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FACULDADE ASSIS GURGACZ
ANÁLISE CENTESIMAL E DOSAGEM DE ÔMEGA3 EM SEMENTE DE CHIA
(Salvia hispanica) E SEMENTE DE LINHAÇA (Linum usitatissimum).
CASCAVEL
2013
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PAULA GABRIELA DE OLIVEIRA ALMEIDA
ANÁLISE CENTESIMAL E DOSAGEM DE ÔMEGA 3 EM SEMENTE DE CHIA
(Salvia hispanica) E SEMENTE DE LINHAÇA (Linum usitatissimum).
Trabalho apresentado como requisito para
conclusão do curso de Bacharel em Farmácia, da
Faculdade Assis Gurgacz.
Professor Orientadorᵃ: Raquel Goreti
Eckert
Cascavel
2013
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PAULA GABRIELA DE OLIVEIRA ALMEIDA
ANÁLISE CENTESIMAL E DOSAGEM DE ÔMEGA3 EM SEMENTE DE CHIA
(Salvia hispanica) E SEMENTE DE LINHAÇA (Linum usitatissimum).
Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da Professora
Mestre Raquel Goreti Eckert.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________
Profᵃ. Me. Raquel Goreti Eckert
Professora Orientadora
Faculdade Assis Gurgacz
_________________________________
Profᵃ. Me. Patricia Stadler Rosa Lucca
Faculdade Assis Gurgacz
________________________________
Profᵃ. Kellen Baratela Simm
Faculdade Assis Gurgacz
Cascavel, 25 de novembro de 2013.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Marcos e Elizabeth, por todo o meu esforço e
minhas conquistas da graduação. Agradeço por terem me ensinado o quão
importante é estudar e se dedicar sempre; por me acompanharem, incentivarem e
me apoiarem durante essa trajetória. Obrigada por tornarem mais esse sonho
possível e alcançável.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, pela proteção durante todo esse caminho
da graduação; pela paz que encontrei durante os momentos de desespero e que
encontrei saída na oração. Agradeço pela benção de estar concluindo esta
importante etapa da vida, que é um sonho que se concretiza.
Aos meus pais, Marcos e Elizabeth, por acreditarem na minha certeza de
querer seguir essa profissão, me proporcionarem essa graduação e tornarem esse
sonho uma realidade. Obrigada pelo silêncio quando eu precisei desabafar, e pelas
carinhosas palavras de quem sabe confortar. Sem vocês não teria sido possível.
Sou agraciada por tê-los ao meu lado e poder compartilhar com vocês esta
conquista.
Ao Junior, meu namorado, meu amor. Obrigada pelo carinho, pelo
companheirismo, pela paciência, por compreender a minha ausência e às vezes
minha intolerância. Obrigada por aceitar e respeitar meus maus dias. Obrigada por
me fazer uma mulher melhor. Obrigada por todo amor. Cheguei até aqui pensando
em nós dois também.
A minha querida Professora Orientadora Raquel, obrigada por me
acompanhar durante esse ano inteiro. É uma pena tê-la tido como professora
apenas no último ano. Obrigada pela orientação no final deste glorioso ciclo que se
termina, e por sempre ter sido carinhosa comigo, mesmo nos meus momentos de
impaciência. Obrigada pelos ensinamentos profissionais e éticos, que colaborarão
muito com meu futuro sucesso profissional.
Obrigada a Bia e a Jéssica, técnicas do laboratório de Bioquímica, e a Thaís,
técnica do laboratório de Química, que me auxiliaram em momentos de dúvida
durante as análises, e por sempre estarem dispostas a me ajudarem.
A A3Q, por aceitar parceria comigo, entendendo que a análise lá realizada
seria essencial para a conclusão do meu artigo.
A professora Fernanda Zanchet, por ter me despertado grande interesse e
amor às análises de alimentos e esse ladinho do Universo Farmacêutico, através
das disciplinas ministradas de Bromatologia e Estágio em Tecnologia de Alimentos.
Ao professor Giovane, o meu agradecimento muito especial pelas
motivações, por sempre me fazer acreditar mais em mim, e que é possível vencer
as dificuldades.
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SUMÁRIO
1. REVISÃO DA LITERATURA................................................................................07
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................22
2. ARTIGO CIENTÍFICO...........................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................41
ANEXO 1 – NORMAS CIENTÍFICAS DA REVISTA VARIA SCIENTIA..................45
1.REVISÃO DA LITERATURA
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1.1 SAÚDE X VAIDADE
De acordo com Saikali et. al (2004), percebe-se que o mundo social,
claramente, discrimina os indivíduos não atraentes, numa série de situações
cotidianas importantes. Pessoas julgadas pelos padrões vigentes como atraentes
parecem receber mais suporte e encorajamento no desenvolvimento de repertórios
socialmente seguros e competentes, assim, indivíduos tidos como não atraentes,
estão mais sujeitos a encontrar ambientes sociais que rejeitam e que desencorajam
o desenvolvimento de habilidades sociais e de um autoconceito favorável.
Partindo da alimentação saudável, principalmente devido a saúde e qualidade
de vida, e considerando o fácil acesso a informações sobre o assunto, as pessoas
passaram a se prevenir de doenças ocasionadas pela má alimentação e atualmente
também almejarem o corpo mais atraente através da melhor qualidade de vida.
Segundo Alvarenga (2011), a sociedade do século XXI informacional preocupa-se
em ter uma alimentação balanceada, principalmente levando em consideração esse
aspecto saúdeXvaidade.
A autora diz que o correto seria pensar em ser vaidoso quanto a alimentação
saudável e o ato de praticar exercícios físicos deveria ser vicioso, assim a saúde do
organismo chegaria positivamente ao seu pico e consequentemente o que está
visível ao olhos se tornaria mais atraente e bonito de se ver, o que leva o individuo a
cumprir por toda a vida o ―tratamento‖ de bem-estar e aumento do ego.
1.2 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
A alimentação é o processo pelo qual os seres vivos adquirem do mundo
exterior os alimentos que compõe a dieta, e dieta é o conjunto de alimentos que o
indivíduo consome diariamente com as substancias nutritivas denominadas
nutrientes; essa alimentação variada refere-se à seleção de alimentos dos
diferentes grupos de alimentos, tendo-se e conta a renda familiar e a disponibilidade
de alimentos local. Nenhum alimento é completo ou possui todos os nutrientes em
quantidade suficiente para atende as necessidades do organismo, afirma Cuppari
(2002).
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A partir da década de 80, a alimentação começou a ceder espaço para o
binômio alimentação-renda, como resultado dos redirecionamentos das políticas de
alimentação e nutrição traçadas no Brasil, as quais, a partir de então, se pautavam
no reconhecimento da renda familiar como principal obstáculo para se obter uma
alimentação saudável. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (IBGE, 1997), mostra
que os gastos com cereais e leguminosos na cidade de Fortaleza no ano de 1987
eram correspondentes a 20% do salário mínimo estipulado pelo Governo Federal, e
que em 1996, esse percentual diminuiu para 12%; percebe-se assim o decaimento
da qualidade alimentícia.
Sichieri et. al (2000) sugere uma proposta de alimentação saudável, como
prevenção de doenças, onde o correto seria propor dietas que estejam ao alcance
da sociedade como um todo, e que tenham um impacto sobre os mais importantes
fatores relacionados às várias doenças. Aumentar o consumo de frutas e verduras
da época e estimular o ingestão de sementes e fibras são exemplos que preenchem
estes requisitos. A ausência de uma alimentação adequada é uma condição que
aumenta o risco de morbidade para as principais doenças crônicas: hipertensão,
diabetes, doença coronariana e ate alguns tipos de câncer.
1.3 DOENÇAS RELACIONADAS A MÁ ALIMENTAÇÃO
O Direito Humano à Alimentação Adequada, segundo a Lei federal 11.346 de
2006, diz que ―é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa
humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição
Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam
necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da
população, levando em conta as dimensões ambientais, culturais, econômicas,
regionais e sociais‖.
Mesmo com a existência de uma Lei Federal que assegura a qualidade
nutricional, no Brasil, a situação da alimentação e nutrição é bastante complexa.
Trata-se de um país com características regionais bastante heterogêneas, no qual
coexistem problemas tanto das sociedades subdesenvolvidas, que não possuem
condições financeiras para obter qualidade na alimentação; quanto dos países
desenvolvidos, onde o capital e elevado, mas não se possui tempo suficiente para
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preparar suas refeições, e saber apreciar o gosto de cada alimento, optando assim,
o fácil cotidiano de fast-foods (SILVA; DINIZ, 2012).
Além de convivermos com esta realidade de carência nutricional, a evolução
epidêmica das doenças crônicas não transmissíveis, tais como: obesidade,
problemas intestinais, doenças cardiovasculares e hiperglicemia, enfermidades
estas que representam a principal causa de morte e de incapacidade na vida adulta
e na velhice; além disso, considera-se que estas doenças estão relacionadas, em
grande parte, com práticas alimentares e estilos de vida inadequados (MELLO;
PEDIGÃO, 2012).
OBESIDADE
O excesso de gordura é um dos maiores problemas de saúde em muitos
países, principalmente os industrializados. A obesidade é um problema de
abrangência mundial pela Organização Mundial da Saúde pelo fato de atingir um
elevado número de pessoas e predispõe o organismo a vários tipos de doenças e a
morte prematura. Os indicadores de qualidade de vida colocam as pessoas obesas
em desvantagens (NAHAS et. al, 2012).
O peso corporal e constituído basicamente por água, proteínas, minerais e
lipídeos, formando ossos, músculos, gordura e outros tecidos; sendo esses últimos
os causadores de variações do peso corporal. As alterações que ocorrem nesses
componentes são devidos aos fatores de crescimento e de envelhecimento,
alimentação, exercício físico e as doenças (MALINA; BOUCHARD, 1991).
Deve-se estar atentos nos períodos críticos de ganho de peso corporal
feminino, sendo eles: hormonal (adolescência, gravidez e menopausa); e a todos os
indivíduos: estresse e ansiedade (estresse prolongado, morte de um ente querido
ou perda por divórcio, separação); mudanças no estilo de vida (aposentadoria, fim
de carreira esportiva, meia-idade, ocasiões festivas) e fisiológica (ASSIS; NAHAS,
1999).
Outro aspecto importante que envolve a obesidade é a obesidade infantil. Um
relatório feito pelo POF- Pesquisa de Orçamento Familiar (IBGE, 2009) mostra
adolescentes que estão no 9ᵒ ano de escolas públicas e privadas no Brasil, ao se
retratarem pela autopercepção da imagem corporal, 38,9% dos alunos de escolas
públicas se acham muito gordos contra 43,9% para alunos da rede privada de
ensino.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2013), o Índice de Massa
Corpórea é uma conta simples, capaz de ser feito por qualquer individuo
alfabetizado, que relaciona o peso do indivíduo com a estatura do próprio corpo. O
cálculo se simplifica em peso (kg)/altura(m)²; o IMC é referencial para pessoas de
18 a 60 anos. A partir desse resultado, obtém-se gradualmente diferentes Índices de
Massa Corporal, descritos na Tabela 1.
Tabela 1 – Índice de Massa Corporal (IMC)
Classificação Índice de Massa Corporal (Kg/m2)
Abaixo do peso Abaixo de 20
Peso Normal 20 – 24,9
Sobrepeso 25 – 29,9
Obesidade 30 – 39,9
Obesidade Mórbida 40 e acima
Fonte: OMS (1997).
Waitzberg (2001), diz que apesar de o IMC ser simples de mensurar e
classificar a obesidade, não se torna disponível a distribuição e localização da
gordura corporal em excesso, o que possui grande significância; resumidamente, a
gordura que se encontra localizada excessivamente na região abdominal do
indivíduo é a mais prejudicial e com maior risco relacionado a outras doenças, pelo
fato da gordura estar entre os órgãos, predispondo doenças cardiovasculares e
Diabetes Mellitus.
O mesmo autor fala sobre a obesidade mórbida, onde e necessário uma
intervenção cirúrgica, pela redução da qualidade e expectativa de vida, ou ate
mesmo por fracasso através de tratamento farmacológico. Os obesos indicados a
cirurgia devem seguir critérios como doença que esta agravada pela obesidade,
excesso de peso de pelo menos 45kg por vários anos e principalmente avaliação
favorável das condições psíquicas do paciente a suportar as transformações
radicais de comportamento após a cirurgia.
O excesso de peso pode ocasionar diversas comorbidade, ou seja, doenças
desenvolvidas em decorrência do peso excessivo. Dentre elas podemos citar as
doenças cardiovasculares, a constipação intestinal e o diabetes, explica Conti et. al,
(2005).
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DOENÇAS CARDIOVASCULARES
O colesterol é uma estrutura essencial ao funcionamento do organismo,
sendo integrante de hormônios a também da bile produzida pelo fígado. Ele
representa o somatório de um conjunto de moléculas lipídicas, e que circulam pelo
organismo junto a proteínas especificas; os colesteróis mais conhecidos são a
Lipoproteína de Alta Densidade (HDL), conhecida como ―colesterol bom‖ e a
Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL), conhecido por ―colesterol ruim‖. Devido a
diferentes densidades, cada um ocupa lugares distintos da corrente sanguínea, o
HDL tende a circular no centro do fluxo sanguíneo, e o LDL próximo as paredes dos
vasos (PRADO; DANTAS, 2002).
Através dessas diferentes densidades, explica-se por que o LDL e visto como
―ruim‖; por transitar pela periferia dos vasos, a molécula de colesterol sofre uma
oxidação pelos macrófagos, que atuam tentando defender o organismo da fração de
gordura. Esse colesterol oxidado acaba se fixando nas paredes dos vasos, o acaba
por formar as placas de gordura ou ateromas. São esses ateromas espalhados pela
corrente sanguínea, que fazem o estreitamento das artérias e veias do coração,
tornando parcial ou impossível o fluxo sanguíneo (VARELLA, 2013).
Com o estreitamento dos vasos, acontece a Hipertensão arterial, que e
classificada a partir de duas etiologias. A primeira ou primaria, ocorre em ate 90%
dos casos, com a probabilidade de aparecer a partir dos 40 anos, que estão ligadas
a outros fatores como consumo elevado de álcool, tabagismo, idade avançada e
sedentarismo. Já a segunda ou secundaria, ocorre em ate 10% dos casos de
hipertensão, onde a causa pode ser uma patologia renovascular ou ainda um tumor
nas glândulas que liberam adrenalina (MARQUES; RASCADO, 2009).
No Infarto Agudo do Miocárdio, há uma interrupção ou diminuição do fluxo de
sangue para o coração, levando a uma redução da quantidade de oxigênio que
chega ao músculo cardíaco. Quando o coração não recebe oxigênio em quantidade
suficiente, ocorre lesão da musculatura e, dependendo do tempo de duração deste
bloqueio, uma parte do coração morre e para de funcionar. Quase 10% dos IAM
ocorrem em indivíduos com idade inferior a 40 anos, enquanto 45% são observados
em indivíduos com idade inferior a 65 anos; os homens apresentam maiores riscos
de serem acometidos pelo IAM do que as mulheres (ROBBINS, 2000).
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CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
A Constipação Intestinal e comumente conhecida como prisão de ventre, e ao
contrário do que se pensa, o adequado não e todas as pessoas ir ao banheiro todos
os dias, pois cada individuo possui seu ritmo de defecação. Para que o problema
seja considerado Constipação Intestinal, deve-se reunir alguns parâmetros como
esforço defecatório na maioria das ocasiões, sensação de evacuação incompleta,
fezes endurecidas e ainda frequência de evacuação inferior a três vezes por
semanas (MARQUES; RASCADO, 2005).
A Constipação pode ter duas causas, a idiopática e a secundaria. A idiopática
é quando não há alterações orgânicas e esta relacionada com hábitos errôneos
como dieta inadequada, falta de exercícios físicos, pouca ingestão de água e ainda
abuso de laxantes; já a secundaria é quando o problema se deve a lesões
obstrutivas, enfermidades endócrinas ou ainda na administração de alguns
medicamentos que diminuem o peristaltismo, como por exemplo os anorexígenos
(MARQUES; RASCADO, 2005).
Segundo Schneider (1989), a prisão de ventre crônica ainda se deve a uma
alimentação desnaturalizada como e no ocidente, ou ainda o uso de um cardápio
indevido ou que não contenha uma variedade considerável de diferentes vitaminas e
minerais que são encontradas em verduras, legumes e frutas, o que e chamado
pelo autor de hiponutrição.
DIABETES MELLITUS
Silva; Mura (2011) afirmam que a Diabetes Mellitus corresponde a uma
doença metabólica caracterizada por hiperglicemia resultante de defeitos na
secreção de insulina ou na ação que a insulina deveria ter no organismo, podendo
ser insulino-dependente ou não. A hiperglicemia crônica associa-se longo prazo
com disfunção ou insuficiência de vários órgãos, especialmente a olhos, rins e
coração.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
(2013), a Diabetes Mellitus tipo I e caracterizada por absoluta falta de insulina, onde
as células beta estão destruídas, por decorrência autoimune(quando o organismo as
identifica como órgãos estranhos) e ocorrendo uma agressão pancreática; acomete
geralmente crianças e jovens, e nesses casos os pacientes são típicos pela
acentuada perda de peso.
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Já a Diabetes Mellitus tipo II, representa ate 90% dos casos mundiais,
acometendo mais os adultos e associando-se a distúrbios alimentares e obesidade,
ocasionando resistência a insulina sintetizada e incapacitando as células de
metabolizar a glicose suficiente que esta em excesso na corrente sanguínea; o risco
de desenvolver a DMII esta no aumento da idade, ganho de peso e sedentarismo
(SBEM, 2013).
1.4 TRATAMENTO DAS DOENÇAS OCASIONADAS POR MÁ ALIMENTAÇÃO
O tratamento de uma doença deve ser visto como um problema social e
emocional do paciente. Silveira e Ribeiro (2005), afirmam que isso não se dirige a
uma doença especifica, pois o individuo sente-se incomodado aos sintomas e
principalmente a sua aparência depois do surgimento da doença. Deve-se buscar
ajuda medica para que seja prescrito o melhor tratamento possível, e nos casos dos
pacientes sentirem mal-estar pela decorrência da enfermidade, ainda há a
necessidade do encaminhamento ao psicólogo ou psiquiatra.
1.4.1 Tratamento Medicamentoso
Em cada doença citada anteriormente, há uma classe de medicamentos
específicos para o seu tratamento, onde cada principio ativo atua de uma maneira
diferente no organismo e em cada individuo, devendo assim seguir rigorosamente
as orientações medicas, para que a cura ou controle da sintomatologia sejam
alcançadas.
O tratamento farmacológico da obesidade está indicado quando o paciente
possui um IMC maior que 30,0kg/m2. O resultado do consumo de anfetaminas é a
falta de fome e de sono e uma forte necessidade de movimento.(NAPPO, 2009) Em
caso de aparecimento de tolerância, torna-se necessário aumentar a dose para
conseguir o mesmo efeito, o que implica maior probabilidade de ocorrência de
efeitos secundários de natureza estimulante sobre o sistema nervoso central, como
ansiedade, angústia, inquietude e pânico.
Atualmente, as drogas anorexígenas utilizadas no Brasil são a dietilpropiona
(anfepramona), o fenproporex e a sibutramina (UTRILLA, 2000).
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Para o tratamento da Hipertensão Arterial são usados várias classes
medicamentosas, como por exemplo os diuréticos, antagonistas do cálcio e IECA.
Os diuréticos são recomentados quando há acúmulo de líquidos pelo corpo,
conhecido como edema; atuam diretamente no néfron, e provocam a eliminação de
sódio e água pelo Sistema Urinário. o principal fator do uso de diuréticos no
tratamento da obesidade se deve ao fato da doença estar associada a Hipertensão
Arterial, onde também e indicado esse grupo farmacológico. Os mais conhecidos
são a hidroclorotiazida e a furosemida (MARQUES; RASCADO, 2009).
Os antagonistas do cálcio inibem o influxo do íon através das membranas de
músculos cardíacos e liso. Relaxam o músculo liso arterial e não afetam a pré-carga
significativamente; além disso diminuem a resistência vascular e aumentam o fluxo
coronariano. Esses fármacos podem causar taquicardia, rubor, cefaleia e
hipotensão. Os medicamentos mais comercializados são o anlodipino e a nifedipina.
Os Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina são uteis em todos os casos
de Hipertensão. O medicamento produz a vasoconstrição na suprarenal através da
inibição conversão de Angiotensina I em II. Provocam tosse seca e não podem ser
usados na gravidez pois podem causar ma formação fetal. O principio ativo mais
utilizado e o captopril, sendo o mais comercializado entre os anti-hipertensivos
(RANG; DALE, 2011).
Para o tratamento da Constipação Intestinal, o Hospital das Clinicas da
Faculdade de Medicina de Botucatu sugere alguns probióticos como Bifidobacterium
sp. e Lactobacillus sp., que são bactérias que produzem efeito benéfico ao
hospedeiro, nesse caso, regulam a flora intestinal. Esses probióticos podem ser
componentes de alimentos industrializados como leites fermentados e iogurtes, ou
ainda podem ser encontrados na forma de pó ou capsulas. Nesse caso e necessário
uma quantia diária adequada e continua para que seja alcançado o efeito desejável.
A Diabetes Mellitus I e conhecida como insulino-dependente, e Santos(2003)
explica que devido a produção ineficiente do hormônio insulina, e necessária sua
dose adequada para cada paciente diariamente através de injeções, para que esse
hormônio seja reposto, e a fim de não comprometer o metabolismo normal do
organismo, já que sem a insulina, ocorre um aumento brusco de gordura no sangue
e consequente mau funcionamento dos rins.
Para Araújo et. al (2000), o adequado para o tratamento de Diabetes Mellitus
II primeiramente são as drogas que sensibilizam a ação da insulina como as
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biguanidas (metformina) pela menor frequência de efeitos colaterais, e por isso são
os mais utilizados. Se a hiperglicemia persistir, associa-se a medicamentos que
diminuem a absorção intestinal da glicose como a acarbose, ou ainda com
medicamentos que aumentam a secreção de insulina, como a sulfonilureia.
1.4.2 Tratamento Dietoterápico
Para Weitsberg (2001), o sucesso da terapia consiste na necessidade de
mudança comportamental, envolvendo alteração de hábitos alimentares que se
encontram inadequados e aumento de atividade física, sendo regularmente
realizado. O mais importante e se conscientizar de não seguir dietas da moda por
períodos prolongados, pois essas emagrecem rápido e não garantem a manutenção
do peso, e na falta de algum macronutriente, causam ao individuo problemas no
trato gastrointestinal e ainda perda significativa da musculatura.
O autor anteriormente citado ainda explica que não existe uma formula exata
de dietoterapia, mas que se segue inicialmente três dietas diferentes, a de 800
kcal/dia para pacientes de obesidade moderada a grave ou que são candidatos a
cirurgias gastrointestinais, a dieta de 1000 a 1200 kcal/dia em que são modificados
a distribuição de macronutrientes, normalmente se inverte a porcentagem de
gorduras por carboidratos e proteínas, usados para pacientes com maus hábitos
alimentares. Considera-se os pacientes com alto nível de atividade física, nesses
casos, e necessário aumentar a quantidade calórica da ingesta alimentar.
Santos (2006) em sua revisão bibliográfica sobre a perda de peso, destacou
o resultado de um estudo, que comparou a farmacoterapia isolada à terapia
comportamental (reeducação alimentar e exercícios físicos) para o tratamento de
indivíduos obesos. E um ano de tratamento, pacientes que receberam terapia
comportamental tiveram maior perda de peso e melhores condições de saúde que
os que receberam farmacoterapia de modo isolado.
Lopes (2010) diz sobre a importância do exercício físico na regulação do
apetite e consequente diminuição da massa corporal, já que a pratica de atividade
física modifica as concentrações dos principais hormônios que modulam o balanço
energético como por exemplo insulina e grelina; respalda que essas respostas
podem acontecer após uma única sessão de exercício físico, alterando os níveis
destes hormônios, deste que haja intensidade ou duração suficientes.
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1.5 FIBRAS E SUA IMPLICAÇÃO NA SAÚDE DO SER HUMANO
Segundo Raupp (1999), as fibras são compostos de origem vegetal não
disponíveis como fonte de energia porque não são passiveis de hidrolise pelas
enzimas do intestino humano, como por exemplo a celulose e a pectina. As fibras
solúveis são aquelas com alta capacidade de reter água e formar géis, como por
exemplo pectinas e mucilagens. As fibras insolúveis são aquelas encontradas na
parede celular vegetal e camadas externas de grãos de cereais, como por exemplo,
a lignina nas cascas das frutas.
De acordo com a autora, as fibras possuem vários efeitos fisiológicos, dentre
eles estimulam a mastigação, a secreção de saliva e suco gástrico; enchem o
estômago fornecendo uma sensação de saciedade; aumentam o bolo fecal e
normalizam o tempo de transito intestinal; tornam-se substrato para fermentação por
colônias de bactérias; atrasam o esvaziamento gástrico tornando mais lenta e
digestão e absorção de nutrientes e ainda diminuem os níveis séricos de colesterol.
A fibra alimentar é considerada o principal componente de vegetais, frutas e
cereais integrais, permitindo que estes alimentos pudessem ser incluídos na
categoria dos alimentos funcionais, pois a sua utilização dentro de uma dieta
equilibrada pode reduzir o risco de algumas doenças, como as coronarianas e
certas doenças metabólicas, além de agregar uma série de benefícios nutricionais,
ressaltam Giuntini e Menezes (2003).
Mattos; Martins (2000), em uma publicação, ressaltam que as fibras são
responsáveis pelo aumento da viscosidade do conteúdo intestinal, aumentando o
bolo fecal e reduzindo o tempo de trânsito no intestino grosso, o que torna a
eliminação fecal mais fácil e rápida. Isto evita a putrefação de proteínas e a
formação de toxinas no intestino.
Em seu livro Schneider (1989), enfatiza que todas as crianças devem
aprender desde pequenas os princípios básicos de nutrição, ingerindo alto
percentual de fibras; sabe-se que as plantas possuem auxinas(substancias que
devem ser ingeridas na dieta já que o corpo não produz), que são substancias
estimuladoras da divisão do núcleo celular, iniciando assim a reprodução das
células, entre essas substancias esta a vitaminaB1.
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Estudos clínicos confirmam que as fibras solúveis (mucilagens) agem
favoravelmente na redução dos níveis de colesterol sanguíneo, suas propriedades
devem-se principalmente à sua viscosidade que provoca redução na absorção de
lipídeos e colesterol no intestino delgado CARRARA et. al, (2010).
A Chia e a Linhaça como sementes oleaginosas de ―boas gorduras‖, devem
ser consumidas em alta quantidade, já que estão relacionadas ao adequado
funcionamento do metabolismo melhorando o perfil lipêmico e da glicemia, e
também auxiliando no controle de peso (OKADA, 2013).
1.6 CARACTERIZAÇÃO DAS SEMENTES DE CHIA (Salvia hispanica)
Em uma revisão de artigos Ali (2012) diz que a Chia tem como seu nome
científico Salvia hispânica L. e pertence a família Lamiacea, e cultivada por mais de
dois milênios no México e na Colômbia, onde os maias e astecas utilizavam-no para
aumentar a resistência física para driblar o mal-estar das altitudes elevadas, além
de carregar o grão pras batalhas, já que fornecia alta quantidade proteica e
energética, e não pesava para carregar por longas distâncias.
Segundo Lemos (2012), a Chia é uma planta anual que cresce até um metro
e pode ser cultivada em vasos. Ela não pode crescer na sombra e exige terra mais
seca do que úmida. Sua semente é tida, há séculos, pelos indígenas do México,
como fonte importante de energia na alimentação, e que hoje são utilizadas na
culinária em todo o mundo, com diversas propriedades medicinais.
A mesma publicação de Ali (2012) citada anteriormente ainda aponta vários
pontos benéficos da planta como seu alto teor de fibras que chega a 30% permitindo
a saciedade precoce, baixo índice glicêmico; além disso é fonte de Ômega 3 e 6. A
Chia é indicada para reduzir os níveis de colesterol, combater os radicais livres,
controla o Diabetes, protege o coração, auxilia no emagrecimento e ainda provoca o
peristaltismo.
A Tabela 2 apresenta a composição centesimal da Chia, de acordo com
Ayerza (2009).
Tabela 2 – Composição Centesimal (%) da semente de Chia.
Centesimal Porcentagem (%)
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Calorias 537 (kcal)
Umidade 5,5 – 7,5
Cinzas 4,5 – 7
Proteínas 18 – 23
Carboidratos 25 – 32
Lipídeos* 32 – 37
*65% do total de lipídeos, corresponde ao Ômega 3.
Fonte: Ayerza (2009).
Em seu projeto, Junior (2013) faz um estudo e análises com a Chia,
relacionando seu alto teor de óleo e ácido graxo alfa-linolênico, que tem sido
recentemente consumida por sua importante composição nutricional, possível
aplicação em alimentos, potencial funcional e por seus efeitos benéficos à saúde
que estao relacionados com a prevenção e tratamento da obesidade e
hipercolesterolemia a partir de suplementacao alimentar na dieta com a semente.
Battiston e Pereira (2013) ralizaram estudos com ratos Wistar, para
comprovar o benefício hipocolesterolêmico do Ômega 3 retirado da semente de
Chia, onde os cobaias foram tratados com suplementação da semente, resultando
em menor nível de Colesterol Total quando o suplemento da Chia era maior.
1.7 CARACTERIZAÇÃO DAS SEMENTES DE LINHAÇA (Linum usitatissimum)
Linum usitatissimum L. é a semente do linho, planta pertencente à família das
Lináceas, que tem sido cultivada há cerca de 4000 anos nos países mediterrâneos.
É uma semente com várias aplicações, podendo ser usada como matéria-prima
para produção de óleo e farelo. O óleo é usado pelas indústrias na fabricação de
tintas, vernizes e resinas, já o farelo é vendido para fábricas de rações animais, ou
ainda em mercados ou casas especializadas em produtos naturais para o consumo
humano; explica Turatti (2001).
Em seu artigo Soares et. al (2009), dizem que no Brasil o cultivo da linhaça é
mantido por descendentes de imigrantes poloneses e alemães, e se restringe
basicamente ao Rio Grande do Sul, já que é necessário clima frio, em torno de 0ºC
para que ocorra a floração. Seu plantio ocorre nos meses de maio e junho e a
colheita em novembro, dezembro e janeiro. Seu cultivo é realizado no processo de
19
rotação de culturas, recuperando terras cansadas e evitando o desgaste do solo e
aproveitando a adubação residual do milho e da soja.
Galvão et al.(2008) destacam que entre os alimentos funcionais, a linhaça é
reconhecidamente uma das maiores fontes dos ácidos graxos essenciais de Ômega
3 e Ômega 6, possuindo ainda vários nutrientes como as fibras e os compostos
fenólicos, conhecidos por exercerem atividade antioxidante.
A Tabela 3 apresenta a composição centesimal da Linhaça, de acordo com a
Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos- TACO (2011).
Tabela 3 – Composição Centesimal (%) da semente de Linhaça, por 100g de
alimento.
Centesimal Porcentagem (%)
Calorias 495 (kcal)
Umidade 6,7
Cinzas 3,7
Proteínas 14,1
Carboidratos 43,3
Lipídeos 32,3*
*61,3% do total de lipídeos, corresponde ao Ômega 3.
Fonte: TACO (2012).
Segundo Oliveira e Borges (2008) o interesse pela semente de linhaça vem
aumentando devido a efeitos fisiológicos favoráveis ao organismo humano, onde
estudos apontam que a ingestão de linhaça diariamente promove alterações
hormonais, contribuindo com a redução do risco de câncer e Diabetes, dos níveis de
colesterol total e LDL, assim como favorecendo a saúde de ossos e pele.
Martoni (2004) afirma que a semente é também fonte de fibras alimentares
com boa proporção entre fibras solúveis (auxilia na diminuição do colesterol
sanguíneo) e fibras insolúveis (apresenta efeito laxativo), e ainda aponta alguns
estudos que mostraram efeitos na redução do colesterol superiores aos de outras
fibras vegetais.
Devido a seus componentes benéficos, existe um grande interesse na
incorporação da linhaça em produtos alimentícios como pães e biscoitos, onde a
farinha dessa semente pode ser misturada à farinha de trigo para uso em produtos
20
de panificação, denominando-se tal mistura de farinha mista ou composta. A adição
de farinhas de oleaginosas nesses produtos vem demonstrando maior qualidade
proteica e o subsequente aumento do valor nutricional, explica Maciel et al,(2009).
1.8 ÔMEGA 3 E SUA IMPLICAÇÃO NA SAÚDE DO SER HUMANO
De acordo com Martin et al (2006), os componentes lipídicos, especialmente
os ácidos graxos, desempenham importantes funções na estrutura das membranas
celulares e nos processos metabólicos. Em humanos, o ácido alfa-linolênico é
necessário para manter em condições normais as funções cerebrais e a
transmissão de impulsos nervosos. Esse ácido graxo também participa da
transferência do oxigênio atmosférico para o plasma sanguíneo, sendo denominado
essencial por não serem sintetizados pelo organismo e necessária a sua ingestão
pela dieta.
Em seu artigo Velasco (2011) ressalta que dietas vegetarianas são ricas em
ácidos graxos Ômega 6 e pobres em ácidos graxos Ômega 3, a não ser que a dieta
inclua peixes, ovos e grande quantidade de algas, pois sabe-se que os ácidos
graxos Ômega 3 que incluem o acido eicosapentaenoico (EPA) e o acido alfa-
linoleico (ALA), são importantes para a saúde cardiovascular, função visual e
neurodesenvolvimento.
Garófolo e Petrilli (2006) afirmam que o ômega-3 pode controlar a resposta
hiperinflamatória exacerbada pois inibe o metabolismo do ácido araquidônico e
compete pelas mesmas vias que a COX(ciclo oxigenase), podendo auxiliar na
doença da Artrite Reumatoide e também minimizando os efeitos de distúrbios
metabólicos como o hipercatabolismo. Suplementações consideradas seguras são
de até 16g de óleo de peixe ou Ômega 3 por dia. Porém, recomenda-se
monitoramento em indivíduos que recebem doses superiores a 3g por dia.
O consumo frequente de alimentos ricos em ômega-3 reduz os níveis de
colesterol e triglicerídeos no sangue, e também reduz a pressão arterial. A partir da
ingestão de ômega-3 há a biossíntese no organismo dos ácidos graxos EPA
(eicosapentaenóico - C20:5
) e DHA (docosahexaenóico - C22:6
), dos quais, o EPA
relaciona-se principalmente com a proteção da saúde cardiovascular no adulto, e o
DHA é considerado fundamental para o desenvolvimento do cérebro e do sistema
visual, associando a saúde materno-infantil, descreve Zambom et al,(2004).
21
Marques (2008), em sua dissertação de mestrado descreve que são
realizados desde 1950 estudos em ratos e posteriormente em humanos, que
comprovam a eficácia do ômega 3 em sementes oleaginosas para a diminuição do
colesterol total em pacientes acometidos com a doença. Esse ácido graxo contido
nas sementes possuem efeito hipocolesterolêmico pois atuam diretamente na
parede dos vasos e artérias, prevenindo a ateriosclerose.
Mahan et. al (1998) explica que a necessidade de ácidos graxos
essenciais foi estimada em aproximadamente 1 a 2% do total energético ingerido,
sendo este valor de 3% para crianças; para aquelas pessoas que possuem elevada
ingestão de gordura, sendo essa 35% ou mais do total diário, o ácido linolênico é
indicado de 8 a 10% do valor energético ingerido.
22
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2. ARTIGO CIENTÍFICO
28
ANÁLISE CENTESIMAL E DOSAGEM DE ÔMEGA3 EM SEMENTE DE CHIA
(Salvia Hispanica) E SEMENTE DE LINHAÇA (Linum Usitatissimum).
ALMEIDA, PAULA GABRIELA DE OLIVEIRA¹; ECKERT, RAQUEL GORETI²
¹ Acadêmica de Farmácia, Orientanda, Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço:
Avenida das Torres, 500, Loteamento FAG, Cascavel/PR. Email: [email protected]
² Nutricionista, Mestre Nutricionista, Orientadora, Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia.
Endereço: Avenida das Torres, 500, Loteamento FAG, Cascavel/PR. Email:
RESUMO: As sementes de Chia (Salvia hispânica) e Linhaça (Linum Usitatissimum)
são oriundas da América Central e Norte, mais especificamente Guatemala e
México; são duas sementes com centenas de anos e com consumo registrados por
guerreiros indígenas Astecas e Maias. A Chia e a Linhaça são sementes que
possuem componentes antioxidantes e ainda são ricas em ácidos graxos poli-
insaturados. A presença de ácido graxo, especificamente o Ômega 3, aumenta o
interesse destas sementes oleaginosas para estudos científicos e também
desenvolvimento de novos produtos alimentícios para o consumo humano, tendo
em vista que estes benefícios auxiliam contra doenças como Diabetes, Obesidade,
problemas cardiovasculares e Constipação intestinal. O objetivo deste trabalho foi
realizar a análise centesimal de Chia e Linhaça, assim como fazer a comparativa do
teor de Ômega 3 das duas sementes exploradas. As análises foram realizadas na
Faculdade Assis Gurgacz e em triplicada para as três amostras. Obteve-se como
resultado médio para as sementes de Chia e Linhaça, respectivamente 8,6% e 7,6%
em teores de umidade, 13,6% e 11,2% para cinzas, 20% e 15,2% para proteínas
totais e 33,1% e 35,7% para lipídeos. O teor comparativo de Ômega 3 realizado nas
duas sementes da amostra 1, foi executado por um laboratório de Controle de
Qualidade credenciado com a Faculdade Assis Gurgacz, obtendo como resultado
para Chia 22% e para Linhaça 21,5% de Ômega 3, respectivamente. A partir deste
resultado conclui-se que a semente com maior prospectiva de nutrição e benefícios
a saúde é a Chia (Salvia hispanica).
PALAVRAS-CHAVE: ácido graxo, alfa-linolênico, vegetarianismo.
29
CENTESIMAL DOSAGE AND COMPARATIVE ANALYSIS OF SEED IN OMEGA 3
CHIA (Salvia hispanica) AND FLAXSEED (Linum usitatissimum).
SUMMARY: Chia seeds (Salvia Hispanic) and linseed (Linum usitatissimum) are
from Central and North America , specifically Guatemala and Mexico are two seeds
with hundreds of years and consumption recorded by indigenous warriors Aztecs
and Mayans. Chia and Flax seeds are components that have antioxidants and also
are rich in polyunsaturated fatty acids. The presence of fatty acids, especially
Ômega 3 increases the importance of these oilseeds as well for scientific studies
and development of new food products for human consumption, in order to assist
these benefits against diseases such as diabetes, obesity, cardiovascular disorders
and constipation bowel. The aim of this study was to analyze the proximate Flaxseed
and Chia, as well as make the comparative content of Omega 3 explored the two
seeds. Analyses were performed in Assisi School Gurgacz and tripled for the three
samples. Was obtained as the average result for Chia Seeds and Flaxseed
respectively 8.6% and 7.6% in moisture, 13.6% and 11.2% for ash , 20% and 15.2%
for total protein and 33.1% and 35.7% for lipids. The content of Ômega 3
Comparative performed at two seeds per sample 1, was performed by a laboratory
accredited Quality Control with Gurgacz Assis College, obtaining Chia for 22% and
21% Flaxseed Ômega 3, respectively. From this result it is concluded that seed with
a higher prospective nutrition and health benefits is Chia (Salvia hispanica).
KEYWORDS: fatty acid, alpha- linolenic acid, vegetarianism.
INTRODUÇÃO
De acordo com a Pacheco e Sgarbieri (2001), o alimento tem como finalidade
servir de fonte de energia e nutrientes para formação e manutenção de células e
tecidos. A alimentação saudável contempla todas as necessidades do indivíduo em
termos de macro e micronutrientes que vão ser utilizados como fonte de energia
para o organismo.
Uma nutrição adequada é capaz de promover a saúde do organismo, diminuir
o estresse, ansiedade e a irritabilidade, além de facilitar o controle de peso e do
humor. Auxilia também no combate a diversas doenças, torna seu tratamento mais
30
eficaz e favorece o paciente com uma recuperação mais rápida. Igualmente, pode
promover melhora no rendimento de esportistas, potencializar o desenvolvimento
físico e cognitivo de crianças e adolescentes, contribuir para uma gestação plena e
saudável, e lidar com as alterações naturais do envelhecimento.(Ackerman, 1992).
Mendonça e Dos Anjos (2004) afirmam que nas duas últimas décadas houve
um predomínio no consumo de alimentos industrializados no Brasil, comprados em
supermercados em todas as classes sociais. As mudanças verificadas indicam
aquisição de produtos industrializados e redução de alimentos in natura por parte
das famílias, pois as carnes, e os laticínios têm tido uma enorme ampliação na
oferta de produtos processados e os refrigerantes constituem em si, a
representação máxima da industrialização na área de alimentos e bebidas,
aumentando a taxa de obesidade e prejudicando a saúde desses indivíduos.
A Chia age contra prisão de ventre, aumenta a imunidade, previsse a
osteoporose, reduz os níveis de triglicerídeos e ajuda a emagrecer ROCHA E FRID
(2012). Assim como a Chia, a Linhaça também é considerada um alimento
funcional, SOARES (2009) explica que além de suas funções nutricionais básicas,
produz efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos à saúde. As duas sementes são
fontes de Ômega 3 e 6, que são importantes para a prevenção de doenças
cardiovasculares e Diabetes Mellitus.
O Ômega 3 exerce vários efeitos de proteção à saúde humana, atribuídos à
presença de ácidos graxos que são benéficos a saúde e que são ingeridos através
de dietas e estão presentes em sementes oleaginosas; dentre estes benefícios
estão a prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, hipertensão,
inflamações em geral, obesidade, e vários tipos de câncer, explica Suárez(2002) em
seu artigo.
Diante do mencionado este trabalho teve por objetivo realizar as análises
Físico-Químicas de composição centesimal das sementes de Chia e Linhaça,
quantificar e comparar a concentração de Ômega 3 das duas sementes.
MATERIAIS E MÉTODOS
31
As sementes das três amostras de Chia e Linhaça foram adquiridas no
mesmo dia, em diferentes celeiros escolhidos aleatoriamente situados na cidade de
Cascavel- Paraná, no mês de setembro, do ano de 2013.
A coleta das amostras foram em sacos plásticos idênticos, todos as amostras
possuíam o mesmo peso, identificadas como Chia 1, 2 e 3 ou Linhaça 1, 2 e 3. A s
amostras foram transportadas em suas devidas embalagens de coleta, até o
laboratório de Bioquímica da Faculdade Assis Gurgacz, ou então para o laboratório
de Controle de Qualidade credenciado.
Local e infra-estrutura
As análises foram realizadas na Faculdade Assis Gurgacz, e no laboratório
de Bioquímica realizou-se o controle físico-químico das sementes, com a exceção
da análise de Ômega3, cuja analise será terceirizada em laboratório credenciado.
Análises físico-químicas
As análises físico-químicas foram realizadas para analisar as centesimais das
sementes de Chia e Linhaça através da realização das análises em triplicata, sendo
três amostras de cada semente de Chia e Linhaça para os testes de umidade, de
cinzas, lipídeos, carboidrato e proteínas, de acordo com o Manual do Instituto Adolf
Lutz (2008).
Para a determinação de Umidade realizou-se de acordo com a metodologia
012 (IAL, 2008), a amostra foi aquecida durante 3 horas em estufa a 105˚C, e
resfriada em dessecador até a temperatura ambiente, o procedimento foi repetido
até peso constante.
A determinação de Cinzas realizou-se conforme a metodologia 018 (IAL,
2008), a amostra foi carbonizada em mufla a 550ºC, até peso constante.
A extração etérea de Lipídeos seguiu-se conforme metodologia 032 (IAL,
2008), a amostra sem umidade foi submetida à extração utilizando éter de petróleo
em tubo extrator previamente preparado e pesado. O procedimento de extração
ocorreu durante 6 horas, e posteriormente submetido em estufa a 105°C, por uma
hora, resfriado e pesado.
A determinação de Proteínas seguiu-se de acordo com a metodologia 036
(IAL, 2008), usou-se o método clássico: com tubo de Kjeldahl, onde a solução se
32
tornou-se azul-esverdeada e livre de material não digerido. Posteriormente a
amostra submeteu-se à destilação até mudança de coloração. A determinação da
porcentagem foi obtida através da titulação.
E por fim, a determinação de Ômega 3 realizou-se através de terceirização
por um Laboratório de Controle de Qualidade credenciado, usando cromatografia
em fase gasosa, metodologia de HARTMAN (1992).
Os cálculos estatísticos realizados foram Média, Desvio Padrão e Coeficiente
de Variação, para as análises Físico-químicas, exceto para carboidratos, que se
realizou por método de diminuição.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As análises de Umidade, Cinzas, Lipídeos e Proteínas foram executadas
entre os meses de setembro e outubro do ano de 2013; usou-se na totalidade 6
amostras, sendo três para a semente de Chia e três para a semente de Linhaça,
onde obteve-se diferentes resultados para realizar as comparações das
centesimais.
O Coeficiente de Variação foi calculado a fim de analisar a diferença dos
resultados obtidos, onde nenhum resultado mostrou-se maior que 5%, garantindo a
qualidade do procedimento. O Coeficiente de Variação verifica a precisão do
experimento. Segundo GOMES (1987), considera-se Coeficientes de Variação que
tenham no máximo 10%, o que significaria que as análises foram realizadas
corretamente de acordo com seus procedimentos.
A umidade, de acordo com o Instituto Adolf Lutz (IAL,1985), está presente em
todos os alimentos, referindo-se à água livre que é contida na superfície do alimento
ou à água ligada, encontrada no interior do alimento. A umidade ainda pode ser
definida como à perda de peso que o alimento sore a ser submetido a aquecimento
em temperaturas que a água é removida e evaporada.
Os resultados da análise Físico-Química, respectivamente Teor de Umidade,
das três amostras de Chia e Linhaça, encontram-se na Tabela 1.
Tabela 1: Caracterização Físico-Química de Umidade em sementes de Chia e
Linhaça*
Teor de umidade Semente de Coeficiente Semente de Coeficiente de
33
Chia (%) de
Variação(%)
Linhaça(%) Variação(%)
Amostra 1 8 ± 0 0 7,8 ± 0,01 2,56
Amostra 2 10 ± 0,01 2 7,6 ± 0,012 3,15
Amostra 3 8 ± 0,014 3,5 7,6 ± 0,01 2,63
*Valores relativos à média ± desvio padrão das amostras de Chia e Linhaça.
Considerando que as amostras foram adquiridas aleatoriamente em três
diferentes celeiros na cidade de Cascavel-Paraná, através da análise de Teor de
Umidade as amostras obtiveram porcentagens semelhantes, com considerável
uniformidade. Neste estudo o valor médio para o teor de Umidade na semente de
Chia foi 8,6% e 7,6% para as sementes de Linhaça.
Em seu artigo, ANDRADE (2012) obteve para amostras de Chia um Teor de
5,89% de umidade. A diferença percentual pode ser explicada pelo Teor de
Umidade atmosférico no dia da coleta das amostras, e no dia da realização das
análises; os dias requeridos tiveram muitas precipitações durante todo o dia e ainda
há a necessidade de se considerar que a Chia por seu poder de intumescimento,
pode ter absorvido parte da Umidade relativa do ar, o que leva aumentar a umidade
da semente.
A importância de manter as sementes armazenadas em local adequado
também é importante, visto que a segunda amostra foi adquirida em local onde não
há este correto armazenamento das sementes, o que pode ter levado ao aumento
de umidade. De acordo com TOMBINI (2013), o teor de umidade da semente de
Chia depende muito da umidade do ar, variando de 5% a 8%.
A Tabela TACO (2011), determina um teor de 6,7% para umidade em
sementes de Linhaça, contra quase 8% das análises realizadas.
MOURA (2008), em seu trabalho faz a centesimal da semente de Linhaça,
onde encontrou 6,91% para o teor de umidade. GÓMEZ (2003), citado no artigo de
MOURA (2008), encontrou para a composição da Linhaça 7,28% de umidade, valor
que se aproxima dos resultados das três amostras avaliadas, considerando que são
valores bem próximos.
A autora citada ainda explica que a diferença percentual das centesimais se
deve a vários fatores, como condição de armazenamento da semente e métodos
analíticos para avaliar a sua composição.
34
As cinzas obtidas dos alimentos são resultados de um resíduo desse
alimento por incineração, chegando à temperatura próxima de 570ᵒC. Este resíduo
representa a porcentagem inorgânica do material analisado (IAL, 1985).
Os resultados da análise Físico-Química, respectivamente Cinzas, das três
amostras de Chia e Linhaça, encontram-se na Tabela 2.
Tabela 2: Caracterização Físico-Química de Cinzas em sementes de Chia e
Linhaça*
Cinzas Semente de Chia
(%)
Coeficiente
de
Variação(%)
Semente de
Linhaça(%)
Coeficiente de
Variação(%)
Amostra 1 12,8 ± 0,014 2,18 11,2 ± 0,01 1,78
Amostra 2 15 ± 0,007 0,93 11,2 ± 0,007 1,25
Amostra 3 13,2 ± 0,01 1,51 11,2 ± 0,01 1,78
*Valores relativos à média ± desvio padrão das amostras de Chia e Linhaça.
As sementes de Chia apresentaram-se fora dos padrões de qualidade, já que
suas porcentagens de cinzas resultaram com significativa diferença. Essa
discrepância não acontece apenas nas sementes analisadas, mas se deve pelos
diferentes processos de cultivo das amostras, o armazenamento que pode estar
errado ou ainda a amostra pode ser antiga, onde seu material orgânico perdeu
estabilidade (MATSUO et al., 2008).
ARAÚJO et al (2006) explica que a diferença de resultados para diferentes
amostras podem estar relacionadas com a origem das mesmas, onde a
decomposição térmica superior a 500ᵒC diferem entre as análises, como aconteceu
com as diferentes amostras de Chia.
Já a semente de Linhaça apresenta uniformidade, pois resulta em
porcentagens iguais para as três amostras; isso significou que a semente de
Linhaça possui qualidade. ARAÚJO também encontrou similaridade para suas
análises de cinzas, o que só faz comprovar que o método foi executado
corretamente e que as amostras devem possuir caracteristicamente a mesma
composição.
A Tabela TACO (2011) preconiza para cinzas em Linhaça um percentual de
3,7%, muito diferente do encontrado nas análises; esta diferença pode ser explicada
35
pelo local de armazenamento das sementes, que pode ter resquícios de matéria
inorgânica ou algum contaminante como insetos, diferindo os resultados.
As proteínas totais encontradas nos alimentos são determinadas através da
quantidade de nitrogênio da amostra, por digestão em tubo de Kjeldahl; há três
etapas importantes para a determinação de proteínas: a digestão, onde a amostra é
submetida a altas temperaturas juntamente com a mistura catalítica; a destilação
realizada em aparelho específico com Hidróxido de Sódio concentrado e por fim a
titulação, onde o nitrogênio é transformado em amônia, resultando em g de protídios
(IAL, 2008).
Os resultados da análise Físico-Química, respectivamente Proteínas, das três
amostras de Chia e Linhaça, encontram-se na Tabela 3.
Tabela 3: Caracterização Físico-Química de Proteína em sementes de Chia e
Linhaça*
Proteínas Semente de Chia
(%)
Coeficiente
de Variação(%)
Semente de
Linhaça(%)
Coeficiente de
Variação(%)
Amostra 1 21 ± 0,0012 0,53 15 ± 0,01 1,7
Amostra 2 19 ± 0,007 0,89 14,7 ± 0,0014 0,6
Amostra 3 20 ± 0,01 1,75 16 ± 0,01 1,8
*Valores relativos à média ± desvio padrão das amostras de Chia e Linhaça.
Para a análise de Proteína, a amostra de Chia que apresenta maior
percentual é a amostra 1 com resultado de 21%, mas destaca-se que as três
amostras obtiveram resultados semelhantes, confirmando a eficiência do método.
AYERZA (2009) determina para a semente de Chia, quantidades variáveis de
proteínas, sendo no mínimo 18% e no máximo 23%; os resultados das três
amostras encontram-se dentro dos valores estabelecidos.
ALFREDO et. al (2009) encontrou para a Chia 29% de proteínas; BUSHWAY
et. al (1981) encontrou 23,4%, e TOMBINI (2013) no desenvolvimento de barra
alimentícia com Chia obteve 18,5% de proteína, estando mais próximo aos
resultados encontrados.
LABOURIAU E AGUDO (1987), citados estes no trabalho de BORELLA et. al
(2012), explicam que dependendo da temperatura em que a semente de Chia é
germinada, há interferência diretamente na fisiologia da semente. Este fator
36
compromete a qualidade da semente quando esta for submetida a análises, como
foi realizado neste trabalho.
Ao se tratar das amostras de linhaça, a que apresentou maior concentração
de proteína foi a amostra 3, onde obteve-se 16%; as amostras de Linhaça também
não obtiveram resultados com valores discrepantes.
A Tabela TACO (2011) determina como percentual de Proteínas Totais para
a Linhaça 14,1%, esse resultado aproxima-se da Amostra 2 analisada.
MOURA (2008) encontrou para a centesimal de Linhaça, a concentração de
18,2% para proteína; GARMUS (2009) desenvolveu um iogurte de morango com
farinha de linhaça, e para essa farinha obteve 22% para a determinação de
protídios.
SANTOS (2010) desenvolveu uma revisão literária a fim de verificar a ação
hipocolesterolêmica da Linhaça em ratos cobaias, onde cita ALMEIDA et. al (2009),
que designa para proteínas um teor de 21%
SOARES et. al (2009) especifica em seu trabalho como a Linhaça tendo 20%
de proteína em sua composição centesimal e MORAES et. al (2010), cita de 20% a
25%, para o teor de Proteínas Totais na mesma semente.
De acordo com o Instituto Adolf Lutz (IAL, 2008), os Lipídeos são compostos
orgânicos altamente energéticos, que contêm ácidos graxos essenciais ao
organismo, também atuando como transportadores de vitaminas lipossolúveis; são
insolúveis em água e solúveis com solventes orgânicos, como por exemplo o éter,
que é o solvente utilizado na metodologia de Teor de Lipídeos.
Os resultados da análise Físico-Química, respectivamente Lipídeos, das três
amostras de Chia e Linhaça, encontram-se na Tabela 4.
Tabela 4: Caracterização Físico-Química de Lipídeos em sementes de Chia e
Linhaça*
Lipídeos Semente de Chia
(%)
Coeficiente
de
Variação(%)
Semente de
Linhaça(%)
Coeficiente de
Variação(%)
Amostra 1 33,5 ± 0,007 1,28 38,8 ± 0,007 1,1
Amostra 2 32,8 ± 0,00005 0,08 36,6 ± 0,02 4,2
Amostra 3 33,2 ± 0,012 3,2 37,2 ± 0,01 1,5
*Valores relativos à média ± desvio padrão das amostras de Chia e Linhaça.
37
Ao analisar os resultados obtidos, verifica-se que tanto para a Chia quanto a
Linhaça, a amostra que mais obteve percentual de lipídeos foi a Amostra 1 de cada
semente, com 33,5% e 38,8% respectivamente.
TOMBINI (2013) encontrou 22,6% de lipídeos na semente de Chia, e
GANZAROLI (2012) avaliou dois lotes de Chia, onde para o Lote 1 encontrou
24,2%, e para o Lote 2 obteve 23,9% de lipídeos. Esses resultados se diferem com
o encontrado neste presente trabalho.
Essa diferenciação de resultados pode ser explicada pelas diferentes
metodologias aplicadas para a análise, onde TOMBINI utilizou o princípio de Soxlet
(IAL, 2011); GANZAROLI utilizou a determinação de Lipídeos por gravimetria
(BLIGH e DYER, 1959), a autora ressalta que essa desigualdade de percentuais
pode ser justificada por fatores como alteração entre os cultivos, região e solo onde
as sementes foram cultivadas ou ainda incidência climática.
AYERZA (2009) realizou em estudo complexo sobre a diferença do
percentual de lipídeos encontrados em sementes de Chia oriundas de diferentes
regiões da América, onde o trabalho resultou-se que as amostras que continham
maior percentual de óleo são das sementes cultivas nos Andes e na Argentina, com
33,5% e 32,2% respectivamente, e a semente que obteve menor percentual foi da
região de florestas tropicais. O resultado da Amostra 1 realizada no presente
trabalho obteve percentual igual ao estudo feito pelo autor com a semente de Chia
da região dos Andes.
Para a semente de Linhaça, a Tabela TACO (2011) determina para a
concentração de lipídeos 32,3%, contra 38,8% da Amostra 1 que obteve maior
concentração; as outras amostras também obtiveram valores superiores ao
preconizado.
MORAES (2010) usou os estudos de COSKUNER E KARABABA (2007)
como parâmetros de porcentagem de lipídeos encontrados na Linhaça, respectivos
estudos apontam uma faixa de 30% a 40% de óleo encontrado a semente.
SOARES et. al (2009) obteve como referência 40% de gordura para a
Linhaça e MOURA (2008) obteve 31% de lipídeos. A última autora explica que as
quantidades dos diferentes componentes da Linhaça podem variar de acordo com a
variedade da semente, por exemplo se o estudo realizado se refere a Linhaça
dourada ou marrom.
38
VANNUCCHI (1990) determina que ―Nifext‖ é a quantidade de carboidratos
totais contidos nas amostras, fazendo cálculo de 100% menos (–) as proporções
realizadas por análises. No caso do presente trabalho, considera-se Nifext como a
porcentagem de carboidratos somada a de fibra alimentar, como fez Gómez (2003).
Os resultados dos cálculos de Carboidratos somado a fibra alimentar (Nifext),
das três amostras de Chia e Linhaça, encontram-se na Tabela 5.
Tabela 5: Caracterização de Carboidratos somado a Fibra alimentar (Nifext) em
sementes de Chia e Linhaça
Nifext Semente de Chia (%) Semente de Linhaça(%)
Amostra 1 24,7 27,2
Amostra 2 23,2 29,9
Amostra 3 25,6 28
TORRES et. al (2008) determinou em seu trabalho 22% de fibras alimentares
para a semente de Chia, e ainda explica que quase sua totalidade é de fibras
solúveis, onde a semente absorve grande quantidade de água ocorrendo o
intumescimento da semente, podendo aumentar várias vezes seu tamanho normal.
A fibra alimentar que compões neste caso o Nifext é importante porque esse
fenômeno ocorre também no estômago, ocasionando saciedade, diminuindo índices
de glicemia, e prevenindo problemas cardiovasculares pela diminuição do colesterol
total nas pessoas que consomem a semente rotineiramente MUNOZ (2013).
Comparando os resultados das amostras com o de TORRES (2008), e
considerando que os valores das centesimais estão corretos, considera-se apenas
1% a 3% de carboidratos por exemplo o amido, o que é favorável à semente de
Chia se comparada à de Linhaça, com 10% de carboidratos de acordo com a
Tabela TACO (2011).
A Tabela tida como referência TACO (2011), dispõe de uma informação onde
o Nifext da Linhaça é de 43,3%, com 33,5% de fibra alimentar. Essa diferenciação
com os resultados obtidos se deve a umidade das amostras de Linhaça analisadas,
que estava com teor bem acima dos parâmetros corretos.
BORGES (2011) uso em seu trabalho a referência de OOMAH (2001), que
diz que a porcentagem de fibra alimentar contida na Linhaça é de 20% a 28%. O
39
autor ainda explica que assim como a Chia, a Linhaça também possui poder de
absorver água, pela alta concentração de fibra contida na semente.
De acordo com ZAMBOM et. al (2004) o Ômega 3 é encontrado e peixes de
água fria e em sementes oleaginosas, em especial na Chia e na Linhaça; este tipo
de gordura não é produzido pelo organismo humano, devendo ser ingerido através
da alimentação. Esse ácido graxo remove o excesso de colesterol dos tecidos.
A análise de Ômega 3 foi realizada através da metodologia de HARTMAN
(1992), por um laboratório credenciado à Faculdade Assis Gurgacz, onde realizou-
se a determinação de Ômega 3 para a Amostra 1 da semente de Chia e Amostra 1
da semente de Linhaça, obtendo os seguintes resultados, de acordo com a Tabela
6, e também apresentados no anexo 1.
Tabela 6: Caracterização Físico-Química de Ômega 3 em semente de Chia e
Linhaça*
Ômega 3 Semente de Chia (%) Semente de Linhaça(%)
Amostra 1 22 21,5
*Valores relativos à média da amostra de Chia e Linhaça.
Observa-se através dos resultados que a semente de Chia possui maior
concentração de Ômega 3 ao comparar com a semente de Linhaça, mas essas
concentração não são muito diferentes, já que obteve-se 22% e 21,5%
respectivamente.
Calculou-se que o Ômega 3 da Chia corresponde a 65,6% do seu teor de
lipídeo total, já a semente de Linhaça corresponde a 54% da gordura obtida.
GANZAROLI (2012) ao fazer a quantificação do ácido graxo em dois lotes de Chia,
para o Lote 1 obteve 56,4% e para o Lote 2 obteve 59,5%, quantidade abaixo do
encontrado na Tabela 6.
Dois autores realizaram a mesma análise na semente de Salvia hispânica,
URIBE et. al (2011) afirma que a semente é rica em ácido graxo poli-insaturados,
particularmente o ácido linolênico (ômega 3) que apresenta de 54% a 67% na
concentração, e TOSCO (2005) afirma que além da semente apresentar alto teor de
proteínas, fibras e cálcio, a Chia contém mais Ômega 3 que a Linhaça.
O autor ainda destaca que pela presença deste ácido graxo aumenta-se o
interesse pelo estudo científico da sua composição, e ainda através desses estudos
busca-se alternativas para sua maior utilização na alimentação.
40
Em seu livro sobre a Chia, AYERZA (2005) também afirma que a semente de
Chia é a que apresenta maior concentração de Ômega 3 dentre todas as plantas,
com média de 63%, contra 53% da semente de Linhaça, também estudada pelo
autor.
BORGES (2011) ressaltou em seu trabalho que apesar dos benefícios que o
Ômega 3 traz à saúde do ser humano, este contido nas sementes, por terem alta
concentração de ácidos graxos perdem sua estabilidade, pois estão susceptíveis a
rancificação se armazenadas por muito tempo; uma ótima opção é adicionar tais
sementes a alimentos que são submetidos a uma temperatura alta, pois esses
efeitos de rancificaçào das enzimas são eliminados pela ação do calor.
A Tabela TACO (2011) determina para a semente de Linhaça 61,3% de
Ômega 3, porcentagem maior do que foi determinada pela Tabela 6 do presente
trabalho.
GALVÃO et. al, (2008) afirma em seu trabalho que a concentração de Ômega
3 é de 50% a 55% do total de lipídeos encontrados na semente de Linhaça; já
FERNANDES et. al (2010) obteve apenas 32,1% de Ômega 3 na sua amostra de
Linhaça, bem abaixo do resultado encontrado pela Amostra 1 deste trabalho, e
quase a metade do percentual preconizado pela Tabela TACO (2011).
CONCLUSÃO
Considera-se que a semente de Chia e a semente de Linhaça sejam de fácil
acesso à população, uma vez que se encontram em todos os celeiros, e seu custo é
abaixo se comparado ao Ômega 3 obtido através de frutos do mar. Através deste
trabalho pode-se concluir que apesar da semente de Linhaça obter maior
percentual de lipídeos em sua centesimal com 38,8%, contra apenas 33,5% da
outra semente analisada, a semente que possui maior percentual de Ômega 3 com
65,6% de todo seu lipídeo é a Chia (Salvia hispânica).
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http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistabiologia/sumario/15/02032011082402.pdf. Acesso em 22 de outubro de 2013. SOARES, L. L. et al. Avaliação dos efeitos da semente de linhaça quando utilizada como fonte de proteína nas fases de crescimento e manutenção em ratos. Revista de nutrição, v. 22, n. 4, p. 483-491, 2009. SUÁREZ, Héctor et al. Importância de ácidos graxos poliinsaturados presentes em peixes de cultivo e de ambiente natural para a nutrição humana. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 101-110, 2002. TOMBINI, J. Aproveitamento tecnológico da semente de chia (Salvia hispanica L.) na formulação de barra alimentícia. 2013. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/914/1/PB_COQUI_2012_2_06.PDF. Acesso em 09 de outubro de 2013. TORRES, Rebeca et al. Protein digestibility of chia seed Salvia hispanica L. Salus, v. 9, n. 1, 2008. TOSCO, G. Chia (salvia nativa) la mayor fuente natural de Omega. The EFSA Journal. (2005). Disponível em: www.naturalia.cl. Acesso em 24 de outubro de 2013. URIBE, J. A. R. PEREZA, J. I. N., KAUILA, H. C., RUBIOA, G. R. Extraction of oil from chia seeds with supercritical CO2. The Journal of Supercritical Fluids. Mexico. (2011) VANNUCCHI, H. Aplições das recomendações nutricionais adaptadas à população brasileira. Volume 2. Editora Legis Suma Ltda. Ribeirão Preto, 1990. ZAMBOM, M. A.; SANTOS, G. T.; MODESTO, E. C. Importância das gorduras poliinsaturadas na saúde humana. Rev Soc Bras Zootec, 2004. Disponível em: http://www.nupel.uem.br/importancia-gordura-saude.pdf. Acesso em: 24 de outubro de 2013.
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ANEXO 2 – NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA VARIA SCIENTIA
Diretrizes para Autores
1. I N S T R U Ç Õ E S G E R A I S
- A língua oficial é a portuguesa. Aceitam-se trabalhos em espanhol ou inglês, devendo obrigatoriamente conter resumo e palavras-chave em português. O trabalho encaminhado para análise por parte do Conselho Editorial da Revista Varia Scientia não deverá ser submetido a outro órgão para publicação e nem ter sido anteriormente publicado, a não ser em forma de resumo em eventos científicos.
- Os textos deverão ser enviados ao Editor Científico por meio de ofício assinado por seu(s) autor(es), obedecendo a estas instruções, em 04 (quatro) vias, sendo apenas uma delas identificada com o(s) nome(s) do(s) autor(es). No ofício, deverá constar a seção da Revista a que pertence o trabalho e a área de conhecimento, conforme classificação do CNPq. Os trabalhos que não estejam em conformidade com as normas da Revista não serão aceitos para publicação.
- Os originais não serão devolvidos. O envio dos textos implica a cessão de direitos autorais e de publicação à Revista, que se compromete em informar os autores sobre a tramitação de suas propostas de publicação.
- A composição dos trabalhos, obrigatoriamente, deverá obedecer as seguintes orientações:
• Editor de textos: Microsoft Word e/ou OpenOffice;
• Tamanho do papel: A4 (21 x 29,7 cm);
• Número máximo de laudas: 15 (quinze) para Artigos, Iniciação Científica e Notas de Divulgação Científica; 20 (vinte) para Ensaios; e 05 (cinco) para Pesquisas em Curso e Livros em Revista;
• Espaço entre linhas: duplo;
• Tipo de letra: - texto: Arial (tamanho 11); - cabeçalho/rodapé: Arial (tamanho 08);
• Margens: - superior: 2,0 cm; - inferior: 2,0 cm; - esquerda: 2,5 cm, - direita: 2,0 cm;
• Páginas numeradas (algarismos arábicos);
• Parágrafo: 1,25 cm.
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- Efetuadas as correções sugeridas pelos consultores, os autores deverão retornar à editoria da Revista uma cópia definitiva da versão corrigida (juntamente com os pareceres dos consultores externos), formatada com espaçamento simples e numeração das páginas, acompanhada de uma cópia eletrônica (em disquete ou CD).
- Não haverá custo para publicação.
2. S E Ç Õ E S
- Artigos & Ensaios: seção dedicada à divulgação de pesquisas concluídas.
- Pesquisas em Curso: espaço para a exposição de trabalhos de pós-graduação ainda em andamento.
- Iniciação Científica: divulgação de pesquisas elaboradas por bolsistas ligados ao Programa PIBIC/CNPq.
- Livros em Revista: resenhas e notas bibliográficas. Resenhas de livros nacionais serão aceitas apenas de obras publicadas nos últimos três anos. De livros estrangeiros, obras publicadas nos últimos cinco anos.
- Notas de Divulgação Científica: divulgação de ensaios de divulgação científica, pesquisas descritivas, revisões e sínteses de temas diversos.
2.1 ARTIGOS
Os artigos científicos referem-se a relatos de pesquisa original. - O texto deverá contemplar os itens, sempre destacados em letras maiúsculas, em negrito, sem parágrafo e sem numeração, deixando 2 espaços (2 vezes ENTER) após o item anterior e 1 espaço (1 vez ENTER) para iniciar o texto, na ordem a seguir: - Para artigo em português ou espanhol: título (português ou espanhol), nome dos autores, resumo, palavras-chave; título (inglês), summary e keywords.
- Para artigo em inglês: título (inglês), nome dos autores, summary, keywords; título (português), resumo e palavras-chave.
TÍTULO: Centralizado; deve ser claro e conciso, permitindo pronta identificação do conteúdo do trabalho. Um número-índice sobrescrito, como chamada de rodapé, poderá seguir-se ao título para possível explicação em se tratando de trabalho apresentado em congresso, extraído de dissertação ou tese, ou para indicar o órgão financiador da pesquisa.
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AUTORES: O número de autores deve ser o mínimo possível, sendo considerados como tal apenas as pessoas que tiveram participação efetiva no trabalho, com condições de responder pelo mesmo integralmente ou em partes essenciais. Serão colocados 2 espaços abaixo do título (2 vezes ENTER), centralizados, sem abreviatura, seguidos dos respectivos números-índices que, em nota de rodapé, irão identificar os autores da seguinte maneira: - Para o primeiro autor: qualificação profissional, ocupação, local de trabalho e endereço, conforme segue: Engenheiro Mecânico, Prof. Adjunto, CCET, Campus de Cascavel, Unioeste, Cascavel, PR, (0XX45) 220-3000, CP 701 – CEP 85819-110 e-mail: ....
- Para os demais autores: qualificação profissional, ocupação e local de trabalho, conforme segue: Engenheiro Agrícola, Prof. Assistente, CCET, Campus de Cascavel, Unioeste, Cascavel-Paraná.
RESUMO: O texto inicia-se na mesma linha do item. O resumo deve ser claro, sucinto e, obrigatoriamente, explicar o(s) objetivo(s) pretendido(s) procurando justificar sua importância — sem incluir referências —, os principais procedimentos adotados, os resultados mais expressivos e conclusões, contendo no máximo 14 (quatorze) linhas. Abaixo devem aparecer as PALAVRAS-CHAVE (três no máximo, procurando não repetir palavras do título) escritas em letras minúsculas. Uma versão completa do RESUMO, para o inglês, deverá apresentar a seguinte disposição: TÍTULO, SUMMARY e KEYWORDS.
INTRODUÇÃO: Evitar divagações, utilizando-se de bibliografia apropriada para formular hipóteses e problemas abordados, bem como a justificativa da importância do assunto, deixando claro o(s) objetivo(s) do trabalho.
MATERIAL E MÉTODOS: Dependendo da natureza do trabalho, uma caracterização da área experimental deve ser inserida, tornando claras as condições em que a pesquisa foi realizada. Quando os métodos forem os consagradamente utilizados, apenas a referência bibliográfica bastará; caso contrário, será necessário apresentar uma descrição dos procedimentos utilizados, adaptações promovidas etc. As Unidades de Medidas e Símbolos seguem o Sistema Internacional. O texto deve ser elaborado de forma a permitir a repetibilidade dos métodos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ilustrações e gráficos devem ser apresentados com tamanho e detalhes suficientes para a composição gráfica final, preferencialmente na mesma posição do texto e em branco e preto.
GRÁFICOS: devem apresentar-se sem bordas, sendo os eixos x e y com 3/4 pt, descritos com o mesmo tipo e tamanho de letras contidas no texto e a legenda na posição inferior do mesmo. Os gráficos não devem ser gravados como figura, para não impedir sua diagramação pela editoria da Revista. A numeração deve ser sucessiva em algarismos arábicos, impressos a laser, jato de tinta ou desenhados em papel vegetal.
TABELAS: evitar tabelas extensas e dados supérfluos, privilegiando-se dados médios, adequar seus tamanhos ao espaço útil do papel e colocar, na medida do
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possível, apenas linhas contínuas horizontais; suas legendas devem ser concisas e auto-explicativas.
FOTOGRAFIAS: devem ser em branco e preto; quando coloridas poderão estar sujeitas a custos que serão repassados aos autores. Na discussão, confrontar os dados obtidos com a literatura.
CONCLUSÕES: Devem basear-se exclusivamente nos resultados do trabalho. Evitar a repetição dos resultados em listagem subseqüente, buscando, sim, confrontar o que se obteve com os objetivos inicialmente estabelecidos.
AGRADECIMENTOS: Inseri-los, se for o caso, após as conclusões, de maneira sucinta.
REFERÊNCIAS: Devem incluir apenas as referências mencionadas no texto e em tabelas, gráficos ou ilustrações, aparecendo em ordem alfabética e em letras maiúsculas. Evitar citações de resumos, trabalhos não publicados e comunicação pessoal. As referências no texto devem também aparecer em letras maiúsculas, seguidas da data: SOUZA & OPAZO (2002), ou ainda (SOUZA & OPAZO, 2002); existindo outras referências do(s) mesmo(s) autor(es) no mesmo ano (outras publicações), estas deverão ser identificadas com letras minúsculas (a, b, c) após o ano da publicação: SOUZA & SILVA (2002a). Quando houver três ou mais autores, no texto será citado apenas o primeiro autor seguido de ―et al.‖, mas na listagem bibliográfica final os demais nomes também deverão aparecer. Na citação de citação, identifica-se a obra diretamente consultada; o autor e/ou a obra citada nesta é assim indicado: SILVEIRA (1998) citado por SIMÃO (2000). Quaisquer dúvidas, consultar norma NBR-6023 (Agosto de 2000) da ABNT.
2.2 ENSAIOS
É a dissertação sobre determinado assunto, mais curta e menos metódica do que um tratado formal e acabado. Deve ser redigido em linguagem de fácil compreensão, sobre assuntos de interesse para a área, por autor(es) que demonstre(m) elevada experiência sobre o assunto tratado, permitindo uma orientação para os diferentes usuários da Revista. Somente justifica-se apresentação que traga contribuição sobre o assunto e não simplesmente casos pessoais ou de interesse restrito. Com maior liberdade de estilo, em comparação com os artigos científicos, os ensaios devem, preferencialmente, conter os seguintes itens: Título; Autor(es); Resumo (Summary); Palavras-Chave (Keywords); Introdução; Descrição do Assunto; Conclusões; e Referências. Para redação desses itens devem ser seguidas as mesmas orientações para composição gráfica de artigos científicos, com as seguintes particularidades:
CABEÇALHO: A palavra ENSAIOS deve aparecer no cabeçalho da primeira página, em letras maiúsculas, sublinhadas, negritadas, centralizadas e espaçadas de 1,1 cm da margem superior.
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INTRODUÇÃO: Deve esclarecer a importância e o estágio atual do assunto bem como sua contribuição para a temática abordada, apoiando-se em revisão bibliográfica, observações e/ou pesquisas de campo, deixando claro o objetivo proposto.
DESCRIÇÃO DO ASSUNTO: Com títulos que podem ser divididos em subitens, privilegiando a fluidez do texto ao discorrer sobre o assunto, apontando as bases teóricas, trazendo experiências e recomendações, discutindo criticando abordagens, baseando-se em bibliografia, observações e/ou pesquisas de campo.
CONCLUSÕES: Somente justificam-se ensaios que tenham conclusões claras e concisas, coerentes com o(s) objetivo(s) estabelecido(s). Não devem ser uma simples reapresentação de outros parágrafos do ensaio.
REFERÊNCIAS: Seguem as orientações para ―Artigos‖ e as ―Orientações para Referências‖ descritas neste documento.
2.3 OUTRAS SEÇÕES
As Seções Pesquisas em Curso, Iniciação Científica, Notas de Divulgação Científica e Livros em Revista seguem as sugestões para ―Artigos‖ e ―Ensaios‖ descritas anteriormente. No entanto, tendo em vista algumas de suas especificidades, não apresentam necessariamente a mesma estrutura, cabendo ao(s) autor(es) observar atentamente alguns elementos importantes, tais como o limite máximo de laudas para estes tipos de texto, bem como a necessidade de identificar a seção na qual deseja publicar seu trabalho.
* * *
3. O R I E N T A Ç Õ E S P A R A R E F E R Ê N C I A S
Seguem abaixo alguns exemplos para a apresentação das referências das propostas de publicação enviadas à Revista Varia Scientia:
a) Periódicos/revistas
PEREZ FILHO, A.; TEZTESLAF, R.; TERESO, M. J. A. Efeito da irrigação na compactação de latossolos argilosos submetidos ao uso agrícola intenso. Engenharia Agrícola, Campinas, v.13, n.1, p.39-56, 1993.
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CONCEIÇÃO, G. H. Os partidos da marginalidade e as escolas do crime. Elementos para um estudo da exclusão social. Revista Varia Scientia, Cascavel, Univ. Estadual do Oeste do Paraná, v. 1, n. 1, p. 19-27, 2001.
b) Periódicos/revistas em meio eletrônico
SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov.1998. Seção Ponto de Vista. Disponível em: http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevista.htm. Acesso em: 28 nov. 1998.
c) Livros
AZEVEDO NETTO, J. M.; FERNANDEZ Y FERNANDEZ, M.; ARAUJO, R.; ITO, A. E. Manual de hidráulica. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. 669 p.
d) Capítulos de livros ou obras semelhantes
KLUTE, A.; DIRKSEN, C. Hydraulic conductivity and diffusivity laboratory methods. In: KLUTE, A. Methods of soil analysis. Madison: American Society of Agronomy, Soil Science Society of America, 1986. p. 687-734.
e) Anais de congressos, simpósios, encontros científicos ou técnicos
SERAPHIM, O.J.; TARGA, L.A.; PIEDADE JÚNIOR, C. Cálculo mecânico em sistema monofilar com retorno por terra (MRT), para eletrificação rural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 18, 1989, Recife. Anais... Jaboticabal: Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola, 1992. p. 1002-21.
ARAÚJO, A.G.; CASÃO JÚNIOR, R.; MEDEIROS, G.B.; CASTRO FILHO, C.; DORETTO, M.; NERTÉ, A.; CAVIGLIONE, J.H.; FIGUEIREDO, P.R.A. Identificação das restrições para expansão do plantio direto na região da represa de Itaipu. In: ENCONTRO LATINO AMERICANO SOBRE PLANTIO DIRETO NA PEQUENA PROPRIEDADE, 3, 1998, Pato Branco. Anais... Pato Branco: Instituto Agronômico do Paraná, 1998. 1 CD.
f) Monografias, dissertações e teses
COSTA, M.C. Caracterização hidráulica de dois modelos de microaspersores associados a três reguladores de fluxo e um mecanismo de pulso. 1994. 109 f. Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
g) Documento cartográfico (mapa, fotografia aérea, imagem de satélite, imagem de satélite digital)
BRASIL e parte da América do Sul: mapa político, escolar, rodoviário, turístico e regional. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa, color., 79 cm x 95 cm. Escala 1:600.000.
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INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo, SP). Projeto Lins Tupã: foto aérea. São Paulo, 1986. Fx 28, n.15. Escala 1:35.000.
LANDSAT TM5. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 1987-1988. Imagem de satélite. Canais 3, 4 e composição colorida 3, 4 e 5. Escala 1:100.000.
ESTADOS UNIDOS. Nacional Oceanic and Atmospheric Administration. GOES-08: SE. 13 jul. 1999, 17:45Z. IR04. Itajaí: UNIVALI. Imagem de satélite: 1999071318. GIF: 557 Kb.
h) Órgãos públicos, instituições e associações
EMBRAPA. Recomendações de adubação e calagem para o Estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Passo Fundo, 1989. 128 p.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Levantamento de reconhecimento de solos do Estado do Rio Grande do Sul. Recife, 1973. 431p. (Boletim Técnico, 30).
* * *
Itens de Verificação para Submissão
Como parte do processo de submissão, autores são obrigados a verificar a conformidade da submissão com todas os itens listados a seguir. Serão devolvidas aos autores as submissões que não estiverem de acordo com as normas.
1. A contribuição é original e inédita, e não está sendo avaliada para publicação por outra revista; caso contrário, justificar em "Comentários ao Editor".
2. Os arquivos para submissão estão em formato Microsoft Word, OpenOffice ou RTF (desde que não ultrapasse os 2MB).
3. Todos os endereços de páginas na Internet (URLs), incluídas no texto (Ex.: http://www.ibict.br) estão ativos e prontos para clicar.
4. O texto usa uma fonte de 12 pontos; emprega itálico ao invés de sublinhar (exceto em endereços URL); com figuras e tabelas inseridas no texto, e não em seu final.
5. O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos em Diretrizes para Autores, na seção Sobre a Revista.
6. A identificação de autoria deste trabalho foi removida do arquivo e da opção Propriedades no Word ou OpenOffice, garantindo desta forma o critério de sigilo da revista, caso seja submetido para avaliação por pares, conforme instruções disponíveis em Assegurando uma Avaliação por Pares Imparcial.
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Declaração de Direito Autoral
Por meio deste instrumento, em meu nome — e em nome dos demais autores porventura existentes —, cedo os direitos autorais do referido artigo à Universidade Estadual do Oeste do Paraná e declaro estar ciente de que a não-observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (n.9609 de 19/02/98).
Política de Privacidade
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