8/4/2019 MÓDULO SOBRE KANT E A SUA TEORIA DO CONHECIMENTO
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KANT E A TEORIA DO
CONHECIMENTO
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Índice.O racionalismo crítico de Kant
Todo o conhecimento começa com a experiência:importância da sensibilidade
Derivação do conhecimento e sua utilidade Esquema da relação entre entendimento e
sensibilidade Conhecimento de realidades Empíricas ou Sensíveis –
Limitações da Sensibilidade A distinção fenómeno-númeno
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Índice
A razão e os limites do conhecimento – a realidade eo ideal
Conclusão O racionalismo crítico de Kant (quadro sinóptico)
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ORIENTAÇÃO
Ao estudarmos o autores referido, seremosorientados por quatro questões fundamentais:
1. O conhecimento é possível?
2. A razão dá-nos conhecimentos acerca darealidade, independentemente da experiência?
3. Qual a extensão do nosso conhecimento? Atéonde pode ir o nosso conhecimento? Podemosconhecer a realidade tal como é em si mesma?
4.Como é justificado o conhecimento?
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O racionalismo crítico de Kant
Para Kant conhecimento é um facto indiscutível. Todavia Kantpergunta como é possível o conhecimento?
A resposta aborda os seguintes temas:
Qual a origem do conhecimento e como começa ele?
De onde deriva, ou seja, qual o fundamento da sua validade?
Quais as faculdades envolvidas no processo cognitivo e que papel
desempenham?
O que posso conhecer, ou seja, quais os limites do conhecimento?
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A resposta de Kant
Traços gerais da resposta Kantiana:
1. Todo o conhecimento começa com a experiência
2. O conhecimento cientifico não deriva da experiência,mas sim de certas formas a priori do sujeito que conhece;
3. O conhecimento científico, embora não tenha o seufundamento na experiência começa com ela e por isso sópode ser conhecimento de realidades empíricas ousensíveis.
Immanuel
Kant
1724-1804
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Todo o conhecimento começacom a experiência: importância
da sensibilidade Como começa o conhecimento?
Começa com a intuição, acto pelo qual recebemos dados ou algo para conhecer.
Quais as condições que tornam possível o acto de intuir?
A intuição está condicionada por duas formas, sendo elas estruturas da sensibilidade, o Espaço e o Tempo.
ConclusãoSó temos intuição de realidades sensíveis ou empíricas, ou seja,
de realidades que podemos espacializar e temporalizar.
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Derivação do conhecimento esua validade
O conhecimento científico não deriva da experiência, massim de formas a priori do sujeito que conhece.
O conhecimento científico em sentido estrito é explicativo.
O entendimento só conhece cientificamente quando aplica oconhecimento de causa.
Conceito de causa: Permite estabelecer relações de dependênciaentre dois fenómenos, transformando um em causa e o outro
em efeito. Kant define conceito de causa como uma forma apriori com a qual o entendimento está equipado.
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Esquema da relação entreSensibilidade e Entendimento
Sensibilidade
Espacializa e Temporaliza
Aumento DilataçãoDeterminado De um CorpoDe Temperatura
Estabelece a Relação causal entre os Fenómenos
Entendimento
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Os limites do conhecimentoComo é que as coisas se podem relacionar comigo?Se eu as puder espacializar e temporalizar mediante as formas daminha sensibilidade.
Todos os conhecimentos estão limitados aos dados da intuiçãoempírica ou sensível.
Os dados sensíveis são o que a sensibilidade coloca ao dispor do
entendimento e do seu conceito por excelência: o conceito decausa. O conceito de causa está limitado aos dados sensíveis, só
funciona dentro de limites espácio-temporais. Só podemos atribuir a propriedade de causar a algo que
também seja fenómeno.
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A distinção fenómeno-númeno
Só podemos conhecer mediante o conceito de causa aquilo quenos é dado pela sensibilidade, ou, seja, aquilo que podemosintuir. Só das realidades enquadráveis no espaço e no tempopodemos ter conhecimento científico.
Fenómeno
Númeno
O objecto do nosso conhecimento.Mediante a sensibilidade sabemos queacontece algo e mediante o entendimentosabemos porque acontece algo.
Toda a realidade que transcende a nossacapacidade de conhecimento, mas que nãopodemos, apesar disso, afirmar que nãoexiste.
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A razão e os limites do conhecimento – a
realidade e o ideal O que o conhecimento consegue no plano do conhecimento não
satisfaz a razão.
A razão, devido à sua vontade de conhecimento absoluto, exigeque encontremos o que é incondicionado (não quer dizer queexista ou se possa alcançar).
O desejo de absoluto formado pela razão, torna-se útil àactividade científica.
Essa utilidade consiste em regular a actividade cognitiva doentendimento.
Dizer que a razão tem um uso regulador quer dizer que ela vaiestabelecer uma regra que oriente a actividade epistémica oucientífica do entendimento.
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A razão e os limites do conhecimento – arealidade e o ideal
O que diz essa regra? Como contribui elapara o processo de conhecimento?
Essa regra geral diz o seguinte: "Conhececomo se fosse possível atingir oconhecimento absoluto".
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A razão e os limites do conhecimento – arealidade e o ideal
O conhecimento absoluto simbolizado por Deus, éum ideal irrealizável. Contudo, querer realizá-lo tem
consequências positivas. Com efeito, oentendimento, ao procurá-lo, vai considerar sempre
provisórios os seus conhecimentos, não se satisfaránunca com as explicações alcançadas. E, deexplicação em explicação, vai progredindo no
conhecimento do mundo dos fenómenos, como seum dia fosse possível explicá-lo definitiva e
totalmente. Porque é, no fundo, esse o desejo docientista: encontrar a chave que decifre o enigmaque é o universo e não só este ou aquele aspecto
do universo.
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Conclusão
a) O conhecimento é possível?
Kant não duvida em momento algum da possibilidade doconhecimento. A sua questão é saber como ele é possível.
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Conclusão
b) A razão dá-nos conhecimentos acerca da realidadeindependentemente da experiência?
Esclarecido o âmbito legítimo de aplicação do conhecimento, comoele começa e de onde deriva, podemos criticar a razão que pretende,no que respeita ao conhecimento, ser pura. O conhecimento exige ocontributo da sensibilidade. Ao contrário de Descartes, Kant não
admite a possibilidade de um conhecimento puramente racional. Arazão pura – desligada da experiência – nada conhece porque nadaencontra para conhecer. Só ligada à sensibilidade – e nesse caso temo nome de entendimento – a razão pode conhecer objectos.Nenhuma faculdade pode conhecer seja o que for sozinha, por si só.
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Conclusão
c) Qual a extensão do nosso conhecimento? Até onde podeir o nosso conhecimento? Podemos conhecer a realidade
tal como é em si mesma?Se só por meio da sensibilidade o entendimento pode referir-se àscoisas e encontrar a matéria do seu conhecimento devemos concluirque conhecer realidades que ultrapassem o plano espácio-temporal,
que estão fora do alcance da nossa sensibilidade, é impossível. Essasrealidades metafísicas, não sendo objectos da nossa intuição, nãopoderão ser também objectos de conhecimento científico. Oconhecimento científico, embora não derive da experiência, começacom ela e por isso só pode ser conhecimento de realidades empíricasou sensíveis.
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Conclusão
d) Como é justificado o conhecimento?
Uma crença verdadeira será conhecimento e não uma mera opiniãose aos nossos conceitos corresponder a intuição empírica adequada.Não se pode justificar a proposição «Deus existe» porque não lhecorresponde qualquer intuição empírica. Estamos equipados comestruturas que nos permitem o conhecimento – as formas do espaço
e do tempo, que dão objectos e as formas do entendimento, queconhecem objectos -, desde que essa actividade não pretendatranscender o plano dos objectos naturais.
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O racionalismo crítico de Kant
PROJECTO
RAZÃO DE SER DO PROJECTO
COMO COMEÇA OCONHECIMENTO
DE ONDEDERIVA OCONHECIMENTO
Kant pretende explicar como é possível oconhecimento.
Mostrar se é possível um conhecimento puramenteracional, se todo o conhecimento é verdadeiro ou
se nenhuma destas teses é verdadeira.
O conhecimento começa com a experiência. É asensibilidade que nos dá objectos para conhecer.
Tudo começa com a espacialização etemporalização dos dados da intuição empírica.
A sensibilidade unicamente sabe que os fenómenos
acontecem num dado momento e num certo lugar.Só o entendimento compreende o que umfenómeno tem a ver com outro. Só ele pode
explicar – mediante o conceito de causa, formaa priori presente em todo o o entendimento humano –
a que se deve determinado acontecimento.
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O racionalismo crítico de Kant
ATÉ ONDE PODEIR O NOSSOCONHECIMENTO
Como precisamos de objectos para que hajaconhecimento e como a sensibilidade nos dáobjectos, mesmo que o conhecimento não
derive da experiência, começa com ela. Só háconhecimento de objectos empíricos. A
explicação de um fenómeno ou objectoempírico é sempre outro fenómeno.
A razão deve aceitar que não há conhecimentopuramente racional e que toda a actividade de
conhecimento se desenvolve dentro do planoempírico, dos objectos que as formas doespaço e do tempo tornam possível intuir. Masprocura que o entendimento aja como se fosse
possível encontrar a explicação de todos osfenómenos do mundo.
ESTA LIMITAÇÃO
NÃO SATISFAZ ARAZÃO
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O racionalismo crítico de Kant
A UTILIDADE DARAZÃO
A razão, ao apontar para esta meta ideal, dá aoentendimento uma regra de investigação: este
nunca se deve satisfazer com as explicações quealcança porque explicar um fenómeno através de
outro é ficar aquém do ideal. Explicar tudo o queacontece no mundo (todos os fenómenos) exigeuma causa que não está no próprio mundo. Essacausa seria Deus, ideal máximo da razão porque
representa o conhecimento absoluto.
Sem experiência não há objectos para conhecer,mas o nosso conhecimento não é meramente
empírico porque nos dá a causa do queacontece.
CONCLUSÃO