O que a genética tem a ver com a produção animal?
Prof. Dr. José Bento Sterman FerrazFaculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP
Núcleo de Apoio à Pesquisa em Melhoramento Animal, Biotecnologia e Transgenia
Na pecuária de corte, antes de mais nada, há que se pensar na comida do gado. Depois na raça ou nos animais
Dr. Fernando Penteado Cardoso, 102 anos dia 19/09/2016, fundador e expresidente da Manah, filme institucional apresentado em 22/09/2016 no
Repronutri, Campo Grande, 22/09/2016
Sustentabilidade é dinheiro no bolso
do lavrador (Pirassununga, 2012)
Distribuição dos rebanhos bovinos no Brasil
Fonte: Anualpec 2015
ESTADO TOTAL
AC 1.563.127
AL 517.464
AM 1.600.667
AP 72.969
BA 9.601.754
CE 1.221.619
DF 34.883
ES 1.676.386
GO 14.210.190
MA 5.986.510
MG 15.277.278
MS 14.524.164
MT 27.082.546
PA 16.434.525
PB 929.786
PE 1.089.578
PI 1.560.657
PR 4.509.172
RJ 1.539.709
RN 852.081
RO 9.761.038
RR 722.107
RS 10.896.078
SC 2.661.650
SE 504.153
SP 6.166.968
TO 7.140.279
Emissão de Metano
Slide cedido por : Miguel H.A. Santana
Emissão dos gases de efeito estufa
CO2 por grama de proteína
Slide cedido por : Miguel H.A. Santana
12,0
9,0
8,0
6,2
2,4
0 5 10 15
Estados Unidos
Brasil
União Européia
China
Argentina
Milhões de toneladas
Principais países produtores de carne bovina em 2011 (Mill tec)
Austrália: abate em
2014 =9.8 M +1.2
M de animais vivos
(~26% do Brasil,
mas tem ~12% do
nosso rebanho)
Fonte: FAOSTAT set/2012 (http://faostat3.fao.org/faostat-gateway/go/to/browse/Q/QL/E)
Baruselli, SIIRA, Londrina, 08/2014
Abate de cerca de 42 milhões de cabeças.
Rebanho Mundial
(Milhões/cab)
Abate
(Milhões/cab) Desfrute%
EUA 96,7 37,1 38,4
Austrália 29,2 10,3 35,3
U.E. 87,6 30,4 34,7
Argentina 51,4 15,2 29,7
Mexico 29,5 ~7,6 25,8
Brasil 205,0 39,6 19,3
Produtividade de gado de corte no Mundo
Baruselli, SIIRA, Londrina, 08/2014 Ridícula!
O uso de touros geneticamente superiores
N° Matrizes (2011) 74.487.416
Quantidade de touros (1/25) 2.979.497
Necessidade de touros de reposição: ~3 milhões x 20% de reposição
= ~600.000/ano
Quantos touros são avaliados geneticamente? ~17.000 CEIP +
~18.000 PO superiores =35.000 touros com avaliação genética
= <6% do mercado. >94% do mercado suprido com
cabeceira de boiadaBaruselli, SIIRA, Londrina, 08/2014
Perguntas básicas de nossa pecuária
•Eu sei qual é o meu mercado e quais produtos podem obter maiores preços? Vou criar animais puros, ou oferecer ao mercado bezerros desmamados cruzados?•Eu tenho fazenda para manter, em excelentes condições de alimentação e nutrição, com capacidade de lotação adequada, de, no mínimo, 2 UA/ha ou superior, para remunerar meu capital?•Eu consigo tirar da minha propriedade uma rentabilidade que possa ser comparada com o que eu obteria se fosse agricultor?•E os riscos de meu negócio?
Pecuarista x empresário da pecuária
Para fugir das decisões erradas, o empresário da pecuária tem que responder a 3 perguntas, num
profundo auto-exame:
Quemcosô?
•O que eu desejo de minha empresa pecuária?
•Quais são qualificações, pontos fortes e fracos?
•Existe mercado para o produto que quero produzir?
•Existe futuro para esse produto (os frutos do meu produto só irão aparecer em muitos anos)
•Daqui a 10 anos eu estarei remunerando meu capital e meu trabalho?
Oncotô?
•Qual o ambiente que tenho a oferecer para os animais?
•Esse ambiente é o ideal para se ter rentabilidade e valer a pena, tendo em vista o investimento realizado ou necessário?
Poncovô?
•Como faço para ter produtividade, rentabilidade em minha empresa pecuária?
•Como melhoro meu ambiente?
•Qual a melhor genética, ou melhor, a mais adequada?
Eficiência reprodutiva do rebanho brasileiro2011
N° Matrizes1 74.487.416
N° Bezerros Desmamados2 48.624.855
N° Bezerros Nascidos3 52.514.843
Taxa de Desmama4 (%) 65,3
Taxa de Nascimento5 (%) 70,5
IEP6 17,01Número de fêmeas em idade reprodutiva (vacas e novlhas > 2anos); 2Número de bezerros desmamados; 3Estimativa do número de bezerros nascidos
(considerando 8% de mortalidade); 4Taxa de desmame = N° Bez. Desm./N° Matrizes; 5Estimativa da taxa de nascimento = N° Bez. Nasc./N° Matrizes; 6Intervalo entre partos.
Estimativas empregando informações do Anualpec 2012
RS, Pantanal
O uso de touros geneticamente superiores
N° Matrizes (2011) 74.487.416
Quantidade de touros (1/25) 2.979.497
Necessidade de touros de reposição: ~3 milhões x 20% de reposição
= ~600.000/ano
Quantos touros são avaliados geneticamente? ~17.000 CEIP +
~18.000 PO superiores =35.000 touros com avaliação genética
= <6% do mercado. >94% do mercado suprido com
cabeceira de boiadaBaruselli, SIIRA, Londrina, 08/2014
A pecuária brasileira está fazendo melhoramento genético, de verdade?
NÃO
O empresário da pecuária de cria tem que:• FOCAR nos seus objetivos, que não podem muito fugir de:
• Novilhas sejam precoces e que, pelo menos, 50% fiquem prenhes quando expostasaos touros aos 14 a 16 meses de idade;
• Fêmeas tenham taxas de prenhez ao redor dos 75% quando primíparas;
• Categorias novilhas, primíparas, secundíparas devem ser tratadas de maneiradiferenciada e especial;
• Os animais devem ter baixo peso ao nascer;
• Os animais devem ter excelente peso à desmama;
• Os animais sejam musculosos (já pensando no cliente);
• Os animais tenham excelente ganho de peso pós desmame.
• Os animais depositem a gordura de cobertura exigida pelos programas de premiaçãodos frigoríficos
• Nessas condições, o melhoramento genético é essencial e vai causarenormes benefícios. Fora desse panorama, a genética não terá condições dese expressar e aumentar a rentabilidade da empresa pecuária de cria.
Compra de material genético
Repetindo conceitos:
Para que servem reprodutores e/ou matrizes?
• São nossas máquinas
• Devem produzir os nossos produtos, os bezerros
• Esses produtos devem ser adequados aos sistemas de produção e às condições de ambiente que temos, sempre respeitando a sustentabilidade ambiental e o bem estar animal
• Os reprodutores e matrizes são máquinas de fazer gametas (espermatozóides e óvulos), portanto, valem o valor de seus gametas
• Se valem o valor de seus gametas, temos que conhecer isso....
22
A evolução das metodologias de estimação do valor genético: Vamos ser mais eficientes?
• Seleção genômica, associada com DEPs (single-step) ou não (já em uso em gado de leite e sendo
lançado em gado de corte, inclusive no Brasil a partir de 2010)
• Biologia molecular, seleção assistida por marcadores genéticos (começando a ser usada,
década de 2010)
• DEP’s com alta acurácia (“Modelos Animais”, depois de 1990)
• DEP’s com média acurácia (“Modelos touro”, 1970 a 1990)
• DEP’s com baixa acurácia (“Quad. Mínimos”, 1950-1970)
• Índices (desvios de grupos, e.g. provas de ganho de peso, 1930->)
• Medições ajustadas (>início século XX)
• Medições (pesos, dimensões, tempos, etc.) (séculos XIX e XX)
• Pedigree (século XVIII ->)
• Tradição, fama do criador dos animais (desde sempre)
• Avaliação visual (desde a domesticação dos animais) 23
Efi
cáci
a
O que mais fazemoshoje em dia
E o que buscamos ao comprar material genético (tourinho, doadoras, sêmen ou embriões)?
? ?
Na realidade, buscamos o material genético, contido nos Cromossomos (DNA)
25
O que vemos não é o que buscamos.....
Todos queremos isso......
Ou isso.....
Mas, na realidade
Todos queremos isso.....
$$$$
Mas estamos buscando, na realidade, isso....
Olhando para isso.....
O que deveríamos ter como objetivo é algo assim.....
O critério nacional de seleção da Nova Zelândia é “identificar os animais que darão origem a progênies que serão os melhores
conversores de comida em lucro para o produtor”
O que realmente é importante para a pecuária de corte?
Produtividade
•Reprodução (precocidade, prenhez de primíparas, fertilidade)
• Adaptabilidade (pelagem, adaptação ao carrapato, moscas)
• Eficiência no uso de alimento (RFI, CA)
• Qualidade do produto (desempenho à desmama, ao sobreano, padrão de carcaça, qualidade de carne
• Facilidade de manejo, bem estar animal (chifres)
• Paternidade conhecida
NutriçãoAlimentação
Manejo
Sanidade
GENÉTICA
Mão de obra
Instalações
Outros efeitos de ambiente
O que condiciona o desempenho de um animal?
Marcadores moleculares
O que é avaliação genética?
Procedimento de análise dos dados de produção dos animais, comuso de metodologia estatística adequada, para:
◦Separar os efeitos genéticos aditivos(A) dos demais efeitos(D+I+E+GE)
◦A = valor genético aditivo = 2 x DEP (ou PTA)33
P = A + D + I + E + GE
Genética
E DEP significa previsão de desempenho?
•Cuidado: DEP = Diferença esperada de progênie
•É a melhor previsão possível sobre o desempenhoMÉDIO dos filhos de um reprodutor (ou matriz) emrelação a uma base genética, a quem é atribuído um zero
•DEP serve para comparar touros
DECAS das vacas x medidas da fazenda (peso à desmama)
• Média de peso à desmama dosfilhos das vacas de decas 1, 2, 3, 4e 5, safra 2013 = (187,42 kg)
• Média de peso à desmama dosfilhos das vacas de decas 6, 7, 8, 9e 0 (167,12 kg)
• Diferença de 20,30 kg
• ~R$120,00/bezerro desmamado
• Dados de mais de 490.000animais, sendo mais de 10.100 dasafra 2013
• DEP é dinheiro no bolso?
Dados de 19/05/2015, J.B.S. Ferraz
DECA
Peso
à d
esm
ama
A distribuição das predições de DEP. CEIP, o enorme impacto na produtividade da pecuária de corte do
Brasil
36
Deca 1
Deca 2
Deca 3
Deca 4
Deca 5
Deca 6
Deca 7
Deca 8
Deca 9
Deca 0
1% 0,1%
Critério de Seleção
Máximo para CEIP
Mínimo para CEIP
Sem CEIP, não se vende
como reprodutorfr
equ
ênc
ia
O que é acurácia?Relação entre acurácia de uma estimativa de valor genético de um animal e o risco
de utilizar-se ou não tal animal como reprodutor na propriedade.
Acurácia Razão Risco de mudança
futura (novas
informações)
0,10 a 0,30
(baixa)
poucas informações a respeito do animal,
animal em geral muito jovem acurácia
baixa, diminui o intervalo entre gerações
alto
0,31 a 0,70
(média)
número razoável de informações, reprodutor
jovem, com de 10 a 20 filhos já testados (em
gado de leite, 10 a 20 filhas com lactação)
acurácia média, intervalo entre gerações
médio
médio
acima de 0,70
(alta)
número suficiente de informações, animal
com mais de 20 filhos ou filhas testados
acurácia alta, aumenta muito o intervalo
entre gerações
baixo
O uso de reprodutores e matrizes jovens
• Os touros oriundos de um bom programa de seleção sãoultrapassados, em sua qualidade genética a cada ano, por touros jovens,mesmo que esses tenham baixa acurácia;
• Se o produtor usar um grupo de touros jovens, a acurácia desse grupo dejovens será MAIOR do que a de um touro provado, que terá, no mínimo,6 anos de vida (com acurácia média) isso é muito estimulante paraquem quer progresso genético rápido;
• Fonte: http://breedplan.une.edu.au/tips/Understanding%20EBV%20Accuracy.pdf
• Quem participa de programas de melhoramento e tem o nível genéticode seu rebanho abaixo dos outros TETF, com embriões filhos devacas e sêmen de touros superiores (sexado?), implantados em vacas demenor nível genético é uma excelente oportunidade de subir o nívelmédio do rebanho
Implicações do intervalo de gerações no progresso genético
40
G/ano = ganho genético/ano
i = intensidade de seleção
Acc = rÂA = acurácia
p = desvio-padrão fenotípico
h2 = herdabilidade
L = intervalo de gerações
Forte impacto nointervalo de gerações,diminui o ganhogenético/ano (que équem paga as contas)
acurácia
41
P = A + D + I + Heterose + Complementaridade
+ E + GE
E no caso de cruzamento?
Genética
Um tipo de touro para cada ambiente, para cada sistema de
produção: Não existe o touro ideal para todos
Fonte: Anualpec 2015
ESTADO TOTAL
AC 1.563.127
AL 517.464
AM 1.600.667
AP 72.969
BA 9.601.754
CE 1.221.619
DF 34.883
ES 1.676.386
GO 14.210.190
MA 5.986.510
MG 15.277.278
MS 14.524.164
MT 27.082.546
PA 16.434.525
PB 929.786
PE 1.089.578
PI 1.560.657
PR 4.509.172
RJ 1.539.709
RN 852.081
RO 9.761.038
RR 722.107
RS 10.896.078
SC 2.661.650
SE 504.153
SP 6.166.968
TO 7.140.279
Para cada propriedade
• Um sistema de produção, um mercado, um produto umobjetivo.
• Cada caso é um caso
• Cada empresário da pecuária TEM QUE definir o que quer,qual seu produto, seu mercado
• Com isso, ficam definidos os critérios que serão usados, paracada um, na escolha de touros, sêmen, embriões
Eu faço cruzamento: por quê comprar touros avaliados e melhoradores?
• O resultado de um cruzamento depende da combinação de fatores:
• Ambiente
• Qualidade genética da vaca
• Qualidade genética do touro
• Fenótipo de um cruzado depende da DEP dos pais + heterose + complementaridade de raças + ambiente + interação genótipo ambiente + ambiente materno
• selecionar vacas excelentes quanto à precocidade sexual e de acabamento e à habilidade materna e acasalar com touros excelentes da outra raça é 70% do caminho andado para o sucesso no cruzamento
• usar vacas de baixo padrão genético, acasaladas com qualquer touros da outra raça é 85% de caminho andado para o fracasso no cruzamento
• Selecione bem suas vacas. Elas são seu maior patrimônio
Eu compro touros sem avaliação. Quais são as consequências?
• Dos filhos de seu “novo” touro, se ele tiver sido aprovado em exame andrológico,50% serão bezerros machos (que você venderá) e 50%, fêmeas, que, na maioria dasvezes, serão mantidas como novilhas de reposição
• Consideremos o uso de touro CEIP com 10 kg de peso à desmama (GND)superior à media e vamos comparar comum touro da media (seguramente melhorque o touro sem avaliação). Essa diferença de 10 kg x 30 filhos/ano x 6 anos =1.800 kg de peso à desmama na vida do touro x R$6,00 = R$10.800,00 de diferençaAPENAS por ter usado touro melhor.
• FAZ DIFERENÇA?
• Usar touro CEIP é despesa ou investimento?
• E a qualidade das fêmeas que ficam no rebanho, mães das futuras safras,que irão carregar os genes de maior peso à desmama?
• Quem paga o mico é quem usa touro sem avaliação
Como eu divido minhas vacas Nelore, para fazer reposição e para cruzamento?
• Depende de sua taxa de reposição de matrizes.
• Digamos que seja de 20% ao ano, média de idade das fêmeas em reposição de 6 anos (descarte devido a vacas vazias + poucos descartes por qualidade)
• 40% do rebanho para Nelore de alto padrão• 50% x 0,75 (desmama) x 50% (fêmeas) ~= 19% do rebanho com candidatas a novilhas
• 50% para cruzamento, com produção de 50% x 75 % de desmama = 37,5% de animais cruzados para abate.
• Suponhamos 2.000 fêmeas• Produção anual de ~380 fêmeas de reposição (muito apertado)
• Produção anual de ~400 animais Nelore de abate
• Produção anual de ~750 animais cruzados para abate
• Descarte anual de ~400 fêmeas
• Uso de fêmeas F1 para uma cria?
No ano de 2016, a comercialização de sêmen
bovino no Brasil caiu quase 7%, segundo dados
divulgados pela Associação Brasileira de
Inseminação Artificial (ASBIA), que representa
90% do mercado nacional, totalizando
11.723.738 de doses.
Segundo levantamento da Associação Brasileira
de Inseminação Artificial mostrou que de todo
o sêmen de raça de corte vendido no Brasil,
53% são da raça Angus (3,7 milhões em 2014,
4.3 milhões de doses em 2015)
O que se pode fazer no que se refere à precocidade sexual? (e tem muita gente fazendo)
• Vaca vazia faca
• Tourinhos mal avaliados (cuidado com os critérios)
• Uso maciço de touros com “top” para precocidade sexual, o quepadroniza a vacada em produtividade, com grande precocidade sexual
• Abolição da estação de monta de outono todas as bezerras de 12 a16 meses são expostas na estação normal forte intensidade deseleção
O uso das biotecnologias reprodutivas muito poderosas, para quem sabe usá-las
• Depois de um tempo, você pode terminar com 2 rebanhos em sua fazenda:• Um de filhos de Inseminação Artificial
• Outro de filhos de touros de repasse
• Cuidado com as doadoras
• Cuidado com as receptoras
Responsabilidade na
escolha de touros de repasse
•Medidas Indiretas (Santana Jr, Eler, etc)
•Tecnologias Reprodutiva (FIV, PIVE)
•Maior uso de fêmeas de alvo valor genético
•Número de folículos antrais.
Precocidade sexual
Existem regiões genômicas de efeito maior sobre a
expressão das características reprodutivas estudadas.
Hipótese
• Identificar regiões genômicas associadas com as
caraterística reprodutivas de probabilidade de prenhez ao 14
meses de idade e número de folículos antrais;
• Identificar alelos haplotípicos com influenciem as
características estudadas.
Objetivos
Material e Métodos: Banco de dados fenotípicos
• 2,283 novilhas Nelore / 78 touros;
• Prenhez;
• Número de folículos antrais (n=1.099);
• Três fazendas comerciais.
Probabilidade de Prenhez aos 14 meses de idade
(PP14)
• Categórica (0 ou 1);
• Faz parte do manejo de algumas fazendas (12 a 16
meses).
Universidade
Número de Folículos antrais (NF)
• Folículos visíveis (≥ 3 mm de diâmetro) em ultrassom
• Ambos ovários
• Grupo de contemporâneas (GC) = fazenda + grupo de
manejo + ano
• GC sem variabilidade, com menos que 10 animais
• Desvios superiores a 3,5 desvios padrão em peso e idade
Material e Métodos: Banco de dados fenotípicos
•Amostras de pelo (n = 1.267);
•GGP Bos indicus HD GeneSeek® (74.677 SNPs);
• 42 / 78 touros previamente genotipados com o chip Illumina®
BovineHD BeadChip (777.962 SNPs).
Material e Métodos: Genotipagem
• Call Rate < 0,95 (3.712 SNPs);
• MAF < 0,02 (1.560 SNPs);
• HWE > 1−5 (110 SNPs);
• Não mapeados, MT e Y (844 SNPs);
• Call Rate Animal < 0,90 (12 animais).
Novilhas = 1.255
SNPs = 68.430
Material e Métodos: Controle de Qualidade Genômico
Touros
• Single Step (Legarra et al.,2009);
•Efeitos Fixos = GC, idade;
• 2.200K de iterações (200K burn-in);
• Intervalor de amostragem = 200.
Material e Métodos
Componentes de Variância
Fazenda1 Fazanda2 Fazenda3
N 579 299 377
Idade 16,1 ± 1,20 14,1 ± 0,87 17,2 ± 0,52
Peso 283,2 ± 28,92 260,6 ± 19,20 276,5 ± 16,73
PP14 0,33 0,35 0,36
NF 12,07 ± 4,68 10,99 ± 3,80 --
Tabela 1. Estatística descritiva por fazenda dos animais genotipados.
Resultados e DiscussãoDados fenotípicos
Tabela 2. Estatística descritiva dos valores do coeficiente de herdabilidade
(h2) e correlação genômica (r) para probabilidade de prenhez aos 14
meses (PP14) e número de folículos antrais (NF) de novilhas Nelore.
Média Mediana DP HPDL HPDU
h2PP14 0,28 0,28 0,07 0,15 0,43
h2NF 0,49 0,49 0,09 0,32 0,68
rPP14xNF -0,21 -0,20 0,29 -0,78 0,33
Resultados e DiscussãoParâmetros Genéticos
•Correlação genômica (-0,21 [-0,78 0,33]) - Baruselli et al.2015; Santos et al. 2015.
•Coeficiente de herdabilidade (0,28) menor que a literaturapara Nelore (Eler, Santana Jr., 2014);
•Para NF, h2 (0,49), valores superiores aos reportados pararaças taurinas.
Resultados e Discussão
Parâmetros Genéticos
Figura 1. Manhattan plot do GWAS para prenhez precoce em novilhas da raça Nelore.
Resultados e Discussão GWAS para prenhez precoce
Resultados e Discussão
GWAS para prenhez precoce
• Chr5 = 24 genes ( TOM1, HO-1, IGF-1)
• Chr14 = 20 genes (SOX17, RGS20, PLAG1)
• Chr18 = 83 genes (FUT2, BAX, LHB, SLC)
Figura 2. Manhattan plot do GWAS para número de folículos antrais em novilhas Nelore.
Resultados e Discussão GWAS para população folicular
Resultados e Discussão
GWAS para população folicular
• Chr2 = 12 genes (FBP, PUM1);
• Chr8 = 16 genes (GATA4, CTSBS);
• Chr11 = 14 genes (FOSL2, YPEL5);
• Chr14 = 16 genes (SOX17, RGS20 , PLAG1)
• Chr15 = 2 genes (ARHGAP42);
• Chr16 = 13 genes (GPR37, LGR6);
• Chr22 = 20 genes (TOPAZ1, LYZL).
•Natureza poligênica das características reprodutivas(Fortes et al, 2010,2013);
•Bos indicus ≠ Bos taurus (Fortes et al., 2013);
•Chr14 -> possível efeito pleiotrópico.
Resultados e Discussão GWAS
Figu
ra 3
. Ter
mo
s M
eSH
(7
4)
asso
ciad
os
a p
ren
hez
pre
coce
em
no
vilh
as.
Resultados e Discussão Enriquecimento funcional prenhez precoce
• ”Munc-18”: secreção hormônios da pituitária (estradiol);
• ”Fucose”: interação espermatozoide x oviduto => fertilização;
• “Hemoglobin”: vascularização dos ovários / picos de LH (Brown et al.
(2014) .
Resultados e Discussão Enriquecimento funcional prenhez precoce
Figu
ra4
.Te
rmo
sM
eSH
(48
)re
laci
on
ado
sco
mn
úm
ero
de
folíc
ulo
san
trai
sem
no
vilh
asN
elo
re.
Resultados e Discussão Enriquecimento funcional população folicular
• ”Cathepsin B”: correlacionada com a qualidade de oócitos e embriõesem bovinos (BALBOULA et al., 2013). Expressão influenciada peloestresse térmico;
• ”Receptors-Neuropeptide”: Neuropeptídeo kisspeptin associado com comexpressão de GnRH (LH e FSH) - (AMSTALDEN et al., 2014);
• “Palmitc Acid”: apoptose de células foliculares, distúrbios reprodutivos.Concentração afetada pela temperatura (ZERON et al. 2001).
Resultados e Discussão Enriquecimento funcional população folicular
•FindHap v.3 (VanRaden) – parâmetros padrão (taxa de erro =
0,2 %);
• Janelas dos 3 principais cromossomos;
•Após predição, alelos entre meios-irmãos foram verificados.
A BTouro
A B
Material e MétodosHaplótipos
• Alelos haplotípicos com menos que 3 cópias ou sem variabilidade;
• Estimar efeito dos alelos paternos → incluídos como efeito fixo(BayesB);
• Análise de contraste entre os alelos dos touros heterozigotos (p <0,10).
Material e Métodos -Haplótipos
Cromossomo 5
Posição 70 – 74 Mb (± 4 Mb)
Resultados e Discussão - Haplótipos
Figura 1. Manhattan plot do GWAS para prenhez precoce em novilhas da raça Nelore.
Cromossomo 14
Posição 20 – 24 Mb (± 4 Mb)
Figura 1. Manhattan plot do GWAS para prenhez precoce em novilhas da raça Nelore.
Resultados e Discussão - Haplótipos
Chromosome 18 (~ 55 MB)
Position 54 – 58 Mb (~ 4 Mb)
Figura 1. Manhattan plot do GWAS para prenhez precoce em novilhas da raça Nelore.
Resultados e Discussão - Haplótipos
chr 5, 14 e 18, “Munc-18 Proteins”, “Fucose”
“Hemoglobins”PP14
chr 2, 8, 11, 14, 15, 16 e 22, “Cathepsin B”,
“Receptors-Neuropeptide” e “Palmitic Acid”;
Encontrados alelos haplotípicos com efeito (p<0,10) sobre os fenótipos.
“No forno”: validação em 24 touros sequenciados (todo genoma)
NF
Existe complexidade genômica das características estudadas;
Conclusões precocidade sexual
O cuidado com as doadoras – caso real
percentil
índ
ice
Somente essas deveriam ser candidatas a doadoras
O mesmo quadro com o uso da genômica
Fonte: R. Carvalheiro 7WGAP, Araçatugba, 03/2017
Pergunta básica na escolha de touro europeu para cruzamento
• Quem tem a informação sobre desempenho de bezerros filhos de touros Angus (a raça mais usada em cruzamento, no Brasil), com vacas Nelore, em condições de:• Pasto?
• Confinamento após desmama?
• Confinamento após recria?
• Desempenho?• Peso final
• Rendimento de carcaça
• Cobertura de gordura
• Premiação nos programas
• Queixas• Falta de peso final
• Falta de cobertura de gordura
• Falta de marmoreio
• Falta de premiação
Resposta
• Ninguém• Nem AAA• Nem Promebo• Nem os Hermanos ou Uruguayos
• Porque?
• Essa é fácil de responder:• Ninguém conhece ou administra o que não mede
• Os centros de avaliação PODEM• Nos responder às perguntas importantes
• Nos trazer ao mercado uma informação essencial
• Colher dados desses touros em vacas Nelore
• Desempenho
• Carcaça
• Carne
E onde devo comprar touros e material genético ?
A resposta é simples, curta e grossa: de alguém que faça avaliação genética e a usepara fazer melhoramento genético de verdade. Mas isso só terá o efeitocompleto se o empresário tiver as condições mínimas para isso.
Onde estão esses criadores? No CEIP, quase todos.
Cruzamento: NUNCA use touros para cruzamento sem fazer uma análisecriteriosa de seus valores genéticos aditivos, adequando-a para seus objetivos
MAS a compra tem que ser muito bem estudada, temos que escolher osmelhores reprodutores para OS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DECADA EMPRESÁRIO, dentro de suas condições de trabalho
pensamento de empresário da pecuária
Escolhendo touros
Uma maneira de escolher touros com diferentes avaliações
E os modismos?
• Eficiência alimentar
• Maciez da carne
• Marmoreio
• Quais são os “efeitos colaterais”, as respostas correlacionadas à seleção?
• Quem fica com o mico?
A contribuição das ômicas: Genômica (GWAS, GS).
Ano
# C
itaç
õe
s
# A
nim
ais
Gen
oti
pad
os
Citações Ganho genético - Leite Animais Genotipados
Ad
apta
do
de
Tayl
or
et a
l., 2
01
6
Uma informação de alta relevância
O gado zebu é tardio, tanto quanto ao acabamento, como em termos reprodutivos. Verdade?
A importância da alimentação adequada, no momento correto
Recriar nossas bezerras nos melhores pastos, se possívelreformados por ILP, ILPF, IFP maior produtividade
• Fêmeas mal nutridas na fase de crescimento bloqueiama expressão de parte de seus genes isso as afeta, afeta o desenvolvimento de suas filhas em gestação e das filhas de suas filhas 3 gerações de prejuízos nafertilidade
• Onde recriamos nossas novilhas?
• Quem usa ILP tem melhores resultados de fertilidadede novilhas jovens relatos de 50 a 75% de fertilidade no GO, MS, MT e SP em novilhas expostasao 14-16 meses, após recria em pastos de ILPF
Agradecimentos
O que leva dessa vida...
O que leva dessa vida...
Obrigado pela paciência
93
Melhoramento genético
Luis Alberto Fries, in memorium
Prof. Dr. José Bento Sterman Ferraz1Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP,
Núcleo de Apoio à Pesquisa em Melhoramento Animal, Biotecnologia e Transgenia,