Economia do Setor PúblicoParte 3 – BNDES - 2013
CEAV
Prof: Antonio Carlos Assumpção
Introdução
Quais as origens e consequências do elevado endividamento do governo ?
Trataremos de verificar o que precisaria ter sido feito em termos de superávit / déficit primário ao longo dos últimos anos, para que a relação dívida pública / PIB ficasse estabilizada, no nível de junho de 1994.
Problemas
A elevada dívida governamental desloca a poupança privada para o setor público, reduzindo a taxa de investimento e pressiona a taxa de juros doméstica, tranformando-se em um entrave ao crescimento econômico.
Traduzindo
Déficit Público
Venda de Títulos ao Setor Privado (Aumento
da Dívida Pública)
Emissão de Moeda
Redução da Poupança Destinada ao
Financiamento do Investimento
Inflação
Redução do
Crescimento Econômico
Financiamento Consequências
Carga Tributária Bruta Total dos impostos arrecadados no país.
Carga Tributária Líquida Carga tributária bruta menos as transferências
governamentais (juros da dívida pública, subsídios, gastos com assistência e previdência social...).
Poupança do Governo em Conta Corrente Carga tributária líquida menos o consumo do governo.
Déficit Público :
Poupança Pública x Déficit Público
gg SIDéf
Definições
Logo, déficit público e despoupança do governo são conceitos diferentes e a diferença entre eles é o valor do investimento governamental.
Poupança Pública x Déficit Público (Economia Fechada)
tgtt
gt
gt
gt TIGiDDD 11
Dívida Pública
O estoque da dívida pública no período t é igual a dívida do período anterior mais os gastos correntes do governo (incluindo as transferências) mais o investimento governamental mais o pagamento de juros sobre o estoque da dívida no período anterior menos a carga tributária.
gt
gttt
gt
gt iDITGDD 11 )(
O déficit nominal mede a variação da dívida total do governo em termos nominais.
Déficit Nominal
Total das despesas menos receitas, não financeiras.
)( gttt ITG Déficit Primário:
Ajuste Fiscal nos Países da OCDE Dívida Pública (% do PIB) - Fonte: OCDE
-10,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Australia Denmark Finland Spain Sweden United States
Dívida Pública (% do PIB) - Fonte: OCDE
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
110,0
120,0
130,0
140,0
150,0
1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003
Belgium Canada Greece Italy Netherlands
Ajuste Fiscal nos Países da OCDE
Balanço Estrutural Primário (% do PIB) - Fonte: OCDE
-2.0
-1.5
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003
Área do Euro União Européia OCDE
Ajuste Fiscal nos Países da OCDE
Ajuste Fiscal nos Países da OCDE Balanço Estrutural Primário (% do PIB) - Fonte OCDE
-8.0
-6.0
-4.0
-2.0
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003
Australia Belgium Canada Denmark Finland Greece
Ajuste Fiscal nos Países da OCDE
Balanço Estrutural Primário (% do PIB) - Fonte: OCDE
-8.0
-6.0
-4.0
-2.0
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Italy Netherlands Spain Sw eden United States
Critérios e Definições
“Acima da Linha” Critério pelo qual são explicitados os fluxos de receitas e despesas.
Déficit Nominal = Gastos Totais – Receitas Totais
Déficit Primário = Déficit Nominal – Despesas Financeiras (juros)
Déficit Operacional = Déficit Nominal – Correções Monetária e Cambial
“Abaixo da Linha” Critério que observa o déficit com base na variação da dívida pública, pela ótica do seu financiamento.
Dívida Líquida do Setor Público (DLSP)
Ajuste Patrimonial (AP)
Dívida Fiscal Líquida (DFL)
Critérios e Definições
DFL = DLSP – APt = DLSP – (“Esqueletos” – Privatizações)
NFSP - Nominal
NFSPEDiiDTGDD get
gPttt
gt
gt
111
Variação da Dívida Pública
Déficit Primário
Pagamento de Juros sobre o estoque da dívida pública em poder de residentes
Pagamento de Juros sobre o estoque da dívida pública em poder de não-residentes
Financiamento Déficit Nominal
111 ttgPt
gPttt BBEDDHH
Senhoriagem
Variação da dívida em poder de residentes
Variação da dívida em poder de não-residentes
Financiamento Déficit Operacional e o Imposto Inflacionário No caso visto anteriormente, as variações na taxa de inflação podem determinar variações no déficit, já que os custos de rolagem da dívida são, em geral, indexados. Desta forma, as correções monetária e cambial podem, dado um aumento na taxa de inflação, elevar o déficit, sem que isto signifique e maiores gastos correntes. Para evitar tais distorções, usa-se o conceito de déficit operacional, que deduz do déficit nominal as correções monetária e cambial.
Déficit Operacional = Déficit Nominal – Correções Monetária e Cambial
P
HH
P
DD
P
Di
P
T
P
GlOperacionaD t
gPt
gPgPt 111.
Omitindo a correção Cambial, temos:
Financiamento Déficit Operacional e o Imposto Inflacionário
Déficit Operacional Financiamento
Onde (i - ) é a taxa real de juros.
Utilizando letras minúsculas para representar as variáveis reais e, notando que o último termo da direita, que é a variação real da base monetária é dada por :
t
tt
t
tttt h
P
HHhh
111
1 11
t
tt P
P, pois . Assim, temos:
t
ttttttttt hhhbbbitg
11111
Financiamento Déficit Operacional e o Imposto Inflacionário
Logo, as fontes de financiamento do déficit operacional são:
colocação real de títulos por parte do governo =
senhoriagem, que representa os ganhos provenientes do poder de emitir moeda que a autoridade monetária possui (aumento real da base monetária)
Imposto Inflacionário: Aumento da base monetária para manter constante a quantidade de moeda em termos reais.
1 tt bb
1 tt hhmSenhoriage
t
t1t 1
hrioInflacionápostoIm
A Curva de Laffer e o Imposto Inflacionário
Quando falamos de impostos e arrecadação tributária, em geral, temos em mente que uma alíquota de imposto maior gera uma arracadação maior. Entretanto, o economista Arthur Laffer, mostrou que existe um ponto crítico para isso. Dito de outra forma, aumentos sucessivos na alíquota de qualquer imposto fazem com que a arrecadação cresça, até certo ponto. A partir daí, a alíquota aumenta e a arrecadação decresce, pois os agentes econômicos passam a não honrar seus compromissos tributários e/ou substituir trabalho por lazer. No caso do imposto inflacionário, a alíquota é a taxa de inflação e a base tributária é a moeda em poder do público, que se desvaloriza a cada nova emissão monetária. Desta forma, quanto maior a taxa de inflação, maior será a arrecadação do imposto por parte do governo,mas até certo ponto, pois conforme a taxa de inflação vai aumentanto, os agentes econômicos vão demandando cada vez menos moeda, diminuindo a base tributária e, portanto, a arrecadação. Na verdade, a arrecadação cresce até o ponto em que a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de inflação não ultrapassa a unidade. O raciocínio de A. Laffer pode ser representado graficamente, da seguinte forma:
Efeito Olivera-Tanzi Quando a inflação é elevada a arrecadação real do governo
pode diminuir pelo tempo decorrido entre o fato gerador e a efetiva coleta do imposto. Geralmente os governos evitam tal efeito reduzindo os prazos de recolhimento e/ou indexando os tributos diariamente.
Efeito Patinkin Possível ganho real para as finanças do governo em momentos
de elevada inflação pela possibilidade de gastos reais menores através do atraso no pagamento de suas despesas.
Algumas Observações Sobre o Comportamento dos Gastos do Governo
Lei de Wagner Os gastos do governo devem crescer em um ritmo mais
acelerado do que o PIB em razão das questões da administração, segurança, educação,distribuição de renda e regulação. Musgrave e Herber associam isso ao estágio de industrialização do país.
Rostow Os gastos e investimentos em programas sociais
crescerão mais ao longo do tempo, relativamente aos outros gastos.
A Razão Dívida / PIB
Y
D
Y
DDd
gt
gt
gt
t11
A razão dívida / PIB pode ser esrita como:
Variação da razão dívida/PIB
Razão dívida/PIB do período anterior
hs
Y
Rdd tt
1
11
A Razão Dívida / PIB Com alguma álgebra encontramos a expressão que
mostra a evolução da razão dívida / PIB , onde R é a taxa real de juros incidente sobre a dívida pública, é a taxa de crescimento real do PIB, s é o superávit primário (% do PIB) e h a senhoriagem (% do PIB).
Y
* - Na verdade, muita álgebra.
A expressão anterior nos mostra que a razão dívida / PIB cresce toda vez que a taxa real de juros incidente sobre a dívida supera a taxa de crescimento real do PIB, a não ser que tal diferença seja compensada pela geração de superávits primários e/ou parte do financiamento do déficit nominal ocorra através de emissão monetária.
A Razão Dívida / PIB
O Superávit Primário Requerido Para Estabilizar a Relação Dívida / PIB
Podemos então calcular o superávit primário requerido para estabilizar a relação dívida / PIB, para determinados níveis de crescimento real, taxa real de juros e senhoriagem:
hdY
YRs t
1
1
D ívida / P IB C resc. R eal = 3% ; Inflação 2% ; Senho riagem / P IB = 0,2% ; Super. P rimário / P IB = 0,92%
15%
25%
35%
45%
55%
65%
75%
0 5 10 15 20 25 30 35 40
i = 8% i = 9% i = 7%
O Superávit Primário Requerido Para Estabilizar a Relação Dívida / PIB
1980 – 1993: Contexto de desordem das contas públicas e de déficit
operacional artificialmente reprimido pela elevada taxa de inflação.
A partir de 1991 temos o início das séries com as estatísticas fiscais “acima da linha” do governo central.
A partir de 1995 temos o início das séries com as estatísticas fiscais “abaixo da linha” do governo central, estados e municípios e empresas estatais.
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
Fatos marcantes a partir da década de 90 a privatização de diversas empresas estatais, especialmente importante no que se refere
às empresas estaduais, o que mudou significativamente o resultado primário das mesmas;
a venda de diversos bancos estaduais de propriedade estatal, o que acabou com um mecanismo clássico de financiamento dos déficits públicos estaduais;
o Plano Real, de 1994, que devido ao fim da altíssima inflação, contribuiu para ampliar muito a transparência das contas públicas, ao se poder aferir com maior precisão o verdadeiro significado das variáveis nominais, o que era impossível quando a inflação era de 3.000% ou 4.000% ao ano (a.a.);
a realização de três reformas parciais do sistema previdenciário, duas delas no Governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) e uma no Governo Lula;
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
a renegociação das dívidas estaduais em 1997-1998, processo esse que esteve na raiz do ajustamento fiscal pelo qual passaram os estados e municípios a partir de 1999;
a adoção de um sistema de metas razoavelmente rígidas de resultado primário para o setor público consolidado, religiosamente cumpridas desde então, a partir de 1999;
as medidas de aumento da receita para viabilizar um profundo ajuste fiscal, em 1999, prática posteriormente repetida diversas vezes; e
a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no segundo mandato de FHC, consolidando o processo iniciado com a privatização dos bancos estaduais e continuado com a renegociação das dívidas estaduais e municipais, fruto de uma reflexão acerca da importância de definir regras formais como parte de uma abordagem fiscal baseada na definição de novas instituições.
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
Caracterização dos resultados fiscais em 4 sub-períodos
O período Collor/Itamar Franco (1990-1994) pode ser definido como estando associado a um “déficit reprimido”. Com
efeito, em contraste com o Governo Sarney (1995-1989) em cujos cinco anos as Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP) no conceito operacional, foram de 5,1% do PIB, nos cinco anos de 1990 a 1994 elas foram em média estritamente “zeradas”, graças a uma combinação de melhora do resultado primário e redução das despesas com juros reais expressas como proporção do PIB. Em parte, porém, essa melhora do resultado primário envolveu um componente algo espúrio, uma vez que melhora foi baseada na facilidade que a alta inflação permitia para ajustar o valor das despesas reais em função dos objetivos fiscais do governo em um contexto de receitas razoavelmente indexadas à inflação.
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
O Período FHC (1995-1998) Em contraste com isso, os anos do primeiro Governo FHC
(1995-1998) podem ser definidos como sendo de “déficit aberto”. Com efeito, o resultado primário consolidado do setor público, que, na média de 1990-1994, fora de 2,8% do PIB, tornou-se um déficit de 0,2% do PIB na média de 1995-1998. Isso, somado às despesas de juros – já expressas em termos nominais – de 6,0% do PIB, gerou um déficit nominal médio de 6,2% do PIB no período, em que pese a retórica de austeridade do governo na época. Nesse contexto, a dívida líquida do setor público (DLSP), que no começo do Plano Real, em 1994, era de 30% do PIB, atingiu 39% do PIB quatro anos depois.
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
O Período FHC (1999-2002) pode ser definido como sendo de “ajuste com endividamento”,
após o forte ajuste primário de 1999. Embora a menor despesa com juros reais e o ajustamento primário tenham diminuído as NFSP nominais do período para 4,0% do PIB, estas continuaram sendo importantes. Ao mesmo tempo, o expressivo aumento da importância relativa da dívida pública associada à taxa de câmbio e o reconhecimento de passivos contingentes acabaram elevando a dívida pública para perigosos 51% do PIB no final de 2002.7
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
O Governo Lula (2003- 2010) Finalmente, os anos Lula, de 2003 em diante, caracterizaram-se
por uma fase de “controle do endividamento”, com progressiva redução da importância relativa do endividamento público, que, na última informação disponível, referente a setembro de 2007, tinha sido reduzido para 44% do PIB. São esses grandes números que iremos analisar em maiores detalhes. Antes, porém, cabe deixar registrada a constância da melhora na qualidade das estatísticas fiscais verificada no período.
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
Cabe salientar que o ajuste fiscal iniciado em 1999 esteve, durante todo o período, concentrado no aumento da carga tributária, principalmente através das contribuições (Cofins, CPMF, etc).
Durante todo o período a carga tributária aumentou.
Durante todo o período os gastos correntes do governo aumentaram como proporção do PIB, principalmente os chamados gastos sociais.
Contas Públicas: O Caso Brasileiro
2530354045505560
1991
.01
1992
.01
1993
.01
1994
.01
1995
.01
1996
.01
1997
.01
1998
.01
1999
.01
2000
.01
2001
.01
2002
.01
2003
.01
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.01
2005
.01
2006
.01
2007
.01
2008
.01
2009
.01
DFL - (% PIB) DLSP - (% PIB)
O Caso BrasileiroResultado Fiscal - Média Por períodos - (% do PIB)
Superávit Primário NFSPPeríodo GC EM EE Total JN Nom Oper
1985-1989 -0.40 0.10 1.00 0.70 nd nd 5.11990-1994 1.60 0.60 0.60 2.80 nd nd 0.01995-1998 0.30 -0.40 -0.10 -0.20 6.0 6.20 4.801999-2002 1.90 0.60 0.80 3.30 7.3 4.00 0.202003-2006 2.50 0.90 0.70 4.10 7.3 3.20 1.30
2007 2.29 1.15 0.01 3.45 6.4 2.95 0.402008 2.47 1.06 0.16 3.69 5.66 1.97 -0.742009 1.33 0.66 0.04 2.03 5.37 3.342010 2.14 0.56 0.07 2.77 5.32 2.55
Resultados Recentes – (crise 2009)
-4.00 -3.00 -2.00 -1.00 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00
2009-1 2009-2 2009-3 2009-4 2009-5 2009-6 2009-7 2009-8
Primário Nominal Juros NominaisNFSP (% PIB) - Total
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
1991
01
1991
09
1992
05
1993
01
1993
09
1994
05
1995
01
1995
09
1996
05
1997
01
1997
09
1998
05
1999
01
1999
09
2000
05
2001
01
2001
09
2002
.05
2003
.01
2003
.09
2004
.05
2005
.01
2005
.09
2006
.05
2007
.01
2007
.09
2008
.05
2009
.01
2009
.09
2010
.05
2011
.01
2011
.09
2012
.05
2013
.01
Dívida - total - setor público - líquida (% PIB)
O Esforço Fiscal Traduzido em Redução da DLSP
Evolução da Carga Tributária
05
10152025303540
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Carga tributária - total - (% PIB)
Impostos Federais
39.99%
8.22%
3.59%4.24%0.24%
25.17%
9.18%6.58%
2.80%IR
IPI
II
IOF
CPMF
COFINS
CSLL
PIS/Pasep
Demais
Impostos Federais (% do PIB) - 2008
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1995
.01
1995
.07
1996
.01
1996
.07
1997
.01
1997
.07
1998
.01
1998
.07
1999
.01
1999
.07
2000
.01
2000
.07
2001
.01
2001
.07
2002
.01
2002
.07
2003
.01
2003
.07
2004
.01
2004
.07
2005
.01
2005
.07
Títulos - federais - indexados ao câmbio - (%)
Títulos - federais - indexados à Over / Selic - (%)
Títulos - federais - indexados a índice de correção pré-fixado - (%)
Crescimento da relação dívida / PIB associada ao crescimento dos déficits primários até 1998, quando o governo deveria estar gerando superávits devido a elevada taxa real de juros.
O Caso Brasileiro
20
25
30
35
40
45
50
55
60
1994
06
1994
11
1995
04
1995
09
1996
02
1996
07
1996
12
1997
05
1997
10
1998
03
1998
08
1999
01
1999
06
1999
11
2000
04
2000
09
2001
02
2001
07
2001
12
(DL
SP
/ P
IB)
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
(Déf
icit
Pri
már
io)
DLSP / PIB Déficit Primário
Após 1998 o crescimento da relação dívida / PIB esteve associado ao comportamento da taxa de câmbio e da parcela da dívida pública indexada à taxa de câmbio, pois a partir desta data o governo passa a implementar o ajuste fiscal, perseguindo a estabilidade da relação dívida / PIB.
20
25
30
35
40
45
50
55
60
1994
06
1994
11
1995
04
1995
09
1996
02
1996
07
1996
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1997
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1998
03
1998
08
1999
01
1999
06
1999
11
2000
04
2000
09
2001
02
2001
07
2001
12
(DL
SP
/ P
IB)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
(Tax
a N
om
inal
de
Câm
bio
)
DLSP / PIB Taxa Nominal de Câmbio
A Estrutura Tributária no Brasil
Constituição de 1988Vigência a partir de março de 1989
Impostos Federais
Imposto de ImportaçãoIPI Repartido com Estados e MunicípiosImposto de Renda Repartido com Estados e MunicípiosImpostos ExtraordináriosImposto sobre ExportaçãoIOFITRImpostosobre o Patrimônio
Impostos Estaduais
ICMSImposto de Transmissão de BensIPVAAdicional de IR sobre Rendas de Capital
A Estrutura Tributária no Brasil
Impostos Municipais
Imposto de Transmissão IntervivosIPTUISS
Contribuições Federais
Contribuições para a Previdência SocialEmpregados - 7,65% / 8,65% / 9% / 11%Empregadores - 20%Instituições financeiras - 22,5%
CofinsFaturamento - 3%
PIS-PasepReceita operacional Brura - 0,65%
CSLLFaturamento e Lucro
CPMFMovimentação Financeira
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)Produtor e Importador de Combustíveis
A Estrutura Tributária no Brasil
Contribuições Para a Previdência Social e Contribuição Social Para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), como os nomes sugerem, financiam a seguridade social
Os recursos do PIS-Pasep integram a receita do FAT, que custeia o seguro-desemprego e o abono salarial. A Constituição de 1988 estabeleceu que, no mínimo, 40% da arrecadação fosse destinada aos programas de desenvolvimento via BNDES.
CSLL: toda a arrecadação é transferida para a o Tesouro Nacional.
CPMF: financiamento e custeio da saúde.(0,20% para o Fundo Nacional de Saúde, 0,10% para o custeio da previdência e 0,08% para o Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza.
Destino dos recursos:
Fundo de Participação dos Estados e Municípios O total dos recursos do FPE é obtido multiplicando-se
uma alíquota de 21,5% sobre a receita total do imposto de renda + IPI.
O total dos recursos do FPM é obtido multiplicando-se uma alíquota de 22,5% sobre a receita total do imposto de renda + IPI.
OBS. Legislação vigente desde 1993.
A LRF, promulgada em 2000 é uma lei complementar (Lei Complementar 101/2000) que regula o artigo 163 da Constituição Federal.
Define normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Abrange União, Estados e Municípios, seus poderes e entidades da administração indireta, excluídas as empresas que não dependem do tesouro ao qual se vinculam.
A Lei de Responsabilidade Fiscal
Gastos com Pessoal Na LRF, há limites de gastos com pessoal,
como percentual das receitas (receita corrente líquida), para os três Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim distribuídos:
A Lei de Responsabilidade Fiscal
União os limites máximos para gastos com pessoal (50%
da Receita Corrente Líquida) são assim distribuídos: 2,5 % para o Poder Legislativo incluindo o Tribunal
de Contas 6 % para o Judiciário 0,6 % para o Ministério Público da União 40,9 % para o Poder Executivo
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Estados os limites máximos para gastos com pessoal (60% da
Receita Corrente Líquida) serão: 3% para o Poder Legislativo incluindo o Tribunal de
Contas 6% para o Poder Judiciário 2% para o Ministério Público 49% para as demais despesas de pessoal do
Executivo.
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Municípios, os limites máximos para gastos com
pessoal (60% da Receita Corrente Líquida) serão:
6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas
54% para o Executivo
A Lei de Responsabilidade Fiscal
Se o governante verificar que ultrapassou os limites para despesa de pessoal, deverá tomar providências para se enquadrar, no prazo de oito meses. Mas, se depois disso, continuarem a existir excessos, ele sofrerá penalidades.
A partir da entrada em vigor da LRF, haverá uma regra de transição, que permite que os excessos de despesa com pessoal sejam eliminados nos dois exercícios seguintes, sendo - no mínimo, 50% do excedente por ano.
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O Senado Federal estabelecerá limites para a dívida pública, por proposta do Presidente da República. Tais limites serão definidos também como percentuais das receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Isto significa que os governantes deverão respeitar a relação entre a dívida e sua capacidade de pagamento. Ou seja, o governante não poderá aumentar a dívida para o pagamento de despesas correntes.
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Se o governante verificar que ultrapassou os limites de endividamento, deverá tomar providências para se enquadrar, dentro do prazo de doze meses, reduzindo o excesso em pelo menos 25%, nos primeiros quatro meses. Mas, se depois disso, continuarem a existir excessos, a administração pública ficará impedida de contratar novas operações de crédito.
A Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei estabelece que nenhum governante poderá criar uma nova despesa continuada - por prazo superior a dois anos - sem indicar sua fonte de receita ou a redução de uma outra despesa.
A Lei estabelece que a contratação de operações de crédito em cada exercício fica limitada ao montante da despesa de capital (regra de ouro).
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Ano de Eleição A Lei de Responsabilidade Fiscal contém restrições
adicionais para controle das contas públicas em anos de eleição, com destaque para o seguinte: fica impedida a contratação de operações de crédito por
antecipação de receita orçamentária (ARO); é proibido ao governante contrair despesa que não possa
ser paga no mesmo ano. A despesa só pode ser transferida para o ano seguinte se houver disponibilidade de caixa;
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é proibida qualquer ação que provoque aumento da despesa de pessoal nos Poderes Legislativo e Executivo nos 180 dias anteriores ao final da legislatura ou mandato dos chefes do Poder Executivo.
Na medida em que os administradores de recursos públicos respeitem a LRF, agindo com responsabilidade, o contribuinte deixa de pagar a conta, seja por meio do aumento de impostos, redução nos investimentos ou cortes nos programas que atendam à sociedade
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De acordo com a LRF, fica proibida a concessão de novos financiamentos e refinanciamentos de dívidas entre a União, Estados e Municípios.
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