Tradição e Ruptura na Arte: A Passagem do Século XIX ao Século XX
• O final do século XIX foi um marco na história da arte da Europa. Uma época de rompimento com a tradição clássica que já durava cinco séculos, representada pela arte acadêmica de forte inspiração neoclássica, que fez com que surgisse a Arte Moderna.
Não importa mais a materialidade das coisas que está sendo enfocada, e sim um fenômeno de ordem imaterial: a luminosidade e seu efeito na natureza.
A ponte de ArgenteuilClaude Monet, século xIX
As escarpas de EtretatClaude Monet, século XIX
Mulher com sombrinhaClaude Monet, século XIX
NinféiasClaude Monet, século XIX
La grenouillèreRenoir, século XIX
Le moulin de la galeteRenoir, século XIX
Cena do estudio de RenoirRenoir, século XIX
Primeira BailarinaEdgar Degas, 1876
As Bailarinas verdesEdgar Degas, século XIX
O ensaioEdgar Degas, século XIX
Os pintores franceses Georges Seurat e Paul Signac combinaram as
idéias sobre contraste das cores e mistura ótica e criaram uma nova
técnica de pintura chamada “Pontilhismo” ou “Divisionismo”. A novidade
consistia em justapor pontos de cores brilhantes e contrastantes para que
a forma fosse percebida sem que se usasse a linha para contorná-la.
Outros artistas deste movimento artístico foram: Gauguin, Toulouse-
Lautrec, Cézanne e Van Gogh.
O circoGeorge Seraut, 1890/91
A expressão Pós-Impressionismo foi usada para designar a pintura que se desenvolveu de 1886, a partir da última exposição impressionista, até o surgimento do Cubismo.
Margens do SenaGeorge Seraut, século XIX
Uma tarde de domingo na Grande JatteGeorge Seraut, 1884/85
Café noturnoPaul Gauguin, 1888
Cristo amareloPaul Gauguin, 1889
O trigal com corvosVincent Van Gogh, 1890
Van Gogh tinha obsessão pelas cores. Usou-as de maneira exagerada e distorcida, assim como as linhas, com o intuito de
expressar seus sentimentos, suas emoções.
O quartoVincent Van Gogh, 1889
No umbral da eternidadeVincent Van Gogh, século XIX
Bêbados Vincent Van Gogh, século XIX
Par de botasVincent Van Gogh, 1887
Noite estreladaVincent Van Gogh, 1889
Os girassóisVincent Van Gogh, 1888
A montanha de Saint VictoirePaul Cezanne, século xix
Cézanne tinha como foco principal em seus trabalhos o estudo da forma.
Suas investigações o levaram a afirmação de que as formas geométricas são
as estruturas básicas e permanentes de todas as formas que existem na
natureza, o que mais tarde influenciou o nascimento do Cubismo.
O castelo MedanPaul Cezanne, século xix
A montanha de Saint VictoirePaul Cezanne, século xix
A montanha de Saint VictoirePaul Cezanne, século xix
Características gerais da Arte moderna e de seus movimentos (os “ismos”)
• Apesar de muito diferentes entre si, os movimentos modernistas apresentam algumas características gerais e marcantes. São elas:
• • A liberdade de criação que fez surgir várias correntes artísticas; • • A nova concepção do espaço plástico que deixa de ser
perspectivo e torna-se cada vez mais plano e pouca preocupação com a representação do mundo visível;
• • O tema da obra perde a importância que tinha no passado e passa a ser um pretexto para a criação artística;
• • A experimentação de novas técnicas e materiais provocou o surgimento de novas linguagens artísticas como a colagem e a assemblagem, por exemplo;
• • A incorporação de referências artísticas de povos não europeus: a arte oriental, a arte africana, a arte indígena, entre outras.
A dança – 1910 – Henri Matisse
O cubismo, uma das primeiras correntes artísticas da Arte Moderna do século XX, manifesta-se na França entre os anos 1908 e 1910. Os pintores e escultores deste movimento afirmavam que na natureza é possível reduzir todas as coisas a formas geométricas perfeitas, mediante as quais elas podem ser representadas. Essa síntese da realidade é fruto de uma busca dos elementos mais fundamentais e primários das artes plásticas, de suas próprias raízes.
De fato, uma das características principais do cubismo é a revalorização das formas geométricas – triângulos,
retângulos e cubos, além, é claro, da proposição da pintura e da escultura como formas de expressão.
Quanto ao nome dado a esse novo movimento, ele não partiu dos próprios artistas, mas dos críticos de arte da
época, totalmente desconcertados diante desse novo caminho de expressão artística.
Ao visitar as primeiras exposições e convencidos de que se tratava de uma arte experimental que nunca chegariam a entender, começaram a se referir às obras com o nome de cubos ou de raridades cúbicas. Essa nova corrente foi representada por dois grandes pintores e escultores: Pablo Picasso e Georges Braque, embora se possa dizer que foi o primeiro, com sua obra As Senhoritas de Avignon, que iniciou o cubismo propriamente dito.
Porém, foi o pós-impressionista Cézanne e seu estudo das formas da natureza que contribuiu para o nascimento do cubismo.
A montanha de Saint VictoirePaul Cezanne, século XIX
As senhoritas de AvignonPablo Picasso, 1906/07
Cubismo Analítico(cubismo de facetas)
Os volumes dos objetos vão sendo decompostos em diversas faces, as quais são focalizadas simultaneamente de vários ângulos e posições. Isto resulta em modificações radicais da estrutura espacial. A perspectiva desaparece. Observamos uma crescente fragmentação dos objetos; eles vão sendo partidos em segmentos cúbicos, e estes, em facetas cada vez menores, acentuadas ainda por contraste formais: claro/escuro, curvas/ângulos, horizontais/verticais. Paisagem de Ceret
Pablo Picasso, século XX
Picasso - Moça com bandolim, 1910, MOMA
George Braque - Castle at La Roche-Guyon, La Roche-Guyon, 1909Stedelijk van Abbe Museum, Eindhoven
George Braque - Violin and Pitcher, Paris, 1910Kunstmuseum Basel
Picasso - Retrato de Daniel-Henry Kahnweiler 1910. Instituto de Artes de Chicago. Chicago.
George Braque - Man with a Guitar, Ceret, 1911The Museum of Modern Art, New York
Picasso - Tête d'homme moustachu ('Kou'), 1912
Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
Cubismo Sintético(cubismo de colagem)
Esta fase ainda preservaos princípios cubistas determinando a estrutura espacial das imagens, mas já os artistas retomam a figuração do motivo da imagem, as pessoas e os objetos representados sendo novamente caracterizados por certos aspectos da sua aparência física. Picasso – A mulher que chora, 1937
Tate Galery, Londres
Taça de fruta, violino e garrafa, 1914 Picasso
O violino no centro desta natureza morta foi fragmentado. É impossível dizer onde é que ele “realmente” está em relação ao tampo da mesa: por baixo dela ou apoiado sobre qualquer coisa? Esta confusão é típica das obras cubistas. A cor também é usada de forma ambígua, pretende parecer uma colagem de pedaços de papel diferentes.
Os três músicos, 1921, MOMA Picasso
Les Homens dans le ville, 1919Fernand Leger
Mulher com gato, 1921Fernand Leger –
Picasso – Fernandez, 1909Museu Moderno de Estocolmo
Picasso - A guitarra, 1912MOMA
Raymond Duchamp-Villon – O cavalo, 1914Museu Nacional de Arte Moderna - Paris
Auto retratoPablo Picasso, século XX
Guernica Pablo Picasso, 1937, Reina Sofia
ExpressionismoO Expressionismo já indica, com seu próprio nome, a principal razão de sua
existência: expressar os sentimentos e visões de mundo dos seus artistas.
Representado principalmente por Munch, Kirchener, Dufy, Kokoschka, Egon
Schiele, o Expressionismo já fora anunciado pelo pintor pós-impressionista Van
Gogh, seu grande precursor. Os artistas expressionistas estavam
inconformados com a aparência vulgar e convencional do mundo visível e com
o modo descritivo com que a arte acadêmica representava este mundo.
Passam então a distorcer as formas naturais para expressar suas emoções,
seus sentimentos particulares e sua visão sobre o mundo. Para isso fazem uso
de cores fortes, de traços e linhas marcados e vibrantes, que resultam em uma
dramaticidade e expressividade extremas. Uma obra pictórica que é
considerada um símbolo do Expressionismo é “O Grito”, do pintor alemão
Edvard Munch.
Edward Munch
Auto-retrato fumando, Munch, 1895
O grito, Munch, 1893
O grito, Munch, Litografia1895
Ansiedade, Munch,
Melancolia, Munch, 1896
Auto-retrato: entre o relógio e a cama
Munch, 1940/42
• De um modo amplo, a palavra “abstrato” pode ser aplicada a qualquer obra de
arte que não faça uma representação imediata dos objetos. O artista
abstracionista usa cores, linhas e manchas para criar formas indefinidas, não
copiando mais a realidade. O pintor russo Vassily Kandinsky é considerado por
muitos historiadores o iniciador da pintura abstrata no sistema de arte ocidental.
Composição VIII, Kandisky, 1923
O abstracionismo dominou a pintura moderna e se diversificou em
duas tendências principais: o abstracionismo informal (que não faz
uso de formas geométricas) e o abstracionismo geométrico. O
ABSTRACIONISMO INFORMAL, que tem em Kandinsky seu
principal representante, expressa os sentimentos e idéias do artista
que, com total liberdade de expressão, utiliza cores, linhas e formas
de maneira espontânea. Diferentemente do informal, no
ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO as formas e as cores são
organizadas mais racionalmente e a base da composição é composta
por linhas e figuras geométricas. O pintor e projetista russo Kazimir
Malevich e o pintor holandês Piet Mondrian foram os pioneiros do
abstracionismo geométrico.
Composição IV, Kandisky, 1911
ABSTRACIONISMO INFORMAL
Yellow, Red, Blue – Kandisky, 1925Centre Georges Pompidou, Paris
ABSTRACIONISMO INFORMAL
Cidade da igrejaPaul Klee
ABSTRACIONISMO INFORMAL
Composição 1Mondrian
ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO
Composição 2Mondrian
ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO
Composição suprematistaMalevitch
ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO
Composição suprematista
Branco sobre Branco Malevitch
ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO
Como representantes significativos do Surrealismo na pintura, podemos
destacar, Salvador Dali e René Magritte. Com o passar do tempo muitos
artistas juntaram-se ao grupo, entre eles o pintor e designer russo Marc
Chagall e o pintor e artista gráfico espanhol Miró. Este último foi um
pintor representativo da linha abstrata dentro do Surrealismo. Alguns
pintores surrealistas, na sua forma de representação, estão muito
vinculados ainda à arte acadêmica, apesar de trazerem uma postura
moderna na liberdade de expressão e abordagem do real (Dali e
Magritte). Já outros, se distanciam do naturalismo das formas,
chegando até a abstração (Miró). Podemos dizer, porém, que as
imagens do sonho e do subconsciente representam bem o universo
surrealista, em ambos os casos.
Vertigem, Salvador Dali, 1930, coleção particular
Persistência da memória, Salvador Dali, 1931, MOMA
Summer, Miró, 1918
Constelação: despertar da manhãMiró, 1953
A condição humana, Magritte, 1935
Isto não é um cachimbo, Magritte, 1926
Tentando o impossível, Magritte, 1928
A carruagem voadora, Chagall, 1913,Guggenheim Museum, New York
Homenagem para Gogol Chagall, 1917, MOMA
Aniversário, Chagall, 1915, MOMA
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de janeiro: Zahar editor. HAUSER, A. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins
Fontes, 1980-1982. vol. II. JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1993. PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo: Ática, 2005.
Profº Raphael LanzillotteArte Moderna na Europa
9º ano – EF II