Professor João Coelho
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 1
ECONOMIA DA REGULAÇÃO
TCU 2017
Prof. João Coelho1
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EDITAL TCU 2013 - NOÇÕES DE ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO E DA REGULAÇÃO: 1 Introdução: o sistema de contas nacionais e as identidades macroeconômicas básicas. 1.1 Produto agregado e os
problemas de mensuração. 1.2 Produto nominal x produto real. 1.3 Contas do sistema monetário. 1.4 Noções básicas do balanço de pagamentos. 2 O modelo keynesiano básico: o multiplicador e o papel dos gastos do governo. 3 O modelo IS/LM: impactos das políticas monetária e fiscal. 3.1 Políticas macroeconômicas em
diferentes regimes cambiais. 3.2 A avaliação do gasto público. 3.3 O financiamento do setor público no Brasil. 3.4 Conceitos de regulação, desregulação e re-regulação. 4 Teoria econômica de indústrias reguladas. 5 Estrutura de mercado, concorrência perfeita e monopolística, oligopólio, monopólio. 6
Falhas de mercado, externalidades, bens públicos,
assimetria de informação (seleção adversa e perigo moral). 7 Regulação e formação de preços para estruturas de mercado de concorrência imperfeita. 8 Conceitos básicos sobre regimes tarifários. 9 Tarifação por custo de serviço. 10 Tarifação por preço teto. 11 Regulação por incentivos. 12 Regulação para competição.
EDITAL ANTAQ 2014 - 1 Descentralização de atividades. 2 Atuação do Estado no domínio econômico 3 Programa Nacional de Desestatização 4 Serviços públicos e regulação estatal. 5 Atribuições das instituições públicas na
1 João Coelho é Bacharel em Direito pela Universidade de Brasília (UnB),
pós-graduando em Políticas Públicas e Gestão Governamental (IGEPP-UCAM), com extensão em Direito da Concorrência (FGV -2011). Aluno especial do Mestrado em Direito (UnB) desde 2013, com interesses e pesquisas desenvolvidas nas áreas de Direito Administrativo-Econômico (Direito da Regulação), Direito Antritruste e Direito dos Transportes. Atualmente, é pesquisador vinculado ao Núcleo de Direito Setorial e Regulatório da UnB (NDS-UnB). Membro efetivo do Grupo de Estudos em Direito dos Recursos Naturais da UnB (GERN-UnB) e do recém-fundado grupo de Estudos em Direito dos Transportes da UnB (GETRA-UnB). Foi pesquisador voluntário do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes da UnB (CEFTRU-UnB) em pesquisa solicitada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
Desenvolveu pesquisas, em nível de iniciação científica (2009-2011), com apoio do CNPq, sobre Regulação do Setor Elétrico. Atuou na Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Foi Chefe da Divisão de Análise de Infrações nos Setores de Serviços e Infraestrutura e membro da Coordenação-Geral de Assuntos Jurídicos do
formulação de políticas e na regulação dos serviços públicos delegados. 6 Delegação de serviços públicos: concessões, permissões e autorizações 7 Licitação para outorga de delegação de serviço público. 8 Contrato de concessão de serviço público: características, conceito, efeitos trilaterais, intervenção, extinção, equilíbrio econômico-
financeiro, política tarifaria. 9 Prestação do serviço adequado. 10 Direitos e deveres do concessionário, do poder concedente e do usuário 11 Responsabilidade extracontratual dos concessionários EDITAL TCU 2015: .4 Conceitos de regulação,
desregulação e re-regulação. 4 Teoria econômica de indústrias reguladas. 5 Estrutura de mercado, concorrência perfeita e monopolística, oligopólio, monopólio. 6 Falhas de mercado, externalidades, bens públicos, assimetria de informação (seleção adversa e perigo moral). 7 Regulação e formação de
preços para estruturas de mercado de concorrência imperfeita. 8 Conceitos básicos sobre regimes tarifários. 9 Tarifação por custo de serviço. 10 Tarifação por preço teto. 11 Regulação por incentivos. 12 Regulação para competição.
PARTE 1 – MODELOS DE ESTADO E PERFIL
INSTITUCIONAL DAS AGÊNCIAS
Noção primitiva: Regulação é atividade de ordenação do
mercado.
Mercado é uma estrutura de alocação dos recursos
econômicos (bens e serviços escassos) de uma sociedade
através de trocas livres entre compradores e vendedores.
Regulação da Economia pelo Mercado
Regulação natural do mercado: mecanismos de
alocação entre oferta e demanda
Sem interferência externa na formação de preços,
Departamento de Proteção e Defesa Econômica da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça (CGAJ-DPDE-SDE-MJ), tendo composto a delegação brasileira no encontro anual da International Competition Network (ICN Rio 2012). Analista Processual do MPU, já foi lotado no Ministério Público Federal junto ao CADE e na Assessoria Técnica da Secretaria de Relações Institucionais do Gabinete do Procurador Geral da República. Atualmente, é Assessor de Subprocurador-Geral da República Nicolao Dino. É Professor de Língua Portuguesa para seleções de escolas militares, vestibulares e concursos, com ênfase em Redação, desde 2005. Professor de Direito Administrativo e Direito Econômico, com ênfase em Regulação e Concorrência.
Aprovado nos concursos da Agência Nacional de Águas (ANA - Técnico), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC - Técnico Administrativo e Especialista em Regulação), da Agência Nacional do Petróleo (ANP - Especialista), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT - Especialista em Regulação: Direito), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ - Especialista em Regulação), na carreira de Analista Técnico de Políticas Sociais do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (ATPS-MPOG), bem como em seleções da área jurídica (TJDFT e MPU) e da área legislativa (TCE-RJ, Analista-CD e TCDF).
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quantidades, padrões técnicos, índices de
qualidade, que seriam variáveis determinadas
pelo próprio processo de trocas
Sem sanções nem controles estatais
Maximização do lucro privado como decorrência
do comportamento racional dos agentes
Pressupostos: concorrência perfeita e ausência
de falhas de mercado
Sanção meramente econômica (e não jurídica):
prejuízo
Fundamento: contrato
Pressupostos: igualdade formal; liberdade
contratual, facilitação das trocas
Limitações: não consegue transformar eficiência
produtiva em eficiência alocativa, o que gera
concentração de poder de mercado, limitação da
concorrência, monopolização, diminuição dos
incentivos à inovação, aumento arbitrário de
lucros, inflação, perda de bem-estar, abuso de
direito
Modelo de Estado Liberal
Superação do Absolutismo: Revoluções
Burguesas
Afirmação da liberdade como valor
fundamental
Influências na CF/88: liberdade de
manifestação de pensamento; de consciência e
crença; de atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação; de locomoção; de
trabalho ou profissão; de atividade econômica
Defesa da propriedade: limitação ao poder de
tributar, de desapropriar, de influenciar o
processo de trocas, o qual deveria resultar da
livre disposição dos particulares
“Mão Invisível” de Adam Smith
Estado deveria apenas realizar a defesa
externa, administrar a Justiça, fornecer força
policial, sem participar da economia nem nela
intervir
Regulação da Economia pelo Estado
Regulação artificial do mercado: intervenção nos
mecanismos de alocação entre oferta e demanda
Interferência estatal na formação de preços,
quantidades, padrões técnicos, índices de qualidade
Controles estatais indiretos fortalecidos mediante
fiscalização, controle, normatização, punição,
premiação, planejamento, definição de metas,
concessão de incentivos e fomento
Controle estatal direto por participação na atividade
econômica
Pressupostos: concorrência imperfeita, falhas de
mercado, atividades de relevante interesse social,
aumento do pleno emprego, oportunidade de
aumento do patrimônio estatal
Sanção jurídica organizada => Fundamento: lei +
regulação normativa
Pressupostos: busca da igualdade material; função
social da propriedade, limites à liberdade contratual,
proteção do consumidor
Modelo de Estado de Bem-Estar Social
Evolução do Liberalismo Clássico
Papel imprescindível do Estado na
concretização dos direitos
Efeitos da 1ª Guerra Mundial e da Grande
Depressão (1930)
Concepção de Estado no plano econômico
agente fundamental da economia que concebe o
processo produtivo e de circulação de riquezas
como instrumento de realização de objetivos
públicos
• Planejamento: planificação da Economia de
modo obrigatório para setores público e privado
• Atuação direta na Economia: oferecimento
de utilidades e serviços materiais de
utilidade pública
• Prestação direta de serviços de serviços
comerciais e industriais
• Monopolização de atividades, setores e bens
econômicos
• Criação de empresas estatais => Estado
Empresário
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Estado de Bem-Estar Social no Brasil
Governos de Getúlio Vargas I (1930) e II
(1950)
Intensa ordenação da atividade econômica:
Modelo de Estado Desenvolvimentista
Tentativas de superar a Administração Pública
Patrimonialista e de implantar a Administração
Burocrática (meritocracia) - Criação do DASP
(Departamento Administrativo do Serviço Público)
Forte Intervencionismo nos setores de
infraestrutura, produção e comércio: Instituto do
Açúcar e do Álcool (1933), Departamento Nacional
do Café (1936); Instituto Nacional do Mate (1938);
Conselho Nacional do Petróleo (1938); Instituto
Nacional do Sal (1940); Companhia Siderúrgica
Nacional (1941); Companhia Vale do Rio Doce
(1943) etc..
Autarquias econômicas: só existiram nesse
período!
Aumento da participação acionária do Estado:
compra de ativos de empresas privadas
Intensificou-se a intervenção regulatória, mas
em termos autoritários (sem participação popular)
Governo Juscelino Kubitscheck
Atracação de capital estrangeiro das
multinacionais
Plano de Metas
Comissão de Simplificação Burocrática (COSB)
e Comissão de Estudos e Projetos Administrativos
Criação de empresas estatais em diversos
setores: SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA e
EMPRESAS PÚBLICAS
Governos Militares
Reforma Administrativa: Decreto-Lei nº200/1967:
fortalecimento da Administração Indireta (modelo de
Estado empresário)
Tentativa de Implantação do modelo de Administração
Gerencial
x
Fortalecimento do Poder Executivo: edição de
decretos-leis; leis delegadas e regulamentos
“Milagre Econômico”: diversificação das
atividades produtivas, aumento do PIB, criação de
uma renovada classe média urbana
Aumento expressivo da participação estatal por
meio das empresas estatais: ampliação das
holdings da família “Bras”: Eletrobrás, Portobrás,
Petrobrás; Nuclebras; Embratur; Embrafilme
Tentativas de aumentar a participação privada:
Programa Nacional de Desburocratização –
Decreto nº 83.740/79
Conselho Interministerial de Privatização - Decreto nº
91.991/85
Endividamento das Empresas Estatais: o uso
das empresas estatais como instrumento de
política econômica (manutenção artificial de
tarifas baixas para conter a inflação) e
contratação de empréstimos por elas no exterior
(aumento da dívida externa) culminaram em
crise fiscal e dificuldade do financiamento
externo.
Ascensão do Neoliberalismo:
Com os governos conservadores na Grã-Bretanha
(Margareth Tatcher) e nos EUA (Ronald Reagan),
implementou-se o modelo de Administração
Gerencial, cujos objetivos eram a redução dos custos
e ao aumento da eficiência e produtividade.
No setor público, a ideia era diminuir o tamanho do
Estado (“rolling back the state”): privatização de
empresas nacionalizadas no pós-guerra,
desregulamentação, devolução de atividades
governamentais à iniciativa privada (depublicatio)
ou à comunidade e as tentativas de reduzir os gastos
públicos.
Redemocratização
Conselho Federal de Desestatização – Decreto nº
95.886/88
Programa Nacional de Desestatização – Lei nº
8.031/1990
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CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Desnacionalização: diminuição relativa do
capital nacional (estatal) na Economia, devido
aumento do capital de empresas estrangeiras
nas atividades econômicas e nos serviços
públicos: aumento das reservas internacionais,
pagamento da dívida externa.
Desregulamentação: diminuição da
disciplina legal aplicada a um determinado
setor ou atividade, permitindo maior
flexibilidade e liberdade à conformação privada
dos atores (consumidores, produtores,
indústria). Ex.: fim do tabelamento de preços
(regulação pelo mercado)
Deslegalização: diminuição da quantidade de
matérias tratadas apenas por leis em sentido
formal (produzidas pelo Poder Legislativo
segundo os ritos e formalidades do processo
legislativo – art. 59, CF/88) e aumento
consequente da disciplina normativa conferida
ao ente regulador
Re-regulação: Setores que voltaram ao
exercício prioritário da iniciativa privada ou que
passaram a ser explorados diretamente por ela
após a depublicatio da atividade passaram a
sofrer, em lugar do antigo controle direto, a
intervenção indireta por meio de normatização,
controle, fiscalização
Desestatização: diminuição acionária e/ou
operacional da participação estatal na
Economia, em virtude dos elevados custos de
manutenção da máquina pública e da
insustentabilidade do gasto público como motor
do crescimento e da inovação
Redimensionar o tamanho
econômico do Estado retorno de
atividades “indevidamente exploradas
pelo setor público”
Diminuição da dívida pública
saneamento das finanças do setor
público;
Retomada de investimentos nas empresas
e atividades que vierem a ser transferidas
à iniciativa privada
Modernização do parque industrial do
País
Concentração de esforços estatais
nas atividades em que sua presença
seja fundamental
Fortalecimento do mercado de
capitais
5.1 - Desestatização por alienação de ativos:
diminuição física da máquina estatal
1º PND – Lei nº 8.031/90: Inclusão de
68 empresas estatais
Arrecadados US$ 4 bilhões; alienadas
18 empresas do setor de siderurgia,
fertilizantes e petroquímicas
2º PND - Lei nº 9.491/97:
aprofundamento das privatizações e
concessões
5.2 - Desestatização por alienação de ativos
combinada com concessão de serviços públicos
Diminuição física da máquina estatal +
delegação do serviço à empresa
desestatizada:
(Lei 9.074/97) Art. 27. Nos casos em que os
serviços públicos, prestados por pessoas jurídicas
sob controle direto ou indireto da União, para
promover a privatização simultaneamente com a
outorga de nova concessão ou com a prorrogação
das concessões existentes a União, exceto quanto
aos serviços públicos de telecomunicações,
poderá: I - utilizar, no procedimento licitatório,
a modalidade de leilão, observada a necessidade
da venda de quantidades mínimas de quotas ou
ações que garantam a transferência do controle
societário;
5.3 - Desestatização por delegação: Estímulo à
exploração privadados serviços públicos,
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transferindo os riscos, custos e investimentos
necessários à expansão e à universalização
para os concessionários e permissionários,
diminuindo a atuação funcional da máquina
estatal
“Art. 4º As desestatizações serão executadas
mediante as seguintes modalidades operacionais:
I - alienação de participação societária, inclusive
de controle acionário, preferencialmente mediante
a pulverização de ações;
II - abertura de capital;
III - aumento de capital, com renúncia ou cessão,
total ou parcial, de direitos de subscrição;
IV - alienação, arrendamento, locação, comodato
ou cessão de bens e instalações;
V - dissolução de sociedades ou desativação parcial
de seus empreendimentos, com a conseqüente
alienação de seus ativos;
VI - concessão, permissão ou autorização de
serviços públicos.
VII - aforamento, remição de foro, permuta, cessão,
concessão de direito real de uso resolúvel e
alienação mediante venda de bens imóveis de
domínio da União.”
Plano Diretor de Reforma do Aparelho do
Estado
• Comparado ao PND é um programa muito mais
amplo e ambicioso (seu objeto é o ESTADO)
processa-se em vários níveis (jurídico, político,
institucional etc.) e alcança todos os âmbitos
do Estado brasileiro (área econômica,
administrativa, fiscal dentre outras)
• A estrutura do PDRAE:
– Diagnóstico: “Crise do Estado” (não de
governo)
– Descrição: identificação de diferentes
funções no Estado
– Objetivos: (i.) gerais (p. 45); (ii.)
setoriais
– Medidas: adoção de soluções para a crise,
em conformidade com as diferentes
funções.
• Diagnóstico de “crise do Estado”
– Crise fiscal decréscimo da poupança e
do crédito públicos
– Crise da estratégia estatizante (estatismo,
substituição de importações etc.)
– Crise do funcionamento da burocracia (AP)
– rigidez, ineficiência e manutenção de
velhas práticas
Para completar, o “retrocesso burocrático de 1988”
“engessamento” da burocracia (p. 21)
Queda do Estado-Providência e Ascenção de Estado
Regulador
Doutrina do Estado Mínimo (na Economia)
Modificação do papel do Estado: abandono da
responsabilidade pelo “desenvolvimento econômico e social
pela via da produção de bens e serviços para fortalecer-se
na função de promotor e regulador desse desenvolvimento".
“NÚCLEO ESTRATÉGICO. Corresponde ao governo, em
sentido lato. É o setor que define as leis e as políticas
públicas, e cobra o seu cumprimento. É portanto o setor
onde as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde
aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e,
no poder Executivo, ao Presidente da República, aos
ministros e aos seus auxiliares e assessores diretos,
responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas
públicas.”
“ATIVIDADES EXCLUSIVAS. É o setor em que são
prestados serviços que só o Estado pode realizar. São
serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o
poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como exemplos
temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a
previdência social básica, o serviço de desemprego, a
fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço
de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o
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controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica,
o serviço de emissão de passaportes, etc.”
SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS. Corresponde ao setor
onde o Estado atua simultaneamente com outras
organizações públicas não-estatais e privadas. As
instituições desse setor não possuem o poder de Estado.
Este, entretanto, está presente porque os serviços
envolvem direitos humanos fundamentais, como os
da educação e da saúde, ou porque possuem
“economias externas” relevantes, na medida que
produzem ganhos que não podem ser apropriados
por esses serviços através do mercado. As
economias produzidas imediatamente se espalham para
o resto da sociedade, não podendo ser transformadas
em lucros. São exemplos deste setor: as universidades,
os hospitais, os centros de pesquisa e os museus.
PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O
MERCADO. Corresponde à área de atuação das
empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas
voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho
do Estado como, por exemplo, as do setor de infra-
estrutura. Estão no Estado seja porque faltou capital
ao setor privado para realizar o investimento, seja
porque são atividades naturalmente monopolistas,
nas quais o controle via mercado não é possível,
tornando-se necessário no caso de privatização, a
regulamentação rígida.
As reformas preconizadas pelo PDRAE
• Ajuste fiscal (responsabilidade fiscal)
• Reforma da previdência social
• Reformulação do modo de funcionamento
da AP
DA AP BUROCRÁTICA À AP GERENCIAL
– Maior autonomia ao gestor público,
compensada por um maior controle a
posteriori
– Substituição do controle
procedimental prévio pelo controle a posteriori
de resultados
– Contratualização das relações intra-
administrativas (contrato de gestão)
– Aproximação das técnicas administrativas
àquelas empresariais privadas (concorrência
interna, metas e resultados, remuneração
compatível com o mercado etc.)
– Retração do Estado no plano da ação
prestacional direta e reforço (qualificação) de
sua ação reguladora
– Terceiro setor novas formas de relação
público-privado (“parceiras”)
– Privatizações (na linha do PND) medida
mais imediata
– Delegações uso da concessão e permissão
+ agências
• De “administrado” a “cliente”, de “burocrata”
a “gestor” palavra chave é EFICIÊNCIA
(maior produtividade com menor volume de
recursos)
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ASCENÇÃO DO NOVO ESTADO REGULADOR
1. Segmentação dos setores de atuação
estatal: Núcleo Estratégico (1º Setor);
Atividades Exclusivas e Serviços Públicos
Próprios (2º Setor); Serviços Públicos
Impróprios e Serviços Sociais (3º Setor)
2. Superação do intervencionismo direto, da
planificação econômica, do controle de
preços
3. Liberalização da atividade econômica :
produção de bens e serviços para o
mercado
4. Intervenção indireta e excepcional nos
mecanismos de alocação entre oferta e
demanda
5. Incremento da eficiência aplicado à seara
econômica e à Administração Pública
6. Aumento da arrecadação tributária como
decorrência do estímulo à atividade
econômica (e não mais via pagamento de
tarifas pelos usuários)
7. Fomento à atuação de entidades da
sociedade civil em áreas de interesse
público e relevância social (“terceiro
setor”) => diminuição do gasto público +
atendimento das demandas sociais +
‘aquecimento’ da atividade econômica
8. Defesa da concorrência nas atividades
econômicas => Controle Preventivo,
Repressivo e “Advocacia da Concorrência”
9. Interferência indireta na formação de
preços, lucros, custos, quantidades
(variáveis tipicamente de mercado) e na
definição de padrões técnicos e índices de
qualidade (apenas na medida necessária à
realização do interesse público da política
regulatória)
10. Delegação de serviços públicos a particulares
e estímulo ao uso de bens públicos com fim
econômico (ex.: autoprodutor de energia
elétrica)
New Public Management (NPM)
Movimento estruturado no Reino Unido e apoiado
pela OCDE
(1) Diminuir o tamanho do Estado, inclusive do
efetivo de pessoal;
(2) Privatização de empresas e atividades;
(3) Descentralização de atividades para os
governos subnacionais;
(4) Terceirização de serviços públicos
(outsorcing);
(5) Regulação das atividades conduzidas pelo
setor privado
(6) Transferência de atividades sociais para o
terceiro setor
(7) Desconcentração de atividades do governo
central
(8) Separação das atividades de formulação e
implementação das políticas públicas
(9) Estabelecimento de mecanismos de aferição
de custos e avaliação de resultados
(10) Responsabilização dos dirigentes e
autonomização dos serviços
(11) Flexibilização da gestão orçamentária
e financeira das agências públicas
(12) Adoção de mecanismos de
contratualização por resultados
(13) Abolição da estabilidade dos
funcionários e flexibilização da relação de
trabalho no serviço público
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Crítica: O modelo funcionou melhor nos
países de democracias e economias mais
evoluídas e estáveis, visto que as fortes
desiguladades sociais e regionais, com
pesados endividamentos e déficits fiscais,
comprometeram sua aplicação integral.
O regime jurídico do terceiro setor
• A idéia de fundo é semelhante à delegação de
atividades Estado se desincumbe de algumas
tarefas suas por meio de agente privados
– Não são exclusivas: ação privada se dá por
direito próprio saúde e educação (arts. 199 e 205
CF)
“Art. 199. A assistência à saúde é livre à
iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de
forma complementar do sistema único de saúde,
segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.”
“Art. 205. A educação, direito de todos e dever
do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
– Não há delegação de exercício de competência
– O Estado auxilia e em contrapartida recebe
parcela do poder de gestão e poderes de controle
As (duas) bases da regulaçãoReconhecimento da importância
e eficiência do mercado como
instrumento para uma ordem
econômica orientada
finalisticamente à realização
responsável (“possível”) dos
direitos fundamentais
Reconhecimento da
necessidade da presença do
Estado na ordem
econômica como elemento
fundamental de sua
conformação (mercado como
uma ordem também jurídica)
TÍTULO VII Da Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA”
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valori-zação do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, con-forme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
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IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elabo-
ração e prestação; (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 42, de 19.12.2003)
VII - redução das desigualdades regionais e soci-ais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de
pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, inde-pendentemente de autorização de órgãos públi-cos, salvo nos casos previstos em lei.”
“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de ativi-dade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, con-forme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da em-
presa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)” (...)
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das em-presas privadas, inclusive quanto aos direitos e obri-gações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da ad-ministração pública;
IV – a constituição e o funcionamento dos conse-lhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.”
“§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de eco-nomia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pú-blica com o Estado e a sociedade.
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econô-
mico que vise à dominação dos mercados, à elimi-nação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.”
§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade indivi-dual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compa-tíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a or-dem econômica e financeira e contra a economia popu-lar.”
“Art. 174. Como agente normativo e regulador da ati-vidade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as
funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou per-missão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e per-missionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.”
Emendas à Constituição
Serviços de gás canalizado passaram à órbita
estadual, mantida a competência federal na nor-matização (EC nº 05/95) fim da diferenciação entre empresa brasileira de capital nacional e empresa brasileira de capi-tal estrangeiro (EC nº 6/95) flexibilização do monopólio nas telecomunica-ções (EC nº 8/95)
flexibilização do monopólio no setor de petró-leo (EC nº 9/95)
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Busca-se um modelo que seja alternativo à concepção até então dominante no Brasil
da concession de service public (francês) à regulation of public utilities (norte-ameri-cano)
A teoria jurídica original do Estado Regulador
01) O modelo francês: concession de service
public
1. atividade transforma-se em uma competência pública (publicatio – monopólio
jurídico virtual) 2. o Estado, titular do serviço, delega a sua execução, apenas, por um específico contrato administrativo, a um agente privado 3. mantém-se senhor da atividade, reser-vando-se as competências de disciplina jurí-dica e fiscalização, incidentes sobre todos os
aspectos do serviço; a disciplina jurídica é tipi-camente de direito público (privilégios e prer-
rogativas especiais) 4. Ao final do contrato, os bens e o serviço retornam ao concedente
Modelo Norte-Americano: Regulation by Independent Comissions
Premissa básica da regulation: inexistência da idéia de SP, tal como entendido pela Escola do Serviço Público Francesa
não há titularidade da atividade pelo Poder Pú-blico
não há contrato de delegação (CSP): não há EEF; não há disciplina pelo contrato etc.
Em seu lugar, a categoria de public utility, ou property clothed with a public interest caráter
privado da propriedade e da atividade, submetida a um especial poder normativo e fiscalizador do Estado em razão:
importância social
mal-funcionamento/impossibilidade de concor-rência
A PALAVRA DE ORDEM: “ATIVIDADES REGULAMENTADAS” E
NÃO “SERVIÇO PÚBLICO”
“O FENÔMENO DA PUBLICATIO, PREDOMINANTE NA HISTÓRIA
ADMINISTRATIVA BRASILEIRA DOS TRÊS PRIMEIROS QUARTÉIS
DO SÉCULO XX E DE NÍTIDA TRADIÇÃO FRANCESA, EVIDENCIOU
TRATAMENTOS JURÍDICOS ESTANQUES ENTRE O SERVIÇO
CONSIDERADO PÚBLICO E O PRIVADO. ESGOTADAS AS FORÇAS
DE DIVISÃO PRECISA ENTRE PAPEL ESTATAL E LIBERDADE
INDIVIDUAL, O SERVIÇO RESERVADO AO ESTADO DEIXOU DE
CARREGAR CARÁTER DE EXCLUSIVIDADE AO MESMO TEMPO EM
QUE A ATIVIDADE PRIVADA PASSOU A COMPORTAR
INTERFERÊNCIAS PÚBLICAS, AMBOS CEDENDO ESPAÇO PARA A
APROPRIAÇÃO DE UM CONCEITO ANGLO-SAXÃO MAIS
ABRANGENTE: O DE ATIVIDADE REGULAMENTADA.” (MÁRCIO
IORIO ARANHA)
ESTADO
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ESTADO É O ENTE POLITICAMENTE ORGANIZADO, DOTADO
DE PERSONALIDADE JURÍDICA, FORMADO POR UM POVO
OCUPANTE DE DETERMINADO TERRITÓRIO E DIRIGIDO POR
UM GOVERNO SOBERANO.
ELEMENTOS: TERRITÓRIO (FÍSICO); POVO
(HUMANO), GOVERNO SOBERANO (POLÍTICO)
É PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO
É DOTADO DE PODER EXTROVERSO
FORMAS DE ESTADO: ESTADO UNITÁRIO E
ESTADO FEDERADO
FEDERALISMO IGUAL: CAPACIDADE POLÍTICA,
ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E
DISTRITO FEDERAL
FORMA FEDERATIVA DE ESTADO:
CLÁUSULA PÉTREA
DIREITO CONSTITUCIONAL: PODERES DO
ESTADO; FORMAS DE AQUISIÇÃO E
EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO
DIREITO ADMINISTRATIVO: ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA
GOVERNO
GOVERNO É O CONJUNTO DE ÓRGÃOS CONSTITUCIONAIS
RESPONSÁVEIS PELA FUNÇÃO POLÍTICA DO ESTADO: É O
EXERCÍCIO DA DIREÇÃO SUPREMA E GERAL DA ENTIDADE
POLÍTICA PELO QUAL SE ESTABELECEM AS DIRETRIZES,
OBJETIVOS E METAS E SE DETERMINAM AS POLÍTICAS
PÚBLICAS
FUNÇÃO POLÍTICA DE COMANDO, DIREÇÃO,
COORDENAÇÃO E FIXAÇÃO DE PRIORIDADES,
OBJETIVOS, METAS E MODOS DE ATUAÇÃO DO
ESTADO COM VISTAS À REALIZAÇÃO DO BEM
COMUM E À MANUTENÇÃO DA SOBERANIA
CRIAÇÃO DE POLÍTICAS DE GOVERNO (NÃO SE
CONFUNDEM COM POLÍTICAS DE ESTADO)
NÃO SE CONFUNDE COM A EXECUÇÃO
PROPRIAMENTE DITA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
(TAREFA QUE SERÁ EXECUTADA PELOS SUJEITOS,
ÓRGÃOS E AGENTES DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA)
ATOS POLÍTICOS: ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO
PÚBLICO, SANÇÃO E VETO PRESIDENCIAL,
DECLARAÇÃO DE GUERRA E CELEBRAÇÃO DE PAZ,
CONCESSÃO DE INDULTO E CELEBRAÇÃO DE
TRATADOS INTERNACIONAIS
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É O APARELHAMENTO ESTATAL
QUE CONCRETIZA A VONTADE POLÍTICA DO GOVERNO POR
MEIO DO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, QUE
CONSISTE NA SATISFAÇÃO CONCRETA, DIRETA E IMEDIATA
DO INTERESSE PÚBLICO POR MEIO DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS EXERCIDOS COM BASE EM PODERES
ADMINISTRATIVOS (PRERROGATIVAS DO PODER PÚBLICO),
EM RESPEITO AOS PRINCÍPIOS JURÍDICO-
ADMINISTRATIVOS (SUJEIÇÕES DO PODER PÚBLICO).
OS ATOS RESULTANTES DA ATIVIDADE GOVERNAMENTAL
(ATOS DE GOVERNO — V. G., SANÇÃO, VETO, DECRETO
AUTÔNOMO) SÃO DESVINCULADOS, INDEPENDENTES,
ORIENTADOS POR CRITÉRIOS LEGAIS E POLÍTICOS; JÁ OS
ATOS ADMINISTRATIVOS TÍPICOS, RESULTANTES DO
EXERCÍCIO DE FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, SÃO
DEPENDENTES E VINCULADOS À SATISFAÇÃO DO INTERESSE
PÚBLICO EXPRESSO NA LEI, SENDO RESULTANTES DA
ATUAÇÃO HIERARQUIZADA PRÓPRIA DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO: ABRANGE
OS ÓRGÃOS DE GOVERNO QUE EXERCEM FUNÇÃO POLÍTICA E
TAMBÉM OS ÓRGÃOS E PESSOAS JURÍDICAS QUE EXERCEM
FUNÇÃO MERAMENTE ADMINISTRATIVA (EXECUÇÃO);
ENGLOBA TODOS OS PODERES DO ESTADO (INCLUINDO
JUDICIÁRIO E LEGISLATIVO)
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO ESTRITO INCLUI
APENAS OS ÓRGÃOS E PESSOAS JURÍDICAS QUE EXERCEM
FUNÇÃO MERAMENTE ADMINISTRATIVA, DE EXECUÇÃO DOS
PROGRAMAS DO GOVERNO, EXCLUINDO-SE OS ÓRGÃOS
POLÍTICOS E AS FUNÇÕES DE ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS, VIA DE REGRA REFERE-SE AO PODER EXECUTIVO
(QUE EXERCE A FUNÇÃO ADMINISTRATIVA TIPICAMENTE) E,
POR EXCEÇÃO, AOS DEMAIS PODERES (FUNÇÃO ATÍPICA)
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ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
ADMINISTRAÇÃO DIRETA É O CONJUNTO DE ÓRGÃOS QUE
INTEGRAM AS PESSOAS POLÍTICAS DO ESTADO AOS QUAIS FOI
ATRIBUÍDA A COMPETÊNCIA PARA O EXERCÍCIO, DE FORMA
CENTRALIZADA, DE ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA É O CONJUNTO DE PESSOAS JURÍDICAS
(DESPROVIDAS DE AUTONOMIA POLÍTICA) QUE, VINCULADAS À
ADMINISTRAÇÃO DIRETA, TÊM A COMPETÊNCIA PARA O EXERCÍCIO,
DE FORMA DESCENTRALIZADA, DE ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS.
DECRETO-LEI Nº 200/67: “ART. 4° A ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
COMPREENDE:
I - A ADMINISTRAÇÃO DIRETA, QUE SE CONSTITUI DOS SERVIÇOS
INTEGRADOS NA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA PRESIDÊNCIA DA
REPÚBLICA E DOS MINISTÉRIOS.
II - A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA, QUE COMPREENDE AS SEGUINTES
CATEGORIAS DE ENTIDADES, DOTADAS DE PERSONALIDADE JURÍDICA
PRÓPRIA: A) AUTARQUIAS; B) EMPRESAS PÚBLICAS; C)
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. D) FUNDAÇÕES PÚBLICAS.
CF/88: “ART. 37. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA
DE QUALQUER DOS PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO
DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS OBEDECERÁ AOS PRINCÍPIOS
DE LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E
EFICIÊNCIA E, TAMBÉM, AO SEGUINTE:”
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
DESCONCENTRAÇÃO – PROCESSOS DE CRIAÇÃO E MODIFICAÇÃO
INTERNA DE COMPETÊNCIAS POR MEIO DE ÓRGÃOS INTEGRANTES DAS
PESSOAS JURÍDICAS.
ÓRGÃOS
(a) DESPERSONALIZADOS;
(b) SEM PATRIMÔNIO PRÓPRIO;
(c) SEM CAPACIDADE DE AUTOADMINISTRAÇÃO;
(d) NÃO RESPONDEM EM NOME PRÓPRIO POR DIREITOS E
OBRIGAÇÕES;
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(e) NÃO TEM CAPACIDADE PROCESSUAL (EM REGRA);
(f) SÃO SUBORDINADOS;
(g) EXISTE CONTROLE DE HIERARQUIA (CABE RECURSO
HIERÁRQUICO PRÓPRIO, INDEPENDENTEMENTE DE
PREVISÃO LEGAL.
SÃO CRIADOS E EXTINTOS POR MEIO DE LEI (ART. 88)
DE INICIATIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO (ART.
48,XI C/C ART. 61, §1º, “E”)
AUTARQUIAS
DECRETO-LEI Nº 200/67 “ART. 5º PARA OS FINS DESTA LEI,
CONSIDERA-SE: I - AUTARQUIA - O SERVIÇO AUTÔNOMO,
CRIADO POR LEI, COM PERSONALIDADE JURÍDICA,
PATRIMÔNIO E RECEITA PRÓPRIOS, PARA EXECUTAR
ATIVIDADES TÍPICAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, QUE
REQUEIRAM, PARA SEU MELHOR FUNCIONAMENTO, GESTÃO
ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA DESCENTRALIZADA.”
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO
REGIME ESTATUTÁRIO DOS SERVIDORES
DIRIGENTES DEMISSÍVEIS AD NUTUM (APENAS
PARA AUTARQUIAS EM REGIME COMUM)
NÃO DESEMPENHAM ATIVIDADE ECONÔMICA, MAS
SERVIÇOS PÚBLICOS (EM SENTIDO AMPLO) DEFINIDOS
NA LEI DE CRIAÇÃO (PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE)
HELY LOPES MEIRELLES:
"A AUTARQUIA NÃO AGE POR DELEGAÇÃO, AGE POR DIREITO
PRÓPRIO E COM AUTORIDADE PÚBLICA, NA MEDIDA DO JUS
IMPERII QUE LHE FOI OUTORGADO PELA LEI QUE A CRIOU. COMO
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO, A AUTARQUIA
TRAZ ÍNSITA, PARA A CONSECUÇÃO DE SEUS FINS, UMA PARCELA
DO PODER ESTATAL QUE LHE DEU VIDA. SENDO UM ENTE
AUTÔNOMO, NÃO HÁ SUBORDINAÇÃO HIERÁRQUICA DA
AUTARQUIA PARA COM A ENTIDADE ESTATAL A QUE PERTENCE,
PORQUE, SE ISTO OCORRESSE, ANULARIA SEU CARÁTER
AUTÁRQUICO. HÁ MERA VINCULAÇÃO À ENTIDADE MATRIZ QUE,
POR ISSO, PASSA A EXERCER UM CONTROLE LEGAL, EXPRESSO NO
PODER DE CORREÇÃO FINALÍSTICA DO SERVIÇO AUTÁRQUICO."
PRERROGATIVAS AUTÁRQUICAS
1. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA: NÃO INCIDÊNCIA, POR
IMUNIDADE, DE IMPOSTOS SOBRE PATRIMÔNIO, RENDA E
SERVIÇOS (CF, ART. 150, § 2º);
2. IMPENHORABILIDADE DOS BENS E RENDAS
3. PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS: É CONSIDERADA FAZENDA
PÚBLICA: (I) FORO DETERMINADO: JUSTIÇA FEDERAL, NAS
AUTARQUIAS DA UNIÃO: ART. 109, I, CF/88); (II) PRAZOS:
DETÊM PRAZOS PROCESSUAIS DIFERENCIADOS (CPC, ART. 188);
(III) A CONCESSÃO DE LIMINARES OU DE ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA EM AÇÕES DE SEU INTERESSE PODEM DEPENDER DE
PRÉVIA JUSTIFICAÇÃO (PRAZO DE 72 HORAS, LEI N. 9.494/97);
(IV) REMESSA NECESSÁRIA (RECURSO EX OFICIO): INSTÂNCIA
SUPERIOR TEM DE CONFIRMAR A SENTENÇA QUE CONDENE (ART.
475, CPC)
4. PRESUNÇÕES: SEUS ATOS SÃO DOTADOS DE PRESUNÇÃO DE
LEGALIDADE, VERACIDADE E PODEM REUNIR OS ATRIBUTOS DA
IMPERATIVIDADE E AUTOEXECUTORIEDADE;
5. COBRANÇA FACILITADA DE SEUS CRÉDITOS: ADMITEM
EXECUÇÃO FISCAL (CPC, ART. 578)
6. PAGAMENTO DIFICULTOSO DE SUAS DÍVIDAS: ESTÃO
SUJEITAS A REGIME ESPECIAL DE COBRANÇA APLICÁVEL AO PODER
PÚBLICO — PRECATÓRIOS (CF, ART. 100 E PARÁGRAFOS);
7. PODEM VALER-SE DA AÇÃO REGRESSIVA EM FACE DE
SERVIDORES (CF, ART. 37, § 6º);
8. IMPRESCRITIBILIDADE: AS AÇÕES PROMOVIDAS EM DEFESA
DO SEU PATRIMÔNIO SÃO IMPRESCRITÍVEIS (CF, ART. 37, § 5º).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO MATERIAL
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONSTITUI-SE DOS ÓRGÃOS QUE
EXERCEM A FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, COMPOSTA POR AS
ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DO ESTADO, DESTINADAS A
EXECUTAR AS AÇÕES DEFINIDAS PELO GOVERNO. SÃO
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS, SEM O CUNHO POLÍTICO DAS
AÇÕES DE GOVERNO: SERVIÇOS PÚBLICOS, POLÍCIA
ADMINISTRATIVA, FOMENTO E INTERVENÇÃO.
SERVIÇO PÚBLICO – PRESTAÇÕES POSITIVAS
REPRESENTADAS POR COMODIDADES MATERIAIS
PRESTADAS PARA A POPULAÇÃO EM GERAL QUE SÃO
FRUÍDAS PELOS INDIVÍDUOS E REGIDAS POR
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NORMAS DE DIREITO PÚBLICO. SÃO PRESTADOS
DIRETAMENTE PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM
SENTIDO FORMAL OU, INDIRETAMENTE, POR
PARTICULARES DELEGATÁRIOS.
POLÍCIA ADMINISTRATIVA – RESTRIÇÕES E
CONDICIONAMENTOS IMPOSTOS AO EXERCÍCIO DE
ATIVIDADES PRIVADAS COMO FORMA DE
PRESERVAR O INTERESSE PÚBLICO (CFE. ADIANTE)
FOMENTO – INCENTIVO À INICIATIVA PRIVADA
CONSIDERADA DE UTILIDADE PÚBLICA –
CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS E INCENTIVOS
FISCAIS, REPASSE DE BENS MÓVEIS E IMÓVEIS,
SERVIDORES PÚBLICOS A PESSOAS DE DIREITO
PRIVADO QUE REALIZEM ATIVIDADES SOCIAIS
INTERVENÇÃO – INTERVENÇÃO DIRETA OU
INDIRETA NA ECONOMIA
SERVIÇO PÚBLICO
SERVIÇOS PÚBLICOS PROPRIAMENTE DITOS (EM SENTIDO AMPLO)
SÃO OS QUE A ADMINISTRAÇÃO PRESTA DIRETAMENTE À
COMUNIDADE, POR RECONHECER SUA ESSENCIALIDADE E
NECESSIDADE PARA SOBREVIVÊNCIA DO GRUPO SOCIAL E DO
PRÓPRIO ESTADO. EX: DEFESA NACIONAL, POLÍCIA JUDICIÁRIA,
POLÍCIA ADMINISTRATIVA JURISDIÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO
CUMPRIMENTO DE NORMAS SANITÁRIAS, O SERVIÇO DE TRÂNSITO,
A EMISSÃO DE PASSAPORTES, COBRANÇA E ARRECADAÇÃO DE
TRIBUTOS
ATIVIDADES EXCLUSIVAS DO ESTADO, NÃO
DELEGÁVEIS, PODER DE IMPÉRIO
SERVIÇOS PÚBLICOS DE UTILIDADE PÚBLICA (EM SENTIDO
ESTRITO) SÃO PRESTAÇÕES POSITIVAS REPRESENTADAS POR
COMODIDADES MATERIAIS PRESTADAS PARA A POPULAÇÃO EM
GERAL QUE SÃO FRUÍDAS PELOS INDIVÍDUOS E REGIDAS POR
NORMAS DE DIREITO PÚBLICO. SÃO PRESTADOS DIRETAMENTE
PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO FORMAL OU,
INDIRETAMENTE, POR PARTICULARES DELEGATÁRIOS.
PRÓPRIOS DO ESTADO, MAS DE EXERCÍCIO
DELEGÁVEL (ART. 175, CF/88)
IMPRÓPRIOS DO ESTADO – ABERTOS À LIVRE
INICIATIVA, MAS FISCALIZADOS (ART. 199)
PODER DE POLÍCIA
O PODER DE POLÍCIA SE MANIFESTA POR LIMITAÇÕES OU CONDIÇÕES
AO EXERCÍCIO DO DIREITO À LIBERDADE OU À PROPRIEDADE.
“POLÍCIA ADMINISTRATIVA É A ATIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA, EXPRESSA EM ATOS NORMATIVOS OU CONCRETOS, DE
CONDICIONAR, COM FUNDAMENTO EM SUA SUPREMACIA GERAL E NA
FORMA DA LEI, A LIBERDADE E A PROPRIEDADE DOS INDIVÍDUOS
MEDIANTE AÇÃO ORA FISCALIZADORA, ORA PREVENTIVA, ORA
REPRESSIVA IMPONDO COERCITIVAMENTE AOS PARTICULARES UM
DEVER DE ABSTENÇÃO A FIM DE CONFORMAR-LHES OS
COMPORTAMENTOS AOS INTERESSES SOCIAIS CONSAGRADOS NO
SISTEMA NORMATIVO” (MELO, 2002).
ART. 78. CONSIDERA-SE PODER DE POLÍCIA ATIVIDADE DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA QUE, LIMITANDO OU DISCIPLINANDO
DIREITO, INTERESSE OU LIBERDADE, REGULA A PRÁTICA DE ATO OU A
ABSTENÇÃO DE FATO, EM RAZÃO DE INTERESSE PÚBLICO
CONCERNENTE À SEGURANÇA, À HIGIENE, À ORDEM, AOS COSTUMES,
À DISCIPLINA DA PRODUÇÃO E DO MERCADO, AO EXERCÍCIO DE
ATIVIDADES ECONÔMICAS DEPENDENTES DE CONCESSÃO OU
AUTORIZAÇÃO DO PODER PÚBLICO, À TRANQÜILIDADE PÚBLICA OU
AO RESPEITO À PROPRIEDADE E AOS DIREITOS INDIVIDUAIS OU
COLETIVOS.
CICLO DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA
1. ORDEM DE POLÍCIA - COMANDOS DIRIGIDOS AOS
ADMINISTRADOS, PARA QUE ADAPTEM O EXERCÍCIO DOS
SEUS DIREITOS AOS INTERESSES DA COLETIVIDADE.
2. CONSENTIMENTO DE POLÍCIA - LICENÇA OU
AUTORIZAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE DIREITO
3. FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA – CONTROLE E
VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO
4. SANÇÃO DE POLÍCIA – APLICAÇÃO DE PUNIÇÃO
ADMINISTRATIVA
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
DISCRICIONARIEDADE: PORÇÃO DE LIBERDADE
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OUTORGADA PELA LEI AO ADMINISTRADOR PARA
REALIZAR UM JUÍZO DE CONVENIÊNCIA E
OPORTUNIDADE SOBRE A ALTERNATIVA MAIS
ADEQUADA PARA SATISFAZER O INTERESSE
PÚBLICO.
(i) ORDEM DE POLÍCIA – CRITÉRIOS TÉCNICOS,
QUANTIDADES, CONCEITOS;
(ii) CONSENTIMENTO - AUTORIZAÇÕES / LICENÇAS
(iii) FISCALIZAÇÃO - FORMA DE ATUAÇÃO, MOMENTO,
LOCAL, PRIORIDADE, DURAÇÃO, INTENSIDADE;
(iv) SANÇÃO – TIPO E INTENSIDADE
AUTO-EXECUTORIEDADE
COERCIBILIDADE
DO PODER DE POLÍCIA À REGULAÇÃO
“NA CONCEPÇÃO CLÁSSICA, O PODER DE POLÍCIA ERA VISTO
COMO COMPETÊNCIA ESTATAL ORIENTADA A REPRIMIR O
EXERCÍCIO DE FACULDADES PRIVADAS, VISANDO A
ASSEGURAR A ORDEM PÚBLICA. A REGULAÇÃO É UM ESTÁGIO
POSTERIOR NESSA EVOLUÇÃO, EM QUE O ESTADO RESTRINGE
A AUTONOMIA DOS PARTICULARES, VISANDO A
CONSTRANGÊ-LOS OU INDUZI-LOS A PRODUZIR AS
CONDUTAS REPUTÁVEIS COMO SOCIALMENTE ÚTEIS.”
MARÇAL JUSTEN FILHO
EXERCÍCIOS – PARTE 01 1. MODELOS DE ESTADO: LIBERAL, BEM-ESTAR
SOCIAL, REGULADOR
1. (CESPE - 2009 – TRF) O estado de bem-
estar social é aquele que provê diversos direitos
sociais aos cidadãos, de modo a mitigar os efeitos
naturalmente excludentes da economia capitalista.
2. (CESPE-2009-IRBR) Tanto no regime
militar, quanto na década de 50 do século XX, houve
forte presença do Estado na atividade econômica e na
regulação da economia.
3. As formas de regulação neoliberais
produziram, no campo da proteção social, maior
protagonismo do Estado como provedor social.
4. (CESPE-2008-TJDF) A regulação do
mercado pelo Estado ocorre pela capacidade de este
realizar elevados investimentos econômicos bem
como criar empregos formais e seguros, fortalecendo
o seu papel de guardião dos direitos de cidadania.
5. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) O Brasil se
tornou um Estado de Bem-Estar ao inserir direitos
sociais na Constituição de 1988.
6. (ESAF/APO-MPOG/2001) O Estado de Bem-
Estar surgiu como resposta ao processo de
modernização, compatibilizando capitalismo e
democracia. Indique o princípio fundamental que
melhor define esse modelo de Estado.
a) Independentemente de sua renda, todos os
cidadãos têm o direito de serem protegidos contra
situações de dependência de longa e de curta duração
b) Todos os cidadãos têm direito de serem protegidos
contra situações de dependência de acordo com sua
renda
c) O estado deve prover os serviços básicos de saúde
e educação, sendo os demais serviços prestados aos
cidadãos pelo mercado.
d) Aos mais pobres cabe o direito de serem atendidos
pelos serviços públicos.
e) Todos os direitos sociais devem ser prestados pelo
mercado, cabendo ao Estado a garantia dos direitos
civis e políticos.
7. (FCC - 2009 - MPE-SE) O Estado do Bem-Estar
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 16
Social, também denominado Welfare State,
caracteriza-se
a) pelo "enxugamento" da máquina
administrativa, busca de estabilidade fiscal e
transparência nos gastos públicos.
b) pelo denominado "Estado mínimo", com
atuação apenas na preservação da propriedade e
da segurança.
c) pela função de fomento da iniciativa
privada nas áreas de interesse social, em
substituição à atuação direta do Estado.
d) pela intervenção direta no domínio
econômico, com vistas à produção de bens e
serviços à população.
e) pela intervenção direta apenas em setores
essenciais, como saúde e educação, e fomento à
iniciativa privada para atuação em atividades
próprias de mercado
8. (CETRO-ANVISA-Analista-Q.48) As
interações entre Estado e atividade econômica têm
passado por vários estágios até chegar à
concepção atual de Estado regulador. A literatura
sobre Estado regulador aponta três fases nessa
evolução. Assinale a alternativa que as apresenta.
(A) Fase pré-industrial, fase industrial e fase
socialista.
(B) Fase do período escravocrata, fase do período
socialista e fase infraconstitucional.
(C) Fase do período colonial, fase do período
republicano e fase do período burocrático-legal.
(D) Fase do período escravocrata, fase do período
das lutas do proletariado e fase do período
democrático.
(E) Fase do período do liberalismo econômico, fase
do período intervencionista e fase do período
neoliberal.
9. (Aneel/Especialista em Regulação/2010)
Entre as características da concepção regulatória
do Estado,destaca-se a inversão da relevância do
instrumento interventivo, já que a intervenção
estatal indireta é elevada à categoria de instrumento
primordial de realização dos fins de interesse público
no âmbito das atividades econômicas, enquanto a
atuação estatal direta fica limitada a situações de
grande excepcionalidade.
10. (CESPE-TCU-2007) A contrapartida da
esperada redução dos dispêndios públicos resultante
das privatizações é o aumento dos custos sociais
decorrentes da regulação, mediante transferência
para o setor privado de custos até então suportados
pelo governo, o que exigirá maior rigor na aferição de
seus benefícios.
11. (CESPE - 2009 – TRF) O Estado intervém
na economia pela forma de indução quando atua
paralelamente aos particulares, empreendendo
atividades econômicas.
12. (CESPE – Especialista - ANAC- 2012) O li-
vre exercício de qualquer atividade econômica, di-
reito a todos assegurado, independe de autorização
da administração pública, ressalvados os casos pre-
vistos em lei.
13. (CESPE – Especialista - ANAC- 2012)A
função social da propriedade e a defesa do consumi-
dor são princípios constitucionais da ordem econô-
mica.
14. (CESPE – Especialista - ANAC- 2012)
A regulação é utilizada para aumentar a eficiência
econômica do mercado.
15. (CESPE – Especialista - ANAC- 2012) Entre
as atuações do Estado na atividade econômica, está a
tutela da liberdade de concorrência, que objetiva a li-
berdade de ajustes dos mercados.
16. (CESPE/2011/TRF-5ª/Juiz) A atividade
normativa e reguladora do Estado exercida por meio
da intervenção na atividade econômica compreende
as funções de fiscalização, participação e incentivo.
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17. (CESPE/2011/TRF-5ª/Juiz) Sempre que
entender cabível, e independentemente de
previsão na CF, o Estado pode intervir na economia,
utilizando-se do monopólio de exploração direta da
atividade econômica.
AUTARQUIAS
18. (CESPE/ANATEL/AA/2012) As autarquias
compõem a estrutura da administração direta do
Estado.
19. (ESAF/Oficial de Chancelaria/MRE) A pes-
soa jurídica de direito público, de capacidade ex-
clusivamente administrativa, caracterizada como
sendo um serviço público personalizado, é o que na
organização administrativa brasileira chama-se de
autarquia.
20. (CESPE/TJAC/AJAJ/2012) As autarquias,
pessoas jurídicas de direito público integrantes da
administração indireta, poderão, em caráter ex-
cepcional, ser criadas por lei infraconstitucional.
21. (CESPE/CD/Analista/2012) O início da
personalidade jurídica de uma autarquia coincide
com o registro de seu estatuto no cartório compe-
tente.
22. (CESPE/ANCINE/2012) A lei de criação de
uma autarquia federal deve ser de iniciativa priva-
tiva do presidente da República.
23. (CESPE/TCU/TFCE/2012) Autarquias fe-
derais podem ser extintas mediante decreto do
presidente da República.
24. (CESPE/PRF/Agente/2012) São exemplos
de prerrogativas estatais estendidas às autarquias
a imunidade tributária recíproca e os privilégios
processuais da Fazenda Pública.
25. (CESPE/ANATEL/2012) Não há relação de
subordinação hierárquica entre determinada autar-
quia e o órgão ou entidade estatal ao qual ela se vin-
cula.
26. (CESPE/IBAMA/2012) Em virtude da vincu-
lação do IBAMA ao Ministério do Meio Ambiente
(MMA), as aplicações de recursos financeiros feitas
pela autarquia federal sujeitam-se à aprovação prévia
pelo MMA.
27. (CESPE/TRT-10/Analista/2013) O fato de
uma autarquia federal criar, em alguns estados da Fe-
deração, representações regionais para aproximar o
poder público do cidadão caracteriza o fenômeno da
descentralização administrativa.
28. (CESPE/PRF/Agente/2012) As autarquias
não podem ampliar sua autonomia gerencial, orça-
mentária e financeira, pois isso acarretaria prejuízo
do controle finalístico realizado pela administração
pública.
29. (ESAF-2005-Receita) Em relação à organiza-
ção administrativa da União Federal, assinale a afir-
mativa verdadeira.
a) O contrato de gestão só pode ser celebrado entre
a União Federal e as entidades descentralizadas.
b) As fundações públicas de direito público estão im-
pedidas de exercer poder de polícia administrativa.
c) É possível, na esfera federal, uma empresa pública
ser organizada sob a forma de sociedade anônima,
sendo a União Federal a sua única acionista.
d) As agências reguladoras podem, no âmbito da Ad-
ministração Indireta, assumir a forma de autarquias,
fundações ou empresas públicas.
e) As denominadas fundações de apoio às instituições
federais de ensino superior integram o rol da Admi-
nistração Pública Indireta.
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 18
30. (IESES-TJCE-Notário-2011) Assinale a al-
ternativa correta
a) O objeto das “sociedades de economia mista”
pode ser, apenas e unicamente, um serviço emi-
nentemente público, sendo constitucionalmente
vedada a prática de qualquer atividade econômica
empresarial por tais sociedades, sob pena de des-
vio de finalidade e cometimento de ato de improbi-
dade administrativa.
b) As denominadas “agências reguladoras”, tais
como a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elé-
trica e a ANATEL – Agência Nacional de Telecomu-
nicações, possuem natureza jurídica equivalente
àquela emprestada às empresas públicas, diferen-
ciando-se tão somente pelo fato de serem direta-
mente subordinadas aos Ministros de Estado da In-
fraestrutura e da Defesa.
c) Tem-se entendido, modernamente e sem dissi-
dências, que serviço desconcentrado é todo aquele
em que o Poder Público transfere sua titularidade
ou, simplesmente, sua execução, por outorga ou
delegação, a autarquias, fundações, empresas es-
tatais, empresas privadas ou particulares individu-
almente e, também (a contar da edição da Lei nº
11.107/2005), aos consórcios públicos.
d) A distinção entre “serviço outorgado” e “serviço
delegado” é fundamental, porque aquele é transfe-
rido por lei e só por lei pode ser retirado ou modi-
ficado, e este tem apenas sua execução traspas-
sada à terceiro, por ato administrativo (bilateral ou
unilateral), pelo que pode ser revogado, modifi-
cado e anulado. Assim, “delegação” é menos que
“outorga”, porque esta traz uma presunção de de-
finitividade e aquela de transitoriedade.
2.1) AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL
31. (CESPE-ANATEL-2012) As agências regu-
ladoras independentes, criadas no Brasil no final
dos anos 90 do século passado, seguem modelos já
estabelecidos em diversos países, como os Estados
Unidos da América e países europeus.
32. (CESPE-ANATEL-2009) As agências regula-
doras têm origem no regime norte-americano, con-
templadas nas figuras das independent agencies e in-
dependent regulatory agencies, destinadas à regula-
ção econômica ou social.
33. (CESPE-2011-FUB) São exemplos de autar-
quias as agências reguladoras, como a Agência Naci-
onal de Saúde (ANS) e a Agência Nacional de Teleco-
municações (ANATEL), e de conselhos profissionais,
a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
34. O modelo regulatório propõe a extensão ao
setor dos serviços públicos de concepções desenvol-
vidas na atividade econômica privada. Somente in-
cumbe ao Estado desempenhar atividades diretas nos
setores em que a atuação da iniciativa privada, orien-
tada à acumulação egoística de riqueza, colocar em
risco valores coletivos ou for insuficiente para propi-
ciar sua plena realização. [Marçal Justen Filho. Curso
de direito administrativo. Saraiva: São Paulo, 2005, p.
450 (com adaptações)].
Assinale a opção correta com relação aos poderes re-
gulador, regulamentar e de polícia.
a) Uma distinção significativa entre o poder de polícia
e a regulação é que, no modelo de Estado regulador,
as sanções não possuem necessariamente natureza
repressiva, admitindo-se também sanções positivas
ou premiais, como o fomento, por exemplo.
b) No direito brasileiro, a atividade regulamentar res-
tringe-se aos decretos de execução, não sendo per-
mitida a existência de outros atos normativos infrale-
gais.
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 19
c) O decreto regulamentar somente poderá ser
sustado por meio de controle judicial, jamais por
ato do Poder Legislativo.
d) O efetivo ou potencial exercício do poder de po-
lícia da administração poderá ser remunerado por
meio de taxa.
e) A distinção entre regulação e regulamentação,
no modelo de Estado regulador, não tem razão de
ser. Em qualquer situação, cabe ao Estado, por
meio do Poder Legislativo ou do Poder Executivo,
concretizar os valores constitucionais dos serviços
públicos ou do mercado. Nesse contexto, não é in-
constitucional uma lei que delegue ao Poder Exe-
cutivo a atribuição de regulamentá-la, mediante
decreto, e que esse decreto venha a definir, por si
mesmo, as condições ou os requisitos necessários
ao nascimento do direito material.
35. Com relação às Agências Reguladoras no
Brasil, indique a opção incorreta.
a) Após a instituição do Programa de Desestatiza-
ção, em 1997, foram criadas a Agência Nacional de
Telecomunicações, a Agência Nacional do Petróleo
e a Agência Nacional de Energia Elétrica, todas elas
para a regulamentação e controle de atividades até
então exercidas pelo Estado como monopólio.
b) A função das agências reguladoras é ditar as
normas de condução entre os agentes envolvidos:
o Poder Público, o prestador de serviços e os usu-
ários.
c) A agência reguladora é uma pessoa jurídica de
direito público interno, geralmente constituída sob
a forma de autarquia especial ou outro ente da ad-
ministração indireta.
d) As agências reguladoras são dotadas de autono-
mia política, financeira, normativa e de gestão.
e) As agências reguladoras não estão sujeitas às
normas gerais de licitação.
36. (CESPE-2011-MMA) As recomendações prio-
ritárias da Agenda 21 incluem o fortalecimento da ca-
pacidade regulatória do Estado, particularmente so-
bre os setores produtivos objetos de privatização de
empresas estatais, mediante a criação de agências
regulatórias.
37. (CESPE-2010-AGU) A atividade de regulação
exercida pelas agências reguladoras no Brasil é reali-
zada somente sobre os serviços públicos desestatiza-
dos, dos quais depende a população.
38. (CESPE-2013-ANS) Se for comprovado pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) que a ANS regulou
a jornada de trabalho de seus servidores em discre-
pância com a lei, esse tribunal poderá determinar que
a agência tome as providências necessárias para re-
gularizar essa situação.
39. (CESPE-ANTAQ-2009) As agências regulado-
ras federais possuem elevado grau de independência
em face do poder central, razão pela qual não estão
submetidas ao controle por parte do Tribunal de Con-
tas da União, no que se refere aos aspectos de efici-
ência do serviço público concedido, fiscalizado pelas
agências.
40. (CESPE-2013-ANS) Considere que uma lei fe-
deral tenha sido criada com o objetivo de vedar a re-
condução ao cargo de diretores de agências regula-
doras. Nesse caso, a proteção constitucional ao di-
reito adquirido impedirá que essa inovação legislativa
se aplique aos diretores da ANS que ocupem o refe-
rido cargo no momento da edição da norma
41. (CESPE-2013-ANS) Seria inconstitucional ato
normativo da ANS que instituísse tarifa de processa-
mento de recurso, cobrada de cidadãos e empresas,
como requisto para o recebimento de recursos admi-
nistrativos que questionassem a licitude de atos da
ANS.
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42. (CESPE-2013-ANS) Seria incompatível
com a CF projeto de lei, apresentado por deputado
federal, que determinasse a transferência da sede
da ANS para Brasília.
43. (CESPE-2013-ANS) Os diretores da ANS
poderão ser estrangeiros, desde que possuam co-
nhecimento técnico comprovado para desempe-
nhar a função
44. (CESPE-2013-ANS) A vigilância sanitária é
uma das atribuições do SUS.
45. (CESPE-2013-ANS) O montante da arreca-
dação das multas impostas pela ANS integra as re-
ceitas da agência.
46. (CESPE-2013-ANS) Se um decreto do pre-
sidente da República transferir para a ANS compe-
tências que sejam atualmente atribuídas ao Minis-
tério da Saúde, e se essa modificação não implicar
aumento de despesas, tal decreto será constituci-
onal.
47. (CESPE-2013-ANS) De acordo com a CF, a
nomeação de diretores da ANS depende da aprova-
ção prévia do Senado Federal; logo, o Senado Fe-
deral pode determinar a exoneração de diretor da
ANS, pelo voto da maioria absoluta de seus mem-
bros.
48. (CESPE-2013-ANS) A CF veda a nomeação
de deputado federal devidamente empossado para
o cargo de diretor-presidente da ANS.
49. (CESPE-2013-ANS) Seria inválida disposi-
ção legal que reservasse ao menos um cargo de di-
retor da ANS a servidor ocupante de cargo efetivo
na administração federal porque a CF veda a re-
serva de cargos comissionados aos servidores de
carreira.
50. (CESPE-2013-ANS) Mandado de segu-
rança contra ato do diretor-presidente da ANS deve
ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.
51. (CESPE-2013-ANS) De acordo com a CF, o
cargo de diretor da ANS pode ser exercido por brasi-
leiro naturalizado.
52. (CESPE-2013-ANS) A distribuição de cargos
de procurador federal nas procuradorias das agências
reguladoras é atribuição do procurador-geral federal.
53. (CESPE-2006-ANATEL) Em razão de previsão
legal específica, é permitida às agências reguladoras
a contratação de serviços pela modalidade de con-
sulta, inclusive para contratações referentes a servi-
ços de engenharia, contrariando o que prevê a Lei n.º
8.666/1993, que institui normas para licitações e
contratos da administração pública.
54. (CESPE-2006-ANATEL) Se houver algum tipo
de impedimento à prestação desse serviço, o crime
cometido pelo ex-diretor é, nos termos da lei que dis-
põe sobre a gestão de recursos humanos das agências
reguladoras, o de advocacia administrativa.
55. (CESPE-2006-ANATEL) O presidente ou dire-
tor-geral ou diretor-presidente e os demais membros
do conselho diretor e da diretoria das agências regu-
ladoras devem ser brasileiros natos, escolhidos pelo
presidente da República e por ele nomeados, após
aprovação pelo Senado Federal.
56. (ESAF/Administrador/ENAP) São entidades
políticas, com personalidade jurídica de direito pú-
blico interno, integrantes da República Federativa do
Brasil as autarquias em regime especial da União e
dos Estados.
57. (ESAF-CGU-2006) Pelo sistema constitucio-
nal brasileiro, a categoria das agências reguladoras
apresentam competência de natureza:
a) legislativa e administrativa.
b) exclusivamente administrativa.
c) exclusivamente legislativa.
d) administrativa e jurisdicional.
e) legislativa, administrativa e jurisdicional.
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58. (ESAF/ANA/2009) Dado o seu caráter re-
gulador, é correto afirmar que os seguintes aspec-
tos inerentes à atividade da Agência Nacional de
Águas estarão sujeitos à atuação do Sistema de
Controle Interno do Poder Executivo Federal, ex-
ceto:
a) o conteúdo das decisões regulatórias emitidas.
b) os atos referentes a pessoal e sua remuneração.
c) os dispêndios, licitações e contratações produ-
zidos.
d) os processos em que houver dispensa ou inexi-
gibilidade de licitação.
e) os sistemas administrativos e operacionais de
controle interno administrativo utilizados na ges-
tão orçamentária, financeira, patrimonial, operaci-
onal e de pessoal.
59. (CESPE-ANAC-2012) As agências regula-
doras têm o poder de orientar e de conciliar, mas
não de sancionar, competência exclusiva do Poder
Judiciário.
60. (CESPE-ANAC-2012) As agências regula-
doras são órgãos da administração indireta que
exercem unicamente o típico poder de polícia, im-
pondo limitações administrativas de fiscalização e
de repressão previstas em lei.
61. (CESPE-ANAC-2012) As agências regula-
doras têm autonomia financeira e orçamentária,
assim como receita própria.
62. (CESPE/ANATEL/2012) Todas as agências
reguladoras federais são autarquias e cada uma
está vinculada a um ministério específico, de
acordo com a sua área de atuação.
63. (CESPE/ANATEL/2012) Além das agên-
cias reguladoras federais, podem existir, no Brasil,
agências reguladoras estaduais e municipais.
64. (CESPE-ANAC-2012) Considere que uma em-
presa aérea apresente recurso administrativo questi-
onando uma portaria da ANAC. Nesse caso, a própria
agência reguladora será a última instância decisória
na esfera administrativa.
65. (CESPE-ANATEL-2012) A ANATEL, por ser
agência reguladora integrante da administração indi-
reta, exerce o poder regulamentar com maior vigor,
podendo inovar na ordem jurídica com a edição de
atos normativos primários e regulamentos autôno-
mos.
66. (CESPE-ANATEL-2012) Toda agência regula-
dora está vinculada a algum ministério, de que depen-
dente financeiramente: por exemplo, a ANATEL é su-
bordinada financeiramente ao Ministério das Comuni-
cações.
67. (CESPE-ANATEL-2012) A ANATEL, criada
como agência reguladora das telecomunicações, é su-
bordinada hierarquicamente ao presidente da Repú-
blica.
68. (CESPE-ANATEL-2012) Por meio do Conselho
Consultivo, a sociedade participa das decisões da
ANATEL.
69. (CESPE-ANATEL-2012) Toda agência regula-
dora está vinculada a algum ministério, de que depen-
dente financeiramente: por exemplo, a ANATEL é su-
bordinada financeiramente ao Ministério das Comuni-
cações.
70. (CESPE-ANATEL-2012) Os conselheiros das
agências reguladoras somente podem ser destituídos
de seus cargos, antes do fim de seus mandatos, por
falta grave, devidamente apurada por processo admi-
nistrativo e judicial, com direito a ampla defesa.
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Dessa forma, assegura-se a independência política
dos órgãos reguladores.
71. (CESPE-ANATEL-2012) Apesar de serem
autarquias, as agências reguladoras devem obede-
cer aos mesmos ditames legais dos entes públicos
federais, com a obrigação de realizar concurso pú-
blico e licitações. Contudo, as regras dessas opera-
ções podem ser definidas internamente, sem a ne-
cessidade de seguir os procedimentos licitatórios
definidos por lei para a administração federal.
72. (CESPE-ANA-2006) Segundo a doutrina
majoritária do direito administrativo brasileiro, as
agências reguladoras são empresas
concessionárias de serviço público.
73. (CESPE-ANATEL-2004) A ANATEL e a
Agência Nacional do Petróleo são as únicas
agências reguladoras que têm fundamento na
própria Constituição Federal. Essas agências são
autarquias de regime especial e gozam de
independência em relação aos poderes da
República, tanto que seus dirigentes têm mandato
por prazo determinado, não podendo ser
exonerados, e, além do mais, não estão sujeitas ao
controle interno do Poder Executivo.
74. (CESPE-ANA-2006) Ao contrário do que
ocorre nos demais órgãos administrativos, as
decisões das agências reguladoras não estão
sujeitas ao controle do Poder Judiciário, em razão
da sua origem e competência.
75. (CESPE-ANA-2006) Ato discricionário
praticado por diretor de agência reguladora deve
observar, obrigatoriamente, o princípio da
moralidade pública previsto na Constituição da
República.
76. (CESPE-ANA-2006) Servidores públicos de
agência reguladora que estejam em estágio
probatório devem observar, em suas atividades, os
princípios da eficiência e moralidade
77. (CESPE-ANA-2006) Conselheiros e diretores
de cada agência reguladora só perderão o mandato
em caso de renúncia ou condenação judicial
transitada em julgado, sendo vedada a criação de
outras hipóteses de perda de mandato
78. (CESPE-ANA-2006) Regulamentos ou
resoluções do Poder Executivo Federal não poderão
ser invalidados pelo Poder Judiciário por via da ação
direta de inconstitucionalidade quando contrariarem
a Constituição Federal, uma vez que esse instrumento
só é aplicável quando uma lei violar a Constituição.
79. (ESAF-ANA-2009) Dado o seu caráter
regulador, é correto afirmar que os seguintes
aspectos inerentes à atividade da Agência Nacional de
Águas estarão sujeitos à atuação do Sistema de
Controle Interno do Poder Executivo Federal, exceto
o conteúdo das decisões regulatórias emitidas.
80. (CESPE/ANAC/TA/2012) A ANAC, uma
agência reguladora, recebe essa qualificação por
força de contrato de gestão celebrado com órgão da
administração a que se subordina, para melhoria da
eficiência e redução de custos.
81. (CESPE/AGU/2012) As relações de trabalho
nas agências reguladoras são regidas pela CLT e pela
legislação trabalhista correlata, em regime de em-
prego público.
82. (CESPE/TRF-5/Juiz/2009) O poder norma-
tivo das agências reguladoras encontra-se fundado
em normas jurídicas lineares, as quais não revelam
muito espaço interpretativo para a administração pú-
blica.
83. (CESPE/Procurador-ES/2007)A
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 23
transferência às agências reguladoras da função
de executar objetivos e planos estatais demonstra
a centralização que a criação dessas estruturas
gera na administração pública.
84. (CESPE - 2009 - ANTAQ - Especialista) Os
diretores das agências reguladoras serão
escolhidos pelo presidente da República, mas essa
escolha deve ser aprovada, por meio de voto
secreto, após arguição pública, pelo Senado
Federal.
85. (CESPE/2009/ANATEL) As agências
reguladoras têm caráter nacional, sendo vedado
aos estados e ao Distrito Federal criar suas
próprias agências estaduais quando se tratar de
serviço público, por ausência de previsão
constitucional.
86. (CESPE/2010/MPU) Considere que Pedro,
imediatamente após o término de seu mandato
como dirigente de agência reguladora, tenha sido
convidado a assumir cargo gerencial em empresa
do setor regulado pela agência onde cumprira o
mandato. Nessa situação, Pedro não poderá
assumir imediatamente o novo cargo, devendo
cumprir quarentena.
87. (CESPE/2009/ANATEL) Durante o período
de impedimento para o exercício de atividades no
setor regulado, o ex-dirigente de agência
reguladora ficará vinculado à agência, fazendo jus
a remuneração compensatória equivalente à do
cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele
inerentes.
88. (CESPE/2006/ANATEL) O modelo
batizado de sanção premial, que a ANATEL
pretende adotar no processo de licitação dos
serviços de telecomunicações de terceira geração,
tem como ponto central a possibilidade de as
operadoras resgatarem, na medida em que forem
cumpridas as metas acordadas de cobertura
geográfica e de novos serviços, os recursos
financeiros depositados como uma espécie de caução.
89. (ESAF-CGU-2004) Regulação, concessão e
defesa da concorrência são estratégias inter-relacio-
nadas e apresentam um enorme desafio para o legis-
lador, o Poder Executivo, o setor jurídico, o setor pri-
vado e a sociedade civil. O Estado não pode estar au-
sente do ambiente regulatório. Além de ser poder
concedente, cabe a ele definir os rumos da política re-
gulatória, cujo objetivo é alcançar a legitimidade, o
consenso da sociedade civil em relação às instituições
e às práticas de regulação. Em relação a esse tema,
é incorreto afirmar que:
a) a principal diferença relativa às novas agências re-
guladoras não se encontra na sua forma jurídica, mas
na relação estabelecida entre as competências nor-
mativas da agência e a exploração do serviço pelo
concessionário.
b) as agências reguladoras praticam atos administra-
tivos, regulados pela Constituição, obedecendo aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade
e publicidade.
c) a agência reguladora não é um agente fiscal da mo-
ralidade constitucional e administrativa e é um órgão
voltado muito mais para o interesse público capital do
Estado do que para os usuários e a sociedade simples-
mente.
d) os marcos regulatórios que conformam a atuação
das agências reguladoras, enquanto autarquias espe-
ciais, são a Constituição, os atos do Poder Legislativo,
regulamentos primários e secundários, assim como o
contrato de concessão, considerando que a agência
reguladora não representa o poder concedente.
e) a agência reguladora pode ser considerada uma
instância arbitral da administração pública, no sen-
tido de dirimir eventuais conflitos e divergências en-
tre o poder concedente e as concessionárias ou na tu-
tela dos direitos dos serviços públicos concedidos.
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90. (CETRO-ANVISA-Técnico-Q.26)Em relação
ao histórico e às características dos órgãos
reguladores no Brasil, assinale a alternativa
incorreta.
(A) No Brasil, desde o início do século 20, já havia
entidades com funções regulatórias e
fiscalizatórias de setores econômicos, mas que não
eram chamadas de agências.
(B) A criação das agências atuais ocorreu no início
da década de 1990, após a implantação da política
econômica neoliberal adotada pelo Brasil. O
legislador pátrio adotou o termo “agência
reguladora” baseando-se no modelo europeu
(experiência francesa).
(C) O período conhecido como a “Reforma do
Estado” resultou na elaboração de diversas
emendas constitucionais que permitiram ao Estado
delegar ao setor privado a prestação de serviços
públicos que eram, até o momento, explorados
exclusivamente por aquele. As Emendas
Constitucionais 8 e 9 de 1995 permitiram ao Estado
a delegação das respectivas atividades bem como
criaram os órgãos reguladores pertinentes.
(D) As primeiras agências criadas com permissão
constitucional foram, nessa ordem, a Agência
Nacional de Telecomunicações (ANATEL), pela Lei
nº 9.472/1997, e a Agência Nacional do Petróleo
(ANP), pela Lei nº 9.478/1997, ressaltando-se que
a primeira agência surgida no Brasil foi a Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em 1996,
sendo que esta não tem previsão direta
constitucional.
(E) Agência Reguladora, no direito brasileiro, é
uma autarquia especial, criada por lei, também
com estrutura colegiada, com a incumbência de
normatizar, disciplinar e fiscalizar a prestação, por
agentes econômicos públicos e privados, de certos
bens e serviços de acentuado interesse público,
inserido no campo da atividade econômica que o
Poder Legislativo entendeu por bem destacar e
entregar à regulamentação autônoma e especializada
de uma entidade administrativa relativamente
independente da Administração Central.
91. (CETRO-ANVISA-Analista-Q.44) Sobre as
características das agências reguladoras, assinale a
alternativa correta.
(A) Mandatos coincidentes de 4 (quatro) anos;
vinculação à Casa Civil da Presidência da República;
exoneração ad nutum a qualquer momento;
nomeação do seu presidente sem a necessidade de
aprovação pelo Senado.
(B) Contratação de técnicos sem necessidade de
concurso público; gestão financeira subordinada ao
TCU; estabelecer as suas normas de acordo com as
diretrizes partidárias.
(C) Quarentena de 12 (doze) meses; estruturas de
responsabilização; mandatos não coincidentes de 4
(quatro) anos; exoneração imotivada de diretor só
nos 4 (quatro) meses iniciais do mandato.
(D) Como são agências independentes, não sofrem
fiscalização do TCU; não têm autonomia financeira;
dependem administrativamente de suporte gerencial
do respectivo ministério.
(E) Por serem agências independentes, não precisam
atender aos preceitos da Lei de Licitações; podem
estabelecer imediatamente normas originárias dos
entes regulados; não precisam ser fiscalizadas pelo
Poder Legislativo.
92. (CETRO-ANVISA-Analista-Questão 49)
Assinale a alternativa que apresenta a agência
reguladora brasileira supervisionada pelo Ministério
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 25
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
(A) Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
(B) Agência Nacional de Águas (ANA).
(C) Agência Nacional de Cinema (ANCINE).
(D) Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
(E) Agência Nacional do Petróleo (ANP).
93. (CETRO-ANVISA-Analista- Questão 50).
Uma das características estabelecidas para as
agências reguladoras é a existência de estruturas
de responsabilização. É correto afirmar que essas
estruturas compreendem
(A) conselho partidário, conselho sindical e
ouvidorias.
(B) ouvidorias, conselho de procuradores, e
conselho partidário.
(C) conselhos de classe, conselhos analíticos e
conselho de informática.
(D) ouvidorias, conselhos de consumidores e
conselhos administrativos.
(E) conselho ministerial, conselho de ouvidores e
ouvidorias.
94. (CESPE-TCDF-213) As agências
reguladoras consistem em mecanismos que
ajustam o funcionamento da atividade econômica
do país como um todo. Foram criadas, assim, com
a finalidade de ajustar, disciplinar e promover o
funcionamento dos serviços públicos, objeto de
concessão, permissão e autorização, assegurando
o funcionamento em condições de excelência tanto
para o fornecedor/produtor como principalmente
para o consumidor/usuário.
95. (CESPE-2012) As agências reguladoras
estão sujeitas ao controle financeiro, contábil e
orçamentário exercido pelo Poder Legislativo, com
auxílio do Tribunal de Contas da União.
96. (CESPE-TRE-2012) As agências
reguladoras são entidades que compõem a
administração indireta e, por isso, são classificadas
como entidades do terceiro setor.
97. (CESPE-TRE-2012) O Poder Judiciário não
pode anular ato de nomeação dos diretores das
agências reguladoras
3.) PODER DE POLÍCIA
98. O poder de polícia é a atividade do Estado que
consiste em limitar o exercício dos direitos
individuais em benefício do interesse público, e cujo
exercício se condiciona a prévia autorização judicial.
99. (CESPE-ABIN-2010) A licença é um ato
administrativo que revela o caráter preventivo da
atuação da administração no exercício do poder de
polícia.
100. (CESPE-DETRAN-DF-2010) O ato
administrativo previsto no CTB, que controla a
condução de veículo em via pública, é um exemplo do
exercício do poder de polícia do Estado.
101. (CESPE-2009-MMA) Uma das características
do poder de polícia é a discricionariedade, que é a
possibilidade que tem a administração de pôr em
execução as suas decisões, sem precisar recorrer
previamente ao Poder Judiciário.
102. (CESPE-MPU-2010) O poder de polícia,
vinculado a prática de ato ilícito de um particular, tem
natureza sancionatória, devendo ser exercido apenas
de maneira repressiva.
103. (CESPE-MS-2010) A sanção administrativa é
consectário do poder de polícia regulado por normas
administrativas.
104. (CESPE-TRT-17ª) A administração exerce o
poder de polícia por meio de atos e operações
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 26
materiais de aplicação da lei ao caso concreto,
compreendendo medidas preventivas e
repressivas. A edição, pelo Estado, de atos
normativos de alcance geral não pode ser
considerada meio adequado para o exercício do
poder de polícia.
105. (CESPE-ANS-2013) A interdição de
estabelecimentos, instalações ou equipamentos é
vedada aos ocupantes de cargos com atribuições
de natureza fiscal ou decorrentes do poder de
polícia.
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS AO ESTUDO
DE REGULAÇÃO
SIGNIFICADO CIENTÍFICO: “REGULAÇÃO É O BLOQUEIO DOS
FATORES QUE, AO ATUAREM NUM SISTEMA, LEVARIAM AO
SEU DESEQUILÍBRIO”, CONSISTE, PORTANTO, “EM MANTER
OU RESTABELECER O FUNCIONAMENTO EQUILIBRADO DE UM
SISTEMA”
SIGNIFICADO ECONÔMICO:
(1) TODA INTERVENÇÃO ESTATAL DESTINADA A
CORRIGIR FALHAS DE MERCADO
(2) TODA INTERVENÇÃO ESTATAL DESTINADA A
CORRIGIR EXTERNALIDADES;
(3) TODA INTERVENÇÃO ESTATAL DESTINADA A CRIAR
AS CONDIÇÕES DE MERCADO NOS MONOPÓLIOS
NATURAIS
(4) TODA INTERVENÇÃO DO ESTADO DESTINADA A
CRIAR UM SISTEMA DE CONCORRÊNCIA
(5) TODA INTERVENÇÃO ESTATAL DESTINADA A
PROMOVER A EFICIÊNCIA E A EQUIDADE
ECONÔMICAS
(6) TODA INTERVENÇÃO ESTATAL PARA PROTEGER
INTERESSES ECONÔMICOS DOS AGENTES
REGULADOS OU DE GRUPOS DE INTERESSE
SIGNIFICADO JURÍDICO
EM SENTIDO AMPLO: “REGULAR” É DISCIPLINAR,
ESTABELECER REGRAS, CRIAR NORMAS (OCORRÊNCIAS NO
TEXTO DA CF – ART. 5º, XXXI E XLVI; ART. 18, §2º; ART.
20, §2º; ART. 37, §3º ETC.)
• CONCEITO IMPRÓPRIO (AINDA NÃO É O QUE NOS
INTERESSA) JÁ QUE TODA FUNÇÃO PÚBLICA
(ADMINISTRATIVA – EXECUTAR NORMAS EM
CONCRETO, LEGISLATIVA – CRIAR NORMAS EM
ABSTRATO; OU JUDICIAL – APLICAR NORMAS EM
CONCRETO) ACABA SENDO A DISCIPLINA OU
APLICAÇÃO DE REGRAS.
EM SENTIDO ESTRITO: REGULAÇÃO É ESPÉCIE DO GÊNERO
“REGULAÇÃO ADMINISTRATIVA”, QUE SIGNIFICA EXERCÍCIO
DE FUNÇÃO NORMATIVA E ORDENADORA DE ATIVIDADE
ECONÔMICA PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA POR EXPRESSA
DELEGAÇÃO LEGISLATIVA
ATIVIDADE ADMINISTRATIVA ORDENADORA AMPLA
RESTRIÇÃO DO DIREITO FUNDAMENTAL À LIBERDADE DE
INICIATIVA ECONÔMICA POR RAZÕES DE INTERESSE PÚBLICO
1) EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA
ADMINISTRATIVO (VEDAÇÃO AO ABUSO DE DIREITO)
2) REPRESSÃO DO ABUSO DE PODER ECONÔMICO
(CADE)
3) CONDICIONAMENTOS URBANÍSTICOS E AMBIENTAIS
(IPHAN, IBAMA)
4) FISCALIZAÇÃO DE ALGUMAS PROFISSÕES (CRM,
CREA, OAB*)
5) ATIVIDADES PRIVADAS SOB REGIME ESPECIAL: (A)
PRODUTOS PERIGOSOS , NOCIVOS À SAÚDE:
CIGARROS, FOGOS DE ARTIFÍCIO ETC.
6) PRÉVIO CONTROLE SOBRE SERVIÇOS SOCIAIS:
SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE,
EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA SOCIAL ETC.
7) CONTROLE DE PREÇOS, ENTRADA, QUALIDADE E
QUANTIDADE DE GÊNEROS DE PRIMEIRA
NECESSIDADE, INCLUSIVE SOBRE MEDICAMENTOS
8) CONTROLE SOBRE A ATIVIDADE FINANCEIRA
(BACEN) E SOBRE O MERCADO DE AÇÕES (CVM)
ATIVIDADE ADMINISTRATIVA ORDENADORA ESPECÍFICA:
REGULAÇÃO POR ENTIDADES ADMINISTRATIVAS
INDEPENDENTES
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REGULAÇÃO CONSISTE, PRINCIPALMENTE, NA EDIÇÃO DE
NORMAS SECUNDÁRIAS (FEITAS NOS LIMITES DA LEI, PARA
COMPLEMENTÁ-LA) COM BASE NO ART. 170 C/C ART. 174,
CF/88, MAS TAMBÉM NO EXERCÍCIO DE OUTRAS
COMPETÊNCIAS PÚBLICAS (FISCALIZAÇÃO,
MONITORAMENTO, SANÇÃO, JULGAMENTO; INDUÇÃO)
REALIZADAS SOB REGIME DE DIREITO PÚBLICO COMO
INTERVENÇÃO INDIRETA NA ATIVIDADE ECONÔMICA
REALIZADA PELOS PARTICULARES
NÃO SE RESUME NEM SE CONFUNDE COM O
EXERCÍCIO DE PODER REGULAMENTAR: ART. 84,
IV E VI, “A” E “B”; ART. 49, V;
DIMENSÃO SOCIAL DE REGULAÇÃO– “CONJUNTO DE
TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS DE PROMOÇÃO DE VALORES
SOCIAIS E CULTURAIS COM EFEITOS SOBRE A ORGANIZAÇÃO
DOS MERCADOS”: DEFESA DO CONSUMIDOR, DEFESA DO
MEIO AMBIENTE, CONTROLE DAS ATIVIDADES SOCIAIS NÃO
EXCLUSIVAS DO ESTADO (SERVIÇOS PÚBLICOS NÃO
EXCLUSIVOS DO ESTADO PRESTADOS NA ÁREA SOCIAL –
SAÚDE, EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA SOCIAL, PREVIDÊNCIA,
CULTURA) E EXERCÍCIO DE TAREFAS DE MONITORAMENTO E
FISCALIZAÇÃO VOLTADAS À SATISFAÇÃO DO INTERESSE
PÚBLICO.
A ANVISA REALIZA REGULAÇÃO POR
ORDENAÇÃO DE DIVERSAS ATIVIDADES
ECONÔMICAS (EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA
ADMINISTRATIVA NA ÁREA SANITÁRIA) COM A
FINALIDADE DE PROTEGER O INTERESSE PÚBLICO
(SAÚDE COLETIVA).
DIMENSÃO POLÍTICA DE REGULAÇÃO: SUPERAR AS
DESIGUALDADES DE REPRESENTAÇÃO POLÍTICA EXPRESSAS
POR MEIO DAS ELEIÇÕES E DOS PARTIDOS POLÍTICOS: A)
AUMENTO DO CONTROLE SOCIAL DIRETO; B) AUMENTO DA
PARTICIPAÇÃO SOCIAL DIRETA NA DEFINIÇÃO DAS
POLÍTICAS DE ESTADO POR MEIO DE CANAIS
INSTITUCIONALIZADOS COMO AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
E CONSULTAS PÚBLICAS; C) GARANTIR MAIOR
IGUALDADE POLÍTICA ENTRE OS CIDADÃOS E UNIDADES
FEDERADAS
O ESTADO DEIXA DE AGIR COMO EMPRESÁRIO
(PREFERÊNCIA GERAL PELA INICIATIVA PRIVADA COMO
AGENTE ECONÔMICO; DESPRESTÍGIO DA EMPRESA ESTATAL
COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL E DE INDUSTRIALIZAÇÃO)
ONDE POSSÍVEL INSTAURA-SE UM REGIME
COMPETITIVO DE ATUAÇÃO (ORIENTAÇÃO À CONCORRÊNCIA;
DESPRESTÍGIO DO PLANO E DO AGENTE ÚNICO,
“CONTROLÁVEL”)
EM CONTRAPARTIDA, O ESTADO REFORÇA E
QUALIFICA SUA ATUAÇÃO NORMATIVA E FISCALIZADORA:
PASSA A AGIR COMO REGULADOR EM “ÁREAS ECONÔMICAS
SENSÍVEIS”
REGULAÇÃO PARA CONCORRÊNCIA SETORES
COMPETITIVOS: GARANTIA DO MERCADO
(PROPRIEDADE&CONTRATOS)
REGULAÇÃO CORRETIVA SETORES COMPETITIVOS QUE
APRESENTEM ALGUMA DISFUNÇÃO CONJUNTURAL NA
FORMAÇÃO DO MERCADO
REGULAÇÃO SIMULACRO DA CONCORRÊNCIA SETORES
ESTRUTURALMENTE NÃO COMPETITIVOS OU COM PROBLEMAS
CONJUNTURAIS DE MERCADO
REGULAÇÃO “SOCIAL” QUALQUER SETOR, PARA
ASSEGURAR PRESTAÇÕES MÍNIMAS
FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA
ECONOMIA:
INTERVENÇÃO DIRETA = ATUAÇÃO DIRETA
(i) Intervenção por participação – empresas
estatais
Exploração de atividade econômica em sentido
estrito: “CF, Art. 173. Ressalvados os casos
previstos nesta Constituição, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança
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nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei (...)”.
(I.a ) Intervenção por absorção – empresas
estatais
Exploração dos monopólios “CF, Art. 177.
Constituem monopólio da União: I - a pesquisa e
a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e
outros hidrocarbonetos fluidos;” (...) V - a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o
reprocessamento, a industrialização e o comércio
de minérios e minerais nucleares e seus
derivados,”(...)
(i.b) Prestação direta de serviços públicos “Art.
175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos
(ii) INTERVENÇÃO INDIRETA : FOMENTO,
PLANEJAMENTO, PODER DE POLÍCIA E
REGULAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS
(ii.a) Intervenção indireta por direção (ordenação):
Criação de regras de observância obrigatória e de
incidência direta nas relações
econômicasdesempenhada pelos privados
Regulação de atividades econômicas em sentido
estrito,
Regulação de Serviços Públicos delegados
Poder de Polícia
Controle das Concentrações Econômicas e
Repressão ao Abuso de Poder Econômico
Planejamento para o setor público
(ii.b) Intervenção indireta por indução: Ocorre sem que
sejam estabelecidas regras de incidência direta nas
relações jurídicas privadas, mas sim por meio da
criação de incentivos e desincentivos à atividade
econômica (ex.: isenções fiscais): Fomento
Planejamento para o setor privado
Regulação Jurídica da atividade econômica compreende (i) funções de normatização, (ii) de monitoramento, (iii) de fiscalização, (iv) de outorga; (v) de aplicação de sanção punitiva; (vi) de aplicação de incentivos (“sanção premial”);(vii) de composição de interesses (mediação, conciliação e
arbitragem), (viii) de aumento da participação democrática e (ix) de julgamento em âmbito administrativo, as quais são conferidas por lei a entidades administrativas independentes, sob regime de Direito Público, em relação a atividades, bens e serviços de caráter econômico e relevância social (incluídos tanto os bens e serviços públicos de
titularidade estatal explorados por particulares delegatários quanto as atividades privadas dotadas de interesse público exploradas pelos privados) . Regular é conceito mais amplo do que regulamentar, englobando todas as atividades necessárias à
fiscalização e ao controle do setor, como fiscalizar, normatizar, dirimir conflitos, aplicar sanções etc. A regulação estatal envolve atividades coercitivas, adjudicatórias, de coordenação e organização, funções de fiscalização, de sanção punitiva, de conciliação (composição e arbitragem de interesses), de incentivo. Conceitos Doutrinários
"Conjunto de regras de conduta e de controle da atividade privada do Estado, com a finalidade de estabelecer o funcionamento equilibrado do mercado.” - Maria Sylvia Zanella Di Pietro
Vital Moreira: “Quanto à amplitude do conceito, aparecem-nos três concepções de regulação: (a) em sentido amplo, é toda forma de intervenção do Estado da economia, independentemente de seus instrumentos e fins; (b) num
sentido menos abrangente, é a intervenção estatal na economia por outras formas que não a participação direta na atividade econômica, equivalendo, portanto, ao condicionamento, coordenação e disciplina da atividade econômica privada; (c) num sentido restrito, é somente o
condicionamento normativo da atividade econômica
privada (por via de lei ou outro instrumento normativo)” “Conjunto de medidas legislativas, administrativas e convencionais, abstratas ou concretas, pelas quais o Estado, de maneira restritiva da liberdade privada ou meramente indutiva, determina, controla, ou influencia o comportamento dos agentes econômicos, evitando que
lesem os interesses sociais definidos no marco da Constituição e orientando-os em direção socialmente desejáveis.“ Alexandre dos Santos Aragão “(a) a regulação dos monopólios quando a competição é restrita ou inviável, evitando que eles lesem a economia
popular, controlando os preços e a qualidade dos serviços ou produtos;
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(b) regulação para a competição, como forma de assegurar a livre concorrência no setor privado e, no caso de atividades econômicas sensíveis ao interesse público, ao seu direcionamento na senda deste; (c) regulação dos serviços públicos, assegurando a sua universalização, qualidade e preço justo”. (In ARAGÃO, Alexandre Santos de. O conceito
jurídico de regulação da economia. Revista de Direito Mercantil 122 de abril/junho de 2001. São Paulo: Melhoramentos, p. 40.) Paulo Roberto Ferreira Motta: "O processo administrativo encetado pela Administração Pública mediante a observância do regime
jurídico de Direito Público, de limitação à liberdade e à propriedade, visando dar funcionalidade e racionalidade ao mercado. Quando direcionada à atividade privada, estabelece um regime de sujeição geral e impõe deveres aos agentes do mercado. Ao revés,
quando endereçada aos serviços públicos, constitui um regime de especial sujeição e impõe obrigações aos prestadores e cidadãos-usuários.“ Floriano de Azevedo Marques Neto considera regulação toda atividade do poder público no campo da economia que não implique exploração direta da
atividade regulatória estatal não envolve apenas uma função estabilizadora (preservar o equilíbrio do mercado), mas compreende também função
redistributiva. O art. 174, CF/88, lista a função do Estado de incentivar e planejar as atividades econômicas como agente normativo e regulador. Por isso, a função regulatória do Estado não se resumiria a
corrigir as “falhas de mercado” As agências reguladoras Um ente “independente”, que realiza tarefas de Estado (e não de governo) – autonomia
Em princípio, é um ente que está equidistante do poder político (Estado) do poder econômico (agentes)
dos destinatários da atividade (consumidores) equilibra os diferentes interesses em jogo, de modo
a propiciar a existência da atividade (questões relativas à remuneração do empresário) e sua fruição ampla pela sociedade Em seu contexto primeiro, foi tida por uma técnica de regulação alternativa à:
(i.) regulação por lei
(ii.) regulação pelo Judiciário
(iii.) regulação pela estatização
(iv.) (iv.) regulação por contrato
Não é um poder concedente (a idéia de SP é estranha ao seu ambiente originário) A agência foi conformada num
ambiente de iniciativa privada Premissas: as agências são elementos essenciais à proposta do “Estado Regulador” Imparcialidade política autonomia (realizam tarefa de
Estado e não de Governo) Personalidade de direito público interno Autonomia econômica – orçamento e receitas próprias
Última instância decisória – ausência de recurso em sentido próprio ao Ministério Critérios de nomeação e remoção dos dirigentes – participação do Congresso Nacional Construção de um espaço público de discussão (audiências
e consultas públicas etc. Poder normativo
Regulação especializada (ação normativa secundária) e fiscalização realizadas segundo padrões de eficiência técnica e econômica, de modo a compor os diferentes interesses em questão poder normativo (um tema que
depende da prévia análise de cada Constituição) Forma jurídica: corpos destacados das administrações centrais, com competências setoriais ou gerais
Atribuições típicas: um “Quase” Quarto Poder Normatização Acompanhamento (fiscalização e supervisão)
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Solução de controvérsias setoriais
Estado
(Interesse Público)
Agentes Econômicos
(Interesse Privado)
Consumidores e Usuários
(Interesse Coletivo)
Ente Regulador separado e equidistante de Governo, Prestadores e Consumidores:
“As autarquias sujeitam-se às normas constitucionais que disciplinam esse tipo de entidade; o regime especial vem definido nas respectivas leis instituidoras, dizendo respeito, em regra, à maior autonomia em relação à Administração Direta; à estabilidade de seus dirigentes, garantida pelo
exercício de mandato fixo, que ele somente podem perder nas hipóteses expressamente previstas, afastada a possibilidade de exoneração ad nutum; ao caráter final de suas decisões, que não são passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades da Administração Pública.”
AgênciaReguladora
Setor da Economia(bens, serviços, atividades)
Lei de Criação
Agência Nacion al deEnergia Elétrica - ANEEL
Regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição ecomercialização de energia elétrica, em conformid ade com aspolíticas e diretrizes do Governo Federal
Lei nº 9.427 de 26/12/1996
Agência Nacional de Telecomunicações -ANATEL
Regular e fiscalizar os serviços de telecomunicações
no Brasil
Lei nº 9.472 de
16/07/1997
Agência Nacion al doPetróleo, Gás Natural eBiocombustíveis - ANP
Promover a regulação, a contratação e a fiscalizaçãodas atividades econômicas integrantes da indústria dopetróleo, do gás natural e dos biocombustíveis.
Lei nº 9.478 de26/12/1997
Agência Nacion al deVigilância Sanitária -ANVISA
Proteger e promover a saúde, garantindo a segurançasanitária de produtos e serviços.
Lei nº 9.782 de
26/01/1999
Agência Nacional de Saúde Suplementar -ANS
Controlar, normatizar, controlar e fiscalizar asatividades que garantem a assistência suplementar àsaúde.
Lei nº 9.961 de28/01/2000
Agência Nacional de Águas - ANA
Implementar, em sua esfera de atribuições, a Política
Nacional de Recursos Hídricos, integrando o SistemaNacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Lei nº 9.984 de
17/07/2000
Agência Reguladora Setor da Economia(bens, serviços, atividades)
Lei de Criação
Agência N acional deTransportes Terrestres -ANTT
Implementar, regular e supervisionar a política voltadapara os transportes terrestres.
Lei nº 10.233 de05/06/2001
Agência Nacional de Transportes Aquaviários -ANTAQ
Implementar, regular e supervisionar a política detransportes aquaviários.
Lei nº 10.233 de05/06/2001
Agência N acional deCinema - ANCINE
Fomentar, regular e fiscalizar as indústriascinematográficas e videofonográfica.
Medida Provisória nº2.228 de06/09/2001
Agência N acional deAviação Civil - ANAC
Regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e deinfra-estrutura aeronáutica e aeroportuária.
Lei nº 11.182 de27/09/2005
Não é preciso ter nome da agência para regular: é preciso examinar as leis!
A atividade regulatória estatal não se resume à
atuação das agências reguladoras
• Conselho Administrativo da Defesa Econômica (CADE): defesa da concorrência de diversos setores econômicos;
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• Comissão de Valores Mobiliários (CVM): regulação de mercados de capitais;
• Conselho Monetário Nacional (CMN):
regulação do sistema financeiro nacional; • Superintendência de Seguros Privado
(SUSEP): regulação das seguradoras privadas. •
PODERES DAS AGÊNCIAS
REGULADORAS
1.Poder Normativo
Consiste na prerrogativa de editar comandos gerais para o setor regulado (se agência setorial: ANEEL, ANP, ANATEL, ANTAQ, ANTT), para o bem regulado (ANA) ou para os bens, serviços e atividades sob sua competência (ANVISA, ANS) com o fim de complementar os preceitos (standards) definido na lei
que cria e confere competências a cada agência reguladora. Regulamentos delegados ou autorizados por lei: o âmbito possível de regulação normativa deve ser determinado na lei;
art. 37, caput, CF/88 - art. 5º, II, CF/88 Não podem ir contra a lei nem além da lei; As matérias devem ter índole técnica; Estão sujeitas a controle legislativo (art. 49, V e X da CF/88) e, sempre que provocado, a controle judicial (art. 5º,
XXXV, CF/88) Não se confundem com o exercício do poder regulamentar (art. 84, IV e VI) Não se limitam a dar “fiel execução à lei”, mas complementam as disposições dela
2. Poder Fiscalizatório Consiste no poder de fiscalizar, monitorar e
acompanhar as atividades reguladas de modo a manter-se permanentemente informada sobre as condições econômicas, técnicas e de mercado de modo a aferir a adequação das condutas dos agentes
que atuam no setor às leis e aos atos normativos regulatórios de modo a verificar o (des)cumprimento de regras e objetivos regulatórios e aferir o atendimento aos administrados 3. Poder Sancionatório Punitivo
Consiste na aplicação de advertências, multas ou mesmo na cassação de licenças, determinar a extinção de contratos administrativos (caducidade) como também na prerrogativa de obrigar o particular a reparar uma conduta lesiva a algum valor ou
interesse
4. Poder Sancionatório Premial
Sanção é manifestação jurídica voltada a direcionar o comportamento a uma finalidade“Sanção premial” é parte da moderna regulação por incentivos, visto que confere consequências jurídicas não punitivas como forma
de direcionar o comportamento dos atores setoriais ao atingimento das políticas regulatórias.
”O conselheiro da Anatel, José Jarbas Valente, revelou durante apresentação na quinta
conferência do CDG - CDMA Development Group, que acontece na capital paulista, que o órgão regulador quer implementar para as licitações de
Terceira Geração, e se possível também para as sobras de São Paulo e Nordeste do Serviço Móvel Pessoal, um modelo, batizado de "sanção premial" nas novas licitações para a venda de espectro no país.
Nele, explicou Valente, as operadoras depositariam
recursos financeiros numa espécie de caução e, conforme fossem cumpridas as metas acordadas de cobertura geográfica e de novos serviços, poderiam resgatar o dinheiro, ficando para a Anatel e para o Governo um valor "mínimo porque não é interesse do
governo ganhar com a licença, mas sim ampliar a oferta do serviço", adiantou o conselheiro da Anatel.”
5. Poderes de Conciliação Traduz-se na capacidade de, dentro do setor regulado, realizar soluções negociadas: mediação, conciliação e,
em último caso, arbitragem dos interesses de operadores sujeitos à regulação, entre si, ou desses com os consumidores (isolados ou em grupos de interesses homogêneos) ou ainda com agentes que se relacionam de algum modo ao setor regulado e sejam afetados pela atividade regulatória.
Os poderes de conciliação “contribuem para aprimorar a governabilidade (eficiência); propiciam mais freios contra o abuso (legalidade); garantem a atenção a todos os interesses (justiça); proporcionam decisão mais sábia e prudente (legitimidade); desenvolvem a responsabilidade das pessoas (civismo); e tornam os comandos estatais
mais aceitáveis e facialmente obedecidos (ordem)” (MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Mutações do direito administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. p. 41.). 6. Poderes de Recomendação
Poderes de recomendação consistem na prerrogativa de o regulador subsidiar , orientar e informar o poder
político (governo) e a Administração Pública
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recomendando medidas ou decisões a serem editadas no âmbito das políticas públicas
Emitem pareceres técnicos em questões relacionadas à concorrência nos processos sujeitos ao controle do CADE
Emitem pareceres técnicos em questões relacionadas a Propriedade Intelectual*
Desenvolvimento de Estudos Setoriais Consultorias
PODERES QUASE-LEGISLATIVOS E QUASE JURISDICIONAIS
“Costuma-se afirmar que as agências reguladoras gozam de certa margem de independência em relação aos três poderes do Estado: (a) em relação ao Poder Legislativo, porque dispõem de
função normativa (função quase-legislativa), que justifica o nome de órgão regulador ou agência reguladora; (b) em relação ao Poder Executivo, porque as normas e decisões não podem ser alteradas ou revistas por autoridades estranhas ao próprio órgão;
(c) em relação ao Poder Judiciário, porque dispõem de função quase-jurisdicional no sentido de que
resolvem, no âmbito das atividades controladas pela agência, litígios entre os vários delegatários que exercem serviço público mediante concessão, permissão ou autorização e entre estes e os usuários
dos respectivos serviços.” (DI PIETRO, 1999, p. 131)
“INDEPENDÊNCIA” DAS AGÊNCIAS
1º) independência decisória - consiste na capacidade da agência de resistir a pressões de grupos de interesses no curto prazo. Procedimentos como o de nomeação e demissão de dirigente, associados com a
fixação de mandatos longos, escalonados e não
coincidentes com ciclo eleitoral, são arranjos que procuram isolar a direção da agência de interferências indesejáveis, tanto por parte do Governo, quanto da indústria regulada. 2º) independência de objetivos - compreende a escolha de objetivos que não conflitem com a busca
prioritária do bem-estar do consumidor. Uma agência com um número pequeno de objetivos bem definidos e não conflitantes tende a ser bem mais eficiente que uma outra com objetivos numerosos, imprecisos e conflitantes.
3º) independência de instrumentos - é a capacidade da agência de escolher os instrumentos e
de regulação de modo a alcançar os objetivos da forma mais eficiente possível. 4º) independência financeira – refere-se a disponibilidade de recursos materiais e humanos suficiente para execução das atividades de regulação.
6º) independência política dos gestores, investidos de mandatos e com estabilidade nos cargos durante um termo fixo; 7º) independência técnica decisional, predominando as motivações apolíticas para seus atos, preferentemente sem recursos hierárquicos impróprios; 8º) independência normativa, necessária para o exercício de competência reguladora dos setores de atividade de interesse público a seu cargo; e 9º) independência gerencial orçamentária e
financeira ampliada, inclusive com a atribuição legal de fonte de recursos próprios, como, por exemplo, as impropriamente denominadas taxas de fiscalização das entidades privadas executoras de serviços públicos sob contrato.
• Autonomia funcional: nomeação e remoção
de diretores •
– Nomeação e remoção ad nutum do
Presidente (modelo tradicional)
– Nomeação e remoção com concurso de outro Poder (Legislativo) e apenas por justa causa
• Autonomia decisória:
– Recursos hierárquicos próprios, compreendendo o mérito dos atos
– Recursos hierárquicos impróprios, relativos à legalidade e competência;
– Ausência de qualquer recurso
• Autonomia econômica:
– Grau de dependência da AD
– Orçamento e receitas próprias
• Autonomia normativa:
– Em face do Legislativo
– Em face do Executivo (regulamentação direta da Lei, sem
tutela ou necessidade de ato do Executivo)
Autarquia em Regime Especial
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1) Direção Colegiada
2) Mandato Fixo dos Dirigentes
3) Limitação da recondução dos Diretores
4) Impedimento de atuação na área de competência
5) Ouvidor
6) Conselhos Consultivos
Participação de membros externos: Poder Legislativo, representantes da sociedade civil, representantes do mercado, representantes dos poderes locais (Estados e Municípios), associações de consumidores, expertsise
7) Podem dirimir e arbitrar litígios
8) Podem celebrar Contratos de Gestão
9) Podem celebrar licitações para as tarefas
do setor
10) Não há subordinação hierárquica
PARTE 2 PAPEL REGULADOR DO ESTADO
Teorias do Interesse Público
VS.
TEORIAS ECONÔMICAS DA REGULAÇÃO
Teorias do Interesse Público
Pressuposto: A Regulação Estatal da Atividade Econômica serviria a promover o interesse público. Principais objetivos seriam: 1 - Alcançar a eficiência econômica produtiva, distributiva e alocativa: Minimização de custos; aumento da produtividade; socialização de efeitos positivos; compartilhamento de eficiências; aumento da utilidade para produtores e consumidores 2 - Assegurar preços razoáveis ou “justos” para os
consumidores: Produtos devem ser adquiridos pelos consumidores que mais necessitam (ex.: modicidade tarifária, universalização; direitos fundamentais à saúde e à vida) 3 – Estimular a concorrência nos setores (ou, quando
não seja possível, simular resultados competitivos): aumento de inovação, diminuição de preços, aumento da
produção e da qualidade 4 - Proteger o meio-ambiente e a conservação dos recursos naturais escassos. 1.1 - Eficiência Econômica 1 – Eficiência Produtiva: a ação regulatória deve
incentivar a utilização dos recursos e fatores produtivos da forma mais eficiente possível 2 –Eficiência Alocativa: a ação regulatória deve assegurar que os produtos transacionados sejam produzidos pelas firmas mais eficientes e adquiridos pelos
consumidores que mais os desejam ou deles necessitem. 3 – Eficiência Distributiva: o regulador deve cuidar para que os benefícios decorrentes das restrições regulatórias sejam compartilhados com os consumidores. Máxima eficiência: No ponto de equilíbrio de mercado existe eficiência máxima no que tange a produção porque não é possível aumentar a produção de um bem sem que
diminua a produção de outro bem. Ótimo de Pareto: não é possível melhorar o bem-estar de um produtor ou de um consumidor sem piorar o bem-estar de outro produtor ou de outro consumidor
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Eficiência Máxima O consumidor individual escolhe a melhorquantidade para comprar e o produtorindividual escolhe a melhor quantidadepara vender.
Em ambos os casos a atividade seexpande até que o seu custo marginaliguale a sua utilidade marginal.
50 100 200 400
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
Quantidade Q
Pre
ço
, cu
sto
ma
rg
ina
l e
utilid
ad
e m
arg
ina
l
O
CMg = UMg
D
Primeiro Teorema Geral da Teoria do Bem –Estar : na ausência de falhas de mercado, alocação de recursos produzida pelo equilíbrio competitivo é eficiente no sen-tido de Pareto.
Níveis de Produção Não-Eficientes
50 100 200 400
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
Quantidade Q
Pre
ço
, cu
sto
ma
rgin
al
e u
tili
da
de
ma
rgin
al
O
D
300
5,00
CMg = 10,00
UMg = 5,00
CMg > UMg Produção superior ao equilíbrio
Níveis de Produção Não-Eficientes
50 100 200 400
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
Quantidade Q
Pre
ço
, cu
sto
ma
rg
ina
l e
utilid
ad
e m
arg
ina
l
O
D
300
5,00
CMg = 5,00
UMg = 8,00
CMg < UMg Produção inferior ao equilíbrio
1.2 - Eficiência Máxima e Concorrência Perfeita
Quando há falhas de mercado, a maximização das funções de utilidade de, pelo menos, uma das partes não é alcançada. No mundo real, onde não se verificam situações de concorrência perfeita, o equilíbrio paretiano é perseguido através de ações regulatórias. A regulação é vista como uma ferramenta para restabelecer a eficiência alocativa, com o objetivo de maximizar o bem-estar econômico. Alocar é distribuir de modo a maximizar as funções utilidade de demanda e oferta. Os mecanismos que as agências utilizam para efetuar a regulação são:
1) REGULAÇÃO DE PREÇO: Controle de preços e tarifas;
2) REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO: Controle de quantidades ofertadas;
3) REGULAÇÃO DE ENTRADA: Restrições às entradas e à saída 4) REGULAÇÃO DA QUALIDADE: Definição dos padrões de qualidade e desempenho
1.3 - Teorias do Interesse Público: Correção das Falhas de Mercado Na presença de falhas de mercado, a alocação entre oferta e demanda não é suficiente para promover eficiência econômica produtiva, alocatica e distributiva, o que
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determina a intervenção externa (estatal) para diminuir o mais possível os efeitos danosos provocados. Principais falhas de mercado
1) Abuso de Poder de Mercado 2) Assimetria de Informação:
Seleção Adversa, Risco Moral e Teoria do
Agente-Principal 3) Externalidades 4) Bens Públicos 5) Mercados Incompletos 6) Inflação e Desemprego
FALHAS DE MERCADO
01 - Externalidades Conceito: A externalidade ocorre quando a ação de
uma pessoa provoca mudança de bem-estar em outra pessoa que não participa da ação. As ações de participantes em uma relação de mercado (produção ou consumo) afetam as ações de outros agentes não envolvidos na transação inicial e que não têm, por isso mesmo, controle sobre a operação nem sobre os efeitos
produzidos.A externalidade ocorre quando a ação de uma pessoa provoca mudança de bem-estar em outra pessoa que não participa da ação. Classificação: externalidade é positiva quando a ação gerar um aumento de satisfação em uma terceira
pessoa: imunização por vacina, aumento do nível
educacional. Se houver redução de bem-estar, a externalidade será negativa: poluição do ar e da água, congestionamentos, fumante passivo, aumento do valor do condomínio por abuso no consumo. Externalidades na produção surgem quando as possibilidades de produção de uma empresa são
influenciadas pelas escolhas de outras empresas ou consumidor. Exemplo - positiva: Um pomar de maçãs localizado próximo a um apiário: externalidade na produção positiva mútua, já que a produção de cada empresa afeta positivamente as possibilidades de produção da outra. Exemplo (negativa): empresa de
pesca é afetada pela quantidade de poluentes despejados em sua área de operação por uma indústria,
uma vez que a poluição tem influência negativa sobre a capacidade de produção pesqueira. Externalidade de consumo: o consumo de um bem por parte de uma pessoa provoca uma mudança de
bem-estar em outro agente. Negativa: fumante passivo, escutar música sem fone de ouvido em ambientes de convivência coletiva. Positiva: restauração de um imóvel tombado pelo patrimônio histórico. Externalidades de rede ocorrem quando a satisfação
de uma pessoa ao consumir um bem depende do número de outras pessoas que consomem esse mesmo bem: telefones de mesma operadora, redes sociais,
Objetivos e Instrumentos da Regulação das Externalidades: => => Tentativa de solução privada das externalidades:
Teorema de Coase: O Teorema de Coase diz que na ausência de custos de transação e estando bem definidos os direitos de propriedade, a livre negociação entre os agentes gerará um resultado eficiente na solução do problema das externalidades. Exemplo: Fábrica despeja poluentes no rio de pescadores Se o direito sobre o rio for dos pescadores: (i) fábrica não
instala filtro e paga os danos que causar ou (ii) instala o filtro e não paga pelos danos. Se a fábrica detiver o direito sobre o rio: (i) os pescadores custeiam o tratamento da água; (ii) ou então, os pescadores pagam para que a fábrica instale o filtro; (iii) se ambas as estratégias forem caras, os pescadores não fazem nada e aceitam lucrar
menos
02 - BENS PÚBLICOS:
1) Conceito Econômico – e não jurídico – que se opõe à noção de bem privado. Características dos bens públicos puros: não-exclusividade e não-rivalidade. Não disputáveis (Não rivalidade): Não há diminuição de
consumo do bem por nenhum agente se mais um agente for adicionado. O custo marginal de prover o bem para um consumidor adicional é zero para qualquer nível de
produção. Não exclusividade: Os indivíduos não podem ser excluídos do consumo do bem. Ex: Ar despoluído, Iluminação Publica, Segurança Publica A existência do princípio da não-exclusão no consumo dos
bens públicos é que leva a existência das Falhas de Mercado. Governo não consegue mensurar o “quantum” do bem público está sendo consumindo por cada indivíduo para repartir o ônus imposto à sociedade na forma da tributação, que é justamente a fonte de recursos para o oferecimento de bens públicos. Devido ainda ao princípio da não-exclusão, passam a existir na economia os
chamados “free riders” ou também chamados de caronas, que se beneficiam dos bens públicos sem pagar nada por isso, alegando que não precisam do bem oferecido ou simplesmente por não pagarem a tributação imposta. Razões para regulação dos bens públicos: (i) os indivíduos não têm incentivo a pagar o valor que atribuem ao bem pelo direito de consumir. Os caronas subestimam o valor
de um bem ou serviço com o objetivo de usufruir de seus benefícios sem ter de pagar por eles; (ii) pode haver consumo excessivo que comprometa o custo futuro Exemplos: calçada; Transmissão de um jogo de tv por assinatura em um bar; escapes de pedágios; show em praça publica.
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BENS SEMI-PÚBLICOS: Vacinas contra doenças in-fectocontagiosas beneficiam não somente as pessoas vacinadas, mas a população como um todo, t custo marginal da vacinação é positivo e a exclusão de não pagantes é possível. Porém, não é possível excluir dos benefícios aliados à redução das epidemias (nem cobrar por tais benefícios) aqueles que não se vacinaram. Em-
bora a vacina seja em si excludente e rival, os efeitos benéficos não o são (bens públicos impuros). Progra-mas gratuitos de vacinação para encorajar, e até mesmo obrigar, a imunização maciça da população. Ex02: Serviço de bombeiros. Existe rivalidade no con-sumo já que uma equipe que sai para atender uma ocorrência, deixa, imediatamente, de estar disponível
para outros casos. Portanto, o custo marginal de provi-são desse serviço é positivo e pode ser bastante ele-vado. Porém, na forma atual de moradia, onde parte significativa das pessoas vive em grandes aglomera-ções urbanas e em condomínios verticais, esse serviço apresenta, também, dificuldades de excluir os que não
contribuem para o seu financiamento. Ele perde, assim, parte do seu caráter privado sendo por isso, na maioria dos países, oferecido pelos governos e o seu custo fi-nanciado, compulsoriamente, por meio de impostos e taxas. 03 - ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO:
Há informação assimétrica quando uma das partes na transação conhece ou sabe de um fato que a outra desconhece: Racionalidade limitada, complexidade e
incerteza. Tem impacto no preço, na qualidade, na utilidade para consumidor e produtor e pode afetar a própria estrutura do mercado.
Quando há informação assimétrica, a parte mais informada na transação pode explorar a parte menos informada (condutas oportunistas). Nos mercados de produção, trazer falsas informações sobre o custo da firma regulada e no mercado de consumo informações erradas sobre a qualidade do produto.
SELEÇÃO ADVERSA: Comportamento oportunista ex-ante, decorrente do custo de acesso a informação por parte do agente consumidor. É um problema que surge quando o agente mantém uma informação antes de a relação transacional iniciar. Resultados: Aumento dos
custos de transação “ex- ante” para traçar o perfil do
consumidor e reduzir custos “ex-post”. Exemplo 01 - Venda de carros usados: Vendedor sabe mais dos defeitos do carro e de seu valor real e tem incentivos para aumentar preço; comprador tem menos informação sobre defeitos ocultos e real valor do bem e tem incentivo a diminuir o preço. Resultados: (A) comprar um carro ruim por um valor maior que ele
vale; (b) não vender nem um carro de qualidade; (c )não haver qualquer negociação e o mercado acabar. Exemplo 02 - Venda de seguros de saúde Seguradora tem que assumir risco de prestar serviços a pessoas com diferentes moléstias, desconhecidas
pela seguradora; (i) Clientes que mais precisam tendem a procurar esses serviços e se beneficiar da
diminuição de custos diluídos entre todos os segurados; (ii) Clientes que precisam menos tendem a ser prejudicados pelo aumento do preço médio, superior ao custo e risco que eles efetivamente oferecem. Resultados: Seguradora imporá um preço mais alto, conforme os custos dos consumidores que mais demandarem => afastará vários consumidores em potencial (que
utilizariam menos o seguro). Aumento dos custos de transação “ex-ante” para determinar o perfil do consumidor de modo a enquadrá-lo na faixa de risco adequado Exemplo 03 - Venda de seguros de carro: Seguradora tem que assumir o risco a que pessoas com
diferentes tipos de vida social, comportamento, hábitos etc. expõem os automóveis. Essas informações não estão disponíveis e podem afetar o valor do seguro. Seguradora tem de incorrer no custo de descobrir o perfil do agente a fim de constatar se há informações inverídicas/improce-dentes
EM RESUMO => Problemas de INFORMAÇÃO OCULTA que ocorre ANTES da transação econômica: O alto custo de obter informação adequada e relevante para a tomada de decisão econômica faz com que (i) os itens de baixa qualidade expulsaram do mercado itens de alta qualidade (ii) e, no limite, destroem
completamente o mercado FORMAS DE DIMINUIR A SELEÇÃO ADVERSA: Para
reduzir o problema, é possível traçar estratégias para reduzir ou eliminar a assimetria pré-contratual.Monitoramento: a parte menos informada utilizará estratégias de monitoramento ou varredura
(screening). Sinalização: a parte mais informada dará sinalizações (signaling) de que os bens e serviços têm qualidade (Ex.: Concessão de prazo de garantia para carros usados). Varredura (screening) : a parte interessada (menos informada) dá incentivos e toma atitudes para a revelação
da informação assimétrica (Pesquisa SPC, ReclameAqui, Receita Federal, antecedentes criminais, histórico médico familiar) RISCO MORAL (MORAL HAZARD) Problemas de AÇÃO OCULTA que ocorre APÓS a transação
econômica: modificam-se os incentivos de AÇÃO após o
fechamento do contrato. => Mudança no padrão de comportamento + dificuldade de monitorar a evolução do comportamento = aumento de riscos e custos + diminuição da a produtividade Exemplo 01: Mudança no padrão de comportamento da pessoa que adquire um seguro de automóvel: passa a andar mais de carro, a estacionar em locais em que antes
não estacionava, a passar por locais onde antes não passada, a transitar por horários em que antes não transitava; Exemplo 02: Funcionário contratado para vigiar uma propriedade e é remunerado por um valor fixo: ele tende a monitorar cada vez menos, por menos tempo ou de
forma menos qualitativa, já que recebe um valor fixo e o proprietário não tem como aferir o comportamento efetivo
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dele. FORMAS DE DIMINUIR O RISCO MORAL (I) Monitoramento: Perícia e Auditoria – verificação das condições de execução do contrato, o que torna possível a percepção de comportamentos inapropriados (II) Cláusulas de incentivo - mecanismos contratuais que buscam incentivar os comportamentos positivos, ou seja, realizar a convergência entre os comportamentos dos agentes econômicos (alinhamento de incentivos) visando eliminar o risco moral e; (III) Associações (Joint-ventures) – posse compartilhada dos ativos que estabelece algum grau de integração entre as partes com a finalidade de reduzir o risco do comportamento oportunista dos agentes.
TEORIA DO AGENTE-PRINCIPAL Uma relação de agência existe quando o comportamento de um indivíduo depende da ação de outro e onde exista forte assimetria de
informação: (i) médico e paciente; (ii) plano de saúde e médico; (iii) hospital e plano de saúde; (iv) eleitor e representante eleito; (v) advogado e cliente; (vi) poder concedente e concessionário; (vii) agência reguladora e empresa regulada. Características Principais
1) Delegação de tarefas (em sentido amplo) do principal para o agente 2) Assimetria de Informação 3) Relação Imperfeita entre esforços e resultados 4) Altos custos de monitoramento 5) Interesses conflitantes
O contrato entre o agente e o principal envolve a delegação de alguma autoridade do tomador de decisão ao agente (que executa uma ação que irá beneficiar o principal). O regulador tem assim a tarefa de fazer a firma regulada cumprir objetivos sociais, distintos dos
objetivos dela própria, sem, contudo, ter controle e
conhecimento pleno das informações e atividades que ela adota. Este é um caso do problema conhecido na literatura como Problema do Principal (regulador) e do Agente (firma). Existe uma assimetria essencial de informação entre o regulador e as firmas reguladas que vai além
do conhecimento técnico. Não há como o regulador conhecer todas as atividades de uma firma, excetuando o caso hipotético de reproduzi-las fielmente, ou seja, duplicar a firma no seu interior, o que é inviável fática e economicamente (muito embora algumas técnicas de simulação de duplicação ocorram).
PROBLEMA DO REGULADOR: O regulador tem assim a tarefa de fazer a firma cumprir objetivos sociais,
distintos dos objetivos da própria firma, sem ter
controle e conhecimento pleno de suas atividades. Este é um caso do problema conhecido na literatura como Problema do Principal (regulador) e do Agente (firma). AGENTE (contratado): Firma regulada tem, em relação ao regulador, nível muito maior de conhecimentos sobre seus lucros, seus custos, seu
nível real de esforços, sua capacidade de produção mínima e máxima, sua capacidade ociosa, sobre a aptidão de seu corpo técnico, bem como sobre sua capacidade operacional PRINCIPAL (contratante): Regulador tem de buscar meios de fazer monitoramentos, varreduras e
auditorias, além de criar incentivos regulatórios para que a firma regulada ofereça informações verdadeiras e passe a realmente agir em prol dos objetivos determinados pelo principal
TEORIA ECONÔMICA DA REGULAÇÃO
Críticas (construtivas) às Teorias do Interesse Público 1) Como explicar a existência de regulação em mercados que não apresentam graves falhas de mercado? 2) É seguro confiar a intervenção do Estado na Economia
ao “espírito público” do regulador? 3) A competição por poder e as influências sobre
tomadores de decisão não influenciam o processo regulatório?
TEORIA DA CAPTURA: Regulação se deve à ação
dos regulados (demanda) em processos de barganha com os reguladores (oferta): regulação como um bem econômico.
Pressuposto: “A regulação é adquirida pela indústria e é desenhada e operada primariamente para seu benefício”. (STIGLER, 1971) Estado: Fonte de recursos + Poder de Coerção => pode beneficiar ou prejudicar indústrias
Indústria procura Poder Político para obter regulação de seu interesse através dos Partidos Políticos Partido
Político atende à indústria com a pretensão de se manter no Poder “O Estado pode determinar a movimentação física de
recursos e as decisões econômicas tanto de domicílios como de empresas, sem o consentimento destas ou daqueles. Esses poderes criam as possibilidades de uma indústria utilizar o Estado para aumentar sua lucratividade” (STIGLER, Joseph) Políticas Regulatórias que uma indústria pode obter
do Estado: 1. Subsídios
2. Controle sobre a entrada de novos concorrentes
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no mercado: Tarifas protetivas, políticas de preço não-isonômica, preferência em processos licitatórios 3.Políticas que afetam produtos substitutos/complementares: dificultar a entrada ou estabilização de produtos similares ou equivalentes no mercado e fomentar a indústria de bens
complementares. 4. Fixação/controle de preços na regulação - Possibilita melhores taxas de retorno Custos Principais: informação e organização — moldam os resultados no modelo de Stigler. Os grupos de
menores custos tendem a ser favorecidos a expensas dos grupos de maior custo.
TEORIA DOS GRUPOS DE INTERESSE Críticas à teoria da captura: (i) a teoria da captura não explica como ocorre o processo de captura, mas apenas parte do pressuposto que ele existe e se restringe ao agentes diretamente
regulados; (ii) embora existam evidências de captura, o fato de haver regulação que contrarie os interesses das
indústrias (subsídios cruzados, tarifas sociais, manutenção de níveis de qualidade)
(iii) A TC não explica por que algumas indústrias foram desreguladas e, posteriormente, reguladas novamente. Samuel Peltzman (1976) amplia a teoria da captura integrando produtores e consumidores do modelo original de Stigler, sustentando ainda que a regulação
é suprida por políticos, que buscam maximizar seus interesses por votos representando interesses de grupos de consumidores ou produtores. (1976 apud WALLIS e DOLLERY, 1999) Peltzman (1989, p. 1): “políticos, como o resto de nós, são vistos como maximizadores do interesse próprio.
Isso significa que os grupos de interesse podem influenciar o resultado do processo regulatório provendo apoio financeiro e de outras formas para políticos e reguladores”. Assim, uma vez que consumidores podem oferecer votos ou dinheiro em troca de algum afastamento do equilíbrio de cartel, a proteção pura do produtor não
será, em geral, a estratégia política dominante. • Os grupos numericamente grandes e pouco organizados tendem a ser os perdedores no processo regulatório: o interesse dos produtores será sempre vitorioso na disputa pelos serviços de uma agência
regulatória. • Os interesses organizados de maneira mais compacta vão usualmente ganhar, a despeito dos grupos mais
difusos OBJETIVOS DAS TEORIAS ECONÔMICAS DA REGULAÇÃO: 1) Justificar quem receberá benefícios da regulação
2 ) Determinar quem arcará com os ônus da regulação 3) Estabelecer as formas de regulação 4) Quantificar efeitos da regulação sobre a alocação
de recursos 5) Buscar meios de avaliar a transformação dos processos regulatórios
TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA (PUBLIC CHOICE THEORY)
A Teoria da Escolha Pública (TEP) : é o estudo dos processos de decisão política numa democracia, utilizando o instrumental analítico da economia, fundamentalmente os conceitos de comportamento racional e auto-interesse
que definem o homo economicus. Seja no mercado, seja na política, os indivíduos comportam-se da mesma maneira, movidos pelas mesmas motivações, ou seja, são
maximizadores do interesse próprio. Interesse próprio, que no caso dos políticos consiste em atingir o poder e/ou manter-se nele. A ênfase da análise
está na lógica da escolha individual. Fracasso das políticas públicas em satisfazer de forma eficaz ao conjunto da sociedade ou mesmo à maioria da população por meio de políticas em prol do bem comum
Burocratas, eleitores e políticos são maximizadores, respectivamente, de orçamentos, políticas e votos. Eleitores, políticos e burocratas que acreditam estar promovendo o interesse público são levados pela mão invisível a promover interesses outros. A escolha pública é, pois, necessariamente irracional (do ponto de vista
social) e ineficiente.
FALHAS DE GOVERNO
1) Falhas Inatas: tentar fazer o impossível ou extremamente custoso Ex.: acabar com a seca do Nordeste (em vez de lidar com seus efeitos e buscar alternativas); fazer a transposição
do Rio São Francisco. 2) Falhas Políticas: tentar disciplinar assuntos que não dependem apenas de variáveis políticas (Ex.: salários mínimos definidos em altos patamares, taxas de juros engessadas em lei) e não cumprir a agenda
de políticas públicas (descompasso entre Governo e Administração Pública)
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3) Falha Legislativa: ineficiências alocativas decorrente do excesso de provisão de bens públicos enquanto estratégia eleitoral Ex.: concentrar a recursos de obras, especialmente de infraestrutura e de construções, que são mais visíveis, em épocas de eleição, com fins eleitorais: asfalto.
4) Falhas Burocráticas e Administrativas: falta de incentivos à produção de resultados e controles de eficiência, além da utilização sub-ótima do aparato coercitivo da Administração Ex.: falta de controles administrativos de presença, produtividade, aplicação e cumpumento de sanções
5) Falhas Judiciais: sistema judicial moroso e em descompasso às realidades concretas. CONSEQUÊNCIAS DAS FALHAS DE GOVERNO
1) Perda da confiança de que intervenções públicas possam eliminar ou reduzir falhas de mercado; 2) Intervenções públicas podem ter consequências imprevisíveis e indesejáveis; 3) Intervenção governamental pode causar incremento
na falha de mercado.
O “dilema”
Quanto mais se a deseja técnica, mais
deve ser autônoma; quanto mais
autônoma, mais
isolada e, portanto, menos “democrática”
– déficit de
legitimidade e risco de captura pelos
agentes
Quanto mais se a deseja submetida
a controles sociais, políticos etc.
(transparência e legitimidade),
maiores os riscos de instrumentalizaçã
o e captura
populista
PARTE 03 - Regulação Econômica
Regulação de Preços; Regulação de Entrada; Regulação da Qualidade e Incentivos Regulatórios
Os instrumentos de regulação têm por objetivo influenciar uma das quatro principais variáveis na estrutura de um mercado 1-Estrutura de Preços e Custos
2-Quantidade Ofertada/Demandada
3-Qualidade do produto e Diversificação
4-Número de firmas (produtores e compradores) e grau de relacionamento (barreiras a entradas e saídas integração Vertical/Horizontal) 1) Regulação via controle de preços: (i) bens essenciais, sem substitutos próximos, cuja
demanda seja inelástica; (ii) serviços públicos concedidos (iii) preços semelhantes aos competitivos no monopólio natural
Regulação de preços nas atividades privadas
Como determinar a “sensibilidade” da demanda à mudança de preços? Grau de Elasticidade - Mede a resposta de compradores e vendedores a variações nas
condições de mercado Bens elásticos – quando a sua quantidade procurada responde fortemente a variações no preço (quando a uma variação de 1% no preço corresponde uma variação superior a 1% na quantidade procurada)
Bens rígidos (inelásticos) – quando a sua quantidade procurada responde de modo mais ligeiro a variações no
preço ou praticamente não responde (quando a uma variação de 1% no preço corresponde uma variação inferior a 1% na quantidade procurada) Elasticidade é maior quando: Existem mais produtos substitutos; Maior participação do preço na renda do consumidor (gasolina impacta mais que sal); Menor essencialidade do bem (bens de luxo)
Curva de Demanda Elástica
P1 = 10
P2 = 05
Quantidade (Q)
Preço ($)
Q1 = 05 Q2 = 15
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Curva de Demanda Inelástica
P2 = 10
P1 = 06
Quantidade (Q)
Preço ($)
Q1 = 06 Q2 = 05
Curva de DemandaPerfeitamente Elástica
P1 = 10
Quantidade (Q)
Preço ($)
Elasticidade Infinita (E = ∞)
Demanda (D)
P2 = 15
P3 = 05
Q 2 = 0
Q3 = ∞
Q1 = Qualquer valor
Curva de Demanda Perfeitamente Inelástica
P2 = 10
P1 = 06
Quantidade (Q)
Preço ($)
Q1 = 06
P3 = 15
Demanda (D)
Elasticidade Nula (E = 0)
PRINCIPAIS FALHAS DE MERCADO
Poder de Mercado x Abuso de Poder de Mercado: não são coincidentes => posso ter poder de mercado (possibilidade de aumentar preço de forma não transitória nem eventual sem que a outra parte da transação econômica consiga buscar ofertantes ou compradores
substitutos que tenham capacidade suficiente de atender
rapidamente), mas não abusar dele. Ocorre no lado da oferta: demanda não consegue migrar para outro ofertante (MONOPÓLIO) Ocorre no lado da demanda: oferta não consegue migrar para outros demandantes (MONOPSÔNIO)
01 – MONOPÓLIOS
Somente uma empresa produz algum produto específico por
razões naturais, legais ou ilegais: (i) monopólio natural; (ii) monopólio artificial legal (patente); (iii) monopólio artificial ilegal (práticas restritivas
horizontais e verticais). Características: baixa ou nenhuma possibilidade de substituição do bem e altas barreiras à entrada
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Formas de combater o abuso do poder de monopó-lio:
1) regulação;
2) controle concorrencial;
3) licenciamento compulsório.
Principais ilíticos
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, inde-
pendentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produ-zir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcança-dos:
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.
§ 1o A conquista de mercado resultante de processo na-tural fundado na maior eficiência de agente econômico
em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II do caput deste artigo.
§ 2o Presume-se posição dominante sempre que uma em-presa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado rele-vante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da economia.
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica:
I - acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma:
a) os preços de bens ou serviços ofertados individual-mente;
b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens ou a prestação de um número, volume ou frequência restrita ou limitada de serviços;
c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens ou serviços, mediante, dentre outros,
a distribuição de clientes, fornecedores, regiões ou perío-dos;
d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública;
II - promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes;
III - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado;
IV - criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou
ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de forne-cedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços;
V - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição;
VI - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa;
VII - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços de terceiros;
VIII - regular mercados de bens ou serviços, estabele-cendo acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o de-senvolvimento tecnológico, a produção de bens ou presta-ção de serviços, ou para dificultar investimentos destina-dos à produção de bens ou serviços ou à sua distribuição;
IX - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuido-res, varejistas e representantes preços de revenda, des-contos, condições de pagamento, quantidades mínimas ou
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máximas, margem de lucro ou quaisquer outras condi-ções de comercialização relativos a negócios destes com terceiros;
X - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por meio da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de venda ou prestação de serviços;
XI - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dentro das condições de pagamento normais aos usos e costumes comerciais;
XII - dificultar ou romper a continuidade ou desenvol-vimento de relações comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou an-ticoncorrenciais;
XIII - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-pri-
mas, produtos intermediários ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação de equipa-mentos destinados a produzi-los, distribuí-los ou trans-portá-los;
XIV - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnolo-gia;
XV - vender mercadoria ou prestar serviços injustifica-damente abaixo do preço de custo;
XVI - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a cobertura dos custos de produção;
XVII - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa comprovada;
XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à aqui-sição de um bem; e
XIX - exercer ou explorar abusivamente direitos de pro-priedade industrial, intelectual, tecnologia ou marca.
02 - MONOPÓLIOS NATURAIS:
O monopólio natural é uma atividade produtiva em que, por razões técnicas, é inviável a existência de mais de um produtor, dada a insuperável vantagem em termos de custos de produção do produtor já existente (ex.: dis-
tribuição de água, rede de esgoto, rede de eletricidade: dada a necessidade de uma rede extensa de canos ou de cabos, seria impraticável a entrada de novos fornecedo-res, a duplicação de estruturas paralelas).
Características Principais: (a) Economias de escala, (B) altos custos fixos, (c) custos marginais decres-centes e (d) renda marginal decrescente = requerem uma produção muito grande para gerar eficiências; os ga-nhos de escala exigem que somente uma firma produza, ao custo mínimo, a quantidade demandada por todo um mer-cado. Entretanto, isso dá ao produtor grande poder para in-
fluenciar no preço e na quantidade produzida => Estado pode escolher prestar diretamente ou regular a exploração, determinando preços sustentáveis (socialmente mais justos que aqueles que o monopolista natural estaria disposto a praticar) e quantidade.
Monopólio Natural
• Custo fixo elevado
• Custo marginal baixo
• Economia de escala = custos marginais decrescentes.
• Renda marginal decrescente
• Custo médio decrescente.
• Preço Sustentável = Custo Médio (custo fixo + custo marginal) => Equilíbrio de longo prazo
• Economias de escala, altos custos fixos e custos marginais decrescentes = requerem
uma produção muito grande para gerar eficiências
• No monopólio natural, os ganhos de escala exigem que somente uma firma produza, ao
custo mínimo, a quantidade demandada por um mercado.
• Entretanto, isso dá ao produtor grande poder para influenciar no preço e na quantidade produzida => Estado pode escolher prestar diretamente ou regular a exploração.
Regulação de Preços nas atividades privadas: - Bens cuja demanda seja inelástica (ou pouco elástica) à mudança de preços - Bens que sejam essenciais (não sejam de luxo nem supérfluos) - Bens que não tenham substitutos próximos em termos de preço, eficácia, quantidade e qualidade ofertada Ex.: MEDICAMENTOS
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Regulação de Preços nos serviços públicos
Tarifação pelo Custo do Serviço (Taxa In-terna de Retorno)
O regulador arbitra um vetor tarifário (tarifa por cada tipo de produto ou serviço da firma regulada) visando garantir para a firma regulada uma taxa de retorno considerada adequada ao prosseguimento de suas ati-vidades. A tarifação pelo custo do serviço é utilizada tradicionalmente para a regulação tarifária em setores onde há um monopólio natural. Neste critério, os pre-
ços devem remunerar os custos totais e conter uma margem que proporcione uma taxa de retorno positiva aos investidores. Vantagens: Desonera o Estado de investir na expansão de ca-
pacidade e no custo de manutenção dos serviços Maior investimento e atualidade técnica dos ser-viços Aumento de qualidade Problemas: Incentivo ao sobreinvestimento (Efeito Averch-
Johnson): não gera incentivos à eficiência nem à redu-ção de custos Altos custos de monitoração: Regulador tem de di-
ferenciar quais ativos são essenciais e úteis e quais fo-ram apenas Preços e tarifas mais caros
02 – Tarifação por Preço-Teto (Price Cap) A regulação do tipo preço teto não utiliza dados contábeis de custo da firma porque não monitora os custos: o preço é fixado e cabe à firma gerenciar seus custos da melhor maneira possível. O regulador fixa tetos de preço e a firma pode escolher qualquer preço
para praticar suas tarifas até o teto imposto. A infraestrutura, normalmente, já está construída, então não são necessários tantos investimentos em infraestrutura. Haverá um reajuste periódico neste preço máximo por um índice ao longo do período de regulação (“lag regulatório”), o qual incorporará fatores
de produtividade que tenham ocorrido durante o
período entre as revisões: FATOR X
Nova tarifa = Tarifa Antiga + IGPM – FATOR X Vantagens: - A regulação por preço teto gera fortes incentivos para a redução de custos da firma, uma vez que os
lucros serão tanto maiores quanto menores os custos e maior a eficiência global - Diminui os custos de monitoramento da agência reguladora em relação aos custos, que passam a ser preocupação maior da firma Desvantagem: Como a firma tem incentivos para diminuir ao máximo os seus custos, é provável a diminuição da qualidade
dos serviços e de sua atualização tecnológica; => Caberá ao regulador definir critérios mínimos de qualidade aos serviços regulados por preço-teto.
03 – Regulação de Preço por Referência (Yardstick Competition / Benchmark
Regulation) Estimula-se o comportamento concorrencial em um mercado monopolístico a fim de aumentar o comportamento eficiente da firma monopolista.Esse estímulo ocorre comparando o desempenho do monopólio regulado com o de firmas similares em mercados
diferentes ou com um protótipo de firma (“empresas espelho” ou “empresas de referência”) os lucros e, consequentemente, os preços cobrados pelos serviços da firma regulada ficam baseados no desempenho relativo da firma regulada (ou seja, comparado com a firma referência). Estimula-se o comportamento concorrencial
em um mercado monopolístico a fim de aumentar o comportamento eficiente da firma. Esse estímulo ocorre comparando o desempenho do monopólio regulado com o de firmas similares em mercados diferentes ou com um protótipo de firma (“empresas espelho” ou “empresas de referência”) a partir dos quais se possa definir a maior ou menor eficiência da
firma analisada. Os lucros e, consequentemente, os preços cobrados pelos serviços da firma regulada ficam baseados no
desempenho relativo da firma regulada (ou seja, comparado com a firma referência). Custos para o regulador : (i) requer conhecimento amplo das demais firmas; (ii) requer homogeneidade de dados e
técnicas para não gerar resultados e parâmetros distorcidos; (iii) requer que haja independência entre as firmas reguladas
REGULAÇÃO DE QUANTIDADES
Controle da Quantidade de Bens e Serviços 2.1) Evitar o desabastecimento 2.2) Atender de modo mais amplo o mercado consumidor - Metas quantitativas para um determinado período
• Universalização dos serviços públicos concedidos
(LEI 8987/95)
• Colocação de telefones públicos por cada grupo de habitantes, ainda que em locais distantes e pouca utilização
• Manutenção de linhas ativas, ainda que deficitárias (subsídios cruzados)
• Evitar o açambarcamento • Evitar a redução de oferta voltada à posterior
elevação de preços
REGULAÇÃO DE ENTRADA Número de Firmas
Regulação de Entrada e Saída
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Requisitos para obtenção de registros, licenças e autorizações Procedimentos para contratos de concessão e permissão Estimular a concorrência X Desestimular a concorrência destrutiva
INDÚSTRIA GARGALO SEGMENTO COMPETITIVO
TELECOMUNICAÇÕES REDE LOCAL LONGA DISTÂNCIA
ELETRICIDADE REDE DE DISTRIBUIÇÃO
GERAÇÃO
GÁS GASODUTOS (TRANSPORTE)
EXTRAÇÃO
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
LINHASFÉRREAS
E ESTAÇÕES
SERVIÇOS DE PASSAGEIROS
E FRETES
Indústrias de Rede: mercados verticalmente relacionados (etapas sucessivas da cadeia produtiva) ligados por um insumo ou infraestrutura essencial Essencialidade: (a) insumo é indispensável à atividade
do competidor efetivo ou potencial; (b) o insumo ou estrutura indispensável é detido por uma (ou poucas) firmas dominantes; ( c) não há viabilidade técnica ou econômica para se duplicar a estrutura.
• SOLUÇÕES POSSÍVEIS
• Desverticalização de atividades: introdução da concorrência onde possível e regulação dos segmentos não competitivos em busca de resultados semelhantes aos competitivos
• Manutenção da estrutura verticalizada com garantia de acesso (infraestruturas essenciais – essential facilities) regulada,
evitando os “gargalos” e o “problema do refém”:
INDÚSTRIAS EM REDE BARREIRAS À ENTRADA: CONCEITO: Custos em que um concorrente potencial terá de incorrer para poder ingressar em um mercado em que já existem concorrentes instalados (firmas
incumbentes) Ex.: Economias de escala, diferenciação de produtos, fontes de suprimentos, canais de distribuição, tempo para obtenção de licenças e registros, investimentos necessários... Barreiras naturais à entrada – altos custos de
pesquisa e exploração Barreiras técnicas à entrada – necessidade de
tecnologia e desenvolvimento de técnicas e produtos, capacitação de pessoal etc. Barreiras institucionais (legais) à entrada – necessidade de concessão, permissão ou autorização estatal Barreiras econômicas – necessidade de investimentos altos e constantes (atividades de capital intensivo);
direitos de propriedade (patentes => pagamento de royalties). Barreiras sanitárias – para verificar se determinado bem ou serviço é insalubre, tem de obter registros e certificações de qualidade
Poder de Mercado e o Abuso de Poder Econômico Capacidade de um agente alterar unilateralmente os preços e quantidades de bens e serviços no mercado sem que o outro agente consiga migrar para substitutos. Só é problema quando é abusivo:
– Ocorre no lado da oferta: demanda não
consegue migrar para outro ofertante: MONOPÓLIO E OLIGOPÓLIO
– Ocorre no lado da demanda: oferta
não consegue migrar para outros demandantes:
MONOPSÔNIO E OLIGOPSÔNIO
FATORES QUE GERAM PODER DE MERCADO
01 - Grau de Diferenciação dos produtos: A elasticidade da demanda de mercado depende do grau de diferenciação do produto, isto é, da facilidade com que os consumidores são capazes de substituir o produto por algum similar.
1) Quanto menor a diferenciação, mais homogêneo é o mercado => mais fácil encontrar substitutos 2) Quanto maior a diferenci ação, mais heterogêneo é o mercado => mais difícil substituir o produto 02 - Estrutura de Oferta: À medida que o número de
empresas no mercado aumenta, a elasticidade da demanda com que cada empresa se defronta aumenta, pois os clientes podem passar a consumir os produtos dos
concorrentes. O número de empresas no mercado é terminado pelas possibilidades de entrada na indústria (ou seja, pela
magnitude das barreiras à entrada) e de manutenção nela (contestabilidade do mercado), além da existência (ou não) de barreiras à saída. 03 - Grau de Rivalidade: Por fim, a capacidade de uma empresa cobrar preços superiores ao custo marginal depende da reação das demais empresas às mudanças no
preço dessa empresa. • => Caso as demais empresas sigam as mudanças
de preço da empresa, os clientes têm poucos incentivos para deslocar sua demanda para novos fornecedores: custos similares, pouca capacidade ociosa, pequenas margens de lucro podem fazer
com que as empresas não tenham incentivos de
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concorrer por preço
• Baixa elasticidade cruzada da demanda entre o produto do monopolista e qualquer outro produto, isto é, não existem produtos
substitutos próximos; • Nenhuma interdependência com outros
concorrentes, porque a empresa é monopolista em seu mercado relevante;
• Barreiras substanciais à entrada impedem a concorrência de penetrar no setor.
EXERCÍCIOS – PARTE 02
FALHAS DE MERCADO
ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO
106. (CESPE – SEFAZ/ ES- 2010) - Em um
mercado com informação assimétrica, em que haja
seleção adversa, bens de baixa qualidade tendem
a tomar o mercado dos bens de alta qualidade.
107. (CESGRANRIO - 2009 - BNDES) Uma nova
lei proíbe as empresas de seguro de saúde de fazer
exames médicos prévios em seus potenciais
segurados. Esta medida
a) diminui o risco moral para as empresas.
b) piora o problema de seleção adversa
enfrentado pelas seguradoras.
c) protege todos os potenciais segurados dos
abusos praticados pelas empresas.
d) reduz o preço do seguro de saúde, ao
eliminar o custo do exame prévio.
e) torna mais competitivo o mercado de
seguro de saúde.
108. (FCC - 2010 - BAHIAGÁS )No mercado de
automóveis usados, é transacionada uma
proporção bem maior de carros em mau estado de
conservação do que em bom estado de
conservação. Essa falha no funcionamento do
mercado é denominada seleção adversa
109. (CESPE - 2009 - DPF) A economia da
informação trata das probabilidades de alguns
agentes deterem mais informações que outros, o que
pode levar a uma situação de desequilíbrio no
mercado. A informação assimétrica, na situação
conhecida como seleção adversa, tem servido como
uma das justificativas para a aplicação de taxas de
juros historicamente elevadas no Brasil, sendo o
cadastro positivo apontado como uma das opções
para amenizar o problema.
110. (BACEN – ESAF) – Dos mecanismos abaixo,
indique qual não pode ser entendido como um
mecanismo para minimizar problemas de moral
hazard.
a) Remuneracao do trabalhador agricola igual a
metade do produto da terra por ele trabalhada.
b) Participacao nos lucros da empresa por parte de
seus executivos.
c) Estabelecimento de franquia em seguros de
automoveis.
d) Renovacao de seguro de automoveis com desconto
para segurados que não sofreram acidentes na
vigencia do contrato anterior.
e) Oferecimento de garantia na revenda de
automoveis usados.
111. (AFC – ESAF) – Com relação aos problemas
envolvendo informação assimétrica, pode-se afirmar
que:
a) o descuido com que uma pessoa que aluga
um automóvel trata do mesmo e um exemplo típico
de seleção adversa.
b) o moral hazard, também conhecido como
risco moral, e um problema ético e a analise
econômica pouco pode ajudar na compreensão de
suas motivações e consequências.
c) esquemas de incentivos, tais como a
participação de executivos nos lucros da empresa e a
divisão do produto agrícola entre proprietário da
terra e agricultor, são mecanismos que tendem a
minimizar o problema de moral hazard.
d) quando ha moral hazard, o bom produto
acaba sendo expulso do mercado.
e) a existência de informação assimétrica no
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mercado de um bem implica necessariamente a
existência de seleção adversa nesse mercado.
112. (CESPE-ANATEL-2004) O fato de as
apólices de seguros residenciais, para moradias
que utilizam serviços de segurança eletrônica,
serem, em geral, mais baratas é uma forma de as
seguradoras lidarem com os problemas de prejuízo
moral (moral hazard), que ocorrem na indústria de
seguros.
113. (CESPE-DPF-2004) Um aspecto que não
precisa ser contemplado pela regulação é a
assimetria de informação, que consiste em o
produtor ter mais informação que o consumidor e
não a transferir, pois o Estado deve deixar que o
mercado encontre seu ponto de equilíbrio.
114. (ESAF - 2009 – MPOG-EPPGG) De acordo
com a Teoria da Agência, também chamada Teoria
do Agente Principal, indique a opção falsa.
a) O agente contrata o principal ou depende dele
para a realização de uma tarefa em seu benefício.
b) O principal incorre em custos para ter certeza
que o agente está agindo de modo apropriado.
c) A governança corporativa cuida do alinhamento
dos interesses em uma relação agente-principal.
d) O principal sabe que o agente dispõe de infor-
mações privilegiadas (assimétricas).
FALHAS DE GOVERNO
Teorias Econômicas da Regulação
115. (ESAF/CGU/AFC) A independência em
relação a agentes regulados envolve o risco do
populismo regulatório, podendo a agência se
transformar em um órgão promotor apenas do
interesse dos grupos sociais mais numerosos.
116. (ESAF/CGU/AFC) A independência em
relação aos consumidores ou usuários envolve o
risco de captura, por isso é essencial a utilização de
mecanismos como a quarentena para os ocupantes de
quaisquer cargos mais elevados na agência.
117. (ESAF/CGU/AFC) A independência frente aos
poderes dominantes na sociedade pode ser
fortalecida pela obrigatoriedade de assessoramento
especializado e de consultas públicas antes da
tomada de decisões relevantes e de audiências
públicas antes da criação de atos normativos pelas
agências.
118. (CESPE-TSE-2006) Na visão da teoria da
captura, os grupos de pressão - grupos de interesse -
têm visto sua influência decrescer ao longo do tempo
e, portanto, atualmente, pouco influenciam a fixação
dos esquemas regulatórios.
119. (CESPE-ANATEL-2004) Compensa aos
legisladores delegar a tarefa de regular para as
agências, pois assim eles podem-se especializar em
criar nova legislação e outros serviços, em vez de
cuidarem de tudo diretamente, desde que o benefício
marginal dessa delegação seja maior que o custo
marginal.
120. (CESPE-ANATEL-2004) A teoria dos grupos
de interesse baseia-se na observação empírica de que
a regulação tende a favorecer os produtores
economicamente mais fortes, que capturam a
regulação como forma de proteger seus interesses.
121. (CESPE-ANATEL-2004) Como na relação
regulador-legislador não existe assimetria de
informação e os custos de monitoração são
relativamente baixos, o legislador pode forçar o
regulador a agir de acordo com o seu interesse.
122. (CESPE-ANATEL-2004) De acordo com
Stigler, os legisladores, cujo objetivo é maximizar o
bem-estar social, determinam a oferta de regulação e
definem os grupos de beneficiários e de apenados
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 47
pelo processo regulatório.
123. (CESPE-ANATEL-2004) De acordo com a
abordagem de Stigler/Peltzman, embora os
esquemas regulatórias sejam criados para
aumentas os níveis de eficiência da indústria
regulada, isso pode não ocorrer, em parte, porque
diferentes grupos de pressão oferecem apoio
político à eleição/reeleição dos agentes
reguladores em troca de mudanças na legislação
que lhes beneficie.
124. (CETRO-ANVISA-Técnico-Q. 27) Em
relação às abordagens explicativas das Agências
Reguladoras, analise as assertivas abaixo.
I. Ocorre a captura do ente regulador quando
grandes grupos de interesses ou empresas
passam a influenciar as decisões e atuação do
regulador, levando a Agência a atender mais aos
interesses das empresas (de onde vieram seus
membros) do que aos dos usuários do serviço,
isto é, aos interesses públicos.
II. A teoria do agente-principal trata da situação
na qual um principal – o regulador – procura
estabelecer incentivos para um agente – a
empresa –, o qual toma decisões que afetam o
principal. O problema encontra 2 (dois) tipos de
dificuldade: primeiro, os objetivos de agentes e
principais são normalmente divergentes;
segundo, as informações disponíveis a ambos são
diferentes (a firma é mais bem informada que o
regulador sobre as condições de custo, por
exemplo).
III. Segundo a abordagem da regulação, o
capitalismo é um sistema naturalmente instável,
sujeito a crises cíclicas, porém consegue se
reproduzir durante um determinado período
através da criação de um aparato regulatório que,
uma vez aceito pelos agentes econômicos, tende a
agir de forma cíclica e também anticíclica.
IV. A relação jurídica entre a Agência Reguladora e
as entidades privadas sob seu controle tem gerado
estudos e decisões quanto à necessidade de afastar
indevidas influências destas últimas sobre a atuação
da primeira, de modo a beneficiar as empresas em
desfavor dos usuários do serviço. É o que a moderna
doutrina denomina de Teoria da Captura, segundo a
qual se busca impedir uma vinculação promíscua
entre a Agência, de um lado, e o governo instituidor
ou os entes regulados, de outro.
É correto o que se afirma em
(A) I, II, III e IV.
(B) I e IV, apenas.
(C) I, II e IV, apenas.
(D) II e IV, apenas.
(E) I e III, apenas.
125. (CETRO-ANVISA-Analista-Questão 46) Em
relação à regulação e órgãos reguladores no Brasil,
pode-se afirmar que, no que tange à questão
institucional, os problemas ainda a resolver são os
listados abaixo, exceto:
(A) dependência política em relação aos ministérios,
o que pode levar à captura política no curto prazo.
(B) dependência de uma autoridade política com
objetivos eleitorais, o que pode conduzir à captura
por parte dos regulados.
(C) a alta remuneração dos funcionários técnicos das
agências em comparação com a iniciativa privada.
(D) a existência de problemas de coordenação e
dispersão de esforços.
(E) a falta de independência estatutária.
FALHAS DE MERCADO
Bens públicos, semi-públicos e privados
126. (ESAF - 2010 - SMF-RJ - Fiscal de Rendas) Os
bens públicos têm como uma das suas características
a impossibilidade de se excluir determinados
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indivíduos ou segmentos da população do seu
consumo.
127. (NCE-UFRJ-AGER-MT) O consumo de bens
públicos por uma pessoa não implica a diminuição
dos benefícios disponíveis para o resto da
comunidade.
128. (ESAF - 2010 - SMF-RJ - Fiscal de Rendas)
Os bens privados, assim conceituados pelas
finanças públicas, são aqueles em que a produção
não é realizada por entidade pública e seu consumo
por um indivíduo pode impedir sua disponibilidade
para outros indivíduos.
129. (CESGRANRIO - 2009 - BNDES )Uma
característica importante dos bens públicos é a de
serem não exclusivos, o que é definido como uma
situação em que o(s)
a) setor privado da economia não tem a
exclusividade de produção desses bens.
b) custo marginal de provê-los, para um
consumidor a mais, é nulo.
c) custos de excluir uma pessoa do consumo
desses bens são muito altos, proibitivos.
d) custos fixos de produção são elevados.
e) bens públicos são produzidos por muitas
empresas competitivas.
130. (CESGRANRIO - 2011 – Transpetro) Um
exemplo de bem ou serviço não rival é a comida em
um restaurante público subsidiado.
131. (CESGRANRIO - 2011 – Transpetro) Um
exemplo de bem ou serviço não rival é vaga de
estacionamento na rua
132. (CESGRANRIO - 2011 – Transpetro) Um
exemplo de bem ou serviço não rival é sinalização
de tráfego ao longo de uma rodovia
133. (ESAF - 2010 - SMF-RJ - Fiscal de Rendas)
Uma das características dos bens semipúblicos é um
elevado grau de externalidade em razão de os
benefícios advindos do seu consumo não serem
totalmente internalizados pelo indivíduo que o
consome.
134. (CESPE-ANCINE-2004) A intervenção do
governo na área de educação e cultura decorre do
fato de esses serviços gerarem externalidades
positivas e serem considerados bens públicos puros.
135. (CESPE-ANCINE-2004) A intervenção do
governo no mercado pesqueiro conduz a melhorias na
eficiência porque, nesse mercado, a inexistência (ou
precariedade) dos direitos de propriedade pode levar
a um consumo excessivo da fauna marinha,
comprometendo, assm, a disponibilidade de longo
prazo desses recursos.
EXTERNALIDADES
136. (CESPE-ABIN-2010) As externalidades
positivas ou negativas são os efeitos diretos e
indiretos sobre determinados agentes do sistema
econômico e decorrem de transações sobre as quais
esses agentes não exercem controle.
137. (ESAF/-ANEEL-2006) As externalidades
ocorrem quando o bem-estar de um consumidor ou as
possibilidades de produção de uma firma são
diretamente afetadas pelas ações de um outro agente
da economia.
138. (ESAF/-ANEEL-2006) As externalidades
podem ser definidas como efeitos, sobre uma terceira
parte, derivadas de uma transação econômica sobre
a qual a terceira parte não tem controle.
139. (ESAF/-ANEEL-2006) As externalidades são
negativas quando seus efeitos reduzem o bem estar-
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 49
social.
140. (CESPE-DPF-2012) Os governos exercem
função alocativa para corrigir a alocação de
recursos utilizados na produção de bens geradores
de externalidades negativas; na presença de
externalidades positivas, a intervenção
governamental é desnecessária.
141. (CESPE-DPF-2004) A regulação visa
corrigir a ocorrência de externalidades, como
contaminação, utilização de recursos naturais e
efeitos da poluição.
142. (ESAF-Fiscal de Receitas-2010) Na
existência de externalidade negativa na produção
de um determinado bem, pode-se dizer que:
a) em qualquer nível de produção, o custo
social é menor do que seria sem a externalidade
negativa.
b) a curva de oferta de mercado está acima
da curva de custo social.
c) a quantidade socialmente ótima é menor
do que a quantidade de equilíbrio de mercado.
d) o pagamento de subsídios à produção do
bem serve de incentivo para compensar à
sociedade pela existência da externalidade.
e) o custo de produção do bem é menor para
a sociedade do que para o produtor.
143. (CESGRANRIO - 2008 – Petrobrás) Ao
produzir, uma fábrica de pneus não leva em
consideração a dificuldade de absorção, pela
natureza, das carcaças de pneus usados. Logo,
a) deve-se proibir a reutilização das carcaças,
pois barateiam os pneus e aumentam suas vendas.
b) o custo social da produção de pneus é menor
que o custo privado.
c) o preço de pneus para os consumidores
deveria ser menor, para diminuir o lucro dos
produtores poluidores.
d) os produtores e os consumidores de pneus
deveriam pagar pela externalidade imposta à
população em geral.
e) é preciso subsidiar a produção de pneus, para que
os produtores possam pagar pela disposição
adequada dos pneus imprestáveis.
REGULAÇÃO DE MERCADOS EXERCÍCIOS – PARTE 03
144. (CESPE-DPF-2004) Regulação de mercados
poderia ser definida como o conjunto de ações
públicas que busca melhorar a eficiência da alocação
dos recursos no mercado, ou aumentar o bem-estar
social dessa alocação.
145. (CESPE-DPF-2004) Uma política adequada de
regulação deve ter objetivos claros quantificáveis,
tendo presente que regulação não é apenas fixar
preço.
146. (UEPA-PCPA-2006) Os principais objetivos
da regulação de mercados são o bem-estar do
consumidor e a melhoria da eficiência alocativa,
distributiva e produtiva da indústria envolvida.
147. (UEPA-PCPA-2006) Cabe ao regulador
promover a concorrência entre empresas de um
mesmo setor, o que permite a formação de barreiras
à entrada de novas empresas no setor em questão.
148. (CESPE-DPF-2004) A regulação visa criar
sistemas de competição em setores que tendem a
funcionar sob o regime de monopólios naturais, que
provocam a existência custos fixos importantes,
grande proporção de investimentos irreversíveis,
gerando barreiras à entrada de novos investidores.
149. (UEPA-PCPA – 2006) - Todo tipo de
monopólio natural deve ser coibido pelo regulador a
fim de que promova a concorrência por meio da
quebra desse monopólio.
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150. (PCPA – 2006) - A prática de preços baixos
deve ser incentivada pelo regulador e devem ser
utilizados todos os instrumentos necessários para
que os preços baixem, independentemente das
conseqüências sobre o setor produtivo regulado.
151. (CESPE-2009-DPF) A regulação do mercado,
exercida pelas agências reguladoras e pelo Conse-
lho Administrativo da Defesa Econômico (CADE), é
necessária para, entre outras funções, coibir os
abusos resultantes da atuação dos monopólios na-
turais, que se caracterizam pela maior eficiência
alcançada nos casos de elevadas economias de es-
cala ou de escopo em relação ao tamanho do mer-
cado.
152. (ACE – TCE/AC - 2009) - A imposição da regra
competitiva de formação de preços nos monopólios
naturais como os que prevalecem no setor de utili-
dades públicas, além de melhorar o bem-estar dos
consumidores, garante também lucros puros para
as empresas que operam nesses mercados.
153. (SEGER/ES – 2007) – A presença de econo-
mias crescentes de escala em determinada indús-
tria indica a existência de fortes pressões compe-
titivas nesse mercado, excluindo, pois, a sua mo-
nopolização.
154. (ACE-TCE/AC – 2008) - A produção de servi-
ços de transporte de massa como o metrô caracte-
riza-se pelo fato de os custos marginais de produ-
ção desses serviços serem superiores aos custos
médios.
155. (DETRAN/RN – 2010) - Um setor é um mo-
nopólio natural. Qual das opções a seguir, o órgão
regulador deve escolher para garantir o maior
bem-estar para o consumidor?
A) O órgão regulador deve quebrar este monopólio e
estimular a concorrência.
B) O órgão regulador deve determinar que o preço co-
brado seja igual ao custo marginal.
C) O órgão regulador deve determinar que o preço
seja igual ao custo médio.
D) Não há nada que o governo possa fazer para me-
lhorar o consumidor, visto que é um monopólio natu-
ral (retornos crescentes de escala).
E) O órgão regulador deve determinar que o preço
seja aquele no qual a curva oferta intercepta a curva
de demanda.
156. (Técnico Municipal – Pref. Vila Velha – 2007)
- Em um monopólio natural, o regulador não pode
igualar o preço ao custo marginal sob pena de levar o
monopolista ao lucro negativo na prática de tal preço
regulado.
157. (FINEP – 2009-Adaptada) - Em indústrias de
rede, caracterizadas pela existência de complementa-
ridade entre os segmentos de suas cadeias produti-
vas, como é o caso do setor de infraestrutura, a regu-
lação é necessária para disciplinar a conduta de mo-
nopólios naturais, e(ou) para limitar o poder de mer-
cado nos segmentos monopolistas.
158. (CESPE- ANATEL– 2006) - No setor de telecomu-
nicações, a intervenção do governo justifica-se, em
parte, pela existência de externalidades de rede, que
confere poder de mercado às incumbentes.
159. (AFC– TCU – 2011) - O livre acesso a infraestru-
turas essenciais é condição necessária para introduzir
a competição em indústrias de rede.
160. (AFC– TCU – 2011) - A prescrição regulatória
para mercados monopolísticos consiste na equaliza-
ção entre receita marginal e custo marginal, sem pre-
juízo do bem-estar social.
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161. (CESPE-DPF–2004) - A tarifação pelo custo
do serviço, também conhecida como regulação da
taxa interna de retorno - utilizada para a regulação
tarifária dos setores de monopólio natural - requer
que os preços remunerem os custos totais e conte-
nham uma margem que proporcione uma taxa in-
terna de retorno atrativa ao investidor.
162. (AL-CD-2002) - Acerca do papel do Estado na
regulação e na fiscalização da atividade econô-
mica, fundamental para o funcionamento das eco-
nomias de mercado, julgue: No modelo tarifário do
tipo price cap, se o crescimento exigido em termos
de produtividade for muito elevado, os ganhos de
produtividade reverterão unicamente em aumen-
tos da lucratividade e, portanto, não serão repas-
sados aos consumidores.
163. (CESPE-ANEEL – 2010) – Com respeito aos
conceitos básicos associados à regulação dos mer-
cados, julgue: Contrariamente à fixação de price-
caps, a regulação por custo dos serviços, além de
levar à sobrecapitalização das empresas e desesti-
mular a redução de custos, conduz também à redu-
ção da qualidade dos serviços prestados.
164. (ANTAQ – 2006) – A regulação do sistema
de transporte aquaviário justifica-se pelo fato de
que esse mercado se organiza como um monopólio
natural, no qual a fixação do preço ao nível do
custo marginal assegura a existência de lucros mo-
nopolistas positivos.
165. (ANATEL – 2004) – Tendo em vista a assi-
metria de informação, decorrente do fato de as em-
presas de telecomunicações conhecerem mais suas
estruturas de custo que a respecitva agência regu-
ladora, um problema crucial para essa agência, ao
utilizar regras de fixação de preços baseadas nos
custos, é encontrar incentivos apropriados, que le-
vem as empresas a declararem corretamente seus
custos.
166. (ANATEL – 2004) – Em indústrias que pos-
suem as características de monopólio natural, uma
forma usual de regulação é aquela em que o preço
máximo permitido pelo agente regulador baseia-se na
taxa de retorno esperada que essa empresa venha a
obter.
167. (ANATEL – 2004) – Na ausência de contesta-
bilidade dos mercados, as economias crescentes de
escala, que definem o padrão tecnológico da produ-
ção dos serviços de telecomunicações, fazem que a
desregulamentação desse mercado conduza a au-
mentos de eficiência.
168. (ANATEL – 2004) – Os custos de provedores
de Internet que oferecem serviço ilimitado por uma
taxa fixa mensal são elevados, em parte, por causa de
um processo de seleção adversa, já que os primeiros
a adotar a modalidade são os usuários mais pesados,
o que pode gerar prejuízos para esses provedores.
169. (ANATEL – 2004) – As inovações tecnológi-
cas no setor de telecomunicações, ao reduzirem os
custos fixos, permitindo, assim, uma maior divisibili-
dade da produção, contribuem para estimular a com-
petição nesse setor.
170. (ANATEL – 2004) - O setor de telecomunica-
ções caracteriza-se pela existência de baixos custos
fixos para as redes de comunicação locais, o que faci-
lita a entrada de novas concessionárias nesse mer-
cado e contribui, assim, para elevar os níveis de com-
petição nessa indústria.
171. (ANATEL – 2004) - No setor de telecomuni-
cações, a regulação justifica-se, unicamente, pela
existência de monopólio natural, em razão de as ino-
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vações tecnológicas que caracterizam esse setor
ampliarem a importância das economias de escala
de escopo na determinação de tamanhos mínimos
eficientes das empresas que atuam nesse setor.
172. (ANATEL – 2004) - Em uma indústria ca-
racterizada pela presença de economias crescen-
tes de escala, esquemas regulatórios que fixam os
preços ao nível do custo marginal provocarão défi-
cits para a firma regulada.
173. (ANATEL – 2004) – Na indústria de telefo-
nia, ao somar-se a taxa de crescimento da produti-
vidade na fixação da tarifa price cap (preço-teto),
embute-se um mecanismo de incentivo que exige
que a firma regulada, no mínimo, acompanhe o
ritmo de crescimento da produtividade do setor,
sob pena de ver seus lucros declinarem.
174. (ANATEL – 2004) – Nos sistemas regula-
tórios do tipo price cap, a empresa regulada deve
fixar seus preços ao nível daqueles fixados pela
agência reguladora, implicando, dessa forma, a nu-
lidade de seus lucros.
175. (ANATEL – 2004) - Um dos problemas as-
sociados à regulação price cap é o fato de que,
nesse tipo de regulação, os preços fixados podem
tornar-se inadequados ao longo do tempo em ra-
zão de variações inesperadas na demanda e(ou)
nos custos, incentivando as firmas a reduzirem
seus custos em detrimento da qualidade do serviço
prestado.
176. (ANATEL – 2004) – A regulação de incen-
tivos, forma modificada da regulação pela taxa de
retorno, envolve esquemas regulatórios que utili-
zam instrumentos tais como preços, impostos e
subsídios e encoraja as firmas reguladas a contro-
lar custos e a adotar tecnologias mais eficientes.
177. (ANATEL – 2004) - Esquemas de regulação
pelo desempenho (yardstick competition) — em que
o desempenho das firmas reguladas é aferido pela
comparação com uma referência média (benchmark)
—, além de induzirem aumentos de produtividade e
redução de custos praticados por outras firmas do se-
tor, excluem a possibilidade de colusão entre essas
firmas para elevar seus lucros.
178. (ANATEL – 2004) – Mecanismos de regula-
ção da qualidade e ajustes do price cap, que são
exemplos de esquemas de compensação a consumi-
dores, embutem um incentivo automático porque,
além de o agente regulador não precisar conhecer os
custos de ofertar um determinado nível de qualidade,
esses mecanismos, uma vez estabelecidos, não mais
exigem nenhum tipo de intervenção desse agente re-
gulador, reduzindo, assim, os custos de transação.
179. (TCU – 2011) - No regime de serviço pelo
custo, observa-se o efeito Averch-Johnson quando a
concessionária registra excesso de investimentos em
atividades cuja taxa de retorno permitida pelo regu-
lador é menor que o custo de capital vigente no mer-
cado.
180. (TCU – 2011) - No método de tarifação pelo
custo do serviço, os custos operacionais eficientes de
uma empresa de referência são utilizados no cálculo
da taxa de retorno regulatória a ser aplicada à base
de remuneração da concessionária.
181. (TCU – 2011) - No regime de regulação por
incentivo, o órgão regulador deve estabelecer pa-
drões de qualidade do serviço, com o objetivo de mo-
nitorar o nível de investimentos da concessionária.
182. (CETRO-ANVISA-Técnico-Q.28) Em relação
às formas de regulação, marque V para verdadeiro ou
F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta.
Professor João Coelho
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 53
( ) Desde 2003, a Câmara de Regulação do Mercado
de Medicamentos, da qual a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) trabalha como
secretaria executiva, regulamenta o controle do
preço dos medicamentos comercializados no Brasil.
A regulação do mercado de medicamentos é
baseada em um modelo de “teto de preços”.
( ) A regulação busca restringir a produção
capitalista, transformando-a em um modelo
socialista, em que se preserva ao menos parte dos
incentivos que a propriedade privada e o sistema
de mercado supostamente geram, e, ao mesmo
tempo, restringe a autonomia das decisões dos
agentes privados, substituindo a busca do lucro
por regras administrativas na determinação do
comportamento da empresa regulada.
( ) As formas de regulação, observadas como
regras administrativas voltadas para a
determinação do comportamento de empresas
reguladas, podem ser classificadas em 3 (três)
categorias: limitações quanto à entrada e saída em
um mercado, especificações quanto à qualidade
dos produtos fornecidos e fórmulas para a
determinação dos preços dos produtos oferecidos.
( ) A regulação é criticada por facilitar 3 (três)
alternativas consideradas inferiores do ponto de
vista do bem-estar da sociedade: a livre operação
de uma única empresa estatal que acabará por
restringir a quantidade ofertada e praticar preços
de monopólio; a livre operação de várias empresas
privadas com escalas subótimas, o que implica
preços e custos reduzidos, porém com elevadas
margens de lucro; e a produção estatal com uma
escala de produção ineficiente, oriunda de uma
gestão politizada ou meramente sem incentivo
para buscar ganhos de produtividade e qualidade.
(A) V/ V/ F/ F
(B) F/ V/ F/ V
(C) V/ F/ V/ F
(D) V/ V/ V/ F
(E) F/ F/ F/ V
183. (CETRO-ANVISA-Analista-Q43) Os principais
instrumentos adotados segundo a abordagem regula-
tória, que podem ser combinados com as diversas te-
orias regulatórias, são os seguintes, exceto:
(A) regulação tarifária por meio da busca de um
modelo tarifário com tarifação pelo custo marginal;
tarifação pela taxa de retorno; tarifação pelo custo
médio; tarifação definida em licitação; entre outras,
que preservem os interesses dos cidadãos, garantam
a rentabilidade dos investidores e estimulem a
eficiência setorial.
(B) regulação da entrada no mercado, com as
restrições à entrada e saída do mercado, por meio de
autorização ou contratos de permissão e concessão,
que são geralmente justificadas para garantir a
eficiência produtiva e como medida para evitar
duplicações de infraestruturas antieconômicas.
(C) intervalos regulatórios com período
compreendido entre as revisões de preços na
prestação de serviços públicos.
(D) contratos de concessão que apresentam grandes
variações entre si, pois seu conteúdo e forma
dependem do objeto e da forma da delegação.
(E) contratos privados, os quais a literatura atual
considera como muito importantes para o
desenvolvimento econômico.
184. (CESPE-ANVISA-2004) Vários estudos
indicam que os serviços de saúde são bens normais
caracterizados por elasticidades renda e preço
extremamente elevadas.
185. (CESPE-ANVISA-2004) A provisão da
Professor João Coelho
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 54
maioria dos serviços de saúde pelo governo
justifica-se por serem esses serviços
caracterizados como bens públicos puros.
186. (CESPE-ANVISA-2004) As ações
empreendidas pelo Estado para corrigir as falhas
de mercado prevalentes na indústria farmacêutica
incluem uma forte atuação regulatória,
contemplando legislação antimonopólio e controle
de preços bem como a adoção de um sistema de
patentes flexível, combinado com um sistema ágil
de licenças compulsórias.
187. (CESPE-ANVISA-2004) No Brasil,
contrariamente à experiência internacional, o
mercado de fármacos é amplamente competitivo e
formado por uma rede extensiva de fabricantes,
em que cada um, isoladamente, ocupa apenas uma
porção insignificante do segmento de mercado em
que estão situados.
188. (CESPE-ANVISA-2004) Uma das
características da indústria farmacêutica é o fato
de os médicos e não os consumidores decidirem o
tipo de medicamento a ser utilizado e, por essa
razão, esses profissionais preocupam-se mais com
a qualidade do medicamento do que com o preço
tornando, assim, a demanda desses produtos mais
elástica em relação ao preço.
189. (CESPE-ANVISA-2004) As falhas de
competição observadas no mercado de fármacos
derivam, em parte, da existência de patentes e da
presença de economias de escala inerentes ao
processo de pesquisa e desenvolvimento
prevalente na inovação farmacêutica.
190. (CESPE-ANVISA-2004) Na indústria de
fármacos, com a fidelidade às marcas, não basta
ter preços competitivos, pois a assimetria de
informações, associada à ausência de
homogeneidade dos produtos e à baixa difusão e
confiança nos medicamentos com denominação
genérica, acabam por inserir outras variáveis
determinantes à entrada de novos produtos e
empresas competidoras no setor podendo, inclusive,
gerar uma espécie de um monopólio, ainda que
relativo.
191. (CESPE-ANVISA-2004) É competência da
ANVISA monitorar a evolução dos preços de
medicamentos, equipamentos, componentes,
insumos e serviços de saúde.
192. (CESPE-ANVISA-2004) Uma maneira de
contornar a questão das patentes no mercado
farmacêutico é desenvolver substitutos,
quimicamente distintos, para o medicamento
patenteado. Um exemplo desse processo é o
denominado modificação molecular.
193. (CESPE-ANVISA-2004) A ANVISA busca
consolidar-se como estrutura de regulação,
retaguarda técnica e de coordenação do Subsistema
Nacional de Vigilância Sanitária. Paralelamente,
esforça-se para apoiar a implementação das ações de
vigilância sanitária no âmbito dos estados, dos
municípios e do DF.
194. (CESPE-ANVISA-2004) No que se refere à
vigilância sanitária, a relação produção-consumo é
importante sob o ângulo econômico e preocupante
sob o ângulo sanitário, quando, por exemplo, é
realizada pelas pequenas empresas sem os devidos
requisitos técnico- sanitários.
195. (CESPE-ANVISA-2004) O registro é
competência privativa do órgão federal de vigilância
sanitária e destina-se a comprovar o direito do
particular em fabricar o produto.
196. (CESPE-ANVISA-2004) Uma das principais
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 55
características das sociedades modernas é o
consumo crescente das mercadorias, bens e
serviços, processo no qual se incluem o consumo
relacionado à saúde, o consumo de interesse
sanitário, de tecnologias médicas e de serviços de
saúde.
197. CESPE-ANVISA-2004) Do ponto de vista
da teoria do bem-estar, existe um trade off entre
os maiores incentivos à inovação criados pelas
patentes e os custos, em termos de ineficiência de
preços, associados ao monopólio por elas
(patentes) gerado.
198. (CESPE-ANVISA-2004) Considera-se
distorção a fixação de preços de serviços abaixo
dos respectivos custos de produção
199. (CESPE-ANVISA-2004) Se uma empresa
retém produtos para fixar artificialmente
quantidades vendidas, estará praticando distorção
no mercado.
200. (CESPE-ANVISA-2004) Não cofigura
prática condenável o fato de uma empresa
dificultar o acesso dos concorrentes À tecnologia
aplicável ao seu ramo de produção.
GABARITO
1
C
2
C
3
E
4
E
5
E
6
A
7
D
8
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9
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10
C
11
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14
C
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17
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18
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19
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27
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35
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56
E
57
B
58
A
59
E
60
E
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C
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C
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C
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C
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67
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70
E
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73
E
74
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75
C
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77
E
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*
80
E
81
E
82
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83
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84
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85
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C
87
C
88
C
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91
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92
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102
E
103
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104
E
105
E
106
C
107
C
108
C
109
C
110
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111
C
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113
E
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115
C
116
E
117
E
118
E
119
C
120
C
121
E
122
E
123
C
124
C
125
C
126
C
127
C
128
E
129
C
130
E
131
E
132
C
133
C
134
E
135
C
136
C
137
C
138
C
139
C
140
E
141
C
142
C
143
D
144
C
145
C
146
C
147
E
148
E
149
E
150
E
151
C
152
E
153
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154
E
155
C
156
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157
C
158
C
159
C
160
E
161
C
162
E
163
E
164
E
165
C
166
C
167
E
168
C
169
C
170
E
171
E
172
C
173
E
174
E
175
C
176
C
177
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186
C
187
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188
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189
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190
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192
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200
E
PROVA – ANTAQ 2014
Professor João Coelho
Facebook.com.br/profjoaocoelho
Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 56
ECONOMIA DA REGULAÇÃO
Acerca da economia de regulação, julgue os
itens subsecutivos.
Questão 91 – Os princípios regulatórios de ge-
renciamento dos transportes aquaviários in-
cluem a preservação do interesse nacional e a
proteção dos usuários quanto à qualidade e à
oferta desses serviços.
Questão 92 – A ANTAQ fiscaliza as atividades
desenvolvidas pelas administrações dos portos
organizados; entretanto, as arrendatárias de
instalações portuárias não são focos dessa su-
pervisão.
Questão 93 – A descentralização das atividades
do Estado pode ser caracterizada pela atuação
de agências reguladoras, consideradas entida-
des integrantes da administração indireta.
Questão 94 – A livre distribuição de mercado-
rias e serviços essenciais ao consumo do povo
é assegurada pelas disposições da intervenção
no domínio econômico, exceto no que tange à
fixação de preços, por representar congela-
mento arbitrário exercido pelo Estado.
Questão 95 – Desestatização pode ser conside-
rada como a transferência, para a iniciativa pri-
vada, da execução de serviços públicos.
No que diz respeito à delegação, licitação, con-
trato de concessão e serviço público adequado,
julgue os itens que se seguem.
Questão 96 – Caso um serviço não seja pres-
tado de forma adequada, segundo critérios e in-
dicadores de qualidade definidos, poderá ser
declarada a caducidade da concessão pelo po-
der concedente.
Questão 97 – Os direito e deveres do concessioná-
rio incluem a captação, a aplicação e a gestão dos
recursos financeiros, dada a importância que es-
ses processos têm para a qualidade da prestação
de serviço.
Questão 98 – A transferência da concessão, de
uma concessionaria para outra, pode ocorrer sem
previa anuência do poder concedente, sem impli-
car a caducidade da concessão.
Questão 99 – Nem toda concessão de serviço pu-
blico deve ser decorrente de licitação previa po-
rem toda concessão deve observar os princípios
da legalidade, moralidade, da publicidade e da
igualdade.
Questão 100 – As características essências de um
contrato de concessão incluem o objeto, o prazo
da concessão e os critérios para revisão das tari-
fas. Por outro lado, os direitos e deveres dos usu-
ários para obtenção e utilização do serviço não
são considerados essenciais nesse tipo de con-
trato.
ECONOMIA DA REGULAÇÃO
TESTE SEU CONHECIMENTO!
01 - (Cespe/MPOG – Analista de Infraestru-
tura/2012) O Estado pode interferir na ordem eco-
nômica de modo direto e indireto; uma forma de
atuação indireta do Estado na economia consiste
na atividade econômica de empresas estatais sob
o regime de monopólio.
02 - (Cespe/BASA – Técnico Científico – Di-
reito/2012) No que se refere à ordem econômica,
conforme previsto na CF, e a seus princípios explí-
citos e implícitos, bem como às modalidades de
intervenção do Estado brasileiro naordem econô-
mica, julgue os itens subsecutivos.Conforme pre-
visto na CF, o Estado quando atua como agente
Professor João Coelho
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 57
normativo e regulador exerce as funções de fis-
calização, planejamento e participação no Mer-
cado.
03 - (Cespe/BASA – Técnico Científico – Di-
reito/2012) O princípio da livre concorrência ga-
rante aos agentes econômicos a segurança de
que o Estado não poderá impedi-los de atuar li-
vremente no mercado.
04 - (Cespe/BASA – Técnico Científico – Di-
reito/2012) Ao planejar a atividade econômica, o
Estado deve, conforme previsão constitucional,
observar o princípio da livre iniciativa, atuando
apenas de forma indicativa para o setor privado.
05 - (Cespe/TCU – AUFCE – Auditoria Governa-
mental/2011) No que se refere à atuação do Es-
tado no domínio econômico, julgue o próximo
item. É de competência exclusiva da União a
instituição de contribuições de intervenção no
domínio econômico, as quais não possuem na-
tureza jurídica tributária, apesar da denomina-
ção que recebem.
06- (Cespe/AL Ceará - Analista Legislativo – Di-
reito/2011) A prestação de serviços públicos
sob o regime de delegação deve ser classifi-
cada como prestação indireta, permanecendo a
titularidade do serviço com o poder Público.
07 - (Cespe/TCU – AUFCE – Auditoria Governa-
mental/2011) A respeito dos orçamentos e da or-
dem econômica e financeira, julgue os itens se-
guintes. De acordo com a CF, constituem mono-
pólio da União a pesquisa, a comercialização e
a lavra das jazidas de petróleo e gás natural.
08 - (Cespe/TCU – AUFCE – Auditoria Governa-
mental/2011) Na descentralização por colabora-
ção, configurada por intermédio de contrato ou
ato unilateral, há a transferência de titularidade
e de execução de determinado serviço público.
09 - (Cespe/TCU – AUFCE – Auditoria Governa-
mental/2011) A denominada descentralização por
serviços, funcional ou técnica, por meio da qual o
poder público cria uma pessoa jurídica de direito
público ou privado, atribuindo-lhe a titularidade e
a execução de determinado serviço público, so-
mente pode-se configurar por meio de lei.
10 - (Cespe/TCU – AUFCE – Auditoria Governa-
mental/2011) As instituições financeiras controla-
das direta ou indiretamente pela União podem ser
objeto de desestatização. Nesse caso, o presi-
dente do Banco Central do Brasil deverá participar
das reuniões do Conselho Nacional de Desestati-
zação para deliberação sobre a desestatização,
com direito a voto.
11. (Cespe/Direito/Seger-ES/2007) Quando a enti-
dade da administração encarregada de executar
um ou mais serviços distribui competências no
âmbito da própria estrutura, a fim de tornar-se
mais ágil e eficiente na nprestação desses servi-
ços, ela pratica a chamada descentralização.
12. (Cespe/Analista Judiciário/TRE-GO/2009) –
adaptada – A desconcentração pressupõe a exis-
tência de apenas uma pessoa jurídica.
13. (Cespe/Analista Judiciário/TRE-MT/2010) –
adaptada – A descentralização administrativa
ocorre quando se distribuem competências mate-
riais entre unidades administrativas dotadas de
personalidades jurídicas distintas.
14. (Cespe/Seger-ES/2007) O fenômeno da descen-
tralização é efetivado por meio de delegação
quando o Estado cria uma entidade e a ela trans-
fere, por lei, determinado serviço público.
15. (Cespe/Analista Administrativo/MS/2010) A
descentralização administrativa efetiva-se por
meio de outorga quando o Estado cria uma enti-
dade e a ela transfere, por lei, determinado serviço
público.
Professor João Coelho
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 58
16. (Cespe/Analista Administrativo/MS/2010) A
delegação ocorre quando a entidade da admi-
nistração, encarregada de executar um ou mais
serviços, distribui competências no âmbito da
própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e efi-
ciente a prestação dos serviços.
17. (Cespe/Analista Judiciário/TRE-ES/2010) A
desconcentração mantém os poderes e as atri-
buições na titularidade de um mesmo sujeito de
direito, ao passo que a descentralização os
transfere para outro sujeito de direito distinto e
autônomo, elevando o número de sujeitos titu-
lares de poderes públicos.
18 . (Cespe/2ª Prova OAB/2008) – adaptada - O
Estado pode estabelecer o controle de abaste-
cimento e o tabelamento de preços, exepcional-
mente, por meio de lei, para atender a relevante
interesse coletivo.
20. (Cespe/2ª Prova OAB/2008) – adaptada - A
CF proíbe a formação de monopólios, inclusive
os estatais.
21. (Cespe/2ª Prova OAB/2008) – adaptada - As
atividades monopolizadas pela União são im-
passíveis de delegação.
22. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) – adap-
tada - O ordenamento jurídico nacional consa-
gra uma economia descentralizada, de mercado,
sujeita à atuação excepcional do Estado apenas
em caráter normativo e regulador.
23. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) – adap-
tada - É assegurado a todos o livre exercício de
qualquer atividade econômica, independente-
mente de autorização de órgãos públicos, salvo
nas hipóteses exigidas pela lei.
24. (Cespe/ Procurador/PGE-PE/2009) – adap-
tada - O Estado não pode intervir no domínio
econômico para exercer função de fiscalização
e planejamento no setor privado, sob pena de
afronta ao modelo capitalista de produção, fun-
dado no princípio da livre iniciativa.
25. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) – adaptada - A ativi-
dade normativa e reguladora do Estado exercida
por meio da intervenção na atividade econômica
compreende as funções de fiscalização, participa-
ção e incentivo.
26. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) – adaptada - O mono-
pólio estatal na refinação do petróleo nacional im-
pede a contratação, pela União, de empresa pri-
vada para a realização dessa atividade.
27. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) – adaptada - A partici-
pação em atividades econômicas e a administra-
ção dessas atividades são as duas possíveis for-
mas de ingerência do Estado na economia.
28. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) – adaptada - Sempre
que entender cabível, e independentemente de
previsão na CF, o Estado pode intervir na econo-
mia, utilizandose do monopólio de exploração di-
reta da atividade econômica.
29. (Cespe/Juiz/TRF5/2011) – adaptada - O planeja-
mento da atividade econômica pelo Estado, na
nova ordem constitucional econômica, é sempre
indicativo para o setor privado, em harmonia com
o princípio da livre iniciativa.
30. (Cespe/Economista/ME/2008) O estudo da eco-
nomia do setor público inclui tópicos como aná-
lise econômica das funções do governo e concei-
tos básicos da economia do setor público, assim
como o financiamento das atividades do Estado.
Com referência a esse assunto, julgue o item sub-
sequente. A privatização dos setores de infraestru-
tura que ocorreu na maioria dos países ampliou a
função reguladora do Estado, sobretudo, nos ca-
sos em que esses setores apresentam caracterís-
ticas de monopólio natural.
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Economia da Regulação – TCU 2017 – Professor João Coelho 59
31. (Cespe/Especialista em Regula-
ção/Anac/2009) A CF garante a todas as pes-
soas físicas e jurídicas a liberdade para exercer
qualquer atividade econômica, desde que devi-
damente autorizadas pelos órgãos públicos, em
quaisquer hipóteses.
32. (Cespe/Analista/Anatel/2009) O Plano Nacio-
nal de Desestatização tinha como objetivo es-
tratégico, entre outros, o de aumentar o deficit
público, de maneira a equilibrar as finanças do
governo federal, transferindo para a iniciativa
privada, por meio da privatização, atividades
que o Estado exercia indevidamente e sem con-
trole.