I
MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE
AHE COLÍDER
Rio Teles Pires, MT
Empresa Executora: Ambiotech Consultoria
Equipe de execução:
Coordenação geral:
Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos
Herpetofauna:
Biól. Rafael Lucchesi Balestrin (Resp. técnico)
Biól. Cyro Bernardes
Auxiliar local
Avifauna:
Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos (Resp. técnico)
Biól. Eduardo Weffort Patrial
Graduando Giuliano Bernardon
Graduando Benedito Abrão Freitas
Mastofauna:
Biól. João Marcelo Deliberador Miranda (Resp. técnico)
Biól. Marcelo B. G. Rubio
Biól. Fernando Carvalho
II
SUMÁRIO
ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... V
ÍNDICE DE FOTOS ......................................................................................... VI
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................... VIII
ÍNDICE DE GRÁFICOS .................................................................................... X
1 APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 1
2 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 2
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................ 4 3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS ....................................................... 4 3.1.1 Áreas amostrais ................................................................................... 4 3.1.2 Manutenção das parcelas e transecções .............................................. 4 3.2 MÉTODOS ................................................................................................ 5 3.2.1 Trabalho de campo .............................................................................. 5 3.2.2 Análise dos dados ................................................................................ 5
4 RESULTADOS ............................................................................................ 6 4.1 HERPETOFAUNA........................................................................................ 6 4.1.1 Parcela 1 - Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras) ............ 6 4.1.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift Fences)
(AIQ) .................................................................................................. 6 4.1.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ................................... 8 4.1.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ............................................. 8 4.1.1.4 Registros não sistematizados ................................................................. 9 4.1.2 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório) ................ 11 4.1.2.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences) (AIQ)11 4.1.2.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ................................. 12 4.1.2.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ........................................... 12 4.1.2.4 Registros não sistematizados ............................................................... 13 4.1.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle) ..................... 15 4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift Fences)
(AIQ) ................................................................................................ 15 4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ................................. 16 4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ........................................... 16 4.1.3.4 Registros não sistematizados ............................................................... 17 4.1.4 Espécies endêmicas, raras ou não descritas ...................................... 19 4.1.5 Espécies procuradas para caça .......................................................... 20 4.1.6 Espécies de interesse econômico ....................................................... 20 4.1.7 Espécies de interesse científico ......................................................... 21
III
4.1.8 Espécies de interesse médico-veterinário .......................................... 21 4.1.9 Espécies indicadoras de qualidade ambiental .................................... 22 4.1.10 Riqueza e abundância ........................................................................ 22 4.1.11 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a quinta
campanha .......................................................................................... 23 4.1.12 Suficiência amostral .......................................................................... 25 4.1.13 Considerações finais .......................................................................... 26 4.1 AVIFAUNA .............................................................................................. 28 4.1.1 Riqueza de espécies .......................................................................... 28 4.1.2 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei ............ 61 4.1.3 Espécies endêmicas ........................................................................... 61 4.1.4 Espécies migratórias ......................................................................... 61 4.1.5 Espécies relevantes ........................................................................... 61 4.1.6 Esforço amostral ................................................................................ 61 4.1.7 Comparação entre as áreas amostrais ............................................... 63 4.1.7.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de obras) ...................... 63 4.1.7.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório).............................. 63 4.1.7.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle) ........................... 64 4.1.8 Similaridade entre as áreas ............................................................... 65 4.1.9 Anilhamento ...................................................................................... 65 4.1.10 Índice Pontual de Abundância (IPA) ................................................. 70 4.1.11 Métodos não sistematizados .............................................................. 72 4.1.12 Índice de diversidade ........................................................................ 73 4.1.13 Espécimes coletados .......................................................................... 73 4.1.14 Considerações finais .......................................................................... 74 4.2 MASTOFAUNA ......................................................................................... 75 4.2.1 Procedimentos Metodológicos ........................................................... 75 4.2.2 Riqueza de espécies .......................................................................... 76 4.2.3 Espécies ameaçadas .......................................................................... 84 4.2.4 Espécies endêmicas ........................................................................... 85 4.2.5 Espécies raras ou de interesse científico ........................................... 86 4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas ...................................................... 87 4.2.7 Espécies Bioindicadoras .................................................................... 87 4.2.8 Espécies exóticas............................................................................... 88 4.2.9 Espécies cinegéticas .......................................................................... 88 4.2.10 Espécies de importância econômica .................................................. 89 4.2.11 Espécies de risco epidemiológico ....................................................... 89 4.2.12 Esforço amostral ................................................................................ 90 4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas ............................................ 91 4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras ............. 91 4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório .................... 91 4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle .......................... 92 4.2.13.4 Comparação entre as áreas ................................................................. 92
IV
4.2.13.5 4.3.14 Comparação entre as fases do monitoramento ............................. 93 4.2.13.6 Pequenos mamíferos .......................................................................... 94 4.2.13.7 Morcegos .......................................................................................... 94 4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte ...................................................... 95 4.2.14 Considerações finais .......................................................................... 97
5 REFERÊNCIAS CONSULTADAS ................................................................ 98 5.1 HERPETOFAUNA...................................................................................... 98 5.2 AVIFAUNA .............................................................................................. 99 5.3 MASTOFAUNA ....................................................................................... 102
V
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA ATRAVÉS DOS MÉTODOS IMPLEMENTADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A QUINTA CAMPANHA .............................. 24
FIGURA 2 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA ATRAVÉS DOS MÉTODOS IMPLEMENTADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A PRIMEIRA CAMPANHA ............................ 24
FIGURA 3 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE ESTUDO DURANTE A QUINTA FASE DO MONITORAMENTO DE FAUNA. CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA CONTROLE .................................. 93
VI
ÍNDICE DE FOTOS
FOTO 1 – ADULTO DE ELACHISTOCLEIS SPN. REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE QUEDA ............................................................................................................. 7
FOTO 2 – FILHOTE DE CLELIA SP. REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PSLT ......... 8
FOTO 3 – ADULTO DE HYPSIBOAS FASCIATUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE ASR ................................................................................................................. 9
FOTO 4 – FILHOTE DE EUNECTES MURINUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PALT .............................................................................................................. 10
FOTO 5 – JUVENIL DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PSLT.......................................................................................................... 12
FOTO 6 – FILHOTE DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PALT.......................................................................................................... 14
FOTO 7 – ADULTO DE EUNECTES MURINUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PALT .............................................................................................................. 14
FOTO 8 – ADULTO DE ATRACTUS ALBUQUERQUEI AMOSTRADO PELAS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA ........................................................................... 15
FOTO 9 – ADULTO DE PHYLLOMEDUSA VAILANT AMOSTRADO ATRAVÉS DA METODOLOGIA DE PSLT ................................................................................... 16
FOTO 10 – ADULTO DE SPILOTES PULLATUS AMOSTRADO PELA PL ........................ 18
FOTO 11 – ADULTO DE EPICRATES CENCHRIA AMOSTRADO OCASIONALMENTE ...... 18
FOTO 12 – ADULTO DE LACHESIS MUTA AMOSTRADO .......................................... 18
FOTO 13 – ADULTO DE ELACHISTOCLEIS SPN. CAPTURADO NAS AIQ DA AID ......... 20
FOTO 14 – ADULTO DE BOTHROPS MOOJENI CAPTURADO NAS TRANSECÇÕES LIVRES DA AII ............................................................................................................ 21
FOTO 15 – DETALHE DO UM EXEMPLAR ADULTO DE BOTHROPS MOOJENI CAPTURADO SOBRE UM ÁRVORE NAS TRANSECÇÕES LIVRES DA AII ....................................... 21
FOTO 16 – TRABALHO DE ANILHAMENTO DE AVES SENDO EXECUTADO NO INTERIOR DA MATA DE VÁRZEA PRESENTE NO SÍTIO AMOSTRAL DA ADA ............................. 64
FOTO 17 – ARAPAÇU-PARDO (DENDROCINCLA FULIGINOSA) (ANILHA VERMELHA 0021) ENCONTRADO NA MATA APÓS SETE MESES DO ANILHAMENTO EM 06/07/2011 ..................................................................................................................... 68
FOTO 18 – PATINHO-ESCURO (PLATYRINCHUS SATURATUS) CAPTURADO NA ÁREA DO RESERVATÓRIO, EM MATA DE VÁRZEA DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA: ESPÉCIE RARA NA REGIÃO E COM POUCOS REGISTROS NO ESTADO DE MATO GROSSO ....... 68
FOTO 19 – PAPA-FORMIGA-PARDO (FORMICIVORA GRISEA) CAPTURADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ....................................................................................... 68
FOTO 20 – MACHO DE RENDADINHO (WILLISORNIS POECILINOTUS) ANILHADO NA ÁREA DO RESERVATÓRIO ................................................................................. 68
FOTO 21 – CHOCA-LISA (THAMNOPHILUS AETHIOPS), MACHO CAPTURADO NA ÁREA DO RESERVATÓRIO. ......................................................................................... 69
VII
FOTO 22 – CHOCA-LISA (THAMNOPHILUS AETHIOPS), FÊMEA CAPTURADA NA ÁREA DO RESERVATÓRIO .......................................................................................... 69
FOTO 23 – ARAPAÇU-RISCADO (XIPHORHYNCHUS OBSOLETUS): UMA DAS ESPÉCIES TÍPICAS DA MATA DE VÁRZEA DA ÁREA DO RESERVATÓRIO. ................................ 69
FOTO 24 – AZULÃO-DA-AMAZÔNIA (CYANOLOXIA CYANOIDES) ANILHADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS. ................................................................................. 69
FOTO 25 – GAVIÃO-PEGA-MACACO (SPIZAETUS TYRANNUS) FOTOGRAFADO NA FLORESTA CILIAR DO RIO TELES PIRES, NO LOCAL PREVISTO PARA A BARRAGEM DA UHE COLÍDER .................................................................................................. 73
FOTO 26 – ESPÉCIE ACRESCIDA À LISTA DURANTE A QUINTA FASE DE CAMPO: MORCEGO PTERONOTUS PERSONATUS ............................................................... 77
FOTO 27 – ESPÉCIE ACRESCIDA À LISTA DURANTE A QUINTA FASE DE CAMPO: MORCEGO PLATYRRHINUS FUSCIVENTRIS, ESPÉCIE DESCRITA PELA CIÊNCIA EM 2010 .............................................................................................................. 77
FOTO 28 – ESPÉCIE ACRESCIDA À LISTA DURANTE A QUINTA FASE DE CAMPO: MORCEGO LONCHOPHYLLA THOMASI ................................................................. 77
FOTO 29 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (ATELES MARGINATUS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). ESSA ESPÉCIE OCORRE SOMENTE NA MARGEM DIREITA DO RIO TELES PIRES ............................. 84
FOTO 30 – JAGUATIRICA (LEOPARDUS PARDALIS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA VU (VULNERÁVEL) ................................................ 84
FOTO 31 – O MARSUPIAL MONODELPHIS KUNSI, ESPÉCIE DD (DADOS INSUFICIENTES) .............................................................................................. 85
FOTO 32 – MORCEGO PHYLLOSTOMUS LATIFOLIUS: ESPÉCIE DD .......................... 85
FOTO 33 – SAGUI (MICO EMILIAE) ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS .................................................................... 85
FOTO 34 – CUXIÚ (CHIROPOTES ALBINASUS), ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA .. 85
FOTO 35 – MORCEGO DERMANURA GNOMA, ESPÉCIE TAMBÉM ENDÊMICA DA AMAZÔNIA ...................................................................................................... 86
FOTO 36 – MORCEGO PLATYRRHINUS FUSCIVENTRIS, ESPÉCIE RECÉM DESCRITA PELA CIÊNCIA E REGISTRADA NO PRESENTE ESTUDO .......................................... 87
FOTO 37 – GRAXAIM OU CACHORRO-DO-MATO (CERDOCYON THOUS), ESPÉCIE BIOINDICADORA REGISTRADA EM ARMADILHA FOTOGRÁFICA .............................. 88
FOTO 38 – A COTIA (DASYPROCTA LEPORINA) É UMA ESPÉCIE DE INTERESSE CINEGÉTICO, MUITO CAÇADA NA REGIÃO .......................................................... 89
FOTO 39 – O CATETO (PECARY TAJACU), ESPÉCIE DE INTERESSE CINEGÉTICO, COMUMENTE CAÇADO NA REGIÃO. A ESPÉCIE FOI OBSERVADA COM FREQUÊNCIA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ......................................................................... 89
VIII
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AID DO AHE COLÍDER ............................. 9
TABELA 2 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DO AHE COLÍDER, DURANTE A QUINTA CAMPANHA DE MONITORAMENTO ................... 11
TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO) .......................... 13
TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO) ............................................................................................ 14
TABELA 5 – ESPÉCIES DE ESCAMADOS E ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE) ..... 17
TABELA 6 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE) ........................................................................................... 19
TABELA 7 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA AMOSTRAL ................................................................................. 23
TABELA 8 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS CINCO PRIMEIRAS FASES DE CAMPO E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO .. 29
TABELA 9 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A TERCEIRA FASE DE CAMPO ........................................................................................................... 62
TABELA 10 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO .................................................................................................. 63
TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO .................................................................................................. 64
TABELA 12 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA CONTROLE EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO ........... 65
TABELA 13 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO 65
TABELA 14 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS, NAS CINCO FASES DE CAMPO .............................................. 66
TABELA 15 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A QUINTA FASE DE CAMPO DO ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA .. 67
TABELA 16 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS .......................................................................................... 70
TABELA 17 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA QUINTA FASE DE CAMPO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS POR MEIO DE MÉTODOS NÃO SISTEMATIZADOS ................................................. 72
TABELA 18 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA AHE COLIDER, MUNICÍPIOS DE COLIDER E ITABUNA, MT ........................................................... 78
IX
TABELA 19 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS CINCO PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA DO AHE COLÍDER ................................... 90
TABELA 20 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA ÁREA E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DE FAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES. .................................................................................................. 93
TABELA 21 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO ........................................... 94
TABELA 22 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO ............................................................. 95
TABELA 23 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO .................... 96
X
ÍNDICE DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS CINCO CAMPANHAS DE MONITORAMENTO DE FAUNA ....................... 25
GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DA TERCEIRA FASE, TOTALIZANDO 264 ESPÉCIES ....................................................................................................... 62
GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA. O PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO ............... 63
GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS CINCO PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA DO AHE COLÍDER, MT ............ 91
GRÁFICO 5 – ABUNDÂNCIA RELATIVA DOS PEQUENOS MAMÍFEROS CAPTURADOS DURANTE A QUINTA FASE DO MONITORAMENTO ................................................. 94
GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A QUINTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DO AHE COLÍDER, MT ................................................................................................................. 95
GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADOS DURANTE A QUINTA FASE DO MONITORAMENTO ........................... 97
1
1 APRESENTAÇÃO
O AHE Colíder terá uma potência instalada de 300 MW e energia firme de 166,3 MW
médios. O reservatório possuirá área total de 143,5 km², abrangendo os municípios
de Nova Canaã do Norte, Itaúba, Colider e Cláudia, no estado de Mato Grosso.
A implantação do AHE Colíder alterará a riqueza, a abundância e a diversidade de
espécies faunísticas na sua área de implantação, devido às conseqüências produzidas
pelo desmatamento prévio da bacia de acumulação e de seu alagamento.
O programa de monitoramento é ferramenta fundamental para o estabelecimento de
estratégias de conservação de espécies e ambientes ameaçados – caso dos
remanescentes de Floresta da região do empreendimento – uma vez que permitem
conhecer tendências ao longo do tempo. Os resultados obtidos por meio deste tipo de
pesquisa podem indicar o papel dos remanescentes de floresta na região, incluindo
suas funções como corredores ecológicos no entorno imediato da área direta ou
indiretamente afetada pelo empreendimento. Tais informações irão compor a base de
dados para futuras atividades de manejo e conservação, incluindo o estabelecimento
de parâmetros para minimizar os impactos adversos das atividades de implantação do
empreendimento, sobre diferentes grupos animais.
Em 04/01/2011, o IBAMA expediu a Licença para Captura, Coleta e Transporte de
Material Zoológico sob o nº 02013004996/10-08. Após a emissão da Licença a Copel
iniciou o Monitoramento de Fauna que tem prazo de duração de cinco anos, com
campanhas trimestrais.
Em 27/01/2012, o IBAMA renovou a Licença para Captura, Coleta e Transporte de
Material Zoológico sob o nº 02013.001712/2010-11, permitindo a continuidade do
monitoramento por mais um ano.
O presente relatório refere-se aos resultados obtidos após a execução da quinta fase
de campo do monitoramento pré-enchimento de fauna terrestre na área de influência
do AHE Colíder, realizada no mês de fevereiro de 2012, na estação chuvosa.
2
2 INTRODUÇÃO
Estudos de monitoramento tem com principal objetivo conhecer a influência dos
principais impactos (positivos e negativos) gerados pela implantação de um
empreendimento sobre a fauna local. Além de tentar desvendar estes impactos,
estudos de monitoramento recomendam medidas mitigadoras ou compensatórias,
suportadas por uma base de dados consistente, gerada a partir de amostragens
realizadas em um gradiente de tempo. Alguns grupos faunísticos expressam de
maneira mais clara que outros os impactos causados a partir da implantação de um
empreendimento.
As aves são o grupo que melhor responde aos impactos causados em um ambiente,
pois a especificidade de hábitat permite avaliar impactos negativos por meio da
presença ou ausência de alguns táxons.
Anfíbios também constituem bons modelos para estudos de inventariamento e/ou
monitoramento de fauna em curto prazo, por serem animais de fácil visualização,
captura e manuseio, e taxonomia relativamente bem conhecida. Por ocuparem tanto
ambientes terrestres quanto aquáticos, os anfíbios são excelentes bioindicadores
ambientais, além de desempenharem importante função na dinâmica entre os
ecossistemas.
Em contrapartida, répteis são animais inconspícuos e de difícil amostragem, sendo
muitas vezes complexo avaliar os reais efeitos do empreendimento através deste
grupo. No entanto, são importantes por disponibilizarem relevantes subsídios ao
conhecimento do estado de conservação de regiões naturais (MOURA-LEITE et al.,
1993), pois ocupam posição ápice em cadeias alimentares (exigindo assim uma oferta
alimentar que sustente suas populações), funcionam como excelentes bioindicadores
de primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração
ambiental. A presença de espécies dependentes de algum tipo de ambiente (espécies
estenóica), bem como a presença de espécies raras e formas endêmicas, são
fundamentais para a detecção do grau de primitividade do ambiente, enquanto que a
presença de espécies tolerantes a um amplo espectro de condições do meio
(eurióticas) pode determinar diferentes níveis de alteração.
A comunidade de mamíferos responde relativamente bem a impactos causados em
seu meio por serem um grupo bastante afetado com perdas ambientais. A
3
fragmentação florestal atinge expressivamente mamíferos de grande porte e o maior
problema é a falta de grandes porções florestais que possam sustentar uma
comunidade clímax (CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2001). Além da perda de
habitats naturais a pressão de caça exercida sobre os mamíferos é maior que em
qualquer outro agrupamento animal (PERES, 1990; CHIARELLO, 2000; CULLEN et al.,
2001, LEITE & GALVÃO, 2002; WCS, 2004).
A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, e a despeito de sua
grande importância biológica vem sistematicamente sofrendo com sua redução,
transformação e fragmentação (HEYER et al., 1999). Esses impactos são ligados
direta ou indiretamente à expansão da fronteira agrícola, em especial no conhecido
arco do desmatamento amazônico, localizado ao noroeste do Mato Grosso e sul do
Pará (HEYER et al., 1999).
O Brasil conta com aproximadas 650 espécies de mamíferos (REIS et al., 2006),
sendo 69 (~10%) delas ameaçadas de extinção (CHIARELLO et al., 2008).
Aproximadamente 30% dessas espécies ameaçadas são amazônicas, refletindo por
um lado a grande riqueza ligada a esse bioma e por outro a ameaça já presente no
mais conservado dos biomas brasileiros (CHIARELLO et al., 2008).
Considerando o número de espécies de aves existentes em território nacional, o valor
atual é de 1.832 (CBRO, 2011), sendo que a ocorrência de mais de um terço deste
número é esperada para a área prevista para o empreendimento em questão.
É em uma das regiões mais ricas em espécies animais do mundo que está sendo
executado o monitoramento de fauna do AHE Colíder, no Rio Teles Pires, cujos
resultados da quinta campanha de campo serão apresentados na sequência.
A particularidade da quinta campanha foi o elevado índice pluviométrico observado.
Houve chuva intensa em quase todos os dias e o nível do Rio Teles Pires foi o mais
alto já observado durante o estudo. Por um lado, para a herpetofauna, a época é
ideal, pois muitas serpentes e anfíbios estão em plena atividade, facilitando sua
detecção. Por outro, as chuvas e a instabilidade climática interferem negativamente
no registro de elementos da avifauna e mastofauna. Os estudos destes dois grupos
são prejudicados durante a época das chuvas por três principais motivos:
1) Alguns métodos utilizados se tornam menos eficazes durante este período
(redes de neblina devem permanecer fechadas durante as chuvas para que não
4
haja captura acidental e morte por hipotermia, baldes dos pitfalls acumulam
água e prejudicam a captura de pequenos marsupiais e roedores);
2) A maioria das aves e mamíferos reduz a atividade durante as chuvas e no
período que as entecede, dificultando expressivamente sua detecção em
campo;
3) O acúmulo de água nas estradas, na vegetação ciliar do Rio Teles Pires e em
locais inseridos nos pontos amostrais dificulta o acesso e a aplicação dos
métodos empregados (instalação e revisão dos aparatos de captura).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS
3.1.1 Áreas amostrais
As mesmas áreas amostrais que vêm sendo avaliadas durante as primeiras fases
foram mantidas durante a quinta campanha.
3.1.2 Manutenção das parcelas e transecções
As linhas de pitfalls encontravam-se deterioradas em virtude da quantidade de
chuvas, da grande quantidade de árvores e galhos caídos sobre a cerca-guia e,
também, devido aos trechos consumidos por formigas. Desta forma, foi necessária
uma grande reforma da cerca-guia. As três linhas de pitfalls (ou seja, os três pontos
amostrais) receberam nova cerca-guia para que os buracos fossem cobertos e os
trechos desenterrados fossem fechados. Os baldes foram abertos para o início das
capturas propriamente ditas somente após a inteira reforma das cercas-guia.
Alguns baldes ainda foram roubados na área do reservatório, possivelmente por
pessoas que frequentam o rancho de pesca localizado nas proximidades dos pitfalls.
Os mesmos foram repostos para que o esforço amostral fosse o mesmo desde a
primeira campanha.
5
3.2 MÉTODOS
Durante a quinta campanha, os métodos sistematizados utilizados para todos os
grupos faunísticos abordados foram replicados nos mesmos ambientes, moldes e
locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados foram aplicados em
ambientes novos, com o objetivo de melhor investigar as áreas e descobrir
populações ou espécies de interesse específico.
3.2.1 Trabalho de campo
A quinta fase de campo do referido monitoramento foi realizada entre os dias 06 e 28
de fevereiro de 2012. A equipe de execução dividiu esse período para a instalação e
remoção de armadilhas, reforma das linhas de pitfalls, coleta de dados sistematizados
e coleta de dados não sistematizados.
3.2.2 Análise dos dados
Após a obtenção dos dados em campo, as informações obtidas e os animais coletados
foram levados ao laboratório para estudo. Foram feitas algumas análises estatísticas
para efeito comparativo com as fases anteriores. As análises seguem o mesmo padrão
apresentado nos relatórios anteriormente apresentados.
6
4 RESULTADOS
4.1 HERPETOFAUNA
Durante esta campanha, os métodos sistematizados foram replicados nos mesmos
ambientes e locais das campanhas anteriores. Os métodos não sistematizados foram
aplicados em novos ambientes ainda não amostrados, com o objetivo de melhor
investigar as áreas e encontrar táxons ainda não citados para a área de estudo. Os
métodos sistematizados foram aplicados entre os dias 23 a 28 de fevereiro, quando
cada parcela de interesse foi amostrada durante dois dias.
A respeito do esforço total com o método de captura em pitfalls, obteve-se um esforço
de 144 horas/balde por parcela e um total de 432 horas/balde de amostragem na
área de influência do AHE Colíder. Sobre o método de Procura Sistematizada Limitada
por Tempo (PSLT), foram realizadas duas horas de procura diurna e uma hora de
procura noturna, diariamente, totalizando um esforço de captura de 18 horas/homem
de busca por parcela e 54 horas/homem de busca nas parcelas de amostragem. Com
o método de Amostragem em sítio de reprodução (ASR), foram amostrados seis sítios
de reprodução, sendo dois por parcela. As amostragens ocorreram à noite, quando
três observadores realizaram as transeções durante uma hora. Desta forma obteve-se
um esforço de captura de seis horas/homem de amostragem por parcela e um total
de 12 horas de amostragem nas áreas de interesse.
Os métodos não sistematizados foram aplicados desde o primeiro instante da equipe
nas áreas de interesse (dia 15 a 28 de fevereiro de 2012).
4.1.1 Parcela 1 - Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)
4.1.1.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift
Fences) (AIQ)
Nas armadilhas de queda do canteiro de obras foram registradas cinco espécimes de
quatro espécies de anuros: Ctenophryne geayi, Elachistocleis spn., Physalaemus cf.
cuvieri e Rhinella margaritifera. Destas, destaca-se a espécie Elachistocleis spn. (Foto
1), que deve corresponder a um táxon novo.
7
FOTO 1 – ADULTO DE ELACHISTOCLEIS SPN. REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE QUEDA
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
Na semana anterior aos estudos da herpetofauna, entre os dias 07 e 18 de fevereiro,
foram realizados os estudos da mastofauna, quando as armadilhas permaneceram
abertas. Naquela oportunidade, os espécimes de répteis e anfíbios também foram
qualificados e quantificados, revelando uma interessante diferença entre os dois
momentos de amostragem. Ao contrário do observado, os valores de diversidade e
abundância, registrados quando a equipe de mastofauna esteve em campo foram
bem diferentes daqueles observados pela equipe da herpetofauna, estando
representados por apenas quatro espécimes do anuro Rhinella marina. Estas
diferenças poderiam ser explicadas, pelo menos em parte, por alguns fatores não
excludentes:
(1) Maior atividade de anuros e serpentes fossórias por ocasião de um maior
volume de chuva. Apesar de ambos os momentos de amostragem representar a
estação chuvosa e estarem separados por poucos dias de diferença, o padrão
desuniforme e fragmentado de chuvas no norte de Mato Grosso poderia ter
beneficiado o segundo momento de amostragem em detrimento do primeiro, gerando
valores de diversidade e abundâncias diferentes;
(2) Diferença naturais observadas na estação chuvosa. As diferenças
observadas, simplesmente, estariam refletindo um padrão natural de ocorrência para
o final da estação chuvosa, quando a flutuação no padrão de atividade, principalmente
dos anuros, varia bastante.
8
4.1.1.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)
Por meio desta metodologia foram registradas quatro espécies, uma de anuro
(Physalaemus gr. cuvieri) e três espécies de serpentes (Clelia sp., Bothrops moojeni e
Lachesis muta). Destas, destacam-se as espécies de serpentes Clelia sp. (Foto 2) e
Lachesis muta, que ainda não haviam sido registradas durante o monitoramento de
fauna (e na área do canteiro). A presença de Lachesis muta na área de mata do
canteiro de obras ilustra a importância deste fragmento, sugerindo que
estruturalmente a área é capaz de abrigar espécies com maiores exigência ecológicas.
No entanto, campanhas futuras poderão produzir dados mais robustos capazes de
sustentar essa assertiva.
FOTO 2 – FILHOTE DE CLELIA SP. REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PSLT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
4.1.1.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)
O método de ASR registrou nove espécies de anfíbios anuros nos sítios de interesse
(Tabela 1). No sítio P1, que forma a várzea do Rio Teles Pires, foi registrada apenas
uma espécie, o anuro Hypsiboas fasciatus (Foto 3), registrada pela primeira vez
durante os estudos de monitoramento de fauna.
9
FOTO 3 – ADULTO DE HYPSIBOAS FASCIATUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE ASR
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
Já, no sítio reprodutivo P2, que é composto por uma série de alagados, foram
registradas oito espécies de anuros. Fato interessante, pois representam uma das
áreas mais alteradas do canteiro de obras, sugerindo que estes locais ainda são
capazes de manter algumas espécies, mesmo que todas com características
eurióticas. A única espécie com maiores exigências ecológica, Phyllomedusa azurea,
foi registrada em um alagado que ainda não sofreu pressão da obra.
TABELA 1 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AID DO AHE COLÍDER
Táxon Espécie Sítio N
AMPHIBIA ANURA Hylidae Dendropsophus nanus P2 40 Dendropsophus minutus P2 25 Hypsiboas albopunctatus P2 40 Hypsiboas fasciatus P1 10 Hypsiboas raniceps P2 5 Phyllomedusa azurea P2 10 Scinax cf. fuscovarius P2 5 Scinax nebulosus P2 20 Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus P2 1
4.1.1.4 Registros não sistematizados
Durante a quinta campanha, foram registradas quatro espécies pela metodologia de
PALT – Procura Aleatória Limitada por Tempo, sendo uma espécie de anfíbio
(Leptodactylus hylaedactylus), uma espécie de lagarto (Kentropix calcarata), uma
espécie de serpente (Eunectes murinus) e um crocodiliano (Paleosuchus trigonatus).
10
Não foram observados jacarés no Rio Teles Pires durante essa campanha,
provavelmente por estar fora de seu leito, transbordado na mata, o que favorece
estes animais que se escondem na vegetação. Segundo moradores locais, durante a
estação cheia, os jacarés habitam, principalmente, as lagoas que se formam no
interior da mata o que, provavelmente, é verdade. Nesta campanha o único exemplar
de jacaré visualizado, encontrava-se em um lago, distante, mas com conexão com o
rio. Lagos e lagoas, provavelmente, servem como sítios reprodutivos, onde os filhotes
permanecem em seu primeiro estágio de vida. Na terceira campanha, foram
registrados diversos filhotes de jacaré junto com a mãe em uma lagoa no interior da
mata. Na campanha seguinte (quarta campanha) diversos filhotes foram observado
na entrada do córrego, no rio Teles Pires, que abastece a mesma lagoa. Mesmo não
sendo confirmado se os filhotes eram os mesmo, sugere-se que a reprodução ocorra
no interior das lagoas, onde os filhotes nascem e chegam ao Teles Pires por seus
afluentes à medida que vão secando.
O mesmo poderia ocorrer com grandes sucuris. Na área do canteiro, foi encontrado
um filhote de Eunectes murinus (Foto 4) justamente na entrada de um córrego que se
conecta com as “secadoras”. Projetos específicos, direcionados para as espécies de
crocodilianos, poderiam tentar elucidar estas questões, bem como, produzir dados
robustos para comparações quando ocorrer o enchimento do reservatório.
FOTO 4 – FILHOTE DE EUNECTES MURINUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PALT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
Ainda, foi encontrado um filhote de Osteocephalus cf. taurinus pela equipe da
mastofauna na área do canteiro.
11
Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registradas 20
espécies da herpetofauna, das quais, 14 espécies de anuros, uma espécie de lagarto,
quatro espécies de serpentes e uma espécie de jacaré. Dentre os anuros, a família
mais representativa foi Hylidae, com oito espécies. Entre os répteis, a família mais
representativa foi Viperidae, com duas espécies (Tabela 2).
TABELA 2 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DO AHE COLÍDER, DURANTE A QUINTA CAMPANHA DE MONITORAMENTO
Táxon Espécie Nome poplular Método
AMPHIBIA ANURA Bufonidae Rhinella marina sapo-cururu AIQ Hylidae Dendropsophus nanus pererequinha ASR Dendropsophus minutus perereca-ampulheta ASR Hypsiboas albopunctatus perereca ASR Hypsiboas fasciatus perereca ASR Hypsiboas raniceps perereca-de-bananeira ASR Phyllomedusa azurea perereca-macaco ASR Scinax cf. fuscovarius raspa-de-cuia ASR Scinax nebulosus perereca ASR Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus razinha PALT Leptodactylus labyrinthicus rã-pimenta ASR Microhylidae Ctenophryne geayi sapinho AIQ Elachistocleis spn. apito-de-guarda AIQ Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro AIQ,PALT REPTILIA SQUAMATA Teiidae Kentropix calcarata lagarto PALT Boidade Eunectes murinus sucuri PALT Colubridae Clelia sp. muçurana PSLT Viperidae Bothrops moojeni jararaca PSLT Lachesis muta* pico-de-jaca PSLT Alligatoridae Paleosuchus trigonatus jacaré PALT
4.1.2 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório)
4.1.2.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift
Fences) (AIQ)
As armadilhas de queda registraram um total de 39 espécimes de quatro espécies de
anuros (Ctenophryne geayi, Leptodactylus mystaceus, Rhinella margaritifera e
Rhinella marina). Vale destacar a predominância de filhotes recém metamorfoseados
12
do anuro Rhinella margaritifera (18 do total de 26 amostrados) registrados nas
armadilhas. O mesmo pode ser verificado em diversos pontos da margem do Rio Teles
Pires, sugerindo período de recrutamento da espécie.
4.1.2.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)
Através deste método foram registradas dez espécies, das quais oito espécies de
anuros (Leptodactylus fuscus, Leptodactylus knudseni, Leptodactylus mystaceus,
Leptodactylus rhodomystax, Rhaebo guttatus, Physalaemus gr. cuvieri, Rhinella
marina e Rhinella margaritifera) e duas espécies de serpentes (Corallus hortulanu)
(Foto 5) e Oxyrhopus melanogenesis). A serpente Oxyrhopus melanogenesis foi
registrada pela primeira vez nos estudos de monitoramento de fauna.
FOTO 5 – JUVENIL DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PSLT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
4.1.2.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)
Através deste método foram registrados 26 espécimes de seis espécies de anuros
(Dendropsophus nanus, Hypsiboas albopunctata, Leptodactylus hylaedactylus,
Leptodactylus mystaceus, Osteocephalus leprieuri, Physalaemus gr. marmoratus) nos
sítios reprodutivos de interesse, conforme mostra a Tabela 3.
13
TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO)
Táxon Espécie Sítio N
AMPHIBIA ANURA Hylidae Dendropsophus nanus P4 15 Hypsiboas albopunctatus P4 1 Osteocephalus leprieuri P3 1 Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus P4 1 Leptodactylus mystaceus P4 1 Leiuperidae Physalaemus gr. marmoratus P3 7
4.1.2.4 Registros não sistematizados
Por meio do método de PALT, foram registradas sete espécies, quatro espécies de
anuros (Hypsiboas boans, Leptodactylus rhodomistax e Rhinella marina), três espécies
de serpentes (Chironius scurrulus, Corallus hortulanus (Foto 6) e Eunectes murinus) e
uma espécie de quelônio (Podocnemys duceni). Todas as serpentes foram registradas
sobre os galhos na margem alagada do rio. Das três espécies, Chironius scurrulus e
Eunectes murinus (Foto 7) foram registradas pela primeira vez nos estudos de
monitoramento de fauna.
Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registradas 20
espécies, das quais, 15 espécies de anuros, quatro espécies de serpentes e uma
espécie de quelônio. Dentre os anuros, a família mais representativa foi
Leptodactylidae, com cinco espécies. Entre os répteis, as famílias Boidae e Colubridae
estiveram representadas por duas espécies cada. (Tabela 4).
14
FOTO 6 – FILHOTE DE CORALLUS HORTULANUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PALT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
FOTO 7 – ADULTO DE EUNECTES MURINUS REGISTRADO PELA METODOLOGIA DE PALT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO)
Táxon Espécie Nome poplular Método
AMPHIBIA ANURA Bufonidae Rhinella margaritifera sapo AIQ Rhinella marina sapo-cururu AIQ Rhaebo guttatu sapo PALT Hylidae Dendropsophus nanus pererequinha ASR Hypsiboas albopunctatus perereca ASR Hypsiboas boans perereca PALT Osteocephalus leprieuri perereca ASR Leptodactylidae Leptodactylus fuscus rã assoviadora PSLT Leptodactylus hylaedactylus razinha Leptodactylus knudseni rã PSLT Leptodactylus mystaceus rã AIQ,ASR,PSLT Leptodactylus rhodomystax rã PALT Microhylidae Ctenophryne geayii. sapinho AIQ Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro PSLT Physalaemus gr. marmoratus rã-cachorro ASR REPTILIA SQUAMATA Boidade Corallus hortulanus bico-de-papagaio PSLT,PALT Eunectes murinus sucuri PALT Colubridae Chironius scurrulus cobra-cipó PALT Oxyrhopus melanogenesis cobra PSLT Testudinae Podocnemis duceni tracajá PALT
15
4.1.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)
4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps Whifh Drift
Fences) (AIQ)
Durante os dias de amostragem da herpetofauna em que as armadilhas de queda
permaneceram abertas na área controle foram capturadas, apenas, dois exemplares:
a serpente Atractus albuquerquei (Foto 8) e o anuro Rhinella margaritifera.
FOTO 8 – ADULTO DE ATRACTUS ALBUQUERQUEI AMOSTRADO PELAS ARMADILHAS DE INTERCEPTAÇÃO E QUEDA
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
No entanto, uma semana antes, entre os dias 09 e 15 de fevereiro, quando as
armadilhas estavam abertas por ocasião dos estudos de mastofauna, foram
capturados 19 espécimes de sete espécies. Duas espécies de serpentes: Atractus
albuquerquei (N = 1) e Atractus latifrons (N = 1); e cinco espécies de anuros:
Elachistocleis sp. (N = 1), Leptodactylus knudeseni (N = 1), Leptodactylus lineatus (N
= 1), Leptodactylus rhodomistax (N = 1) e Rhinella marina (N = 13). Os padrões
obtidos pelas armadilhas de queda da área controle são inversos àqueles observados
nas armadilhas de queda da área do canteiro, quando a riqueza e abundância de
espécies foram maiores no segundo momento de amostragem.
Vale ressaltar que Atractus latifrons foi registrada pela primeira vez nas parcelas de
monitoramento de fauna. Esta diferença observada entre os dois momentos poderiam
ser explicadas, pelo menos em parte, pelos mesmos fatores observados
anteriormente (ver item 4.1.1.1).
16
4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)
Por meio deste método foram registradas três espécies de anuros: Leptodactylus
hylaedactylus, Phillomedusa vailant (Foto 9) e Rhinella marina.
FOTO 9 – ADULTO DE PHYLLOMEDUSA VAILANT AMOSTRADO ATRAVÉS DA METODOLOGIA DE PSLT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)
No sítio P6 foram registradas, apenas, duas espécies de anuros (Hypsiboas
albopunctata e Phillomedusa azurea). Mesmo na estação chuvosa, foram registradas
menos espécies que na terceira campanha de monitoramento (estação seca). Neste
sítio reprodutivo existe um grande “barreiro” onde reúnem-se grandes bando de
queixadas. Inclusive, foi verificado um girau e seva para a caça destes animais. A
grande atividade destes animais poderia estar influenciando a diversidade e
abundância das espécies no local, pois neste sítio reprodutivo não pôde-se verificar
padrões de sazonalidades compatíveis com aqueles esperados ao longo do ano. No
sítio reprodutivo P5 foram registradas sete espécies, das quais, uma espécie de
serpente e seis espécies de anuros. Neste sítio, que está localizada em área aberta e
antropizada, pôde-se observar os padrões esperados de sazonalidade para as
espécies, principalmente de anuros, as quais são mais abundantes durante o período
de chuvas e pouco frequentes ou ausentes durante os períodos mais secos do ano.
17
TABELA 5 – ESPÉCIES DE ESCAMADOS E ANUROS REGISTRADOS PELO MÉTODO DE AMOSTRAGEM EM SÍTIO REPRODUTIVO NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)
Táxon Espécie Sítio N
AMPHIBIA ANURA Hylidae Dendropsophus nanus P5 10 Dendropsophus minutus P5 20 Hypsiboas albopunctatus P5,6 25 Phyllomedusa azurea P6 4 Leptodactylidae Leptodactylus labyrinthicus P5 3 Leiuperidae Physalaemus cf. cuvieri P5 5 Microhylidae Elachistocleis sp. P5 10 REPTILIA SQUAMATA Viperidae Bothrops moojeni P5 2
4.1.3.4 Registros não sistematizados
Durante a fase realizada pela equipe da herpetofauna, foram registradas duas
espécies através da PL: Leptodeira annulata e Spilotes pullatus (Foto 10). Se
considerarmos os registros realizados pelas equipes da mastofauna e avifauna na área
controle, uma semana antes, são acrescentadas espécies de grande relevância
ecológica, como por exemplo, as serpentes Epicrates cenchria (Foto 11) e Lachesis
muta (Foto 12). Estas duas espécies representam importantes registros, indicando um
ótimo estado de primitividade do ambiente, já que constituem predadores topo de
cadeia com exigências ecológicas florestais específicas.
Apesar de a área ser composta por áreas em regeneração, a floresta secundária
encontra-se em avançado estado da sucessão, e a captura destas espécies sugere que
existam condições adequadas para sua ocorrência.
18
FOTO 10 – ADULTO DE SPILOTES PULLATUS AMOSTRADO PELA PL
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
FOTO 11 – ADULTO DE EPICRATES CENCHRIA AMOSTRADO OCASIONALMENTE
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
FOTO 12 – ADULTO DE LACHESIS MUTA AMOSTRADO
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registradas 18
espécies da herpetofauna, das quais, 11 espécies de anuros e sete espécies de
serpentes. Dentre os anuros, a família mais representativa foi Hylidae, com cinco
espécies. Dentre os répteis, a família mais representativa foi Colubridae, com quatros
espécies (Tabela 6).
19
TABELA 6 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII (ÁREA CONTROLE)
Táxon Espécie Nome poplular Método
AMPHIBIA ANURA Bufonidae Rhinella margaritifera sapo AIQ Rhinella marina sapo-cururu PSLT Hylidae Dendropsophus nanus pererequinha ASR Dendropsophus minutus perereca-ampulheta ASR Hypsiboas albopunctatus perereca ASR Phyllomedusa azurea perereca-macaco PSLT Phyllomedusa vailant perereca-macaco PSLT Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus rãzinha PSLT Leptodactylus labyrinthicus rã-pimenta ASR Microhylidae Elachistocleis sp. apito-de-guarda ASR Leiuperidae Physalaemus gr. cuvieri rã-cachorro ASR REPTILIA SQUAMATA Boidade Epicrates cenchria* jibóia-arco-íris EO Colubridae Atractus albuquerquei cobra-da-terra AIQ,EO Atractus latifrons* falsa-coral EO Leptodeira annulata falsa-jararaca PSLT Spiotes pullatus caninana PSLT Viperidae Bothrops moojeni jararaca ASR Lachesis muta* pico-de-jaca EO
4.1.4 Espécies endêmicas, raras ou não descritas
Nesta campanha, deve-se direcionar atenção especial ao anfíbio Elachistocleis spn.,
que apresenta padrão de coloração distinto de qualquer outra espécie já descrita do
gênero (Foto 13). No entanto uma análise mais criteriosa é necessária para evitar
interpretações equivocadas, por conseqüência de variações intra-específicas não
conhecidas.
20
FOTO 13 – ADULTO DE ELACHISTOCLEIS SPN. CAPTURADO NAS AIQ DA AID
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
Ainda vale destacar aquelas espécies ubiquitárias que podem corresponder a
complexos de espécies. Além daquelas mencionadas em outras campanhas,
destacam-se, também, as espécies do gênero Physalaemus.
4.1.5 Espécies procuradas para caça
Até o momento, pelo menos três espécies que compõem a herpetofauna da região
estudada sofrem pressão de caça: a rã Leptodactylus labirinticus, o jacaré
Paleosuchus trigonatus e o jabuti Chelonoides denticulata. Mesmo não representando
animais utilizados na caça de subsistência, serpentes são alvos freqüentes da
população, provavelmente, por serem animais estigmatizados desde o gênesis. Desta
forma, constituirão animais de interesse sempre que existir sobreposição de
ocorrência com intensa atividade humana. Durante esta estação foi registrado um
exemplar adulto da espécie Lachesis muta atropelado na estrada que dá acesso às
transecções da área controle.
4.1.6 Espécies de interesse econômico
Deve-se dar atenção especial para as espécies citadas nos itens “Espécies procuradas
para caça” e “Espécies de interesse veterinário” por representarem animais que fazem
parte da dieta dos moradores locais e que infringem acidentes ofídicos, o que afeta
diretamente a força de trabalho humano, possuindo assim viés econômico.
21
4.1.7 Espécies de interesse científico
Como já mencionado, devido a escassez de estudos realizados na região as
taxocenoses de répteis e anfíbios são de inquestionável relevância para a ciência.
4.1.8 Espécies de interesse médico-veterinário
Das espécies com ocorrência confirmada e prevista para a área, oito serpentes (as
jararacas, Bothrops atrox, Bothrops moojeni, Bothropoides taeniatus, Lachesis muta e
as corais Micrurus sp. Micrurus lemniscatus, Micrurus paranaensis e Micrurus
surinamensis) são consideradas de interesse médico-veterinário, por ocasionarem
acidentes ofídicos envolvendo humanos e animais de criação. Martins et al. (2001)
citam hábito semiarborícola para Bothrops moojeni, o que pode aumentar o risco para
trabalhadores no momento da supressão da vegetação na área prevista para o
reservatório. Assim como na terceira campanha, nesta foi registrado um exemplar
adulto de Bothrops moojeni (aproximadamente 1,60 m de comprimento) enrolada
sobre uma árvore (de aproximadamente 1,20m de altura) em plena atividade de caça
(Foto 14 e Foto 15). O animal apresentava-se bastante alerta, percebendo os mais
discretos movimentos por parte da equipe.
FOTO 14 – ADULTO DE BOTHROPS MOOJENI CAPTURADO NAS TRANSECÇÕES LIVRES DA AII
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
FOTO 15 – DETALHE DO UM EXEMPLAR ADULTO DE BOTHROPS MOOJENI CAPTURADO SOBRE UM ÁRVORE NAS TRANSECÇÕES LIVRES DA AII
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
Além destas, existem algumas espécies de sapos venenosos (Rhinella cf. schneideri,
R. margaritifera), podem ocasionar intoxicação em animais domésticos, como cães e
gatos, caso sejam abocanhados e/ou ingeridos.
22
4.1.9 Espécies indicadoras de qualidade ambiental
Como já descrito, anfíbios são excelentes bioindicadores ambientais, além de
desempenharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas. Entretanto,
segundo Dufrêne & Legendre (1997), uma boa espécie bioindicadora necessita
apresentar alta abundância e freqüência de ocorrência em determinada área. Neste
sentido, espécies de encontro ocasional (e.g. serpentes), ou que ocorrem em baixa
abundância nas áreas amostradas não possuem valor como bioindicadores, apesar de
poder ser afetadas por impactos ambientais decorrentes da implantação e operação
do AHE Colíder. Espécies que ocorrem habitualmente na beira do Rio Teles Pires
seriam bons modelos para tentar estabelecer comparações entre os momentos de pré
e pós enchimento do reservatório. Destas, destacariam-se Hypsiboas boans
(extremamente freqüente na vegetação arbustiva do Rio Teles Pires), Leptodactylus
rhodomistax, algumas espécies de sapos que, parecem utilizar as partes alagadas do
rio para a reprodução como, por exemplo, Rhinella margaritifera e Rhaebo guttatus.
Por serem de fácil visualização e captura, além de ocuparem posição ápice na cadeia
alimentar (exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas populações), o
jacaré Paleosuchus trigonatus poderá funcionar como excelentes bioindicador de
primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração
ambiental ao longo do processo de implantação da UHE Colíder. No entanto, sugere-
se a elaboração de projetos que atendam especialmente esta espécie, assim como
projetos direcionados à fauna de quelônios da região.
4.1.10 Riqueza e abundância
Exceto algumas distorções, os valores de riqueza e abundância obtidos representam o
esperado para a época do ano (estação chuvosa). Em comparação com as campanha
anteriores, os valores da quinta campanha parecem intermediários quando
comparados àqueles obtidos na campanha 1 (mesma época) e na campanha 2,
conforme mostra a Tabela 7. Realmente, o período amostrado já representa o final da
estação chuvosa, o que poderia explicar os valores obtidos. Amostragens que
contemplassem as primeiras chuvas seriam interessantes no sentido de tentar
registrar aquelas espécies de reprodução explosiva que “emergem” neste período.
23
TABELA 7 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA AMOSTRAL
Parcela
Método
Riqueza (espécies Taxa de captura (espécimes/hora/homem) Diversidade
(SW) AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR
AID (1) 8 8 11 0,05 1,5 16,5 2,29 AID (2) 4 4 9 0,05 1,5 11,33 2,03 AID (3) 3 5 4 0,02 0,8 0,5 2,08 AID (4) - - - - - - - AID (5) 4 4 9 0,04 0,28 26 2,27 ADA (1) 5 8 2 0,11 0,94 1,08 2,19 ADA (2) 8 12 2 0,20 2,5 3,50 1,88 ADA (3) 4 6 5 0,03 3,1 6,17 2,08 ADA (4) - - - - - - - ADA (5) 4 10 6 0,27 1,28 4,3 1,84 AII (1) 5 6 7 0,09 0,38 2,66 2,39 AII (2) - 2 8 - 1,16 5,5 1,67 AII (3) 4 1 3 0,04 1,6 6,5 1,79 AII (4) - - - - - - - AII (5) 2 3 8 0,01 0,28 14,8 2,09
Nota: Em negrito os resultados obtidos na quinta campanha de monitoramento de fauna. AID = canteiro de obras, ADA = reservatório e AII = área controle; método sistematizado: AIQ = armadilhas de interceptação e queda, PSLT = procura sistematizada limitada por tempo e ASR = amostragens em sítio reprodutivo e diversidade (SW = índice de Shannon-Wiener); (1) = primeira campanha, (2) = segunda campanha e (3) = terceira campanha.
4.1.11 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a quinta
campanha
Nesta campanha, a análise de Cluster separou ao nível de similaridade de,
aproximadamente, 25% as parcelas em dois grupos. A maior similaridade entre as
parcelas, em relação àquela observada na terceira campanha (estação seca),
provavelmente, está relacionada à estação chuvosa e à maior atividade dos anuros, o
que favorece uma maior padronização entre as áreas. Dos grupos formados, o que
apresentou o maior índice de similaridade está unido no nível de aproximadamente
53%, e constituído pelas parcelas AID e AII. A parcela da ADA está separada em um
grupo à parte Figura 1. A ADA apresenta particularidades específicas, que tornam-se
mais evidentes na estação cheia, quando a atividade de anuros aumenta e aparecem
aquelas espécies características das margens do Rio Teles Pires. Um exemplo destas
diferenças está demonstrada pelas familias mais representativas: Leptodactylidae na
ADA e Hylidae na AID e AII.
24
FIGURA 1 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA ATRAVÉS DOS MÉTODOS IMPLEMENTADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A QUINTA CAMPANHA
Na primeira campanha, que ocorreu em época equivalente, os valores de similaridade
(Figura 2) foram bastante semelhantes. Naquela oportunidade a análise de Cluster
separou as parcelas ao nível de aproximadamente 30%, em dois grupos. No entanto,
o grupo que apresentou maior similaridade foi constituído pelas parcelas AII e ADA
com, aproximadamente, 47% de similaridade. A parcela AID formou um grupo
isolado. Estes valores poderiam ser explicados, pelo menos em partes, pelo fato de
que, na primeira campanha, ainda não haviam iniciado as obras no canteiro, assim
como, não haviam iniciado as obras para constituir estrada de acesso para a
barragem, que atravessa o sítio amostral denominado AII.
FIGURA 2 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA ATRAVÉS DOS MÉTODOS IMPLEMENTADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A PRIMEIRA CAMPANHA
25
4.1.12 Suficiência amostral
A curva de suficiência amostral foi elaborada com base apenas nos registros obtidos
por meio dos métodos sistematizados aplicados nas parcelas de amostragem. Até o
momento, estes métodos registraram um total de 57 espécies. A curva de suficiência
amostral apresentou formato ascendente, indicando que o número de espécies da
herpetofauna, nas parcelas de interesse, é superior ao registrado pelos métodos
sistematizados até o momento (Gráfico 1), o que pode ser confirmado pelas espécies
registradas exclusivamente pelos métodos não sistematizados. O estimador de
riqueza Jacknife projetou um total de, aproximadamente, 78 espécies (SD = 4,46)
para as parcelas até o momento. Em comparação com a riqueza observada (57
espécies), pode-se afirmar que os métodos aplicados amostrou 73% do total de
espécies estimadas para as parcelas até o momento (Gráfico 1).
GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS CINCO CAMPANHAS DE MONITORAMENTO DE FAUNA
No Gráfico 1, a primeira campanha corresponde aos dias 1 a 6, a segunda campanha
aos dias 7 a 12, a terceira campanha aos dias 8 a 18 e a quinta campanha aos dias 19
a 24. A quarta campanha foi interrompida logo no início das atividades e não está
contabilizada na análise. A linha contínua representa a curva média e as linhas
pontilhadas representam os intervalos de confiança (95%).
26
4.1.13 Considerações finais
Os resultados obtidos parecem de acordo com o esperado para o final do período
chuvoso, pois em comparação com as campanhas anteriores, pode-se verificar que os
valores de riqueza e abundância estão próximos de um consenso entre os valores
observados na primeira e segunda campanha, as quais representavam,
respectivamente, a estação chuvosa e a transição para a seca do ano de 2011. Vale
destacar as diferenças observadas nos resultados obtidos pelas armadilhas de
interceptação e queda entre a campanha da mastofauna e da herpetofauna. Apesar
destas duas campanhas estarem separadas por um intervalo de poucos dias, pôde-se
verificar resultados bem distintos e contraditórios.
Além dos anuros, serpentes foram bastante representativas, o que também condiz
com a estação chuvosa. Nesta campanha foram observadas espécies de grande
importância e de difícil detecção em campo, como por exemplo, a pico-de-jaca ou
surucucu (Lachesis muta), a jibóia-arco-íris (Epicrates cenchria) e a sucuri (Eunectes
murinus), as quais remetem o ambiente a um bom estágio de conservação de sua
primitividade já que estas serpentes são predadores topo de cadeia. Não se descarta a
possibilidade de o acesso a estas espécies estar condicionado à supressão de áreas
naturais pela implantação do canteiro de obras, o que forçaria o deslocamento destes
animais para áreas periféricas, aumentando a possibilidade de registro. Comparando-
se os índices de similaridade produzidos em épocas equivalentes (primeira campanha
e quinta campanha), notam-se valores muito semelhantes, porém com padrões
distintos. Na primeira campanha a AID encontrava-se isolada das demais áreas (AII e
ADA), as quais formavam um grupo a parte. Nesta última campanha as áreas que
sofreram algum tipo de pressão antrópica (AII e AID) agruparam-se, estando distintas
da ADA. Contudo não há evidências conclusivas acerca desta hipótese e a
continuidade dos estudos de monitoramento poderão acrescentar informações que
auxiliem na tentativa de esclarecer estas questões.
A amostragem de répteis aquáticos foi bastante dificultada pelo Rio Teles Pires estar
muito cheio e fora de seu curso natural. Desta forma, quelônios e crocodilianos
abrigam-se na vegetação submersa, no interior da mata alagada, impossibilitando sua
localização, identificação e captura. Mais uma vez, sugere-se a implantação de
projetos e métodos que abordem especificamente estes grupos de animais. O
monitoramento específico de quelônios e jacarés poderia produzir dados interessantes
acerca de animais que utilizam diretamente o Rio Teles Pires e lagoas formadas por
27
seus afluentes, assim como fornecer ricas informações sobre os impactos do
enchimento do reservatórios sobre este grupo de animais. A comparação entre os
dados obtidos nas fases de pré e pós-enchimento do reservatório seriam de relevante
importância.
Com base nos métodos sistematizados, o estimador de riqueza Jacknife projeta um
total de, aproximadamente, 78 espécies para as parcelas de amostragem. No entanto,
os registros não sistematizados acrescentam um grande número de espécies
exclusivas que, somadas aos dados obtidos no EIA/RIMA, contabilizam um total de 88
espécies, evidenciando o potencial da área de estudo. Em cada campanha são
acrescidos novos registros, o que pode ser favorecido direcionando-se as amostragens
para períodos de transição entre as estações seca e chuvosa, na tentativa de
contemplar o início do período reprodutivo dos anfíbios anuros.
28
4.1 AVIFAUNA
4.1.1 Riqueza de espécies
Durante a quinta fase de campo do monitoramento pré-enchimento na área prevista
para o AHE Colíder foram registradas, para a avifauna, um total de 264 espécies. Com
as informações obtidas, foram acrescentadas 19 espécies à lista de aves, totalizando
uma riqueza de 398 táxons (397 espécies e duas subespécies de uma mesma espécie)
para as cinco primeiras campanhas de campo. Com os resultados obtidos até então,
64% de toda a avifauna esperada para a região já foi registrada.
A Tabela 8 apresenta todos os táxons esperados para a região norte do estado de
Mato Grosso, conforme pesquisa bibliográfica realizada. Nesta mesma tabela podem
ser consultados todas as espécies registradas durante as cinco primeiras fases, (com
a indicação da área amostral onde cada uma foi encontrada), a indicação dos dados
citados no EIA e quais das espécies são endêmicas do Brasil.
29
TABELA 8 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO AHE COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS CINCO PRIMEIRAS FASES DE CAMPO E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Struthioniformes Rheidae Rhea americana (Linnaeus, 1758) ema Tinamiformes
Tinamidae Tinamus tao Temminck, 1815 azulona 3 3,4,5 Tinamus major (Gmelin, 1789) inhambu-de-cabeça-vermelha Tinamus guttatus Pelzeln, 1863 inhambu-galinha 5 X
Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) inhambu-preto 1,2 1 3 X Crypturellus soui (Hermann, 1783) tururim 1,2,3,5 3 3 X Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambuguaçu 1,2,3,5 1 1,2,3,4,5 Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó X
Crypturellus strigulosus (Temminck, 1815) inhambu-relógio 1,2,5 1,5 1,2,3,4,5 Crypturellus variegatus (Gmelin, 1789) inhambu-anhangá 1 3 5 Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó 5 2,5 X Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inhambu-chintã 1,2,3,5 3
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-amarela 3 Taoniscus nanus (Temminck, 1815) inhambu-carapé Anseriformes
Anhimidae Anhima cornuta (Linnaeus, 1766) anhuma Anatidae Dendrocygninae Reichenbach, 1850
30
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Dendrocygna bicolor (Vieillot, 1816) marreca-caneleira
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) asa-branca 3 Anatinae Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato 5
Sarkidiornis sylvicola Ihering & Ihering, 1907 pato-de-crista Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho 1,5 Galliformes Cracidae
Ortalis guttata (Spix, 1825) aracuã Ortalis motmot (Linnaeus, 1766) aracuã-pequeno Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba X Penelope jacquacu Spix, 1825 jacu-de-spix 1,3 1,2,3,5 1,2,4,5 X
Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) cujubi 3,5 1,2,3 X Pauxi tuberosa (Spix, 1825) mutum-cavalo 2,3 X Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho 3 X Odontophoridae
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789) uru-corcovado 2,3,5 X Podicipediformes Podicipedidae Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno
Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) mergulhão-caçador Ciconiiformes Ciconiidae Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) tuiuiú 3
Mycteria americana Linnaeus, 1758 cabeça-seca 3 3
31
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Suliformes
Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá 1,5 Anhingidae Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga 1,5 1,5
Pelecaniformes Ardeidae Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi 1 3 Agamia agami (Gmelin, 1789) garça-da-mata
Cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766) arapapá 1,3,4 1 Zebrilus undulatus (Gmelin, 1789) socoí-zigue-zague 1 1,5 Ixobrychus exilis (Gmelin, 1789) socoí-vermelho Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) savacu
Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho 1 1,2 1,2 Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira 1 1,2,3,4,5 Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura 3 Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande 1 1,5 1,2,4,5
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real 1,5 2,3,4,5 1 Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena 1 1,3 1 Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró 5 Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca Platalea ajaja Linnaeus, 1758 colhereiro Cathartiformes
Cathartidae
32
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha 1 1 1,5
Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela 1 1 1 1 X Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 urubu-da-mata 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,5 1,2,4,5 X Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta 1,2,4,5 1,5 1,5 1,2,4,5 Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei 5 2,5 X
Accipitriformes Pandionidae Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) águia-pescadora Accipitridae
Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) caracoleiro Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura 2 3 X Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 gaviãozinho 1 X
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) gavião-peneira 2 Harpagus bidentatus (Latham, 1790) gavião-ripina Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) tauató-pintado Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) gavião-miudinho 3
Accipiter striatus Vieillot, 1808 gavião-miúdo Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande Ictinia mississippiensis (Wilson, 1811) sauveiro-do-norte Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi 1 X
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião-caramujeiro Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto 3 1
33
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó 1,5 1 1 1,2,3,4,5 X
Parabuteo unicinctus (Temminck, 1824) gavião-asa-de-telha Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco 1 1,3,4,5 X Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819) águia-chilena 3 Pseudastur albicollis (Latham, 1790) gavião-branco 1,2 1 3
Leucopternis kuhli Bonaparte, 1850 gavião-vaqueiro 3 Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês 1,2,3,5 3 5 X Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta 5 3 X Buteo swainsoni Bonaparte, 1838 gavião-papa-gafanhoto X
Buteo albonotatus Kaup, 1847 gavião-de-rabo-barrado Morphnus guianensis (Daudin, 1800) uiraçu-falso Harpia harpyja (Linnaeus, 1758) gavião-real Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco 2 1,5
Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato 5 5 3 Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) gavião-de-penacho 1,2 Falconiformes Falconidae
Daptrius ater Vieillot, 1816 gavião-de-anta 1,5 1,2,3,5 X Ibycter americanus (Boddaert, 1783) gralhão X Caracara plancus (Miller, 1777) caracará 1,5 3 1,3,4,5 X Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro 1
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã 1,3 5 3,5 1,5 X Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé X Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817) falcão-mateiro X Micrastur mintoni Whittaker, 2002 falcão-críptico 1 2,3 3
Micrastur mirandollei (Schlegel, 1862) tanatau 2,5
34
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio 2 3 3
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri 1,5 1,3,5 Falco rufigularis Daudin, 1800 cauré 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 2,3,4,5 3,4,5 X Falco deiroleucus Temminck, 1825 falcão-de-peito-laranja X Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira 5
Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino Eurypygiformes Eurypygidae Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará 3 1,5
Gruiformes Aramidae Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão 2 Psophiidae
Psophia viridis Spix, 1825 jacamim-de-costas-verdes X E Rallidae Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes X Amaurolimnas concolor (Gosse, 1847) saracura-lisa
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) sanã-castanha 5 Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda Laterallus exilis (Temminck, 1831) sanã-do-capim 1 Porzana albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó 1 1
Neocrex erythrops (Sclater, 1867) turu-turu Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã Gallinula galeata (Lichtenstein,1818) frango-d'água-comum 3 Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul
Heliornithidae
35
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Heliornis fulica (Boddaert, 1783) picaparra 5 3
Cariamiformes Cariamidae Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema Charadriiformes
Charadriidae Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de-esporão Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero 1,2,3,4,5 5 1,2,3,4,5 Recurvirostridae
Himantopus mexicanus (Statius Muller, 1776) pernilongo-de-costas-negras Scolopacidae Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja Gallinago undulata (Boddaert, 1783) narcejão
Actitis macularius (Linnaeus, 1766) maçarico-pintado Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário
Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) maçarico-grande-de-perna-amarela
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-perna-amarela Jacanidae Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã 1 Sternula superciliaris (Vieillot, 1819) trinta-réis-anão
Phaetusa simplex (Gmelin, 1789) trinta-réis-grande Rynchopidae Rynchops niger Linnaeus, 1758 talha-mar Columbiformes
Columbidae
36
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa 1,3,4,5 1,2,34,,5 Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou 1,2 1,2,3,4 Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul 2,3 3 3 X
Uropelia campestris (Spix, 1825) rolinha-vaqueira Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789) pomba-trocal 1,2,3,4,5 1,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão 1 1,2,4,5 X Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega X
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa 1,2,3,4,5 1,3,4,5 1,2,3,4,5 Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868) pomba-botafogo 1,2,3,4,5 1,3,4,5 1,3,4,5 X Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu X
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira 1,2 1,3,5 1,3 1 X Geotrygon violacea (Temminck, 1809) juriti-vermelha Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri 1,3 X Psittaciformes
Psittacidae Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1790) arara-azul-grande Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé 1,3,4,5 5 1,2,3,5 X Ara macao (Linnaeus, 1758) araracanga 1,2,3,4,5 3,5 5 1,2,3,4,5 X
Ara chloropterus Gray, 1859 arara-vermelha-grande X Ara severus (Linnaeus, 1758) maracanã-guaçu 1,2,3,4,5 3,4,5 3,5 1,2,4,5 X Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti 1,3,5 5 1,2,3,4,5 X Primolius maracana (Vieillot, 1816) maracanã-verdadeira 2,5 3 3,4,5 X
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena 1,2,3,4,5 3 2,5 1,2,4,5 X
37
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Aratinga acuticaudata (Vieillot, 1818) aratinga-de-testa-azul
Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) periquitão-maracanã 1,2,3,5 2 2,3,4,5 X Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei Pyrrhura snethlageae Joseph & Bates, 2002 tiriba-do-madeira 1,2,3,4,5 3,5 2,3,4,5 1,3,5 X Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim
Forpus modestus (Cabanis, 1848) tuim-de-bico-escuro 1,2 Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-amarelo 2,3,4,5 3 3,4,5 1,3,4,5 Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766) periquito-de-asa-dourada 1 1 X Touit huetii (Temminck, 1830) apuim-de-asa-vermelha 3,5
Touit purpuratus (Gmelin, 1788) apuim-de-costas-azuis Pionites leucogaster (Kuhl, 1820) marianinha-de-cabeça-amarela 1,2,3 1,3,5 1,2,3,4,5 Pyrilia vulturina (Kuhl, 1820) curica-urubu E Pyrilia aurantiocephala (Gaban-Lima, Raposo & Höfling, 2002) papagaio-de-cabeça-laranja E
Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820) curica-de-bochecha-laranja 3 2,5 3,5 Alipiopsitta xanthops (Spix, 1824) papagaio-galego Pionus menstruus (Linnaeus, 1766) maitaca-de-cabeça-azul 1,2,3,4,5 1,3,5 1,2,3,4,5 1,3,5 X
Amazona kawalli Grantsau & Camargo, 1989 papagaio-dos-garbes E Amazona farinosa (Boddaert, 1783) papagaio-moleiro X Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica 5 X Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788) papagaio-campeiro 1,2,3,4,5 3 3 1,2,3,4,5 X
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) anacã 1,2,3,5 3,5 1,3,4,5 Opisthocomiformes Opisthocomidae
Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) cigana
38
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA Endem. BRA
Cuculiformes
Cuculidae Cuculinae Coccycua minuta (Vieillot, 1817) chincoã-pequeno Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato 5 3 3 X
Piaya melanogaster (Vieillot, 1817) chincoã-de-bico-vermelho 1,2,5 1 1,3,5 Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta-acanelado X Crotophaginae Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca 2,3 X
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto 1,2,5 1,2,3,4,5 Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco 1,5 1,2,3,4,5 Taperinae Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci
Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) peixe-frito-verdadeiro Dromococcyx pavoninus Pelzeln, 1870 peixe-frito-pavonino Neomorphinae Neomorphus sp. jacu-estalo
Strigiformes Tytonidae Tyto alba (Scopoli, 1769) coruja-da-igreja 3 1,2 Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-orelhuda 1,4,5 Megascops usta (Sclater, 1858) corujinha-relógio 2,3,4,5 3,5 1,2,3,4,5 1,3 X Lophostrix cristata (Daudin, 1800) coruja-de-crista 1,2 2,3,5 Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) murucututu 3
Bubo virginianus (Gmelin, 1788) jacurutu
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Strix virgata (Cassin, 1849) coruja-do-mato
Strix huhula Daudin, 1800 coruja-preta Glaucidium hardyi Vielliard, 1990 caburé-da-amazônia 1 X Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé 5 Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira 3 1,2,3,4,5
Asio clamator (Vieillot, 1808) coruja-orelhuda Asio stygius (Wagler, 1832) mocho-diabo Caprimulgiformes Nyctibiidae
Nyctibius grandis (Gmelin, 1789) mãe-da-lua-gigante 5 4 Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua 3 X Caprimulgidae Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844) bacurau-ocelado 2,3,5 3 1,2,3,4,5
Antrostomus sericocaudatus Cassin, 1849 bacurau-rabo-de-seda Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju 1 X Hydropsalis leucopyga (Spix, 1825) bacurau-de-cauda-barrada Hydropsalis nigrescens (Cabanis, 1848) bacurau-de-lajeado 1 3,5 3 4 X
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau 1,2,3,4,5 1,3 1,2,3,4,5 1,2,3,5 X Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã 3 3 Hydropsalis maculicauda (Lawrence, 1862) bacurau-de-rabo-maculado Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844) acurana
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura 3 3 Chordeiles pusillus Gould, 1861 bacurauzinho Chordeiles nacunda (Vieillot, 1817) corucão Chordeiles minor (Forster, 1771) bacurau-norte-americano
Chordeiles acutipennis (Hermann, 1783) bacurau-de-asa-fina
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Chordeiles sp. bacurau 3
Apodiformes Apodidae Cypseloides fumigatus (Streubel, 1848) taperuçu-preto Cypseloides senex (Temminck, 1826) taperuçu-velho
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de-coleira-branca Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre-cinzento X Chaetura egregia Todd, 1916 taperá-de-garganta-branca 1,2 Chaetura chapmani Hellmayr, 1907 andorinhão-de-chapman 1 2
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal Chaetura brachyura (Jardine, 1846) andorinhão-de-rabo-curto 1 1 X Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti 1,5 X Panyptila cayennensis (Gmelin, 1789) andorinhão-estofador
Trochilidae Phaethornithinae Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-bico-torto 3 2 3 3 X Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766) balança-rabo-de-garganta-preta
Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro 1,2,3,4,5 1,3,5 1,2,3,4,5 X Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) rabo-branco-acanelado Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766) rabo-branco-de-bigodes X Phaethornis malaris (Nordmann, 1835) besourão-de-bico-grande 3
Trochilinae Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783) asa-de-sabre-cinza 3 1 2,3 X Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758) beija-flor-azul-de-rabo-branco
Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta 3 3 3 X
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Avocettula recurvirostris (Swainson, 1822) beija-flor-de-bico-virado
Lophornis chalybeus (Vieillot, 1822) topetinho-verde Discosura langsdorffi (Temminck, 1821) rabo-de-espinho Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde 1,4,5 1,3,5 2,4,5 X Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788) beija-flor-safira
Hylocharis cyanus (Vieillot, 1818) beija-flor-roxo 2,3 Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca 3 2,3 3 Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde Heliodoxa aurescens (Gould, 1846) beija-flor-estrela 3
Heliothryx auritus (Gmelin, 1788) beija-flor-de-bochecha-azul 1 1,5 5 X Heliactin bilophus (Temminck, 1820) chifre-de-ouro Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot, 1801) bico-reto-cinzento Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista
Trogoniformes Trogonidae Trogon melanurus Swainson, 1838 surucuá-de-cauda-preta 1,2,3,4,5 3,5 1,2,3,4,5
Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande-de-barriga-amarela 1,2,3,5 1,2,3,5 2,3,4,5 X
Trogon ramonianus Deville & DesMurs, 1849 surucuá-violáceo 2,5 1,5 Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-vermelha 3 X Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-de-barriga-amarela 1 X
Trogon collaris Vieillot, 1817 surucuá-de-coleira 5 1,2,3,5 X Pharomachrus pavoninus (Spix, 1824) surucuá-pavão 3 X Coraciiformes Alcedinidae
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande 2 1,2,3,4,5 1,2
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Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde 2 1,2,3,4,5 1,2
Chloroceryle aenea (Pallas, 1764) martinho 2 5 X Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno 1,2,3,4,5 Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766) martim-pescador-da-mata 3,5 X Momotidae
Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829) udu-de-bico-largo 3,5 Baryphthengus martii (Spix, 1824) juruva-ruiva Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul 1,2,3,4,5 X Galbuliformes
Galbulidae Brachygalba lugubris (Swainson, 1838) ariramba-preta 2 X Galbula cyanicollis Cassin, 1851 ariramba-da-mata 1 3 1 Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva 1,2,3,4,5 5 X
Galbula leucogastra Vieillot, 1817 ariramba-bronzeada 1,2,3,5 1 Galbula dea (Linnaeus, 1758) ariramba-do-paraíso 1,2,3 1 1,2,3 X Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776) jacamaraçu 2,3,4,5 1,2,4,5 Bucconidae
Notharchus hyperrhynchus (Sclater, 1856) macuru-de-pescoço-branco 1,3 5 2,5 Notharchus ordii (Cassin, 1851) macuru-de-peito-marrom 2,3 1,2 Notharchus tectus (Boddaert, 1783) macuru-pintado 2 3,5 5 Bucco tamatia Gmelin, 1788 rapazinho-carijó 3
Bucco capensis Linnaeus, 1766 rapazinho-de-colar 1 Nystalus striolatus (Pelzeln, 1856) rapazinho-estriado 1,2,3,5 1,2,3,4,5 Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos
Malacoptila rufa (Spix, 1824) barbudo-de-pescoço-ferrugem 1
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Nonnula ruficapilla (Tschudi, 1844) freirinha-de-coroa-castanha 2,3 2,4,3
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto 1,2,5 1,2,3,4,5 3 X Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823) chora-chuva-de-cara-branca 1,2,5 5 1,2,3,4,5 Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho 1,5 1,2,3,4,5 1,5 1,5 X Piciformes
Capitonidae Capito dayi Cherrie, 1916 capitão-de-cinta 1,5 2,5 1,2,3,4,5 Ramphastidae Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758 tucano-grande-de-papo-branco 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico-preto 1,3,4,5 1,2,3,4,5 1,3,4,5 X Selenidera gouldii (Natterer, 1837) saripoca-de-gould 1,3,5 1,2,3 1,2,3,5 Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 araçari-miudinho-de-bico-riscado 1 1 2,3 1 X
Pteroglossus bitorquatus Vigors, 1826 araçari-de-pescoço-vermelho 3 3 X Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) araçari-de-bico-branco X Pteroglossus castanotis Gould, 1834 araçari-castanho 1,2,3 1,3 2 1,2,4 X Pteroglossus beauharnaesii Wagler, 1832 araçari-mulato 2,3,5 1,4,5
Picidae Picumnus aurifrons Pelzeln, 1870 pica-pau-anão-dourado 1 1,3,4 5 X Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 pica-pau-anão-escamado Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco 1,3,4
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783) benedito-de-testa-vermelha 1,2,3,4,5 1,3,4,5 1,2,3,4,5 1,3,5 X Veniliornis affinis (Swainson, 1821) picapauzinho-avermelhado 1,2,3,5 1,2,3 2,3,4,5 X Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão Piculus flavigula (Boddaert, 1783) pica-pau-bufador 3,5 1,2,3,5 1,2,3,4,5 X
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818) pica-pau-dourado-escuro 5
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Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo Celeus grammicus (Natterer & Malherbe, 1845) picapauzinho-chocolate 2,5 Celeus elegans (Statius Muller, 1776) pica-pau-chocolate X Celeus lugubris (Malherbe, 1851) pica-pau-louro
Celeus flavus (Statius Muller, 1776) pica-pau-amarelo 2 X Celeus torquatus (Boddaert, 1783) pica-pau-de-coleira 1 Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca 1,2,3 5 X Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783) pica-pau-de-barriga-vermelha 2 1,3,5 1,4,5 1,3 X
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) pica-pau-de-topete-vermelho X Passeriformes Thamnophilidae Myrmornithinae
Myrmornis torquata (Boddaert, 1783) pinto-do-mato-carijó Pygiptila stellaris (Spix, 1825) choca-cantadora 2,3 1,2,3,4,5 1,2,4,5 Thamnophilinae Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) ssp. emiliae papa-formiga-de-bando 1
Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) ssp. bicolor papa-formiga-de-bando 1 3,5 1 X Myrmeciza hemimelaena Sclater, 1857 formigueiro-de-cauda-castanha 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) formigueiro-de-peito-preto 1,2,3 1 1,3,4,5
Neoctantes niger (Pelzeln, 1859) choca-preta Epinecrophylla leucophthalma (Pelzeln, 1868) choquinha-de-olho-branco 1,2,3,5 1,2,5 1,3,4,5 Epinecrophylla ornata (Sclater, 1853) choquinha-ornada Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) choquinha-miúda 1,2,3,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X
Myrmotherula sclateri Snethlage, 1912 choquinha-de-garganta-amarela 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5
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Myrmotherula multostriata Sclater, 1858 choquinha-estriada-da-amazônia 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5
Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857) choquinha-de-garganta-clara 5 1,2,5 5 Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) choquinha-de-flanco-branco 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 2,3,5 X Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 choquinha-de-asa-comprida 1 1 X Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny, 1837) choquinha-de-garganta-cinza 5 1,2,5 5
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo 1,3,5 3 2,5 Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho Thamnomanes saturninus (Pelzeln, 1878) uirapuru-selado Thamnomanes caesius (Temminck, 1820) ipecuá 1,2 1,2,3,5 1,3,5 X
Dichrozona cincta (Pelzeln, 1868) tovaquinha Megastictus margaritatus (Sclater, 1855) choca-pintada Herpsilochmus longirostris Pelzeln, 1868 chorozinho-de-bico-comprido X Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) chorozinho-de-asa-vermelha 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1
Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) choca-d'água 2,5 1,2,3,4,5 X E Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada 2,3,5 Thamnophilus palliatus (Lichtenstein, 1823) choca-listrada 1,5 1,2,3,4,5 X Thamnophilus schistaceus d'Orbigny, 1835 choca-de-olho-vermelho 1,2,3,4,5 1,3,5 1,2,3,4,5
Thamnophilus stictocephalus Pelzeln, 1868 choca-de-natterer 1,2,5 3 X Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 choca-lisa 1,5 1,2,3,4,5 1,2,5 Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 choca-canela 1,3,5 1,2,4,5
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814) papa-formiga-barrado 1,3,5 1,2,3,5 X Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi 5 3 X Sclateria naevia (Gmelin, 1788) papa-formiga-do-igarapé 2,5 X Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln, 1868) solta-asa 1,2,3,4,5 X
Hylophylax naevius (Gmelin, 1789) guarda-floresta X
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Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) guarda-várzea 3,5 1,2,5
Pyriglena leuconota (Spix, 1824) papa-taoca 2,3 5 X Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) papa-formiga-de-sobrancelha Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825) formigueiro-de-cara-preta 3,5 2,3,4,5 1,2,3,4,5 X Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) chororó-pocuá 1,2,3,5 1,2,3,4,5 1,3,4,5 X
Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859) chororó-negro 3,5 1,3,5 X Cercomacra manu Fitzpatrick & Willard, 1990 chororó-de-manu X Drymophila devillei (Menegaux & Hellmayr, 1906) trovoada-listrada X Hypocnemis striata (Spix, 1825) cantador-ocráceo 2,3,5 1 X E
Hypocnemis hypoxantha Sclater, 1869 cantador-amarelo Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847) rendadinho 1,2,3,5 1,2,5 1,2,3,4,5 Phlegopsis nigromaculata (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) mãe-de-taoca 1,2,5 1
Rhegmatorhina gymnops Ridgway, 1888 mãe-de-taoca-de-cara-branca 3 1,4,5 E Melanopareiidae Melanopareia torquata (Wied, 1831) tapaculo-de-colarinho Conopophagidae
Conopophaga aurita (Gmelin, 1789) chupa-dente-de-cinta Conopophaga melanogaster Ménétriès, 1835 chupa-dente-grande Grallariidae Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu
Hylopezus macularius (Temminck, 1823) torom-carijó 1,2 Hylopezus berlepschi (Hellmayr, 1903) torom-torom Myrmothera campanisona (Hermann, 1783) tovaca-patinho X Formicariidae
Formicarius colma Boddaert, 1783 galinha-do-mato 1,5 X
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Formicarius analis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) pinto-do-mato-de-cara-preta X
Chamaeza nobilis Gould, 1855 tovaca-estriada X Scleruridae Sclerurus mexicanus Sclater, 1857 vira-folha-de-peito-vermelho 5 X Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 vira-folha-de-bico-curto
Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816) vira-folha-pardo Sclerurus albigularis Sclater & Salvin, 1869 vira-folha-de-garganta-cinza Dendrocolaptidae Sittasominae
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818) arapaçu-pardo 1,2,3,4,5 1,3,5 2,3,4,5 X Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) arapaçu-da-taoca 2,3 1,3 Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868) arapaçu-rabudo 2 1,3,5 5 Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde 1,3,4,5 3,5 2 X
Certhiasomus stictolaemus (Pelzeln, 1868) arapaçu-de-garganta-pintada 2,3 Dendrocolaptinae Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819) arapaçu-de-bico-de-cunha 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X Xiphorhynchus ocellatus (Spix, 1824) arapaçu-ocelado
Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) arapaçu-elegante 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 Xiphorhynchus spixii (Lesson, 1830) cf. arapaçu-de-spix E Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-riscado 1,2,3,4,5 X Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-de-garganta-amarela 1,2,3,5 1,2,3,5 1,2,3,4,5 Campylorhamphus procurvoides (Lafresnaye, 1850) arapaçu-de-bico-curvo 5
Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco 1,3 3 2,3,5 X Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado
Lepidocolaptes albolineatus (Lafresnaye, 1845) arapaçu-de-listras-brancas 1,2,3,5 3,5 1,2,3,4,5 X
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Nasica longirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-bico-comprido 5
Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844) arapaçu-galinha 1,2,5 3,5 Dendrocolaptes certhia (Boddaert, 1783) arapaçu-barrado 2,5 1 Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820 arapaçu-meio-barrado 2,3 3 X Xiphocolaptes promeropirhynchus (Lesson, 1840) arapaçu-vermelho 1,3 X
Hylexetastes uniformis Hellmayr, 1909 arapaçu-uniforme 2 5 Furnariidae Xenops tenuirostris Pelzeln, 1859 bico-virado-fino Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo 1,2,3 2 1,2,3,4,5 X
Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó X Berlepschia rikeri (Ridgway, 1886) limpa-folha-do-buriti Pygarrhichinae Microxenops milleri Chapman, 1914 bico-virado-da-copa
Furnariinae Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro Ancistrops strigilatus (Spix, 1825) limpa-folha-picanço 1 Hyloctistes subulatus (Spix, 1824) limpa-folha-riscado
Automolus ochrolaemus (Tschudi, 1844) barranqueiro-camurça 1 1 1,2,3,4,5 Automolus paraensis Hartert, 1902 barranqueiro-pardo E Automolus rufipileatus (Pelzeln, 1859) barranqueiro-de-coroa-castanha X Hylocryptus rectirostris (Wied, 1831) fura-barreira
Anabazenops dorsalis (Sclater & Salvin, 1880) barranqueiro-de-topete Philydor ruficaudatum (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838) limpa-folha-de-cauda-ruiva 2 2
Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859) limpa-folha-de-sobre-ruivo 1,5 5 3 X
Philydor erythropterum (Sclater, 1856) limpa-folha-de-asa-castanha
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Philydor pyrrhodes (Cabanis, 1848) limpa-folha-vermelho 1
Simoxenops ucayalae (Chapman, 1928) limpa-folha-de-bico-virado Synallaxinae Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi 1,2
Synallaxis rutilans Temminck, 1823 joão-teneném-castanho 1,2,3 1,2,4,5 Synallaxis cherriei Gyldenstolpe, 1930 puruchém Synallaxis cabanisi Berlepsch & Leverkuhn, 1890 joão-do-norte Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) joão-teneném-becuá
Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) arredio-do-rio X Cranioleuca gutturata (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838) joão-pintado
Pipridae
Neopelminae Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) fruxu-do-cerradão 3 3,5 Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) uirapuruzinho 1,2,3,4,5 1,3,5 1,2,3,4,5 X Piprinae
Pipra fasciicauda Hellmayr, 1906 uirapuru-laranja 3,5 2,5 X Pipra rubrocapilla Temminck, 1821 cabeça-encarnada 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865) uirapuru-de-chapéu-branco 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira 2 2,3 X
Heterocercus linteatus (Strickland, 1850) coroa-de-fogo 1,5 X Machaeropterus pyrocephalus (Sclater, 1852) uirapuru-cigarra 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758) cabeça-branca X Ilicurinae
Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso 2 X
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Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) soldadinho
Tityridae Oxyruncinae Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776) maria-leque 2 1,2 Terenotriccus erythurus (Cabanis, 1847) papa-moscas-uirapuru 1,5 3,5 1,5 X
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) assanhadinho Laniisominae Schiffornis major Des Murs, 1856 flautim-ruivo Schiffornis amazona (Sclater, 1860) flautim-da-amazônia 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X
Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817) chorona-cinza 1,2,3,5 3 2,5 Tityrinae Iodopleura isabellae Parzudaki, 1847 anambé-de-coroa 1,2,5 1,2 2
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de-bochecha-parda 1
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto 2 X
Tityra semifasciata (Spix, 1825) anambé-branco-de-máscara-negra 1,5 3 X
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto 1,2 1,3 3 5 Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-bordado 1,2
Pachyramphus minor (Lesson, 1830) caneleiro-pequeno 3 Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-preto 2 5 Xenopsaris albinucha (Burmeister, 1869) tijerila Cotingidae
Cotinginae Lipaugus vociferans (Wied, 1820) cricrió 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X Porphyrolaema porphyrolaema (Deville & Sclater, cotinga-de-garganta-encarnada 1
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1852)
Gymnoderus foetidus (Linnaeus, 1758) anambé-pombo 3 3,5 X Xipholena punicea (Pallas, 1764) anambé-pompadora 1,5 1,2 1,2,3,4,5 Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) anambé-azul 2 1,3,5 2 Querula purpurata (Statius Muller, 1776) anambé-una 1,2,3,4,5 3 1,5 X
Cephalopterus ornatus Geoffroy Saint-Hilaire, 1809 anambé-preto Rupicolinae Phoenicircus nigricollis Swainson, 1832 saurá-de-pescoço-preto Tyrannoidea
Platyrinchus saturatus Salvin & Godman, 1882 patinho-escuro 5 Platyrinchus coronatus Sclater, 1858 patinho-de-coroa-dourada Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) patinho-de-coroa-branca 3 2 Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo 1,2,5 5 1 X
Neopipo cinnamomea (Lawrence, 1869) enferrujadinho 1 Rhynchocyclidae Taeniotriccus andrei (Berlepsch & Hartert, 1902) maria-bonita Pipromorphinae
Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) abre-asa 5 4,5 X Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo 1 2,3 2,3 Corythopis torquatus (Tschudi, 1844) estalador-do-norte 3 Rhynchocyclinae
Rhynchocyclus olivaceus (Temminck, 1820) bico-chato-grande Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta 1 X Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868) bico-chato-da-copa 1,2,3,4,5 1,2,3,5 1,2,3,4,5 Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884) bico-chato-de-cabeça-cinza
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo 3 3 X
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Todirostrinae
Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) ferreirinho-estriado 1,3,4,5 X Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio Todirostrum chrysocrotaphum Strickland, 1850 ferreirinho-de-sobrancelha Poecilotriccus capitalis (Sclater, 1857) maria-picaça
Poecilotriccus latirostris (Pelzeln, 1868) ferreirinho-de-cara-parda 1,2,5 5 Myiornis ecaudatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) caçula 1,2,3,5 2,3,5 1,2,3,4,5 Hemitriccus minor (Snethlage, 1907) maria-sebinha 1,2,3 1 X Hemitriccus griseipectus (Snethlage, 1907) maria-de-barriga-branca 2 Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) sebinho-de-olho-de-ouro 3,5
Hemitriccus minimus (Todd, 1925) maria-mirim 2,3,5 1,2,3,4,5 2,3,5 Lophotriccus galeatus (Boddaert, 1783) caga-sebinho-de-penacho 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5
Tyrannidae Hirundineinae Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro Elaeniinae
Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868) poiaeiro-de-pata-fina 1 1 Inezia subflava (Sclater & Salvin, 1873) amarelinho Euscarthmus meloryphus Wied, 1831 barulhento X Ornithion inerme Hartlaub, 1853 poiaeiro-de-sobrancelha 1,2,3,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha 1,2,3,5 1,2,3,4,5 3,5 Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande Elaenia chilensis Hellmayr, 1927 guaracava-de-crista-branca
Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-curto
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Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-topete-uniforme 3,5 X
Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 chibum 3 Myiopagis gaimardii (d'Orbigny, 1839) maria-pechim 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta 2 5 Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de-crista-alaranjada
Tyrannulus elatus (Latham, 1790) maria-te-viu X Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) marianinha-amarela Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro Tyranninae
Attila cinnamomeus (Gmelin, 1789) tinguaçu-ferrugem 1 Attila spadiceus (Gmelin, 1789) capitão-de-saíra-amarelo 2,5 1,3 X Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata 5 1 Ramphotrigon megacephalum (Swainson, 1835) maria-cabeçuda
Ramphotrigon ruficauda (Spix, 1825) bico-chato-de-rabo-vermelho 1,2,3 3 Ramphotrigon fuscicauda Chapman, 1925 maria-de-cauda-escura Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) maria-cavaleira-pequena 1,2,3 2,5 1,2,3,4,5 X
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré X Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira 5 2 3,5
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado 3
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador 2 X Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823) vissiá 1,3,5 1,3 2,3,5 Casiornis rufus (Vieillot, 1816) maria-ferrugem 3 5
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi 1,2,5 1,2,3,4,5 X Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-brejo Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro
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Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado 3 X
Tyrannopsis sulphurea (Spix, 1825) suiriri-de-garganta-rajada Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei 2,3,5 3,5 2,3 3,5 X Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de-asa-ferrugínea 1,5 2,3 3,5 X Myiozetetes granadensis Lawrence, 1862 bem-te-vi-de-cabeça-cinza
Myiozetetes luteiventris (Sclater, 1858) bem-te-vi-barulhento 1,2,3,5 1,2,3,4,5 Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 suiriri-de-garganta-branca Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri 1,2,3,4,5 1,2,3,5 1,3,5 1,3,4,5 X Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha 5
Tyrannus tyrannus (Linnaeus, 1766) suiriri-valente Griseotyrannus aurantioatrocristatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) peitica-de-chapéu-preto
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica 5 5 X
Fluvicolinae Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha 1 X Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe 2 Sublegatus obscurior Todd, 1920 sertanejo-escuro
Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) príncipe Fluvicola albiventer (Spix, 1825) lavadeira-de-cara-branca Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) tesoura-do-brejo
Ochthornis littoralis (Pelzeln, 1868) maria-da-praia 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado 5 2,3,5 X Contopus cooperi (Nuttall, 1831) piui-boreal
Contopus virens (Linnaeus, 1766) piui-verdadeiro
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Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno
Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) primavera Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari 5 X
Vireolanius leucotis (Swainson, 1838) assobiador-do-castanhal X Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara 2,5 1,2,5 1,2,5 X Vireo altiloquus (Vieillot, 1808) juruviara-barbuda Hylophilus semicinereus Sclater & Salvin, 1867 verdinho-da-várzea 1,5 1,2,3,5 2,3 3 X
Hylophilus hypoxanthus Pelzeln, 1868 vite-vite-de-barriga-amarela 1,3,5 1,2,5 1,2,3,4,5 X Hylophilus muscicapinus Sclater & Salvin, 1873 vite-vite-camurça Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1860 vite-vite-uirapuru 2 X Corvidae
Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) gralha-do-campo Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã 3 5 Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa 5 2 2,5
Atticora fasciata (Gmelin, 1789) peitoril Atticora tibialis (Cassin, 1853) calcinha-branca Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora 5 2,3,5 3,5 Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo
Progne subis (Linnaeus, 1758) andorinha-azul Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande 1,3,5 1,3 1,3,5 Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio 1,2,5 1,2,3,4,5 Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817) andorinha-de-sobre-branco
Riparia riparia (Linnaeus, 1758) andorinha-do-barranco
56
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Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817) andorinha-de-dorso-acanelado
Troglodytidae Microcerculus marginatus (Sclater, 1855) uirapuru-veado 5 1,2,5 1,3,5 X Odontorchilus cinereus (Pelzeln, 1868) cambaxirra-cinzenta 1 1,3 Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra 1,3,5 1,2,3,4,5 X
Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831) catatau 1,5 X Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô 1,2,3,5 2,3,5 1,2,3,4,5 3 Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845) garrinchão-de-barriga-vermelha 5 1,2,3,4,5 X Cyphorhinus arada (Hermann, 1783) uirapuru-verdadeiro
Donacobiidae Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) japacanim 1 Polioptilidae Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 bico-assovelado 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 2,3,4,5 X
Polioptila paraensis Todd, 1937 balança-rabo-paraense 2 X Turdidae Catharus fuscescens (Stephens, 1817) sabiá-norte-americano 1 Catharus minimus (Lafresnaye, 1848) sabiá-de-cara-cinza
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco X Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata 1 X Turdus lawrencii Coues, 1880 caraxué-de-bico-amarelo Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca
Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira 2,3 5 Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo 2 2 Motacillidae
Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor
57
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Coerebidae
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica 3 1 1,2,3,4,5 X Thraupidae Saltator grossus (Linnaeus, 1766) bico-encarnado 5 1,3 X Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola 1 1,2 2,3,5 X
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta Parkerthraustes humeralis (Lawrence, 1867) furriel-de-encontro Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817) pipira-de-bico-vermelho X
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto X Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) saí-canário Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha 1,2,3,5 1,2,3,4,5 3,5 X
Lanio luctuosus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) tem-tem-de-dragona-branca 1,2,5 1,2,3,4,5 2,5 1 X Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo 1,2,3,5 1,2,3,5 2,3,5 X Lanio cucullatus (Statius Muller, 1776) tico-tico-rei Lanio versicolor (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) pipira-de-asa-branca
Lanio penicillatus (Spix, 1825) pipira-da-taoca Tangara gyrola (Linnaeus, 1758) saíra-de-cabeça-castanha 2,5 1,2,3 2,4,5 Tangara schrankii (Spix, 1825) saíra-ouro Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) saíra-de-bando 1,2,5 1,3,5 2 2,3
Tangara chilensis (Vigors, 1832) sete-cores-da-amazônia 2,3,5 1,2,3,4,5 2,3,4,5 X Tangara velia (Linnaeus, 1758) saíra-diamante 5 1,3,5 1 X Tangara punctata (Linnaeus, 1766) saíra-negaça 2 Tangara episcopus (Linnaeus, 1766) sanhaçu-da-amazônia 5 1,3,5
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro 1,2,3,5 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 X
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Tangara nigrocincta (Bonaparte, 1838) saíra-mascarada 3 1 1
Tangara cyanicollis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) saíra-de-cabeça-azul 1,2,5 1,5 2 3 Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela X Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga 5 X Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaçu-de-coleira 3,5
Paroaria gularis (Linnaeus, 1766) cardeal-da-amazônia 1 1,2,3 X Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha 3 X Dacnis albiventris (Sclater, 1852) saí-de-barriga-branca 1 Dacnis lineata (Gmelin, 1789) saí-de-máscara-preta 2,3 1,3,5 2
Dacnis flaviventer d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 saí-amarela 1,3 X Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul 2,5 1,3,5 2,3,4,5 X Cyanerpes nitidus (Hartlaub, 1847) saí-de-bico-curto 3,5 1,3 2,3,4,5 Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758) saí-de-perna-amarela 2,5 1,2,5 1,2,4,5
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor 5 Chlorophanes spiza (Linnaeus, 1758) saí-verde 1,2,3 1,2 Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto 2 X Hemithraupis flavicollis (Vieillot, 1818) saíra-galega 2 1,2,3,5 1,2,3
Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho X Emberizidae Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico 1,2,3,4,5 Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu 1,2,5 1,2,5 Sporophila plumbea (Wied, 1830) patativa Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano 1 1,5
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho 1
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Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió 1,5 3 1,5
Arremon taciturnus (Hermann, 1783) tico-tico-de-bico-preto 3,5 2 1,2 Cardinalidae X Piranga flava (Vieillot, 1822) sanhaçu-de-fogo Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-do-mato-grosso 1
Granatellus pelzelni Sclater, 1865 polícia-do-mato 1,3 1,2,5 X Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye, 1847) azulão-da-amazônia 1,2,3,4,5 2,5 X Parulidae Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato 3 X Phaeothlypis rivularis (Wied, 1821) pula-pula-ribeirinho X Icteridae Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu 1,5 1,3,5
Psarocolius bifasciatus (Spix, 1824) japuaçu 1,2,3 Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) iraúna-de-bico-branco X Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) tecelão Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe 5
Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu 1,3,5 1,3,4,5 Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim 1 3 X Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna 1 X Molothrus rufoaxillaris Cassin, 1866 vira-bosta-picumã
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande 1 3 Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta Fringillidae Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim 1,2,5 1,2 2,3,4,5
Euphonia laniirostris d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 gaturamo-de-bico-grosso
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Euphonia chrysopasta Sclater & Salvin, 1869 gaturamo-verde 2,5 1,3,5 5
Euphonia minuta Cabanis, 1849 gaturamo-de-barriga-branca Euphonia xanthogaster Sundevall, 1834 fim-fim-grande Euphonia rufiventris (Vieillot, 1819) gaturamo-do-norte 1,2,3,4,5 1,2,3,4,5 2,3,4,5 X
Legenda: CA = Área do Canteiro de obras, RE = Área do Reservatório, CO = Área Controle, EN = Entorno (para aquelas espécies registradas na AI do empreendimento, no entanto, fora das três áreas amostrais). Também são indicadas as espécies endêmicas do Brasil (Endem. BRA)
61
4.1.2 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei
Nenhuma das espécies observadas durante o trabalho de campo é considerada
ameaçada de extinção em nível nacional ou global. O estado de Mato Grosso não
possui uma lista estadual de espécies ameaçadas de extinção, não sendo possível a
identificação do status estadual das espécies em questão.
4.1.3 Espécies endêmicas
Das espécies registradas apenas na quinta fase, nenhuma é considerada endêmica do
Brasil.
4.1.4 Espécies migratórias
Nenhuma espécie de hábitos migratórios foi registrada na presente amostragem.
4.1.5 Espécies relevantes
A espécie mais importante daquelas registradas durante a quinta campanha foi o
patinho-escuro (Platyrinchus saturatus). Esta espécie conta com poucas informações
para o sul da Amazônia e raros registros para a região do Rio Teles Pires. Ainda não
havia sido detectada para a área de influência do AHE Colíder. Quatro indivíduos
foram encontrados (em dois locais distintos) no ponto amostral da área prevista para
o reservatório, na margem esquerda deste rio.
4.1.6 Esforço amostral
O esforço amostral da quinta fase foi o mesmo empregado nas demais campanhas,
com exceção da quarta fase, que foi interrompida já no início, conforme exigido pela
SEMA e indicado pela COPEL. A tabela abaixo apresenta o esforço de cada método de
pesquisa.
62
TABELA 9 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A TERCEIRA FASE DE CAMPO
Método Quantidade / área amostral
Nº de áreas amostrais
Nº dias amostrais por fase
No da fase
Esforço total
Redes de neblina 12 3 2/área 3 864 horas-rede (31.104 h.m2)
Pontos de escuta 6 3 2/área 3 12 h Coleta de dados não-sistematizados - 3 2/área 3 80 h
O gráfico do número acumulado de espécies está ainda em ascenção. Após o
incremento inicial, a curva irá assumir uma tendência mais horizontal, no entanto vai
continuar ascendente em função do número de espécies esperadas para serem
registradas no local. A área de estudo está inserida em uma das zonas mais ricas em
espécies de aves de toda a Amazônia brasileira, portanto, presume-se que haverá
inclusões na lista de espécies até mesmo após alguns anos de pesquisa. Esta região
apresenta uma grande quantidade de espécies florestais e uma (relativamente) baixa
abundância na maioria destas espécies. Desta forma, é necessário um grande esforço
de pesquisa para que seja possível a detecção de um percentual satisfatório desta
riqueza. Considerando que a extenção dos hábitats florestais de interesse é grande,
torna-se provável que espécies inconspícuas e raras venham a ser detectadas
gradualmente, a medida em que o esforço aumenta e novas localidades da área de
influência do empreendimento sejam visitadas.
GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DA TERCEIRA FASE, TOTALIZANDO 264 ESPÉCIES
63
GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA. O PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO
4.1.7 Comparação entre as áreas amostrais
4.1.7.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de obras)
Na área do canteiro de obras foi registrado o maior valor de riqueza dentre os três
sítios amostrais (171 espécies - Tabela 10). Até a terceira fase os valores vinham
decrescendo sequencialmente, e na quarta campanha o trabalho de campo teve de
ser interrompido pela SEMA em decorrência de irregularidades nas obras, ficando com
um valor abaixo do normalmente encontrado no local. Por fim, na quinta campanha, a
área do canteiro de obras voltou a apresentar uma alta riqueza, comparável à
encontrada na primeira fase.
TABELA 10 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO
Etapa do monitoramento Número de espécies
Fase 01 178 Fase 02 143 Fase 03 132 Fase 04 50 Fase 05 171
4.1.7.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório)
A riqueza obtida na área do reservatório durante a quinta campanha foi de 154
espécies (Tabela 11). Apesar de ter sido o valor intermediário, quando comparado aos
64
obtidos nos dois outros sítios amostrais, algumas espécies foram encontradas
somente neste local, como por exemplo, o patinho-escuro (Platyrinchus saturatus).
Apesar do nível das águas no interior da mata de várzea no ponto de anilhamento, e
da dificuldade adicional com os petrechos de captura, o mesmo local foi mantido
durante a estação chuvosa. A Foto 16 abaixo ilustra o trabalho de captura e marcação
de aves no sítio amostral do reservatório.
FOTO 16 – TRABALHO DE ANILHAMENTO DE AVES SENDO EXECUTADO NO INTERIOR DA MATA DE VÁRZEA PRESENTE NO SÍTIO AMOSTRAL DA ADA
TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO
Etapa do monitoramento Número de espécies
Fase 01 159 Fase 02 122 Fase 03 171 Fase 04 58 Fase 05 154
4.1.7.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle)
A Área Controle, novamente, apresentou o menor número de espécies registradas
(n=114), como ocorrido nas fases anteriores (Tabela 12). Na presente amostragem,
notou-se uma nítida redução da movimentação e do número de espécies presentes na
área amostral. Desta vez, o que causou tal resultado foram as condições climáticas
dos dias destinados à amostragem da área-controle. Fortes chuvas e mudanças
bruscas de temperatura e pressão atmosférica causaram uma baixa na atividade geral
65
das aves, ocasionando um resultado inferior às demais áreas. Esta informação é
corroborada quando os dados do anilhamento são analisados no próximo capítulo.
TABELA 12 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA CONTROLE EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO
Etapa do monitoramento Número de espécies
Fase 01 100 Fase 02 106 Fase 03 124 Fase 04 74 Fase 05 114
4.1.8 Similaridade entre as áreas
Os dados obtidos após a execução da quinta fase de campo, analisados por meio da
similaridade de Bray-Curtis, geraram um gráfico semelhante ao apresentado na
primeira fase, não havendo diferenças expressivas. Uma nova análise de presença e
ausência será efetuada após o término do monitoramento pré-enchimento para que as
similaridades sejam melhor avaliadas. Durante a execução de cada fase de campo
haverão pequenas oscilações nos dados.
4.1.9 Anilhamento
Durante a quinta fase de campo do monitoramento da avifauna na área do AHE
Colíder, o mesmo esforço total de 792 horas-rede foi mantido. O número total de aves
capturadas foi de 66 indivíduos, pertencentes a 25 espécies (Tabela 13). Estes valores
são inferiores daqueles obtidos nas fases de campo completas realizadas
anteriormente. Após a execução de cinco campanhas, o número total de capturas é de
341.
TABELA 13 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DO MONITORAMENTO PRÉ-ENCHIMENTO
Etapa do monitoramento Número de capturas Espécies capturadas
Fase 01 75 30 Fase 02 80 37 Fase 03 78 34 Fase 04 42 18 Fase 05 66 25
Nesta etapa, foram obtidas 11 recapturas, sendo cinco na área do canteiro de obras,
uma na área-controle e cinco na área do reservatório.
66
A área amostral que apresentou maior número de capturas foi a do reservatório, com
40 no total (Tabela 14). A área controle apresentou o menor número de capturas,
com apenas três capturas. Deve-se mencionar que as redes permaneceram abertas
durante dois dias inteiros e em um dos dois dias não foi obtida nenhuma captura.
Fatores climáticos interferiram negativamente na coleta de dados na área controle e
os resultados obtidos foram inferiores aos observados em todas as demais
campanhas. E, por fim, a área do canteiro de obras obteve 23 capturas, valor idêntico
àquele obtido na terceira fase para esta mesma localidade.
Oscilações no número de espécies capturadas são normais, sendo influenciadas por
inúmeros fatores bióticos e abióticos. Diferenças nas condições climáticas existentes
em cada dia interferem expressivamente no sucesso do método, mas como não é
possível padronizar o fator “clima”, as coletas ocorrem em dias consecutivos e os
resultados são tratados igualmente. Desta forma, apesar dos resultados aqui
apresentados indicarem uma baixa riqueza e um pequeno número de espécies
capturado na área controle durante a quinta amostragem, isso não significa que a
área é empobrecida ou pouco relevante. É importante salientar que os ventos e as
chuvas intensas, e as mudanças bruscas de temperatura ocasionaram uma redução
visível na atividade das aves florestais.
TABELA 14 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS, NAS CINCO FASES DE CAMPO
Fase do monitoramento Canteiro de obras Reservatório Controle
Fase 01 22 27 26 Fase 02 22 45 13 Fase 03 29 23 26 Fase 04 02 00 40 Fase 05 23 40 03
As espécies mais capturadas durante a quinta campanha foram o arapaçu-de-bico-de-
cunha (Glyphorynchus spirurus) (n=08), o cabeça-encarnada (Pipra rubrocapilla)
(n=06), o arapaçu-pardo (Dendrocincla fuliginosa) (n=05), o flautim-da-amazônia
(Schiffornis amazona) (n=05), o rendadinho (Willisornis poecilinotus) (n=05) e o
arapaçu-riscado (Xiphorhynchus obsoletus) (n=04). As demais espécies apresentaram
um número igual ao inferior a três capturas.
A Tabela 15 exibe todas as espécies amostradas pelo método de captura com redes
neblina, a quantidade de indivíduos capturados de cada espécie e a taxa de captura
por parcela e total de cada espécie.
67
TABELA 15 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A QUINTA FASE DE CAMPO DO ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
Espécie Capt CA
Taxa CA
Capt RE
Taxa RE
Capt CO
Taxa CO
Total capt.
Taxa total
Glyphorynchus spirurus 4 1,52 4 1,52 0 0,00 8 1,01 Pipra rubrocapilla 2 0,76 4 1,52 0 0,00 6 0,76 Dendrocincla fuliginosa 2 0,76 2 0,76 1 0,38 5 0,63 Schiffornis amazona 1 0,38 4 1,52 0 0,00 5 0,63 Willisornis poecilinotus 0 0,00 3 1,14 2 0,76 5 0,63 Xiphorhynchus obsoletus 0 0,00 4 1,52 0 0,00 4 0,51 Hypocnemoides maculicauda 0 0,00 3 1,14 0 0,00 3 0,38 Lophotriccus galeatus 1 0,38 2 0,76 0 0,00 3 0,38 Machaeropterus pyrocephalus 2 0,76 1 0,38 0 0,00 3 0,38 Myrmotherula axillaris 2 0,76 1 0,38 0 0,00 3 0,38 Chloroceryle aenea 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25 Epinecrophylla leucophthalma 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25 Platyrinchus saturatus 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25 Sittasomus griseicapillus 1 0,38 1 0,38 0 0,00 2 0,25 Thalurania furcata 2 0,76 0 0,00 0 0,00 2 0,25 Thamnophilus aethiops 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25 Cyanoloxia cyanoides 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13 Deconychura longicauda 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Dendrocolaptes certhia 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13 Formicivora grisea 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13 Lepidothrix nattereri 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13 Myrmeciza hemimelaena 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13 Terenotriccus erythurus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13 Tyranneutes stolzmanni 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13 Xenops minutus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Nota: A taxa de captura equivale ao número de capturas para cada 100 horas-rede (número de capturas*100 / esforço de 792 horas-rede). A taxa de captura total indica o valor geral para as três áreas amostrais e foi calculada a partir do número total de capturas, sem distinção de local. Legenda: Capt CA = número de indivíduos capturados na área do canteiro de obras; Capt RE = número de indivíduos capturados na área do reservatório; Capt CO = número de indivíduos capturados na área controle; Total capt = número total de indivíduos capturados por espécie.
A Foto 17 à Foto 24 mostram os indivíduos capturados na terceira fase de campo do
monitoramento da avifauna, nas áreas de controle, do reservatório e do canteiro de
obras.
68
FOTO 17 – ARAPAÇU-PARDO (DENDROCINCLA FULIGINOSA) (ANILHA VERMELHA 0021) ENCONTRADO NA MATA APÓS SETE MESES DO ANILHAMENTO EM 06/07/2011
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 18 – PATINHO-ESCURO (PLATYRINCHUS SATURATUS) CAPTURADO NA ÁREA DO RESERVATÓRIO, EM MATA DE VÁRZEA DURANTE A ESTAÇÃO CHUVOSA: ESPÉCIE RARA NA REGIÃO E COM POUCOS REGISTROS NO ESTADO DE MATO GROSSO
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 19 – PAPA-FORMIGA-PARDO (FORMICIVORA GRISEA) CAPTURADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 20 – MACHO DE RENDADINHO (WILLISORNIS POECILINOTUS) ANILHADO NA ÁREA DO RESERVATÓRIO
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
69
FOTO 21 – CHOCA-LISA (THAMNOPHILUS AETHIOPS), MACHO CAPTURADO NA ÁREA DO RESERVATÓRIO.
FOTO: BENEDITO FREITAS, 2012
FOTO 22 – CHOCA-LISA (THAMNOPHILUS AETHIOPS), FÊMEA CAPTURADA NA ÁREA DO RESERVATÓRIO
FOTO: BENEDITO FREITAS, 2012
FOTO 23 – ARAPAÇU-RISCADO (XIPHORHYNCHUS OBSOLETUS): UMA DAS ESPÉCIES TÍPICAS DA MATA DE VÁRZEA DA ÁREA DO RESERVATÓRIO.
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 24 – AZULÃO-DA-AMAZÔNIA (CYANOLOXIA CYANOIDES) ANILHADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS.
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
70
4.1.10 Índice Pontual de Abundância (IPA)
Durante a quinta fase de campo do monitoramento da avifauna na área do AHE
Colíder, um total de 73 espécies foram contabilizadas pelo método de contagens por
pontos de escuta.
Os dados obtidos por meio dos censos, nas três parcelas amostrais, geraram uma
tabela com o Índice Pontual de Abundância (IPA) de cada espécie registrada nas
contagens. As espécies mais freqüentes, considerando o IPA geral (somatório dos
resultados obtidos nas três áreas amostrais) foram: Crypturellus strigulosus
(IPA = 0,389), Pipra rubrocapilla (IPA = 0,361), Tyranneutes stolzmanni
(IPA = 0,306), Ramphocaenus melanurus (IPA = 0,250), Trogon viridis (IPA = 0,250),
Hylophilus hypoxanthus (IPA = 0,222) e Pheugopedius genibarbis (IPA = 0,222).
Todas as demais espécies registradas por meio deste método podem ser visualizadas
na Tabela 16. Nesta tabela também pode ser consultado o número de registros que
cada espécie teve em cada área amostral. Além do IPA geral, obtido com o somatório
de todos os contatos com todas as espécies, nas três áreas amostrais, divididos pelo
número total de amostras (n=36), foi obtido também o IPA individual para cada área
amostral. Todos estes dados podem ser comparados na tabela abaixo.
TABELA 16 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS
Nome do táxon CA IPA CA RE IPA
RE CO IPA CO Total IPA
geral Crypturellus strigulosus 0 0,000 5 0,417 9 0,750 14 0,389 Pipra rubrocapilla 3 0,250 3 0,250 7 0,583 13 0,361 Tyranneutes stolzmanni 3 0,250 1 0,083 7 0,583 11 0,306 Ramphocaenus melanurus 4 0,333 2 0,167 3 0,250 9 0,250
Trogon viridis 7 0,583 2 0,167 0 0,000 9 0,250 Hylophilus hypoxanthus 0 0,000 6 0,500 2 0,167 8 0,222 Pheugopedius genibarbis 5 0,417 1 0,083 2 0,167 8 0,222 Pionus menstruus 2 0,167 4 0,333 1 0,083 7 0,194
Querula purpurata 6 0,500 0 0,000 1 0,083 7 0,194 Thamnophilus schistaceus 4 0,333 1 0,083 2 0,167 7 0,194 Tolmomyias assimilis 2 0,167 2 0,167 3 0,250 7 0,194 Xiphorhynchus guttatus 1 0,083 4 0,333 2 0,167 7 0,194
Cantorchilus leucotis 0 0,000 5 0,417 0 0,000 5 0,139 Hylophilus semicinereus, 1 0,083 4 0,333 0 0,000 5 0,139 Patagioenas speciosa 1 0,083 4 0,333 0 0,000 5 0,139 Phaethornis ruber 3 0,250 1 0,083 1 0,083 5 0,139
Herpsilochmus rufimarginatus 1 0,083 3 0,250 0 0,000 4 0,111 Patagioenas subvinacea 1 0,083 0 0,000 3 0,250 4 0,111
71
Nome do táxon CA IPA CA RE IPA
RE CO IPA CO Total IPA
geral Schiffornis amazona 2 0,167 1 0,083 1 0,083 4 0,111
Thamnophilus aethiops 1 0,083 0 0,000 3 0,250 4 0,111 Trogon ramonianus 2 0,167 2 0,167 0 0,000 4 0,111 Xiphorhynchus elegans 2 0,167 1 0,083 1 0,083 4 0,111 Ara severus 2 0,167 0 0,000 1 0,083 3 0,083
Cercomacra cinerascens 0 0,000 1 0,083 2 0,167 3 0,083 Cercomacra nigrescens 3 0,250 0 0,000 0 0,000 3 0,083 Pyrrhura snethlageae 1 0,083 0 0,000 2 0,167 3 0,083 Sakesphorus luctuosus 0 0,000 3 0,250 0 0,000 3 0,083
Sclerurus mexicanus 3 0,250 0 0,000 0 0,000 3 0,083 Xiphorhynchus obsoletus 0 0,000 3 0,250 0 0,000 3 0,083 Campephilus rubricollis 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Diopsittaca nobilis 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056
Epinecrophylla leucophthalma 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056 Euphonia rufiventris 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056 Pygiptila stellaris 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Ramphastos tucanus 1 0,083 1 0,083 0 0,000 2 0,056
Rhytipterna simplex 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056 Sclateria naevia 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Tangara gyrola 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056 Thamnophilus palliatus 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Tinamus guttatus 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056 Trogon melanurus 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Willisornis poecilinotus 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056 Amazona ochrocephala 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Ara macao 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Aratinga leucophthalma 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Brotogeris chiriri 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Cacicus cela 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Cacicus haemorrhous 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Camptostoma obsoletum 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Capito dayi Cherrie, 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Chelidoptera tenebrosa 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Crypturellus obsoletus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Cymbilaimus lineatus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Deconychura longicauda 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Falco rufigularis 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Heterocercus linteatus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Hylophylax punctulatus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Iodopleura isabellae 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Piculus chrysochloros 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Picumnus aurifrons 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Pipra fasciicauda 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Pteroglossus beauharnaesii 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
72
Nome do táxon CA IPA CA RE IPA
RE CO IPA CO Total IPA
geral Pyrilia barrabandi 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Ramphotrigon ruficauda 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Rhegmatorhina gymnops 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Sittasomus griseicapillus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Tangara palmarum 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Tangara velia 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Thamnophilus amazonicus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Thamnophilus stictocephalus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Tinamus tao 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Touit huetii 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Xenops minutus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Nota: CA = canteiro de obras; RE = reservatório; CO = área controle) e o IPA geral. As espécies estão listadas em ordem decrescente de IPA geral
4.1.11 Métodos não sistematizados
Por meio de métodos não sistematizados, aplicados aleatoriamente durante toda a
fase de campo, em especial, durante os últimos dois dias, algumas informações
puderam ser obtidas. Um total de 13 espécies, das 19 registradas exclusivamente na
quinta fase de campo, foi encontrado somente por meio de buscas livres, sem que
fosse aplicado algum tipo de método quantitativo. Este dado reforça a importância de
se aplicar buscas livres. A Tabela 17 apresenta todos os registros inéditos obtidos
durante a fase e indica aquelas que foram encontradas por meio de métodos não
sistematizados.
TABELA 17 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA QUINTA FASE DE CAMPO DO MONITORAMENTO DA AVIFAUNA, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS POR MEIO DE MÉTODOS NÃO SISTEMATIZADOS
Táxon Nome popular Registro por método Não
sistematizado Sistematizado
Tinamus guttatus inhambu-galinha X Cairina moschata pato-do-mato X
Mesembrinibis cayennensis coro-coró X Falco femoralis falcão-de-coleira X Laterallus viridis sanã-castanha X Amazona amazonica curica X Glaucidium brasilianum caburé X
Piculus chrysochloros pica-pau-dourado-escuro X X Sclerurus mexicanus vira-folha-de-peito-vermelho X Campylorhamphus procurvoides arapaçu-de-bico-curvo X Nasica longirostris arapaçu-de-bico-comprido X
Platyrinchus saturatus patinho-escuro X X
73
Táxon Nome popular Registro por método Não
sistematizado Sistematizado
Mionectes oleagineus abre-asa X Empidonomus varius peitica X
Tyrannus savana tesourinha X Cyclarhis gujanensis pitiguari X Cissopis leverianus tietinga X Cyanerpes cyaneus saíra-beija-flor X
Cacicus haemorrhous guaxe X
A Foto 25 mostra os indivíduos encontrados por meio de métodos não sistematizados
na quinta fase de campo do monitoramento da avifauna, nas áreas de controle, do
reservatório e do canteiro de obras.
FOTO 25 – GAVIÃO-PEGA-MACACO (SPIZAETUS TYRANNUS) FOTOGRAFADO NA FLORESTA CILIAR DO RIO TELES PIRES, NO LOCAL PREVISTO PARA A BARRAGEM DA UHE COLÍDER
FOTO: RAFAEL L. BALESTRIN.
4.1.12 Índice de diversidade
Considerando os dados de abundância, obtidos por meio das contagens em pontos
fixos, obteve-se um índice de diversidade de H’ = 3.931 para a quinta fase de campo.
4.1.13 Espécimes coletados
Três indivíduos de três espécies distintas foram coletados durante a quinta fase de
campo: Platyrinchus saturatus, Sittasomus griseicapillus e Glyphorhynchus spirurus.
74
4.1.14 Considerações finais
No geral, pode-se dizer que a movimentação de aves durante a quinta fase de campo
esteve muito baixa quando comparada às fases anteriormente executadas. A primeira
campanha aconteceu na mesma época do ano de 2011, e naquele momento os
resultados foram bastante satisfatórios. Desta forma, conclui-se que condições
climáticas desfavoráveis registradas durante a atual campanha interferiram
negativamente sobre a coleta de dados, prejudicando as capturas e a detecção das
espécies em seus hábitats. Entretanto, mesmo com condições desfavoráveis, foram
obtidos importantes resultados: novas espécies foram encontradas para o estudo e
um elevado número de aves anilhadas anteriormente foram recapturadas.
75
4.2 MASTOFAUNA
4.2.1 Procedimentos Metodológicos
Durante a quinta campanha do monitoramento da mastofauna na área do AHE
Colíder, foram amostradas três áreas ou parcelas amostrais: (1) Canteiro de obras,
(2) Reservatório e (3) Área Controle. A área do reservatório escolhida e utilizada
nessa última fase (fevereiro de 2012) foi a mesma utilizada nas duas primeiras fases
de campo. Essa escolha justifica-se devido ao acúmulo de água das cheias do rio
Teles Pires na trilha utilizada durante as fases 2 e 4, impossibilitando a aplicação de
alguns métodos de pesquisa, principalmente as capturas com armadilhas. Os esforços
de campo permaneceram os mesmos das outras fases.
Pequenos mamíferos não-voadores – Foram empregados dois conjuntos de
metodologias complementares: (1) três linhas de armadilhas de interceptação e
queda (pitfalls) e (2) 150 armadilhas de captura viva (live traps) de dois tipos:
Tomahawk® e Shermann®. As armadilhas de captura viva foram iscadas com uma
mistura composta por banana, paçoca de amendoim, farinha de milho, pedaços de
toucinho e castanha-do-Pará, sendo instaladas 50 unidades em cada área amostral.
Ambos tipos de armadilhas foram revisados pela manhã a cada dia e re-iscados
conforme a necessidade. Os dois conjuntos de métodos empregados para a captura
de pequenos mamíferos não-voadores permaneceram em funcionamento durante seis
dias consecutivos, simultaneamente nas três áreas amostrais. Todos os indivíduos
capturados foram pesados, e tomadas as seguintes medidas: comprimento da cabeça
e corpo (CC) e comprimento da cauda (CA). Os pequenos mamíferos não-voadores
foram identificados segundo as chaves de identificação de Gardner (2007), Bonvicino
et al. (2008) e Weksler & Percequillo (2011) e das descrições apresentadas em Rossi
et al. (2011) e Oliveira & Bonvicino (2011).
Morcegos – para a captura de morcegos foram empregadas 12 redes de neblina
(6 x 3 m) que pemaneceram abertas do pôr-do-sol até às 00:00 horas. As redes
foram armadas por duas noites consecutivas em cada parcela amostral. Os animais
capturados foram pesados e também foram tomadas as medidas de seus antebraços.
Os primeiros morcegos capturados por espécie foram sacrificados, preparados em via
úmida e depositados na Coleção Científica de Mastozoologia da UFPR como material
76
testemunho; para uma melhor definição taxonômica. Os demais indivíduos foram
identificados, marcados com anilhas numeradas em seus antebraços. Os morcegos
foram identificados segundo as chaves para a identificação de morcegos de Vizzoto &
Taddei (1973), Lim & Engstron (2001), Gardner (2007) e Miranda et al. (2011),
associada às descrições apresentadas por Simmons & Voss (1998), Barquez et al.
(1999), Reis et al. (2007) e Peracchi et al. (2011).
Mamíferos de médio e grande porte – Esses mamíferos foram registrados com o
seguinte conjunto de metodologias: (1) busca ativa por vestígios (pegadas, rastros,
fezes, tocas, etc.) e por registros diretos da presença de mamíferos (visualizações,
contatos auditivos, carcaças, etc.), essas buscas se deram, a pé, de carro e de barco,
distribuídas de forma equivalente entre as três áreas amostrais; e (2)
armadilhamento fotográfico, onde foram armadas quatro armadilhas fotográficas
(Trophy Cam Trail Camera - Bushnell®), sendo uma em cada área amostral e uma
quarta câmera foi armada em um ponto oportunístico. As pegadas e os rastros foram
identificados segundo os guias de pegadas de González (2001), Oliveira & Cassaro
(2005) e Mamede & Alho (2008).
4.2.2 Riqueza de espécies
Nessa quinta fase do monitoramento de fauna foram registradas 37 espécies de
mamíferos silvestres, apresentando uma diversidade de H’=2,937. Os resultados
obtidos nessa quinta fase do monitoramento acrescentaram três espécies (Pteronotus
personatus – Foto 26, Platyrrhinus fusciventris – Foto 27 e Lonchophylla thomasi –
Foto 28) na lista geral de mamíferos silvestres da área do AHE Colíder. As espécies
registradas durante as cinco primeiras fases do monitoramento, somadas àquelas
registradas no EIA do mesmo empreendimento, totalizam 112 espécies, pertencentes
a 10 ordens e 30 famílias (Tabela 18).
77
FOTO 26 – ESPÉCIE ACRESCIDA À LISTA DURANTE A QUINTA FASE DE CAMPO: MORCEGO PTERONOTUS PERSONATUS
FOTO: MARCELO B. G. RUBIO, 2012
FOTO 27 – ESPÉCIE ACRESCIDA À LISTA DURANTE A QUINTA FASE DE CAMPO: MORCEGO PLATYRRHINUS FUSCIVENTRIS, ESPÉCIE DESCRITA PELA CIÊNCIA EM 2010
FOTO: MARCELO B. G. RUBIO, 2012
FOTO 28 – ESPÉCIE ACRESCIDA À LISTA DURANTE A QUINTA FASE DE CAMPO: MORCEGO LONCHOPHYLLA THOMASI
FOTO: MARCELO B. G. RUBIO, 2012
78
TABELA 18 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA AHE COLIDER, MUNICÍPIOS DE COLIDER E ITABUNA, MT
TÁXON Nome popular Método de registro
Área amostral
Fase do Monitoramento EIA Status de
conservação ORDEM DIDELPHIMORPHIA Família Didelphidae Caluromys lanatus (Olfers, 1818) cuíca-lanosa OD Co 2 - - Caluromys phylander (Linnaeus, 1758) cuíca-lanosa CP Re 3 - -
Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 gambá-de-orelha-preta - - - X -
Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854) guaiquica - - - X - Cryptonanus sp. guaiquica CP Re,Co 1 - - Marmosa murina (Linnaeus, 1758) guaiquica CP Re,Co 1,2,3 X - Marmosops bishopi (Pine, 1981) cuica - - - X - Marmosops parvidens (Tate, 1931) cuíca - - - X - Marmosops sp. cuíca - - - X - Micoureus demerarae (Thomas, 1905) cuíca - - - X - Micoureus constantiae (Thomas, 1904) cuíca CP Re 1 - DD Monodelphis brevicaudata (Erxleben, 1777) cuica CP Re,Co 1 X - Monodelphis kunsi Pine, 1975 cuica CP Co,Re 1,5 X DD ORDEM CINGULATA Família Dasypodidae Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha PE,TO,ENT Ca,Re,En 1,3,5 X - Dasypus kappleri (Desmarest, 1804) tatu-quinze-quilos OD,TO,ENT Ca,Co,En 1,2 X - Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba OD,PE,TO Ca,Re,Ca,En 1 X - Tolipeutes matacus (Desmarest, 1804) tatu-bola - - - X DD Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole CP Ca 2,5 - - Priodontes maximus (Kerr, 1792) tatu-canastra PE,ENT,AF Re,Ca,Co 1,3,5 X VU ORDEM PILOSA Família Myrmecophagidae
79
TÁXON Nome popular Método de registro
Área amostral
Fase do Monitoramento EIA Status de
conservação Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-mirim OD,ENT,AF Ca,Re,Co 1,5 X - Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-bandeira ENT En 1 X VU Família Megalonychidae Choloepus hoffmanni Peters, 1858 preguiça-real RES Ca 3 - - ORDEM PRIMATES Família Atelidae Ateles marginatus (É. Geoffroy, 1809) macaco-aranha-de-
cara-branca OD,CA Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5 - EM
Ateles chamek (Humboldt, 1812) macaco-aranha OD,CA Re 1,2,3,5 X - Alouatta discolor (Sipx 1823) bugio OD Ca 3 - - Família Cebidae Mico emiliae (Thomas, 1920)* sagui OD,CA Ca, Em 1,3,5 X - Cebus apella (Linnaeus, 1758) macaco-prego OD,CA Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5 X - Cebus albifrons (Humboldt, 1812) caiarara - - - X DD Família Pitheciidae Callicebus molock (Hoffmannsegg, 1807) guigó, zogue-zogue OD,CA Re,Co 1,2,3 X - Chiropotes albinasus (I. Geoffroy & Devile, 1848)
cuxiú-de-nariz-vermelho OD,CA Ca,Re,Co 2,3,5 - -
Pithecia irrorata Gray, 1842 parauacú - - - X - Família Aotidae Aotus infulatus (Khul, 1820) macaco-da-noite OD,CA Ca 2,3 X - ORDEM CHIROPTERA Família Embalonuridae Rhynchonycteris naso (Wied-Neuwied, 1820) morcego CP,OD Re 1,2 - - Família Mormoopidae Peropteryx macrotis (Wagner, 1842) morcego - - - X - Família Phyllostomidae Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5 X -
80
TÁXON Nome popular Método de registro
Área amostral
Fase do Monitoramento EIA Status de
conservação Phyllostomus discolor Wagner, 1843 morcego CP Ca,Re 1,3 X - Phyllostomus elongatus (É. Geoffroy, 1810) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3 - - Phyllostomus latifolius (Thomas, 1901) morcego CP Ca 3,5 - DD Phylloderma stenops Peters, 1865 morcego CP Co 2 - - Chrotopterus auritus (Peters, 1856) morcego RES - 3 X - Lophostoma silvicolum d’Orbigny, 1836 morcego - - - X - Lophostoma brasiliense Peters, 1866 morcego CP Ca 5 X - Trachops cirrhosus (Spix, 1823) morcego CP Co 1 X - Micronycteris megalotis Gray, 1842 morcego - - - X - Trinycteris nicefori (Sanborn, 1942) morcego CP Co 1 - - Lampronycteris brachyotis (Dobson, 1879) morcego CP Co 3 - - Glyphonycteris silvestris (Thomas, 1896) morcego CP Re 3 - - Lionycteris spurrelli Thomas, 1903 morcego - - - X - Lonchophylla mordax Thomas, 1903 morcego - - - X DD Lonchophylla thomasi Allen, 1904 morcego CP Co 5 - - Glossophaga soricina (Pallas, 1766) morcego - - - X - Choeroniscus minor (Peters, 1868) morcego CP Ca,Re 3 X - Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810) morcego-vampiro CP,VE Ca,Re 1,2 X - Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) morcego CP Ca,Re,Co,En 1,2,3,5 X - Rhinophylla pumilio Peters, 1865 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5 X - Rhinophylla fischerae Carter, 1966 morcego - - - X DD Dermanura cinerea (Gervais, 1856) morcego - - - X - Dermanura gnoma Handley, 1987 morcego CP Ca,Re 1,2,3,5 - - Artibeus lituratus (Olfers, 1818) morcego CP Ca,Re,Co 1,3,5 X - Artibeus planirostris (Spix, 1823) morcego CP Ca,Co,Re 1,2,3,5 X - Artibeus obscurus (Schinz, 1821) morcego CP Ca,Co,Re 1,2,3,5 X - Mesophylla macconnelli Thomas, 1901 morcego CP Ca 3 X -
81
TÁXON Nome popular Método de registro
Área amostral
Fase do Monitoramento EIA Status de
conservação Platyrrhinus lineatus (É. Geoffroy, 1810) morcego - - - X - Platyrrhinus fusciventris Velazco, Gardner & Patterson, 2010) morcego CP Co 5 - -
Uroderma magnirostrum Davis, 1968 morcego - - - X - Uroderma bilobatum Peters, 1866 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5 X - Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) morcego CP Ca 1,2 - - Familia Mormoopidae Pteronutus parnellii (Gray, 1843) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5 X - Pteronotus personatus (Wagner, 1843) morcego CP Re 5 - - Família Noctilionidae Noctilio albiventris Desmarest, 1818 morcego-pescador-
pequeno OD Re 2 - -
Familia Molossidae Molossus molossus (Pallas, 1766) morcego RES Ca 3 X - Molossus rufus (É. Geoffroy, 1805) morcego RES Ca 3 - - Família Vespertilionidae Myotis nigricans (Schinz, 1821) morcego CP,RES Ca,Re,Co 1,3
- -
Myotis cf. riparius Handley, 1960 morcego CP Co 3 - - ORDEM CARNÍVORA Família Canidae Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) graxaim PE,OD,AF,ENT Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5 X -
Atelocynus microtis (Sclater, 1883) cachorro-deo-mato-de-orelha-curta OD Ca 1 X DD
Speothos venaticus (Lund, 1842) cachorro-vinagre - - - X VU Família Felidae Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) jaguatirica PE,ENT,AF Ca,Co,Re 1,3,5 X VU Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato - - - X VU Puma yagouaroundi (Lacépède, 1809) gato-mourisco OD,ENT Ca,Em 1,2,5 X -
82
TÁXON Nome popular Método de registro
Área amostral
Fase do Monitoramento EIA Status de
conservação Puma concolor (Linnaeus, 1771) puma PE,ENT Em 1 X VU Panthera onca (Linnaeus, 1758) onça-pintada OD,PE,CA,ENT,AF,FE Re,Ca 1,2,3,5 X VU Família Mustelidae Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara OD,RES Ca,Co 3,4 X - Galictis vittata (Schreber, 1776) furão CÇ Em 3 - - Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra ENT,PE Re 1,2 X - Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) ariranha ENT,OD,AF Re 1,2,3 X VU Mustela africana Desmarest, 1818 doninha-amazônica OD Ca 3 - DD Família Procyonidae Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798) mão-pelada PE Re,Co 1,2,3 X - Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati ENT,CÇ Ca 1,2 X - Potos flavus (Schreber, 1774) jupará OD,ENT,CA Ca,Re,Co 1,3,4,5 X - ORDEM ARTIODACTYLA Família Cervidae Mazama gouazoubira (Fischer, 1814) veado-catingueiro PE,ENT Ca,En 1,2,3,5 X - Mazama americana (Erxleben, 1777) veado-mateiro ENT Ca,En 1 X - Família Tayassuidae Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto PE,OD,ENT,AF Ca,Re,Co,En 1,2,3,5 X - Tayassu pecari (Link, 1795) queixada PE,OD,AF,ENT,CÇ Ca,Re,Co 1,2,3,5 X - ORDEM PERISSODACTYLA Familia Tapiridae Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta OD,PE,ENT,AF Ca,Re,Co,En 1,2,3,5 X - ORDEM RODENTIA Família Sciuridae Guerlinguetus gilvigularis (Wagner, 1842) caxinguelê OD,CÇ Ca,Em,Re 1,2,3 - - Sciurillus pusillus (É. Geoffroy, 1803) coatipuruzinho OD Co 4 - - Família Caviidae
83
TÁXON Nome popular Método de registro
Área amostral
Fase do Monitoramento EIA Status de
conservação Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara CÇ,OD,PE,ENT,FE Ca,Re 1,2,3,5 X - Cavia porcellus (Linnaeus, 1758)* preá - - - X - Família Erethizontidae Coendou prehensilis (Linnaeus, 1758) ouriço-cacheiro OD Ca,Re 1,5 X - Família Dasyproctidae Dasyprocta leporina (Linnaeus, 1758) cotia PE,ENT,AF,OD Ca,Co,En 1,2,3,5 X - Família Cuniculidae Cuniculus paca (Linnaeus, 1758) paca ENT,PE,AF Ca,Re 1,2,5 X - Família Cricetidae Neacomys spinosus (Thomas, 1882) rato-de-espinho-
pequeno - - - X -
Oecomys bicolor (Thomas, 1860) rato-da-árvore CP Re,Co 1,2,3,5 X - Oecomys cf. trinitatis Thomas, 1903 rato-da-árvore - - - X - Oecomys roberti (Thomas, 1904) rato-da-árvore - - - X - Eurioryzomys nitidus (Thomas, 1884) rato-do-mato - - - X - Necromys lasiurus (Lund, 1841) rato-do-mato CP Co 1 - - Hylaeamys megacephalus (Fischer, 1814) rato-do-mato - - - X - Rhipidomys emiliae (J.A. Allen 1916) rato-do-mato CP Re 1 X - Família Echimidae Proechimys longicaudatus (Rengger, 1830) rato-de-espinho CP Co 1,2,3,5 - - ORDEM LAGOMORPHA Família Leporidae Silvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti OD En 1 X -
Táxons/Espécie, seguida de seu nome popular; do método de registro (OD = observação direta, PE = pegada, FE, fezes, CÇ = carcaça, CA = Contato auditivo, CP = Captura, AF = armadilha fotográfica, ENT = entrevista, TO = toca, VE = vestígios, RES = capturada pelo resgate de fauna); área amostral (Ca = Canteiro de Obras, Re = Reservatório, Co = Área controle e Em = entorno da área de influência); Fase de campo em que ocorreu o registro (em números arábicos respectivos às fases de campo do monitoramento de fauna); EIA (espécie registrada pela equipe do EIA) e Status de conservação no Brasil (segundo CHIARELLO et al. 2008) (CR = Criticamente em Perigo, EN = Em perigo, VU = Vulnerável e DD = Dados insuficientes).
84
4.2.3 Espécies ameaçadas
Foram registradas nove espécies ameaçadas de extinção durante a quinta campanha:
o macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus) (EN) (Foto 29), o tatu-canastra
(Priodontes maximus) (VU), o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) (VU), o
cachorro-vinagre (Speothus venaticus) (VU), a jaguatirica (Leopardus pardalis) (VU)
(Foto 30), o gato-do-mato (L. tigrinus) (VU), o puma (Puma concolor) (VU), a onça-
pintada (Panthera onca) (VU) e a ariranha (Pteronura brasiliensis) (VU). Além dessas
espécies, nove outras são consideradas potencialmente ameaçadas, porém sem
informações suficientes para alocá-las em quaisquer categoria de ameaça, sendo
então consideradas DD (dados insuficientes). Essas espécies DD são as seguintes:
Micoureus constantiae, Monodelphis kunsi (Foto 31), Tolipeutes matacus, Cebus
albifrons, Phyllostyomus latifolius (Foto 32), Lonchophylla mordax, Rhynophylla
fischerae, Atelocynus microtis e Mustela africana.
FOTO 29 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (Ateles marginatus), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). ESSA ESPÉCIE OCORRE SOMENTE NA MARGEM DIREITA DO RIO TELES PIRES
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 30 – JAGUATIRICA (Leopardus pardalis), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA VU (VULNERÁVEL)
FOTO: ARMADILHA FOTOGRÁFICA, 2012
85
FOTO 31 – O MARSUPIAL MONODELPHIS KUNSI, ESPÉCIE DD (DADOS INSUFICIENTES)
FOTO: MARCELO G. B. RUBIO, 2012
FOTO 32 – MORCEGO PHYLLOSTOMUS LATIFOLIUS: ESPÉCIE DD
FOTO: MARCELO G. B. RUBIO, 2012
4.2.4 Espécies endêmicas
De maneira geral as espécies endêmicas registradas na área de influência do AHE
Colíder foram aquelas endêmicas da Amazônia: Marmosops parvidens, Monodelphis
brevicaudata, Dasypus kappleri, Ateles marginatus, A. chamek, Mico emiliae (Foto
33), Cebus albifrons, Callicebus molock, Chiroptoes albinasus (Foto 34), Pithecia
irrorata, Rhinconycteris naso, Rhinophylla fischerae, Dermanura gnoma (Foto 35),
Phyllostomus latifolius, Mesophylla maconnelli, Atelocynus microtis, Mustela africana e
Potos flavus (van Roosmalen et al. 2002; Reis et al. 2007, 2008, 2011).
FOTO 33 – SAGUI (MICO EMILIAE) ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 34 – CUXIÚ (CHIROPOTES ALBINASUS), ESPÉCIE ENDÊMICA DA AMAZÔNIA
FOTO: MARCELO B. G. RUBIO, 2012
86
FOTO 35 – MORCEGO DERMANURA GNOMA, ESPÉCIE TAMBÉM ENDÊMICA DA AMAZÔNIA
FOTO: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
4.2.5 Espécies raras ou de interesse científico
Está presente nessa categoria o morcego Phyllostomus latifolius, uma espécie
relativamente rara que encontra na área de estudo seu limite sul de distribuição
geográfica, sendo anteriormente só encontrado na Amazônia norte e central (Gardner,
2007). Outra espécie de interesse científico é o morcego Platyrrhinus fusciventris
(Foto 36), essa espécie foi descrita em 2010 e trata-se de uma espécie virtualmente
desconhecida (Velazco et al. 2010). A doninha-amazônica (Mustela africana) também
merece destaque nesse tópico em vista do virtual desconhecimento científico,
podendo ser considerada o carnívoro menos conhecido do Brasil (Cheida et al. 2011).
87
FOTO 36 – MORCEGO PLATYRRHINUS FUSCIVENTRIS, ESPÉCIE RECÉM DESCRITA PELA CIÊNCIA E REGISTRADA NO PRESENTE ESTUDO
FOTO: FERNANDO CARVALHO, 2012
4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas
Não foram registradas espécies migradoras entre os mamíferos no presente estudo.
4.2.7 Espécies Bioindicadoras
As espécies bioindicadoras para esse tipo de empreendimento podem ser aquelas de
hábitos aquáticos e semi-aquáticos por estarem diretamente relacionadas aos
impactos de um represamento. Entre essas espécies destacam-se: a lontra (Lontra
longicaudis), a ariranha (Pteronura brasiliensis), a capivara (Hydorchoerus
hydrochaeris e a paca. A capivara é um animal que geralmente se adapta bem a
maiores alterações ambientais, especialmente em empreendimentos hidrelétricos.
Essa espécie pode ser afetada positivamente com a presença de um lago, tendo
aumento em suas populações, podendo causar até mesmo prejuízos econômicos e
sanitários. Além das espécies ligadas ao ambiente aquático, as espécies florestais
também sofrem impactos ligados à supressão dos ambientes florestados e em
especial às margens dos rios. Em especial os primatas podem ser considerados bons
indicadores por serem exclusivamente florestais, sofrendo bastante com a
descaracterização, a fragmentação e a redução florestal. Além desses dois grupos a
presença dos carnívoros na área de estudo, em especial as espécies de maior porte
88
podem indicar a qualidade ambiental. O graxaim (Cerdocyon thous) é uma espécie
relativamente abundante no local e é uma espécie que pode ser monitorada a partir
de armadilhamento fotográfico (Foto 37). Entretanto, também ocorre em locais
bastante alterados e não pode ser considerado um indicador de ambientes primitivos.
FOTO 37 – GRAXAIM OU CACHORRO-DO-MATO (CERDOCYON THOUS), ESPÉCIE BIOINDICADORA REGISTRADA EM ARMADILHA FOTOGRÁFICA
FOTO: ARMADILHA FOTOGRÁFICA, 2012
4.2.8 Espécies exóticas
Não foram registradas espécies exóticas vivendo de forma livre nas áreas de estudo
durante a quinta fase de campo.
4.2.9 Espécies cinegéticas
Algumas espécies podem ser consideradas cinegéticas, como por exemplo: os veados
do gênero Mazama, os tatus (Família Dasypodidae), dentre os roedores destacam-se:
a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), a cotia (Dasyprocta leporina) (Foto 38) e a
paca (Cuniculuis paca). Além dessas, a anta (Tapirus terrestris), o cateto (Pecary
tajacu) (Foto 39) e o queixada (Tayassu pecari), sofrem constante pressão de caça.
Essas espécies são frequentemente caçadas em qualquer região onde ocorram (WCS
2004; Chiarello 2000). São registradas com frequência e estavam presentes na área
de estudo durante a quinta campanha.
89
FOTO 38 – A COTIA (DASYPROCTA LEPORINA) É UMA ESPÉCIE DE INTERESSE CINEGÉTICO, MUITO CAÇADA NA REGIÃO
FOTO: ARMADILHA FOTOGRÁFICA, 2012
FOTO 39 – O CATETO (PECARY TAJACU), ESPÉCIE DE INTERESSE CINEGÉTICO, COMUMENTE CAÇADO NA REGIÃO. A ESPÉCIE FOI OBSERVADA COM FREQUÊNCIA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: ARMADILHA FOTOGRÁFICA, 2012
4.2.10 Espécies de importância econômica
Algumas espécies podem ter alguma importância econômica, principalmente ligada à
transmissão da raiva bovina e eqüina por parte de Desmodus rotundus. Os macacos
do gênero Cebus também pode causar algum prejuízo econômico em plantações de
mandioca, milho e cana-de-açúcar. As espécies carnívoras podem também ter
importância econômica uma vez que podem se alimentar de animais domésticos
causando algum prejuízo. As capivaras em casos de grandes populações podem
invadir plantações e causar dano econômico.
4.2.11 Espécies de risco epidemiológico
O morcego-vampiro Desmodus rotundus pode ser um importante vetor do vírus da
raiva. Os primatas pode ser considerados reservatórios da febre amarela. Além disso,
os roedores silvestres podem ser reservatórios de diversas doenças como a
hantavirose e a leptospirose, por exemplo. A capivara (H. hydrochaeris) e a anta
(Tapirus terrestris) podem ser reservatório de doenças como a febre maculosa e a
doneça de Lime sendo transmitida por seus carrapatos à humanos e à animais
domésticos. Esse último quadro pode se agravar em casos de populações grandes
e/ou crescentes, como no caso de aproveitamentos hidrelétricos. Estas espécies são
comuns na região e foram constatadas durante a quinta campanha. Apenas o
90
morcego Desmodus rotundus não contou com registros para os sítios amostrais
durante a fase, mas foi relatada por moradores locais.
4.2.12 Esforço amostral
O esforço amostral despendido nas cinco primeiras fases somou 38 dias de campo,
sendo 10 dias na primeira fase (15 a 24 de fevereiro de 2011), nove dias na segunda
fase (27 de abril a 8 de maio de 2011), sete dias na segunda fase (10 a 17 de julho
de 2011), quatro dias na quarta fase (21 a 24 de setembro de 2011) (essa campanha
foi interrompida pela SEMA devido à irregularidades constatadas na obra por parte da
construtora) e oito dias na quinta fase (8 a 15 de fevereiro de 2012). Os dias de
amostragem sistematizados permaneceram os mesmos seis dias por fase (exceto na
fase 4) e os dias de busca livre (métodos não sistematizados) variaram conforme a
possibilidade em cada campanha. Os métodos sistematizados são priorizados desde o
início da fase, e caso haja tempo ao final da aplicação dos métodos sistematizados, o
restante do período é destinado à coleta de dados não sistematizados. O esforço
amostral dividido por método é apresentado na Tabela 19.
TABELA 19 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS CINCO PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA DO AHE COLÍDER
Método Quantidade
/ área amostral
Nº de áreas
amostrais
Nº dias amostrais por fase
No de fases realizadas Esforço total
Armadilhas Sherman + Tomhawk
35 + 15 = 50 3 6 4 3.600
armadilhas/noite Armadilhas de interceptação e queda
24 baldes 240 m 3 6 4 1.728 baldes/dia
17.280m/dia
Redes de neblina 12 3 6 (2 / área) 4 288 redes/noite 31.104m2/h
Armadilhas fotográficas 1 3 6 5 90
armadilhas/noite
A curva de acumulação de espécies ou curva do coletor, construída considerando-se a
mastofauna amostrada nas cinco primeiras fases do monitoramento de fauna, ainda
não alcançou uma estabilidade horizontal, tendo sido acrescentadas de novas espécies
ainda ao final dos dias de amostragem (Gráfico 4). Pela forma da curva também
pôde-se perceber que houve um incremento maior de espécies nas primeiras fases do
monitoramento, sendo que a inclinação da curva diminuiu nas últimas fases,
mostrando um menor incremento nesse último período. Isso é natural e sugere a
91
necessidade da continuidade dos esforços de amostragem no intuito de melhor
conhecer a fauna local.
GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS CINCO PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA DO AHE COLÍDER, MT
4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas
4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras
Na área do canteiro de obras foram registradas 22 espécies de mamíferos silvestres
durante a quinta fase do monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de
H’=2,561. A maior parte das espécies amostradas no canteiro de obras foi também
registrada nas outras áreas, porém algumas foram registradas exclusivamente nesse
sítio amostral, como por exemplo: o sagüi (Mico emiliae), os morcegos (Lophostoma
brasiliense, Phyllostomus latifolius e Dermanura gnoma), o gato-mourisco (Puma
yagouaroundi), a jaguatirica (Leopardus pardalis) e a capivara (Hydrochoerus
hydrochaeris).
4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório
Na área do reservatório também foram registradas 22 espécies durante a quinta fase
do monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de H’=2,68. A maior
parte das espécies amostradas na área prevista para o reservatório foi também
registrada nas outras áreas, porém algumas foram registradas exclusivamente nessa
92
área, como por exemplo: o macaco-aranha-de-cara-preta (Ateles chameck), os
morcegos (Pteronotus personatus e Uroderma bilobatum), a onça-pintada (Panthera
onca), o queixada (Tayassu pecary), a paca (Cuniculus paca) e o ouriço-cacheiro
(Coendou prehensilis).
4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle
Na área controle foram registradas apenas 17 espécies durante a quinta fase do
monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de H’=2,373. A maior parte
das espécies amostradas na área controle foi também registrada nas outras áreas,
porém algumas foram registradas exclusivamente nesse sítio amostral, como por
exemplo: o cuxiú (Chiropotes albinasus), os morcegos (Lonchophylla thomasi e
Platyrrhinus fusciventris), a cotia (Dasyprocta leporina) e o rato-de-espinho
(Proechymys longicaudatus).
4.2.13.4 Comparação entre as áreas
A maior similaridade entre as áreas amostrais se deu entre o canteiro de obras e o
reservatório (50,6%), seguida pela similaridade entre o canteiro de obras e a área
controle (44,1%) e por último, a similaridade entre o reservatório e a área controle
(42,3%) (conforme os resultados da similaridade de Bray-Curtis) (Figura 3).
93
FIGURA 3 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE ESTUDO DURANTE A QUINTA FASE DO MONITORAMENTO DE FAUNA. CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA CONTROLE
4.2.13.5 4.3.14 Comparação entre as fases do monitoramento
Tanto os valores de riqueza quanto os de diversidade não variaram muito no decorrer
das cinco primeiras fases do monitoramento de fauna (Tabela 20). Apenas observa-se
um sensível decréscimo nos dados referentes à quarta fase, sendo essa a fase
interrompida e portanto com coleta incompleta de dados. Outras pequenas diferenças
observadas podem ser decorrentes da própria variação sazonal vigente na área em
questão.
TABELA 20 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA ÁREA E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DE FAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES.
Área Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5
Canteiro 33 (3,088)
22 (2,418)
24 (2,571)
4 (1,242)
22 (2,561)
Reservatório 30 (2,17)
25 (2,855)
17 (2,447)
5 (1,445)
22 (2,68)
Controle 26 (2,907)
12 (1,987)
20 (2,728)
7 (1,54)
17 (2,373)
Total 45 (3,219)
41 (2,936)
49 (3,275)
13 (2,261)
37 (2,937)
94
4.2.13.6 Pequenos mamíferos
Nesta quinta fase de campo foram capturados apenas seis pequenos mamíferos,
representados por três espécies. A espécie mais abundante foi o roedor Oecomys sp.,
contando com 50% das capturas, seguido pela cuíca Monodelphis kunsi (33,3%) e
pelo rato-de-espinho Proechymys longicaudatus (16,6%) (Tabela 21 e Gráfico 5).
TABELA 21 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO
Espécies Canteiro de obras Reservatório Controle Total
AB % AB % AB % AB % Oecomys sp. 0 0 2 66,6 1 33,3 3 50 M. kunsi 0 0 1 33,3 1 33,3 2 33,3 P. longicaudatus 0 0 0 1 33,3 1 16,6
Total 0 0 3 100,0 3 100,0 6 100,0
GRÁFICO 5 – ABUNDÂNCIA RELATIVA DOS PEQUENOS MAMÍFEROS CAPTURADOS DURANTE A QUINTA FASE DO MONITORAMENTO
4.2.13.7 Morcegos
Nesta quinta fase do monitoramento foram capturados 82 morcegos, representados
por 14 espécies. A espécie mais abundante foi Carollia perspicillata, contando com
35,4% das capturas, seguida por Phyllostomus hastatus (17,1%) e Pteronotus
parnellii (11%). As demais espécies representaram menos que 10% das capturas
(Tabela 22; Gráfico 6).
95
TABELA 22 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO
Espécie Canteiro Controle Reservatório Total
Abund. % Abund. % Abund. % Abund. %
C. perspicillata 10 32,3 8 23,5 11 64,7 29 35,4
P. hastatus 1 3,2 12 35,3 1 5,9 14 17,1
P. parnellii 7 22,6 0 0,0 2 11,8 9 11,0
A. planirostris 3 9,7 3 8,8 1 5,9 7 8,5
A. obscurus 2 6,5 5 14,7 0 0,0 7 8,5
R. pumilio 3 9,7 3 8,8 0 0,0 6 7,3
A. lituratus 2 6,5 1 2,9 0 0,0 3 3,7
L. brasiliense 1 3,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2
P. latifolius 1 3,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2
D. gnoma 1 3,2 0 0,0 0 0,0 1 1,2
P. personatus 0 0,0 1 2,9 0 0,0 1 1,2
U. bilobatum 0 0,0 1 2,9 0 0,0 1 1,2
L. thomasi 0 0,0 0 0,0 1 5,9 1 1,2
P. fusciventris 0 0,0 0 0,0 1 5,9 1 1,2
Total 31 100,0 34 100,0 17 100,0 82 100,0
GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A QUINTA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DO AHE COLÍDER, MT
4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte
Nesta quinta fase de campo foram registradas 20 espécies de mamíferos de médio e
grande porte. A espécie mais abundante foi o macaco-prego (Cebus apella), contando
96
com 33,3% dos registros, seguido pelo graxaim (Cerdocyon thous) que contou com
14% dos registros. As demais espécies contaram com menos que 10% dos registros
(Tabela 23; Gráfico 7).
TABELA 23 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NA QUINTA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO
Espécie Canteiro Reservatório Controle Total
Abund. % Abund. % Abund. % Abund. %
C. apella 18 34,0 10 34,5 10 31,3 38 33,3
C. thous 12 22,6 1 3,4 3 9,4 16 14,0
A. marginatus 9 17,0 2 6,9 0 0,0 11 9,6
T. terrestris 5 9,4 3 10,3 1 3,1 9 7,9
C. albinasus 0 0,0 0 0,0 8 25,0 8 7,0
P. tajacu 1 1,9 1 3,4 5 15,6 7 6,1
A. chameck 0 0,0 5 17,2 0 0,0 5 4,4
Mazama sp. 2 3,8 2 6,9 0 0,0 4 3,5
D. leporina 0 0,0 0 0,0 3 9,4 3 2,6
D. novemcinctus 1 1,9 1 3,4 0 0,0 2 1,8
T. tetradactyla 1 1,9 0 0,0 1 3,1 2 1,8
P. yagouaroundi 1 1,9 0 0,0 0 0,0 1 0,9
H. hydrochaeris 1 1,9 0 0,0 0 0,0 1 0,9
M. emiliae 1 1,9 0 0,0 0 0,0 1 0,9
L. pardalis 1 1,9 0 0,0 0 0,0 1 0,9
P. flavos 0 0,0 0 0,0 1 3,1 1 0,9
T. pecari 0 0,0 1 3,4 0 0,0 1 0,9
C. paca 0 0,0 1 3,4 0 0,0 1 0,9
P. onca 0 0,0 1 3,4 0 0,0 1 0,9
C. prehensilis 0 0,0 1 3,4 0 0,0 1 0,9
Total 53 100,0 29 100,0 32 100,0 114 100,0
97
GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADOS DURANTE A QUINTA FASE DO MONITORAMENTO
4.2.14 Considerações finais
Nessas primeiras cinco fases do monitoramento foi amostrada uma gama de 85
espécies, que acrescentadas aos esforços do EIA, a riqueza de espécie soma um
montante de 112 espécies. Embora esse seja um bom número, as amostragens ainda
se mostraram insuficientes em vista da curva ascendente de acumulação de espécies.
Esse quadro indica que maiores esforços poderão mostrar uma maior riqueza de
espécies. Merecem destaque as espécies ameaçadas e as endêmicas apresentadas
acima. Essas espécies caracterizam a região de estudo como portadora de uma
importante fauna de mamíferos, contando com muitas espécies características da
Amazônia. Portanto, apesar dos impactos de grandes proporções a serem causados
pelo enchimento do reservatório, os ambientes naturais restantes deverão ser
conservados.
98
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