partede sua rotina. Se esses sinaisaparecem é indício de que ocorpo não está suportando maise precisa tomar providências”,orienta. Stassun orienta que se crie metas concretas para enfrentar o momento

Mudança práticas de comportamento para enfrentar as festas de Natal

atitude, a orientação de Stassuné de que se faça algo prático.“Promova a criação de metasconcretas, use o papel e acaneta e trace objetivos, façaplanos e desafie-se a mudar devida e resolver seus problemas,estipule datas, exponha suaresponsabilidade e visualize osmateriais que vai precisar pararealizar diferente nesse novoano”.

Crie um futuro com boasperspectivas agindo no presentee deixando o passado no seulocal correto. “Então, encare atristeza com serenidade, e seperceber estar sendo refémdela, que esteja contagiando atodos com ela, que isso estásendo repetitivo, procureajuda de um psicó-logo”.

“Quando a dor de não estarvivendo fica maior que o medode mudar, a pessoa muda”,Stassun cita Freud. Ele motivaa todos a sonhar alto eprincipalmente agir. “Eu diriaque devemos ter menosplanejamento e mais fazeja-mento, como diz a música deChico Buarque, “Aja duas vezesantes de pensar”. Sempre digoaos meus alunos, a nossa culturanos tornou tão burocráticos, queburocratizamos até nossospensamentos. Quando pensa-mos em fazer algo, nosenchemos de dúvidas, de pro-

blemas, e os “e se?”, emvez de pegar, botar

para fazer e ge-rar resul-

tado damos um passo atrás,descobrindo sódepois, que po-deríamos tervoado muito lon-ge”, reforça.

Cabe a vocêfazer com que onatal não seja algotão complicado. Onatal não precisaser um fantasma,bastando

DIVULGAÇÃO/FAV

para isso que você se reconciliecom a data, criando lembrançasfelizes e seus próprios rituaiscom significados mais pessoais

e atingíveis.

Premiação 1O aluno de Vidal Ramos, Lucas MayPetry recebeu a medalha de ouro nasOlimpíadas Brasileiras de Matemáticadas Escolas Públicas.

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Na cultura italiana e alemã,Natal é sinônimo de famíliaunida. Se formos analisar

nas famílias modernas essecontexto muda muito”

“Cristian Stassun

Psicólogo

Premiação 2Outros três alunos vidalramenses queestavam participando tambémreceberão moção honrosa pelaparticipação na competição.

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