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Diante do case acerca do reconhecimento da unio estvel homoafetiva como entidade familiar,o Ministro relator Carlos Ayres Brito,se valeu,em seu voto da Teoria da Argumentao e da Tpica Jurdica,examinando problemas jurdicos de diversos ngulos,e diferentes pontos de vista,buscando um consenso sobre o justo.A norma consignada do artigo 1.723 do Cdigo Civil Brasileiro ( reconhecida como entidade familiar a unio estvel entre o homem e a mulher, configurada na convivncia pblica, contnua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituio de famlia.) no diz respeito,ou faz sequer referncia,de acordo com a Suprema Corte brasileira (STF), de que indivduos do mesmo sexo possam ser reconhecidos como entidade familiar e deste modo,receber todo um amparo estatal que o mesmo os possa oferecer.Defronte,a lei cria uma lacuna de interpretao,uma vez que neste mbito, omissa,e para dela excluir qualquer significado que impea o reconhecimento da unio homoafetiva como entidade familiar.O Ministro, interpretou conforme a Constituio Federal, e se equivale a uma declarao de inconstitucionalidade,uma vez que a norma em questo abordada, apresenta incompatibilidades no que dizem respeito as suas mltiplas possibilidades interpretativas(carter plurissignificativo),seja por uma lacuna (mais comum) ,seja por outro fator.Deste modo, para sobrelevar, deve-se levar em considerao para compreenso interpretativa a norma mais alta hierarquicamente , no caso a Constituio Federal,como o Ministro a fez.Por mais,Brito se utilizou de outros elementos constitucionais para evidenciar e destacar que a prpria,veda e recrimina expressamente quaisquer atos que se manifestem de maneira preconceituosa em virtude da cor da pele,sexo,idade,religio, dentre outras formas de discriminao (Art. 3 da C.F),haja vista que h um direito constitucional lquido,referente isonomia fazer ou deixar de fazer uso da respectiva sexualidade.O relator alega ainda, a inconstitucionalidade do artigo 1.723 do CC,sob a tica da transgresso dos direitos e das garantias fundamentais a que so concedidas ao indivduos da sociedade, tais como os direitos a liberdade(expresso sexual, que se enquadra nas clausulas ptreas.),a igualdade(de tratamento e de reconhecimento de homo afetivos como entidade familiar),a intimidade e a vida privada, inerentes ao direitos da personalidade.O Ministro, ao expor a viso da Constituio Federal propriamente dita,faz uma anlise do artigo 226(Para efeito da proteo do Estado, reconhecida a unio estvel entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua converso em casamento),refutando a idia de que a famlia um enlace afetivo,vocacionalmente amoroso,protetor,e respeitador,passvel de constituio,no plano ideal de uma das relaes humanas mais solidrias.,por mais,que se deveria extrair do sistema a concepo de que casais heteroafetivos e pares homoafetivos s so susceptveis a ganhar plenitude uma vez que a isonomia desaguar no campo dos direitos subjetivos,ao passo que, a famlia seja entendida como ncleo domestico independentemente de qualquer outra norma que se sobreponha.No h motivos para que casais homoafetivos deixem de gozar de certos direitos .Para Chaim Perelman, o Direito deve se adaptar ao tempo e espao da sociedade em que vigente, pois os valores de nossa sociedade sempre esto em constante mudana, logo, surge a necessidade de criar-se novas tcnicas de interpretao, para continuar a sua eficcia.

Brito tambm usa a Tcnica da Argumentao, que se embasa em um topoi. Essa tcnica seria a adaptar o Direito Positivo realidade social em que vivemos. Para Theodor Viehweg, seria uma tcnica de pensar problemas. Isto , um estilo de pensamento, uma tcnica de interpretao do direito cuja finalidade indicar meios de como se agir diante de problemas, buscando sempre encontrar uma soluo justa para qualquer caso.Ressalta que o Estado oferece a proteo especial famlia independentemente se integrado por indivduos de sexos diferentes ou no. Ao trmino,frisou que a soluo apresentada solidifica os princpios da igualdade,da dignidade da pessoa humana,da proteo s minorias,e da no discriminao.Para todos os fins de direito, as unies homoafetivas so iguais as heteroafetiva. O Ministro aborda a questo do Casamento Civil (No a nica forma de constituio de famlia legitima) e da Adoo (a opo sexual dos adotantes no importa, desde que o adotado seja beneficiado), para fundamentar sua deciso. Devemos, portanto, deixar esses nossos preceitos de antigamente e ver que, para se formar uma famlia, basta a vontade e perseverana das partes, mesmo diante de quais quer dificuldades encontradas no caminho.


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