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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
BRUNO CARRARA LIPORI
VALORAÇÃO NA TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO DE MIGUEL
REALE
MARINGÁ
2012
BRUNO CARRARA LIPORI
VALORAÇÃO NA TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO DE MIGUEL
REALE
Monografia apresentada ao Curso de Direito, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Câmpus Maringá, como requisito a obtenção ao título de Bacharel em Direito.
Orientador: Prof. Dr. Marcus Geandré Nakano Ramiro.
MARINGÁ
2012
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................32. PROBLEMA E JUSTIFICATIVA.........................................................................................43. OBJETIVOS...........................................................................................................................53.1 GERAL.................................................................................................................................53.2 ESPECÍFICO........................................................................................................................64. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................75. METODOLOGIA...................................................................................................................86. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO.......................................................................................97. PLANO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA.....................................................................10REFERÊNCIAS............... ........................................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por escopo analisar “A Teoria Tridimensional do Direito” do
jus-filósofo Miguel Reale, ao sistematizar sua teoria, contempla o Direito não como um
esquema puramente lógico, uma vez que a Ciência Jurídica deve ser considerada em termos
de uma realidade cultural, onde a norma é tomada como resultado da tensão entre fato e valor.
Ou seja, para o devido entendimento da norma jurídica mister se faz estudá-la numa relação
de unidade e de integração entre fatos e valores.
Sendo este valor, um elemento que é variável, de acordo com a cultura, história, razão
e emoção de um público, dentro outros fatores que levam a eleição de um valor mais
apropriado para a criação de uma norma jurídica a ser aplicada a um fato. Pode-se, então,
destacar o valor como elemento fundamental na decisão do que caber ser justo ou injusto para
cada sociedade.
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2 PROBLEMA E JUSTIFICATIVA
Fato, valor e norma estão sempre presentes e correlacionados em qualquer expressão
de vida jurídica, seja ela estudada pelo filosofo ou sociólogo do direito, ou pelo jurista como
tal, ao passo que, na tridimensionalidade, caberia ao filosofo apenas o estudo do valor, ao
sociólogo a do fato e ao jurista o da norma ( tridimensionalidade como requisito ao direito).
Por sua vez, Maria Helena Diniz, o complementa quando cita que "se o direito é a
integração normativa de fatos e valores, ante a triplicidade dos aspectos do jurídico --- fato,
valor e norma, não há como separar o fato da conduta, nem o valor ou finalidade a que a
conduta está relacionada, nem a norma que incide sobre ela".1
Visto então que o valor é um dos elementos que, juntamente com o fato, irá configurar
uma norma concreta, é de suma importância seu estudo, pois o que virá a decidir qual a
procedência de uma norma a ser adequada a um fato, e assim fazer parte do âmbito jurídico
positivo, será o valor.
Todavia, este valor não mantém-se inerte, e se uma vez desfigurado em desfavor da
justiça, ordenará assim, a criação de um estado de direito que para esta sociedade, as normas
podem corresponder ao justo porque se adequam aos valores que pareciam ser justos, mas não
perante os princípios éticos, aos direitos humanos e à dignidade da pessoa humana.
1 DINIZ, Maria Helena.Compêndio de introdução a ciência do direito.18.ed.São Paulo: Saraiva,2006
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3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
O Direito surge, na vida da comunidade, por meio das normas jurídicas. De acordo
com a Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale, a norma jurídica é apenas uma das
dimensões da experiência jurídica, estando presentes outras duas: o fato e o valor.
Consoante à Teoria Tridimensional do Direito, a norma, inspirada pelos valores, é o
modo pelo qual o Direito incide sobre os fatos da vida social.
Assim, o processo decisório pode ser racional e emocional, este último muitas vezes se
sobrepondo à razão, que exerce um importante papel na escolha, mas não é a única variável
implicada nesse processo decisório. Qual seria então a conexão existente entre a escolha e o
valor, ou, entre liberdade e valor? Miguel Reale esclarece:
“Não haveria valor se não houvesse no ser humano a possibilidade de livre escolha
entre as alternativas imanentes à problemática axiológica, nem poderíamos falar de liberdade,
se não houvesse a possibilidade de opção e participação real dos valores e das valorações”.2
Há uma relação íntima e direta entre a noção de pessoa e a concretização dos valores, a
pessoa, além de ligar-se diretamente à noção de valor, liga-se também à liberdade, já que só
há possibilidade de escolha quando existe liberdade, e o ato de valorar é parte integrante e
essencial do exercício de liberdade.
Assim, Miguel Reale usa os três conceitos de pessoa, valor e liberdade, de forma
dependente, sendo que a existência de um, depende da existência do outro. A pessoa é o
homem ou a mulher no exercício de sua liberdade, que implica, necessariamente, uma escolha
entre diversos valores. Só é possível consumar a liberdade, com um prévio ato de valorar.
A liberdade como escolha de valores é o que dá especificidade à pessoa humana, e só
ela, em todo o universo, que é capaz de criar um mundo contraposto ao da natureza, o mundo
ético.
2 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 196.
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3.2 ESPECÍFICO
Os valores habitam o mundo da cultura e esse é o mundo no qual homem e mulher
estão inseridos. Consequentemente, o ato de escolha do valor mais elevado, motivador da
ação e da consumação da liberdade, é diretamente influenciado pela cultura que o circunda.
A cultura será formada pelos objetos culturais e obviamente pelos valores, uma vez
que os objetos culturais são fruto da relação entres os planos do dever-ser e ser.
Por Paulo Nader, valor nada mais é que o elemento moral do Direito e ainda:
“É o ponto de vista sobre a justiça. Toda obra humana é empregada de sentido ou
valor, bem como o direito.”3
Com o mesmo ponto de vista, o Prof. Dr. Silvio Venosa relata-nos a cerca do valor da
seguinte forma:
“A medida de valor que se atribui ao fato transporta-se inteiramente para a norma.
Exemplo: suponha que exista número grande de indivíduos em uma sociedade que necessitem
alugar prédios para suas moradas. Os edifícios são poucos e, havendo muita demanda, é certo
que pela lei da oferta e da procura os preços dos imóveis a serem locados elevem-se. O
legislador, apercebendo-se desse fato social, atribui valor preponderante à necessidade dos
inquilinos, protegendo-os com uma Lei do Inquilinato, que lhes dá maior proteção em
detrimento do proprietário. Há aqui um fato social devidamente valorado que se transmutou
em norma.”4
O Direito, para Reale, é fruto da experiência e localiza-se no mundo da cultura.
Constituído por três fatores, o Direito forma-se da seguinte maneira: um valor, podendo ser
mais de um, incide sobre um prisma (área dos fatos sócias) e se refrata em um leque de
normas possíveis competendo ao poder estatal escolher apenas uma capaz de alcanças os fins
procurados.
É importante deixar claro que não é a pessoa o valor a ser preservado, mas a dignidade
que lhe é inerente. Nenhum valor realiza-se sozinho, há sempre uma implicação recíproca
entre eles. Há uma série de características dos valores listado por Reale, sendo que a
característica da preferibilidade e explica o porquê da escolha de determinado valor em
detrimento de outro.
3 NADER, Paulo. Introdução ao Estudo de Direito.30.ed.Rio de Janeiro:Forense,2008. p.392.
4 VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito: primeiras linhas. 2. ed. São Paulo: Atlas 2006. p.122
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
Sendo a experiência jurídica uma das modalidades da experiência histórico-cultural,
compreende-se que a implicação polar FATO-VALOR se resolve, a meu ver, num processo
normativo de natureza integrante, cada norma ou conjunto de normas representando, em dado
momento histórico e em função de dadas circunstâncias, a compreensão operacional
compatível com a incidência de certos valores sobre os fatos múltiplos que condicionam a
formação dos modelos jurídicos e a sua aplicação.5
O homem é a fonte de todos os valores porque é inerente à sua essência valorar,
criticar, julgar tudo aquilo que lhe é apresentado, seja no plano da ação ou no do
conhecimento.6
5 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p.746 REALE, Miguel. Experiência e cultura. 3. ed. São Paulo:Saraiva, 1983. p. 196
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5 METODOLOGIA
No aspecto da análise doutrinária e legislativa, utilizar-se-á principalmente o método
lógico-dedutivo, que consistirá no estudo da matéria sob a luz dos conceitos jurídicos, teorias
e estudos de diversos autores, em especial Miguel Reale, delimitando sua efetividade.
Emprega-se o método lógico-indutivo, que se apresenta dentro de um contexto
histórico-cultural, que necessita de um enfoque particular e distinto do anterior.
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6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Preencher com X quanto tempo irá levar para cada etapa.
Cronograma de ExecuçãoDescrição das 2012/2013 2013
Atividades Meses Meses10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Escolha do assunto XColeta de dados XElaboração do projeto XContatos com o orientador XLeitura do material pesquisado XElaboração do fichário de leitura XRealização do fichário de sínteses pessoais XRedação provisória XRedação definitiva XLeitura global XRevisão do texto XEntrega do trabalho pronto x
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7 PLANO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA
1 INTRODUÇÃO
2 A TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO
2.1 CONCEITO – FATO, VALOR E NORMA
2.2 A TEORIA COMO EXPERIÊNCIA JURÍDICA
3 IMPLICAÇÕES DA VALORAÇÃO NA TEORIA
3.1 IMPORTÂNCIA DO DESTAQUE AO VALOR
3.2 CARACTERÍSTICAS DOS VALORES
3.3 FATORES INERENTES À VARIAÇÃO VALORATIVA
3.4 A VALORAÇÃO E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. ajustada ao novo código civil. São
Paulo: Saraiva, 2002.
REALE, Miguel. Teoria tridimensional do direito. 5. ed. rev. e aum. São Paulo: Saraiva,
1994.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo de Direito.30.ed.Rio de Janeiro:Forense,2008.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito: primeiras linhas. 2. ed. São Paulo: Atlas 2006.
DINIZ, Maria Helena.Compêndio de introdução a ciência do direito.18.ed.São Paulo: Saraiva,2006.
_________________________________________Prof. Dr. Marcus Geandré Nakano Ramiro
__________________________________________Bruno Carrara Lipori
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