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Coletnea de Manuais Tcnicos de Bombeiros
ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS
21
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COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS
MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM
PRODUTOS PERIGOSOS
1 Edio 2006
Volume 21
MAEPP
Os direitos autorais da presente obra pertencem ao Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo. Permitida a reproduo parcial ou total desde que citada a fonte.
PMESP CCB
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COMISSO
Comandante do Corpo de Bombeiros
Cel PM Antonio dos Santos Antonio
Subcomandante do Corpo de Bombeiros
Cel PM Manoel Antnio da Silva Arajo
Chefe do Departamento de Operaes
Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias
Comisso coordenadora dos Manuais Tcnicos de Bombeiros
Ten Cel Res PM Silvio Bento da Silva
Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias
Maj PM Omar Lima Leal
Cap PM Jos Luiz Ferreira Borges
1 Ten PM Marco Antonio Basso
Comisso de elaborao do Manual
Cap PM Carlos Andr Medeiros Lamin
Cap PM Paulo Csar Berto
Cap PM Moiss Fontes Barbosa da Silva
1 Ten PM Rodrigo Moreira Leal
1 Ten PM Cleotheos Sabino de Souza Filho
1 Ten PM Jos Luiz Ferrari Ferreira
Comisso de Reviso de Portugus
1 Ten PM Fauzi Salim Katibe
1 Sgt PM Nelson Nascimento Filho
2 Sgt PM Davi Cndido Borja e Silva
Cb PM Fbio Roberto Bueno
Cb PM Carlos Alberto Oliveira
Sd PM Vitanei Jesus dos Santos
COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS
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PREFCIO - MTB
No incio do sculo XXI, adentrando por um novo milnio, o Corpo de Bombeiros
da Polcia Militar do Estado de So Paulo vem confirmar sua vocao de bem servir, por
meio da busca incessante do conhecimento e das tcnicas mais modernas e atualizadas
empregadas nos servios de bombeiros nos vrios pases do mundo.
As atividades de bombeiros sempre se notabilizaram por oferecer uma
diversificada gama de variveis, tanto no que diz respeito natureza singular de cada uma
das ocorrncias que desafiam diariamente a habilidade e competncia dos nossos
profissionais, como relativamente aos avanos dos equipamentos e materiais especializados
empregados nos atendimentos.
Nosso Corpo de Bombeiros, bem por isso, jamais descuidou de contemplar a
preocupao com um dos elementos bsicos e fundamentais para a existncia dos servios,
qual seja: o homem preparado, instrudo e treinado.
Objetivando consolidar os conhecimentos tcnicos de bombeiros, reunindo, dessa
forma, um espectro bastante amplo de informaes que se encontravam esparsas, o
Comando do Corpo de Bombeiros determinou ao Departamento de Operaes, a tarefa de
gerenciar o desenvolvimento e a elaborao dos novos Manuais Tcnicos de Bombeiros.
Assim, todos os antigos manuais foram atualizados, novos temas foram
pesquisados e desenvolvidos. Mais de 400 Oficiais e Praas do Corpo de Bombeiros,
distribudos e organizados em comisses, trabalharam na elaborao dos novos Manuais
Tcnicos de Bombeiros - MTB e deram sua contribuio dentro das respectivas
especialidades, o que resultou em 48 ttulos, todos ricos em informaes e com excelente
qualidade de sistematizao das matrias abordadas.
Na verdade, os Manuais Tcnicos de Bombeiros passaram a ser contemplados na
continuao de outro exaustivo mister que foi a elaborao e compilao das Normas do
Sistema Operacional de Bombeiros (NORSOB), num grande esforo no sentido de evitar a
perpetuao da transmisso da cultura operacional apenas pela forma verbal, registrando e
consolidando esse conhecimento em compndios atualizados, de fcil acesso e consulta, de
forma a permitir e facilitar a padronizao e aperfeioamento dos procedimentos.
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O Corpo de Bombeiros continua a escrever brilhantes linhas no livro de sua
histria. Desta feita fica consignado mais uma vez o esprito de profissionalismo e
dedicao causa pblica, manifesto no valor dos que de forma abnegada desenvolveram e
contriburam para a concretizao de mais essa realizao de nossa Organizao.
Os novos Manuais Tcnicos de Bombeiros - MTB so ferramentas
importantssimas que vm juntar-se ao acervo de cada um dos Policiais Militares que
servem no Corpo de Bombeiros.
Estudados e aplicados aos treinamentos, podero proporcionar inestimvel
ganho de qualidade nos servios prestados populao, permitindo o emprego das
melhores tcnicas, com menor risco para vtimas e para os prprios Bombeiros, alcanando
a excelncia em todas as atividades desenvolvidas e o cumprimento da nossa misso de
proteo vida, ao meio ambiente e ao patrimnio.
Parabns ao Corpo de Bombeiros e a todos os seus integrantes pelos seus novos
Manuais Tcnicos e, porque no dizer, populao de So Paulo, que poder continuar
contando com seus Bombeiros cada vez mais especializados e preparados.
So Paulo, 02 de Julho de 2006.
Coronel PM ANTONIO DOS SANTOS ANTONIO
Comandante do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 1
SUMRIO
1 INTRODUO ............................................................................................ 7
2 FONTES DE RISCO DE ACIDENTES ENVOLVENDO PRODUTOS
PERIGOSOS...................................................................................................... 11
2.1 Modal Rodovirio..........................................................................................11
2.2 Modal Dutovirio...........................................................................................12
2.3 Modal Ferrovirio..........................................................................................15
2.4 Modal Areo, Martimo e Fluvial ...................................................................16
3 LEGISLAO, NORMAS E MANUAIS PARA CONSULTA............ 18
3.1 MERCOSUL: ................................................................................................19
3.2 Federal: ........................................................................................................19
3.3 Do Municpio de So Paulo: .........................................................................20
3.4 Legislaes Especiais: .................................................................................21
3.5 Normas Tcnicas da ABNT: .........................................................................21
3.6 Manual de Emergncias da ABIQUIM: .........................................................23
3.6.1 Procedimentos para Utilizao do Manual .................................................25
3.6.1.1 Painel de Segurana............................................................................26
3.6.1.2 Nome do Produto .................................................................................26
3.6.1.3 Rtulo de Risco....................................................................................26
4 REQUISITOS DE SEGURANA E SADE.......................................... 28
4.1 Programa Mdico .........................................................................................28
4.1.1 Cuidados de rotina com a sade ................................................................28
4.1.2 Tratamentos de emergncia.......................................................................29
4.1.3 Manuteno de histrico.............................................................................30
4.1.4 Indicadores de exposio txica.................................................................31
4.2 Treinamento de Segurana e Sade ............................................................32
4.3 Qualificao Pessoal em Segurana ............................................................32
4.4 Operaes ....................................................................................................33
4.5 Plano de Segurana .....................................................................................34
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 2
5 PRIMEIRO PASSO - GERENCIAMENTO E CONTROLE DO
CENRIO DA EMERGNCIA ...................................................................... 35
5.1 Nveis de Capacitao Profissional ..............................................................35
5.2 Aproximao e Posicionamento ...................................................................37
5.2.1 Estacionamento da viatura no cenrio da emergncia...............................38
5.3 Estabelecer o SICOE....................................................................................40
5.3.1 reas de Apoio ...........................................................................................41
5.4 Estabelecer um permetro de isolamento .....................................................43
5.4.1 Segurana e Cumprimento da Lei ..............................................................45
5.5 Zonas de Riscos ...........................................................................................46
5.5.1 Identificao das Zonas de Riscos .............................................................47
5.6 Incio das Aes de Proteo Pblica ..........................................................48
5.6.1 Aes de Proteo Pblica.........................................................................52
6 SEGUNDO PASSO IDENTIFICAO DO PRODUTO ................... 54
6.1 Sinalizao em Caso de Emergncia em Transporte Terrestre ...................54
6.1.1 Classificao dos Produtos Perigosos .......................................................54
6.1.2 Definio de Classes..................................................................................56
6.1.3 CLASSIFICAO DE RESDUOS .............................................................64
6.1.4 Nmero de Risco........................................................................................65
6.1.5 Rtulo de Risco ..........................................................................................67
6.2 Painel de Segurana ....................................................................................69
6.3 Sinalizao dos Veculos de Transporte de Produtos Perigosos .................70
6.3.1 Transporte a granel ....................................................................................70
6.3.1.1 De um nico produto na mesma unidade de transporte:......................70
6.3.1.2 De produtos diferentes na mesma unidade de transporte:...................70
6.3.2 Transporte de carga embalada...................................................................71
6.3.2.1 De um nico produto na mesma unidade de transporte:......................71
6.3.2.2 De produtos perigosos diferentes na mesma unidade de transporte: ..71
6.4 Documentos para o Transporte ....................................................................73
6.5 Identificao de Embalagens de Produtos Armazenados em Instalaes
Fixas .............................................................................................................75
6.6 Identificao de Dutos ..................................................................................78
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 3
7 TERCEIRO PASSO - AVALIAO DE RISCOS E
MONITORAMENTO....................................................................................... 81
7.1 Avaliao de Riscos e Perigos .....................................................................81
7.1.1 Riscos Sade ..........................................................................................83
7.1.2 Riscos Relativos a Incndios......................................................................86
7.1.3 Riscos Relativos Reatividade ..................................................................86
7.1.4 Riscos Relativos Corrosividade ...............................................................88
7.1.5 Riscos Relativos Radioatividade .............................................................89
7.2 Monitoramento Ambiental.............................................................................89
7.2.1 Aparelhos colorimtricos ............................................................................90
7.2.1.1 Limitaes e consideraes: ................................................................91
7.2.2 Indicador de Oxignio (Oxmetro)...............................................................94
7.2.2.1 Limitaes e consideraes: ................................................................94
7.2.3 Indicador de Gs combustvel (Explosmetro) ............................................95
7.2.3.1 Limitaes e consideraes .................................................................96
7.2.3.2 Consideraes gerais:..........................................................................97
7.2.4 Fotoionizador..............................................................................................98
7.2.4.1 Limitaes e consideraes: ................................................................98
7.2.5 Monitores qumicos especficos................................................................100
7.2.5.1 Limitaes e consideraes: ..............................................................100
7.2.6 Medidores de pH (pH-metros) ..................................................................101
7.2.6.1 Limitaes e consideraes: ..............................................................101
7.2.7 Cromatografia a gs .................................................................................102
7.2.7.1 Limitaes e Consideraes ..............................................................103
7.2.8 Medidor de interface.................................................................................104
7.2.8.1 Limitaes e consideraes: ..............................................................104
7.3 Consideraes finais ..................................................................................105
8 QUARTO PASSO AES ESTRATGICAS, TTICAS E
TCNICAS ...................................................................................................... 107
8.1 Planejamento Estratgico...........................................................................111
8.2 Objetivos Tticos ........................................................................................113
8.3 Aes de Salvamento e Resgate................................................................115
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 4
8.4 Aes de Proteo Pblica (APP) ..............................................................117
8.5 Confinamento .............................................................................................118
8.5.1 Aes de Confinamento ...........................................................................119
Absoro...........................................................................................................119
Adsoro...........................................................................................................120
Cobertura ..........................................................................................................120
Represamento ..................................................................................................121
Dique ...........................................................................................................121
Diluio ...........................................................................................................122
Desvio ...........................................................................................................125
Disperso..........................................................................................................125
Reteno...........................................................................................................126
Disperso de vapor ...........................................................................................126
Supresso de vapor ..........................................................................................127
8.6 Conteno de Vazamento e Derramamento ..............................................127
8.6.1 Tcnicas de Conteno............................................................................130
Neutralizao ....................................................................................................130
Revestimento ....................................................................................................134
Vedao-Estancamento....................................................................................134
Estancamento ...................................................................................................134
8.6.1.1 Vedao .............................................................................................135
Reduo ou alvio da presso...........................................................................136
Solidificao......................................................................................................139
Aspirao ..........................................................................................................140
8.7 Operaes de Controle de Incndio ...........................................................140
8.8 Emergncias com Lquidos inflamveis......................................................141
8.8.1 Avaliao de Riscos e Perigos .................................................................142
8.8.2 Aes Tticas ...........................................................................................143
9 QUINTO PASSO - DESCONTAMINAO ........................................ 145
9.1 Mtodos de Descontaminao ...................................................................145
9.2 Solues para Descontaminao ...............................................................146
9.3 Corredor de Descontaminao...................................................................148
9.3.1 Seleo do local de descontaminao .....................................................149
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 5
9.3.2 Montagem do Corredor ............................................................................149
9.3.3 Materiais Necessrios para a Montagem das Estaes do Corredor de
Descontaminao ............................................................................................153
9.3.4 Equipamento de Proteo Individual para a Equipe de Descontaminao
158
9.3.5 Acondicionamento dos Equipamentos .....................................................158
10 SEXTO PASSO ATIVIDADES DE ENCERRAMENTO DA
EMERGNCIA............................................................................................... 166
10.1 Encerramento da Ocorrncia......................................................................166
10.2 Atividades de Encerramento.......................................................................167
10.2.1 Anlise crtica e instruo.........................................................................168
10.2.2 Percia ou Pesquisa de Sinistro................................................................170
10.2.3 Avaliao ..................................................................................................171
10.3 Sntese .......................................................................................................173
11 ROUPAS E EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL - EPI
175
11.1 Roupas de Proteo a Substncias Qumicas ...........................................176
11.1.1 Estilo.........................................................................................................176
Roupa de Encapsulamento Completo ..............................................................176
Roupa no encapsulada: ..................................................................................177
11.1.2 Uso ...........................................................................................................177
11.1.3 Material de confeco ..............................................................................177
Elastmeros: .....................................................................................................178
No Elastmeros ..............................................................................................182
11.1.4 Nveis de proteo....................................................................................183
Nvel A de proteo: .........................................................................................183
Nvel C de proteo ..........................................................................................184
Nvel D de proteo ..........................................................................................185
11.2 Requisitos de Desempenho para Roupas de Proteo Qumica................186
11.3 Seleo e Uso da Roupa de Proteo........................................................191
11.3.1 Escolha do Nvel A de Proteo ...............................................................192
11.3.2 Escolha do Nvel B de Proteo ...............................................................192
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 6
11.3.3 Escolha do Nvel C de Proteo...............................................................193
11.3.4 Escolha do Nvel D de Proteo...............................................................193
11.4 Precaues Anteriores ao Uso da Roupa de Proteo ..............................196
11.5 Luvas de Proteo s Substncias Qumicas ............................................199
11.6 Botas de Proteo s Substncias Qumicas.............................................201
11.7 Equipamentos de Proteo Respiratria para Atendimento a Emergncias
Qumicas ....................................................................................................202
11.7.1 Riscos respiratrios ..................................................................................203
Consumo de ar .................................................................................................204
Contaminantes:.................................................................................................209
11.7.2 Tipos de Equipamentos de Proteo respiratria.....................................211
Equipamentos de Proteo Respiratria com Sistema de Suprimento de Ar
Independentes ou Autnomos......................................................................211
11.8 Consideraes finais ..................................................................................213
12 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA AEPP ............................... 215
12.1 Materiais de Identificao, Isolamento e Monitoramento............................215
12.2 Materiais de Conteno e Estancamento ...................................................216
12.3 Materiais Utilizados para a Descontaminao............................................220
12.4 Kits Bsicos de Equipamentos para Viaturas de Primeiro Socorro ............221
12.4.1 Adequao do kit para conteno de vazamentos ...................................223
12.4.2 Tipos e capacidades dos kits para conteno ..........................................224
12.4.3 Composio dos kits para conteno de vazamentos..............................225
Kit tipo 1 ...........................................................................................................225
Kit tipo 2 ...........................................................................................................226
Kit tipo 3 ...........................................................................................................227
12.4.4 Materiais de Proteo...............................................................................227
Roupas de proteo..........................................................................................227
Luvas e botas de proteo................................................................................228
Relao de materiais de neutralizao e limpeza.............................................229
Outros materiais................................................................................................229
12.4.5 MAEPP..........................................................Erro! Indicador no definido.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS
7
11 IINNTTRROODDUUOO
11..11 FFiinnaalliiddaaddee ee oobbjjeettiivvooss ddoo MMaannuuaall
Este manual tem a finalidade de fornecer conhecimentos e informaes aos
componentes do Corpo de Bombeiros, em todos os nveis de capacitao
profissional, para o atendimento s emergncias com produtos perigosos.
Tais subsdios tm como objetivo propiciar elementos para a tomada de
decises nas fases de planejamento estratgico, definies tticas e aes de
execuo no cenrio da emergncia.
Ele proporciona condies de atendimento, desde um pequeno evento at
aqueles que atinjam dimenses catastrficas, e, inclusive, capacita o primeiro no
local a executar as aes iniciais, bem como as equipes de nveis mais
especializados a adotar as aes de maior complexidade .
As informaes constantes neste manual devem ser utilizadas em cursos de
formao, especializao e reciclagem do profissional de bombeiros, devendo ainda
ser fonte de consulta no cenrio de emergncia.
Terminologias e conceitos bsicos de qumica e ainda o Sistema de Comando
e Operaes em Emergncias (SICOE) devem ser consultados os Manuais de
Trabalhos de Bombeiros (MTB 42) e Normas Operacionais de Bombeiros (NOB 2 e
3).
11..22 CCeennrriioo ddooss PPrroodduuttooss PPeerriiggoossooss
Os Produtos Qumicos constituem um elemento importante na estrutura
econmica de qualquer pas industrializado, pois se trata de uma atividade
necessria viabilidade de produo de diversos setores, pois no h atividade ou
Captulo
1
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 8
setor produtivo que no utilize, em seus processos ou produtos finais, algum insumo
de origem qumica.
Portanto, o conhecimento sobre tais produtos de fundamental importncia a
todos os que esto envolvidos com a segurana de vidas, meio ambiente e bens,
pois eles esto dentro das residncias atravs de produtos de limpeza, inseticidas,
gases de cozinha. Nos estabelecimentos comerciais, esto presentes nas lojas de
tintas e solventes, fertilizantes e pesticidas, casa de fogos de artifcios, farmcias e
supermercados, revendas de gs de cozinha e postos de combustveis. Encontram-
se tambm nas pequenas e grandes indstrias dos mais variados setores sob as
formas de matria prima e produto acabado, nos laboratrios de produtos qumicos,
indstrias farmacuticas.
Estima-se que existam cerca de 20 milhes de formulaes qumicas no
mundo, sendo que, destas, aproximadamente 1 milho representam substncias ou
produtos perigosos, dos quais somente 800 possuem estudos sobre seus efeitos na
sade ocupacional do homem, segundo dados da ONU de 1998.
Este nmero expressivo de produtos qumicos vem potencializar o risco de
ocorrncia de acidentes que causem danos sade, ao meio ambiente e ao
patrimnio, podendo at atingir dimenses catastrficas.
Um acidente envolvendo Produtos Perigosos (PP) no pode ser encarado
como um acidente comum, como por exemplo, um simples acidente de trnsito, pois
enquanto este atinge um nmero restrito de pessoas, aquele pode atingir uma
quantidade maior que, com o transcorrer do tempo na emergncia, poder aumentar
ainda mais sua proporo, podendo atingir comunidades inteiras.
Deve-se levar em considerao ainda que, alm das conseqncias naturais
do acidente envolvendo PP, tais como incndio, exploso ou vazamento, associa-se
o efeito da combinao ou reao do produto com o ar, gua e resduos slidos, que
podem resultar em danos para a sade humana (mortos e feridos) e para o meio
ambiente (contaminao do ar, solo e gua).
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 9
Para prevenir e minimizar esta situao, o Governo Federal instituiu um
arcabouo legal, regulando a matria sobre fiscalizao e policiamento, segurana
dos veculos, atendimento as emergncias e crimes referentes s infraes. Porm,
os acidentes envolvendo PP ocorrem mesmo com a existncia de legislao com
tendncia prevencionista.
O Brasil um grande produtor e importador de produtos qumicos, sendo que
o setor qumico ocupa a segunda posio do PIB da indstria de transformao,
atrs apenas do setor de alimentos e bebidas, segundo dados da Associao
Brasileira da Indstria Qumica de 2004.
As indstrias de produtos perigosos, a exemplo de outros setores, esto
concentradas na regio sudeste com 70,80%, seguida pela regio sul com 16,15%,
a regio nordeste com 10,70% e, por fim, a norte e centro-oeste com apenas 1,25%.
O Estado de So Paulo participa com de cerca de 53% das indstrias do total
da regio sudeste e se localizam basicamente:
1. Na faixa litornea: Ubatuba, Cubato e Santos;
2. Prximas s rodovias Anchieta e Imigrantes, interligando a capital ao litoral;
3. Nas rodovias que unem o municpio de So Paulo s outras regies do
pas, como a Rodovia Presidente Dutra;
4. No corredor de ligao entre a Regio Metropolitana e o interior do Estado,
tais como o Sistema AnhangueraBandeirantes e a Rodovia Castello
Branco
5. Na regio central do Estado, tais como Barra Bonita, Lenis Paulista,
Macatuba e Piracicaba, onde se concentra o parque de usinas de lcool de
cana-de-acar.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 10
Figura 01 - Distribuio das indstrias no Estado de So Paulo
Fonte: ABIQUIM
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 11
22 FFOONNTTEESS DDEE RRIISSCCOO DDEE AACCIIDDEENNTTEESS
EENNVVOOLLVVEENNDDOO PPRROODDUUTTOOSS PPEERRIIGGOOSSOOSS
Os acidentes envolvendo PP ocorrem quando esto sendo movimentados,
atravs dos vrios tipos de modais ou ainda quando esto armazenados ou
manipulados em processos industriais.
Os tipos de modais de transporte de PP so: rodovirio, ferrovirio, dutovirio,
martimo, fluvial e areo.
Pode-se encontrar um PP armazenado em locais como: postos e
distribuidoras de combustveis, usinas de produo de lcool, indstria qumica, etc.
Quadro 1 - Quadro Estatstico das ocorrncias de acidentes por tipo
22..11 MMooddaall RRooddoovviirriioo
As necessidades de produo e consumo geradas pelo atual nvel de
desenvolvimento do Brasil, fazem com que a movimentao de produtos perigosos
Captulo
2
Perodo: 1978 - 2004 % Total de acidentes: 5884 Armazenamento 2,5 Transporte rodovirio 37,4 Transporte por duto 2,9 Transporte martimo 5,5 Transporte ferrovirio 1,0 Rede de esgoto/guas pluviais 2,9 Postos e sistema retalhistas de combustveis
9,3
Descarte 4,8 Descarte em rede pblica 1,9 Indstria 7,4 Mancha rf 1,7 Nada constatado 10,4 No identificada 4,6 Outras 7,8
Fonte: CADAC
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 12
seja cada vez mais intensa, principalmente pelo modal de transporte adotado no
pas, o rodovirio.
O Brasil, a exemplo dos Estados Unidos e da maioria dos pases europeus,
possui uma tendncia histrica de priorizar investimentos pblicos no modal
rodovirio. Dados oficiais mostram que o pas possui quase 1,8 milho de
quilmetros de estradas, sendo que destes somente 10% so pavimentados. Apesar
da precariedade, a malha rodoviria brasileira considerada a segunda maior do
mundo, s perdendo para a dos Estados Unidos. Por conseguinte, o maior nmero
de acidentes envolvendo PP est neste modal, como se pode verificar no quadro
acima.
22..22 MMooddaall DDuuttoovviirriioo
Dutos so tubulaes especialmente desenvolvidas e construdas de acordo
com normas internacionais de segurana, para transportar petrleo e seus
derivados, lcool, gs e produtos qumicos diversos por distncias especialmente
longas, sendo ento denominados como oleodutos, gasodutos ou polidutos. So
construdos com chapas que recebem vrios tratamentos contra corroso e passam
por inspees freqentes, atravs de modernos equipamentos e monitoramento
distncia. Entre os dispositivos de segurana esto vlvulas de bloqueio, instaladas
em vrios intervalos das tubulaes para impedir a passagem de produtos, em caso
de anormalidades. Desta forma um duto permite que grandes quantidades de
produtos sejam deslocados de maneira segura, diminuindo o trfego de cargas
perigosas por caminhes, trens ou por navios e, conseqentemente, diminuindo os
riscos de acidentes ambientais.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 13
Figura 02 - Linha de oleoduto em reparo
Fonte: Cetesb
H dutos internos, ou seja, situados no interior de uma instalao como h
tambm os intermunicipais, interestaduais ou internacionais. Estas tubulaes de
ao interligam peres, terminais martimos e fluviais, campos de produo de
petrleo e gs, refinarias, companhias distribuidoras e consumidores. Na maioria so
subterrneos, mas h tambm os areos e os submarinos, situados nas imediaes
das plataformas de petrleo e dos terminais. Assim sendo, o traado dessas linhas
de dutos podem ser encontrados em reas urbanas, rurais, passando sob ruas,
avenidas e rodovias; condomnios; fazendas, serras e montanhas, rios, mares e
manguezais e uma grande variedade de localidades.
Figura 03 - Linha de dutos enterrados ao lado da Rodovia dos Imigrantes - S P
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 14
Fonte: Cetesb
Mesmo construdos e operados dentro dos padres mximos de segurana
internacional, os dutos esto sujeitos eroso, deslizamentos de terra, corroso,
queda de rochas, atos de vandalismo, ao de terceiros, os quais podem ocasionar
os vazamentos e, em funo da alta presso com que os produtos so bombeados e
da periculosidade das substncias transportadas, os danos ambientais e scio-
econmicos raramente so pequenos.
Figura 04 - Localizao dos dutos da PETROBRAS
Fonte: PETROBRAS
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 15
22..33 MMooddaall FFeerrrroovviirriioo
A malha ferroviria paulista apresenta atualmente 5,1 mil quilmetros, sendo
4.236 km em extenso e 900 km de linhas em ptios. formada por um conjunto de
linhas e ramais ligando o interior do Estado de So Paulo e as regies do tringulo
mineiro e do sudoeste de Minas Gerais regio metropolitana de So Paulo e ao
porto de Santos. Ao longo desse trajeto, h ligao com outras ferrovias, a Sul
Atlntica, a Centro Atlntica e a Novoeste.
O modal ferrovirio constitui um importante meio de escoamento de cargas
em geral transportando 5,2% do total de cargas movimentadas no pas. Entre essas
cargas incluem-se produtos perigosos como lcool, coque, diesel, gasolina, leos
combustveis.
O transporte ferrovirio caracterizado pelos grandes volumes de cargas
simultaneamente transportados, haja vista a grande capacidade dos vages, bem
como o grande nmero dos mesmos em uma dada composio. Alm disso, a
malha ferroviria atravessa diferentes reas de relevante importncia como reas de
preservao ambiental, de alta densidade populacional, etc. Nesse contexto,
verifica-se que o transporte ferrovirio de produtos perigosos oferece um grande
potencial de risco sade, ao meio ambiente e ao patrimnio pblico e privado,
tendendo a ser o acidente neste tipo de transporte, geralmente mais complexo em
relao aos acidentes ocorridos no modal rodovirio, sendo motivo de maior ateno
por parte das equipes de emergncia.
-
MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 16
Figura 05 - Mapa da malha ferroviria do Brasil
Fonte: Associao Nacional dos Transportes Ferrovirios
22..44 MMooddaall AArreeoo,, MMaarrttiimmoo ee FFlluuvviiaall
Estes modais apresentam uma estatstica baixa de acidentes, apesar de
representar um risco em potencial.
O modal areo muito pouco utilizado para o transporte de cargas perigosas,
j que h uma limitao muito grande por parte da legislao em relao ao
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 17
transporte de passageiros e cargas, alm da limitao da aeronave em transportar
grandes quantidades de produtos; esse modal mais utilizado para transporte de
produtos embalados e geralmente esto armazenados em pequenas quantidades.
O modal fluvial tambm representa um percentual muito baixo no setor de
transporte de cargas em geral, porm est crescendo cada vez mais no contexto
nacional, j que as condies dos rios favorecem esse tipo de transporte. Num futuro
prximo a situao poder se alterar e as equipes de emergncias precisam se
preparar para o atendimento de ocorrncia deste tipo de modal.
J o modal martimo um dos principais meio de entrada de produtos
perigosos importados no pas e oferece um potencial de grande risco para as
equipes de emergncia e para o meio ambiente, devido grande quantidade e a
diversidade de produtos transportados na mesma embarcao. Este tipo de
emergncia peculiar da regio porturia e as instituies locais com suas equipes
de emergncias devero ter treinamento e planos de interveno especficos para
esse tipo de acidente, que se diferenciam e muito dos demais modais, quer seja pelo
acesso externo embarcao, quer seja pelo layout interno dos compartimentos que
conduzem aos depsitos, que se tornam verdadeiros labirintos e grandes armadilhas
para as pessoas que no esto familiarizadas com aquele ambiente.
No obstante, mesmo havendo as peculiaridades dos acidentes em cada tipo
de modal, o atendimento emergencial geral o mesmo, sendo que todas os passos
de aes tticas descritas nos captulos seguintes devem ser aplicados.
-
MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 18
33 LLEEGGIISSLLAAOO,, NNOORRMMAASS EE MMAANNUUAAIISS PPAARRAA
CCOONNSSUULLTTAA
A partir dos diversos acidentes de grande porte ocorridos no perodo ps-
guerra, a ONU, em 1957, criou uma comisso que elaborou uma relao de 2.130
produtos qumicos considerados como perigosos e definiu um nmero de
identificao para cada um deles, sendo adotado pela comunidade internacional.
O Brasil, como um dos signatrios daquele organismo internacional, trouxe
para o seu arcabouo legislativo as recomendaes e classificaes editadas pelo
organismo, porm, isso no ocorreu de forma imediata. Apenas em 1983, a exemplo
do que ocorreu com a ONU, aps a ocorrncia de dois acidentes marcantes, o do P
da China no Rio de Janeiro e do incndio na composio ferroviria, em Pojuca,
Bahia, o Ministrio dos Transportes editou o Decreto n 88.821/83, disciplinando o
transporte de produtos perigosos, individualizando a responsabilidade de cada
envolvido e definindo suas atribuies. Em 1988 a legislao foi substituda pelo
Decreto n96.044, que estabeleceu o Regulamento para o Transporte Rodovirio de
produtos perigosos, sendo regulamentado pela Portaria n291, de 31/05/88, tambm
daquele Ministrio.
Em 05/06/2001 foi publicada a Lei Federal N 10.233/01, passando Agncia
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a atribuio de estabelecer padres e
normas tcnicas complementares relativas s operaes de transporte terrestre de
produtos perigosos. Conseqentemente, em 12/02/2004 o rgo publicou a
Resoluo N 420/04, estabelecendo a nova relao dos produtos perigosos e os seus nmeros de identificao ONU, quantidades isentas, classes de risco, grupos
de embalagens e provises especiais, substituindo ainda algumas Portarias do
Ministrio do Transporte.
Ao lado desses dispositivos legais dos Poderes Legislativo e Executivo
nacional, so encontradas as normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas
(ABNT), registradas no Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade
Captulo
3
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 19
Industrial (INMETRO), que so aplicadas para a fiscalizao do transporte dos
produtos qumicos.
Ainda no mbito federal, em 1996, foi publicado o Decreto n1797, que
colocou em execuo o Acordo de Alcance Parcial para Facilitao do Transporte
de produtos perigosos entre os Pases Integrantes do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL), firmados pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Segue abaixo a relao das legislaes, nas suas vrias esferas territoriais,
que regulamentam o transporte rodovirio de produtos perigosos so:
33..11 MMEERRCCOOSSUULL::
Decreto N 1797, de 25/01/96 Dispes sobre a execuo do Acordo de Alcance Parcial para facilitao do Transporte de produtos perigosos, entre o
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Decreto N 2866, de 08/02/98 Aprova o regime de infraes e sanes aplicveis ao transporte terrestre de produtos perigosos.
Portaria MT N 22/01, de 19/01/01 Aprova as instrues para a Fiscalizao do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos no
MERCOSUL.
33..22 FFeeddeerraall::
Decreto-Lei N2063, de 06 de outubro de 1983 Dispe sobre multas a serem aplicadas por infraes regulamentao para a execuo do servio
de transporte rodovirio de cargas ou produtos perigosos e d outras
providncias.
Decreto N 96.044, de 18/05/1988 Aprovou o Regulamento para o Transporte Rodovirio de produtos perigosos (RTPP) e d outras providncias.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 20
Resoluo N 91, de 04/05/98 Dispes sobre os Cursos de Treinamento Especfico e Complementar para Condutores de Veculos Rodovirios
Transportadores de Produtos Perigosos.
Lei N 9611, de 19/02/1998 Dispe sobre o Transporte Multimodal de Cargas e d outras providncias.
Lei N 9605, de fevereiro de 1998 Dispes sobre as sanes penais e administrativas derivadas de conduta e atividades lesivas ao meio ambiente e
d outras providncias.
Decreto N 4097, de 23 de janeiro de 2002 Alterou a redao dos art. 7 e 19 dos Regulamentos para os Transportes Rodovirio e Ferrovirio de
Produtos Perigosos, aprovados pelos Dec 96044/88 e 98973/90.
Portaria MT N 349, de 04 de junho de 2002 Aprovou as Instrues para a Fiscalizao do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos no mbito
Nacional.
Resoluo ANTT N 420/2004 Aprovou as instrues complementares ao RTPP.
33..33 DDoo MMuunniiccppiioo ddee SSoo PPaauulloo::
Lei N 11368, de 17 de maio de 1993 Dispe sobre o transporte de produtos perigosos de qualquer natureza por veculos de carga no municpio
de So Paulo e d outras providncias.
Decreto N 36957, de 10 de julho de 1997 Regulamenta a Lei N 11368, de 17 de maio de 1993, que dispe sobre o transporte de produtos perigosos de
qualquer natureza por veculos de carga no municpio de So Paulo.
Decreto N 37391, de 08/04/1998 Altera dispositivos do Dec n 36957/97 substitui SEUS Anexos 1 e 4 e d outras providncias.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 21
Portaria n 77, Gabinete do Prefeito, 05/06/98 Estabelece os critrios tcnico-administrativos da Lei n 11368/93 e respectivos decretos.
Portaria DSV G.N. n 15/98 Define os produtos perigosos com alta freqncia de circulao para fins de licenciamento do transportador e
estabelece as condies e restries ao trnsito de veculos que transportam
produtos perigosos nas vias do municpio de So Paulo.
33..44 LLeeggiissllaaeess EEssppeecciiaaiiss::
Resoluo CNEN NE-5.0113/88 estabelece padres de segurana que proporciona nvel aceitvel de controle dos riscos de radiao, criticalidade e
trmico para pessoas, propriedades e meio ambiente associados ao
transporte de material radioativo que se baseiam nos Regulations for the Safe
Transport of Radioactive Material (TS-R-1 (ST-1 Revisado)), da IAEA , Viena
(2000).
R-105 Regulamenta o transporte de produtos explosivos.
Regulamentos Tcnicos do INMETRO normas expedidas pelo rgo que especifica procedimentos e critrios para o Certificado de Capacitao de
Tanques conforme a sua destinao de utilizao, pra-choques traseiros,
etc.
33..55 NNoorrmmaass TTccnniiccaass ddaa AABBNNTT::
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) o rgo responsvel
pela normalizao tcnica no pas, fornecendo a base necessria ao
desenvolvimento tecnolgico brasileiro. As Normas Brasileiras (NBR) so o conjunto
de especificaes que normalizam procedimentos, terminologia, etc. e tem como
objetivo padronizar as exigncias para o transporte de produtos perigosos, tais como
identificao do produto, equipamentos de proteo individual para avaliao e fuga
(EPI), conjunto de equipamentos para situaes de emergncia, envelope para o
transporte, ficha de emergncia, smbolos de risco e manuseio, entre outros.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 22
As normas no so obrigatrias, exceto quando h uma previso legal. No
que tange a produtos perigosos, o Decreto N 96.044 e a Resoluo N 420/2004 adotam vrias Normas Brasileiras, tornando-as dessa forma obrigatrias. Dentre
elas, pode-se citar:
NBR-7500/2004 Smbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais.
NBR-7501/2003 Transporte Terrestre de Produtos Perigosos Terminologia.
NBR-7503/2003 Ficha de Emergncia para o Transporte de Produtos Perigosos.
NBR-7504/2004 Envelope para Transporte de Produtos Perigosos Caractersticas e Dimenses.
NBR-8285/2000 Preenchimento da Ficha de Emergncia para o Transporte de Produtos Perigosos.
NBR-9734/2003 Conjunto de Equipamentos de Proteo Individual para Avaliao de Emergncia e Fuga no Transporte Rodovirio de Produtos
Perigosos.
NBR-9735/2003 Conjunto de Equipamentos para Emergncia no Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos.
NBR-10271/2003 Conjunto de Equipamentos para Emergncia no Transporte Rodovirio de cido Fluordrico.
NBR-12710/2000 Proteo contra Incndio por Extintores, no Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 23
NBR-12982/2004 Desgaseificao de Tanque Rodovirio para Transporte de Produto Perigoso Classe de Risco 3 Lquidos
Inflamveis.
NBR-13095/1998 Instalao e Fixao de Extintores de Incndio para Carga no Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos.
NBR-14064/2003 Atendimento a Emergncia no Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
NBR-14095/2003 rea de Estacionamento para Veculos Rodovirios de Transporte de Produtos Perigosos.
33..66 MMaannuuaall ddee EEmmeerrggnncciiaass ddaa AABBIIQQUUIIMM::
Este manual a traduo adaptada do Guia Norte-americano de
Atendimento a Emergncias com Produtos Perigosos desenvolvido pelo Ministrio
do Transporte do Canad, pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos
(DOT) e pela Secretaria de Comunicaes e Transportes do Mxico (SCT), cuja
traduo foi efetuada pela Associao Brasileira de Indstrias Qumicas (ABIQUIM)
e adaptada para a realidade brasileira.
Ele foi desenvolvido para ser utilizado pelo Corpo de Bombeiros, Polcia
Rodoviria e outras pessoas de servios de emergncias, que possam ser os
primeiros a chegar no local de um acidente com produtos perigosos, adotando as
recomendaes da ONU para o transporte de produtos perigosos. principalmente
um guia para auxiliar as equipes de emergncia na identificao especfica ou
genrica dos materiais perigosos envolvidos em acidentes rodovirios ou
ferrovirios, nas definies das aes de proteo da equipe e da populao em
geral durante a fase de resposta inicial do acidente. Originalmente foi concebido
para o uso em acidentes com produtos perigosos durante o transporte terrestre
(rodovirio e ferrovirio), mas poder, dentro de certos limites, ser instrumento
valioso no contingenciamento de acidentes com produtos qumicos em locais como
terminais de carga, indstrias e depsitos.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 24
O Manual dividido em 5 sees coloridas, conforme descrio abaixo:
Seo BRANCA (inicial) traz informaes sobre como proceder na emergncia, como identificar o produto, as classes de risco, a tabela dos Rtulos
de Risco e Nmero de Risco e a relao dos Cdigos de Risco.
Seo AMARELA traz a relao numrica dos produtos perigosos elencados na Resoluo 420/04 da ANT. A lista contm, alm de alguns sinnimos,
produtos que podem utilizar as designaes no especificadas (n. e.). A tabela
da relao numrica traz quatro colunas: a primeira contendo o nmero ONU ou
de identificao do produto, o segundo contendo a Classe de Risco principal, a
terceira contendo o nmero do Guia de Procedimentos de Emergncia e a quarta
contendo nome do produto.
Seo AZUL relao alfabtica dos produtos, contendo quatro colunas com os mesmos dados da seo amarela, porm com a ordem das colunas alteradas da
seguinte forma: a primeira com o nome dos produtos, a segunda com o nmero
ONU, a terceira com a Classe de Risco e a quarta com o Nmero do Guia de
Emergncia.
Seo LARANJA traz os Guias de atendimento inicial em casos de emergncia, que do suporte para os primeiros 30 minutos de atendimento. Cada um dos Guias numerados fornece, de forma simples e objetiva, as
informaes mais relevantes, indicam os riscos potenciais mais significativos e
descreve os procedimentos a serem inicialmente adotados, contemplando os
produtos perigosos isoladamente. Nos casos em que diversos produtos
apresentam riscos similares, sugerindo procedimentos emergenciais
semelhantes; um nico Guia abrange todos esses produtos. Cada Guia est
dividido em itens e subitens com os seguintes ttulos:
Riscos Potenciais, subdivididos em fogo ou exploses e riscos sade;
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 25
Segurana Pblica, subdivididos em vestimentas de proteo e evacuao;
Aes de Emergncia, subdividido em fogo, vazamento ou derramamento e primeiros socorros.
Seo VERDE traz a Tabela de Isolamento e Proteo Inicial, com as explicaes de como proceder para utilizar corretamente essa seo. A tabela
referenciada corresponde aos produtos constantes na relao de produtos
perigosos das sees amarela e azul, cujos nmeros e/ou nomes esto
sombreados em verde.
Seo BRANCA (final) traz as explicaes sobre o uso do Painel de Segurana e da correta sinalizao dos veculos transportadores de produtos
perigosos. Esclarece ainda os itens e subitens abordados na seo laranja,
aborda sobre a PRQUMICA e seu servio de planto emergencial e ainda
contm um glossrio de termos constantes no Manual.
IMPORTANTE: O Manual de Emergncia da ABIQUIM somente uma fonte de informao inicial para os primeiros 30 minutos de acidente.
3.6.1 Procedimentos para Utilizao do Manual
A consulta ao manual simples e rpida. Seu objetivo encontrar as
informaes emergenciais contidas nas Guias, que depender de como o primeiro
no local conseguir obter a identificao do produto.
Pode-se ento chegar a Guia atravs das seguintes informaes:
Painel de Segurana Nmero de Identificao do Produto(n da ONU);
Nome do Produto, e
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 26
Rtulo de Risco
3.6.1.1 Painel de Segurana A numerao na parte inferior do Painel de Segurana (ver cap. 8) o
nmero de identificao do produto (N da ONU). Uma vez que foi possvel visualizar
este nmero ou obt-lo atravs da Ficha de Emergncia.
O primeiro no local deve consultar o manual da seguinte forma:
1- Abrir a seo amarela e localizar o nmero da ONU;
2- Identificar o nmero da Guia, e
3- Abrir a seo laranja e localizar o nmero correspondente.
3.6.1.2 Nome do Produto O Nome do Produto pode ser obtido atravs da Ficha de Emergncia (ver
cap. 8), escritos nos tanques de carretas e vages, ou atravs de informaes
fornecidas pelo motorista ou funcionrios da empresa.
O primeiro no local deve consultar o manual da seguinte forma:
1- Abrir a seo azul e localizar o nome do produto;
2- Identificar o nmero da Guia, e
3- Abrir a seo laranja e localizar o nmero correspondente.
3.6.1.3 Rtulo de Risco O primeiro no local pode ainda chegar ao nmero da Guia quando se tem a
possibilidade de visualizar um ou mais Rtulos de Risco (ver cap. 8) do produto e
dever proceder da seguinte forma:
1- Localizar a Tabela de Rtulos de Risco e Guias que est nas pginas
que antecedem a seo amarela;
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 27
2- Localizar o smbolo do Rtulo de Risco correspondente, verificando o
nmero da Guia que se encontra logo abaixo, e
3- Abrir a seo laranja e localizar a Guia correspondente.
Observao: Neste caso de se obter a Guia atravs do Rtulo de Risco, deve-se observar que se trata das aes emergenciais para a classe de risco que pertence o produto e no especificamente do produto.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 28
44 RREEQQUUIISSIITTOOSS DDEE SSEEGGUURRAANNAA EE SSAADDEE
A equipe de servio envolvida em um acidente com produtos perigosos
poder enfrentar uma larga gama de problemas de sade e segurana. Alm do
risco associado s propriedades fsico-qumicas ou toxicolgicas do produto
envolvido, outros aspectos, como riscos causados pela eletricidade esttica, fadiga
por calor, exposio ao frio, defeito de equipamentos etc, tambm podem contribuir
para causar efeitos adversos ao pessoal.
44..11 PPrrooggrraammaa MMddiiccoo
Para proteo da sade da equipe de servio, um programa mdico deve ser
desenvolvido, viabilizado e mantido. Esse programa conter dois componentes
essenciais: cuidados de rotina com a sade e tratamentos de emergncia.
4.1.1 Cuidados de rotina com a sade
A rotina de acompanhamento da sade dever no mnimo, consistir de:
Exame mdio preliminar para estabelecimento do estado individual de sade, dados fisiolgicos bsicos e capacidade para vestir os
equipamentos de proteo individual;
Exames com freqncia (anual ou semestral) determinada por mdico, dependendo da durao e tipo de trabalho a que normalmente a equipe
est sujeita, a freqncia a exposies e a condio fsica individual;
Exames mais freqentes , determinados pelo mdico, devido a atividades especficas;
Captulo
4
-
MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 29
Exames mdicos especiais, cuidados e consultas em caso de conhecimento ou suspeita de exposio a substncias txicas. Qualquer
teste especial depender do tipo de substncia qumica a qual o
indivduo foi exposto.
Os exames mdicos devem ser conduzidos durante e aps o tempo em que
permanecer na equipe de atendimento a produtos perigosos.
4.1.2 Tratamentos de emergncia
O tratamento de emergncia deve conter cuidados e providncias de
emergncia para a equipe de servio, incluindo possveis exposies a substncias
txicas e ferimentos resultantes de acidentes ou danos fsicos. Os itens a seguir
devem ser includos na previso de tratamento de emergncia:
Nome, endereo e nmero de telefones dos consultrios, centros de atendimento toxicolgicos, etc. Isso dever estar destacado em um mapa
com a localizao, itinerrio e demais informaes, alm do tempo total
para o transporte;
Relao dos hospitais com a capacidade de resposta para as equipes e/ou vtimas expostas ou suspeita de estarem expostas a produtos perigosos;
Providncias para a obteno de meios de transporte adequados, como ambulncias e as formas mais rpidas e seguras desse contato;
Chuveiros de emergncia, lavadores de olhos, alm de materiais de primeiros socorros disponveis na rea;
Providncias para a rpida identificao da substncia a qual o membro da equipe foi exposto (caso isso no tenha sido feito previamente). Essa
informao deve ser transmitida a equipe mdica;
-
MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 30
Procedimentos de descontaminao de feridos e de preveno de contaminao dos membros da equipe mdica (ou socorrista)
equipamentos e instalaes;
Procedimentos pr-definidos para fadiga por calor, exposio ao frio e trabalhos em condies adversas.
4.1.3 Manuteno de histrico
Devido natureza do trabalho com acidentes envolvendo produtos perigosos,
o potencial de exposio a essas substncias pode ter um efeito adverso a um
membro da equipe, tornando-se essencial que seja mantido o registro atualizado em
ficha ou livro prprio para essa finalidade, estando tal documento sempre a mo.
Esse tipo de registro deve conter as seguintes informaes:
Qualquer exposio a que esteve sujeito: nome do produto, data, tempo de exposio e cuidados dispensados;
Uso de proteo respiratria e roupas de proteo individual;
Qualquer acidente de trabalho;
Atestados mdicos e tratamentos;
Registros de todos os exames mdicos.
-
MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 31
4.1.4 Indicadores de exposio txica
Como parte do programa mdico, a equipe de servio deve ser instruda
sobre sinais e sintomas que podem indicar o potencial de exposio a produtos
perigosos. Alguns deles so:
Observados por outras pessoas:
mudana na cor natural da pele ou descolorao;
mudana no comportamento;
salivao excessiva;
reao da pupila;
mudana no padro verbal;
dificuldades na respirao;
dificuldades ou falta de coordenao motora;
tosse.
Observados pela prpria pessoa:
dor de cabea;
tontura;
viso embaraada;
cimbras;
-
MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 32
irritao dos olhos, pele ou aparelho respiratrio;
mudanas de comportamento.
44..22 TTrreeiinnaammeennttoo ddee SSeegguurraannaa ee SSaaddee
O treinamento de segurana e sade deve ser parte integrante de todo
programa de produtos perigosos. Deve ser contnuo e freqente de forma a manter
nos membros da equipe a competncia e o preparo no uso de equipamentos e no
conhecimento das normas de segurana.
O treinamento de segurana deve, no mnimo, conter:
Uso de equipamento de proteo individual, por exemplo, aparelhos de proteo respiratria, roupas especficas de proteo, etc;
Tcnicas seguras de trabalho, controle de local de ocorrncia e procedimentos operacionais padro de segurana;
Reconhecimento e avaliao dos perigos;
Plano de segurana na rea; e
Uso de equipamento de monitorao ambiental.
O treinamento deve ser to prtico quanto possvel e incluir o manuseio de
equipamentos e exerccios para demonstrar a prtica das instrues dadas em sala
de aula.
44..33 QQuuaalliiffiiccaaoo PPeessssooaall eemm SSeegguurraannaa
A equipe e os comandantes que atendem esse tipo de acidente qumico tm
que tomar decises complexas a respeito da segurana. Adotar essas decises
corretamente, requer mais do que conhecimentos elementares. Por exemplo,
-
MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 33
selecionar o equipamento de proteo individual mais adequado exige no apenas
percia nas reas tcnicas de equipamentos de proteo respiratria, roupas de
proteo, monitoramento ambiental, stress fsico etc, mas tambm experincia e
julgamento profissional. Apenas uma pessoa competente e qualificada tem esse
atributo para avaliar um acidente em particular e determinar as necessidades de
segurana apropriadas. atravs da combinao de educao profissional,
experincia de trabalho, treinamento especializado e um estudo contnuo que um
profissional de segurana adquire essa habilidade para tomada dessas decises.
Todos os envolvidos no atendimento desses acidentes devem respeitar e
seguir rigorosamente os Procedimentos Operacionais Padro (POP) relacionados
segurana pessoal e local.
44..44 OOppeerraaeess
Toda equipe de emergncia deve estar adequadamente treinada e
completamente informada do perigo e equipamentos a serem utilizados, as prticas
de segurana a serem seguidas, procedimentos em emergncias e comunicaes.
Qualquer necessidade de proteo respiratria e roupas de proteo qumica
deve ser utilizada por todos da equipe que adentraro a rea.
Devero ser determinadas reas especiais para colocao dos equipamentos
de proteo individual e esse procedimento dever ser executado por todos ao
mesmo tempo.
No mnimo duas outras pessoas, adequadamente equipadas, so necessrias
como apoio da equipe de entrada durante as operaes no local.
O contato visual dever ser mantido entre as duplas na rea de atendimento e
a equipe de apoio. Os membros da equipe de entrada devem permanecer juntos e
auxiliar um ao outro durante o atendimento da ocorrncia. Os componentes da
equipe de apoio que esto fora da rea crtica devem tomar providncias
preventivas para o caso de emergncias.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 34
As entradas e sadas devem ser todas demarcadas. Devero ser colocados
sinais e avisos a todos, delimitando as reas de trabalho e outros.
As comunicaes por rdio sinais com as mos, sinais convencionais ou
outros meios devem ser mantidas entre os membros da equipe de entrada o tempo
todo. Comunicaes de emergncias devem ser pr-estabelecidas no caso de falha
dos rdios.
Devero ser instalados indicadores de intensidade e direo dos ventos em
locais que possam ser observados pelo comandante das operaes e pelo pessoal
da equipe de produtos perigosos.
Devero tambm ser estabelecidas reas de trabalho para as vrias
atividades operacionais.
Os procedimentos para a sada da rea contaminada devero ser planejados
previamente. As reas de trabalho e os procedimentos de descontaminao devem
ser estabelecidos com base nas condies que o local oferecer.
44..55 PPllaannoo ddee SSeegguurraannaa
O plano de segurana deve ser desenvolvido e implementado para todas as
fases operacionais. O plano deve conter os riscos segurana e sade em cada
fase das operaes, bem como especificar as exigncias e procedimentos para a
proteo da equipe.
Todos da equipe devem estar familiarizados com os POPs ou qualquer
instruo adicional, alm das informaes contidas no plano de segurana na rea.
-
MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 35
55 PPRRIIMMEEIIRROO PPAASSSSOO -- GGEERREENNCCIIAAMMEENNTTOO EE
CCOONNTTRROOLLEE DDOO CCEENNRRIIOO DDAA EEMMEERRGGNNCCIIAA
A partir deste captulo, sero detalhadas todas as aes tticas operacionais a
serem aplicadas de forma imprescindvel nas circunstncias que envolvam produtos
perigosos. Estas aes foram divididas em 6(seis) passos que devem ser rigorosamente seguidos pelas guarnies e de fundamental importncia a sua aplicao, uma vez que
a sua finalidade constitui-se na minimizao dos riscos potenciais decorrentes do cenrio
qumico catastrfico, podendo comprometer a vida de pessoas, desagregar o meio
ambiente e danificar propriedades.
Assim, o bombeiro dever agir sempre com os recursos materiais adequados de
modo a estar protegido, atuando sempre com a mxima ateno.
55..11 NNvveeiiss ddee CCaappaacciittaaoo PPrrooffiissssiioonnaall
Antes de partirmos para os procedimentos operacionais a serem adotados,
importante destacarmos os diferentes nveis de conhecimento tcnico existentes dentro
da Instituio, sendo que tais diferenciaes determinaro os limites de atuao de cada
profissional dentro da emergncia, garantindo assim a segurana e a qualidade do
atendimento:
Nvel bsico, quando do trmino do Curso de Formao de Soldados, na qual as praas do Corpo de Bombeiros faro o papel do primeiro no local no AEPP, tendo sua
atuao restrita s atividades de identificao de produtos, acionamento de rgos e
isolamento do local, seguindo os Guias de Emergncia Qumica;
Nvel tcnico, para Sargentos com o Curso de Bombeiros para Sargentos (CBS) e Oficiais com o Curso de Bombeiros para Oficiais (CBO), que possuam a funo de
liderana dentro da ocorrncia, possuindo o conhecimento tcnico necessrio para definir
as reas de trabalho e tomar as providncias iniciais at que uma equipe mais
especializada chegue ao local;
Captulo
5
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 36
Nvel especialista, para Oficiais e praas que conclurem o Curso AEPP, habilitados tambm para atividades de salvamentos complexos com uso de
Equipamentos de Proteo Respiratria compatveis com a necessidade exigida, alm de
monitoramento ambiental, conteno, transbordo e descontaminao de recursos. Os
conhecimentos devem ser atualizados em EAP especfico a cada trs anos.
Nvel gerencial, para oficiais que alm de conhecerem o contedo do nvel especialista, por meio de Curso AEPP, possuiro conhecimentos suficientes para
desenvolver aes de Comando das Operaes em harmonia com a filosofia SICOE
(Sistema de Comando e Operaes em Emergncias). Os conhecimentos devem ser
atualizados em EAP especfico a cada trs anos.
A manuteno e o aperfeioamento do conhecimento adquirido deve ser
constante, lembrando ainda que o Corpo de Bombeiros sempre deve recorrer empresa
responsvel pelo produto perigoso ou outras instituies especializadas que possam
complementar as informaes tcnicas operacionais, visando minimizar os danos
causados pela emergncia.
55..22 GGeerreenncciiaammeennttoo ddoo llooccaall
Este o primeiro dos seis passos do processo de gerenciamento da emergncia.
Seu foco principal estabelecer o controle do local da emergncia e isolar as pessoas
dos riscos e perigos.
O Comandante da Ocorrncia no pode simplesmente iniciar as operaes at
que a rea de perigo tenha sido identificada e o permetro de isolamento assegurado.
Pessoas prximas ao local so vtimas em potencial at que o isolamento tenha
sido estabelecido e o local evacuado.
De uma perspectiva ttica, o Gerenciamento do local pode ser dividido em at seis
tarefas principais. So elas:
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1. Assumir o comando e estabelecer o Sistema de Comando de Operaes em
Emergncias (SICOE).
2. Assegurar o posicionamento e a aproximao segura dos recursos de socorro
emergenciais.
3. Estabelecer uma rea de Apoio.
4. Estabelecer um permetro de segurana em volta do local da emergncia.
5. Estabelecer Zonas de Riscos para garantir um local seguro para aqueles que
atendem emergncia.
6. Avaliar a necessidade de resgates imediatos e da implementao inicial das
aes de proteo ao pblico. Garantir a vida a mais alta prioridade ttica de qualquer
Comandante da Emergncia. Sempre haver situaes onde as avaliaes iniciais
justificaro que as Equipes de Emergncia partam imediatamente para operaes de
resgate (por exemplo, um motorista que nitidamente est vivo e preso na cabine de um
caminho tanque em chamas transportando gasolina). Entretanto, mesmo sob situaes
mais extremas, a implantao de tarefas iniciais de gerenciamento do local salvar vidas.
No permita que uma situao ruim se torne pior deixando que as unidades de socorro
envolvam-se em situaes de resgate sem seguir procedimentos de segurana na
operao.
55..33 AApprrooxxiimmaaoo ee PPoossiicciioonnaammeennttoo
Uma aproximao e posicionamento seguros feitos pelos primeiros no local so
cruciais para que o acidente seja, como um todo, controlado.
Os atendimentos de Emergncias que no observam regras de posicionamento e
aproximao tendem a um resultado indesejado ou inesperado. Se as primeiras Equipes
de Emergncia se tornam parte do problema, o Comandante da Emergncia tem que
modificar o Plano de Ao para lidar com essas novas circunstncias. Por exemplo, se os
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bombeiros se contaminarem, o Plano de Ao deve ser alterado: muda de proteger
pessoas, para resgatar e descontaminar os socorristas.
Esta no uma cincia exata, apenas a aplicao do bom senso aos princpios
de operao de segurana bsicos. Alguns parmetros gerais incluem:
Quando possvel, aproxime-se do ponto mais alto e a favor do vento. Se estiver se aproximando contra o vento, ento se afaste o mximo possvel.
Se estiver em tneis subterrneos ou no, que passe metr ou trens, considere o efeito pisto que provocar, empurrando o ar frente do trem, devendo
providenciar a parada do mesmo antes de se aproximar.
Procure por provas fsicas. Por exemplo, evite reas molhadas, nuvens de vapor, material derramado, etc. Novamente, use o bom senso; se os pssaros
esto voando de um lado da nuvem de vapor e no esto vindo pelo outro
lado, voc provavelmente tem um problema.
5.3.1 Estacionamento da viatura no cenrio da emergncia
Outro importante procedimento a ser ressaltado o conjunto de cuidados a serem
tomados quanto ao estacionamento da viatura no local da emergncia com produtos
perigosos.
Alm dos cuidados j estabelecidos pelos POP (Procedimentos Operacionais
Padro) e NOB (Normas Operacionais de Bombeiros) em vigor, vale ressaltar algumas
peculiaridades especficas de ocorrncias dessa natureza:
Ao perceber que o cenrio da emergncia se aproxima, deve-se posicionar a viatura o mais distante possvel do produto para que seja providenciada sua
identificao (se possvel utilizar binculo para leitura do painel de segurana e
rtulo de risco). Recomenda-se a distncia de 100m para os casos de produtos
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qumicos e 300m para explosivos, para o estacionamento inicial da primeira
viatura que comparecer ao local do acidente at que se consiga obter a
identificao do produto; posteriormente, aps a sua identificao, podemos
remanejar o posicionamento e estacionamento de acordo com a distncia mnima
preconizada pelo manual da ABIQUIM (Associao Brasileira das Indstrias
Qumicas).
Figura 06 - Posicionamento para identificao do produto
Fonte: Corpo de Bombeiros da PMESP.2005
Deve-se levar sempre em considerao a direo do vento, tendo como regra bsica o posicionamento com o vento pelas costas. importante lembrar que
essa posio pode variar durante o desenrolar da ocorrncia, devendo a viatura
ser mudada de posio sempre que a direo do vento mudar.
As viaturas devem ser estacionadas distantes de reas mais baixas em relao ao produto. Esta regra vale tanto para lquidos quanto para gases, devendo
tambm ser levada em conta a presena de bueiros, pores e tubulaes onde
o material pode espalhar-se e acumular-se, comprometendo assim a
segurana dos bombeiros e viaturas.
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As condies podem modificar-se rapidamente em acidentes com produtos
perigosos. Um tambor sinalizado inflamvel pode tambm ser venenoso, ou uma
nuvem de vapor em suspenso pode cobrir a aparelhagem. No se posicione to
prximo at que uma avaliao completa tenha sido feita.
55..44 EEssttaabbeelleecceerr oo SSIICCOOEE
Como qualquer emergncia, um acidente com produtos perigosos requer um
gerenciamento centralizado. Sem ele, o local geralmente se torna inseguro e
desorganizado.
Um comando central organizado ir:
Fixar a responsabilidade do comando em um indivduo em particular por meio de um sistema de identificao padro.
Garantir que um comando forte, direto e visvel seja estabelecido assim que possvel.
Estabelecer uma estrutura de controle que claramente delineie os objetivos e funes das operaes.
O sucesso ou fracasso das operaes de emergncia depender do modo que o
primeiro no local estabelecer o comando. Independentemente do nvel de capacitao
de quem seja o primeiro no local, deve sempre iniciar as seguintes aes:
Assumir o comando corretamente - A pessoa que assumir o comando deve ser sempre da patente mais alta ou a pessoa com o maior nvel de capacitao
presente no local.
Confirmar o comando - Confirmar que toda a equipe no local e a caminho tenha sido notificada da estrutura de comando.
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Selecionar um local fixo para o posto de comando - Um comandante experiente somente abre mo da vantagem de um posto de comando fixo
quando for absolutamente necessrio para o Comandante da Emergncia dar
ordens diretamente aos socorristas operando em posies mais avanadas.
Em qualquer um dos casos, o CO deve manter uma presena de comando por
rdio.
Estabelecer uma rea de Apoio - Tenha certeza que a rea de apoio se encontra em um local de fcil acesso e bem sinalizada.
Solicitar apoio necessrio.
5.4.1 reas de Apoio
Esta rea um local destinado permanncia das equipes e dos equipamentos
de apoio at que sejam acionados.
A rea de Apoio se torna um setor dentro da rea destinada ao comando do
SICOE. O chefe da rea de Apoio responde por todas as unidades de emergncia,
despacha reforos para o local do acidente e requisita reforos de emergncia quando
necessrio.
A rea de Apoio ideal prxima o suficiente do permetro para reduzir
significantemente o tempo de resposta, em caso de acionamento pela Comandante das
Operaes. A rea de Apoio efetiva quando o Comandante da Emergncia prev que
reforos adicionais podem ser necessrios e ordena a eles que se desloquem para a
rea pr-designada, a aproximadamente trs minutos do local.
Acidentes em grandes propores podem requerer muitos reforos para o local
que podero ser necessrios em diferentes perodos durante toda a ocorrncia. Se os
reforos no forem necessrios por um tempo, o Comandante da Emergncia deve
considerar o estabelecimento de reas primrias e secundrias de rea de Apoio. Dentro
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do Sistema de Gerenciamento de Acidentes estas so consideradas como reas de rea
de Apoio nvel I e nvel II.
A rea de Apoio nvel 1 a posio primria para as primeiras unidades de
socorro que chegarem ao local. Assim que os primeiros atendentes chegarem, eles vo
diretamente para o local do acidente seguindo procedimento padro. A primeira unidade
a chegar no local da emergncia assume o comando e inicia as operaes de
gerenciamento do local. Todas as outras unidades que responderem a chamada
preparam-se a uma distncia segura do local, at que recebam ordens do Comandante
da Emergncia para agir.
Normalmente, a rea de Apoio nvel I situa se do lado de fora do porto principal
do prdio ou em uma rua lateral prxima ao acidente. A rea de Apoio nvel I est
sempre em um local seguro e a favor do vento. Logicamente, voc no deve passar por
um local inseguro para tomar uma posio em local seguro.
A rea de Apoio nvel II a localizao secundria ou ponto de partida para
reforos. usada para operaes grandes, complexas ou demoradas. Assim que mais
unidades se aproximem da emergncia, elas so posicionadas conjuntamente em um
local especfico sob o comando do Chefe da rea de Apoio.
As equipes devem ser instrudas a respeito da situao pelo Chefe da rea de
Apoio e esperar por suas ordens em locais adjacentes mais adequados, onde estejam
protegidos das mudanas climticas. Quando reforos so necessrios no local do
acidente, eles podem ser deslocados para uma rea localizada prxima ao permetro do
acidente e dispostas pelo Comandante da Emergncia.
As reas de Apoio devem ser claramente identificadas atravs do uso de sinais,
bandeiras com cores sinalizadoras e luzes, cartazes ou qualquer meio apropriado.
A localizao exata da rea de Apoio, tanto no permetro urbano quanto rural, ser
baseada nas condies do vento e na natureza da emergncia.
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55..55 EEssttaabbeelleecceerr uumm ppeerrmmeettrroo ddee iissoollaammeennttoo
a linha de controle da multido especificada na rea em volta da Zona de
Controle de Perigo. O Permetro de Isolamento est sempre na linha entre o pblico em
geral e a Zona Fria.
Isolar a rea e estabelecer um permetro pode ser to simples como esticar
cordes de isolamento atravs das estradas de acesso prximas de um derramamento
ou coordenar as equipes da polcia, bombeiros, ambulncias, e a equipe de emergncia
em um esforo de evacuao em massa. Independentemente da complexidade, esta
uma das primeiras consideraes tticas.
Figura 07 - Isolamento do local
Fonte: Corpo de Bombeiros da PMESP.2005
O primeiro objetivo do procedimento de isolamento, aps o resgate, limitar
imediatamente o nmero de civis e no civis expostos ao material perigoso. Isto se inicia
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quando se identifica e se estabelece um permetro de isolamento. Quando nos
deparamos com um acidente dentro da edificao, o melhor lugar para comear nos
pontos de entrada, como as portas da entrada principal. Uma vez que as entradas
estejam seguras e a circulao de pessoas no autorizadas (incluindo bombeiros)
negada, as equipes podem comear a isolar o perigo. Obviamente, roupas e
equipamentos de proteo adequados devem ser usados. Este procedimento de controle
de entradas pode ser feito por bombeiros, em caso disponvel, ou policiais ou ainda por
pessoal da segurana da empresa.
O mesmo conceito se aplica a locais abertos, fora de edificaes. Primeiro garanta
que as entradas estejam seguras e ento estabelea um permetro de isolamento em
volta do perigo. Comece pelo controle das interseces, rampas de subidas e descidas,
estradas subjacentes e qualquer outro acesso ao local. Neste ponto, uma equipe de
reconhecimento pode iniciar a avaliao. Civis feridos ainda so prioridade, mas estradas
e pontos de acesso podem se congestionar e restringir rapidamente qualquer tipo de
acesso ao local. Permitir que veculos permanecessem fluindo vagarosamente prximos
ao local do acidente iria promover mais operaes de resgate e, em geral, compromete
toda a operao, tornado-a muito mais complicada.
Se a situao se estender, as condies podem mudar e o material perigoso pode
migrar para uma rea onde veculos esto parados, esperando que o trnsito volte a fluir.
Os ocupantes podem se tornar vtimas sem meios imediatos de escapar.
Uma vez que um grande permetro em volta do acidente desejvel, um erro
muito comum interditar uma rea maior do que pode ser efetivamente controlada,
exceto em operaes militares, nas quais h um grande contingente para patrulhar um
certo permetro. Se as patrulhas esto muito esparsas ou no so freqentes, algum
com certeza vai entrar no permetro. Dado ao nmero reduzido de homens, melhor
garantir completamente uma rea menor e expandir o permetro assim que reforos
adicionais se tornem disponveis.
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 45
5.5.1 Segurana e Cumprimento da Lei
O Comandante da Emergncia deve distribuir as tarefas no permetro de
isolamento assim que possvel. Isto comea, em geral, com a convocao da polcia ou
do supervisor de segurana para o Posto de Comando. Este indivduo se tornar uma
pea-chave que ajudar a estabelecer as comunicaes entre agncias e determinar
que rea(s) ser(o) controlada(s) primeiro, e como isto ser gerido. No acidente o
responsvel deve ser instrudo com toda a informao disponvel.
As pessoas que esto envolvidas no estabelecimento de um permetro ou nas que
iro entrar nas estruturas precisam saber exatamente quais os perigos potenciais e os
possveis riscos que correm. Se existir uma chance, mesmo que remota, desses oficiais
serem expostos ao perigo, enquanto a rea de isolamento se expande, eles devem
receber o equipamento apropriado juntamente com orientaes especficas de onde ir se
as coisas sarem errado.
Aqueles responsveis pela imposio da lei so melhores utilizados quando o
controle de trfego e de multides envolver grandes grupos de pessoas em propriedade
pblica. Outra funo importante patrulhar o permetro por causa de civis que tentam
dar uma olhada mais de perto ou por causa do fotgrafo ou do operador de cmera que
tenta conseguir uma imagem mais real do acidente.
Policiais so mais bem treinados para a segurana do permetro do que
bombeiros. Eles vigiam o local e tm a credibilidade para convencer pessoas a se
deslocarem para locais mais seguros. Se a situao ficar feia, eles tm autoridade e
equipamento para deslocar pessoas contra suas vontades.
Quando a operao ocorre em uma instalao privada, como um complexo
industrial, as foras de segurana do local preenchem as mesmas lacunas no sistema. A
grande maioria dos seguranas das fbricas so bem treinados e extremamente
familiarizados com o local e seus recursos. Eles geralmente conhecem de vista os
empregados da instalao e podem providenciar detalhes especficos dos planos de
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 46
evacuao, procedimentos de emergncia e a disponibilidade de ferramentas especiais.
Geralmente, eles podem assumir funes de segurana dentro da fbrica enquanto
policiais controlam reas do lado de fora da cerca. Trabalhando juntos sob um Sistema
de Comando Unificado, aqueles que garantem a lei e a equipe de segurana podem ser
um trunfo valoroso para o Comandante da Emergncia.
55..66 ZZoonnaass ddee RRiissccooss
Agora que o permetro de isolamento est seguro, o Comandante da Emergncia
pode comear a trabalhar em seu segundo objetivo de isolamento atravs do
estabelecimento de Zonas de Riscos. Essencialmente, o Comandante divide o territrio
que j controla em trs diferentes zonas, comeando pelo material perigoso e
trabalhando do lado de fora em direo ao permetro do acidente. Zonas de Riscos so
designadas da mais para a menos perigosa como Zona Quente, Morna e Fria.
Figura 08 - Zonas de Riscos
Fonte: Corpo de Bombeiros PMSP. 2005
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 47
A idia principal em estabelecer trs diferentes Zonas de Riscos dentro do
permetro de isolamento estipular o mais alto nvel de controle de responsabilidade
pessoal para os atendentes trabalhando no local da emergncia. Zonas definidas ajudam
a garantir que trabalhadores no se locomovam inadvertidamente para um local
contaminado ou se coloquem em locais que possam se tornar de alto risco graas a
exploses ou nuvens de vapor em suspenso.
Deve-se observar os critrios previstos na NOB 42 SICOE para permanncia
das pessoas nas respectivas zonas de riscos:
Um local de abrigo deve tambm ser estabelecido dentro da Zona Quente, para a
equipe de controle exposta a produtos perigosos. Eles devem ser mantidos dentro desta
rea delimitada at que possam ser deslocados com segurana para outro local (por
exemplo, quando uma rea de descontaminao foi estabelecida).
A Zona Quente deve ser ampla o suficiente para disponibilizar um ou mais locais
de abrigo quando necessrio.
5.6.1 Identificao das Zonas de Riscos
Zonas de Riscos devem ser demarcadas fisicamente e notificadas no Posto de
Comando. A Zona Quente pode ser identificada com linhas de controle coloridas, cones
de trfego e bastes de luzes.
Em situaes externas, Zonas de Riscos podem ser designadas utilizando-se
pontos de referncia geogrfica como a parede de uma barragem, cercados ou nome da
rua. reas geogrficas devem ser comunicadas verbalmente por rdio ou no momento
em que o Comandante e os oficiais do setor trocarem informaes.
Quando o perigo est confinado a um prdio, estas zonas podem ser assinaladas
por sua localizao dentro da estrutura. Por exemplo, um derramamento na sala 321
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MAEPP MANUAL DE ATENDIMENTO S EMERGNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS 48
pode pressupor que as salas 320 e 322 sejam a Zona Quente, o resto do prdio seja a
Zona Morna e rea do lado de fora do edifcio seja designada a Zona Fria.
As Zonas de Riscos devem modificar-se com o tempo expandindo-se ou retraindo-
se dependendo do tamanho do acidente e do territrio em que os perigos e ris