Download - Liga Galática - Os três pilares
Cap 1
Aghata estava olhando para o espelho do seu quarto extremamente nervosa na grandiosa nave de Exploração Ellizabeth. Ela sabia que em pouco tempo iria finalmente começar a exercer seu papel de embaixadora e tentar fazer contato com um povo nativo. Apesar do gigantesco corpo da embarcação haviam apenas quatro tripulantes, que tinham a regalia de possuir um quarto individual com algum conforto, e a diplomata entendia muito bem que todo esse luxo vinha acompanhado de uma grande responsabilidade.
A Liga Galática tinha três planetas principais Galileo, Adamos e, Aghata fora denominada representante do terceiro, Zebilia. Ela sabia que tinha bem mais responsabilidade que os outros dois embaixadores. Seu planeta tinha uma cultura onde os líderes eram bem mais cobrados por diversos motivos, principalmente, pela variedade étnica e cultural que tinham orgulho de preservar. E disso vinha uma insegurança. Por que de tantos povos, todos com excelentes membros em posições de prestígio no planeta, por que ela? Sabia que suas graduações em história pré robótica e antropologia planetária fizeram uma grande diferença para sua escolha, mas seus concorrentes, tão qualificados quanto ela, não deixariam essa oportunidade se repetir caso ela fizesse alguma coisa errada. A nave finalmente havia pousado e os responsáveis da tripulação por fazer o primeiro contato com o planeta já haviam sido mandados. Era hora de deitar em sua cama e ter algumas horas de sono antes de tentar honrar a tradição de seu planeta.
O alarme soou antes da terceira hora de seu sono, o que poderia ter acontecido? Ela se vestiu rapidamente, olhou mais uma vez para o espelho e fez questão de manter a expressão mais dura possível, não podia deixar que ninguém visse qualquer sinal de nervosismo e fraqueza, e saiu correndo em direção à sala de comando de acordo com as instruções que havia previamente recebido. Até o momento lá estava sentado calmamente em uma cadeira tomando notas em um computador o representante do planeta Galieo. Assim que ela se aproximou, ele se levantou e a olhou respeitosamente. - Saudações de Galileo para Zebilia, sou Ellis, com intenções de paz e igualdade. - Saudações de Zebilia para Galileo, Aghata, com intenções de paz e igualdade - Essa formalidade toda para duas pessoas que tinham se estudado arduamente por vários meses. A mentira e a política sempre andaram juntos.
-Sabe o motivo do alarme, companheiro de Galileo?
- Tanto quanto você, companheira de Zebilia. Ellis voltou a tomar notas em seu computador enquanto Aghata sentava na cadeira que era destinada ao seu povo. A Liga Galática tinha se derivado dos três principais planetas humanos após a destruição total da Terra e desde então era um contrato que qualquer tipo campanha sendo exploração, comércio ou bélica fosse compartilhada por um número igual de representantes de cada planeta, tendo em consideração o preço de manter um embaixador civil em uma nave como Ellizabeth, havia apenas três cadeiras o símbolo de cada um dos planetas. Ela começou a analisar alguns dos papéis quando ouviu os passos pesados entrando pela sala.
A Comandante Brenda Crow possuía um uniforme impecavelmente arrumado, uma postura intimidadora e um olhar capaz de sugar a confiança de qualquer pessoa. Seus passos firmes e auto estima não eram as únicas características marcantes sobre ela. Brenda Crow ( ou qualquer termo que retome a mulher) se formara/havia se formado com honras na academia militar aos 17 anos, era exímia pilota e tinha um conhecimento sobre leis e robótica que só poderia ser alcançado por uma máquina. - Onde está o Embaixador Walsh do Planeta Adamo? Precisamos começar a debater sobre o ocorrido. – Disse firmemente, sentando na cadeira da comandante (se for o tipo de cadeira, cadeira de comandante), que tinha acesso a uma série de funções de controle e administrativas da nave. - Qual foi o ocorrido, Capitã Crow? - Disse (quem?) sempre no mesmo tom calmo e cético - Preciso informar para meus conterrâneos.
- Nem uma palavra até que o Embaixador Walsh apareça - Ela aperta (notar mudança de tempo verbal) um botão em sua cadeira - Me tragam o Embaixador Walsh aqui agora!
Passaram-se alguns minutos de silêncio na sala. Quando as portas se abrem novamente, uma dupla de subordinados trouxe o jovial Embaixador de Adamos, com suas roupas tecidas com o mais raro tecido que estava disponível para a liga, com seus olhos marcantes e nariz empinado, entrou na sala. - Embaixador Walsh, você foi instruído a comparecer à sala de reunião imediatamente quando ouvisse o sinal tocando. Por que demorou tanto?
- Estava nas partes baixas acompanhando de perto o trabalho da expedição, não consegui pregar o olho. - E com certo desprezo disse - Saudações de Adamos para Galileo para Zebilia.
- Saudações de Galileo para Adamos.
- Saudações Zebilia para Adamos.
- Sente-se, embaixador Walsh - Disse Crow com um tom severo - Houve um assassinato com brutalidade da nossa primeira equipe de exploração do planeta. Expedi um alerta de restrição para que não entre e nem saia ninguém da nave.
- Quantos morreram? - Perguntou Aghata tentando parecer fria, mas ainda assustada.
- Nove cientistas e dois militares.
- Existe alguma evidência que acuse para algum culpado? - Ellis com a voz sempre no mesmo tom.
- Estamos promovendo investigações, existe uma tribo nativa próxima que possui armas que podem ter feito os estragos,mas ainda sem relações com o acidente.
- Pode ter sido algo interno - Aghata se recusava a acreditar que uma tribo que havia se demonstrado pacífica em todas as observações até agora podia ter algum tipo de envolvimento em relação a isso. - Assassinato brutal de um grupo desse tamanho de pessoas parece não condizente com os estudos que possuo de antropológica espacial (confirmar se é antropologia ou antropológica mesmo).
- De fato, não existir nenhum outro suspeito não nos dá o direito de acusar a tribo sem evidências que de fato tenham matado alguém.
Aghata havia ficado feliz que Ellis tinha lhe dado apoio, mas sabia que a tripulação em geral tinha microchips localizadores e era extremamente disciplinada devido ao treinamento. Ninguém ousaria algum tipo de assassinato daquele grupo, qualquer um naquela sala era tão suspeito quanto o outro. O embaixador de Galileo ter apoiado uma investigação mais cética podia muito bem ser uma medida para que ache pistas falsas ou desviar a atenção de algo maior.
- Pra mim as evidências são bem claras- disse Walsh - parecendo estar entediado com a conversa - Você tem um grupo de selvagens acostumados a caçar com armas rústicas, um grupo de cientistas curiosos protegidos por apenas dois guardas. - Embaixador Walsh - interrompeu a Comandante Crow - Eram guardas extremamente bem treinados. - Eles estavam fora de seu território, existem tribos que caçam de uma forma que nós ainda não conseguimos documentar, impossível seus soldados estarem preparados para tudo. Cada dia que passamos aqui é uma perda de tempo, devíamos logo recolher nossas coisas e partir para outro planeta imediatamente. - Não podemos simplesmente deixar os nativos serem taxados de perigosos sem que nenhum tipo de contato mais próximo seja feito com eles, sem uma investigação mais minuciosa. Aghata nem teve tempo de acabar o raciocínio porque a comandante levantou e olhou para
alguns dos monitores com raiva do que estava acontecendo ali mas não podendo fugir do fato que era a maior autoridade presente e precisava cumprir uma série de normas. Ela digitou algumas palavras no computador, olhou bem para o rosto de cada um dos embaixadores e fez uma postura intimidadora e levantou a voz.
- Devido aos casos expostos e a ordem da votação sendo decidida pelo computador, Aghata, embaixadora de Zebilia, devemos ou não continuar com a missão nesse planeta?
*coloquei um parágrafo* Aghata se levantou firmemente e sem nervosismo nenhum, sabia que aquela atitude seria apoiada por grande parte do seu povo e pela educação que recebera. - Compreendendo que acusar um povo de ser extremamente violento significa que ele será isolado culturalmente e, ainda, impedido de possuir qualquer votação nos congressos de planetas menores da Liga, qualquer atitude sem uma investigação minuciosa seria uma violência aos seus direitos. Eu voto que devemos continuar investigando.
- Muito bem – Disse Comandante Crow, sem mostrar nenhuma emoção com o que lhe foi dito – Segundo a falar será (artigos) Embaixador Walsh do planeta Adamos.
- Essa missão custa uma quantidade absurda de dinheiro por hora, o preço para manter água, comida, saneamento para uma população desse tamanho é além do que se é possível imaginar. Apesar de não suprir a quantidade de evidências necessárias para ter cem por cento de certeza, seria um desperdício perdermos tempo nesse planeta sendo que em outros poderemos ter algo com um retorno maior. Eu voto que devemos continuar com nossa jornada e deixar esses brutos em paz.
- Senhor Ellis Embaixador do Planeta Galileo, qual sua posição?
Disse a Capitã (ou comandante) Crow mantendo a compostura de forma ferrenha. Já Aghata e Walsh olhavam curiosos para o que o companheiro ia dizer. A embaixadora de Zebilia já começava a formar teorias, tanto ficar no planeta quanto fugir dele poderia beneficiar algum dos dois. - O planeta de Galileo sempre se orgulhou de ser o detentor da razão até as últimas consequências, não existem evidências que liguem os nativos ao assassinato e, até que tais informações sejam encontradas, é impossível tomar qualquer decisão. O preço da expedição é realmente extremamente alto, no entanto, uma análise mais minuciosa nos permitirá recuperar parte do prejuízo da missão. Eu voto em continuar as investigações.
- É uma parte ínfima. Não tem como. - Disse Walsh, exaltado.
- Não cabe a um embaixador questionar a decisão do outro. - Disse a Capitã. - Reunião dispensada.
Cap 2
A reunião finalmente tinha acabado, Aghata tinha um bolo (nó, ou alguma outra palavra que não seja comida) na garganta e ainda tentava entender qual era o interesse de cada um dos outros dois embaixadores. Ellis parecia ter sido o mais sensato entre os dois, embora manter o ceticismo fosse uma obrigação para ele da mesma forma que pra ela seria defender os nativos do planeta. Ainda assim ele poderia ter votado para a missão continuar interessado em deixar Ellizabeth estacionada nesse planeta que já havia sido comprovado ter poucas chances para oferecer algo cientificamente. A não ser que ele tivesse mais informações que outros tripulantes.
Walsh também havia defendido os interesses de seu planeta já que visavam (quem?) o lucro acima de tudo e nunca esconderam que não achavam que nenhum povo nativo era responsabilidade deles. Mas era extremamente conveniente para o homem que chegou atrasado e que tinha mais informações que todos os outros desconheciam. Como sabia que eram armas rústicas? Claro que poderia contra argumentar dizendo que com breve análise superficial da população já era possível ter esse tipo de informação. Mas ainda sentia que algo era mais suspeito em relação ao Embaixador de Adamos.
Agora era hora de saber como havia sido julgada pelos seus pares, sabia que seu holograma apareceria no meio do conselho de reuniões em que apenas algumas elites que representavam cada povo de Zebilia mas que o vídeo seria mostrado para todos que tivessem interesse nesse tipo de missão, na maior parte das vezes, pessoas que queriam estar lá no lugar dela.Sabia que tinha tomado decisões que ninguém daquele conselho teria coragem de questionar em público. Ela acabou de se arrumar e entrou no Holograma. - Bom Dia Embaixadora Aghata, caso não tenha noção de tempo é o início da manhã na Capital Freya de Zebilia. - Bom dia representantes dos povos de Zebilia, venho debater sobre a reunião surpresa de ontem de madrugada. - Gostaríamos de dizer que por 85% dos votos nós aprovamos sua participação no conselho e dizemos que concordamos em continuar a investigação. - Agradeço o conselho dos representantes, quais foram os argumentos dois outros 15%? - Os restantes membros do conselho defenderam acreditar que poderiam ter sido um ataque de nativos que estavam protegendo seu território e estavam em seu direito de agir dessa forma. A liga não tem o direito de se meter na cultura desses planetas. Aghata achava um tanto cômico o quanto, por razões um tanto diferentes, parte dos representantes dos povos queria que o planeta fosse abandonado e seu povo simplesmente taxado como violento e irracional. Alguns deles colocados na frente de representante de Adamos passariam anos brigando sendo que concordam em praticamente tudo que dizem. - Fiz da forma o que minha instrução acadêmica e emoções me levaram a decidir, acredito que temos muito a aprender com eles e eles com a gente. - Não existe razão para se Justificar - disse uma representante - O conselho votou em seu favor dessa vez e por isso devemos continuar lhe apoiando. Foi entregue um pedido formal a Liga para que você seja a responsável pela investigação do caso. - O Conselho poderiam me passar os argumentos para justificar a medida? - A Capitã Crow não pode ser responsável pela investigação devido as suas grandes responsabilidades com a nave. O Embaixador Walsh não demonstrou pontualidade e respeito com a Liga e, por pressões de Adamos, os métodos extremamente específicos e positivistas aplicados por Ellis deixariam a expedição muito mais lenta e mais cara. - Eu agradeço o conselho pela confiança. - O conselho pede para que se lembre com carinho da responsabilidade que carrega para si mesma, para seu povo e toda Zebilia. E que errar em uma investigação dessa seria algo que estaria preso na memória. Saudações de Zebilia. - Saudações de Ellizabeth. Aghata agora tinha certeza absoluta que toda sua carreira dependia disso mas estava confiante com todos os privilégios que possuía e todo seu treinamento de embaixadora. Muito bem Aghata , a quem isso beneficia? Quem teria motivação e os escrupulos para isso? Entre os três embaixadores só uma pessoa ela tinha certeza que era inocente, ela mesma.
Cap 3
Aghata sabia das responsabilidades da investigação e estaria no alvo de todas as críticas. Então decidiu usar um Uniforme Militar de Zebilia, que não era tão eficiente militarmente quanto o da Liga, mas ainda assim poderia trazer algum apoio do conselho. Assim que acabou de se vestir viu em seu computador que a Comandante Crow estava chamando por ela na sala de comando e se dirigiu para lá. - Embaixadora de Zebilia, gostaria de te apresentar 2846 e 2840. Fazem parte dos oficiais de elite da tripulação. Eles vão te acompanhar para a expedição a superfície do planeta- Os dois cumprimentaram a diplomata em Uníssono. - Também gostaria de te passar as informações gerais da nave provando que nenhum dos tripulantes teve nenhuma atividade suspeita durante a investigação interna. Todos estão chipados e suas localizações e ações foram gravadas e analisadas. - Obrigada Comandante. - Aghata sentia muito respeito por ela. - Eu gostaria de saber que absurdo é esse de eu não ser o indicado para conduzir a investigação? eu com certeza sou o mais qualificado pra isso - Disse Walsh entrando raivosamente na sala de comando sem nem perceber que Aghata estava lá. - Embaixadora - Cumprimentou com Ironia. - Eu não vou aceitar que as ordens da liga sejam questionadas dentro da minha nave - Disse a
Capitã Crow - Sinto pela sua frustração mas a decisão já foi tomada e ela será cumprida. Aghata já tinha cada vez mais dúvidas em relação ao comportamento de Walsh, o fato dele saber mais detalhes que os outros e chegar atrasado já não era o único motivo que ele poderia ser acusado. Mas não era hora pra falar isso, Aghata ignorou o diplomata saiu pela porta da frente seguida pelos dois oficiais. - Qual o nome de vocês? Posso ver seus rostos? Os dois oficiais apertaram alguns botões que abriram o capacete do uniforme, uma era uma mulher, careca, com várias cicatrizes no rosto e com um olho biônico. Já o outro soldado era bem mais alto. possuía massa muscular de dois homens, tinha uma barba grande e um olhar distante. - Donna Marksen - Barnaby Holmes - É um gigantesco prazer trabalhar com vocês, vocês conheciam algumas das vítimas do incidente? - Os dois confirmaram com a cabeça - Eu sinto muito, farei o possível para poder fazer justiça. - Obrigado - Disse Barnaby Apreensivo - Tem alguma dúvida? - Eu quero ir para o solo e examinar logo a cena de batalha. Era a primeira vez que conhecera as partes baixas de Ellizabeth já que costumava ficar mais tempo sozinha no seu quarto estudando e trabalhando em suas responsabilidades. Agora passava por vários funcionários da nave todos uniformizados e aparentemente um tanto quanto atentos no que estavam fazendo. Depois de um tempo andando eles chegaram em uma grande garagem onde parecia haver alguma porta gigante para o exterior. Donna foi para um computador no canto da garagem e começou a digitar
- Barnaby, prepare o bug de exploração.
- É pra já! - Barnaby pegou o bug, colocou as armas no banco da frente. - Embaixadora, aqui por
aqui, por favor. - disse ele apontando um lugar mais confortável no bando de traz.
- Podem me chamar de Aghata.
- Mas senhora?
- Por favor, me poupe das formalidades, já temos assuntos sérios o suficiente pra lidar no
momento.
- Como preferir Aghata - Disse Donna chegando no bug- Fechem seus capacetes.
Donna abriu a porta e começou a dirigir para o lado de fora, Aghata estava morta de
curiosidade para saber como havia evoluído a vida nesse planeta. Era sabido que muito antes da Liga ser
formada, alguma nave de exploração humana espalhou formas de vida primitivas em todos os planetas
que possuíam água na região, logo, a vida ia evoluir neles de alguma forma. E sempre era uma agradável
surpresa conhecer as novas variedades. Haviam árvores de todos os tipos, troncos de um aspecto bem
mais esverdeado e várias formas de pequenos animais. Infelizmente o verde logo foi substituído por um
vermelho, eles haviam chegado na cena do crime.
O massacre havia sido brutal, possivelmente uma arma grande, sem corte, as vítimas tinham
sido pegas de surpresa com golpes esmagadores na cabeça e depois cruelmente o assassino havia
batido até que a armadura rompesse e eles ficassem completamente destruídos.
- Isso não está certo - Disse Donna olhando para o corpo de um dos guardas.
- Porque? - Aghata disse tentando segurar o nojo que sentia com aquelas pessoas todas
mortas.
- Patrick era um ótimo atirador, ele não seria morto por uma arma assim. Era capaz de mirar e
de atirar muito rápido. - Disse Barnaby olhando o corpo de um dos dois soldados que havia sido
assassinado.
- Não só isso - Donna tentou investigar o corpo de Alana, a outra militar - Ela recebeu o mesmo
treinamento que eu. Não seriam selvagens que acabariam ela assim.
Aghata se assustou com o movimento rápido de Donna de pegar uma arma e apontar pra um lugar e
Barnaby se escondendo atrás de uma rocha. Só depois ela foi perceber que havia o barulho de um galho
quebrando. Os dois soldados estavam apreensivos e puxaram a embaixadora para dentro da proteção.
O barulho foi aos poucos se aproximando enquanto ambos militares seguravam mais firmemente as
arma no momento de tensão e deixavam o dedo mais perto do gatilho até que.
- O que é isso? - Disse Aghata surpresa.
- Um Coletor de exploração de Adamos - Disse Barnaby guardando a arma.
- Como assim? - Aghata se aproximou do eletrodoméstico e se ajoelhou perto dele.
- Cuidado minha senhora, ele não tem um cérebro positrônico - Disse Barney - A primeira lei da
robótica não está ativa nele.
- Como, isso não é legal? Esse é um Robô que pode machucar seres humanos, ou permitir por
omissão que algum mal aconteça a eles? - Disse Aghata.
- Por motivos burocráticos e financeiros Adamos conseguiu uma licença para fazer máquinas
automáticas com processadores de computador sem precisar ser considerados robôs, já que isso seria
um eletrodoméstico. - Disse Barnaby.
- Como você sabe tanto assim de robôs, Barnaby? - Donna Parecia surpresa - Você foi soldado
sua vida toda.
- Eu divido quarto com um especialista, eu fiquei curioso quando o outro Embaixador desceu da
nave para programá-lo.
- Oi? - Disse Aghata Surpresa - Um dos embaixadores desceu aqui? - Aghata rapidamente abriu
os arquivos que a Comandante Crow tinha passado e falou com o computador em seu pulso - Quero
toda a atividade do Embaixador Walsh do lado de fora da nave.
As imagens começaram a passar na frente do visor do uniforme de Aghata, Walsh saindo da
nave, programando o eletrodoméstico e voltando para dentro. Aghata sentia que estava muito perto de
conseguir pegar o assassino.
- Barnaby, onde fica o material que essa máquina coleta? - Aghata perguntou muito intrigada.
- Servem para coletar pequenos objetos de valor para ser vendido como lembrança no país. E
guardam dentro do seu interior.
- Você consegue abrir ele? - Imediatamente após o pedido da embaixadora Barnaby se ajoelha,
consegue abrir o compartimento do eletrodoméstico e tira um osso bem grande e coberto de sangue.
- Bom, isso não é tão pequeno assim!!
Cap 4
Era uma ocasião especial, a Comandante Crow estava vestida oficialmente sentada em posição
de juíza no tribunal da nave, o juri era composto do embaixador Ellis e três hologramas representando
os conselhos de cada um dos três planetas. Cometer crimes em uma nave como Ellizabeth era
considerado uma ofensa grave justamente pelo preço de manter um prisioneiro naquela situação. Se
não fossem os diversos pedidos de Zebilia possivelmente não haveriam prisões em naves e a punição
seria pena de morte ou exílio. Aghata sentia que ia honrar seu planeta nesse momento e finalmente
resolver o caso colocando Walsh na prisão.
- Embaixador Walsh de Adamos, você está sendo acusado de assassinato pela Embaixadora e
Investigadora Aghata de Zebilia. - Disse a capitã - Você se declara culpado ou inocente?
- Inocente - Disse Walsh com calma e confiança - Gostaria de confrontar as evidências do caso e
minha acusadora. - A confiança de Walsh era extremamente perturbadora para Aghata.
- Tudo em seu tempo, Embaixador. - Disse Crow com indiferença - Representando a defesa o
conselho de Adamos, o registro das evidências como regra será responsabilidade de Galileo a
promotoria será representada pela representante de Zebilia. Embaixadora e Investigadora Aghata de
Zebilia, demonstre as evidências.
- Será uma honra comandante Crow - Disse Aghata se posicionando confiante na sala.-
Primeiramente gostaria de apresentar a primeira evidência de acusação. - Aghata mostrou o vídeo de
Walsh saindo da nave e programando o pequenos eletrodoméstico - Todos olharam para o
representante de Galileo.
- Após uma minuciosa pesquisa para analisar os dados sabemos que essa filmagem foi feita no
dia do assassinato durante a madrugada. Ela não foi alterada de nem uma forma. - Disse Ellis.
- Agora gostaria de convocar as testemunha soldado 2846 - Aghata não gostava de chamar
Donna pelo código mas sabia que era necessária a formalidade. Donna entrou na sala desarmada com o
uniforme militar sem o capacete e se sentou no lugar dedicado as testemunhas.
- Soldado 2846, Você conhece essa máquina? - Disse Aghata apontando para o coletor de
Adamos que era trazido para a corte.
- Conheço - Disse Donna com a mesma frieza de sempre.
- Gostaria de explicar a circunstância que foi achado?
- Eu e meu companheiro 2840 estávamos acompanhando a Embaixadora de Zebilia em uma
missão de reconhecimento, quando encontramos a cena vimos todas as pessoas brutalmente
assassinadas. Nas proximidades nós ouvimos um barulho, usamos as armas para atordoar, encontramos
esse coletor e no interior dele estava a arma do crime, além de outros objetos que eram de posse dos
colegas mortos. A maldita máquina ainda bagunçou a ordem dos corpos impedindo a investigação. -
Todos viraram para Ellis.
- As evidências se sustentam, de fato o osso de uma espécie de ruminante nativo do planeta foi
a arma do crime tinha traços de DNA de todos encontrados na ocasião.
- E por último gostaria de relembrar o fato que Walsh se atrasou para responder o Alarme pois
estava completamente fora de hora programando seu robô para assassinar.
- Como eu também fui testemunha- Disse Ellis.
Tudo parecia correr bem, menos pela tranquilidade de Walsh que não parecia nem um pouco
preocupado com tudo que tinha sido dito até o momento. A situação estava realmente feia para ele,
evidências aprovadas por um representante de Galileo valiam muito para toda liga.
- O que a defesa tem a dizer? - Disse a capitã Crow olhando para o holograma de Adamos, mas
quando o representante do conselho iria começar a falar, Walsh cortou a cena.
- Eu farei minha própria Defesa, se for de acordo com as normas do Tribunal.
- Como preferir Embaixador.
- Gostaria de dizer, primeiramente como a comandante bem sabe, eu tinha autorização da liga
para deixar o Coletor fazendo seu trabalho e pegar amostras do planeta para fins comerciais. Já a minha
saída da nave de madrugada não foi mantida em segredo e eu tinha acompanhamento militar da nave.
- Evidentemente - Retrucou a Capitã. - Dando um frio na barriga de Aghata
- Depois, gostaria de dizer que o comando que eu fiz nele está gravado em sua memória, foi
simplesmente recolher materiais que através de uma pré programação seriam vistos com valor
monetário. O fato da máquina ter recolhido o osso e algum dos materiais dos mortos é um infeliz erro
da programação de fábrica.
- O processador interno do computador foi analisado e de fato nenhum dos objetos
encontrados na máquina pode ser considerado fora dos padrões. - Disse Ellis.
- Por último, gostaria de dizer que o robô foi atingido por alguma coisa ou pessoa, desconfio
que seja alguma criatura nativa do planeta. Ele tem uma marca de impacto. - Walsh disse triunfalmente
- E encerro minha defesa.
- O fato também é verdadeiro, houve uma falha no funcionamento aproximadamente durante
a hora que acreditamos que aconteceu o assassinato. - Ellis se aproxima da maquina coletora - E uma
pancada dessas com força o suficiente seria o suficiente para causar esse tipo de defeito.
Aghata não sabia o que fazer o momento, a sensação da falha era gigantesca, ela só não havia
envergonhado ela mesma, mas como o povo de Zebilia na frente do conselho de três planetas. As
evidências que ela havia coletado que para ela eram inquestionáveis não eram o suficiente para colocar
ninguém na prisão, principalmente um embaixador.
- Declaro Walsh o embaixador de Adamos, inocente por provas insuficientes. - Disse
comandante Crow dando um severo olhar de desaprovação para Aghata. - E lembrando a Embaixadora
e Investigadora de Zebilia que esses tribunais com três hologramas simultâneos gastam uma quantidade
irracional de energia da nave e devem ser usados com cuidado.
Todos saíram e Aghata ficou sentada segurando a cabeça olhando pra baixo até que quase todos
tivessem saído. Pensando no que tinha feito e no que podia fazer para reparar o erro. Ficou até que
Donna se abaixou e olhou nos seus olhos.
- Eu duvido que tenha sido algum Nativo Embaixadora.
- Me chame de Aghata. E eu também duvido.
Cap 5
Agora era o momento que Aghata não estava nem um pouco empolgada para viver, conversar
novamente com Zebilia depois daquele fracasso público na frente de lideranças da Liga. Ela se arrumara
como da última vez mas usando roupas mais escuras para de alguma forma tentar assumir a culpa do
que tinha feito. A sensação que essa seria a última nave que ela seria embaixadora gradualmente
dificultava sua respiração.
- Bom dia embaixadora Aghata, e caso não tenha noção do tempo é o início da noite na capital
de Zebilia. - Dessa vez ficara claro no tom da oradora que trocavam meras formalidades.
- Bom dia representante do povo de Zebilia, venho debater sobra o tribunal de ontem a noite.
- Gostaria de dizer que sua aprovação no conselho caiu consideravelmente desde nossa última
conversa.
- E quanto onde ela se encontra?
- 23%, os motivos dos seus negadores é que seu desleixo traz falta de prestígio para Zebilia e
seu povo, fortes críticas vindas de Adamos começam a surgir.
- As críticas de Adamos são comuns aos padrões culturais e intelectuais de Zebilia, todas as
nossas ações negativas são multiplicadas e nossas vitórias extremamente ignoradas pela sua mídia.
- Isso corresponde a verdade, embaixadora, no entanto era seu papel fazer nada além do
perfeito para que nosso poder cultural pudesse ultrapassar as barreiras de Zebilia, foi colocada nessa
posição sabendo dessa parte da missão.
Aghata se mantinha com a postura correta e se policiava como nunca para que nenhum de seus
músculos da face demonstrasse qualquer sinal da sua dor interna. Sabia que em geral as pessoas tinham
muito a se beneficiar em relação a sua tortura psicológica, e ela não ia dar esse gostinho para eles. "Se
controle" virou um mantra.
- Não existe, e nem nunca existiu, nenhuma evidência que condene os nativos desse planeta!
Não existe um sentido em rotular todo seu povo de forma negativa.
- Nosso povo agora recebe esse rótulo, embaixadora, somos considerados inimigos da boa
investigação. Suas ações caem sobre nossa cultura.
- Eu compreendo, mas...
- Suas desculpas são completamente indiferentes no momento embaixadora. De acordo com
últimas reuniões da liga não sabemos por quanto tempo você ainda receberá a autoridade de
investigadora.
O holofote se desligou e agora não tinha mais dúvida nenhuma que jamais ocuparia o cargo de
embaixadora novamente. Se olhou no espelho e pensou se realmente já tinha merecido ser
representante de Zebilia.
Interrompendo o clima de melancolia um sinal sonoro chamou a atenção. Alguém estava se
dirigindo para seu quarto. Aghata olhou para o monitor e viu que Barnaby estava se aproximando e
abriu a porta curiosa, o que pode ser? Será que já haviam cancelado sua autoridade? Tão rápido?
- Embaixadora, creio que a senhora vai gostar de ver isso.
Seguiram pelo corredor apressados quando viram que Donna e alguns outros soldados haviam
prendido o embaixador Ellis, agora algemado e catatônico. Aghata analisou a situação e viu que
aparentemente ele havia tentado roubar o gigante osso que estava na sala de evidências.
- Embaixador Ellis, o que diz em sua defesa?
O embaixador permanecia em silêncio e não tinha nada que pudesse ser dito em sua defesa,
mas de qualquer modo essa era uma ótima notícia para Aghata, uma atitude como tentar roubar uma
evidência praticamente alegava que algum tipo de culpa ou interesse o Embaixador tinha. Porque mais
roubaria uma prova crucial dessas? Aghata olhou para o olhar morto do embaixador.
- Porque embaixador? Porque?
De qualquer forma, isso seria motivo mais que o suficiente para tirar a atenção dos nativos.
Mas não conseguia entender o que o sempre cortês e justo embaixador poderia ganhar com a morte
daquelas pessoas.
Cap 6
Agora precisava dar certo, pensou Aghata no tribunal que havia convocado novamente. Ela se
sentia triste com o fato de o culpado todo tempo ter sido o Embaixador Ellis mas levar aquilo aos
conselhos era sua obrigação. O homem sempre tão cortez e educado fora levado algemado em
completo silêncio olhando fixamente para o chão sem demonstrar nenhuma reação a tudo aquilo que
tinha acontecido.
A comandante Crow estava sentada novamente na sua posição de Juíza agora com um olhar
extremamente desconfiado olhando pra todos. Donna e Barnaby assistiram a cerimônia enquanto
faziam a segurança da sala e Walsh como sempre seguro de si tomou uma posição no Juri parecendo
estar se divertindo com toda a situação. Assim que os três hologramas oficiais foram ligados começou o
julgamento.
- Embaixador Ellis de Galileo, você está sendo acusado de assassinato pela Embaixadora e
Investigadora Aghata de Zebilia. - Disse a capitã - Você se declara culpado ou inocente? - O silêncio
prevaleceu.
- Embaixadora e Investigadora Aghata de Zebilia, demonstre as evidências.
- Na noite de ontem o embaixador Ellis foi flagrado pela segurança tentando roubar alguma das
provas do crime, algo que dificultaria a investigação e levantando sérias suspeitas sobre si mesmo. E
tirando completamente o foco da investigação dos nativos.
- Embaixador Ellis, você confirma essas acusações? - O Silêncio reinou, a comandante pensou
pro alguns segundos e disse com firmeza - Me responda, é uma ordem!
- Sim, eu sou culpado de tentar roubar as evidências, comandante Crow. - Mas sua voz estava
baixa e parecia que falava com dificuldades.
Crow se levantou, chegou na frente de Ellis e começou a fazer uma série de investigações nele,
começou a pegar na sua cabeça de forma violenta com frieza, uma atitude que surpreendeu a todos,
abuso de poder na frente dos três conselhos em um lugar que nitidamente era gravado? Aghata achava
a situação cada vez mais estranha. Ela correu para tentar impedir que machucasse Ellis mas foi
interrompida por uma grito raivoso da comandante.
- Gostaria de uma justificativa do comando geral de Galileo respondendo o motivo que não
avisaram que mandaram um Androide como embaixador.
A sala ficou em silêncio que imediatamente foi substituído por um murmurio que cresceu para
virar um falatório. Frases como "Isso é contra lei", "Vocês brincam com a nossa confiança?", "Qual o
proposito de brincar com esses joguinhos?" e "Um robô não pode ser acusado em um tribunal, a
primeira sei da robótica impede que suas ações faça mal para um ser humano"
- SILÊNCIO TODOS - Disse a capitã Crow numa ordem alta e fria deixando todos calados. -
Conselho de Galileo, qual o motivo de não avisarem que mandaram um Androide? - No holograma de
galileu uma figura se destacou e começou a falar em nome de todos.
- Gostaria de apresentar as desculpas oficiais no nome de Galileo para a Comandante Crow, os
conselhos e a Representante Aghata de Zebilia. - Disse calmamente o velho humano de cabelos brancos
- Apesar de ser considerado nada além de um android por vocês, Embaixador Ellis, vive faz centenas de
anos em nosso território e foi considerado pela maioria do nossos votantes mais capaz de seguir o
ceticismo do que um humano de carne e osso. Não tem nossas limitações em relação a desejo sexual, de
poder, fanatismo, inveja, angústia e preguiça. Se importando somente com a verdade e seu trabalho.
- Mas agora o embaixador Ellis interferiu com as investigações, atrasou a expedição e deixou
mais cara nossa estadia aqui, tudo isso poderia ser resolvido com a verdade.
- Primeiro que o Embaixador Ellis possui as três leis da robótica, ele não pode ferir um ser
humano ou por omissão permitir que ele seja ferido, ele deve obedecer as ordens de um ser humano a
não ser que isso interfira na primeira lei e deve proteger a si mesmo a não ser que interfira na primeira
ou na segunda lei. Isso faz dele inofensivo. O seu pensamento científico faz com que seja de grande
defensor de nossos valores. E, por último, gostaria de lembrar que Galileo nunca questionou a escolha
de embaixadores por parte de Zebilia e Adomos, essa é uma cordialidade que não toleraremos que seja
unilateral.
Aghata estava sem chão no momento, o sempre gentil embaixador de Galileo era na verdade
um robô, embora analisando novamente suas atitudes isso sempre foi algo desconfiável. Sua
pontualidade, sua educação, sua impessoalidade e falta de personalidade já eram claras evidências
disso. Ela se deixou levar pelo preconceito que as pessoas de Galileo eram assim mesmo e deixou tudo
isso passar por ela.
- Devido as Leis da Robótica declaro o Robô Ellis inocente de todas as acusações. - Disse a
comandante Crow.
- Existe ainda um outro fator que achamos necessário debater nesse julgamento - disse um
representante do conselho de Adamos - Esse é o segundo tribunal que a Embaixadora convoca sem
nenhum resultado significante. Galileo e Adamos já foram acusados de mandar assassinos como
embaixadores para a nave Ellizabeth e o povo nativo nunca foi propriamente investigado. Cada dia essa
investigação sem sentido aumenta absurdamente os gastos da expedição fazendo o retorno financeiro e
científico praticamente nulos nulos.
- Qual é seu ponto, representante de Adamos? - Disse a juíza novamente sentada.
- Nós pedimos que a investigação seja passada para Walsh, embaixador que representa o nosso
planeta. - Os murmúrios começaram novamente - E propomos isso em votação agora.
O holograma de Adamos logo tinha sido mudado para uma forma redonda e verde
demonstrando que eram a favor da medida que tinham acabado de propor, Aghata não estava
preparada para isso tão rapidamente como votaria Zebilia? Era tudo que conseguia pensar.
- Em minha defesa - Disse em um último suspiro - Eu sou a pessoa que mais tem conhecimento
sobre o caso, analisei arduamente os dados da investigação e não podemos simplesmente ignorar o fato
que um robô foi ordenado para influenciar com a Investigação.
A Capitã que agora tinha poder de voto pois era a maior representante da Liga no Local apertou
um botão e uma bola verde apareceu na frente dela despertando uma pequena sensação de traição em
Aghata. Pouco tempo depois Galileo ligou uma marca branca representando anulação do voto. Uma
decisão esperada devido a impossibilidade de tomar uma decisão no momento. Agora só sobrava
Zebilia, o único conselho que não tinha votado até o momento. Todos olharam com crescente
expectativa para o holograma esperando uma resposta mas uma luz verde havia subido. Uma lágrima
escorreu no rosto da embaixadora e foi imediatamente seca pela mesma.
-Walsh Embaixador de Adamos agora é considerado o Investigador responsável.
- Eu acuso os nativos de Assassinato - Disse Walsh se sentindo mais arrogante do que nunca. -
As evidências já estão quase todas prontas.
- O tribunal será realizado amanhã.
Cap 7
O trabalho de uma vida por água a baixo, Aghata estava sentada na cama quando todos já
estavam dormindo olhando para o chão fixamente. Tinha visto o congresso de seu próprio planeta
votando contra ela, perdido seu poder investigativo e ainda por cima tinha falhando em proteger o
planeta do exílio cultural. Infelizmente ninguém mais parecia se importar com a pergunta principal
naquele momento: Quem dera a ordem para o robô embaixador roubar as evidências?
- Cui Bono, a quem beneficia? - O radio do seu uniforme militar de longe começou a dar uma
resposta bem baixa em forma de chiado. Ela colocou o capacete para finalmente ouvir.
- Embaixadora Aghata, reporte para serviço.
- Donna? - Disse assustada e desconfiada.
- Compareça imediatamente ao corredor na frente do seu quarto.
Ela se levantou rapidamente colocou o saiu imediatamente. Chegando no meio do corredor viu
Barnaby e Donna vestidos em um uniforme especial. A investigação interna, era óbvio, Capitã Crow
sabia o que estava fazendo o tempo todo. Quando ela apareceu foi puxada pelos dois e entraram no
quarto do embaixador Ellis que se encontrava travado e com olhar fixo no chão, nem esboçou uma
reação com os três invasores no quarto.
- Boa Madrugada, embaixadora, como vai? - Disse Donna dando uma primeira olhada no
perímetro enquanto Barnaby olhava Ellis mais de perto.
- Por onde começamos? - Disse Aghata.
- O motivo que ele está travado dessa maneira - Disse Barnaby analisando o androide - Ele não
pode denunciar o acusador porque isso seria prejudicar um ser humano. - E nem pode continuar
vivendo normalmente porque sabe que prejudicou a senhora.
- Me prejudicou? - Aghata sabia antes dele roubar a peça ainda havia uma chance dela
conseguir resolver o caso, agora, tudo estava perdido. O Segundo tribunal foi a gota da água para o seu
cargo de investigadora. - Ele está assim por minha causa?
- Sim - disse Barnaby - A punição para quem cometeu o crime será tão pesada que ele precisou
tomar uma decisão para o que causaria menos dor ao ser humano.
- A embaixadora já entrevistou um androide antes? - Disse Donna impaciente.
- Oi?
- Funciona basicamente assim. - Donna deu um tiro em Barnaby pra valer, o androide Ellis
toma a arma de Donna desviando o tiro. E agora seus olhos estavam um pouco mais receptivos.
- Embaixador - Disse Barnaby Pegando ele pelo colarinho - Quem deu a ordem para o senhor?
O robô ficou em silêncio novamente agora com uma série de tiques e voltado gradualmente
para seu estado de transe. Barnaby se irritou jogou o robô de lado e agora deu um tiro em Aghata.
Novamente o robô desviou o tiro e voltou a ter um tipo de reação.
- Eu cuido disso - disse Aghata se aproximando do robô - Embaixador Ellis, sou eu. - disse
extremamente sincera e com lágrimas nos olhos - Essa ação que você fez me causou extremo
sofrimento, e além disso todas as pessoas desse planeta que anteriormente poderiam se beneficiar da
medicina da Liga, ter a opção de conhecer outras culturas e sem contar as oportunidades de troca e
crescimento disponíveis foram privadas disso pelo senhor.
Ellis começou a tremer muito, a primeira lei estava em conflito com ela mesma e o cérebro
positrônico do robô não sabia como reagir. A tremedeira foi ficando progressivamente maior enquanto
o robô foi se aproximando de uma gaveta e colocou a mão nela até finalmente se desligar. Donna foi
chegar o conteúdo do armário.
- Eu mato esse desgraçado!
Cap 8
Donna estava congelada olhando pra gaveta aberta. Ela pega uma arma de formato estranho e
passa para Barnaby.
- Isso vale uma boa grana no mercado negro. - Disse o soldado.
- O que é? - Aghata estava desesperada.
- Um tipo de tecnologia criada para guerras dentro de prisões. - Disse Barnaby - Todos os
prisioneiros assim como tripulantes de nave tem sua localização registrada 24 horas por dias. Assim fica
mais fácil perceber quem foge das regras. Isso foi inventado por um guarda de prisão para se vingar dos
presos. Ele conseguia modificar o chip para ele dissolver e jogar na corrente sanguínea algo que em
pouco tempo fazia a pessoa atacar violentamente todo mundo em volta e depois se matar. É
extremamente ilegal.
- Então o assassinato foi cometido por um dos exploradores! Isso é uma prova que os nativos
são inocentes. Você consegue provar que Walsh infectou o explorador ou que ele deu isso para Ellis?
- Eu vou rastrear os vídeos de segurança da nave, mas isso vai demorar a madrugada toda. -
Disse Barnaby.
- Donna, vem comigo? - Disse Aghata - Não vou cometer o mesmo erro de novo. Vamos para a
superfície do planeta. Deve existir algo lá em baixo que ele quer muito esconder para ter matado todas
essas pessoas e querer fugir daqui tão rápido.
________________________________
Aghata e Donna seguiram apressadas até a parte de embarque da nave. A soldado chegou
pegou algumas armas, colocou no Bug enquanto Aghata se preparava para dirigir.
- Você sabe pilotar uma dessas coisas?
- Sei! Vamos logo, não temos muito tempo. - O novo Juri aconteceria em poucas horas e
precisamos de mais provas.
- O que exatamente estamos procurando Aghata?
- Algo grande, algo que pode prejudicar os interesses de muita gente.
Aghata acelerou o bug e dirigiu para as proximidades da cena do crime, ela desconfiou que as
pessoas queriam prejudicar os nativos e sabiam exatamente que a Tribo deles ficavam nessa direção.
- Aghata, eu não posso defender nós duas contra uma tribo inteira se eles forem hostis.
- Eles não são, ao contrário, são doces até demais.
- Como você sabe?
- Vai ver!
Aghata se aproxima de uma pequena tribo, as casas são feitas de uma madeira comum alí, tudo
muito bem cuidado, lixado e esteticamente muito agradável. Eles já tinham uma série de ferramentas
que usavam para o solo mas em geral tudo em madeira. A antropóloga sabia que pela madeira deles ser
muito mais residente dificilmente ia apodrecer, não haveria motivo para aprenderem usar metais.
Uma das pessoas da Villa foi até ela e começou a cumprimentar de forma extremamente
amigável, eles conheciam bem quem vinha de fora e sabiam que iam ganhar algo em troca, a história
sempre se repete. Aghata fez vários movimentos tentando gesticular que procurava o caminho que
pessoas como eles percorriam. E depois de uma breve resposta aceleraram o bug montanha acima
imitando os gestos dos nativos em forma de respeito e depois de algum tempo chegaram em uma
abertura nas rochas.
Então finalmente entrando na caverna Aghata e Donna olham alguns segundos para aquilo
balançam o capacete uma para outra confirmando que tinham achado exatamente o que tinham vindo
buscar.
- Parabéns Embaixadora
- Aghata, Donna, Aghata!
- Vocês não podem entrar aqui - Disse uma voz.
- Cala a Boca - Disse Donna apontando sua arma e atirando. -
- Agora você não me escapa Walsh. - Disse Dona registrando tudo que seu capacete poderia
gravar.
Cap 9
O tribunal já estava montado e não parecia que fazia tanta diferença pra Walsh esperar que
Agahta estivesse presente. Ela chegou com a sessão já praticamente na metade.
- Embaixadora de Zebilia - Disse Walsh com uma postura arrogante e sarcástica - Que surpresa.
- Sente - se, Embaixadora - Disse a capitã Crow.
- Agora perante todas as evidências e má conduta e a reanálise da cena do crime gostaria de
dizer que essa investigação foi uma perda de tempo e os assassinos sempre foram os nativos.
Aghata tentou se levantar mas Donna segurou o uniforme dela e fez ela continuar sentada. Elas
precisavam esperar Barnaby. Onde ele estava?
- O conselho dos planetas votam em banir os Nativos da Liga eternamente e considerar esse
um país agressivo?
Nesse momento Zebilia votou verde, Galileo votou vermelho e Adamos votou em verde.
Apenas o voto da capitã Crow faria diferença, Aghata olhou atentamente para os olhos de capitã crow e
ela deu um pequenos sorriso que não fazia ideia do que significava. E por último a luz vermelha subiu
novamente.
- Isso é um absurdo!! Essa expedição custou muito mais caro do que devia, está na hora de
seguirmos viagem. As provas foram todas claras.
- Considero aqui essa Sessão encerrada, Disse Capitã Crow. - Walsh começou a sair
rapidamente nervoso no corredor quando é impedido por Donna - E começo a apresentação da
investigação interna de corrupção, minha responsabilidade como capitã da nave. Para isso gostaria de
convidar a Investigadora Interna Embaixadora Aghata de Zebilia.
- Isso é um absurdo!! - Disse Walsh pela primeira vez realmente desesperado. Aghata tinha
ficado feliz, para Crow pelo menos nunca tinha deixado de ser a responsável pelo caso.
- Silêncio Embaixador - Capitã Crow fez um movimento com a cabeça para Agahta.
Check Mate Walsh, pensou Aghata, agora não tem como fugir. Seguiu até o holograma central
começando a preparar os vídeos e fotos que haviam em seu capacete para lá.
- Primeiramente - Disse ela - Gostaria de lembrar de um antigo orador romano Lucius Cassius
que em sua máxima dizia: Cui bono ou "quem se beneficia?". - Ela não podia segurar por muito tempo e
em sua mente ecoava a frase "Barnaby, cadê você?"
- Continue, disse a capitã.
- Caso não houvesse esse Assassinato e essa Investigação que eu insisti em promover, a nave
teria saído logo do planeta e jamais teríamos acesso aos Nativos, no entanto, existe um motivo pra isso.
Todos estavam reunidos ali em silêncio olhando pra ela atentamente. ela tinha quase tudo que
precisava para continuar a acusação, mas onde estava Barnaby? Um olho de preocupação foi trocado
por Donna que já tentava se comunicar com ele por rádio.
- Continue Embaixadora - Disse Capitã Crow.
- Convido os senhores todos a verem essas imagens
Nos hologramas começaram a passar as imagens de muitos robôs trabalhando em grandes
corredores de mineração. Algumas centenas no mínimo e mais algumas máquinas para mover todos os
minerais que eles encontravam. Todos os presentes olhavam com um desprezo real ou fingido para as
imagens. Até que um crescente vozerio foi crescendo "Isso é extremamente ilegal", "Traidores da Liga!",
"Um dos planetas chave está colocando seus interesses na frente do da liga!", "Não existem provas da
ligação nem de Adamos nem de embaixador Walsh com isso!" .
- Embaixador Walsh, você tem alguma noção do que é isso?
- Não, de forma alguma, estou tão surpreso quanto vocês. - Aghata achava bizarro ele ainda se
achar no direito de negar depois daquilo tudo.
- Você foi o que sempre defendeu ferrenhamente da nave abandonar o planeta para esse
esquema todo poder continuar dessa forma, além de você quem se beneficiara? Quem tinha motivo? -
Vociferou Aghata.
- Se você acha isso, prove!
- Com prazer - A voz ofegante de Barnaby chegou com a arma que manipulava os Chips na mão.
- Agente Barnaby da Investigação Interna, quais são suas evidências?- Capitã Crow parecia
esperançosa e Aghata estava explodindo de felicidade.
- Se vocês puderem olhar as filmagens que eu selecionei das câmeras da nave - Barnaby passou
no holograma da Capitã Crow - é possível ver Walsh guardando essa arma no quarto do Embaixador
Ellis.
- Ele fez isso sozinho - Disse o representante de Adamos pelo holograma - Não houve interesse
nenhum de nosso planeta para apoiar essa causa.
- Silêncio - Disse a comandante Crow - Com a palavra a chefe da investigação. - Barnaby tinha
passado por Aghata e ela o elogiou com um pequeno aceno da cabeça.
- Essa é uma Arma desenvolvida em prisões capaz de fazer qualquer pessoa com um chip
localizador se tornar um assassino sangrento e bárbaro. O embaixador de Adamos Walsh descobriu isso
atirou um um dos membros da expedição forçando-o a matar seus colegas. Ao mesmo tempo, lançou
um robô coletor para buscar algum objeto que poderia ser considerado como arma, afinal, sabia que o
humano afetado usaria qualquer arma que encontraria pela frente.
- Isso é uma Mentira - Disse Walsh tentando intimidar.
- Silêncio Embaixador - Isso é para o Juri decidir.
- Depois o robô coletor programado por Walsh ainda bagunçaria os corpos impedindo que a
investigação prosseguísse da forma correta. E quando se viu suspeita da Embaixadora de Zebilia
procurou evidências para acusar Ellis e descobriu que esse era um robô. E deu as ordens para que ele
roubasse o osso.
- Não existe nenhuma correlação minha com as Minas - Disse Walsh.
- De fato existe, embaixador, a tecnologia dos robôs era muito a frente dos construídos em
Zebilia. Galileo demonstrou apenas o interesse na verdade seja qual ela fosse, se demonstrando tão
cético que deixou uma máquina para fazer o trabalho deles. Apenas os interesses de Adamos seriam
defendidos com essa postura - Disse Agahta no seu triunfo final.
- Juri, vocês concordam que Embaixador Walsh de Adamos foi o Assassinato - Todas as quatro
bandeiras foram acesas em verde. - Walsh, o senhor está preso! Agente Donna e Agente Barnaby levem-
o para detenção.
- Sim Capitã - Disseram em uníssono.
Cap 10
Uma mini nave de exploração com capacidade para quatro passageiros capaz de chegar a velocidades absurdas e permitir começar a vida do zero. Depois de ter incriminado Walsh e tirado as atenções dos erros de Galileo, Aghata foi recompensada com uma nova oportunidade de explorar o universo a sua maneira. Era o presente certo na hora certa. Ela já tinha recebido provas o suficiente que seu planeta não era diferente dos outros e quando realmente tudo estava em jogo Zebilia trabalhava apenas para resolver os próprios problemas. - Bonita Nave, o que vai fazer? - Disse capitã crow se aproximando da nave acompanhada de Barnaby e Donna. - Obrigada, eu estou pensado em fazer expedições menores para a liga, juntar uma pequena tripulação e seguir minha pesquisa sem precisar de toda essa parte política. Eu não tenho estômago pra essas coisas. - Pessoas como Walsh tem bem mais sucesso na política do que pessoas como você. - Disse Crow. - Você consegue umas velocidades bem altas com uma nave dessas. - Disse Barnaby analisando o presente de Aghata. - Dá pra ir pra cantos extremos da galáxia - Donna complementou. - Caso precise de seguranças - Barnaby que foi olhado de forma severa pela capitã Crow que depois de pouco tempo acabou aceitando. - Se a capitã não tiver problemas - Aghata olhando com certo respeito e medo para Crow - Eu aceito. - Eu acho outros bons soldados, você vai ter mais dificuldade de achar outros bons amigos. - Capitã Crow andou em direção a sua cabine - Mas até o fim da expedição vocês são meus. - Donna e Barnaby seguiram a capitã - Ela sabia que Crow estava falando dela também, a pesquisa nesse planeta ainda deveria ser feita antes de encaminharem Walsh para uma prisão e a nova vida começar. - Embaixadora de Zebilia - Disse uma voz mecânica. - Ellis! - Agora o androide tinha parado de se disfarçar de humano, não usava a voz, nem as roupas e sua pele tinha perdido o tratamento que costumava fazer e era óbvio seu aspecto mecânico. - Eu quero me desculpar pelo que eu fiz, não estava no meu controle. - Tudo bem Ellis, não há nada que não tenha sido resolvido. O que vão fazer com você em Galileo? - Vão me desmontar e procurar os defeitos no meu cérebro para ver se algo pode ser melhorado em novas gerações de androides. A não ser que a embaixadora me permita fazer parte da tripulação. - Como? - Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis. - Eu vou interferir pelo senhor, mas agora, tem que me ajudar no meu trabalho . - Como posso ajudar a senhora embaixadora? - Se você fosse um homem de verdade com as evidências plantadas por Walsh o senhor seria preso. Se dependesse apenas da minha investigação agora eu estaria pedindo desculpas pra Walsh. É bom trabalhar com alguém de Galileo. Investigar cada um dos detalhes é extremamente importante. - Será uma honra embaixadora de Zebilia.
- Agora vamos estudar esse povo.
E seguiram sua última missão oficial com afinco até o final, uma mera formalidade para algo
que nenhum dos quatro tinha algum tipo de crença: A política. Apenas um incidente para uma nova
vida.